Você está na página 1de 7

ESTIMATIVA DA CAPTURA TOTAL: DESENHOS AMOSTRAIS PARA

PESCA ARTESANAL
Diego Corrêa Alves; Rodrigo Leão de Moura e Carolina Viviana Minte-Vera

RESUMO

Estimativas de produção total para áreas manejadas de pes- amostrais distintos: 1) amostragem aleatória simples, 2) amos-
ca artesanal são elementos essenciais para o desenvolvimento tragem estratificada por mês e frequência de pesca, 3) amos-
de programas de suporte à produção sustentável. No entanto, tragem estratificada por comunidade, mês e frequência de pes-
existem poucas experiências nesse sentido e ainda não existe ca, resultando em estimativas de 349t (intervalo de confiança
consenso sobre a melhor abordagem para estimar o total des- 95%= 305-393), 330t (289-372) e 315t (279-351), respectivamen-
embarcado por pescarias multiespecíficas, de pequena escala e te. Tais informações podem subsidiar programas de agregação
com desembarques pulverizados. Nesse trabalho, estimamos a de valor ao pescado e contribuir para o dimensionamento da
produção total anual de pescado desembarcado (agregado de infraestrutura correspondente, mas não devem ser empregadas
peixes, lagostas e polvos) na Reserva Extrativista Marinha do para fomentar o aumento no esforço de pesca, especialmente
Corumbau, Bahia, Brasil, em 2006, com informações obtidas devido à incerteza quanto ao estado dos estoques e às limi-
em um programa de monitoramento pesqueiro participativo tações relativas à assimetria na captura mensal por pescador
(MPP), cujos registros de produção foram feitos pelos próprios e à cobertura amostral variável nos diferentes estratos.
extrativistas. A produção total foi estimada com três desenhos

Introdução política dos incentivos fiscais dústria de pesca (Diegues, na ‘tragédia dos comuns’,
a partir do Decreto Lei 221, 2004; Abdallah e Sumaila, onde o livre-acesso a um re-
O setor pesqueiro vivencia de 1967, fez com que o esfor- 2007). O colapso dos estoques curso natural termina por le-
uma crise em nível mundial, ço pesqueiro aumentasse de pesqueiros e a depreciação da vá-lo à sobreexplotação (mas
causada pelo esforço excessi- maneira desordenada e insus- indústria da pesca também veja Ostrom, 2009).
vo de pesca. No Brasil, nas tentável, causando diminuição são explicados por Hardin No entanto, a ‘tragédia dos
décadas de 1960 a 1980, a nos estoques e na própria in- (1968) com o que ele denomi- comuns’ não é uma regra ge-

PALAVRAS CHAVE / Amostragem Aleatória / Estatística Pesqueira / Monitoramento Pesqueiro Participativo /


Recebido: 08/01/2012. Modificsado: 19/11/2012. Aceito: 07/12//2012

Diego Corrêa Alves. Zootecnista e Rodrigo Leão de Moura. Biólogo e Carolina Viviana Minte-Vera. sil. Endereço: Núcleo de Pes-
bolsista CAPES de doutorado em Doutor em Zoologia, Universi- Ecóloga, Universidade Estadu- quisas em Limnologia, Ictiolo-
Ciências Ambientais pelo Progra- dade de São Paulo, Brasil. Pro- al Paulista Júlio de Mesquita gia e Aqüicultura, UEM, Av.
ma de Pós-Graduação em Ecolo- fessor, Universidade Federal do Filho, Brasil. Ph.D. em Ciên- Colombo 5790, Maringá, PR,
gia de Ambientes Aquáticos Rio de Janeiro. cias Aquáticas e Pesqueiras, Brasil. e-mail: cminte@nupe-
Continentais, Universidade Esta- Universit y of Washington, lia.uem.br
dual de Maringá (UEM), Brasil. EEUU. Professora, UEM, Bra-

DEC 2012, VOL. 37 Nº 12 0378-1844/12/12/899-07 $ 3.00/0 899


ESTIMATES OF TOTAL LANDINGS: SAMPLING DESIGN FOR ARTISANAL FISHERIES
Diego Corrêa Alves; Rodrigo Leão de Moura and Carolina Viviana Minte-Vera
SUMMARY

Estimating total landings of artisanal fisheries in man- month and fishing frequency, 3) stratified random sampling
aged areas is essential for the development of programs by community, fishing frequency and months, resulting in
aimed at the establishment of sustainable production sys- estimates of 349t (95% confidence interval= 305-393), 330t
tems. However, few experiences addressed the constraints of (289-372) and 315t (279-351), respectively. This kind of infor-
assessments targeted at multispecific and small scale fisher- mation can help design strategies for aggregation of value to
ies with pulverized landings. Total annual production ( fish, small scale fisheries production, and also for the dimensioning
lobsters and octopus) at the Marine Extractive Reserve of of the corresponding infrastructure. However, these estimates
Corumbau, Bahia, Brazil, in 2006, was estimated through shall not be used to support fishing effort increase, as there is
yields recorded by fisherfolks, in the scope of a participatory high uncertainty regarding the state of the stocks, as well as
fisheries monitoring program. Three designs were employed: limitations related to the asymmetry in monthly landings per
1) simple random sampling, 2) stratified random sampling by fisherfolk and to the sampling coverage in the different strata.

