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C 7-10

MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

Manual de Campanha

COMPANHIA DE FUZILEIROS

ANTEPROJETO
2005
ÍNDICE DOS ASSUNTOS
Pág
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
ARTIGO I - Generalidades ....................................... 1-1
ARTIGO II - Companhia de fuzileiros ........................ 1-2

CAPÍTULO 2 - COMANDO E CONTROLE


ARTIGO I - Introdução .............................................. 2-1
ARTIGO II - Responsabilidades Funcionais de
2-2
Comando e Controle ................................
ARTIGO III - Ligações e Comunicações na
2-3
Companhia ..............................................
ARTIGO IV - Trabalho de Comando ........................... 2-6
ARTIGO V - Sincronização ........................................ 2-8

CAPÍTULO 3 - APOIO DE FOGO


ARTIGO I - Introdução .............................................. 3-1
ARTIGO II - Meios de Apoio de Fogo ........................ 3-2
ARTIGO III - Planejamento e Coordenação de Fogos 3-4
ARTIGO IV - Execução dos fogos .............................. 3-8
ARTIGO V - Fumígenos ............................................. 3-11
CAPÍTULO 4 LOGÍSTICA
ARTIGO I - Introdução .............................................. 4-1
ARTIGO II - Logística na Companhia de 4-2
Fuzileiros..................................................
ARTIGO III - Atividades Logísticas ............................. 4-10

CAPÍTULO 5 MOVIMENTOS PREPARATÓRIOS


ARTIGO I - Generalidades ....................................... 5-1
ARTIGO II - Planejamento e Execução dos 5-2
Movimentos .............................................
ARTIGO III - Estacionamentos ................................... 5-5

CAPÍTULO 6 OFENSIVA
ARTIGO I - Generalidades ....................................... 6-1
ARTIGO II - Marcha para o Combate ........................ 6-3
ARTIGO III - Reconhecimento em Força ................... 6-18
ARTIGO IV - Ataque ................................................... 6-19
ARTIGO V - Ataque de Infiltração .............................. 6-49
ARTIGO VI - Ataque Noturno ou Sob Condições de 6-57
Visibilidade Limitada ................................
ARTIGO VII - Ataque com Transposição de Curso de 6-71
Água ........................................................
ARTIGO VIII - Ataque em Bosques .............................. 6-81
ARTIGO IX - Aproveitamento do Êxito ....................... 6-84
ARTIGO X - Perseguição ........................................... 6-86
ARTIGO XI - Outras Ações Ofensivas ........................ 6-88
CAPÍTULO 7 DEFENSIVA
ARTIGO I - Generalidades ....................................... 7-1
ARTIGO II - Defesa em Posição ............................... 7-7
ARTIGO III - Defesa de Área ...................................... 7-9
ARTIGO IV - Forças da Área de Segurança ............... 7-11
ARTIGO V - Companhia de Fuzileiros da Área de 7-14
Defesa Avançada ....................................
ARTIGO VI - Companhia de Fuzileiros Reserva ........ 7-44
ARTIGO VII - Táticas e Técnicas Especiais de Defesa 7-51
ARTIGO VIII - Movimentos Retrógrados ...................... 7-62
ARTIGO IX - Retraimento ........................................... 7-64
ARTIGO X - Ação Retardadora ................................. 7-73
ARTIGO XI - Retirada.................................................. 7-80

CAPÍTULO 8 OPERAÇÕES COM


CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
ARTIGO I - Introdução .............................................. 8-1
ARTIGO II - Operações em Áreas Edificadas 8-1
(Localidades) ...........................................
ARTIGO III - Ataque a Localidade .............................. 8-3
ARTIGO IV - Defesa em Localidade ........................... 8-15
ARTIGO V - Operações Aeromóveis ......................... 8-22
ARTIGO VI - Operações Aeroterrestres ..................... 8-23

CAPÍTULO 9 OUTRAS OPERAÇÕES


ARTIGO I - Substituição ........................................... 9-1
ARTIGO II - Junção ................................................... 9-10
ARTIGO III - Operações de Manutenção de Paz ....... 9-13
CAPÍTULO 10 PELOTÃO DE APOIO
ARTIGO I - Introdução .............................................. 10-1
ARTIGO II - Características do Emprego .................. 10-2
ARTIGO III - Pelotão de Apoio na Ofensiva ............... 10-13
ARTIGO IV - Pelotão de Apoio na Defensiva ............. 10-18

ANEXO A EXEMPLOS DE ORDEM DE A-1


OPERAÇÕES
ANEXO B EXEMPLO DE MATRIZ DE B-1
SINCRONIZAÇÃO
ANEXO C DADOS MÉDIOS DE PLANEJAMENTO C-1
ANEXO D EXEMPLO DE DOCUMENTAÇÕES DO D-1
PELOTÃO DE APOIO
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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

ARTIGO I
GENERALIDADES

1-1. FINALIDADE
a. Este manual tem por finalidade apresentar uma orientação
doutrinária para o emprego das companhias de fuzileiros (Cia Fuz)
existentes nos batalhões de infantaria do Exército Brasileiro, considerando
os preceitos doutrinários constantes dos manuais C 100-5 – OPERAÇÕES
e C 7-20 BATALHÕES DE INFANTARIA.
b. A doutrina que será apresentada destina-se às companhias de
fuzileiros dos Batalhões de Infantaria Motorizado (BI Mtz), de Montanha (BI
Mth), Pára-quedista (BI Pqdt), Leve (BIL) e Fronteira (B Fron). A referente
ao emprego peculiar das subunidades dos Batalhões de Infantaria de Selva
(BIS), e Blindado (BIB) será tratada em manuais específicos. Quanto ao
emprego das subunidades dos Batalhões de Caçadores (BC) e de Infantaria
(BI) e das subunidades isoladas, que não adotarem Quadro de Organização
(QO) da Cia Fuz de BI Mtz, deve-se considerar aquilo que se aplicar a estas
subunidades (SU).
c. Este manual deve ser usado com outros documentos doutrinários,
particularmente aqueles específicos dos diversos escalões da arma e os
que regulam as Operações sob Condições Especiais de Ambiente,
Operações com Características Especiais e Operações de Garantia da Lei
e da Ordem (GLO).

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1-2. OBJETIVO
a. Apresentar a doutrina básica aplicável às companhias de fuzileiros
nos diferentes tipos de operações.
b. Capacitar o comandante (Cmt) de subunidade e seus oficiais
subalternos ao planejamento, execução, coordenação, controle e
sincronização das operações conduzidas por essas SU.
c. Fornecer elementos que possibilitem a metodização e a
padronização da instrução na Força Terrestre (F Ter).

ARTIGO II
COMPANHIA DE FUZILEIROS

1-3. CONCEITO
A Cia Fuz é uma tropa valor subunidade, elemento de manobra dos
batalhões de infantaria. É particularmente apta para realizar o combate a pé,
ainda que utilizando-se de meios de transportes terrestres, aéreos ou
aquáticos para o seu deslocamento. É, por excelência, a tropa do combate
aproximado, com capacidade de operar em qualquer terreno e sob
quaisquer condições climáticas ou meteorológicas.

1-4. MISSÕES BÁSICAS


a. Na ofensiva - Cerrar sobre o inimigo, para destruí-lo ou capturá-lo,
utilizando-se, para isto, do fogo, do movimento e do combate aproximado.
Pelo fogo procura neutralizar o inimigo permitindo o movimento. Pela
combinação do fogo e do movimento, coloca-se nas melhores condições
possíveis em relação às defesas inimigas. Finalmente, pelo combate
aproximado é concretizado o cumprimento da missão, lançando-se
violentamente sobre o inimigo, a fim de, pelo assalto, ultimar a sua
destruição ou capturá-lo.
b. Na defensiva - Manter o terreno, impedindo, resistindo ou
repelindo o ataque inimigo, por meio do fogo e do combate aproximado, e
expulsando-o ou destruindo-o pelo contra-ataque.

1-5. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL


a. A companhia de fuzileiros é o menor escalão de combate da
infantaria com funções táticas e administrativas.
b. A estrutura organizacional básica da companhia de fuzileiros inclui:
três pelotões de fuzileiros (Pel Fuz),como peças de manobra; um pelotão de

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apoio (Pel Ap), que proporciona apoio de fogo imediato aos pelotões de
fuzileiros; e uma seção de comando (Seç Cmdo). Eventualmente, a
companhia pode ser reforçada por elementos de combate e apoio ao
combate.

∙∙ ∙∙∙ ∙∙∙
Cmdo Ap
∙∙∙
∙∙∙

Fig 1-1. Estrutura Organizacional da Cia Fuz


c. A organização detalhada de cada tipo de Cia Fuz, inclusive quadro
de distribuição de material e quadro de cargos previstos, consta dos
diversos quadros de organização (QO) dos batalhões de infantaria, dos
quais são orgânicas.

1-6. CARACTERÍSTICAS DE EMPREGO


O emprego da Cia Fuz segue exatamente a base doutrinária do
Batalhão de Infantaria do qual é orgânica (consultar Anexo A do manual C
7-20 BATALHÕES DE INFANTARIA).

1-7. SISTEMAS OPERACIONAIS


a. Os elementos de combate, apoio ao combate e logísticos
interagem, integrando sistemas operacionais. Cabe ao comandante da
companhia de fuzileiros coordenar o seu emprego oportuno e sincronizado
no tempo, no espaço e na finalidade, tendo como objetivo a maximização do
poder de combate.

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b. Os sistemas operacionais são: Inteligência, Manobra, Apoio de


Fogo, Defesa Antiaérea, Mobilidade, Contra-mobilidade e Proteção (MCP),
Logística e Comando e Controle.
c. Inteligência – é fundamental para o planejamento eficaz e para a
segurança das tropas. Envolve as ações organizadas para a coleta e
difusão de dados sobre a área de operações e o inimigo. Por meio de
patrulhas, observação e vigilância, a companhia de fuzileiros atende às suas
necessidades de inteligência e às do escalão superior.
d. Manobra – consiste da combinação de fogo e movimento dos
pelotões de fuzileiros para posicionar-se de maneira vantajosa em relação
ao inimigo no campo de batalha. Todos os demais sistemas trabalham para
facilitar, orientar e apoiar a manobra.
e. Apoio de fogo – a sincronização dos fogos com a manobra é
crucial para o sucesso das operações. Cabe ao comandante de companhia
a coordenação de apoio de fogo da SU, empregando os meios orgânicos e
os colocados à sua disposição pelo escalão superior.
f. Defesa anti-aérea – a defesa anti-aérea da companhia é
proporcionada pelo escalão superior. No âmbito da subunidade a atuação
do sistema resume-se à adoção de medidas de auto-defesa por meio do
fogo do armamento orgânico e medidas passivas como camuflagem,
dispersão e vigilância.
g. Mobilidade, Contra-mobilidade e Proteção (MCP) – a atuação do
sistema visa preservar a liberdade de manobra da companhia, limitar a do
inimigo e proteger a tropa e instalações. A companhia executa seus próprios
trabalhos, podendo receber apoio de elementos de engenharia do escalão
superior.
h. Logística – constitui o conjunto de ações voltadas para preparar e
garantir a continuidade do combate, englobando o processo de
planejamento e execução do apoio às operações, devendo atender às
condições dinâmicas do combate em todas as suas fases. A companhia é o
menor escalão com funções logísticas, contudo possui um reduzido efetivo
para o desempenho das atividades relativas ao sistema.
i. Comando e Controle – é o sistema que permite aos comandantes
visualizar o campo de batalha, apreender a situação, dirigir e sincronizar
suas ações, estabelecendo as ligações necessárias ao exercício do
comando. No escalão companhia e inferiores cresce a importância do
contato direto e a presença física do comandante.

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CAPÍTULO 2

COMANDO E CONTROLE

ARTIGO I
INTRODUÇÃO

2-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


a. Comando e Controle (C2) é um sistema através do qual as
atividades da companhia são planejadas, coordenadas, sincronizadas e
conduzidas para o cumprimento da missão. Esse sistema abrange pessoal,
equipamento, comunicações, instalações e procedimentos necessários para
obtenção e análise de informações para o planejamento, expedição de
ordens, fiscalização e condução das operações.
b. O estabelecimento de normas gerais de ação, comunicações
eficientes, organização para o combate apropriada, adequada localização
do posto de comando e adoção de efetivas medidas de coordenação e
controle permitem aos comandante de companhia controlar e coordenar as
operações sob sua responsabilidade.
c. No escalão companhia e inferiores, a presença do comandante
junto à tropa é de capital importância. O contato pessoal e a direta ação de
comando são freqüentes, contribuindo para o efetivo exercício da liderança
sobre seus homens, que é peça fundamental para o êxito no cumprimento
das missões.

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ARTIGO II
RESPONSABILIDADES FUNCIONAIS DE COMANDO E CONTROLE
2-2. COMANDANTE DA COMPANHIA
a. O comandante é o responsável por tudo que a companhia faz ou
deixa de fazer. Desempenha suas atribuições realizando planejamentos,
tomando decisões oportunas, emitindo ordens eficientes e exercendo a
supervisão e o comando. Seus deveres exigem que tenha um completo
conhecimento sobre o emprego tático e técnico, e sobre as possibilidades e
limitações de todos os elementos orgânicos, bem como sobre os elementos
de outras armas que possam reforçar a companhia ou integrá-la, quando
constituir uma força-tarefa.
b. É por meio da cadeia de comando que ele exerce sua autoridade e
estabelece diretrizes, missões e normas para a companhia. O
funcionamento eficiente da cadeia de comando exige que um grau suficiente
de liberdade seja atribuído aos subordinados, para que possam realizar
suas tarefas.
c. O comandante de companhia certifica-se de que suas
determinações estão sendo executadas, por intermédio de visitas e
inspeções freqüentes, realizadas por ele ou por seu subcomandante. A
eficiência combativa da companhia somente pode ser sentida por uma
contínua avaliação das manifestações de liderança, iniciativa, moral, espírito
de corpo, disciplina e competência.
d. Deve utilizar todos os meios disponíveis para cumprir sua missão,
coordenando as atividades da companhia com as demais subunidades do
batalhão. Durante os ensaios, coordenados pelo subcomandante, certifica-
se que todos os subordinados compreenderam a missão e sua intenção,
realizando as correções e ajustes necessários.
e. Durante o cumprimento das missões, coloca-se onde melhor possa
dirigir, controlar e influir nas operações. Via de regra, posiciona-se próximo
ao escalão de ataque ou peça de manobra que executa a ação tática
principal, podendo ainda estar em um posto de observação ou em qualquer
outro lugar de sua zona de ação onde seja exigida sua presença ou possa
coordenar melhor as ações.

2-3. SUBCOMANDANTE DA COMPANHIA


a. É o principal auxiliar e assessor do comandante da companhia,
sendo seu substituto eventual. Deve manter-se constantemente a par da
situação e dos futuros planos, a fim de estar em condições de assumir o
comando da companhia em qualquer ocasião.

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b. É o coordenador da logística da companhia, integrando e


sincronizando os planejamentos da logística do pessoal e do material à
manobra e ao apoio ao combate, permitindo ao comandante concentrar-se
na condução das ações táticas da companhia.
c. As principais atribuições do subcomandante de companhia são:
(1) Verificar se as instruções da tropa estão de acordo com as
diretrizes e com os planos do comandante da companhia;
(2) Coordenar as medidas de segurança adotadas pela companhia
em zona de reunião;
(3) Confeccionar a matriz de sincronização, por ocasião da
elaboração de uma ordem de operações;
(4) Assegurar-se da instalação e exploração eficiente dos meios de
comunicações da companhia para manutenção das ligações necessárias;
(5) Fiscalizar os preparativos da companhia após a emissão da
ordem do comandante da companhia;
(6) Coordena a autodefesa antiaérea da companhia, verificando a
adoção das medidas passivas de camuflagem, dispersão, ocultação e
disfarce; posicionando a metralhadora pesada da companhia; identificando
as possíveis rotas de aproximação de aeronaves; estabelecendo sistema de
alarme e medidas de execução do fogo contra aeronaves; e
(7) Coordena a realização dos ensaios da operação.
d. Durante o combate, permanecerá onde o comandante julgar mais
importante, em condições de auxiliar o comandante na condução das
operações ou substitui-lo caso necessário. Poderá estar próximo ao
comandante, junto à reserva ou a um dos pelotões de primeiro escalão, ou
próximo aos trens da companhia, acompanhando a ação da mesma a partir
de um posto de observação.

ARTIGO III
LIGAÇÕES E COMUNICAÇÕES NA COMPANHIA

2-4. GENERALIDADES
a. As características do combate moderno levam à necessidade de um
sistema de comunicações confiável, de grande capacidade de tráfego, muito
flexível, permitindo imediata transmissão de mensagens. Tem por objetivo
maior prestar ao comandante da companhia informações das ações das
tropas amigas, das atividades do inimigo e das alterações no terreno, de
forma a permitir-lhe tomar decisões de conduta do combate com
oportunidade.
b. As comunicações devem ser o elo entre o comandante e sua tropa,
levando a sua presença em todos os lugares, simultaneamente.

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c. O sistema de comando e controle depende da eficácia das


comunicações, o que o torna alvo primordial do esforço de busca do inimigo,
objetivando não só dificultar a intervenção do comandante no combate,
como também a coordenação dos elementos desdobrados.
d. O sistema de comunicações da companhia deve ser estabelecido
segundo a rígida observância da segurança, tendo em vista a maior
proximidade com o inimigo. Um maior grau de segurança será obtido pela
diversificação dos meios de comunicações, pelo uso restrito do meio rádio e
pela priorização do uso dos circuitos físicos, de sinais convencionados,
mensagens preestabelecidas e desencadeamento de ações por horário.
Todos os componentes da companhia devem ter a noção exata de que, com
o advento da guerra eletrônica, não basta negar ao inimigo o conteúdo das
mensagens, é preciso também ocultar a sua própria transmissão.
e. A missão de instalar e operar os meios de comunicações do
comando da companhia cabe ao grupo de comunicações da seção de
comando da companhia. O grupo é composto pelo sargento auxiliar de
comunicações, um Cb radioperador, um Cb construtor de linha / telefonista,
um Sd radioperador e um Sd construtor de linha / telefonista.
f. Todas as ordens e diretrizes do escalão superior sobre a instalação e
exploração dos meios de comunicações, bem como as prescrições a serem
observadas na operação em curso, devem constar das instruções para
exploração das comunicações (IECom), do parágrafo 5º COMANDO E
COMUNICAÇÕES da ordem de operações do batalhão e de ordens
particulares do comandante do batalhão.

2-5. POSTO DE COMANDO


a. Posto de Comando é o local onde se instala o comando da
companhia para planejar e conduzir as operações. Nele são reunidos os
meios necessários ao exercício do comando, incluindo a coordenação e
controle dos elementos de combate e de apoio.
b. No nível companhia ele só existe como instalação em ações
estáticas, como uma defesa de área ou durante a ocupação de uma zona
de reunião. Durante a execução de operações que exigem movimento, o
comandante de companhia desloca-se constantemente com os integrantes
do posto de comando, posicionando-se onde melhor possa conduzir as
ações e exercer efetivo comando e controle.
c. Integrantes – Comandante da companhia, comandante do pelotão
de apoio, OA de artilharia, OA do pelotão de morteiros do batalhão, OA da
seção de morteiros da companhia, radioperadores / telefonistas e, conforme
a situação, o subcomandante da companhia.

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2-6. SITUAÇÕES DE COMANDO


a. Reforço - Situação em que um pelotão de fuzileiros ou uma fração
de apoio (não orgânicos da subunidade), por determinação do escalão
superior, é colocado diretamente subordinado à companhia. A relação de
comando decorrente é a mesma que a companhia mantém com seus
elementos orgânicos.
b. Integração – Situação semelhante ao reforço, que verifica-se
quando a companhia recebe um pelotão de cavalaria, compondo uma força-
tarefa (FT).
c. Controle operacional – Situação em que uma fração fica
temporariamente subordinada à companhia para cumprir somente missões
ou tarefas específicas. Todavia, exclui-se a autoridade desta para empregar
separadamente os componentes dos elementos em questão e a
responsabilidade sobre o controle administrativo dos mesmos. No escalão
companhia esta situação ocorre, por exemplo, no contexto de operações
aeromóveis, quando a subunidade recebe uma fração de helicópteros.
d. Quando uma fração encontra-se em apoio direto à companhia, não
existe a relação de comando, pois esta permanece diretamente subordinada
ao seu comando original, havendo apenas a ligação necessária para
coordenação do apoio a ser prestado.
e. A companhia, conforme determinação do batalhão, pode reforçar
outras subunidades com parte de seus meios orgânicos. Neste caso, o
comando da fração passa a ser exercido pelo comandante da companhia
reforçada.

2-7. RESPONSABILIDADES DE LIGAÇÃO


a. O batalhão é responsável pelo estabelecimento e pela continuidade
das comunicações com a companhia.
b. A companhia é responsável pelo estabelecimento e pela
continuidade das comunicações com seus pelotões orgânicos e frações em
reforço, integração e/ou controle operacional.
c. As comunicações com as tropas vizinhas são estabelecidas e
mantidas conforme determinado pelo comando superior a que ambas
estiverem subordinados. Na ausência de instruções específicas, a
companhia é responsável pelo estabelecimento e continuidade das
comunicações com seu vizinho da direita.

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2-8 MEIOS DE COMUNICAÇÕES


a. Meio rádio – Utilizado conforme prescrições constantes da ordem
de operações do batalhão.
(1) Os radioperadores do comandante de companhia pertencem ao
grupo de comunicações da seção de comando. Um deles opera na rede de
comando do batalhão (que liga a companhia às demais companhias e ao
comando do batalhão) e outro na rede de comando da companhia (que liga
o companhia a seus pelotões e frações diretamente subordinados), devendo
acompanhar, em todas as situações, o comandante da companhia.
(2) A companhia participa, ainda, das redes de apoio de fogo, por
intermédio dos observadores avançados de artilharia e do pelotão de
morteiros do batalhão.
b. Meios físicos
(1) O Cb e o Sd construtores de linha / telefonistas são os
encarregados de lançar os circuitos do posto comando da companhia até a
posição dos comandantes subordinados.
(2) O meio físico deve ser utilizado sempre que a situação permitir,
por ser mais seguro que o meio rádio face a interferências inimigas.
c. Mensageiros – Constitui-se no meio mais seguro, utilizado sempre
que necessário ou quando os demais meios não forem eficazes. Todos os
integrantes do grupo de comunicações recebem instrução de mensageiro e
podem ser empregados como tal.
d. Acústicos, visuais e diversos – Utilizados conforme previsão em
ordens e instruções. Incluem pirotécnicos, sinais para desencadeamento de
fogos, sinalização de cumprimento da missão, designação de alvos,
sinalização para aeronaves, identificação mútua para Op junção, etc.

ARTIGO IV
TRABALHO DE COMANDO

2-9. GENERALIDADES
a. O trabalho de comando do comandante da companhia compreende
as atividades desempenhadas durante o recebimento da missão, a
aplicação das normas de comando, onde o comandante preparará a sua
tropa para o cumprimento da missão imposta, e a execução, propriamente
dita.
b. A realização dessas ações, numa seqüência uniforme, permite ao
comandante ter a certeza de que todas as situações possíveis foram
consideradas e que sua decisão está fundamentada em todas as
informações disponíveis.

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2-10. NORMAS DE COMANDO


a. As normas de comando são uma seqüência de ações que permitem
ao comandante de subunidade empregar o tempo disponível de forma
eficiente e eficaz durante o planejamento e execução de missões de
combate.
b. As normas de comando não são uma série de regras inflexíveis. Na
verdade, elas constituem-se em um guia que o comandante deve aplicar de
acordo com a situação vivida, sua experiência e a de seus comandantes
subordinados.
c. Essas normas constituem um lembrete e contribuem para que o
comandante da companhia tire o máximo proveito do tempo disponível,
coordenando suas ações com as de seus subordinados.
d. As normas de comando compreendem:
(1) Providências Iniciais
(2) Observação e planejamento do reconhecimento
(3) Reconhecimento
(4) Estudo de Situação
(5) Ordens e
(6) Fiscalização
e. A aplicação das normas de comando para as operações de ataque e
defesa serão descritas nos capítulos correspondentes deste manual.

2-11. ESTUDO DE SITUAÇÃO


a. É um processo lógico e continuado de raciocínio pelo qual um
comandante considera todos os fatores que possam afetar a situação militar
e chega a uma decisão que objetive o cumprimento de uma missão. No
escalão subunidade, o estudo de situação deve ser simples, objetivo e
prático.
b. A finalidade de qualquer estudo de situação é assegurar que sejam
devidamente analisados todos os fatores que influem na montagem e
escolha de uma linha de ação que, se bem sucedida, permitirá o
cumprimento da missão e oferecerá as maiores probabilidades de êxito.
c. É importante que o comandante de companhia, durante todo o
processo de estudo de situação e durante a execução das operações tenha
uma perfeita compreensão da missão e intenção dos comandantes de
brigada e batalhão. Isto lhe permitirá realizar um planejamento em sintonia
com o escalão superior e, durante o desenrolar das ações, lhe servirá de
guia para a tomada de decisões de conduta.

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d. O estudo de situação inicia-se com o recebimento da missão e


conclui-se com a tomada de decisão, englobando as seguintes etapas:
(1) Análise da missão – Fase em que o comandante de companhia,
após receber a missão do comandante de batalhão, verifica as missões
impostas, identifica os principais aspectos sobre a área de operações,
planeja seu reconhecimento e estabelece um quadro-horário inicial.
(2) Situação e linhas de ação – Fase em que o comandante realiza
o reconhecimento; estuda detalhadamente o terreno, as condições
meteorológicas e o inimigo; estabelece as linhas de ação do inimigo,
identificando a mais provável e a mais perigosa; e, por fim, monta suas
linhas de ação. Conforme a situação e o tempo disponível o comandante de
companhia poderá montar apenas uma linha de ação e aperfeiçoá-la
posteriormente.
(3) Análise das linhas de ação opostas – Fase em que o
comandante de companhia visualiza o emprego da companhia em cada
linha de ação, reagindo-a com as linhas de ação do inimigo, em cada fase
da manobra. É nesta fase que são levantadas as possíveis condutas e feitos
os necessários aperfeiçoamentos das linhas de ação.
(4) Comparação das linhas de ação – Fase em que o comandante
de companhia compara suas linhas de ação segundo os fatores terreno,
rapidez, nosso dispositivo, dispositivo do inimigo e princípios de guerra,
identificando aquela que apresenta maior possibilidade de sucesso para o
cumprimento da missão. O comandante de companhia pode estabelecer a
prioridade dos fatores de comparação ou até mesmo adotar outros,
conforme a intenção do comandante de batalhão. Esta fase não será
realizada caso o comandante levante apenas uma linha de ação.
(5) Decisão – Escolhida a linha de ação o comandante prepara sua
decisão a ser emitida aos subordinados de forma clara, precisa e detalhada.

ARTIGO V
SINCRONIZAÇÃO

2-12. GENERALIDADES
a. Sincronização é o arranjo das atividades de todos os sistemas
operacionais no tempo, no espaço e na finalidade, visando a aumentar o
poder de combate. Implica na judiciosa exploração do fator da decisão
“tempo”.
b. A sincronização inclui, ainda, o efeito de emassar o poder de
combate no momento e local decisivos, ou seja, obter-se um poder de
combate superior ao do inimigo.
c. O objetivo da sincronização é usar cada meio disponível onde,

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quando e da maneira que melhor possa obter a superioridade de poder de


combate. O seu resultado é o uso coordenado e seqüencial de todos os
recursos para obter a máxima contribuição para o sucesso.
d. Uma das melhores formas de se garantir a sincronização dos
elementos de manobra com as atividades de combate e apoio ao combate é
a execução de detalhados ensaios.

2-13 . PROCESSO DE SINCRONIZAÇÃO


a. A sincronização na companhia é desenvolvida em três fases:
durante o planejamento, durante os ensaios e durante o combate
propriamente dito.
b. Durante o planejamento, o comandante da companhia garante a
sincronização através de seu estudo de situação o mais detalhado possível,
planejando “o quê” fazer (ações a realizar) e a seqüência em que essas
ações irão ocorrer. Durante a “análise das linhas de ação opostas”,
apresentadas anteriormente, ele deve desenvolver um minucioso “jogo da
guerra” de forma a assegurar que todas as tarefas necessárias ao
cumprimento da missão sejam levantadas e as prováveis reações do
inimigo anuladas. Levanta, também, as ações do inimigo que requerem
antecipações por parte das tropas amigas.
c. Após a emissão da ordem de operações, durante a fase dos
ensaios, o comandante da companhia deve confirmar se todas as ações
previstas para o combate foram interagidas, de forma seqüencial, com a
provável atuação do inimigo, possibilitando a introdução de modificações
que venham a contribuir para execução do planejamento inicial.
d. Os ensaios têm por finalidade introduzir modificações no
planejamento e certificar-se de que todos sabem o que fazer em todas as
fases do combate e conhecer a intenção do comandante.
e. Os ensaios são coordenados pelo subcomandante e podem ser
executados inicialmente com os comandantes de pelotão / fração e
posteriormente contar com a presença de todos os integrantes da
companhia, desde que o tempo e a situação permitam. Sempre que
possível, devem ser conduzidos primeiramente em caixões de areia e cartas
topográficas e a seguir no próprio terreno.
f. Uma técnica eficiente de conduzir a sincronização, durante os
ensaios com os comandantes de fração, consiste em fasear a operação e
descrever a situação operacional, exigindo que cada elemento dos sistemas
operacionais explane suas ações frente àquele momento do combate ou
atuação do inimigo. O subcomandante verifica, então, se está havendo a
integração necessária dos elementos subordinados e apresenta, a seguir, a

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provável ação do inimigo para neutralizar cada um dos sistemas


operacionais, levando os comandantes de pelotão / ração a buscarem
alternativas para a interferência inimiga.
g. A sincronização durante o combate propriamente dito tem como
principal ferramenta o estudo de situação continuado, ou seja, através das
informações recebidas do escalão superior e dos elementos subordinados,
analisa-se a nova situação do inimigo, características do terreno, situação
de seus pelotões e apoios e introduz-se as modificações necessárias no
planejamento inicial, assegurando completa coordenação de esforços e
agilizando respostas às condutas do inimigo.
h. Matriz de sincronização
(1) É o documento empregado pela companhia para auxiliar nas
tarefas de sincronização em todas as suas fases, apontando todas as
medidas necessárias para obter a sinergia e emassamento do poder de
combate no âmbito da subunidade.
(2) Normalmente, é uma tabela onde são anotados em uma coluna
as atividades desenvolvidas pelos sistemas operacionais da SU e na outra
são lançados os eventos da operação ou fases da manobra, hora ou
atividade do inimigo. Contudo, não tem forma padronizada, podendo ser
adaptada ao sistema de trabalho do elemento responsável pela
sincronização e características da operação.

2-14. CONDUTA DE COMBATE


a. O estudo de situação do comandante de companhia deve ser
continuado, mesmo após início das ações, identificando as modificações na
situação, em especial do terreno e do inimigo. Durante o desenrolar das
ações o comandante de companhia freqüentemente enfrenta situações que
alteram seu planejamento inicial. Estas situações podem ter sido previstas e
constar da matriz de sincronização, gerando condutas pré-planejadas, que
são desencadeadas de imediato ou conforme estabelecido na matriz e nos
ensaios. Contudo, podem haver situações não previstas, que exijam um
novo e rápido estudo de situação por parte do comandante de companhia,
chamado de estudo de situação de conduta.
b. O estudo de situação de conduta deve ser rápido e a decisão
desencadeada tão logo possível. O estudo envolve os seguintes aspectos:
(1) Missão – Verifica se foi alterada, se foi cumprida e como vem
sendo cumprida;
(2) Tempo – Verifica se os prazos previstos estão sendo cumpridos,
se há necessidade de sincronizações adicionais e se há condições de impor
maior rapidez à manobra;
(3) Terreno – Verifica se houve alguma modificação, se prevalece o
estudo anterior, o que foi conquistado e se foi aberta nova via de acesso;

2-10
C 7-10

(4) Inimigo – Verifica qual o inimigo em contato, quais as atividades


do inimigo no momento, quais as conseqüências das ações do inimigo;
(5) Nossa situação – Verifica qual a situação dos elementos
subordinados, dos vizinhos e do apoio de fogo; analisa quais os elementos
que podem ser utilizados para influir na ação, inclusive reforços do batalhão;
levanta linhas de ação; reage rapidamente com as ações desenvolvidas
pelo inimigo; e compara as linhas de ação.
c. Após decidir sobre a linha de ação a adotar, o comandante de
companhia informa ao batalhão sua decisão e emite sua ordem
fragmentária para as frações, a fim de que possa prosseguir no
cumprimento da missão.

2-11
C 7-10

CAPÍTULO 3

APOIO DE FOGO

ARTIGO I
INTRODUÇÃO

3-1.GENERALIDADES
a. O sistema operacional apoio de fogo é um dos principais sistemas de
que dispõe o comandante de subunidade para intervir no combate. O apoio
de fogo será mais eficazmente empregado quanto melhor estiver planejado,
coordenado e sincronizado com os demais sistemas operacionais.
b. O fogo e o movimento são os elementos fundamentais da manobra.
Na ofensiva o fogo permite o movimento das peças de manobra, que são
colocadas em posições vantajosas em relação ao inimigo de forma a gerar,
em conjunto, o maior poder de combate onde e quando seja necessário.
c. Na defensiva o fogo é empregado para deter o ataque inimigo. Em
caso de penetração do inimigo em nossas posições, o fogo é utilizado para
limitar a progressão da força inimiga, isolá-la, desgastá-la e apoiar nossos
contra-ataques visando a sua destruição.
d. Informações mais detalhadas sobre apoio de fogo são encontradas
nos manuais C 100-25 – PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO DE FOGOS
e C 7-15 – COMPANHIA DE COMANDO E APOIO.

3-1
C 7-10

ARTIGO II
MEIOS DE APOIO DE FOGO

3-2. MEIOS DE APOIO DE FOGO


a. A companhia, normalmente, irá dispor do apoio de fogo dos seguintes
meios: artilharia, morteiros médios (da Cia e do Btl) e leves (dos Pel),
mísseis anticarro (do Btl), canhões sem recuo (da Cia), lança- rojões (AT-4
dos Pel) e metralhadoras (dos Pel). Poderá receber do escalão superior
outros meios dependendo da missão, como por exemplo apoio aéreo,
carros de combate e fogo naval. As armas orgânicas dos pelotões de
fuzileiros, normalmente, não constarão do plano de fogos da SU.
b. A artilharia de campanha, normalmente, proporciona o grosso do
apoio de fogo ao elemento de manobra. O apoio da artilharia é,
normalmente, o mais flexível e destrutivo apoio que o comandante de
companhia pode dispor. A artilharia de campanha pode realizar fogos com
granadas alto-explosivas, com espoleta tempo, iluminativas e fumígenas.
c. O apoio de fogo de morteiro compreende os fogos do pelotão de
morteiros médios da companhia de comando e apoio, da seção de morteiros
médios do pelotão de apoio e dos morteiros leves do pelotão de fuzileiros.
Os fogos de morteiros são normalmente empregados para destruir ou
neutralizar tropas e armas coletivas, complementando os fogos da artilharia,
particularmente quando não houver possibilidade ou disponibilidade de
apoio de fogo de artilharia. Os morteiros também podem realizar fogos
iluminativos e fumígenos. A principal vantagem dos morteiros em relação à
artilharia é a maior rapidez no desencadeamento dos seus fogos.
d. As armas anticarro que a companhia tem à sua disposição são os
mísseis do pelotão anticarro da companhia de comando e apoio, os
canhões sem-recuo da seção anticarro do pelotão de apoio e os lança-
rojões (AT-4) dos pelotões de fuzileiros. Estes armamentos têm como alvos
prioritários as viaturas blindadas inimigas. Entretanto, poderão ser
empregados contra armas coletivas e abrigos inimigos, desde que não haja
comprometimento de sua missão principal. Os canhões sem-recuo também
podem ser empregados contra tropas, utilizando granadas alto-explosivas
antipessoal, granadas fumígenas para obscurecimento ou granadas
iluminativas.
e. As metralhadoras dos pelotões de fuzileiros constituem um
importante meio de apoio de fogo. Elas realizam o tiro direto, mas podem
executar tiros indiretos, por cima da tropa, e são particularmente empre-
gadas para bater objetivos como pessoal desabrigado (sobretudo em
formação cerrada ou em profundidade em relação ao eixo de tiro), armas
automáticas ou anticarro, e outros. No ataque suas posições devem estar

3-2
C 7-10

mais elevadas para permitir maior alcance, podendo estar localizadas


perpendicular ou lateralmente à direção de ataque e realizar fogos nos
flancos e intervalos da tropa amiga. Na defesa, o emprego principal das
metralhadoras é no LAADA, especialmente para execução do tiro de
flanqueamento, tendo em vista o seu maior efeito na linha de proteção final,
onde o fogo atinge o máximo de intensidade.

3-3. FORMAS DE EMPREGO


a. Durante uma operação, o comandante de companhia determina
formas de emprego às suas frações de apoio de fogo, de acordo com as
necessidades de apoio de fogo de seus elementos subordinados e
possibilidades de comando e controle do tiro. Em função dos mesmos
fatores, a companhia de fuzileiros poderá receber o apoio direto de
elementos de apoio de fogo da companhia de comando e apoio, ou mesmo
recebê-los em reforço.
b. Ação de conjunto
(1) É a forma na qual a seção atua, como um todo, em proveito da
companhia. Nesta situação, as frações de apoio estão subordinadas, tática
e logisticamente, ao comandante do pelotão de apoio. O controle do tiro, se
possível, será exercido pelo mesmo, podendo ser feito pelo comandante de
seção ou chefe de peça. Em geral, elas são mantidas nesta situação
enquanto possa ser exercido este controle, a fim de proporcionar o máximo
de apoio, pois proporciona maior flexibilidade, facilidade de coordenação,
controle, comunicações e suprimento.
(2) O comandante da companhia pode atribuir a prioridade de fogos a
determinado pelotão de fuzileiros. As frações em ação de conjunto deverão
estar imediata e totalmente em condições de apoiar o pelotão que recebe a
prioridade de fogos, entretanto poderá apoiar outros pelotões quando não
estiver executando seus fogos de prioridade.
(3) É utilizada quando, de uma mesma posição, o tiro e a observação
permitirem o cumprimento da missão, e o comandante do pelotão de apoio
possa exercer, em boas condições, o comando e o controle de suas
frações.
c. Apoio direto
(1) É a forma de emprego na qual uma seção ou peça atua em
proveito de um pelotão de fuzileiros, executando missões mediante pedido
direto. Caracteriza-se pelo fato de a fração estar administrativamente
subordinada ao comandante do pelotão de apoio e receber missões de tiro
do pelotão de fuzileiros apoiado. Somente por ordem do comandante da
companhia seus fogos deixarão de apoiar este pelotão. Seus próprios
comandantes ficam com a responsabilidade de controlar seus tiros.

3-3
C 7-10

(2) Quando uma fração está em apoio direto deve posicionar-se de


forma a atirar, nas melhores condições, em qualquer parte da frente do
pelotão apoiado. As mudanças de posição são feitas mediante ordem do
comandante do pelotão de apoio, mas o comandante do pelotão apoiado
deve ser informado antes de se iniciar qualquer deslocamento.
(3) É empregada quando não for possível manter o controle da
missão de tiro de determinada seção ou peça, sendo mantidos pelo pelotão
de apoio o controle administrativo e um baixo grau de controle operacional.
Esta forma de emprego apresenta, como vantagem sobre a ação de
conjunto, a rapidez no atendimento aos pedidos de fogos, feitos diretamente
do comandante pelotão fuzileiros apoiado ao chefe de peça ou comandante
de seção.
d. Em reforço
(1) É a situação em que uma seção ou peça fica diretamente
subordinado ao comandante do elemento apoiado, que se torna
responsável pelo seu emprego tático, controle de tiro e suprimento,
passando a fazer parte do pelotão reforçado.
(2) Uma peça ou seção é posta em reforço quando é impraticável ou
inconveniente o seu emprego em ação de conjunto ou apoio direto, em
virtude de limitações no controle e nos campos de tiro e observação.
Raramente toda uma seção é passada em reforço a um pelotão fuzileiros.
e. Emprego de frações temporárias - A organização da companhia de
fuzileiros permite o cumprimento de todas as suas missões de combate sem
que sejam necessárias modificações profundas em sua estrutura.
Entretanto, em virtude dos fatores da decisão, o comandante de companhia
pode decidir por reunir as armas de apoio dos pelotões de fuzileiros em uma
fração temporária. Assim, ele pode optar por reunir as metralhadoras ou os
morteiros leves em uma única fração. Não obstante as vantagens advindas
deste tipo de modificação, o comandante deve considerar as implicações
decorrentes, como a designação de um comando para esta nova fração, a
estruturação de uma rede de comunicações eficaz, seu suporte logístico,
além da coordenação e controle dos seus tiros.

ARTIGO III
PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO DE FOGOS

3-4. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


a. A coordenação do apoio de fogo visa a obter dos meios disponíveis o
melhor rendimento possível, realizando a integração dos fogos com a
manobra, evitando duplicações de esforços e batendo os alvos da forma
mais adequada.

3-4
C 7-10

b. O comandante de companhia de fuzileiros coordena seu próprio


apoio de fogo e o integra com seu esquema de manobra, constituindo uma
exceção à regra geral de que o artilheiro é o coordenador do apoio de fogo.
O comandante da subunidade é assessorado pelo comandante do pelotão
de apoio e observadores avançados de artilharia e de morteiros. Quando
necessário, um controlador aéreo avançado (da Força Aérea) e um
observador de tiro naval (da Marinha) compõem a equipe.
c. O comandante do pelotão de apoio é o assessor do comandante de
companhia para o emprego do apoio de fogo orgânico, particularmente os
morteiros e armas anticarro.
d. O observador avançado de artilharia deve assessorar o comandante
da companhia sobre as possibilidades e limitações de sua arma, bem como
sobre o apoio que sua unidade e escalões superiores de artilharia podem
prestar à companhia.
e. A companhia pode contar com guias aéreos avançados (GAA) para
suprir a falta do controlador aéreo avançado.
f. O GAA é um elemento integrante da força terrestre habilitado a guiar
aeronaves da força aerotática em missões pré-planejadas ou imediatas.

3-5. PLANEJAMENTO DO EMPREGO DO APOIO DE FOGO


a. O comandante de companhia é acompanhado pelo comandante do
pelotão de apoio quando do recebimento da ordem de operações do
batalhão.
b. No seu reconhecimento o comandante da companhia visualiza como
empregar seu elementos de apoio de fogo.
c. Durante o estudo de situação, após receber as propostas do
comandante do pelotão de apoio e dos OA, o comandante da companhia
decide como empregar o apoio de fogo dentro da manobra da companhia.
Esta decisão consta da ordem de operações da companhia.
d. A ordem prescreve missões especificas, zona de posições iniciais do
pelotão de apoio e das armas que estejam em reforço, alvos ou setores de
tiro, formas de emprego, hora de abertura do fogo e outras prescrições
como reorganização ou execução do tiro em condições de visibilidade
reduzida, principalmente na defesa. Pode regular as mudanças de posição e
determinar medidas para o remuniciamento.

3-5
C 7-10

3-6. PLANO DE APOIO DE FOGO


a. Plano de Apoio de Fogo (PAF) - Documento que regula o emprego
de todas as armas orgânicas, de apoio e em reforço, que apoiarão a ação,
para que haja coordenação e integração entre a manobra e o apoio de fogo.
b. Plano de Fogos - Documento específico referente ao emprego de
um meio de apoio de fogo. Pode vir a ser um apêndice do PAF.
c. O Plano de Apoio de Fogo é, basicamente, constituído de uma parte
escrita e dos apêndices correspondentes às armas de apoio que estejam
disponíveis em determinada operação. Os Apêndices serão tantos quanto
forem os meios de apoio existentes:
(1) Apêndice 1 — Plano de Fogos de Artilharia
(2) Apêndice 2 — Plano de Fogos Aéreos
(3) Apêndice 3 — Plano de Fogos de Morteiros
(4) Apêndice 4 — Plano de Fogos Navais
(5) Apêndice 5 — Plano de Apoio de Iluminação
(6) Apêndice 6 — Plano de Fogos Químicos e Nucleares
(7) Apêndice 7 — Plano de DAC.
d. Normalmente o texto será apresentado no próprio calco, em local que
não prejudique a locação dos alvos. Contém as instruções para a execução
do apoio de fogo. Não existe um formato padronizado, mas deve conter as
seguintes informações:
(1) Prioridade de fogos e distribuição de barragens;
(2) Solicitação ao escalão superior quanto ao apoio de fogo adicional;
(3) Pedidos de missões de tiros especiais;
(4) Emprego de fumígenos e agentes químicos, etc.;
(5) Medidas de segurança e sinais convencionais inclusive para
suspensão de fogos; e
(6) Medidas de coordenação para execução do tiro fora da zona de
fogos.
e. O calco dos alvos contém:
(1) Concentrações, barragens e grupos de concentrações com as
respectivas referências numéricas.
(2) Esquema de manobra da unidade apoiada (limites, objetivos,
dispositivos, etc).
(3) Medidas de coordenação e controle do fogo.
(4) Posições das unidades de tiro e respectivas possibilidades
(alcance, setores, etc).
f. Lista de Alvos - apresentada sob a forma de quadro e poderá estar no
calco dos alvos ou anexa ao texto. Conterá as seguintes informações:
(1) Designação das concentrações
(2) Descrição e dimensões das concentrações.

3-6
C 7-10

(3) Coordenadas e altitudes das concentrações.


g. Plano de DAC
(1) O emprego das armas que têm missão específica contra carros
inimigos será previsto em um calco separado, representando o plano de
DAC. Caso haja CC em reforço eles aparecem neste plano.
(2) Para cada arma AC é estabelecido um setor de tiro balizado por
acidentes nítidos no terreno. Na defensiva, dentro do setor de tiro é
estabelecida uma Direção Principal de Tiro a ser batida com prioridade.
(3) O setor de tiro define a zona de responsabilidade atribuída a uma
determinada fração, com a finalidade de evitar a dispersão do fogo sobre
uma zona maior que sua capacidade.
(4) O Plano DAC , na defesa, deve ser intimamente coordenado com
o Plano de Barreiras.
h. O comandante do pelotão de apoio prepara os planos de fogos do
pelotão (morteiros e armas AC), o qual permanece na companhia, não
sendo remetido para o batalhão.

3-7. PLANEJAMENTO DOS FOGOS DE ARTILHARIA E MORTEIROS


a. O comandante de companhia, juntamente com os observadores
avançados de artilharia e morteiros, levanta os alvos a serem batidos,
elaborando suas listas de alvos. Em seguida, remete-as para o
CCAF/Batalhão e central de tiro do pelotão de morteiros.
b. Após serem coordenados pelo escalão superior, cópias dos extratos
dos planos de fogos de artilharia e do pelotão de morteiros médios (PFA e
PFM) retornam para a subunidade.
c. O planejamento dos fogos deve considerar que cada unidade de tiro
de artilharia ou morteiro é capaz de executar uma barragem e algumas
concentrações.
d. Concentração - É o volume de fogo colocado sobre determinada
área em um certo período de tempo, desencadeado por uma peça, seção,
pelotão, bateria, grupo ou diversos grupos.
(1) Devem ser previstas concentrações nas posições inimigas
conhecidas, suspeitas, locais de provável ocupação pelo inimigo ou mesmo
pontos nítidos no terreno, a fim de facilitar o rápido enquadramento dos
alvos inopinados.
(2) Concentrações de morteiros leve e médio abrangem uma área de
50 ou 100m de diâmetro, respectivamente.
e. Barragem - É um sistema de tiros previstos de forma linear,
constituindo uma barreira, destinado a proteger as tropas e instalações
amigas, impedindo a progressão do inimigo através de linhas ou regiões

3-7
C 7-10

defensivas. Seu emprego normal é na consolidação de um objetivo ou na


defensiva, no estabelecimento dos fogos de proteção final coordenados com
campos de minas, obstáculos e a linha de proteção final (LPF) das
metralhadoras.
(1) Barragens normais - previstas e preparadas para serem
desencadeadas a qualquer momento e sob quaisquer condições de
visibilidade, a pedido da força interessada. Quando não estiver cumprindo
uma missão, a unidade de tiro deve ficar apontada para sua barragem
normal.
(2) Barragens eventuais - previstas e preparadas para complementar
as barragens normais. São desencadeadas a pedido, quando as armas de
apoio não estão engajadas nas barragens normais.
(3) No planejamento, podem ser previstas, por unidade de tiro,
apenas uma barragem normal e tantas eventuais quanto forem necessárias.
(4) O comandante de companhia posiciona no terreno as barragens
de artilharia e morteiro recebidas do escalão superior e as barragens das
armas orgânicas, considerando a importância, natureza e valor das vias de
acesso que devem barrar, sendo coordenadas com o plano de barreiras e
as linhas de proteção final das metralhadoras. De maneira geral as vias de
acesso para blindados devem ser batidas por artilharia e as vias de acesso
de infantaria por morteiro.
(5) A barragem da seção de morteiros do pelotão de apoio
complementa as barragens de artilharia e morteiros previstas no plano de
fogos do batalhão, na área da companhia.
(6) As barragens devem ser estabelecidas o mais próximo possível
das posições amigas, respeitando-se as margens de segurança,
características de tiro de cada arma de apoio e grau de proteção oferecido
pelas posições ocupadas pela tropa. O OA de cada órgão de apoio
assessora o comandante de companhia neste sentido. Esta distância
normalmente estará entre 100 e 500 metros.

ARTIGO IV
EXECUÇÃO DOS FOGOS

3-8. EXECUÇÃO DO FOGO DE ARTILHARIA E MORTEIROS


a. As missões de tiro são atribuídas ou solicitadas aos órgãos que
possam desencadear o tiro com maior eficácia, dentro do tempo exigido.
b. É desejável que os pedidos de fogos sejam de conhecimento do
CCAF, de modo que o comandante do batalhão possa ser mantido
informado sobre os pedidos feitos pelos elementos subordinados. Contudo,
os pedidos podem ser enviados diretamente ao órgão de apoio de fogo, por

3-8
C 7-10

intermédio do respectivo observador avançado, a fim de garantir o rápido


desencadeamento e não sobrecarregar as redes de comando.
c. Tratando-se de fogos previstos, o fogo é pedido pela simples
referência da sua designação numérica no plano de apoio de fogo.
d. Os pedidos para bater alvos inopinados são enviados diretamente ao
seu próprio órgão de coordenação do apoio de fogo, CCAF ou central de
tiro. Os tiros inopinados, após atendidos, recebem uma designação
numérica do órgão de apoio de fogo que os executou, devendo vir a ser
incluídos no plano de fogos.
e. Quando considerações como disponibilidade de munição, segurança
tática e coordenação permitirem, os meios mais econômicos de
desencadeamento do tiro são empregados. Nos fogos programados todos
estes fatores são considerados. Nos fogos inopinados, o tempo é,
freqüentemente, a única consideração além das prioridades estabelecidas
na lista de alvos de alta prioridade.
f. Quando um pedido chega ao CCAF, é analisado e, em princípio, deve
ser empregado o tipo de apoio de fogo solicitado. Entretanto, o CCAF pode
propor a substituição, quando outro armamento for mais apropriado para
bater o alvo, pelas suas possibilidades ou disponibilidades de munição.
Desta decisão, resultará a conseqüente providência de acionamento do
novo meio de apoio de fogo por parte do CCAF.
g. O comandante da companhia de fuzileiros e os comandantes de
fração devem estar em condições de conduzir o tiro de artilharia e morteiros.
h. Quando tratar-se de barragem, normalmente, o comandante do
batalhão delega a autoridade para ordenar o desencadeamento dos fogos
para o comandante da companhia em cuja área ela está localizada. A
barragem é desencadeada a pedido ou por meio de sinal convencionado.
i. A cadência de tiro da barragem, normalmente, é máxima durante os
dois primeiros minutos [20 (vinte) tiros por minuto)], caindo para normal nos
minutos subseqüentes [10 (dez) tiros por minuto].

3-9. EXECUÇÃO DO FOGO AÉREO


a. A mobilidade e o raio de ação tornam a aviação de combate um meio
importante de contrapor-se às ações inimigas.
b. A Força Aerotática (FAT), normalmente, apoia as forças terrestres do
seguinte modo:
(1) Evitando interferência aérea inimiga;
(2) Interditando o campo de batalha;
(3) Proporcionando apoio aéreo aproximado.

3-9
C 7-10

c. As missões de apoio aéreo são classificados como:


(1) Missões pré-planejadas: missões previstas pelo CCAF do
Batalhão, ainda na fase de planejamento. O S3 do Ar é o coordenador.
Durante a fase de execução, o CAA orienta os aviões para os alvos a serem
atacados.
(2) Missões imediatas: compreendem os ataques a alvos revelados no
desenrolar do combate.
d. Os alvos mais indicados para a aviação são:
(1) Alvos móveis.
(2) Alvos não localizados precisamente.
(3) Alvos profundos (longo alcance).
(4) Alvos difíceis ou inadequados para os órgãos de apoio de fogo de
terra (observação limitada, alcance excessivo, terreno adverso)
(5) Alvos não observados, cuja destruição deve ser confirmada.
e. O comandante do batalhão assessorado pelo controlador aéreo
avançado, incluirá o apoio aerotático, se for o caso, nos seus planos de
fogos. As condições atmosféricas podem impedir o apoio aéreo mesmo que
ele esteja planejado e disponível. O controle dos ataques fica a cargo do
controlador aéreo avançado, que pode ser auxiliado pelos observadores
avançados de artilharia das companhias de fuzileiros de primeiro escalão,
em virtude daquele controlador atuar, normalmente, ligado ao centro de
coordenação de apoio de fogos do batalhão.
f. O procedimento para os pedidos de ambas as missões de apoio
obedecem as regras do Sistema de Operações Ar-Terra (SOAT). Estes
pedidos de apoio aéreo devem incluir as seguintes informações:
(1) Exata localização do alvo;
(2) Descrição do alvo, com detalhes que permitam a seleção
apropriada do armamento;
(3) Efeito desejado;
(4) Localização da tropa amiga mais próxima do alvo (distância e
azimute);
(5) Hora de Ataque ao alvo;
(6) Significado tático; e
(7) Outras informações: Identificação e localização do Dst de controle
aerotático ou do CAA que orientará o avião, quando necessário.
g. Funcionamento
(1) Os pedidos de apoio aéreo podem ter origem na subunidade.
(2) Estes pedidos são coordenados e consolidados em todos os
escalões e encaminhados através dos canais existentes entre estes
escalões de comando até o centro de operações táticas (COT) do exército
de campanha e centro de operações aerotático (COAT) da força aerotática
(FAT). Em cada escalão de comando, o pedido pode ser aprovado ou

3-10
C 7-10

recusado, de acordo com o plano de fogo ou esquema de manobra do


escalão.
(3) Quando aprovado, o pedido segue os canais de comando até o
COT do exército de campanha que os encaminhará ao COAT da FAT em
apoio.
(4) A grande urgência das missões imediatas requer adaptações no
sistema. Quando a companhia participar da rede de pedidos aéreos, solicita
o apoio diretamente ao elemento de apoio aerotático da DE, enquanto a
brigada permanece na escuta pelo rádio. Se a brigada não interferir na
conversação, significa que o pedido está aprovado. A DE, após analisar o
pedido, retransmite o mesmo para o centro de apoio aéreo direto (CAAD).
h. Com a finalidade de auxiliar as tripulações das aeronaves, as
posições inimigas podem ser identificadas utilizando-se fumígenos
coloridos, granadas iluminativas, tiros traçantes ou outros dispositivos.
Dependendo da situação as forças amigas também devem ser identificadas
por meio de painéis, fumígenos ou dispositivos pirotécnicos para se evitar o
fratricídio.

ARTIGO V
FUMÍGENOS

3-10. EMPREGO TÁTICO DE FUMÍGENOS


a. Quando empregado corretamente, o fumígeno pode se transformar
em um multiplicador de poder de combate. Entretanto, sua utilização deve
ser cuidadosamente planejada e coordenada para não interferir
negativamente na manobra de tropas amigas.
b. As missões concernentes ao emprego de fumaça podem ser
cumpridas pelos meios orgânicos da companhia, carros, morteiros e
artilharia.
c. Os meios orgânicos da companhia são: as granadas de mão, os
canhões SR e os morteiros. Estes elementos proporcionam apenas
pequenas cortinas, dentro da zona de ação da companhia. As pequenas
cortinas, produzidas pela companhia, raramente exigem mais que uma
coordenação interna.
d. As cortinas de fumaça de artilharia e morteiro são feitas mediante
pedido ou previstas nos respectivos planos. São mais extensas e exigem
coordenação com os elementos vizinhos, tendo em vista sua maior
dispersão.
e. Seu emprego deve ser planejado para todas as operações e
condições, incluindo ações noturnas e diurnas. Entretanto, deve-se ter em

3-11
C 7-10

mente que o fumígeno não é um recurso que pode ser empregado


indiscriminadamente, mas planejado e empregado de acordo com a
disponibilidade das fontes geradoras e o efeito desejado.
f. Preferencialmente, os fumígenos devem ser empregados “entre” as
forças amigas e inimigas, aumentando as chances de obscurecimento. Para
torná-los mais eficientes eles podem ser utilizados próximos ao inimigo.
g. Se o fósforo branco for empregado com a dupla finalidade de causar
baixas e estabelecer cortina, as granadas serão, então, lançadas “sobre” as
posições inimigas, sem levar-se em conta a direção do vento.
h. A eficiência dos fumígenos depende em muito das condições
climáticas, tais como velocidade e direção do vento, umidade e temperatura.
Para maiores informações relativas ao emprego tático da fumaça, ver o
manual C 3-5 – DEFESA QBN.

3-12
C 7-10

CAPÍTULO 4

LOGÍSTICA

ARTIGO I
INTRODUÇÃO

4-1. GENERALIDADES
a. A Subunidade (SU) é o menor escalão com funções logísticas. As
suas atividades abrangem, basicamente, o controle de pessoal e do
material, por meio de uma escrituração, mantida em ordem e em dia,
fiscalizada pessoalmente pelo comandante.
b. O comandante da companhia é o responsável pelo apoio logístico da
companhia e dos elementos em reforço, devendo assegurar-se que o
mesmo está sendo prestado também a todos os elementos sob o seu
controle operacional ou em apoio.
c. Para a execução de suas funções logísticas, o comandante da
companhia tem como principal auxiliar o subcomandante, que é o
coordenador da logística da companhia, integrando e sincronizando os
planejamentos da logística do pessoal e do material à manobra e ao apoio
ao combate. Ele deve antecipar-se às necessidades de apoio logístico,
encaminhar os pedidos de apoio ao S4 com oportunidade e fiscalizar a
distribuição de suprimentos e todo o apoio que é prestado à companhia.
d. Para maiores informações deve ser consultado o manual de
campanha C 7-20 – BATALHÕES DE INFANTARIA.

4-1
C 7-10

4-2. APOIO LOGÍSTICO


a. O apoio logístico é o conjunto de atividades que visa a fornecer os
recursos e serviços necessários às tropas orgânicas e em reforço, nos
ramos de pessoal e material.
b. No âmbito da companhia existem cinco funções logísticas, com suas
respectivas tarefas, a saber:
(1) Suprimento - Levantamento das necessidades, obtenção,
controle e distribuição de todas as classes de suprimento;
(2) Transporte - Deslocamento de pessoal e material;
(3) Saúde – Evacuação e controle sanitário. Visa à conservação do
potencial humano da força terrestre em operações;
(4) Manutenção - Conservação, reparação e evacuação de material;
(5) Recursos humanos - Controle de efetivos, recompletamentos,
repouso, recuperação, recreação, sepultamento, mão-de-obra, suprimento
reembolsável, banho, lavanderia e serviço postal. As demais tarefas
referentes ao pessoal (disciplina e justiça militar, moral, assistência religiosa
e assuntos civis), realizadas no TO, são integradas ao sistema comando,
não fazendo parte do subsistema logística.
c. Para maiores informações, relativas às funções logísticas, deve ser
consultado o manual de campanha C 100-10 - LOGÍSTICA MILITAR
TERRESTRE.

ARTIGO II
LOGÍSTICA NA COMPANHIA DE FUZILEIROS

4-3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


a. O gerenciamento das atividades logísticas é orientado para os
objetos e objetivos básicos da logística - o MATERIAL e o HOMEM.
b. Assim, a logística divide-se em dois grandes ramos, a LOGÍSTICA
MATERIAL e a LOGÍSTICA PESSOAL. Esta divisão da logística tem por
finalidade simplificar as estruturas organizacionais e os procedimentos
logísticos, permitindo maior coordenação e controle do comandante da
companhia e maior eficiência no apoio prestado aos elementos
subordinados.
c. O encarregado de material e o sargenteante, auxiliados pelos
demais integrantes da seção de comando, são os responsáveis pela
condução e controle das atividades logísticas nos seus respectivos ramos
de atuação, de acordo com as ordens e diretrizes emanadas pelo
comandante da companhia.

4-2
C 7-10

d. A LOGÍSTICA DE PESSOAL, a cargo do Sargenteante, engloba


todas as funções logísticas voltadas para o apoio aos efetivos (HOMEM):
(1) RECURSOS HUMANOS: o controle do pessoal, o nivelamento
dos efetivos, o controle das baixas, o processamento dos
recompletamentos, o repouso, a recuperação, a recreação, o moral da tropa
e os serviços em campanha, banho, lavanderia (troca de fardamento),
sepultamento, serviço postal etc;
(2) SAÚDE: o apoio prestado pela turma de evacuação e todas as
tarefas, ações e procedimentos referentes à atividade de saúde realizados
na SU, inclusive a evacuação de feridos.
e. A LOGÍSTICA DE MATERIAL, a cargo do Encarregado de Material,
engloba todas as funções logísticas centradas no material:
(1) SUPRIMENTO: pedidos, recebimentos, estocagem e distribuição
às diversas frações;
(2) MANUTENÇÃO: de todo o material (viaturas, armamento,
comunicações, equipamentos diversos etc), incluindo o processamento do
suprimento de manutenção e a evacuação do material;
(3) TRANSPORTE: controle dos meios para a realização dos
deslocamentos da tropa, a distribuição de suprimentos (Sup), evacuação de
material (Mnt) e de mortos (Pes).
f. No nível subunidade, sempre que possível, o apoio logístico deve ser
planejado e executado de modo que todas as funções desenvolvidas pela
companhia sejam deslocadas em direção aos elementos subordinados, de
modo a liberar os comandantes de pelotão para as atividades de combate,
sobrecarregando-os o mínimo possível com preocupações logísticas e
evitando que os pelotôes desloquem-se para a ATSU em busca de Ap Log.
O encarregado de material e o sargenteante devem atuar de modo a colocar
o suprimento, a manutenção, o apoio de saúde, os meios de transporte,
rações e água no momento e no local (ATSU ou posições dos Pelotão) que
se fizerem necessários para apoiar as atividade de combate da SU.
g. Os comandantes de pelotão têm a responsabilidade de providenciar
os primeiros socorros a seus homens, evacuar os feridos o mais
rapidamente possível e providenciar a identificação dos mortos de sua
fração. Devem permanecer a par do nível de munição do pelotão e
providenciar a tempo os pedidos de remuniciamento. Devem ter perfeito
conhecimento, também, do estado do material e do armamento e solicitar o
recompletamento da dotação logo que possível, esclarecendo se o material
foi perdido, destruído ou encontra-se em mau estado. Solicitam o
suprimento de água sempre que necessário e, em operações defensivas,
calculam e requisitam o material de fortificação necessário para a
organização do núcleo de defesa. No tocante às atividades de pessoal, os
comandantes de pelotão devem dar especial atenção à manutenção da

4-3
C 7-10

disciplina e moral da tropa, além do controle de efetivos. Em todas essas


atividades são auxiliados pelos respectivos adjuntos.

4-5. SEÇÃO DE COMANDO


a. A seção de comando (Seç Cmdo) da companhia concentra os meios
de apoio logístico da subunidade, sendo complementada em suas
deficiências pelo apoio direto prestado pelas frações da companhia de
comando e apoio. É composta pelo grupo de comando, grupo de
comunicações e grupo logístico (turma de suprimento e turma de
manutenção), podendo receber da companhia de comando e apoio uma
turma de evacuação e o grupo de apoio direto de suprimento classe I.
b. O encarregado do material é o comandante da seção de comando e
executa as atividades relacionadas à logística do material. Supervisiona o
trabalho do furriel no P Remn da subunidade. Fiscaliza, orienta e controla as
atividades das frações e elementos de manutenção e suprimento orgânicos
e os recebidos em apoio direto ou reforço. Coordena os trens da SU,
cabendo-lhe a montagem dos comboios e controle do movimento das
viaturas. Coordena a distribuição de rações e água e de todas as classes de
suprimento, exceto classe V.
c. Grupo de Comando (Gp Cmdo)- Apóia a logística da SU e a
operação do posto de comando da subunidade. É composto pelo
sargenteante, Cb Op micro, um Sd auxiliar e um Sd motorista. O
sargenteante desenvolve atividades relacionadas à logística do pessoal.
Fiscaliza, orienta e controla as atividades de evacuação de feridos das
frações e elementos de saúde recebidos em apoio ou reforço. Cabe ao
sargenteante o controle do efetivo, de licenças, dos registros sobre justiça e
disciplina e da distribuição de recompletamentos, conforme diretriz do Cmt
SU. Diariamente, em hora marcada pelo comandante da companhia,
enviará a mensagem diária de efetivos (MDE) que será transmitida à U
(S1).
d. Grupo de comunicações (Gp Com) – Comandado pelo sargento
auxiliar de comunicações, instala e opera os meios de comunicações do
comando da SU, estando encarregado da Mnt 1º Esc do Mat Com no
âmbito da SU. Composto pelo Sgt Aux Com, um Cb radioperador, um Cb
construtor de linha / telefonista, um Sd radioperador e um Sd construtor de
linha / telefonista.
e. Grupo Logístico (Gp Log) - Esse grupo possui uma subdivisão
interna em uma turma de suprimento e uma turma de manutenção.
(1) Turma de manutenção (Tu Mnt) - Comandada pelo sargento
mecânico de viatura, que é o encarregado da supervisão e auxílio à
manutenção de 1º escalão das viaturas, auxiliado pelo Sd Aj Mec Vtr. O Cb

4-4
C 7-10

Aj Mec Armt se incumbe da manutenção do armamento leve da SU. A turma


de manutenção concentra os meios de manutenção (ferramental) e coopera
na evacuação e coleta de salvados no âmbito da SU.
(2) Turma de Suprimento (Tu Sup)– É encarregada do transporte de
todo suprimento da SU, sendo empregada, também, no transporte de
mortos. O furriel é o encarregado do recebimento e transporte somente do
suprimento classe V, sendo responsável também pela evacuação dos
mortos, pelo remuniciamento, pela elaboração dos pedidos de munição e
pela operação do P Remn da subunidade, auxiliado pelo Cb Op Micro, um
Sd auxiliar e dois Sd motoristas.
f. Turma de evacuação (Tu Ev) - Pertence ao pelotão de saúde da Cia
C Ap e pode ser distribuída à SU. É composta por um cabo atendente, dois
Sd padioleiros e um Sd padioleiro / motorista. Cabe ao Cabo atendente
guarnecer o posto de refúgios da SU e prover a evacuação dos feridos ao
posto de saúde na ATC.
g. Grupo de apoio direto de suprimento da Classe I (Gp Ap Dto
Sup Cl I) - Pertence à seção de apoio direto de suprimento da Classe I do
pelotão de suprimentos da Cia C Ap e tem a missão de confeccionar os
gêneros de Sup Cl I, quando as cozinhas estiverem descentralizadas na SU.
É composto por um Sgt Cmt, dois Cb cozinheiros e um Sd auxiliar de
rancho.

4-6. PLANEJAMENTO
a. Generalidades
(1) O planejamento logístico deve assegurar o Ap Log antes e
durante todas as fases de uma operação. Este planejamento deve ser
realizado de forma coordenada com o planejamento tático e o dos apoios ao
combate.
(2) O planejamento logístico é encargo do subcomandante da
companhia, que terá seu trabalho facilitado pelo emprego de procedimentos
padronizados e adoção de normas gerais de ação.
b. Apoio às operações de combate
(1) Para assegurar um efetivo apoio, após concluir seu estudo de
situação e de acordo com a manobra concebida, o subcomandante da
companhia deve propor ao comandante:
(a) Que atividades logísticas são necessárias;
(b) Que quantidade de suprimento será necessário; e
(c) Qual a prioridade de apoio por atividade e por pelotão.
(2) Com base nas necessidades, as possibilidades da logística
devem ser avaliadas, verificando-se:
(a) Que recursos logísticos estão disponíveis (orgânicos, em
apoio e das subunidades vizinhas);

4-5
C 7-10

(b) Onde estão as instalações logísticas do Batalhão;


(c) Quando os recursos logísticos estarão disponíveis para
elementos apoiados; e
(d) Como os recursos logísticos podem ser disponibilizados.
(3) Baseado nessa análise, o planejamento logístico será
desenvolvido, reagindo-se às disponibilidades.
d. Estimativa logística na companhia
(1) A estimativa logística é uma análise dos fatores que podem
afetar o cumprimento da missão traduzida sob forma de necessidade. O
comandante da companhia utiliza-se desta estimativa para o planejamento
logístico em apoio à manobra idealizada. A chave para essa estimativa é a
situação do suprimento disponível, particularmente das Classes III, V (Mun)
e IV (em operações defensivas).
(2) No nível subunidade, raramente a estimativa logística constará
de um documento escrito. O Sargenteante e o Encarregado de Material
freqüentemente irão formulá-la em termos que respondam as seguintes
perguntas:
(a) Qual a situação atual da manutenção, dos suprimentos e dos
transportes?
(b) Quanto e o que é necessário para apoiar a operação?
(c) Que tipo de apoio externo (Esc Sp) é necessário?
(d) As necessidades poderão ser atendidas através do processo
normal, ou serão necessários outros processos de suprimento?
(e) O que está faltando e qual a conseqüência dessa falta na
operação?
(f) Onde estão os elementos a serem apoiados durante a
operação?

4-7. TRENS
a. Generalidades
(1) Trens é a designação genérica dada ao conjunto dos elementos
em pessoal, viaturas e material destinados a proporcionar apoio logístico a
uma subunidade.
(2) A finalidade dos trens da SU é operacionalizar a execução das
atividades logísticas da companhia. Fornecem apoio logístico contínuo e
cerrado aos pelotões e aos elementos em reforço, particularmente no que
se refere à manutenção orgânica, todas as classes de suprimento,
evacuação de feridos, transporte de suprimento, evacuação do material
danificado, capturado e salvado e registro e evacuação de mortos.
b. Composição normal dos trens da SU
(1) Trem de munição - Operado pelo Furriel
- 01 VTNE ¾ t, com reboque

4-6
C 7-10

(2) Trem de manutenção - Operado pelo Sgt Mec Vtr


- 01 VTNE 5 t GUINCHO, utilizada para Mnt Armt e Vtr.
(3) Trem de saúde - Operado pelo Cb Atendente
- 01 VTE ambulância, ¾ t .
(4) Trem de cozinha - Operado pelo Gp Ap Dto Sup Cl I
- 01 VTNE 5 t com VRE, cisterna de água de 1500 l .
(5) Trem de bagagem - Controlado pelo Enc Mat
- 01 VTNE 5 t com reboque.
c. Área de trens de subunidade - ATSU
(1) Os trens da SU instalam-se, normalmente, dentro da zona de
ação da companhia, numa área bem próxima do posto de comando, que se
denomina área de trens de subunidade (ATSU).
(2) Por motivo de segurança a ATSU deve se localizar a uma
distância de 500m da LP na ofensiva e 1000m do LAADA na defensiva.
(3) A localização da área de trens é atribuição do comandante da
companhia, que mantém estreito entendimento com o S4 do batalhão.
(4) Com os trens desdobrados, as dimensões mínimas da ATSU,
face à necessidade de dispersão das viaturas e instalações, são de 50 x
100 m.
(5) Em algumas oportunidades, e no caso da companhia se
constituir na reserva do batalhão, esses meios ou parte deles podem se
desdobrar na área de trens de combate (ATC) ou até mesmo na área de
trens de estacionamento (ATE), de acordo com a análise dos fatores da
decisão.
(6) Para melhor atender à prestação do apoio logístico, a análise da
localização de uma área de trens deve considerar os seguintes fatores:
manobra, terreno, segurança (do fluxo e das instalações) e situação
logística. Para maiores detalhes sobre os fatores de localização da área de
trens, consultar o manual de campanha C 7-20 – BATALHÕES DE
INFANTARIA.
d. Instalações logísticas das área de trens (Fig 4-1)- Para o
funcionamento dos meios logísticos em campanha há necessidade de
dispô-los em locais adequados, resultando, assim, as instalações logísticas.
A tropa pode ser atendida nas diversas instalações, ou, em determinadas
situações, os meios poderão ir à frente para servir à tropa, retirando dos
comandantes de pelotão preocupações com encargos logísticos.
(1) Área de Manutenção de Viaturas e Armamentos - Local onde é
realizada a manutenção destes materiais. Deve ser localizada em local
amplo, coberto, de fácil acesso e de boa trafegabilidade. É o local onde são
estacionadas as viaturas pertencentes aos elementos da ATSU. É operada
pelo Sgt Mec Vtr.
(2) Posto de remuniciamento – Local onde é desdobrado o posto de
distribuição de suprimento classe V (munição). Deve estar próximo do E

4-7
C 7-10

Sup Ev / Batalhão e afastado de outras instalações, de acordo com o tipo e


a quantidade de munição armazenada. Deve estar coberto e abrigado para
evitar danos às outras instalações. Deve possuir condições mínimas para
armazenamento de munição. É operado pelo Furriel.
(3) Refúgio de Feridos - Instalação que recebe os feridos do campo
de batalha, preparando-os para a evacuação, se for o caso, sendo operado
pelo Cabo Atendente. É o local onde se prepara os feridos para a
evacuação (SFC). Deve localizar-se na orla anterior da ATSU, em local de
fácil acesso e de fácil localização. No caso de operações ofensivas, cerra à
frente, no desenrolar das ações, de forma a encurtar as distâncias de
evacuação.
(4) Área de Cozinha - Local onde é preparada a alimentação da SU,
quando recebe o Gp Ap Dto Sup Cl I. É o local onde é instalada a cozinha,
quando descentralizada, e onde é preparada a alimentação. Deve ser
localizada em local coberto, próximo à fonte de água e distante do P Col
Mor. Devem ser escolhidos locais de consumo próximos às cozinhas, para
os integrantes da ATSU. É operada pelo grupo de apoio direto de
suprimento classe I.
(5) Posto de Distribuição de Suprimentos (P Distr Sup) – É o local
onde o encarregado de material realiza a distribuição de todo o suprimento
da companhia, à exceção do suprimento classe V. Desdobra-se no mesmo
local de distribuição das refeições.
e. Controle
(1) O comandante dos trens da subunidade é o subcomandante da
companhia. A esse oficial caberá determinar a localização específica de
cada instalação na área de trens, bem como a responsabilidade pela
execução dos deslocamentos, o controle e a segurança dos trens.
(2) O subcomandante estuda continuamente a situação, a fim de
propor a oportunidade do deslocamento dos trens, de maneira a facilitar o
apoio às operações. Após a decisão do comandante de realizar um
deslocamento, aciona o reconhecimento dos itinerários e das novas áreas e
expede a ordem de deslocamento, normalmente verbal.
f. Segurança dos Trens
(1) A segurança dos trens será realizada pelos seus próprios
elementos.
(2) A segurança afastada é obtida pela localização dos trens
próximos ou dentro do perímetro de segurança dos elementos de combate e
da reserva.

4-8
C 7-10

Mata
Rala

Mata
Rala

Fig 4-1. Visualização de uma ATSU desdobrada no terreno.

