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i.

Brumadinho.06 de Dezembro Ce 2018


Caúa Ext 12212018

Ao Sen hor Rodrigo Ribas


Superintendência Ce Projetos P oritários - SUPPR!
Cidade Administrativa - Belo Horizontê - MG

AC: Sra. Lêilane Cristina Gonçalvês Sobrinho


Analista Ambiental
Cidade Administrativa - Belo Horizontê - MG

Referência: Apresentação da Nota Técnica sobre os impactos sobre a hidrogeologia do


Projeto Morro do lpê (PA 3747812016103112018\.

Prezado Senhor.
A Mineraçáo Morro Do lpê S.A. scciedacie anÔnirna inscrita no CNPi/MF sob o n"

22.g02.554rc00117, s3de e foío na cidace de Brumadinho. estado de Minas Gerais. na Rodovia


Fernão Dias 8R381 (parte), Km 463. Zona Rural, CEP 35460000, vem, respeitcsamente,
apresentar Nota Técnica sobrê os impactos sobrê a hidrogeologia do Projeto Morro do lpê (PA
37 47 8 I 20 1 6 I 03 1 120 1 8).

Ta análise foi necessária apÔs a conclusáo do ModelamÉnto HidícgeoiÓgico elaborado em


íunÇão cia futura cava do projeio Morrcd o lpê.

E o que cabla, neste momento. relatar. colocandose à disposiçáo para os esciarecimentos


julgado necêssários.

Respeítosamente.

Juliana carneiro Cota


%L
re de HSEC e Geotecnia

ineração Moiro do lpê PROT()CCLO DE EI{TRADA

SUPPRI. SEt-,lAD
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SIGED Sr$c1ÍEúüE drPI!F$ fifuBiE'WflI


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0081)9268 1501 20Í8
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vlsro: ?rtY, r','l

Endereço: Rodovia Fernáo Dias BR 381 - Km 463 - CEP: 35.460-000 - Brumadinho - MG


Caixa Postal: 1281 - Ccr-Íeios de lgarapê (CEP: 32.900-000)
TeleÍone: (3í) 3614-181 1 - E-mail:.juliana.cota@ipei'nineracao.com
ANÉXO: NOTA TEcNlcA - HIDROGEOLOGTA
,\
tPl
NOTA TÉCNICA

MTNERAÇÃo
MOÊBO DO IPE
ReavaliaÉo dos lmpactos Ambientais - Estudo de
RêcalibraÉo do Modelo Matemático de Fluxo Subtenâneo
Ampto Qt

NOTA TEGNICA

REAvALTAçÃo oos tmpAcros AMBIENTAIS

ESTUDo DE REcALteRAÇÃo Do MoDELo


nlarenttÁnco DE FLUxo suerenRÂNeo

PRoJETo MoRRo oo tpÊ 6 MTPA

BELO HORIZONTE, DEZEMBRO, 2018

Projêto Morro do lÉ 6 Mtpa


,\ NOTA TÉCNICA

rP-
MINERAÇAO
MOFBO DO IPE
Reevaliação dos lmpactos Ambientais - Estudo de
Reáiuraç:odo Mooeló Matêmático de Fluxo Sublêrâneo
Ampto Q»

suuÁruo
""""""' 4
r rMrRoDUçÃO
""""""' 5
z neavlrnçÂo Dos IMPAcÍos AMBIENTAIS """""""'
;..; *.*ü".*" - ,,*t o'Áour....""""" " """" """"" " " ' s
2.3 Dos lMPAcros AMsIEÍ'nÀs
REAvALnçÂo "" "" " " " " "" " " "'6
3REAvAtnçÂoDAsAçÕEsPREvlÍAsÍ{oPl,AÍ{oDEcolÚTRoLEAMBIENIAL.PcA-..--....-.-........11

ANEXO:
74
ANExo r-RELATóRto DE RECALIBRAÇÃo Do MoDEto HlDRoGEotÓGlco

Projeto Mono do lÉ 6 Mtsa I ii


,\ NoTÂ TÉCNICA

I PJ
MINERAÇÃO
Reavaliâçâo dos lmpactos Ambientais - Estudo de
Recalibração do Modelo Matêmático de Fluxo SubtêrÍâneo
empto Q»
MORBO DO IPE

LISTA DE TABELA
DAs NÁscENTEs lMPAcraDAs PELo DESÁGUE Ao FINAL DA MDA ÚrL DA MINA (2030) 7
TaBETA 2-1: PRoJEçÃo
TÂBELA 2-2: PRoJEçÃo DA REDUção NA vAzÃo Dos cÓRREGos Âo FINÂL DAuDA ÚTIt oA MINA (2030)

TaBELA 2-3: REPRESENTAçÃO GúF|C DO CR|TÉRIO DE IMPORTÂNCn DO IMPACTO ALTERAçÃO DA DINÂMICA HíDRICA SUETERRÂNEA
10

LISTA DE FIGURA
FTGURA 2-1: LOCALTZÂçÃO DOS CóRREGOS E NASCENTES STTUADO5AO REDOR DAS FUTURÂS CâVAS A CÉU ABERTO..............'.......... 8

Pojeto Mono do lÉ ô Mtpa I iii


,\
tPl
NOTA TÉCNICA

RêavaliaÉo dos lmpac{os Ambientais - Estudo de


Ampto Q)
MINERAÇAO RecâlibraÉo do Modelo Matemático de Fluxo Subtenânêo
MOFRO DO IPE

I tNTRoouçÃo
Esta nota técnicâ refere-se à reavaliação dos impactos ambientais inicialmente identiÍicados
em função do recente estudo realizado denominado "Estudo de Recalibração de Modelo
Matemático de Fluxo Subtenâneo'. Este estudo foi elaborado pela empresa Water Services
and Technotogies LÍda. para subsidiar o pro@sso de licenciamento ambiental do Projeto
MoÍro do lpê 6 Mtpa. Tal estudo se fez necessário em funçáo de:

. Modificações no processo operacional objetivando a produção de Pellet Feed -


melhorias operacionais e/ou alterações de processo identificadas pela equipe técnica
da Mineração Mono do lpê no processo de pÍodução do Projeto Morro do lpê 6
Mtpa. Ressalta-se que tais modmcações de processo foram apresentadas a
SUPRAM/MG por meio do documento denominado "Adendo - Estudo de lmpacto
Ambiental - Projeto Morro do lpê 6 Mtpa - Melhorias do Processo Operacional",
elaborado pela Amplo em julho de 2018.
. Novo sequenciamento de lavra - a cota máxima de rebaixâmento sofreu alteraçóes,
mas a cava final (prÍ final das cavas previstas) foi mantida. Somente foram alteradas
as configurações ano a ano do projeto, sêndo que a cota de rebaixamento máximo
(í .O3O metros) somente será atingida a partir do ano de 2.026.
. Atendimento das ações estabelecidas no Plano de Controle Ambiental - PCA
protocolado em 3010612017 na SUPRAM/MG.

Assim, a emprêsa Water Services and Technologies LÍda. foi contratada pela MineraÉo
Morro do lpê para executar o novo modelo, cujo relatório encontra-se apresentado na
íntegra em anexo a este documento (ANEXO l).

A recalibração do modelo hidrogeologico permitiu uma reavaliaçáo das informações


inicialmente apresentadas a esta Secretaria, detalhando os aspectos hidrogeológicos
considerando o novo ananjo e as novas melhorias operacionais deÍinidas pelo
empreendedor. A partir dos resultados obtidos, foi possível a Amplo realizar uma
reavaliação dos impactos ambientais inicialmente considerados e das ações previamente
estabelecidas no PCA já protocolado junto a esta Secretaria.

Poeto Morro do lÉ 6 MFa | 4


,\ NOTA TÉCNICA

IPJ
MINEBAÇAO
MORFÔ OO IPE
Reavaliação dos lmpactos Ambientais - Estudo de
Recalibração do Modelo Matemático de Fluxo Subtenâneo
Ampto Qt
2 REAvAUçÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

A partir dos resultados obtidos na recalibração do modelo matemático de fluxo Subtêrrâneo,


foram reavaliadas as informações apresentadas no item "Avaliação de lmpactos Ambientais
do Meio Físico - Alteração da Disponibilidade Hídrica subterrânea'do EIA elaborado pela
Amplo. As considerações pertinentes à reavaliaÉo dos impactos ambientais estão
apresentadas na sequência.

2,'I PlT FINAL DAS CAVAS

com relaÉo ao piÍ final das cavas, tendo em vista que o seu prÍ Íinal não sofreu alteraçÕes a
partir das melhorias operacionais e/ou atteraçóes de processo identificadas pela equipê
técnica da Mineraçáo Morro do lpê, e considerando que as tarefas previstas durante as
fases de implantaÉo e operação do empreendimento não sofreram modificaçõês e/ou
adequações, pode-se inferir que os impactos ambientais identificados naquela oportunidade
continuam válidos.

2,2 REBAIXAMENTO DO NíVEL D-ÁGUA

Com relaÉo ao rebaixamênto do nívêl d'água, este está previsto de ser iniciado a partir do
ano de 2.026 - rebaixamento até a cota 1.030 metros. Segundo a'Recalibração de Modelo
Matemático de Fluxo Subterrâneo' verificou-se que:

Qualquer tipo de impacto sobre nascentes e/ou em cursos de água superficial


presentes na área de influência direta do empreendimento somente ocorrerá quando
as cavas previstas no Projeto Morro do lpê 6 Mtpa (lpê e Tico-Tico) interceptarem o
nível freático e atingirem a cota 1.030 metros. O efeito do rebaixamento identificâdo
pelo modelo hidrogeológico nas nascentes não implica necessariamente que as
mesmas irão secar, mas possivelmente que estas irão apresentar reduÉo de vazão
e consequentemente podeÍão migrar para cotas iníeriores a jusante de sua
localização atual. Esta redução de vazão em função do rêbaixamento do nível
frêático é esperada em 14 nascentes dentre as quais três, que ficam a montante do
córrego do Rego, serão impactadas após o fim das atividades de lavra.

A diminuição da vazáo é esperada em sete córregos situados no entomo do


empreendimento:
/ Córrego Grande.
r' Córrego Quéias.
/ Córrego do Rego.
r' Córrego Olaria,
r' Córrego Farofas.
/ Córrego lgarapé.

Projeto Morro do lpê 6 Mtpa | 5


,\
tPl
NOTA TÉCNICA

ReavaliaÉo dos lmpactos Ambientais - Estudo de


empto Q»
MTNERAÇÃo RêcalibraÉo do Modelo Matemático de Fluxo Subtênâneo
MORRO DO IPE

r' Córrego Açoita Cavalo.

Esta diminuiçáo de vazão será de pequena magnitude e em sua maioria seráo


inferiores a de acordo com os resultados do modelo hidrogeologico mencionado,
5o/o,
exceto no cónego lgarapé, cuja reduÉo será da ordem de 10% e no cónego do
Rego cuja redução é de 7%.

os únicos pontos de observação a registrarem rebaixamentos significativos na


simulação matemática foram os poços e piezômêtros situados próximo às cavas,
como por exemplo, o piezÔmetro PZ-1 situado ao lado da cava da Mina lpê' que
indicou um rebaixamento de í 1 metros neste local, e o Poço 5, localizado ao lado da
futura cava Tico-Tico, que indicou um rebaixamento de 14 metros neste local. O
rebaixamento se mostra mais acêntuado, conforme esperado, no aquÍfero Cauê,
reduzindo significativamente nas formações de filitos e quartzitos adjacêntes.

As conclusões apresentadas no modelo hidrogeológico, com base nos resultados da


simulação numérica do cenário final de lavra, indicam que eventuais impactos no sistema
hídrico local (córregos e nascentes) serão limitados e de pequena magnitude. os efeitos
mais pronunciados serão verificados nos poços e piezômetros instalados próximos às cavas
finais e instalados no aquÍfero Cauê (formação ferrífera), conforme retratado anteriormênte.

As consideraçóes do modelo hidrogeológico afirmam, ainda, que existe a possibilidade de


que estes efeitos sejam imperceptíveis dentro das variações naturais verificadas na rêgião
em função das oscilações climáticas.

