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O PERDIDO

TEM NOME
Um sermão sobre amor e evangelismo
baseado em Lucas 15
PRA COMEÇO DE CONVERSA

Quem sou eu?

Meu nome é Hideide Brito Torres. Sou pastora metodista,


consagrada em 2004. Em 2016, fui eleita como bispa da minha
denominação, sendo designada para cuidar das igrejas nos
estados do Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e,
desde 2023, também do Rio Grande do Norte.

Sou graduada em Teologia e em Jornalismo. Tenho mestrado em


Comunicação Social, pesquisando a relação entre igreja e mídia.
Fiz o Doutorado na área de literatura e desenvolvi diversas
pesquisas, mentoreando alunos e alunas numa relevante
universidade federal. Em 2022, concluí um MBA em Liderança,
Gestão de Pessoas e Produtividade, elaborando pesquisa sobre
as melhores práticas de liderança na vida da Igreja
contemporânea. Coordeno uma equipe de quase cem pastores e
pastoras, além de líderes que atuam em diversas áreas
ministeriais.

Neste sermão, compartilho com você uma mensagem gerada no


coração de Deus para todo cristão e cristã. A grande comissão
está ativa. Mas ela é resultado de uma entrega de amor. Em
Lucas 15, Jesus nos ensina a personalizar nossos afetos para
proclamar a mensagem de restauração e acolhida. Vem comigo.
HISTÓRIAS QUE INSPIRAM

“LEMBRA-TE, Ó JESUS PIEDOSO, QUE FUI O MOTIVO


DA TUA VIAGEM, NÃO ME PERCAS NAQUELE DIA.
PROCURANDO-ME, FICASTE EXAUSTO E ME
REDIMISTE, MORRENDO NA CRUZ. QUE TANTO
TRABALHO NÃO SEJA EM VÃO”. (MOZART, REQUIEM)

“Ninguém poderia realmente dizer por que ele fugiu.


Ou talvez não tenha fugido, mas tenha sido expulso de
casa pelo pai por algo tolo que disse ou fez.

De qualquer forma, Paco se viu vagando pelas ruas de


Madri, na Espanha, com esperanças de entrar em uma
profissão que provavelmente o mataria – as touradas.

Aqueles que treinam sob um mentor têm uma boa


chance de sobreviver a esta profissão, mas a memória
de Paco de seus erros e a culpa pelo que aconteceu
cegamente o levaram a essa via de mão única rumo ao
suicídio.
“Mas essa era a última coisa que seu pai queria, e é por
isso que ele tentou algo desesperado, que ele desejava,
com ímpeto, que funcionasse. Havia pouca ou nenhuma
chance de encontrar Paco vagando pelas ruas de Madri.

Então ele colocou um anúncio no jornal local ‘El Libera’.


O anúncio dizia: ‘Paco, encontre-me no Hotel Montana
ao meio-dia de terça-feira. Tudo está perdoado! Com
amor, papai.’

Ocorre que Paco é um nome tão comum na Espanha


que, quando o pai foi ao Hotel Montana, no dia seguinte,
ao meio-dia, havia 800 jovens chamados Paco
esperando por seus pais… e esperando o perdão que
nunca pensaram ser possível!”

(Ernst Hemingway)
““Deus anda por longe à minha procura, tratando de me
encontrar e desejando levar-me para casa. Nas três
parábolas em que Jesus responde à pergunta: Por que
come com os pecadores?, ele põe a tônica na iniciativa de
Deus. Deus é o pastor que vai à procura da ovelha
perdida. Deus é a mulher que acende uma candeia, varre
a casa e procura por todo o lado até encontrar a moeda
perdida. Deus é o pai que anda em busca dos filhos, vela
por eles, corre ao seu encontro, os abraça, roga, suplica e
anima a que voltem para casa.

Por estranho que pareça, Deus deseja encontrar-me


tanto, se não mais, do que eu desejo encontrar Deus. Sim,
Deus reclama-me tanto como eu a Ele. Deus não é o
patriarca que fica em casa, imóvel, à espera que os filhos
voltem para ao pé dele, à espera que peçam desculpa pelo
seu comportamento, que peçam perdão e prometam
emendar-se.

Pelo contrário, abandona a casa sem fazer caso da sua


dignidade, corre à procura deles, não quer saber de
desculpas e promessas de emenda, e os conduz à mesa
magnificamente preparada".

