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Universidade Estácio de Sá

Cabo frio, 02 de maio de 2023.

Disciplina: Urbanismo III

Profª: Rosane Soares dos Santos

Aluna: Alessandra de Souza Panceiro Dias

Matrícula: 201804127817

Resenha do Artigo - Preservar não é tombar, renovar não é pôr tudo abaixo.

Segundo o autor Carlos Nelson no artigo estudado, fala da relação entre o espaço urbano e a
história humana, onde é destacado que as cidades surgem da agregação do trabalho humano
a um suporte natural, e estão em constante mudança e evolução no espaço e no tempo.

A história do homem é moldada pelos espaços onde ele cria suas memórias, vivências e
experiências ao longo dos tempos, pois não é possível pensar em espaço sem referenciá-lo a
uma história ou mito. Desde que as cidades surgiram há cerca de 10.000 anos, elas se
tornaram o lugar preferencial para a realização e perceção da história humana no decorrer
dos tempos.
O artigo também aborda a relação entre cidade e mercado, cidade mercadoria, destacando
como o capitalismo influenciou e submeteu os meios urbanos às suas lógicas, transformando
tudo na cidade em mercadoria negociável. Com o interesse do bem maior e da valorização do
espaço e melhoria da população residente no espaço, no entanto, é apenas o engodo para o
conceito de cidade/mercadoria, que é mais amplo do que as trocas materiais, mais para
tornar a cidade mais produtiva e atrativa a iniciativa do chamado PPP como cidade modelo
vendável e reconhecida mundialmente.

Também é de entendimento do autor que, é destacado como no Brasil, as áreas centrais que
promovem a concentração de benefícios urbanísticos, sendo para uso cada vez mais exclusivo
dos mais ricos e das atividades ditas nobres, enquanto o resto da população se distribui em
espaços cada vez mais pobres e de estruturas medíocres, provenientes de estudos
estratégicos de implantação de tais medidas, a desvalorização de espaços centrais que antes
bem vistos e bem frequentados pela sociedade, com infraestrutura adequada ao bom
funcionamento em todos os requisitos de habitabilidade, passam a não atender essa mesma
sociedade da mesma forma, por medidas das autoridades vigentes, para gerar a gentrificação
daquela área, a fim de fragmentar e desestruturar as funções arquitetónicos e urbanísticas
da região e a desvalorização do espaço a ser promovido no futuro próximo, como forma na
organização econômica e social das cidades modernas. Com valor significativo elevado dos
bens e estruturas para atender ao novo público elitizado.
É discutida a necessidade de atribuir significados coincidentes a lugares e a importância das
diferenças e intercâmbio entre eles. O texto critica as tentativas de zoneamento das cidades
brasileiras ao longo do século XX, que produziram empobrecimento e rupturas, e destaca a
importância da diferenciação de lugares e edificações para facilitar a mistura e reformulação.
O autor também aborda a consagração da crença de que cabe ao governo resguardar o que
valia a pena, por meio de especialistas que analisam edifícios e pronunciam veredictos, e
questiona a seletividade na preservação de edificações antigas, que muitas vezes privilegia
apenas construções grandiosas e monumentais.
Infelizmente, quando se fala em "preservar" áreas urbanas, muitas vezes as soluções
propostas implicam na remoção das pessoas pobres que moram e trabalham nesses lugares,
como se elas fossem o problema.
Uma possibilidade é o uso do estatuto da preservação ambiental, que deve harmonizar as
edificações preexistentes com novas obras. Segundo Carlos Nelson, para isso, é necessário
um enorme contato com os moradores e usuários dos lugares, permitindo que participem das
decisões que impactarão seu presente e futuro.

Arquitetos, engenheiros, juristas e financistas podem encontrar terreno fértil para


experimentações, como desmembrar palacetes e mansões em apartamentos, intercomunicar
casinhas mínimas, reabilitar vilas e avenidas particulares e transformar pátios internos em
praças públicas ou semipúblicos.
Além disso, instituições como secretarias, institutos e universidades podem ser instaladas em
edifícios ou quarteirões recuperados. Desde que sejam evitados os guetos e a agressão à
paisagem e arquitetura remanescente de outras épocas, é possível conjugar muitos usos em
uma única área, incluindo trabalho, lazer e residência.
Logo segundo o artigo e o autor, se considera que é necessário que as soluções urbanísticas
não gerem conflitos, violências e não prejudiquem a população, mas sim respeitem e
valorizem as pessoas e seus patrimônios, suas memórias e vivencias ao longo de suas
histórias.

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