2.3 REAVALTAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Na avaliaÉo de impactos realizada anteriormente no EIA protocolado, foi pontuado que não
eram esperadas alterações nas vazões associadas ao conjunto de nascentes perenes
identificâdas na área de influência direta do empreendimento.

Em especial pelo Íato de que estas se posicionam, em grande parte, em cotas inferiores a
1.020 metros em relação ao nível do mar. A avaliação já rêssaltava que as operações de
rebaixamento de mina estariam previstas para ocorrer por volta do ano 2O2612027 e que
seria necessário o monitoramento de nascêntes visando avaliar possíveis alterações do
fluxo hídríco nas bacias de interesse.

Previa-se naquela oportunidade que somente a nascente P-07 seria impactada pela
implantaÉo da PDE Grota das Cobras, uma vez estar presente na área diretamente afetada
por esta estrutura. Esta afirmativa continua válida e foi previsto no projeto do
empreendimento a implantação de um sistema de drenagem interna da PDE conduzindo o
fluxo desta nascente para jusante da Pilha, no córrego Olaria. Apesar da implantação deste
sistema de drenagem, espera-se a redução de sua vazão conforme será discutido a seguir.

Também se afirmava na avaliação de impactos que as nascentes localizadas no entorno do


empreendimento proposto (nascentes presentes na área de influência direta do
empreendimento) não sofreriam impactos, e caso os mesmos ocolressem, estariam
Projeto Morro do lpê 6 Mtpa I 6
,\
rPl
NOTA TÉCNICA

MTNERAÇÃo
MOBBO DO IPE
Reavaliâçáo dos lmpaclos Ambiêntais - Estudo de
Recalibraçâo do Modelo Matemático de Fluxo SubteÍràneo
Ampto Qt
associados aos diferentes usos observados em campo, em particular à irrigaçáo e à
produção de água mineral. No entanto, náo se esperaria variaçôes no seu comportamento
natural. contudo, os resultados do modelo hidrogeológico atualizado apontam que haverá
impactos sobre as nascentes que circundam a área do empreendimento em termos de:

. ReduÉo de sua vazão na nascênte.


. Rebaixamento do nível estático no local onde a nascente foi identmcada (levando em
consideração o levantamento realizado em fevereiro de 2016)'

A tabela a seguir mostra um resumo quantitativo do resultado da simulação de máximo


rebaixamento, considerando os parâmetros reduÉo de vazão e rebaixamento do nível
estático do local onde a nascente se encontra. O novo modelo adotou como critério o fato de
que uma nascente somente é considerada impactada caso ocoÍTa no local da mesma um
rebaixamento do nível d'água local igual ou superior a um metro. Com base nesse critério,
tem-se a seguinte projeÉo de impacto nas nascentes mapeadas, ao final da vida útil da
mina.

Tabela 2-1: Projêção das nascentes impactadas pêlo deságue ao final da vida útil
da mina (2030)

Vazeo Vazão
Queda de Nascente
simulada simulada Reduoão dê
Nascentes nível impâctada
em fev-20í6 em 2030 Yez.áo 16/ol
d'águe* (m) em 2030
(m3/h) (m3/h)

Nascente P{1 0,53 0,33 62./. 0,0 NÃO

Nascentes P-02 e P-03 7,35 1,8'1 251o 0,0 NÃO

Nascentes P-05 e P46 0,16 0,08 50% 0,45 NÁO

Nascente P47 0,01 0.00 1000/" 0,1 NÃo

Nascente NTT-25 o,22 o,12 54./" 0,1 NÃO

Nascentes P-08 e P-09 2,51 0,18 0,15 NÃO

Nascentes NTT-45, NTT-46, P-10 0,05 0,04 770/o 1,5 SIM

NascentesP-11eP-12 0,28 230/. 0,6 NÃO

Fonle'. Water Sevices and Technologies Ltda., 2018.

De acordo com os dados apresentados no modelo hidrogeológico, em funÉo do


rebaixamento do nível freático superior a um metro, pode-sê inferir a ocorrência de possíveis
impactos nas nascentes NTT-45, NTT-46, P-10, situadas na sub-bacia do córrego do Rego,
região de inserção das águas minerais para exploração econômica (Água Mineral lgarapé).
Para verificar a materialização, ou não, deste impacto, no Plano de Controle Ambiental
elaborado no processo de licenciamento ambiental do Projeto Mineração Morro do lpê 6
Mtpa foram previstos monitoramentos nesta sub-bacia.

As demais nascentes, conforme tabela anteriormente apresentada, podem sofrer uma


redução de vazão, porém de pequena monta.

POêto Mono do lÉ 6 Mtpa | 7


,\
IP-
NOTA TÉCNICA

Ampto
MTNERAÇÃo
MORBO DO IPE
RêâvaliaÇâo dos lmpaclos Ambientais - Estudo de
RêcalibraÉo do Modelo Matemático de Fluxo Subtenánêo Q)
Sobre a redução de vazào dos cursos d'água, o referido modelo matemático estima uma
redução inferior a 5% na maioria dos cursos d'água, com exceção dos córregos lgarapé e
do Rego, conforme demonstrado na tabela a seguir.

Íabela 2-2: Projeção da rêdução na vazão dos cóÍregos ao final da vida útil da mina (2030)
Vazáo simulede êm fêv- Vazão proietsda em 2030 Redução de vazão
Nascente (mlh) (%)
20r6 (m3/h)
Córrego Grande u5,4 336,1 3lo
Cónego Quéias 198,9 195,5 2./o

CóÍrego do Rego 64,4 59,6 70k

Cónego Olaria 126,7 125,O

Córrêgo Farofas 87,5 a7,2


Córrego lgaraÉ 20,6 '18,6 100/o

Córrego Açoitâ
52,3 51,0 2%
Cavalo

Fonle. Water Seruices and Technologies Ltda.,20'18.

A figura a seguir ilustra a localização das nascentes e dos córregos com previsão de serem
impactados de acordo com a análise do novo modelo.

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Figura 2-1: LocalizaÉo dos cónegos e nascentes situados ao redor das futuras cavas a céu aberto

Fonle. Water SeMices and Technologies Ltda.,2018

POêto Mono do lÉ 6 Mtsa I I


,\
IPI
MINERAÇAO
MORBO DO IPÊ
NOÍA TÉCNICA

Reavaliação dos lmpactos Ambientais - Estudo de


Recâlibreção do Modelo Metêmático de Fluxo SubteÍrâneo
Ampto

O modelo hidrogeológico indica, ainda, interferências nos poços e piezômetros instalados
próximos às cavas Íinais no aquífero Cauê (formaçáo ferrífera). Além disso, existe a
possibilidade de que estes efeitos sêjam imperceptiveis dentro das variações naturais
veriÍicadas na regiáo em funÉo das oscilações climáticas.

Considerando os resuhados do novo modelo retmca-se a avaliaÉo do impacto "Aheração da


Dinâmica Hídrica Subtenânea' apresentada no ElA, uma vez que naquela oportunidade a
avaliaÉo foi feita de Íorma conservadora:

O impacto é considerado de natureza negativa (em todos os três períodos


abordados) em razão de representar as alterações adversas às condições de
recarga, circulação e descarga das águas subterrâneas.

E considerado irreversível uma vez que os aspectos a ele assoclados impõem uma
atteração adversa à dinâmica hídrica subterrânea diagnosticada, a ponto de o meio
não retornaÍ a condição de equilíbrio original.

É local, pois as taxas de infiltração, as alterações nos níveis de água subterrânea e


as condições de circulação não sofrerão interferências além do entorno imediato da
área de intervenção, considerando o ananjo espacial dos aquíferos locais.
A ocorrência é de médio a longo prazos, tendo em vista que as alterações nas
taxas de infiltração e, consequentemente, na recarga dos aquíferos, associadas às
modificaçÕes nos padróes de circulação de água e nas descargas, não serão
efetivadas de forma imediata.

É permanente, pois tais alterações serão mantidas e, inclusive, intensificadas ao


longo de todo pêríodo de exploração e desativação do projeto.

É de incidência direta, uma vez que as atividades de lavra a ceu aberto ocorreráo
nas etapas de retomada de lpê e expansão de Tico-Tico.

É de alta magnitude, considerando a continuidade da abertura das cavas, que


ocasionará a supressão parcial da área de recarga dos aquíferos locais,
especialmente o estabelecido nas formações fenÍferas, que constituem os de maior
potencial de armazenamento e
transmissão de água na área modelada,
apresentando uma taxa de recarga da ordem 365 mm/ano, enquanto as demais
unidades apresentam valores da ordem de 219 mmtano.
É de alta importáncia, umâ vez que por me;o da análise aqui realizada somada aos
resultados do modelo hidrogeológico, conclui-se que haverá reduÉo na vazão de
nascentes e supressão da feição superficial de uma delas (p-07 localizada na área
da PDE Grota das Cobras), além da redução da vazáo de alguns Íibutários, embora
de pequena monta.

A tabela a seguir apresenta uma representação gráfica da intensidade da incidência das


atividades previstas ao longo do cronograma do empreendimento em relaÉo à .Alteração
da Disponibilidade Hídrica subterrânea" após a avaliação dos resultados do modelo
hidrogeolfuico. Nota-se que a escala de intensidade passa a ser alta no momento em que

Projeto MorÍo do lpê 6 MFa I I


,\
I PI
NOTA TÉCNICÂ

Ampto
MINEÊAÇÃO
MORRO DO IPE
ReavâlieÉo dos lmpâctos Ambientais -
Estudo de
RêcalibÍaÇão do Modelo Matemático de Fluxo SubterÍâneo Qt
sê dará o inicio efetivo das operações de rebaixamento, conespondendo ao ano 10 (ano
2.026 do modelo hidrogeolfuico).

Tabela 2-3: Representaçáo gÉfica do critério de impoÉância do impacto alteração da dinâmica


hidrica subterrânea
lntensldade ds Altoração no Atíbuto Dlnâmicâ Hldricâ SubtêrÉnoa

t-
Atividade/Ano o o o o o o o
Ê t a

Retoínada das
atividades de
beneficiamento de
miíÉíio dê têÍro ne
UTM - lpé

Expans& de Tico.
Tico

Fechamento
IIIIIITIIIII
'Obtênçáo de Ll.
Escálá dê lntensidade
Baha

Projêto MoÍro do lÉ 6 iftsa | 10


,\
rPl
NOTA TÉCNICA

MINERAÇAO
MÔBBO DO IPE
ReavaliaÉo dos lmpac{os Ambientais - Estudo de
Recalibraçáo do Modelo Matemático de Fluxo Subtenàneo
Ampto Qt
3 REAvAuaçÃo oas lçÓes PREvlsrAs No PLANo DÉ
CONTROLE AMBIENTAL . PCA

No contexto do modelo elaborado, São propostas ações adicionais relativas aos ensaios de
bombeamênto, visando determinar oS parâmetros hidrodinâmicos (t[ansmissividade e
coeficiente de armazenamento) das três unidades hidroestratigráficas principais existentês
na propriedade:

. ltabiritos.
. Filitos.

' Quartzitos.

O detalhamento destas ações está indicado no modelo apresentado no ANEXO l.

com relaÉo ao PCA dois programas ambientais inicialmente apresentados abordam ações
relacionadas ao impacto alteraÉo da dinâmica hidrogeológica:

. Programa de Monitoramênto da Dinâmica Hidrológica e Sedimentológica.


. Programa de Monitoramento Hidrogeologico e da Qualidade das Águas
SubterÍâneas.

Sobre Monitoramento da Dinâmica Hidrológica


o Programa de e Sedimentológica, este
prevê um plano de monitoramento nos seguintes cursos d'água:

. Afluente do cónego Olaria.


. Córrego Quéias.
. CóÍrego do Rego ou Vista Alegre.
. Cónego Olaria.
. Córrego Grande.
. Afluentes do cónego Grande.

De acordo com o novo modelo hidrogeológico também deverá sêr incluso nessa listagem o
monitoramento dos cónegos:

. lgarape-
. FaroÍas.

' Açoita Cavalo.

