3) No capítulo 7 de Interpretação dos sonhos, Freud elabora a primeira tópica do

aparelho psíquico. Descreva como é este aparelho, defina suas instâncias (ou
sistemas), censuras e a comunicação entre os sistemas ou instâncias.

Através da interpretação dos sonhos e de comparações entre as representações

perceptivas presentes nos sonhos com memórias conscientes eventualmente
acessadas por seus pacientes, Freud nos explica como se dá o processo internamente
em nossa psiquê entre a percepção, até a resposta motora. É explorado o que vem a
se chamar Aparelho Psíquico, que para Freud se compõe em uma direção específica,
com dois possíveis sentidos, regressão e progressão. Durante a vigília, o fluxo passa,
principalmente, pelas instâncias Inconsciente, Pré-consciente e Consciente, explicadas
a seguir. O Inconsciente é a instância mais profunda do aparelho, onde residem
memórias e conteúdos reprimidos, que não tem acesso à consciência senão através do
Pré-consciente, este que por sua vez se situa como a penúltima instância antes da
extremidade motora, serve como um tipo de filtro com certa censura, impedindo que
durante o dia, enquanto no sentido de Progressão, os pensamentos oníricos ou
conteúdos reprimidos se manifestem no nosso Consciente. O Consciente é instância
mais externa, associada com a extremidade motora do Aparelho Psíquico, nossa mente
no momento presente e em estado de vigília. Já durante o sono, Freud diz que então
passamos ao movimento de regressão, onde o fluxo termina indo do Inconsciente para
a extremidade perceptiva do aparelho, onde então temos as projeções perceptivas dos
pensamentos oníricos, que se manifestam em forma de o que Freud chama de
imagens mnêmicas. Desta forma, eventuais memórias de situações de sofrimento que
são dolorosas demais para serem lembradas de forma consciente, se manifestam nos
sonhos com elementos associados e organizados de forma a fazer referência à
memória original, porém não tão claramente a ponto de desrespeitar a condição
imposta pelo pré-consciente.