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Departamento de Engenharia Informática

Multimédia

Fundamentos de Multimédia:
Vídeo Digital

Prof. Dr. Rui Pedro Paiva


Sumário

Bibliografia

Vídeo

Vídeo e Visão Humana

Vídeo analógico

Vídeo Digital

Fundamentos de Multimédia: Vídeo Digital 2


Bibliografia

Li et al (2014). “Fundamentals of Multimedia”, Springer.

Peter Symes (2003). “Digital Video Compression”, McGraw-Hill.

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Vídeo

O que é o vídeo?
◼ Imagem em movimento
 Representação electrónica de uma sequência de imagens estáticas,
i.e., frames (tramas), as quais representam uma cena dinâmica

© http://www.humantransport.org/bicycledriving/library/segway/Segway.htm
Fundamentos de Multimédia: Vídeo Digital 4
Vídeo

Vídeo analógico
◼ Vídeo representado por um sinal analógico, i.e., cada frame
representada por cor contínua (não digital), independentemente
do modelo de cor utilizado
◼ Imagens formadas como linhas de intensidades contínuas de
cor

Vídeo Digital
◼ Vídeo representado por um sinal digital, i.e., valores digitais de
intensidades digitais (e.g., 24 bits) de vermelho, verde e azul

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Vídeo

Características de sinais de vídeo (analógico e digital)


◼ Frame rate: número de frames por segundo (fps)
 Número de imagens paradas por unidade de tempo (seg.)
◼ Câmaras antigas: 6 a 8 fps
◼ Câmaras profissionais actuais: ≥ 120 fps
◼ Standards PAL e SECAM (detalhes adiante): 25 fps
◼ Standard NTSC: 30 fps

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Vídeo

Características de sinais de vídeo (cont.)


◼ Entrelaçamento
 Idêntico aos monitores de PC antigos
 Video entrelaçado
◼ Linhas horizontais ímpares e pares apresentadas alternadamente
em cada período de refrescamento
◼ Campo ímpar (par): conjunto de todas as linhas ímpares (pares)

◼ Ideia: melhorar qualidade visual em taxas de refrescamento


limitadas
◼ Referência: i, e.g., 720i (número de linhas da imagem = 720)

 Vídeo progressivo
◼ Todas as linhas apresentadas em cada ciclo

◼ → Percepção de resolução maior, menos artefactos visuais (e.g.,


cintilação)
◼ Referência: p, e.g., 720p

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Vídeo

Características de sinais de vídeo (cont.)


◼ Resolução
 Dimensão da imagem vídeo
◼(Nr. de linhas verticais) x
(nr. de linhas horizontais)
 Exemplos
◼ Domínio digital

◼ NTSC: 720/704/640×480i60

◼ PAL ou SECAM: 768/720×576i50

◼ HDTV: 1920×1080p60

◼ Domínio analógico

◼ NTSC: 646x486 (640x480 na prática): 486 linhas visíveis de


um total de 525
◼ PAL: 720x486 (625 linhas no total)

◼ Em rigor, só há resolução vertical (a horizontal é estimada)

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Vídeo

Características de sinais de vídeo (cont.)


◼ Resolução (cont.)

3840x2160

© https://castr.io/blog/all-about-resolution-and-aspect-ratio/

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Vídeo

Características de sinais de vídeo (cont.)


◼ Aspect ratio
 Idêntico a monitores de PCs: rácio largura/altura
 Exemplos:
◼ TV tradicional: 4:3 (1.33:1)
◼ HDTV: 16:9 (1.78:1)
◼ Filme 35mm: ~1.37:1

◼ Modelo de cor
 Descreve a forma como a cor é representada (ver Secção 1.1)
 YIQ: televisão NTSC
 YUV: televisão PAL e SECAM
 YDbDr: televisão SECAM
 YCbCr: codecs de vídeo digital da família MPEG
 Os 4 semelhantes entre si
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Vídeo e Visão Humana

Persistência de visão
◼ Teoria fisiológica segundo a qual um objecto visto pelo olho
humano continua na retina por um curto espaço de tempo após a
visualização
 Explica porque razão o olho humano é incapaz de distinguir uma luz
contínua de outra que cintile a uma frequência elevada
(> 50 Hz)
 Mas não explica a ilusão de movimento
◼ Ainda assim, é ainda habitual usar-se esta explicação no mundo
do cinema e animação...

