Bases de busca específicas para a área da saúde

PubMed

A PubMed (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/) é um portal gratuito de pesquisa bibliográfica na internet desenvolvido

e mantido pelo National Center for Biotechnology Information (NCBI), que é uma divisão da National Library of
Medicine (NLM), localizada em Bethesda, Maryland, EUA. A NLM faz a indexação da literatura médica e biomédica
desde 1876, mas a PubMed está disponível on-line para o público desde 1996. A PubMed tem a MEDLINE como
sua maior base de dados, porém também dá acesso a outras bases de dados diversas. O portal destaca-se pela
dimensão de seu conteúdo bibliográfico da área da saúde, abrangendo medicina, enfermagem, odontologia,
medicina veterinária, ciências biológicas e ciências da vida.1

Figura 1. Visão global do site do portal PubMed (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/)

Fonte: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/

Além do vasto conteúdo bibliográfico já presente no portal, a PubMed tem uma atualização diária, com disponibilidade
imediata ao usuário.

A PubMed contém mais de 35 milhões de citações e resumos da literatura biomédica. O portal não contém textos na
íntegra das citações, no entanto possui links para o texto completo tanto diretamente no jornal da publicação como
quando disponíveis em outras fontes, como a PubMed Central (PMC). A PMC é um arquivo digital de periódicos
científicos de acesso gratuito.2
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A base de dados MEDLINE contém mais de 29 milhões de citações e resumos da literatura biomédica de todo o
mundo, e a PubMed promove o acesso gratuito à MEDLINE, disponibilizando links para textos completos quando
esses são liberados (open access).

A MEDLINE inclui literatura publicada de 1966 até o presente e cobertura selecionada da literatura anterior a
esse período. Possui citações de mais de 5.200 periódicos mundiais em cerca de 40 idiomas e adiciona citações
diariamente à PubMed.

Para que um periódico seja selecionado para fazer parte da biblioteca da MEDLINE/PubMed, ele passa por um
controle de qualidade da NLM, que avalia, de acordo com a política científica definida pelo Conselho da NLM,
a adequação da revista para a coleção NLM (de acordo com os critérios das Diretrizes de Desenvolvimento de
Coleção), bem como as recomendações de um Comitê Consultivo Federal do National Institutes of Health (NIH) e
do Comitê de Revisão Técnica de Seleção de Literatura.2,3

A avaliação da qualidade científica e editorial da MEDLINE se concentra em cinco elementos críticos: escopo e
cobertura; políticas e processos editoriais; rigor científico e metodológico; produção e administração; e impacto do
periódico.

A tabela a seguir inclui detalhes sobre o número de periódicos que foram avaliados por meio do Processo de
Solicitação e Revisão para inclusão na MEDLINE.

Tabela 1. Lista com número de jornais avaliados para inclusão na MEDLINE e aceitos.

Ano de avaliação Avaliados1 Passaram na revisão de qualidade2

2022 238 34

2021 350 44

2020 416 50

2019 464 58

2018 470 52

2017 428 62

2016 394 55

2015 518 75

2014 493 59

2013 517 67

2012 559 93

1
Número total de periódicos que aplicaram e foram avaliados pela NLM.
2
Dos periódicos avaliados, número total encontrado que atende ao padrão de Qualidade Científica da MEDLINE.
Fonte: PubMed/MEDLINE.
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O site da PubMed possui uma vasta sessão de perguntas e respostas, bem como tutoriais. O guia do usuário pode
ser acessado através da página https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/help/, em inglês.

Figura 2. Tela do guia do usuário disponibilizado através do site da PubMed

Fonte: Help - Pubmed

Ao se pesquisar uma referência incluída na base de dados PubMed – clicando no link da publicação – podemos
obter a imagem a seguir, na qual iremos indicar o que significa cada campo.

Figura 3. Anatomia de uma citação buscada através da PubMed

Tipo de estudo

Fonte

Título

Autores

Identificadores
únicos

Resumo

Fonte: Autora.
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Nesta mesma tela, ao descer o cursor (após o resumo, lista de artigos similares e lista de artigos que citaram o
estudo), podemos observar outras informações importantes sobre a publicação, como veremos na figura a seguir.

Figura 4. Anatomia de uma citação buscada através da PubMed, elementos após resumo

Tipo de estudo

Descritores/
vocabulário controlado

Substâncias referidas/
estudadas

Dados assicados à publicação.

No caso, por se tratar de um
ensaio clínico, o link do
seu registro.

Fonte: Autora.

e quando eu devo eleger a PubMed para a busca da questão de pesquisa do meu PTC ou para a questão
de pesquisa da minha prática clínica/gestão em saúde?
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Como pudemos observar pelas características da PubMed, tanto em relação à abrangência quanto à gratuidade do
acesso, essa base de dados é fundamental em qualquer busca na área de saúde, sendo praticamente o “coringa”
nas buscas tanto acadêmicas quanto de prática clínica ou de gestão.

As buscas devem ser feitas em mais de uma base de dados, mas, certamente, a PubMed/MEDLINE deverá
ser uma das suas bases eleitas para busca.