Em relação ao Programa de Monitoramento HidÍogeológico e da Qualidade das Águas


Subterrâneas deverá ser incluído na rede de amostragem de vazão as nascentes:

Projeto Mono do lpê 6 Mtpa | 11


,\ Nora rÉcNtcA

IPT
MINERAÇÃO
ReavaliaÉo dos lmpactos Ambientais - Estudo de
RecalibraÉo do Modelo Matemático de Fluxo Subtenâneo
Ampto Qt
MOBAÔ DO IPE

. P-01.
. P-02.
. P-03.
. P-08.
r P-09.
. P-1'1.

. P-12.
. NTT-25.

vale lembrar que o rebaixamento somente se efetivará a partir do ano de 2026, portanto, a
MineraÉo Morro do lpê terá um longo período de background dos dados deste
monitoramento antes da efetiva interferência no nível freático, permitindo a gestáo ambiental
efetiva deste atributo monitorado.

Sobre o Programa de Monitoramento Hdrogeológico também torna-se necessário a


realização de alguns ensaios de bombeamento conforme apontado no modelo
hidrogeológico apresentado em ANEXO l.

Poeto Mono do lÉ 6 Mtpa | 12


,\ NOTA TECNICA

IPJ
MINERAÇÃO
MORRO OO IPE
Reavâlieção dos lmpaclos Ambientais - Estudo de
Recalibraçâo do Modelo Mâtêmático de Fluxo Subtenâneo
Ampto

4 coNclusÕes
Segundo a empresa Water Services and Technologies LÍda., Íesponsável pela elaboraçáo
do estudo de 'Recalibração de Modelo Matemático de Fluxo Subterrâneo', a recalibraçáo do
modelo foi bem sucedida, atingindo-se um grau adequado de conespondência entre as
observações de campo e os resultados do modelo.

Destaca-se que o modelo conceitual desenvolvido em 2013, embora relativamente simples,


permanece válido, embora haja limitações quanto as medições em campo dos parámetros
hidrodinâmicos das principais unidades hidroestratigráficas (Filitos do Grupo Nova Lima,
Itabiritos da FormaÉo Cauê, QuarEitos do Grupo Piracicaba e rochas metabásicas).

O modelo calibrado foi utilizado paÍa rcallzar uma simulaÉo numérica do cenário de
máximo rebaixamento projetado, utilizando o plano de lavra previsto para o último ano das
operações (2030), quando as cavas da Mina lpe e da Mina Tico-Tico estarão em suas cotas
mais profundas, abaixo do nível freático.

Portanto, ao se utilizar os dados apresentados neste relatório, foram consideradas as


informações obtidas quando da concepÉo da modelagem matemática, observando as
limÍtaçóes referenciadas pela empresa Water Services and Technologies Lfda_ no item 8 do
relatório apresentado no ANEXO l.

Projêto Mono do lpê 6 MFa | 13


,\
I PI
NOTA TÉCNICA

Ampto
MINERAÇÃO
MOARO DO IPE
Reaveliaçâo dos lmpactos Ambientais - Estudo de
RecalibraÉo do Modelo Matemático de Fluxo SubtêÍrâneo Qt

ANExo t- RELAToRIo DE REcALteRAçÃo Do MoDELo


HIDROGEOLOGICO

PÍojeto MoÍÍo do lÉ 6 iJttpa


ism'f,t§-'8HEH

Recalibração de Modelo
Matemático de Fluxo
Subterrâneo
l\/t neração lVlorro do lpê

wsT.084.R

ELABORADO PARA:

,r
! PI
úNERTCÃo

25 outubro 2018
25 outubro 2018

Recalibração de Modelo
Matemático de Fluxo
Subterrâneo
Mineração Morro do lpê

084.R - Recalibração de Modelo NuméÍico

Preparado pan:

Mineração Ír,|orro do l$ S.A.


Rodovia Femáo Dias - 8R381, SN
Brumadinho, MG
35450-000

Preparado por

Water Services and Technologies Ltdâ.


Avenida do Conlomo, 6594
Savassi - Belo Hoízonte, MG
30110-044

Rodovia Mauricio Sirotsky Sobrinho, 5145,


Bloco 01 - Sala 05
Jurerê - Florianópolis,SC
88053-70't

www. waterservicestech.com

iS WATERSERVICES
Itineáçào tlot o do lpê SA. Welet Seryices ana! Íêchnologiês Ltde.
oEa.R - Recalibraçâo dê lúodelo Nwnéico
TABELA DE REVISOES

Título do relatório A, B, C - Subtftulo

Empresa excecutora: Water Services and Technologies Ltda.

Relatório n": 001,R/REL-oo1

Cliente: MineraÉo Mono do lÉ S.A

Contato: GiovaniJosé Pedrosa

Data de início do projeto: 20t06t2018

Data de têrmino do poeto 30/10/2018

Responsáveis Tecnicos - WST: Mauro Prado / Danilo Almeida

ART / data de emissãol

Eouipe técnica:

Nome do proÍissional Função

Danilo Almeida Gerente do Projeto / Responsável Técnico

lr4auro Prado Hidrogeologo

Datâ Revisão No Versão WST Aprovação

14t10t2018 0 Draft Danilo Almeida

25110t2018 1 Final Mauro Prado

NorA: A MinercçÁo Mono do lpê será, a tdo münento, responsávet pdo


uso de qualquet diagnostico,
interyretação ou recomendaÉo incluídos pela Water Seruices and Technologies Ltda. neste Relatóio, e por
qualquer ação adotada ou implenentada pela Mineração MoÍo do lpê com base neles.

Minehçâo ttofio do lpê SA, Walet Serybes ana! Íêchl,ohgiês Ltda.


081.R - Recalibreçào de odeto Nwnüico
INDICE

I rlrrRoDuçÃo E oBJETÍVoS í
1.1 lntÍodrrção 1

1.2 Ob.ietivos 1

2 TODELO HIDROGEOLÓGICO CONCEIIUAL 2


2.1 Área de estudo 2
2.2 Hidrcgeologia 4
2.3 Parâmetos hidrodinâmicos 5
2.4 Pluvbmetria e taros de recarga 7
2.5 Pontos de calibração para o modelo matemático I
2.6 Compâração entre os levantamenlos de nascentes realizdos em 2011 e2016 10

3 REV|SÃo E RECALTBRAçÃO DO TODELO r{U[ÉRtCO DE FLUXO í3


3.1 Modelo geológico 3D 13
3.2 Dominio do modelo numérico de fluxo 14
3.3 CalibraÉo do modelo numérim de ffuxo 15
3.4 Vazõ€s calculadas para corÍegos e nascentes 21

4 SITULAÇÃO DO CENÁRO DE TÁXTO REBAIXÂflENTO PROJETADO 22


4.1 CenáÍio simulado 22
4.2 PÍoje@ de impacto em nascenles 23
4.3 Projeção de redução de fluxo nos cónegos
- 24

5 c0NsrDERAçÔES FTNATS 26

ô REFERÊNCNS 28

7 cERTTFTCAçÃo 29

I LIMITAÇÔES DO RELATÓRIO 30

TABELAS

Tabela 2.1: Resumo dos ensabs de bombeamento realizados 6


Tabela 2.2: Comparação entÍe os cadastramentos de nascentes realizados em 2011 e
2016 10
Tabela 3.1: Camadas do mod€lo geologico utilizadm na reüsão do modelo numérico de
fluxo IJ
Tabela 3.2: Comparagão das cotas das nascentes levantadas em fevereiro de 2016 mm a
superriciê topográfca de detalhe '16

Tabela 3.3: Valores de condutividade hidÍáulica do modelo câlibrado 18


Tabelâ 3.4: Caraclerísticas do modelo numérico calibrado 20
Tabelâ 3.5i Vazôes calculadas para os órÍegos e nascentes na área do modelo 21
Tabela 4.'l: Pmiêção simulada de deságue de mina, para as cavas finais
Tabela 4.2: Proieção das nascentes impactadas pelo desá,gue ao final da vkja útil da mina
(2030) .,)
Tabela 4.3: PÍo,eção da reduçtu na vazão dos ónegos ao final da vida útil da mina
(2030) 24

Mineração Mota do lpê S.A. Walet Seryicês end Íechnologies Llda


081.R - Recelibhçào de Modelo Nunérico
A
IPI
r[Grcro RECALIBRAÇÃO DE MODELO MATEMÁTICO DE iS WATERSEf,§/ICES
FTUXO SUBIERRÁNEO

FIGURAS

Figura 2.í: Localização das 3 áÍeas de lavra obieto do rnodelo hidÍogeologico original
(extraido de MDGEO, 2013) 2
FiguÍa 2.2: SetoÍes de lavra da área de estudo a

Figura 2.3: llustraçáo em perfil do modelo hiJroestÍatigráfico adotado E

Figura 2.4: Localizâçtu dos poços tubulares na pmpriêdade b


Figura 2.5: lnterpretação do ensaio de recuperâção no Poço 5 (método Cooper-Jacob) 7
Figura 2.6: DistÍibuiçtu das duas zonas de recarga no modelo hidÍogeologico 8
Figura 2.7: Pontos sêlecionados para recalibra@ do modelo hidÍogeologim 0
Figura 2.8: Variação no nível estático d6 poços tubulaÍes na área da mina no período
n11-m17 11
Figura 2.9: VaÍiâção no ní\,elestáüm em piezômetÍos existentes na áÍea da mina no
periodo 201 1 -201 7 12
Figura 3.1: llusfaçâo da abordagem úilizada na atualizaçtu do modelo geológico /
hid roestratigráíico em Visual Modffow 13
Figura 3.2: Contatos geologicos / hidÍoestratigráficos aiustados com base no modelo
geologico atual (linha negÉ representa poligonat DNPM) 14
Figura 3.3: Malha numérix do modelo em Visual Í\4odflow, com indicação da áreâ inativa
em plantâ (acima) e períil (âbaixo) 15
Figura 3.4: Curva de calibração em êstado estÍrionário 17
Figura 3.5: Superfície potenciométricâ calculada para a camada 13 do modelo numérico
(mluna 115 em destaque) 19
Figura 3.6: Seção hidrogeológica ao longo da coluna 115 do modelo - setas indicam
sentido de ffuxo 19
Figura 4.1: Locâlhaçfu e layout das duas cavas qw seÉo aprofundadas abaixo do nivel
Íreátim 22
Figura 4.2: Localizaçáo dG ónêgos e nasoentes sifuados ao Íedor das futuÍ:ts cavas a
céu abeÍto 25

Mineêçào Moto do lpé S.A. Walet Seryices and fechnologies Ltde.


081.R - Recelibrcçào de Modelo Numé co
I TNTRODUçÃOEOBJETTVOS

1.1 lntrodução

Este relatório documenta o trabalho de revisão e recalibração do modelo numérim de íluxo subtenâneo
desenvolvido anteriormente pâra a Mineraçáo Mono do lpe. 0 escopo do lrabalho realizado incluiu:

. Visita técnica à área de interesse;

. Revisão expedita do modelo conceilual;

. Análise dos novos dados levantados após a condusáo do modelo inicial, incluindo o cadastramento e
monitoramento de nascentes realizado em feverêiro de 2016;

. Reinterprctação de dob testes dê vazão realizdos em 2011 por empÍ€sas de peúrração;

. Recalibração do modelo numérico de fluxo eÍstenle; e

. SimulaÉes numêricas do sequenciamenlo de lavra disponibilizado.

Este trabalho foi tamtÉm baseado parcialmente no relatório do modelo numérko original (MDGEO, 2013), de
onde se obtevê principalÍnentê as premissâs e critéÍios adotados na conslruÉo do modeb numerim inicial.

Destaca-se que nâo houve mleta de dados adicionais pela Water Services and Technologies (WST), tendo a
mesma se bÍsêado exclusivâmente nas informa@ poüdas pela Mineraía Mono do lÉ.

1.2 Objetivos

O presênle estudo teve corno obietivos pÍincipab:

. Atualizalo modelo hidrogeologico conceituale o modelo numérico defuxo da área de lavÍa da Mineraçà)
Mono do lçÉ; e

Realizar uma simulação numéÍica, utilizando o modelo calibrado, do cenário de máximo rebaixamento
do nível d'água subterrâneo projetado para a mina e avaliar de forma quantitativa os eventuais impactos
no sistema hídrico locâ|.

