Você está na página 1de 709

TEMA 05

AGUAS RESIDUALES
MORFOMETRIA DA PALMA FORRAGEIRA (OPUNTIA FÍCUS INDICA L.MILL),
CULTIVADA COM ESGOTO DOMÉSTICO NO NORDESTE BRASILEIRO

MORPHOMETRY OF CACTUS PEAR (OPUNTIA FICUS INDICA L.MILL) GROWN


WITH SEWAGE SLUDGE IN NORTHEASTERN BRAZIL

Pedro Alves da Silva Filho1*


Ronaldo Stefanutti2

Abstract
The research aimed to evaluate the performance of sewage treatment plants septic tanks
anaerobic - type filters in the State of Rio Grande do Norte , using the technique of surface runoff
as post - treatments , with spineless cactus ( Opuntia ficus -indica ( L. ) Mill ) and plant species
grown on the slopes of runoff . The survey was conducted in Santa Maria WWTP , located in the
municipality of Santa Maria / RN . The ramps have slopes runoff of 2 %, 4% and 8% with 30 feet
long and 10 feet additional 8% of the ramp. The liquid was applied on the ramps sanitary
sewage, with primary treatment and secondary treatment. The application rates of sewage tested
were 0.20 m³ / h.m , 0.30 m³ / m³ and 0.4 h.m / hm For morphometric parameters , spineless
cactus grew within the limits found by the technical literature for the length , number of cladodes
, width, thickness , and height of the cladodes , with application rates of sewage from 0.40 m³ /
hm and slope of the 2 % that showed better results .
Keywords: Application rate, forage cactus, ramps flow.

1
Universidade Federal de Roraima – UFRR/Brasil. Endereço para correspondência: Pedro Alves da Silva Filho - Rua Raimundo
Filgueira, 742 – Buritis – Boa Vista/RR - CEP: 69309-221 - Brasil - Tel: +55 (84) 99549646 - e-mail:
pedroasfilho@yahoo.com.br.
2
Universidade Federal do Ceará – UFC/Brasil.

1
Resumo
A pesquisa teve como objetivo avaliar o desempenho de ETEs do tipo fossas sépticas-filtros anaeróbios localizados
no Estado do Rio Grande do Norte, usando como pós-tratamentos a técnica de escoamento superficial, tendo a palma
forrageira (Opuntia fícus-indica (L.) Mill) como espécie vegetal cultivada nas rampas de escoamento superficial. A
pesquisa foi realizada na ETE Santa Maria, localizada no município de Santa Maria/RN. As rampas de escoamento
superficial tiveram inclinações de 2%, 4% e 8% com 30 metros de comprimento e 10 metros adicionais na rampa de
8% . O líquido aplicado nas rampas era esgoto sanitário in natura, com tratamento primário e com tratamento
secundário. As taxas de aplicação de esgoto testadas foram 0.20m³/h.m, 0.30m³/h.m e 0.4m³/h.m. Para os parâmetros
de morfometria, a palma forrageira teve crescimento dentro dos limites encontrados pela literatura técnica, para o
comprimento, número de cladódios, largura, espessura e altura do cladódio, sendo as taxas de aplicação de efluentes
de 0.40m³/h.m e declividade de 2% as que mostraram melhores resultados.

Palavras-chave: Taxa de aplicação, palma forrageira, rampas de escoamento.

Introdução

A aplicação do esgoto doméstico sobre a superfície do solo como processo de tratamento possibilita a remoção dos
poluentes por meio de mecanismos de ordens física (sedimentação, filtração, radiação, volatilização e desidratação),
química (oxidação e reações químicas, precipitação, adsorção e troca iônica) e biológica (absorção, biodegradação e
predação). Além do efeito depurador do esgoto, essa prática proporciona o suprimento de água para as culturas e a
adição de matéria orgânica no solo.

A pesquisa teve como objetivo estudar a eficiência do conjunto “fossa séptica-filtro anaeróbio”, tratando esgoto
predominantemente doméstico numa localidade em escala real no Rio Grande do Norte. E, como técnica de pós-
tratamento, faz-se uso do escoamento superficial, usando o efluente pré-tratado como prática de reúso agrícola, no
cultivo da palma forrageira, vegetação comum e características de regiões semiáridas no nordeste brasileiro.

O tanque séptico é um dispositivo de tratamento primário de esgoto que surgiu no século XIX na França, quando
Jean Louis Mouras observou que o volume de sólidos acumulado por mais de uma década em um tanque de
alvenaria era muito menor do que ele havia imaginado. Baseando-se nas descobertas de Pasteur, ele acreditava que a
redução no volume da matéria sedimentável era decorrente da atividade bacteriana que produzia liquefação e
gaseificação dos sólidos orgânicos, em ambiente anaeróbio, num processo denominado de “fermentação”
(ANDRADE NETO, 1997).

De acordo com Young e McCarty (1969), o filtro anaeróbio é um tipo de reator empregado no tratamento de esgotos
que se caracteriza pela presença de um material suporte estacionário e inerte ao qual a biomassa adere ou fica retida
nos interstícios, formando um biofilme que degrada o substrato contido na água residuária.

O filtro anaeróbio ascendente é basicamente uma unidade de contato, na qual os esgotos passam através de uma
massa de sólidos biológicos contidos dentro do reator. A biomassa retida neste pode se apresentar sob três formas
distintas (CHERNICHARO, 2007), a saber:
 Na forma de uma fina camada de biofilme aderido às superfícies do material de suporte;
 Na forma de biomassa dispersa retida nos interstícios do material de suporte; e,
 Na forma de flocos ou grânulos retidos no fundo falso, abaixo do material de suporte.
A prática de aplicar águas residuárias urbanas no solo possui origens bastante remotas. Os primeiros registros
de tal prática datam de épocas da Era Cristã, na Grécia Antiga, quando o esgoto era utilizado para a irrigação na
agricultura. Com o passar do tempo e com a evolução das técnicas, a aplicação de esgoto no solo passou a ser
utilizada em fazendas na Alemanha (século XVI) e Inglaterra (século XVII) também com o objetivo de beneficiar a
agricultura (NUCCI et al., 1978).

2
Nenhuma literatura traz dados da aplicação dessa técnica usando-se a palma forrageira cultivada em rampas, tendo
como reserva hídrica esgoto doméstico.

A palma forrageira (Opuntia fícus-indica (L.) Mill) é uma espécie de múltiplos usos, nativa do México, país que a
explora desde o período pré-hispânico, detendo a maior riqueza de cultivares (REYES-AGUERO et al., 2005).
Dotada de mecanismos fisiológicos que a tornam uma das plantas mais adaptadas às condições ecológicas das zonas
áridas e semiáridas do Mundo, a palma forrageira se adaptou com relativa facilidade ao semiárido do Nordeste
Brasileiro.

Para Duque (1980), os primeiros esforços para a disseminação da palma no Semiárido Nordestino se deram por volta
de 1930. Durante a seca de 1932, por iniciativa do Ministério da Viação e Obras Públicas, foi o seu cultivo
disseminado do Piauí à Bahia, tratando-se do primeiro trabalho de difusão da cultura.

A palma é cultivada principalmente visando à subsistência da pecuária nas regiões semiáridas de todo o Nordeste do
Brasil, onde existe a maior área cultivada do Mundo, estimada em 500 mil hectares, distribuídos nos Estados da
Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte (LOPES et al., 2007).

Material e Métodos

A área de estudo compreende o município de Santa Maria, no estado do Rio Grande do Norte (Brasil). Esse
município situa-se na Microrregião do Agreste Potiguar, abrangendo uma área territorial de 219.567 km², distante da
capital cerca de 57 km, sendo seu acesso, a partir de Natal, efetuado através da rodovia pavimentada BR 304, Figura
01.

Santa Maria/RN Microrregião – Agreste


Potiguar

Figura 1. Localização do Município onde ocorreu a pesquisa – Santa Maria/RN.

A ETE é gerenciada pela CAERN (Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte), órgão responsável pela
gestão de água e esgoto do estado do Rio Grande do Norte. A pesquisa foi conduzida no período de outubro de 2010
a novembro de 2012. As análises físico-química e bacteriológica foram realizadas no Laboratório de Monitoramento
da Qualidade de Águas e Efluentes – CAERN, em Natal/RN.

3
O sistema de tratamento recebe esgoto bruto doméstico proveniente da parte central do município de Santa
Maria/RN, totalizando uma população equivalente de 1.500.00 habitantes ou 49% da população, com uma
contribuição afluente média de 6.05L/s ou 522.72 m3 / dia ou 21.78m³/h, considerando uma carga orgânica per capita
de 54 g/hab.dia. Nesta pesquisa, os componentes da referida estação, estão detalhados na Figura 2.

As características físicas da ETE Santa Maria estão detalhados na Tabela 1. Para o pós-tratamento, as rampas foram
construídas com declividades de 2%, 4% e 8% e distâncias entre elas de 1.0m. As fossas sépticas em alvenaria e
concreto armado e os filtros anaeróbios de fluxos ascendentes tiveram como material de enchimentos o uso de brita
4, intercalados entre duas camadas de 25cm, com uma camada de casca de coco (70cm). O solo para
acondicionamento nas respectivas rampas de escoamento superficial foi classificado como LUVISSOLO
Planossólico, bem drenado, poroso, baixo teores de matéria orgânica, distrófico de textura argilo-arenosa
(EMBRAPA, 1999; EMBRAPA/SUDENE, 1979).

Figura 2. Planta baixa e perspectiva dos sistemas de tratamento de esgoto – ETE Santa Maria.

Essa mesma análise de solo serviu para as etapas seguintes (2ª e 3ª), uma vez que a cada término de etapa todo o
solo, inclusive as tubulações afluentes, era retirado e substituído por outro material.

Tabela 1. Características físicas da ETE Santa Maria – Santa Maria/RN

4
Fossa Filtro Escoamento Superficial
Dados/Tipos
Séptica Anaeróbio Rampa 1 Rampa 2 Rampa 3
Área(m²) 87.02 116.00
Volume (m³) 121.82 162.40
Comprimento (m) 11.45 11.60 30.00 30.00 40.00
Largura (m) 3.80 5.00 4.00 4.00 4.00
Profundidade (m) 2.80 2.80 0.80 0.80 0.80
Quantidade (unid.) 2.00 2.00 1.0 1.0 1.0
Declividade (%) 2.0 4.0 8.0

Considerou-se o tempo útil para a pesquisa - 2 (dois) anos e 2 (meses) aproximadamente -, que foi iniciada em
outubro/2010 e finalizada em dezembro/2012. A realização da pesquisa deu-se em três etapas, conforme mostra a
Tabela 2:

Antes da implantação do experimento, fez-se a limpeza da área, com uso de trator tipo D-4, período este que foi
realizado simultaneamente ao monitoramento do esgoto afluente ao sistema de tratamento (fossas sépticas + filtros
anaeróbios).

Tabela 2. Cronograma de desenvolvimento da pesquisa na ETE Santa Maria


Divisão Monit. Descanso
Configuração Adotada Início Término Nº Mês
Pesquisa (Qte Mês) (Qte mês)
Esgoto Bruto
1ª +
Jan/2011 Jul/2011 7.00 1.00 8.00
ETAPA Escoamento Superficial

Tratamento Primário
(Fossas Sépticas)

+ Set/2011 Mar/2012 7.00 1.00 8.00
ETAPA
Escoamento Superficial

Tratamento Secundário
(Fossas Sépticas + Filtros
3ª Anaeróbios)
Mai/2012 Nov/2012 7.00 1.00 8.00
ETAPA +
Escoamento Superficial

A vegetação usada na pesquisa foi a palma forrageira (Opuntia fícus-indica (L) Mill), oriundas de Senador Eloy de
Souza- RN, distante 45km do experimento, onde, após pré-seleção, permaneceram em repouso, à sombra, por 15
dias. As mudas foram distribuídas nas parcelas em função dos espaçamentos experimentais ao longo da rampa, na
quantidade adequada, em função do espaçamento a seguir: 29 fileiras de 3 cladódios (1.00m x 1.00m), para as
rampas I e II e 39 fileiras de 3 cladódios (1.00m x 1.00m), para a rampa III. As raquetes foram plantadas dentro das
rampas, dispostas uma após a outra, no sentido leste-oeste, distanciadas conforme o espaçamento definido para cada
tratamento e com 50% do seu comprimento enterradas ao solo.

5
A frequência de aplicação do esgoto bruto foi de cinco dias por semana, com um período de aplicação de 8 horas/dia
(das 8h às 16h - horário de expediente de trabalho na estação). As rampas receberam taxas de aplicação de 0.20
m3/h.m; 0.30 m3/h.m e 0.40 m3/h.m. Os pontos de coleta do efluente bruto foram na caixa que antecede a entrada nas
fossas sépticas, feitos durante todo o mês de outubro/2010 e nas demais etapas, para caracterização desse efluente.
Para os efluentes pré-tratados, os pontos de coleta foram feitos na 2ª e 3ª Etapa, imediatamente nos orifícios de saída
da tubulação de alimentação localizada no início das rampas, e ao longo do comprimento da rampa - aos 10m, 20m e
nas calhas coletoras de efluentes escoados pelas rampas (30m para as rampas 1 e 2 e 40m para a rampa 3).

As amostragens compostas foram coletadas no intervalo de operação da ETE (das 8h às 16h), totalizando 4 (quatro)
amostras/rampa e um total de 12 (doze) no sistema de escoamento superficial, 1 (uma) de esgoto bruto e 1 (uma) de
efluente da fossa séptica. As coletas das amostras na ETE Santa Maria, nos pontos e horários supracitados, foram
realizadas 1 (uma) vez por semana (dias e horários alternados), 4 (quatro) amostragens/mês, sempre a partir do 2º
ao 7º mês de cada Etapa.

As coletas de dados para as análises obedeceram a 2 (dois) momentos, a saber: com 105 dias após o plantio (DAP); e
com 210 dias após (DAP). O cladódio escolhido para a realização da coleta estava sadio e sustentava de um a mais
cladódios. Foram coletadas 15 amostras em cada rampa, perfazendo um total de 45 amostras/etapa, com
aproximadamente 25 g de matéria verde cada, para avaliação das medidas morfológicas. Após a coleta, as amostras
foram fatiadas e colocadas para secar em estufa de circulação forçada a 65°C por 72 horas. Efetivada a secagem, as
amostras foram moídas em moinho tipo Willey, com peneira com crivos de 1mm, identificadas e acondicionadas em
potes plásticos e posteriormente enviadas ao Laboratório de Solos da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio
Grande do Norte (EMPARN), para a realização das análises.

A determinação dos parâmetros de crescimento da palma forrageira foi realizada nos mesmos momentos
supracitados para as determinações das medidas morfométricas foram realizadas as medições de comprimento (C CL),
largura (LCL) e espessura dos cladódios (ECL); número de cladódios (NCL) e altura da planta (APL). As medições de
altura da planta, comprimento e largura dos cladódios foram realizadas com o auxílio de uma fita métrica e a
espessura, com o auxílio de um paquímetro digital. As áreas dos cladódios (ACL) foram estimadas com os dados
obtidos de largura e comprimento, conforme metodologia descrita por Pinto et al. (2002).

Resultados e Discussões

Diversos autores avaliaram a morfometria da planta de palma forrageira em diferentes situações de adubação e
combinações de espaçamentos. Na presente revisão, contudo, não constam trabalhos exclusivamente com
fertirrigação com efluentes domésticos, o que determinou fazerem-se as comparações com os dados que mais se
aproximam da realidade estudada neste trabalho.

Número de cladódios por planta

Para número de cladódios por planta avaliados aos 105 DAP e 210 DAP, em palma forrageira, ocorreu interação
(P<0.05) entre espaçamentos de plantio utilizado e as taxas de aplicação adotadas para cada uma das etapas
estudadas. O número médio de cladódios por planta foi de 3.21 e 3.91, para os períodos 105 DAP e 210 DAP,
respectivamente. O espaçamento utilizado em todas as etapas foi de (1.00 x 1.00)m.

As maiores médias de número de cladódios, para os ciclos de 105 DAP e 210 DAP, foram 3.80 e 4.25,
respectivamente, sendo encontradas ambas na 1ª Etapa, cuja taxa de aplicação foi de 0.40m³/h.m e cuja rampa
apresentava declividade de 2%. As maiores concentrações médias do número de cladódios surgiram na 1ª etapa de
cada ciclo avaliado - as etapas seguintes apresentaram números timidamente menores que o apresentado na 1ª Etapa.
A melhor eficiência apresentada nesta pode ser decorrente da elevada concentração de nutrientes, uma vez que o
efluente é oriundo de esgoto bruto e características predominantemente domésticas e também da pequena
declividade, o que poderia ter contribuído para uma melhor infiltração do efluente no solo, incorporando-o na
vegetação.

6
Andrade (2009), estudando a evolução do crescimento da palma forrageira (Opuntia ficus), com diferentes
espaçamentos e usando adubação do solo com farinha de osso, no município de Teixeiras/PB, e declividade de 15%,
encontrou para os mesmos períodos avaliados valores médios de números de cladódios por planta de 4.13 a 4.74.

Almeida (2011) encontrou para a palma gigante aos 24 meses de idade, no espaçamento de 1.0 x 0.25 m, sem
adubação e com 30 mg ha-1 ano-1 de esterco bovino, o número médio de 12.5 e 16 cladódios por planta,
respectivamente. Donato (2011), estudando as características morfológicas da palma forrageira sob diferentes
espaçamentos e doses de esterco em Guanambi/BA, encontrou para 30 mg ha -1 ano-1 e espaçamento de (1.00 x
0.50)m, 25.3 cladódios, em avaliação realizada aos 600 DAP, quantidade 118% superior aos resultados de Peixoto
(2009).

Amorim (2011), cultivando variedades de palmas forrageiras no espaçamento (1.00 x 0.50)m, com uso de calcário
dolomítico encontrou 2.5 cladódios na avaliação aos 600 DAP, valor este inferior ao encontrado por Donato (2001),
usando o mesmo espaçamento e doses de esterco. Silva (2012), cultivando a palma “cv. Gigante”, com espaçamento
de (1.00 x 0.50)m e adubo químico tipo NPK, encontrou aos 620DAP, 13 cladódios.

Comprimento do cladódio

Para o comprimento médio do cladódio avaliado aos 105 DAP e 210 DAP, em palma forrageira, não houve
diferenças entre o espaçamento de plantio utilizado, uma vez que o espaçamento adotado foi único - (1.00x1.00)m -,
mas houve entre as taxas de aplicação dos efluentes no solo (P<0.05). Para Silva (2009), o comprimento do cladódio
é maior em cladódio primário e decresce em função do aparecimento de outras ordens de cladódios.

A média geral dos tratamentos para comprimento dos cladódios foi de 20.10cm e 23.93cm aos 105 DAP e 210 DAP.
Pode-se observar nessa Tabela que o comprimento dos cladódios tiveram uma tendência de crescimento crescente,
na medida em que houve as mudanças de taxas de aplicação. Como a pesquisa foi desenvolvida em 3 (três) Etapas,
com efluentes oriundos de pré-tratamentos diferenciados, não houve valores médios distantes das taxas de aplicação
adotadas (0.20m³/h.m; 0.30m³/h.m e 0.40m³/h.m). Somente na taxa de 0.20m³/h.m aos 105 DAP foi que o valor
médio encontrado de 19.65cm ficou abaixo das taxas seguintes – 20.33cm.

O comprimento do cladódio é uma característica pouco influenciada pelo manejo, mas dependente do genótipo. Nos
estudos de Peixoto (2009), em plantas adubadas com 20 mg ha-1 de esterco, o comprimento dos cladódios atingiu
29,2 cm, aos 720 DAP.

Ferreira et al. (2003) encontraram para a “cv. Gigante” valores médios de 33.6 cm para comprimento do cladódio de
1ª, 2ª e 3ª ordem aos 720 DAP, cultivado no espaçamento de (1.0 x 0.5) m.

Largura do cladódio

A largura dos cladódios avaliada aos 105 DAP e 210 DAP, em palma forrageira, não diferiu estatisticamente, a 5%
de probabilidade, nem entre o espaçamento de plantio utilizado, nem entre as taxas de aplicação aplicadas ao solo, e
tampouco teve efeito de interação entre os fatores estudados. Aos 105 DAP e 210 DAP, a largura média dos
cladódios foi de 12.31cm e 13.60cm, respectivamente. A largura dos cladódios se manteve praticamente constante,
independentemente das diferentes taxas de aplicação adotadas e do espaçamento utilizado para plantio, que foi único
para as três Etapas da pesquisa, ou seja, (1.00 x 1.00)m. A média geral da largura do cladódio, de 12.31cm a
13.60cm, está de acordo com dados encontrados por outros autores que trabalharam com a cultura determinando as
suas características morfométricas. Sales et al. (2006) comentam que, além da genética da planta, as oscilações
climáticas exercem influência na largura e no comprimento dos cladódios, afetando, desse modo, a produção.

7
Andrade (2009) mediu, aos 510 DAP, a largura média dos cladódios e encontrou 17.4 cm para a “cv. Gigante”,
adubada com doses de fósforo de 25; 34; 42 e 50 kg ha -1 de P e 40 mg ha-1 de esterco bovino.

Espessura do cladódio

Ocorreu interação (P<0.05) entre o espaçamento de plantio utilizado e as taxas de aplicação de efluentes aplicadas ao
solo, para a espessura dos cladódios de palma forrageira, avaliada aos 105 DAP e 210 DAP.

As espessuras médias dos cladódios encontradas foram de 12.70 mm e 16.55mm, para os ciclos de 105 DAP e 210
DAP, avaliadas para o espaçamento único usado (1.00 x 1.00)m e as taxas de aplicação de efluentes variando de
0.20m³/h.m a 0.40m³/h.m. A maior espessura de cladódio de palma forrageira, em valor médio, foi registrada na 3ª
Etapa, com esgotos oriundos de pré-tratamento por meio de fossas sépticas e filtros anaeróbios, sendo 13.58mm para
taxa de aplicação de 0.40m³/h.m e declividade de 4% aos 105 DAP, e de 18.21mm, com taxa de aplicação de
0.40m³/h.m e declividade de 8% aos 210 DAP, respectivamente.

Altura da planta

Foi observada uma diferença (P<0.05) na altura da planta de palma forrageira tipo Opuntia ficus, entre o
espaçamento de plantio utilizado (1.00 x 1.00)m e taxas de aplicação de efluentes (Tabela 7). A média para a altura
da planta foi de 42.21cm e 58.57cm para os ciclos de 105 e 210 DAP. A palma forrageira cultivada sob espaçamento
(1.0 x 1.0) m e taxa de aplicação 0.40m³/h.m apresentou maior altura média – 42.91cm e 58.96cm -, comparada às
outras duas de 0.20m³/h.m e 0.30m³/h.m. Isto ocorreu devido ao arranjo das plantas nos tratamentos. As plantas
foram mais altas quando a disposição delas foi mais uniforme na superfície do solo - caso da taxa de aplicação
0.40m³/h.m e declividade de 2%, em que as plantas se encontram equidistantes, em detrimento do arranjo em fileiras
únicas em que, apesar da área por planta ser a mesma, as plantas se encontram mais próximas. Isto pode aumentar a
competição por luz e, consequentemente, o estiolamento das plantas.

Conclusões

O sistema proposto foi eficiente na remoção da matéria orgânica, de coliformes termotolerantes e, medianamente, na
remoção de nutrientes. Os resultados obtidos encontram-se dentro dos limites estabelecidos pela lei ambiental
vigente para a prática de reúso de cultura com irrigação restrita. Com base nos resultados experimentais obtidos,
pode-se concluir que:

 a palma forrageira, para os parâmetros de morfometria, apresentou crescimento dentro dos limites
encontrados pela literatura técnica, para o comprimento, número de cladódios, largura, espessura, IAC e
altura do cladódio, tendo a taxa de aplicação de efluentes de 0.40m³/h.m e declividade de 2% a que mostrou
melhores resultados. A produtividade da palma forrageira teve valores um pouco abaixo dos limites
encontrados na literatura. Isto pode ser explicado pelo período de corte que foi realizado em duas épocas:
aos 105 DAP e 210 DAP.

 o uso de efluentes em cultivo de palmas influenciou o aumento do número de cladódios por planta de palma
forrageira, principalmente nos menores espaçamentos. Os maiores espaçamentos entre plantas,
independentemente da dose de adubo ou taxas de aplicação de efluentes, proporcionaram as menores
estimativas de produtividade;

Agradecimentos:

 Universidade Federal do Ceará – UFC


 Fundação Cearense de Amparo à Pesquisa - FUNCAP
 Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico – CNPq/Capes
 Prefeitura Municipal de Santa Maria/RN

8
 Companhia de Água e Esgoto do Rio Grande do Norte - CAERN

Referências Bibliográficas

Almeida, Jorge de. (2011) A palma forrageira na região semiárida do estado da Bahia: diagnóstico, crescimento e produtividade.
Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e
Biológicas Cruz das Almas – BA, 95f.
Amorim, Philipe Lima de. (2011) Caracterização morfológica e produtiva em variedades de palma forrageira. Dissertação
(mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal de Alagoas. Centro de Ciências Agrárias. Rio Largo/AL, 54 f.
Andrade, R., L. (2009) Evolução do crescimento da palma forrageira (Opuntia fícus – indica Mill) em função do adensamento e
adubação com farinha de osso no solo. 40f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia– Sistemas Agrossilvipastoris),
Universidade Federal de Campina Grande, Patos-PB.
Andrade Neto, C. O. (1997) Sistemas simples para tratamento de esgotos sanitários: experiência brasileira. Rio de Janeiro:
ABES.
Cerqueira, R. S. (2004) Pós-tratamento de efluente de lagoa anaeróbia por escoamento superficial no solo. Dissertação de
Mestrado, Universidade Estadual de Campinas. Campinas/SP, 172p.
Silva, J.A. Palma forrageira cultivada sob diferentes espaçamentos e adubações química. (Tese – Doutorado em Zootecnia, Área
de Concentração em Produção de Ruminantes ). Itapetinga-BA: UESB, 2012. 87 f.
Silva, G. M.; GOMES, E. S.; GÓIS, R. L. T.; MOTA, L. F. M.; SOUZA, N. O. B.; MARTUSCELLO, J. A.; CUNHA, D. N. F.
V.; Correlações do peso com medidas de comprimento, largura, espessura, área e volume de cladódios de Palma
forrageira cultivar Miúda. In.: Congresso Brasileiro de Zootecnia. Maceió – Alagoas, 2011.

9
OXIDACIÓN DE MATERIA ORGÁNICA EN AGUA RESIDUAL CON UN
SISTEMA TIPO FENTON CON CLINOPTILOLITA MODIFICADA CON
HIERRO

OXIDATION OF ORGANIC MATTER IN WASTEWATER WITH THE FENTON


REACTION WITH CLINOPTILOLITA DOPED WITH IRON

Sofía Hernández Ramírez 1


Margarita Beltrán Villavicencio 1
Maribel Velasco Pérez 1*
Abelardo González Aragón1

Abstract
Wastewater treatment can help to lessen the stress over water resources and reduce their contamination. This
work evaluates the feasibility of oxidizing organic matter in real wastewater with a Fenton system catalyzed
with clinoptilolite doped with iron. Experimentation was carried out, with real wastewater from the
Universidad Autónoma Metropolitana Unidad Azcapotzalco, in the following stages: doping of the natural
zeolite with a 0.02 M Fe solution; textural characterization of the natural and doped clinoptilolite;
physicochemical characterization of the wastewater before and after the oxidation processes; and evaluation
of oxidation efficiency of organic matter in columns packed with a) clinoptilolite (1000 mg/L H2O2), b)
clinoptilolite doped with iron (1000 mg/L H2O2) and c) clinoptilolite doped with iron (10000 mg/L H2O2). The
main results are: concentration of Fe increased from 0.56 to 9.75% w/w in the clinoptilolite doped with Fe,
the superficial area decreased from 28.36 to 20.60 m 2/g and the porous diameter increased from 22.78 to
36.72 nm; the oxidation efficiency of organic matter was between 75.2 and 82.9 % for the natural
clinoptilolite, between 4.1 and 43.9 % for the clinoptilolite doped with Fe and 1000 mg/L H 2O2, and between
0 and 3.7 % for the clinoptilolite doped with iron and 10000 mg/L H 2O2. It was concluded that Fe content and
superficial area of the clinoptilole could have an effect on the generation of hydroxyl radicals and high
concentrations of H2O2 could inhibit their generation.

Key Words: Clinoptilolita, Clinoptilolite Doped with Iron, Oxidation of Organic Matter, Wastewater

1
Departamento de Energía, Universidad Autónoma Metropolitana Unidad Azcapotzalco
* Departamento de Energía, Universidad Autónoma Metropolitana Unidad Azcapotzalco. Avenida San Pablo 180, Col.
Reynosa-Tamaulipas, Del. Azcapotzalco, México D. F. CP 02200. México. Email: mpv@correo.azc.uam.mx Tel. +52
(55) 5318 9057
1
Resumen
El tratamiento de aguas residuales puede reducir el grado de presión sobre el recurso hídrico y la
contaminación de éste. En este trabajo se evaluó la factibilidad de oxidación de materia orgánica en agua
residual real utilizando un sistema Fenton con clinoptilolita modificada con hierro. La experimentación se
realizó, con agua residual de la Universidad Autónoma Metropolitana Unidad Azcapotzalco, en las siguientes
etapas: modificación de la zeolita natural con una solución de hierro 0.02 M; caracterización textural de la
clinoptilolita natural y modificada; caracterización fisicoquímica del agua residual antes y después del
proceso de oxidación; y evaluación de la eficiencia de oxidación de materia orgánica en columnas empacadas
con a) clinoptilolita (1000 mg/L de H2O2), b) clinoptilolita modificada con hierro (1000 mg/L de H2O2) y c)
clinoptilolita modificada con hierro (10000 mg/L de H 2O2) . Entre los principales resultados se tiene que: en
la clinoptilolita modificada la concentración de Fe aumentó de 0.56 a 9.75 % m/m, el área superficial (S BET)
disminuyó de 28.36 a 20.60 m2/g y el diámetro de poro aumentó de 22.78 a 36.72 nm; la eficiencia de
oxidación de materia orgánica estuvo entre 75.2 - 82.9% para la clinoptilolita natural, entre 4.1 - 43.9% para
la modificada con hierro y 1000 mg/L de H2O2 y entre 0 – 3.7 % para la modificada con hierro y 10000 mg/L
de H2O2. Por lo que se concluye que el contenido de hierro y el área superficial pueden afectar la generación
de radicales hidroxilo y que concentraciones altas de H2O2 pueden inhibir la generación de los mismos.

Palabras clave: Agua Residual, Clinoptilolita, Clinoptilolita Modificada con Hierro, Fenton, Oxidación de Materia
Orgánica

Introducción

El uso sostenible del agua a nivel mundial se ve afectado principalmente por tres factores: el grado de presión
del recurso hídrico, el cambio climático y la contaminación de los cuerpos de agua. El grado de presión (GP)
se obtiene dividiendo el agua empleada en usos consuntivos entre la renovable, en el 2011el GP fue de 17.4%
en México. Aunque este valor se considera como moderado, existen variaciones significativas en el país; por
ejemplo en la región hidrológica Aguas del Valle de México el GP es 132.6% (muy alto), en el norte y
noroeste del país está entre 40 y 100 % (alto) y en el sureste es menor al 10% (sin estrés) (CONAGUA, 2011).
Con respecto al cambio climático se estima que la temperatura promedio del planeta podría aumentar entre 2
y 4 °C a finales del siglo XXI, lo que afectaría de forma significativa el ciclo hidrológico (CONAGUA,
2012). Finalmente, la descarga de aguas residuales crudas en los cuerpos de agua representa una importante
fuente de contaminación. En el 2010, en México se generaban 235.1 m3/s de aguas residuales municipales, se
recolectaban en alcantarillado 209.1 m3/s y se trataban 93.6 m3/s (CONAGUA, 2012). Además, el
acondicionamiento de aguas residuales para otros usos, como riego de áreas verdes, puede contribuir a la
disminución del GP del recurso hídrico.

Indicadores de la Calidad del Agua Residual


La evaluación de la calidad del agua se realiza con tres indicadores: la demanda bioquímica de oxígeno a
cinco días (DBO5), la demanda química de oxígeno (DQO) y sólidos suspendidos totales (SST). La medición
de estos parámetros permite identificar cuerpos de agua con descargas significativas de aguas residuales. En
México en el 2010, los sitios clasificados como contaminados o fuertemente contaminados para DBO5 (mayor
a 30 mg/L) fueron el 11.3 %, para DBO (mayor a 40 mg/L) fueron el 26.0 % y para SST (mayor a 150 mg/L)
fueron el 3.1 % (CONAGUA, 2012).

Planta Piloto de Tratamiento de Aguas Residuales en una Universidad Pública


La Planta Piloto de Tratamiento de Aguas Residuales (PPTAR) inició operaciones en la Universidad
Autónoma Metropolitana Unidad Azcapotzalco en el año 2006. La PPTAR tiene como uno de sus objetivos
desarrollar tecnologías para el acondicionamiento de aguas residuales para su reuso. Actualmente la
Universidad genera alrededor de 300 m3/día de aguas residuales, de este volumen aproximadamente el 10% es
tratado (González et al., 2008). El tren de tratamiento básico de la PPTAR consta de pre-tratamiento,
coagulación/floculación, sedimentación, filtración en columnas de antracita y desinfección con cloro (ver
figura 1).
2
Figura 1. Tren de tratamiento básico de la Planta piloto de tratamiento de aguas residuales de la Universidad
Autónoma Metropolitana Unidad Azcapotzalco

En los últimos años la reacción Fenton ha sido investigada ampliamente en la PPTAR para la oxidación de
materia orgánica en el agua residual (López, 2013; Vaquero, 2013; Blanno y Robles, 2012). El catalizador
utilizado para este proceso ha sido un residuo de hierro proveniente de la industria metal-mecánica. Sin
embargo, las eficiencias de oxidación de materia orgánica han sido relativamente pequeñas y han presentado
una gran variabilidad.

Reacción Fenton
La reacción Fenton se clasifica como un proceso de oxidación avanzada (POA), este tipo de procesos se
caracterizan por la generación in situ del radical hidroxilo (OH•), que es muy reactivo y tiene un alto poder
oxidante (Forero et al., 2010; Muñoz, 2008). Los POA representan una alternativa atractiva para el
tratamiento de aguas residuales, esto debido a que tienen las siguientes ventajas con respecto a los
tratamientos clásicos (Muñoz, 2008):

 Evitan la formación de subproductos tóxicos de reacción, pues la materia orgánica se mineraliza a


dióxido de carbono
 Evitan el uso de compuestos químicos tóxicos
 Sirven para tratar efluentes con concentraciones bajas de contaminantes
 No hay generación de lodos que necesiten tratamiento y disposición final

La reacción Fenton se ha investigado recientemente para el tratamiento de efluentes industriales que


contienen compuestos orgánicos tóxicos como formaldehídos, fenoles, bencenos, aminas, ésteres y
compuestos aromáticos clorados (Vargas, 2010). En este proceso los radicales hidroxilo se generan por la
reacción de peróxido de hidrógeno y un catalizador de hierro; si el catalizador se administra como Fe 2+ en
solución la reacción es homogénea y si se administra en forma sólida como Fe3+ la reacción es heterogénea.

Tratamiento de Aguas Residuales con Zeolitas Naturales


Las zeolitas naturales son aluminosilicatos cristalinos hidratados (Mx/n[AlxSiyO2(x+y)]·pH2O; M = Na, K, Li,
Ca, Mg, Ba, Sr; n es la carga del catión; x/y = 1 – 6; p/x = 1 – 4) (Wang y Peng, 2010). En México los
depósitos de zeolitas más estudiados están en: Municipio Laollaga, Oaxaca con 1.5 millones de Ton
(clinoptilolita, mordenita); El Cajón, Sonora con 10 millones de Ton (clinoptilolita); Agua Prieta, Sonora con
3 millones de Ton (erionita); El Chap Ben y San Luis Potosí con 2.71 millones de Ton (clinoptilolita)
(Ostrooumov, 2010).

Las zeolitas se han utilizado ampliamente en el tratamiento de agua potable y residual. Debido a la gran
capacidad de intercambio iónico y a la carga negativa natural, su principal aplicación ha sido la adsorción de
amonio y metales pesados catiónicos, pero también se han modificado para adsorber compuestos orgánicos y
aniones presentes en el agua residual (Wang y Peng, 2010). Las modificaciones más comunes son tratamiento
con ácidos y surfactantes orgánicos (Wang y Peng, 2010).

Debido la creciente demanda de recursos hídricos y el grado de contaminación de éstos es necesario


desarrollar tecnologías efectivas para el tratamiento de aguas residuales en países en vías de desarrollo. Por lo

3
que el objetivo de este trabajo es evaluar la factibilidad de oxidación de materia orgánica en agua residual
utilizando un sistema Fenton con un catalizador de clinoptilolita modificada con hierro.

Metodología

En este trabajo se evaluó la eficiencia de oxidación de materia orgánica presente en agua residual con un
sistema tipo Fenton con clinoptilolita modificada con hierro. La experimentación se desarrolló en las
siguientes etapas: modificación de la zeolita natural con hierro, caracterización textural de la zeolita natural y
la zeolita modificada y caracterización fisicoquímica del agua residual antes y después del proceso de
oxidación. A continuación se describen brevemente estas etapas.

Modificación de la clinoptilolita con hierro


Se utilizó clinoptilolita proveniente de la mina San Francisco de San Luis Potosí. La zeolita se modificó con
el siguiente procedimiento (Tekbas et al., 2008): primero se molió con un mortero de cerámica, se tamizó
para retener las partículas con un tamaño promedio entre 0.425 mm y 0.180 mm, se lavó con agua desionizada
y se secó a 60 °C por 12 h en una estufa. Después, la zeolita limpia y seca se puso en contacto con una
solución 0.02 M de Fe, por cada 10 g de zeolita se utilizaron 100 mL de solución de Fe preparada con
Fe(NO3)3 9H2O. Esta mezcla se agitó a 175 rpm y se mantuvo a 60 °C por 6 h. Finalmente, la zeolita se lavó
con agua desionizada y se secó en una estufa a 60 °C. Este procedimiento se repitió cuatro veces.

Caracterización de la clinoptilolita
Para caracterizar las propiedades texturales de la zeolita antes y después de la modificación con la solución de
hierro se utilizó espectroscopia de rayos X (Oxford instruments 7060) y para la determinación del área
superficial específica se empleó un equipo Belsorp-max (Bel Japan Inc.), las isotermas de adsorción/desorción
de N2 se realizaron a 77 K.

Caracterización del agua residual


Las características fisicoquímicas del agua residual se midieron antes y después del proceso de oxidación
Fenton. La DQO se midió por duplicado y los demás parámetros por triplicado. La tabla 1 muestra las
técnicas y el equipo utilizado.

Tabla 1. Técnicas y equipos utilizados para la caracterización fisicoquímica del agua residual
Parámetro Técnica Equipo
Color Method 2540, 2005 (APHA et al., 2005) Colorímetro (HACH DR/890)
Sólidos suspendidos Procedures manual colorimeter 1997 – Colorímetro (HACH DR/890)
2004 (HACH company, s.f)
Turbiedad Procedures manual colorimeter 1997 – Colorímetro (HACH DR/890)
2004 (HACH company, s.f)
pH Method 2540, 2005 (APHA et al., 2005) Medidor de pH (Thermo
Scientific ORION 3 – Star Plus)
Conductividad eléctrica NMX-AA-093-SCFI-2000 HACH sension 159 No. 54650-18
DQO Method 5220 (APHA et al., 2005) Reactor (HACH 45600)
Colorímetro (HACH DR/890)

Proceso de oxidación tipo Fenton


La evaluación de la eficiencia del proceso de oxidación tipo Fenton se realizó a nivel laboratorio con agua
residual tomada después de la columna de filtración de la PPTAR (ver figura 1). Una columna de vidrio de 15
cm de altura y 1 cm de diámetro interno se empacó con aproximadamente 10 g de clinoptilolita modificada
con hierro. A esta columna se alimentó una solución de peróxido de hidrógeno (0.14 mL/min). El caudal de
peróxido de hidrógeno se reguló con un sistema de microbombeo (Aragón et al., 2012). Después, el efluente
de la columna se mezcló con agua residual (4 mL/min) proveniente de la columna de filtración de la PPTAR.

4
El agua residual se dosificó con una bomba peristáltica (Masterflex GL. Cole Palmer). La figura 2 muestra el
sistema de oxidación Fenton utilizado.

Columna con
clinoptilolita

Bomba
peristáltica Sistema de microbombeo

Agua residual
Solución de H2O2

Figura 2. Sistema de oxidación tipo Fenton con clinoptilolita

Diseño de experimentos
Para evaluar el sistema tipo Fenton con clinoptilolita modificada con hierro se utilizó un diseño de
experimentos con un factor (concentración inicial de peróxido de hidrógeno) con dos niveles (1000 mg/L y
10000 mg/L) y la respuesta observada fue la eficiencia de oxidación de materia orgánica (ηOxidación). La
concentración de materia orgánica se midió como DQO. La eficiencia de oxidación se calculó dividiendo la
materia orgánica oxidada (DQOinicial – DQOfinal) entre la materia orgánica antes del proceso de oxidación
(DQOinicial). Adicionalmente, se tuvo un control con una columna con clinoptilolita natural sin modificar y una
concentración de peróxido de hidrógeno de 1000 mg/L. Para cada condición experimental se tomaron ocho
muestras de agua residual entre los tiempos t = 0 y t = 600 min. La tabla 2 muestra el diseño de experimentos.

Tabla 2. Diseño de experimentos para la evaluación del sistema Fenton con clinoptilolita modificada con
hierro
Clinoptilolita Concentración Caudal H2O2 Caudal de agua Respuesta Tratamiento
H2O2 residual
mg/L mL/min mL/min
Natural 1000 0.14 4 ηOxidación C-1000
Modificada con hierro 1000 0.14 4 ηOxidación C-Fe-1000
Modificada con hierro 10000 0.14 4 ηOxidación C-Fe-10000

Resultados

En esta sección se presentan los resultados de la caracterización de la clinoptilolita natural y modificada, los
parámetros fisicoquímicos del agua residual antes y después del proceso de oxidación Fenton con
clinoptilolita modificada y las eficiencias de oxidación.

Caracterización de la clinoptilolita
La morfología y composición elemental de la clinoptilolita natural y modificada con hierro se pueden
observar en la tabla 3. En la clinoptilolita natural el elemento predominante (con excepción del silicio,
oxígeno y aluminio) fue el calcio con 2.59 %. El proceso de modificación aumentó el contenido de hierro de
0.56 a 9.75% m/m, disminuyó el área superficial de 28.36 a 20.60 m2/g y aumentó el diámetro de poro de
22.78 a 36.72 nm.

5
Tabla 3. Microscopía (1000X), composición elemental, área superficial de Brunauer-Emmett-Teller (SBET),
volumen de poro (Vp) y diámetro de poro (Dp) de la clinoptilolita natural y modificada con hierro
Clinoptilolita natural Composición elemental SBET Vp Dp
Microscopía Elemento % Peso m2/g cm3/g nm
O 63.06 28.36 0.16 22.78
Si 25.73
Al 6.32
Ca 2.59
K 1.75
Fe 0.56

Clinoptilolita modificada con hierro Composición elemental SBET1 Vp2 Dp3


Microscopía Elemento % Peso m2/g cm3/g nm
O 62.03 20.60 0.19 36.72
Si 19.36
Fe 9.75
Al 8.01
K 0.45
Ca 0.40

Caracterización del agua residual


La caracterización fisicoquímica del agua residual antes y después del proceso de oxidación Fenton se
muestra en la tabla 4. Como se puede observar, con los valores de desviación estándar, la calidad del agua
residual antes del proceso de oxidación varía mucho, esto se puede explicar debido a que ésta cambia de
acuerdo al número de personas y a las actividades desarrolladas en la universidad y a condiciones climáticas
como la precipitación pluvial.

Tabla 4. Promedio y desviación estándar de los parámetros físicoquímicos del agua residual antes y después
del proceso de oxidación Fenton (C-1000 – clinoptilolita natural y 1000 mg/L H2O2, C-Fe-1000 mg/L
clinoptilolita modificada con hierro y 1000 mg/L H 2O2 y C-Fe-1000 mg/L clinoptilolita modificada con hierro
y 10000 mg/L H2O2)
Color Sólidos Turbiedad pH Conductividad DQO
suspendidos eléctrica
Pt-Co mg/L FAU Unidades µS/cm mg/L
C-1000
Antes 422.7 ± 14.5 32.3 ± 0.6 38.3 ± 0.6 7.2 ± 0.1 2750 ± 10 292.00 ± 1.0
Después 855.8 ± 38.4 ± 29.7 59.1 ± 43.0 7.8 ± 0.4 3087.6 ± 946.2 66.5 ± 7.9
652.9
C-Fe-1000
Antes 583.3 ± 57.7 40 ± 2.0 57.3 ± 0.6 7.1 ± 0.1 1225.7 ± 1.2 80.0 ± 1.0
Después 288.4 ± 50.3 20.4 ± 3.8 30.8 ± 4.7 7.5 ± 0.2 1247.6 ± 172.7 61.5 ± 8.0
C-Fe-10000
Antes 204.0 ± 63.5 13.0 ± 4.1 22.5 ± 1.6 7.2 ± 0.1 1550.0 ± 33.6 104.0 ± 1.0
Después 200.3 ± 68.7 13.0 ± 5.5 21.4 ± 5.7 7.5 ± 0.1 1574.8 ± 275.2 89.6 ± 4.5

Como se puede observar en la figura 3a, la eficiencia de oxidación fue mucho mayor con la clinoptilolita
natural (75.2 - 82.9%) que con la modificada con hierro (4.1 - 43.9% para 1000 mg/L de H2O2 y 0 - 3.7 %
para 10000 mg/L de H2O2). En el tiempo que estuvo en operación la columna con clinoptilolita natural, la
eficiencia de oxidación no disminuyó, caso contrario con la clinoptilolita modificada con hierro.

6
Otro parámetro importante para evaluar el sistema Fenton con clinoptilolota es la cantidad de materia
orgánica oxidada por mg de peróxido de hidrógeno alimentado (ver figura 3b), mientras que la clinoptilolita
sin modificar oxidó entre 6.3 y 6.9 mg de DQO/mg de H2O2, la clinoptilolita modificada oxidó entre 0.1 y 1.0
mg/mg para 1000 mg/L de H2O2 y entre 0 y 0.04 mg/mg para 10000 mg/L de H2O2.

a) b)
Figura 3. Eficiencia de oxidación (ηoxidación) (a) y mg de DQO oxidada por mg de H2O2 alimentado (b)
para clinoptilolita natural y 1000 mg/L H2O2 (C-1000), clinoptilolita modificada con hierro y 1000 mg/L
H2O2 (C-Fe-1000 mg/L) y clinoptilolita modificada con hierro y 10000 mg/L H 2O2 (C-Fe-1000 mg/L)

En otras investigaciones en la PPTAR, se evaluó un sistema Fenton con un catalizador de un residuo de hierro
de la industria metal-mecánica, aplicando una concentración de H2O2 15000 mg/L, un caudal de 0.14 mL/min
de H2O2 y de 3 mL/min de agua residual se obtuvo una eficiencia de oxidación de 39.6 ± 4.1% y se oxidaron
0.130 ± 0.021 mg de DQO/mg de H2O2 (López, 2013). Estos valores sólo se toman como referencia para
hacer un comparativo con el presente trabajo, aunque hay que considerar que cuando se aplicaron residuos de
hierro como catalizador, la concentración de H 2O2 fue 15 veces mayor con respecto al proceso con
clinoptilolita, esto tiene un impacto en la reducción en los costos de operación.

Conclusiones

La zeolita natural se modificó con hierro para utilizarla como catalizador para generar radicales hidroxilo
(OH•) para oxidar la materia orgánica presente en el agua residual. Sin embargo, las eficiencias de oxidación
y la cantidad de DQO oxidada por mg de H 2O2 fueron muy superiores en la columna con la clinoptilolita
natural (control) que en las columnas con clinoptilolita modificada. Por lo que se supone que los cambios en
el contenido de hierro (0.56% natural y 9.75% modificada con hierro) y la disminución en el área superficial
(28.36 m2/g natural y 20.60 m2/g) pudieron haber afectado negativamente la capacidad de la zeolita para
producir los radicales.

También se observó que concentraciones altas de peróxido de hidrógeno pueden inhibir de forma significativa
la generación de radicales, pues para la clinoptilolita modificada las eficiencias de oxidación y los mg de
DQO oxidada por mg de H2O2 fueron muy superiores con una concentración de H2O2 de 1000 mg/L que con
10000 mg/L de H2O2.

Por último, comparando la oxidación de materia orgánica en el sistema Fenton con clinoptilolita y con el
probado con residuos de hierro se puede concluir que la clinoptilolita natural es mejor en términos de la
eficiencia de oxidación y los mg DQO oxidada por mg H 2O2, aunque hay que considerar que en el sistema
con los residuos de hierro se utilizó una concentración de H2O2 15 mayor. Considerando lo anterior se
recomienda estudiar con profundidad el efecto de la concentración de hierro en el catalizador y de la
concentración de H2O2 en la remoción de materia orgánica en agua residual.

7
Agradecimientos. – Los autores agradecen el apoyo de la Dra. Marisela Maubert Franco para la
caracterización de la zeolita. También se agradece la colaboración de los técnicos de la Planta Piloto de
Tratamiento de Aguas Residuales de la Universidad Autónoma Metropolitana Unidad Azcapotzalco Adán O.
Pérez Alva y Laura Medina Tovar.

Referencias Bibliográficas

APHA - American Public Health Association, American Water Works Association (AWWA), Water Environment
Federation (WEF) (2005) Method 2540 en Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater,
Washington DC.
APHA - American Public Health Association American, Water Works Association (AWWA), Water Environment
Federation (WEF) (2005) Method 5220: Chemical Oxygen Demand (COD) en Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater, Washington DC, 5–18.
Aragón G., León A., Manrique J., Moreno A., García M., and Vázquez A. (2012) Manual del Usuario Sistema de
Microbombeo. UAM-Azcapotzalco, Departamento de Energía de la División de Ciencias Básicas e Ingeniería.
Blanno A. y Robles K. (2012) Fenton Heterogéneo Aplicado a la Oxidación y Desinfección de Aguas Residuales en la
Planta Piloto de Tratamiento de Aguas Residuales. Proyecto Terminal de Ingeniería Ambiental, Universidad
Autónoma Metropolitana Unidad Azcapotzalco.
CONAGUA – Comisión Nacional del Agua (2011) Estadísticas del Agua en México, Edición 2011. SEMARNAT
(Secretaría del Medio Ambiente y Recursos Naturales).
CONAGUA - Comisión Nacional del Agua (2012) Estadísticas del Agua en México, Edición 2012.
Forero J., Ortiz, O. y Rios F. (2010) Aplicación de Procesos de Oxidación Avanzada como Tratamiento de Fenol en
Aguas Residuales Industriales de Refinería. Ciencia Tecnología y Futuro 3(1): 97–109.
HACH company. Procedures Manual Colorimeter, Suspended Solids Photometric Method Manual.
López E. (2013) Proceso de Oxidación Fenton Aplicado a Diferentes Calidades de Agua Residual Tratada. Proyecto
Terminal de Ingeniería Química, Universidad Autónoma Metropolitana Unidad Azcapotzalco.
Muñoz, A. (2008). Caracterización y Tratamiento de Aguas Residuales. Tesis de Licenciatura en Ingeniería Industrial.
Universidad Autónoma del Estado de Hidalgo.
NMX-AA-093-SCFI-2000, Análisis de Agua Determinación de la Conductividad Electrolítica - Método De Prueba,
Secretaría de Comercio y Fomento Industrial. México 2000.
Ostrooumov, M. (2010) Zeolitas de México: Diversidad Mineralógica y Aplicaciones. Sociedad Mexicana de Ciencia y
Tecnología de Superficies y Materiales 23: 50–56.
Tekbas M., Yatmaz H. y Bektas N. (2008) Heterogeneous Photo-Fenton Oxidation of Reactive Azo Dye Solutions Using
Iron Exchanged Zeolite as a Catalyst. Microporous and Mesoporous Materials 115: 594–602.
Vaquero X. (2013) Validación del Proceso Foto-Fenton para el Tratamiento de Agua Residual de La Planta de
Tratamiento de Aguas Residuales de la UAM-A. Proyecto Terminal de Ingeniería Química, Universidad
Autónoma Metropolitana Unidad Azcapotzalco.
Vargas, A. (2010) Electrogeneración de Reactivo de Fenton para el Tratamiento de Aguas Residuales. Universidad
Nacional Autónoma de México.
Wang S., y Peng Y. (2010) Natural Zeolites as Effective Adsorbents in Water and Wastewater Treatment. Chemical
Engineering Journal 156(1): 11–24.

8
OXIDACIÓN DE MATERIA ORGÁNICA EN AGUA RESIDUAL EN SISTEMAS TIPO
FENTON

ORGANIC MATTER OXIDATION IN WASTEWATER IN A LIKE FENTON SYSTEM


WITH IRON SWARF AND CLINOPTILOLITE DOPED WITH IRON

Gloria Pérez Soreque 1


Héctor Juárez Marmolejo 1
Maribel Velasco Pérez 1*
Margarita Beltrán Villavicencio 1
Abelardo González Aragón 1
Raúl Hachec Luna 1

Abstract
In this work the oxidation of organic matter in wastewater with a Fenton like process was compared with two
catalysts: a waste from the metal-mechanical industry (iron swarf) and clinoptilolite doped with iron.
Experimentation was carried out in the following stages: preparation of catalysts, physicochemical characterization
of wastewater and oxidation of wastewater in a Fenton like system (measured as chemical oxygen demand –COD).
Two configurations of the Fenton like system (A and B) for the iron swarf catalyst, one configuration for the
clinoptilolite doped with iron catalyst and two flows of hydrogen peroxide (H 2O2) (1.14 and 2.28 mL/s) were
evaluated. The wastewater flow was fixed in 30 L/min and the concentration of H 2O2 in 15000 mg/L. Two controls
(oxidation without catalysts) were evaluated with a H2O2 flow of 1.14 mL/s and 2.28 mL/s of H2O2. Main results are:
configuration of the Fenton like system did not affected significantly oxidation of organic matter; the catalyst of
clinoptilolite doped with iron had the highest oxidation efficiency (η = 56.4 %) and oxidized the highest amount of
organic matter per mg of H2O2 feed into the system (3.7 mg COD/mg H2O2); the catalyst of iron swarf (η = 30 - 38.2
%, 1.4 - 2.0 mg COD/mg H2O2) presented a similar performance than controls(η = 32.5 - 36.6 %, 1.1 - 1.9 mg
COD/mg H2O2). Then, it is recommended to investigate the optimal operation parameters, such as flow and
concentration of H2O2, for the Fenton like system with the catalyst of clinoptilolite doped with iron and to study the
economics of this process.

Key Words: Clinoptilolite Doped with Iron, Iron Swarf, Like Fenton System, Organic Matter, Wastewater

1
Departamento de Energía, Universidad Autónoma Metropolitana Unidad Azcapotzalco
* Departamento de Energía, Universidad Autónoma Metropolitana Unidad Azcapotzalco. Avenida San Pablo 180, Col. Reynosa-
Tamaulipas, Del. Azcapotzalco, México D. F. CP 02200. México. Email: mpv@correo.azc.uam.mx Tel. +52 (55) 5318 9057
1
Resumen
En este trabajo se comparó la oxidación de materia orgánica en agua residual en un sistema de oxidación tipo
Fenton con dos catalizadores: un residuo de hierro de la industria metal-mecánica y clinoptilolita modificada
con hierro. La experimentación se llevó a cabo en las siguientes etapas: preparación de los catalizadores,
caracterización fisicoquímica del agua residual y oxidación de materia orgánica en el proceso tipo Fenton
(medida como demanda química de oxígeno- DQO). Se evaluaron dos configuraciones para el sistema tipo
Fenton con residuos de hierro (A y B), una configuración para la clinoptilolita modificada con hierro y dos
caudales de peróxido de hidrógeno (H2O2) (1.14 y 2.28 mL/s). El caudal de agua residual se fijó en 30 L/min
y la concentración de H2O2 en 15000 mg/L. También se tuvieron dos controles (oxidación de materia orgánica
sin catalizador) con caudales de H2O2 de 1.14 mL/s y 2.28 mL/s. Los principales resultados son: no se
observaron diferencias significativas con la configuración del sistema tipo Fenton con los residuos de hierro,
el catalizador de clinoptilolita modificada con hierro presentó la mayor eficiencia de oxidación (η = 56.4 %) y
oxidó la mayor cantidad de materia orgánica por mg de H2O2 alimentado (3.7 mg DQO/mg H2O2), el
catalizador de residuos de hierro (η = 30 - 38.2 %, 1.4 - 2.0 mg DQO/mg H2O2) tuvo un comportamiento
comparable con los controles (η = 32.5 - 36.6 %, 1.1 - 1.9 mg DQO/mg H2O2). Por lo que se recomienda
investigar las condiciones de operación óptimas (caudal y concentración de H 2O2) para el proceso tipo Fenton
con clinoptilolita modificada con hierro como catalizador y realizar un estudio económico para este proceso.

Palabras clave: Agua Residual, Clinoptilolita Modificada con Hierro, Materia Orgánica, Residuos de Hierro, Sistema
Tipo Fenton

Introducción

Aunque el agua renovable en México a nivel nacional es de 4,090 m3/hab/año existen diferencias
significativas en el territorio, por ejemplo en la región hidrológica administrativa de Aguas del Valle de
México es de 160 m3/hab/año y en la región de la Frontera Sur es de 22,393 m3/hab/año (CONAGUA, 2012).
En México el 76.6% del volumen de agua extraída para usos consuntivos se destina a la agricultura y
solamente el 14.3% se utiliza para el abastecimiento público (CONAGUA, 2012). En el 2010, se generaron
7.41 km3/año de aguas residuales municipales, de éstas se recolectaron 6.59 km3/año y se trataron 2.95
km3/año (CONAGUA, 2012). En este mismo año, se generaron 6.70 km3/año de aguas residuales de usos no
municipales y se trataron 2.00 km3/año (CONAGUA, 2012). En el país existen 2,186 plantas de tratamiento
de aguas residuales municipales y 2,850 plantas de tratamiento industriales (CONAGUA, 2012). Una parte
del agua residual generada se reusa en el riego de cultivos agrícolas, por ejemplo en el Valle del Mezquital
aguas residuales crudas se reutilizan en aproximadamente 90,000 ha de los distritos de riego de Tula y
Alfajayucan (CONAGUA, 2013).

En México se han generado las siguientes normas para regular la concentración de contaminantes en aguas
residuales:

 NOM-001-ECOL-1996, que establece los límites máximos permisibles de contaminantes en las


descargas de aguas residuales en aguas y bienes nacionales
 NOM-002-ECOL-1996, que establece los límites máximos permisibles de contaminantes en las
descargas de aguas residuales a los sistemas de alcantarillado urbano o municipal
 NOM-003-ECOL-1997, que establece los límites máximos permisibles de contaminantes para las
aguas residuales tratadas que se reusen en servicios al público
 NOM-014-CONAGUA-2003, que establece los requerimientos de calidad del agua residual tratada
para reuso en recarga de acuíferos

Como lo reflejan estas normas, la calidad del agua residual se define en términos del uso que ésta tendrá.

La Planta Piloto de Tratamiento de Aguas Residuales (PPTAR) de la Universidad Autónoma Metropolitana


Unidad Azcapotzalco inició operaciones en 2006 y tiene cuatro objetivos principales (González et al., 2008):

2
 Producir agua residual tratada que complemente el abastecimiento de agua para riego de las áreas
verdes
 Contar con una instalación de docencia que permita demostrar las diferentes alternativas de
tratamiento de agua residual para riego de áreas verdes
 Integrar un sistema de tratamiento avanzado flexible, para observar el efecto de diferentes opciones
de tratamiento en la calidad del agua tratada
 Integrar un sistema de tratamiento compacto, flexible y confiable que pueda ser utilizado en
pequeñas comunidades

Actualmente la PPTAR trata alrededor del 10% del volumen de agua residual generado en la Universidad,
tiene un gasto de operación medio de 30 L/min y el tren básico de tratamiento consta de pre-tratamiento,
coagulación-floculación, sedimentación, filtración con antracita y desinfección.

En la PPTAR se han investigado los procesos de oxidación avanzada (POA) para la remoción de materia
orgánica del agua residual. En los POA se generan radicales hidroxilo (OH•) que reaccionan rápidamente y de
forma no selectiva (Forero et al., 2010). En el proceso Fenton los radicales hidroxilo se generan de la mezcla
de una solución de Fe2+ y peróxido de hidrógeno (H2O2), cuando se utiliza un catalizador sólido de Fe+3 la
reacción se conoce como tipo Fenton (Jiang et al., 2010).

El objetivo de este trabajo es comparar la eficiencia de oxidación de materia orgánica en agua residual en un
sistema tipo Fenton implementado en la PPTAR con un catalizador de residuos de hierro de la industria
metal-mecánica y con un catalizador de zeolita modificada con hierro.

Metodología

La experimentación consistió en las siguientes etapas: preparación de los catalizadores, caracterización


fisicoquímica del agua residual y oxidación de materia orgánica con un proceso tipo Fenton. Durante toda la
experimentación se utilizó agua residual real proveniente de las columnas de filtración de la PPTAR.

Preparación de los catalizadores


El residuo de viruta de hierro se tamizó para retener un tamaño de partícula menor a 2.00 mm, después se lavó
con agua desionizada y se secó en una estufa a 60 °C. La zeolita modificada con hierro se preparó con
clinoptilolita de la mina de San Francisco de San Luis Potosí siguiendo el procedimiento descrito por Tekbas
et al. (2008). Primero se molió y tamizó la clinoptilolita, utilizando la fracción retenida entre los tamices de
0.420 y 0.177 mm. Después, ésta se lavó con agua desionizada y se secó a 70 °C por 24 h. Se pesaron 100 g
de clinoptilolita y se sumergieron en una solución 0.02 M de Fe, la cual se preparó disolviendo 8.08 g de
Fe(NO3)3·9H2O en 1 L de agua desionizada. Esta mezcla se agitó a 175 rpm a 60 °C por 6 h. Finalmente, la
clinoptilolita se lavó con agua desionizada y se secó en una estufa a 70 °C por 24 h. Este procedimiento se
repitió cuatro veces.

Proceso de oxidación Fenton


Se utilizaron dos configuraciones para el sistema de oxidación Fenton: la configuración A en la que una
solución de peróxido de hidrógeno se alimentó a la columna empacada con el catalizador y el efluente de la
columna se mezcló con el agua residual de la columna de filtración del tren de tratamiento de la PPTAR (ver
figura 1a); y la configuración B en la que se alimentó a un mezclador estático una solución de peróxido de
hidrógeno y agua residual filtrada, el efluente del mezclador se alimentó a la columna empacada con el
catalizador (ver figura 1b).

3
Figura 1. Sistema de oxidación Fenton a) configuración A y b) configuración B

Diseño de experimentos
Durante la experimentación se utilizaron dos catalizadores (residuo de hierro y clinoptilolita modificada con
hierro), dos configuraciones para el sistema Fenton (A y B) y dos caudales para el peróxido de hidrógeno
(caudal bajo B = 1.14 mL/s y caudal alto A = 2.28 mL/s). El caudal de agua residual y la concentración de
peróxido de hidrógeno se mantuvieron constantes para todos los tratamientos; el caudal de agua residual se
fijó en 30 L/min (promedio de operación de la PPTAR) y la concentración de peróxido de hidrógeno en
15000 mg/L. Por lo que la concentración de peróxido de hidrógeno en línea para el caudal bajo era de 34.12
mg/L y para el caudal alto de 68.09 mg/L. Adicionalmente se tuvieron 2 controles: el flujo de agua residual se
mezcló con un caudal bajo de peróxido de hidrógeno (control 1) y un caudal alto de peróxido de hidrógeno
(control 2). La tabla 1 muestra las siete combinaciones de tratamientos.

La respuesta monitoreada fue la eficiencia de oxidación de materia orgánica (η), ésta se calculó dividiendo la
DQO oxidada (DQO antes del proceso tipo Fenton – DQO después del proceso tipo Fenton) entre la DQO
antes del proceso Fenton. También se calcularon la cantidad de materia orgánica oxidada (en mg de DQO)
con respecto a la cantidad de peróxido de hidrógeno alimentado (en mg).

Tabla 1. Condiciones experimentales para los tratamientos investigados en el sistema tipo Fenton
Catalizador Configuración Caudal H2O2 Tratamiento
Fenton
mL/s
Residuo de hierro A 1.14 Fe-A/H2O2 B
Residuo de hierro A 2.28 Fe-A/H2O2 A
Residuo de hierro B 1.14 Fe-B/H2O2 B
Residuo de hierro B 2.28 Fe-B/H2O2 A
Clinoptilolita A 1.14 C-Fe-A/H2O2 B
modificada con hierro
1.14 H2O2B (Control 1)
2.28 H2O2A (Control 2)

Caracterización fisicoquímica del agua residual


Los siguientes parámetros fisicoquímicos del agua residual se midieron antes y después del proceso de
oxidación tipo Fenton: color (APHA et al., 1992), sólidos suspendidos (Hach company s.f.), turbiedad (Hach
company s.f.), pH (APHA et al., 1992), conductividad eléctrica (NMX-093-SCFI-2000) y DQO (APHA et al.,
2005).

Resultados

Caracterización fisicoquímica del agua residual


La tabla 2 presenta el promedio y desviación estándar para los parámetros fisicoquímicos del agua residual
antes y después de los procesos de oxidación de materia orgánica. Como se puede observar en esta tabla, los
4
parámetros no muestran cambios significativos antes y después del proceso de oxidación, con excepción de la
concentración de DQO. También se observa que la desviación estándar es relativamente grande para algunos
parámetros, esto se debe a los cambios en la composición del agua residual en la PPTAR.

Tabla 2. Caracterización fisicoquímica del agua residual antes y después de los procesos de oxidación Fenton
pH Conductividad Sólidos Color Turbiedad DQO
eléctrica suspendidos
Unidades mS/cm mg/L Pt-Co FAU mg/L
Fe-A/H2O2 B
Antes 7.2 ± 0.2 2.6 ± 0.3 14.0 ± 5.3 228.8 ± 45.5 21.6 ± 9.4 225.6 ± 20.1
Después 7.2 ± 0.2 2.6 ± 0.3 14.8 ± 6.2 224.1 ± 47.6 21.4 ± 6.2 157.3 ± 13.0
Fe-A/H2O2 A
Antes 7.2 ± 0.1 2.8 ± 0.1 23.7 ± 13.3 283.9 ± 123.2 31.4 ± 16.5 239.0 ± 84.6
Después 7.2 ± 0.2 2.8 ± 0.1 23.5 ± 15.3 289.8 ± 114.2 30.8 ± 15.4 149.5 ± 61.5
Fe-B/H2O2 B
Antes 6.6 ± 0.3 3.0 ± 0.1 17.2 ± 8.0 237.5 ± 98.8 23.7 ± 9.8 275.4 ± 47.8
Después 6.7 ± 0.3 3.0 ± 0.1 17.1 ± 6.5 267.0 ± 102.6 28.6 ± 8.6 182.7 ± 44.3
C-Fe-
A/H2O2 B
Antes 7.4 ± 0.3 2.7 ± 0.1 49.3 ± 19.9 1038.0 ± 663.6 68.0 ± 30.4 263.3 ± 52.1
Después 7.4 ± 0.3 2.7 ± 0.1 54.1 ± 19.7 1111.8 ± 532.8 76.3 ± 28.5 109.3 ± 49.8
H2O2B
Antes 6.6 ± 0.6 2.5 ± 0.1 31.0 ± 14.7 302.6 ± 42.9 41.2 ± 10 206.3 ± 12.8
Después 6.8 ± 0.4 2.5 ± 0.1 33.4 ± 14.7 299.7 ± 39.8 40.1 ± 5.8 139.7 ± 23.0
H2O2A
Antes 6.6 ± 0.2 2.5 ± 0.1 15.6 ± 1.4 213.9 ± 22.4 22.7 ± 3.9 200.0 ± 10.8
Después 6.6 ± 0.1 2.5 ± 0.1 12.6 ± 1.9 212.6 ± 27.5 23.6 ± 2.2 127.3 ± 16.8

Oxidación de materia orgánica


La figura 2a muestra la eficiencia de oxidación de materia orgánica para los diferentes tratamientos, como
puede observarse el catalizador de clinoptilolita modificada con hierro (C-Fe-A/H2O2 A) se destaca con 56.4
± 9.3 %. El catalizador de residuos de hierro en todas las condiciones experimentales presenta eficiencias de
remoción similares a las de los controles (oxidación con H2O2). La figura 2b muestra la cantidad de materia
orgánica oxidada, en mg de DQO, con respecto a los mg de H 2O2 alimentado. También se destaca el
catalizador de clinoptilolta modificada con hierro, que oxidó 1.9 veces más materia orgánica por mg de H2O2
que el catalizador de hierro y el peróxido de hidrógeno (control). En un estudio de oxidación de materia
orgánica en agua residual de una papelera se reportaron eficiencias de oxidación entre el 10% y 70% con un
sistema Fenton homogéneo con dosis de peróxido de hidrógeno entre 0 y 3 g/L a un pH de 3 (Jamil el al.,
2011).

a) b)

Figura 2. Eficiencia de oxidación de materia orgánica (a) y mg de DQO oxidada por mg de H2O2 alimentado
(b) para los procesos tipo Fenton (Fe-A/H2O2 B, Fe-A/H2O2 A, Fe-B/H2O2B, Fe-B/H2O2 A y C-Fe-
A/H2O2B) y peróxido de hidrógeno (H2O2B y H2O2A).
5
Conclusiones

La creciente demanda de recursos hídricos para usos domésticos y la consecuente generación de aguas
residuales hacen necesario el desarrollo de tecnologías que permitan el reuso de este recurso. En este trabajo
se estudiaron dos catalizadores para un proceso tipo Fenton para el tratamiento de agua residual en una
Universidad. El catalizador de clinoptilolita modificada con hierro presentó mayor eficiencia y oxidó mayor
cantidad de materia orgánica (medida como DQO) por mg de peróxido de hidrógeno (η = 56.4 %, 3.7 mg
DQO/mg H2O2) que con el catalizador de residuos de hierro (η = 30 -38.2 %, 1.4 – 2.0 mg DQO/mg H2O2).
Este último catalizador tuvo un comportamiento comparable con oxidación con peróxido de hidrógeno (η =
32.5 - 36.6 %, 1.1 - 1.9 mg DQO/mg H2O2). También, con la clinoptilolita dopada se registraron eficiencias
de remoción de materia orgánica similares a las obtenidas en otros estudios con el proceso Fenton
homogéneo, pero con una dosis menor de peróxido de hidrógeno y sin ajustar el pH del agua tratada.

Se recomienda: investigar el efecto del caudal y concentración de H2O2 en la oxidación de materia orgánica
con el proceso tipo Fenton con clinoptilolita modificada con hierro como catalizador y realizar un estudio
económico para este proceso.

Agradecimientos. – Los autores agradecen el apoyo de los técnicos de la Planta Piloto de Tratamiento de
Aguas Residuales de la Universidad Autónoma Metropolitana Unidad Azcapotzalco Adán O. Pérez Alva y
Laura Medina Tovar.

Referencias Bibliográficas

APHA - American Public Health Association, American Water Works Association (AWWA), Water Environment
Federation (WEF) (2005) Method 2540 en Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater,
Washington DC.
APHA - American Public Health Association American, Water Works Association (AWWA), Water Environment
Federation (WEF) (2005) Method 5220: Chemical Oxygen Demand (COD) en Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater, Washington DC, 5–18.
CONAGUA - Comisión Nacional del Agua (2013) Beneficios de la planta de tratamiento de aguas residuales de
Atotonilco. Secretaría del Medio Ambiente y Recursos Naturales.
CONAGUA - Comisión Nacional del Agua (2012). Estadísticas del agua en México, edición 2012. Secretaría del Medio
Ambiente y Recursos Naturales.
Forero J. E., Ortiz O. P., Rios F. (2010) Aplicación de procesos de oxidación avanzada como tratamiento de fenol en
aguas residuales industriales de refinería. Ciencia Tecnología y Futuro, 3(1), 97–109.
González A. A., Beltrán V. M., Pérez A. A. O., Medina T. L. (2008) Operación de la planta piloto de tratamiento de agua
de la UAM-A. Antecedentes y perspectivas. 8a Semana del Ambiente, Universidad Autónoma Metropolitana
Unidad Azcapotzalco.
HACH company. Procedures Manual Colorimeter, Suspended Solids Photometric Method Manual.
Jamil T. S., Ghaly M. Y., El-Seesy I. E., Souaya E. R., Nasr R. A. (2011) A comparative study among different
photochemical oxidation processes to enhance the biodegradability of paper mill wastewater. Journal of
Hazardous Materials, 185, 353-358.
Jiang C., Pang S., Ouyang F., Ma J., Jiang J. (2010) A new insight into Fenton and Fenton-like processes for water
treatment. Journal of Hazardous Materials, 174, 813–817
NMX-AA-093-SCFI-2000, Análisis de Agua Determinación de la Conductividad Electrolítica - Método De Prueba,
Secretaría de Comercio y Fomento Industrial. México 2000.
NOM-001-ECOL-1996, que establece los límites máximos permisibles de contaminantes en las descargas de aguas
residuales en aguas y bienes nacionales. México, 1997.
NOM-002-ECOL-1996, que establece los límites máximos permisibles de contaminantes en las descargas de aguas
residuales a los sistemas de alcantarillado urbano o municipal. México, 1998
NOM-003-ECOL-1997, que establece los límites máximos permisibles de contaminantes para las aguas residuales
tratadas que se reusen en servicios al público. México, 1998.
NOM-014-CONAGUA-2003, requisitos para la recarga artificial de acuíferos con agua residual tratada. México 2008.
Tekbas M., Yatmaz H. y Bektas N. (2008) Heterogeneous Photo-Fenton Oxidation of Reactive Azo Dye Solutions Using
Iron Exchanged Zeolite as a Catalyst. Microporous and Mesoporous Materials 115: 594–602.

6
OTIMIZAÇÃO DO TRATAMENTO VIA REAÇÃO DE FENTON FE2+/H2O2 PARA
REMEDIAÇÃO DE MISTURA DE CORANTES TÊXTEIS

OPTIMIZATION OF THE TREATMENT THROUGH REACTION OF FENTON FE2+/H2O2


OR REMEDIATION OF TEXTILE DYES MIXTURE.

Pryscilla Martins de Andrade 1


Alessandra Silveira Miranda 2
Helisa Ribeiro Marques 2
Simone Rodrigues de Campos2
Núbia Natália de Brito1*

Abstract
The textile industry is a section that has world prominence. Each day, they increase the needs of the population and
with them the amount of efluentes that need of treatment for release in the environment. For that, new technologies
have been studied with the purpose of framing the liquid residues to the patterns of the legislation demands. In the
textile industry the residues liquids are rich in suspension solids, dyes, high Chemical Oxygen Demanda (COD) and
fabric fibers.This work had as objective the treatment of textile dyes mixture through Fenton reaction. For this, it
was studied the best concentration of iron II and of hydrogen peróxido accomplished Jar test- test. The otimização of
the process was evaluated through absorbance analyses visualizing the maxim percentage of color removal. The best
results were obtained using 10.0 mgL-1 of iron and 60.0 mgL-1 of hydrogen peróxido in pH 4 reaching 66% of
coloration removal.

Keywords: oxidation, remediation, textile dyes.

1
Aluna de graduação. Instituto de Química, Universidade Federal de Goiás, Campus Samambaia, Goiânia-Goiás- Brasil
2
Aluna do ensino médio. Colégio Estadual Jardim América-CEJA. Praça C 111 Jardim América, Goiânia-GO-Brasil
1
Professora Adjunta. Instituto de Química, Universidade Federal de Goiás, Campus Samambaia, Goiânia-Goiás- Brasil
*.Autor correspondente: Instituto de Química, Universidade Federal de Goiás. Campus Samambaia, C.P. 131, 74001-970,
Goiânia, Goiás, 74001-970. Brasil. Fone: 55 62 3511094 ramal 240, Email: nubiabrito@ufg.br

1
Resumo
A indústria têxtil é um setor que tem destaque mundial. A cada dia, aumentam as necessidades da população e com
elas a quantidade de efluentes que precisam de tratamento para lançamento no meio ambiente. Para isso, novas
tecnologias têm sido estudadas com a finalidade de enquadrar os resíduos líquidos aos padrões das exigências da
legislação. Na indústria têxtil os resíduos líquidos são ricos em sólidos em suspensão, corantes, Demanda Química
de Oxigênio (DQO) e fibras de tecido. Este trabalho teve como objetivo o tratamento de uma mistura de corantes
têxteis via reação de Fenton. Para isto, estudou-se a concentração ótima de ferro II e de peróxido de hidrogênio
realizado em ensaios de jarros (jar test). A otimização do processo foi avaliada através de análises de absorvância
visualizando a máxima porcentagem de remoção da cor. Os melhores resultados foram obtidos utilizando 10.0 mgL-1
de ferro e 60.0 mgL-1 de peróxido de hidrogênio à pH 4 alcançando 66% de remoção da coloração.

Palavras Chave: corante têxtil, oxidação, remediação.

Introdução

Os corantes têxteis são compostos orgânicos complexos insaturados que contêm certos grupos substituintes.
Apresentam um ou mais grupamentos responsáveis pela cor, chamados cromóforos, que são sistemas de elétrons
deslocalizados com duplas ligações conjugadas e outros grupos, os auxocromos, que são substituintes elétrons-
doadores que causam a intensificação da cor dos grupos cromóforos devido a uma alteração da energia global do
sistema de elétrons (Moraes, 2010).

Os mais importantes cromóforos são os grupos azo (--N=N--), carbonila (C=O), nitro (NO2) e nitroso (N=O). Estes
grupos atribuem coloração aos corpos aromáticos mais simples graças ao deslocamento de bandas de absorção para o
espectro visível ou ao aparecimento destas bandas. Estes grupos cromóforos são tão importantes que frequentemente
a classificação de muitos corantes é dada pelo principal cromóforo que possuem. Os corantes são passíveis de
oxidação e, se isto acontece, a cor muitas vezes desaparece, provavelmente pela remoção do elétron de ressonância
(Sales et al., 2006).

Em função de toda a problemática envolvendo efluentes, e particularmente corantes, as indústrias têxteis devem se
responsabilizar pela procura de tecnologias que minimizem o impacto ambiental causado pelos seus resíduos, de
maneira a contribuir com a preservação do meio ambiente (Pereira e Brito, 2013).

Este trabalho tem como objetivo avaliar as potencialidades do processo via reação de Fenton (Fe2+/H2O2) no
tratamento da mistura de três corantes têxteis: um corante têxtil reativo (Indosol laranja 2GL 250), um corante têxtil
dispersivo (Foron Vermelho Brilhante E-2BL 200) e um corante têxtil direto (optisal amarelo 2RL).

Metodologia

Reagentes

No processo de tratamento via reação de Fenton foi utilizado sulfato ferroso hepta-hidratado (Cinética química) na
concentração de 1000 mgL-1 e peróxido de hidrogênio (Lafan-Química Fina) 10 % m/m padronizado por titulação
permanganométrica. A concentração de Fe2+ nos experimentos variou de 2.0 mg L-1 à 20.0 mg L-1. A concentração
de H2O2 nos experimentos variou de 12 a 120 mgL-1.

O corante reativo Indosol laranja 2GL 250 obtidos sob forma de pó foi produzido pela empresa Daneto (São Paulo)
(Figura 1).

2
SO3Na

NaO3S N=N N=N C C N=N N=N SO3Na

NaO3S

Figura 1: Estrutura Química do corante reativo Indosol laranja 2GL 250.

O corante Foron Vermelho Brilhante E-2BL 200 (Figura 2) foi fornecido pela empresa Daneto (São Paulo) (Figura
2).

Figura 2 – Estrutura química do corante Foron Vermelho Brilhante E-2BL 200

O corante têxtil direto optisal amarelo 2RL foi fornecido pela empresa Daneto (São Paulo), sua estrutura química
pode ser visualizada na Figura 3.

Figura 3: Estrutura química do corante Direto Optisal 2RL

A solução final de corantes foi preparada com água destilada de modo a obter uma concentração total de 50 mgL-1 .

Instrumentos
Os ensaios de Fenton foram realizados em um equipamento JAR TEST (Alfakit, Modelo 403), que contem 6 jarros
cada qual com volume de 1L de corantes. A agitação do processo foi mantida continua por meio das pás giratórias
em que foi adotado uma mistura rápida de 2 minutos a 100 rpm seguida de uma mistura lenta de 30 minutos a 50 rpm
e posteriormente uma decantação de 30 minutos. Os processos ocorreram em temperatura laboratorial ambiente
(250C).

Métodos
Na caracterização da mistura de corantes têxteis foram empregados os seguintes parâmetros: pH, condutividade,
Demanda Química de Oxigênio (DQO) e cor (absorvância). Na avaliação da eficiência da otimização do tratamento
foi utilizado como parâmetro à remoção de cor (absorvância).

A determinação dos valores de pH da mistura de corantes têxteis foi realizada de acordo com método
potenciométrico utilizando medidor de pH 1500 intelligent meter, aferido nos valores padrões de pH 4.0 e 7.0
conforme Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 20 th Edition, (APHA, 1998).

3
A condutividade da mistura de corantes têxteis foi realizada pelo método da Condutimetria segundo Standard
Methods for the Examination of Water and Wastewater (2510B) 20 th Edition (APHA 1998), utilizando
condutivimetro Orion modelo 145.

A análise de Demanda Química de Oxigênio (DQO) mistura de corantes têxteis foi realizada de acordo com o
método Colorimétrico utilizando bloco digestor RD 125 e fotômetro Photometer-system MP 100, de acordo com
Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (5220 D), 20th Edition (APHA,1998).

A coloração verdadeira da mistura de corantes têxteis foi determinada de acordo com a absorvância no comprimento
de onda máximo na região do visível (400 nm) utilizando espectrofotômetro Fenton (alfa-700 plus).

Para o processo oxidativo via reação de Fenton foi realizado inicialmente um planejamento fatorial 2² com ponto
central onde foram experimentados 3 níveis: um nível menor (-) , um intermediário (0) e outro maior (+) para as
variáveis: concentração de peróxido de hidrogênio (H2O2) e de ferro II.

Resultados e Discussão

Caracterização da mistura de corantes têxteis

Foi preparado a mistura dos três corantes têxteis (corante reativo Indosol laranja 2GL 250, corante dispersive Foron
Vermelho Brilhante E-2BL 200, corante têxtil direto optisal amarelo 2RL) na concentração total de 50 mgL -1. A
mistura dos corantes apresentou pH medido 6.3. A condutividade da amostra atingiu o valor de 30.3 µScm-1. A DQO
medida foi de 103.2 mgO2 L-1. Na varredura do comprimento de onda do efluente simulado em estudo foi possível
verificar uma banda de absorção em λ = 220 nm e 400 nm.

Otimização do processo Fenton utilizando Sulfato Ferroso e peróxido de hidrogênio

Na reação de Fenton o Fe2+ reage com o H2O2 gerando o radical •OH com um alto poder oxidativo, o que o torna
interessante à remediação de efluentes. O processo leva à geração de um mol de radical hidroxila para cada mol de
peróxido de hidrogênio presente no meio (eq.1)

H2O2 + Fe2+ + H+ Fe3+ + H2O + •OH k= 76 M-1 s-1 Equação (1)

Os ions ferrosos (Fe2+) servem de catalisadores para decomposição do peróxido de hidrogênio (H2O2), em meio
ácido, gerando radical hidroxila, extremamente reativo, capaz de oxidar efetivamente grande parte da matéria
orgânica presente em efluentes em uma demanda de tempo de apenas alguns minutos (Nogueira et al., 2007).

Um planejamento fatorial 2² com ponto central teve como objetivo determinar a melhor concentração de sulfato
ferroso heptahidratado e peróxido de hidrogênio que em conjunto aperfeiçoem o sistema como um todo. Com estes
ensaios foi possível alcançar 46% de remoção da cor utilizando a máxima concentração de ferro II (5.0 mgL-1) e a
máxima concentração de peróxido de hidrogênio (30.0 mgL-1). Os resultados podem ser visualizados na Tabela 1.

4
Tabela 01. Planejamento Fatorial 22, com ponto central, para otimização do sistema de Fenton (1 L ; 62 minutos de
reação, pH 4 )
Variável Nível (-) Nível (0) Nível (+)
FeSO4 7H2O mg L-1 2.0 mg L-1de Ferro 3.0 mg L-1 de Ferro 5.0 mg L-1de Ferro
-1 -1
H2O2 ( 10 %) 12.0 mg L 20.0 mg L 30.0 mg L-1

Ensaios Fe2+ H2O2 % redução da absorvância


1 - - 14.40
2 + + 46.49
3 - + 11.47
4 + - 20.98
5 0 0 24.09

Geralmente a velocidade de degradação aumenta com uma maior concentração de íons ferrosos, que propiciará
maiores concentrações de OH. (Juan-Ma e Long-Chia, 2009). Sendo assim, com o propósito de aumentar ainda mais
a eficiência na redução da absorvância resolveu - se construir um novo planejamento fatorial agora aumentando em
um nível a concentração de ferro II e de peróxido de hidrogênio (Tabela 2).

Tabela 02. Planejamento Fatorial 22, para otimização do sistema de Fenton (1 L ; 62 minutos de reação, pH 4 )
Variável Nível (-) Nível (+)
-1 -1
FeSO4 7H2O mg L 5.0 mg L de Ferro 10.0 mg L-1de Ferro
-1
H2O2( 10 %) 30.0 mg L 60.0 mg L-1

Ensaios Fe2+ H2O2 % redução de absorvância

1 - - 46.49
2 + + 66.36
3 - + 46.40
4 + - 57.95

Nesse planejamento fatorial (tabela 2) com o aumento da concentração de ferro II (10.0 mgL-1) e de peróxido de
hidrogênio (60.0 mgL-1) foi possível observar uma redução da absorvância total de 66%. Pode-se observar que a
eficiência na redução da absorvância aumentou em 20% quando comparado ao melhor ensaio da tabela 1 (ensaio 2).

Diante disto resolveu-se construir mais um planejamento fatorial 22 aumentando a ainda mais a concentração de
ferro II e de peróxido de hidrogênio que pode ser visualizado na Tabela 3:

Tabela 03. Planejamento Fatorial 22, para otimização do sistema de Fenton (1 L ; 62 minutos de reação, pH 4 )
Variável Nível (-) Nível (+)
FeSO4 7H2O mg L-1 10.0 mg L-1 de Ferro 20.0 mg L-1 de Ferro
-1
H2O2( 10 %) 60.0 mg L 120.0 mg L-1

Ensaios Fe2+ H2O2 % redução de absorvância

1 - - 66.36
2 + + 58.28
3 - + 68.68
4 + - 57.71

5
Foi possível observar na tabela 3 que ao aumentar a concentração de ferro II e peróxido de hidrogênio (Ensaio 2) a
eficiência de remoção da cor foi de 58% valor este menor frente ao ensaio realizado no Ensaio 2 da tabela 2 (66%),
demonstrando que existe uma concentração ótima de ferro, que é característica do reagente Fenton, além disto, o
excesso de ferro pode ocasionar na quantidade de sais de ferro inutilizáveis, que contribuirá no aumento da
quantidade de sólidos totais dissolvidos do efluente (Juan-Ma e Long-Chia, 2009).

Este fato, pode ser justificado também porque espécies de ferro em solução aquosa na ausência de substrato podem
reagir com radicais hidroxila numa velocidade muito maior que a reação de formação de radical hidoxila (Eq. 2)
(Nogueira et al., 2007).
Fe2+ + OH.  Fe3+ + OH- k = 3,2 x 108 M-1 s-1 Equação (2)

Além disto, O H2O2 pode também atuar como seqüestrador de radical hidroxila, formando o radical hidroperoxila
(HO2•), o qual apresenta um menor potencial de redução (Eº= 1.42 V) que •OH (Eº= 2.77 V), prejudicando, portanto,
o processo de degradação (Eq. 3) do efluente (Juan-Ma e Long-Chia, 2009).
H2O2 + •OH HO2• + H2O k = 2,7 x 107 M-1 s-1 Equação (3)
No ensaio 3 da tabela 3 houve um aumento da eficiência de remoção da cor (69%) quando comparado com o ensaio
2 da tabela 2, no entanto este aumento foi de apenas (3%) o que não justifica utilizar mais reagentes químicos, neste
caso peróxido de hidrogênio, e que consequentemente implicará em custos.

Campos e Brito 2014 empregando 10 mL de H2O2 8,5%, temperatura de 45 oC/ 50 oC e vazão de recirculação interna
1200 mL min-1 em um reator fotoquímico, a porcentagem máxima alcançada de redução da cor do corante dispersivo
Foron Vermelho Brilhante E-2BL 200 (30 mg L-1-pH= 6,7) foi de 81.08%.
Campos e Brito 2014 empregando concentração de ferro II de 6 mgL-1 (30 mgL-1 FeSO4. 7H2O) , concentração de
H2O2 de 34 mgL-1 alcançaram uma porcentagem de eficiência na remoção da cor de efluente de uma lavanderia na
região de Goiânia-GO foi de 90%.

