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TRES TIPOS DE PERDIDOS

Em Lucas 15, encontramos um conjunto de parábolas afins, que tratam do mesmo assunto: de coisas que
perdemos e da busca que precisamos empreender para encontrá-las.

A DRACMA PERDIDA
“Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a
procura diligentemente até encontrá-la? E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-
vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido. Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo
diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende”. (Lucas 15:8-10)
A dracma era uma moeda grega que tinha valor muito semelhante ao denário romano. A dracma (denário)
era considerado um bom pagamento por um dia de trabalho (60, 70, 80 reais). Foi substituída pelo euro.
A mulher quando descobre que perdeu a dracma toma três atitudes:
1. Acende a candeia
2. Varre a casa
3. Procura diligentemente
A dracma representa um pecador que está distante de Deus e que não sabe que está perdido. A moeda
não tem consciência de sua perdição. Representa as pessoas que estão longe de Cristo, mas não têm
convicção da sua condição. Dependem da graça de Deus e precisam da ação de alguém para serem
alcançadas e salvas.
Outro aspecto que Jesus ressalta é que a mulher acende uma candeia. A maioria das casas nos tempos de
Jesus eram bem pequenas e tinham piso de terra batida e não havia janelas. A iluminação que entrava na
casa vinha da porta aberta ou de pequenos buracos que os construtores deixavam tirando algumas pedras
das paredes, próximo ao teto. Isto ajudava a ventilar o interior da casa. Porém, tais aberturas de ar não
eram suficientes para iluminar o ambiente. Mesmo na luz do dia, a casa continuava escura. Assim, explica-
se a dificuldade que havia para procurar algum objeto pequeno que caía no chão de terra.
Depois de acender a candeia a mulher varre a casa em busca da dracma perdida. Isto indica que para achar
a dracma havia a necessidade de esforço por parte da mulher.
Mas não bastava apenas varrer a casa. Era necessário que ela procurasse diligentemente, em cada canto.
Um outro detalhe da parábola nos mostra que a mulher procurou aquela dracma até encontrá-la. Ela
vasculha cada canto até que finalmente, consegue encontrar a moeda.
E por que tanto esforço para encontrar aquela moeda?
Alguns estudiosos defendem que as dez dracmas eram toda a economia da mulher da história. Outros,
acreditam que as dez dracmas faziam parte do seu dote e eram usadas como um tipo de adereço. Nos dias
em que esta história foi contada, havia um costume que funcionava como uma aliança entre os noivos. O
noivo dava de presente um colar contendo dez dracmas para a noiva, o que atestava para a sociedade de
então que aquela mulher, que deixava à mostra o colar quando transitava pelas ruas, estava comprometida
com alguém, havia feito uma aliança com uma pessoa que seria seu futuro marido. Era seu dote e
possivelmente seria passado à sua filha e perdendo uma das moedas ela estaria perdendo 10% de tudo o
que tinha. Por isso possuíam valor inestimável.
Independentemente de como ocorreu, o fato é que a perda de uma das dracmas causou grande ansiedade
na personagem.
O que Jesus quis mostrar com esta história?
É comum vermos gravado nas moedas uma imagem. Reconhecemos o valor da moeda pela imagem que
nela está gravada. Aquela dracma tinha uma esfinge gravada e seu valor era determinado por esta esfinge.
Esta moeda simboliza o pecador longe de Deus, mas a despeito dela estar perdida e no meio do pó, ela
continua sendo uma moeda de prata.
“Embora esteja sob pó e lixo, a moeda é ainda de prata. O possuidor a procura porque é de valor. Assim todo
ser humano, embora degradado pelo pecado, é precioso aos olhos de Deus. Como a moeda traz a imagem e a
inscrição do poder reinante, igualmente, quando foi criado, o homem trazia a imagem e a inscrição de Deus. E
conquanto agora esteja manchada e desfigurada pela influência do pecado, permanecem em toda pessoa os
traços dessa inscrição” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 194).
Nós, temos o terrível hábito de julgar as pessoas de acordo com a situação em que se encontram. Damos-lhes
valor ou tiramos-lhe o valor. Mas para Jesus cada pessoa é importante. Ele quando aqui esteve, se associou a
publicanos, prostitutas, pobres rejeitados pela sociedade, doentes ignorados, pois Ele veio para salvar a todos.
Via em casa uma destas pessoas um ser humano com as digitais do Criador, um ser humano digno de ser salvo
e restaurado. Cada pessoa tem um valor inestimável.
Jesus contou a história da dracma para mostrar o valor que qualquer pessoa tem aos olhos de Deus.
E por que nós temos este valor inestimável? Em gênesis 1:26 Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem
e à nossa semelhança. Nenhuma outra criatura neste planeta foi criada à imagem e semelhança de Deus.
Somente nós tivemos este privilégio. E a despeito do pecado nos separar Dele, nós não perdemos esta
imagem completamente. Lembre-se que mesmo estando perdido no meio da sujeira e do pó deste mundo
de pecado, você tem um valor enorme para Deus, pois você foi criado à imagem e semelhança dele. Ainda
que esta moeda esteja perdida, ela continua sendo de prata. Não importa o quão longe você tenha ido,
você ainda tem um valor inestimável para Deus.
É isto que Jesus quer ensinar nesta história. A moeda está perdida, mas ela não perdeu o seu valor. E todos
os esforços feitos pela mulher da parábola em acender a candeia, varrer a casa e procurar diligentemente
representam o esforço que Deus faz para te salvar e para me salvar.
E sabem por que? Porque Deus é rico em perdoar e Ele ama o pecador. Ele definiu sua missão como Buscar
e Salvar o perdido.
Talvez alguém aqui esteja se sentindo uma dracma perdida, longe de Deus, achando que talvez não tenha mais
nenhum valor para Deus e até foi longe demais para ser resgatado
Se você se sente perdido, Cristo é a resposta para você. Se você se sente sem valor, os olhos do Senhor
estão sobre você. Ele te ama. Ele vai procurar de todas as formas uma maneira de te encontrar.
A história da dracma perdida teve um final feliz. A mulher encontra a moeda e chama suas amigas para se
alegrarem com ela. A sua história também pode ter este final feliz! Só depende da sua entrega. Depende
de você abrir o seu coração e entregar a sua vida a Jesus.