ESTIMACIÓN DE CAPTURA TOTAL: DISEÑO DE MUESTREOS PARA PESQUERÍAS ARTESANALES


Diego Corrêa Alves; Rodrigo Leão de Moura e Carolina Viviana Minte-Vera
RESUMEN

Las estimaciones de producción total para áreas maneja- diseños: 1) muestreo aleatorio simple, 2) muestreo estra-
das de pesca artesanal son elementos esenciales para el de- tificado por mes y frecuencia de pesca; 3) muestreo es-
sarrollo de programas de apoyo a la producción sostenible. tratificado por comunidad, mes y frecuencia de la pesca,
Sin embargo, hay pocas experiencias al respecto y no existe resultando en estimativas de 349t (intervalo de confianza
un consenso sobre el mejor enfoque para estimar la captura del 95%= 305-393), 330t (289-372) y 315t (279-351), respec-
total desembarcada por pesquerías en pequeña escala de es- tivamente. Dicha información puede servir de base para pro-
pecies múltiples y con desembarques esparcidos. Este trabajo gramas de valorización del pescado y dimensionamiento de la
presenta estimaciones de la producción anual total de pes- infraestructura correspondiente, pero no debe utilizarse para
cado (conjunto de peces, langostas y pulpos) en la Reserva promover el aumento del esfuerzo pesquero, especialmente
Marina de Extracción Corumbau, Bahia, Brasil, a través dada la incertidumbre sobre el estado de las poblaciones y
de los registros de producción obtenidos por los pescado- las limitaciones asociadas a la asimetría en los desembar-
res en un programa de monitoreo participativo (MPP). La ques mensuales por pescador y a la cobertura de la muestra,
producción anual total para 2006 se estimó mediante tres que fue variable en los diferentes estratos.

ral, podendo não se materiali- de forma a “proteger os meios são estabelecidas de acordo pesqueira eficiente e contínuo,
zar em situações onde o aces- de vida e a cultura dessas com planos de manejo, parti- a despeito de abranger siste-
so aos recursos naturais é populações, e assegurar o uso cipativos e adaptativos, que mas diversos e complexos de
controlado por um grupo de- sustentável dos recursos natu- devem sofrer revisões periódi- pescarias importantes, social e
finido de usuários, gerando rais”. Apesar dos beneficiários cas em função do monitora- economicamente. Além disso,
incentivos à conservação tanto não terem direito de proprie- mento da dinâmica ambiental, a estatística pesqueira brasi-
em função da exclusão de dade da área, a concessão de social e cultural da RESEX. leira é reportada na escala
usuários externos quanto da uso exclusivo gera incentivos A busca de métodos acurados estadual (e.g. Ibama, 2008),
consolidação do direito à re- à conservação dos recursos para a estimativa da captura muito ampla para o propósito
gulamentação na utilização naturais, podendo, sob certas total é uma prioridade em da co-gestão de recursos pes-
dos recursos (Arruda, 1999; circunstâncias, evitar a ‘tragé- termos de geração de conhe- queiros em nível local.
Vieira et al., 2005; Rebouças dia dos comuns’ (Moura et cimento sobre o sistema ex- Neste trabalho apresenta-
et al., 2006). A Reserva Ex- al., 2009). trativista, especialmente por- mos estimativas da produção
trativista (RESEX) é uma ca- Tanto a gestão do uso dos que é a base para a proposi- total na Reserva Extrativista
tegoria de Unidade de Con- recursos naturais quanto o ção de planos de desenvolvi- Marinha do Corumbau (RE-
servação de Uso Sustentável planejamento de investimentos mento com foco nas condi- SEX Cor umbau) usando
prevista no Sistema Nacional para fomento ou agregação de ções de trabalho e qualidade amostragem estratificada, com
de Unidades de Conservação valor aos produtos do extrati- de vida dos extrativistas (Isa- diferentes estratificações e
(SNUC; Lei 9.985/2000) que vismo dependem de informa- ac et al., 2008). No entanto, com a participação comunitá-
tem como princípio a conces- ções básicas sobre os recursos como destaca Ruffino (2008), ria voluntária, na forma de
são de uso dos recursos natu- que as RESEX conseguem o Brasil não possui um siste- preenchimento de registros de
rais a populações tradicionais, produzir. As regras de manejo ma nacional de estatística produção, uma abordagem

