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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

Filosofia - Licenciatura e Bacharelado

KADIJHA ZOZ

TITULO: NIETZSCHE SOBRE A IMPORTÂNCIA CRITICA AO FUDAMENTO

DA VIDA

SÃO CARLOS - SP

2023
KADIJHA ZOZ DAJU DIAS – RA 824155

1º SEMESTRE – 07/09/2023

ESTUDOS DIRIGIDOS DE FILOSOFIA 1

TEMA: “A vida não é argumento. – Armamos para nós um mundo em que podemos viver –

ao admitirmos corpos, linhas, superfícies, causas e efeitos, movimento e repouso, forma e

conteúdo: sem esses artigos de fé ninguém toleraria viver agora! Mas com isso eles não são

ainda algo demonstrado. A vida não é argumento: entre as condições da vida poderia estar

o erro”.

Este trabalho aborda a noção de que nossa

existência se baseia em conceitos e crenças que

aceitamos como verdades fundamentais, embora

essas crenças possam não ser verificáveis ou

possam conter imperfeições

Dr. Prof.: FRANCISCO PRATA GASPAR

SÃO CARLOS - SP

2023
SUMÁRIO

PEFRÁCIO .................................................................................................................. 1

A VIDA É UMA CONSTRUÇÃO, SUJEITA AS SUPOSIÇÕES, NÃO SE

REDUZINDO A UM ARGUMENTO LÓGICO; PORTANTO, NECESSITA DA

IMPORTÂNCIA DA DÚVIDA E DA REFLEXÃO CRÍTICA ......................................... 2

BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 4
PREFÁCIO

No trecho §121 de sua obra 'A Gaia Ciência', Friedrich Nietzsche questiona

profundamente a vida, o valor de nossas convicções e as premissas que formam

nosso entendimento do mundo. Nietzsche começa argumentando que a própria vida

não é um argumento nem uma demonstração; em vez disso, é uma estrutura que

construímos para dar significado à nossa existência.

O pensador observa que vivemos em um mundo conceitual que abrange

noções como corpos, linhas, superfícies, causas e efeitos, movimento e repouso,

forma e conteúdo. Esses elementos são frequentemente chamados de 'crenças

fundamentais' ou, melhor dizendo, 'artigos de fé', já que aceitamos esses conceitos

como verdades inquestionáveis que tornam nossa vida possível. No entanto,

Nietzsche nos alerta que essas convicções não são garantias absolutas; elas são

suscetíveis de questionamento.

Além disso, Nietzsche argumenta que a origem dessas convicções pode

ser falível, isto é, nossas premissas básicas podem ser refutadas. Em resumo,

Nietzsche ressalta a relevância da dúvida e da análise crítica sobre as bases de

nossas convicções e conceitos. Ele sugere que não devemos presumir nada como

certo, pois a vida não se limita simplesmente a um argumento lógico; ela é algo muito

mais incerta.

1
A VIDA É UMA CONSTRUÇÃO, SUJEITA A SUPOSIÇÕES, NÃO SE

REDUZINDO A UM ARGUMENTO LÓGICO; PORTANTO, NECESSITA

DA IMPORTÂNCIA DA DÚVIDA E DA REFLEXÃO CRÍTICA.

Nietzsche analisa como os seres humanos constroem sua compreensão

da realidade. Ele argumenta que essa análise se concentra na estrutura do mundo,

que nos possibilita viver e interagir com ele. Nesse processo, surgem conceitos que

são aceitos como 'artigos de fé'. Ele está desafiando a ideia de que a vida pode ser

reduzida a um argumento lógico baseado em conceitos, ou seja, verdades

fundamentais que orientam nossa experiência e fornecem um significado para o

funcionamento no mundo.

O filósofo fala sobre as formas e conceitos para "cabermos no mundo" que

não devem ser vistos como verdades absolutas, mas sim como hipóteses. Essas

hipóteses são o que dá sentido ao caos exposto na realidade; são questionáveis e

nos ajudam a nos orientar na vida de uma forma mais compreendida, aceita e

acessível. Vale ressaltar que essas hipóteses não atuam como verdades absolutas

ou corretas; elas sempre estarão sujeitas a limitações. Ou seja, nossas interpretações

da realidade do mundo podem não ser totalmente corretas. É um processo complexo,

e Nietzsche nos chama a atenção para sermos céticos.

A origem não pode ser puramente explicada e correta seguindo a lógica.

Não devemos pegar a complexidade que é a vida e tentar encaixá-la nas preposições

da lógica. A vida, cheia de incertezas, nos convida a refletir sobre as estruturas

conceituais que utilizamos para compreender o mundo e que não podem abranger

completamente essa complexidade. Isso indica que a vida transcende qualquer

modelo ou sistema de pensamento em sua plenitude. A causa e o efeito não podem

ser reduzidos à vida; ela possui características únicas que não podem ser igualadas
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ou compreendidas com estruturas simplistas. Isso implica exclusivamente em uma

complexidade e diversidade da experiência humana. Nietzsche defende que a vida

vai além das restrições da lógica e das estruturas conceituais. Ela é distinta por sua

profundidade, complexidade e natureza imprevisível, desafiando qualquer esforço

para reduzi-la a meros termos lógicos.

O DUVIDAR E O QUESTIONAR DAS CRENÇAS É DE SUMA

IMPORTÂNCIA PARA O FILÓSOFO. A dúvida não é algo negativo; ao contrário, é

vista como uma forma de nos aprofundarmos na cerca do assunto. Ele incentiva as

pessoas a não aderirem passivamente às suas crenças mais arraigadas, aquelas que

são frequentemente consideradas como absolutas e inquestionáveis. Isso implica

examinar de perto as convenções sociais, os sistemas tradicionais de valores e todas

as suposições que foram transmitidas pela cultura ou sociedade. Nietzsche adverte

contra a complacência intelectual, incentivando a abordagem crítica em relação a tudo

o que acreditamos. Em vez de assumir que algo é verdadeiro ou válido apenas porque

foi amplamente aceito, ele nos exorta a avaliar essas crenças com um olhar crítico.

O autor relaciona essa ênfase na dúvida e na reflexão crítica com sua crítica

mais ampla à moralidade convencional. Nietzsche argumenta que muitos sistemas

morais são construídos sobre conceitos que precisam ser questionados e reavaliados.

Ele busca uma ética mais autêntica e individual, em oposição à adesão acrítica à

moralidade herdada.

O trecho de "A Gaia Ciência" de Nietzsche aborda um tema fundamental

em sua filosofia: a natureza da vida e a validade das crenças que moldam nossa

compreensão do mundo. Ele nos convida a questionar nossas suposições, a

reconhecer a falibilidade de nossos conceitos e a abraçar a complexidade e a

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incerteza da vida. Essa abordagem crítica à fundamentação da vida tem implicações

profundas para nossa compreensão da existência, da moralidade e da filosofia em

geral.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Nietzsche, F. A Gaia Ciência, § 121. São Paulo: Companhia das Letras, 2012,

ed. 1. Trad. Paulo César de Souza, p. 135.

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