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Parte I
- Não é possível conduzir uma análise de filme apenas com base nas primeiras
impressões, *pois assim o filme é tomado como lazer e não como objeto de uma
reflexão/produção intelectual*. Mas seria errado separar radicalmente o produto da
atividade de espectador “comum” da análise. A bem dizer, esse material bruto,
resultando de um contato espontâneo, ou, pelo menos, menos controlado, com o filme,
pode constituir um fundo de hipóteses sobre a obra. Essas hipóteses deverão, é claro, ser
averiguadas concretamente por um verdadeiro processo de análise. Contudo, questões
do tipo “como o filme conseguiu produzir em mim este ou aquele efeito”? [...] “como o
filme gerou determinada ideia, determinada emoção, determinada associação em
mim?”, questões centradas no como e não no por que conduzem a considerar o filme
com maiores detalhes e integrar, em um ou outro momento, os “primeiros movimentos”
do espectador (p.13-14).
Parte II
- Análise na prática: Planos (unidade mínima de análise, que segundo Bergson é parte
móvel e de movimento do filme, enquanto que o quadro é imóvel e diz respeito ao
espaço, e o conjunto de planos diz respeito à montagem e ao todo do filme).
- Os aspectos que, após observação e descrição, vão reter nossa atenção são: o cenário
(os elementos do cenário, o cenário com relação aos acontecimentos, a função do
cenário na cena); os personagens (física e implicitamente presentes, as relações que os
vinculam); a direção ou encenação; o ritmo (mais cinematográfico que teatral, assumido
pela montagem e pela música, ligado à intensidade emocional) (p.71).