900 DEC 2012, VOL. 37 Nº 12


TABELA I Produção total da RESEX
EQUAÇÕES UTILIZADAS PARA ESTIMAR A PRODUÇÃO DO TOTAL PESCADO NA Corumbau
RESEX CORUMBAU
A produção total de pesca-
Número Equação Legendas do foi estimada com equações
(Eq. 1 e 5; Tabela I; Thomp-
Eq. 1 : captura total de pescado da RESEX Corumbau; son, 1992; Silva 1998) refe-
N h: número de pescadores ativos no estrato h; rentes à amostragem aleatória
Eq. 2 (simples e estratificada) e os
: média da captura mensal por pescador no estrato h;
dados registrados pelo MPP.
Eq. 3 L: número total de estratos. A média da captura mensal
n h: múmero de pescadores participantes no estrato h; por pescador é dada pela Eq.
2. A variância da estimativa
Eq. 4 yhi: captura mensal por pescador i para estrato h.
da captura total é dada pela
: variância da captura mensal por pescador i para o Eq. 3 e o desvio-padrão pela
Eq. 5 estrato h. Eq. 4. Os graus de liberdade
gl: graus de liberdade. gl foram calculados pela Eq.
Eq. 6 ah= n h /N h 6 (Tabela I).
Foram empregados três mé-
todos de estimação distintos
quanto à estratificação. O mé-
todo 1 foi baseado em amos-
inovadora que pode ser incor- rasto de portas (balão), redes liberação de recursos. tragem aleatória simples e os
porada em iniciativas simila- de cobrir (tarrafa), espinhel, No final de 2005 começou métodos 2 e 3 em amostra-
res visando a co-gestão do jequiá (armadilha similar a a ser discutida a implementa- gem aleatória estratificada
uso de recursos pesqueiros. um cone de gravetos), e bi- ção de um Monitoramento (Thompson, 1992; Silva 1998).
cheiro (gancho utilizado na Pesqueiro Par ticipativo No método 2 a estratificação
Metodologia captura de polvos) e arpão. (MPP), no qual os próprios foi feita por mês e frequência
pescadores registrariam sua de pesca. O tamanho de cada
Área de estudo Coleta de dados produção voluntariamente, estrato (combinação mês e
com objetivo de estimar a frequência de pesca) foi cal-
A R ESEX Cor u mbau é Os estudos sobre a pesca produção total. Em 2006 foi culado através da soma dos
uma iniciativa pioneira de na RESEX Corumbau foram aprovado pelo Ministério do tamanhos amostrais dos estra-
conservação destinada à uti- iniciados em 2001 através de Desenvolvimento Agrário, tos do método 3. Para o mé-
lização sustentável de recur- iniciativa da Conser vation com recursos da então Secre- todo 3, a estratificação incluiu
sos naturais em áreas com International (CI), com ape- taria Especial de Aqüicultura comunidade, mês e frequência
recifes coralíneos no Brasil. nas cinco meses de duração, e Pesca (atual Ministério da de pesca. Os estratos utiliza-
Situada nos municípios de visando subsidiar um plano Pesca e Aquicultura), projeto dos para a estimativa de pro-
Por to Seg u ro e Prado, no de gestão para a unidade. Em proposto pela associação de dução total foram apenas os
Extremo Sul do Estado da 2002 iniciou-se o monitora- pescadores de Imbassuaba, que apresentaram tamanho
Bahia, foi criada em 2000 a mento pesqueiro por entrevis- visando promover iniciativas amostral maior ou igual a um.
partir da mobilização comu- tas (MPE) junto aos extrati- de desenvolvimento local sus- Os estratos com tamanhos
nitária local contra a presen- vistas de Corumbau, o qual tentável por meio de consul- amostrais iguais a zero foram
ça constante de embarcações foi posteriormente, em 2003, torias técnicas, capacitação e considerados como não ativos.
de outras localidades (Moura expandido para as demais incentivo ao crédito. Nova- A unidade amostral para
et al., 2007, 2009). O polígo- comunidades (investimento mente, houve a contratação realizar a estimativa de pro-
no da RESEX Corumbau in- do Fundo Nacional do Meio de agentes locais, com atri- dução total foi o mês de tra-
clui praias, mangues, fundos Ambiente, FNMA, em uma buições semelhantes às dos balho de um extrativista. O
inconsolidados e recifes cora- organização local). Para isso, multiplicadores, porém, assu- universo amostral, devido à
líneos. Seus beneficiários, em houve a contratação de co- mindo também a orientação e sazonalidade na atividade
torno de 233 famílias de ex- mu nitár ios, denominados acompanhamento dos pesca- pesqueira, foi estimado atra-
trativistas (Sirqueira e Nordi, multiplicadores, cujas princi- dores que participavam do vés do levantamento do nú-
2005), habitam sete comuni- pais funções eram fazer uma MPP. O financiamento deste mero de extrativistas ativos.
dades: Caraíva, Aldeias Barra ‘ponte’ entre o projeto e as projeto foi descontinuado em Inicialmente, utilizou-se o
Velha e do Bugigão (Etnia comunidades, e realizar cole- meados de 2006. No MPP os cadastro dos pescadores da
Pataxó), Ponta do Corumbau, tas de dados de desembar- dados de captura eram regis- RESEX (Sirqueira e Nordi,
Veleiro, Imbassuaba e Cumu- ques. O MPE foi realizado trados diariamente pelos pró- 2005). Para fevereiro e mar-
r uxatiba. A atividade pes- at ravés de ent revistas aos prios extrativistas, em plani- ço de 20 06 o nú mero de
queira é artesanal, realizada extrativistas no momento do lhas mensais. Uma planilha pescadores ativos foi calcu-
com ou sem embarcações. As desembarque, com registro da era para o registro das captu- lado multiplicando o número
embarcações incluem barcos captura em planilhas especí- ras obtidas com todas as ar- de pescadores do cadastro
com propulsão a motor, ba- ficas para cada arte (arrasto, tes de pesca, com exceção do pela proporção de pescado-
teiras e canoas a remo e a rede de espera, mergulho e balão (rede de arrasto), cuja res at ivos d a a most r a. A
vela. As principais artes de linha). O trabalho foi inter- produção foi registrada em proporção de pescadores ati-
pesca são linha-e-anzol, re- rompido prematuramente em outro tipo de planilha e não vos foi calculada através da
des de emalhar (espera), ar- 2006, por descontinuidade na é objeto deste trabalho. ra zão ent re o nú mero de

