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Flávia Grégio

A.D. SANTOS EDITORA


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Grégio, Flávia

A arte de pregar para crianças/ Flávia Grégio – Curitiba: A.D. SANTOS EDITORA, 2020. 160 p.

ISBN – 978857459533-7

CDD: 240

1.Moral cristã e Teologia devocional.

1ª edição: Junho de 2020

Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios a não ser em citações breves, com
indicação da fonte.

Edição e Distribuição:
Dedicatória

Dedico esta obra aos pregadores de crianças que levam a Palavra do Senhor com seriedade,
amor, competência e compromisso.

Em especial aos meus amigos Tia Paulinha (Paraíso do Tocantins), Carol Vargas (Maringá),
Tia Alê ( Brasília), Tia Mary ( Brasília) e Tia Marluce e os Bonecos (Rio de Janeiro), Ulisses
Braga Spagiari – Tio Uli – evangelista de crianças, que são referências para mim no que
tange a arte de pregar para crianças.
Apresentação

O mundo anda de mal a pior, e infelizmente temos visto muitas de nossas crianças se
perdendo pelo caminho, sendo bombardeadas de todos os lados com ideias que estão
muito longe daquilo que Deus sonhou para cada uma delas.

Isso nos fere o coração. Há uma necessidade muito grande de entrarmos nesta batalha para
resgate dessas vidas tão preciosas para o nosso Deus.

Talvez você sinta em seu coração o calor desse chamado, e talvez seja aquela pessoa que
tem enxergado esta necessidade em sua comunidade e essas palavras tem gritado dentro de
você: "As crianças precisam conhecer Jesus de verdade, profundamente, precisam entender
que têm livre acesso ao Pai, que Ele quer se relacionar com elas."

Meu querido (a), Deus está te chamando! Assim como ele chamou a Flávia há anos atrás.
Quem sabe você se sente um tanto inseguro (como ela se sentiu, e é normal). Mas saiba que
quando Deus chama, Ele tudo provê. E hoje Ele está te proporcionando uma linda
oportunidade, onde a Flavia compartilha um pouco de suas experiências na arte de pregar
para crianças.

Prepare-se para mergulhar de cabeça nesse fantástico universo de criatividade que vai
aguçar o seu olhar a perceber o simples e transformá-lo numa super ferramenta para alcançar
o coração dos pequeninos.

"Levantai os vossos olhos, e vede os campos, que já estão brancos para a


ceifa.
Quem ceifa já está recebendo recompensa e ajuntando fruto para a vida
eterna; para que o que semeia e o que ceifa juntamente se regozijem” João
4.35,36.

Lembre-se:

"Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor
teu Deus é contigo, por onde quer que andares.” Js 1.9

Levante-se e vá, porque Deus garante a vitória!


Com carinho,
Fernanda Grégio
Prefácio

um privilégio poder registrar neste pequeno texto a alegria de identificar um chamado


É tão genuíno e completo na vida de alguém, como vejo na vida da querida amiga,
Pastora, Evangelista, Ministra de crianças e Escritora Flávia Grégio.

Chamado este que, de tão genuíno, tão puro e simples, ela recebe em troca a honra do
simples título “Tia”, e certamente por vir da boca de quem vem esse chamamento, alegra o
coração de qualquer um de nós, ministros de crianças.

Basta olhar para a Flávia, ou conviver somente um pouquinho com ela, imediatamente vai
se identificar Jesus em sua vida e o tremendo amor que Deus tem concedido a ela pelas
crianças.

Tendo a oportunidade de observar sua trajetória, maturidade e seriedade como vem


recebendo essa incumbência do próprio Deus, nos deparamos agora com este livro “A arte de
pregar para crianças".

Um verdadeiro líder é aquele que forma discípulos, e esta obra é exatamente o alicerce e
guia que auxiliará muitos novos ministros de crianças a terem um ministério sólido e de
alcance aos nossos pequenininhos.

Seriedade e criatividade traduzidos num livro, então. .

Boa leitura! !

Ulisses Braga Spagiari – Tio Uli.

Evangelista de Crianças
Sumário

Dedicatória

Apresentação

Prefácio

Introdução

1. Homilética Kids

2. Pregar: Chamado ou Obrigação?

3. Por que pregar para Crianças?

4. Como pregar para crianças?

5. Dez passos para a pregação infantil

6. Métodos de pregação às crianças

7. Como fazer o apelo às crianças?

8. A Criança aceitou a Cristo. E agora?

9. Como convidar e receber um preletor

10. Como Preparar Esboço para Pregação

11. Caracterização e Criação de personagens

12. Pregação com fantoches

13. Considerações Finais

14. Apoios Bibliográficos


Introdução

Talvez você narre muitas histórias para as crianças, use técnicas inovadoras, ludicidade,
teologia, e tantos artifícios criativos.

Tudo vai muito bem, e você satisfeito em sua “salinha”. Até que um dia você recebe um
convite para pregar no culto das crianças.

Suas pernas tremem, a mão fica gelada, e sente aquele frio enorme na barriga. O medo
toma conta de você que logo pensa: “Pregar? Eu?”

Assim como você, eu já passei por isso!

Lembro-me da primeira vez que preguei num culto infantil: Havíamos levado o conjunto de
crianças da nossa igreja para um culto numa das congregações. Percebi que a dirigente do
culto estava agoniada, então quando uma criança recebeu oportunidade, me levantei, passei
por de trás do altar e fui falar com ela, ver se precisava de algo.

Ela me respondeu que a pregadora não havia chegado, e que a próxima oportunidade seria
a pregação.

Inocentemente eu disse: “Olha, eu trouxe aquela Bíblia que contém esboço e com o livro
sem palavras anexado. Eu te empresto para você pregar!”

Ela respondeu: “Sério? Ai que benção irmã! Glória a Deus por sua vida!”

Voltei para o meu lugar, peguei a Bíblia, coloquei na mesa que estava no altar e me sentei
novamente.

A criança acabou de cantar e a dirigente disse “Vamos ouvir a pregação com a tia Flávia!”

A tia que estava do meu lado (que havia me acompanhando para levar as crianças), me
perguntou se eu ia pregar. E eu disse que não, que havia emprestado a minha Bíblia.

A dirigente chamou pela segunda vez, e eu nada. . pois eu não era a pregadora.

Na terceira vez, ela disse meu nome, sobrenome e o nome da minha congregação. Irmãos,
eu nem sei explicar qual foi minha sensação! Não sabia se sorria ou chorava, se andava ou
ficava quieta.

Parecia que havia um saco de gelo na minha barriga.

Fui caminhando devagar para o altar e em pensamento falando com Deus: “O que eu vou
fazer?”

Mas. . Deus cuidou de tudo! Venci o medo, o frio na barriga e busquei dependência no
Senhor.

Depois deste grande desafio, recebi outros convites de amigas para “dar um socorro” em
seus cultos, pois naquela época não havia tantos pregadores e as redes sociais eram muito
limitadas, então não tínhamos muito conhecimento. E assim começou o meu ministério
itinerante: socorrendo minhas amigas.

Alguns meses depois, nossa igreja iria fazer uma festa de encerramento anual para as
crianças (dia 27 de dezembro de 2006). Na época, era minha irmã Fernanda quem estava
organizando. E ela me pediu que pregasse para as crianças e trouxesse algo diferente.

Eu entrei em propósito com Deus para que Ele desse uma “novidade” (confesso que
imaginava alguma estratégia nova para contar a História).

Lembro-me que nesta época, usava muito o MSN, e conversava com algumas pessoas de
vários lugares. Então conversei com uma menina que se vestia de palhacinha, e ela me
orientava a me vestir de palhaça, e eu pensava: “Mas não é isso que Deus quer de mim!”

Neste período, fui pregar numa igreja e recebi de presente um arranjo de girassol, eu
coloquei no meu quarto ao lado do computador.

Depois de alguns propósitos e oração para que Deus me concedesse novidades para
pregar, o Senhor falou comigo de forma linda e simples.

Ele disse para que eu me vestisse de boneca, mandou que pegasse uma roupa que estava
há anos guardada. Me falou o local que estava, me mandou olhar para o lado direito e colar
muitos girassóis do arranjo que havia ganho e que estava ao lado do meu computador, então
Ele disse que eu seria a "Gigi".

Gigi por conta do girassol, que é uma flor que está sempre olhando para a luz, e que não
era para eu me importar com os outros, mas que fixasse os olhos nEle.
E assim, surgiu a Boneca Gigi – um presente lindo do Senhor.

Postei uma foto da Gigi no antigo ORKUT (que só permitia postar dez fotos), minha
cunhada Cristina viu, e pediu que eu fosse ao complexo do Alemão pregar para as crianças. As
três igrejas convidadas que estavam no culto, pediram para a Gigi ir visitá-las em seus cultos
também. E assim, a Gigi foi indo. . com roupas singelas, maquiagem simples, com cheiro de
simplicidade, mas que surgiu no coração de Deus, e não no meu.

Na época alguns se assustaram com a tal inovação, afinal de contas, até anos atrás nem
fantoches entravam em determinadas denominações, que dirá uma boneca!
Recebi críticas e elogios, abraços e repúdios. Mas quando estamos focados em Deus e
temos a certeza para que Ele nos chamou, não nos importamos. Passamos pela batalha e nos
garantimos no general.

Cometi erros e acertos, mas não desisti. Deus me levou para lugares que nunca ousei
imaginar que iria. Cada nova terra que piso, trago comigo a memória das promessas de Deus
em minha vida.