Neste estudo, a otimização escolhida para a remediação da mistura dos três corantes têxteis (1 litro), levando em
consideração a redução da coloração refere-se aos seguintes parâmetros: pH=4,0; Tempo de tratamento 62 minutos;
concentração de ferro 10.0 mgL-1 e concentração de H2O2 60.0 mgL-1.

Com estes parâmetros otimizados foi possível alcançar 66% de redução da coloração da mistura de corantes têxteis o
que implica na degradação de grupos azos (-N=N-), compostos recalcitrantes de difícil degradação. Desta forma os
resultados encontrados neste trabalho apresentam-se promissores.

Conclusão

Os estudos efetuados permitiram concluir que o processo via reação de Fenton é eficiente na degradação da coloração
da mistura de corantes têxteis em estudos, alcançado 66% de remoção da absorvância. Para alcançar este resultado foi
realizado a otimização do processo mediante planejamentos fatoriais, variando a concentração de ferro e de peróxido
de hidrogênio com um pH fixado em 4.0 e tempo de tratamento de 62 minutos. A melhor concentração de ferro foi de
10.0 mgL-1 e a melhor concentração de peróxido de hidrogênio foi de 60.0 mgL-1 para remediação da mistura dos três
corantes têxtil: corante reativo Indosol laranja 2GL 250; corante Foron Vermelho Brilhante E-2BL 200 e corante
Direto Optisal 2RL

Agradecimentos Os autores agradecem as o suporte técnico e as bolsas concedidas pelo Conselho


Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)-Programa Meninas e jovens
fazendo ciências exatas, engenharias e computação. Processo n.420115-2013-7.

6
Referências Bibliográficas

American Public Health Association-APHA. Standard Methods for the Water and Wastewater. 20 ed. New York: APHA, 1998.
Campos, V.M., Brito, N.N. (2014). Photochemical treatment with H2O2/UV applied to the remediation of dispersive textile dye.
Oxidation Communications, 37(2), 583-595.
Campos, V.M., Brito, N.N. (2014). Tratamento de efluente têxtil utilizando coagulação/floculação e Fenton. (2014). Revista de
Química Industrial, ano 82, n. 743.
Juan-Ma Ma. e Long-Chia Hui. (2009) Treatment of water-based printing ink wastewater by Fenton process combined with
coagulation, Journal of Hazardous Materials, 162, 286-390.
Moraes, L.A.R. (2010). Aplicação da Fotocatálise Heterogênea para a Degradação de Corantes de uma indústria de cosméticos.
Dissertação de Mestrado. 62 pg. Universidade Federal de São Carlos. Instituto de Química.
Nogueira R.F.P., Trovó A.G., Da Silva M.R.A., D Villa R. e Oliveira, M. (2007). Fundamentos e Aplicações Ambientais dos
Processos Fenton e Foto-Fenton, Química Nova, 30(2), 400-408.
Pereira, R.A. e Brito, N.N. (2013). Degradação fotoquímica H2O2/UV de corante têxtil reativo, Holos Environment, 13(1), 74-84.
Sales P.T.F., Brito N.N. e Pelegrini, R. (2006). Tratamento Eletroquímico de efluente industrial contendo corantes reativos.
Engenharia Ambiental: Pesquisa e Tecnologia, 3(2), 25-40.

7
EVALUACIÓN DEL PROCESO FENTON EN EL TRATAMIENTO PARA LA
REMOCIÓN DE COLOR Y MATERIA ORGÁNICA DE UN AGUA RESIDUAL DE LA
INDUSTRIA TEXIL

FENTON EVALUATION PROCESS IN TREATMENT FOR REMOVAL OF COLOR AND


ORGANIC MATTER OF A WASTEWATER TEXTILE INDUSTRY

Luciano Sandoval Yoval 1*


Erika Viviana Miranda Mandujano 1
Xochitl Yoomara Calvo Bazán 1

Abstract
The textile industry is considered as a major generating highly colored and recalcitrant compounds consisting of
wastewater. There are different treatment processes for this type of wastewater; however, each method has its
technical and economic limitations. The physical-chemical Fenton process is considered one of the most promising
because of its high efficiency and low cost water treatment with toxic and / or non-biodegradable compounds. In this
study the textile wastewater Gütermann Company was used. Using a factorial design of experiments to two levels
(2k), the effects of the factors and identification variables influencing the Fenton treatment, and to obtain optimum
conditions for removal of color and organic matter is estimated. The program used for the analysis was the
STATGRAPHICS Centurion. The factors used were: FeSO4 and H2O2 dose, slow stirring (VAL), rapid stirring time
(ART), slow (TAL) and sedimentation (SED). Significant for color removal variables were the concentration of
FeSO4 and VAL, and the organic matter VAL. The optimum conditions for 97% bleaching were: 300 mg / L FeSO 4,
900 mg / L H2O2, 8 min TAR 200 rpm, 5 rpm VAL, 30 min and 60 min AS SED, and for the removal of 82% of
material organic were: 300 mg / L FeSO4, 300 mg / L H2O2, 2 min TAR 200 rpm, 5 rpm VAL, 60 min TAL and 120
min SED.

Keywords: Wastewater, Color, textile industry, Fenton, Removal

1
Subcoordinación de Tratamiento de Aguas Residuales. Instituto Mexicano de Tecnología del Agua.
* Subcoordinación de Tratamiento de Aguas Residuales. Instituto Mexicano de Tecnología del Agua.Paseo
Cuahunahuac 8523, Col Progreso, Jiutepec, Morelos, CP 62550, México,. Tel 52 777 3 29 36 22.
lucsand@tlaloc.imta.mx

1
Resumen
La industria textil es considerada como una de las principales generadoras de aguas residuales altamente coloreadas
y constituidas por compuestos recalcitrantes. Existen diferentes procesos de tratamiento para este tipo de agua
residual, sin embargo, cada método tiene sus limitaciones técnicas y económicas. El proceso físico-químico Fenton
es considerado uno de los más prometedores debido a su elevada eficiencia y bajo costo en el tratamiento de aguas
con compuestos tóxicos y/o no biodegradables. En este estudio se empleó agua residual de la Empresa textilera
Gütermann. Mediante un diseño de experimentos factorial a dos niveles (2 k), se estimaron los efectos de los factores
e identificación las variables que influyen en el tratamiento Fenton, y la obtención de las condiciones óptimas para
la remoción de color y materia orgánica. El programa empleado para el análisis fue el STATGRAPHICS Centurion.
Los factores empleados fueron: Dosis de FeSO4 y H2O2, velocidad de agitación lenta (VAL), tiempo de agitación
rápida (TAR), lenta (TAL) y de sedimentación (SED). Las variables significativas para la remoción de color fueron
la concentración de FeSO4 y VAL, y para la materia orgánica la VAL. Las condiciones óptimas para una
decoloración del 97% fueron: 300 mg/L FeSO4, 900 mg/L H2O2, 8 min TAR 200 rpm, 5 rpm VAL, 30 min TAL y 60
min SED, y para la remoción del 82% de materia orgánica fueron: 300 mg/L FeSO4, 300 mg/L H2O2, 2 min TAR
200 rpm, 5 rpm VAL, 60 min TAL y 120 min SED.

Palabras clave: Agua residual, Color, Industria textil, Fenton, Remoción.

Introducción

La industria de colorantes constituye, aproximadamente, el 6% de la producción total del sector Industrial.


(Zollinguer, 2001; Herbst et al., 1997). El consumo por aplicaciones es el siguiente: Industria textil: 60%, Pinturas y
tintas (pigmentos): 25% y el resto de las aplicaciones (papel, cuero, alimentos y otras) 15%. Los colorantes son de
diversos tipos y pueden ser clasificados por su estructura química, clase de aplicación o uso final. Cada tipo de
colorante presenta características físicas, químicas y biológicas diferentes, que les atribuyen propiedades
recalcitrantes y efectos tóxicos para el ambiente. Los colorantes más ampliamente utilizados en la industria textil de
acuerdo a sus propiedades de color, aporte de matices y alta intensidad, son los de tipo azo, los cuales constituyen la
familia más importante entre los colorantes industriales. Se caracterizan por tener un grupo funcional azo, consistente
en un enlace doble –N=N–, unido a átomos de carbono. Generalmente el grupo azo se une a dos anillos aromáticos.

La industria textil es considerada como uno de los principales generadores de grandes cantidades de aguas residuales
altamente coloreadas constituidas por compuestos recalcitrantes. En México el volumen de descarga de aguas
residuales de la industria textil en el 2004 fue de 64,196 m3/día, lo que representó el 0.69% del volumen de descarga
proveniente de usos industriales en el país (SEMARNAT-CNA, 2004). Los aportes de contaminantes de la industria
textil incluyen agua procedente del proceso de teñido, enjuagado y agua de enfriamiento, entre otros. El efluente de
enjuagado representa del 60 al 70% del consumo total de agua (IPPC, 2003). La composición de los efluentes
generados en esta industria es muy variable de acuerdo a la categoría de producción (Zeybek et al., 2007). El agua
residual de este sector es típicamente alcalina y presenta concentraciones de demanda bioquímica de oxígeno (DBO)
que puede variar de 700 a 2000 mg/L y una demanda química de oxígeno (DQO), aproximadamente de 2 a 5 veces el
valor de DBO (Kaushik y Malik, 2009). Los efluentes de los procesos de teñido son típicamente calientes y
coloreados, los principales contaminantes presentes son: sólidos suspendidos, aceites minerales, compuestos
orgánicos (incluyendo fenoles y orgánicos halogenados de solventes usados en el blanqueado), los cuales son
considerados compuestos xenobióticos recalcitrantes a los procesos biodegradativos. También están presentes
concentraciones significativas de metales pesados (cromo, cobre, zinc, níquel o plomo) (World Bank Group, 2011).
En el proceso de fabricación de la fibra natural el agua residual puede contener pesticidas y contaminantes
microbiológicos como (bacterias, hongos y otros patógenos). La problemática de los efluentes textiles no solo está
asociada a la presencia de colorantes. En la industria resultan bastante notables los elevados consumos de agua 150-
350 L/kg fibra, la fijación variable de los colorantes, la presencia de auxiliares químicos tóxicos (Schonenberger y
Schafer, 2002) que conducen a una serie de problemas operativos en sistemas de tratamiento tanto físicos, químicos
y biológicos (Pignatello et al., 2006; Hai et al., 2007; Van der Zee y Villaverde, 2005). Los datos reportados para la
Zona Metropolitana del Valle de México señalan que las empresas textiles representaban el 14% de las empresas
instaladas a nivel nacional, los residuos generados por dichas empresas corresponden a 1,600,901 m3/año de agua de
las cuales el 54% (801,937 m3/año) son arrojados sin previo tratamiento.

2
Existen diferentes procesos de tratamiento tales como: físicos, químicos y biológicos que pueden ser aplicados para
remover colorantes de las aguas residuales. Cada método tiene sus limitaciones técnicas y económicas. Se ha
reportado en la literatura que el uso de un solo proceso no es eficiente para la degradación del color y la
mineralización de los compuestos que se forman (Supaka et al., 2004). Los tratamientos biológicos son los más
utilizados para tratar los efluentes líquidos de la industria textil, e incluyen básicamente tratamientos aerobios que
pueden ser combinados por una o más etapas de tratamiento, como sedimentación, tamizado, coagulación o cualquier
otro tratamiento físico-químico avanzado, como ultrafiltración o adsorción (García-Montaño, 2007). Los procesos
biológicos han sido considerados como alternativas efectivas para el tratamiento de efluentes coloreados (Van der
Zee y Villaverde, 2005; Pandey et al., 2007), pero la necesidad de aclimatación, los tiempos elevados de residencia y
el carácter recalcitrante de algunos colorantes y auxiliares de manufactura, constituyen en la actualidad las mayores
limitantes encontradas para su operación estable (Rai et al., 2005). El proceso físico-químico Fenton es considerado
uno de los más prometedores debido a su elevada eficacia y bajo costo en la remediación de aguas contaminadas con
compuestos tóxicos y/o no biodegradables (Bauer et al., 1997). El proceso Fenton ha resultado efectivo para degradar
compuestos alifáticos y aromáticos clorados, PCBs, nitroaromáticos, colorantes azo, clorobenceno y fenoles.

El proceso de oxidación de Fenton es un método de oxidación catalítico homogéneo que usa una mezcla de iones de
Fe2+ y peróxido de hidrógeno en un medio ácido. Este es muy efectivo en la remoción de compuestos contaminantes
en el agua. La principal ventaja es la completa destrucción de los contaminantes en compuestos más simples con
bajos tiempos de reacción. El mecanismo que describe la reacción de Fenton se muestra en la ecuación 1 (Neyens y
Baeyens, 2003).

Fe2+ + H2O2 Fe3+ + OH.+ OH- Ecuación (1)

El ion ferroso inicia y cataliza la descomposición del peróxido de hidrógeno, resultando en la generación de radicales
hidroxilos. Los radicales hidroxilos pueden rápidamente reaccionar con un amplio rango de contaminantes orgánicos
para mineralizarlos hasta CO2, H2O y productos inorgánicos (Sun et al., 2009). El ion ferroso es generado lentamente
entre la formación del ion férrico y el peróxido de hidrógeno, como se indica en las ecuaciones 2 a 4.

Fe3+ + H2O2 Fe- OOH2+ H+ Ecuación (2)

Fe- OOH2+ HO2 + Fe2+ Ecuación (3)

Fe3+ + HO2 Fe2+ + O2 + H+ Ecuación (4)

El proceso Fenton tiene doble ventaja, la oxidación y la coagulación, lo que reduce el contenido de color y a su vez
la DQO de las aguas residuales. Otras ventajas son: el Fe2+ es abundante y no tóxico, el peróxido de hidrógeno es
fácil de manejar y ambientalmente benigno, no se forman compuestos clorados como en otras técnicas oxidantes, y
no existen limitaciones de transferencia de masas por tratarse de un sistema homogéneo. El diseño de reactores para
la aplicación tecnológica es bastante sencillo. En contra posición requiere la adición continua y estequiometria de
Fe3+ y H2O2, es decir, necesita una alta concentración de Fe. La oxidación avanzada con Fenton es un método
adecuado para aguas residuales resistentes a un tratamiento biológico, éste puede ser usado para tratar colorantes
solubles e insolubles. Una desventaja es la formación de lodos residuales y de aminas aromáticas que pueden resultar
tóxicas.

Las condiciones de operación y la composición del agua residual, afectan sustancialmente a la eficacia y velocidad
del proceso de oxidación. Los principales parámetros que influyen son: El pH, el valor óptimo se encuentra entre 2.5
y 2.8, donde el hierro existe en solución como Fe(OH)2+(H2O)5. La dosis de H2O2 influye en la eficacia del proceso,
mientras que la concentración de hierro afecta a la cinética (Pignatello et al. 2006, Parag et al. 2004, Neyens et al.
2003). Tanto la eficacia como la velocidad de reacción tienden a aumentar con la concentración de reactivos. (Arslan
et al., 2009, García-Montaño 2007, Pignatello et al., 2006, Pérez et al., 2002, Pérez et al., 2001). La velocidad de
oxidación aumenta con el incremento de temperatura (Zhang et al., 2005). A presión atmosférica, el rango
recomendable de operación es entre 25 y 45 °C, ya que si se sobrepasa los 50 °C, ocurre una descomposición

3
acelerada del peróxido de hidrógeno en oxígeno y agua (Torrades et al., 2004) y la precipitación del hierro en forma
de hidróxido, debido a que su constante de producto de solubilidad (Kps) disminuye (Pérez et al., 2002, Pérez et al.,
2001). Este aspecto es muy importante debido a que las industrias textiles tienen una temperatura elevada en su
proceso de producción. Ciertos aniones inorgánicos actúan como inhibidores de la acción de los radicales .OH o
forman especies no reactivas con el hierro. Algunos estudios han mencionado la disminución de la velocidad del
proceso debido a la presencia en altas concentraciones de fluoruros y sulfatos (F-, SO42-) (Pignatello et al., 2006,
Parag et al., 2004), que reducen la reactividad del Fe(III) a través de mecanismos de coordinación y secuestrando
radicales hidroxilo; bromuros y cloruros (Br -, Cl-) (García-Montaño 2007) también secuestran a los radicales
hidroxilos; nitratos (NO3-), percloratos (ClO4-) e hidrógeno fosfatos (H2PO4-), forman complejos insolubles con el
Fe(III) (Pignatello et al., 2006, Parag et al., 2004, Neyens et al., 2003).

Objetivo
Determinar que parámetros tiene un efecto sobre la eficiencia del proceso Fenton, así como la obtención de las
condiciones de operación óptimas para el tratamiento de un efluente de la industria textil.

Metodología

Selección y caracterización del efluente general de la industria textil.


Se realizará una búsqueda de las industrias textiles cercanas al IMTA para obtener el agua residual que será sometida
a tratamiento mediante el proceso Fenton. Una vez seleccionada se realizará una caracterización inicial.

Determinación de los parámetros que tienen un efecto sobre la eficiencia del proceso Fenton, así como la
obtención de las condiciones de operación óptimas.
La estimación de los efectos causados por los factores e identificación de variables que afectan significativamente en
el tratamiento Fenton, así como para obtener las condiciones óptimas para la remoción de color y materia orgánica,
se realizó mediante un diseño de experimentos factorial a dos niveles (2 k) con centros. El programa empleado para el
análisis fue el STATGRAPHICS Centurion. Para realizar la selección de las variables y sus rangos de prueba, se
utilizó como referencia una investigación previa de 15 experimentos realizados en una prueba de jarras para la
determinación de las mejores dosis de FeSO 4 y H2O2 en la decoloración y remoción de materia orgánica. Los niveles
y centros utilizados se muestran en la Tabla 1.

Tabla 1 Factores y niveles del diseño experimental


Factores Bajo Alto Centro Factores Bajo Alto Centro
FeSO4 (mg/L) 300 900 450 VAL (rpm) 5 20 15
H2O2 (mg/L) 300 900 450 TAL (min) 30 60 45
TAR (min) 2 8 5 SED (min) 60 120 90

Los factores de respuesta son: Porciento (%) de remoción de color y de remoción de materia orgánica.

Para las determinaciones analíticas se tomaran muestras al inicio y final de la prueba. De acuerdo a los resultados
obtenidos, se seleccionaron dos valores de cada variable de prueba, en las cuales se obtuvieron los mayores
porcentajes de decoloración y remoción de materia orgánica.

Determinación de pruebas de toxicidad.


Con la finalidad de poder determinar si los efluentes del proceso Fenton son tóxicos, debido a que el rompimiento de
los colorantes azo, pueden formar compuestos recalcitrantes, se realizarán pruebas de toxicidad con la bacteria
marina Vibrio Fischeri.
Resultados

Selección del efluente general de la industria textil

4
De acuerdo a la cercanía del lugar, características del agua residual y accesibilidad de la industria para colaborar, se
seleccionó a la industria Gütermann, que es una empresa fabricante de hilos de coser 100% poliéster y nylon para la
Industria de la Confección. Utiliza principalmente colorantes azo. El agua residual que se genera proviene de las
descargas de los procesos; productivo y de lavado. La descarga general presenta temperaturas entre 40 y 60 °C, altas
concentraciones de colorantes, así como aditivos químicos. Los resultados de la caracterización del agua residual de
la empresa Gütermann se presentan en la Tabla 2.

Tabla 2 Caracterización del efluente general de la Industria Gütermann


Parámetro (mg/L) Valor Parámetro (mg/L) Valor
DQO 9313 Sulfatos 1556
DBO 794 N-NH3 404
S. Sedimentables <0.5 NT 471
SST 20.3 GyA 24.3
PT 113.5 Color verdadero (UPtCo) 2000

En la figura 1 y2 se muestran las condiciones iniciales y finales de una prueba de Fenton.

Figura 1. Inicio de la prueba Fenton Figura 2. Final de la prueba Fenton

Los resultados que proporcionó el programa STATGRAPHICS Centurion son los siguientes: Para la remoción del
color y de acuerdo al análisis de varianza, las variables significativas son: concentración de FeSO4 y VAL, además
las interacciones; concentración de H2O2 con SED, la TAR con VAL y la TAR con TAL. Estas variables o la
combinación son significativas con un nivel de confianza del 95.0% (Tabla 3).

Tabla 3. Análisis de Varianza para remoción de color


Fuente Suma de Cuadrados Gl Cuadrado Medio Razón-F Valor-P
A:FeSO4 1218.88 1 1218.88 4.68 0.0345
B:H2O2 239.863 1 239.863 0.92 0.3411
C:TAR 200 rpm 0.00140625 1 0.00140625 0.00 0.9982
D:VAL 1123.09 1 1123.09 4.31 0.0421
E:TAL 467.1 1 467.1 1.79 0.1856
F:SED 4.05016 1 4.05016 0.02 0.9012
BF 1184.22 1 1184.22 4.55 0.0371
CD 1882.48 1 1882.48 7.23 0.0093
CE 9469.72 1 9469.72 36.36 0.0000
Error total 15627.8 60 260.463
Total (corr.) 31217.2 69

El gráfico de efectos principales (Figura 3) muestra el comportamiento de cada uno de los factores, así a
concentraciones altas de FeSO4 la eficiencia en la decoloración disminuye de 72.5 a 63.5%, esto puede ser atribuido
a un exceso de fierro en la solución aportando color a la muestra. Un efecto similar ocurre con la VAL cuanto mayor
es la velocidad de agitación la eficiencia disminuye cerca de un 10%. Mientras que para la concentración de peróxido

5
y el TAL, el comportamiento es inverso, con los niveles altos se obtienen las mejores eficiencias de decoloración.
Esto se ratifica con el gráfico de superficie (Figura 4).

Figura 3. Efectos principales para la remoción del color Figura 4. Superficie de respuesta estimada para los
factores de FeSO4 y H2O2

En la Figura 4 muestra que los mejores resultados son obtenidos con una concentración de FeSO4 de 300 mg/L (nivel
bajo), y para H2O2 se requieren 900 mg/L (nivel alto), dando una relación de 1 a 3, logrando porcentajes de
decoloración del 77.5%. Por otra parte si la velocidad de agitación aumenta de 5 hasta 20 rpm las eficiencias
disminuyen un 16 %, debido a la influencia que tiene la velocidad de agitación en la formación de los flóculos, si la
velocidad aumenta no permite su formación, pudiendo llegar hasta su ruptura. Mientras que para los tiempos de
agitación lenta se requiere al menos 60 min a una velocidad de 5 rpm para permitir la formación de flóculos y así
generar una mejor sedimentabilidad. Si el tiempo decrece no permite que los flóculos puedan crecer. La optimización
del proceso para lograr porcentajes de decoloración del 97% se presentan en la Tabla 4.

Tabla 4. Optimización del proceso Fenton para la remoción de color


Factor FeSO4 (mg/L) H2O2 (mg/L) TAR (min) VAL (rpm) TAL (min) SED (min)
Óptimo 300 900 8 5 30 60

Para la remoción de materia orgánica y de acuerdo al análisis de varianza, las variables significativas son: VAL y las
interacciones; TAR con TAL y VAL con TAL. Estas variables o combinaciones son significativas con un nivel de
confianza del 95.0% (Tabla 5).

Tabla 5. Análisis de Varianza para remoción de DQO


Suma de
Fuente Gl Cuadrado Medio Razón-F Valor-P
Cuadrados
C:TAR 0.330625 1 0.330625 0.00 09697
D:VAL 2940.35 1 2940.35 12.93 0.0006
E:TAL 269.781 1 269.781 1.19 0.2802
CD 347.823 1 347.823 1.53 0.2208
CE 6666.72 1 6666.72 29.32 0.0000
DE 1046.52 1 1046.52 4.60 0.0358
Error total 14326.2 63 227.4
Total (corr.) 25597.7 69

El gráfico de efectos (Figura 5) muestra que el factor que tiene mayor significancia en el tratamiento es la velocidad
de agitación lenta, ya que mientras menor sea este valor contribuirá con la adherencia de las partículas suspendidas
para llegar a la formación de flóculos de tal tamaño que pueda sedimentar con facilidad, disminuyendo con esto los
sólidos suspendidos que pueden aportar DQO, mientras que TAR y TAL no tienen un efecto significativo ya que la
eficiencia de remoción se mantiene constante en 62%. Esto se ratifica con el gráfico de superficie (Figura 6).

6
Figura 5. Efectos especiales para la remoción de Figura 6. Superficie de respuesta estimada para los
materia orgánica factores de VAL y TAL

El máximo porcentaje de remoción de materia orgánica estuvo influenciado principalmente por los factores de VAL
y TAL. Ya que estos repercuten en la remoción de sólidos suspendidos, por lo que éstos pueden contribuir con el
aumento o en su caso remoción de DQO. En la Figura 6 se muestra el efecto que tienen los factores trabajando con
niveles bajos y altos, se observa que es necesario agitar durante 60 min a una velocidad de 5 rpm para obtener las
mayores eficiencias, logrando porcentajes de remoción de materia orgánica del 74.5 %. Aumentando la velocidad de
agitación o disminuyendo el tiempo de agitación los porcentajes decrecen. La optimización del proceso para lograr
porcentajes de remoción de materia orgánica del 82% se presentan en la Tabla 6.

Tabla 6. Optimización del proceso Fenton para la remoción de materia orgánica


Factor FeSO4 (mg/L) H2O2 (mg/L) TAR (min) VAL (rpm) TAL (min) SED (min)
Óptimo 300 300 2 5 60 120

Conclusiones

 Para concentraciones de DQO en el agua residual mayores a 4500 mg/L la relación FeSO 4:H2O2 es de 1:3.
 Para la remoción del color y de acuerdo al análisis de varianza, las variables significativas son: concentración
de FeSO4 y VAL, además las interacciones; concentración de H2O2 con SED, la TAR con VAL y la TAR con
TAL.
 Para la remoción de materia orgánica y de acuerdo al análisis de varianza, las variables significativas son: VAL
y las interacciones; TAR con TAL y VAL con TAL.
 El nivel de los factores para la optimización del proceso en la decoloración del agua textil son: 300 mg/L
FeSO4, 900 mg/L H2O2, 8 min TAR 200 rpm, 5 rpm VAL, 30 min TAL y 60 min SED., para obtener una
remoción del 97%.
 El nivel de los factores para la optimización del proceso en la remoción de materia orgánica del agua textil son:
300 mg/L FeSO4, 300 mg/L H2O2, 2 min TAR 200 rpm, 5 rpm VAL, 60 min TAL y 120 min SED, para lograr
una remoción del 82%.
 La prueba de toxicidad mostró que las UT disminuyen después del tratamiento de 19 a 5 UT trabajando con
300 mg/L de FeSO4 y 300 mg/L de H2O2. Sin embargo un exceso de H2O2 puede generar un aumento
considerable en el resultado final.
 Es factible utilizar el proceso Fenton para eliminar color y materia orgánica del agua residual de la empresa
Gutermann.

Referencias bibliografías

7
Arslan-Alaton I., Tureli G., Olmez-Hanci T. (2009). Treatment of azo dye production wastewaters using Photo-
Fenton-like advanced oxidation processes: Optimization by response surface methodology. Journal of
photochemistry and Photobiology A: Chemistry, 202, 142-153.
Bauer R., Fallmann H. (1997). The Photo-Fenton oxidation-A cheap and efficient wastewater treatment method.
Research on chemical intermediates, 23, 341-354.
García-Montaño J. (2007). Tesis doctoral. Combination of Advanced Oxidation Processes and biological treatments
for commercial reactive azo dyes removal. Departamento de Química. Universidad Autónoma de Barcelona.
Hai, F.I., Yamamoto, K., Fukushi, K., (2007). Hybrid treatment systems for dye wastewater. Environmental.
Science Technology. 37, 315–377.
Herbst W. y Hunger K. (1997). Industrial Organic Pigments: Production, Properties, Applications, John Wiley &
Sons, Inc., 2a edition.
IPPC. (2003). Integrated Pollution Prevention and control. Reference document on best available techniques for the
textiles industry. European Commession.
Kaushik, P., Malik, A., (2009). Fungal dye decolorization: Recent advances and future potential. Environmental.
Internacional, 35: 127-141.
Neyens E., Baeyens J. (2003). A review of classic Fenton’s peroxidation as an advanced oxidation technique.
Journal of Hazardous Materials, 98, 33-50.
Parag R. C., Aniruddha B. P. (2004). A review of imperative technologies for wastewater treatment I: oxidation
technologies at ambient conditions. Advances in Environmental Research, 8, 501-555.
Pérez M., Torrades F., Doménech X., Peral J. (2001). Fenton and Photo-Fenton oxidationof textile effluents. Water
Research, 36, 2703-2710.
Pérez M., Torrades F., Doménech X., Peral J. (2002). Removal of organic contaminants in paper pulp treatment
effluents under Fenton and Photo-Fenton conditions. Applied Catalysis B: Environmental, 36, 63-74.
Pignatello, J. J., Oliveros, E., MacKay, A. (2006). Advanced oxidation process for organic contaminant destruction
based on the Fenton reaction and related chemistry. Environmental Science Technology; 31: 2399-2406.
Rai, H.S., Bhattacharyya, M.S., Singh, J., Bansal, T.K., Vats, P., Banerjee, U.C., (2005). Removal of dyes from the
effluent of textile and dyestuff manufacturing industry: a review of emerging techniques with reference to
biological treatment. Crit. Rev. Environmental Science Technology, 35: 219–238.
Schönberger, H., Schäfer, T., (2002) Best Available techniques in textile industry, Research Report 200 94 329
UBA-FB 000325/e, Federal Environmental Agency, Berlin Germany.
SEMARNAT-CNA (2004). Estadísticas del Agua en México 2004, Secretaria de Medio Ambiente y Recursos
Naturales, Comisión Nacional del Agua, México.
Supaka, N., Juntongjin, K., Damronglerd, S., Delia, M. L., Strehaiano, P. (2004). Microbial decolorization of
reactive azo dyes in a sequential anaerobic-aerobic system. Chemical Engineering Journal. 99(2): 169-176.
Sun, S. P., Li, C. J., Sun, J. H., Shi, S. H., Fan, M. H. & Zhou, Q. (2009). Decolorization of an azo dye Orange G in
aqueous solution by Fenton oxidation process: effect of system parameters and kinetic study. J. Hazard.
Mater. 161(2–3), 1052–1057.
Torrades F., García-Montaño J., Doménech X., Núñez L., García-Hortal J. A. (2004b). Decolorisation and
mineralisation of homo- and hetero-bireactive dyes Ander Fenton and photo-Fenton conditions. Coloration
Technology, 120, 188-194.
Van der Zee, F.P., Villaverde, S., (2005). Combined anaerobic-aerobic treatment of azo dyes – a short review of
bioreactor studies. Water Resource, 39: 1425–1440.
World Bank Group, (2011). Pollution Prevention and Abatement: Textiles Industry. Draft Technical Back-ground
Document. Environment Department, Washington, D. C.
Zhang H., Choi H.J., Huang C. (2005). Optimization of Fenton process for the treatment of landfill leachate. Journal
of Hazardous Materials, 125, 166-174
Zeybek Z. , Yuce Cetinkaya S., Alioglu F., Alpbaz M. (2007). Determination of optimum operating conditions for
industrial dye wastewater treatment using adaptive heuristic criticism pH control. Journal of Environmental
Management. 85: 404-414.
Zoollinger H. (2001). Color Chemistry: Syntheses, Properties and Applications of Organic Dyes and Pigments. John
Wiley & Sons, 3a edición.

8
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DE PLANTAS DE TRATAMIENTO DE AGUAS
RESIDUALES EN ZONAS TURÍSTICAS DE PLAYA EN CANCÚN, Q. ROO Y
BAHÍAS DE HUATULCO, OAX.

WASTEWATER TREATMENT PLANTS ENVIRONMENTAL DIAGNOSIS IN


TOURISTIC BEACH AREAS IN CANCUN, Q. ROO AND HUATULCO BAYS, OAX.

*Ana Cecilia Tomasini Ortiz 1


Carl Servín Jungdorf 1

Abstract
Mexico has high-level tourist destinations. The environmental quality of such destinations
is concentrated on the following aspects: 1 Quality and quantity of water resources. 2.
Handling, treatment and disposal of sewage and other residues. 3. Creation and
maintenance of green areas. An environmental diagnosis of treatment plant wastewater in
tourist areas of Cancun, Q. Roo and Huatulco, Oaxaca was performed. In general, the
WWTPs, using the activated sludge process were sludge is produced. In terms of impact
environment as a tourist attraction beaches in both areas is guaranteed. Total production
of treated wastewater, from 2010 to 2012, between the three WWTPs of Cancun, was
27,242, 465 m3. Of which 5% was available for irrigation Kulkucán Boulevard; 4%, for
watering gardens hotels; 10% in the irrigation of golf courses and 81% is for soak pits.
Treated water generated by the five WWTPs in Huatulco, in 2012, wastewater was 2,
436,100 m3. Of this 40% was used for irrigation of golf courses, 2% in hotels for watering
gardens, 50 % for irrigation of urban gardens and 1% is sold or will give pools. Regarding
sludge in Cancun, and use it for compost, in Huatulco are deposited in a landfill. In
Cancun and Huatulco, the beaches belong to the National Clean Beaches Program and
reported as suitable beaches for recreational use. Some of them have a certification, NMX -
AA -120- SCFI- 2000. In 2013, they were recognized with the "Blue Flag beaches" aware,
Delfines beach Cancun, and Chahué beach in Huatulco.
KeyWords: Clean beaches, Reuse, Sludge, Wastewater treatment, Water Quality.

1
Coordinación de Tratamiento y Calidad del Agua, Subcoordinación Tratamiento de Aguas Residuales, Instituto
Mexicano de Tecnología del Agua.
*Subcoordinación de Tratamiento de Aguas Residuales, Instituto Mexicano de Tecnología del Agua, Paseo Cuauhnáhuac
#8532, Col. Progreso, Jiutepec, Morelos, C.P. 62550, México. atomasini@tlaloc.imta.mx

1
Resumen
México cuenta con destinos turísticos de alto nivel. La calidad ambiental de tales lugares se concentra en los
siguientes aspectos: 1. Calidad y cantidad del recurso hídrico. 2. Manejo, tratamiento y disposición de aguas
residuales y de otros residuos. 3. Creación y mantenimiento de áreas verdes. En 2013, se realizó un
diagnóstico ambiental del impacto generado por las descargas de las plantas de tratamiento de aguas
residuales (PTARs) en las zonas turísticas de Cancún, Q. Roo y Bahías de Huatulco, Oaxaca. En general, para
garantizar la conservación del entorno de sus playas como atractivo turístico en ambas zonas, las PTARs
utilizan el proceso de lodos activados, que producen lodos residuales. Las tres PTARs de Cancún trataron en
total 27,242,465 m3, entre 2010 al 2012, de los cuales el 5%, se utilizó para el riego del Boulevard Kulkucán;
un 4%, para el riego de jardines de hoteles; el 10% en riego de campos de golf y el 81% se dispuso en pozos
de absorción. El agua residual tratada generada por las cinco PTARs de Bahías de Huatulco, durante el 2012,
fue de 2,436,100 m3, el 40% de ésta se utilizó en riego de campos de golf, el 2% en hoteles para el riego de
jardines, 50% para el riego de camellones y jardines urbanos y un 1% se vende o va a dar a piletas para su uso
posterior. Con respecto a los lodos, en Cancún lo utilizan para composta y en Bahías de Huatulco se depositan
en un relleno sanitario. Las playas de Cancún, y Bahías de Huatulco, se encuentran dentro del Programa
Nacional de Playas Limpias, reportándose como playas aptas para uso recreativo, incluso algunas de ellas
cuentan con una Certificación, bajo la Norma Mexicana NMX-AA-120-SCFI-2006. En el 2013, recibieron el
reconocimiento “Playas Blue Flag”, la Playa Delfines de Cancún y Playa Chahué de Bahías de Huatulco.

Palabras clave: Agua residual tratada, Calidad del agua, Lodos, Playas limpias, Reúso.

Introducción

México cuenta con destinos turísticos de alto nivel, que representan para el país una importante fuente de
divisas. Los más representativos son Cancún, Los Cabos, Huatulco e Ixtapa. El éxito de estos sitios ha sido el
reconocimiento internacional a su calidad ambiental y al entorno ecológico, la belleza y limpieza de sus aguas
y a la calidad de los servicios que ahí se prestan.

La calidad ambiental de tales destinos turísticos se concentra básicamente en los siguientes aspectos: 1.
Calidad y cantidad del recurso hídrico. 2. Manejo, tratamiento y disposición de aguas residuales y de otros
residuos. 3. Creación y mantenimiento de áreas verdes.

El Centro turístico de Cancún se creó el 1974 y el de Bahías de Huatulco el 1985 y el inicio formal del
Programa de Evaluación de Impacto Ambiental (PEIA) se registró en 1988, año en que se publicó la Ley
General del Equilibrio Ecológico y la Protección al Ambiente (LGEEPA) y su Reglamento en Materia de
Evaluación de Impacto Ambiental (REIA). Por lo que la construcción de las plantas de tratamiento de aguas
residuales quedó exenta de presentar los Manifiestos de Impacto Ambiental (MIA) ya fuera en la modalidad
general o regional.

En general, en las Plantas de Tratamiento de Aguas Residuales (PTARs), se utiliza el proceso de lodos
activados. Los lodos residuales (primarios y secundarios), deben ser tratados y depositados en rellenos
sanitarios o mejor, procesados en composta, para usarlos como mejorador de suelos.

Considerando la complejidad de las costas mexicanas, se requiere la aplicación de políticas transversales para
su conservación. En tal virtud y conforme al criterio de desarrollo sostenible, diversas instancias del Gobierno
Federal relacionadas con medio ambiente, salud y turismo, decidieron formar un Grupo Interinstitucional para
aplicar una estrategia conjunta con enfoques técnicos y administrativos, para promover acciones orientadas a
la protección y conservación de ecosistemas costeros y el cuidado de la salud pública a través de la evaluación
de las condiciones sanitarias de las playas del país. Para coadyuvar en esta tarea, la Secretaría del Medio
Ambiente y Recursos Naturales (SEMARNAT) publicó la norma NMX-AA-120-SCFI-2006, que establece
los requisitos y procedimiento para obtener certificado de calidad de playas, requisito para avanzar en la
gestión sustentable de las playas mexicanas, reducir los riesgos a la salud de la población y elevar la
competitividad de los destinos turísticos. En donde la calidad bacteriológica del agua deberá ubicarse dentro
del límite de 100 Enterococcus faecalis NMP/100 ml. Con el este esquema de certificación de playas, se
espera contribuir a que los ecosistemas costeros del país sigan conservando una amplia gama de hábitat y

2
especies, sigan siendo un reservorio de nutrientes, mantengan su funcionalidad como filtro de contaminantes
y ayuden a mantener la línea de la costa ante los fenómenos hidrometeorológicos extremos.

Objetivo

Realizar un diagnóstico del impacto ambiental causado por las plantas de tratamiento de aguas residuales
ubicadas en zonas turísticas de playa de Cancún, Q. Roo y Bahías de Huatulco, Oax., México.

Metodología

Para realizar el diagnóstico ambiental se revisaron las descargas de agua residual con la finalidad de constatar
que sean tratadas antes de ser vertidas a un cuerpo receptor, que las PTARs, cumplan con la norma oficial
mexicana, NOM-001-SEMARNAT-1996, que establece los límites máximos permisibles (LMP) de
contaminantes en el aguas residual tratada que será vertido en un cuerpos de agua de propiedad nacional o
que, cuando aplique, cumpla con la NOM-003-SEMARNAT-1997, que establece los LMP de contaminantes
para el reúso de agua residual tratada en servicios al público; o, según sea el caso, que cumpla con
Condiciones Particulares de Descarga (CPD’s). Así mismo, se verificaron las condiciones del manejo y
disposición de los lodos residuales, generados por las PTARs, que para tal efecto, tienen que cumplir con la
NOM-004-SEMARNAT-2002 en lo relativo a sus especificaciones y LMP de contaminantes para su
aprovechamiento y disposición final y la NOM-052-SEMARNAT-2005, la cual establece las características,
el procedimiento de identificación, clasificación y los listados de los residuos peligrosos. Por último, conocer
y dar seguimiento al programa “Playas limpias” de la CONAGUA de las PTARs involucradas.

Resultados

En Cancún, Q. Roo., se revisaron tres PTARs: Pok Ta Pok, Gucumatz, y El Rey (Figura 1). La primera,
construida en 1976, se encuentra a la altura del kilómetro 7.5 del Boulevard Kukulkán, en el centro de un
campo de golf y zonas habitación. Gucumatz, está ubicada en el km. 16.5 del Blvd. Kukulkán, entre el campo
de golf del Hotel Hilton y el Campo de Golf Riviera Palace, con una superficie total de 60 ha. con vista a la
Laguna. Por último, construida sobre un saliente sobre la laguna Nichupté la planta de tratamiento El Rey, se
localiza en el Km 18.5 del mismo boulevard, colinda con las ruinas de “El Rey” (ACGCM, 2010).

Figura 1. Localización de las PTARs, de Cancún: Pok Ta Pok, Gucumatz y el Rey.

3
La Tabla 1, muestra el volumen de agua residual tratada por las tres plantas entre los años 2010 al 2012. Para
el 2010 se trataron entre las tres plantas 8,707,168 m3; 2011; 8,905,148 m3 y 2012; 9,630,149 m3, siendo la
PTAR Pok Ta Pok, la que trata mayor volumen operando en promedio a 60% de su capacidad y la PTAR El
Rey la que opera a menor capacidad, 35%. Entre las tres tienen una capacidad total para tratar 525 l/s.

Tabla 1. Volumen de agua residual tratada en metros cúbicos


PTAR 2010 2011 2012
Pok Ta Pok 4,474,612 4,480,168 4,838,772
Gucumatz 3,214,165 3,428,770 3,574,727
El Rey 1,018,391 996,210 1,216,650
Total 8,707,168 8,905,148 9,630,149

Del total de m3 generados, el 5% se utilizó para el riego del Bulevar Kulkukán, el 4% se da para riego en
hoteles, el 10% para riego de diferentes campos de golf y un 81% se va a pozos de absorción (Tabla 2)

Tabla 2. Destino del agua residual tratada (m3)


Bulevar Kulkukán Hoteles Campos de golf Pozos de absorción
PTAR
2010 2011 2012 2010 2011 2012 2010 2011 2012 2010 2011 2012
Pok Ta Pok 222,526 201,395 220,588 59,551 6,494 220,588 360,500 224,764 135,925 3,721,998 3,928,049 4,368,305
Gucumatz 285,701 84,367 43,670 49,094 71,338 72,954 382,796 526,541 482,740 2,455,925 2,692,619 2,911,041
El Rey 152,386 99,041 79,780 35,557 45,885 36,065 158,236 221,792 236,504 614,083 576,537 802,506

Total 660,613 384,803 344,038 144,202 123,717 329,607 901,532 973,097 855,169 6,792,006 7,197,205 8,081,852

Durante el periodo de 2010 a 2013, las PTARs cumplieron la NOM-003-SEMARNAT-1997 y con los LMP
(Tabla 3), señalados en las CPD para las aguas destinadas a la infiltración en el subsuelo. Para el caso del
cumplimiento de la NOM-001-SEMARNAT-1996, en 2013, el efluente de la PTAR Pok Ta Pok no cumplió
con el LMP de nitrógeno total (NT) marcado por la norma y tampoco con los LMP para los sólidos
suspendidos totales (SST), señalado en la NOM-003-SEMARNAT-1997. El efluente de la PTAR Gucumatz,
durante el 2010 tampoco cumplió con éste último parámetro.

Tabla 3. Calidad del agua de los efluentes de las PTARs de Cancún.


NOM- NOM-
Pok Ta Pok Gukumatz El Rey 001 003 CPD

PARÁMETROS UNIDADES 2010 2011 2012 2013 2010 2011 2012 2013 2010 2011 2012 2013 LMP LMP LMP
pH Unidades 6.46 6.36 7.1 7.14 6.27 6.45 6.91 6.08 6.28 6.35 6.86 9.95 5 - 10 NA

Materia flotante Cualitativo Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

DBO5 mg/L 2.5 5 2.5 11.86 5.75 4.66 2.75 2.75 8.5 7 3.5 3.37 30 30 150
Fósforo total mg/L 1.02 1.88 3.85 2.17 3.5 4.61 4.58 3.76 4.28 3.54 3.42 2.67 5 NA 20
Grasas y aceites mg/L 5 5 13 6.9 5 5 12.25 10.26 5 5 8.5 12.09 15 15 15
Nitrógeno total mg/L 5.75 4.4 5 21.1 6.6 2.15 4.6 32.75 5.98 2.43 5.74 8.27 15 NA 40
Sólidos suspendidos totales mg/L 5 14 14.5 29.43 21.25 16.16 7.75 19.9 5 13.3 14 13.67 40 20 20
Sólidos sedimentables mg/L 0.1 0.1 0.1 0.5 0.1 0.1 0.1 0.5 0.1 0.1 0.1 0.5 1 NA 1
Colifirmes fecales MNP/100mL 2 2 2 102 2 2 2 79 2 2 2 10 1000 240 1000
Huevos de helminto HH/L 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 <1 <1 <1
Arsénico mg/L 0.0002 0.0002 0.0002 0.0002 0.0002 0.0002 0.0002 0.0002 0.0002 0.0002 0.0002 0.0002 0.1 0.1 0.2
Cadmio mg/L 0.011 0.005 0.005 0.005 0.005 0.005 0.005 0.005 0.005 0.005 0.005 0.005 0.1 0.1 0.2
Cianuro mg/L 0.08 0.08 0.08 0.08 0.08 0.08 0.08 0.08 0.08 0.08 0.08 0.08 1 1 1
Cobre mg/L 0.006 0.006 0.006 0.006 0.006 0.006 0.006 0.006 0.006 0.006 0.006 0.006 4 4 4

4
NOM- NOM-
Pok Ta Pok Gukumatz El Rey 001 003 CPD

PARÁMETROS UNIDADES 2010 2011 2012 2013 2010 2011 2012 2013 2010 2011 2012 2013 LMP LMP LMP
Cromo mg/L 0.008 0.008 0.008 0.008 0.008 0.008 0.008 0.008 0.008 0.008 0.008 0.008 0.5 0.5 1
Mercurio mg/L 0.0003 0.0003 0.0003 0.0003 0.0003 0.0003 0.0003 0.0003 0.0003 0.0003 0.0003 0.0003 0.005 0.005 0.01
Niquel mg/L 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 2 2 2
Plomo mg/L 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 0.2 0.2 0.5
Zinc mg/L 0.054 0.054 0.054 0.054 0.054 0.054 0.054 0.054 0.054 0.054 0.054 0.054 10 10 10

Los lodos que se producen por el tratamiento de las aguas residuales de la zona hotelera, se envían a un
campo para producir composta (Figura 2) junto con el sargazo recolectado en las playas, las algas que se
extraen del Sistema Lagunar Nichupté y el material vegetal que resulta de la poda de los jardines y áreas
verdes de la zona urbana. Esta composta servirá para su aprovechamiento en el mejoramiento de suelos, lo
cual genera un impacto positivo al medio ambiente. La planta se encuentra en despoblado para evitar
molestias a la población circunvecina. Conforme la composta logra su maduración se almacena, para su
posterior distribución o entrega a diversos consumidores.

Figura 2. Planta de composta.

En la tabla 4, se muestra la cantidad de lodos procesados, el material orgánico utilizado para la formación de
composta, la composta producida y la composta entregada para jardines de camellones, hoteles y escuelas, por
mes, durante el periodo de 2010 al 2012.

Tabla 4. Volumen de lodos procesados y composta del periodo de 2010 a 2012.


PRODUCCIÓN DE COMPOSTA 2010 PRODUCCIÓN DE COMPOSTA 2011 PRODUCCIÓN DE COMPOSTA 2012
LODOS COMPOSTA COMPOSTA LODO COMPOSTA COMPOSTA LODO COMPOSTA COMPOSTA
MES MATERIAL MATERIAL MATERIAL
PROCESADO PRODUCIDA ENTREGADA PROCESADO PRODUCIDA ENTREGADA PROCESADO PRODUCIDA ENTREGADA
VEGETAL m 3 VEGETAL M 3 VEGETAL M 3
m3 m3 m3 M3 M3 M3 M3 M3 M3
ENERO 622 319 736 238 626 605 360 522 593 389 249 3
FEBRERO 518 252 730 294 505 458 224 456 579 357 267 3
MARZO 521 246 624 260 751 771 453 382 680 339 264 19
ABRIL 663 317 647 250 610 466 232 448 641 214 168 59
MAYO 549 270 569 240 529 433 201 555 652 346 156 408
JUNIO 529 235 483 286 438 316 201 118 538 220 171 732
JULIO 694 348 536 342 581 503 309 0 636 297 186 536
AGOSTO 619 348 1006 288 565 558 315 0 621 273 192 324
SEPTIEMBRE 334 183 536 258 426 410 201 21 470 210 120 64
OCTUBRE 235 150 499 445 309 283 154 117 369 179 99 112
NOVIEMBRE 507 288 377 1299 422 264 164 48 511 225 126 218
DICIEMBRE 582 306 410 1669 414 512 201 16 565 255 159 160
TOTAL 6373 3262 7153 5869 6176 5579 3015 2683 6855 3304 2157 2638

En el marco del Programa “Playas Limpias”, a partir del 2003, en Cancún se han estado monitoreando las
playas: Puerto Morelos Benito Juárez, Playa Nizuc, Playa Delfines, Playa Ballenas, Playa Marlín, Playa
Caracol, Playa Tortugas, Playa Langosta, Playa Las Perlas y Playa del Niño P. Juárez. En la Tabla 5, se

5
presenta el riesgo a la salud (apta o no apta), hasta el 2013, donde se puede observar cuando no cumplieron
con lo estipulado en la norma NMX-AA-120-SCFI-2006 (requisitos y especificaciones de sustentabilidad de
la calidad de playas), durante 2005 las playas: Playa Delfines, Playa Ballenas, Playa Marlín, Playa Tortugas y
Playa Langosta, en 2008, la Playa las Perlas y en 2009 la Playa Langosta. En 2013 el Instituto Mexicano de
Normalización y Certificación A.C. (IMNC) otorgó a Playa Delfines el certificado de playa limpia. El 20 de
junio de 2013, la Playa Delfines, ubicada a menos de 150 m de la PTAR El Rey, recibió el reconocimiento
Internacional “Playa Blue Flag”, en el marco de la inauguración del IX Encuentro Nacional de Playas
Limpias. Distinción debido a la calidad del agua y de servicios, gestión, manejo ambiental y seguridad.

Tabla 5. Calidad del agua de mar para uso recreativo en Cancún, Q.Roo. 2003-2013.
PLAYAS CANCÚN 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Puerto Morelos Benito Juárez
Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta
(Muelle Fiscal)
Punta Nizuc Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta
Playa Delfines (Certificada) Apta Apta No apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta
Playa Ballenas Apta Apta No apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta
Playa Marlín Apta Apta No apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta
Playa Caracol Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta
Playa Tortugas Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta
Playa Langosta Apta Apta No apta Apta Apta Apta No apta Apta Apta Apta Apta
Playa Las Perlas Apta Apta Apta Apta Apta No apta Apta Apta Apta Apta Apta
Playa del Niño P. Juárez Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta

En Bahías de Huatulco, Oax., se revisaron cinco PTARs: Chahué, se ubica en el sector K de la Bahía del
mismo nombre; la PTAR Tangolunda, se localiza enfrente a un Campo de Golf; la PTAR Conejos, se ubica
cerca del complejo residencial del mismo nombre; la PTAR La Entrega, se localiza en la parte posterior de los
restaurantes de la Playa La Entrega y la PTAR Copalita enfrente a la zona del Parque Eco-Arqueológico
Copalita. (Figura 3)

Figura 3. Ubicación de las PTAR’s en Bahías de Huatulco, Oax.

En la Tabla 6, se muestra el volumen de agua residual tratada por las cinco plantas durante 2012, 2,436,101
m3; siendo la PTAR Chahué, la que trató la mayor cantidad de agua y la menor fue la PTAR Copalita. De esta
agua tratada el 40% se utilizó en el riego de campos de golf, el 2% se entregó a hoteles para el riego de
jardines, 50% se usa para el riego de camellones y jardines urbanos, y un 1% se vende o va a dar a piletas.

Tabla 6. Volumen de agua residual tratada y empleada durante el 2012 (m3)


Volumen total de Zona
Riego campo Riego Venta de
PTAR agua residual 3 hotelera Pileta (m3)
3 de golf (m ) 3 jardines (m3) agua (m3)
tratada (m ) (m )

6
Chahué 1,725,796 461,439 44,913 1,230,106 650
Tangolunda 613,363 521,546
Conejos 56,058
La Entrega 22,071
Copalita 18,813 14,815
Total 2,436,101 982,985 44,913 1,230,106 650 14,815

De acuerdo a los análisis físico-químicos y biológicos del agua residual tratada de los efluentes de las PTARs,
realizados en 2012 y 2013, no cumplieron con los parámetros estipulados en la NOM-001-SEMARNAT-1996
y NOM-003-SEMARNAT-1997. (Tabla 7), los siguientes casos: la PTAR Tangolunda con los LMP para
grasas y aceites (GyA) en 2013; la PTAR Chahué, en los dos años, los LMP para fósforo total (PT) y durante
el 2013 no cumplió con los LMP para GyA, NT y SST; la PTAR Conejos, en 2013 con los LMP para PT,
GyA, NT y SST; la PTAR Copalita, en los dos años con los LMP de demanda bioquímica de oxígeno (DBO),
PT, GyA, NT, SST y coliformes fecales (CF); y la PTAR La Entrega, con los LMP para DBO, PT, GyA, NT,
SST y CF

Tabla 7. Calidad del agua de los efluentes de las PTARs de Bahías de Huatulco.
Tangolunda Chahué Conejos Copalita La Entrega NOM-001 NOM-003
PARÁMETROS UNIDADES
2012 2013 2012 2013 2012 2013 2012 2013 2012 2013 LMP LMP
pH Unidades 6.96 7.07 7.03 7.28 7.16 6.43 6.12 6.84 6.71 6.99 5 - 10
Materia flotante Cualitativo Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente
DBO5 mg/L 14.59 0.58 22.88 7.38 14.59 7.96 30.84 47.29 220.4 149.29 30 30
Fósforo total mg/L 3.95 4.57 5.61 6.2 2.63 7.22 9.59 12.39 4.44 12.05 5 NA
Grasas y aceites mg/L 6.4 37.39 5 20.22 5.5 32.33 26.1 38.46 7.2 47.65 15 15
Nitrógeno total mg/L 13.3 13.26 8.58 35.34 10.52 35.74 93.1 107.69 16.71 122.37 15 NA
Sólidos suspendidos totales mg/L 8 6.4 24 25.69 8 23.42 32 59.27 72 123.14 40 20
Sólidos sedimentables mg/L 0.1 0.5 0.1 0.5 0.1 0.5 0.1 0.5 0.1 0.5 1 NA
Coliformes fecales NMP/100 mL 38 73 3 81 3 126 3 67000 28 75600 1000 240
Huevos de helminto HH/L 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 ≤1 ≤1
Arsénico mg/L 0.01 0.001 0.01 0.001 0.01 0.001 0.01 0.001 0.01 0.001 0.1 0.1
Cadmio mg/L 0.0427 0.02 0.0427 0.02 0.0427 0.02 0.0427 0.02 0.0427 0.02 0.1 0.1
Cianuros mg/L 0.005 0.02 0.005 0.02 0.005 0.02 0.005 0.02 0.005 0.02 1 1
Cobre mg/L 0.0204 0.005 0.0204 0.005 0.0204 0.005 0.0204 0.005 0.0204 0.005 4 4
Cromo mg/L 0.215 0.1 0.215 0.1 0.215 0.1 0.215 0.1 0.215 0.1 0.5 0.5
Mercurio mg/L 0.021 0.001 0.0021 0.001 0.021 0.001 0.021 0.001 0.021 0.001 0.005 0.005
Niquel mg/L 0.18 0.05 0.18 0.05 0.18 0.05 0.18 0.05 0.18 0.05 2 2
Plomo mg/L 0.1273 0.1 0.1273 0.1 0.1273 0.1 0.1273 0.1 0.1273 0.1 0.2 0.2
Zinc mg/L 0.211 0.1 0.24 0.1 0.211 0.1 0.211 0.1 0.211 0.1 10 10

Por lo que respecta al manejo de los lodos de las PTARs Chahué y Tangolunda,, el volumen total de 448 m3
en 2012 y 96 m3 de parte de 2013, se deshidrataron (Tabla 8), para luego confinarlos en un relleno sanitario
(Figura 4). A dichos lodos se les ha realizado la prueba de CRETI de acuerdo a la NOM-052-SEMARNAT-
2005, con buenos resultados.

Tabla 8. Volumen de lodos deshidratados en m3, 2012 y enero a abril de 2013.


PTAR 2012 2013
Chahué 392 80
Tangolunda 56 16
Total 448 96

7
Figura 4. Vistas del relleno sanitario de FONATUR.

Al amparo del Programa Playas Limpias, a partir de 2003, se ha monitoreado la calidad del agua de mar para
uso recreativo en las playas de Huatulco: El Maguey, Chachacual (La India), San Agustín, Santa Cruz, La
Entrega, Chahué, Tangolunda y Copalita (La Bocana), resultando que solamente durante 2010 la Playa
Copalita, y El Maguey no fueron aptas (Tabla 9). Cabe señalar que la Playa Chahué obtuvo la certificación de
acuerdo a los lineamientos de la norma mexicana NMX-AA-120-SCFI-2006, el 20 de junio de 2013. Esta
misma, recibe el reconocimiento Internacional “Playa Blue Flag”, en el marco de la inauguración del IX
Encuentro Nacional de Playas Limpias, distinción, como ya se dijo, por denotar calidad del agua y de
servicios, gestión, manejo ambiental y seguridad.

Tabla 9. Calidad del agua de mar para uso recreativo en Las Bahías de Huatulco, Oxa. 2003-2013.
PLAYAS HUATULCO 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Playa El Maguey Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta No apta Apta Apta Apta
Playa Chachacual (La India) Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta
Bahía San Agustín Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta
Bahía Santa Cruz Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta
Playa La Entrega Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta
Playa Chahué (Certificada) Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta
Playa Tangolunda Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta
Playa Copalita (La Bocana) Apta Apta Apta Apta Apta Apta Apta No apta Apta Apta Apta

Conclusiones

En los dos centros turísticos se observó que en cuestión de impacto al medio ambiente, ninguna de las PTARs
han afectado la flora o fauna del lugar, con lo que se garantiza la conservación del entorno y principalmente
de sus playas, atractivo turístico en ambas zonas.

Las PTARS ubicadas en la zona hotelera de Cancún son un buen ejemplo del beneficio que aportan al medio
ambiente, pues éste no se constriñe a evitar la contaminación de las playas. El posterior manejo del agua
residual tratada, contribuye a la conservación del entorno pues, al reutilizarla para riego de jardines y campos
de golf, permite un importante el ahorro de miles de metros cúbicos de agua potable y al incorporar el agua
tratada restante al acuífero, mediante pozos de absorción, se evita la intrusión salina, esto cobra relevancia si
se considera que Cancún se encuentra en una zona kárstica, donde se carece de este vital líquido.

En el caso de Bahías de Huatulco, Oax., el 40% del agua residual tratada se utilizó en el riego de campos de
golf, el 2% se entrega a los hoteles para el riego de jardines, otro 50% se usa para el riego de camellones y
jardines urbanos y un 1% se vende o va a dar a piletas. Esta reutilización implica un importante ahorro de
miles de metros cúbicos de agua potable, la cual se extrae de pozos que deben bombearla a las zonas urbanas,
lo cual implica un importante ahorro de energía si se toman en cuenta los desniveles debido a las
características topográficas regionales.

Respecto a los lodos, Cancún demuestra como una buena opción su utilización para hacer compostas, lo cual
permite aprobecharla como mejorador de suelos, sobre todo para una zona kárstica donde éste es casi
8
inexistente. La composta, se donan a agricultores; para invernaderos, donde se cultivan plantas nativas del
lugar; mejora de jardínes en hoteles y camellones; además, con la composta se está ahorrando la traida de
humus de otro lugar, así como de fertilizantes. Desafortunadamente en Bahías de Huatulco se depositan en un
relleno sanitario.

Un indicador del éxito de una PTAR es el Programa Nacional de Playas Limpias, además de enviar una señal
de alerta cuando se detectan resultados negativos, lo cual permite poner atención en su funcionamiento. Este
resultado se refuerza con la Certificación, bajo la Norma Mexicana NMX-AA-120-SCFI-2006.

En el caso de las playas de Cancún, Q.Roo., y Bahías de Huatulco, Oax., se han reportado como playas aptas
para uso recreativo. El 20 de junio de 2013, en el marco de la inauguración del IX Encuentro Nacional de
Playas Limpias, recibieron el reconocimiento “Playas Blue Flag”, –la más importante de calidad en agua de
playas a nivel mundial– Playa Delfines Cancún, Q. Roo y Playa Chahué, en Bahías de Huatulco, Oax.,
indudablemente estos resultados garantizan el flujo turístico, principal rubro económico de las zonas.

Referencias Bibliográficas

ACGCM. Asociación de Campos de Golf del Caribe Mexicano. (2010) URL:http://www.cancungolf.org


COFEPRIS. (2012) Reporte de salud sobre la calidad del agua en las playas mexicanas. COFEPRIS. 3 p.
CNA, (1996) Evolución de la calidad del agua del sistema lagunar Nichupté, Quintana Roo (1992-1995). Gerencia
Estatal en Quintana Roo, Subgerencia Técnica.
CONAGUA. (2013). Otorgan Certificado de Bandera Azul a Cinco Playas Mexicanas. Comunicado de Prensa. No. 335-
13.
DGGIMAR.710/001360 de fecha 21 de marzo de 2007, Pok Ta Pok.
DGGIMAR.710/001631 de fecha 21 de marzo de 2007, Gucumatz.
DGGIMAR.710/001632 de fecha 21 de marzo de 2008, El Rey.
DGGIMAR.710/005116 de fecha 21 de julio de 2008, Pok Ta Pok.
DGGIMAR.710/005117 de fecha 21 de julio de 2008, Gucumatz.
DGGIMAR.710/005354 de fecha 25 de julio de 2008, El Rey.
González-Hita, L. (2011) Dinámica de los contaminantes infiltrados en acuífero kárstico de Cancún, Quintana Roo. 1st
Joint World Congress on Groundwater. 20 p.
INE. (1992) Diagnóstico de la problemática de contaminación del agua en Quintana Roo. Instituto Nacional de Ecología.
Clasificación: AE009140
Espinosa-Bouchot, M. (2010) Plan para la recuperación ambiental de la Laguna de Bojórquez. Secretaría de Medio
Ambiente y Recursos Naturales. Comisión Nacional del Agua. Instituto Mexicano de Tecnología del Agua.
Hoja de cálculo SNIB-CONABIO proyecto No. HL001. México D.F. 50 p.
Ramírez-González, A. (2005) Las bahías de Huatulco, Oaxaca, México: ensayo geográfico-ecológico. Ciencias y Mar. IX
(25):3-20.
SCFI. (2006) NMX-AA-120-SCFI-2006, Que establece los requisitos y especificaciones de sustentabilidad de calidad de
playas. 44 p.
SEMARNAP. (1996) Programa integral de saneamiento de Cancún, Q.R. Secretaría de Medio Ambiente Recursos
Naturales y Pesca. Junio 1996.
SEMARNAT. (2013) Programa de Playas Limpias.
http://www.semarnat.gob.mx/playas/playas_limpias/Paginas/Playas.aspx
http://www.semarnat.gob.mx/playas/playas_limpias/Paginas/resultados.aspx
S.R.H, Dirección General de Usos del Agua y Prevención de la Contaminación, (1975). Estudio de la calidad del agua en
Cancún, Quintana Roo., contrato No. SP-74-C-8.
S.G.P.A./DGIRA.DEI.-1995/05 de fecha 17 de agosto de 2005, Chahué.
S.G.P.A./DGIRA.DG.-0981/11 de fecha 25 de febrero de 2011, Tangolunda.
S.G.P.A./DGIRA/DG/5416 de fecha 20 de julio de 2011, Copalita.

9
APLICAÇÃO DE PROCESSO FENTON E FOTOFENTON NA DEGRADAÇÃO DE
EFLUENTE CONTENDO AMOXICILINA

APPLICATIO OF FENTON AND PHOTO-FENTON PROCESS FOR


DEGRADATION OF WASTEWATER CONTINING AMOXICILIN.

Peterson Henrique Sacamoto1


Franciele Caroline Neves1
Hellen Zuccherato Camerro1
Maristela Silva Martinez*

Abstract
The pharmaceutical drugs are considered an emerging microcontaminant and they have been found on
surface water and supply water. Antibiotics belong to an important drug class that causes environmental
impact due to his specific biological activity. Amoxicillin is an antibiotic that has low metabolic rate both in
human beings and in animals and it is widely used in the world. The study of technologies aimed at the
degradation of these compounds is of great relevance. The advanced oxidation process (AOP) has been
shown efficient in the degradation of many organic compounds, once the hydroxyl radicals are formed at
these AOPs has highly oxidation power. This study evaluated the degradation of wastewater containing 10
mg L-1 of amoxicillin by AOP processes Fenton and photo-Fenton. Was used a batch process circular reactor
with capacity for 14 liters attached to a photoreactor with a 95W UV lamp. Various doses of Iron (II) and
H2O2 were used. The pH, amoxicillin concentration, TOC and residual of H2O2 were monitored. The kinetic
model was studied to describe the best degradation. In all cases, there was complete degradation of
amoxicillin. The Fenton process showed mineralization of 24.5% through the dosage of [Fe2+] 20 mg L-1 and
[H2O2] 60 mg L-1, much lower than the process photo-Fenton over a period of 120 minutes. The photo-Fenton
process presented higher efficiency, with 81.43% mineralization through the dosing [Fe2+] 10 mg L-1 and
[H2O2] 30 mg L-1.

Key Words: Amoxicillin, Antibiotics, Fenton, Oxidation, Mineralization and photo-Fenton

1
Universidade de Ribeirão Preto Avenida Costabile Romano 2201 CEP 14096-900 Ribeirão Preto SP Brasil
*Rua Angico 507 CEP 14040-240 Ribeirão Preto SP Brasil. maristela_martin@uol.com.br
1
Resumo
Os fármacos são considerados microcontaminantes emergentes e vêm sendo encontrados em águas
superficiais e de abastecimento em todo o mundo. Os antibióticos pertencem a uma importante classe de
fármacos que geram impactos ambientais devido a sua atividade biológica especifica. A amoxicilina é um
antibiótico que possui baixa taxa de metabolismo tanto para seres humanos como para os animais e é muito
utilizada no Brasil e no mundo. O estudo de tecnologias que visem à degradação desses compostos é de
grande relevância. Os processos oxidativos avançados (POA), dentre eles, o Fenton e Fotofenton, têm se
mostrado eficientes na degradação de diversos compostos orgânicos, uma vez que os radicais hidroxila
formados nesses POA têm alto potencial de oxidação. Nesse trabalho foi avaliada a degradação de um
efluente aquoso contendo 10 mg L-1 de amoxicilina pelo POA Fenton e Fotofenton. Foi utilizado um
tratamento em batelada em reator circular com capacidade de 14 L acoplado com reator contendo lâmpada
UV de 95 W para o processo Fotofenton. Foram variadas as doses de Ferro (II) (5, 10 e 20 mg L -1) e H2O2
(15, 30 e 60 mg L-1) respectivamente. Foram monitorados o pH, a concentração de amoxicilina, a
concentração de carbono orgânico total (COT) e o residual de peróxido de hidrogênio. Realizou-se o estudo
do modelo cinético que melhor descreve a degradação. Em todos os casos houve a degradação total da
amoxicilina. Nenhum vestígio do antibiótico foi encontrado nos cromatogramas após o período de 10 minutos
de contato amostra/oxidantes em ambos os processos utilizados. O tratamento envolvendo o processo Fenton
apresentou mineralização de 24.5% através da dosagem de [Fe2+] 20 mg L-1 e [H2O2] 60 mg L-1, muito
inferior ao processo Fotofenton em um período de 120 minutos. O processo Fotofenton apresentou a maior
eficiência, com mineralização de 81.43% do COT através da dosagem de [Fe2+] 10 mg L-1 e [H2O2] 30 mg L-1.

Palacras clave: Amoxicilina; Antibióticos, Fenton, Fotofenton, Oxidação, Mineralização.

Introdução

A produção e o consumo de antibióticos em todo o mundo são muito elevados. Seu uso é diversificado e este
se estende na medicina veterinária, medicina humana, indústria alimentícia e produção de animais para
consumo. Frente ao uso excessivo destes antibióticos, há o aumento na geração de efluentes que contenham
uma carga excessiva destes compostos, os quais em sua maioria são descartados de forma inadequada em
corpos d’água ou em solos.

A disposição incorreta e o descarte irregular em corpos d’água preocupam os ambientalistas no Brasil, pois a
maioria das plantas de estações de tratamento de água (ETA) e estações de tratamento de esgoto (ETE) não
possuem tecnologia adequada para proporcionar a degradação desses microcontaminantes emergentes, uma
vez que estes compostos, em sua maioria, são polares, não voláteis, com estruturas químicas e reações de alta
complexidade, além de possuir em suas estruturas diversos grupos funcionais tais como ácido carboxílico,
álcool, amida, amina, cetona, enol, fenol, nitro composto, sulfonamidas entre outros, caracterizando por uma
gama de variedade química e biológica.

Os antibióticos residuais encontrados no ambiente aquático podem ocorrer devido ao esterco usado como
fertilizantes e, dessa forma, quando dispersos no solo, os compostos não metabolizados e seus metabólitos de
degradação são lixiviados, contaminando as aguas de subsolo e solos (Hirsch et al., 1999; Bila et al., 2003). O
descarte inadequado de antibióticos causa a seleção forçada que promove o crescimento das bactérias mais
resistentes, ou seja, as bactérias mais suscetíveis serão mortas ou inibidas enquanto que as mais resistentes
irão sobreviver e se multiplicarem. Com isso há o desenvolvimento de novos tipos de antibióticos ou o uso de
concentrações ainda maiores nos medicamentos.

A amoxicilina (AMOX) é um dos antibióticos mais utilizados, tanto na medicina veterinária, quanto na
medicina humana. Ela é uma penicilina semissintética com presença do anel β-lactâmico que inibe a síntese
das paredes celulares das bactérias. A legislação brasileira atualmente não estabelece limites para o
lançamento de princípios ativos de fármacos, assim há a necessidade de estudos para avaliação dos impactos
que cada substância causar.
2
Entre as tecnologias para a remoção de poluentes orgânicos em meio aquoso, pode-se destacar os variados
Processos Oxidativos Avançados (POA), como Fenton e Fenton combinado com radiação Ultravioleta. Os
POA baseiam-se na formação de radicais hidroxila (•OH), que devido ao seu alto poder de oxidação (E 0 =
2.80 V) promovem a mineralização dos compostos orgânicos tóxicos. (Andreozzi et al., 1999, Teixeira e
Jardim, 2004).

Affam e Chaudhuri (2013) trabalharam com o processo Fenton na remoção da carga orgânica em águas
contendo AMOX e cloaxinlin, segundo as condições de trabalho: taxa de H 2O2 por demanda química de
oxigênio (DQO) de 2; taxa de H2O2/Fe2+ de 76; tempo de reação de 90 min; pH de 3.0. Obtiveram uma
porcentagem de remoção de DQO na faixa de 78.98 a 81.18%.

Nogueira e colaboradores (2008) estudaram a influência das fontes de íons ferro na reação de fotorredução em
um efluente de esgoto contendo 42 mg L-1 de AMOX, 15 mg L-1 de bezafib rato e 20 mg L-1 de paracetamol.
Os resultados demonstraram que o oxalato férrico (FeOx) possui um elevado grau de mineralização deste
composto, removendo aproximadamente 87% de carbono orgânico em um período de 30 min, porém os
estudos em 2010, revelaram que o efluente final tratado se mostrou totalmente tóxico para o ensaio com
Daphnia magna.

Elmolla e Chaudhuri (2009) estudaram os efeitos de diferentes condições operacionais (tempo de reação, pH,
H2O2/COD taxa molar e H2O2/Fe2+ taxa molar) do processo Fotofenton na melhoria da biodegradabilidade da
amoxicilina, cuja concentração foi 500 mg L-1 e 790 mg L-1 de DQO, contida em águas residuárias sintéticas.
O percentual de remoção de DQO foi de 69.2, 82.7 e 89.2% após 14, 45 e 75 min, através da operação do
sistema nas condições: pH de 3.0; taxa molar de H2O2/COD de 2; taxa molar de H2O2/Fe2+ de 50.

Mendes (2013) estudou a eficiência do processo oxidativo avançado peróxido de hidrogênio combinado com
a luz ultra violeta (H2O2/UV) na degradação de uma amostra sintética contendo uma concentração de 10 mg
L-1 de AMOX. A remoção de carbono orgânico foi de 62.20% para uma dosagem de 0.745 mmol L-1 de
peróxido de hidrogênio em um período de 60 min.

Considerando as proposições acima, este trabalho tem o objetivo de avaliar a degradação e mineralização do
antibiótico Amoxicilina pelo processo Fenton e Fenton/UV. Determinar a melhor concentração de oxidante
para a degradação e determinar o modelo e parâmetros cinéticos envolvidos no processo.

Metodologia

Os ensaios foram realizados em batelada, todos em duplicata. O efluente sintético foi composto por uma
solução aquosa contendo concentração suficiente para preparar uma solução com 10 mg L-1 de amoxicilina
padrão (sigma) em agua Milli Q. Todos os reagentes utilizados foram de grau analítico e os utilizados nas
análises cromatográficas foram de grau HPLC.

A Figura 1 apresenta o sistema utilizado no processo Fenton (retângulo A), que é composto por um reator
cilíndrico com volume de 14.0 L, contendo quatro chicanas e um agitador mecânico com impelidor de seis
pás planas, marca Tecnal, modelo TE-139, ajustado para 2.700 rpm. Para o processo Fotofenton foi utilizado
o sistema descrito anteriormente (A) acoplado ao reator UV por uma bomba peristáltica (A+B). A bomba
peristáltica utilizada é um modelo compacto, marca ADB, configurado com a vazão máxima de 50 L h -1 e o
reator UV é da marca SIBRAPE com corpo em aço inox e volume interno de 0.65 L, contendo em seu interior
uma cápsula de quartzo com a lâmpada UV da marca Philips modelo PL-L, com emissão máxima, a um
comprimento de onda de 254 nm e potência de 95 W. A Intensidade de radiação UV foi monitorada in situ
com radiômetro digital.

3
Saída da solução
A
Adição de
2+
H2O2 e Fe
Lâmpada
Ponto de P = 95 W
coleta λ = 295 nm

Solução de
estudo

Bomba
B
Agitador mecânico
f = 2.700 rpm Q = 50 L h-1
Reator cilíndrico Fotorreator
V = 14.0 L Vi = 0.65 L
Figura 1. Fluxograma simplificado do sistema de tratamento por Fenton e Fotofenton

Foram utilizadas quatro dosagens diferentes de oxidantes (Fe2+ e H2O2), respeitando respectivamente a
proporção de 1:3 destes reagentes (Tabela 1). Foi realizado um ensaio onde dosou-se os oxidantes por duas
vezes, denominado dosagem 4. Este ensaio foi realizado após o consumo total do reagente H2O2 no tempo
final de 120 min no ensaio pelo processo Fotofenton utilizando a dosagem 1. A segunda concentração para a
dosagem 4 foi realizado no tempo de 60 min de operação.

Tabela 1. Dosagens utilizadas nos ensaios pelo processo Fenton e Fotofenton


Reagentes Dosagens
1 (mg L-1) 2 (mg L-1) 3 (mg L-1) 4 (mg L-1)
Fe2+ 5 10 20 2*5
H 2O 2 15 30 60 2 * 15

Foram coletadas amostras para as análises nos tempos de 0, 2, 5, 10, 20, 30, 50, 60 e 120 minutos. Os
parâmetros monitorados nos ensaios foram pH, concentração de amoxicilina residual, concentração de H 2O2
residual e concentração de carbono orgânico total.

O pH foi monitorado in situ com potenciostato digital e eletrodo combinado previamente calibrado com
soluções tampão pH 4 e pH 7. O residual de peróxido de hidrogênio foi determinado por método
espectrofotométrico utilizando oxalato de titânio. A amoxicilina foi determinada por método de cromatografia
líquida de alta eficiência (CLAE). Para esta análise foi utilizado um cromatógrafo composto por unidade de
propulsão da fase móvel Varian (modelo 9012), injetor Rheodyne (modelo 7125), unidade detecção por
espectrofotometria UV-VIS Varian (modelo 9050) com módulo integrado Varian (modelo 4400) para
obtenção dos dados. As condições aplicadas foram: Coluna C18 Microsorb (125 x 4,6 mm); fase móvel com
gradiente solução tampão de fosfato de potássio com concentração de 0,05 M; pH 5,0; acetonitrila (96:4
v/v); fluxo 1,0 mL/min; alça de amostragem 50 µL; comprimento de onda 230 nm.

4
O COT foi determinado em equipamento de COT Shimatzu pelo método NPOC (carbono orgânico não
purgável).

A dose de radiação UV aplicada (Dt) foi calculada pela equação


Dt = I.Tr (11)
Onde Dt (mWs/cm2) é a dosagem total, I (mW/cm2) é a intensidade média do reator dada pelo radiômetro e Tr
(s) é o tempo de contato com a luz UV. O tempo de contato com a radiação UV é dada por:
Tr = (Trec x Vreator) / Vtotal

Resultados e Discussão

Nos ensaios pelo processo Fenton o pH manteve-se na faixa de 2.84 – 3.27 e pelo processo Fotofenton na
faixa de 2.84 – 3.23. Com isso pode-se garantir um uma faixa de pH ideal para a geração de radicais
hidroxila, uma vez que em estudos mais detalhados da influência do pH na reação de Fenton, Machuleke e
colaboradores (2012) demonstraram que o pH ótimo é por volta de 3, pois é nessa faixa que as espécies
Fe(OH)2+ e Fe2+ são predominantes.

Em todas as amostras analisadas por cromatografia líquida de alta eficiência, o pico correspondente a
amoxicilina (Figura 2) decresceu significativamente do cromatograma nos primeiros 2 minutos (Figura 3) e
desapareceu do cronograma depois de 10 minutos de ensaio (Figura 4). Este fato mostra que a amoxicilina é
totalmente degradada com o processo estudado. Este fato não significa que o efluente está isento de
substância tóxicas pois a degradação pode levar a formação de novos compostos orgânicos com identidade e
toxicidade desconhecidas, os quais podem corresponder aos picos apresentados no cromatograma da Figura 2,
apesar da área ser muito menor observando as escalas de cada cromatograma.

Pico da AMOX padrão

Figura 2. Cromatograma obtido das amostras do branco do efluente sintético

Possíveis subprodutos formados

Figura 3. Cromatograma obtido das amostras no período de 2 minutos do efluente sintético


5
Figura 4. Cromatograma obtido das amostras no período de 10 minutos do efluente sintético

Em todos os ensaios com Fotofenton a potência de radiação medida pelo radiômetro foi de 6.122 mW cm-2.
Como o tempo de recirculação foi de 120 minutos, o volume do reator UV é de 0,65 L e o volume total era de
8 L, o tempo de contato com a radiação UV calculado foi de 9,75 minutos (585 s). Dessa forma a dosagem
total (Dt) de radiação UV aplicada nos ensaios foi de 3581.37 mW s cm-2.

A Tabela 3 apresenta os resultados da % de remoção de COD obtidos nos Processos Fenton e Fotofenton
avaliados neste trabalho.

Tabela 3. Porcentagem de remoção de carbono orgânico nos ensaios realizados pelos


processos Fenton e Fotofenton utilizando as quatro dosagens
Fenton Fotofenton
Dosagem (mg L-1) Eficiência (%) Eficiência (%)
[Fe2+] 5 e [H2O2] 15 21.6 ± 4.5 78.4 ± 1.0
[Fe2+] 10 e [H2O2] 30 23.7 ± 2.3 81.4 ± 2.8
[Fe2+] 20 e [H2O2] 60 24.5 ± 3.1 75.2 ± 1.8
2 * [Fe2+] 5 e [H2O2] 15 - 80.8 ± 1.9

A eficiência de remoção de carbono orgânico mostrou um percentual de 24.5% nos ensaios para o processo
Fenton utilizando a concentração de reagentes de 20 mg L-1 de Fe2+ e 60 mg L-1 de H2O2 e 81.4% nos ensaios
realizados pelo processo Fotofenton utilizando a concentração de 10 mg L-1 de Fe2+ e 30 mg L-1 de H2O2.

O estudo mostrou que a melhor tecnologia para a remoção de teor de carbono orgânico, em um efluente
sintético contendo uma concentração de 10 mg L-1 de AMOX, nas condições estudadas, foi o processo
Fotofenton. Este fato pode ser explicado por uma maior geração de radicais hidroxila in situ que é catalisada
pela luz ultravioleta do fotorreator. Este processo mostrou a capacidade superior de remoção de COT em
relação ao processo H2O2/UV realizado por Mendes (2013), o qual foi de 62.20%. Trovó et al estudaram a
degradação de AMOX numa matriz contendo outros antibióticos e utilizando diferentes fontes de ferro(II). O
percentual de remoção do carbono orgânico dissolvido apresentado foi de 87% na melhor condição
apresentada no referido artigo. As condições iniciais são distintas e a concentração final de COD,
considerando os dados apresentados situa-se em torno de 2,47 mg/L no final do processo na melhor condição
apresentada. Nas condições do presente trabalho, a concentração final do COD foi de cerca de 0,83 mg/L.
Elmolla e Chaudhuri (2009) e Affam e Chaudhuri (2013) não monitoraram o COD e sim a DQO.

Na análise da remoção do teor de carbono orgânico pelo processo Fotofenton, a cinética se ajustou ao modelo
de segunda ordem entre as quatro dosagens realizadas (Figura 5), isto pode ser atribuído a utilização de dois
6
reatores em série, em que o reator cilíndrico trabalhou como processo Fenton e o fotorreator trabalhando com
a radiação UV na degradação do efluente contendo 10 mg L-1 de AMOX.

Figura 5. Gráfico da cinética de segunda ordem referente à remoção de COT nos ensaios realizados pelo
processo Fotofenton utilizando as quatro dosagens

Os respectivos coeficientes de correlação e as constantes de velocidade, realizados nos ensaios da remoção de


COT pelo processo Fotofenton, encontram-se na Tabela 2.

Tabela 2. Dados referente a remoção de COT pelo processo Fotofenton envolvendo as três
dosagens
Dosagem (mg L-1) k (L mg-1 min-1) R²
2+
[Fe ] 5 e [H2O2] 15 0,0055 0,9905
2+
[Fe ] 10 e [H2O2] 30 0,0060 0,9678
2+
[Fe ] 20 e [H2O2] 60 0,0044 0,9159
2 * [Fe2+] 5 e [H2O2] 15 0,0064 0,9879

Conclusões

Nos estudos realizados utilizando ambos processos oxidativos avançados, Fenton e Fotofenton, houve a
degradação total do antibiótico amoxicilina (concentração de 10 mg L-1) contido no efluente sintético.
Nenhum vestígio do antibiótico foi encontrado nos cromatogramas após o período de 10 min nas amostras em
ambos os processos utilizados nos estudos.

A modelagem cinética se ajustou ao modelo de segunda ordem para a remoção de carbono orgânico com
constante de velocidade de 0,0060 L mg-1 min-1.

O tratamento envolvendo o processo Fenton apresentou mineralização entre 21.6% e 24.5%, demonstrando
uma menor capacidade de mineralizar o carbono orgânico presente em um período de 120 min comparado
com o processo Fotofenton que mineralizou entre 75.2% e 81.4% do COT nas condições e dosagens
estudadas levando a uma concentração final de COT na ordem de 1 mg L-1.

7
O processo Fotofenton removeu a maior quantidade de carbono orgânico, o qual a eficiência foi de 81.43%
através da dosagem de 10 mg L-1 de Fe2+ e 30 mg L-1 de H2O2

Referências Bibliográficas

Bila, D.; Dezotti, M. (2003) Fármacos no Meio Ambiente. Quim. Nova, 26(4). 523-530.
Chaudhuri, M.; Affam, A. (2013) Optimization of Fenton treatment of amoxicillin and cloxacillin antibiotic aqueous
solution. Destilation and Water Treatment, p. 1-7.
Emolla, E.; Chaudhuri, M. (2009) Improvement of Biodegradability of Synthetic Amoxicillin Wastewater by Photo
Fenton Process. World Applied Sciences Journal, 5, p. 53-58.
García-Reiriz, A.; Damiano, C.; Olivieri, A. (2007) Different strategies for the direct determination of amoxicillin in
human urine by sedond-order multivariate analysis of kinect-spectrophotometric data. Talanta. 71, 806-815.
Hirsh, R.; Ternes, T.; Haberer, K.; Kratz, K. (1999) Occurrence of antibiotics in the aquatic environment. The Science of
the Titak Environment, 225, 109-118.
Machulek, A.; Quina, F.; Gozzi, F.; Silva, V.; Friedrich, L.; Moraes, J. (2012) Fundamental Mechanistic Studies of the
Photo-Fenton Reaction for the Degradation of Organic Pollutants. Environmental Sciences, Chapter 11, 272-
285.

Mendes, I. (2013) Avaliação do processo oxidativo avançado com H2O2/UV para a degradação do antibiótico
amoxicilina, Dissertação, Ribeirão Preto: UNAERP, nov. 2013. Disponível em: <
http://www.unaerp.br/index.php/documentos/1331-dissertacao-de-mestrado-ivanilda-mendes/file>. Acesso em:
09 jul. 2014.
Nogueira, R.; Trovó, A.; Melo, S. (2008) Photodegradation of the pharmaceuticals amoxicillin, bezafibrate and
paracetamol by the photo-Fenton process – Application to sewage treatment plant efluente. Journal of
Photochemistry and Photobiology A: Chemistry, 198, p. 215-220.
Nogueira, R.; Trovó, A.; Agüera, A.; Fernandez-Alba, A.; Malato, S. (2009) Degradation of the antibiotic amoxicillin by
photo-Fenton process – Chemical and toxicological assessement. Water research, 45, p. 1394-1402.
Nogueira, R.; Melo, S.; Trovó, A.; Dautiz, I. (2009) Degradação de Fármacos Residuais por Processos Oxidativos
Avançados. Quim, Nova, 32(1), p. 188-197.
Teixeira, Cláudia Poli de Almeida Barêa; Jardim, Wilson de Figueiredo. Processos Oxidativos Avançados: conceitos
teóricos. Caderno Temático Volume 03. Campinas: Unicamp/IQ/LQA, ago. 2004. 83p. Disponível em:
<http://lqa.iqm.unicamp.br/cadernos/caderno3.pdf>. Acesso em: 05 ago. 2009.

8
LA RECUPERACIÓN, EL RECICLADO Y EL REUSO DEL AGUA RESIDUAL

RECLAMATION, RECYCLING AND REUSE OF WASTEWATER

Raúl Arrioja Juárez


Gabriel Echávez Aldape

Abstract
Nowadays, the world faces a recurrent crisis due to the growing scarcity of water required to satisfy the
needs derived from an unprecedented population growth and urban development in human History, which has
led among other things to considering the reclamation, recycling and reuse of wastewater as integral
components of hydraulic resources management. Modern technology allows the reclamation of wastewater to
be used as a supplementary water source, besides protecting water quality and abating pollution. In the
planning and implementation of a hydraulic project including this policy, the degree of treatment, the
required quality of the treated wastewater and the method of distribution and application should be
determined. The extant terminology for this engineering field is derived from sanitary and environmental
engineering. Wastewater reclamation involves its treatment or processing for reuse. Wastewater recycling
generally involves only one use or one user of the untreated wastewater, so the user’s effluent is captured and
redirected to the user’s process train, although the indefinite recycling of wastewater is impossible. Examples
of recycling are diverse industrial applications such as electric power generation from steam and other uses
in the manufacturing and mining industries. Wastewater reuse is the beneficial use of treated water. An
effective treatment of wastewater is critical in water reuse systems, which involves a combination of physical,
chemical and biological operations and processes for removing solids, organic matter, pathogenic
organisms, metals and sometimes wastewater nutrients and considers the following treatment levels in a
progressive degree: preliminary, primary, secondary and advanced. The degree of treatment varies with the
desired specific reuse and wastewater quality requirements.