DEC 2012, VOL. 37 Nº 12 901


Resultados foram classificados pelos in-
formantes como pescadores
A soma de todos os de- de ‘alta frequência’.
sembarques registrados ge- Metade dos pescadores
rou uma produção total de classificados no grupo de bai-
cerca 65 toneladas de pesca- xa frequência desembarcou
do. Foram processadas 414 entre 15 e 76kg (quantis de
fichas de captura, represen- 25 e 75%) de pescado/mês,
tando 3726 desembarques. enquanto que metade dos pes-
A produção média diária cadores de alta frequência
por pescador no MPP foi de desembarcou entre 32 e 246kg
17,14kg de pescado. Tanto as (quantis de 25 e 75%) de pes-
distribuições da captura total cado/mês. Nos meses em que
mensal registrada pelos pes- não foi feita essa estratifica-
cadores quanto as distribui- ção (fevereiro e março de
ções do número de desem- 2006), metade dos pescadores
barques/mês apresentam-se desembarcou entre 18 e 144kg
assimétricas com cauda lon- de pescado/mês. Dois pesca-
ga para os grupos de alta dores que utilizam canoas re-
frequência, baixa frequência gistraram mais de 1500kg/mês
e combinado (Figura 1). Me- (2671 e 1774kg; Figura 1),
tade das capturas mensais mas optamos por retirar estes
registradas está abaixo de valores aberrantes das estima-
70kg e metade dos pescado- tivas.
res realizou sete ou menos A cobertura amostral por
saídas por mês. Metade dos estrato (combinações de co-
Figura 1. Captura mensal em função do número de desembarque no mês pescadores da RESEX Co- munidade, mês e frequência
para os pescadores classificados nos grupos de alta freqüência de pesca, r umbau pesca entre 23 e de pesca) variou de zero a
baixa freqüência de pesca e combinado (nos meses de fevereiro e março
quando não houve separação em estratos por atividade de pesca). Os gráfi- 186kg/mês (quantis de 25 e 71%. Cumuruxatiba e Caraíva
cos ao lado e acima representam os histogramas da captura mensal e do 75%) com um esforço de tiveram desembarques amos-
número de desembarques realizados por mês. pesca entre 3 e 13 dias de trados em todos os meses. Em
pesca/mês. 60, dos 132 possíveis estratos,

pescadores que preencheram Para os dois primeiros me-


pla n il has pelo nú mero de ses foram sorteados 20% dos
pescadores que receberam pescadores de cada localida-
planilhas. Nestes dois meses de, a partir do cadastro de
foi feita a suposição de que Sirqueira e Nordi (2005). Es-
os pescadores que não entre- tes pescadores foram procura-
garam as planilhas preenchi- dos em suas residências para
das não estavam ativos na explicar o projeto e convidá-
pesca. Para os meses seguin- -los a participar. Também fo-
tes, o número total de pesca- ram realizadas reuniões nas
dores ativos em cada comu- comunidades para discutir o
nidade foi obtido através de projeto e convidar todos os
entrevistas com informantes- pescadores a participar. No
-chave (lideranças ou pesso- método de estratificação 2 e
as conhecedoras da comuni- 3, apenas para os meses de Figura 2. Estimativa da produção mensal (+ erro-padrão) obtida pelo
d ade). Aos ent rev ist a dos, fevereiro e março de 2006, método 3 (amostragem estratificada por mês, comunidade e frequência
perg u nt ava-se sobre ca d a não foi realizada a estratifica- de pesca) de pescado para toda RESEX Corumbau, de fevereiro de
pescador do cadastro: se este ção por frequência de pesca 2006 a janeiro de 2007 em toneladas.
estava pescando, com qual (alta ou baixa).
frequência estava pescando As fichas para registro da Em geral, a classificação o tamanho amostral esteve
(alta ou baixa), e qual arte produção continham campos dos pescadores em função da acima de dois pescadores.
de pesca este usava, permi- para registro da espécie na frequência de pesca, feita pe- Nesses, a cobertura amostral
tindo determinar a qual es- coluna e dos dias de pesca do los infor mantes-chave, foi foi ~25%. Em 19 estratos ape-
trato ele pertenceria. Tam- mês nas linhas. Assim, foi acurada. Todos os pescadores nas um pescador registrou sua
bém era solicitado ao entre- possível determinar o número classificados como ‘baixa fre- produção.
vistado que informasse caso de dias de atividade pesqueira quência’ tiveram menos de 16 A estimativa da produção
alg u m pescador est ivesse por mês de cada extrativista. dias de pesca/mês, com duas total está diretamente relacio-
fora da lista. Estas entrevis- As principais categorias cap- exceções nas quais os pesca- nada com a quantidade de
tas foram feitas em três oca- turadas em cada comunidade dores registraram mais de 25 extrativistas atuantes no mês.
siões (inverno de 2006, ve- foram colocadas no cabeça- dias de pesca/mês. Excluindo Durante o inverno de 2006
rões de 2007 e 2008, no mo- lho, tendo sido deixado espa- esses dois casos, todos os estiveram ativos 368 pescado-
mento do retorno dos resul- ço para registro de novas ca- pescadores que fizeram mais res, enquanto que no verão de
tados às comunidades). tegorias. de quinze saídas em um mês 2006/2007 estiveram ativos