A OVELHA PERDIDA - Lucas 15: 4 – 7

Na parábola haviam 100 ovelhas, mas só uma se perdeu, porque deixou de seguir o seu pastor.

1 - Uma ovelha, quando perdida, não sabe, por si só, encontrar o caminho de volta ao redil.
 As ovelhas não têm senso de direção. São diferentes dos cães, dos gatos e dos pombos que nunca
se perdem e voltam facilmente para casa.

 As ovelhas nunca voltam sozinhas. Sabem que estão perdidas, mas não sabem voltar ao redil. Se a
ovelha perdida não é trazida ao aprisco pelo pastor, vagueia até perecer.
O homem é, espiritualmente, ovelha. Por isso a Bíblia compara o homem como “a ovelha perdida”. E
Cristo como “Pastor”.
2 – Não importa para o Divino Pastor quão longe fomos, ou quão profundamente caímos, ou quão mau
nos tornamos. Ele tem o remédio para todos os males. Para grandes males Ele apresenta maior poder de
regeneração e recuperação do pecado.
 A Bíblia diz que onde abundou o pecado, superabundou a graça.
 Ele nos acha perdidos e nos convida: “Vinde a mim, Eu vos aliviarei dos vossos fardos e angústias”.

3 – Você é essa ovelha perdida. Se você fosse o único a se desviar do caminho, Jesus Cristo teria vindo a
este mundo para morrer por você somente.
 O amor do pastor pela ovelha perdida é imenso. Quanto mais escura e tempestuosa a noite, e
quanto mais perigoso o caminho, tanto maior a apreensão do pastor e tanto mais diligentemente a
procura. Faz todos os esforços possíveis para encontrar a ovelha transviada.