As seções a seguir detalham o trabalho realizado

lli,ençÀo ttotto do tÉ SA- WaÍet Seflíces and fechnologies Lfila.


081.R - RecêlibÉção de ltodelo Nunéico 1
2 ÍIODELOHIDROGEOLÓGICOCO]iICEITUAL

2.1 Área de eíudo

A área de interesse do presênte trabalho se localiza na diüsa tríplice entre os municípos de lgarape, São Joaquim
de Bicas e Brumadinho, localizados na Regiâo Metropolitana de Belo Horizonte, aproximadamente 40Km a
sudoeste da capital. Trata-se de um projeto de minêrio de feno, cuja lavra a Mineraçáo Mono do lpe pretende
retomar a partir de 2020. No momento a Mineração Mono do lpê está processando anligas pilhas de minêrio
deixadas pela antiga empresa operadora.

Topogrâírcamente, a árêa do projeto conesponde à cÍista da Sena das Farofas, alinhada segundo a direção W-E,
com uma elevação máÍma da oÍdem de 1300 metros acima do nível do mar. 0 modelo hidrogeologico oÍtlinal
cobria três áreas de lavra, denominâdas, de oeste para leste: Mina lÉ, Mina Tim-Tico e Pojêto Pau de Vinln
(Figura 2.1).

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Figura 2.1: LocalizâÉo das 3 ároâ! de lavra objeto do lmdelo hidÍogêológico oÍiginâl (êíraído de f DGEO,
20í3)

No entanto, a área operada pela Mineração Mono do lpê atualmente inclui apenas a Mina lfÉ e a Mina Tim-Tico,
adquiridas pela empresa, enquanto o setor denominado Projeto Pau de Vinho foi adquirido por terceiros.

A Figum 2.2 abalxo moslra a área cob€ía pelo modelo hidrogeologico original (MDGEO, 2013), bem como a
poligonal do DNPM delimitando os direitos minerários atuais da Mineraçe) Mono do lpê e a projeção final da área
de lavÊ (footpinl .

Mineraçào Moro do f)é S.A. Walet Serybes end Íechôorogils Ltde,


081.R - Recâlibreçáo de Modelo Nunéico 2
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FLUXO SUBÍERRANEO

2.2 Hidrogeologla

A área do proleto apresenla algumas caracteríslicas específcas de interesse do ponto de vista hidrogeológico:

. PrecipitaÇão média plurianualda ordem de 1.500 mm/ano.

. Taxas de recarga estimadas entre 2í9 e 365 mm/ano na área do pojeto (MDGEO, 20í3).

Geologia mmposta por mchas metassedimenlares, compartimentdas entre uma unidade subvertical de
itabiritos (Formação Cauê), com espessura vaÍiando entÍe 200m e 300m na área de esludo. Esta unidade
conesponde à zona de cÍista dâ sena e é sobreposta (a noíte) por quarEitos da FoÍmação Cercadinho e
sotoposta (a sul) por filitos pertencentes ao Grupo Nova Lima. O fluxo de água subtenânea neste tipo de
ambiente ocone principalmente por rneio de haturas, cujas propíedades de largura, preenchimento e
mnecüvidade determinam as taxas de fluxo subtenâneo.

. Adicionalmenle, umâ série de nascentes ocorÍem ao longo de drenagens êxiíentes nas enmst6 norte e
sul da sena, a parlir das quais se formam alguns cónegos (FiguÍa 2.í).

Do pnto de vista conceitual, o modelo hidÍogeologim adotado é íelativamente simples, com 4 unidades
hidroestratigráÍicas principais, sendo estas, da base para o topo:

. Unidade de filitos íGrupo llova Lima): , ocupa todo o selor sul do modelo hidrogeologir:0. Pelas
propriedades hidÍodinâmicas deste litotipo, esta unidadê hidroestrâtigráfica pode ser mnsiderada um
aquitarde.

Unidade de itabirilos (Fprmaqãqlauê): os I itotips nesta unidade vâriam entre itabirito mmpacto, ilabiílo
friável e itabirito pulverulento. De amrdo com o modelo geológico da área de esludo, no entanto, a litologia
predominante é a dos itabiritos compaclos. Esta unidade hidroestrâtigráÍica mnesponde ao principal
aquííeo na região e tamtÉm ao minêrio de feÍÍo ob,eto da lavra.

Unidade de ouaÍtitc íFoÍmacão Cercadinho. Grupo Piracbaba): ocupam todo o sêtor norte do modelo
hidrogêologbo e, assim como os filitos a sul, pode ser considerado um aquitârde,

Rochas metabásicas: tratam-se de rochas vulcânicas intrusivas, cuja principal oconencia no enlanto se
localiza a leste da propriedde da Mineração Mono do lçÉ, em meio âo setor denominado Pau de Vinho.
TBtase igualmente de um aquitarde, mm uma condúividade hidÉulica no entanto significativamenle
menor que os filitos e quartizitos mencionados acima, o que toma este lipo de rocha tipicamente uma
barreira ao Íluxo sublenâneo.

A Figura 2.3 ilustÍa o modelo hidrogeologim conceitual, representado no soÍtware Visual Modflow, por meio de
uma seção N-S (cada camada numérica tem espessura de 20m).

tllineaçào ltono do ltÉ SA. Welet Setubes end Íechnologies LÍde


081.R - RecalibÉção de tlodelo Nunéico
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!P.E RECALIBRAÇAO DE MODELO MAÍEMATICO DE N WATERSERVICES

FLUXO SUBTERRÀNEO

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Figura 2.3: llustração em peíil do modelo hidro$tríigÍáíico adotado

2.3 Parâmetroshidrodinâmicos

Segundo MDGEO (2013), os valores das pÍopriedades hidodinâmicas adotados no modelo numérico de fluxo
foram deÍinidos a paÍtir de valores de literatura e calibrados por meio de retroanálise. Na pÉtica, isso signiÍica que
não ÍoÍam realizados ensaios hidráulicos (pÍincipalmente ensaios de bombêamento) nas unidades
hidroestratigráÍicã, de modo que não havia resultados de mediçoes diretas destes parâmetros nos aquíferos e
âquitardes locâis.

Esta situação não é inmmum e, por se lralar de uma rEião muito estudada, existem dê fato numerosas reÍerênci6
bibliogÉÍicas para estes parâmelros no ouadrilátero Ferífero.

Na presente avaliaqão, entretanto, buscou-se veriÍicar mm a equipe tecnica da Mineraçâr Mono do lpê a
existência de quaisquer ensaios hidÉulicos que poNentura tivessem sido realizados no passado. A partir desta
verifcação, chqou-se a dois testes de vazão (ensaios de bombeamento para delerminar a capacidade de
produçâo de um poço) realizados em poços tubulares existentes na propÍiedade da Mineração Mono do lçrê. Os
dois testes foram realizados nos poços tubulares 3 e 5, locâlizados na poção oeste da Mina Tico-Tico (Figura 2.4).

Mi\ençáo Moto do llÉ S.A. Watet Seryicas end Íechoorogies tÍdr.


081.R - R.calibnçáo de lto.lelo Numérico 5
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úlfÀrçlo RECALIBRAÇÃO DE NDELO MATEMÂTICO DE iS WATERSERVICES
FLUXO SUBÍERRÀNEO

illneragão Mono do lpê


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GoogÊ Earth

Figura 2.4: Locelizeção dos poços tubulare! na pÍopriedâde

Os testes de vazão no entanlo foram reâlizados sêm a mediÉo de nível em um poço de obsêrvação, o que impede
a interpretação dos mesmos como ensaios de bombeamento propriamente ditos. Por outro lâdo, no Poço 5 Íoi
realizado um ensaio de recuperação do nível d'água, que consiste em fazer medi@s de nivel d'água em intervalos
de tempo pré{eÍinidos aÉs o dêsligamento da bomba. Este teste foi interpretado utilizando o método da linha reta

de Cooper-Jacob (1946). Na tabela abaixo apresentlsê os resultados obtidos, enquanto a FiguÍa 2.5 ilustra o
método utilizado (encaixe de linha reta sobre o trecho retilínêo da curva de recuperação obtida).

Tabela 2.í: R6umo dos emaios dê bombeâmento realizados

-I TrammBsividade
Espessura do Condúividadê
Poço Diturctro (pol) Protundldâdo (m)
(mríd)
aquííero' hidáulica
(m) (mh)

Poço 5 8', 190 7,4 151.3 5,7 x 107

'ólida como a dihr ça €flte o hpo e a bâsô do inlEívalo toíÍnado p€las se@ fltrant€s

O Poço 5 se situa na zona de contato da Formaçâo Cauê (itabiritos) com o Grupo Nova Lima (Íilitos), o que é
mmpativel com a descri@ das litologias inleÍceptada. O valor de condúividade hidÉulica obtido (equivalente a
0,05 m/d aproximadamente) é no entanto mais compatívêl com os filitos do que mm os itabiritos.

Minençào lúo o do lÍrê S"À. Welet Serybês end lêchnorogrbs Lldâ.


081.R- Recalibôçáo de tllodelo Nunérico 6
A
IPJ RECALIBRAçÃO DE fiIODELO MATEMATICO DE IS WATERSERVICES
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FLUXO SUBTERRANEO

Poço 5 - Teste de recuperação


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Tempo (n-bff)

Figura 2.5: lnteípíelâçáo do ensaio de recuperação no Poço 5 (mé{odo Coopedacob)

Desta formâ, trabalhou-se inicialmente com estê valorde condutividade hidráulica para a unidade hidroestratigráÍica
dos filitos. Os valores de condutividade hidÉulica âdotados para as demais unidades hidroestratigráÍicas foram
uma mescla de valores de literatura e daqueles utilizados no modelo original, coníorme discutido na Seção 3 deste
relatório.

2.1 PluviomêtÍia ê texa3 de ÍêcaÍga

No modelo hidrogeologico conceitual elaborado por MDGEo (2013) foram consideradas mmo referências para o
índice de precipitaçáo na área do proielo duas estaçôes pluviométricas opêradas pela antigâ mineradora, nos
setores das minas IÉ e Tico-Tico. 0s dados destas eslaÉes mostraram, respectivamente uma precipitâção media
de 1366mm/ano na Mina Tico-Tico (período 200&2012) e de 1488 mm/ano na Mina lÉ (periodo 2010-2012).

Como parte da presente revisão, obteve-sê os dados de monitorarnento pluviomêtÍico de longo prâzo da Estaçâo
Atto da Boa Vista (código ANA: 02044021), operada pela CPRM e situada aproximadamente 1oKm a oeste da área
de estudo. Embora os registros apresentem falhas nos anos mais Íe@ntes, a prêcip açe) mêdia anual de longo
prazo registrada poÍ esta estação (1973-2014) Íoi de 1495 mnúano, ou seia, muito póxima àquela registíada no
antigo pluviômetro da Mina lÉ,
Nesse sentido, Íoram utilizados os valores considerados no modelo hidrogeologico inicial, bem como as taxas de
recarga propostas, de 365mm/ano na formação fêniíerâ (aquifero Cauê) e de 219mm/ano nas demais formaçõês
geologicas presentes no modelo.

$ineÉção Motro do lÍrê SÀ. W.let Sê.vbes an.l fechnoroghs Llda.


oU.R - Recâlibêçào de tlodelo Numéico 7
^
IPT RECALIBRAÇÃO DE MODELO MATEMÁTICO DE IS WATERSERVICES
FLUXO SUETERRANEO

A Figura 2.6 mostra a distribuição das duas zonas de recarga no modelo numérico de fluxo

Zona de recargâ /
foímaçào íeniÍeía

Zonâ de rÊcargâ /
dêmab brmrcôê6

Figun 2.6: Dlrtribuição da! duas zonas de recarya no rmdelo hidrogeológlco

2.5 PontG de callbração para o modelo mrtemálico

Para o lrabalho de recalibração do modelo numérico de fluxo foram úilizados três mnjuntos principais de dados,
disponibilizados para esta avaliação:

. Modelo geológico atualizado (disct tido na Seção 3 deste documento);

o NÍvel estátim medido nos po@s tubulares e piezôm€tÍos; e

. Cadastramento de nascenles Íealizado em Íevereiro de 2016.

