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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO


Programa de Pós-graduação em Arquitetura
Mestrado Profissional em Projeto e Patrimônio

31 de março de 2023, Rio de Janeiro -RJ.


Kamille Lemos Homem da Costa

DADOS DO LIVRO
PORTAS, Nuno. Velhos centros vida nova. Artigo publicado in Cadernos Municipais (ed.
Fundação Antero de Quental). n° 6. maio de 1981. p. 155-183.

PALAVRAS CHAVE
Urbanismo; conservação; planejamento; renovação urbana

CONTEXTO/AUTOR
Nuno Rodrigo Martins Portas é arquiteto, professor e urbanista. No período em que o
artigo foi escrito, Nuno era responsá bel pela criaçã o de Planos urbanos, sendo dele o
Primeiro Plano Geral da Expo de 98. Sendo esses importantes para a experiência passada
através do artigo.

Apó s, coordenou Planejamento Intermunicipal de Madrid, foi consultor do Plano


Estratégico Metropolitano de Barcelona (1991-1992), do Plano de Ordenamento de
Santiago de Compostela e das Naçõ es Unidas e da Uniã o Europeia para as questõ es
urbanísticas e de investigaçã o. Com Oriol Bohigas, foi autor do Plano de Frente de Mar e
Estaçã o das Barcas (1997-2000) e do Plano de Recuperaçã o da Zona Central (1995-2000)
para o Rio de Janeiro. Participou, ainda, na elaboraçã o de legislaçã o urbanística em Cabo
Verde.

IDEIA CENTRAL E CONCEITOS ABORDADOS


No artigo é levantada a importâ ncia da conservaçã o e do restauro, com enfoque na criaçã o
políticas que prevejam a conservaçã o e a preservaçã o das “á reas antigas” das cidades,
principalmente as que se encontram em centros urbanos, que se tratam de á reas
sensíveis, já que muitas vezes sã o abandonadas pelo poder pú blico, e quando particulares,
sã o deixadas de lado por nã o gerarem lucros para que dê espaço as á reas novas, novos
loteamentos, novos centros. E que estes Planos prevejam a revitalizaçã o dessas á reas, nã o
somente a conservaçã o como monumentos de visitaçã o.

No artigo sã o apresentados conflitos que levam ao abandono dessas á reas por parte da
comunidade, como; falta de acesso de pessoas e veículos; falta de interesse dos
proprietá rios dos centros habitacionais em manter estruturas preservadas; grande
quantidade de á reas livres sem uso ou interesse para construçã o, que tornam os centros
antigos espaços excluídos da cidade, fazendo com que os moradores queiram os
abandoná -los. E que grande parte, ou maior parte desses conflitos ocorrem por falta de
estudo da cidade na hora de elaborar o Plano Urbanístico, a falta de sensibilidade em
pensar na cidade como um todo, de que essas á reas antigas sã o a identidade daquela
cidade, nã o devendo ser o foco somente a urbanizaçã o de á reas novas.

RELAÇÃO/CONTRIBUIÇÃO PARA O PROJETO E/OU DISSERTAÇÃO

Portas foi muito acertivo em descrever o planejamento da conservaçã o como tarefa


municipal e que sua preservaçã o nã o o torne um “elefante branco na sala”, que ela precisa
ser revitalizada, dando novos usos, que seja atrativo à populaçã o. Aplicando esse ponto no
projeto a ser desenvolvido, temos a á rea de Baltazar uma á rea antiga, em situaçã o de
abandono pela populaçã o, por falta de atrativos, que ao ser objeto do trabalho, devem ser
trabalhadas formas de atrair a populaçã o nã o só pela arquitetura que conta uma histó ria,
mas pelo cunho social e cultural a ser implementado.

CITAÇÕES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

“O planejamento da sua conservaçã o é uma tarefa municipal devendo o município, se


pretender elaborar uma política conscienciosa de desenvolvimento urbano, ter em
consideraçã o que aparência e o impacto do espaço pú blico é um dos fatores que motiva a
que os cidadã os se sintam atraidos pela sua Ser atrativo é, assim, condiçã o fundamental
para uma terra que se queira desenvolver necessitando, para tal, da participaçã o dos seus
habitantes estimulados para esse desenvolvimento que se pretende.” p.156

“Em síntese, o valor residencial dos bairros antigos tem de ser defendidos sem que as
camadas modestas que os habitam sejam vítimas da recuperaçã o, em vez de serem as
primeiras beneficiadas; trata-se de um trabalho político e técnico paciente, que pode nã o
atingir nú meros espetaculares de intervençõ es mas que, a médio ou longo prazo, dará
dividendos quer no bem estar social dos residentes quer no investimento municipal.”
p.163

“A alternativa é ir fazer tudo de raiz ‘fora de portas’ com os custos inerentes nã o só à


construçã o como À s infra-estruturas, transportes, etc. [...] E esquecem também que o
direito de preferência existe na legislaçã o e é para se aplicar precisamente nestas zonas,
onde um patrimô nio municipal de terrenos, ainda que pequenos e dispersos, constitui
uma arma estratégica para as revalorizar ou salvar da decadência.” p.164

CONCLUSÃO

O texto, apesar de falar sobre países/cidades européias e ser de décadas passadas, ainda
se encontra muito atual aplicado ao tema do projeto, visto que no município de Santo
Antô nio de Pá dua (localidade do objeto de trabalho), o Plano urbano preve a valorizaçã o
de espaços de preservaçã o, mas sem citar usos ou requalificaçõ es. Há um erro em
preservar por preservar, enquanto novos centros e novas á reas sã o previstas de forma
detalhada, acreditando que novo significa desenvolvimento.

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