Nunca ousei sonhar que pudesse conhecer lugares e pessoas de terras tão longes da
minha. E o melhor, a serviço do Senhor! Nunca imaginei sair do meu pequeno Cachoeiro e
alçar voos, pisar em dunas, ver praias paradisíacas, caminhar em pontes de palafitas, pisar na
linha do Equador, andar de barquinho, me banhar nas aguas do rio Amazonas, passar entre
bandidos armados, correr de rato do quarto na hora de dormir, comer comidas típicas,
acordar numa casinha da roça ao som do galo cantando, abraçar índios na tribo, subir
comunidades, sentir o frescor das Cataratas, brincar num parque que só via na TV, andar em
ruas que só via em livros de História e Geografia, dançar ao lado de cantoras que só conhecia
da capa de um disco vinil, pisar na neve, dormir em hotéis simples e luxuosos, escrever livros e
assinar com editoras, compor músicas infantis e ir para fora das fronteiras brasileiras. . Nunca
imaginei que seria recebida por grandes homens, por outros países, por editoras e sentar-se à
mesa com príncipes.

Nunca sonhei, mas Deus sonhou para mim, e é Ele quem faz!

Sem precisar me oferecer, sem soltar piadinhas para auto convites, sem autopromoção e
desespero por "inscreva-se no meu canal", sem amizades falsas e interesseiras, e sem cartaz de
agenda aberta. .

Quem me leva? Ele! E tem mais promessas, mais novidades, mais surpresas, mais chão para
pisar, mais pessoas para conhecer, mais propósitos para cumprir. Simplesmente por Ele, para
Ele e com Ele.

A Ele toda Glória! A Ele toda Honra! A Ele toda criatividade! A Ele todo louvor!

Hoje, a Gigi está guardadinha, mas tenho planos futuros para ela, que está embaixo do meu
joelho (em oração) para tirá-la da Mala de Ideias, assim que Deus ordenar.

O engraçado é que até hoje me perguntam se a Boneca Gigi vai voltar e pasmem, ainda
recebo convites para pregar de boneca.

A Gigi foi uma fase linda, única e um enorme presente de Deus em minha vida! Mas, me
caracterizar de boneca não combina mais comigo!

Precisamos ter sensibilidade e maturidade para entender quando é o momento de parar e


traçar novos rumos baseados no discernimento e vontade de Deus.

Continuo pregando para crianças? Sim!


Mas apenas em minha igreja e sem caracterização.

Durante anos a “Chiquinha do Chaves” fez sucesso, e


quando envelheceu tentou trazê-la novamente. Deu
certo? Não!

Sabe por quê? Porque tudo tem seu tempo!

Atualmente meu trabalho é preparar professores,


ajudar líderes, auxiliar pastores e orientar pais. Este é o
meu tempo e o meu presente momento.

Hoje, a preparação de ministros visionários pra mim é


prioridade.

Pregadores "andam", mas construções permanecem, eu decidi construir alicerces através


de preparação de líderes e levantar a bandeira que carrego há anos com a frase "MINISTÉRIO
INFANTIL NÃO É BRINCADEIRA!".

Mas, o que quero que você entenda é que Deus trabalha da forma que Ele deseja, com
estratégias que Ele nos dá, e que todos nós somos passivos de erros, porém o que não
podemos é viver no erro sem humildade para aprender. Tive muitas dificuldades e críticas,
mas poucas ajudas.

Este livro teve seu início quando ainda fazia seminário, durante a aula de homilética. Eu
pensei: “Por que não temos homilética kids?”

Seria um auxílio para ajudar ministros de crianças. E, mais uma vez Deus me surpreendeu
concedendo esta ferramenta. Entendo que recebemos quando damos. E que não existe
ministério, se não servir ao próximo, e quando não usamos os nossos dons e talentos para
abençoar, não temos ministério. E hoje, quero te servir através desta obra, para te nortear e te
fazer entender que nada é impossível quando estamos na dependência do Senhor.
1

Homilética Kids

O que é Homilética?

O termo Homilética é derivado do Grego “HOMILOS” que significa multidão, assembleia do


povo, derivando assim outro termo, “HOMILIA” ou pequeno discurso do verbo “OMILEU”
conversar.

O termo Grego clássico “HOMILIA” significa um discurso com a finalidade de Convencer e


agradar. Portanto, Homilética significa “A arte de pregar”. E a arte de falar em público nasceu
na Grécia antiga com o nome de Retórica.

O cristianismo passou a usar esta arte como meio da pregação, que no século XVII passou a
ser chamada de Homilética.

Temos como conceito de Homilética: ciência e arte de transmitir o significado e a


importância do texto bíblico, sob forma de pregação.
O que é pregação?

É a arte de transmitir a verdade divina através da personalidade humana para a vida


eterna, ato de anunciar uma notícia.

Todo pregador deve ter em mente o significado e a importância dos três elementos chaves
da Homilética:

• Oratória: É a arte de falar em público com a finalidade de comover os ouvintes.

• Eloquência: É o poder de persuadir por meio da palavra, gesto e recursos. É um termo


derivado do Latim, Eloquentia que significa: Elegância no falar, Falar bem, ou seja, garantir o
sucesso de sua comunicação, capacidade de convencer.

• Retórica: é o conjunto de regras que aprimoram a eloquência e a pregação.


Elementos Chave da Homilética Kids

Trazendo para Homilética Kids (a arte de pregar para crianças) precisamos de:

1. Oratória Kids: Falar na linguagem da Criança.

2. Eloquência Kids: Envolver a Criança através dos gestos e fala simples, elegância no
falar.

3. Retórica Kids: Usar recursos atrativos junto com o falar bem e o envolvimento das
crianças.

Como elemento geral precisamos pregar em linguagem infantil, envolvendo-as com gestos
e fala simples e usando recursos atrativos que as façam entender a Palavra do Senhor.
2

Pregar: Chamado ou Obrigação?

“Pregue o Evangelho, se necessário use palavras” (Agostinho).

A lgumas perguntas que professores de crianças costumam fazer: Será que eu posso pregar?
Será que eu consigo? Será que Deus me chamou para isso? Na verdade, todos os salvos
em Cristo devem pregar o evangelho aos não crentes seja através do testemunho pessoal ou
através de palavras.

A Bíblia é muito clara quanto a nossa obrigação de falar de Jesus às pessoas. A ordem é
para todos.

“Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.”

(Marcos 16.15) “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é
imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!” (1 Coríntios 9.16) No
entanto, uns foram chamados para ministérios de púlpito (Efésios 4.11). Pregar é obrigação
de todos nós que temos Cristo, pois temos que compartilhar o que Deus fez e faz por
nós. No entanto, para ser um pregador itinerante, precisa ser chamado por Deus e estar
preparado para tal ofício.

É preciso entender que: nem todos que lecionam uma boa aula são bons pregadores,
e nem todos que são pregadores são formadores / professores que preparam e
lecionam para equipe.
3

Por que pregar para Crianças?

Não receie em apresentar Cristo às crianças, elas entendem o amor, desta forma
compreendem Jesus. Elas não precisam ser muito maduras para reconhecer o fato e dizer:
“Deus me ama”. A mensagem de João 3.16 pode ser compreendida até mesmo por uma
criança de cinco anos.

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
(João 3:16)

Elas respondem ao amor e podem perceber que dar a vida por alguém é a maior prova de
amar. Entretanto, há mais na salvação do que simplesmente reconhecer que Deus é amor. A
criança deve reconhecer que também é pecadora, que o pecado é terrível para Deus, e que
Jesus morreu por seus pecados. Quando uma criança conseguir entender estes fatos, estará
pronta para ser salva.

A entrada do Reino de Deus é do tamanho de uma criança e não depende muito de


conhecimento, dinheiro, ou qualquer outra coisa que a criança não tenha.

Ser salvo é crer, e em seu mundo simples a criança tem mais fé do que muitos adultos. Por
que, então duvidamos de que uma criança possa se aproximar de Cristo?
4

Como pregar para crianças?

N otinha
meu tempo era tudo diferente, a pregação da Palavra de Deus na minha infância não
tantos “apetrechos” como existem hoje. Não havia internet que hoje fascina as
crianças, os desenhos animados não eram tão próximos da realidade como hoje são
produzidos, os programas infantis não eram tão bem elaborados com os atuais. Ainda assim
você poderá questionar a respeito de tanta “sucata” e materiais sem serventia cristã (perucas,
chapéus de espuma, objetos e etc) como alvo para o ensino da Palavra de Deus. Entretanto,
precisamos lembrar que essa história da aplicação espiritual da realidade ao redor já era
usada por Jesus há muito tempo.
Olhar ao redor e pregar sobre algo que se vê é extraordinário e muito criativo, o próprio
Jesus assim fazia:

• Viu pescadores e os chamou para serem pescadores de homens.

• Falou dos grãos de mostarda e do fermento.

• Imagino que Jesus apontou para um trabalhador no campo, e começou: “Um


semeador saiu a semear. .”.

Jesus usou ilustrações concretas para conceitos espirituais. Então, quando você pensa em
uma ilustração atual, você está simplesmente repetindo uma das formas bíblicas de
apresentar as verdades divinas.

Quando você usa recursos diferentes, criativos e atuais, você está simplesmente olhando os
mesmos com os Olhos do Pai.

“Tudo isto disse Jesus, por parábolas à multidão, e nada lhes falava sem
parábolas” (Mateus 13.34)
Contador de história? Eu???

Claro que sim! Só que você não é simplesmente um contador de história. Você é um
CONTADOR DE HISTÓRIAS BIBLICAS, pois a diferença de um contador de histórias para você é
que você prega verdades Bíblicas, onde o Espírito Santo atua na sua vida e na vida da criança,
transformando situações, convertendo corações, impactando com a Palavra (a palavra
Rhema) onde você é um canal para a transmissão do que Deus quer falar aos pequeninos.

A Bíblia é a Palavra de Deus, então quando você prega, você fala a Palavra de Deus, e: “A
palavra de Deus é viva, é realizadora, mais afiada do que toda a espada de dois gumes: ela
penetra até onde se dividem a vida do corpo e a do espírito, as articulações e as medulas e é
capaz de distinguir as intenções e os pensamentos do coração ” (Hebreus 4.12).

