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PLANO

ESTADUAL DE
CAPACITAÇÃO DO
SUAS DE MATO
GROSSO

2023-2024
Plano Estadual de Capacitação do Suas de
Mato Grosso

2023-2024

SECRETARIA DE ESTADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E CIDADANIA


Coordenadoria de Gestão do Trabalho | SGSUAS
Rua Jornalista Amaro de Figueiredo Falcão, n.° 503, Bairro: CPA 1, CEP: 78.055-125, Cuiabá-MT |
Telefone: (65) 3613-5711
Site: http://www.setasc.mt.gov.br/
Escola do Suas-MT: http://escoladosuas.setasc.mt.gov.br/
EXPEDIENTE:

Governador do Estado de Mato Grosso | Mauro Mendes Ferreira


Secretária de Estado de Assistência Social e Cidadania | Grasielle Paes Silva Bugalho
Secretária Adjunta de Assistência Social | Leicy Lucas de Miranda Vitório

Superintendente de Gestão do Suas | Sheila Carla de Queiroz Gomes


Coordenadora de Gestão do Trabalho | Lillian Borges Passarelli
Coordenadora de Vigilância Socioassistencial | Lucienne Alves Correa
Coordenadora de Regulação e Gestão Financeira do Suas | Lenyze Grecco Gomes

Superintendente de Serviços Socioassistenciais | Cristina Setsuco Siqueira Saito


Coordenador de Proteção Social Básica | Gisele Rodrigues Martins
Coordenadora de Proteção Social Especial de Média Complexidade | Jaqueline Vilalba Fernandes
Coordenadora de Proteção Social Especial de Alta Complexidade | Maysa Souza Persona

Superintendente de Benefícios, Programas e Projetos Socioassistenciais | Marimar Aparecida


Michels
Coordenadora de Gestão do Cadastro Único dos Programas Sociais e do Programa Bolsa Família
| Rúbia Cristina Lima da Silva
Coordenadora de Gestão de Benefícios Socioassistenciais | Ariane Aparecida Baena
Coordenadora de Gestão de Programas e Projetos Socioassistenciais do Suas | Marielza Miranda
Gonçalves
ELABORAÇÃO:

Lillian Borges Passarelli – Assistente Social


Coordenadora de Gestão do Trabalho do Suas

Ana Paula da Silva Soares


Analista de Desenvolvimento Econômico e Social – Pedagoga

Irany Maria de Souza


Analista de Desenvolvimento Econômico e Social – Assistente Social

Luciana Trugillo Pelloso


Analista de Desenvolvimento Econômico e Social – Assistente Social

Marina Colombo - Assistente Social


Analista de Desenvolvimento Econômico e Social – Assistente Social

Sheila Mara Damasceno Julkovski


Analista de Desenvolvimento Econômico e Social – Letras

Waldete Eliane de Almeida Dragoni


Técnico de Desenvolvimento Econômico e Social

CONTRIBUIÇÃO:

Luciano Jóia da Silva


Assessor Especial I

Núcleo Estadual de Educação Permanente do SUAS


Neep/Suas-MT
COMPOSIÇÃO DO NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE DO SUAS (NEEP/SUAS-
MT)
Coordenação
Sheila Carla de Queiroz Gomes Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais
da Carreira dos Profissionais de
Coordenação Adjunta Desenvolvimento Econômico e Social de
Lillian Borges Passarelli Mato Grosso (Sindes-MT)
Carlos Wagner Ribeiro e Suplente
Secretaria Adjunta de Assistência Social Sidnea Martins de Menezes
(Saas)
Sheila Carla de Queiroz Gomes e Lillian Secretaria Executiva do Neep/Suas/MT
Borges Passarelli
Ana Paula Xavier Brito Secretária Executiva
Marielza Miranda Gonçalves Waldete Eliane de Almeida Dragoni
Sue Ellen Ferreira Modesto Rey de Figueiredo
Jaqueline Vilalba Fernandes Apoio Administrativo
Thaily França de Almeida Miranda
Conselho Estadual de Assistência Social
(Ceas-MT)
Adão Benedito da Silva
Maria da Penha Ferrer de Francesco

Conselho Regional de Serviço Social da 20ª


Região (Cress-MT)
Taynara Morais Humbelino de Jesus
Jaqueline Dayane da Silva Medeiros

Conselho Regional de Psicologia da 18a


Região (CRP-MT)
André Luiz Martins
Junio de Souza Alves

Departamento de Serviço Social da


Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT)
Lélica Elis Pereira de Lacerda
Liliane Capilé Charbel Novais

Colegiado Estadual de Gestores Municipais


de Assistência Social (Coegemas-MT)
Vanessa Brunetto Magri
Jucélia Gonçalves Ferro

Fórum Estadual de Trabalhadoras e


Trabalhadores do Suas de Mato Grosso
(FETSuas/MT)
Tassiely Karine Passos
Gisele Rodrigues Martins
COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO INTERGESTORES BIPARTITE DO SUAS (CIB/SUAS-MT) – 2023

Coordenação
Grasielle Paes da Silva Bugalho
Secretária de Estado de Assistência Social e Cidadania

Composição de Representantes Governamentais


Leícy Lucas de Miranda Vitório
Lenyze Grecco Gomes
Cristina Setsuco Siqueira Saito
Maysa Souza Persona
Sheila Carla de Queiroz Gomes
Lucienne Alves Correa
Marimar Aparecida Michels Carvalho
Rubia Cristina Lima da Silva
Demárcio Eurides Guimarães
Eliane Nunes Guedes

Composição de Representantes Municipais


Representante Capital - Cuiabá
Hellen Janayna Ferreira de Jesus - Titular
Joyce Thays Pereira dos Santos - Suplente

Representante de Grande Porte


Ana Cristina Vieira e Silva - Várzea Grande - Titular
Scheila Pedroso da Silva - Sinop - Suplente

Representante de Médio Porte


Márcia Regina Kiss Siqueira de Castro - Tangará da Serra - Titular
Marilene Vieira da Silva - Primavera do Leste - Suplente

Representante de Pequeno Porte I


Vanessa Brunetto Magri - Tapurah - Titular
Vanilda dos Santos Fernandes - Alto Paraguai - Suplente
Joelma Gomes da Silva - Poconé - Titular
Laura Silva Guimarães Missias - Alto Araguaia - Suplente

Representante de Pequeno Porte II


Rosilei Pereira Borges de Oliveira - Campo Verde - Titular
Juliana Rosa de Souza Kolankiewicz - Água Boa – Suplente

Secretaria Técnica da CIB/Suas-MT


Luciene Galdino Delgado
COMPOSIÇÃO DO CONSELHO ESTADUAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CEAS-MT)

Presidente Segmento Sociedade Civil


Maria da Penha Ferrer de Francesco Representações dos Usuários ou
organização dos Usuários
Vice-Presidente Titular: Sheila Maria Prudêncio de Oliveira
Adão Benedito da Silva Arruda - Associação de Amigos da Criança com
Câncer do Estado de Mato Grosso (AACC)
Segmento Governamental Suplente: Neuza Vieira Lima de Moura
Secretaria de Estado de Saúde (SES) Centro Terapêutico e Ambiental Paraíso (Atap)
Titular: Maria da Penha Ferrer de Francesco Titular: Adeline Bassano de Magalhães
Suplente: Ademar Sales Macaúbas Fundação Abrigo do Bom Jesus
Suplente: Luiz Gonzaga Nascimento
Secretaria de Estado de Segurança Pública Obras Sociais Anália Franco
(Sesp) Titular: Amanda Cândida de Lima
Titular: Chisley Lima Da Silva Gimenes Centro Pastoral Para Migrantes
Suplente: Lucilene Rodrigues de Lima Suplente: Rondenelly César Marques de Arruda
Associação Lar dos Idosos São Vicente de
Secretaria de Estado de Assistência Social e Paula
Cidadania (Setasc)
Titular: Sheila Carla de Queiroz Gomes Representações das Entidades e
Suplente: Eva Anete Nogueira Domingos Organizações de Assistência Social
Titular: Laislla Raissa Gonçalo Mileski -
Secretaria de Estado de Educação (Seduc) Federação das Apaes do Estado de Mato
Titular: Nilseia Roz Maldonado Grosso (FEAPAES)
Suplente: Patrícia Simone da Silva Carvalho Suplente: Daniel Antônio de Oliveira Carneiro -
Sociedade Beneficente Evangélica
Colegiado Estadual de Gestores Municipais de Titular: Carmem Maria Pereira Ferreira -
Assistência Social (Coegemas) Associação das Manifestações Folclóricas de
Titular: Jucelia Gonçalves Ferro Mato Grosso (AMFMT)
Suplente: Thais de Souza Costa Nicaretta União Social de Assistência (USA)
Suplente: Luís Mário Castrillon Mendes Araújo
Secretaria de Estado de Agricultura Familiar Centro Pedagógico de Ensino Especial (Cenper)
(Seaf) Suplente: Eliete França e Silva Domingos
Titular: Cenira Benedita Evangelista Instituto Jaime Veríssimo de Campos Junior
Suplente: Aline Emanuelle Rosendo (Jaiminho)
Suplente: Odilza Domingas Rondon da Costa
Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz)
Titular: Flávia Regina Leite da Matta Representações dos Trabalhadores da Área
Suplente: Arlete de Souza Santos de Assistência Social:
Titular: Adão Benedito da Silva - Ordem dos
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Advogados (OAB)
Econômico (Sedec) Suplente: Andrea Silva do Nascimento -
Titular: Marcelo José Sabino Silvestre Conselho Regional de Serviço Social - 20ª
Suplente: Luisa Catarina Oliveira Gonçalves Região (Cress-MT)
Titular: Carlos Wagner Ribeiro - Sindicato dos
Secretaria Adjunta de Proteção e Defesa Civil Servidores da Carreira dos Prof. Desenv. Econ.
Titular: César Claudiomiro Viana de Brum Social de Mato Grosso (Sindes-MT)
Suplente: Luís Cláudio Pereira da Cruz
Suplente: André Luis Martins - Conselho
Regional de Psicologia - 18ª Região (CRP-MT)
Conselho Regional de Economia (Corecon)
Suplente: Reginaldo Conceição Amorim
Fórum Estadual de Trabalhadores e
Trabalhadoras do
Suas (FETSuas-MT)
Suplente: Tassiely Karine Passos

Secretaria Executiva do Ceas:


Alda Souza Lelis Costa

Equipe Técnica e Administrativa do Ceas


Rondenelly César Marques de Arruda
Maria Neide Nazário Barros

Estagiários
Isabelly Alencar da Conceição
Edmilson dos Santos Nogueira
Zenaide Oliveira Brito
29 de Agosto de 2023
<BEGIN:1490034:30>
Diário Oficial Nº 28.573 Página 30
Resolução Nº 125/2023/NEEP/SETASC/MT

Aprova o Plano Estadual de Capacitação do Sistema Único de Assistência Social do Estado de Mato Grosso - Ano 2023/2024.

O Núcleo Estadual de Educação Permanente do Sistema Único de Assistência Social - NEEP/SUAS/MT, de acordo com as competências estabelecidas em
seu Regimento Interno e, dando cumprimento à decisão qualificada no Plenário em sua 2ª Reunião Ordinária de 2023, realizada no dia 28 de junho de 2022.
Considerando que a educação permanente na assistência social, prevista no artigo 6º da Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS, Lei nº 8.742, de 07 de
dezembro de 1993, integra o conjunto de ações da Gestão do Trabalho no SUAS;
Considerando a Resolução Nº 4, de 13 de março de 2013, do Conselho Nacional de Assistência Social, que institui a Política Nacional de Educação
Permanente do Sistema Único de Assistência Social - PNEP/SUAS;
Considerando a Resolução Nº 08/2022/CIB/SETASC/MT, da Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Assistência Social de Mato Grosso - CIB/
SUAS/MT, que pactua as diretrizes do Programa Estadual de Educação Permanente do Sistema Único de Assistência Social de Mato Grosso - EducaSUAS
MT.
RESOLVE:
Art. 1º. Aprovar o Plano Estadual de Capacitação do Sistema Único de Assistência Social do Estado de Mato Grosso - Ano 2023/2024.
Art. 2º. Anexo a esta resolução segue o planejamento das Ações de Apoio Técnico e Educação Permanente, que passa a ser parte integrante do Plano
Estadual de Capacitação do Sistema Único de Assistência Social do Estado de Mato Grosso - Ano 2023/2024.
Art. 3º O Plano Estadual de Capacitação do Sistema Único de Assistência Social do Estado de Mato Grosso - Ano 2023/2024, aprovado pela presente
Resolução, será disponibilizado no sítio eletrônico da SETASC/MT (www. gov.br).
Art. 4º. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação.

Publique-se. Registra-se. Cumpra-se.

Cuiabá-MT, 22 de junho de 2023.

(original assinado)
Sheila Carla de Queiroz Gomes Coordenadora do Núcleo Estadual de Educação Permanente do Sistema Único de Mato Grosso - NEEP/SUAS/MT

Anexo
Plano Estadual de Capacitação do Sistema Único de Assistência Social do Estado de Mato Grosso - Ano 2023/2024.

Planejamento das Ações de Apoio Técnico e Educação Permanente - Ano 2023 a 2024
Tipo de Capacitação / Carga
Percurso Formativo Tema Público Alvo Modalidade Data de Oferta
Apoio Técnico Horária
Supervisão Técnica para
Trabalhadores da Gestão
Gestão do SUAS trabalhadores do SUAS da Supervisão Técnica Presencial/EAD Maio de 2022 à 164 horas
Estadual do SUAS MT
Gestão Estadual maio de 2023
Supervisão Técnica para
Janeiro a
elaboração do Plano Trabalhadores da Gestão
Gestão do SUAS Supervisão Técnica Presencial dezembro de 60 horas
Estadual de Assistência Estadual do SUAS MT
2023
Social
Provimento de Serviços e
Introdução à Gestão da Coordenadores de Unidades da
Benefícios Socioassisten-
Rede de Serviços Socioas- Introdutório Rede de Serviços Socioassis- EAD Fevereiro a
ciais e Gestão do SUAS 40 horas
sistenciais tenciais junho de 2023

Provimento de Serviços Técnicos de Referência de nível


Trabalho Social com as março a
e Benefícios Socioassis- Introdutório superior do PAIF e da equipe EAD
Famílias no âmbito do PAIF setembro de 20 horas
tenciais volante
2023
Profissionais que trabalham no
Provimento de Serviços CREAS, Acolhimento de Adultos
Acolhimento Institucional e
e Benefícios Socioassis- Introdutório e Famílias, Abordagem Social, Fevereiro a
familiar EAD 20 horas
tenciais Centro POP, vagas para CIAMP e julho 2023
profissionais da Gestão Estadual.
Trabalhadores, gestores
Provimento de Serviços Introdução aos pro-
e conselheiros do SUAS
e Benefícios Socioassis- fissionais dos SUAS Introdutório
ingressantes na Política de EAD Contínuo 40 horas
tenciais ingressantes
Assistência Social
Gestores, trabalhadores do
Provimento de Serviços SUAS municipais, conselheiros
Metodologia de Trabalho
e Benefícios Socioassis- estaduais de assistência social
com Idosos Introdutório EAD Outubro 2023 24 horas
tenciais e conselheiros de defesa de
direitos da pessoa idosa
Provimento de Serviços Técnicos de referência de nível
Metodologia de Trabalho
e Benefícios Socioassis- superior dos serviços socioas-
em Grupos - PSB e PSE Introdutório EAD Outubro 2023 20 horas
tenciais sistenciais
Provimento de Serviços Serviço de Acolhimento Trabalhadores do SUAS
e Benefícios Socioassis- de Adultos e Famílias e Introdutório (equipe técnica, cuidadores e
Presencial Setembro 2023 20 horas
tenciais Abordagem Social orientadores)
Coordenador(a) do Programa
Bolsa Família e técnicos
municipais do Cadastro Único
Provimento de Serviços
Formulário do Cadastro que atuam diretamente nas
e Benefícios Socioassis- Janeiro a
Único Introdutório entrevistas das famílias perfil Presencial 24 horas
tenciais dezembro 2023
Cadastro Único, que ainda
não participaram do curso de
Formulários do Cadastro Único.
Supervisores e Visitadores do Janeiro a
Programa Criança Feliz Guia de Visita Domiciliar Introdutório Presencial 40 horas
PCF. dezembro 2023
Cuidados para o Desenvol- Supervisores e Visitadores do Janeiro a
Programa Criança Feliz Presencial 40 horas
vimento da Criança - PCF Introdutório PCF. dezembro 2023

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão - SEPLAG - Imprensa Oficial - IOMAT
29 de Agosto de 2023 Diário Oficial Equipe municipal do Programa
Nº 28.573 Página 31

Criança Feliz e demais pro-


Programa Criança Feliz Janeiro a
Sistema ePCF Introdutório fissionais que atuam junto ao Presencial 20 horas
dezembro 2023
programa a nível municipal
Encontro Estadual sobre
Provimento de Serviços
elaboração e guarda de
e Benefícios Socioassis- Técnicos de referência dos 20 horas
documentos produzidos no Encontro Técnico Presencial dezembro 2023
tenciais serviços socioassistenciais
âmbito do SUAS
Provimento de Serviços Oficina Virtual Plano de
e Benefícios Socioassis- Acompanhamento Familiar Oficina julho a 2 horas
Técnicos de referência do PAIF Virtual
tenciais - PAF - 580 dezembro 2023
Provimento de Serviços Web Encontro Estadual
outubro 2023 e
e Benefícios Socioassis- sobre os Benefícios Socio- Videoconferência Técnicos de referência Virtual 2 horas
junho de 2024
tenciais assistenciais
Gestão do SUAS,
Gestores, trabalhadores do Abril, junho,
Provimento de Serviços e Encontro Técnico Integrado
Encontro Técnico SUAS municipais, conselheiros Presencial agosto, outubro A Definir
Benefícios Socioassisten- SUAS/MT
estaduais de assistência socia e dezembro
ciais Controle Social
Membros do CIAMP-MT
Estadual e Municipais, Repre-
sentantes Movimento NAcional
de População em Situação
de Rua, trabalhadores dos
Centros POP, CREAS, unidades
de acolhimento para adultos
e famílias, Proteção Social
Especial na Gestão, Repre-
sentantes dos Conselhos de
Encontro Estadual Interse- Direitos, Representantes de
03 a 05 de julho
CIAMP-RUA/MT torial para População em Encontro Técnico Instituições e Organizações Presencial 20 horas
2023
Situação de Rua. da Sociedade Civil que
desenvolvam trabalhos com a
população em situação de rua,
Representantes de instituições
de ensino superior, Represen-
tantes do CEAS, Habitação,
Segurança Alimentar (CONSEA),
Segurança Pública, Educação,
Saúde, SECEL, Sistema de
Justiça, SETASC e pessoas em
situação de rua.

Coordenador Municipal CAD/


PBF (área: Assistência Social),
Técnico(a)s de Referência do
PAIF, responsáveis pelo PAIF
Acompanhamento Familiar
(área: Assistência Social);
Apoio Técnico Intersetorial Coordenador PBF Educação
Cadastro Único e PBF “Acompanhamento das Videoconferência (área: Educação), Coordenador Virtual 15 a 16/08 04 horas
condicionalidades do PBF” PBF na Saúde (área: Saúde);
Coordenador Regional de
Alimentação e Nutrição (área:
Saúde);
Membro do Conselho Municipal
(CMAS) e estadual (CEAS) de
Assistência Social;

Oficina sobre GPTEs


(Grupos Populacionais Coordenador CAD/PBF e um
Cadastro Único e PBF Tradicionais e específicos) Oficina representante da equipe técnica presencial 26 a 28/09 24 horas
e demais grupos de referência
prioritários do PROCAD

Coordenador CAD/PBF,
Apoio Técnico online operador/entrevistador do
Cadastro Único e PBF Videoconferência Virtual 08/11/2023 02 horas
“Cadúnico e BPC” CadÚnico e equipe técnica de
referência

<END:1490034:31>

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão - SEPLAG - Imprensa Oficial - IOMAT
03 de Julho de 2023
<BEGIN:1471009:38>
Diário Oficial Nº 28.532 Página 38
COMISSÃO INTERGESTORES BIPARTITE DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - CIB/SUAS
RESOLUÇÃO Nº 05, DE 28 DE JUNHO DE 2023.

Dispõe sobre a pactuação do Plano Estadual de Capacitação do Sistema Único de Assistência


Social do Estado de Mato Grosso - Ano 2023/2024.

A COMISSÃO INTERGESTORES BIPARTITE DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - CIB/SUAS/MT, de acordo com as competências
estabelecidas em seu Regimento Interno e na Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social - NOB/SUAS, disposta na Resolução nº
33, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS,
CONSIDERANDO que a educação permanente na assistência social, prevista no artigo 6º da Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS, Lei nº 8.742, de
07 de dezembro de 1993, integra o conjunto de ações da Gestão do Trabalho no SUAS;
CONSIDERANDO a Resolução nº 145, de 15 de outubro de 2004, do CNAS, que aprova a Política Nacional de Assistência Social - PNAS;
CONSIDERANDO a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS - NOB-RH/SUAS, aprovada pela Resolução CNAS nº 269, de 13 de
dezembro de 2006, onde em seu item V estabelece as diretrizes para a política nacional de capacitação;
CONSIDERANDO Resolução nº 33, de 12 de dezembro de 2012, do CNAS que aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência
Social - NOB/SUAS;
CONSIDERANDO a Resolução Nº 4, de 13 de março de 2013, do Conselho Nacional de Assistência Social, que institui a Política Nacional de Educação
Permanente do Sistema Único de Assistência Social - PNEP/SUAS;
CONSIDERANDO a Resolução nº 6 de 13 de abril de 2016, do CNAS, que estabelece parâmetros para a Supervisão Técnica no âmbito do SUAS, em
consonância com a Política Nacional de Educação Permanente do SUAS - PNEP/SUAS;
CONSIDERANDO a Resolução n° 08, de 27 de outubro de 2016, do Conselho Estadual de Assistência Social de Mato Grosso - CEAS/MT, que constitui e
normatiza a organização, funcionamento e atribuições do Núcleo Estadual de Educação Permanente do Sistema Único de Assistência Social, no Estado
de Mato Grosso, e dá outras orientações.
CONSIDERANDO a Resolução nº 1, de 22 de fevereiro de 2017, da Comissão Intergestores Tripartite -CIT, que define as prioridades e metas para os
estados e Distrito Federal no âmbito do Pacto de Aprimoramento do Sistema Único de Assistência Social;
CONSIDERANDO a Resolução nº 08, de 06 de dezembro de 2018, da CIT, que pactua diretrizes e ações para oferta de apoio técnico no Sistema Único de
Assistência Social - SUAS.
CONSIDERANDO a Resolução nº 03, 19 de fevereiro de 2019, do CNAS, que aprova ações e estratégias para oferta de apoio técnico para gestores e
técnicos do Sistema Único de Assistência Social;
CONSIDERANDO a Resolução do nº 01, 07 de fevereiro de 2020, do CEAS/MT, que aprova o Plano Estadual de Assistência Social para o quadriênio de
2020-2023;
CONSIDERANDO a Lei nº 11.664, de 10 de janeiro de 2022, que institui a Política Estadual de Assistência Social, dispõe sobre as normas operacionais e
gerenciais do Sistema Único de Assistência Social no Estado de Mato Grosso - SUAS-MT e dá outras providências.
CONSIDERANDO a Resolução Nº 08/2022/CIB/SETASC/MT, da Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Assistência Social de Mato Grosso
- CIB/SUAS/MT, que pactua as diretrizes do Programa Estadual de Educação Permanente do Sistema Único de Assistência Social de Mato Grosso -
EducaSUAS MT.
CONSIDERANDO a Resolução Nº 001/2023/NEEP/SETASC/MT, que aprova Plano Estadual de Capacitação do Sistema Único de Assistência Social do
Estado de Mato Grosso - Ano 2023/2024.
RESOLVE:
Art. 1º. Pactuar o Plano Estadual de Capacitação do Sistema Único de Assistência Social do Estado de Mato Grosso - Ano 2023/2024.
Art. 2º. Anexo a esta resolução segue o planejamento das Ações de Apoio Técnico e Educação Permanente, que passa a ser parte integrante do Plano
Estadual de Capacitação do Sistema Único de Assistência Social do Estado de Mato Grosso - Ano 2023/2024.
Art. 3º O Plano Estadual de Capacitação do Sistema Único de Assistência Social do Estado de Mato Grosso - Ano 2023/2024, aprovado pela presente
Resolução, será disponibilizado no Blog da Gestão do Trabalho no SUAS (https://gestaodotrabalhosuasmt.wordpress.com/).
Art. 4º - Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua assinatura.
Cuiabá-MT, 28 de junho de 2023.

(ORIGINAL ASSINADA)
GRASIELLE PAES SILVA BUGALHO
Secretária de Estado de Assistência Social e Cidadania
Coordenadora Geral da Comissão Intergestores Bipartite
do Sistema Único de Assistência Social - CIB/SUAS/MT

(ORIGINAL ASSINADA)
JUCELIA GONÇALVES FERRO
Presidente do Colegiado Estadual de
Gestores Municipais de Assistência Social
COEGEMAS/MT

Anexo
Plano Estadual de Capacitação do Sistema Único de Assistência Social do Estado de Mato Grosso - Ano 2023/2024.

