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BIBLIOLOGIA

IBAD – REX – NAMPULA


FICHA TÉCNICA

Nampula, Janeiro de 2020

© Série de Apostilas do Plano Curricular do curso Médio


em Bíblia e Teologia leccionado pelo Instituto Bíblico
África Desperta – Nampula – Moçambique

Todos os direitos reservados ao Instituto Bíblico África


Desperta – Nampula – Moçambique (Uso Exclusivo)

Título: Apostila de Bibliologia

Edição: 1ª

Organização e Edição: IBAD

Adaptação: IBAD
ÍNDICE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................. 1

UNIDADE I .................................................................................................................................................................... 2

A. ORGANIZAÇÃO DA BÍBLIA ................................................................................................................................ 2

B. A BIBLIA COMO LIVRO ........................................................................................................................................ 6

UNIDADE II ................................................................................................................................................................ 12

A. INSPIRAÇÃO......................................................................................................................................................... 12

B. REVELAÇÃO......................................................................................................................................................... 15

C. ILUMINAÇÃO ....................................................................................................................................................... 20

UNIDADE III ............................................................................................................................................................... 22

A. CANON DAS ESCRITURAS SAGRADAS.......................................................................................................... 22

B. A CREDIBILIDADE DA BÍBLIA ......................................................................................................................... 28

C. TRADUÇÕE DA BIBLIA ...................................................................................................................................... 32

CONCLUSÃO .............................................................................................................................................................. 35

BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................................................................... 37

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INTRODUÇÃO
BIBLIOLOGIA é parte da Teologia Bíblica e da Teologia Histórica. A Bibliologia é o estudo dos assuntos
introdutórios à Bíblia. Ela auxilia poderosamente o estudante na compreensão da Bíblia, e é indispensável
a qualquer área da Teologia, auxiliando na elucidação dos inumeráveis fatos bíblicos. Um dos pontos altos
da Bibliologia é a exposição da milagrosa história da Bíblia - como foi ela formada e como chegou até
nós. Fornece uma visão geral de como a Bíblia foi divinamente inspirada, canonizada, lida como literatura
sagrada, copiada em antigos manuscritos hebraicos e gregos e traduzida em muitos idiomas no mundo
inteiro. Sendo a Bíblia um livro divino, mas produzida por canais humanos, e, para o ser humano, é natural
que ela faça referência a tudo o que é humano e terreno, como países, povos, raças, línguas, usos, costumes,
culturas, montanhas, rios, desertos, mares, climas, solos, estradas, plantas, produtos, minérios, animais,
comércio, e entre outros aspectos das vidas humanas. É este o imenso palco da revelação divina que temos
na Bíblia, daí a necessidade do estudante ter pelo menos uma noção desses fatos registados na Bíblia, para
sua melhor compreensão e entendimento do que Deus quer lhe dizer.
Esperamos que este livro que o estudante tem em mão sobre a Bibliologia inspire novas ponderações a
respeito da nossa Bíblia e traga maior entendimento sobre a maior revelação de Deus a humanidade inteira,
que tem transformado vidas desde os tempos antigos ate o presente século.

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1. Antigo Testamento
UNIDADE I
A. ORGANIZAÇÃO DA BÍBLIA

O Antigo Testamento é dividido em cinco partes principais:

a) Pentateuco – 5 - Lei
b) Histórico – 12
c) Poéticos - 5
d) Profetas Maiores - 5
e) Profetas Menores – 12
O Antigo Testamento é composto por 39 livros escritos em língua Hebraica

2. Novo Testamento:

O Antigo Testamento também é dividido em cinco partes principais:

a) Evangelhos - 04
b) Histórico - 01
c) Epistolas Paulinas - 13
d) Epistolas Gerais - 08
e) Profético - 01
O Antigo Testamento é composta 27 livros escritos em Grego “koiné” (comum).
3. Importância das Escrituras
a) Prepara o crente para responder àqueles que lhe pedem a razão da esperança
que nele há (1 Pe 3.15);
b) Torna o obreiro preparado (2 Tm 2.15);
c) Acrescenta a fé (Is. 34.16);
d) Dá luz e entendimento aos simples (Sl 119.130)
e) Prepara o crente para responder aqueles que lhe pedem a razão da esperança
que nele há (1 Pé 3.15);

f) Faz obreiro aprovado quanto ao correto manejo da palavra da verdade (2 Tm


2.15);
g) Acresce a fé do crente, quanto ao fato de que as Escrituras são a infalível
Palavra de Deus (Is 34.16);

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h) Dá luz e entendimento aos simples (SI 119.130).
4. A Natureza da Bíblia:
a) Ela é superior: Ela é superior a qualquer outro livro do mundo. O mundo, com
sua sabedoria e vasto acúmulo de conhecimento nunca foi capaz de produzir um
livro que chegue perto de se comparar a Bíblia.
b) É um livro honesto: Pois revela fatos sobre a corrupção humana, fatos que a
natureza humana teria interesse em acobertar.
c) É um livro harmonioso: Pois embora tenha sido escrito por uns quarenta
autores diferentes, por um período de 1.600 anos, ela revela ser um livro único
que expressa um só sistema doutrinário e um só padrão moral, coerentes e sem
contradições.
d) A Influência da Bíblia: O Alcorão, o Livro dos Mórmons, o Zenda Avesta, os
Clássicos de Confúncio, todos tiveram influência no mundo. Estes, porém,
conduziram a uma ideia apagada de Deus e do pecado, ao ponto de ignorá- los.
A Bíblia, porém, tem produzido altos resultados em todas as esferas da vida: na
arte, na arquitetura, na literatura, na música, na política, na ciência etc.
e) Argumento da Analogia: Os animais inferiores expressam com suas vozes seus
diferentes sentimentos. Entre os racionais existe uma presença correspondente,

existe comunicação direta de um para o outro, uma revelação de pensamentos e


sentimentos. Consequentemente é de se esperar que exista, por analogia da
natureza, uma revelação direta de Deus para com o homem. Sendo o homem
criado à Sua imagem, é natural supor que o Criador sustente relação pessoal com
Suas criaturas racionais.
f) Argumento da Experiência: O homem é incapaz por sua própria força descobrir
que:

a) Precisa ser salvo.


b) Pode ser salvo.
c) Como pode ser salvo.
d) Se há salvação.
Somente a revelação pode desvendar estes mistérios eternos. A experiência do homem tem demonstrado
que a tendência da natureza humana é degenerar-se e seu caminho ascendente se sustêm unicamente
quando é voltado para cima em comunicação direta com a revelação de Deus.
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g) Argumento da Profecia Cumprida: Muitas profecias a respeito de Cristo se
cumpriram integralmente, sendo que a mais próxima do primeiro advento, foi
pronunciada 165 anos antes de seu cumprimento. As profecias a respeito da
dispersão de Israel também, se cumpriram (Dt.28; Jr.15:4;l6:13; Os.3:4 etc); da
conquista de Samaria e preservação de Judá (Is.7:6-8; Os.1:6,7; IRs.14:15); do
cativeiro babilônico sobre Judá e Jerusalém (Is.39:6; Jr.25:9-12); sobre a
destruição final de Samaria (Mq.1:6-9); sobre a restauração de Jerusalém
(Jr.29:10-14), etc.
h) Reivindicações da Própria Escritura: A própria Bíblia expressa sua
infalibilidade, reivindicando autoridade. Nenhum outro livro ousa fazê-lo.
Encontramos essa reivindicação nas seguintes expressões: “Disse o Senhor a
Moisés” (Ex.14:1,15,26;16:4;25:1; Lv.1:1;4:1;11:1; Nm.4:1;13:1; Dt.32:48)

“O Senhor é quem fala” (Is.1:2); “Disse o Senhor a Isaías” (Is.7:3); “Assim diz o Senhor” (Is.43:1).
Outras expressões semelhantes são encontradas: “Palavra que veio a Jeremias da parte do Senhor”
(Jr.11:1); “Veio expressamente a Palavra do Senhor a Ezequiel” (Ez.1:3); “Palavra do Senhor que foi

dirigida a Oseias” (Os.1:1); “Palavra do Senhor que foi dirigida a Joel” (Jl.1:1), etc. Expressões como
estas são encontradas mais de 3.800 vezes no Velho Testamento. Portanto o A.T. afirma ser a revelação
de Deus, e essa mesma reivindicação faz o Novo Testamento (ICo.14:37; ITs.2:13; IJo.5:10; IIPe.3:2).