Tanto nos poços e piezôrnetros quanto nas nascentes, o paràmetÍo de interesse para a recalibração do modelo é
a carga hidÍáulica medida em cada local, dada poÍ:

a) No caso dos poços e piezômetos, pela cota da boca do p@ subtraida do nível estático; e

b) No caso das nascentes, por sua mta topogÍáfEa.

No total foram consideBdos 39 pontos de calibraçfu de caÍga hidÉulila no modelo de fluxo, dislÍibuídos da
seguinte forma:

o 7 Poços tubulares

. 8 piezômetms

. 24 nascenles

A localizaçtu dos 39 pontos é indicada a seguh na Figura 2.7.

tlineâçào tiofio do lÍÉ SÀ. Wetu *,]/bes end Íechnolagiês LNe.


081.R - Recalibraçáo dê tlodelo Nurnéico I
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IPJ RECALIERAÇÃO DE MODELO MATEMÁTICO DE iS WATERSERVICES
FLUXO SUBTERRÃNEO

Sobre a seleção dos pontos de monitoramento, deslaca-se:

. Todas as nascentes cadastradas no levântâmento realizado em fevereiro de 20'16 (Amplo, 2017) e


consideradas nesta avaliação, se enconlram fora dos limites da área de p{eto da Mineração Mono d0
lpê. As nascentes mais afastadas, situadas a leste da poligonal do DNPM, foram mantidas na avaliação,
tanlo por terem sido mnsideradas no recadastramento de nascentes realizado em 20'16 quanto para
auxiliarem na conÍiguração da superfície potenciométrica no setor leste do modelo, uma vez que o
domínio (área de cobertura) do modelo hidrogeologim, embora parcialmente reduzido, continuou se
extendendo até este setor.

. 0s poços e piezômetros utilizados mmo pontos de calibração fazem parte da rede de monitoramento
atual da MineraÉo Mono do lpê, tendo os mesmos seus níveis estálicos monilorados periodicamente
por técnicos da empresa.

Em linhas gerais, o modelo hidrogeológico conceitual elaborado por MDGEo (2013) é consistente com o contexto
hidrogeologico da área de interesse. Ademais, o grau de complexidadê do modelo é compatível mm o nivel de
detalhe das informações disponíveis. A pÍincipal deflciência de informação diz respeito aos parâmetros
hidrodinâmims da área da mina, de forma que seÉ importante, futuramente, realizar ensaios de bombeamento
nas principais unidades hidroestratigráficas parâ validar os valores calibrados.

2.6 Comparação entre os levantamentos de nascentê§ realizados em 20íÍ e 2016

Considerando o objetivo central da presente avaliação, de avaliar de forma quântitativa os eventuais impaclos no
sistema hÍdrico local, Íoi realizada uma análise prévia, comparando os cadastramentos de nascentes realizados
por Potamos (2011) e Amplo (2016), para as nascentes que íoram mapeadas em ambos os levanlamentos.

A Tabela 2.2 apresenta um resumo desta comparação. A localização destas nascentes (em 2016) pode ser
verificada na Figura 2.7 apresentada acima.

Tabela2,2: Comparação er Íe os cadaíramêntc de nascentês Íealizados em 201í e 2016

Dislância entrc os pontos DiÍeÍençâ de cota entÍe os ponlos


ID Sub-bacia cadasrados em 2011 e 2016 cedastradG êm 20íí e 2016
(m) (m)

NTT.05 ftnego do Rego 75 7

NTT.07 CórÍego Farofas 55 -20

NTT.O8 6Íego FaroÍas 68 2

NTT.lO CóÍrego FaroÍas 53

NTT-25 Cônêgo Olaria 78 -2

NTT.4O 6Íego Faroías 39 -2

NTT.45 frnego do Rego u -6

NTT-,í6 CoÍrego do Rego bb 0

NTT.5O 6Íego Faroías 67 -8

Média 63 -7

Minercçào Mono do lfÉ S,A. ,yâÍeí SeÍvicês and fêcâflologies Ltde.


tt81.R - Recelihraçâo de Modelo Nunéico 1A
rPt^. RECALIBRAÇÃO DE MODELO MATEMÀTICO DE iS WATERSERVICES
FI.UXO SUEIERRÁNEO

Com base na tabela acima, veÍiÍica-se:

No espâço de apÍoximadamente 5 anos úunho de 2011 a fêvereiro de 20Í6), as nascentes se deslocaÍam


em media 63m para jusânte.

Estas nascenles moslraram, no mesmo período uma quêda média no nível d'água de 7 metros. Essa
observação é consistente com o forte período de seca expedmentado em loda a regiâo sudeste a paÍtir
de2014.

O rebaixamento mínimo observado (com exceção da nascenle NTT-46) toi da ordem de 2m, chegando a
até 20m, conÍorme verificado na nascente NTT-07),

. Deslaca-se, no enlanto, que ambas as campanhas Íoram realizadas utilizando-se aparelhos GPS
poítáteis, o que pode implicar em um ceÍlo nível de imprecisão.

Em que pesem as imprecisoes associadas aos levantamentos, é possível se exlrair uma lendência geral, que
mostra que no período deconido entre os dois levanlamenlos houve queda do nivel d'água subtenâneo, associado
a variaçôes climáticas (período de estiagem) e esta queda Íoi em mêdia da ordem de vários metros. Essa
observação é corÍoborada pela variaçâo no nível estálico tanto dos poços tubulares quanto dos piezômetros
monitorados na área do poeto, mnforme ilustram as figuras 2.8 e 2.9 a seguir.

Poços Tubulares
Jar-11 Jt-12 Dec- 12 Dec'13 oec- 14 Dec- 15 Dec-16
0 0

10

n 200

30

:40 o0E
.9
.§ í)
3eo
z moE
.. t.. .......r ... ÍL
70

.:r.-.fr...----r-r. rr*;.
80 rit; g3;11 1... 800
'......i.....
s
100 1000

lPrecrp aÉo(ím) .Poçol . Poço2 . Poço3 . Poç01 . Poç05 . Poço6 .P@7

Figura 2.8: Variação no nível estático dos poços tubular€ na área da mina no período 201í-2017

nineaçeo *lono do lpâ SA. Welet Serybes and Techno,ogiês Ltda.


0E1.R - Recelibtâçào de tlo.lelo Nunéico 11
^
IPI
YHf;f RECALIBRAÇÃO DE MODELO MA'TEMÁTICO DE N WATERSERVICES

FLWO SUBTERRÀNEO

Piezômetos
Jan-11 Jdt-12 Dec- 12 Dec-13 Dec- 14 DeÊ15 Dec- 16
0 0

10

20 na
30
Ê
5O 100 E

§íl 'a
5l
3m
z eoo â
ê
n
m 80ú
.......!...r..rrr...r:
90 :::i:::r.rr... . r.l l: l: ::: ::::::::.
100
10m

aPÍrcipilaÉo (mm) . PZ01 . PZ03 . PZ08 ,p213

Figura 2.9: variação no nível estáüco em piczôrnetror eriíentê3 na árer da mina no pododo 20íí.20í7

No período monitorado, indicado nos gráficos acima, as quedas no nívelestático chegâram à ordem de 1Sm tanto
êm piezômetros (PZ-3) quanto em poços tubutares (poço 4).

Conforme sêÍá visto adiante nesle documento, as obseíva@es acima são bõtanle relevântes no que diz respeito
à análise dos íuturos impactos projetados em função das oper@es de lavra (seçáo 4 deíe relatório).

ttineÍação Motto do lpê S.A.


Walet Sê'vic.es and Íechnologies Ltde.
081-R - Recalibnçáo de ttodeto Nunéi.o 12
3 REVTSÃO E RECALTBRAçÃo D0 TODELO NUilÉRICO DE FLUXO

3.1 Ítlodelo geologico 3D

0 trabalho de revisáo do modelo numéÍico conslruido em Visual Modflow foi iniciâdo pela atualização do modêlo
hidroestratigráfim, baseâdo no modelo gêologim tridimensional atualizado, fomeciío pela equipe técnica da
Mineração Mono do ltÉ.

Considerando a geometria da malha numéÍica exislente, mmposta por 22 câmadas plano-paralelas (Figura 3.'l),
a âbordagem adotada foi a de gerar, a paítir do modelo geologim 30, fatias ao longo do plano XY (i.e. horizontal)
do modêlo geologico na cota média de cada uma das camadas numéricas do modelo numérim em Visual
Modflow. A Figura 3.í e Tabêla 3.í a seguir ilustram o procedimento âdotado.

cÂMÂDAs NUMÊRIcAs

Contat6 êíraidc do moddo geohEico 3D na hja hcÍizmtâl de mta 760m

Coh Zom
Cob 760m
Cob 750m

Figura 3.í: llustração da aboÍdagem utilizada na âtualização do modêlo geológico, hidÍoêstÍatigráfico em


VisuaÍ ÍlodÍlow

Tabela 3.1: camadas do rnodelo geokigico utilizâda! na Íeyisão do modelo numédco defluxo

Camada numérica Cotr camada , plano hoÍüontal


Cota base (m) Cotr topo (m)
modelo iiodflow oxfaído do modclo gsológtco

1170 1200 1185


2 1150 t't70 1 160
3 1130 1 150 1't40
4 't110
1130 1120
1090 1110 11m
6 1070 1090 Ím0
7 1050 1070 1060
8 180 1050 1040

L I 10í0 1030 1020

nineÉçáo ttono do lpê S.A.


Wetet Seryices eial Technotogies Ltde.
081.R - Recalibnçào de lttodeto |,luméico 13
^
IPI
xlgf;f RECALIBRAÇÃO DE MODELO MATEMÁÍICO DE iS WATERSERVICES
FLUXO SUBIERRÀNEO

Camada numéÍica Cotâ camada I plano horizontal


Cota base (m) Cota topo (m)
modelo odflow êxtraído do modelo geológico

10 990 1010 1000


11 970 990 980

12 9s0 970 960

13 930 950 940

14 910 930 920


'Í5 890 910 900

16 870 890 880

17 850 870 860

í8 830 850 840

19 810 830 820


20 790 810 800

21 n0 790 780

750 770 760

A Figurâ 3.2 mostra a camada numérica 22 do modelo de fluxo após os ajuste dos contatos geologicos com base
na sêção hoÍizontal de cota 760m extraida do modelo geologico 3D. O polígono de cor preta moslra os limites
dos direitos minerários (poligonal DNPM) da Mineração Mono do lpe.

'l

Figura 3.2: Contatos gêologicos / hidroestratignáficos ajGtados com basê no modelo geologico atual
(linha negÍa Íeprêsenta poligonal Dt{PÍú)

3.2 Domínio do modelo numérico de fluxo

O domínio do modêlo numérico de fluxo representa a área coberta pelo modelo. Na presente revisão do modelo
hidrogeológico, o domínio (ou área de cobertura) original do modelo foi mantido, porêm do ponto de vista
numérico, a área modelada Íoi reduzida, desativando-se as células na área mais à direita do domínio, isto é, a
parle mais aÍastada da propriedade da Minerâção Mono do lpe. Esta modiÍicação foi feita principalmente para
reduzir o tempo de processamento das simulaçÕes numéricas, mas também para simplificar o processo de
calibração, uma vez que não havia interesse em modelar áreas muilo afasladas da propriedade.