Planejamento das Ações de Apoio Técnico e Educação Permanente - Ano 2023 a 2024
Percurso Formativo Tema Tipo de Capacitação / Público Alvo Modalidade Data de Oferta Carga
Apoio Técnico Horária
Gestão do SUAS Supervisão Técnica para Supervisão Técnica Trabalhadores da Gestão Presencial/EAD 164 horas
trabalhadores do SUAS da Estadual do SUAS MT Maio de 2022 à
Gestão Estadual maio de 2023
Gestão do SUAS Supervisão Técnica para Supervisão Técnica Trabalhadores da Gestão Presencial Janeiro a 60 horas
elaboração do Plano Estadual do SUAS MT dezembro de
Estadual de Assistência 2023
Social
Provimento de Serviços e Introdução à Gestão da Introdutório Coordenadores de Unidades da EAD Fevereiro a 40 horas
Benefícios Socioassisten- Rede de Serviços Socioas- Rede de Serviços Socioassis- junho de 2023
ciais e Gestão do SUAS sistenciais tenciais
Provimento de Serviços Trabalho Social com as Introdutório Técnicos de Referência de nível EAD março a 20 horas
e Benefícios Socioassis- Famílias no âmbito do PAIF superior do PAIF e da equipe setembro de
tenciais volante 2023
Provimento de Serviços Acolhimento Institucional e Introdutório Profissionais que trabalham EAD Fevereiro a 20 horas
e Benefícios Socioassis- familiar no CREAS, Acolhimento de julho 2023
tenciais Adultos e Famílias, Abordagem
Social, Centro POP, vagas para
CIAMP e profissionais da Gestão
Estadual.
Provimento de Serviços Introdução aos pro- Introdutório Trabalhadores, gestores EAD Contínuo 40 horas
e Benefícios Socioassis- fissionais dos SUAS e conselheiros do SUAS
tenciais ingressantes ingressantes na Política de
Assistência Social

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão - SEPLAG - Imprensa Oficial - IOMAT
03 de Julho de 2023
Provimento de Serviços Metodologia de Trabalho
Diário Oficial
Introdutório Gestores, trabalhadores do
Nº 28.532
EAD out/23
Página 39
24 horas
e Benefícios Socioassis- com Idosos SUAS municipais, conselheiros
tenciais estaduais de assistência social
e conselheiros de defesa de
direitos da pessoa idosa
Provimento de Serviços Metodologia de Trabalho Introdutório Técnicos de referência de nível EAD Outubro 2023 20 horas
e Benefícios Socioassis- em Grupos - PSB e PSE superior dos serviços socioas-
tenciais sistenciais
Provimento de Serviços Serviço de Acolhimento Introdutório Trabalhadores do SUAS Presencial set/23 20 horas
e Benefícios Socioassis- de Adultos e Famílias e (equipe técnica, cuidadores e
tenciais Abordagem Social orientadores)
Provimento de Serviços Formulário do Cadastro Introdutório Coordenador(a) do Programa Presencial Janeiro a 24 horas
e Benefícios Socioassis- Único Bolsa Família e técnicos dezembro 2023
tenciais municipais do Cadastro Único
que atuam diretamente nas
entrevistas das famílias perfil
Cadastro Único, que ainda
não participaram do curso de
Formulários do Cadastro Único.
Programa Criança Feliz Guia de Visita Domiciliar Introdutório Supervisores e Visitadores do Presencial Janeiro a 40 horas
PCF. dezembro 2023
Programa Criança Feliz Cuidados para o Desenvol- Introdutório Supervisores e Visitadores do Presencial Janeiro a 40 horas
vimento da Criança - PCF PCF. dezembro 2023
Programa Criança Feliz Sistema ePCF Introdutório Equipe municipal do Programa Presencial Janeiro a 20 horas
Criança Feliz e demais pro- dezembro 2023
fissionais que atuam junto ao
programa a nível municipal
Provimento de Serviços Encontro Estadual sobre Encontro Técnico Técnicos de referência dos Presencial dez/23 20 horas
e Benefícios Socioassis- elaboração e guarda de serviços socioassistenciais
tenciais documentos produzidos no
âmbito do SUAS
Provimento de Serviços Oficina Virtual Plano de Oficina Técnicos de referência do PAIF Virtual julho a 2 horas
e Benefícios Socioassis- Acompanhamento Familiar dezembro 2023
tenciais - PAF - 580
Provimento de Serviços Web Encontro Estadual Videoconferência Técnicos de referência Virtual outubro 2023 e 2 horas
e Benefícios Socioassis- sobre os Benefícios Socio- junho de 2024
tenciais assistenciais
Gestão do SUAS, Encontro Técnico Integrado Encontro Técnico Gestores, trabalhadores do Presencial Abril, junho, A Definir
Provimento de Serviços e SUAS/MT SUAS municipais, conselheiros agosto, outubro
Benefícios Socioassisten- estaduais de assistência socia e dezembro
ciais Controle Social
CIAMP-RUA/MT Encontro Estadual Interse- Encontro Técnico Membros do CIAMP-MT Presencial 03 a 05 de julho 20 horas
torial para População em Estadual e Municipais, Repre- 2023
Situação de Rua. sentantes Movimento NAcional
de População em Situação
de Rua, trabalhadores dos
Centros POP, CREAS, unidades
de acolhimento para adultos
e famílias, Proteção Social
Especial na Gestão, Repre-
sentantes dos Conselhos de
Direitos, Representantes de
Instituições e Organizações
da Sociedade Civil que
desenvolvam trabalhos com a
população em situação de rua,
Representantes de instituições
de ensino superior, Represen-
tantes do CEAS, Habitação,
Segurança Alimentar (CONSEA),
Segurança Pública, Educação,
Saúde, SECEL, Sistema de
Justiça, SETASC e pessoas em
situação de rua.
Cadastro Único e PBF Apoio Técnico Intersetorial Videoconferência Coordenador Municipal CAD/ Virtual 15 a 16/08 04 horas
“Acompanhamento das PBF (área: Assistência Social),
condicionalidades do PBF”
Técnico(a)s de Referência do
PAIF, responsáveis pelo PAIF
Acompanhamento Familiar
(área: Assistência Social);

Coordenador PBF Educação


(área: Educação), Coordenador
PBF na Saúde (área: Saúde);
Coordenador Regional de
Alimentação e Nutrição (área:
Saúde);

Membro do Conselho Municipal


(CMAS) e estadual (CEAS) de
Assistência Social;
Cadastro Único e PBF Oficina sobre GPTEs Oficina Coordenador CAD/PBF e um Presencial 26 a 28/09 24 horas
(Grupos Populacionais representante da equipe técnica
Tradicionais e específicos) de referência
e demais grupos prioritários
do PROCAD
Cadastro Único e PBF Apoio Técnico online Videoconferência Coordenador CAD/PBF, Virtual 08/11/2023 02 horas
“CadÚnico e BPC” operador/entrevistador do
CadÚnico e equipe técnica de
referência
<END:1471009:39>

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão - SEPLAG - Imprensa Oficial - IOMAT
Identificação

Identificação Secretaria Adjunta de Assistência Social


Poder e Órgão de Vinculação
Poder: Executivo
Órgão de Vinculação: Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania
Identificação da Unidade:
Denominação Completa: Secretaria Adjunta de Assistência Social
Denominação Abreviada: SAAS
CNPJ: 03.507.415/0009-00
Principal Atividade: Assistência Social
Endereço Eletrônico: saas@setasc.mt.gov.br / Página da Internet: www.setasc.mt.gov.br
Endereço: Rua Jornalista Amaro de Figueiredo Falcão, 503 - Cpa I, Cuiabá - MT, 78055-125,
Telefone: (65) 3613-5700

3
Lista de Gráficos

Gráfico 1: Extrema Pobreza em Mato Grosso, conforme faixa etária.


Gráfico 2: Percentual de formulários respondidos conforme a divisão de Pólos Regionais em Mato
Grosso/2021.
Gráfico 3: Identificação de Gênero dos Participantes.
Gráfico 4: Grau de escolaridade dos trabalhadores da Assistência Social de Mato grosso, que
responderam aos formulários no ano de 2021.
Gráfico 5: Percentual de trabalhadores da Assistência Social que responderam aos formulários em 2021,
conforme formação profissional.
Gráfico 6: Tempo de Atuação na Política de Assistência Social, considerando os profissionais que
responderam aos formulários em 2021.
Gráfico 7: Percentual por tipo de vínculo empregatício, conforme respostas dos formulários preenchidos
pelos trabalhadores da Assistência Social em 2021.
Gráfico 8: Percentual de participantes que responderam aos formulários e que estão em situação de
acúmulo de função.
Gráfico 9: Comparativo dos níveis de IDCRAS RH nos municípios de Mato Grosso, no período de 2018
a 2020.
Gráfico 10: Unidades de CRAS de Mato Grosso que receberam e/ou realizaram encaminhamentos
oriundos do Conselho, segundo o Censo SUAS /2021.
Gráfico 11: Quantitativo e percentual de Unidades de CRAS que receberam demandas ou realizaram
encaminhamentos ao Sistema Judiciário, de acordo com o Censo SUAS.

4
Lista de Tabelas

Tabela 1: Equipamentos da Rede Socioassistencial do SUAS- MT


Tabela 2: Quantitativo de Atendimentos Realizados pela Equipe Volante nas Comunidades
Tabela 3 :Municípios de Mato Grosso, segundo IDCras Médio (2021)
Tabela 4: Distribuição dos municípios conforme média de IDCras, nos anos de 2021 e 2019
Tabela 5: IDCras segundo dimensões, maiores e menores notas
Tabela 6: Profissionais lotados nas Unidades de Cras, segundo perfil profissional
Tabela 7: Tipo de vínculo empregatício dos profissionais dos Cras
Tabela 8: Distribuição de Creas, Centros Dia e Centro Pop, segundo porte populacional
Tabela 9: Municípios de Mato Grosso, segundo IDCreas Médio, 2021
Tabela 10: Profissionais lotados nas Unidades de Creas, segundo perfil profissional
Tabela 11: Quantidade de Profissionais das Unidades de Creas, conforme vínculo empregatício
Tabela 12: Distribuição de profissionais por equipamento, conforme vínculo empregatício
Tabela 13: Agrupamento dos Municípios por 3 Blocos de Pólos Regionais
Tabela 14: Representatividade da amostra
Tabela 15: Percentual das ações “mais relevantes” no âmbito da Gestão do SUAS
Tabela 16: Distribuição quantitativa dos municípios, conforme Níveis de IDCREAS RH, no período de
2018 a 2020
Tabela 17: Percentual das ações “mais relevantes” na Regulação e Gestão Financeira.
Tabela 18: Regulação e Gestão Financeira sobre a “Rede Socioassistencial Privada”
Tabela 19: Vigilância Socioassistencial
Tabela 20: Percentual das ações “mais relevantes” na Gestão do Trabalho e Educação Permanente do
Suas
Tabela 21: Percentual das ações “mais relevantes” na Gestão do Cadastro Único e do Programa Bolsa
Família
Tabela 22: Percentual das ações “mais relevantes” da Proteção Social Básica
Tabela 23: Percentual das ações “mais relevantes” acerca da Proteção Social Especial de Média
Complexidade, de acordo com os trabalhadores da Proteção Social Básica
Tabela 24: Perguntas relacionadas a Contra Referência Cras/Creas, respondidas por 178 Unidades de
Cras de Mato Grosso/ 2020
Tabela 25: Percentual das ações “mais relevantes” acerca dos Aspectos Transversais, de acordo com
os trabalhadores da Proteção Social Básica

5
Tabela 26: Público atendido pela Equipe Volante em Mato Grosso, em 2020
Tabela 27: Cadastro Único por Grupos Populacionais Tradicionais Específicos
Tabela 28: Percentual das ações mais relevantes de acordo com profissionais da Proteção Social Básica,
acerca dos “Benefícios Assistenciais”
Tabela 29: Percentual das ações mais relevantes de acordo com profissionais da Proteção Social Básica,
acerca do “Benefício de Prestação Continuada”
Tabela 30: Percentual das ações mais relevantes de acordo com profissionais da Proteção Social Básica,
acerca do “Benefício Eventual”
Tabela 31: Percentual das ações mais relevantes de acordo com profissionais da Proteção Social Básica,
acerca de “Outras Políticas Públicas”
Tabela 32: Percentual das ações mais relevantes de acordo com profissionais da Proteção Social Básica,
acerca do “Sistema de Justiça e Sistema de Garantia de Direitos”
Tabela 33: Percentual das ações mais relevantes segundo os profissionais da Proteção Social Especial
de Média Complexidade, sobre a “Proteção Social Básica”
Tabela 34: Unidades de Creas que utilizam Instrumentos Técnico Operativos, segundo o Censo Suas
2021
Tabela 35: Percentual das ações mais relevantes de acordo com os profissionais da Proteção Social
Especial de Média Complexidade, acerca da “Proteção Social Especial de Alta Complexidade”
Tabela 36: Unidades de Acolhimento quanto ao uso do PIA, segundo o Censo Suas 2021
Tabela 37: Percentual das ações mais relevantes de acordo com os profissionais da Proteção Social
Especial de Média Complexidade, acerca dos “Aspectos Transversais”
Tabela 38: Situações vivenciadas por Crianças e Adolescentes atendidas pelos Creas, segundo o Censo
Suas 2021
Tabela 39: Percentual das ações mais relevantes segundo os profissionais da Proteção Social Especial
de Média Complexidade, acerca dos “Benefícios Assistenciais”
Tabela 40: Percentual das ações mais relevantes de acordo com os profissionais da Proteção Social
Especial de Média Complexidade, acerca do AEPETI
Tabela 41: Percentual das ações mais relevantes de acordo com os trabalhadores da Proteção Social
Especial de Média Complexidade, acerca de “Outras Políticas Públicas”

6
Lista de Siglas

AEPETI Ações Estratégicas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil


BPC Benefício de Prestação Continuada
CadÚnico Cadastro Único
Ceas Conselho Estadual de Assistência Social
Cecad Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico
Centro Pop Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua
CF Constituição Federal
CIB Comissão Intergestores Bipartite
CIT Comissão Intergestores Tripartite
CMAS Conselho Municipal de Assistência Social
CNAS Conselho Nacional de Assistência Social
Coegemas Colegiado Estadual de Gestores Municipais de Assistência Social
Cras Centro de Referência de Assistência Social
Creas Centro de Referência Especializado de Assistência Social
Cress Conselho Regional de Serviço Social
CRP Conselho Regional de Psicologia
EAD Educação a Distância
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente
Feas Fundo Estadual de Assistência Social
FETSuas Fórum Estadual dos Trabalhadores do Suas
IDCras Índice de Desenvolvimento do Cras
IDCreas Índice de Desenvolvimento do Creas
IES Instituição de Ensino Superior
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
LBA Legião Brasileira de Assistência
LOA Lei Orçamentária Anual
Loas Lei Orgânica da Assistência Social
MDS Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
MEC Ministério da Educação
7
Neep/Suas-MT Núcleo Estadual de Educação Permanente do Suas de Mato Grosso
NOB/Suas Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social
NOB-RH/Suas Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Suas
OAB Ordem do Advogados do Brasil
OIT Organização Internacional do Trabalho
Paif Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família
PCCS Plano de Cargos, Carreiras e Salários
Peas Plano Estadual de Assistência Social
Peep/Suas Plano Estadual de Educação Permanente do Suas
Peti Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
PIA Plano Individual de Atendimento
PNAS Política Nacional de Assistência Social
PNEP/Suas Política Nacional de Educação Permanente do Suas
PPA Plano Plurianual
PSE Proteção Social Especial
Saas Secretaria Adjunta de Assistência Social
SCFV Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
Setas Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social
Setasc Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania
Setec Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego, Cidadania
Setecs Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social
Siconv Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse
Sindes Sindicato dos Trabalhadores de Desenvolvimento Econômico e Social
STF Trabalho Social com Famílias
Suas Sistema Único da Assistência Social
SUS Sistema Único de Saúde
TIC Tecnologias de Informação e Comunicação
UFMT Universidade Federal de Mato Grosso

8
SUMÁRIO

Apresentação .................................................................................................................. 11
Fundamentação Teórica .................................................................................................. 13
Objetivos ......................................................................................................................... 21
Objetivo Geral ........................................................................................................................ 21
Objetivos Específicos............................................................................................................... 21
A Assistência Social em Mato Grosso ............................................................................... 22
Diagnóstico Socioterritorial do Estado de Mato Grosso .................................................... 24
Equipes Volantes .................................................................................................................... 25
IDCras ..................................................................................................................................... 26
Número e Distribuição de Recursos Humanos ............................................................................................. 30
Proteção Social Especial .......................................................................................................... 31
Proteção Social Especial de Média Complexidade .................................................................... 31
Número e distribuição de Recursos Humanos.............................................................................................. 33

Levantamento de Necessidades de Formação e Capacitação ............................................ 36


Identificação dos Participantes ................................................................................................ 37
Identificação de Gênero ............................................................................................................................... 38
Grau de Escolaridade .................................................................................................................................... 39
Formação Profissional .................................................................................................................................. 40
Tempo de Atuação na Política de Assistência Social .................................................................................... 41
Vínculo Funcional.......................................................................................................................................... 42
Acúmulo de Função ...................................................................................................................................... 43
Demandas de Capacitação ...................................................................................................... 44
Filtros Aplicados ............................................................................................................................................ 44
Pressupostos Metodológicos ........................................................................................................................ 47
Representatividade da Amostra ................................................................................................................... 49

Resultados do Levantamento de Demandas de Capacitação de Trabalhadores, Gestores e


Conselheiros de Assistência Social (2021) ......................................................................... 51
Gestão do Suas ....................................................................................................................... 51
Regulação e Gestão Financeira do Suas.................................................................................... 53
Vigilância Socioassistencial...................................................................................................... 55
Gestão do Trabalho e Educação Permanente do Suas............................................................... 56
Gestão do Cadastro Único e do Programa Bolsa Família ........................................................... 57
Proteção Social Básica ............................................................................................................. 58
Proteção Social Especial de Média Complexidade .................................................................... 70
Proteção Social Especial de Alta Complexidade ........................................................................ 72
Panorama das ações de Educação Permanente realizadas em 2020-2022......................... 80
Duração e período do Plano de Capacitação do Suas ........................................................ 82

9
Planejamento das Ações de Apoio Técnico e Educação Permanente – Ano 2023 a 2024 .... 84
Definição das Ações de Apoio Técnico e Educação Permanente – Ano 2023 ............................... 87
Certificação e Avaliação de Desempenho ......................................................................... 90
Programa Nacional CapacitaSuas .................................................................................... 91
Modalidades das Ações de Capacitação ........................................................................... 93
Programa Nacional CAPACITASUAS ......................................................................................... 94
Orçamento ...................................................................................................................... 95
Monitoramento e Avaliação ............................................................................................ 96
Referências ..................................................................................................................... 97

10
APRESENTAÇÃO

A publicação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) em 2004, seguida pela Norma
Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social (NOB/Suas) em 2005, e, posteriormente,
pela Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Suas (NOB-RH/Suas) em 2006, evidenciaram
a necessidade de investimentos em formação e capacitação permanentes e contínuas aos gestores,
trabalhadores e conselheiros do Sistema Único da Assistência Social (Suas), com vistas à otimização do
atendimento aos usuários da política pública de Assistência Social.
Assim sendo, a Política Nacional de Educação Permanente do Suas (PNEP/Suas), instituída
pela Resolução nº 04, de 13 de março de 2013, do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS),
estabelece o marco norteador para estados, municípios e Distrito Federal na construção de seus Planos
de Educação Permanente do Suas, e, apresenta, como objetivo geral, institucionalizar, no âmbito do
Suas, a perspectiva político-pedagógica e a cultura da educação permanente, estabelecendo suas
diretrizes e princípios e definindo os meios, instrumentos e arranjos institucionais necessários à sua
operacionalização e efetivação.
Com vistas ao que preconiza a PNEP/Suas, a busca pela melhoria na qualidade do
atendimento dos serviços socioassistenciais prestados à população em situação de vulnerabilidade e
risco social, é um dos objetivos dos trabalhadores da Coordenadoria de Gestão do Trabalho e membros
do Núcleo Estadual de Educação Permanente do Suas de Mato Grosso (Neep/Suas-MT). Um dos
caminhos para atingi-lo é a frequente formação e capacitação de gestores, trabalhadores e conselheiros
que atuam na Assistência Social, seja no âmbito da gestão do Suas, dos serviços socioassistenciais ou
controle social, e, destinando-se a todos os atores do Suas, com ensino fundamental, médio e superior,
da rede socioassistencial governamental e não governamental, no exercício de suas competências e
responsabilidades.
Em Mato Grosso, o Neep/Suas – instância consultiva e de assessoramento – foi instituído
através da Portaria nº. 43/2014/GAB-SEC/SETAS-MT de 29 de outubro de 2014; enquanto que a
Resolução n.º 08, de 27 de outubro de 2016, do Conselho Estadual de Assistência Social (Ceas) instituiu
e normatizou a organização, funcionamento e atribuições do Neep/Suas-MT. É possível destacar, ainda,
a aprovação de seu Regimento Interno, através da Portaria Nº 170/2022/Setasc, publicado no Diário
Oficial de 11 de novembro de 2022.
Assinala-se que a normatização e implantação do Neep/Suas em Mato Grosso é de
fundamental importância para o alcance de ações permanentes de valorização de gestores,

11
trabalhadores e conselheiros do Suas, e, melhoraria na qualidade dos serviços socioassistenciais
prestados aos cidadãos mato-grossenses.
Em Mato Grosso, o Neep/Suas-MT é composto por representantes de diversos órgãos, como:
a Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc), o Conselho Estadual de Assistência
Social (Ceas), Conselho Regional de Serviço Social (Cress), Conselho Regional de Psicologia (CRP),
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Sindicato dos Trabalhadores de Desenvolvimento
Econômico e Social (Sindes), Ordem do Advogados do Brasil (OAB), Colegiado Estadual de Gestores
Municipais de Assistência Social (Coegemas) e o Fórum Estadual dos Trabalhadores do Suas
(FETSuas).
Sabe-se que há ainda muito a se fazer e que a elaboração do Plano Estadual de Capacitação
do Suas é apenas o começo da trajetória para a implementação da PNEP/Suas no estado. Isto posto, a
Secretaria Adjunta de Assistência Social (Saas), ao conferir mais um passo nesta caminhada, apresenta
o Plano Estadual de Capacitação do Suas de Mato Grosso para o ano de 2023-2024.
Ademais, o ano de 2023, configura-se um ano para a construção do próximo Plano Estadual
de Assistência Social (Peas-MT), que alinhado ao Plano Plurianual (PPA), deverá subsidiar o Plano
Estadual de Educação Permanente do SUAS (Peep/Suas-MT) do próximo quadriênio 2024/2027.
Por sua vez, o Plano Estadual de Capacitação do Suas-2023, tem como base o PPA iniciado
em 2020, e em conformidade com o Levantamento para Identificação de Demandas de Capacitação de
trabalhadores, gestores e conselheiros do Suas, realizado no ano de 2021 e sistematizado no ano de
2022.

12
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Assistência Social no Brasil conquistou “status” de política pública garantidora de direitos


com o advento da aprovação da Constituição Federal (CF) de 1988 e com a sua promulgação.
Posteriormente à CF/88, foi criada a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) ou Lei Federal n.º
8.742/1993, que dispõe sobre a organização da Assistência Social no Brasil, bem como estrutura o seu
funcionamento no que tange a operacionalização, a gestão, o controle social, o financiamento, os
benefícios, serviços e programas que permeiam a política.
Com a criação do Suas, a Assistência Social estabelece-se como um sistema único, integrado,
descentralizado e participativo, o que contribui para estreitar o distanciamento entre a população e o
acesso aos direitos sociais.
Além dos instrumentais jurídicos já mencionados, foram estabelecidos diversos dispositivos
legais que complementam o arcabouço já existente, fortalecendo a participação e o avanço da política
de Assistência Social no país. Tais dispositivos se materializaram em normativas, diretrizes e orientações
técnicas amplamente discutidas e pactuadas nas Comissões de Gestão compartilhada e nas Comissões
Intergestores Tripartite e Bipartite (CIT) e (CIB) e aprovadas pelo Conselho Nacional, Conselhos
Estaduais e Municipais de Assistência Social (CNAS), (Ceas) e (CMAS). São basilares as normativas:
PNAS/2004, NOB-RH/2006, Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais/2009 e a
NOB/Suas/2012.
Dentro do contexto da Política de Assistência Social, em virtude do quantitativo de
trabalhadores necessários para atender às demandas dos serviços socioassistenciais, observou-se a
necessidade de se criar estratégias a fim de melhorar a qualidade dos serviços ofertados aos usuários
do Suas, a necessidade de qualificação e formação continuada de seus operadores.
A criação da Gestão do Trabalho e posteriormente do Núcleo de Educação Permanente do
Suas, foi de fundamental importância para a estruturação e atendimento das necessidades da numerosa
categoria de trabalhadores que atua na rede Suas hoje, com ações planejadas e organizadas de
capacitação.
Neste sentido, a construção do Plano Estadual de Capacitação do Suas de Mato Grosso,
pretende atender, além das determinações legais citadas acima, às instruções e orientações da
PNEP/Suas e demais diretrizes e normas orientativas voltadas para a educação permanente e formações
continuadas dos trabalhadores do Suas e deve ser um processo:
• Sistemático e permanente: por meio da elaboração e implementação de planos quadrienais
de educação permanente do Suas, podendo ser atualizado anualmente;

13
• Sustentável: com a provisão de recursos financeiros, humanos, tecnológicos e materiais
adequados;
• Participativo: com o envolvimento de diversos atores no planejamento, execução,
monitoramento e avaliação do plano de educação permanente do Suas, e, aprovado pelo Ceas-
MT;
• Articulado: com monitoramento e avaliação; com conteúdo específicos essenciais
compartilhados e amplamente ofertados, respeitando as diversidades e especificidades
regionais e locais.
Todos os mecanismos supracitados, têm como finalidade melhorar a qualidade dos serviços
socioassistenciais ofertados à sociedade, por meio de uma boa estruturação do trabalho, da qualificação
e valorização dos trabalhadores da rede Suas.
Trata-se de uma estratégia que privilegia o processo de aprendizado partindo das reais
necessidades dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que contribui para o reconhecimento e
valorização dos saberes construídos no âmbito do Suas, criando oportunidades de formação e
capacitação, fortemente ligadas às práticas profissionais.
De acordo com a PNEP/Suas (2013, pg. 34), por Educação Permanente se entende o processo
contínuo de atualização e renovação de conceitos, práticas e atitudes profissionais das equipes de
trabalho e diferentes agrupamentos, a partir do movimento histórico, da afirmação de valores e princípios
e do contato com novos aportes teóricos, metodológicos, científicos e tecnológicos disponíveis. Esse
processo é mediado pela problematização e reflexão quanto às experiências, saberes, práticas e valores
pré-existentes e que orientam a ação desses sujeitos no contexto organizacional ou da própria vida em
sociedade.
A PNEP/Suas, foi instituída com o objetivo geral de institucionalizar, no âmbito do Suas, a
perspectiva político-pedagógica e a cultura da Educação Permanente, estabelecendo suas diretrizes e
princípios e definindo os meios, mecanismos, instrumentos e arranjos institucionais necessários à sua
operacionalização e efetivação (BRASIL, 2013, pg. 27). Ainda, a PNEP/Suas propõe a organização das
ações de formação e capacitação dos trabalhadores a partir da noção de Percurso Formativo. Esse
conceito, de maneira geral, propõe o desenvolvimento de competências profissionais a partir das
conveniências, necessidades e aspirações do trabalhador, aliadas às necessidades das funções e
atividades que desempenha no Suas, levando em consideração as competências que já possui e aquelas
que necessita desenvolver.
Os percursos formativos, a partir dos quais devem ser planejadas, formatadas e ofertadas as
ações de capacitação e formação, são os seguintes:
• Gestão do Suas;
14
• Provimento de Serviços e Benefícios Socioassistenciais;
• Controle Social do Suas.
No Suas, a função de gestão e a função de provimento de serviços são essenciais para que
ocorra a efetivação dos direitos socioassistenciais. Cada uma dessas possui características e
especificidades que, junto aos mecanismos e à reflexão da educação permanente, objetivam um
processo de qualificação do trabalho e a melhoria na oferta dos serviços e benefícios socioassistenciais.
O controle social do Suas, nesse mesmo viés, apresenta como ponto fundamental a
democracia participativa, priorizando a participação popular, a qual é exercida através dos Conselhos de
Assistência Social, tendo como objetivo: normatizar, disciplinar, acompanhar, avaliar e fiscalizar a gestão
e a execução dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais (PNEP/Suas, 2013,
p.32).
Como está disposto na PNEP/Suas (2013, pg. 42), a noção de percurso formativo compreende
o conceito de trilha de aprendizagem, cujo significado consiste no desenvolvimento de competências
profissionais, de modo que o percurso construído pelo participante para o seu desenvolvimento
profissional resultam, de um lado, das suas próprias conveniências, necessidades e aspirações
profissionais; e de outro lado, das necessidades da organização na qual atua, da avaliação do seu
desempenho na realização da função e das atividades que lhes são incumbidas, das competências que
já possui e das que necessita desenvolver.
No processo de implementação e operacionalização da PNEP/Suas, a Escola do Suas-MT
utilizará as modalidades de educação presencial, semipresencial e à distância (EAD) e ensino remoto,
as ações de capacitação, formação e apoio técnico, assim, independentemente da modalidade, as ações
de formação e capacitação compreendidas nesta Política serão organizadas e ofertadas segundo o
conceito de Percursos Formativos, conforme definidos abaixo:
a) Presencial: realizada em espaço físico adequado para o desenvolvimento da capacitação com
as instalações e equipamentos necessários conforme previstos no projeto pedagógico.
b) Semipresencial: apresenta com uma parcela da carga horária de forma presencial (atendendo
as especificações do parágrafo anterior) e outra parcela da carga horária a distância.
c) Educação a distância (EAD): é a modalidade educacional na qual a mediação didático-
pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e
tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo
atividades educativas em lugares e/ou tempos diversos.
d) Educação Remota: consiste em práticas pedagógicas mediadas por plataformas digitais,
como aplicativos com os conteúdos, tarefas, notificações e/ou plataformas síncronas e

15
assíncronas como o Teams (Microsoft), Google Class, Google Meet, Zoom, sendo uma
alternativa temporária para o momento de pandemia que estamos vivendo.
Assim, a partir dos percursos formativos citados acima, as ações de formação e capacitação
devem ser organizadas, admitindo-se sua concepção, oferta e realização de cada um dos tipos de ação
de formação e capacitação presentes na PNEP/Suas (BRASIL, 2013, pg. 43). Os tipos de ação de
capacitação são:
• Capacitação Introdutória: deve possuir carga horária entre 20 e 40 horas/aula de duração,
com a finalidade de permitir o nivelamento de competências fundamentais ao desenvolvimento
comum das três funções do trabalho no Suas ou ao desenvolvimento específico de cada uma
delas (BRASIL, 2013, pg. 43). Dessa forma, aos ingressantes no Suas recomenda-se
capacitações neste formato.
• Capacitação de Atualização: deve possuir carga horária entre 40 e 100 horas/aula de
duração, com o objetivo de atualizar e manter as competências necessárias ao
desenvolvimento comum das três funções do trabalho no Suas ou ao desenvolvimento
específico de cada uma delas (BRASIL, 2013, pg. 44).
• Supervisão Técnica: em complementação à PNEP/Suas, a Resolução CNAS n.º 06, de 13 de
abril de 2016, vem estabelecer os parâmetros para a Supervisão Técnica no âmbito do Suas,
em consonância com a PNEP/Suas. Esta, por se tratar de uma ação contínua de qualificação
profissional deve ser estruturada por um período de, no mínimo, 06 (seis) meses. De forma
reduzida, seu objetivo geral, de acordo com o art. 4º da Resolução CNAS n.º 06/2016, é o de
fornecer subsídios teóricos, metodológicos, técnicos, operativos e éticos para a construção
crítica e criativa de novas alternativas de intervenção aos trabalhadores do Suas e elevar a
qualidade de todos os serviços prestados no Suas, contribuindo para a ressignificação das
ofertas da Assistência Social e potencializando o pleno cumprimento de suas funções e
seguranças afiançadas, na perspectiva da garantia de direitos.
Já os tipos de ação de formação previstos na PNEP/Suas, quais sejam, formação técnica de
nível médio, aperfeiçoamento, especialização e mestrado, devem obedecer às determinações legais do
Ministério da Educação (MEC), no que concerne cada uma delas.
De acordo com a PNEP/Suas (2013, pg. 45), a Formação técnica de nível médio deve
apresentar carga horária mínima de 1.800 horas/aula de duração, se destinando aos trabalhadores de
nível médio, com o objetivo de qualificá-los nas competências necessárias e essenciais ao
desenvolvimento de suas atividades de apoio no âmbito do provimento dos serviços e benefícios
socioassistenciais.