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Vídeo e Visão Humana

Fenómeno Phi
◼ Percepção de movimento é mais um
fenómeno psicológico do que fisiológico:
 Se o intervalo de tempo entre uma série de
imagens paradas apresentadas a um ser
humano for muito baixo (entre 1/30 a 1/15
segundos) o cérebro humano interpreta a
sequência como uma imagem em movimento
(se as várias imagens paradas forem
semelhantes)

 Ilusão de movimento: mínimo de 15 fps


(idealmente 30 fps)
© http://www.privatelessons.net/
2d/sample/m01_03.html

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Vídeo e Visão Humana

Estereoscopia
◼ Vídeo esteroscópio baseado no princípio da visão esteroscópica:
◼ Vídeo estereoscópico = vídeo com dois canais, um para cada olho
 Cinema e animação 3D
◼ Visualização
 E.g., anaglifos e óculos de plástico vermelho/ciano

© http://en.wikipedia.org/wiki/Stereoscopy

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Vídeo Analógico

Vídeo representado por um sinal analógico, i.e., cada frame


representada por cor contínua (não digital),
independentemente do modelo de cor utilizado
◼ Termo utilizado habitualmente para denotar o sinal armazenado
em cassetes de vídeo (VHS, Betacam), TV não-digital, TV cabo
não-digital, ...

Câmaras de vídeo analógicas


◼ Funcionamento
 Tiram “fotografias” a intervalos de tempo pequenos (e.g., 30 imagens
por segundo ou fps)
 Imagens gravadas como linhas de intensidades contínuas de cor,
tipicamente em suporte magnético

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Vídeo Analógico

Câmaras de vídeo analógicas (cont.)


◼ Câmaras mais antigas (~ anos 1960)
 Baseavam-se em tubos electrónicos para
converter a luz em impulsos eléctricos
◼ Necessidade de calibração constante,
queimavam-se com o uso, aquecimento
causava distorções cromáticas notórias
(reconfiguração em intervalos
aproximados de 1 hora) © http://www.wsgs.com/tvcamera.htm

◼ Sensibilidade à luz mais baixa →


necessidades mais elevadas de
iluminação

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Vídeo Analógico

Câmaras de vídeo analógicas (cont.)


◼ Câmaras mais “recentes”
 Camcorders (CAMera reCORDER): 1982, Sony e
JVC
 Baseadas em grelhas de CCDs (Charge-Coupled
Device) © JVC GR-AXM18US
◼ Sensores de luz: convertem a luz que
passa pela lente da câmara em corrente
eléctrica
◼ Tal como na imagem digital, cada imagem
é representada da esquerda para a direita
e de cima para baixo
◼ No final de cada linha e no início de cada
imagem são incluídos impulsos de
© Sensor de imagem CCD:
sincronização https://en.wikipedia.org/wiki/
Image_sensor

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Vídeo Analógico

Transmissão do sinal de vídeo analógico (em camcorders)


◼ Sinais produzidos pela câmara podem ser transmitidos para outros
equipamentos (televisão, gravador de vídeo, placa digitalizadora)
de vários modos
 Sinais produzidos pela câmara:
◼ 3 canais de informação de cor (RGB)
◼ 1 canal com impulsos de sincronização

 Resultados com qualidades variáveis em função do modo de


processamento e transmissão do sinal

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Vídeo Analógico

Transmissão do sinal de vídeo analógico (cont.)


◼ Vídeo composto
 É feita a mistura dos sinais RGB e de sincronização num
único canal
 Vantagem
◼ Sinal transmitido num único cabo coaxial (cabo RCA) → custo
mais baixo
 Desvantagens
◼ Alguma interferência entre os sinais
◼ Não é possível manipular o sinal com a mesma
precisão
 Única entrada suportada pelas placas digitalizadoras mais antigas

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Vídeo Analógico

Transmissão do sinal de vídeo analógico


(cont.)
◼ Vídeo separado (S-video ou Y/C)
 Duas linhas de transmissão
◼ Informação sobre brilho (luminância Y)
◼ Sinal de cor composto (crominância C) 1 – Terra do sinal de cor
2 – Terra do sinal de luminância
 → Melhor qualidade que o vídeo composto 3 – Sinal de cor
4 – sinal de brilho + sincronização
 Utilizado em sistemas de gravação como o S-VHS
e o Hi8 © http://radagast.bglug.ca/
C64_svideo/C64_Svideo.html
 Suportado pela maioria das placas digitalizadoras

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Vídeo Analógico

Transmissão do sinal de vídeo analógico (cont.)


◼ RGB
 Transmissão feita em três canais separados
◼ O sincronismo é misturado com um dos sinais de cor
 Utilizada em sistemas de vídeo profissionais

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Vídeo Analógico

Padrões de representação
◼ Especificam a forma como o sinal
electrónico é criado, transmitido,
armazenado e interpretado
 Nr. de linhas horizontais
 Frame rate (número de frames por
segundo - fps)
 Frequência de refrescamento
 Modelo de cor
 Entrelaçamento ou não © http://en.wikipedia.org/wiki/Video

◼ Mais comuns: NTSC, PAL e SECAM

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Vídeo Analógico

Padrões de representação (cont.)