902 DEC 2012, VOL. 37 Nº 12


TABELA II tral (censo) é tos pesqueiros são a inclusão
ESTIMATIVAS DE CAPTURA TOTAL ANUAL PARA A RESEX bastante custo- de atores externos e a forma-
MARINHA DO CORUMBAU PARA O PERÍODO DE FEVEREIRO sa e demanda ção de parcerias institucionais
DE 2006 A JANEIRO DE 2007 muitos agentes (Catella et al., 2008; Isaac et
coletores de al., 2008; Ruff ino, 2008),
Método 2 Método 3
Método 1 Estratificado Estratificado por dados, tornan- além da responsabilidade das
Sem estratificação por mês e frequência comunidade, mês e do os custos agencias financiadoras cum-
de pesca frequência de pesca proibitivos na prirem com seus compromis-
Média de produção 146,13 138,38 131,92 maior par te sos (Ruffino, 2008), visto que
por pescador (kg) das situações. mesmo esquemas de monito-
SE (média) 9,28 8,73 6,95 Contudo, com ramento participativo evolvem
IC média (127,80-164,46) (121,12-155,64) (116,78-147,06)
o empodera- custos elevados, pois incluem
mento das co- uma equipe com uma rede de
Total (kg) 348.954 330.460 315.015 munidades supervisores e coordenadores
SE (total) 22.149 20.857 16.594 dentro de ar- para dar assistência aos pes-
CV (%) 6,3 6,3 5,3 ranjos de ges- cadores e processar as infor-
IC total (305.182-392.727) (289.242-371.679) (278.859-351.171) tão comparti- mações. Um outro aspecto
lhada, onde importante e frequentemente
potencialmente negligenciado no debate sobre
os dados de o monitoramento pesqueiro,
231 pescadores. A atividade com intervalo de confiança produção pesqueira podem ser participativo ou não, é que a
dos extrativistas no decorrer entre 278 e 352t (Tabela II). localmente utilizados em to- concessão de direitos ao uso
do ano é variável, especial- Além disso, o método 3 apre- madas de decisão, espera-se dos recursos naturais não é
mente para a comunidade de sentou o menor coeficiente de que ocorra uma tendência ao atrelada ao dever de docu-
Caraíva, onde os pescadores variação, o que reflete o me- censo. Catella et al., (2008) mentação dos recursos extraí-
exercem atividades ligadas ao nor grau de incerteza nestas descrevem duas iniciativas de dos, dificultando o manejo
turismo durante o verão e re- estimativas. monitoramento pesqueiro no das próprias concessões de
tornam à pesca durante o in- A confiabilidade destas es- Pantanal, na qual uma delas acesso, em suas diversas for-
verno. Assim, a variação sa- timativas aparenta estar corre- conta com participação direta mas.
zonal na produção de pescado lacionada com o tamanho dos pescadores. Neste caso, A determinação do univer-
pode ser atribuída tanto à va- amostral, uma vez que o coe- eles destacam a importância so amostral, dificultando a
riação no esforço pesqueiro ficiente de variação das esti- de ter ocorrido um impacto extrapolação (Isaac et al.,
(número de pescadores ativos) mativas, entre os setembro e negativo na região (formação 2000, 2008), juntamente com
quanto à sazonalidade na dis- dezembro de 2006, apresentou do reservatório de Manso), a especificação da unidade
ponibilidade dos recursos pes- valores elevados. A partir de
queiros (Figura 2). agosto de 2006 houve inter-
As estimativas da produção r upção do pagamento dos
total anual da RESEX Co- agentes, o que diminuiu o ta-
rumbau foram de 349, 330 e manho amostral dentro dos
315 toneladas para os métodos estratos (Figura 3). No entan-
de amostragem 1 (sem estrati- to, mesmo sem receber paga-
ficação), 2 (estratificação por mento, vários agentes continu-
mês e frequência de pesca) e aram a assistência aos pesca-
3 (estratificação por mês, fre- dores no preenchimento das
quência de pesca e comunida- planilhas, de forma voluntá-
de), respectivamente. A esti- ria. Tais dados discrepantes
mativa sem estratif icações não foram retirados para a
Figura 3. Coeficiente de variação das médias de captura na estimativa
(método 1) foi a que apresen- elaboração da Figura 3, mas da produção total pelo MPP (método 3, a estimativa mensal é resultan-
tou a maior produção total ressalta-se que os meses de te da combinação dos estratos ‘comunidade’) na RESEX Corumbau. As
(349t), o que indica um viés maio e novembro são os que setas indicam as viagens de campo de pesquisadores, setas mais largas
positivo. Ao compararmos o apresentaram os maiores coe- indicam viagens com maior duração. A linha (a partir de agosto de
efeito da estratificação do mé- ficientes de variação. 2006) representa a interrupção do pagamento dos agentes locais e mul-
todo 2 (adicionando 22 estra- tiplicadores.
tos) com o método 1 (sem Discussão
estratificação), observamos que afetou diretamente os amostral, que pode gerar vié-
uma menor produção estima- O monitoramento dos de- pescadores e que, desta for- ses nas estimativas dos parâ-
da, mas o mesmo coeficiente sembarques pesqueiros na ma, motivou sua união e os metros (Isaac et al., 2008),
de variação em ambas as esti- RESEX Corumbau utilizou estimulou a participar do mo- representam dois pontos críti-
mativas (Tabela II), indicando amostragens. No entanto, al- nitoramento. Na RESEX Co- cos no delineamento amostral
o mesmo grau de incerteza. guns autores destacam a ne- rumbau, a própria história de de amostragens de pescarias
Com o aumento da complexi- cessidade de utilizar censos, mobilização comunitária para artesanais. A utilização do
dade do arranjo amostral, re- devido à alta variabilidade sua criação e implementação mês de trabalho do pescador
presentado pelo método 3 nas capturas da pesca artesa- favorece iniciativas com abor- como unidade amostral facili-
(132 estratos), a produção es- nal (Isaac et al., 2000, 2008). dagem participativa. Outros tou a determinação do univer-
timada para a RESEX Co- Porém, a ampliação da amos- fatores impor tantes para a so amostral. Neste trabalho
r umbau diminui para 315t, tragem a todo universo amos- viabilidade dos monitoramen- utilizamos entrevistas com