16
Já a ação de formação do tipo Aperfeiçoamento deve ter carga horária de 180 horas/aula de
duração, sendo destinada, exclusivamente, aos profissionais e conselheiros com nível superior, com o
objetivo aperfeiçoar as competências necessárias ao desenvolvimento das três funções do trabalho no
Suas ou, ainda, ao desenvolvimento específico de cada uma delas (BRASIL, 2013, pg. 45).
A Especialização, ação destinada, também, exclusivamente, aos profissionais com nível
superior, deve possuir carga horária mínima de 360 horas/aula de duração, e, tem como objetivo
possibilitar o aprofundamento dos trabalhadores do Suas e a elaboração de pesquisas em uma área
específica do conhecimento, além de gerar novas competências para o Suas (BRASIL, 2013, pg. 45-6).
Por fim, o Mestrado tem como objetivo propiciar estudos aprofundados e a elaboração de
pesquisas direcionadas ao cotidiano e aos desafios do trabalho e da intervenção profissional na
assistência social, também se destina, exclusivamente, aos trabalhadores e conselheiros com nível
superior, e, deverá ter uma duração mais longa, isto é, cerca de dois anos.
Outro aspecto importante ressaltado pela PNEP/Suas, e, que, dá relevo à profissionalização é
que as ações de formação e capacitação devem ser certificadas. Conforme dito, sobre as ações de
formação se faz necessário que sejam realizadas e certificadas por instituições de ensino devidamente
reconhecidas pelo MEC. Em Mato Grosso, os projetos das ações de capacitação realizadas no âmbito
da assistência social, pelo Estado, são submetidas à consulta, avaliação e validação por parte dos
membros do Neep/Suas, que, como já mencionado, possui a Instituição de Ensino Superior (IES) –
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) como membro permanente e imprescindível para seu
funcionamento.
No estado de Mato Grosso, foi criado recentemente, através da Lei n.º 11.664/01/2022, o
Centro de Formação e Atualização dos Profissionais do Suas – “Escola Virtual do Suas-MT”, com
recursos do Fundo Estadual de Assistência Social (Feas), tendo o compromisso de ofertar ações de
formação e capacitação aos trabalhadores, conselheiros e gestores dos 141 municípios mato-
grossenses, com ações de formação e capacitação de Educação Permanente. Visa ainda desenvolver
estudos e pesquisas sobre temas relacionados ou de interesse da Política de Assistência Social, bem
como disseminar conhecimento à rede socioassistencial pública e privada para o aprimoramento da
gestão e a progressiva qualificação dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais.
A construção dos Planos de Educação Permanente do Suas em cada território é de extrema
importância, pois irão refletir e impulsionar as ações necessárias para a formação e qualificação dos
trabalhadores e contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços, programas, projetos e benefícios
socioassistenciais.
É nesta perspectiva que a Gestão Estadual do Suas parte do entendimento, a partir da
publicação da Resolução nº 03/2019 do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), de que a oferta

17
de apoio técnico para gestores e trabalhadores do Suas, se configura como estratégias utilizadas pelo
ente Estado para prestar assessoramento e disseminar orientações acerca das normativas do Suas,
pactuadas e deliberadas pelas instâncias de pactuação e de controle social, respectivamente, ou seja,
pressupõe ações de complementaridade à educação permanente do Suas.
A resolução do CNAS nº 03 de 19 de fevereiro de 2019, assim define Apoio Técnico:
Art. 2º Entende-se por apoio técnico as estratégias integradas, de natureza proativa e
preventiva, alinhadas às prioridades e metas nacionais do SUAS, que refletem a necessidade
de aprimoramento da gestão dos serviços, programas, projetos e benefícios
socioassistenciais. (CNAS, 2019, p. 1).

Já com relação às estratégias de Apoio Técnico, a resolução do CNAS nº 03 de 19 de fevereiro


de 2019, em seu art. 4º, apresenta:

4º Art. 4º. São estratégias de apoio técnico:


I - apoio técnico presencial, podendo ser no formato de:
a) encontros de apoio técnico de caráter nacional, regional, ou local, que são aqueles
realizados com gestores e técnicos da Política de Assistência Social para tratar de temas
relativos à Política;
b) apoio técnico individualizado, quando demandado pelos entes federados, ou ainda, quando
identificada a necessidade através das ações de acompanhamento;
c) monitoramento com periodicidade mínima anual;
d) seminários e oficinas; e
e) visitas técnicas.
II - apoio técnico não presencial, podendo ser no formato de:
a) centrais de relacionamento;
b) e-mails, telefones e mensagens;
c) normas, orientações técnicas e materiais informativos;
d) videoconferências e transmissões ao vivo;
e) instrumentos e ferramentas informacionais do SUAS; e
f) sítios eletrônicos e aplicativos.

Ressalta-se ainda a distinção entre as ações de apoio técnico e ações de educação


permanente, definidas por Vale, Dultra e Nunes (2021):

As ações de apoio técnico estão focadas no cumprimento do arcabouço legal e institucional


do SUAS, articuladas à dimensão da gestão descentralizada do SUAS. Podem ser entendidas
como ações de qualificação, mas na perspectiva orientativa. As ações de capacitação,
incluindo a supervisão técnica, no contexto da educação permanente dizem respeito à
qualificação dos processos de trabalho na sua fundamentação teórica, metodológica e ética,
sendo, portanto, formativas. (VALE, DULTRA, NUNES, 2021).

Dito isso, desenhou-se a proposta pedagógica para implantação do Centro de Atualização e


Formação dos Profissionais do Sistema Único de Assistência Social – “Escola Virtual do Suas-MT”, no
ano de 2020, e, pactuando o Plano de Apoio Técnico – Ano 2022 e as diretrizes do Programa Estadual
de Educação Permanente do Sistema Único de Assistência Social de Mato Grosso – EducaSuas-MT,
através das Resoluções nº 08/2022/CIB/Setasc/MT.

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Para a dinamização e institucionalização do planejamento e oferta de ações de formação e
capacitação, a PNEP/Suas prevê a instituição de Núcleos de Educação Permanente do Suas. Estes
devem ser organizados de acordo com as capacidades de cada ente federado, na forma de instâncias
colegiadas, constituindo-se em lócus privilegiado de:
a) descentralização para estados, Distrito Federal e municípios, de atribuições relacionadas à
realização de diagnósticos de competências e necessidades de qualificação e de formação,
oferta e implementação de ações de formação e capacitação;
b) participação social na elaboração de diagnósticos de necessidades de qualificação e no
planejamento das ações de Educação Permanente;
c) interlocução, diálogo e cooperação entre os diferentes sujeitos envolvidos na
implementação desta Política;
d) proposição de alternativas às equipes responsáveis pela Gestão do Trabalho nas três
esferas de governo (BRASIL, 2013, pg. 48).

Cabe ressaltar também a importância da estruturação dos Núcleos de Educação Permanente,


na implementação e concretização da Educação Permanente no Suas. São algumas das atividades dos
Núcleos:
a) a problematização do saber e da experiência, que resulta dos processos de implementação
do SUAS;
b) a produção de conhecimentos sobre os diferentes aspectos do trabalho e do controle social
no SUAS;
c) a elaboração de diagnósticos de necessidades de qualificação dos trabalhadores;
d) a organização de observatórios de práticas profissionais;
e) a sistematização de experiências de gestão e provimento de serviços e benefícios;
f) o planejamento de ações de formação e capacitação;
g) o acompanhamento das ações de formação e capacitação realizadas;
h) a socialização e disseminação das informações e conhecimentos produzidos, por meio da
realização de fóruns, jornadas, seminários, entre outros;
i) a validação de certificados de ações de formação e capacitação adquiridos externamente
aos percursos formativos estabelecidos nesta Política (BRASIL, 2013, pg. 48-9).

Dessa forma, como é possível observar, a organização adequada do Núcleo de Educação


Permanente do Suas é fundamental para viabilizar a elaboração do Plano de Capacitação e Educação
Permanente do Suas.
Em conformidade com as diretrizes da PNEP/Suas e da NOB-RH/Suas, a Setasc-MT deve
desenvolver o Plano de Capacitação e Educação Permanente do Suas de forma continuada, sistemática,
descentralizada e participativa, de modo a fortalecer e valorizar as peculiaridades locais, por meio de
cursos, seminários, rodas de conversa, encontros e oficinas, contemplando os eixos essenciais de
conhecimento relativos à gestão, oferta qualificada de serviços, programas, projetos e benefícios
socioassistenciais e controle social. Portanto, é necessário o desenvolvimento de estratégias e
metodologias participativas que garantam a escuta dos trabalhadores, gestores, conselheiros e usuários
do Suas, permitindo a identificação dos problemas e as necessidades dos serviços, e, o apontamento
das soluções por meio da educação permanente do Suas.

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O Plano de Capacitação e Educação Permanente do Suas deverá, ainda, ser monitorado
periodicamente durante toda execução das atividades pelo Neep/Suas e revisado de maneira específica
ao final de cada ação de capacitação. O monitoramento é imperativo para o bom desenvolvimento do
Plano de Capacitação e Educação Permanente do Suas, pois fornece importantes informações sobre
dificuldades, potencialidades ou desvios ocorridos durante a execução das ações previstas no Plano, e
assim permite as devidas correções ou adequações.
Por fim, quanto ao processo de avaliação do desenvolvimento das ações expressas no Plano
e seus impactos, também necessita ser realizado de maneira sistemática e participativa, por todos os
atores do Suas envolvidos.

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OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Nortear e estabelecer as ações de formação e capacitação para a atuação nas funções


essenciais do Suas, de gestão, controle social e provimento de serviços, programas, projetos e benefícios
socioassistenciais.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Desenvolver junto aos trabalhadores, gestores e conselheiros da Assistência Social as


competências e capacidades específicas de melhoria da qualidade da gestão do Suas e da
oferta e provimento dos serviços e benefícios socioassistenciais;
• Criar espaços de ensino e aprendizagem que permitam o aprimoramento contínuo e
permanente dos trabalhadores do Suas, nos diferentes níveis de escolaridade e por meio de
troca de experiências e saberes no trabalho;
• Propor ações para o enfrentamento das dificuldades identificadas a partir da reflexão sobre os
processos de trabalho;
• Criar espaços regulares de discussão e compartilhamento (reuniões de equipe), que viabilizem
o aprimoramento do Suas, como estratégias de Educação Permanente;
• Construir novos espaços propícios ao aprimoramento das práticas de trabalho, incluindo as
intersetoriais;
• Estimular a participação e o protagonismo dos trabalhadores na construção das soluções de
aprimoramento;
• Criar mecanismos que gerem aproximações entre as manifestações dos usuários e o conteúdo
das ações de capacitação e formação;
• Ofertar aos trabalhadores, Percursos Formativos e ações de formação e capacitação
adequados às qualificações profissionais requeridas pelo Suas;
• Consolidar referências teóricas, técnicas e ético-políticas na Assistência Social a partir da
aproximação entre a gestão do Suas, o provimento dos serviços e benefícios e instituições de
ensino, pesquisa e extensão, potencializando a produção, sistematização e disseminação de
conhecimentos.

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A ASSISTÊNCIA SOCIAL EM MATO GROSSO

A secretaria de Assistência Social do Estado de Mato Grosso era denominada Secretaria de


Estado de Justiça, Trabalho e Cidadania. A Lei Complementar nº 93 de 27 de novembro de 2001 em seu
art.1º, alterou a denominação para Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego e Cidadania.
Em 2005, a Lei Complementar nº 238, de 28 de dezembro de 2005, altera a denominação de
Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego, Cidadania (Setec), para Secretaria de Estado de Trabalho,
Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs).
A Lei complementar nº 428, de 21 de julho de 2011 altera a denominação da Secretaria de
Estado de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social, para Secretaria de Estado de Trabalho e
Assistência Social (Setas).
No ano de 2019 ocorre uma nova reestruturação na Secretaria, conforme a Lei Complementar
Nº 612/2019 em que a até então Setas passa a se denominar, Secretaria de Estado de Assistência Social
e Cidadania (Setasc), que é a atual denominação da Secretaria de Assistência Social do estado,
localizada no endereço: rua Jornalista Amaro Figueiredo Falcão nº 503. De acordo com a nova
reestruturação, à Setasc compete administrar a política de trabalho, emprego e mão de obra; administrar
a política de assistência social, direitos humanos e cidadania; administrar a política de prevenção ao uso
de substâncias e produtos psicoativos; administrar a política de inserção das pessoas portadoras de
deficiência na vida econômica e social; e administrar política de defesa do consumidor, com a função de
cooperar com a melhoria dos indicadores sociais do estado de Mato Grosso, à égide institucional à
superação das privações humanas e a universalização dos direitos sociais para garantia dos direitos
fundamentais e o pleno e democrático exercício de cidadania. Sua missão é criar condições que
favoreçam a inclusão socioprodutiva, por meio da promoção e articulação de Políticas Públicas efetivas,
visando a redução das desigualdades e a melhoria da qualidade de vida.
Para tanto, a Setasc possui um novo organograma afim de garantir o cumprimento de suas
competências, ancorada nos princípios e diretrizes do que está previsto na Política Pública de Assistência
Social e demais políticas que são componentes da pasta.

22
23
DIAGNÓSTICO SOCIOTERRITORIAL DO ESTADO DE MATO GROSSO

Para se entender o contexto social de Mato Grosso, há de considerar o cenário


sociodemográfico do estado. Mato Grosso possui uma população estimada de 3.567.234 (IBGE 2021),
em que o total da população em situação de extrema pobreza era 195.906 (Censo IBGE -2010).

Gráfico1- Extrema Pobreza em Mato Grosso, conforme faixa etária


População em extrema pobreza por faixa etária, segundo o Censo Demográfico
do IBGE/2010

35.373
29.033
24.353
22.232 22.585 22.064
17.781
11.345 11.140

0 a 4 anos 5 a 9 anos 10 a 14 15 a 17 18 a 24 25 a 34 35 a 49 50 a 59 60 anos


anos anos anos anos anos anos ou mais

*Fonte: IBGE, Censo Demográfico – 2010. Elaboração: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT

Um dos meios para atender as pessoas em situação de vulnerabilidade social, é a sua inserção
no Cadastro Único (CadÚnico) que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda, permitindo que se
tem conhecimento da realidade socioeconômica dessa população. Nele são registradas informações
como: características da residência, identificação de cada pessoa, escolaridade, situação de trabalho e
renda, entre outras.
Em Mato Grosso 726.495 estavam cadastradas no Cadastro Único (Cecad 2023), dentre as
quais:
• 222.129 famílias estavam em situação de extrema pobreza (renda per capita até R$100 reais);
• 93.364 famílias estavam em situação de pobreza (renda per capita até R$ 200 reais);
• 186.968 famílias de baixa renda (famílias que possuem renda mensal por pessoa (renda per
capita) de até meio salário mínimo.
Outro importante benefício previsto na Loas é o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que
consiste no recebimento de um salário mínimo por mês ao idoso com idade igual ou superior a 65 anos
ou à pessoa com deficiência de qualquer idade. No caso da pessoa com deficiência, esta condição tem

24
de ser capaz de lhe causar impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de longo
prazo (com efeitos por pelo menos 2 anos), que a impossibilite de participar de forma plena e efetiva na
sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas. Conforme a Portaria Conjunta Nº 3, de
21 de setembro de 2018, prevê que a renda familiar per capita será calculada utilizando as informações
do CadÚnico, em que a renda sazonal ou eventual, que consiste nos rendimentos não regulares
decorrentes de atividades eventuais exercidas em caráter informal, não será computada na renda bruta
familiar desde que o valor anual declarado dividido por doze meses seja inferior a um quarto do salário
mínimo.
Em Mato Grosso no mês de dezembro de 2022 (Cecad 2023), havia um total de 79.095
beneficiários do BPC inscritos no Cadastro Único, contabilizando um percentual de 87% de beneficiários
inscritos no Cadastro Único.
A inserção no Cadastro Único é feita nas Unidades do Centro de Referência de Assistência
Social (Cras), que se configuram como importante equipamento social que possibilita o acesso da
população aos serviços, benefícios e projetos de assistência social, tornando-se uma referência para a
população local. Em Mato Grosso, há outros tipos de equipamento social, a saber:

Tabela 1 – Equipamentos da Rede Socioassistencial do Suas-MT


Quantidade de Preencheram o Censo
Unidade
equipamentos ativos SUAS 2022
CRAS 1808 179
CREAS 48 47
Centro Pop 3 3
Unidades de Acolhimento 158 146
Centro de Convivência 84 76
Centro Dia 13 11
*Fonte: Cecad/2023. Elaboração: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT

EQUIPES VOLANTES

Em territórios de baixa densidade demográfica, com espalhamento ou dispersão populacional


(áreas rurais, comunidades indígenas, quilombolas, calhas de rios, assentamentos etc), o Cras deverá
instalar-se em local de melhor acesso para a população e poderá realizar a cobertura dessas áreas por
meio de equipes volantes ou de unidades itinerantes, responsáveis pelo deslocamento dos serviços.
As equipes volantes podem existir em regiões nas quais há a instalação de um Cras que deve
cobrir uma área grande, ou mesmo populações dispersas, como municípios com Povos e Comunidades
Tradicionais.

25
Segundo o Censo Suas/2022, no Estado de Mato Grosso, 56 municípios possuem equipes
volantes a fim de atender povos e comunidades tradicionais em regiões em que a população tenha
dificuldade para acessar as unidades de Cras e serviços sociais.
Na tabela abaixo, pode-se observar a frequência de deslocamentos realizados no ano de 2022,
no estado de Mato Grosso, com base nos 56 municípios que possuem equipes volantes:

Tabela 2 – Quantitativo de Atendimentos Realizados pela Equipe Volante nas Comunidades, em 2022
Quant. % de municípios
municípios que que realizam o
Tipo de atendimento
realizam o atendimento
atendimento
Atendimento particularizado de famílias ou indivíduos 52 92,8
Atendimento em atividade coletiva de caráter continuado -Oficinas do PAIF 41 73,2
Oferta do SCFV por meio de atividade coletivas de caráter continuado 27 48,2
Atendimento em atividade coletiva de caráter não-continuado (Palestras) 45 80,3
Cadastramento/Atualização cadastral 42 75
Gestão de benefícios do Programa Bolsa Família (esclarecimentos de dúvidas e
ações de bloqueio, desbloqueios, cancelamentos e reversões de cancelamento de 40 71,4
benefícios)
Concessão de benefício eventual 52 92,8
Ações para obtenção de documentação pessoal 38 67,8
Encaminhamento para o BPC 51 91
Encaminhamentos para rede socioassistencial e intersetorial 47 83,9
Visitas domiciliares 52 92,8
Fonte: Censo Suas 2022/ Elaboração: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT

IDCRAS

Os índices de Desenvolvimento dos Cras (IDCras) são indicadores que buscam capturar, de
forma aproximada e comparativa, a “qualidade dos serviços” prestados à população por meio dos Cras.
Para tal, os referidos indicadores são compostos por informações que retratam a estrutura física das
unidades, as características qualitativas e quantitativas das equipes e, por fim, o escopo das ações,
serviços e benefícios ofertados à população e os respectivos procedimentos necessários (embora não
suficientes) para uma oferta adequada. O quadro abaixo apresenta as médias de IDCras dos municípios
de MT em 2021.

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Tabela 3 - Municípios de Mato Grosso, segundo IDCras Médio (2021)
Município ID Munícipio ID Munícipio ID
Apiacás 5,00 Brasnorte 3,67 Campo Verde 3,00
Marcelândia 5,00 Campo Novo do Parecis 3,67 Juara 3,00
Porto Alegre do Norte 5,00 Canarana 3,67 Luciara 3,00
Nossa Senhora do
Santo Afonso 5,00 Conquista D'Oeste 3,67 3,00
Livramento
Terra Nova do Norte 5,00 Dom Aquino 3,67 Nova Bandeirantes 3,00
Vale de São Domingos 5,00 Gaúcha do Norte 3,67 Nova Lacerda 3,00
Itaúba 4,67 General Carneiro 3,67 Nova Olímpia 3,00
Lucas do Rio Verde 4,67 Itiquira 3,67 Novo Horizonte do Norte 3,00
Nobres 4,67 Juína 3,67 Pontal do Araguaia 3,00
Pedra Preta 4,67 Juruena 3,67 Rosário Oeste 3,00
Ponte Branca 4,67 Lambari D'Oeste 3,67 Santa Rita do Trivelato 3,00
Ribeirão Cascalheira 4,67 Nova Marilândia 3,67 São Félix do Araguaia 3,00
Araputanga 4,33 Nova Nazaré 3,67 Tabaporã 3,00
Comodoro 4,33 Poconé 3,67 União do Sul 3,00
Curvelândia 4,33 Porto dos Gaúchos 3,67 Vila Rica 3,00
Jauru 4,33 Querência 3,67 Alto Paraguai 2,67
Guiratinga 4,33 Porto Estrela 3,67 Várzea Grande 2,97
Matupá 4,33 Ribeirãozinho 3,67 Canabrava do Norte 2,67
Nova Canaã do Norte 4,33 Rio Branco 3,67 Chapada dos Guimarães 2,67
Nova Guarita 4,33 Salto do Céu 3,67 Colniza 2,67
Paranaíta 4,33 Sapezal 3,67 Denise 2,67
Planalto da Serra 4,33 Vera 3,67 Jangada 2,67
Santo Antônio do Leste 4,33 Cáceres 3,50 Mirassol d'Oeste 2,67
Tapurah 4,33 Alto Boa Vista 3,33 Nova Santa Helena 2,67
Sinop 4,17 Araguaiana 3,33 Nova Xavantina 2,67
Água Boa 4,00 Campos de Júlio 3,33 Novo Mundo 2,67
Campinápolis 4,00 Cláudia 3,33 Reserva do Cabaçal 2,67
Carlinda 4,00 Colíder 3,33 São José do Rio Claro 2,67
Cocalinho 4,00 Confresa 3,33 Barra do Bugres 2,66
Cotriguaçu 4,00 Feliz Natal 3,33 Tangará da Serra 2,56
Figueirópolis D'Oeste 4,00 Glória D'Oeste 3,33 Araguainha 2,33
Indiavaí 4,00 Jaciara 3,33 Castanheira 2,33
Ipiranga do Norte 4,00 Nortelândia 3,33 Diamantino 2,33
Juscimeira 4,00 Nova Ubiratã 3,33 Guarantã do Norte 2,33
Nova Brasilândia 4,00 Pontes e Lacerda 3,33 Itanhangá 2,33
Nova Maringá 4,00 Rondolândia 3,33 Novo Santo Antônio 2,33
Nova Monte Verde 4,00 Santa Carmem 3,33 Paranatinga 2,33
Nova Mutum 4,00 Santa Terezinha 3,33 Santa Cruz do Xingu 2,33
Novo São Joaquim 4,00 São José do Povo 3,33 Serra Nova Dourada 2,33
Peixoto de Azevedo 4,00 São José dos Quatro Marcos 3,33 Torixoréu 2,33
Vila Bela da Santíssima
Porto Esperidião 4,00 Alta Floresta 3,16 2,33
Trindade
Poxoréu 4,00 Rondonópolis 3,14 Alto Garças 2,33
Santo Antônio do Leverger 4,00 Sorriso 3,11 Barão de Melgaço 2,00
São José do Xingu 4,00 Cuiabá 3,10 São Pedro da Cipa 1,67
Tesouro 4,00 Acorizal 3,00 Aripuanã 1,33
Barra do Garças 3,83 Alto Araguaia 3,00
Primavera do Leste 3,78 Alto Taquari 3,00
Bom Jesus do Araguaia 3,67 Arenápolis 3,00
*Fonte MDS-2021. Elaboração: Coordenadoria da Gestão do Trabalho-MT

27
Observando as tabelas acima, tem-se a seguinte distribuição dos valores IDCras dos 141
municípios: IDCras acima de 4 = 25 municípios; IDCras entre 3 a 4 = 86 municípios; e IDCras inferior a
3 = 30 municípios.
Se fizermos um comparativo com os mesmos dados dispostos no Diagnóstico Socioterritorial
(Vigilância Socioassistencial de Mato Grosso/2019), percebe-se que houve mudanças nos três grupos
de notas mencionados acima, a saber:

Tabela 4 – Distribuição dos municípios conforme média de IDCras nos anos de 2021 e 2019
2021 2019
Quantitativo de Quantitativo de
IDCras % IDCras %
municípios municípios
Acima de 4 25 17,7% Acima de 4 60 42,6%
Entre 3 a 4 86 61% Entre 3 a 4 56 39,7%
Inferior a 3 30 21,3% Inferior a 3 25 17,7%
Total 141 100% Total 141 100%
*Fonte: Diagnóstico Socioterritorial - MT/ 2019; MDS 2021

Ao observarmos a tabela, observa-se que houve uma diminuição de 24,9% no número de


municípios com IDCras superior a 4, um aumento de 21,3% no número de municípios com IDCras entre
3 e 4 e um aumento de 3,6% entre os municípios com nota inferior a 4, se compararmos os dados de
2019 para 2021. Se observarmos o percentual dos municípios que apresentaram nota inferior a 3, um
aumento de 3,3% pode parecer irrelevante, todavia se consideramos o dado quantitativo nesse aspecto,
notamos que de 2019 a 2021, 5 municípios a mais estão com notas inferiores a 3.
No que se refere às dimensões que são utilizadas para o cálculo final das notas, as tabelas
abaixo apontam os 10 municípios com maiores e os 10 municípios com menores notas atribuídas nos
critérios: estrutura física, recursos humanos e serviço e benefícios:

28
Tabela 5 – IDCras segundo dimensões, maiores e menores notas
ID CRAS segundo dimensões, maiores e menores nota
ID CRAS -Estrutura Física
10 Municipios com maiores notas 10 Municípios com menores nota
Município ID Município ID
1 Acorizal 5 1 Alto Araguaia 1
2 Água Boa 5 2 Aripuanã 1
3 Alta Floresta 5 3 Cuiabá 1
4 Apiacás 5 4 Gaúcha do Norte 1
5 Araputanga 5 5 Itanhangá 1
6 Barra do Bugres 5 6 Nova Xavantina 1
7 Barra do Garças 5 7 Novo Santo Antônio 1
8 Bom Jesus do Araguaia 5 8 Rondonópolis 1
9 Brasnorte 5 9 Santa Cruz do Xingu 1
10 Cáceres 5 10 Santa Rita do Trivelato 1

ID CRAS-Recursos Humanos
10 Municipios com maiores notas 10 Municípios com menores nota
1 Água Boa 5 1 Guarantã do Norte 1
2 Alta Floresta 5 2 Jaciara 1
3 Alto Araguaia 5 3 Nova Olímpia 1
4 Alto Boa Vista 5 4 São Pedro da Cipa 1
5 Alto Taquari 5 5 Acorizal 2
6 Apiacás 5 6 Alta Floresta 2
7 Araguaiana 5 7 Alto Paraguai 2
8 Araputanga 5 8 Aripuanã 2
9 Arenápolis 5 9 Barão de Melgaço 2
10 Barra do Garças 5 10 Barra do Bugres 2
ID CRAS -Serviços e Benefícios
10 Municipios com maiores notas 10 Municípios com menores nota
1 Apiacás 5 1 Alto Boa Vista 1
2 Barra do Garças 5 2 Alto Garças 1
3 Cláudia 5 3 Araguaiana 1
4 Cuiabá 5 4 Araguainha 1
5 Cuiabá 5 5 Aripuanã 1
6 Gaúcha do Norte 5 6 Barão de Melgaço 1
7 Indiavaí 5 7 Brasnorte 1
8 Ipiranga do Norte 5 8 Cáceres 1
9 Itaúba 5 9 Campo Novo do Parecis 1
10 Juruena 5 10 Campo Verde 1
*Fonte MDS/2021. Elaboração: Coordenadoria da Gestão do Trabalho-MT

A tabela acima demonstra que o município de Apiacás apresentou nota máxima em todos os
critérios de avaliação do IDCras. Entre as menores notas, o município de Aripuanã apresentou média

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abaixo do padrão de qualidade desejável nos 3 critérios de avaliação. Já o município de Barão de
Melgaço apresentou média abaixo do padrão de qualidade desejável nos 2 critérios de avaliação.

