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Marginais, de Evel Rocha: do sonho à marginalidade como formas de


resistência

Research · July 2015


DOI: 10.13140/RG.2.1.2923.8887

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Ana Carolina Castanon Luiz


University of São Paulo
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Marginais, de Evel Rocha: do sonho à marginalidade como formas
de resistência*
Ana Carolina Castanon Luiz**

RESUMO: Pretendemos nessa resenha comentar a obra Marginais, do escritor cabo-


verdiano Evel Rocha, tendo como enfoque as questões relativas à marginalização
social, às formas de resistência e o uso da estética do grotesco ao longo da construção
narrativa.
PALAVRAS-CHAVE: Literatura Cabo-verdiana; Marginalidade Social; Resistência;
Grotesco.

O romance Marginais, publicado em 2010 pelo cabo-verdiano Evel


Rocha, propõe-se a narrar as violências geradas pela discriminação e pobreza
através do ponto de vista do excluído, do marginalizado.
A narrativa se passa nas periferias urbanas da Ilha do Sal, principal polo
turístico cabo-verdiano, no entanto as personagens que aqui transitam
poderiam circular em qualquer outra sociedade do mundo globalizado assolada
pela corrupção e pela negligência social, visto que, na obra, a cabo-
verdianidade não terá o enfoque que será dado às questões humanas.
Encontramos, em Marginais, as peripécias de Sérgio do Rosário Araújo,
mais conhecido por Sérgio Pitboy em virtude do nome do grupo de
adolescentes das ruas de Espargos que integrou e liderou. A vida de Sérgio se
encontra narrada no decorrer de trinta e sete pequenos capítulos assolados
pelo vai e vem de diversas personagens e que tentam manter a cronologia por
vezes fragmentada pela presença de inúmeras digressões.
A narrativa se dá através de dois narradores em primeira pessoa do
singular. O primeiro narrador confere caráter de circularidade à obra na medida
em que prefacia e encerra a fala do segundo, que será o próprio protagonista
que, ao se ver novamente atacado pela tuberculose, resolve dissecar sua curta
biografia.

_______________________
*Resenha originalmente escrita e apresentada à Profª. Doutora Simone Caputo Gomes como
trabalho final do curso de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa III (FLC0489), na
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2013.

**Bacharel em Letras pela Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade


de São Paulo.
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O narrador prefaciador, colega de Sérgio nos tempos de externato, tenta