Cochrane

A Cochrane Collaboration é uma rede internacional sem fins lucrativos, fundada em 1993 em homenagem ao
epidemiologista Archie Cochrane, com sede no Reino Unido, cujo objetivo é prover acesso à informação de alta
qualidade para tomada de decisão em saúde. Especializada em revisões sistemáticas, a biblioteca da Cochrane
(Cochrane Library ISSN 1465-1858) é uma coleção de bancos de dados que contém diferentes tipos de evidências
independentes e de alta qualidade para informar a tomada de decisões em saúde.4,5

A biblioteca Cochrane contém três principais bancos de dados:4

• Banco de Dados Cochrane de Revisões Sistemáticas (sigla em inglês CDSR) é o principal recurso para revisões
sistemáticas em cuidados de saúde. O CDSR inclui todas as revisões e protocolos Cochrane preparadas pelos
Grupos de Revisão Cochrane. Cada revisão Cochrane é uma revisão sistemática verificada por pares que foi
preparada e supervisionada por uma equipe editorial.

• Registro Central Cochrane de Ensaios Controlados (CENTRAL) é uma fonte altamente concentrada de relatórios
de ensaios clínicos controlados randomizados e quasi-randomizados. Além dos detalhes bibliográficos (autor, título,
fonte, ano etc.), os registros da CENTRAL geralmente incluem um resumo, mas não contêm o texto completo do
artigo.

• Respostas Clínicas Cochrane (sigla em inglês CCAs) fornecem um ponto de entrada digerível e com foco clínico
para pesquisas rigorosas das revisões Cochrane. Elas são projetadas para serem acionáveis e para informar a
tomada de decisões no local de atendimento. Cada CCA contém uma pergunta clínica, uma resposta curta e dados
para os resultados da revisão Cochrane considerados mais relevantes para os profissionais de saúde. A evidência
é exibida em um formato tabulado fácil de usar, que inclui narrativas, dados e links para gráficos.

Na figura a seguir, podemos observar as abas dos bancos de dados presentes na biblioteca Cochrane, apresentando
primeiramente as revisões Cochrane (Cochrane Reviews), os protocolos (Cochrane Protocols), o CENTRAL (Trials),
respostas clínicas (Clinical Answers), entre outros.
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Figura 5. Tela da biblioteca Cochrane – resultado da busca pelo termo “trastuzumab” em todo o texto –
demonstrando as bases de dados, com a seleção da base de revisões da Cochrane.

Fonte: https://www.cochranelibrary.com/cca

A busca por revisões sistemáticas ou ensaios clínicos randomizados pode ser feita através do endereço
eletrônico https://www.cochranelibrary.com/advanced-search, onde você pode optar por buscar o termo e escolher
o marcador (todo o texto, título, resumo, autor etc.) desejado, optar por construir a chave de busca em “search manager”,
buscar através do vocabulário controlado MeSH ou fazer a busca através da sua estratégia de pergunta PICO.
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Figura 6. Tela da busca avançada através do link https://www.cochranelibrary.com/advanced-search

Fonte: https://www.cochranelibrary.com/advanced-search

Em janeiro de 2011, levando em consideração as decisões da 128ª sessão do Conselho Executivo, a Colaboração
Cochrane tornou-se parceira oficial da Organização Mundial de Saúde, obtendo assento na Assembleia Mundial de
Saúde, contribuindo desta forma nas suas resoluções.6

e quando devo eleger a biblioteca da Cochrane para a busca da questão de pesquisa do meu PTC ou para
a questão de pesquisa da minha prática clínica/gestão em saúde?

Como vimos, a biblioteca Cochrane é fundamental para o caso de uma busca que inclua revisões sistemáticas com
ou sem metanálise. Se a sua pergunta de pesquisa for incluir artigos do tipo revisão sistemática, é imprescindível
acrescentar essa base de dados no seu protocolo de busca.

Caso a sua questão de pesquisa tenha a finalidade de ajudar em uma tomada de decisão rápida, a ferramenta de
resposta clínica (CCA) da Cochrane é uma importante fonte de dados secundários já avaliados quanto à resposta
e qualidade da evidência.
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EMBASE

A ferramenta de pesquisa EMBASE (acrônimo para Excerpta Medica DataBASE) pertence à editora Elsevier,
e seria a “equivalente” europeia da PubMed. O EMBASE, entretanto, possui mais registros que a MEDLINE,
pois, além de incluir praticamente todo o conteúdo da base MEDLINE, possui mais de 2.900 revistas exclusivas.
O EMBASE disponibiliza cobertura em mais de 8.500 revistas da área, como também resumos de conferências,
indexação de termos, revisão sistemática e outros recursos. As informações são atualizadas diariamente e têm
um importante foco na pesquisa farmacêutica, sendo bastante relevante para buscas sobre tratamentos ou
pesquisas relacionadas a medicamentos.7,8

Contém citações desde 1947 e seletivamente desde 1902 e abrange a literatura biomédica mais medicamentos e
farmacologia. Uma outra diferença do EMBASE em relação à PubMed é que ele traz os resumos de mais de 11.500
conferências (até final de 2022).9 Com um poderoso mecanismo de busca, o EMBASE utiliza o vocabulário controlado
(thesaurus) Emtree, com mais de 73.000 termos indexados (31.000 para compostos químicos e fármacos) e utiliza
também o MeSH.