NÚMERO E DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

No Estado de Mato Grosso, há 1037 profissionais de nível superior, 528 profissionais de nível
médio e 573 profissionais sem formação profissional distribuídos nas Unidades de Cras, conforme pode-
se observar na tabela abaixo:

Tabela 6 - Profissionais lotados nas Unidades de Cras, segundo perfil profissional


Perfil Profissional Quantidade
Administração pública/Gestão 8
Administrador 40
Advogado 9
Analista de sistema 3
Assistente Social 348
Contador 5
Enfermeira 3
Nutricionista 2
Outra(o) profissional de nível superior 214
Fisioterapeuta 2
Psicologa 216
Pedagogia 183
Profissional de educação física 3
Sóciologo 1
Profissionais de nível médio 528
Sem formação profissional 573
Total 2138
*Fonte: MDS/2021. Elaboração: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT

A tabela abaixo faz um retrato do tipo de vínculo empregatício dos trabalhadores das Unidades
de Cras. Nota-se que mais da metade dos trabalhadores dos Cras são de trabalhadores com vínculo
temporário, o que dificulta o trabalho sistemático e contínuo com os usuários/famílias devido à
rotatividade da equipe técnica, além de dificultar o planejamento da educação permanente de forma
efetiva, pois quando está sendo capacitado, o profissional deixa o setor, dando espaço a outro que não
recebeu a capacitação. O que denota que haveria necessidade de ofertar o mesmo curso para outros
profissionais, ao invés de fazer uma capacitação continuada para os profissionais.

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Tabela 7 - Profissionais lotados nas Unidades de CRAS, conforme Vínculo Empregatício
Tipo de Vínculo Empregatício Quantitativo Percentual
Servidor estatutário 1025 47,9%
CLT 44 2,1%
Comissionado 326 15,3%
Outros Vínculos Permanentes 743 34,7%
Total de Profissionais 2138 100%
*Fonte: MDS/2021. Elaboração: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

A Proteção Social Especial (PSE) organiza, no âmbito do Suas, a oferta de serviços, programas
e projetos de caráter especializado, destinado a famílias e indivíduos em situação de violação de direitos,
de risco pessoal e social com perda de vínculos afetivos. Tem o objetivo de contribuir para a reconstrução
de vínculos familiares e comunitários, o fortalecimento de potencialidades e aquisições e a proteção de
famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de risco pessoal e social, por violação de
direitos. Considerando os níveis de agravamento, a natureza e a especificidade do atendimento ofertado,
a atenção na PSE organiza-se sob dois níveis de complexidade: Proteção Social Especial de Média
Complexidade e Proteção Social Especial de Alta Complexidade.

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL DE MÉDIA COMPLEXIDADE

A Proteção Social de Média Complexidade organiza a oferta de serviços, programas e projetos


de caráter especializado que requerem maior estruturação técnica e operativa, com competências e
atribuições definidas, destinados ao atendimento de famílias e indivíduos em situação de risco pessoal
e social, por violação de direitos. De acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais,
constituem unidades públicas para a oferta de serviços especializados da Proteção Social Especial de
Média Complexidade:
• Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas);
• Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop);
• Centro-Dia.
Segundo dados do Censo Suas 2021, Mato Grosso apontou a seguinte quantidade de unidades
de atendimento na PSE:

31
Tabela 8 - Distribuição de Creas, Centros Dia e Centro Pop, segundo porte populacional
Quantidade de Centro Dia/
Porte Populacional Creas Centro Pop
municípios Similares
Pequeno Porte I 113 19 0 1
Pequeno Porte II 19 17 0 4
Médio Porte 5 5 0 1
Grande Porte 4 5 2 4
TOTAL 141 46 2 10
*Fonte: MDS/2021. Elaboração: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT

Observando a tabela acima, nota-se que do total de 141 municípios, apenas 46 (32,6%)
municípios possuem cobertura de Creas, 1,41% dispõe de Centro Pop, correspondente a 2 unidades; e
Centro Dia totalizam 10 unidades, equivalente a uma cobertura de 7,1%. Os dados acima evidenciam
que a maioria das Unidades de Cras possivelmente assumem demandas oriundas da Proteção Especial
e sem ter condições físicas, e/ou recursos humanos para isso, já que as Unidades de proteção especial
atendem demandas em que já houve a violação dos direitos, indo de encontro ao trabalho de cunho
preventivo que deve ser realizado nas Unidades de Cras.

Tabela 9 - Municípios de Mato Grosso, segundo IDCreas Médio, 2021


Município ID Município ID
Água Boa 4,33 Primavera do Leste 3
Tangará da Serra 4,33 Sapezal 3
Lucas do Rio Verde 4 Sorriso 3
Salto do Céu 4 Cuiabá 3
Alto Araguaia 3,67 Alta Floresta 2,67
Confresa 3,67 Aripuanã 2,67
Juína 3,67 Comodoro 2,67
Nova Mutum 3,67 Mirassol D’Oeste 2,67
Peixoto de Azevedo 3,67 Poxoréu 2,67
Rondonópolis 3,67 Tapurah 2,67
Juara 3,33 Barra do Bugres 2,33
Matupá 3,33 Santo Antônio do Leverger 2,33
Paranatinga 3,33 Várzea Grande 2,33
Pontes e Lacerda 3,33 Barra do Garças 2
São Félix do Araguaia 3,33 Cláudia 2
Sinop 3,33 Jangada 2
Alto Boa Vista 3 Nobres 2
Apiacás 3 Rio Branco 2
Cáceres 3 Campo Verde 1,67
Colíder 3 Diamantino 1,67
Jaciara 3 Poconé 1,67
Juscimeira 3 Guarantã do Norte 1,33
Nova Olímpia 3
*Fonte: MDS/2021. Elaboração: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT

32
Observando a tabela acima, tem-se a seguinte distribuição nos municípios que possuem
Creas: IDCreas acima de 4 = 2 municípios; IDCreas entre 3 a 4 = 25 municípios; e IDCreas inferior a 3
= 18 municípios. Das unidades com IDCreas superior a 4, apenas 4,4 % apresentaram essa nota, notas
de 3 a 4 houve um percentual de 55,6% e notas inferiores a 3 foram apresentadas por 40% dos
municípios que possuem Unidades de Creas.

NÚMERO E DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

No Estado de Mato Grosso, há 236 profissionais de nível superior, 69 profissionais de nível


médio e 77 profissionais sem formação profissional distribuídos nas Unidades de Creas, segundo dados
do Censo Suas 2021.

Tabela 10 - Profissionais lotados nas Unidades de Creas, segundo perfil profissional


Perfil Profissional Quantidade
Administrador 06
Advogado 9
Analista de sistema 0
Assistente Social 91
Outra(o) profissional de nível superior 40
Psicólogo 74
Pedagogo 15
Profissional de educação física 1
Sociólogo 0
Profissionais de nível médio 69
Sem formação profissional 77
Total 382
*Fonte: MDS/2021. Elaboração: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT

A tabela abaixo faz um retrato do tipo de vínculo empregatício dos trabalhadores das Unidades
de Creas. Nota-se que a exemplo das Unidades de Cras, os Creas possuem um percentual elevado de
profissionais com vínculo temporário: 45,5%. Isso remete à um contexto de precarização da mão de obra
dos profissionais da Assistência Social de maneira geral no estado de Mato Grosso.

33
Tabela 11 - Quantidade de Profissionais das Unidades de Creas, conforme vínculo empregatício
Tipo de Vínculo Empregatício Quantitativo Percentual
Servidor estatutário 208 54,5%
CLT 8 2,1%
Comissionado 54 14,2%
Outros Vínculos Permanentes 112 29,2%
Total de Profissionais 382 100%
*Fonte: MDS/2021. Elaboração: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT

Tabela 12 - Distribuição de profissionais por equipamento, conforme vínculo empregatício


Servidor Estatutário CLT Comissionados Outros Vínculos Total
Unidade
Qtde % Qtde % Qtde % Qtde %

CRAS 1025 47,9% 44 2,1% 326 15,2% 743 34,8% 2138

CREAS 208 54,5% 8 2,1% 54 14,1% 112 29,3% 382

CENTRO POP 9 33,3% 0 0 8 29,6% 10 37,1% 27

UNID. DE ACOL. 361 22,5% 125 7,8% 80 5% 1035 64,7% 1601

CENTRO DE
135 32,6% 43 10,4% 53 12,7% 184 44,3% 415
CONV.

CENTRO DIA 28 16,7% 63 37,7% 01 0,6% 75 45% 167

FAMÍLIA ACOL. 3 50% 0 0 0 0 3 50% 6

POSTO DE
16 27,6% 1 1,7% 13 22,4% 28 48,3% 58
CADAS.

GESTÃO MUN. 473 45,5% 4 0,4% 335 32,3% 227 21,8% 1039

FUNDO MUNIC. 49 23,4% 1 0,5% 124 59,3% 35 16,7 209

TOTAL 2307 38,2% 289 4,8% 994 16,5 2452 40,5% 6042

*Fonte: CENSO SUAS/2021. Elaboração: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT


**Os trabalhadores dos Conselhos Municipais não foram inseridos na tabela por não apresentarem tipo de vínculo e sim tipo de
representatividade (Representante do Governo ou representante da sociedade civil)

Observa-se que apenas 38,2% dos trabalhadores das Unidades supracitadas são servidores
de carreira. Em contrapartida, a soma dos vínculos temporários é de 61,8%. Esse cenário dos
trabalhadores da Assistência demonstra a importância de realizar ações de sensibilização com os
gestores para que sejam realizados concursos públicos, a fim de facilitar o desmantelamento da
precariedade das condições de trabalho.
Algumas das Unidades tem como atribuições o acompanhamento de usuário/famílias, que
pode ficar comprometido devido a rotatividade dos trabalhadores, impedindo que haja um atendimento
sistemático e contínuo com os usuários. No tocante a educação permanente, esta também pode ser
afetada pela totalidade dos trabalhadores, tendo em vista a dificuldade em realizar capacitações
planejadas e de maneira contínua com os mesmos profissionais. Com a alta rotatividade de profissionais,
34
a identidade profissional também é afetada, já que o trabalhador não consegue sentir -se pertencente ao
processo de trabalho no qual está inserido devido à instabilidade profissional.
O trabalhador que tem a estabilidade de ser concursado possui maior segurança para realizar
seu trabalho de acordo com a Política Nacional de Assistência Social, evitando que seu fazer profissional
seja contaminado por interesses políticos e partidários.

35
LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES DE FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO

Considerando o escopo do aprimoramento da Educação Permanente do Suas, sua efetiva


implementação e o propósito de cada vez mais empreender ações de capacitação aos trabalhadores da
política de Assistência Social em Mato Grosso, objetivada às necessidades desse trabalhador no seu
fazer profissional, delineou-se uma sondagem de campo no nível exploratório, por meio de uma amostra
espontânea. O objetivo dessa tarefa, foi o de prospectar níveis de relevância de conteúdos previamente
sugeridos, e, a partir dessas priorizações, nortear o conjunto de conteúdos e seus respectivos graus de
complexidades.
Utilizando-se de banco de dados da Saas/Setasc, através da lista de endereços eletrônicos
dos gestores, conselheiros de Assistência Social das esferas municipal e estadual, e, boa parte dos
trabalhadores do Suas do estado, solicitou-se o preenchimento de formulário específico, combinando
ações passíveis de capacitação, com foco na dinâmica operacional da rede socioassistencial, com
gradientes de relevância dos conteúdos do nível “menos relevante” ao “mais relevante”.
No período compreendido entre 24/09/2021 a 29/12/2021 foram respondidos 1.706 formulários,
com representação de 26% do universo de pessoas com relacionamento direto com a política de
Assistência Social, nos níveis de gestão municipal e estadual, no caso deste último, especificamente, o
Conselho Estadual de Assistência Social (Ceas). Os resultados foram tabulados em três conjuntos/blocos
de municípios, segundo o número de participantes por área de atuação em cada bloco, como se verá
adiante. A intenção na utilização desses filtros – conjunto de municípios e área de atuação – é o de
possibilitar a realização de capacitações descentralizadas nos polos e o atendimento das necessidades
específicas por áreas do Suas.
Abaixo, o gráfico 2 demonstra o percentual de formulários respondidos, conforme polo regional,
a saber:

36
Gráfico 2 - Percentual de formulários respondidos conforme a divisão de Polos Regionais em Mato Grosso/2021

Percentual de formulários respondidos conforme a


divisão de Pólos Regionais em Mato Grosso/2021
16,1%

11,9%
9,3% 7,7%
5,6%
6,7% 5,3% 4,9% 5,7% 5,6%
5,5% 4,5% 4,2%
4,0%
1,2% 1,9%

* Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT/2021

Tendo em vista a Resolução da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) n°. 13, de 11 dezembro
de 2013, que aprova o reordenamento dos municípios de Mato Grosso em polos regionais, tem-se, com
relação ao percentual de respostas por polos regionais, os polos de Várzea Grande e o de Sinop com os
maiores percentuais. Esse percentual reflete a própria configuração da rede, uma vez que, esses polos
concentram três dos quatro municípios de Grande Porte do estado, e, que, em razão de sua dimensão
territorial, possuem um maior número de equipamentos de assistência social, e, consequentemente, de
trabalhadores.

IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

O formulário enviado aos gestores, trabalhadores e conselheiros do Suas, para identificação


das demandas de capacitação era composto de três blocos, sendo eles: Bloco 1 – Identificação dos
Participantes; Bloco 2 – Demandas de Capacitação e Bloco 3 - Sugestão e Outros Comentários. Assim,
apresentaremos a seguir os resultados obtidos.

37
IDENTIFICAÇÃO DE GÊNERO

Gráfico 3 - Identificação de Gênero dos Participantes responderam aos questionários em 2021

Identificação de Gênero dos participantes que


responderam aos questionários em 2021
86,4%

12,8%
0,2% 0,2% 0,0% 0,1% 0,3%

FEMININO FEMININO MASCULINO MASCULINO INTERSEXO TRAVESTI NÃO


CIS TRANS CIS TRANS BINÁRIO

* Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT/2021

Do universo amostral, 86,4% das participantes se identificaram como sendo mulher cisgênero,
enquanto 12,8% como homens cisgêneros, e, somente 0,8% para as demais identidades de gênero.
A predominância de mulheres atuando na Assistência Social, tema já bastante debatido entre
os pesquisadores da área, pode ser explicada, não apenas, a partir do resgate histórico de sua origem,
marcada pela cultura do favor e do clientelismo, mas também pela própria “feminilização” de algumas
categorias profissionais que operam a Assistência Social, como o Serviço Social, Psicologia e Pedagogia.
Como é sabido, a primeira grande instituição de Assistência Social foi a Legião Brasileira de
Assistência (LBA), fundada em 1942, no governo de Getúlio Vargas, tendo como presidente a então
primeira-dama Darcy Vargas, conforme previsto em seu estatuto, isto é, a garantia sucessiva de sua
presidência às primeiras-damas da República Federativa do Brasil (CISNE, 2007). De acordo Martins1
(2011, p.16 apud BARBOSA 2017, p.24):
A organização da LBA e a sua especialização na assistência social indicam como o Estado
Novo propiciou as condições para o exercício do que poderíamos chamar de uma “cidadania
feminina” baseada na utilidade social das mulheres por meio da extensão moral da
maternidade para a sociedade. [...].

A plataforma de trabalho e atuação da LBA, portanto, se efetivou num deslizamento do gênero


do cuidado para as políticas sociais (MARTINS, 2011 apud BARBOSA, 2017, p.24).

1 MARTINS, Ana Paula Vosne. Gênero e assistência: considerações histórico-conceituais sobre práticas e políticas
assistenciais. Estado, Filantropia e Assistência. Rio de Janeiro: FIOCRUZ,2011.

38
A mesma lógica ocorre para algumas categorias profissionais que compõem o Suas, com
destaque para o Serviço Social, já que é a partir da própria institucionalização da assistência, que,
historicamente, o Serviço Social se estabelece como profissão (SPOSATI et al, 1995, p.39-40).

GRAU DE ESCOLARIDADE

Gráfico 4 – Grau de escolaridade dos trabalhadores da Assistência Social de Mato grosso, que responderam aos
formulários no ano de 2021

Percentual de Trabalhadores da Assistência Social, conforme grau de


Escolaridade

Doutorado 0,2%
Mestrado 1,6%
Especialização/ MBA 22,2%
Ensino Superior Completo 40,8%
Ensino Superior Incompleto 11,4%
Ensino Médio Completo 16,3%
Ensino Médio Incompleto 2,0%
Ensino Fundamental Completo 1,2%
Ensino Fundamental Incompleto 1,6%
Sem escolaridade 0,1%
Resposta inválida 2,6%

* Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT/2021

Ao observar o gráfico acima, percebe-se que a grande a maioria dos trabalhadores que
responderam aos questionários, possui nível superior com um percentual de 40,8%, seguido 22,2% de
profissionais que possuem algum tipo de especialização.

39
FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Gráfico 5- Percentual de trabalhadores da Assistência Social que responderam aos formulários em 2021,
conforme formação profissional.

Percentual de trabalhadores, que responderam aos formulários


conforme formação profissional
32,4%

18,5% 17,7% 17,0%

6,1%
2,5% 3,2%
0,3% 1,9% 0,1% 0,2% 0,1%

* Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT/2021

É importante ressaltar que a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Suas (NOB-
RH/Suas), aprovada em 2006, regulamenta a gestão do trabalho no âmbito da assistência social.
Posteriormente, a Resolução CNAS nº. 17, de 20 de junho de 2011, vem ratificar a equipe de referência
definida pela NOB-RH/Suas e reconhecer as categorias profissionais de nível superior para atender as
especificações dos serviços socioassistenciais e das funções essenciais de gestão do Suas. No mesmo
sentido, a Resolução CNAS nº. 09, de 15 de abril de 2014, vem ratificar e reconhecer as ocupações e as
áreas de ocupações profissionais de ensino médio e fundamental do Suas, em consonância com a NOB-
RH/Suas.
Considera-se, como foi possível observar acima, que 64,8% do total dos participantes deste
levantamento possui ensino superior completo, enquanto apenas 27,7% possuem ensino médio
completo. Contudo, quando observado o gráfico sobre “Cargo, função ou ocupação de acordo com a
Política de Assistência Social”, um significativo percentual de participantes, isto é, 32,0%, desempenha
suas funções no Suas como profissional de nível médio, nas suas mais variadas atribuições, conforme
descrito na Resolução CNAS nº. 09, de 15 de abril de 2014.
Convém ainda destacar que, desse percentual de participantes que atuam no Suas como
profissional de nível médio, 40,5% indicaram possuir nível superior completo, com destaque para a
categoria profissional de pedagogia, a qual representa 28,5% deste universo. Esta categoria profissional,
reconhecida pela Resolução CNAS nº. 17, de 20 de junho de 2011, e, que, preferencialmente pode
atender tanto as especificidades dos serviços socioassistenciais, quanto compor a gestão do Suas, vem

40
conquistando e ocupando cada vez mais espaço neste sistema, sobretudo, na condução do Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV).
Isso pode ser observado também no gráfico “Formação Profissional”, uma vez que, dentre as
categorias profissionais que compõem o Suas, a pedagogia apresenta, nesta pesquisa, o segundo maior
percentual, com 18,5%, ficando à frente da psicologia, cuja categoria profissional é obrigatória no Suas.

TEMPO DE ATUAÇÃO NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Gráfico 6-Tempo de Atuação na Política de Assistência Social, considerando os profissionais que responderam
aos formulários em 2021

Tempo de atuação dos trabalhadores da Assistência Social/ 2021

32,5% 33,1%

18,7%

9,8%
5,9%

menos de 1 ano 1 a 5 anos 5 a 10 anos 10 a 15 anos mais de 15 anos

* Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT/2021

No gráfico acima, pode-se observar que 32,5% dos profissionais que responderam ao
questionário, possuem menos de 1 ano de atuação na assistência social, que é um período curto,
considerando a complexidade da Política Nacional de Assistência Social e demais normativas que
subsidiam o fazer profissional do trabalho no Suas. Ademais, os dispositivos legais passam por
constantes atualizações, o que requer do trabalhador estudo, capacitação e aperfeiçoamento constante
a fim de realizar o seu trabalho em consonância com os princípios e diretrizes estabelecidos para a
política de Assistência Social.

41
VÍNCULO FUNCIONAL

Quanto ao vínculo profissional, nota-se no gráfico acima que somente 40,3% dos participantes
da pesquisa são servidores efetivos, o que implica que mais da metade dos participantes/profissionais
possuem vínculos não permanentes com o Suas. Esta realidade de instabilidade profissional e alta
rotatividade, pode interferir no processo de trabalho dos profissionais, que não conseguem realizar um
trabalho mais sistemático e contínuo. Além disso, a complexidade das demandas que se apresentam no
cotidiano profissional e a configuração dos serviços socioassistenciais ofertados, exigem vínculos
funcionais estáveis com o SUAS, visto que, referência, se constrói de forma contínua.
Evidencia-se, dessa forma, a necessidade constante de capacitação e acompanhamento dos
profissionais da assistência social, ainda que exerçam atividades com vínculos temporários, para que
estes consigam realizar seu fazer profissional em consonância com a PNAS.
A capacitação profissional e a educação permanente devem ir além do trabalho de capacitar
os profissionais para o trabalho na Assistência Social, mas também auxiliá-los no sentido da construção
do sentimento de pertencimento enquanto profissional da Política de Assistência Social, em que cada
um consiga entender sua importância no acesso às políticas públicas e o seu papel facilitador na
efetivação dos direitos sociais dos usuários.

Gráfico 7- Percentual por tipo de vínculo empregatício, conforme respostas dos formulários
preenchidos pelos trabalhadores da Assistência Social em 2021.

Vínculo Empregatício dos trabalhadores que responderam aos formulários-


2021
Servidor Efe tivo/Estatutário 40,3%
Servidor Tempo rário/Seletivo 21,0%
Comissionado 22,5%
Empregado Público Celetista (CLT) 0,6%
Voluntário 1,2%
Sem Vínculo Empregatício (ex. estágio) 1,9%
Terceirizad o (ex. ONG/OSCIP) 5,7%
Coo perativa/entidade prestadora de Serviços 6,1%
Não especificad o* 0,6%

* Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT/2021

42
ACÚMULO DE FUNÇÃO

O acúmulo de função ocorre quando um trabalhador é incumbido de efetuar mais funções do


que aquelas registradas em seu contrato ou regimento interno do setor. Para que seja caracterizado
como acúmulo de função é necessário que essa atribuição de funções diversas seja habitual. A
habitualidade é um dos fatores levados em conta na hora de determinar o desgaste físico ou emocional
que a situação possa ter causado, por exemplo.

Gráfico 8-Percentual de participantes que responderam aos formulários e que estão em situação de acúmulo de
função

Percentual de profissionais da Assistência Social que responderam ao


formulário e que estão em acúmulo de função

11,4%

Não acumula cargo de função

Sim, acumula cargo de função


89,2%

* Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT/2021

O acúmulo de função, além de gerar sobrecarga de trabalho, faz com que, muitas vezes, os
profissionais entrem em desvio de função, realizando atividades que não são de sua competência
profissional. Daí a importância do trabalhador, seja qual for sua atribuição na assistência social, ter
entendimento acerca de suas competências, atribuições e deveres, além de conhecer os dispositivos
legais que norteiam o seu fazer profissional.

43
DEMANDAS DE CAPACITAÇÃO

FILTROS APLICADOS

Para a consolidação das Demandas de capacitação”, os formulários respondidos foram


primeiramente agrupados em três grandes blocos (A, B e C), considerando a disposição dos polos
regionais, com base na Resolução da CIB-MT n. 13, de 11 de dezembro de 2013 (composição dos polos
regionais da CIB/MT), com o objetivo de fornecer um panorama acerca da relevância dos diferentes
conteúdos do Suas, que servirão como indicadores para adequada intervenção nos territórios do estado.
A Gestão Estadual do Suas, em consonância com as diretrizes da Política Nacional de
Educação Permanente do Suas (PNEP/Suas), sobretudo com o princípio da interdisciplinaridade –
fundamentado no reconhecimento dos saberes específicos de cada área, na sua complementaridade e
na possibilidade de construção de novos saberes e práticas – utilizou como filtro secundário, a área de
atuação indicada durante o preenchimento do levantamento, visando o aprimoramento e o nivelamento
dos conhecimentos, habilidades e atitudes dos três diferentes percursos formativos do Suas: gestão,
provimento de serviços e benefícios socioassistenciais e controle social.

44
Tabela 13 – Agrupamento dos Municípios por 3 Blocos de Polos Regionais
BLOCO A BLOCO B BLOCO C
1. Água Boa 1. Alto Araguaia 1. Acorizal
2. Alto Boa Vista 2. Alto Paraguai 2. Alta Floresta
3. Araguaiana 3. Alto Garças 3. Apiacás
4. Araguainha 4. Alto Taquari 4. Arenápolis
5. Aripuanã 5. Araputanga 5. Barão de Melgaço
6. Barra do Garças 6. Cáceres 6. Barra do Bugres
7. Bom Jesus do Araguaia 7. Campo Verde 7. Campo Novo do Parecis
8. Brasnorte 8. Campos de Júlio 8. Carlinda
9. Campinápolis 9. Comodoro 9. Chapada dos Guimarães
10. Canabrava do Norte 10. Conquista D’Oeste 10. Cláudia
11. Canarana 11. Curvelândia 11. Colíder
12. Castanheira 12. Diamantino 12. Cuiabá
13. Cocalinho 13. Dom Aquino 13. Denise
14. Colniza 14. Figueirópolis D’Oeste 14. Feliz Natal
15. Confresa 15. Gaúcha do Norte 15. Ipiranga do Norte
16. Cotriguaçu 16. Glória D’Oeste 16. Itanhangá
17. General Carneiro 17. Guiratinga 17. Itaúba
18. Guarantã do Norte 18. Indiavaí 18. Jangada
19. Juara 19. Itiquira 19. Lucas do Rio Verde
20. Juína 20. Jaciara 20. Marcelândia
21. Juruena 21. Jauru 21. Nossa Senhora do Livramento
22. Luciara 22. Juscimeira 22. Nova Bandeirantes
23. Matupá 23. Lambari D’Oeste 23. Nova Brasilândia
24. Nova Nazaré 24. Mirassol D’Oeste 24. Nova Canaã do Norte
25. Nova Xavantina 25. Nobres 25. Nova Guarita
26. Novo Horizonte do Norte 26. Nortelândia 26. Nova Marilândia
27. Novo Mundo 27. Nova Lacerda 27. Nova Monte Verde
28. Novo Santo Antônio 28. Nova Maringá 28. Nova Mutum
29. Novo São Joaquim 29. Paranatinga 29. Nova Olímpia
30. Peixoto de Azevedo 30. Pedra Preta 30. Nova Santa Helena
31. Pontal do Araguaia 31. Pontes e Lacerda 31. Nova Ubiratã
32. Ponte Branca 32. Porto Esperidião 32. Paranaíta
33. Porto Alegre do Norte 33. Poxoréu 33. Planalto da Serra
34. Porto dos Gaúchos 34. Primavera do Leste 34. Poconé
35. Querência 35. Reserva do Cabaçal 35. Porto Estrela
36. Ribeirão Cascalheira 36. Rio Branco 36. Santa Carmem
37. Ribeirãozinho 37. Rondolândia 37. Santa Rita do Trivelato
38. Santa Cruz do Xingu 38. Rondonópolis 38. Santo Afonso
39. Santa Terezinha 39. Rosário Oeste 39. Santo Antônio do Leverger
40. São Félix do Araguaia 40. Salto do Céu 40. Sapezal
41. São José do Xingu 41. Santo Antônio do Leste 41. Sinop
42. Serra Nova Dourada 42. São José do Povo 42. Sorriso
43. Tabaporã 43. São José do Rio Claro 43. Tangará da Serra
44. Torixoréu 44. São José dos Quatro Marcos 44. Tapurah
45. Vila Rica 45. São Pedro do Cipa 45. Terra Nova do Norte
46. Tesouro 46. União do Sul
47. Vale de São Domingos 47. Várzea Grande

48. Vila Bela da Santíssima Trindade 48. Vera

* Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT/2021

45
Quadro 3 – Agrupamento dos formulários respondidos conforme setor de atuação
N° de N° de N° de N° de
Formulários Formulários Formulários Formulários
Área de Atuação % % % %
Respondidos Respondidos Respondidos Respondidos
Total Bloco A Bloco B Bloco C

Gestão -Orçamentária e
139 8,1% 35 2,1% 47 2,8% 57 3,3%
Financeira

Gestão -
30 1,8% 7 0,4% 12 0,7% 11 0,6%
Vigilância Socioassistencial

Gestão -
85 5,0% 23 1,3% 24 1,4% 38 2,2%
Gestão do Trabalho e Educação
Permanente

Gestão do Cadastro Único /


Gestão do Programa Bolsa 147 8,6% 48 2,8% 47 2,8% 52 3,0%
Família

PSB
725 42,5% 172 10,1% 236 13,8% 317 18,6%
CRAS / Centro de Convivência
para Idosos

PSE-MC -

CREAS / Centro Pop / Centro Dia 176 10,3% 34 2,0% 61 3,6% 82 4,8%
de Referência para Pessoas com
Deficiência e suas Famílias

PSE-AC - Unidade de
Acolhimento Institucional de
Crianças e Adolescentes /
Unidade de Acolhimento para
Adultos e Famílias / Unidade de
Acolhimento para Jovens e
Adultos com deficiência / 151 8,9% 33 1,9% 33 1,9% 84 4,9%
Unidades de Acolhimento para
Mulheres em Situação de
Violência / Unidade de
Acolhimento para Idosos / Família
Acolhedora para Criança e
Adolescente

Programa Criança Feliz 120 7,0% 29 1,7% 15 0,9% 76 4,5%

Programa Acessuas Trabalho 13 0,8% 4 0,2% 6 0,4% 3 0,2%

Controle Social - Conselho de


120 7,0% 26 1,5% 44 2,6% 50 2,9%
Assistência Social

Total 1706 100,0% 411 24,1% 525 30,8% 770 45,1%

* Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT/2021

Assim sendo, a aplicação dos referidos filtros se deu em conformidade com o esquema
apresentado na “Figura 1” a seguir:

46
Figura 1 – Filtros Aplicados

* Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT/2021

PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS

O levantamento de demandas de capacitação buscou considerar todas as áreas estruturantes


do Suas (linhas na vertical) e seus respectivos conteúdos (linhas na horizontal), como demonstrado no
exemplo da “Figura 2”:

Figura 2 - Área do Suas e conteúdos correspondentes

*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

47
Para sua análise, adotou-se patamares de relevância, que variou numa escala de 1 (mais
relevante) a 5 (irrelevante), conforme relação abaixo:

A) Patamar Irrelevante (0%);


B) Patamar Pouco Relevante (1% a 25%);
C) Patamar Intermediário (26% a 50%);
D) Patamar Relevante (51% a 75%);
E) Patamar Mais Relevante (76% a 100%).