colocar-se numa posição de distanciamento do segundo narrador tendo em
vista suas diferentes sortes, o que é mostrado no prefácio através do
tratamento que Sérgio lhe confere: “senhor”. Contudo, a breve análise que faz
da vida e pensamentos do líder do grupo conhecido por Pitboys, bem como sua
disposição em revisar os manuscritos e em comparecer ao funeral de Sérgio
revelam uma intimidade e amizade não confessadas por esse narrador.
Desde o princípio, a vida de Sérgio Pitboy é marcada por desilusões e
pelo abandono: a prematura morte por causas desconhecidas das três irmãs
mais novas e seu quase óbito na primeira infância, a violência do pai e seu
posterior abandono ao lar, a imagem da mãe resignada e sofrida, os descasos
dos irmãos mais velhos para com a mãe, e a fome causadora de sua iniciação
ao furto e marginalidade.
As sovas que levava não me doíam tanto quanto o choro de mamãe
ao lamentar as desilusões da vida (ROCHA, 2010, Cap. I, p. 18)
Às vezes, a fome escurecia meus olhos, massacrava a minha mente
e só pensava em furtar para encher o estômago. (ROCHA, 2010,
Cap. II, p. 23-24)
Só não morri porque o destino tinha algo pior preparado para mim.
(ROCHA, 2010, Cap. II, p. 25)
António amaldiçoava o ventre que o trouxe ao mundo para sofrer
vergonha e ameaçava matar a irmã se não parasse com o pouco
respeito de levantar a saia para enfunar o rabo à mamãe. (ROCHA,
2010, Cap. II, p. 25)
Em Marginais, a discriminação pelos que são menos abastados social e
economicamente é revelada pelo excesso de violências e violações, morais e
sexuais, veiculadas por entidades sociais e seus representantes, como a
escola, o serviço de saúde, a polícia e a justiça.
Essas entidades sociais deveriam servir a todo e qualquer membro da
população, mas, através das experiências narradas por Sérgio, percebemos
que elas irão servir apenas àqueles que se encontram economicamente no
topo ou àqueles que estão ao seu serviço, e o mais absurdo é que isso ocorre
em uma sociedade que se encontra em pleno processo de urbanização e de
globalização.
Intrigava-me o nojo que o advogado [doutor Apolinário] tinha por
pessoas pobres. [...] Para ele, as crianças e os adolescentes como
eu, filhos de pais carenciados, eram as bactérias, os vermes da
sociedade. (ROCHA, 2010, Cap. IV, p. 37)
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Beto ficou cego de um olho por ter escondido uma maçã debaixo da
camisa. [...] Passámos a tarde inteira no banco de urgências e não
deu em nada. O enfermeiro de serviço, sem olhar para nós, rosnou,
Sem papel de polícia não entras aqui. (ROCHA, 2010, Cap. IV, p. 43)
Foi numa terça-feira, dia em que um doutor das letras, vindo do
estrangeiro, nos visitava, que aprendi uma lição inesquecível: a
escola é o centro da formação do carácter de um homem, mas é,
acima de tudo, o lugar onde aprendemos o ódio, a desigualdade e
passamos a compreender que a pobreza é uma doença incurável.
(ROCHA, 2010, Cap. VI, p. 55)
Sem saber o que significava “campanha de voto”, dei-lhe a minha
palavra de honra que não tinha influenciado ninguém, mas a
professora me disse que eu não tenho palavra de honra. Pobre não
tem palavra de honra. (ROCHA, 2010, Cap. VI, p. 56)
Aproximei-me para certificar do que se tratava, e deparei com um
polícia chamado Raul a abusar sexualmente de Pianista. Pianista
tinha a boca amordaçada e o corpo encharcado de suor, mas mesmo
assim deu para perceber o seu desespero a gritar pela mãe.
(ROCHA, 2010, Cap. VII, p. 61)
Mirna teria feito três ou quatro abortos antes de completar dezanove
anos. Os dois últimos aconteceram no Hospital de São Vicente. [...]
Sempre dão um comprimido para acalmar a dor do corpo, mas até
hoje tenho uma dor na alma que remédio nenhum é capaz de curar.
(ROCHA, 2010, Cap. XXV, p. 170)
Para cúmulo das desgraças, eu tinha caído novamente nas garras do
doutor Apolinário, o representante do ministério público. [...] A mentira
é uma vocação crioula. Mente-se em todo lado, em todo o momento,
mas bem poucos tinham o privilégio de mentir no santuário de todas
as mentiras: o tribunal! (ROCHA, 2010, Cap. XXXIII, p. 203)
Em frente a todas as violências e preconceitos que sofreu e pelas quais
viu seus amigos passarem, o protagonista estabelece duas formas de
resistência: o sonho de mudar de vida e a marginalidade.
Desde a infância, Sérgio mostra-se um sonhador e um defensor
daqueles que se encontram na pobreza. O menino sonhava em tornar-se um
famoso jogador de futebol e ilustre advogado, mas um defensor da justiça
completamente diferente do doutor Apolinário.
Eu não era menino de um sonho mas de muitos sonhos. [...] Era difícil
para mim conjugar estes dois sonhos, o de estrela de futebol e
advogado, por isso tinha de caprichar nos dribles e de me pendurar
nos livros. (ROCHA, 2010, Cap. I, p. 17)
Tal como o homem da boina preta eu tinha um ideal. Meu sonho não
se limitava aos estádios de futebol; atravessava as fronteiras da glória
para dar voz aos indigentes (ROCHA, 2010, Cap. III, p. 30)
Meu sonho de grande estrela do futebol crescia a cada segundo:
pisaria a relva verdejante do Estádio da Luz [...] Havia de estudar –
claro que havia de estudar! Mamãe quer que eu seja um advogado,
um homem da lei de casaco e gravata! Voltaria todos os anos para
abraçar meus amigos, não permitiria que houvesse injustiça para os
mais fracos, lutaria pelos direitos daqueles que têm sido usados como
combustíveis humanos para fazer andar o comboio do progresso.
(ROCHA, 2010, Cap. III, p. 30)
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No entanto, esses sonhos são minados pelo fracasso escolar e pela


