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CONSCIENCIA

O inconsciente, Pré-consciente e o
Consciente
Por muito tempo, acreditou-se que a mente humana era composta apenas pelo
consciente. Ou seja, a pessoa era pensada como um animal com plena
capacidade de administrar. De acordo com:
 seu desejo;
 as regras sociais;
 as suas emoções;
 por fim, suas convicções.
Mas se a pessoa tem condições de perceber e controlar o conteúdo de sua
mente, como explicar as doenças psicossomáticas? Ou aquelas memórias que
vêm à tona de forma aleatória?
■Freud afirma que a nossa mente não possui apenas a parte
consciente. Para encontrar as relações ocultas existentes entre os
atos conscientes, delimita três níveis mentais ou instâncias
mentais que são:
 consciente;
 pré-consciente;
 inconsciente.
Actividade

■ O que entendes por Consciente?


Consciente

■ é o estágio onde temos quase plena percepção sobre nós


mesmos. Somos responsáveis diretos por nossas ações, falas e
pensamentos, sem contar uma maior ciência da parte
emocional.
O que é o Consciente

■ O nível consciente nada mais é do que tudo aquilo do que


estamos conscientes no momento, no agora. Ele corresponderia
à menor parte da mente humana. Nele está tudo o que podemos
perceber e acessar de forma intencional.
Cont… O que é o Consciente

■ Em resumo, o Consciente responde pelo aspecto racional, por


aquilo que estamos pensando, pela nossa mente atenta e por
nossa relação com o mundo exterior a nós.
Actividade

■ O que entendes por Pré-consciente?


Pré-consciente

■ Se estabelece como um elo que interliga a consciência com


nossa parte escura. Com isso, acaba sendo uma transição entre
eles, misturando características de cada um. É por causa da
pré-consciência que conseguimos nos lembrar de vários dos
nossos sonhos.
O que é Pré-consciente

■ O pré-consciente é muitas vezes chamado de “subconsciente”,


mas é importante destacar que Freud não utilizava o termo
subconsciente. O pré-consciente se refere àqueles conteúdos
que podem chegar ao consciente, mas que lá não permanecem.
■ Os conteúdos são informações sobre as quais não pensamos,
mas que são necessárias para que o consciente faça suas
funções. Exemplo: Nosso endereço, nome dos amigos,
telefones
Cont… O que é Pré-consciente

■É importante lembrar que, apesar de se chamar Pré-consciente, esse nível


mental pertence ao inconsciente. Podemos pensar no pré-consciente como
algo que fica entre o inconsciente e o consciente, filtrando as informações
que passarão de um nível ao outro.

■Você consegue se lembrar de um fato de sua infância de quando você teve


um machucado físico? Exemplo: caiu da bicicleta, ralou o joelho, quebrou
um osso? Então, este poderia ser exemplo de um fato que estava no nível
pré-consciente até você, agora, trazê-lo à superfície da consciência.
Cont… O que é Pré-consciente

■É possível dizer que o pré-consciente não está em um nível


recalcado ou interditado, como costumam ser os fatos do
inconsciente que mais interessam à psicanálise.
■Comparando com os outros níveis (consciente e inconsciente), o
pré-consciente é o menos abordado por Freud e, podemos dizer, o
menos relevante à sua teoria.
Actividade

■ O que entendes por inconsciente?


Inconsciente

■ Se mostra como a camada mais profunda de nossa psique. É


para ele que nossos desejos reprimidos e segredos são
guardados, bem como os sonhos acontecem. Ainda assim, tem
autonomia o suficiente para que possa se manifestar pelos
chistes, impulsos e até alguns defeitos.
O que é Inconsciente

■ O inconsciente para para Freud é a maior parte da nossa mente,


mas também, a mais importante. Quase todas as memórias que
acreditamos estarem perdidas para sempre, todos os nomes
esquecidos, os sentimentos que ignoramos estão em nosso
inconsciente.
Cont… O que é Inconsciente

■ Desde a mais tenra infância, os primeiros amigos, as primeiras


compreensões: tudo está guardado. Mas seria possível acessá-
lo? Seria possível reviver essas lembranças?
■ Acessar essas lembranças é possível. Não em sua totalidade,
mas de algumas fatias. Esse acesso acontece muitas vezes
através dos sonhos, dos atos falhos e da terapia psicanalítica.
Cont… O que é Inconsciente

■Para Freud, a reflexão que mais interessa quanto ao inconsciente é vê-lo


com uma porção de nossa mente que não está acessível pela lembrança
clara, que não é fácil (talvez nem mesmo possível) convertê-lo em palavras
claras.

