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Universidade do Estado da Bahia - UNEB

Departamento de Ciências Humanas - Campus VI


Colegiado de Matemática

Renan Pereira Santos

Possibilidade de uso da plataforma Khan


Academy como ferramenta de auxílio no
ensino/aprendizagem de Matemática

Caetité, Bahia, Brasil


Outubro, 2019
Universidade do Estado da Bahia - UNEB
Departamento de Ciências Humanas - Campus VI
Colegiado de Matemática

Renan Pereira Santos

Possibilidade de uso da plataforma Khan Academy como


ferramenta de auxílio no ensino/aprendizagem de
Matemática

Monografia submetida por Renan Pereira San-


tos como requisito parcial para obtenção do
grau de Licenciado, pelo Curso de Licencia-
tura em Matemática junto à Universidade do
Estado da Bahia, Departamento de Ciências
Humanas, Campus VI Caetité-BA.

Orientador: Prof.º Me. Antônio Carlos Bastos Sousa


Coorientador: Prof.º Dr.º Robson Aldrin Lima Mattos

Caetité, Bahia, Brasil


Outubro, 2019
Renan Pereira Santos
Possibilidade de uso da plataforma Khan Academy como ferramenta de auxílio no
ensino/aprendizagem de Matemática/ Renan Pereira Santos. – Caetité, Bahia, Brasil,
Outubro, 2019-
76p. : il. (algumas color.) ; 30 cm.

Orientador: Prof.º Me. Antônio Carlos Bastos Sousa

Monografia – Universidade do Estado da Bahia - UNEB


Departamento de Ciências Humanas - Campus VI
Colegiado de Matemática, Outubro, 2019.
Renan Pereira Santos

Possibilidade de uso da plataforma Khan Academy como


ferramenta de auxílio no ensino/aprendizagem de
Matemática

Monografia submetida por Renan Pereira San-


tos como requisito parcial para obtenção do
grau de Licenciado, pelo Curso de Licencia-
tura em Matemática junto à Universidade do
Estado da Bahia, Departamento de Ciências
Humanas, Campus VI Caetité-BA.

Trabalho aprovado. Caetité, Bahia, Brasil, 03 de outubro de 2019:

Prof.º Me. Antônio Carlos Bastos


Sousa
Orientador

Convidado

Convidado

Caetité, Bahia, Brasil


Outubro, 2019
Este trabalho é dedicado aos professores de matemática e todos àqueles que acreditam no
poder de transformação da sociedade por meio da educação.
Agradecimentos

Como já dizia Fernando Anitelli: “Sonho parece verdade quando a gente esquece
de acordar”. Enquanto escrevia esses agradecimentos me parecia sonhar, mas um sonho
realidade, que só foi possível com muito esforço, determinação, resiliência, paciência e,
sobretudo, da compreensão e auxílio de muitas pessoas durante este percurso. Por isso,
minha terna gratidão à todas as pessoas que me ajudaram a realizar esse sonho.
Gratidão à Deus pelo o dom da vida e por conceder-me a força, a sabedoria, o
entendimento e a ciência, dons do Espírito Santo, que me manteve firme nessa caminhada
até aqui. “Que todo o meu ser louve ao Senhor, e que eu não esqueça nenhuma das suas
bênçãos!” (Salmos 103, 2).
À minha família que é o meu porto seguro. Os meus pais e minhas irmãs que
sonharam esse sonho junto comigo, obrigado pelos conselhos e apoio constantes. Amo
vocês!
Aos meus avós, primos e tios que tanto torceram por mim.
Ao professor Antônio Carlos Bastos Sousa que, com paciência e dedicação me
orientou neste trabalho.
À UNEB e ao Colegiado de Matemática que proporcionaram momentos incríveis
na graduação.
Aos professores da graduação pelos os ensinamentos, paciência e orientações durante
todo o processo formativo.
Aos meus colegas de classe, obrigado por todos os momentos que vivemos juntos e
que fomos estudiosos, brincalhões, atletas, músicos e cúmplices. Obrigado àqueles que me
deram a mão quando precisei e pela paciência e carinho. Gratidão aos colegas de curso
de outras turmas que também me ajudaram muito, foram sinceros amigos e partilhamos
momentos de muita parceria.
Aos amigos pelo companheirismo e parceria de sempre e aos colegas de trabalho
pela compreensão.
Aos alunos participantes da pesquisa que foram imprescindíveis durante toda essa
caminhada.
MUITO OBRIGADO!
"Vivemos esperando
Dias melhores
Dias de paz, dias a mais
Dias que não deixaremos
Para trás
(...)
Vivemos esperando
O dia em que
Seremos melhores
(...)
Melhores no amor
Melhores na dor
Melhores em tudo
(...)"
(Dias Melhores
Letra: Jota Quest, 2000)

“Deem graças ao Senhor porque ele é bom;


o seu amor dura para sempre."
(Bíblia Sagrada, Salmos 107, 1)
Resumo
As Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC’s) estão cada vez mais
presentes no cotidiano das crianças, jovens, adultos e idosos, por meio, de ferramentas
necessárias em determinadas situações. Quando se trata das crianças, adolescentes e jovens,
as TDIC’s têm uma presença ainda mais forte por estes terem crescido em ambientes
ricos em acessibilidade às tecnologias e, por isso, são chamados "nativos digitais". Nesse
contexto, a usabilidade das TDIC’s também tem encontrado espaço na educação, num
processo em que a utilização de recursos e ferramentas digitais tem promovido práticas
educativas mais próximas desse cenário no qual os alunos da atualidade estão inseridos.
Nesse sentido Valente, Almeida e Geraldini (2017) afirmam que a convivência entre a sala
de aula tradicional com os recursos tecnológicos e digitais podem abrir novas possibilidades
de aprendizagem e contribuições importantes para a educação. A partir disso, este trabalho
investigou a possibilidade de uso da plataforma Khan Academy como ferramenta de auxílio
do ensino/aprendizagem de Matemática, apoiado na perspectiva do Ensino Híbrido e do
conceito de Sala de Aula Ampliada. Para tal, esse trabalho traz reflexões sobre o uso
da TDIC’s na educação e apresenta/discute a interface de funcionamento da plataforma
em questão, acessibilidade e gamificação de conteúdos/atividades, a partir da literatura
disponível sobre a temática. Para investigar o que se propôs, foi-se realizada pesquisa de
campo com alunos de nível médio utilizando o método de pesquisa qualiquantitativa e
métodos de avaliação heurística para a análise dos dados. A análise realizada e os resultados,
ainda que possam ser estendidos, validam a hipótese norteadora da pesquisa e considera a
plataforma Khan Academy como ferramenta capaz de auxiliar no ensino/aprendizagem de
Matemática, em vários níveis, por apresentar potencialidades para complementar o estudo
dos alunos dentro/fora do contexto escolar, ampliando assim a sala de aula.

Palavras-chave: Khan Academy. Ensino/aprendizagem. Tecnologias Digitais de Informa-


ção e Comunicação. Sala de Aula Ampliada.
Abstract
Digital Information and Communication Technologies (TDIC’s) are increasingly present in
the daily lives of children, young people, adults and the elderly through the necessary tools
in certain situations. When it comes to children, adolescents and young people, ICTs have
an even stronger presence because they have grown up in technology-rich environments
and are therefore called "digital natives." In this context, the usability of TDIC’s has also
found space in education, in a process in which the use of digital resources and tools
has promoted educational practices closer to this scenario in which today’s students are
inserted. In this sense Valente, Almeida and Geraldini (2017) state that the coexistence
between the traditional classroom with technological and digital resources can open new
learning possibilities and important contributions to education. From this, this work
investigated the possibility of using the Khan Academy platform as a tool for teaching /
learning mathematics, supported by the perspective of Hybrid Teaching and the concept
of an expanded classroom. To this end, this work brings reflections on the use of TDIC’s
in education and presents / discusses the interface of operation of the platform in question,
accessibility and gamification of contents / activities, from the available literature on the
subject. To investigate what was proposed, a field research was carried out with high school
students using the qualitative and quantitative research method and heuristic evaluation
methods for data analysis. The analysis performed and the results, although they can be
extended, validate the guiding hypothesis of the research and consider the Khan Academy
platform as a tool capable of assisting in the teaching / learning of mathematics, in several
levels, as it presents potentialities to complement the students study. inside / outside the
school context, thus expanding the classroom.

Keywords: Khan Academy. Teaching/learning. Digital Information and Communication


Technologies. Extended Classroom.
Lista de ilustrações

Figura 1 – Características de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25


Figura 2 – Mapa conceitual da categoria Sala de Aula Ampliada. . . . . . . . . . . 30
Figura 3 – Página inicial do site Khan Academy. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Figura 4 – Página para cadastro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Figura 5 – Perfil do Aluno. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Figura 6 – Tela dos tipos de medalhas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 7 – Tela quando o aluno domina determinada habilidade (conteúdo). . . . 37
Figura 8 – Tela com os dados de domínio de curso por aluno. . . . . . . . . . . . . 37
Figura 9 – Relatório sobre o desempenho dos em determinada questão. . . . . . . 38
Figura 10 – Visualização geral dos assuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Figura 11 – As habilidades e competências da BNCC na Khan Academy . . . . . . 40
Figura 12 – Turma com os alunos do 3º ano EM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Figura 13 – Turma com os alunos do 2º ano ADM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Figura 14 – Página inicial do painel do professor-tutor. . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Figura 15 – Visualição da página inicial de uma turma através do painel do professor-
tutor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Figura 16 – 1ª recomendação para a turma do 3º ano EM. . . . . . . . . . . . . . . 51
Figura 17 – Painel das questões que seriam lançadas na 1ª recomendação para a
turma do 3º ano EM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Figura 18 – 1ª recomendação para a turma do 2º ano ADM. . . . . . . . . . . . . . 52
Figura 19 – Painel das questões que seriam lançadas na 1ª recomendação para a
turma do 2º ano ADM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Figura 20 – Página do status de realização das recomendações. . . . . . . . . . . . 53
Figura 21 – 1ª tentativa do aluno. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Figura 22 – Última tentativa do aluno. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Figura 23 – Relatório das respostas da atividade "Aquecimento: crescimento expo-
nencial versus crescimento linear"aplicado na turma dos alunos do 2º
ano ADM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Figura 24 – Tentativas e dicas utilizadas em determinada questão. . . . . . . . . . . 56
Figura 25 – Questão específica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Figura 26 – Dica comentada de solução da questão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Figura 27 – Tempo ativo na Khan Academy por aluno. . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Figura 28 – Formação inicial sobre a Khan Academy. . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Figura 29 – Pergunta 1 do questionário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Figura 30 – Pergunta 2 do questionário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Figura 31 – Pergunta 3 do questionário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Figura 32 – Pergunta 4 do questionário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Figura 33 – Pergunta 5 do questionário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Figura 34 – Pergunta 6 do questionário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Lista de abreviaturas e siglas

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

abnTeX ABsurdas Normas para TeX

BNCC Base Nacional Comum Curricular

ONG Organização Não Governamental

PCN’s Parâmetros Curriculares Nacionais

TDIC’s Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação

EM Ensino Médio

ADM Administração

IEAT Instituto de Educação Anísio Teixeira

CETEP Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão Produtivo


Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

2 EDUCAÇÃO E CONTEMPORANEIDADE:
ENSINO/APRENDIZAGEM E O USO DAS TECNOLOGIAS DIGI-
TAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO . . . . . . . . . . . . 23
2.1 Uma abordagem sobre o ensino/aprendizagem do tradicional ao
tecnológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.2 Ensino Híbrido e Sala de Aula Ampliada . . . . . . . . . . . . . . . . 28

3 CONHECENDO A PLATAFORMA KHAN ACADEMY E SUAS


POTENCIALIDADES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.1 A interface de funcionamento da Khan Academy . . . . . . . . . . . 32
3.2 Como funciona a Khan Academy? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.3 A Khan Academy na perspectiva pedagógica . . . . . . . . . . . . . 39

4 CAMINHOS DA PESQUISA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.1 Natureza da pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.2 Coleta de dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.3 Análise dos dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.4 A proposta de trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

5 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
5.1 Atividades realizadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
5.2 A opinião dos alunos/participantes como resultado da experiência . 59

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

ANEXOS 73

ANEXO A – QUESTIONÁRIO (EM BRANCO) . . . . . . . . . . . 75


21

1 Introdução

“Não se pode falar de


educação sem amor."
(Paulo Freire)

