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(Matemática Aplicada às Ciências Sociais)
MÉTODOS E APOIO À DECISÃO

2. TEORIA DA PARTILHA EQUILIBRADA

O objetivo principal da partilha equilibrada é estabelecer regras ou procedimentos de modo a que os intervenientes na partilha
fiquem satisfeitos. Satisfazer os intervenientes significa que, depois de executada a partilha segundo o critério fixado, cada um deles
considere justa a parte que recebe.

- Partilha no caso discreto (Quando os objetos a partilhar não podem ser divididos): a distribuição dos lugares disponíveis na
assembleia, parlamento ou outros órgãos, a divisão de patrimónios, heranças, prémios constituídos por objetos indivisíveis.
- Patilha no caso contínuo (Se os objetos a partilhar podem ser divididos de infinitas maneiras): bolos, pizas, terrenos, dinheiro.

2.1. PARTILHA NO CASO DISCRETO .......................................................................................................................................................................2

2.1.1. REPRESENTAÇÃO PROPORCIONAL .........................................................................................................................................................2
2.1.2. OUTRAS SITUAÇÕES DE PARTILHA .......................................................................................................................................................11

2.1. PARTILHA NO CASO DISCRETO Página 1 de 15

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2.1. PARTILHA NO CASO DISCRETO
2.1.1. REPRESENTAÇÃO PROPORCIONAL

A representação proporcional distribui o número de mandatos de cada partido/coligação de acordo com o número de votos
recebidos. É importante definir os conceitos:

- Divisor padrão ou standard é o quociente entre o número total de eleitores e o número de lugares a distribuir.

𝑛𝑛ú𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒

Divisor padrão =
𝑛𝑛ú𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 𝑎𝑎 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑

- Quota padrão (do círculo ou partido ou estado) é o quociente entre o número de eleitores do círculo ou partido e o divisor
padrão.
𝑛𝑛ú𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐í𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑜𝑜𝑜𝑜 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝
Quota padrão =
𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝ã𝑜𝑜

A quota pode ser máxima ou superior se o arredondamento for feito por excesso e mínima ou inferior se o arredondamento for
feito por defeito.

2.1. PARTILHA NO CASO DISCRETO Página 2 de 15

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Método de Hondt

É utilizado em Portugal, nas eleições para a Assembleia da República, Assembleia Legislativas Regionais, Autarquias Locais e Parlamento
Europeu.
Passo 1: Apuram-se os votos obtidos por cada lista.
Passo 2: Dividem-se os votos de cada lista sucessivamente por 1, 2, 3…,n, sendo n o número de pessoas a eleger
Passo 3: Ordenam-se os quocientes obtidos por ordem decrescente de grandeza
Passo 4: Escolhem-se os n maiores quocientes e distribuem-se pelas n pessoas a eleger
Passo 5: Em caso de empate para a escolha do(s) último(s), escolhe-se o(s) que estiver(em) menor número de eleitos

Exemplo:
PARTIDOS
O circuito eleitoral presente eleger 9 deputados e
DIVISOR A B C D
concorrem 4 partidos.
1 10200 6500 4000 2400
Partido Número de votos 2 5100 3250 2000 1200
3 3400 2167 1333 800
A 10200
4 2550 1625 1000 600
B 6500 5 2040 1300 800 4080
C 4000 … … … … …
9 1133 722 444 267
D 2400
Dep. eleitos 4 3 1 1

Distribuição dos Quocientes por ordem 10200 6500 5100 4000 3400 3250 2550 2400 2167
deputados: Partido A B A C A B A D B

2.1. PARTILHA NO CASO DISCRETO Página 3 de 15

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Método de Saint-Languë

Este método é semelhante ao método de Hondt, mas utiliza apenas como divisões o s números ímpares.

Passo 1: Apuram-se os votos obtidos por cada lista.