4-9
C 7-10

ARTIGO III
ATIVIDADES LOGÍSTICAS

4-8. ATIVIDADE LOGÍSTICA DE SUPRIMENTO


a. Generalidades
(1) Suprimento é a atividade logística que trata da previsão e da
provisão do material necessário às organizações e forças militares. O termo
suprimento pode, também ser empregado com o sentido geral de item,
artigo ou material necessário para equipar, manter e operar uma
organização militar.
(2) Fluxo de suprimento é o processo cíclico que se inicia com o
pedido de determinado artigo de suprimento e termina com sua distribuição
ao usuário.
(3) Classes de suprimentos - No sistema de classificação militar o
material é grupado em dez classes de suprimento para fins de planejamento
e de administração, que são os seguintes:
(a) Classe I - material de subsistência;
(b) Classe II - material de intendência;
(c) Classe III - combustíveis e lubrificantes;
(d) Classe IV - material de construção;
(e) Classe V - armamento e munição (inclusive químico,
biológico e nuclear);
(f) Classe VI - material de engenharia e cartografia;
(g) Classe VII - material de comunicações, eletrônica e
informática;
(h) Classe VIII - material de saúde;
(i) Classe IX - material de motomecanização e aviação; e
(j) Classe X - material não incluído nas outras classes (cartas e
mapas, água, impressos e publicações e outros).
(4) As classes II, IV, V (armamento), VI, VII, IX e X possuem itens
de suprimentos com características bem diversas: produtos acabados e
peças e conjuntos de reparação, que são tratados de modo distinto.
(5) Sempre que possível, é utilizado o processo de distribuição de
suprimento na subunidade. Entretanto, é freqüente, também, a distribuição
em instalação de suprimento, combinando-se assim o emprego dos meios
de transporte do batalhão e da companhia.
b. Suprimento Classe I - Material de subsistência
(1) O consumo ocorre numa proporção quase invariável que não
depende do terreno, das operações táticas em curso ou da atuação do

4 - 10
C 7-10

inimigo. Esta uniformidade de consumo permite o estabelecimento e a


distribuição de rações baseados simplesmente nos efetivos a alimentar.
(2) Ração - É a quantidade de alimentos necessária para manter um
homem durante um dia.
(3) Ciclo de ração
(a) É o período de 24h durante o qual a ração vai ser consumida.
Em campanha começa, normalmente pelo jantar (do dia anterior),
compreendendo as 3 (três) refeições: jantar, desjejum e almoço.
(b) O ciclo iniciando com a refeição do jantar, permite mais
tempo para o loteamento, preparo e entrega do suprimento e maior
segurança.
(4) Tipos de ração - As rações utilizadas pelas forças armadas são
as seguintes: Ração Normal; Ração Coletiva de Campanha; Ração
Individual de Combate; Ração de Equipagem e Alimentação de Emergência
(AE). Maiores detalhes sobre os tipos de ração são encontrados no manual
C 7-20 – BATALHÕES DE INFANTARIA.
(5) Condução das rações
(a) É normal, o homem manter consigo uma ração AE, que não
faz parte da reserva orgânica.
(b) Reserva orgânica de Sup Cl I - É a quantidade de suprimento
existente e não destinado ao consumo imediato. A companhia não possui
reserva orgânica, contudo conduz uma ração operacional para todo o seu
efetivo como parte da reserva orgânica da brigada. Caso as cozinhas
estejam descentralizadas, a companhia conduzirá de 2/3 (dois terços) a 1 e
2/3 (um inteiro e dois terços) de ração (R1) para o efetivo existente da SU.
(c) As rações operacionais poderão ser consumidas sem
autorização, com exceção da ração de emergência. Após o consumo faz-se
o pedido para recompletar a reserva orgânica da brigada.
(6) Fluxo do Sup Cl I
(a) Normalmente não haverá pedido de Classe I, pois o
suprimento será automático, compreendendo as rações necessárias para o
consumo imediato e se baseará no efetivo existente informado a partir da
mensagem diária de efetivo (MDE).
(b) O reajustamento do número de rações será regulado nos
planos e ordens logísticas.
(c) A Cia fará um pedido eventual nas seguintes situações:
((1)) Necessidade de recomposição da reserva orgânica da
Bda;
((2)) Necessidade de recomposição do número de AE;
((3)) Quando o excesso de rações comprometer a capacidade
de transporte ou a mobilidade; e
(d) Normalmente, durante o combate, as rações a serem
consumidas pelos elementos de 1º escalão serão as rações operacionais. A

4 - 11
C 7-10

ração normal será consumida, sempre que possível nas Z Reu ou nas
situações estáticas do combate.
(e) O pedido eventual de ração é preparado pelo sargenteante
que o encaminha ao S4, nele constando a subunidade, quantidade e tipo de
ração.
(7) Distribuição da alimentação
(a) É a atividade que se inicia com a apanha do alimento
preparado para o consumo na cozinha do batalhão (quando centralizada),
sendo distribuído nas posições das frações da companhia pelo encarregado
de material, apoiado pelo Gp Ap Dto Sup Cl I. A distribuição das refeições e
da água para consumo será em função da situação tática, podendo ser
durante o dia ou durante a noite.
(b) Processos de distribuição das refeições
((1)) Processo de entrega na SU - As refeições são levadas
pelo batalhão até os locais de rancho das Cia.
((2)) Processo de entrega no posto de distribuição de
suprimento classe I (P Distr Cl I) - As Cia recebem ordens de enviar suas
viaturas aos trens de estacionamento para apanhar as refeições.
((3)) Processo combinado - As viaturas das cozinhas levam
as refeições até um ponto intermediário, onde são transferidas para as
viaturas das companhias, que as levarão até os respectivos locais de
rancho.
(c) Muitas vezes a situação tática não permitirá que um ou mais
pelotões venham ao local de rancho da companhia. Quando isto ocorrer, as
refeições serão levadas até as posições em viaturas ou por faxina, de
acordo com o plano de alimentação da SU.
(d) O subcomandante da companhia escolhe o local de rancho
de sua subunidade, procurando preencher os seguintes requisitos: oferecer
conforto à tropa, ser acessível para viaturas, suficientemente espaçoso para
permitir a dispersão da tropa, oferecer cobertas contra a observação inimiga
e abrigo contra armas de tiro tenso. Esse local, por razões de segurança,
deve estar próximo aos trens da SU.
(e) O encarregado de material manterá um controle sobre a
qualidade e quantidade de alimentação servida à tropa. Além das
observações pessoais, deverá colher dos componentes da companhia,
principalmente cabos e soldados, observações a respeito da alimentação.
(9) Controle das cozinhas
(a) O controle das cozinhas compreende, em princípio, a
supervisão do emprego dos equipamentos, do pessoal e das viaturas das
cozinhas de campanha.
(b) As cozinhas ficarão centralizadas sob o controle batalhão (na
ATE, ATC ou AT). Excepcionalmente, a cozinha poderá operar na
companhia, de forma descentralizada. Nesse caso, o encarregado de

4 - 12
C 7-10

material supervisionará o loteamento e confecção dos alimentos apoiado


pelo Gp Ap Dto Sup Cl I em reforço à Companhia.
(10) Plano de Alimentação - É um documento informal que reúne
instruções, integrantes do plano de suprimento do batalhão. Essas
instruções, geralmente, são expedidas por meio de ordens fragmentárias,
destinadas a fornecer informações relativas ao quando e como a
alimentação será distribuída no âmbito da unidade para a companhia.
c. Suprimento Classe II - material de intendência
(1) O suprimento classe II é composto por fardamento, equipamento
individual, material de acampamento, material de rancho, material de
alojamento e material de escritório.
(2) O pedido tem a finalidade de recompletamento e é feito sem
formalidade das SU para o Batalhão.
(3) Distribuição – Normalmente, o suprimento é enviado diretamente
para a companhia ou pode ser determinado que seja apanhado no P Distr
Cl I do batalhão. Após o recebimento, é distribuído pelo encarregado de
material no P Distr Sup.
d. Suprimento Classe III - Combustíveis, óleos e lubrificantes
(1) O P Distr Cl III do Batalhão é composto por uma viatura cisterna,
camburões e tonéis de combustível, vasilhames de óleos para motor,
engrenagens e graxas lubrificantes.
(2) Fluxo Sup Cl III
(a) Normalmente, toda viatura da companhia que entrar na área
de trens do batalhão ou na área de apoio logístico da brigada se dirige ao P
Distr Cl III, onde será reabastecida e recompleta seus camburões por troca,
visando rapidez nessa operação.
(b) No que diz respeito a graxas e lubrificantes, ao esvaziar um
ou mais recipientes de graxa e lubrificante, a turma de manutenção do
grupo logístico da seção de comando envia-os ao P Distr Cl III do Batalhão,
onde o ressuprimento é feito mediante a simples troca do recipiente vazio
pelo cheio.
e. Suprimento Classe IV - material de construção
(1) Fluxo e distribuição idênticos ao Sup Cl II.
(2) O material de fortificação, normalmente, é distribuído pelo
processo de entrega na subunidade. O encarregado de material coordena a
distribuição no P Distr Sup.
f. Suprimento Classe V (Mun)
(1) A Cia desdobrará o posto de remuniciamento (P Remn) em sua
área de trens (ATSU), onde ficará parte da sua Dotação Orgânica (Dot O).
(2) Dotação orgânica é a quantidade de munição, expressa em tiros
por arma, transportada por uma subunidade, incluindo a munição conduzida

4 - 13
C 7-10

pelos homens, pelas viaturas transporte de armas das subunidades e pelo


trem de munição.
(3) A conservação do nível da Dot O é a chave do remuniciamento,
pois a Dot O garante à subunidade munição suficiente para iniciar o
combate e sustentá-lo até que o remuniciamento, que normalmente é diário,
possa ser realizado.
(4) Para o ressuprimento é realizada a confecção do pedido informal
de suprimento classe V (munição). Após o consumo, é feito o pedido para
recompletar a Dot O, exceto quando tratar-se de munição para consumo
imediato, que é recebida antes que ocorra o consumo.
(5) Fluxo de Sup Cl V (Mun) - Processo de entrega na instalação de
suprimento - A viatura do Furriel se desloca ao P Remn A, para apanhar a
munição e, se for o caso, evacuar os mortos para o posto de coleta de
mortos do batalhão (P Col Mor / Batalhão). Para a distribuição do
suprimento classe V (munição) pode-se utilizar, também, a técnica especial
de estabelecimento de PIL, reduzindo, assim, as distâncias entre os P
Remn da U e das SU.
g. Suprimento Classe VIII - material de saúde - As subunidades
pedem o suprimento classe VIII ao PS / Batalhão, localizado na ATC,
através da turma de evacuação do pelotão de saúde, sendo atendidas,
sempre que possível.
h. Suprimento Classe IX - material de motomecanização e Cl V
(Armt) - Os de pequeno vulto serão substituídos pela troca direta, mediante
apresentação do material danificado aos elementos da seção de
manutenção do pelotão de manutenção e transporte, visando
reaproveitamento de matéria prima,
i. Suprimento Classe X - material não incluído em outras classes
(1) Os suprimentos de ajudância geral que consistem de impressos
(exceto cartas e mapas) e publicações, são pedidos pelo sargenteante ao
S1.
(2) Os manuais de campanha ou técnicos e publicações
semelhantes podem ser fornecidos automaticamente às SU por iniciativa do
Batalhão.
(3) Suprimento de água
(a) A água sempre que possível é obtida de fontes locais, caso
contrário, a distribuição da água será realizada com a VTNE 5 ton com
reboque cisterna de 1.500 litros às SU.
(b) É geralmente distribuída com as refeições, embora não seja
Sup Cl I.
(c) Se possível, um saco lister é instalado no local de rancho da
SU e a água é distribuída aos Pelotão em camburões de 20 litros.

4 - 14
C 7-10

(4) Suprimento de cartas - Cabe à seção de inteligência do batalhão


estabelecer planos e normas de distribuição para o material de cartografia.

4-9. SUPRIMENTO PARA A POPULAÇÃO CIVIL


a. Incluem os artigos destinados à manutenção das condições mínimas
de vida, tais como: alimentos, medicamentos, roupas e os destinados a
ajuda econômica.
b. A obtenção dos suprimentos para a população poderá ser feita por
intermédio dos canais normais, quando se tratar de artigos consumidos pela
força terrestre, que serão armazenados pelo batalhão ou nas companhias.
Entretanto, a sua distribuição deve ser feita por intermédio dos canais de
assuntos civis, podendo utilizar-se da companhia para tal.

4-10. EIXO DE SUPRIMENTO E EVACUAÇÃO (E Sup Ev)


a. E Sup Ev é a estrada, caminho ou, eventualmente, uma direção,
selecionada para unidade, através da qual deverá ser executado o grosso
das atividades de suprimento e evacuação da sua responsabilidade.
b. O E Sup Ev se estende da área de trens de estacionamento (ATE)
do batalhão à ATSU que realiza o esforço principal, passando pela área de
trens de combate. Ramifica-se, de acordo com as necessidades, para os
demais elementos de primeiro escalão.
c. O batalhão é responsável pela segurança do seu E Sup Ev.
d. No ataque, para evitar possível interrupção do remuniciamento, pode
ser fixado um eixo de remuniciamento que indica o deslocamento previsto
para os P Remn do batalhão. O eixo de remuniciamento pode coincidir
como o E Sup Ev, e como este, ser balizado por uma estrada, caminho ou
eventualmente uma direção.

4-11. PROCESSOS DE DISTRIBUIÇÃO DE SUPRIMENTOS


a. Os processos de distribuição normais são o de entrega na
subunidade e na instalação de suprimento.
(1) No processo de entrega na subunidade a instalação provedora
do batalhão supre, com seus meios, os elementos subordinados,
entregando os suprimentos em suas instalações logísticas.
(2) No processo de entrega na instalação de suprimento a
subunidade, com seus próprios meios, desloca-se para a instalação
provedora do batalhão, a fim de apanhar o suprimento necessário.
b. Os processos especiais de distribuição de suprimento são: reserva
móvel, suprimento aéreo, comboio especial de suprimento e posto de
suprimento móvel.

4 - 15
C 7-10

c. Os processos de distribuição de suprimento poderão ser


combinados, dependendo da manobra logística executada. Maiores
detalhes sobre os processos de suprimento são encontrados no manual C
7-20 - BATALHÕES DE INFANTARIA.

4-12. PONTO INTERMEDIÁRIO LOGÍSTICO


a. Pontos Intermediários Logísticos (PIL) são pontos de encontro entre
os elementos apoiado e apoiador, previamente selecionados,
eventualmente estabelecidos onde se realizam diversas atividades
logísticas (principalmente suprimento e evacuação), visando assegurar a
continuidade do apoio em determinada operação por força do aumento da
distância de apoio, existência de obstáculos ao fluxo ou quando a situação
impuser.
b. Para maiores detalhes sobre os Pontos Intermediários Logísticos,
consultar o manual de campanha C 7-20 –BATALHÕES DE INFANTARIA.

4-13. PACOTES LOGÍSTICOS


a. O apoio à subunidade de 1º escalão poderá ser executado através
da entrega de pacotes logísticos (PAC LOG).
b. Os PAC LOG são um conjunto de suprimentos necessários para
uma subunidade, em determinado período de tempo (normalmente para
uma jornada completa) e para determinada operação de combate, mais as
viaturas logísticas da companhia de comando e apoio para transportá-los
até a companhia de fuzileiros.
c. PAC LOG poderão ser utilizados quando o BI Mtz estiver realizando
operações de movimento (M Cmb, Mvt Rtgd etc) ou quando a SU estiver
momentaneamente isolada (PAC, Op Amv etc).

4-14. PRÉ-POSICIONAMENTO DE SUPRIMENTOS


a. O procedimento de pré-posicionamento de suprimentos poderá ser
utilizado, principalmente na defensiva e nos movimentos retrógrados,
conforme o estudo de situação do S4.
b. Os suprimentos necessários a determinada posição defensiva ou de
retardamento de uma companhia poderão ser pré-posicionados no campo
de batalha, para agilizar o apoio logístico ou por medidas de segurança.

4 - 16
C 7-10

4-15. ATIVIDADE LOGÍSTICA DE SAÚDE


a. Generalidades
(1) O atendimento médico adequado é uma responsabilidade do
comando, em todos os escalões. Ele visa à conservação dos efetivos e à
preservação da eficiência e do moral da tropa.
(2) O batalhão não tem encargos de hospitalização. Cabe ao serviço
de saúde da unidade, representado pelo seu pelotão de saúde (Pel Sau),
realizar o tratamento médico de emergência e, quando necessário, a
evacuação de feridos, doentes e acidentados, no âmbito da unidade.
b. Desdobramento do apoio de saúde nas Cia Fuz
(1) A companhia, normalmente, estabelece um refúgio de feridos,
instalação muito sumária, situada em local abrigado, para os quais são
conduzidos os homens feridos.
(2) O Pel Sau envia para as companhias de primeiro escalão uma
turma de evacuação, composta de um cabo atendente, dois Sd padioleiro e
um Sd padioleiro / motorista em uma viatura ambulância. Esta turma se
desloca com os trens da SU, seguindo imediatamente à retaguarda dos
elementos de combate.
(3) Quando necessário, o S1 poderá determinar que o Pel Sau
apoie com mais de uma Tu Ev uma determinada SU ou reforce a Tu Evac
distribuída com, no mínimo, mais um atendente.
c. Tratamento e evacuação de feridos
(1) Quando um homem é ferido, os primeiros socorros, em princípio,
são prestados por um companheiro. Em seguida, os feridos que podem se
locomover serão encaminhados ao refúgio de feridos por seus próprios
meios. Aqueles que não tiverem condições de locomoção serão evacuados
para o refúgio de feridos pelos integrantes de sua fração, por outros
elementos designados pela SU ou esperarão a evacuação através da Tu
Ev.
(2) No refúgio de feridos, o ferido é preparado para a evacuação
para o PS, se esta for necessária. A evacuação dos feridos é feita pela
turma de evacuação, a partir do refúgio de feridos, ou mesmo, diretamente
do local em que o homem foi ferido.
(3) O Posto de Socorro do Batalhão é a primeira instalação da
cadeia de evacuação onde existe atendimento médico. Aí, os pacientes são
separados de acordo com o tipo e a gravidade dos respectivos casos. Os
feridos que puderem voltar ao combate em curto prazo são mantidos no
posto de socorro do batalhão ou nas suas proximidades, caso a situação
tática o permita. Logo que aptos, retornam à companhia. Aqueles que não
tiverem condições de retornar à frente de combate são preparados para a
evacuação, que será feita em viaturas ambulância, a cargo do pelotão de
ambulâncias, da Cia Log Sau do B Log. Para os feridos graves poderá ser

4 - 17
C 7-10

solicitada a evacuação aeromédica (EVAM). Para isto, normalmente, é


utilizada a rede logística da brigada, podendo também, em caso de
necessidade, ser utilizada a própria rede de comando.
(4) Caberá ao cabo atendente a manipulação de medicamentos. O
nível de estoque de medicamentos a ser adotado na Companhia é de
responsabilidade do oficial médico do batalhão. O emprego e a utilização
devem constar em relatórios escritos ou verbais do chefe do refúgio de
feridos (cabo atendente) ao chefe do posto de socorro do batalhão (Of
Med).

4-16. ATIVIDADE LOGÍSTICA DE MANUTENÇÃO


a. Generalidades
(1) A manutenção é uma responsabilidade de comando. O
comandante de companhia é responsável pela manutenção adequada de
todo o seu equipamento.
(2) Esta responsabilidade inclui as providências para a pronta
recuperação do material danificado ou em pane, visando ao seu retorno ao
serviço o mais rapidamente possível.
(3) Em princípio, a manutenção deve ser executada tão à frente
quanto o permitirem a situação tática e a disponibilidade de tempo e
recursos. Muitas vezes é preferível a ida do pessoal de manutenção ao
encontro do material do que proceder em sentido inverso, reduzindo a
necessidade de evacuação.
(4)Todas as viaturas que retornarem da atividade de suprimento
poderão evacuar o material que necessitar de manutenção do escalão ou da
instalação logística superiores.
b. Funcionamento da manutenção
(1) Material motomecanizado - A manutenção na subunidade é
executada pelos seguintes elementos:
(a) Motorista - elemento base da cadeia de manutenção; é
responsável pela manutenção de primeiro escalão.
(b) Turma de manutenção de subunidade (Tu Mnt / Gp Log / Seç
Cmdo – por intermédio do Sgt Mec e Sd Aj Mec, realiza a manutenção de 1º
escalão e faz o levantamento das necessidades de manutenção de 2º
escalão da SU.
(2) Armamento e instrumentos -A manutenção do armamento e dos
instrumentos óticos e de direção de tiro (IODT) é executada na unidade
pelos seguintes elementos:
(a) Usuário do armamento / IODT ou guarnição - são os
responsáveis pela manutenção de 1º escalão.
(b) Turma de manutenção de subunidade (Tu Mnt / Gp Log / Seç
Cmdo) - por intermédio do Cb Aj Mec Armt, realiza a manutenção de 1º

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C 7-10

escalão do armamento e dos IODT e faz o levantamento das necessidades


de manutenção de 2º escalão da SU.
(3) Material de comunicações
(a) A manutenção do material de comunicações da subunidade é
feita detentores do material, supervisionados pelo Sgt Aux Com.
(b) Se for conveniente para a realização da manobra logística, o
S4, poderá centralizar a atividade de manutenção e suprimento do material
de comunicações sob coordenação do oficial de manutenção do Batalhão.
(c) Todo o material que necessite manutenção além do primeiro
escalão é evacuado para a Cia Log Mnt do B Log.
(4) Material de saúde – A Tu Ev executa apenas a manutenção de
1º escalão.

4-17. MATERIAL SALVADO E CAPTURADO


a. Material salvado
(1) O material salvado é todo o material, utilizado por nossas forças
ou por forças aliadas, encontrado em situação de abandono na área de
operações, suscetível de ser utilizado para suas finalidades (com ou sem
recuperação prévia) ou ser aproveitado como sucata, constituindo valiosa
fonte de suprimento.
(2) A subunidade é responsável pela evacuação de salvados para o
posto de coleta de salvados do batalhão ou para o seu E Sup Ev. Neste
mister pode ser auxiliada por elementos do Pel Mnt Trnp, particularmente
quando se tratar de material volumoso e / ou pesado.
(3) Todo o material salvado que necessitar de apoio de manutenção
é atendido, inicialmente e sempre que possível pela Seç Mnt / Pel Mnt Trnp.
Se recuperado e mediante as normas em vigor, pode voltar à cadeia de
suprimento, sendo entregue às subunidades de origem ou àquelas que
estiverem mais necessitadas
b. Material capturado
(1) Com o material capturado do inimigo procede-se da mesma
forma que para o material salvado, exceto no que se refere às amostras de
materiais novos, que devem ser imediatamente encaminhadas, após o
conhecimento do S2, aos órgãos técnicos do Esc Sp.
(2) Evacuação do material capturado
(a) O material capturado é evacuado para o P Col Slv do
Batalhão.
(b) Munição e outros artigos cujo manuseio por pessoal não-
habilitado possa oferecer perigo, não devem ser deslocados; devem ser
mantidos sob vigilância, se praticável. O oficial de munições do Batalhão é
notificado o mais cedo possível.
(c) Suprimentos de saúde são manuseados de acordo com a
Convenção de GENEBRA, sendo entregues às instalações de saúde, para

4 - 19
C 7-10

inspeção, antes de sua redistribuição ou uso. Esses suprimentos são de


especial valor para uso pelos prisioneiros de guerra, no tratamento de seus
doentes e feridos, bem como no atendimento de civis.

4-18. ATIVIDADE LOGÍSTICA DE TRANSPORTE


a. As atividades de transporte, na subunidade, são de pequena monta,
resumindo-se, praticamente, ao transporte de suprimentos, à evacuação de
feridos e ao controle da coluna de marcha da subunidade.
b. As responsabilidades quanto a transportes na subunidade estão
afetas ao subcomandante da companhia, no tocante à coordenação geral e
ao planejamento e supervisão do transporte de suprimentos e evacuação de
material. O encarregado de material é o responsável pela execução dos
transportes.
c. A companhia não tem capacidade de transportar todo o seu efetivo e
material com seus meios orgânicos. Em operações de movimento como
marcha para o combate, aproveitamento do êxito, perseguição e
movimentos retrógrados, a companhia deve ser reforçada com viaturas para
aumentar sua mobilidade.

4-19. RECURSOS HUMANOS


a. Generalidades
(1) Recursos Humanos é a função logística operacional que tem a
seu cargo planejar, integrar e controlar as tarefas de controle de efetivos,
recompletamento, repouso, recuperação, recreação, mão-de-obra,
sepultamento, suprimento reembolsável, serviço postal, banho, lavanderia.
Tem por finalidade prever, prover e apoiar o pessoal, contribuindo para
manter elevado o moral das forças terrestres em operações.
(2) As demais atividades referentes a pessoal, como disciplina e
justiça militar, apoio religioso, finanças, prisioneiros de guerra e assuntos
civis, realizadas no TO, não fazem parte da logística.
b. Controle de efetivos
(1) Todos os comandantes das frações orgânicas ou recebidas em
reforço, manterão rigorosos controles de seus efetivos, transmitindo de
forma padronizada em NGA da SU, as alterações ocorridas, no exato
momento da ação.
(2) O sargenteante manterá um registro escrito das variações do
efetivo da SU baseado nas informações fornecidas pelo comandante da
companhia. Ao tomar conhecimento de alteração no efetivo por outra fontes
o sargenteante deverá confirmá-las com o comandante ou subcomandante
da companhia.

4 - 20
C 7-10

(3) Quando da chegada de reforços ou elementos em apoio direto a


SU, o Cmt deverá passar ao sargenteante os dados referentes ao efetivo
recebido quando da apresentação da fração na SU.
(4) A mensagem diária de efetivo (MDE) resumirá as alterações
ocorridas no efetivo da SU e a sua situação atual, devendo conter as
perdas, inclusões e movimentos de PG havidos no período. O comandante
da companhia deve estar constantemente informado da situação do pessoal
e informar ao S1 todas as alterações ocorridas conforme diretrizes do
comandante do batalhão.
(5) O sargenteante preencherá no livro controle de pessoal a
situação de cada elemento da companhia, registrando-se os fatos e
destinos, bem como as ações meritórias ou que exijam registro para
providências futuras.
(6) O mapa da força é um relatório da situação de pessoal para uma
determinada atividade ou em um determinado momento, contém a
discriminação do pessoal orgânico e em reforço, discriminando o efetivo
previsto, existente, os claros e os excessos. As subunidades os enviam ao
S1 que os consolida e, se for o caso, remete o mapa da força da unidade
para o escalão superior.
c. Perdas
(1) As perdas têm duplo interesse para o S1 porque afetam o moral
e a combatividade da tropa e ocasionam claros a preencher pelo
recompletamento.
(2) Perda é qualquer redução no efetivo provocada pela ação do
inimigo, doença, acidente ou movimentação. As perdas podem ser de
combate, ocorridas em ação; fora de combate, ocorridas sem a ação direta
do inimigo; e as perdas administrativas que englobam as demais perdas
como transferidos, presos disciplinares, desaparecidos, desertores e outras.
(3) O sargenteante terá controle das perdas discriminando a
qualificação dos elementos em falta da SU.
d. Militares extraviados e desaparecidos
(1) Extraviado é o militar, encontrado na zona de combate (ZC),
afastado de sua unidade sem autorização.
(2) Desaparecido é o militar que passa a ausente de sua unidade,
involuntariamente, por mais de 48 horas.
e. Recompletamento
(1) Na SU, o recompletamento processa-se a partir da informação
da perda e não da estimativa de abertura de claros. Caberá ao S1 do
batalhão a abertura dos claros nas SU, devido às baixas hospitalares.
(2) O sargenteante é o responsável, perante o comandante da
companhia, por todos os assuntos que dizem respeito ao recompletamento.

4 - 21
C 7-10

A ele compete pedir, receber, distribuir e encaminhar os recompletamentos


que forem entregues a sua subunidade.
(3) Quando do recebimento do recompletamento, o sargenteante
fará uma proposta de distribuição dos mesmos na SU de acordo com a
orientação do comandante.
(4) As oportunidades de recompletamento ideais serão quando a
subunidade estiver em área de recuperação, em reserva ou em zona de
reunião. O S1 informará à subunidade, com antecedência, a data, hora,
local e efetivo de recompletamento a ser recebido.
f. Repouso, Recuperação e Recreação
(1) O repouso consiste no descanso do pessoal retirado de combate
ou serviços pesados. A área de repouso está localizada na ATE ou nas
proximidades, pois existe a necessidade de instalações de rancho e
alojamento para o pessoal.
(2) A recuperação consiste em retornar a situação de pronto
emprego as frações retiradas do combate ou serviços pesados. Prevê o
recompletamento de claros, manutenção do material danificado e reposição
do material extraviado, além de instruções e adestramento para emprego
futuro. A área de recuperação necessita de instalações para rancho, saúde,
suprimento reembolsável, banho e lavanderia, assistência religiosa, serviço
postal e barbearia, por isso está localizada na área de retaguarda da
brigada, próxima a A Ap Log.
(3) A recreação prevê atividades de lazer para os oficiais e praças
em gozo de licença. O S1, em coordenação com o escalão superior, verifica
a vagas do batalhão e as divide para as SU. O centro de recreação é
instalado em hotel ou cidade fora da Zona de Combate, onde proporcionará
atividades como cinema, jogos de salão e teatros.
g. Sepultamento
(1) As atividades de sepultamento atendem a dupla finalidade:
preservar as condições sanitárias no campo de batalha e manter elevado o
moral da tropa. A pronta remoção dos cadáveres, amigos e inimigos,
corresponde a primeira finalidade, enquanto que a certeza de um tratamento
cuidadoso e reverente aos que tombam na luta é fator importante para o
moral dos soldados, no teatro de operações, e dos civis, na zona do interior.
(2) Os mortos inimigos recebem tratamento idêntico aos das tropas
amigas. Entretanto, não é permitido misturá-los.
(3) No âmbito da subunidade, o planejamento, a coordenação e a
supervisão de todas as atividades relacionadas aos mortos cabem ao
sargenteante, que planeja a evacuação dos mortos, que será realizada pelo
furriel.
(4) As atividades de sepultamento, no escalão companhia
compreendem a coleta dos mortos, a identificação e registro (nome, posto e
graduação, número de registro, subunidade, hora e local da morte) e a

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C 7-10

evacuação até o P Col M do batalhão. Quando a situação o exige,


designam-se meios especiais para este fim.
(5) No escalão subunidade, um soldado morto deve ser identificado
imediatamente por seu comandante de grupo, adjunto de pelotão ou ainda
pelo comandante de pelotão. Tal identificação é sumária e consta do nome
do soldado, função e identidade (constantes da placa de identificação). A
seguir o cadáver é evacuado, por seus companheiros ou por elementos da
reserva, para um local próximo ao P Remn SU. Os cadáveres serão
enrolados em mantas ou ponchos para facilitar o manuseio e diminuir o
impacto sobre os companheiros empenhados em tal tarefa. Este local deve
estar oculto das vistas daqueles que transitam na área do P Remn. Se o
pelotão não pode identificar o morto, o comando da SU deve providenciar
sua identificação. Os mortos são evacuados para o P Col M do batalhão, em
princípio, pelas viatura de suprimento classe V (Mun). Em nenhuma
hipótese, os mortos devem ser evacuados em ambulâncias ou viaturas que
fazem o suprimento de Cl I.
(6) A permanência dos mortos no âmbito da Z Aç da SU deve ser a
mais curta possível. Todos os pertences e objetos pessoais que se
encontram com o cadáver são evacuados com ele para o P Col M do
Batalhão. O armamento individual; a munição e explosivos; a ração de
emergência e os equipamentos em poder do morto são evacuados pela SU
ou redistribuído caso necessário. Neste caso, o Cmdo SU apenas participa
que deixa de evacuá-los porque deles necessita para suprir claro de outro
armamento e / ou equipamento destruídos (ou perdidos) por ação do
inimigo.
h. Suprimento reembolsável
(1) Os artigos reembolsáveis, incluídos na Cl X, material especial de
higiene, alimentos diversos, refrigerantes, revistas e outros itens que
contribuem para o conforto individual são oferecidos por meio de cantinas
móveis deslocadas pelo Ex Cmp para a A Ap Log da Bda.
(2) O Sargenteante manterá atualizada uma relação de itens a
serem adquiridos para a companhia e os solicitará ao Pel Sup na primeira
oportunidade de ressuprimento.
i. Serviço postal - Remessa e recebimento de correspondências,
encomendas e valores. É coordenado e controlado pelo sargenteante em
livro protocolo próprio. É realizado diretamente entre o interessado e o
sargenteante com a autorização do comandante de pelotão.
j. Banho e lavanderia
(1) Estas atividades são desenvolvidas na ATE quando o batalhão
receber um P Ban Mv e um P Lav Mv, que são operados por uma equipe da
Cia Log Pes, proveniente do B Log. O S1, em coordenação com os
Comandante Companhia, fará a distribuição dos dias e horários para sua

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C 7-10

utilização. A freqüência e a oportunidade deste apoio dependerá da situação


tática e da disponibilidade da água tratada. Ao realizar seu banho, o militar
aproveita para trocar seu uniforme sujo por outro limpo.
(2) O Comandante Cia deverão sempre considerar no planejamento
logístico da subunidade que a atividade de banho é fator importante na
manutenção das condições de higiene e do moral da tropa.

4-20. TAREFAS REFERENTES A PESSOAL INTEGRADAS AO SISTEMA


COMANDO
a. Justiça e Disciplina
(1) Sob esse aspecto, a atividade de pessoal na companhia está
particularmente ligada à manutenção de disciplina. Compete
especificamente ao sargenteante informar ao comandante da companhia
tudo que possa influir no estado disciplinar e moral da tropa.
(2) Além de informar ao comandante, o sargenteante assessora no
planejamento de medidas preventivas e corretivas para a manutenção da
disciplina e supervisiona sua execução. Maiores detalhes sobre justiça e
disciplina são encontrados no manual C 7-20 –BATALHÕES DE
INFANTARIA
b. Prisioneiros de Guerra
(1) O planejamento, a coordenação e a supervisão de tudo que se
refere aos prisioneiros de guerra compete ao sargenteante. Sem perder de
vista as diretrizes do S1 e entendendo-se com os comandantes das frações
da companhia, o sargenteante planeja as ações que se seguem à captura
dos prisioneiros até sua evacuação para o P Col PG Batalhão.
(2) O mais cedo possível, após a captura, são os prisioneiros
desarmados e grupados para evacuação, separando-se oficiais, graduados,
desertores, civis e mulheres e entregues no posto de comando da
companhia que, mediante coordenação com o S1 do batalhão, os evacua
para o posto de comando do batalhão, conduzidos por elementos
destacados pelo comando do batalhão ou da própria companhia.
(3) As SU evacuam os PG até os locais de coleta da unidade, onde
eles demoram o estritamente necessário para um ligeiro interrogatório sobre
a situação tática. Durante essa evacuação não se permite conversa, sendo
também vedado distribuir-lhes alimentos, cigarros ou água antes do
interrogatório, exceto se o intervalo entre a captura e o interrogatório tornar-
se muito grande.
c. Assistência Religiosa - A assistência religiosa é desenvolvida
normalmente quando o batalhão encontra-se em Z Reu. O S1 coordenará
com o comandante da companhia, as condições de encontro entre o
capelão militar e os elementos da SU.

4 - 24
C 7-10

d. Assuntos Civis
(1) Dentre as atividades de assuntos civis, o controle de movimento
é a que, com maior freqüência, ressalta nas operações da companhia.
(2) O controle de movimento de civis durante as operações de
combate é de grande importância. O movimento das massas de população
afeta a capacidade de manobra da companhia e compromete a segurança.
Além disso, refugiados e pessoas deslocadas constituem uma arma, da qual
se vale o inimigo para prejudicar nossas operações. O controle sobre tais
elementos é feito através de Postos de Coleta de Civis.
(3) No planejamento pormenorizado dos cuidados e controle a
serem estabelecidos sobre os civis, devem ser incluídas considerações,
particularmente, sobre o controle de trânsito e designação de estradas para
o movimento de civis.

4 - 25
C 7-10

CAPÍTULO 5

MOVIMENTOS PREPARATÓRIOS

ARTIGO I
GENERALIDADES

5-1. CONCEITOS
a. Os movimentos de tropa podem ser classificados em táticos e
preparatórios ou administrativos.
b. Movimento Tático - é aquele em que elementos ou forças militares
deslocam-se sob condições de combate. É realizado com a finalidade de
cumprir uma missão tática na qual as medidas de segurança constituem a
principal preocupação. Os movimentos táticos são realizados, normalmente,
na zona de combate, terminando em uma zona de reunião.
c. Movimento Preparatório - é aquele que tem a finalidade de facilitar
a missão que será cumprida posteriormente. É realizado quando o contato
com forças terrestres do inimigo não constitui preocupação. Normalmente é
executado na zona de administração, terminando em uma zona de
estacionamento.
d. Marcha – Movimento terrestre realizado por uma força, sob
determinadas condições técnicas, táticas ou administrativas, utilizando seus
próprios meios ou outros, sob seu controle.
e. Para estudo mais aprofundado devem ser consultados os manuais C
7-20 – Batalhões de Infantaria, C 21-18 – Marchas a Pé e C 25-10 –
Transportes Motorizados

5-1
C 7-10

5-2. MEIOS DE TRANSPORTE


a. Os movimentos de tropa, sejam eles táticos ou preparatórios, são
realizados por meio de marchas a pé ou motorizadas, por via fluvial ou
marítima, por estrada de ferro, pelo ar ou qualquer combinação desses
meios.
b. O processo utilizado depende da situação, do terreno a ser
percorrido, do valor e da composição da unidade a ser deslocada, da
distância a ser percorrida, da urgência de emprego, das condições da tropa
e da disponibilidade e capacidade dos diferentes meios de transporte.

5-3. MEDIDAS ADMINISTRATIVAS


a. Todos os movimentos de tropa, táticos ou preparatórios, exigem
medidas administrativas, que variam de acordo como o meio de transporte a
utilizar. As medidas administrativas comuns a todos os movimentos são:
(1) Organização da tropa em grupamentos e unidades de marcha
para explorar, ao máximo, a capacidade dos meios de transporte;
(2) A embalagem, a marcação e o carregamento do material;
(3) A reunião da tropa, o deslocamento até o meio de transporte e a
designação dos lugares dos homens;
(4) As prescrições para a alimentação, cuidados médicos e repouso
durante o deslocamento; e
(5) A reunião da tropa e do material no ponto de destino.
b. O planejamento, a ordem para a sua execução e a conduta da
marcha ficarão facilitados pela adoção das normas gerais de ação, pois
facilitam o cumprimento de fases administrativas do movimento. Essas
normas, em geral, são baixadas pelo escalão superior, devendo ser
detalhadas no âmbito da companhia.

ARTIGO II
PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DOS MOVIMENTOS

5-4. ORDEM PREPARATÓRIA


A companhia normalmente realiza seus movimentos enquadrada no
batalhão. Este, após realizar a análise da missão, emite uma ordem
preparatória com informações iniciais sobre a missão, horário de início de
movimento, destino e finalidade, que o comandante de companhia
retransmite o mais cedo possível a seus subordinados para iniciarem os
preparativos para o deslocamento.

5-2
C 7-10

5-5. DISTRIBUIÇÃO DE VIATURAS


a. Quando a companhia deslocar-se motorizada deve receber viaturas
em reforço. Estas são recebidas pelo encarregado de material e orientadas
para um ponto de reunião de onde são deslocadas para a zona de
embarque ou para o ponto de carregamento do material.
b. Quando a companhia marcha a pé, as viaturas orgânicas
normalmente transportam parte do pessoal. O número de homens
conduzidos nestas viaturas é limitado ao mínimo necessário para o
embarque e desembarque do material previsto, bem como para outros
trabalhos administrativos no fim da marcha.

5-6. ORDEM DE MOVIMENTO


Após concluir seu estudo de situação o Cmt Btl reúne os comandantes
de companhia e emite a ordem de movimento, que fixa itinerário, ponto de
destino, horário, velocidade, formação, intervalos de tempo, organização da
coluna, altos, normas de segurança, medidas de coordenação e controle e
pormenores de marcha que não estejam previstos nas NGA. As ordens
podem ser simplificadas pelo emprego de cartas, calcos e quadros de
movimento.

5-7. ORGANIZAÇÃO DA COLUNA


a. A companhia de fuzileiros, normalmente, constitui uma única
unidade de marcha (UM), organizada para manter a necessária unidade de
comando. O comandante da companhia não tem lugar fixo na coluna,
posicionando-se onde melhor puder exercer o controle sobre seus homens.
b. Quando tratar-se de uma marcha motorizada, os comandantes de
pelotão são informados do número e da capacidade das viaturas
distribuídas a seus pelotões. Os homens e o material devem ser formados
em grupos de embarque para que este se realize com facilidade e rapidez.
c. Para a formação da coluna de marcha, as viaturas partirão com a
necessária antecedência da zona de embarque a fim de poderem passar no
ponto inicial (PI) na hora prevista, de forma que a unidade de marcha não
permaneça na estrada aguardando a formação da coluna.

5-8. EXECUÇÃO DO MOVIMENTO


a. A companhia de fuzileiros, como unidade de marcha deverá manter
os intervalos de tempo prescritos na ordem de movimento, evitando cerrar
sobre outra unidade, obstruindo a estrada.
b. A velocidade da marcha é prescrita na ordem de movimento,

5-3
C 7-10

podendo ser padronizada nas normas gerais de ação da unidade. Essa


velocidade dependerá do terreno e das condições meteorológicas, das
condições físicas da tropa, da extensão da marcha e da missão. A
velocidade é mantida com o emprego de reguladores de marcha que se
deslocam à testa da unidade de marcha.
c. Os postos de controle de trânsito são instalados ao longo do
itinerário para exigir a observância dos horários de marcha, transmitir
ordens aos oficiais controladores e para controlar o trânsito.
d. Todos os elementos da coluna mantêm a formação determinada. O
deslocamento dos comandantes fora da formação é perigoso e prejudica o
trânsito na estrada. Durante as marchas preparatórias, os comandantes
normalmente deslocam-se à retaguarda de suas frações. As distâncias
entre os pelotões não são rigidamente mantidas, sendo permitida uma
pequena variação para compensar as mudanças de velocidade dentro da
coluna.
e. Os altos serão realizados de acordo com o prescrito na ordem de
movimento ou nas normas gerais de ação do batalhão que, normalmente,
prevêem o intervalo de tempo e a duração dos mesmos.
f. Quando a marcha é motorizada, as viaturas estão mais sujeitas à
variação de velocidade e às paradas do que os elementos a pé. Estes
retardamentos podem ser reduzidos por meio dos reconhecimentos, dos
planejamentos, da coordenação com outras unidades e pela manutenção do
controle na estrada.
g. As sinalizações a braço e acústica podem ser empregadas na
coluna de marcha. Deverá ser preparado e distribuído com a ordem de
movimento um plano para emprego de rádio. Durante o silêncio rádio devem
ser empregados mensageiros.
h. Sob condições de visibilidade reduzida faz-se necessário o uso de
meios optrônicos e adoção de medidas especiais de controle como redução
do intervalo entre as frações e os elementos integrantes da coluna e
emprego de sinalização fluorescente.
i. Quando a coluna se aproxima de seu destino deve encontrar os
guias no ponto de liberação. Esses guias orientam os elementos por seus
diferentes itinerários para as áreas escolhidas.

5-4
C 7-10

ARTIGO III
ESTACIONAMENTO

5-9. GENERALIDADES
a. Área de estacionamento em campanha é o local onde as tropas são
reunidas para repouso, reorganização ou instrução ou onde são mantidas
as instalações de retaguarda. A área de estacionamento da companhia é
escolhida pelo batalhão. Sempre que possível deve dispor de instalações
para o abrigo da tropa. Sob pena de desgastar prematuramente a tropa, é
indispensável que lhe sejam proporcionadas condições de repouso, higiene,
conforto e possibilidade de manutenção de seu material.
b. Muitas vezes as exigências da situação se sobrepõem às
preocupações de comodidade na escolha do modo de estacionar. Os
fatores que condicionam a maneira de uma tropa estacionar são a situação
tática, missão recebida, terreno e condições meteorológicas e meios
disponíveis.
c. Devido às possibilidades da aviação inimiga, a ocupação de um
estacionamento sempre que possível será realizada durante a noite. Na
escuridão esta ocupação torna-se uma operação particularmente difícil e
penosa, necessitando de um planejamento detalhado para que seja rápida e
adequada.
d. São desejáveis as seguintes características para uma área de
estacionamento: possuir cobertas e abrigos, possuir espaço suficiente para
a disposição do pessoal e das viaturas, e próxima à fonte de água, possuir
suficiente rede de estradas ou caminhos, permitir o deslocamento através
do campo, possuir obstáculos naturais que impeçam o ataque de elementos
mecanizados e atender às condições de higiene e salubridade.

5-10. FORMAS DE ESTACIONAMENTO


a. Acantonamento - quando a tropa ocupa edificações para se alojar,
como casas, edifícios e galpões. Em regiões povoadas, o acantonamento é
a melhor forma de estacionamento, visto que permite uma maior
comodidade ao pessoal e ampla proteção ao material. O comandante de
batalhão reparte, entre sua subunidades, as áreas que lhes foram
designadas. Os trens da SU estacionam, em princípio, dentro de seu setor.
b. Acampamento - quando a tropa estaciona utilizando barracas para
alojar o pessoal e guardar o material leve. O material pesado é disposto sob
as cobertas existentes. Se a área de acampamento não dispuser de
cobertura vegetal suficiente para a camuflagem da tropa, os pelotões são
dispostos em profundidade e largura, mantendo-se as frações constituídas.

5-5
C 7-10

A dispersão visa a atenuar a observação e os efeitos da aviação inimiga. Os


acampamentos das subunidades motorizadas são dispostos próximos às
estradas, se possível em áreas cobertas. A camuflagem é empregada ao
máximo como medida de proteção passiva contra a observação inimiga.
c. Bivaque - quando a tropa estaciona ao ar livre, sem abrigo ou sob
abrigos improvisados. Em princípio, o bivaque é estabelecido aproveitando-
se as cobertas e abrigos existentes e de modo a facilitar o controle da tropa.

5-11. DISTRIBUIÇÃO E OCUPAÇÃO DOS LOCAIS DE


ESTACIONAMENTO
a. A distribuição e a ocupação de uma área de estacionamento estão
condicionadas à situação tática e à situação futura prevista.
b. Quando o contato com o inimigo for remoto, a distribuição e
ocupação deve proporcionar, ao máximo, conforto à tropa, implicando em
uma área ampla, estar próxima ao itinerário de marcha, para facilitar o
reinício do deslocamento e facilitar a proteção e o recebimento de
suprimentos.
c. Quando o contato com o inimigo for pouco provável, a distribuição
e ocupação deve atender às necessidades táticas e de segurança,
adotando um judicioso dispositivo de combate, em largura e profundidade,
ao qual se subordinam as medidas de conforto. As armas devem estar em
posição, visando a segurança em todas as direções e prover segurança aos
trens e subunidades que não possuírem defesa própria, ocupando posições
à retaguarda, ocultos e dispersos.
d. Quando o contato com o inimigo for iminente, as necessidades de
combate regulam o estacionamento. A área passa a denominar-se de Zona
de Reunião.
e. Quando o batalhão prepara-se para estacionar, um grupo de
estacionamento precede-o para escolher o local exato do estacionamento e
tomar as medidas administrativas necessárias. O comandante da
companhia determina ao encarregado de material que faça parte desse
grupo. Ao receber a área da companhia, o representante da Cia subdivide-a
entre os pelotões e seção de comando, recebendo orientações do médico
sobre localização de sanitários e outros pormenores de higiene.
f. Pouco antes da chegada da tropa o sargento estacionador
posiciona-se no ponto de liberação (P Lib) a fim de recebê-la. Sem que a
tropa faça alto ou bloqueie a estrada ele a conduz para o local de
estacionamento.
g. O comandante de companhia informa ao comandante do batalhão
o local de seu PC e envia os mensageiros para reconhecer os itinerários

5-6
C 7-10

que levam ao PC do Btl, onde são mantidos de sobreaviso para pronto


emprego. Os fios telefônicos são lançados com rapidez. Rádios podem ser
empregados quando houver autorização, priorizando-se equipamentos de
pequena potência.
h. Ao chegar à zona de estacionamento, o comandante da companhia
determina aos comandantes de pelotão e ao encarregado de material a
verificação da situação da tropa, das viaturas e do material da Cia. Os
militares com problemas de saúde devem ser encaminhados ao médico do
Btl e a manutenção do material deve ser executada.
i. As cozinhas, geralmente, são centralizadas no batalhão. O
comandante de companhia, assessorado pelo encarregado de material,
determina o local de rancho da SU que, sempre que possível realiza as
refeições de forma centralizada.

5-12. SEGURANÇA DA ZONA DE ESTACIONAMENTO


a. Tão logo quanto possível são estabelecidas as medidas de
segurança previstas em NGA ou determinadas pelo oficial estacionador.
Incluem-se como medidas ativas a divisão de setores de responsabilidade,
o estabelecimento de uma guarda interna do local e o posicionamento do
armamento coletivo. Como medidas passivas temos principalmente a
execução de uma perfeita camuflagem, a dispersão e o aproveitamento
judicioso do terreno.
b. A segurança inicial da zona de estacionamento é proporcionada
pela vanguarda, flancoguarda e retaguarda. Porém, conforme seu estudo de
situação, o comandante do batalhão pode determinar que a companhia
ocupe uma linha de postos avançados e o lançamento de patrulhas de
ligação a fim de manter a vigilância no perímetro externo à zona de
estacionamento.

5-13. ABANDONO DO ESTACIONAMENTO


a. Para a Cia deixar a zona de estacionamento e reiniciar o
movimento, os mesmos procedimentos do início da marcha devem ser
tomados para a organização da coluna.
b. Se a partida for durante a noite, medidas para a preservação da
disciplina de luzes e ruídos devem ser adotadas.
c. Todos os locais de latrinas e detritos são fechados e removidos
quaisquer indícios de presença de tropa.
d. Após a Cia deixar a área de estacionamento, uma equipe da seção
de comando percorre toda a área para inspecionar o local e corrigir as
irregularidades encontradas.

5-7
C 7-10

CAPÍTULO 6

OFENSIVA

ARTIGO I
GENERALIDADES

6-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


Somente a ação ofensiva conduz a resultados decisivos na guerra. É
através dela que uma força mantém sua liberdade de ação; exercita a
iniciativa de que é dotada e impõe a sua vontade ao inimigo; explora as
deficiências desse inimigo e as rápidas mudanças de situação; seleciona o
local conveniente e o momento oportuno para o combate e enfrenta
ocorrências imprevistas.

6-2. MISSÃO
a. A missão da companhia de fuzileiros na ofensiva é cerrar sobre o
inimigo para destruí-lo ou capturá-lo, empregando o fogo, o movimento e o
combate aproximado.
b. Normalmente, a companhia de fuzileiros recebe a missão do
batalhão que, em principio, deve ser simples e precisa em termos de ações
a serem realizadas.
c. O sucesso de uma ação ofensiva exige a concentração de um
superior poder de combate no local e momento decisivos e a rápida
aplicação desse poder para destruir o inimigo.

6-1
C 7-10

6-3. FINALIDADES
As operações ofensivas são executadas com uma ou mais das
seguintes finalidades:
a. Destruir as forças inimigas;
b. Conquistar acidentes capitais do terreno;
c. Obter informações sobre o inimigo;
d. Privar o inimigo de recursos que lhe sejam necessários; e
e. Desviar a atenção do inimigo de outras áreas.

6-4. TIPOS DE OPERAÇÕES


Os tipos de operações ofensivas são as seguintes:
a. Marcha para o combate;
b. Reconhecimento em força;
c. Ataque;
d. Aproveitamento do êxito; e
e. Perseguição.

6-5. FUNDAMENTOS DA OFENSIVA


a. Os fundamentos da ofensiva constituem a plena aplicação dos
princípios de guerra às situações de combate ofensivo e servem como um
guia geral para o emprego da companhia em operações dessa natureza.
b. Os fundamentos da ofensiva são:
(1) Estabelecer e manter o contato;
(2) Esclarecer a situação;
(3) Explorar as deficiências do inimigo;
(4) Controlar os acidentes capitais do terreno;
(5) Conservar a iniciativa;
(6) Neutralizar a capacidade de reação do inimigo;
(7) Progredir pelo fogo e movimento;
(8) Manter a impulsão do ataque;
(9) Concentrar um superior poder de combate em local e momento
decisivos;
(10) Aproveitar o êxito; e
(11) Manter a integridade e a segurança da força.
c. Para maiores esclarecimentos, consultar o manual C 7-1 EMPREGO
DA INFANTARIA.

6-2
C 7-10

ARTIGO II
MARCHA PARA O COMBATE

6-6. GENERALIDADES
a. A marcha para o combate é o movimento tático realizado na direção
do inimigo com a finalidade de estabelecer o contato ou restabelecê-lo,
quando perdido, e/ou assegurar vantagens para operações futuras.
b. A Marcha para o Combate consiste no deslocamento de uma força
de uma região para outra, sob condições de combate, preservando
continuamente sua liberdade de ação, a fim de que possa concentrar seus
esforços no momento oportuno e na região mais favorável. Não
compreende o movimento de tropa por ar ou mar, em que sua segurança
fica a cargo das forças aéreas ou navais.
c. A Marcha para o Combate termina quando essa força estabelece o
contato com uma resistência inimiga de tal ordem que obrigue o
desdobramento da força, a concentração das ações e a realização de um
ataque ou atinge os objetivos de marcha

6-7. CLASSIFICAÇÃO
a. Quanto à segurança
(1) Coberta - A marcha coberta é realizada quando existe uma tropa
amiga interposta entre o inimigo e a tropa que a realiza, proporcionando
segurança ao deslocamento.
(2) Descoberta - A marcha descoberta é realizada quando não há
uma tropa interposta, ou quando a segurança por ela proporcionada não for
suficiente.
b. Quanto aos tipos de contato (fases)
(1) Primeira fase (contato remoto) – situação até a linha da pior
hipótese, que é uma linha de controle ou região estabelecida pelo escalão
superior aquém da qual o inimigo terrestre não tem possibilidade física de
atuar.
(2) Segunda fase (contato pouco provável) – situação entre a linha
da pior hipótese e a linha de provável encontro, que é a linha do terreno
também estabelecida pelo escalão superior onde admite-se o encontro com
os primeiros elementos inimigos, mesmo os de reconhecimento;
(3) Terceira fase (contato iminente) – situação em que a companhia
pode, a qualquer momento, sofrer a ação terrestre do inimigo.

6-3
C 7-10

6-8. FORMAÇÕES
a. Coluna de Marcha – Essa formação é adotada durante a fase de
contato remoto. As medidas administrativas devem prevalecer, desde que
visem a facilitar e acelerar o movimento, conservando o poder combativo da
força. O movimento é feito freqüentemente em estradas e motorizado. A
companhia utiliza-se das viaturas disponíveis para seu deslocamento.
Devem ser previstas medidas que proporcionem segurança contra a
aviação inimiga e contra a ação de guerrilheiros, se for o caso.
b. Coluna Tática – Essa formação é adotada durante a fase do contato
pouco provável. Considerações táticas e administrativas ocorrem
paralelamente. A companhia é grupada taticamente. Isto significa que os
reforços já se deslocam com a companhia e as frações do pelotão de apoio
junto ao pelotão que será apoiado. Devem ser tomadas medidas que
proporcionem o máximo de segurança à companhia e facilitem a pronta
adoção das formações de combate ou a ocupação de uma zona de reunião
ou posição de ataque.
c. Marcha de Aproximação – Essa formação é adotada durante a fase
do contato iminente. As considerações táticas prevalecem e a companhia,
além de grupada taticamente, será desdobrada, adotando um dispositivo de
combate em largura e profundidade adequado ao terreno e à situação. A
marcha de aproximação termina quando o contato com o inimigo é
estabelecido ou é ocupada uma posição de ataque.

6-9. FORÇAS DE SEGURANÇA


a. A segurança de uma força que realiza a marcha para o combate é
proporcionada pelo correto escalonamento das forças que realizam a
segurança do grosso:
(1) Força de cobertura: lançada pelo escalão brigada ou superior,
normalmente tropas de cavalaria mecanizada;
(2) Forças de proteção: vanguarda, flancoguarda e retaguarda.
b. O batalhão realizando a marcha de aproximação pode integrar o
grosso ou constituir uma das forças de proteção. Quando integrar o grosso
de uma brigada pode receber a missão de destacar uma companhia para
cumprir a missão de flancoguarda ou retaguarda. O batalhão marchando
isolado destaca uma companhia como vanguarda.
c. O batalhão vanguarda escalona suas forças da seguinte forma, da
frente para a retaguarda:
(1) Destacamento de segurança e reconhecimento (DSR) –
Lançado conforme estudo de situação, caso não haja elementos de
segurança à frente ou estes não sejam capazes de fornecer o alerta e
proteção desejados. É constituído por elementos de reconhecimento do

6-4
C 7-10

batalhão, um pelotão de fuzileiros reforçado ou elementos de


reconhecimento da brigada em reforço.
(2) Escalão de combate – Uma companhia de fuzileiros reforçada,
sempre que possível, por elementos de cavalaria, engenharia e apoio de
fogo.
(3) Grosso – Constituído pelo batalhão menos os elementos
destacados à frente.
d. Em função da situação, o batalhão pode determinar que as
companhias do 2º escalão (grosso) lancem flancoguardas valor pelotão de
fuzileiros reforçado.

6-10. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE


a. O controle da companhia na marcha para o combate depende
principalmente do emprego correto das comunicações e da adoção
adequada de medidas de coordenação e controle.
b. A companhia de fuzileiros poderá receber do batalhão as seguintes
medidas de controle:
(1) Ponto inicial;
(2) Hora de início do movimento;
(3) Eixo de progressão;
(4) Itinerário de marcha - Quando o comandante deseja que
determinada estrada ou trilha seja usada no movimento, a fim de liberá-la;
(5) Região de destino - É uma região para a qual é dirigido o
movimento do segundo escalão e da qual só partirá mediante ordem;
(6) Objetivo de marcha - É um acidente do terreno para o qual é
dirigida a marcha de um elemento de primeiro escalão;
(7) Linha de controle - É uma linha aproximadamente perpendicular
à direção de marcha, facilmente identificável no terreno, e que facilita o
controle. Ao atingir a linha de controle o elemento participa ao escalão
superior que a atingiu e prossegue, sem deter seu movimento;
(8) Ponto de controle - Bifurcações, entroncamentos, cursos d’água
e outros acidentes característicos. Adota-se o procedimento similar à linha
de controle; e
(9) Zona de reunião
c. Os objetivos de marcha são marcados pelo batalhão atendendo
normalmente a necessidades de segurança. Ao atingi-los a companhia deve
conquistá-los e adotar medidas defensivas. Podem ser marcados:
(1) Em regiões que estejam, ou possam estar, em poder do inimigo
e cuja posse seja necessária para o cumprimento da missão;
(2) Em regiões favoráveis à adoção de uma atitude defensiva
definitiva ou momentânea, visando aguardar contato com o inimigo para em
seguida atacá-lo;

6-5
C 7-10

(3) Quando o percurso da marcha for longo e não puder ser


concluído em uma única etapa. Nesse caso, devem ser marcados objetivos
em regiões dominantes, onde devem ser estabelecidas medidas defensivas
de segurança necessárias, possibilitando o descanso da tropa.
d. A companhia, deslocando-se em coluna de marcha ou tática, faz
alto como prescrito nas normas gerais de ação da unidade ou como for
determinado pelo comandante do batalhão. Durante a marcha de
aproximação devem ser suprimidos os altos regulamentares. O comandante
da unidade determina a realização dos altos em função dos fatores da
decisão.

6-11. MARCHAS A PÉ
a. A companhia de fuzileiros, eventualmente, executa a fase final da
marcha para o combate por meio de uma marcha a pé. Pode fazer parte do
grosso ou atuar como elemento de segurança de um escalão superior.
b. A companhia como parte do grosso
(1) A companhia, geralmente, realiza o movimento em coluna
tática, marchando em coluna por dois, uma coluna de cada lado da estrada,
mantendo a integridade tática.
(2) Os oficiais e sargentos da companhia fazem observar uma
rigorosa disciplina de marcha. A subunidade testa mantém a velocidade de
marcha prescrita pelo comandante do batalhão; as demais conservam suas
posições na coluna. O comandante da companhia marcha à testa de sua
companhia, porém, em condições de deslocar-se para qualquer ponto onde
sua presença se torne necessária.
(3) As viaturas da companhia marcham em um grupamento
separado, sob controle do batalhão. O seu movimento, ordinariamente, é
feito por lanços, atrás dos elementos a pé do batalhão.
(4) A marcha termina com a chegada a uma zona de reunião
estabelecida no perímetro da região de destino do batalhão ou quando a
companhia recebe ordem de ocupar uma posição de ataque.
c. A companhia como escalão de combate de um batalhão
vanguarda
(1) A missão da companhia, como escalão de combate de um
batalhão vanguarda, é evitar retardo desnecessário ao batalhão e protegê-lo
contra a surpresa e a ação inimiga vindas da frente.
(2) A companhia como escalão de combate, via de regra, recebe
reforço de armas AC e elementos de reconhecimento de engenharia. Caso
seja reforçada por frações de cavalaria, estas devem ser empregadas
combinadas com os fuzileiros com a finalidade de agregar poder de
combate aos fuzileiros a pé face a possíveis resistências inimigas,
proporcionando à companhia maior potência de fogo, impulsão e rapidez.

6-6
C 7-10

(3) O escalão de combate é dividido de trás para a frente em:


Escalão de Combate propriamente dito, Escalão de Reconhecimento e
Ponta (Fig 6-1) . O comandante do escalão de combate destaca à sua frente
um escalão de reconhecimento que raramente excede ao efetivo de pelotão
de fuzileiros reforçado. O escalão de reconhecimento, por seu turno,
destaca à frente uma ponta, constituída de um grupo de combate. As
distâncias entre os diversos elementos de uma vanguarda variam de acordo
com a situação, o terreno e a visibilidade. Devem permitir que cada
elemento possa desenvolver-se sem sofrer séria interferência do inimigo
quando o elemento precedente trava contato com o mesmo. Porém não
devem ser demasiadamente grandes de modo a impossibilitar um elemento
de auxiliar, com rapidez, aquele que se encontrar à sua frente.
(4) A profundidade dos vários elementos de uma vanguarda e a
distância entre eles, em um deslocamento, são aproximadamente as
seguintes:

Distância ao
Elemento Efetivo Profundidade elemento
seguinte
Ponta Grupo de combate 50 m 200 m

Escalão de
Pelotão (-) reforçado 75 m 400 m
reconhecimento
Escalão de
combate Companhia de
150 m 600 m
propriamente fuzileiros(-) reforçada
dito

(5) À noite, ou sob condições de pouca visibilidade, as distâncias


podem ser consideravelmente menores; em terreno descoberto elas podem
ser aumentadas.
(6) Escalão de combate propriamente dito
(a) O escalão de combate propriamente dito, normalmente,
consiste de uma companhia de fuzileiros reforçada menos o pelotão
destacado para constituir o escalão de reconhecimento. A ligação com o
escalão de reconhecimento é mantida por meio rádio ou por homens de
ligação, retirados do escalão de combate. Caso a companhia seja reforçada
com carros de combate, estes deverão deslocar-se junto ao escalão de
combate.

6-7
C 7-10

DSR - A cargo Esc Sp

5 Km

- GC
Ponta

200 m

Esc
Rec - Pel Fuz (-) Rfr

400 m

Esc
Cmb - Cia Fuz (-) Rfr

600 m

Btl
Vgd - BI (-) Rfr

Fig 6-1. A Cia Fuz como escalão de combate de um batalhão vanguarda

6-8
C 7-10

(b) O escalão de combate geralmente marcha em coluna por


dois, uma coluna de cada lado da estrada, com aproximadamente dois
passos de distância entre os homens. O comandante do escalão de
combate, normalmente, marcha junto aos primeiros homens do escalão de
combate propriamente dito. Contudo, deve deslocar-se para qualquer ponto
onde sua presença se torne necessária. Ele deve informar, com rapidez, ao
comandante da vanguarda, toda mudança da situação.
(7) Escalão de reconhecimento - Compõe-se de um pelotão de
fuzileiros reforçado menos o grupo de combate destacado à frente como
ponta. A ligação com a ponta é mantida por meio rádio e por homens de
ligação destacados à frente pelo escalão de reconhecimento. O escalão de
reconhecimento marcha em coluna por dois, uma coluna de cada lado da
estrada, com aproximadamente cinco passos de distância entre os homens.
O escalão de reconhecimento pode ser reforçado por armas AC e
elementos de engenharia. O comandante do escalão de reconhecimento
usualmente desloca-se junto aos primeiros homens do mesmo,
acompanhado do observador avançado da seção de morteiros do pelotão
de apoio da companhia.
(8) Ponta – É constituída de um grupo de combate que, em
princípio, não é reforçado. É o elemento mais avançado da vanguarda. A
ponta marcha em coluna por dois, uma coluna de cada lado da estrada, com
um mínimo de dez passos de distância entre os homens.
(9) Conduta
(a) Um contínuo estudo de situação deve ser desenvolvido pelo
comandante de companhia e por seus comandantes de fração. Pontos
importantes do terreno, regiões de passagem obrigatória e regiões que
possam ser utilizadas pelo inimigo como posições de retardamento, como
base de fogos ou para a realização de emboscadas devem ser
reconhecidas pelos elementos mais avançados, que abandonam a estrada,
adotando a formação mais apropriada, e esclarecem a situação.
(b) A companhia freqüentemente participa de combates de
encontro, engajando-se por intermédio de seus primeiros elementos com
uma força inimiga parada ou em movimento, sobre a qual dispõe de poucas
informações. Em tais situações, as ordens breves e as ações rápidas e
agressivas tornam-se imprescindíveis para conquistar e manter a iniciativa.
(c) Salvo ordem em contrário, o escalão de combate ao
deparar-se com o inimigo ataca sem hesitação para destruí-lo, repeli-lo ou
cercá-lo. O ataque, no combate de encontro, é caracterizado por:
((1)) Reconhecimento rápido e agressivo;
((2)) Rápido estudo de situação;
((3)) Imediata expedição de ordens fragmentárias; e
((4)) Ataque direto partindo da coluna de marcha, assim que
as frações cerrem à frente e tornem-se disponíveis para o emprego.
(d) A ponta, ao encontrar a resistência inimiga, imediatamente,

6-9
C 7-10

desenvolve-se e ataca. O comandante do escalão de reconhecimento,


acompanhado de seus comandantes de fração, ocupa um posto de
observação para acompanhar a ação. Caso a ponta não consiga vencer a
resistência, o comandante do pelotão emprega o escalão de
reconhecimento após um rápido reconhecimento e estudo da situação. O
comandante da companhia vai à frente e, quando a situação exige, emprega
o escalão de combate propriamente dito, procedendo analogamente ao
comandante do escalão de reconhecimento. Sempre que possível, os
escalões de reconhecimento e de combate, mantêm o inimigo sob fogos e
atacam executando uma rápida ação em seu flanco, preferencialmente a
uma ação frontal. Se o escalão de combate não puder reduzir a resistência
inimiga, deverá imobilizá-la pelo fogo e localizar seus flancos, informando ao
comandante de batalhão para que este possa intervir. Se o inimigo retrair ou
for destruído sem que seja necessária a intervenção do batalhão, a
companhia escalão de combate rapidamente reiniciará a progressão. De
todo modo, sempre que for estabelecido contato com resistências inimigas a
companhia deve informar imediatamente ao batalhão, mesmo que seja
capaz de superá-las sem a ajuda deste.
(e) Ao atingir as proximidades do objetivo de marcha, a
companhia reagrupa-se e ocupa uma posição de ataque. O comandante da
companhia realiza um rápido reconhecimento e desencadeia um ataque.
Após a conquista do objetivo, medidas defensivas e de segurança são
adotadas, conforme determinação do comandante do batalhão. Esta ação
será tão rápida quanto possível, em função da presença ou não do inimigo.
(10) Segurança
(a) O comandante de cada elemento do escalão de combate é
sempre responsável pela segurança aproximada de sua fração. As medidas
de segurança adotadas dependem da missão, do terreno e das
possibilidades do inimigo.
(b) A segurança à frente pode ser proporcionada por elementos
de reconhecimento do escalão superior ou pelo destacamento de segurança
e reconhecimento (DSR) do batalhão. O comandante do escalão de
combate, geralmente, recebe dados desses elementos avançados por
intermédio do comandante da vanguarda.
(c) A segurança nos flancos da ponta e do escalão de
reconhecimento, em regra, limita-se à observação desses flancos. Quando
possível, uma proteção além de 600 metros é dada por flancoguardas
motorizadas do escalão de combate propriamente dito. São enviadas
flancoguardas aos pontos que permitam observação sobre o escalão de
combate ou que proporcionem ocultação aos elementos inimigos de
reconhecimento ou inquietação. Se a natureza do terreno impedir o
deslocamento de viaturas através campo, as flancoguardas deixarão suas
viaturas na estrada e avançarão a pé para os pontos de observação
escolhidos nos flancos. Após a passagem do escalão de combate

6-10
C 7-10

propriamente dito, as flancoguardas embarcam rapidamente nas viaturas e


deslocam-se para a testa da coluna.
(d) Durante os altos, o escalão de combate estabelece sua
própria segurança. Cada elemento, imediatamente, coloca observadores à
frente e nos flancos para evitar que elementos inimigos se aproximem sem
serem descobertos.
c. A companhia como vanguarda de um batalhão isolado -
Quando um batalhão marcha isoladamente, seu comandante designa uma
companhia de fuzileiros reforçada como vanguarda. A vanguarda é, em
princípio, responsável por sua própria segurança de flanco. A missão,
conduta e dispositivo desta companhia vanguarda são semelhantes aos da
companhia escalão de combate de um batalhão vanguarda.
d. A companhia como flancoguarda de uma força do escalão
superior
(1) A missão da companhia flancoguarda é proteger o grosso
contra a observação terrestre inimiga e os ataques nos flancos. Na
eventualidade de um ataque inimigo, a companhia combate para permitir o
ininterrupto escoamento do grosso ou permitir-lhe tempo suficiente para
desenvolver-se.
(2) A companhia flancoguarda pode ser reforçada por armas AC,
morteiros, elementos de reconhecimento e de engenharia. Os observadores
avançados de morteiros e de artilharia podem seguir com a companhia
flancoguarda. Em geral, é posto à sua disposição material especial como
minas AC, meios de destruição e de construção de obstáculos.
(3) A formação da companhia depende do terreno, disponibilidade
de itinerários paralelos, possibilidades do inimigo e do processo de
deslocamento usado. Quando marcha a pé, sua formação, em geral,
assemelha-se ao da companhia como escalão de combate de um batalhão
vanguarda. O comandante da companhia conserva uma reserva localizada
em um ponto central, em condições de ser empregada quando necessário.
Em virtude da dificuldade de assegurar convenientemente a proteção do
grosso, a companhia flancoguarda, normalmente, é motorizada.
(4) Em função do terreno e das possibilidades do inimigo, a
companhia flancoguarda pode deslocar-se paralelamente ao grosso ou
ocupar uma série de posições defensivas no flanco. Uma estreita ligação é
mantida com o grosso por meio de patrulhas e rádio.
(5) Quando mantém uma velocidade de marcha igual à do grosso,
ela atua do mesmo modo que o escalão de combate do batalhão
vanguarda. Quando ocupa uma série de posições defensivas, ela cobre as
prováveis vias de acesso do inimigo até que o grosso se escoe. Pode
construir barricadas e outros obstáculos nas vias de acesso ao flanco
exposto, aproveitando-se das cristas, cursos de água e desfiladeiros.
Atuando desse modo, a flancoguarda é parcialmente motorizada e ocupa as

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C 7-10

posições escolhidas, realizando uma série de deslocamentos em que uma


fração da companhia ultrapasse alternadamente a outra. A flancoguarda
toma medidas de segurança terrestre semelhantes às da companhia como
escalão de combate de uma vanguarda.

6-12. MARCHAS MOTORIZADAS


a. A companhia como parte do grosso de uma unidade
motorizada – A companhia geralmente realiza o movimento em coluna
tática, procedendo na marcha de acordo com as ordens e as normas gerais
de ação. As metralhadoras pesadas da subunidade são montadas para a
proteção antiaérea e cada viatura mantém um vigilante do ar. A proteção
anticarro é proporcionada por elementos de apoio do batalhão.
b. A companhia como escalão de combate motorizado de um
batalhão (Fig 6-2)
(1) A companhia de fuzileiros como escalão de combate
motorizado de um batalhão vanguarda, em regra, é precedida pelo
destacamento de segurança e reconhecimento (DSR) do batalhão ou
elementos de reconhecimento do escalão superior. Esses elementos, que
têm a missão de localizar o inimigo, marcham à frente do escalão de
combate, mantendo-se a uma distância suficiente para permitir-lhe
desembarcar e desenvolver-se (5 km ou mais).
(2) O escalão de combate destaca o escalão de reconhecimento
(pelotão de fuzileiros reforçado), que precede o escalão de combate
propriamente dito de, aproximadamente, 5 minutos. O escalão de
reconhecimento não destaca uma ponta como o faz na marcha a pé. Porém,
o comandante da companhia mantém ligação com os elementos de
reconhecimento avançados por meio de patrulhas e do rádio.
(3) Os processos de controle e de ação são semelhantes aos
usados pela companhia a pé. Em virtude da rapidez do deslocamento, uma
estreita ligação entre os vários elementos da coluna deve ser mantida, para
evitar que a coluna cerre por ocasião de altos imprevistos. As distâncias
entre as viaturas e entre os elementos do escalão de combate dependem da
visibilidade, do terreno e das possibilidades do inimigo.
c. A companhia como vanguarda motorizada de um batalhão
isolado - A missão, dispositivo, composição e conduta de uma companhia
vanguarda motorizada são semelhantes aos de uma companhia como
escalão de combate motorizada de um batalhão vanguarda.

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C 7-10

DSR - A cargo Esc Sp

5 Km

Esc
Rec - Pel Fuz Mtz (-) Rfr

5 Min

Esc
Cmb - Cia Fuz Mtz (-) Rfr

10 Min

Btl
Vgd - BI Mtz (-) Rfr

Fig 6-2. A Cia Fuz com escalão de combate na marcha motorizada

d. A companhia como flancoguarda motorizada


(1) Quando o grosso realiza marcha motorizada, a missão e a
organização da flancoguarda motorizada são semelhantes às da companhia
flancoguarda a pé. A companhia flancoguarda desloca-se por um itinerário
paralelo conveniente, adotando um dispositivo semelhante ao de escalão de
combate de um batalhão vanguarda motorizado.
(2) Quando o grosso marcha a pé, a missão e composição da
companhia flancoguarda motorizada são semelhantes às da companhia

6-13
C 7-10

flancoguarda a pé. Ela se fraciona em uma série de elementos motorizados.


O controle é realizado do mesmo modo que na flancoguarda a pé. A
companhia flancoguarda motorizada atua ocupando posições sucessivas
que bloqueiam as possíveis vias de acesso do inimigo. A ocupação dessas
posições no flanco, em regra, deve preceder a marcha do grosso.
Elementos de engenharia são empregados para auxiliar a construção de
barricadas e de outros obstáculos. Quando a cauda do grosso ultrapassa
uma determinada posição da flancoguarda, o elemento motorizado que a
ocupa desloca-se para nova posição localizada à frente da ocupada por
outros elementos da flancoguarda. Em caso de ataque, o comandante do
grosso é notificado e a flancoguarda retarda o avanço inimigo até que o
grosso desenvolva ou ultrapasse um ponto determinado. O comandante da
companhia da flancoguarda motorizada, em princípio, mantém uma reserva
localizada em um ponto central de onde possa reforçar qualquer um de seus
elementos.

6-13. MARCHAS NOTURNAS


a. Nas marchas para o combate descobertas pode ser necessário ou
conveniente realizá-las ou continuá-las à noite. A companhia de fuzileiros
pode receber ordem de iniciar ou prosseguir a marcha a pé ou em viaturas
durante a noite, para preservar o sigilo, conquistar o terreno ou evitar que o
inimigo tenha tempo de organizar posições retardadoras.
b. A formação adotada na marcha para o combate descoberta, durante
a noite, depende das informações existentes sobre o inimigo, do processo
de deslocamento, do grau de visibilidade e do terreno. Geralmente é usada
a coluna cerrada e a distância entre os elementos é menor que no
deslocamento diurno. Devem ser usadas medidas para manter a direção e o
controle.
c. Na marcha para o combate descoberta à noite, o sigilo é de suma
importância. As medidas para preservação do sigilo nesse tipo de marcha
compreendem o uso restrito de luzes, a redução dos ruídos ao mínimo, a
observância da correta utilização do rádio até o contato com o inimigo e
medidas passivas de proteção antiaérea. Particular atenção é dada à
segurança.
d. A marcha para o combate coberta à noite, é conduzida do mesmo
modo que a realizada durante o dia. Os movimentos noturnos são feitos
quando a superioridade aérea ou a artilharia do inimigo impedem os
deslocamentos diurnos ou se deseja reajustar o dispositivo da tropa,
conservando-se o sigilo.
e. Em boas estradas, a velocidade de marcha da tropa a pé, à noite,
aproxima-se à da velocidade durante o dia. Em estradas de difícil

6-14
C 7-10

transitabilidade, em noites de pouca visibilidade ou sob condições


atmosféricas desfavoráveis, a velocidade de marcha é consideravelmente
reduzida, tanto nas marchas a pé como nas motorizadas.
f. A perda de direção pode dividir uma coluna em várias partes,
ocasionando a perda do sigilo ou impedir que seja atingido o objetivo da
marcha antes do clarear do dia, o que pode ocasionar o não cumprimento
da missão. Se o tempo e a situação permitirem, será feito um
reconhecimento do itinerário durante o dia. Caso isso não seja possível, o
comandante da companhia faz um estudo na carta para escolher os
objetivos de marcha e outros pontos característicos do terreno que possam
auxiliar a manter a direção na marcha noturna.
g. Durante a noite, os comandantes fiscalizam a disciplina de marcha,
a manutenção do controle, da ligação e da direção. Os elementos do
primeiro escalão balizam cuidadosamente os itinerários e colocam guias
para auxiliar os elementos seguintes. Durante o movimento em noite escura,
podem ser usados meios de identificação especiais para evitar que os
elementos se percam.

6-14. APOIO DE ENGENHARIA


A companhia pode receber um pelotão de engenharia em reforço ou
apoio direto. Esta fração deve ser empregada junto ao escalão de combate
para realizar reconhecimentos especializados e abrir passagens em
obstáculos naturais e nos artificiais por ventura lançados pelo inimigo ou
pode apoiar as flancoguardas. Em qualquer situação, a companhia é
sempre responsável pela sua segurança. Nos grandes altos, nos objetivos
de marcha e nas zonas de reunião podem ser lançados obstáculos de
proteção.

6-15. COMANDO E CONTROLE


a. O comandante da companhia posiciona-se onde melhor possa
controlar a coluna, geralmente à frente. A observância de adequadas
medidas de coordenação e controle e o judicioso emprego dos meios de
comunicações garantem o controle necessário e possibilitam o exercício do
comando na marcha para o combate.
b. O meio de comunicação mais utilizado é o rádio, devido à
mobilidade e à rapidez das ações. Nas fases de contato remoto e pouco
provável, a prescrição rádio deve ser silêncio. Quando o contato for iminente
o grosso do batalhão deve permanecer em silêncio e o escalão de combate
passa a restrito. O comandante de companhia pode determinar, então, que
o pelotão do escalão de reconhecimento passe a restrito e os demais

6-15
C 7-10

pelotões permaneçam em silêncio. Ao estabelecer o contato com o inimigo


o rádio passa a livre.
c. Mensageiros especiais motorizados são largamente utilizados
devido à rapidez das ações e necessidade de ligações seguras.
d. Meios físicos somente são lançados nas regiões de destino,
objetivos de marcha e grandes altos.

6-16. APOIO DE FOGO


a. O apoio de fogo na marcha para o combate se caracteriza pelo seu
desencadeamento imediato para apoiar as ações dos elementos de 1º
escalão, normalmente combates de encontro. A designação dos alvos deve
ser feita com rapidez e precisão pelos observadores avançados ou
comandantes de fração de apoio.
b. Coluna de Marcha (1ª Fase) - O pelotão de apoio desloca-se
enquadrado na companhia, no local e formação determinados pelo
comandante da subunidade. As viaturas se deslocam, com o material, nos
trens de combate do batalhão.
c. Coluna Tática (2ª Fase) - As seções deslocam-se enquadradas no
pelotão de apoio, porém, determinadas frações de armas AC poderão
passar a reforçar o pelotão de fuzileiros mais avançado. Normalmente, as
viaturas deslocam-se por pequenos lanços, agrupadas à retaguarda dos
elementos a pé da companhia.
d. Marcha de Aproximação (3ª Fase)
(1) As viaturas ficam sob o controle direto do comandante do
pelotão de apoio. Elas deslocam-se, em geral, por lanços, na cauda dos
elementos a pé. No fim de cada lanço, elas devem procurar, sempre que
possível, cobertas e abrigos para sua proteção. Caso o escalão de
reconhecimento receba alguma fração do pelotão de apoio em reforço, uma
viatura com reboque poderá se deslocar por lanços, à retaguarda do
escalão de reconhecimento. As armas poderão ser transportadas a braço,
caso o deslocamento seja através de terreno sujo ou acidentado, ou quando
haja perigo das viaturas prejudicarem o sigilo do movimento, caso
observado principalmente em marchas noturnas.
(2) Seção Anticarro
(a) Normalmente uma peça é colocada em reforço ao escalão
de reconhecimento. A seção (-) é empregada em ação de conjunto,
marchando junto ao escalão de combate.
(b) O comandante do pelotão de apoio poderá deixar uma
viatura com reboque com a peça. Esta viatura se deslocará por lanços, à
retaguarda do escalão de reconhecimento.
(3) Seção de Morteiros

6-16
C 7-10

(a) A seção se desloca enquadrada no escalão de combate.


