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Introdução:
A intenção desse artigo é a análise de teorias que visam explicar a o “Discurso
sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens” (1755)
apresentada por Jean-Jacques Rousseau (1718-1778), que buscar explicar como nasceu a
desigualdade e quais seriam as suas consequências para a civilização. E a Inversão da
Ordem Natural fundamentando na crítica que Georges Bataille (1897-1962) faz no Livro
“A literatura e o mal” (1957) sobre a teoria de “Jules Michelet” (1798- 1874) em “O
bem, o mal, o "valor" e a vida” buscando mostra o “mal” de forma positiva.
Biografia do autor:
João Cabral de Melo Neto, nasceu no ano de 1920 no Recife. Passa a infância
nos Engenho da família, mas volta para capital jovem e logo se muda para o Rio de
Janeiro. Publicou seu primeiro livro em 1942 “Pedra do Sono” lança logo em seguida o
“Cão sem plumas” que é considerado uma obra marcante da sua poesia, anos depois
outras obras foram publicadas entre elas “O rio” e “Morte e vida severina”. Ele morou
em vários países e recebeu inúmeros prêmios importantes, foi cogitado para receber o
Prémio Nobel faleceu em 1999 aos 79 anos.
Jean-Jacques Rousseau foi filosofo, teórico político e escritor, nasceu no dia 28 de junho
de 1712 em Genebra, Suíça. Sua mãe faleceu logo após seu nascimento, foi educado por
um pastor protestante, aos 16 anos de idade foi para Savóia, Itália, mas retorna a Genebra
onde se converte ao protestantismo. Foi mais popular dos filósofos do Iluminismo. Em
1755 publicou ”Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade Entre os
Homens” O pensamento de Rousseau influenciou as ideias da Revolução Francesa. Jean-
Jacques Rousseau faleceu em 2 de julho de 1778.
A obra Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto, foi escrita entre 1954 e 1955.
Conta a história de Severino um retirante nordestino que foge da seca e vai em direção ao
litoral em busca de melhores condições de vida. Durante seu trajeto Severino encontra
algumas situações em que há a presença da morte, a fome, a falta de oportunidades e o
desespero, que são uma série de fatores cujo a seca e o desprezo do governo e a
desigualdade social são os elementos que causam o sofrimento. A morte é abordada como
algo comum, e as profissões dependem da morte como um negócio proveitoso. O uso da
linguagem poética, ressalta a mais palpável das emoções o interminável lamento da
população nordestina.
Desigualdade Social (J.-J. Rousseau)
Na análise das obras de Rousseau e João Cabral de Melo Neto, vou comparar os
elementos filosóficos em relação a desigualdade social apresentada no livro Morte e Vida
Severina (1955), e quais as consequências dela na civilização.
A segunda parte fala como foi a transição da forma natural para a forma social, a partir
daí o homem passa a adquirir mais conhecimento aperfeiçoar as suas habilidades,
Rousseau explana uma coisa bastante importante, que foi a construção de aldeias ou
abrigos onde ele supõe que nasce aí o fato da desigualdade, a partir do momento que se
alguém toma posse ou defende algo ele gera uma dessemelhança no meio em que tal
habita.
É certo que a esse ponto já predominava a desigualdade social tendo assim que
fossem criadas regras ou leis para proteger suas propriedades, e também da ganância de
quem tinha muito, e sempre queria mais. O homem a partir disso passa a ser vaidoso,
buscar padrões de beleza, começa a dar preferência a seus gostos.
A Grande Revolução que o autor põe em aberto seria uma série de eventos que
dão início ao cultivo de terras e o trabalho com ferramentas. A partir daí ao surgimento
de políticas, governos e leis que asseguravam que o homem pudesse gozar do que ele
dizia ser seu. Rousseau é totalmente contrário ao governo opressor, pois ele presa pela
liberdade e seria inimaginável em uma sociedade absolutista.
O primeiro que, tendo cercado um terreno, se lembrou de dizer: isto é, meu, e encontrou
pessoas bastante simples para acreditar, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil.
(ROUSSEAU, 1754 p.91)
A terceira morte, outra crítica direta a reforma agraria um tema político social,
bastante discutido na época do lançamento da obra.
É de bom tamanho, nem largo nem fundo, é a parte que te cabe neste latifúndio. (MELO
NETO, 1955 p.118)
É natural que o ser humano persiga dois fins, o negativo unido ao conceito do bem
e da moral, é guardar-se dos perigos, proteger a sua a vida, sempre evitar a morte. E o
outro que seria o positivo, quando se coloca a vida ao extremo, o mal como hipermoral.
(MICHELET, 1946)
COMPARAÇÃO (Morte e vida severina)
— Severino, retirante, deixe agora que lhe diga: eu não sei bem a
resposta da pergunta que fazia, se não vale mais saltar fora da
ponte e da vida; nem conheço essa resposta, se quer mesmo que
lhe diga é difícil defender, só com palavras, a vida, ainda mais
quando ela é esta que vê, Severina, mas se responder não pude à
pergunta que fazia, ela, a vida, a respondeu com sua presença
viva. E não há melhor resposta que o espetáculo da vida: vê-la
desfiar seu fio, que também se chama vida, ver a fábrica que ela
mesma, teimosamente, se fabrica, vê-la brotar como há pouco em
nova vida explodida; mesmo quando é assim pequena a explosão,
como a ocorrida; como a de há pouco, franzina; mesmo quando é
a explosão de uma vida Severina. (MELO NETO, 1955 p.143-
144)
Bataille, Georges
A literatura e o mal / Georges Bataille : tradução de Suely Bastos. Porto Alegre:
L&PM Editores S/A, 1989.
Disponível em: https://ayrtonbecalle.files.wordpress.com/2015/07/bataille-g-a-
literatura-e-o-mal.pdf
Melo Neto, João Cabral de
Morte e vida Severina : e outros poemas / João Cabral de Melo Neto. – Rio de Janeiro
: Objetiva, 2009.
ROUSSEAU, Jean-Jacques,
Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens / J.-J.
Rousseau : tradução Maria Lacerda de Moura : Edição eletrônica : ed. Ridendo Castigat
Mores, 2001.
Disponível em: http://www.pgcult.ufma.br/wp-content/uploads/2017/06/Jean-Jacques-
Rousseau.pdf