5. Porque devemos estudar a Bíblia

a) Ela é o único manual do crente na vida cristã e no trabalho do Senhor (1Pd 2:9 Ef 2:10 (2Tm 2:15
Is 55:11).

b) Ela alimenta nossas almas “Mt 4:4 “Jr 15:16 “1Pd 2)

c) Ela é o instrumento que o Espírito Santo usa (Ef 6:17; (Sl 1:2 - Antes, o seu prazer está na lei do Js
1:8 (Jo 15:7 (Rm 10:17 (1Jo 5:14 (Jo 14:26)

d) Ela enriquece espiritualmente a vida do cristão (Sl 119:72; Ef 1:17; 1Co 2:10)

6. Como devemos estudar a bíblia

a) Leia a Bíblia conhecendo seu autor (Lc 10:39)

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b) Leia a Bíblia diariamente (Dt 17:19; Jo 16:12 Hb 5:12 Salmos 119:72; Dt 17:19 - 19; Mc 4:33)

c) Ler a Bíblia com a melhor atitude mental e espiritual (Tg 1:21; Lc 24:25)

d) Leia a Bíblia com oração, devagar, meditando. (Sl 119:12 - Sl 119:18 - (Dn 9:21-23 (Sl 73:16,17 -

e) Leia a Bíblia toda (Rm 11:33,34; 1Co 13:12; Dt 29:29).

7. Como podemos entender a Bíblia


a) Crendo nós no que ela ensina, sem duvidar. A duvida é um empecilho a compreensão das
Escrituras (Lc 24.21,25).
b) Lendo-a por amor e prazer e com fome de aprender as coisas de Deus (Pv 2.3-5; Me 12.37; 1 Pe
2.2).
c) Crescendo sempre espiritualmente. Deus nao pode revelar uma coisa para a qual voce nao te
estatura espiritual (Me 4.33; Hb 5.13,14
d) Sendo cheio do Espirito Santo. Ele conhece as coisas profundas de Deus (1 Co 2.10).
e) Sendo humilde (Tg 1.21). Deus revela seus segredos aos humildes (Mt 11.25), isto e, os submissos
ao Senhor e obedientes a sua Palavra.

f) Disposição de agradar a Deus. Estando disposto a obedecer a verdade revelada (SI 119.33; Pv
2.1,2,5; Jo 7.17; 13.17).
g) Participando de reuniões de estudo bíblico. Deus tem vasos escolhidos não só para pregar mas
também para ensinar (1 Co 12.28).

B. A BIBLIA COMO LIVRO


1. Formato dos livros antigos

A Bíblia é um livro antigo. Os livros antigos tinham a forma de rolos (Jr 36.2). Eram feitos de papiro ou
pergaminho.
a) Papiro - O papiro era uma planta aquática que crescia junto aos rios, lagos e
“banhados do Oriente, cuja entrecasca servia para escrita”. Essa planta existe
ainda hoje no Sudão, Galileia Superior e vale de Sarom. As tiras extraídas do
papiro eram coladas umas às outras até formarem um rolo de qualquer extensão.
Este material gráfico primitivo é mencionado muitas vezes na Bíblia, exemplos:
Êx 2:3; Jó 8.11 e Is 18:2. Em certas versões da Bíblia o papiro é mencionado
como junco; de fato é um tipo de junco de grandes proporções.
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De papiro deriva-se a nossa palavra papel. Seu uso nas escrituras vem do ano 3.000 antes de Cristo.

b) Pergaminho - Pergaminho é a pele de animais curtida e polida, utilizada na escrita. É


melhor material que o papiro. Seu uso é mais recente que o daquele; vem dos primórdios da
era cristã, apesar de já ser conhecido antes. É também mencionado na Bíblia, como em 2
Timóteo 4.13.

2. O Formato Primitivo da Bíblia


A Bíblia foi originalmente escrita em forma de rolo, sendo cada livro um rolo. Assim, vemos que a
princípio, os livros sagrados não estavam reunidos uns aos outros como os temos agora em nossa Bíblia.
O que tornou isso possível foi a invenção do papel no Século II pelos chineses, bem como a do prelo de
tipos móveis em 1450 d.C. por Guttenberg, tipógrafo alemão. Até então era tudo manuscrito pelos escribas,
dê modo laborioso, lento e oneroso.
Quanto a este aspecto da difusão da Sua Palavra, Deus tem abençoado maravilhosamente, de modo que
hoje em dia milhões de exemplares das Escrituras são impressos com rapidez e facilidade em muitos
pontos do globo. Também, graças ao progresso alcançado no campo das invenções e da tecnologia, hoje
podemos transportar com toda comodidade um exemplar da Bíblia, coisa impossível nos tempos
primitivos. Ainda hoje, devido aos ritos tradicionais, os rolos sagrados das escrituras hebraicas continuam
em uso nas sinagogas judaicas.

3. O Vocábulo "Bíblia"
O vocábulo "Bíblia" não se acha no texto das Sagradas Escrituras. Consta apenas da capa, mas não no
texto do volume. Donde, pois, nos vem este vocábulo? Vem do grego, a língua original do
Novo Testamento. É derivado do nome que os gregos davam ã folha de papiro preparada para a escrita -
"biblos". Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado "biblion", e vários destes era uma
"bíblia". Portanto, literalmente, a palavra bíblia quer dizer "coleção de livros pequenos". Com a
invenção do papel desapareceram os rolos, e a palavra biblos deu origem a "livro", como se vê em
biblioteca, bibliografia, bibliófilo, etc. É consenso geral entre os doutos no assunto que o nome Bíblia
foi primeiramente aplicado às Sagradas Escrituras por João Crisóstomo, patriarca de
Constantinopla, no Século IV da nossa era. Devido as Escrituras formarem uma unidade perfeita, a palavra
Bíblia sendo um plural como acabamos de ver, passou a ser singular, significando O LIVRO, isto é: O
Livro dos Livros: O Livro por Excelência. Como O Livro Divino, a definição canónica da Bíblia é "A

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revelação de Deus ã humanidade."
4. Nomes Canônicos da Bíblia
Os nomes mais comuns que a Bíblia dá a si mesma, isto é, nomes canónicos, são:
a) Escrituras: "Perguntou-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores
rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e ê maravilhoso aos
nossos olhos?" (Mt 21.42).
b) Sagradas Escrituras; "... o qual foi por Deus outrora prometido por intermédio dos seus profetas
nas Sagradas Escrituras" (Em 1.2).
c) Livro do Senhor: "Buscai no livro do Senhor, e lede; nenhuma destas criaturas alhará..." (Is
34.16).

d) A Palavra de Deus; "... invalidando a palavra de Deus pela vossa própria tradição" (Mc7.13).
"... a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante que qualquer espada de dois gumes...r" (Hb
4.12).
e) Os Oráculos de Deus; "... aos -judeus foram confiados os oráculos de Deus" (Rm 3.2

5. Textos e Manuscritos da Bíblia


a) •Rolos – Feitos de papiro ou pergaminho, eram enrolados da direita para a esquerda.
b) •Códices – Do latim códice que deriva-se da palavra caudex (que era uma tabuinha de madeira
coberta de cera, na qual se escrevia com um estilete metálico denominado stylus). O códice
foi construído em formato de livro, feito de pergaminho. A folha tem normalmente 65
centímetros de altura por 55 de largura e começou a ser usado no século II. Os Manuscritos
originais obedeciam as seguintes formas de escrita:

Quanto ao formato, os manuscritos (MSS) podem ser códices ou rolos. Códice é um manuscrito em
formato de livro, feito de pergaminho.
As folhas têm normalmente 65 centímetros de altura por 55 de largura. Este tipo de manuscrito começou
a ser usado no século II. O rolo tanto podia ser de papiro como de pergaminho. Era preso a dois cabos de
madeira para facilitar o manuseio durante a leitura. Era enrolado da direita para a esquerda. Sua extensão
dependia da escrita a ser feita. Portanto, antigamente não era fácil conduzir pessoalmente os 66 livros da
Bíblia como fazem hoje.