Normalmente atua em ação de conjunto, podendo, eventualmente, ser
empregada em apoio direto ao escalão de reconhecimento.
(b) A viatura da seção desloca-se por lanços, com o material e
munição, à retaguarda do escalão de combate.
(c) O observador avançado da seção acompanha o escalão de
reconhecimento.
(d) Sempre que a coluna pára por imposição do inimigo, a
seção entra em posição.
(e) Dependendo da provável ação do inimigo, do seu valor e
também do terreno, poderá ser determinado à seção de morteiros que
ocupe posições de tiro sucessivas, a fim de fornecer apoio imediato caso
haja o contato com o inimigo. Os deslocamentos e entradas em posição
sucessivas devem ser coordenados com os deslocamentos do pelotão de
morteiros do batalhão.

6-17. APOIO LOGÍSTICO


a. Trens da subunidade - Marcham juntos com a companhia,
normalmente à retaguarda da formação. O subcomandante da companhia
deslocar-se-á o mais à retaguarda possível da coluna de marcha, à frente
apenas da viatura de manutenção, de forma a auxiliar no controle da
companhia.
b. Refeições – Durante as duas primeiras fases da marcha, o Gp Ap
Dto Sup Cl I, ainda centralizado na companhia de comando e apoio, se
desloca com o destacamento precursor do batalhão para preparar a refeição
a fim de que a tropa possa se alimentar ao chegar no seu destino ou nos
locais de grande alto. Poderá também permanecer na última região de
destino para confecção das refeições, devendo executar seu movimento de
modo a encontrar a coluna de marcha na região do grande alto para
distribuição da refeição. Durante a marcha de aproximação, normalmente,
será consumida a ração operacional.
c. Suprimento CIasse III – Há previsão de elevado consumo. As
viaturas deverão ser reabastecidas pela viatura cisterna do trem de
combustível que percorre a coluna de marcha por ocasião dos altos.
d. Suprimento Classe V (munição) – Nas fases iniciais da marcha
para o combate não há previsão de elevado consumo de munição. O furriel
deve aproveitar todas as paradas para realizar o ressuprimento dos
elementos de primeiro escalão a fim de que cheguem aos objetivos finais
com a dotação completa, pois é nesse momento que há a maior
possibilidade de confronto com o inimigo.

6-17
C 7-10

d. Saúde - A turma de evacuação, quando em apoio direto à


subunidade, se desloca numa das últimas posições da coluna de marcha de
forma a socorrer os militares que necessitem de assistência médica. Os
feridos permanecerão à margem do itinerário de marcha aguardando a
passagem do trem de saúde do batalhão, para o atendimento médico.

ARTIGO III
RECONHECIMENTO EM FORÇA

6-18. GENERALIDADES
a. O reconhecimento em força é uma operação de objetivo limitado,
executada com a finalidade de esclarecer a situação.
b. A missão da companhia no reconhecimento em força é revelar e
testar o dispositivo do inimigo, seu valor, sua composição e suas
peculiaridades e deficiências. É uma operação de busca de dados que
auxiliem ao comandante do batalhão na tomada de decisão.
c. Embora a infantaria blindada, pela sua mobilidade e potência de
fogo, seja a tropa mais apta, a companhia de fuzileiros poderá realizar o
reconhecimento em força, enquadrada em uma ação do batalhão ou,
mediante ordem deste, isoladamente.
d. O planejamento, a organização dos meios e a execução de um
reconhecimento em força são semelhantes ao ataque, respeitando-se o
tempo disponível e a finalidade da operação.

6-19. FORMAS
a. Um ataque com objetivo limitado - Neste caso, a ação pode ser
dirigida exclusivamente sobre uma determinada área da qual o comando
deseja rápidas e precisas informações, ou pode constituir-se de uma série
de ataques que não passem de sondagens agressivas, desencadeadas ao
longo de toda a frente ou em parte do dispositivo inimigo;
b. Uma incursão - Ao contrário da forma anterior, é uma ação
desencadeada contra uma posição inimiga, sem a idéia de conquistar o
terreno. Consiste em introduzir no dispositivo inimigo uma força capaz de
realizar uma ação rápida e violenta, cujo vulto seja suficiente para forçar o
inimigo a revelar suas posições, o tempo de reação de suas reservas, seus
planos de fogos, etc. Após esta ação, segue-se um rápido retraimento para
as linhas amigas. A incursão pode ser aeromóvel, aeroterrestre ou
caracterizar-se por uma varredura com carros de combate.

6-18
C 7-10

6-20. EXECUÇÃO
a. Durante a realização de um reconhecimento em força, qualquer
que seja a forma adotada, a companhia deve:
(1) Estar preparada para aproveitar todo e qualquer êxito porventura
obtido, seja prosseguindo no ataque seja mantendo o terreno conquistado;
(2) Evitar engajar-se decisivamente no combate. Contudo, uma vez
engajada, utilizar-se de todos os meios possíveis para obter o
desengajamento;
(3) Designar elementos com a finalidade precípua de monitorar a
reação inimiga a fim de colher o máximo de dados para ações futuras; e
(4) Informar quanto às características e localização de alvos
adequados a serem batidos pelas armas de apoio de fogo e pela força
aérea, ficando em condições de completar a destruição desses alvos.
b. Uma vez cumprida a missão e conforme a situação que se
apresentar, a companhia pode:
(1) Permanecer em contato com o inimigo, mantendo as posições
atingidas e em condições de apoiar a ultrapassagem de uma outra força;
(2) Retrair para suas posições iniciais; e
(3) Prosseguir no ataque.

ARTIGO IV
ATAQUE

6-21. GENERALIDADES
a. O ataque é o principal tipo de operação ofensiva da infantaria,
caracterizado pelo emprego coordenado do fogo e do movimento para a
conquista de objetivos.
b. O ataque requer a observância de todos os princípios de guerra,
em particular a manobra, a simplicidade, a surpresa e a massa.

6-22. TIPOS DE ATAQUE


a. Ataque coordenado
(1) A realização de um ataque coordenado exige tempo suficiente
para permitir o planejamento completo e minucioso da operação, a
execução de reconhecimentos detalhados, a transmissão de ordens e
outras providências necessárias ao seu desencadeamento.
(2) Normalmente, a companhia participa de ataques coordenados
realizados por escalões superiores.

6-19
C 7-10

b. Ataque de oportunidade
(1) O ataque de oportunidade é um ataque imediato, realizado
após rápido reconhecimento, sendo essenciais a manutenção da velocidade
e da impulsão. Pode ser realizado contra forças paradas ou em movimento.
(2) O ataque se caracteriza pela imediata expedição de ordens
fragmentárias pelo comandante, destinadas aos elementos de manobra e
apoio de fogo, privilegiando a rapidez, a iniciativa e a manutenção da
impulsão.
(3) A diferença básica entre este e o ataque coordenado reside no
tempo disponível para o planejamento da operação. O tempo necessário
para sua preparação é da ordem de 1/3 a 1/2 do exigido pelo ataque
coordenado.
(4) A companhia pode realizar um ataque de oportunidade
isoladamente ou enquadrada no batalhão.

6-23. FORMAS DE MANOBRA


a. A companhia participa das seguintes formas de manobra ofensiva
desenvolvidas pelo batalhão e escalões superiores: ataque frontal,
penetração, desbordamento, envolvimento e infiltração.
b.. A companhia pode atacar os objetivos mediante uma ação frontal
ou de flanco. Sempre que possível, o comandante de companhia deve
priorizar as ações de flanco, procurando atingir o inimigo onde ele é mais
fraco. (Fig 6-3)
c. Para maior detalhamento acerca das formas de manobra ofensivas
consultar o manual C 7-20 BATALHÕES DE INFANTARIA.

6-24. PLANEJAMENTO DO ATAQUE


a. Recebimento da missão - Enquanto a companhia se prepara
para o ataque (de preferência sob a fiscalização do subcomandante), seu
comandante dirige-se ao posto de comando do batalhão para receber
ordens, acompanhado do comandante do pelotão de apoio, do auxiliar de
comunicações, de um rádio-operador e de um mensageiro. A ordem do
batalhão prescreve se a companhia inicialmente faz parte do escalão de
ataque ou se fica em reserva e quais os elementos que terá em apoio e/ou
em reforço. Se a companhia fizer parte do escalão de ataque, receberá a
direção geral do ataque, uma zona de ação e um ou mais objetivos.

6-20
C 7-10

Fig 6-3. Ação frontal e de flanco da companhia no ataque


b. Normas de comando
(1) Providências Iniciais
(a) Antes de deixar o local onde foi recebida a ordem do
batalhão, o comandante da companhia mantém breves entendimentos com
os comandantes dos elementos vizinhos e de apoio, estabelecendo as
bases para uma futura troca de informações por meio de entendimentos
pessoais ou de mensagens. Dos comandantes que não estiverem
presentes, obtém informações, pelos meios de comunicação ou por
elementos de ligação.
(b) O comandante da companhia procura obter do comandante
da tropa em contato a exata localização dos elementos a serem
ultrapassados pela companhia e dados e conhecimentos pormenorizados
sobre a localização e atividades inimigas, como por exemplo: posições de
armas automáticas, postos de observação, armas anticarro, campos de
minas, elementos de organização do terreno e recentes ações de patrulhas.

6-21
C 7-10

(c) Dos comandantes dos elementos de apoio, ele necessita


saber o posicionamento e os alvos de suas respectivas armas, a fim de
evitar o fratricídio e melhor localizar as armas de apoio da companhia.
(2) Observação e Planejamento do reconhecimento
(a) O Cmt Cia escolhe um posto de observação que
proporcione o máximo de vistas sobre a zona de ação da companhia e
proteção suficiente para a reunião de seus oficiais por ocasião da expedição
da ordem de ataque. A escolha é feita com a necessária antecedência para
dar tempo a que os comandantes de pelotão sejam levados até o posto por
um mensageiro.
(b) O Cmt Cia realiza um estudo em sua carta, estuda o terreno
e escolhe um itinerário para seus reconhecimentos. Em seguida, determina
a hora e o local de expedição da ordem.
(3) Reconhecimento
(a) Durante o reconhecimento o comandante estuda
detalhadamente o terreno, concluindo sobre seus efeitos sobre as nossas
operações e as do inimigo. O terreno é estudado identificando-se a zona de
ação da subunidade, levantando-se as restrições ao movimento,
selecionando-se as vias de acesso e/ou corredores de mobilidade dentro da
zona de ação da subunidade e avaliando-se cada uma delas quanto a
observação e campos de tiro, cobertas e abrigos, obstáculos, acidentes
capitais, espaço para a manobra, facilidade para o movimento, rede viária e
outros aspectos que o comandante julgue relevantes.
(b) O comandante da companhia estuda também as possíveis
localizações das posições inimigas e suas armas de apoio. Anota os
itinerários ou zonas onde a observação ou o fogo inimigo são mais limitados
pelo terreno e parecem favorecer mais o acesso às posições inimigas.
Avalia o auxílio que lhe podem prestar os fumígenos e os fogos das armas
de apoio, e anota os locais onde suas próprias armas podem ser instaladas
para apoiarem o deslocamento dos pelotões de fuzileiros. Considera,
também, em que posição os elementos vizinhos ficarão inicialmente em
relação à sua companhia e conclui se os seus flancos estarão protegidos ou
expostos. Observa o terreno que favorece ao inimigo, cobertas e abrigos
dos quais possa lançar contra-ataques de surpresa, quando o ataque estiver
em curso.
(4) Estudo de Situação
(a) O estudo de situação é um processo de raciocínio pelo qual
o comandante decide por uma linha de ação para cumprir sua missão. O
comandante da companhia leva em consideração sua missão o inimigo, o
terreno, os seus meios e o tempo disponível. O planejamento é baseado
nas informações existentes, no esforço de busca, no reconhecimento
pessoal, bem como no reconhecimento feito pelos comandantes de fração.
Pesando esses fatores, decide como empregar a companhia para cumprir a
missão recebida.

6-22
C 7-10

(b) O comandante da companhia, ao planejar o ataque, procura


concentrar seus meios de modo a favorecer o elemento do escalão de
ataque que utilizar a via de acesso que incide sobre o ponto decisivo do
terreno de acordo com a missão atribuída à companhia.
(c) O restante do escalão de ataque deve ser empregado nas
demais vias de acesso e/ou corredores de mobilidade restantes da zona de
ação da companhia. Isto forçará o inimigo a dispersar seus meios,
impossibilitando-o de concentrar sua potência defensiva contra um único
elemento de ataque.
(d) Dispositivo
((1)) O dispositivo para o ataque é função da missão da
companhia, da largura da zona de ação, dos reforços e apoio de fogos, do
conhecimento que se tem da localização do inimigo e da necessidade de
segurança. (Fig 6-4 )
((2)) Adotando um dispositivo com dois pelotões de
fuzileiros no escalão de ataque e um em reserva, a companhia pode
desencadear um ataque inicial potente e, ao mesmo tempo, manter uma
reserva que poderá influir em uma ação futura; este dispositivo é o mais
empregado.
((3)) O dispositivo com um pelotão de fuzileiros no escalão
de ataque e dois em reserva é indicado quando a companhia recebe uma
zona de ação muito estreita, quando está atuando com flanco exposto, ou
quando a situação inimiga é obscura. Neste caso, a companhia pode adotar
um dos dispositivos seguintes: pelotões sucessivos; em escalão, quando há
um flanco exposto; ou em cunha, quando ambos os flancos se acham
expostos.
((4)) A situação e o terreno podem exigir o emprego de três
pelotões no escalão de ataque, porém, não obrigatoriamente no mesmo
alinhamento. Um dispositivo inicial de ataque com os três pelotões de
fuzileiros em linha é excepcional, podendo ser empregado quando a
companhia recebe uma zona de ação bastante larga e a situação do inimigo
é conhecida.
(e) Durante seu estudo de situação, o comandante de
companhia também deve analisar a possibilidade de, após a transposição
da linha de partida, defrontar-se com obstáculos artificiais lançados pelo
inimigo que venham a deter a progressão. Fruto desta análise, ele pode
previamente estabelecer procedimentos a serem adotados para a abertura
de passagens, os quais devem incluir: dispositivo a ser adotado pelos
pelotões de fuzileiros; emprego das armas de apoio; e segurança dos
elementos de engenharia.
(5) Ordens
(a) Após completar seu estudo de situação, o comandante da
companhia emite a sua ordem, cuja expedição deve permitir aos
comandantes subordinados o máximo de tempo para realizarem seus

6-23
C 7-10

próprios reconhecimentos, emitirem suas ordens e colocarem suas frações


em condições para o ataque.

Fig 6-4. Dispositivos da companhia no ataque

(b) Para a emissão de sua ordem de ataque, o comandante da


companhia reúne os comandantes de pelotão e de elementos em reforço, o
auxiliar de comunicações e, quando as condições permitem, os sargentos
adjuntos dos pelotões e os comandantes de seção do pelotão de apoio. Em
geral, a ordem é emitida de um ponto do qual a parte mais importante do
terreno possa ser vista e mostrada. Quando houver premência de tempo e
os comandantes subordinados estiverem muito afastados, o comandante da
companhia emite sua ordem verbalmente ou por escrito, sob a forma de
ordens particulares. O comandante da companhia dará conhecimento de
sua ordem ao seu subcomandante logo que possível. Caso haja frações em
contato com o inimigo, seus comandantes não devem ser chamados para
receber ordens.
(c) A ordem de ataque da companhia compreende:
((1)) Informações sobre as tropas amigas e inimigas. A
informação sobre a tropa amiga deve incluir a localização e ações dos

6-24
C 7-10

elementos de apoio, vizinhos e outros que tenham relação direta com o


ataque da companhia;
((2)) Missão da companhia, hora de ataque, direção de
ataque, linha de partida e dispositivo inicial;
((3)) Missões específicas para cada pelotão do escalão de
ataque, para o pelotão de apoio e elementos em reforço;
((4)) Procedimentos para abertura de passagens em
obstáculos;
((5)) Localização da reserva e, se possível, seu provável
emprego;
((6)) Instruções para a conservação da ligação e proteção
dos flancos;
((7)) Instruções para a consolidação e reorganização após a
conquista dos objetivos;
((8)) Localização do posto de refúgio de feridos e do posto
de remuniciamento da companhia, bem como outras prescrições relativas
às atividades logísticas;
((9)) Localização (inicial e subseqüente) do posto de
comando da companhia e os locais inicial e subseqüentes onde poderá ser
encontrado o comandante da companhia.
(d) O comandante de companhia deve utilizar ao máximo, na
emissão das suas ordens, todos os meios de orientação disponíveis ou
improvisados, tais como: cartas, esboços, fotografias aéreas, imagens de
satélite e, quando o tempo for suficiente, caixões de areia. Para o modelo de
uma ordem de ataque da companhia, ver o Anexo A
(6) Fiscalização – Após a emissão da ordem, o comandante da
companhia fiscaliza os preparativos para o ataque, certificando-se de que
todos compreenderam suas missões. As ordens somente têm o máximo de
eficácia quando cada homem da companhia compreende o que deve fazer,
bem como onde, quando, como e por que, além da intenção do comandante
da subunidade, caso seja emitida.

6-25. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE


a. Zonas de reunião
(1) Zonas de reunião são os locais onde os elementos de uma
tropa se reúnem a fim de fazer os preparativos para o ataque. Se possível,
as zonas de reunião são localizadas à pequena distância (aproximadamente
1 hora de marcha) da posição de ataque.
(2) As características desejáveis de uma zona de reunião são:
(a) Ocultação da observação aérea e terrestre inimiga;
(b) Proteção contra os tiros diretos;
(c) Espaço suficiente para a dispersão adequada de todos os
elementos orgânicos, em reforço e em apoio à unidade;

6-25
C 7-10

(d) Dois ou mais itinerários de entrada e saída, em boas


condições;
(e) Solo consistente e locais de manobra e, de estacionamento
de viaturas;
(f) Obstáculos naturais para a proteção contra os ataques de
carros
(3) O comandante do batalhão fixa a zona de reunião da
companhia, no âmbito da zona do batalhão. Sua escolha se faz após ser
considerado o provável emprego da companhia. O comandante da
companhia, da mesma maneira, determina os locais a serem ocupados por
seus pelotões. ( Fig 6- 5)

Fig 6-5. A companhia na zona de reunião do batalhão


b. Posições de ataque - É a última posição coberta e abrigada
ocupada pelos elementos atacantes antes de transporem a linha de partida.
O comandante da companhia escolhe o exato local no terreno da posição
de ataque após o comandante do batalhão ter fixado a linha de partida.
Essa escolha depende do terreno e do plano de ataque. Quando há
necessidade de coordenação especial, o comandante do batalhão pode
determinar a posição de ataque da companhia. Além de proporcionar

6-26
C 7-10

proteção contra o fogo das armas portáteis e ocultação da observação


terrestre, a posição de ataque deve facilitar o movimento até a linha de
partida e ter uma área suficiente para comportar toda a companhia no
dispositivo inicial de ataque prescrito pelo seu comandante. As posições dos
pelotões do escalão de ataque e a posição inicial do pelotão reserva ficam
dentro dessa área, sendo a sua localização geral fixada pelo comandante
de companhia, de acordo com o seu plano de manobra. O local exato de
cada pelotão dentro da área que lhe for atribuída é determinado pelo seu
comandante.
c. Hora do ataque – Indica a hora de transposição da linha de partida
pelo escalão de ataque. Em geral, consta da ordem do batalhão. O
comandante da companhia prevê o tempo necessário ao deslocamento da
companhia da zona de reunião até a linha de partida, passando pela sua
posição de ataque. O início do ataque pode ser coordenado prescrevendo-
se um horário para que as frações se desloquem ou estejam prontas
aguardando um sinal convencionado.
d. Linha de partida - A ordem do batalhão fixa uma linha de partida
de onde a companhia deve iniciar seu ataque. Sua finalidade é facilitar a
coordenação e a progressão do escalão de ataque, de modo que seus
elementos ataquem o inimigo da maneira e na hora desejada. A linha deve
ser aproximadamente perpendicular à direção de ataque, de fácil
identificação no terreno e estar em poder de forças amigas. Em certas
situações a linha de partida pode ser de difícil localização no terreno. Neste
caso, a companhia fixa uma hora para o início do ataque, a partir de uma
posição à retaguarda (ou da própria posição de ataque), de maneira que os
seus elementos de primeiro escalão transponham a linha de partida à hora
prescrita na ordem do batalhão.
e. Zonas de ação e limites
(1) O comandante do batalhão atribui zona de ação a suas
companhias por meio do estabelecimento de limites entre elas. A zona de
ação define a responsabilidade sobre a área considerada, devendo a
companhia, no ataque, encarregar-se da limpeza da mesma. Uma
companhia enquadrada permanece dentro dos limites estabelecidos. Para
se utilizar de uma zona de ação de outra companhia deve solicitar
autorização ao batalhão e coordenar sua ação com o comandante da
companhia vizinha. Para executar um ataque de flanco, por exemplo, o
comandante da companhia pode precisar deslocar elementos por trás de
uma companhia vizinha, mas dentro dos limites do batalhão. A utilização da
zona de ação de um batalhão vizinho é feita mediante coordenação e
autorização do escalão superior. Uma companhia enquadrada,
normalmente, recebe uma zona de ação de 250 a 500 metros de frente.

6-27
C 7-10

(2) A cada pelotão de fuzileiros do escalão de ataque é atribuída


uma parte da zona de ação da subunidade, a qual é definida atribuindo-se
ao pelotão um trecho da linha de partida ou uma posição de onde deva
iniciar o ataque. Recebe ainda uma direção geral de ataque. Se necessário,
pode ser designada uma frente dada em metros dentro da qual deve
progredir. Normalmente, a frente fixada para o pelotão é de 100 a 250
metros, variando de acordo com a situação. Não são estabelecidos limites
entre os pelotões, possibilitando-os a utilizar itinerários na frente atribuída
aos pelotões vizinhos, desde que entrem em ligação com esses elementos.
f. Objetivos
(1) A ordem de ataque do batalhão pode determinar a conquista
de um ou vários objetivos. O comandante de companhia, em seu estudo
pode estabelecer objetivos intermediários, antes que o escalão de ataque
atinja os objetivos impostos pelo batalhão. O tempo de parada nestes
objetivos deve ser o menor possível, suficiente apenas para consolidação
do objetivo e reorganização da companhia com a realização dos ajustes
necessários para o prosseguimento.
(2) O comandante de companhia, como um meio de coordenação
dos esforços, pode dividir seus objetivos, atribuindo porções dos mesmos
aos pelotões do escalão de ataque.
(3) Além dos objetivos impostos, o comandante de companhia
pode estabelecer como objetivo um acidente do terreno ou posição inimiga
mais próxima, dentro de sua frente de ataque, cuja conquista seja essencial
para os ataques aos objetivos seguintes.
g. Direção de ataque – Quando o comandante de batalhão deseja
assegurar o cumprimento de um esquema de manobra cerradamente
coordenado pode impor uma direção de ataque à companhia. É uma
medida restritiva que indica a direção que deve ser seguida pelo esforço
principal da subunidade.
h. Linha de controle
(1) As linhas de controle devem ser nítidas no terreno, localizadas
sobre acidentes do terreno facilmente identificáveis, tais como uma linha de
crista, um curso de água ou uma estrada.
(2) As linhas de controle podem ser estabelecidas pelo escalão
superior ou pelo próprio comandante de companhia. São empregadas para
controlar a progressão dos subordinados, que devem informar ao escalão
superior quando as atingirem, sem parar, exceto se receberem ordem para
tal. Uma linha de controle pode ser utilizada para limitar a progressão de um
elemento.
(3) As linhas de controle podem ser empregadas também no
sentido longitudinal, paralelo à direção de ataque, para indicar a que

6-28
C 7-10

distância da força principal (escalão de ataque) deve operar uma força de


proteção de flanco.
(4) É comum o estabelecimento de linhas de controle em
operações com características especiais, como o ataque a localidade, o
ataque noturno e o ataque com transposição de curso de água, dentre
outras.
(5) Uma linha de controle também pode ser utilizada pelo batalhão
para determinar a mudança da direção do ataque principal, em uma
manobra de penetração sem a marcação de objetivos intermediários.
i. Eixo de Progressão
(1) Um E Prog indica a direção geral do movimento de uma peça de
manobra. Ele pode acompanhar um acidente do terreno bem definido, como
uma estrada ou uma linha de crista. Uma companhia que progride por eixo
de progressão não tem a responsabilidade de limpar a área ao longo do
eixo e pode ultrapassar forças inimigas que não ameacem o cumprimento
de sua missão. O comandante do batalhão deve ser informado quando
ocorrer tal ultrapassagem.
(2) Uma companhia pode desviar-se de seu eixo de progressão,
porém os desvios de maior vulto devem ser informados ao comando do
batalhão, que deve assegurar que os mesmos não interfiram na manobra ou
nos fogos das subunidades vizinhas.
(3) Um E Prog é fixado quando as condições favorecem a utilização
de uma determinada Via A que facilite a rápida conquista de um objetivo
profundo e/ou quando não há necessidade de restrição de fogos e de
movimento lateral.
(4) Uma resistência inimiga fraca ou desorganizada favorece a
utilização de E Prog. A designação de um E Prog estabelece uma
orientação geral ao comandante de subunidade, porém assegura-lhe
considerável liberdade de ação no cumprimento de sua missão. Quando
uma companhia recebe um E Prog adota a formação que melhor se adapte
à situação.
(5) É comum a utilização de um E Prog por tropas blindadas em
manobras de desbordamento.
j. Ponto de controle
(1) Os pontos de controle são pontos de referência usados para
facilitar o controle. Podem ser escolhidos em qualquer parte da zona de
ação ou ao longo de um E Prog.
(2) Utilizando-os, um comandante subordinado pode, de modo
rápido e preciso, informar suas sucessivas localizações, sendo
particularmente úteis nas operações de movimento rápido. Para segurança,
é desejável numerar ao acaso os pontos de controle..

6-29
C 7-10

l. Ponto de coordenação - É um ponto designativo de acidente do


terreno, facilmente identificável, onde deve ocorrer a coordenação de fogos
e/ou manobra entre duas companhias do escalão de ataque, balizando o
setor de tiro das subunidades.
m. Ponto de ligação
(1) Os pontos de ligação são fixados entre unidades ou
subunidades, onde o comandante deseja que as mesmas estabeleçam um
contato físico entre si.
(2) Os pontos de ligação podem ainda ser utilizados para definir
áreas de responsabilidade, em locais específicos, quando os limites são
obviamente inadequados, como por exemplo, entre os elementos de uma
força de proteção de flanco.
n. Ponto de liberação - O ponto de liberação é o local onde o
comandante libera seus elementos subordinados ao controle de seus
respectivos Cmt. Pode ser empregado em qualquer manobra, mas é
particularmente usado no ataque noturno e na realização de uma infiltração.

6-26. PREPARAÇÃO PARA O ATAQUE


a. Antes do ataque a companhia pode receber ordem de fazer uma
parada em uma zona coberta escolhida pelo comandante do batalhão, em
geral, na zona de reunião do batalhão.
b. Para a ocupação da zona de reunião, o comandante da companhia
determina que o encarregado de material e guias sigam com a turma de
estacionamento do batalhão, a fim de evitar confusão e o retardamento de
outros elementos. O encarregado de material é responsável pela repartição
da zona atribuída à Cia entre os pelotões e pela colocação dos guias para
orientá-los até suas respectivas zonas.
c. Quando a companhia ocupa parte da zona de reunião do batalhão,
as medidas de segurança são coordenadas pelo comandante do batalhão.
Essas medidas dependem do tempo de permanência na zona, das
possibilidades do inimigo, da segurança proporcionada por outras forças à
frente, do terreno, das armas de apoio e do material disponível. As medidas
de segurança podem variar desde o estabelecimento de postos de
observação (quando uma segurança conveniente for proporcionada por
forças dispostas à frente) até a defesa circular organizada, incluindo todas
as armas de apoio (quando é insuficiente a segurança proporcionada por
forças colocadas à frente, e um forte ataque inimigo é possível).
d. Na zona de reunião os elementos e homens da companhia
aproveitam as cobertas e os abrigos naturais para se protegerem da
observação terrestre e aérea. Caso o terreno não disponha de abrigos,
cavam-se abrigos individuais para homens deitados.

6-30
C 7-10

e. A principal atividade na zona de reunião consiste nos preparativos


para o ataque. A companhia recebe os elementos em reforço e são feitos
reconhecimentos, planejamentos pormenorizados, coordenações e ensaios
tão completos quanto possível. O material desnecessário ao combate é
reunido com o encarregado de material. As viaturas necessárias juntam-se
às suas frações. É dada à tropa o máximo de repouso, sem prejuízo da
segurança, de recebimento das instruções necessárias e dos preparativos
para o cumprimento da missão. A munição necessária ao combate é
distribuídas.

6-27. EXECUÇÃO DO ATAQUE


a. Da zona de reunião à posição de ataque - O deslocamento é
realizado de forma a permitir a manutenção do sigilo da operação. As
posições de ataque são ocupadas durante o tempo mínimo necessário ao
desenvolvimento, coordenação e preparativos finais para o ataque. Se a
situação e o terreno permitirem, viaturas poderão transportar até a posição
de ataque as armas e os equipamentos necessários. Porém, quando isso
puder prejudicar o sigilo, as viaturas devem permanecer inicialmente na
zona de reunião. O movimento dos elementos atacantes até a posição de
ataque pode ser feito sob o controle do batalhão ou da companhia.
b. Da posição de ataque à linha de partida - A partir da posição de
ataque, o deslocamento para a linha de partida é feito de modo a permitir
que os elementos do escalão de ataque da companhia, utilizando, ao
máximo, as cobertas e os abrigos, atinjam aquela linha no dispositivo
prescrito para o início do ataque. Guias podem ser utilizados para balizarem
passagens nos obstáculos abertos por elementos de engenharia do escalão
superior.
c. Da linha de partida à posição de assalto
(1) Os pelotões do escalão de ataque transpõem a linha de partida
na hora marcada, aproveitando os abrigos e as cobertas existentes no
terreno e a segurança proporcionada pelos fogos de apoio. A companhia
progride com uma eficaz combinação de fogo e movimento, em que os
elementos de manobra apoiam a progressão uns dos outros. Se forem
batidos por fogos inimigos de artilharia ou de morteiros, os pelotões
deslocam-se rapidamente, atravessando ou desviando-se da zona batida. A
observação inimiga para ajustagem dos tiros sobre os fuzileiros que
progridem pode ser parcial ou totalmente neutralizada pelo fogo e cortinas
de fumaça desencadeadas pelas armas de apoio.
(2) Quando a companhia deparar-se com obstáculos deve,
inicialmente, tentar desbordá-los (Fig 6-6A). Caso não seja possível, deve
proceder da seguinte forma para realizar a abertura de passagens:

6-31
C 7-10

(a) As posições inimigas que realizam fogos sobre a região dos


obstáculos devem ser submetidas a intensos fogos diretos e indiretos (Fig 6-
6B);
(b) Os elementos de engenharia em apoio devem cerrar à
frente para realizar a abertura de passagens (Fig 6-6C);
(c) Fogos fumígenos devem ser desencadeados sobre os
observatórios inimigos para cobrir a realização dos trabalhos de abertura
dos obstáculos (Fig 6-6D);
(d) O pelotão mais próximo do obstáculo realiza a segurança
aproximada dos elementos de engenharia antes dos obstáculos e à frente
dos mesmos, após a sua abertura (Fig 6-6E); e
(e) Após a abertura das passagens os elementos do escalão de
assalto transpõem o obstáculo o mais rápido possível e prosseguem no
ataque (Fig 6-6F).
(3) Os comandantes impulsionam energicamente os elementos
avançados para se apoderarem de regiões dominantes do terreno, de onde
o tiro (particularmente de armas automáticas) possa ser desencadeado
sobre as posições inimigas. Em virtude da falta de uniformidade da
resistência oferecida pelo inimigo, das diferenças de terreno e das variações
do auxílio recebido dos fogos de apoio, alguns elementos progridem
enquanto outros poderão ficar detidos. Um pelotão que não esteja detido
pelo fogo deve prosseguir na progressão, mesmo que seus vizinhos se
achem detidos. Esta progressão pode flanquear a resistência que detém os
elementos vizinhos e possibilitar tiros de flanco com armas automáticas
sobre ela, como também, permitir que as metralhadoras ocupem posições
de onde possam desencadear tiros de enfiada. Pode, ainda, favorecer o
emprego da reserva da companhia através dos intervalos criados para
atacar o flanco ou a retaguarda do inimigo. Os núcleos de resistência
obstinada são reduzidos por uma ação combinada de frente e de flanco.
(4) Durante as paradas temporárias não impostas pela ação
inimiga, o comandante da companhia dá a seus subordinados instruções
relativas à segurança. O máximo proveito deve ser tirado dessas paradas
para reorganizar os pelotões, supri-los e preparar o prosseguimento do
ataque. Devem ser tomadas medidas que reduzam ao mínimo as baixas
provenientes do fogo de armas portáteis, de artilharia ou bombardeio aéreo
do inimigo.

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A- Cia Fuz tentando desbordar B- Ini submetido a F diretos e indiretos

C- Elm de Eng cerram à frente D- Fumígenos para cobrir Trab Eng

E- Fuz fazem Seg aproximada F- Esc Atq prossegue no Atq

Fig 6-6. Ações da companhia face a um obstáculo

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C 7-10

(5) Emprego da reserva


(a) No inicio do ataque, o comandante da companhia deve
manter como reserva um pelotão de fuzileiros para cumprir as seguintes
missões: repelir contra ataques, substituir um elemento do escalão de
ataque que tenha sofrido um grande desgaste, fazer um esforço final para a
conquista do objetivo ou apoiar a progressão do escalão de ataque.
(b) O pelotão reserva deve ser mantido suficientemente próximo
do escalão de ataque para permitir seu pronto emprego na exploração de
um sucesso ou para repelir um contra-ataque. Se a reserva receber ordem
de acompanhar o escalão de ataque por lanços, de uma posição coberta
para outra, o comandante da companhia deve mantê-la dentro da distância
de apoio, porém, sem deixá-la confundir-se com o escalão de ataque. Se o
comandante da companhia, inicialmente, determinar que a reserva aguarde
em um determinado local, ele deverá dar ordem para o seu avanço em
tempo oportuno. As variações do terreno ou da situação podem exigir que o
comandante da companhia modifique a maneira de dirigir o deslocamento
da reserva ou altere a distância que ela deve seguir o escalão de ataque.
(c) A reserva da companhia é empregada sem hesitação para
renovar o ímpeto de um ataque enfraquecido, de preferência executando
uma ação desbordante e um ataque sobre um dos flancos do inimigo.
Sempre que possível, deve-se evitar um ataque através de um pelotão do
escalão de ataque, que esteja detido, desorganizado ou tenha sofrido
excessivas baixas. A reserva deve atacar como um todo. Exceto para repelir
um contra-ataque, via de regra, só será empregada depois que os pelotões
detidos do escalão de ataque tiverem empenhado todos os seus meios.
Uma nova reserva deve ser organizada o mais cedo possível.
(6) Auxílio aos elementos vizinhos
(a) A companhia auxilia a progressão dos elementos vizinhos.
Tal auxilio é prestado quando ordenado pelo comandante do batalhão ou
quando o comandante da companhia verifica que isso poderá favorecer o
cumprimento de sua missão e a do batalhão. (Fig 6- )
(b) O auxílio que permite o avanço de um elemento vizinho
atrasado é um meio eficaz de proteção do flanco da própria companhia,
(c) O auxilio pelo fogo e movimento, em geral, é mais eficiente
que o prestado somente pelo fogo. Esses movimentos são fortemente
apoiados pelos fogos das armas disponíveis, incluindo as do elemento que
está sendo auxiliado. O movimento não será utilizado se vier a comprometer
o prosseguimento de sua própria progressão.

6-34
C 7-10

Fig 6-7. Companhia no auxílio à companhia vizinha


d. Assalto
(1) Quando não mais for possível desencadear os fogos de apoio
sem perigo para o escalão de ataque, eles serão suspensos e/ou
transportados, mediante ordem do comandante da companhia, por um sinal
convencionado ou estimando-se o momento em que os elementos de
ataque atingem a posição de assalto.
(2) A partir dessa posição, os pelotões de assalto progridem para
o objetivo utilizando uma das seguintes técnicas de movimento:
(a) Movimento contínuo – Os pelotões se lançam sobre o
objetivo rápida e agressivamente, desencadeando os fogos de assalto sobre
os elementos inimigos, com a cooperação do fogo das metralhadoras,
impedindo o inimigo de realizar fogos eficazes sobre o escalão de ataque.
(b) Movimento por lanços – Os pelotões executam lanços,
combinando fogo e movimento até atingirem as posições inimigas. Essa
técnica é utilizada quando os fogos do escalão de assalto e das
metralhadoras não são capazes de impedir o inimigo de realizar seus fogos.
Os abrigos inimigos conquistados podem ser utilizados como local para
base de fogos, na conquista das demais posições.

6-35
C 7-10

(c) Movimento sigiloso – Os pelotões deslocam-se de forma


furtiva até o mais próximo possível do objetivo. Quando o sigilo for
quebrado, passam a deslocar-se de forma contínua ou por lanços. Este tipo
de movimento é particularmente utilizado em ataques noturnos ou sob
condições de visibilidade reduzida.
(3) O assalto é iniciado por ordem ou sinal do comandante da
companhia, repetido por todos os oficiais e sargentos, sendo impulsionado
até o limite posterior do objetivo, sem dar ao inimigo oportunidade para
reorganizar-se ou reforçar sua defesa. O comandante da companhia
empregará todos os meios disponíveis para dar agressividade ao seu
ataque e explorar, sem demora, qualquer vantagem obtida. O pelotão
reserva segue à esteira do escalão de ataque realizando a limpeza dos
objetivos.
e. Consolidação
(1) Imediatamente após a conquista de um objetivo, a companhia
instala-se para repelir os contra-ataques, de acordo com a ordem de ataque
da companhia. Seu comandante, então, faz um pronto reajustamento do
dispositivo para adaptá-lo à situação. Determina o rápido deslocamento do
pelotão de apoio e de quaisquer armas em reforço e coloca-os em
condições de bater possíveis vias de acesso do inimigo, à frente e nos
flancos do objetivo conquistado. Emprega outros fogos de apoio para
proteger-se dos contra-ataques inimigos.
(2) Após a instalação dos elementos da companhia para repelir um
contra-ataque, devem ser lançados elementos de segurança para alertar
sobre a aproximação do inimigo, e realizar um reconhecimento para o
prosseguimento do ataque, se for o caso.
(3) De acordo com a missão futura do batalhão e da subunidade, a
companhia pode adotar um dos dispositivos apresentados na Fig 6-8.
f. Reorganização - Simultaneamente, o comandante da companhia
determina que cada comandante de pelotão reorganize sua fração. Os
homens de funções importantes que estiverem feridos são substituídos, a
munição é redistribuída e a situação da companhia, inclusive dispositivo,
moral, efetivo e munição, é participada ao comandante do batalhão. A
munição para o remuniciamento é levada à frente por viaturas ou turmas de
transporte a braço, e os baixados são evacuados. A identificação das
unidades inimigas é participada e os prisioneiros são conduzidos ao posto
de coleta. Ao completar a sua reorganização, a companhia deve estar com
suas frações recompostas, devidamente controladas, com um suprimento
de munição adequado e ter planos completos para o prosseguimento do
ataque. O comandante do batalhão é informado da situação.

6-36
C 7-10

Ficar ECD prosseguir ou manter

(Z Reu)

(Z Reu)
(Z Reu)
Manter

(Z Reu)

Prosseguir

(Z Reu)

(Z Reu)

Fig 6-8 . Dispositivos do Btl e da Cia na consolidação

6-37
C 7-10

6-28. CONDUTA FACE ÀS AÇÕES DO INIMIGO


a. Quando a progressão é detida - Quando uma poderosa ação
inimiga obriga a uma defensiva temporária em estreito contato com um
inimigo forte, a companhia organiza uma posição defensiva sumária. Se
possível, continuará na ação pelo fogo, até que receba auxílio de outros
fogos de apoio ou até que um elemento vizinho ou de reserva flanqueie a
posição inimiga. A companhia não retrai da sua posição, a não ser por
ordem do comandante do batalhão. Quando a ameaça inimiga for repelida,
a companhia prepara-se para prosseguir no ataque.
b. Ações face aos contra-ataques
(1) Se o batalhão for contra-atacado por uma força com poder de
combate insuficiente para ameaçar o cumprimento da missão, a companhia
do ataque principal poderá receber ordem de ultrapassar o inimigo, cabendo
à reserva ou a uma subunidade que realize o ataque secundário a missão
de bloqueá-lo ou destruí-lo.
(2) Se a força de contra-ataque tiver poder de combate suficiente
para impedir o cumprimento da missão a mesma deverá ser destruída ou
neutralizada por fogos, de modo que o ataque ao objetivo possa prosseguir.
Se não houver disponibilidade de fogos, ou se estes não eliminarem a
ameaça inimiga, o escalão de ataque deverá ser empregado para destruir a
força contra-atacante antes do prosseguimento para a região do objetivo.
(3) Quando a força contra-atacante for demasiadamente forte para
ser eliminada, a mesma deverá ser contida e a situação informada ao
escalão superior.

6-29. SEGURANÇA
a. Apesar das medidas de proteção aos flancos tomadas pelo
comandante do batalhão, o comandante da companhia é responsável pela
segurança aproximada de seus flancos durante todo o ataque. As medidas
iniciais, geralmente, não permanecem eficazes durante o desenrolar do
ataque. Freqüentemente surgem vazios entre a companhia e os elementos
à sua direita ou esquerda. Se no início do ataque um elemento vizinho
estiver na mesma linha ou à frente da companhia e o intervalo não puder
ser coberto pela observação e pelo fogo, o comandante da companhia deve
empregar elementos para manter a ligação e informar periodicamente a
localização daquele elemento.
b. Via de regra, os elementos de segurança são destacados do
pelotão reserva. Esses elementos agem diretamente sob as ordens do
comandante da companhia que poderá deixar, entretanto, o seu controle a
cargo do comandante do pelotão reserva, determinando-lhe a missão de
manter a ligação ou proteger um flanco. Neste caso, o comandante da
companhia fixará o efetivo máximo do elemento de segurança.

6-38
C 7-10

c. O alerta oportuno tem vital importância para a redução das baixas


conseqüentes de ataques aéreos e de carros. Cada pelotão de fuzileiros é
responsável pela sua própria segurança antiaérea e anticarro empregando,
para esta última, as granadas de bocal e lança-rojões.
d. O comandante da companhia coordena a defesa anticarro dentro de
sua companhia. Estabelece para cada pelotão de fuzileiros direções ou
zonas a serem defendidas contra os ataques de carros e atribui missões às
peças de armas AC, escolhendo posições que batam as vias de acesso
favoráveis aos carros.

6-30. EMPREGO DE CARROS DE COMBATE


a. Embora não seja o emprego usual, em situações excepcionais a
companhia pode receber o reforço de um ou mais pelotões de carros de
combate, formando uma força-tarefa.
b. Os fogos dos carros aumentam a potência de fogo e a ação de
choque da companhia de fuzileiros e proporcionam proteção contra carros.
Existem cinco processos gerais de ataque que podem ser usados pelo
binômio infantaria-carros e que, freqüentemente, são combinados entre si. A
resistência do inimigo e o terreno indicam o melhor processo a ser adotado
para que seja assegurado o sucesso de um ataque.
(1) Primeiro processo - Inicialmente, os carros apóiam a infantaria,
atirando de posições com desenfiamento de couraça ou permanecem
ocultos próximos à linha de partida. Quando a infantaria se aproxima da
posição de assalto, os carros progridem rapidamente e juntam-se aos
fuzileiros. Os fogos de apoio são, então, transportados para outros alvos e a
infantaria e os carros executam o assalto em conjunto, com os fuzileiros nos
intervalos dos carros. A transposição da linha de partida pelos carros será
regulada de modo que atinjam a posição de assalto simultaneamente com a
infantaria. Este processo é vantajoso quando o objetivo for claramente
definido e existirem campos de tiro para os carros. Geralmente obtém-se a
surpresa e, ainda, a vantagem de explorar-se a potência máxima de fogos
dos carros no momento crítico e decisivo do assalto. Os fogos à curta
distância, desencadeados dos carros em movimento, juntando-se ao fogo
de assalto da infantaria, aumentam muito a intensidade de efeito de choque.
(2) Segundo processo – Inicialmente a infantaria progride no
terreno com o apoio dos carros em base de fogos. Os carros transpõem a
linha de partida a tempo de ultrapassarem a infantaria durante a progressão,
antes dela atingir a posição de assalto. Assim, os carros precedem a
infantaria de uma distância que permita segurança aos fuzileiros face aos
arrebentamentos de artilharia com espoleta de tempo. A infantaria segue à
retaguarda dos carros eliminando ou capturando o pessoal inimigo
remanescente. Este processo encontra sua maior aplicação em ataques

6-39
C 7-10

fortemente apoiados por tiros de artilharia com espoleta de tempo contra um


inimigo que possui pouco ou nenhum abrigo coberto e cuja defesa anticarro
disponha de poucos engenhos anticarro. Apresenta a vantagem de
velocidade e da ação de choque e, em geral, consegue a surpresa. A
potência máxima de fogos dos carros é obtida durante os períodos críticos,
quando os fogos da artilharia e dos morteiros são transportados para outros
alvos e a missão de neutralizar as armas de apoio avançadas do inimigo é
transferida para as armas do escalão de ataque.
(3) Terceiro processo - A infantaria e os carros, vindos de direções
diferentes e deslocando-se por itinerários diversos, convergem sobre o
objetivo. Devido ao fato das velocidades de progressão dos carros e da
infantaria serem diferentes, o horário de transposição das linhas de partida é
coordenado de modo que a infantaria e os carros possam se lançar ao
assalto final juntos. Sempre que possível, os carros apóiam pelo fogo a
progressão da infantaria, até o momento em que devam desencadear seu
próprio ataque. Este processo é aplicável quando o terreno e a defesa
inimiga permitem a utilização de, pelo menos dois itinerários, um para a
infantaria e outro para os carros.
(4) Quarto processo - A infantaria e os carros deslocam-se juntos
na mesma velocidade durante toda a progressão, desde a linha de partida
até o objetivo. A infantaria pode deslocar-se ligeiramente à frente dos
carros, entre eles ou logo atrás. Durante o avanço, estas posições relativas
da infantaria e dos carros variam de acordo com a natureza da resistência
inimiga e o terreno. Este processo é usado quando a visibilidade é precária,
nas zonas edificadas e nos bosques. Ele assegura uma estreita
coordenação e o máximo de apoio mútuo, com sacrifício, porém, da
velocidade e da surpresa. A pequena velocidade imposta ao carro aumenta
a sua vulnerabilidade aos fogos anticarro e dá tempo ao inimigo para
aumentar a intensidade de seus fogos defensivos. Em terreno coberto,
quando a situação do inimigo é pouco conhecida, é indicado o emprego
inicial deste processo adotando-se outro quando o escalão de ataque
penetrar em terreno menos coberto ou quando tornar-se mais clara a
situação do inimigo.
(5) Quinto processo - Os carros, parados, atiram de posições com
desenfiamento de couraça, localizados na linha de partida ou em suas
proximidades, e apóiam a infantaria executando tiros por cima da tropa ou
pelos intervalos ou flancos, durante toda a sua progressão, desde a linha de
partida até o objetivo. Este processo é o menos eficiente de todos e
somente é empregado quando obstáculos naturais e artificiais impedem o
movimento dos carros até o objetivo.
c. Qualquer que seja o processo empregado, uma vez conquistado o
objetivo, a infantaria e os carros, na fase de limpeza, agem coordenando
estreitamente suas ações. Os carros, particularmente, apóiam a infantaria

6-40
C 7-10

na destruição das armas automáticas inimigas na zona de objetivo,


enquanto que aquela auxilia os carros, eliminando rapidamente as armas
anticarro, coletivas e individuais. Durante a reorganização e os preparativos
para o prosseguimento do ataque, os carros e a infantaria tomam os
dispositivos previstos para manter o objetivo conquistado, na eventualidade
de contra-ataques inimigos.

6-31. COMANDO E CONTROLE


a. Durante os preparativos para o ataque o posto de comando da
companhia situa-se na zona de reunião. Devem ser estabelecidos circuitos
físicos para as ligações com os escalões superior e subordinado e vizinhos.
O rádio, a princípio, deve permanecer em silêncio a fim de não denunciar os
preparativos para a operação. Mensageiros de escala e especiais também
são largamente empregados.
b. Uma vez desencadeado o ataque, o comandante da companhia
deve manter-se constantemente informado das mudanças de situação das
frações subordinadas, dos elementos vizinhos e superiores, por intermédio
de uma permanente ligação para a frente, para os flancos e para trás. Desta
forma, quando for necessário intervir na ação, poderá dar ordens oportunas,
quer dirigindo os pelotões de ataque, quer empregando todos os fogos de
apoio disponíveis ou empregando sua reserva no momento e local
adequados.
c. O comandante da companhia, acompanhado por um rádio-operador
e um telefonista (mensageiro), desloca-se por onde melhor possa observar
e controlar a ação dos elementos do escalão do ataque. Normalmente, o
posto de comando localiza-se entre as posições dos pelotões do escalão de
assalto e do pelotão reserva e acompanha a companhia na sua progressão.
d. Durante o ataque, o rádio é largamente empregado. Mensageiros
também podem ser utilizados para manter as ligações necessárias. O uso
do meio físico é restrito. Os circuitos somente serão restabelecidos por
ocasião da consolidação do objetivo final.

6-32. APOIO DE FOGO


a. Tipos de fogos
(1) Fogos de preparação
(a) Iniciados antes dos fuzileiros transporem a LP.
(b) Visam facilitar o desembocar do ataque.
(c) Têm por finalidade destruir ou neutralizar posições inimigas
que poderão dificultar a progressão dos fuzileiros.
(d) Os morteiros e as metralhadoras podem participar desses
fogos.

6-41
C 7-10

(2) Fogos durante o ataque


(a) São os fogos de maior importância durante o ataque.
(b) Realizados depois que os fuzileiros transpuserem a LP.
(c) Realizados contra alvos (armas coletivas e núcleos de defesa
inimigos) que se oponham à progressão dos pelotões de fuzileiros.
(d) São suspensos ou alongados quando o escalão de ataque
alcança o limite de segurança, normalmente, a posição assalto.
(3) Fogos de proteção
(a) Executados durante o assalto e consolidação.
(b) Têm por finalidade impedir que o inimigo reforce suas
posições ou lance contra-ataques.
(c) São também desencadeados nos flancos dos pelotões de 1º
escalão quando a progressão de um for mais rápida que do outro.
b. Durante a preparação para o ataque, o comandante da companhia
pode ordenar que o pelotão de apoio ocupe posições de tiro para proteger a
zona de reunião da companhia ou que as armas permaneçam nas viaturas
dentro da zona do pelotão. Esta decisão depende de vários fatores,
inclusive ameaça inimiga, tempo de permanência na zona de reunião e da
eficácia do apoio dado pelas armas do escalão superior na proteção da
zona de reunião.
c. O comandante do batalhão prescreve em sua ordem de ataque os
fogos de apoio, inclusive os dos pelotões da companhia de comando e
apoio, artilharia e os dos carros de combate, se for o caso. As zonas de
posições, os alvos ou setores de tiro, o horário e duração dos fogos de
apoio são dados ao comandante da companhia.
d. O comandante da companhia planeja seu ataque procurando tirar o
máximo proveito dos fogos que apoiarão a progressão do escalão de
ataque. Ele coordena a instalação das armas orgânicas e a progressão de
seus elementos de fuzileiros de acordo com a instalação das armas de
apoio do batalhão. A ordem de ataque da companhia deve prever a zona de
posição e os alvos ou setores de tiro das seções ou peças.
e. As seções do pelotão de apoio são colocadas em posição antes do
ataque, a fim de neutralizarem os elementos inimigos que possam impedir a
progressão dos pelotões de fuzileiros. Se de inicio não houver posições
adequadas, a ordem deverá fixar que acompanhem um elemento do
escalão de ataque, dando com precisão a missão ou missões que deverão
cumprir, após serem encontradas posições apropriadas.
f. Os fogos de preparação pode iniciar-se antes, na hora ou após a
hora “H” e continuar até ser pedida sua suspensão pelos elementos de 1º
escalão ou até um tempo predeterminado. Quando não for possível a
realização da preparação, devido à falta de tempo para o conhecimento

6-42
C 7-10

pormenorizado do inimigo e para a organização de um plano de fogos


perfeitamente coordenado com a manobra, poderá ser realizada, nos
últimos minutos que precedem a hora H, uma intensificação dos fogos que
vinham sendo realizados, com a finalidade de facilitar a tomada do
dispositivo e o desembocar do ataque.
g. Durante o ataque, o comandante da companhia procura assegurar
a mais estreita coordenação entre a progressão de seus pelotões de
fuzileiros e os fogos das armas de apoio. Organiza poderoso e bem
coordenado apoio de fogo para produzir o maior efeito possível no inimigo,
de modo que o ataque progrida rapidamente, ganhando tempo e diminuindo
as baixas.
h. Quando o escalão de ataque atinge a posição de assalto e os
fogos tornam-se perigosos para tropas amigas eles são suspensos,
alongados ou transportados para outros alvos. Geralmente a artilharia e os
morteiros transportam seus fogos ao iniciar-se o assalto, enquanto armas
mais precisas (metralhadoras, CC e armas AC) continuam a atirar, até ser
atingido o limite máximo permissível de segurança. Quando os CC
precedem os elementos a pé no assalto, a artilharia e os morteiros podem
atuar com espoleta de tempo sobre os CC.
i. Após a conquista do objetivo, as armas de apoio protegerão a
reorganização da companhia e auxiliarão a repelir os contra-ataques
inimigos. Os fogos para a manutenção de um objetivo devem ser planejados
antes de sua conquista e têm características defensivas para permitir sua
manutenção. Barragens devem, então, ser previstas sobre as principais vias
de acesso, bem como outros fogos que dificultem ou impeçam os contra-
ataques.
j. Morteiros
(1) Os fogos dos morteiros são empregados, principalmente, para
destruir ou neutralizar pessoal ou armas de apoio inimigas, que possam ser
batidas mais rapidamente pelos morteiros do que pela artilharia. Os
morteiros médios também cumprem missões de mascaramento com
fumaça.
(2) Durante o ataque, os morteiros abrem fogo, a pedido, para
baterem resistências que se opõe à progressão dos pelotões do escalão de
ataque. Cada morteiro, geralmente, muda de posição quando seus fogos
não mais possam proporcionar apoio aos fuzileiros.
k. Armas AC
(1) São determinadas para as armas AC zonas de posição para
bater as vias de acesso mais importantes para os carros combate inimigos,
na frente e nos flancos da companhia.

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C 7-10

(2) Sem prejuízo de sua missão principal, poderão ser


empregadas contra fortificações, abrigos organizados, armas coletivas e, no
caso dos CSR, tropa desabrigada. Executam também missões fumígenas,
dificultando a observação do Inimigo.
l. Carros de combate - Os CC são, essencialmente, elementos de
manobra. Excepcionalmente, podem ser empregados como elementos de
apoio de fogo. Neste caso, seu emprego é previsto no plano de apoio de
fogo da subunidade.
m. Formas de emprego do pelotão de apoio
(1) Seção Anticarro
(a) Ação de conjunto – Utlizada quando se deseja o controle
centralizado e o alcance do armamento permitir à seção fornecer proteção
AC para a companhia. Neste caso, devem ser ponderados dois fatores:
((1)) A possibilidade do comandante da companhia
controlar a seção durante o ataque.
((2)) A capacidade da seção deslocar-se rapidamente por
toda a zona de ação para fazer face a qualquer ameaça de blindados.
(b) Apoio direto ou reforço - É o emprego mais freqüente no
ataque, normalmente, dissociada por peças.
(2) Seção de morteiros
(a) Ação de conjunto - É a forma de emprego mais normal da
seção. Utilizada quando a observação e o tiro de uma única posição
permitirem cobrir toda a zona de ação da companhia, inclusive o objetivo
final.
(b) Apoio direto ou reforço - A seção raramente será
empregada desta forma no ataque.
n. Emprego de fumígenos - No ataque os fumígenos são
empregados para:
(1) Cegar a observação inimiga;
(2) Reduzir a eficácia dos tiros diretos inimigos;
(3) Dificultar a ajustagem dos fogos indiretos inimigos;
(4) Reduzir a eficiência de equipamentos optrônicos;
(5) Ocultar nossos deslocamentos e reorganização;
(6) Cobrir a abertura de passagens em obstáculos batidos por
fogos;
(7) Cobrir travessias de curso d’água ou operações anfíbias;
(8) Proteger o assalto das tropas amigas;
(9) Isolar posições ou zonas inimigas; e
(10) Causar baixas (apenas quando for utilizado o fósforo branco).

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C 7-10

6-33. APOIO LOGÍSTICO


a. Os trens de subunidade devem ficar o mais à frente possível, de
preferência dentro do limite de retaguarda da companhia. Podem ocupar a
posição de ataque da companhia, imediatamente após o deslocamento dos
pelotões para o ataque.
b. Normalmente, o deslocamento dos trens de subunidade estará
condicionado à conquista dos objetivos da companhia, de forma a apoiar a
reorganização. Este deslocamento deve ser feito tão logo quanto possível.
Deve ser dada prioridade para o deslocamento do P Remn, pela
necessidade de remuniciamento para execução das atividades de
manutenção do objetivo e preparação para ações futuras.
c. Há previsão de consumo elevado de munição, principalmente
quando suas armas participarem da preparação. A companhia poderá
receber munição para consumo imediato para permitir ultrapassar a LP com
sua dotação completa.

6-34. A COMPANHIA DE FUZILEIROS RESERVA NO ATAQUE


a. Deslocamento para a posição inicial
(1) Quando a ordem do batalhão contém a designação de uma
companhia de fuzileiros para reserva do batalhão, deve prescrever o local
inicial da mesma e instruções referentes aos deslocamentos subseqüentes,
proteção dos flancos, organização de planos para fazer face às várias
situações e ligação com as unidades vizinhas.
(2) Após receber a ordem do batalhão, o comandante da companhia
reserva estuda os possíveis itinerários que conduzem da zona de reunião à
posição inicial da reserva. A escolha do itinerário que será utilizado é feita
após um reconhecimento executado, de preferência, pelo comandante da
companhia. O máximo esforço deve ser feito para evitar que seja
denunciado o deslocamento e a posição da reserva. O comandante da
companhia, normalmente, permanece junto ao comandante do batalhão
durante o desenrolar do ataque.
(3) Após reconhecer o itinerário e o local da posição inicial da
reserva, o comandante da companhia emite sua ordem inicial. Fornece a
seus homens informações acerca do inimigo e sobre o plano de ataque do
batalhão e transmite instruções concernentes ao deslocamento da
companhia até a posição inicial, sua ocupação e segurança.
b. Deslocamento para as posições sucessivas da reserva
(1) A companhia reserva é colocada, inicialmente, eixada com a
companhia que estiver atacando o objetivo principal, na zona de ação do
batalhão. No desenrolar do ataque, desloca-se na esteira da companhia que
estiver progredindo com maior rapidez, a fim de protegê-la dos contra-

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C 7-10

ataques e das infiltrações à sua retaguarda, apoiar o ataque e explorar o


sucesso da ação. O comandante da companhia deve manter a ligação com
o escalão de ataque, com o cuidado de não se deixar engajar pelo fogo
inimigo, permanecendo, se possível, em outro compartimento do terreno.
(2) A companhia reserva pode também deslocar-se por lanços,
mediante ordem do comandante do batalhão. Quando ela estiver muito
distante das companhias do escalão de ataque, para cumprir suas prováveis
missões, seu comandante prontamente informa este fato ao comandante do
batalhão.
c. Missões da companhia reserva
(1) A companhia reserva pode receber uma ou mais das seguintes
missões:
(a) Desbordar núcleos de resistência localizados pelo escalão de
ataque, podendo fazer um deslocamento pela zona de ação de um batalhão
vizinho;
(b) Proteger os flancos e a retaguarda das companhias de
primeiro escalão;
(c) Repelir contra-ataques, particularmente os dirigidos contra os
flancos;
(d) Limpar uma posição conquistada ou ultrapassada pelo
escalão de ataque;
(e) Tomar para si a missão de todo ou parte do escalão de
ataque;
(f) Manter ligação com as unidades vizinhas.
(2) Durante o planejamento para o ataque, o comandante do
batalhão informa o provável emprego da reserva e determina que o
comandante da companhia faça o reconhecimento e elabore planos. O
comandante da companhia prepara planos para fazer face a todas as
situações prováveis e, após a aprovação do comandante do batalhão, dá
conhecimento aos seus comandantes subordinados dos pormenores desses
planos e avalia o tempo necessário para que cada um deles seja posto em
execução.
d. Reconhecimento e ligação
Para executar com rapidez qualquer de suas missões, o
comandante da companhia mantém-se constantemente informado da
situação por meio de:
(1) Reconhecimento e observação pessoal;
(2) Contato pessoal com o comandante e o posto de comando do
batalhão;
(3) Comunicação com o comandante e o posto de comando do
batalhão.

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C 7-10

e. Emprego da companhia reserva


(1) Quando o comandante do batalhão decide empregar a
companhia reserva e é impraticável a designação de uma linha de partida,
prescreve uma zona de ação de onde deverá desencadear o ataque e
determina ao comandante da companhia que escolha a linha de partida e
informe. O comandante do batalhão, também, fixa o objetivo, a hora
provável do ataque, a direção ou zona de ação e todas as modificações do
plano de apoio de fogos do batalhão que se fizerem necessários ao ataque.
Coordena as atividades dos outros elementos do batalhão, de modo que a
reserva não seja forçada a esperar na zona de reunião e seu ataque seja
executado simultaneamente com o esforço conjunto do restante do
batalhão.
(2) O comandante da companhia faz um rápido estudo de situação e
emite ordens a seus subordinados. Estabelece as ligações necessárias com
vizinhos e elementos de apoio e sem perda de tempo desloca a companhia.
Quando a reserva chega à zona de ação designada, o comandante da
companhia participa o fato ao comandante do batalhão e prepara-se para
desencadear o ataque.

6-35. A COMPANHIA NO ATAQUE DE FIXAÇÃO


a. Fixar é a ação tática, normalmente ofensiva e de profundidade
limitada, que visa a impedir o desengajamento do inimigo em contato, de
suas reservas imediatas e meios de apoio de fogo. A fixação é uma ação
secundária dentro do contexto da manobra do batalhão. Ocorre de maneira
freqüente quando o batalhão realiza uma manobra de desbordamento ou
infiltração.
b. A companhia poderá receber a missão de fixar uma subunidade
inimiga de primeiro escalão. Para o cumprimento da mesma, o comandante
da companhia deverá planejar a conquista de um dos núcleos de pelotões
de fuzileiros do contato (Fig 6-9).

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C 7-10

Fig 6-9 . A Cia Fuz no Atq para fixar a Cia de primeiro escalão
c. O batalhão poderá, ainda, desejar fixar a companhia reserva
inimiga ou parte da mesma em sua zona de ação. Para isso, determinará à
companhia que atinja as posições do pelotão reserva da companhia inimiga
de primeiro escalão, de forma a atrair elementos da reserva inimiga para os
núcleos de aprofundamento do dispositivo defensivo (Fig 6-10).

Fig 6-10 . A companhia fixando Elm da Cia Res inimiga

6-48
C 7-10

ARTIGO V
ATAQUE DE INFILTRAÇÃO

6-36. GENERALIDADES
a. A infiltração é a forma de manobra tática ofensiva onde uma força é
desdobrada à retaguarda de uma posição inimiga por meio de um
deslocamento dissimulado, com a finalidade de cumprir missão que
contribua diretamente para o sucesso da manobra do escalão superior.
b. Os escalões batalhão de infantaria ou menores são os mais
adequados às operações de infiltração. A companhia de fuzileiros poderá
participar de um ataque de infiltração como parte da força infiltrante (no
caso de o batalhão realizar a infiltração como um todo), como força
infiltrante ou como força de fixação (realizando um ataque limitado).
c. As unidades de infantaria leve, de montanha, pára-quedista, de
selva e motorizada são as tropas mais aptas a realizarem a infiltração,
considerando-se suas peculiaridades de emprego e os respectivos
ambientes operacionais.
d. Considerando-se o meio de transporte utilizado pela força
infiltrante, a infiltração pode ser terrestre, aérea e aquática.
e. As seguintes condições favorecem a realizações de uma infiltração:
(1) Existência de faixas de terreno em que a observação e
vigilância inimigas sejam limitadas, permitindo a ocultação do deslocamento
da força infiltrante (matas, pântanos, áreas alagadas, etc);
(2) Disponibilidade de tempo para a infiltração da tropa com os
meios de deslocamento disponíveis;
(3) Condições de restrição de visibilidade como nevoeiros,
períodos noturnos sem luar, precipitações pluviométricas, etc; e
(4) Inimigo apresentar dispositivo defensivo disperso, com
intervalos não ocupados ou vigilância deficiente.

6-37. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE


a. Na realização da infiltração, a companhia empregará várias
medidas de coordenação, determinadas pelo comando do batalhão ou
estabelecidas pelo comandante de companhia, necessárias à manutenção
do controle das ações executadas pelas diversas peças de manobra e
elementos de apoio.
b. As medidas de coordenação e controle estabelecidas em uma
operação de infiltração, apresentam as peculiaridades abaixo discriminadas:

6-49
C 7-10

(1) Faixa de Infiltração (Fx Infl)


- É a faixa do terreno que contém itinerários ou caminhamentos
a serem utilizados por uma força, realizando uma manobra de infiltração;
- Deve permitir à companhia passar através das posições
avançadas do inimigo sem que haja necessidade de engajamento em
combate. As faixas de infiltração devem ter suas larguras especificadas,
para facilitar o controle dos fogos amigos em sua adjacência;
- Não se caracteriza como medida de coordenação restritiva,
podendo, caso necessário, ter seus limites ultrapassados durante o
cumprimento da missão, mediante coordenação ou autorização prévia;
- O número de faixas de infiltração a serem adotadas será fruto
da análise do dispositivo inimigo, do tempo disponível, das características
do terreno e dos meios disponíveis;
- Em linhas gerais, o número de faixas de infiltração
estabelecidas será direta e inversamente proporcional à necessidade de
rapidez e à segurança, respectivamente;
- Sua profundidade será determinada pelo batalhão, levando-se
em conta fatores como tempo e apoio de fogo necessário à operação.
(2) Pontos e Linhas de controle (P Ct / L Ct) - Devem ser
estabelecidos em número suficiente para manutenção do controle sem,
contudo, conter excessivamente o deslocamento da tropa infiltrante, devido
à necessidade, em princípio, de estabelecimento de contato com o escalão
superior ao atingir tais pontos ou linhas.
(3) Áreas de reagrupamento (A Rgpt)
- É a região do terreno onde a companhia é reunida e
reorganizada durante o deslocamento pela faixa de infiltração.
- De acordo com a extensão da faixa de infiltração, podem ser
estabelecidas áreas de reagrupamento em número variável, porém o
mínimo indispensável para o controle da companhia, reduzindo a
possibilidade de quebra do sigilo e o tempo de deslocamento pela faixa.
Uma área de reagrupamento deve ser suficientemente ampla para permitir a
dispersão da tropa e possuir, se possível, cobertas e abrigos.
- De acordo com a disponibilidade de tempo e outros fatores a
serem considerados no planejamento, o comandante definirá se a
companhia deverá reorganizar-se nestas áreas como um todo, parcialmente
(no escalão pelotão ou grupo), ou mesmo não ocupá-las efetivamente, de
modo a não deter sua progressão.
- A última área de reagrupamento prevista coincide com a
posição de ataque da companhia.
(4) Posição de Ataque (P Atq) - Nesta região a companhia se
reorganiza, inicia seu desdobramento e prepara-se para o início do ataque.
(5) Hora do ataque - Normalmente a hora "H" caracteriza o início
do ataque da força infiltrante e do ataque de fixação simultaneamente. No
entanto, podem ocorrer situações em que tais horários sejam defasados.

6-50
C 7-10

(6) Provável linha de desenvolvimento (PLD) - Linha nítida no


terreno cuja transposição caracteriza o início do assalto. No deslocamento
entre a P Atq e a PLD a companhia desdobra-se, devendo alcançar a
provável linha de desenvolvimento totalmente desdobrada.
(7) Linha limite de progressão (LLP) - Linha no terreno que limita a
progressão do assalto da companhia. Deve ser traçada particularmente
quanto o assalto for realizado à noite ou quando houver risco de fratricídio.
É importante que esta linha esteja calcada em acidentes nítidos no terreno,
pois provavelmente esta servirá de referência para medidas de coordenação
e controle de fogos com a artilharia e Força Aérea.
(8) Objetivos
(a) Normalmente a companhia como força infiltrante receberá
como objetivos:
- Acidentes capitais cujo controle restringe o movimento de
reserva ou isole posição defensiva inimiga;
- Instalações do sistema de comando e controle ou do
sistema de apoio logístico do inimigo (PC, áreas de trens e de apoio
logístico, instalações de guerra eletrônica, etc);
- Regiões que bloqueiam eixos de comunicações ou
suprimentos do inimigo;
- Instalações que desarticulem o sistema de apoio de fogo
inimigo, como posições de baterias, radares de vigilância e sistemas de
busca de alvos;
- Posições defensivas na linha da ruptura ou penetração
do dispositivo defensivo do batalhão inimigo, normalmente coincidentes com
os objetivos finais do escalão que realiza a infiltração.
(b) A distância entre as linhas amigas e os objetivos será
determinada em função dos mesmos fatores que condicionam a
profundidade das faixas de infiltração, sendo o tempo disponível o fator
determinante neste processo.

6-38. ESCALÃO DE RECONHECIMENTO E SEGURANÇA (ERS)


a. O escalão de reconhecimento e segurança é uma fração de
constituição temporária organizada especificamente para as operações de
infiltração. Tem por finalidade:
(1) Efetuar o balizamento e prover, quando necessário, todas as
medidas de coordenação e controle no interior das faixas de infiltração e no
deslocamento para estas; e
(2) Fornecer guias de trecho para a condução da companhia a
partir dos P Lib SU, através da(s) faixa(s) de infiltração até as P Atq.
b. O ERS deverá ter uma composição flexível, tendo por base uma
fração da companhia reforçada por integrantes da fração de reconhecimento
orgânica do batalhão. Deve conter também elementos de engenharia,

6-51
C 7-10

comunicações e caçadores na sua constituição. Em se tratando de um BIL


ou BI Mth sua base pode ser o pelotão de reconhecimento.
c. Os caçadores serão empregados para eliminar resistências
inimigas localizadas em postos de vigilância ou pequenas patrulhas de
reconhecimento. É importante considerar o momento oportuno para a
atuação dos caçadores, de modo a não denunciar ao inimigo a presença de
nossas tropas no interior das linhas inimigas. Desta forma, deve-se procurar
a eliminação de elementos inimigos na iminência da infiltração da força
infiltrante.
d. O efetivo do ERS será determinado em função do número de
faixas de infiltração, de sua extensão, da quantidade de medidas de
coordenação e controle determinadas e das peculiaridades do terreno e
condições de visibilidade que influenciarão no número de guias de trecho
em cada faixa de infiltração.
e. O oficial de operações do batalhão planeja o emprego do ERS de
modo que ele se infiltre nas linhas inimigas com tempo suficiente para
reconhecer e balizar os itinerários e medidas de coordenação e controle a
serem percorridos pelos guias de trecho, considerando-se que tais trabalhos
serão, em princípio, realizados apenas durante períodos de restrição de
visibilidade, mantendo-se seus integrantes homiziados durante os demais
períodos do dia.
f. Embora o tempo necessário para a condução dos trabalhos do ERS
seja condicionado a fatores como o volume de trabalho, meios disponíveis e
outros fatores da decisão, considera-se desejável a infiltração do ERS 48
horas antes da hora do ataque. Cabe ressaltar que em determinadas
situações este período será bastante abreviado, sendo determinado em
função de minucioso planejamento por parte do EM Btl.
g. Embora o estabelecimento de um ERS não seja impositivo, este é
altamente desejável, haja vista que sua constituição possibilita a
manutenção do sigilo e a obtenção da surpresa pela companhia infiltrante,
conferindo a esta uma maior velocidade de deslocamento no interior da(s)
faixa(s) de infiltração, aumentando substancialmente a possibilidade de
êxito na operação.

6-39. FASES DA INFILTRAÇÃO


a. 1ª fase - Planejamento
(1) O planejamento das operações de infiltração deve ser
minucioso e detalhado, atentando para todos os aspectos atinentes às
informações sobre o terreno, o inimigo e as condições meteorológicas,
confrontando-as com os meios e tempo disponíveis para o cumprimento da
missão.

6-52
C 7-10

(2) Desde o início do planejamento deve-se ter constante


preocupação com a sincronização dos diversos sistemas operacionais, haja
vista a defasagem entre as ações da companhia que realiza a infiltração e
as demais subunidades .
(3) Ao final desta fase são expedidas as ordens ao ERS e aos
pelotões, abordando-se o maior número possível de detalhes acerca dos
planos de ataque e de junção, se for o caso.
b. 2ª fase - Reconhecimento e Preparo
(1) Esta fase caracteriza-se pela infiltração do ERS e preparação
da companhia para a execução da operação.
(2) O ERS infiltra-se conforme planejado e inicia os trabalhos de
reconhecimento de trechos e identificação e balizamento das medidas de
coordenação e controle determinadas pelo comandante de batalhão e
companhia.
(3) A companhia permanece em Z Reu realizando a transmissão
de ordens aos escalões subordinados, efetuando os reconhecimentos
possíveis e ensaiando as ações a serem desencadeadas durante o
cumprimento da missão, abordando inclusive as possíveis condutas e a
sincronização das ações.
c. 3ª fase - Infiltração
(1) Na hora prevista o batalhão deixa a Z Reu e desloca-se até o P
Lib SU, onde os primeiros guias de trecho do ERS aguardam a subunidade
e, mediante troca de senhas e sinais convencionados, guiam a companhia
ao longo dos itinerários preestabelecidos até o próximo guia de trecho, onde
repetem-se as trocas de senha e sinais de reconhecimento.
(2) Após guiarem uma fração em seu trecho, os guias retornam ao
início do trecho e aguardam o contato da próxima fração a ser guiada,
incorporando-se à retaguarda da última fração que passar em seu trecho e
acompanhando-a até a posição de ataque, onde o ERS será reagrupado.
(3) Normalmente, a companhia se infiltra por grupos de infiltração
nível pelotão de fuzileiros ou grupo de combate, podendo fazê-lo até como
um todo se a situação permitir, mantendo, em qualquer situação, a
integridade tática das frações.
(4) Ao passarem pelos pontos ou linhas que caracterizam medidas
de coordenação e controle, os guias de trecho devem alertar o comandante
do grupo de infiltração que procederá conforme o planejado. O comandante
de companhia informa ao comandante de batalhão sua passagem nas L Ct,
P Ct e A Rgpt.
(5) Normalmente, o comandante de companhia e os comandantes
de pelotão de fuzileiros deslocam-se junto aos primeiros grupos a serem
infiltrados de seus escalões.

6-53
C 7-10

(6) Ao atingirem as A Rgpt, os diversos grupos de infiltração agem


conforme planejado, reagrupando-se total ou parcialmente ou, ainda,
prosseguindo, sem se deter nas A Rgpt.
(7) No caso de quebra de sigilo no interior das faixas de infiltração
os grupos reagrupam-se na última A Rgpt ultrapassada ou agem de acordo
com determinação do comandante de fração ou companhia. Para tal, é
necessário que haja uma perfeita compreensão da intenção do comandante
em todos os níveis, pois esta, em última instância, norteará a conduta a ser
adotada pela tropa que se infiltra.
(8) Ao atingirem as P Atq, os grupos de infiltração reorganizam-se
dentro das frações e prepararam-se para o ataque. Já o ERS procederá
conforme determinação do Cmt Btl, podendo participar ou não do ataque.
d. 4ª fase - Conquista do Objetivo
(1) Após a reorganização de toda a companhia na P Atq, esta
desdobra-se ao longo da PLD e prepara-se para iniciar o ataque na hora H.
(2) Na hora prevista a companhia transpõe a PLD e inicia o
movimento na direção do objetivo imposto, procedendo de acordo com a
resistência inimiga encontrada no deslocamento.
(3) Faz-se necessária a coordenação das ações da companhia
com as outras companhias do batalhão, que podem estar realizando uma
infiltração ou não. Deve-se abordar todos os sistemas operacionais, ainda
na fase do planejamento, particularmente com o Ap F, para definição dos
fogos a serem desencadeados na R de objetivos da companhia.
e. 5 ª fase - Consolidação e Reorganização
(1) Após a conquista do(s) objetivo(s) imposto(s) a companhia
consolida a conquista da posição e reorganiza-se conforme o previsto no
parágrafo 6-27 deste manual, atentando para a linha limite de progressão
(LLP).
(2) Após realizadas a consolidação e reorganização, a subunidade
prepara-se para o prosseguimento da missão conforme planejado, adotando
dispositivo adequado para manutenção do objetivo, apoio a ultrapassagens,
operações de junção, operações de substituição ou mesmo retorno às
linhas amigas, conforme o caso.

6-40. APOIO DE ENGENHARIA


a. A subunidade, como força infiltrante poderá receber elementos de
engenharia em apoio.
b. Os elementos de engenharia são empregados na abertura de
trilhas em campos minados e áreas armadilhadas, reconhecimento de vaus
e outros trabalhos técnicos nas fases que antecedem o ataque,
particularmente no deslocamento do ERS e da companhia no interior da
faixa de infiltração.

6-54
C 7-10

c. Na fase de consolidação, os elementos de engenharia são


empregados em trabalhos de contramobilidade, lançando armadilhas e
campos minados e construindo obstáculos para manutenção do objetivo
conquistado.