Deus quer que sejamos multiplicadores do Evangelho, e é através da Sua Palavra que assim
nós, Contadores de Histórias Bíblicas, semeamos a Palavra em terra fértil, que é o coração das
crianças.

“Contar uma História é dar um presente de amor” (Lewis Carrol)


Contar histórias é uma das mais antigas artes, e a mais moderna fonte de comunicação.
Deve dar prazer a quem conta e ao ouvinte.

Diz-se muito bem que de todas as coisas que o professor deve saber, a mais importante
sem sombra de dúvida é contar histórias; mas o maior problema é que 80% dos professores
têm muita dificuldade no momento da história.

Contar histórias para as crianças é poder sorrir, gargalhar, é suscitar o imaginário, é ter
curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, é encontrar ideias para solucionar
questões. Contar história é fazer com que a criança se transporte para dentro da Bíblia e viva
exatamente o que os personagens viveram e sentiram, e provocar mudança de
comportamentos, para melhor, é claro.

No início, os ouvintes podem estar meio apáticos, aéreos, distantes, mas aos poucos, com
as imagens ocupando suas mentes e agindo nos sentimentos, vão ficando mais presentes e
atentos. As histórias ensinam e transformam, porque contêm mensagens profundas para a
vida, que nos chegam de forma indireta, e que captamos conforme nossa necessidade e a
necessidade da nossa alma.

O que é história?
História é definida como “registro de fatos importantes relacionados entre si; descrição de
fatos relevantes do passado”. Mas o tipo de história que temos em mente para o Culto Infantil
e EBD abrange mais coisas do que esta definição. A história que tem valor no ensino deve
despertar emoções, incitar o interesse e gravar uma verdade no coração. É uma “fotografia”
que chama a atenção, desperta o interesse e mexe nos sentimentos. A melhor forma de
indicar que certa história tem valor no ensino da Escola Bíblica é a comprovação de seu êxito.

Por que contar história?

“Quem não compreende, pensa que é para divertir. Mas não é só isso. É que elas têm o
poder de transformar o cotidiano. .” (Rubens Alves)
10 Motivos para contar histórias

1. É o método mais antigo e atual ao mesmo tempo.


2. Ela mantém o interesse dos ouvintes.

3. O próprio Jesus contava histórias.

4. Porque crianças e adultos apreciam histórias.


5. É uma das formas mais vitais, interessantes e efetivas de apresentar as verdades
espirituais.

6. Influi na conduta.

7. Desenvolve a imaginação e a criatividade.


8. Estimula o interesse pela leitura, em nosso caso, a leitura bíblica.
9. É facilmente lembrada e ficará na memória da criança para futuras necessidades.
10. É a palavra de Deus, e a Sua Palavra liberta e transforma.
Posso contar Fábulas?
A fábula é uma narrativa alegórica, em forma de prosa ou verso, cujos personagens são
geralmente animais com características humanas, que sustentam um diálogo e transmite
uma lição de moral.

Você pode contar fábulas no culto ou aula, desde que ela traga um crescimento espiritual à
criança.

Eu Flávia, tenho minha concepção sobre contar fábulas na igreja: Acredito que a Palavra do
Senhor deve ser priorizada sempre, e que a Bíblia é extremamente rica em histórias
verdadeiras, então não há necessidade de usarmos fábulas. Indico usar estes tipos de estórias
morais para locais que não se pode falar abertamente sobre a Bíblia, como em certas escolas e
hospitais.

E os Contos de Fadas?

Os contos de fadas são uma variação do conto popular ou fábula.

Partilham com estes o fato de ser uma narrativa curta transmitida oralmente, e onde o herói
ou heroína tem de enfrentar grandes obstáculos antes de triunfar contra o mal.
Caracteristicamente envolvem algum tipo de magia, metamorfose ou encantamento, e
apesar do nome, animais falantes são muito mais comuns neles do que as fadas propriamente
ditas. Alguns exemplos: “Rapunzel”, “Branca de Neve e os Sete Anões” e “A Bela e a Fera”.

As Fadas são entidades fantásticas, características do folclore europeu ocidental.


Apresentam-se como mulheres de grande beleza, imortais e dotadas de poderes
sobrenaturais, capazes de interferir na vida dos mortais em situações-limite. As fadas também
podem ser diabólicas, sendo corriqueiramente denominadas “bruxas” em tal condição;
embora as bruxas “reais” sejam usualmente retratadas como megeras, nem sempre os contos
descrevem fadas “do mal como desprovidas de sua estonteante beleza.

Você acha que é bom contar este tipo de estória para as crianças?

Certa vez vi um culto infantil com o nome “Livre sou”, e para minha surpresa a decoração e
a preletora estavam caracterizados com o tema da personagem Elza, do filme Frozen.

Você não precisa recriar contos de fadas, a Bíblia é bem rica em histórias.

Como Contar uma História?


Não há regras básicas para contar histórias, o melhor é usar o coração, a intuição, conhecer
a Bíblia (essencial), os personagens e deixar o Espírito Santo agir em sua vida, além da
experiência que só é adquirida através da prática.

É preciso ter em mente que não se pode agir de forma mecânica, apenas para cumprir um
dever no momento da aula ou o convite para a pregação. As histórias devem ser contadas
com prazer e na direção do Senhor, caso contrário nem vale a pena começar. As melhores
histórias são as que contamos espontaneamente, mas sempre é válido saber algumas dicas:
1. Deve ser dependente do Senhor

Nem sempre aquilo que queremos falar é o que Deus quer. Seja íntimo de Deus, e lembre-
se que você é um canal, logo, quem fala é o Senhor.

2. Conhecer bem a história

O uso de dicionários Bíblicos, mapas e livros sobre o tempo Bíblico é muito importante para
conhecer a história. Lembre-se que somos contadores de histórias Bíblicas, então a leitura da
Bíblica é indispensável.
3. Viver - “sentir” a história

“Você não pode dar o que você mesmo não tem, e não pode guiar a criança a um lugar no
qual você nunca esteve.” (Ron Hutchcraft).

Como falaremos de algo que não sabemos? Como vamos levar as crianças em um lugar que
nunca fomos? Como ministrar a cura se está machucado? Como pregar aquilo que não se
vive?

4. Conquiste o seu público, faça um “quebra gelo” antes de iniciar a história.


Antes de começar a história crie para a criança um clima de segurança, de confiança e
amizade. A criança precisa desejar ouvir a sua história. Uma técnica boa, é utilizar perguntas.
Para “quebrar o gelo”, antes de iniciar a pregação para um grupo de crianças desconhecidas,
faça alguma brincadeira ou observação saudável. Se a criança sorrir, é porque você está indo
pelo caminho certo.
5. Ensaie “caras e bocas” na frente do espelho.

A sua expressão é o que dá vida na história. Não faça cara de parede, viva o personagem.

6. Analise com cuidado o tipo de ouvinte para o qual você contará a história. Procure saber
os costumes da igreja para que você não passe constrangimentos.

Conheça o espaço físico de onde vai contar a história, bem como o seu público. É preciso
fazer uma seleção do que contar, levando-se em conta o interesse do ouvinte, a sua faixa
etária e a lição que quer trazer.

A seguir, alguns pontos que precisam ser considerados em cada faixa etária:
• 3 a 4 anos – idade do fascínio: Os textos devem ser curtos e atraentes. Pode-se usar
gravuras e de preferência grandes. Histórias que tenham bichos, brinquedos, objetos e usem
expressões repetitivas.
• 5 a 6 anos – idade realista: Histórias da vida real, falando do lar, etc. Os textos devem ser
curtos e ter muita ação, o enredo deve ser simples. Até os 6 anos a criança gosta de ouvir a
mesma história várias vezes.
• 7 a 9 anos – idade fantástica: Gosta de histórias de personagens que possuem poder,
histórias de aventuras, humorísticas e vinculadas à realidade.

• 10 a 12 anos – idade heroica: Narrativas de viagens, explorações, relatos históricos,


preocupação com os outros e fábulas.

7. Memorize a história. Se precisarmos ler a história aos ouvintes, ela perde quase toda a
graça. Porém, NUNCA desista de ler um versículo antes da história, e de enfatizar que ela é
bíblica (por isso é importante estar com a Bíblia na mão, e em certos momentos lê-la).

8. Se você vai usar algum tipo de caracterização, cuidado!

Pirata, lobo mau e fada não são bem-vindos.

Cuidado com muito enfeite para não se tornar ridículo. Lembre-se que, quem deve chamar
a atenção é a Palavra, e não as roupas. Trajes curtos ou apertados e shorts são totalmente
desrespeitosos. Não esqueça que você é um porta voz da Palavra de Deus.

9. Dê vida ao Livro da Vida Coloque as crianças para participarem da história, através de


dramatização ou fazendo “vozes”. Crianças aprendem com seus sentidos.

Elas adoram sentir, cheirar, tocar, escutar e ver.


Quanto mais você praticar, melhores ficarão as suas técnicas. Teste diferentes métodos, seja
criativo. Você sempre aprende com suas experiências.

A gesticulação faz parte do trabalho de narração, assim como na atividade de oratória.


Expressão corporal e expressão facial são recursos poderosos.

11. Imagine
Imagine que você esteja no lugar da criança, e pense: Como eu ficaria feliz se a história
fosse contada assim... Feche seus olhos e imagine o cenário, os personagens...
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Dez passos para a pregação infantil

1. Conquiste seu público

L ogo que receba a oportunidade de trazer a Mensagem, o primeiro passo é fazer um


quebra-gelo. Segundo o dicionário, quebra-gelo é: embarcação cuja proa é apropriada
para abrir caminhos nos mares gelados.

Você precisa abrir os caminhos para entrar com a Palavra de Deus no coração dos
pequeninos. E como fazer isso? Conquistando-os!