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A Caligrafia dos Manuscritos
Há dois tipos de caligrafia ou forma gráfica nos manuscritos bíblicos, o que os divide em unciais e cursivos.
✓ •Unciais – Manuscrito de letras maiúsculas e sem separação entre as palavras.
✓ •Cursivos – Manuscrito de letras maiúsculas e com separação entre as palavras.

Tal diferença na forma gráfica deu-se no Século X. Palimpsesto é um manuscrito reescrito, isto é, a escrita
primitiva foi raspada e novo texto foi escrito por cima. Isso ocorria devido ao alto preço do pergaminho.
Inutilizava-se assim uma escrita para se usar o mesmo material. Os manuscritos originais também não
tinham sinais de pontuação. É claro, pois, que a pontuação moderna não é inspirada, e pode até dar sentido
diferente ao original.

Os manuscritos originais não tinham pontuação, a mesma foi incluída nos tempos modernos. Portanto, a
pontuação não é inspirada. Estes foram introduzidos na arte de escrever em época recente.

6. Manuscritos Mar Morto

Num dia de verão de 1947, o pastor beduíno árabe Muhammad ad Did, da tribo de Taa’miré saiu à procura
de uma cabra desgarrada e encontrou o inestimável tesouro bíblico. Estava o pastor junto à encosta rochosa
do wádi Qúmran. Ao atirar uma pedra numa das cavernas ouviu um barulho de cacos se quebrando. Entrou
na caverna e encontrou uma preciosa coleção de manuscritos bíblicos:

✓ –12 pergaminhos e centenas de fragmentos de outros. Um dos rolos era do livro de Isaías do ano
100 a.C, isto é, mil anos mais antigo que os exemplares de livros até agora conhecidos.
✓ –Novas cavernas foram vasculhadas e encontraram mais livros.
7. Cálculo da Data dos Manuscritos
✓ Pela forma das Letras – Hebraicas e Gregas
✓ Pelo modo como estão escritas – ligadas ou desligadas
✓ Pelas letras iniciais de títulos, parágrafos, etc. Se adornadas ou singelas. Isto
também indica o tempo
✓ Carbono-14 – Método científico no qual todo o ser vivo absorve c14. Cada 5600
anos o C-14 perde metade de sua radioatividade primitiva. Assim, se for medida a
radioatividade da substância orgânica morta, ver-se-á quando a mesma deixou de
absorver C-14, ao morrer. Basta queimar uma pequena parte da substância a ser
testada e medir a radioatividade do C-14. ✓ Raio-X

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Não tem nenhum manuscrito original conhecido que tenha sido escrito por qualquer escritor bíblico.

–Alguns Motivos são:

❖ •Idolatria – (2 Reis 18.4)


❖ •Os judeus enterravam os manuscritos estragados pelo uso para evitar mutilação ou
interpolação espúria.
❖ •Reis idólatras destruíram alguns manuscritos (Jr 36.20-26)
❖ •Antíoco Epifânio em 168 a.C. profanou o templo e destruiu os manuscritos
encontrados.

❖ •O imperador Diocleciano mandou destruir todos os escritos sagrados durante seu


reinado (284-305 d.C.) e para comemorar mandou cunhar uma moeda para celebrar
sua “vitória”.

Manuscritos mais conhecidos Antigo Testamento:

❖ •Códice dos Primeiros e últimos profetas


❖ •Códice do Pentateuco
❖ •Códice Petropolitano
❖ •Códice Aleppo
❖ •Códice 19A
❖ •O Rolo de Isaías – Mar Morto 1947

Manuscritos mais conhecidos Novo Testamento:

✓ •Códice do Vaticano ou “B”


✓ •Códice Sinaítico ou “Álefe”
✓ •Códice Alexandrino ou “A”
✓ •Códice Efráemi ou “C”
✓ •Códice Bazae ou “D”
✓ •Códice Claramontanus ou “D2”

Os formatos dos livros antigos eram Rolos feitos de:

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1. –Papiro
2. –Pergaminho

A Figura abaixo ilustra um rolo antigo da escrita da Bíblia:

Exemplos:

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UNIDADE II
A. INSPIRAÇÃO

1. A Natureza da Inspiração?

INSPIRAÇÃO - “influência sobrenatural do Espírito Santo como um sopro, sobre os escritores da


Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a mensagem divina sem mistura de erro” A

expressão “assim diz o Senhor” ocorre mais de 2.600 vezes

O significado da Inspiração:

• Fisicamente inspiração significa colocar na respiração ou inalação.


• Figurativamente refere-se a impactação emocional, mental, ou influencia espiritual.
• Teologicamente, o seu significado é limitado-inspiração bíblica refere-se à influência
espiritual – o poder do Espírito Santo-que veio sobre os escritores das Escrituras,
capacitando-lhes a registar a mensagem divina com uma completa precisão (2 Tim 3:16-
17; 2Pe 1:20-21).
• O poder do Espírito Santo veio sobre os escritores para lhes ajudar no processo da
escrita das Escrituras
• O Espírito guiou-lhes no processo da escrita para que eles fossem capacitados a
comunicar uma mensagem precisa que Deus entendeu dar
• Esta mensagem que foi comunicada e fielmente registada pelo poder do Espírito Santo,
é a palavra de Deus para nós. É, portanto, sem erros.
• 2Tm 3:16-17 e a mensagem central da inspiração (Leia o cuidadosamente)

2. O processo da Inspiração
a) Origem Divina
b) Agente Profético
c) Autoridade Escrita
3. Teorias falsas da inspiração
a) •Inspiração natural humana – Essencialmente humana
b) •Inspiração divina comum – Mesma inspiração de quando pregamos

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c) •Inspiração parcial – Partes da Bíblia são inspiradas outras não
d) •Ditado verbal – Os escritores eram verdadeiras máquinas
e) •Inspiração de ideias – Deus inspirou suas ideias, não as palavras

4. Teoria Correta da Inspiração


a) •Inspiração Plenária ou Verbal – Todas as partes da Bíblia são igualmente
inspiradas; – Os escritores não eram máquinas inconscientes, houve
cooperação entre eles e o Espírito Santo

“Pois toda a Escritura Sagrada é inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, condenar o erro,
corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver. 17E isso para que o servo de Deus esteja
completamente preparado e pronto para fazer todo tipo de boas ações.” Tomando base 2 Timóteo 3.16-
17, podemos compreender:

✓ Autores são humanos, mas a origem e superintendência é de Deus


✓ Deus não ditou sua palavra para os escritores; eles escreveram através de suas próprias
personalidades.
✓ A Bíblia é infalível e inerrante
✓ Isto é verdade e digno de toda confiança
✓ Inspiração plenária significa que toda a Escritura e igualmente “divinamente inspirada”, baseada
em 2Tm 3:16-17.
✓ Nem todas as palavras que estão nas Escrituras foram expressas pessoalmente por Deus. Mas que
todas chegaram a ser registadas porque Deus inspirou os escritores, e estes registaram fielmente a
mensagem que receberam.
i. Implicações da Inspiração Plenária
• Nós cremos que toda a Escritura e inspirada por Deus
• É de autoria divina
• Foi originado na mente de Deus e levado ao homem
• A inspiração Bíblica não consiste de uma vaga inspiração de pessoas ou conceitos
• É inspiração de palavras que carregam consigo a mensagem de Deus
• Os homens falaram quando eram movidos pelo Espírito