A justificativa para a adoção de patamares de relevância pode ser facilmente explicada pelos
diferentes “pesos” que cada variável deve possuir, compreendendo que 1 (mais relevante) precise,
necessariamente, possuir um “peso” maior que 5 (irrelevante). Assim sendo, segue a lógica adotada para
a análise dos dados coletados:

Ø 1° Passo: Chegar ao Ponto Médio de cada patamar:


Ponto Médio do patamar “Mais Relevante” = PMMR = (100% + 76%):2 = 88%
Ponto Médio do patamar “Relevante” = PMR = (75% + 51%):2 = 63%
Ponto Médio do patamar “Intermediário” = PMI = (50% + 26%):2 = 38%
Ponto Médio do patamar “Pouco Relevante” = PMPR = (25% + 1%):2 = 13%
Ponto Médio do patamar “Irrelevante” = PMIR = 0%

Ø 2° Passo: Calcular o Nível Médio de Relevância do Conteúdo = NMRC, considerando:


No de pessoas que indicaram o nível de relevância como “mais relevante” = No PMR;
No de pessoas que indicaram o nível de relevância como “relevante” = No PR;
No de pessoas que indicaram o nível de relevância como “intermediário” = No PI;
No de pessoas que indicaram o nível de relevância como “pouco relevante” = N o PPR;
No de pessoas que indicaram o nível de relevância como “irrelevante” = No PIR;
N° total de pessoas que julgaram o nível de relevância dos conteúdos = N° TP

NMRC = [(PMMR x No PMR) + (PMR x No PR) + (PMI x No PI) + (PMPR x No PPR) + (PMIR x
No PIR)]: No TP
Após a sistematização do número total de pessoas por cada nível de relevância indicado no
formulário, aplica-se a Fórmula da Média Aritmética dos Níveis Médios de Relevância dos Conteúdos
(MANMRC).

48
O resultado dos níveis/graus de relevância dos conteúdos pertinentes às diferentes áreas que
compõem o Suas é obtido, portanto, através da utilização da metodologia acima explicitada.

REPRESENTATIVIDADE DA AMOSTRA

Uma vez tomada a tabulação, expressada em proporção das respostas por área de atuação
dos participantes, muito em função da distribuição amostral que possui no universo 141 municípios com
diferentes agrupamentos de equipamentos, e, em alguns casos, perfis exclusivos, procedeu-se a
validação da amostra como representativa das indicações para o conjunto dos municípios agrupados
nos blocos.
Por possuir característica exploratória e buscar depreender nos participantes deste
levantamento, níveis de relevância na priorização de ações de capacitação, estabeleceu-se o nível de
confiança do levantamento em 90%, conquanto a probabilidade de se obter os mesmos resultados
apresentados nos questionários fosse exatamente a mesma para os demais atores do Suas de Mato
Grosso (universo da pesquisa) não pesquisados.
Com a amostra tabulada, representada em 26% do universo – em três blocos de municípios e
em correspondentes polos regionais de Assistência Social e área de atuação no Suas – procedeu a
homogeneização da amostra em função do “Bloco C”, por concentrar o maior número de participantes,
e, se parametrizou um peso ponderado, no sentido de tornar todos os blocos com o mesmo peso amostral
nas respostas apresentadas. Sendo assim, segue demonstrativo sobre a representatividade da amostra
na definição de prioridades de capacitação, segundo as diferentes áreas de atuação dos trabalhadores,
com nível de confiança de 90% para a margem de erro amostral.

49
Tabela 14: Representatividade da amostra

Universo da Pesquisa1 Margem de Erro para a


Formulários Respondidos Peso Amostral2 (Bloco C=1)
(Número de Trabalhadores) Amostra Homogênea
Área de Atuação

Total % Total % Total % 1,35%

Gestão Orçamentária e Financeira 196 3% 139 8% 175,32 7% 2,02%

Gestão do SUAS/Vigilância Socioassistencial 30 2% 38,18 2%

Gestão do Trabalho e Educação Permanente 1.124 17% 85 5% 117,71 5% 3,90%

Cadastro Único/PAB 147 9% 161,48 7%

PSB – CRAS/Centro Convivência Idosos 2.405 37% 725 42% 954,86 41% 2,06%

PSE Média Complexidade – CREAS/Centro


535 8% 176 10% 249,48 11% 3,80%
Pop/Centro Dia

PSE-Alta Complexidade – Unidades de


1.106 17% 151 9% 254,36 11% 4,51%
Acolhimento

Programa Criança Feliz - - 120 7% 229,74 10% -

Acessuas Trabalho - - 13 1% 19,00 1% -

Conselhos de Assistência Social 1.193 18% 120 7% 154,20 7% 6,16%

Soma/Média 6.559 100% 1.706 100% 2.354,32 100% 3,74%

1. Relatório CADSUAS/Ministério da Cidadania (out/2021), com expurgos de tipos de vínculos sem perenidades, outras redes e com ajustes no número de conselheiros.

2. Cada bloco possui a mesma representatividade no tamanho da amostra

*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

Considerando o relativo grau de homogeneidade nos formulários respondidos, se intentou


encontrar a dimensão do erro amostral (para mais ou para menos), em cada conjunto de polos
regionais, por área de atuação. Desta feita, conforme visto na tabela acima, ao avaliar o tamanho da
amostra, observou-se um percentual significativo de representação das diversas dimensões de
interesse dos atores do Suas de Mato Grosso, representados no levantamento, para o devido
dimensionamento das ações de capacitação destinada à rede socioassistencial.

50
RESULTADOS DO LEVANTAMENTO DE DEMANDAS DE CAPACITAÇÃO
DE TRABALHADORES, GESTORES E CONSELHEIROS DE ASSISTÊNCIA
SOCIAL (2021)

GESTÃO DO SUAS

Tabela 15 – Percentual das ações “mais relevantes” no âmbito da Gestão do SUAS


Principais ações de capacitação Percentual de Relevância
Gestão do Suas Bloco A Bloco B Bloco C
Regulação do SUAS 62,2% 59,7% 61,2%
Gestão Financeira e orçamentária do SUAS 61,3% 60,9% 60,7%
Vigilância Socioassistencial 62,1% 59,6% 62,3%
Gestão do Trabalho no âmbito do SUAS 63,0% 61,8% 63,9%
Educação Permanente do SUAS 62,1% 61,9% 63,7%
Comunicação no SUAS 60,5% 60,1% 62,2%
*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

A Gestão do Suas é a responsável pelo aprimoramento da gestão da Política de Assistência


Social, planejando, articulando, monitorando, avaliando e assessorando tecnicamente as ações
propostas pelos municípios.
Na tabela acima, percebe-se que os blocos de Polos A e C apontaram como mais relevante o
item: Gestão do Trabalho no âmbito do Suas e o Bloco B: Educação Permanente do Suas.
Uma das hipóteses pelos quais os itens considerados como mais relevantes referem-se a
questões relacionadas ao trabalhador do Suas, pode ser pelo fato de que no Estado há um número
acentuado de trabalhadores com vínculos temporários. Conforme dados do Censo Suas 2020, dentre os
trabalhadores das Unidades de Cras de Mato Grosso, 47,7% são de servidores estatutários e 52,3% de
profissionais com vínculo temporário (Empregados Públicos (CLT), Comissionados, outros vínculos não
permanentes). Quanto às unidades de Creas, 54,6% são de servidores estatutários e 45,4 % são de
profissionais com vínculo temporário (Empregados Públicos (CLT), Comissionados, outros vínculos não
permanentes). Esses dados revelam a precarização das relações de trabalho dos profissionais da
Assistência e a dificuldade em se estabelecer um trabalho contínuo e sistemático com os usuários, já
que os profissionais não permanecem por muito tempo em seus cargos.
Ainda sobre os Recursos Humanos nas Unidades de Cras e Creas, o Ministério da Cidadania
disponibiliza indicadores sobre a estrutura física, recursos humanos, serviços e benefícios sintetizados
no IDCras e IDCreas. No tocante aos Recursos Humanos, O IDCras e IDCreas buscam identificar se o
quantitativo da equipe de referência é adequado ao porte da unidade, tendo como parâmetro a NOB-

51
RH/Suas. Esta dimensão, no seu nível 5, leva em conta o quantitativo de profissionais de nível superior,
o qual varia conforme existência ou não de uma equipe volante, referenciada à unidade, recebendo
cofinanciamento federal. São considerados também o número de profissionais com formação de Serviço
Social e Psicologia, se a unidade possui, no mínimo, um profissional de nível superior com vínculo
estatutário ou empregado público celetista, e ainda, a existência de um coordenador de nível superior.
O gráfico a seguir retrata os níveis de IDCras nos municípios de Mato Grosso no período de
2018 a 2020, em que se pode perceber que houve um aumento na quantidade de municípios com o nível
5, de 2018 para 2020. Porém no nível 1 também houve aumento: em 2018, eram 2 municípios e em
2020, 4 municípios com níveis 1. É importante ressaltar que, de acordo com os critérios do IDCras, o
nível 1 está aquém do que a equipe técnica de CRAS deveria compor para conseguir atender e
acompanhar os usuários da Unidade. Isso sobrecarrega os profissionais dessas Unidade que não
conseguem realizar o acompanhamento e o planejamento das ações.

Gráfico 9 – Comparativo dos níveis de IDCRAS RH nos municípios de Mato Grosso, no período de 2018 a 2020

Níveis de IDCRAS RH nos municípios de Mato Grosso, no período de 2018 a


2020.
90 82
80 73 70
70
60
50
40 33
29 29
30 19 19
18 18 16
20 10
10 2 1 4
0
IDCRAS RH 2018 ID CRAS RH 2019 IDCRAS RH 2020

Nível 1 Nivel 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5

*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

Em relação aos Recursos Humanos das Unidades de Creas, a tabela a seguir demonstra que em 2018,
48,8% dos municípios estavam com nível de IDCreas entre 1 e 2. Em 2019 esse percentual baixou para 37,7% e,
em 2020, 38,6% dos municípios estavam entre os níveis de IDCreas 1 e 2. Apesar da diminuição do percentual, o
número de unidades nesse nível ainda pode ser considerado elevado se levarmos em conta a quantidade de
unidades de Creas no estado. Esse contexto pode ser reflexo da grande demanda de atendimento que essas
Unidades recebem, como também a complexidade de atendimento dessas Unidades que trabalham com usuários
que tiveram seus direitos violados de alguma forma. Daí pode-se mensurar o grau de exigência e capacidade
técnica da equipe de referência, que ao se deparar com condições de trabalho precárias, além de vínculos
empregatícios que não lhe concede segurança profissional, acabam por vezes deixando de optar por trabalhar

52
nessas Unidades. Nesse sentido, percebe-se novamente a importância em se investir em concursos públicos, que
proporcionem aos trabalhadores maiores benefícios, segurança profissional e o vislumbre de um trabalho contínuo
e sistemático com o usuário

Tabela 16- Distribuição quantitativa dos municípios, conforme Níveis de IDCREAS RH, no período de 2018 a
2020.
Nível IDCREAS 2018 IDCREAS 2019 IDCREAS 2020
5 2 4 3
4 2 4 2
3 18 20 22
2 16 14 14
1 5 3 3
Total de CREAS 43 45 44
*Fonte: MC/ IDCREAS 2020- Elaboração: Coordenadoria de Gestão do Trabalho

REGULAÇÃO E GESTÃO FINANCEIRA DO SUAS

Tabela 17 – Percentual das ações “mais relevantes” na Regulação e Gestão Financeira

Principais ações de capacitação Percentual de Relevância


Regulação e Gestão Financeira do Suas Bloco A Bloco B Bloco C
Elaboração e aprovação da Lei do SUAS 61,9% 61,9% 62,0%
Atos normativos do SUAS (Decretos, Portarias,
59,1% 57,1% 67,5%
Resoluções)
Instrumentos de planejamento do SUAS (PPA, PTA, LDO e
72,6% 65,1% 67,8%
LOA)
Gestão Financeira e Orçamentária do Fundo de Assistência
71,9% 64,8% 73,0%
Social
Prestação de Contas e Guarda documental (Relatórios
70,9% 60,5% 67,4%
Trimestrais, Anuais e de Gestão)
Contratos e Licitação 64,4% 54,1% 66,5%
Atribuições e Importância dos Conselhos como Órgão de
66,6% 61,1% 59,2%
Controle Social
Sistema de Informação (SUAS WEB, dentre outros) 65,8% 60,8% 59,6%
*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

Observando a tabela acima pode se perceber que Instrumentos de planejamento do SUAS


(PPA, PTA, LDO e LOA) foi a temática considerada mais relevante tanto para o Bloco A, quanto para o
bloco B. Já para o bloco C, a temática considerada como mais relevante, refere-se a Gestão Financeira
e Orçamentária do Fundo de Assistência Social.
Considerando o Caderno de Orientações da Gestão Financeira e Orçamentária do Suas, que
prevê como algumas das responsabilidades dos municípios: “Executar os recursos federais e estaduais
transferidos para a melhoria da gestão, dos serviços, dos programas e dos projetos de assistência social
em âmbito local; zelar pela boa e regular execução dos recursos transferidos pela União, executados

53
direta ou indiretamente, inclusive no que tange à prestação de contas” (2013, pg. 67); faz-se necessário
que os trabalhadores envolvidos no Suas ampliem seus conhecimentos afim de realizar uma gestão
financeira e orçamentária de modo eficiente, refletindo diretamente no acesso e serviços ofertados aos
usuários da Política Nacional de Assistência Social, já que os itens acima apontados como mais
relevantes, podem indicar que os municípios tem dificuldade em realizar suas atividades com base em
um planejamento sistemático. E essa dificuldade pode acontecer devido à falta de recursos humanos,
dificuldades com estrutura física e/o falta de entendimento sobre a temática.

Tabela 18 – Percentual das ações mais relevantes na “Rede Socioassistencial Privada”

Principais ações de capacitação Percentual de Relevância


Rede Socioassistencial Privada Bloco A Bloco B Bloco C
Papel das Organizações da Sociedade Civil na rede
60,4% 57,0% 64,9%
socioassistencial do SUAS
Parcerias e o Marco Regulatório das Organizações da
51,5% 53,6% 61,0%
Sociedade Civil - MROSC
Níveis de reconhecimento das Entidades não
governamentais na Política de Assistência Social - Inscrição 58,6% 59,2% 63,6%
no Conselho de Assistência Social, CNEAS e CEBAS
Sistema CNEAS: preenchimento, atualização e relatórios 59,3% 57,9% 61,0%
Processo de Certificação de Entidades Beneficentes da
59,7% 58,7% 60,1%
Assistência Social - CEBAS
Acompanhamento das Organizações da Sociedade Civil no
57,2% 58,1% 59,6%
SUAS
Emendas parlamentares federais 61,1% 52,8% 66,2%
*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

Na tabela acima o Bloco B apontou como mais relevante o tema: Níveis de reconhecimento
das Entidades não governamentais na Política de Assistência Social - Inscrição no Conselho de
Assistência Social, CNEAS e CEBAS. Os Blocos A e C, apontaram como mais relevante: Emendas
Parlamentares Federais.
Segundo informações do portal eletrônico do Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de
Repasse (Siconv) da Plataforma Mais Brasil2, de acordo com a Constituição, a emenda parlamentar é o
instrumento que o Congresso Nacional possui para participar da elaboração do orçamento anual. Em
outras palavras é a oportunidade que os deputados têm de acrescentarem novas programações
orçamentárias com o objetivo de atender as demandas das comunidades que representam, ou seja, é
por meio das emendas que deputados federais podem influenciar no que o dinheiro público será gasto.

2
Fonte: https://siconv.com.br/

54
VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL

Tabela 19 – Percentual das ações mais relevantes acerca da Vigilância Socioassistencial

Principais ações de capacitação Percentual de Relevância


Vigilância Socioassistencial Bloco A Bloco B Bloco C
Processo de Implantação e Estruturação da Vigilância
75,4% 69,2% 88,0%
Socioassistencial
Gerenciamento e consulta de Sistemas Informacionais 71,9% 64,0% 85,7%
Diagnóstico Socioterritorial 75,4% 70,3% 83,5%
Plano de Assistência Social 75,4% 65,0% 78,9%
Indicadores para Monitoramento e Avaliação 75,4% 64,0% 88,0%
Preenchimento do Censo SUAS 59,3% 63,0% 66,4%
*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

Observando a tabela supracitada pode-se observar que os blocos A e C apresentaram maior


percentual no Item: Processo de Implantação e Estruturação da Vigilância Socioassistencial. Isso se
deve possivelmente pelo fato de que a Vigilância Socioassistencial Estadual vem realizando com os
municípios, um trabalho de sensibilização, incentivando e auxiliando os municípios na sua implantação.
De acordo com o caderno de Orientações Técnicas da Vigilância Socioassistencial (pg. 09), a
Vigilância Socioassistencial “objetiva detectar e compreender as situações de precarização e de
agravamento das vulnerabilidades que afetam os territórios e os cidadãos, prejudicando e pondo em
risco sua sobrevivência, dignidade, autonomia e socialização. Deve buscar conhecer a realidade
específica das famílias e as condições concretas do lugar onde elas vivem e, para isso, é fundamental
conjugar a utilização de dados e informações estatísticas e a criação de formas de apropriação dos
conhecimentos produzidos pelos pelas equipes dos serviços socioassistenciais, que estabelecem a
relação viva e cotidiana com os sujeitos nos territórios”.
A Vigilância Socioassistencial desenvolve produção, sistematização e análise de dados sobre
as famílias, usuários, benefícios, ou/e tudo aquilo que perpassa pelo cotidiano profissional da assistência
social. E um dos instrumentos utilizados pela Vigilância Socioassistencial é o diagnóstico socioterritorial,
que foi apontado pelo Bloco B como assunto de maior relevância para capacitação.
O diagnóstico socioterritorial é um instrumental de grande relevância para subsidiar e
fundamentar ações estratégicas na política de assistência social, de forma preventiva e proativa, além
de fazer parte do Plano Municipal de Assistência Social, elaborado pelos municípios. Ademais, o
diagnóstico é um importante instrumento que pode ser usado por qualquer setor, já que através dos
dados obtidos por ele, pode-se realizar a análise de determinada realidade, além de permitir identificar
fragilidades e potencialidades de suas próprias práticas profissionais.

55
Nesse eixo temático, o preenchimento do Censo Suas apresentou menor percentual de
relevância em todos os blocos dos polos, se comparadas às outras ações da temática Vigilância
Socioassistencial. Nesse contexto é valido destacar que o Censo Suas fornece importantes informações
que podem subsidiar estudos, análises, além de retratar a realidade da Assistência Social nos
municípios, em todos os seus aspectos. Os dados expostos no Censo Suas, permitem identificar a
realidade da política de Assistência Social nos municípios, daí a importância em aprimorar o
conhecimento acerca do seu preenchimento, bem como manuseio e interpretação de dados expostos no
mesmo.

GESTÃO DO TRABALHO E EDUCAÇÃO PERMANENTE DO SUAS

Tabela 20 –Percentual das ações “mais relevantes” na Gestão do Trabalho e Educação Permanente do Suas

Principais ações de capacitação Percentual de Relevância


Gestão do Trabalho e Educação Permanente do Suas Bloco A Bloco B Bloco C
Composição e atribuição das Equipes de Referência - Categorias
61,9% 60,4% 57,3%
profissionais de nível superior
Composição e atribuição das Equipes de Referência - Categorias
59,7% 60,4% 54,3%
profissionais de nível médio e fundamental
Princípios éticos para trabalhadores do SUAS 65,1% 55,6% 56,7%
Recrutamento e Seleção de Pessoal no SUAS 58,1% 56,2% 54,4%
Plano de Cargos, carreiras e salários (PCCS) 58,6% 54,6% 52,0%
Saúde e Segurança do Trabalhador do SUAS 64,0% 55,2% 55,0%
Sistema de Informação (SAAS e CADSUAS) 64,1% 58,3% 57,0%
Plano de Educação Permanente do SUAS 59,7% 62,5% 58,0%
Núcleo de Educação Permanente do SUAS 62,4% 60,4% 55,7%
*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

Observando a tabela acima, no tema: Plano de Educação Permanente do Suas, os Blocos B e


C, o classificaram como mais relevante. A Educação Permanente do Suas é um importante instrumento
para romper com viés assistencialista que ainda perpassa a Assistência Social. Apesar dos diversos
avanços que a Política Nacional de Assistência já alcançou, há ainda uma visão equivocada acerca da
Assistência Social, em que usuários, gestores e até trabalhadores a compreendem como ação
assistencialista. Nesse sentido, a Educação Permanente pode possibilitar aos trabalhadores, por meio
de qualificações, maior entendimento sobre a Assistência Social enquanto um Política de direitos, além
de possibilitar, maior consciência acerca do seu papel na efetivação dos direitos sociais dos usuários.
O item Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) apesar de ter apresentado menor
percentual em quase todos os blocos de polos, deve ser considerado com atenção como item para
capacitação, considerando os dados já mencionados nesse estudo que apontam que grande parte dos

56
trabalhadores da Assistência Social de Mato Grosso, possuem vínculo empregatício temporário. O
profissional que é servidor estatuário, além das vantagens do plano de cargo e carreira, possui
estabilidade profissional que lhe concede maior segurança e autonomia profissional, permitindo que o
mesmo se posicione frente a demandas ou atribuições que vão de encontro ao que preconiza a Política
Nacional de Assistência Social. Ademais, o profissional com vínculo temporário terá dificuldades em
realizar um trabalho contínuo e sistemático junto aos usuários.

GESTÃO DO CADASTRO ÚNICO E DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

Tabela 21– Percentual das ações “mais relevantes” na Gestão do Cadastro Único e do Programa Bolsa Família

Principais ações de capacitação Percentual de Relevância


Gestão do Cadastro Único e do Programa Bolsa Família Bloco A Bloco B Bloco C
Gestão do Cadastro Único e do Programa Bolsa Família 69,2% 73,3% 61,8%
Formulários do Cadastro Único 67,4% 65,4% 48,7%
Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família - SIGPBF e Sistema
67,6% 73,3% 59,1%
de Condicionalidades - SICON
Consulta, Seleção e Extração de Formação do Cadastro Único -
65,3% 74,4% 60,5%
CECAD
Sicon na Gestão de Condicionalidade do PBF 66,1% 74,1% 64,2%
Sistema do Cadastro Único - V7 67,1% 67,7% 52,8%
Sistema de Benefício ao Cidadão - SIBEC 67,1% 74,1% 58,8%
*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021
**Tabulado considerando o número de participantes por Área de Atuação – Gestão – Gestão do Cadastro Único e do Programa
Bolsa Família, em cada bloco

Na tabela acima, pode-se observar que em muitas ações, o percentual de respostas se


apresenta com percentual equilibrado entres os blocos de polos, com exceção da ação: formulários do
Cadastro Único, em que o bloco C apresentou 48,7%, resultando numa diferença de 18,7% para o bloco
A e de 16,7% em relação ao bloco B. Ao analisarmos os dados da tabela, especialmente os percentuais
diferentes de um bloco de polo para outro, percebemos como é importante observar cada polo na sua
especificidade, já que aqui fica evidente que nem sempre a necessidade de um município coincide com
a dos outros municípios.

57
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA

A tabela abaixo demonstra que os municípios do bloco A apontaram como mais relevante o
conteúdo referente a Atribuições do Cras e do Órgão Gestor Municipal, o bloco B e o bloco C apontaram
o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif), como assunto mais relevante. As temáticas
apontadas como mais relevantes pelos 3 blocos, são temáticas importantes e necessárias para o
desenvolvimento das ações do profissional na assistência social.

Tabela 22– Percentual das ações “mais relevantes” da Proteção Social Básica

Principais ações de capacitação Percentual de Relevância


Proteção Social Básica Bloco A Bloco B Bloco C
Atribuições do CRAS e do Órgão Gestor Municipal 72,1% 68,9% 68,7%
Gestão Territorial na Proteção Social Básica 67,4% 65,9% 66,2%
Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família - PAIF 71,9% 69,7% 69,4%
Metodologia do trabalho social com famílias 70,6% 68,3% 68,9%
Atendimento e Acompanhamento às Famílias no âmbito do PAIF 69,0% 69,1% 67,5%
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos - SCFV 69,7% 68,5% 68,8%
Serviço de Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com
66,9% 66,9% 64,4%
deficiência e idosas
A integração do SCFV com os demais serviços do SUAS e outras
69,4% 66,6% 66,1%
políticas
PSE e PSB: Atuação Integrada da Rede Socioassistencial 67,5% 65,7% 64,9%
Elaboração de relatórios técnicos, informativos e guarda documental 68,4% 65,7% 64,8%
Sistema de Informação (Prontuário do SUAS, RMA, SISC, Carteira do
67,6% 65,7% 66,5%
Idoso, dentre outros)
*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

O Caderno de Orientações Técnicas para o Cras, disponibiliza informações que servem como
norte para o fazer profissional dos trabalhadores dessas Unidades. Nesse sentido, o fato de os 3 blocos
apontarem como mais relevantes temas básicos para o cotidiano profissional, leva-nos a inferir que há
uma fragilidade na apropriação dos conteúdos básicos por parte dos trabalhadores da assistência social.
E essa situação leva-nos a refletir sobre as hipóteses pelas quais essa situação se evidencia. Uma delas
deve-se ao fato de que muitos dos trabalhadores da Assistência Social possuem vínculo empregatício
temporário, o que impossibilita ao profissional conhecer a Política Nacional de Assistência Social de
forma aprofundada e a realizar um trabalho contínuo e sistemático.
Outra hipótese acerca da temática pode se dar devido ao número elevado de demandas
espontâneas que as equipes têm que atender diariamente, impossibilitando-os de se capacitarem e/ou
se atualizarem sobre os dispositivos legais que preconizam a Política Nacional de Assistência Social.

58
Tabela 23 – Percentual das Ações “mais relevantes” acerca da Proteção Social Especial de Média
Complexidade, de acordo com os trabalhadores da Proteção Social Básica
Principais ações de capacitação Percentual de Relevância
Proteção Social Especial de Média Complexidade Bloco A Bloco B Bloco C
Atribuições do Órgão Gestor Municipal e das Unidades
Socioassistenciais da PSE-MC (CREAS, Centro Pop, 60,5% 60,5% 60,4%
Centro Dia)
Serviço de Proteção e Atendimento Especializado à Família
58,9% 62,0% 61,6%
e Indivíduos - PAEFI
Serviço Especializado em Abordagem Social 60,0% 62,0% 62,7%
Serviço de proteção social a adolescentes em cumprimento
de medida socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de 60,0% 62,2% 62,0%
Prestação de Serviços à Comunidade (PSC)
Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com
60,7% 61,8% 63,5%
Deficiência, Idosas e suas Famílias
Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua 56,7% 60,0% 62,4%
Metodologia de Trabalho Social com Famílias 59,2% 62,5% 63,6%
PSE e PSB: Atuação Integrada da Rede Socioassistencial 59,9% 61,3% 62,0%
Elaboração de relatórios técnicos, informativos e guarda
59,0% 60,8% 60,0%
documental
Sistema de Informação (Prontuário, RMA, SIPIA/SINASE,
59,8% 60,5% 60,3%
dentre outros)
*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021
**Tabulado considerando o número de participantes por Área de Atuação – PSB – CRAS/Centro de Convivência para
Idosos, em cada bloco

A tabela abaixo demonstra como se dá a referência e contrarreferência entre Cras e Creas em Mato
Grosso.