6-41. COMANDO E CONTROLE


a. Na infiltração, as comunicações devem ser adequadas às
peculiaridades da operação, priorizando-se os meios rádio e mensageiro.
b. Devem ser utilizados preferencialmente equipamentos rádio de
baixa potência e antenas de propagação unidirecionais, diminuindo a
possibilidade de detecção pelas medidas eletrônicas de apoio de guerra
eletrônica do inimigo.
c. Os mensageiros especiais são largamente empregados,
particularmente durante a fase da infiltração propriamente dita, quando as
prescrições rádio restringem a utilização destes equipamentos nas melhores
condições.

6-42. APOIO DE FOGO


a. O apoio de fogo é planejado para todas as fases da infiltração,
sendo desencadeado normalmente a pedido. Fogos devem ser planejados
para apoiar as ações da companhia infiltrante, em caso de quebra do sigilo,
e o ataque aos objetivos impostos. Medidas de coordenação e controle de
apoio de fogo são estabelecidas pelo batalhão para evitar o fratricídio.
b. Podem ser previstos fogos de inquietação para dissimular o
movimento da companhia ou dificultar a vigilância do inimigo em
determinados momentos. Os fumígenos podem ser empregados para cobrir
o retraimento da companhia em caso de quebra do sigilo.
c. O desencadeamento de fogos de morteiro e artilharia em áreas
com cobertura vegetal pode ocasionar o aumento do raio de ação das
granadas devido ao seu arrebentamento na copa das árvores. O
assessoramento dos observadores avançados quanto ao tipo de espoleta
das granadas proporcionará um apoio de fogo mais eficaz.
d. Em geral as armas AC são passadas em reforço aos pelotões de
fuzileiros e os morteiros serão, normalmente, empregados em ação de
conjunto.
e. Para o deslocamento na faixa de infiltração, as seções do pelotão
de apoio ou as recebidas em reforço são divididas por peças entre os
pelotões de fuzileiros, para evitar que toda uma seção seja destruída por
uma ação inimiga. Ao atingir a última área de reagrupamento, elas se
reorganizam e dirigem-se para as posições de tiro.

6-55
C 7-10

6-43. APOIO LOGÍSTICO


a. As viaturas do pelotão de apoio não poderão se deslocar pela faixa
de infiltração. Isto faz com que a munição para as armas de apoio
necessária ao combate tenha que ser distribuída pelos fuzileiros para a
infiltração, devendo ser restituída às frações de apoio nas suas posições de
tiro antes do ataque. Este procedimento reduz a quantidade de munição
disponível para cada arma.
b. Em virtude da dificuldade de deslocamento pela faixa de infiltração,
a evacuação dos feridos poderá ocorrer somente após a conquista do
objetivo da companhia. Neste momento, os trens da subunidade, que
permaneceram à retaguarda da LP, cerram à frente, por um terreno com
melhores condições de trafegabilidade, podendo inclusive utilizar-se da
zona de ação dos vizinhos, mediante coordenação.

6-44. A COMPANHIA REALIZANDO UMA INFILTRAÇÃO POR


DESDOBRAMENTO A RETAGUARDA DO INIMIGO
a. O desdobramento à retaguarda do inimigo é uma modalidade
específica de infiltração em que uma tropa adota temporariamente uma
situação defensiva, ocultando-se no terreno até ser ultrapassada por tropa
inimiga sem ser observada por esta, passando posteriormente a conduzir
ações ofensivas contra tropa ou instalações inimigas.
b. A surpresa é um fator imperioso para esse tipo de operação. A
infiltração necessita de planejamento minucioso, baseado em detalhadas
informações sobre o terreno e o inimigo, aliadas a uma profunda análise dos
fatores da decisão, por se tratar de uma operação de alto risco.
c. A tropa infiltrada, após ultrapassada pelo inimigo, poderá receber
como missão:
(1) Obter informações sobre localização das instalações de
comando e logísticas e da reserva do inimigo, seu dispositivo, valor, etc;
(2) Atacar para destruir, confundir e desarticular o dispositivo
inimigo;
(3) Conduzir operações de inquietação e oportunidade.
d. Devem ser planejados itinerários de retraimento para as linhas
amigas devidamente reconhecidos e balizados, com passagens abertas
através de obstáculos existentes.
e. A tropa que for executar esta modalidade de infiltração deverá ser
apoiada por elementos de engenharia e, se possível, estar dentro do
alcance de apoio da artilharia orgânica.

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C 7-10

f. Após o cumprimento de sua missão, a força de infiltração realiza


uma operação de retorno às linhas amigas, sendo acolhida por elementos
do escalão superior ou outra tropa amiga.
g. A observância da segurança das comunicações e prescrições
quanto a medidas de proteção eletrônica crescem de importância neste tipo
de operação.
h. Embora tais operações devam ser minuciosamente planejadas,
podem ser desencadeadas em situações de oportunidade, como na
condução de uma ação retardadora, retraimento ou em qualquer outra
situação em que se torne vantajosa a permanência de uma força na
retaguarda da tropa inimiga, com a finalidade de atuar contra este inimigo,
após ser ultrapassada por este.
i. Deve-se ter cuidado especial com a possibilidade de fratricídio,
particularmente no retorno às linhas amigas.

ARTIGO VI
ATAQUE NOTURNO OU SOB CONDIÇÕES DE VISIBILIDADE LIMITADA

6-45. GENERALIDADES
a. A companhia de fuzileiros pode ser empregada em um ataque
noturno, enquadrada no batalhão ou isoladamente.
b. Os meios optrônicos modernos acarretam um aumento
considerável do poder de combate do atacante durante as operações
noturnas. A técnica aqui preconizada pode ser empregada nas ações
noturnas, com modificações exigidas pela missão, pela resistência inimiga,
pelo tempo disponível, pelo terreno, pela existência ou não de meios
optrônicos e pela luminosidade existente.
c. O ataque noturno pode ser realizado, com uma ou mais das
seguintes finalidades:
(1) Evitar pesadas perdas a que estaria sujeito, realizando ataques
diurnos;
(2) Combinado com ataques diurnos, conquistar um terreno
importante para futuras operações, evitar que o inimigo melhore suas
defesas e concluir ou explorar um sucesso;
(3) Iludir o inimigo e tirar proveito da surpresa inerente ao
combate; e
(4) Explorar as deficiências de meios optrônicos do inimigo.

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C 7-10

6-46. CARACTERÍSTICAS
a. O combate noturno, apesar do advento dos meios optrônicos,
geralmente caracteriza-se por um decréscimo na eficiência dos tiros com
pontaria direta, por um aumento correspondente na importância do combate
aproximado, pelos tiros amarrados que foram apontados sobre
determinados objetivos durante o dia e pela dificuldade de deslocamento, de
ação de comando e manutenção do controle, direção e de ligação.
Caracteriza-se também pela diminuição da capacidade de visão do
combatente, o que reflete na redução da velocidade de progressão da tropa
atacante, pela dificuldade de identificação de tropas amigas ou inimigas e
pela dificuldade de orientação no terreno. Os ataques noturnos favorecem
ao atacante, que sabe de sua realização, enquanto que o defensor é
assaltado por dúvidas, apreensão e medo do desconhecido.
b. Os ataques noturnos exigem um planejamento cuidadoso e
pormenorizado, bem como uma execução precisa e coordenada. O sigilo e
a surpresa são essenciais para que o ataque noturno seja conduzido com
um mínimo de baixas. O objetivo deverá ser facilmente identificável à noite e
suficientemente pequeno para que possa ser conquistado em um único
assalto.
c. No combate noturno, é preciso conciliar as necessidades táticas,
inerentes a cada tipo de operação, com o desgaste da tropa, que surge com
o continuar das operações, principalmente advindos da privação do sono e
da tensão do combate. Cabe ao comandante de companhia e aos
comandantes de fração a emissão de diretrizes e ordens relacionadas à
possibilidade de descanso de seus comandados, em especial quanto ao
tempo necessário ao sono da tropa, a fim de preservar a operacionalidade
alcançada. Tais considerações avultam de importância durante operações
continuadas, quando a tropa, por qualquer motivo, não for substituída.

6-47. CLASSIFICAÇÃO
a. Quanto à iluminação
(1) Ataque iluminado - utiliza luz artificial como, por exemplo,
artifícios iluminativos e projetores.
(2) Ataque não iluminado - feito sob a proteção da escuridão,
usando apenas a luz proveniente de fontes naturais.
b. Quanto ao apoio de fogo
(1) Ataque apoiado - feito com o emprego de fogos de apoio antes,
durante e depois do ataque. Os fogos de preparação e de apoio são
empregados como em qualquer outro ataque, acrescentando-se o
planejamento dos artifícios iluminativos, se for o caso. Os fogos de proteção
isolam o objetivo e evitam ou limitam os contra-ataques inimigos.

6-58
C 7-10

(2) Ataque não apoiado - feito para permitir que a força de ataque
avance até a distância de assalto ao objetivo em sigilo, sem auxílio dos
fogos de apoio. Neste processo de ataque noturno, os tiros de preparação
não são empregados. Os fogos de apoio e de proteção são planejados da
mesma maneira que para um ataque noturno apoiado, mas só podem ser
empregados quando o ataque for descoberto pelo inimigo. Nessa situação,
podem ser desencadeados artifícios iluminativos a fim de favorecer o
atacante, se for o caso. Uma vez iniciado o assalto sobre o objetivo, os
fogos de proteção planejados são empregados, como em qualquer ataque
noturno apoiado, para isolar o objetivo e evitar ou limitar os contra-ataques
inimigos.

6-48. PLANEJAMENTO
a. O planejamento de um ataque noturno contra uma posição
defensiva inimiga compreende:
(1) A imediata expedição de ordens preparatórias, informando a
natureza da operação, a quantidade e o tipo dos reconhecimentos a serem
realizados e a hora e local de reunião para recebimento de ordens;
(2) A coordenação com as tropas amigas nas vizinhanças da
posição de ataque e na linha de partida;
(3) A determinação das vias de acesso e/ou dos corredores de
mobilidade mais favoráveis que conduzem ao objetivo, dependendo do nível
de visibilidade em que será desenrolado o ataque noturno;
(4) A localização exata no terreno da posição de ataque, da linha
de partida, da provável linha de desenvolvimento, do ponto de liberação de
pelotão, dos limites laterais exatos de cada objetivo de pelotão e da linha
limite de progressão;
(5) A determinação do dispositivo e do efetivo, em fuzileiros, do
escalão de ataque;
(6) O reconhecimento e o balizamento dos itinerários entre a zona
de reunião e a posição de ataque; e
(7) Instruções para a abertura de passagens nos obstáculos
inimigos.
b. O comandante de companhia deve executar um reconhecimento
diurno para o planejamento de um ataque noturno, sendo essencial quando
esta operação for executada contra posições defensivas organizadas ou em
noites totalmente escuras. Ele será completado por patrulhas de
reconhecimento, durante a escuridão, e pelo estudo das cartas ou
fotografias aéreas. As patrulhas noturnas poderão estar, para maior
eficiência, com equipamentos de visão noturna. Podem também ser
integradas por elementos de engenharia, em apoio ou em reforço. A
engenharia é empregada com a finalidade, entre outras, de localizar os

6-59
C 7-10

obstáculos lançados pelo inimigo. Os elementos dessas patrulhas podem


ser utilizados, mais tarde, como membros de destacamentos de segurança.
c. O comandante de companhia deve prever a utilização de
destacamentos de segurança na frente e nos flancos. Estes destacamentos
são empregados para balizar itinerários à frente da linha de partida,
demarcar a provável linha de desenvolvimento, silenciar sentinelas e
fornecer guias às frações subordinadas para seu deslocamento da linha de
partida até a provável linha de desenvolvimento.
d. Cabe ao comandante de companhia definir o local exato no terreno
da posição de ataque da sua subunidade, durante o seu reconhecimento
diurno. As medidas de controle e as direções são verificadas e os
destacamentos de segurança são enviados até suas posições.
e. Os itinerários que conduzem ao objetivo são cuidadosamente
escolhidos. O comandante compara as vantagens e facilidade de controle
oferecida por um itinerário definido por acidentes facilmente identificáveis
(estradas, cercas, cursos de água e outros semelhantes) com as
desvantagens decorrentes da possibilidade do inimigo barrar, com posições
e tiros preparados, não só esses acidentes como outras vias de acesso
prováveis.
f. O objetivo da companhia é fixado pelo batalhão. Entretanto, o
comandante da companhia determina exatamente, no terreno, seus limites
laterais. A largura do objetivo determina o efetivo a ser empregado no
escalão de ataque. Na escuridão, o intervalo entre os homens é reduzido.
Meios optrônicos podem aumentar um pouco essa frente.
g. Quando a tropa não for equipada com meios optrônicos, as
características do ataque noturno restringem as possibilidades de manobra.
Para contornar essas dificuldades, os ataques noturnos são feitos sem
mudança de direção e com dispositivos relativamente cerrados. O ataque
pode ou não ser frontal em relação às defesas do inimigo, mas a manobra
deve ser extremamente simples.
h. Conciliando-se diversos conceitos sobre a manobra, o ataque
noturno pode ser executado por meio de um desbordamento ou de uma
infiltração para buscar incidir pelo flanco ou pela retaguarda do inimigo,
obtendo maior grau de surpresa e maior probabilidade de sucesso,
respeitando-se o princípio da simplicidade. Tais formas de manobra podem
dificultar a coordenação e o controle, principalmente à noite, embora os
meios optrônicos reduzam essa dificuldade. Os fatores da decisão, além de
outros aspectos como adestramento e moral, induzem à realização ou não
dessas formas de manobra em operações noturnas. Normalmente, o ataque
não iluminado e não apoiado será conduzido utilizando-se técnicas de
infiltração.

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C 7-10

i. Hora do ataque
(a) A hora do ataque, normalmente, é imposta pelo comandante do
batalhão. Quando a companhia de fuzileiros é a principal força de ataque,
seu comandante pode ser chamado a apresentar proposta sobre a hora do
ataque.
(b) Um ataque iniciado durante as primeiras horas da escuridão é
aconselhável após um ataque diurno bem sucedido. Dessa maneira, o
inimigo é atacado antes que tenha tempo para reorganizar sua posição ou
planejar o apoio de artilharia. Essa hora de ataque também pode ser
indicada quando forem previstas operações noturnas inimigas.
(c) Um ataque durante as últimas horas de escuridão é mais
indicado como operação preliminar para um ataque geral ao amanhecer, em
virtude de não dar tempo ao defensor para reorganizar-se. O ataque deve
ser iniciado a tempo de permitir que seja completada a conquista do
objetivo, e a reorganização da tropa atacante ocorra antes do amanhecer,
sob a proteção da escuridão. Deve ser deixada uma margem de segurança
para compensar os retardos imprevistos.
j. A ordem da companhia para o ataque noturno é semelhante a uma
ordem para o ataque diurno com o seguinte detalhamento:
(1) Designação do ponto de liberação do pelotão, se houver;
(2) Descrição e azimute dos acidentes capitais do terreno;
(3) Medidas de segurança para cada pelotão;
(4) Meios de identificação;
(5) Medidas para manter o sigilo;
(6) Processo de progressão;
(7) Velocidade de progressão;
(8) Medidas especiais de controle e coordenação;
(9) Conduta a manter face às ações do inimigo que visem quebrar o
sigilo do ataque;
(10) Provável linha de desenvolvimento;
(11) Limitações sobre o reconhecimento;
(12) Ordens especiais para o patrulhamento à noite, antes do
ataque e após a conquista do objetivo;
(13) Prescrições para atuação dos destacamentos de segurança;
(14) Utilização de artifícios de iluminação;
(15) Linha limite de progressão após a conquista do objetivo; e
(16) Missões dos pelotões após o ataque noturno.

6-49. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE (Fig 6-11)


a. Linha de partida (LP) - Caso não possa ser fixada por um
acidente do terreno, essa linha pode ser demarcada com fitas ou outros
meios improvisados. O ideal seria estabelecer a orla anterior da posição de
ataque como linha de partida.

6-61
C 7-10

b. Ponto de liberação de pelotão (P Lib Pel) – É o local onde o


comandante de companhia passa aos comandantes de pelotão o controle
do deslocamento, permitindo que os pelotões tomem novas direções, mais
ou menos paralelas, facilitando o prosseguimento do movimento.
Normalmente, esse ponto fica localizado entre a linha de partida e a
provável linha de desenvolvimento, sendo utilizado quando a companhia se
desloca em coluna. Quando a companhia se desloca da posição de ataque
com os pelotões justapostos, o ponto de liberação do pelotão coincide com
a posição de ataque. Caso a ação inimiga obrigue o desenvolvimento antes
da companhia atingir o ponto de liberação do pelotão, as frações se
desenvolvem imediatamente e combatem de acordo com a determinação do
comandante da companhia ou as exigências da situação.
c. Provável linha de desenvolvimento (PLD) - É uma linha sobre a
qual o comandante pretende desenvolver por completo a tropa para o
assalto ao objetivo. Deve ser perfeitamente identificável à noite e estar
dentro da distância de assalto ao objetivo. Esta distância varia de acordo
com o tipo da posição a ser assaltada, com o tipo e a intensidade do fogo de
apoio que precede o assalto, com a reação inimiga esperada, se o inimigo
possui ou não equipamentos de visão noturna e com o terreno. Quando não
se dispuser de uma linha natural do terreno para o desenvolvimento, pode
ser demarcada uma linha por guias que se utilizam de meios improvisados
ou de material apropriado, tais como dispositivos luminosos, fluorescentes
ou infravermelhos.
d. Linha limite de progressão (LLP) - É planejada para manter o
controle e evitar que o escalão de ataque seja submetido aos fogos de
proteção amigos. É estabelecida pelo comandante do batalhão, tanto em
profundidade como nos flancos do objetivo. Esta linha deverá seguir os
acidentes do terreno identificáveis à noite pela tropa.

6-50. SEGURANÇA E SURPRESA


a. Para um ataque noturno, o comandante do batalhão estabelece
meios de identificação para todo o pessoal, cuja finalidade é identificar
qualquer homem que se desloque para o objetivo antes de clarear o dia.
Esses meios não deverão ser complicados, porém facilmente identificáveis
a alguns metros de distância. Braçadeiras de pano branco ou materiais
fluorescentes são um bom meio de identificação. Podem ser estabelecidos
distintivos para os oficiais e, se possível, para os sargentos. Tais meios de
identificação têm reflexos positivos na segurança da operação. A não ser
que se disponha de meios especiais de identificação, o comandante de
companhia deve distribuir os meios prescritos imediatamente a todos os
homens.

6-62
C 7-10

b. O comandante de companhia mantém a segurança do ataque por


destacamentos na frente e nos flancos. Antes do início do ataque, os
destacamentos de segurança se deslocam para suas posições previamente
escolhidas e reconhecidas, para proteger a progressão da companhia. É
ideal que esses destacamentos utilizem equipamentos de visão noturna e
eliminem as patrulhas e os vigias inimigos. Se possível, os destacamentos
de segurança devem dispor de homens que falem o idioma do inimigo. O
efetivo, o número e os dispositivos dos destacamentos de segurança
dependem do inimigo, do terreno e da visibilidade.
c. Em um ataque noturno, a surpresa é obtida pela adoção das
seguintes medidas de sigilo:
(1) A restrição no efetivo e nas atividades das turmas empregadas
nos reconhecimentos e nos outros preparativos para o ataque;
(2) O ataque em hora e em direção inesperadas;
(3) A manutenção das armas carregadas e travadas durante o
deslocamento e somente abrir fogo por ordem;
(4) A total disciplina de luzes e ruídos;
(5) A camuflagem adequada do pessoal e o do material;
(6) O emprego de armas brancas durante o deslocamento e o
ataque;
(7) O deslocamento em pequena velocidade para que toda a
companhia possa deslocar-se em silêncio e seja mantida a ligação entre os
homens; e
(8) O emprego dos destacamentos de segurança para colocar fora
de combate os postos de escuta e os vigias inimigos, momentos antes das
forças de ataque chegarem a seus locais.
d. O emprego dos carros de combate com a companhia apresenta a
desvantagem da quebra do sigilo e da surpresa. Por isso, normalmente, não
devem ser utilizados nessa situação. Quando o ataque for não iluminado,
podem ser empregados na consolidação dos objetivos. Em um ataque
noturno iluminado ou quando se dispõem de meios optrônicos, as condições
se aproximam das de um ataque diurno e, assim sendo, os carros podem
deslocar-se segundo os vários processos de emprego do combinado
infantaria – carros.

6-51. EXECUÇÃO
a. Um controle eficiente deve ser exercido durante o deslocamento da
zona de reunião para a posição de ataque, com a finalidade de reduzir ao
mínimo a confusão, a perda da direção e a quebra do sigilo. Os meios para
esse controle compreendem os equipamentos de visão noturna, a utilização
de guias, a escolha de itinerários claramente definidos e o emprego de
balizamento. O deslocamento da zona de reunião para a posição de ataque,

6-63
C 7-10

em princípio, é feito sob o controle do batalhão. Contudo, quando for o caso,


em virtude do dispositivo para o ataque e da escolha de posições de ataque
diferentes para cada SU, o controle pode ser descentralizado para os
comandantes de companhia.
b. Quando a visibilidade e o terreno permitirem a manutenção do
controle e o objetivo estiver próximo da linha de partida, ou se for esperado
um prematuro contato com o inimigo, pode ser vantajoso o avanço desde a
linha de partida com o dispositivo por pelotões justapostos, estando esses
em coluna. Os intervalos entre os pelotões devem ser tais que permitam,
sem embaraço, a entrada dos grupos de combate em linha para o assalto.
O escalão de ataque modifica seu dispositivo no ponto de liberação de
pelotão ou quando o desenvolvimento for forçado pela ação inimiga. Em
noites com melhores níveis de visibilidade, o dispositivo tenderá para o
adotado em um ataque diurno, dependendo da disponibilidade de
equipamento de visão noturna e de dispositivos auxiliares de sinalização
noturna (fitas e outros equipamentos e materiais de fosforescência
direcional), atentando-se para o controle e segurança da tropa.
c. Quando a companhia progride com os pelotões justapostos, seu
comandante coloca-se onde melhor possa controlar e regular a progressão.
O comandante de cada coluna desloca-se à testa ou nas proximidades. Um
sargento desloca-se atrás de cada coluna para auxiliar o controle e manter o
sigilo. O comandante da companhia e os comandantes de coluna verificam
constantemente a direção e a ligação.
d. Cada coluna será precedida de elementos do destacamento de
segurança, dispostos dentro do limite de visibilidade, que deverão proteger
a tomada do dispositivo na provável linha de desenvolvimento. As ligações
laterais são mantidas por elementos que atuam dentro da distância de
ligação.
e. Se for encontrado um posto de vigia/escuta inimigo, os elementos
avançados da coluna auxiliam os elementos do destacamento de segurança
na sua eliminação, empregando arma branca, enquanto o restante da
coluna se abriga. Os elementos desenvolvidos retomam o dispositivo em
coluna após a redução da resistência. Todos os comandantes tomam
medidas para evitar um assalto prematuro. Contudo, a ação das patrulhas
ou dos postos de vigias inimigos pode forçar o desenvolvimento de toda ou
parte da companhia, antes da hora prevista.
f. O desenvolvimento pode ser forçado pela ação do inimigo ou
executado quando da chegada à provável linha de desenvolvimento, que
deve ser ocupada por elementos do destacamento de segurança, antes da
chegada da companhia. Deve ser realizado com rapidez e silêncio, pois
qualquer parada prolongada nesta fase do ataque aumenta a possibilidade

6-64
C 7-10

de revelação. Devem ser tomadas precauções para evitar um assalto


prematuro, causado por tiros feitos a esmo pelo inimigo. Após o
desenvolvimento, a progressão é retomada, até que seja encontrada
resistência inimiga, quando o assalto será iniciado. Artifícios iluminativos
podem ser usados para auxiliar o tiro e o movimento da tropa assaltante
aumentando sua velocidade e facilitando seu controle, evitando o fogo
fratricida. Tiros traçantes e outros meios devem ser empregados para
aumentar a eficiência do nosso tiro direto. Todo esforço deve ser feito para
manter a formação em linha para o assalto e evitar que ela se transforme
em grupos isolados. Os assaltantes procuram atingir o limite posterior do
objetivo, deixando a limpeza para elementos de apoio e reserva. Nesse
momento, torna-se essencial uma ação decisiva de todos os oficiais e
sargentos, principalmente em termos de liderança.
g. O assalto normalmente é realizado com todos os pelotões de
fuzileiros em linha, para obter a máxima potência de fogo à frente. Desta
forma, o objetivo designado pelo batalhão, deve ser de tal largura que
permita a companhia empregar esta técnica. Quando a companhia está
equipada com meios optrônicos e a visibilidade for tal que permita a
manobra do pelotão reserva, a companhia pode colocar dois pelotões de
fuzileiros em primeiro escalão e um em reserva.
h. Quando é mantido um pelotão reserva, este se desloca de acordo
com a determinação do comandante da companhia, seguindo de perto o
escalão de ataque. Se, inicialmente, não houver um pelotão reserva,
imediatamente, após a conquista do objetivo será designado um pelotão
para constituí-la.
i. O comandante de companhia deve observar os seguintes aspectos
em relação a velocidade de progressão:
(1) No ataque não apoiado e não iluminado, depende do terreno e
da visibilidade e, normalmente, é lenta em virtude da necessidade de
cautela e da pouca visibilidade. O controle e a manutenção da direção são
difíceis neste tipo de ataque noturno.
(2) No ataque apoiado, iluminado ou não, o assalto ao objetivo é
feito tão rapidamente quanto possível, sem preocupação com o sigilo, pois a
surpresa é obtida pela direção do ataque.
(3) Os diferentes equipamentos de visão noturna restringem a
observação angular, além da variação em alcance, conforme o tipo utilizado,
com reflexos na progressão, na técnica de observação e na fadiga ocular,
sendo fundamental o adestramento da tropa com equipamentos desta
natureza. Em conseqüência, apesar do emprego de equipamentos de visão
noturna em determinados ataques, a velocidade de progressão do ataque
noturno não se assemelha ao ataque diurno. Deve-se analisar a manobra,
buscando-se adotar uma distribuição de equipamentos de visão noturna que

6-65
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possibilite um valor ideal, mínimo ou desejável em relação à


operacionalidade da tropa.
j. A consolidação ocorre à semelhança do ataque diurno, com as
seguintes particularidades:
(1) O plano de consolidação deve ser o mais simples possível,
evitando modificar a organização para o combate da companhia;
(2) São utilizados guias para cerrar os trens da subunidade para sua
nova posição; e
(3) As posições dos pelotões devem ser mais cerradas para facilitar
o controle e o apoio mútuo.
l. A reorganização é iniciada logo que o objetivo tenha sido
conquistado, do mesmo modo que em um ataque diurno, com as seguintes
particularidades:
(1) Elementos de segurança são instalados suficientemente
afastados, à frente e nos flancos , dentro da distância de assalto da posição
conquistada, para evitar que o inimigo se reagrupe em sigilo para contra-
atacar;
(2) A localização e a evacuação dos feridos e dos prisioneiros é
mais demorada. Eles devem ser mantidos na parte posterior do objetivo até
que haja luminosidade suficiente para a sua completa evacuação;
(3) Um pouco antes do alvorecer, o pessoal e as armas de apoio
são reajustados e distribuídos de acordo com as necessidades, para
reforçar a posição e obter melhores campos de tiro; e
(4) Quando o ataque tiver de ser prosseguir após o amanhecer, os
preparativos para o prosseguimento são iniciados imediatamente.

6-52. CONDUTA NO ATAQUE NOTURNO


a. Se durante a execução de um ataque não iluminado, o campo de
batalha é iluminado, a companhia deve conduzir sua manobra como se
fosse um ataque diurno e prosseguir no ataque.
b. Se o inimigo descobre o ataque antes da companhia haver atingido
a provável linha de desenvolvimento, o comandante de companhia deve:
(1) Solicitar o apoio de fogo planejado para neutralizar o inimigo;
(2) Solicitar a iluminação do campo de batalha ao comandante do
batalhão para facilitar o controle e a progressão; e
(3) Prosseguir no ataque, conduzindo sua manobra como se fosse
um ataque diurno.

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C 7-10

Provável Linha
de Desenvolvimento

Objetivo Linha Limite


de Progressão

LP/LC

P Lib
Pel
Provável Linha
de Desenvolvimento

P Atq

P Lib
Cia LP/LC

Fig 6-11. Medidas de Coordenação e Controle do Ataque Noturno

6-53. COMANDO E CONTROLE


a. Os meios físicos são instalados entre o batalhão e as companhias.
A fim de preservar o sigilo, as comunicações telefônicas são preferíveis
durante o deslocamento da linha de partida até a provável linha de
desenvolvimento.
b. O meio rádio deve ser evitado, para que o inimigo não venha a
identificar, com seus meios de guerra eletrônica, o desencadeamento do
nosso ataque. Pode ser empregado após a quebra do sigilo, observando as
restrições normais de segurança.
c. Os mensageiros, principalmente os especiais, são largamente
empregados após o início do ataque, seja para suplementar o meio físico,
seja para minorar os efeitos da confusão do combate, inerentes ao ataque
noturno. Porém, tais mensageiros devem conhecer a perfeita localização do
posto de comando do batalhão e da companhia.

6-67
C 7-10

d. Os meios suplementares, tais como os acústicos e os artifícios


luminosos, são planejados e utilizados se necessário, particularmente após
a quebra do sigilo. Há necessidade de que todos os comandantes
participantes conheçam os sinais a serem utilizados no ataque, inclusive os
sinais de pedido e cessação de fogos de apoio ou de proteção, bem como o
de objetivo conquistado. Tais artifícios podem ser utilizados para orientar a
tropa até o objetivo ou para reunir as frações que tenham perdido a direção.
e. O comandante de companhia utiliza o máximo de meios para
manter a direção e o controle. Esses meios, geralmente, compreendem:
(1) Emprego de fuzileiros ou atiradores de metralhadoras
selecionados para executarem tiros traçantes sobre o objetivo;
(2) Emprego de guias para os deslocamentos antes e após a linha
de partida. Bons guias podem ser, freqüentemente, escolhidos dentre os
componentes das patrulhas que tenham participado dos reconhecimentos;
(3) Designação dos limites laterais e avançados do objetivo por
meio de acidentes nítidos do terreno;
(4) Designação de azimutes das direções de progressão à frente
da linha de partida;
(5) Emprego de homens ou destacamentos de ligação, em largura
e em profundidade - sua necessidade é determinada pela visibilidade, pelo
terreno e pela atividade inimiga.
(6) Designação de um pelotão-base, normalmente o que tem o
itinerário mais facilmente identificável;
(7) Regulação da progressão à frente da linha de partida, inclusive
o limite de progressão no objetivo;
(8) Conservação do dispositivo da companhia em coluna durante o
maior tempo possível. Se praticável, o desenvolvimento em linha é adiado
até que a companhia esteja dentro da distância de assalto à posição
inimiga; e
(9) Designação da missão de cada pelotão após a conquista do
objetivo.

6-54. APOIO DE FOGO


a. O planejamento dos fogos deve ser feito com antecedência, se
possível ainda no período de luz. O planejamento deve ser simples e a
preparação minuciosa. Devem ser estabelecidas medidas de coordenação
rigorosas para evitar que o escalão de ataque seja atingido pelos fogos de
apoio durante a progressão. Os planos de comunicações devem prever
sinais visuais para pedido de suspensão dos fogos.
b. Os fogos iluminativos são sempre planejados em um ataque
noturno, dando ao comandante flexibilidade para utilizá-los caso seja

6-68
C 7-10

necessário. Normalmente, o batalhão decide pela iluminação ou não do


campo de batalha.
c. O deslocamento e a ocupação das posições deve obedecer
rigorosamente a disciplina de luzes e ruídos. Os fogos só poderão ser
desencadeados mediante ordem, para evitar a quebra do sigilo. Algumas
armas de apoio podem atirar antes do ataque, com a finalidade de confundir
o inimigo ou cobrir o barulho do deslocamento da companhia.
d. As armas de apoio que permitem o transporte a braço podem
seguir o escalão de ataque por lanços, porém relativamente distanciadas
para evitar que se envolvam no assalto. Podem, também, permanecer atrás
da LP, proporcionando fogos de proteção a partir de posições no flanco da
SU.
e. A posição de base de fogos, sempre que possível, deve ser
perpendicular a direção de assalto. Os fogos de apoio são empregados
próximos do escalão de ataque, sendo transportados para frente à medida
que este escalão avança. É essencial que os elementos do escalão de
ataque, mais próximos da posição de base de fogos, estejam com
identificações que os tornem visíveis para o apoio de fogo, evitando, assim
o fratricídio.
f. As armas de tiro direto procuram identificar as posições de armas
de apoio inimiga, particularmente das metralhadoras, para destrui-las e criar
brechas na linha de fogos de proteção final inimiga. Estas armas não devem
atirar por muito tempo de uma mesma posição, para evitar sua localização
por parte do inimigo.
g. A condução do tiro indireto é prejudicada à noite. Caso haja dúvida
da posição do escalão de ataque, os fogos indiretos devem ser
desencadeados nas posições inimigas além do objetivo e depois
transportados para o objetivo.
h. Os fogos fumígenos também são planejados para reduzir ainda
mais a visibilidade do inimigo, especialmente se este for dotado de meios
optrônicos. A fumaça é lançada próxima ou sobre as posições inimigas, de
modo a não dificultar o nosso deslocamento ou encobrir uma passagem já
aberta em um obstáculo inimigo.
i. O assalto pode ser dificultado caso sejam empregados fumígenos
no objetivo durante a sua realização. Entretanto, caso a tropa disponha de
equipamentos de visão termal e o inimigo não, o emprego do fumígeno
pode tornar-se uma vantagem decisiva.
j. As armas de apoio devem ficar em condições de serem
empregadas logo após a conquista dos objetivos para fazerem face aos
contra-ataques inimigos. A decisão de como e quando deslocá-las depende

6-69
C 7-10

da visibilidade, do terreno e da ação inimiga. Quando as condições não são


favoráveis a um deslocamento imediatamente atrás do escalão de ataque,
os elementos de apoio podem ser deixados atrás da linha de partida para
serem conduzidos à frente por guias, após a conquista do objetivo. Em tais
casos, se as armas de apoio são utilizadas para proporcionar fogos de
proteção ao escalão de ataque, elas, normalmente, devem ser instaladas
em posições convenientes, nos flancos da linha de partida, de onde possam
desencadear fogos de proteção dos flancos. A mudança de posição, após a
conquista do objetivo, pode ser feita a braço ou em viaturas.
k. Se o comandante decidir por iluminar o campo de batalha, os fogos
só devem ser desencadeados após iniciado o assalto ou o ataque seja
descoberto pelo inimigo. Uma vez utilizada a iluminação, esta deve ser
mantida até a conquista do objetivo.
l. Quando se utiliza a iluminação artificial no campo de batalha, o
atacante perde a ocultação de seus deslocamentos e intenções, mas ganha
um melhor controle e um apoio de fogo mais eficaz.
m. Iluminação do campo de batalha
(1) O campo de batalha é iluminado por unidades de projetores e
por artifícios iluminativos atirados por morteiros e artilharia.
(2) O grau de luminosidade pode variar desde o semelhante ao da
luz do dia, quando é utilizada a iluminação direta por projetores ou artifícios
iluminativos da artilharia, até o equivalente a pouco menos que o quarto
crescente, quando é usada a iluminação indireta com projetores.
(3) Iluminação por projetores
(a) Direta - Normalmente, é empregada para a designação de
objetivos e alvos à observação, cegar o inimigo e para a realização de
fintas. Não é praticável incondicionalmente, pois o inimigo por uma reação
violenta e imediata forçará a mudança da posição dos projetores.
(b) Indireta - É usada para facilitar os deslocamentos até as
posições, a observação, a progressão durante o ataque e o deslocamento
das reservas e dos suprimentos. É feita pela reflexão da luz nas nuvens ou
difusão dos raios luminosos sobre uma área proporciona uma claridade
semelhante à do quarto crescente, pelo que é chamado luar artificial.
(4) Artifícios iluminativos – Se forem utilizados artifícios
iluminativos, o plano de ataque deve ser organizado de acordo com a
visibilidade por eles proporcionada. Quando se utiliza granadas iluminativas
no ataque noturno, via de regra, elas são lançadas atrás das posições
inimigas, a fim de delinearem o contorno das mesmas às tropas assaltantes.
Os artefatos iluminativos também podem ser lançados diretamente sobre o
objetivo, com a finalidade de marcá-lo ou de orientar a progressão da tropa.

6-70
C 7-10

6-55. APOIO LOGÍSTICO


As atividades logísticas da companhia se processarão de forma
semelhante ao ataque diurno, sendo dificultadas pelas condições de
visibilidade reduzida. Isto reforça a necessidade de reconhecimentos
diurnos, previsão de guias e utilização de itinerários pré-estabelecidos para
o deslocamento dos trens e realização das atividades logísticas.

ARTIGO VII
ATAQUE COM TRANSPOSIÇÃO DE CURSO DE ÁGUA

6-56. GENERALIDADES
a. Este artigo trata da companhia de fuzileiros, enquadrada em um
batalhão, que tem a missão de atacar transpondo um curso de água
obstáculo, cuja margem oposta é defendida pelo inimigo. A companhia
normalmente participa na conquista e manutenção de uma cabeça de ponte
como ação preliminar da ofensiva.
b. A transposição de um curso de água segue os mesmos
fundamentos das operações ofensivas, com as seguintes particularidades:
(1) Necessidade de equipamento especializado e de pessoal
instruído;
(2) O comando e controle são dificultados em face das restrições
de espaço, trânsito e comunicações; e
(3) Reconhecimentos e necessidades de inteligência diferenciados.
c. As ordens preparatórias e de operações do comandante do
batalhão, recebidas pelas companhias, incluem:
(1) Informações sobre o inimigo e sobre o terreno da zona de
transposição;
(2) Missão, posição de ataque, hora e local de transposição, zona
de ação e objetivos da companhia, inclusive medidas de dissimulação tática
para iludir o inimigo;
(3) Plano de fogos de apoio;
(4) Material e pessoal de engenharia para auxiliar a transposição e
onde e quando estarão disponíveis;
(5) Plano de comunicações;
(6) Informações sobre o emprego de fumígenos para cobrir a
operação; e
(7) Plano pormenorizado de controle de trânsito, de suprimentos e
de comunicações e eletrônica.
d. Maiores informações sobre as operações de transposição de curso
de água poderão ser obtidas nos manuais C 31-60 OPERAÇÕES DE

6-71
C 7-10

TRANSPOSIÇÃO DE CURSOS DE ÁGUA e C 7-20 BATALHÃO DE


INFANTARIA.

6-57. TIPOS DE TRANSPOSIÇÃO


a. Transposição Preparada - É uma operação de transposição de
um curso de água obstáculo executada após meticuloso planejamento e
amplos preparativos, visando concentrar a força e meios necessários para
desencadear, inicialmente, um ataque na margem oposta. Apresenta as
seguintes características:
(1) É realizada quando a imediata não for possível ou, uma vez
tentada, não tenha tido sucesso;
(2) O inimigo na segunda margem é forte;
(3) É uma operação mais centralizada, exigindo maior coordenação
e controle;
(4) São feitos preparativos e planejamentos minuciosos,
caracterizando uma perda de impulsão pela parada da operação em curso;
e
(5) A linha de partida é a margem amiga do curso de água,
devendo ser ultrapassada pelas unidades envolvidas em uma hora "H"
determinada.
b. Transposição Imediata - É uma operação de transposição de um
curso de água obstáculo, executada com meios já disponíveis ou que
possam ser obtidos em curto prazo, sem interrupção das operações em
curso para preparativos de vulto. Apresenta as seguintes características:
(1) É realizada, normalmente, em continuação a uma ação que já
vem sendo executada, como por exemplo, um aproveitamento do êxito, uma
marcha para o combate, uma perseguição ou um ataque a posições
inimigas antes da primeira margem;
(2) O inimigo na segunda margem é fraco e sua posição não está
bem preparada;
(3) A surpresa, rapidez e audácia que caracterizam essa operação
tornam as unidades blindadas as mais aptas a participarem desse tipo de
transposição;
(4) A LP situa-se bem antes da margem do rio e as unidades a
transpõem a medida que a atingem, sem que seja fixada uma hora "H".
Para tanto, já devem estar de posse dos meios de transposição de assalto
necessários; e
(5) Deve ser tentada, sempre que possível, pois evita a perda da
impulsão na ação ofensiva em curso.
c. A travessia de oportunidade caracteriza-se pela ausência de ação
do inimigo no curso de água, não se constituindo, portanto, em uma das
operações de transposição de curso de água obstáculo.

6-72
C 7-10

6-58. RECONHECIMENTO
a. O reconhecimento do comandante da companhia, de preferência
diurno, deverá considerar os seguintes aspectos:
(1) Detalhamento da composição e do dispositivo das tropas
inimigas, especialmente, a localização das armas de apoio inimigas na zona
de ação da companhia;
(2) Itinerários entre a zona de reunião do batalhão e a posição de
ataque da companhia;
(3) Posição de ataque;
(4) Itinerários entre a posição de ataque e o local de transposição.
Para os deslocamentos diurnos devem ser escolhidos itinerários bem
definidos e que possam ser percorridos com facilidade;
(5) Identificação do objetivo da companhia e outras medidas de
coordenação e controle impostos pelo batalhão;
(6) Pontos do terreno que sirvam para orientar o ataque e de
objetivos para os pelotões;
(7) Largura, profundidade e correnteza do curso de água, no local
da transposição, e as condições do seu leito e de suas margens; e
(8) Meios de transposição colocados à disposição da companhia.
b. Os reconhecimentos devem ser coordenados com o elemento de
engenharia de apoio, estabelecendo-se local e a hora de encontro entre os
comandos das frações subordinadas e o pessoal de engenharia, além das
providências sobre guias.

6-59. PLANEJAMENTO
a. Baseado na ordem de operações do batalhão e nos dados
levantados no reconhecimento, o comandante da companhia organiza seu
plano pormenorizado para o deslocamento até o curso de água, para a
transposição e para a ação após o desembarque.
b. Durante o planejamento devem ser observadas as seguintes
peculiaridades:
(1) A zona de reunião para a transposição de um curso de água é
semelhante a qualquer outra. Os planos e as ordens para a transposição
são completados nesse local.
(2) Normalmente, a posição de ataque para uma transposição de
um curso de água fica próxima ou junto à zona de reunião final de material
de engenharia, onde a tropa de infantaria encontra os guias, via de regra,
fornecidos pela engenharia, que a conduzirá até as embarcações de
transposição, antes de atingir a margem em poder das tropas amigas. As
características desejáveis para uma posição de ataque de companhia na
transposição de água, são:

6-73
C 7-10

(a) Facilidade de identificação à noite ou sob condições de


visibilidade reduzida;
(b) Facilidade de acesso às viaturas ou às turmas que carregam
as embarcações de transposição;
(c) Proximidade de itinerários de acesso ao rio para tropa a pé
que sejam facilmente identificáveis e protegidos contra as vistas e os fogos
do inimigo;
(d) Proximidade do local de transposição escolhido;
(e) Ocultação para a reunião de embarcações e de outros meios
de transposição; e
(f) Terreno favorável à distribuição dos pelotões do escalão de
ataque, paralelamente à frente de transposição, permitindo, desse modo,
que a tropa dirija-se diretamente e sem demora aos pontos de embarque,
largando da margem amiga, simultaneamente, e em toda a frente.
(3) O objetivo inicial da companhia de fuzileiros é determinado pelo
comandante do batalhão. Normalmente, é um ponto do terreno que impede
a observação terrestre e tiros diretos do inimigo sobre os locais de travessia;
(4) A frente de travessia da companhia de fuzileiros é determinada
pelo comandante do batalhão, correspondendo, normalmente, à zona de
ação da subunidade. A largura da frente é aproximadamente a mesma
prescrita para o ataque em terreno normal. O comandante da companhia
determina as zonas de ação e os objetivos de seus pelotões, levando em
consideração os seguintes fatores: valor e tipo de resistência inimiga
prevista durante a transposição; condições das margens; largura,
profundidade, velocidade e direção da corrente; quantidade e tipo de
material de transposição disponível. Esses fatores poderão ocasionar
intervalos entre as zonas de ação dos pelotões; contudo, a unidade tática
dos elementos deve ser preservada. Para fins de proteção durante a
transposição e de facilidade de desenvolvimento após o desembarque, os
intervalos entre as embarcações são semelhantes aos das frações
correspondentes em terra.
(5) As companhias do escalão de ataque, normalmente, transpõem
o curso de água com os três pelotões de fuzileiros justapostos.
(6) Normalmente, se a companhia fizer parte do escalão de ataque
de um batalhão, receberá um número suficiente de botes de assalto, ou de
outras embarcações de transposição, para em uma só vaga transportar toda
a companhia e os elementos em reforço.
(7) O comandante da companhia divide a sua subunidade em
grupamentos de embarque para o deslocamento da zona de reunião até a
margem oposta do rio. As embarcações designadas para a companhia são
repartidas entre os comandantes de pelotão (comandantes de grupamento
de embarque).

6-74
C 7-10

Obj

rio
LP

LP Frente de
Travessia

100 a 400 m

E
Reunião e preparação P Atq ZRFME
Cia

Avanço para Z Reu


o rio

Fig 6-12. Execução do Ataque com transposição de curso d’água

(8) A companhia deve adotar, no deslocamento até o rio, uma


formação em que os grupamentos de embarque ocupem a mesma posição
relativa em que farão a transposição.
(9) A unidade tática dos pelotões é mantida, tanto quanto possível,
por ocasião da repartição dos homens pelas embarcações. Um processo
satisfatório de distribuição dos elementos de uma companhia do escalão de
ataque é o seguinte:
(a) Primeira vaga: comandante da companhia, observadores
avançados e os pelotões de fuzileiros com os elementos em reforço;
(b) Segunda vaga: seção de comando da companhia, pelotão de
apoio (menos os elementos em reforço a outras frações) e elementos da
companhia de apoio em reforço.

6-75
C 7-10

Rio
LP
LP

Pel Fuz Rfr Pel Fuz Rfr Pel Fuz Rfr

1 Cmdo Cia e Elm Ap


Mt

2
Mt

Grupamentos 3
de Embarque Mt

C
Mt

Ap
Mt

Fig6-12 Organização de grupamentos de embarque

(10) Carros de combate – Caso a companhia de fuzileiros receba


carros de combate em reforço, o batalhão definirá a hora da transposição, a
linha de encontro com os fuzileiros (se for o caso), seu provável emprego e
os meios de transposição. Normalmente os carros de combate, antes da
transposição, realizam base de fogos para minimizar a ação inimiga nos
locais de travessia e, tão logo seja possível, realizam a transposição.
(11) Após a transposição, os elementos do batalhão
imediatamente estabelecem a segurança para proteger a execução dos
trabalhos de engenharia.
(12) Após uma rápida reorganização na margem inimiga, procede-
se como em um ataque normal.
(13) Se a companhia constituir a reserva do batalhão, poderá
transpor o rio nas embarcações que inicialmente transportaram o escalão de
ataque pelas passadeiras ou em portadas.

6-76
C 7-10

6-60. ORDENS
O comandante da companhia transmite suas ordens de forma a
assegurar aos comandantes de pelotão o máximo de tempo para o
reconhecimento e planejamento,. A ordem para a transposição é tão
completa, específica e pormenorizada quanto possível. Contém instruções
para o deslocamento da zona de reunião até a margem amiga, para a
transposição do rio e para a conquista do objetivo inicial. Após a conquista
do objetivo inicial, o comandante da companhia geralmente dá ordens
complementares para o prosseguimento do ataque. Além dos dados
constantes nas ordens normais de ataque, a ordem para a transposição de
um curso de água contém os seguintes:
a. Localização e itinerários que conduzem à posição de ataque e hora
de partida da zona de reunião;
b. Processo de controle da marcha para a posição de ataque (por
exemplo: guias, pontos de controle e dispositivo);
c. Instruções para a formação dos grupamentos de embarque; e
d. Distribuição dos botes de assalto pelos pelotões (grupamentos de
embarque).

6-61. TREINAMENTO E ENSAIO


a. A companhia de fuzileiros é submetida a instrução intensiva,
sempre que possível, em áreas de treinamento organizadas à retaguarda,
em local tanto quanto possível semelhante ao das futuras operações.
b. A duração do treinamento varia com o tempo disponível e o grau de
adestramento da tropa.
c. A área de treinamento deverá ser dotada de material de travessia
idêntico ao que será utilizado nas operações.
d. Os grupamentos de embarque ensaiam suas operações de
embarque e desembarque de preferência com os mesmos elementos de
engenharia que apoiarão cada grupamento durante a transposição.
e. O comandante da companhia verifica cuidadosamente se todos os
homens estão instruídos a respeito da conduta a ser adotada durante a
transposição, inclusive as medidas de segurança e as restrições para a
abertura do fogo.

6-62. EXECUÇÃO
a. Da zona de reunião para a posição de ataque - Após a escolha
da posição de ataque, o comandante da companhia envia guias para fazer

6-77
C 7-10

um reconhecimento diurno da sua posição de ataque e dos itinerários a


serem utilizados para o deslocamento da Z Reu para aquela posição. A
companhia desloca-se (sob o controle do batalhão, se possível) para a
posição de ataque em turmas de embarque.
b. Da posição de ataque para o rio - Ao chegar à posição de ataque,
os guias da engenharia conduzem os grupamentos de embarque da
subunidade até suas embarcações ou aos outros meios de transposição
designados. As turmas de embarque transportam suas embarcações, com
as respectivas guarnições, até o local de travessia no curso de água por
itinerários previamente balizados e protegidos. O deslocamento para o rio é
regulado para que todas as embarcações da primeira vaga atinjam a
margem amiga (LP) ao mesmo tempo (hora "H"), evitando o retardo de uma
nova coordenação. Todos os itinerários apropriados que levem da posição
de ataque ao rio devem ser utilizados para evitar congestionamento.
c. Transposição do curso de água - As guarnições de engenharia,
via de regra, são responsáveis pelas embarcações de transposição.
Contudo, a conservação da direção durante a travessia é da
responsabilidade do infante mais graduado em cada bote. Se a embarcação
não for provida de motor, as guarnições de engenharia e o pessoal de
infantaria remam. Logo que esteja carregada, cada embarcação inicia a
transposição e dirige-se à margem oposta o mais rápido possível. Não deve
haver preocupação de formação durante a travessia, devendo-se, porém,
manter somente os intervalos entre os botes. Nenhum esforço é feito para
contrariar a correnteza, a menos que ela seja tão forte que possa causar um
desvio apreciável dos locais de desembarque prescritos. Neste caso, o
comandante dará as ordens necessárias, depois de consultar a engenharia
de apoio. Durante o dia, raramente se atira das embarcações, sendo
proibido tal procedimento à noite. Ao chegar à margem oposta, a tropa
desembarca com rapidez, desenvolve-se e ataca o objetivo inicial da
companhia. As guarnições de engenharia imediatamente retornam com as
embarcações à margem amiga para ulteriores operações.
d. Ataque após a transposição - Após a transposição, as equipes de
assalto limpam a margem do rio e prosseguem para os seus objetivos. O
fogo direto sobre os elementos que desembarcam na segunda margem,
caso seja eficaz, deve ser neutralizado antes de qualquer reorganização do
escalão de assalto da companhia. O prosseguimento é feito como num
ataque normal, buscando-se conquistar os objetivos previstos e informando-
se a conquista dos objetivos estabelecidos para a companhia, pois permitirá
à engenharia realizar trabalhos técnicos no curso de água.

6-78
C 7-10

6-63. COMANDO E CONTROLE


Antes da transposição, os rádios podem permanecer em silêncio para
preservação do sigilo. Com a transposição das primeiras vagas, o silêncio
rádio, normalmente, é suspenso. O rádio, nesta ocasião, torna-se o principal
meio de comunicações entre o comandante da companhia e o batalhão. As
comunicações, tanto para a frente como para a retaguarda, são mantidas
inicialmente pelo rádio, meios visuais e mensageiros. As linhas telefônicas,
normalmente, são estendidas através do rio pelas passadeiras ou pontes,
podendo também ser estendidas por cima ou sob a água, a não ser que
este apresente grande largura e forte correnteza. Aeronaves podem lançar
fios neste tipo de operação.

6-64. APOIO DE FOGO


a. O pelotão de apoio da companhia do escalão de ataque só
participa no apoio após a transposição do rio. Faz a transposição com a sua
companhia e, após o desembarque na margem oposta, apóia o ataque.
b. O pelotão de apoio de uma companhia reserva, no início da
transposição, pode ocupar posições na margem amiga para bater objetivos
na margem oposta.
c. Os pelotões da companhia de comando e apoio, em princípio, são
empregados da seguinte maneira:
(1) Cada companhia do escalão de ataque recebe uma seção do
pelotão AC em apoio direto, até a conquista do objetivo inicial da
companhia. Daí em diante, por determinação do comandante do batalhão,
as seções poderão ser empregadas em reforço ou em apoio direto às
companhias ou em ação de conjunto ao batalhão.
(2) O pelotão de morteiros médios é empregado inicialmente na
margem amiga, em ação de conjunto aos elementos empenhados na
transposição, transpondo o rio logo que o objetivo inicial do batalhão seja
conquistado. Um observador desloca-se junto a cada companhia do escalão
de ataque.
d. A transposição durante o dia, em geral, é feita sob proteção de
uma cortina de fumaça, lançada por artilharia, morteiros e por unidades
químicas.

6-65. APOIO LOGÍSTICO


a. Generalidades
(1) O planejamento para o apoio logístico a uma operação de
ataque com transposição de curso de água é semelhante ao ataque normal.
O principal fator a considerar é a existência do obstáculo que condiciona a
execução do apoio.

6-79
C 7-10

(2) O planejamento do SCmt Cia deve dar ênfase ao apoio


logístico durante a transposição, mesmo quando o escalão de assalto
estiver separado das instalações de apoio, pelo rio obstáculo.
(3) O SCmt Cia deve planejar o momento da travessia dos meios
logísticos para assegurar o apoio contínuo à Cia.
b. Planejamento
(1) As operações de transposição de curso de água exigem
considerações especiais sobre os suprimentos, sobre a evacuação de
saúde e sobre o controle e utilização dos meios de transporte.
(2) A subunidade que executa a transposição, mediante
ultrapassagem, deve se utilizar ao máximo das instalações de apoio
logístico da subunidade ultrapassada.
(3) Inicialmente os suprimentos são transportados através dos
meios descontínuos, ou seja: botes, portadas, viaturas anfíbias e aeronaves.
Assim que as pontes fiquem prontas, o apoio logístico retoma o fluxo
normal.
(4) O planejamento do transporte é feito pelo batalhão, cabendo à
companhia ajustar seus meios. Deve ser dada ênfase especial ao
cumprimento dos planos de movimento e de controle e circulação de
trânsito emitidos pelo batalhão.
c. Execução
(1) A principal preocupação, nos momentos que antecedem ao
ataque, é distribuir a máxima quantidade dos suprimentos à companhia,
permitindo aos trens permanecer embarcados e em condições de transpor o
rio.
(2) Para assegurar uma quantidade suficiente de munição, todos
os homens, que não sejam do escalão de ataque, levam consigo uma
pesada carga de munição, sendo aliviados quando atingem a margem
oposta. Um reforço de munição pode ser lançado pelo ar na margem
inimiga. O remuniciamento é feito a braço e tão logo a situação permita
deve ser instalado o P Remn na margem oposta.
(3) Na margem amiga, a evacuação se processa normalmente. Os
homens feridos nos botes de assalto permanecem embarcados e são
evacuados para a margem amiga. Turmas de padioleiros transpõem o rio à
frente do PS, procuram os feridos na margem oposta, tratam de reuni-los e
mantêm a ligação com as companhias do ataque

6-80
C 7-10

ARTIGO VIII
ATAQUE EM BOSQUES

6-66. GENERALIDADES
a. A zona de ação do batalhão pode ter parte ou toda a área coberta
por bosques. Deve-se procurar inicialmente ultrapassar o bosque por um ou
ambos os flancos, enquanto suas orlas são neutralizadas por fogos ou
fumaça. Se não for possível evitar o bosque e sua posse se fizer
necessária, o atacante procurará conquistá-lo por uma ação desbordante
ou, em último caso, mediante ação frontal. Com tempo seco, se a posse do
bosque não for essencial aos futuros planos, poderão ser utilizadas bombas
ou granadas incendiárias.
b. Há necessidade de um conhecimento detalhado do bosque,
principalmente sobre densidade da vegetação, existência de estradas,
caminhos, cursos d’água e de obstáculos. O ataque em bosque caracteriza-
se pela descentralização das ações devido à dificuldade de coordenação e
controle causada pela limitada observação. Verifica-se também a existência
de reduzidos campos de tiro e a dificuldade de condução de fogos indiretos.

6-67. FASES
a. Ataque e reorganização na orla anterior - Consiste na
progressão de forças do escalão de ataque com a finalidade de ocupar uma
faixa do terreno na orla anterior do bosque que permita à companhia
reorganizar-se e deslocar à frente os seus apoios. A conquista da orla
anterior do bosque é semelhante a qualquer outro ataque. Durante a
reorganização, o comandante da companhia dá as instruções
complementares necessárias para a progressão através do bosque, que é
iniciada logo que a reorganização esteja completa, ou mediante ordem do
comandante do batalhão.
b. Progressão no interior do bosque - Caracteriza o avanço das
forças do escalão de ataque no interior do bosque realizando a limpeza. As
medidas de coordenação e controle avultam de importância. A companhia
adota um dispositivo que facilite a conservação da ligação com as
companhias vizinhas e proteja seus flancos descobertos. Os pelotões do
escalão de ataque não devem lançar muitos destacamentos de ligação, a
fim de evitar a dispersão de suas forças. Se durante a progressão não for
encontrada resistência, pequenas paradas serão feitas em linhas ou zonas
bem definidas do terreno, como por exemplo: caminhos, cursos d’água e
orlas exteriores de clareiras para verificação da direção e da ligação. Se não
houver linhas ou zonas adequadas, as paradas poderão ser reguladas
mediante horário, ou após determinados percursos segundo uma direção

6-81
C 7-10

definida por seu azimute. Quando encontrar resistência, a companhia, para


reduzi-la, executa uma ação frontal ou de flanco, quase sempre realizada
por pequenas frações. O seu êxito depende dos dados obtidos pelas
patrulhas antes da elaboração dos planos e da ação de comando por parte
dos comandante de pelotão e de grupo. Se a vegetação for densa, os
elementos do pelotão reserva poderão ser empregados na limpeza das
áreas transpostas pelo escalão de ataque. A artilharia, normalmente, bate
os alvos ou zonas atrás do inimigo. As missões de apoio imediato são
atribuídas aos morteiros.
c. Conquista da orla posterior - Possibilita a ultimação da limpeza
do bosque e permite o reajustamento e os reconhecimentos necessários
para o prosseguimento do ataque. Ao atingir a orla posterior do bosque, a
companhia reorganiza-se e prossegue no ataque em terreno normal.
d. A seqüência e a existência de cada fase supracitada dependerá da
densidade do bosque, da profundidade deste, da manobra empregada, dos
fatores da decisão e de outros aspectos.

6-68. PLANEJAMENTO
a. Aspectos importantes para o planejamento
(1) Existência de estradas e caminhos – Os pontos críticos das
estradas e caminhos são quase sempre defendidos tenazmente pelo inimigo
e o plano de ataque da companhia deverá prever medidas para expulsar o
inimigo desses locais a fim de permitir a sua utilização por viaturas de
suprimentos e de evacuação e pelos carros de combate empregados no
apoio ao ataque. Uma progressão sem a posse segura dessas estradas ou
caminhos poderá dificultar ou condenar o ataque a um fracasso.
(2) Localização de armas automáticas inimigas – As armas
automáticas inimigas atiram ao longo das picadas já existentes ou abertas
pela defesa. Seus campos de tiro não são extensos ou largos, porém, são
de difícil localização. Sua eliminação deve ser feita pela ação de pequenos
elementos, agindo nos seus flancos e na retaguarda.
(3) Existência de armadilhas – Se o inimigo dispõe de tempo para
preparar sua posição, podem ser encontradas armadilhas durante a
progressão. Os esforços feitos para sua descoberta e remoção variam com
a densidade do bosque e da vegetação existente de baixo das grandes
árvores.
(4) Ação de caçadores e golpes de mão – Os bosques oferecem
excelente ocultação aos caçadores e aos executantes de incursões de
ambos os contendores. Por isso, precauções especiais são tomadas para a
proteção do comando da companhia e dos elementos de suprimentos no
exercício de suas funções.

6-82
C 7-10

(5) Efeitos das granadas de artilharia e morteiros – a zona batida


por fogos de artilharia e morteiros é aumentada pelo arrebentamento das
granadas contra as árvores. O inimigo, em geral, constrói abrigos nas suas
posições, com a finalidade de proteger-se contra os efeitos de tais tiros. A
companhia de fuzileiros do escalão de ataque fica exposta aos tiros de
artilharia e morteiros. As zonas batidas por esses fogos devem ser
atravessadas com rapidez, ou desbordadas.
b. Medidas de coordenação e controle
(1) Direção de ataque - É dada por azimutes magnéticos até o nível
pelotão de fuzileiros
(2) Linha de controle - Tendo em vista as dificuldades de
observação e de ligações, o controle tende a descentralizar-se até os
menores escalões de comando. Os comandantes asseguram o controle
marcando linhas de controle, tendo papel preponderante na progressão no
interior do bosque.
(3) Zona de ação – As frentes em geral são reduzidas, dependendo
do valor do inimigo, densidade do bosque e resistência esperada

6-69. EXECUÇÃO
a. Dispositivo - Depende da largura da zona de ação, densidade do
bosque, característica do terreno, visibilidade e valor do inimigo. Em
bosques pouco densos, geralmente, os elementos de primeiro escalão
podem desenvolver-se completamente. Em bosques densos o dispositivo
por grupos justapostos, cada um deles em coluna, muitas vezes, é o que se
impõe para os elementos do primeiro escalão da companhia. Elementos de
segurança precedem cada pelotão da testa, reconhecendo as frentes e os
flancos. O pelotão reserva desloca-se à esteira do escalão de ataque,
mantendo a ligação com o mesmo. A retaguarda da companhia deve ser
protegidas quando outros elementos do batalhão não se seguirem
imediatamente à companhia.
b. Conservação da direção, ligação e controle – As dificuldades
para manter-se a direção e o controle impõem a descentralização do
controle pelos comandantes de pelotão. Para facilitar o controle, o
comandante de companhia, geralmente, segue logo atrás do centro do
primeiro escalão. A velocidade de progressão depende da visibilidade e
deve permitir a ligação com os elementos vizinhos. Essa ligação é feita por
meio de destacamentos de ligação. A determinação de paradas periódicas e
de linhas de controle facilitam a ligação, auxiliando o controle.
c. Emprego de carros - O emprego dos carros é função
principalmente da visibilidade no bosque e da existência de estradas e
caminhos. Nesse tipo de combate os carros devem receber uma proteção
aproximada dos elementos a pé.

6-83
C 7-10

d. Comunicações - A vegetação restringe a utilização do rádio e o


sistema de comunicações não pode, portanto, ficar na dependência de seu
emprego. Os mensageiros são utilizados, mas sua velocidade de
progressão é lenta.
e. Apoio de fogo - As armas de apoio são postas normalmente em
reforço aos elementos de primeiro escalão. A observação limitada e o
mascaramento feito pelas árvores reduzem a eficácia do apoio de artilharia.
Há um emprego muito comum de clareiras para instalar os morteiros. As
armas de tiro tenso tem sua eficácia reduzida. Há possibilidade de limitação
do emprego do armamento AC, face à necessidade de existir a área de
segurança.

ARTIGO IX
APROVEITAMENTO DO ÊXITO

6-71. GENERALIDADES
a. Conceito - Operação que se segue a um ataque bem sucedido e
que, normalmente, se inicia quando a força inimiga se acha,
reconhecidamente, em dificuldades para manter suas posições. Caracteriza-
se por um avanço contínuo e rápido das forças amigas com a finalidade de
ampliar ao máximo as vantagens obtidas no ataque e destruir a capacidade
do inimigo de reorganizar-se ou de realizar um movimento retrógrado
ordenado.
b. Constitui a fase decisiva da ofensiva. O sucesso da operação
repousa na judiciosa exploração das vantagens iniciais conseguidas pelo
ataque. Visa a destruir a capacidade do inimigo de reconstituir uma defesa
organizada ou de conduzir, ordenadamente, um movimento retrógrado, em
face de uma ameaça de destruição ou captura. A situação do inimigo é de
desorganização, cuja resistência consistirá, em princípio, de retardamento
executado por pequenos elementos, em linhas descontínuas e sem
profundidade.
c. A oportunidade para o início de uma operação de aproveitamento do
êxito deve ser judiciosamente considerada. Constituem indícios capazes de
justificá-la:
(1) visível diminuição da resistência inimiga em pontos importantes da
sua defesa;
(2) aumento do número de prisioneiros de guerra e de material
abandonado pelo inimigo;
(3) ultrapassagem de posições de artilharia e de instalações de
comando e de suprimento.

6-84
C 7-10

6-72. FORÇAS EMPREGADAS


a. A operação de aproveitamento do êxito comporta dois tipos de
forças: a força de aproveitamento do êxito e a força de acompanhamento e
apoio.
b. Por exigir grande mobilidade as unidades de infantaria blindada são
as mais aptas para esse tipo de operação. Excepcionalmente, as unidades
de infantaria motorizada podem participar deste tipo de operação. Quando
isto acontecer constituem a força de acompanhamento e apoio.
c. A companhia de fuzileiros, quando empregada no aproveitamento
do êxito integrará uma das duas forças, podendo ser reforçada por frações
de carros de combate, engenharia ou da companhia de comando e apoio.
d. Forças aeromóveis e aeroterrestres podem ser proveitosamente
empregadas durante o aproveitamento do êxito para conquistar acidentes
capitais do terreno que contribuam para o cumprimento da missão.

6-73. MISSÕES
a. Da força de aproveitamento do êxito
(1) Conquistar objetivos profundos na retaguarda inimiga.
(2) Cortar linhas de transporte e de suprimento inimigas.
(3) Barrar ou cortar eixos de retraimento da força cercada.
(4) Cercar e destruir forças inimigas.
(5) Desorganizar a capacidade de comando e de controle do
inimigo.
b. Da força de acompanhamento e apoio
(1) Manter aberta a brecha da penetração realizada pela força de
aproveitamento do êxito.
(2) Assegurar a posse de acidentes capitais de interesse para a
operação.
(3) Limpar o terreno.
(4) Substituir elementos da força de aproveitamento do êxito que
tenham sido deixados à retaguarda.
(5) Auxiliar em atividades de assuntos civis e de prisioneiros de
guerra.
(6) Proteger áreas e instalações à retaguarda da força de
aproveitamento do êxito.
(7) Assegurar a liberação das vias de transporte.
(8) Bloquear o movimento de reservas inimigas para o interior da
área.
(9) Destruir resistências inimigas ultrapassadas.

6-85
C 7-10

6-74. CARACTERÍSTICAS
a. Planejamento
(1) Planejamento centralizado;
(2) Missões atribuídas pela finalidade;
(3) Objetivos profundos;
(4) Considera-se como acidentes capitais, além dos objetivos
impostos pelo Cmt Btl, as passagens contínuas sobre rios e obstáculos, as
passagens obrigatórias, as regiões dominantes, as regiões capazes de
proporcionar segurança, e as regiões favoráveis à rocada de meios;
(5) As vias de acesso são os eixos disponíveis que demandam aos
objetivos impostos, situados na retaguarda inimiga;
(6) Medidas de controle reduzidas ao mínimo;
(7) O comandante do batalhão dá à companhia o máximo de
liberdade de ação. As ordens do batalhão, em geral, fixam missões, direção
de progressão e objetivos; e
(8) O dispositivo adotado por uma companhia de fuzileiros de
primeiro escalão no aproveitamento do êxito assemelha-se à do escalão de
combate do batalhão vanguarda na marcha para o combate.
b. Execução
(1) Grande descentralização das ações;
(2) Ampla utilização de meios aéreos para reconhecimento e apoio
de fogo;
(3) Progressão rápida, contínua e em larga frente;
(4) Grande ocorrência de combates de encontro e ataques de
oportunidade, por incursões rápidas, golpes de mão e manobras
desbordantes, partindo da coluna de marcha;
(5) Desbordamento e manutenção do contato em fortes pontos de
resistência inimiga;
(6) A força de acompanhamento e apoio segue de perto a força de
aproveitamento do êxito, deslocando-se, à retaguarda e, normalmente, pelo
eixo de progressão principal
c. Para o estudo mais detalhado a respeito deste tipo de operação,
deve ser consultado o C 17-20 – FORÇAS TAREFAS BLINDADAS.

ARTIGO X
PERSEGUIÇÃO

6-75. GENERALIDADES
a. Conceito - A perseguição é uma operação destinada a cercar e
destruir uma força inimiga que tenta fugir. É, normalmente, uma extensão do
aproveitamento do êxito, diferindo do mesmo porque sua finalidade principal

6-86
C 7-10

é a destruição da força inimiga em desengajamento e não a conquista de


um objetivo de terreno.
b. O planejamento e execução de uma perseguição são semelhantes
ao aproveitamento do êxito. Uma vez iniciada, a perseguição se caracteriza
pela audácia e rapidez de ação e é levada a efeito com vigor e
agressividade até o limite da capacidade de resistência das frações.
Restringem-se as medidas de segurança para facilitar a progressão.
Nenhuma oportunidade deve ser dada ao inimigo para reorganizar suas
forças ou sua defesa.
c. Para manter o poder combativo da tropa, os elementos de
perseguição são motorizados e as viaturas e os carros de combate são
utilizados ao máximo, a fim de surpreender e desbordar o inimigo.

6-76. FORÇAS EMPREGADAS


a. Na perseguição, normalmente, são constituídas dois tipos de força:
a força de pressão direta e a força de cerco.
b. As unidades de infantaria blindada são mais aptas para esse tipo
de operação. Excepcionalmente, o BI Mtz pode ser empregado constituindo
toda ou parte da força de pressão direta ou toda ou parte da força de cerco,
não devendo participar ao mesmo tempo de ambas as forças. Quando isto
ocorrer, a companhia de fuzileiros estará integrando uma destas forças.
c. Forças aeromóveis e aeroterrestres podem ser empregadas
particularmente constituindo ou integrando a força de cerco.
d. A força de pressão direta tem por missão evitar o desengajamento
do inimigo e impedir que ele se reorganize e prepare novas defesas,
inflingindo-lhe o máximo de perdas. Progride rapidamente ao longo de todas
as estradas disponíveis, destruindo ou ultrapassando pequenos bolsões de
resistência, enquanto que as resistências maiores são reduzidas pelas
unidades de acompanhamento. Desborda para atacar os flancos e
retaguarda dos últimos elementos inimigos, procurando atingir o seu grosso.
e. A força de cerco tem por missão atingir a retaguarda do inimigo e
bloquear a sua fuga de forma que ele seja destruído entre a força de
pressão direta e ela própria. Avança por eixos paralelos aos eixos de
retirada do inimigo. Caso não possa ultrapassar o inimigo, ataca o flanco do
seu grosso.
f. Para o estudo mais detalhado a respeito deste tipo de operação,
deve ser consultado o C 17-20 – FORÇAS TAREFAS BLINDADAS.

6-87
C 7-10

ARTIGO XI
OUTRAS AÇÕES OFENSIVAS

6-77. GENERALIDADES
a. Durante a execução de operações ofensivas, quaisquer que sejam
seu tipo ou forma, é comum a realização de outras ações ofensivas que não
caracterizam, necessariamente, novos tipos ou formas de operações
ofensivas.
b. Essas ações ofensivas podem ocorrer em um ou mais tipos de
operações ofensivas e podem, mesmo, representar parte importante em seu
desenvolvimento.

6-78. COMBATE DE ENCONTRO


a. O combate de encontro é a ação que ocorre quando a companhia
em deslocamento, ainda não completamente desdobrada, engaja-se com
uma força inimiga, em movimento ou parada, sobre a qual dispõe de poucas
informações.
b. Ocorre com mais freqüência em operações de movimento, como
marcha para o combate, aproveitamento do êxito e perseguição.
c. No combate de encontro, o comandante da companhia pode
adotar, normalmente, com três linhas de ação:
(1) Procurar romper o contato e desbordar a força inimiga;
(2) Atacar diretamente partindo do dispositivo de marcha (ataque
de oportunidade);ou
(3) Reconhecer e conter a força inimiga, retardando a ação
decisiva até que o batalhão possa ser empregado em um esforço
coordenado, seja ofensiva, seja defensivamente (ataque coordenado ou
defensiva).
d. O objetivo principal do comandante de companhia, no combate de
encontro, é a obtenção e a manutenção da iniciativa. Sem a iniciativa ele
poderá, apenas, reagir às ações inimigas. O sucesso no combate de
encontro exige que o inimigo seja mantido em uma situação de desequilíbrio
para as ações ofensivas.

6-79. INCURSÃO
a. A incursão é uma ação ofensiva, normalmente de pequena escala,
compreendendo uma rápida penetração em área sob o controle inimigo, a
fim de obter informações, confundi-lo ou destruir suas instalações. Não há
idéia de conquista ou manutenção de terreno.

6-88
C 7-10

b. A incursão pode ser realizada pela companhia ou por suas frações,


o planejamento do comandante de companhia assemelha-se ao realizado
para uma infiltração, com a particularidade que a incursão termina com um
retraimento, após o cumprimento da missão.
c. A incursão pode estar inserida no contexto de uma operação
aeromóvel ou aeroterrestre. O emprego de aeronaves capacita a força de
incursão a atacar objetivos profundos. O retraimento de tal força pode ser
realizado prontamente, também com a utilização de aeronaves.
d. A incursão ocorre em qualquer tipo de operação ofensiva,
particularmente no ataque, no reconhecimento em força e no
aproveitamento do êxito.

6-89
C7-10

CAPITULO 7

DEFENSIVA

ARTIGO I
GENERALIDADES

7-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


a. A defensiva é uma situação temporária adotada por uma força até
que possa tomar ou retomar a iniciativa, pois somente a ofensiva conduz a
resultados decisivos.
b. O defensor emprega todos os meios disponíveis para descobrir uma
vulnerabilidade inimiga e mantém suficiente flexibilidade em seu planeja-
mento para explorá-la. Deve aproveitar toda oportunidade para conquistar e
manter a iniciativa e destruir o inimigo. A iniciativa é obtida:
(1) Selecionando a área de combate;
(2) Forçando o inimigo a reagir de acordo com o plano defensivo;
(3) Explorando as vulnerabilidades e os erros do inimigo por meio
de operações ofensivas;
(4) Contra-atacando as forças inimigas que tenham obtido sucesso.

7-2. FINALIDADES
As operações defensivas são executadas com uma ou mais das se-
guintes finalidades:
a. Ganhar tempo, criando condições mais favoráveis para a ação ofen-
siva;
b. Economizar forças em uma área, para possibilitar uma aplicação de-

7-1
C7-10

cisiva em outra;
c. Reduzir a capacidade de combate do inimigo, infligindo-lhe o máxi-
mo de perdas;
d. Impedir o acesso do inimigo a uma determinada região, detendo-o a
sua frente;
e. Destruir forças inimigas, canalizando-as por meio de uma combina-
ção de ações de defesa e de retardamento, até que a situação favoreça
uma atuação direta sobre elas; e
f. Proteger ou cobrir a manobra de outra força amiga.

7-3. TIPOS DE OPERAÇÕES DEFENSIVAS


a. As operações defensivas, em seu sentido mais amplo, abrangem to-
das as ações que oferecem um certo grau de resistência a uma força ata-
cante. A operação defensiva pode se apresentar sob dois tipos:
(1) defesa em posição; e
(2) movimentos retrógrados.
b. Na defesa em posição, a infantaria busca enfrentar o inimigo em
uma área previamente organizada, em largura e profundidade, procurando
dificultar ou deter sua progressão, à frente ou em profundidade, e aprovei-
tando todas as oportunidades para desorganizá-lo, desgastá-lo ou destruir
suas forças.
c. Nos movimentos retrógrados, a infantaria procura evitar o combate
decisivo sob condições desfavoráveis, seja rompendo o contato com o ini-
migo, seja retardando-o a fim de trocar espaço por tempo, evitando sempre
empenhar-se em ações que possam comprometer a integridade da força.

7-4. FUNDAMENTOS DA DEFESA


Na organização e na conduta da defesa de sua zona de ação, o co-
mandante da companhia de fuzileiros se baseia em certos fundamentos
para assegurar o máximo de coordenação entre o dispositivo da tropa, o
terreno e a potência de fogo. Esses fundamentos são:
a. Apropriada utilização do terreno - O terreno é o principal fator na
seleção do traçado do limite anterior da área de defesa avançada (LAADA)
e na localização das forças de combate de um batalhão na área de segu-
rança, na área de defesa avançada e na área de reserva. O comandante do
batalhão mantém sob controle os acidentes do terreno essenciais à obser-
vação e à manobra da reserva, negando ao inimigo a utilização de área que
possa comprometer o sucesso da defesa. Na organização da posição, as
características defensivas do terreno (cobertas e abrigos, observação e

7-2
C7-10

campos de tiro, obstáculos, etc) devem ser exploradas ao máximo a fim de


colocar o inimigo em situação desvantajosa e, em melhores condições,
manter os acidentes capitais. Todas as vias de acesso favoráveis ao inimigo
e que conduzam ao interior da posição devem ser levantadas em relação ao
valor defensivo do terreno, a fim de distribuir as forças de combate de modo
a barrar a progressão inimiga ao longo de cada via de acesso. Uma peça de
manobra que possua na sua zona de ação um obstáculo que potencialize o
seu poder relativo de combate poderá ter sua frente ocupada e a defender
aumentadas. Cabe salientar que este obstáculo não deverá permitir um
assalto desdobrado do Ini e o terreno, onde se encontra a posição de blo-
queio, deverá permitir o emprego dominante de fogos da peça que defende.
Neste caso, é responsabilidade do escalão superior estabelecer, de acordo
com a análise dos fatores da decisão, o quanto estas frentes serão aumen-
tadas.
b. Segurança - O batalhão, bem como seus elementos subordinados
não deve apresentar-se ao inimigo como um alvo fixo e facilmente identifi-
cável. Uma vez que o atacante possui a iniciativa quanto à hora, local, dire-
ção e valor do ataque, o defensor deve lançar elementos de segurança e, se
possível, dispositivos eletrônicos tais como radares de vigilância terrestre
(RVT), para fornecer alerta oportuno da aproximação do inimigo. As medi-
das de segurança abrangem: segurança à frente da área de defesa, segu-
rança de flanco e segurança na área de retaguarda, bem como a cobertura
dos intervalos ao longo do LAADA. Os preparativos que podem ser pressen-
tidos pelo inimigo e que possam ficar expostos aos seus fogos antes que o
ataque tenha início devem ser executados à noite. É indispensável a segu-
rança em todas as direções.
c. Apoio mútuo - As forças são localizadas de modo que possam cum-
prir a missão atribuída, obter a dispersão adequada à situação e permitir o
recíproco auxílio no combate (Fig 7-1). O apoio mútuo é estabelecido late-
ralmente e escalonado em profundidade, impedindo a infiltração inimiga
entre os núcleos, pois o espaço entre os mesmos fica permanentemente
sob observação e batidos por fogos. No escalão batalhão e companhia a
coordenação normalmente abrange a cooperação de fogos diretos e indire-
tos. O controle dos intervalos e das brechas entre os elementos de manobra
é executado através de postos de vigilância ou de escuta, de dispositivos de
vigilância eletrônica, obstáculos, fogos previstos e patrulhas, bem como
através do emprego de tropas para deter o inimigo que tente utilizar-se dos
itinerários que penetrem nos intervalos existentes. O sistema de núcleos é
concebido de forma a garantir que a queda de um deles não provoque o
rompimento da posição, ficando o inimigo submetido aos fogos dos núcleos
vizinhos e da retaguarda. Isto posto, o apoio mútuo entre pelotões será fruto
da análise do terreno e do alcance do seu armamento de dotação. A falta de
apoio mútuo entre pelotões do LAADA exigirá medidas concretas para limi-

7-3
C7-10

tar e/ou destruir o Ini no interior da penetração, tais como: maior densidade
dos obstáculos em profundidade, fogos de isolamento, posicionamento ade-
quado e emprego oportuno da reserva, etc.