DEC 2012, VOL. 37 Nº 12 903


informantes-chave para deter- (Isaac et al., 2000, 2008). Isa- ques pesqueiros na RESEX dependem de uma rede de
minar o número de pescado- ac et al. (2008) mostraram Corumbau (Francini-Filho e coletores de dados e podem
res ativos e obter o universo que estimativas de captura Moura, 2008). não obter cobertura amostral
amostral para o qual as esti- total por amostragem estratifi- A produção total para o adequada, devido à inacessibi-
mativas foram feitas. A fre- cada quando os dados são estado da Bahia para 2006 foi lidade dos locais de desem-
qüência de pesca obtida com muito assimétricos podem ser estimada em 43.089t barque, entre outros fatores.
as entrevistas mostrou-se acu- quatro vezes maiores que a (33.415,5t de peixes e 9.011,5t Os métodos aqui relatados
rada, visto que foi confirmada captura real. Segundo estes de crustáceos), também com o foram factíveis devido à cola-
pelos dados quantitativos de autores, as amostragens alea- uso de amostragem estratifica- boração e participação dos
número de dias de atividade tórias estratificadas teriam da, usando os procedimentos extrativistas que registraram
dos pescadores. Os informan- que ter tamanhos amostrais definidos pelo programa ES- sua produção diária, com as-
tes-chave são pessoas que acima de 70% do tamanho da TATPESCA (Ibama, 2008). A sistência e acompanhamento.
possuem um conhecimento população para minimizar os produção de peixes da RE- O desenvolvimento de outras
especial sobre o tema de inte- erros relativos. Catella et al. SEX Corumbau representaria iniciativas piloto e da conti-
resse e fornecem uma visão (2008) repor ta seus dados cerca de 1% da produção de nuidade de monitoramentos
global sobre o assunto, sendo pesqueiros em função da mé- peixes do Estado da Bahia. A pesqueiros com participação
impor tante a incor poração dia e mediana mensais. No título de comparação, a exten- dos usuários deve compor o
deste conhecimento nas pes- entanto, Isaac et al. (2008), são litorânea da RESEX Co- rol de ações prioritárias para
quisas científicas e nos pro- apesar de utilizar a mediana, rumbau é de 60km, represen- a valorização do setor pes-
gramas de monitoramento constataram que não houve tando cerca de 6% dos 932km queiro artesanal no Brasil.
para subsidiar a gestão (Dru- diminuição do erro amostral, da costa da Bahia.
mond, 2002). Normalmente, que em alguns casos foi Os diferentes métodos para Agradecimentos
entrevistas com informantes- maior. o cálculo da produção total
-chave são usadas nos estudos Neste estudo, o tamanho contém uma série de incerte- Os autores agradecem aos
de etnoictiologia (e.g. Clauzet amostral em alguns meses foi zas. Nesse sentido, ressalta- pescadores, associações de
et al., 2007), mas mostrou-se baixo. Assim, a produção to- mos que as informações aqui pescadores, multiplicadores e
aqui a importância da colabo- tal estimada poderia estar aci- apresentadas devem ser utili- agentes locais que participa-
ração com informantes-chave ma do real. No entanto, a es- zadas com prudência, uma ram do monitoramento; a Tia-
também no monitoramento da tratificação por comunidades vez que avaliações do estado go B. Motta, Hélio C.L. Ro-
pesca. tornou as estimativas mais dos estoques necessitariam de drigues, Danieli M. Nobre,
Nossas estimativas do nú- precisas, com menor coefi- séries de dados temporais Fernanda Jordão, Juliane Ce-
mero de pescadores ativos ciente de variação. Quando a muito maiores e mais abran- bola, Ronaldo Oliveira, Mano-
variaram de 231 para o verão estratificação por comunidade gentes. Especificamente, não é el D. Souza Júnior e Isabela