■Podemos dizer que o inconsciente tem uma linguagem própria, não se


baseia no tempo cronológico ao qual estamos acostumados. Também, é
possível dizer que o inconsciente não enxerga o “Não”, ou seja, ele é
baseado na pulsão e, em certo sentido, na agressividade e na realização
imediata do desejo.
Cont… O que é Inconsciente

■ Por isso, no nível individual a mente pode criar barreiras e


interdições, chamadas de recalques ou recalcamentos, para
evitar que o desejo se realiza. Ou, então, no nível social, criar
leis e regras morais, bem como converter esta energia para
atividades “úteis” à sociedade, como o trabalho e a arte,
processo que Freud chamará de sublimação.
Cont… O que é Inconsciente

■ Além disso, é no inconsciente que estão as chamadas


pulsão de vida e pulsão de morte. Que seriam aqueles
elementos que estão em nós como o impulso sexual ou o
impulso destrutivo. A vida em sociedade exige que alguns
comportamentos sejam reprimidos. Por isso, eles ficam presos
no inconsciente.
Cont… O que é Inconsciente

■ O inconsciente tem suas próprias leis. Além de ser atemporal


em que não têm as noções de tempo e espaço. Ou seja, o
inconsciente não sabe a ordem dos fatos, nas experiências ou
nas memórias. Além disso, é ele o principal responsável pela
formação da nossa personalidade.
Considerações finais

■ Freud ao analisar fenômenos, viu a impossibilidade de que a


mente humana tenha apenas uma pequena parte consciente.
Com a necessidade de encontrar os elos mais obscuros entre
comportamentos incoerentes, ele diz terem mais níveis
mentais. Além disso, as pessoas não têm controle ou acesso a
esses lugares.
Cont… Considerações finais

■ A maior dimensão da nossa mente é Inconsciente. No


inconsciente podemos ter um acesso simbólico ou indireto, por
exemplo por meio da identificação dos sintomas, dos sonhos, dos
chistes, dos atos falhos.
■ O inconsciente é a maior e mais importante parte da mente
humana. É nele que estão as nossas pulsões, nossas lembranças,
nossos desejos reprimidos, a origem dos sintomas e transtornos
bem como os elementos essenciais que formam nossa
personalidade.
Cont… Considerações finais

■ Por sua vez, o Consciente é todo o material mental acessível


para a pessoa naquele momento; responde pelo nosso lado
racional e pela forma como racionalizamos o mundo
teoricamente externo à nossa psique.
Cont… Considerações finais

■ Já o Pré-consciente é uma ligação entre o conciente e o


inconsciente. O pré-consciente tem informações importantes
para o nosso dia a dia. Mas só acessamos apenas quando algo
nos faz buscá-las.
Cont… Considerações finais

■Por fim, é importante saber que esse modelo freudiano não


delimita três compartimentos fechados e imutáveis da nossa
mente. É preciso saber a existência de uma certa fluidez entre
eles. Os conteúdos conscientes podem se tornar dolorosos e
serem reprimidos por nós, tornando-se parte do inconsciente.
Cont… Considerações finais

■Assim, como determinada lembrança obscura pode vir à tona


por meio de um sonho ou de uma sessão de psicanálise que a
ilumine. Aliás, essas áreas da nossa mente não são simplesmente
parte da mente humana. Mas fala da condição e função de nossos
conteúdos psíquicos.
UNIVERSIDADE
POLITECNICA
A POLITECNICA

AULA IV

A PULSÃO E AS SUAS VICISSITUDES

Docente: Katia Dos Santos


Nampula, Fevereiro de 2024
Actividade

■ O que entendes por Pulsão?