Você pode fazer algumas “brincadeiras engraçadas”, cantar alguns hinos, fazer dinâmicas e
colocar as crianças para se movimentarem.

2. Apresente-se e identifique-se
A identificação é importantíssima no momento da pregação.

Imagine alguém precisar entregar-lhe algo ou ocorrer à necessidade de um “puxão de


orelha” e não sabe quem é a pessoa e de onde veio?

Nós ensinamos as crianças que não devem falar nem ouvir estranhos, não é mesmo?

Pois bem, por isso a identificação é importante.

Diga seu nome, sua igreja, dê um abraço do seu pastor. Diga o quanto está feliz por estar
ali.

3. Cante ou ministre louvor somente quando necessário

A sensibilidade e o bom senso são muito bem vindos em certos momentos. Muitas vezes a
igreja que o convidou também convidou um cantor (a) de fora, o papel dele é ministrar
louvor, e o seu pregar.

Claro, é evidente que você pode usar um louvor para quebrar gelo, no entanto, você
precisa averiguar caso tenha cantor ou se já houve muitos louvores cantados.
4. Use versículos como base de sua pregação (Faça memorização)

O uso da Bíblia é INDISPENSAVEL. Você pode esquecer seu material, sua caracterização, mas
NUNCA a Bíblia. Quando você faz a memorização do versículo com as crianças, elas logo
entendem que a História que você vai contar é da Bíblia e não historinhas como as que elas
escutam na escola ou em outro lugar como recreação.

Mesmo que você saiba a História Bíblica de cor (é preciso tê-la na mente e no coração).
Sobre os recursos visuais, você precisa usar a Bíblia, porque isso mostra à criança o quanto Ela
é importante, o que Ela tem a nos oferecer e que sempre poderá nos ajudar.

Vale lembrar que o versículo deve ser de acordo com a história a ser contata. Por exemplo:
A história é sobre a Criação, você pode usar o versículo “E viu Deus que era bom” (Gênesis
1.18)

5. Use histórias para ilustração da Palavra

A história é o melhor, mais antigo e mais eficiente método de Pregação da Palavra de Deus
aos pequeninos. Jesus, o grande pregador, usava as pabolas como método de evangelismo e
crescimento espiritual.

“Tudo isto disse Jesus, por parábolas à multidão, e nada lhes falava sem
parábolas” (Mateus 13.34)

6. Faça a aplicação da história na vida da criança

É necessário que você traga a História Bíblica para os dias atuais, envolvendo a criança com
o personagem. Trazendo o mesmo para a realidade dela, pois é através da aplicação que ela
se assemelha e se identifica com o problema do personagem descrito na História.

7. Faça o convite (apelo), sempre usando a história como base


O apelo é uma chamada à consciência, para que haja uma decisão positiva a favor da
obediência aos ensinamentos durante o sermão.

Assim, o mesmo deve ser feito baseado na História que você narrou.

Ele é feito de forma geral, pois nem todas as crianças estão no foco do apelo, porém o
apelo sempre deve estar no foco do Pregador.

8. Ajudar a criança fazer a oração de confissão e reconhecimento


Imagine você acabar de ingressar em um curso, e logo na inscrição solicitarem que você dê
aula! Ou ter acabado de chegar da maternidade com o bebê e ter que ir ao fogão fazer seu
próprio mingau!

É exatamente assim que a criança se sente ao acabar de aceitar a Cristo e ter que orar
sozinha!

A criança precisa de ajuda para crescer no conhecimento. Ela não sabe orar, precisa de
você.

9. Ore com e pelas crianças que já aceitaram a Jesus (crescimento


espiritual)

Existem crianças que já receberam a Cristo, e precisam de auxílio para crescimento


espiritual. Como já sabemos, a pregação tem duas finalidades: salvação e crescimento.

Logo após a oração de confissão, você tem toda liberdade de fazer outra oração, só que
desta vez para aquelas crianças que precisam de crescimento.

Não esqueça que esta deve ser feita de acordo com a história apresentada. Você pode
convidar as crianças já salvas para acompanhar as que estão aceitando a Cristo agora, ou
chamar os pais para orar pelos filhos. Ou seja, pode colocar a criança para exercer sua fé neste
momento.

Lembre-se que você precisa usar o personagem da história para a criança se identificar.

10. Agradeça a oportunidade e faça despedida.


Despeça-se das crianças, da igreja e agradeça o convite. Lembre-se que você precisa deixar
a porta aberta para voltar, portanto, seja simpático, alegre e humilde.

Jesus andava no meio da multidão, era simples. Ele não tinha estrelismo, nem camarim, Ele
comia e até pousava na casa de pescadores.

Assim que acabar a pregação ou o culto esteja disposto e alegre para falar com as crianças.
6

Métodos de pregação às crianças

V ou apresentar alguns métodos para você pregar às crianças, mas é importante você levar
em consideração alguns aspectos, como citamos anteriormente.

É preciso fazer uma seleção do que contar, levando-se em conta o interesse do ouvinte, a
sua faixa etária, a lição que deseja trazer, local, espaço, quantidade de crianças, para assim
você saber qual estratégia é ideal. A seguir, algumas sugestões:

1. Flanelógrafo

O flanelógrafo é um dos métodos mais usados e mais antigos (depois da história narrada e
do livro). É um complemento muito útil para qualquer sala de aula. Ele pode ser usado para
muitas atividades diferentes, é facil de fazer e têm um custo razoável. Há muitos benefícios ao
usar flanelógrafos em sala de aula.

Como fazer um flanelógrafo

Para fazer o seu próprio flanelógrafo você vai precisar de madeira ou papelão e um pedaço
de feltro ou de flanela que seja grande o suficiente para cobrir a frente da prancha e que seja
possível enrolar para trás para ser anexado. Pegue o seu pedaço de madeira ou papelão
pesado e cubra-o na flanela ou feltro. Anexe o material para trás usando fita adesiva, uma
pistola de grampo ou uma pistola de cola quente.

2. Livros
O caminho para a leitura começa na infância, quando as crianças passam a gostar de
palavras e de ouvir histórias, além de animarem-se ao contar momentos de sua vida para
pessoas próximas. É muito importante a criança desde o berçário ter contato com livros,
sejam eles de banho, de pano, papelão e depois os comuns.

“O primeiro contato da criança com um texto é feito, em geral, oralmente. É pela voz da
mãe e do pai, contando contos de fada, trechos da Bíblia, histórias inventadas tendo a gente
como personagem, narrativas de quando eles eram crianças e tanta, tanta coisa mais. .
Contadas durante o dia, numa tarde de chuva ou à noite, antes de dormir, preparando para o
sono gostoso e reparador, embalado por uma voz amada. . É poder rir, sorrir, gargalhar com as
situações vividas pelos personagens, com a ideia do conto ou com o jeito de escrever de um
autor e, então, poder ser um pouco cúmplice desse momento de humor, de gozação.”
Abramovich (2003).

Tipos de livros para crianças:

• Bebês: Livro de banho (confeccionado de plástico) e livro de pano.

• Maternal I: Livros de pano e de papelão grosso, com texturas. Pode ser confeccionado
de tnt ou feltro.

• Maternal II: Além dos livros de papelão (livros com folhas grossas), já pode dar início a
livros comuns, sempre com figuras grandes e poucas escritas.
• Primários e Principiantes: livros com figuras grandes, fábulas e histórias curtas.

• Juniores: Livros de aventuras.

3. Dedoches e fantoches

Histórias com fantoches é uma forma de criar um vínculo afetivo com as crianças.

Transmitindo assim conhecimento e valores.

Segundo Amaral (2002) os teatros de fantoches assim como todos os jogos da


dramatização e faz de conta, ajudam a criança construir a sua identidade, pois, nestes jogos,
ela poderá desempenhar os diversos papeis e experimentar diferentes sensações e emoções.
Nas mãos de uma criança o boneco deixa de ser um objeto e torna-se alguém com vida, tem
um papel e uma identidade.

O teatro de bonecos tem sua origem na antiguidade. Os homens começaram a modelar


bonecos de barro, mas sem movimentos e aos poucos foram aprimorando, conseguindo mais
tarde a articulação da cabeça e membros para fazer representações com eles.
Para a confecção dos bonecos são usados vários tipos de materiais, inclusive sucatas, que
podem ser recursos muito bem utilizados sem custos para o professor e escola, pois podem
ser trazidos pelos alunos, o que tornaria as atividades de confeccioná-los ainda mais
interessantes.

Tipos de fantoches

• Fantoche de peneira

• Fantoche de colher de pau

• Fantoche de meia

• Fantoche de caixa de leite

• Fantoche de sucata

• Fantoche de vara (palito de churrasco ou de picolé)

• Fantoche de espuma

• Fantoche de luva

4. Dramatização
Trabalhar com dramatização é muito bom, mas precisa ser feito em equipe e de forma bem
organizada. Vale lembrar que toda criança gosta de teatro. Existe um site chamado teatro
cristão (https://teatro-cristao.net) que possui otimas indicações para teatro infantil e adulto.

5. Caixa ou Mala de contar Histórias

Particulamente, este é o método que mais gosto. Na época, eu pregava para crianças
caracterizada de Boneca Gigi, havia poucos recursos para o ministério, e não tinha outra opção
senão criar a partir do que eu tinha. Comecei a olhar os objetos da minha casa com um olhar
diferente, e todas as vezes que precisava contar uma história eu usava panela, colher de pau,
lâmpada, lençol, telefone e colocava na minha querida caixa ou mala de contar histórias,
usava o método de contação de histórias com objetos.
6. Cartazes / gravuras

Este é um dos recursos mais antigo e eficientes para contar histórias. Se deseja contar
histórias em hospitais, recomendo plastificar os cartazes para serem higienizados antes e após
o uso. Dentro desta ideia, você pode coloca-los em uma caixa (de sabão em pó) e montar um
livro de capa solta, onde a caixa vira a capa do livro e as folhas serão os cartazes plastificados.