Passo 2: Dividem-se os votos de cada lista sucessivamente por 1, 3, 5, … , n (sucessão de números ímpares)
Passo 3: Ordenam-se os quocientes obtidos por ordem decrescente de grandeza
Passo 4: Escolhem-se os n maiores quocientes e distribuem-se pelas n pessoas a eleger
Passo 5: Em caso de empate para a escolha do(s) último(s), escolhe-se o(s) que estiver(em) menor número de eleitos

Exemplo:
O circuito eleitoral presente eleger 9 deputados e
concorrem 4 partidos. PARTIDOS
DIVISOR A B C D
Partido Número de votos 1 10200 6500 4000 2400
A 10200 3 3400 2167 1333 800
B 6500 5 2040 1300 800 408
7 1457 929 571 343
C 4000
9 1133 722 444 267
D 2400 Dep. eleitos 4 2 2 1

Distribuição dos Quocientes por ordem 10200 6500 4000 3400 2400 2167 2040 1457 1333
deputados: Partido A B A C A B A D B

2.1. PARTILHA NO CASO DISCRETO Página 4 de 15

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Método de Hamilton

Passo 1: Determina-se o divisor padrão.

Passo 2: Calcula-se a quota padrão de cada lista
Passo 3: Atribui-se a cada lista o número de lugares igual à quota mínima
Passo 4: Se a soma das quotas mínimas é igual ao número de lugares a eleger a distribuição está concluída. Caso contrário,
atribuem-se os restantes lugares às listas com maior parte da quota padrão.

Exemplo:
Num Hospital foram admitidos 20 novos enfermeiros, que serão distribuídos por 3 sessões (a, B, C), de acordo com o número de camas.
Aplique o método de Hamilton para distribuir os enfermeiros pelos serviços sabendo que o número de camas é de 110, 60 e 180.

𝑛𝑛ú𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 350

Divisor padrão = = = 17,5
𝑛𝑛ú𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 𝑎𝑎 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 20

Serviço A B C
Nº Camas 110 60 180
Quota Padrão 110 : 17,5 = 6,29 60 : 17,5 = 3,43 180 : 17,5 = 10,29
Quota Mínima 6 3 10
Lugares a acrescentar - 1 -
Lugares distribuir 6 3+1=4 10

Feita a distribuição a sessão A ficou com 6 enfermeiros; a sessão B ficou com 4 enfermeiros e a sessão C ficou com 10 enfermeiros.

2.1. PARTILHA NO CASO DISCRETO Página 5 de 15

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Método de Jefferson

Este método é similar ao método de Hamilton, divergindo apenas na forma como se distribuem os restantes lugares.

Passo 1: Determina-se o divisor padrão.

Passo 2: Calcula-se a quota padrão de cada lista
Passo 3: Atribui-se a cada lista o número de lugares igual à quota mínima
Passo 4: Se a soma das quotas mínimas é igual ao número de lugares a eleger a distribuição está concluída. Caso contrário,
procura-se, por tentativas, um divisor modificado de modo a que a soma das partes inteiras das quotas modificadas
(arredondadas por defeito) seja igual ao número de lugares a distribuir.

NOTA: O divisor modificado é sempre menor que o divisor padrão. Cada lista tem que ter obrigatoriamente um lugar.

𝑛𝑛ú𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 350

Divisor padrão = = = 17,5
𝑛𝑛ú𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 𝑎𝑎 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 20

Serviço A B C Como a soma das quotas mínimas não

é igual ao número de lugares a
Nº Camas 110 60 180 distribuir, constrói-se por tentativa e
Quota Padrão 110 : 17,5 = 6,29 60 : 17,5 = 3,43 180 : 17,5 = 10,29 erro, a quota padrão modificada para
que a somadas partes inteiras das
Quota Mínima 6 3 10 quotas padrão modificadas seja igual o
Quota padrão modificada 110 : 16 = 6,875 60 : 16 = 3,75 180 : 16 = 11,25 número de lugares a distribuir (Divisor
modificado 16).
Lugares distribuir 6 3 11

Feita a distribuição a sessão A ficou com 6 enfermeiros; a sessão B ficou com 3 enfermeiros e a sessão C ficou com 11enfermeiros.

2.1. PARTILHA NO CASO DISCRETO Página 6 de 15

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Método de Adams
Este método é semelhante ao método de Jefferson, diferindo apenas nas quotas que se utilizam: as superiores em vez das inferiores.
Passo 1: Determina-se o divisor padrão.
Passo 2: Calcula-se a quota padrão de cada lista
Passo 3: Atribui-se a cada lista o número de lugares igual à quota mínima
Passo 4: Se a soma das quotas mínimas é igual ao número de lugares a eleger a distribuição está concluída. Caso contrário,
procura-se, por tentativas, um divisor modificado de modo a que a soma das partes inteiras das quotas modificadas
(arredondadas por defeito) seja igual ao número de lugares a distribuir.
NOTA: O divisor modificado é sempre maior que o divisor padrão.