Vivemos em um contexto sócio-cultural que implica diretamente em nossos hábitos


cotidianos, em nosso trabalho, no modo de se relacionar com as pessoas, de ensinar e de
aprender. Essa interferência tem fortes influências das tecnologias digitais de informação e
comunicação - TDIC’s - que se apresentam cada vez mais íntimas da sociedade através de
ferramentas que provocam transformações intrínsecas em todos os setores sociais. Essa
evolução tecnológica abre novas possibilidades de comunicação, interação e aprendizado,
bem como, exige maturidade crítica para quem dela utiliza.
As TDIC’s estão presentes no dia a dia de todas as gerações: crianças, jovens,
adultos e idosos; todos estão cada vez mais inseridos nesse contexto no qual as tecnologias
têm conquistado espaço. Não sendo ela a protagonista, mas o meio facilitador da resolução
de necessidades atuais sendo até mesmo ferramenta essencial em determinadas situações.
A inovação não é o vilão da humanidade e de seu desenvolvimento, mas pode ser uma
ferramenta importante para o desenvolvimento sustentável e a inclusão de povos e parcelas
populacionais antes excluídos devido aos limites físicos e geográficos.
Quando se fala em geração e inovação, ouvimos falar naqueles que são chamados
de ”nativos digitais” - pessoas jovens que cresceram em ambientes ricos em tecnologias,
logo, para essas pessoas o contexto da TDIC’s é mais familiar e inato por está inserido em
sua vida desde o nascimento. Por sua vez, estes utilizam dessas tecnologias cotidianamente
para relacionar-se, divertir, compartilhar, comprar, informar-se e até mesmo estudar. A
praticidade das TDIC’s abre possibilidades inesgotáveis de utilização.
Diante disso, a usabilidade das TDIC’s tem encontrado espaço na educação. Essa
que se coloca diante do desafio de formar alunos para a cidadania e autônomos para
buscar nas informações disponíveis a construção do conhecimento, ver nas tecnologias
uma possibilidade de parcerias e avanços. Num processo sem abandonar as suas bases
pedagógicas e metodológicas os professores podem encontrar nesse contexto recursos e
ferramentas didáticas que promovam práticas educativas mais próximas desse cenário no
qual os alunos da atualidade estão inseridos, promovendo assim maneiras mais interativas
e inovadoras para o ensino/aprendizagem. Porém não basta ceder ao fascínio das TDIC’s
e não se trata apenas ter acesso a informações, mas que elas possam auxiliar no processo
de construção do saber.
22 Capítulo 1. Introdução

No recorte do ensino/aprendizagem de Matemática nas escolas brasileiras são


evidentes as diversas lacunas existentes que limitam o aprendizado. Para virar esse jogo
seria necessário uma "mudança na postura e proposta pedagógica, adotando práticas
educativas e metodologia conveniente para o ensino/aprendizagem da Matemática", como
afirma HENRIQUES (2001, p. 39). De acordo com o autor, as novas tecnologias são uma
alternativa.
A partir desse contexto, o presente trabalho busca investigar e analisar as possibi-
lidades de uso como ferramenta de auxílio no ensino/aprendizagem de Matemática e as
potencialidades, praticidade, usabilidade e funcionalidade da plataforma Khan Academy,
na perspectiva do ensino híbrido e do conceito de sala de aula ampliada. O estudo traz
ainda o resultado de uma pesquisa desenvolvida com estudantes de duas escolas e suas
opiniões em relação a plataforma mencionada a partir de vivências no ambiente.
O objetivo desse estudo é provocar reflexões sobre o uso das TDIC’s como ferramen-
tas de auxílio e complemento da sala de aula daquilo que é estudado dentro do ambiente
escolar, bem como, motivar professores a adotarem práticas alternativas e inovadores
para auxiliar no seu trabalho e incentivar a produção dos alunos. Para isso utilizamos da
heurística para a análise das interfaces de funcionamento do ambiente da plataforma em
questão e a análise qualitativa dos dados levantados pelo trabalho científico.
A estrutura do trabalho se divide em capítulos sendo o primeiro capítulo referente
a introdução à temática que o mesmo aborda, em seguida no segundo capítulo são feitos
apontamentos teóricos que norteiam a discussão sobre o uso das TICs, aprendizagem
significativa, ensino híbrido e sala de aula ampliada. No capítulo 3, iremos apresentar
a plataforma Khan Academy, sua interface, funcionalidade, recursos e potencialidades
para o ensino de Matemática. Nos dois capítulos seguintes explana-se os procedimentos
metodológicos utilizados e apresenta-se a análise e o resultado desse estudo. E como
fechamento, no capítulo 6 são apresentadas as considerações finais do presente trabalho
e em seguida as suas referências bibliográficas que deram o suporte necessário para o
desenvolvimento e considerações.
23

2 Educação e contemporaneidade:
Ensino/aprendizagem e o uso das tecnolo-
gias digitais da informação e comunicação

2.1 Uma abordagem sobre o ensino/aprendizagem do tradicional


ao tecnológico
A primeira aula de Matemática pode ter acontecido por volta de 387 a.C, quando
o filósofo Platão criou um protótipo de escola onde os seus seguidores estudavam as
disciplinas de filosofia e matemática. O método de ensino era baseado em questionamentos
e as aulas eram realizadas nos jardins de Academos, em Atenas. Daí surgiu o nome
"Academia".
Após as primeiras experiências de ensino de Platão, as famílias mais ricas da época
passaram a contratar preceptores (pessoas com mais conhecimento) para ensinar os seus
filhos em casa. Por outro lado, também tornava-se mais comum locais onde os mestres
ensinavam gramática, música, poesia, matemática e física, por exemplo, mas não existiam
salas de aula e divisão por séries como atualmente. Esses modelos de ensino vão dominar
por bastante tempo até as escolas modernas.
Apenas no século XII vão surgir as primeiras escolas como as conhecemos hoje,
com alunos nas carteiras e professores em sala de aula. Aconteceu na Europa e foram
iniciativas da Igreja Católica, que através de instituições de caridade ensinavam a ler,
escrever, contar e, ao mesmo tempo, ensinavam o catecismo. No Brasil, a primeira escola
também foi fundada por religiosos. Os jesuítas, no ano de 1549, criou uma escola em
Salvador e ensinavam a ler, escrever, matemática e a doutrina católica.
Observa-se que as primeiras experiências de educação em todo o mundo aconteceram
de diferentes formas. No primeiro momento, vemos experiências de ensino focados mais na
perspectiva da dialética, por influência da cultura grega, quando os estudos aconteciam em
espaços livres e privilegiavam os questionamentos. No segundo momento, a educação se
mistura com objetivos religiosos e é praticada com o intuito de formar fiéis, mas de certa
forma foi importante para a consolidação de um modelo de ensino tal qual existe até hoje.
Nesse sentido, processo de ensino e aprendizagem tem mudado ao longo do tempo.
Se hoje na educação tanto o professor quanto o aluno são protagonistas nesse processo,
nem sempre foi assim. Por muito tempo predominou o ensino tradicional o qual o professor
é o destaque na sala de aula, assumindo um papel central e sendo o único detentor do
Capítulo 2. Educação e contemporaneidade:
24 Ensino/aprendizagem e o uso das tecnologias digitais da informação e comunicação

conhecimento. Segundo ZABALA (1998, p. 89)

“[...] a perspectiva denominada “tradicional” atribui aos professores o


papel de transmissores de conhecimentos e controladores dos resultados
obtidos. O professor ou os professores detém o saber e sua função consiste
em informar e apresentar a meninos e meninas situações múltiplas de
obtenção de conhecimentos, através de explicações, visitas a monumentos
ou museus, projeções, leituras, etc”.

Portanto, nesse contexto o professor é o único protagonista no processo de ensino,


assumindo um papel de transmissor do conhecimento invés de ser um mediador. A esse
modelo de ensinar FREIRE (1996) chama de educação bancária, ou seja, ao professor cabia
a função de depositar todo o conhecimento que ele obtinha no aluno, desconsiderando o
papel do aluno de ser protagonista da sua aprendizagem e de ter sua autonomia. Porém,
ao longo do tempo esse modelo de educação já não respondia as exigências discentes. Logo,
foram surgindo ao longo do processo novas ideias e correntes no esforço de superar esse
modelo e dá protagonismo também ao aluno, dando-lhe uma atuação ativa na construção
do próprio conhecimento.
Os modelos que surgiram em oposição ao ensino tradicional, está expresso em
movimentos como o da Escola Nova, que conforme LIBÂNEO (1994, p. 65) “[...] a didática
da Escola Nova ou Didática Ativa é entendida como direção da aprendizagem”, isto
é, o aluno passa a ser valorizado e torna peça ativa no direcionamento do ensino e da
aprendizagem, o aluno passa ser ouvido. Essa nova didática proporcionou a sala de aula
um ambiente horizontal na relação professor-aluno.
Nessa nova perspectiva de ensino o aluno “agora é reconhecido como sujeito capaz
de construir conhecimento, ocupa o centro do processo de formação” (FARIAS, 2009, p.
43). Ou seja, o aluno deixa o papel de mero espectador e assume uma postura participativa
e autônoma, sendo também protagonista. E o professor passa a ter como principal missão
ensinar aos seus pupilos a construir o seu próprio conhecimento. Veja-se que a postura
docente ganha o status de mediador, de facilitador no processo ensino-aprendizagem.
Diante dessa nova relação professor-aluno em sala de aula, fez-se necessário que
a aprendizagem fosse eficiente também. E para que seja possível alcançar resultados
satisfatórios, não basta apontar soluções aleatórias, devem-se escolher caminhos que
possam proporcionar uma aprendizagem significativa, que faça sentido para o aluno e
que seja absolvida e interiorizada por ele. E como aprendizagem significativa, MOREIRA
(2005, p. 4-5) aponta que:

Sabemos que a aprendizagem significativa caracteriza-se pela interação


cognitiva entre o novo conhecimento e o conhecimento prévio. Nesse
processo, que é não literal e não arbitrário, o novo conhecimento adquire
significados para o aprendiz e o conhecimento prévio fica mais rico, mais
diferenciado, mais elaborado em termos de significados, e adquire mais
estabilidade.
2.1. Uma abordagem sobre o ensino/aprendizagem do tradicional ao tecnológico 25

Isto é, a aprendizagem é eficiente quando o conhecimento apresentado ao aluno


alcança significados para o mesmo, com isso o que o aluno aprendeu ganha estabilidade e
torna-se mais difícil de esquecer. Logo, a metodologia de ensino e os recursos didáticos
utilizados pelo professor devem favorecer a uma aprendizagem significativa e que o aluno
realmente aprenda.

Figura 1 – Características de aprendizagem


(Fonte: JONASSEN, 1996, p. 73.)

Pode-se observar na Figura 1, que por detrás da aprendizagem significativa tem


aspectos, características que formam uma espécie de teia. Essas características são essenciais
para a construção de um conhecimento mais sólido e consistente, pois, reforçam um modelo
de ensino com foco no aluno valorizando o contexto do mesmo, e direcionam à uma
metodologia ativa, participativa e colaborativa, com a finalidade de construir um ambiente
propício à aprendizagem. Esses aspectos da imagem quando bem trabalhados mobilizam as
competências cognitivas do aluno levando-o a encontrar sentido naquilo que está estudando.
Diante disso, apresenta-se a Educação Matemática que se ocupa, dentre outras,
com questões que envolvem o processo de ensino da Matemática. Surge, então, pesquisas
que abordam essa perspectiva no sentido de contribuir com a profissão de professor
de matemática e formar esses profissionais capacitados também no tocante à didática,
ao conhecimento de ensinagem e mediação da aprendizagem, além do conhecimento
conteudista. Segundo Carneiro, essa necessidade nasceu a partir de mudanças no cenário
educacional que exigiu a "profissionalização"do professor de matemática

“estamos vivendo hoje, uma movimentação, no panorama educativo na-


cional, em que ocorre um conjunto complexo de mudanças, escolhas,
exclusões e modificações nas verdades a respeito de educação, escola,
professor e conhecimento escolar, que convergem para a produção de
Capítulo 2. Educação e contemporaneidade:
26 Ensino/aprendizagem e o uso das tecnologias digitais da informação e comunicação

uma nova identidade docente: o professor de Matemática profissional,


formado em cursos de Licenciatura renovados, identificados com a área
de Educação Matemática; atuando em espaços de liberdade, com condi-
ções para trabalhar sobre si mesmo, produzindo-se numa conduta ética”
(CARNEIRO, 1999, p. 16).