Fig 7-1. Visualização do apoio mútuo ideal nos núcleos defensivos

d. Defesa em todas as direções - Ainda que a defesa seja organizada


para repelir um ataque frontal, geralmente partido de uma determinada dire-
ção, o batalhão deve ser capaz de se defender contra ataques nos flancos,
ataques aéreos, aeroterrestres, aeromóveis, infiltrações e ataque à reta-
guarda por forças guerrilheiras, devendo ser preparados planos alternativos
visando a conter ou limitar tais ataques. Se o terreno permitir, a defesa em
todas as direções é mais economicamente assegurada pela adequada loca-
lização de forças de segurança e pelo emprego de reservas capazes de
atuar em toda a área de defesa. Nas regiões não acessíveis às viaturas,
devem ser empregados elementos de segurança nos pontos críticos para
bater, conter ou fornecer oportunos alertas de aproximação de forças inimi-
gas, evitando a desorganização da defesa. Um clássico exemplo de defesa
em todas as direções é a defesa circular. Este tipo de defesa pode ser usa-
do para a proteção de uma instalação ou região, ou de uma unidade quando
isolada.
e. Defesa em profundidade - Uma adequada defesa em profundidade
é indispensável para que o inimigo seja contido e repelido se penetrar na
posição. A profundidade é dada pela organização do terreno, não somente

7-4
C7-10

no LAADA, mas, também, preparando posições de aprofundamento, locali-


zando a reserva de modo que possa executar contra-ataques e escalonan-
do obstáculos e fogos (Fig 7-2). A posição deve ser estendida à frente do
acidente capital a ser mantido.

Fig 7.2 - Visualização da defesa em profundidade com 2(duas) Cia Fuz em


1º escalão e 1(uma) Cia Fuz no aprofundamento.

f. Flexibilidade - O plano de defesa deve favorecer a possibilidade de


pronta reação e imediata retomada da iniciativa a qualquer momento em
que o atacante demonstre vulnerabilidade. Para obter tal possibilidade, o
comandante deve manter uma reserva adequada e localizá-la de modo a
atender ao maior número de alternativas. A mobilidade da reserva e os fo-
gos fornecem ao comandante uma maior liberdade para conduzir o combate
defensivo. Os fogos são planejados de modo que todas as armas de tiro
indireto, e tantas de tiro direto quanto possível, possam concentrar os fogos
contra um ataque inimigo à frente do LAADA e no interior da posição.

7-5
C7-10

g. Máximo emprego de ações ofensivas - Um agressivo patrulhamen-


to, incursões e contra-ataques estão entre as ações pelas quais o espírito
ofensivo é mantido na defesa. O comandante deve estar atento para reto-
mar a iniciativa através de uma ação ofensiva e aproveitar ao máximo a
mobilidade dos elementos blindados orgânicos ou em reforço. Os contra-
ataques são planejados para desorganizar ataques inimigos, para desafer-
rar tropas engajadas quando da execução de movimentos retrógrados, para
destruir o inimigo no interior da posição ou para restabelecer posições antes
que o inimigo possa reorganizar-se ou reforçar suas forças no interior da
penetração.
h. Dispersão - Na organização da defesa o comandante dispõe as for-
ças de modo a ser o menos vulnerável possível aos fogos do inimigo. A
dispersão deve ser compatível com a necessidade de prover suficiente
massa para o melhor cumprimento da missão, apoio mútuo entre as unida-
des vizinhas e constituição imediata de uma força de manobra ofensiva. Se
o terreno e a mobilidade permitirem, a reserva deve ser desdobrada de mo-
do a minimizar vulnerabilidade aos fogos inimigos.
i. Utilização judiciosa do tempo disponível - O tempo disponível para
planejamento e organização da posição defensiva influirá na decisão do
comandante do batalhão quanto ao emprego da tropa, preparação de obs-
táculos, coordenação de fogos e prioridade dos trabalhos. Todo esforço
deve ser feito para que as posições estejam preparadas antes do ataque
inimigo. Para se obter maior eficiência da defesa, a maior parte do tempo
disponível deve ser destinada aos elementos subordinados. A posição deve
ser continuamente melhorada, devendo todo o tempo adicional ser utilizado
neste trabalho.
j. Integração e coordenação das medidas de defesa - O plano de
defesa envolve cuidadosa integração e coordenação do plano de apoio de
fogos e plano de barreiras
(1) Plano de apoio de fogo (PAF)
(a) O plano de fogos é preparado para apoiar os elementos das
três áreas da defesa (forças de segurança, ADA e reserva). Deve assegurar
a máxima eficácia do fogo das armas orgânicas, em reforço e em apoio,
para bater a força atacante durante toda a conduta da defesa.
(b) Os fogos planejados auxiliam o controle de áreas não ocupa-
das, cobrem barreiras e apóiam ações ofensivas. Na elaboração do plane-
jamento de fogos são considerados os aspectos ligados à defesa antiaérea,
tais como: rotas prováveis de aproximação aérea do inimigo, cobertura ou
proteção dos meios de defesa antiaérea, difusão oportuna de alertas e iden-
tificação das aeronaves.
(c) Na defesa contra forças blindadas, o plano de DAC é conside-
rado na mais alta prioridade e assume primordial importância no plano de

7-6
C7-10

defesa. O plano DAC é intimamente coordenado com o plano de barreiras


de forma a aproveitar da melhor forma os efeitos do terreno e dos obstácu-
los sobre os carros de combate e as viaturas blindadas inimigas.
(2) Plano de barreiras
(a) O valor defensivo do terreno é aumentado pelo eficiente em-
prego de obstáculos planejados com a finalidade de canalizar, dissociar,
fixar ou bloquear o movimento das forças inimigas. Os obstáculos devem
ser localizados, em relação aos elementos de primeiro escalão, de modo a
serem eficazmente batidos por fogos diretos e indiretos. Normalmente pla-
nejados e executados pelo batalhão, compreendem campos de minas, obs-
táculos expeditos (abatises), obstáculos de troncos e vigas, destruições,
bloqueios de estradas, fossos anticarro e obstáculos de arame farpado (re-
des táticas, suplementares e de proteção local).
(b) Na preparação destes obstáculos, deve ser evitada a perda
da liberdade de manobra das forças defensoras, particularmente quando
blindadas. Isto é possível mantendo-se as passagens da tropa devidamente
reconhecidas e, quando ativadas, balizadas pelos elementos de engenharia.
Todo esforço deve ser feito para a manutenção da integridade dos obstácu-
los a cargo de uma peça de manobra ou para a sua reconstrução após um
ataque inimigo.

ARTIGO II
DEFESA EM POSIÇÃO

7-5. GENERALIDADES
A defesa em posição é estruturada:
a. Na organização de uma defesa de área a ser mantida a todo custo;
b. No emprego de forças de cobertura à frente para retardar e desor-
ganizar a progressão do inimigo e iludi-lo quanto à verdadeira localização da
posição defensiva; e
c. No emprego da reserva para limitar as penetrações e desalojar o
inimigo por meio de contra-ataques, caso consiga penetrar na posição.

7-6. FORMAS DE MANOBRA


a. A defesa em posição compreende as seguintes formas de manobra:
(1) Defesa de área (Fig 7-3) e
(2) Defesa móvel.

7-7
C7-10

Direção Provável de
Aproximação do
Inimigo

Fig 7-3. A Cia Fuz na Área de Defesa Avançada (ADA)

b. A defesa móvel é uma manobra conduzida pela DE ou escalões su-


periores baseada no eficiente emprego do fogo e da manobra para destruir
o inimigo. Um mínimo de poder de combate é empregado na ADA para aler-
tar o desembocar de um ataque e canalizar a força atacante para regiões
previamente escolhidas e favoráveis a um contra-ataque de destruição, a
ser executado por uma potente força de choque blindada em reserva. A
companhia de fuzileiros pode participar da defesa móvel como parte de uma
força maior, sendo empregada para deter a progressão do inimigo à frente
ou em profundidade. Para maiores detalhes consultar o manual C 7-20 –
BATALHÕES DE INFANTARIA.

7-8
C7-10

ARTIGO III
DEFESA DE ÁREA

7-7. GENERALIDADES
a. A defesa de área é orientada no sentido da manutenção de uma re-
gião específica ou no sentido de forçar o inimigo a aceitar uma situação
tática desvantajosa para conquistar seu objetivo.
b. Nessa forma de manobra, as posições de primeiro escalão são for-
temente mantidas e todo esforço é feito para deter o inimigo à frente da
posição. Se o inimigo penetrar na posição, deve ser destruído ou expulso
por meio de contra-ataque, com a finalidade principal de retomar o controle
sobre a área de defesa avançada (restabelecimento da posição).
c. O defensor desdobra a maioria de seu poder de combate na área de
defesa avançada, e planeja aceitar um engajamento decisivo ao longo do
limite anterior da área de defesa avançada, apoiado por grande volume de
fogos.

7-8. ORGANIZAÇÃO DA DEFESA


a. A defesa é escalonada em três áreas (Fig 7-4):
(1) Área de segurança;
(2) Área de defesa avançada (ADA); e
(3) Área de reserva.
b. A companhia poderá ser empregada, como parte de um batalhão, na
área de segurança, na ADA ou na área de reserva.

7-9
C7-10

Fig 7-4. Escalonamento da defesa do batalhão de primeiro escalão

c. Área de Segurança (A Seg)


(1) Delimitação - A área de segurança começa no limite anterior da
área de defesa avançada (LAADA) e se estende para frente e para os flan-
cos até onde forem empregados elementos de segurança. As forças que
guarnecem esta área constituem o escalão de segurança. A profundidade
da A Seg pode ser limitada, à frente, pela presença de elementos de segu-
rança do escalão superior.
(2) Missão - A missão do escalão de segurança é:
(a) Dar o alerta oportuno da aproximação do inimigo;
(b) Retardar e desorganizar o inimigo, dentro de suas possibili-
dades;
(c) Impedir a observação terrestre e os fogos diretos sobre a
ADA;
(d) Iludir o inimigo quanto à verdadeira localização do LAADA.;
(e) Realizar ações de contra-reconhecimento; e
(f) Suplementarmente, o escalão de segurança localiza alvos re-
ais e prováveis para o defensor e pode receber missão de deixar elementos

7-10
C7-10

à retaguarda do inimigo para dirigir fogos, fornecer dados e desorganizar


suas operações.
(3) Composição - O escalão de segurança é composto por forças
equilibradas de armas combinadas. Pode ser constituído de:
(a) Força de cobertura (F Cob);
(b) Postos avançados gerais (PAG);
(c) Postos avançados de combate (P Avç C);
(d) Elementos de segurança aproximada; e
(e) Elementos de vigilância aérea.
d. Área de Defesa Avançada (ADA)
(1) Delimitação - A ADA do batalhão se estende para a retaguarda,
desde o LAADA até a retaguarda das companhias de fuzileiros empregadas
em primeiro escalão.
(2) Missão - A missão dos elementos de primeiro escalão é deter o
inimigo à frente da posição, procurando impedir, por meio de fogos e do
combate aproximado, a sua entrada na referida área. Para cumprir esta
missão, os elementos da ADA bloqueiam as Via A disponíveis para o inimi-
go, não somente junto ao LAADA mas também em profundidade, a fim de
limitar possíveis penetrações.
(3) Composição - O BIMtz é o mais indicado para ser empregado na
ADA.
e. Área de Reserva (A Res)
(1) Delimitação - A área de reserva, também denominada área de
retaguarda, se estende desde a retaguarda das companhias de primeiro
escalão até o limite de retaguarda do batalhão, se houver.
(2) Missão - As missões da reserva são:
(a) Aprofundar a defesa, limitando as penetrações;
(b) Realizar contra-ataques;
(c) Reforçar ou substituir os elementos da ADA.
(3) Composição - Nesta área são localizadas as SU não emprega-
das na ADA. Estas SU constituem a reserva e são mantidas sob o controle
direto do batalhão para emprego na oportunidade e local decisivos.

ARTIGO IV
FORÇAS DA ÁREA DE SEGURANÇA

7-9. FORÇA DE COBERTURA


a. Uma Força de Cobertura (F Cob) é, normalmente, estabelecida pelo
Esc Sp (Ex Cmp ou DE) para proporcionar segurança à frente dos PAG. Por
necessitar de grande mobilidade, em geral esta missão é atribuída às tropas
blindadas.

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C7-10

b. Essa força tem a missão de retardar o inimigo, durante um determi-


nado período, a fim de proporcionar tempo para a preparação da posição de
defesa, através de uma ação retardadora em posições alternadas ou suces-
sivas, desorganizar ao máximo as forças inimigas atacantes e iludi-las quan-
to à verdadeira localização do LAADA.

7-10. POSTOS AVANÇADOS GERAIS


a. Os postos avançados gerais (PAG) são estabelecidos aproximada-
mente de 8 a 12 km à frente da brigada, por ordem do comandante da divi-
são. Eles dão maior segurança à frente da posição defensiva, alertam sobre
a aproximação do inimigo, retardam e desorganizam sua progressão, procu-
rando iludi-lo quanto à real localização do LAADA..
b. São, normalmente, guarnecidos por um grupamento de armas com-
binadas, integrando uma brigada, embora um batalhão reforçado possa ser
designado para guarnecer os PAG. Uma companhia de fuzileiros pode re-
ceber uma área para organizar e ocupar na área de defesa do batalhão
empregado nos postos avançados gerais, ou ficar em reserva.
c. A ordem para os postos avançados gerais pode prescrever que a
sua área de defesa seja mantida por um tempo determinado ou que eles
realizem um ação retardadora. No primeiro caso, a companhia organiza
suas posições como em uma defensiva normal. No segundo caso, aplicam-
se os princípios que regem uma ação retardadora.
d. As tropas de infantaria blindada estão mais aptas a ocuparem os
postos avançados gerais.

7-11. POSTOS AVANÇADOS DE COMBATE


a. Generalidades
(1) Os postos avançados de combate, via de regra, ficam situados
entre 800 e 2.000 metros à frente do LAADA.
(2) Constituem o elemento de segurança da brigada. Sua missão
principal é proporcionar o alerta oportuno quando da aproximação do inimi-
go e impedi-lo de realizar a observação terrestre aproximada e os fogos
diretos sobre o interior da área de defesa. Dentro de suas possibilidades,
retardam e desorganizam o inimigo e se esforçam para iludi-lo quanto à real
localização do LAADA. Aumentam a segurança da posição defensiva e ob-
têm dados oportunos acerca do inimigo, infligindo-lhe o máximo de baixas,
sem se engajarem em combate aproximado.
(3) A responsabilidade pela organização e ocupação da sua posição
pode ser atribuída a uma companhia de fuzileiros dos batalhões de primeiro
escalão (geralmente a reserva) ou a elementos do batalhão reserva. O efe-
tivo dos postos avançados de combate em cada batalhão, varia desde um

7-12
C7-10

pelotão reforçado até uma companhia de fuzileiros reforçada com morteiros


do Btl, armamento AC e carros de combate.
b. Organização
(1) Os postos avançados de combate são constituídos de uma série
de postos de vigilância, cujos efetivos variam de uma esquadra a um pelo-
tão de fuzileiros reforçado. Esses postos organizam núcleos de defesa em
acidentes do terreno que permitam boa observação em profundidade, ofere-
çam extensos campos de tiro e proteção aproximada às armas de apoio
pelos fuzileiros (Fig 7-5).

Fig 7-5. O Pel Fuz (+) ocupando o P Avç C com representação de 1 (um)
itinerário de retraimento.

(2) As posições são organizadas em frentes normais, separadas


uma da outra de modo a permitir a ligação mútua pela vista. Caso isso não
seja possível, a ligação entre os núcleos é mantida por meio de patrulhas ou
outros meios de comunicações. Vigias e patrulhas são empregados à frente,
nos flancos e atrás para proporcionarem segurança nos postos de vigilân-
cia. Faz-se patrulhamento entre os postos e os vigias durante os períodos
de visibilidade reduzida. As armas são instaladas onde se disponha de
campos de tiro extensos e os homens ocupam locais que ofereçam o máxi-
mo de observação, o que, em geral, é conseguido na crista topográfica do

7-13
C7-10

acidente do terreno organizado.


(3) Além das vantagens já expostas, tal localização facilita o retrai-
mento. Geralmente, não há necessidade de pontos de apoio nem são pre-
vistos os fogos à frente da posição dos postos avançados de combate, por-
que eles retraem antes que o atacante cerre o contato. As comunicações
para a retaguarda são mantidas por meio de telefone, rádio e mensageiros.
Os itinerários de retraimento são escolhidos e reconhecidos, e todos os
homens tomam conhecimento do plano de retraimento.
c. Conduta - Quando não há tropa amiga à frente dos postos avança-
dos de combate, o contato com o inimigo é mantido por meio de patrulhas.
As armas executam tiros longínquos, procurando infligir o máximo de baixas
e desorganizar o inimigo. À medida que o inimigo progride, aumenta a con-
tinuidade e densidade de fogos que recebe. O comando imediatamente
superior é cientificado da aproximação das forças inimigas e é sempre in-
formado da evolução da situação. Se o atacante chegar à distância de com-
bate aproximado ou ameaçar um desbordamento, o posto retrai.
d. Retraimento
(1) A decisão de retraimento, normalmente, é tomada pelo coman-
dante do batalhão ou da brigada. Contudo, o comandante do posto avança-
do pode ser autorizado a tomar essa decisão.
(2) São utilizados itinerários de retraimento, previamente designa-
dos e reconhecidos, que ofereçam o máximo de coberta e ocultação. Tais
itinerários não devem prejudicar a execução dos tiros rasantes das armas
instaladas na posição defensiva e, se possível, procuram esconder ao inimi-
go a verdadeira localização dessa posição.
(3) Preparam-se diversos planos para o retraimento. Em princípio,
as frações menos engajadas retraem em primeiro lugar. Já que a distância
da posição defensiva é curta, não há, geralmente, posições retardadoras
intermediárias e o retraimento é feito diretamente para o interior da posição.
Os elementos amigos são mantidos informados sobre o curso do retraimen-
to.

ARTIGO V
COMPANHIA DE FUZILEIROS DA AREA DE DEFESA AVANÇADA

7-12. MISSÃO
A missão da companhia de fuzileiros da área de defesa avançada, na
defensiva é, com o apoio de outros elementos, deter o inimigo pelo fogo à
frente do LAADA, e, caso ele atinja esse limite, repelir o seu assalto pelo
combate aproximado e, excepcionalmente, expulsá-lo por meio do contra-
ataque.

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C7-10

7-13. NORMAS DE COMANDO – POREOF


a. Providências Iniciais
(1) Durante as providências iniciais, o Cmt SU deverá retirar as dú-
vidas que porventura ainda tenha. Realiza um planejamento inicial do tempo
disponível, buscando deixar o maior tempo possível para os elementos su-
bordinados.
(2) Como os comandantes dos elementos de apoio e vizinhos, em
geral, estão presentes na ocasião em que o comandante da companhia
recebe a ordem de defesa do batalhão, ele aproveita este momento para
realizar as ligações necessárias a um entendimento com aqueles coman-
dantes no sentido de assegurar a coordenação das ações.
(3) Nesta fase, o comandante da companhia realiza a análise da
missão recebida e prepara o PLANO INICIAL DE DEFESA. Este plano ser-
ve de base para futuras ações e dá uma orientação inicial aos comandantes
subordinados e aos elementos de apoio para que possam iniciar determina-
dos trabalhos antes da expedição da ordem da companhia. Ele contém dis-
posições gerais e as missões da tropa e das armas de apoio dentro da zona
de defesa da companhia.
(4) Realiza o planejamento e expede ordens para o deslocamento
de tropa, com a devida antecedência, auxiliando o controle e assegurando a
chegada a tempo da tropa à posição defensiva. Esse deslocamento, nor-
malmente, é controlado pelo seu subcomandante.
(5) Fixa a hora em que a ordem será emitida. Ao escolhê-la, leva em
consideração o tempo total disponível, o tempo necessário para um reco-
nhecimento adequado por parte de seus comandantes subordinados e para
a efetiva preparação da posição. Ele dá tempo suficiente para o preparo das
posições, mesmo que isso possa prejudicar a minuciosidade do seu reco-
nhecimento.
(6) Designa os elementos que, além dos comandantes de pelotão,
irão receber a ordem de defesa da companhia. Estes poderão ser os obser-
vadores avançados de artilharia e de morteiros, o auxiliar das comunicações
e os comandantes de frações de armas de apoio localizadas dentro da zona
de ação da companhia.
b. Observação e planejamento do reconhecimento
(1) O comandante da companhia escolhe um posto de observação
do qual toda ou pelo menos a parte mais importante da área de defesa da
companhia possa ser vista. Pode, também, designar este posto como o
local em que posteriormente emitirá sua ordem.
(2) Antes de iniciar o reconhecimento do terreno, faz um ligeiro re-
conhecimento na carta, determina os locais a serem percorridos e escolhe o
itinerário. Seu reconhecimento é tão minucioso quanto o tempo permitir,
devendo percorrer o terreno a ser defendido, dispensando maior atenção
aos pontos mais importantes. Dá a conhecer seu itinerário para que possa

7-15
C7-10

ser encontrado com rapidez.


c. Reconhecimento
(1) O comandante da companhia faz o seu reconhecimento pessoal
do terreno. Sempre que possível, deve ser acompanhado pelo comandante
do pelotão de apoio e demais elementos que julgue necessários. Em primei-
ro lugar, identifica precisamente sua zona de ação e as vias de acesso que
incidem em sua posição no LAADA, em profundidade e nos flancos. A partir
de então, conduzirá a análise por faixas do terreno.
(2) Estuda o terreno imediatamente à frente da posição para verifi-
car, dentre outros aspectos:
(a) Regiões que ofereçam cobertas e abrigos para o inimigo,
permitindo sua utilização como posições de ataque, bases de fogos de ar-
mas de tiro curvo e desdobramento de PC, instalações logísticas e reserva;
(b) Regiões que podem ser utilizadas pelo inimigo como bases
de fogos de tiro tenso;
(c) Itinerários cobertos e abrigados que podem ser utilizados pelo
inimigo para abordar a posição e posições de desenfiamento para arma-
mento coletivo;
(d) Obstáculos naturais e terrenos descobertos de passagem o-
brigatória para o inimigo;
(e) Acidentes dominantes do terreno que possam ser utilizados
como postos de observação inimigos e zonas no interior da posição de re-
sistência expostas às vistas do inimigo;
(f) Itinerários desenfiados para retraimento dos postos avança-
dos.
(3) Estuda, pormenorizadamente, o terreno no interior da zona de
defesa para determinar, dentre outros aspectos:
(a) Posicionamento dos núcleos de defesa dos pelotões da com-
panhia, permitindo bloquear em melhores condições as vias de acesso do
inimigo;
(b) Locais dos armamentos AC e dos morteiros;
(c) Locais dos postos de observação e de comando da compa-
nhia;
(d) Itinerários das comunicações e dos suprimentos;
(e) Coordenação com os elementos vizinhos e com os elementos
das armas de apoio ou de guerra eletrônica que podem ser instalados den-
tro da zona da companhia;
(4) Quando o tempo é restrito, o comandante da companhia pode
dar sua ordem sem fazer um reconhecimento minucioso do terreno. Nesses
casos, ele o faz utilizando o melhor posto de observação ao seu alcance, ou
apenas baseando-se no seu estudo da carta. Os ajustamentos visando me-
lhorar a coordenação e a organização tática são feitos logo que a situação
permita.

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C7-10

d. Estudo de Situação
(1) Após completar seu reconhecimento, o comandante da compa-
nhia prossegue com seu estudo de situação onde consolida as informações
levantadas em seu estudo do terreno, das condições meteorológicas e do
inimigo. Formula e analisa linhas de ação para organizar sua posição defen-
siva, realizando uma rápida comparação entre elas e chegando a uma deci-
são.
(2) Durante seu estudo de situação, o comandante da companhia
poderá ser assessorado pelos elementos de apoio recebidos, os quais po-
derão passar informações importantes como locais favoráveis ao emprego
de fogos de artilharia e locais onde serão lançados os obstáculos artificiais
determinados pelo escalão superior. Estas informações adicionais servirão
como auxílio para montar suas linhas de ação.
e. Ordens - Após chegar a uma decisão, o comandante da compa-
nhia faz as modificações necessárias em seu plano inicial, oriundos do re-
conhecimento do terreno e do seu estudo de situação e expede, então, a
ordem de defesa da companhia, dando conhecimento ao comandante do
batalhão do seu plano de defesa.
f. Fiscalização- Após a emissão da sua ordem, o comandante da
companhia fiscaliza a organização pormenorizada da área de defesa da
companhia.

7-14. ORDEM DE DEFESA DA COMPANHIA DE FUZILEIROS


a. O comandante da companhia baseia sua ordem de defesa na or-
dem do batalhão, nas propostas apresentadas por seus comandantes de
frações e no seu próprio estudo da situação (para modelo de uma ordem de
defesa da companhia, ver o Anexo A).
b. A ordem é transmitida verbalmente e compreende o seguinte:
(1) Informação sobre o inimigo, inclusive direção e hora em que um
ataque pode ser esperado. Informações sobre os elementos amigos, de
apoio e vizinhos;
(2) Missão da companhia;
(3) Missões e núcleos de defesa de cada pelotão de fuzileiros, inclu-
indo o setor defensivo de cada pelotão;
(4) Posições e missões dos armamentos AC, dos morteiros e de
quaisquer outras armas postas em reforço à companhia, podendo designar
alvos prioritários ou direções principais de tiro para as armas coletivas;
(5) Controle do tiro, inclusive os pormenores relativos aos pedidos
de desencadeamento de fogos de proteção final;
(6) Medidas de segurança;
(7) Ordem de urgência nos trabalhos de OT e a hora em que deve-
rão estar prontos;

7-17
C7-10

(8) Localização dos campos de minas e de outros obstáculos;


(9) Remuniciamento e outras medidas administrativas;
(10) Local do posto de socorro do batalhão e refúgio de feridos da
companhia;
(11) Modificações ou aditamento às NGA (por exemplo: segurança
anticarro, tipo de espaldões e medidas de higiene);
(12) Posto de comando e de observação; e
(13) Instruções sobre as comunicações.

7-15. ZONA DE AÇÃO DA COMPANHIA


a. Frente
(1) O comando do batalhão fixa as frentes de suas companhias de
primeiro escalão de acordo com o valor defensivo e a importância relativa
de suas áreas de defesa. Normalmente, uma companhia de fuzileiros da
área de defesa avançada recebe uma frente de 1200 a 1.600 metros (Fig 7-
6).
(2) Quando uma companhia ocupa uma região capital de defesa,
ou tem observação deficiente e campos de tiro limitados, como em terreno
coberto ou acidentado, sua frente aproxima-se do menor limite citado.
Quando o terreno oferece maiores campos de tiro e melhor observação, a
frente pode aproximar-se do limite máximo. Em condições excepcionais,
como em terreno plano e limpo, ou quando houver obstáculos naturais ao
longo da frente, que venham reforçar a defesa, a companhia poderá receber
uma frente superior a 1.600 metros.
b. Profundidade
(1) A profundidade da área de uma companhia da área de defesa
avançada, normalmente, não excede a 1.000 metros. Esta profundidade
pode ou não englobar as instalações logísticas da companhia, dependendo
do terreno e das possibilidades do inimigo.
(2) A área de segurança aproximada à frente do LAADA raramente
vai além de 500 metros.
c. Limites
(1) O comandante do batalhão fixa a área de responsabilidade de
cada companhia de fuzileiros da ADA por meio de limites. A extensão des-
tas linhas indica até onde se estende a responsabilidade da companhia à
frente e à retaguarda (Fig. 7-7). Os limites devem ser fixados de sorte a
favorecer a defesa e a colocar os acidentes capitais do terreno (cristas,
elevações) e as vias de acesso perigosas sob a responsabilidade de um só
elemento.
(2) No nível subunidade, não há uma divisão da Z Aç da compa-
nhia para os Pel Fuz, o que ocorre é uma distribuição de faixas do terreno a
defender, sob responsabilidade de cada comandante de pelotão.

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C7-10

Fig 7-6 – Zona de ação de uma Cia Fuz

d. Pontos-limite
(1) Os pontos ao longo do LAADA onde cessa a responsabilidade
de um elemento e tem início a de outro chamam-se pontos-limite.
(2) Estes pontos fixados pelo comando superior, têm duas finali-
dades principais para as companhias de fuzileiros de primeiro escalão: bali-
zar o traçado geral do LAADA e designar o local, no terreno, onde os co-
mandantes vizinhos devem coordenar seus planos de defesa a fim de asse-
gurar o apoio mútuo de suas áreas.
(3) Não há necessidade de ocupar-se o ponto-limite com elemento
de tropa.

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Fig 7-7. Limites laterais e de retaguarda das Cia Fuz na ADA

7-16. ORGANIZAÇÃO DA ÁREA DE DEFESA AVANÇADA


a. Distribuição dos pelotões
(1) Os pelotões são empregados no interior da área de defesa da
companhia, de acordo com a mais correta aplicação dos fundamentos de
defesa. Via de regra, isso é conseguido com o emprego de dois pelotões de
fuzileiros no LAADA e um em reserva. Esses pelotões são dispostos de
modo a defenderem as vias de acesso e a cobrir outras partes da área de
defesa da companhia com fogos e com a observação.
(2) Os elementos do pelotão de apoio são instalados dentro da á-
rea de defesa da companhia, onde melhor possam cumprir suas missões de
tiro e serem protegidos pelos elementos de fuzileiros. Em geral ficam locali-
zados no interior dos núcleos de defesa dos pelotões.
b. Pelotões do limite anterior da área de defesa avançada
(1) Localização – As posições dos pelotões do LAADA devem ser
organizadas junto à crista militar da elevação a defender, de forma a obter-
se uma boa observação aproximada e campos de tiro rasantes para as ar-
mas de tiro tenso. (Fig 7-8)

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C7-10

Direção de A-
proximação do
Inimigo
A – Contra-encosta
B – Crista topográfica
C – Crista militar
Linha de observação e trajetória de tiro tenso

Fig 7-8. Rasância do armamento de tiro tenso obtida da crista militar.

(2) Frente a defender e ocupar


(a) A largura da frente a defender do núcleo de defesa do pelo-
tão de primeiro escalão é função de vários fatores, quais sejam: campos de
tiro, obstáculos e fogos de apoio. Normalmente, é de 600 a 800 m.
(b) Em virtude de sua possibilidade de cobrir uma zona pelo fo-
go, um pelotão ocupa uma área de 400 metros (Fig 7-9)
(c) Quando armas de apoio são instaladas no interior da zona
de um pelotão, a frente ocupada pode ser aumentada de acordo com o ter-
reno.
(3) Intervalos
(a) Os intervalos entre os pelotões variam de acordo com o ter-
reno e com o fogo que os cobre. Estes intervalos são influenciados pelos
seguintes fatores: observação, campos de tiro, possibilidade do pelotão
reserva bater os intervalos, apoio mútuo entre pelotões vizinhos do LAADA
e dispersão.
(b) A fim de evitar que dois núcleos não sejam atingidos por
uma única concentração de artilharia ou de morteiro, via de regra, o interva-
lo entre os pelotões de fuzileiros no LAADA terá uma distância mínima de
200 metros (podendo ser menor caso a situação imponha), e uma distância
máxima de 400 metros a fim de permitir o apoio mútuo entre estes núcleos.
(4) Responsabilidades
(a) O comandante da companhia deve evitar a divisão da res-
ponsabilidade da defesa de uma via de acesso do inimigo entre dois pelo-
tões.
(b) Para que seja possível cobrir toda a área de defesa com os
fogos dos fuzileiros, estes recebem setores de tiro bem definidos. A dimen-
são de cada setor depende: da frente da zona de defesa; da existência de
vias de acesso perigosas; das condições favoráveis do terreno para os pos-
tos de observação do inimigo.

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C7-10

(5) Graus de resistência


(a) Generalidades - Os graus de resistência que podem ser
empregados na ADA, conforme o nível de engajamento admitido com o
inimigo são, do maior para o menor, defender, retardar e vigiar. Em uma
defesa de área, em princípio, deve-se adotar o “defender” em todas as vias
de acesso. Não caberá ao comandante da companhia definir qual grau de
resistência será adotado, entretanto ele poderá receber ordem do batalhão
para, em uma parte da sua zona de ação, empregar um grau de resistência
menor que o defender na região do contato, geralmente uma frente secun-
dária com terrenos restritivos ou impeditivos à frente do LAADA. Nas posi-
ções ocupadas pelo pelotão reserva da companhia da ADA e na área da
companhia reserva deve sempre ser adotado o grau de resistência defen-
der.
(b) Retardar
((1))Um pelotão de fuzileiros que retarda o inimigo em de-
terminadas Via A combate através do fogo, procurando desorganizar e deter
o ataque inimigo, sem se engajar decisivamente em combate. Isto ocorre
quando o pelotão recebe mais de uma Via A de companhia para bloquear,
((2)) A tropa que retarda só deve retrair quando estiver sob
ameaça de engajamento decisivo e mediante ordem do escalão superior. Ao
evitar este engajamento, o comandante retrai através de uma ou mais posi-
ções de bloqueio mais à retaguarda onde a reserva possa barrar o inimigo
em melhores condições.
(c) Vigiar
((1)) Um pelotão de fuzileiros que vigia determinadas Via A
cumpre sua missão estabelecendo uma série de postos de vigilância com-
plementados por patrulhas, para detectar a presença do inimigo. A força que
vigia provê sua própria segurança e, se pressionada, retrai, mantendo per-
manente contato com o inimigo.
((2)) Via de regra, esta tropa não ocupa uma posição prepa-
rada à retaguarda da faixa do terreno que vigia devido às dificuldades im-
postas pelo terreno, dispositivo disperso e pelo inimigo que avança. Nor-
malmente esta fração se reorganiza à retaguarda de uma zona de reunião e
reforça a reserva do batalhão.
((3)) Este grau de resistência geralmente será determinado
pelo batalhão face a existência de áreas passivas (exemplo: regiões alaga-
diças) à frente do LAADA ou pela existência de regiões que não favoreçam
a ocupação de posições de bloqueio (inexistência de alturas favoráveis).
c. Pelotão reserva
(1) A missão principal do pelotão reserva é apoiar pelo fogo os pe-
lotões do LAADA, limitando possíveis penetrações no dispositivo defensivo
da companhia. O terreno, raramente permite que o pelotão reserva atire à
frente desses pelotões. Por isso, o apoio de fogo consiste em bater os inter-

7-22
C7-10

valos entre os pelotões do LAADA, o interior dos seus núcleos de defesa no


caso de uma penetração do inimigo, os flancos e a parte posterior da área
de defesa.
(2) O pelotão reserva fica localizado no terreno que tenha maior
valor defensivo, atrás dos pelotões do LAADA e no interior da área de defe-
sa da companhia, de onde possa obter melhores vistas e campos de tiro
para o cumprimento de suas missões. A sua posição é organizada a uma
distância máxima de 400 metros entre a sua frente e a retaguarda dos pelo-
tões do LAADA, para permitir o apoio de fogos de fuzil, e a uma mínima de
200 metros, entre a sua frente e a retaguarda dos últimos elementos dos
pelotões do LAADA, para evitar os tiros diretos do inimigo dirigidos contra
estes (Fig 7-9). A existência de áreas cobertas à frente e nos intervalos da
posição defensiva admite uma redução nestes intervalos. Estas variações
serão determinadas pelo comandante da companhia após a análise dos
fatores da decisão.
(3) Se o terreno permitir, o pelotão reserva organiza uma única
posição para cumprir sua missão (Fig 7-9). Entretanto se, devido às condi-
ções do terreno, o pelotão reserva não puder cumprir a sua missão de uma
única posição e existirem itinerários cobertos (naturais ou artificiais) dentro
da zona de ação, mais de uma posição poderá ser organizada (Fig 7-10). O
pelotão, então, ocupará a posição preparada que fizer face à ameaça mais
provável do inimigo e fica em condições de deslocar-se para outras posi-
ções, mediante ordem, particularmente para reagir face a linha de ação
mais perigosa do inimigo, levantada pelo S/2 do batalhão.

400 m 50 a
A 200 m
LAADA LAADA

Distâncias dos intervalos :


A – mínima de 200 m e máxima de 400 m

Fig 7-9 Dimensões e distâncias de apoio mútuo dos Pel Fuz da ADA

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Fig 7-10 – Companhia com mais de uma posição de aprofunda-


mento

(4) Quando o terreno exige a organização de mais de uma posi-


ção, sem apresentar itinerários cobertos que as liguem, pode ser arriscado o
deslocamento do pelotão reserva após o início do combate pelo fogo. Neste
caso, pode ser necessário dividi-lo a fim de que ele ocupe mais de uma
posição. A integridade dos grupos de combate deve ser mantida.
(5) O batalhão poderá assumir a responsabilidade de preparar um
dos núcleos defensivos de aprofundamento e prever o emprego da reserva
para aprofundá-lo em caso de penetração inimiga. Em função do valor de-
fensivo da zona de ação atribuída à companhia, o batalhão poderá, ainda,
reforçá-la com um pelotão de fuzileiros para que a companhia ocupe, simul-
taneamente, as duas posições de aprofundamento.

7-17. PREPARAÇÃO DA POSIÇÃO DEFENSIVA


a. A preparação da área de defesa da companhia é limitada apenas pe-
lo tempo e pelos meios disponíveis. A ordem do batalhão fixa a ordem de
urgência e os prazos para a execução dos trabalhos. Estes trabalhos podem
compreender:
(1) Preparação de espaldões para as armas e de abrigos individu-
ais;
(2) Limpeza dos campos de tiro;
(3) Lançamento de minas anticarro, armadilhas e dispositivos de
vigilância e alarme;
(4) Construção de redes de arame e de outros obstáculos;

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C7-10

(5) Preparação de itinerários para suprimento, comunicações e


evacuação.
b. Na ausência de instruções especiais, os homens cavam primeira-
mente seus abrigos individuais (para o homem de pé) e os espaldões das
armas coletivas. Enquanto estão sendo construídos os espaldões, as armas
coletivas são instaladas em posições de tiro provisórias, nas proximidades
das posições definitivas. Utilizam-se ao máximo as cobertas e os abrigos
naturais e artificiais contra a observação e os tiros, tanto terrestre como
aéreos. Uma rede de arame de proteção é colocada em toda a volta de
cada núcleo de defesa das pequenas frações e uma rede de arame tática é
instalada à frente da posição da companhia. Normalmente, alguns desses
trabalhos, como lançamentos de campos de minas e construção de
obstáculos, são executados ou fiscalizados por elementos especializados de
outras unidades ou frações.
c. A organização de zonas expostas ao fogo ou bombardeio aéreo ini-
migo, muita vezes, só pode ser feita durante o dia, parceladamente e com
os homens bem dispersos. Se isso for impraticável, a organização das posi-
ções é suspensa até o escurecer. Deve-se construir tetos para abrigos e
espaldões, a fim de dar proteção não só contra os fogos inimigos como
também dos fogos amigos de apoio imediato de artilharia e morteiros.
d. A eficácia das armas de tiro direto depende de seus campos de tiro.
O defensor deve procurar rasância e profundidade para uma melhor eficácia
de seus fogos. Quando esses não são bons, são melhorados, cortando-se
ou queimando-se moitas, arbustos e troncos, podando-se galhos e árvores,
destruindo-se edifícios e construindo-se “túneis de tiro” através dos bos-
ques. A limpeza dos campos de tiro não deve revelar ao inimigo a localiza-
ção da posição ou prejudicar sua ocultação. A organização do terreno que
oferece bons campos de tiro (terreno descoberto e plano) exige menor nú-
mero de homens e de meios do que a do terreno coberto, com campos de
tiro deficientes.
e. A prioridade de trabalhos estabelece um método para se controlar a
preparação da defensiva. A prioridade deve estar prevista nas NGA do Btl,
podendo ser alterada de acordo com a situação. Por ocasião da expedição
da ordem o comandante de companhia deve confirmar esta prioridade.
f. Segue abaixo um exemplo de prioridade de trabalhos:
- Estabelecimento de patrulhas de reconhecimento e segurança;
- Estabelecimento da segurança local para os trabalhos;
- Entrada em posição das armas coletivas e designação dos setores
de tiro;
- Designação da linha de proteção final;
- Limpeza dos campos de tiros;

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- Ajustagem dos fogos de proteção final (tiro curvo);


- Estabelecimento das ligações fio;
- Lançamento de obstáculos e campos de minas;
- Preparação de espaldões e abrigos individuais;
- Preparação das posições de muda e suplementar;
- Estabelecimento de medidas de controle que se fizerem necessá-
rias;
- Ajuste e melhora das posições.

7-18. CONSTRUÇÃO DE OBSTÁCULOS NA ADA


a. Os obstáculos poderão ser construídos pelos engenheiros ou pelas
o
companhias dos batalhões de 1 escalão a fim de apoiar a concepção de
defesa do comandante e de aumentar o efeito dos fogos da companhia.
Para obter melhores resultados, são empregados em profundidade e os já
existentes são reforçados para aumentar a sua eficiência. São lançados
com o objetivo de canalizar, dissociar, fixar ou bloquear as formações inimi-
gas.
b. Obstáculos táticos são posicionados para aumentar a eficiência
dos fogos da companhia. A rede de arame tática é, usualmente, posicionada
ao longo da LPF, de maneira que a sua face exterior seja batida pelos fogos
das metralhadoras (Fig 7-11).

Fig 7-11. Mtr dos Pel Fuz batendo a LPF balizada pelas redes táticas.

7-26
C7-10

c. Os campos de minas táticos podem ser integrados com as redes


táticas ou usados separadamente, devendo ser demarcados. Devem ser
colocados guardas junto aos campos de minas para evitar acidentes com
tropas e viaturas amigas. O retraimento dos guardas localizados à frente do
LAADA é feito após o dos elementos de segurança.
d. A companhia constrói obstáculos de proteção local para destruir o
assalto final do inimigo. Assim como os obstáculos táticos, os de proteção
local são situados de acordo com o terreno e batidos por fogos. Certos tipos
de obstáculos são orientados contra a maior ameaça a ser enfrentada
quando do combate aproximado – os obstáculos antipessoal contra a infan-
taria a pé e obstáculos anticarro contra uma força blindada.
e. Os obstáculos de proteção local são, normalmente, posicionados
fora do alcance das granadas de mão (40 a 100 metros) a partir das posi-
ções de combate dos soldados (tocas). A rede de proteção local deve pro-
teger todo o perímetro do pelotão (Fig 7-12). Deve-se ter em mente que esta
será a última linha de obstáculos que permitirá o bloqueio do assalto inimi-
go. A rede de proteção local poderá ser ampliada por meio da construção de
obstáculos de arame entre as posições dos grupos de combate, auxiliando,
desta forma, a limitar lateralmente as possíveis penetrações no núcleo de
pelotão. Os campos de minas de proteção podem ser utilizados em combi-
nação ou usados separadamente.
f. Obstáculos de arame suplementares são usados para ligar as redes
de proteção de pelotão e de companhia e para disfarçar a linha da rede
tática, para evitar que o inimigo, ao identificar a rede tática, localize as ar-
mas amigas (particularmente as metralhadoras).
g. Os obstáculos devem ser mantidos sob constante observação. Du-
rante os períodos de visibilidade limitada, deve ser previsto o patrulhamento
ao longo dos obstáculos e o reposicionamento dos soldados para assegurar
que os obstáculos estejam sendo batidos por fogos e que não sejam ultra-
passados em sigilo pelo inimigo. Para obter uma maior eficiência, deverão
ser empregados sistemas de alarme improvisados, eletrônicos, luminosos,
radares de vigilância terrestres, etc.
h. Ao planejar o emprego dos obstáculos, o comandante deve consi-
derar a quantidade de tempo requerido para a sua preparação, o encargo
que recai sobre o sistema logístico e a capacidade de trabalho da tropa.

7-27
C7-10

Legenda:
xxxxxxxx – Rede tática
x–x–x–x– – Rede de proteção local
xx–xx–xx – Rede suplementar
- Direção de tiro das Mtr

Fig 7-12. Visualização dos obstáculos na área de defesa avançada.

7-19. DEFENSIVA SUMÁRIA


a. Quando há necessidade de rapidez na ocupação de uma posição,
as primeiras providências são: colocar a tropa em posição, estabelecer a
segurança aproximada e iniciar a organização do terreno.
b. Para proteger a organização da posição, faz-se o máximo uso dos
fogos de apoio disponíveis. Os elementos da companhia e quaisquer armas
em reforço são dispostos de maneira a proporcionar a defesa da área da
companhia em todas as direções. Quando há tempo, é feita uma coordena-
ção mais pormenorizada que poderá comportar um reajustamento da posi-
ção e de fogos.

7-28
C7-10

c. Uma companhia de fuzileiros da ADA pode ser forçada a organizar


suas posições em contato cerrado com o inimigo. Nesta situação, o preparo
da posição é condicionado pela ocorrência total ou parcial das seguintes
condições:
(1) Limitação de deslocamento dos homens;
(2) Exposição da tropa aos fogos observados;
(3) Ataques inimigos em uma ou em todas as fases da organiza-
ção;
(4) Ataques locais em acidentes do terreno necessários à organi-
zação da posição;
(5) Retraimentos parciais para fortalecer a posição (com prévia a-
provação do comandante do batalhão).
d. Na organização de uma posição, nessas condições, são também
aplicáveis os fundamentos da defensiva. O grau de sua aplicação, do mes-
mo modo que o das normas de comando, varia com a situação.
e. O comandante da companhia depende muito da iniciativa de seus
comandantes subordinados, por serem necessárias decisões imediatas dos
comandantes de pelotão, antes que ele possa estabelecer uma coordena-
ção pormenorizada.

7-20. APOIO DE FOGO


a. Tipos de fogos
(1) Fogos longínquos
(a) Planejados para bater o inimigo o mais cedo possível com
a finalidade de causar-lhe baixas, retardar a sua progressão e desorganizá-
lo.
(b) São constituídos pelos fogos das armas de apoio instala-
das dentro da posição e que sejam capazes de executar fogos longínquos
eficazes, sem denunciar a organização da posição defensiva, bem como
pelos fogos das armas de apoio orgânicas ou colocadas em reforço aos
postos avançados de combate.
(2) Fogos defensivos aproximados
(a) Planejados para destruir a coesão das forças atacantes,
antes que possam lançar o assalto, infringindo-lhes o maior número possível
de baixas, rompendo-lhe o comando, o controle e as comunicações, cegan-
do-lhe a observação e neutralizando suas armas de apoio.
(b) São constituídos pelos fogos de todas as armas individu-
ais e de apoio que possam bater o inimigo em suas posições de ataque e
durante o desenrolar deste, até que o assalto seja lançado.

7-29
C7-10

(3) Fogos de proteção final


(a) Planejados para repelir o assalto inimigo à posição de de-
fesa, mediante a colocação de uma rede de fogos precisos imediatamente à
frente do LAADA.
(b) São constituídos pelos fogos previstos das armas de apoio
que podem ser desencadeados sob quaisquer condição de visibilidade e
representados pelas direções principais de tiro das armas AC e das metra-
lhadoras e barragens dos morteiros e da artilharia.
(4) Fogos no interior da posição
(a) Planejados para limitar as possíveis penetrações dentro
da posição de defesa, destruir as forças atacantes, evitar a chegada de
seus reforços e apoiar nossos contra-ataques.
(b) São constituídos pelos fogos das armas individuais e de
apoio que possam atirar sobre a área em que se deu a penetração, visando
aumentar a intensidade do fogo nesta parte da frente.
b. Na defesa, é o fogo que detém. O sucesso da defesa depende,
portanto, em grande parte, do cuidado com que os fogos são planejados,
coordenados e desencadeados. A subunidade é responsável pelo planeja-
mento e máxima coordenação de seus fogos, e cada plano de fogo deve ser
coordenado com o elemento vizinho.
c. A coordenação inclui a escolha de posição para as armas, eficaz
controle de tiro, planejamento dos fogos sobre alvos prováveis, preparando-
os por meio de registro e levantamento desses alvos sempre que o tempo o
permita. Essa coordenação será traduzida por um plano de apoio de fogo
flexível que possibilite, instantaneamente e sob qualquer condição de visibi-
lidade, desencadear fogos nos locais ameaçados.
d. Plano de apoio de fogo
(1) O plano de apoio de fogo deve permitir atirar sobre o inimigo,
logo que se possa observá-lo, sujeitá-lo a um volume crescente de fogos, à
medida que se aproxima, e destruí-lo ou repeli-lo por fogos no interior da
posição defensiva, caso nela penetre.
(2) O plano de apoio de fogo tem que ser elaborado, levando-se
em consideração:
(a) As vias de acesso mais favoráveis à aproximação do inimi-
go (a pé, motorizado ou blindado), os locais de instalações de seus postos
de observação, postos de comando e zonas de reunião e posições de ar-
mas de apoio.
(b) O local que se deseja deter o inimigo, imediatamente à fren-
te da área de defesa.
(c) Os fogos disponíveis (orgânicos e em apoio).
(d) O plano de barreiras

7-30
C7-10

(3) A ordem do batalhão prescreve o emprego das armas de apoio


sob controle do batalhão. O comandante da companhia de fuzileiros utiliza
as armas que estejam sob seu controle direto para assegurar o máximo de
proteção à área de defesa da companhia, em coordenação com o plano de
fogos do batalhão. Os fogos dessas armas completam e reforçam os fogos
das armas de apoio do batalhão.
(4) Na defensiva, a não ser no momento que precede ao ataque,
raramente haverá dados detalhados quanto à manobra do inimigo. Assim
sendo, podem ser planejadas concentrações nas prováveis vias de acesso
do inimigo ou acidentes importantes do terreno. Neste caso, cresce de im-
portância o monitoramento destas regiões, o que permitirá o desencadea-
mento oportuno de fogos a fim barrar qualquer progressão inimiga.
(5) O comandante da companhia propõe a localização das barra-
gens da artilharia e morteiros que lhe são distribuídas, informa-se sobre os
setores e as missões principais das metralhadoras e armas AC das SU vizi-
nhas. De posse dessas informações atribui, então, missões a seus mortei-
ros, suas metralhadoras e armas AC para baterem as lacunas existentes e
reforçar os fogos de proteção final.
(6) Os pelotões de fuzileiros são dispostos de maneira a permitir o
apoio mútuo, a defesa em profundidade e a proteção em todas direções.
(7) Os planos de fogos dos pelotões são controlados para verificar
se o terreno à frente de seus núcleos de defesa é batido por fogo de armas
portáteis e se há zonas de recobrimento entre os seus setores de tiro.
(8) As medidas de controle do tiro são difundidas entre os elemen-
tos da companhia e a observação é coordenada para que abranja, completa
e eficientemente, toda a frente e os flancos da área de defesa.
e. Defesa anticarro
(1) A preparação de um plano coordenado de defesa anticarro é
da responsabilidade dos comandantes do batalhão.
(2) Esse plano prevê a organização de um adequado sistema de
alerta, a instalação de armas anticarro no interior das áreas de defesa das
companhias de fuzileiros, o aproveitamento do terreno para proteção contra
blindados inimigos, o lançamento de campos de minas, a construção de
obstáculos artificiais e o reforço dos naturais.
(3) O comandante da companhia familiariza-se com esse plano e
emprega suas armas anticarro para proporcionar o máximo de proteção
aproximada à sua área de defesa. Instala essas armas em locais de onde
possam bater as vias de acesso dos blindados inimigos, com tiros de flanco,
os campos de minas e demais obstáculos não protegidos pelas armas de
outros elementos, ou então empregá-las para reforçar a defesa das partes
mais vulneráveis de sua área.
(4) O terreno deve ser analisado segundo sua influência sobre o
movimento de blindados e as facilidades que apresenta para a instalação

7-31
C7-10

das armas AC. Os terrenos desfavoráveis podem restringir ou impedir o


emprego de grandes formações de blindados, levando essas unidades a se
concentrarem em pequenas áreas. Isto facilita o emprego das armas anti-
carro.
(5) A fim de coordenar a ação das armas anticarro da SU, cada
comandante de companhia de fuzileiros, baseado no Plano DAC do bata-
lhão, determina em sua ordem de defesa a localização, setores de tiro e as
missões pertinentes às armas AC colocados no LAADA e na área de reser-
va (aprofundamento do Btl).
(6) A construção de obstáculos artificiais e o reforço dos naturais,
como uma parte do planejamento de organização do terreno (Plano de Bar-
reiras), vão facilitar e, por outro lado, impor missões de tiro às armas anti-
carro. A integração, o mais detalhada possível, entre o plano de barreiras e
o apoio de fogo é indispensável ao sucesso da DAC.
(7) Os campos de minas e obstáculos AC são batidos por fogos,
com a finalidade de evitar que o inimigo os remova ou para destruir carros
inimigos imobilizados.
(8) Um sistema de alerta contra blindados inimigos é uma das par-
tes mais importantes de um plano de DAC e, portanto, um complemento
indispensável ao plano de apoio de fogo. Convém salientar a importância
das mensagens de alerta conterem a identificação dos blindados inimigos.
Estas mensagens têm precedência sobre as outras.
f. Morteiros
(1) Na defesa os morteiros serão empregados para:
(a) Auxiliar os pelotões de fuzileiros na defesa de suas posi-
ções, proporcionando apoio imediato aos núcleos de defesa avançados, por
meio de concentrações sobre alvos inopinados, particularmente os desenfi-
ados, para deter o ataque inimigo antes que atinja sua posição de assalto.
(b) Cooperar na limitação das penetrações. As concentrações
são planejadas para serem desencadeadas no interior da área de defesa da
companhia, para limitar uma penetração inimiga no LAADA.
(c) Apoiar os contra-ataques. As concentrações podem ser
usadas para isolar as penetrações e proporcionar apoio imediato às forças
de contra-ataque.
(2) Normalmente as posições de tiro dos morteiros localizam-se à
retaguarda, próximas ao pelotão de fuzileiros que aprofunda a defesa. Esta
medida permite uma melhor proteção e, principalmente, o apoio a todas as
fases do combate, inclusive o desencadeamento dos fogos no interior da
posição. Posições iniciais avançadas (inclusive à frente do LAADA, se ne-
cessário) são previstas para a execução dos fogos longínquos em apoio ao
escalão de segurança.
(3) A duração e a cadência dos tiros dos morteiros dependem do
efeito desejado. Na barragem, o fogo deve ser mantido enquanto perdurar a

7-32
C7-10

ameaça e deve cessar tão logo o inimigo se retire da zona de barragem ou


consiga ultrapassá-la, ocasião em que os morteiros devem se preparar para
o tiro no interior da posição. Nas concentrações, o fogo deve ser mantido
até que produza o efeito desejado, ou pelo espaço de tempo previsto no
plano de apoio de fogos. O regime de tiro deve constar dos planos, sempre
que necessário.
g. Armas AC
(1) A missão principal das armas AC na defesa é a proteção ime-
diata da área de defesa contra a atuação de blindados inimigos. Como mis-
são secundária, as peças podem fazer tiros contra armas anticarro e outras
armas coletivas. No cumprimento de sua missão principal, as armas AC de-
vem ser dispostas em profundidade e em condições de bater as prováveis
vias de acesso, de preferência em situação de flanqueamento.
(2) As missões das armas AC localizadas no LAADA consistem
em bater as vias de acesso favoráveis aos CC e blindados inimigos e com-
plementar o apoio de fogo das demais armas da área de defesa.
(3) As armas localizadas na área do pelotão reserva têm por mis-
são limitar possíveis penetrações de CC inimigos, bater as posições dos
pelotões do LAADA que forem submergidos e proteger os flancos da com-
panhia contra a atuação de CC. Para o cumprimento dessas missões, nor-
malmente, são necessárias posições suplementares.
(4) Uma das peças pode ser posicionada no núcleo do pelotão re-
serva com a finalidade de bater os intervalos dos pelotões do LAADA e a-
profundar a defesa anticarro.
h. Carros de combate - Os carros não devem perder a sua caracte-
rística fundamental de elemento de manobra e são, por isto, empregados
em ações de contra-ataque para o que, inicialmente, são conservados em
reserva. Há situações, entretanto, em que poderão ser empregados, inicial-
mente, como elemento de apoio de fogo e de aprofundamento da DAC. De
posições com desenfiamento de couraça, cooperarão, então na execução
dos fogos longínquos, defensivos aproximados e de proteção final. O mais
aconselhável emprego, nesta situação, será no aprofundamento da defesa
anticarro.
i. Emprego do pelotão de apoio
(1) Seção AC
(a) A seção AC pode permanecer em ação de conjunto ou, em
função dos fatores da decisão, o comandante da companhia pode empregar
uma ou duas peças em apoio direto ou reforço aos pelotões do LAADA,
ocupando posições dentro dos núcleos de defesa. Esta conduta ocorre tam-
bém, freqüentemente, para evitar acúmulo de peças de apoio na mesma
região.

7-33
C7-10

(b) A descentralização das peças em apoio direto ou reforço


pode ocorrer quando: os setores de tiro e de observação forem comparti-
mentados; uma parte do dispositivo for mais vulnerável à ataques de blinda-
dos; ou for determinada uma direção mais provável de aproximação do ini-
migo.
(c) Normalmente as peças são colocadas em reforço aos pelo-
tões de fuzileiros em cujo núcleo de defesa se instalaram quando: o tempo
para instalação for limitado, não permitindo uma coordenação segura; os
meios de comunicações são precários; ou a tropa se instala defensivamente
em contato com o Ini.
(d) Quando houver necessidade de proteção anticarro, uma ou
mais peças podem ser colocadas em reforço aos postos avançados de
combate.
(2) Seção de morteiros
(a) Sempre que possível, quando os setores de tiro e a obser-
vação não são limitados, o fogo e o controle mais eficazes são obtidos pelo
emprego dos morteiros em ação de conjunto. Assim, o comandante de
companhia pode dispor da seção a qualquer momento, obtendo fogos mais
eficazes.
(b) Quando a companhia for responsável pelos postos avança-
dos de combate a seção pode ser empregada no apoio aos mesmos. A
principal consideração que irá condicionar a forma de emprego e a ocupa-
ção de posições suplementares para apoiar os postos avançados de
combate é o alcance de utilização do material e a necessidade de bater o
inimigo o mais à frente possível:
((1)) Quando estes postos estiverem muito distantes da
ADA, a seção poderá reforçá-los, para assegurar melhor apoio e permitir o
desencadeamento dos fogos longínquos. Nesta situação, a seção se insta-
lará no interior das posições dos postos avançados de combate.
((2)) Quando os postos avançados de combate estão próxi-
mos da ADA, a seção pode ser instalada em posições suplementares, na
orla da posição defensiva. Essa missão deve terminar a tempo de permitir
que as peças sejam deslocadas para as suas posições de tiro, a fim de
apoiar a defesa da ADA.
j. Emprego de fumígenos - Na defesa os fumígenos podem ser em-
pregados para:
(a) Cegar a observação inimiga;
(b) Reduzir a eficácia dos tiros diretos inimigos;
(c) Dificultar a ajustagem dos fogos indiretos inimigos;
(d) Reduzir a eficiência de equipamentos optrônicos;
(e) Reduzir a velocidade ou desorientar progressão inimiga;
(f) Causar baixas (apenas quando for utilizado o fósforo branco);
(g) Permitir nosso desengajamento ou retraimento;

7-34
C7-10

(h) Designar alvos ou balizar posições amigas para as unidades


de apoio de artilharia, de morteiros ou de força aérea, preferivelmente com
fumaça colorida.

7-21. COMANDO E CONTROLE


a. O sistema de comunicações na defesa de área é influenciado pelo
tempo disponível para montagem dos meios de comunicações. A maior
estabilidade das operações amplia o emprego de meios físicos, porém, nas
ações dinâmicas da defesa, os meios rádio e mensageiro são largamente
empregados.
b. Meios de comunicações - As peculiaridades da defesa de área in-
fluem diretamente nos meios de comunicações mais empregados pelo Btl, a
saber:
(1) Meio físico - Deve ser o mais completo possível, dependendo
do tempo de preparação da posição defensiva. Devem ser lançados circui-
tos alternativos entre dois assinantes para que os fogos de preparação do
inimigo não interrompam nossas ligações. A primeira prioridade para a
construção dos circuitos é dos P Avç C, seguindo-se os elementos da ADA
e, por último, a reserva.
(2) Meio rádio - Os fatores segurança e sigilo são preponderantes
na defesa de área. Logo, as prescrições rádio devem seguir, em princípio, a
seguinte seqüência:
(a) antes do contato com o inimigo - rádio em silêncio;
(b) durante as ações dos P Avç C (inclusive o acolhimento) -
rádio restrito; e
(c) após o início do ataque inimigo - rádio livre
(3) Meio mensageiro - É largamente empregado na defesa de área.
Antes do contato com o inimigo, os mensageiros de escala são os mais
utilizados. Após o início do ataque inimigo, os especiais têm maior emprego.
Durante nossas as dinâmicas da defesa, os mensageiros são muito utiliza-
dos.
(4) Outros meios (visuais e acústicos) são empregados na defesa
de área para suplementar os meios acima descritos. Os visuais devem ser
utilizados da frente para a retaguarda e seguirão códigos preestabelecidos.
Os acústicos podem ser empregados a título de alarme (contra ataques
blindados ou aéreos, por exemplo).
c. Posto de Comando
(1) O comandante da companhia localiza seu posto de comando
onde melhor possa controlar as ações, na parte posterior da área de defesa.
Deve também considerar os aspectos referentes à segurança e às comuni-
cações.
(2) O posto de comando deve estar em posição desenfiada e oculta

7-35
C7-10

da observação aérea. Convém que disponha de itinerários cobertos que


conduzam à frente e à retaguarda, para facilitar as comunicações com os
pelotões e com o posto de comando do batalhão.
(3) O posto de comando provê a sua própria segurança com os in-
tegrantes do grupo de comando. Entretanto, maior segurança é obtida posi-
cionando-o no interior ou próximo da posição do pelotão reserva.
(4) A companhia pode estabelecer um posto de comando alterna-
tivo para coordenar as ações caso o principal seja destruído ou torne-se
ineficiente.
(5) O posto de comando é organizado de forma a funcionar como
centro de coordenação, mesmo na ausência do comandante da companhia.
d. Posto de Observação
(1) Quando forem limitados os acidentes do terreno que ofereçam
boa observação sobre toda a zona de ação, o comandante deve valer-se da
observação realizada pelos comandantes de pelotão. Os meios de comuni-
cações são coordenados e utilizados ao máximo, a fim de permitir que todo
comandante de fração possa observar, pedir e regular os tiros de qualquer
arma de apoio.
(2) O posto de observação da companhia deve ter vistas sobre a
maior parte possível da zona de defesa e de suas vias de acesso. Se a
observação for limitada, deve ser escolhido um posto de observação que dê
vistas sobre as vias de acesso mais perigosas. A observação nos flancos é,
também, importante. O posto de comando mantém-se informado sobre sua
localização.

7-22. MEDIDAS DE SEGURANÇA


a. Segurança aproximada
(1) O fato de postos avançados gerais ou de combate terem sido ins-
talados pelo comandante do escalão superior não exime a companhia da
responsabilidade de providenciar sua própria segurança aproximada .
(2) Durante o dia, observadores são destacados para vigiarem o ter-
reno à frente da posição e alertarem da aproximação inimiga, são os Postos
de Vigia. Os itinerários previstos para o retraimento dos postos avançados
são incluídos nos setores de vigilância desses observadores.
(3) Vigias são colocados nos acidentes do terreno mais próximos,
permitindo a observação da frente da companhia, geralmente não afastados
além de 400 metros da posição. O comandante da companhia pode deter-
minar que cada pelotão de primeiro escalão estabeleça a sua própria segu-
rança aproximada ou atribuir essa missão ao pelotão reserva.
(4) Os postos de vigia, normalmente, são constituídos de dois a qua-
tro elementos de segurança aproximada que dão alerta e procuram deter-
minar o efetivo, as atividades e a direção do avanço inimigo. À noite, nas
prováveis vias de acesso do inimigo, são instalados Postos de Escuta, os

7-36
C7-10

quais podem ser ligados por patrulhas.


(5) Em cada posição de grupo de combate ou peça há, no mínimo, a
permanência de um vigia em situação de alerta. À noite, eles são duplos. Os
vigias devem ser substituídos de duas em duas horas ou menos para que o
cansaço não prejudique a atenção.
(6) A companhia de fuzileiros completa sua segurança por meio de
medidas passivas que abrangem o controle de movimento, o disfarce, a
ocultação e a disciplina de luzes e de ruídos.
b. Contra-reconhecimento
(1) Contra-reconhecimento é um conjunto de medidas, ações e técni-
cas destinadas a negar aos elementos de reconhecimento inimigo dados
sobre nossas tropas, mediante a destruição do reconhecimento inimigo
(medidas ativas) ou pelo emprego de medidas passivas.
(2) Raramente é possível negar ao inimigo todas as informações. Por
isso, o comandante da companhia deve determinar as prioridades para o
contra-reconhecimento e focar seus esforços para negar essas informações
ao inimigo. Baseado no que se espera das ações de reconhecimento do
inimigo e em consonância com o planejamento do batalhão, o comandante
de companhia decide quais as informações e as posições que deve prote-
ger. Também considera quais são as informações que fariam o inimigo atuar
da maneira que o comandante da companhia deseja, induzindo-o, por e-
xemplo, a desenvolver-se prematuramente, desenvolver-se tardiamente,
atacar um objetivo falso, ou entrar em uma zona de matar.
(3) A companhia de fuzileiros poderá receber a missão de compor a
força de contra-reconhecimento do batalhão. O plano de contra-
reconhecimento da companhia é integrado ao conceito da operação e coor-
denado com o plano do batalhão. Um exemplo do uso de contra-
reconhecimento é a execução de uma defesa ao longo de um curso d’água
contra uma força motorizada. O comandante da companhia determina a
importância de negar ao inimigo informações sobre os pontos de ultrapas-
sagem ao longo do rio. Por conseguinte, direciona seus esforços de contra-
reconhecimento nos pontos do rio que permitem passagem a vau, utilizando
emboscadas, minas, obstáculos, posições de combate simuladas, patrulhas
de segurança, postos de observação, fogos indiretos, camuflagem, demons-
trações e outras medidas para destruir ou enganar os elementos de reco-
nhecimento inimigo.
(4) Uma companhia de fuzileiros da ADA, normalmente, apoiará as
ações da força de contra-reconhecimento do batalhão.
c. Defesa durante a noite ou períodos de visibilidade reduzida
(1) A defesa durante os períodos de visibilidade reduzida depende
dos tiros preparados e amarrados e do combate aproximado. Em virtude da
possibilidade de realização de infiltrações por parte do inimigo, os postos de
escuta, que vigiam os caminhamentos e as vias de acesso que conduzem à

7-37
C7-10

área de defesa, são essenciais para a obtenção, em tempo oportuno, de


dados sobre os deslocamentos do inimigo. Equipamentos de visão noturna
ou mesmo termal, quando disponíveis, deverão ser utilizado para aumentar
a visibilidade. Os sensores de vigilância e os dispositivos de alarme servem
como economia de tropa, que seriam usadas em postos fixos e patrulhas.
As patrulhas devem atuar à frente e nos intervalos entre as frações.
(2) Via de regra, são necessários, à noite, reajustamentos para aten-
der às condições de visibilidade reduzida, devendo ser coordenados pelo
comandante do batalhão. Todos os homens da companhia são notificados
sobre as posições que serão ocupadas durante o período da noite ou mes-
mo de pouca visibilidade, ocasionado pelas condições atmosféricas. Para a
companhia de fuzileiros esses reajustamentos compreendem:
(a) Apontar os morteiros para suas barragens, o armamento anti-
carro para as direções principais de tiro e as metralhadoras para a linha de
proteção final, amarrando-se a pontaria;
(b) Reajustar a tropa e armas de apoio para que possam bloquear
as áreas que favorecem os ataques noturnos e que, por serem geralmente
descobertas e expostas nos períodos de boa visibilidade, são somente co-
bertas por fogos. Elementos da reserva das companhias podem ser empre-
gados para este fim ou os pelotões de primeiro escalão podem ser estendi-
dos além de seus flancos;
(c) Aumentar as medidas para segurança aproximada durante a
noite;
(d) Colocar minas anticarro para bloquear prováveis vias de aces-
so. Essas minas devem ser removidas ao clarear do dia;
(e) Preparar a iluminação do terreno à frente da posição por meio
de artifícios iluminativos, sob coordenação do batalhão.

7-23. CONDUÇÃO DO COMBATE DEFENSIVO


a. À medida que o inimigo se aproxima, é submetido aos fogos dos
postos avançados de combate e das armas que executam os fogos longín-
quos. Estes são controlados por patrulhas e observadores terrestres. As
armas de apoio podem ocupar posições suplementares para os tiros iniciais,
e se deslocam para sua posição principal ou de muda antes que o inimigo
chegue ao alcance de utilização do fuzil.
b. Os fuzileiros empregados nos postos avançados de combate, per-
manecem em posição o maior tempo possível, e retraem cobertos pelos
fogos de morteiro e artilharia, utilizando itinerários previamente reconheci-
dos e balizados.
c. Mediante ordem da companhia, as armas de tiro tenso podem ocu-
par temporariamente posições suplementares para realizar fogos longín-
quos. Tais posições devem estar, no mínimo, a 200 metros dos núcleos de

7-38
C7-10

defesa avançados, para que estes não sejam revelados prematuramente.


Deve haver um itinerário coberto que conduza à posição principal da peça.
As peças ocupam posições suplementares para os tiros iniciais e se deslo-
cam para a sua posição principal ou de muda antes que a força atacante
chegue ao alcance útil do fuzil.
c. À medida que o inimigo avança, os fogos se tornam mais densos.
As armas de apoio abrem fogo nos alvos que apareçam nos seus setores,
a partir do momento que entrem em seus alcances de utilização, balizados
pelas linhas de acionamento.
d. Os pedidos de fogos de apoio são feitos diretamente ao observador
avançado da artilharia ou dos morteiros pesados. Esses pedidos podem,
também, ser feitos pelo comandante da companhia ao comandante do bata-
lhão.
e. Os caçadores do batalhão podem, muitas vezes, preparar e disfar-
çar posições principais e secundárias adequadas que lhes permitam atuar
para impedir a remoção dos obstáculos à frente do LAADA e produzir baixas
entre os quadros que dirigem o ataque.
f. Quando o inimigo chega ao alcance útil das armas portáteis do
LAADA, os comandantes comandam e controlam os tiros de suas frações,
dirigindo-os contra os elementos inimigos que mais ameacem a posição.
g. À medida que o inimigo se aproxima da posição defensiva e desen-
cadeia os fogos para apoiar seu assalto, os homens que ocupam os núcleos
de defesa avançados abrigam-se em seus abrigos individuais ou espaldões.
h. Quando os fogos em massa do inimigo são suspensos, todas as
armas localizadas no interior dos núcleos de defesa dos pelotões do LAADA
abrem fogo para produzir o máximo de baixas e deter o ataque inimigo.
i. Os fogos de proteção final são desencadeados mediante o lança-
mento de artifícios de sinalização pelos comandantes dos elementos do
LAADA ou por ordem do escalão superior.
j. No momento em que elementos atacantes atingirem a zona em que
estão previstas as barragens, os morteiros e a artilharia as desencadeiam. A
relação dos comandantes autorizados a pedir os fogos de barragem consta
do plano de fogos do batalhão. Essa autorização, em geral, é delegada aos
comandantes subordinados até o escalão pelotão, inclusive, para que os
fogos sejam abertos na ocasião em que se tornem necessários. Quando
pedidos, eles são desencadeados prontamente. Os comandantes dos esca-
lões superiores imediatamente verificam a necessidade desses fogos e
pedem reforços, se necessário. Se a barragem de qualquer morteiro estiver
fora da zona onde os fogos de proteção final se fizerem necessários, ele
deve desencadear as concentrações que tenham mais possibilidades de

7-39
C7-10

reforçar os fogos da área ameaçada.


k. Quando os elementos atacantes atingirem a linha de proteção final
(LPF), as metralhadoras transportam seus tiros para seus alvos principais e
as outras armas aumentam a intensidade do tiro contra os alvos mais ame-
açadores. Os fuzileiros passam a desencadear fogos individuais, nos seto-
res oblíquos. (Fig 7-13)

Fogos Tiro das armas de apoio


Longínquos Conforme alcance
do armamento

Fogos
Defensivos
Aproximados Tiro de fração
Setor de tiro frontal

50 a 200 m

LPF (Mtr)
Fogos Tiro individual
Proteção Setor de tiro oblíquo
Final
LAADA

Fogos no
Interior da
Posição

Fig 7-13. Setor de tiro frontal e obliquo do pelotão de fuzileiros.


l. Quando uma fração do LAADA pede o desencadeamento dos fogos
de proteção final, somente os executam as armas que apóiam esse elemen-
to. Se a visibilidade é boa, o comandante das frações de apoio determinam
o número de tiros e a duração dos fogos de proteção final. Caso contrário,
segue as prescrições contidas no plano de fogos da companhia.
m. Se o inimigo desencadear o assalto, será hostilizado pelo fogo, in-
clusive com granadas, travando-se o combate corpo a corpo. Os homens
dos núcleos ameaçados só retraem mediante ordem confirmada de seu
comandante.
n. As armas localizadas na área de defesa do pelotão reserva rece-
bem a missão de barrar qualquer penetração no LAADA, de sustar um des-
bordamento ou de apoiar contra-ataques, atirando sobre a força inimiga que
se apresente em seus setores de tiro. À medida que o inimigo vai sendo

7-40
C7-10

forçado a recuar, abandonando o terreno conquistado, é perseguido pelo


fogo.
o. Se o inimigo conseguir penetrar na área de defesa, a sua progres-
são deve ser detida pelo fogo dos núcleos de defesa dos pelotões vizinhos,
da reserva e das armas de apoio.
p. O pelotão reserva, excepcionalmente, pode receber ordem do co-
mandante da companhia para executar um contra-ataque local. Contudo,
em virtude de seu efetivo e do fato de estar, quase sempre, engajado pelo
fogo no mesmo combate que os pelotões do LAADA, raramente lhe é atribu-
ída essa missão. O contra-ataque, quando ordenado, se reveste da forma
de um ataque rápido e inopinado e de uma ação de limpeza para eliminar
um inimigo de pequeno valor, que tenha feito uma pequena penetração no
dispositivo defensivo e será feito somente no caso do pelotão reserva não
estar sendo empregado para limitar a penetração.
q. Quando o contra-ataque for desencadeado pela companhia reserva
do batalhão, as companhias da ADA apoiam sua manobra, desencadeando
fogos sobre o inimigo no interior da posição, sob coordenação do comando
do batalhão.
r. No caso da companhia ficar cercada, seu comandante reajusta o
dispositivo da tropa e as posições das armas instaladas na sua zona, de
acordo com as necessidades para uma defensiva prolongada em todas as
direções.
s. Conduta face a ataque com carros
(1) Quando a força atacante é constituída de carros e infantaria, a
companhia bate com as armas portáteis a infantaria de acompanhamento e
com armas anticarro, os carros inimigos. Deve-se procurar separar os car-
ros dos elementos a pé por meio do fogo. Em casos excepcionais, quando a
infantaria inimiga ou outro elemento exposto não oferece bom alvo, o fogo
das armas portáteis é dirigido contra as escotilhas e as janelas de visada
dos carros inimigos. Os defensores também hostilizam a tropa a pé que se
aproxima, montada nos carros ou seguindo de perto outra vaga de carros.
(2) Ao alerta do aparecimento de carros inimigo, as guarnições de
armas AC ocupam prontamente suas posições de combate, e só atiram
quando os carros estiverem dentro do alcance de utilização de suas armas,
ao atingirem as linhas de acionamento pré-determinadas.
(3) Deve ser evitada a abertura prematura de fogos contra carros i-
solados, lançados pelo inimigo como “iscas” para provocar a revelação pre-
matura das posições de tiro, a não ser que a peça (ou peças) tenha por
missão principal destruir ou inutilizar tais carros, o que deverá ser feito de
posições de muda, a fim de não denunciar prematuramente a posição prin-
cipal. As demais armas anticarro permanecem em vigilância e só devem

7-41
C7-10

atirar quando o ataque de carros é efetivamente desencadeado. Cada peça


atira sobre o carro que lhe tenha sido designado como alvo principal.
(4) Sempre que possível, deve-se bater o CC de flanco, uma vez
que deste modo o alvo apresentado é de maior extensão, a blindagem do
flanco é mais vulnerável e há possibilidade de danificar a lagarta.
(5) Quando uma força blindada é lançada ao assalto ou se encontra
sob fogo, normalmente está de escotilhas fechadas, sofrendo restrições de
visibilidade; em conseqüência, o esforço inicial da defesa deve ser bater
estas forças o mais à frente possível do LAADA com os fogos anticarros.
(6) Durante o assalto inimigo, se os blindados inimigos dirigirem-se
diretamente para a posição da arma AC, a guarnição procurará abrigar-se
para fugir ao esmagamento. Uma vez que o blindado tenha ultrapassado a
posição, a peça atira contra a sua retaguarda.
(7) Se os blindados inimigos penetrarem na posição, as unidades de
primeiro escalão permanecem em posição para repelir a infantaria de a-
companhamento e deixam a destruição dos carros a cargo das armas anti-
carro localizadas no interior da posição.
n. Condução do combate defensivo noturno
(1) Dentro das possibilidades permitidas pelo emprego de meios op-
trônicos ou pela iluminação do campo de batalha, será adotada conduta
semelhante à observada durante o dia, salvo a peculiaridade de haver maio-
res possibilidades de combate aproximado e infiltração de alguns elementos
inimigos na posição.
(2) Embora os morteiros estejam preparados para a pronta execu-
ção de sua barragem e as metralhadoras se achem apontadas para a LPF,
se a visibilidade permitir, as guarnições dessas armas poderão transportar
seus fogos para alvos mais compensadores ou perigosos, quando não re-
ceberem ordem de executar os fogos de proteção final.
(3) Artifícios pirotécnicos podem ser utilizados à frente da posição
para auxiliar a localização de alvos.
(4) Os nevoeiros e fumaça criam situações semelhantes à noite.
Ambos reduzem a eficácia da observação dos defensores, mas não afetam
os tiros que tenham sido amarrados, prejudicando, contudo, a regulação
desses fogos.