Exemplo
Uma camara Municipal pretende fazer de sensibilização acerca da reciclagem. Aplique o método de Adams para distribuir 21
técnicos por 3 freguesias de acordo com o número de habitantes, sabendo que a freguesia A, B e C têm 810, 720 e 1200 habitantes.
𝑛𝑛ú𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑡𝑡é𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 2730
Divisor padrão = = = 130
𝑛𝑛ú𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 𝑎𝑎 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 21

Serviço A B C Como a soma das quotas mínimas não é

igual ao número de lugares a distribuir,
Nº Técnicos 810 720 1200
constrói-se por tentativa e erro, a quota
Quota Padrão 810 : 130 = 6,23 720 : 130 = 5,54 1200 : 130 = 9,23 padrão modificada para que a somadas
partes inteiras das quotas padrão
Quota Mínima 7 6 10
modificadas superiores seja igual o
Quota padrão modificada 810 : 135 = 6 720 : 135 = 5,33 1200 : 135 = 8,89 número de lugares a distribuir (Divisor
modificado 135).
Lugares distribuir 6 6 9

A distribuição será de: 6 técnicos para a freguesia A, e para a freguesia B e de 9 técnicos param a freguesia C

2.1. PARTILHA NO CASO DISCRETO Página 7 de 15

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Método de Webster

A diferença entre este método e o método de Adams está na quota modificada: arredondada pela regra dos arredondamentos para
o inteiro mais próximo.

Passo 1: Determina-se o divisor padrão.

Passo 2: Calcula-se a quota padrão de cada lista e atribui-se a quota arredondada às unidades utilizando as regras habituais de
arredondamento.
Passo 3: Atribui-se a cada lista o número de lugares igual à quota arredondada.
Passo 4: Se a soma das quotas mínimas é igual ao número de lugares a eleger a distribuição está concluída. Caso contrário,
procura-se, por tentativas, um divisor modificado de modo a que a soma das partes inteiras das quotas modificadas
arredondadas seja igual ao número de lugares a distribuir.

Exemplo:

Os trabalhadores pretendem formar uma comissão onde estejam representadas 3 secções. A direção propôs que fossem escolhidos
10 trabalhadores de acordo com o número de trabalhadores por secção. Como deverá ser feita a distribuição utilizando os dados da
tabela e aplicando o método de Webster.
Secção A B C
Secção Nº Trabalhadores 54 76 35

Secção A B C Quota Padrão 54 : 16,50 = 3,27 76 : 16,50 = 4,61 35 : 16,50 = 2,12

Quota Arredondada 3 5 2
Nº trabalhadores 54 76 35

A comissão será constituída por 3 trabalhadores da Secção A, 5

𝑛𝑛ú𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡ℎ𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 165 trabalhadores da Secção B e de 2 trabalhadores da Secção C
Divisor padrão = = = 16,5
𝑛𝑛ú𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 𝑎𝑎 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 10

2.1. PARTILHA NO CASO DISCRETO Página 8 de 15

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Método de Huntington-Hill

Este método é idêntico ao método de Webster, mas a as quotas padrão são arredondados de modo diferente. Segundo a regra de
Huntington-Hill, se a quota é um número inteiro atribui-se ao interveniente essa quota, caso contrário, determina-se

H = �𝐿𝐿 𝑥𝑥 (𝐿𝐿 + 1), sendo L a parte inteira da quota padrão

Passo 1: Apuram-se os votos obtidos em cada lista.

Passo 2: Calcula-se parte inteira da quota padrão de cada lista e associa-se a L.
Passo 3: Aplica-se a regra de Huntington-Hill:
- Se a quota é um número inteiro, atribui-se ao interveniente essa quota;
- Se a quota padrão é menor que H, atribui-se a quota mínima;
- Se a quota padrão é maior que H, atribui-se a quota máxima;
- Se o divisor não permitir atribuir o número de mandatos previsto, determina-se um divisor modificado.

2.1. PARTILHA NO CASO DISCRETO Página 9 de 15

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Exemplo:

Os trabalhadores pretendem formar uma comissão onde estejam representadas 3 secções. Foi proposta a escolha de 12
trabalhadores, de acordo com o número de trabalhadores por secção.