A Educação Matemática sugere a superação do modelo de ensino baseado em


métodos lacônicos e na exclusividade no rigor das demonstrações puras e abstratas.
Ganha espaço na matemática escolar um novo modelo que prioriza também as relações
interdisciplinares, a aplicabilidade, a contextualização e a didática dos conteúdos, com a
finalidade de um ensinar e um aprender mais eficiente e eficaz.
Para ajudar nesse processo de evolução do ensino da matemática, foram surgindo
também as tendências em Educação Matemática. Essas tendências são formas de trabalho
ou recursos que são utilizados em sala de aula com a preocupação de melhorar a aprendiza-
gem e estão baseados em teorias e estudos de diferentes posições epistemológicas, como de
acordo com LOPES; BORBA (1994). São exemplos dessas tendências a Etnomatemática,
a Resolução de Problemas, Modelagem, entre outras, mas não iremos aprofundar em cada
uma delas aqui.
Logo, sabe-se que o objetivo dessas tendências é a melhoria do ensino e aprendizagem
dos conteúdos matemáticos, o que também deve ser o principal objetivo do professor no
seu trabalho com os alunos. Portanto, chamamos a atenção para um recurso que pode
ajudar para alcançar esse objetivo: que são os recursos tecnológicos.
Sabe-se, então, que hoje em dia a tecnologia e os diversos meios de comunicação
estão presentes cada vez mais na vida das pessoas, sobretudo, dos adolescentes e jovens.
Como afirma BORBA; PENTEADO (2007) hoje em dia, uma criança já nasce em contato
com o celular e o computador, então o professor não tem como ignorar a relação entre
informática e educação, pois esses podem colaborar mutuamente com a construção de
conhecimento do aluno.
Logo, uma estratégia para o ensino é utilizar esses meios para ajudar na apren-
dizagem do estudante. Segundo LIBÂNEO (1996), essas ferramentas podem transmitir
informação tanto quanto o professor, porém cabe ao professor ter papel mediador na
interação aluno-tecnologia.
Ou seja, não podemos mais ignorar a relação entre as tecnologias e a educação.
Para alcançar um ensino contextualizado como se exige hoje, temos que reconhecer as
ferramentas digitais como essenciais, aja vista, sua presença na realidade dos estudantes
contemporâneos. A linguagem digital está de certa forma impregnada nas crianças e jovens
e não acompanhar isso torna o ensino descontextualizado. O professor pode não gostar
dessa influência, mas ela é cada vez mais latente.
Por isso, é preciso superar os preconceitos contra a tecnologia, no entanto, sem
2.1. Uma abordagem sobre o ensino/aprendizagem do tradicional ao tecnológico 27

entregar-se cegamente ao apelo por modismo, como adverte BORBA; PENTEADO (2007).
É preciso considerar o cenário educacional da atualidade, o qual é marcado fortemente pela
presença de tecnologias digitais, e enxergar nelas as possibilidades de ferramentas capazes
de auxiliar no ensino/aprendizagem é importante para uma educação contextualizada e
cidadã.
Disputar a atenção do aluno com o celular, tablet ou computador é tarefa difícil,
então é preciso adequar os métodos e a didática à realidade atual, aperfeiçoar os conhe-
cimentos para acompanhar os avanços tecnológicos e se munir de tais ferramentas para
valorizar o contexto do aluno que está mais exigente. Portanto, o professor deve estar
preparado a aceitar e tornar as tecnologias uma aliada. Os benefícios desse “casamento”
são produtivos, pois de acordo com GARCIA; SERRAT (2000), a exploração e a expe-
rimentação das informações [das tecnologias] melhorarão imediatamente a motivação, o
rendimento e as capacidades cognitivas do educando.
Nesse sentido, OLIVEIRA; LIMA (2017, p. 68) entendem que “é essencial que
o educador busque novas ferramentas pedagógicas que atraiam seus alunos aos afazeres
escolares, instigando a pesquisa e motivando sua curiosidade ao trabalhar seu raciocínio
lógico mesmo fora do ambiente escolar”. De fato, aquilo que é novidade ou que tem
familiaridade com o dia a dia e conivência do aluno é capaz de atraí-los, bem como,
atribuir significados a aprendizagem do aluno. Com isso, “a utilização de ferramentas
virtuais tem despertado o interesse de muitas entidades educacionais, por se tratar de uma
forma de chamar a atenção do aluno e fazê-lo se sentir incentivado a estudar de maneira
mais efetiva” (OLIVEIRA; LIMA, 2017, p. 68).
Diante disso, é imperativo pensar em metodologias de ensino e práticas pedagógicas
que incorporem a realidade do mundo atual às práticas de ensino com o objetivo de
despertar o interesse e atenção do aluno, promovendo uma aprendizagem mais significativa.
Essa nova prática pode possibilitar uma nova ação docente, que segundo BARION; MELLI
(2017, p. 02) “professores e alunos participam de um processo conjunto para aprender de
forma criativa, colaborativa e dinâmica, tendo como essência o diálogo, a descoberta e a
cooperação no processo de ensino e aprendizagem”.
Logo, o uso de tecnologias proporciona o fecundo diálogo professor-aluno, porque
o professor passa a falar a língua do aluno, a partir de uma ferramenta a qual o aluno
está habituado a utilizar. Isso leva a um ambiente propício a aprendizagem, aja vista, que
serão estimulados a criatividade, o engajamento, a investigação e, consequentemente, a
teorização.
O uso de tecnologia para o ensino e aprendizagem de Matemática também é o que
preconiza a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC 1 ) para o Ensino Fundamental e
1
O texto completo da Base Nacional Comum Curricular aprovado em 2017 (Ensino fundamental) e 2018
(Ensino Médio) pode ser acessado no link: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_
Capítulo 2. Educação e contemporaneidade:
28 Ensino/aprendizagem e o uso das tecnologias digitais da informação e comunicação

Médio. Nas competências específicas de Matemática para o ensino fundamental recomenda-


se "utilizar processos e ferramentas matemáticas, inclusive tecnologias digitais disponíveis,
para modelar e resolver problemas". Tal recomendação também está expressa na base para
a etapa do ensino médio, bem como, acrescenta o objetivo de que o aluno seja estimulado
a desenvolver o pensamento computacional, por meio da interpretação e da elaboração de
algoritmos.
Na prática a nova base reconhece e valoriza o uso de ferramentas digitais no ensino
de matemática, estimulando a utilização desses recursos para melhorar a aprendizagem,
bem como, o desenvolvimento computacional que é tão importante para a vida e para
o mercado de trabalho na atualidade. Dessa forma, o documento da BNCC cita várias
vezes o termo tecnologias elencando esse recurso como preponderante para a educação
contemporânea.
A partir do exposto até aqui, iremos conhecer um pouco sobre uma das maiores
tendências em educação nos dias de hoje, que é o Ensino Híbrido, e também trazer o
conceito de Sala de Aula Ampliada.

2.2 Ensino Híbrido e Sala de Aula Ampliada


A utilização das tecnologias nas ações de ensino e aprendizagem, relacionando-as
ao currículo escolar e integrando espaço presencial e online, é o que busca o Ensino
Híbrido, que surge numa perspectiva de maior engajamento dos alunos no aprendizado,
melhor aproveitamento do tempo do professor, ampliação do potencial da ação educativa,
visando intervenções efetivas, planejamento personalizado, com acompanhamento de cada
aluno (BACICH; NETO; TREVISANI, 2015). Ou seja, o Ensino Híbrido reconhece que as
tecnologias e a educação podem caminhar juntas e levar os alunos ao objetivo principal
que é aprender e se preparar para a vida.
Para entender melhor, a palavra híbrido vem de misturado, mesclado, e essa ideia
tem ligação direta com a finalidade do Ensino Híbrido que é de combinar as vantagens
da informática, da educação online com todos os benefícios da sala de aula tradicional
(CHRISTENSEN; HORN; STAKER, 2013). Vejamos que nenhuma sobrepõe a outra ou
é considerada melhor ou mais eficiente, isso evidencia que o ensino híbrido vem para
acrescentar ao processo de ensino-aprendizagem, ajudando o professor e o aluno. Nesse
sentido,

A convivência nos espaços híbridos multimodais da hiperconexão provoca


mudanças nos modos de interagir, representar o pensamento, expressar
emoções, produzir e compartilhar informações e conhecimentos, assim
como aporta novos elementos à aprendizagem, podendo trazer novas con-

EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>.
2.2. Ensino Híbrido e Sala de Aula Ampliada 29

tribuições e desafios aos processos educativos. (VALENTE; ALMEIDA;


GERALDINI, 2017, p. 457)

Diante disso, é preciso pensar em uma nova perspectiva com inovação em práticas
pedagógicas e metodologias que incorporem o ensino na realidade do mundo contemporâneo
e possibilite despertar no aluno a curiosidade, a investigação e a construção da autonomia,
com a otimização do espaço escolar e a promoção da aprendizagem significativa, assim
gerando conhecimento de forma criativa no sentido que o aluno cria seu próprio ritmo de
estudo tendo várias opções de navegação, de forma dinâmica pois ele interage com um
recurso manipulável e não estático como o livro didático, e de forma colaborativa porque
há um feedback nessa relação. E faça também, o professor se se adequar, se aperfeiçoar e
se munir, como citamos anteriormente, no sentido de que possa acompanhar a dinâmica
da sala de aula com a intervenção das TIC’s.
Nessa perspectiva, tem surgido ferramentas que deem respostas aos anseios da
educação contemporânea, e esse estudo busca refletir as possibilidades postas no uso de
uma ferramenta em particular, tendo em vistas a melhoria do ensino e aprendizagem da
Matemática. A ferramenta que se trata, afinal, é a plataforma educacional Khan Academy,
um ambiente virtual de ensino e aprendizagem que faz parte de uma ONG educacional
sem fins lucrativos fundada pelo o educador e empresário americano Salman Amin Khan
(Sal Khan), com a missão de oferecer “uma educação gratuita e de alta qualidade para
todos, em qualquer lugar” (Khan, 2018), sendo uma plataforma intuitiva e gratuita, que
oferece vídeo aulas e exercícios em diversas áreas do conhecimento, inclusive, matemática.
Neste sentido, o uso da plataforma Khan Academy como ferramenta de auxílio
no ensino/aprendizagem de Matemática se apoia também na perspectiva da "sala de
aula ampliada"(AZEVEDO; PERICO, 2016). Segundo AZEVEDO; MORAES (2017),
essa perspectiva concede às ferramentas digitais a possibilidade de auxiliar na construção
do conhecimento matemático onde o professor exerce a função de mediador e tutor dos
conteúdos ensinados, a partir das habilidades que os alunos do século XXI dominam
e se interessam [tecnologias digitais de informação e comunicação], conduzindo a uma
aprendizagem mais significativa e contextualizada.
Nessa categoria de sala de aula ampliada entende-se que as possibilidades de
aprender rompem os limites da escola, como afirma PERICO (2015, p. 101) que a ideia de
sala de aula ampliada é "focar a continuidade dos estudos além do horário da aula e dos
limites da escola. Trata-se do ensino e aprendizado em período integral, não condicionados
ao horário de permanência na escola, mas relacionados ao aprendizado contínuo mediado
pela tecnologia". Assim sendo os alunos utilizam as TDIC’s como uma boa oportunidade
de ampliar seus estudos além do espaço e do horário escolar.
No mapa conceitual da figura 2, são apresentadas palavras-chaves que mostram
Capítulo 2. Educação e contemporaneidade:
30 Ensino/aprendizagem e o uso das tecnologias digitais da informação e comunicação

Figura 2 – Mapa conceitual da categoria Sala de Aula Ampliada.


(Fonte: PERICO, 2015, p. 110)

as ações e práticas que são ampliadas e potencializadas com o conceito de Sala de Aula
Ampliada aplicado à educação. Essas palavras-chaves formam uma conexão, o que é
característico das TDIC’s, e possibilitam o estudo em período integral, extraclasse e de
autorresponsabilidade. Com a utilização das TDIC’s na perspectiva colocada, rompe-se
com os limites espaço-temporais da escola, introduz o uso de ferramentas potencializadoras
da aprendizagem e desenvolve competências necessárias aos jovens de hoje no tocante ao
interesse e compromisso com os estudos fora dos espaços formais de ensino.
Logo, a seguir faremos uma abordagem detalhando a estrutura de funcionamento,
potencialidades, acessibilidade e recursos disponíveis da referida plataforma, para conhecê-
la ou aprofundar e nortear estudos, apresentando-a valendo-se de recursos ilustrativos para
melhor interação e navegação nesse trabalho.
31

3 Conhecendo a plataforma Khan Academy


e suas potencialidades

“Educar é crescer. E crescer é viver.


Educação é, assim,
vida no sentido mais autêntico da palavra."
(Anísio Teixeira)

Neste capítulo, mostraremos as principais características da interface da plataforma


Khan Academy, apresentando as suas funções e trazendo algumas discussões quanto
o seu funcionamento. É importante dizer que a Khan Academy pode ser considerada
uma plataforma educacional, de ensino e aprendizagem, pois a partir dos aspectos e da
inteligência artificial que a mesma apresenta e que veremos detalhadamente a seguir, é
uma ferramenta que o aluno pode aprender com autonomia, ditando seu próprio ritmo, e
com direcionamento pois sua interação com o ambiente virtual é acompanhado pelo tutor.
Porém, deve-se ressaltar que é necessário que os estudantes tenham condições de
acesso a internet para poderem acessar a referida plataforma, sendo importante considerar
isso, haja vista, as diversas realidades do Brasil que não possuem acesso a rede de
internet banda larga, quando esta torna-se direito fundamental a cidadania e aos ideais de
desenvolvimento da humanidade. É importante também, que o professor esteja preparado
para lidar com o ambiente da plataforma e que este tenha condições de infraestrutura
adequada com laboratório de informática bem equipado e funcionando na escola para
realizarem um bom trabalho.
Nesse sentido, iniciativas que buscam o aperfeiçoamento dos professores para lidarem
com ferramentas digitais na educação têm acontecido. Na Bahia, docentes da educação
básica podem participar do Curso de Aperfeiçoamento em Tecnologias Educacionais
(CATE)1 , oferecido pela Secretaria Estadual de Educação. Na programação do curso, os
professores aprendem a utilizar as ferramentas de suporte educacional do Google For
Education 2 e plataformas educacionais como a Khan Academy, por exemplo.
Uma informação importante, é que a plataforma Khan Academy também permite
agregar-se a turmas do Google Classroom 3 , que por sua vez é um ambiente de gerenciamento
1
Para saber mais sobre o CATE, acesse: <https://sec.ufba.br/course/index.php?categoryid=841>.
2
O Google for Education é um serviço do Google que fornece versões personalizáveis de vários produtos
da empresa para suporte educacional.
3
Google Classroom, ou Google Sala de Aula, permite criar um ambiente onde o professor possa compar-
tilhar com os alunos materiais, bem como criar e receber tarefas e trocar informações através de e-mail
e mensagens instantâneas.
32 Capítulo 3. Conhecendo a plataforma Khan Academy e suas potencialidades

online da sala de aula.