7. Avental / tapete

Antigamente o avental era usado apenas para não haver sujeiras em trabalhos pesados.
Com o tempo ele começou a ser confeccionado com panos mais simples. Outra coisa que
mudou também foi o modo de ser feito. Por apresentar grande facilidade de se cortar e mexer
nesses panos, os aventais começaram a ser feitos a mão e assim se tornaram uma grande
ferramenta pedagógica para contar histórias.

Você só precisa ter cuidado, porque este método deve ser usado com menos crianças. Não
sendo recomendável em igrejas grandes.

Também existe o Tapete para contar histórias, que se usam as mesmas metodologias do
avental aonde vão contando e montando para um grupo menor de crianças.

Existe um site secular chamado "Tapete contadores de histórias"


(http://tapetescontadores.com.br) que aborda técnicas diversas com o uso do tapete, que
você pode acessar e fazer adaptações bíblicas.

8. Varal de histórias

Esta técnica é pouco usada em nosso meio cristão, mas é excelente.

Enquanto vamos narrando a história, o narrador vai colocando as imagens no varal. O uso
de fronhas, de travesseiro desenhado / estampado é muito bom neste método.

9. História cantada

Tenho três referencias neste método de contação com uso da música: Palavra Cantada, Bia
Bedran e Tia Alê de Brasília.

Bia Bedran
https://www.youtube.com/watch?v=n4bh0ypxoak

Perfil da Alê

https://www.youtube.com/user/VaraldeHistorias

Varal de histórias

https://www.facebook.com/profile.php?id=100004092249627

Todos durante o momento da história incluem melodias e cantarolam. Isso prende a


atenção da criança, e ajuda na fixação do conteúdo.

10. Cordel Cristão

A Literatura de Cordel é uma manifestação literária tradicional da cultura popular


brasileira, mais precisamente do interior nordestino.

O termo “Cordel” é de herança portuguesa, e significa cordas, pois os autores vendiam suas
poesias penduradas em cordas nas feiras das cidades em formato de xilogravura, de forma
cantada com rimas e temas variados, mas em nosso caso, podemos fazer com histórias ou
versículos bíblicos. Este método é ideal para eventos evangelísticos e contação de histórias
em praças, escolas e hospitais.
7

Como fazer o apelo às crianças?

uando falamos a palavra apelo, lembra-nos muito da palavra apelação, e temos que ter
Q muito cuidado para não transformá-lo em apelação. Lembramos que nosso papel é
apresentar o Evangelho, mas o de convencer não é nosso: “E, quando ele vier,
convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.” ( João 16.8) De contra partida, existem
também as crianças que já receberam a Jesus e só precisam de ajuda no crescimento
espiritual. Então no momento da pregação, temos duas finalidades:

1. Levar a Criança à Cristo

2. Ajudá-la a crescer na Fé

Por que fazer o Convite?


Quando falamos a palavra apelo, lembra-nos muito da palavra apelação, e temos que ter
muito cuidado para não transformá-lo em apelação. Lembramos que nosso papel é
apresentar o Evangelho, mas o de convencer não é nosso: “E, quando ele vier, convencerá o
mundo do pecado, e da justiça e do juízo.” ( João 16.8) De contra partida, existem também as
crianças que já receberam a Jesus e só precisam de ajuda no crescimento espiritual. Então no
momento da pregação, temos duas finalidades: 1. Levar a Criança à Cristo 2. Ajudá-la a crescer
na Fé Por que fazer o Convite?

Alguns pais e professores de crianças julgam que a criança está salva, quando na verdade,
não está. Uma criança deve tomar uma decisão pessoal por Cristo.

1. As crianças precisam de salvação (Salmo 51.5, João 3.18).

2. Jesus quer que as crianças se acheguem a Ele (Marcos 10.14).

3. O homem natural não pode entender as coisas de Deus (1 Coríntios 2.14).

4. Não há crescimento sem nascimento.

A criança deve ser informada que a vida eterna não é algo herdado de seus pais e que não
há cristãos de segunda geração. Deve-se orientá-las desde os primeiros anos a tomar sua
coroa e clamar por sua cidadania no Reino de Deus. Ensine-a que esta posse é eterna porque
Cristo está ao lado dela.

Obs. : o convite é como se fosse o bolo em festa de aniversário: as pessoas esperam por ele,
tanto que a festa acaba só depois de cantar Parabéns.
Como fazer o convite / apelo?

1. Faça o apelo só depois de apresentar a Mensagem da Salvação.

2. Use versículos bíblicos.

3. O convite deve ser feito de acordo com a história contada.

4. O convite deve ser claro e não muito extenso.

5. Não "apele", faça o convite e deixe que o Espírito Santo convença.

6. Assegure que ela está inseparável e eternamente unida a Deus pela firme decisão de
seguir a Jesus.

Como saber se ela realmente aceitou a Jesus?

Não esqueça que você deve ser bem claro e objetivo quanto ao convite para receber à
Cristo. Antes de fazer a oração de confissão, pergunte à criança: O que você veio fazer aqui na
frente / ou acabou de fazer?

O que você quer falar com Deus? (lembre-se que você deve ser específico na hora do
convite, usando a História como exemplo)

Importante: Algumas crianças irão à frente durante o apelo, somente para chamar a
atenção ou acompanhar o amigo. Qualquer técnica humana, sem influência do Espírito Santo
será inútil.
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A Criança
aceitou a Cristo.
E agora?

uando uma criança confiou no Senhor Jesus Cristo como seu Salvador, não é fim, mas
Q sim o começo. Sua nova vida acaba de começar. Você e eu ainda temos a grande
responsabilidade com ela – de ensiná-la e ajudá-la em sua vida cristã. Se as crianças que
receberem a Jesus não forem ajudadas e ensinadas, elas acham difícil se alimentarem, porque
não tem acesso à tantas fontes como os adultos.

Se você for um pregador itinerante, deve lembrar que a responsabilidade de discipulado


é da igreja local, mas nada impede de você conversar com a criança e pegar o contato após
o culto.

O apóstolo Paulo escreveu: “Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento”.

“Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o
crescimento.” (1 Coríntios 3.6-7) O trabalho de acompanhamento é obra de Deus. Ele sozinho
pode fazer uma criança salva crescer na graça. Nós somos apenas cooperadores dEle.

A criança é uma nova criatura e precisa de ajuda para crescer, precisa de DISCIPULADO,
diga quanto ela precisa conhecer seu Pai, e mostre e importância da EBD e estudos Bíblicos.

E se a criança quiser convidar Cristo para entrar em sua casa ou em seu coração pela
Segunda vez?
Não se desespere! Repita que uma vez é suficiente, mas caso ela tenha pecado, que ela
pode renovar a aliança com o Senhor.

Se desejar, pode dizer: “Vamos fazer desta a última vez, entregando seu coração para
Cristo!”
9

Como convidar e receber um preletor

• Primeiro passo é orar e pedir ao Senhor que direcione para mostrar quem será o preletor.

• Busque referências sobre a pessoa que você pretende convidar. Procure saber sobre a
igreja que congrega, o nome do pastor, igrejas que já pregou, e se possível veja-o pregando,
pois assim você saberá o estilo de pregação e o uso e recursos que ele costuma usar.

• Entre em contato com o preletor, preferencialmente por telefone. Caso você tenha mais
acesso à Redes Sociais e queira fazer o convite desta maneira pela facilidade, ainda é
necessário fazer um convite mais formal através do telefone, carta convite ou e-mail.

• Nunca pergunte “Quanto você cobra para pregar” , pois pode ser indelicado e pode
constranger o preletor. Caso precise saber sobre o valor que deve ser investido quanto à
oferta e outros custos, seja mais discreto e pergunte de uma das seguintes maneiras:

– Qual o investimento que podemos fazer para tê-lo em nossa igreja?

– Quais os procedimentos temos que fazer para recebê-lo em nossa igreja?

– Quais as condições para que você venha em minha igreja pregar?

• Verifique se o preletor precisa de condução (carro para buscar e levar), se ele tem a
condução veja o custo da gasolina, taxi ou passagem.

• Lembre-se que “alguns” preletores fazem certas exigências, algumas delas óbvias que
nem precisava comunicar (como lanche, por exemplo), outras desnecessárias, mas é
importante que seu líder / pastor saiba de todas elas.

• Verifique se o preletor vem com acompanhante.

Caso o preletor se caracterize ou tenha materiais, organize uma sala adequada para sua
preparação.

Forneça o tema do culto e a passagem bíblica que deseja trabalhar.

Dê cobertura espiritual ao preletor, ore para que ele seja um canal de Deus para as crianças.

Sempre que possível, ligue para confirmar o convite. É extremamente necessário que
confirme 15 dias antes do evento, e sempre um dia antes ligue novamente, porque
imprevistos podem acontecer, mas diga que a igreja o aguarda e que está orando por ele e
pelo evento.

Como receber o pregador no dia do evento?

• Receba com simpatia e entusiasmo.

• Se apresente.

• Pergunte se precisa de algo em especial.

• Em uma sala, organize uma mesa com lanche e água ( não espere o convidado pedir
lanche, oferecer algo para se alimentar é o mínimo que podemos fazer).
• Se ele fizer caracterização, o uso de um espelho na sala é indispensável.

• Deixe uma pessoa disponível para ajudar o convidado em que ele precisar, é uma forma
dele se sentir à vontade.

• Separe um lugar para ele se sentar no templo. Não permita que ele fique durante o culto
na sala, pois é necessário que cultue com a igreja.

• Caso o pregador faça caracterização, dê a ele um tempo para que se arrume (30 minutos
antes da pregação).

• Durante a pregação, forneça água para que o preletor molhe a garganta.

• Se o pregador não fizer o apelo, você precisa fazer.