Keywords: reclamation, reuse, recycling, wastewater treatment, water quality


Resumen

En la actualidad, el mundo enfrenta una crisis recurrente por la creciente escasez del agua requerida para
satisfacer las necesidades derivadas de un crecimiento poblacional y de un desarrollo urbano sin precedentes
en la historia de la Humanidad, lo que ha conducido entre otras cosas a considerar la recuperación, el
reciclado y el reuso del agua residual como componentes integrales del manejo de los recursos hidráulicos. La
tecnología moderna permite recuperar agua residual que se emplea como fuente suplementaria de agua
además de proteger la calidad del agua y reducir la contaminación. En la planeación e implementación de un
proyecto hidráulico que incluya a esta política, deberá determinarse el grado de tratamiento necesario, la
calidad requerida del agua tratada y el método de distribución y aplicación. La terminología actualmente en
uso en este campo de la ingeniería proviene de la ingeniería sanitaria y de la ingeniería ambiental. La
recuperación del agua residual consiste en su tratamiento o procesamiento para su reuso. El reciclado del agua
residual generalmente consiste en un solo uso o un solo usuario del agua residual sin tratamiento, de modo
que el efluente del usuario se captura y se redirecciona al tren de procesos de ese usuario, aun cuando es
imposible reciclar el agua residual indefinidamente. Diversas aplicaciones industriales tales como la
generación de energía eléctrica a partir del vapor y otros usos en la industria manufacturera y la minería son
ejemplos de reciclado. El reuso del agua residual es el uso benéfico del agua tratada. El tratamiento efectivo
del agua residual es crítico en los sistemas de reuso del agua, el cual consiste en una combinación de
operaciones y procesos físicos, químicos y biológicos para la remoción de sólidos, materia orgánica,
organismos patógenos, metales y algunas veces nutrientes del agua residual y contempla los siguientes niveles
de tratamiento en grado progresivo: preliminar, primario, secundario, terciario, y avanzado. El grado de
tratamiento varía con el reuso específico que se desea y con los requisitos de calidad del agua.

Palabras clave: calidad del agua, reciclado, recuperación, reuso, tratamiento del agua residual

Introducción

Se distinguen tres etapas en la evolución histórica de la recuperación, el reciclado y el reuso del agua residual
(Asano, 1998). La primera etapa se remonta a los primeros indicios del uso del agua residual para la irrigación
agrícola hace ya 5000 años. Se le conoce como la etapa de los primeros sistemas de agua y saneamiento y se
considera que abarca desde 3000 A. C. hasta 1850. Entre los eventos históricos más importantes de esta etapa
se mencionan el nombramiento de Sexto Julio Frontino como comisionado de abastecimiento de agua de
Roma (97 E. C.), la implementación de granjas que usaban el riego con agua residual en Alemania e
Inglaterra en los siglos XVI y XVII, la construcción de los primeros sistemas de alcantarillado en Londres
(1815), Boston (1833) y París (1880), las epidemias de cólera en Londres en 1848-49 y en 1854 así como el
reporte Chadwick que esencialmente recomendaba que “la lluvia debe ir al río y el agua residual al suelo”. La
segunda etapa se conoce como el gran despertar del saneamiento y abarca de 1850 a 1959. La construcción
de los primeros sistemas de alcantarillado en Europa citados anteriormente condujo a la descarga de grandes
volúmenes de aguas residuales en aguas superficiales, lo que trajo como consecuencia el uso inadvertido del
agua residual de las ciudades y otros efluentes en los sistemas existentes de agua potable, lo que constituía un
reuso no planeado que, aunado a la carencia de un tratamiento y saneamiento adecuados, desembocó en
epidemias catastróficas de enfermedades hídricas tales como el cólera asiático y la tifoidea en las décadas de
1840 y 50. Sin embargo cuando se descubrió el círculo vicioso existente entre las fuentes de abastecimiento
de agua y estas enfermedades, se implementaron soluciones de ingeniería tales como el desarrollo de fuentes
alternas de abastecimiento de agua tales como embalses y acueductos, la reubicación de las tomas de agua
potable aguas arriba de las ciudades y de las descargas de aguas residuales aguas abajo de las mismas, y la
introducción progresiva de las técnicas de filtrado del agua en las décadas de 1850 y 60. La tercera etapa se
conoce como la era de la recuperación, el reciclado y el reuso de las aguas residuales y abarca de 1960 a la
fecha. Esta etapa se caracteriza por el desarrollo de técnicas modernas y legislación compleja para regular
esta tecnología, entre las que se encuentran el uso de efluentes secundarios para la irrigación de cultivos en
Israel (hacia 1965), el estudio del virus de Pomona en Pomona, California (hacia 1976), la publicación de las
“Guidelines for Water Reuse” (Lineamientos del reuso del agua) de la EPA (1992), etcétera. De esta manera,
esta tecnología ha evolucionado hasta convertirse en un factor integral para fomentar la planificación óptima y
el uso eficiente de los recursos hidráulicos en muchos países. El objetivo de esta ponencia es presentar
lineamientos de planificación para diseñar sistemas de recuperación, reciclado y reuso de agua residual,
basados en un esquema de tratamiento integral que minimice los costos de tratamiento, almacenaje y
distribución del agua tratada y que satisfaga adecuadamente objetivos específicos de calidad del agua.

Metodología

Los proyectos de recuperación, reciclado y reuso del agua residual tienen como objetivos principales el
control de la contaminación del agua, incrementar el abastecimiento de agua mediante la recarga del agua
subterránea y el aumento de los recurso de agua superficiales, y proveer una fuente alternativa de agua para
algunas aplicaciones con objeto de preservar a otros recursos hidráulicos que son de mayor calidad. Se
requiere un proceso de planificación integral bien diseñado para optimizar los beneficios netos que resultan de
la implementación del reuso del agua residual. La planificación a nivel conceptual del reuso del agua residual
incluye tres aspectos: a) definición del proyecto, b) estimación de los costos y c) la identificación de un
mercado potencial para el agua recuperada, siendo ésta una planificación preliminar que investiga la
viabilidad del reuso del agua residual y que es un preludio a la planificación en detalle. Deberán formularse
objetivos múltiples que resulten de la unificación de las modalidades de la recuperación del agua residual con
los requerimientos de uso del agua. Otros factores importantes en la planificación son la logística de
distribución del agua tratada del proyecto a través de la ingeniería de sistemas y la minimización de los
impactos potenciales sobre la salud pública y el medio ambiente como consecuencia del proyecto. Se necesita
un tratamiento apropiado del agua residual así como instalaciones para almacenar el agua recuperada y un
abastecimiento suplementario de agua dulce para absorber las variaciones de la producción y uso del agua
recuperada. Un proyecto de reuso de agua residual puede verse como un proyecto de abastecimiento de agua
potable a pequeña escala. La principal diferencia es que el diseño de un sistema de abastecimiento de agua
potable se basa en el suministro de agua para satisfacer la demanda de proyecto, mientras que el diseño de un
sistema de reuso de agua residual depende de la cantidad de agua residual disponible. La tasa de
abastecimiento de agua residual debe equilibrarse con la demanda de agua recuperada hasta que se alcance un
valor óptimo de tipo económico. Además, es necesario caracterizar la calidad del agua tratada para evaluar la
seguridad biológica y química del uso del agua residual recuperada para diversas aplicaciones así como para
evaluar la efectividad de los procesos unitarios empleados de tratamiento de aguas. Los parámetros de calidad
del agua que habitualmente se usan para evaluar el agua residual recuperada provienen de la experiencia en el
tratamiento de aguas y aguas residuales. Comúnmente, los sistemas municipales de tratamiento de aguas
residuales se diseñan para satisfacer objetivos de la calidad del agua basados en los siguientes parámetros: a)
demanda bioquímica de oxígeno (DBO5), b) sólidos suspendidos totales (SST), c) coliformes totales o
fecales, d) concentración de nutrientes (nitrógeno y fósforo), y e) cloro residual. En la Tabla 1 se muestran
los parámetros más importantes en la caracterización del agua residual recuperada. (Si ésta se usa en
aplicaciones que tienen rutas potenciales de exposición a las personas, los principales riesgos de exposición a
la salud humana tienen que ver con la exposición a agentes biológicos tales como bacterias patógenas,
helmintos, protozoarios y virus entéricos. Generalmente, el paso final de tratamiento antes de la distribución o
el almacenaje del agua residual recuperada es la desinfección para controlar los organismos patógenos.) En
contraste, para los sistemas de tratamiento de agua potable se contemplan los siguientes parámetros: a)
organismos coliformes, b) turbidez, c) minerales disueltos, d) subproductos de la desinfección (cloro residual
libre y cloro residual combinado) (Sawyer y McCarty, 1967), y e) contaminantes específicos inorgánicos y
orgánicos.

La tecnología contemporánea para el tratamiento de las aguas residuales


El grado de tratamiento requerido en las instalaciones individuales de tratamiento de aguas y de recuperación
del agua residual varía de acuerdo con la aplicación específica del reuso y con los requisitos concomitantes de
calidad del agua. Los sistemas de tratamiento más simples consisten en procesos de separación de las fases de
sólidos y de líquidos y en la desinfección mientras que los sistemas de tratamiento más complejos consisten
en combinaciones de procesos físicos, químicos y biológicos que emplean enfoques de tratamiento de barreras
múltiples para la remoción de los contaminantes. En la Tabla 2 se presentan los procesos unitarios y las
operaciones más relevantes en los sistemas de recuperación y de reuso de las aguas residuales. A continuación
se describen brevemente los diversos niveles de tratamiento en grado progresivo disponibles ya mencionados.
Tratamiento preliminar
Esta etapa consiste en la remoción mecánica de sólidos gruesos tales como arena, grava, escorias, cáscaras de
huevo, trapos, objetos de todo tipo, pedazos de huesos, semillas, sedimentos de café, etcétera, mediante
rejillas que se limpian manual o mecánicamente, con abertura entre las barras de aproximadamente ½
pulgada, con excepción de las rejillas para material fino del tipo de disco o de tambor que emplean placa de
bronce perforada o tela de alambre con abertura aproximada de 1/8 pulgada, así como trituradores que muelen
el material sólido sin retirarlo del agua residual (Metcalf & Eddy, 2003). El objetivo de esta etapa es proteger
Tabla 1. Parámetros más importantes en la caracterización del agua residual recuperada
Parámetro Importancia en la recuperación del agua Rango aproximado en agua Valor deseado en
residual residual tratada agua
residual
recuperada
de acuerdo al tipo
de reuso
Indicadores orgánicos
a
DBO5 Substrato orgánico para el crecimiento 10 – 30 mg/L < 1 a 10 mg/L
microbiano o de algas
b
COT Medición del carbono orgánico total 1 – 20 mg/L < 1 a 10 mg/L
Medición de partículas
c
SST La medición de partículas en el agua < 1 a 30 mg/L < 1 a 10 mg/L
residual se relaciona con la
contaminación microbiana y con la
turbidez, que pueden interferir con la
efectividad de la desinfección
Turbidez Medición de partículas en el agua 1 a 30 UTN 0.1 a 10 UTN
residual que se correlacionan con los
SST
Organismos patógenos
d
NMP Medición de los riesgos microbianos de Organismos coliformes: < 1 a < 1 a 2000/mL
la salud debidos a virus entéricos, 104/100 mL
bacterias patógenas y protozoarios Otros patógenos se controlan
por el tratamiento
Nutrientes
Nitrógeno Fuente de nutrientes para la irrigación: 10 a 30 mg/L < 1 a 30 mg/L
(N) también puede contribuir al crecimiento
microbiano
Fósforo Fuente de nutrientes para la irrigación: 0.1 a 30 mg/L < 1 a 20 mg/L
(P) también puede contribuir al crecimiento
microbiano
a
Demanda bioquímica de oxígeno a los 5 días
b
Carbono orgánico total
c
Sólidos suspendidos totales
d
Número más probable

los diversos equipos e instalaciones de la abrasión y el desgaste localizados aguas arriba en la planta de
tratamiento.
Tratamiento primario
El objetivo de esta etapa es la remoción de partículas sólidas mediante la sedimentación. El tratamiento
primario convencional es efectivo para la remoción de partículas del agua residual con un diámetro mayor que
50 µm (Asano, 1998). También puede esperarse una remoción de hasta 50 % de sólidos suspendidos y del 25
al 50 % de la carga de DBO5 ((Metcalf & Eddy, 2003). Pueden esperarse también tasas de remoción del 10 al
20 % de nitrógeno orgánico y del 10 % de fósforo (Asano, 1998). La eficiencia de remoción puede
incrementarse con el uso de agentes coagulantes o floculantes aguas arriba del proceso de sedimentación y/o
con un proceso de filtración aguas abajo del mismo. Generalmente, el tratamiento primario por sí solo no es

Tabla 2. Procesos unitarios y operaciones más relevantes en la recuperación y reuso de aguas residuales
Proceso Descripción Aplicación
Separación de las fases sólida y liquida
Sedimentación Sedimentación por gravedad de las Remoción de partículas mayores que 30
partículas, los floculados químicos y los µm. Comúnmente se usa como tratamiento
precipitados en suspensión primario y aguas abajo de procesos
biológicos secundarios.
Filtración Remoción de partículas al hacer pasar Remoción de partículas mayores que 30
agua por arena u otros medios porosos µm. Comúnmente se usa aguas abajo de la
sedimentación (tratamiento convencional) o
después de la coagulación/floculación
Tratamiento biológico
Tratamiento Metabolismo biológico del agua residual Remoción del agua residual de la materia
biológico aerobio mediante microorganismos en un tanque orgánica disuelta y suspendida
de aeración o un proceso de biopelícula
(filtro percolador)
Laguna de Lagunas con un tirante de 2 a 3 pies de Reducción de sólidos suspendidos, DBO,
oxidación agua para mezclado y penetración de la bacterias patógenas y amoniaco en agua
luz solar residual
Remoción de Combinación de procesos aerobios, Reducción del contenido de nutrientes del
nutrientes anóxicos y anaerobios para optimizar la agua residual recuperada
biológicos conversión del nitrógeno orgánico y
amoniacal a nitrógeno molecular (N2) y
remoción de fosforo
Desinfección
Cl2 y otros Desactivación de organismos patógenos Protección de la salud pública mediante la
usando substancias químicas oxidantes, remoción de organismos patógenos
luz ultravioleta, substancias químicas
cáusticas, calor o procesos de separación
física (por ejemplo, membranas)
Tratamiento avanzado
Carbón activado Proceso por el cual los contaminantes se Remoción de compuestos orgánicos
absorben físicamente en la superficie del hidrofóbicos
carbón activado
Remoción Transferencia de amoniaco y otros Remoción de nitrógeno amoniacal o
mediante aire constituyentes volátiles del agua al aire algunos orgánicos volátiles del agua
residual
Intercambio Intercambio de iones entre una resina de Efectivo para la remoción de cationes tales
iónico intercambio y agua usando un flujo a como calcio, magnesio, hierro, amonio y
través de un reactor aniones tales como nitrato
Coagulación y Uso de sales de aluminio o de hierro, poli Formación de precipitados de fósforo y
precipitación electrolitos y/u ozono para desestabilizar floculación de partículas para su remoción
químicas partículas coloidales del agua residual por sedimentación y filtración
recuperada y la precipitación de fósforo
Tratamiento con Uso de cal para precipitar cationes y Se usa para reducir el potencial del agua
cal metales de la disolución para formar incrustaciones, para precipitar
el fósforo y para modificar el pH
Filtración con Micro filtración, nano filtración y Remoción de partículas y microorganismos
membrana ultrafiltración del agua
Ósmosis inversa Sistema de membrana para separar iones Remoción de sales y minerales disueltos de
en disolución basándose en la inversión la disolución; también es efectivo para la
de los diferenciales de la presión osmótica remoción de patógenos

suficiente para alcanzar los objetivos más comunes de la calidad del agua.
Tratamiento secundario
Los sistemas de tratamiento secundario consisten en un tren de procesos de tratamiento biológico acoplado a
una separación de sólidos y líquidos (Asano, 1998). Se diseñan procesos biológicos que proveen el
metabolismo microbiológico efectivo de los substratos orgánicos disueltos o suspendidos en el agua residual.
La biomasa microbiana interactúa con el agua residual mediante un proceso de crecimiento en suspensión o
de película fija. Los procesos de lodos activados, lagunas de aireación, y lagunas de estabilización son
ejemplos de procesos de crecimiento en suspensión. Los filtros percoladores, los procesos unitarios biológicos
rotatorios de contacto, y otros biorreactores de biopelícula son ejemplos de procesos de película fija. El
efluente de un proceso secundario convencional deberá contener niveles de sólidos suspendidos y de DBO 5
que varíen de 10 a 30 mg/L aproximadamente. Dependiendo de la operación de un proceso de tratamiento
convencional secundario, deberán removerse del 10 al 50 % del nitrógeno orgánico y el fósforo deberá
convertirse a fosfato (PO4-3), además de la remoción de algunos patógenos, elementos traza y contaminantes
orgánicos disueltos después de separarlos físicamente.
Tratamiento terciario
En general, esta etapa se refiere a la remoción adicional de sólidos suspendidos y coloides mediante la
coagulación química y la filtración con medios granulares. Este tratamiento se aplica aguas abajo de los
procesos de tratamiento biológico. Los procesos de coagulación/floculación consisten en la adición de
substancias químicas al agua residual para causar la agregación de las partículas y así mejorar la separación
sólido/líquido mediante la sedimentación y la filtración. Las substancias químicas coagulantes inorgánicas
que se usan son sales metálicas tales como el alumbre (sulfato de aluminio), el cloruro férrico o el sulfato
férrico. Las sales se hidrolizan en el agua y reaccionan con la superficie de las partículas, lo que conduce a su
desestabilización. También se usan poli electrólitos orgánicos con los coagulantes para mejorar la efectividad
del proceso. Las dosis de los productos químicos dependen de las características del agua residual y del
diseño de proceso y varían de 1 a 50 mg/L para los coagulantes inorgánicos y de 0.5 a 10 mg/L para los poli
electrólitos orgánicos. La ozonización del agua también puede mejorar la efectividad de la coagulación. La
floculación se usa aguas abajo de la coagulación para formar copos con las partículas desestabilizadas de un
tamaño adecuado para su remoción mediante la sedimentación por gravedad o la filtración. Si la
coagulación/floculación se usa directamente aguas arriba de la filtración, el sistema es de filtración directa. Se
llama tratamiento convencional a la secuencia de procesos en la cual la coagulación/filtración es seguida de la
sedimentación y la filtración secuenciales.
Tratamiento avanzado
En esta etapa se realiza una remoción más completa de constituyentes específicos, tales como amoniaco o
nitratos mediante intercambio iónico o sólidos suspendidos totales (SST) mediante ósmosis inversa. Este
tratamiento se aplica aguas abajo de los procesos de tratamiento biológico.
Resultados
El reuso del agua no debe proseguirse como un propósito per se, ya que no es un objetivo, sino un medio
para alcanzar uno o varios objetivos. En esta sección se suministra un diagrama de flujo con lineamientos
implícitos para la planificación de los proyectos de recuperación, reciclado y reuso del agua y que propone un
enfoque sistemático de análisis de proyectos. Deberán definirse claramente los objetivos que se desea
alcanzar, siendo los más comunes los siguientes (Asano, 1998):
1) La producción primaria de cultivos mediante su irrigación con efluentes tratados
2) Un abastecimiento de agua que substituya a otras fuentes de agua
3) Diseño de alternativas con el menor costo posible y que sean factibles para el medio ambiente
4) Un abastecimiento de agua que genere un desarrollo económico regional
5) Un abastecimiento de agua que contribuya al mejoramiento del medio ambiente
Para la planificación de los proyectos de recuperación, reciclado y reuso de agua residual se proponen los
siguientes criterios de factibilidad (James y Lee, 1971):
1) Diseño de ingeniería
2) Factibilidad económica
3) Factibilidad financiera
4) Factibilidad institucional
5) Protección del medio ambiente (manifestación de impacto ambiental)
6) Impacto social y aceptación del publico
7) Factibilidad de mercado
Los primeros seis criterios son comunes a todos los proyectos de recursos hidráulicos. En la factibilidad de
mercado intervienen factores de salud pública, calidad del agua y aceptación por parte del usuario y del
público que generalmente no intervienen en proyectos de agua potable y que hacen que la identificación y
aseguramiento de un mercado para el agua recuperada sea más difícil. Por ello la factibilidad de mercado es
un criterio individual.

Definición del problema

Establecer objetivos y criterios de


evaluación pertinentes al problema

Identificar e involucrar a los participantes en


el proceso de planificación
Formular alternativas de proyecto

Analizar y jerarquizar las alternativas


mediante criterios de evaluación

Seleccionar la alternativa, pulir la propuesta,


desarrollar un plan de implementación

Figura 1. Planificación de proyectos de recuperación, reciclado y reuso del agua residual

La distribución de los volúmenes de agua tratada deberá hacerse mediante un modelo de asignación adaptado
de la ingeniería de sistemas. El problema básico de asignación en el reuso del agua es determinar las
asignaciones óptimas de agua tratada proveniente de diversas fuentes para satisfacer los requerimientos de
cantidad y calidad de agua tratada de los usuarios a un costo mínimo y/o con un beneficio neto máximo. Se
propone un modelo de programación lineal basado en el problema clásico del transporte en el cual se plantea
una función objetivo que calcula el costo total mínimo con la siguiente formulación ( Bishop y Hendricks,
1971):
m m
min CT   c
i 1 j 1
ij x ij

donde
CT = costo total
cij = costo unitario de enviar un volumen de agua tratada del origen i al destino j
xij = volumen de agua tratada que se envía del origen i al destino j
sujeto a:
n m

j 1
xij  ai ; i  1,2,..m; x
i 1
ij  b j ; j  1,2,...n; xij  0

donde
ai = volúmenes disponibles de agua tratada de cada fuente
bi = volúmenes requeridos en los destinos
Conclusiones
Se requiere una planificación sistemática para la implementación optimizada de las alternativas posibles de
recuperación, reciclado y reuso de agua residual en un programa de manejo de recursos hidráulicos. La
tecnología actual permite producir agua tratada de prácticamente cualquier nivel de calidad minimizando al
mismo tiempo los riesgos de salud pública y de deterioro del medio ambiente, concomitantes con las
aplicaciones de reuso. El enfoque de ingeniería de sistemas permite el análisis sistemático de un proyecto
considerando todas las variables posibles con un enfoque matemático preciso que conducirá a un resultado
optimizado que ofrecerá las mejores posibilidades de satisfacer las expectativas del proyecto. Sin embargo, la
decisión de implementar un proyecto de este tipo depende en última instancia de factores económicos, de
regulación y de políticas públicas que consideren la demanda real de agua tratada.
Referencias bibliográficas
Asano, Takashi (comp.) (1998). Wastewater Reclamation and Reuse. Volumen 10. Technomic. Lancaster, PA. 1528 pp.
Bishop, A. Bruce y Hendricks, David W. (1971). Water reuse systems analysis. Journal of the Sanitary Engineering
Division. ASCE. 97(SA1), 41-57.
Clark, John W., Viessman, Jr., Warren y Hammer, Mark J. (1971). Water Supply and Pollution Control. 2a. edición.
International Textbook Company. Scranton, Pennsylvania. Capítulo 14. 614-634.
Eckenfelder, W. Wesley, Jr. (1970). Water quality engineering for practicing engineers. Cahners books. Boston, Mass.
328 pp.
James, L. D., y Lee, R. R. (1971). Economics of Water Resources Planning. McGraw-Hill. Nueva York. pp. 161-162.
McGauhey, P. H. (1968). Engineering management of water quality. McGraw-Hill. Nueva York. 295 pp.
Metcalf & Eddy (2003). Wastewater engineering treatment and reuse. 4a. ed. McGraw-Hill. Nueva York. 1819 pp.
Quadri de la Torre, Gabriel (comp.) (1989). Aguas Residuales de la Zona Metropolitana de la Ciudad de México.
Fundación Friedrich Ebert. México, D. F. 137 pp.
Sawyer, Clair N., y McCarty, Perry L. (1967). Chemistry for Sanitary Engineers. 2a. ed. McGraw-Hill . NY. 518 pp.
State of California (1984). Water Conservation in California. Department of Water Resources. Bull. 198-84. Sacramento,
California. 155 pp.
U. S. Environmental Protection Agency (1992). Guidelines for Water Reuse Manual. (No. EPA/625/R-92/004),
Washington, DC.
TRATAMENTO VIA REAÇÃO DE FENTON PARA REMEDIAÇÃO DE ESGOTO
DOMÉSTICO –ETE-GOIÂNIA

TREATMENT THROUGH FENTON REACTION FOR REMEDIAÇÃO DOMESTIC


SEWAGE-ETE-GOIÂNIA.

Kellya de Morais e Silva 1


Adriana de Souza Ribeiro Feitosa 1
Vera Lúcia Calixto dos Santos 1
Lindomar Guedes Freire Filha 2
Núbia Natália de Brito 3*

Abstract
This article aimed at the approach of the treatment methodology through Fenton reaction, evaluating the involved
mechanisms, efficiency, advantages/disadvantages of the technique. Samples two weeks of affluent were
collected/analysed in the Treatment Station Sewage, using Jar Test, during one year. Ferric chloride (2%),
polymeric anionic (0.01%) and H2O2 (±13% m/m standardized by titration with permanganate) they were the used
reagents. Chemical Analysis turbidity/Chemical Oxygen Demand- COD, Suspended Solids -SS, pH and
microbiological-Escherichia coli were the assessed parameters. The process in study was optimized in function of
the concentration FeCl3, polymeric anionic, pH and concentration of H2O2. When the pH 8, the process is taken the
coagulation/flocculation presenting reduction of the turbidity-70% and DQO-38%. In the test with pH=4 value,
FeCl3 25 mgL-1, polymeric anionic 1.4 mgL-1 and H2O2 34 mgL-1, was reached 83% of tubidity removal and 68% of
COD removal. In this case it prevailed to the Fenton.reaction . When accomplishing the optimizations, it was
possible to verify that: being used optimized experimental conditions (FeCl 3 29 mgL-1; pH 4.5; polymeric anionic 1,4
mg L-1, H2O2 of 34 mgL-1 and reaction time 30minutes), it was possible to verify high efficiency of reduction of COD-
69%, SS-98% and E. coli 99.99%. During the optimizations process and Fenton reaction was verified substantial
improvement in the discharging effluents. This process presents great application potential as method effluents
depurative, with a group promisor of characteristics for a treatment routine.

Keywords: Fenton reaction, jar test, remediation, sewage domestic.

1
Estação de Esgoto Dr. Hélio Seixo de Britto, Goiânia-Goiás, Bresil.
2
Faculdade Delta e FacUnicamps, Goiânia-Goiás, Brasil.
3
* Instituto de Química, Universidade Federal de Goiás, Câmpus Samambaia (Câmpus II), Bloco IQ 1, Cx: 131, Itatiaia, CEP:
74001-970 - Goiania, GO – Brasil. Fone: 55 (62) 3521-1094, Ramal: 240. Email: nubiabrito@quimica.ufg.br
1
Resumo
Este artigo objetivou a abordagem da metodologia de tratamento via reação de Fenton, avaliando os mecanismos
envolvidos, eficiência, vantagens/desvantagens da técnica. Amostras quinzenal de afluente foram
coletadas/analisadas na Estação de Tratamento de Esgoto, utilizando Jar Test, durante um ano. Cloreto férrico (2%),
polímero aniônico (0.01%) e H2O2 (±13% m/m padronizado por titulação permanganométrica) foram os reagentes
utilizados. Análise de turbidez/Demanda Química de Oxigênio-DQO, Sólidos Suspensos-SS, pH e microbiológico-
Escherichia coli foram os parámetros avaliados. O processo em estudo foi otimizado em função da concentração
FeCl3, polímero aniônico, pH e concentração de H2O2. Quando o pH 8, o processo é levado a coagulação/floculação
apresentando redução da turbidez-70% e DQO-38%. No ensaio com valor de pH=4, FeCl3 25 mgL-1, polímero
aniônico 1.4 mgL-1 e H2O2 34 mgL-1, alcançou-se 83% de remoção da turbidez e 68% de remoção de DQO. Neste
caso predominou à reação de Fenton. Ao realizar as otimizações foi possível verificar que: utilizando-se condições
experimentais otimizadas (FeCl3 29 mgL-1; pH 4.5; polímero aniônico 1,4 mg L-1, H2O2 de 34 mgL-1 e Tempo de
reação de 30min), foi possível verificar elevada eficiência de redução de DQO-69%, SS-98% e E. coli 99.99%.
Durante o processo de otimização e reação de Fenton verificou-se substancial melhoria nos padrões de lançamento.
Esse processo apresenta grande potencial de aplicação como método depurativo de efluentes, com um conjunto
promisor de características para uma rotina de tratamento.

Palavras-chave: ensaio de jarros, esgoto doméstico, reação de Fenton, remediação.

Introdução

O lançamento indiscriminado de esgotos sem tratamento nos corpos d’água pode causar varios inconvenientes, que
se apresentam com maior ou menor importância, de acordo com os efeitos adversos aos usos benéficos das águas.
Assim, a poluição causada aos corpos hídricos é função de alterações da qualidade ocasionadas no corpo receptor e
das implicações relativas às limitações aos usos da água (Pereira et al., 2006).

Durante o tratamento do esgoto é conhecida as etapas que separam os constituintes desse esgoto. Para que as fases
sejam processadas, métodos são aplicados com objetivos de se obter uma maior eficiência do tratamento.

A coagulação/floculação tem sido empregada para a remoção de sólidos suspensos (SS), partículas coloidais,
compostos orgânicos não biodegradáveis e metais tóxicos. Esta tecnologia de tratamento desestabiliza uma partícula
coloidal pela adição de um coagulante, e para aumentar o tamanho da partícula, a coagulação usualmente é seguida
da floculação e posteriormente da decantação. Esta técnica inclui ajuste de pH e adição de sais de ferro ou alumínio
como agentes coagulantes para diminuir as forças repulsivas entre as partículas (Guo et al., 2010).

O processo Fenton apresenta-se como uma tecnologia simples onde há transferência de massa e tanto o ferro quanto
o peróxido de hidrogênio são baratos, no entanto, o processo requer um baixo pH e consequentemente a modificação
deste parâmetro é necessária.

Entre os reagentes químicos convencionalmente utilizados como coagulantes encontram-se cloreto de alumínio,
sulfato de alumínio, cloreto férrico, sulfato férrico e sulfato ferroso.

Tanto os íons ferrosos quanto os férricos são coagulantes que conjuntamente com peróxido de hidrogênio pode-se
realizar o chamado processo Fenton onde ocorre um duplo tratamento: por coagulação e oxidação (Cavalcante e
Coelho, 2005; Pereira et al., 2011).

Neste artigo foi abordada a metodologia de tratamento via coagulação/floculação e processo oxidativo avançado
(tratamento via Fenton), avaliando os mecanismos envolvidos, a eficiência da técnica, suas vantagens e
desvantagens.

2
Metodologia

As amostras foram coletadas do afluente da Estação de Tratamento de Esgoto, quinzenalmente, no período


vespertino, de setembro de 2012 até agosto de 2013. As coletas seguem as normas preconizadas pelo Laboratório de
Esgotos da SANEAGO (IT. 07.0109/ 2009).

As análises das amostras de esgoto coletadas e tratadas, através do ensaio de Jar Test (tempo de tratamento: tempo
zero adição de cloreto férrico a 300 rpm, no tempo 20” adição de polímero aniônico 300 rpm, tempo 30” rotação
alterada para 30 rpm com o propósito de promover à floculação, tempo 3'30” foi adicionado o peróxido de
hidrogênio a 30 rpm, até o tempo 6'30”). Posteriormente o equipamento foi desligado e as amostras foram coletadas
no tempo final de 36'30”, ou seja, com 30 minutos de sedimentação. Os tempos e os gradientes de velocidade, que
são convertidos para rpm, correspondem com a realidade da estação de tratamento de esgoto em questão.

As análises foram realizadas no Laboratório de Esgoto da própria estação de tratamento. Os reagentes químicos
utilizados foram: cloreto férrico a 2%, polímero aniônico de alto peso molecular a 0.01% e peróxido de hidrogênio
na concentração ±13% m/m padronizado por titulação permanganométrica. Um planejamento fatorial 2 4 foi
realizado.

A avaliação da eficiência do tratamento proposto foi através dos seguintes parâmetros: Turbidez, Demanda Química
de Oxigênio (DQO), Sólidos Suspensos Totais (SS), pH e microbiológico, através da análise da Escherichia coli.

A determinação da turbidez no esgoto foi realizada pelo método da nefelometria de acordo com Standard Methods of
the Examination of Water and Wastewater (2130-B), 20th Edition (American Public Health Association, 1998).

Para análise de DQO foi necessário cessar a reação de Fenton e remover o H 2O2 residual. Para isto foi preciso ajustar
o pH da amostra para um valor acima de 7.0 de modo que o ferro presente no meio precipitasse na forma de
hidróxido, posteriormente transferiu-se para um frasco fechado e aqueceu durante 40 minutos num banho a 80ºC
com o objetivo de decompor o H2O2 residual, em seguida resfriou-se as amostras. Neste trabalho a determinação da
Demanda Química de Oxigênio foi realizada pelo método Colorimétrico de acordo com Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater (5220 D), 1998.

A determinação dos Sólidos Suspensos (SS) foi através do método DR-2500, de acordo com o manual da Hach, que
consiste em determinar quantitativamente a concentração de sólidos através da interação existente entre os sólidos
em suspensão e a luz emitida pelo equipamento em um comprimento de onda específico.

A determinação da Escherichia coli é feita pela técnica utilizando substrato enzimático de acordo com Standard
Methods for the Examination of Water and Wastewater.

A determinação dos valores de pH foi realizada de acordo com método potenciométrico utilizando medidor de pH
TEC-3M da Tecnal aferido nos valores padrões de pH 4.0, 7.0 e 9.0 conforme Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater (American Public Health Association, 1998).

Resultados

Na otimização da concentração de (FeCl3) verificou-se que a dosagem de 29 mg.L-1 foi a que melhor apresentou
eficiência na remoção de matéria orgânica (65%), sendo que nesta mesma dosagem houve uma redução de 95% para
os sólidos suspensos.

Na otimização da concentração de polímero aniônico a melhor eficiência registrada foi na dosagem de 1.4 mg.L-1
onde foi possível obter uma remoção de Demanda Química de Oxigênio de (66%) e redução de Sólidos Suspenso de
98%.
3
Na otimização dos valores de pH foi verificado que entre 3.0-5.5 houve uma redução de DQO de 60-65%, e de SS de
87-95%, sendo que no pH 4.5 a eficiência foi de 66% para DQO e 95% para Sólidos Suspensos, sendo este o pH
ótimo da reação. De acordo com Xiang Juan e Hui-Long (2009) em pH maior que 4 pode ocorrer a
autodecomposição do H2O2 desativando o íon ferroso em oxihidroxiferroso o que aumenta o o caráter sequestrante
do OH. diminuindo seu potencial de oxidação. Após o processo Fenton, se necessário pode-se aumentar o valor de
pH, que partículas serão facilmente agregadas levando o tratamento para coagulação/floculação.

O peróxido de hidrogênio apresentou uma crescente eficiência tanto na remoção da DQO quanto nos Sólidos
Suspensos nas dosagens entre 30-34 mg.L-1 com maior eficiência de 69% para DQO e 98% para SS para a dosagem
de 34 mg.L-1. A eficiência foi decrescendo a partir de 36 mg.L-1. O valor otimizado foi 34 mg.L-1.

Na Figura 1 pode ser visualizado à última otimização referente a concentração de H2O2 com as devidas reduções nos
valores de DQO e Sólidos Suspensos.

90
75
Eficiência (%)

60
45
30
15
0
30 32 34 36 38 40

Dosagem mgL⁻ ¹ de H₂ O₂

% Redução DQO % Redução SS

Figura 1: Otimização da concentração de H2O2. Com os seguintes parámetros físicos já otimizados anteriormente:
pH= 4.5; FeCl3= 29 mgL-1; Polímero aniônico= 1.4 mgL-1.

É necessário ressaltar que processo apresenta algumas desvantagens, tais como: a necessidade da correção do pH
para uma faixa compreendida entre 4.0-4.5, o que operacionalmente aumentaria o poder de corrosão nos
equipamentos, requerendo uma segunda correção para o pH original, 6.8-7.3, com o intuito também de cessar a
reação de Fenton, eliminar H2O2 (peróxido de hidrogênio) residual e precipitar o ferro antes do lançamento no corpo
receptor.

No entanto, o processo de reação via Fenton apresenta algumas vantagens extremamente importantes tais como: é
uma tecnologia simples e de baixo custo. O peróxido de hidrogênio, que atua na reação, tem uma grande eficácia na
desinfecção do efluente tratado com eliminação de 99.9999 % de Escherichia coli, além do poder de oxidação da
matéria orgânica aumentando a eficiência do processo.

4
Conclusões

Ao realizar as otimizações foi possível verificar que:


Utilizando-se condições experimentais otimizadas (Concentração de FeCl3 29 mgL-1; valor de pH 4.5; polímero
aniônico 1.4 mg L-1, H2O2 de 34 mgL-1 e Tempo de reação de 30min), foi possível verificar elevada eficiência de
redução de Demanda Química de Oxigênio (DQO) 69%, dos sólidos suspensos (SS) 98% e do índice de E. Coli
99.99%. Esses parâmetros são de grande importância para avaliações ambientais.

Durante todo processo de otimização e desenvolvimento do tratamento via reação de Fenton verificou-se, conforme
resolução CONAMA nº 430/2011, uma substancial melhoria nos padrões de lançamento podendo resultar em um
melhor lançamento do efluente.

De maneira geral foi possível concluir que o processo via reação de Fenton apresenta grande potencial de aplicação
como método de depuração de efluentes com um conjunto de promissoras características para fazer parte de uma
rotina de tratamento.

Agradecimentos

Os autores agradecem o suporte técnico concedido pela empresa SANEAGO-GO.

Referências Bibliográficas

American Public Health Association (1998). Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 ed.
Washington, D.C.: American Public Health Association, 1998.
Brasil. Resolução CONAMA nº 430/2011. DOU nº 92, de 16/05/2011, p. 89
Cavalcante A.M e Coelho G.L.V. (2005). Técnicas oxidativas avançadas para remoção de matéria orgânica de uma corrente de
soda exausta de refinaria de petróleo. 2005. 145 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) - Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
Guo J.S, Abbas A.A, Chen Y.P., Liu Z.P., Fang, F and Chen P. (2010). Treatment of landfill leachate using a combined stripping,
Fenton, SBR and Coagulation process. Journal of Hazardous Materials, 178, p. 699-705.
Pereira L.C.O, Rosso T.C.A. and Campo J.C. (2006). A utilização do reativo de Fenton na desinfecção de esgotos domésticos
com fins de reuso na irrigação de culturas. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) - Universidade do Estado
do Rio de Janeiro
Pereira L.C.O., Rosso T.C.A and Campos, J.C. (2011). Fenton’s reagent application in the domestic sewers disinfection. Revista
Ambiente e Água, 6 (1), p. 65-76.
Saneago. IT (07.0109/2009) (2009). Produção de Supervisão de Laboratório de Esgoto, 18 ago.
Xiang Juan M.A.J and Hui-Long, X. (2009). Treatment of water-based printing ink wastewater by Fenton process combined with
coagulation. Journal of Hazardous Materials, 162, p. 386-390.

5
TRATAMIENTO DE AGUAS RESIDUALES DE LA INDUSTRIA
FARMACÉUTICA MEDIANTE BIODEGRADACIÓN ANAEROBIA Y AEROBIA

PHARMACEUTICAL WASTEWATER TREATMENT USING ANAEROBIC AND


AEROBIC BIODEGRADATION

Petia Mijaylova Nacheva1*


Maribel Ocampo Gaspar2

Abstract
The performance of upflow anaerobic sludge blanket (UASB) reactor and aerobic membrane bioreactors was
studied for the treatment of wastewater generated in an organic synthesis pharmaceutical industry. The UASB
reactor was operated with organic louds of 3-30 kgCOD m-3 d-1 and hydraulic residence time (HRT) of 10-90
h during 196 days. The obtained COD removals were lower than 35%. The aerobic treatment system
consisted of three MBRs with submerged ultrafiltration hollow fiber polysulphone membrane modules. The
MBTs were operated with organic louds of 1.5-4.9 kgCOD kgVSS-1 d-1 and HRT of 17-35 h, solid retention
time of 10-20 d and MLVSS of 4,000 mg L-1during 155 days. During the first 80 days, the MBRs were fed with
the UASB effluent and 90% removals were reached in two weeks. COD removals of 97±1% were obtained
with 3.0±0.5 kgCOD kgVSS-1 d-1 and of 98±1% with 2.0±0.2 and 1.5±0.2 kgCOD kgVSS -1 d-1. During the next
experimental phase, days 81-155, the MBR were fed with pharmaceutical wastewater without previous
anaerobic treatment. The acclimation needed 51 days and the following COD removals were obtained after
the process stabilization: 95±1, 96±1 and 98±1%, applying organic louds of 4.9±3.1, 2.9±1.2 y 2.0±0.5
kgCOD kgVSS-1 d-1 respectively. The results indicated that the MBR system has potential as a means of
treating high-strength wastewater from organic synthesis pharmaceutical industry with consistently high
performance in both options with and without previous anaerobic treatment.

Key Words: Membrane bioreactors, Pharmacéutical wastewater, Treatment, UASB

1
Coordinación de Tratamiento y Calidad del Agua, Instituto Mexicano de Tecnología del Agua.
2
Programa de Maestría y Doctorado en Ingeniería, Universidad Nacional Autónoma de México.
* Autor corresponsal: Coordinación de Tratamiento y Calidad del Agua, Instituto Mexicano de Tecnología del Agua
(IMTA), Paseo Cuauhnáuac No.8532. Col. Progreso, Jiutepec, Morelos. Código Postal 62550. México. Tel. 52 (777) 329-
3600 ext. 291. Email: petiam@tlaloc.imta.mx
1
Resumen
En el presente trabajo se analiza el desempeño de un reactor anaerobio de lecho de lodos y flujo ascendente
(UASB, por sus siglas en inglés) y de biorreactores con membranas (BRM) aerobios, utilizados para el
tratamiento de las aguas residuales de una industria farmacéutica de síntesis orgánica. El estudio empezó con
la evaluación del reactor UASB el cual fue operado durante 196 d con cargas de 3-30 kgDQO m-3 d-1 y
tiempos de residencia hidráulica (TRH) de 10-90 h. En el tratamiento de las aguas residuales en el reactor
UASB no se lograron remociones de la DQO mayores de 35 %. El sistema experimental de tratamiento
aerobio fue constituido por tres BRM con membranas sumergidas de ultrafiltración, de tipo fibra hueca,
elaboradas de polisulfona. Los BRM se operaron durante 155 d con cargas orgánicas de 1.5-4.9 kgDQO
kgSSV-1 d-1, TRH de 17-35 h, tiempo de retención de sólidos de 10-20 d y concentración de sólidos
suspendidos volátiles alrededor de 4,000 mg L-1. Durante los primeros 80 días de su operación los BRM se
alimentaron con el efluente del reactor UASB y en dos semanas de operación se alcanzaron remociones de
DQO mayores de 90%. Aplicando una carga orgánica de 3.0±0.5 kgDQO kgSSV-1 d-1 se obtuvo una
remoción de DQO de 97±1%, mientras que con las cargas de 2.0±0.2 y 1.5±0.2 kgDQO kgSSV-1 d-1 se
obtuvieron remociones de 98±1%. Durante los últimos 75 días los BRM se alimentaron con agua residual sin
previo tratamiento anaerobio. La aclimatación duró 51 días y después de estabilizar el proceso se obtuvieron
las siguientes remociones de DQO: 95±1, 96±1 y 98±1%, aplicando cargas orgánicas de 4.9±3.1, 2.9±1.2 y
2.0±0.5 kgDQO kgSSV-1 d-1 respectivamente. Se concluye que los BRM son adecuados para el tratamiento de
las aguas residuales de la industria farmacéutica de síntesis orgánica, presentando altas remociones de DQO
en las dos opciones, con y sin previo tratamiento anaerobio.

Palabras clave: Biorreactores con membranas, Efluentes de la industria farmacéutica, Tratamiento, UASB

Introducción

Las aguas residuales de la industria farmacéutica de síntesis orgánica se caracterizan por tener altas
concentraciones de materia orgánica y sales inorgánicas, trazas de principios activos, trazas de solventes
(benceno, clorobenceno, tolueno, fenol y metanol entre otros), metales (Pb, Cu, Zn), pH variable (1-11) y
temperaturas altas (Octem et al., 2007; Sreekanth et al., 2009). Las descargas de aguas residuales son
intermitentes, su composición es diversa y variable, dependiendo de los productos fabricados, del proceso de
producción y de los compuestos químicos usados como materia prima e insumos. Para la descarga de los
efluentes a cuerpos receptores se requiere remover los contaminantes cumpliendo con las disposiciones
normativas establecidas para tal efecto. Tradicionalmente se han utilizado métodos de tratamiento biológicos,
aerobios y anaerobios (Suman Raj y Anjaneyulu, 2005). El sistema más usado ha sido lodos activados con
altos tiempos de residencia hidráulica, a pesar de que este sistema no es adecuado para tratamiento de aguas
residuales con DQO mayores de 4,000 mg L-1 por el alto consumo energético (Suman Raj y Anjaneyulu,
2005). Se han usado también sistemas de tratamiento anaerobio, tales como reactor anaerobio de lecho de
lodos y flujo ascendente (UASB, por sus siglas en inglés) y biofiltros anaerobios (Oktem et al., 2007,
Sreekanth et al., 2009), cuyas ventajas sobre los procesos aerobios son: se pueden tratar aguas residuales de
alta carga orgánica con bajos requerimientos de energía, baja producción de lodos, bajos requerimientos de
nutrientes, bajos costo de operación y obtención de biogás. Sin embargo, debido a la presencia en el agua
residual de una amplia gama de compuestos biológicamente recalcitrantes e inhibitorios para la masa
microbiana, los sistemas de tratamiento biológico no son siempre eficaces para la eliminación de estas
sustancias (Deegan, 2011). Por ejemplo, las sustancias sintetizadas por la industria farmacéutica son
productos químicos orgánicos estructuralmente complejos y resistentes a la degradación biológica (Carballa et
al., 2004). Los solventes, algunas materias primas y subproductos de la síntesis orgánica son sustancias
biológicamente recalcitrantes que afectan los procesos de biodegradación (Helmig et al., 2007). Por lo
anterior los métodos de tratamiento biológico son frecuentemente insuficientes para la eliminación de todos
los componentes potencialmente peligrosos en las aguas residuales y se necesita complementar el tratamiento
con métodos avanzados (Giri et al., 2010). La remoción de los contaminantes mediante métodos biológicos
depende de las propiedades de las sustancias orgánicas presentes en el agua residual, de la temperatura del
agua y de los parámetros de operación de los sistemas de tratamiento biológicos: carga orgánica, tiempo de
2
retención celular, tiempo de residencia hidráulica (Clara et al., 2005; Vieno et al., 2005). Recientemente, la
tecnología de biorreactores con membranas (BRM) ha mostrado ser efectiva para el tratamiento de algunos
efluentes farmacéuticos (Helmig et al., 2007). Los BRM combinan un proceso biológico con una etapa de
separación de la biomasa con membranas de microfiltración o ultrafiltración (Yang and Cicek, 2006). El
proceso en los BRM tiene la ventaja de permitir una mayor concentración de biomasa en el reactor y mayores
tiempos de retención de la biomasa, lo cual favorece la degradación de compuestos orgánicos de estructura
compleja, por lo cual su aplicación para tratamiento de aguas residuales industriales ha aumentado (Tazi et
al., 2002). El objetivo de este trabajo de investigación fue determinar la remoción de la materia orgánica en
aguas residuales de una industria farmacéutica de síntesis orgánica mediante procesos anaerobios y aerobios,
utilizando un reactor anaerobio de lecho de lodos y flujo ascendente y biorreactores aerobios con membranas
sumergidas, con y sin previo tratamiento anaerobio.

Metodología

Sistema experimental
En la Figura 1 se presenta el diagrama del sistema experimental. Para el estudio del tratamiento anaerobio se
utilizó un reactor anaerobio UASB elaborado de acrílico que tenía un volumen efectivo de 21 L y un volumen
del lecho de lodos de 17 L (15 cm de diámetro interno, 0.98 m de profundidad del lecho de lodos y 0.22 m de
la zona de separación). La parte superior del reactor contaba con un separador sólido-líquido-gas. El agua
residual se introducía en la parte inferior del reactor mediante una bomba peristáltica. El efluente salía desde
la parte superior del reactor y se acumulaba en un tanque de recepción. Desde la zona de separación se
realizaba recirculación de una parte del agua con un caudal igual al caudal del influente al reactor.

Biogás Panel de control

V2
Efluente
C A
BRM2 BRM3
Reactor
BRM1 V1 B
UASB
Tanque de
recepción
Módulo de
membranas
Influente
(Etapa 1) Aire

Tanque de A-Bomba de retrolavado;


Influente
recepción y B-Bomba de succión;
(Etapa 2)
transferenci C-Vacuómetro.
Figura 1. Esquema del sistemaaexperimental para el tratamiento de las aguas residuales

Para el estudio del tratamiento aerobio se usaron tres biorreactores con membranas (BRM1, BRM2 y BRM3)
de 7 L de volumen cada uno. Un módulo de membranas de ultrafiltración de tipo fibra hueca, elaboradas de
polisulfona, con un tamaño de corte molecular de 100 kDa y con un área superficial de 0.042 m2, fue
sumergido en cada reactor. Debajo de las membranas se instalaron difusores de piedra porosa para la
dispersión del aire y para reducir el efecto de taponamiento de las membranas creando un flujo de las burbujas
de aire paralelo a su superficie. El flujo de aeración fue controlado por medio de válvulas y rotámetros,
asegurando concentraciones de oxígeno disuelto (OD) mayores de 2 mg L-1 en los reactores. Una bomba
peristáltica alimentaba a los tres reactores aerobios en forma continua. Cada reactor contaba con una bomba
para la extracción del permeado y otra para el retrolavado, así como con válvulas solenoides (V1, V2) y
temporizadores para llevar a cabo ciclos de succión/retrolavado.
3
Procedimiento experimental
La industria farmacéutica cuyas aguas residuales se utilizaron como modelo en este estudio es una empresa
que se dedica a la elaboración de ingredientes activos para medicamentos (esteroidales y desinflamantes). Las
aguas residuales de proceso se recibían en un tanque de recepción y luego se transferían a un tanque de
neutralización, de donde se extraía el agua para el trabajo experimental. El agua se transportaba en tambos
herméticamente cerrados hasta el laboratorio y se almacenaba en un cuarto frío. Antes de empezar el estudio
se realizaron 27 muestreos del agua residual del tanque de neutralización de la industria para su
caracterización determinando los siguientes parámetros: DQO, NTK, N-NH4, N-NO2, N-NO3, fósforo total
(PT), SDT, pH y temperatura. En 7 de los muestreos se determinaron adicionalmente fenoles, fluoruros,
cloruros, sulfatos, sulfuros, calcio, magnesio, sodio, potasio, así como metales pesados.

El reactor UASB fue inoculado con biomasa granular y se operó a temperatura ambiente durante 196 días con
cargas orgánicas de 3-30 kgDQO m-3 d-1 y tiempos de residencia hidráulica (TRH) de 10-90 h. El día 78 el
caudal del influente al UASB se ajustó a 22 L d -1 (TRH de 23 h) y el efluente acumulado en el tanque de
recepción se empezó a alimentar a los tres BRM. La carga aplicada en el UASB fue de 10 kg DQO m -3 d-1 y
se mantuvo así hasta el final de la evaluación del tratamiento anaerobio.

Antes de empezar los experimentos con los reactores aerobios BRM, se realizaron pruebas para determinar la
presión de operación de las membranas. En los tres reactores se adicionó biomasa con SSVLM de 4,000
mg/L. Se aplicaban presiones constantes a las membranas durante 20 min, midiendo el permeado cada 1, 5,
10, 15 y 20 minutos. Después de la evaluación de una presión se realizaba el retrolavado de las membranas.
Así se evaluó el intervalo de presiones desde 3 hasta 64 kPa. Se graficó la evolución de la PTM y el flux a lo
largo del tiempo (400 min de duración total de los ciclos de succión). Se consideró como una presión
adecuada la que estaba dentro del intervalo de presiones cuyo aumento causaba un aumento sostenido del
flux. Se evitó el intervalo de presiones correspondiente a condiciones críticas, cuando las presiones se
incrementaban y el flux disminuía. Los tres reactores BRM se operaron con la presión seleccionada durante
todo el período de la experimentación. Los tiempos de succión y retrolavado de las membranas fueron
seleccionados de 4 min y 5 s respectivamente, con base en los resultados reportados por Estrada (2011). La
biomasa para la inoculación de los tres BRM se obtuvo del reactor de lodos activados de una planta de
tratamiento de aguas residuales, ajustando la concentración de SSVLM a 4,000 mg L -1. El sistema
experimental de BRM trabajó en régimen continuo durante toda la experimentación. Se empezó primero el
estudio del desempeño de los BRM usando como alimento el efluente del reactor UASB. Los caudales de los
influentes a los reactores BRM 1, BRM 2 y BRM 3 fueron de 10, 7 y 5 L d-1 , siendo los TRH de 17, 23 y 35
h respectivamente. Las cargas orgánicas en los reactores dependían de la concentración de la DQO en el
efluente del UASB y de la concentración de los SSVLM. El proceso se consideró estable y la biomasa
aclimatada cuando se alcanzó una remoción de DQO mayor de 90%, así como una tasa de consumo de
oxígeno y un crecimiento de la biomasa relativamente constantes. Una vez estabilizado el proceso, se
procedió a la evaluación del proceso en las diferentes condiciones de operación de los tres reactores. La
duración de la etapa de alimentación del efluente de UASB a los BRM fue de 80 días. Después el agua
residual de la industria se alimentó de forma directa a los tres reactores y se realizó la aclimatación de la
biomasa, así como la evaluación del desempeño de los tres reactores, los cuales se operaron con los mismos
caudales y TRH como durante la primera etapa. El criterio de aclimatación y estabilidad de proceso fue el
mismo. La duración de la segunda etapa del estudio fue de 75 días.

El seguimiento del funcionamiento del sistema experimental se realizó determinando 2-3 veces por semana
DQO, SST, NT, NTK, N-NH4, PT en el influente al sistema, en el efluente del UASB y en los efluentes de los
BRM. En los efluentes de los BRM se determinaban también N-NO2, N-NO3. En el efluente de UASB se
determinaba dos veces por semana la alcalinidad total y ácidos grasos volátiles (AGV). Los análisis de DQO,
SST, NTK y Alcalinidad Total se realizaron de acuerdo al Standard Methods for Examination of Water and
Wastewater (APHA, 2005). Para la determinación de los AGV se aplicó el método de Jenkins et al. (1991). El
NT, N-NH4, N-NO2, N-NO3 y el PT se determinaban con la técnica HATCH. Diariamente se medía pH y
temperatura en el influente y en los efluentes de los reactores, así como la cantidad de biogás formado en el
UASB y el OD en los BRM. La cantidad de la biomasa en los BRM se determinaba mediante los parámetros
SST y SSV dos veces por semana.
4
Resultados

Características de las aguas residuales de la industria farmacéutica


Las características de las aguas residuales proveniente de los procesos de producción se presentan en la Tabla
1. Como se puede observar la DQO es muy fluctuante, por lo cual para la realización de los experimentos en
los reactores biológicos se decidió homogeneizar el agua previamente para mantener en el influente a los
reactores una DQO alrededor del valor promedio calculado. Las concentraciones de los SST en el agua
residual no son altas y no representan un problema para los procesos biológicos. Se aprecia que el pH es
ácido, las concentraciones de los SDT son altas, pero las concentraciones de NTK y del PT son bajas
comparadas con las requeridas para un desarrollo normal de la biomasa en los reactores biológicos. Debido a
la falta de suficiente N y P en el agua residual, estos nutrientes se adicionaban al agua durante toda la
experimentación. Para la neutralización se usaba hidróxido de amonio y carbonato de calcio. En la Tabla 1 se
observa también que las concentraciones del NT y N-NH4+ son de 37 y 3 mg L-1 respectivamente, indicando
esto que la mayor parte del NT es N orgánico. Se determinaron nitritos y nitratos en el agua residual pero en
concentraciones relativamente pequeñas.

Tabla 1. Características de las aguas residuales


Parámetros DQO NTK N-NH4+ N-NO3- N-NO2- PT SST SDT pH T
-1 -1
mg L mg L mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 °C
Promedio 12,578 37.5 3.2 0.22 0.72 3.7 128 4,514 6.2 23
Desv.Est. 6,148 8.3 5.2 0.85 0.71 3.3 66 2,863 1.4 2

En la Tabla 2 se presentan los resultados de los análisis de fenoles, cationes, aniones y metales pesados. Se
observa que la concentración de los fenoles es relativamente baja y no hay problemas por la presencia de
metales. La salinidad del agua se puede atribuir básicamente a los cloruros, la concentración de los sulfatos y
de los fluoruros es muy baja. De los cationes en mayores concentraciones se encuentran los de K (de 2,736
mg L-1 en promedio), en menores cantidades está el Na (165 mg L-1 en promedio). Hay muy poco Ca, de solo
8 mg L-1 en promedio. El análisis de los resultados indica que la salinidad del agua es alta pero no se rebasan
las concentraciones reportadas como límites que pueden provocar una inhibición fuerte de los procesos
biológicos. Solo la concentración del K se encuentra en el intervalo que puede provocar una inhibición
moderada de los procesos de degradación anaerobia, de 2,500-4,500 mg L-1 (Metcalf y Eddy, 2003).

Tabla 2. Contenido de fenoles, iones y metales en las aguas residuales


Parámetros Concentración, Parámetros Concentración, Parámetros Concentración,
mg.L-1 mg.L-1 mg.L-1
Fenoles 0.12±0.09 Ca 7.9±0.4 Pb 0.091±0.03
Cloruros 3,073±2,151 Mg 5.8±2.0 Co <0.10
Fluoruros 0.5±0.4 Fe 0.42±0.08 Al 0.190±0.014
Sulfatos 34.3±20.8 As <0.001 Zn 0.292±0.124
Sulfuros <1.4 Mn <0.05 Cr <0.005
Bicarbonatos 23.8±0.9 Mo <1.0 Cu <0.05
K 2,736±2,228 Ni 0.066±0.004 Cd 0.002±0.001
Na 165±152

Evaluación del tratamiento anaerobio mediante un reactor UASB


El reactor UASB se inoculó con biomasa granular obtenida de un reactor a escala real que trataba aguas
residuales de una industria de fabricación de cartón corrugado. Las concentraciones de los ST y SV de la
biomasa granular fueron de 186 y 136 g L-1 respectivamente. Una vez adicionada la biomasa al reactor, se
inició la alimentación con agua residual previamente neutralizada y complementada con N, P y
micronutrientes con un caudal de 50 L d-1 (TRH de 10 h). La DQO del influente fue determinada de 11,530
mg L-1, por lo cual la carga orgánica fue de 30 kgDQO m-3 d-1. La variación de los valores de la DQO en el
influente y en el efluente del reactor, así como las remociones de la DQO se presentan en la Figura 2a y la
variación de la carga orgánica en la Figura 2b. En la Tabla 3 se resumen los valores promedio de la DQO en
el influente, en el efluente y la remoción de DQO obtenidos durante las diferentes etapas del período
5
experimental definidos por los cambios de las cargas orgánicas. Se puede observar durante los primeros 11
días, cuando la carga aplicada fue de 30 kgDQO m-3 d-1, la remoción promedio de DQO fue de solo 6±5 %,
por lo cual se decidió disminuir la carga orgánica. Del día 12 al día 22 el reactor se alimentó con un caudal de
40 L d-1 (TRH de 12 h), la DQO del agua residual en estos días fue alrededor de 8,500 mg L-1 y la carga
orgánica bajó a 17 kg DQO m-3 d-1. A pesar de la reducción de la carga orgánica, la remoción de DQO
aumentó muy poco calculándose un promedio de 10±5% para este período, por lo cual se disminuyó aún más
la carga orgánica. Del día 23 hasta el día 47 desde el arranque el reactor se operó con un caudal de 30 L d -1
(TRH de 18 h), la DQO promedio fue de 9,900 mg L-1, obteniendo así una carga orgánica de 13 kgDQO m-3 d-
1
. La remoción de DQO en este período, igual que en el anterior, aumentaba muy lentamente calculándose un
promedio de 13±7% para este período. En el transcurso de los días 48-58 el reactor se alimentó con una carga
pequeña, de 3 kgDQO m-3 d-1 (caudal de 5 L d-1, TRH de 90 h, DQO de 9,500 mg L-1). El porcentaje de
remoción de la DQO promedio fue de 16±3 %. Durante la siguiente semana, días 59-77, se aumentó el caudal
a 10 L d-1 (TRH de 90 h) y la COV a 6 kgDQO m-3 d-1, la remoción promedio de DQO fue determinada de
18±5 %. Observando el lento incremento de la remoción en el reactor UASB, se decidió proceder a la
conexión del sistema BRM como segunda etapa de tratamiento biológico de las aguas residuales de la
industria farmacéutica. Así, el día 78 se ajustó el caudal a 22 L d -1, (TRH de 23 h) para poder alimentar los
tres BRM. Esto provocó el aumento de la COV en el UASB a 10 kgDQO m -3 d-1 y con esta carga se operó
hasta el final del experimento. La remoción promedio de DQO en el período días 78-196 fue de 20±6 %.

a) b)

Figura 2. Resultados del seguimiento del proceso de degradación anaerobia en el reactor UASB

Tabla 3. Valores promedio de los parámetros durante las diferentes fases experimentales en el reactor UASB
Carga orgánica en las diferentes fases experimentales y duración de cada fase
30 kg 17 kg 13 kg 3 kg 6 kg 10 kg
Parámetros
DQO.m-3.d-1 DQO.m-3.d-1 DQO.m-3.d-1 DQO.m-3.d-1 DQO.m-3.d-1 DQO.m-3.d-1
Día 1-11 Día 12-22 Día 23-47 Día 48-58 Día 59-77 Día 78-196
DQOi, mg.L-1 11,378±388 8,469±1,272 9,874±308 9,491±467 9,589±392 9,900±296
DQOe, mg.L-1 10,766±574 7,618±1,367 8,553±522 8,023±583 7,849±457 7,930±657
R DQO, % 6±5 10±5 13±7 16±3 18±5 20±6
NTi, mg.L-1 129±16 105±19 111±6 106±11 101±18 105±13
NTe, mg.L-1 130±18 104±9 111±8 102±15 96±16 103±15
PTi, mg.L-1 56±6 52±8 50±7 59±13 66±7 53±7
PTe, mg.L-1 55±10 57±3 49±8 63±11 67±6 54±7
T, °C 23.8±0.6 25.1±0.9 23.3±0.8 22.8±2.0 22.6±1.5 21.5±0.9
pHi 7.2±0.6 6.7±0.5 6.7±0.1 6.8±0.1 6.9±0.2 7.0±0.2
pHe 7.4±0.4 7.3±0.3 6.7±0.1 7.0±0.2 6.9±0.3 7.0±0.3
Ai - 100±65 161±59 341±126 363±57 431±210
Ae - 302±66 401±11 508±63 573±64 585±199
AGV, mg.L-1 - 34±15 62±36 45±2 164±51 46±28
SSTi, mg.L-1 93±52 133±24 140±22 67±37 122±39 149±27
SSTe, mg.L-1 229±26 163±33 173±28 147±39 127±48 265±78
Pb 0.18±0.11 0.35±0.11 0.33±0.06 0.40±0.02 0.45±0.03 0.48±0.04
Notas: Ai, Ae - Alcalinidad total en el influente y efluente, mg CaCO3.L-1; Pb - Producción específica de biogás, m3 kgDQOremovida-1.

6
En la Tabla 3 se presentan los valores promedio de la alcalinidad y AGV para los diferentes períodos de la
evaluación. La alcalinidad del efluente fue mayor que la alcalinidad del influente, lo cual se podría atribuir a
la formación de bicarbonatos. El contenido de AGV aumentó durante los días 59-77, pero las concentraciones
fueron menores de 230 mg L-1, lo cual indica que no los AGV no pudieron provocar problemas de inhibición
del proceso. Los promedios de la producción específica de biogás presentados en la Tabla 3 indican que la
producción de biogás fue menor del valor típico de 0.6 m3 kgDQOremovida-1 (Metcalf y Eddy, 2003). Los
resultados obtenidos en este experimento con una duración de 196 días indican que la degradación anaerobia
en el reactor UASB no es un método adecuado para el tratamiento de las aguas residuales de la industria
farmacéutica en estudio. Se logró degradar solo una fracción pequeña de la materia orgánica medida como
DQO, con un máximo de 35%. Otros estudios similares a éste, desarrollados por Akbarpour y Mehrdadi
(2011) lograron remover el 54% de la DQO trabajando con una carga orgánica de 10.8 kg DQO m-3 d-1 y en
condiciones mesofílicas; Oktem et al. (2007) trabajando con una carga orgánica de 9 kg DQO m -3 d-1 y en
condiciones mesofílicas obtuvieron una eficiencia de remoción del 28%; Sreekanth et al. (2009) lograron
remover el 70% de la materia orgánica operando en condiciones termofílicas y aplicando una carga orgánica
de 9 kg DQO m-3 d-1. Tanto los resultados obtenidos en esta investigación, como los obtenidos por otros
autores indican que la materia orgánica en el agua residual de la industria farmacéutica de síntesis orgánica
está compuesta por compuestos orgánicos difíciles de degradar vía anaerobia.

Evaluación de los biorreactores con membrana con y sin previo tratamiento anaerobio
Antes de empezar la operación de los BRM se realizaron pruebas para determinar la presión de operación de
las membranas. Se observó que el flux aumenta al aumentar la PTM hasta llegar a una presión de 34 kPa.
Después de esta presión el flux empieza a disminuir aunque se siga incrementando la PTM. Con la presión de
34 kPa se obtuvo un flux de 17 L m-2 h-1. La presión de 40 kPa corresponde al estado crítico a partir del cual
el flux disminuye a pesar del aumento de la presión. Para obtener los TRH deseados en cada reactor durante la
evaluación de los BRM se trabajó con PTM de 18, 15 y 10 kPa, obteniendo valores del flux de 9.5, 7.1 y 4.8 L
m-2 h-1 en BRM1, BRM2 y BRM3 respectivamente. Después de las pruebas preliminares los reactores se
inocularon con biomasa del reactor de lodos activados de una planta de tratamiento de aguas residuales. La
operación empezó alimentando el efluente del reactor UASB a los tres reactores BRM durante 80 días y
después los BRM se evaluaron con agua residual farmacéutica directamente. Los caudales de los influentes a
los reactores BRM1, BRM2 y BRM3 fueron de 10, 7 y 5 L d -1, siendo los TRH de 17, 23 y 35 h
respectivamente. La variación de los valores de la DQO en el influente y en los efluentes de los tres reactores
BRM, así como las remociones de la DQO se presentan en la Figura 3a, la variación de la carga orgánica
volumétrica (COV) en la Figura 3b. Los valores promedio de la DQO, de las cargas y las remociones
obtenidas se resumen en la Tabla 4. Durante la primera etapa experimental (días 1-80 desde el arranque) la
DQO en el influente a los BRM varió entre 6,300 y 9,500 mg L -1, lo cual provocaba variaciones en la carga
orgánica en cada uno de los reactores. El reactor BRM3 alcanzó una remoción de DQO mayor de 90% en una
semana, los BRM2 y BRM3 en 12 días, lo cual indica una rápida aclimatación de la biomasa al sustrato
presente en el efluente del reactor UASB. Posteriormente la remoción aumentó aún más, siendo el aumento
más lento en el BRM1, en el cual se aplicaba la mayor carga orgánica. Para el período 20-80 días desde el
arranque la remoción de DQO fue de 97±1% en BRM1 y de 98±1% en los BRM2 y BRM3, siendo la DQO
en el efluente de BRM1 alrededor de 240 mg/L y en los efluentes de BRM2 y de BRM3 alrededor de 200
mg/L. Los SSVLM en los reactores aumentaron paulatinamente de 3,500 a 4,000 mg/L durante los primeros
40 días. A partir de entonces se empezaron a realizar extracciones diarias de biomasa de cada uno de los
reactores para obtener tiempos de retención de sólidos de 10, 15 y 20 d en los BRM1, BRM 2 y BRM3
respectivamente. Las concentraciones de los SSVLM en cada reactor se presentan en la Tabla 4.

Durante la segunda etapa experimental (días 81-155) los tres BRM se alimentaron con agua residual
farmacéutica sin previo tratamiento anaerobio, la DQO de la cual fue de 9,954±210 mg L -1. El cambio del tipo
de agua y el aumento de la DQO generó un descenso de la remoción en los tres BRM. En los reactores se
formó espuma que provocaba desbordamiento y expulsión de biomasa. Este fenómeno fue muy fuerte en
BRM1 (con la mayor carga), en menor grado en BRM2 y muy ligero en BRM3 (con la menor carga). Para
evitar estos problemas se redujo la aireación de los reactores. A pesar de esto, un descuido en el control de la
aireación provocó un desbordamiento de espuma los días 103-105 y una disminución significativa de los
SSVLM en los tres reactores. Esto se reflejó en una desestabilización del proceso durante los días 110-133. La
7
disminución de la remoción de DQO fue grande en el BRM1 y BRM2 y muy ligera en BRM3. Posteriormente
la eficiencia de remoción se incrementó nuevamente en los tres reactores y se mantuvo alta desde el día 134
hasta el último día de la experimentación (día 155). El promedio de la eficiencia de remoción de la DQO
calculado para todo el período de operación con el agua residual sin previo tratamiento anaerobio, días 81-
155, fue de 91±3, 93±3 y 95±2% en el BRM1, BRM2 y BRM3 respectivamente. Sin embargo, considerando
solo los resultados de DQO después de la estabilización del proceso, días 134-155, se calcularon los
siguientes promedios de las remociones de DQO: 95±1, 96±1 y 98±1% en el BRM1, BRM2 y BRM3
respectivamente. Durante este período la concentración promedio de los SSVLM fue de 4,210 mg/L en los
tres reactores y las cargas orgánicas promedio fueron de 3.34±0.04, 2.34±0.03 y 1.70±0.02 kgDQO
kgSSVLM-1 d-1 en el BRM1, BRM2 y BRM3 respectivamente. Las remociones obtenidas en este estudio sin
previo tratamiento anaerobio de las aguas residuales farmacéuticas son mayores que las reportadas por Chang
et al. (2008) quienes trabajaron con un tipo de agua residual similar, usando BRM con cargas de 0.003–0.079
kgDQO kgSSVLM-1 d-1 y obtuvieron remociones promedio de DQO de 95%.

a) b)

Figura 3. Variación de DQO, COV, F/M y SSVLM en los BRM durante todo el período de su evaluación

Tabla 4. Valores promedio de los parámetros en los tres BRM durante las dos etapas de la experimentación
Parámetros Con previo tratamiento en el UASB Sin previo tratamiento
Días 1-80 Días 81-155
BRM1 BRM2 BRM3 BRM1 BRM2 BRM3
DQOi, mg.L-1 8,102±789 8,102±789 8,102±789 9,954±210 9,954±210 9,954±210
COV, kgDQO m-3d-1 11.3±1.2 8.2±0.8 5.7±0.6 14.2±0.3 10.0±0.2 7.1±0.2
F/M, kgDQO kgSSV-1 d-1 3.0±0.5 2.0±0.2 1.5±0.2 4.9±3.1 2.9±1.2 2.0±0.5
DQOe, mg.L-1 436±402 316±357 251±145 897±331 729±290 506±212
R DQO, % 94±5 96±5 97±2 91±3 93±3 95±2
NTi 106.7±6.1 106.7±6.1 106.7±6.1 95.3±4.5 95.3±4.5 95.3±4.5
NTe 22.9±5.6 20.1±5.0 33.8±8.4 15.6±6.2 18.3±4.8 22.5±6.8
R NT, % 78.6±5.0 81.1±4.7 68.3±7.6 83.6±6.5 80.7±5.3 76.3±7.3
N-NH4+ i, mg.L-1 82.0±16.5 82.0±16.5 82.0±16.5 110.2±6.2 82.0±16.5 82.0±16.5
N-NH4+ e, mg.L-1 2.2±3.4 1.8±1.7 1.8±1.6 6.2±3.0 8.7±3.1 11.3±3.4
R N-NH4, % 96.3±7.4 97.2±3.8 97.9±1.7 94.4±2.6 92.1±2.7 89.8±2.8
N-NO3-, mg.L-1 3.0±1.3 3.8±1.8 4.6±1.9 2.4±0.5 3.0±0.6 3.5±0.5
N-NO2-, mg.L-1 3.7±0.9 3.0±0.7 1.9±0.7 5.2±0.4 3.7±0.4 2.8±0.3
PTi, mg.L-1 49.2±3.7 49.2±3.7 49.2±3.7 60.8±8.8 60.8±8.8 60.8±8.8
PTe, mg.L-1 19.0±4.6 19.7±4.4 20.2±6.0 7.5±2.3 11.6±2.3 14.6±2.8
R PT, % 60.9±11.1 59.7±9.5 59.0±11.9 87.4±4.6 80.4±5.7 75.3±6.8
SSVLM, mg.L-1 3,837±567 3,963±279 3,793±327 3,513±1,117 3,686±835 3,711±682
T reactores, °C 21.8±2.0 21.8±1.5 20.3±1.3 21.9±1.5 22.2±1.5 21.1±1.9
pHi 7.3±0.3 7.3±0.3 7.3±0.3 7.1±0.3 7.1±0.3 7.1±0.3
pHe 7.9±0.2 7.9±0.2 7.9±0.3 7.4±0.3 7.4±0.3 7.4±0.3
pH en los reactores 7.8±0.2 7.8±0.2 8.0±0.3 7.1±0.4 7.1±0.4 7.4±0.4
OD, mg.L-1 4.9±0.7 5.1±0.6 6.1±0.7 4.5±0.4 4.5±0.5 4.6±0.4
8
Conclusiones

Los biorreactores aerobios con membranas sumergidas son adecuados para el tratamiento de las aguas
residuales de la industria farmacéutica de síntesis orgánica. Se obtienen remociones de DQO altas sin y con
previo tratamiento anaerobio. Sin tratamiento previo y operando con una carga orgánica de 1.7 kgDQO
kgSSV-1 d-1, TRH de 35 h, TRS de 20 d, y SSVLM de 4 g L-1, se pueden obtener remociones de DQO
alrededor de 98%. Remociones similares se obtienen y con tratamiento previo en las mismas condiciones de
operación. El tratamiento del agua residual de la industria farmacéutica mediante degradación anaerobia en
UASB, aplicando cargas orgánicas entre 3 y 30 kg DQO m-3 d-1, no permitió obtener remociones de la DQO
mayores del 35%. La alcalinidad se mantenía en los intervalos adecuados para el proceso de degradación
anaerobia, la producción específica de biogás alcanzó 0.48±0.04 m3 kgDQOremovida-1. El tratamiento
anaerobio-aerobio mediante un reactor UASB, seguido por BRM, permitió obtener remociones integrales
mayores y valores de DQO en el efluente dos veces menores comparado con los .determinados utilizando solo
BRM. La aclimatación de la biomasa en los reactores BRM fue mucho más rápida cuando se trabajó con el
efluente del UASB, comparada con la aclimatación a la composición del agua residual sin previo tratamiento
anaerobio.

Referencias Bibliográficas
APHA, AWWA y WEF (2005) Standard methods for the examination of water and wastewater, 21st ed., American Public
Health Association, American Water Works Association, Water Environment Federation, Washington, D.C.,
USA, 1325 pp.
Akbarpour Toloti A. y Mehrdadi N. (2011) Wastewater Treatment from Antibiotics Plant (UASB Reactor). International
Journal of Environmental Research, 5 (1), 241-246.
Carballa M., Omil F., Lema J.M., Llompart M., García Juárez C., Rodríguez I., Gómez M. and Ternes A. (2004) Behavior
of pharmaceuticals, cosmetics and hormones in a sewage treatment plant, Water Research, 38, 2918–2926.
Clara M., Kreuzinger N., Strenn B., Gans O. and Kroiss H. (2005) The solid retention time - a suitable design parameter
to evaluate the capacity of wastewater treatment plants to remove micropollutants, Water Research, 39, 97-106.
Chang Chia-Yuan, Chang Jing-Song, Vigneswaran Saravanamuthu y Kandasamy Jaya (2008) Pharmaceutical wastewater
treatment by membrane bioreactor process - a case study in southern Taiwan, Desalination, 234, 393–401.
Deegan A. M., Shaik B., Nolan K., Urell K., Oelgemöller M., Tobin J. and Morrissey A. (2011) Treatment options for
wastewater effluents from pharmaceutical companies, International Journal of Environmental Science and
Technology, 8, 649-666.
Estrada A. E. B. (2011). Tratamiento de aguas residuales municipales con presencia de compuestos disruptores endocrinos
mediante un bioproceso aerobio con membranas. Tesis Doctoral, UNAM.
Giri R. R., Ozaki H., Ota S., Takanami R. and Taniguchi S. (2010) Degradation of common pharmaceuticals and personal
care products in mixed solutions by advanced oxidation techniques, International Journal of Environmental
Science and Technology, 7 (2), 251-260.
Helmig E., Fettig J. and Cordone L. (2007) API Removal from Pharmaceutical Manufacturing Wastewater – Results of
Process Development, Pilot-Testing and Scale-Up, WEF Session, Rhode Island.
Jenkins S.R., Morgan J.M. y Zhan X. (1991). Measuring the usable carbonate alkalinity of operating anaerobic digesters. s
J. Wat. Pollut. Contrl Fed. 63:28-34.
Metcalf y Eddy, Inc. (2003) Wastewater engineering: Treatment and reuse, 4ª ed., Ed. McGraw-Hill, Nueva York,
EEUU, 1832 pp.
Oktem Y. A., Ince O., Sallis P., Donnelly T. and Ince B.K. (2007) Anaerobic treatment of a chemical synthesis-based
pharmaceutical wastewater in a hybrid upflow anaerobic sludge blanket reactor, Bioresource Technology, 99
(5), 1089-1096.
Sreekanth D., Sivaramakrishna D., Himabindu V. and Anjaneyulu Y. (2009) Thermophilic treatment of bulk drug
pharmaceutical industrial wastewaters by using hybrid up flow anaerobic sludge blanket reactor, Bioresource
Technology, 100 (9), 2534-2539.
Suman Raj D. and Anjaneyulu Y. (2005) Evaluation of biokinetic parameters for pharmaceutical wastewaters using
aerobic oxidation integrated with chemical treatment, Process Biochem, 40 (1), 165-175.
Tazi-Pain A., Schrotter J.C., Bord G.; Payreaudeau M. and Buisson H. (2002) Recent improvement of the BIOSEP
process for industrial and municipal wastewater treatment, Desalination, 146, 439-443.
Vieno N. M., Tuhkanen T. and Kronberg L. (2005) Seasonal variation in the occurrence of pharmaceuticals in effluents
from a sewage treatment plant and in the recipient water, Environ Science and Technology, 39, 8220-8226.
Yang N. and Cicek, J. (2006) State-of-the-art of membrane bioreactors: Worldwide research and commercial applications
in North America, Journal of Membrane Science, 270, 201-211.
9
AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA INCORPORAÇÃO DE ESCUMA EM LODO DE
ESGOTO DESTINADO A USO AGRICOLA

IMPACT ASSESSMENT OF INCORPORATION OS SCUM IN SEWAGE SLUDGE FOR


AGRICULTURAL USE.

Bárbara Zanicotti Leite Ross 1*


Clodoaldo José Marques 2
Charles Carneiro 1
Fernanda Janaína Oliveira Gomes da Costa 1
Sandro Froehner 3
Miguel Mansur Aisse 3

Abstract
The scum is a solid waste of wastewater treatment plants formed by a layer of material on the UASB reactors
surface, silted with each other suspended materials and other impurities. The impact of mixing scum in sewage
sludge, both produced in UASB reactors treating domestic waste water was evalueted targeting the agricultural
allocation. This work was developed in Vassoural Plant, located in Guarapuava, Paraná, Brasil. Scum and sludge
were dewatered separately in drying beds, totaling five lots of scuma and sewage sludge. After dewatering three
mixtures with proportions of 10, 20 and 50 % of scum and sludge were performed, was kept for each of the five
batches one sample, named “control”. Mixtures and the control passed by prolonged alkaline stabilization process
and the parameters evalueted were solids (totals, fixed and volatile), oil and grease, fecal coliforms, Salmonella
spp., Helmintos viable eggs, whole nitrogen (Kjeldhal, ammonia, nitrite and nitrate), phosphorus, organic carbon,
potassium, sodium, cadmium, lead, copper, chromium, mercury, molybdenum, nickel, selenium, zinc and calorific
power. The samples were subjected to statistical evaluation by ANOVA test, which showed no significant difference
between the means, indicating that the incorporation of scum in the proportions of 10, 20 and 50% did not alter the
composition of sewage sludge intended for agricultural use.

KeyWords:scum, sewage sludge, RALF, UASB reactor, sewage sludge agricultural use.

1
Pesquisadores da Assessoria de Pesquisa e Desenvolvimento, Companhia de Saneamento do Paraná - Brasil
2
Técnico Químico na Unidade Regional de Guarapuava, Companhia de Saneamento do Paraná - Brasil
3
Professores do Departamento de Hidráulica e Saneamento, Universidade Federal do Paraná - Brasil
* Autor correspondente: Rua Engenheiro Antônio Batista Ribas, 151, Curitiba – Paraná – Brasil, CEP 82800-130, e-mail:
barbarazl@sanepar.com.br
1
Resumo
A escuma é um subproduto sólido do tratamento de esgotos domésticos, formado por uma camada de material que
flota na superfície dos reatores anaeróbios, carreando materiais suspensos e outras impurezas. O impacto da mistura
de escuma em lodo de esgoto, ambos produzidos em reator tipo UASB tratando esgoto doméstico, foi avaliado
visando a destinação ao uso agrícola. O trabalho foi desenvolvido na ETE Vassoural, localizada em Guarapuava,
Paraná, Brasil. Escuma e lodo foram desaguados separadamente em leitos de secagem, totalizando cinco lotes de
escuma e cinco lotes de lodo de esgoto. Após a secagem, foram realizadas três misturas com as proporções de 10, 20
e 50 % de escuma em lodo e manteve-se para cada um dos cinco lotes uma amostra sem a incorporação de escuma,
denominada “branco”. As misturas e o branco passaram pelo processo de estabilização alcalina prolongada e os
parâmetros avaliados foram sólidos (totais, fixos e voláteis), óleos e graxas, coliformes termotolerantes, Salmonella
spp., ovos viáveis de helmintos, conjunto de nitrogênio (Kjeldahl, amoniacal, nitrito e nitrato), fósforo total, carbono
orgânico, potássio, sódio, enxofre, cálcio, magnésio, arsênio, bário, cádmio, chumbo, cobre, cromo, mercúrio,
molibdênio, níquel, selênio, zinco, poder calorífico superior e inferior. . As amostras foram submetidas a avaliação
estatística pelo teste ANOVA, o qual não apresentou diferença significativa entre as médias, indicando que a
incorporação de escuma nas proporções de 10, 20 e 50% não alterou a composição do lodo de esgoto destinado ao
uso agrícola.

Palavras chave:escuma, lodo de esgoto, RALF, reator UASB, uso agrícola de lodo.

Introdução

As três principais tecnologias utilizadas em países da América Latina e Caribe para o tratamento de esgotos
domésticos possuem diferenças significativas na concepção, design e eficiências atingidas. A mais utilizada é a de
lagoas de estabilização, seguida pelos processos de lodos ativados e depois o reator UASB. As lagoas e UASBs
requerem pouca energia para operação, os UASBs são muito mais compactos que as lagoas, mas necessitam de um
pós-tratamento para que o efluente atinja os padrões preconizados pela legislação. Por outro lado a tecnologia de
lodos ativados apresenta uma alta eficiência, com alto consumo de energia e alta produção de lodo (Noyola et al.,
2012). Segundo Chernicharo (2004), o reator UASB é a alternativa mais empregada nos novos projetos de estações
de tratamento no Brasil. No Paraná, a tecnologia é utilizada desde 1979 e existem mais de 300 reatores em operação
apenas na companhia estadual de saneamento.

A escuma é um subproduto sólido constituído geralmente de materiais flotáveis, não degradados durante o
tratamento de efluentes (Silva et al., 2005). De modo geral, a escuma pode ser definida como uma camada de
materiais flutuantes que se desenvolve na superfície de reatores e pode aparecer no tratamento de águas residuárias
tanto domésticas quanto industriais (Souza et al., 2006). A quantidade e as características da escuma dependem da
composição do substrato, notadamente do conteúdo de sólidos suspensos e de óleos e graxas (O&G), depende
também do sistema preliminar de tratamento (Lobato et al., 2007).

A formação da escuma pode ser intensificada quando os reatores UASBs estão operando com baixos tempos de
detenção, a alta velocidade ascensional aumenta a quantidade de sólidos arrastados para a superfície do reator
contribuindo para uma maior formação de escuma (Souza et al., 2006). Outro parâmetro de operação dos reatores
UASBs que pode influenciar na formação da escuma é o descarte de lodo (Souza et al., 2006). A não retirada do
lodo excedente com a frequência adequada certamente provocará uma maior perda de sólidos para o compartimento
de decantação, ocasionando a elevação da taxa de produção de escuma e a possível deterioração da qualidade do
efluente final (Lobato et al., 2007).

Outro resíduo de grande importância é o lodo, que quanto gerado pelos reatores tipo UASB é denominado lodo
biológico ou secundário e é originado pelo crescimento da biomassa, em virtude do alimento fornecido pelo esgoto
afluente aos micro-organismos existentes no esgoto. Este lodo deve ser removido dos reatores com determinada
periodicidade, pois se armazenamento pode deteriorar a qualidade do efluente tratado (Von Sperling e Gonçalves,
2001). Após sua remoção o lodo dispensa decantação primária e já sai do reator estabilizado (Andreoli, 1999),
podendo ser direcionado para o desaguamento e posterior disposição final.
2
Apesar das vantagens relatadas, o reator UASB apresenta limitações quanto ao atendimento dos padrões de
lançamento e também, problemas operacionais relacionados à formação de escuma (Souza et al., 2006). O acúmulo
desta pode gerar problemas hidráulicos e operacionais, além de ocasionar uma diminuição na eficiência do
tratamento. Uma vez retirada do reator é necessário dar uma destinação adequada para a escuma. Sendo assim, este
trabalho tem por objetivo avaliar o impacto da incorporação da escuma no lodo de esgoto em três diferentes
proporções, a fim de se determinar a proporção em que a escuma pode ser adicionada ao lodo sem interferir nas suas
características, quando destinado ao uso agrícola.

Metodologia

Este trabalho foi realizado na Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Vassoural, localizada em Guarapuava,
sudoeste do estado do Paraná, Brasil, que foi inaugurada em 2010 e trata a vazão de 240 L/s, vazão esta idêntica a
sua vazão de projeto.

A relação de 1 % entre a produção teórica de escuma e de lodo de esgoto, não pode ser utilizada para se determinar a
quantidade de escuma a ser incorporada no lodo de esgoto. Isto foi devido ao fato de que as descargas de escuma e
de lodo não ocorrem na mesma frequência operacional da ETE. Sendo assim foram realizadas três misturas de
escuma com lodo de esgoto: mistura de 10 % de escuma seca em lodo de esgoto seco;mistura de 20 % de escuma
seca em lodo de esgoto seco;mistura de 50 % de escuma seca em lodo de esgoto seco, e;branco, foi mantida uma
amostra de lodo sem escuma para controle das alterações.

Foram avaliados os parâmetros requisitados pela Resolução CONAMA 375 de 2006 (Brasil, 2006), que regulamenta
a disposição agrícola do lodo de esgoto no Brasil, sendo eles: Coliformes Termotolerantes, Salmonella spp, ovos
viáveis de helmintos, arsênio, bário, cádmio, chumbo, cobre, cromo, mercúrio, molibdênio, níquel, selênio, zinco.
Complementados com a determinação do conjunto de sólidos (totais, fixos e voláteis), óleos e graxas (O&G),
nitrogênio (Kjeldahl, amoniacal, nitrato e nitrito), fósforo, carbono orgânico, potássio, sódio, enxofre, cálcio,
magnésio, poder calorífico superior e inferior (PCS e PCI). Utilizou-se esta legislação como referência na ausência
de uma lei que regulamente especificamente a questão da escuma, assim, consideraram-se as exigências para o lodo
classe A, o qual possui permissão para uso agrícola. No entanto, a mesma legislação veta a utilização de material
lipídico oriundo da superfície de reatores anaeróbios na agricultura.

A preservação, transporte e armazenamento das amostras para a caracterização da escuma seguiu as especificações
detalhadas pelo procedimento Preservativon and Storage 9060 B. definida pelo Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater (APHA, 2012). As análises foram realizadas de acordo com o descrito no
mesmo manual para o conjunto de sólidos (totais, fixos e voláteis), O&G, Coliformes Termotolerantes, Salmonella
spp, nitrogênio (Kjeldahl, amoniacal, nitrato e nitrito) e fósforo. A avaliação de ovos viáveis de helmintos e para os
elementos químicos carbono orgânico, potássio, sódio, enxofre, cálcio, magnésio, arsênio, bário, cádmio, chumbo,
cobre, cromo, mercúrio, molibdênio, níquel, selênio e zinco seguiu-se o preconizado pela US Environmental
Protection, nas metodologias40 CFR Part 503 e SW-846.Os potenciais PCI e PCS foram avaliados de acordo com o
método da bomba calorimétrica, ASTM D 2015.