A cobertura do EMBASE é pouco mais da metade (51%) de documentos originados da Europa, sendo assim uma
ferramenta importante para combinar com a norte americana PubMed em uma busca internacional ampla.

Acesso ao EMBASE

Por se tratar de uma ferramenta de fundamental importância, muitas instituições conseguem acesso através da
CAFe (Comunidade Acadêmica Federada) via Portal de Periódicos da Capes. O portal pode ser acessado pelo
link https://www-periodicos-capes-gov-br.ezl.periodicos.capes.gov.br/index.php?

Fonte: https://www-periodicos-capes-gov-br.ezl.periodicos.capes.gov.br/index.php

Ao acessar a CAFe, você procura a sua instituição federada na lista presente e faz o login com seu ID e senha da
própria instituição. Em “acervo”, você pode acessar uma lista de bases de dados na qual o EMBASE será uma das
listadas (buscando pela palavra EMBASE ou clicando na letra E para buscar as bases que começam com E).
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Figura 7. Telas do acesso ao EMBASE através da CAFe via Portal de Periódicos da Capes

Fonte: https://www.cochranelibrary.com/advanced-search
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Essa ação o levará ao portal de busca do EMBASE. Na tela de busca, você pode optar pela busca rápida (quick
search), ou busca utilizando a estratégia de pergunta PICO, entre outras opções. Podemos buscar pelo vocabulário
controlado próprio da base, o Emtree, e também temos as opções de uso de operadores booleanos e filtros de forma
similar a outras bases.

Na busca rápida pelo EMBASE, podemos observar a tela a seguir:

Figura 8. Tela da busca rápida do EMBASE ao se buscar pelo termo “influenza children”.

Este link dá acesso a um material produzido pela Biblioteca da FAMED/HCPA/UFRGS, com um passo a passo
de como fazer uma busca na base de dados EMBASE https://www.ufrgs.br/bibmed/wp-content/uploads/Embase-120.
pdf

Embora o EMBASE seja mais abrangente que a MEDLINE, o fato de não ser a primeira escolha para as buscas
(em comparação principalmente com a PubMed) é a sua não gratuidade, o que torna a ferramenta não
acessível a todos os pesquisadores e profissionais de saúde, pois o custo da sua assinatura é bem expressivo.
O Portal de Periódicos da Capes disponibiliza esse acesso através da CAFe, porém o governo federal
precisa renovar constantemente a assinatura, o que pode comprometer esse acesso. Ao longo dos anos,
o acesso foi descontinuado e renovado a depender desse pagamento, então pode ser que em determinadas épocas
esse acesso não esteja disponível.

Para um maior aprofundamento sobre o uso da ferramenta EMBASE, deixo aqui o link de um treinamento
para UFPR realizado em 2020 pela gerente de solução da Elsevier, Lílian Paiva, com arquivo da apresentação
em PPT e aula gravada: https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/66690

LILACS

A LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) é uma base de dados da
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), sendo a mais importante e abarcadora base de dados especializada na área
da saúde da América Latina e do Caribe. Ela contém literatura científica e técnica de 26 países da região, com
acesso livre e gratuito.
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Em agosto de 2022, ultrapassou a marca de um milhão de registros: artigos de revistas com revisão por pares, teses
e dissertações, documentos governamentais, anais de congressos e livros, a maioria disponível com link de texto
completo em acesso aberto.10

É uma importante base de dados de registros regionais, especialmente para registros de língua não inglesa, o que
traz visibilidade para a produção científica nesses países. Em relação à língua, predomina o português, com mais
de 419 mil documentos, seguido de perto pelo espanhol, presente em mais de 417 mil registros, além do inglês, com
190 mil publicações, e mais de 550 em francês, italiano e alemão.10

Mantida e atualizada por uma rede composta por mais de 600 instituições de ensino, governo e pesquisa em
saúde e coordenada pela BIREME/Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (BIREME
é a sigla pela qual é conhecido o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde,
já que seu nome anterior era “Biblioteca Regional de Medicina”) é também utilizada como fonte de informação
para revisões sistemáticas, guias de prática clínica, ensaios clínicos e outros tipos de estudo, como mapas
de evidências, vitrines do conhecimento e segundas opiniões formativas.

A base de dados LILACS está integrada na interface de busca do Portal Regional da BVS como se vê na figura
a seguir.

Figura 9. Tela inicial de busca no Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde,

ao se efetuar uma busca pelo termo “trastuzumab”

Fonte: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/advanced/
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A busca no LILACS deve ser feita através do Portal Regional da BVS (https://pesquisa.bvsalud.org/portal/.
Para melhor trabalhar com operadores booleanos e marcadores, pode-se utilizar a busca avançada clicando no
botão indicado na figura anterior, ou através do endereço eletrônico https://pesquisa.bvsalud.org/portal/advanced/).