• Agradeça-o no final do culto.

• Não dê oferta na mão do preletor, é muito constrangedor. Coloque a oferta em um


envelope (pode colocar um cartão de agradecimento), pode ser junto a um presentinho. Isso
é ser agradável!

• No momento da entrega da oferta, leve-o de volta para a sala com o lanche, e quando
tiver a oportunidade de estar a sós com ele você entrega.

• Caso o preletor trabalhe com venda de materiais, pergunte discretamente com quem
você pode acertar as vendas.
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Como Preparar Esboço para Pregação

S abemos que não é fácil pregar para as crianças, e pregação itinerante necessita de
chamado de Deus. No entanto, a Bíblia nos ensina que todo obreiro deve estar apto,
preparado para realizar a obra do Senhor, e é por este motivo que estamos fazendo este
curso, certo?

Após estudarmos sobre o que é pregação, a importância dela e a ética que se deve ter ao
ser convidado para pregar, eis a questão: como preparar minhas pregações?

Toda pregação deve conter um sermão. Um sermão é um discurso oral feito por um
profeta ou membro do clero sobre temas bíblicos, teológicos, religiosos ou morais,
normalmente sustentando uma crença, lei ou comportamento humano num contexto
presente ou pretérito. Os elementos da pregação incluem exposição, exortação e aplicação
prática. O sermão é como sinônimo da homilia (que falamos no incio deste livro).

Há muitos tipos de sermões e vários meios de classificá-los. Na tentativa de fazê-lo, os


autores de obras homilética usam definições que, às vezes, se sobrepõe. Existem vários outros
métodos, mas talvez o menos complicado seja a classificação em temático, expositivo e
textual. Estudemos a preparação da mensagem bíblica nos três tipos principais.

Sermão Temático

É aquele cujas divisões principais derivam do tema, e não diretamente do texto bíblico.

Ou seja, é quando você usa várias passagens diferentes da Bíblia interligadas em um único
assunto, mas para isso, as passagens devem estar de acordo com o tema.
Sermão Expositivo

É aquele em que uma passagem mais ou menos extensa da Escritura é interpretada em


função de um tema ou assunto. A maior parte do material desse tipo de sermão provém
diretamente da passagem, e o esboço contém uma série de ideias progressiva que giram em
torno de uma ideia principal.

Costumo dizer que o sermão expositivo é uma viajem dentro da passagem bíblica, onde
você expõe costumes da época, espaço geográfico, e opiniões pessoais onde enriquece o
sermão, ou seja, você expõe uma visão além do que está escrito na Bíblia.

Sermão Textual

O sermão textual tem um discurso diferente do sermão temático.

No discurso temático, iniciamos com o tema, no sermão textual com o texto. Podemos
dizer que o sermão textual é o “sermão tradicional”, onde você relata o texto bíblico, narrando
as sequências reais do fato. As linhas principais do desenvolvimento são tiradas do próprio
texto bíblico.

Abaixo deixarei um exemplo de cada tipo de sermão, para que você compreenda melhor
como organizar seu esboço para pregação.

Tema: Crianças cheias do Espírito Santo

Base Bíblica: “E todos foram cheios do Espírito Santo” - Atos 2:4

Objetivo: Que a criança entenda o que é ser cheio do Espírito e deseje se encher dEle.

Versículo para memorizar: Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses
são filhos de Deus (Romanos 8.14) Desenvolvimento: Relatos sobre: Moisés, Menina Cativa,
Davi, Samuel, Menino que repartiu o lanche, Josias.

Aplicação: Assim como essas crianças estavam cheias do Espírito Santo, você também
pode estar. Bastar pedir Àquele que os encheu para encher você também. Então o Espírito
Santo te dá força para fazer coisas boas, ajudar as pessoas e mostrar Jesus em sua vida.

Convite: Para mostrar Jesus em sua vida, Ele precisa estar nela. Então, você precisa
convidar Jesus para morar em seu coração e fazer parte de você.
(Pergunte quem gostaria de aceitar a Jesus e ajude a crianças a fazer uma oração de
confissão).

Tema: O Cego de Jericó

Base Bíblica: Marcos 10.46-52/ Mateus 20.29-34 /Lucas 18.35-43.

Objetivo: Que a crianças clame pelo filho de Davi mesmo que tudo esteja difícil, pois o
Senhor sempre vai nos ouvir.

Versículo para memorizar: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim (Lucas 18.38).

Desenvolvimento: Esse homem tinha muitos problemas. Você quer saber quais eram?

1. Não podia ver

2. Não tinha dinheiro

3. Não tinha casa

4. Morava num lugar ruim

5. Era discriminado

6. Só tinha uma capa

Aplicação e Convite: Bartimeu creu que Jesus tinha poder para curar a cegueira e pediu a
Jesus para ajudá-lo Ele chamava a Jesus, porque tinha fé que Ele iria ouvi-lo. Ele chamou e
Jesus foi até ele para ajudá-lo. Você acredita que Jesus também pode te ajudar?

Então você precisa ter fé e fazer como Bartimeu, chamar Jesus para chegar até você.

Vamos fazer uma oração convidando Jesus a entrar em seu coração e te ajudar?

(Pergunte quem gostaria de aceitar a Jesus e ajude a crianças a fazer uma oração de
confissão).

Tema: Samuel – o menino que ouvia a voz de Deus

Base Bíblica: 1 Samuel 2.12-3.21

Objetivo: Incentivar a criança a ouvir a voz de Deus Versículo para memorizar: “Fala
Senhor, que teu servo ouve!”(1 Samuel 3.10b)

Desenvolvimento: Relato conforme a passagem bíblica

Aplicação: Samuel ouviu a voz de Deus e obedeceu. Ele parou para ouvir o que Deus
queria dizer. Você também pode ouvir a voz de Deus, mas para isso você precisa ser como
Samuel: deixar Deus falar com você e crescer na presença dEle. Deus tinha algo muito
importante para dizer para Samuel, e ele tem algo importante para falar com você. Você
gostaria de ouvir a voz de Deus?

(Convide as crianças que fizeram uma oração pedindo a Deus que fale com elas, que sejam
instrumentos para entregar o recado de Deus para outras pessoas.)

Convite: Hoje Deus também fala com você. Escute a voz de Deus te dizendo: “Eu preciso de
você”. Deus precisa de você para cuidar da casa dEle e falar do amor dEle. Mas para isso, você
precisa dizer “Eis-me aqui” assim como Samuel. Deus está te chamando para entrar no seu
coração. Você quer que Ele entre?

(Pergunte quem gostaria de aceitar a Jesus e ajude a crianças a fazer uma oração de
confissão).
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Caracterização e Criação de personagens

U ma das técnicas para Pregação/ Contação de Histórias Bíblicas que mais amo é a
caracterização de personagens. Já usei este método várias vezes através de enfermeira,
detetive, cozinheira, Jogadora de Futebol, Guarda de Trânsito e a Boneca Gigi.

Uso e incentivo a caracterização, pois devemos “dar vida ao Livro da Vida", e fazer para
Deus com excelência. Porém, devemos ter muito cuidado com esta técnica!

Criar personagens não é simplesmente se caracterizar. O personagem tem que ser feito
com um proposito, com uma visão. E esta visão tem que vir de Deus, o dono da criatividade.

O pregador/contador de histórias bíblicas precisa de VISAO ESPIRITUAL para iniciar a


caracterização e até para colocar nome no personagem. Precisa ter ÊSSENCIA e VISAO DE
DEUS para isso.

Pessoas se caracterizando de Chapolin Colorado, Super-homem, Chaves, Pirata, fada


(lembrando que mulher que se veste de borboleta vira fada), Branca de Neve, Cinderela e
outros. Sem falar em nomes de personagens que sem perceber fazem apologia à pedofilia, e
que vão ministrar para crianças com roupas curtas e sensuais, decotes enormes, pinturas
exageradas, danças sensuais, plumas, que acabam ridicularizando. E segundo o dicionário,
ridículo significa digno de riso zombeteiro; merecedor de escárnio, insignificante e que tem
pouco valor.

Quando você quiser se caracterizar num personagem que já existe, procure saber a
essência, a história do mesmo. Um exemplo bem clássico é a caracterização de pirata. Pirata é
ladrão do mar, na Wikipédia diz que é um marginal que, de forma autônoma ou organizada
em grupos, cruza os mares só com o fito de promover saques e pilhagem a navios e cidades
para obter riquezas e poder.

Lembro-me que, há muitos anos atrás fui num determinado culto infantil, e quando
cheguei fui recebida pelo “Chaves”. O ministro de louvor estava de “Quico”, a tia estava de
“Chapeuzinho vermelho” e o irmão que cuidava do som estava de “vovozona”. Todos estavam
animados para um culto, que nem tinha um tema. Muita animação sem propósito. Devemos
ter cuidado para que o culto não vire um “bloquinho de carnaval”. Isto é muito sério!

Cuidado! Caracterização e criação de personagens para Pregação da Palavra é algo muito


importante.

Precisa ser concedido por Deus, e não "criado por criar", não pode ser sem objetivo ou com
objetivo de entretenimento. Se Deus não colocou no seu coração, não o faça!

Criação de Personagens

Não é tão difícil criar personagens, mas a principal atitude que você precisa ter é perguntar
a Deus sobre o mesmo, pois Ele tem a maneira e a estratégia Dele de trabalhar, e nós somos
apenas o canal por onde passa a Sua Palavra.

Existem algumas perguntas indispensáveis que precisa fazer a Deus antes dessa "criação".
Acredito que isso tem que ser gerado primeiro no coração de Deus, e Ele colocar no seu.

