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Ecdótica

Estudo da manuscritologia
Crítica Textual
O que é?
Crítica Textual
“No campo da crítica bíblica, é uma ciência que busca reconstituir o texto
original a partir das cópias disponíveis. Paroschi comenta que ‘a ciência que
procura restabelecer o texto original de um trabalho escrito cujo autógrafo
não mais exista é denominada crítica textual’.”

• PAROSCHI, Wilson. Crítica Textual do Novo Testamento. São Paulo: Vida


Nova, 1993, p. 13.
Por que
Crítica Textual?
Por que
Crítica Textual?

Crítica Textual é mais apropriado do que


“Baixa Crítica”, pois não dá margem para
indicar que seja menos importante que a
Alta Crítica.
Distinção entre
a Alta crítica a
Baixa crítica
Distinções
Levantou-se muita confusão e controvérsia em torno da
questão da "alta" crítica (crítica histórica) e da "baixa"
crítica (crítica textual) da Bíblia. Parte dessa controvérsia
resultou da má compreensão do termo crítica aplicado às
Escrituras. Em seu sentido gramatical esse termo diz
respeito meramente ao exercício do julgamento.
Distinções
Quando se aplica à Bíblia, é usado no sentido de exercício
do julgamento da própria Bíblia. Todavia, existem dois
tipos básicos de crítica, e duas atitudes básicas diante de
cada tipo. Os títulos atribuídos a esses dois tipos de crítica
nada têm que ver com sua importância, conforme ilustra o
debate que se segue.
Alta Crítica
Crítica histórica
Alta Crítica
Quando se aplica o julgamento dos estudiosos à autenticidade
do texto bíblico, esse julgamento se chama alta crítica ou crítica
histórica. O assunto desse tipo de julgamento dos especialistas
diz respeito à data do texto, seu estilo literário, sua estrutura,
sua historicidade e sua autoria. O resultado é que a alta crítica
na verdade não é parte fundamental da matéria Introdução
Geral ao Estudo da Bíblia.
Alta Crítica
Antes, a alta crítica é a própria essência da Introdução
Especial. Os resultados dos estudos da alta crítica, feitos
pelos herdeiros da teologia herética dos fins do século
XVIII, não passam de um tipo de fruto altamente
destrutivo.
Antigo
Testamento
Alta Crítica
A última data atribuída aos documentos do Antigo
Testamento induziu alguns estudiosos a atribuir seus
elementos sobrenaturais a lendas ou mitos. Isso
resultou na negação da historicidade e da
autenticidade de grande parte do Antigo Testamento
por parte dos estudiosos céticos.
Alta Crítica
Na tentativa de mediar entre o tradicionalismo e o
ceticismo, Julius Wellhausen e seus seguidores
desenvolveram a teoria documental, a qual propõe
datar os livros do Antigo Testamento de modo menos
sobrenaturalista. O resultado foi que desenvolveram a
teoria JEDP sobre o Antigo Testamento.
Alta Crítica
Tal teoria baseia-se em grande parte no argumento de
que Israel não possuía escrita, antes da monarquia, e
que um Código Eloísta (E) e um Código Javista (J)
baseavam-se em duas tradições orais a respeito de
Deus ("E" indicava o nome de Eloim e "J" o nome de
Jeová [Yahweh]).
Alta Crítica
A esses foi acrescentado o Código Deuteronômico
(D) (documentos atribuídos ao tempo de Josias) e o
chamado Sacerdotal ("Priestly" em inglês, de onde se
origina o "p") do judaísmo pós-exílico. Essas opiniões
não agradaram aos estudiosos ortodoxos, pelo que se
levantou uma onda de oposição.
Alta Crítica
Essa oposição surgiu só depois de longo tempo, de
modo que o mundo dos estudiosos na maior parte
seguiu a teoria de Wellhausen, de W. Robertson Smith
e de Samuel R. Driver. Quando, finalmente, a oposição
levantou sua voz contra a "crítica destrutiva", esta foi
considerada insignificante, desprezada e arquivada.
Novo
Testamento
Alta Crítica
A aplicação de princípios semelhantes aos escritos do
Novo Testamento surgiu na escola de teologia de
Tübingen, por orientação de Heinrich Paulus, de Wilhelm
de Wette e de outros. Esses homens desenvolveram
princípios que desafiavam a autoria, a estrutura, o estilo
e a data dos livros do Novo Testamento.
Alta Crítica
A crítica destrutiva do modernismo induziu à crítica da
forma, aplicada aos evangelhos, à negação da autoria de