O site da BIREME/ Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde traz uma lista de
recomendações para que sua busca no LILACS seja bem-sucedida.11 As recomendações são transcritas a seguir:

• sempre cheque se a base de dados LILACS está selecionada;

• a busca simples sempre será feita nos campos “título, resumo e assunto”. Para outros campos, prossiga com a
busca avançada;
• inclua somente as palavras significativas na busca. Os artigos, preposições e outras partículas devem ser excluídos;
• acentuação de palavras não é necessária e maiúsculas não são consideradas;
• conceitos compostos ou exatos devem ser pesquisados com aspas.
• Exemplo: “Atenção primária à saúde” resulta igual a “atencao primaria a saude” se com aspas.

No final desta mesma página (Saiba mais aqui) constam links para tutorias sobre como pesquisar no portal, em
português e espanhol.

Quando é importante incluir a base de dados LILACS em minha busca?

Caso a sua busca tenha como objetivo questões de pesquisa regional (por exemplo, atenção primária à saúde,
Sistema Único de Saúde ou agentes comunitários de saúde) é fundamental que esta base de dados seja incluída
em seu protocolo de busca. Para outros objetivos, a literatura produzida no Brasil, América Latina e Caribe pode ser
necessária constar em sua busca, pois alguns documentos importantes podem não estar indexados na PubMed,
especialmente se forem publicados em português/espanhol ou se forem documentos governamentais.

Clinical Trials

O ClinicalTrials.gov é uma base de dados na web que fornece aos pacientes, seus familiares, profissionais
de saúde, pesquisadores e ao público acesso fácil a informações sobre estudos clínicos em humanos, com
financiamento público e privado, sobre uma ampla gama de doenças e condições. O site é mantido pela Biblioteca
Nacional de Medicina dos Estados Unidos da América (NLM) no Instituto Nacional de Saúde (NIH). As informações
no ClinicalTrials.gov são fornecidas e atualizadas pelo patrocinador ou investigador principal do estudo clínico.
Os estudos são geralmente enviados ao site (ou seja, registrados) quando começam, e as informações são
atualizadas ao longo do estudo. Em alguns casos, os resultados são apresentados após o término do estudo. Este
banco de dados de estudos clínicos é comumente referido como um “banco de dados de registros e resultados”.12

O ClinicalTrials.gov foi criado como resultado da Lei de Modernização da Administração de Alimentos e

Medicamentos de 1997, que exigiu que o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, por meio do NIH,
estabelecesse um registro de informações de ensaios clínicos para ensaios com financiamento federal e privado
conduzidos sob a aplicação de novos medicamentos em investigação para testar a eficácia de medicamentos
experimentais para doenças graves ou de vida. O NIH e a Food and Drug Administration trabalharam juntos para
desenvolver o site, que foi disponibilizado ao público em fevereiro de 2000. Hoje o site tem registros de ensaios
clínicos de todo o mundo.12
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Para fazer login no ClinicalTrials.gov, é necessário que a sua instituição submeta previamente um login institucional,
pois só assim um pesquisador poderá ter acesso para submeter o seu estudo para apreciação. Algumas instituições
brasileiras já são cadastradas, e há uma lista delas no site. Ao registrar o ensaio clínico, o pesquisador recebe um
número (NCT number) para identificação do seu estudo na base. A maioria dos periódicos exige registro dos ensaios
clínicos em alguma base para que o manuscrito possa ser considerado para publicação. Por isso, o Clinical Trials,
já que é uma das principais bases de dados com essa finalidade, possui registro de um grande número dos ensaios
clínicos tanto finalizados quanto em andamento.

Como base de dados para pesquisa, não há necessidade de login, e você pode acessar diretamente o endereço
eletrônico https://clinicaltrials.gov/ – ao lado direito da tela haverá uma caixa para busca de estudos.

Figura 10. Descrição dos campos da tela inicial de busca do ClinicalTrials.gov

Fonte: https://clinicaltrials.gov/

Você pode clicar em “Advanced Search” para uma busca mais detalhada, com mais marcadores, como: tipo de
estudo, período em que o estudo iniciou ou terminou, grupo etário e sexo dos participantes, entre outros.

Após efetuar a busca, você irá obter a lista de estudos selecionados com várias opções nas abas, incluindo até
mesmo um mapa mundial com quantos estudos incluídos pertencem a cada região.

No exemplo a seguir, utilizei como termos de busca o agravo câncer de mama (breast cancer) e como intervenção,
o Trastuzumabe (trastuzumab). Foram encontrados 1.052 estudos. Nas colunas, podemos observar o status do
estudo (se já terminou, se está em fase de recrutamento etc.), o título, o agravo, a intervenção e localização.
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Fonte: https://clinicaltrials.gov/

Quando é importante incluir o ClinicalTrials.gov em minha busca?

Como podemos observar, é uma base que irá mostrar registros de ensaios clínicos em todo o mundo. Temos de
ressaltar que são estudos em andamento ou terminados e que podem não ter sido avaliados por revisores.
Portanto, caso sua busca tenha como objetivo obter evidência científica definitiva e validada, esta base não pode
ser elegível para este fim (embora alguns estudos registrados podem já ter sido terminados e publicados em algum
periódico com revisão por pares). É interessante também pesquisar essa base de dados antes de iniciar um ensaio
clínico, pois o estudo que você pretende fazer pode já estar em andamento, conduzido por outro grupo de pesquisa.