A plataforma online Khan Academy também é o nome de uma ONG educacional
sem fins lucrativos fundada pelo educador e empresário americano Salman Amin Khan
(Sal Khan), que antes de criar a plataforma com site próprio gravava vídeos ensinando
matemática e os disponibilizava em seu canal no YouTube. A Khan Academy tem por
missão fornecer educação de alta qualidade para qualquer um e em qualquer lugar nas
áreas de matemática, ciências, engenharia, economia, finanças e computação. A imagem a
seguir, figura 3, apresenta a página inicial da referida plataforma:

Figura 3 – Página inicial do site Khan Academy.


(Fonte: imagem obtida pelo autor no site https://pt.khanacademy.org/)

A Khan Academy está disponível na internet 4 e através de aplicativo para celular 5 .


Para ter acesso na plataforma é necessário que o usuário aluno ou tutor (professor/pai/mãe)
faça o cadastro com um e-mail ou utilize a conta de rede social (Facebook e Google) para
poder fazer login no sistema. O cadastro é totalmente gratuito, assim como todo conteúdo,
e qualquer pessoa pode ter acesso.
A partir dessas considerações vamos conhecer de fato a interface, funcionalidade e
acessibilidade do objeto de estudo desse trabalho.

3.1 A interface de funcionamento da Khan Academy


O ambiente virtual da Khan Academy - original dos EUA - é traduzido para o
português, por meio da Fundação Lemann e disponibiliza vídeo aulas e exercícios que
propiciam o aprendizado da matemática, e outras áreas do conhecimento, para qualquer
4
Endereço de acesso do ambiente virtual da Khan Academy na internet: <https://pt.khanacademy.org/>
5
Para baixar aplicativo da Khan Academy na Play Store (<https://play.google.com/store/apps/details?
id=org.khanacademy.android&hl=pt_BR>) e na App Store (<https://itunes.apple.com/br/app/
khan-academy/id469863705?mt=8>)
3.1. A interface de funcionamento da Khan Academy 33

pessoa de maneira personalizada, demonstrando habilidades dominadas e as quais precisam


ser praticadas.

A Khan Academy, depois de atividades realizadas, consegue traçar o perfil


do aluno a partir de seus erros e acertos, através de dados estatísticos. O
professor tem acesso a todos os níveis do aluno e suas habilidades refe-
rentes ao conteúdo, no que acerta, no que erra e quais são as dificuldades
mais frequentes. (OLIVEIRA; LIMA, 2017, p. 69).

A forma que a Khan Academy disponibiliza o conhecimento para seus usuários


baseado em exercícios (variando de acordo com a matéria selecionada) práticos e vídeo
aulas, envolve o usuário e torna prático e fácil de utilizar a plataforma e aprender, bem
como, facilita para o professor que sendo o tutor pode criar turmas e acompanhar o
desempenho de seus alunos, de maneira coletiva e individual. Na Khan Academy é possível
também que os próprios pais dos alunos sejam o tutor de seus filhos, podendo acompanhar
e verificar o progresso do aprendizado através da internet. “[...] tudo dentro de uma
plataforma prática, online, que permite um melhor e completo aprendizado” (SENA, 2014,
p. 25).
Para usar a plataforma, é preciso acessar o site da Khan Academy na internet ou
baixar a ferramenta na loja de aplicativos do seu aparelho celular, e que o professor ou
aluno tenha uma conta usuário para ter acesso ao conteúdo do site. Logo, para criar essa
conta e fazer login na plataforma, o usuário pode se cadastrar com uma conta de e-mail,
nesse caso precisará criar uma senha, ou usando o login da conta do Facebook. Na página
de cadastro tem a opção de escolha para alunos, pais e professores.

Figura 4 – Página para cadastro.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Depois do cadastro realizado, o usuário terá um painel onde estará disponível o


menu com os links para o perfil, página de aprendizagem, configurações, ajuda, etc. Haverá
menu diferente para cada tipo de cadastro. No caso do professor, estará disponível o
34 Capítulo 3. Conhecendo a plataforma Khan Academy e suas potencialidades

link painel do professor, onde ele poderá acompanhar suas turmas. É possível também
o professor criar o login de cada um de seus alunos, evitando que os mesmos criem sua
própria conta, sendo útil para quem trabalha com turmas de alunos menores de 13 anos.
Vale lembrar que, estudantes com menos de 13 anos só poderão se cadastrar no site com
o e-mail de um responsável. Essas são apenas algumas noções básicas para o primeiro
contato, não se tratando de um manual de uso, até mesmo pelo fato de ser uma plataforma
de fácil utilização.
Quanto a classificação da referida plataforma educativa, esta se situa entre a
classificação de tutor e a de micromundo, como de acordo as definições apresentadas
por HENRIQUES (2001) que ressalta a importância de saber qual tipo de software ou
ferramenta será utilizada para conhecer de que forma ela poderá ajudar. A classificação
por tutor, segundo o autor compreende

... um software que guia o aluno a partir de um conjunto de situações


pré-definidas que lhe são eventualmente propostas em função das ações
que ele terá efetuado nas situações precedentes. Aqui, o foco é na trans-
missão do conhecimento, tendo em vista a presença de um tutor; o
conjunto de situações tem por objetivo comum a transmissão de um certo
conhecimento pré-determinado. (HENRIQUES, 2001, p. 44)

Ou seja, a Khan Academy como ferramenta digital de ensino se enquadra nessa


classificação por apresentar tal característica no seu funcionamento quanto as tarefas e
missões que um aluno realiza nela e que são pré-definidas pelo tutor. No entanto, apesar
de o tutor definir as tarefas e missões o foco não se baseia na transmissão de conhecimento,
haja vista, a autonomia que o aluno terá na navegação pelo ambiente e poder desenvolver
as atividades propostas no seu ritmo e/ou de maneira personalizada.
Com isso, a plataforma também se enquadra na classificação de micromundo, que
de acordo com HENRIQUES (2001, p. 44) nele "a ênfase é na construção de conhecimento,
já que o próprio aluno, através de experimentos que ele conduzirá no micromundo, forjará
um certo tipo de conhecimento". Isto é, pelo fato da Khan Academy possibilitar um
estudo personalizado onde é possível o aluno ter autonomia e protagonismo no processo
de aprendizagem que essa proporciona uma experiência na qual o educando demonstra o
que já sabe e o que precisa ser praticado, a plataforma trabalha isso e o mesmo avança na
construção do próprio conhecimento no seu ritmo.

3.2 Como funciona a Khan Academy ?


Mas afinal, o que tem de diferente a plataforma Khan Academy? Ou seja, qual seu
diferencial? Como funciona? Segundo MENEGAIS (2015), a Khan Academy apresenta
uma metodologia que promove no aluno a curiosidade e a autonomia, possibilitando que
este aprenda os conteúdos matemáticos de acordo com o seu próprio ritmo, aproveitando
3.2. Como funciona a Khan Academy? 35

melhor o tempo de estudo em casa e permitindo que em sala de aula tenha mais tempo para
tirar dúvidas do assunto estudado com o professor. Percebe-se que essa é uma proposta
interessante para aplicação no ensino de matemática de acordo com a autora, que ainda
destaca mais um diferencial da plataforma.

A sala de aula, então, passa a ser um lugar para discutir o assunto


e tirar dúvidas, e não somente para aulas expositivas que, por vezes,
não geram um diálogo construtivo. O diferencial da plataforma é a sua
propriedade de adaptar-se aos conhecimentos prévios dos estudantes,
indicando possibilidades de avanços a partir deles. (MENEGAIS, 2015,
p. 12)

Ou seja, com a utilização dessa plataforma é possível o aluno estudar, treinar e


exercitar o conteúdo em casa ou outro ambiente fora da sala de aula, e na sala de aula o
professor de matemática terá mais tempo para interagir e explorar as dificuldades gerais
dos alunos e, até mesmo de acompanhar, na medida do possível, as dificuldades individuais.
Sobre o mecanismo de funcionamento dessa ferramenta há pontos e inovações
importantes a se destacarem que iremos abordar ao longo desse capítulo. Um primeiro
aspecto interessante usado como pano de fundo pela Khan Academy é a estrutura ga-
mificada. Gamificação do sistema de aprendizagem, como é conhecido pela literatura
atual, refere-se à aplicação de elementos dos games fora do contexto dos games (FARDO,
2013), nesse caso aplicado às ferramentas educacionais. Na figura 5, temos o perfil de um
aluno no qual vemos a quantidade de pontos de energia acumulados, níveis de habilidades
conquistados e as medalhas adquiridas. Esses são exemplos de elementos utilizados em
game aqui aplicados para estudo.

Figura 5 – Perfil do Aluno.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Diante disso, a medida que o aluno interage com a plataforma, seja através da
audiência nas vídeo aulas, leitura de artigos e resolução de exercícios, ele recebe recompensas
por meio de energias e medalhas. “A plataforma Khan Academy oferece ao aluno ganho
36 Capítulo 3. Conhecendo a plataforma Khan Academy e suas potencialidades

de pontos de energia quando o mesmo realiza uma atividade, concluindo-a ou não” e “as
medalhas são outra forma de recompensa que o aluno recebe quando cumpre determinados
requisitos, que a própria plataforma determina” (CORRÊA, 2016). Dessa forma, configura-
se um incentivo à mais ao engajamento do aluno nas atividades e tarefas propostas pelo
professor, pois é desafiado também a conquistar recompensas, acumular pontos de energia
e medalhas, bem como, a avançar de nível. É essa a ideia de games que está inserida na
ferramenta e que é positivo para a aprendizagem.
Esse é um diferencial da plataforma que leva o estudante a aprender através da
estrutura gamificada, ou seja, como se fosse um game. Conforme seu envolvimento e
esforço o aluno recebe as recompensas por meio dos pontos de energia e a conquista de
medalhas. O fato disso acontecer quando o mesmo realiza uma atividade, concluindo-a
ou não, é positivo pois incentiva também o tempo gasto na plataforma seja assistindo
vídeos-aulas explicativas, lendo artigos sobre o assunto ou tentando resolver exercícios. O
aluno, portanto, também aprenderá pelo erro e pelas tentativas de acerto.

Figura 6 – Tela dos tipos de medalhas.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Outra vantagem levantada por MENEGAIS (2015), é que a plataforma começa


a desenvolver a aprendizagem a partir do conhecimento prévio e das necessidades do
aluno, ou seja, ele só avança quando dominar o pré-requisito do conteúdo. Isso facilita,
por exemplo, a identificar qual a dificuldade que o aluno tem para aprender determinado
conteúdo.
Essa metodologia do conteúdo dominado adotada pela Khan preconiza que a
princípio é importante que o aluno estude um conteúdo até que ele possa dominar o
que aprendeu, isto é, ele só poderá avançar de conteúdo quando atingir um aprendizado
adequado do conceito do assunto estudado. De acordo com DUARTE, (2018), esse tipo
de aprendizagem está alicerçado em metas de compreensão e realização do conhecimento,
fugindo da estrutura engessada do currículo. Segundo ele, essa perspectiva altera o papel
do professor que passa agir como um facilitador e não um mero expositor de conteúdos.
A figura 7 mostra a tela do ambiente aluno quando este domina determinado
conteúdo ele adquire aquela habilidade e avança de nível. Isso acontece quando ele acerta
todas as questões de um teste. Na figura 8 mostra a tela do ambiente professor-tutor na
3.2. Como funciona a Khan Academy? 37

Figura 7 – Tela quando o aluno domina determinada habilidade (conteúdo).


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

qual pode visualizar o domínio dos conteúdos de cada aluno em uma turma.

Figura 8 – Tela com os dados de domínio de curso por aluno.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Nesse sentido, para o aluno dominar determinado conteúdo, a plataforma oferece


exercícios, vídeos-aulas e artigos personalizados, após aplicar um pré-teste que traça um
diagnóstico do que o aluno já sabe e o que precisa ser relembrado e reforçado. E tudo isso
pode ser acompanhado pelo professor, auxiliando-o no trabalho em sala de aula, e esse
suporte só é possível segundo DUARTE, (2018), graças a inteligência artificial utilizada
pelo site.