A fim de se permitir a correta mistura dos materiais, na dosagem desejada para os experimentos, utilizou-se uma pá
com capacidade para 5 kg de lodo ou escuma secos que abasteceu uma betoneira, marca CSM com capacidade de
600L, com carregador automático. As misturas foram colocadas na betoneira e receberam cal virgem para o processo
de higienização. Adotou-se a dosagem de 50% de cal em peso seco de lodo nos lotes do experimento. Este valor é o
máximo permitido pela legislação brasileira (Brasil, 2006), apesar do teor de 30 % de cal já ser suficiente para
higienização do lodo, este valor superior é praticado por aumentar a aceitabilidade do lodo de esgoto junto aos
agricultores da região. Sendo assim, para elaboração da mistura 4 (branco) a betoneira foi abastecida com 250 kg de
lodo seco e 125 kg de cal, ligou-se o equipamento na rotação de 28 rpm durante 10 minutos e depois o conteúdo foi
colocado em pátio coberto para aguardar o tempo de cura, que é de 30 dias. Não foi utilizada a carga completa da

3
betoneira para que a mistura fosse mais eficiente. O mesmo procedimento foi realizado para as misturas 1, 2 e 3
respectivamente, tendo aumentado o teor de escuma nas misturas com o avanço do experimento. Foram avaliadas
cinco repetições distintas do experimento, durante os meses de maio a agosto de 2013, obteve-se com este
procedimento 20 lotes de material que foi estocado e posteriormente avaliado Os resultados foram submetidos a
avaliação estatística ANOVA para averiguação da existência de diferença estatística entre as misturas.

Resultados e Discussões

Foram realizadas as misturas de escuma com lodo de esgoto conforme o estabelecido na metodologia deste trabalho,
após o procedimento de higienização, através da adição de cal hidratada, vários parâmetros das misturas foram
avaliados, os quais estão apresentados nas Figuras 1 a 5. Os dados foram apreciados quanto a influencia dos
componentes da escuma e do lodo de esgoto na mistura e a tendência de comportamento destas misturas.

O teor de carbono orgânico (Figura 1A) no lodo de esgoto seco foi superior ao teor do branco (lodo de esgoto
higienizado). Desta forma a adição de cal promove a redução do teor de carbono orgânico total (%). Já a escuma seca
apresentou o maior teor de carbono orgânico total em relação ao lodo seco. Assim, após as misturas observou-se uma
redução destes valores, devido provavelmente a adição de lodo e do efeito da adição da cal.

Figura 1. Avaliação da tendência de interferência da incorporação de escuma em lodo de esgoto, (A) Carbono
orgânico, fósforo total e enxofre total, (B) Potássio, cálcio, sódio e magnésio

O teor de fósforo total (Figura 1A) apresentou bastante redução, os materiais secos, antes da higienização, possuíam
teores superiores ao encontrado após o procedimento de caleação, Andreoli, 1999, já observava a influência da
calagem na redução dos teores de fósforo no lodo para uso agrícola. No Brasil existem enormes áreas deficientes em
fósforo disponível para as plantas, o que acarreta um grande consumo de fertilizantes fosfatados (Mello et al., 1984).

Os teores de cálcio das misturas (Figura 1B) são bem superiores aos encontrados antes do procedimento de
higienização, este fato já era esperado devido ao agente sanitizante ser a cal. Os solos no estado do Paraná são
levemente ácidos o incremento de cal que a aplicação do lodo traz é interessante para melhoria da qualidade deste
para o posterior plantio (Andreoli, 1999).

Com relação ao enxofre total (Figura 1A), sódio, potássio e magnésio (Figura 1B) entende-se que não houve variação
significativa em suas concentrações, não havendo interferência nem da adição de escuma nas misturas nem da cal
para a higienização. Com relação ao enxofre a ao magnésio, mesmo as aplicações modestas de lodo podem suprir as
necessidades para a maioria dos vegetais (Andreoli, 1999) e a aplicação de escuma não interferiu nestas dosagens. Os
teores de potássio no lodo são considerados baixos por ser este elemento muito solúvel (Andreoli, 1999) esta
informação foi confirmada pela avaliação realizada e a escuma apresentou um comportamento semelhante.

4
Figura 2. Avaliação da tendência de interferência da incorporação de escuma em lodo de esgoto, com relação ao
nitrogênio Kjedhal, amoniacal, nitratos e nitritos

Quanto a avaliação do conjunto de nitrogênios observa-se na Figura 2 que a elevação do pH, ocasionada pela adição
de cal, proporcionou uma elevada liberação de nitrogênio para a atmosfera, desta forma os teores de N-Kjeldhal
reduziram bastante nas misturas e no branco. O nitrogênio é o componente de principal interesse no lodo de esgoto,
muitas vezes utilizado como fator limitante para a definição da dosagem máxima devido a possibilidade de lixiviação
em forma de nitritos e consequentemente contaminar os solos. As formas amoniacal e nitrato são consideradas
prontamente disponíveis para as plantas, enquanto que a forma orgânica, determinada via Kjedhal, precisa passar
pela mineralização microbiológica (Andreoli, 1999).

Dentre as formas que o nitrogênio se apresenta, amoniacal, nitratos e nitritos são encontrados em menor quantidade.
Em condições normais a passagem NO2- para NO3- é bastante rápida, o que evitaria o acúmulo do NO2- no solo, fato
importante por este último ser tóxico as plantas (Mello et al., 1984).

Figura 3. Avaliação da tendência de interferência da incorporação de escuma em lodo de esgoto, (A) Coliformes
termotolerantes, ovos viáveis de helmintos e Salmonella spp.(B) Sólidos totais, fixos e voláteis

Com relação a avaliação microbiológica observa-se na Figura 3A, que o processo de estabilização alcalina
prolongada obteve bastante êxito, antes dele encontrava-se quantidades significativas de coliformes termotolerantes e
Salmonela spp. e estes micro-organismos foram eliminados com o processo de higienização. Com relação a
contagem de ovos de helmintos, tanto antes da higienização quanto as misturas depois deste procedimento obtiveram
a média de 1 ovo/g de matéria seca.

A higienização de lodos pela via química utiliza um produto capaz de elevar o pH do lodo e eliminar os micro-
organismos pela alteração a natureza coloidal do protoplasma celular, quando realizada com cal, ocorre também a
5
elevação da temperatura, o que maximiza este processo. O lodo será considerado seguro caso o pH tenha ficado
acima de 12 por no mínimo 72h, a temperatura seja superior a 52 ºC por 12 h minimamente e deverá secar ao
ambiente até que o teor de sólidos seja superior a 50% (Andreoli et al., 2001). Observa-se na Figura 3B que as
amostras após a caleação tiveram o teor de sólidos totais acima de 50 % em todos os casos, assim evidenciando que
houve higienização. A caleação também contribuiu para o aumento no teor de sólidos fixos das misturas.

Figura 4. Avaliação da tendência de interferência da incorporação de escuma em lodo de esgoto, (A) Chumbo,
cromo, níquel e zinco (B) Cádmio e Cobre

Não foi observada diferença significativa entre os valores encontrados para os elementos inorgânicos. Os elementos
inorgânicos avaliados Cu, Zn, Cr e Se (Figura 4A e B) são considerados micronutrientes necessários as plantas, mas
que podem ser considerados fitotóxicos acima de certos limites. Já Cd, Ni, Hg e Pb (Figura 4A e B) não são
considerados micronutrientes. O risco da presença de metais pesados no lodo a ser utilizado na agricultura, está
associado ao fato do solo armazenar estes elementos, a sua disponibilidade estará associada ao pH, a capacidade de
troca catiônica, a textura e o teor de matéria orgânica após a aplicação (Andreoli, 1999).

Com relação ao cobre, observou-se que o lodo seco e a escuma seca possuíam teores muito superiores antes da
aplicação da cal. O cobre varia de traço de 200-250 ppm a valores entre 15 a 40 ppm nos solos paranaenses, no
entanto é considerado um dos metais menos móveis no solo e acima de certos níveis pode ser tóxico, apesar de ser
considerado um elemento essencial as plantas (Andreoli, 1999). Ressalta-se que a análise foi realizada por absorção
atômica, com abertura da amostra com digestão ácida com ácido nítrico e clorídrico, assim como todos os elementos
do grupo inorgânico, o que corresponde a determinação do valor total do elemento por kg de amostra seca. Acredita-
se que o cobre possa ter formado um precipitado único dentro do lote, ou mesmo, sobre as paredes ou piso do local,
ficando de fora da amostragem.

6
Figura 5. Avaliação da tendência de interferência da incorporação de escuma em lodo de esgoto, (A) Óleos e graxas
(B) Poder calorífico superior e inferior.

A incorporação de escuma no lodo de esgoto tende a causar um aumento no teor de óleos e graxas, isso foi
observado na Figura 5A, porém a mistura com 20 % de escuma apresentou um resultado ligeiramente inferior
diferindo do esperado. O mesmo comentário pode ser feito a respeito do poder calorífico das amostras, observado na
Figura 5B. Ressalta-se o fato de ter sido adicionada cal para a elaboração das misturas, o que também influenciou no
poder calorífico das misturas, além do tempo de cura de 30 dias no pátio.

Foi realizada a avaliação estatística dos resultados a fim de se verificar se existe diferença significativa entre o
branco e as três misturas. Com o objetivo de se verificar se os dados possuem uma distribuição normal, o que
permitiria a comparação entre suas médias, foi feita a normalização dos dados. Neste procedimento cada resultado
foi subtraído de sua média e este valor foi dividido pelo desvio padrão. Os resultados obtidos tiveram sua média e
desvio padrão calculados, tendo-se o resultado de média igual a zero e desvio padrão igual a um, o que indica que os
dados possuem uma distribuição normal e podem ser submetidos a uma análise de variância. O teste F da análise de
variância (ANOVA) é empregado para averiguar se existe diferença entre as médias de diversos tratamentos.

Nos resultados obtidos neste experimento o teste ANOVA não apresentou diferença significativa entre as médias, o
que indica que a inclusão de escuma nas proporções de 10, 20 e 50% não alterou a composição do lodo de esgoto.
Ressalta-se que o grande desvio padrão existente entre os resultados, foi suprimido pela normalização dos dados. Os
parâmetros de Salmonella spp. e as espécies inorgânicas As, Ba, Hg, Mo e Se, não variaram durante as análises, por
esta razão não foram submetidos a avaliação estatística. Assim como as espécies metálicas: arsênio, bário, mercúrio,
molibdênio e selênio não apresentaram variação, tendo seus resultados sempre iguais a < 10,0 mg do parâmetro por
kg de amostra seca, tanto nas amostras de lodo e escuma secos quanto no branco e misturas, por esta razão não foram
representados na Figura 5.

CONCLUSÕES

Foram desaguados separadamente em leitos de secagem cinco lotes de escuma e cinco lotes de lodo anaeróbio de
esgoto e, após este procedimento, foram realizadas três misturas com as dosagens de 10, 20 e 50 % de escuma em
lodo e um branco foi mantido. Os tratamentos passaram pelo processo de estabilização alcalina prolongada através
da adição de cal em 50 % do peso seco, foram avaliados em laboratório e os resultados receberam tratamento
estatístico.

O teor de carbono orgânico e de fósforo total apresentaram redução, os materiais secos, antes da mistura e
higienização, possuíam teores superiores ao encontrado após o procedimento de caleação. Os teores de cálcio das
misturas são bem superiores aos encontrados antes do procedimento de higienização, este fato já era esperado devido
ao agente sanitizante ser a cal. Com relação ao enxofre, sódio, potássio e magnésio entende-se que não houve
variação significativa em suas concentrações, não havendo interferência nem da adição de escuma nas misturas nem
da cal para a higienização. Quanto a avaliação do conjunto de nitrogênios tem-se que a elevação do pH, ocasionada
pela adição de cal, proporcionou uma elevada liberação de nitrogênio para a atmosfera. Encontrava-se quantidades
significativas de coliformes termotolerantes e Salmonela spp. nos lotes de escuma e lodo secos e estes micro-
organismos foram eliminados com o processo de higienização. Com relação a contagem de ovos de helmintos, tanto
antes da higienização quanto as misturas depois deste procedimento obtiveram a média de 1 ovo/g de matéria seca.
Não foi observada diferença significativa entre os valores encontrados para os elementos inorgânicos avaliados e o
teor de sólidos foi aumentado para os tratamentos. A incorporação de escuma no lodo de esgoto tende a causar um
aumento no teor de óleos e graxas, exceto na mistura com 20 % de escuma que apresentou um resultado ligeiramente
inferior diferindo do esperado. O mesmo comentário pode ser feito a respeito do poder calorífico das amostras.

7
As amostras foram submetidas a avaliação estatística pelo teste ANOVA, o qual não encontrou diferenciação
estatística entre as médias, significando que a inclusão de escuma nas proporções de 10, 20 e 50% não alterou a
composição do lodo de esgoto destinado ao uso agrícola.

Agradecimentos: a toda equipe de operação da ETE Vassoural que contribuiu para a realização deste experimento,
Marcia Mendes Costa Guareski, Arnaldo Felipe dos Santos, Dora Roberta de Arruda Bender, David Ida Junior,
Edegar Morando, entre outros. Agradecemos também a Assessoria de Pesquisa e Desenvolvimento, APD/DMA, da
Sanepar e ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental, PPGERHA/UFPR.

Referências Bibliográficas
Andreoli, C. V. (1999) Uso e manejo do lodo de esgoto na agricultura e sua influencia em características ambientais no
agroecossistema. 278 p. Tese (Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento) Universidade Federal do Paraná,
1999.
Andreoli, C. V.; Von Sperling, M.; Fernandes, F. (2001) (Org.) Lodo de esgotos: tratamento e disposição final. Belo Horizonte:
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, UFMG; Curitiba: SANEPAR. 484 p. (Princípios do tratamento
biológico de águas residuárias, v. 6).
APHA, AWWA, WEF. (2012) Standard methods for examination of water and wastewater, 22.ed. Washington: Publication
Office American Public Health Association, APHA, AWWA, WEF.
Brasil (2006) Conselho Nacional de Meio Ambiente, CONAMA. Resolução n. 375, de 29 de agosto de 2006. Define critérios e
procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus
produtos derivados,e dá outras providências.
Chernicharo, C. A. L. (2004) Tecnologias Nacionais para Tratamento Anaeróbio de Esgotos. Seminário sobre Gerenciamento do
Saneamento em Comunidades Planejadas. Curitiba: Alphaville Graciosa.
Lobato, L. C. S.; Chernicharo, C. A. L.; Oliveira Filho, J. M.; Moraes, O. J. S. (2007) Avaliação de desempenho da pré-operação
dos reatores UASB ETE Onça: capacidade instalada 2,05 m3/s. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ENGENHARIASANITÁRIA E AMBIENTAL, 24, Belo Horizonte, 3-7 set. ABES, 2007. 1CD ROM.
Mello, F. A. F.; Brasil Sobrinho, M.O.C.; Arzolla, S.; Silveira, R.I.; Netto A.C.; Kiehl J.C. (1984)Fertilidade do solo. 2 ed.
Piracicaba, SP, p.400.
Noyola, A.; Padilla-Rivera, A.; Morgan-Sagastume, J. M.; Güereca, L. P.; Hernández-Padilla, F. (2012) Typology of municipal
wastewater treatment technologies in Latin America.Clean-Soil, Air Water. V. 40 (9), p. 926 – 932.
Silva, S.Q.; Zerbini, A.M.; Godinho, V.M.; Chernicharo, C.A.L. (2005) Caracterização morfológica de micro-organismos
presentes em escuma de reatores UASB tratando esgotos domésticos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 23, Campo Grande 18-23 set. ABES, 2005. 1CD-ROM.
Souza, C. L.; Aquino, S. F.; Chernicharo, C. A. L. (2006) Production and characterization of scum and its role in odour control in
UASB reactors treating domestic wastewater. Water Science & Technology, v. 54, p. 201-208.
Von Sperling, M.; Andreoli, C. V. (2001)Introdução. In: Andreoli, C. V.; Von Sperling, M.; Fernandes, F..Lodo de esgotos:
Tratamento e disposição final. Belo Horizonte: Editora UFMG; Companhia de Saneamento do Estado do Paraná. p. (13-
16).
Von Sperling, M.; Gonçalves, R. F. (2001) Lodo de esgotos: Características e produção. In: Andreoli, C. V.; Von Sperling, M.;
Fernandes, F.. Lodo de esgotos: Tratamento e disposição final. Belo Horizonte: Editora UFMG; Companhia de
Saneamento do Estado do Paraná, p. (17-67).

8
HUMEDALES ARTIFICIALES PARA TRATAMIENTO DE AGUAS RESIDUALES
DOMESTICAS UTILIZANDO; HELICONIA DORADA Y PANICUM MÁXIMUM.

ARTIFICIAL WETLAND FOR TREATMENT OF DOMESTIC WASTEWATER USING;


HELICONIA GOLD AND PANICUM MAXIMUM.
1
*Eduardo Octaviano Leyva Reus
2
Gloria Torres Espino
3
Justiniano González González

Abstract
A biological process was developed with a building design of low operating and maintenance costs for the treatment
of domestic wastewater, evaluating the performance of common Zacate, Panicum maximum, and Heliconia Golden
psittacorum, determining the optimal steady-state conditions operation and removal percentages and efficiency, on
purification performance of species, seeking to create the least environmental impact, in the waters of the bay of
Acapulco. The potential of the system was evaluated as a viable treatment alternative zero energy consumption from
the present technical, economic, environmental and social terms, an alternative to conventional treatment processes.
The design was horizontal subsurface flow, based on the known biochemical processes for better performance
modifications were incorporated; within the treatment area, to verify whether there is an increase in the percentage
of pollutant removal efficiency of pathogens. Usual maximum allowable pollutant parameters required by the
Mexican Official Standard NOM-001-SEMARNAT-1996, which establishes maximum permissible limits of pollutants
in wastewater discharges into national waters and properties were evaluated: including removal of organic matter
(OM) ; Total suspended solids (TSS); nitrogen (N); in form of nitrate (NO3) and nitrite (NO2); fecal coliforms (FC)
and performance improved compared to the results of a typical artificial wetland, both were subjected to the same
climatic and wastewater conditions, so wetland compared comparative analysis sought to establish whether there
were significant advantages in the proposed design to facilitate the processes of organic matter removal and
elimination of pathogen.

Keywords: Artificial Wetland, Subsurface Flow Sewage, Acapulco, Golden Heliconia, Common Grass

*1 Centro de Estudios Tecnológicos, Industriales y de Servicios (CETIS) No. 41, Carretera Nacional Acapulco-Zihuatanejo Km.
6.5 Col. Balcones del Mar C.P. 39500 Acapulco, Guerrero. leyva_reus@yahoo.com.mx
2,3
Unidad de Ciencias de Desarrollo Regional, Universidad Autónoma de Guerrero, Calle Pino s/n Colonia El Roble C.P. 39640,
Acapulco, Guerrero Tels: (O1 744) 487-66-24, 488 2957, 487 7323 y 488 0341 exts. 107 Y 100
gloriatorresespino@hotmail.com, justi_glz@yahoo.com.mx
1
Resumen
Se desarrolló un proceso biológico, con un diseño de construcción de bajo costo operativo y de mantenimiento, para
el tratamiento de aguas residuales domésticas, evaluando el desempeño de Zacate común, Panicum máximum, y
Heliconia dorada, Heliconia psittacorum, determinando en estado estable las condiciones óptimas de
funcionamiento, así como porcentajes de remoción y de eficiencia, sobre los rendimientos de depuración de las
especies, buscando generar el menor impacto ambiental, en las aguas de la bahía de Acapulco. Se analizó el potencial
del sistema como una alternativa viable de tratamiento de nulo consumo energético al presentar desde el punto de
vista técnico, económico, ambiental y social, una alternativa sobre los procesos convencionales de depuración. El
diseño fue de flujo subsuperficial horizontal, basándose en los procesos bioquímicos conocidos, se incorporaron
modificaciones para un mejor desempeño; dentro de la zona de tratamiento, para verificar si existe o no un aumento
en el porcentaje de eficiencia de remoción de contaminantes patógenos. Se evaluaron parámetros máximos
permisibles de contaminantes usuales requeridos por la norma oficial mexicana NOM-001-SEMARNAT-1996 que
establece límites máximos permisibles de contaminantes en las descargas de aguas residuales en aguas y bienes
nacionales: entre ellos remoción de materia orgánica, (MO); sólidos suspendidos totales, (SST); nitrógeno, (N); en
sus formas de nitratos, (NO3) y nitritos (NO2); coliformes fecales, (CF) y se comparó el desempeño del humedal
mejorado frente a los resultados de un humedal artificial típico, ambos fueron sometidos a las mismas condiciones
climáticas y de agua residual, de esta manera el análisis comparativo intentó establecer si existieron ventajas
significativas en el diseño propuesto que facilitaran los procesos de eliminación de materia orgánica y de
eliminación de patógenos.

Palabras Clave: Humedal Artificial, Flujo Subsuperficial, Aguas Residuales, Acapulco, heliconia dorada, zacate común.

Introducción
La bahía de Santa Lucía, en Acapulco de Juárez, presenta graves problemas de descargas de aguas residuales
provenientes de asentamientos irregulares, sin conexión a la red hidrosanitaria que impactan negativamente la
calidad del agua de la bahía. A través de varios factores como la magnitud de la descarga, concentración de
nutrientes, materia orgánica, sólidos suspendidos y tiempo de residencia.

Se han implementado alternativas, para mejorar la calidad del agua mediante humedales artificiales, ya que estos se
han caracterizado por su bajo costo y su efectividad en la remoción de nutrientes. Se desarrolló un tratamiento
biológico, de bajo costo operativo y de mantenimiento utilizando plantas macrófitas para el tratamiento de aguas
residuales domésticas, buscando generar el menor impacto ambiental, se analizó el potencial del sistema como una
alternativa viable, sobre los procesos convencionales de depuración, se estudiaron especies de la región, para
verificar si existía o no, un aumento en el porcentaje de eficiencia de remoción de contaminantes y patógenos.

Se construyeron dos modelos experimentales financiados con fondos de proyectos de la Unidad de Ciencias de
Desarrollo Regional (UCDR) que diferían con relación a la especie de plantas, se evaluaron parámetros máximos
permisibles de contaminantes usuales, requeridos por la NOM-001 SEMARNAT-1996 y se contrastó el desempeño
del humedal mejorado frente a los resultados del humedal artificial típico.

Justificación
En Acapulco la institución encargada para el monitoreo de las aguas residuales es la Secretaria de Salud, a través de
la Subsecretaria de Regulación, Control y Fomento Sanitario basados en criterios de la Comisión Federal para la
Protección Contra Riesgos Sanitarios COFEPRIS (2008), que mencionan una alta contaminación bacteriológica,
como principal problema de la ciudad, las plantas de tratamiento para las aguas residuales que derraman más de 1400
lts/seg de agua sin tratamiento al mar según datos de CAPAMA (2010) la mayoría de los hoteles no tratan sus aguas
y la población no tiene una cultura para el cuidado y la preservación del líquido, el anfiteatro del puerto, debido a su
pelicular relieve fue invadido por personas que han construido sus hogares en zonas de alto riesgo, esto determina
un deterioro de sus condiciones ambientales Sampedro et al. (2011) figura 1. Usar Humedales Artificiales basándose
en las condiciones de la región como factores claves para el desarrollo del proyecto fue la mejor elección con
relación costo/beneficio.

2
Figura 1. Puntos de contaminación por aguas residuales. Fuente: Red Calidad Ambiental 2010.
Objetivos generales

Diseñar e implementar un humedal artificial piloto, utilizando plantas macrofitas para mitigar la contaminación
generada por vertimientos de aguas residuales de uso doméstico, en zonas sin sistema hidrosanitario, en la ciudad de
Acapulco, Gro.

Particulares

-Cuantificar la calidad del agua antes y después del tratamiento biológico, mediante medición de parámetros
fisicoquímicos y biológicos.

-Evaluar el desempeño de un cultivo de Panicum máximum, Heliconia psittacorum en los sistemas utilizados para
la depuración biológica de las aguas residuales, determinando las condiciones óptimas de funcionamiento con
porcentajes de remoción y de eficiencia, sobre los rendimientos de depuración de las especies, en términos de DBO 5

Hipótesis

“La eficiencia de remoción de contaminantes con relación a la (DBO5) y los nitratos (NO3) en el módulo A con
Zacate común (Panicum maximum) sería menor con respecto a modulo B con Heliconia Dorada (Heliconia
psittacorum) en las mismas condiciones ambientales y de afluente”.

Metodología empleada

El sitio de estudio quedó dentro del área la Bahía de Santa Lucia, perteneciente al municipio de Acapulco, Guerrero,
México, coordenadas geográficas: al norte 17° 14’, al sur 16° 41’ de latitud norte; al este 99° 29’, al oeste 100° 00’
de longitud oeste, colinda con los municipios de Coyuca de Benítez, Chilpancingo de los Bravo, Juan R. Escudero;
San Marcos y el Océano Pacífico. Clima: el 62% de la superficie municipal presenta clima cálido subhúmedo con
lluvias en verano, de humedad media INEGI, (2010). El prototipo se ubicó directamente a la salida del registro de
descarga en una casa habitación particular entre las calles 11 y 12 en la colonia Cuauhtémoc, coordenadas de
referencia: Latitud 16°51'48.34"N, Longitud 99°54'54.69"O.

El prototipo de humedales artificiales de flujo subsuperficial horizontal, se diseñó con base en criterios surgidos de
otras experiencias similares, ajustándolos a la existencia de materiales y disponibilidad de espacio, requisito
indispensable, ya que se pensó que este sistema se pudiera adaptar a zonas con pendiente, en el área del anfiteatro de
Acapulco, los pasos que se consideraron fueron:

1. Caracterización del agua residual. (Obtención de datos).


2. Definir las necesidades del tratamiento. (Contaminante a remover.)
3. Determinar el nivel del tratamiento preliminar. (Tanque séptico).
4. Determinar los parámetros de diseño. (Cálculo del humedal).
5. Seleccionar la vegetación. (Acorde al tipo de humedal a usar).
6. Determinar las necesidades de control. (Monitoreo).

3
Se obtuvieron 3 hipótesis con respecto a la DBO5, NO3 y al H2S, que se formularon estadísticamente para su
correlación: con la prueba estadística t de student para datos relacionados, así como un análisis de varianza,
(ANOVA) los datos obtenidos de los muestreos fueron analizados mediante estadística descriptiva del programa
Microsoft Excel, 2003, SPSS V.15 y MINITAB V. 16.

La DBO5 fue el parámetro seleccionado para su remoción por su importancia, tomando en cuenta la norma, NOM-
001-SEMARNAT-1996, se utilizaron dos concentraciones, la más baja (30 mg/L) y la más alta (160 mg/L). Para la
constante k que hace referencia a la cantidad de materia orgánica que puede remover un humedal, se utilizó el
promedio de 6.5 kg DBO/día*hectárea. Poch et al. (2003). Se aseguró que el registro construido tuviera un tamaño
mínimo para 2 días de residencia de las aguas residuales entrantes, debiendo contar con 2 compartimentos mínimo
para la separación de los sólidos de un tamaño de 2.5 m2-5m2/150 litros/persona/día.

Para el dimensionamiento de la cámara de pre-tratamiento se consideró que el tiempo de residencia hidráulica (TRH)
necesario para reducir la DBO máxima esperada de las aguas residuales (300 mg/l) a una DBO apta para ingresar al
canal con las plantas emergentes, debía ser de (150 mg/l), el volumen de la cámara de pre-tratamiento dependió solo
del caudal de entrada (Q), según la fórmula:
V = Q x TRH = (0.10 l/s) (2.5) =0.25 m3

Donde: V=volumen en m3
Q=caudal entrada en l/s
TRH= tiempo de retención Hidráulica (días)

Con base en los valores de la tabla 1, el tiempo de retención para obtener el nivel deseado de remoción de la DBO 5,
asumiendo una cinética de primer orden y suponiendo un flujo ideal de pistón.

Tabla 1. Reducción del DBO5 en función del tiempo de retención y temperaturas mayores de 20°C.
Tiempo de Reducción de DBO5
retención (d) (%)
1 50
2,5 60
5 70
Fuente: WHO (1987).

El método de Reed et al. (1988) emplea ecuaciones en las que se consideran las constantes de reacción (por unidad
de volumen) dependientes de la temperatura, para la eliminación de materia orgánica (DBO5) amonio (NH4 +)
nitratos (NO3-) u otro contaminante que se desee remover. Se utilizó el modelo para DBO5 en flujo subsuperficial,
en las tablas 2 y 3 se resumen los datos necesarios a aplicar en las ecuaciones.

Tabla 2. Datos para el diseño del humedal.


Parámetro Valor Referencia
Co (DBO5) mg/l 160 Determinación en laboratorio
Ce (DBO5) mg/l 30 NOM-001-SEMARNAT-1996

Caudal (Q), m3/día 0.02 Determinación en campo

Porosidad (n) 0.35 Crites y Tchobanoglous, 1998


Profundidad ( h) m 0.6 EPA 832-F-00-023

°T (°C) 29 Determinación en campo


Ks (m3 m2 d) 9750.4 Crites y Tchobanoglous, 1998
Pendiente (%) 1 EPA 832-F-00-023
Fuente: Compilación del autor.

4
El área requerida por persona, fue utilizada para tener una aproximación inicial, la tabla 3 se interpretó, si un
humedal artificial es menor que el valor recomendado, puede ocurrir una sobrecarga que podría causar problemas
operacionales y reducir la calidad del efluente, si es mayor aumentan los costos operacionales.

Tabla 3. El clima y el tipo de humedal influyen en el área requerida.


Clima frío Clima caliente
Temperatura media anual Temperatura media anual
Área <100C >200C
requerida HFH HFV HFH HFV
Por persona
atendida 8 4 3 1.2
m2 /PE
Fuente: Agencia de Cooperación Internacional de Alemania, GIZ. Programa de Saneamiento Sostenible ECOSAN (2011).
Humedal flujo horizontal (HFH) contra humedal flujo vertical (HFV)

El primer dato a calcular es la constante de temperatura, este valor es necesario en el cálculo del área superficial, el
valor de la constante de temperatura (a 29°C) para humedales subsuperficiales es de 1.104d-1.

Constante de reacción de primer orden Ecuación (1) KT= 1.104d-1 (1.06) (T-20)
Donde:
T2= temperatura del agua (°C)
KT=2.226

Conociendo el valor de KT, se calcula el valor del área superficial con la Ecuación (2) As = Q(ln Co-lnCe)
------------------
KT(h) (n)
As = 0.290703 m2
Q = 0.10 m3/día
LNCo/Ce=
C= 70 (mg/l)
Co= 160 (mg/l)
KT=2.226
h= 0.42 (m)
Ŋ= (porcentaje expresado en fracción) 38 %

Donde:
As = Área superficial del canal expresada en m2
Q = Caudal de efluente que entra al canal expresado en m3/día
LNCo/Ce= logaritmo neperiano de la relación de la DBO de entrada y la DBO de salida
C = Concentración efluente (mg/l)
Co = Concentración afluente (mg/l)
KT = Constante de reacción de primer orden dependiente de la temperatura (d-1)
h = Profundidad del humedal (m)
Ŋ= Porosidad del medio granular para pedregullo de diámetro medio de 16 mm es de 38 %

Conociendo el valor de As se calcula el tiempo de retención hidráulica. Ecuación (3) t= As hn/Q


Sustituyendo valores tenemos:
As= Área superficial
H = Profundidad
Q = Caudal
n = Porosidad
t= .037 días equivalente a 8 hrs aproximadas de retención.

5
Actividades desarrolladas

La manera de minimizar la superficie requerida del humedal artificial fue un pre-tratamiento que disminuyó
significativamente la carga orgánica (figura 2), se usó como sustrato una mezcla de grava, arena de rio cribada y
tezontle; con una profundidad de 30 cm en una y en la otra, una mezcla igualmente de 30 cm de profundidad, pero
con diferentes gradientes, estas mezclas garantizarían un soporte físico y orgánico para las plantas, que fueron
sembradas en filas y de forma intercalada, dejando aproximadamente 15 cm de separación entre ellas, mediante
metodología de EPA (1999).

Se utilizaron dos unidades experimentales por especie de 50 cm de largo, 20 cm de ancho y 40 cm de profundidad


cada una. El suministro del agua residual fue por una carga diaria de 20 L. con un TR de 48 horas, estando provistas
de un sistema de tubería a la salida para la toma de las muestras del efluente. (Figura 3). El humedal entró en
funcionamiento en octubre 2012 y se recogieron datos hasta octubre de 2013, para un tamaño de muestra de 44 datos,
se agregó arena en el fondo de las cajas para lograr una pendiente descendiente del 1-2 %. En el primer tramo se
colocó piedra gruesa porosa (tezontle), gradualmente se agregaron piedras de menor tamaño (grava), hasta llegar a la
más fina (de 1 a 2 cm de diámetro) y rellenar completamente las cajas, para una profundidad de 0,5m, en su capa
superior, arena de 0,5-4mm.

Figura 2 izq. tanque de pretratamiento primario. Figura 3 der.Detalle de drenaje de salida especificaciones EPA (1999).

Francia-Pérez et al. (1999) y Orozco et al. (2006), recomendaron plantas jóvenes de Heliconia psittacorum,
utilizadas para fines comerciales o estéticos reconocidas por grandes hojas dísticas e inflorescencias color amarillo,
Panicum maximum se recolectó áreas contiguas de cañadas adyacentes a la colonia “Francisco Villa”, coordenadas
de referencia; latitud: 16°52'33.21"N, longitud: 99°53'28.58"O, de acuerdo a la guía de malezas de México de
CONABIO figuras 4 y 5. El mantenimiento se realizó en dependencia de la frecuencia de llenado del tanque
separador, desazolvando material acumulado, en ambos módulos, el control de mosquitos no aplicó, ya que el diseño
hidráulico mantiene un nivel por debajo de la superficie.

Figura 4. Panicum maximum Figura 5. Heliconia psittacorum

Se usaron muestras simples, que son afines al monitoreo de plantas de tratamiento de aguas residuales, ya que
representan cuantitativa y cualitativamente los procesos característicos de las actividades que generan la descarga.
Para la determinación de los parámetros físico-químicos se usó el método HACH y potenciómetro, medidor
multiparametrico portátil sension 156 Marca Hach, adaptado para mediciones de (pH, SST, CE, 0C, etc.), el afluente
se obtuvo del registro del drenaje del patio, se colectó en recipientes de polietileno de 250 ml de capacidad y se
trasladó al laboratorio de la UCDR para su almacenamiento, preservando a 14ºC para su posterior utilización, los
sitios seleccionados de muestreo fueron en la entrada y salida de agua residual del humedal artificial.
Se tomaron muestras de octubre 2012 a 2013. Se evaluaron los siguientes parámetros, en el estudio % remoción o
eficiencia (%) sólidos suspendidos Totales (SST) Coliformes Fecales (CF) E. coli (EC) DBO5 demanda bioquímica

6
de Oxígeno, Nitratos, NO3- mg/Litro Nitritos NO2-mg/Litro Sulfuro de hidrógeno, H2S Conductividad eléctrica (CE)
µS/cm, pH (1-14). Para parámetros químicos y bacteriológicos se tomaron muestras por separado debido a que los
métodos de recolección y manejo son diferentes figuras 6 y 7. Para la determinación del sulfuro de hidrogeno (H 2S)
se usó el (método Hach) en laboratorio.

Figura 6 izq. Extracción de muestra (C) agua residual (afluente). Figura 7 der. Toma de muestras microbiológicas A y B.

Resultados obtenidos

Se pueden obtener rendimientos similares en el área de superficie específica requerida, que en promedio es de unos
3-10 m²/PE dependiendo de la temperatura y de la carga específica del contaminante a remover, en este caso la
DBO5. Por lo que la proporción de longitud: ancho no hace una diferencia significativa en el tratamiento, como lo
refiere EPA (1999) y Hammer (1989) el crecimiento final de Panicum máximum, no tuvo relevancia, aun siendo una
especie catalogada por autoridades mexicanas (CONABIO) como invasora, por su fuerte grado de adaptabilidad a
diferentes sustratos y tipos de aguas, una rápida propagación y crecimiento.

La eficiencia de los procesos de tratamiento, fueron de un 80% en promedio para el (HA) B y de un 40% para el A
en la remoción de nutrientes; mediante la DBO5. El diseño y construcción de acuerdo a especificaciones técnicas de
la EPA (1999), para humedales artificiales de flujo subsuperficial probó ser efectivo, en las condiciones ambientales
del estudio, en conjunto con el método de Reed et al. (1988) para el cálculo hidráulico, se constató la eficiencia en B
sobre A calculado con los mismos parámetros de flujo y tipo de afluente.

Figura 8. Módulo B final (12 septiembre 2013).

En el módulo B figura 8, el crecimiento poblacional y de talla de los individuos de (H. psittacorum) fue
notablemente alto, se encontraron 2 ejemplares de (C. indica.), pero no fue significativa su presencia, esta presentó
valores de crecimiento de 14.5 cm mensuales, hasta alcanzar una talla vertical de 2.10m. Para P. maximun., y H.
psittacorum se presentaron eficiencias de remoción de 20% y 94% respectivamente para coliformes fecales figura
9. El módulo B, tiene porcentajes de remoción superiores al 60% figura 10, se observó que el tiempo que necesita el
humedal artificial para tener rendimientos superiores del 50% es de 27 semanas; como mínimo posterior a eso la
tendencia en el porcentaje de remoción es de 70-90%. La eficiencia de remoción de la DBO se calculó mediante la
formula; DBO5 (afluente)- DBO5 (efluente) / DBO5 (afluente) x 100%

7
Figura 9 izq. Porcentaje de eficiencia de remoción en base a coliformes fecales en módulos A y B en semanas (eje X).
Figura 10 der. Porcentajes de eficiencia de remoción en función de la DBO5 (44 semanas).

Se obtuvo un valor p = 0.000 de significancia concluyendo que existen diferencias estadísticamente significativas
entre los promedios de DBO5 para los módulos A, B y C, la prueba de Tukey detectó que parejas de módulos tienen
diferencias significativas. Se concluye que el promedio de DBO en C es mayor que el promedio en A y B. En la
figura 11se observa el comportamiento de la DBO a través de las 44 semanas de estudio, se puede decir que si se
volviera a realizar este experimento, es muy probable que se llegue a los mismos resultados bajo las mismas
condiciones ambientales.
El nivel de significancia p= 0.686, sugiere que no hay evidencia suficiente como para concluir estadísticamente que
el promedio de los nitratos es menor en A que en B. figura 12 Los datos no apoyan la hipótesis de que durante las 44
semanas el promedio de nitratos en A es menor que el promedio de nitratos en B.

La caracterización del afluente de acuerdo a la NOM-001-SEMARNAT-1996 fue de agua residual de origen


doméstico, los efluentes obtenidos mostraron la eficiencia alcanzada por los sistemas, mejorando el color y la
turbidez del agua; aún en situaciones de contaminantes químicos inorgánicos, como productos de limpieza. Se
presentó esta coloración debido a ácidos húmicos, estos tienen un impacto negativo en los procesos terciarios de
desinfección con cloro o radiación ultravioleta en la descarga final del efluente, su remoción no es obligatoria, de
acuerdo a la Norma, por tanto se descartó un proceso final.

Figuras 11 y 12. Intervalos de confianza del 95% para los promedios de DBO5 y Nitratos.

Conclusiones y recomendaciones

Se concluyó que el proceso fue un 100% de tipo biológico y no hubo agentes externos inorgánicos que intervinieran
en el proceso de remoción de las aguas residuales durante el experimento. La presencia de H2S indicó un
metabolismo anaeróbico de microorganismos patógenos, por tanto la efectividad del humedal artificial en términos
de rendimiento, puede ser comparada con la de cualquier planta de tratamiento convencional de aguas residuales por
sistema biológico debido a la presencia/ausencia de este compuesto. La baja eficiencia de remoción en base a una
alta demanda bioquímica de oxígeno se interrelacionó con la presencia de E. coli debido a que las condiciones de
disponibilidad de oxígeno disuelto impiden la remoción orgánica, el módulo B consiguió mayor capacidad de

8
absorción y aprovechamiento del nitrógeno al comparar el crecimiento de H. psittacorum como un indicador, por la
presencia de nitritos en el agua indicador de E. coli.

H. psittacorum es estéticamente agradable a la vista y esto puede ser un factor crucial para su aceptación, para tener
un tratamiento biológico secundario eficiente bajo el esquema de humedal artificial, P. máximum, por otro lado es
considerado hierba invasora por instancias oficiales y la percepción popular de ser forraje para animales, no lo hace
atractivo a la población civil urbana y conurbana, Considerando lo anterior, podemos decir que la solución propuesta
para la recuperación de las aguas fue satisfactoria, debido a que el área utilizada fue menor a la reportada y el
rendimiento puede garantizarse si es operado bajo las condiciones especificadas.

Se exhorta el uso de Heliconia dorada porque es fácil de reconocer por su inflorescencia de color amarillo intenso y
forma de platanillo, su raíz es bastante abierta e impide la obstrucción del canal, además de distribuirse ampliamente
por toda Latinoamérica y el Caribe. Este sistema puede trabajar bajo 2 modalidades como un sistema único de
tratamiento de AR para pequeñas poblaciones o casa-habitación y como sistemas complementarios de (PTAR)
convencionales a fin de obtener agua para reusó (riego agrícola) y/o (uso público urbano) en cumplimiento de la
NOM-003-SEMARNAT-1997, si se pretende obtener un desarrollo sustentable en la región.

Referencias bibliográficas

Comisión de Agua Potable y Alcantarillado del Municipio de Acapulco. (2010). www.capama.com.mx. Última
consulta 17 de Marzo del (2012).
Comisión Federal para la Protección Contra Riesgos Sanitarios (COFEPRIS) (2007-2008). Parámetros Medidos en
Playas de Acapulco. www.cofepris.com.mx. Última consulta 23 de Enero del (2012).
Crites, R. W., Tchobanoglous, G. (1998) Small and Decentralized Wastewater Management Systems. Mc Graw Hill.
Environmental Protection Agency (EPA), (2000) Guiding Principles for Constructed Treatment Wetlands: Providing
for Water Quality and Wildlife Habitat. U.S.
Francia-Pérez, J. A., Flores-García, R., González-Barbosa, M., Espinosa-Bouchot, S. Trejo Flores. (1999).
"Reducción de la DBO5 en Humedales Artificiales de Flujo Subsuperficial usando Arundo Donax y Canna
Spp" Instituto de Ciencias Agrícolas, Universidad de Guanajuato.
Hammer, Donald, (1989).Constructed Wetlands for Wastewater Treatment: Municipal, Industrial, and Agricultural.
Lewis Publishers, Inc.
Http://www.conabio.gob.mx/malezasdemexico/poaceae/panicummaximum/fichas/ficha.htm Heike Vibrans (ed.),
Última modificación: 6 de agosto de 2009. Malezas de México, fecha de acceso 2013. Comisión Nacional
para el Conocimiento y uso de la Biodiversidad (CONABIO).
Http://conabio.inaturalist.org/taxa/84964-Heliconia. Tomado de: Vascular Plant Families and Genera 1992. ©
Copyright Board of Trustees of the Royal Botanic Gardens, Kew L., 1771.
INEGI, Censo de Población y vivienda 2010. (2010).
Método Hach: Análisis de agua- Determinación de sulfuros, modelo HS-WR catálogo #2338-01
Método Hach: Análisis de aguas - Determinación de nitratos y nitritos, modelo NI-12 catálogo #14081-00
Norma Oficial Mexicana NOM-001-SEMARNAT-1996 que establece los límites máximos permisibles de
contaminantes en las descargas de aguas residuales en aguas y bienes nacionales.
Orozco, C.E, Cruz, A.M, Rodríguez, M.A, Pohlan, A.F. (2006).Humedal subsuperficial de flujo vertical como
sistema de depuración terciaria.
Poch, M., Comas, J., Alemany, J.,Torrens, A., Salgot, M., Bou, J. (2003).Development of a knowledge-based
decision support system for identifying adequate wastewater treatment for small communities.
Reed, S.C., Middlebrooks, E.J., Crites, R.W. (1988). Natural Systems for Waste Management and Treatment. New
York. McGraw-Hill.
Sampedro Rosas María Laura, González González Justiniano, Reyes Umaña Maximino, Torres Espino Gloria
(2011). Problemas Ambientales en cauces fluviales de Acapulco, Gro. México. Tomado de: Calidad
Ambiental y Desarrollo sustentable Tomo I (Desarrollo Regional y Medio Ambiente. Problemas Y
Alternativas De Gestión Sostenible). Comp. González González Justiniano y Palet Rabaza Marlén (2011)
SPSS V. 15. (Statistical Package for the Social Sciences).
World Healt Organization. Wastewater stabilization ponds. Principles of planning & practice. Alexandria, (1987).
9
DESTINAÇÃO AGRÍCOLA DE LODO DE ESGOTO: ESTUDO DE CASO DO ESTADO
DO PARANÁ, BRASIL

AGRICULTURAL USE OF SEWAGE SLUDGE: A CASE STUDY OF THE STATE OF


PARANÁ, BRAZIL

Simone Bittencourt 1,3


Beatriz Monte Serrat 2
Miguel Mansur Aisse 3
Cleverson Vitório Andreoli 1,4

Abstract
The agricultural use, as final destination for sewage sludge, falls within the concept of integrated sustainable
development; it transforms a waste in agricultural input. In the Paraná State, Brazil, for safe agricultural use of
sewage sludge, Conama 375/06 Resolution, at the federal level, and Sema 021/09 Resolution, at the state level,
establish measures of sewage sludge quality control, aiming to avoid public health and the environment risk. This
case study presents the results of the agricultural disposal of sludge generated from Sludge Management Units
(UGLs) in Paraná, in the period 2011-2013. It was performed the statistical analysis of data according to the
characteristics of 129 sewage sludge batches applied in agriculture, based on 337 agronomic projects. A
comparison was performed between the characteristics of the batches generated in anaerobic UGLs inland of the
State with those generated in the anaerobic and aerobic UGLs of the Curitiba Metropolitan Region (RMC). The
batches generated inland of the State presented lower mean pH and higher average of the total solids, ammoniacal
nitrogen, barium, cadmium, copper, nickel and lead when compared to batches generated in RMC. In the period,
107416 tonnes of hygienised sludge were applied in 5529 hectares of agricultural areas. The sludge provided,
respectively, 90%, 69%, 83% and 35% of the limestone, nitrogen, P 2O5 and K2O needed for agricultural and forestry
fertilization. It has benefited 104 farmers who reduced the purchase of fertilizers and lime, avoiding an average cost
of R$ 486.59 (US$ 217.13 on 27/5/2014) per hectare.

Keywords: Agricultural recycling, biosolids, Conama 375/06 Resolution, environmental sanitation, waste sanitation.

1
Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR).
* Unidade de Serviço do Processo Esgoto (USES), Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR). Rua Engenheiro Antônio
Batista Ribas, 151, Tarumã, CEP: 82.800-130. Curitiba, Paraná, Brasil. Tel. 55 41 3330 7194. E-mail:
sbittencourt@sanepar.com.br
2
Programa de Pós Graduação em Ciência do Solo (PGCISOLO), Universidade Federal do Paraná (UFPR).
3
Programa de Pós Graduação em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental (PPGERHA), Universidade Federal do Paraná
(UFPR).
4
Instituto Superior de Administração e Economia do Mercosul (ISAE).
1
Resumo
Dos destinos finais do lodo de esgoto, o uso agrícola enquadra-se no conceito de desenvolvimento sustentável
integrado, pois transforma um resíduo em insumo agrícola. No Estado do Paraná, Brasil, para garantir uma aplicação
segura em áreas agrícolas, a Resolução Conama 375/06, no nível federal, e a Resolução Sema 021/09, no nível
estadual, estabelecem medidas de controle de qualidade do lodo de esgoto visando evitar risco à saúde pública e ao
ambiente. O presente estudo apresenta os resultados da destinação agrícola do lodo gerado nas Unidades de
Gerenciamento de Lodo (UGLs) do Paraná, no período de 2011 a 2013. Foi realizada a análise estatística dos dados
das características de 129 lotes de lodo de esgoto destinados a uso agrícola, com base em 337 projetos agronômicos.
Realizou-se a comparação entre as características dos lotes gerados nas UGLs anaeróbias do interior do Estado com
os gerados nas UGLs anaeróbias e aeróbia da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Os lotes gerados no interior
do Estado apresentaram menor média de pH e maior média de sólidos totais, nitrogênio amoniacal, bário cádmio,
cobre, níquel e chumbo quando comparados aos lotes gerados na RMC. No período, foram aplicadas 107416
toneladas de lodo higienizado em 5529 hectares de áreas agrícolas. O lodo forneceu, respectivamente, 90%, 69%,
83% e 35% do calcário, nitrogênio, P2O5 e K2O necessários para fertilização de cultivos agrícolas e florestais. Foram
beneficiados 104 agricultores que reduziram a compra de fertilizantes e calcário, evitando um custo médio de R$
486.59 (US$ 217.13 em 27/05/2014) por hectare.

Palavras chave: Biossólido, reciclagem agrícola, resíduo de saneamento, Resolução Conama 375/06, saneamento ambiental

Introdução

Devido à expansão do saneamento no Brasil, à melhoria dos processos de tratamento de esgoto e o consequente
aumento na geração de lodo de esgoto, as empresas de saneamento enfrentam o desafio de destinar adequadamente
este resíduo. A destinação final adequada do lodo gerado nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) é fator
fundamental para que um sistema de esgotamento sanitário atinja integralmente seu objetivo de despoluição
ambiental, constituindo-se em necessidade de saúde pública, de preservação ambiental e de responsabilidade social.

No Brasil, as atuais opções mais viáveis, ambiental, econômica, técnica e operacionalmente, são a disposição em
aterro sanitário ou industrial licenciado e o uso agrícola. As demais alternativas adotadas no cenário mundial como:
incineração, biomassa para geração de energia, mistura para fabricação de cimento e de materiais de construção,
ainda não estão difundidas.

O uso agrícola é uma destinação ambientalmente sustentável do lodo de esgoto, uma vez que promove a reciclagem
de nutrientes e energia, sendo benéfico ao cultivo de plantas (Wachowicz e Serrat, 2006) e, por ser rico em matéria
orgânica, promove melhorias nas características físicas, químicas e biológicas do solo (Vargas e Scholles, 2000;
Modesto et al., 2009). Essa destinação proporciona benefícios à sociedade e ao ambiente, contribuindo para o cultivo
de alimentos e para conservação do solo e da água.

Os critérios e procedimentos para uso agrícola de lodo de esgoto doméstico no Brasil são estabelecidos pela
Resolução n. 375 de 29 de agosto de 2006 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Resolução Conama 375/06)
(Brasil, 2006) e no Estado do Paraná pela Resolução n. 021 de 30 de junho de 2009 da Secretaria de Estado de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (Resolução Sema 021/09) (Paraná, 2009). Entre as medidas de controle está o
estabelecimento de limites máximos de concentração para agentes patogênicos e indicadores bacteriológicos e para
contaminantes inorgânicos (metais). As Resoluções também estabelecem o monitoramento de 34 substâncias
orgânicas no lodo de esgoto, não determinando limites máximos de concentração.

O presente estudo de caso teve por objetivo apresentar os resultados da destinação agrícola do lodo de esgoto no
Estado do Paraná, Brasil, no período de 2011 a 2013. O estudo visou também, avaliar as diferenças em relação aos
parâmetros agronômicos e de substâncias inorgânicas (metais) entre os lotes de lodo de esgoto gerados nas Unidades

2
de Gerenciamento de Lodo (UGL) anaeróbias do interior do Estado comparando-os com os gerados nas UGL
anaeróbias e aeróbia da Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

Materiais e Métodos

Realizou-se o levantamento de informações sobre a gestão do processo de uso agrícola de lodo de esgoto no Estado
do Paraná, no período compreendido entre os anos de 2011 e 2013. Utilizou-se informações e dados fornecidos pela
Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) referentes às UGLs da RMC e do interior do Estado.

O Estado do Paraná possui 399 munícipios, dos quais 183 contam com sistema de esgotamento sanitário,
correspondendo a cerca de 287 milhões de metros cúbicos de esgoto tratado (SNIS, 2011). Desse total, a Sanepar é
responsável pelo tratamento de cerca de 277 milhões de metros cúbicos, em 163 municípios. Nesses municípios, o
esgoto coletado é tratado em 232 ETEs, as quais realizam tratamento biológico em reatores anaeróbios, com exceção
da ETE Belém no município de Curitiba, onde o tratamento biológico é aeróbio, em sistema de lodos ativados de
aeração prolongada. A geração total de lodo no período de 2011 a 2013 foi de 1437309 m 3 (com cerca de 4% de
sólidos totais - ST), sendo a ETE Belém com uma vazão média de 1091 L s-1 e sistema de tratamento de lodos
ativados de aeração prolongada a maior geradora de lodo, responsável por uma geração média anual de 185532 m 3
(2.5% ST).

No período do presente estudo, o estado do Paraná possuía 81 UGLs, constituídas por uma ou mais ETEs e
licenciadas pelo órgão ambiental estadual. A primeira etapa do tratamento do lodo foi o desaguamento, feito em
centrífugas nas ETEs de grande porte e em leitos de secagem, nas ETEs de menor capacidade. Lodos desaguados em
centrífugas apresentaram teor de umidade superior a 65% sendo de mais difícil manuseio, quando comparado com
lodos desaguados em leito de secagem.

O processo de higienização adotado foi o de Estabilização Alcalina Prolongada (EAP), o qual eleva o pH do lodo a
12 com posterior período de cura de 30 dias, reduzindo os agentes patogênicos nos níveis exigidos pela legislação
(Paraná, 2009). Além de eficiente na inativação dos ovos e larvas de helmintos (Thomaz-Soccol et al., 1997), o
processo confere ao lodo EAP poder corretivo de acidez do solo, podendo reduzir ou substituir a prática de aplicação
de calcário (Barcelar et al., 2001; Tamanini et al., 2008), prática agrícola necessária para correção da acidez de solos
brasileiros, podendo trazer vantagens agronômicas e econômicas aos agricultores.

Posteriormente a higienização, foi realizada a caracterização de cada lote de lodo de esgoto, conforme os parâmetros
estabelecidos pela Resolução Sema 021/09. Foi realizada a liberação do lote para uso agrícola após a comprovação
de que atendia aos limites estabelecidos pela legislação, quanto à sanidade, estabilidade e substâncias inorgânicas,
por meio de laudos laboratoriais. Destaca-se que os níveis de indicadores bacteriológicos e de agentes patogênicos
dos lotes disponibilizados ao uso agrícola no período corresponderam a lodo classe A (Brasil, 2006), atendendo os
limites exigidos pela Resolução Sema 021/09 (Paraná, 2009).

O material foi disponibilizado aos agricultores previamente cadastrados, os quais cultivavam plantas aptas a
receberem o lodo e cujas áreas apresentavam aptidão para aplicação do material (Paraná, 2009). A avaliação de
aptidão agrícola das áreas foi realizada por engenheiro agrônomo, o qual levou em consideração aspectos da
paisagem que interferem nos processos erosivos e na mecanização do solo (Souza et al., 2008). Foram realizadas
coletas de amostras de solo para caracterização e elaborados os projetos agronômicos. Nesse documento determinou-
se a taxa de aplicação em toneladas por hectare, considerando as características agronômicas do lodo, do solo e as
necessidades nutricionais da cultura e, quando necessário, definiu-se a complementação de adubação.

Para determinação da taxa de aplicação máxima de lodo (em ST) adotou-se o menor valor calculado considerando os
seguintes critérios:
a) necessidade de nitrogênio (N) da cultura: realizou-se o cálculo de fornecimento de N disponível no lodo para a
cultura no primeiro cultivo, conforme determina a legislação vigente (Brasil, 2006; Paraná, 2009),

3
b) pH ideal para a cultura: determinou-se o pH ideal para a cultura utilizando o cálculo de necessidade de correção de
acidez do solo para elevação da saturação de bases ao nível exigido pela cultura (Poggere et al., 2012) e
c) limite de carga total acumulada de metais no solo: realizou-se o cálculo de acúmulo de metais pesados no solo
considerando a quantidade do elemento no lodo e o seu acréscimo sobre o teor no solo (Paraná, 2009).

O agricultor recebeu orientações técnicas e assinou o projeto agronômico, atestando que estava ciente de todas as
exigências e orientações de uso; comprometendo-se a segui-las adequadamente. O lodo foi fornecido sem custo para
o agricultor, o qual reduz o gasto com a compra de fertilizantes e de corretivos de acidez do solo, resultando em
benefícios econômicos e sociais.

No presente estudo, com base em 337 projetos agronômicos elaborados no período de 2011 a 2013 no Paraná, foi
realizada a sistematização e análise estatística de parâmetros agronômicos e de substâncias inorgânicas (metais
pesados) de lotes de lodo de esgoto. Foram analisados os dados de 129 lotes de lodo de esgoto destinados a uso
agrícola, provenientes de 29 UGLs abrangendo 37 municípios do Estado (Figura 1). As UGLs foram agrupadas,
compondo os três tratamentos do delineamento experimental, da seguinte forma:
- Tratamento 1: UGL Aeróbia da RMC, correspondendo a UGL ETE Belém,
- Tratamento 2: UGLs Anaeróbias da RMC que inclui as UGLs ETE CIC Xisto, ETE Padilha e ETE Atuba Sul e
- Tratamento 3: UGLs do Interior do Estado, inclui 25 UGLs em 23 municípios do interior do Paraná (Figura 1).

Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado com diferentes números de repetições e o efeito
dos tratamentos foi avaliado por meio da análise da variância. Utilizou-se o teste de Tukey a 95% de confiabilidade
para comparação das médias dos três tratamentos. As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do software
Assistat versão 7,7 beta (Silva, 2014). A Tabela 1 apresenta as características dos três tratamentos utilizados no
delineamento experimental, quanto ao tipo de tratamento de esgoto, desaguamento de lodo, número de lotes
destinados e número de projetos agronômicos elaborados no período de 2011 a 2013, no Estado do Paraná, Brasil.

Figura 1. Municípios do Estado do Paraná cujas UGLs destinaram lotes de lodo de esgoto para uso agrícola no
período de 2011 a 2013

4
Tabela 1. Características dos tratamentos (UGLs) utilizados no delineamento experimental, quanto ao tratamento do
esgoto, desaguamento do lodo, número de lotes destinados e número de projetos agronômicos elaborados
no período de 2011 a 2013, no Estado do Paraná, Brasil.

Nota: (a) lodos ativados de aeração prolongada; (b) reator anaeróbio tipo UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket).

Resultados

No período de 2011 a 2013, foram aplicadas 107416 toneladas de lodo de esgoto higienizadas por EAP, com teor
médio de 53.7% ST, em 5529 hectares de áreas agrícolas do Estado do Paraná (Tabela 2). O lodo foi destinado para
aplicação nos cultivos de adubação verde, amora, aveia, azevém, café, cana, cevada, citrus, feijão, laranja, milho,
soja, implantação de grama e reflorestamentos de eucalipto e pinus. No período, foram beneficiados 104 agricultores,
cujas propriedades agrícolas estavam distribuídas em 41 municípios do Estado, sendo que a distância mínima entre a
UGL e a área de aplicação foi de 2 km, a máxima de 140 km e a média 64.7 km.

Tabela 2. Quantidade de lodo de esgoto aplicada em áreas agrícolas no Estado do Paraná, Brasil, no período de 2011
a 2013.

O lodo foi aplicado a uma taxa média de 11.6 t ha-1 de ST em propriedades com área média de 17 ha, proporcionando
aos agricultores, uma redução média no custo com a compra de fertilizantes e corretivos de acidez do solo de R$
486.59 (US$ 217.13 em 27/05/2014) por hectare. Esse custo evitado foi devido ao fornecimento de nutrientes N, P,
K e da correção de acidez de solo promovida pela aplicação do lodo de esgoto. O lodo aplicado nas áreas agrícolas
do Estado do Paraná no período de 2011 a 2013 forneceu 90% do calcário (PRNT 75%), 69% do Nitrogênio, 83% do
P2O5 e 35% do K2O demandados pelos cultivos agrícolas deste estudo de caso.

Parâmetros Agronômicos dos Lotes de Lodo de Esgoto


A Tabela 3 apresenta os resultados dos parâmetros agronômicos dos lotes de lodo destinados a uso agrícola no
Paraná, no período de 2011 a 2013.

5
Tabela 3. Média e desvio padrão dos parâmetros agronômicos dos lotes de lodo higienizados por estabilização
alcalina prolongada, aplicados em áreas agrícolas no Estado do Paraná, Brasil, no período de 2011 a 2013.

Nota: As médias seguidas pela mesma letra, na mesma linha, não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey
ao nível de 5% de probabilidade. ST: Sólidos totais, SVT Sólidos voláteis totais, Corg: Carbono orgânico, N: Nitrogênio, P:
Fósforo, K: Potássio, Ca: Cálcio, Mg: Magnésio, S: Enxofre, Na: Sódio.

Os lotes gerados no interior do Estado apresentaram a menor média de pH em relação aos lotes gerados na RMC,
provavelmente devido à diferenças no processo de desaguamento e higienização. Das 25 UGLs do interior, 22
possuem desaguamento em leito de secagem. Nessas UGLs, predominantemente, forma-se um lote ao ano. Ao longo
do ano, em média a cada 20 dias, o lodo retirado do leito de secagem é misturado à cal e armazenado até a formação
do lote. A formação do lote acontece no momento de coleta de amostras para realização das análises laboratoriais, e a
partir deste momento não se adiciona mais lodo ao lote.

Assim, em um lote formado em UGL do interior haverá lodo que recebeu a mistura de cal a 10 a 11 meses, período
no qual é provável que aconteça a redução do pH. O decréscimo de pH no lodo de esgoto, por se tratar de um
material rico em matéria orgânica, decorre da formação de ácidos orgânicos e reações de nitrificação de nitrogênio
amoniacal (Yan et al., 1996). Nas UGLs da RMC é provável que ocorreu menor degradação da matéria orgânica e
redução do pH do lodo, uma vez que os lotes foram formados mensalmente (UGL Belém) ou trimestralmente
(demais UGLs) e permaneceram armazenados por menor período de tempo.

Os lotes de lodo de esgoto gerados nas UGLs do interior do Estado apresentaram a maior média de ST (Tabela 3).
São possivelmente três fatores que contribuíram para esse resultado. O primeiro refere-se à forma de desaguamento,
uma vez que o desaguamento em leitos de secagem resulta em uma torta com elevado teor de sólidos. O segundo
fator está relacionado ao menor número de lotes gerados por ano em cada UGL do interior, o que faz com que o lodo
permaneça por maior período de tempo estocado em pátio até o fechamento do lote. Neste período, a evaporação
contribuiu para a elevação do teor de ST. O terceiro fator está relacionado às condições climáticas, uma vez que a
maior parte das UGLs do interior está localizada em região de clima temperado com verões quentes, enquanto as da
RMC localizam-se em regiões de verões amenos (temperatura média no mês mais quente inferior a 22°C).

A média de valores de N kjeldahl (soma de N orgânico e N amoniacal) para os três tratamentos (Tabela 3), inferior à
observada por Nogueira et al. (2010) para lodo aeróbio gerado na ETE Barueri, São Paulo, foi devido ao processo de
higienização do lodo, uma vez que a elevação de pH provoca a perda de N por volatilização do N amoniacal
(Carneiro et al., 2005). Observa-se na Tabela 3 que a média de N amoniacal dos lotes de lodo das UGLs do interior
foi maior, a qual pode estar relacionada à menor média de pH e consequente menor perda por volatilização do N
amoniacal. Já a diferença das médias de N kjeldahl entre a UGL aeróbia e as anaeróbias da RMC possivelmente seja
6
explicada pelo maior teor de N orgânico gerado no processo de tratamento de esgoto aeróbio em relação ao
anaeróbio, uma vez que as médias de N amoniacal não diferem estatisticamente nestes dois tratamentos.

A média de fósforo no lodo da UGL aeróbia apresentou-se maior que as das anaeróbias (Tabela 3), situação também
verificada por Andreoli et al. (1997) para lodo gerado no Estado do Paraná. Os lotes de lodo anaeróbio da RMC
apresentaram a menor média de carbono orgânico e de sólidos totais voláteis. Segundo Andreoli et al. (1997) a
composição do lodo anaeróbio pode apresentar grandes variações em função da periodicidade de descarga do lodo do
reator biológico, sendo um lodo mais mineralizado, com menor conteúdo de matéria orgânica e nutrientes quando
comparado ao lodo aeróbio.

As diferenças obtidas para as médias de Mg são devido a utilização de cal com diferentes teores de Mg para
higienização dos lotes de lodo (Tabela 3). Verifica-se também, na Tabela 3, que os teores de potássio, enxofre e
sódio foram baixos, sendo que dos lotes destinados 4 apresentaram teores de Na abaixo do nível de detecção nos
laudos laboratoriais e foram substituídos por zero, para realização da análise estatística.

Parâmetros Inorgânicos (metais) dos Lotes de Lodo de Esgoto


Com o objetivo de realizar a análise estatística de comparação de médias, evitando valores iguais à zero, foram
excluídos, para cada parâmetro inorgânico, os lotes que apresentaram valores abaixo do limite de quantificação
laboratorial. A Tabela 4 apresenta as médias dos parâmetros inorgânicos (metais) dos lotes de lodo que apresentaram
teores acima do limite de quantificação laboratorial, destinados a uso agrícola no Paraná, no período de 2011 a 2013.

Observa-se (Tabela 4) uma grande variabilidade na concentração de metais nos lotes. Os lotes gerados no interior do
Estado apresentaram médias superiores para os metais: Bário Cádmio, Cobre, Níquel e Chumbo com diferença
significativa em relação às médias dos lotes gerados na RMC. Também observa-se na Tabela 4 que os lotes da UGL
aeróbia da RMC apresentaram médias mais elevados de Cromo e Níquel com diferença significativa quando
comparadas às médias dos lotes das UGLs anaeróbias da RMC.

Tabela 4. Média dos parâmetros inorgânicos em relação ao número de lotes de lodo higienizados analisados
estatisticamente, aplicados em áreas agrícolas no Estado do Paraná, Brasil, no período de 2011 a 2013.

Nota: As médias seguidas pela mesma letra, na mesma linha, não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey
ao nível de 5% de probabilidade. As: Arsênio, Ba: Bário, Cd: Cádmio, Cr: Cromo, Cu: Cobre, Hg: Mercúrio, Mo: Molibdênio,
Ni: Níquel, Pb: Chumbo, Se: Selênio, Zn: Zinco.

No entanto, apesar da elevada variabilidade, a média das médias dos teores de metais dos lotes de lodo destinados ao
uso agrícola (Tabela 4) estava 85% abaixo dos limites estabelecidos pela Resolução Sema 021/09 (Paraná, 2009), a
qual é mais restritiva que a Conama 375/2006 (Brasil, 2006) para os parâmetros Cadmio, Cobre, Mercúrio e Zinco.
A Tabela 5 apresenta a comparação entre os limites da Resolução Sema 021/09 com os percentis 75, 90 e 95 para os
metais dos lotes avaliados.

7
Tabela 5. Percentis 75, 90 e 95 dos metais dos lotes de lodo higienizados aplicados em áreas agrícolas no Estado do
Paraná, Brasil, no período de 2011 a 2013, comparados aos limites da Resolução Sema 021/09.

No Paraná, os lodos são gerados em ETEs cujo esgoto afluente é proveniente de áreas de baixa atividade industrial.
A aceitação de efluentes industriais na rede de esgotamento doméstico da concessionária de saneamento, Sanepar, é
condicionada ao atendimento, por parte da indústria, de critérios de qualidade do efluente. Embora os teores de
metais em lodo de esgoto no presente estudo podem ser considerados seguros ao ambiente e à saúde humana,
ressalta-se que, conforme estabelece a legislação (Brasil, 2006; Paraná, 2009), se deve considerar o poder
acumulativo dessas substâncias no solo.

Devido à baixa concentração de substâncias inorgânicas nos lotes, no cálculo de determinação da taxa de aplicação
de lodo para as áreas agrícolas do presente estudo, o critério de acúmulo de metais no solo não foi limitante em
nenhuma das recomendações agronômicas realizadas. A necessidade de correção de acidez do solo utilizando-se o
cálculo pelo método de saturação por bases (V%) do solo foi o fator que limitou a determinação da taxa de aplicação,
em toneladas de lodo por hectare, em 90% dos projetos agronômicos. O método de saturação por bases (V%) do solo
não é citado nas Resoluções Conama 375/06 e Sema 021/09, mas mostrou-se seguro quanto à recomendação agrícola
em estudo realizado por Poggere et al. (2012).

Conclusões

- No período de 2011 a 2013, no Estado do Paraná, Brasil foram destinadas para uso agrícola 107416 toneladas de
lodo higienizado (52335 toneladas de sólidos totais), para aplicação em 5529 hectares de áreas agrícolas.
- Os lotes gerados no interior do Estado apresentaram a menor média de pH e a maior média de ST quando
comparados aos lotes gerados na RMC, provavelmente devido a diferenças no processo de desaguamento,
higienização e formação de lotes.
- O processo de higienização do lodo, devido à elevação de pH, provocou a perda de N por volatilização do N
amoniacal. A média do N amoniacal mais elevada nos lotes das UGLs do interior do Estado pode estar relacionada à
menor média de pH desses lotes.
- Houve uma diferença das médias de N kjeldahl entre os lotes da UGL aeróbia e das UGLs anaeróbias da RMC,
possivelmente devido ao maior teor de N orgânico gerado no processo de tratamento de esgoto aeróbio em relação ao
anaeróbio, uma vez que as médias de N amoniacal não diferiram estatisticamente nesses dois tratamentos.
- A média de fósforo no lodo da UGL aeróbia apresentou-se maior, diferindo estatisticamente das médias dos lotes
de lodo das UGLs anaeróbias. Os lotes de lodo anaeróbio da RMC apresentaram a menor média de carbono orgânico
e de sólidos totais voláteis.
- Os lotes de lodo de esgoto gerados no interior do Estado apresentaram médias superiores para os metais: Bário
Cádmio, Cobre, Níquel e Chumbo com diferença significativa em relação às médias dos lotes gerados na RMC.
- Na RMC os lotes de lodo de esgoto gerados na UGL aeróbia apresentaram médias superiores para os metais:
Cromo e Níquel com diferença significativa em relação às médias dos lotes anaeróbios.
- O lodo forneceu 90% do calcário (PRNT 75%), 69% do Nitrogênio, 83% do P2O5 e 35% do K2O necessários para
fertilização de cultivos de adubação verde, amora, aveia, azevém, café, cana, cevada, citrus, feijão, laranja, milho,
soja, implantação de grama e reflorestamentos de eucalipto e pinus. Foram beneficiados 104 agricultores que
reduziram a compra de fertilizantes e calcário, evitando um custo médio de R$ 486.59 (US$ 217.13 em 27/05/2014)
por hectare. Fatos que resultaram em efeitos sociais e econômicos positivos na região de influência da atividade.

8
Referências Bibliográficas

Andreoli, C., V.; Bonnet, B. R. P.; Lara, A. I.; Wolter, F. R. (1997) Proposição de plano de monitoramento da reciclagem agrícola
do lodo de esgoto no Estado do Paraná. In: 9o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Foz do
Iguaçu, PR, 232-246.
Carneiro, C., Sottomaior, A. P., Andreoli, C.V. (2005). Dinâmica de nitrogênio em lodo de esgoto sob condições de estocagem.
Revista Brasileira de Ciência do Solo, 29(6), 987-994.
Barcelar, C. A.; Rocha, A. A., Lima, M. R., Pohlmann, M. (2001) Efeito residual do lodo de esgoto alcalinizado em atributos
químicos e granulométricos de um cambissolo húmico. Revista Scientia Agraria, 2(1-2), 87-91.
Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução Conama n.375, de 29 de agosto de 2006.
Define critérios e procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto
sanitário e seus produtos derivados. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 30 ago. 2006.
Modesto, P. T.; Scabora, M. H.; Colodro, G.; Maltoni, K. L.; Cassiolato, A. M. R. (2009) Alterações em algumas propriedades de
um latossolo degradado com uso de lodo de esgoto e resíduos orgânicos. R. Bras. Ci. Solo, 33(5), 1489-1498.
Nogueira, T. A. R.; Melo, W. J.; Fonseca, I. M.; Marques, M. O. (2010). Barium uptake by maize plants as affected by sewage
sludge in a long-term field study. Journal of Hazardous Materials, 181(1–3), 1148-1157.
Paraná. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Resolução Sema n. 021, de 30 de junho de 2009. Dispõe
sobre licenciamento ambiental, estabelece condições e padrões ambientais e dá outras providências, para
empreendimentos de saneamento. Diário Oficial [do] Estado do Paraná, Curitiba, PR, 30 jun. 2009.
Poggere, G. C.; Serrat, B. M.; Motta, A. C. V.; Bittencourt, S.; Dalpisol, M.; Andreoli C. V. (2012) Lodos de esgoto alcalinizados
em solos do Estado do Paraná: taxa de aplicação máxima anual e comparação entre métodos para recomendação
agrícola. Engenharia Sanitária e Ambiental, 17(4), 429-438.
Silva, F.de A. S. (2014) Assistat Versão 7.7 beta. DEAG-CTRN-UFCG. Disponível em: http://www.assistat.com. Acesso em:
01/04/2014.
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) (2011). Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento
Ambiental. Série Histórica 2011. Disponível em: http://www.cidades.gov.br/serieHistorica/#. Acesso em: 22/05/2014.
Souza M. L. P., Ribeiro A. N., Andreoli C. V., Souza L. C. P., Bittencourt, S. (2008). Aptidão das terras do Estado do Paraná para
disposição final de lodo de esgoto. Revista DAE, (177), 20-29.
Tamanini, C. R.; Motta, A. C. V.; Andreoli, C. V.; Doetzer, B. H. (2008) Land reclamation recovery with the sewage sludge use.
Brazilian Archives of Biology and Technology, 51(4), 643-655.
Thomaz-Soccol, V.; Paulino, R. C.; Castro, E. A, Tracz, J. (1997) Eficácia dos diferentes processos de tratamento do lodo na
redução da viabilidade de ovos de helmintos. Sanare, 8(8), 24-32.
Vargas, L. K.; Scholles, D. (2000) Biomassa microbiana e produção de C-CO2 e N mineral em um Podzólico Vermelho-Escuro
submetido a diferentes sistemas de manejo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 24(1), 35-42.
Wachowicz, C. M.; Serrat, B. M. (2006) Parâmetros Morfológicos de Gypsofphila paniculata L. cultivada com lodo de esgoto
alcalinizado e adubação fosfatada. Estudos de Biologia, 28(65), 51-58.
Yan, F.; Schubert, S.; Mengel, K. (1996) Soil pH increase due to biological decarboxylation of organic anions. Soil Biololgy and
Biochemistry, 28(4-5), 617-624.

9
MONITORAMENTO DE ESPÉCIES QUÍMICAS RECALCITRANTES
DURANTE TRATAMENTO FOTOQUÍMICO DE
CORANTE TÊXTIL DISPERSIVO COM H2O2/UV

MONITORING OF RECALCITRANT CHEMICAL SPECIES DURING PHOTOCHEMICAL


TREATMENT WITH H2O2/UV OF DISPERSIVE TEXTILE DYE

Lorena M. do Nascimento 1
Victor M. Campos 1
Núbia N. de Brito2
Andrea F. Arruda2*

Abstract
This study aimed to research a system for the treatment of dispersive textile dye and to monitor oxidation products.
The system consisted of an advanced oxidative process treatment and photochemical technique with H2O2/UV was
experienced in the remediation process. The treatment was carried out in a Pyrex glass reactor with volume capacity
of 2 L (90 mm of internal diameter, 130 mm of outer diameter and an overall height of 150 mm) and visible
ultraviolet polychromatic radiation source (UV), being held by a mercury high pressure vapor lamp of 400W of
power (Osram HQL 400 W) equipped with cooling water and an internal dye recirculation system. It was used H 2O2
20 mgL-1, temperature 45oC/50 oC and air flow 1200 mLmin-1. The results were quite satisfactory with reduction of
coloration in the order of 80% and Chemical Oxygen Demand (COD) in the order of 64% in 60 minutes of
treatment. Additionally, NO3- ion quantification indicated a temporarily ion formation during treatment, the N loss
confirmed the degradation of the chromophore groups. Furthermore, non- and treated dye solutions were analyzed
using spectrofluorimetry and liquid chromatography. Fluorescence analysis showed a dramatic change in spectrum
profile and confirmed the discoloration by the 600 nm peak disappearance as treatment time increases. The original
dye chromatographic peak disappeared very quickly, which showed agreement on at least partial degradation of its
molecule.

KeyWords: advanced oxidative process, dye degradation, textile industry.

1
Aluno de graduação. Instituto de Química, Universidade Federal de Goiás, Campus Samambaia, Goiânia – Goiás, Brazil.
2
Professora adjunto. Instituto de Química, Universidade Federal de Goiás, Campus Samambaia, Goiânia – Goiás, Brazil.
* Autor corresponsal: Instituto de Química, Universidade Federal de Goiás, Campus Samambaia, PO Box 131, Goiânia – Goiás
74910-970 Brazil. Email: arruda.crystal@gmail.com

1
Resumo
O presente trabalho apresenta estudo de um sistema para tratamento de corantes texteis dispersivos e monitoramento
de seus produtos de oxidação. O sistema do processo de remediação consistiu em um tratamento com processo
oxidativo avançado e técnica fotoquímica com H2O2/UV. O tratamento foi realizado em um reator de vidro pyrex
com volume de 2L (90 mm de deiâmetro interno, 130 mm de diâmetro externo e altura total de 150 mm) e fonte de
radiação policromática ultravioleta visível (UV), obtida por lâmpada de de vapor de mercúrio de 400W (Osram HQL
400W), equipado com resfriamento de água e sistema de circulação interna do corante. Foi usado H 2O2 20 mgL-1,
temperatura de 45oC/50 oC and fluxo de 1200 mLmin-1. Os resultados foram satisfatórios com redução de cor na
ordem de 80% e demanda química de oxigênio de 64% em 60 minutos de tratamento. A quantificação do íon nitrato
durante o tratamento mostrou perda de nitrogênio, confirmando a degradação do grupo cromóforo. Análise por
fluorescência de soluções do corante pré- e pós-tratamento confirmaram a perda de cor pelo desaparecimento do pico
de emissão em 600 nm e mostraram mudanças drásticas no perfil do espectro a medida que o tempo de tratamento
aumentava. O pico de 450 nm desaparece e um pico a 410 nm surge. Cromatografia de fase reversa confirma o
rápido desaparecimento do corante original, após 10 minutos, e surgimento de outros picos. Os dados mostram rápida
degradação de pelo menos parte da molécula original.

Palavras Chave: corante, indústria textil, processo oxidativo avançado.

Introduction

The bright-red Foron dye E-2BL 200 is a dispersive dye, so it is insoluble in water and applied in cellulose fibers and
other hydrophobic fibers through suspension (particles between 1 to 4 microns). During the process of solubilization,
the dye undergoes hydrolysis and the form originally insoluble is slowly precipitated in the dispersed form (finally
divided) (Brunelli et al., 2009).

Among the new environmental decontamination processes that are being developed, so-called "Advanced Oxidative
Processes" (APO) have been attracting great interest because they are more sustainable in the long term. They are
based on the formation of hydroxyl radical (HO •), highly oxidizing agent, and due to its high reactivity (Eo = 2.8 V),
hydroxyl radical might react with a wide range of compound classes promoting its total mineralization to harmless
compounds such as CO2 and water (Brito et al., 2007; Abreu et al.; 2013).

The advanced oxidation of complex organic contaminants typically does not result in a fast mineralization, with
formation of carbon dioxide and inorganic species (Goel et al., 2010). The occurrence of products generated from
incompletely degradation could produce even more toxic species than the original pollutants. Assessment of AOP by-
product can avoid the mentioned drawback. Therefore, monitoring produced by-product plays an important role to
evaluate the environmental decontamination (Somensi et al., 2010).

However, until now the great part of studies dealing with the degradation of specific textile dyes and regarding the
importance of experimental parameters influences relied only on the monitoring of solution discoloration, and may
also have contradictory results (Riga et al., 2007). Knowledge on both discoloration and mineralization of the dye
wastewater can be increased based on the determination of major transient intermediates.

Based on this propose, the present work reports the results obtained for the photochemical (H 2O2/UV) degradation of
bright-red Foron dye E-2BL 200 solutions and the evaluation of oxidation products by fluorescence and
chromatographic techniques.

Experimental

Reagents

2
In the photodegradation tests bright-red Foron dye E-2BL 200 (Figure 1) and it was provided by Daneto (São Paulo).
The solution was prepared with bidistilled water at a concentration of 30 mg L -1 and pH 6.7 at room temperature. In
the oxidative process it was used hydrogen peroxide (Lafan-fine chemicals) 8.5% (m/m) standardized by
permanganometric titration.

Figure 1. Chemical structure of bright-red Foron dye E-2BL 200.

Reactor

Photochemical degradation tests were performed on bench reactor, showing volume 2 L (90 mm of internal
diameter, 130 mm of outer diameter and an overall height of 150 mm) and visible ultraviolet polychromatic radiation
source (UV), held by a mercury vapor lamp, high pressure of 400 W of power (Osram HQL 400 W). The lamp was
supported by a quartz tube, which was steeped in the reactor permitting irradiation of its interior evenly.

The stirring process was maintained continuously through the textile dye solution recirculation by means of a
hydraulic pump (Invensys Bav 1115-02U 220 V 60 Hz 34 W). The cooling system consisted of a spiral condenser,
which keeped the temperature inside the reactor between 25-55°C. The sample volume added in the reactor for the
tests was 2.0 L and the treatment time was 60 minutes.

Analyses

In assessing the photochemical treatment efficiency of dispersive textile dye the following parameters were
employed: residual hydrogen peroxide, color, pH, Chemical Oxygen Demand and nitrate ion levels. All obtained
according to Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 20th Edition (APHA, 1998).

The residual hydrogen peroxide was based on the reaction between hydrogen peroxide and vanadate ion (VO -3) in an
acid medium. The reaction leads to the formation of a reddish colored peroxovanadium ion (VO 2+ 3) which has strong
absorption at 446 nm (Oliveira et al., 2001).

The textile dye true color was determined according to the absorbance at a maximum wavelength in the visible (600
nm) using Fenton spectrophotometer (Alpha-700 plus).

The determination of pH-values textile dye has been carried out according to potentiometric method using
“intelligent meter” 1500 pH meter, calibrated in pH 4.0 and 7.0 standards.

The analysis of Chemical Oxygen Demand (COD) has been carried out according to the Colorimetric method using
RD 125 digestor block and Photometer-system 100 MP photometer.

Nitrate ions concentrations in the collected samples were determined by salicylate reaction at 420 nm using Fenton
spectrophotometer (Alpha-700 plus).

Excitation and emission spectra were obtained for non- and treated samples using a Spectrofluorometer (LS 45
Perkin Elmer, USA). The same samples were collected and analyzed using liquid chromatography with fluorescence
detection (Shimadsu, Japan). Acetonitrile and acetic acid 95.5:0.5 v/v were used as mobile phase. All standards and
reagents were of the highest purity commercially available.

3
Results and Discussion

Photochemical process optimization using H2O2/UV

To start the tests it was used 10 mL of H 2O2 8.5% solution temperature 45 ºC/50 oC and internal recirculation flow at
1200 mL min-1, the maximum percentage of dispersive bright-red Foron dye E-2BL 200 color reduction (30 mg L
2BL-1-pH = 6.7) was observed, through the absorbance spectrum in the visible region (600 nm) of 81.08% in a 60-
minute treatment.

Figure 2 shows the absorbance spectra of the effluent before and during optimized UV/H2O2 treatment, according to
results, there is a degradation of absorbing species between 200 to 800 nm. It is also observed, that the effluent
absorbance profile at 600 nm presented a decrease on the characteristic band of the red dye. Thus, there is a call of
synergistic effect of oxidiser with UV radiation incidence as a function of the exposed time (Campos and Brito,
2014).

Figure 2. Ultraviolet-visible spectra of the dye in aqueous solution as a function of treatment time.

With optimized conditions it was possible to conclude that when it is added a 20 mL volume of H 2O2, the
performance of H2O2/UV is virtually the same as when the volume of 10 mL is added. In a medium with peroxide
excess and HO• high concentrations, there is the trend of competitive reactions that produce an inhibitory effect for
degradation, as HO• radicals are susceptible to recombine or react (Martins et al., 2011). Ultraviolet radiation
promotes the hydrogen-peroxide homolytic schism in HO• hydroxyl radicals (eq. 1). Radical formation rates are
significantly increased under radiation effect.
H2O2 +UV (254nm) 2 HO• (1)

The H2O2 concentration has an important role in the process efficiency. If on the one hand the peroxide acts as a
source of free radicals, on the other, it might act as radicals interceptor, as shown in equation 2:
H2O2 + HO•  H2O + HO2• (2)

The increase in the concentration of H2O2 may not be done beyond certain limits on which the peroxide radical
generates peroxide, which presents lower oxidation potential (Ghodbane and Hamdaoui, 2010).

Study of chemical oxygen demand (COD), pH and nitrate level

4
For the bright-red Foron dye, the efficiency of COD removal was 64% after 60 minutes of reaction. Such results
show environmental importance in light of natural degradation of the dye process after a long time of ecosystem
interference. The chromophore groups are more quickly degraded by photochemical process, since a solution
discoloration might be proven while it was still maintained a concentration of organic matter (Brunelli et al., 2009).

The pH remained the same (6.7 to 25º C) throughout the analysis. All used hydrogen peroxide (10 mL, 8.5% m/m)
was consumed during the 60-minute optimized treatment.

Considering the strong decolourization of the dye, an inicial investigation of possible byproducts aimed the nitrate
formation. As the formation of nitrogen especies is directly related to redox processes on the azo links (–N=N–), it is
expected that there has not been a total conversion of intermediary nitrate produced over the different oxidative
processes employed. Nitrate formation during treatment was monitored at 420 nm after a salicylate reaction. Figure 4
evidences a progressive accumulation of nitrate ion until 20 minutes, after that as oxidation time increases, the ion
concentration reached zero. The results indicate a possibility of losses as volatile derivatives, probably N 2, ammoniac
nitrogen and NOx species.

Figure 3. Nitrate ion concentration as a function of treatment time, excitation max at 420 nm.

Fluorescence profile of oxidation product

Considering the efficient color reduction during the AOP treatment, the behavior of the original dye and its by-
products generated was evaluated by fluorescence emission (Figure 5). The spectrum profile shows that the treatment
quickly transformed the starting molecule, the spectrum before is slightly wider than the ones after treatment. After
10 minutes of treatment, the shoulders at 450 and 490 nm are reduced and a peak at 405nm appears after 25 minutes
of treatment. Additionally, the 600 nm peak decrease in fluorescence intensity as the time in the reactor increases,
which corroborates with the color reduction observed before. Partial degradation was indicated by the 427 nm peak,
which remains intact. Although the target compound was degraded, the lack of mineralization indicates the formation
of by products, possibly trace organic compounds, which may or may not be harmful to humans and/or the
environment.

5
500
I/cps 0min
5min
10min
400 15min
25min
35min
50min
300

200

100

0
400 450 500 550 600 650 700
Wavelength/nm
Figure 4. Fluorescence emission as a function of treatment time, excitation max at 369 nm.

Chromatographic analysis

Bright-red Foron dye decay during the AOP treatment was followed by reversed-phase HPLC, the original dye
exhibited a well-defined peak at tr = 4.59 min (figure 6). As shown in the figure, after 10 minutes of treatment a
complete reduction of the peak area was observed. The peak extinction showed a quick degradation of the original
dye after the treatment starts. Possible by products could be out of the chromatographic range.

3
I x 10 /cps 6
original dye
10 min AOP
5 20 min AOP

2 4,60 min

0
0 5 10 15 20 25
Time/min

Figure 4. Chromatograhic profile of 30 mg.L−1 of Bright-red Foron dye before (0 min) and after 10 min of
photochemical oxidation on H2O2/UV. Chromatographic conditions (HPLC-Fl): acetonitrile/water 95:05 as mobile-
phase, C18 column as stationary-phase.

6
Conclusions

The studies carried showed that the oxidative process UV/H2O2 is effective in reducing coloration (about 80% of the
reduction to the bright red dispersive dye) and 64% of reduction to organic matter. Chemical and instrumental
analysis of the dye solutions indicated dye partial degradation short after starting the treatment. After 10 minutes of
treatment, fluorescence peaks were reduced and new ones started to appear, as observed in the chromatographic
output that presented a complete extinction of the original dye characteristic peak. The quick molecular modification
suggested the formation of a colored by product. As the treatment time increased, the color reduction reached a high
percentage, being confirmed by the release of nitrate ions (N is a commom atom in chromophore groups), as
mineralization product.

Acknowledgements - The authors thank Research Mentorship Program – PIBIC from CNPq – for
the scholarship granted to the students Lorena Monise do Nascimento e Victor Marques Campos.