péssima condição física que a carência alimentícia lhe conferiu.
Aconteceu o inevitável: perdi o ano por faltas. Eu tinha dezasseis
anos mal acabados. Senti como se o mundo desabasse sobre mim.
Meu sonho de ser um grande advogado desmoronou. (ROCHA, 2010,
Cap. VIII, p. 68)
Senti que me tiravam [o futebol] o meu único recurso capaz de me
livrar da miséria que me cercava e o “próximo ano” significava nunca
mais. (ROCHA, 2010, Cap. X, p. 82)
[...] e, para cúmulo das desgraças, recebi a notícia que não tinha
futuro como jogador de futebol. Meu corpo era pequeno demais para
caber tanta angústia e sofrimento. (ROCHA, 2010, Cap. X, p. 83)
Anos após ser recusado pelo time português devido sua condição física,
Sérgio volta a sonhar, mas agora o sonho é outro: tornar-se um reconhecido
cantor cabo-verdiano e ganhar o mais importante festival de música de sua
terra.
Pianista apresentou-me a um grupo de rapazes de Boa Vista que
tocava durante a noite nos restaurantes e, depois de uma curta
demonstração vocal, convidaram-me para ser o vocalista da banda.
Em pouco tempo a minha fama de cantor espalhou-se por toda a ilha.
(ROCHA, 2010, Cap. XVII, p. 131)
Voltei a cantar nas loucas noites de serenata, voltei em força para me
vingar de todos aqueles que achavam que eu era um caso perdido.
Nunca cantei tão bem na vida como na noite cabo-verdiana, no
Restaurante La Milaneza. (ROCHA, 2010, Cap. XXIV, p. 161)
Faltavam dois dias para o festival. Dois dias para que a minha estrela
da sorte brilhasse, finalmente. Não havia dedo estortegado, nem
manchas do pulmão capazes de derrubar a minha vontade de triunfar
no mundo da música. Tudo estava a meu favor. (ROCHA, 2010, Cap.
XXX, p. 192)
Porém, será sua outra forma de resistência ao preconceito, o seu
histórico na marginalidade, que não permitirá a realização de mais esse sonho.
Sérgio, que já vivia na rua entre as brincadeiras de menino e os pequenos
furtos para apaziguar a fome, passa a enveredar cada vez mais nas práticas
ilícitas após a emigração de sua mãe para a Itália e sua expulsão de casa,
agora tomada pelo irmão e a cunhada. A partir daí, Sérgio oscila entre a
condição de usuário de droga para a de traficante, e por esse motivo acaba
sendo preso e perdendo a chance de participar do concurso e se tornar um
cantor de grande expressão.
Os dois policiais levaram-me à Esquadra. Fui preso por estar
envolvido com o narcotráfico. Puseram-me numa cela onde estava
Pianista com o rosto inchado, num canto com o rosto entre as mãos.
Ele tinha sido apanhado com cerca de dois quilos de cocaína. Deram-
lhe porrada e acabou por envolver o meu nome com a droga. Tive
esperança que me soltassem a tempo de actuar no festival, mas toda
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a minha insistência em convencer a polícia sobre a minha inocência


foi em vão. [...] Eu tinha a sensação que não iria sobreviver à
tamanha desilusão e o pior era saber que onde eu estava não teria a
companhia da bendita droga que me ajudava a esquecer as agruras
da vida. (ROCHA, 2010, Cap. XXXIII, p. 203)
Mas, muito antes de ter sua marginalidade convertida em criminalidade e
ser preso pela última vez junto com Pianista, Sérgio Pitboy entendia a
marginalidade não só como uma forma de acalmar a fome, ele e seus amigos a
viam como uma forma de devolver as violências e abusos sofridos por toda a
população carente.
Pertencer aos Pitboys era o mesmo que receber um certificado de
emancipação à repressão dos pais e dos adultos que nos rodeavam;
era uma forma de defender a nossa integridade, onde expúnhamos a
nossa cólera sem medo dos outros, onde enunciávamos toda a nossa
crueldade de modo a nos vingarmos da rejeição social. Toda a nossa
revolta tinha apenas uma alvo: a intolerância. (ROCHA, 2010, Cap.
III, p. 29)
Há melhor terapia do que quebrar os vidros de uma montra num país
onde os filhos dos pobres são excluídos e a discriminação é
estimulada? É necessário vandalizar os interesses da burga, que
enriquece facilmente, para que o estado possa olhar para nós, os
marginalizados; é necessário vandalizar o património dos coronéis da
ilha, conquistado à custa dos fracos, para que chorem de raiva como
nós chorámos por um pedaço de pão e pelos nossos direitos.
(ROCHA, 2010, Cap. IV, p. 40)
Apesar da fraqueza física provocada pela tuberculose, fiz questão de
degolar e esfolar o cão que parecia um bezerro gordo. Odeio
cachorros. Que o diabo o carregue o rambo e o dono! Se o dono
tivesse alma, havia de se lembrar que o que gasta com o bicho dava
para apadrinhar o estudo de dez ou vinte crianças de Alto da Santa
Cruz! (ROCHA, 2010, Cap. XX, p. 147)
Da mesma forma que a violência atrai como resposta violência, a
marginalidade também atrairá outras marginalidades, não apenas os atos
declarados como crimes, mas todos os atos e pessoas que se opõem ao que é
pregado naquela sociedade. O ser marginal atrairá outros seres marginais para
juntos desenvolverem sua resistência/sobrevivência, e é essa ideia que justifica
a reunião dos meninos no grupo dos Pitboys para promover balbúrdias e jogos
de carteado; a amizade entre Sérgio e Zizzi, a ratazana, animal tão desprezado
nos centros urbanos; as relações homoafetivas reprovadas nessa e em outras
sociedades patriarcais, etc.
E é nesse ponto que percebemos que esses meninos e adolescentes
não são simplesmente marginais, mas são marginalizados pela sociedade. E,
como meio para demonstrar essa marginalização das personagens, a narrativa
faz uso da estética do grotesco.
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O grotesco como característica estética tem por essência a combinação