Pulsão

■ É considerada um representante mental do que acontece


quando estímulos físicos chegam na mente. À primeira vista,
pode lembrar bastante a natureza do instinto. Entretanto, esta
não se guia por uma necessidade e se mostra mais difícil de
saciar ou parar.
Actividade

■ O que entendes por instinto?

■ O que entendes por estímulo


Instinto

■ Instinto é uma parte do nosso comportamento que não é fruto


do nosso aprendizado. Também podemos dizer que o instinto é
um impulse interior, independente da razão e de consideração
de ordem moral, que faz o individuo agir, especialmente se a
acção for “antissocial”.
Estímulo

■ Qualquer agente, ato ou influencia externa ou interna que


produz uma reação. É também considerada como uma
provocação inconsciente que encoraja uma reação ou resposta
psicológica.
Diferença entre pulsão, instinto
e estímulo
■ Pulsão –> não implica comportamento pré-formado; não tem objeto
específico; satisfação absoluta à pulsão não existe; a pulsão é sempre
constante e por isso não há como fugir dela.
■ Instinto –> possui padrão fixo. Ex: aves migratórias que migram, por
instinto, de um lugar para o outro; o indivíduo já nasce com ele; o objeto do
instinto é específico; a reprodução dos animais é característica do instinto.
■ Estímulo –> vem de fora. Ex: quando se liga uma luz forte no rosto e
fechamos o olho para evitar esse estímulo; ele é momentâneo.
■ Portanto, ‘’A pulsão NÃO é um estímulo aplicado em direção a mente pois se
pode fugir do estímulo, mas jamais da pulsão, NÃO é um instinto porque não
tem objeto específico.
O que significa Pulsão para Freud

■ Pulsão – é o processo dinâmico que consiste numa pressão ou


força (carga energética) que faz o indivíduo tender para um
objetivo. Também costuma-se referir pulsão como aquele
que designa o limite entre o somático e o psíquico, um
conceito-limite ou conceito fronteiriço que, por alguns
aspectos, assemelhar-se-ia à noção de instinto.
O que significa Pulsão para Freud

■ Segundo Freud, uma pulsão tem a sua fonte numa excitação


corporal (estado de tensão); o seu objetivo ou meta é suprimir
o estado de tensão que reina na fonte pulsional; é no objeto ou
graças a ele que a pulsão pode atingir sua meta.
■ Dualismo pulsional
Dualismo pulsional

■ Freud apresenta as pulsões com dualidade. Primeiramente o


dualismo encontrado, segundo ele, é o das pulsões sexuais e
das pulsões do ego ou de autoconservação. Ao longo do tempo
esses conceitos foram se modificando e se classificando entre
pulsão de vida (Eros) e pulsão de morte (Thanatos).
Pulsão de Vida

■ O termo “Eros” foi usado para classificar as Pulsões de Vida.


Eros é uma palavra que vem do latim, Éros, e seu significado
expressa o amor, o desejo e atração sensual. Na mitologia
grega, eros é o deus do amor.

■ O termo erótico é derivado de eros. O termo Eros como pulsão de


vida, é aguçada pela libido do indivíduo, através do anseio pela
civilização, e a convivência coletiva.

■ Para Marcuse, eros é a pulsão libidinal, que motiva o indivíduo a


vida.
Cont… Pulsão de Vida

■ Pulsões de Vida se classificam como uma grande categoria de


pulsões que Freud se utiliza para contrapor, em sua última
teoria, às Pulsões de Morte. As pulsões de vida tendem a
constituir unidades cada vez maiores e a mantê-las.
Pulsões de Morte (Thanatos)

■ Já para as Pulsões de Morte, tende à autodestruição,


manifestando-se sob a forma de pulsão de agressão ou de
destruição. Tendem para a redução completa das tensões,
isto é, tendem a reconduzir o ser vivo ao estado anorgânico.
Cont… Pulsões de Morte (Thanatos)