References

American Public Health Association-APHA. (1998) Standard Methods for the Water and Wastewater. 20 ed. New York: APHA.
Abreu P., Pereira E.L., Campos C.M.M. and Naves F.L. (2013) Photocatalytic Oxidation Process (UV/H2O2/ZnO) in the treatment
and sterilization of dairy wastewater. Acta Scientiarum, 35(1), 75.
Brito N.N., Pelegrini R.T.and Paterniani J.E.S. (2007) Ecotoxicological evaluation of leachate from the Limeira sanitary landfill
with a view to identifying acute toxicity. Revista Ambiente e Água, 2(3), 34.
Brunelli T.F.T., Guaraldo T.T., Paschoal F.M.M. and Zanoni M.V.B.. (2009) Photoeletrochemical degradation of disperse dyes in
textile effluent on photoanodes of Ti/TiO2. Quimica Nova, 32(1), 67. In Portuguese.
Campos, V.M., Brito, N.N. (2014). Photochemical treatment with H2O2/UV applied to the remediation of dispersive textile dye.
Oxidation Communications, 37(2), 583-595.

Da Silva C.P., Marmitt S., Haetinger C. And Stulp S. (2008) Assessment of red dye degradation through photochemical process.
Revista Engenharia Sanitária e Ambiental, 13(1), 73. In Portuguese.
Ghodbane H. And Hamdaoui Q. (2010) Decolorization of antraquinonic dye, C.I. Acid Blue 25, in aqueous solution by direct UV
irradiation, UV/H2O2 and UV/Fe(II) process. Chemical Engineering Journal. 160, 226.
Goel M., Chovelon J-M., Ferronato C., Bayard R. And Steekrishnan T.R.. (2010) The remediation of wastewater containing 4-
chlorophenol using integrated photocatalytic and biological treatment. J Photochem Photobiol B 98:1–6.
Martins L.M., Da Silva, Neto J. M. M., Lima A. S. and Moreira R. F. P. (2011) Application of Fenton, photo-Fenton and
UV/H2O2 in C.E. treating synthetic textile wastewater containing the dye Black Biozol UC. Engenharia Sanitária e
Ambiental. 16(3), 261. In Portuguese.
Riga A., Soutsas K., Ntampegliotis K., Karayannis V. And Papapolymerou G. (2007) Effect of system parameters and of
inorganic salts on the decolorization and degradation of Procion H-exl dyes. Comparison of H2O2/UV, Fenton,UV/
Fenton,TiO2/UV and TiO2/UV/H2O2 processes, Desalination 211, 72–86.
Somensi C.A., Simionatto E.L., Bertoli S.L., Wisniewski Jr A. And Radetski C.M. (2010) Use of ozone in a pilot-scale plant for
textile wastewater pre-treatment: physico-chemical efficiency, degradation by-products identification and environmental
toxicity of treated wastewater. J Hazard Mater; 175:235–40.

7
REMOCIÓN DE CROMO USANDO RESIDUOS INDUSTRIALES COMO
ADSORBENTES

CHROMIUM REMOVAL USING INDUSTRIAL BYPRODUCTS AS ADSORBENTS

Nallely Guadalupe Picazo Rodriguez 1


Francisco Raúl Carrillo Pedroza 1*
Ma. de Jesús Soria Aguilar 1
Antonia Martínez Luevanos 2
Gregorio Gonzalez Zamarripa 1
Ma. Eugenia Guajardo Castillo 3

Abstract
In this work, iron oxides byproducts obtained from steelmaking dust collector are used as low-cost adsorbent
materials for chromium removal from steel industrial plating wastewater. This work shows that iron oxides
present physical and chemical characteristics very interesting, such as chemical composition, magnetic
characteristics, particle size, suitable for application in adsorption of ions such as chromium. Different
isotherms models were evaluated to describe the adsorption process. According to results, chromium
adsorption occurs by cooperative physisorption due to electrostatic attraction between protonated Fe and
HCrO4-. Presence of sulphate ion decreases the adsorption of chromium. Due to this, iron oxides can to
adsorb up to 35% from steel plating industry wastewater solution with initial total chromium concentration of
700 mg/L. However, this result is promising because the iron oxides byproducts could to represent an
attractive low-cost absorbent option as complementary method for removal of chromium in the steel plating
wastewaters treatment.

Key Words: adsorption, chromium, iron oxides byproducts, plating, removal, wastewater.

1
Facultad de Metalurgia, Universidad Autónoma de Coahuila.
2
Facultad de Ciencias Químicas, Universidad Autónoma de Coahuila.
3
Altos Hornos de México, S. A. B. de C. V.
* Autor corresponsal: Facultad de Metalurgia, Universidad Autónoma de Coahuila. Carr. 57 km 4.5, Monclova, Coahuila.
C.P. 25710. México. Tel (866) 6390330. Email: raul.carrillo@uadec.edu.mx

1
Resumen
En el presente trabajo se empleó como material adsorbente de bajo costo, subproductos de óxidos de hierro
provenientes de polvos de colector de una acerera, para la remoción de cromo contenido en aguas residuales
de un proceso de cromado de acero. Este trabajo muestra que esto óxidos de hierro tienen características
físicas y químicas muy interesante, tales como su composición, propiedades magnéticas y tamaño de
partícula que le permiten tener la capacidad de aplicación en la adsorción de iones metálicos tales como el
cromo. De acuerdo a los resultados, la adsorción de cromo ocurre por fisisorción cooperativa debido a la
atracción electrostática entre el Fe protonado y el ión HCrO 4-. La presencia del ión sulfato disminuye la
adosorción del cromo. Debido a ello, los óxidos de hierro solo pueden adsorber hasta un 35 % del cromo
contenido en aguas residuales del cromado con una concentración de 700 mg/L. Sin embargo, este resultado
es prometedor ya que los óxidos de hierro, como adsorbente de bajo costo, podrían representar tratamiento
complementario en la remoción de cromo de aguas residuales de la industria del cromado.

Palabras clave: Adsorción, aguas residuales, cromo, cromado, óxidos de hierro, remoción.

Introducción

El agua es el constituyente más importante del organismo humano. Por ello, la contaminación de los recursos
hídricos superficiales es un problema cada vez más grave, debido a que se estos se usan como destino final de
residuos domésticos e industriales, sobre todo en las áreas urbanas. Estas descargas son las principales
responsables de la alteración de la calidad de las aguas naturales, que en algunos casos llegan a estar tan
contaminadas que su potabilización resulta muy difícil y costosa (Barrenechea, 2009). La contaminación
causada por la presencia de metales y metaloides, es en la actualidad uno de los problemas ambientales más
importantes (Nriagu, 1988). Especies metálicas como el cromo, el mercurio, el cobre, el níquel y el cadmio,
además del arsénico (estrictamente un metaloide), forman parte de la lista de contaminantes prioritarios de la
Agencia de Protección Ambiental de los EE.UU.
El cromo (VI) es un contaminante frecuente en aguas residuales industriales que son provenientes de procesos
como galvanoplastía, tintura de cueros o manufactura de pinturas. Debido a sus múltiples propiedades
carcinogénicas y mutagénicas, su concentración en agua potable ha sido regulada a 0,05 mg/L en diversos
países. El tratamiento convencional del cromo hexavalente es su reducción a Cr (III), especie menos tóxica y
menos móvil en el medio ambiente (Baird, 1998). Sin embargo, existen diferentes procesos tales como
precipitación química, extracción con disolventes, intercambio iónico, ósmosis inversa o adsorción (Gutiérrez
et al., 2006).
Sobre el método de adsorción, hay numerosos materiales adsorbentes utilizados para la adsorción de metales
pesados, como el cromo. Uno de ellos son los materiales basados en óxidos de hierro, los cuales han mostrado
desarrollar alta afinidad a ciertos iones y complejos metálicos (Mohan et al., 2007).
Por otra parte, la industria acerera genera diversos sub-productos y residuos que no pueden ser reciclados o
reusados completamente debido a que afectan la eficiencia del proceso productivo. Algunos de estos
productos son escoria de alto horno y polvos del sistema de depuración de gases. En el caso de los residuos de
hierro (Fe), estos residuos son dispuestos o confinados siendo potencialmente nocivos por el tamaño de
partícula pequeña. Sin embargo, la composición física y química de los residuos de hierro indican la
posibilidad de ser utilizados como materia prima para obtener productos de alto valor agregado empleándolos
como materiales adsorbentes (Soria et al., 2008). En este trabajo se presenta un ejemplo de aplicación del
método de adsorción, para la remoción de cromo de aguas residuales de la industria cromadora, empleando
como material adsorbente residuos de la industria metalúrgica.

Método

Material
Los óxidos de hierro se obtuvieron del sistema colector de polvo instalado en una planta de fabricación de
acero. Los residuos fueron caracterizados por análisis químico con Espectrofotometría de Absorción Atómica
2
(Perkin Elmer 3100) y difracción de rayos X (DRX, Siemens D-5000) para determinar la composición
química y las fases presentes en los residuos de un proceso metalúrgico. Mediante dichas técnicas se confirmo
que estos residuos están compuestos principalmente de 41.55% Fe, 12.94% CaO, 3.36% MgO, 3.10% SiO 2 y
1.4% Zn. El elemento predominante, el Fe, está presente en diferentes formas, principalmente hierro metálico,
wustita (FeO) y magnetita (Fe3O4), de acuerdo al DRX. También se determinó el punto isoeléctrico (IEP) del
material, mediante titulación potenciométrica, midiendo la evolución del pH en una solución, inicialmente
ácida o alcalina, hasta que permaneciera constante. Para ello se preparó la solución con 1 g de residuos y 160
ml de solución con NaNO3 = 10-3 M, para mantener constante la fuerza iónica. El IEP determinado fue de 9.2.
El tamaño de partícula se determinó mediante la prueba de tamiz húmedo observando que las partículas de los
subproductos de óxido de hierro tienen un tamaño de 80% menos de 44 μm. El area superficial específica fue
determinada mediante el método BET de fisisorción de nitrógeno, dando un valor de 21.7 m 2/g.

Metodología
Dos tipos de muestras de soluciones de cromo fueron utilizadas en los ensayos de adsorción: En primer lugar,
la solución sintética que se preparó usando una solución de absorción atómica estándar (Aldrich, 1,000 mg / l
de Cr en ácido nítrico) y se suavizaron con agua del grifo conteniendo, Fe = 1 mg / L y SO 4-2 = 200 mg / L.
Concentración de cromo de 1 a 12 mg / L se utiliza para las pruebas de adsorción. El pH inicial de 3 se fijó
con H2NO3 grado reactivo. Muestras de la segunda solución se obtuvieron de las aguas residuales de una
planta cromadora. Las muestras contenían 700 mg / L de cromo como Cr (VI) (ácido crómico), Fe total = 50 mg
/ L y SO4-2 = 400 mg / l, a pH 3. Se realizaron pruebas por lotes para eliminar el cromo de la solución
sintética. Los experimentos por lotes se llevaron a cabo en vasos de precipitado de 200 ml.
Una cantidad específica de óxido de hierro (adsorbente) se añadió en 100 ml de solución acuosa de Cr (VI), y
después se agitó durante un período predeterminado a 25 ◦ C. Después, la solución resultante se filtró usando
un papel de filtro. El tiempo de prueba, la cantidad de adsorbente (óxidos de hierro) y la concentración de
cromo son las variables que se estudiaron en estos experimentos. La determinación de cromo en soluciones
antes y después de ensayos de adsorción se realizó mediante espectroscopía de absorción atómica (AAS,
Perkin Elmer 3100).

Resultados

El efecto del tiempo de contacto de Cr y su adsorción en óxido de hierro se investigó para estudiar la
velocidad de eliminación de Cr. La Figura 1 muestra el porcentaje de eliminación de Cr para una
concentración inicial de 5 mg/L de Cr a pH 3, usando 1 g de residuo.

Figura 1. Efecto del tiempo de contacto sobre la adsorción de Cr (VI) a partir de la solución sintética usando
1 g de óxido de hierro; temperatura, 25 ◦ C y pH, 3.

3
Es evidente a partir de la Figura 1 que el tiempo es un parámetro importante para la adsorción de Cr en óxido
de hierro, ya que el aumento del porcentaje de remoción es de 0 % a 45 % durante los primeros 5 min de
tiempo de contacto, para obtener una concentración final de Cr de 2,5 mg/L. La velocidad de eliminación de
Cr usando óxido de hierro se incrementó rápidamente hasta 5 min. Un aumento adicional en el tiempo de
contacto tiene un efecto insignificante en la velocidad de adsorción de Cr. La naturaleza del adsorbente y los
sitios de adsorción disponibles afecta a la velocidad de adsorción de Cr. La rápida adsorción de cromo por
óxidos de hierro se puede atribuir a la adsorción superficial externa; es fácil el acceso de cromo a los sitios
activos de adsorción, lo que resulta en una rápida adsorción y saturación de los mismos.
En el estudio sobre el efecto de la cantidad de los óxidos de hierro en la eliminación de Cr (VI) es importante
conseguir el equilibrio entre la capacidad adsorbente y el porcentaje de eliminación de Cr (VI), resultando en
una cantidad de óxidos de hierro óptimo. La influencia de la cantidad de los óxidos de hierro , variaron entre
0.25 a 2 g en la adsorción de Cr (VI ) en solución sintética y de 1 a 12 g en solución de aguas residuales, esto
se muestra en la Figura 2 y 3, respectivamente.
El tiempo de tratamiento para cada prueba se fijó en 15 min para asegurar la estabilidad de este factor, y a
temperatura ambiente (25 °C). La cantidad de adsorción de Cr (VI) indicará la cantidad óptima de adsorbente
utilizado porque tanto el porcentaje de eliminación y la cantidad de Cr (VI) adsorbidos muestran una
tendencia creciente. El porcentaje de eliminación de Cr (VI) en soluciones sintéticas aumenta a partir de 21.5
% a 45 % con un aumento en la cantidad de óxidos de hierro de 0.25 a 2 g, respectivamente. Sin embargo, la
capacidad de adsorción disminuye de 11.5 hasta 1.2 mg Cr/g residuo, al aumentar la cantidad de adsorbente
0.25 a 2 g. Esto demuestra que los sitios superficiales de adsorción son ocupados rápidamente.

Figura 2. Efecto de la cantidad de óxido de hierro sobre la adsorción de Cr (VI) a partir de la solución
sintética con una concentración inicial de Cr (VI), de 5 mg / L; temperatura, 25 º C, y el pH inicial, 3.

En el caso de las pruebas de adsorción empleando aguas residuales industriales del proceso de cromado de
acero con una solución inicial de Cr (VI) de concentración, 700 mg/ L, los resultados se observan en la Figura
3. Como se puede ver, el comportamiento es muy similar al de las soluciones sintéticas, aun considerando que
para estas pruebas se empleó desde 0.5 hasta 12 g de óxidos. La figura muestra que el porcentaje de
eliminación de Cr (VI) aumenta hasta 30 % conforme se incrementa la cantidad del material desde 0.5 a 4 g.
Posteriomente la adición de más material no logra incrementar la remoción del cromo. Por eso, la capacidad
de adsorción disminuye constantemente. Considerando solo la parte de la curva entre 1 y 4 g de material
(donde aumenta el porcentaje de remoción), la capacidad de adsorción disminuye de 180 a 60 mg/g,
mostrando que, al igual que en soluciones sintéticas, existe una posible saturación de los sitios de adsorción,
dada por otros componentes de la solución, como se menciona más adelante.

4
35 210

30 180

% %
25 150

adsorbido,

qe, mg/g
20 120

Cr adsorbed,
15 90

Cromo
10 60

5 30

0 0
0 5 10 15
OxidoIron
de oxide,
hierro,g g
Figura 3. Efecto de la cantidad de óxido de hierro sobre la adsorción de Cr (VI) de aguas residuales
industriales del proceso de cromado de acero con una solución inicial de Cr (VI) de concentración, 700 mg/ L;
temperatura, 25 º C, y el pH inicial, 3.

Con el fin de tratar de entender el fenómeno de adsorción que se produce entre el cromo en solución y los
óxidos de hierro, se analizaron diferentes modelos de isotermas de adsorción. Se utilizaron ecuaciones de
isotermas de adsorción de Langmuir y Freundlich para interpretar la naturaleza de la adsorción de cromo en la
muestra de subproductos de óxidos de hierro.
La isoterma de adsorción de Langmuir describe cuantitativamente la formación de una monocapa de
adsorbato sobre la superficie externa del adsorbente, y después de que no se lleva a cabo más adsorción. De
este modo, la isoterma de Langmuir representa la distribución de equilibrio de los iones de metal entre las
fases sólida y líquida. La isoterma de Langmuir es válida para la monocapa de adsorción sobre una superficie
que contiene un número finito de sitios idénticos. El modelo asume energías uniformes de adsorción sobre la
superficie y sin la transmigración de adsorbato en el plano de la superficie. En base a estos supuestos, la
isoterma de Langmuir es representada por la siguiente ecuación:
Q0 K L Ce
qe  Ecuación (1)
1  K L Ce
Los parámetros de adsorción de Langmuir se pueden determinar mediante la transformación de la ecuación de
Langmuir en forma lineal.
1 1 1
  Ecuación (2)
qe Q0 Q0 K L Ce

Donde:
Ce = la concentración de equilibrio del adsorbato (mg / L)
qe = la cantidad de metal adsorbido por gramo de adsorbente en equilibrio (mg / g).
Q0= Capacidad máxima cobertura monocapa (mg / g)
KL = constante de Langmuir isoterma (L / mg).

Un parámetro importante en el modelo de Langmuir es la constante adimensional conocida como factor de


separación (RL) definido por Webber y Chakkravorti (1974). El valor RL indica la naturaleza de adsorción; la
isoterma de Langmuir es desfavorable si RL > 1, lineal si RL = 1, favorable si 0 < RL < 1 e irreversible si RL =
0. El factor de separación RL se obtiene mediante la siguiente ecuación:
1
RL  Ecuación (3)
1  1  K L C0 
Dónde:
5
C0 = concentración inicial
KL = constante relacionada con la energía de adsorción (Langmuir constante).

En el caso de la isoterma de adsorción de Freundlich, esta isoterma se utiliza comúnmente para describir las
características de adsorción de la superficie heterogénea. Estos datos a menudo se ajustan a la ecuación
empírica propuesto por Freundlich:
1
qe  K f Ce n Ecuación (4)
Donde:
Kf = Freundlich constante isoterma (mg / g).
n = intensidad de adsorción.
Ce = la concentración de equilibrio del adsorbato (mg / L).
La constante Kf es un indicador aproximado de la capacidad de adsorción, mientras que 1/n es una función de
la fuerza de adsorción en el proceso de adsorción. Si n = 1 entonces la partición entre las dos fases son
independientes de la concentración. Si el valor de 1/n es inferior a 1 indica una adsorción normal. Por otro
lado, cuando 1/n es mayor de 1, indica adsorción cooperativa.
A partir de las anteriores ecuaciones se obtuvieron los valores de los parámetros para la isoterma de
Langmuir. Para soluciones sintéticas, la capacidad máxima de saturación de monocapa (Q 0) del modelo de
isoterma de Langmuir se determinó que era 1,732 mg / g, K L = 0,01495 L / mg y RL (el factor de separación)
= 0.519, indicando que la adsorción de equilibrio es favorable. El valor R2 es de 0.956, demostrando que los
datos de adsorción se ajustan bien con el modelo de isoterma de Langmuir. En el caso de soluciones
industriales de aguas residuales de cromado, los valores de los parámetros de Langmuir obtenidos fueron Q 0 =
0.212 mg / g y KL = 1.2x10- 60 L / mg (R2 = 0,887) y RL = 1.51. Este último valor indica una adsorción
desfavorable o muy limitada. Posiblemente se debe a la alta concentración de iones sulfato y Fe en solución
de aguas residuales.
Para el modelo de Freundlich, los parámetros obtenidos fueron, n = 0,809 y 1/n = 1,2 para soluciones
sintéticas (R2 = 0,966), mientras que el valor de n = 0,044 y 1/n = 22,5 para la solución de cromado de aguas
residuales industriales (R2= 0,801). Los valores de R2 y 1/n obtenidos en la adsorción del cromo en la
solución sintética son indicativos de un proceso de adsorción cooperativa.
Las Figuras 4 y 5 muestran las curvas comparativas de los modelos de isotermas Langmuir y Freundich para
las soluciones sintéticas e industriales, respectivamente. En estas figuras se puede observar el ajuste de los
datos experimentales a cada uno de los modelos.

0.4 Freundlich

Langmuir
0.3
qe, mg/g

0.2

0.1

0
0 2 4 6 8 10
Ce, mg/L

Figura 4. Isoterma de equilibrio de datos experimentales y los datos de equilibrio calculados utilizando
diferentes modelos de isoterma para la adsorción de Cr (VI) en óxido de hierro, para solución sintética. Con
una concentración inicial de Cr (VI) de concentración, 5 mg / L; temperatura, 25 º C, y el pH inicial, 3.
6
20
18 Langmuir

16 Freundlich
14
12

qe, mg/g 10
8
6
4
2
0
460 470 480 490 500 510 520
Ce, mg/L

Figura 5. Isoterma de equilibrio de los datos experimentales y los datos de equilibrio calculados utilizando
diferentes modelos de isotermas de adsorción de Cr (VI) en óxido de hierro, solución de aguas residuales del
proceso de cromado con Cr (VI) la concentración inicial, 700 mg / L, la temperatura, 25 º C, y pH inicial, 3.

Una explicación de lo que sucede durante la remoción de cromo en óxidos de hierro es la siguiente: En
solución, el Cr (VI) se encuentra como CrO42-, HCrO4- o Cr2O72-, dependiendo tanto del pH del medio como
de la concentración total del Cr (VI). Para aguas residuales industriales, a pH > 1, se ha observado la
desprotonación del Cr (VI). Por encima de pH 7 sólo existen iones CrO 42- en solución en todo el intervalo de
concentración. A pH entre 1 y 6, el HCrO4- es predominante. Por otro lado, los sitios de adsorción de aniones
en el material de óxido de hierro son del tipo (-Fe-OH2+) y grupos hidroxilo (Fe-OH). La química de la
superficie de tales adsorbentes, en contacto con una solución acuosa se determina, en gran medida, por
desprotonación o una reacción de asociación del grupo hidroxilo, de acuerdo con las reacciones siguientes:

FeOH + H+ = FeOH2+ Ecuación (5)


FeOH + OH− = FeO− + H2O Ecuación (6)

La Ecuación (5) se ve favorecida a pH bajos, mientras que la Ecuación (6) se ve favorecida a pH alto. En
nuestro caso (pH = 3), el anión HCrO4- puede ser absorbido por la superficie cargada positivamente del óxido
de hierro debido a la reacción del producto de la ecuación (5), el FeOH 2+. Por lo tanto, las partículas de
magnetita - hematita - wustita pueden adsorber cualquiera de las especies cargadas negativamente o
positivamente por atracción electrostática dependiendo del pH de la solución.

Además, dado que el valor del punto isoeléctrico (PIE) del material fue 9.2, es conocido que en soluciones
con pH debajo del PIE, los sólidos (óxidos) se cargan positivamente, atrayendo entonces así a los aniones
como el HCrO4- . Sin embargo, como muestran los resultados, el adsorbente elimina hasta un 50 % y 35 % de
cromo en la solución de galvanoplastia sintética y solución de aguas residuales industriales de cromado,
respectivamente. De acuerdo con los resultados reportados por Gupta y Babu (2009) en sus investigaciones, el
porcentaje de eliminación de Cr (VI) se ve afectada de manera significativa por la presencia de Fe 2+ y SO4−2
en el efluente industrial. Estos autores observaron que a una concentración inicial de Fe 2+ (0 - 40mgL - 1), el
porcentaje de eliminación de iones de Cr (VI) se reduce de 96 % a 72,89 %. Tendencias similares se han
observado para los otros iones tales como SO4−2. Sus resultados muestran que la capacidad adsorbente para
eliminación Cr (VI) se reduce aproximadamente en un 50 % para efluentes de la industria cromadora. Estos
valores son muy similares al presente estudio. Entonces, el alto contenido de SO 4−2 en soluciones de cromado

7
disminuye la eliminación Cr (IV) debido a la adsorción de iones competitiva por la atracción electrostática
entre las especies cargadas negativamente en la superficie de óxidos de hierro cargados positivamente.

El resultado obtenido en este trabajo fue de un 30 % para la remoción de cromo en solución residual de
cromado, el cual represente un valor relativamente bajo. Sin embargo, considerando que el material es un
residuo de la industria metalúrgica, de bajo costo, y que es fácilmente atraído por un imán (es decir, que
puede ser manejado y recuperado por medios magnéticos), este material puede representar una oportunidad
para disminuir costos en los procesos convencionales de tratamiento de aguas residuales. En el caso del
cromo, los procesos convencionales más usados son los de reducción-precipitación, el cual emplea diversos
reactivos químicos tales como el bisulfito de sodio para reducir el Cr (VI) a Cr(III), y sosa y floc-coagulantes
para su precipitación. El uso de los residuos, en una etapa previa de adsorción, puede representar un ahorro
económico significativo en el consumo de dichos reactivos.

Conclusiones

Se estudió la remoción de Cr (VI) contenido en aguas residuales de una planta cromadora. Se encontró que
los residuos metalúrgicos compuestos principalmente de óxidos de hierro, son un adsorbente opcional para la
eliminación de Cr (VI). Se encontró que el aumento de una pequeña cantidad de adsorbente incrementa
inicialmente el porcentaje de eliminación de Cr (VI). Sin embargo el valor del porcentaje máximo obtenido es
de 30 % para la adsorción de Cr (VI); este valor máximo se debe a la presencia de otros iones, principalmente
los sulfatos, que compiten en la adsorción. Aún así, este porcentaje puede ser importante en el tratamiento de
aguas residuales industriales de cromado, ya que siendo los residuos un material de bajo costo y alta
disponibilidad, y de fácil recuperación por medios magnéticos (dada sus propiedades ferromagnéticas), puede
aportar ahorros significativos en el consumo de reactivos empleados en el proceso convencional de
precipitación-reducción de las plantas cromadoras.

Agradecimientos. – Los autores agradecen a la empresa Altos Hornos de México, S. A. B. de C. V. por el


apoyo para la realización de este trabajo.

Referencias Bibliográficas

Barrenechea, A. (2009), Capítulo 1. Aspectos fisicoquímicos de la calidad del agua, Tratamiento de agua para consumo
humano, 340pp.
Gutiérrez, E., Colín, A., García, M.M y Ayestarán, L.M., (2006), Aplicación del modelo de Thomas para la adsorción de
cadmio y plomo en columna empacada con carbón activado, XI Congreso Internacional y Nacional de Ciencias
Ambientales.
Mohan, D. and Pittman, C.U. (2007), Arsenic removal from water/ wastewater using adsorbents-A critical review, Journal
of Hazardous Materials, 142, 1-53.
Nriagu J.O. y Pacían J.M. (1998), Nature, 333, 134-139.
Gupta S., Babu B.V. (2009), Removal of toxic metal Cr (VI) from aqueous solutions using sawdust as adsorbent:
Equilibrium, kinetics and regeneration studies, Chem. Eng. J. 150, 352-365.
Soria, M.J., Carrillo, F.R. and Preciado, S. (2008), Treatment of BF and BOF dusts by oxidative leaching, Proceedings of
REWAS 2008, TMS, 586-596.

8
FLUORESCÊNCIA DA CLOROFILA a DE CULTURAS CULTIVADAS EM TANQUES
EVAPORÍMETROS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

CHLOROPHYLL A FLUORESCENCE CROP CULTIVATED IN TANKS


EVAPORIMETERS THE BRAZILIAN SEMIARID

Viviane Farias Silva 1


Aline Costa Ferreira 2*
Kalyne Sonale Arruda de Brito 1
José Geraldo de Vasconcelos Baracuhy 2

Abstract
The treatment of secondary water and its reuse in agriculture becomes an alternative to cope with the drought in
semi-arid regions. In this context, the research was conducted in the district of Ribeira / PB (Brazil) aiming to assess
the physiological aspects of cultures (elephant grass, Mucuna aterrima and passion fruit plant) grown in
evaporimeters tanks in semiarid . Were analyzed emission parameters of chlorophyll a fluorescence leaves pre-
adapted to the dark for 30 minutes using a portable fluorometer , determining the initial fluorescence (Fo), maximum
(Fm), variable (Fv) and relations Fv / Fm, Fv / Fo and Fo / Fm. The initial relative fluorescence species was
significant for passion fruit (399.2500) and Mucuna aterrima (387.6250) compared to elephant grass (261.4167).
The Mucuna aterrima had the highest mean fluorescence maximum (1829.1250) and variable (1441.5000) elephant
grass had the lowest average in Fm (1230.291) and Fv (954.7500). The ratio Fo / Fm varied from 0.2105 to 0.2388,
with a significant difference to the treatment without cover. It is found that even under conditions of high
evaporation cultures had good performance photosynthetic and has not found any stress on the plant.

KeyWords : photosystem, residual water, fodder, fruit trees, photosynthesis

1
Mestranda em Engenharia Agrícola com área de concentração em Irrigação e Drenagem pelo programa de pós graduação em
Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)/PB. .
2
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)/PB. Unidade Acadêmica de Agronomia; Unidade Acadêmica de Engenharia
Agrícola.
*Autor correspondente: Unidade Academica de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)/PB. Rua
Aprigio Veloso, 882- Bairro Universitário, Cidade Campina Grande, Paraíba, Cep 58429 900. Brasil. Email:
alinecfx@yahoo.com.br

1
Resumo
O tratamento de água secundária e seu reuso na agricultura torna-se uma alternativa para conviver com a seca nas
regiões semiáridas. Nesse contexto, a pesquisa foi realizada no Distrito de Ribeira/PB (Brasil) objetivando-se avaliar
os aspectos fisiológicos das culturas (capim elefante, mucuna-preta e maracujazeiro) cultivados em tanques
evaporímetros no semiárido. Foram analisados os parâmetros de emissão da fluorescência da clorofila a em folhas
pré-adaptadas ao escuro por 30 minutos, com uso de um fluorômetro portátil, determinando-se as fluorescências
inicial (Fo), máxima (Fm), variável (Fv) e as relações Fv/Fm, Fv/Fo e Fo/Fm. A fluorescência inicial em relação as
espécies foi significativo para o maracujazeiro(399.2500)e mucuna-preta(387.6250) em relação ao capim
elefante(261.4167). A mucuna preta teve a maior média para fluorescência máxima (1829.1250) e variável
(1441.5000), o capim elefante teve a menor média em Fm (1230.291) e Fv (954.7500). A razão Fo/Fm variou de
0.2105 a 0.2388, com diferença significativa para o tratamento sem cobertura. Verifica-se que mesmo sob condições
de alta evaporação as culturas tiveram bom desempenho fotossintético, não tendo constatado nenhum estresse na
planta.

Palavras chave: fotossistema, água residuária, forragens, frutíferas, fotossíntese

Introdução

O Nordeste abrange 18.27 % do território brasileiro, possuindo uma área de 1.561.177,8 km²; destes 962.857,3 km²
estão inseridos no denominado Polígono das Secas, delimitado em 1936 e revisado em 1951 dos quais 841.260.9 km²
abrangiam o Semiárido nordestino. Evidenciando que a área territorial do Semiárido, assim delimitada, era superior à
soma dos territórios da Alemanha, Itália, Cuba e Costa Rica (Araújo, 2011).

Com os maiores índices de evaporação do Brasil, a região semiárida do Nordeste, devido à grande incidência de
insolação, com índices aproximados de 2200 mm/ano (Rocha & Kurtz, 2001) têm dificuldades na disponibilidade de
água. Marengo (2008) menciona as graves repercussões ocasionadas pelo fenômeno da seca em regiões semiáridas
verificando que a água é um fator critico para as populações locais.

No intuito de reduzir o uso de água de qualidade, o tratamento de águas secundárias para diversos fins é uma
alternativa que vem sendo amplamente utilizada e pesquisada. Diversos países consideram o aproveitamento de
águas residuárias na agricultura, em particular as de origem urbana, como uma alternativa viável devido ao elevado
consumo dentro dessa atividade e em razão da sua escassez (Metcalf & Eddy, 1991). Segundo Van der Hoek et al.
(2002), as maiores vantagens do aproveitamento da água residuária são: conservação da água disponível, grande
disponibilidade, aporte e reciclagem de nutrientes (reduzindo a necessidade de fertilizantes químicos) contribuindo,
assim, para a preservação do meio ambiente.

O reuso de água na região semiárida do nordeste do Brasil, de acordo com Lima et al. (2005) pode ser uma fonte
alternativa de água, matéria orgânica e nutrientes, com possibilidade de assegurar e incrementar a produção agrícola
durante as estiagens prolongadas, contribuindo para a fixação do homem no campo. Este recurso proporciona água
disponível independente da época do ano, possuindo nutrientes que podem ser utilizados pelas plantas, contribuindo
para a fertilidade do solo, visto que a fertilização mineral é pouco usada devido o baixo poder aquisitivo dos
produtores da região, sendo a adubação orgânica uma alternativa economicamente viável para eles (Nobre et al.,
2010).

Para o tratamento de águas residuárias pode ser utilizado o reator tipo Uasb, lagoas de polimento no pós tratamento
de efluente anaeróbio para irrigação irrestrita como também tanques evaporímetros. Ferreira et al.(2014) afirma que
a utilização dos tanques evaporímetros no tratamento de águas cinzas provenientes de lavanderia é eficaz
minimizando os impactos ambientais no meio ambiente, além de reutilizar pneus usados para a implantação dos
tanques, reduzindo assim os custos.

2
A aplicação de águas residuárias em substituição a água limpa, em sistemas cultivados com gramíneas forrageiras
(Fonseca et al., 2007; McLaughlin et al., 2004) proporcionando benefícios econômicos, com aumento da qualidade e
rendimento da forragem, além de ser uma opção interessante do ponto de vista ambiental.

Avaliando o comportamento de quatro gramíneas forrageiras (Quicuio da Amazônia, Braquiária, Tifton 85 e


Coastcross) em rampas de tratamento com água residuária de suinocultura, Queiroz et al. (2004) verificaram que os
conteúdos de proteína bruta foram, em todos os capins, superiores quando receberam água residuária de suinocultura
em relação à água da rede de abastecimento.

Uma prática que pode viabilizar o uso de água de baixa qualidade e de solos salinos é a utilização de genótipos com
boa tolerância a esse fator abiótico (Oliveira, 2010). Sendo assim, o estudo de parâmetro fisiológico como a
fluorescência da clorofila a é importante no esclarecimento de efeitos das condições osmóticas e hídricas sobre a
eficiência fotossintética nos vegetais. A fluorescência da clorofila-a, sendo um método não destrutivo, é uma técnica
amplamente utilizada para avaliar a tolerância de diferentes espécies e genóti-pos aos mais diversos tipos de
estresses, bem como a influência destes nos processos fotossintéticos (Naumann et al. 2008).Nesse contexto,
objetivou-se avaliar com a pesquisa os aspectos fisiológicos das forragens ( mucuna-preta e capim elefante roxo) e da
frutifera ( maracujazeiro) cultivados em tanques evaporímetros no semiárido.

Material e Métodos

A pesquisa foi desenvolvida no Distrito de Ribeira, município de Cabaceiras-PB, possuindo coordenadas geográficas
( 7° 29’ 21” Sul, 36° 17’ 18” Oeste e altitude 382 m acima do mar), com uma população de 2.500 habitantes, pois o
mesmo localiza-se numa das mais secas regiões do Brasil, no semiárido do cariri paraibano. Distante 183,8 km de
João Pessoa, capital do Estado da Paraíba e 78 km de Campina Grande, esta inserido na unidade geoambiental do
Planalto da Borborema, formada por maciços e outeiros altos, com altitude variando entre 650 a 1.000 metros.

Os tanques evaporímetros consistem em um sistema de contenção de solo água, a partir da impermeabilização de


uma área de aproximadamente 6 m2 através do uso lonas plásticas em conjunto com a utilização de pneus velhos
(FERREIRA et al, 2014). Os tanques evaporímetros foram construídos a partir da adaptação desenvolvida por
Gabialti (2009) que utilizou a metodologia de “Tratamento domiciliar de águas negras através de tanque de
evapotranspiração” a qual foi executada utilizando cimento para impermeabilização das unidades e o plantio de
bananeira e taioba, enquanto que Ferreira et al, (2014) modificou a metodología modificando a impermeabilização de
cada unidade (tanque) que foi feita com lona plástica de 200 micras para o tratamento da água cinza utilizadas nesse
experimento para cultivo de capim elefante, mucuna-preta e maracujazeiro.

No tratamento de água cinzas proveniente de lavandería pública foram utilizados tanques evaporímetros e
implantados no sistema as seguintes culturas: o capim elefante (Pennisetum purpureum) e a mucuna-preta (Mucuna
pruriens (L.)) com destinação à alimentação animal e o maracujá (Passiflora sp). uma frutífera para consumo
humano.

Aos 83 dias após plantio (DAP) foram analisados os parâmetros de emissão da fluorescência da clorofila a em folhas
pré-adaptadas ao escuro por 30 minutos, com uso de um fluorômetro portátil (PEA – Plant Efficiency Analyser, da
Hansatech instruments, Norfolk, UK) determinando-se os valores de fluorescências inicial (Fo), máxima (Fm),
variável (Fv), eficiência quântica do fotossistema II (Fv/Fm), obtendo-se ainda a partir desses dados, as relações
Fv/Fm, Fv/Fo e Fo/Fm (Zanandrea et al., 2006). Os parâmetros de fluorescência da clorofila a foram medidos entre 8
e 10 horas da manhã, em folhas completamente expandidas e expostas ao sol. O delineamento experimental foi
inteiramente casualizado com 4 (quatro) repetições e dois tratamentos( com e sem cobertura (lona)).A análise
estatística dos testes do experimento foi realizada utilizando o software SISVAR (Ferreira, 2003).

3
Resultados e Discussão

Conforme o resumo da análise de variância contido na Tabela 1, verificou-se diferença significativa (p<0,001) para a
fluorescência inicial (Fo), fluorescência máxima (Fm) e fluorescência variável (Fv) em relação as espécies estudadas.
A fluorescência inicial em relação às espécies foi significativo para o maracujazeiro (399.2500) e mucuna-preta
(387.6250) em relação ao capim elefante(261.4167). Nos tratamentos a Fo não foi significativa na relação dos
tratamentos com as espécies. Baker e Rosenqvst (2004) mencionam que o aumento em Fo revela destruição do
centro de reação do PSII (P680) ou diminuição na capacidade de transferência da energia de excitação da antena ao
PSII.

Tabela 1. Resumo da análise de variância para a fluorescência inicial (Fo), máxima (Fm) e variável (Fv), eficiência
quântica (Fv/Fm), relação (Fv/Fo), relação (Fo/Fm) para o capim elefante, mucuna - preta e maracujazeiro em
tanques evaporímetros com e sem cobertura.

QUADRADOS MÉDIOS1
FV GL Fo Fm Fv Fv/Fm Fv/Fo Fo/Fm
Trat. 1 3886.6806n 203841.1250* 256566.7222* 0.0143* 2.0660ns 0.0143*
Especie 2 s
140246.847 2321941.5556** 1486053.7222** 0.0037ns 1.0378ns 0.0036ns
T x ES 2 2**
6680.4306n 210090.1667** 145092.7222* 0.0021ns 1.1635ns 0.0021ns
ERRO 66 s
5379.4609 40597.9659 42147.4570 0.0030 0.6109 0.0030
CV (%) 20.99 12.77 16.72 7.03 34.86 24.27
MÉDIAS
(%)
Espécie (S) ----------------------------------- elétrons quantum----------------------
Capim elefante 261.4167b 1230.2917c 954.7500c ----------- 0.7810a 6.8976a 0.2189a
Mucuna-preta 387.6250a 1829.1250a 1441.5000a 0.7838a 3.8430a 0.2162a
Maracujazeiro 399.2500a 1675.6250b 1287.9167b 0.7611a 3.2907a 0.2388a
Tratamento ( T )
Com cobertura 342.0833a 1631.5556a 1287.7500a 0.7894a 6.0227a 0.2105b
Sem cobertura 356.7778a 1525.1389b 1168.3611b 0.7612b 3.3315a 0.2388a

ns = não significativo; *= significativo a 5% de probabilidade e ** = significativo a 1%, de probabilidade pelo teste de


Tukey1,FV = fonte de variação, T= tratamento, CV= coeficiente de variação e GL = grau de liberdade

Para a fluorescência máxima (Fm) e fluorescência variável (Fv) foi estatisticamente significativo a 5 % para o
tratamento e a 1 % quando relacionado com as espécies das culturas. A mucuna preta teve a maior média para
fluorescência máxima (1829.1250) e variável (1441.5000), o capim elefante teve a menor média em Fm (1230.291) e
Fv (954.7500). Os tanques com cobertura teve a maior média em Fm (1631.5556) e Fv (1287.7500), pois reduz a
evaporação da água para a atmosfera, disponibilizando água nas proximidades da raiz das plantas, tornando- se uma
alternativa de produção de forragens para os animais e de produção de frutas para comercialização.

Na eficiência quântica do fotossistema II (Fv/Fm), constatou-se diferença estatística na variável Tratamento


(p<0,001). Freire (2010) reporta que tal resultado evidência que a condição abiótica no qual as plantas estão
submetidas, como o estresse salino, hídrico, entre outros, pode promover danos no aparelho fotossintético das

4
plantas, assim comprometendo o PSII. As médias de Fv/Fm não diferiram estatisticamente entre as espécies de
plantas cultivadas variando de 0.7611 a 0.7810, em relação ao tratamento utilizado com cobertura (CC) e sem
cobertura(SC) com médias de 0.7894 e 0.7612, respectivamente. Estando os valores obtidos dentro das faixas
consideradas normais, que é acima de 0.75 para Fv/Fm (Zanandrea et al., 2006). Como também as culturas
analisadas estão com seu aparelho fotossintético intacto e não está submetida ao estresse, a razão Fv/Fm deve variar
entre 0.75 e 0.85 (Bolhàr-Nordenkampf et al., 1989), enquanto queda nesta razão reflete a presença de dano
fotoinibitório nos centros de reação do PSII (Björkman & Demming, 1987).

A razão Fo/Fm variou de 0.2105 a 0.2388, com diferença significativa para o tratamento sem cobertura. A relação de
Fv/Fo foram significativos para o tratamento CC (6.0227) e SC (3.3315). Para as espécies de culturas houve
variação de médias de 3,2907 a 6.8976 (Tabela 1). Dos valores obtidos apenas o tratamento com cobertura (6.0227)
está na faixa considerado normal que é entre 4.0 e 6.0 para Fv/Fo (Zanandrea et al., 2006). O estudo de variável
fisiológico como a fluorescência da clorofila a, é importante no esclarecimento de efeitos das condições osmóticas e
hídricas sobre a eficiência fotossintética nos vegetais (Suassuna et.al 2010). Verifica-se que mesmo sob condições de
alta evaporação as culturas tiveram bom desempenho fotossintético. O uso de tanques evaporímetros para o
tratamento de águas cinzas e cultivo de diversas culturas em regiões semiáridas é uma forma de conviver com a seca
de forma sustentável, agregando alimento ao animal e geração de renda as famílias. Pode ser utilizado em diversas
espécies de plantas como as hortaliças, já que a água tratada no interior do tanque evaporímetro não entra em contato
direto com a parte aérea da planta, reduzindo a possível contaminação dos alimentos.

Conclusão

A alta evaporação não influênciou na fluorescência do capim elefante, mucuna-preta e maracujazeiro estando todas
dentro da normalidade. A fluorescência inicial foi melhor para o maracujazeiro e a mucuna. A mucuna preta teve a
maior média para fluorescência máxima (1829.1250). O tanque com cobertura teve melhores resultados em relação a
fluorescência das culturas. O uso de tanques evaporímetros no cultivo proporcionou bom desenvolvimento das
culturas como também alternativa para conviver com a seca em regiões semiáridas. Pode ser utilizado em diversas
espécies de plantas como as hortaliças já que a água tratada no interior do tanque evaporímetro não entra em contato
direto com a parte aérea da planta, reduzindo a possível contaminação dos alimentos.

Referências Bibliográficas

Araújo, S. M. S. A região semiárida do nordeste do brasil: Questões Ambientais e Possibilidades de uso Sustentável dos Recursos.
Rios Eletrônica- Revista Científica da FASETE ano 5 n. 5 dezembro de 2011.
Baker, N. R.; Rosenqvst, E. Aplication of chlorophyll fluorescence can improve crop production strategies: an examination of
future possibilities. Journal of Experimental Botany,Oxford, v. 55, n. 403, p. 1607-1621, 2004.
Björkman, O.; Demming, B. Photon yield of O2 evolution and chlorophyll fluorescence characteristics at 77 k among vascular
plants of diverse origins. Planta, v.170, p.61-66, 1987.
Bolhàr-Nordenkampf, H.R.; Long, S.P., Baker, N.R., et al. Chlorophyll fluorescence as probe of the photosynthetic competence
of leaves in the field: a review of current instrument. Functional Ecology, v.3, p.497-514, 1989.
Ferreira, A. C; Silva, V. F; Oliveira, E. M; Baracuhy, J. G. V.; Furtado, D. A. Tanques evaporimetros para tratamento de água
cinza. Tecnologias adaptadas para o desenvolvimento sustentável do semiárido brasileiro / Organizadores, Dermeval
Araújo Furtado, José Geraldo de Vasconcelos Baracuhy, Paulo Roberto Megna Francisco, Silvana Fernandes Neto,
Verneck Abrantes de Sousa. ─ Campina Grande: EPGRAF, 2014. 2 v. p. 26-33
Ferreira, D.F. SISVAR 4.6 - Sistema de análises estatísticas. Lavras: UFLA, p. 32, 2003.
Fonseca, A. F.; Melfi, A. J.; Monteiro, F. A.; Montes, C. R.; Almeida, V. V.; Herpin, U. Treated sewage effluent as a source of
water and nitrogen for Tifton 85 bermudagrass. Agricultural Water Management, v.87, p.328-336, 2007.
Galbiati, A. F. Tratamento Domiciliar de Águas Negras através de Tanque de Evapotranspiração. 2009. 38f. Dissertação
(mestrado) - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Centro de Ciências Exatas e Tecnologia.

5
Lima, S. M. S.; Henrique, I. N.; Ceballos, B. S. O.; Sousa, J. T.; Araújo, H. W. C. Qualidade sanitária e produção de alface
irrigada com esgoto doméstico. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 9, p. 21-25,
2005.
Marengo, J. A. Água e mudanças climáticas. Estudos avançados, São Paulo, v.22, n. 63, p. 85 – 96, 2008.
Mclaughlin, M. R.; Farbrother, T. E.; Rowe, D. E. Nutrient uptake by warm-season perennial grasses in a swine effluent spray
field. Agronomy Journal, v.96, p.484-493, 2004.
Metcalf ; Eddy. Wastewater engineering: treatment, disposal and reuse. 3ed. New York: McGraw-Hill, 1334 p. 1991.
Naumann, J.C.; Young, D.R.; Anderson, J.E.2008 Leaf chlorophyll fluorescence, reflectance, and physiological response to fresh
water and salt water flooding in the evergreen shrub, Myrica cerifera Environment ExperimentalBotany. 63: 402-409.
Nobre, R. G.; Gheyi, H. R.; Soares, F. A. L.; Andrade, L. O. DE; Nascimento, E. C. S. Producao de girassol sob diferentes
laminas com efluentes domesticos e adubação organica. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.14,
n.07, p.747-754,2010.
Oliveira, A.C.M.; Suassuna, J.F.; Fernandes, P.D.; Nascimento, R.; Brito, K.S.A.; Soares Filho, W.S. Estudo do teor relativo de
clorofila em porta-enxertos de citros em tubetes, sob níveis de estresse salino. 2010. Disponível
em:<http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/37085/1/id27290pdf2752.pdf> Acesso em: 20 de agos. 2013.
Queiroz, F. M.; Matos, A. T.; Pereira, O. G.; Oliveira, R. A.; Lemos, A. F. Características químicas do solo e absorção de
nutrientes por gramíneas em rampas de tratamento de águas residuárias da suinocultura. Engenharia na Agricultura,
v.12, p.77-90, 2004.
Rocha, J. S. M; Kurtz, S. J. M. Manejo integrado de bacias hidrográficas. 4ª Edição. Santa Maria: UFSM, 2001. 302p.
Suassuna, J. F.; Melo, A.S.; Sousa, M.S.S., Costa F.S., Fernandes, P. D.; Pereira, V.M.; Brito, M. E. B. Desenvolvimento e
eficiência fotoquímica em mudas de Híbrido de maracujazeiro sob lâminas de água. Biosci. J., Uberlândia, v. 26, n. 4, p.
566-571, 2010.
Van der Hoek, W.; Hassan, U.M.; Ensink, J.H.J.; Feenstra, S.; Raschid-Sally, L.; Munir, S.; Aslam, R.; Alim, N.; Hussain, R.;
Matsuno, Y. Urban wastewater: a valuable resource for agriculture. A case study from Horoonabad, Pakistan. Colombo,
Sri Lanka: International Water Management Institute, 2002. 29 p. (Research Report, 63).
Zanandrea, L., NASSI, F. L., Turchetto, A. C., Braga, E. J. B.,Peters, J. A., Bacarin, M. A. Efeito da salinidade sob parâmetros de
fluorescência em Phaseolus vulgaris, Revista Brasileira de Agrociência, Pelotas, v. 12, n. 2, p. 157-161, 2006.

6
CULTIVO DE MARACUJÁ COM ÁGUA CINZA TRATADA PELAS UNIDADES DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA CONTROLADA

GROWING PASSION FRUIT WITH GREY WATER TREATED BY UNITS PRODUCTION


AGRICULTURAL CONTROLLED

Viviane Farias Silva 1


Aline Costa Ferreira 2
José Geraldo de Vasconcelos Baracuhy 2*
Kalyne Sonale Arruda de Brito 1

Abstract
The reuse of wastewater in agriculture becomes a viable alternative for the production of crops softening
coexistence in semiarid in espocas of prolonged droughts . In this context , the research was conducted in the district
of Ribeira / PB ( Brazil ) aiming to analyze the development of passion fruit with wastewater ( gray) treated in
controlled agricultural production units consisting of used tires . The evaluation was performed at 23 days after
planting the crops ( DAP ) and 43 , 63 and 83 DAP for the analysis of non- destructive growth in the following
variables : stem diameter and number of leaves . The stem diameter remained constant at approximately 8 mm and
the number of leaves there was an increase to 37 leaves, but decreased from 50 DAS. For the treatment without
cover at 83 DAS diameter increased by 9 mm and the number of leaves remained on growth averaging 40 leaves per
plant. The passionfruit had a good development especially in treatment coverage, resulting in the evaporation rate
units be practically nil. The agricultural production units in addition to treating gray water also enables the
production of various crops such as fruit and fodder, providing income to the community and better living conditions
.

KeyWords : semiarid, fruit, wastewater

Resumo

1
Mestranda em Engenharia Agricola com área de concentração em Irrigação e Drenagem pelo programa de pós graduação em
Engenharia Agricola da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)/PB. .
2
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)/PB. Unidade Academica de Engenharia Agrícola.
*Autor correspondente: Unidade Academica de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)/PB. Rua
Aprigio Veloso, 882- Bairro Universitário, Cidade Campina Grande, Paraíba, Cep 58429 900. Brasil. Email:
geraldobaracuhy@yahoo.com.br

1
A reutilização de água residuária na agricultura torna-se uma alternativa viável para a produção de culturas
amenizando a convivência no semiárido em espocas de estiagens prolongadas. Nesse contexto, a pesquisa foi
realizada no Distrito de Ribeira/PB(Brasil) objetivando-se analisar o desenvolvimento do maracujazeiro com água
residuária(cinza) tratada em unidades de produção agrícolas controlados constituídos de pneus usados. A avaliação
foi realizada aos 23 dias após o plantio das culturas (DAP) e aos 43, 63 e 83 DAP, para a análise de crescimento não
destrutivo nas seguintes variáveis: diâmetro caulinar e o número de folhas. O diâmetro caulinar manteve-se constante
no valor aproximado de 8 mm e para o número de folhas houve um crescimento chegando a 37 folhas, porém
decresceu a partir dos 50 DAS. Para o tratamento sem cobertura aos 83 DAS o diâmetro teve um aumento de 9 mm
e o numero de folhas manteve –se em crescimento com média de 40 folhas por planta. O maracujazeiro teve um
bom desenvolvimento principalmente no tratamento com cobertura, decorrente a taxa de evaporação nas unidades ser
praticamente nula. As unidades de produção agrícola além de tratar a água cinza também possibilita a produção de
diversas culturas, como frutíferas e forragens, proporcionando renda a comunidade e melhores condições de vida.

Palavras chave: semiárido, frutíferas, água residuária

Introdução

A região semiárida do Nordeste possui os maiores índices de evaporação do Brasil, devido à grande incidência de
insolação, com índices aproximados de 2200 mm/ano (Rocha & Kurtz, 2001), em época de estiagem a
disponibilidade e qualidade de água são reduzidas. Marengo (2008) menciona as graves repercussões ocasionadas
pelo fenômeno da seca em regiões semiáridas verificando que a água é um fator critico para as populações locais.

Segundo Lima et al. (2005) o reuso de água na região semiárida do nordeste do Brasil, pode ser uma fonte
alternativa de água, matéria orgânica e nutrientes, com possibilidade de assegurar e incrementar a produção agrícola
durante as estiagens prolongadas, contribuindo para a fixação do homem no campo. Este recurso proporciona água
disponível independente da época do ano, possuindo nutrientes que podem ser utilizados pelas plantas, contribuindo
para a fertilidade do solo, visto que a fertilização mineral é pouco usada devido o baixo poder aquisitivo dos
produtores da região, sendo a adubação orgânica uma alternativa economicamente viável para eles (Nobre et al.,
2010).

O reuso de água é uma alternativa para a irrigação em locais com restrição de água como também uma forma de
utilizar a água secundária minimizando os impactos ambientais e os custos. As maiores vantagens do aproveitamento
da água residuária são: conservação da água disponível, grande disponibilidade, aporte e reciclagem de nutrientes
(reduzindo a necessidade de fertilizantes químicos) contribuindo, assim, para a preservação do meio ambiente (Van
der Hoek et al. 2002).

O tratamento das águas residuárias pode ser realizado através de reatores como o de fluxo ascendente, lagoas de
polimento no pós tratamento de efluente anaeróbio para irrigação irrestrita como também tanques evaporímetros.
Ferreira et al.(2014) afirma que a utilização dos tanques evaporímetros constituído de pneus, no tratamento de águas
cinzas provenientes de lavanderia é eficaz minimizando os impactos ambientais no meio ambiente, além de
reutilizar pneus usados para a implantação dos tanques, reduzindo assim os custos.

A substituição da água limpa pelas águas residuárias em sistemas cultivados com gramíneas forrageiras (Fonseca et
al., 2007; McLaughlin et al., 2004) proporciona benefícios econômicos, com aumento da qualidade e rendimento da
forragem, além de ser uma opção interessante do ponto de vista ambiental. Nesse contexto, a pesquisa foi realizada
objetivando-se analisar o desenvolvimento do maracujazeiro com água residuária tratada em unidades de produção
agrícolas controlados constituídos de pneus usados.

2
Material e Métodos

A pesquisa foi desenvolvida no Distrito de Ribeira, município de Cabaceiras-PB, possuindo coordenadas geográficas
( 7° 29’ 21” Sul, 36° 17’ 18” Oeste e altitude 382 m acima do mar), com uma população de 2.500 habitantes, pois o
mesmo localiza-se numa das mais secas regiões do Brasil, no semiárido do cariri paraibano. Distante 183,8 km de
João Pessoa, capital do Estado da Paraíba e 78 km de Campina Grande, esta inserido na unidade geoambiental do
Planalto da Borborema, formada por maciços e outeiros altos, com altitude variando entre 650 a 1.000 metros.

As unidades de produção agrícola controlada (UPACs) consistem em um sistema de contenção de solo água, a partir
da impermeabilização de uma área de aproximadamente 6 m2 através do uso lonas plásticas em conjunto com a
utilização de pneus velhos (Ferreira et al, 2014). As UPAC’s foram construídas a partir da adaptação desenvolvida
por Gabialti (2009) na Figura 1, que utilizou a metodologia de “Tratamento domiciliar de águas negras através de
tanque de evapotranspiração” a qual foi executada utilizando cimento para impermeabilização das unidades e o
plantio de bananeira e taioba, enquanto que Ferreira et al, (2014) seguindo o mesmo procedimento modificando
apenas a impermeabilização de cada unidade que foi feita com lona plástica de 200 micras para o tratamento da água
cinza utilizadas neste experimento.

De acordo com Ferreira et al, (2014), para o preenchimento do tanque foram utilizados 336 litros de areia (0,33m3 de
areia), 480 litros de brita nº1 (0,48 m3 de brita nº1) e 536 litros de brita nº 5 (0,53 m3 de brita nº5). As camadas foram
construídas e distribuídas da seguinte forma (Figura 1): Camada 1: foi preenchida com uma camada de 35 cm de
brita nº 5; Camada 2: foi preenchida com uma camada de 25 cm de brita nº 1; Camada 3: foi preenchida com uma
camada de 20 cm de areia; Camada 4: foi preenchida com uma camada de 20 cm de solo retirado da própria
escavação.

Solo (20 cm)

Areia (20 cm)

Brita nº 1 (25 cm)

Brita nº 5 (35 cm)

Figura 1. Corte frontal do sistema de tratamento de esgoto


Fonte: GABIALTI, 2009

A água cinza proveniente da lavanderia comunitária do Distrito de Ribeira/PB utilizada pela comunidade, como no
local não existe coleta de esgoto o efluente gerado pela lavanderia era lançado diretamente no meio ambiente sem
nenhum tratamento prévio, como solução do problema os autores implantaram uma unidade de produção agrícola
controlada que em seu interior possui pneus velhos auxiliando no tratamento anaeróbio, melhorando a qualidade da
água reduzindo os impactos ambientais(Ferreira et al. 2014). Após a implantação do sistema de tratamento de agua
(UPAC’s) foram inseridas o maracujazeiro(Passiflora sp) para fins de alimentação da comunidade e
desenvolvimento econômico da região.

3
A irrigação foi feita sub-superficial por capilaridade, deixando as unidades com 50 cm de coluna de água, foram
monitoradas diariamente com o intuito de controlar a umidade do solo através da capacidade de campo para o melhor
desenvolvimento da cultura. As mudas de maracujazeiro foram obtidas do horto da prefeitura de Campina
Grande/PB. Tomando-se como base as recomendações feitas para as condições brasileiras por Teixeira (1995),
segundo afirma que o transplantio deve ser realizado com mudas apresentando, entre 15 e 30 cm de altura.

A avaliação foi realizada aos 23 dias após o plantio das culturas (DAP) e aos 43, 63 e 83 DAP, para a análise de
crescimento não destrutivo nas seguintes variáveis:
a) diâmetro caulinar (mm) – o diâmetro do caule da planta foi determinado no nível do solo, utilizando-se um
paquímetro metálico, com precisão de 0,05 mm;
b) número de folhas– contadas todas as folhas da planta com comprimento a partir de 1 cm.
A análise estatística dos testes do experimento foi realizada utilizando o software SISVAR (Ferreira, 2003). O
delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 4 (quatro) repetições e unidades com e sem cobertura
(lona).

Resultados e Discussão

Para Benincasa (1988), a análise de crescimento baseia-se, fundamentalmente, no fato de que 90% da matéria seca
acumulada pelas plantas, ao longo de seu crescimento, resultam da atividade fotossintética e o restante, da absorção
de nutrientes minerais. O crescimento de uma planta pode ser estudado por meio de medidas lineares, como: altura
da planta, comprimento, largura das folhas e diâmetro do caule etc.

No tratamento de águas secundárias com reuso de pneus para o cultivo de maracujá é uma forma de trazer a
aplicação de tecnologia sustentável para suprir a necessidade da comunidade preservando o meio ambiente. Na
Figura 2 averigua-se os resultados obtidos da variável diâmetro caulinar irrigada com água cinza tratada nas UPACs.

y = 0,0661x2 + 0,3933x + 29,281 R2 = 0,8984

-0,0067x) R2 = 0,993
y = 1014,29(1-e
Diâmetro caulinar, mm

12
10
8
6
4
2
0
0 16,6 33,2 49,8 66,4 83
Dias após a semeadura

Sem cobertura Com cobertura


Figura 2. Diâmetro caulinar aos 23, 43, 63 e 83 dias após o plantio do maracujá

Verifica-se que para o tratamento sem cobertura o diâmetro caulinar manteve-se constante no valor aproximado de 8
mm porém decresceu a partir dos 50 DAS o diâmetro teve um aumento de 9 mm em média. A água cinza tratada
pelas UPAC’s disponibiliza quantidade necessária de água e nutrientes para a planta. Na Figura 3 verifica-se a

4
quantidade em média de folhas produzidas pelos maracujazeiros cultivados em unidades de produção agrícola
controlada.

y = -0,0085x2 + 1,1699x + 0,0196 R2 = 0,9814

y = -0,0119x2 + 1,3586x - 0,3862 R2 = 0,9823

Número de folhasmm
50
40
30
20
10
0
0 16,6 33,2 49,8 66,4 83
Dias após a semeadura
Sem cobertura Com cobertura

Figura 3. Número de folhas aos 23, 43, 63 e 83 dias após o plantio do maracujá

Na Figura 3 percebe-se que no tratamento sem cobertura houve um crescimento de aproximadamente 37 folhas,
porém a partir dos 50 DAS percebe-se um declínio no número de folhas e aos 83 DAS têm em média 30
folhas/planta, enquanto que no tratamento com cobertura o número de folhas manteve - se em crescimento com
média de 40 folhas por planta aos 83 DAS.

Cavalcante (2005) trabalhando com maracujá irrigado com água salina afirma que o maior declínio do crescimento
ocorreu na avaliação do diâmetro caulinar do maracujazeiro-amarelo em consequência do acúmulo de sais no solo.
Dos 63 aos 83 DAS o tratamento sem cobertura inicia um declínio no diâmetro e no número de folhas (Figura 2 e
Figura 3) decorrente a evaporação e possivelmente acúmulo de sais. O tratamento com cobertura reduz a perda de
água do solo para a atmosfera, reduzindo o acumulo de sais no solo e o estresse na planta, aumentando assim o seu
desenvolvimento.

O diâmetro do caule é considerado por Schubert & Adams (1971) como a melhor variável isolada a ser utilizada para
a avaliação da qualidade de mudas. Entretanto, Carneiro (1983) comenta que esta variável associada à altura fornece
um forte parâmetro para uma melhor classificação das mudas em termos de qualidade.

A utilização de água residuária tratada de maneira sustentável em regiões semiáridas é uma alternativa para conviver
com a seca, além de renda e alimentação para a comunidade. O uso de UPAC’s reduz os impactos do lançamento de
água cinza no meio ambiente, preservando o solo e a água, como também é uma opção para cultivar não apenas o
maracujá, como hortaliças e outros tipos de frutíferas.

Conclusão

O maracujazeiro teve um bom desenvolvimento nos dois tratamentos, principalmente com cobertura, pois a
evaporação da unidade era nula. O tratamento de água cinza proporciona quantidade de água disponível e de
nutrientes no qual a planta necessita para produzir e se desenvolver. Aos 83 DAS o tratamento sem cobertura teve
melhores resultados com médias de aproximadamente 40 folhas/planta e diâmetro de 9 mm.

As unidades de produção agrícola além de tratar a água cinza também possibilita a produção de diversas culturas,
como frutíferas e forragens, proporcionando renda a comunidade e melhores condições de vida.

5
Referências Bibliográficas

Benincasa, M. M. P. Análise de crescimento de plantas (noções básicas). Jaboticabal: FUNEP, 2003, 41p.
Carneiro, J. G. A. Variações na metodologia de produção de mudas florestais que afetam os parâmetros morfofisiológicos que
indicam sua qualidade. Curitiba: FUPEF, 1983. 40p. (FUPEF. Série técnica, 12).
Cavalcante, L. F.; COSTA, J. R. M.; Oliveira, F. K. D.; Cavalcante, Í. H. L.; Araújo, F. A. R. Produção do maracujazeiro-amarelo
irrigado com água salina em covas protegidas lateralmente contra perdas hídricas. Irriga, Botucatu, v. 10, n. 3, p. 229-240,
2005
Ferreira, A. C; Silva, V. F; Oliveira, E. M; Baracuhy, J. G. V.; Furtado, D. A. Tanques evaporimetros para tratamento de água
cinza. Tecnologias adaptadas para o desenvolvimento sustentável do semiárido brasileiro / Organizadores, Dermeval
Araújo Furtado, José Geraldo de Vasconcelos Baracuhy, Paulo Roberto Megna Francisco, Silvana Fernandes Neto,
Verneck Abrantes de Sousa. ─ Campina Grande: EPGRAF, 2014. 2 v. p. 26-33
Ferreira, D.F. SISVAR 4.6 - Sistema de análises estatísticas. Lavras: UFLA, p. 32, 2003.
Fonseca, A. F.; Melfi, A. J.; Monteiro, F. A.; Montes, C. R.; Almeida, V. V.; Herpin, U. Treated sewage effluent as a source of
water and nitrogen for Tifton 85 bermudagrass. Agricultural Water Management, v.87, p.328-336, 2007.
Galbiati, A. F. Tratamento Domiciliar de Águas Negras através de Tanque de Evapotranspiração. 2009. 38f. Dissertação
(mestrado) - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Centro de Ciências Exatas e Tecnologia.
Lima, S. M. S.; Henrique, I. N.; Ceballos, B. S. O.; Sousa, J. T.; Araújo, H. W. C. Qualidade sanitária e produção de alface
irrigada com esgoto doméstico. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 9, p. 21-25,
2005.
Marengo, J. A. Água e mudanças climáticas. Estudos avançados, São Paulo, v.22, n. 63, p. 85 – 96, 2008.
Mclaughlin, M. R.; Farbrother, T. E.; Rowe, D. E. Nutrient uptake by warm-season perennial grasses in a swine effluent spray
field. Agronomy Journal, v.96, p.484-493, 2004.
Nobre, R. G.; Gheyi, H. R.; Soares, F. A. L.; Andrade, L. O. DE; Nascimento, E. C. S. Producao de girassol sob diferentes
laminas com efluentes domesticos e adubação organica. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.14,
n.07, p.747-754,2010.
Rocha, J. S. M; Kurtz, S. J. M. Manejo integrado de bacias hidrográficas. 4ª Edição. Santa Maria: UFSM, 2001. 302p.
Schubert, G. H.; Adams, R. S. Reforestation practices for conifers in California. Sacramento: California Department of
Conservation, Division of Forestry,1971. 359p. SIDRA/IBEGE. Disponível em: www.sidra.ibge.gov.br. Acesso em: 22 de
janeiro de 2011.
Texeira, C. G. Maracujá: cultura, matéria-prima, processamento e aspectos econômicos. 2. ed. Campinas, ITAL/ICEA, 1995. p.
01-142 (Série Frutas Tropicais, 9).
Van der Hoek, W.; Hassan, U.M.; Ensink, J.H.J.; Feenstra, S.; Raschid-Sally, L.; Munir, S.; Aslam, R.; Alim, N.; Hussain, R.;
Matsuno, Y. Urban wastewater: a valuable resource for agriculture. A case study from Horoonabad, Pakistan. Colombo,
Sri Lanka: International Water Management Institute, 2002. 29 p. (Research Report, 63).

6
UTILIZACIÓN DE CENIZAS PARA MEJORAR PRODUCCIÓN DE BIOGÁS EN
LA DIGESTIÓN ANAEROBIA DE LODOS

UTILIZATION OF ASH FOR IMPROVING THE BIOGAS PRODUCTION IN THE


ANAEROBIC DIGESTION OF SLUDGE.

Lorna Guerrero 1*
Constanza Quiroga 1
Silvio Montalvo 2
César Huiliñir 2

Abstract
The use of trace amounts of iron, nickel, cobalt, molybdenum and other metals maximize
anaerobic biodegradability, although, the high cost limits their use. On the other hand, the
fly ash, a residue from thermoelectric power plants, contains the aforementioned elements,
which makes it interesting to study their application in anaerobic digestion. First, the
optimum concentration of ash is determined via an anaerobic biodegradability test, which
is applied to the purge of an activated sludge plant that treats effluents from a poultry
slaughterhouse. Subsequently, this concentration is applied to an anaerobic contact reactor
to determine the maximum organic loading rate (OLR) that the system tolerates. This is
then compared to the process without ash. The studied concentration range of ash was from
10 to 1000 mg/L, finding the optimum to be 100 mg/L, achieving a 78.9% of
biodegradability compared with 59.9% obtained in the sample without ash. The maximum
OLR at which the contact reactor was operable was 6 kg COD/m3/d, where a COD
reduction of 92.2% was obtained. Once the ash was added, the maximum OLR increased to
8 kg COD/m3/d as well as obtaining a COD reduction of 95.5%. Hence, applying of ash to
an anaerobic contact reactor allows for a higher OLR, which in turn requires a smaller
reactor to treat sludge from aerobic reactor purges. Additionally, there is a higher
degradation of organic matter and increase in the production of biogas.
KeyWords: Anaerobic Contact Reactor, Anaerobic Digestion, Biogas, Thermoelectric Fly Ash.

1
Departamento de Ingeniería Química y Ambiental, Universidad Técnica Federico Santa María.
2
Departamento de Ingeniería Química, Universidad de Santiago de Chile.
*Lorna Guerrero: Departamento de Ingeniería Química y Ambiental, Universidad Técnica Federico Santa María, Avenida España
1680,Valparaíso, Chile. Email: lorna.guerrero@usm.cl.

1
Resumen
Utilizar trazas de Hierro, Níquel, Cobalto, Molibdeno y otros metales maximiza la biodegradabilidad
anaerobia, aunque su alto costo limita su utilización. Por otro lado, las cenizas volantes de termoeléctricas,
que son residuos, contienen estos elementos, haciendo interesante investigar su aplicación en digestión
anaerobia. Primeramente se determinó la concentración óptima de cenizas mediante ensayos de
biodegradabilidad anaerobia, aplicado a la purga de una planta de lodos activados que trata efluentes de una
faenadora de aves. Posteriormente, esta concentración se utiliza en un reactor de contacto anaerobio
determinando la carga orgánica (VCO) máxima tolerada, comparándola con el proceso sin cenizas. El rango
de concentración de cenizas estudiado fue de 10 a 1000 mg/L, encontrando el óptimo en 100 mg/L, logrando
un 79.4% de biodegradabilidad, comparada con un 59.9% en la muestra sin cenizas. En el reactor de contacto,
la máxima VCO alcanzada fue 6 kg DQO/m3/d, obteniéndose un 92.2% de reducción de DQO. Una vez
adicionada las cenizas (100 mg/L), se logró aumentar la VCO máxima de operación hasta 8 kg DQO/m3/d,
como también la degradación de DQO hasta 95.5%. Por lo tanto, la aplicación de cenizas a un digestor
anaerobio permite operar a mayor VCO, y por ende, necesitar un menor tamaño de reactor para el tratamiento
de lodos de purga de reactores aerobios. Además, se obtiene mayor degradación de la materia orgánica
aumentando la producción de biogás.

Palabras clave: Biogás, Cenizas de Termoeléctricas, Digestión Anaerobia, Reactor de Contacto Anaerobio.

Introducción

Los lodos residuales provenientes de plantas biológicas que tratan aguas residuales agropecuarias son ricos en
materia orgánica y no contienen restos de arena o similares, por lo que son altamente biodegradables,
lográndose una revalorización al ser tratado por digestión anaerobia: obtención de biogás y de un mejorador
de suelos (lodo estabilizado). Por otro lado, se ha comprobado que el uso de compuestos metálicos como
Hierro, Níquel, Cobalto y Molibdeno mejoran la biodegradabilidad anaerobia y la producción de biogás
(Montalvo y Guerrero, 2003). Una fuente económica de estos elementos se presenta en diversos residuos
industriales como son las cenizas de termoeléctricas, lo que permite además su revaloración.

Por todo lo anterior, el objetivo principal de este trabajo es determinar la influencia de las cenizas volantes de
termoeléctricas en la digestión anaerobia de lodos. Los objetivos específicos son: i) Determinar la
concentración y tamaño de partícula óptimos de cenizas en un sistema de medición de biodegradabilidad
anaerobia; ii) operar un reactor de contacto con la concentración determinada, utilizando como sustrato lodos
de purga de un reactor aerobio que trata aguas residuales de una faenadora de aves.

Metodología

Determinación de la concentración y tamaño de partícula óptimos de cenizas


Se utilizó el sistema de biodegradabilidad anaerobia adaptado de las técnicas descritas por Field et al. (1988)
y Guerrero (1992) para determinar la concentración y tamaño óptimos de cenizas de termoeléctricas de un
sustrato proveniente de una planta de lodos activados que trata efluentes de una faenadora de aves. Se trabajó
con un rango de concentración de cenizas entre 10 y 1000 mg/L y con dos tamaños de partícula: 0.12 - 0.2 y
0.8 - 1.2 mm. En la Figura 1 se puede observar un esquema y fotografía del sistema implementado.

El sistema consta de una serie de reactores de 0.25 L volumen efectivo, mantenidos a 37°C. En cada uno de
éstos se introduce el inóculo (5 g SSV/L, proveniente de un reactor UASB que trata efluentes de la industria
tabacalera), el sustrato diluido hasta 5 gDQO/L (originalmente contiene entre 11 y 12 gDQO/L) y las cenizas
en diferentes concentraciones. En cuanto a éstas, en la Tabla 1 se señala su composición promedio.

2
Figura 1. Esquema y fotografía del sistema de biodegradabilidad anaerobia utilizado.

Tabla 1. Composición promedio de las cenizas de termoeléctricas utilizadas.


Elemento % p/p Elemento % p/p Elemento % p/p
Na 0.70 Cl 0.17 Cu <0.01
Ca 17.4 Fe 51.5 S 0.44
Si 8.50 Ti 0.55 Cl <0.01
Mn 2.90 Mg 2.50 Al 10.4
P 0.47 K <0.01

Operación de reactor de contacto


El reactor de contacto anaerobio (Armfield W8) se muestra en la Figura 2. Tiene 5 L de capacidad, es agitado
intermitentemente a 300 rpm y es mantenido a 37°C. Para su puesta en marcha se utiliza el mismo inóculo del
estudio de biodegradabilidad, y se opera en forma batch hasta lograr que el sustrato alcance un 85% de
degradación de la materia orgánica, medida como DQO. Una vez alcanzado este valor, se opera en forma
continua a VCO crecientes, a partir de 1 kg DQO/m3/d, hasta lograr la VCO máxima. En cuanto a determinar
cuándo se aumentaba este parámetro, se utilizó el criterio de esperar que la depuración fuera estable el
equivalente a 3 tiempos de retención hidráulico (TRH), al comienzo de la experiencia, y cuando la VCO fuera
mayor a 4 kg DQO/m3/d, dejar estabilizar durante 5 TRH.

Una vez obtenida la VCO máxima, se adiciona al reactor la concentración de cenizas obtenidas en el estudio
de biodegradabilidad, para poder comparar su comportamiento con y sin cenizas.

Figura 2. Esquema y fotografía del reactor de contacto anaerobio utilizado.

En cuanto al control del reactor, los parámetros medidos y su frecuencia, se muestran en la Tabla 2.

3
Tabla 2. Parámetros de control del reactor de contacto anaerobio y frecuencia de mediciones.
Puntos muestreo Parámetro Frecuencia Método Referencia
DQO 3 veces/semana Oxidación por dicromato APHA, 2005
Afluente, Efluente pH 3 veces/semana pHmetro
y Purga del SS 3 veces/semana Gravimetría APHA, 2005
Sedimentador α* 3 veces/semana Valoración Jenkins et al., 1983
IB* 3 veces/semana Valoración Jenkins et al., 1983
Biogás Metano Diaria Desplazamiento de vol. Guerrero, 1992
*Nota: α (Alcalinidad Parcial / Alcalinidad Total, AP/AT) e IB (Índice Buffer: AGV/AT) se le determinan sólo al efluente.

Resultados

Determinación de la concentración y tamaño de partícula óptimos de cenizas


En una primera etapa se determinó la biodegradabilidad máxima utilizando tres concentraciones de cenizas:
10, 50 y 100 mg/L, con los dos tamaños de partícula antes indicados. Los resultados obtenidos son los
mostrados en la Tabla 3. En ella se puede observar que no hay una clara influencia del tamaño de partícula en
la biodegradabilidad anaerobia de lodos de purga.

La concentración de cenizas óptima obtenida en el rango estudiado es de 100 mg/L, valor al cual se obtiene
un 79% de biodegradabilidad anaerobia promedio entre los dos tamaños de partícula. Lo anterior hace
necesario comprobar si a mayor concentración se puede aumentar a la vez la biodegradabilidad. Por lo tanto,
se estudia la degradación de DQO de lodos de purga con concentraciones de cenizas entre 100 y 1000 mg/L,
con tamaño de partícula 0.8 - 1.2 mm, ya que es más fácil operar con ésta, debido a que la más pequeña es
demasiado liviana y cuesta trabajo conseguir su mezclamiento con el sustrato.

Tabla 3. Biodegradabilidad máxima de los lodos de purga de un sistema aerobio, utilizando concentraciones
de cenizas entre 10 y 100 mg/L.
Concentración de cenizas Tamaño de partícula Biodegradabilidad máxima Tiempo*
(mg/L) (mm) (%) (días)
0.12 – 0.2 58.7 14
0
0.80 – 1.2 59.9 14
0.12 – 0.2 59.2 14
10
0.80 – 1.2 59.2 14
0.12 – 0.2 59.0 14
50
0.80 – 1.2 58.3 14
0.12 – 0.2 79.1 14
100
0.80 – 1.2 78.9 12
*Nota: se refiere al tiempo que demora en obtener la biodegradabilidad máxima.

Los resultados obtenidos en cuanto a la producción de metano y biodegradabilidades se muestran en las


Figuras 3 y 4, respectivamente.

4
300
Producción de metano (mL)
250

200

150

100

50

0
1 5 9 13 17 21
Tiempo (días)

100 [mg/L] 500 [mg/L] 1000 [mg/L] Sin ceniza

Figura 3. Producción de metano obtenida en el estudio de biodegradabilidad anaerobia a concentraciones de


cenizas entre 100 y 1000 mg/L.

90%
79,40% 78,90%
80%
Biodegradabilidad

70%
58,30% 59,9% 58,30% 59,20%
60% 50,20%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
100 500 1000 Sin 100 50 10
[mg/L] [mg/L] [mg/L] ceniza [mg/L] [mg/L] [mg/L]
Concentración de cenizas
Figura 4. Biodegradabilidad anaerobia máxima obtenida a concentraciones de cenizas volantes de
termoeléctrica entre 10 y 1000 mg/L.

Como se puede observar en la Figura 4, nuevamente con una concentración de 100 mg/L se obtiene la
máxima biodegradabilidad anaerobia (79.4%), a los 13 días de operación. Por otro lado, con concentraciones
de cenizas de 1000 mg/L se obtiene una biodegradabilidad menor que en el caso sin cenizas, lo que puede
deberse a que ciertos elementos metálicos superan la concentración inhibitoria para los microorganismos
anaerobios.

Operación de reactor de contacto


Tal como se indica en la Metodología, el reactor se operó en forma batch hasta lograr un 85% de degradación
de la DQO del lodo, lo que demoró 65 días (ver Figura 5). A partir del día 40 de operación, los demás
parámetros de control del proceso se mantuvieron estables y en el rango esperado. El valor del pH, por
ejemplo, se mantuvo en el rango 7.1 – 7.8 y la producción de biogás en 0.28 L CH4/kg DQO eliminada.

Los valores arrojados por las mediciones del índice alfa (α) se mantuvieron sobre 0.5, valor recomendado para
el arranque del reactor (Jenkins et al., 1983) que indica un alto porcentaje de alcalinidad bicarbonatada.
Además, al final de la etapa batch se obtienen valores mayores a 0.7, lo que implica el alcance de la
estabilidad. Por otro lado, el índice buffer (IB) realizado al inicio de la puesta en marcha del reactor presentó
valores sobre 0.4, indicando un alto contenido de ácidos grasos volátiles en el inóculo. Esto se debe
posiblemente a que hay un alto contenido de bacterias acidogénicas que proliferan por sobre las
metanogénicas al momento de poner en marcha el reactor, que después se estabilizan en el transcurso del
5
proceso, logrando estar dentro de un rango de 0.2 – 0.4 al final de él, lo que confirma que por lo menos un
60% de la alcalinidad del sistema se presenta en forma de alcalinidad bicarbonatada (Rozzi, 1986).

Figura 5. Producción de metano y variación de la concentración de materia orgánica, medida como DQO,
durante la puesta en marcha batch del reactor de contacto anaerobio.

Posteriormente, se alimentó en forma continua, con una VCO inicial de 1 kg DQO/m3/día. Cabe destacar que
a esta VCO, el lodo se diluía en un 50% para aclimatar los microorganismos anaerobios al sustrato
alimentado. Para las siguientes VCO estudiadas, se alimentó sin diluir.

Los valores de la degradación promedio de la DQO obtenidos a las distintas VCO se muestran en la Figura 6.
En ella se puede apreciar que desde un comienzo se obtuvieron valores sobre el 85% inicial. A VCO 9 kg
DQO/m3/d, el reactor se desestabilizó, mostrándose un claro decaimiento en la remoción (bajó hasta 12%).
Esto coincidió con una variación en las características del lodo de purga alimentado, ya que tenía menores
concentraciones de DQO y SSV. En el caso de la DQO, era de 6.2 mg/L, comparado con valores de 11 -12
mg/L de las muestras utilizadas a las VCO menores. Los SSV disminuyeron de 12.5 mg/L a 6.8 mg/L. Esto se
debió a que el proceso de lodos activados del cual se obtenía el sustrato (lodo de purga) sufrió fenómenos de
bulking (lodo flotante) y presencia de microorganismos filamentosos. Por otro lado, los valores de los
parámetros α e IB se mantuvieron dentro de un rango fuera del óptimo (0.4 – 0.45 y 0.6 – 0.68,
respectivamente).

VCO (kgDQO/m3/d)
1 4 9 5 6
100
Reducción de DQO (%)

80

60

40

20

0
0 50 100 150 200 250
Tiempo de operación (días)

6
Figura 6. Remoción de DQO obtenida en el reactor de contacto a las diferentes VCO estudiadas.
Dada la desestabilización del reactor a VCO 9 kg DQO/m3/d, se bajó ésta a 5 kg DQO/m3/d. En corto tiempo
se logró la recuperación del equipo, subiéndose nuevamente la VCO a 6 kg DQO/m3/d, valor máximo al cual
se logró operar el reactor en forma estable, con una degradación promedio de DQO de 92.2%. Para estas
últimas VCO, el sustrato continuaba presentando las bajas concentraciones de DQO y SSV antes
mencionadas, por lo que cabe concluir que este es el valor máximo con el que podría operar un reactor de
contacto a nivel industrial, porque los resultados obtenidos son independientes de las características del lodo
de purga utilizado como sustrato, las que suelen ser muy variables en plantas de lodos activados que tratan
aguas residuales industriales.

Los resultados logrados en este estudio son levemente más bajos que los obtenidos por Castro et al. (1999),
los cuales reportan un 98% de remoción de DQO. En sus conclusiones hacen hincapié en la importancia de la
construcción y tamaño adecuados del sedimentador del equipo de contacto anaerobio, situación que pudo
haber influido en el presente estudio, ya que éste no tenía pendiente para una mejor decantación de los
microorganismos (era un estanque cilíndrico sin cono inferior).

Posterior a esta etapa de operación del reactor, y a la misma VCO máxima obtenida (6 kg DQO/m3/d), se
alimentó el sustrato con las cenizas volantes de termoeléctrica, con la concentración obtenida en el estudio de
biodegradabilidad (100 mg/L). Tal como se observa en la Figura 7, se logró tanto aumentar la VCO máxima
de operación hasta 8 kg DQO/m3/d, como también la degradación de DQO hasta 95.5%. Nuevamente en este
tiempo de operación, se alimentó un sustrato más diluido que en un comienzo.

La desestabilización del reactor ocurrió a VCO de 10 kg DQO/m3/d, bajando la remoción de DQO hasta
valores cercanos al 20%. En este caso, hubo dos problemas de operación. El primero fue lograr que el reactor
funcionara como mezcla completa, dado el poco peso de las cenizas, lo que se logró parcialmente cambiando
la agitación intermitente por constante a 300 rpm. Con esta agitación, lo más probable es que los
microorganismos se transformaran de gránulos (inóculo provenía de UASB) a dispersos, lo que conlleva al
segundo problema presentado, que es la mala sedimentación de éstos. Esto último originó que la
concentración de lodos en la recirculación bajara (de 7.5 a 3.2 g SSV/L), causando finalmente el lavado del
reactor.
VCO [kg DQO/m3/d]

Tiempo de operación [días]


Figura 7. VCO aplicadas al reactor anaerobio y porcentaje de remoción de DQO obtenidos, operando con y
sin cenizas.

7
Conclusiones

Se comprobó que la adición de 100 mg/L de cenizas volantes de termoeléctricas (tamaño de partícula 0.8 - 1.2
mm), mejora la digestión anaerobia, lográndose una mayor degradación de materia orgánica y por ende, una
mayor producción de biogás.

Por otro lado, el tamaño de partícula que tengan las cenizas no influye en la biodegradabilidad anaerobia de
lodos de purga, en los rangos estudiados de 0.12 - 0.2 y 0.8 - 1.2 mm.

En un reactor de contacto anaerobio, la VCO máxima a la cual se puede operar aumenta en más de un 30%
(de 6 a 8 kg DQO/m3/d) al adicionarle cenizas volantes de termoeléctrica (100 mg/L), lo que conlleva al
requerimiento de menores tamaños de reactor, para un flujo dado.

A la vez, la reducción de materia orgánica mejora de 92.2% (a VCO 6 kg DQO/m3/d) a 95.5% (a VCO 8 kg
DQO/m3/d), aumentando también la producción de biogás.

Agradecimientos. – El presente estudio está siendo financiado por el Proyecto FONDECYT 1130315, del
Gobierno de Chile.

Referencias Bibliográficas

APHA (2005) Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 19th. Ed American Public Health
Organization, Washington, DC, USA.
Castro A, Pliego Y. and Durán C. (1997) Tratamiento anaerobio de lodos de purga de una planta de lodos activados.
Instituto Tecnológico de Orizaba, Departamento de Graduados e Investigación, Tecnología Ciencia Educación
(IMIQ), 12(1-2), 10-25.
Field J., Sierra R. and Lettinga G. (1988) Ensayos Anaerobios, en MemoriasTercer Seminario sobre Depuración
Anaeróbica de Aguas Residuales, Valladolid, España.
Guerrero, L. (1992). Tratamiento integral de las aguas residuales de la fabricación de harina de pescado, Tesis de
Doctorado, Universidad de Santiago de Compostela, Santiago de Compostela, España, 137 pp.
Jenkins S.R., Morgan, J.M., and Sawyer, C.L. (1983) Measuring anaerobic sludge digestion and growth by simple
alkalimetric titration. Journal of the Water Pollution Control Federation, 55(5), 448-453..
Montalvo S. y Guerrero L. (2003). Tratamiento Anaerobio de Residuos. Producción de Biogás, Ed. UTFSM, Valparaíso,
Chile, 423 pp.
Rozzi, A. (1986). Parámetros de operación y control de los procesos anaeróbicos, en Memorias Tercer Seminario sobre
Depuración Anaeróbica de Aguas Residuales, Valladolid, España.

8
MONITORAMENTO DE UM REATOR UASB COMPARTIMENTADO COM
VARIAÇÃO DE CARREGAMENTO VOLUMÉTRICO

COMPARTMENTED UASB REACTOR MONITORING WITH VOLUMETRIC LOADING


VARIATION

Bruno Q. Leal1*
Moacir F. Tetila1
Bruno C. M. Gonçalves1
Tsunao Matsumoto1

Abstract
In the present study was monitored the efficiency of Compartmented UASB Reactor (CUR), treating domestic sewage
in the city of Ilha Solteira / SP, Brazil. The CUR was operated with variable volumetric organic loading (VOL) of
0.76; 1.74 and 2.00 kgCOD.m-3.d-1 and hydraulic retention time (HRT) varying of 12hr, 08hr and 6hr, respectively.
The results showed that the average COD removal in the first stage was 72.5%. The result of alkalinity in terms of
average values within the expected range, the influent and effluent were 202mg.L 1 and 88mg.L-1, which represented
little interference in the mean values of pH, influent 7.01 and effluent 6.75. As the average temperature, values were
also within the expected range for tropical climates, 25 °C in influent and 24 °C in effluent. The second phase
showed improvement in beginning time, but with each passing day the values of COD removal was to decline, mainly
by sludge carry out. Nevertheless, in this phase there was obtain mean removal of 75%, while the values of
alkalinity, pH and temperature presented little changed. The third phase has shown average of 70% removal of
COD, while the values of alkalinity, pH and temperature presented little changed. The presented CUR removal of
organic matter in the expected band demonstrating have the potential to become a reactor for high removal
efficiency of carbonaceous organic matter, even with increasing VOL.

KeyWords: Anaerobic Treatment, Compartmented, Change volumetric loading, UASB reactor, Wastewater.