Tabela 24- Perguntas relacionadas à Contrarreferência Cras/Creas, respondidas por 178 Unidades de Cras de
Mato Grosso/ 2020
Perguntas relacionadas a Contra Referencia Cras/Creas, respondidas por 178 Frequência
%
Unidades de Cras de Mato Grosso de respostas
Não há CREAS de referência para este CRAS 88 49,40%
Fluxo de trabalho definido entre as equipes que realizam o atendimento de PSB e PSE 70 39,30%
Responsabilidade compartilhada entre serviços e realização de reuniões periódicas
43 24,10%
entre as equipes
Existência de planejamento conjunto das ações preventivas e de atendimento a
30 16,80%
violações de direitos
Há dificuldades estruturais, territoriais ou de cobertura que impedem a realização de
9 5,50%
trabalho articulado, entre CRAS e CREAS
*Fonte: MDS/CensoSuas 2020. Elaboração: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT

A tabela demonstra que há de maneira geral um equilíbrio entre os percentuais dos itens
considerados como mais relevantes, em que os valores estão muito semelhantes nos 3 blocos, em todos
os itens da Tabela, com poucas exceções. De maneira geral, há um interesse dos profissionais da
Proteção Básica que participaram desse estudo, em aprofundar o seu conhecimento acerca das
temáticas pertinentes à Média Complexidade/Creas.

59
Pode-se dizer que isso ocorre devido a demandas que as Unidades de Cras recebem, que são
de competência dos Creas. Nesses casos, os técnicos encaminham as demandas para o Creas mais
próximo, caso haja uma Unidade em seu município. Nos casos do usuário que superou a situação que o
levou até o Creas, o indivíduo/família é contra referenciado ao Cras, ou seja, volta a essa unidade para
continuidade do acompanhamento da proteção social básica, pelo tempo que for necessário. Daí a
importância de o técnico ter a compreensão sobre o que são demandas dos Cras e o que são demandas
de outras Unidades de referência.
Observando a tabela acima, nota-se que quase metade das Unidades de Cras que
responderam aos Censo Suas 2020, apontaram que não há Creas de referência para este Cras, o que
pode resultar em atendimento dessas demandas pela própria equipe de referência que recebeu a
demanda. Esse cenário, nos leva a algumas reflexões:
• A equipe técnica das Unidades de Cras que atende demandas com características de
Proteção Social Especial conseguirá atender suas demandas e as dos Creas de maneira
sistêmica e contínua sem se sobrecarregar?
• As unidades de Creas disponíveis em Mato Grosso são suficientes para atender as
demandas de Proteção Social Especial?
• As equipes técnicas dos Cras e Creas dispõem de tempo e conhecimento técnico para
realizarem ações conjuntas planejadas com intuito de prevenir situações de violações de
direito, acompanhar e realizar a contrarreferência das situações em que já houve violação
de direitos?

Tabela 25 – Percentual das ações “mais relevantes” acerca dos Aspectos Transversais, de acordo com os trabalhadores da Proteção
Social Básica
Principais ações de capacitação Percentual de Relevância
Aspectos Transversais Bloco A Bloco B Bloco C
Crianças e adolescentes 67,6% 67,8% 67,3%
Idosos 64,1% 64,9% 62,6%
Pessoas em situação de rua 46,6% 54,4% 53,9%
Mulheres 63,4% 63,2% 63,6%
Migrantes 38,5% 47,7% 46,3%
Pessoas com deficiência 59,2% 65,7% 59,6%
Grupos tradicionais e específicos (ciganos, extrativistas, ribeirinhos, etc.) 40,1% 43,8% 37,2%
Indígenas 49,1% 45,5% 40,6%
Quilombolas 37,7% 44,2% 37,3%
*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

A tabela acima demonstra unanimidade de percentual “mais relevante” nos três blocos de
polos, no item “crianças e adolescentes”. Já o tema Grupos tradicionais e específicos (ciganos,
extrativistas, ribeirinhos etc.) apresentou menor percentual no Bloco B com 43,8%, e 37,25% no Bloco
C. Já no Bloco A, o menor percentual corresponde ao tema quilombolas com 37,7%.
60
Esse baixo percentual entre esses temas, pode ocorrer porque ambos são povos que muitas
vezes residem em lugares de difícil acesso, sendo necessário uma equipe volante para chegar até eles.
De acordo com Censo Suas 2020, há em Mato Grosso 53 equipes volantes.
A Equipe Volante integra a equipe do Cras e tem o objetivo de prestar serviços de assistência
social às famílias que residem em locais de difícil acesso (áreas rurais, comunidades indígenas,
quilombolas, calhas de rios, assentamentos, dentre outros). Essa equipe é responsável por fazer a busca
ativa destas famílias, desenvolver o Paif e demais serviços da Proteção Social Básica, que poderão ser
adaptados às condições locais específicas, desde que respeitem seus objetivos.
Além disso, é responsável por apoiar a inclusão ou atualização cadastral das famílias no
Cadastro Único, realizar encaminhamentos necessários para acesso à renda, serviços da Assistência
Social e de outras políticas.
Em mato Grosso, segundo o Censo Suas 2020, há 53 equipes volantes.
A tabela abaixo demonstra a quantidade de atendimentos que as equipes volantes de Mato
Grosso realizaram em 2020.

Tabela 26 – Público atendido pela Equipe Volante em Mato Grosso, em 2020


Quantidade de
Público Atendido
atendimentos
Povos Indígenas 23
Comunidade quilombola 9
Comunidade ribeirinha 9
Povos ciganos 1
Povos de matriz africana e de terreiro 4
Extrativistas 7
Pescadores Artesanais 10
Outros grupos tradicionais e específicos (Acampadas, assentados da reforma, Agricultores
familiares, Beneficiárias do Programa Nacional de Crédito Fundiário, atingidos por 30
empreendimentos de infraestrutura)
Familiares de presos e egressos do sistema carcerário
6
(em situação de privação de liberdade/encarcerados)
Pessoas em situação de rua e/ou sem teto 6
*Fonte: MDS/Censo Suas 2020. Elaboração: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/MT

A tabela acima demonstra que a maior parte dos atendimentos realizados pelas equipes
volantes são de “Outros grupos tradicionais e específicos (Acampadas, assentados da reforma,
Agricultores familiares, beneficiárias do Programa Nacional de Crédito Fundiário, atingidos por
empreendimentos de infraestrutura)”, seguido por povos indígenas.
O Relatório de Informações de Programas e Ações do Ministério da Cidadania, disponibiliza a
quantidade de grupos familiares inseridos no Cadastro Único e a quantidade de grupos familiares
beneficiários do Programa Bolsa Família, a saber:

61
Tabela 27 – Cadastro Único por Grupos Populacionais Tradicionais Específicos
Famílias
Grupos Familiares Famílias Cadastradas
Cadastradas Beneficiárias do
PBF
Indígenas 9.983 8.251
Quilombolas 1978 881
Ribeirinhos 329 197
Povos ciganos 35 12
Famílias pertencentes a comunidades de terreiro 41 10
Extrativista 357 274
Pescadores Artesanais 2.351 1.379
Outros grupos tradicionais e específicos (Acampadas, assentados da
reforma, Agricultores familiares, Beneficiárias do Programa Nacional de 31.680 7.950
Crédito Fundiário, atingidos por empreendimentos de infraestrutura)
Familiares de presos e egressos do sistema carcerário
540 310
(em situação de privação de liberdade/encarcerados)
Pessoas em situação de rua 2.601 1.564
*Fonte: Ministério da Cidadania, Cadastro Único para programas Sociais (junho/2022)

Nota-se que a quantidade de grupos tradicionais específicos que precisam de


acompanhamento técnico é bem superior ao número de atendimentos que foi apontado no Censo Suas
2020, acerca da equipe volante. Uma das dificuldades que as equipes volantes podem enfrentar para
conseguir atender esses grupos familiares, refere-se às condições estruturais, como falta de veículos
próprios, equipe técnica específica etc. Ainda de acordo com Censo Suas/2020, das Unidades de Cras
que possuem equipes volantes, 53 unidades responderam que utilizam os veículos dos Cras para se
deslocarem até os povos tradicionais. Ou seja, todas as equipes volantes do estado utilizam os veículos
dos Cras, que além dos grupos familiares residirem em lugares de difícil acesso, tem ainda que utilizar o
mesmo veículo para atender as outras demandas da Unidade. Talvez por não ter acesso aos meios
necessários para realizar um atendimento planejado e continuado junto a esse público, os municípios
consideram ser mais relevantes temáticas com um público que se apresenta quase sempre por meio de
demanda espontânea e em maior quantidade.

Tabela 28 – Percentual de Ações mais relevantes Proteção Social Básica sobre os “Benefícios Assistenciais”
Principais ações de capacitação Percentual de Relevância
Benefícios Assistenciais Bloco A Bloco B Bloco C
BPC na Escola 63,2% 67,9% 62,6%
Benefícios Eventuais 70,6% 70,0% 67,1%
Benefício de Prestação Continuada (BPC) 71,0% 69,5% 67,3%
*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

A tabela referente a Benefícios Assistenciais mostra que nos Blocos de polos A e C o Benefício
de Prestação Continuada (BPC) foi apontado como o “mais relevante”, já no Bloco B, o “mais relevante”
foi o de Benefícios Eventuais. O expressivo interesse dos profissionais em obter mais conhecimento

62
sobre o BPC, pode ser explicado devido às atualizações nas normativas legais acerca da concessão do
benefício.
A portaria Conjunta MC/ MTP/INSS, n.º 14 de 07/10/2021, que regulamenta a Lei n.º 14.176
de 22/06/2021, prevê 3 mudanças:
✓ A primeira mudança foi a simplificação da dedução dos gastos para o requerente do
BPC. Com a Portaria, os gastos com tratamentos de saúde e fraldas do idoso ou da pessoa com
deficiência, por exemplo, ou com o Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com
Deficiência e suas Famílias, da Proteção Social Especial de Média Complexidade do Suas, desde
que sejam frequentes e não sejam fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou Suas,
poderão ser descontados, com base nos valores definidos para cada categoria.
✓ A segunda mudança foi a aplicação do padrão médio à avaliação social. Quem é
pessoa com deficiência, que solicita o BPC, além da renda, passa por avaliação médica e social
no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Para evitar uma longa espera pela concessão do
benefício para essas pessoas, adotou-se na avaliação social o padrão médio.
✓ A terceira – e última – mudança foi a criação de uma nova modalidade de bloqueio,
que permite a atuação mais diligente do INSS: o bloqueio cautelar. Ele impede a movimentação
do valor do benefício quando há suspeita de fraude ou irregularidade na concessão do BPC. Se a
pessoa tiver o BPC bloqueado por esse motivo, o beneficiário tem até 30 dias para fazer sua
defesa. O INSS, por sua vez, tem até 30 dias para analisar a defesa do beneficiário.
Já a Lei n.º 14.176 de 22/06/2021 estabelece o critério de renda familiar per capita igual ou
inferior a ¼ do salário-mínimo vigente para acesso ao BPC, estipula parâmetros adicionais de
caracterização da situação de miserabilidade e de vulnerabilidade social, podendo ampliar o limite de
renda mensal familiar per capita para até 1/2 (meio) salário-mínimo. A Lei também dispõe sobre o auxílio-
inclusão de que trata a Lei n.º 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) à
pessoa com deficiência moderada ou grave, que receba o BPC, que tenha renumeração limitada a 2
(dois) salários mínimos, que enquadre o beneficiário como segurado obrigatório do Regime Geral de
Previdência Social ou como filiado a regime próprio de previdência social da União, dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios, tenha inscrição atualizada no CadÚnico no momento do requerimento
do auxílio-inclusão, tenha inscrição regular no CPF, atenda aos critérios de manutenção do BPC,
incluídos os critérios relativos à renda familiar mensal per capita exigida para o acesso ao benefício.
É importante lembrar que a inscrição no Cadastro Único é requisito obrigatório para a
concessão do BPC. A Averiguação e Revisão Cadastral de 2022 que está vigente, é necessária às
famílias em que foram identificadas divergências entre os dados de renda declarados no Cadastro Único
e os rendimentos encontrados em outras bases de dados. A partir da informação desses outros registros

63
administrativos, a renda dessas famílias foi recalculada, o que pode repercutir no pagamento do BPC
(que tem como um dos seus critérios de acesso a renda por pessoa da família, que precisa ser igual ou
menor que ¼ do salário-mínimo).
De acordo com o Cecad/2022, até junho de 2022 havia no estado um total de 436.113 Famílias
Atualizadas, contabilizando 67% na taxa de atualização cadastral. Já as famílias atualizadas com renda
per capita de até meio salário-mínimo, a taxa de atualização cadastral foi equivalente a 72%. Esses
dados evidenciam a importância de que a equipe técnica esteja atenta às alterações nos dispositivos
legais que norteiam a concessão do BPC, para que possam orientar os usuários de maneira assertiva
para não terem seu benefício suspenso ou àqueles que se enquadrem nos critérios, recebam os devidos
encaminhamentos para ter acesso ao BPC.

Tabela 29 – Percentual das ações mais relevantes segundo os trabalhadores da Proteção Social
Básica, acerca do “Benefício de Prestação Continuada”

Principais ações de capacitação Percentual de Relevância


Benefício de Prestação Continuada Bloco A Bloco B Bloco C
Papel da gestão municipal no processo de requerimento e
69,4% 69,5% 67,1%
acompanhamento do BPC
Principais regulamentações e normas atuais do BPC 69,5% 68,8% 67,4%
Inclusão dos beneficiários no Cadastro Único 68,2% 66,4% 65,8%
Os critérios de acesso ao BPC 68,5% 67,8% 66,9%
Acompanhamento dos beneficiários do BPC 69,4% 68,0% 67,2%
*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

A tabela acima demonstra que os blocos A e C, apresentaram maior percentual de “mais


relevante” no tema “Principais regulamentações e normas atuais do BPC”. Como mencionado
anteriormente, os dispositivos legais que norteiam a concessão do BPC apontaram algumas mudanças
no procedimento de concessão do benefício.
Nesse sentido, a equipe técnica precisa se manter atualizada acerca dessas mudanças para
conseguir orientar os usuários de maneira assertiva, facilitando o seu acesso para aqueles que se
enquadram nos critérios para receber o benefício.

64
Tabela 30 – Percentual das ações mais relevantes segundo os trabalhadores da Proteção Social Básica, acerca
do “Benefício Eventual”
Principais ações de capacitação Percentual de Relevância
Benefício Eventual Bloco A Bloco B Bloco C
Competências da Gestão Municipal na Regulamentação de Benefícios
67,9% 68,6% 67,9%
Eventuais
Ofertas em pecúnia, bens e prestação de serviço 62,5% 67,1% 62,4%
Auxílio Natalidade 66,8% 66,2% 64,6%
Auxílio Funeral 66,5% 67,7% 63,3%
Vulnerabilidade Temporária (Alimentação, passagens, documentação,
68,4% 68,1% 67,9%
auxílio moradia/aluguel etc.)
Calamidade e Emergências 65,1% 65,0% 65,4%
Integração de benefícios e serviços socioassistenciais 67,0% 66,9% 67,1%
Articulação das ofertas de benefício eventual com as ofertas das demais
66,0% 67,2% 66,3%
políticas públicas
*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

Os dados acima demonstram que para o Bloco A o tema mais relevante é: Vulnerabilidade
Temporária (Alimentação, passagens, documentação, auxílio moradia/aluguel etc.), já para os Blocos B
e C o tema mais relevante refere-se às Competências da Gestão Municipal na Regulamentação de
Benefícios Eventuais.
De acordo com o a Lei n.º 12.435 de 6 de julho de 2011 em seu artigo 22: “Entendem-se por
benefícios eventuais as provisões suplementares e provisórias que integram organicamente as garantias
do Suas e são prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de nascimento, morte, situações de
vulnerabilidade temporária e de calamidade pública”.
Conforme o Caderno de Orientações Técnicas Sobre Benefícios Eventuais no Suas (2018, pg.
76-77) os municípios podem fazer uso dos seguintes instrumentos para organizar a gestão dos benefícios
eventuais:
✓ Plano de Assistência Social: é um instrumento de planejamento estratégico cuja
elaboração é de responsabilidade do órgão gestor da política de Assistência Social no
município e no DF, com aprovação do Conselho de Assistência Social local. Organiza, regula
e norteia a execução da PNAS na perspectiva do SUAS, conforme dispõe o art. 18 da NOB-
SUAS/2012, observando as deliberações das Conferências de Assistência Social; as metas
pactuadas para aprimoramento do SUAS; as ações intersetoriais e as ações de apoio técnico
e financeiro à gestão descentralizada do SUAS.
✓ Diagnóstico socioterritorial ou Diagnóstico social territorializado: é um instrumento de
gestão hábil para mapear demandas e ofertas de benefícios eventuais, bem como para
orientar negociações e decisões de financiamento pelo município e cofinanciamento pelo
estado, por meio de pactuações nas CIBs. O diagnóstico é um referencial de informações para
prestação de benefícios eventuais e base para a elaboração do Plano de Assistência Social.
As informações do diagnóstico apoiam a regulamentação dos benefícios eventuais na
definição dos fluxos de oferta e na integração entre benefícios e serviços. [...].
✓ Censo SUAS, Registro Mensal de Atendimento (RMA), Prontuário SUAS e demais formas
de registro utilizadas pelos municípios e DF (planilhas, listagens, formulários, relatórios,
cadastros e prontuários dos serviços socioassistenciais, sistemas próprios, entre outros): são
bases importantes para obtenção, sistematização e visibilidade de informações sobre ofertas
de benefícios eventuais. [...].
✓ Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (Cadastro Único) é um
instrumento que identifica e caracteriza o perfil de indivíduos e famílias de baixa renda a partir

65
de informações sobre as pessoas e o grupo familiar, características da residência,
escolaridade, situação de trabalho e renda, entre outras. Análises de dados do Cadastro Único
permitem a ampliação do conhecimento sobre as características socioeconômicas das
pessoas cadastradas e seus territórios de vivência. [...].

Ainda de acordo com o documento supracitado, o “Distrito Federal e os Municípios são os


responsáveis por destinar recursos financeiros para custeio do pagamento dos benefícios eventuais, (art.
14, inciso I e art. 15, inciso I). Os recursos para financiamento de benefícios eventuais devem estar
previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA) municipal e do DF, conforme dispõe o § 1º do art. 22 da Loas,
e alocados no respectivo Fundo de Assistência Social” (2018, pg. 80).
É importante que cada ente federativo se aproprie de suas atribuições de forma que facilite a
concessão dos benefícios eventuais, no sentido de fortalecer as famílias beneficiárias na sua função
protetiva para o enfrentamento da situação contingencial vivenciada.

Tabela 31 – Percentual das ações mais relevantes segundo os trabalhadores da Proteção Social Básica acerca
de “Outras Políticas Públicas”
Principais ações de capacitação Percentual de Relevância
Outras Políticas Públicas Bloco A Bloco B Bloco C
Direitos Humanos 67,1% 67,6% 67,3%
Educação 67,0% 66,1% 66,8%
Previdência Social 71,4% 68,9% 67,5%
Saúde 68,9% 69,5% 68,5%
Trabalho e Emprego 68,9% 67,2% 66,9%
*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

Observando a tabela acima, percebe-se que o item “saúde” foi marcado como mais relevante
para os blocos B e C. Já para o Bloco A, o item mais relevante foi a “Previdência Social”. O percentual
elevado para a maioria dos Blocos, no tema saúde, pode ser explicado pelo fato de que entre as políticas
*públicas mencionadas, a maior quantidade de encaminhamentos venha de alguma Unidade de Saúde.
De acordo com o Censo Suas 2020, das 178 Unidades de Cras do estado, 148 responderam
que recebem demandas oriundas da Saúde. No caso de encaminhamentos dos Cras para alguma
Unidade de saúde, 153 unidades responderam que fazem algum encaminhamento. Quanto a articulação
e troca de informações com alguma Unidade de Saúde, 143 Unidades de Cras responderam que fazem
alguma troca de informação/articulação, ou seja, 80,3% das Unidades de Cras que responderam ao
Censo Suas 2020, fazem algum tipo de articulação com a saúde. Através dos dados supracitados, pode-
se aferir que a saúde se configura como uma das principais políticas públicas, que perpassam as
demandas das Unidades de Cras, daí o interesse dos profissionais em obter mais conhecimento sobre
o tema.

66
Tabela 32– Percentual das ações mais relevantes segundo os trabalhadores da Proteção Social Básica acerca
do “Sistema de Justiça e Sistema de Garantia de Direitos”
Principais ações de capacitação Percentual de Relevância
Sistema de Justiça e Sistema de Garantia de Direitos Bloco A Bloco B Bloco C
Órgãos do Sistema de Justiça (Poder Judiciário, Ministério
68,3% 71,6% 66,6%
Público e Defensoria Pública)
Órgãos de Segurança Pública 64,3% 69,0% 65,7%
Conselho Tutelar 69,3% 70,5% 69,7%
Conselhos de Direitos 66,8% 69,0% 67,3%
*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

A tabela acima demonstra que tanto nos Bloco A, quanto no Bloco C, o tema mais relevante
no Sistema de Justiça e Sistema de Garantia de Direitos é o “Conselho Tutelar”. Já para o Bloco B, o
tema mais relevante é “Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública”.
O percentual elevado acerca do Conselho tutelar pela maioria dos Blocos, pode ser reflexo das
demandas encaminhadas pelos Conselhos Tutelares, às Unidades de Cras. O gráfico abaixo demonstra
que 91 % das Unidades de Cras que responderam ao Censo Suas 2021, fizeram encaminhamento ao
Conselho Tutelar. E que 88,7% das Unidades receberam encaminhamentos do Conselho Tutelar. Sabe-
se que por vezes, os Conselhos Tutelares enviam demandas aos Cras que não de sua competência,
sobrecarregando os profissionais das equipes técnicas.

Gráfico 10: Unidades de Cras de Mato Grosso que receberam e/ou realizaram encaminhamentos oriundos do
Conselho, segundo o Censo SUAS /2021

Unidades de Cras que receberam e realizaram


encaminhamentos ao Conselho Tutelar em 2021

91%
88,7% 162 Quantidade de Cras que realizaram
158 encaminhamentos ao Conselho
Tutelar

79,7% Quantidade de Cras que receberam


142 encaminhamentos oriundos do
Conselho Tutelar

Quantidade de Cras que realizam


acompanhamento dos
encaminhamentos feitos ao Conselho
Tutelar

*Fonte: Censo Suas 2021. Elaboração: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, art. 136, inciso III: São atribuições do
Conselho Tutelar, entre outras:
III – promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência,
trabalho e segurança;

67
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de
suas deliberações.

Nesse sentido, é importante que tanto os profissionais da Assistência Social, como os próprios
conselheiros tutelares, tenham clareza acerca das atribuições do Conselho Tutelar, para que ambos
possam exercer seu fazer profissional de maneira mais assertiva, e para que o usuário consiga acessar
os serviços de maneira mais ágil, sem ter que passar de uma Unidade à outra para ter atendida a sua
demanda. Ademais, os Conselhos Tutelares e as Unidades de Cras, se conseguirem trabalhar em
conjunto, poderão criar estratégias para fortalecer a Política de Proteção à Criança e ao Adolescente,
trabalhando na prevenção de danos.
Quanto ao Bloco B, o tema mais relevante foi “Órgãos do Sistema de Justiça (Poder Judiciário,
Ministério Público e Defensoria Pública), com um percentual de 71,6%.
O gráfico abaixo demonstra que 67,9% das Unidades de Cras receberam demandas oriundas
do Poder Judiciário, talvez por esse motivo, o tema apontado como mais relevante diz respeito à Órgãos
do Sistema de Justiça (Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública).

Gráfico 11 - Quantitativo e percentual de Unidades de Cras que receberam demandas ou realizaram


encaminhamentos ao Sistema Judiciário, de acordo com o Censo Suas

Unidades de Cras que receberam e realizaram encaminhamentos ao


Judiciário
124 121
106

69,6%
67,9%
59,5%

Quantidade de Cras que realizaram Quantidade de Cras que receberam Quantidade de Cras que realizam
encaminhamentos ao Judiciário encaminhamentos oriundos do Judiciário acompanhamento das demandas
oriundas do Judiciário

*Fonte: Censo Suas 2021. Elaboração: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT

É sabido que muitos assistentes sociais que fazem parte do corpo de profissionais do sistema
judiciário são contratados via credenciamento, conforme Provimento n.º 61/2020-CM de 14 de dezembro
de 2020, que dispõe sobre o credenciamento de profissionais nas áreas de Serviço Social, Psicologia,
Enfermagem e Médica, no âmbito da Justiça de Primeira Instância.
Nota-se aí a precariedade das condições de trabalho dos profissionais de Serviço Social do
Sistema Judiciário, impossibilitando-o de desenvolver um trabalho que assegure a qualidade do serviço

68
prestado à sociedade, prejudicando assim a garantia de estabilidade, autonomia profissional,
qualificação, remuneração condizente com os parâmetros da profissão. E essa precariedade acaba por
se refletir no trabalho das profissionais dos Cras, já que conforme verificado nos dados acima, o Sistema
Judiciário tende por vezes a transferir a responsabilidade de seus serviços para os profissionais de Cras
e Creas, que possuem inúmeras demandas e atribuições, gerando sobrecarga de trabalho aos
profissionais que, por sua vez, já atuam em condições de trabalho precárias, equipes reduzidas,
adoecimento psíquico e regime de trabalho temporário.
Assim sendo, mais do que ter conhecimento acerca das atribuições do Sistema Judiciário, faz-
se necessário romper com a ideia de que a assistente social tem que “dar conta de todos problemas do
mundo” e deve atender demandas que não de sua competência. Ademais, é importante que os órgãos
que regulam o fazer profissional do Assistente social, criem ações que protejam e respaldem os
profissionais dos Cras e Creas, fazendo sentirem-se seguros em não atender demandas que venham
por meio de determinações judiciais, pois as profissionais sentem-se por vezes coagidas em atender tais
requisições, já que por vezes apresentam-se oriundas de figuras de autoridade do Sistema Judiciário e
com prazo para serem atendidas.
Nesse sentido o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, criou uma nota
técnica de n.º 02/2016/SNAS/MDS, cujo o objetivo é fomentar a discussão sobre a relação entre o Suas
e os órgãos do Sistema de Justiça, no sentido de fortalecer a relação interinstitucional com ênfase no
respeito às competências e os papéis dos profissionais nos respectivos sistemas, promovendo a
proteção social às famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade e risco social e pessoal, por
violação de direitos.

69
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL DE MÉDIA COMPLEXIDADE

Tabela 33 –Percentual de ações mais relevantes de acordo com os trabalhadores da Proteção Social Especial
de Média Complexidade, sobre a “Proteção Social Básica”

Principais ações de capacitação Percentual de Relevância


Proteção Social Básica Bloco A Bloco B Bloco C
Atribuições do CRAS e do Órgão Gestor Municipal 64,9% 62,7% 65,9%
Gestão Territorial na Proteção Social Básica 66,1% 58,3% 63,3%
Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família - PAIF 69,2% 62,3% 65,1%
Metodologia do trabalho social com famílias 73,1% 63,2% 67,1%
Atendimento e Acompanhamento às Famílias no âmbito do PAIF 67,0% 66,8% 67,7%
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos - SCFV 62,6% 64,3% 62,8%
Serviço de Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com
64,5% 64,1% 64,8%
deficiência e idosas
A integração do SCFV com os demais serviços do SUAS e outras
61,3% 62,7% 64,8%
políticas
PSE e PSB: Atuação Integrada da Rede Socioassistencial 64,1% 64,0% 65,3%
Elaboração de relatórios técnicos, informativos e guarda
67,3% 64,1% 64,2%
documental
Sistema de Informação (Prontuário do SUAS, RMA, SISC,
62,9% 63,0% 63,7%
Carteira do Idoso, dentre outros)
*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

Observando a tabela acima, nota-se que o Bloco A apontou como mais relevante o tema:
Metodologia do trabalho social com famílias e os Blocos B e C, ambos apontaram o tema: Atendimento
e Acompanhamento às Famílias no âmbito do Paif.
Ao verificarmos os dados referentes à articulação dos Creas com as Unidades de Cras segundo
o Censo Suas 2021, obtemos os seguintes dados: das 46 unidades de Creas que responderam ao
Censo, 45 responderam que encaminham usuários para os Cras. O mesmo número de Creas respondeu
que recebe encaminhamentos oriundos dos Cras e 43 unidades de Creas responderam que
acompanham/monitoram os encaminhamentos realizados para os Cras. Esses dados podem se
configurar como o motivo pelos quais a maioria dos blocos apontou como mais relevante o
acompanhamento das famílias no âmbito do Paif. Nesse sentido pode-se dizer que os dois temas
apontados como mais relevantes, perpassam pela realidade profissional também dos trabalhadores da
Proteção Social Especial (PSE) de Média Complexidade, daí o interesse em aprofundar o conhecimento
acerca dos referidos temas.
De acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (2009, pg. 12), o Serviço
de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif) consiste no trabalho social com famílias, de caráter
continuado, com a finalidade de fortalecer a função protetiva das famílias, prevenir a ruptura de seus
vínculos, promover seu acesso e usufruto de direitos e contribuir na melhoria de sua qualidade de vida.
Dessa forma, o Paif consiste em um importante instrumento de trabalho que deve ser usado com as

70
famílias/usuários no sentido de prevenir situações de riscos sociais, baseado em atividades quem
venham a prevenir a violação de direitos.
No bloco A, o item apontado como mais relevante diz respeito a Metodologia do Trabalho Social
com as Famílias, com 73,1% de respostas. A cartilha denominada “Fundamentos ético-políticos e rumos
teórico metodológicos para fortalecer o Trabalho Social com Famílias na Política Nacional de Assistência
Social”, publicada em 2016, faz alguns importantes apontamentos sobre a importância do Trabalho Social
com as famílias e as nuances que devem ser consideradas para que o Trabalho Social com Famílias
(STF) seja eficaz enquanto instrumento profissional facilitador da efetivação das políticas sociais, junto
aos usuários da Assistência Social.
De acordo com o Documento supracitado, o TSF configura-se como:
[...] um processo de trabalho que se desenvolve no campo da política social, desencadeado a
partir de demandas postas por usuários aos serviços socioassistenciais e que tem como
referência a família. Esta referência ancora-se no reconhecimento de que:
a) a família, independentemente de sua configuração, continua sendo espaço privilegiado de
convivência humana e, ao lado do trabalho, constitui um dos eixos organizadores da vida
social;
b) a família enquanto espaço de proteção e cuidado permite que muitas necessidades de
saúde e bem-estar não se transformem em demandas para serviços sociais;
c) as condições de vida de cada indivíduo dependem muito mais das condições de sua família
que de sua situação específica; a avaliação das condições dos indivíduos está muito mais
associada às condições de vida de sua família que de sua posição individual na sociedade
(CIOFFI,1998);
d) o foco na família representa a possibilidade de superar a fragmentação no contexto da
atenção setorizada dos serviços, por necessidades, por segmentos ou por fenômenos
(CARVALHO,1995; SPOSATI, 2004; BRASIL, 2005). (2016, pg. 15-6).