𝑛𝑛ú𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡ℎ𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 165

Divisor padrão = = = 13,75
𝑛𝑛ú𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 𝑎𝑎 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 12

Serviço A B C
Nº de trabalhadores 54 75 35
Quota Padrão 54 : 13,75 = 3,93 65 : 13,75 = 5,53 35 : 13,75 = 2,55
H = �𝐋𝐋 𝒙𝒙 (𝐋𝐋 + 𝟏𝟏) H = �3 𝑥𝑥 (3 + 1) = √12 = 3,46 H = �5 𝑥𝑥 (5 + 1) = √30 = 5,48 H = �2 𝑥𝑥 (2 + 1) = √6 = 2,45
Quota padrão arredondada 4 6 3
Quota modificada 54 : 14 = 3,86 65 : 14 = 5,43 35 : 14 = 2,5
H = �𝐋𝐋 𝒙𝒙 (𝐋𝐋 + 𝟏𝟏) H = �3 𝑥𝑥 (3 + 1) = √12 = 3,46 H = �5 𝑥𝑥 (5 + 1) = √30 = 5,48 H = �2 𝑥𝑥 (2 + 1) = √6 = 2,45
Quota modificada
4 5 3
arredondada

Como a soma das quotas padrão arredondadas é superior ao número de lugares a distribuir tem que se utilizar uma quota
modificada em que o divisor deve ser maior do que o divisor padrão

A comissão será constituída por 4 trabalhadores da Secção A, 5 trabalhadores da Secção B e de 3 trabalhadores da Secção C

2.1. PARTILHA NO CASO DISCRETO Página 10 de 15

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2.1.2. OUTRAS SITUAÇÕES DE PARTILHA

Método das licitações secretas

Este método utiliza-se nas situações em que se pretende distribuir bens indivisíveis. Normalmente é necessário ter dinheiro
disponível para serem feitos os acertos.

Passo 1: Cada interveniente na partilha atribui secretamente um valor a cada um dos bens. O quociente entre a soma das
licitações e o número de intervenientes representa a parte que cada interveniente entende ser justo receber.
Passo 2: O bem é atribuído a quem mais a valorizar.
Passo 3: É feito um ajuste retirando à parte de cada um o valor que foi atribuído.
Passo 4: Os intervenientes que tem a apagar pelo bem recebido devem acrescentar a quantia determinada para que se possa
distribuir aos restantes intervenientes o que cada um tem a receber.
Passo 4: A quantia restante, das compensações ou reembolsos da etapa anterior, deve ser distribuída igualmente por todos os
intervenientes.

Exemplo:

A Manuela, o José e a Catarina querem dividir uma herança Manuela José Catarina

constituída por uma Casa um Quadro e uma Quinta e ainda 75 000€. Casa 70 000€ 80 000€ 75 000€

Cada um fez licitações, que ficaram registadas da seguinte forma: Quadro 5 000€ 5 000€ 5 700€

Quinta 24 000€ 17 000€ 21 000€

2.1. PARTILHA NO CASO DISCRETO Página 11 de 15

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RESOLUÇÃO  APLICANDO O MÉTODO DAS LICITAÇÕES SECRETAS:

Manuela: (70 000€ + 5 000€ + 24 000€ + 75 000€) :3 = 58 000€

José: (80 000€ + 5 000€ + 17 000€ + 75 000€) :3 = 59 000€
Catarina: (75 000€ + 5 700€ + 21 000€ + 75 000€) :3 = 58 900€

Manuela José Catarina

Parte Justa (€) 58 000€ 59 000€ 58 900€

Distribuição dos Bens (€] Quinta (24 000€) Casa (80 000€) Quadro (5 700€)

58 000 € - 24 000€ 59 000 € - 80 000€ 58 900 € - 5 700€

Ajuste (€)
= 34 000€ = - 21 000€ = 53 200€

O José tem de disponibilizar 21 000€, para compensar a Manuela e a Catarina.

75 000€ + 21 000€ = 96 000€ => Dinheiro da herança + dinheiro a despender

96 000€ - 34 000€ – 53 200€ = 8 800€ => Dinheiro que sobra
8 800€ : 3 = 2 933€ => Dinheiro a dividir pelos 3 herdeiros

A Manuela recebe Quinta (24 000€) + 34 000€ + 2 933€ = 60 933€

O José recebe Casa (80 000€) - 21 000€ + 2 933€ = 61 933€
Catarina recebe Quadro (5 700€) + 53 200€ + 2 933€ = 61 833€

2.1. PARTILHA NO CASO DISCRETO Página 12 de 15

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Método do ajuste na partilha

Este método permite fazer a partilha de bens entre dois intervenientes.

