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Etapas básicas conforme o documento Diretrizes metodológicas: elaboração de revisão sistemática e meta-análise
de ensaios clínicos randomizados, publicado em 20212.
Resumo estruturado: Neste item, deve-se incluir uma introdução, objetivos, fontes de dados, os critérios de
elegibilidade, participantes e intervenções, avaliação do risco de viés dos estudos incluídos e síntese de métodos,
resultados, limitações, conclusões, achados principais e número de registro do protocolo da RS.
Introdução: Contextualizar o tema em estudo, incluindo todos os fatores relevantes para a pergunta de
pesquisa, justificando a sua elaboração. É importante descrever a condição de saúde e a intervenção de
interesse, incluindo uma síntese das evidências existentes. Havendo alguma RS já publicada, esta deve ser
referenciada na introdução, sendo que os autores precisam especificar de que forma a nova revisão contribuirá para
aumentar o conhecimento e preencher as lacunas identificadas na literatura científica.
Objetivo: Deve ser claro e alinhado aos elementos da pergunta PICO que se pretende responder.
Métodos: Identificar se o protocolo da RS foi publicado e/ou registrado fornecendo essas informações e definir
a questão de pesquisa com clareza e objetividade, conforme os componentes do acrônimo PICO.
É preciso atentar para que os critérios de elegibilidade estejam em consonância com os elementos da pergunta
PICO, além de terem sido definidos a priori e registrados no protocolo da RS.
A busca por estudos precisa ser abrangente, sensível e sistematizada, observando-se os critérios de
elegibilidade que nortearão a decisão pela inclusão ou não dos estudos da RS. Após a seleção dos estudos,
realiza-se a busca de todos os documentos adicionais referentes aos estudos incluídos, ao registro, aos
resumos publicados, aos protocolos, às erratas, às cartas, ao material suplementar e às informações de agência
reguladora, se houver.
Também se deve avaliar o risco de viés, ou seja, investigar o quanto os ECRs incluídos procuraram excluir ou
minimizar vieses no seu delineamento, execução e análise dos dados que possam ter afetado a validade
interna e a confiança dos seus achados.
Na síntese dos resultados, deve-se avaliar se será ou não realizada uma síntese quantitativa dos resultados
de dois ou mais estudos por meio de uma metanálise, ou se o mais apropriado será realizar uma síntese
narrativa. Outro processo importante na realização das RSs é a investigação da presença de heterogeneidade,
uma vez que isso permite avaliar o quanto os resultados dos estudos são consistentes entre eles. Uma análise
de sensibilidade também precisa ser conduzida para avaliar o quão robustos são os achados da RS.
Além disso, deve-se considerar o impacto do viés de publicação nos resultados e avaliar a qualidade da evidência,
que diz respeito ao grau de confiança que se pode ter em uma determinada estimativa de efeito.
Como elaborar uma revisão sistemática
Em outras palavras, a qualidade da evidência refere-se à confiança no resultado gerado pelo conjunto
de evidências acerca do desfecho em questão. Para a avaliação da qualidade/certeza é recomendado o uso do
sistema GRADE. Esse sistema classifica as evidências em alta, moderada, baixa ou de muito baixa qualidade,
levando em conta todos os fatores que determinam o quão confiáveis são os resultados.
Resultados: Identificar quantos estudos foram elegíveis no processo de seleção, quantos foram incluídos
na RS e qual o número de estudos em andamento. Para tanto, sugere-se o uso de um fluxograma
de seleção.
Insira, de forma resumida, as informações relevantes dos estudos incluídos, abordando cada componente
do PICO. Recomenda-se o uso de um quadro que apresente os dados extraídos com relação à caracterização
dos estudos incluídos. Neste mesmo sentido, recomenda-se que a avaliação do risco de viés dos estudos
incluídos também seja apresentada em formato de quadro, incluindo as respostas para cada pergunta
sinalizadora dos domínios, o julgamento do risco de viés de cada domínio, com o suporte do julgamento para
aumentar a transparência do processo de avaliação.
Cabe ressaltar que os resultados da RS precisam ser apresentados de forma ordenada e sistematizada,
evidenciando os resultados de cada estudo incluído e/ou metanálise de todos os desfechos e comparações
especificadas no PICO.
Conforme Brasil3 (2014, p. 19), “o GRADE é um sistema desenvolvido por um grupo colaborativo de pesquisadores
que visa à criação de um sistema universal, transparente e sensível para graduar a qualidade/certeza
das evidências e a força das recomendações.
Atualmente, mais de 80 instituições internacionais utilizam o GRADE, entre elas a Organização Mundial da
Saúde, o National Institute for Health and Clinical Excellence, a SIGN, o Centers for Disease Control And Prevention
e a colaboração Cochrane”.
Discussão: Inicia-se apresentando um resumo sobre os principais achados, evitando a repetição do que foi descrito
nos resultados. É importante apresentar os pontos fortes e possíveis limitações da RS. A comparação com outros
estudos na literatura também é essencial, já que possibilita demonstrar o quanto os resultados corroboram ou
contrapõem os achados de RSs previamente publicadas.
Como elaborar uma revisão sistemática
Conclusão: Aqui, deve-se orientar decisões sobre futuras pesquisas a serem realizadas sobre a intervenção
ou condição pesquisada e discutir aspectos metodológicos, como por exemplo: de que modo os futuros
ensaios clínicos devem ser realizados; a necessidade de amostras mais robustas; melhor descrição
das intervenções ou tempo de seguimento maior dos pacientes. Ainda, realizar uma interpretação geral
da evidência, com informações para ajudar na tomada de decisão clínica e política. As implicações para
a prática devem ser redigidas de forma objetiva e clara, sempre restritas aos resultados encontrados
na revisão.