1
Departamento de Engenharia Civil. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP
*Autor correspondente: Departamento de Engenharia Civil, Universidade Estadual Paulis”Júlio de Mesquita Filho” – UNESP/
Alameda Bahia 550, Ilha Solteira, São Paulo, CEP: 15385-000. Brasil. E-mail: br_quirino@hotmail.com.

1
Resumo
No presente trabalho foi monitorada a eficiência do sistema com Reator UASB Compartimentado (RUC), tratando
esgoto doméstico no município de Ilha Solteira/SP, Brasil. O RUC foi operado com variações de carregamento
orgânico volumétrico (COV), de 0.76; 1.74 e 2.00kgDQO.m3.d-1 e TDH de 12h, 08h e 6h, respectivamente. Os
resultados mostraram que a remoção média de DQO na primeira fase foi de 72.5%. A alcalinidade apresentou
valores médios dentro do intervalo esperado, no afluente 202mg.L-1 e efluente 188mg.L-1, o que representou pouca
interferência nos valores médios do pH, afluente 7.01 e efluente 6.75. Assim como, os valores médios da temperatura
também estavam dentro do intervalo esperado para climas tropicais, afluente 25ºC e efluente 24ºC. A segunda fase
apresentou melhora no seu início, porém com o passar dos dias os valores de remoção de DQO começaram a decair,
principalmente pelo arraste de lodo. Mesmo assim nessa fase obteve-se remoção média de 75%, enquanto os valores
da alcalinidade, pH e temperatura, sofreram pouca alteração. A terceira fase apresentou uma remoção média de 70%
de DQO, enquanto os valores da alcalinidade, pH e temperatura, sofreram pouca alteração. O sistema com RUC
apresentou remoção de matéria orgânica na faixa esperada, demonstrando ter potencial para tornar-se um reator de
alta eficiência de remoção de matéria orgânica carbonácea, mesmo com o aumento da carga orgânica volumétrica.

Palavras-chaves: Esgotos domésticos, Reator UASB Compartimentado, Tratamento anaeróbio, Variação de carregamento
volumétrico.

Introdução

Atualmente um dos principais responsáveis pela poluição dos recursos hídricos é o aporte dos efluentes domésticos
quando lançados “in natura”, ou seja, sem nenhum tipo de tratamento prévio ou apenas com um tratamento parcial.
Estes alteram a qualidade dos corpos hídricos receptores, limitando o uso futuro da água. Esses lançamentos podem
causar vários inconvenientes nas características físico-químicas da água, como alteração da cor, sabor e odor, além
da introdução de microrganismos patogênicos, oferecendo maior risco à saúde pública (Jordão e Pessôa, 1995).

A grande quantidade de matéria orgânica nos esgotos pode diminuir o teor de oxigênio dissolvido na água,
provocando mortandade de peixes e outros efeitos nocivos, ou seja, um grande desequilíbrio no ecossistema
aquático. Além disso, o despejo de esgotos poderia contaminar os corpos d'agua com bactérias patogênicas, trazendo
à tona sérios riscos a saúde da população que se beneficiar do recurso hídrico (Silva, 2001).

Tecnologias avançadas de tratamento têm sido pesquisadas, principalmente nos países desenvolvidos, com o intuito
de minimizar os impactos do lançamento de esgoto nos recursos hídricos. Nos países em desenvolvimento como o
Brasil, tais pesquisas são essenciais para a mudança do quadro sanitário crítico (Abreu, 2007). Assim tem-se o
desafio de buscar novas técnicas de tratamento com baixo custo de implantação e operação.

As pesquisas no âmbito do PROSAB (Programa de Pesquisas em Saneamento Básico) houve abordagem especial
para os reatores UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket), o qual teve o seu uso crescente, pode-se afirmar que em
termos de conhecimento e domínio operacional tenha atingido sua maturidade. Por este motivo tem passado a ocupar
uma posição de destaque, principalmente no Brasil, face às condições ambientais e climáticas favoráveis, baixo
custo, simplicidade operacional, baixa produção de sólidos e produção de energia (Chernicharo, 2007; von Sperling,
2005).

Existem várias configurações de reatores com parâmetros e modelos bem definidos, além de experiências bem
sucedidas em escala real, piloto e de bancada. Contudo, algumas configurações inovadoras, que ainda não possuem
parâmetros e critérios claramente definidos, visam ampliar o conhecimento e a aplicabilidade dos processos
anaeróbios, como é o caso dos reatores anaeróbios compartimentados (RAC) (Grobicki e Stuckey, 1991 em Avelar,
2008).

Neste contexto, com o intuito de aliar as características hidrodinâmicas, construtivas e operacionais dos reatores
UASB juntamente com as vantagens proporcionadas pelos RACs, estudou-se um reator UASB compartimentado, ou
seja, um reator contendo dois tubos concêntricos em seu interior, que visa a separação das etapas acidogênica e
metanogênica.
2
A fundamentação conceitual deste reator baseia-se na cinética de crescimento dos microrganismos presentes na
digestão anaeróbia, onde o coeficiente de produção de biomassa das bactérias acidogênicas é cerca de cinco vezes
maior que das metanogênicas. A modificação proposta se faz com a redução da câmara onde ocorre a primeira etapa,
e o aumento na dimensão da terceira câmara, onde sucede a etapa metanogênica. Com isso, espera-se que haja um
aumento na produção de metano e um melhor desempenho no tratamento.

Materias e Métodos

Unidade Experimental
Para a realização do experimento foi utilizado um Reator UASB Compartimentado (RUC) em escala piloto, sendo
que o RUC encontra-se instalado junto a uma das Estação Elevatória de Esgoto de Ilha Solteira/SP, Brasil. O reator é
constituído de 04 tubos de PVC rígido de diversos diâmetros, dispostos de forma concêntrica, sendo o diâmetro do
tubo externo do reator de 0.50m e no seu interior, outros 03 tubos com diâmetros de 0.20m, 0.25m e 0.40m, o de
menor diâmetro (0.20m e Volume de 0.156m3), denominado de 1º compartimento, recebe o esgoto bruto e serve de
zona de hidrólise e degradação acidogênica; enquanto o tubo externo a este (0.25m e Volume de 0.078m3),
denominado de 2º compartimento, serve para encaminhar o esgoto acidificado, em sentido descendente até o 3º
compartimento, com diâmetro de 0.50m, no qual encontra-se a zona de degradação metanogênica (Volume de
0.701m3), com direcionamento em fluxo ascendente. O tubo de 0.40m, curto colocado na parte superior serve de
separador trifásico e armazenamento do biogás. O volume total do reator é de aproximadamente 0.935m. A Figura
01 apresenta um esquema do RUC, na qual as numerações 1, 2 e 3 indicam os pontos de amostragem para o
monitoramento do desempenho.

Figura 1. Unidade Experimental.

No 3º compartimento ocorre a formação do leito e da manta de lodo, no qual os grânulos formados são arrastados
pela ação combinada do fluxo do líquido e do desprendimento dos gases formados, aglutinam-se e sedimentam para
formar a zona de ação metanogênica. Os gases gerados são capturados pelo separador trifásico instalado no topo
RUC. O efluente tratado é recolhido por meio de um coletor em forma de anel, preso na parte interna do tubo de
0.50m com função de vertedouro radial e encaminhado ao tubo de descarga de 0.025m (25mm) de diâmetro.

3
Monitoramento
Para o acompanhamento e avaliação do desempenho do reator com variação de carregamento orgânico, foram
realizadas análises dos parâmetros físicos e químicos do afluente, efluente da primeira câmara e efluente final. O
parâmetro físico foi a temperatura, enquanto os químicos foram o pH, alcalinidade e DQO monitorados diariamente.

Fases da pesquisa
A pesquisa foi dividida em três fases principais e duas intermediárias. Sendo que as fases principais foram realizadas
com carregamento orgânico constante por um período de tempo determinado de aproximadamente 50d. Após a
primeira fase principal (COV=0.76kgDQO.m-3.d-1 e TDH=12h), uma fase intermediária de 15d para ajuste de
carregamento realizado de forma gradual até atingir o carregamento da segunda fase principal (COV=1.74kgDQO.m-
3 -1
.d e TDH=08h), mais uma fase intermediária de 15d para ajuste de carregamento realizado de forma gradual até
atingir o carregamento da terceira fase principal (COV=2kgDQO.m-3.d-1 e TDH=06h).

Resultados

De modo a facilitar a compreensão, os resultados obtidos dos diversos parâmetros estudados estão apresentados em
forma de figuras e tabelas para cada um dos parâmetros realçando as respectivas fases.

Demanda Química de Oxigênio


Os valores médios, mínimos e máximos de DQO podem ser observados no quadro 1. O primeiro fato a ser destacado
é uma menor diferença de remoção quando comparado os pontos 1 e 2, em relação aos pontos 1 e 3, fato esse que
ocorreu em todas as cargas, mas pode ser explicado pelo dimensionamento e funcionamento do reator. O 1º
compartimento possui menor dimensão do que o 3º, de modo a favorecer as bactérias metanogênicas, além do que
essas possuem maior poder de degradação da matéria orgânica.

Quadro 1: Resultados médios, mínimos e máximos do parâmetro DQO.


CARGA 1 CARGA 2 CARGA 3
P1 P2 P3 Eficiência P1 P2 P3 Eficiência P1 P2 P3 Eficiência

DQO MÉDIA 381 226 114 72 582 416 151 75 586 419 171 70
(mg/L) MÍNIMA 181 97 71 30 344 148 51 51 458 283 110 35
MÁXIM
771 350 222 82 1410 629 234 87 799 698 480 82
A

Comparando–se a DQO média no ponto 1 entre as três cargas, é possível notar que após a carga 1, houve um
aumento na média, de 381mg.L-1 na primeira carga, enquanto o ponto 1 da carga 2 e 3 foram respectivamente
582mg.L-1 e 563mg.L-1, fato esse atribuído s mudanças na característica do esgoto da cidade . Esta proporção de
aumento também se manteve em relação ao ponto 2, quando comparado novamente entre a carga 1 e as cargas 2 e 3.
Porém não houve essa proporção no ponto 3, demonstrando que o sistema obteve certa estabilidade, mesmo com o
aumento da carga orgânica volumétrica.

A mudança nas características do esgoto da cidade (aumento da carga) proporcionou uma menor eficiência na carga
1, que foi de 72%, enquanto as cargas 2 e 3 formas favorecidas, com respectivas eficiências médias de 75 e 70%.
Além das boas médias de remoção em todas as cargas, o sistema ainda apresentou, em dias isolados, altas remoções
como 82, 87 e 84%, respectivamente, reforçando assim a boa capacidade do reator em tratar esgoto doméstico.

A figura 2 apresenta os valores de DQO em mg.L-1 para as 3 cargas. É possível notar que o sistema apresentou desde
seu início, uma DQO no ponto 3 entre 50 a 200mg.L-1, mas ainda é notável que os menores valores de DQO foram
apresentados entre os dias 40 e 60, dias esses atribuídos a carga 1. A partir do dia 75 o P1 teve mudança em seu
valor, passando a ter maiores valores de DQO, o que acarretou em uma maior DQO no P3, porém não representou
mudanças significativas na eficiência de remoção, esse período está dentro da carga 1. Na terceira carga o P1
4
continuou com altos valores e o P3 manteve uma estabilidade, porem representou uma menor remoção, fato esse já
destacado pela tabela 1. Assim foi notório que o aumento da carga orgânica volumétrica não interferiu drasticamente
na eficiência do sistema.

Figura 2. Resultados de DQO nos 3 pontos monitorados durante o período.

Alcalinidade e pH
A figura 3 apresenta os valores da alcalinidade, que nas 3 cargas obteve valores que indicavam o tamponamento do
sistema, com o ponto 1 em torno de 230mg.L-1 e o ponto 3 em torno de 220mg.L-1. A alteração notável é a partir do
dia 75, onde há um certo aumento da alcalinidade em todos os pontos, essa alteração coincide com o aumento da
DQO no ponto 1. Isso favoreceu o tratamento, uma vez que o aumento da alcalinidade consequentemente aumenta a
capacidade do sistema de tamponar o reator e assim não alterar o pH.

Figura 3. Resultados da Alcalinidade nos 3 pontos monitorados durante o período.

5
A figura 4 apresenta os valores de pH, como citado anteriormente, não apresentou grandes alterações. O ponto 3 das
três cargas, apresentou valores muito próximos entre si, sendo esses valores raramente abaixo de 6.6 e acima de 7.5,
ou seja, valores que não apresentam potencial de inibir as bactérias metanogênicas, mesmo quando fora do citado
intervalo.

Figura 4. Resultados de pH nos 3 pontos monitorados durante o período.

Temperatura

A temperatura apresentou valores dentro do esperado para um país tropical, em todos os carregamentos. Com médias
de 24, 27 e 25ºC para as respectivas cargas 1, 2 e 3, assim não apresentou valores que possam ter inibido as
atividades das bactérias anaeróbias do RUC.

Conclusão

O RUC apresentou bons resultados em todos os carregamentos para a remoção de matéria orgânica carbonácea em
termos da DQO, chegando a apresentar uma eficiência de remoção de matéria orgânica de até 87%.

O aumento da DQO no P1 próximo ao dia 75, pelas mudanças nas características do esgoto, acabou desfavorecendo
a carga 1, quando comparada com a carga 2, mas isso não implicou em baixa remoção do sistema.

O aumento da COV afetou as características finais do efluente, principalmente na carga 3, mas não alterou
significativamente a sua eficiência de remoção do sistema.

A alcalinidade, o pH e a temperatura apresentaram resultados que não interferiram no desempenho do reator em


todas as cargas, não inibindo as bactérias anaeróbias presentes no reator.

O sistema de reator UASB compartimentado (RUC) demonstra ter potencial para tornar-se um reator de alta
eficiência de remoção de DQO de esgoto doméstico, mesmo com aumento da COV aplicada e redução do TDH.

Bibliografia

6
Abreu, É. F. de (2007). Estudo da diversidade microbiana metanogênica em reatores UASB tratando esgoto sanitário. Dissertação
de Mestrado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte.
Avelar, J. C. (2008). Avaliação da escória de Aciaria (LD) como leito cultivado e leito filtrante no pós-tratamento de efluente de
reator UASB compartimentado. 2008. 153p. Dissertação de Mestrado em Engenharia Ambiental, Universidade Federal
do Espírito Santo, Vitória.
Chernicharo, C. A. L. (2001). Princípios do tratamento biológico de águas residuárias: Reatores anaeróbios. Departamento de
Engenharia Sanitária e Ambiental - Universidade Federal de Minas Gerais, vol.5, Belo Horizonte.
Jordão, E. P.; Pessôa, C. A. (1995). Tratamento de Esgoto Doméstico. 3 ed. Rio de Janeiro: Segrac.
Silva, G. H. R. da (2001). Reator compartimentado anaerobio/aerobio, tratando esgoto sanitário: Desempenho e operação.
Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil - Saneamento e Ambiente, Universidade Estadual de Campinas.
Campinas.
Von Sperling, M. (2005). Princípios do tratamento biológico de águas residuárias: Introdução a qualidade das águas e ao
tratamento de esgotos. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental – Universidade Federal de Minas Gerais,
vol.1, Belo Horizonte.

7
EVALUACIÓN DE LA RESPUESTA DE LAS SEMILLAS DE Nasturtium officinale Y
Mentha sativa EXPUESTAS A Pb Y Cr (VI)

EVALUATION OF THE RESPONSE OF SEEDS Nasturtium officinale AND Mentha sativa


EXPOSED Pb AND Cr (VI)

Julia Mariana Márquez Reyes

Abstrac
The percentage of germinating seeds of watercress, Nasturtium officinale (watercress) and Mentha sativa
(peppermint) was evaluated at different pH values and concentrations of Pb and Cr (VI). Changes in the size of roots
and cotyledons were determined for each exposed seedling. Seeds from both species were advantages showing high
germination rates when exposed to pH 6 and the germination percentage decreased at lower pH values.
Germination of seeds in both species is independent of the concentration of metal in the solution and it was observed
a germination decrease of 50% and 70% when exposed to Pb and Cr (VI), respectively. The dimensions of
Nasturtium officinale seedlings decreased as a function of increasing metal concentration until 47% for Pb, the
opposite was observed in roots of Mentha sativa exposed to different Cr (VI) concentrations, increase of 37% in size.

KeyWords: chrome, lead, M. sativa, N. officinale, seeds

________________________
Instituto de Biotecnología, Universidad Autónoma de Nuevo León
Cd. Universitaria A.P. F-67, San Nicolás de los Garza, Nuevo León, 66450, México, Tel. +52 (81) 8329 4000 Ext. 6440. E-mail
jmmarquez23@gmail.com

1
Resumen

Se evaluó el porcentaje de germinación de semillas de Nasturtium officinale (berro) y Mentha sativa (hierbabuena)
frente a distintos valores de pH y concentraciones de Pb y Cr (VI). Se evaluaron los cambios de tamaño en raíces y
cotiledón de cada plántula expuesta a las soluciones metálicas. A pH de 6 ambas semillas se vieron favorecidas al
mantener o incrementar su porcentaje de germinación y a valores inferiores de pH dicho porcentaje disminuye. La
germinación de ambas semillas es independiente de la concentración del metal en la solución y ambas semillas
presentaron tendencias de decaimiento del porcentaje de germinación de un 50% y 70% frente a Pb y Cr (VI)
respectivamente. Las dimensiones de las plántulas de Nasturtium officinale disminuyen conforme aumenta la
concentración del metal para ambos metales hasta en un 47% con Pb, caso contario se observó en el aumento de la
longitud de las raíces de Mentha sativa expuestas a concentraciones de Cr (VI) con un incremento de un 37% en
tamaño.

Palabras claves: Cromo, M. sativa, N. officinale, plomo, semillas

Introducción

El deterioro ambiental impacta fuertemente la contaminación de aguas de ríos, manantiales y pozos de bombeo, lo
que genera graves problemas para la salud humana, en forma directa o a través de la cadena trófica (Silva et al.,
2002). El agua contaminada, es clasificada de acuerdo a su fuente de generación, definiéndola como la combinación
de los residuos líquidos procedentes de residencias, instituciones públicas, establecimientos industriales y
comerciales (Derbie A. y Chandravanshi, 2010).
La utilización de agua para riego es insustituible por lo cual sin importar su procedencia (superficial, subterráneas,
tratada, sin tratar) es empleada para producir cultivos para consumo humano o animal. Sin embargo, está puede
contener una amplia gama de contaminantes como lo son los metales pesados. Los cultivos que entran en contacto
con los contaminantes inorgánicos pueden llevar a bioacumularlo y en algunos casos por consecuencia
biomagnificarse (Metcalf y Eddy, 2003). Sin embargo existen pocos estudios de la utilización de hortalizas para
llevar a cabo procesos de remediación en efluentes contaminados por cromo (Cr), plomo (Pb), zinc (Zn), arsénico
(As) entre otros.
Nasturtium officinale (N. officinale) perteneciente a la familia Brassicaceae conocido como berro, mastuerzo de
agua o mastuerzo acuático. Es una hierba perenne rizomatosa, perteneciente a las dicotiledóneas que alcanza una
altura de tallo de hasta 60 cm que enraízan cerca de la base y que son gruesos y huecos, sus hojas son
pinnatisecticas, con segmentos oblongos y posee raíces subterráneas finas y blancas que le permiten alimentarse y
fijarse al sustrato (Dixon, 2010).
Mentha sativa (M. sativa) son plantas herbáceas perennes y aromáticas que alcanzan una altura máxima de 120 cm
aproximadamente. Tienen unos rizomas subterráneos que hacen que a menudo se comporten como especies que
invaden todo el espacio. Las hojas son de disposición opuesta, simples y de forma oblonga a lanceolada, a menudo,
tienen el margen dentado. Las flores tienen dos labios y cuatro lóbulos con colores que van desde blanco al purpura.
El fruto es una capsula con hasta cuatro semillas (Lawrence, 2006).
La asociación entre el uso humano de agua químicamente contaminada y la relación con metales pesados es cada día
más conocida. El efecto tóxico de los metales depende fundamentalmente de la combinación y concentración
presente en el medio; bajas concentraciones de algunos de ellos pueden estimular el metabolismo de los organismos
(metales esenciales) y altas concentraciones pueden ser tóxicas; así mismo, su combinación puede tener efectos
antagónicos o sincrónicos (Wills y Naranjo, 2004). El plomo puede ser ingerido, inhalado o absorbido por la piel,
resulta ser altamente tóxico para los seres vivos, se sospecha que es tóxico para los sistemas endócrino,
cardiovascular, respiratorio, inmunológico, neurológico y gastrointestinal además de poder afectar la piel y los
riñones (Valdes y Cabrera, 1999). Elevadas concentraciones de cromo (VI) e ingestas prolongadas son tóxicas para
humanos y animales además de ser considerado con potencial carcinógeno (Valdes y Cabrera, 1999).

2
En el presente trabajo se evaluó la capacidad de respuesta de las semillas de N. officinale y M. sativa frente a
distintas concentraciones de Pb y Cr (VI), y a si cuantificar su viabilidad para futuras pruebas como especies
fitorremediadoras por su resistencia a altas concentraciones de metal.

Materiales y Métodos

Se adquirieron semillas de N. officinale y M. sativa provenientes de una casa comercial encargados de su


distribución. Se sometieron las semillas a un proceso de pre-tratamiento para evitar la proliferación de hongos u otro
tipo de organismos que mermaran la viabilidad de las semillas. Se colocaron en metanol 100% por 1 min seguido
por una inmersión en hipoclorito al 5% por 10 min, transcurrido el tiempo se lavaron con abundante agua destilada y
fueron secaron a temperatura ambiente para finalmente ser guardadas en un recipiente plástico para su posterior uso.
La evaluación del porcentaje de germinación para los controles y el resto de los experimentos se realizó en cajas
Petri (N=6) estériles 20 semillas de N. officinale y M. sativa sobre un papel filtro humedecido con agua destilada y
resguardadas en completa obscuridad a 25± 2°C.
La capacidad de germinación de las semillas de N. officinale expuestas a los metales se determinó colocándolas de
la misma forma antes mencionada, e irrigadas con soluciones de Pb (5, 20, 70, 120 y 200 mg/L) y Cr (VI) (5, 10, 30,
90 y 120 mg/L). Mientras para M. sativa las concentraciones de Pb utilizadas fueron de 10, 50, 100, 150, 200 mg/L
y las de Cr (VI) fueron 5,15, 20, 50 y 100 mg/L. Como sales de trabajo se utilizaron Pb (NO3)2 y K2CrO4. Todas las
soluciones metálicas fueron ajustadas a pH 4con NaOH o HCL según fue el caso.
De igual forma se determino el porcentaje de germinación ambas semillas expuestas a distintos valores de pH de 3 a
7, las condiciones experimentales fueron similares a las antes mencionadas. El tiempo experimental fue de 7 días,
cada experimento conto con cuatro replicas. Transcurrido el tiempo a las plántulas expuestas a Pb y Cr (VI) se les
cuantifico la longitud de raíces y cotiledón así como número de raíces totales.

Resultados

Las semillas tratadas tuvieron un porcentaje de germinación del 90% y 75% para N. officinale y M. sativa
respectivamente a pH 7. Está diferencia de viabilidad en las semillas podría estar relacionada con operaciones de
colecta, almacenamiento y transporte que estas tuvieron antes de ser adquiridas para el presente estudio. Sin
embargo se consideraron dichos porcentajes como los máximos asignados a los blancos. Al ser sometidas ambas
semillas a variaciones de pH se esperaba un comportamiento similar al observado en las semillas cuando se
cuantifico la viabilidad; sin embargo, se observó una disminución de la germinación en todos los tratamientos
(Figura 1). En ambas semillas se observó que a pH 6 hubo la mayor cantidad de semillas germinadas, indicando que
ambas semillas se ven favorecidas a valores de pH ligeramente ácidos. Se aprecio una relación directa en la cual al
aumentar el valor de pH, disminuye el porcentaje de germinación. A pH de 3 N. officinale y M. sativa disminuyeron
su germinación en un 22% y un 33% respectivamente.
Considerando el proceso de germinación como la ruptura del pericarpio no se encontraron diferencias significativas
entre las distintas concentraciones de Pb y Cr (VI) usadas al exponer ambas semillas (Figura 2). Por lo anterior se
sugiere que para futuros trabajos se complemente la información con la tasa de crecimiento de las plántulas
germinadas, lo cual facilitará la inferencia de las observaciones y los resultados. Para N. officinale no se encontró
una relación entre las concentraciones empleadas y el metal (Pb, Cr). El porcentaje de germinación se mantuvo
cercano al 80%, indicando que la cubierta de la semilla la protege adecuadamente impidiendo la entrada del metal
soluble y de esta manera el proceso germinativo no se ve alterado a lo largo del tiempo. Mientras que para M. sativa,
la presencia de Pb provoca la disminución de la germinación hasta de un 46% a concentraciones de 30 y 100 mg/L, y
para el Cr (VI) a concentraciones menores a 30 mg/L, el metal favorece el incremento de la germinación, pero al
aumentar la concentración, el porcentaje de germinación comienza a disminuir. Este comportamiento puede deberse
al cambio de estado oxidación del Cr (VI) a Cr (III) donde este último puede ser empleado por las semillas y las
plántulas como micronutriente en el proceso germinativo. Con los resultados obtenidos se indica que la membrana
que cubre la semilla de M. sativa es más permeable comparada con la de N. officinale.

3
N. officinale
100 M. sativa
b b
ab ab

Porcentaje de germinación
80

a b
b b
60
ab

40 a

20

0
3 4 5 6 7
pH

Figura 1. Porcentaje de germinación de N. officinale y Mentha sp. a distintos valores de pH.

100 100
Pb Cr (VI) (A) (B)
Pb Cr (VI)
Porcentaje de germinación de Mentha sp.

90
Porcentaje de germinación de N. officinale

90

80 80

70 70

60 60

50 50

40 40

30 30

20 20

10 10

0 0
5 20 70 120 200 5 10 30 90 150 5 20 70 120 200 5 10 30 90 150
Concentraciones del metal (mg/L) Concentraciones del metal (mg/L)

Figura 2. Porcentajes de germinación de N. officinale (A) y M. sativa (B) expuesto a distintas concentraciones de
Pb y Cr (VI).

En la Figura 3 se observa que las raíces de las plántulas de N. officinale disminuyeron su longitud conforme se
incrementa la concentración de los metales. Y a partir de concentraciones Cr (VI) de 90 mg/L las raíces de las
plántulas se mantuvieron con la misma longitud constante, es decir, ya no crecieron dicho comportamiento es debido
a la toxicidad del Cr (VI) sobre la planta, ya que está reportado que daña a la célula mermando su crecimiento. El
tamaño de las raíces disminuyó en un 43% en comparación a las plántulas que crecieron a concentraciones bajas del
metal. Dicha información obtenida se tiene que considerar para futuros experimentos en los cuales se siga estudiando
los posibles usos y aplicaciones de N. officinale. Las dimensiones de los cotiledones de todas las plántulas que
crecieron expuestas a Pb presentaron el mismo tamaño y ninguna anormalidad morfológica, por lo que no se
encontraron diferencias estadísticas significativas entre las distintas concentraciones del metal empleado. A

4
diferencia de las altas concentraciones de Cr (VI), las cuales provocaron una disminución de hasta un 33% en el
crecimiento del cotiledón en comparación con las concentraciones más bajas del mismo elemento.
Para M. sativa las longitudes de los cotiledones de todas las plántulas expuestas en las distintas concentraciones de
ambos metales no presentaron cambios morfológicos y crecieron en el mismo orden de magnitud (0.2 mm), por lo
que no se infiere una relación directa entre el crecimiento y la toxicidad del metal, más sin embargo, se sugiere que al
aumentar el tiempo de exposición se podrían observar dichas relaciones. La longitud de las raíces de N. officinale
que estuvieron en contacto con Pb y Cr (VI), disminuyen su tamaño conforme aumenta la concentración del
elemento en solución. Siendo más evidente el efecto negativo del Cr (VI) sobre el desarrollo de las raíces ya que a
concentraciones de 90 mg/L el crecimiento es mínimo. El caso contrario se observó cuando las raíces de M. sativa
estuvieron expuestas Cr (VI). Encontrándose una relación directamente proporcional, donde a mayor concentración
del metal en solución, mayor la longitud de las raíces. Este último comportamiento se sugiere que fue observado por
la reducción del Cr (VI), se ha reportado que los exudados radiculares los cuales están compuestos por ácidos
orgánicos y que pueden transformar compuestos para su beneficio, protección o defensa de la planta.
La comparación de crecimiento entre ambas plantas expuestas a Pb y Cr (VI) se observó que N. officinale es más
resistente a la presencia de ambos metales, pero de los elementos evaluados es más sensible a la exposición al Cr
(VI), por otro lado M. sativa es menos tolerante a ellos y en presencia de Cr (VI) se ve favorecido el crecimiento de
raíces.

1.0 Raíces
Raices Cotiledón
5 Cotiledón
A (B)
a (A) 0.8
A
4
A
Longitud (cm/planta)

ab
A
Longitud (cm/planta)

0.6
3 A b A
b
bc A A
0.4 ab A
2 c A

a a
a
0.2
1

0 0.0
5 20 70 120 200 2 10 30 50 100
Concentración de Pb (mg/L) Concentración de Pb (mg/L)

Raíces Raíces
5 Cotiledón 2.5 Cotiledón
(C)
(D)
4 2.0

A
Longitud (cm/planta)

Longitud (cm/planta)

B A
3 1.5
A
BC A b
a b
A ab
a
2 b 1.0
ab
A
1 BC 0.5 a
C
c c
0 0.0
5 10 30 90 150 0.5 5 15 30 50
Concentración de Cr (VI) Concentración de Cr (mg/L)

Figura 3. Longitud de raíces y cotiledón de N. officinale (A, C) y M. sativa (B, D) expuesta a Pb y Cr (VI).

5
Conclusión

Ambas plantas se ven beneficiadas al estar en ambientes ligeramente ácidos para tener un proceso de germinación
exitoso. El porcentaje de germinación de las semillas no se ve afectado por la presencia de los elementos solubles ni
por la concentración de los mismos. Sin embargo, el desarrollo de las plántulas si es mermado por el metal y su
concentración. Para N. officinale el Cr (VI) disminuye su tamaño considerablemente en raíces y cotiledones en
proporción al Pb. En M. sativa se observó un incremento en la longitud de las raíces al estar en contacto con el Cr
(VI). Las observaciones encontradas en la presente investigación amplían las posibilidades de emplear hortalizas
para futuros estudios sobre remoción y/o estabilización de metales pesados, debido a que se ha demostrado que N.
officinale y M. sativa tienen la capacidad de resistir la presencia de Pb y Cr (VI) en el proceso germinativo y
formación de plántulas.

Agradecimientos: A Martha Torres por su colaboración en la parte experimental y al Consejo


Nacional de Ciencia y Tecnología (CONACYT) por la beca otorgada para la realización del
presente trabajo de tesis.

Referencias Bibliográficas

Derbie A. and Chandravanshi B.S. (2010) .Concentration levels of selected metals in the leaves of different species of Thyme (T.
schimperi and T. vulgaris) grown in Ethiopia. Biol Trace Elem Res, 141(1-3):317-28.

Dixon M. J. (2010) The sustainable use of water to mitigate the impact of watercress farms on chalk streams in southern England.
Thesis PHD. University of Southampthon.

Lawrence B.M. (2006) Mint, the genus Mentha. CRC Press, Taylor & Francis Group, China. Pag 169-171.

Metcalf y Eddy, Incorportation (2003). Ingenieria de aguas residuales. Tratamiento, vetido y reutilización. McGraw-Hill.
México, D.F. pag. 510.

Shams K.M., Tichy G., Fischer A., Sager M., Peer T., Bashar A. y Filip K. (2010). Aspects of phytoremediation for chromium
contaminated sites using common plants Urtica dioica, Brassica napus and Zea mays. Plant Soil 328:175–189.

Silva Gómez, E., Muñoz Orozco A, De la Isla de Bauer Ma. y Infalte Gil S.(2002) Contaminación ambiental en la región de
Atlixco. Agua Tierra Latinoamericana, 20:003, 243-25.

Valdes Perezgasga F. y Cabrera Morales V. M. (1999). La contaminación por metales pesados en Torreón, Coahuila, México.
Ed. Primera. Texas Centrer for Policy Studies. Pag 202. Disponible en: http://www.texascenter.org/tcps/btep/breports.htm

Wills B. y Naranjo F. (2004) Toxic effect evaluation of the lead acetate and chromium chloride on anaerobic bacterial
metabolism. Revista Facultad de Ingeniería. 32: 17-25.

Zayed A. M. and Terry N. (2003) Chromium in the environment: factors affecting biological remediation. Plant and Soil, 249:
139-156.

6
CARBON ACTIVADO GRANULAR PARA EL TRATAMIENTO DE LIXIVIADOS

GRANULAR ACTIVATED CARBON FOR LEACHATE TREATMENT

Roger Iván Méndez Novelo 1*


Liliana San Pedro Cedillo1
Elba René Castillo Borges1

Abstract
The results of treatment with activated carbon adsorption of landfill leachate Merida are presented. Two types of activated carbon
were tested: powder and granular and the removal efficiency of organic matter and color was determined.

For batch processing the powder activated carbon was the most efficient: 89% removal for COD and 98% for color, with doses of
10 g/50 mL. Best removals with granular activated carbon columns were packed 89% COD, 92% color, 81% NT and 93% TOC.
The leachate IB increased from 0084 to 0.42 with adsorption, so it may be a biological treatment successful. 16 organic
compounds in the raw leachate were found, but only 8 with the treated leachate adsorption.

KeyWords: Granular activated carbon, powdered activated carbon, chemical speciation, leachate.

1
Facultad de Ingeniería, Universidad Autónoma de Yucatán.
* Autor corresponsal: Calle 16, No. 610 x 39 y 41, Frac. Las Brisas, Mérida, Yucatán C.P. 97144, México, Tel. +52 999 9860902,
mnovelo@uady.mx.
Resumen

Se presentan los resultados de un tratamiento de adsorción con carbón activado a lixiviados del relleno sanitario de la ciudad de
Mérida. Se probaron dos tipos de carbón: en polvo y granular y se determinó la eficiencia de remoción de materia orgánica y
color.

Para tratamiento batch el carbón activado en polvo resultó el más eficiente: 89% de remoción para la DQO y 98% para el color,
con dosis de 10 g/50 mL. Las mejores remociones con carbón activado granular en columnas empacadas fueron de DQO 89%,
Color 92%, NT 81% y COT 93%. El IB del lixiviado se incrementó de 0.084 a 0.42 con la adsorción, por lo que puede ser exitoso
un tratamiento biológico posterior. Se encontraron 16 compuestos orgánicos en el lixiviado crudo, pero sólo 8 con el lixiviado
tratado por adsorción.

Palabras clave: Carbón activado granular, carbón activado en polvo, especiación química, lixiviados.

Introducción

Los lixiviados son el resultado de la percolación de líquidos a través de los desechos en proceso de estabilización
(Méndez et al. 2009). Hay muchos factores que afectan la calidad y la cantidad de los lixiviados, por ejemplo la
variación del clima según la estación, técnicas de relleno, método de apilamiento y compactación, tipo y
composición de los desechos, estructura del relleno, etc. (López et al. 2004). Su composición depende en gran
medida de la edad del relleno (Wu et al. 2010).

A medida que envejecen los rellenos sanitarios, la fracción biodegradable [DBO 5/DQO] denominada Índice de
Biodegradabilidad (IB) decrece lo que hace que los tratamientos biológicos (aunque típicamente aplicados) no sean
suficientes para remover los contaminantes refractarios en los lixiviados del relleno y estos líquidos puedan ser
descargados en aguas receptoras sin que representen un peligro para el ambiente y la salud humana.

Los lixiviados son normalmente clasificados dependiendo de la edad del relleno en jóvenes, medios o estabilizados.
Los lixiviados jóvenes tienden a ser ácidos debido a la presencia de ácidos grasos volátiles con un pH normalmente
en el rango de 6-7 o más bajo. En general, los lixiviados jóvenes están más contaminados que los viejos; la DBO 5
puede alcanzar hasta 81000 mg/L para muestras jóvenes y 4200 mg/L para muestras viejas (Bashir et al. 2009). Los
lixiviados estabilizados muestran las menores propiedades de biodegradabilidad con un Índice de Biodegradabilidad
debajo de 0.1 (Kang et al. 2002; Rivas et al. 2005). La mayoría de los compuestos orgánicos de rellenos
estabilizados son compuestos refractarios y por lo tanto los procesos biológicos para el tratamiento de sus lixiviados
tienen una muy limitada efectividad. Cada lixiviado proveniente de un relleno sanitario debe ser evaluado
individualmente y sometido a pruebas de tratabilidad para encontrar el sistema de tratamiento adecuado para su
manejo. Las tecnologías desarrolladas para el tratamiento de lixiviados de rellenos sanitarios pueden ser clasificadas
como físicas, químicas y biológicas, las cuales son usualmente aplicadas como un sistema integrado debido a la
dificultad para alcanzar una eficiencia satisfactoria con el uso de una sola tecnología (Xing et al. 2008).

La adsorción es un método ampliamente empleado para la remoción de compuestos orgánicos recalcitrantes de


lixiviados de relleno sanitario (Bashir et al. 2009). La adsorción con carbón activado se utiliza para la remoción de
materia orgánica, amonio y sustancias tóxicas del lixiviado de relleno sanitario (Xing et al. 2008); es un proceso
físico-químico que remueve contaminantes y es capaz de eliminar una variedad de contaminantes incluidos metales,
compuestos orgánicos e inorgánicos.

La adsorción con carbón activado permite remover un 50-70% de DQO y nitrógeno amoniacal de los lixiviados.
Xing et al. (2008) probaron cuatro diferentes tipos de carbón activado: carbón activado granular (CAG) base madera,
CAG base carbón, carbón activado en polvo (CAP) base madera y CAP base carbón para el tratamiento de lixiviado
sintético de relleno sanitario. El PAC base carbón permitió la adsorción de una muy alta cantidad de materia orgánica
(aproximadamente 54% en la remoción de COT). Aunque la floculación fue usada como pre tratamiento, comparada
con sólo adsorción con carbón activado, el proceso combinado no desempeñó una mejor eficiencia de remoción de
materia orgánica (en promedio incrementó un 4% en estos experimentos). Esto puede ser explicado debido a que la
floculación puede remover materia orgánica de alto peso molecular, mientras que la mayoría de los compuestos
orgánicos contenidos en el lixiviado sintético utilizado para este estudio son de bajo peso molecular. Entonces, la
floculación como pre tratamiento no es muy útil para remover contaminantes orgánicos de bajo peso molecular del
lixiviado sintético.

Para el tratamiento de lixiviados, se utilizan diferentes combinaciones de procesos: para lixiviados jóvenes, resulta
conveniente reducir la carga orgánica biodegradable mediante procesos biológicos, generalmente anaerobios, para
reducir los costos de tratamientos fisicoquímicos posteriores; mientras que para lixiviados viejos, es más económico
primero utilizar un proceso fisicoquímico para aumentar el IB y posteriormente un proceso biológico para alcanzar
las condiciones de descarga.

Los tratamientos de adsorción pueden realizarse en sistema batch o continuo, en el primero se usa CAP y en el
segundo CAG. En general el CAP tiene mayor área superficial, pero se deshecha en cada aplicación, mientras que el
CAG puede regenerarse, por lo que resulta un tratamiento más económico.

En el presente trabajo, se determinó el mejor carbón activado (polvo o granular) para un lixiviado viejo con el
propósito de aumentar el IB.

Metodología

Caracterización. Se tomaron 3 muestras de lixiviados del relleno sanitario de la ciudad de Mérida, correspondientes
a las épocas de lluvias, nortes y secas y se determinaron los siguientes parámetros: pH, color, SST, ST, SSD, DQOT,
DQOs, DBO5T, DBO5S, COT, NT, N-NH3.

Comparación de tipos de carbón. Se probaron los siguientes carbones:

- Carbón activado granular (CAG) de tipo lignítico macroporoso: marca Gama L; materia prima: mineral lignítico
(lignita); número de malla: 8x30; área superficial de 348.61 m 2/g, densidad relativa de 0.38 y sección transversal del
área de adsorción de 0.162 nm2.
- Carbón activado en polvo (CAP) de concha de coco mesoporoso: marca Micropol; materia prima: concha de coco;
números de malla: < 50, < 150, y < 325; capacidad de retención: entre 0.2 y 1 kg de contaminantes por kg de carbón
activado.

El proceso de adsorción en sistema batch se probó por triplicado con los dos carbones activados de la siguiente
manera:

- En matraces erlenmeyer de 125 mL, se vertieron 50 mL de lixiviado y se agregaron las siguientes cantidades de
carbón activado granular y en polvo: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 y 10 g.
- Se agitó la mezcla durante 1 hora usando placas de agitación.
- Se filtró la solución para separar el carbón del lixiviado.
- Se determinó la concentración de DQO y color al lixiviado filtrado (concentraciones finales).
- Se analizaron los datos obtenidos mediante un análisis de varianza de dos vías donde las fuentes de variación
fueron la dosis y el tipo de carbón.

Eficiencia del proceso de adsorción. Se empacó una columna de 5.7 cm de diámetro y 58.8 cm de longitud con el
carbón activado granular. Se utilizó flujo ascendente y continuo para permitir un tiempo de contacto de 42.6 minutos.
Se tomaron muestras del efluente de la columna en diferentes tiempos para medir la concentración de DQO y color
hasta llegar a la saturación del carbón activado (esto ocurre una vez que la concentración de DQO a la salida de la
columna es igual a la concentración inicial). Con estos datos se elaboraron las curvas de ruptura para DQO y color
para determinar la eficiencia de remoción del carbón en cada caso.

Resultados y discusión
Caracterización. En la tabla 1 se muestra la caracterización de los lixiviados del relleno sanitario de la ciudad de
Mérida, Yucatán. De acuerdo con la concentración de DQOT del lixiviado, correspondería a un relleno joven (Renou
et al. 2008; Bodzek et al. 2006); sin embargo, el valor de pH es característico de un lixiviado de relleno maduro
(Bashir et al. 2009). En este relleno sanitario, los lixiviados de celdas de diferentes edades, se mezclan en las lagunas
de evaporación, por lo que se justifica que los parámetros de caracterización sean una mezcla de lixiviados de
diferentes edades.

El IB es de 0.084 y casi todo el nitrógeno se encuentra en forma amoniacal (85%), lo que significa que un
tratamiento biológico no sería apropiado para este lixiviado. Por otro lado, la concentración de color es elevada e
indica que existe gran cantidad de partículas disueltas. Según los datos, el valor de los sólidos disueltos representa
casi el 98% de los sólidos totales, lo que explica una alta concentración de color.

Tabla 1. Caracterización del lixiviado del relleno sanitario de Mérida

Parámetro (unidad) Media Desviación estándar


DQOT (mg/L) 10193 263
DQOS (mg/L) 9958 151
DBO5T (mg/L) 861 46
DBO5S (mg/L) 748 6
pH 8.31 0.1
Color 455 nm (U Pt-Co) 13667 870
ST (mg/L) 19050 685
SST (mg/L) 360 47
SDT (mg/L) 18690 671
NT (mg/L) 2113 210
N-NH3 (mg/L) 1797 479
CT (mg/L) 5112 507
CI (mg/L) 162 6
COT (mg/L) 4950 513
IB 0.084 -

Comparación de los tipos de carbón. Los resultados de la comparación de los carbones granular y en polvo se
muestran en la Tabla 2.
Tabla 2. Resultados promedio de las pruebas para CAG y PAC
Muestra DQO (mg/L) % remoción Color (U Pt-Co) % remoción
CAGd1 7248 34.49 13150 4.02
CAGd2 6148 44.41 12950 5.37
CAGd3 4828 56.35 11300 17.27
CAGd4 4330 60.85 11200 18.00
CAGd5 3710 66.44 10200 25.57
CAGd6 3610 67.35 10850 20.57
CAGd7 3355 69.67 11550 15.22
CAGd8 3273 70.41 11650 14.43
CAGd9 3088 72.09 13850 -2.33
CAGd10 2778 74.89 13450 0.45
CAPd1 5598 49.41 6400 53.15
CAPd2 4450 59.82 4000 70.70
CAPd3 2975 73.13 2435 82.33
CAPd4 2353 78.74 745 94.57
CAPd5 2048 81.50 1125 91.65
CAPd6 1818 83.57 712 94.71
CAPd7 1555 85.95 544 95.97
CAPd8 1370 87.62 311 97.73
CAPd9 1273 88.49 338 97.51
CAPd10 1185 89.29 238 98.23
Dosis de carbón: di = i g/50 mL

La eficiencia de remoción de DQO para el CAG se relaciona directamente con la dosis de carbón, obteniendo un
valor de 74.89% para la dosis de 10 g/50 mL, lo que indica que se podrían obtener mejores remociones en un sistema
de columna empacada. Similares comportamientos se tuvieron para la remoción de color con el CAG y de color y
DQO con el CAP. Con el CAP, el tratamiento de lixiviado crudo remueve hasta 89.29% (con la dosis más alta) y se
alcanzan grandes remociones de color, superiores de 94% desde la dosis de 4 g/50 mL, lo que sugiere que el CAP es
mejor para remover contaminantes del lixiviado crudo en sistema batch, debido a que posee mayor área superficial.

El resultado del ANOVA indica que ambos efectos principales (Tipo y dosis de carbón) son significativos y las
mejores remociones obtenidas mediante Diferencia Significativa Mínima (DSM) son CAP y 10 g/50 mL como se
muestran en las figuras 1 y 2. Para la remoción de color, la dosis de carbón no resulta significativa y el mejor tipo de
carbón es el CAP.
81

78
% de remoción de DQO

75

72

69

66

63

60
CAG CAP
Tipos de carbón

Figura 1. Mejor tipo de carbón para remoción de DQO


91

81

% de remoción de DQO
71

61

51

41
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Dosis de carbón (g/50 mL)

Figura 2. Mejor dosis de carbón para remoción de DQO

Eficiencia del proceso de adsorción. En la tabla 3, se presentan los datos obtenidos del ensayo de la columna de
adsorción. En las figuras 3 y 4 se muestran las curvas de ruptura de remoción de DQO y color, respectivamente.

Tabla 3. Resultados obtenidos de la columna de adsorción tratando lixiviado crudo

Color 455nm Color 455nm


T (min) DQO (mg/L) T (min) DQO (mg/L)
(U Pt-Co) (U Pt-Co)
60 1437.5 1140 1150 4600 3270
80 1765 1540 1210 4545 3900
130 2345 1870 1270 4740 3160
190 2515 2160 1390 5160 4100
250 2575 2240 1510 5570 5440
310 2650 2560 1630 5725 5280
370 2770 2330 1870 6060 5200
430 2770 2350 2050 6315 7000
490 2895 2840 2230 7070 7250
550 2905 3260 2410 5795 5200
610 3220 3290 2590 6745 6550
670 3235 3120 2770 7285 8000
730 3290 4200 3378 9045 8600
790 3245 3000 3438 9360 10250
850 3350 4140 3601 7255 7400
910 3430 3480 3635 7270 8000
970 3395 3050 3834 7645 9100
1030 4145 4000 3978 8020 9550
1090 4300 4700 4073 8320 10200
0.9000
0.8000
0.7000
0.6000
0.5000
C/Co

0.4000
0.3000
0.2000
0.1000
0.0000
0 1000 2000 3000 4000 5000
Tiempo (min)

Figura 3. Curva de ruptura para DQO

1.0000
0.9000
0.8000
0.7000
0.6000
C/Co

0.5000
0.4000
0.3000
0.2000
0.1000
0.0000
0 1000 2000 3000 4000 5000
Tiempo (min)

Figura 4. Curva de ruptura para Color

Con base en las figuras 3 y 4 y a que la columna se colmató cuando se filtraron 42.6 L, se calcularon los siguientes
parámetros de diseño: kg DQO removida/kg de carbón 0.3824; litros de lixiviado/kg de carbón 62.25.

Los resultados del proceso de adsorción se muestran en la Tabla 4.


Tabla 4. Resultados del proceso de adsorción en columna

Parámetro % Remoción Parámetro % Remoción


DQO total (mg/L) 89.74 SDT (mg/L) 71.87
DQO soluble (mg/L) 90.41 NT (mg/L) 81.95
DBO5 total (mg/L) 30.34 N-NH3 (mg/L) 80.47
D
22.08 CT (mg/L) 92.07
BO5 soluble (mg/L)
Color 455 nm (U Pt-Co) 92.44 CI (mg/L) 28.69
ST (mg) 71.13 COT (mg/L) 93.88
SST (mg) 42.12

El IB del lixiviado crudo fue de 0.084 mientras que el del lixiviado tratado fue de 0.42, lo que permitiría probar con
éxito un tratamiento biológico para remover la carga orgánica remanente.

Conclusiones

- El mejor carbón activado para la adsorción en bacht es el CAP, tanto para la remoción de DQO como de color.
- El IB del lixiviado se incrementó de 0.084 a 0.42 con la adsorción, por lo que puede ser exitoso un tratamiento
biológico posterior.
- En la columna de adsorción empacada con CAG se obtuvieron las siguientes remociones: DQO 89%, Color 92%,
NT 81% y COT 93%, que son superiores a las reportadas en la literatura.
- Los parámetros de diseño para columnas de adsorción fueron: kg DQO removida/kg de carbón 0.3824; litros de
lixiviado/kg de carbón 62.25.

Referencias

Bashir M., Isa M., Kutty S., Awang Z., Aziz H., Mohajeri S. y Farooqi I. (2009) Landfill leachate treatment by
electrochemical oxidation. Waste Management, 29, 2534-2541.
Bodzek M., Lobos-Moysa E., Zamorowska M. (2006) Removal of organic compounds from municipal landfill
leachate in a membrane bioreactor. Desalination, 198, pp. 16-23.
Foo K.Y., Hameed B.H. (2010) Insights into modeling of adsorption isotherm systems. Chemical engineering
journal. 156, pp. 2-10.
Kang K.H, Sang S. y Park H. (2002) Characterization of humic substances present in landfill leachates with different
landfill ages and its implications. Water Research, 36, pp. 4023-4032.
López A., Pagano M., Volpe A. y Di Pinto A. C. (2004) Fenton´s pre-treatment of mature landfill leachate.
Chemosphere, 54, 1005-1010.
Méndez R., Castillo E., Sauri M., Quintal C., Giacomán G. y Jiménez B. (2009) Comparación de cuatro tratamientos
fisicoquímicos de lixiviados. Revista Internacional de Contaminación Ambiental, 25 (3), 133-145.
Renou S., Givaudan J.G., Poulain S., Dirassouyan F. y Moulin P. (2008) Landfill leachate treatment: review and
opportunity. Journal of Hazardous Materiarls, 150, 468-493.
Rivas J. F., Beltrán F., Carvalho F., Gimeno O. y Frades J. (2005) Study of different integrated physical-chemical +
adsorption processes for landfill leachate remediation. Industrial and Engeneering Chemistry Research, 44,
2871-2878.
Sang Y., Gu Q., Sun T. y Li F. (2008) Color and organic compounds removal from secondary effluent of landfill
leachate with a novel inorganic polymer coagulant. Waste Science and Technology, 58 (7), 1423-1432.
Wu Y., Zhou S., Qin F., Peng H., Lai Y. y Lin Y. (2010) Removal of humic substances from landfill leachate by
Fenton oxidation and coagulation. Process Safety and Environmental Protection, 88, 276-284
Xing W., Ngo H., Kim H., Guo W. y Hagare P. (2008) Physico-chemical processes for landfill leachate treatment:
experiments and mathematical models. Separation Science and Technology, 43, 347-361.
HIGIENIZAÇÃO DE LODO SÉPTICO SUBMETIDO A 11 MESES DE ESTOCAGEM
PROLONGADA

DISINFECTION OF SEPTIC SLUDGE SUBMITTED TO 11 MONTHS LONG-TERM


STORAGE

Raquel Pinheiro Pompeo 1*


Edilene Alcantara de Castro 2
Miguel Mansur Aisse 1
Cleverson Vitório Andreoli 3

Abstract
It is estimated that about 80 million people in Brazil have their wastewater treated by septic tanks or cesspools. The
final destination of septic sludge is a major problem, both for public health and the environment. This work
evaluated the disinfection of septic tank sludge, subjected to 11 months of long-term storage in two municipalities of
Paraná State, Brazil. Monitoring of the sludge was done by monitoring the evolution of viable helminths eggs,
termotolerant fecal coliforms and salmonella sp in six septic sludge treatments (six samples) over the time,
evaluating the conditions of plowing and shelter (coverage). At 13 weeks of treatment, mean values of fecal coliforms
were below 103 MPN/g TS. However, regrowth of the bacteria was observed. In the treatments held in the
municipality of Apucarana, at 17 weeks, the bacteria salmonella sp had been reduced to levels below 3 MPN /4g TS.
Nevertheless, in the treatments held in Fazenda Rio Grande, the bacteria was present in the 43th week of the
treatments, even if at low concentrations. The sanity of the treated sludge did not meet the standards established by
CONAMA Resolution 375/ 06 for Class A sludge for viable helminths eggs during the period of the study, since there
were obtained 1.55 to 3.19 eggs in the treatments. The climatic conditions of the municipality of Apucarana favors
the sludge cleaning, but a longer period of storage is necessary so that the sludge can meet the Resolution standards.

KeyWords: long-term storage, helminths, disinfection sludge, septic tank sludge.

1
Programa de Pós Graduação em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental, Universidade Federal do Paraná
2
Setor de Ciências Biológicas, Departamento de Patologia Básica, Universidade Federal do Paraná.
3
Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR
* Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental – PPGERHA. Centro Politécnico. Jardim das
Américas. CEP 81531-990, Caixa Postal 19011. Curitiba, Paraná, Brasil. Tel. 55 41 33613144. E-mail:
raquelpompeo@hotmail.com

1
Resumo
Estima-se que cerca de 80 milhões de habitantes no Brasil, tenham seus esgotos tratados por fossas ou tanques
sépticos. A destinação final do lodo de fossa-séptica é um grande problema, tanto para a saúde pública quanto ao
meio ambiente. Neste trabalho foi avaliada a higienização de lodo de fossa séptica, submetido a 11 meses de
estocagem prolongada, em dois municípios do Estado do Paraná, Brasil. Foi realizado o monitoramento do lodo
através da evolução de ovos viáveis de helmintos, coliformes termotolerantes e salmonella sp, em seis tratamentos no
lodo séptico ao longo do tempo (seis amostragens), sendo avaliadas as condições de revolvimento e abrigo
(cobertura). Em 13 semanas de tratamento os valores médios para coliformes termotolerantes estavam abaixo de 103
NMP/ g ST, entretanto, foi observado recrescimento da bactéria. Nos tratamentos realizados no município de
Apucarana, na 17ª semana, a bactéria salmonella sp havia sido reduzida a níveis abaixo de 3 NMP/4g de ST,
contudo, nos tratamentos realizados em Fazenda Rio Grande a bactéria esteve presente, mesmo em concentrações
baixas, na 43ª semana em um dos tratamentos. A sanidade do lodo proveniente destes tratamentos não atendeu aos
padrões estipulados pela Resolução Conama 375/06 para lodo Classe A para ovos viáveis de helmintos no período
estudado, sendo obtidos ao final nos tratamentos de 1.55 a 3.19 ovos. As condições climáticas do município de
Apucarana favorecem a higienização do lodo, contudo, é necessário um tempo maior de estocagem para que o lodo
possa atender a Resolução.

Palavras-chave: estocagem prolongada, helmintos, higienização do lodo, lodo de fossa séptica.

Introdução

O panorama do saneamento básico no país, citado por Aisse (2000), no início dos anos 2000, mudou muito pouco até
os dias atuais indicado pela inexistência de tratamento de esgotos em grande parte dos municípios brasileiros. O
maior empecilho à sua viabilização, segundo seus administradores, se dá pelos altos custos de instalação e
manutenção das estações de tratamentos de esgotos.

Estima-se que cerca de 80 milhões de habitantes no Brasil, tenham seus esgotos tratados por fossas ou tanques
sépticos (IBGE, 2007). O uso de tanques sépticos e sumidouros pode ser uma forma adequada para a gestão dos
efluentes, contudo esta opção tecnológica requer a retirada sistemática do lodo e alternativas para o destino final do
lodo, o que raramente é observado na prática. A destinação final adequada do lodo séptico é um grande desafio para
a gestão pública e empresas de saneamento. Muitos dos processos de higienização do lodo, visando o uso agrícola,
apresentam custos elevados de capital ou de operação e manutenção, o que dificulta seu emprego no Brasil, que
ainda não possui a universalização da coleta e tratamento de esgotos, e, menos ainda, tratamento do lodo gerado.

Dentre os agentes patogênicos, os helmintos são os que apresentam maior capacidade de resistência às condições do
meio, sendo os indicadores mais importantes para a higienização do lodo (SIDHU e TOZE, 2009; ANDREOLI et
al., 2001; CAPIZZI-BANAS E SCHWARTZBROD, 2001). Os coliformes termotolerantes são microrganismos que
coexistem com os patógenos nas fezes, pois estão presentes no intestino do homem e dos animais de sangue quente.
São utilizados como indicadores de contaminação fecal para o monitoramento da qualidade dos efluentes, dos
recursos hídricos e também do lodo. O limite estabelecido para os coliformes fecais se deve a evidências de sua
resistência superior comparado a outras bactérias patogênicas como a salmonella.

A higienização natural do lodo é um processo simples e de baixo custo sendo este projeto, que prevê a redução de
patógenos no lodo por meio da estocagem prolongada, importante para o desenvolvimento de critérios técnicos, para
que possa ser utilizado e disposto de forma segura no ambiente. Deve ser destacado, no entanto, que a Resolução
CONAMA 375/2006 (BRASIL, 2006) não permite o uso agrícola do lodo proveniente de fossas e tanques sépticos.

A pesquisa teve como objetivo a avaliação de um processo de higienização natural e controlada de lodo séptico,
através da análise da evolução de organismos patogênicos, pelo monitoramento das variáveis que interferem no
processo obedecendo a critérios técnicos, estudando a eficiência na higienização do lodo séptico ao longo de 11
meses.

2
Metodologia

A pesquisa foi desenvolvida em duas Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) da Empresa de Saneamento do
Paraná (SANEPAR), localizadas nos municípios de Fazenda Rio Grande (FRG) – Região Metropolitana de Curitiba
e Apucarana, ambas no Estado do Paraná (Brasil). A diferença geográfica e climatológica entre as duas localidades
foi o fator determinante na escolha dos locais de montagem dos pilotos. O município de Apucarana, localiza-se entre
os paralelos de 23º24’ 22.05’’ a 23º43’07.05” de latitude sul e os meridianos de 51º15’07.05’’ a 51º37’30” de
longitude oeste e situada na altitude de 860 m. O município de Fazenda Rio Grande, situa-se na latitude de 25º 39’ S,
longitude de 49º 16’ W e altitude de 895 m.

O lodo foi obtido em diversos municípios da Região Metropolitana de Curitiba e a maior parte de escolas públicas do
município de Almirante Tamandaré, onde houve confirmação prévia de altas concentrações de ovos viáveis de
helmintos, através de análises no Laboratório de Parasitologia da UFPR. O lodo foi transportado por caminhões
limpa-fossa, que o descarregaram no adensador da ETE Fazenda Rio Grande, sendo adaptada uma tela com abertura
de 10 mm no mesmo para reter pedras e materiais grosseiros, e em seguida foi encaminhado para o desague na
centrífuga.

O delineamento experimental utilizou parcelas subdivididas do lodo, dispostas em caixas de madeira de 1,0 m de
largura, 2,0 m de comprimento e 0,50 m de altura Foram realizados seis tratamentos e quatro repetições para cada
um deles. A Figura 1 ilustra a construção do pátio descoberto e a montagem das caixas, aqui denominado de pilotos.
Na Tabela1 encontram-se sumarizados os tipos de tratamento realizados no lodo séptico

(a) (b)

Figura 1. Pátio descoberto utilizado para a higienização natural dos lodos de fossa e tanque séptico em Fazenda Rio
Grande/PR (a), com detalhe para o e revolvimento manual (b)

Tabela 1. Higienização Natural de Lodo por Armazenamento Prolongado: Tratamentos aplicados no lodo de tanque
séptico
Tratamentos Condições Operacionais
Tratamento 01 – TR1 Pátio Coberto Com Revolvimento em Fazenda Rio Grande
Tratamento 02 – TR2 Pátio Coberto Sem Revolvimento em Fazenda Rio Grande
Tratamento 03 – TR3 Pátio Descoberto Com Revolvimento em Fazenda Rio Grande
Tratamento 04 – TR4 Pátio Descoberto Sem Revolvimento em Fazenda Rio Grande
Tratamento 05 – TR5 Pátio Descoberto Com Revolvimento em Apucarana
Tratamento 06 – TR6 Pátio Descoberto Sem Revolvimento em Apucarana

O revolvimento foi realizado manualmente com enxada, com frequência semanal nos dois primeiros meses e
quinzenal nos demais. O aparato experimental nos dois municípios foi montado em abril de 2012, com 15 dias de
diferença entre eles, sendo as coletas realizadas nos tempos 4, 9, 13, 17, 30 e 43 semanas. A partir da observação de
pequena queda na concentração dos ovos viáveis de helmintos nas análises, entre quatro semanas, optou-se por
ampliar o tempo de amostragem depois da 17ª semana. As amostras foram coletadas em três pontos das caixas desde
a superfície até o fundo, e então homogeneizadas formando uma amostra composta. Tendo 16 unidades
experimentais em Fazenda Rio Grande e nove em Apucarana (uma em pátio coberto), ao todo nas seis amostragens,
foram analisadas 150 amostras compostas em duplicata. O acondicionamento foi realizado em embalagens estéreis e

3
armazenadas/refrigeradas em caixas do tipo cooler, mantendo a temperatura em torno de 4ºC, para o envio aos
Laboratórios.

Foram analisadas as concentrações de ovos de helmintos, de salmonella sp. e de coliformes termotolerantes. As


análises foram realizadas através dos métodos descritos na Resolução Conama 375/2006 (BRASIL, 2006), para
coliformes termotolerantes – tubos múltiplos e salmonella sp por Número Mais Provável. O método utilizado para
contagem de ovos de helmintos foi o de Yanko modificado por Thomaz-Soccol (2000).

O perfil de temperatura na massa de lodo das unidades experimentais foi monitorado através de sensores conectados
a um datalogger, por 24 horas consecutivas e leituras automáticas a cada 20 minutos, bem como a temperatura
ambiente e umidade relativa do ar. Os dados meteorológicos também foram obtidos pelo SIMEPAR – Sistema
Meteorológico do Paraná. Para as análises foram obtidos os valores médios de temperatura do lodo, umidade relativa
do ar, temperatura ambiente de cada tratamento, nas campanhas amostrais, correspondentes ao mês anterior que
antecedem cada coleta. Os valores de precipitação foram os acumulados durante este período. Estes parâmetros, com
exceção dos índices pluviométricos, estão representados graficamente nas figuras que ilustram a evolução de ovos
viáveis de helmintos e coliformes termotolerantes.

Resultados e Discussões

Os resultados são apresentados por semana, correspondendo ao período das amostragens realizadas. A parte
atividade experimental teve inicio em abril de 2012, sendo (t1) o tempo correspondente a quatro semanas de
experimento, no mês de maio de 2012.

Evolução da densidade de coliformes termotolerantes ao longo do tempo

Os resultados obtidos para coliformes termotolerantes, ao longo das 43 semanas de experimento estão representados
na Figura . Das quatro unidades experimentais, em cada tratamento, foram plotados os valores máximos, médios e
mínimos.

Figura 2. Evolução de coliformes termotolerantes, em Figura 3. Evolução de coliformes termotolerantes, em


lodo séptico, ao longo de 43 semanas em Fazenda Rio lodo séptico, ao longo de 43 semanas em Apucarana
Grande

As concentrações iniciais médias de coliformes termotolerantes (CT) estavam na ordem de 103 NMP/g ST em três,
dos seis tratamentos realizados. Em Fazenda Rio Grande, na 9ª semana foi observado decaimento mais expressivo no
TR1 (81,84%) seguido de TR2, ambos em pátio coberto, que apresentou redução de 61,19%. Esta redução não
ocorreu com os tratamentos em pátio descoberto, TR3 e TR4, que tiveram aumento da umidade na massa do lodo e
sofreram mais influência das variações climáticas no período, marcado por fortes chuvas. Com 17 semanas de
4
tratamento TR1 e TR4 apresentavam valor médio pouco acima de 10 3 NMP/g ST, nos demais tratamentos as
concentrações foram reduzidas para ordens de grandeza entre 10 e 10 2 NMP/g ST. Concentrações abaixo de 103
NMP/g ST foram obtidas em todos os tratamentos com 30 semanas de experimento, com densidades semelhantes, na
ordem de 102 NMP/g ST.

Nos tratamentos realizados em Apucarana, TR5 e TR6 (Figura 3), houve uma redução mais brusca de CT da 13ª à
17ª semana e manteve-se ao longo de todo o experimento uma tendência ao decaimento em todas as unidades
experimentais, a não ser em TR5, entre a 30ª e 43ª semana, e entre a 17ª e a 30ª semana, em TR6, em uma unidade
em cada um deles.

Comparando os tratamentos TR3 e TR5,e também, TR4 e TR6, entre as cidades, os realizados em pátios descobertos
em Apucarana apresentaram melhores resultados comparados aos realizados em Fazenda Rio Grande. Os maiores
teores de sólidos totais obtidos foram na 30 a semana em TR5 e TR6, com 61,27 e 77,79%, respectivamente. O
período anterior a esta coleta foi bastante seco, abrangendo inverno e primavera. No mês que antecedeu esta coleta
foi o de maior índice médio de irradiação solar, de 459,44 Wh/m2, influenciando as baixas concentrações de
coliformes. Em TR1 e TR5 observa-se a maior queda na densidade no período, apontando a relação entre diminuição
da umidade e redução da bactéria.

Na última amostragem realizada, ocorreu um aumento da densidade média da população de coliformes


termotolerantes, elevando-as para valores na ordem 103 em TR1, TR3 E TR4, sugerindo a ocorrência de
recrescimento ou recontaminação por fezes de animais. O período entre a 30ª e 43ª semanas corresponde ao verão. O
recrescimento em algumas das unidades experimentais pode ser devido às condições ambientais favoráveis, como
temperaturas mais altas e umidade do ar, favorecendo a persistência das bactérias e seu aumento.
Analisando as unidades experimentais separadamente, em cada um dos tratamentos, das quatro unidades uma
apresentava seus valores acima de 103NMP/g ST. Nas demais os valores foram <200 NMP/g ST. Em TR4 as
concentrações de coliformes termotolerantes foram expressivas, acima de 10 3 NMP/g ST em duas unidades
experimentais na última amostragem.

Da 30ª à 43ª semana a precipitação foi mais intensa, correspondente aos meses de verão. No mês de fevereiro choveu
412 mm em Apucarana, enquanto na região metropolitana de Curitiba foi registrado 278 mm. O lodo seco
apresentou tendências de absorção e retenção de água no período do verão e nos tratamentos realizados em
Apucarana a umidade do lodo aumentou.

Os lodos revolvidos apresentaram menor umidade após as 43 semanas de tratamento, entretanto a diferença foi muito
pequena, comparados aos não revolvidos, não apresentando diferenças significativas. O revolvimento do lodo expõe
a camada inferior do perfil do lodo à superfície, ficando mais suscetíveis ao calor proporcionado pela exposição solar
e conseqüentemente à redução de organismos patogênicos (ANDREOLI, 2001). Entretanto, os resultados desta
pesquisa não apontaram diferenças significativas entre o parâmetro coliformes termotolerantes e a variável
revolvimento nos tratamentos realizados nas 43 semanas de estudo. Diversos efeitos influenciam a sobrevivência dos
microorganismos no meio ambiente, a maior oxigenação nas unidades revolvidas pode promover condições propicias
para o desenvolvimento das bactérias.

Evolução da densidade de Salmonella sp.ao longo do tempo

A densidade inicial de salmonella sp estava na ordem de 103 NMP/4g em TR2 e TR3 , enquanto nos demais
tratamentos estavam na ordem 102 NMP/4g no lodo.

A relação de redução da umidade com a inativação dos patógenos foi o fator que mais interferiu na diminuição da
densidade da salmonella sp. Quando o teor ST nos lodos ficou próximo a 50% em 17 semanas, foi observada o maior
declínio da bactéria em todos os tratamentos. Neste período o aumento de ST foi mais expressivo no lodo revolvido,
aumentando de 48% para 57%. O máximo teor de ST (%) foi ocorreu em 30 semanas de tratamento, em TR5 e TR6,
atingindo 61.27% e 77.79 % de ST, respectivamente, já havia sido observada a ausência da bactéria em quase todas
5
as unidades experimentais. A amostragem corresponde a novembro de 2013, onde foi registrada a maior média da
temperatura ambiente (23.04ºC) em Apucarana, nos mês anterior.

Nos tratamentos realizados em Apucarana a densidade das bactérias teve um decaimento expressivo de 4 para 9
semanas e em 17 semanas de tratamento, em todas as unidades experimentais os valores apresentados foram
<3NMP/4g ST. Neste período, correspondente ao inverno, os índices de umidade relativa do ar foram baixos no
período estudado, e seco com poucas chuvas nos dois municípios. Na 30ª semana, uma unidade experimental do TR6
apresentou valores positivos, sugerindo recrescimento ou recontaminação pela bactéria. Nos tratamentos em pátio
descoberto em Fazenda Rio Grande foi verificada ausência apenas depois de 43 semanas de tratamento e
recrescimento de salmonella sp, em duas das quatro unidades experimentais no TR1.

Até a 30ª semana, os tratamentos em pátio coberto foram mais eficientes do que os em pátio descoberto nos
tratamentos realizados em Fazenda Rio Grande. Nos tratamentos realizados em Fazenda Rio Grande houve aumento
da umidade na massa do lodo, enquanto nos realizados em Apucarana houve estabilidade e redução da umidade de
quatro para nove semanas. Em Fazenda Rio Grande a temperatura ambiente média foi maior que nos meses
anteriores, sendo registrados 18.92ºC. A perda de umidade foi maior nos tratamentos em pátio coberto do que
descoberto, durante todo o período, a não ser no TR2 em t4 que ficou muito próximo a TR4. A baixa pluviosidade
contribuiu para um aumento na secagem do lodo nos dois municípios. A temperatura da massa do lodo também
estava mais alta em TR5 e TR6.

Para o destino agrícola do lodo, o CONAMA 375/06 prevê ausência de salmonella, contudo, para a observação do
decaimento da bactéria ao longo do tempo optou-se pelo monitoramento utilizando os limites para a densidade do
organismo especificado segundo a norma CETESB – P4230 (1999) e EPA (2004), que estabelece 3 NMP/4g de ST
(Número Mais Provável por 4 gramas de Sólidos Totais).

Evolução da contagem de ovos de helmintos ao longo do tempo

Os resultados obtidos para ovos viáveis de helmintos estão representados graficamente e podem ser observados nas
Figuras 4 e 5.

Figura 4. Evolução da contagem de ovos viáveis de Figura 5. Evolução da contagem de ovos viáveis de
helmintos, em lodo séptico, ao longo de 43 semanas em helmintos, em lodo séptico, ao longo de 43 semanas, no
Fazenda Rio Grande município de Apucarana

A tendência de redução na concentração de ovos viáveis de helmintos em Fazenda Rio Grande pôde ser observada
até a 13ª semana nos tratamentos em pátio coberto e em pátio descoberto até a 17ª. Entretanto, há descontinuidade
nos resultados de helmintos durante todo o período. Pelas figuras percebe-se um pequeno aumento nos valores
médios dos ovos na 30ª semana e ainda um aumento em dois tratamentos na 43ª semana. Analisando a eficiência dos
tratamentos em todo o período avaliado, os tratamentos cobertos em Fazenda Rio Grande foram superiores aos
6
demais. Tinha-se na primeira amostragem, para TR1 e TR2, valores médios de 5.6 e 4.5 ovos viáveis de helmintos
caindo para 3.75 e 2.25, respectivamente,com eficiência de 47.10% e 52.64%.

Em Apucarana a temperatura da massa de lodo se mostrou bem superior, comparada aos tratamentos no outro
município. Ao contrário do ocorrido com a salmonella sp., na inativação de ovos de helmintos não possível
correlacionar a eficiência dos tratamentos com diminuição da umidade. Houve um aumento na média de ovos
viáveis em TR3 e TR4 devido a uma unidade experimental, em cada um deles, que vinha decaindo e subitamente
aumentou na amostragem de 43 semanas, o que interferiu no resultado esperado.

Pelo teste de Shapiro-Wilk para ovos viáveis de helmintos obteve-se: W = 0.7808, p-valor < 2.2e-16, rejeitando-se a
hipótese de normalidade. Foi realizada a comparação dos tratamentos pelo teste de Kruskal-Wallis e posteriormente
o teste de comparações múltiplas. Estatisticamente, houve tendência a diferença significativa entre TR4 e TR6,
tratamentos sem cobertura e sem revolvimento em diferentes cidades em 17 e 30 semanas. Foram obtidas médias
mais baixas em TR4. Entretanto, considerando a unidade experimental que já iniciou com valores abaixo de 0,25,
não é possível considerar que afirmar que o tratamento foi mais eficiente em virtude das duas localidades.

Para o fator revolvimento, nenhum teste apontou diferenças significativas entre os tratamentos, em nenhum tempo.
Ferreira (2001) em um estudo do efeito de solarização na inativação destes patógenos, em tratamentos com e sem
revolvimento, não encontrou diferenças entre os tratamentos na redução da viabilidade de ovos de helmintos,
enquanto os resultados apontados por Bueno (2001) indicam tratamentos não revolvidos como mais eficientes na
inativação de helmintos. Isto pode ser explicado pela maior oxigenação proporcionada pelo revolvimento, criando
condições mais apropriadas e favoráveis de desenvolvimento dos ovos.

Na Tabela 2 são apresentados os valores da contagem para helmintos de ovos totais, viáveis e viabilidade (%) por
tipo de helminto, no início do experimento e depois de 43 semanas.

Tabela 2. Número de ovos totais e viáveis (nº ovos/g ST) no lodo séptico submetido aos tratamentos, em 43 semanas
Tratamento t = 4 semanas (n=4) t = 43 semanas (n=4)
Ovos Viáveis Ovos Totais % Viab. Ovos Viáveis Ovos Totais % Viab.
TR1 6.04 20.32 29.7 3.19 9.35 34.15
TR2 4.49 15.69 28.6 2.13 7.26 29.28
TR3 3.29 15.02 21.9 2.52 8.26 30.46
TR4 1.79 9.97 17.98 2.68 10.83 24.73
TR5 2.59 18.64 13.92 1.47 4.27 26.55
TR6 3.84 22.23 17.3 1.55 5.79 26.7

Apesar de ter sido observado o decaimento dos ovos viáveis de helmintos, os valores não atingiram o padrão
Conama 375/06, que é de 0.25 ovo viável por grama de matéria seca. A fauna parasitária encontrada no lodo séptico
para os dois municípios foi: Ascaris sp, Toxocarasp, Trichuristrichiura, T. vulpis, Trichuroidea, H. diminuta e
Taenia sp.. Ovos de Ascaris sp foram encontrados em 100% das amostras analisadas com maior prevalência sobre os
demais helmintos, como era o esperado em virtude de sua maior resistência.

A viabilidade média encontrada para o TR1 foi de 29.70% no inicio do experimento t = 4 semanas e 34.15 %em t =
43 semanas; no TR2 foi de 28.60% (t1) e 29.42 % na 43ª semana. No TR3e TR4 em t1 foi de 21.90 % e 17. 98% e
30.53 % e 24.73 % em t5, respectivamente. Ocorreu a diminuição do número de ovos totais nos tratamentos,
entretanto não ocorreu a redução na viabilidade dos ovos remanescentes. Foi monitorada apenas uma unidade
experimental em pátio coberto em Apucarana, não sendo realizado o revolvimento. O maior valor observado nesta
unidade foi de 1.65 ovo viável, sendo reduzido para 0.41 ovo viável/g ST.

A perda de umidade eventualmente destrói ovos de helmintos, entretanto a espécie Ascaris spp é notadamente
resistente à dessecação, teores de sólidos entre 50 e 60% não foram suficientes para a inativação dos mesmos a níveis

7
aceitáveis. É necessário um período maior de observação para estocagem prolongada do lodo séptico para a
inviabilização de ovos de helmintos em níveis seguros para a sua aplicação na agricultura.

Não foram obtidos resultados que apontem o revolvimento do lodo como mais eficiente no decaimento das bactérias.
Quanto a eficiência nos tratamentos quanto a inviabilização dos ovos de helmintos, observa-se uma melhor eficiência
nos tratamentos não revolvidos, apesar de estatisticamente não ter sido apontada diferença significativa entre os
tratamentos. Isto pode ser explicado pela maior oxigenação proporcionada pelo revolvimento, criando condições
favoráveis ao desenvolvimento dos ovos. Um dos fatores que pode ter acarretado a pouca influência do revolvimento
na redução de umidade e decaimento das bactérias foi a baixa frequência, sendo semanal no primeiro mês e nos
meses seguintes quinzenal além de ser feito manualmente com enxada, não sendo tão eficiente quanto um
revolvimento mecânico.

Conclusões

Em 17 semanas de tratamento as concentrações de coliformes termotolerantes alcançaram o padrão do CONAMA,


entretanto foi observado recrescimento em algumas unidades experimentais no período mais quente nos tratamentos
realizados em Fazenda Rio Grande. A bactéria salmonella sp teve um decaimento mais acentuado entre a 17ª e 30ª
semanas, contudo só atendeu os limites legais na 43ª semana. O período de 11 meses de estocagem de lodo séptico
não foi suficiente para a inviabilização de ovos de helmintos, estando os números acimado padrão estabelecido pela
Resolução Conama 375/06.

Este lodo não estaria apto para ser aplicado na agricultura, observando que a aplicação de lodo proveniente de fossas
e tanques sépticos ainda não é permitida no país. O monitoramento de organismos patogênicos por estocagem
prolongada será realizado até dois anos e resultados complementares serão publicados posteriormente em trabalhos
científicos.

Foi observado o fator cobertura foi mais favorável nos tratamentos quanto ao decaimento da salmonella sp e na
eficiência da inviabilização de ovos de helmintos. Contudo, como não foram obtidos número de ovos viáveis
aceitáveis em nenhum dos tratamentos realizados, não é possível assegurar a cobertura como fator determinante na
eficiência da higienização de lodo séptico até o período estudado.

Os tratamentos realizados no município de Apucarana foram mais eficientes do que os realizados no município de
Fazenda Rio Grande, principalmente para o decaimento das bactérias. O principal fator observado foram as
condições meteorológicas, como maior irradiação solar, umidade relativa do ar mais baixa na maior parte do tempo,
temperatura ambiente maior, comparadas as condições observadas em Fazenda Rio Grande.

Devido aos custos de construção de pátios de estocagem e área requerida por longos períodos, a higienização de
lodos provenientes de fossas e tanques sépticos por higienização natural pode não ser viável para grandes volumes
deste resíduo. O tratamento combinado com esgoto ou outras formas de tratamento isolado (compostagem,
landfarming entre outros), podem ser soluções mais promissoras na gestão de lodos sépticos.

Agradecimentos – Os autores agradecem a FINEP e ao CNPq pelo financiamento da pesquisa,


através do edital Ação Transversal Saneamento Ambiental e Habitação (2009), a UNIFAE, a
SANEPAR e a UFPR, como co-executores, pelo apoio demonstrado. A CAPES pela cessão de
Bolsa para realização do doutorado.

Referências Bibliográficas

Aisse, M.M. Sistemas Econômicos de Tratamento de Esgotos Sanitários. Rio de Janeiro: ABES, 192p., 2000.

8
Andreoli, C.vV. Pegorini e., Fernandes f.In: ANDREOLI, C.V. (Coord). Resíduos sólidos do saneamento:
processamento, reciclagem e disposição final. Rio de Janeiro :RiMa/ABES, 2001.
Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. CONAMA n o 375. Define critérios e
procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos
derivados. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, n. 167, 30 ago 2006, p. 141-146.
Bueno, R.C.R. Biossólido – processo de redução adicional de patógenos com a utilização de energia solar. In:
Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 21, 2001, João Pessoa/PB. Anais...João Pessoa: ABES, 2001.
Capizzi-Banas, S.; Schwartzbrod, J. Irradiation of Ascaris ova in sludge using na eléctron beam accelerator.
WaterResearch, Amsterdam, v.35, n.9, p.2256-2260, 2001.
CETESB – COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Norma P.4230: Aplicação de
biossólido em áreas agrícolas: Critérios para Projetos e Operação. São Paulo,1999. 33 p.
EPA – ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. Guidelines for Water Reuse. EPA/625/R-04/108, Washington,
DC, september, 2004.
Ferreira, A. C. Monitoramento da Secagem e Desinfecção de Lodo Anaeróbio em Leito de Secagem com Uso de Estufa
Plástica e Biogás. Dissertação, Mestrado, Universidade Federal do Paraná, (2001) Curitiba, 97p.
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa nacional por amostra de domicílios:
síntese de indicadores 2007. Rio de Janeiro. 2007.
Sidhu, J.; Toze, S. G. Human pathogens and their indicators in biosolids: A literature review. Environment
International, v. 35, n. 1, p. 187-201, 2009.
Thomaz-Soccol, V.; Paulino, R.C.; Castro, E. A. Manual de métodos para análises microbiológicas e parasitológicas
em Reciclagem Agrícola de Lodo de Esgoto. Sanepar, Curitiba, 2 ed., 2000. p. 27 – 41.

9
CORRELAÇÃO DA DENSIDADE DE CIANOBACTÉRIAS COM OS PARÂMETROS
FÍSICO-QUÍMICOS EM LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO. ESTUDO DE CASO DA ETE
SANTA EUDÓXIA – SÃO CARLOS (SP), BRASIL

CORRELATION OF CYANOBACTERIA DENSITY VERSUS PHYSICAL-CHEMICAL


PARAMETERS IN STABILIZATION POND. CASE STUDY OF WASTEWATER
TREATMENT PLANT “SANTA EUDÓXIA”- SÃO CARLOS (SP), BRAZIL

Fernanda Igual Morales1*


Baptista Bina2
Erich Kellner1

Abstract
The problem of bloom cyanobacteria in water bodies is the fact that these microorganisms
produce and release toxins that can affect human health when using the water for various
activities. The phenomenon is not restricted to sources of supply may occur in stabilization ponds
, one hypereutrophic environment , which under certain climatic and operational conditions
favor the phenomenon of flowering. Thus, the main objective of this work was to study the
possible correlation between the density of cyanobacteria and their genres with physico -
chemical characteristics of the effluent from a stabilization pond , the optional type , located in
the municipality of São Carlos ( SP ) , Brazil . The physico - chemical variables were
temperature of the effluent Total Nitrogen , Total Phosphorus and COD . There was a positive
correlation between the density of cyanobacteria and Total Nitrogen concentration and negative
correlation with the temperature of the effluent . The concentration of phosphorus and COD
showed no significant correlation . Identified the predominance of cyanobacteria genera
Merismopedia , Pseudanabaena and Limnothrix in effluent from facultative pond .
Key-words
Cyanobacteria, stabilization pond, organic overload, wastewater treatment

1
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana (PPGEU).
2
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
*Autor corresponsal: Rua Episcopal, 2474, apto:172-A – Centro – São Carlos – São Paulo – CEP: 13560-049 – Brasil – Tel: +55
(11) 98344-1690 – email: fe_igual@hotmail.com e feigual@gmail.com.

1
Resumo
O grande problema do florescimento de cianobactérias em corpos aquáticos é o fato destes microrganismos
produzirem e liberarem toxinas que podem afetar a saúde humana quando da utilização da água para atividades
diversas. O fenômeno não é restrito para mananciais de abastecimento podendo ocorrer em lagoas de estabilização,
um ambiente hipereutrófico, que sob certas condições climáticas e operacionais favorecem o fenômeno de floração.
Diante disso, o objetivo principal deste trabalho foi estudar as possíveis correlações entre a densidade de
cianobactérias e seus gêneros com as características físico-químicas do efluente de uma lagoa de estabilização, do
tipo facultativa, localizada no município de São Carlos (SP), Brasil. As variáveis físico-química analisadas foram
temperatura do efluente, Nitrogênio Total, Fósforo Total e DQO. Verificou-se correlação positiva entre a densidade
de cianobactérias e a concentração de Nitrogênio Total e correlação negativa com a temperatura do efluente. A
concentração de fósforo e a DQO não apresentaram correlação significativa. Identificou-se a predominância de
cianobactérias dos gêneros Merismopedia, Pseudanabaena e Limnothrix no efluente da lagoa facultativa.

Palavras-Chave
Cianobactéria, lagoa de estabilização, sobrecarga orgânica, tratamento de esgoto.

Introdução

As lagoas de estabilização representam uma das formas mais comuns para redução da matéria orgânica presente dos
esgotos (Gloyna, 1971), sendo amplamente utilizada em países tropicais (Furtado, et al., 2009).

As algas e bactérias exercem um importante papel no tratamento dos esgotos quando feito por lagoas de
estabilização. De certa maneira, o dimensionamento dessas unidades de tratamento procura reproduzir condições
para que as reações bioquímicas que ocorrem no ambiente, ocorram nessas unidades, porém de maneira otimizada
(Kellner e Pires, 1998; Oliveira, 2010).

Dentre os grupos de microrganismos que ocorrem nesse ambiente lêntico e eutrofizado, que atuam nas lagoas de
estabilização, foi dada a atenção a presença das cianobactérias.

Segundo Calijuri et al. (2006) a eutrofização favorece a predominância de cianobactérias produtoras de toxinas,
prejudicando a saúde da população e necessitando de mais eficiente sistema de tratamento de águas de abastecimento

Grande quantidade de nutrientes pode resultar em um fenômeno conhecido como “Bloom” de cianobactérias, que se
trata de uma alta densidade de algas e cianobactérias (Furtado, et al., 2009). A literatura aponta alguns fatores que
parecem influenciar o crescimento de cianobactérias são: tempo de detenção hidráulico das lagoas, temperatura,
relação N:P, concentração de matéria orgânica (Galvão, et al., 2008).

As variações de temperatura (variações sazonais) são responsáveis pelas variações de tipos de gêneros e de
quantidade de cianobactérias nas lagoas de estabilização, assim como demonstrado nos estudos realizados por
Mezrioui e Oudra (s. d.), em Marrakech, Marrocos. No verão, as cianobactérias se mostram mais abundantes.

Weisse (1998) observou que um aumento na temperatura nas lagoas de estabilização de Marrakech, causaram um
aumento na concentração de cianobactérias, porém isso também pode ser atribuído à qualidade do efluente que é
depositado nas lagoas. De acordo com Barbosa (2009), a temperatura ótima para o crescimento de cianobactérias é
de 15 a 30ºC.

A liberação de cianotoxinas pelas cianobactérias é de grande preocupação, já que os efluentes tratados que contém
essas substâncias, são relançados nos receptores podendo afetar a saúde de animais e humanos que utilizarão dessa
água (Furtado, et al., 2009). Essas toxinas podem ser hepatotoxinas, neurotoxinas ou dermatotoxinas (Sivonem e
Jones, 1999), causando diferentes tipos de danos aos que entram em contato com elas.

2
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o nível tolerável de cianotoxina na água de beber é de 1 , porém
trata-se somente da microcistina-LR (livre mais ligada à célula) (WHO, 1998).

De acordo com o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, órgão que regulamenta os padrões de
lançamento de efluentes nos corpos d’água receptores no Brasil, através da Resolução Nº 357/2005 e Resolução Nº
430/2011, fica proibido o lançamento de cargas poluidoras (expressa em unidade de massa por tempo) no meio
ambiente, que apresentem níveis nocivos ou perigosos para os seres humanos ou outras formas de vida sem que
tenha havido anteriormente o devido tratamento (BRASIL, 2005 e BRASIL, 2011). Como as cianotoxinas são
prejudiciais à saúde humana e animal, é importante saber se elas são transferidas para o corpo receptor.

O objetivo geral do trabalho foi avaliar as correlações entre a densidade de cianobactérias ctérias encontradas na
lagoa facultativa com os parâmetros físico-químicos de nitrogênio e fósforo e a temperatura encontrada na lagoa
facultativa da ETE Santa Eudóxia, localizada no município de São Carlos (SP)-Brasil.

Metodologia

Área de Estudo
A ETE Santa Eudóxia está localizada no município de São Carlos (SP), Brasil, nas coordenadas geográficas
21o46´36.75” Latitude Sul, e 47o47´14.06” Longitude Oeste, conforme indicado pela Figura 1 e representada
graficamente por LF9, tendo como corpo receptor o Rio Quilombo, enquadrado como Classe 2 segundo o Decreto
Estadual N. 10755/77 (São Paulo, 1977).

Figura 1: Mapa de localização da ETE Santa Eudóxia, São Carlos (SP), Brasil.

3
A ETE recebe os esgotos gerados pelo distrito de Santa Eudóxia, com população de 3034 habitantes segundo IBGE
(2010).

Plano de Amostragem
Foram realizadas coletas mensais das amostras de efluentes com a junção de efluentes das duas lagoas de
estabilização durante o período de Julho a Dezembro de 2013.