entre o insólito e o onírico, a deformação e o desequilíbrio das imagens
construídas, a concepção de seres híbridos, como no caso do hermafrodita
Loiro e da homossexualidade de Fusco, Lena e Valdomiro (Mirinha), e a
animalidade do homem, como na aproximação de Sérgio e Zizzi, no
assassinato de Rambo, animal de estimação de doutor Apolinário, e nas
agressões policiais.
Normalmente, essa estética causa em quem a contempla o pavor e a
repulsa, por vezes também causa o riso. Não devemos esquecer que o
grotesco também se estabelece como inversão do belo e, por isso, pode ainda
ser apreciado. No caso de Marginais, o grotesco por vezes causará o riso das
próprias personagens frente as suas problemáticas e também servirá para
obter a compaixão dos leitores mostrando o horror e a perversão da
marginalização causada pelos meios sociais.
A marginalidade como forma de resposta e revide ao preconceito à
pobreza se manifestará também na utilização da escrita pelas personagens ao
longo do romance. No início da adolescência, ou seja, no início da narrativa, a
escrita é usada pelos Pitboys ao pichar muros usando seus excrementos como
forma de escancarar os problemas sociais e de lutar pelos próprios direitos.
A escrita também será usada nas expressões de poesia marginal de
Lela Magreza frente a proibição e impossibilidade de seu amor com a filha do
doutor Apolinário, a personagem passa a escrever nos muros da cidade como
forma de demonstrar seu amor e lutar por Amália e de sair da condição de
sujeito marginalizado e submisso àqueles que, como o pai de sua amada, são
mais abastados.
Por último, a escrita como resistência será vista através da sua condição
humana, servindo como razão para Sérgio continuar lutando pela vida; após
ser liberto da prisão, o protagonista sofre uma nova crise de tuberculose e
resolve escrever suas memórias em “uma pilha de papéis engordurados”. É em
sua escrita marginal e de denúncia que Sérgio continua lutando por uma vida
melhor àqueles que se encontram nas mesmas condições que lhe foram
impostas na infância: “Ao ler estas páginas, caro leitor, espero que compreenda
este livro não como algo que conduz à destruição mas, antes, como algo que
conduz à redenção.” (ROCHA, 2010, “Prefácio”, p. 14)
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Referências Bibliográficas:
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<http://www.simonecaputogomes.com/arquivos.htm>. Acessado em: 14 Mar.
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INÁCIO. Emerson da Cruz. Marginalidade, corpo, subalternidade, Evel Rocha e
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KAYSER, Wolfgang. O grotesco – Configuração na pintura e na literatura. São
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LUGARINHO. Mário César. Em Cabo Verde, os Marginais, de Evel Rocha -
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PEREIRA. Érica Antunes. De “capitães” e “pitboys” - cartografias da
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Abr. 2013.
ROCHA, Evel. Marginais. Praia, Edição do Autor: Gráfica da Praia, 2010.
___________. Entrevista: Evel Rocha: “Sal tem todos os condimentos para ser
um cenário ideal para literatura”. A Semana, 04 Setembro 2010. Disponível em:
<http://www.asemana.publ.cv/spip.php?article55969>. Acessado em : 11 Abr.
2013.
SODRÉ, Muniz & PAIVA, Raquel. O império do grotesco. Rio de Janeiro:
Mauad, 2004.

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