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• As suas linguagens eram como se Deus estivesse a falar (Hb 3:7).
• Um instante da transmissão da palavra de Deus ao homem pode ser encontrada em Mc7:10-
13
• A nossa fé provida do coração determina a nossa atitude em relação a Bíblia e isso afeta o
decurso da nossa vida.
ii. Infalibilidade da Palavra
• Infalível significa que e incapaz de decepcionar ou fazer um erro
• Já que a Palavra de Deus e perfeita e credível (Sal 19:7), ela e infalível
• Ela não engana, nem desorienta o individuo porque a promessa de Deus não falha (Tt 1:2)
iii. Suficiência da Palavra
• Cremos que a Bíblia e a Palavra suficiente
• Ela da luz suficiente aos pecadores para levá-los a Igreja
• Se as Escrituras não fossem claras e suficientes não funcionariam com Palavra autoritária
de Deus para a espécie humana.
• Seriam necessárias outras revelações for a da Bíblia para clarificá-la ou complete-la
• Por suficiência quer significar de que o que o crente necessita saber acerca da salvação e
andar cristão está revelado na Bíblia.
• As Escritura contem verdades suficientes para levar indivíduos a Cristo, suficiente para
assegurar a doutrina, vida espiritual, ética do bem-estar do povo de Deus (2Tm 3:15; Lc
24:25-27).
iv. Autoridade da Palavra
• “Ouvi, oh céus! E presta ouvidos, tu, oh terra! Porque fala o Senhor!” (Is. 1:2)
• A Bíblia tem o suficiente direito de nos comandar a obediência porque ela só e que a Palavra
da autoridade de Deus para a raça humana e para a Igreja.
• Mais do que apenas um artigo de fé, a doutrina da inspiração e fundamental.
• As Escrituras são o meio pelo qual nos aprendemos a respeito de Deus
• E o juiz, padrão, e controlo para as nossas vidas
• A autoridade das Escrituras e porque ela e a Palavra de Deus
• As Escrituras estão acima de todas as coisas e julga-as
• Não existe autoridade acima para o Cristão que a Palavra de Deus

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5. Declaração da Bíblia versus registro de declaração
❖ A Bíblia não mente, mas registra mentiras que outros proferiram. Nestes casos, não é a
mentira que foi inspirada, mas sim o registro da mentira.
❖ Ela regista o que o insensato diz no seu coração “Não há Deus” (Sl 14.1). A declaração
não foi inspirada, mas o registo dela sim.

Observação Importante

❖ Durante a leitura bíblica é preciso verificar quem está falando, para quem está falando,
para que tempo está falando e em que sentido está falando.

B. REVELAÇÃO
“Revelação é a ação de Deus pela qual Ele dá a conhecer ao escritor coisas desconhecidas e que o homem
por si só não poderia jamais saber”

➢ Tudo que conhecemos sobre o cristianismo foi revelado por Deus.


➢ Revelar = tornar público, descobrir.
1. Revelação versus Inspiração
Nem sempre a inspiração implica em revelação; - Lucas pesquisou muita coisa
para escrever, entretanto ele foi inspirado;
Moisés recebeu a revelação de Deus para escrever os primeiros capítulos de
Gênesis;
A revelação e diferente da inspiração
Enquanto a revelação e a comunicação da verdade que não podia ser conhecida
doutra maneira
A inspiração tem a ver com o registo da verdade
E resultado da revelação; no entanto ambas operações provem de Deus e estão
relacionados entre si
Na história da criação os registos foram resultados da revelação divina; mas ao
escrever Êxodos ele apenas registou o que observara. No entanto todos esses
registos estavam sob orientação do Espírito Santo (2Tm 3:16).

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2. Como Deus se revela
Deus revelou-se a si mesmo através de:

✓ Natureza
✓ Sonhos/Visões
✓ História
✓ Escrituras
Meios da Revelação
• Existem dois meios pelo qual Deus se revelou as pessoas: Através da natureza e através da
história.
• Olhando pela beleza da natureza e a sua perfeita ordem
• Existem leis que controlam as suas atividades
• Estas leis naturais foram trazidas por Deus para esse efeito
• A através da natureza recebemos o conhecimento de Deus como o Criador.
• Nós vemos que a natureza reflete o poder de Deus, gloria, sabedoria e bondade (Rm
1:19,20).

3. O Ápice da Revelação de Deus

“A encarnação do Senhor Jesus Cristo é o ponto mais alto da revelação de Deus à humanidade”

Hebreus 1:1-2:

“Antigamente, por meio dos profetas, Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras aos nossos
antepassados, mas nestes últimos tempos ele nos falou por meio do seu Filho. Foi ele quem Deus escolheu
para possuir todas as coisas e foi por meio dele que Deus criou o Universo.”

4. Dois tipos de Revelação


a) Revelação Geral
b) Revelação Especial
✓ REVELAÇÃO GERAL

Revelação Geral é “geral” em dois aspectos:


• Geral em conteúdo

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• Revelada para um grupo genérico de pessoas

Salmos 19:1-4

“O céu anuncia a glória de Deus e nos mostra aquilo que as suas mãos fizeram. Cada dia fala dessa glória
ao dia seguinte, e cada noite repete isso à outra noite. Não há discurso nem palavras, e não se ouve
nenhum som. No entanto, a voz do céu se espalha pelo mundo inteiro, e as suas palavras alcançam a terra
toda.” Romanos 1:18-20

Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.

Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua
divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem
inescusáveis”

“A Revelação na natureza não é uma revelação completa de Deus. Não nos fornece informações como
encontramos na Bíblia. Mas o Deus revelado na natureza é o mesmo Deus revelado nas Escrituras”

• E o conhecimento de Deus que se tem revelado ao homem através do próprio intelecto do


homem
• O homem recebe este conhecimento através dos seus sentidos perceptivos, por duas razoes.
• Deus revelou-se a Si mesmo para nos na forma geral para que tivéssemos desejo de O
procurar para um conhecimento complete Dele e do Seu plano da salvação (At 17:30; At
17:27).
• Deus deu a revelação geral para estabelecer a base pelo qual Ele iria julgar as pessoas
Todos chegarão diante Dele em juízo e não terão desculpas (Rm 1:18, 21).
• Através da revelação divina Deus deu a cada homem algum conhecimento acerca de Si.
Cada homem será responsável pelo que fez com a revelação geral que recebeu de Deus.
i. Através da História
• Através da história Deus se revelou a Si próprio as pessoas.
• O levantamento e queda das nações e reinos e a revelação do poder de Deus e sabedoria
no comprimento do Seu plano.
• Do que se sabe da história de antiguidade podemos aprender pela Bíblia.

19
• Pelas escavações os historiadores e arqueólogos estão continuamente encontrando
manuscritos antigos, artefactos, e outros artigos enterrados que confirmam os registos
bíblicos.
• Deus lidou com estas nações e reinos (tenha tempo de lê-los) na lista seguinte
a. Egipto: Ex. 9:13-18; Rom 9:17; Jr 46:13-26
b. Assíria: Is 10:12-19; Ez 31:1-14; Nah 3:1-7
c. Babilonia: Jr 50: 1-16, 51:1-14
d. Medo-Persa (Ciro): Is 44:28-45:7
e. Medo-Persa e Grécia juntos: Dn 8:1-8, 15-21
• Estes contos revelam que a retidão exalta a nação, mas pecado e a desgraça para qualquer
povo (Pv 14:34).
• Eles mostram também de que, embora Deus possa, pela Sua própria sabedoria, permitir
que uma nação muito cruel possa vencer a menos cruel, no fim Ele ira lidar mais
severamente com as nações mais pecadoras (Hc 1:2; 2:20).
• Mais particularmente, Deus se revelou a Si mesmo, através da história, pela forma como
Ele se tem lidado com a nação de Israel.
ii. Limitações da Revelação Geral
• A revelação geral e a forma de Deus prover a cada homem um verdadeiro conhecimento
de Si mesmo.
• Tem limitações, requer que o homem interprete as revelações que recebe da natureza e
história
• Estas revelações dão lhe apenas um véu ou uma figura parcial de Deus.
• Isto deve-se a natureza pecaminosa do homem. Muitas vezes o homem adora a criação em
vez do Criador.