MineÍaçeo Morrc do lpê SA. Watet Sevices end Technologies Llda


084-R - Recelibftçáo de llodelo Nunérico 14
,â.
IPI RECAUBRAÇAO DE MODELO MATEMÁTICO DE
iS YêXT:,TYI!,t
FLUXO SUBTERRANEO

Neste sentido, a FiguÍa 3.3 moslra, em plantae perfll, a área efetivâmente modelada, sendo indicada a localização
das célulâs inativas

cÉLULAS
tNATtVÀS

I IT II TI II T
I
I Ia TrI I Ia
I
I I IaE II T I I I I
I
- I- I E
T T Ir I
T --
I I
II
Í: I
I I Ia
I E
--
II
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I
I
--
I E
I
I
t
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E -- - -
I II
I I
I
T- I
T
I- - I CÉLÚLÂS
I I ! EIIX I I I T I
T
- !---
I T
II - I
I-- I
I
I
II INAÍIVAS
I r -- -- I
I
I
I - I
I I
I r -I -- I ry
T -- -
II
i
I
I
t
I I -- II- r --- - II
I
IT - !
II II -- i -
IT
-- - -
-- --
Figura 3.3: alha nurÉrica
--
do modêlo êm Visual odÍlow, com indicação da área inativa em planta (acinu)
e perlil (abaixo)

Destaca-se que o polígono apresentado na Figura 3.2 e reproduzido acimâ (em planta) conesponde à extensão
do modêlo geológico, isto é, a área mberta pelo modelo numérico de fluxo excede signiÍicativamente os limiles
do modelo geologico. lsso é necessário, no entanlo, uma vez que os eventuais efeitos da lavra no sistema de
fluxo subtenâneo não ficam restritos a uma área deÍinida aleatoriâmente, mas podem se estenderalém dos limites
da área de lavra. De fato, coníorme veriÍicado anteriormente na FiguÍa 2,7, todas as nascentês que constam do
cadaslro mais Íecente realizado (Amplo, 2017) se enmntram fora dos limites da poligonal do DNPM,

3.3 CalibraÉo do modelo numérico de Íluxo

A calibraçáo do modelo de fluxo (recalibração neste caso) é o processo de ajuste dos parâmetros de entrada do
modelo para se atingir o grau desejado de mnespondência entre a simulação modelada e o sistema natunl de
fluxo. O modelo de fluxo é considerado calibrado quando ele consegue repoduzir, em um grau aceitável, as
cargas hidráulicas e fluxos do sistema natural que eslá sendo modelado. Observa-sê que o conjunto de condiçóes
hidráulicas para se obter uma conespondência razoável entre as cargas hidráulicas e os fluxos m€didos e
simulados não é únim.

Mineração Mono do lpê S,A. Watet Seívices and Íechnologies Llde


081.R - Recalibtução de filodelo Nurnéico 15
A
PI
MN€BT("ÁO RECALIBRAçÃO DE MODELO MATEMÃTICO DE
iS WATERSERVICES
A'lJ I :ai.'rarioc !!
Ft{,(O SUEIERRÁNEO

A recalibração do modelo matemático de fluxo desenvolvido para a área operacional dâ Mineração Mono do lpê
envolveu pnncipalmente as seguintes a@es:

. lnserÉo dos novos pontos de calibração (poços e nascentes), com as carg6 hidÉulicas atualizadas;

. RepÍesentação das nascentes cadastrâdas mmo célulasdreno, nas cotas apopriadas; e

. Recalibraçáo do modelo mediante a revisâo da condutividade hidráulica adotada para as váÍias unidades
hid roestratigréÍicas.

TamtÉm mm respeito ao processo de calibração do modelo de fluxo, deslaca-se:

O processo de calibração do modelofoi realizado âpenas em estado permanente, ou estacionário. Essa


decisão Íoi tomada principalmente em funçfo do objetivo do trabalho, de simular o cenário de mÉximo
rebaixamento poetado para a mina, o que ocorTe quando as cavas a céu aberto atingem sua
proÍundidade máximâ e quando os níveis d'água nêstas condições se estabilizam, o que conesponde
justamente ao resuftado da simulação numêrica em estado estacionário, conforme discutido na Seção
4 deste relatório.

. Para a calibração em estado permanente, foram ulilizadas as cârgas hidráulicas observadas (medidas)
nos poços tubulares, piezômetros e nascentes em fevereiro de 2016. A seleção deste período em
particulaÍ para a calibíaÉo do modelo se deu em Íunção de o levantamento de nascentes mais recente
disponívelter oconido neste mês (Amplo, 2017).

. No processo de calibração das cargas hidráulicas das nascentes para apmximá-las daquelas
observadas em campo, foi necessáno Íazer alguns âjustes utilizando a superfície topográÍica mais
recente disponÍvel, de 20'14. lsso oconeu porque na comparação das cotas das nascentes levanladas
em campo mm aquelas calculadas pelo modelo, veriÍicou-se algumas disparidades que não eram
compatíveis com â calibração do modelo de fluxo como um todo. Na comparação dos valores de campo
com a superfície topográficâ de detalhe da área (levanlada em curvas de 1m), venÍicou-se que várias
nascentes apresentavam mtas que eram incompatÍveis com a topograÍia, o que povavelmente se deve
à precisão vertical insuficiente do GPS utilizado pela equipe responsável pelo levantamento, Nestes
casos ajustou-se as cotas "observadas" para as nascentes com base na topograÍia de detalhe. A Tabela
3.2 mostra as nascentes em que se detectou as referidâs dispaÍidades e as cotas efetivamente utilizadas
na calibração.

Tabela 3.2: Compaíação das cotas das nâscêntB leyantadas em fevereiro dê ml6 com a superfície
topogÉfica de detalhe

Cota levantâda êm Cotr topogÍáfica de Difeíença Cota Íinalúilizada na


Nascente campo dêtalhê calibrâçâo do modelo
(m) (m) (m) (m)

NÍT.25 1004 1005 1 1005

P.0'l 10'15 1030 15 1030

P42 987 990 3 990

P.03 983 10 993

Minebção Mofio do lpê SÀ. WateÍ Seryices and Íechnologies L,da.


081.R - Recalibtaçào de Modelo Nunédco 16
^.
IP.E RECALIBRAÇAO DE MODELO MATEMATICO DE iS WATERSERVICES
FTUXO SUEIERRÁNEO

Cota levantâda em Cota lopogÍáfica de Diferênça k final úilizada na


Nascênte campo detalhe calibraçáo do modelo
(m) (m) (m) (m)

P.05 1022 1030 8 1030

P{6 1027 1030 3 1030

P.07 1018 1030 12 1030

P.08 958 975 17 975

P.09 964 980 980

P. t0 1067 1025 42 1025

P-11 1003 8

P.12 1003 1005 2 1005

Não foi possívelÍazeÍ calibrações defluxo, uma vezque nãoforam medidas vazões no levanlamenlo de nascentes
realizado em 2016 e tampouco havia mediçoes de vazão dos cónegos no período observado, tendo as mediçÔes
de vazão mais recentes sido realizadas em 2014, quê foi inclusive um ano de Íorte seca na região sudeste.

Conforme indicado acima, a recalibração do modelo foi conduzida em regime estacionário, visando comparar os
niveis d'água calculados pelo modelo mm aqueles medidos nos pontos de observaçâo (Figura 2.7).

A curvâ de calibÍaÉo do modelo é apresentada na Figura 3.4, Os resultados mostram uma forte conelação enlre
as cargas hidráulicas medidas e simuladas (coeÍiciente de conelação de 99,30/d. 0 eno absoluto médio obtido é

de aproximadamente 3,8 m e a média quadrática dos enos normalizada (Normalized RMS) obtida foi de 4,0%.
Os residuais obtidos (diferenÇa entre nivelobservado e nível simulado) variam de 0m a 18m.

Calculatêd Ys. Observed Head : state


I t-syer*to
O uy".*tt
L, Â Larr *tz
V LryÊ.ti4
* r-averrao
E X LayerÍ
* t-oyerre
T O LrycítS

E
E Liyo.rs
?6 ---- 95* conBÊrice itcÍvd
oE ---- g6i i*cÍval

914.35 $,1.35 10í4.35


ObsêNei, flead (m)
uflr of D6tE Pohts : 37
Mâx. Resiruât í8.225 (m) at PZ-13íA §ândúd EÍÍor of tbe Estiráe : 0.86 (m)
Mn. R€iÍrâ!: 0-003 (m) .l P-olrA Root Hc Squarcd : 5:41 (m)
Resitrol eán : í-13S (m) lro.nôtsed F*tS : 3.995 ( ) *
Abs. Reeituôl H€ân : 3.ôt2 (m) CorÊ*.tiofl Coefficênt : 0-393

Figura 3.4: Curva de calibração em êsiado $tacionáÍio

ttinençào Mofto do lpê S.A. Water Seryiaes and Technologies Ltda.


081.R - Rêcalibraçâo de Nlodelo Nunéico 17
A
PI
MsEÊrclO RECALIBRAçAO DE MODELO MATEMAÍICO DE
iS wArFRsERvtçEs
FILXO SUSIERRÁNEO

A Tabela 3.3 abaixo apresenta o balanço de massa do modelo calibrado

Tabela 3.í: Balanço de massa do modelo calibrado

Ponlos de entÍada e Condiçao de contomo


Entrada (m3) Sâida (m3)
saída de água do modelo úilizada

PrecipitrÉo Recarga 18.819

BaÍragens (lagos) Carga constante 4.819 813

Rios e nascentes DÍeno 22.825

Total 23,638 23.638

3.3.1 Valores de condutividade hidtáulica calibndos

Conforme indicado anteriormente, prâticamente não existêm mediÉes diretas de condutividade hidraulica nas
unidades hidroestratigráficas dentro da propriedade da Mineração Mono do ltÉ, De todo modo, conÍorme também
mencionado, regionalmente tratam-se de formaçóes geologicas amplamente conhecidas e estudadas, Neste
senlido, buscou-se fazer uma checagem dos valores adotados no modelo original, quanto às ordens de magnitude
utilizadas, tendGse feito alguns ajustes, tanto em função dos valores esperados para os litotipos de interesse
quanto durante o processo de calibraçã0.

A Tabêla 3.4 mostra, de forma resumida, as principais unidades hidroestratigáÍicas mnsideradas no modelo
numérico, os valores de clndutividâde hidráulica adotados no modelo original e os valores finais obtidos no
processo de recalibraçáo realizado no presente habalho. Destaca-se que a condutividade hidráulicâ é atribuida a
porções do modelo numêrico que são denominadas "Zonas", e que estas zonas correspondem às diferentes
unidades hidroestratigráÍicas, sendo que em alguns casos, durante o processo de calibração do modelo, são
crjadas zonas adicionais, utilizadas para representar, pelo menos em parte, a helerogeneidade existenle dentro
de cada unidade,

Tabêla 3.3: ValoÍes de condutiyidade hidráulica do modelo calibmdo

Zona de
Unidade odelo 2013 Calibração 2018
condúividadê
hidroGtraügráfica K (ííd) K (Ídd)
(Visual iiodflow)

Filitos I 0,01 0,0125

ItabiÍito compacto 2 0,5 0,75

QuaÍEitos 10 0,01 0,00,l a 0,025

MetaMsicas (diques) 3 0,05 0,001

MineÉcÀo Mo o do 1ÍÉ SÁ. Welet SeNices and Technolog/es llda.


084.R - Recalibtaçào de Modelo l,luméico 18
PI^
urNEiacjo RECALIBRAÇÃO DE MODELO MATEMATICO DE
iS WATERSERVICES
FLUXO SUBTERRANEO

3.3.2 Supe.frch potatcionética do nodelo celibndo

A superfície potenciométrica gerada na camada numérica 13 do modelo calibrado e as equipotenciais em seção


(coluna 115 do modelo, indicada na Íigura abaixo) são apresentados nas Íiguras 3.5 e 3.6, respeclivamente, As
cores mais avermelhadas conespondem às cargas hidÉulicas mais altas (que oconem na seÍTa), enquanto as
cores mais azuladas representam as cargas hidráulicas mais baixas. As áreas em manom conespondem às
células secas, ou seja, áreas que no plano horizontal represenlado (cota 940m) se enconlram acima do nível
freático.

I
1

Figura 3.5: Supeficie potencioBÉtÍica calculada para a camada'13 do modêlo nurÉico (coluna 1í5 êm
destaque)

j
/:
-\r \;
f'\ I

lli ,\ l
)'_ l
"
Figun 3.6: Seção hidÍogeológica ao longo da coluna 1í5 do modelo - setas indicam seúdo de fluxo

$ineÍaçào llo o do lpê S.A. Walet Seryices and Íechnorogiês L Ída.