...a plataforma tem a capacidade de promover o retorno a atividades


que o aluno não desenvolveu, para que posteriormente possa avançar,
consolidando conceitos, a ferramenta também oferece a personalização
em relação ao tempo, tipo de erros apresentados e outros fatores, devido
a inteligência artificial envolvida. (DUARTE, 2018, p. 66)

Isto é, por exemplo, um caso em que o aluno esteja resolvendo uma questão sobre o
estudo de sinal de uma função quadrática, e na resolução da questão apresente erros ligados
38 Capítulo 3. Conhecendo a plataforma Khan Academy e suas potencialidades

ao jogo de sinal da adição e multiplicação. Logo, a inteligência artificial da plataforma


entenderá que o aluno tem dificuldade no jogo de sinais e lhe redirecionará para exercícios,
vídeos aulas e artigos, para que ele entenda melhor e pratique até dominar tal conteúdo,
assim, podendo se desenvolver melhor nas atividades posteriores.
A Khan Academy também possibilita avançar de nível, isso é possível quando o
aluno demonstra ter dominado o conteúdo. “A passagem pelos níveis de domínio - quando
o aluno ultrapassa determinada quantidade de pontos de energia acumulados e abertura
de novas atividades quando conclui as que servem de pré-requisitos - elevam o aluno ao
nível de domínio do conteúdo estudado.” (CORRÊA, 2016, p. 18)
Outro aspecto que Menegais, Fagundes e Sauer (2015) chama a atenção, são para
as possibilidades de acompanhamento por parte do professor do desempenho dos alunos.
"A plataforma Khan Academy oferece a possibilidade de o professor acompanhar em
tempo real o desempenho dos estudantes, por meio do software disponibilizado pela
plataforma"(MENEGAIS; FAGUNDES; SAUER, 2015, p. 2).
Tudo que o aluno faz na plataforma gera dados e relatórios, que podem ser
acompanhados pelo professor e pelos pais. É possível saber quantos vídeos ele assistiu,
quantos exercícios foram feitos, em que pontos teve mais dificuldades, que conteúdo
precisou de mais ou menos tempo para dominar, como afirma SENA (2014). Esses dados,
inclusive, poderão ajudar no planejamento docente.

Figura 9 – Relatório sobre o desempenho dos em determinada questão.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Dessa forma, é possível ao professor acompanhar o processo individual de aprendi-


zagem de cada aluno e assim reorientar sua prática, dando prioridade a quem tem mais
dificuldades e aos assuntos de maior complexidade. Quanto ao aluno, é possível a ele
ditar seu próprio ritmo de estudo, por ser uma ferramenta online, podendo ser acessada
em qualquer lugar com acesso à internet, como também a liberdade de assistir a vídeos
quantas vezes quiser, por exemplo, e até mesmo escolher qual conteúdo estudar. Assim
3.3. A Khan Academy na perspectiva pedagógica 39

sendo, o estudante torna-se protagonista da construção do seu próprio conhecimento.

3.3 A Khan Academy na perspectiva pedagógica


Sob a perspectiva pedagógica, a Khan Academy é uma ferramenta que personaliza
a aprendizagem dos estudantes conforme suas necessidades e desempenho, ou seja, atende
as dificuldades dos que precisam com retorno aquilo que não aprendeu em, como também
acompanha o progresso dos alunos com atividades mais avançados (DUARTE, 2018).
Quanto aos conteúdos do currículo de matemática, a plataforma oferece um grande
número desde o ensino fundamental ao ensino superior, disponibilizando-os por assunto
ou série, como pode-se observar na figura 10. Deve-se ressaltar que os conteúdos já estão
adaptados as exigências da nova BNCC, relacionando os conteúdos com as habilidades e
competências.

Figura 10 – Visualização geral dos assuntos


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Pode-se constatar que a disposição dos conteúdos na plataforma é de fácil acesso,


tanto para o professor quanto para o aluno, e estão colocados em uma sequência lógica
e construtiva para o aprendizado do aluno. A abordagem desses conteúdos também se
apresentam de forma clara e objetiva na linguagem utilizada e de forma didática e dinâmica
nos exercícios e tarefas propostos. Tal disposição dos conteúdos facilita a navegação do
aluno como se estive em uma trilha com informações, exercícios, tarefas, novidades, sendo
assim atraente e prazerosa porque o estudante coloca seu ritmo e vai construindo um
caminho de conhecimento.
Na figura 11 podemos visualizar no destaque as competências e habilidades previstas
na BNCC relacionadas ao conteúdo em questão. Portanto, constata-se que a plataforma
objeto desse trabalho está conectada com as diretrizes e parâmetros curriculares da
educação no Brasil, e configura uma aspecto positivo da Khan Academy.
40 Capítulo 3. Conhecendo a plataforma Khan Academy e suas potencialidades

Figura 11 – As habilidades e competências da BNCC na Khan Academy


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

DUARTE (2018) também evidenciou como vantagens da plataforma, tais como,


o respeito ao ritmo do aluno, aprendizagem personalizada, variedade e quantidade de
exercícios oferecidos, retorno imediato do domínio de habilidades, intervenções pontuais
do professor no que se refere a dificuldades apresentadas, possibilidade de estudos dirigidos
e estímulos positivos com medalhas. Isso reforça as contribuições positivas e salutar que a
Khan pode oferecer.
Ainda segundo DUARTE, na plataforma o erro é construtivo, porque há a possibili-
dade de retornar e praticar mais no que se tem dificuldade. Segundo ele, todos esses pontos
elencados “tornam o trabalho com a plataforma uma hipótese de melhoria na qualidade
do aprendizado para os nativos digitais” (2018, p. 30). Por isso, o uso da ferramenta
contextualiza, porque justamente irá trabalhar com quem nasceu diante e arrodeados dos
recursos digitais.
No entanto, vale ressaltar que o sucesso da utilização de um recurso pedagógico ou
de uma ferramenta digital na educação necessita da mediação adequada e bem orientada do
professor. O papel docente é insubstituível e indispensável, esse deve, portanto, inicialmente
conhecer bem o recurso e não se furtar da responsabilidade na relação aluno, tecnologia e
conteúdo.

Desta forma, o simples uso de uma plataforma educativa, como a plata-


forma Khan Academy sem intervenção de um professor, sem atividades
mediadas por professores podem não garantir um processo de aprendiza-
gem e literacidade crítica de mídia e informação. O professor também
necessita estar amparado por uma estrutura física, político, ideológica,
filosófica e pedagógica dentro da escola que o auxiliem neste processo.
(BIERWAGEN, 2018, p. 8)

Essa é uma observação importante a considerar, pois quando falamos do uso de


ferramentas digitais não significa a substituição do professor e da aula presencial, e sim
3.3. A Khan Academy na perspectiva pedagógica 41

falamos de um recurso que venha acrescentar e/ou auxiliar ao profissional docente e o


trabalho em sala de aula. E como um suporte ao trabalho docente e a sala de aula, essas
ferramentas devem ser bem direcionadas para que seja alçado o êxito pela qual justifica sua
utilização. Assim, com o devido conhecimento e acompanhamento da plataforma referida,
essa poderá contribuir o mínimo com a melhoria do ensino e aprendizagem.
Logo, tendo sido observado tais considerações e apontamentos teóricos quanto
a utilização de ferramentas digitais na educação e as explicações práticas quanto ao
funcionamento da mencionada plataforma, iremos apresentar a seguir a abordagem dos
métodos e instrumentos da pesquisa propriamente dita.
43

4 Caminhos da pesquisa

“Ensinarás a voar... mas não voarão o teu voo;


Ensinarás a sonhar... mas não sonharam o teu sonho;
Ensinarás a viver... mas não viverão a tua vida;
Ensinarás a cantar... mas não cantarão a tua canção;
Ensinarás a pensar... mas não pensarão como tu;
Porém saberás que cada vez que voem, sonhem, vivam, cantam e pensem...
estará a semente do caminho ensinado e aprendido."
(José Saramago)

Neste capítulo, buscamos apresentar os procedimentos metodológicos da pesquisa


de fato, abordando os métodos que foram utilizados para a aplicação, coleta e análise de
dados do que se propôs a fazer. A pesquisa científica de caráter exploratório-descritivo, foi
desenvolvida na perspectiva do estudo dirigido, e a coleta de dados a partir de questionário
e dos relatórios de gerenciamento da turma do painel do tutor da mencionada plataforma,
e a análise quali-quantitativa e heurística dos dados.

4.1 Natureza da pesquisa


Por uma pesquisa científica entende-se por aquela "que usa o método científico ou
tem por objetivo desvendar ou buscar, através dos métodos e das técnicas específicas, as
soluções para os problemas do conhecimento em geral e, especificamente, das ciências”
(LEITE, 2008, p. 43). Baseado nisso, buscamos investigar quais as potencialidades da
Khan Academy para o ensino e aprendizagem de Matemática e suas possibilidades de uso
na perspectiva do Ensino Híbrido e sala de aula ampliada.
A partir disso, a pesquisa aqui apresentada é de natureza quali-quantitativa, que
segundo KNECHTEL (2014, p. 106) “interpreta as informações quantitativas por meio de
símbolos numéricos e os dados qualitativos mediante a observação, a interação participativa
e a interpretação do discurso dos sujeitos (semântica)”. A opção por essa modalidade de
pesquisa se justifica pelo fato de não apenas ser objetivo desse estudo a quantificação dos
dados e mensuração estatística dos fatos, mas também analisar as experiências vivenciadas
e resultados do uso da Khan Academy.
Com isso, foi utilizado também o estudo exploratório-descritivo com a finalidade
de representar situações vivenciadas na referida plataforma e obter discernimentos sobre
elas. De acordo com GIL (1999), esse tipo de estudo possibilita descrever fenômenos, bem
44 Capítulo 4. Caminhos da pesquisa

como, desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação


de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.
Como instrumento para a pesquisa, a estratégia utilizada neste trabalho é baseada
na perspectiva do estudo dirigido, por este apresentar como principal característica a defesa
do processo de aprendizagem sob a orientação do professor, porém realizada com autonomia
pelo aluno. Pois, como afirma RIBEIRO (1998, p. 43), "a adoção do Estudo Dirigido, como
norma de conduta docente, implica, necessariamente, ideia de que o verdadeiro ensino
repousa na atividade do aluno, sob a orientação atenta do professor". Ou seja, o aluno é
protagonista da construção do próprio conhecimento e o professor assume de fato o papel
de mediador e de fundamental importância no direcionamento dessa construção.
Assim, o estudo dirigido é uma ação pedagógica em que o docente está presente,
planeja o caminho, mas quem o executa é o educando que assume autonomia para construir
o seu percurso de estudo, assim como ocorre na Khan Academy. Para VEIGA (2011, p.
83), "Estudo Dirigido pressupõe a diretividade por parte do professor, se fundamenta na
atividade do aluno e se efetiva na situação socioindividualizada em sala de aula ou fora
dela". Logo, o estudo dirigido possibilita também um planejamento mais completo que
contemple as dificuldades de cada aluno e a mencionada plataforma e o Ensino Híbrido
está ligado a isso.
Neste sentido a pesquisa visa explorar, descrever e analisar o ambiente tutor e o
ambiente aluno da plataforma Khan Academy, na perspectiva do Ensino Híbrido e da
sala de aula ampliada, com a finalidade de investigar as potencialidades, acessibilidade e
possibilidades de uso, bem como, as experiências de aprendizagem vivenciadas por alunos.
A seguir, apresentamos como procederá a coleta de dados.

4.2 Coleta de dados


A coleta de dados foi realizada a partir do acompanhamento das atividades dos
alunos por meio do ambiente tutor e dos relatórios de gerenciamento de turma disponíveis no
painel do tutor da própria plataforma Khan Academy e, também por meio de questionário
elaborado em formulário on-line do GoogleForms 1 . O uso de questionário fez-se necessário
para obter um panorama referente a visão dos estudantes frente ao uso da Khan Academy.
O questionário (Apêndice 6) foi elaborado com questões subjetivas e de múltipla
escolha e seu uso foi um importante recurso para conhecer as percepções dos estudantes
participantes acerca das experiências por eles vivenciadas durante a pesquisa. Pois segundo
GIL (1999, p. 128), o questionário tem "por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças,
sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc”.
1
Traduzido do inglês - O Formulários Google é um aplicativo de administração de pesquisas incluído na
suíte de escritório do Google Drive.
4.3. Análise dos dados 45

Outro motivo para escolha do questionário para a coleta de dados, foram as


vantagens elencados por MARCONI; LAKATOS (2010), que segundo eles este permite
obter repostas mais rápidas, precisas e objetivas quanto ao que se pretende saber, reduzindo
o tempo de aplicação e facilitando a tabulação dos dados pelo pesquisador; tem-se a
liberdade nas respostas pelo fato do anonimato e por não exigir a presença do pesquisador
para acompanhar as respostas no momento da aplicação; bem como a obtenção de respostas
que materialmente seriam inacessíveis.
Quanto ao acompanhamento das atividades dos alunos por meio do ambiente tutor
e dos relatórios de gerenciamento de turma disponíveis no painel do tutor da referida
plataforma, foi possível obter todas as informações de acesso, tempo gasto no ambiente,
números de erros, acertos e tentativas, pontos de energia, medalhas conquistadas, etc.
Esses dados foram fornecidos pela plataforma através do painel do tutor e são relevantes
para a análise da pesquisa, haja vista, serem ferramentas importantes para o trabalho do
professor que vir a utilizar a Khan Academy poder acompanhar o desempenho dos seus
alunos.
Diante do que foi exposto apresentaremos a seguir o método científico adotado
para a análise dos dados coletados.