1. Pra que este personagem/ caracterização?

2. Por que surgir este personagem/ caracterização?

3. Por que ele tem este nome?

4. Qual será o seu propósito?

5. O que as crianças poderão aprender através dele?

Uso de Bonecos Fantasia


(Bonecões/ mascotes)

Hoje em dia está muito comum o uso de bonecões e mascotes durante pregações para
crianças. Lembro-me da época em que este era um recurso caríssimo e poucos podiam
adquirir, porque a mão de obra para fazê-lo era escassa.

O uso destes bonecos é interessante, mas precisamos saber usar e dosar sua participação
durante a ministração.

O primeiro passo para utilizar esta ferramenta, é compreender que ela precisa ser
intencional, ou seja, a utilização de um boneco precisa ter propósito, pois as crianças o verão
como um objeto de identificação, referência e muitas vezes inspiração, por isso é importante
analisar sobre a personalidade deste boneco. E é claro, o nome deve estar de acordo com esta
personalidade.

Criamos uma turminha de mascotes para o Ministério Infantil de nossa igreja (ADEP KIDS), e
como cada um tem que ter um propósito e um ensinamento para as crianças, fizemos a
“Turminha Geração de Adoradores”, que adoram ao Senhor de diversas formas:

A – Ana

Ana é uma intercessora nata. Ela sabe muito bem que oração é conversar com Deus, e
sente-se feliz em poder falar com o Pai todos os dias. Ana aprendeu o que é cobertura
espiritual, e por isso dedica sua adoração ao Senhor orando pelas crianças, famílias,
missionários e pela nação.

Ana anda sempre com seu caderninho, anotando os pedidos de oração.

D – Davi

Davi é um pequeno grande músico, que assim como o pequeno Davi mencionado na
Bíblia, expressa sua adoração através de um instrumento cantando louvores ao altíssimo. Davi
sabe que seus lábios são para exaltar o nome do Senhor.

E – Esthér

Esthér e uma doce menina que adora ao Senhor através da dança. Ela entende que o seu
corpo é templo do Espírito Santo, e por isso todos seus movimentos de danças e coreografia
são simplesmente para um motivo: adorar ao Senhor.

P – Paulo

Paulo é um grande estudante da Bíblia e também missionário. Ele ama falar do amor de
Deus a todas as crianças. Ele é um menino muito feliz porque teve um real encontro com
Jesus, e por ser tão feliz com Ele no coração, deseja que todos recebem a Cristo para
experimentar a felicidade de ser filho de Deus.

Paulo sempre está com a Bíblia na mão e no coração, e em seu bolso está o Livro Sem
Palavras, que é uma excelente estratégia de evangelismo para crianças e adultos (que todo
ministro de crianças precisa conhecer).

Se você observar bem, cada nome dos personagens tem a inicial de uma das letras que
formam a nossa igreja Ana, Davi, Estér e Paulo.

Durante a preparação de sua ministração, é importante você compreender que o boneco


não deve fazer parte da pregação, mas sim fazer uma participação no inicio e fim para um
quebra gelo e introdução da mensagem. Claro que esta não é uma regra! Algumas pessoas
conseguem usar estes bonecos fantasia e pregar caracterizado. Mas, isto requer habilidade e
domínio de “publico”.

Quando o boneco interage durante a ministração ou ele mesmo prega, na grande maioria
das vezes ele tira total atenção das crianças para seus movimentos e brincadeiras, tirando o
foco da Palavra, que é sempre prioridade.

Então, quando for usar estes bonecos, evite colocar para participar da pregação, use-o
apenas no inicio e fim da ministração. Para fazer quebra gelo, participar dos louvores e
momentos de descontração.
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Pregação com fantoches

Solange Marluce César da Silva Germano


Marluce dos Bonecos

Dando vida a bonecos

“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras


línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem” (Atos 2.4).

N esta passagem, o Espírito Santo concedeu aos apóstolos, o dom de serem entendidos por
qualquer um dos que os ouvissem, independente da sua nacionalidade, língua ou cultura,
possibilitando que o Evangelho fosse difundido.

Levar a palavra através de bonecos ou quaisquer artifícios que possibilitem seu


entendimento, é um dom concedido pelo Espírito Santo, para que sejam quebradas todas as
barreiras de idade, cultura, linguagem, e faça nossa comunicação fluída e eficiente,
alcançando os corações dos pequeninos.

Recursos

Os recursos que usaremos vêm do teatro de animação, técnicas de comunicação onde


daremos vida às sombras, objetos, máscaras e bonecos. Cada um deles tem subcategorias,
com nomes diferentes, dependendo de regionalismo e cultura.
Por exemplo, no teatro de bonecos há diversas modalidades, tais como, marionetes, títeres,
mamulengos, dedoches, bonecos fantasia, entre outros. Neste capítulo me aprofundarei
apenas nas modalidades mais usadas na evangelização infantil, que são:

• Fantoches – também conhecidos por marotes, dependendo da região geográfica,


normalmente, são bonecos com boca articulada (articulação mandibular), manipulados
dentro de um cenário emoldurado, onde o manipulador não está em cena.Nessa
apresentação, o personagem interage com outro boneco e/ou humano, que não é o
manipulador;

• Dedochese/ bonecos de luvas – essa categoria inclui personagens vestidos ou


desenhados nas mãos e dedos. Dessa forma, com pintura e/ou vestimenta das mãos e
dedos, o manipulador movimenta sua mãos e dedos criando a história. Usando sua
criatividade, o manipulador faz de cada dedo ou de cada uma das mãos, um
personagem diferente em sua apresentação;

• Bonecos fantasia ou cabeções – são bonecos para serem vestidos onde o manipulador
se fantasia com a vestimenta do boneco, complementando com uma cabeça que
caracteriza o personagem;

• Bonecos de ventriloquismo – são os mais comuns em apresentação direta com o


público. Como os fantoches, são bonecos com articulação mandibular, onde o
manipulador interage com o boneco, fazendo parte da apresentação. Nessa
apresentação o manipulador e o boneco são os personagens da história, e o
manipulador alterna seus movimentos entre dar vida ao boneco e sua própria
interpretação.

Os bonecos podem ser feitos de vários materiais. A ideia principal da criação de um


boneco, é que o público possa identificar nele, características do personagem que queremos
representar. Por exemplo, se queremos representar o personagem bíblico Sansão, o boneco
(com qualquer tipo de material) deve parecer musculoso e com grandes cabelos. Para
representar Noé, usamos um boneco com cabelos brancos e barba longa.

Como podemos observar, a variação de modalidades está no modo de interação entre o


manipulador e o boneco.

Dando vida aos bonecos

"E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas


o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente"
(Gênesis 2:7).
O papel do evangelizador infantil, ao utilizar bonecos, é concedido pelo Espírito Santo, para
que, a partir de um amontoado de espuma, tecidos, o manipulador dê vida ao boneco para
tornar-se instrumento da obra de Deus.

Animação vem do latim, anima, significando “sopro, ar, brisa”, e certamente a partir daí foi
que adquiriu o sentido de “princípio vital, alma, vida”. Desse modo, animação sugere dar
movimentos e características de vida a objetos inanimados.

Como qualquer arte, a manipulação é um conjunto de técnica, dom e emoção. Essa tríade
fará que sua apresentação alcance o objetivo de evangelização.

Técnica

Manipular bonecos exige boa coordenação motora, extroversão e boa comunicabilidade,


além de, nos casos de interação direta, conseguir movimentar as mãos silabicamente,
quebrando frases em fonemas para que a boca articulada dos bonecos esteja sincronizada
com as palavras.

Treinar a fala com o mínimo de movimento da boca para que nas falas do boneco a ação do
manipulador fique imperceptível.

Observar o posicionamento do boneco, mantendo os olhos dele no nível do público.


Prestar atenção aos movimentos do boneco, evitando que ele “flutue” ou faça qualquer
movimento impossível.

Lembre que, para nosso público, o personagem é um ser vivente e deve se comportar
como esse personagem.

Manter a coerência entre o personagem e o tom da voz.

Personagens infantis devem ter voz aguda com o timbre alto.

Personagens adultos ou idosos, com tom mais grave e fala pausada.

Na interação com o boneco, manter o personagem passivo em movimento. Por exemplo,


quando o manipulador estiver falando para o boneco, movimentar as mãos e/ou a cabeça do
boneco, do mesmo modo que aconteceria se estivéssemos interagindo com outro humano.
Lembrem-se de que é necessário que o público veja o boneco como um ser vivente.

Dom
“Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos outros, administrando
fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas. Se alguém fala, faça-o
como quem transmite a palavra de Deus. Se alguém serve, faça-o com a força
que Deus provê, de forma que em todas as coisas Deus seja glorificado
mediante Jesus Cristo, a quem sejam a glória e o poder para todo o sempre.
Amém” (1 Pedro 4.10-11).

Manifestar a graça de Deus usando bonecos é uma dádiva que pode ser observada quando
temos bastante facilidade com a técnica.

Porém, é importante lembrar que esse dom é dado pelo Espírito Santo de Deus. Assim, para
o uso pleno desse dom é necessário que você ore pedindo orientação ao Espírito Santo, tanto
na preparação quanto na execução da apresentação.

Lembre-se sempre: Você pode tudo em Cristo Jesus!

Emoção

Há um antigo provérbio que diz: “Posso levar um cavalo até a água, mas não posso obrigá-
lo a beber”.

É um comportamento comum imaginar que a apresentação é apenas a ação de leitura e


interpretação de uma mensagem, tirando de nossa responsabilidade, a absorção, por parte
do público.

O educador e filósofo Mario Sérgio Cortela, comenta o provérbio acima, complementado o


papel do comunicador: “Não posso obrigar o cavalo a beber, mas posso provocar sede no
cavalo”.

A transmissão da mensagem é um processo complexo que envolve muito mais do que a


simples leitura de um texto. Nesse contexto, a emoção é o que faz com que o “cavalo fique
com sede”.

Incluir emoção na apresentação implica em ter a mesma crença e, portanto, o mesmo


sentimento do público. Para isso, ao compor nosso personagem, precisamos acreditar que
aquele personagem é real, do mesmo modo que esperemos que o público pense.