Revelação Geral compõe dois grupos de Pessoas:


▪ O mundo inteiro é um palco para Deus.
▪ “Ouvintes” incluem àqueles que não tem lido ou ouvido a palavra de Deus.
✓ Negação da Revelação Geral

o O Ateu – “Os tolos pensam assim: “Para mim, Deus não tem importância.” – Sl 14.1
o O Agnóstico – Declara que não há evidências suficientes para provar a existência
de Deus.
20
✓ REVELAÇÃO ESPECIAL

“Quanto a você, continue firme nas verdades que aprendeu e em que creu de todo o coração. Você sabe
quem foram os seus mestres na fé cristã. E, desde menino, você conhece as Escrituras Sagradas, as quais
lhe podem dar a sabedoria que leva à salvação, por meio da fé em Cristo Jesus. Pois toda a Escritura
Sagrada é inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar
a maneira certa de viver. E isso para que o servo de Deus esteja completamente preparado e pronto para
fazer todo tipo de boas ações.” 2Tm 3:14-17

• Deus quer ser glorificado criação. Ele deseja ter um relacionamento com o homem, mas o
homem não O pode encontrar sem a Sua ajuda
• As pessoas requerem revelação especial, do meio da salvação de Deus
• A revelação especial e a revelação redentiva – a revelação de atos de salvação e
palavras de Deus na história. Esta inclui: Encarnação da Palavra, Jesus Cristo (Jo 1:14)

• Deus falou aos Seus escolhidos e moveu-lhe a fazer o registo desta revelação (2Pd 1:21).
• A palavra Bíblia vem da palavra Grega biblos que significa livro
• Antes do Segundo século d.C., Cristãos gregos chamaram as suas sacras escritas ta
bíblia, os livros (Mc 12:26; Lc 3:4; 20:42; At 1:20; 7:42).
• O Deus invisível plantou a sua palavra na situação humana para que o homem fosse trazido
a Ele
• A Sua natureza, Sua vontade, e Seu plano para a espécie humana estão todas claramente
expressas na Bíblia.

• Deus quer restaurar o homem caído a posição de Seus Filhos.


• Deus procurou por pessoas escolhidas para escrever a revelação porque queria preservar
ou conservar o que havia revelado (Dt 31:24-26; Ap 1:11).

Termos Chaves
❖ Revelação: O ato pelo qual Deus revela suas verdades para a raça humana através de dois
tipos de revelações, ou seja, especial (Escrituras) e geral (natureza, consciência, etc.)
❖ Inspiração: O ato pelo qual Deus guia seus escritores, dando suas palavras enquanto são
usados os elementos humanos para produzir as Escrituras Sagradas.
❖ Iluminação: O ato pelo qual Deus ilumina pessoas para entenderem sua revelação e aplica-la
em suas vidas
21
C. ILUMINAÇÃO
Como na verdade nos entendemos a Bíblia?

❖ A revelação tem a ver com o conhecimento de algo que estava escondido


❖ Uma vez revelado e escrito não necessita mais de outra revelação
❖ A revelação e inspiração não significa necessariamente entendimento
❖ Não significa que já que está escrito todos podem entender
❖ Por forma a entender e aplicar o que Deus tem comunicado necessitamos da ajuda do
Espirito Santo que nos ilumine a mensagem
i. Como a iluminação difere da revelação e Inspiração
❖ A Bíblia e clara ao afirmar de que a mente natural não pode receber e saber as coisas do
Espirito de Deus (1 Co 2:14). Portanto Deus deu o Seu Espirito a todos como nos que abriram
os seus corações para recebê-lo, para saibamos as coisas de Deus que Ele da gratuitamente a
nos (1Co 2:12).

ii. A Necessidade da Iluminação


❖ A necessidade da iluminação para o homem e resultado de duas diferentes condições
❖ Deus e infinito; o homem é finito; quer dizer o homem e limitado na sua existência, Deus
não.

❖ O conhecimento de Deus, habilidades e outras qualidades são sem limites


❖ Isto significa que estaria a se fazer uma comunicação impossível
❖ Mas porque o homem e a imagem e semelhança de Deus, a comunicação e possível

❖ Mas esse entendimento e por meio do Espirito Santo (1Co 2:11).


❖ Segundo, o pecado alienou a mente do homem de Deus. O pecado separou o homem de Deus
e, por conseguinte, a cegueira espiritual. As escrituras seguintes indicam quanto o
homem caído necessita o novo nascimento (Rm 1:21; Ef. 4:18; 5:8; At 26:18; Rm 2:19; Jo 1:5; Cl
1:13)
❖ Sem a iluminação a pessoa nunca poderia entender a Palavra de Deus

iii. Três formas pelos quais o Espirito Santo ilumina o homem natural preparando lhe para
a salvação

Se é verdade que o homem natural não recebe as coisas do Espírito de Deus, e não pode conhece-las,

22
como será possível que ela receba a salvação de Deus? Será que isto quer dizer que uma pessoa não salva
não pode entender o que a Bíblia diz?
❖ Um individuo não salvo pode ler e estudar a Bíblia e escrever livros a partir do que ela diz
nas suas variadas doutrinas
❖ No entanto e apenas um exercício mecânico
❖ O que ele escreve não e necessariamente o que ele crê.
❖ Enquanto não crer naquilo que a Bíblia diz ele e inimigo de Deus
❖ A sua alma não e bem-vinda as coisas que o Espirito de Deus ensina
❖ Isto nos ensina que cada pessoa necessita da iluminação para salvação
❖ O Espírito Santo trabalha através da Sua Palavra para o cumprimento da sua obra, porque a
“fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem e ouvida pela palavra de Deus” (Rm 10:17)
❖ O Espírito pode trabalhar através de muitos meios secundários tais como pastores, pais, e
amigos para trazer luz a um coração escurecido afim de remover a hostilidade (inimizade).
❖ Paulo reconhecendo que o seu trabalho era secundário, ele descreve a tarefa como alguém
que aconselha a quem lhe esta a ouvir “noite e dias com lagrimas” (At 20:31); seu objetivo
era persuadir os homens para se reconciliar com Deus (2Co 5:11, 20).

iv. Definição correta do trabalho do Espírito Santo na iluminação do crente


❖ A obra da regeneração não muda automaticamente o crente fisicamente nem espiritualmente
❖ Nem muda a forma do seu nariz nem o torna estudioso se não for a escola

❖ Nem muito menos impacta automaticamente o conhecimento bíblico.


❖ O trabalho da regeneração equipa a pessoa com uma nova natureza espiritual
❖ O Espírito Santo ilumina a verdade nele. Ele se torna um Cristão maduro quanto mais le a
Palavra de Deus e progride no seu conhecimento e entendimento das coisas de Deus.
❖ Os versículos seguintes falam da obra de iluminação do Espírito Santo (1Co 2:9-13;
Jo16:13 e 1Jo 2:27).

23
UNIDADE III
A. CANON DAS ESCRITURAS SAGRADAS

1. Conceito sobre o Cânon


No sentido religioso, cânon significa aquilo que serve de norma, regra.

No Novo Testamento aparece em Gl 6.16; 2 Co 10.13; 2 Co 10.15 e Fp 3.16 κανών palavra grega,

significando literalmente “vara reta de medir”.

✓ A Bíblia como cânon é a nossa norma ou regra de fé e prática.


✓ Foi utilizado referindo-se à Bíblia por Orígenes (185-254 A.D)

2. O Cânon do Antigo Testamento


➢ Ficou completo após o ano 445 a.C.
➢ O Cânon Hebraico tinha 3 divisões: – Leis, Profetas e Escritos – Jesus
confirmou isto em Lc 24.44

A divisão do cânon hebraico é diferente da nossa e somam 24 livros ao invés de 39 porque vários livros
são considerados apenas um, veja a seguir:

O Cânon do A.T. Hebraico:


1º e 2º Samuel: 1 Livro
1º e 2º Reis: 1 Livro
1º e 2º Crônicas: 1 Livro
Esdras e Neemias: 1 Livro
Os 12 profetas menores: 1 Livro
Todos os demais livros: 19 Livros

São o total 24 Livros do Antigo Testamento Hebraico.

O Cânon do A.T. Hebraico era dividido da seguinte maneira:

✓ Lei: 5 Livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronómio


✓ Profetas – 8 Livros
Primeiros Profetas: Josué, Juízes, Samuel e Reis

24
Últimos Profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel, os 12 profetas menores.
✓ Escritos –11 Livros:
✓ Poéticos: Salmos, Provérbios e Jó

Cinco Rolos: Cantares, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester.

Cinco Rolos eram assim chamados porque eram rolos separados e lidos anualmente em festas específicas:

✓ 1 - Cantares de Salomão: Lido na festa da Páscoa em alusão ao Êxodo


✓ 2- Rute: Lido na festa do Pentecoste, na celebração da colheita, em seu início.
✓ 3- Ester: Lido na festa do Purim, comemoração do livramento dos israelitas da mão de Hamã
✓ 4- Eclesiastes: Lido na festa dos Tabernáculos – gratidão após a colheita
✓ 5- Lamentações de Jeremias: Lido no mês de Abibe, relembrando a destruição de Jerusalém pelos
babilônios.
3. Organização do Cânon

•Esdras foi um escriba e presidiu a chamada “Grande Sinagoga” que selecionou e preservou todos os rolos
sagrados do Antigo Testamento.