4.3 Análise dos dados


A análise dos dados tem como "objetivo organizar e sumariar os dados de tal forma
que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação"(GIL,
1999, p. 168). Partindo disso, os dados coletados nessa pesquisa foram analisados a partir
dos objetivos de investigação da pesquisa e da literatura disponível, organizados de forma
a traçar um panorama das potencialidades da utilização da Khan Academy no processo de
ensino e aprendizagem de Matemática.
Além da apresentação quantitativa dos dados foram realizadas análises qualitativas
por serem pressupostos básicos desse tipo de pesquisa, segundo KNECHTEL (2014), a
preocupação primária com os processos, não se preocupando diretamente com o resultado e o
produto; o interesse pelo significado, como as pessoas relatam suas vivências e experiências;
a busca por informações diretamente no campo de pesquisa; a ênfase na descrição e
explicação de fenômeno; entre outros.
Por se tratar de uma interface digital, também utilizamos os pressupostos da avali-
ação heurística. O Método de Avaliação Heurística, segundo RAPOSO (2012), foi proposto
por Jakob Nielsen em 1994, e trata-se de uma inspeção baseada em um conhecimento
prático, fruto de uma experiência. No caso deste estudo, a avaliação heurística fundamenta
a análise da interface, usabilidade, design e elementos digitais que se apresentam na Khan
Academy.
46 Capítulo 4. Caminhos da pesquisa

É nesse momento de análise dos dados que também buscamos as relações possíveis
dos dados entre si e com outros estudos já produzidos sobre o tema, com a finalidade de
consolidar os conceitos, hipóteses e teorias levantadas e investigadas.
Dessa forma, o processo de organização e análise dos dados, neste estudo, se dará
a partir da descrição das interações dos alunos participantes da pesquisa no ambiente
virtual da Khan Academy, da inspeção baseada na avaliação heurística realizada na referida
plataforma, na análise dessas informações e na tabulação das respostas dos estudantes
coletadas por meio do questionário. Com isso, apresentamos os resultados da pesquisa e
de suas decorrências.

4.4 A proposta de trabalho


Para o desenvolvimento da pesquisa de campo, foi realizada a oficina "Aprendendo
com a Khan Academy", que anteriormente foi divulgada para alunos da turma "B"do 3º
ano do Ensino Médio do Instituto de Educação Anísio Teixeira (IEAT) e da turma "B"do
2º ano do curso Técnico em Administração do Centro Territorial de Educação Profissional
- CETEP do Sertão Produtivo, ambos colégios estaduais localizados na cidade de Caetité
(Bahia). Após a divulgação, foram feitas as inscrições voluntárias dos alunos interessados
para participarem da oficina.
Com as inscrições realizadas, foi-se apresentado aos participantes os objetivos da
oficina e as noções básicas de funcionamento da Khan Academy e, a partir disso, todos
fizeram o seu cadastro na referida plataforma. Para o desenvolvimento das atividades
propostas durante a oficina, foi criado pelo autor desse trabalho um perfil de professor/tutor
e formada duas turmas virtuais, uma para os alunos do 3º ano do Ensino Médio com o
código (de acesso na plataforma) PAN32EFZ, e outra para os alunos do 2º ano ADM com
o código NQ3889WJ.

Figura 12 – Turma com os alunos do 3º ano EM.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.
4.4. A proposta de trabalho 47

Figura 13 – Turma com os alunos do 2º ano ADM.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Como podemos observar nas figuras 12 e 13, temos a visualização da relação de


alunos de cada turma que está disponível na opção "Lista"do menu principal. Por onde
também pode encontrar os e-mails cadastrados de cada estudante, bem como é possível
ao professor-tutor visitar o perfil do usuário. Para manter em sigilo os nomes dos alunos,
usamos a seguinte nomenclatura: 3A1, sendo o número 3 identifica a série (3º ano), a letra
A de aluno e o terceiro algoritmo representa de modo cardinal cada aluno da turma de
alunos do 3º ano do EM do IEAT; e 2A1 para identificar os alunos do 2º ano ADM do
CETEP.
A proposta de trabalho foi a interação dos alunos na audiência de vídeo aulas
e na resolução de exercícios e testes por meio de recomendações feitas pelo tutor, com
o objetivo de poder observar e acompanhar o desempenho de cada um na plataforma.
A cada semana durante a realização da oficina eram recomendadas essas atividades de
acordo com os conteúdos que estavam sendo estudados pelos alunos em sala de aula. Os
alunos por sua vez realizavam as atividades propostas em casa no horário fora da aula.
Isso porque o objetivo desse trabalho é analisar a possibilidades de uso da Khan Academy
como ferramenta de auxílio no ensino/aprendizagem de Matemática, ou seja, como uma
alternativa digital para estudo dessa disciplina extraclasse, mas com impactos positivos na
sala de aula.
O acompanhamento de tudo que era feito pelos alunos no ambiente virtual foi
possível acompanhar por meio do painel do tutor, inclusive a hora exata que acessaram o
ambiente virtual, o tempo ativo, quantidades de acertos, erros e tentativas, quem finalizou
a tarefa, etc. A seguir, vamos descrever algumas dessas atividades realizadas na plataforma
e discutir as suas possibilidades.
Nas figuras 14 e 15, mostram a página inicial do painel do professor-tutor pela qual
terá acesso as turmas cadastradas, a lista de todos os alunos e recursos da plataforma; e a
página inicial de uma turma por onde terá acesso aos conteúdos, o desempenho e atividade
48 Capítulo 4. Caminhos da pesquisa

Figura 14 – Página inicial do painel do professor-tutor.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Figura 15 – Visualição da página inicial de uma turma através do painel do professor-tutor.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

dos alunos, aos relatórios de recomendações e configurações da turma.


No capítulo a seguir apresentaremos os resultados da pesquisa a partir dos dados
colhidos através dos recursos e ferramentas disponíveis na plataforma e a partir das
impressões dos alunos respondidas por meio de questionário. Antes devo esclarecer que
a proposta desse trabalho não é ignorar as muitas dificuldades e mazelas do cenário
educacional brasileiro e mostrar um contexto surreal, mas é desejo motivar os professores
a buscar o novo e enfrentar os desafios que estão postos atualmente tendo a plataforma
Khan como aliada.
49

5 Resultados

5.1 Atividades realizadas


A proposta de trabalho com as duas turmas foi para que as atividades servissem
como reforço para os alunos suprirem suas dificuldades e complementassem seus estudos
acerca do conteúdo estudado em sala de aula. Então, os conteúdos abordados nesse trabalho
foram os mesmos que os alunos estavam estudando em suas respectivas salas de aula, a
saber: Primas e Pirâmides para os alunos do 3º ano EM e Função Exponencial
para os alunos do 2º ano ADM.
Diante disso, foi-s definido uma quantidade de tarefas entre vídeos e exercícios
disponíveis na Khan Academy que eram relacionados com os conteúdos os quais os alunos
estavam estudando em sala de aula e recomendados a eles pelo ambiente. Para a turma
formanda de alunos do 3º ano do EM foram recomendadas ao todo as seguintes tarefas:

• Volume de prismas retangulares (exercícios)

• Planificações de poliedros (exercícios)

• Área da superfície (exercícios)

• Cálculo da área da superfície usando planificações (exercícios)

• Área da superfície usando uma planificação: prisma triangular (vídeo)

• Introdução às planificações de poliedros (vídeo)

• Problemas de volume e área de superfície (exercícios)

• Problemas sobre área da superfície (exercícios)

• Exemplo: problema sobre área da superfície (vídeo)

• Volume e área de superfície: 2 teste (exercícios)

Já para a turma com alunos do 2º ano ADM foram recomendadas as seguintes


tarefas:

• Multiplique e divida potências (expoentes inteiros) - (exercícios)

• Crescimento exponencial versus crescimento linear (exercícios)


50 Capítulo 5. Resultados

• Aquecimento: crescimento exponencial versus crescimento linear (exercícios)

• Crescimento exponencial versus crescimento linear (vídeo)

• Introdução a funções exponenciais (vídeo)

• Interpretar problemas de expressões exponenciais (exercícios)

• Interpretação de problema de expressão exponencial (vídeo)

• Problemas (algébricos) de expressões exponenciais (exercícios)

• Problemas (algébricos) de expressões exponenciais (vídeo)

• Valor inicial e razão comum de funções exponenciais (vídeo)

• Problemas (numéricos) de expressões exponenciais (exercícios)

• Problemas (numéricos) de expressões exponenciais (vídeo)

• Crescimento e decaimento exponencial: 1 teste (exercícios)

As tarefas elencadas acima foram recomendadas obedecendo uma ordem lógica dos
assuntos e liberadas gradativamente para as respectivas turmas. Lembramos que quando
um aluno faz o cadastro na Khan Academy ele tem a liberdade de escolher quaisquer
conteúdos para estudar, porém nessa pesquisa buscamos analisar o comportamento de
alunos em turmas, que estes realizassem atividades relacionadas com os assuntos da sala
de aula e que fossem acompanhados por um professor-tutor. Por isso, mostraremos aqui o
progresso dos participantes da pesquisa em relação as recomendações do professor-tutor.
A propósito de não tornar a leitura muito repetitiva e por não ser objetivo deste
trabalho descrever como foram realizadas todas as tarefas listadas acima, vamos apresentar
e analisar os recursos e ferramentas utilizadas no desenvolvimento das tarefas e no trabalho
de acompanhamento do professor-tutor com relação à alguns conteúdos. Para as demais
tarefas foram seguidos os mesmos procedimentos (mutatis mutandis 1 ).
Inicialmente foi proposto apenas uma atividade para cada turma para servir de
aquecimento. A turma do 3º ano EM recebeu a princípio a recomendação de uma atividade
sobre volumes de prismas retangulares, que os alunos teriam que responder 7 questões
escolhidas pela plataforma dentre as 20 disponíveis, as quais apenas o professor-tutor tem
acesso. Ao recomendar é possível escolher entre um conjunto de questões diferentes para
cada aluno ou um mesmo conjunto de questões para todos os alunos, e o tempo de duração
da atividade, como podemos verificar nas imagens a seguir.
1
Mutatis mutandis é uma expressão advinda do latim que significa "mudando o que tem de ser mudado".
Pode ser, grosso modo, entendida como: “com as devidas modificações”.
5.1. Atividades realizadas 51

Figura 16 – 1ª recomendação para a turma do 3º ano EM.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Na figura 16, observamos a tela de recomendação para definir a ordem que as


questões aparecerão para os alunos e o tempo de duração da atividade. Já na figura 17,
temos a visualização das questões que serão propostas aos alunos do conteúdo de volume
de prismas regulares.

Figura 17 – Painel das questões que seriam lançadas na 1ª recomendação para a turma
do 3º ano EM.
Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Já para o aquecimento da turma do 2º ano ADM foi recomentado a resolução de


7 questões com o mesmo conjunto para todos os alunos sobre multiplicação e divisão de
potência. Observe nas imagens a seguir.
Nas figuras 18 e 19, temos as mesmas telas de visualização das quais já foram
apresentadas da outra turma. Nesse caso, foram recomendados exercícios de multiplicação
e divisão de potência.
Como pode ser observado, o professor através do seu painel por onde gerencia as
turmas de alunos na Khan Academy, escolhe o conteúdo e a aula que serão recomendadas
para a turma e tem a possibilidade de delimitar um tempo para os estudantes realizarem
52 Capítulo 5. Resultados

Figura 18 – 1ª recomendação para a turma do 2º ano ADM.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Figura 19 – Painel das questões que seriam lançadas na 1ª recomendação para a turma
do 2º ano ADM.
Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

aquela tarefa e se todos responderão as mesmas questões ou questões diferentes. Isso é


devido ao fato de que quando o professor-tutor faz a recomendação da tarefa a plataforma
tem um banco de questões - nesse caso de 20 exercícios diferentes entre si mas com o
mesmo nível - desse total são selecionados pela própria plataforma as 7 questões que os
alunos terão que responder. E o professor decide se quer que todos respondam as mesmas
questões ou uma combinação diferente de questões para cada um.
Após a recomendação feita o professor-tutor pode acompanhar o progresso de cada
aluno através da opção "Recomendações"no menu principal. Nessa opção, poderá saber
quem já realizou a atividade por meio de "Recomendações por aluno", bem como saber se
todos já realizaram a tarefa. Nessa página será exibida o status do progresso de cada aluno,
se for um vídeo aparecerá a mensagem de concluído quando ele tiver assistido o mesmo e
se for exercícios aparecerá uma nota de 0 a 100, atribuída de acordo com o desempenho do
aluno na resolução das atividades. Esse status além de informar quem já realizou a tarefa,
5.1. Atividades realizadas 53

também já informa um panorama inicial do desempenho dos alunos no desenvolvimento


das tarefas. Na figura 20 podemos observar o status de recomendações da turma do 2º
ano ADM.

Figura 20 – Página do status de realização das recomendações.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Logo, quando o aluno termina a recomendação a plataforma disponibiliza um


relatório do seu progresso, onde é possível ver os acertos, os erros, as tentativas realizadas
e as dicas utilizadas. Essa ferramenta é uma das mais importantes para o tutor que
acompanha a turma para poder conhecer onde os alunos estão errando mais, as dificuldades
que são comuns e até mesmo as individuais, as quais na maioria das vezes é difícil perceber
em sala de aula, e assim poder reforçar algum conceito com os alunos em sala de aula.
Mostraremos a seguir o relatório de um aluno da turma do 2º ano ADM após concluir a
recomendação inicial de multiplicação e divisão de potência.