◼ NTSC (National Television Standards Committee)
 Utilizado nos EUA, Canadá, Japão, Coreia do Sul, Filipinas
 Especificação
◼ Nr. de linhas: 525 linhas horizontais com entrelaçamento
◼ Frame rate: 30 fps, frequência de refrescamento: 60 Hz
(corrente alterna -AC - utilizada nos EUA)
◼ Modelo de cor: YIQ
◼ PAL (Phase Alternate Line)
 Utilizado na maior parte da Europa, África, Ásia, Brasil, Argentina
 Especificação
◼ Nr. de linhas: 625 linhas horizontais com entrelaçamento
◼ Frame rate: 25 fps, frequência de refrescamento: 50 Hz
◼ Modelo de cor: YUV

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Vídeo Analógico

Padrões de representação (cont.)


◼ SECAM (SÉquentiel Couleur À Mémoire)
 Utilizada na França, países da ex-URSS, ...
 Especificação
◼ Nr. de linhas: 819 linhas horizontais com entrelaçamento
◼ Frame rate: 25 fps, frequência de refrescamento: 50 Hz

◼ Modelo de cor: YUV, YDbDr

 Difere consideravelmente de PAL na tecnologia e método de difusão


 Aparelhos de TV e VCRs (Video Cassette Recorders) na Europa utilizam
componentes duais de forma a lidarem com ambos os padrões
(PAL/SECAM)

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Vídeo Analógico

Padrões de representação (cont.)


◼ Entrelaçamento
 NTSC, PAL e SECAM são formatos entrelaçados
 Especificações de vídeo incluem muitas vezes o símbolo i para denotar
interlacing
◼ E.g., PAL 576i50 → formato PAL com 576 linhas horizonatais,
entrelaçamento, 50 campos por segundo (i.e., 50 meias-frames)

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Vídeo Digital

Vídeo representado por um sinal digital, i.e., valores digitais


de intensidades digitais (e.g., 24 bits) de vermelho, verde
e azul
◼ Um computador não é capaz de representar valores contínuos de
cor → digitalização

Como obter?
◼ Câmara de vídeo digital
 Idênticas às analógicas mas com electrónica para digitalização de cada
um dos componentes RGB
◼ Placa de captura de vídeo
 Digitalização de vídeo
◼ Converte uma sequência de vídeo analógico
em digital © Osprey-530

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Vídeo Digital

Representação
◼ Codificação PCM (Pulse-Code Modulation, ver Secção 1.1)
 Padrão básico de representação digital de sinais analógicos (sinais não-
multimédia, em geral) em dispositivos digitais
◼ Amostragem
◼ Temporal

◼ Obtenção de fotografias a intervalos de tempo uniformes (de


acordo com frame rate) → pode ocorrer aliasing temporal
◼ Também realizada no vídeo analógico
◼ Espacial
◼ Amplitude da onda electromagnética (tensão eléctrica analógica
dos sensores de cor) é amostrada a intervalos de espaço
uniformes → pode ocorrer aliasing espacial
◼ Quantização
◼ Amostras de cada imagem são quantizadas para uma
conjunto de valores num código digital (habitualmente
binário)
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Vídeo Digital

Representação (cont.)
◼ Aliasing temporal
 Efeito estroboscópico
◼ Explica o efeito “roda de vagão”, no qual as
rodas aparentam mover-se em sentido oposto
ao do deslocamento
◼ Ocorre quando o teorema de Nyquist não é satisfeito
◼ Frequência de amostragem deve ser no mínimo o

dobro da máxima frequência presente no sinal

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Vídeo Digital

Impacto da digitalização de vídeo


◼ Digitalização e exibição de vídeo exige muito esforço do
processador e da placa gráfica
 Necessário tratar e colocar no ecrã grandes quantidades de
informação, e.g.:
◼ Frame rate mínima ≥ 15 a 20 fps (idealmente 25-30 fps)
◼ Dimensão da imagem poderá ter que ser elevada (640 x 480)
◼ Profundidade de cor também poderá ser elevada

 Uma imagem SD (640x480) a 24 bits ocupa perto de 1MB


◼ 30 fps → ~ 30 MB/s.

◼ Sequência de vídeo com 30 segundos → ~ 1GB de informação!

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Vídeo Digital

Impacto da digitalização de vídeo (cont.)

© Ze-Nian Li 2014, p. 33

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Vídeo Digital

Impacto da digitalização de vídeo (cont.)


◼ Como diminuir a quantidade de informação?
 Diminuir o tamanho da imagem
◼ Eram (e voltaram a ser) comuns resoluções de 160x120 e
320x240
 Diminuir a frame rate
◼ E.g., 15 ou 20 fps com a consequente perda de qualidade

 Utilizar algoritmos de compressão


◼ Computadores mais lentos
 Mesmo assim, é comum haver perda de frames, com a consequente
degradação da qualidade do vídeo digital obtido
◼ Mesmo na visualização, algumas aplicações possibilitam a perda
de frames para garantir maior fluidez (e.g., opção “sync to
soundtrack” vs “play every frame” do Director)

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