081.R - RecalibÍaçào de Modelo Nunéico 19
,A
PI
uH€BrçÀo RECALIBRAÇÃO DE MODELO MATEMÀ|ICO DE
i§ y3IT,'.ry,fP
FTUXO SUEIERRÁNEO

3.3.3 Ce/ãlctefísticas do modelo nun*ico celibndo

A Tabela 3.4 apresenta um resumo dos parâmetos Íinais do modelo, mncluído o processo de recalibração

Tabela 3.4: Carac{erísticas do modelo numérico calibrado

Componente do Modêlo Dêscrição

Itelha Nunéica

Área total do modelo 36,0 Km2

Discretização 118 linhas, 360 mlunâs, 22 camâdas

Malha numéÍica de camadas planas, mntendo um total de 934.560 células.

n6 bord6 do moêlo, discretizad6 para 25m x 25m na pane central Camadas


Cêulas de 25m x som
numéric6 com 20m de esp€ssura, com exceÉo da camada numâica 1, que tem uma espessura de
30m.

Hidroestatig,"efa

Unidades 4 unidades hidroestÍaligÍâfic6 pÍincipais (flil6, itabirilo mmpacto, quaÍtsitc6, metabâsicas) coín
hidro6tratigÉficas algum6 unidades menores representadas no modelo, induindo: itáiritc fiiárcle pulvurulento, canga

e sdo6 indiíeÍenciados.

Co n d uliv i da de h i dtá u li ca' 16 zonas de condutividade hidráulica âtiv6, bôeadas no modelo geologico 3D atualizado, com
algum6 subdivisôes utilizadas na calibrâção de setoÍes específicc do modelo.Os valores de
condutiüdade hidÍáulica variam de 0,001 nVd (metabasicâs) a 1,5 Íúd (solo6 indifeÍêflciados).

Condiçí,es de contomo

Recarga Aplicada na forma de 2 zonas, sendo uma especifcâ sobre os itabiÍitos e outra aplicada no restante
do modelo, com valoíes de 365 mrn/ano e 219 mm/ano, resp€clivamente.

Rios lnterpretados como cuÍsos de á.lua intermitentes e repÍesentadG mm élul6 dÍeno no dominio do
modêb.

Nascentês Representadas por élul6dreno

BaÍÍagens (lagos) Representados porcargas constantes

Calib.eçào

Pontos de calibração 7 poços fubulares;

8 piezômefoo; e

37 nascentes.

NRMS- 4,1"/"

lma desqiÉo cünpbh e deblhada €§tá dispmivel an MDGEO (201 3)

'1nédia quadrática dos eíÍ6 noímlizâda

ttinençào MorÍo do lpê S.A. Wetet Sedices and Techaologies Lda.


qU.R - Recelíbtrào de Moddo Numéico 2A
A
IPI
l,lrERr(JO RECALIBRAÇÃO DE MODELO MATEMAÍICO DE
is ylrlT,tT,Y.ç.p
FLUXO SUBTERRÂNEO

3,4 Vazõês calculadas paÍa córêgos e nascentes

Com o modelo numérico calibrado, foi possivel calcular as vazões esperadas para curso d'água e nascente
representada no modelo. Destaca-se que não há medições / monitoramento regular de vazão dos cónegos e
nascentes, embora estas medições já tenham sido feitas no passado. Deste modo, os valores câlculados foram
utilizados âpenas como base para o cálculo dos eventuais eÍeitos da mineraçã0. A Tabela 3.5 abaixo lista as
vazões calculadas para cada um dos órregos e nâscentes considerados. Algumas nascentes foram computadas
de forma conjunta, dada a proximidade entre as mesmas.

Tabela 3.5: VazõÉ calculadas paÍa os cóÍÍegc e nascentes na área do modelo

Corpo hídrico' Vazão simulada (m3,h)

CóÍego Grande 345,4

CóÍrego 0üéias 198,9

CórÍego do Rego 64,4

Cónego 0laria 1,7


Córego Farohs 87,5

Cónego lgaraÉ 20,6

Cónêgo Açoita Cavalo 52,3

l,lascente P-0í 0,5

l{ascenles P-02 e P43 7,4

Náscêntês P{5 e P.06 0,2

l{ascente P-07 0,01

Nascente l{TT-25 0,2

Nascentes P-08 ê P-()g 2,5

Nascêntes NTT45, NTT.16 e Pí0 0,05

ilascentês Pí í ê P-l 2 1,3

'nascenles muib pÍóximás umas às outras Íor8m agtupadas para eÍeito do cálaulo de vaáo.

Mineraçào Mo o do lpê s,A. Walet Seryices and Têchnorogies Ltde.


081.R - Recâlibnçào de filodelo Numéíco
4 Stitu DO CENÁRIO DE TÁXITO REBAIXATIEI{TO PROJETADO

4.1 Genário simulado

Coníorme previsto no esmpo de trabalho, foi realizada uma simulação numérica de fluxo considerando o cenáno
de máximo rebaixamento projetado, isto é, o projelo final das cavas, previsto paÍâ 2030 quando esl6 estarão n6
níveis mais profundos planejados.

Destaca-se que o projeto atual de lâvra da Mineragão Mono do lrÉ não prevê cáv6 com profundidade muito
signiÍicativa, com um aprofundamenlo máximo em rel4ão à mta topogÍáfica atual da ordem de 80m na Mina do
lçÉ (da cota 1110m à cota 1030m) e de 70m na Mina TiceTim (da cota 1100m à mta 1030m). A planta topográÍicâ
com a projqão Íinal das 2 cavas mais pofundas previslas é apresentada abaixo na Figura 4.í.

MrNA tPÊ
MtNÂTTCO.TtCO

Figura tl.í: Locâliz«Fo ê layoú dar duas cavar que 3êÍão apÍofundadas abaixo do nível heático

0s dados de nível estático nestes sêtores, indicados por poços de monitoramento e calculados pelo modelo
numérico, moslram uma carga hidÍáulica por volta de 'í04sm. lsso implica em dois aspectos fundamentais:

. 0 rebaixâmenlo máximo esperado nas duas cavas é infeÍior a 20m; e

. De acoÍdo com o sequenciarnento de lavra disponibilizado, o nível freático sená atingido somente apos
2025, uma vez que neste ano as cavas da Mina lpe e da Mina Tico-Tico estar,ão ainda nâs cotas 1060m
e í 070m, respeclivamente.

A simulação realizada fomeceu uma projeção das vazões de deságue associadas às duas cavas, conforme
indicado abaixo na Tabela 4.1.

Tabêla tí.í; Projeção rimulada de dê.águe de mina, para as cavas linair

Mina do lÉ llina Tico-Íico

Vazão de deságue 14,1 íÉitr 27,5 n3lh

nineraçao llono do lpê SA. WeEt Seryices and Íechnologlês Ltda.


oU.R- Realibt çb de tto&lo llumüico 22
IPI^ RECALIBRAçAO DE MODELO MAÍEMÁTICO DE
FtIlXO SUBIERRÁNEO
i! WATERSERVICES

4.2 Proieção de impac{o êm nascentês

A Tabela 4.2 mostra um Ésumo quantitativo do resultado da simulação de maximo rebaixamento, considerando
como parâmetros:

. Reduçáo estimada na vazão da nascente; e

. Rebaixamento do nível estático no local onde a nascenle foi identiÍicada (levando em consideração o
levantamento realizado em Íer/ereiro de 2016).

Adicionalmente, na avaliação quanto ao impacto projetado sobre determinada nascente, Íoi adolado como critério
mnsiderar que uma nascente qualquer somente é mnsiderada impaclada caso ocona no local da rnesma um
rebaixamenlo do nível d'água local igual ou supeÍior a 1 melro. Esse critério foi adotado considerando as
incêrlezas associadas ao modelo numénco, dadas principalmente por: parámelros hilíodinâmhos das unidades
hidroestratigráÍicâs, taxas de recarga e conteÍo hidrogeologico no local de cada nascente, uma vez que todâs
elas se encontram além dos limites do rnodelo geológim atualizado.

com base nos parâmetros / cÍitérios acima, temos a seguinte projeção de impacto nas nascentes mapeadas, ao
Íinal da vida útil da mina.

Tabela tl.2: Projêçâo das nascêntê3 impac{ada3 pelo dêságuê ao linal da vida útil da mina (2030}

Vaâ Yazào ' n"audoa" Queda de nívêl l{ascentê


Nascente 3imulade sm simulade em Ydo d'água' impactada em
ÍêY.20'16 (mqh) 2030 (m3lh) (%) (m) 2030
i
Nascênte P.0'l 0,53 0,33 621k 0,0 NAO

Nascêntês P.02 e P-03 7,35 1,81 0,0 NAO

P45 e P.06 0,16 0,08 50% 0,45 NAO

Nascente P-07 0,01 0,00 lc0o/o 0,1 NAO

NascerÍe NÍT.25 O,D 0,12 54"/" 0,1 NAO

Nascentes P{8 e P{9 2,51 0,18 0,15 NAO

Nascenies NTÍ.15 NTT.46, P.10 0,05 0,04 77r/o ,,5 srM

l{asceítes Píl e P.12 1,25 0,28 0,6 NÃO

'no caso grupos de nascenbs pÍôxiítss, aoosideÍdr5e o Íebaüameíto mário sírrlaô nas nasa€nEs

Sobre a proje@ acima, deslaca-sê:

. A única área que moslrou algum impacto em função do processo de lavra, ao Íinal da vida útil da mina,
foi o localdas nascentes NTT45, NTT46 e P-10, que Íicam no trecho de montantê do cónego do Rego,

o Qualquer tipo de impacto da lavra sobre nõcentes poderá oconer soÍnenle apos cada cava interceptar
o nívelfreático. Com base no sequenciamento disponibilizado pela Mineração MorÍo do lpê, de 2020 a
2025, isso oconerá no período entre 2026 e 2030.

. conforme análise apresentada na seçfu 2.6, o eÍeito das variações climáticas, sejam sazonais ou
pluíanuais, como o pmlongado pêríodo de estiagem rêgistrado em toda a região a partir dê 2012,

llinênçào lttono do lpê S.A. Weter Seryhes and Íechnologies Ltde.


081.R - Ref;.alibtàçào de frlodêlo Nunéico 23
IPI^
:i '' '' RECALIBRÀÇÃO DE MODELO MAÍEMÁTICO DE iS WATERSERVICES
FLUXO SUBIERRANEO

deverão prevalecer sobre eventuais variaçõês ocasionadas pelo processo de lavra. De todo modo a
única forma de estabebcer estas vaÍiaFes de forma precisa e sistemática será por meio da implantação
de um sistema de moniloramento que inclua algumas nas@nles pÍincipais e tamtÉm o monitoramenlo
de vazão dos conegos. Considerando que o rebaixamento do aquifero em fuÍlção do processo de lavra
deverá oconer somente apos 2026, há um período mnsideravele suÍiciente para a implantação de um
sistema de monitoramento que meça a respo§a das nâscentes e con€gos às oscila@s climáticas, o
que permiliÉ fl.rtuÍamente distinguir as vaÍiações associadas ao processo de rebaixamenlo nas cavas
das variações naturais.

o ConÍorme indicado acima, adotou-sê como cÍitério pâra indicar se uma determinada nascente poderá ou
não ser aÍetada pelo procêsso de lâvra o grau de rebaixamento do nível freáico em cada local. Por outro
lado, dev+se consideÍar que isso muitas vezes implica unicaÍnenle na mudança da nascente para
jusante, e não necessariâmente a intenupçáo tolal da surgência. Na comparação dos câdastramentos
de nascentes realizados em 2011 e 2016, esse foi o eÍeito obseNado, ou seja, âs nascentes não
cessanm de Íluir, mas sim migÍaram para pontos topografrcamente menos elevado§ (â jusante).