•A “Grande Sinagoga” era composta por 120 membros. Foi essa entidade que reorganizou a vida

religiosa dos repatriados e deu origem ao Sinédrio, cerca de 275 a.C. •Esdras foi o responsável

pela tríplice divisão do A.T., ou seja, Lei, Escritos e Profetas.

•Neste tempo que os samaritanos foram expulsos da comunidade judaica (Ne 13) levando consigo o
Pentateuco, que até hoje é a Bíblia dos samaritanos.

4. Reconhecimento do Cânon

•Em 90 d.C. em Jâmnia, próxima da moderna Jafa, na Palestina, os rabinos num concílio sob a presidência
de Johanan Ben Zakai, reconheceram e fixaram o cânon do Antigo Testamento.

•Jâmnia, após a destruição de Jerusalém no ano 70 A.D., tornou-se a sede do Sinédrio – O supremo tribunal
dos judeus.

Livros Desaparecidos:

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1.Livros das Guerras do Senhor - Nm 21.14
2. Livro dos Justos - Js 10.13; 2 Sm 1.18
3. Livro da História de Salomão - 1 Rs 11.41
4.História do Rei Davi - 1 Cr 27.24;
5. Crônicas do profeta Natã e Crônicas de Gade - 1 Cr29.29
6.Livro da História de Natã, etc - 2 Cr 9.29; 12.15; 13.22; 26.22; 33.19

Septuaginta:

•A divisão de 39 livros vem da Septuaginta


•Primeira tradução do antigo testamento para o grego, feita em 285 a.C.
•Geralmente designada como “LXX”

•A pedido do bibliotecário Demétrio de Falero o Rei do Egito, Ptolomeu Filadelfo (285 – 246 a.C.)
solicitou ao sacerdote judaico Eleazar que fossem enviados a Alexandria 6 doutores de cada tribo (72)
para efetuarem a tradução para o grego;

•Completaram a tradução em 72 dias.

5. O Cânon do Novo Testamento

•Foram escritos por um período de aproximadamente 100 anos

•A ordem dos 27 livros do Novo Testamento vem da Vulgata.

•Em 367 A.D. Atanásio, patriarca de Alexandria, publicou a lista dos 27 livros como conhecemos hoje,
esta lista foi aceita pelo Concílio de Hipona (África) em 393 A.D.

•No III Concílio de Cartago em 397 A.D. o cânon do Novo Testamento foi reconhecido e fixado.

Livros Desaparecidos do Novo Testamento:

o •Cartas - 1 Co 5.9 o •Carta de Laodicéia - Cl 4.16


o •Palavras do próprio Jesus - At 20.35

6. Livros Apócrifos:
26
•Apócrifo significa “escondido, oculto”, isto em referência aos livros que tratavam de coisas secretas,
misteriosas, ocultas. No sentido religioso, o termo significa “não genuíno, espúrio”, desde sua aplicação
por Jerônimo.

•Os livros apócrifos jamais foram reconhecidos pelos judeus, jamais foram citados por Jesus, nem foram
reconhecidos pela Igreja Primitiva.

•Nome alternativo: Deuterocanónicos (literalmente – segundo cânon)

Este grupo de escritos, em sua maioria, foram escritos em Grego durante o período Intertestamentário (400–
100 a.C.), estão inseridos na Septuaginta e Vulgata Latina e são aceitos pelos Católicos Romanos e

Ortodoxos, mas rejeitados por Judeus e Evangélicos. •Os apócrifos apareceram pela primeira vez na

Septuaginta.

•Jerônimo ao traduzir a Vulgata em 405 A.D. incluiu os apócrifos oriundos da Septuaginta porque lhe foi
ordenado, mas indicou que os mesmos não poderiam ser base de doutrinas.

•São 14 os apócrifos, sendo 10 livros e 4 acréscimos à livros canônicos. Antes do Concílio de Trento a

igreja católica aceitava todos, mas depois passou a aceitar apenas 11, sendo 7 livros e 4 acréscimos. A
Igreja Ortodoxa Grega mantém os 14 até hoje. •Os livros apócrifos da Bíblia católico-romana são:

–Tobias –Judite –Sabedoria de Salomão –Eclesiástico –Baruque –1 Macabeus –2 Macabeus

•Os acréscimos aos livros canônicos da Bíblia católico-romana são:

–Ester (à Ester 10.4 - 16.24)

–Cântico dos Três Santos Filhos (à Daniel 3.24-90)

–História de Suzana (à Daniel cap. 13)

–Bel e o Dragão (à Daniel cap. 14)

•Os rejeitados a partir do Concílio de Trento em 1546 A.D. são:

•3º Esdras, 4º Esdras e a Oração de Manassés.

27
Aprovação dos Apócrifos

•A Igreja Romana aprovou os 18 apócrifos em 18 de Abril de 1546 como meio de combater a Reforma
Protestante, então recente. Nessa época os protestantes combatiam:

–Purgatório;

–Oração pelos mortos

–Salvação mediante obras, etc

Os romanistas viram nos apócrifos base para apoiar essas doutrinas e os aprovaram como canônicos.

•Houve prós e contras dentro dessa própria igreja. Os jesuítas exerciam muita influência no Clero. Os
debates sobre os apócrifos motivaram ataques dos dominicanos contra os franciscanos. O cardeal de
Pallavacini, em sua “História Eclesiástica” declara que em pleno concílio, 40 bispos dos 49 presentes
travaram luta corporal, agarrados às barbas e batinas uns dos outros. Foi nesse ambiente “espiritual” que
os apócrifos foram aprovados.

•A primeira Bíblia Católica com os apócrifos inclusos se deu em 1592, com autorização do papa Clemente
VIII.

•Os reformadores protestantes publicaram a Bíblia com os apócrifos, colocando-os entre o Antigo e Novo
Testamentos; não como livros inspirados, mas bons para leitura e de valor literário e histórico.

• Isto continuou até 1629, quando à partir dessa data os evangélicos omitiram os apócrifos para evitar

confusão entre o povo simples, que nem sempre sabe discernir entre um livro canônico e um apócrifo.

Outros apócrifos

•Há ainda outros apócrifos do Antigo Testamento que não foram reconhecidos por igreja nenhuma, que
chegam a 26 livros;

•No Novo Testamento também surgiram apócrifos chamados de Pseudoepigráficos, que chegam a 24

livros. Todos eles contém histórias ridículas e até indignas de Cristo e seus apóstolos. Canonização

das Escrituras

Cinco testes ou critérios usados para a canonicidade as escrituras:


28
✓ 1.Cristo atestou sua autoridade?
✓ 2.Escritores judeus extra bíblicos os afirmaram?
✓ 3.O livro está em harmonia com outras revelações?
✓ 4.Foi escrito por um profeta ou outra autoridade divina?
✓ 5.O corpo de Cristo o reconhece?

Lucas 24.44

“A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se
cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.”

Mateus 7.12

“Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a
Lei e os Profetas.”

Cinco Livros não escritos por apóstolos

•Marcos
• Lucas
•Atos (escrito por Lucas)
•Hebreus
•Judas

Marcos, Lucas, Atos e Judas

•Marcos estava associado com – Pedro


• Lucas estava associado com – Paulo
•Judas estava associado com – Tiago, irmão de Jesus

B. A CREDIBILIDADE DA BÍBLIA
1. A genuinidade da Bíblia

Podemos observar alguns aspetos dessa genuinidade da Bíblia:

a. Genuinidade da mensagem
É a mensagem da Bíblia genuína?
• A genuinidade, no contexto geral, tem a ver com a verdade ou autenticidade dos
materiais originais; não copias.

29
• No contexto bíblico não se refere aos manuscritos originais porque nenhum deles
conseguiu sobreviver
• A genuinidade da Bíblia se refere aos conteúdos da sua mensagem original, mas
não dos documentos originais.