(Henri Nouwen, A volta do filho pródigo)


OS ACHADOS E
PERDIDOS DA BÍBLIA
Outro dia, ouvi um pastor pregar o que considerei uma heresia.
Falando sobre essas três parábolas de Lucas 15, as quais Max
Lucado chama de “capítulo dos perdidos e achados da Bíblia”, ele
dizia que a ovelha e a moeda se perderam e, por isso, foram
procurados. E que o filho saiu por conta própria e por isso ele é que
tinha de voltar.

Não é esta, claramente, a ênfase de Jesus. Sendo a ovelha um


animal "irracional" e a moeda um objeto inanimado, é apenas na
parábola do filho que Jesus pode explorar a perda a partir da
perspectiva do que foi perdido. É nela que se mostram as
consequências do pecado, do abandono e da rejeição, na pele, no
cheiro, no trabalho do filho perdido.

É nela que vemos sua dor diante da bolota do porco. Seu senso de
perda da dignidade. Sua súbita consciência do que é a casa do pai. É
nessa história que se experimentam o arrependimento, a
conversão e retorno.

Ao contrário das outras, nas quais vemos o esforço e a dor do


pastor e da mulher, nesta pouco sabemos das ações do pai ou sua
versão sobre a saída do filho. Mas considerando a história contada
por Hemingway, a reflexão de Henri Nouwen e a sinfonia de
Mozart... Considerando o Deus que entrega seu único filho em
favor de todos os seus adotivos, no dizer de Paulo, não posso
pensar que o pai da parábola ficou inerte.
UM PAI À PROCURA
Imagino que ele colocou anúncios nos jornais que o filho não leu. Que
dirigiu expedições a locais onde o filho não estava. Que enviou
mensageiros a locais onde disseram tê-lo visto. E nada tendo resultado,
decidiu plantar-se à porta da casa e aguardar – com os olhos atentos.

Porque Jesus diz que "ele viu o filho vindo de longe". E sua memória
ativou-se para relembrar seu jeito de andar, de mover os braços, de
mexer no cabelo. Reconheceu-o quando ele mesmo não sabia mais
quem era. E correu ao seu encontro.

Como afirma Nouwen, nem mesmo lhe permitiu falar por inteiro o
discurso tão ensaiado no chiqueiro, ainda entranhado em suas vestes.
Não é evidente?

Nenhum homem nobre daquele tempo daria herança ao filho, pois


fazer isso em vida é reconhecer, naquela cultura, que o filho desejava
sua morte. Correr não era algo que um homem respeitável faria. Dar
vestes novas, anel e chinelo a quem desperdiçou bens não estaria no
manual de nenhum homem da lei daquele tempo.

E, por fim, o pai repete ao filho mais velho as mesmas palavras que o
pastor e a mulher disseram aos convidados de sua festa: "Ele estava
perdido e foi achado".
COM QUEM
VOCÊ SE PARECE?
É fácil a gente se identificar com os dois filhos. A gente se sente meio
fariseu e meio pródigo. Mas o objetivo das parábolas é nos mostrar o
modelo de atitude. E o modelo de atitude é o do pastor, da mulher e do pai.

O modelo não é quem se perde, nem de quem fica na sua, protegido e sem
desafios. Mas quem procura. Nosso alvo é nos tornarmos aqueles que
atravessam montanhas por uma ovelha, faxinam a noite toda por uma
moeda e põem-se em vigília por um filho.

Nosso modelo é o Daquele que ao invés de reclamar do que se perdeu ou


condenar quem volta arrependido, faz festa. Ele que hoje continua a nos
dizer, como o pai de Madri: "Volta, meu filho. Está tudo perdoado".

Essa parábola nos ensina que é possível estar perdido perto ou longe,
porque quem não reconhece a paternidade de Deus habita na casa dele
como servo ou foge da casa dele como um desperdiçador. Mas há algo em
comum. Os perdidos têm nome e têm história.
QUEM PROCURA,
CONHECE
O pastor sabia não apenas que havia 99 ovelhas, mas certamente sabia qual
delas tinha se perdido. Era capaz de contar se ela nasceu magrinha, se
demorou a engordar, se tinha a orelha torta. A mulher também sabia contar
como foi que ganhou a dracma e quanto esforço foi empregado para isso. O
pai sabia os nomes dos filhos, suas histórias, caráter e temperamento.