7-24. APOIO LOGÍSTICO


a. O apoio logístico normalmente atenderá às seguintes necessida-
des: máxima centralização dos meios; amplo desdobramento das instala-
ções; maior segurança (dispersão); e flexibilidade para atender rapidamente
a uma operação ofensiva.
b. O consumo e o ressuprimento atenderá as seguintes particulari-
dades:

7-42
C7-10

(a) Classe I - Consumo sempre que possível de ração normal.


Os núcleos de defesa poderão estocar a reserva orgânica de posse da Cia
e água.
(b) Classe IV - O consumo de material para fortificações será e-
levado e normalmente o material será recebido pelo processo de entrega na
subunidade, mediante um planejamento e pedido antecipado.
(c) Classe V (Mun) - O consumo será elevado para a manuten-
ção da posição defensiva, porém os núcleos de defesa poderão estocar
alguma quantidade de munição.
c. Devido à estabilidade da operação, a manutenção é realizada de
forma mais completa e cuidadosa. As inspeções planejadas podem ser exe-
cutadas sem prejuízo das atividades.
d. Deve-se zelar pela manutenção do moral da tropa e higidez do es-
tado sanitário, executando-se sempre que possível as atividades de banho,
lavanderia, suprimento reembolsável, serviço postal e vagas em centros de
recreação, área de repouso e recuperação.
e. O desdobramento deve atender às necessidades de:
(1) Apoiar a defesa com maior densidade na região capital da de-
fesa;
(2) Evitar congestionamento nas áreas avançadas;
(3) Reduzir a possibilidade de perda de elementos de apoio logís-
tico como resultado de uma penetração inimiga; e
(4) Possibilitar segurança às instalações logísticas e manter o sigi-
lo sobre sua localização.
f. As cozinhas podem se encontrar centralizadas na área de trens de
combate ou descentralizadas nas áreas de trens das SU, conforme as con-
dições do terreno, a distância entre os núcleos de defesa, a situação tática e
a situação logística e o grau de organização do terreno. A existência de
sapas e caminhos desenfiados, que permitam levar a refeição quente aos
homens que se encontram em posição influi na decisão sobre a localização
das cozinhas. Sempre que possível, deve-se preferir a refeição quente (ra-
ção R/1) pelos efeitos positivos que produzem sobre o moral da tropa.

g. A localização dos trens leva em conta a manobra, o terreno, a si-


tuação logística e principalmente a segurança necessária à operação defen-
siva. Na defesa, os trens são localizados normalmente mais à retaguarda do
que nas operações ofensivas. Isto evita o congestionamento nas áreas a-
vançadas e reduz a probabilidade de perda de elementos de apoio logístico.
Os trens devem ser localizados preferencialmente dentro dos limites de
retaguarda da companhia, atrás do posto de comando e dos núcleos de
aprofundamento, para não interferir na manobra.

7-43
C7-10

ARTIGO VI
A COMPANHIA DE FUZILEIROS RESERVA

7-25. GENERALIDADES
a. O batalhão de primeiro escalão na defensiva, normalmente, dispõe
de duas companhias de fuzileiros no limite anterior da área de defesa avan-
çada e uma em reserva. O comandante do batalhão emprega a companhia
reserva de acordo com o prescrito na conduta da defesa.
b. A ordem do batalhão determina as missões da companhia reserva
e a respectiva prioridade de execução. Após receber a ordem, o comandan-
te da companhia reserva executa as normas de comando que forem aplicá-
veis.

7-26. MISSÕES
As missões apropriadas para a reserva do Btl incluem:
a. Guarnecer os P Avç C na frente que corresponde ao Btl, quando
for o caso;
b. Preparar e ocupar as posições de aprofundamento, limitando as
penetrações inimigas na posição;
c. Executar contra-ataques para expulsar o inimigo e restabelecer a
posição;
d. Apoiar ou reforçar as companhias de primeiro escalão, quando
possível, pelo emprego de seus meios orgânicos de manobra e de apoio de
fogo;
e. Executar as missões de segurança de flanco e de área de reta-
guarda, quando necessário;
f. Assumir, mediante ordem, a missão das companhias de primeiro
escalão;
g. Executar patrulhamento; e
h. Cobrir os intervalos e brechas na frente.

7-27. LOCALIZAÇÃO E SITUAÇÃO DE COMANDO


a. Na ordem de defesa do comandante do batalhão, constará como a
reserva estará disposta no terreno a defender. A reserva deve ser localizada
de tal forma a proporcionar flexibilidade para o seu emprego. Pode se en-
contrar em uma das seguintes situações:

7-44
C7-10

(1) Centralizada aprofundando desde já;


(2) Centralizada em uma Z Reu;
(3) Descentralizada e articulada; ou
(4) Descentralizada e fracionada.
b. A reserva estará centralizada, aprofundando desde já, quando
seus pelotões ocuparem posições de aprofundamento, permanecendo todos
a comando da companhia. Deve ser empregada quando a frente for normal,
existirem poucas posições de aprofundamento e a área de reserva se carac-
terizar por um ponto chave da defesa. (Fig 7-14)

Fig 7-14 Reserva centralizada, aprofundando desde já

c. A reserva estará centralizada em Z Reu, quando seus pelotões fi-


carem reunidos num único local, sob comando do comandante da compa-
nhia. Tal situação verifica-se quando a defesa é realizada em larga frente,
existirem muitas posições de aprofundamento, a área de reserva se caracte-
rizar por uma região capital de defesa extensa e as condições de transitabi-
lidade permitirem o deslocamento da reserva para qualquer parte da frente.
(Fig 7-15)

7-45
C7-10

Fig 7-15 Reserva centraliza em Z Reu


d. A reserva estará descentralizada e articulada, quando seus pelo-
tões ocuparem mais de uma Z Reu, ou parte deles se encontrarem em Z
Reu e outra parte estiver ocupando posições de aprofundamento, porém
todos os pelotões sob comando do comandante da companhia. Deve ser
empregada quando a frente do batalhão for bastante larga ou existir um
obstáculo dissociador na área de reserva, restringindo o movimento da re-
serva. (Fig 7-16)

Fig 7-16 Reserva descentralizada articulada

7-46
C7-10

e. A reserva estará descentralizada e fracionada, quando seus pelo-


tões ocuparem mais de uma Z Reu, permanecendo um ou mais pelotões a
comando do batalhão. Deve ser empregada quando existir um obstáculo
dissociador na área da reserva que impeça ao comandante da reserva e-
xercer o controle, acompanhar a manobra e prestar o apoio necessário às
suas peças de manobra. (Fig 7-17)

Fig 7-17 Reserva descentralizada fracionada

f. Quando ocupar zona de reunião, a companhia deverá ficar disposta


por pelotões convenientemente dispersos e abrigados contra os bombardei-
os aéreos e os fogos longínquos do inimigo.

7-28. ORGANIZAÇÃO DA POSIÇÃO


a. As posições de aprofundamento do Btl, na área de reserva, são
escolhidas de modo a assegurar a defesa em profundidade e em todas as
direções, localizadas nos acidentes do terreno que barram as Via A em
profundidade e nos flancos.
b. A companhia reserva organiza núcleos de aprofundamento em aci-
dentes do terreno, normalmente com três pelotões em linha, de modo a
cobrirem toda a parte posterior da área de defesa do batalhão. Essas posi-
ções ficam situadas, sempre que possível, dentro da distância de apoio
mútuo (400m) dos pelotões reservas das companhias do LAADA, e, no mí-

7-47
C7-10

nimo, a 200 metros afastadas desses pelotões, para que fiquem fora da
zona de dispersão do fogo dirigido contra aquelas companhias.
c. As posições dos pelotões são organizadas de modo semelhante às
dos pelotões do LAADA. Suas posições e fogos são estreitamente coorde-
nados com os das armas de apoio instaladas atrás da área do batalhão.

7-29. PREPARAÇÃO DA POSIÇÃO DEFENSIVA


a. A companhia reserva prepara suas posições de acordo com a or-
dem de urgência prescrita pelo comandante do batalhão e, havendo tempo
disponível, melhora os itinerários até suas linhas de partida para os contra-
ataques. A organização de cada posição compreende a limpeza dos cam-
pos de tiro, a construção e o camuflagem de abrigos individuais, de espal-
dões e de obstáculos (conforme previsto no manual de campanha C 5-15 –
FORTIFICAÇÕES DE CAMPANHA ).
b. Turmas de trabalho da companhia reserva podem ser enviadas às
áreas de defesa do LAADA para auxiliarem a limpeza de campos de tiro,
construção de obstáculos, lançamento de minas anticarro, armadilhas ilumi-
nativas, na execução do disfarce, e de outros trabalhos semelhantes.
c. Quando a companhia reserva recebe a missão de preparar núcleos
defensivos dentro da zona de ação de uma companhia de fuzileiros de pri-
meiro escalão, estes deverão ser preparados prioritariamente em relação às
posições dos demais núcleos de aprofundamento.
d. Além de aumentar a profundidade da defesa, a companhia reserva
protege os flancos e a retaguarda do batalhão. Como essa proteção rara-
mente pode ser proporcionada a partir das posições principais, torna-se
necessária a preparação de posições suplementares para os pelotões.

7-30. PELOTÃO DE APOIO


a. As armas da subunidade reserva não ficam inativas. Podem ser
empregadas para a execução de fogos longínquos e no interior da posição.
De qualquer forma, devem reverter à sua subunidade a tempo de serem
empregadas nas missões a esta atribuída.
b. Seção AC - A localização e as missões atribuídas à seção AC são
indicadas na ordem de defesa da companhia e coordenadas pelo coman-
dante da companhia. Normalmente, visam aprofundar a DAC nas principais
Via A para carros das Cia Fuz do LAADA, além de cobrir as Via A que inci-
dem na posição defensiva pelos flancos e pela retaguarda.
c. Seção de morteiros - As missões que podem ser prescritas para a
seção de morteiros, são:

7-48
C7-10

(1) Apoiar os postos avançados de combate - Se a companhia re-


serva for responsável pelos postos avançados de combate, a seção poderá
ficar em reforço ou apoio direto àqueles elementos.
(2) Apoiar a área de defesa avançada - Os morteiros podem ser
instalados próximos à posição de tiro do pelotão de morteiros da Cia C Ap e
utilizados para reforçar os fogos destes últimos no apoio à ADA. O emprego
e a localização dos morteiros em reforço a essa área são coordenados de
modo que sua atuação com a companhia reserva não fique comprometida.
(3) Limitar penetrações - Quando a companhia reserva estiver o-
cupando suas posições preparadas, os fogos dos morteiros se destinam a
limitar as penetrações, batendo o interior da zona penetrada ou o limite a-
vançado da penetração, para bloqueá-la.
(4) Apoiar os contra-ataques - Se a companhia reserva receber
missão de contra-atacar, a seção de morteiros deverá fornecer-lhe apoio de
suas posições preparadas.

7-31. COMANDO E CONTROLE


a. Posto de Observação - A localização inicial do posto de observa-
ção da companhia reserva deve acompanhar o posto de observação do
batalhão, de modo a assegurar o máximo de vistas sobre a zona de ação do
batalhão. O comandante da companhia necessita dispor a tempo de infor-
mações acerca da situação no âmbito da zona do batalhão, e manter estrei-
ta ligação com o seu comandante. Posteriormente, o posto de observação
será localizado de maneira a proporcionar a melhor observação sobre a
zona de emprego da companhia.
b. Posto de Comando - O posto de comando da companhia reserva
fica localizado atrás de suas posições principais, de preferência próximo do
posto de comando do batalhão. Inicialmente, quando a companhia ocupa
uma zona de reunião, o posto fica localizado dentro desta posição.

7-32. AÇÕES DA COMPANHIA RESERVA


a. Quando a companhia reserva estiver mobiliando o P Avç C e for
pressionada pelo inimigo procede conforme previsto no Parágrafo 7-11,
retraindo quando autorizada.
b. À medida que o ataque inimigo prossegue, o comandante da com-
panhia mantém-se informado da situação. O provável emprego da reserva é
planejado de modo que a tropa seja alertada em tempo oportuno para cum-
prir sua missão.
c. Se o inimigo penetrar na posição e a companhia reserva receber
ordem para defender as posições preparadas que bloqueiam a zona amea-
çada, a conduta da defesa é semelhante à das companhias da ADA, sendo

7-49
C7-10

prescritas direções principais de tiro para as armas de tiro tenso baterem as


vias de acesso no interior da posição.
d. Os elementos de tiro das armas de tiro curvo são preparados e es-
treitamente coordenados com as frações do LAADA para facultar o rápido e
preciso desencadeamento das concentrações no interior da posição.
e. Dependendo da situação, a companhia pode receber ordem ape-
nas de reforçar uma companhia da ADA com um pelotão, para que esta
realize a limitação da penetração em sua zona de ação.
f. Proteção dos flancos e da retaguarda
(1) Se surgir uma ameaça nos fIancos ou à retaguarda do batalhão,
seu comandante poderá determinar que a companhia reserva ocupe uma
combinação de posições de pelotão que proporcione melhor proteção à
região ameaçada.
(2) Quando o batalhão tem um flanco descoberto, a companhia re-
serva pode, inicialmente, ser disposta para protegê-lo como um todo ou
destacar um pelotão para defender aquela posição.
g. Contra-ataques
(1) O contra-ataque é uma ação decisiva do combate defensivo. O
elemento básico da força de contra-ataque do batalhão é a companhia re-
serva. Depois de decidir executar um contra-ataque, o comandante do bata-
lhão, para dar maior potência ao mesmo, põe em reforço ou em apoio direto
à companhia todos os elementos disponíveis.
(2) A ordem do batalhão prevê as prováveis penetrações, contra as
quais os planos de contra-ataque devem ser preparados. O comandante da
companhia reserva prepara esses planos simultaneamente com a organiza-
ção dos núcleos de defesa e submete-os à aprovação do comandante do
batalhão.
(3) A companhia reserva deverá realizar ensaios de todas as possi-
bilidades de contra-ataque. Para tal, as regiões de passagens pelos obstá-
culos de proteção local deverão ser reconhecidas e balizadas.
(4) Normalmente, a companhia reserva ocupa as posições prepara-
das, antes que o inimigo desencadeie seu ataque. Caso o comandante de
batalhão determine que a companhia reserva realize um contra-ataque, a
companhia se desloca de suas posições ocupadas até a linha de partida, já
definida nos ensaios, por itinerários previamente reconhecidos e balizados
pelos elementos de engenharia que irão abrir as passagens nos obstáculos.
(5) Estes contra-ataques, normalmente, buscam o restabelecimento
de um núcleo de pelotão que submergiu no contato.
(6) Normalmente, após a realização de um contra-ataque para res-
tabelecer um núcleo de defesa submergido, a companhia reserva reforça a
companhia da ADA que teve o núcleo submergido com um pelotão de fuzi-
leiros para que este ocupe a posição restabelecida. Os remanescentes da-

7-50
C7-10

quele núcleo são incorporados à companhia reserva, que retorna para suas
posições iniciais ou ocupa nova posição determinada pelo comandante do
batalhão.
(7) Quando forem feitos prisioneiros de guerra, a companhia reserva
deverá assumir a responsabilidade sobre estes e cumprir o previsto nas
diretrizes do batalhão para a conduta com os PG.

ARTIGO VII
TÁTICAS E TÉCNICAS ESPECIAIS DE DEFESA
7-33. GENERALIDADES
Os princípios expostos nos artigos I a VI deste capitulo regulam a or-
ganização e a defesa normais de uma companhia de fuzileiros. Freqüente-
mente, a companhia de fuzileiros participa de uma operação defensiva onde
a situação particular exige considerações especiais. Sendo o batalhão a
unidade tática básica, a companhia de fuzileiros, raramente, é empregada
isoladamente. Em todas essas situações, os fundamentos do combate de-
fensivo, anteriormente tratados, deverão ser adotados, se possível. A apli-
cação ou adaptação destes fundamentos depende dos fatores da decisão:
missão recebida, inimigo existente, terreno a ocupar, meios disponíveis e
tempo. Considerações complementares, particularmente aplicadas à com-
panhia de fuzileiros em tais situações, são descritas nos parágrafos seguin-
tes.

7-34. DEFESA ELÁSTICA


a. A defesa elástica é uma técnica especial de defesa utilizada nos
escalões brigadas e inferiores, permitindo uma penetração do inimigo em
uma região previamente selecionada para destrui-lo pelo fogo conduzido ao
longo de todo seu dispositivo. É uma técnica que combina procedimentos de
defesa de área e defesa móvel, sendo que a posição é ocupada por tropas
em profundidade, para permitir que o inimigo seja atacado pelo fogo em
toda sua extensão. Essa tática se assemelha a uma grande emboscada.
b. A adoção de uma defesa elástica está condicionada, preponderan-
temente, às características do terreno, o qual permita a defesa em profundi-
dade e o estabelecimento de uma área de engajamento.
c. A defesa elástica pode ser executada pelo batalhão, quando auto-
rizado, em uma parte da posição defensiva do escalão superior, enquanto
no restante da frente é realizada uma defesa de área.
d. A companhia de fuzileiros realizará uma defesa elástica inserida na
manobra do batalhão. Por não ser dotada de mobilidade, em geral será

7-51
C7-10

empregada para deter o inimigo à frente do LAADA ou em profundidade,


adotando conduta semelhante a uma companhia de fuzileiros da ADA.
e. Maiores considerações acerca do planejamento e da execução da
defesa elástica constam do manual C 7-20 BATALHÕES DE INFANTARIA.

7-35. DEFESA EM LARGA FRENTE


a. Quando o batalhão defende uma larga frente pode adotar um dis-
positivo linear ou em profundidade, podendo dar maior importância à ocupa-
ção dos principais acidentes capitais. As companhias podem ser emprega-
das para ocupar posições de bloqueio valor subunidade ou adotar um dis-
positivo linear.
b. Quando uma companhia de fuzileiros de primeiro escalão recebe a
missão de ocupar uma posição de bloqueio, deve:
(1) Ocupar uma posição de defesa forte, com seus pelotões com
apoio mútuo em largura e profundidade. Caso não seja possível, deve-se
buscar, no mínimo o apoio mútuo em profundidade;
(2) Dispensar particular consideração às disposições para a defesa
do acidente capital contra um ataque vindo de qualquer direção;
(3) Cobrir os intervalos, por meio do fogo e de obstáculos, devendo
também serem observados e percorridos por patrulhas lançadas pela reser-
va do batalhão;
(4) Familiarizar seus homens de funções mais importantes com os
planos dos escalões superiores relativos à cobertura dos intervalos pelo
fogo.
c. No caso do dispositivo linear, a companhia emprega todos os pelo-
tões em primeiro escalão, ficando a cargo da companhia reserva a ocupa-
ção dos núcleos de ruptura. Em algumas situações, quando o terreno permi-
tir, um dos pelotões poderá estar com um grau de defesa menor que o “de-
fender” e poderá retrair, quando pressionado, para a posição de aprofunda-
mento da companhia. Neste último caso, há pouca possibilidade do estabe-
lecimento dos fogos de proteção final contínuos em toda a frente, principal-
mente porque as armas recebem extensos setores de tiro
d. A companhia de fuzileiros reserva, em uma defensiva em larga
frente, pode preparar um maior número de núcleos defensivos que os pelo-
tões do LAADA e, neste caso, devido ao terreno e meios disponíveis, ocu-
pará, a princípio, uma zona de reunião, ao invés de ocupar os núcleos des-
de já.

7-36. DEFESA CIRCULAR


a. Quando a companhia de fuzileiros cumpre uma missão indepen-
dente ou se acha destacada do batalhão e a situação do inimigo é obscura,

7-52
C7-10

via de regra, estabelece uma defesa circular.


b. Uma companhia pode ocupar um dispositivo de defesa circular
quando em Z Reu isoladamente, quando estiver ocupando uma base de
combate ou em outras situações (interior de localidade, terreno montanho-
so, terreno de selva, etc). Este dispositivo é freqüentemente adotado na
realização de operações aeromóveis e aeroterrestres.
c. A Defesa circular se caracteriza, particularmente, por
(1) Máxima potência de fogo a frente da posição defensiva
(2) Apoio mútuo
(3) Pequeno espaço de manobra
d. Organização da posição - Cada pelotão de fuzileiros recebe uma
parte do perímetro da posição para organizar e defender. O interior da posi-
ção é organizado pelos elementos de comando da companhia e do pelotão
de apoio. O comandante da companhia pode empregar, quando necessário,
parte de um pelotão de fuzileiros, normalmente um grupo de combate, para
reforçar o interior da posição. (Fig 7-18)
e. Apoio de fogo
(1) O comandante da companhia coordena a utilização das armas
por parte dos comandantes de pelotão de fuzileiros para assegurar a defesa
eficaz da área da companhia em todas as direções.
(2) Dispõe as armas AC no perímetro da companhia de modo a
bater as vias de acesso mais prováveis para carros e determina que os
comandantes de pelotão façam o mesmo com suas AC orgânicas, dentro de
seus setores.
(3) Os comandantes de pelotão devem colocar as metralhadoras
em posição no perímetro da área de defesa, explorando ao máximo os tiros
rasantes de modo a proporcionar a maior cobertura possível de fogos à
frente dos pelotões. As metralhadoras instaladas no núcleo de defesa do
pelotão devem, se possível, bater os intervalos e à frente dos pelotões vizi-
nhos.
(4) Os morteiros médios são instalados no interior da área da
companhia, próximo ao centro do dispositivo para que o alcance mínimo
não restrinja o tiro em qualquer direção. Devem estar apontados para a
melhor Via A do inimigo.
(5) Quando a posição defensiva estiver além do alcance eficaz das
armas de apoio dos escalões superiores, outras armas poderão ser postas
em reforço à companhia.
f. Segurança
(1) A segurança externa da área de defesa é assegurada por pe-
quenos postos de vigilância, localizados em pontos que dominam e contro-
lam as prováveis vias de acesso e por meios passivos, como armadilhas,

7-53
C7-10

dispositivos de alarme e de vigilância eletrônica.


(2) Em terreno com vegetações densas, os elementos de segu-
rança local podem retrair para o interior da posição durante os períodos de
pouca visibilidade ou à noite.

Br N 81
Br E 81
Br E 81

Fig 7-18 A companhia na defesa circular

e. Preparação
(1) As posições são preparadas dispersando a companhia em uma
configuração circular com segurança em todas direções.
(2) O comandante da companhia define para o pelotão que cobre
a via de acesso mais provável do inimigo um setor menor do que o dos ou-
tros. O comandante da companhia também pode determinar a preparação
de posições de muda e suplementar dentro do perímetro defensivo.
(3) Devem ser preparados obstáculos de proteção local e, caso
tenha disponibilidade, lançados campos de minas em profundidade ao longo
do perímetro defensivo.
(4) O apoio de fogo fora do perímetro defensivo deve ser prepara-
do e planejado.
(5) Os elementos de apoio ao combate podem apoiar do interior
da posição ou de outro local. O suprimento e a evacuação devem ser feitos,
sempre que possível, com a utilização de meios aéreos.

7-54
C7-10

f. A companhia de fuzileiros ocupando parte do dispositivo de


um batalhão em defesa circular – Nestas situações a companhia deverá
tomar as medidas defensivas semelhantes a uma defesa de área, esteja ela
empregada na ADA ou como reserva. (Fig 7-19)

P Avç C
P Avç C

LAADA
LAADA

LAADA

P Avç C

Fig 7-19 A Cia integrando o dispositivo de defesa circular do Btl.

7-37. DEFESA EM PONTO FORTE


a. Uma defesa em ponto forte caracteriza-se por um dispositivo de de-
fesa em todas as direções, com avançados trabalhos de organização do
terreno, denso e eficiente sistema de barreiras e meios de apoio de fogo e
logístico que permitam à tropa suportar ações prolongadas, ainda que ultra-
passada pelo inimigo. Um ponto forte é defendido até que a tropa seja subs-
tituída ou receba ordem do escalão superior para retrair.
b. Um ponto-forte pode ser parte de um plano defensivo, obrigando o i-
nimigo a emassar-se, constituindo-se um alvo compensador ou a desgastar-
se na ultrapassagem do sistema de barreiras, enfraquecendo, desta forma,

7-55
C7-10

seu poder de combate e tornando-o vulnerável ao contra-ataque.


c. A companhia pode ser designada a construir um ponto forte como
parte da defesa do batalhão ou ainda, excepcionalmente, em uma missão
isolada. Também pode ser construído para proteger unidades vitais ou
instalações. Via de regra, para cumprir essa missão a companhia será
reforçada com elementos de engenharia, armas de apoio e apoio logístico.
d. A posição específica dos pelotões no ponto forte depende do estudo
detalhado do terreno e possibilidades do inimigo. Devem ser aproveitados a
camuflagem, as cobertas, os abrigos e os obstáculos naturais proporciona-
dos pelo terreno, principalmente por montanhas, rios, pântanos e florestas
e. Cada posição defensiva deve ser reforçada (incluindo as posições de
muda e suplementares das armas coletivas) para resistir a fogos de armas
de tiro direto e indireto. Os melhoramentos devem ser conduzidos até a
companhia ser substituída ou retirar-se.
f. Devem ser feitos estoques de comida, água e munição em cada posi-
ção. Outros itens de suprimento julgados como necessários para aumentar
a capacidade de sobrevivência do ponto forte devem ser levantados.
g. Devem ser estabelecidos itinerários cobertos e abrigados entre as
posições (se necessários construídos com trabalhos de sapa) e prevista sua
utilização para ressuprimento, ligação, manobras e contra-ataques no interi-
or do ponto-forte.
h. O ponto-forte deve ser dividido em várias posições ou setores inde-
pendentes, respeitando-se o apoio mútuo entre os mesmos. Isto deve per-
mitir que, se uma das posições ou setores tiverem que ser evacuados ou
forem ultrapassados, a penetração inimiga seja limitada com obstáculos
(escalonados em profundidade) e fogos, permitindo a realização de um con-
tra-ataque.

7-38. DEFESA À RETAGUARDA DE UM CURSO D’ÁGUA


a. Generalidades
(1) Em regra, são os comandos superiores que decidem qual o ti-
po de ação defensiva a ser usado em um curso de água. Esta defesa pode
ser estabelecida de duas maneiras:
(a) LAADA ao longo da margem do curso de água; e
(b) LAADA à retaguarda da margem do curso d’ água, em ter-
reno favorável a defesa.
(2) Na ação defensiva, à retaguarda da margem do curso d’ água,
isto é, quando o curso de água constitui um meio auxiliar para atacar o ini-
migo na ocasião em que esteja realizando a travessia, a companhia de fuzi-
leiros pode receber a missão de estabelecer postos de vigilância ao longo

7-56
C7-10

do mesmo para alertar a tropa amiga, retardar e desorganizar as tentativas


de travessia do inimigo. A companhia de fuzileiros pode, também, fazer
parte de uma força móvel de contra-ataque, cuja missão é destruir o inimigo
quando ele estiver dividido pelo curso de água ou logo após havê-lo trans-
posto.
(3) Na ação defensiva ao longo da margem do curso de água em
que o rio é utilizado como obstáculo imediatamente à frente da área de de-
fesa (Fig 7-20), a companhia de fuzileiros pode receber uma área definida
para organizar e defender, na margem do curso de água ou em suas proxi-
midades, ou ficar como reserva do batalhão.

Fig 7-20. Defesa ao longo da margem do curso de água em que o rio é


utilizado como obstáculo.
b. Frente
(1) Na defesa de um curso de água, uma companhia de fuzileiros
pode receber uma frente maior que em terreno normal, aproveitando-se o
aumento do valor defensivo do terreno proporcionado pelo rio obstáculo.
Esta frente é defendida alargando-se os intervalos entre os pelotões, em
vez de aumentar-se o afastamento entre os homens ou grupos.
(2) Quando o batalhão realiza uma defesa ao longo da margem
com a maioria dos meios em reserva, a companhia poderá receber como
frente, toda a zona de ação do batalhão. Neste caso deverá priorizar o con-
trole dos pontos favoráveis a transposição e buscar a organização de posi-
ções de bloqueio que permitam, no mínimo, o retardamento do Ini para que
a reserva do batalhão possa contra-atacar de forma eficiente antes que o
inimigo complete o desembarque do grosso de suas forças na margem ami-
ga.

7-57
C7-10

c. Apoio de fogo
(1) Quando o LAADA é organizado na margem do curso de água,
as concentrações e barragens dos morteiros são planejadas para bater as
possíveis vias de acesso à margem oposta e os prováveis locais de traves-
sia.
(2) As metralhadoras e outras armas de tiro direto recebem gran-
des setores de tiro e batem vias de acesso e áreas sobre as quais possam
ser feitos tiros rasantes eficazes, de modo a estabelecer uma linha de fogos
sobre o rio e a margem oposta.
(3) As granadas de fuzil, os morteiros e as armas anticarro podem
ser utilizados contra os grupos de homens e materiais inimigos na margem
oposta e no rio. Durante a travessia do curso d’água, o inimigo deve ser
batido por granadas com espoletas de tempo.
(4) Os fogos de proteção final são aplicados sobre a margem ami-
ga, para destruir o inimigo quando este esforçar-se por tomar pé na mesma.
(5) Quando o LAADA é organizado nas elevações situadas atrás
da margem, as armas de apoio são empregadas como na defensiva normal.

7-39. DEFESA EM BOSQUES


a. A defesa em bosques caracteriza-se por campos de tiros limitados
e observação deficiente. Tendo em vista esta peculiaridade, a defesa ba-
seia-se em fogos defensivos planejados com antecedência e estreitamente
coordenados, obstáculos, patrulhamento constante, amplo emprego de ele-
mentos de segurança imediata, e na preparação de itinerários para um rápi-
do deslocamento dos elementos de apoio ou de reserva.
b. Os campos de tiro limitados, no interior da posição, exigem a redu-
ção das distâncias e dos intervalos entre os homens e entre as frações.
Constroem-se tetos nos abrigos e espaldões para darem proteção contra os
fogos do inimigo e os de apoio imediato da artilharia e morteiros amigos. O
pelotão reserva prepara-se para contra-atacar pequenos elementos de infil-
tração que penetrem na posição. É mantido um patrulhamento constante à
frente, nos flancos e no interior da posição. Os elementos de segurança
local são dotados de meios de comunicações rápidos para darem o alerta
imediato da progressão inimiga.
c. O êxito da defesa depende da vigilância, de informes precisos so-
bre os movimentos inimigos (monitoramento das RIPI), da eficácia dos fo-
gos de proteção final e de contra-ataques imediatos para eliminar os ele-
mentos inimigos que se infiltrem na posição.
d. O batalhão pode empregar seus caçadores na zona de ação das
companhias. Eles podem evitar a utilização pelo inimigo de certas zonas,
desorganizar suas comunicações e atuar como observadores.

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C7-10

7-40. DEFESA CONTRA OS ATAQUES AEROTERRESTRES


a. Generalidades
(1) Ataques aeroterrestres são conduzidos em grandes profundi-
dades. As companhias de fuzileiros integrantes dos batalhões empregados
na área de defesa avançada podem ser incluídas no sistema de alarme
quanto a aproximação de aeronaves, devendo manter suas posições e mis-
sões na defesa caso o inimigo realize um ataque aeroterrestre.
(2) As companhias empregadas nas zonas da retaguarda podem
receber o encargo de organizar uma determinada área contra as ações de
forças aeroterrestres; podem organizar, ocupar e defender acidentes capi-
tais do terreno; ou fazer parte de uma força móvel de choque.
b. Princípios da defesa contra os ataques aeroterrestres
(1) Para frustrar o reconhecimento aéreo inimigo, o disfarce e a
ocultação são aperfeiçoados. Preparam-se posições de muda para as ar-
mas e homens, a fim de dar flexibilidade à defesa. Posições simuladas são
preparadas para confundir o inimigo;
(2) O alerta oportuno dos desembarques inimigos é obtido por um
sistema de vários postos estabelecidos nas possíveis zonas de desembar-
que e providos de meios rápidos de comunicações. Muitas vezes, é neces-
sário completar a ação desses postos com patrulhas motorizadas.
(3) Para proporcionar proteção inicial contra desembarques inimi-
gos, são instalados pequenos elementos em locais próximos das zonas de
desembarque, que sejam prováveis objetivos da tropa aeroterrestre e nos
acidentes do terreno de vital importância (acidentes capitais). Esses
elementos constituem a força de segurança local, cuja missão é retardar.
desorganizar e deter o inimigo até que a força móvel de choque possa
contra-atacá-lo. O valor de cada elemento é função da importância da zona
a proteger e pode variar de um grupo de combate a um pelotão de fuzileiros,
reforçado com armas de apoio. São construídos obstáculos, dando-se prio-
ridade às zonas de desembarque mais próximas dos prováveis objetivos da
tropa aeroterrestre;
(4) Para dar o máximo de flexibilidade à defesa, é organizada uma
força móvel de choque com a missão de destruir o inimigo por meio de con-
tra-ataques. De preferência, é motorizada e dotada de grande potência de
fogo, sendo mantida em um ponto central, em posição coberta e abrigada.
Os planos para seu emprego são preparados com antecedência e ensaia-
dos.
c. Conduta da defesa contra os ataques aeroterrestres - Durante o
reconhecimento aéreo inimigo, a tropa permanece oculta. Por ocasião dos
bombardeios aéreos inimigos, os homens ocupam posições abrigadas e
preparam-se para resistir ao ataque inimigo. Durante os desembarques
iniciais a defensiva é agressiva. Se os aviões-transporte, em vôo baixo,

7-59
C7-10

chegam ao alcance útil das armas, todas elas atiram. Os postos de alerta e
a força de segurança local procuram determinar a zona de desembarque
principal e a direção do deslocamento das forças inimigas e batem-nas com
o máximo de fogos. Os contra-ataques locais infligem o maior número pos-
sível de baixas e retardam a reorganização das forças já desembarcadas.
Logo que sejam recebidos dados seguros sobre o efetivo e a localização de
um desembarque inimigo, a força móvel de choque é empregada entre a
zona de desembarque e o provável objetivo da tropa aeroterrestre, para
destruir ou deter o inimigo. A fim de assegurar uma defesa eficaz contra um
ataque aeroterrestre, torna-se necessária uma vigorosa ação ofensiva.

7-41. DEFESA EM CONTRA-ENCOSTA


a. A defesa em contra-encosta visa a utilizar uma crista topográfica
para proteger o defensor da observação terrestre e do fogo direto inimigo.
Essa técnica tira o máximo proveito da surpresa e obriga o inimigo a empre-
gar parceladamente seus meios na crista topográfica da elevação. Além
disso reduz o efeito das armas de longo alcance inimigo e tira o máximo
proveito das armas de curto alcance das unidades em posição.
b. Organização da defesa em contra-encosta - A posição em con-
tra-encosta, geralmente, é organizada de acordo com os fundamentos de-
fensivos com as seguintes particularidades:
(1) São empregadas medidas de simulação para levar o inimigo a
crer que a posição defensiva está na encosta da elevação e se desdobre
para atacá-la.
(2) Postos de observação são localizados na crista topográfica ou
imediatamente à sua frente e ocupados pelos comandantes de fração e
observadores avançados e são protegidos por pequenas frações de fuzilei-
ros e peças de armas de apoio, via de regra, fornecidos pelo pelotão reser-
va. À noite, eles são reforçados para evitar a infiltração e a surpresa do
inimigo;
(3) Quando possível, a encosta e os flancos são batidos por fogos
diretos de flanqueamento de armas desenfiadas da frente;
(4) Um judicioso lançamento de campos de minas anticarro e ar-
madilhas, pode ser feito na encosta e na contra encosta para retardar e
desorganizar o ataque inimigo;
(5) A tropa e as armas, na contra-encosta, são localizadas de mo-
do a proporcionarem o máximo de fogos sobre a crista, suas vias de acesso
e as encostas das elevações vizinhas;
(6) A crista militar da elevação imediatamente atrás, quando den-
tro do alcance útil, é o local indicado para instalação das armas anticarro;
(7) Os fogos de proteção final são planejados para destruir o ini-
migo quando ele tentar transpor a crista. O LAADA, em geral, fica localiza-
do, no mínimo, a 200 metros da crista, para proporcionar campos de tiro

7-60
C7-10

convenientes e permitir o desencadeamento dos fogos de proteção final


sem por em perigo a tropa amiga.
c. Conduta da defesa em contra-encosta - Os elementos de se-
gurança localizados na encosta dão o alerta da aproximação do inimigo e
procuram retardá-lo ou desorganizá-lo com fogos longínquos. Durante os
períodos de pouca visibilidade utilizam-se dispositivos de vigilância e alar-
me, associados a armadilhas e artifícios iluminativos para dar maior segu-
rança à frente. Se o inimigo repelir os elementos de segurança e continuar
sua progressão, as concentrações planejadas são desencadeadas sobre a
encosta pelas armas de tiro curvo da defesa, a fim de desorganizar a articu-
lação do inimigo para o ataque. As armas de tiro direto, instaladas no interi-
or da posição, só abrirão fogo quando surgirem alvos compensadores, no
momento que estes transpuserem a crista da elevação. Se o inimigo trans-
puser a crista em massa, os fogos de proteção final serão desencadeados.
Se ocorrer uma penetração limitada no LAADA e for ordenado um contra-
ataque, serão aplicados os princípios normais que regem essa operação.
Em virtude da necessidade de evitar a observação inimiga feita de pontos
que dominam a área de defesa, a força de contra-ataque procura restabele-
cer os elementos de segurança na encosta.

7-42. OUTRAS AÇÕES DE DEFESA


a. Bloqueios de Estradas
(1) A companhia de fuzileiros, muitas vezes, recebe a missão de blo-
quear estradas. O efetivo necessário para essa missão varia de um pelotão
a uma companhia de fuzileiros reforçada.
(2) Em função da situação, o comandante do batalhão pode determi-
nar que a defesa seja mantida a todo custo, até uma determinada hora, ou
até que a pressão inimiga ameace conquistar ou flanquear a posição.
(3) A tropa e armas são instaladas de maneira que possam cobrir efi-
cazmente, pelo fogo, a estrada, o terreno situado ao longo da mesma e as
vias de acesso à posição. Quando há boa visibilidade, essas posições são
suficientemente afastadas de modo a ficarem fora da zona de dispersão dos
fogos inimigos dirigidos contra a estrada.
(4) Durante os períodos de pouca visibilidade, são ocupadas posições
mais próximas da estrada, porém, além do alcance das granadas de mão.
Um posto de vigilância é instalado onde possa dar o alerta oportuno da a-
proximação de uma força inimiga.
b. Defesa das Instalações da Retaguarda
(1) Uma companhia de fuzileiros ou elemento menor pode ser desig-
nada para proteger uma instalação da retaguarda da zona de combate.
(2) As ações inimigas contra as quais ela deve proporcionar proteção
compreendem ataques terrestres, ataques aeroterrestres, incursões, revol-

7-61
C7-10

tas de civis e sabotagens. Geralmente, ela pode prover melhor essa prote-
ção, instalando elementos de vigilância em toda a zona e mantendo um
elemento móvel – Força de Reação – constituído do grosso de seu efetivo.
(3) O efetivo dos elementos de vigilância pode variar desde simples
vigias até um grupo de combate reforçado. Eles podem consistir de postos
de vigias, postos de vigilância e de patrulhas a pé ou motorizadas. Seu nú-
mero e localização devem permitir sufocar rapidamente pequenos distúrbios
ou dar o alerta oportuno à Força de Reação no caso de ameaça mais séria.
A Força de Reação fica em condições de defender a instalação, quer ata-
cando a força inimiga, quer ocupando posições defensivas previamente
preparadas.

ARTIGO VIII
MOVIMENTOS RETRÓGRADOS

7-43. GENERALIDADES
a. Movimento retrógrado é qualquer movimento tático organizado de
uma força, para a retaguarda ou para longe do inimigo, seja forçado por
este, seja executado voluntariamente, como parte de um esquema geral de
manobra.
b. O movimento retrógrado visa a preservar a integridade de uma for-
ça, a fim de que, em uma ocasião futura, a ofensiva seja retomada. Uma
força somente o executa voluntariamente, quando uma vantagem marcante
possa ser obtida. Em qualquer caso, deve ser aprovado pelo comandante
do escalão imediatamente superior e é planejado com a antecedência devi-
da.
c. Finalidades - Os movimentos retrógrados são executados com
uma ou mais das seguintes finalidades:
(1) Inquietar, desgastar, retardar e infligir baixas ao inimigo;
(2) Conduzir o inimigo para uma situação desfavorável;
(3) Permitir o emprego de uma força, ou parte da mesma, em ou-
tros locais;
(4) Evitar o combate sob condições desfavoráveis;
(5) Ganhar tempo sem se engajar decisivamente em combate;
(6) Desengajar-se do contato com o inimigo;
(7) Reajustar o dispositivo; e
(8) Encurtar as vias de transporte.

7-62
C7-10

7-44. FORMAS DE MANOBRA


Os movimentos retrógrados são classificados em três formas de ma-
nobra básicas:
a. Retraimento
b. Ação retardadora
c. Retirada

7-45. FATORES DE ÊXITO


Os principais fatores que influem no sucesso de um movimento retró-
grado são:
a. Planejamento centralizado e execução descentralizada (é necessá-
rio ter uma completa compreensão da operação por meio de planos bem
detalhados do escalão superior e possuir liberdade suficiente na execução
de suas missões específicas);
b. Aproveitamento adequado do terreno e das condições meteoroló-
gicas com especial atenção para o máximo aproveitamento das redes de
estradas, principalmente pelas forças motorizadas e blindadas;
c. Liberdade de ação, rapidez e mobilidade (igual ou superior a do i-
nimigo);
d. Largo emprego de medidas de coordenação e controle;
e. Manutenção do moral, que poderá ser obtido pelo exercício vigoro-
so da liderança efetiva de seus comandantes, visando minimizar os possí-
veis efeitos negativos causados pelo movimento para a retaguarda;
f. Planos flexíveis, baseados em hipóteses, com ênfase na iniciativa;
g. Emprego adequado do apoio de fogo e obstáculos;
h. Emprego oportuno de ações ofensivas; e
i. Sigilo, segurança e simulação.

7-46. APOIO LOGÍSTICO


a. O planejamento de apoio logístico para um movimento retrógrado
deve dispor sobre:
(1) Destino a ser dado aos suprimentos e equipamentos em ex-
cesso;
(2) Evacuação das viaturas danificadas e em pane;
(3) Execução do suprimento durante toda a operação;
(4) Evacuação das baixas;

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C7-10

(5) Destruição dos suprimentos e equipamentos, exceto os de sa-


úde (classe VIII), caso seja necessário;
(6) Controle de trânsito; e
(7) Controle de civis.
b. Deve ser feito todo o esforço para impedir que os suprimentos de
qualquer espécie, caiam em mãos do inimigo.
c. O controle de trânsito é de capital importância para o êxito da ope-
ração. Deste modo as prioridades, horários e condições de utilização das
estradas devem ser planejados, a fim de assegurar um ordenado desloca-
mento, levando-se em consideração as missões e as possibilidades dos
elementos do batalhão. As probabilidades de interdição das estradas por
ação do inimigo, por modificações nas condições meteorológicas e por con-
gestionamento dos itinerários, exigem a previsão de itinerários alternativos.
d. Uma operação retrógrada raramente pode ser realizada sem que a
população civil seja envolvida na ação, assim, o controle e a evacuação de
civis devem ser considerados em todos os planos para um movimento re-
trógrado, a fim de evitar-se desordem e o congestionamento do trânsito.
e. O plano de destruição contém instruções referentes ao que destru-
ir, e a quando destruir os suprimentos, para que o inimigo não possa apro-
veitá-los. Em princípio, tudo que não for possível evacuar será destruído. No
plano deve ficar bem claro quem está autorizado a realizar a destruição e a
partir de que momento deverá executá-la.
f. As operações retrógradas são caracterizadas pelo alto consumo de
combustíveis e lubrificantes. A natureza da operação poderá exigir um con-
sumo igualmente alto de munição. Os suprimentos de todas as classes são
previamente colocados em posições determinadas de modo a assegurar um
apoio contínuo aos elementos de combate, uma vez que o E Sup Ev é vul-
nerável a ataques do inimigo. O movimento das viaturas de suprimento é,
normalmente, sob fogo do inimigo. Deve ser sempre considerada a possibi-
lidade do apoio logístico ser realizado por meio aéreo.
g. Não há previsão de desdobramento dos trens, devendo permane-
cer embarcados.

ARTIGO IX
RETRAIMENTO

7-47. GENERALIDADES
a. O retraimento é um movimento retrógrado, por meio do qual a
companhia rompe o contato com o inimigo, de acordo com a decisão do

7-64
C7-10

escalão superior. Pode ser seguido de uma retirada ou da ocupação de uma


posição ou zona recuada de onde será conduzida uma subseqüente ação
ofensiva ou defensiva.
b. O retraimento poderá ser diurno ou noturno. O retraimento diurno,
sempre que possível, deverá ser evitado, pois os fogos observados inimigos
podem resultar em pesadas baixas e na perda da liberdade de ação. Em
contrapartida, os retraimentos noturnos proporcionam maior liberdade de
ação, facilitam a dissimulação e reduzem a eficiência da observação e dos
fogos inimigos.
c. Em qualquer retraimento, todos os meios capazes de reduzir a ob-
servação inimiga (fumígenos, etc ), bem como os períodos em que esta
observação ficar prejudicada (nevoeiros e chuvas intensas, por exemplo)
devem ser bem empregados e aproveitados.
d. Os retraimentos se classificam em dois tipos:
(1) Retraimento sem pressão do inimigo; e
(2) Retraimento sob pressão do inimigo.

7-48. PLANEJAMENTO
a. No planejamento de um retraimento são consideradas as possibili-
dades do retraimento sob pressão e sem pressão, dando-se prioridade ao
planejamento do primeiro. Nas normas gerais de ação da unidade podem
constar as medidas para execução dos dois tipos de retraimento.
b. As ordens e planos da companhia devem constar das seguintes
instruções:
(1) Informações sobre as forças amigas e inimigas;
(2) Medidas de coordenação aplicáveis a toda a companhia, inclu-
sive itinerários ou zonas de retraimento; nova posição a ser ocupada e mis-
são após o retraimento; linhas de controle; dispositivos; e localização do
ponto inicial ou zona de reunião da companhia;
(3) Missões dos elementos integrantes da força de segurança ou
destacamento de contato, compreendendo: sua composição, seu coman-
dante e hora de assunção do comando, bem como o itinerário e a hora do
retraimento;
(4) Missões dos demais elementos, inclusive designação de fra-
ções postas em reforço aos pelotões de fuzileiros; zonas de reunião de cada
pelotão; itinerários; e hora de retraimento de todos os elementos;
(5) Planejamento do apoio de fogo, se houver necessidade de rup-
tura do contato;
(6) Medidas de disfarce e de controle das comunicações; restri-
ções, se for o caso, no uso do rádio e artifícios de sinalização especiais;
locais atual e futuros dos postos de comando, inclusive horas de abertura;

7-65
C7-10

(7) Prescrições relativas ao transporte, evacuação de mortos, feri-


dos e prisioneiros de guerra;
(8) Prescrições para suprimentos da força de segurança (desta-
camento de contato) e demais elementos, bem como para remoção ou des-
truição do excesso de suprimento; e
(9) Se for o caso, medidas para preparação e ocupação da nova
posição, incluindo a organização da defesa, dispositivo da companhia (que
deve ser o mesmo para facilitar a operação), localização dos trens e PC e
instruções para os elementos que se deslocarão dentro da área.
c. Se o retraimento implica em movimento através de uma posição
defensiva ocupada por outra Unidade ou Subunidade, é necessário uma
cerrada coordenação. O comandante da companhia designa um elemento
de ligação para executar a coordenação com o comando da tropa que fará o
acolhimento. As medidas de coordenação e controle devem ser dissemina-
das por todos os pelotões. O planejamento deve incluir a previsão de guias
a serem fornecidos pela tropa que acolhe, estabelecimento de ligação e
comunicações e sinais de reconhecimento. Após o acolhimento, o movimen-
to para a retaguarda caracteriza-se como uma Retirada.
d. Os comandantes de fração, até grupo de combate e peça, inclusi-
ve, com alguns guias escolhidos, realizam o reconhecimento durante o dia
dos itinerários que conduzem as suas zonas de reunião. Se a companhia,
após o retraimento, vai organizar e ocupar uma nova posição à retaguarda,
deve ser feito o reconhecimento dessa posição.

7-49. RETRAIMENTO SEM PRESSÃO DO INIMIGO


a. Na preparação de um retraimento sem pressão, devem ser toma-
das medidas táticas especiais para confundir e desorganizar o inimigo, co-
mo por exemplo ataques a objetivos limitados, incursões e modificações dos
planos de fogos. O êxito do retraimento sem pressão, normalmente, está
condicionado a períodos de escuridão ou de visibilidade reduzida ou a ter-
renos cobertos. A visibilidade reduzida e o terreno coberto dificultam o con-
trole. A utilização da fumaça e de itinerários cobertos auxilia na redução da
possibilidade inimiga de observar os movimentos das forças amigas. Deve
ser prevista a possibilidade de interferência do inimigo, por meio do empre-
go de forças aeroterrestres, aeromóveis ou infiltradas.
b. A companhia irá realizar seu retraimento de acordo com ordem de
retraimento do batalhão, que obedece a seguinte seqüência:
(1) Instalações de apoio logístico;
(2) Elementos de apoio de fogo, imediatamente antes do deslo-
camento da companhia reserva;
(2) Companhia reserva;
(3) Companhias de 1º escalão

7-66
C7-10

(4) Destacamento de contato


c. Destacamento de contato
(1) O destacamento de contato é a parte dos elementos de mano-
bra e de apoio da companhia que permanece em contato com o inimigo com
o objetivo de simular as atividades normais na frente e, dentro de suas pos-
sibilidades, prover segurança ao retraimento do grosso. Este destacamento
tem limitada possibilidade de resistência e depende, principalmente, da
simulação para cumprir a sua missão.
(2) O retraimento deste destacamento ocorre em uma hora deter-
minada, mediante ordem, ou na ocorrência de uma contingência específica.
(3) O comando do batalhão coordena o emprego dos destacamen-
tos de contato das companhias, bem como o fornecimento do apoio de fogo
necessário ao cumprimento da missão, determinando também a ação que
deve ser realizada em caso de ataque inimigo.
(4) O efetivo e a composição do destacamento de contato são fi-
xados pelo comandante do batalhão. Em geral, não excede a um terço do
efetivo de fuzileiros da companhia, acrescido de um terço a metade das
armas de apoio. Via de regra, um grupo de combate é deixado em cada
núcleo de defesa de pelotão das companhias de fuzileiros de primeiro esca-
lão.
(5) As armas de apoio da companhia e do batalhão, que permane-
cerem em posição, são colocadas em reforço ao destacamento de contato,
se necessário, em condições de baterem as vias de acesso que possam ser
utilizadas pelo inimigo.
(6) Em geral, o subcomandante da companhia comanda os ele-
mentos integrantes do destacamento de contato. Neste caso, ocupa o posto
de comando da companhia e utiliza mensageiros, telefone e rádio para man-
ter as comunicações.
(7) Um pelotão de fuzileiros geralmente permanece em posição na
zona de ação da companhia reserva com a missão de patrulhar; proteger o
posto de comando do destacamento de contato; bloquear as mais prováveis
vias de acesso do inimigo à zona da retaguarda do batalhão; atuar como
elemento de segurança, cobrindo o retraimento do destacamento; e manter
o contato com o inimigo após o retraimento dos elementos de 1º escalão do
destacamento.
d. Execução (Fig 7-21)
(1) O êxito do retraimento depende do emprego eficaz da contra-
inteligência, do controle, da segurança e da dissimulação. O deslocamento
da tropa e sua subseqüente reunião são realizados o mais silenciosamente
possível. Por meio de fogos, de tráfego rádio e de patrulhas, o destacamen-
to de contato simula as atividades normais dos elementos que ocupam a
posição.
(2) As instalações logísticas precedem o movimento, podendo até

7-67
C7-10

mesmo iniciar seu deslocamento durante o dia, se não comprometer o sigi-


lo;
(3) As armas de apoio devem permanecer em posição até que os
elementos do grosso já tenham completado sua reunião. Entretanto, os
elementos de apoio de fogo devem, em princípio, preceder os elementos de
manobra no movimento.
(4) O retraimento de todos os elementos da companhia de primei-
ro escalão, menos os do destacamento de contato, inicia-se simultaneamen-
te na hora fixada. Os homens retraem dentro dos grupos de combate, para
a zona de reunião de pelotão e, a seguir, para a da companhia. O movimen-
to é regulado de modo a não haver demora alguma nas zonas de reunião
dos pelotões e da companhia. Quando a companhia opera em larga frente,
é desejável que cada pelotão receba seu próprio itinerário.
(5) As viaturas da companhia vão ao encontro de suas frações o
mais à frente possível, sendo seu limite de avanço prescrito pelo comandan-
te do batalhão. As viaturas deslocam-se isoladamente ou em pequenos
grupos e um número suficiente é deixado com o destacamento de contato
para o transporte de suas armas de apoio.
(6) Logo que os pelotões tenham retraído, como medida de simu-
lação, os homens do destacamento de contato reajustam seu dispositivo
para dar a impressão de que a posição se encontra realmente ocupada.
Deslocam-se para locais que lhes permitam bater as mais prováveis vias de
acesso do inimigo à posição do pelotão e, ao mesmo tempo, proporcionem
proteção aproximada às armas de apoio. O grupo de combate que perma-
nece no núcleo do pelotão reserva de cada companhia de primeiro escalão,
patrulha a zona da retaguarda. As armas de apoio simulam os fogos nor-
mais, utilizando os diversos materiais e calibres.
(7) O destacamento de contato retrai protegido pela respectiva re-
serva e no momento prescrito pelo batalhão. Após ter acolhido os elementos
de primeiro escalão do destacamento de contato, a reserva deste retrai até
ser acolhida. A hora de retraimento é determinada, em princípio, de modo a
permitir que o destacamento de contato seja acolhido por um elemento de
cobertura antes do alvorecer
(8) Caso a companhia seja a reserva do batalhão ela se deslocará
como um todo, imediatamente antes das companhias de primeiro escalão,
podendo deslocar-se diretamente para a sua zona de reunião. Havendo
possibilidade do inimigo pressionar durante a operação, ela poderá ser man-
tida em posição, como uma força de segurança, até que seja ultrapassada
pelos elementos de primeiro escalão.
e. Medidas de coordenação e controle
(1) Zona de reunião - A zona de reunião da companhia deve ser
localizada o mais à frente possível para agilizar a reorganização. Normal-
mente, é situada imediatamente à retaguarda do pelotão reserva. Deve

7-68
C7-10

possuir espaço suficiente para a manobra de viaturas em seu interior ou nas


proximidades. O tempo de permanência nela deve ser mínimo. A critério do
comandante as frações podem ser liberadas para a retaguarda, à medida
que cheguem à Z Reu, sem necessidade de aguardar as demais frações.
(2) Itinerários de retirada – A SU recebe do batalhão o itinerário de
retirada a ser seguido. Nele são designados: ponto inicial (PI), por onde a
SU deve passar no horário prescrito; ponto de embarque (P Emb); postos
de controle de trânsito (PC Tran), nos pontos do itinerário críticos para o
movimento, onde mais de uma subunidade deva passar ou onde itinerários
se entroncam ou se cruzam; e ponto de liberação (P Lib), no local onde a
companhia tomará destino para nova missão. Guias podem ser utilizados,
da frente para a retaguarda, caso seja necessário.
(3) Zonas de retraimento e de retirada - Normalmente, o coman-
dante do batalhão designa zonas de retraimento para os elementos de pri-
meiro escalão, coincidentes com as áreas de defesa que lhes cabia defen-
der. Designa, também, zonas de retirada para as companhias de primeiro
escalão, por meio de limites que entrarão em vigor mediante ordem, ao
longo de toda a zona de retirada do batalhão. As zonas de retraimento e de
retirada das companhias serão as zonas de ação das respectivas subunida-
des, caso o inimigo venha a atuar sobre o grosso, durante o movimento
retrógrado.
(4) Linhas de controle - O comandante de companhia recebe do
batalhão um número de linhas de controle para facilitar a coordenação da
operação. Caso haja necessidade, poderá designar linhas para a sua SU.
Estas linhas devem ser de fácil identificação e normalmente são localizadas
em linhas de interesse tático, tais como linhas de força de segurança, linhas
de P Avç C e LAADA das novas posições, cristas de compartimentos trans-
versais, rios obstáculos e outros acidentes nítidos no terreno.
f. Apoio Logístico - Antes do início do retraimento, o comandante
assegura que o nível de suprimento seja adequado à operação. A munição
destinada ao destacamento de contato deve atender à possibilidade de
emprego como força de segurança. Os primeiros elementos a retraírem
podem, se necessário, transferir munição e outros suprimentos para o des-
tacamento de contato. O remuniciamento para as companhias é realizado
antes do retraimento. A turma de evacuação da companhia pode permane-
cer junto com o destacamento de contato.
g. Comando e controle
(1) No retraimento sem pressão, o posto de comando da compa-
nhia continua funcionando no seu local inicial, até que a companhia, menos
o destacamento de contato, deixe suas posições. O comandante da compa-
nhia desloca-se junto com o grosso da companhia para a zona de reunião.
(2) O destacamento de contato utiliza as linha telefônicas já exis-
tentes na antiga posição. O subcomandante adota o PC inicial da compa-

7-69
C7-10

nhia como posto de comando do destacamento de contato. Se possível


deve ser estabelecida a ligação fio com a zona de reunião da companhia.
Com a finalidade de iludir o inimigo, o destacamento de contato mantém o
tráfego normal de comunicação rádio e, após o seu retraimento, corta as
linha telefônicas e retira os fios para impedir sua utilização pelo inimigo.
(3) Durante o deslocamento as linhas telefônicas existentes para a
retaguarda são utilizadas ao máximo. O silêncio rádio deve ser mantido, de
acordo com as ordens do batalhão. Os mensageiros especiais são empre-
gados em larga escala após o início do retraimento.

LAADA LAADA

(Z Reu) (Z Reu)

(Z Reu)

(Z Reu)

Fig 7-21 . Retraimento sem pressão

7-50. RETRAIMENTO SOB PRESSÃO DO INIMIGO


a. O retraimento sob pressão deve ser evitado, sempre que possível.
Ocorre quando há séria interferência do inimigo, sendo desencadeado me-
diante autorização do escalão superior.
b. O retraimento ocorre com o emprego de forças de segurança. Ca-
da escalão protegerá o retraimento do que está imediatamente à sua frente.

7-70
C7-10

O desengajamento será realizado por meio da combinação do fogo e movi-


mento, só que nesse caso para a retaguarda. Na companhia, o pelotão re-
serva protegerá o retraimento dos pelotões de primeiro escalão. A compa-
nhia reserva do batalhão protegerá o retraimento dos pelotões reservas das
companhias de primeiro escalão.
c. O êxito do retraimento sob pressão, particularmente durante o dia,
depende em grande parte da superioridade aérea local, mobilidade, apoio
de fogo, utilização de fumígenos, controle e do emprego eficiente das forças
de segurança.
d. Força de segurança
(1) A força de segurança é a parte dos elementos de manobra e
de apoio que permanece em contato com o inimigo com o objetivo de, den-
tro de suas possibilidades, prover segurança ao retraimento dos elementos
de 1º Escalão. Esta força tem limitada possibilidade de resistência e retrairá
em uma hora determinada, mediante ordem ou na ocorrência de uma con-
tingência específica. Deve constantemente monitorar o inimigo, informando
o escalão superior sobre suas ações.
(2) A força de segurança da companhia é o pelotão reserva refor-
çado por elementos de apoio de fogo. A missão principal do pelotão é apoiar
o retraimento dos pelotões de primeiro escalão.
(3) Caso a companhia esteja na reserva, constituirá a força de se-
gurança do batalhão. Nesse caso, a missão principal é apoiar o retraimento
das companhias de primeiro escalão, acolhê-las e cobrir-lhes a retirada. Se
estiver reforçada com um pelotão de carros de combate, esta fração poderá
executar contra-ataques de desaferramento para criar condições de retrai-
mento de um elemento engajado decisivamente com o inimigo. Para melhor
cumprir sua missão receberá em reforço elementos de apoio de fogo do
batalhão.
(4) Em princípio, a força de segurança ocupará as posições de a-
profundamento já preparadas. Entretanto, poderá haver situações em que o
dispositivo deva ser reajustado ou preparadas novas posições de onde me-
lhor se possa cumprir a missão.
e. Execução (Fig 7-22)
(1) A fase inicial do retraimento consiste em diminuir a densidade
de tropa da área de defesa. Os trens da subunidade são os primeiros a
retrairem. Seguem os pelotões de primeiro escalão e o pelotão reserva.
(2) O retraimento dos pelotões de primeiro escalão é realizado di-
retamente para a retaguarda, sob a proteção de todos os fogos disponíveis.
Quando o terreno e a situação o permitirem, os pelotões retraem simultane-
amente. Podem deslocar-se inicialmente para as Z Reu de pelotão, desig-
nadas pela companhia, imediatamente à retaguarda do pelotão reserva, ou
de preferência, diretamente para a Z Reu da companhia, designada pelo

7-71
C7-10

batalhão, à retaguarda da posição da companhia reserva. Caso não seja


possível o retraimento simultâneo, o menos engajado retrai primeiro e pro-
tege o retraimento do elemento mais engajado.
(3) Embora a força de segurança do batalhão tenha por missão
apoiar o retraimento dos elementos de primeiro escalão, acolhê-los e cobrir-
lhes a retirada, em alguns casos a companhia pode ter que cobrir seu pró-
prio retraimento, deslocando seus pelotões por escalões.
(4) Caso a SU seja a força de segurança do batalhão, ela iniciará
seu retraimento à hora determinada por este, mediante ordem, ou na ocor-
rência de uma contingência especificada pelo comando. Ela retrairá direta-
mente para a retaguarda da força de segurança do escalão superior, ou por
escalões, cobrindo seu próprio retraimento até ser acolhida por elementos
amigos.
f. Medidas de coordenação e controle - As medidas de coordena-
ção e controle são, de um modo geral, idênticas às estabelecidas para um
retraimento sem pressão.
g. Apoio de fogo
(1)Todos os fogos disponíveis devem ser planejados contra as po-
sições inimigas conhecidas, particularmente, Z Reu, posições de ataque e
reserva. O apoio de fogo deve ser planejado para dissociar o inimigo, impe-
dindo sua rápida reação ao pressentir o retraimento.
(2) As armas de apoio do batalhão que estiverem na zona de ação
da companhia, via de regra, são postas em reforço à subunidade.
(3) Fumígenos são empregados para ocultar o dispositivo das for-
ças amigas e o movimento no retraimento ou para desorganizar momenta-
neamente o inimigo, criando condições para desengajar os elementos em
contato e impedir ou retardar sua perseguição.
(4) As armas AC que estiverem junto aos pelotões são postas em
reforço aos mesmos, sendo empregadas para bater os blindados inimigos
que tentem penetrar nas posições. Normalmente passam a reforçar a força
de segurança, após os pelotões serem acolhidos por esta.
h. Apoio Logístico - Os elementos de primeiro escalão, ao retraírem,
podem transferir suprimentos para a força de segurança, ao serem acolhi-
dos por esta. Os suprimentos, exceto de saúde, que não puderem ser eva-
cuados, devem ser destruídos. Na fase do desengajamento dos pelotões de
1º escalão deve se prever um maior consumo de munição.
i. Comando e controle - Durante as fases iniciais do retraimento, os
meios de comunicações devem ser mantidos em operação por um período
tão longo quanto possível. O itinerário de movimento do PC da companhia
será prescrito nas ordens do Btl, de modo a facilitar a utilização dos siste-
mas físicos já existentes. As prescrições quanto a remoção e destruição dos

7-72
C7-10

circuitos são as mesmas do retraimento sem pressão, contudo, no retrai-


mento sob pressão o rádio é utilizado em larga escala.

LAADA
LAADA

1
1 2
1
2
1

Fig 7-22. Seqüência do retraimento sob pressão

ARTIGO X
AÇÃO RETARDADORA

7-51. GENERALIDADES
a. A ação retardadora é um movimento retrógrado no qual uma força
troca espaço por tempo, infligindo o máximo de perdas e retardamento ao
inimigo, sem se engajar cerradamente em ações decisivas, criando condi-
ções para que outras forças amigas se preparem ou executem outras ope-
rações. A ação retardadora é mais eficientemente executada por tropas

7-73
C7-10

altamente móveis (blindadas, mecanizadas ou aeromóveis), apoiadas por


aviação tática.
b. As unidades de infantaria motorizada não são as mais aptas a
cumprir este tipo de operação, devido à sua pouca mobilidade, proteção
blindada e potência de fogo. Para tanto devem ser reforçadas por elementos
mecanizados ou carros de combate. A companhia, neste tipo de operação,
atua enquadrada no batalhão, operando em proveito da missão da unidade
e também deve ser reforçada.
c. As forças de retardamento devem apresentar contínua resistência
a fim de obrigar o inimigo a se desdobrar e manobrar, perdendo tempo.
Entretanto, o combate aproximado decisivo deve ser evitado, exceto quando
indispensável para o cumprimento da missão. O contato com o inimigo deve
ser mantido permanentemente, bem como deve ser imposto um contínuo
retardamento.
d. Características
(1) Formações dispersas, liberdade de ação, apoio de fogo eficaz
e movimentos oportunos, a fim de causar o máximo de perdas ao inimigo e
evitar o combate aproximado;
(2) As posições são organizadas para serem mantidas por um pe-
ríodo de tempo limitado;
(3) Os contra-ataques são empregados, principalmente, para de-
sengajar elementos amigos ou para manter temporariamente uma posição
até que surjam condições mais favoráveis para o retraimento;
(4) O máximo poder de fogo é colocado à frente; e
(5) As posições possuem frentes maiores e profundidades meno-
res.
e. A segurança dos movimentos retrógrados é feita através de: um
contínuo reconhecimento do terreno nos flancos e à retaguarda; forças de
segurança; movimentos rápidos sob proteção da escuridão; forte defesa
antiaérea e de uma permanente defesa anticarro em todas as direções.
Obstáculos devem ser usados para proteger os flancos e retardar a pro-
gressão inimiga.

7-52. PROCESSO DE EXECUÇÃO


a. Retardamento em uma única posição - Resume-se a uma defesa
de área com tempo de permanência limitado;
b. Retardamento em posições sucessivas - No retardamento em
posições sucessivas a unidade se desenvolve como um todo em cada posi-
ção retardadora, ocupando-as sucessivamente, após retrair da imediata-
mente anterior. Pela falta de mobilidade e potência de fogo, o batalhão de
infantaria motorizado dificilmente será empregado desta forma;

7-74
C7-10

c. Retardamento em posições alternadas - No retardamento em


posições alternadas, a unidade ocupa simultaneamente duas posições de
retardamento sucessivas, empregando uma ou mais companhias em cada
uma. A companhia que ocupa uma posição, após retrair e se retirar coberta
pelos elementos da posição seguinte, ocupa a próxima posição à retaguar-
da e assim sucessivamente;
d. Misto - Admite-se a combinação dos processos acima.

7-53. ESCALONAMENTO DAS FORÇAS


a. Elementos de segurança - Executam, em linhas gerais, as mes-
mas missões do escalão de segurança de uma defesa de área, através da
ocupação de posto de observação, realização de patrulhas e lançamento de
algumas frações à frente com a missão específica de realizar o contra-
reconhecimento. Na posição inicial de retardamento, normalmente, estes
elementos serão lançados pela subunidade reserva, pois esta não está
cumprindo nenhuma ação tática. Nas demais posições, o encargo será,
normalmente, dos elementos de 1º escalão, pois a reserva perderia em
flexibilidade e poder de combate durante o retardamento contínuo.
b. Companhias de 1º escalão - O grosso da força retardadora é,
normalmente, empregado em 1º escalão, adotando um dispositivo linear
semelhante ao da defesa em larga frente. As companhias de 1º escalão
têm, normalmente, as seguintes missões:
(1) Retardar ou deter a progressão inimiga pela execução de fo-
gos;
(2) Manter a posição de retardamento até que receba ordem de re-
trair;
(3) Evitar um engajamento decisivo;
(4) Ser empregada no retardamento contínuo do inimigo, entre as
posições de retardamento, caso a reserva não tenha condições de executá-
lo.
c. Companhia reserva
(1) A companhia reserva, normalmente, reforça os elementos de
primeiro escalão, permanecendo com um mínimo de fuzileiros para limitar
as penetrações e restabelecer as posições e, no mínimo, um pelotão de
carros ou de cavalaria mecanizada por eixo de retraimento para o retarda-
mento contínuo. A situação da reserva (centralizada, articulada ou fracio-
nada), dependerá de sua mobilidade, largura da zona de ação e transitabili-
dade do terreno.

7-75
C7-10

(2) A reserva cumpre, normalmente, a mesma missão de uma de-


fesa de área, exceto quanto à natureza dos contra-ataques, que podem ter
as seguintes finalidades:
(a) Restabelecer a posição, quando a missão exige um tempo
de permanência maior na posição;
(b) Desaferrar um elemento de primeiro escalão (contra-ataque
de desaferramento), quando um elemento se engajar decisivamente com o
inimigo, criando condições para o seu retraimento; e
(c) Desorganizar o inimigo, para ganhar mais tempo
(3) A reserva pode constituir uma força de segurança para apoiar,
acolher e cobrir os elementos de primeiro escalão, no caso do retraimento
destes realizar-se sob pressão.
(4) Após o retraimento dos elementos de primeiro escalão, a re-
serva ou parte dela, normalmente, se constitui em destacamento retardador,
com a missão de executar o retardamento contínuo do inimigo, até a próxi-
ma posição de retardamento do batalhão. Para esta missão, a reserva pode
ser reforçada por elementos que estavam em primeiro escalão, após o aco-
lhimento destes. Ela irá ocupar linhas no terreno favoráveis, que possuam
bons campos de tiro para suas armas. Normalmente, as tropas mais aptas
ao retardamento contínuo serão as de carros de combate, infantaria blinda-
da e cavalaria mecanizada.

7-54. ORGANIZAÇÃO DAS POSIÇÕES


a. A ordem de operações do batalhão estabelecerá quais as posições
de retardamento que serão ocupadas, o prazo a retardar o inimigo em cada
posição, o processo de retardamento a ser empregado, o dispositivo do
batalhão em cada posição e a organização para o combate do batalhão.
(Fig 7-23)
b. A companhia pode ser empregada para organizar uma posição de
bloqueio forte em cima de um eixo penetrante. Para tanto, receberá uma
frente mais estreita, dispondo pelotões nas alturas que dominam o eixo com
apoio mútuo em largura e/ou profundidade. Sempre que possível, deverá
ser reforçada com elementos de cavalaria.
c. A companhia que mobilia uma frente secundária, de difícil aproxi-
mação pelo inimigo e que não contenha eixos penetrantes deverá dispor
seus pelotões de forma linear. O apoio mútuo lateral deve ser sempre bus-
cado, contudo, devido à conformação do terreno ou a falta de meios, nem
sempre esta situação será possível, devendo-se prever vigilância para estes
intervalos. Nas áreas passivas e menos favoráveis à progressão do inimigo,
o batalhão poderá prever a adoção de menor grau de resistência (retardar
ou vigiar).

7-76
C7-10

d. A associação de conjuntos topotáticos e a atribuição de mais de


um grau de resistência para uma companhia, apesar de não serem desejá-
veis, ocorrem com maior freqüência na ação retardadora, devido as largas
frentes que são atribuídas ao batalhão.

e. Os obstáculos naturais das posições de retardamento devem ser


aproveitados e os obstáculos artificiais são utilizados para melhorar a posi-
ção. Ambos devem ser batidos pelo fogo direto ou indireto para produzir o
máximo de retardamento.
Fig 7-23. Dispositivo das companhias em uma posição de retardamento
f. Caso o batalhão possua um dos seus flancos exposto, poderá ado-
tar uma das seguintes medidas: designar uma companhia com a missão
específica de proteger este flanco ou determinar que a companhia que se
encontra mais próxima ao flanco exposto faça a proteção do mesmo, refor-
çando-a com os meios necessários para cumprir esta missão.
g. Cavalaria mecanizada - Os elementos mecanizados são utilizados
em princípio em 1º escalão barrando os principais eixos que, vindo da dire-
ção do inimigo, penetrem no dispositivo do batalhão. Admite-se reforçar
uma subunidade com um pelotão de cavalaria mecanizado, caso possua em
sua zona de ação um eixo penetrante.

7-77
C7-10

h. Carros de combate - Os elementos de carro de combate, por sua


natureza, permanecem com a companhia reserva, com missões de apro-
fundar a defesa anticarro e realizar contra-ataques. Poderão ainda ser em-
pregados em 1º escalão, preferencialmente reforçando as SU que possuí-
rem eixos penetrantes em sua zona de ação. Os carros são os meios mais
aptos para realizar o retardamento contínuo.
i. Medidas de coordenação e controle - Deve ser feito o máximo de
emprego de medidas de coordenação e controle para todas as fases da
operação. Entre outras medidas de controle estão incluídas: linhas de con-
trole; ponto de liberação; zona de reunião; itinerários, zonas de ação, pontos
de embarques e outras medidas que se façam necessárias seguem as
mesmas prescrições do previsto para os retraimentos, lembrando que o
tempo para manutenção de cada posição deve estar claramente especifica-
do. Linhas de controle serão estabelecidas especialmente em regiões que
possam ser utilizadas como posições de retardamento alternativas.

7-55. EXECUÇÃO
a. Os elementos de reconhecimento inimigos devem ser destruídos
ou neutralizados pelos fogos das armas de tiro indireto ou pela ação direta
da força de contra-reconhecimento O inimigo que se aproxima é inicialmen-
te batido por fogos longínquos e à medida que se aproxima é submetido a
um crescente volume de fogo. Todo o esforço deve ser feito para infligir o
máximo de perdas ao inimigo, desorganizá-lo, detê-lo e obrigá-lo a se reor-
ganizar ou a emassar-se para um assalto.
b. As ações do inimigo devem ser constantemente monitoradas e o
comandante de companhia deve manter o comandante do batalhão infor-
mado, a fim de que este possa decidir convenientemente sobre o melhor
momento de iniciar o retraimento para a próxima posição.
c. O combate decisivo deve ser evitado, exceto se indispensável para
o cumprimento da missão, fazendo tudo para manter a integridade da força.
d. Quando o retraimento da companhia for autorizado, a companhia
reserva posiciona-se no terreno de maneira que possa engajar o inimigo e
passa a atuar como destacamento retardador, apoiando o retraimento, aco-
lhendo e cobrindo a retirada dos elementos de primeiro escalão.
e. O destacamento retardador mantém o contato com o inimigo com o
cuidado de não ser desbordado e nem tão pouco ficar decisivamente enga-
jado, efetuando o retardamento do inimigo ao longo dos eixos.
f. Quando a situação for insustentável e o prazo a ganhar em deter-
minada posição não tiver sido atingido, a companhia pode receber ordem de
ocupar uma linha de controle, como posição de retardamento alternativa, a

7-78
C7-10

fim de ganhar o tempo que resta antes de dirigir-se à próxima posição de


retardamento.
g. Durante o retraimento, o pessoal designado executa as destruições
previstas, fecha as passagens nos campos de minas e prepara outros obs-
táculos dentro das disponibilidades de tempo e material.
h. As companhias de primeiro escalão, ao atingirem a próxima posi-
ção de retardamento realizam a ocupação da mesma e ficam monitorando a
aproximação do destacamento retardador.

7-56. COMANDO E CONTROLE


a. Durante a ação retardadora, a continuidade das comunicações é o
princípio mais importante na fase de execução da manobra. Os meios rádio
devem, em princípio, permanecer com a prescrição livre para os elementos
em contato, restrito para os que se deslocam entre as posições e em silên-
cio na próxima posição à retaguarda. Os meios físicos devem ser estabele-
cidos nas posições retardadoras com a maior antecedência possível, apro-
veitando-se os recursos já existentes. Quanto ao mensageiro, é empregado
em maior número durante o deslocamento entre as posições retardadoras,
principalmente o mensageiro especial.
b. Para o deslocamento do posto de comando da companhia devem
ser observadas as mesmas prescrições previstas para as ações de retrai-
mento.

7-57. APOIO DE FOGO


a. Para as ações nas posições de retardamento devem ser seguidas
as mesmas condutas e formas de emprego inerentes à defesa de área, com
a ressalva que, devido às grandes distâncias é comum o emprego de armas
e frações em reforço.
b. As ações do destacamento retardador são caracterizadas por fo-
gos longínquos, sobre eixos ou regiões de passagem obrigatória. As posi-
ções de tiro estarão próximas à crista topográfica das elevações, favorecen-
do a realização de fogos em profundidade e o retraimento.

7-58. APOIO LOGÍSTICO


a. Na ação retardadora, o controle e a segurança dos elementos do
apoio logístico são de vital importância. O planejamento da operação deverá
prever um adequado apoio durante o deslocamento para cada posição de
retardamento e na sua ocupação.
b. O suprimento dos elementos de combate é executado imediata-
mente após sua chegada às novas posições de retardamento, em seguida,

7-79
C7-10

os trens se deslocam para a retaguarda imediata da posição de retardamen-


to, de onde apoiarão eficientemente a operação, sem interferir com a mano-
bra. O batalhão pode, conforme o caso, pré-posicionar suprimentos ao logo
do itinerário.
c. As cozinhas devem estar centralizadas para proporcionar maior ra-
pidez de movimento. O homem carrega, além de sua reserva individual,
uma ração operacional (reserva orgânica da brigada, de posse do compa-
nhia). Se a situação permitir deverá ser fornecida uma refeição normal ao
combatente, quando da ocupação das posições subseqüentes.
d. O consumo de combustível será elevado e as oportunidades para
reabastecimento serão restritas, desta forma, o batalhão pode deixar tonéis
com combustível ao longo do itinerário ou nas posições de retardamento.
e. O consumo de munição será elevado. Poderá ser recebida muni-
ção especificamente destinada para a manutenção da posição inicial de
retardamento (munição para consumo imediato), a fim de que a companhia
aborde a próxima posição com sua dotação completa. Poderão ser estabe-
lecidos postos de remuniciamento do batalhão ao longo dos eixos ou nas
posições de retardamento subseqüentes.
f. A evacuação dos baixados segue o processo normal. Deve ser
considerada a possibilidade de evacuação aeromédica. Para o início das
operações é interessante que as baixas existentes já tenham sido previa-
mente evacuadas.