Figura 21 – 1ª tentativa do aluno.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Temos na figura 21 a 1ª tentativa do aluno 2A9 para resolver a primeira recomen-


dação. Nota-se que o aluno não obteve êxito nessas primeiras 7 questões. Porém o que
54 Capítulo 5. Resultados

acontece quando o aluno erra não é a "punição", pelo contrário, o aluno pode tentar de
novo, consultar dicas e assistir vídeo com a explicação de uma questão semelhante. Na
imagem, podemos observar também, em particular, uma questão destacada no meio da
imagem, e a direita em destaque também está a resposta dada pelo aluno e abaixo a
resposta correta. Na imagem a seguir vamos ver como o mesmo aluno se saiu na última
tentativa da mesma tarefa.

Figura 22 – Última tentativa do aluno.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Podemos observar na figura 22 que o aluno 2A9 acertou todas as questões dessa
vez, isso mostra que os erros do mesmo nas tentativas anteriores foi construtivo e que o
suporte dado a ele por meio de exemplos resolvidos e de vídeos o ajudou a entender como
resolver os exercícios e conseguir êxito dessa vez. Isso mostra que na plataforma o erro é
construtivo, isto é, quando o aluno errar ele tem em sua tela possibilidades de superar
a dificuldade que foi encontrada através das dicas com exemplos resolvidos ou sugestão
de vídeos sobre aquele assunto. Esses informações disponibilizadas pela plataforma ao
professor elucida a usabilidade, a funcionalidade e a potencialidade da Khan Academy
no ensino da Matemática e ainda abre novas possibilidades de uso, podendo inclusive,
melhorar a aprendizagem dos alunos da referida turma.
Em outra atividade realizada pela turma do 2º ano ADM denominada "Aquecimento:
crescimento exponencial versus crescimento linear"foi aplicado 3 questões para cada aluno
responder visando sondar o conhecimento inicial dos estudantes acerca do conteúdo. Depois
das respostas o professor-tutor tem acesso ao seguinte relatório:
Vemos que do lado direito da figura 23 sublinhado de vermelho temos as informações
de quem errou e quem acertou a pergunta 1, a quantidade de tentativas realizadas por
cada um e a quantidade de dicas utilizadas pelos alunos. Esses dados possibilitam um
panorama das dificuldades e desempenho de cada aluno para o direcionamento do trabalho
do professor em sala de aula.
5.1. Atividades realizadas 55

Figura 23 – Relatório das respostas da atividade "Aquecimento: crescimento exponencial


versus crescimento linear"aplicado na turma dos alunos do 2º ano ADM.
Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Esses relatórios disponibilizados pela Khan Academy são um dos diferenciais da


plataforma em questão, e novas possibilidades de planejamento do trabalho do professor
em sala de aula, pois essas informações proporcionam um acompanhamento do progresso
dos alunos de maneira contínua e individualizada, pois segundo CORRÊA (2016, p. 33),
"o professor-tutor pode acompanhar pontualmente as dificuldades enfrentadas por cada
estudante e atuar de modo ao aluno avançar apropriadamente em seus estudos, sem que
toda a turma tenha que manter-se no mesmo tipo de atividade". De acordo com o autor,
esse recurso possibilita um ensino personalizado a realidade de cada aluno.
Dessa forma, é possível ao professor poder identificar dificuldades ou potencialidades
individuais dos alunos que seriam difíceis perceberem em sala de aula devido ao ritmo
normal da turma. Nessa perspectiva, a Khan é um suporte interessante que vai completar
o trabalho da sala de aula tradicional, o que está contemplado na ideia do Ensino Híbrido.
O ambiente virtual de aprendizagem, nesse caso, não substitui o presencial, porém ajuda
no planejamento e orientação do trabalho nesse último.
Na atividade sobre áreas de superfícies que fora recomendada à turma com alunos
do 3º ano do EM, observaremos na figura 24 o comportamento dos alunos na resolução de
uma questão específica, onde podemos visualizar quem acertou, a quantidade de tentativas
realizadas e de dicas utilizadas. Nota-se que a plataforma oferece ferramentas para o aluno
solucionar as dúvidas e, assim, progredir no aprendizado.
56 Capítulo 5. Resultados

Figura 24 – Tentativas e dicas utilizadas em determinada questão.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Além da utilidade desses dados para o professor/tutor, constatamos a interação do


aluno na plataforma e seu empenho em estudar e aprender como resolver determinada
questão, pois fica demonstrado isso através do quantitativo de tentativas e de vezes em
que cada aluno utilizou o recurso das dicas. Percebe-se que a plataforma é diferente nesse
sentido de oferecer em um só ambiente as ferramentas e recursos para que amplie o seu
conhecimento. Veremos a seguir na figura 25 uma questão específica sobre área de superfície
e a dica que foi disponibilizada para o aluno entender melhor como responder a questão.

Figura 25 – Questão específica.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Na questão temos uma situação-problema na qual é solicitado que o aluno calcule a


área da superfície de um modelo de pirâmide de base quadrangular. No primeiro momento o
aluno tentará responder a partir do que já sabe, porém se ele errar serão lhe oferecidas dicas.
A respeito dessa questão, a plataforma disponibilizou como dica um exemplo comentado e
resolvido passo a passo, como na figura 26.
5.1. Atividades realizadas 57

Figura 26 – Dica comentada de solução da questão.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Podemos notar na dica apresentada, a qual foi retirada da plataforma, que traz
de forma bem explicada a resolução da questão, um recurso importante para ajudar o
aluno a compreender como solucioná-la. Então o aluno pode acessar essa dica quando
sentir dificuldade e a partir dela resolver por si só outras questões semelhantes. Embora
mostramos aqui exemplos específicos de relatórios, questões e dicas, isso se aplica a todas
as tarefas desempenhadas pelos alunos no ambiente de interação da plataforma referida.
Outro recurso de informação que a Khan Academy oferece no painel do professor-
tutor é quanto ao tempo em que o aluno ficou ativo na plataforma, que pode ser acessado
58 Capítulo 5. Resultados

na opção "Atividade"do menu principal da página. Nessa opção, o professor poderá escolher
o período de informação que pode ser os últimos 7 dias ou mais, e aparecerá o tempo
em que o aluno ficou ativo no ambiente, a hora exato que o mesmo entrou e saiu e o que
ele estava fazendo durante aquele tempo. Todas essas informações disponíveis de forma
individual, como pode-se observar na figura a seguir.

Figura 27 – Tempo ativo na Khan Academy por aluno.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

Por esses gráficos de barra é possível ao professor saber o envolvimento do aluno com
a plataforma, quanto tempo ele dispensa no ambiente, qual o horário o aluno frequentemente
acessa e o que ele mais faz, se assiste mais vídeos aulas ou resolve mais exercícios. Na
figura 27, mostra que a aluna 2A6 esteve ativa na plataforma por aproximadamente 40
minutos na noite do dia 10.07.2019, assistiu 2 vídeos e conquistou uma habilidade quando
testada em exercícios pelo ambiente. Essas informações são importantes para o professor
saber qual está sendo a dedicação dos alunos, quem está conseguindo estudar mais, e a
partir disso buscar saber quais as dificuldades daqueles que estão estudando menos no
sentido de ajudá-los a progredir também.
Quanto ao suporte dado pela plataforma aos professores, são oferecidos tutoriais
e formação continuada para que os docentes possam conhecer melhor os recursos e
ferramentas que estão disponíveis no ambiente virtual. Na figura 28, observamos um curso
de formação inicial oferecido pela Khan Academy para educadores, para que esses conheçam
a missão da ONG, seus recursos e as diferentes possibilidades de uso da plataforma com
os alunos.
Então apresentamos algumas das possibilidades e benefícios do uso da plataforma
Khan Academy como ferramenta de auxílio para o ensino/aprendizagem de matemática,
que é possível a partir dos recursos e ferramentas disponíveis na referida plataforma.
5.2. A opinião dos alunos/participantes como resultado da experiência 59

Figura 28 – Formação inicial sobre a Khan Academy.


Fonte: Imagem obtida pelo autor no site da Khan Academy.

A seguir, conheceremos o que disseram os atores da pesquisa a partir das experiências


vivenciadas por eles durante o desenvolvimento da mesma.

5.2 A opinião dos alunos/participantes como resultado da experi-


ência
Após a realização da oficina os alunos responderam a um questionário por meio
do Google Forms pelo qual puderam expressar as suas opiniões sobre a plataforma Khan
Academy. O objetivo foi dar voz aos estudantes para também poderem avaliar a plataforma
em questão e que fosse possível a partir dessas respostas fazermos uma análise da percepção
desses referentes ao ambiente virtual de aprendizagem em estudo.
Então foi disponibilizado a todos os participantes da oficina o link de acesso
ao formulário do Google Formms por meio do aplicativo WhatsApp, após todos terem
respondido foram coletados os dados. Inicialmente, procuramos saber se o primeiro contato
dos alunos com a Khan Academy foi durante a oficina ou se alguém já tinha utilizado a
plataforma antes. 90% dos alunos responderam que não tinham acessado a plataforma
antes, reflexo da falta de divulgação de ferramentas como essa nas escolas para auxiliarem
na aprendizagem dos alunos.
Porém, ao perguntarmos se houve alguma dificuldade em relação a navegação no
ambiente virtual da Khan Academy, a maioria afirmou ter tido facilidade e que a mesma
60 Capítulo 5. Resultados

Figura 29 – Pergunta 1 do questionário.

é de fácil navegação, confirmando que a "interface da plataforma Khan Academy é bem


ilustrativa e de fácil acesso a todas as informações", como afirma CORRÊA (2016, p.
15). No entanto, alguns tiveram alguma dificuldade devido a não familiaridade com a
plataforma, como pode-se observar no gráfico da figura 30.

Figura 30 – Pergunta 2 do questionário.

Essa facilidade que a maioria dos alunos tiveram apesar de não terem acessado a
plataforma antes é devido ao fato dela ser intuitiva e simples, o cadastro é fácil e quando
o aluno está conectado basta escolher um conteúdo ou recomendação que apareçam na
tela inicial. A partir disso a navegação flui pois a plataforma Khan Academy utiliza das
mesmas estratégias de jogos de vídeo-games para manter o interesse do aluno, os pontos de
energia e medalhas por conhecimento são exemplos disso, como afirma CORRÊA (2016).
Apesar de não ser um game, a utilização desses elementos na referida plataforma é
o que se tem hoje referenciado como gamificação da aprendizagem, conceito já abordado
nesse trabalho. Mas o porque de usar gamificação? A Neurociência explica que os elementos
5.2. A opinião dos alunos/participantes como resultado da experiência 61

utilizados nos games aplicados na educação como os desafios e as recompensas são favoráveis
a disposição para aprender mais, como afirma SANJAUME (2016, p. 6) que "um feedback
imediato e as recompensas permitirão manter o estado de atenção necessário".
Ainda segundo a autora, "o desafio, as recompensas e a vontade de superação são
componentes que perseguem o cérebro, pois permitem a ativação neuronal, favorecendo um
contexto de aprendizagem"(SANJAUME, 2016, p. 6). Ou seja, os pontos de energia que a
plataforma oferece motiva o aluno a realizar mais atividades e as medalhas incentivam a
avançar de níveis e superar esse níveis, o que é positivo para a aprendizagem pois ativa as
potencialidades do aluno e instiga a sua curiosidade pelo conhecimento. Sendo assim o
aluno passa a ter satisfação pelo que está fazendo, e com isso aprende mais.
Sobre o que achavam a respeito dos pontos de energia e as medalhas os alunos
consideram ser uma motivação a mais para utilizar a plataforma e, consequentemente,
estudar mais. Vejamos o que responderam sobre essa questão na figura 31.

Figura 31 – Pergunta 3 do questionário.

Tendo em vista que os pontos de energia e as medalhas geram um estímulo positivo


nos estudantes fica evidente ser uma vantagem que a plataforma Khan Academy apresenta.
Esse tipo de recompensa também pode ser usado pelo professor para fazer ranking entre
os alunos da turma e incentivá-los ainda mais através de torneios e campeonatos, por
exemplo. Entretanto, essas recompensas tem um objetivo primordial que é fazer com que
o aluno prossiga e conquiste habilidades.
Os pontos de energia podem ser conquistados de várias formas, seja na audiência
das vídeo-aulas, na resolução de exercícios, na leitura de uma dica, em todo o tempo que
o aluno está ativo na plataforma praticando algo ele receberá os pontos de energia. No
entanto, praticar tudo isso não é apenas por recompensas, mas por aprendizado também.
Dessa forma, as vídeo-aulas buscam esclarecer dúvidas dos conteúdos de forma prática
sempre por meio de questões. Esse método usado pela Khan Academy de explicar o
conteúdo que está sendo estudando através de exemplos está associado ao fato que
62 Capítulo 5. Resultados

quando você está começando a tentar entender como resolver um pro-


blema, você está sob uma pesada carga cognitiva - e por isso começar
com um exemplo totalmente solucionado ajuda. É como usar um GPS
quando você está dirigindo por ruas desconhecidas no meio da noite.
(OAKLEY apud CORRÊA, 2016, p. 18).