Para desenvolver o TSF de maneira eficaz, faz-se necessário o uso de determinados


instrumentos técnico-operativos que são os meios através dos quais as ações se realizam e dentre os
mais conhecidos estão as entrevistas, visitas domiciliares, assembleias, reuniões, oficinas,
encaminhamentos, dentre outros (BRASIL, 2016, pg. 31)
A tabela a seguir traz um breve retrato do uso dos instrumentais técnicos operativos nas
Unidades de Creas de Mato Grosso:

Tabela 34: Unidades de Creas que utilizam Instrumentos Técnico Operativos, segundo o Censo Suas
2021
Quantidade de Creas que utiliza
Instrumento técnico-operativo Percentual
o instrumento técnico operativo
Visitas Domiciliares 46 100%
Oficinas 33 71,7%
Encaminhamentos para Cras 43 93,4%
Encaminhamentos para Rede Socioassistencial 43 93,4%
Elaboração do Plano de Acompanhamento Familiar e/ou
40 86,9%
individual
*Fonte: Censo Suas 2021. Elaboração: Coordenação de Gestão do Trabalho-MT

71
Pode-se observar que os instrumentos técnicos operativos mais utilizados pelas Unidades de
Creas são as visitas domiciliares e o menos utilizados são as oficinas, em que 71,7% de Unidades de
Creas respondeu que faz uso desse instrumento em seu cotidiano profissional. Um dado relevante e não
menos importante refere-se à Elaboração de Plano de Acompanhamento Familiar e/ou Individual, em
que 86,9% das Unidades afirmam que elabora o Plano de Acompanhamento Familiar e/ou Individual.
Cabe ressaltar que o Plano de Acompanhamento é um importante instrumento no sentido de oferecer
subsídios para aos profissionais para que o TSF seja realizado de maneira eficaz, considerando a
realidade e necessidade das famílias que serão acompanhadas pelas equipes técnicas. Ademais, o
planejamento pode ajudar a prever e até evitar situações emergenciais, além de contribuir para diminuir
as situações que podem sobrecarregar os profissionais.

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL DE ALTA COMPLEXIDADE

Tabela 35 – Percentual de ações mais relevantes de acordo com os trabalhadores da Proteção Social Especial
de Média Complexidade, a respeito da “Proteção Social Especial de Alta Complexidade”

Principais ações de capacitação Percentual de Relevância


Proteção Social Especial de Alta Complexidade Bloco A Bloco B Bloco C
Atribuições do Órgão Gestor Municipal e das Unidades
Socioassistenciais da PSE-AC (Casa-lar, Abrigo Institucional, Casa de 70,3% 62,7% 66,5%
Passagem, Residências Inclusivas, República, dentre outras)
Serviço de Acolhimento Institucional 68,5% 64,8% 67,4%
Serviço de Acolhimento em República 54,5% 56,6% 58,8%
Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora 59,6% 59,2% 65,5%
Serviço de Proteção em Situações de calamidades públicas e de
61,9% 56,4% 63,3%
emergências
Serviços de Atendimento a Migrantes 64,8% 54,9% 57,6%
Projeto Político Pedagógico (PPP) 67,7% 57,6% 59,5%
Plano Individual de Atendimento (PIA) 74,0% 61,7% 65,7%
PSE e PSB: Atuação Integrada da Rede Socioassistencial 70,3% 64,6% 65,3%
Elaboração de relatórios técnicos, informativos e guarda documental 72,5% 62,3% 63,3%
* Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

Na tabela acima nota-se que o bloco A, apontou como mais relevante o Plano Individual de
Atendimento. Já os blocos B e C, ambos apontaram como mais relevante o tema: Serviço de Acolhimento
Institucional.
É importante ressaltar que os 2 temas apontados como mais relevantes pelos três blocos de
polos, tem ligação um com o outro já que o Plano Individual de Atendimento (PIA) serve como instrumento
norteador para a prática profissional do Serviço de Acolhimento Institucional, quando esse acolhimento
institucional for feito às crianças e adolescentes.

72
Segundo o caderno de Orientações Técnicas para a Elaboração do Plano Individual de
Atendimento de Crianças e Adolescentes em Serviços de Acolhimento (2018, pg. 07), “o PIA é um
instrumento que norteia as ações a serem realizadas para viabilizar a proteção integral, a reinserção
familiar e comunitária e a autonomia de crianças e adolescentes afastados dos cuidados parentais e sob
proteção de serviços de acolhimento”.
O PIA é, ainda, um meio que permite um estudo sobre cada caso, em que se é possível
identificar as particularidades e necessidades de cada um, além de organizar as ações que serão
realizadas enquanto o adolescente ou criança estiver em acolhimento.
A obrigatoriedade de elaboração do PIA está prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) em seu art. 101, inciso 5, a saber: “O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da
equipe técnica do respectivo programa de atendimento e levará em consideração a opinião da criança
ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável”.
Diante do exposto, percebe-se a importância de que a equipe técnica tenha compreensão
sobre a importância do PIA no acolhimento institucional de crianças e adolescentes, e que se aproprie
desse instrumento como forma de planejamento e direção nas suas ações com as crianças e adolescente
que estarão em serviço de acolhimento.
De acordo com o Censo Suas/2021, das 146 Unidades de Acolhimento que responderam ao
Censo, apenas 108 Unidades responderam que possuem o Plano de Atendimento Individual por pessoa,
ou seja 73,9% das Unidades de Acolhimento possuem o PIA.

Tabela 36: Unidades de Acolhimento quanto ao uso do PIA, segundo o Censo Suas 2021
Quantitativo % que
Natureza da Unidade de Quantidade Quantitativo % que não
Não Possui o possui o
Acolhimento Total Possui o PIA possui o PIA
PIA PIA
Governamental 96 74 22 77% 23%
Não Governamental 50 34 16 68% 32%
Total de Unidades 146 108 38 73,9% 26,1%
*Fonte: Censo Suas/2021. Elaboração: Coordenadoria de Gestão do Trabalho-MT

A tabela acima mostra que tanto as Unidades Não Governamentais, como as Governamentais,
possuem índices de não adesão ao PIA semelhantes. As Unidades Não Governamentais que não
possuem o PIA totalizam 16 unidades, um percentual de 32%. Já entre a Unidades Governamentais, 22
unidades não possuem o PIA, o que equivale a um percentual de 23% do total das Unidades. Esses
dados podem ser o reflexo dos temas apontados como mais relevantes: serviço de Acolhimento
Institucional e Plano Individual de Atendimento. Sendo o PIA um importante instrumento de trabalho, que
pode servir como parâmetro para o fazer profissional no Serviço de Acolhimento Institucional, é de
extrema importância que os profissionais dessas Unidades se apropriem desse instrumental para

73
desenvolver seu trabalho de maneira mais eficaz e respaldada. Ademais, no que se refere ao Serviço de
Acolhimento Institucional de Crianças e Adolescentes, o ECA prevê a obrigatoriedade do PIA.

Tabela 37 – Percentual de ações mais relevantes de acordo os trabalhadores da Proteção Social Especial de
Média Complexidade, sobre os “Aspectos Transversais”
Principais ações de capacitação Percentual de Relevância
Aspectos Transversais Bloco A Bloco B Bloco C
Crianças e adolescentes 67,8% 62,4% 67,2%
Idosos 60,9% 58,6% 63,3%
Pessoas em situação de rua 59,4% 53,3% 54,3%
Mulheres 66,8% 61,3% 62,9%
Migrantes 37,8% 45,8% 48,8%
Pessoas com deficiência 62,9% 60,3% 58,3%
Grupos tradicionais e específicos (ciganos, extrativistas,
35,7% 43,7% 40,1%
ribeirinhos, etc.)
Indígenas 35,7% 41,1% 40,1%
Quilombolas 30,1% 41,8% 36,8%
*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

A tabela acima demonstra unanimidade entre os três blocos de polos, em que os profissionais da Média
Complexidade dos blocos A, B e C apontaram o tema: Crianças e Adolescentes como mais relevante. A hipótese
de que os 3 blocos tenham apontado como mais relevante o tema acerca de Crianças e Adolescentes, pode ser
devido ao número de demandas que as Unidades de Creas atendem com esse público. A tabela abaixo demonstra
os atendimentos realizados pelos Creas com crianças e adolescentes em diversas situações.

Tabela 38: Situações vivenciadas por Crianças e Adolescentes atendidas pelos Creas, segundo o Censo
Suas 2021
Quantidade de Creas que
Situações vivenciadas por Crianças e Adolescentes (0 a 17 anos de idade)
atenderam a situação
Violência física 44
Violência psicológica 46
Abuso sexual/ Violência Sexual 46
Exploração sexual 31
Negligência ou abandono 40
Violência patrimonial 0
Tráfico de pessoas 5
Trabalho em condição análoga à escravidão 8
Trabalho infantil 26
Situação de rua 16
Discriminação em decorrência da orientação sexual e/ou da identidade de gênero 15
Discriminação em decorrência da raça/etnia 13
Pessoas com deficiência vítimas de violência/violação de direitos 24
Pessoas em situação de imigração (internacional) e/ou refúgio 12
*Fonte Censo SUAS 2021/ Elaboração: Coordenadoria de Gestão do Trabalho

A tabela demonstra que as situações em que todas as Unidades de Creas do estado realizaram
atendimentos foram as situações de violência psicológica e violência sexual. Nas situações de violência
física, 44 Unidades de Creas afirmaram que realizaram atendimento. De acordo com o art. 7 da Lei Maria
74
da Penha - Lei n.º 11.340, de 7 de agosto de 2006, violência psicológica pode ser entendida como:
qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e
perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento,
vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação
do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à
autodeterminação. O referido texto demonstra que a violência psicológica, apesar de não deixar marcas
físicas, pode deixar marcas emocionais e psíquicas, comprometendo a qualidade de vida da
criança/adolescente que é vítima desse tipo de violência. Nesse sentido, destaca-se novamente a
importância de a equipe técnica estar preparada para atender demandas relacionadas a esse público,
no sentido de prevenir as situações de violência e minimizá-las quando a situação de violência já estiver
instalada.
No tocante ao tema com menor índice de relevância, o tema quilombolas foi apontado com
menor percentual nos blocos A e C. Nesse contexto, a hipótese é que o índice para esse tema ser o
mais baixo em dois blocos, pode ser devido ao número de atendimentos realizados com esse público. O
Censo Suas/2021 mostrou que apenas 2 Unidades de Creas realizaram atendimento com povos
quilombolas. É possível que o baixo número de atendimentos com esse público ocorra pela falta de
condições para atendê-los, como transporte, equipe volante disponível e dificuldade técnica em atender
as especificidades culturais desses povos. De qualquer maneira, faz-se necessário identificar as reais
causas pelas quais as Unidades de Creas não consigam realizar o atendimento deste público, que, por
isso, acabam ficando sem acesso às políticas básicas de assistência social.

Tabela 39– Percentual de ações mais relevantes de acordo com os trabalhadores da Proteção Social Especial
de Média Complexidade, acerca dos “Benefícios Assistenciais”
Principais ações de capacitação Percentual de Relevância
Benefícios Assistenciais Bloco A Bloco B Bloco C
BPC na Escola 62,9% 64,0% 57,2%
Benefícios Eventuais 71,8% 67,2% 67,4%
Benefício de Prestação Continuada (BPC) 73,3% 65,4% 68,2%
* Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

Na tabela acima verifica-se que os blocos A e C apontaram como mais relevante o tema
Benefício de Prestação de Continuada com 73,3% e 68,2% respectivamente. Já o bloco B apontou como
mais relevante o tema: Benefícios Eventuais, com 67,2%.
Segundo o Censo Suas/2021 das 46 Unidades de Creas que responderam ao Censo, 36
afirmaram que realizam Orientação/acompanhamento para inserção no BPC. De acordo com o Manual

75
do Censo Suas/2021, o acompanhamento pressupõe que a equipe do Creas esteja informada sobre a
concessão ou não do benefício.
Quanto aos benefícios eventuais, 43 Unidades de Creas afirmaram que realizam
encaminhamento para obtenção de Benefícios Eventuais.

Tabela 40– Percentual das ações mais relevantes de acordo com os profissionais da Proteção Social Especial
de Média Complexidade, acerca do AEPETI

Principais ações de capacitação Percentual de Relevância


AEPETI Bloco A Bloco B Bloco C
Diagnóstico do Trabalho Infantil 62,9% 58,8% 66,8%
Atribuições da equipe ou profissional de referência do PETI 61,8% 59,9% 63,7%
A relação do PETI com os Serviços socioassistenciais 60,0% 59,9% 61,9%
Planejamento e Monitoramento das Ações Estratégicas do
60,7% 59,0% 64,7%
PETI
O financiamento da execução das ações estratégicas do PETI 61,4% 57,8% 61,6%
Sistema de Monitoramento do Programa de Erradicação do
62,9% 57,0% 59,8%
Trabalho Infantil - SIMPETI
Fluxo de Identificação e Acompanhamento do Trabalho
62,2% 58,6% 64,0%
Infantil
Atuação do PETI durante a pandemia 62,6% 56,2% 59,8%
*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

Na tabela acima nota-se que os Blocos A e C, apontaram como mais relevante o tema:
Diagnóstico do trabalho Infantil. Para enfrentar o trabalho infantil é imprescindível saber os principais
focos ou em que locais as crianças e adolescentes vivenciam essa prática. A elaboração de um
diagnóstico sócio territorial, o qual demanda uma construção coletiva, compreende um processo de
conhecimento da realidade que requer sensibilização, mobilização e capacitação.
A identificação das famílias com crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil ainda
é um grande desafio. Dessa forma, devem ser promovidas ações de busca ativa com outras políticas
públicas para fortalecer a identificação e registro no Cadastro Único independentemente da renda
familiar.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), trabalho infantil se configura
como o trabalho que priva as crianças de sua infância, seu potencial e sua dignidade, e que é prejudicial
ao seu desenvolvimento físico e mental. Ele se refere ao trabalho que:
• É mental, física, social ou moralmente perigoso e prejudicial para as crianças;
• Interfere na sua escolarização;
• Priva as crianças da oportunidade de frequentarem a escola;
• Obriga as crianças a abandonar a escola prematuramente; ou
• Exige que se combine frequência escolar com trabalho excessivamente longo e pesado.

76
No Estado de Mato Grosso em 2019, havia 47.014 crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de
idade em situação de trabalho infantil. O universo de crianças e adolescentes trabalhadores era
composto por 28.743 meninos e 18.271 meninas, o que equivalia a 61,1% e 38,9% do total de ocupados
respectivamente. Em relação à idade, 7,1% do total de crianças e adolescentes trabalhadores tinham
entre 5 e 9 anos de idade (3.343), 8,5% tinham entre 10 e 13 anos (4.003), 31,3% entre 14 e 15 anos
(14.715) e 53,1% entre 16 e 17 anos de idade (24.953). Do total de crianças e adolescentes
trabalhadores, 22,1% eram não negros (10.410) e 77,9% negros (36.604), ao passo que 33,5% das
crianças e adolescentes ocupados residiam em zonas rurais (15.746) e 66,5% (ou 31.269) em áreas
urbanas (FEPETI-MT-2019).
Apesar dos dados mencionados acima, apenas 19, dos 141 municípios de MT, recebem
cofinanciamento, para o enfrentamento do trabalho infantil em MT.
Dentro das ações de erradicação do trabalho infantil, o Programa de Erradicação do Trabalho
Infantil (Peti), é um programa de caráter intersetorial, integrante da Política Nacional de Assistência
Social, que, no âmbito do Suas, compreende transferências de renda, trabalho social com famílias e
oferta de serviços socioeducativos para crianças, adolescentes que se encontrem em situação de
trabalho infantil, identificados no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. O
Programa tem abrangência nacional e se desenvolve de forma articulada pelos entes federados, com a
participação da sociedade civil, e tem como objetivo contribuir para a retirada de crianças e adolescentes
com idade inferior a 16 (dezesseis) anos em situação de trabalho, ressalvada a condição de aprendiz, a
partir de 14 (quatorze) anos.
No âmbito municipal, a gestão deve coordenar o Peti e desenvolver as seguintes ações:
o Promover articulação, sensibilização e mobilização dos diversos setores do governo e da
sociedade, no âmbito municipal/distrital;
o Constituir comissão ou grupo de trabalho intersetorial com a finalidade de planejar,
acompanhar a execução e monitorar as ações de enfrentamento do trabalho infantil;
o Elaborar diagnóstico das situações de trabalho infantil;
o Desenvolver campanhas de prevenção e combate ao trabalho infantil nos territórios;
o Desenvolver plano de enfrentamento ao trabalho infantil;
o Orientar a execução dos serviços, programas e projetos da proteção social especial e da
proteção social básica para atendimento dos casos de trabalho infantil;
o Realizar monitoramento e avaliação das ações de enfrentamento ao trabalho infantil;
o Realizar capacitação dos trabalhadores do Suas e da intersetorialidade que atuam no
enfrentamento ao trabalho infantil;

77
o Acompanhar o registro das situações de trabalho infantil no Cadastro Único e nos sistemas
pertinentes ao Peti (sistemas da Rede SUAS: SIMPETI, SISC e outros), monitorar e avaliar o
Programa e sua esfera.
o Buscar soluções regionais e intersetoriais, em conjunto com o Estado, para as formas de
trabalho infantil que necessitarem de intervenções regionalizadas.
Dentre as várias ações mencionadas acima, o diagnóstico do trabalho infantil é um importante
instrumento que serve para identificar as formas mais comuns de trabalho infantil nos municípios,
permitindo assim a possibilidade de elaborar um plano de ação com estratégias para o enfrentamento
do trabalho infantil, de acordo com as particularidades de cada município.
O caderno de Orientações Técnicas para o Aperfeiçoamento da Gestão do Programa de
Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) (2018, pg. 40-44), propõe algumas ações estratégicas para a
execução do Peti, divididas em 5 eixos a saber:

Eixo 1: Informação e mobilização nos territórios Eixo 4: Apoio à Defesa e Responsabilização


• Sensibilização da sociedade; • Fomento a ações de fiscalização do trabalho;
• Articulação interinstitucional; • Aplicação de Penalidades, Multas ou Sanções aos
• Realização de campanhas de divulgação; estabelecimentos exploradores do trabalho infantil;
• Mobilização da rede. • Medidas Protetivas às crianças, adolescentes e suas
famílias;
• Articulação com o Poder Judiciário, Ministério Público,
Conselhos Tutelares e outros órgãos de defesa de
direitos.
Eixo 2: Identificação Eixo 5: Monitoramento
• Diagnóstico Socio-Territorial; • Monitoramento de serviços ofertados às crianças e
• Busca Ativa; adolescentes;
• Denúncias; • Monitoramento da identificação e cadastramento das
• Notificação por agentes públicos; crianças, adolescentes em trabalho infantil e suas
• Inserção no CadÚnico. famílias;
• Acompanhamento de ações estratégicas da Agenda
Intersetorial do PETI.
Eixo 3: Proteção Social
• Inserção na rede socioassistencial;
• Inserção em serviços das Políticas Setoriais;
• Criação de fluxos de atendimento.

Considerando os documentos supracitados, bem como os dados relativos ao trabalho infantil


em MT, faz-se necessário quer haja uma maior discussão sobre o tema, envolvendo gestores, equipe
técnica e usuários da assistência social que estejam em situação de risco, com o intuito de promover
melhorias no enfrentamento do trabalho infantil, assim como capacitação da equipe técnica sobre as
estratégias de ação, sensibilização dos gestores sobre estudos para identificar os índices do trabalho
infantil nos municípios, especialmente naqueles que ainda não recebem cofinanciamento e elaboração
do diagnóstico do trabalho infantil em âmbito municipal e estadual.

78
Tabela 41–Percentual de ações mais relevantes de acordo com os trabalhadores da Proteção Social Especial de
Média Complexidade, acerca de “Outras Políticas Públicas”

Principais ações de capacitação Percentual de Relevância


Outras Políticas Públicas Bloco A Bloco B Bloco C
Direitos Humanos 74,4% 62,7% 68,0%
Educação 67,0% 62,9% 66,9%
Previdência Social 71,4% 62,3% 69,4%
Saúde 70,7% 65,2% 69,7%
Trabalho e Emprego 70,7% 63,3% 65,6%
*Fonte: Coordenadoria de Gestão do Trabalho/2021

Na tabela acima, percebe-se que os dos três blocos de municípios, o bloco A teve o maior
percentual de relevância voltado aos Direitos Humanos, com 74,4%, seguido pelo Bloco C com 69,7%,
apontando a saúde como tema mais relevante e o Bloco B, com 65,2% também apontando como mais
relevante o tema da saúde.
O art. 3 da Declaração dos Direitos Humanos afirma que: “Todo ser humano tem direito à vida,
à liberdade e à segurança pessoal”. No âmbito da assistência social, a defesa dos direitos humanos está
prevista no art. 6 da NOB/Suas 2012, como um de seus princípios éticos, a saber: “defesa incondicional
da liberdade, da dignidade da pessoa humana, da privacidade, da cidadania, da integridade física, moral
e psicológica e dos direitos socioassistenciais”. A efetivação dos direitos humanos perpassa pela
assistência social e não apenas por órgãos reguladores e/ou demais instituições relativas aos direitos
humanos.
Os profissionais da assistência social podem agir como instrumentos facilitadores dos direitos
humanos. O Código de Ética do/a Assistente Social tem como um de seus princípios fundamentais a
defesa intransigente dos direitos humanos e a recusa do arbítrio e do autoritarismo. Dito isso, faz-se
necessário que os profissionais entendam a sua importância na materialização dos direitos humanos,
daí a necessidade de se apropriarem desse papel, bem como de receberem capacitação sobre temáticas
pertinentes às suas atribuições e demandas recebidas. Ademais, quando o profissional tem
conhecimento acerca de suas atribuições, conhece como funciona a rede socioassistencial, possuindo
mais facilidade para atender as demandas que lhe são postas, bem como encaminhar aquelas que não
fazem parte de suas atribuições.

79
PANORAMA DAS AÇÕES DE EDUCAÇÃO PERMANENTE REALIZADAS
EM 2020-2022

Durante o triênio 2020-2022, múltiplos foram os desafios para a Assistência Social em todo
território Nacional. E em Mato Grosso não foi diferente, pois, diante do cenário da pandemia da Covid-
19, houve a necessidade de atualizar e adequar as ações de educação permanente ofertadas aos
municípios.
Nos dois primeiros anos a Gestão Estadual do Suas, a partir das recomendações dos
organismos sanitários, suspendeu as atividades presenciais como medidas de prevenção a infecção e
disseminação do novo coronavírus, priorizando as ações e estratégias de apoio técnico não presencial,
em destaque a criação do Canal do Youtube Setasc Comunica, para a transmissão de lives e a realização
de videoconferências, priorizando a utilização de tecnologias de informação e comunicação (TICs).
Com o avanço da vacinação, a inclusão dos trabalhadores do Suas no grupo prioritário e a
diminuição de novos casos da Covid 19 em todo o Estado, a Gestão Estadual procurou retomar
gradativamente as atividades presenciais, seguindo rigorosamente, as recomendações sanitárias
enquanto medidas de prevenção a infecção e disseminação da Covid 19.
Apresenta-se a seguir as principais ações desenvolvidas por tipologia:

Ações e Estratégias de Apoio Técnico Presenciais e Não Presenciais:

Ano Tipo de Oferta


o 46 atendimentos presenciais para 37 municípios destes 101 profissionais de
assistência social foram orientados;
o 02 Encontros Técnicos com a participação de 70 profissionais do SUAS (Temas:
Serviço de Acolhimento e Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos);
o 3.482 atendimentos aos Municípios por e-mail, telefonemas e mensagens.
2020
o 11 Videoconferências totalizando 2.067 profissionais da assistência social orientados
o 09 transmissões online no Canal SETASC Comunica, totalizando 7.527 visualizações.
o 46 Materiais informativos produzidos
o 03 informações disponibilizadas no Laboratório de Georreferenciamento -
GeoSUAS/MT.