Para apresentar com emoção, olhe para seu boneco e imagine que ele é realmente tudo
aquilo que você quer que ele represente.

Assim, se seu boneco é um menino travesso, olhe-o como um menino levado, que a
qualquer momento aprontará uma travessura. Abrace-o e trate-o como se ele fosse esse
menino. Leve esse sentimento na sua apresentação.

Lembre-se: É muito difícil transmitir um sentimento no qual não acreditamos!

Agindo assim, você evitará que a apresentação fique mecânica, envolvendo o público e
executando seu trabalho muito além da simples técnica.
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Considerações
Finais

M uitos tentam apresentar cura e libertação às crianças, porém essas mesmas pessoas se
encontram aprisionadas em mágoas por falta de perdão, sentindo as feridas cada vez
mais abertas em seus corações, que sangram a cada dia. E como pregarei cura da alma se a
minha está doente?

Como pregarei libertação se minha alma encontra-se aprisionada no passado?

Antes de promover cura para a alma do outro, precisamos estar saudáveis espiritualmente
e emocionalmente.

No mundo “espiritual” a realidade é esta: “pessoas feridas ferem, e pessoas curadas


promovem cura.”

Ninguém pode levar o outro num lugar que nunca foi. Para levar uma criança à Cristo,
precisamos saber o caminho e ter intimidade com Ele. Um coração ferido só consegue
ministrar dores.

Para trabalhar com o ministério infantil não basta fazer uma ótima faculdade, ter diversos
cursos, boa eloquência e possuir ideias atrativas. Precisa ter experiências com Deus e
maturidade cristã, para não cometer assassinatos espirituais. É importante ter o coração de
criança, porém não atitude infantil.

Certamente você não permitiria que duas crianças andassem num matagal sozinhas ou na
margem de uma rodovia, por motivos óbvios: Elas podem se perder, se machucar e morrer,
pois ambas não tem maturidade e responsabilidade para cuidar uma da outra. E é assim que
funciona no mundo espiritual – um ministro de crianças imaturo não pode cuidar de si nem
do outro. Afinal, um cego pode guiar outro? Não! A Bíblia nos ensina em Lucas 6.39 que tal
caminhada é impossível, pois ambos cairão no buraco.

Me preocupo com atitudes errôneas de líderes de crianças que se deixam levar por boa
aparência, roupas coloridas, visuais vistosos, boa dicção, e que permitem levar alimentos
estragados e lavagem teológica para nossas crianças comerem.

Dói saber que a definição de criatividade no meio do Ministério Infantil é baseada através
do uso e combinação de cores de E.V.A., e não na transformação de vida da criança através de
um material teologicamente elaborado e transformado em material visual para consolidação
e fixação da Palavra.

O que quero que entenda é que não adianta ter habilidade para pregar se não houver
intimidade com o Senhor para que haja transformação na vida da criança através da Palavra.

Pregar para crianças é um privilégio e dádiva de Deus.

Servir aos pequeninos é algo tão honroso, que Jesus diz que aquele que recebe uma
criança está recebendo a Ele mesmo. Ou seja, quando estamos ministrando para os
pequeninos é como se estivéssemos frente a frente com Jesus, olhando nos olhos dEle e
contando do amor do nosso Pai.

Deus tem nos dado oportunidade de falar do amor dEle a tantas crianças e em tantos
lugares diferentes! Talvez você conte histórias em hospitais, faça capelania escolar, participe
de missões urbanas ou viagens missionárias, atue dentro do ministério infantil de sua igreja,
ou até mesmo de forma itinerante (pregações em várias igrejas). Não importa o local, o que
não se pode perder é a oportunidade.

Compartilho com você esta história que ocorreu na cidade de Querala, na Índia.

“Uma elefanta entrou num vilarejo para procurar


alimento. Segundo os noticiários, o animal era bem
dócil e já era a segunda vez que ele procurava
alimento naquele local. Mas, desta vez, algo
inesperado aconteceu. As autoridades indianas
iniciaram uma investigação, depois de terem
encontrado o animal sem vida nas águas da
Floresta do Vale Silencioso de Querala. De acordo
com as informações obtidas na investigação;
alguns agricultores colocaram propositalmente
cartuxos de fogo de artifício dentro de um abacaxi
e ofereceram ao animal, que perdeu parte da
mandíbula e a língua, e por não conseguir
alimentar-se, foi a óbito. E, na autópsia foi descoberto que a elefanta estava gestante”.
No momento em que eu li a reportagem, me emocionei e pensei na dor daquele animal
faminto, procurando comida e inocentemente recebendo uma que a levaria a morte.
Enquanto refletia sobre aquela situação, Deus falava ao meu coração sobre os tipos de
alimentos que temos oferecido às nossas crianças e causado morte espiritual, e
principalmente, qual o tipo de intenção em alimentá-las.

Hoje, em nosso meio, percebo a busca desenfreada de alguns em fazer um nome e ser
reconhecido a todo custo, atraindo um currículo de morte espiritual, espírito de engano,
vaidade e automaticamente a decadência e falência ministerial.

Pessoas com poder de persuasão, que usam púlpitos e microfones consagrados para
enganar as ovelhas. E, com histórias tristes e mentirosas extraem lã e gordura das mesmas
para encher seus bolsos e cofres. Muitas vezes com o dinheiro que seria usado para alimentar
um idoso ou uma roupa para aquentar uma criança.

São pregadores que “pregam miséria”, não obtém conteúdo teológico e vida com Deus e
por isso apelam para o emocionalismo e teatro no altar.

Usam a síndrome de “coitadismo”, e afirmam que não tem o que comer por conta da
“obra”, mas quando descem do altar, vivem uma vida de regalias, com roupas caras, altos
passeios, jóias, carros de luxo e com dinheiro extra para pagar propagandas e contratar
pessoas para “viralizar” e potencializar um ministério baseado no “EUvangelho”.

Precisamos de discernimento, sensibilidade espiritual e emocional para não sermos


enganados por palavras bonitas, lágrimas de crocodilos, frases de efeitos e espíritos de
mentira. Tais atitudes são desrespeitosas com o altar e com o nosso Cristo, que se doou por
amor a nós.

Certa vez fui convidada pela escritora Claudia Guimarães para ministrar uma oficina com o
tema “Seja um contador de Histórias Criativo”. Orei muito em agradecimento à Deus pela
oportunidade, e pedi à Ele dinâmicas bem atrativas para os ministros de crianças.

Então surgiu a ideia de me caracterizar de enfermeira e entregar aos contadores de


Histórias “vitaminas” que os ajudassem a se fortalecer espiritualmente.

Mas por que Enfermeira? O que o Senhor falou ao meu coração foi o seguinte: Deus é o
médico dos médicos, e a função do enfermeiro não é receitar o remédio, mas sim aplicá-lo,
pois a prescrição foi feita pelo grande médico: Deus.

Portanto, quero te recomendar algumas “vitaminas” que devem ser tomadas diariamente:
Antes de dormir, dobre os joelhos nos pés de sua cama e tome-as com muita oração:

VITAMINA A - (Amor)

Esta vitamina é a essência de todos os que trabalham com crianças.


VITAMINA AC - (Amor às Crianças)

Quando você ama o que faz, você nunca irá trabalhar. Para trabalhar com crianças é
necessário amá-las .

VITAMINA C - (Criatividade)

Muitos ministros de crianças afirmam que não são criativos. Gosto sempre de lembrar que
somos imagem semelhante de Deus, e se o Pai é criativo, logo, herdamos dEle criatividade. A
criatividade é um dom, um presente de Deus oferecido a todos nós.

VITAMINA B - (Bíblia)

Você não pode falar de algo que não conhece. Você não pode pregar sobre a Bíblia se nem
ao menos a lê. Esta vitamina precisa ser tomada pelo menos 3X ao dia. Quanto mais você
toma, mais forte você fica.

VITAMINA U - (Unção)

Esta vitamina não se compra, nenhum curso pode oferecer. Não tem como tomar
emprestada, e ela é de suma importância na ministração. Você pode ter a melhor faculdade
ou curso, mas é a unção que faz a diferença!

Querido leitor, quero desafiá-lo a priorizar sempre a Palavra de Deus, a promover o Reino e
compreender que, quem sopra seu nome é Deus. Que você se movimente na dependência
dEle, e lembre-se de que o pregador precisa viver o que prega, compreender que o altar e o
púlpito são locais sagrados e privilegiados, e não podemos nos contaminar com manjares
oferecidos durante a caminhada.

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Apoios
Bibliográficos

Bíblia de Recursos para o Ministério com Crianças; tradução João Ferreira de Almeida; notas e
material adicional Neyd Siqueira. 2ed. rev. e atual. – São Paulo: Hagnos, 2003

Grégio, Flávia. Mala de Ideias: Ideias criativas para o Ministério com crianças – Rio de Janeiro:
Editora Betel, 2019.

RANGEL, Rawderson. Manual Prático do Culto Infantil – Volume 2, Curitiba: A.D. Santos, 2008.

BUSATO, Cléo. A Arte de Contar Histórias no Século XXI: tradição e ciberespaço. 2º edição –
Petrópolis, RJ, 2007.

Mellon, Nancy. A arte de Contar histórias ; tradução de Amanda Orlando e Aulyde Soares
Rodrigues. – Rio de Janeiro: Rocco, 2006

SUNDERLAND, Margot. O Valor Terapêutico de Contar Histórias : para as crianças e pelas


crianças; tradução Carlos Augusto Leuba Salum, Ana Lucia Rocha Franco. – São Paulo: Cultrix,
2005.

Site Wikipédia, a enciclopédia Livre https://artesanato.culturamix.com/cursos/passo-a-


passo/avental-pa-ra-contar-historias-evangelicas

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