 Se fosse um mercenário diria: “Ela que sofra. Estou cansado. O jantar está me esperando...”

 Mas o pastor a amava: esqueceu o cansaço, o jantar, o sono e vai por caminhos difíceis e
pedregosos em busca da ovelha perdida.

 Ao encontrar, não a espanca, não a tange com chicotes, mas em sua alegria toma sobre os ombros.
Jubiloso porque sua diligência não foi em vão, carrega-a de volta ao redil. Chegando ao lar, fez
festa porque a achou.

“Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo. E indo para casa reúne os amigos e vizinhos,
dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida “ (Lucas 15:5 e 6) 

A aplicação da parábola
“Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrependa do que por noventa e
nove justos que não necessitam de arrependimento”. (Lucas 15:7)
 Cristo nos ensina que a salvação não é alcançada por procurarmos a Deus, mas porque Deus nos
procura.

 Cristo representava pela ovelha perdida, não somente o pecador individual, mas o mundo que se
desviou e se arruinou pelo pecado.

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele
crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (João 3:16) 

4 – Assim é o caso do homem com Deus.


 Deus sempre amou o homem. Foi o homem que escolheu esse caminho. Deus nunca abandonou o
homem.

 Deus está ansioso para nos curar.

 Deus está sempre procurando o homem. Quer ter a oportunidade de ajudá-lo.


 Sem Deus morreremos. – “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos,
porque as suas misericórdias não têm fim”. (Lamentações de Jeremias 3:22)

Ilustração: John Rakman, filho ingrato que abandonou o lar paterno e caiu na vida de pecado, nos vícios e
nas drogas. Um dia encontrou Jesus Cristo. Sua vida foi mudada. Queria voltar para o lar. Tinha medo de
não ser aceito. Fez uma carta para sua mãe pedindo que colocasse um lenço branco na janela da casa se
estivesse disposta a perdoa-lo e aceita-lo de volta...
Aplicação Assim é Deus. Ele está colocando não um lenço, mas um grande lençol na sua frente, a fim de
que você veja e não tenha dúvidas de que Ele o ama e quer salvá-lo.

ONDE VOCÊ ESTÁ?


 Você se encontra perdido, andando como uma ovelha, sem direção e sem rumo?
 Deus está bem perto de você.
 Arrependa-se e confesse a Ele os seus pecados.
 Você vai experimentá-Lo ao seu lado.
 Jesus quer salvá-lo e ficar bem perto de você.
 Quer avistar-se com você agora.

“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-O enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu
caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele;
torne-se para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar”. (Isaías 55:6 e 7).
Ele diz: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e
cearei com ele e ele comigo”. (Apocalipse 3:20).

O FILHO PRÓDIGO

Lucas 15:11-32
11 
E disse: Um certo homem tinha dois filhos.  12  E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da
fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.  13  E, poucos dias depois, o filho mais novo,
ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo
dissolutamente.  14  E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a
padecer necessidades.  15  E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os
seus campos a apascentar porcos.  16  E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos
comiam, e ninguém lhe dava nada.  17  E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm
abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!  18  Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai,
pequei contra o céu e perante ti.  19  Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus
trabalhadores.  20  E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se
moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou.  21  E o filho lhe disse: Pai,
pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho.  22  Mas o pai disse aos seus
servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés,  23  e
trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos e alegremo-nos,  24  porque este meu filho estava morto e
reviveu; tinha-se perdido e foi achado. E começaram a alegrar-se.
25 
E o seu filho mais velho estava no campo; e, quando veio e chegou perto de casa, ouviu a música e as
danças.  26  E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo.  27  E ele lhe disse: Veio teu irmão; e
teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo.  28  Mas ele se indignou e não queria
entrar. E, saindo o pai, instava com ele.29  Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos
anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os
meus amigos.  30  Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou a tua fazenda com as meretrizes, mataste-
lhe o bezerro cevado.  31  E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são
tuas.  32  Mas era justo alegrarmo-nos e regozijarmo-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu;
tinha-se perdido e foi achado.
Num segundo olhar para esta parábola, vemos que ela não é sobre o filho pródigo. É sobre um pai
amoroso e seus dois filhos perdidos.