2006/2007 a 368 durante o foi suprimida, a produção foi recomendável utilizar infor- B. Curado pelo apoio no tra-
inverno de 2006. Os valores superestimada em 10%. Por- mações sobre a produção total balho de campo; a Conserva-
estimados anteriormente para tanto, deve-se analisar a ne- para fomentar aumentos no tion International, Associação
a RESEX Corumbau foram de cessidade do estabelecimento esforço de pesca, pois ainda Pradense de Proteção Am-
340 pescadores (para o ano de estratos nos delineamentos não é possível avaliar se os biental, Associação dos Pesca-
de 2004; Sirqueira e Nordi, de amostragem da pesca de estoques estão sendo explora- dores e Amigos da Costa do
2005) e 258 (para o ano de pequena escala. Recomenda- dos em níveis seguros, haven- Descobrimento, Universidade
2005; Curado e Goular t, -se que estudos futuros tes- do, na verdade, indicativos Estadual de Maringá, Fundo
2008). Estes valores estão tem, através de simulações, a concretos de sobreexplotação Nacional do Meio Ambiente,
dentro da variabilidade encon- eficiência de diferentes esque- de peixes recifais (Francini- Secretaria Especial de Aqui-
trada dentro do ano de estu- mas de amostragem estratifi- -Filho e Moura, 2008). Por cultura e Pesca (atual Minis-
do, indicando a forte sazona- cada para estimação da pro- outro lado, como as RESEX tério da Pesca e Aquicultura),
lidade da atividade pesqueira. dução pesqueira utilizando visam garantir qualidade de SISBIOTA/Rede Abrolhos e
Os estimadores da média e dados assimétricos, tais como vida às populações tradicio- CNPq pelo apoio financeiro e
do total para amostragem es- os relatados neste estudo. nais, é recomendável desen- logístico. CVMV agradece ao
tratificada estão baseados na A produção média diária volver e fomentar a cadeia Labpesq e Lipo do Instituto
suposição de que a distribui- por pescador da RESEX Co- produtiva e a infraestrutura Oceanográfico/Universidade
ção das médias segue uma rumbau registrada pelo MPP das comunidades com base de São Paulo, onde este artigo
distribuição normal. De acor- é relativamente alta quando nas estimativas aqui apresen- foi finalizado.
do com o teorema do limite comparada com aquela dos tadas, especialmente as esti-
central, a distribuição das mé- pescadores de Tamandaré, PE, mativas por pescador, que
Referências
dias de qualquer amostra ten- que atuam na Área de Prote- podem orientar a aquisição de
de para uma distribuição nor- ção Ambiental Marinha Costa equipamentos e infraestrutura Abdallah PR, Sumaila UR (2007)
mal à medida que aumenta o dos Corais, local no qual o de desembarque, transporte e An historical account of Brazi-
tamanho da amostra. Quando hábitat e o tipo de pesca são comercialização. lian public policy on fisheries
os dados são muito assimétri- semelhantes. Os pescadores subsidies. Mar. Policy 31: 444-
cos e o tamanho amostral é da APA Costa dos Corais 450.
Conclusão
pequeno, não há garantia de apresentaram produção média Arruda R (1999) “Populações tradi-
que a distribuição das médias cionais” e a proteção dos re-
diária de 2,37kg de pescado/ Este estudo apresenta uma cursos naturais em Unidades
seja normal. O uso do estima- pescador (Ferreira e Maida, alternativa aos métodos de de Conservação. Amb. Soc. 1:
dor do total quando as distri- 2007), contraste que, possivel- amostragem da pesca artesa- 79-82.
buições são assimétricas pode mente, ref lete um estado de nal por entrevistas feitas du- Catella AC, Mascarenhas RO, Al-
acarretar em superestimação melhor conservação dos esto- rante desembarques, os quais buquerque SP, Albuquerque