As coletas foram necessárias para que fosse possível analisar os padrões de nitrogênio e fósforo, assim como realizar
a caracterização do efluente em relação às cianobactérias presentes. Dados de temperatura da lagoa também foram
medidos com termômetro de mercúrio, sendo realizado no local de coleta imediatamente à coleta do efluente.

As coletas de efluente da lagoa facultativa foram empregando-se um balde de aço inox AISI 316L com capacidade
de 5 litros, na sub-superfície do efluente e armazenadas em frascos plásticos devidamente etiquetados.

As amostras foram armazenadas em gelo para que as características das mesmas fossem preservadas (FEAM, 2006).
Após as coletas, as amostras foram encaminhadas ao Laboratório de Saneamento do Departamento de Engenharia
Civil da UFSCar onde ficaram armazenadas em geladeira para conservar as características das amostras.

Foram realizadas análises quantitativas e qualitativas das amostras obtidas. Para as análises qualitativas, foram
utilizadas rede de plâncton com 20µm de abertura para coleta de 100mL. Ambas amostras foram armazenadas em
frascos plásticos identificados e fixados com 100mL de formol a 4%.

Para cada coleta foi necessário um frasco de 300mL para medida de fósforo e nitrogênio; 1 frasco de 200mL para
análise quantitativa do fitoplâncton; e 1 frasco de 200mL para análise qualitativa do fitoplâcton.

Os valores das concentrações de fósforo e nitrogênio totais foram obtidos por espectrofotômetro da marca Hach DR
2010, conforme APHA (1995).

As contagens de fitoplâncton foram realizadas em câmera de sedimentação no microscópio invertido Olympus IX50,
no aumento de 1000x através da técnica de Uthermöhl (1958), com o objetivo de se determinar a quantidade de
células de cianobactérias presentes no ambiente.

A identificação dos indivíduos foi feita pela observação das características citomorfológicas, estruturais e
morfométricas e realizada através de microscópio óptico comum e uso de chaves de classificação/identificação como
a de Bicudo e Menezes (2006) por meio de análises morfológicas até o nível de gênero. Foram observadas a
densidade (indivíduos/mL) das cianobactérias presente no efluente.

Resultados

Os resultados das análises físico-químicas, bem como das densidades de cianobactérias estão apresentados na Tabela
1.

Tabela 1: Resultados das análises físico-químicas e de densidade de cianobactérias presente no efluente da lagoa
facultativa da ETE Santa Eudóxia.
Densidade de Nitrogênio Temperatura do
Fósforo Total DQO
Coleta Cianobactérias Total efluente
(mg/L) o (mg/L)
(cel./mL) (mg/L) ( C)
Julho 2013 55752 85 4.50 19.3 263
Agosto 2013 25672 50 6.04 18.7 287
Outubro 2013 498 25 5.55 28.5 310
Novembro 2013 1150 30 5.35 27.7 280
Dezembro 2013 73 20 5.30 32.1 274

4
A partir dos resultados apresentados na Tabela 1 verificou-se, par-a-par, a correlação da densidade de cianobactérias
com a concentração de nitrogênio total, fósforo total, DQO e com a temperatura do efluente, estando os resultados
representados pelos gráficos da Figura 2.

A partir dos gráficos apresentados na Figura 2 é possível observar que a densidade de cianobactérias apresentou boa
correlação (R2 = 0.9164) com a concentração de Nitrogênio Total e com a temperatura do efluente (R 2 = 0.678),
embora as correlações entre cianobactérias e fósforo total (R 2 = 0,3538) e DQO (R2 = 0,1238) tenham sido
irrelevantes.

(a) (b)

(c) (d)
Figura 2: Correlações lineares da densidade de cianobactérias e (a) concentração de nitrogênio total; (b) fósforo
total; (c) DQO; (d) temperatura do efluente.

A concentração de nitrogênio total parece ter afetado diretamente a densidade de cianobactérias no efluente,
enquanto a temperatura apresentou uma correlação negativa, já que as menores densidades de cianobactérias foram
observadas para as máximas temperaturas.

O aquecimento desigual do epilíminio em relação ao hipolíminio gera um gradiente de temperatura o qual pode
resultar na estratificação térmica da coluna líquida. Kellner e Pires (2002) observaram que para regiões de climas
tropicais, a ocorrência de gradiente de temperatura de 0,6oC/m seria suficiente para estratificar o meio líquido. A
diferença de temperatura entre o epilíminio e o hipolíminio gera um meio com diferentes densidades, o que
dificultaria a movimentação da massa líquida no interior da lagoa, conforme observado por Kellner e Pires (1998).
Assim, a baixa correlação entre a densidade de cianobactérias e a temperatura do efluente pode ser justificada pela
possível estratificação térmica da massa líquida da lagoa, deslocando o grupo de cianobactérias livre nadantes, caso
dos gêneros Merismopédia e Limnothrix, para região do hipolíminio, ocasionando a diminuição de sua concentração
no efluente da lagoa o qual era captado da região do epilíminio.

5
proporcionada pelo aumento de temperatura do epilímnio em relação ao hipolímnio, resultando em significativa
diferença de densidade entre as camadas, criando assim uma barreira física, o que dificultaria a migração das
cianobactérias ao longo da coluna líquida, conforme observado por Kellner e Pires (1998).

Essa hipótese encontra respaldo nas observações feitas por Pearson et al. (1987) e Falco (2005) que, ao analisar uma
lagoa facultativa, observou que para temperatura de 30 oC no epilímnio ocorreu significativa redução de sólidos
suspensos e matéria orgânica, quando comparadas a períodos em que a temperatura do epilímino era de 23oC.

Outra hipótese para a diminuição da densidade de cianobactérias observada para o aumento de temperatura seria a
migração de alguns gêneros observados como Pseudanabaena ou Microcystes para regiões de menor luminosidade e,
consequentemente menor temperatura.

A concentração de fósforo total não foi um fator limitante, talvez daí a baixa correlação verificada entre sua
concentração e a densidade de cianobactéria no efluente. Embora a presença de fósforo seja importante para o
surgimento das cianobactérias, as concentrações observadas (>4,50 mg/L) foram suficientes para sua ocorrência.

Observando os dados apresentados na Tabela 1, é possível verificar que a relação N:P variou de 18:1 a 4:1, valores
superiores ao observado por Andreoli e Carneiro (2005) para águas continentais.

A Tabela 2 apresenta as densidades de gêneros de cianobactérias encontradas durante o período amostral realizado
na ETE Santa Eudóxia.

Tabela 2: Densidade dos gêneros de cianobactérias encontrados durante o período amostral


Gêneros Jul 2013 Ago 2013 Out 2013 Nov 2013 Dez 2013
Merismopedia 45980 12261 0 0 0
Limnothrix 8047 0 0 192 0
Planktothrix 0 0 0 958 73
Pseudanabaena 1150 9962 498 0 0
Células livres de Microcystis 575 3449 0 0 0

De acordo com a Tabela 2, é possível observar os gêneros que se fizeram presentes durante todo o período de
realização deste trabalho, com destaque para os gêneros Merismopedia com número absoluto total de 58241
indivíduos/mL, seguido de Pseudanabaena com 11610 indivíduos/mL e Limnothrix com 8239 indivíduos/mL no
total das amostras. Destes três principais gêneros, a presença de maior número do gênero Merismopedia corrobora o
que foi encontrado por Gloyna (1971); Pearson et. al. (1988); Uehara e Vidal (1989); Kellner e Pires (1998), ao
afirmarem que os gêneros de cianobactérias normalmente encontrados nas lagoas facultativas são Anabaena,
Merispopedia, Microcystis, Oscillatoria, Spirulina, Synechococcus, Snynechocystis.

Segundo estudo realizado por Godoy (2007), os gêneros que apareceram com maior presença na Estação de
Tratamento de Efluentes estudada foram Planktothrix e Merismopedia. Este presente trabalho corrobora com o
resultado de Godoy (2007) ao destacar o gênero Merismopedia como o mais presente e também por ter encontrado o
gênero Planktothrix dentre os identificados porém com menor presença que o encontrado no estudo citado.

Conclusões

Com base nos resultados obtidos concluiu-se que:

6
 As concentrações de nitrogênio total apresentaram correlação positiva com a densidade de cianobactérias
presentes no efluente da lagoa facultativa.

 A temperatura resultou correlação negativa em relação a densidade de cianobactérias presentes no efluente da


lagoa facultativa.

 As concentrações de fósforo total não representaram fator limitante para o crescimento de cianobactérias na
lagoa facultativa.

 Houve predominância de cianobactérias dos gêneros Merismopedia, Pseudanabaena e Limnothrix

Referências bibliográficas

American Public Health Association – APHA (1995). Standard methods for the examination of water and wastewater, American
Public Health Association Publications, Washington DC. Ed. 19th, 1995.
Andreoli, C.V.; Carneiro, C. (2005). Gestão integrada de mananciais de abastecimento eutrofizados. Sanepar, FINEP – Curitiba,
2005.
Barbosa T. S. Cianobactérias tóxicas e processos de remoção. 2009. 63 p. Monografia (Especialização) – Microbiologia
Ambiental e Industrial, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.
Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM (2006).. Orientações Básicas para Operação de Estações de Tratamento de
Esgoto – ETEs. Belo Horizonte. 52p.
Bicudo C. E. M., Menezes M. (2006). Gêneros de Algas de Águas Continentais do Brasil. Chave para Identificação e Descrições.
2. ed. São Carlos: RiMa. 502 p.
Brasil. (2005). Resolução CONAMA Nº 357 de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos d’água e diretrizes
ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá
outras providencias. Diário Oficial da União. Republica Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 18 mar.
2005.
Brasil. (2011). Resolução CONAMA Nº 430 de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de
efluentes, complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio
Ambiente-CONAMA. Diário Oficial da União. Republica Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 16 mai.
2011.
Companhia de Tecnologia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB (2014).. Variáveis de Qualidade das Águas. São Paulo.
Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/%C3%81guas-Superficiais/34-Vari%C3%A1veis-de-Qualidade-
das-%C3%81guas#serie>. Acesso em 18 de março de 2014.
Cunha D. G. F., Calijuri M. C., Lamparelli M. C., Menegon Jr. N. (2013). Resolução CONAMA 357/2005: análise espacial e
temporal de não conformidades em rios e reservatórios do estado de São Paulo de acordo com seus enquadramentos
(2005–2009). Eng Sanit Ambiental, São Carlos, 18(2), p.159-168.
Calijuri M. C., Alves M. S. A., dos Santos A. C. A. (2006). Cianobactérias e Cianotoxinas em Águas Continentais. 1ª Ed. Rima.
São Carlos, São Paulo.
Falco, P. B. (2005). Estrutura da comunidade microbiana (algas e bactérias) em um sistema de lagoas de estabilização em duas
escalas temporais: nictemeral e sazonal. 137p. Tese (doutorado). Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de
São Paulo. 2005.
Furtado A. L. F. F., Calijuri M. C., Lorenzi A. S., Honda R. Y., Genuário D. B., Fiore M. F. (2009). Morphological and molecular
characterization of cyanobacteria from a Brazilian facultative wastewater stabilization pond and evaluation of
microcystin production. Hydrobiologia, São Carlos, 627, p. 195-209.
Godoy, O. (2007). A. Avaliação da presença de Cianobactérias em efluentes de sistemas de tratamento de esgotos sanitários por
lagoas de estabilização associadas a tratamento físico-químico. 2007. 166f. Dissertação (Mestrado) – Escola
Politécnica, Universidade de São Paulo, 2007.
Gloyna, E. F. (1971) Waste Stabilization Ponds. World Health Organization. Geneva, 1971.
Kellner, E. Pires, E.C. (1998). Lagoas de Estabilização: projeto e operação. Rio de Janeiro. ABES. 298p. 1998.
Kellner, E.; Pires, E.C. (2002). The influence of thermal stratification on the hydraulic behavior of waste stabilization ponds.
Water Science and Technology, 45(1), p. 41-48, 2002
Oliveira M. S. R. (2010). Avaliação da comunidade fitoplanctônica da lagoa facultativa do módulo III da estação de tratamento
de esgoto de Mangabeira (João Pessoa – PB). 2010. 125 p. Dissertação de Mestrado. Escola de Engenharia de São
Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos.
Pearson, H.W.; Mara, D. D.; Mills, S. W.; Smallman, D. J. (1987). Physico-chemical parameters influencing faecal bacteriasl
survail in waste stabilization ponds. Water Science and Technology, 19(12), p.145-152.

7
Pearson, H. W.; Mara, D.D.; Silva, S.A. (1988). Produção de oxigênio através da reação fotossintética de algas em diferentes
sistemas de lagoas de estabilização no Nordeste do Brasil. In: Coleção de Trabalhos Técnicos Resultantes das
Pesquisas Realizadas na EXTRABES: 1977-1983, Campina Grande – PB, UFPB/EXTRABES. 19 p.
São Paulo. Decreto n. 10.755, de 22 de Novembro de 1977. Dispõe sobre o enquadramento dos corpos de água receptores na
classificação prevista no Decreto nº 8.468, de 8 de setembro de 1976, e dá providências correlatas. Disponível em:
<http://www.comitepcj.sp.gov.br/gapb/DecretoEstadualSP10755_77.pdf>. Acesso em: 31 de Out. 2013.
Sivonem K., Jones G. (1999). Cyanobacterial toxins. In: Toxic Cyanobacteria in Water: A Guide to Their Public Health
Consequences, Monitoring and Management. Ed. I. Chorus I. and Bartram J. London. Cap.3, p. 41–111.
Uehara, M.Y.; Vidal, W.L. (1989) Operação e manutenção de lagoas anaeróbias e facultativas. São Paulo, CETESB. (Série
Manuais). 89 p.
Uthermohl, H. (1958). Zur Vervollkommung der quantitativen phytoplankton-methodik. Mit. Ins. Ver. Limnol., 9, p. 1-38, 1958.
Weisse, T. Dynamics of autotrophic picoplankton in lake Constance. J Plankton Res 1988; 10: 1179 – 1188
World Health Organization (WHO). (1998). Guidelines for Drinking-Water Quality. Second Edition – Volume 1.
Recommendations – Addendum. Geneva. 31 p.

8
ESTUDIO DEL PROCESO COAGULACIÓN FLOCULACIÓN EN AGUA RESIDUAL
DE SISTEMAS DE TRATAMIENTO AEROBIO Y ANAEROBIO

COAGULATION-FLOCCULATION PROCESS STUDY IN AEROBIC AND ANAEROBIC


TREATMENT SYSTEMS OF WASTEWATER

Mercedes Lucero Chávez1


Humberto Salinas Tapia1
Sahara Gabriela Rojas Reyes1
Juan Antonio García Aragón1

Abstract
Jar tests is used for the treatment of water by flocculation and coagulation. It is used to
determine the optimal dose of coagulant. In this study was used to investigate the efficiency of
coagulation flocculation process for reducing color in an aerobic effluent and COD in an
anaerobic effluent. After coagulation flocculation process to decide if the effluent can be used or
other treatment process required. Three coagulants were used aluminum sulfate, ferrous sulfate
and ferric chloride. The results indicate that ferric chloride reduced color 93% with a dose of
1101 ppm, while the ferrous sulfate was better than the other coagulants to reduce the COD by
52% with a dose of 114 ppm. In the anaerobic effluent reduced pH, turbidity, TSS and VSS
increased according to the concentration of coagulant. Similar behavior had pH and turbidity in
aerobic effluent, the TSS and VSS not had a definite pattern, but their concentration was below
100 ppm.
Key Words: wastewater, coagulation, flocculation, aerobic, anaerobic.

1.
Centro Interamericano de Recursos del Agua, Facultad de Ingeniería, Universidad Autónoma del Estado de México. Carretera
Toluca-Atlacomulco Km 14.5, Unidad San Cayetano. Toluca, Estado de México. México. C.P 50200. Teléfono 01 52 722
2965550/51. Email: mluceroc@uamex.mx.

1
Resumen
La prueba de jarras es utilizada para el tratamiento de agua por coagulación floculación. Esta es usada para determinar la dosis
óptima del coagulante. En este estudio fue usada para investigar la eficiencia del proceso de coagulación floculación para reducir
color en un efluente aerobio y DQO en un efluente anaerobio. Después del proceso de coagulación floculación se decide si los
efluentes pueden ser utilizados o requieren de otro proceso de tratamiento. Tres coagulantes fueron utilizados sulfato de aluminio,
sulfato ferroso y cloruro férrico. Los resultados indican que el cloruro férrico redujo el 93% de color con una dosis de 1101 ppm,
mientras que el sulfato ferroso fue mejor que los otros coagulantes para reducir la DQO en un 52%, con una dosis de 114 ppm. En
el efluente anaerobio el pH, la turbiedad, los SST y SSV disminuyeron conforme aumento la concentración de coagulante. Igual
comportamiento tuvieron el pH y la turbiedad en el efluente aerobio, no así los SST y los SSV que no tuvieron un patrón definido,
pero su concentración fue inferior a 100 ppm.

Palabras clave: agua residual, coagulación, floculación, aerobio, anaerobio.

Introducción

La presencia de sustancias orgánicas y minerales no sedimentables causan algunos problemas en la obtención de un


agua tratada con respecto a su disposición final. Generalmente, estas sustancias de son coloides. En algunos casos la
adición de sales minerales o compuestos orgánicos causa la aglomeración de esas partículas permitiendo su
eliminación por decantación o filtración, a este proceso se le conoce como coagulación floculación (Franceschi et al.,
2002). Sulfato de aluminio, Sulfato ferroso, Cloruro férrico, son usados comúnmente como coagulantes y
Clorosulfato férrico (Amokrane et al., 1997). La predicción de la dosis óptima de coagulante es una pregunta crucial.
Una prueba de jarras es generalmente usada para controlar la dosis de coagulante (Bouyer et al., 2005). Sin embargo,
frecuentemente existen problemas por el exceso o insuficiente coagulante, particularmente durante los periodos de
rápidas variaciones de la calidad del agua. Por lo que es necesario tener en cuenta la naturaleza física y química del
agua.

Las características del agua son importantes en la interacción partícula-coagulante. El pH es particularmente


importante en la medida en que determina al mismo tiempo la carga eléctrica de los coloides orgánicos e inorgánicos
y es factor importante en la hidrólisis de sales de aluminio. La reducción de materia orgánica no únicamente depende
del tipo de coagulante sino también de los compuestos orgánicos presentes (Franceschi et al., 2002).

El presente estudio se realizó con el fin de disminuir la concentración de contaminantes orgánicos de un reactor
UASB y una laguna facultativa, posteriormente con base en los resultados decidir, si se ha de continuar tratando el
efluente del reactor UASB por otro proceso o se dispone del agua residual tratada. Con respecto al efluente de la
laguna facultativa, en función de la calidad del agua y reducción del color se utilizará el agua para criar peces que se
adapten a las condiciones que prevalecen en la laguna. El objetivo fue estimar cuál de los coagulantes-floculantes
utilizados permiten disminuir el color y la concentración de la materia orgánica presente es los efluentes de un
proceso aerobio y otro anaerobio.

La importancia de este trabajo, radica en que al reducir los contaminantes en el efluente anaerobio por el proceso de
coagulación floculación, se requeriría menor área con respecto a otro proceso de tratamiento (biológico).

Metodología

Las muestras fueron recolectas de los efluentes de la Laguna facultativa de una planta de tratamiento de aguas
residuales municipales (aerobio) (García, 1999) y de un reactor UASB escala piloto (anaerobio) (Esparza Soto et al.,
2013) y, en contenedores de plástico de 20 L. Los parámetros analizados fueron: pH, Temperatura, Alcalinidad,
Turbiedad, Color, Demanda Química de Oxígeno (DQO), Sólidos Suspendidos Totales (SST) y Sólidos
Suspendidos Volátiles (SSV) de acuerdo a las Normas Oficiales Mexicanas (Tabla 1). El equipo de jarras utilizado es
marca Geo Lab, modelo GL-AJ300. La mezcla rápida inicial fue a 150 rpm por 1 min, siguiendo con una mezcla
lenta a 50 rpm por 20 min y finalmente se dejó sedimentar por gravedad por 30 min antes de muestrear el
sobrenadante. Los reactivos químicos usados como coagulantes fueron de la marca Reasol, grado industrial (Tabla
2).
2
Tabla 1. Técnicas analíticas y equipo utilizado
Parámetros Técnica analítica Equipo
Medidor de pH,
pH NMX-AA-008-SCFI-2000 marca Thermoscientific,
modelo Orion Star A211
Medidor de pH,
Temperatura NMX-AA-007-SCFI-2000 marca Thermoscientific ,
modelo OrionStar A211
Alcalinidad NMX-AA-036-SCFI-2001 No aplica
Turbiedad NMX-AA-038-SCFI-2001 No aplica
Espectofotómetro Marca
Color Método HACH
HACH, modelo 5000
DQO NMX-AA-030-SCFI-2001 Marca HACH, modelo 5000
SST y SSV NMX-AA-034-SCFI-2001 No aplica

Los coagulantes seleccionados se utilizan comúnmente en el proceso de coagulación-floculación, inicialmente se


consideró trabajar con dosis de 1E4 ppm y a partir de esta solución realizar las dosificaciones en la prueba de jarras.
Al no obtener resultados con alguno de los coagulantes se aumentó la dosis del mismo, como se indica en la Tabla 2.
El Sulfato ferroso no se utilizó para el efluente de la laguna facultativa, porque no mostró resultados cuando se
realizaron pruebas con concentraciones a partir de 1E4 y 3E4 ppm.

Tabla 2. Concentraciones de coagulantes en los efluentes aerobio y anaerobio


Efluente aerobio (a) Efluente anaerobio (b)
Concentración (ppm) Concentración (ppm)
Muestra
Al2(SO4)3 Al2(SO4)3 FeCl3 FeCl3 FeCl3 FeSO4 Al2(SO4)3 FeCl3
(1.06E4) (2.03E4) (0.98E4) (2.18E4) (12.39E4) (1.03E4) (3.02E4) (12.39E4)
1 0 0 0 0 0 0
2 5.89 11.29 5.43 12.10 68.84 5.72 16.76 68.84
3 11.78 22.59 10.85 24.20 137.69 11.44 33.52 137.69
4 35.35 67.76 32.55 72.60 413.06 34.32 100.56 413.06
5 58.92 112.93 54.25 121.00 688.43 57.20 167.61 688.43
6 94.28 180.69 86.80 193.60 1101.48 91.52 268.17 1101.48
7 117.84 225.87 108.50 242.00 1376.86 114.40 335.21 1376.86

Resultados y discusión

A continuación se desglosa el efecto de la dosis de coagulante con respecto a los parámetros estudiados. Los
experimentos con pruebas de jarras se llevaron a cabo a temperatura ambiente (entre 18.1 y 24.4 °C).

La alcalinidad de las muestras disminuyo ligeramente, conforme se incrementó la dosis de coagulante, lo anterior
debido a que no se agregó ningún reactivo que diera lugar al incremento o reducción de la misma de manera drástica.

Efecto de la dosis de coagulante en el pH

El pH de los efluentes aerobio y anaerobio, no se modificó para evitar un costo agregado en el tratamiento físico
químico. La influencia de las diferentes dosis de coagulante sobre el pH se muestran en la Figura 1 a y b, el pH
tiende a bajar conforme aumenta la dosis de coagulante. Fue la solución de cloruro férrico que modifico el pH de
alcalino a ácido en el caso del efluente de aerobio.

3
(a) (b)
Figura 1. Comportamiento del pH en el efluente aerobio (a) y anaerobio (b) después de la adición de coagulantes a
diferentes concentraciones.

Efecto de la dosis de coagulante en el color

La influencia de varios tipos de coagulantes a diferentes dosis fue investigada para la reducción de color. Los
resultados muestran en su mayoría que la reducción del color incrementa con la adición de coagulante. Esto podría
atribuirse a la estabilización de las partículas coloidales cuando las dosis de los coagulantes fueron utilizadas en
exceso con respecto al valor óptimo. El cloruro férrico muestra el mejor rendimiento en la reducción de color, pero
fue el coagulante que se agregó en mayor proporción (Figura 2 a y b).

(a) (b)
Figura 2. Comportamiento del color en el efluente aerobio (a) y anaerobio (b) después de la adición de coagulantes a
diferentes concentraciones.

Efecto de la dosis de coagulante en la turbiedad

La turbidez en el agua se refiere a la claridad del agua. Cuanto mayor sea la concentración de Sólidos Suspendidos
Totales (SST) en el agua, más oscura parecerá. La turbidez reduce la penetración de la luz solar a un cuerpo de agua,
limitando el crecimiento de microorganismos y algas necesarios para la depuración de un agua residual en un cuerpo
superficial. La concentración adicionada de sulfato de aluminio permite disminuir la turbidez hasta 5 y 15 UTN,
para los efluentes aerobios y anaerobios, respectivamente.

4
(a) (b)
Figura 3. Comportamiento de la Turbiedad en el efluente aerobio (a) y anaerobio (b) después de la adición de
coagulantes a diferentes concentraciones.

Efecto de la dosis de coagulante en la Demanda Química de Oxígeno (DQO)

La DQO en el efluente aerobio es inferior a 200 mg/L, la concentración de DQO disminuye de manera paulatina
conforme aumenta la dosis de coagulante a excepción cuando se adiciona la solución de cloruro férrico a mayor
concentración (Figura 4a). En un proceso aerobio la coagulación de la materia orgánica, extraída de algas, puede ser
adsorbida en los floculos, incrementando la carga negativa, incrementando así las fuerzas repulsivas en la solución
(Riad Ayeche, 2012).

La concentración de DQO resultante después del tratamiento físico químico es superior a 400 mg/L lo que indica que
requiere ser tratada aún para disminuir este contaminante. Los porcentajes de reducción de DQO son inferiores al
52%, situación que coincide con la literatura que indica que los porcentaje de reducción de DQO están generalmente
entre el 20-50%. El bajo porcentaje de reducción puede atribuirse a que la materia orgánica en agua puede inhibir la
coagulación (Amokrane et al, 1997) (Figura 4b).

(a) (b)
Figura 4. Comportamiento de la Demanda química de oxígeno en el efluente aerobio (a) y anaerobio (b) después de
la adición de coagulantes a diferentes concentraciones, y porcentaje de eficiencia para el efluente
anaerobio.

Efecto de la dosis de coagulante en los Sólidos Suspendidos Totales (SST) y Suspendidos Volátiles (SSV)

La concentración de los SST y los SSV fue inferior a 100 mg/L en efluente aerobio y en las muestras con adición de
los diversos coagulantes a diferentes concentraciones.

5
La concentración de los SST y los SSV disminuyo conforme aumento la dosis de coagulante, no existiendo
diferencia significativa entre la concentración de SST y SSV, con respecto a la dosis adicionada de los diferentes
coagulantes para el caso del efluente anaerobio.

Dosis óptimas de coagulantes

De cada una de las pruebas de jarras realizadas, se seleccionó la dosis óptima y se calculó los kg/d que se utilizarían
de tratar los efluentes aerobio y anaerobio por el proceso de coagulación floculación (Tabla 3). El caudal del efluente
aerobio considerado para realizar los cálculos es de 50000 L/d mientras que el del efluente anaerobio es de 950 L/d,
es por esto la diferencia en kg/d que se muestra en la tabla 3.

Tabla 3. Concentraciones óptimas de coagulantes adicionados en los efluentes aerobio y anaerobio


Efluente Aerobio Efluente Anaerobio
Coagulante ppm kg/d Coagulante ppm kg/d
Al2(SO4)3 118 5.89 FeSO4 114 0.11
Al2(SO4)3 226 11.29 Al2(SO4)3 335 0.32
FeCl3 109 5.43 FeCl3 1377 1.31
FeCl3 242 12.10
FeCl3 1101 55.07

Conclusiones

 La dosis óptima de Sulfato ferroso fue de 114 ppm para reducir la DQO 52% en el efluente anaerobio, la cantidad
de coagulante que se consumiría sería de 0.11 kg/d para tratar un caudal de 950 L/d.
 La dosis óptima de Cloruro férrico fue 1101 ppm para reducir el color 93% en el efluente aerobio. Por lo que se
gastarían 55.07 kg/d, para tratar un caudal de 50000 L/d.
 La reducción de color y turbidez en el efluente aerobio posterior al proceso físico químico es de buena calidad, al
ser el resultado de color inferior a 50 Unidades Pt/Co y la turbidez a 5 UTN, cuando se utilizó una concentración
de sulfato de aluminio de 118 ppm.
 No se puede disponer para reuso el efluente anaerobio después del proceso físico químico por lo que es necesario
considerar un tratamiento posterior.

Agradecimientos. – A la Universidad Autónoma del Estado de México por el apoyo económico brindado para la realización del
Proyecto de Investigación 3398/2013M.

Referencias Bibliográficas

Amokrane, A., Comel, C., Veron, J. (1997) Landfill leachates pretreatment by coagulation-flocculation Water Research, 31(11),
2775-2782
Bouyer D., Escudié R., Liné A. (2005) Experimental Analysis of Hydrodynamics in a Jar-test. Process Safety and Environmental
Protection, 83(1), 22-30.
Esparza Soto, M., Solís Morelos, C. and Hernández Torres, J. J. (2011) Anaerobic treatment of a medium strength industrial
wastewater at low-temperature and short hydraulic retention time: a pilot-scale experience Water Science & Technology
64(8) 1629–1635.
Franceschi, M., Girou, A ., Carro-Diaz, A.M ., Maurette, M.T., Puech-Costes, E (2002) Optimisation of the coagulation –
flocculation process of raw water by optimal design method Water Research, 36(14), 3561-357.
Garcia Pulido, D. (1999) Planta experimental de Tratamiento de aguas residuales por medios biológicos. Tesis Maestría en
Ciencias del Agua. Facultad de Ingeniería, Universidad Autónoma del estado de México, 233 pp.
NMX-AA-008-SCFI-2000 Análisis de agua – Determinación del pH – Método de prueba.

6
NMX-AA-007-SCFI-2000 Análisis de agua – Determinación de la temperatura en aguas naturales, residuales y residuales
tratadas. Método de prueba.
NMX-AA-036-SCFI-2001 Análisis de agua – Determinación de acidez y alcalinidad en aguas naturales, residuales y residuales
tratadas - Método de prueba.
NMX-AA-038-SCFI-2001. Análisis de agua – Determinación de turbiedad en aguas naturales, residuales y residuales tratadas -
Método de prueba.
NMX-AA-030-SCFI-2001 Análisis de agua – Determinación de la Demanda Química de Oxígeno en aguas naturales, residuales y
residuales tratadas - Método de prueba.
Riad Ayeche (2012) Treatment by Coagulation-Flocculation of Dairy Wastewater with the Residual Lime of National Algerian
Industrial Gases Company (NIGC-Annaba) Energy Procedia, 18, 147-156.

7
CONCENTRACIÓN DE SÓLIDOS EN UN DECANTADOR DE COLUMNA EN
FLUJO ASCENDENTE EN UN SISTEMA DE RECIRCULACIÓN ACUÍCOLA

SOLIDS CONCENTRATION IN AN UP-FLOW COLUMN SETTLER IN


RECIRCULATING AQUACULTURE SYSTEM

Yemall Alexander Maigual Enriquez1*


Jessica Ariane Santos Morais2
Diego Javier Pérez Ortega1
Tsunao Matsumoto2

Abstract
In this research, the mean objective was verify the Total Solids (TS), Total Suspended Solids (TSS) and Total
Volatile solids (TVS) behavior at four points in the up flow column settler (CS). This unit was to use as a
primary treatment of the Recirculating Aquiculture System (RAS) to rear Nilotic Tilapia with 30kg.m -3 stock
density. Evaluate simple point were locate at inlet (CSin), intermediate zone at 0.35m of bottom (CSb), sludge
zone (CSs) and effluent (CSef). The CS have 0.30m 3 bulk volume and 0.55hr Hydraulic Retention Time (HRT),
was flushed three time to day for cleaning up to change 50% of the system bulk weekly. The solids
concentrations in CSin, CSb, CSs and CSef were respectively, TS (488 mg.l-1, 810 mg.l-1, 1.153 mg.l-1, 264 mg.l-
1
), TSS (58.1 mg.l-1, 24.7 mg.l-1, 44.9 mg.l-1, 14.9 mg.l-1) and TVS (260.7 mg.l-1, 639.2 mg.l-1, 804.8 mg.l-1, 117.7
mg.l-1). The average efficiency measured between CSin and CSef were 44.56%, 65.11% and 51.61% to TS, TSS
and TVS, respectively. The presented results verified of efficiency to reducing the particulate materials avoid
therefore the pollutant accumulation inside of RAS, amplified of useful hydric resources life.

Key Words: aquaculture, column settler, pollution, tilapia, water reuse.

1
Departamento de Ingeniería Ambiental, Universidad Estatal Paulista, Sorocaba, Brasil.
2
Departamento de Ingeniería Civil, Universidad Estatal Paulista, Ilha Solteira, Brasil.
*Autor corresponsal: Departamento de Ingeniería Ambiental, Universidad Estatal Paulista. Avenida Três de Março, Nº 511,
Alto da Boa Vista, Sorocaba, São Paulo. CEP 18087-180. Brasil. +55 15 997356831. Email: alex.feisunesp@gmail.com

1
Resumen
El objetivo de la investigación fue verificar el comportamiento de los sólidos totales (ST), sólidos suspendidos
totales (SST) y sólidos volátiles totales (SVT) en cuatro puntos de un decantador de columna de flujo
Ascendente (DCAS), utilizado como unidad de tratamiento primario en un sistema de recirculación acuícola
(SRA) donde fue cultivada tilapia a una densidad de 30kg.m-3. Los puntos evaluados se encontraban en la entrada
al decantador (DCEAS), zona intermedia ubicada a 0.35m del fondo (DCIAS), zona de lodos (DCLAS) y en la
salida del decantador (DCSAS). El DCAS con 0.30m3 de volumen útil y TRH de 0.55h, siendo sangrado tres veces
al día para labores de limpieza, con una sustitución semanal de 50% del volumen total del sistema. La
concentración de sólidos en DCEAS, DCIAS, DCLAS y DCSAS respectivamente fueron: ST (488 mg.l-1, 810 mg.l-1,
1.153 mg.l-1, 264 mg.l-1); SST (58.1 mg.l-1, 24.7 mg.l-1, 44.9 mg.l-1, 14.9 mg.l-1) y SVT (260.7 mg.l-1, 639.2 mg.l-
1
, 804.8 mg.l-1, 117.7 mg.l-1). Las eficiencias promedio de remoción medidas entre el DCE AS y DCSAS fueron:
para ST, SST, SVT de 44.6%, 65.11%, 51.61% respectivamente. Los resultados presentados verifican la
eficiencia en la disminución del material particulado en un sistema de producción de ciclo cerrado utilizando una
unidad tubular de flujo ascendente en la remoción de material particulado evitando así la acumulación de
poluentes dentro del SRA, ampliando la vida útil del recurso hídrico.

Palabras Clave: Acuicultura, Tilapia, Decantador, Reúso del agua, Polución

Introducción
Brasil en cuanto a acuicultura es el segundo mayor país productor después de Chile. Paso de producir 205.567
toneladas para 290.186 toneladas entre 2001 a 2008, siendo la especie con la mayor tendencia de crecimiento fue
la tilapia (FAO, 2010). Se espera que la acuicultura tanto marina como continental tenga un incremento de cinco
veces para 2050 (FAO, 2012).

Respecto a los componentes en un Sistema de Recirculación para Acuicultura (SRA), la unidad de remoción de
sólidos es indispensable, ayudando a optimizar la calidad del agua. El incremento de sólidos aumenta las
concentraciones de CO2 y el estrés. Con la intensificación de esta actividad, existe un incremento en la presencia
de material sólidos, que ha tenido importante desarrollo en la aplicación para el uso en SRA (Badiola et al.,
2012; Couturier et al., 2009; Luo et al., 2013a).

Para tal fin, ayudando en la disminución del impacto de estos efluentes, han sido desarrolladas diversas
alternativas para el acondicionamiento de los efluentes generados en un SRA con la utilización de unidades de
eliminación de sólidos disminuyendo las cargas de carbono representado en materia orgánica, fósforo y nitrógeno
que producen los animales en confinamiento, posibilitando el reúso del agua (Rijn, 2013; Fitwi et al., 2013).

En objetivo principal del presente trabajo fue evaluar y comparar la eficiencia de remoción de sólidos totales
(ST), sólidos suspendidos totales (SST) y sólidos volátiles totales (SVT) , con la utilización de un decantador de
columna de flujo ascendente (DCAS) en un SRA para cultivo de tilapia nilótica.

Materiales y métodos
El trabajo se realizó en los Laboratorios de Hidrología e Hidrometría y de Saneamiento de la Facultad de
Ingeniería de Ilha Solteira de la Universidade Estadual Paulista UNESP, campus de Ilha Solteira, São Paulo
(Brasil).

El SRA fue compuesto por: caja de nivel constante; sistema de tubos de PVC para colecta y distribución del
agua; tres tanques plásticos de 0.2 m3 para el cultivo de los peces; canaleta para control del nivel del agua en los
tanques y colecta de sus efluentes; sistema de decantación para remoción de sólidos; reactor aerobio de lecho
fluidizado con circulación en tubos concéntricos; reactor tubular para transferencia de oxígeno y remoción de
CO2; compresor y soplador para generación, distribución e inyección de aire en reactores y unidades de cultivo;
bomba centrífuga para recirculación del efluente tratado por el sistema; tanque de succión.

El cultivo de tilapia en SRA se realizó con una densidad de 30kg.m-3, alimentados con ración comercial a razón
de 1.2% de la biomasa por día y caudal de agua aproximado de 9.7L (0.0097 m3.s-1). El efluente de los tres
tanques fue colectado en la canaleta y llevado hasta el DCAS por tubería de PVC de 25mm de diámetro.

2
Para la determinación de la serie de sólidos se utilizó el método gravimétrico según lo recomendado por APHA,
AWWA & WEF (1998), en Standard Methods for Examination of Water and Wastewater.

Fue evaluado por 2 meses un DCAS construido en tubo de PVC de 400mm de diámetro, con 0.30m3 de volumen
útil y Tiempo de Retención Hidráulica (TRH) de 0.55 horas. La entrada del agua se realizó por medio de un tubo
de 25mm de diámetro ubicando su salida a 0.30m de altura sobre la base del decantador para evitar la generación
de turbulencia y posible resuspensión del material sedimentado. La limpieza se realizó con sangrado tres veces
por día durante todos los días, representando así el 48% del volumen total del decantador y la sustitución parcial
semanal de 50% del volumen de agua del sistema.

Los puntos evaluados se encontraban en la entrada al decantador (DCE AS), zona intermedia ubicada a 0,35m del
fondo (DCIAS), zona de lodos (DCLAS) y en la salida del decantador (DCSAS).

El sistema de eliminación de sólidos fue diseñado para la remoción de partículas con diámetro mayor o igual a
0.2mm. Los detalles geométricos del DCAS se presentan en la Figura 1.

Salida del
efluente 0,40

Ø0,03
Tubo afluente
Ø=2"
0,70 0,65

C
1,00

Tubo efluente
Ø=2"
Sección B-B 2,50 2,40

nta

0,70 0,30
0,65

Tubo efluente Tubo colecta Entrada


Ø=2" de Lodos afluente
0,03

Tubo lodos de
fondo Ø=2"

1,00
Tubo colecta Entrada
de Lodos afluente
Sección A-A

Figura 1. Vista principal y detalles geométricos de los decantadores.


ecantador Convencional Decantador de Columna

Resultados

Debido a la grande variación en la concentración de los diferentes tipos de sólidos durante el tiempo evaluado
fue aplicada una prueba de distribución normal invertida para eliminar las posibles interferencias ajenas al
experimento.
Las distribuciones de los valores de cada elemento evaluado en son presentadas en las Figuras 2 a 4. Los valores
medios, máximos y mínimos son presentados en las Tablas 1 a 3.

 Sólidos totales

En la Figura 2 y Tabla 1 son presentados los resultados obtenidos de Sólidos Totales (ST).
Las concentraciones de ST en los diferentes puntos de muestreo presentaron comportamiento poco uniforme
entre las concentraciones de ST en el flujo de agua que llega al DCAS para posibilitar el máximo reúso de las
aguas generadas en la producción de tilapia bajo sistema cerrado. En la entrada y salida del DC AS los valores de
concentraciones fluctuaron entre los 640 mg.l-1 y 182 mg.l-1. El valor máximo de concentración de ST fue

3
calculado en 4.848 mg.l-1 en la zona de lodos donde el intervalo para cada sangrado de la unidad era de siete
horas, siendo un tiempo razonable para acumular los sólidos más pesados y evitar así una digestión anaerobia y
aparición de gases disueltos en el agua que irán perjudicar negativamente la calidad del agua que está siendo
constantemente recirculada (Mirzoyan et al ., 2010) .
La eficiencia de remoción de ST fue calculada en 44.56%, haciendo que el DCAS una opción viable para su
utilización en SRA, posibilitando su reúso del agua con la retirada de material orgánico e inorgánico que pueden
competir con organismos benéficos en unidades subsecuentes como reactores biológicos, aumentando el
consumo de oxígeno principalmente, dando unas condiciones óptimas para la aparición y proliferación de
inconvenientes sanitarios en el cultivo (Dolan et al., 2013). Los valores medios obtenidos están dentro de las
fajas de las diferentes técnicas de remoción de sólidos en SRA para tanques sedimentadores y medios granulares
(Timmons et al., 2002). Palacios y Timmons (2001) en un SRA con aguas residuales con 2.0% de ST en el
afluente, utilizando columnas de arena consiguieron obtener 0.27% de ST después de la pasada del agua por la
columna.
Los puntos evaluados DCIAS y DCLAS presentan una concentración más elevada de ST, valores explicados por
ser el lugar donde el flujo de agua que llega desde los tanques de cultivo, habiendo en las paredes de la unidad
incrustaciones de material particulado leve y que durante el momento de la toma de muestras pudo ser incluida en
tal muestra de la zona intermedia o bien podría ser tomada en la muestra de la zona de lodos si ya se había
sedimentado, y en donde la cantidad de residuos de alimentación y heces aportan una gran cantidad de nutrientes
en los efluentes generados, que deben ser correctamente descartados (Lu et al., 2012).

Figura 2. Distribución de la concentración de sólidos totales en el SRA para cultivo de tilapia.

Tabla 1. Valores máximo, mínimo y media de ST en el DCAS.


DCEAS DCIAS DCLAS DCSAS
Valor
(mg.l-1) (mg.l-1) (mg.l-1) (mg.l-1)
Máximo 640 2.012 4.828 354
Mínimo 312 374 298 182
Media 488 810 1.153 264

 Sólidos suspendidos totales

En la Figura 3 y Tabla 2 son presentados los resultados obtenidos de Sólidos Suspendidos Totales (SST).
El comportamiento de los SST en el SRA tuvo concentraciones entre 94 mg.l-1 y 5 mg.l-1 en los puntos DCEAS y
DESAS respectivamente, donde el valor medio de remoción para estos sólidos fue calculado en 65.11%. La
turbulencia generada en la salida de los tanques de cultivo pudo ser un factor importante para que mayor
concentración de SST encontrada este en la entrada del efluente hacia el tanque sedimentador.

4
Para Palacios y Timmons (2001) la tasa de remoción de SST fue de 99.9%, representado menos de 10 mg.l-1,
utilizando columna granular. Johnson y Cheng (2006) e Couturier et al. (2009), utilizando hidrociclón en
sistemas de recirculación obtuvieron remociones de 82% y 63% respectivamente. Ali (2013) obtuvo remociones
de SST del 52% utilizado filtros de tambor, que son unidades más costosas y de más complejidad en operación y
limpieza se comparado con el DCAS.
Si estas partículas se presentan en grandes concentraciones podría comprometer el carácter sanitario de las
unidades subsecuentes dificultando el intercambio gaseoso de los animales, así como contribuir al aumento en la
DBO y amoniaco, servir de sustrato para el crecimiento de microrganismos heterotróficos en los reactores
biológicos, disminuyendo la nitrificación, reducen la eficiencia y vida útil de los equipos de bombeo,
representando un incremento en los costos de producción del cultivo (Ali, 2013; Unger y Brinker, 2013;).

 Sólidos volátiles totales

En la Figura 4 y Tabla 3 son presentados los resultados obtenidos de Sólidos Volátiles Totales (SVT).
El comportamiento de los SVT en el sistema verificando la disminución en la concentración entre DCE AS y
DCSAS fue del 51.61%. Igual que en los casos anteriores, la mayor concentración se encontró en la muestra
colectada en la zona de lodos (4.544 mg.l-1). La oportuna remoción de los SVT que corresponden en la fracción
orgánica a un 52% - 92% (Luo et al, 2013b), debido al consumo de oxígeno que ellos generan dentro de la
columna de agua; por ello, el DCAS es una opción compacta para la eliminación de SVT, necesitando menos del
10% del agua y una proporción mucho menor de área que otros sistemas para producir la misma cantidad de
peces (Timmons et al., 2002). Según Palacios y Timmons (2001) fueron eliminados totalmente los SVT
utilizando columnas granulares. Mirzoyan y Gross (2013) utilizando un reactor UASB para el tratamiento del
agua residual de un SRA obtuvo valores superiores de 98%.

Figura 3. Distribución de la concentración de sólidos suspendidos totales en el SRA para cultivo de tilapia.

Tabla 2. Valores máximo, mínimo y media de SST en el DCAS.


DCEAS DCIAS DCLAS DCSAS
Valor
(mg.l-1) (mg.l-1) (mg.l-1) (mg.l-1)
Máximo 94 58 79 23
Mínimo 13 5 12 7
Media 58.1 24.7 44.9 14.9

5
Figura 4. Distribución de la concentración de sólidos volátiles totales en el SRA para cultivo de tilapia.

Tabla 3. Valores máximo, mínimo y media de SVT en el DCAS.


DCEAS DCIAS DCLAS DCSAS
Valor
(mg.l-1) (mg.l-1) (mg.l-1) (mg.l-1)
Máximo 520 1.780 4.544 230
Mínimo 112 152 110 20
Media 260.7 639.2 804.8 117.7

Conclusiones

Se evidencio que en los puntos, denominados zona de lodos y zona intermedia las concentraciones de sólidos
totales y volátiles totales son mayores en las zonas de entrada y salida del decantador de columna de flujo
ascendente, siendo influenciados por las velocidades de flujo en el momento que el agua entra a la unidad,
causando la turbulencia del mismo. Los sólidos suspendidos totales del efluente comenzaban a ser retenidos en la
unidad inmediatamente su entrada, y eran llevados hacia la zona de lodos para su descarte, disminuyendo la
afectación en la calidad de agua del cultivo.

El decantador de columna en flujo ascendente tuvo remociones de sólidos totales, suspendidos totales y volátiles
totales de 44.6%, 65.11%, 51.61% respectivamente, considerados altos en un sistema de producción acuícola
cerrado. Este tipo de unidades podrían ser utilizadas en la actividad acuícola como parte del sistema de
tratamiento de aguas residuales para la recuperación y manutención de los parámetros físico-químicos del agua
de cultivo debido a su fácil acceso a los materiales de construcción, simple operación para trabajo y para
limpieza, mas también se recomienda evaluar modificaciones como caudales de agua e tiempos de retención
hidráulica como también la adición de sustancias floculantes/coagulantes diferentes para mejorar los valores de
remoción de material sólido.

Agradecimientos. A CAPES por la beca de Doctorado concedida - Proceso 12616-13-3

Referencias bibliográficas
Ali, S. (2013) Design and evaluate a drum screen filter driven by undershot waterwheel for aquaculture recirculating systems.
Aquacultural Engineering, 54, 38– 44.
American Public Health Association (APHA), American Water Works Association (AWWA), Water Environment Federation
(WEF). Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 20 ed. Washington, D.C.; 1998.
Badiola, M., Mendiola, D., Bostock, J. (2012) Recirculating Aquaculture Systems (RAS) analysis: Main issues on
management and future challenges. Aquacultural Engineering, 51, 26-35.

6
Couturier, M., Trofimencoff, T., Utge, J., Conroy, J. (2009) Solids removal at a recirculating salmon-smolt farm.
Aquacultural Engineering, 41, 71–77.
Dolan, E., Murphy, N., O’Hehir, M. (2013) Factors influencing optimal micro-screen drum filter selection for recirculating
aquaculture systems. Aquacultural Engineering, 56, 42– 50.
Fitwi, B., Wuertz, S., Schroeder, J., Schulz, C. (2012) Sustainability assessment tools to support aquaculture development:
Review. Journal of Cleaner Production, 32, 183-192.
Food and Agriculture Organization. (2010) Fishery and aquaculture statistics: yearbook. Rome, FAO, 100 pp.
Food and Agriculture Organization . (2010) The State of World Fisheries and Aquaculture 2010. FAO Fisheries and
Aquaculture Department, Food and Agriculture Organization of the ed Nations, Rome (acceso 31.3.14)
http://www.fao.org/docrep/013/i1820e/i1820e00.htm
Johnson, W., Chen, S. (2006) Performance evaluation of radial/vertical flow clarification applied to recirculating aquaculture
systems. Aquacultural Engineering, 34(1), 47-55.
Lu, L., Tan, H., Luo, G., Liang, W. (2012) The effects of Bacillus subtilis on nitrogen recycling from aquaculture solid waste
using heterotrophic nitrogen assimilation in sequencing batch reactors. Bioresource Technology, 124, 180–185.

Luo, G., Liang, W., Tan, H., Yao, C., Zhang, N., Lu, L. (2013a) Effects of calcium and magnesium addition on the start-up
of sequencing batch reactor using biofloc technology treating solid aquaculture waste. Aquacultural Engineering,
57, 32-37.
Luo, G., Li, P., Tan, H., Du J., Liang, W. (2013b) The start-up and saline adaptation of mesophilic anaerobic sequencing
batch reactor treating sludge from recirculating aquaculture systems. Aquacultural Engineering, 54, 9– 15.
Mirzoyan, N., Gross, A. (2013) Use of UASB reactors for brackish aquaculture sludge digestion under different conditions.
Water Research, 47, 2843-2850.
Mirzoyan, N., Tal, Y., Gross, A. (2010) Anaerobic digestion of sludge from intensive recirculating aquaculture systems:
review. Aquaculture, 306, 1–6.
Palácios, G., Timmons, M. (2001) Determining design parameters for recovery of aquaculture wastewater using sand beds.
Aquacultural Engineering, 24(4), 289-299.
Rijn, J. (2013) Waste treatment in recirculating aquaculture systems. Aquacultural Engineering, 53, 49-56.
Timmons, M., Eberling, j., Wheaton, F., Summerfelt, S., Vinci, B. (2002) Sistemas de recirculación para la acuicultura.
Chile: Fundación Chile, 747 pp.
Unger, J., Brinker, A. (2013) Floating feces: A new approach for efficient removal of solids in aquacultural management.
Aquaculture, 404–405, 85–94.

7
ESTUDO DE ADENSAMENTO DE LODO RETIDO NO DECANTADOR DE
COLUNA DE FLUXO ASCENDENTE ASSOCIADO NUM SISTEMA DE
RECIRCULAÇÃO PARA AQUICULTURA EM ENSAIOS DE “JAR-TEST”

THICKENING STUDY OF RETAINED SLUDGE IN UP FLOW COLUMN SETTLER


ASSOCIATE TO RECIRCULATING AQUACULTURE SYSTEM BY JAR-TEST
ANALYSES

Yemall Alexander Maigual Enriquez1*


Leticia Amadeu Freddi2
Tsunao Matsumoto2

Abstract
The presence of particulate materials in the Recirculating Aquiculture System (RAS) is generated by the
unconsumed feed, excreta and biological flakes that can compromise it capacity of Dissolved Oxygen (DO)
supply necessary to fish survival in this system. To evaluate of thickening of produced sludge in the RAS was
simulate in Jar-Test study to determine the best dosage to retain this residue. Therefore, were tested three
coagulants, to known: Alum, Ferric Chloride and Poly-Alum Chloride (PAC), had a comparative parameters,
turbidity and color. Six samples of effluent with sludge of 2L (0.002m 3) for each coagulant were collected. Rapid
mixing was performed at 300rpm for 30s and decreased to 30rpm for 20min plus another 20min to collect the
supernatant and subsequent analysis. By obtained results, the Alum in concentration of 30mg.l-1 at showed
more adequate to sludge thickening contained in the liquid fraction and checked to remove turbidity and color
of RAS effluent for tilapia.

Key Words: column settler, Jar-test, recirculating aquiculture system (RAS), sludge thickening.

1
Departamento de Engenharia Ambiental, Universidade Estadual Paulista, Sorocaba.
2
Departamento de Engenharia Civil, Universidade Estadual Paulista, Ilha Solteira.
* Autor corresponsal: Departamento de Engenharía Ambiental, Universidade Estadual Paulista. Avenida Três de Março, Nº
511, Alta da Boa Vista, Sorocaba, São Paulo. CEP 18087-180. Brasil. +55 15 997356831. Email: alex.feisunesp@gmail.com
Resumo
A presença de material particulado em Sistema de Recirculação para Aquicultura (SRA) é gerado pela ração não
consumida, excretas e flocos biológicos que podem comprometer a capacidade de suprir de Oxigênio Dissolvido
(OD) o necessário para a sobrevivência dos peixes neste sistema. Para avaliar o adensamento do lodo produzido
no SRA foi simulado em “Jar-Test” um estudo para determinação da melhor dosagem para reter tais resíduos.
Para tanto, foram testados três coagulantes, a saber: sulfato de alumínio, cloreto férrico e hidroxi-cloreto de
alumínio (PAC) e tendo como parâmetro comparativo a turbidez e a cor. Foram coletadas seis amostras de
efluente de 2L (0.002m3) para cada coagulante . Foi realizada uma mistura rápida a 300rpm por 30s e diminuída
para 30rpm por 20min, más outros 20min para coletar o sobrenadante e posterior análise. Pelos resultados
obtidos, o sulfato de alumínio na dosagem de 30mg.l-1 mostrou ser o mais adequado para o adensamento do lodo
contido na fração liquida e verificado na remoção de turbidez e cor do efluente produzido no SRA para tilapia.

Palavras-Chave: Adensamento de lodo, decantador de coluna, Jar-test, sistema de recirculação para aquicultura (SRA)

Introdução

Num Sistema de Recirculação para Aquicultura (SRA), a presença de sólidos orgânicos na água ajuda na
diminuição da concentração de Oxigênio Dissolvido (OD) disponível para a respiração dos peixes, aumentando a
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e eventualmente mineralização e produção de amônia (Viadero Junior
e Noblet, 2002; Johnson e Chen, 2006). O retiro do lodo dos sistemas de tratamento, visam principalmente a
diminuição de poluentes, sendo o mais importante deste o fósforo que causa a eutrofização dos corpos hídricos
ao acrescentar os níveis de fosfatos nos efluentes, mas também com a presença de nitritos e nitratos, muito bem
aproveitados pelas plantas (Rassol et al., 2014; Yan et al., 2013).

Segundo Timmons et al., (2002), os sólidos em suspensão gerados num SRA são originados pela ração como: a)
alimento não consumido, e b) excretas e flocos biológicos. Quando a ração é fornecida a fração que não é
consumida inicia o processo de desagregação, chegando ao sistema de bombeamento e serem reduzidas a
tamanhos ainda menores e serem mais difíceis de eliminar.

Segundo Summerfelt e Penne (2005), os resíduos sólidos devem ser rapidamente removidos da água sendo o
processo unitário de muita importância num SRA.

O adensamento de lodo é o processo que visa aumentar o teor de sólidos e, consequentemente, reduzir o seu
volume, uma vez que o lodo retirado do decantador possui uma quantidade muito grande de água incorporada à
massa sólida (Metcalf e Eddy, 2003). O Jar-Test pode ser definido como um teste laboratorial que simula os
processos de coagulação, floculação e decantação que fazem parte das Estações de Tratamento de Águas (ETA)
e de Esgotos (ETE), recorrendo a várias doses de produtos químicos, gradientes de velocidades de mistura e
tempos de sedimentação que dependem das características do lodo obtido.

As dosagens de coagulantes serão determinadas por tentativa e comparação utilizando o método do teste de
jarros (Jar-Test).

A pesquisa visou à determinação de dosagem ótima de coagulantes para diminuir os impactos causados ao meio
ambiente.

Material e Métodos

A pesquisa foi desenvolvida nos Laboratórios de Hidrologia e Hidrometria e de Saneamento da Faculdade de


Engenharia de Ilha Solteira - UNESP, campus de Ilha Solteira, São Paulo (Brasil).
O decantador de coluna de fluxo ascendente (DCAS) foi construído em tubo de PVC de 400mm de diâmetro,
volumem útil de 0.30m3 e tempo de retenção hidráulica (TRH) de 0.55h, projetado para remoção de partículas
com diâmetro maior ou igual a 0.2mm, foi integrado ao SRA para produção de Tilapia do Nilo como tratamento
primário dos efluentes gerados no sistema.
Para tomada de amostras aproveitou-se o liquido que era retirado diariamente do sistema no processo de limpeza
realizado por meio de um registro de 25mm de diâmetro localizado no fundo do DCAS, como apresentado na
Figura 1.

Saída do 0,40
efluente

Ø0,03

2,50
2,40

0,30
Tubo de coleta Entrada
de lodos afluente
0,03

Entrada
Tubo de coleta afluente
de lodos

Figura 1. Detalhes geométricos do decantador de coluna de fluxo ascendente.

As amostras do efluente que tinha o lodo do tratamento de efluente de piscicultura e ensaiadas por meio do
método do teste de jarros (Jar Test). Foram tomados os dados dos parâmetros turbidez e cor aparente da amostra
bruta.

O procedimento consistiu colocar em seis recipientes de 2L (0.002m3) de capacidade cada, as amostras de


efluente, nos quais foram colocadas quantidades diferentes de coagulante em cada jarro. Ligou-se o aparelho na
velocidade de 300rpm por 30s e diminuída para 30rpm por um tempo de 20min. O líquido foi deixado para
decantar por 20min para depois coletar o decantado de todos os jarros e novamente foram analisados os valores
dos parâmetros de controle.

No estudo realizado foram utilizados três coagulantes: sulfato de alumínio, cloreto férrico e hidroxi-cloreto de
alumínio (PAC).

A fim de se determinar a dosagem ótima de coagulante, foram realizados seis ensaios de Jar-Test para cada
coagulante, sendo que a cada ensaio diminuía-se o intervalo de concentração dos mesmos. A redução deste
intervalo de concentração foi determinada de acordo com os resultados que foram sendo obtidos ao longo da
experimentação. O sulfato de alumínio e o cloreto férrico foram iniciados com um intervalo de 50mg.l-1. Por
outro lado, para o hidroxi-cloreto de alumínio (PAC) iniciou-se com um intervalo de 20mg.l-1. Para todos os
coagulantes o menor intervalo que se chegou foi de 5 em 5mg.l-1.

Os equipamentos utilizados para a medição dos parâmetros de controle foram: para a turbidez, o turbidímetro
Thermo Orion AQUAfast II AQ2010 e para cor, o colorímetro Hach DR/2500 Método 8025 – Método Standard
Platino-Cobalto.

Resultados e Discussão

Nas Figuras 2 a 4 são apresentados os valores médios obtidos para turbidez e cor utilizando três tipos de
coagulantes.
Figura 2. Valores médios de turbidez e cor aparente utilizando sulfato de alumínio como coagulante.

Os ensaios realizados no Jar-Test utilizando como coagulante o sulfato de alumínio, teve como melhores
resultados, tendo como parâmetro de controle, a turbidez e a cor respectivamente, na dosagem de 30mg.l-1
obteve-se valores de turbidez e cor de 1.8uT e 45.0uH, respectivamente. Valores menores de turbidez e cor
foram encontrados nas dosagens de 50mg.l-1 (2.0uT e 42.5uH) e 60mg.l-1 (2.0uT e 41.0uH). Os valores foram
próximos sendo que a dosagem de 30mg.l-1 apresentou ser mais econômica para o tratamento desse efluente.

Para o coagulante cloreto férrico obteve-se os melhores resultados baseados no custo-benefício do produto numa
dosagem de 50mg.l-1 com valores médios de turbidez e cor de 2.1uT e 39.5uH, respectivamente. Na dosagem de
60mg.l-1 foram obtidos valores de turbidez e cor de 1.4uT e 30.3uH. Na dosagem de 70mg.l-1 obteve-se
resultados médios finais de turbidez e cor de 1.1uT e 21.5uH.

Nos ensaios com hidroxi-cloreto de alumínio (PAC), os melhores resultados foram obtidos com uma dosagem de
70mg.l-1, com o qual obteve-se turbidez e cor valores médios de 1.7uT e 35.6uH. Utilizando dosagem de 50mg.l-
1
, esses valores foram: 2.1uT e 39.5uH e com dosagem de 60mg.l-1, as médias de turbidez e cor foram: 1.4uT e
30.3uH. Com dosagem de 75mg.l-1 resultou em valores médios maiores tanto de turbidez como de cor (2.7uT e
43.3uH) que a obtida com menor concentração de 50mg.l-1.

Figura 3. Valores médios de turbidez e cor aparente utilizando cloreto férrico como coagulante.
Figura 4. Valores médios de turbidez e cor aparente utilizando hidroxi-cloreto de alumínio (PAC) como
coagulante.

Os ensaios realizados no Jar-Test utilizando como coagulante, o sulfato de alumínio, teve como melhores
resultados, tendo como parâmetro de controle, a turbidez e a cor, a dosagem entre 50mg.l-1 e 60mg.l-1. Alterações
dos parâmetros na amostra bruta pouco alteravam os resultados com essas dosagens. Conseguiu-se atingir valores
em torno de 2uT para a turbidez e 30uH para a cor, sendo que na amostra bruta esses valores eram de 18,7uT
para a turbidez e 206uH para a cor.

Para o coagulante cloreto férrico obteve-se os melhores resultados com a dosagem entre 75 mg.l-1 e 85mg.l-1,
conseguindo atingir valores entre 0.7uT a 1.0uT para a turbidez e entre 18uH a 24uH para a cor. Neste ensaio a
amostra bruta apresentava 71.7uT para a turbidez e 398uH para a cor. As alterações nos valores dos parâmetros
das amostras de lodo bruto alteravam os resultados obtidos após o Jar-Test quando utilizado as mesmas
concentrações de cloreto férrico.

Com o coagulante hidroxi-cloreto de alumínio (PAC), os melhores resultados foram obtidos com uma dosagem
de 90mg.l-1. Obteve-se valores de 1.06uT a 1.24uT para a turbidez e de 27uH a 32uH para a cor, sendo que na
amostra bruta esses valores eram de 64.7uT para a turbidez e 372uH para a cor. Quando os parâmetros da
amostra bruta alteravam-se, as mudanças nos resultados foram desprezíveis.

Conclusões

Analisando os resultados com os três coagulantes, pode-se concluir que o melhor a ser utilizado nesse tipo de
efluente é o sulfato de alumínio, com a dosagem de 30mg.l-1 . Obteve-se um bom resultado no efluente gerado no
sistema de recirculação para aquicultura, cultivando intensivamente tilapia do Nilo, apesar de ter resultados
melhores comparado com os outros coagulantes, mas não muito diferentes entre cloreto férrico e o hidroxi-
cloreto de alumínio (PAC), sairiam mais caros para conseguir o mesmo grau de adensamento do lodo.

Devido às altas concentrações de lodo que podem ser geradas nos sistemas de recirculação para aquicultura, com
elevadas concentrações de nitrogênio e fósforo principalmente devido ao uso de ração balanceada, que no caso
de não possuir nenhum tratamento, vai acrescentar a concentração dos seus produtos metabolizados nos corpos
receptores dos efluentes e participar diretamente no processo de eutrofização da agua, e na aparição de florações
de algas não desejadas como as cianobactérias.

Agradecimentos. A CAPES pela bolsa de Doutorado concedida - Processo 12616-13-3 e ao


Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da UNESP – Ilha Solteira.
Referências bibliográficas

Johnson, W., Chen, S. (2006) Performance evaluation of radial/vertical flow clarification applied to recirculating aquaculture
systems. Aquacultural Engineering, Essex, 34(1), 47-55.
Metcalf and Eddy. (2003) Wastewater engineering treatment, disposal and reuse. 3ª edition. New York: Mc Graw Hill, 1819
pp.
Summerfelt, R., Penne, C. (2005) Solids removal in a recirculating aquaculture system where the majority of flow bypasses
the microscreen filter. Aquacultural Engineering, Essex, 33(3), 214-224.
Rasool, K., Ahn, D., Lee, D. (2014) Simultaneous organic carbon and nitrogen removal in an anoxic–oxic activated sludge
system under various operating conditions. Bioresource Technology, 162, 373–378.
Timmons, M., Eberling, j., Wheaton, F., Summerfelt, S., Vinci, B. (2002) Sistemas de recirculación para la acuicultura.
Chile: Fundación Chile, 747 pp.
Viadero Junior, R., Noblet, J. (2002) Membrane filtration for removal of fine solids from aquaculture process water.
Aquacultural Engineering, Essex, 26(3), 151-169.
Yan, P., Ji, F., Wang, j., Fan, J., Guan, W., Chen, Q (2013) Pilot-scale test of an advanced, integrated wastewater treatment
process with sludge reduction, inorganic solids separation, phosphorus recovery, and enhanced nutrient removal
(SIPER). Bioresource Technology, 142, 483-489.
1

REMOÇÃO DE NUTRIENTES EM BIORREATORES A MEMBRANAS HÍBRIDOS


PARA TRATAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS.

REMOVAL OF NUTRIENTS IN HYBRID MEMBRANE BIOREACTORS FOR SANITARY


WASTEWATER.

Flávio Rubens Lapolli 1*


Maria Eliza Nagel-Hassemer2
Taíse Bonfin Martins3
Rayra Emanuelly da Costa4

Abstract
The release of untreated wastewater or inappropriately treated creates problems both for the environment through
degradation of water bodies, as the population that suffers from irregular dumps. Besides that, can generate odors,
proliferation of vectors and endanger people's health. This paper discusses the treatment of wastewater considering
the removal of nutrients such as nitrogen and phosphorus, as well as the degradation of organic matter in a Moving
Bed Membrane Bioreactor operating in Sequential Batch on a pilot scale. Methodologies for measuring the
components studied were used, such as total nitrogen, ammonia nitrogen, nitrite, nitrate, COD, total phosphorus,
orthophosphate, besides punctual analysis as respirometry, ammonia, nitrate and phosphate removal rate. In terms
of BOD and COD, it was reached a 99.8 and 97.3 % removal, respectively. For total nitrogen, was obtained a 86 %
removal, and for ammonia it was reached 99.5%. For phosphorus, it was identified a large removal fluctuation,
because of the temperature, reaching an average of 70 % during the winter and at about 56 % for the entire period.
It was also identified the positive influence of support material for phosphorus removal by the FISH assays and the
phosphate removal rate. The system proved be efficient and stable in the removal of the compounds tested, achieving
better responses than conventional systems for wastewater treatment.

Keywords: Hybrid membrane bioreactor, Nutrients removal, Sanitary wastewater treatment.

1*
Autor corresponsal:
LaRA – Laboratótio de Reúso de Águas
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental – Centro Tecnológico
UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina – Campus Universitário – Trindade
CEP: 88040-970 – Florianópolis, SC – Brasil. Fone: +5548 3721 2722. Email.: f.lapolli@ufsc.br
2

Resumo
O lançamento de esgotos sanitários não tratados ou tratados de forma inadequada gera problemas, tanto para o meio
ambiente através da degradação dos corpos hídricos, quanto à população que sofre com despejos irregulares. Além
de que podem gerar maus odores, proliferação de vetores e colocar em risco a saúde das pessoas. Este trabalho
aborda o tratamento de efluentes sanitários considerando a remoção de nutrientes como nitrogênio e fósforo, bem
como a degradação da matéria orgânica em um Biorreator à Membrana de Leito Móvel em Bateladas Sequenciais
operado em escala piloto. Para a realização destes objetivos, foram utilizadas metodologias de mensuração dos
componentes estudados, como nitrogênio total, nitrogênio amoniacal, nitrito, nitrato, DQO, fósforo total, ortofosfato,
além de análises pontuais como respirometria, taxa de remoção de amônia, de nitrato e de fosfato. Em termos de
DBO e DQO atingiu-se 99,8 e 97,0% de remoção respectivamente. Para o nitrogênio total, obteve-se 83% de
remoção, sendo que para amônia atingiu-se 99,0%. Para o fósforo, identificou-se grande flutuação na remoção em
função da temperatura, atingindo a média 70% durante o período mais frio e cerca de 56% para todo o período de
240 dias de operação do biorreator. Identificou-se, ainda, a influência positiva do material suporte na remoção de
fósforo, através dos ensaios de FISH e da taxa de remoção de fosfato. O sistema se mostrou eficiente e estável na
remoção dos compostos testados, atingindo melhores respostas do que sistemas convencionais para o tratamento de
efluentes.

Palavras Chave: Biorreator à membrana híbrido, Remoção de nutrientes, Tratamento de esgoto Sanitário.

Introdução

Atualmente, o grande déficit de tratamento e disposição adequada de efluentes domésticos e industriais têm sido
apontados como um dos principais fatores responsáveis à constante degradação ambiental dos ecossistemas aquáticos
brasileiros.

Sabe-se que o lançamento de esgotos sem tratamento prévio eleva o aporte de matéria orgânica ao corpo receptor, o
que provoca intenso consumo do oxigênio dissolvido na água, gerando assim impactos negativos a vida aquática.
Destaca-se ainda a elevada carga de nutrientes presente nesses despejos, especialmente nitrogênio e fósforo, que
quando lançado no corpo hídrico pode favorecer o crescimento de plantas aquáticas, levando ao fenômeno
denominado eutrofização. Outro fator bastante preocupante é que muitas vezes esses mananciais, supostamente
poluídos, são utilizados como fonte de abastecimento a população, o que pode resultar em diversos problemas de
saúde pública.

Diante dessa situação, torna-se necessário estudar novas tecnologias que sejam capazes de otimizar a remoção de
nutrientes e matéria carbonácea dos esgotos, de modo a minimizar os impactos associados ao seu lançamento. Dentre
as alternativas existentes para tratamento de esgotos, os biorreatores à membrana (BRM) vêm ganhando destaque.

Harper et al. (2006) reportam que os BRM operam de forma semelhante ao processo de Lodos Ativados, sendo, no
entanto, a decantação secundária substituída pelo módulo de membranas, normalmente de microfiltração ou
ultrafiltração. Assim, a membrana tem a função de que reter a biomassa no reator independentemente da sua
capacidade de formar floco e sedimentar. Tal concepção permite que se obtenha no reator biológico elevada
concentração de biomassa que, segundo Judd (2006), intensifica o processo de degradação da matéria orgânica e
aumenta a eficiência do tratamento.

Diversas pesquisas (Zhang et al. 2006; Dong e Jiang, 2009 e Yang et al. 2010) têm demonstrado que a operação dos
BRM em batelada seqüencial (BRMBS) traz grandes benefícios ao sistema de tratamento e é particularmente
interessante quando entre os objetivos estiver a remoção de nutrientes. Isso se deve, conforme Kim et al. (2007), ao
controle dos períodos de aeração e não-aeração ao longo das fases operacionais do reator, que confere a este sistema
ambientes oxidante e redutor alternadamente. Sob tais condições, o mecanismo voltado à remoção biológica de
fósforo, conhecido na literatura como EBPR (enhanced biological phosphorus removal, do inglês) é estimulado e o
crescimento dos organismos acumuladores de fósforo (PAO, polyphosphate-accumulating organisms, do inglês) no
reator é favorecido.
3

Sabe-se que o desempenho do mecanismo EBPR está associado à disponibilidade de substrato em quantidade
suficiente aos PAO durante a etapa anaeróbia, para que a liberação do fosfato seja realizada com sucesso. Contudo, a
transferência de nitrato para a etapa anaeróbia nos reatores em batelada torna-se um agravante para a remoção de
fósforo, uma vez que a atividade desnitrificante durante esta etapa consome o substrato que antes estaria disponível
aos PAO (Yang et al 2010). Nessas condições, o substrato torna-se limitante, inibindo, por consequência, a produção
de polyhydroxybutyrato (PHB), composto fundamental à atividade dos organismos acumuladores de fósforo. Nesse
sentido, para se obter um bom rendimento do processo EBPR, faz-se necessário a implementação de medidas que
evitem ou minimizem a transferência de nitrato para a etapa anaeróbia, de modo a garantir a disponibilidade de
matéria orgânica necessária ao metabolismo dos PAO.

Uma opção que vem sendo estudada e que tem conduzido a bons resultados é a introdução de material suporte em
biorreatores a membrana operados em batelada sequencial para o desenvolvimento de biomassa aderida (Leiknes, et
al, 2005) também conhecido como biorreator à membrana de leito móvel em batelada sequencial (SB-MB-MBR,
sequencing batch moving bed membrane bioreactor, do inglês). Nesses reatores, o crescimento de biofilme no
material suporte pode formar ao longo de sua estrutura micro-zonas anóxicas que supostamente estimularia a
remoção de nitrato mesmo durante a etapa aeróbia, minimizando a sua transferência para a fase anaeróbia. Como
resultado, o consumo de substrato pelas bactérias desnitrificantes na etapa anaeróbia seria reduzido, aumentando a
sua disponibilidade as PAO. Nessas condições, uma melhoria na remoção de fósforo pode ser alcançada. Apesar das
vantagens reportadas, o uso de SB-MB-MBR no tratamento de esgoto sanitário tem sido ainda pouco praticado.
Considerando a flexibilidade desse sistema em propiciar condições aeróbias e anaeróbias, seja pela alternância em
seu ciclo operacional ou pelos microambientes no biofilme, entende-se que o seu estudo é merecedor de maior
atenção, sobretudo quando se almeja a remoção biológica de fósforo dos esgotos. Dessa forma, o presente trabalho
teve por objetivo avaliar a remoção de nitrogênio e fósforo de esgoto sanitário em biorreator a membrana de leito
móvel operado em batelada sequencial.

Materiais e Métodos

Unidade Experimental
O sistema experimental em escala piloto foi instalado no Laboratório de Reúso de Águas – LaRA, pertencente ao
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina.

O reator, construído em acrílico, em forma cilíndrica, com 14,5 cm de diâmetro e 92 cm de altura, totalizando 15
litros de volume total e 12 litros de volume útil. Na base do reator, está instalado o módulo de membranas, do tipo
fibra oca, com área filtrante de 0,178 m2 e tamanho de poro de 0,3 µm (microfiltração). Sensores de pressão,
localizados na tubulação do permeado coletam periodicamente valores da pressão transmembrana (PTM). A
representação esquemática da unidade experimental é apresentada na Figura 1.
4

3 1- Alimentação.
1 2-Bomba peristáltica de filtração. 3-
Sensor de pressão
4- Módulo de membranas.
8 5- Compressor de ar.
6- Rotâmetros.
7- Bombas de recirculação.
4 8- Sensor de nível.

7
6
5

Figura 1 – Representação esquemática da unidade experimental

O reator piloto foi inoculado com lodo proveniente uma estação de tratamento de esgoto da cidade de Florianópolis,
Santa Catarina. O material suporte utilizado (AMB Bio MediaTM) para desenvolvimento de biofilme (Figura 2), é
confeccionado em polietileno, em formato cilíndrico, com diâmetro de 15 mm e superfície para adesão microbiana
de 550 m2.m-3.

Figura 2 – Material suporte AMB Bio MediaTM utilizado como recheio no BRM
Monitoramento do BRM.

Para determinação da eficiência do BRM, foram coletadas amostras de 3 pontos distintos da unidade piloto:
reservatório do esgoto (ponto 1), líquido reacional (dentro do reator) e reservatório do permeado (ponto 3). Do ponto
2 foram coletadas três amostras, sendo cada uma destas referente ao final das fases de enchimento, anoxia e
aeração/filtração. Todas as amostras foram previamente filtradas em membrana de acetato celulose de 0,45 μm e
devidamente preservadas para posteriores análises das variáveis apresentadas na Tabela 1.
5

Tabela 1 - Variáveis analisadas em diferentes pontos amostrados.


Pontos amostrados Variáveis

1 – Reservatório do Esgoto DQO, Ntotal, N-NH4+, N-NO2-, N-NO3-, Ptotal, P-PO4

2 – Licor misto (Reator)

Final do enchimento DQO, N-NH4+, N-NO2-, N-NO3-, P-PO43-


Final da Anoxia DQO, N-NH4+, N-NO2-, N-NO3-, P-PO43-
Final da aeração
DQO, N-NH4+, N-NO2-, N-NO3-, P-PO43-

3 – Reservatório do Permeado DQO, N-NH4+, N-NO2-, N-NO3-, P-PO43-

Análise de ciclo
Adicionalmente às amostragens para monitoramento do reator, foi realizado também análise de monitoramento do
ciclo, que consistem na amostragem do licor misto a cada 10 minutos no decorrer das 4 horas do ciclo operacional do
reator. Dessa maneira, é possível acompanhar ao longo de um ciclo completo as transformações da matéria
nitrogenada, o comportamento do oxigênio dissolvido e do fosfato no licor misto do BRM.

Determinação da atividade dos organismos acumuladores de fósforo (PAO – Phosphate accumulating organisms)
A metodologia da presente análise está baseada no trabalho de Wachtmeister et al. (1997), que consiste em expor a
biomassa a condições anaeróbias, aeróbias para se avaliar separadamente as taxas de liberação e acumulação de
fosfato via PAOs.

Para realização do ensaio, foram coletados 2 litros do liquido reacional do reator com material suporte. Em seguida,
procedia-se a lavagem do lodo com água destilada para eliminar a presença de compostos indesejaveis.
Posteriormente, a amostra era igualmente dividida em 2 erlenmeyers de 1 litro cada, sendo que em um deles era
retirado o material suporte. Em seguida, adicionava-se aos dois erlenmeyers 25 ml de uma solução de esgoto
sintético (200 mg.L-1 de CH3COONa; 20 mg.L-1 de NH4Cl; 30 mg.L-1 de NaHCO3; 5 mL de tampão fosfato e 0,3 mL
de solução de micronutrientes) mantendo-os sob condiçoes anaeróbias por 3,5 horas. Durante este período, foram
coletadas amostras para determinação da concentração de fosfato (P-PO43-). Finalizada a etapa anaeróbia, dava-se
início a etapa aeróbia, em que o dois erlenmeyers eram submetidos à aeração por 2,5 horas para fornecimento de
oxigênio à biomassa. Amostras foram coletadas, periodicamente, para determinação da concentração de fosfato.

A taxa de absorção de fosfato pode ser estimada a partir do coeficiente angular da linha que descreve o decaimento
da concentração de fosfato ao longo do tempo. Desta forma, as taxas de absorção de fósforo pelo biofilme e pelo
lodo em suspensão podem ser obtidas e comparadas sob idênticas condições experimentais.

Métodos analíticos
As amostras coletas para realização das análises de DQO, N-NH4+, N-NO2-, N-NO3- e P-PO43- foram realizadas de
acordo com as prescrições do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. A concentração de
nitrogênio total (N-total) foi baseada na soma dos valores de N-NH4+, N-NO2- e N-NO3- em detrimento do teste
independente, já que, por se trabalhar com esgoto sintético, o nitrogênio orgânico foi desconsiderado. O teor de SST
do licor misto foi determinado por método gravimétrico, em filtração da amostra em membrana de 0,45 μm (APHA,
2005). No reator foram avaliados o comportamento da temperatura, pH (Thermo Scientific Orion, USA), oxigênio
dissolvido (YSI/550-A, USA) e PTM (Vacuom meter, VDR-920).

Resultados e discussão
6

A Figura 3 mostra as concentrações de DQO, N-NH4+ e N total referentes ao esgoto bruto e ao permeado do BRM.
Nota-se que nesse ciclo monitorado o reator apresentou elevada remoção desses parâmetros, atingindo eficiências 97,
99 e 83% para DQO, nitrogênio amoniacal e nitrogênio total, respectivamente.
Diversos trabalhos têm reportado eficiências de remoção de matéria orgânica em BRM variando entre 90 e 99% (Liu
et al, 2003). A elevada capacidade de remoção de DQO tem sido considerada como uma das principais vantagens
dos biorreatores à membrana frente aos sistemas convencionais de tratamento de esgoto. Observa-se ainda, pela
Figura 3, que o BRM apresentou elevado desempenho quanto à remoção de nitrogênio amoniacal, apresentando
concentração no permeado de apenas 0,4 mg L-1. Tal resultado indica elevada atividade nitrificante no lodo do BRM
(Wan et al., 2011). Da mesma maneira, observou também um elevado rendimento na remoção de nitrogênio total,
indicando que além do processo de nitrificação, a desnitrificação também ocorreu satisfatoriamente, com efetiva
remoção de nitrato durante a etapa anóxica.

Esgoto Permeado
700
DQO, N-NH4+ e Ntotal (mg

600
500
400
L-1)

300
200
100
0
DQOt N-NH4 Ntotal
+
Figura 3 – Concentração de DQO, N-NH4 e Ntotal no esgoto bruto e no permeado.

A Figura 4 apresenta a análise de monitoramento de ciclo, em que é possível acompanhar as variações nas
concentrações de N-NH4+, N-NO3- e P-PO43- ao longo das fases operacionais do reator. O baixo teor de OD durante a
etapa anóxica condiciona o surgimento da atividade desnitrificante, na qual ocorre a redução do nitrato a nitrogênio
gasoso. Assim, o nitrato remanescente do ciclo anterior é reduzido, tendo a sua a concentração neste ciclo diminuída
de 6 mg.L-1 para 0,2 mg.L-1. Com o início da etapa aeróbia, o teor de oxigênio dissolvido aumenta no licor misto, e o
decaimento do nitrogênio amoniacal pelo processo de nitrificação é verificado, levando novamente a formação de
íons nitrato. Ao final da etapa aeróbia, a concentração de NH4+-N, que antes era de 7,6 mg.L-1 reduz para 0,4 mg.L-1,
enquanto que a de nitrato aumenta para 7,1 mg.L-1.
7

Fosfato Amônia OD Nitrato

P-PO43-, N-NO3-, N-NH4+(mg.L-1) 15 anoxia aeróbio


12
9
6
3
0
0 60 120 180 240
Tempo (min)
Figura 4 - Perfil do OD, compostos nitrogenados e fosfato no licor misto ao longo de um ciclo operacional do reator.

Fosfato Amônia OD Nitrato


P-PO43-, N-NO3-, N-NH4+(mg.L-1)

15 anoxia aeróbio
12

0
0 60 120 180 240
Tempo (min)
Figura 4 - Perfil do OD, compostos nitrogenados e fosfato no licor misto ao longo de um ciclo operacional do reator.

Em relação ao P-PO43-, observa-se certa dificuldade para a ocorrência do mecanismo de liberação e absorção de
fosfato. Verifica-se pela Figura 4 que ao final da etapa anóxica a concentração de fosfato aumenta ligeiramente para
7,1 mg.L-1, seguida de uma pequena absorção durante a etapa aeróbia que reduz sua concentração parra 4,1 mg.L-1.
Embora tenha se verificado o mecanismo de liberação e absorção de fosfato com a alternância das etapas anóxica e
aeróbia, os valores alcançados não possibilitaram uma remoção eficiente de fósforo no ciclo analisado. Dentre os
fatores que afetam a remoção biológica de fósforo, a temperatura tem sido apontada como um dos mais importantes,
reportando-se que temperaturas acima de 20ºC tendem a prejudicar o desempenho da remoção de fósforo.
Considerando que o ciclo analisado ocorreu durante o verão, em que a temperatura do reator estava em 25,1 ºC,
certamente tal condição pode ter contribuído para que o reator apresenta-se um baixo rendimento na remoção de
fósforo.

A Figura 5 apresenta os resultados obtidos durante o ensaio para determinação da atividade dos PAOLodo e
PAOBiofilme.
8

PAO Biofilme PAO Lodo


10

8
mgP-PO43- gSSV

0
0 50 100 150 200 250 300 350 400
Tempo (min)
Figura 5 – Liberação e absorção de fosfato via PAOBiofilme e PAOLodo

Pode-se verificar que tanto a liberação como a absorção de fosfato foi mais intensa via biofilme. A partir do
coeficiente angular da linha que descreve a absorção do fosfato, chega-se aos Puptakes de 3,76 mgP gSSV-1 L-1 e
0,53 mgP.gSSV-1L-1 para PAOBiofilme e PAOLodo, respectivamente. Tais resultados mostram que remoção de fósforo
via biofilme é bastante superior a remoção via lodo, sendo aproximadamente 7 vezes maior. Dessa maneira, verifica-
se que a presença do biofilme contribui significativamente para a remoção de fósforo do esgoto.

Conclusões

O reator apresentou ótimo desempenho na remoção de matéria orgânica, com eficiência média de remoção de DQOt
de 97%. Da mesma maneira, foram obtidos bons resultados quanto à remoção de nitrogênio a amoniacal e nitrogênio
total, atingindo eficiências de 99 e 83%. Em relação ao fosfato, observou-se um baixo desempenho do reator, que foi
associado à elevada temperatura observada no dia do monitoramento (período de verão). Os ensaios de PAO
mostraram que a contribuição do biofilme para a remoção de fósforo foi aproximadamente sete vezes maior que a
remoção via lodo.

Por fim, entende-se que a utilização BRM em batelada sequencial de leito móvel apresentou resultados bastante
satisfatórios, sendo uma tecnologia bastante promissora na área de tratamento de esgotos.

Agradecimentos. Ao LaRA – Laboratório de Reúso de Águas da Universidade Federal de Santa Catarina; Ao CNPq
e CAPES e FINEP pelo financiamento de bolsas e do projeto.

Referências Bibliográficas

Dong, B. and Jiang, S. (2009) Characteristics and behaviors of soluble microbial products in sequencing batch membrane
bioreactors at various sludge retention times. Desalination (243) 240–250.
Harper, W. F. at al. (2006) Membrane bioreactor biomass characteristics and microbial yield at very low mean cell residence time.
Water SA 32 (2) 193-198.
Judd, S. and Jefferson, B. (2003) Membranes for industrial wastewater recovery and re-se. Elsevier.
Kim, J. Y. at al. (2008) New configuration of a membrane bioreactor for effective control of membrane fouling and nutrients
removal in wastewater treatment. Desalination, v. 230, p. 153–161.
Leiknes, T. and Odegaard, H. (2005) The development of a biofilm membrane bioreactor, Norwegian University of Science and
Technology. Trondheim, Norwegian, 2005.
Liu, R. et al. 2003) Hydrodynamic effect on sludge accumulation over membrane surfaces in a submerged membrane bioreactor.
Process Biochemistry, v. 39, p. 157-163.
9

Yang, S. at al. (2010) Simultaneous nitrogen and phosphorus removal by a novel sequencing batch moving bed membrane
bioreactor for wastewater treatment. Journal of Hazardous Materials, v. 175, p. 551-557.
Wang, L. K. et al. (2011) Membrane and Desalination Technologies, 2011.
Zhang, H. M. at al.(2006) Comparison between a sequencing batch membrane bioreactor and a conventional membrane
bioreactor. Process Biochemistry, v. 41, p. 87-95.
AVALIAÇÃO DO CUSTO-BENEFÍCIO DE BIORREATOR À MEMBRANA PARA
TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO VISANDO REÚSO NÃO POTÁVEL

EVALUATION OF COST-BENEFIT OF A MEMBRANE BIOREACTOR FOR SEWAGE


TREATMENT HEALTH AIMING NOT POTABLE REUSE

Flávio Rubens Lapolli 1*


Maria Àngeles Lobo Recio2
Chélsea Eichholz Marchi 3

Abstract
The current challenges related to scarcity and commitment of water resources due to the discharge of effluents are
huge. In wastewater treatment new technologies are presented, aiming reuse and rationalization of water use. The
membrane bioreactor (MBR) stands out in the market as a solution that combines the process of membrane filtration
to biological treatment, able to generate a feasible final effluent reuse. From the use of performance indicators, it
was evaluated the cost-effectiveness of three systems of sewage treatment: Piçarrão WWTP (UASB followed by
activated sludge), Capivari II plant (BRM in continuous flow) and BRM sequencing batch reactors (BRMBS) scaled.
The first two plants, in which were in real scale, are located in the city of Campinas and the third one, on a pilot
scale, located in Florianópolis, all of them in Brazil. The results indicate that the Capivari II plant occupies a
building area 22% higher than the BRMBS, considered for the same design flow. The BRMBS demands more
membrane area and a more intense aeration, featuring a 65% larger installed potency and a cost estimated at 33%
higher than the treatment with BRM in continuous flow, when based over a life cycle of 20 years. Both MBR
treatments showed specific costs higher than the Piçarrão WWTP one, even when the efficiency of the treatments
were considered. In order to verify the equivalence of per capita costs over the life cycle presented, the initial price
of treated wastewater in the year 2013 for the Capivari II plant was R$ 1.71/m³ and for BRMBS (scaled) was R$
3.08/m³. Relying on the assumptions of environmental law, such as the precautionary principle, the use of MBR
systems has been more accepted for this purpose in other parts of the world, since it has greater guarantee of
generating reuse of constant and reliable quality water

Key-words: Domestic sewage treatment, Evaluation of Cost, Membrane bioreactor, Water Reuse.