ReBEC

O ReBEC é uma plataforma virtual de acesso livre para registro de estudos experimentais e não experimentais
(observacionais) realizados em seres humanos, em andamento ou finalizados, por pesquisadores brasileiros e
estrangeiros. O ReBEC é um projeto conjunto do MS, via Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria
de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, da Organização Pan-americana de Saúde
e da Fundação Oswaldo Cruz. O Comitê Executivo do ReBEC é composto pelas instituições supracitadas e pela
Anvisa.13

Devido à necessidade de registro dos estudos, especialmente os ensaios clínicos, o ReBEC se constitui em uma
importante base de dados sobre pesquisa clínica no Brasil, de maneira similar ao ClinicalTrials.gov nos EUA.
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A partir da Resolução nº 36 de 27 de junho de 2012,14 a Anvisa exige que, para os estudos clínicos de fases I, II, III
e IV, seja comprovado o registro da pesquisa na base de dados do ReBEC, desde que requeiram o Comunicado
Especial nos Processos de Anuência em Pesquisa Clínica. Dessa forma, todas as fases clínicas dos ensaios com
participantes brasileiros deverão ser devidamente registradas.13

Para atender às necessidades nacionais e regionais de informação (centralizadas em um único banco de dados
on-line) e dar transparência aos estudos, o ReBEC divulga diversas pesquisas sobre determinada doença ou droga
que estão em curso no Brasil.

Dessa forma, o ReBEC se constitui uma importante base de dados para busca de ensaios clínicos em andamento ou
finalizados, exigindo o mesmo cuidado que devemos ter com o Clinical Trials em relação aos estudos em andamento
cujos resultados parciais ou finais ainda não tenham passado por uma revisão crítica.

Na primeira página do site (https://ensaiosclinicos.gov.br/) encontramos as últimas notícias, os últimos estudos

publicados e um espaço para login, onde pesquisadores podem registrar os estudos na plataforma.

Figura 11. Tela inicial do site do ReBEC

Fonte: ReBEC

Ao descermos o cursor, no final da página, podemos ver o status atual de todos os estudos registrados, em
recrutamento ou em análise para publicação na base de dados.
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Figura 12. Rodapé do site do ReBEC com a contagem atual de estudos

registrados na plataforma (janeiro de 2023)

Fonte: ReBEC

Podemos notar também no topo da página inicial um campo para busca simples dos ensaios clínicos. Neste campo
(onde está escrito “procurar nos estudos”) é possível digitar o termo desejado para que seja efetuada uma busca nos
ensaios clínicos registrados. Esta é feita como uma busca simples, tanto no título quanto no texto.

Figura 13. Resultado de busca no ReBEC pelo termo “câncer de mama” em janeiro de 2023,
com 116 registros encontrados

Fonte: ReBEC
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Ao abrir o registro, temos acesso a várias informações, como período de recrutamento, intervenção, critérios de
inclusão e exclusão, desfechos primários e secundários e número de registro no Comitê de Ética.

Essas informações podem ser acessadas caso sua busca tenha objetivo de identificar estudos, mesmo que ainda em
andamento e não avaliados por revisores de periódicos. Portanto, a base não é indicada para busca de resultados
de estudos completos que configurem evidência científica já publicada.

O passo a passo de como cadastrar um estudo no ReBEC pode ser acessado no Manual do Registrante, no link
https://ensaiosclinicos.gov.br/pop_rebec.pdf

Para outras opções de base de dados e sites de busca em ATS você pode conferir a tabela da página 445 do
documento “Avaliação de Tecnologias de Saúde & Políticas Informadas por Evidências” de 2017, disponível
neste Link
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Como gerenciar as referências

Quando realizamos buscas em bases de dados, coletamos informações de diversas fontes de referências,
o que pode gerar uma grande quantidade de publicações sobre a temática que estamos estudando. Dessa forma,
torna-se necessário o uso de ferramentas que nos auxiliem no processo de organização dos estudos que irão
compor nosso produto final, seja uma revisão, um protocolo ou um PTC. Atualmente, dispomos de softwares
que gerenciam referências bibliográficas, que são utilizados para buscar e organizar sistematicamente artigos
disponíveis na literatura.15 O uso de programas de gerenciamento também possibilita a localização de referências
duplicadas, além de outras vantagens que justificam sua utilização.16

Ao retomarmos as bases de dados abordadas na Unidade 1, como exemplo a PubMed, vemos que existe uma ação
que indica como citar o artigo selecionado.

Fonte: Elaboração própria.

Quando selecionamos essa ação, temos a abertura de uma caixa sobre a tela com algumas possibilidades:

Fonte: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31171092/
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• copiar a referência do manuscrito no formato mais adequado entre aqueles que a base possibilita escolher, ou
• realizar o download dessa referência para nosso computador.

Caso optemos pelo download da referência, há necessidade da utilização de gerenciadores que irão organizar
o material selecionado, facilitando a execução dessa etapa da pesquisa. Também é possível realizar o download
do texto completo a partir da seleção dos links apresentados na página. Nessa condição, ao selecionarmos cite
teremos a possibilidade de exportar a referência em formatos específicos, de acordo com o gerenciador que
estivermos usando.