904 DEC 2012, VOL. 37 Nº 12


FF, Theodoro ER M (2008) Ferreira BP, Maida M (2007) Ca- coleta de dados sobre captura Rebouças GN, Filardi ACL, Vieira
Sistemas de estatísticas pes- racterísticas e perspectivas e esforço pesqueiro no Médio PF (2006) Gestão integrada e
queiras no Pantanal, Brasil: para o manejo da pesca na Amazonas. Em Coleção Meio participativa da pesca artesa-
aspectos técnicos e políticos. Área de Proteção Ambiental Ambiente Série Estudos Pesca nal: potencialidades e obstácu-
Pan-Am. J. Aquat. Sci. 3: 174- Marinha Costa dos Corais. Em Vol. 22. IBAMA. Brasília, los no litoral do Estado de
192. Áreas Aquáticas Protegidas Brasil. pp. 175-200. Santa Catarina. Amb. Soc. 9:
Clauzet M, Ramires M, Begossi A como Instrumento de Gestão 83-104.
Moura RL, Dutra GF, Francini-Fi-
(2007) Etnoictiologia dos pes- Pesqueira. Ministério do Meio
lho RB, Minte-Vera CV, Cura- Ruffino ML (2008) Sistema inte-
cadores artesanais da praia de Ambiente. Brasília, Brasil. pp.
do IB, Guimarães FJ, Oliveira grado de estatística pesqueira
Guaibim, Valença (BA), Brasil. 29-39.
RF, Alves DC (2007) Gestão para a Amazônia. Pan-Am. J.
Neotrop. Biol. Cons. 2: 136- Francini-Filho R D, Moura R L do Uso de Recursos Pesqueiros Aquat. Sci. 3: 193-204.
154. (2008) Evidence for spillover na Reserva Extrativista Mari-
of reef fishes from a no-take Silva NN (1998) Amostragem Pro-
Curado IB, Goulart F (2008) Valo- nha do Corumbau, Bahia. Em babilística: Um Curso Introdu-
marine reserve: An evaluation Áreas Aquáticas Protegidas
rização da atividade pesquei- tório. 2ª ed. Universidade de
using the before-after control- como Instrumento de Gestão
ra. Fortalecimento da gestão São Paulo. Brasil. 128 pp.
-impact (BACI) approach. Pesqueira. Ministério do Meio
participativa do uso dos recur-
Fish. Res. 93: 346-356. Ambiente. Brasília, Brasil. Siqueira AM, Nordi M (2005) Re-
sos pesqueiros na RESEX Co-
r umbau. Fundação Get ulio Hardin G (1968) The competitive pp.169-181. latório Sócio Econômico. Im-
Vargas. São Paulo, Brasil. 63 exclusion principle. Science, plantação do Plano de Manejo
Moura RL, Minte-Vera CV, Curado da RESERX Marinha do Co-
pp. 131: 1292-1297. IB, Francini-Filho RB, Rodri- rumbau, BA. São Carlos: La-
Diegues AC (2004) A Pesca Cons- Ibama (2008) Estatística da Pesca gues HCL, Oliveira RF, Dutra boratório de Ecologia Humana
truindo Sociedades. Núcleo de 2006 Brasil: Grandes Regiões GF, Alves DC, Souto FJ B
e Unidades da Federação. e Etnoecologia. UFSC. San
Apoio à Pesquisa sobre Popu- (2009) Challenges and pros- Carlos, Brasil. 37 pp.
lações Humanas e Ares Úmi- IBAMA. Brasília, Brasil. 180 pects of fisheries co-manage-
das Brasileiras/USP. São Pau- pp. ment under a marine extractive Thompson SK (1992) Sampling.
lo, Brasil. 315 pp. Isaac VJ, Espírito Santo RV, Nunes reserve framework in Northe- Wiley. Nova Iorque, EEUU.
JLG (2008) A estatística pes- aster n Brazil (Cor umbau, 334 pp.
Drumond MA (2002) Participação
Comunitária no Manejo de queira no litoral do Pará: re- Bahia, Brazil). Coastal Manag. Vieira PF, Berkes F, Seixas CS
UCs: Manual de Técnicas e sultados divergentes. Pan-Am. 37: 617-632. (2005) Gestão Integrada e
Ferramentas. Instituto Terra J. Aquat. Sci. 3: 205-213. Ostrom E (2009) A general fra- Participativa de Recursos Na-
Brasilis de Desenvolvimento Isaac VJ, Ruff ino ML, Mello P mework for analyzing sustai- turais: Conceitos, Métodos e
Sócio-Ambiental. Belo Hori- (2000) Considerações sobre o nability of social-ecological Experiências. Secco/APED.
zonte, Brasil. 82 pp. método de amostragem para a systems. Science 325: 419-422 Florianópolis, Brasil. 416 pp.

DEC 2012, VOL. 37 Nº 12 905

Você também pode gostar