Paulo da maior parte das cartas a ele atribuídas até
então. Chegou-se à conclusão de que só se poderia
reconhecer como autenticamente paulinas as "Quatro
Grandes" (Romanos, Gálatas, 1 e 2Coríntios).
Alta Crítica
Por volta do final do século XIX, estudiosos ortodoxos
competentes começaram a desafiar a crítica destrutiva da
escola da alta crítica. Dentre esses estudiosos ortodoxos
estavam George Salmon, Theodor von Zahn e R. H.
Lightfoot. A obra desses homens quanto à alta crítica deve
certamente ser considerada crítica construtiva.
Alta Crítica
Grande parte do trabalho recente feito no
campo da alta crítica revelou sua natureza
racionalista na teologia, ainda que reivindicasse
estar fundamentada na doutrina cristã
ortodoxa.
Alta Crítica
Esse racionalismo mais recente manifesta-se
mais abertamente quando versa sobre
certos assuntos como os milagres, o
nascimento virginal de Jesus e sua
ressurreição física.
Baixa Crítica
Crítica textual
Baixa Crítica
Quando o julgamento dos estudiosos se aplica
à confiabilidade do texto bíblico, ela é classificada
como baixa crítica ou crítica textual. A baixa crítica
aplica-se à forma ou ao texto da Bíblia, numa
tentativa de restaurar o texto original.
Baixa Crítica
Não deve ser confundida com a alta crítica, visto
que a baixa crítica, ou crítica textual, estuda a
forma das palavras de um documento, e não seu
valor documental. Muitos exemplos de baixa
crítica podem ser encontrados na história da
transmissão do texto bíblico.
Baixa Crítica
Em geral, o trabalho desses homens é construtivo, e sua
atitude básica, positiva. Alguns deles seguem o exemplo
de B. F. Westcott, sir Frederick G. Kenyon, Bruce M.
Metzger e outros. Os que usam esses critérios para
tentar destruir o texto são "descobridores de defeitos",
apenas se interessam por encontrar falhas, e seu
trabalho é basicamente negativo e destrutivo.
Baixa Crítica
Visto que muitos dos que abraçaram a alta crítica
investiram muito tempo e energia no estudo da
crítica textual, tem havido uma tendência para que
se classifiquem todos os críticos textuais com o
termo "modernistas", críticos destrutivos ou
críticos apegados à "alta crítica".
Baixa Crítica
Ao fazerem isso, alguns cristãos virtualmente
"atiraram o bebê no ralo junto com a água do
banho". Desaprovar a crítica textual meramente por
que certos críticos da "alta crítica" empregaram esse
método em seu trabalho dificilmente representa uma
posição justificável, digna de ser defendida.
Baixa Crítica
A questão mais importante não é se a crítica é alta
ou baixa, mas se é sadia, ortodoxa, trata-se de
assunto de evidências e de argumentações, não de
pressuposições apriorísticas.
RESUMINDO:
Alta Crítica
Alta Crítica
Em exegese, Alta crítica são os estudos críticos
da Bíblia. Sua abordagem trata a Bíblia como
literatura, utilizando-se do aparato crítico
normalmente aplicado a textos literários
semelhantes. Caracteriza-se, de uma forma
geral, por não partir do dogma da inerrância
bíblica para efetuar suas análises.
Alta Crítica
Em contraste com a Baixa crítica, seu foco está
no estudo dos autores dos textos bíblicos,
tempo, lugar em que foi escrito, seu processo
de formação editorial, sua transmissão
histórica e o contexto de formação,
denominado Sitz im Leben.
Baixa Crítica
Baixa Crítica
Em filologia, crítica textual ou ecdótica (do grego
ékdotos: "edito") é a arte cuja finalidade é a de
aproximar o texto tanto quanto possível da sua forma
originária, isto é, da forma pretendida pelo autor. A
ecdótica trata, portanto, de restituir, por meio de
minuciosas regras de hermenêutica e exegese, a
forma mais próxima do que seria a redação inicial de
um texto, a fim de estabelecer a sua edição definitiva.
Baixa Crítica
A crítica textual - também chamada de baixa
crítica ou crítica documental - estuda os textos
antigos e a sua preservação (ou corrupção) ao
longo do tempo, visando reconstituí-los com base
na documentação disponível, enquanto a alta
crítica tem como foco não só a recuperação do
texto em si, mas também outros aspectos, tais
como a autoria e o contexto da obra.

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