• Os livros da Bíblia que temos agora são copias dos manuscritos originais. Em Israel
o trabalho de escrita copias sacras foi confiado a certas pessoas chamadas Escribas
• Eram pessoas muito conscientes a cerca do seu trabalho. Exerciam grande cuidado
de copiar a Palavra de Deus.
• A prova da sua precisão pode ser vista nas descobertas rentes dos arqueólogos dos
manuscritos primitivos do texto Grego do Evangelho de João- fragmentos de
Ryland que foram escritos dentro dos cinquenta anos da vida do autor, que não
contem nenhuma mudança.
• Através dos séculos a mensagem da Bíblia tem sido preservada ate hoje. Ela fala
connosco na mesma autoridade e poder de dar vida que tinha quando foi registada
pela primeira vez
• Os escribas eram divinamente ajudados para que transmitissem fielmente a
mensagem de Deus.
• Não só temos manuscritos fiáveis da Escritura, como também temos versões da
tradução da Bíblia.
• Durante a expansão das missões da Igreja, a Bíblia espalhou-se para o ocidente em
Latim na parte do Império Romano e na zona colonizada do Médio Oriente onde o
Siríaco era predominante.
• Assim, as Escrituras foram cuidadosamente traduzidas para o Latim e Siríaco para
atender a evangelização dessas grandes áreas linguísticas.
• Estas duas traduções ou versões que foram produzidas cerca de 250 d.C foram
baseadas nos manuscritos gregos mais antigos do que quaisquer outros que
sobreviveram na época.
• O valor dessas traduções é que elas nos dão uma ideia exata do conteúdo e ordem
dos manuscritos originais.

30
b. Genuinidade da autoria
• A Bíblia e composta por 66 livros escritos por alguns 40 autores. Os aspetos da
genuinidade esta ligada a autoria de cada um dos 66 livros

• Quando cremos que toda a Escritura e divinamente inspirada (2Tm 3:16-17), nos
sabemos também que Deus usou autores humanos para registar a Sua inspirada
mensagem em cada livro.
• Em alguns livros o nome do autor e mencionado, de modo a indicar definitivamente
a sua autoria. Exemplo:
1. “A palavra do Senhor veio a Oseias filho de Beeri…” Os 1:1
2. “palavras de Jeremias…A palavra do Senhor veio a ele” Jer 1:1-2
3. “Paulo …a Igreja de Coríntios… 1Co 1:1-2
4. “Tiago…as doze tribos dispersas entre as nações: saudações” Tg 1:1
• Outros livros da bíblia o nome do autor não e dado diretamente. Estudiosos, no
entanto, tem formas como determinar quem escreveu o livro.
• O estudo da determinação do autor da bíblia nos ajudara sempre provar a
genuinidade de toda bíblia. Isto torna-se verdade porque enfatiza a unidade do
conteúdo de toda bíblia.
• Esta unidade na adversidade (de alguns 40 autores escrevendo num período de
dezasseis séculos) só podia ser alcançada com base na verdade
• Na tentativa de determinar quem foi o autor do livro, os estudiosos levavam o
livro e cuidadosamente analisavam o seu estilo. Esse estilo podia dar algumas
importantes dicas acerca da identidade do autor.
• Estudiosos faziam perguntas especificas acerca de certos elementos do estilo da
escrita como as que se seguem: 1. A ênfase poética do livro
2. Se tem ideias concretas
3. A estrutura das frases do livro
4. A seleção das palavras usadas no livro
• Assim, em cada caso, os estudiosos comparavam um elemento do livro do autor
desconhecido por com um elemento do autor conhecido.
• Se o estilo de escrita do livro desconhecido fosse semelhante ao do livro

31
conhecido, isso ajudava a determinar de que o livro desconhecido fora escrito
por aquele.

c. Genuinidade da Qualidade
• Façamos breve exame do cânon do Novo Testamento. Canon se refere a padrão
ou diretrizes que foram usadas para determinar se o livro podia ser considerado
uma revelação divina para compor o Novo Testamento.
• As questões sobre as quais se baseava a canonicidade eram a genuinidade da
qualidade e a genuinidade do autor. As diretrizes fundamentais que foram usadas
se poderiam ser inclusos no Canon do Novo Testamento são as seguintes:
1. Edifica-se quando lido publicamente ou gera uma resposta positive no
coração do crente.
2. Concorda-se com a lei da fé
3. Se e historicamente verificado de autoria apostólica ou influencia
4. Se se podia ler nas igrejas e quotado nas escrituras dos pais da igreja
5. Se havia evidencias de que foi dado por Deus por meio do Espírito Santo
a pessoa
6. Se fora um registo atual que não foi mudado a partir dos que foram
originalmente escritos.
Ilustração: suponha que você tem um par de sapatos que te parecem ser de
cabedal; mas como sabe que existe imitação do cabedal, como poderia
testar a genuinidade da qualidade? Uma das formas de teste seria compara-
lo com a substância de um par que se sabe de que e de cabedal.
• Este princípio valido de teste foi usado para avaliar se um determinado livro podia
ser incluso no Novo Testamento.

7. Inerrância da Bíblia:
➢ •A Lógica:
• 1.A palavra de Deus não contém erros
• 2.A Bíblia é a palavra de Deus
• 3.Portanto

32
Bíblias impressas mais antigas

•O primeiro escrito impresso em Hebraico do Antigo Testamento foi publicado em 1488 em Soncino,
Itália. Com os sinais vocálicos.

O segundo texto mais antigo impresso em hebraico do Antigo Testamento é o constante da Bíblia
chamada "Complutensiana Poliglota" preparada pelo Cardeal Ximenes de Cisneros, na Universidade de
Alcalá, próximo a Madri, na Espanha. Foi impresso em 1514-1517, mas somente distribuído em 1522. A
Poliglota traz além do Antigo Testamento em hebraico, o Novo Testamento em grego, a Septuaginta e a
Vulgata, ambas em latim; abrangendo seis volumes.

• A Primeira Bíblia Rabínica. Preparada por Felix Pratensis e publicada por Daniel Bomberg, em Veneza,
em 1516-1517.
• O texto preparado por Jacob ben Chayim e impresso por Daniel Bomberg em Veneza, em 1524-1525.
Tornou-se um texto padrão para estudo. Foi a segunda Bíblia Rabínica impressa.
•Novo testamento em Grego e Latim (Vulgata)

•Antigo Testamento em Grego (Septuaginta), Latim, Hebraico e Aramaico.

•Existem 123 Bíblias Poliglotas que resistiram até hoje.

O Novo Testamento Impresso em Grego:


• O primeiro texto impresso em grego do Novo Testamento é o da "Complutensiana Poliglota" de que já
falamos quando nos ocupamos do texto impresso em hebraico.
Novo Testamento. A Poliglota do Cardeal Ximenes só veio a público em 1522, ainda que tenha sido
impressa em 1514-1517.

C. TRADUÇÕE DA BIBLIA
1. Versões Semíticas
✓ O Pentateuco Samaritano - O Pentateuco Samaritano não é propriamente uma versão. É o
texto hebraico do Pentateuco* escrito nos velhos caracteres hebraicos ou em samaritano.
É a Bíblia da seita dos samaritanos, que teve inicio com a expulsão de Manassés, de
Jerusalém (Ne 13:23-30), e a consequente construção de um templo rival no monte
Gerizim.

✓ Os Targuns - Os Targuns são paráfrases ou explicações em aramaico, do Antigo

33
Testamento (Ne 8:8).

2. Versões Gregas
✓ A Septuaginta - A Septuaginta é comumente designada por "LXX". -O nome vem do latim
"septuaginta™, que quer dizer "70. O sumo- sacerdote escolheu 72 eruditos (6 de cada
tribo) e enviou-os a Alexandria, os quais completaram a versão em 72 dias. De 72 derivou-
se o nome "Septuaginta".