ARTIGO XI
RETIRADA

7-59. GENERALIDADES
a. Uma retirada é o movimento ordenado de tropas para longe do ini-
migo, realizado de acordo com um planejamento e sem contato com o ini-
migo, a fim de evitar um combate em condições desfavoráveis. A retirada,
quando precedida de um retraimento, só terá início quando o contato com o
inimigo achar-se completamente rompido e as colunas de marcha estiverem
formadas, normalmente cobertas por um destacamento de contato ou força
de segurança.
b. Uma retirada pode ser realizada com as seguintes finalidades:
(1) Aumentar a distância entre o defensor e o inimigo;
(2) Encurtar as distâncias para o apoio logístico;
(3) Ocupar um terreno mais favorável à defesa; e
(4) Permitir seu emprego em outro setor.

7-80
C7-10

7-60. EXECUÇÃO
a. Em uma retirada, a companhia pode atuar como força de proteção
(vanguarda, retaguarda ou flancoguarda) do batalhão ou enquadrada no
grosso da Unidade. Quando a retirada é precedida de um retraimento, a SU
na função de retaguarda deve ser reforçada. Quando o inimigo atua ou a-
meaça atuar sobre a retaguarda do batalhão, a companhia encarregada de
proteger esse flanco passa a realizar as ações de uma operação retardado-
ra.
b. Dependendo da disponibilidade da rede de estradas, rapidez dese-
jada, distância a percorrer e do grau de segurança existente, a companhia
poderá se deslocar por um itinerário diferente do batalhão, cabendo a ela
prover a sua própria segurança.

7-81
C 7-10

CAPÍTULO 8

OPERAÇÕES COM CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

ARTIGO I
INTRODUÇÃO

8-1. CONSIDERAÇÃO INICIAL


As operações com características especiais correspondem àquelas
que, por sua natureza, condições particulares em que podem ser
conduzidas e características da área de operações, exigem cuidados
especiais em seu planejamento e execução, ou ênfase particular sobre
outras considerações relativas às técnicas, táticas, procedimentos ou ao
material empregado.

ARTIGO II
OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS (LOCALIDADES)

8-2. GENERALIDADES
a. O combate em áreas edificadas caracteriza-se pelo combate
aproximado, pelos limitados campos de tiro, pela limitada observação, pela
canalização do movimento de veículos e pela dificuldade de coordenação e
controle das tropas. Estas características tornam a infantaria a pé a tropa
mais apta a conduzir o combate em localidades, com ênfase para a ação
dos pequenos escalões.
b. As companhias de fuzileiros conduzem operações ofensivas ou
defensivas em localidades enquadradas no batalhão, podendo ou não ser

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reforçadas com pelotões de cavalaria (constituindo forças-tarefa) e


elementos de engenharia.

8-3. ÁREA DE OPERAÇÕES


a. A área de operações urbana apresenta características singulares. As
áreas edificadas, contendo estruturas resistentes de alvenaria ou de
concreto armado e aço, podem ser modificadas para fins de defesa,
assemelhando-se às áreas fortificadas.
b. O terreno onde serão desencadeadas as operações compreende
não apenas a parte superior e os diversos andares das edificações, a
superfície (nível das ruas) e o subterrâneo (túneis, metrôs, sistemas de
esgoto, etc) da área considerada.
c. A conformação geral da localidade e de seus quarteirões, a
densidade das construções, os tipos das edificações, os materiais
empregados nas construções, a conformação geral interna dos prédios,
dentre outros fatores, exercem grande influência sobre o efetivo emprego
dos diversos sistemas operacionais.
d. As operações urbanas são, na maioria das vezes, conduzidas em
regiões onde há presença de população civil, que pode ser utilizada de
diversas formas pelas forças oponentes. Tal fato faz com que o
estabelecimento de medidas de controle da população claras e detalhadas
seja essencial à condução das operações
e. Uma das grandes preocupações no combate urbano deve ser o
dano colateral. O dano colateral é um prejuízo à população ou ao material
nas vizinhanças dos alvos, não intencional e indesejável, produzido pelos
efeitos das armas amigas. Devem ser estabelecidos procedimentos para
prevenir ou minimizar os danos colaterais. Por exemplo, podem ser
adotadas medidas restritivas para o uso de armas de tiro indireto.

ARTIGO III
ATAQUE A LOCALIDADE

8-4. FASES DO ATAQUE


a. Fases do ataque a uma localidade:
(1) Isolamento da localidade;
(2) Conquista de uma área de apoio na periferia da localidade; e
(3) Progressão no interior da localidade.
b. A primeira fase se destina ao isolamento ou ao cerco da localidade.
O isolamento compreende o bloqueio das vias terrestres e aquáticas de

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entrada e saída da área considerada, tem por finalidade impedir a chegada


de reforços e suprimentos para os elementos isolados, bem como impedir o
retraimento destes. O cerco difere do isolamento pelo grau de controle
exercido sobre os movimentos de entrada e saída da área. Caracteriza-se
pelo controle total do perímetro da localidade por meio da observação de
possíveis vias de acesso de infiltração/exfiltração, quer por meio da
ocupação de postos de observação, emprego de patrulhas ou uma
combinação de ambos, além do bloqueio das vias terrestres e aquáticas
(realizado tal como o isolamento). O atacante ocupará, então, posições de
bloqueio fora da área edificada, mas das quais poderá apoiar pelo fogo a
entrada nessa área e a progressão através desta.
c. A segunda fase consiste na progressão para a área edificada e na
conquista de acidentes capitais (área de apoio) na orla anterior da
localidade, para eliminar ou reduzir a observação terrestre e o tiro direto do
defensor sobre as vias de acesso à mesma. Normalmente constitui-se de
alguns prédios (aproximadamente 1 (um) quarteirão). As cobertas e abrigos
oferecidos por esses prédios permitem ao atacante descentralizar o controle
e deslocar para a frente as armas de apoio, reservas e reajustar o
dispositivo.
d. A terceira fase consiste na progressão no interior da localidade.
Nesta fase, adquire particular importância a coordenação e o controle das
frações empenhadas. A progressão poderá ser sistemática, de casa em
casa, quarteirão por quarteirão, através da área edificada ou a companhia
pode receber a missão de conquistar diretamente seus objetivos no interior
da localidade, ficando a limpeza da área edificada a cargo da reserva do
batalhão ou escalão superior, de acordo com a missão deste.

8-5. ISOLAMENTO
a. A ordem de operações do comandante do batalhão determinará
quais objetivos a companhia deve conquistar e manter para o isolamento ou
cerco da localidade e pode impor a direção de ataque a ser adotada.
b. Os objetivos no isolamento dominam as vias terrestres ou fluviais que
conduzem ao interior da localidade. No cerco, dominam além destas, as
vias de acesso que conduzem ao interior da localidade.
c. A companhia geralmente pode receber mais de um objetivo de
isolamento/cerco. O ideal é que cada via terrestre ou via de acesso que
conduza à localidade seja mantida por um pelotão de fuzileiros. Caso isto
não seja possível, o batalhão pode determinar como a companhia
empregará seus meios para bloquear o acesso inimigo nessas posições.
Caso o batalhão não determine, o comandante de companhia deverá
procurar posições em que os pelotões consigam barrar mais de uma via

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terrestre ou via de acesso, economizando meios. Se isso não for possível,


deverá empregar frações menores reforçadas por armas de apoio.
d. Apoio de fogo – O planejamento assemelha-se a um ataque
normal, com a ressalva que, inicialmente, deve-se prever o apoio à
conquista dos objetivos de isolamento. Quando da manutenção destes,
devem ser previstos fogos tanto para apoiar o isolamento / cerco da
localidade como para evitar a saída ou contra-ataques do inimigo que se
encontra no interior desta. Face às grande distâncias e independência das
zonas de ação, é comum a companhia receber frações de apoio em reforço
ou apoio direto, particularmente a seção de mísseis anticarro. Da mesma
forma as frações ou peças do pelotão de apoio poderão ser empregadas em
apoio direto ou reforço aos pelotões de fuzileiros
e. A companhia realiza os preparativos para o isolamento/cerco da
localidade como um ataque normal, com a observação das normas de
comando pelo comandante de companhia.

8-6. INVESTIMENTO
a. A ordem de operações do comandante do batalhão determinará
quais objetivos que a companhia deve conquistar, dentre estes os que deve
manter, a direção de progressão e demais medidas de coordenação e
controle, tais como, pontos e linhas de controle, pontos de ligação, pontos
de coordenação e limites.
b. A companhia receberá objetivos na orlas anterior e posterior da
localidade, podendo receber ou não objetivos no interior da mesma.
(1) Objetivos na orla anterior permitem à companhia reajustar seu
dispositivo, cerrar à frente as armas de apoio e descentralizar o controle,
tendo em vista a progressão na localidade;
(2) Objetivos na orla posterior caracterizam a ultimação da limpeza
da localidade, possibilitando, de acordo com a situação, o reajustamento e
os reconhecimentos para o prosseguimento das operações, fora da
localidade;
(3) Objetivos no interior da área edificada buscam atender às
necessidades de segurança, limpeza e coordenação.
(a) Quanto à segurança, podem estar situados sobre regiões na
localidade que, em virtude de seu comandamento e situação face à
progressão do escalão de ataque, exerça marcante ameaça sobre as tropas
que progridam por Via A adjacentes. Sua conquista, portanto, proporciona a
segurança necessária a outras peças de manobra;
(b) Quanto à limpeza de área, podem ser localizados em
instalações de administração e utilização pública (serviços essenciais), cuja
manutenção seja importante para o prosseguimento das operações como
controle populacional, segurança da tropa, utilização de recursos locais;

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(c) Quanto à coordenação, são marcados em regiões que


imponham mudança de dispositivo, direção e ritmo da operação, bem como
atendam às necessidades do comandante do batalhão em sincronizar as
posições das peças de manobra com as possibilidades e necessidade do
apoio de fogo (segurança do escalão de ataque), reservas e apoio logístico.
c. Direções - No interior da área edificada as direções podem ser
balizadas por ruas ou edifícios destacados. Normalmente, as ruas serão
utilizadas para esse balizamento quando sua orientação longitudinal assim o
indique e quando a localidade for densamente construída. Os edifícios ou
pontos nítidos mais destacados serão referenciados em zonas menos
densamente edificadas, as quais permitam sua boa visualização a distância,
assim como em zonas onde o arruamento não apresente uma mínima
regularidade geométrica.
d. Linhas de controle – Em virtude da extrema compartimentação,
diferença de densidade e grau de profundidade da área edificada, e das
conseqüentes dificuldades de observação e de ligações, o controle tende a
descentralizar-se até os menores escalões de comando, como pelotão e,
por vezes, grupo de combate, transformando-se o combate em uma série de
pequenas ações independentes. O escalão superior assegura o controle
das operações marcando linhas de controle, geralmente em eixos
transversais ao movimento (ruas, avenidas, ferrovias, cursos de água). A
companhia informa ao atingir uma linha de controle e dela só parte para a
seguinte, mediante ordem. As linhas de controle têm papel preponderante
no controle do ataque e serão fixadas pelos diversos comandos até o
escalão companhia, inclusive, que deverá marcar linhas de controle a cada
quarteirão, para melhor coordenação de suas frações.
e. Zona de ação - A zona de ação a ser fixada dependerá do valor do
inimigo, dimensões e densidade dos edifícios e da resistência esperada.
Uma companhia de fuzileiros, no ataque a uma localidade bem defendida,
tem como frente normal a largura de 1(um) a 2(dois) quarteirões. Pelas
características peculiares do combate em localidade, o pelotão de fuzileiros
também recebe uma zona de ação, com a largura de 1(um) quarteirão.
Considera-se para determinação das frentes normais um quarteirão com a
frente aproximada de 180 metros.
f. Limites – A observação restrita e as dificuldades de controle e
coordenação tornam necessário marcar limites até o escalão pelotão
inclusive. A marcação de limites facilita o apoio mútuo, assegura o
vasculhamento de todas as construções da área edificada eevita o
fratricídio. Na zona densamente construída, os limites passarão,
normalmente, por um dos lados da rua, ficando a área da rua incluída na
zona de ação de um dos pelotões vizinhos. Nas demais zonas da área
edificada, os limites passam por dentro dos quarteirões, pelos quintais, de

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sorte que ambos os lados da rua ficam incluídos na zona de ação de um


pelotão.
g. Poder de combate – Quando a companhia receber um objetivo no
interior da localidade, seja ele de limpeza ou segurança, deverá receber o
reforço de mais um pelotão de fuzileiros, haja vista que haverá a
necessidade de manutenção deste objetivo. Se isto não for possível, o
comandante de companhia deve manter esta região com uma fração menor,
normalmente reforçada por armas de apoio para que tenha condições de
cumprir sua missão.
h. Reserva
(1) As missões básicas da reserva no investimento são repelir
contra-ataques e realizar a limpeza das resistências desbordadas. Além
disso, a reserva pode receber a missão de atuar de flanco contra uma
resistência inimiga que detenha uma das peças do escalão de ataque,
beneficiando-se da progressão da peça vizinha, corrigir erros de direção e
substituir uma das peças do escalão de ataque.
(2) Para a determinação do poder de combate da reserva, as
restrições no combate no interior da localidade e as dificuldades de
movimento, observação e comunicações podem tornar maiores as
necessidades de reserva junto aos escalões mais avançados (Cia e Btl).
Desta forma, uma companhia de fuzileiros reforçada poderá ser reserva de
uma brigada. Uma companhia menos (com 2, ou até mesmo 1 pelotão de
fuzileiros) será a reserva do batalhão e cada companhia do escalão de
ataque terá um pelotão de fuzileiros como reserva.
(3) Considerando a grande disponibilidade de cobertas e abrigos
em área urbanas, conclui-se que as reservas terão condições de se
deslocar imediatamente à retaguarda do primeiro escalão em condições de
prontamente intervir no combate. A companhia reserva da brigada, em
princípio, segue o escalão de ataque defasada de 1 (um) a 3 (três)
quarteirões, a do batalhão de 1 (um) a 2 (dois) quarteirões e o pelotão
reserva da companhia normalmente progride no mesmo quarteirão dos
pelotões que realizam a limpeza.
i. Apoio de fogo
(1) Armas AC
(a) Em geral, as armas AC são empregadas em reforço aos
pelotões de fuzileiros. As construções dificultam o emprego das armas AC,
devido à necessidade de uma área de segurança para o sopro da arma.
(b) As armas AC devem atirar dos telhados ou regiões
dominantes e são usadas em tiros diretos contra edificações em seteiras de
tiro ou para abrir passagens em paredes. Os CSR podem atirar em tropas
abrigadas atrás de muros com granadas AE e espoleta tempo.

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(2) Morteiros
(a) A seção de morteiros do pelotão de apoio normalmente
permanece em ação de conjunto.
(b) Os morteiros têm grande importância, pois atiram nas zonas
desenfiadas criadas pelos edifícios, em melhores condições que a artilharia.
(c) Quando estiver atirando em alvos sobre telhados, utilizam
espoleta instantânea, já em alvos no interior de edificações, utilizam
espoleta de retardo. Além disso, podem ser utilizados para provocar
incêndios.
(3) As posições de tiro devem ser escolhidas atendendo às seguintes
peculiaridades:
(a) Armas que atiram pelas janelas ou grandes aberturas são
colocadas bem recuadas no interior das edificações.
(b) Os atiradores mudam freqüentemente de posição para iludir o
inimigo e as guarnições devem estar preparadas para mudanças rápidas
para posições de muda e suplementares.
(c) Os edifícios destruídos, paredes e escombros podem ser
utilizados como posições de tiro.
(d) Posições avançadas são utilizadas para neutralizar o fogo
inimigo e apoiar a progressão dos elementos de assalto.
j. Lança-chamas - Tanto portáteis como conduzidos em carros, os
lança-chamas podem ser empregados pelo escalão de ataque. São
particularmente úteis na destruição do inimigo abrigado em porões, esgotos,
subterrâneos ou casamatas. Também são empregados na redução de
barricadas nas ruas. O seu uso deve ser restrito ao necessário, haja vista a
possibilidade da proliferação de incêndios.
k. Carros de combate
(1) Para a conquista dos objetivos da orla anterior, os carros são
empregados para bater pelo fogo os prédios ou posições afastadas.
(2) Na progressão no interior da localidade, em virtude da diminuição
da sua capacidade de manobra, os carros reforçam a companhia,
constituindo forças-tarefa. O comandante da companhia pode centralizar
seu emprego ou empregar uma e até mesmo as duas seções em reforço
aos pelotões de fuzileiros. (Fig 8-1)
(3) No interior da localidade, os carros de combate normalmente
atuam como armas autopropulsadas, realizando tiro direto, à curta distância.
Devem acompanhar o escalão de ataque, raramente precedendo a
infantaria, o que somente ocorre quando o inimigo não possuir armamentos
anticarro.

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Fig 8-1 O emprego do Pel CC em uma FT Cia Fuz no Atq Loc


(4) Devido às características do terreno, que possibilitam que os
inimigos dotados de armas anticarro portáteis se aproximem dos carros por
itinerários cobertos, os carros de combate devem permanecer a uma
distância tal do escalão de ataque que lhes possibilite apoiá-lo sem
comprometimento da própria segurança. À medida que os fuzileiros
avançam e proporcionam condições de segurança pela limpeza das
sucessivas edificações, os carros progridem por lanços. (Fig 8-2)

Fig 8-2 Progressão dos CC por lanços após a limpeza pelos Fuz
(5) Se o terreno impuser, por condições de segurança, os carros de
combate apóiam pelo fogo a manobra dos fuzileiros ocupando uma única
posição de tiro. Nesta situação, o carro de combate permanece em uma
posição coberta à retaguarda, indo à frente apenas para realizar o tiro,
conduzido por um observador à frente.(Fig 8-3)

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Fig 8-3 - Condução do Tiro do CC por um Observador


(6) Independente da forma de emprego dos carros, deve-se destacar
fuzileiros para realizar sua proteção aproximada, tendo em vista o limitado
campo de observação dos carros e as características do terreno facilitarem
a aproximação de elementos inimigos isolados. (Fig 8-4)

Fig 8-4 – Progressão do CC protegido por Elm Inf

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l. Cavalaria mecanizada – Quando a companhia recebe pelotões de


cavalaria mecanizada, eles são empregados como um todo, pois estes já
possuem equipes infantaria-carros em sua organização.
m. Engenharia – A companhia poderá contar com apoio dos
elementos de engenharia para limpeza dos obstáculos, destroços e
barreiras lançados nas principais ruas e estradas e execução de
demolições.

8-7. EXECUÇÃO
a. O ataque se desenvolve nas três fases em que foi planejado.
Entretanto, não há, quanto à execução, separação nítida nem demora
prolongada entre a segunda e a terceira fase. Uma vez conquistada a aérea
de apoio e cerrados os meios à frente, tem início a terceira fase, como
natural prosseguimento da segunda.
b. Isolamento da localidade (primeira fase) - A conquista dos
objetivos de isolamento é feita nos mesmos moldes que um ataque em
terreno normal. O comandante da companhia deve prever um dispositivo,
nos objetivos de isolamento, que permita a segurança em todas as direções,
a fim de que possa cumprir eficientemente a sua missão.
c. Conquista da área de apoio (segunda fase)
(1) Processa-se de maneira semelhante ao ataque a uma posição
organizada em terreno normal.
(2) A fim de neutralizar as vantagens do defensor quanto à
observação, campos de tiro e abrigos, a progressão para a orla da cidade
se fará sob a proteção de fogos intensos de morteiros, metralhadoras,
artilharia, carros de combate, mísseis e aviação, observando-se as medidas
restritivas de execução e coordenação dos fogos porventura estabelecidas
pelo escalão superior. Emprega-se fumígenos com freqüência, seja para
cegar observatórios, seja para encobrir movimentos em terreno descoberto.
(3) Após a conquista da área de apoio, na orla, a companhia deve
reorganizar-se, de sorte a permitir:
(a) O reajustamento do dispositivo das pequenas unidades,
particularmente no nível pelotão, visando a constituir as equipes de
infantaria-carros-armas de apoio; e
(b) O deslocamento das armas de apoio e das reservas do
batalhão para a orla da localidade.
(4) A permanência na área de apoio deve ser reduzida ao mínimo
estritamente necessário a essa reorganização.
d. Progressão no interior da localidade (terceira fase)
(1) Nessa fase, as ações se descentralizam para os comandos
subalternos, até o escalão pelotão e, muitas vezes, grupo de combate. A

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progressão é lenta e coberta pelo fogo. O escalão de ataque, normalmente,


evita progredir pelas ruas, porque estas são batidas pelos fogos inimigos.
Sua progressão será feita através de quintais ou de quarteirões, através dos
prédios, por brechas abertas nas paredes, ou pelos telhados. As ruas
transversais apresentam às pequenas frações uma ocasião de
reajustamento do dispositivo, antes de prosseguir para a conquista do
quarteirão seguinte.
(2) Se a rota de progressão de uma fração estiver barrada com
escombros ou existirem obstáculos lançados, tenta-se inicialmente
desbordá-los, buscando manter a impulsão do ataque. Caso não seja
possível, uma segurança deverá ser estabelecida no local, observar a
existência de armadilhas e então tentar reduzir o bloqueio da via.
(3) A reserva deve progredir o mais à frente que for possível, para
permitir maior segurança ao escalão de ataque, não apenas nos flancos,
mas, também, à retaguarda, pela ocupação de prédios já conquistados,
para impedir a sua retomada pelo inimigo.
(4) Esta fase oferece inúmeras possibilidades de surpresa e de
riscos para o atacante, não só pela localização das armas da defesa em
locais imprevisíveis e difíceis de determinar, como também pelo abundante
emprego, por parte do defensor, de minas, armadilhas e demolições
preparadas e pela possibilidade de deslocamentos subterrâneos, ao nível
do solo, através dos andares dos prédios e, mesmo, pelos telhados.
(5) O emprego de fumígenos é essencial para a progressão,
especialmente quando as frações tiverem que atravessar ruas e áreas
descobertas. Podem ser desencadeados pela artilharia, morteiros ou CSR,
quando destinar-se a cegar observatórios distantes da tropa. Contudo, o
mais comum é o emprego de granadas de mão pelos fuzileiros,
proporcionando a cobertura aproximada da fração.
(5) As TTP (técnicas, táticas e procedimentos) que os pelotões e
grupos de combate selecionarão para o movimento através da área urbana
e a limpeza das construções individuais e cômodos devem estar bem
definidas.
(6) A conquista de objetivos no interior da localidade pode levar á
companhia a inicialmente cercar a instalação ou quarteirão para, em
seguida, investir sobre o mesmo. Para tanto, especial coordenação deve ser
feita para regular a progressão das frações e prevenir-se o fratricídio.
e. Limpeza
(1) Nas localidades fortemente defendidas, a limpeza é feita, casa a
casa, quarteirão por quarteirão, pelo escalão de ataque, à medida que
progride, permitindo assim que a reserva esteja em condições de emprego
numa missão qualquer.
(2) Todos os prédios devem ser completamente vasculhados para
evitar que focos de resistência não eliminados venham a constituir ameaça

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ou envolver as linhas de comunicações, suprimento, evacuação bem como


reservas de apoio.
(3) Poderão ocorrer situações em que a limpeza da área edificada
não será realizada pela companhia, e sim pela reserva do batalhão ou
escalão superior. Como exemplos, pode-se citar a conquista de um acidente
capital no interior da localidade como ponte ou nó rodoviário, o qual poderia
ser destruído pelo inimigo caso houvesse tempo suficiente após o início do
ataque ou em localidade fracamente defendida, cujo interesse maior é a
conquista de objetivos na orla posterior. Uma forma de se cumprir essa
missão é o movimento em força do escalão de ataque embarcado, no
interior da localidade, por dois eixos de progressão. As frações testa de
cada elemento reconhecem seus eixos imediatamente antes da passagem
dos demais. Ao ser estabelecido o contato, parte dos elementos
desembarcam para garantir o prosseguimento dos demais. Uma vez
conquistado o objetivo o escalão de ataque estabelece um dispositivo de
defesa circular, ampliando suas dimensões até a conquista do terreno
adjacente que permita sua segurança. As resistências desbordadas são
limpas pela reserva, caso a missão do batalhão assim imponha.

8-8. ASSALTO A UMA CONSTRUÇÃO


a. Execução - Os elementos de assalto deverão executar rapidamente
e violentamente o assalto e as subseqüentes operações de limpeza. Uma
vez tendo conseguido sucesso na entrada da instalação, mantém a
progressão para evitar que o inimigo organize uma resistência em outros
pisos ou em outros cômodos. Numa construção de vários pavimentos, as
frações devem progredir limpando todo o piso antes de prosseguir. Isto
possibilita um rápido descanso para as tropas antes de seguirem para um
outro piso.
b. Entrada na construção
(1) A entrada por cima é o método preferível para limpar uma
construção. Esse método é somente praticável, contudo, quando o acesso
ao piso superior ou telhado for conseguido por escadas, cordas, pelas
janelas e sótãos, ou quando as armas de defesa aérea puderem ser
suprimidas e as forças amigas dispuserem de helicópteros para alcançar a
parte superior das construções. Os telhados devem ser tratados como
perigosos quando as construções em volta forem mais altas e os elementos
estiverem expostos. As tropas abrem buracos nos telhados ou paredes,
possibilitando então usar cordas, escadas ou outros meios para entrar nos
pisos mais baixos. Se a exposição das tropas aos fogos inimigos puder ser
minimizada, as escadas podem ser usadas para conduzir um assalto
exterior aos andares superiores,
(2) A entrada por baixo é comum e pode ser a única opção viável.
Neste caso, a fração deve dirigir-se rapidamente ao piso superior e iniciar o

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vasculhamento de cima para baixo. Quando a entrada for por baixo, buracos
na parede devem ser preferidos porque as portas e janelas podem estar
armadilhadas e batidas por fogos de dentro da construção. Se os elementos
de assalto tiverem que entrar através de uma porta ou janela, a entrada pela
retaguarda ou lateral é preferível. Em certas situações, o uso de explosivos
pode ser restrito, tornando a entrada através de portas e janelas a única
opção viável. Veículos blindados e CC podem ser especialmente utilizados
em apoio à entrada no nível da rua.
c. Abertura de buracos nas paredes e muros - Os GC e pelotões
poderão ter que abrir buracos nas construções. Engenheiros
preferencialmente serão designados como responsáveis pelas aberturas
dos buracos. Dependendo dos fatores da decisão, o comandante de
companhia precisará designar a localização específica das brechas ou
delegar aos comandantes das frações subordinadas. A forma como a
abertura será procedida, se por explosivos, meios mecânicos ou balísticos
pode ser determinada pelo escalão superior. Por exemplo, se um CC estiver
em apoio a SU e não houver restrição do escalão superior, eles poderão
abrir um buraco numa parede para ser o ponto de entrada inicial numa
construção, utilizando seu canhão.
d. Ações dentro da construção
(1) Uma vez dentro da construção, as atividades iniciais serão
cobrir as escadas e apoderar-se dos cômodos que fazem face às rotas de
aproximação do objetivo. Essas ações têm o objetivo de isolar as forças
inimigas dentro da construção e prevenir contra-ataques vindos de fora. Os
elementos do assalto limpam cada cômodo do piso de entrada e então
procedem a limpeza dos demais pisos, incluindo o subterrâneo, se for o
caso. Se a entrada não for feita por cima, deve-se considerar alcançar
rapidamente o piso mais alto e limpar de cima para baixo, dependendo da
situação tática. Caso haja um piso subterrâneo ou porão deverá ser limpo
tão rapidamente quanto possível, preferencialmente ao mesmo tempo do
piso da rua. O procedimento para limpar um porão será o mesmo para um
cômodo ou piso, mas algumas peculiaridades existem, pois porões podem
conter entradas de túneis, assim como, sistemas de esgoto e
comunicações. Estes devem ser limpos e seguros para prevenir infiltrações
de volta do inimigo em áreas limpas.
(2) O comandante de companhia deve assegurar que os pelotões
de limpeza conduzam o material para marcar os cômodos, planejando
assinalar aqueles que estiverem limpos para as forças amigas. Ainda que as
operações ocorram durante visibilidade limitada, a identificação deverá ser
compreendida pelas forças amigas. Os elementos de apoio deverão
entender quais marcações serão empregadas, de modo a assegurar que os
fogos de apoio não atingirão os cômodos e pisos limpos. A manutenção do
entendimento da situação no que concerne a localização das equipes de

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assalto e quais cômodos/ pisos estão limpos é imperativo e o ponto crucial


do comando e controle da companhia. Pelo rádio poderá ser determinado,
se necessário, com que prioridade os GC e pelotões limparão os cômodos.
Quando existirem construções limpas as tropas amigas notificarão os
elementos de apoio usando o rádio ou outro sinal pré-planejado.
(3) Após a conquista de um piso (andar), elementos do escalão de
ataque são designados para cobrir potenciais rotas de contra-ataques
inimigo para a construção. Especial atenção deve ser dedicada a posições
inimigas escondidas entre prédios vizinhos, rotas cobertas para o prédio e
rotas subterrâneas no porão e de aproximação sobre os telhados.
Prioritariamente, deve ser provida a segurança da direção de ataque. Ao
identificarem a aproximação da construção pelas forças inimigas, alertam o
escalão de ataque e aplicam grande volume de fogos.
e. Fogos de apoio
(1) Antes do assalto - As instruções para os elementos de apoio de
fogo que apóiam o assalto deverão ser especificas. Uma vez iniciados os
fogos, eles deverão ser mantidos até o avanço dos elementos do assalto.
Alvos podem ser marcados e identificados com munição traçante, munição
AE, sinais de voz, gestos, sinalizador laser, ou outros artefatos. Um preciso
e bem dirigido volume de fogo poderá suprimir o inimigo. O volume de fogo
e o tipo de armas empregadas serão estabelecidos pelo batalhão em sua
ordem de operações.
(2) Durante o assalto - Uma vez iniciado o assalto, os fogos são
dirigidos para as lajes e janelas e continuarão até as forças de assalto
entrarem na construção. Os elementos de apoio provêem fogos de apoio
enquanto os elementos de assalto sistematicamente limpam a construção.
Também desencadeiam fogos nas construções adjacentes para prevenir
reforços ou retiradas do inimigo. Os fogos de apoio devem focar as posições
inimigas conhecidas ou suspeitas, ou, conforme determinação do batalhão,
somente serão empregados sobre alvos identificados ou para revidar os
fogos inimigos. Veículos armados podem ser especialmente usados para
aplicar fogos precisos, pesados e contínuos.
f. Munição e equipamento - Os fatores da decisão e a ordem de
operações do batalhão determinarão como os elementos de assalto estarão
equipados e armados. Os elementos do assalto carregarão tanto
equipamento e munição quanto possível, especialmente granadas
(fragmentação e fumígenas). Os elementos de apoio mantêm o controle da
munição e equipamentos adicionais que não sejam imediatamente
necessários ao assalto. Uma falta freqüente de munição em uma batalha
urbana é a das armas anticarro leves, como o AT4. Os soldados podem
usar estas armas para uma variedade de propósitos, tais como supressão
de posições e abertura de brechas. O ressuprimento poderá ser conduzido
para os elementos de assalto pelos elementos de apoio. Os comandantes

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deverão gerenciar cuidadosamente o remuniciamento dos soldados durante


o assalto. Normalmente munição, água, armas especiais, equipamentos de
assalto e suprimentos médicos são os principais itens de suprimentos
empregados.

ARTIGO IV
DEFESA EM LOCALIDADE

8-9. GENERALIDADES
a. A companhia de fuzileiros, normalmente, irá conduzir operações
defensivas em uma localidade como parte do dispositivo defensivo de um
batalhão. Tais operações serão desencadeadas para manter o terreno ou
destruir as forças atacantes do inimigo. O dispositivo adotado pela
subunidade dependerá da missão imposta e da intenção do escalão
superior.
b. Durante a realização de operações defensivas, os escalões
superiores à companhia de fuzileiros (batalhão e brigada) procurarão: evitar
serem isolados pelo inimigo; defender apenas o terreno decisivo; e usar o
fogo e a manobra para manter a iniciativa. Tais posturas irão influir
diretamente na missão a ser cumprida pela subunidade.
c. Em uma área urbana o defensor deverá tirar proveito das cobertas e
abrigos abundantes, considerando, ainda, as restrições na capacidade de
observar e manobrar do inimigo. Por meio de uma correta utilização do
terreno e combatendo em posições bem preparadas e com apoio mútuo, o
defensor poderá infligir pesadas perdas, destruir, retardar, bloquear ou fixar
uma força atacante muito maior.

8-10. ORGANIZAÇÃO DA DEFESA


a. A defesa de uma localidade, assim como a defesa de área, é
organizada em três áreas:
(1) Área de segurança;
(2) Área de defesa avançada; e
(3) Área de reserva.
b. Traçado do LAADA - O LAADA de uma defesa em zona edificada
pode ser situado na orla da localidade ou à retaguarda da orla anterior da
localidade. Sempre que possível, o LAADA deve passar na orla da
localidade, evitando que o inimigo atinja a primeira linha de edificações e
concentre suas tropas e armas de apoio sob a proteção da área edificada.
Em qualquer um dos casos, a defesa será estruturada de forma a aproveitar
o terreno da localidade mantendo a segurança em todas as direções.

8-15
C 7-10

c. A companhia na área de segurança


(1) Quando o LAADA estiver localizado na orla da localidade, a
companhia pode ser encarregada de mobiliar os P Avç C, localizados nas
elevações que dominam a localidade e impedem seu isolamento.
(2) Quando o LAADA estiver localizado à retaguarda da orla
anterior da localidade, todas as Via A às áreas edificadas e sua orla anterior
devem ser ocupadas por elementos de segurança lançados pela companhia
que assegurem observação, o alerta oportuno da aproximação do inimigo e
a regulação e condução do fogo de apoio.
d. A companhia de fuzileiros na área de reserva - Poderá cumprir
missões de segurança de instalações, de elementos de apoio ao combate
ou ainda constituir a reserva do escalão superior (batalhão ou brigada) com
a missão de realizar contra-ataques, limitar a penetração no dispositivo
defensivo e realizar a segurança dos flancos.

8-11. A COMPANHIA DA ÁREA DE DEFESA AVANÇADA


a. Uma companhia de fuzileiros em terreno urbano será empregada
na área de defesa avançada para defender quarteirões ou grupos de
edifícios. A companhia conduzirá as operações com base no esquema da
manobra defensiva do batalhão.
b. A ação deverá ser coordenada com os elementos que compõem as
forças de segurança que irão retardar o inimigo à frente da posição da
companhia.
c. O comandante da subunidade posicionará seus pelotões de forma
a tirar o máximo proveito da proteção oferecida pelas edificações que
dominam as vias de acesso que incidem no LAADA.
d. A companhia de fuzileiros é a tropa mais apta para o cumprimento
desse tipo de missão uma vez que o inimigo será obrigado a manobrar com
a sua infantaria no interior da localidade para controlar os acidentes capitais.
e. A tabela abaixo descreve as frentes e profundidades normais a
serem ocupadas quando da realização de uma defesa em terreno urbano.
Tais dimensões poderão variar em razão da densidade das construções, da
quantidade de escombros, da disposição das ruas, do tamanho e tipo dos
edifícios, existência de passagens subterrâneas, entre outros fatores. Após
a análise do terreno, de acordo com os fatores da decisão, as frentes
poderão ser expandidas.

8-16
C 7-10

ESCALÃO FRENTE PROFUNDIDADE


4a8
Batalhão 3 a 6 quarteirões
quarteirões
Companhia de 2a4
2 a 3 quarteirões
Fuzileiros quarteirões
1a2
Pelotão de Fuzileiros 1 quarteirão
quarteirões
Considera-se para determinação das frentes normais a serem
ocupadas um quarteirão com a frente de 180 metros

f. Em função da frente atribuída e das diretrizes do comandante do


batalhão, a companhia pode adotar um dispositivo com um pelotão reserva
aprofundando a defesa ou empregar os três pelotões em primeiro escalão.
Neste último caso, o batalhão se encarregará de aprofundar a defesa,
limitando penetrações e conduzindo contra-ataques.
g. Uma companhia de fuzileiros ocupando uma posição defensiva
organizada em terreno urbano terá as seguintes missões:
(1) Impedir o acesso inimigo às ruas e quarteirões da cidade com a
utilização do fogo e de obstáculos;
(2) Destruir o inimigo por meio de emboscadas e do fogo direto de
posições preparadas nos edifícios de maior valor defensivo; e
(3) Repelir o inimigo do terreno conquistado no dispositivo
defensivo, bem como eliminar os seus remanescentes por meio de contra-
ataques.
h. Reconhecimento e segurança – A execução de uma defesa em
terreno urbano será mais efetiva se o terreno for minuciosamente
reconhecido e se forem preparados obstáculos e setores de tiro. Devem ser
lançados postos de vigia / escuta suplementados por patrulhas á frente e
nos intervalos dos núcleos dos pelotões, principalmente nos períodos de
visibilidade limitada. Cada pelotão poderá receber a missão de instalar um
PV/PE com o objetivo de informar, em tempo oportuno, sobre o efetivo,
localização, direção e velocidade de movimento, além da natureza do
inimigo que se dirige à posição defensiva da subunidade.
i. Organização da companhia – A análise dos fatores da decisão irá
determinar qual a melhor forma de organizar a companhia para o
cumprimento da missão.
j. Engenharia - Elementos de engenharia apoiando a companhia
terão como missões prioritárias a construção de obstáculos, a preparação
de destruições, a preparação de itinerários entre as posições (para emprego
da reserva) e o auxilio aos fuzileiros na preparação da posição defensiva.

8-17
C 7-10

k. Carros de combate - Um pelotão de carros de combate recebido


em reforço pela companhia irá prover um pesado apoio de fogo direto à
subunidade, engajando carros de combate inimigos e apoiando contra-
ataques. O Pel CC pode, inicialmente, realizar o apoio de fogo e depois
reverter à situação de reserva, conferindo uma maior mobilidade à mesma.
l. Execução
(1) A companhia de fuzileiros conduzirá a defesa de uma localidade
combinando a realização de emboscadas nas principais vias de acesso à
área de defesa avançada com um eficaz sistema de obstáculos, cobertos
pelo fogo das armas dos pelotões, e uma preparação adequada da posição
defensiva no interior das edificações. A reserva deverá estar próxima aos
elementos de primeiro escalão em posições cobertas e abrigadas para, com
rapidez, realizar contra-ataques, se necessário. Essas ações devem ser
ensaiadas pela reserva exaustivamente tanto de dia como à noite.
(2) Quando as forças inimigas estiverem manobrando para
conquistar seus objetivos iniciais, o defensor deve empregar todo o volume
de fogo disponível para destruir o inimigo e neutralizar as suas armas de
apoio. Os carros de combate e VBTP do inimigo devem ser engajados o
mais cedo possível, tão logo entrem no alcance do armamento anticarro.
(3) Em razão das características do ambiente urbano, o inimigo
será forçado a descentralizar os seus meios, em conseqüência, crescem de
importância as ações das pequenas frações na defesa do terreno. Os
comandantes de GC e pelotão, freqüentemente, estarão conduzindo o
combate de suas frações de forma isolada, por isso é de fundamental
importância que os comandantes, em todos os níveis, tenham a correta
compreensão da sua missão, do conceito da operação da companhia e da
intenção do comandante.
(4) Quando a companhia adotar um dispositivo com um pelotão
reserva poderá empregá-lo para desencadear contra-ataques para
restabelecer posições no LAADA de forma mais freqüente que em uma
defesa em terreno aberto. Tal decisão será em função dos fatores da
decisão, particularmente o valor e a situação do inimigo no interior da
posição e as condições para barrar sua progressão em profundidade.
m. Comando e controle
(1) O meio fio deverá ser empregado como o principal meio de
comunicações conforme o tempo para a sua instalação permitir. No entanto,
o meio fio poderá ser comprometido caso seja interceptado pelo inimigo.
(2) As estruturas e a grande concentração de linhas de energia
elétrica poderão degradar, substancialmente, as comunicações rádio.
(3) O mensageiro poderá ser largamente utilizado como
complemento aos demais meios de comunicações.

8-18
C 7-10

(4) Meios visuais deverão ser empregados de forma


minuciosamente planejada, tendo em vista as características do terreno
urbano que podem limitar a observação e em conseqüência a sua eficácia.
(5) Os meios auditivos tornam-se ineficientes em função do intenso
barulho do combate em terreno fechado.

8-12. DEFESA DURANTE PERÍODOS DE VISIBILIDADE LIMITADA


a. O inimigo poderá utilizar-se de períodos de pouca visibilidade para
realização das suas operações, buscando, principalmente, ganhar
vantagem para ações diurnas subseqüentes.
b. O comandante da companhia de fuzileiros realizando uma defesa
em localidade deve utilizar as seguintes medidas para fazer face a um
ataque em períodos de pouca visibilidade:
(1) As áreas desocupadas entre os núcleos defensivos, que podem
ser cobertas pelo fogo e observação durante o dia, devem ser ocupadas,
bloqueadas ou patrulhadas durante os períodos de pouca visibilidade.
Podem ser estabelecidas posições para ocupação no período da noite
diferentes das posições diurnas, com o objetivo de iludir o inimigo.
(2) Devem ser instalados dispositivos de alarme e obstáculos à
frente da posição.
(3) Radares, sensores remotos e dispositivos de visão noturna
devem ser empregados na vigilância das ruas e áreas abertas no interior da
localidade.
(4) Dispositivos sonoros, obstáculos de arame e postos de escuta
devem ser posicionados nas principais vias de acesso para proporcionar o
alerta da aproximação do inimigo o mais cedo possível, bem como detectar
uma possível infiltração.
(5) A iluminação artificial deve ser planejada incluindo a utilização
das luzes das ruas e instalações, artifícios pirotécnicos, infravermelhos ou
outros meios disponíveis.
(g) As frações de carros de combate em reforço à subunidade
devem conhecer detalhadamente o posicionamento dos fuzileiros. A
utilização do equipamento de visão termal dos carros associado a sinais de
reconhecimento pode limitar a possibilidade de fratricídio.
c. Os fogos de proteção final, com visibilidade limitada, deverão ser
iniciados por meio de um sinal preestabelecido, a partir do qual todas as
armas da subunidade realizarão tiro amarrado em setores previamente
determinados.
d. Antes do ICMN a subunidade deve adotar o dispositivo diurno de
forma a utilizar a escuridão para os movimentos e reajustes necessários no
dispositivo.

8-19
C 7-10

8-13. DEFESA DE UMA INSTALAÇÃO


a. A companhia de fuzileiros poderá receber a missão de defender,
isoladamente, por exemplo: instalações da infra-estrutura de utilidade
pública como centrais de energia elétrica e de tratamento de água;
instalações de comunicações (rádio e televisão); centros de transporte;
anéis rodoviários; postos de comando; bases de combate; entre outras.
b. Normalmente, estas instalações estarão dispostas dentro da
localidade de acordo com a conveniência para o tipo de serviço que
proporcionam e não em função do valor defensivo do terreno. Tal fato
exigirá da subunidade a ocupação de um dispositivo fora do referido
acidente capital.
c. O comandante de subunidade, para o cumprimento dessa missão,
posicionará seus pelotões no perímetro do objetivo, em terreno que possua
valor defensivo, de forma a bloquear as principais vias de acesso para
carros e para a tropa a pé que incidem no objetivo.
d. As metralhadoras e armas anticarro devem ser posicionadas onde
possam, em melhores condições, bater as vias de acesso para a infantaria e
os CC, respectivamente.
e. Deve-se fazer o máximo de emprego de obstáculos (campos de
minas, obstáculos de arame, escombros) de forma a impedir a aproximação
inimiga do objetivo.
f. Para o cumprimento da missão deverão ser consideradas as
seguintes atividades:
(1) Realizar patrulhamento na área interna e externa do objetivo;
(b) Conduzir ações de contra-reconhecimento;
(3) Estabelecer postos de vigia/escuta;
(4) Estabelecer pontos de controle e bloqueio de ruas;
(5) Controlar a população civil e realizar a sua evacuação, se for o
caso;
(6) Coordenar as ações com as autoridades locais;
(7) Prevenir danos colaterais às instalações, decorrentes da
operação; e
(8) Supervisionar funções específicas associadas à operação da
instalação que está sendo protegida.
g. As medidas defensivas a serem adotadas irão variar em função da
situação, da natureza e forma de atuação do inimigo e da missão imposta.
Com base nesses fatores, o dispositivo adotado poderá variar desde a
ocupação de um posto de segurança estático (PSE) até a ocupação de um
ponto forte.

8-20
C 7-10

8-14. DEFESA DE UM PONTO FORTE EM ÁREA URBANA


a. Áreas urbanas podem facilmente ser convertidas em pontos fortes.
As estruturas de pedra, tijolos ou de metais proporcionam cobertas e
abrigos, itinerários desenfiados e as ruas podem ser obstruídas por
escombros.
b. A subunidade poderá receber a missão de estabelecer um ponto
forte em algum acidente capital, que pode ser uma grande construção, um
ponto dominante ou uma instalação essencial. Para que ela possa cumprir
essa missão, normalmente será reforçada por elementos de engenharia,
armas de apoio e elementos de apoio ao combate.
c. O dispositivo a ser adotado pela companhia de fuzileiros na defesa
de um ponto forte dependerá da análise da missão e da situação feita pelo
seu comandante. Geralmente assemelha-se a uma defesa circular.
d. Na ocupação de um ponto forte devem ser considerados os
seguintes aspectos:
(1) As posições individuais devem ser reforçadas (incluindo as
posições alternativas e suplementares) para evitar o fogo das armas
inimigas;
(2) Cada posição de pelotão, e até mesmo no nível GC, deve
estocar comida, água, munição, ferramentas de sapa e material de saúde,
para facilitar o ressuprimento das frações;
(3) Buscar o máximo de apoio mútuo entre as posições defensivas,
em todos os níveis. Itinerários cobertos e abrigados devem ser preparados
entre as posições e ao longo das rotas de suprimento e comunicações. Tais
itinerários deverão ser utilizados na realização de contra-ataques e para os
movimentos no interior do ponto forte;
(4) Dividir o ponto forte em posições independentes, porém com
apoio mútuo. Se uma dessas posições tiver que ser evacuada ou retrair pela
ação do inimigo, a sua penetração deverá ser limitada pelos obstáculos e
pelo fogo das outras posições que, também, apoiarão as ações de contra-
ataque;
(5) Construir obstáculos de arame e campos de minas para
dissociar e canalizar o inimigo para áreas de engajamento e para proteger o
ponto forte do assalto inimigo. Estes obstáculos devem ser posicionados o
mais afastado possível do ponto forte, desde que possam ser batidos por
fogos da posição defensiva;
(6) Realizar o planejamento minucioso e a amarração dos fogos de
todas as armas;
(7) Planejar e testar todos os meios de comunicações no interior do
ponto forte e sua ligação com o escalão superior, empregando todos os
meios disponíveis: rádio, fio, mensageiros, meios pirotécnicos e outros; e

8-21
C 7-10

(8) Continuar o melhoramento da posição defensiva até que a


subunidade venha a ser substituída em posição ou receba ordem para se
retirar da mesma.

ARTIGO V
OPERAÇÕES AEROMÓVEIS

8-15. GENERALIDADES
a. Operação Aeromóvel é toda operação realizada por força de
helicópteros ou forças aeromóveis, de valor unidade ou subunidade, visando
o cumprimento de missões de combate, de apoio logístico, de apoio ao
combate e de apoio logístico, em benefício de determinado escalão da F
Ter.
b. A companhia de fuzileiros deve estar particularmente apta para
cumprir missões no contexto de uma operação aeromóvel, compondo
Força-Tarefa Aeromóvel (FT Amv) com tropas da aviação do exército. O
adestramento deve focalizar as particularidades inerentes a estas
operações no tocante ao aprestamento e desenvolvimento das ações em
todos os sistemas operacionais.
c. O manual de campanha IP 90-1 – OPERAÇÕES AEROMÓVEIS e
as instruções provisórias IP 7-35 - BATALHÃO DE INFANTARIA LEVE E IP
7-36 – EMPREGO DAS PEQUENAS FRAÇÕES DO BATALHÃO DE
INFANTARIA LEVE – abordam as particularidades do emprego da
companhia de fuzileiros nessas operações.

ARTIGO VI
OPERAÇÕES AEROTERRESTRES

8-16. GENERALIDADES
a. Operação aeroterrestre é uma operação conjunta ou combinada
que envolve o movimento aéreo e a introdução numa área de objetivo de
forças de combate e dos respectivos apoios, para a execução de missão
tática ou estratégica.
b. A companhia de fuzileiros pára-quedista, orgânica dos batalhões de
infantaria pára-quedista, é especialmente organizada, equipada e adestrada

8-22
C 7-10

para a realização de operações aeroterrestres, podendo atingir a área de


objetivos lançada em pára-quedas, aerotransportada ou de forma mista.
c. A companhia, normalmente, opera enquadrada pelo batalhão.
Pode, entretanto, operar isoladamente quando não for necessário ou viável
o emprego de tropa de valor superior. Neste caso, poderá ser reforçada com
elementos de cavalaria pára-quedista, apoio de fogo, engenharia e apoio
logístico, vindo a constituir uma força-tarefa subunidade pára-quedista
(FTSU Pqdt).
d. Maior detalhamento acerca das operações aeroterrestres pode ser
encontrado nos manuais C 7-20 BATALHÕES DE INFANTARIA e C 57-1
OPERAÇÕES AEROTERRESTRES.

8-23
C 7-10

CAPÍTULO 9

OUTRAS OPERAÇÕES

ARTIGO I
SUBSTITUIÇÃO

9-1. GENERALIDADES
a. Conceito - Substituições são operações de combate realizadas por
uma unidade, ou parte dela, quando assume a zona de ação ou a missão de
outra unidade em qualquer missão de combate.
b. Substituições requerem um planejamento detalhado, pois
representam momentos críticos de emassamento temporário de tropas.
Essa vulnerabilidade deve ser reduzida com a realização de uma estreita
coordenação de planos e cerrada cooperação entre as tropas que executam
a substituição.
c. Finalidades - A substituição periódica de unidades empregadas em
operações táticas duradouras pode ter uma das seguintes finalidades:
(1) Conservar o poder de combate;
(2) Manter a eficiência combativa;
(3) Reequipar, reinstruir e ensaiar as forças para operações
especiais; ou
(4) Mudar o ritmo da operação, aumentando a impulsão em
operações ofensivas.
d. Tipos de operações de substituição
(1) Ultrapassagem
(2) Acolhimento
(3) Substituição em posição

9-1
C 7-10

9-2. ULTRAPASSAGEM
a. Conceito – A ultrapassagem é uma operação que consiste na
passagem da companhia que ataca através do dispositivo de outra força
que está em contato com o inimigo.
b. Finalidade - A Companhia pode realizar uma ultrapassagem:
(1) Integrando o escalão de ataque do batalhão, para iniciar um
ataque;
(2) Como companhia reserva, para :
(a) Manter a impulsão do ataque do batalhão;
(b) Realizar uma mudança da direção de ataque; ou
(c) Explorar pontos fracos da posição do inimigo.
c. Recebimento da missão - A companhia recebe a missão e inicia
seu planejamento quando do recebimento da ordem preparatória ou ordem
de operações do batalhão. Nelas devem estar especificados:
(1) Duração da operação;
(2) Assuntos a serem coordenados com a tropa a ser ultrapassada;
(3) Regiões de passagem a serem utilizadas;
(4) Prioridade na utilização de estradas – normalmente da unidade
que ultrapassa;
(5) Responsabilidade no controle de trânsito – normalmente da tropa
a ser ultrapassada;
(6) Hora de passagem de comando da zona de ação;
(7) Apoios a serem prestados e responsabilidades; e
(8) Missão da companhia após a ultrapassagem
d. Assuntos a serem coordenados
(1) Troca de planos (inclusive o de comunicações) e designação de
elementos de ligação;
(2) Troca de informações acerca do inimigo e do terreno, com
localização de tropas, armamento coletivo, obstáculos e campos
de minas;
(3) Medidas de segurança, a fim de evitar a vulnerabilidade nas horas
de maior concentração de tropas;
(4) Planejamento de reconhecimentos;
(5) Definição precisa dos locais de passagem – devem ser os
intervalos e os flancos da tropa em contato;
(6) Fornecimento de guias pela tropa ultrapassada;
(7) Apoio de fogo a ser proporcionado pela tropa que é ultrapassada
e transmissão das listas de alvos;
(8) Coordenação de utilização do terreno para zonas de reunião,
posições de ataque, desdobramento do armamento coletivo e
trens da subunidade; e
(9) Coordenação das atividades logísticas.

9-2
C 7-10

e. A ultrapassagem é uma operação realizada como um meio para se


obter um melhor resultado em uma ação principal subseqüente. Seu
planejamento é dependente do planejamento da operação que seguirá à
mesma. Com isso, o posicionamento da maioria dos meios será em função
da ação futura, podendo não utilizar, necessariamente, os melhores locais
de passagem.
f. Hora da passagem de comando - Normalmente, o comandante da
companhia que substitui assume a responsabilidade da zona de ação na
hora do ataque, no momento do desencadeamento dos fogos de
preparação, ou mais cedo, de acordo com as ordens do comandante do
batalhão. Esta assunção de comando implica em assumir o controle
operacional dos elementos dos pelotões substituídos que estiverem em
contato naquele momento e a responsabilidade pela conduta face a ações
inimigas.
g. Execução (Fig 9-1)
(1) As ações preparatórias ao movimento não devem revelar a
operação de ultrapassagem. Sempre que possível deve-se conduzir a
ultrapassagem e executar as ações preparatórias da operação sob
condições de visibilidade restrita. A companhia a ser ultrapassada deverá
manter as atividades que normalmente estavam sendo realizadas até o
término da operação, para não denunciá-la para o inimigo.
(2) Os elementos da subunidade ultrapassada permanecem em
posição e apóiam o ataque até que seus fogos se tornem perigosos à tropa
atacante, ocasião em que devem ser suspensos ou empregados em outra
missão.
(3) Com o objetivo de reduzir a concentração de tropas, cálculos de
marcha são realizados visando que a companhia chegue à LP na hora
prevista, eliminando paradas desnecessárias, que aumentariam o
adensamento de tropas.
(4) À hora marcada, a companhia deve atingir o seu ponto de
liberação, onde deixa a sua posição na ordem de movimento do batalhão,
recebe seus guias da tropa a ser ultrapassada e prossegue no seu
deslocamento. Os guias e o balizamento empregados pela tropa a ser
ultrapassada conduzem a companhia pelos locais de passagem no
dispositivo da tropa a ser ultrapassada e nos obstáculos à frente. Os guias
podem ser empregados até a posição de ataque ou até mesmo até a linha
de partida.
(5) No caso da companhia possuir blindados em reforço, estes devem
permanecer na última posição coberta e abrigada, sem comprometer, com o
ruído, o sigilo da operação. No momento oportuno e de acordo com o
processo a ser empregado pelo combinado Infantaria - CC, os blindados
cerrarão à frente, utilizando os itinerários balizados.

9-3
C 7-10

(6) A companhia deve procurar:


(a) Conduzir a ultrapassagem o mais rapidamente possível;
(b) Utilizar-se da proteção dos fogos da tropa que está posicionada;
(c) Maximizar seus apoios com a utilização de meios disponíveis da
tropa que será ultrapassada.
(7) A tropa que estará sendo ultrapassada poderá auxiliar a companhia na
execução dos trabalhos logísticos, podendo encarregar-se, por exemplo, da
evacuação de pessoal, material e prisioneiros de guerra.

Fig 9-1 Companhia de fuzileiros na ultrapassagem.

9-3. ACOLHIMENTO
a. Conceito - Acolhimento é uma operação na qual uma força que
realiza um movimento retrógrado passa através da zona de ação de uma
outra força que ocupa uma posição defensiva ou de retardamento à
retaguarda.
b. Esta operação é normalmente realizada em uma defesa de área no
retraimento das forças de segurança através da área de defesa avançada.
Ocorre também no contexto de uma ação retardadora quando forças de
segurança ou tropas de primeiro escalão são acolhidas nas diversas
posições de retardamento.

9-4
C 7-10

c. O acolhimento perdura até que as forças que retraem se coloquem


sob proteção dos fogos do elemento à retaguarda. A força em posição apoia
ao máximo a força que retrai e assume a missão de defesa ou de
retardamento desta última, quando o retraimento for completado.
d. Por ser uma operação complexa, é necessário que haja uma
coordenação de todos os detalhes da manobra. As áreas ou pontos
selecionados para a passagem da tropa que retrai devem estar
desocupados, balizados e localizados entre os elementos da subunidade em
posição, ou em seus flancos.
e. A localização do posto de comando da companhia em posição deve
proporcionar as melhores condições de observação, controle e permitir
assistir os comandantes das frações envolvidas na operação.
f. Para o sucesso da operação é necessário que sejam utilizadas
algumas medidas de coordenação e controle pela tropa que executa o
retraimento, conforme observado no parágrafo 7-47, letra e., deste manual.
g. Aspectos a serem coordenados entre as tropas:
(1) Troca de planos de comunicações, estabelecimento de sinais de
reconhecimento, senhas e sinais convencionados;
(2) Utilização de guias e pessoal de ligação;
(3) Estabelecimento de itinerários a serem utilizados e balizamento;
(4) Seqüência e horário do acolhimento de cada fração;
(5) Horário e circunstâncias em que ocorrerá a transmissão da zona
de ação;
(6) Medidas de segurança e controle;
(7) Apoio de fogo a ser proporcionado pela tropa em posição;
(8) Transferência ou troca de equipamentos e suprimentos.
h. Execução
(1) Na hora prevista, elementos da tropa que retrai iniciam o
deslocamento diretamente para retaguarda, dentro de sua zona de ação.
Esses deslocamentos, preferencialmente, devem ser realizados durante os
períodos de visibilidade reduzida.
(2) Os itinerários de retraimento, se possível, devem estar balizados,
porém é importante lembrar que este balizamento estará sendo feito visando
uma tropa que virá da mesma direção que o inimigo, fato este que obriga
uma perfeita coordenação, de modo que seja usado um sistema de
balizamento discreto e que este seja retirado, pela tropa que retrai, à medida
que for sendo utilizado. Os itinerários podem ser balizados por fitas ou fios.
A utilização de sinais luminosos (lanternas) torna-se ineficaz em virtude da
direção de aproximação ser a mesma do inimigo.
(3) Quando o retraimento for sem pressão do inimigo, podem ser
planejadas linhas de controle e pontos de ligação na área de segurança da

9-5
C 7-10

tropa que realizará o acolhimento. Estas medidas visam possibilitar que nos
pontos de ligação sejam fornecidos guias para a subunidade que realizará o
retraimento.
(4) Elementos da tropa que acolhe devem estar posicionados junto às
trilhas e brechas existentes nos obstáculos lançados à frente da posição em
condições de, após a passagem do último homem da tropa que retrai,
realizar o fechamento dos mesmos.
(5) O comandante da tropa que retrai é responsável pela identificação
do último elemento de sua tropa a passar através da unidade em posição.
(6) A transferência de responsabilidade pela zona de ação deve
ocorrer quando a subunidade que retrai completa a passagem por uma
determinada linha do terreno (linha de controle de fogo, LAADA ou linha de
controle) ou a uma hora determinada.
(7) O comandante da tropa que retrai deverá transmitir à tropa em
posição todos os dados disponíveis em relação à situação do inimigo à
frente.

9-4. SUBSTITUIÇÃO EM POSIÇÃO


a. Conceito - A substituição em posição é uma operação na qual, por
ordem do escalão superior, uma força ou parte dela é substituída por outra
em uma área de combate.
b. A substituição em posição dá-se quando a força a ser substituída
ocupa uma posição defensiva. É realizada para o prosseguimento da defesa
ou para preparação de um ataque subseqüente. As responsabilidades pela
missão de combate e pela zona de ação da força substituída são assumidas
pela força que substitui.
c. Para continuar a defesa a substituição realizar-se-á homem a homem
e arma por arma. A companhia que substitui utiliza o mesmo dispositivo da
companhia que está sendo substituída, realizando as alterações que julgar
necessárias somente após a substituição estar concluída. Todo o esforço
deve ser feito para realizar a substituição sem enfraquecer a integridade
tática da posição.
d. Para a preparação do ataque será realizada por área e a subunidade
que substitui poderá realizar alterações no dispositivo mesmo antes da
substituição estar concluída.
e. As substituições devem ser realizadas em períodos de visibilidade
reduzida, normalmente à noite, com o objetivo de manter o sigilo da
operação.
f. O planejamento de uma substituição é centralizado, enquanto sua
execução é descentralizada. A ordem de substituição do Batalhão prescreve
a seqüência e o processo de substituição a serem empregados, o intervalo

9-6
C 7-10

de tempo no qual a operação deva ser realizada, medidas de coordenação e


controle, como itinerários de substituição, P Lib Pel, P Lib GC e Z Reu, e
prescrições relativas a comando e controle, apoio de fogo e logística.
g. Seqüência da substituição - A subunidade poderá ser substituída
da frente para a retaguarda ou da retaguarda para a frente. Caso não seja
especificada pelo comando do batalhão, a seqüência de substituição dos
pelotões, ambos os comandantes de subunidade devem considerar: a
missão subseqüente da subunidade que substitui, a capacidade combativa
da subunidade que vai ser substituída, a possibilidade de interferência do
inimigo, as características do terreno, a necessidade de variar o
procedimento e a natureza e o valor dos elementos envolvidos na operação.
h. Processos de substituição – Os pelotões de 1º escalão podem ser
substituídos simultaneamente, aumentando a concentração de tropas na
área, mas diminuindo o período de tempo sob exposição ao fogo inimigo, ou
sucessivamente, diminuindo a concentração de tropas na área e
aumentando o período de tempo sob exposição ao fogo inimigo. Numa
situação em que três elementos são empregados à frente a substituição
poderá ser feita um a um, ou simultaneamente (neste último caso, primeiro
os elementos dos flancos e, posteriormente, o do centro, ou vice-versa).
i. Intervalo de tempo da substituição - Normalmente, o comando do
batalhão determinará os horários de início e término da substituição,
observando os seguintes aspectos:
(1) Em uma só noite: aumenta a concentração de tropas na área e
diminui a possibilidade de quebra de sigilo.
(2) Em mais de uma noite: diminui a concentração de tropas na área e
aumenta a possibilidade de quebra de sigilo.
j. Por ser uma operação complexa, exige uma ampla coordenação entre
os comandos das subunidades substituída e substituta, principalmente nos
seguintes assuntos:
(1) Troca dos planos de defesa ou ataque, plano de apoio de fogo,
plano de barreiras e demais planos que estejam em vigor, assim como
informações sobre os mesmos.
(2) Itinerários de substituição – A exemplo das ultrapassagens estes
itinerários devem estar balizados e reconhecidos, com o estabelecimento
dos pontos de liberação e zonas de reunião. Observa-se também a
utilização de guias cedidos pela subunidade substituída.
(3) Apoio logístico – As subunidades envolvidas, conforme orientação
do batalhão, devem coordenar medidas para transferência de suprimentos,
uso das instalações, desdobramento dos órgãos de apoio, uso dos meios de
transporte e controle de trânsito.

9-7
C 7-10

k. Reconhecimento - Devem ser tomadas providências para o


reconhecimento diurno do comandante de companhia e dos comandantes
de fração que se fizerem necessários à subunidade que substitui. Os
reconhecimentos incluem as posições de defesa, itinerários, zonas de
reunião, posições de armas e instalações de apoio. O reconhecimento
aéreo, se for o caso, deve ser feito pelos mesmos aviões ou helicópteros
que atuam em proveito do elemento substituído. As necessidades de
inteligência adicionais da subunidade substituta devem ser obtidos pela
companhia a ser substituída.
l. Medidas de segurança – Todo esforço deve ser feito para evitar
revelar a operação ao inimigo, com o emprego de medidas tais como:
(1) Limitação dos efetivos para os reconhecimentos;
(2) Manutenção da fisionomia da frente pela subunidade substituída
(patrulhas, fogos, comunicações e outros); e
(3) Sistema rádio da tropa substituta deverá permanecer em silêncio.
n. Execução (Fig 9-2)
(1) A subunidade substituta, com o auxílio de guias cedidos pela
subunidade a ser substituída, percorre os itinerários de substituição,
previamente balizados até atingir as posições da tropa substituída,
realizando-se a substituição de acordo com o processo e a seqüência
determinados.
(2) A prioridade de utilização das estradas será da subunidade
substituta e o controle de transito será de responsabilidade da subunidade
substituída.
(3) Após a substituição, as tropas que saíram de posição utilizam-se
dos itinerários de retraimento, que podem ser os mesmos utilizados pela
tropa que entrou em posição, e ocupam uma Z Reu preestabelecida.
(4) A passagem de comando ocorrerá após a substituição completa
dos pelotões de primeiro escalão e quando também estiverem estabelecidos
os sistemas de comunicações necessários. Até a passagem de comando, o
responsável pela defesa da área e por solucionar qualquer situação de
conduta é o comandante da subunidade substituída, estando os elementos
da subunidade substituta, que já tiverem completado sua parte na operação,
sob seu controle operacional.
(5) A companhia substituída deixa na posição todo ou parte do
suprimento, tais como munição, material de fortificação ou campanha, e
outros suprimentos e equipamentos de difícil transporte. Também deixa no
local os circuitos telefônicos.
(6) A companhia substituída transmite todas os dados e
conhecimentos disponíveis acerca do inimigo e da área de operações à
subunidade substituta.

9-8
C 7-10

LAADA
LAADA

... ... ... ...


... ...
.
Pel
.
Pel

. Cia

Fig 9-2. A companhia na substituição em posição

(7) Apoio de fogo


(a) No tocante ao apoio de fogo, continuará em vigor o plano de
apoio de fogo da tropa substituída, que repassa as listas de alvos e roteiros
de tiro. Os observadores avançados e comandantes de frações de apoio da
companhia que substitui poderão levantar novos alvos.
(b) Normalmente os elementos de apoio de fogo que serão
substituídos permanecem em posição até que as subunidades de primeiro
escalão tenham sido substituídas.
(c) Se houver posições de tiro suficientes, os elementos de apoio de
fogo substitutos podem escolher novas posições das quais as missões de
tiro de uma subunidade substituída possam ser cumpridas. Caso contrário,
os elementos de apoio de fogo serão substituídos nas posições que

9-9
C 7-10

ocupam, realizando-se a substituição fração a fração, para evitar o


congestionamento.
(d) Quando a substituição é feita em mais de uma noite, uma peça
por arma de apoio da subunidade substituta entra em posição na primeira
noite, coma finalidade de colher os dados de tiro.
(e) O tempo disponível e outros fatores podem exigir a troca de
certas armas e equipamentos. Devido às dificuldades de uma correta
ancoragem das armas à noite, os reparos das metralhadoras e placas-base
dos morteiros devem ser permutados pelas subunidades.
(f) As armas coletivas podem ser trocadas se não puderem ser
facilmente deslocadas ou quando não houver prejuízo para a eficácia do
tiro. Se houver permuta, ela deve ser feita arma por arma e sua execução
de acordo com a ordem do comandante do batalhão.

ARTIGO II
JUNÇÃO

9-5. GENERALIDADES
a. A Operação de Junção envolve a ação de duas forças terrestres
amigas que buscam o contato físico. Pode ser realizada entre uma força em
deslocamento (força de junção) e uma outra estacionária, ou entre duas
forcas em movimentos convergentes. A companhia participa de operações
de junção, normalmente, enquadrada no batalhão.
b. A junção ocorre, normalmente, durante a execução das seguintes
operações:
(1) Operações aeroterrestres, aeromóveis e anfíbias;
(2) Substituição de uma unidade isolada;
(3) Ataque para juntar-se a forças de infiltração;
(4) Ruptura do cerco a uma força;
(5) Encontro com forças irregulares amigas;
(6) Convergência de forças independentes;
(7) Auxílio a uma força dividida
c. Preferencialmente, as tropas blindadas ou mecanizadas são
empregadas como força de junção, em virtude da sua mobilidade,
velocidade e potência de fogo.
d. É uma operação extremamente dinâmica na sua execução, complexa
e que exige grande flexibilidade no planejamento e na realização das
missões previstas. As medidas adotadas no planejamento inicial poderão
evoluir no decorrer da operação, exigindo um meticuloso estudo de situação
continuado e permanente coordenação.

9-10
C 7-10

e. As fases do movimento que precedem o contato entre as forças


devem ser caracterizadas pela intensificação das medidas de coordenação
e controle. Neste sentido, restrições são impostas a ambas as forças. O
sucesso da operação depende do planejamento detalhado, controle e
coordenação, sendo o fator tempo, normalmente, crítico.

9-6. COMANDO E CONTROLE


a. O estabelecimento de um sistema de comunicações para a operação
de junção impõem a coordenação feita pelo escalão superior por meio de
uma diretriz e das instruções para exploração das comunicações (IECom).
b. O estabelecimento eficaz e a correta exploração das comunicações
são de extrema importância em uma operação de junção, onde prepondera
a utilização do meio rádio.
c. Sempre que possível são empregados meios aéreos em apoio às
forças, não só para ampliar o alcance das comunicações rádio como
também para lançamento de mensagens.
d. Durante as operações são estabelecidas redes rádio de junção para
a ligação entre as forças, desde o comando das mesmas até os pelotões de
primeiro escalão diretamente envolvidos. Também deve ser estabelecida
uma rede de controle de tiro, para coordenação da realização dos fogos.
e. Sistema de identificação mútua - Por ocasião da troca dos
esquemas de manobra e dos planos de comunicações são estabelecidas
medidas de reconhecimento mútuo para todas as forças envolvidas na
operação para evitar a possibilidade de fratricídio. Tais medidas constam do
plano ou ordem de junção, do anexo de comunicação, do calco de
operações ou das instruções para exploração das comunicações (IECom) e
incluem:
(1) Senhas e contra-senhas;
(2) Códigos de mensagens pré-estabelecidas;
(3) Autenticação de redes rádio e mensagens;
(4) Identificação terra-terra de viaturas e de pessoal (diurno e
noturno) e ar-terra de viatura (diurno);
(5) Sinalização dos pontos de junção e dos itinerários que a eles
conduzem; e
(6) Utilização de fumígenos, painéis e artifícios pirotécnicos.

9-7. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE


Os esquemas de manobra devem ser permutados e medidas de
controle estabelecidas com antecedência, pelas forças que participam da
junção. Tais medidas compreendem, entre outras:

9-11
C 7-10

a. Ponto de junção – Local onde ocorre o contato físico entre as duas


forças. Deve ser facilmente identificável no terreno e localizado no
cruzamento do eixo de progressão da força de junção com a linha das
forças de segurança da força estacionária. Caso as forças de segurança já
tiverem retraído, o ponto de junção pode ser estabelecido no próprio
LAADA. Deverão ser estabelecidos pontos de junção alternativos.
b. Linhas de controle – Empregadas para facilitar o controle, a
localização e a aproximação da força de junção pela força estacionária.
Devem ser estabelecidas a uma distância que permita a abertura das
diversas redes-rádio, compatível com os meios de comunicações
disponíveis pelas duas forças;
c. Eixos de progressão – Devem ser estabelecidos para a força de
junção possibilitando que a mesma evite engajamentos decisivos antes da
junção;
d. Zonas de reunião – A força estacionária, por já estar no terreno deve
prever e preparar zonas de reunião para a reorganização das forças de
junção.

9-8. EXECUÇÃO
a. Generalidades
(1) A operação de junção inicia-se em seguida a um ataque executado
pela Força de Junção, que, após romper a posição inimiga interposta, lança-
se em busca do contato com a força isolada.
(2) Os objetivos e eixos de progressão da força de junção poderão ser
modificados para facilitar o contato físico das tropas.
(3) Os elementos da testa da companhia, diretamente envolvidos na
junção, devem ser mantidos constantemente informados da evolução da
situação.
(4) Os militares com responsabilidade de guarnecer os pontos de
junção devem estar familiarizados com as normas de identificação mútua e
com os planos para evitar retardos na passagem da força em movimento.
(5) Durante a junção, serão previstas medidas que possibilitem reduzir
vulnerabilidades aos ataques QBN e ao emassamento de fogos por parte do
inimigo. Neste sentido, procura-se o não adensamento de tropas e
equipamentos numa mesma área.
b. Junção de uma força em deslocamento com uma força
estacionária.
(1) Ao aproximar o momento da junção e quando a força que realiza o
movimento atinge as linhas de controle, as redes rádio vão sendo abertas e
observados os sistemas de reconhecimento mútuo até os pontos de junção.

9-12
C 7-10

(2) Guias são fornecidos pela força estacionária, os quais conduzirão


a forca de junção até as zonas de reunião.
(3) A localização dos campos de minas, locais de passagem e
barreiras são informados aos comandantes dos escalões que compõe a
Força de Junção.
(4) Caso o inimigo estabeleça posições de bloqueio, que venham a
dificultar a progressão da força de junção, a força estacionária poderá
empreender ações ofensivas em auxílio à força de junção.
(5) Realizada a junção com a força estacionária, a companhia
integrante da força de junção pode reforçar ou assumir a defesa da área de
uma outra SU, prosseguir em um ataque, ultrapassar ou contornar a força
estacionária e continuar o ataque para objetivos mais distantes. Serão
baixadas prescrições para a substituição ou ultrapassagem, sempre que
necessárias.
(6) Planos alternativos são elaborados, tendo em vista a possibilidade
de a força de junção ficar incapacitada de atingir a força estacionária no
tempo determinado. Em tal contingência, os planos devem prever o apoio de
fogo, cobertura e suprimento aéreo para a força estacionária.
c. Junção de duas forças em movimento.
(1) Torna-se bastante complexa a junção de duas forças em
deslocamento, haja vista a possibilidade de fratricídio.
(2) O êxito da operação depende do estabelecimento e manutenção
das comunicações.
(3) Deve-se procurar acrescentar medidas de coordenação e controle
em número suficiente para garantir a perfeita condução dos fogos e das
tropas.

ARTIGO III
OPERAÇÕES DE MANUTENÇÃO DA PAZ

9-9. GENERALIDADES
a. Operação de Manutenção da Paz é uma ferramenta político-militar
que possui a Organização das Nações Unidas (ONU) para manter a paz e
segurança Internacional. É estabelecida por meio de Resolução do
Conselho de Segurança daquela organização, após o consentimento das
partes em conflito e com o apoio internacional.
b. O planejamento do emprego da companhia em operações de força
de paz está condicionado às peculiaridades inerentes a cada Missão de Paz
estabelecida pela ONU, o que torna complexa e bastante abrangente a sua
forma de atuação.

9-13
C 7-10

c. Em princípio, a companhia cumprirá missões de Manutenção de Paz


enquadrada em um Batalhão de Infantaria brasileiro, reforçado com
elementos de engenharia, comunicações e apoio logístico. No entanto,
poderão ocorrer situações, em face aos fatores diversos, que a SU seja
empregada neste tipo de missão de forma isolada, sendo para isto, auto-
suficiente nos meios de apoio necessários ou utilizando-se da estrutura de
uma unidade de outro país que possa estar enquadrando-a.
d. As considerações doutrinárias, legais e técnico-operacionais sobre o
emprego da companhia nas operações de manutenção da paz encontram-
se no manual C 95-1 – OPERAÇÕES DE MANUTENÇÃO DA PAZ.

9-14
C 7-10

CAPÍTULO 10

PELOTÃO DE APOIO

ARTIGO I
INTRODUÇÃO

10-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


a. Missão - O Pelotão de Apoio é uma fração orgânica da companhia
de fuzileiros. Sua missão é prover apoio de fogo contínuo e imediato aos
pelotões de fuzileiros.
b. Organização – O pelotão de apoio é constituído por um grupo de
comando, uma seção de morteiros a duas peças e uma seção anti-carro a
três peças (Fig 10-1).
c. O pelotão de apoio é o principal componente do sistema apoio de
fogo da subunidade. O emprego das suas seções será determinado pelo
comandante da companhia, assessorado pelo comandante do pelotão de
apoio.
d. Este capítulo apresentará a concepção de emprego do pelotão de
apoio, independente do armamento de dotação. Informações detalhadas
sobre a organização, atribuição dos componentes e maneabilidade
encontram-se no manual C 7-5 EXERCÍCIOS PARA A INFANTARIA. As
informações sobre o armamento serão encontradas nos manuais técnicos
específicos.

10-1
C 7-10

∙∙
Ap

∙ ∙∙ ∙∙
Cmdo AC

Me
∙ ∙
∙∙ ∙∙∙∙
Me
84

Fig 1-1. Estrutura Organizacional do Pel Ap

ARTIGO II
CARACTERÍSTICAS DO EMPREGO

10-2. ALVOS
a. Alvos apropriados para os canhões:
(1) Carros de combate e viaturas blindadas leves.
(2) Armas coletivas.
(3) Seteiras de casamata.
(4) Pequenos grupos inimigos.
(5) Postos de observação e seteiras de casamatas empregando
granadas fumígenas (tiros de cegar).
(6) Tropas posicionadas em abrigos sem teto, atrás de muros ou
outros obstáculos, com granadas alto-explosivas e espoleta tempo.
b. Alvos apropriados para os morteiros:
(1) Alvos de médias dimensões, como armas coletivas e grupos
inimigos, particularmente os que ocupam posições desenfiadas.
(2) Alvos-zona, utilizando o tiro com ceifa em profundidade.
(3) Alvos desenfiados que sejam considerados muito próximos da
tropa amiga para serem batidos pela artilharia.
(4) Postos de observação e seteiras de casamatas empregando
granadas fumígenas (tiros de cegar).

10-2
C 7-10

c. Os canhões e morteiros também podem disparar granadas


iluminativas e fumígenas.