Fonte: Science Direct

Na figura anterior, observamos que existem diversas extensões de formato de exportação das referências, como
RIS, BibTex, formato de texto, além de outras, como Nbib (PubMed/MEDLINE) e ENW (EndNote). Conhecer as
extensões de arquivo disponíveis é importante para que saibamos qual gerenciador de referências usar ou qual a
melhor opção do formato de exportação da referência que selecionamos.

Agora que conhecemos as possibilidades de organização das referências, iremos apresentar algumas das
ferramentas de gerenciamento disponíveis e suas principais características.

A extensão RIS (Research Information System) preferencialmente deve ser usada para a importação e
exportação de referências, uma vez que é o formato comum entre os gerenciadores.

Mendeley

Trata-se de um gerenciador de referências lançado em 2008 pelo grupo Elsevier. É uma ferramenta gratuita,
que apresenta versões para desktop e on-line. O Mendeley também é uma rede social, uma vez que permite a
colaboração entre pesquisadores.17

A versão gratuita oferece um espaço de armazenamento de 2Gb, e caso o usuário requeira mais espaço, há
possibilidade de pagamento para acesso premium.
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Para a utilização da ferramenta é necessário um cadastro na página https://www.mendeley.com/reference-

management/reference-manager/. No Quadro 1, apresentamos uma síntese das características gerais do Mendeley.

Quadro 1. Características gerais do gerenciador de referências Mendeley

Sistema operacional compatível Mac, Windows, Linux

Navegadores Internet Explorer/Microsoft Edge, Firefox, Google Chrome, Safari

Plug-ins de navegadores Internet Explorer/Microsoft Edge, Firefox, Google Chrome, Safari

Microsoft Word (Windows e Mac), LibreOffice (Linux, Mac

Integração com editores de texto
e Windows)

BibTex, EndNote, XML, RIS, Nbib (PubMed/MEDLINE), Zotero,

Principais formatos de importação de referências
Mendeley

Disponibilidade off-line Sim

Fonte: Traduzido e adaptado de Ivey & Crum, 2018.17

O aplicativo Mendeley desktop foi descontinuado para downloads em 2022, sendo substituído pelo Mendeley
Reference Manager for desktop. A nova versão não dispõe da funcionalidade para a remoção de duplicatas, o que,
segundo os desenvolvedores, ainda está em processo de aperfeiçoamento. Assim, caso tenhamos o aplicativo
antigo instalado ainda é possível remover duplicatas pela ferramenta. Da mesma forma, a funcionalidade Mendeley
Cite for LibreOffice só está disponível para usuários do aplicativo Mendeley desktop (versão anterior ao Mendeley
Reference Manager for desktop).18

Tanto o aplicativo on-line (web) quanto a nova versão para desktop apresentam interfaces bastante semelhantes,
como podemos observar nas Figuras 14 e 15.

Figura 14. Interface do aplicativo Mendeley Reference Manager for Web

Fonte: https://www.mendeley.com/library/
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Figura 15. Interface do aplicativo Mendeley Reference Manager for Web

Fonte: Autora

A seta vermelha na Figura 15 indica a principal diferença entre os aplicativos: a existência de uma barra de
ferramentas na versão para desktop.

Outra funcionalidade importante do Mendeley é a sincronização (sinal indicado pela seta azul na Figura 15). Ao
utilizarmos essa função, sincronizamos as versões desktop e web do Mendeley, de forma que sua biblioteca
permaneça atualizada em ambas.

Figura 16. Explorando a barra de ferramentas do Mendeley Reference Manager for Desktop

Fonte: Autora
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Na Figura 16, observamos que é possível exportar nossa biblioteca de referências para compartilhamento ou para
uso em outros gerenciadores (files/export all/formato escolhido), de acordo com a extensão do arquivo escolhido
para a exportação. Já a ferramenta tools oferece as funcionalidades de instalar a extensão Mendeley Web Importer
no navegador de internet para salvar referências direto de sites ou bases de dados (Figura 17), ou ainda o Mendeley
Cite for Microsoft Word (Figura 18), que possibilita a inclusão automática de referências em um texto, além de
produzir a lista com o referencial bibliográfico ao final da inclusão das referências no texto.

Figura 17. Exemplo de aplicação do Mendeley Web Importer no navegador Chrome,

a partir da base de dados PubMed

Fonte: Autora

Figura 18. Exemplo de uso do Mendeley Cite for Microsoft Word para a inclusão de referências em textos

Fonte: Autora
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O gerenciador de referências Mendeley apresenta ainda funcionalidades como a organização de bibliotecas de

acordo com os assuntos, a criação de grupos de referências, inserção manual de referências, entre outras.

Essa ferramenta mostra-se um importante instrumento para gerenciar referências; porém, com a mudança da versão
para desktop ainda em desenvolvimento, e aguardando funcionalidades essenciais, como a remoção de duplicatas,
no atual momento talvez não seja a melhor alternativa entre os gerenciadores disponíveis.