Passo 1: Cada interveniente atribui, de forma secreta, os 100 pontos disponíveis pelos bens, de acordo com as suas preferências.

Passo 2: Cada bem é atribuído temporariamente a quem mais o valoriza. Em caso de empate, esse bem será atribuído ao
interveniente que tiver menos pontos.

Passo 3: Determina-se o número de pontos de cada um dos intervenientes, após a distribuição. Se os dois intervenientes:

- Tiveres o mesmo número de pontos, a partilha estará concluída;

- Não tiverem o mesmo número de pontos, terá de efetuar-se um ajuste na partilha – será realizada a transferência de bens (ou
de uma parte) do interveniente com maior pontuação para o interveniente com mesma pontuação, de forma a obter-se uma
igualdade na pontuação de ambos.

Passo 4: Para cada um dos bens do interveniente mais pontuado, determina-se o quociente seguinte:

𝑁𝑁º 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝

𝑛𝑛º 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝

2.1. PARTILHA NO CASO DISCRETO Página 13 de 15

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Exemplo:

A Ana e a Maria pretendem fazer a partilha da herança da avó, constituída por cinco joias (colar, alfinete, tiara, brincos e anel),
aplicando o método de ajuste na partilha. Na tabela está registado os pontos que as duas atribuíram secretamente a cada bem.

Bens Ana Maria Considerando a atribuição dos pontos da tabela, a distribuição temporária será:
Colar 27 43 Ana Maria
Alfinete 18 20 Colar 43 Como não há igualdade na transferência de bens, será
Tiara 40 15 Alfinete 20 realizada a transferência de bens da Maria para a Ana, de
Brincos 10 12 Tiara 40 Brincos 12
forma a chegar-se a uma igualdade na pontuação de
Anel 5 10 Anel 10
ambas.
40 Pontos 85 Pontos

43 O bem com o menor quociente é transferido para a Ana, com o valor atribuído por ela (Alfinete - 18 p)
Colar = 1,59
27
20
Alfinete = 1,11 Ana Maria Como continua a não haver igualdade na pontuação, teremos
18
12 Colar 43 de continuar a transferência
Brincos = 1,2 Tiara 40 Ana Maria
10 Brincos 12
Alfinete 18 de bens Colar 43
10 Anel 10 Tiara 40
Anel =2 Anel 10
5 Alfinete 18
58 Pontos 65 Pontos Brincos 10
68 Pontos 53 Pontos

Esta transferência originou um desequilíbrio, a favor da Ana, assim sendo, o bem terá de ser partilhado (Brincos).

2.1. PARTILHA NO CASO DISCRETO Página 14 de 15

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Partilha dos Brincos

Representa-se por x a parte do bem que ficou para a Ana e por (1 - x) a parte que ficou para a Maria.

Assim, 40 + 18 + 10x representa a pontuação da Ana e 43 + 10 + 12 (1-x) a pontuação da Maria.

O equilíbrio das pontuações é traduzido pela equação:

40 + 18 + 10x = 43 + 10 + 12 (1-x)  58 + 10x = 53 + 12 - 12x  58 + 10x = 65 - 12x 

𝟕𝟕
 10x + 12x = 65 – 58  22x = 7  x =
𝟐𝟐𝟐𝟐
22-7 = 15

𝟕𝟕 𝟏𝟏𝟏𝟏
A Ana ficará com a Tiara, o Alfinete e com dos brincos e a Maria como Colar, o Anel e dos Brincos
𝟐𝟐𝟐𝟐 𝟐𝟐𝟐𝟐

Outro Método

Representa-se por P a parte do bem que vai ser partilhado (Brincos) Ana Maria
Tiara 40 Colar 43
12p => representa a pontuação dobem que vai ser partilhado com a Maria
Alfinete 18 Anel 10
10p => representa a pontuação dobem que vai ser partilhado com a Ana 58 Pontos 43 Pontos
Brincos (10p) Brincos (12p)
Ao transferir pate do bem temos que: 7 15
10 * 22 = 3,18 12 * 22 = 8,18
7
58 + 10p = 65 – 12p  10p + 12p = 65 – 58  22p = 7  p = 61,18 Pontos 61,18 Pontos
22

7 15
A Ana fica com dos brincos e a Maria cica com dos brincos
22 22

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