80
o 118 atendimentos realizados, de forma individualizada (Demandas Conjuntas) de
forma presencial a 86 municípios, municípios, dos quais 443 profissionais,
considerando a mudança no comando das Secretarias municipais em razão do pleito
eleitoral do ano anterior (2020).
o 139 atendimentos realizados, de forma individualizada (Demandas Conjuntas) por
videoconferência a 75 municípios, dos quais 669 profissionais foram orientados.
o 6.402 atendimentos realizados por e-mail, telefonemas e mensagens.
o Encontro Técnico da Vigilância Socioassistencial com a participação de 290
profissionais de 120 municípios.
2021
o 14 visitas técnicas realizadas e 110 profissionais orientados.
o 10 videoconferências realizadas, dos quais 682 profissionais foram orientados e 11
lives realizadas e transmitidas pelo canal do Youtube SETASC Comunica, com 11.738
visualizações, até o momento.
o 02 Oficinas Virtuais de Aprendizagem realizadas com 583 participantes, com os
seguintes temas: Sistema de Gestão do Serviço de Convivência e Relatório Mensal de
Atividades.
o 129 documentos orientativos e informativos produzidos
o Atualização dos painéis de monitoramento na plataforma GeoSUAS/MT.
o Foram atendidos 101 municípios durante os 194 apoios técnicos individualizados com
aproximadamente 585 profissionais do Suas orientados.
o 4.784 atendimentos realizados por e-mail, telefonemas e mensagens.
o 09 Encontros de Apoio Técnico com 1.508 profissionais orientados (Apoio Técnico
Gestão Estadual em conjunto com o CEAS sobre o Monitoramento CPF ; 1º e 2º Apoio
Técnico Integrado do SUAS; Encontro Técnico sobre Atendimento Socioassistencial à
População em Situação de Rua; Apoio Técnico Virtual para Orientador Social do
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos; e Encontro Estadual de Boas
Práticas do Programa Criança Feliz, Encontro Estadual Virtual de Orientadores Socais
e Técnicas de Referência do SCFV, Encontro de Apoio Técnico: Atuação das Equipes
Volantes junto aos povos indígenas de Mato Grosso, Encontro Estadual da Vigilância
2022 Socioassistêncial - 4ª Etapa: Tema "Monitoramento e Avaliação do Plano de
Assistência Social.
o 38 visitas técnicas realizadas
o 09 videoconferências realizadas, dos quais 1.373 profissionais foram orientados e 05
lives realizadas e transmitidas pelo canal do Youtube SETASC Comunica, com 5.798
visualizações, até o momento.
o 04 Eventos Técnico com 474 profissionais orientados (Oficina Introdutória ao SUAS,
Palestras no 1º ciclo de formação das Entidades e Organizações da Assistência Social
e na 2ª Mostra de Assistência Social do município de Lucas do Rio Verde; Jornada
Auxílio Brasil, Apoio Técnico do Cadastro Único e Programa Auxílio Brasil,
o 318 documentos orientativos e informativos produzidos
o Atualização dos painéis de monitoramento na plataforma GeoSUAS/MT

81
DURAÇÃO E PERÍODO DO PLANO DE CAPACITAÇÃO DO SUAS

O Programa Estadual de Educação Permanente do SUAS (EducaSuas-MT), configura-se


como um marco normativo importante, ao institucionalizar mecanismos de apoio, assessoramento
técnico e capacitação aos gestores, trabalhadores e conselheiros de assistência social, contribuindo para
o aprimoramento da gestão e da oferta de benefícios, programas, projetos e serviços socioassistenciais
para a garantia de direitos sociais aos cidadãos mato-grossenses, o qual se organiza em 03 eixos:
I. Eixo 01 - Plano de Apoio Técnico aos municípios de Mato Grosso - Ano 2023;
II. Eixo 02 - Aprimoramento da Educação Permanente do SUAS em Mato Grosso;
III. Eixo 03 - Plano Estadual de Capacitação e Educação Permanente do SUAS de Mato Grosso.
Conforme o §3 da Resolução 08/2022/CIB/SETASC/MT, o Eixo 03:
[...] se baseará no diagnóstico de necessidades de capacitação, de acordo com as seguintes
premissas:
a) Elaboração do Plano Estadual de Capacitação do SUAS ano 2023, conforme Nota Técnica
14/2021 - Guia para Elaboração do Plano de Capacitação do SUAS, emitida pela Coordenação
Geral da Gestão do Trabalho da Secretaria Nacional de Assistência Social, com base no
levantamento de demandas de capacitação aos gestores, trabalhadores e conselheiros de
assistência social realizado em 2021.
b) Elaboração do Plano Estadual de Educação Permanente do SUAS - PEEP/SUAS/MT - 2024
a 2027, com base no levantamento de demandas de capacitação aos gestores, trabalhadores
e conselheiros de assistência social realizado no ano de 2021, nas informações extraídas das
ferramentas de monitoramento do SUAS, e na articulação com as ações de apoio técnico,
objetivando o planejamento de acordo com as reais necessidades dos gestores, trabalhadores
e conselheiros municipais de assistência social, e estejam em consonância com as diretrizes
e prioridades definidas e pactuadas no âmbito estadual

Nesse sentido o Plano Estadual de Capacitação do Suas, terá duração até o final do exercício
de 2023, sendo que as ações de capacitação e de apoio técnico iniciadas no corrente ano poderão ser
concluídas no ano subsequente.
Ademais, no que concerne os resultado do Levantamento de Identificação de Demandas de
capacitação aos gestores, trabalhadores e conselheiros de assistência social - 2021, poderão ser
utilizadas durante a elaboração do Plano Estadual de Educação Permanente do SUAS (PEEP/Suas-MT)
– 2024 a 2027, e os dados do Diagnóstico do Suas no Território atualizados, em consonância a
elaboração do Plano Plurianual (PPA) e Plano Estadual de Assistência Social de Mato Grosso
(PEAS/MT) para o próximo quadriênio 2024-2027, devendo estes instrumentos de planejamento a
inclusão de ação orçamentária específica para a educação permanente, contendo todas as ações
previstas e fonte dos recursos financeiros.
Destaca-se, a necessidade de implementar outras ações estratégicas que intensifiquem a
participação dos atores envolvidos na construção e implementação da educação permanente do Suas,
tais como gestores, trabalhadores, usuários e conselheiros da Assistência Social, instituições de ensino,
82
públicas e privadas para garantir processos que favoreçam a obtenção de melhores resultados, sendo o
núcleo de educação permanente (Neep/Suas/MT) a instância consultiva e de assessoramento acerca do
diagnóstico de necessidades de formação, na tomada de decisão sobre as ações educacionais na
construção de metodologias, monitoramento e avaliação da execução do Plano.
Por fim, ressalta-se que no que concerne o levantamento de Identificação de Demandas de
Capacitação, este não se limitará apenas aos resultados obtidos por meio dos questionários aplicados.
Levar-se-á em conta a realidade vivenciada pelos trabalhadores em seu fazer profissional, suas
condições de trabalho, contexto socio territorial no qual estão inseridos, que podem ser evidenciados por
meio das solicitações dos apoios técnicos, das denúncias apuradas e/ou demandas advindas dos
trabalhadores dos municípios à Gestão Estadual. Entendemos que para que o Plano de Capacitação
Estadual tenha êxito, faz-se necessário a participação ativa e democrática dos trabalhadores da
Assistência Social, para que ele se desdobre em resultados efetivos, que serão refletidos na qualidade
dos serviços socioassistenciais ofertados aos usuários da Assistência Social de Mato Grosso.

83
PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE APOIO TÉCNICO E EDUCAÇÃO PERMANENTE – ANO 2023 A 2024

Tipo de Capacitação /
Percurso Formativo Tema Público-alvo Modalidade Data de Oferta Carga Horária
Apoio Técnico

Supervisão Técnica para


Trabalhadores da Gestão Estadual Maio de 2022 à maio
Gestão do SUAS trabalhadores do SUAS da Supervisão Técnica Presencial/EAD 164 horas
do SUAS MT de 2023
Gestão Estadual

Supervisão Técnica para


Trabalhadores da Gestão Estadual Janeiro a dezembro de
Gestão do SUAS elaboração do Plano Estadual de Supervisão Técnica Presencial 60 horas
do SUAS MT 2023
Assistência Social

Provimento de Serviços e
Coordenadores de Unidades da
Benefícios Socioassistenciais e Introdução à Gestão da Rede de Fevereiro a junho de
Introdutório Rede de Serviços EAD 40 horas
Gestão do SUAS Serviços Socioassistenciais 2023
Socioassistenciais

Técnicos de Referência de nível


Provimento de Serviços e Trabalho Social com as Famílias março a setembro de
Introdutório superior do PAIF e da equipe EAD 20 horas
Benefícios Socioassistenciais no âmbito do PAIF 2023
volante

Profissionais que trabalham no


CREAS, Acolhimento de Adultos e
Provimento de Serviços e Acolhimento Institucional e
Introdutório Famílias, Abordagem Social, EAD Fevereiro a julho 2023 20 horas
Benefícios Socioassistenciais familiar
Centro POP, vagas para CIAMP e
profissionais da Gestão Estadual.

Trabalhadores, gestores e
Provimento de Serviços e Introdução aos profissionais dos conselheiros do SUAS
Introdutório EAD Contínuo 40 horas
Benefícios Socioassistenciais SUAS ingressantes ingressantes na Política de
Assistência Social

Gestores, trabalhadores do SUAS


municipais, conselheiros estaduais
Provimento de Serviços e Metodologia de Trabalho com
Introdutório de assistência social e EAD Outubro 2023 24 horas
Benefícios Socioassistenciais Idosos
conselheiros de defesa de direitos
da pessoa idosa

84
Introdutório Técnicos de referência de nível
Provimento de Serviços e Metodologia de Trabalho em
superior dos serviços EAD Outubro 2023 20 horas
Benefícios Socioassistenciais Grupos - PSB e PSE
socioassistenciais

Serviço de Acolhimento de
Provimento de Serviços e Trabalhadores do SUAS (equipe
Adultos e Famílias e Abordagem Introdutório Presencial Setembro 2023 20 horas
Benefícios Socioassistenciais técnica, cuidadores e orientadores)
Social

Coordenador(a) do Programa Bolsa


Família e técnicos municipais do
Cadastro Único que atuam
Provimento de Serviços e Janeiro a dezembro
Formulário do Cadastro Único Introdutório diretamente nas entrevistas das Presencial 24 horas
Benefícios Socioassistenciais 2023
famílias perfil Cadastro Único, que
ainda não participaram do curso de
Formulários do Cadastro Único.

Janeiro a dezembro
Programa Criança Feliz Guia de Visita Domiciliar Introdutório Supervisores e Visitadores do PCF. Presencial 40 horas
2023

Cuidados para o
Janeiro a dezembro
Programa Criança Feliz Desenvolvimento da Criança - Introdutório Supervisores e Visitadores do PCF. Presencial 40 horas
2023
PCF

Equipe municipal do Programa


Criança Feliz e demais Janeiro a dezembro
Programa Criança Feliz Sistema ePCF Introdutório Presencial 20 horas
profissionais que atuam junto ao 2023
programa a nível municipal

Encontro Estadual sobre


Provimento de Serviços e elaboração e guarda de Técnicos de referência dos
Encontro Técnico Presencial dezembro 2023 20 horas
Benefícios Socioassistenciais documentos produzidos no serviços socioassistenciais
âmbito do SUAS

Oficina Virtual Plano de


Provimento de Serviços e
Acompanhamento Familiar – PAF Oficina Técnicos de referência do PAIF Virtual julho a dezembro 2023 2 horas
Benefícios Socioassistenciais
- 580

Provimento de Serviços e Web Encontro Estadual sobre os outubro 2023 e junho de


Videoconferência Técnicos de referência Virtual 2 horas
Benefícios Socioassistenciais Benefícios Socioassistenciais 2024

85
Gestão do SUAS, Provimento de
Gestores, trabalhadores do SUAS
Serviços e Benefícios Encontro Técnico Integrado Abril, junho, agosto,
Encontro Técnico municipais, conselheiros estaduais Presencial A Definir
Socioassistenciais Controle SUAS/MT outubro e dezembro
de assistência socia
Social

Membros do CIAMP-MT Estadual e


Municipais, Representantes
Movimento NAcional de População
em Situação de Rua, trabalhadores
dos Centros POP, CREAS,
unidades de acolhimento para
adultos e famílias, Proteção Social
Especial na Gestão,
Representantes dos Conselhos de
Encontro Estadual Intersetorial Direitos, Representantes de
CIAMP-RUA/MT para População em Situação de Encontro Técnico Instituições e Organizações da Presencial 03 a 05 de julho 2023 20 horas
Rua. Sociedade Civil que desenvolvam
trabalhos com a população em
situação de rua, Representantes de
instituições de ensino superior,
Representantes do
CEAS, Habitação, Segurança
Alimentar (CONSEA), Segurança
Pública, Educação, Saúde, SECEL,
Sistema de Justiça, SETASC e
pessoas em situação de rua.

Coordenador Municipal CAD/PBF


(área: Assistência Social),
Técnico(a)s de Referência do PAIF,
responsáveis pelo PAIF
Acompanhamento Familiar (área:
Assistência Social);
Apoio Técnico Intersetorial Coordenador PBF Educação (área:
Cadastro Único e PBF “Acompanhamento das Videoconferência Educação), Coordenador PBF na Virtual 15 a 16/08 04 horas
condicionalidades do PBF” Saúde (área: Saúde);
Coordenador Regional de
Alimentação e Nutrição (área:
Saúde);
Membro do Conselho Municipal
(CMAS) e estadual (CEAS) de
Assistência Social;

86
Oficina sobre GPTEs (Grupos
Coordenador CAD/PBF e um
Populacionais Tradicionais e
Cadastro Único e PBF Oficina representante da equipe técnica de presencial 26 a 28/09 24 horas
específicos) e demais grupos
referência
prioritários do PROCAD

Coordenador CAD/PBF,
Apoio Técnico online "Cadúnico e operador/entrevistador do
Cadastro Único e PBF Videoconferência Virtual 08/11/2023 02 horas
BPC" CadÚnico e equipe técnica de
referência

DEFINIÇÃO DAS AÇÕES DE APOIO TÉCNICO E EDUCAÇÃO PERMANENTE – ANO 2023

Tema Objetivos Da Ação Metas Indicadores

Supervisão Técnica para trabalhadores do Participação de 60 trabalhadores na Supervisão Percentual de trabalhadores que participaram
Organizar o processo de trabalho e práticas profissionais
SUAS da Gestão Estadual Técnica da Supervisão Técnica

15 Trabalhadores da Gestão do Estadual do SUAS


Supervisão Técnica para elaboração do Plano Capacitar os trabalhadores da SAAS para a construção do *Percentual de trabalhadores capacitados
capacitados para elaboração do PEAS
Estadual de Assistência Social PEAS *PEAS elaborado
PEAS elaborado

Introdução à Gestão da Rede de Serviços


Capacitar os coordenadores das unidades 300 Coordenadores capacitados Percentual Coordenadores Capacitados
Socioassistenciais

Possibilitar a capacitação dos profissionais do SUAS, com


Trabalho Social com as Famílias no âmbito do 402 Técnicos de Referência de Nível Superior do
vista aprofundar as relações teórico-prática de serviço de Percentual de Profissionais capacitados
PAIF PAIF e da equipe volante capacitados
proteção integral à família - PAIF

Capacitar os profissionais para a execução do trabalho


Acolhimento Institucional e familiar voltado ao público Adultos e suas famílias com todas as 250 Percentual de Profissionais capacitados
suas especificidades e desafios

87
Capacitar trabalhadores do SUAS ingressantes quanto aos
Introdução aos profissionais dos SUAS
conhecimentos, habilidades e atitudes necessários ao 300 Percentual de Profissionais capacitados
ingressantes
provimento dos serviços e benefícios socioassistenciais

Promover formação e embasamento teórico metodológico


para acompanhamento de idosos no SCFV e nas unidades
Metodologia de Trabalho de Idosos 550 Percentual de Trabalhadores Capacitados
de acolhimento, visando sensibilizar e qualificar o serviço
ofertado.

Desenvolver/aprimorar metodologia e capacitar os


Metodologia de Trabalho em Grupos - PSB e
trabalhadores de todas as unidades socioassistenciais 780 Percentual de Trabalhadores Capacitados
PSE
referente ao trabalho em grupos.

Serviço de Acolhimento de Adultos e Aprimorar a execução dos Serviços de Acolhimento para


80 Percentual de Trabalhadores Capacitados
Abordagem Socioassistencial Adultos e Famílias e Abordagem Social

Orientar entrevistadores municipais e/ou servidores que têm


como atribuição coletar dados socioeconômicos de famílias % de participantes que cursaram e foram
120
Formulário do Cadastro Único que possuem perfil Cadastro Único, por meio do aprovados na capacitação
preenchimento dos formulários do Cadastro Único.

Desenvolver competências (conhecimentos, habilidades e


atitudes) nos profissionais de modo a qualificar a visita % de participantes que cursaram e foram
326 profissionais capacitados
Guia de Visita Domiciliar domiciliar às gestantes e crianças de 0 a 72 meses de idade, aprovados na capacitação
públicos do PCF.

Desenvolver competências (conhecimentos, habilidades e


Cuidados para o Desenvolvimento da Criança - atitudes) nos profissionais de modo a qualificar a visita -% de participantes que cursaram e foram
326 profissionais capacitados
PCF domiciliar às gestantes e crianças de 0 a 72 meses de idade, aprovados na capacitação
públicos do PCF

Orientar as Equipes municipais do Programa Criança Feliz


sobre suas competências e responsabilidades quanto -% de participantes que cursaram e foram
100 profissionais capacitados
Sistema e-PCF prestação de informações através da correta inserção dos aprovados na capacitação
dados no Sistema e-PCF

Encontro Estadual sobre elaboração e guarda Apoio técnico aos Municípios para elaboração e guarda de
260 Percentual de Trabalhadores Capacitados
de documentos produzidos no âmbito do SUAS documentos produzidos no âmbito do SUAS

Oficina Virtual Plano de Acompanhamento Orientar as equipes quando a elaboração e


580 Percentual de Trabalhadores Capacitados
Familiar – PAF acompanhamento do Plano de Acompanhamento Familiar

88
Web Encontro Estadual sobre os Benefícios
Orientar as equipes sobre os benefícios socioassistenciais 900 Percentual de Trabalhadores orientados
Socioassistenciais

Orientar os Gestores, trabalhadores do SUAS municipais,


conselheiros estaduais de assistência social sobre as Leis
Encontro Técnico Integrado SUAS MT 1200 Percentual de Trabalhadores orientados
Municipais de Assistência Social, operacionalização do
Cadastro Único (PROCAD) e Gestão Financeira do SUAS.

Propiciar o conhecimento das diversas políticas públicas


Encontro Estadual Intersetorial para População envolvidas na temática da população em situação de rua,
270 Percentual de Trabalhadores Capacitados
em Situação de Rua. haja vista a imprescindibilidade do diálogo entre as diversas
realidades envolvidas.

Discutir estratégias e parcerias para busca ativa de famílias


pertencentes aos Grupos Populacionais Tradicionais e
Apoio Técnico online intersetorial
Específicos (GPTE), em especial população em situação de
“Acompanhamento das condicionalidades do 705 Percentual de Trabalhadores orientados
rua e povos indígenas, Pessoas idosas, pessoas com
PBF”
deficiência; e crianças em situação de trabalho infantil
também são públicos prioritários do PROCAD-SUAS.

Discutir estratégias e parcerias para busca ativa de famílias


pertencentes aos Grupos Populacionais Tradicionais e
Oficina sobre GPTEs (Grupos Populacionais
Específicos (GPTE), em especial população em situação de
Tradicionais e específicos) e demais grupos 282 Percentual de Trabalhadores orientados
rua e povos indígenas, Pessoas idosas, pessoas com
prioritários do PROCAD
deficiência; e crianças em situação de trabalho infantil
também são públicos prioritários do PROCAD-SUAS.

Discutir as atualizações das legislações referente ao BPC e


Apoio Técnico Online Cadúnico e BPC orientações sobre inclusão de beneficiários BPC no 141 Percentual de Trabalhadores orientados
CadÚnico

89
CERTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

A certificação dos profissionais é o reconhecimento formal dos saberes - que derivam formação
inicial e continuada e exames de avaliação - requeridos para o exercício de atividades laborais –
independente da forma como foram construídos – definidos por padrões, normas e programas acordados
previamente.
As ações de capacitação e formação, pelas quais tenha passado os trabalhadores da
assistência social, devem gerar a respectiva certificação para os participantes. Os Percursos Formativos
trilhados pelo trabalhador devem ser considerados em sua progressão funcional, devendo estes serem
acompanhados e registrados desde o seu ingresso no SUAS. Tal acompanhamento permitirá também
avaliar o impacto desses Percursos Formativos sobre a qualificação e a progressão funcional dos
trabalhadores, bem como sobre a mudança qualitativa dos seus processos de trabalho e práticas
profissionais.
De acordo com a Política Nacional de Educação Permanente do Suas/2013, devem ser
considerados válidos, para todos os motivos que se fizerem necessários, os certificados emitidos pelas
instituições de ensino que compõem a Rede Nacional de Capacitação e Educação Permanente do SUAS.
Os certificados que não estejam de acordo com os critérios acima especificados deverão ser submetidos
a um processo específico de validação por parte do NEEP/MT. Processo no qual será analisada a
compatibilidade da qualificação que se pretende validar com alguma das ações de formação e
capacitação, ofertadas pelas instituições da Rede Nacional de Capacitação e Educação Permanente do
SUAS.
A análise deverá resultar em julgamento conclusivo de tal compatibilidade em relação: a) aos
aspectos didático-pedagógicos; b) ao conteúdo trabalhado; e c) às competências desenvolvidas. A
certificação dos profissionais é o reconhecimento formal dos saberes - que derivam formação inicial e
continuada e exames de avaliação - requeridos para o exercício de atividades laborais – independente
da forma como foram construídos – definidos por padrões, normas e programas acordados previamente.

90
PROGRAMA NACIONAL CAPACITASUAS

Programa Nacional de Capacitação do Sistema Único de Assistência Social (CapacitaSuas)


tem o objetivo de garantir oferta de formação e capacitação permanente para profissionais, gestores,
conselheiros e técnicos da rede socioassistencial do SUAS para a implementação das ações dos Planos
de Educação Permanente, aprimorando a gestão do SUAS nos Estados, no Distrito Federal e nos
Municípios.
O CapacitaSuas contempla ações de capacitação e formação, de acordo com a Política
Nacional de Educação Permanente do Suas, que devem impactar na carreira do trabalhador do Suas,
além potencializar e dar visibilidade a novas práticas profissionais. Todas as ações devem oferecer
certificados, de forma que contribuam para que o profissional progrida na carreira.
O público de cada curso está relacionado à função que exerce no Suas (gestão, provimento e
controle social). Os cursos de atualização em gestão devem ser destinados prioritariamente para os
trabalhadores da gestão, que estão inseridos no percurso formativo da Gestão do Suas, conforme tratado
na Política Nacional de Educação Permanente. Já os cursos referentes ao controle social devem ser
ofertados prioritariamente para conselheiros e trabalhadores do Suas que atuam nas Secretarias
Executivas do Conselhos de Assistência Social, uma vez que a trilha de aprendizagem da Função de
Controle Social, está direcionada especificamente a esse público. Da mesma forma os cursos
pertencentes ao percurso formativo de Provimento de Serviços e Benefícios Socioassistenciais.
A gestão do CapacitaSuas é compartilhada, cabendo a cada um dos entes, as seguintes
atribuições:

• Coordenar, em âmbito nacional, o Programa CapacitaSuas;


• Elaborar os diagnósticos de necessidade de formação e capacitação, em
consonância aos Planos de Capacitação dos Estados e do Distrito Federal;
• Estruturar os projetos pedagógicos dos cursos, em consonância ao
• Formular os cadernos instrucionais para os cursos a serem ofertados;
Governo Federal
• Acompanhar, monitorar e avaliar, em conjunto com os estados e Distrito
Federal, as ações de capacitação e de formação junto às Instituições de Ensino;
• Fomentar e co-financiar as ações de Supervisão Técnica e Observatório Social;
• Cumprir as metas previstas no Plano Decenal da Assistência Social, referentes
à capacitação.
• Instituir, por meio de arranjos formais existentes na legislação vigente,
convênio, contrato ou termo de cooperação com Instituições de Ensino,
integrantes da Rede Nacional de Capacitação e Educação Permanente do
SUAS;
Governos Estaduais e do
• Executar as ações de capacitação e de formação, em consonância ao
Distrito Federal
pactuado na Comissão Intergestores Tripartite – CIT e deliberado pelo
Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS;
• Pactuar no âmbito da CIB as vagas/metas co-financiadas pelo Ministério da
Cidadania;

91
• Elaborar os diagnósticos de necessidade de formação e capacitação, em
consonância aos Planos Municipais de Capacitação do SUAS e os serviços
regionalizados;
• Acompanhar, monitorar e avaliar as ações de capacitação e de formação
junto às Instituições de Ensino;
• Fomentar e co-financiar as ações de Supervisão Técnica e Observatório Social;
• Cumprir as metas previstas no Pacto de Aprimoramento da Gestão Estadual
referentes à capacitação.
• Elaborar os diagnósticos de necessidade de formação e capacitação;
• Formular os Planos Municipais de Capacitação dos SUAS;
• Participar do processo de pactuação e de deliberação das vagas/metas no
Governos Municipais
âmbito da Comissão Intergestores Bipartite – CIB e do Conselho Estadual de
Assistência Social;
• Cumprir as metas previstas no Pacto de Aprimoramento da Gestão Municipal.
• Estruturar e fortalecer as áreas da Gestão do Trabalho e da Educação
Permanente do SUAS, em conformidade com as diretrizes da NOB-
RH/SUAS/2006 e da PNEP/SUAS/2013;
• Co-financiar as ações de capacitação e de formação do CapacitaSUAS, em
consonância com os princípios e diretrizes da Política Nacional de Educação
Permanente do SUAS;
• Divulgar oferta, mobilizar e garantir a participação dos gestores, trabalhadores
Gestão Compartilhada
e conselheiros nos cursos específicos;
• Definir normas, padrões e rotinas para a liberação dos trabalhadores para
participarem das ações capacitação e de formação;
• Disseminar conteúdos produzidos nos processos formativos;
• Identificar e socializar práticas socioassistenciais exitosas, na perspectiva da
participação dos usuários do SUAS;
• Monitorar e avaliar os processos formativos.
*Fonte: MC/2023. Elaboração Coordenadoria de Gestão do Trabalho

92
MODALIDADES DAS AÇÕES DE CAPACITAÇÃO

A educação presencial, semipresencial e educação a distância constituem modalidades para


a execução dos patamares que compõem o processo formativo no Suas.
• Presencial: A modalidade presencial possibilita encontros presenciais, materializando o
processo de ensino aprendizagem, tendo um mediador no processo partilhado de construção
do conhecimento, organizando os conteúdos e as estratégias de ensino.
• Semipresencial: A semipresencial se materializa em momentos presenciais e a
distância, esta última requer mediadores (tutores) e capacitandos separados fisicamente no
espaço e/ou no tempo, por meio de tecnologias de comunicação.
• Educação a Distância (EAD): A Educação a Distância (EAD) é uma modalidade de
formação com recursos, meios, sistemas de trabalho e de organização próprios e
característicos, possibilitando diferentes metodologias e meios interativos para sua efetivação,
desde o material impresso, utilização de rádio e televisão ou via internet.

93
PROGRAMA NACIONAL CAPACITASUAS

Percurso Formativo Tema Tipo de Capacitação Público Alvo Modalidade Data de Oferta Carga Horária

Introdução ao Controle Social do Conselheiros Municipais e Estaduais de Assistência


Controle Social Introdutório Presencial Outubro de 2023 40 horas
Sistema Único de Assistência Social Social

Provimento de Serviços e Introdução ao Provimento dos Gestores, Trabalhadores do SUAS de nível superior e
Benefícios Serviços e Benefícios Introdutório médio inseridos na gestão e provimento dos serviços Presencial Novembro de 2023 40 horas
Socioassistenciais Socioassistenciais do SUAS da PSB e PSE – Municipal e Estadual

Gestão Financeira e Orçamentária do Gestores, Trabalhadores do SUAS de nível superior


Gestão do SUAS Introdutório Presencial Fevereiro de 2024 40 horas
SUAS que atuam na gestão do SUAS nos municípios

Atualização em Vigilância Trabalhadores do SUAS de nível superior que atuam


Gestão do SUAS Atualização Presencial Março de 2024 40 horas
Socioassistencial do SUAS na gestão do SUAS nos municípios

Atualização sobre Especificidade e Gestores, Trabalhadores do SUAS de nível superior e


Provimento de Serviços e
Interfaces da Proteção Social Básica médio inseridos na gestão e provimento dos serviços
Benefícios Atualização Presencial Abril de 2024 40 horas
do da
Socioassistenciais
SUAS PSB Municipal e Estadual

Atualização sobre a Organização e Gestores, Trabalhadores do SUAS de nível superior e


Provimento de Serviços e
Oferta médio inseridos na gestão e provimento dos serviços
Benefícios Atualização Presencial Maio de 2024 40 horas
dos Serviços de Proteção Social da
Socioassistenciais
Especial PSB e PSE – Municipal e Estadual

Proteção Social no SUAS a


Indivíduos e
Provimento de Serviços e
Famílias em Situação de Violência e Trabalhadores do SUAS de nível superior
Benefícios Introdutório Presencial Junho de 2024 40 horas
outras violações de Direitos: inseridos no provimento e/ou gestão da PSB e PSE
Socioassistenciais
Fortalecimento da Rede
Socioassitencial

94
ORÇAMENTO

As ações de Apoio Técnico e Educação Permanente do Suas estão ancoradas no Eixo


Estratégico “Gestão Institucional” – Diretriz Estratégica: “Aprimoramento da Educação Permanente”
contida no Plano Estadual de Assistência Social (Peas-MT) 2020-2023, como também no PPA 2020-
2023, com as seguintes ações:

Programa 522 - Proteção social e fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social - Suas
Unidade Orçamentária: 22.607 - Fundo Estadual de Assistência Social
Ação Meta Financeira
2537 - Educação Permanente para Gestores, Trabalhadores e Conselheiros do SUAS. R$ 5.447.502,67
2662 - Gestão dos programas e projetos socioassistenciais R$ 649.063,28
4008 – Gestão do Sistema Único de Assistência Social do estado de Mato Grosso R$ 1.891.763,73
4009 - Aprimoramento da gestão do Cadastro Único e do Programa Bolsa Família R$ 596.111,01

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MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

O monitoramento e a avaliação serão realizados por meio da aplicação de instrumentos


definidos pelo Coordenadoria de Gestão do Trabalho, contendo a sistematização dos resultados dos
formulários com: número de participantes, número de instrutores/oficineiros, percepção dos(as)
participantes quanto ao seu aproveitamento, conteúdo abordado, metodologia, infraestrutura,
desempenho dos treinadores/oficineiros e outros que se julguem necessários. Assim como, a percepção
da área/setor que propôs a ação, a partir dos elementos relacionados ao processo de aprendizagem,
com sugestões para aprimorar as próximas ações. Formulário este a ser elaborado pelo Coordenadoria
de Gestão do Trabalho.

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REFERÊNCIAS

BRASIL, Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e
dá outras providencias, Brasília 1990.

BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência


Social. Caderno de Orientações Técnicas dos Centro de Referência da Assistência Social. Brasília, 2009.

BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência


Social. Caderno de Orientações Técnicas sobre Benefícios Eventuais no SUAS, 2018.

BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência


Social. Caderno de Orientações Técnicas para o aperfeiçoamento da gestão do Programa de
Erradicação do Trabalho Infantil - PETI, 2018.

BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência


Social. Caderno de Orientações Técnicas para Elaboração do Plano Individual de Atendimento de
Crianças e Adolescentes em Serviços de Acolhimento, 2018.

BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência


Social. Norma Operacional Básica do SUAS. Brasília, 2012.

BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência


Social. Política Nacional de Assistência Social. Brasília, 2004.

BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência


Social. Política Nacional de Educação Permanente do SUAS, 2012.

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