Atenção
Você quer saber mais sobre o gerenciador Mendeley?

Acesse a página da Elsevier pesquisa no YouTube onde encontrará tutoriais que ensinam, passo a passo, desde o
registro até o uso das diversas funcionalidades que o gerenciador oferece.

Zotero

Outro aplicativo disponível para gerenciamento de referências é o Zotero. Criado em 2006 por um grupo da
Universidade George Mason, surgiu inicialmente como uma extensão para o navegador Firefox.17 Diferentemente
do Mendeley e do EndNote (que veremos posteriormente), o Zotero é um aplicativo de código aberto e não pertence
a uma empresa como os demais gerenciadores sobre os quais estamos aprendendo. Pelo fato de ser de código
aberto, há possibilidade de colaborações para aperfeiçoamento do Zotero.

Assim como o Mendeley, o Zotero é um aplicativo gratuito e apresenta versões para desktop e de uso pela web.
A versão gratuita disponibiliza 300Mb de espaço para armazenamento e opções pagas de 2Gb, 6Gb ou ilimitada,
caso você queira mais espaço para armazenar seus arquivos.19

Para o cadastro de usuário, você deve acessar a página do Zotero no endereço https://www.zotero.org/.

As características gerais do gerenciador de referências Zotero estão apresentadas no Quadro 2, Características

gerais do Zotero.

Quadro 2. Características gerais do Zotero

Sistema operacional compatível Mac, Windows, Linux

Navegadores Internet Explorer/Microsoft Edge, Firefox, Google Chrome, Safari

Plug-ins de navegadores Internet Explorer/Microsoft Edge, Firefox, Google Chrome, Safari

Microsoft Word (Windows e Mac), LibreOffice (Linux, Mac

Integração com editores de texto
e Windows)

Bibliontology RDF, BibTeX browser bookmarks, Citavi 5 XML, CSL JSON, EndNote
Principais formatos de importação de XML, MAB2, MARC, MARCXML, PubMed/MEDLINE (nbib), MODS, Ovid tagged,
referências Primo normalized XML, PubMed XML, RDF, Refer/BibIX, RefWorks tagged, RIS, Web
of Science tagged, XML ContextObject

Disponibilidade off-line Sim

Fonte: Traduzido e adaptado de Ivey & Crum, 2018.17

 Bases de busca específicas para a área da saúde

As interfaces da versão para desktop e on-line são semelhantes, porém com algumas funcionalidades apenas
disponíveis na versão para computador (Figuras 19 e 20).

Figura 19. Interface do Zotero para desktop

Fonte: Autora

Figura 20. Interface do Zotero para web

Fonte: zotero.org
 Bases de busca específicas para a área da saúde

O Zotero disponibiliza o plug-in Zotero Conector, que consiste em uma extensão para o navegador que permite
a exportação direta de referências de bases de dados e sites para o aplicativo. Como podemos ver na Figura 21,
a seta vermelha indica o ícone do Zotero Conector em páginas que não contenham informações que possam ser
exportadas, onde permanece na cor cinza. Porém, quando estamos em páginas de bases de dados ou sites que
permitam a exportação de referências, o ícone é modificado, conforme apontado com as setas verdes.

Figura 21. Identificação de páginas passíveis de exportar dados para o Zotero

a partir da modificação do ícone do Zotero Conector

Fonte: Elaboração própria.

O Zotero também oferece plug-ins para o Microsoft Word e LibreOffice, que auxiliam na inclusão de referências
durante a digitação. O processo de instalação da extensão é um pouco complicado, mas as possibilidades dessa
funcionalidade compensam. A Figura 22 mostra a interface da extensão do Zotero para o Microsoft Word.

Figura 22. Interface do Microsoft Word com a extensão do gerenciador Zotero

Fonte: Autora.
 Bases de busca específicas para a área da saúde

Agora vamos explorar algumas funcionalidades do Zotero para desktop (Figura 23).

Figura 23. Principais funcionalidades do Zotero para desktop

Fonte: Autora.

Assim como o Mendeley, o gerenciador Zotero para desktop permite a sincronização com a versão web
(on-line) mantendo sua biblioteca sempre atualizada. Também permite a inclusão manual de referências, o que
é útil para referências que não encontramos em bases de dados ou sites, como por exemplo, capítulos de livros.
Outra funcionalidade é a criação de pastas para a organização da biblioteca por temas. Por fim, entre as principais
funcionalidades que destacamos, o Zotero apresenta comando para exclusão de referências duplicadas.
Essa função é muito útil quando estamos preparando uma lista de referências sobre um tema e importamos as listas
de diversas bases de dados. A limitação da função é que não há exclusão automática das duplicatas. O programa
gera a lista e precisamos mesclá-las manualmente, porém a tarefa é simples.

Ao conhecermos o Zotero, fica evidente o quanto essa ferramenta pode auxiliar no processo de organização de
bibliotecas para os estudos que estivermos realizando. Comparado ao Mendeley, o Zotero apresenta a vantagem
da funcionalidade de remoção de estudos duplicados, que ainda não está disponível na versão mais atual do
gerenciador para desktop da Elsevier, sendo assim um aplicativo de primeira escolha quando buscamos por
gerenciadores de referências.