3. Versões Siríacas
“Poucos anos após” a fundação da Igreja havia igrejas espalhadas em regiões remotas, como Ásia Menor,
Síria Roma, Antioquia, etc», isso devido o zelo inflamado pelo Espírito Santo dos crentes de então. Eles
percorriam as estradas acima e abaixo contando a história de Jesus. A disseminação das Escrituras era por
meio de cópias manuscritas. Os apóstolos de Jesus ainda viviam quando as primeiras versões siríacas
foram feitas»
4. Versões Latinas
O latim era a língua falada pelos romanos. “Foi língua importantíssima, especialmente considerando-se
que o último império mundial foi o romano» O latim foi implantado ã medida que o império romano
realizava suas conquistas. João, em seu Evangelho diz-nos que o título posto sobre a cruz de Jesus estava
escrito também em latim (Jo 19.20). Foram as seguintes as versões latinas:

✓ A Antiga Versão Latina


✓ A ítala. Também conhecida por Vetus ítala (em latim). É mais propriamente uma revisão da
Antiga Versão Latina. Foi preparada na Itália, na segunda metade do Século II
✓ A Bevisão de Jerônimo - É uma revisão da Antiga Versão Latina feita por Jerônimo em 382-
387 d.C. Jerônimo foi encarregado disso por Dâmaso, bispo de Roma» Nesse trabalho
Jerônimo utilizou a Héxapla de Orígenes. Foi nesse tempo que a Septuaginta começou a cair
em desuso.
✓ A Vulgata, é uma nova versão da Bíblia por Jerônimo. O Antigo Testamento foi traduzido
diretamente do hebraico, e o Novo Testamento revisto.

5. Versões Europeias

34
Após um intervalo de 300 anos começaram no Século XII as traduções nas línguas da Europeias tais como:
o francês (1487), o italiano (1432), o alemão (1534), o sueco (1541), o dinamarquês (1550), -o holandês
(1560), o espanhol (1602), o finlandês (1642), o português (1681) etc»
“Versões inglesas - Foi a Bíblia que formou a mentalidade do povo inglês e firmou a seriedade nacional.
O povo inglês tem alta veneração' pela Bíblia. Ela é “tida e considerada como o sustentáculo daquele
povo» Quando certo imperador chinês perguntou a rainha Victória - Que fez a vossa nação tornar-se tão

importante em todos os sentidos? “Tomando uma Bíblia em suas mãos, respondeu a rainhas - Este Livro,
senhor»
i. A Versão Autorizada ou Versão do Rei Tiago. Seis meses após Tiago subir ao trono da
Inglaterra (1603), presidiu uma conferência religiosa em Hampton, já em 1604. A conferência
tinha por fim considerar as queixas dos puritanos contra os anglicanos. Dessa conferência
resultou a nomeação de 54 teólogos para prepararem uma nova versão da Bíblia (mas só 41
tomaram parte na obra). Foi publicada em 1611. Continua até hoje sendo a Bíblia favorita dos
povos de fala inglesa.
ii. A Versão Revisada (English Revised Version). Feita por um grupo de sábios ingleses e norte
americanos. O Novo Testamento foi publicado em 1881 e o Antigo Testamento em 1885.

iii. A Versão Revisada Americana (American Standard Version). Esta versão é o texto preferido pelos
membros norte americanos do Comité que preparou a Versão Revisada de 1881-1885. Foi publicada
em 1900 (Novo Testamento) e 1901 (Antigo Testamento).
iv. A Versão Padrão Revisada (Revised Standard Version). Ê mais uma nova versão do que
revisão.

6. Versões em português
“Como aconteceu em relação a outros idiomas, a Bíblia não foi inicialmente traduzida por inteiro em
português» D, Diniz, irei de Portugal (1279-1375) traduziu da Vulgata uma parte do livro de Génesis* O
rei D. João I (1385-1433) ordenou a tradução dos Evangelhos» Esse mesmo rei traduziu os Salmos, Frei
Bernardo traduziu o Evangelho de São Mateus no Século XV.

✓ A Versão de Almeida. João Ferreira de Almeida foi ministro do Evangelho da Igreja Reformada
Holandesa, em • Ba-tãvia, então capital da ilha de Java, na Oceania.
A Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira começou a publicar o texto de Almeida em 1809, publicando
a Bíblia completa a primeira vez em 1819. O texto de Almeida foi revisado em 1894 e 1925.

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CONCLUSÃO

A BIBLIA é a revelação de Deus à humanidade, cujo seu autor é Deus mesmo, seu real intérprete é o
Espírito Santo, seu assunto central é o Senhor Jesus Cristo. Porem, o vocábulo “Bíblia” consta apenas na
capa da Bíblia como livro, mas não o vemos mencionado através do volume sagrado. Foi primeiramente
aplicado às Escrituras por João Crisóstomo, grande reformador e patriarca de Constantinopla (entre 398-
404 d.C). O vocábulo “Bíblia” significa etimologicamente “coleção de livros pequenos”, isto porque os
livros da Bíblia são pequenos, formando um volume não muito grande como tão bem conhecemos.

No entanto, ao longo desta abordagem vimos que nossa atitude para com a Bíblia é de capital importância
para o êxito no seu estudo teológico. Nossa atitude para com a Bíblia mostra nossa atitude para com Deus,
ou seja, sendo a Bíblia a revelação de Deus, ela expressa a vontade de Deus para cada um de nós.
Conhecemos a Deus, de facto, não primeiramente estudando a Bíblia, mas reconhecendo a sua existência,
amando-O de todo coração e crescendo em comunhão com Ele (Jo 14:21,23 / 1 Jo 4:7).
A Bíblia é destinada ao coração (para ser amada), e à mente (para ser estudada, entendida – Hb 10:16).
Contudo, é nulo o conhecimento espiritual destituído de Fé (Hb 4:2).

As sagradas escrituras contêm todas as coisas necessárias para a salvação, de modo que tudo que não seja
encontrado nela, ou que não possa ser provado por esse meio, nada deve ser exigido de quem quer ou ser
considerado como requisito ou algo necessário a salvação, pois, tudo o que Deus quis revelar aos homens
encontra-se na bíblia (Dt 29:29) e fora da bíblia nada mais o homem pode saber sobre a vontade de Deus
para a raça humana.

Vimos também ao longo desta abordagem, o aspecto da difusão da sua Palavra, Deus tem abençoado
maravilhosamente, de modo que hoje em dia milhões de exemplares das Escrituras são impressos com
rapidez e facilidade em muitos pontos do globo mediante diversas traduções da mensagem divina.

Não obstante, graças ao progresso alcançado no campo das invenções e da tecnologia, hoje podemos
transportar com toda comodidade um exemplar da Bíblia, coisa impossível nos tempos primitivos, pois os
rolos e os códices eram volumosos e difíceis de manuseá-los, mas através dos séculos a mensagem da
Bíblia tem sido preservada até hoje. Ela fala connosco na mesma autoridade e poder de dar vida que tinha
quando foi registada pela primeira vez pelos autores originais tal como eles compreendiam ao transmitir
os seus auditores originais.

Durante a expansão das missões da Igreja, a Bíblia espalhou-se para o ocidente em Latim na parte do
Império Romano e na zona colonizada do Médio Oriente onde o Siríaco era predominante.

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A Bíblia é composta por 66 livros escritos por cerca de 40 autores. Os aspectos da genuinidade esta ligada
a autoria de cada um dos 66 livros. Quando cremos que toda a Escritura é divinamente inspirada (2Tm
3:16-17), nós sabemos também que Deus usou autores humanos para registar a Sua inspirada mensagem
em cada livro que compõe a Bíblia.

Fica claro que devemos estudar a Bíblia não pela luz deste ou daquele teólogo, mas pela luz do Espírito
Santo, sentindo sempre seu toque, direção e prumo. Não devemos levar mais tempo com os livros do que
com a própria Bíblia. Que as Escrituras são de origem divina é assunto resolvido. Deus na sua Palavra é
testemunha concernente a si mesmo e da verdade revelada. Assim, quem tem o Espírito de Deus deposita
toda sua confiança nela como a Palavra de Deus, sem exigir provas nem argumentar. AMEM!

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BIBLIOGRAFIA

BIBLIOLOGIA. Estudo das Escrituras Sagradas. Escola Bíblica de Estudo Pentecostal. 1ª Edição,

2000. GILBERTO. Antônio. Manual da Escola Dominical. Rio de Janeiro. 34ª Edição 2008.

SILVA. Gilberto Antônio. Bibliologia. Introdução ao Estudo da Bíblia. EETAD - 1ª Edição. 1983.

PHILIP Wesley Confort. A Origem da Bíblia. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1998, 1ª Edição.

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