Por isso, quando está estudando algum conteúdo na Khan Academy inicialmente
o estudante assistirá um vídeo com um exemplo resolvido e explicado e/ou durante a
prática dos exercícios vídeos serão sugeridos para que o aluno possa esclarecer suas dúvidas
e conseguir progredir. Conforme o aluno vai dominando habilidades e subindo de nível,
aumenta também o nível dos exemplos resolvidos e explicados nos vídeos, com isso o
educando avança no conteúdo, bem como se apresentar dificuldade nos exercícios serão a
ele direcionado vídeos explicativos para ajudá-lo a superar as dúvidas e progredir também.
Dessa forma, foi perguntado aos alunos a opinião deles quanto aos vídeos que a
plataforma oferece. 60% consideraram que os vídeos são muito bons e que apresentam
uma linguagem clara e de fácil entendimento. As demais respostas foram dadas de acordo
com a figura 32:

Figura 32 – Pergunta 4 do questionário.

A partir das respostas dadas podemos notar que para os outros 40% dos estudantes
os vídeos foram razoavelmente bom ou indiferente. Essa impressão pode está ligado ao fato
de a abordagem utilizada neles seja semelhante ao método utilizado por muitos professores
em aulas meramente expositivas, com apenas resolução de exemplos, porém sabemos que
esse método apesar de ser repetitivo é necessário para poder treinar. No entanto, vale
ressaltar que o objetivo deve trabalho é investigar a Khan Academy como ferramenta de
auxílio para a aprendizagem de matemática.
Nesse sentido, os exercícios e problemas da mencionada plataforma também são
importantes e propostos com o objetivo de que os alunos possam praticar o conteúdo
que está sendo estudado e dominar as habilidades necessárias. Sabemos que os exercícios
e problemas são o principal meio de praticar e avaliar o conhecimento de determinado
5.2. A opinião dos alunos/participantes como resultado da experiência 63

assunto em matemática, pois segundo DANTE (1998) estes fazem com que o conteúdo
seja mais interessante e desafiador, desenvolvem o raciocínio e o pensar produtivo, e dão
ao aluno a oportunidade de se envolver com as aplicações da Matemática, bem como são
um meio de avaliação do aprendizado.
Vamos ver na figura 33 o que os alunos argumentaram sobre os exercícios da Khan
Academy.

Figura 33 – Pergunta 5 do questionário.

Podemos notar que 90% dos participantes dessa pesquisa gostaram dos exercícios
e problemas oferecidos na plataforma. Esse resultado pode está associado também que
esses exercícios e problemas na sua maioria são bem dinâmicos, apresentando imagens
ilustrativas e até mesmo manipuláveis, além de que na tela dos exercícios é possível
utilizar calculadora, desenhar, consultar uma dica, ver um exemplo, tudo isso de modo
fácil, rápido e prático. Esses elementos somados aos incentivos dos pontos de energia e
medalhas motivam os estudantes a resolverem mais questões, com isso pratica mais e vai
consolidando conceitos e habilidades.
Foi possível observar que os exercícios e problemas realizados pelos alunos na
plataforma foram muito úteis para o desenvolvimento do conteúdo estudado em sala de
aula, pois serviam de complemento a tradicional lista de exercícios de fixação. O diferencial
era que além de poderem conferir a resposta de imediato, ainda tinham disponíveis as dicas,
exemplos resolvidos e até mesmo vídeos com a explicação e exemplos de questões de mesmo
nível. Dessa forma, a Khan Academy pode ser um complemento das listas de exercícios
sendo possível ao professor poder acompanhar através dos relatórios o desempenho de
cada um e quem realmente está fazendo.
Outra ponto observado foi que mesmo após o encerramento da oficina alguns alunos
voltaram a acessar a plataforma para assistir vídeos e praticar exercícios pois estavam em
64 Capítulo 5. Resultados

semana de prova. Foi possível saber porque as turmas continuaram ativas, ou seja, mesmo
que o ano letivo terminou o mesmo professor ou tutor pode continuar orientando a turma
no referido ambiente de aprendizagem.
Essa contribuição dada pelos vídeos e exercícios para os estudos dos alunos está
expressa nas respostas da pergunta 6 do questionário como podemos observar na figura 34.

Figura 34 – Pergunta 6 do questionário.

A contribuição da Khan Academy nos estudos dos alunos também foram relatadas a
partir das experiências que cada um teve na plataforma. Vamos conferir algumas respostas
escritas por eles através do questionário.

"Bom minha experiência para com a plataforma Khan Academy foi bem
legal gostei bastante além dos exercícios propostos há uma complementa-
ção com vídeos aulas explicativas que são de extrema importância para a
resolução dos exercícios assim contudo a aprendizagem aumenta bastante
por ser é um complemento importante nos estudos junto com as aulas
presenciais assim." - (Aluna 2A2)

"A oficina trouxe uma nova forma de estar aprendendo o conteúdo e


isso é algo muito bom pois nos auxilia em dúvidas sendo que é de fácil
acesso." - (Aluna 2A6)

"Tranquila, mas a plataforma é bem complicada. No fim, acabei gostando."


- (Aluna 3A1)

"Legal, aprendi novas coisas, de maneira mais fácil e divertido." - (Aluno


2A1)

A partir dessas colocações é possível aferir que apesar de a oficina ter sido realizada
em pouco tempo, os alunos conseguiram vivenciar experiências produtivas por meio da
plataforma Khan Academy. Experiências essas que contribuíram para o aprendizado do
5.2. A opinião dos alunos/participantes como resultado da experiência 65

conteúdo trabalhado pela oficina e que também estava sendo trabalhado em sala de
aula. Foi possível a eles também conhecerem essa ferramenta digital de aprendizagem
de Matemática que se apresenta de forma atual, com elementos que estão cada vez mais
presentes na vida social e nas interações digitais dos estudantes contemporâneos.
Com a Khan Academy é possível também estimular a responsabilidade e autonomia
dos alunos para com o seu protagonismo no processo de aprendizagem, assim como prega
FREIRE (1996). Por meio da Khan, também é possível tornar a sala de aula um ambiente
de interação, investigação e propício a diálogos socráticos. Vale ressaltar que cabe ao
professor levar seus alunos a terem também uma postura crítica frente ao ambiente
virtual em questão, para que estes tenham controle daquilo que desenvolve na plataforma
mencionada, e até mesmo em outras situações do "mundo virtual".
Os resultados confirmam que os recursos da era digital são importantíssimos para
a educação. Não podemos mais ignorar as tecnologias disponíveis na atualidade sendo
que elas fazem parte da cultura dos chamados nativos digitais que são os estudantes de
hoje. No entanto, ressaltamos que toda tecnologia é humana portanto não funcionará
como o desejado sem a correta intermediação do ser humano. Logo, na educação não
é diferente cabe ao professor fazer a mediação adequada na relação aluno-ferramenta
digital-conhecimento.
Ressaltamos também que o uso de ferramentas digitais na educação apoiado na
perspectiva do Ensino Hibrido em nenhum momento tem a finalidade de sobrepor o ensino
a distância em comparação ao ensino presencial. A ideia é que os recursos digitais sejam
aproveitados como complemento da sala de aula tradicional que influenciem positivamente
no processo de ensino e aprendizagem gerando conhecimento.
Por fim, consideramos a Khan Academy uma possibilidade para potencializar e au-
xiliar o ensino/aprendizagem de matemática pois os resultados dessa pesquisa demonstram
que sua metodologia de abordagem e de funcionamento impulsionam novos conhecimentos
e saberes fundamentais para o processo formativo do aluno.
67

6 Considerações finais

“Ensinar não é transferir conhecimento,


mas criar possibilidades para a sua
própria produção ou sua construção."
(Paulo Freire)

A utilização das TDIC’s podem trazer vantagens para o aprendizado do aluno,


sendo possível combinar o ensino presencial com a educação online na medida que existem
ferramentas capazes de auxiliar nesse processo, proporcionando a possibilidade de ampliação
do estudo além do horário e da sala de aula tradicional.
Sabemos que o espaço temporal para estudo em sala de aula é limitado e para
alcançar as habilidades e competências que são exigidas ao jovem de hoje é preciso que o
espaço escolar seja ampliado. Em casa, na comunidade, no grupo social ou de afinidade,
também são espaços propícios para aprender e, nesse sentido, as ferramentas digitais
também oferecem recursos e informações que bem orientadas podem contribuir com a
educação.
Se o objetivo é ampliar as possibilidades para adquirir conhecimento, não podemos
ignorar as TDIC’s, sobretudo, no contexto atual. E quando falamos do ensino/aprendizagem
de matemática a ferramenta que pode auxiliar nesse processo é a própria Khan Academy,
que possibilita o estudo da disciplina de forma personalizada a necessidade do aluno, com
estrutura diferenciada baseada na metodologia dos games como já foi explicado e que
oferece feedback tanto para o estudante quanto para o professor.
O uso da plataforma pode auxiliar o ensino/aprendizagem da Matemática, pois
apresenta metodologia e recursos capazes de influenciarem na aprendizagem de conteúdos,
por valorizar o esforço positivo do aluno, trabalha nas dificuldades e os avanços de cada
usuário atendendo demandas específicas de cada um, além de ter disponível conteúdos
matemáticos desde o Ensino Fundamental I ao Ensino Superior.
Embora represente uma ferramenta relevante diante das demandas atuais da
tecnologia e da aprendizagem, precisa da participação efetiva dos professores na mediação
das atividades até para que haja articulação com a sala de aula. Nesse sentido, a plataforma
dá o suporte necessário para o professor-tutor acompanhar o desempenho de seus alunos no
ambiente e fornecendo dados que podem ajudar no planejamento das aulas considerando
as dúvidas mais recorrentes.
Portanto, a partir das reflexões expostas, consideramos a plataforma Khan Academy
uma ferramenta que pode auxiliar no ensino/aprendizagem de matemática, uma vez que
68 Capítulo 6. Considerações finais

o portal pode atuar como um ambiente para o complemento do estudo dos alunos,
proporcionando estudar em casa, no horário que convém, com acesso a amplos conteúdos
disponibilizados em vídeos, textos e exercícios que podem expandir o aprendizado tido em
sala.
Numa sociedade cada vez mais habituada ao uso das tecnologias digitais, temos
os pés no chão em relação as pretensões que buscamos alcançar com esse trabalho, e
almejamos ter alcançado o objetivo de apresentar um ponto de vista em como o uso de
plataformas digitais vir a contribuir com melhorias e avanços no atual cenário educacional
e com o ensino e aprendizagem de Matemática principalmente.
Não temos dúvidas, afloramos a discussão sobre o uso da Khan Academy. Natu-
ralmente haverá mais trabalhos que continuarão investigando essa temática oferecendo
contribuições significativas à educação, em especial à Educação Matemática.
69

Referências

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dialogoeducacional/article/view/9900>. Acesso em: 11 junho 2019. Citado 3 vezes nas
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Papirus, 2011. Citado na página 44.

ZABALA, A. A prática educativa. Como ensinar. Porto Alegre: Editora Artmed, 1998.
Citado na página 24.
Anexos
75

ANEXO A – Questionário (em branco)


12/09/2019 Questionário da Oficina 'Aprendendo com a Khan Academy'

Questionário da Oficina 'Aprendendo com a Khan


Academy'
Este questionário visa a coleta de dados a respeito das percepções dos estudantes participantes da
Oficina 'Aprendendo com a Khan Academy' em relação a referida plataforma de ensino e
aprendizagem da matemática, para a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso do graduando
Renan Pereira Santos.

*Obrigatório

1. Endereço de e-mail *

2. Nome: *

3. Você teve dificuldade para navegar na plataforma Khan Academy? *


Marcar apenas uma oval.

Tive muita dificuldade, a plataforma é de difícil navegação.


Tive pouca dificuldade.
Não tive dificuldade, a plataforma é de fácil navegação.

4. Na oficina foi a primeira vez que você acessou a Khan Academy? *


Marcar apenas uma oval.

Sim
Não

5. Qual sua opinião sobre os vídeos da plataforma? *


Marcar apenas uma oval.

São muito bons, ajuda nas dúvidas de maneira fácil de entender.


São bons, dar para entender.
Indiferente.
Não gostei dos vídeos.

6. Qual sua opinião a respeito dos exercícios? *


Marcar apenas uma oval.

Gostei muito.
Gostei.
Indiferente.
Não gostei.

https://docs.google.com/forms/d/1Pg_-yN6aKJ_T7dXfIHpbyvrinBrr6e5ssMoulEyj85g/edit 1/2
12/09/2019 Questionário da Oficina 'Aprendendo com a Khan Academy'

7. O que você considera a respeito dos pontos de energia e as medalhas? *


Marcar apenas uma oval.

Gostei, é uma motivação a mais.


Indiferente.
Não gostei.

8. Você considera que a Khan Academy ajudou-o a aprender mais o conteúdo trabalhado em
sala de aula? *
Marcar apenas uma oval.

Ajudou bastante, pois as vídeos aulas tiraram dúvidas e os exercícios ajudaram a praticar
mais o conteúdo.
Ajudou pouco, esperava mais.
Foi indiferente.

9. Qual nota você daria para a Khan Academy? *


Marcar apenas uma oval.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

10. Descreva em poucas palavras como foi sua experiência durante a oficina. *

11. Você teve dificuldade de acesso a internet para participar da oficina? *


Marcar apenas uma oval.

Sim
Não

Envie para mim uma cópia das minhas respostas.

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