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A IMAGEM-TEMPO DO NEORREALISMO ITALIANO

UMA ANÁLISE A PARTIR DA IMAGEM NA HISTÓRIA DO CINEMA

Professora: Marcela de Souza Amaral


Aluno: Alexandre Berçott da Costa Sodré

NITERÓI/RJ
2023
DO PRINCÍPIO DO ARTIGO OU RESUMO

O presente artigo se debruça sobre a discussão acerca da construção da imagem


no cinema a partir do Neorrealismo Italiano, tendo como objetos de estudo os filmes
Alemanha, Ano Zero (Roberto Rossellini, 1948) e Roma, Cidade Aberta (Roberto
Rossellini, 1945), além de, como base, as proposições do livro A Imagem-Tempo (Gilles
Deleuze, 1985) e a comparação entre os ditos Cinema Clássico e Cinema Moderno.
Assim, realizar-se-á uma breve análise sobre as mudanças na representação da realidade
no cinema e como a concepção de tempo é revista, bem como as implicações de tais
alterações no meio. Comentado [MOU1]: Bacana!

Palavras-chave: imagem, tempo, movimento, Neorrealismo Italiano, Cinema Moderno.

DA INTRODUÇÃO

André Bazin propõe chamar de “imagem-fato” o novo tipo de imagem construída


no Neorrealismo Italiano (BAZIN, 1976). Trata-se de um momento onde uma quebra
estética — e talvez até mesmo uma revolução — ocorre, pois é trazido à imagem um
“aspecto cru” e duro que evoca uma realidade a partir da existência individual e isolada
da própria imagem, o que se pode afirmar ao considerar, como, por exemplo, a sequência
final de Alemanha, Ano Zero, onde Edmund comete suicídio quando se vê sufocado pela
própria condição em meio ao cenário do pós-guerra. Tal sequência apresenta uma imagem
quase factual, não há outros recursos além da própria imagem que constroem um aspecto
emocional. O público vê o que ocorre de uma maneira direta e seca.

Após o Primeiro Cinema e com o progresso de Hollywood, o cinema passou a se


desdobrar, sobretudo — no caso, salvo outras vanguardas—, em narrativas pautadas nos
princípios do Cinema Clássico Hollywoodiano, que Comentado [MOU2]: Como você começa com “até
então”, está incluindo quase todas as formas de cinema
(excluindo as vanguardas) como o Primeiro Cinema, que
certamente não tinha o cinema clássico hollywoodiano como
base.
Apresenta indivíduos definidos, empenhados em resolver um problema
evidente ou atingir objetivos específicos. Nessa sua busca, os
personagens entram em conflito com outros personagens ou com
circunstâncias extremas. O principal agente causal é, portanto, o
personagem, um indivíduo distinto dotado de um conjunto evidente e
consistente de traços, qualidades e comportamentos (BORDWELL,
1986, p. 248).

Nota-se, então, que, pela narrativa ser pautada nas ações dos personagens, a
existência da imagem é reduzida e ela, apenas utilizada para mostrar o essencial ao
público, de forma que esse pudesse compreender o desenrolar da história contada. Nesse
cenário, a construção de um tempo intrínseco à imagem é ignorada e o movimento é o
primordial para essas narrativas.

Contudo, essa narrativa predominante, onde todo o tempo fílmico precisa ser
preenchido a partir dos princípios de causa e efeito, é contraposta de maneira radical por
diversas vanguardas, como a Nouvelle Vague, o Impressionismo Francês e até mesmo
pelo próprio Cinema Novo, mas é no Neorrealismo Italiano que se pode observar um
maior contraste quanto à imagem — e por isso, além de por sua primazia, seu certo
protagonismo nesse artigo, Comentado [MOU3]: E também por sua primazia

O Neorrealismo Italiano traz uma imagem seca. Uma imagem crua. Uma imagem Comentado [MOU4]: Existe um texto que é Cinema da
crueldade, onde, salvo engano, o termo crueldade é
que não enfeita: mostra. A realidade é dura por si só, sem os recursos representacionais discutido. Eu não sei se o Neo-realismo é cruel, mas talvez
cru, ou aparentemente cru. Ou seja, existe uma encenação
disponíveis. “Em vez de representar um real já decifrado, o neo-realismo visava um real, ali, existe a ficção, mas ela faz parecer que não há. Há
elementos que reforçam essa sensação de realidade e
sempre ambíguo, a ser decifrado; por isso o plano-sequência tendia a substituir a outras, que a enfraquecem.
montagem das representações” (DELEUZE, 1985).

DA IMAGEM E DA GUERRA

DO CINEMA MODERNO EM CONTRAPONTO AO CINEMA CLÁSSICO

DO REAL E DA REPRESENTAÇÃO DO REAL

DO TEMPO E DA REPRESENTAÇÃO DO TEMPO

DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

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