 Se olharmos atentamente a parábola veremos que o Pai repartiu sua herança com os dois filhos.
 Os dois filhos estavam perdidos: um perdido dentro de casa e o outro perdido fora de casa.
 O que estava perdido fora, volta para o pai e o pai o aceita.
 O que estava perdido dentro, fica na porta reclamando o fato do Pai ter aceitado seu irmão e
perdoado.
 Ele não aceita a volta do mais novo

Relembrando as 3 parábolas que estudamos nestes domingos:


 Com quem você se identifica?
 Com a dracma que estava perdida dentro de casa?
 Com a ovelha que estava perdida fora e não sabia voltar?
 Com o filho mais velho que estava perdido dentro de casa e não sabia que estava perdido?
 Com o filho mais novo que estava perdido fora e não tinha coragem de voltar para casa, mas
decidiu voltar e pedir o perdão do Pai?

O importante nestas histórias é:


 Que não importa quem sejamos Deus está pronto a nos receber, encontrar.
 Temos alguém que está nos procurando incansavelmente.
 Uma vez que fomos salvos, devemos lembrar que a graça de Deus poderá salvar outros também.
 Que não devemos ficar reclamando. Deixemos Deus fazer pelo outro o que ele fez por nós.
 Uma vez que Ele nos salvou, deixemos que Ele salve o nosso irmão também.

As vezes ficamos incomodados ao ver que Deus quer salvar com o mesmo empenho, aquela pessoa que eu
menos gosto.
Meu papel na salvação e não atrapalhar o papel de Deus.
As parábolas da ovelha e da dracma perdidas, e do filho pródigo, apresentam em traços claros, o
misericordioso amor de Deus para com os que dEle se desviam. Embora se tenham dEle apartado, Deus
não os abandona na miséria. Está cheio de amor e terna compaixão para com todos os que estão expostos
às tentações do astucioso inimigo. Na parábola do filho pródigo é nos apresentado o procedimento do
Senhor com aqueles que uma vez conheceram o amor paterno, mas consentiram ao tentador levá-los
cativos a sua vontade.
Qualquer que seja a aparência, toda vida centralizada no eu, está arruinada. Todo aquele que procura viver
separado de Deus, dissipa seus bens. Desperdiça os preciosos anos, esbanja as forças do intelecto, do
coração e da alma, e trabalha para sua eterna perdição. O filho pródigo, em sua miséria, voltou a si. O
poder ilusório que Satanás exercia sobre ele, foi quebrado. Miserável como era, o filho achou esperança na
convicção do amor do pai. Era aquele amor que o estava impelindo para o lar. O filho resolve confessar sua
culpa e põe-se a caminho. Ao longe, o pai o vê e não permite que olhos desdenhosos vejam a miséria e
andrajos do filho.
Em sua irrequieta juventude, o filho pródigo considerava o pai inflexível e austero. Assim também os
engodados por Satanás consideram Deus áspero e severo. Consideram Sua lei uma restrição à felicidade
humana, jugo opressor de que se alegram em escapar. Todavia o homem cujos olhos foram abertos por
Cristo, reconhecerá a Deus como cheio de compaixão. Não lhe parece um tirano inexorável, mas um pai
ansioso por abraçar o filho arrependido. O pecador, com o salmista, exclamará: “Como um pai se
compadece de seus filhos, assim o Senhor Se compadece daqueles que O temem” (Salmos 103:13).

Hinos sugeridos: Volto ao lar


H.A., 99, 113, 517.

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