■ O termo “Thanatos” foi usado para classificar as Pulsões de


Morte. Na mitologia grega, Thanatos era a personificação da
morte. A pulsão de morte, na qual Freud se refere, é a morte
simbólica, a morte social; uma pulsão que leva o indivíduo à
loucura, ao suicídio, ou seja, uma morte simbólica ou material
perante a sociedade.
Cont… Pulsões de Morte (Thanatos)

■ A hipótese das Pulsões de Morte, para Freud, serviram para


explicar os fenômenos relacionados à compulsão à repetição.
Considerações do Freud sobre pulsão

■ Segundo Freud, o indivíduo possui latente dentro de si a


pulsão de vida e a pulsão de morte. A pulsão de vida faz com
que o indivíduo sinta necessidade de satisfazer suas vontades,
de buscar o prazer e de satisfazer a libido, mas, para o
indivíduo que vive em sociedade, sua libido se concretiza
através do instinto organizado.
Cont… Considerações do Freud sobre pulsão

 O instinto organizado é a consciência social implantada no


indivíduo para viver coletivamente (ou seja, a ação do Ego
sobre o Id).
 Nota: O Id é denominado inconsciente, é o depósito das
energias psíquicas. O ego procura substituir o princípio de
prazer que reina sem restrições no Id pelo princípio de
realidade.
Cont… Algumas considerações do Freud

No ego, a percepção exerce um papel que no Id é o instinto, assim


o ego representa a razão. O ego tem origem no inconsciente, sua
função é agir como mediador entre as pulsões do Id.
■ Freud criou o conceito de pulsão pra tentar entender o aparelho
psíquico. Por isso, não se conhece a pulsão por ela mesma, mas
pode-se valer-se dela para tentar entender o aparelho psíquico
(por isso associa-se a pulsão à mitologia, já que se usava
mitologia(ficção) para explicar fatos reais).

■ Somático —— pulsão —– mental

■ A pulsão é um conceito situado na fronteira entre o mental e o somático.


■ Freud diz que não conhecemos a pulsão por ela mesmo, mas
por representantes funcionais, os quais estão, ELES SIM, no
aparelho psiquíco. A PULSÃO SE APOIA NO ORGÂNICO
PRA ALCANÇAR A MENTE SOBRE FORMA DE
REPRESENTANTE FUNCIONAL. A pulsão está no intervalo,
na fronteira, é um conceito da psicanálise que liga o corpo com
a mente. Não tem como a pulsão alcançar a mente sem passar
pelo corpo.
■ Por exemplo, a fonte erógena da *pulsão oral é a boca. O
corpo funciona como um apoio. A fonte é o órgão de onde
provém a excitação.
Objetivo da pulsão

■ A pressão é uma força constante. O aparelho psiquíco está


sempre recebendo representante funcional.

■ O objetivo da pulsão é satisfazer, é reduzir a tensão provocada


pela pressão. Portanto o objeto da pulsão é o mais variável
possível: é a coisa que parte do corpo através da qual a pulsão
atinge seu objetivo. Lembrando que a satisfação é apenas
parcial, enquanto que a pulsão é constante!
Cont… Objectivo da pulsão

■ Quando a pulsão alcança a mente, ela adquire o nome de


representante funcional.
■ A fonte da pulsão é constante e não há energia que a elimine
completamente: daí a dificuldade do homem ser feliz, ele não
consegue satisfazer completamente suas pulsões –> uso de
droga, comida, vícios no geral organismo sempre pede mais.
■ O objetivo é invariável: buscar satisfação a qualquer preço; a
satisfação (a qual é sempre parcial). Encontrar satisfação
parcial, nesse caso, é descarregar energia.
Objeto da pulsão

■ já o objeto é o mais variável possível (pode ser algo que você


comprou, que você comeu, enfim). O objeto pode ser o nosso
próprio corpo (bebê que chupa seu dedo buscando prazer, ou
um objeto externo, como um cigarro).
■ objeto da pulsão: meio pelo qual a pulsão encontra satisfação
(é aquilo que há de mais variável na pulsão pois não há um
objeto em que a satisfação seja absoluta. Ela será sempre
parcial).
Muito obrigado

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