Você quer saber mais sobre o gerenciador Zotero?

Acesse a página do Planeta Zotero, com videoaulas que ensinam, passo a passo, desde a instalação até o
uso das diversas funcionalidades que o gerenciador oferece.
 Bases de busca específicas para a área da saúde

EndNote Web

Por fim, vamos conhecer o EndNote. Esse é o gerenciador de referências mais antigo entre os três que apresentamos.
O EndNote foi criado em 1988 e é propriedade da Clarivate Analytics. O EndNote apresenta uma versão desktop
paga, sendo necessário comprar uma licença para uso da ferramenta, e uma versão web gratuita.

A versão EndNote Web disponibiliza para o usuário cadastrado um espaço de 2Gb de armazenamento. Se você
já tiver algum login em páginas da Clarivate Analytics, como a Web of Science, já terá acesso ao EndNote Web.
Caso não tenha algum desses registros, poderá fazê-lo no endereço: https://www.myendnoteweb.com/.

As características gerais do gerenciador de referências EndNote estão apresentadas no Quadro 3.

Quadro 3. Características gerais do EndNote

Sistema operacional compatível Mac, Windows, Linux

Navegadores Internet Explorer/Microsoft Edge, Firefox, Google Chrome, Safari

Plug-ins de navegadores Internet Explorer/Microsoft Edge, Firefox, Google Chrome, Safari

Microsoft Word (Windows e Mac), LibreOffice (Linux, Mac

Integração com editores de texto
e Windows)

Refer/BibIX, tab delimited, RIS, ISICE, entre outros

Principais formatos de importação de referências

Disponibilidade off-line Sim, para a versão desktop (paga)

Fonte: Traduzido e adaptado de Ivey & Crum, 2018.17

Como o EndNote para desktop somente é acessível mediante a compra de licença, a função de sincronização com
o EndNote Web apenas está disponível quando você tem uma licença do aplicativo pago. Apesar disso, o acesso ao
aplicativo on-line oferece ao usuário muitas funcionalidades.

Então, vamos conhecer a interface do EndNote Web (https://www.myendnoteweb.com/EndNoteWeb.html)

Fonte: Autora.
 Bases de busca específicas para a área da saúde

Como podemos observar, na interface do aplicativo existe um guia de introdução que traz informações sobre as
funcionalidades disponíveis, com links para cada uma delas, facilitando a utilização por parte de novos usuários.

Uma funcionalidade do EndNote Web é a possibilidade de busca em bases de dados pelo próprio aplicativo, como
podemos ver na Figura 24. Os gerenciadores Mendeley e Zotero não apresentam essa função.

Figura 24. Tela de busca em bases de dados do EndNote Web

Fonte: Autora.

O EndNote Web também possibilita ao usuário a remoção de referências duplicadas com uma vantagem sobre os
demais gerenciadores, que é a exclusão automática. Tanto a versão desktop anterior do Mendeley como o Zotero
também executam a identificação de duplicatas, porém é necessário mesclar manualmente essas referências
duplicadas, enquanto o EndNote Web executa automaticamente quando selecionada esta funcionalidade.

A captura de referências na internet também é possível com a extensão do EndNote Web. A extensão para o
navegador é adicionada à barra de favoritos e, quando acionada, abre uma janela para a exportação da referência,
como podemos ver na Figura 25.

Figura 25. Captura e exportação de referências pelo EndNote Web

Fonte: Autora.
 Bases de busca específicas para a área da saúde

De forma similar aos gerenciadores que já conhecemos, o EndNote Web dispõe de um plug-in para o editor de
textos Microsoft Word, sendo que Zotero e Mendeley também apresentam para o editor LibreOffice. Como vimos
nos demais gerenciadores, essa funcionalidade é de grande utilidade quando estamos produzindo um texto, pois
permite a atualização das referências de forma automática à medida que introduzimos novas, permitindo um
excelente ganho de tempo caso tivéssemos que realizar esse procedimento manualmente.

Figura 26. Interface do Microsoft Word com a extensão do gerenciador EndNote

Fonte: Autora.

Assim como os demais gerenciadores de referências que conhecemos nesta unidade, o EndNote Web representa
um importante instrumento para organizar as referências que utilizamos em nossos estudos. A maior desvantagem
do EndNote Web é a versão paga para desktop, o que é um limitador de acesso à ferramenta, impedindo o trabalho
quando porventura estejamos off-line, sem acesso à versão web do aplicativo.

Você quer saber mais sobre o gerenciador EndNote Web?

Acesse o curso sobre o gerenciador no canal da Biblioteca da UFSC, que traz muitas informações sobre o
uso das diversas funcionalidades que o gerenciador oferece.

Ao final nos perguntamos: qual gerenciador de referências devo usar?

Pelas características que conhecemos do Mendeley, Zotero e EndNote Web, vimos que apresentam
vantagens e desvantagens. Assim, o melhor gerenciador é aquele com o qual você melhor se adaptar e tiver
mais facilidade em usar.

O importante é usá-los como um potente auxiliar na condução da sua pesquisa.