O perdido não é um desconhecido. Ele tem nome, história, dores. É o vizinho,


amigo, irmão. E para achá-lo, tudo começa no compromisso do amor. O amor
não esquece. O amor não abre mão. O amor insiste. O amor personaliza.
Para buscar o perdido, eu preciso sair do lugar de quem condena, de quem
não busca, de quem não faxina.

O evangelismo efetivo vem da relação, da conexão, do amor e do sentido de


importância. Pouco importa se a dracma não vale muito para o mercado.
Vale para a mulher. Pouco importa que a ovelha seja pequena ou não dê
muita lã no mercado. Ela importa para o pastor. Pouco importa se o filho mais
novo possa ser o mais desajeitado dos servos e não tenha nenhuma
habilidade a não ser cuidar de porcos. Ele é filho. Importa para o pai.

O perdido tem história. O perdido tem nome. E ele só vai ser resgatado se as
pessoas que sabem de sua história, estão por perto o suficiente para se
importar de verdade forem em resgate. Ser como o pastor, a mulher e o pai –
esse é o modelo do discipulado que Deus quer. Aqueles que buscam, aqueles
que se importam, que conhecem a história e se tornam instrumentos de
salvação pelo mesmo motivo de Deus: amor.
CLAMANDO PELO
PERDIDO
Em Isaías 49, Deus faz a declaração da pessoalidade. É a mensagem que ele
quer que vivamos primeiro e depois possamos repartir aos outros. A partir
do v. 14, ele diz: Israel pensa que eu o deixei e chora como se tivesse sido
abandonado. Mas como eu posso esquecer quem eu gravei na palma da
minha mão? Deus descreve todo o processo de relacionamento que
estabeleceu com o povo.

Quem está perdido hoje perto de você? Tem gente indo às nações sem
conversar com o vizinho. Tem gente se condoendo pela Etiópia sem sofrer
pela moça da padaria. O perdido está perto. Tem RG, nome, whatsup.
Todos os dias ele chora por perto. Deus afirma que está de olho nos muros
de Israel diariamente. Quem está perdido perto de você?

O pastor disse aos amigos: A minha ovelha estava perdida. A mulher disse:
A minha moeda estava perdida. O pai disse: O meu filho estava perdido. Há
uma responsabilidade. O perdido é meu perdido. O que tem faltado a
muitos de nós é essa pessoalidade. O compromisso pessoal com o perdido.
O pastor tinha porque a ovelha era responsabilidade dele. A mulher tinha
porque a moeda era sua. O pai, nem se fala. Ele vai em busca de seus dois
filhos!

A perdição de alguém é a minha. Sou incompleta sem a salvação


de quem eu amo. Tenho de estar comprometida com isso como
Deus está. Eu me lembro de uma canção do Casting Crows que
fala do horror que é sentir que falhamos em falar de Jesus para
quem amamos. Leio a letra e te convido à oração comigo.

Quem é o seu perdido?


Lá vou Eu de Novo (Casting Crowns)
Pai, ouve minha oração
Eu preciso das palavras perfeitas
Palavras que ele vá ouvir
E saber que elas vêm direto de ti

Eu não sei o que dizer


Eu só sei que dói
Ver meu único amigo desaparecer lentamente

Mas talvez, desta vez, falarei as palavras de vida


Com Teu fogo em meus olhos
Mas o velho medo habitual está rasgando minhas palavras
Do que eu tenho tanto medo?

Lá vou eu novamente
Falando sobre a chuva
E remoendo sobre coisas que não existirão mais
E enquanto eu danço ao redor da verdade
O tempo não é amigo dele
Esta pode ser minha última chance de dizer a ele
Que Tu o amas
Mas lá vou eu de novo, lá vou eu de novo

Senhor, Tu o amas tanto, Tu deste teu único filho


Se ele apenas acreditar, ele nunca morrerá!
Mas como então ele conhecerá se ele nunca ouviu?
Senhor, ele nunca Te viu espelhado em minha vida

Esta pode ser minha última chance de dizer a ele


Que Tu o amas
Esta pode ser minha última chance de dizer a ele
Que Tu o amas
Tu o amas, Tu o amas

Do que eu tenho tanto medo?


Do que eu tenho tanto medo?
Do que é que eu tenho tanto medo?
Como então ele vai saber
O que ele nunca ouviu?
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