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seu desejo;
as regras sociais;
as suas emoções;
por fim, suas convicções.
Por isso, Freud afirma que nossa mente não possui apenas a parte consciente. Para
encontrar as relações ocultas existentes entre os atos conscientes, Freud opera uma
divisão topográfica da mente. Nela, ele delimita três níveis mentais ou instâncias
mentais:
consciente;
pré-consciente;
inconsciente.
É importante destacar que Freud não defendeu em que lugar da mente ficava cada
instância. Apesar desta teoria de Freud denominar-se teoria topográfica (ou
Primeira Tópica Freudiana), o sentido de topos se relaciona a lugares virtuais ou
funcionais, isto é, as partes da mente como realizadoras de terminados papéis.
O que é o Consciente
O nível consciente nada mais é do que tudo aquilo do que estamos conscientes no
momento, no agora. Ele corresponderia à menor parte da mente humana. Nele está
tudo o que podemos perceber e acessar de forma intencional.
Outro aspecto importante é que o consciente funciona de acordo com as regras sociais,
respeitando tempo e espaço. Isso significa que é por meio dele que se dá a nossa
relação com o mundo externo.
Em resumo, o Consciente responde pelo aspecto racional, por aquilo que estamos
pensando, pela nossa mente atenta e por nossa relação com o mundo exterior a nós. É
uma pequena parte da nossa mente, embora acreditemos que seja a maior.
O que é Pré-consciente
O pré-consciente é muitas vezes chamado de “subconsciente”, mas é importante
destacar que Freud não utilizava o termo subconsciente. O pré-consciente se refere
àqueles conteúdos que podem chegar ao consciente, mas que lá não permanecem.
Os conteúdos são informações sobre as quais não pensamos, mas que são necessárias
para que o consciente faça suas funções. Nosso endereço, o segundo nome, nome dos
amigos, telefones e assim por diante.
O que é Inconsciente
Em outros materiais, já nos dedicamos a aprofundar o conceito freudiano de
inconsciente. Vamos tentar, no entanto, falar um pouco mais sobre a nossa
compreensão de seu significado. Inconsciente se refere a todo aquele conteúdo mental
que não está disponível para a pessoa em determinado momento.
Ele é não só a maior fatia de nossa mente, mas também, para Freud, a mais
importante. Quase todas as memórias que acreditamos estarem perdidas para sempre,
todos os nomes esquecidos, os sentimentos que ignoramos estão em nosso
inconsciente.
Para Freud, a reflexão que mais interessa quanto ao inconsciente é vê-lo com uma
porção de nossa mente que não está acessível pela lembrança clara, que não é fácil
(talvez nem mesmo possível) convertê-lo em palavras claras.
Podemos dizer que o inconsciente tem uma linguagem própria, não se baseia no
tempo cronológico ao qual estamos acostumados. Também, é possível dizer que o
inconsciente não enxerga o “Não”, ou seja, ele é baseado na pulsão e, em certo
sentido, na agressividade e na realização imediata do desejo.
Por isso, no nível individual a mente pode criar barreiras e interdições, chamadas
de recalques ou recalcamentos, para evitar que o desejo se realiza. Ou, então, no
nível social, criar leis e regras morais, bem como converter esta energia para
atividades “úteis” à sociedade, como o trabalho e a arte, processo que Freud chamará
de sublimação.
O inconsciente tem suas próprias leis. Além de ser atemporal em que não têm as
noções de tempo e espaço. Ou seja, o inconsciente não sabe a ordem dos fatos, nas
experiências ou nas memórias. Além disso, é ele o principal responsável pela
formação da nossa personalidade.
Por fim, é importante saber que esse modelo freudiano não delimita três
compartimentos fechados e imutáveis da nossa mente. É preciso saber a existência de
uma certa fluidez entre eles. Os conteúdos conscientes podem se tornar dolorosos e
serem reprimidos por nós, tornando-se parte do inconsciente.
Assim, como determinada lembrança obscura pode vir à tona por meio de um sonho
ou de uma sessão de psicanálise que a ilumine. Aliás, essas áreas da nossa mente não
são simplesmente parte da mente humana. Mas fala da condição e função de nossos
conteúdos psíquicos.