Destaca-se lambem que os únicos ponlos de observação a Íegistrarem rebaixamentos signiíicativos na simulaçâo
malemática Íoram os poços e piezômetros situâdos póximo às cavas, mmo por exemplo o piezômetÍo pz-1, ao
lado da cava da Mina lpe, que indicou um rebaixamento de 1ím neste local, e o poço s, que fica ao lado da futura
cava TicoTico e indicou um rebaixamento de l4m neste local. O rebaixamento se mostra mais acentuâdo,
conÍorme esperado, no aquífero Cauê, reduzindo-se s(lnificativamente nas ÍormaFes de Iilitos e quartizitos
adjâcentes.

4.3 Projeção de rêduçáo de íuxo noe cónegoc

Assim como foi feito para as nascentes, computou-se tamtÉm, a partir da simulação do cenário dê fase final de
lavra a Íêdu@ no fluxo dos ónegos exiíentes na região. A Tabêla 4.3 abaixo resume os resultados oblidos.

Tabêla 4.3: PÍoieção da ÍêduÉo na vazão dor ónego. ao Íinal da yida úül & mina (m3O)

V8zâo slmulrda Vazão


Nascente êm íev.20í 6 pÍojetrda em
RêduÉo dê
vazão (%)
(mlh) 2030 (m3,h)

6nêgo Grânde 345,4 336,1 30/o

CóÍrego Quéias 198,9 195,5

CóÍego do Rêgo 64,4 59,6

CóÍrego olaria 126,7 125,0 2"/"

Cónego Farolas 87,5 87.2 0"/"


L
Córrêgo lgaraÉ 20,6 18,6 1lyo

Cónego Açlita Cavalo 523 |


51,0

Conforme se verifica na tabela acima, o modelo indica que evenluais redu@s na vazão dos conegos existentes
ao redorda propriedade seráo de pequena magniludê, em sua maiona inferiores a 5%. A Figura 4,2 abaixo moslra
a localiza@ dos mnegos e nascenles, com detalhe para o local das nascentes NTT45, NTT46 e p-10 (círculo
vermelho).

Mineôçáo ot'o do lpé SA. Wetet Seryices and Têchnologies Ltda.


0E1,R - Rê{'alkreçb de odelo Nufiétíco 24
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5 CONSTDERAçÕES FTNATS

Neste Íelatório foram descritos os trabalhos de revisão e recalibração do modelo numérico de fluxo desenvolvido
por MDGEO (2013), utilizando os dados disponibilizados pela Mineração Mono do lpe, que incluíram
principalmente o modelo geologico 3D atualizado, os cadaslramentos de nas@nles realizados em 2011 e em
2016 e lamtÉm os dados de monitoÉmento de nívêl estático de poços tubulares ê piezômetÍos exislenles na
área do projeto.

A recalibração do modelo íoi bem sucedida, atingindo-se um grau adequado de mnespondência entre as
observações de campo e os resultados do modelo. Destaca-se que o modelo mnceitual desenvolvido em 20í3,
embora relativamente simples, peÍmanece válido, embora haja limitações quanto a mediçÕes em campo dos
parâmelros hidrodinâmicos das principais unidades hidroeslratigrá,ficas (Filitos do Grupo Nova Lima, ltabiritos da
Formação Cauê, Quartzitos do Grupo Piracicaba e rochas metabásicas), 0 modelo calibrado foi utilizado para
realizar uma simulaçâo numéÍica do cenário de máximo rebaixamento poetado, utilizando o plano de lavra
previsto para o último ano das operações (2030), quando as cavas da Mina lÉ e da Mina Tim-Tico eslaráo em
suas cotas mais profundas, abaixo do nível freátim.

Do ponto de vista analítico, verificâ-se que:

. Qualquertipo de impacto da lavra sobre nascentes ou cursos de agua superfrialoconerá somente aÉs
as cavas mais profundas previstas para as minas lpê e Tico-Tim inleíceptarêm o nivel freático. Com
base no sequenciamento disponibilizado pela Mineração Mono do lpe, isso oconerá no periodo êntÍe
2026 e 2030.

. O prolorEado periodo de estiagem experimentado na regitu a partir de 2012 gêrou redução nos níveis
d'água subtenânea na áreâ do pojeto variando, a depender do local, entre menos de Sm até mais de
15m, o que Íoi verificado tanto em poços tubulares e piezômetros como em nascentes. Esta variaçâo é
signmcativâmente superior às reduçoes de nível êstático poetadas utilizando o modelo matemático.

r 0 eÍeito do rebaixamento em nascenles náo implica necessariamenle que as mesmas irão secar, mas
possivelmente apenas migrar para mtas inÍeriores, a jusânle. Esse comportamento foi veriÍicado em
grande parte das nascêntês originalmente cadaslradas em 2011, quando se realizou o levantamento
mais recenle, em 2016. Em media, estas nascenles migraram por volta de 60m paÍa jusante.

A simulação numérica do cenário final de lavÍa realizada indica que eventuais impaclos no sistema hídrico local
(cónegos e nascentes) serão limitados e de pequena magnitude. 0s efeitos mais pronunciados seráo verificados
nos poços e prezÔmetos instalados póximos às cavas Íinais e instalados no aquíÍero Caue (foÍmação fenífera).

Além disso, existe a possibilidade de que estes eÍeitos sejam imperceplíveis denlro das varia@s naturais
veÍificadas na regitu em função das oscilações climáticas. Neste sentido, e üsando aumentar a precisão das
pro.ieçoes feitas utilizândo o modelo numérim de fluxo, recomenda-se:

. lmplantar uma rede de monitoramento de vazão nas drenagens dos principais conegos existenles no
enlomo da propriedade, o que permitiÉ o acompanhamento regular das varia@s sazonais e plurianuais
no período pré-interceptaçâo do nívelÍreático, que só deve ocoÍrer apos 2026. lsso permitiÉ estabelecer
com segurança as oscilaçoes naturab na região em funçáo das variaçoes climáticas e,
consequentemente, fomecer subsídio para a identiÍicação de eventuais impactos do pro@sso de lavra
nos corpos de água superÍicial. Considerando-se a localbação da Íúuras cavas e os resultados da
simulação numêrica, recomenda-se que seja implantado um ponto de monitoramenlo em cada uma das
seguintes drênagens: Cónego Grande, Cónego Queias, Cónego do Rego, Conego lgarape e Cónego
Olaria.

t iae.?çào l4oro do lçtê SA. Walet Serybes aôal fechnologies Ltate


081.R - Recêlíbnção de Nlo.!êlo Numüico
A
PI RECALIBRAÇÃO DE MODELO MATEMÁTICO DE N WATERSERVICES

FLUXO SUBTERRANEO

o Recomenda-se que o monitoramento indicado acima seja feito por rneio da instalação de
vertedoums instrumentados para Íazêrem lêituras automáticas de vazão nestes cursos d'4luâ
em trechos que sejam perenes. Adicionâlmente, â cadâ 6 meses, ao linal da estaçâo sêca e ao
Íinal da esta@ chuvosa, deverá ser verificado o posicionamento e medida a vazão dâs
nascentes situadas nas cabeceiras dos reÍeridos conegos. lsso permitiÉ eslabelecer com
precisão as vaÍiaçÕes sazonais em função dos índices pluviométricos e ajudará a identificar /
dislinguir futuros impactos oriundos do processo de lavra.

A realização de ensaios de bombeamenlo (ensaios de aquíÍero) para determinar os parâmetros


hidrodinâmicos (transmissividade e coeficienle de armazenamento) das 3 unidades hidmestratigÉíicas
principais existentes na propriedade: itabiÍitos, Íililos e quarEitos. Esses ensaios deverão ser realizdos
utilizando os poços de bombeamento e piezôrnetros existentes na mina. Algumas sugestões de ensaios
são indicadas abaixo:

o Ensaio 1

. Poço de bombeamento: Po@ 1

. Poços de obsêrvação: PZ-01 , PZ-17

o Ensaio 2

. Poço de bombeamênto: Poço 3

. Poços de observqào: PZ-02,P2-08, PZ-12, Pcr,o 5

o Ensaio 3

. Poço de bombeamento: Poço 2

. Poços de observação: PZ-03

o Ensaio 4

. Poço de bombeamento: Poço 6

. Poços de observqào: PZ-|1

Os Íeferidos ensâios permitirão estabelecêr com segurança os parâmetros hi'lrodinâmicos dos aquiferos e
âq uitardes.

Finalmente, remmenda-se â mntinuidade do monitoramento de nível estático nos poços lubulares e piezômetros
ao longo de toda a vida útilda mina,

ItiÉtaçào tlono do fÉ SÂ. Welot SeNices end Technologies Llda


081.R- Recalibtêçào de odelo Nmédco 27
6 REFERÊNChS

Amplo, 2017: Estudo dê lmpac{o Ambiental - Pojeto MorÍo do lÉ 6 MTPA. Relatório tecnio em ô volumes. Belo
Horizonte, julho de 2017,

Cooper. H.H. and Jacob. C.E., 1946: A generalized graphical method lor evaluating formation mnslants and
summarizing well Íield history. American Geophysical Union.

Guiguer, N. & Franz, Thomas., 1998: Visual MODFLOW. Waterloo Hydrogeologic.

MDGEo, 2013: Elaboração do modelo hidrogeológico numérico das áreas dos Projetos Sena Azule Pau de Vinho
- MMX. Relatório Técnico, R-MMX348-02-MN-R3.

Mineraçâo Motro do lpê SA. Watêr Seryicês and Technologies Ltda.


081.R - Rêc.libnção de Modelo Nunêico 28
7 cERTTFTCAçÃO

lnformaçoes, conclusôes e recomenda@es neste documento Íonm preparadas sob a supervisão de um(a)
hidrogeologo da Water Servioes and Technologies e por ele(a) revisadas.

Eu certiÍico que este documento e todos os seus anexos foram preparados sob minha direçáo ou supervisão de
acordo com um sistema desenhado para assegurar a colela e avaliação apropriada das informações submetidas
por pessoalqualiÍicado. Baseado em minha análise da pessoa ou das pessoas que gerenciam o sistema, ou das
pessoas diretamente rêsponsáveis por obter a infoÍmaçáo, a inÍormação submetida é, pelo meu melhor
entendimento e mnhecimento, verdadeira, exata e completa.

Danilo Almeida, Geologo

CREAHG 610íO.D

A certiÍlcaÉo de um proÍissional geologo mmpreende uma declaração de seu julgamento profissional, Não
mnstitui uma garantia, expressa ou implicita, nem desobriga qualquer outra parte de sua responsabilidade de
cumprir com os documenlos conlratuais e legislaçã0, padrôes e regulamentos aplicáveis.

Mhe@ção ,lono do lpê S.A. Watet Se(ices and Technologies Llda


081.R - Rec.libÊçáo de Nodelo Numéico 29
s LriilTAçÕES D0 RELATÓR|O

Esse relatório foi preparado para o propôsito especiÍico identiÍicado neste documento a pedido da Mineração
Mono do lpê e para sêu uso. Observações, conclusões e recomenda@s contidas neste documento são opiniões
baseadas sobre o êscopo dos seNiços, informaçóes obtidas medianle observações e medições tomadas pela
Water Services and Têchnologies (WST) em pontos especiÍims e períodos especificos, e interpretação e
extrapola@ de informações secundárias de material publicado e não publicado. O relatóÍio pode inferir a
conÍigura@ das mndi@s de estÍalos, solo e águas subtenâneas lanto entre pontos de dados quanlo abaixo
da profundidade máxima de investigação. 0 relatóÍio tambem pode deduzh tendências temprais e má1ias para
parâmetros climáticos, hidmlogicos e de qualidade da água. Tais interpretaçôes e extrapola@s são apenas
indicativas e nenhuma responsabilidade é aceita por variações entre as opiniões expressas nesle documenlo ê
condições quê podem vir a ser identiÍicadas em datas futuras por meio de medições e observações dhetas.

Ao menos que de outra forma acordado por escrito pela WST, a WST não aceita qualquer responsabilidade por
qualquer uso de quaiEueÍ conteúdos deste relalôrio ou sua lomda como base de decisões por qualquer outra
pêssoa díerentê do Mineração Mono do lpe e não será responsável perante qualquer outra pessoa que nâo o
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tomada mmo bas€ para decisôes.

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