10-3. POSIÇÕES DE TIRO


a. Inicialmente, o comandante da fração deverá tomar conhecimento
da zona de posição determinada pelo comandante da companhia, a zona de
ação da subunidade e as vias de acesso a serem utilizadas pelos pelotões
de fuzileiros, identificando alvos revelados e prováveis. Em função das
missões de tiro, escolherá as posições procurando satisfazer, ao máximo,
as condições desejáveis para cada tipo de armamento.
b. As posições das armas AC devem permitir a execução do tiro direto
sobre os alvos ou setor de tiro designados, sem interferência de tropas
amigas, vegetação e outros obstáculos. Quando possível, deve possuir
espaço suficiente para permitir o tiro em blindados inimigos, com ligeiras
mudanças de posição. O comandante do pelotão anticarro pode coordenar
com os comandantes dos pelotões de apoio das companhias de fuzileiros o
posicionamento das armas AC para obter o máximo de eficácia dos fogos
anticarro do batalhão. A escolha de posições de tiro nas zonas de ação das
companhias vizinhas será possível desde que não interfira se não interferir
no tiro e no movimento dos elementos destas companhias. Condições
desejáveis às posições de tiro das armas AC:
(1) Quanto às possibilidades técnicas de tiro:
(a) Bater alvos dentro do alcance de utilização.
(b) Permitir tiro de flanco contra carros.
(c) Oferecer segurança para a tropa amiga.
(d) Oferecer condições de segurança adequada à retaguarda
(zonas perigosas e de precaução), inexistência de obstáculos e tropas
amigas.
(2) Quanto à proteção:
(a) Protegida contra os tiros de trajetória tensa das armas
inimigas. Sempre que possível, dispor de abrigo à retaguarda para facilitar o
remuniciamento e para proporcionar proteção à guarnição da peça, quando
fora de ação.
(b) Coberta da observação terrestre e aérea do inimigo.
(c) Dispor de máscara para a chama da culatra.
(d) Localizadas em terreno não poeirento.
(e) Possibilitar a dispersão entre as peças, desde que permita a
condução do tiro pelo comandante de seção a voz ou gestos.
(f) Não ser referenciada por pontos notáveis.
(3) Quanto à facilidade de acesso:
(a) Apresentar itinerários desenfiados para acesso à posição,
remuniciamento e mudanças de posição.
(b) Permitir acesso para viaturas.

10-3
C 7-10

(4) Quanto à observação e campos de tiro:


(a) Boa observação sobre os setores de tiro e as posições da
tropa amiga.
(b) Campos de tiro amplos e profundos (procurar partes altas do
terreno) que permitam bater obstáculos AC (defensiva).
c. As posições de tiro dos morteiros devem permitir que os alvos
sejam eficazmente batidos (dentro do alcance útil) e o controle do tiro pela
voz, telefone ou rádio de um local onde se observe os alvos e a tropa de 1º
escalão. Condições desejáveis às posições de tiro dos morteiros:
(1) Quanto às possibilidades técnicas de tiro:
(a) Bater alvos dentro do alcance de utilização.
(b) Segurança para realização do tiro em relação à tropa amiga.
(c) Posição o mais avançada possível e central em relação à
frente a bater.
(d) Ausência de obstáculos que interfiram na execução do tiro.
(2) Quanto à proteção:
(a) Proteção contra as vistas e fogos inimigos.
(b) Dispersão entre as peças para evitar que duas posições de
morteiro sejam atingidas pela mesma granada. Esta dispersão é limitada
pela necessidade do controle pela voz ou por sinais (40 m).
(c) Não referenciada por pontos notáveis.
(d) Dispor de posições de muda. Este fator é de fundamental
importância, pois possibilita as mudanças de posição para evitar fogos de
contramorteiro.
(e) Afastada de instalações logísticas.
(f) Na defensiva, estar protegida por elementos de manobra
(pelotão reserva).
(3) Quanto à facilidade de acesso:
(a) Itinerários desenfiados para acesso à posição,
remuniciamento, mudança de posição e circulação de mensageiros.
(b) Se possível possuir acesso para viaturas.
(4) Quanto à observação e campo de tiro:
(a) Posto de observação o mais próximo possível das peças.
(b) Posto de observação que ofereça vistas sobre a tropa
amiga.

10-4. CONDUTA DO FOGO


a. Seção AC
(1) O planejamento dos fogos de armas AC inclui direções principais
de tiro (missão principal) e setores de tiro (missão secundária).
(2) Quando a seção atua em ação de conjunto, seu comandante
designa os alvos e conduz o tiro da seção de acordo com os setores
estabelecidos pelo comandante da companhia.

10-4
C 7-10

(3) Quando uma peça estiver atuando em apoio direto ou em


reforço a um pelotão de fuzileiros, o seu chefe, de acordo com a ordem do
comandante da fração apoiada, designa os alvos e conduz o tiro da peça.
b. Seção de morteiros
(1) Os fogos planejados de morteiros consistem em concentrações
e barragens.
(2) As concentrações podem ser executadas por apenas um
morteiro, porém são mais eficazes quando desencadeadas por toda a
seção. Elas devem ser planejadas com antecedência para, quando
necessário, serem desencadeadas o mais rápido possível. Entretanto, fogos
não planejados podem ser pedidos para bater alvos inopinados.
(3) Quando a seção de morteiros está em ação de conjunto, as
peças recebem e batem alvos, de acordo com a determinação do
comandante de companhia.
(4) Quando a seção estiver em apoio direto a um pelotão de
fuzileiros, seu comandante bate alvos de acordo com as necessidades do
pelotão apoiado.
(5) Um controle cuidadoso do consumo de munição é essencial,
especialmente quando o emprego das viaturas para remuniciamento é difícil
e limitado. Uma quantidade suficiente de munição deve estar disponível na
posição, para permitir que sejam batidos os objetivos importantes que
apareçam.

10-5. OBSERVAÇÃO
a. Normalmente o comandante do pelotão de apoio utiliza o posto de
observação do comandante da companhia.
b. Um bom posto de observação deve:
(1) Ter boas vistas sobre os objetivos ou setor de tiro e posições
das tropas amigas.
(2) Ser coberto e abrigado.
(3) Ter itinerários cobertos e desenfiados e possibilitar boa
comunicação com a posição de tiro.
c. Seção AC - O comandante da seção estabelece seu posto de
observação num local de onde possa observar seus alvos ou setor de tiro e
controlar suas peças. Os chefes de peça colocam-se onde melhor possam
observar os seus setores de tiro ou alvos e realizar o controle do tiro a voz
ou por gestos.
d. Seção de morteiros - Para que a condução dos fogos possa ter
uma maior eficiência a observação do tiro é realizada pelo observador
avançado, que permanece junto ao comandante de companhia. O posto de

10-5
C 7-10

observação do observador avançado deve permitir vistas sobre toda a zona


de ação da companhia.
e. Deve ser previsto um posto de observação alternativo, que será
ocupado caso o principal seja cegado ou receba fogos inimigos.

10-6. CONTROLE
a. O comandante do pelotão de apoio permanece onde sua presença
seja mais necessária, assessorando o comandante da companhia ou junto
às suas seções. O grau de controle exercido pelo comandante de pelotão
sobre suas frações depende dos seguintes fatores:
(1) Tempo disponível para reconhecimento e expedição de
ordens;
(2) Possibilidades de observação da zona de ação;
(3) Forma de emprego das seções; e
(4) Possibilidade de ligar-se com suas frações, velocidade e
intensidade da ação.
b. O comandante de pelotão procura proporcionar o máximo de apoio
de fogo aos fuzileiros. Para isso utiliza seu grupo de comando para auxiliá-lo
na escolha das posições de tiro, localização de objetivos, na obtenção de
dados de tiro, no remuniciamento e no deslocamento das viaturas. O
controle do tiro faculta ao comandante de pelotão abrir fogo quando
necessário, ajustá-lo sobre o alvo, transportar o tiro de um alvo para outro e
suspender ou comandar a abertura do fogo. Controla o tiro por meio de
ordens verbais, rádio, telefone ou sinais convencionados.
c. As atribuições do comandante de seção dizem respeito,
principalmente, ao controle do tiro e ao remuniciamento.
d. Na seção de morteiros, normalmente, o comandante de seção
permanece próximo às posições de tiro para permitir que os comandos
sejam dados à voz. Ele recebe os pedidos de tiro, calcula os dados e envia
comandos para as peças. Os chefes de peça auxiliam no controle do tiro,
quer como observadores auxiliares, quer como comandante da linha de
fogo. As comunicações entre o comandante, observador avançado e os
chefes de peça, que ficam nas posições dos morteiros, são feitas à voz, por
sinais, telefone ou rádio.

10-7. REMUNICIAMENTO
a. A munição necessária à operação é distribuída para as frações
ainda na zona de reunião. Devido ao peso e volume da munição de
morteiros e armas AC, as viaturas são empregadas o máximo possível no
remuniciamento. Sempre que possível, a munição é transportada em

10-6
C 7-10

viaturas até as proximidades das posições de tiro. Normalmente, a posição


de descarregamento é determinada pelo comandante do pelotão de apoio.
b. Os encarregados da execução do remuniciamento das peças são
os municiadores. Quando a seção atua em ação de conjunto os
municiadores das peças formam uma turma de remuniciamento que é
comandada pelo sargento adjunto. Esta turma se reúne quando necessário
em local pré-determinado, após ser acionada.
c. Do posto de remuniciamento da companhia até a posição de
descarregamento, o remuniciamento, via de regra, é realizado pelo adjunto
de pelotão, auxiliado pelos motoristas e municiadores. Os municiadores são
encarregados do remuniciamento da posição de descarregamento até as
posições de tiro, transportando a munição a braço.
d. Quando uma fração está em reforço a um pelotão de fuzileiros, o
remuniciamento pode ser providenciado mediante ligação do comandante
do pelotão reforçado com o comandante do pelotão de apoio. As viaturas
com reboque do pelotão de apoio também são empregadas no
remuniciamento das demais frações da companhia, conforme ordem do
comandante de companhia.
e. Na marcha para o combate, após cada ação em que tenham sido
empregadas, as seções do pelotão de apoio dão ciência ao adjunto sobre o
consumo de munição. O comandante do pelotão de apoio é mantido
informado sobre a munição existente e a ele cabe decidir sobre a
necessidade de remuniciamento do pelotão. Quando for necessário o
remuniciamento, determina que o adjunto desloque-se com uma viatura até
o posto de remuniciamento da companhia. Se for o caso, o material é
descarregado e passa a ser transportado a braço.
f. No ataque, as viaturas com reboque transportam armas, munição e
equipamento até a posição de descarregamento, junto à posição inicial de
tiro ou suas proximidades. Nesta posição, ou mesmo na zona de reunião
(quando a situação impuser), as armas de apoio e uma dotação inicial de
munição, necessários à operação, são descarregadas das viaturas, para
serem transportadas a braço. Nas viaturas permanece o restante da
munição. As viaturas fazem o remuniciamento ininterrupto durante o ataque,
podendo ser empregada uma viatura para cada uma das seções.
g. Na defensiva, a munição é guardada em nichos próximos às
posições de tiro. Uma quantidade maior de munição pode ser estocada
nestas posições conforme determinação do escalão superior. Na instalação
de posições defensivas, com forças de segurança à frente e o inimigo ainda
distante, o material e a munição podem ser conduzidos de viatura até as
posições de tiro, mesmo que seja pela frente do LAADA.

10-7
C 7-10

10-8. NORMAS DE COMANDO DO COMANDANTE DO PELOTÃO DE


APOIO
a. Quando da emissão da ordem de operações do batalhão o
comandante do pelotão de apoio, normalmente, acompanha o comandante
da companhia de fuzileiros. Antes de se dirigir ao posto de comando do
batalhão, o comandante do pelotão de apoio, se possível, emite uma ordem
preparatória para os comandantes de seção, que ficam, a partir daí, em
condições de receber a ordem de operações do pelotão de apoio. Da
mesma forma, os comandantes de seção emitem uma ordem preparatória
para suas peças, que iniciam a preparação com o máximo de antecedência
possível.
b. O comandante do pelotão de apoio acompanha o comandante de
companhia durante todo o estudo de situação. Assim, antes mesmo da
transmissão da ordem de operações do comandante SU, o comandante do
pelotão de apoio já terá conhecimento da decisão do comandante da
companhia, permitindo-lhe emitir sua ordem tão logo o comandante de SU
finalize a sua. Com isso, os comandantes de seção e chefes de peça terão
mais tempo para fazer os seus reconhecimentos, escolherem as posições
exatas de tiro, observarem o terreno, ocuparem as posições iniciais e
completarem os preparativos para o cumprimento da missão.
c. O comandante da companhia faz-se acompanhar do comandante
do pelotão de apoio em seu reconhecimento, para auxiliá-lo em seu estudo
de situação. Pode também determinar que este faça um reconhecimento
próprio para obter determinados dados. O comandante do pelotão de apoio
é acompanhado pelo adjunto de pelotão e um mensageiro. O adjunto, como
substituto eventual do comandante de pelotão, o acompanha para estar a
par de todos os detalhes da missão.
d. Baseado em seu próprio reconhecimento e nas propostas feitas
pelo comandante do pelotão de apoio, o comandante da companhia informa
em sua ordem as zonas de posições das frações do pelotão. Se o
comandante SU não houver designado a posição de descarregamento, esta
será escolhida pelo comandante de pelotão.
e. As normas de comando do comandante do pelotão de apoio
obedecem à seguinte seqüência:
(1) Recebimento da ordem preparatória do comandante de
companhia;
(2) Emissão da ordem preparatória do pelotão de apoio;
(3) Preparativos para a operação;
(4) Recebimento da ordem de operações do comandante de SU;
(5) Apresentação das frações ao comandante do elemento apoiado
e recebimento da ordem deste, no caso das armas em reforço;

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C 7-10

(6) Reconhecimento e estudo de situação;


(7) Emissão da ordem de operações; e
(8) Fiscalização.
f. Durante os entendimentos do comandante da companhia com os
outros elementos do batalhão, o comandante do pelotão de apoio toma
ciência de aspectos importantes para o emprego de suas frações. Com os
elementos em contato procura informar-se de posições de armas
automáticas, postos de observação, armas AC, campos de minas e OT
Inimigas. Com os elementos de apoio do batalhão informa-se das zonas de
posição e alvos a serem batidos.
g. Em seu reconhecimento, o comandante do pelotão escolhe um
posto de observação que ofereça o máximo de vistas sobre a zona de ação
da companhia e levanta:
(1) Posições inimigas identificadas;
(2) Posições inimigas prováveis;
(3) Posição das armas de apoio do batalhão;
(4) Posição das armas de apoio dos elementos em contato, se for o
caso;
(5) Alvos a serem batidos pelas armas do batalhão;
(6) Objetivos, linha de partida e limites da companhia;
(7) Vias de acesso, eixo de progressão e itinerários;
(8) Posição defensiva dos fuzileiros (ou postos avançados); e
(9) Obstáculos a serem batidos (na defesa).
h. Após levantar estas informações o comandante do pelotão de
apoio realiza seu estudo de situação, devendo:
(1) Planejar o emprego das frações para apoiar a manobra da
companhia;
(2) Propor ao comandante da companhia o emprego das seções;
(3) Determinar que armas irão bater os alvos identificados;
(4) Determinar as zonas de posição, posição de descarregamento e
de espera e postos de observação, caso o comandante da companhia não
tenha designado tais posições;
(5) Determinar os itinerários para ocupação das posições e
remuniciamento;
(6) Identificar os setores de tiro das armas
(7) Definir como se processará o deslocamento do pelotão;
(8) Verificar as necessidades de mudança de posição;
(9) No ataque, verificar os locais além dos quais a progressão dos
fuzileiros torna-se perigosa pelo fogo das armas de apoio e concluir sobre a
necessidade de alongar os fogos;
(10) Coordenar com os fuzileiros a segurança aproximada.
(11) Coordenar hora e local das patrulhas nos setores de tiro.

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C 7-10

(12) Prever os sinais de alarme e medidas para desencadeamento


dos fogos.
j. Após seu planejamento, enviar um mensageiro para guiar os
comandantes de seção até o posto de observação, onde receberão a ordem
de operações.

10-9. NORMAS DE COMANDO DO COMANDANTE DE SEÇÃO


a. Recebimento da ordem do comandante de pelotão.
(1) O comandante de seção poderá receber a O Op no posto de
observação do comandante do pelotão ou na zona de reunião. Neste último
caso, o comandante de seção, inicialmente, estudará os itens da ordem
baseado na carta e, em seguida, se deslocará para um posto de
observação, a fim de efetuar seu reconhecimento e estudo de situação.
(2) Quando o comandante de seção for chamado para receber a O
Op, o chefe de peça mais antigo fica no comando da seção.
(3) A forma de emprego das frações é recebida na ordem de
operações do pelotão. Se a forma de emprego for em reforço, o
comandante de seção deve apresentá-la ao comandante do pelotão
reforçado, recebendo deste a ordem de operações.
(4) Quando a missão exigir um deslocamento imediato à frente, o
comandante de seção ordenará isso, antes de iniciar o seu reconhecimento.
(5) Quando os morteiros e os canhões estiverem em ação de
conjunto à companhia, os comandantes de seção, após receberem a ordem
do comandante do pelotão, deslocam-se antes de sua fração para a zona
de posição e identificam seu alvos ou setores de tiro e a localização da
tropa de primeiro escalão. Após terem escolhido a localização exata das
armas, das posições de espera e do posto de observação, determinam os
deslocamentos das peças para as posições de tiro.
(6) Quando alguns elementos do pelotão de apoio são empregados
em reforço aos pelotões de fuzileiros, os comandantes de seção fazem,
pessoalmente, a entrega de suas peças que passaram em reforço aos
pelotões de fuzileiros.
b. Reconhecimento e estudo de situação do comandante de seção:
(1) Identificar a zona de posição de tiro designada e escolhe a
posição exata das armas;
(2) Identificar o setor de tiro, os alvos e as posições inimigas
ocupadas ou prováveis;
(3) Identificar o dispositivo das tropas amigas;
(4) Identificar locais para posto de observação da seção;
(5) Planejar o emprego de sua seção;
(6) Determinar dados de tiro para alvos, posições inimigas ou
pontos característicos do terreno;

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C 7-10

c. Emissão de Ordens:
(1) A ordem preparatória e a ordem de operações do comandante
de seção são extraídas das ordens do comandante do pelotão. São
transmitidas aos chefes de peça no que lhes interessar, acrescidas dos
detalhes do escalão seção. Cada chefe de peça, por sua vez, extrai delas o
que interessar aos seus soldados e emite suas ordens determinando
também aqueles detalhes inerentes ao seu escalão.
(2) Os itens da ordem não são rígidos. Outras prescrições julgadas
necessárias poderão ser incluídas, tendo-se, porém, o cuidado de só incluir
na ordem o que realmente interessar a quem for recebê-la.
(3) As ordens do comandante de seção e chefe de peça são
verbais. Normalmente são emitidas no posto de observação da seção e
devem ser precedidas de um giro do horizonte.
(4) A fração empregada em reforço a um pelotão de fuzileiros
receberá ordem para apresentar-se ao comandante daquele pelotão e
receberá dele a ordem de operações.
(5) As ordens emitidas posteriormente pelo comandante de seção
devem conter somente as informações necessárias ao cumprimento das
missões futuras.

10-10. DOCUMENTAÇÃO
a. Generalidades
(1) A documentação do pelotão de apoio é constituída pelo plano de
fogos do pelotão de apoio, pelos roteiros de tiro das seções e pelos cartões
de alcance das armas AC.
(2) Estes documentos são preparados pelos comandantes de fração
durante os preparativos da operação. Eles tem por finalidade: possibilitar à
guarnição determinar rapidamente os dados necessários à execução de
qualquer missão de tiro, inclusive à noite ou em condições de pouca
visibilidade; transmitir dados em caso de substituição ou recompletamento;
e informar ao escalão superior os detalhes da instalação das posições e dos
alvos a serem batidos.
(3) A documentação é sempre confeccionada em duas vias: a
primeira via é enviada ao comandante do pelotão. A segunda, permanece
com quem a confeccionou.
b. Plano de fogos do pelotão de apoio - Normalmente constituído
por dois calcos. Um do plano de DAC, baseado no roteiro da seção AC e
outro relativo aos fogos de morteiro, que é baseado no calco e na lista de
alvos que foram confeccionados pelo observador avançado da seção de
morteiros junto ao comandante de companhia. O comandante do pelotão
organiza-o e remete ao comandante da companhia, que aprova ou introduz
as modificações necessárias, consolidando o plano de fogos do pelotão de

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C 7-10

apoio. Em seguida, o comandante do pelotão de apoio distribui cópias aos


pelotões de fuzileiros.
c. Roteiro de tiro
(1) É o documento que contém todos os dados necessários ao
cumprimento da missão da seção. Pode ser um calco ou um esboço,
confeccionado pelo comandante de seção, tão logo as posições de tiro
sejam escolhidas e determinados os alvos ou setores de tiro. Caso seja
necessário, deve ser preparado para as posições de muda e suplementares.
(2) O roteiro de tiro deverá conter:
(a) A localização das posições principais, de muda e
suplementares.
(b) O setor de tiro da seção ou peça.
(c) A localização de obstáculos AC, no caso da seção AC ou
a localização das barragens e concentrações para a seção de morteiros.
(d) As prescrições quanto à conduta do tiro.
(e) A prioridade dos trabalhos de organização do terreno.
(f) Outras informações importantes.
(3) No caso dos morteiros pode ser feita uma regulação prévia
para que sejam tomados dados de tiro. Esta regulação somente pode ser
desencadeada de acordo com as ordens recebidas do comandante de
pelotão, autorizado pelo escalão superior.
(4) Quando uma peça for empregada em reforço, seu chefe
também confeccionará um roteiro de tiro.
d. Cartão de alcance das armas AC – Este documento será
confeccionado pelo chefe de peça. Nele serão registradas as distâncias de
pontos nítidos do terreno que servirão de referência para o rápido
desencadeamento dos fogos em alvos que estejam próximos à estes
pontos. Quando necessário registra-se os azimutes das direções de tiro,
com vistas a identificá-las facilmente.

ARTIGO III
O PELOTÃO DE APOIO NA OFENSIVA

10-11. MARCHA PARA O COMBATE


a. O pelotão de apoio da companhia de fuzileiros que constitui o
escalão de combate na marcha de aproximação (3ª Fase) adota os
dispositivos e processos de deslocamento semelhantes aos dos pelotões de
fuzileiros. Os comandantes deslocam-se junto dos primeiros homens de
suas frações, controlando o deslocamento, modificando os dispositivos, se
necessário. Ao mesmo tempo, mantêm-se ligados por mensageiro e,
quando possível, pela vista, com o comandante do pelotão de apoio ou

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C 7-10

comandante do escalão de reconhecimento que se desloca à testa do


pelotão.
b. Durante a marcha, os comandantes de fração realizam um estudo
contínuo do terreno, procurando identificar locais de possíveis resistências
inimigas, posições de tiro para batê-las, posições de descarregamento, se
for o caso, e itinerários para a ocupação das posições de tiro. Assim, ficam
em condições de, caso seja estabelecido o contato com o inimigo e tão logo
seja determinado pelo comandante de pelotão, colocar suas armas em
posição com a máxima rapidez.
c. Quando a coluna é detida por imposição do inimigo, os
comandantes das seções que estejam em ação de conjunto ao escalão de
combate e os chefes de peça em reforço ao Esc Rec devem, por iniciativa,
cerrar para um posto de observação junto do comandante do pelotão ao
qual estão subordinados, fazendo-se acompanhar de um mensageiro e
procuram se inteirar da situação. Em caso de emprego de sua fração, após
receber ordem do comandante de pelotão, analisam, durante seu
reconhecimento e estudo de situação, os seguintes aspectos:
(1) Missão – Apoiar a progressão dos fuzileiros, destruir ou
neutralizar a resistência inimiga e fazer a segurança de um flanco ou face a
uma direção.
(2) Inimigo – Valor e localização das resistências identificadas e
outras possíveis resistências.
(3) Terreno – Zonas de posição que satisfaçam às condições
desejáveis para os morteiros e armas AC. Locais em que os fuzileiros estão
detidos, itinerários de progressão dos mesmos e posições a serem
ocupadas por frações da companhia de comando e apoio em reforço.
d. Após o reconhecimento e estudo de situação, emitem sua ordem.
Para isto, ocupam um posto de observação que deve permitir observar o tiro
das peças, o itinerário de progressão dos fuzileiros e manter ligação com o
comandante de pelotão.
e. Os comandantes de fração observam o desenrolar da ação, de
modo a estarem em condições de modificar ou detalhar a ordem inicial, se
for necessário. Neste caso, imediatamente submetem a modificação ao
comandante do pelotão de apoio ou do escalão de reconhecimento. Se a
sua ligação com este for interrompida, empregam as peças por iniciativa
própria, tendo sempre em vista a segurança dos fuzileiros, e o informam na
primeira oportunidade. Ao término da ação, se houver baixas, os
comandantes reorganizam suas frações e informam aos comandantes do
pelotão de apoio ou escalão de reconhecimento.

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C 7-10

10-12. ATAQUE
a . Preparativos para o ataque
(1) Antes do ataque, normalmente, o pelotão ocupa uma zona de
reunião onde realiza os preparativos para o ataque. A fiscalização destas
atividades é atribuição do comandante de pelotão. Esses preparativos
incluem as medidas administrativas constantes na ordem de operações do
comandante da companhia, tais como:
(a) Reconhecimentos e planejamentos são realizados e ordens
são emitidas;
(b) O material desnecessário é reunido com o encarregado de
material;
(c) As viaturas necessárias juntam-se às suas frações;
(d) O material permanece nas viaturas caso haja possibilidade
de deslocamento até a posição de ataque ou suas proximidades; e
(e) Se não houver possibilidade de deslocamento do material
em viatura, o mesmo é desembarcado e preparado para o transporte a
braço.
(2) Enquanto o pelotão se prepara para o ataque, seu comandante,
acompanhado do adjunto de pelotão e do mensageiro, vai à frente com o
comandante da companhia para planejar o ataque. O sargento mais antigo
fica com a tropa, coordenando os preparativos.
(3) O pelotão de apoio pode receber ordem para ocupar posições
de tiro para proteger a zona de reunião, quando a companhia ocupar uma
zona de reunião isolada ou quando ocupar um flanco da zona de reunião do
batalhão.
(4) A seção de canhões, ou parte dela, pode ocupar uma posição
provisória, seja para reforçar um pelotão de fuzileiros incumbido da
segurança, seja para bater vias de acesso perigosas, particularmente
quando a companhia ocupa uma zona de reunião isolada ou uma posição
no flanco da zona de reunião do batalhão, e há probabilidade de ataque de
CC inimigo.
(5) A seção de morteiros normalmente não ocupa posições de tiro
quando a companhia ocupa parte da zona de reunião do batalhão. Quando
a companhia ocupa uma zona de reunião isolada, seu comandante pode
determinar que os morteiros sejam instalados para bater as vias de acesso
favoráveis ao inimigo.
(6) Se não receber nenhuma dessas missões, as seções realizam
os preparativos para o ataque, permanecendo suas peças nas viaturas.
b. Ocupação das posições de tiro
(1) No deslocamento da zona de reunião para a linha de partida, o
comandante do pelotão de apoio determina que cada seção ocupe suas
posições de tiro para apoiar o ataque;

10-14
C 7-10

(2) Os comandantes de seção reúnem-se com o comandante do


pelotão ou comandante da fração que apóiam para receber ordens,
devendo antes, ter mostrado aos chefes de peça mais antigos um local
coberto próximo às posições de tiro.
(3) As armas de apoio devem estar em condições de realizar o tiro
antes da companhia abandonar a posição de ataque.
(4) Seção Anticarro
(a) Sempre que possível, as armas, munição e acessórios da
seção são transportados em viaturas até uma posição de descarregamento.
O transporte da posição de descarregamento até a posição de tiro inicial é
feito a braço, ocupando antes, se houver, uma posição de espera.
(b) Os chefes de peça fiscalizam a preparação e a ocupação
das posições de tiro, que deve ser feita utilizando ao máximo as cobertas e
os abrigos existentes, de maneira a não denunciar a entrada em posição.
Quando não houver posições desenfiadas, as armas entram em posição
imediatamente antes do início do seu tiro, normalmente aproveitando os
fogos de preparação ou a intensificação de fogos que antecede o ataque.
(c) Quando os municiadores não estiverem sendo empenhados
no remuniciamento, na segurança aproximada, como mensageiro, ou em
qualquer outra missão, devem permanecer abrigados nas proximidades da
peça sem perder a ligação com seus chefes de peça.
(5) Seção de morteiros
(a) Antes do ataque, o comandante seção faz um calco de
alvos, mostrando as posições das peças, o ponto de vigilância (PV) na zona
inimiga e determina todos os dados de tiro necessários.
(b) Como normalmente ocupam posições desenfiadas, as
guarnições deslocam-se em viaturas, da zona de reunião até uma posição
de descarregamento, localizada próximo das posições de tiro.
(c) Na posição de descarregamento as armas, acessórios e um
suprimento inicial de munição são descarregados e, posteriormente,
transportados a braço até as posições de tiro.
(d) Após o reconhecimento, o comandante de seção leva os
chefes de peça à frente, mostra as zonas de posições e fornece a direção
geral de tiro e o azimute sobre o qual devem ser apontados os morteiros.
(e) O chefe de peça escolhe a exata posição de tiro, ordena a
entrada em posição e fiscaliza a preparação e ocupação. Determina que a
munição fique bem camuflada, bem como a peça. Informa ao comandante
de seção e este ao comandante de pelotão, quando a fração está pronta
para o tiro.
(f) O comandante seção e os chefe de peça são os
responsáveis pela segurança nas zonas de posição.

10-15
C 7-10

c. Fogos de apoio durante o ataque


(1) Seção AC
(a) As peças da seção AC normalmente não participam da
preparação ou intensificação de fogos.
(b) As seções apóiam pelo fogo as frações de fuzileiros de sua
companhia.
(c) Freqüentemente, a seção segue um pelotão de fuzileiros ou
uma direção geral ao longo de um flanco da companhia, ocupando posições
de tiro sucessivas.
(d) Os comandantes de seção ou chefes de peça observam
continuamente a progressão dos fuzileiros e os alvos, a fim de evitar que
seus fogos se tornem perigosos para as tropas amigas. Procuram posições
para as suas peças de onde possam desencadear tiros sobre os carros de
combate e sobre as resistências inimigas situadas em espaldões e
casamatas, que interferem na progressão do escalão de ataque. Outras
missões que a seção pode receber durante o ataque são:
((1)) Bater as vias de acesso favoráveis à aproximação dos
blindados inimigos.
((2)) Proteger os flancos da companhia.
((3)) Proteger a reorganização da companhia.
((4)) Repelir os contra-ataques.
(2) Seção de morteiros
(a) As peças da seção de morteiros podem participar dos fogos
de preparação, caso os fogos de outras armas de apoio sejam julgados
insuficientes.
(b) No desenrolar do ataque, os morteiros executam fogos a
pedido para bater resistências inimigas que interfiram na progressão dos
pelotões do escalão de ataque.
(c) Quando os fogos se tornarem perigosos para os pelotões de
fuzileiros que se aproximam da zona do alvo, serão transportados para
alvos mais distantes ou outros localizados nos flancos.
(d) Durante o assalto, os fogos são desencadeados sobre alvos
nos flancos ou além do objetivo.
(3) Conduta dos comandantes de seção durante o Ataque
(a) Comandar e determinar a abertura dos fogos.
(b) Dirigir os fogos de sua fração.
(c) Determinar as mudanças de posição.
(d) Observar constantemente a progressão dos fuzileiros.
(e) Determinar a suspensão, transporte ou alongamento dos
fogos.
d. Mudança de posição
(1) Quando a missão dada não puder mais ser cumprida com
eficiência, de determinada posição de tiro, será feita uma mudança para
nova posição a fim de que haja um mínimo de interrupção no apoio.

10-16
C 7-10

(2) As peças em reforço mudam de posição mediante ordem do


comandante do pelotão reforçado. As frações que se encontrarem em apoio
direto devem informar ao comandante do pelotão apoiado sobre a mudança
de posição e o período em que haverá impossibilidade de execução do tiro.
(3) Seção AC
(a) A seção AC pode mudar de posição, toda de uma vez,
durante uma pausa do combate ou quando não for necessário um apoio
continuo.
(b) Quando for necessário o apoio de fogo contínuo, o
deslocamento é feito por peças.
(c) A peça que permanece em posição toma a seu cargo as
missões de tiro das que se deslocam.
(d) Os estudos preliminares para a mudança de posição
começam logo que as peças ocupem as posições de tiro e estejam prontas
para atirar.
(e) Quando a mudança de posição é feita por peça, o
comandante da seção, seguido da peça que se desloca em primeiro lugar,
vai à frente para escolher as novas posições e determina a hora ou sinal
para o deslocamento das outras peças.
(f) Quando a seção for mudar de posição toda de uma vez, seu
comandante, acompanhado do mensageiro, desloca-se antes, a fim de
reconhecer as novas posições, na zona designada pelo comandante do
pelotão, ordena depois, por sinais ou mensageiro, o deslocamento da
seção, o que é feito com as peças aproveitando os abrigos, as cobertas e os
itinerários desenfiados.
(4) Seção de morteiros
(a) O comandante da seção e os chefes de peça devem estar
sempre prevendo e planejando mudanças para novas posições a fim de
continuarem a prestar apoio eficaz aos pelotões que progridem. As novas
posições e os itinerários desenfiados até as mesmas são escolhidos por
meio de reconhecimento pela vista ou no local.
(b) Quando a seção estiver em ação de conjunto ou apoio
direto, mudará de posição mediante ordem do comandante do pelotão de
apoio, sob o controle do comandante seção. A mudança é feita por
escalões, para que haja continuidade de fogos. Se uma peça estiver
atuando em reforço a um pelotão de fuzileiros, o comandante deste pode
dirigi-lo.
(c) As armas e a munição são levadas em viaturas. Contudo, se
isso não for possível, serão transportadas a braço.
(d) O observador avançado desloca-se para o posto de
observação de muda por iniciativa, quando o posto de observação inicial
estiver ameaçado pelo inimigo, ou quando uma cortina de fumaça atrapalhe
a observação.

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C 7-10

(e) O comandante de seção pode deslocar seus morteiros para


a posição de muda quando os tiros inimigos ameaçam a posição principal.
Quando o comandante de seção estiver no posto de observação, será
delegada ao chefe de peça mais antigo a atribuição de fazer a mudança de
posição da seção.
(f) As posições suplementares normalmente serão ocupadas
mediante ordem do comandante do pelotão de apoio.
e. Reorganização
(1) Logo que a posição inimiga seja conquistada, ou o ataque fique
detido por qualquer motivo, os comandantes das seções agem prontamente,
mesmo na falta de ordens. As armas são instaladas em posições para
proteger a reorganização da companhia e repelir os contra-ataques
inimigos, à frente e nos flancos dos pelotões de fuzileiros do escalão de
ataque. Os morteiros são imediatamente regulados e as concentrações
registradas. O planejamento dos fogos para a proteção dos objetivos
conquistados tem características defensivas, normalmente, barragens são
previstas.
(2) As peças que estejam em apoio direto ou em reforço aos
pelotões de fuzileiros ocupam posições nas respectivas zonas de ação. As
que se achem em ação de conjunto à companhia são instaladas a fim de
barrarem as vias de acesso mais prováveis do inimigo na zona de ação da
companhia.
(3) Após as armas entrarem em posição, em condições de repelir
contra-ataques, o comandante do pelotão dá início aos preparativos para o
prosseguimento do ataque, se for o caso. Determina que os chefes de peça
substituam, no âmbito suas frações, os homens que desempenham funções
importantes e tenham sido postos fora de combate, substitui os
comandantes que tenham sido feridos ou mortos, verifica as condições de
funcionamento das armas, reúne e completa a munição. Os chefes de peça
informam o efetivo de suas frações e a necessidade em armas. Por sua vez,
o comandante do pelotão dá conhecimento de suas necessidades à
companhia. Dadas as ordens para o prosseguimento do ataque as ações
decorrem da mesma maneira que no ataque inicial.

ARTIGO III
O PELOTÃO DE APOIO NA DEFENSIVA

10-13. OCUPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DAS POSIÇÕES DE TIRO


a. Os chefes de peça ou comandante de seção organizam os roteiros
para cada posição de tiro. Deve-se tomar cuidado para evitar que os tiros
ponham em perigo os elementos lançados à frente do LAADA, em missão
de segurança, patrulha ou construção de obstáculos. A defesa depende, em

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C 7-10

grande parte, dos tiros amarrados. Isto permite o desencadeamento de


fogos eficazes mesmo à noite ou em condições de visibilidade reduzida. Por
isso devem ser previstos tiros para pontos de travessia obrigatória pelo
inimigo (vaus, pontes, etc) ou pontos onde provavelmente o inimigo instalará
posições de armas de apoio. Os fogos de proteção final devem ser
preparados para serem desencadeados das posições de tiro principal e de
muda.
b. Na defensiva, normalmente, as frações do pelotão de apoio são
instaladas nas proximidades ou no interior dos núcleos de defesa dos
pelotões de fuzileiros. Estas posições por si só já oferecem alguma
segurança. Contudo, o comandante de seção é o responsável, pela
segurança aproximada de sua fração. As guarnições constroem abrigos
individuais nas proximidades da posição da peça e utilizam o armamento
individual para sua própria proteção e para a proteção das armas coletivas.
Os municiadores, quando não estiverem transportando munição, deverão
ser colocados de maneira a proporcionar proteção aproximada às armas
coletivas.
c. Após a chegada aos locais designados, as posições e os setores
de tiro das armas são indicados aos chefes de peça. Durante a preparação
das posições, as armas são instaladas em posições de tiro provisórias e
ficam prontas para abrir fogo a fim de bater os setores designados. Quando
as posições de tiro principais estiverem prontas as armas são transferidas
para elas. Simultaneamente são preparados os postos de observação das
seções e das peças.
d. Os abrigos naturais, as linhas de água e outros caminhos cobertos
são utilizados nas comunicações e nos movimentos para as posições de
muda e suplementares, e para o remuniciamento. Os comandantes de
seção inspecionam os abrigos e os disfarces de seus homens e armas. O
disfarce acompanha a execução dos trabalhos defensivos. Deve-se evitar,
ao máximo, o aparecimento de novas pistas, que denunciem as posições.
e. Após a preparação das posições principais, dos postos de
observação e das posições de muda e suplementares, são construídos os
abrigos individuais e os nichos de munição. Esses nichos devem estar no
interior ou próximo dos espaldões, em lugares secos, abrigados e
disfarçados. As posições simuladas são coordenadas com as dos
elementos de fuzileiros localizados nas proximidades.
f. Seção Anticarro
(1) Sempre que possível, os canhões devem entrar em posição no
interior dos núcleos de defesa para a execução de suas missões.

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C 7-10

(2) Na seção AC a preparação das posições é iniciada com a


limpeza de campos de tiro, a construção dos espaldões das posições
principais e a construção de tocas.
(3) Quando a posição principal for concluída, serão preparadas as
posições de muda (no mínimo, uma para cada peça) e, em seguida, as
posições suplementares (se for o caso).
(4) Dentro de cada núcleo de defesa, o comandante da fração de
apoio ali localizada deve entrar em ligação com o comandante pelotão de
fuzileiros, os comandante GC e outros chefes de peças para:
(a) Inteirar-se da missão dos elementos vizinhos.
(b) Coordenar com os fuzileiros a execução da segurança
aproximada que estes devem proporcionar às guarnições.
(c) Preveni-los sobre as zonas perigosas e de precaução
ocasionadas pelo sopro das armas AC.
(d) Coordenar medidas de apoio mútuo com vizinhos.
(5) Normalmente, as armas AC do LAADA não são empregadas na
execução de fogos longínquos. Se receberem a missão de realizar tais
fogos, deverão fazê-lo de uma posição suplementar.
g. Seção de morteiros
(1) Normalmente a seção é instalada nas proximidades do pelotão
que aprofunda a defesa.
(2) As posições principais e os postos de observação são
preparados em primeiro lugar e em seguida as tocas para os municiadores.
As posições de muda são preparadas de acordo com a ordem de urgência
dos trabalhos.

10-14. CONDUTA DA DEFESA


a. Ações antes do ataque inimigo
(1) Todos os dados de tiro são determinados e amarrados. A
documentação das frações é confeccionada e é estabelecida uma escala de
serviço de vigilância junto às armas.
(2) Todas as oportunidades devem ser aproveitadas para que sejam
reforçados e melhorados os espaldões e abrigos individuais. As armas
coletivas devem estar guarnecidas tão logo as tropas inimigas estejam
dentro do seu alcance.
(3) Os fogos para bater prováveis zonas de reunião do inimigo e
vias de aproximação para posição defensiva devem ser previstos e, quando
possível, regulados antes do ataque.
(4) As armas coletivas são apontadas para bater alvos previstos e
cujo aparecimento seja mais provável. Depois do inimigo conseguir repelir
os elementos de segurança, os morteiros ficam apontados para suas
barragens, quando não estiverem cumprindo outras missões de tiro, e as
armas AC apontadas para suas direções principais de tiro.

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C 7-10

b. Ação durante ataque inimigo


(1) Seção AC - O comandante da seção e os chefes de peça nos
seus setores, ficam atentos à aproximação inimiga de quaisquer direções e,
uma vez assinalado o inimigo, não devem perdê-lo de vista. Ao alerta do
aparecimento de blindados inimigos, as guarnições ocupam prontamente
suas posições e só atiram quando os carros estiverem dentro do alcance de
utilização de suas armas ou após atingida uma linha do terreno pré-
determinada, procurando batê-los com tiros de flanco ou enfiada
desencadeados de surpresa. Durante a progressão inimiga, a seção AC
bate os alvos adequados em seu setor de tiro, não interessando, por
exemplo, atirar sobre alvos não compensadores que precedem o ataque
inimigo
(2) Seção de morteiros - Enquanto o inimigo progride, os
observadores pedem os tiros que se fizerem necessários nos seus setores.
Se os fogos de proteção final forem pedidos, os morteiros desencadeiam
suas barragens. Se a barragem de um morteiro estiver fora da zona onde os
fogos de proteção final se fizerem necessários, ele deve desencadear as
concentrações que tenham mais possibilidades de reforçar os fogos da área
ameaçada. Se o inimigo penetrar em qualquer parte da área de defesa, os
morteiros atiram na zona de penetração para desorganizá-lo ou destruí-lo,
evitando o alargamento da brecha.
c. Prescrições para a noite e condições de pouca visibilidade
(1) À noite os morteiros permanecem apontados para sua barragem
normal e as armas AC para suas direções principais de tiro. A utilização de
artifícios de iluminação e de sinalização deve ser prescrita pelo escalão
superior.
(2) O comandante de seção e os chefes de peça providenciam para
que parte da guarnição esteja preparada para desencadear os tiros
previstos, a qualquer momento, a fim de bater as vias de acesso mais
prováveis que possam ser utilizadas pelo inimigo à noite. Se possível deve
permanecer um homem observando o setor de tiro e outro junto às armas.
(3) Durante a noite, as pecas do pelotão de apoio da companhia
podem ocupar posições suplementares para dar apoio imediato ao LAADA
contra prováveis infiltrações inimigas.

10-15. MUDANÇAS DE POSIÇÃO


a. Via de regra, as mudanças de posição são realizadas nas pausas
do combate e excepcionalmente sob fogo, dependendo, neste caso, das
cobertas e abrigos existentes. As mudanças para as posições de muda ou
suplementares são, normalmente, realizadas mediante ordem do
comandante do pelotão de apoio ou dos núcleos de defesa em cujo interior
as peças estejam instaladas. Estas mudanças são realizadas quando a
missão de tiro de qualquer das armas coletivas não puder mais ser

10-21
C 7-10

cumprida com eficiência das posições de tiro principais, ou quando a


quantidade de tiros efetuados tenha denunciado a localização das posições
principais.
b. Quando as seções atuam em ação de conjunto, sempre que
possível, as mudanças de posição devem ser realizadas por escalões para
preservar a continuidade do fogo. Em casos de emergência, a decisão de
deslocar uma arma coletiva da posição principal para a de muda, a fim de
evitar sua destruição pelo fogo ou por elementos de infiltração, é tomada
pelo comandante mais graduado e mais próximo da arma. Neste caso, esta
decisão é participada, logo que possível, ao comandante do núcleo de
defesa onde estiver localizada a arma e ao comandante pelotão de apoio.

10-22
C 7-10

ANEXO A

EXEMPLOS DE ORDEM DE OPERAÇÕES

A-1. GENERALIDADES
A ordem de operações do comandante de companhia é emitida em um
posto de observação ou caixão de areia. O exemplo a seguir trata-se
apenas de um roteiro que pode ser observado.

A-2. ORDEM DE OPERAÇÕES DE ATAQUE

EXEMPLAR Nr 5 de ___ cópias


1ª Cia Fuz
R P Cot 549 (8239)
D-1/2200
RJG - 32

ORDEM DE OPERAÇÕES Nr 7
Ref: Crt MG, Esc 1/25.000, Fl RIO COLORADO

1. SITUAÇÃO
a. Forças Inimigas
1) O Ini presente em nossa zona de ação tem valor aproximado de um
Pelotão de Infantaria Leve, orgânico da Cia Inf L/ RIL.
2) Foram levantadas 4 posições de metralhadoras 7,62 M60 em
nossa zona de ação, duas a mais que a dotação normal do Ini, estas armas
batem eficazmente obstáculos de proteção local na porção N de R Altu P
Cot 515 (8039).

A-1
C 7-10

3) O Inimigo encontra-se a 5 dias na posição e encontra-se bastante


adiantado na preparação de suas posições.
b. Forças Amigas
1) A intenção do Cmt 84º BI Mtz é
......................................................................................................
2) A 2ª Cia Fuz atacará no nosso flanco N;
3) A 1ª/ 82º BI Mtz atacará no nosso flanco S;
4) A 1ª/83º BI Mtz encontram-se em contato com o inimigo e apoiará o
desembocar de nosso ataque.

2. MISSÃO
a. Ultr Elm da 1ª/ 83º BI Mtz, atacar em D/0700, na direção P Cot 526
(8238) – P Cot 599 (8039), para conquistar a R Altu P Cot 564 (8039),
ficando ECD Pross para W ou Mnt para Ap Ultr. Tudo com a finalidade de
permitir ao 84º BI Mtz a conquista da região de Altu de P Cot 564 (8039) – P
Cot 537 (8040) – P Cot 576 (8040).

3. EXECUÇÃO
a. Conceito da operação
1) Manobra
a) A 1ª Cia Fuz, Ultr Elm do 83º BI Mtz, realizará um Atq, na
direção P Cot 526 (8238) – P Cot 599 (8039), com o 1º Pel Fuz ao S,
realizando o Atq Pcp, para Conq porção S de R Altu P Cot 515 (8039) (O1)
e com o 2º Pel Fuz ao N para Conq porção N de R Altu P Cot 515 (8039)
(O2).
b) Após a Conq de O1 e O2, a SU prosseguirá no Atq, com o 1º
Pel Fuz ao S, para Conq porção S de P Cot 564 (8039) (O3) e com o 2º Pel
Fuz ao N, Rlz o Atq Pcp, para Conq porção N de P Cot 564 (8039) (O4).
c) Após a Conq de O3 e O4, a SU ficará ECD Pross para W ou
Mnt para Ap Ultr.
d) Anexo “B” - Calco de Operações
2) Fogos
a) Haverá fogos de preparação entre D/0645 e D/0700;
b) Prio F
(1) Até a Conq de O1 e O2: 1º Pel Fuz
(2) Após a Conq de O1 e O2: 2º Pel Fuz

b. 1º Pel Fuz

c. 2º Pel Fuz

d. Apoio de Fogo
1) Pel Ap
a) Seç AC

A-2
C 7-10

(1) Seç AC (-2ª e - 3ª Pç CSR): Rfr ao 1º Pel Fuz


(2) 2ª Pç CSR: Rfr 2º Pel Fuz
(3) 3ª Pç CSR: Rfr 3º Pel Fuz
b) Seç Mrt Me: Aç Cj
2) An C: Plano de fogos da SU (omitido)
e. Reserva
- 3º Pel Fuz.
- Limpar a R Altu P Cot 515, após a conquista de O1 e O2 pelo Esc
Atq SU.
- Limpar a R Altu P Cot 564, após a conquista de O3 e O4 pelo Esc
Atq SU.
- Lançar um destacamento de ligação para manter a ligação com
elementos do 82º BI Mtz.
h. Prescrições Diversas
1) A 1ª Cia Fuz do 83º BI Mtz e seus Elm Ap apoiará o desembocar do
nosso ataque.
2) Durante a progressão entre a LP e a posição de assalto, a SU
adotará a formação em escalão com o 2º Pel Fuz a NW, com o 1º Pel Fuz
ao centro e com o 3º Pel Fuz a SE.
3) Mvt para a P Atq: An D (Q Mvt) (omitido).
4) Hora de assunção do comando da Z Aç: D/0500.
5) An E: Plano de ultrapassagem (omitido).
6) Os Pel Fuz deverão informar a abordagem e a ultrapassagem do
Rio COLORADO (8138).
6) EEI:
- Existem obstáculos no corte do Rio COLORADO?
- Existem Pa Ini patrulhando o vale do COLORADO?
- Foi identificada alguma outra fração Ini que não esteja constante
no item de possibilidades do Ini?

4. LOGÍSTICA
a. Generalidades
1) Organização do apoio
a) ATE/ 84º BI Mtz desdobrado na R Faz POLACA (7636)
b) ATC/ 84º BI Mtz desdobrado na R Rancho ESTRELA (7935)
2) Desdobramento do apoio
a) Área de Trens de Subunidade
(1) Localização
- R Enc E P Cot 577 (8038)
(2) Composição
- Área de Manutenção de Viaturas e Armamentos, Posto
de Remuniciamento, Refúgio de Feridos, Área de Cozinha e Posto de
Distribuição de Suprimentos.

A-3
C 7-10

b. Suprimento
1) Classe I
a) Posto de Distribuição de Suprimento Classe I
- Localizado na ATE, na Região de Enc E P Cot 504 (7045)
- Aberto a partir de D-1/ 1800
2) Classe III
a) Posto de Distribuição de Suprimento Classe III
- Localizado na ATC, na Região de Enc E P Cot 678 (7440)
- Aberto a partir de D-1/ 1800
3) Classe V
a) Posto de Remuniciamento Avançado
- Localizado na ATC
- Aberto a partir de D-1/ 1800

c. Transporte
1) Circulação e Controle de Trânsito
a) P C Tran Nr 1/ 52ª Bda
..........................................................................................................
b) Restrições
(1) Linha de Escurecimento Parcial
..........................................................
(2) Linha de Escurecimento Total
..........................................................
(3) Velocidades
..........................................................
(4) Prioridades: Tropa, suprimento e evacuação.
c) Eixo de Suprimento e Evacuação/ 84º BI Mtz: Rdv 01.
d. Saúde
1) Posto de Socorro/ 84º BI Mtz
- Localizado na ATC
2) Posto de Refúgio
- Localizado na R Enc E P Cot 599 (8039)
e. Manutenção
1) Prio Mnt
- Armamento leve, armamento pesado e Vtr.
2) Material Salvado e capturado
- Informar a Cia C Ap sobre o material que tenha excedido às
possibilidades de evacuação do Btl.
3) Posto de Coleta de Material Salvado e Capturado
- Localizado na ATE
f. Pessoal
1) Controle de efetivos
- Mensagem diária de efetivo (MDE) para o S1 até 1900 horas,
com término do período às 1800.

A-4
C 7-10

- Deverá ser informado imediatamente ao S1 quando a perda


de efetivo dos pelotões for superior a 30% .
g. Diversos
...................................................................................................................

5. COMANDO E COMUNICAÇÕES
a. Comunicações
1) Índice das IECom Elt: 1-1
2) Rádio
a) An __ - QRR
b) Prescrições Rádio
1) Silêncio
2) Restrito
- Para o Pel Ap, 1º Pel Fuz, 2º Pel Fuz a partir de D/
0630.
3) Livre
- Para o Pel Ap, 1º Pel Fuz, 2º Pel Fuz após o
desembocar do ataque.
- Para a reserva, quando empregada.
- Demais Elm Mdt O
3) Meios Físicos
a) An ___ - D Cirt
b) Explorar ao máximo antes do Dbc ataque.
c) As Tu Cnst devem ser Ref quando estiverem trabalhando a
noite.
4) Mensageiros
a) An __ - Crt Itn Msg Esc
b) Os Msg deverão ser duplos, percorrerem Itn diferentes e
escoltados quando próximos a Loc e a noite.
c) As Msg ultra-secretas e secretas e as volumosas que tenham
precedência U e UU poderão ser conduzidas por Msg Mtz, Mdt solicitação
dos Elm responsáveis.
d) Durante a montagem do ataque deverão ser utilizados Msg
de Escala
e) Após o início do Atq deverão ser utilizados Msg especiais.
5) Outros Meios
a) Proibido o uso de artifícios pirotécnicos até D/0530.
b) Liberado a utilização de meios acústicos somente para
alarme nas áreas de PC e nos Esc SU e Infr a partir de D/0530.
c) O emprego de meios diversos está liberado antes de D/0530
só a mais de 4 Km da LP/LC
6) Recursos Locais
- Telefônicos: autorizada a utilização Mdt O

A-5
C 7-10

7) Prescrições Diversas
a) P Obs 1 - MACUCO (8137)
- Abertura: D/0600
- Fechamento: Mdt O
b. Postos de Comando
- PC 1ª Cia Fuz: R IGREJA (8340)
c. Outras Prescrições
1) MPE/Com
- NGA Com Elt
2) Dispc Com pronto em D/0300.

A-6
C 7-10

A-3.ORDEM DE OPERAÇÕES DE DEFESA

Exemplar Nr 4 de __ cópias
1ª Cia Fuz
Mo do AÇUCAR (4009)
D-4/0800
GJR – 55

ORDEM DE OPERAÇÕES Nr 2
Ref: Crt SP, Esc 1/25.000, Fl RINCÃO

1. SITUAÇÃO
a. Forças Inimigas
1) Linha de Ação provável do inimigo: o Ini abordará nossa posição
com uma FT RI Mec apoiado por fogos de morteiros 120 mm e artilharia 155
mm. Inicialmente deverá lançar uma forte preparação, enquanto aproxima
suas VBC YW 531 H e seus CC AMX 13 da contra-encosta da elevação a
nossa frente. Terminada a preparação as VBC e os CC já ocupando
posições de ataque pelo fogo iniciarão os fogos diretos sobre nossas
posições enquanto a engenharia tentará abrir passagens nos obstáculos
lançados a frente do rio ALTANEIRO. Caso a engenharia inimiga obtenha
sucesso, será inicialmente lançado um assalto com tropa a pé apoiada
pelos fogos diretos das VBC e CC.
2) O Ini poderá abordar nossa posição a partir de D/ 2100
3) O Ini possui dificuldade de ressuprimento principalmente Cl III e V;
suas tropas perderam aproximadamente 10% de sua dotação de pessoal e
material.
b. Forças Amigas
1) A intenção do Cmt 84º BI Mtz é
...................................................................................
2) A 2ª Cia Fuz encontra-se a N de nossa posição;
3) A 3ª Cia Fuz mobilia o P Avç C
4) A 2ª/ 82º BI Mtz encontra-se a S de nossa posição;
5) Elm da 21ª Bda C Mec encontram-se em contato com o Ini.

2. MISSÃO
a. Defender no corte do rio ALTANEIRO (4108), a frente compreendida
entre Corg do ALTO (4008), inclusive e o Corg do VALE (4009), inclusive.
Acolher Elm da 21ª Bda C Mec (F Cob) e da 3ª Cia Fuz (P Avç C) que
A-7
C 7-10

retraírem em sua Z Aç. Tudo com a finalidade de impedir, em sua Z Aç, o


acesso Ini às R De Altu P Cot 363 (3909) – P Cot 366 (3909) e Mo do
CURRAL (3910).

3. EXECUÇÃO
a. Conceito da Operação
1) Manobra
a) A 1ª Cia Fuz Rlz uma Def A, no corte do rio ALTANEIRO, na
frente compreendida entre o Corg do ALTO (4008), inclusive, e o Corg do
VALE (4009), inclusive; com o 1º Pel Fuz a E e com o 2º Pel Fuz a W.
b) Acolherá Elm da 21ª Bda C Mec (F Cob) e da 3ª Cia Fuz que
retraírem em sua Z Aç.
c) Anexo “B” – Clc Op.
2) Fogos
- Prio F para o 1º Pel Fuz.
- Distribuição das barragens:
- 1º Pel Fuz: 1 Br N GAC 105
- 2º Pel Fuz: 1 Br N Mrt Me
3) Barreiras
- Anexo “C” – Extrato do Plano de Barreiras.
b. 1º Pel Fuz

c. 2º Pel Fuz
- Retardar na frente compreendida entre o Corg AMARGO (4008),
exclusive, e o Corg do VALE, inclusive.

d. Apoio de fogo
1) Pel Ap
a) Seç AC: Aç Cj
b) Seç Mrt Me: Aç Cj
2) An C: Plano de fogos da SU (omitido)
e. Reserva
- 3º Pel Fuz
- Preparar e ocupar Nu Def à retaguarda do Nu Def do 2º Pel Fuz.
- Preparar Nu Def à retaguarda do Nu Def do 1º Pel Fuz.
- Ficar ECD ocupar Nu Def à retaguarda do Nu Def do 1º Pel Fuz.
- Apoiar pelo fogo os pelotões do LAADA, batendo o intervalo
existente entre estes.

f. Prescrições diversas
1) Dispositivo pronto no LAADA em D/1800.
2) Após o dispositivo realizado, os Pel Fuz deverão lançar Pa Lig entre
seus Nu Def e promover intenso patrulhamento à frente do LAADA.

A-8
C 7-10

3) Os Elm de 1º Esc devem acolher Elm do P Avç C que retraírem em


sua Z Aç.
4) Durante a noite e nos períodos de visibilidade reduzida os pelotões
do LAADA devem patrulhar o C Mna para impedir o trabalho da engenharia
inimiga.
5) Anexo “E” – Plano de acolhimento
6) Anexo “F” – Q Mvt (omitido)
7) Os Pel Fuz de 1º Esc deverão estabelecer P Vig/PE, no valor de
uma esquadra por pelotão.
8) EEI:
- Quando o Ini atuará?
- Qual a natureza e o valor do Ini abordando os P Avç C?
- Qual a natureza e o valor do Ini abordando o LAADA?
- O Ini emprega carros no Esc Atq?
- Existem civis auxiliando como força adversa?
9) Prio Trab:
- Estabelecimento Pa Rec e Seg.
- Estabelecimento Seg local para os trabalhos.
- Entrada em Pos das armas coletivas e designação dos setores
de tiro.
- Designação da LPF.
- Limpeza dos campos de tiro.
- Estabelecimento das ligações fio.
- Construção de abrigos e espaldões.
- Lç de obstáculos e campo de minas.
- Preparação das Pos de muda e suplementar.
- Estabelecimento de medidas de Ct que se fizerem necessárias.

4. LOGÍSTICA
a. Generalidades
1) Organização do apoio
a) ATE/ 84º BI Mtz desdobrado na R Faz ITALIANA (3207)
b) ATC/ 84º BI Mtz desdobrado na R Enc W P Cot 601 (3609)
2) Desdobramento do apoio
a) Área de Trens de Subunidade
(1) Localização
- R IGREJA (3807)
(2) Composição
- Área de Manutenção de Viaturas e Armamentos, Posto
de Remuniciamento, Refúgio de Feridos, Área de Cozinha e Posto de
Distribuição de Suprimentos.

A-9
C 7-10

b. Suprimento
1) Classe I
a) Posto de Distribuição de Suprimento Classe I
- Localizado na ATE
- Aberto a partir de D-1/ 1800
2) Classe III
a) Posto de Distribuição de Suprimento Classe III
- Localizado na ATC
- Aberto a partir de D-1/ 1800
3) Classe V
a) Posto de Remuniciamento Avançado
- Localizado na ATC
- Aberto a partir de D-1/ 1800

c. Transporte
1) Circulação e Controle de Trânsito
a) P C Tran Nr
.............................................................................................................
b) Restrições
(1) Linha de Escurecimento Parcial
..........................................................
(2) Linha de Escurecimento Total
..........................................................
(3) Velocidades
..........................................................
(4) Prioridades: Tropa, suprimento e evacuação.
c) Eixo de Suprimento e Evacuação/ 84º BI Mtz: Estrada do
LODO (3508).
d. Saúde
1) Posto de Socorro/ 84º BI Mtz
- Localizado na ATC
2) Posto de Refúgio
- Localizado na R Enc W P Cot 623 (3909)
e. Manutenção
1) Prio Mnt
- Armamento leve, armamento pesado e Vtr.
2) Material Salvado e capturado
- Informar a Cia C Ap sobre o material que tenha excedido às
possibilidades de evacuação do Btl.
3) Posto de Coleta de Material Salvado e Capturado
- Localizado na ATE

f. Pessoal
1) Controle de efetivos

A-10
C 7-10

- Mensagem diária de efetivo (MDE) para o S1 até 1900 horas,


com término do período às 1800.
- Deverá ser informado diretamente ao S1 quando a perda de
efetivo dos pelotões for superior a 30% .
g. Diversos
.................................................................................................................

5. COMANDO E COMUNICAÇÕES
a. Comunicações
1) Índice das IECom Elt: 1-1
2) Rádio
a) An __ - QRR
b) Prescrições Rádio
1) Silêncio
- Até o contato com o inimigo
2) Restrito
- Durante as ações dos Postos Avançados de Combate
e acolhimento destes
3) Livre
- Após o retraimento dos Postos Avançados de
Combate
3) Meios Físicos
a) An ___ - D Cirt
b) Explorar ao máximo antes do Dbc ataque.
c) As Tu Cnst devem ser Ref quando estiverem trabalhando a
noite.
4) Mensageiros
a) An __ - Crt Itn Msg Esc
b) Os Msg deverão ser duplos, percorrerem Itn diferentes e
escoltados quando próximos a Loc e a noite.
c) As Msg ultra-secretas e secretas e as volumosas que tenham
precedência U e UU poderão ser conduzidas por Msg Mtz, Mdt solicitação
dos Elm responsáveis.
d) Durante a montagem do ataque deverão ser utilizados Msg
de Escala
e) Após o início do Atq deverão ser utilizados Msg especiais.
5) Outros Meios
a) Proibido o uso de artifícios pirotécnicos até D/1800.
b) Liberado a utilização de meios acústicos somente para
alarme nas áreas de PC e nos Esc SU e Infr a partir de D/0530.

6) Recursos Locais
- Não está autorizada a utilização

A-11
C 7-10

7) Prescrições Diversas
a) P Obs 1 - P Cot 363 (3909)
- Abertura: D-2/0600
- Fechamento: Mdt O
b. Postos de Comando
- PC 1ª Cia Fuz: R PALHOÇA (3807)
c. Outras Prescrições
1) Dispc Com pronto em D/1600.

A-12
C 7-10

ANEXO B

EXEMPLO DE MATRIZ DE SINCRONIZAÇÃO


Fase Z Reu – P Atq P Atq – LP LP – Z Obt Z Obt - Pos Ass Assalto Cnsld e Reorg
Vig pode Exe F Inicia F defensivos Desencadeia F no Desencadeia F nos C Mna Desencadeia F Rlz C Atq Dir
INIMIGO
Longínquos aproximados Vau da CASA e redes táticas Prot BORBOLETA - ALTO
Sistema Operacional
Em coluna Inicia
1º Cia Fuz Mvt contínuo desdobramento Cunha invertida
Ultr Obt Cunha invertida Cunha invertida
TROVÃO P Lib Cia Entr NW Assume Z Aç em Ut Psg 300m S Vau
P Cot 567 0530h
1 - Base de fogos e Seg
Lidera Mvt Posiciona-se à Dir. Ass Mvt N Obj
1º Pel Fuz Aprox para Elm E
Ut guias Segue balizamento Dslc à Dir (Atq Pcp) (Atq Pcp) Setor de 9-12
(RAIO) 2 - Ultr Psg após abertura
2º/52ºEsqd C Mec azul Psg vau Em linha
Manobra da trliha na CERCA
Posiciona-se à 1 - Base de fogos e Seg
2º Pel Fuz Esq. Segue Aprox para Elm E Ass Mvt S Obj
À Rtgd Eng Dslc à Esq Setor de 12-3
(NUVEM) balizamento 2 - Ultr Psg após abertura Em linha
amarelo Psg vau da trliha na VALA
Aguarda na P Atq Reserva (Rtgd
3º Pel Fuz Reserva (Rtgd 1 – Manter Pos Reserva (Rtgd Cia)
À Rtgd Sec Mrt até Pel 1º Esc Cia)
(VENTO) 1ºPel) 2– Ap F Psg 1º e 2º Pel Dst Elm Ev PG e Fer
atingirem LP Limpeza Obj
Dirige-se para Pos Idt e Destr Pos Barranco W
Seç AC Pos Enc W Pos Enc W Mo ALTO
À Rtgd 2º Pel Inicial em Enc W Pos Mtr Ini Rio
(DARDO) TRIGÊMEAS Prio Estr SAIBREIRA
TRIGÊMEAS Destr Mtr Ini
Ap F
Dirige-se para Pos Dsc Con 001 Con 002 e 006 sobre as
Seç Morteiros Pos R mata E Mo
À Rtgd Sec AC Inicial em Enc E Pos Enc E Pos Mtr e GC Ini de W Mo Dsc Con 004
(DRAGÃO) ALTO
TRIGÊMEAS TRIGÊMEAS ALTO

B-1
C 7-10
Fase Z Reu – P Atq P Atq – LP LP – Z Obt Z Obt - Pos Ass Assalto Cnsld e Reorg
Vig pode Exe F Inicia F defensivos Desencadeia F no Desencadeia F nos C Mna Desencadeia F Rlz C Atq Dir
INIMIGO
Longínquos aproximados Vau da CASA e redes táticas Prot BORBOLETA - ALTO
Sistema Operacional
Con AA 1102 (Fum
Con AA1106 sobre as Pos
R Vau) Con AA 1112
OA Art Junto ao Cmt Cia Junto ao Cmt Cia Mtr e GC Ini de W Mo Con AA 1108
Após Rio Con AA ECD BN A 1120 A
Ap F ALTO
1104
Sol Con AA 1103 Sol Con AA 1105 (Fum P Con AA 1111
OA Mrt Btl Junto ao Cmt Cia Junto ao Cmt Cia Con AA 1107
(Fum 300m S Vau) Obs Ini) ECD BE A 1117 A
Abrir 01 trilha Próx a Balizar trilhas e
Lç Arame Fr 1º Pel, 2º
MCP Eng em Ap À Rtgd PC À Rtgd 1º Pel À Rtgd 1º Pel CERCA e outra Próx à cerrar à Rtgd
Pel
VALA Pel Res
200 m E 200 m E 200 m E 300m E MORRO
Log ATSU Na Z Reu até H Atq 200 m E TRIGÊMEAS
TRIGÊMEAS TRIGÊMEAS TRIGÊMEAS ALTO

PC À Rtgd 1º Pel Ao Centro Cia Ao Centro Cia Ao Centro Cia Ao Centro Cia Enc E MORRO ALTO
Comando e
controle SU: 54.30/40.00
Pirotec Pirotec
Com Btl: 12.500/ 16700
VERMELHO LARANJA
Senha: RATO
(Along Fogos) (F Prot do Obj)
C Senha: AVIÃO

B-2
C 7-10

ANEXO C

DADOS MÉDIOS DE PLANEJAMENTO

C-1. OFENSIVA
a. Frentes de ataque
(1) Op diurnas
VALOR FRENTE (1) (2)
Pel Fuz 0,15 a 0,25 km
Pel CC 0,2 a 0,4 km
Cia Fuz 0,25 a 0,5 km
Btl Inf 1 a 2 km

(2) Op noturnas

VALOR FRENTE
Pel Fuz 80 m

(3) Ataque à localidade


VALOR FRENTE (3)
Pel Fuz 1 quarteirão
Cia Fuz 1 a 2 quarteirões
Btl Inf 1 a 4 quarteirões
Observação:
(1) Depende dos fatores da decisão, do número de Elm em 1º
escalão e da sua participação no Atq principal ou secundário.

C-1
C 7-10

(2) Profundidade variável.


(3) Quarteirões de 180m de largura

b. Tempo de parada em objetivo


Obj marcado pelo Btl 1h
Obj marcado pela Bda 1 h 30 min
Obj marcado pela DE 2 h 30 min

c. Prazos p/ planejamento
TIPOS DE RESISTÊNCIA INIMIGA
Cia Fuz Posição Posição Posição sumariamente
fortificada organizada organizada
Ataque diurno 2h, sendo todas de luz
centralizado noturno Variável 4h, sendo 3 h de luz
Ataque parcelado 1h de luz

d. Velocidade de progressão em combate


(1) Ataque (contra inimigo da mesma natureza)
(a) Diurno

Tr a pé 100 m / 10 min ou 0,6 Km/h


Tr a pé com o Ap de CC 100 m / 5 min ou 1,2 Km/h
CC, C Bld e Tr Emb em VBTP 100 m / 1,2 min ou 5 Km/h

(b) Noturno

Iluminado ou Eqp visão noturna Idêntica ao diurno


Não iluminado (Tr a pé) 100 m / 12 min

(2) Progressão retardada


(a) Face a inimigo da mesma natureza

Velocidade (Km/h)
Natureza
Diurna Noturna
Tr a pé 1,5 1
Tr Mtz 5 1
- Observação: As velocidades noturnas poderão sofrer
variações em função da disponibilidade de equipamentos especiais por
parte do Ini e/ou de seu oponente.

C-2
C 7-10

e. Prazo para emprego da reserva (ações planejadas)


Cia Res/Btl 1 hora

f. Áreas para zona de Reunião


Valor Área
Cia Fuz 0,6 Km2
Btl Inf 1,1 Km2

C-2. DEFENSIVA
a. Apoio mútuo e dispersão

Apoio mútuo entre 2 Pel Fuz em Núcleos Def 400 m


Afastamento mínimo entre 2 Núcleos de Pel Fuz 200 m

b. Frente e profundidade a defender


Frente Normal Larga Frente
Valor
Frente Profundidade Frente Profundidade
600 a
Pel Fuz 50 a 200m - -
800m
1200 a
Cia Fuz 1000m 2400m 2000m
1600m
4800m (Dispc Prof)
Btl Inf 3200m 2000m 6400m (Dispc 4000m
linear)
- Observação:
- O Pel Fuz ocupa um núcleo de defesa de 400m e defende uma
frente de 600 a 800m;

c. Defesa de localidade

Valor Frente Profundidade


Pel Fuz 1 a 2 quarteirôes 1 quarteirão
Cia Fuz 2 a 4 quarteirões 2 a 3 quarteirões
Btl Inf 4 a 8 quarteirões 3 a 6 quarteirões
Observação: Quarteirões de 180m de largura

C-3
C 7-10

d. Frentes com outros graus de resistência


Grau de resistência
Fração
Retardar Vigiar
Pel Fuz 1500m 3000m
- Observação: o Pel Fuz ocupa um núcleo de retardamento de 1000
m e retarda uma frente de 1500 m.

e. Prazo para organização da posição defensiva


Tipo de posição Tempo de organização
Pos fortificada 15 ou mais jornadas de trabalho
Pos organizada igual ou maior que 5 e menor do que 15
jornadas de trabalho
Pos sumariamente igual ou maior que 1 e menor do que 5
organizada jornadas de trabalho
Resistência mais de 6 h e menos do que 1 jornada de
descontínua trabalho

f. Prazo para emprego da reserva


Valor C Atq planejado C Atq não planejado
Cia Res / Btl 1 hora 2 horas

C-3. APOIO DE FOGO

a. Para o planejamento das barragens, adotar as seguintes dimensões:

Unidade de Tiro Dimensões (m)


Sec Mrt Me 100
Pel Mrt Me/ P 200
Bia Art 105 mm 200
Grupo 105 mm 400
Bia Art 155 mm 300
Grupo 155 mm 600

C-4. APOIO LOGÍSTICO

a. Distância mínima de segurança da AT/SU


OFENSIVA (LP/LC) DEFENSIVA (LAADA)
500 m 1000 m

C-4
C 7-10

b. Área de instalações
Instalação Dimensão
AT/SU 50 m x 100 m
C-5. MOVIMENTOS PREPARATÓRIOS E ESTACIONAMENTO
a. Marchas a pé
- Velocidades de deslocamento
- Distâncias até 32 Km
Tipo de Velocidade (Km/h)
deslocamento Diurna noturna
Em estradas 4,0 3,0
Através do campo 2,5 1,5
- Para distâncias entre 32 e 56 Km, a duração do percurso é
calculada pela divisão da distância pela velocidade e acrescida de 3 horas,
destinadas a um "grande alto".

- O Btl e os escalões menores, em condições normais, marcham


durante o dia com a velocidade de 6 Km/h até a distância de 8 Km,
inclusive.

- Um Dslc superior a 8 h, num período de 24 h, é considerado


marcha forçada.

b. Marchas motorizadas
1) Velocidades de deslocamento (Km/h)
EM ESTRADA ATRAVÉS CAMPO
Diurna Noturna
Tipo de Viatura
Até Mais de Farol Farol Diurna Noturna
50 Vtr 50 Vtr aceso apagado
CC e Bld SL 24 24 24 16 8 5
Bld SR 40 24 24 16 12 5
Vtr Mtz SR 40 24 24 16 8 5

2) Etapas de marcha (em uma jornada)


Etapa de Marcha (Km)
Viaturas
Diurna Noturna
Sobre rodas (coluna com menos de 50 Vtr) 320 120
Sobre rodas (coluna com mais de 50 Vtr) 200 120

C-5
C 7-10

- O Btl e os escalões menores, normalmente, só realizam


deslocamentos motorizados a distâncias superiores a 8 Km.

c. Tempos de cerrar
DE DIA DE NOITE
VALOR
A pé Mtz A pé Mtz
Btl Inf 25 20 35 30
- Observação:
- O tempo de cerrar foi calculado admitindo que a U o faça em um
único eixo;
- Válidos para as velocidades de deslocamento normais previstas;
- Para a Unidade, tomar o tempo de cerrar da mesma como um
todo;
- Para o valor subunidade não se considera o tempo de cerrar.

C-6. TRANSPOSIÇÃO DE CURSO DE ÁGUA

a. Transposição de vaus
ELEMENTOS VAU (m)
Combatente a pé 1,00
Viaturas 1/4 e 3/4 sobre rodas 0,60
Viaturas 2 1/2 e 5 t 0,75
- Observação: Corrente moderada, fundo firme e margens
favoráveis

b. Botes de assalto
Tempo para viagem
Capacidade Vel de ida e volta (em
Material Guarnição (além da máxima da min)
(Sd Eng) guarnição) corrente largura do rio (m)
90 150 300

1. Bote de a. Bote simples 3 12 Fuz equipados 1,50 m/s 4 6 10


assalto
b. Pontão 2 22 Fuz equipados 1,50 m/s - 4 6

a. Navegação a
2. Bote 3 12 Fuz equipados 1,50 m/s 4 6 10
remo
pneumático
de assalto b. Navegação a
1 14 Fuz equipados 3,50 m/s - 4 5
motor de popa

C-6
C 7-10

Observações:
- Os botes permitem a travessia de metralhadoras leves e pesadas,
de morteiros 60 e 81 mm e armas anticarro com certa quantidade de
munição, reduzindo-se, nesse caso, o número de homens transportados.
- Em rios de pouca largura (até 40 m) e desde que o fogo Ini possa
ser neutralizado da primeira margem, os botes de assalto podem ser
substituídos pelas passadeiras para a travessia de tropas de assalto.
- Dosagem ideal: 1 Psd por Pel Fuz em 1º Esc
- Dosagem mínima: 1 Psd por Cia Fuz em 1º Esc

C-7
C 7-10

ANEXO D
EXEMPLO DE DOCUMENTAÇÕES DO PELOTÃO DE APOIO
D-1. CARTÃO DE ALCANCE

Cartão de Alcances CSR 84 mm

Peça 2ª / Seç AC / 1ª Cia Posição:


Pcp
Data 06 Jun 05 Cmt Cb Flavio Centro Mo ALTO

Nr Descrição Direção Distância (m) Elevação Munição


01 Casa 352° 250 - -
02 Vau 315° 500 - -
03 Bambual 290° 600 - -
04 Bifurcação 297° 700 - -
05 Casebre 320° 850 - -
06 Duas árvores 295° 900 - -
07 Bosque 355° 800 - -

D-1
C 7-10

D-2. ROTEIRO DE TIRO DA SEÇÃO AC

1. MISSÃO 3. LOGÍSTICA ROTEIRO DA SEÇÃO AC


Apoiar pelo fogo a a. P Rem Cia: Enc W Mo BORBOLETA
defesa da 1ª Cia Fuz. b. Refúgio feridos: Enc W Mo ALTO Pel /Cia/ Btl: Pel Ap / 1ª
Seç AC: Aç Cj à Cia c. Alimentação: Por faxina um homem por peça. / 522° BI Mtz
Local de distribuição: Enc W Mo ALTO Cmt: 3º Sgt GUSTAVO
4. COMUNICAÇÕES Efetivo: 12 homens
2. SERVIÇO a. PC Cia: Enc W Mo BORBOLETA Discriminação: 01 3º
a. De dia – Um homem de b. PC/PO Pel Ap: Árvore seca Mo ALTO Sgt, 03 Cb, 08 Sd
permanência por c. Sinais convencionados:
peça. (1) Senha: RATO
b. À noite – Idem. (2) Contra-senha: AVIÃO
(3) Sinal de Reconhecimento: 7 por adição
(4) Indicativo: DRAGÃO 2
d. Meios de Com:
01 ERC-107, um Tlf 202 e quatro Tlf AF-1
Elementos 1ª Peça 2ª Peça 3ª Peça
Posições N de Mo ALTO C de Mo ALTO S de Mo ALTO
Dir: Vau Dir: Esquerda do Bosque Dir: Direita do Curral
Setor de Tiro
Esq: Esquerda da Cerca Esq: Bambual Esq: Vau
Direção principal de Tiro (DPT) Direita Bambual Vau Direita Charco
Missões Aç Cj à Cia Aç Cj à Cia Aç Cj à Cia

D-2
C 7-10

5. PRIORIDADE DOS TRABALHOS DE OT CROQUIS DA FRENTE


1 – Limpeza dos Campos de Tiro
2 – Preparação das tocas e espaldões
3 - Preparação das posições suplementares
4 - Preparação das posições de muda
5 - Preparação de Itn de Sup, Ev e Com
6 – Ligação entre as posições
7 – Construção de obstáculos
6. CONDUTA DO TIRO
a. Abertura de fogo: Mdt O
b. Barragem geral: Fgt vermelho
c. Suspensão do fogo: Mdt O
7. LIGAÇÃO
a. Com Cmt Pel Ap: Tlf 202
b. Com as peças: Tlf AF-1
c. Com Elm Pel Fuz: a voz
8. SEGURANÇA
a. Um homem ECD próximo à peça (rodízio de 1h em 1)
b. Ligação com Elm Seg Pel Fuz por fio de nylon (à noite)
9. OUTRAS PRESCRIÇÕES

D-3
C 7-10

D-3. PLANO DE FOGOS DA SEÇÃO AC

D-4
C 7-10

D-4. PLANO DE FOGOS DA SEÇÃO DE MORTEIROS

D-5

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