1*
Autor corresponsal:
LaRA – Laboratótio de Reúso de Águas
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental – Centro Tecnológico
UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina – Campus Universitário – Trindade
CEP: 88040-970 – Florianópolis, SC – Brasil. Fone: +5548 3721 2722. Email.: f.lapolli@ufsc.br
Resumo
Grandes são os desafios atuais relativos à escassez e ao comprometimento dos recursos hídricos devido ao
lançamento de efluentes nos cursos de água. No tratamento de esgotos sanitários novas tecnologias se apresentam
visando o reúso e a racionalização do uso da água. O biorreator à membrana (BRM) desponta no mercado como uma
solução que combina o processo de filtração por membranas ao tratamento biológico, capaz de gerar um efluente
final passível de reúso. A partir da utilização de indicadores de desempenho, foi avaliado o custo-benefício de três
sistemas de tratamento de esgoto: ETE Piçarrão (UASB seguido por lodos ativados), EPAR Capivari II (BRM em
fluxo contínuo) e um BRM em batelada sequencial (BRMBS) dimensionado. As duas primeiras ETES, em escala
real, estão situadas na cidade de Campinas e a terceira, em escala piloto, situada em Florianópolis, as três no Brasil
Os resultados indicam que a EPAR ocupa uma área construída 22% maior que o BRMBS, considerada a mesma
vazão de projeto. O BRMBS demanda mais área de membrana e uma aeração mais intensa, apresentando uma
potência instalada 65% maior e um custo ao longo do ciclo de vida de 20 anos estimado em 33% mais alto que o
tratamento por BRM em fluxo contínuo. Ambos os tratamentos por BRM apresentaram os custos específicos maiores
do que os custos para a ETE Piçarrão, mesmo quando a eficiência dos tratamentos foi considerada. Como forma de
verificar a equivalência dos custos per capita ao longo do ciclo de vida apresentados, o preço inicial do efluente
tratado no ano de 2013 para o BRM (EPAR) deve ser de R$ 1,71/m³ e para o BRMBS (dimensionado) de R$
3,08/m³. Apoiando-se nas premissas do direito ambiental, como o princípio da precaução, o emprego dos sistemas
com BRM tem sido mais aceito para esse fim em outras partes do mundo, uma vez que apresenta maior garantia de
geração de água de reúso de qualidade constante e confiável.

Palavras-chave: Avaliação de Custo, Biorreator à membrana, Reúso de água, Tratamento de Esgoto doméstico.

Introdução

O esgoto sanitário é composto por aproximadamente 99,9% de água e apenas 0,1% de partículas sólidas e micro-
organismos, mesmo assim capazes de causar risco a saúde humana. Sendo a água de grande importância para a
humanidade, a inclusão do reúso no plano de gestão da água é fundamental e que pode ser alcançada por meio de
técnicas avançadas e seguras empregadas no tratamento dos esgotos sanitários.

A carga de nutrientes presente nos esgotos sanitários contribui diretamente para a eutrofização dos corpos receptores,
levando a problemas de odor, turbidez e baixo nível de oxigênio dissolvido. Mesmo depois de tratados, os efluentes
ainda causam impacto ao ambiente, diminuindo gradativamente a disponibilidade de água de diluição dos corpos
receptores e consequentemente seu limite de autodepuração. Por este motivo, existe uma tendência mundial em
elevar os padrões de emissão do efluente tratado, tornando as legislações ambientais mais restritivas e incentivando
as práticas de reúso condizentes com determinadas finalidades (Mancuso e Santos, 2003; Telles e Costa, 2007; Belli,
2011).

Em face aos desafios atuais relativos à escassez de água, a tecnologia do biorreator à membrana desponta no
mercado como uma solução que combina o processo de filtração por membranas ao tratamento biológico com alta
eficiência, capaz de gerar um efluente final passível de reutilização (Schneider e Tsutiya, 2001; Campello, 2009).

Considerando o que foi exposto, este trabalho teve como objetivo analisar o custo-benefício, ao longo de um ciclo de
vida estipulado, do biorreator à membrana frente a uma tecnologia clássica de tratamento de esgoto. Para tal, foram
utilizados dados obtidos junto à uma companhia de saneamento e bibliografias especializadas, além de informações
coletadas com os pesquisadores do Laboratório de Reúso de Águas (LaRA) da UFSC. Como ferramenta para
aquisição de informações dos tratamentos estudados, visitas técnicas foram realizadas, inclusive com visitação a um
sistema de reúso urbano para melhor compreensão do processo, dos cuidados e dos riscos intrínsecos à esta prática.
A visita à cidade de St. Petersburg, na Florida, possibilitou conhecer uma estação de tratamento de esgoto clássica
voltada ao reúso urbano não potável atuante desde 1977. Com o intuito de verificar a potencialidade de reúso do
efluente tratado pelo biorreator à membrana, ao final foi realizado o enquadramento da qualidade do permeado com
finalidade de reúso urbano não potável, de acordo com normas existentes.
Materiais e métodos

Na realização deste trabalho foram consideradas as seguintes abordagens:


- Levantamento de duas unidades de tratamento em escala real junto à SANASA Campinas, sendo uma ETE clássica
e uma ETE com a tecnologia BRM. A SANASA (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A de
Campinas) é a primeira empresa pública da América Latina a utilizar o BRM para tratamento de esgoto municipal ao
inaugurar a EPAR Capivari II, no ano de 2012. Com intuito de coletar informações e dados, foi realizado um
levantamento técnico junto à SANASA em que duas estações de tratamento de esgoto foram foco de estudo, sendo
uma por BRM em fluxo contínuo e a outra por reatores UASB seguidos por lodos ativados e flotadores;
- Pré-dimensionamento de um BRMBS a partir da unidade piloto pertencente ao LaRA (Figura 2). O funcionamento
do biorreator em batelada sequencial piloto ocorre em 6 ciclos diários de 4 horas, sendo que cada ciclo apresenta três
fases: alimentação (10 minutos), fase anóxica (50 minutos) e fase aeróbia e de filtração (180 minutos). A alimentação
do reator ocorre através de uma bomba, encarregada de encher o reator até que seu nível máximo seja atingido. Em
seguida, dá-se início a fase anóxica, e assim como na etapa anterior, o sistema de aeração permanece desativado. Na
última fase do ciclo, a fase aeróbia e de filtração, ocorre o acionamento simultâneo do sistema de aeração e da bomba
de sucção do permeado (retirada do efluente filtrado). Assim que o nível mínimo é atingido no reator, inicia-se um
novo ciclo, representado pelo desligamento da aeração e da bomba de sucção e a ativação da bomba de alimentação
de esgoto (Belli, 2011).

Figura 1 - Desenho esquemático da unidade piloto. Fonte: Belli(2011).

O pré-dimensionamento do BRMBS foi realizado com base nas equações para dimensionamento de reatores
aeróbios, lodos ativados em batelada sequencial e contínuo, de acordo Von Sperling (1996) e Metcalf e Eddy (2003).

A avaliação do custo-benefício para os tratamentos estudados deu-se basicamente com a aplicação de indicadores de
desempenho (ID), que permitem comparar processos diferentes através de valores específicos, ou unitários. A base
de comparação apresenta as seguintes relações:

ID1 = Potência Instalada / Habitante de projeto Equação


(1)

ID2 = Custo de Implantação / Habitante de Projeto Equação


(2)
ID3 = Área Construída / Habitante de Projeto Equação
(3)
ID4 = Custo de Energia / m3 tratado Equação
(4)
ID5 = Custo de Energia / Kg de DBO removida Equação
(5)
ID6 = Custo de Energia / Kg DQO removida Equação
(6)
ID7 = Custo de Energia / Kg de SST removido Equação
(7)
ID8 = Valor Presente Calculado / Habitante de Projeto Equação
(8)

O valor presente (VP) é resultado da soma dos custos considerados (implantação e gasto energético) ao longo do
ciclo de 20 anos de vida útil da estação, transportados à data de 2013, tendo por base uma taxa de inflação calculada
a partir de um histórico dos índices de inflação IPCA e IGP-M. A
Equação (, a Equação e a
Equação foram utilizadas para atualização e projeção dos custos, considerando a vida útil das instalações.

( ) Equação (9)

( )
[ ] Equação
(10)

( )
[ ( )
] Equação
(11)

Sendo:
I = taxa de inflação [% a.a];
t = período considerado [anos];
A = série de pagamentos uniformes que se inicia no período 1 e termina no período n [reais];
F = quantia existente ou equivalente em um instante futuro ou valor futuro [reais];
P = quantia existente ou equivalente no instante inicial ou valor presente [reais].

Para análise e avaliação do potencial de reúso, foram consideradas as duas unidades levantadas junto à SANASA, o
piloto do LaRA (BRMBS) e também os dados levantados junto à ETE de St. Petersburg (Florida), que produz água
de reúso.

Resultados e Discussão

Os custos de energia ao longo do ciclo de vida foram estimados em função de um incremento de vazão anual e do
reajuste da tarifa de energia, calculada em 6,39% a.a., de acordo com o histórico do índice de inflação IGP-M. Para a
estimativa do consumo de energia específico, considerou-se a vazão de projeto, a potência instalada e o tempo diário
de uso dos principais equipamentos, observando também valores encontrados em bibliografias. A Tabela 1 apresenta
os principais dados e resultados obtidos para os tratamentos considerados.

Os resultados mostram que, apesar da alta qualidade do efluente obtido com os tratamentos por BRM e destes
mostrarem-se mais compactos em função da área construída por habitante de projeto, os custos específicos,
demonstrados a partir da utilização dos indicadores de desempenho, são maiores do que os custos para o tratamento
clássico considerado, levando a crer que os custos com as membranas e a necessidade da sua troca ainda pesam
contra este tipo de tratamento no quesito econômico. Por outro lado, cria-se a oportunidade de geração de receita
através da venda do efluente tratado. Objetivando diminuir o valor presente para as duas opções com uso do BRM,
verificou-se o preço por m³ de água de reúso o qual pudesse equiparar o valor presente por habitante de projeto da
EPAR Capivari II e do BRMBS dimensionado ao da ETE Piçarrão (701 reais/habitante). Supondo a venda de 40%
do efluente produzido, para a EPAR Capivari II, o preço do m³ deve iniciar em R$ 1,71 e para o BRMBS em R$
3,08, reajustados anualmente ao longo do ciclo de vida (20 anos) de acordo com uma taxa de inflação de 7,72%,
calculada de acordo com o histórico dos índices de inflação IPCA e IGP-M.

Tabela 1: Principais dados e resultados obtidos


BRMBS
ETE PIÇARRÃO EPAR CAPIVARI II dimensionado Unidade
Dados \ ETEs *Valores projetados
Vazão de projeto 556 180 L/s
Habitante de projeto 221.130 87.942 habitantes
Vazão inicial considerada 271 28 L/s
Custo de Implantação (2013) 103.500.625 65.680.637 90.909.091 reais
Área de membranas - 36.000 48.000 m²
Custo das membranas (2013) - 7.500.000 10.000.000 reais
Área construída 7698,3 1884,7 1546,3 m²
Potência Instalada - 814 1347 kW
Consumo de energia/
0,5 1,26 1,56 kWh/m³
m³ tratado
Tarifa de energia (2013) 0,40
reais/kWh
Tarifa de energia (2032) 1,30
Custo de energia / 0,20* 0,50 0,62
reais/m³
m³ tratado 0,65** 1,64 2,02
m³ tratado (2013) 8.429.184 870.912 m³/ano
m³ tratado (2032) 17.293.824 5.598.720 m³/ano
Custo energia (2013) 1.685.837 438.940 543.449 reais/ano
Custo energia (2032) 11.221.125 9.154.501 11.334.144 reais/ano
Total energia transp. (2013) 51.446.016 32.606.945 40.370.504 reais
Valor presente calculado 154.946.641 105.787.582 141.279.595 reais
% remoção DBO 90,46 99,77 98,11 %
% remoção DQO 89,85 97,55 96,89 %
% remoção SST 92,75 99,54 100 %
Potência Instalada / W/
- 9,26 15,32
habitante de projeto habitante
Custo de Implantação / Reais/
468,05 746,86 1033,74
habitante de projeto habitante
Área construída / m²/
0,035 0,021 0,018
habitante de projeto habitante
Custo de energia / 0,84* 1,30 1,37 reais/kg DBO
kg DBO removida 2,74** 4,20 4,44 removida
Custo de energia / 0,47 0,74 0,97 reais/kg DQO
kg DQO removida 1,53 2,41 3,15 removida
Custo de energia / 0,82 1,69 - reais/kg SST
kg SST removido 2,67 5,48 - removido
Valor presente / Reais/
701 1203 1607
habitante de projeto habitante
* Valores para o ano de 2013 ** Valores para o ano de 2032
Tabela 2: Índices médios alcançados pelos tratamentos estudados comparados a alguns padrões nacionais e
internacionais para o reúso urbano não potável irrestrito.
EPA ANA, FIESP & NBR EPAR BRMBS
USEPA ETE ETE/EPAR
Queensland SINDUSCON/SP 13969/97 Capivari LaRA
Parâmetro EUA Piçarrão St. Petersburg
Austrália Brasil Brasil II (out.
(2012) (2012) (abr. 2012)
(2004) (2005) (1997) (2012) 2012)
DBO5 (mg/L) < 10,0 - ≤ 10,0 - 25 0,88 8,8 2,8
SST (mg/L) - < 5,0 ≤ 5,0 - 19 1,39 0,0 1,0
Turbidez
< 2,0 < 2,0 ≤ 2,0 < 5,0 8,2 0,34 0,20 Não realizado*
(NTU)
Colif. fecal Não Não Não Não
< 1,0 < 200,0 <2,0 Não detectável
(NMP/100mL) detectável detectável analisado detectável
Cloro residual Não Não Não 270 na saída
≥ 1,0 ≥ 1,0 - 0,5 - 1,5
(mg/L) realizado realizado realizado ETE
*Parâmetro não especificado pela norma do estado da Florida.

Como forma de conhecer uma estação de tratamento de esgoto voltada ao reúso urbano não potável, foi realizado um
levantamento técnico junto à cidade de St. Peterburg, no estado da Florida, Estados Unidos. O processo utilizado é
composto por tratamento preliminar seguido por lodos ativados com aeração prolongada, filtração convencional com
pedra, areia e carvão ativado e desinfecção com cloro. O efluente tratado é reutilizado principalmente na irrigação de
áreas públicas e residenciais. A Tabela 2 traz os resultados médios dos parâmetros de interesse para os efluentes dos
tratamentos estudados em comparação às normas e diretrizes mais restritivas para a modalidade de reúso urbano não
potável. Os índices que estão de acordo com todos os quatro padrões apresentam-se sublinhados e aqueles que estão
em desacordo com pelo menos um padrão, em itálico.

Os resultados alcançados para as medições na ETE Piçarrão não estão em conformidade com os padrões para
nenhum dos parâmetros. Adicionar filtração e cloração posteriores ao tratamento existente, possivelmente tornaria o
efluente passível de reutilização. Na EPAR Capivari II, existe um reservatório na saída do tratamento com ponto de
aplicação de cloro, que deve entrar em operação quando a distribuição for iniciada. Dessa forma, é esperado que a
desinfecção melhore a qualidade da água com relação aos coliformes, deixando-a em consonância com as diretrizes
apresentadas. Para o BRMBS, todos os parâmetros estão de acordo, sendo necessária apenas uma cloração final
como forma de prevenir o risco de contaminação fecal e micro-organismos indesejáveis. Com relação à ETE de St.
Petersburg, conforme a referida modalidade de reúso, o estado da Florida exige que a concentração de SST seja
inferior a 5 mg/L, realizando-se o monitoramento da turbidez apenas quando necessário. De acordo com dados da
ETE em questão, antes de receber o cloro, o efluente apresenta valores médios de coliformes fecais de 1,0 NMP/100
mL, passando a não detectável após desinfecção. Em St. Petersburg o usuário pode utilizar esta água para irrigação
de campos, plantas e gramados. Para outros usos, o usuário deve entrar com um pedido de permissão junto ao
Departamento de Recursos Hídricos da cidade, que avalia e decide pela aprovação ou não da aplicação especial
solicitada.

Os resultados alcançados para as medições na ETE Piçarrão não estão em conformidade com os padrões para
nenhum dos parâmetros. Adicionar filtração e cloração posteriores ao tratamento existente, possivelmente tornaria o
efluente passível de reutilização. Na EPAR Capivari II, existe um reservatório na saída do tratamento com ponto de
aplicação de cloro, que deve entrar em operação quando a distribuição for iniciada. Dessa forma, é esperado que a
desinfecção melhore a qualidade da água com relação aos coliformes, deixando-a em consonância com as diretrizes
apresentadas. Para o BRMBS, todos os parâmetros estão de acordo, sendo necessária apenas uma cloração final
como forma de prevenir o risco de contaminação fecal e micro-organismos indesejáveis. Com relação à ETE de St.
Petersburg, conforme a referida modalidade de reúso, o estado da Florida exige que a concentração de SST seja
inferior a 5 mg/L, realizando-se o monitoramento da turbidez apenas quando necessário. De acordo com dados da
ETE em questão, antes de receber o cloro, o efluente apresenta valores médios de coliformes fecais de 1,0 NMP/100
mL, passando a não detectável após desinfecção. Em St. Petersburg o usuário pode utilizar esta água para irrigação
de campos, plantas e gramados. Para outros usos, o usuário deve entrar com um pedido de permissão junto ao
Departamento de Recursos Hídricos da cidade, que avalia e decide pela aprovação ou não da aplicação especial
solicitada.

Conclusões

De acordo com os dados obtidos, a eficiência alcançada para o tratamento de esgoto doméstico na EPAR Capivari II
chega a 99,77% para DBO, 97,55% para DQO e 99,54% para SST e no BRMBS piloto do LaRA alcança 98,11%
para DBO, 96,89% para DQO e 100% para SST, demonstrando a efetividade do processo sendo ele contínuo ou em
batelada sequencial. Para a mesma vazão de projeto (180L/s), a EPAR Capivari II apresenta 36.000 m² de membrana
distribuídos em 3 tanques, enquanto o BRMBS dimensionado deve ter 48.000 m² de membranas distribuídos em 4
tanques de 1.500 m³. Apesar de a EPAR ocupar uma área construída 22% maior, o BRMBS demanda mais área de
membrana em função dos ciclos de tratamento e uma área superficial maior para aeração, apresentando uma potência
instalada 65% maior e um custo ao longo do ciclo de vida de 20 anos estimado em 33% mais alto.

Os resultados mostram que, apesar da alta qualidade do efluente obtido com os tratamentos por BRM e destes
mostrarem-se mais compactos em função da área construída por habitante de projeto, os custos específicos,
demonstrados a partir da utilização dos indicadores de desempenho, são maiores do que os custos para o tratamento
clássico considerado, levando a crer que os custos com as membranas e a necessidade da sua troca ainda pesam
contra este tipo de tratamento no quesito econômico.

Objetivando alcançar o valor presente de R$701,00 por habitante de projeto obtido para a ETE Piçarrão, avaliou-se
quais deveriam ser os custos da água de reúso para ambos os processos por BRM durante um ciclo de vida de 20
anos. Considerando a venda de 40% da produção, para o tratamento contínuo, o preço inicial no ano de 2013 deve
ser de R$ 1,71/m³, enquadrando-se dentro dos preços hoje praticados, e para o tratamento em batelada sequencial, R$
3,08/m³, valor este 60% maior do que os preços atuais cobrados por m³.

Apesar de que sistemas clássicos de tratamento de esgoto podem resultar em um efluente passível de reutilização
perante as diretrizes de reúso, como verificado na cidade de St. Petersburg, estudos mostram que mensurar os riscos
inerentes à esta prática é uma questão complexa e ainda não definida. Nesse sentido, apoiando-se nas premissas do
direito ambiental, como o princípio da precaução, o emprego dos sistemas com BRM tem sido mais aceito, uma vez
que apresenta maior garantia de geração de água de reúso de qualidade constante e confiável.

Entende-se que este trabalho atingiu o seu propósito, demonstrando que a tecnologia por BRM para tratamento de
esgoto doméstico apresenta um custo-benefício positivo ao se considerar a geração de renda durante o ciclo de vida.
Finalmente, mostra que esta tecnologia pode apresentar-se como uma ferramenta importante na difusão do reúso
urbano não potável, uma vez que o planejamento de longo prazo mostrou-se ambiental e economicamente favorável.

Agradecimentos. Ao LaRA – Laboratório de Reúso de Águas da Universidade Federal de Santa Catarina e a


SANASA Campinas pelo fornecimento dos dados para realização deste trabalho.

Referências Bibliográficas

ABNT - Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 13969. (1997) Projeto, Construção e Operação de Unidades de
Tratamento Complementar e Disposição Final dos Efluentes de Tanques Sépticos: procedimentos. Rio de Janeiro, 57p.
ANA - Agência Nacional De Águas. (2005) Conservação e Reúso da Água em Edificações. Prol Editora Gráfica: São Paulo.
Belli, T. J. (2011) Biorreator à membrana em batelada sequencial aplicado ao tratamento de esgoto visando a remoção de
nitrogênio total. 2011. 166 p. Dissertação. (Mestrado em Engenharia Ambiental) – Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, Santa Catarina.
Campello, F. (2009) Nitrificação e pré-desnitrificação em sistema de tratamento de esgoto sanitário utilizando biorreator à
membrana submersa visando reúso. 2009. 117 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de
Santa Catarina.
CNRH - Conselho Nacional De Recursos Hídricos. (2005) Resolução Nº 54, de 28 de novembro de 2005. Estabelece
modalidades, diretrizes e critérios gerais para a prática de reúso direto não potável de água, e dá outras providências.
CONAMA - Conselho Nacional Do Meio Ambiente. (2005) Resolução nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e
padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.
CONAMA - Conselho Nacional Do Meio Ambiente. (2011) Resolução nº 430, de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre as
condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução nº357, de 17 de março de 2005, do
Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA.
EPA - Environment Protection Agency. (2004) A review of Water Quality Criteria in Australian Reclaimed Water
Guidelines and Sewage Effluent Discharge Licences. Queensland, Australia.
Giacobbo, A. (2010) Biorreator à membrana aplicado ao tratamento de efluentes. 2010. 77 p. Dissertação (Mestrado em
Engenharia) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Judd, S. 2006) The MBR Book: Principles and Applications of Membrane Bioreactors in Water and Wastewater Treatment. 1º ed
– Elsevier Ltd, Oxford, UK.
Judd, S. (2011) The MBR Book: Principles and Applications of Membrane Bioreactors for Water and Wastewater Treatment. 2º
ed– Elsevier Ltd, Oxford, UK, 2011.
Lesjean, B. and Huisjes, E. H. (2008) Survey of the European MBR market: trends and perspectives. Desalination, v. 231, p. 71 –
81.
Maestri, R. S. (2007) Biorreator à membrana como alternativa para o tratamento de esgotos sanitários e reúso da água.
2007. 101 p. Dissertação. (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
Mancuso, P. C. S. e SANTOS, H. F. Reúso de água. Barueri, São Paulo, 2003.
Meng, F. at al. (2009) Recent advances in membrane bioreactors (MBRs): Membrane fouling and membrane material. Water
Research, v. 43, p. 1489-1512.
Metcalf & Eddy. (2003) Wastewater Engineering – Treatment and Reuse. Fourth Edition, New York, 1819 p.
PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI - RJ. Lei Nº 2.856, de 25 de julho de 2011. Estende as obrigações da Lei no. 2.630,
de 07 de janeiro de 2009, instituindo mecanismos de estímulo à instalação desistema de coleta e reutilização de águas
servidas em edificações públicas e privadas.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Lei nº 13.309, 31 de janeiro de 2002. Dispõe sobre o reúso de água não potável
e dá outras providências.
Prefeitura Municipal De São Paulo. Lei nº 14.018, de 28 de junho de 2005. Institui o Programa Municipal de Conservação e Uso
Racional da Água em Edificações e dá outras providências.
Prosab - Programa De Saneamento Básico. (2006)Tratamento e Utilização de Esgotos Sanitários. Rio de Janeiro: ABES.
Schneider, R. P. e Tsutiya, M.T. (2001) Membranas Filtrantes para o tratamento de água, esgoto e água de reúso. 1ª ed,
ABES, São Paulo.
Telles, D. D. e Costa, R. H. P. G. (2007) Reúso de água: conceitos, teorias e práticas. São Paulo: Editora Blucher, 2007.
Usepa – Us. Environmental Protection Agency. (2012) Guidelines for Water Reuse. EPA/600/R-12/618.Office of Water,
Washington, DC.
Viana, P. Z. 2004) Biorreator com membrana aplicado ao tratamento de esgotos domésticos: avaliação do desempenho de
módulos de membranas com circulação externa. 2004.175 p. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Universidade
Federal do Rio de janeiro, Rio de Janeiro.
Von Sperling, M. (2005). Introdução a qualidade das águas e ao tratamento de esgotos – princípios do tratamento biológico de
águas resuduárias. Vol. 1, Belo horizonte – UFSM, 452p.
PLANTA DE TRATAMIENTO DE AGUAS RESIDUALES
ATOTONILCO. LA SUSTENTABILIDAD DE MÉXICO

ATOTONILCO WASTE WATER TREATMENT PLANT: SUSTAINABILITY FOR


MEXICO

José Flores Bados 1*


Roberto Villanueva Camacho 2
Cristina Hernández Romero 1
Julio Pérez Álvarez 3

Abstract
Atotonilco Waste Water Treatment Plant (WWTP) is the largest wastewater treatment plant built in a single
phase and the 3rd largest plant in the world for treatment capacity (Vicars, 2013). Currently the waste water
coming from the Mexico Valley is used without treatment in the Mezquital Valley in the Hidalgo State,
this practice has been undertaken more than 100 years. Atotonilco is the largest sanitation project in Mexico
with significant social, environment and sustainable benefits. The objective of this article is to summarize the
main characteristics of the project as well as the social and environment benefits that will be achieved. This
WWTP will benefit 700,000 people of the Mezquital Valley, as 60% of the waste water from the Valley of
Mexico will be treated. The plant has been designed (WEF MOP 8, 1998) to produce 1,041hm3 yearly with
irrigation quality water. The average design flow is 35m 3/s with a maximum of 42m3/s in the rainy season.
However the maximum flow is up to 50m3/s. The generated biogas will be used in the plant for thermal and
electrical energy. The estimated generation of electricity is 197,291,002 kWh. The social benefits for the
community will be to increase the irrigation area as well as a significant improvement of health in the area.
The environmental benefits will be an improvement of the irrigation area and the ecology of the Endho dam.

KeyWords: Atotonilco WWTP, Biosolids, Cogeneration, Social benefits, Sustainability, Treated water

1
Operación y Mantenimiento, ATVM-Acciona Agua.

2
Operación y Mantenimiento, ATVM-Atlatec

3
Operación y Mantenimiento, Acciona Agua

*Autor corresponsal: PTAR Atotonilco. Km 6 Carretera San Antonio a San José Acoculco. Ejido Conejos. Atotonilco de Tula.
Hidalgo. CD. 42990 México. Email: jose.flores.bados@acciona.com

1
Resumen
La PTAR de Atotonilco, actualmente, es la instalación más grande del mundo construida en una sola fase y la
tercera en capacidad de tratamiento (Vicars, 2013). En la actualidad, las aguas residuales procedentes del
ámbito metropolitano del Valle de México se utilizan directamente para el riego en los terrenos de cultivo del
Valle del Mezquital del Estado de Hidalgo, sin tratamiento alguno desde hace más de 100 años. Utilizan la
técnica de riego por inundación, principalmente para cultivos de maíz y forraje. Es el proyecto de mayor
envergadura en saneamiento y depuración de México con notables beneficios sociales, ambientales y de
sustentabilidad. El proyecto se asignó en Octubre de 2009, la construcción se inició en el año 2010 y,
actualmente se encuentra en su fase final de construcción. La puesta en marcha está prevista para el segundo
trimestre de 2015 y para inicios de 2016 entrará en operación. El presente artículo tiene por objeto resumir las
principales características del proyecto. Esta planta beneficiará a 700,000 personas en el Valle del Mezquital,
al sanear el 60% de las aguas residuales del Valle de México. Las bases de diseño (WEF MOP 8, 1998)
implican la producción anual de 1,041h m3 de agua tratada con calidad de agua para riego sin restricciones.
Los caudales promedio de diseño son de 35 m3/s y un máximo de 42 m3/s en la época de lluvias. El caudal
máximo es de 50 m3/s. La producción anual de arenas y basuras previstas es de 100,178 t/año con destino a
un relleno sanitario. Los biosólidos generados se estiman en 837,408 t/año (28% de materia seca) con destino
a un monorrelleno sanitario propio de 100 hm2 donde recibirán un tratamiento y disposición final. El biogás
generado será aprovechado internamente en energía térmica y eléctrica. La generación de electricidad
prevista es de 197,291,002 de kWh. Entre los beneficios sociales cabe mencionar que el agua producida tiene
por objeto fundamental su reutilización mejorando las prácticas y ampliando las zonas agrícolas actuales. Es
una notable mejora sanitaria y medio ambiental de su ámbito de influencia de riego y de la presa Endhó.

Palabras clave: Agua tratada, Beneficios Sociales, Cogeneración, Sustentabilidad, PTAR Atotonilco

Introducción

La PTAR de Atotonilco es la instalación más grande del mundo construida en una sola fase y la tercera en
capacidad de tratamiento. Está ubicada dentro del Municipio de Atotonilco de Tula entre las localidades de
San José Acoculco y Melchor Ocampo (El Salto), municipio de Tepeji del Río, en el estado de Hidalgo, entre
los paralelos 19º58´12” y 19º57´11” de latitud norte y los meridianos 99º17´06” y 99º18´17” de longitud
oeste. La localización de esta planta obedece a que las aguas negras del Valle de México descargan en el
municipio de Atotonilco de Tula, donde también comienzan los distritos de riego de la región, por lo que será
posible el aprovechamiento de las aguas tratadas que actualmente son utilizadas en la agricultura sin ningún
tipo de tratamiento.
En la actualidad, las aguas residuales procedentes del Valle de México se utilizan directamente en el Valle del
Mezquital del Estado de Hidalgo (cerca de 90,000 hm2), sin tratamiento alguno desde hace más de 100 años,
mediante riego por inundación, principalmente para cultivos de maíz y forraje.
La PTAR de Atotonilco es el proyecto de mayor envergadura en saneamiento y depuración de México con
notables beneficios sociales, ambientales y de sustentabilidad.
La planta puede procesar 35 m3/s de promedio, siendo factible, en épocas de lluvia, soportar un 20% más,
llegando así a los 42 m3/s. Hidráulicamente puede alcanzar puntas de 50 m3/s.
El tratamiento de las aguas residuales se hará a través de un Tren de Procesos Convencionales (TPC), durante
estiaje y en época de lluvias se usará, además, un Tren de Procesos Químicos (TPQ) para tratar los excedentes
de agua.
Además de los beneficios sociales que se generarán con la operación de la planta de tratamiento se
aprovechará también el contenido energético de los lodos y se convertirá el biogás producido en la planta en
energía eléctrica y térmica para el calentamiento de los digestores.
El proyecto cuenta con participación pública (CONAGUA) y privada (Controladora de Operaciones de
Infraestructuras (CONOISA), Impulsora de Desarrollo y Empleo de Latinoamérica (IDEAL), Atlatec y
Acciona Agua, entre otros). El contrato firmado establece la prestación de los servicios de diseño, elaboración
del proyecto, construcción y tratamiento de aguas residuales del Valle de México por 25 años.
El proyecto data de Octubre de 2009. La construcción se inició en el año 2010 y, actualmente está en su fase
final de construcción. La puesta en marcha está prevista para el segundo trimestre de 2015 y para inicios de
2016 su plena operación.

2
El presente artículo tiene por objetivo resumir las principales características del proyecto y los beneficios
sociales y ambientales que implica.

Metodología

Las características y beneficios de la PTAR de Atotonilco se describen y analizan de una forma integral
estructurando su contenido a través de los vectores Agua, Residuos y Energía.

Agua
La PTAR tiene como objetivo el tratar las aguas crudas provenientes del Valle de México conducidas a través
del Túnel Emisor Oriente (en construcción) y del Túnel Emisor Central (en servicio), los cuales descargan al
río Tula y al canal de riego El Salto-Tlamaco.
Esta planta beneficiará principalmente a 700,000 personas en el Valle del Mezquital (300,000 habitan
directamente en las zonas de riego), al sanear el 60% de las aguas residuales del Valle de México. Esta obra
será de gran beneficio para los hidalguenses, ya que mejorará las condiciones sanitarias de la población y
permitirá utilizar agua tratada en la agricultura (conservando los nutrientes de las aguas residuales pero
eliminando los contaminantes), además de facilitar la tecnificación de los sistemas de riego y la producción de
cultivos de mayor valor añadido.
A continuación se describen, el sistema de drenaje del Valle de México, del cual la PTAR Atotonilco forma
parte y, se analizan con detalle los objetivos, caudales a tratar, calidad del influente y efluente así como las
líneas de tratamiento de agua.
 Sistema de drenaje
La zona Metropolitana del Valle de México está asentada sobre un antiguo sistema lacustre, compuesto por
cinco grandes lagos, los cuales, durante las épocas de lluvia crecían al punto de unirse en un único gran lago.
Desde la fundación de los primeros asentamientos alrededor de estos lagos, las poblaciones han sufrido
severos problemas para evitar las inundaciones producto de las lluvias.
En 1962 entró en servicio el Túnel Emisor Poniente y en 1975, Luis Echeverría inauguró el Túnel Emisor
Central TEC, de 50 km de longitud y que es la parte central del sistema de drenaje profundo de la Ciudad de
México.
Desde su inauguración el TEC, el sistema de drenaje del valle de México ha perdido aproximadamente el
30% de su capacidad, a la vez que la población prácticamente se duplicó, pasando de ser 10 millones de
habitantes a ser casi 20 millones.
Actualmente, el Valle de México, una cuenca originalmente cerrada, exporta caudales considerables de aguas
de lluvia y aguas residuales al vecino Valle del Mezquital en el Estado de Hidalgo.
La ciudad de México tiene un sistema de drenaje combinado. Las lluvias son estacionales, el 85% de la
precipitación anual cae en sólo cinco meses del año (Junio-Octubre) con fuertes fluctuaciones estacionales en
el caudal de aguas residuales.
Las descargas de aguas residuales a la red de drenaje se estiman entre 41 m³/s y 44 m³/s en promedio en las
épocas de lluvias y estiaje, respectivamente, incluyendo una aportación por descargas industriales del orden
de 3 m3/s.
Descontando las extracciones de agua residual para reuso urbano-industrial dentro de la cuenca de México y
sumando las aportaciones de agua pluvial, los gastos totales manejados por el sistema de drenaje de la Zona
Metropolitana del Valle de México promedian entre 46 m³/s y 74 m³/s, en estiaje y lluvias, respectivamente,
de los cuales se extraen para riego agrícola dentro del Valle de México de 7.6 m³/s a 3.4 m³/s en estiaje y
lluvias, lo que da como resultado las exportaciones fuera de la Cuenca de México: 38.5 m³/s y 70.1 m³/s en
estiaje y lluvias, respectivamente.
Las exportaciones tienen lugar por dos sitios: El río Salado que recibe las aguas del Gran Canal y El río El
Salto que recibe las aguas del Emisor Central y el Emisor Poniente.
Los gastos exportados por estos dos sitios se han modificado sustancialmente en los últimos años y han
ocasionado un decremento en la capacidad hidráulica. Para recuperarla, las autoridades locales y la federal
decidieron construir el Túnel Emisor Oriente (TEO). Esta obra de infraestructura tendrá una longitud de 60
km y un diámetro propuesto de 7 m, y permitirá incrementar la capacidad hidráulica del drenaje del Valle de
México, aprovechar la época de estiaje para dar mantenimiento al Túnel Emisor Central (TEC) y que la
PTAR Atotonilco siempre reciba su gasto de diseño (Figura 1) (Conagua, 2012).
3
Figura 1. Ubicación de la PTAR Atotonilco

 Objetivos de la PTAR
La PTAR Atotonilco tiene una capacidad nominal de tratamiento de 35 m³/s, con una capacidad hidráulica
adicional del 20% para manejar los gastos de aguas pluviales que se mezclan con las aguas residuales que
permite tratar un gasto medio de 42 m³/s en los meses de lluvias. Actualmente, recibe los caudales del Túnel
Emisor Central y en un futuro próximo, recibirá además, caudales del Túnel Emisor Oriente.
Los objetivos de calidad planteados para la PTAR Atotonilco incluyen los siguientes conceptos:
Cumplimiento con la normatividad aplicable; Protección a la salud de los trabajadores del campo y sus
familias; Saneamiento de cauces; Prevención de formación de bancos de materiales sépticos en los canales de
riego; Restauración ecológica de la presa Endhó; Posibilitar riego tecnificado y Posibilitar el cambio de
cultivos restringidos a cultivos no restringidos, incluyendo cultivos de invernaderos.
El agua tratada tendrá dos destinos: a) El Canal Salto-Tlamaco para riego agrícola y que alimenta
directamente las zonas del riego del Valle del Mezquital, y b) El río Tula de cuyo cauce se derivan algunos
canales de riego, en particular el Canal Viejo Requena, y que descarga sus gastos excedentes en la presa
Endhó.
Entre los objetivos generales antes mencionados, merecen especial significancia la reutilización de aguas
tratadas y la limitada eliminación de nutrientes, ambos factores que han sido considerados en el diseño de la
instalación y que aportan un valor añadido importante al desarrollo futuro de la zona.

 Caudales de diseño la PTAR


La climatología y el sistema de drenaje del Valle de México, comportan que el gasto medio actual del Emisor
Central responde, de forma aproximada, al flujo de caudales de la Figura 2.

4
Figura 2. Flujo de caudales

En la época de lluvias (Junio- Octubre) se alcanzan unos caudales que triplican los de las épocas de estiaje
(Noviembre-Mayo). Para ello se estableció como recomendable contemplar tres escenarios basados en un
tratamiento convencional TPC para, el común denominador y, un tratamiento químico TPQ, que fuera
modular y permitiera una mayor polivalencia del tratamiento.
Los tres escenarios de base de diseño quedaron establecidos según:
 Escenario A: para un caudal de diseño de 23 m3/s
 Escenario B: para las transiciones estiaje-lluvia y viceversa. Caudal de 23 m3/s a 35 m3/s.
 Escenario C: para caudales hasta 42 m3/s con una sobrecarga puntual del 20% (50 m3/s)
Comportando los caudales de diseño que se aprecian la tabla 1.

Tabla1. Caudales de diseño PTAR Atotonilco

ÉPOCA ESTIAJE ÉPOCA LLUVIA


TRATAMIENTO PROMEDIO MÁXIMO PROMEDIO MÁXIMO
TPC 23.0 30.0 27.6 33.0
TPQ 12.0 12.0 14.4 17.0
TOTAL 35.0 42.0 42.0 50.0
TOTAL CAUDAL TRATADO ANUAL: 1,041 hm3

El efluente tratado del TPC será descargado al Canal El Salto–Tlamaco, donde será aprovechada para riego
agrícola en el Distrito de Riego 03 y, eventualmente, al río Tula. El efluente tratado del TPQ será descargado
principalmente hacia al río Tula, y ocasionalmente al Canal El Salto-Tlamaco.

 Calidad del agua

5
La calidad del agua influente considerada en las bases de diseño para los principales parámetros se resume en
la tabla 2, así como la calidad prevista para el agua tratada:

Tabla 2. Calidad del agua influente, efluente y % de remoción

INFLUENTE EFLUENTE Remoción


PARÁMETRO UNIDADES
ESTIAJE LLUVIA TPC TPQ %
MATERIA ORGANICA
mg/l 250 200 30-35 83-88
(DBO)
MATERIA
mg/l 250 400 40-70 45-75 83-84
SUSPENSIÓN (SST)
COLIFORMES
NMP/100 ml 20,000,000 100,000,000 1,000 1,000 99.0
FECALES

Los límites establecidos para la calidad del agua tratada, se asemejan a los límites establecidos para la
protección de vida acuática de ríos de la Norma Oficial Mexicana NOM-001-SEMARNAT (SEMARNAT,
1996) que establece los límites máximos permisibles de contaminantes en las descargas de aguas residuales en
aguas y bienes nacionales.

 Líneas de tratamiento de agua


El proceso está conformado por las siguientes etapas unitarias de proceso (Figura 3):
PRE-TRATAMIENTO: es común para ambos tratamientos: TPC y TPQ, ésta etapa tiene como objetivo
remover de la corriente la basura, los sólidos gruesos o pesados así como eliminar grasa y aceites. Está
compuesto por: Obra de toma y protección; Rejillas de desbaste 10 Ud. (paso: 76.2 mm) con cuchara bivalva
anfibia de 2 m3, Rejillas gruesas automáticas 10 Ud. (paso: 35 mm), Rejillas finas automáticas 20Ud. (paso: 6
mm), Desarenado – Desengrasado (16 Ud.) con lavado de arenas y sistema de concentración de flotantes y
grasas.
TPC (Tren de Procesos Convencionales): se encarga de la degradación biológica de la materia orgánica que
contiene el agua residual. Está compuesto por: Clarificación primaria lamelar (18 Ud.), Bombeo de agua
cruda 28 Ud. de 1.435 m3/s, Reactores biológicos (24 Ud.), Clarificación secundaria (24 Ud.), Desinfección
mediante cloro gas y Torres de absorción de fugas de Cloro.
TPQ (Tren de procesos Químicos): se encarga de la eliminación físico-química del material que contiene el
agua residual. El proceso está compuesto por: Físico-químico para la sedimentación lamelar (5 líneas con
cámara de coagulación y cámara de floculación), Sedimentación lamelar-Espesador (5 Ud.), Físico-químico
para los filtros de malla (6 cámaras de coagulación y 24 cámaras de floculación), Filtración mediante filtros
de malla rotativos 30 Ud. (paso: 50 µm), Desinfección mediante cloro gas y Bombeo de agua al canal Salto de
Tlamaco 10 Ud. de 1.5 m3/s.
El tratamiento de la línea de agua se complementa con un sistema de biofiltros para el control de olores,
sistemas de agua de servicios y contra incendio.

6
Figura 3. Diagrama de proceso PTAR Atotonilco

Residuos
Al igual que las cifras de producción de agua resultan espectaculares, no menos lo son las de producción de
residuos y biosólidos. La producción anual de basuras compactadas y arenas lavadas descritas por el sistema
de pretratamiento anteriormente descrito y los sistema de tamices, se estiman en 100,178 t/año, siendo su
destino un relleno sanitario.
La producción final de biosólidos generados por la Línea de Lodos al 28%se estiman en 837,408 t/año
(2,294.27 t/día promedio). La calidad del lodo estabilizado producido reúne características de lodo tipo C
según la NOM-004-SEMARNAT-2002 (SEMARNAT, 2002). En el Monorelleno anexo a la PTAR se
completa su tratamiento y disposición final.

 Línea de Tratamiento de Lodos


Tiene por objetivo tamizar, espesar, estabilizar y deshidratar los lodos provenientes de las tres fuentes de
generación: Clarificación Primaria, Tratamiento Biológico y TPQ.
El proceso está formado por: Tamizado de lodos primarios 4 Ud. (paso: 3 mm), Espesamiento de lodos
primarios 16 Ud. Espesamiento de lodos secundarios 12 Ud. Tamizado de lodos del TPQ 2Ud. (paso: 3 mm),
Digestión anaeróbica mesofílica 30 Ud de 13,000 m3, Sistema de calentamiento de lodos (30 intercambiadores
de 26 m2) con 4 calderas de 7,400 kW (únicamente en puesta en marcha) y Deshidratación con 12 Ud. de 100
m3/h.
El proceso de espesamiento se inicia con unas concentraciones promedio del 5% para lodos del TPQ, del
2.5% para lodos primarios y del 0.85% para los lodos secundarios. Los lodos del TPQ pasan directamente a
tamices y al depósito de homogeneización previo a la Digestión Anaerobia, los lodos primarios a espesadores
de gravedad y los lodos secundarios a espesamiento por flotación con aire disuelto. De los espesadores de
gravedad se espera una concentración a la salida del 6.8% y a la salida de la flotación se espera una
concentración del 4%.
Los lodos se mezclan y homogenizan en dos depósitos de 562.5 m3 de capacidad desde donde el lodo es
impulsado a 30 digestores de 13,000 m3. Los digestores mesofílicos están calorifugados y disponen de
agitación mecánica mediante turbina de 55 kW que capta el lodo de la parte baja del digestor y lo impulsa a la
7
superior. El calentamiento del lodo se produce mediante 30 intercambiadores de 894 kW que reciben energía
térmica desde los motores de cogeneración o en su defecto de las calderas alimentadas por biogás o diésel.
Para prevenir la presencia excesiva de gas sulfhídrico en el biogás, se cuenta con adición de Cloruro Férrico
en los digestores también de utilidad en la prevención de formación de estruvita. Para el control del proceso
de acetogénesis, los digestores también cuentan con sistema de preparación y dosificación de cal. El
deshidratado final del lodo se realiza por centrífugas y adición de polímero, para alcanzar la sequedad, ya
referenciada, del 28%.
Los espesadores, canales de tamizado, depósitos de homogeneización y tampón así como determinados
cárcamos de bombeo específicos cuentan con cubiertas y sistemas de control de olores por biofiltros.
Los biosólidos estabilizados por medio de la Digestión Anaeróbica Mesofílica y deshidratados
mecánicamente hasta un 72% de humedad cuentan con las características de lodo tipo “C” y puede ser
utilizado para usos forestales, mejoramiento de suelos y usos agrícolas de acuerdo con lo establecido en la
norma (SEMARNAT 2002): Protección Ambiental-Lodos y Biosólidos. Estos biosólidos reciben un
tratamiento adicional y disposición final en el Monorrelleno.
El área afectada por el monorrelleno es de 100 hm2. El total corresponde a 78.14 hm2 (7.99 hm2 se utilizarán
como celda temporal, 0.94 hm2 como lagunas de lixiviados y 69.21 hm2 como celdas de disposición final de
biosólidos) y 21.86 hm2 de caminos de acceso. Las celdas están impermeabilizadas, disponen de un sistema
de drenaje y recogida de lixiviados y una capa de 0.40cm de materiales de excavación seleccionados.
El principal objetivo del Monorrelleno es la reducción del volumen de disposición de lodos. El biosólido es
esparcido sobre el suelo de la celda, con la ayuda de una terragator como el de la Figura 4, lo más
desintegrado posible y en capas muy delgadas (del orden de 1 cm. de espesor). Posteriormente el biosólido se
integra con el suelo por medio de discos de arado (10-15 cm. profundidad) resultando una mezcla (90-95%
suelo con 5-10% biosólido). El disco de arado, minimiza el espesor formado, propiciando la aireación y
maximizando a su vez la evaporación, así como evitando la generación de biogás, ya que al secarse el
contenido orgánico del biosólido, gran parte se oxida, lo que mineraliza el material fermentable.

Figura 4. Terragator (vehículo esparcidor de biosólidos)

La disposición de los biosólidos en la macro-celda será intensiva en períodos de calor y más secos y puede
reducirse o eliminarse en tiempos de lluvia intensa o de nula evaporación neta. En caso de períodos largos de
exceso de precipitación pluvial, así como en caso de emergencia, se realizará una disposición temporal del
biosólido, en una celda diferente a la anteriormente descrita, denominada celda temporal. Pasando el período
de precipitaciones intensas, así como de emergencia en caso de ser necesario, los biosólidos serán trasladados
para su disposición final a la macro-celda.
La disposición final se realizará a largo y ancho de la misma, de una forma que permita la integración del
biosólido al suelo de la celda.

Energía
En el proceso de estabilización de lodos en los digestores, se genera biogás, el cual se emplea para la
producción de energía eléctrica para el auto consumo de la planta y para calentar los digestores.
El proyecto original contempla una producción de biogás anual de 90,760,238 Nm3/año con un poder
calorífico esperado PCI de 20,724 kJ/m3 del cual únicamente el 3.7% se destina a su quemado en antorcha.
Los aprovechamientos térmicos y eléctricos alcanzan un 82% de la energía total disponible de los cuales un
43.7% corresponde a la recuperación como energía térmica y un 38.3% como energía eléctrica.
8
La potencia total instalada prevista es de 46,258 kW , con un consumo anual total de energía eléctrica de
245,800,055 kWh, de los cuales 197,291,002 kWh procederá de la cogeneración eléctrica.
 Proceso de cogeneración
El almacenamiento de biogás a baja presión se realiza en 7 gasómetros de 8,500 m3 de volumen unitario con
dos antorchas para excedentes. El biogás, además del tratamiento preventivo en digestores con Cloruro
Férrico, dispone de un sistema de lavado y eliminación de siloxanos consistente en una “trampa de frio” con
enfriamiento y condensación con una adsorción final con carbón activo en grano. El biogás tratado alimenta a
12 sopladores de 1,200 Nm3/h, que alimentan individualmente a los 12 motores de cogeneración de una
producción unitaria de 2,717kWe. Estos motores disponen de un sistema de recuperación térmica por medio
de varios intercambiadores que suministran finalmente energía térmica al proceso de digestión.

Conclusiones

Entre los objetivos sanitarios y ambientales de la PTAR de Atotonilco destaca la reutilización de aguas
tratadas y la conservación de la mayor parte de los nutrientes aportando un valor añadido al desarrollo futuro
de la zona mayoritariamente regadas con aguas crudas provenientes del Valle de México.
Para alcanzar esos objetivos se ha adaptado su capacidad de tratamiento a los actuales flujos de caudales
considerando las diferencias entre las estaciones climatológicas propias de la zona con un periodo estiaje de 7
meses seguido de otro de lluvias de 5 meses.
El tratamiento de base es biológico convencional TPC de 23 m3/s, consistente en una clarificación primaria
lamelar seguida de reactores biológicos, clarificación secundaria y desinfección mediante cloro gas. El
complemento a la variabilidad de caudales se lleva a cabo con un proceso físico-químico TPQ de 12 m3/s
consistente en una sedimentación lamelar (con cámaras previas de coagulación y floculación), físico-
químico (coagulación-floculación) con filtros de malla rotativos y, finalmente, desinfección mediante cloro
gas. Ambos tratamientos pueden alcanzar, en época de lluvias, un caudal adicional nominal de un 20%
superior (27.6y 14.4 m3/s respectivamente) con un total de 42 m3/s.
Como cifras más significativas, la PTAR de Atotonilco implica: la regeneración de más de mil millones de m3
al año (del orden de 3 millones de m3 al día); la generación de energía de 200GWh/año y, el tratamiento en
monorrelleno de 837,408 t/año de biosólidos, siendo estas las principales apuestas por la sustentabilidad de la
PTAR Atotonilco.

Referencias Bibliográficas

Conagua (2012) http://www.atl.org.mx/aguadf/images/docs/Folleto_El_Tunel_Emisor_Oriente.pdf


SEMARNAT (1996) NOM-001-ECOL-1996 Establece los límites máximos permisibles de contaminantes en
las descargas de aguas residuales en aguas y bienes nacionales.
SEMARNAT (2002) NOM-004-SEMARNAT-2002 Protección ambiental: Lodos y Biosolidos.
Especificaciones y límites máximos permisibles de contaminantes para su aprovechamiento y
disposición final.
Vicars, Rob (2013) Environmental Screening and Separation. http://greencleanguide.com/2013/05/31/the-
five-largest-wastewater-treatment-plants-in-the-world/
Water Environment Federation (1998) Design of Municipal Wastewater Treatment Plants, Manual of Practice
8, 4th Edition

9
BIORREATOR À MEMBRANA PARA TRATAMENTO DE ESGOTO VISANDO À
REMOÇÃO DE ESTROGÊNIOS

MEMBRANE BIOREACTOR TO WASTEWATER TREATMENT AIMING THE REMOVAL


OF ESTROGENS

Flávio Rubens Lapolli 1*


Jossy Karla Brasil Bernardelli 2
Eduardo Henrique Ribeiro3

Abstract
The occurrence of endocrine disruptors in the environment has become a globally recognized concern, being a
recurring theme in environmental issues of the present. Between the endocrine disruptors of great concern, we have
the estrogens, both natural and synthetic, that when inserted in the aquatic environment, cause negative impacts on
the fauna and the main adverse effects reported refer to the anomalies in these reproduction system’s organisms.
Other adverse effects, such as increased incidence of some cancers in humans, those have been studied and
associated with the action of estrogens. Estrogens of highest concern for its presence in the environment, both by the
amount they are released, as the potential for endocrine disruption are: estrone (E1), 17β-estradiol (E2) and 17α-
ethinylestradiol (EE2). In order to contribute with studies of a more efficient treatment technology in the removal of
these hormones in sewage, this work was developed, focusing on monitoring the operation of the treatment system
and evaluate the efficiency of removal of hormones E1, E2 and EE2. For so, a pilot plant membrane bioreactor
(BRM) fed with synthetic wastewater and inoculated with hormones was used, analyzing the behavior of physico-
chemical parameters, such as ammonia, nitrite, nitrate, COD, DO, pH, turbidity, temperature and solids in the
system, who helped the interpretation of results. The research was developed in the Laboratory of Water Reuse
(Lara), inside the Department of Sanitary and Environmental Engineering, at Federal University of Santa Catarina,
Brazil. The results of this study showed higher average removal efficiencies for natural estrogens, of 98.4% and
99.6% for E1 and E2 respectively, while the synthetic hormone EE2, had lower removal efficiency, a rate of 65.1 %,
which was associated to the absence of nitrification in the system, confirming the activity of nitrifying
microorganisms of the biological degradation of this compound.

Key-Words: Membrane Bioreactor, Estrogens, Sanitary Wastewater Treatment.

1*
Autor corresponsal:
LaRA – Laboratório de Reúso de Águas
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental
Centro Tecnológico – UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina – Campus Universitário – Trindade
88040-970 – Florianópolis – SC, Brasil. Fone: +55 48 3721 2722. Email.: f.lapolli@ufsc.br

1
Resumo
A ocorrência de perturbadores endócrinos no ambiente tem se tornado uma preocupação mundialmente reconhecida.
Dentre os perturbadores endócrinos de grande preocupação encontram-se os estrogênios, tanto naturais como
sintéticos que, ao serem inseridos no ambiente aquático, causam impactos ambientais negativos sobre sua fauna,
sendo que os principais efeitos adversos relatados referem-se as anomalias na formação do sistema reprodutivo
destes organismos. Outros efeitos adversos em seres vivos, como o aumento na incidência de alguns tipos de câncer
em humanos, vêm sendo estudados e associados à ação de estrogênios. Os estrogênios que causam maior
preocupação por sua presença no ambiente, tanto pela quantidade que são liberados, quanto pelo potencial de
desregulação endócrina são: Estrona (E1), 17β-Estradiol (E2) e 17α-Etinilestradiol (EE2). Buscando-se contribuir
com estudos de uma tecnologia de tratamento mais eficiente na remoção destes hormônios em esgotos, este trabalho
se desenvolveu com foco em acompanhar a operação do sistema de tratamento e avaliar a eficiência de remoção dos
hormônios E1, E2 e EE2. Para tanto foi utilizada uma unidade piloto de biorreator à membrana (BRM) alimentada
com efluente sintético e inoculada com hormônios, analisando-se o comportamento dos parâmetros físico-químicos
nitrogênio amoniacal, nitrito, nitrato, DQO, OD, pH, turbidez, temperatura e sólidos no sistema, que auxiliaram na
interpretação dos resultados obtidos. A pesquisa se desenvolveu no Laboratório de Reuso de Águas (LaRA),
pertencente ao Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina,
Brasil. Os resultados do estudo evidenciaram elevadas eficiências médias de remoções para os estrogênios naturais,
de 98,4% para E1 e 99,6% para E2, enquanto que o hormônio sintético, EE2, teve menor eficiência de remoção pelo
BRM, de 65,1% que foi associada à nitrificação praticamente nula no sistema, confirmando a atuação de
microrganismos nitrificantes da degradação biológica deste composto.

Palavras-chave: Biorreator à membrana, Estrogênios, Tratamento de esgoto sanitário.

Introdução

Atualmente tem se discutido a presença de perturbadores endócrinos no ambiente e suas consequências de exposição.
Este aumento de concentração de hormônios nos esgotos está ligado principalmente ao uso de medicamentos
terapêuticos hormonais, especialmente anticoncepcionais, que depois de ingeridos pelo organismo humano, tem seu
excesso liberado pela urina e pelas fezes, indo para a rede de esgoto e, posteriormente às estações de tratamento de
esgotos (ETE). Dentre os principais estrogênios destacam-se: Estrona (E1), 17β-Estradiol (E2) e 17α-Etinilestradiol
(EE2). O principal problema do despejo de grandes quantias destes hormônios no ambiente aquático, se refere às
disfunções hormonais que causam nos organismos afetados por estes contaminantes. Dentre as formas de tratamento
mais estudadas para o tratamento de esgotos visando à remoção de estrogênios, se encontram os biorreatores à
membrana (BRM), que apresentaram elevadas eficiências na remoção de hormônios de esgotos em diversos estudos
realizados sobre a temática (Radjenovic et al., 2007; Gunnarsson et al., 2009; Estrada-Arriaga E Mijaylova, 2011b;
Maeng et al., 2013), bem como de outros poluentes e contaminantes constituintes dos esgotos domésticos, gerando
efluentes com elevada qualidade ambiental.

Os estrogênios que causam maior preocupação por sua presença no ambiente são os naturais E1 e E2, e o sintético
EE2, tanto devido aos seus maiores potenciais de desregulação endócrina, quanto às quantidades que são
continuamente lançadas e encontradas nos corpos hídricos (Lintelmann et Al., 2003; Reis Filho et al., 2006).
Destaca-se que o grande potencial de desregulação endócrina destas substâncias é evidenciado pelos efeitos adversos
causados na fauna aquática mesmo nas baixas concentrações em que se encontram nos ambientes aquáticos, sendo
que concentrações abaixo de 1,0 ng/L já são capazes de causar anomalias à estes organismos (Solé et al., 2000;
Rodges et al., 2000; Solé et al., 2001; Thorpe et al., 2003). Uma fonte potencial de contaminação do solo e águas
subterrâneas, por hormônios e outros desreguladores endócrinos, é a aplicação do lodo de ETE em campos de
agricultura (Ternes et al., 1999).

Dentre os processos biológicos de tratamento de esgotos, a tecnologia de BRM apresenta as maiores eficiências de
remoção de estrogênios, sendo promissora na remoção do estrógeno sintético EE2, que se apresenta como o mais
persistente aos tratamentos biológicos (Clouzot et al., 2010). Estrada-Arriaga e Mijaylova (2011a) verificaram que o
TDH e o TDC que apresentaram as maiores eficiências de remoção de estrogênios (E1, E2 e EE2) em um BRM em
escala de laboratório foram 12 horas e 60 dias, respectivamente, bem como mínima colmatação do módulo de
membrana e a maior taxa de nitrificação. O estudo revelou ainda uma relação diretamente proporcional entre a
nitrificação e a taxa de remoção dos estrogênios no BRM. A remoção dos hormônios no BRM se deu principalmente
pela ação de biodegradação destes compostos pelos microrganismos do lodo, enquanto que o mecanismo de adsorção
teve atuação insignificante. Gunnarsson et al. (2009) constataram maiores eficiências de remoção de estrogênios em
um BRM comparado à um sistema de lodos ativados, instalados em uma ETE piloto. E1 e E2 foram praticamente
removidos totalmente do efluente e o EE2 apresentou-se mais resistente, obtendo, entretanto, elevada remoção
(91%). O melhor desempenho do BRM foi associado aos TDC e SSV maiores do que os do sistema de lodos
ativados.

Na comparação das eficiências de remoção de estrogênios entre um sistema de lodos ativados em escala real e um
BRM piloto, Radjenovic et al. (2007) concluíram que a unidade de lodos ativados foi mais sensível à variação dos
parâmetros operacionais, verificado pela maior flutuação das eficiências de tratamento, enquanto que o BRM
apresentou maior constância nos resultados, que também foram superiores na comparação. Os melhores resultados
de remoção de fármacos no BRM foram associados às maiores concentrações de biomassa e matéria orgânica, idade
de lodo mais avançada, menor tamanho efetivo de partículas da biomassa e maior presença de microrganismos
especializados neste piloto. A utilização de membrana em BRM, como mecanismo de separação de sólidos em
líquidos, em substituição à unidade de decantação de lodos ativados, foi tida como causa do efluente de melhor
qualidade do BRM, observado nos estudos de Zhou et al. (2011), em comparação destas duas tecnologias no
tratamento de esgoto. Os melhores resultados obtidos no BRM foram associados à adsorção das substâncias na
membrana. O mesmo estudo revelou ainda que a eficiência de remoção do EE2 foi mais dependente do TDC do que
para o E2 e que houve formação de E1 durante a degradação de E2. Maeng et al. (2013) estudaram a influência de
bactérias autótrofas e heterótrofas na remoção de estrogênios no BRM e verificaram direta relação entre a presença
de microrganismos nitrificantes e a remoção de EE2 do sistema, indicando que estes microrganismos são capazes de
degradar eficientemente este estrogênio sintético. As remoções de E1 e E2 no BRM apresentaram menores
dependências destes microrganismos nitrificantes, entretanto mostraram relação direta com a atividade biológica
aeróbia do meio, bem como foi verificado para EE2. No mesmo estudo, foi evidenciada também que a eficiência de
remoção de EE2 depende diretamente do TDC aplicado ao reator e que a remoção dos estrogênios ocorreu
principalmente (78%) por biodegradação, enquanto que o mecanismo de sorção teve menor participação na
eficiência de remoção global destes compostos (22%).

O presente trabalho teve por objetivo avaliar o desempenho de uma unidade piloto de tratamento de esgoto,
biorreator à membrana (BRM), na remoção dos estrogênios Estrona (E1), 17β-Estradiol (E2) e 17α-Etinilestradiol
(EE2). Quantificar as eficiências de remoções dos hormônios E1, E2 e EE2 e relacionar os seus comportamentos
com os verificados para as eficiências obtidas de parâmetros físico-químicos de uma unidade piloto de BRM;

Materiais e Métodos

Este trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Reuso de Águas (LaRA) e no Laboratório Integrado do Meio
Ambiente (LIMA), pertencentes ao Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de
Santa Catarina. Para alimentar o piloto de BRM, foi preparado esgoto sintético em laboratório, sendo também
adicionados os estrogênios em sua composição. O esgoto sintético compôs-se de micro e macro nutrientes diluídos
em água, para possibilitar a alimentação dos reatores através de bombeamento hidráulico. A composição do esgoto
sintético utilizado neste trabalho foi a mesma de Estrada-Arriaga e Mijaylova (2011a; 2011b) no estudo da remoção
dos estrogênios E1, E2 e EE2 em um sistema piloto de BRM. Os hormônios utilizados neste trabalho foram: Estrona
(E1), 17β-Estradiol (E2) e 17α-Etinilestradiol (EE2). Estes foram adquiridos da empresa Sigma-Aldrich, com as
seguintes especificações: E1 - estrona 46573 – VETRANALTM padrão analítico; E2 - β-Estradiol E1132 – padrão
analítico; EE2 - 17α-Etinilestradiol E4876 - ≥ 98% pureza. A preparação da solução de estrogênios e a quantidade
adicionada aos reatores foram calculadas e realizadas visando fornecer ao BRM a concentração de 100 µg/L de cada
hormônio. O piloto de BRM foi inoculado com lodo ativado proveniente de uma ETE do município de Florianópolis.
O lodo foi coletado diretamente do tanque de aeração do sistema de tratamento de esgoto da ETE, composto por
lodos ativados com aeração prolongada precedido por seletor biológico. O volume inoculado visou a obtenção da
concentração de aproximadamente 3.000 mg/L de SSV no BRM.

3
1. Câmara de armazenamento
1 8 de esgoto sintético;
2. Vacuômetro
3. Bomba Peristáltica
7 4. Armazenamento permeado
5. Painel de controle
6. Soprador de ar
5 7. Rotâmetro
3
8. Reator
2

4 6

Figura 1: Piloto utilizado na pesquisa

O piloto de biorreator à membrana (Figura 1) foi operado durante o período de 35 dias, em regime de batelada
sequencial, com ciclos de tratamento com duração de quatro horas cada, totalizando seis ciclos por dia. Cada ciclo se
compôs de três etapas sequenciais de tratamento, sendo: (1) enchimento do reator com o esgoto sintético da câmara
de armazenamento, com duração considerada desprezível (cerca de cinco segundos) dentro de cada ciclo; (2)
aeração, com duração de 60 minutos, iniciada após o enchimento; (3) filtração do efluente pelo módulo de membrana
(mantendo a aeração do sistema ligada), com duração de 180 minutos, iniciada após a etapa de aeração. A idade do
lodo foi mantida em 30 dias através da retirada de 166 mL de lodo uma vez por dia, sendo este volume calculado
pelo balanço de massa do sistema. Para avaliação do desempenho do BRM, foram coletadas amostras e realizadas
análises dos parâmetros de qualidade duas vezes por semana, com amostras coletadas em quatro momentos dos
ciclos de tratamento: esgoto sintético, coletado na câmara de armazenamento no momento de enchimento do BRM;
interior do BRM, no momento imediatamente após o término do enchimento do mesmo. Os parâmetros monitorados
durante os ciclos de operação foram DQO, nitrogênio amoniacal, nitrito, nitrato, sólidos, pH, turbidez, temperatura,
OD e hormônios (E1, E2, EE2).

Resultados e Discussão

Hormônios
O BRM piloto demonstrou elevadas eficiências de tratamento na remoção dos estrogênios, sendo verificadas as
eficiências médias de remoções globais de 98,4% para E1, 99,6% para E2 e 65,1% para EE2, confirmando a
relevante persistência do composto sintético, em relação aos estrogênios naturais, verificada por Ternes, Kreckel e
Mueller (1999) e Weber et al. (2005). A Tabela 1 apresenta os resultados médios das concentrações de estrogênios
verificadas no estudo.

Esta mesma sequência de remoções foi verificada por Estrada-Arriaga e Mijaylova (2011a; 2011b) e Gunnarsson et
al. (2009) em seus trabalhos, que utilizaram a tecnologia de BRM para tratamento de esgoto, conseguindo eficiências
de remoção semelhantes para E1 e E2 e, para EE2, eficiências maiores, acima de 90%, que são associadas a maiores
idades de lodo utilizados por esses autores Porém, para valores de pH entre 2,0 e 6,0, Feng et al. (2010) verificaram
as maiores adsorções de EE2 no lodo, enquanto que, valores de pH acima de 6,0 reduziram consideravelmente a
capacidade de adsorção do estrogênio sintético. Tais resultados podem explicar a relativa eficiência de remoção de
EE2 obtida neste estudo, onde foram obtidos valores médios de pH de 5,8 e 5,6 no início e fim dos ciclos,
respectivamente, mesmo sem a ocorrência de nitrificação. Este fato reduziu a eficiência de remoção deste composto
de 70 para menos de 7% no estudo de Maeng et al. (2013), que operaram seu sistema com pH entre 7,7 e 7,9. Clara
et al. (2004) reportaram que valores deste parâmetro acima de 9,0 elevam significativamente a solubilidade dos
estrogênios no meio líquido, chegando a liberar, com pH em torno de 12,0, mais de 80% da concentração destes
contaminantes adsorvidos no lodo.

Tabela 1: Resultados e dados estatísticos - Estrogênios


Eficiências E1 E2 EE2
de remoção 98,4% 99,6% 65,1%
Ponto Estrogênios Média (µg/L) DP n
E1 91,08 ± 42,62 7
Esgoto
E2 94,82 ± 55,04 7
Sintético (Bruto)
EE2 86,00 ± 45,64 7
E1 14,37 ± 2,19 3
BRM (5L) E2 12,52 ± 7,80 3
EE2 33,11 ± 9,03 3
E1 1,01 ± 0,52 3
BRM (4L) E2 0,24 ± 0,33 3
EE2 24,65 ± 9,64 3
E1 2,55 ± 0,35 7
Permeado E2 0,43 ± 0,21 7
EE2 30,04 ± 14,33 7
n – número de amostras DP – desvio padrão

DQO
Os resultados obtidos das análises de DQO (Tabela 2) demonstraram elevada eficiência de remoção deste parâmetro
do esgoto sintético, com média de 91,2%, valor próximo aos obtidos por Radjenovic, Petrovic e Barceló (2007) e
Nguyen, Ngo e Guo (2013) em estudos similares com BRM piloto, cujas concentrações de DQO no afluente e no
permeado também estiveram próximas às obtidas neste estudo. Entretanto, maiores eficiências globais de redução
deste parâmetro, utilizando a tecnologia de MBR, foram verificadas por Belli (2011) e Maeng et al. (2013), que
obtiveram, respectivamente, 99,1% e 98,8% de reduções. Às estas diferenças nas eficiências globais de redução de
DQO, se associa o fato de que o pH do sistema se situou numa faixa relativamente baixa à ótima para remoção de
matéria carbonácea por sistemas biológicos, que varia próximo a neutralidade (Jordão e Pessôa, 1995).

Tabela 2: Resultados e dados estatísticos – DQO


Eficiência de remoção 91,2 %
Amostra Média (mg/L) DP n
Esgoto sintético (Bruto) 407 ± 129 10
BRM (5L) 124 ± 28 3
BRM (4L) 63 ± 14 3
Permeado 36 ± 20 10
n – número de amostras DP – desvio padrão

Série Nitrogenada
A Tabela 3 apresenta os resultados médios das concentrações de nitrogênio amoniacal verificadas no estudo, bem
como os dados estatísticos. Para o esgoto sintético e o permeado, foram trabalhados os dados referentes à todo o
período de operação e análises, visto a constância dos dados verificada, enquanto que no interior do reator foram
trabalhados os sete resultados disponíveis. A reduzida eficiência do BRM na remoção de nitrogênio amoniacal pode
estar associada a baixa atividade biológica de microrganismos nitrificantes, responsáveis pela conversão do
nitrogênio amoniacal para formas oxidadas (NO2 e NO3). Esta hipótese foi reforçada a partir dos resultados obtidos
das análises de NO2 e NO3 realizadas em amostras do esgoto sintético, do interior do BRM nos momentos em que
este estava com os volumes máximo e mínimo e do permeado do piloto. Os resultados indicaram concentrações

5
reduzidas de NO2 e NO3 em todos os pontos, mesmo com elevada concentração de OD verificada no período (média
de 7,1 mg/L). A Sólidos
As concentrações de SST, SSV e SSF médias verificadas no período de estudo foram de 2700, 2050 e 650 mg/L,
respectivamente. A constância destes parâmetros no período de ensaios foi garantida pela remoção diária de 160 mL
lodo do reator, para garantia de um TDC de 30 dias. Estes valores encontram-se abaixo de valores comumente
reportados em estudos de MBR utilizados no tratamento de esgotos sintéticos, como por exemplo os experimentos de
Yamamoto et al. (1989) e Estrada-Arriaga e Mijaylova (2011b), em que as concentrações observadas para SST
variaram entre 7000 e 16000 mg/L e 5000 e 8000 mg/L, respectivamente. Entretanto, alguns estudos de mesma
natureza apresentaram faixas de SST nas quais os resultados do presente estudo se enquadram ou se assemelham,
como o de Belli (2011), que variou de 1350 à 8100 mg/L (utilizando TDC infinito) e os de Chiemchaisri et al.
(1993), em que concentrações de 2500 mg/L foram reportadas.
apresenta os resultados obtidos para as concentrações de NO2 e NO3, bem como do manejo estatístico destes dados,
evidenciando as baixas concentrações verificadas, em que apenas o fim dos ciclos atingiu valor pouco superior à
unidade para concentração de NO3.

Tabela 3: Resultados e dados estatísticos - Nitrogênio Amoniacal


Eficiência de remoção 14,7 %
Amostra Média (mg/L) DP n
Esgoto sintético (Bruto) 19,0 ± 1,9 10
BRM (5L) 16,8 ± 2,7 7
BRM (4L) 17,2 ± 1,8 7
Permeado 16,2 ± 2,5 10
n – número de amostras DP – desvio padrão

Sólidos
As concentrações de SST, SSV e SSF médias verificadas no período de estudo foram de 2700, 2050 e 650 mg/L,
respectivamente. A constância destes parâmetros no período de ensaios foi garantida pela remoção diária de 160 mL
lodo do reator, para garantia de um TDC de 30 dias. Estes valores encontram-se abaixo de valores comumente
reportados em estudos de MBR utilizados no tratamento de esgotos sintéticos, como por exemplo os experimentos de
Yamamoto et al. (1989) e Estrada-Arriaga e Mijaylova (2011b), em que as concentrações observadas para SST
variaram entre 7000 e 16000 mg/L e 5000 e 8000 mg/L, respectivamente. Entretanto, alguns estudos de mesma
natureza apresentaram faixas de SST nas quais os resultados do presente estudo se enquadram ou se assemelham,
como o de Belli (2011), que variou de 1350 à 8100 mg/L (utilizando TDC infinito) e os de Chiemchaisri et al.
(1993), em que concentrações de 2500 mg/L foram reportadas.

Conclusões

O piloto de BRM utilizado no tratamento de esgoto sintético apresentou elevadas eficiências de remoção dos
estrogênios sendo 98,4, 99,6% e 65,1% para E1, E2 e EE2, respectivamente, confirmando sua potencialidade de
aplicação no tratamento de esgotos com foco na remoção destes compostos. Eficiências semelhantes à estas, para E1
e E2, foram observadas em estudos de outros autores que também utilizaram BRM com a finalidade de reduzir a
concentração de estrogênios no efluente. Entretanto, diferentemente da maioria destes estudos, o BRM foi operado
com taxas reduzidas de sólidos suspensos no seu interior, se assemelhando às observadas em sistemas de lodos
ativados. As altas concentrações de sólidos suspensos em BRM são comumente tomadas como de grande influência
nas elevadas eficiências de remoção de poluentes e contaminantes por esta tecnologia. Porém, neste estudo, se
verificou a possibilidade de atingir eficiências elevadas de remoções de estrogênios com reduzidas concentrações de
sólidos no sistema. Destaca-se entretanto, que mesmo sendo verificadas remoções quase que totais dos estrogênios
naturais, suas concentrações residuais no permeado ainda são maiores do que as verificadas em ambientes naturais e
o composto sintético, somado à sua potencialidade estrogênica, esteve muito acima dos valores capazes de causar
insignificantes impactos ambientais sobre a fauna aquática reportados na literatura.

Referências Bibliográficas
Belli, T. J. (2011) Biorreator à membrana em batelada sequencial aplicado ao tratamento de esgoto visando a remoção de
nitrogênio total. 169 p. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico,
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental, Florianópolis.
Bila, D. M.; Dezzotti, M. (2013) Desreguladores endócrinos no meio ambiente: efeitos e consequências. Química Nova, v. 30, n.
3, p. 651-666, 2007. Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422007000300027&script=sci_arttext>.
Acesso em: 18 jun. 2013.
Chiemchaisri, C. et al. (1993) Household membrane bioreactor in domestic wastewater treatment. Water Sci. Technol. v. 27(1),
p. 171–178.
Clara, M. et al. (2004) Adsorption of bisphenol-A, 17β-estradiole and 17α-ethinylestradiole to sewage sludge. Chemosphere, v.
56, p. 843-851.
Clouzot, L. et al. 2010) Membrane bioreactors for 17a-ethinylestradiol removal. Journal of Membrane Science v. 362, p. 81-85.
Costa, A. G. et al. (2001) Respirometria aplicado ao sistema de lodo ativado: Influência de interrupções da oxigenação sobre a
viabilidade e atividade de lodo ativado. In: 21º CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E
AMBIENTAL, 21., 2001, João Pessoa. Anais. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e
Ambiental.
Estrada-Arriaga, E. B. and Mijaylova, P.(2011a) Calculation methods to perform mass balance of endocrine disrupting
compounds in a submerged membrane bioreactor: fate and distribution of estrogens during the biological treatment.
Water Science & Tecnology, v. 64.11, p. 2158-2168.
Estrada-Arriaga, E. B. and Mijaylova, P. (2011b) Influence of operational paramters (sludge retention time and hydraulic
residence time) on the removal of estrogens by membrane bioreactor. Environ Sci Pollut Res, v. 18, p. 1121-1128.
Feng, Y. et al (2010) Adsorption behavior of EE2 (17-ethinylestradiol) onto the inactivated sewage sludge: Kinetics,
thermodynamics and influence factors. Journal of Hazardous Materials, v. 175, p. 970-976.
Ferreira, E. S. (1999) Cinética química e fundamentos dos processos de nitrificação e denitrificação biológica. In: CONGRESSO
INTERAMERICANO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 27., 2000, Porto Alegre. Anais. Rio de
Janeiro: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, p. 1-25.
Jordão, E.P. e Pessoa, C.A. (1995) Tratamento de Esgoto Domésticos. 3ª ed., ABES. Rio de Janeiro.
Lintelmann, J. et al (2003) Endocrine disruptors in the environment. Pure Appl. Chem., Vol. 75, No. 5, pp. 631–681. Disponível
em: <http://pac.iupac.org/publications/pac/pdf/2003/pdf/7505x0631.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2013.
Maeng, S. K. et al. (2013) Influences of solid retention time, nitrification and microbial activity on the attenuation of
pharmaceuticals and estrogens in membrane bioreactors. Water Research. v. 47, p. 3151–3162.
Metcalf & Eddy.(2003) Wastewater engineering – treatment and reuse. 4ª ed., New York, 1819 p.
Nghiem, L. D. et al. (2007) Removal of trace organic contaminants by submerged membrane bioreactors. Desalination, v. 236
(2009), p. 127-134.
Nguyen, T. T. et al. (2013) Pilot scale study on a new membrane bioreactor hybrid system in municipal wastewater treatment.
Bioresource Technology, v. 141 , p. 8-12.
Reis Filho, R. W. et al. (2006) Hormônios sexuais estrogênios: contaminantes bioativos. Química Nova, v. 29, n. 4, p. 817-822.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422006000400032>. Acesso em: 19
jun. 2013.
Rodgers, G.T.P. et al. (2000) Longterm temporal changes in the estrogenic composition of treated sewage effluent and its
biological effects on fish. Environ Sci Technol, v. 34, p. 1521–1528.
Silva Filho, H. A. (2009) Nitrificação em Sistemas de Lodo Ativado. 134 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de
Campina Grande, Campina Grande.
Solé, M. et al. (2000) Estrogenicity determination in sewage treatment plants and surface waters from the Catalonian area (NE
Spain). Environ Sci Technol, v.34, p. 5076–5083.
Solé, M. et al. (2001) Analysis of the estrogenic activity of sewage treatment works and receiving waters using vitellogenin
induction in fish as a biomarker. Trends Analyt Chem, v. 20, p. 518–525.
Sun, D. D. et al. (2006 Effects of hydraulic retention time on behavior of start-up submerged membrane bioreactor with prolonged
sludge retention time. Desalination, v. 195, p. 209-225.
Ternes, T. A. et al. (1999) Behavior and occurrence of estrogens in municipal sewage treatment plants - I. Investigations in
German, Canada and Brazil. Science of the Total Environment. v. 225, 80–90.
Ternes, T. A. et al. (1999) Behavior and occurrence of estrogens in municipal sewage treatment plants – II. Aerobic batch
experiments with activated sludge. Science of the Total Environment, v. 225, n. 1-2, p. 91-99.
Thorpe, K.L. et al (2003) Relative potencies and combination effects of steroidal estrogens in fish. Environ Sci Technol, v. 37, p.
1142–1149.
Velagaletti, R. R. (1994) Behavior of drugs (human and animal health) in the environment. Drug Information Journal. v. 250, p.
565–569.
Viana, P. Z. et al. (2005) Optimizing the operational conditions of a membrane bioreactor used for domestic wastewater
treatment. Brazilian Archives of Biology and Technology. v. 48, p. 119-126.
Von Sperling, M. (2012) Princípios do tratamento biológico de águas residuárias. v. 4, 3ªed., Belo Horizonte: Departamento de
Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais, 428 p.

7
Yamamoto, K. et al. (1989) Direct solid liquid separation using hollow fiber membranes in activated sludge aeration tank. Water
Sci. Technol. v. 21, p. 43–54.
Weber, R. F. A. et al (2002) Environmental influences of male reproduction. BJU International, v.89, p. 143-148, 2002.
Weber, S. et al. (2005) Degradation of estradiol and ethinylestradiol by activated sludge and by a defined mixed culture. Appl
Microbiol Biotech. v. 67, p.106–112.
CARACTERIZACIÓN DE SITUACIONES DE SOBRECARGA HIDRÁULICA EN
DESARENADORES MEDIANTE ENSAYOS DE MEDIDA DE TIEMPOS DE
RETENCIÓN HIDRÁULICA

HYDRAULIC OVERLOAD CHARACTERIZATIONS IN AERATED GRIT CHAMBERS BY


HYDRAULIC RETENTION TIME MEASUREMENT

Joaquín Suárez López1


Alfredo Jácome Burgos2
José Manuel Álvarez-Campana Gallo3
Héctor Del Río Cambeses4
Carlos Fernández Casanova5
Rafael Díaz Martínez6
Montserrat Recarey Pérez7
Zurab Jikia8

Abstract
The use of pulse of tracer (Rhodamine B) in aerated grit and grease removal systems has shown to be a useful tool to
analyze the behavior of hydraulic overload situations, in relation with their efficiency loss. Tests carried out in three
units from three urban wastewater treatment plants have revealed the importance of aeration systems in improving
unit performances. The analysis of the tracer concentration curves at the unit output has allowed the calculation of
experimental hydraulic retention times. Moreover, concentration curves shape characterization by skewness and
Kurtosis excess calculation has shown the typology (plug flow - complete mixing) of the circulating flow. Following
studies have proposed various strategies for a new wastewater treatment plant serving a population equivalent of
800,000.

KeyWords: Aerated grit chambers, grit removal, hydraulic retention time, tracers.

1*, 2, 3, 4, 7, 8
UNIVERSIDADE DA CORUÑA. Centro de Innovación Tecnológica en Edificación e Ingeniería Civil.
(CITEEC), Universidade da Coruña (UdC). Campus de Elviña s/n, A Coruña 15071, ESPAÑA. Telf:
(0034)981.167.000 – Ext: 5430 (E-mail: jsuarez@udc.es). Telf: (0034)981.167.000 – Ext: 1456
5, 6
Sociedad Estatal Aguas de las Cuencas de España (AcuaEs). C/ Colón, 21, 3º 36201 Vigo, Telf.: 986 44 37 68

1
Resumen
El uso de pulsos de trazadores (Rhodamina B) en canales desarenadores-desengrasadores aireados se ha mostrado
como una técnica útil para analizar el comportamiento de los mismos en situaciones de sobrecarga hidráulica,
relacionándolo con la pérdida de rendimiento. Los ensayos realizados en tres unidades en tres depuradoras de aguas
residuales urbanas han puesto de manifiesto la importancia de los sistemas de aireación en la mejora del su
comportamiento. El análisis de las curvas de concentración de trazador a la salida de cada canal desarenador ha
permitido el cálculo de tiempos de retención hidráulica. La caracterización de la forma de dichas curvas mediante el
uso del coeficiente de asimetría y de Kurtosis ha permitido conocer la bondad del tipo de flujo (pistón – mezcla
completa) que se producía. Como consecuencia de los estudios realizados se han propuesto varias estrategias para una
nueva depuradora de 800.000 habitantes-equivalentes.

Palabras clave: Desarenadores – desengrasadores aireados, arenas, tiempo de retención hidráulica, trazadores.

Introducción

Actualmente se encuentra en construcción la nueva estación depuradora de aguas residuales (EDAR) de Vigo (Galicia,
España), que tendrá capacidad de tratamiento para 800.000 habitantes-equivalentes en términos de DBO5 (año
horizonte 2042) y caudal medio diario de 147.000 m3 al día. El tratamiento contempla eliminación de nutrientes
(nitrógeno por vía biológica y fósforo por vía química) y desinfección mediante radiación ultra-violeta. La
Administración encargada de desarrollar el proyecto y las obras, AcuaEs (Sociedad Estatal Aguas de las Cuencas de
España), adjudicó la "Redacción del proyecto constructivo, ejecución de las obras y puesta en marcha de la ampliación
y modernización de la EDAR de Lagares (Vigo)" a la UTE formada por GS-INIMA Environment S.A.- Obrascón
Huarte Laín S.A.- Corsán Corviam Construcción S.A. -Isolux Ingeniería, S.A.

La línea de agua de la nueva EDAR incluye los siguientes elementos:


 Desbaste, pretratamiento y tratamiento primario, para todo el caudal aportado por los colectores (12 m3/s). La
decantación primaria se resuelve mediante decantadores lamelares que incorporan procesos físico-químicos
para la mejora de su rendimiento en situaciones de lluvia.
 Tratamiento secundario: tratamiento biológico mediante biofiltración (el más grande existente actualmente en
España).
 Tratamiento terciario: desinfección del efluente mediante aplicación de radiación ultravioleta (UV.
 Línea de fangos: hidrólisis térmica, previo a la digestión anaerobia, con aprovechamiento de la energía del
biogás (llegará a cubrir un 36% del consumo total), y un secado térmico de baja temperatura.

La construcción de la nueva EDAR afecta a diversas áreas y etapas de la actual infraestructura. Durante la fase de
construcción se ha definido una estrategia que permite seguir tratando las aguas residuales. Esta estrategia se basa en
mantener tanto el sistema de pretratamiento actual como el tratamiento primario, reforzado este de forma ocasional
mediante un proceso de coagulación-floculación previo; el agua decantada es desinfectada mediante radiación
ultravioleta y vertida a través de emisario submarino. Los fangos generados durante esta etapa transitoria serán
tratados en la línea de fangos de la EDAR definitiva. Esta estrategia ya se encuentra en funcionamiento en este
momento.

El sistema de saneamiento de Vigo es de tipo unitario y ello determina que los flujos que llegan a la depuradora en
tiempo seco y en tiempo de lluvia sean muy diferentes. La EDAR actual (que funciona con la actual configuración
desde 1997, para 400.000 h-e) tiene una capacidad de 3 m3/s en cabecera, pero solo 1,5 m3/s en el tratamiento
biológico.

La historia de explotación de la EDAR actual de Lagares ha puesto de manifiesto la llegada de abundantes flujos
sólidos a través del alcantarillado unitario. Estos elevados flujos sólidos se justifican en parte por las características del
sustrato natural en el que se asienta la aglomeración de Vigo (sustrato granítico y suelos procedentes de la alteración
de los mismos) y por la presencia de playas. Otro factor que influye en la posibilidad de que dichos materiales al final

2
lleguen a la estación depuradora son las elevadas pendientes de la red de alcantarillado y colectores, y las abundantes
lluvias (más de 1300 mm/año), que no solo generan situaciones de estrés hidráulico en los días en los que hay
precipitación, sino que dejan al pretratamiento sobrecargado varias semanas después de la lluvias como consecuencia
de la llegada de flujos retardados y de infiltración.

En el desarenador-desengrasador aireado de la EDAR de Lagares se ha constatado una extracción abundante de


arenas, sobre todo en determinadas épocas de lluvias, pero los años de explotación han puesto de manifiesto que el
rendimiento de los mismos no es el adecuado puesto que se ha producido una abundante acumulación de arenas en los
digestores anaerobios (2 unidades de 9000 m3). Esta acumulación de sólidos inertes en los digestores anaerobios ha
llegado a bloquear los sistemas de agitación y mezcla de los mismos, además de anular parte del reactor, con lo que
los procesos iban perdiendo eficiencia y llegaron a colapsar. Las operaciones de extracción de estas arenas (varios
miles de toneladas) han supuesto importantes problemas técnicos y económicos.

Los desarenadores de aguas residuales se diseñan, en teoría, para eliminar partículas esféricas mayores de 200 micras,
de 2,65 t/m3 (sílice) de densidad, en un agua limpia. En realidad, las “arenas” de las aguas residuales se componen de
arena de sílice, así como asfalto, hormigón y otros diversos materiales que no tienen una gravedad específica de 2,65
(normalmente entre 1,5 - 2,7; la materia orgánica en las aguas residuales tiene una densidad de 1,02). Además, las
partículas no son esferas perfectas y, finalmente, la arena está expuesta a grasas, aceites y jabones, que recubren el
grano y cambia su velocidad de sedimentación. Las partículas sedimentan de acuerdo con su tamaño, peso específico y
la velocidad de remolino (“roll” provocado por el aire) en los canales de los desarenadores aireados. Una velocidad de
remolino muy elevada producirá una baja eficacia en la eliminación mientras que, por el contrario, una baja velocidad
de remolino incrementa la retención de materia orgánica. Como consecuencia de todos estos factores los
desarenadores no cumplen de forma adecuada con su cometido y las arenas alcanzan las etapas posteriores de la línea
de agua y penetran en la línea de fango.
Numerosos estudios han puesto de manifiesto que en muchas plantas más del 50% de tamaño de partícula entrante es
menor que el tamaño de corte de 200 micras. Por lo tanto, basándose únicamente en la distribución de tamaño, por su
diseño, los sistemas de eliminación dimensionados con criterio convencional pierden la mitad de la arena entrante.
Muchos autores y estudios apuntan que es necesario adoptar un criterio de diseño que asegure un rendimiento de
eliminación del 90% de la arena entrante, con lo que sería necesario cambiar el punto de corte de diseño a entre 75-
150 micras, en función del tipo de arena del emplazamiento.

Objetivos

En esta comunicación se presenta una parte del estudio que se desarrolló con el objetivo general de conocer mejor las
características del flujo de sólidos, en particular de la fracción denominada “arena”, que llega a la EDAR de Lagares
(Vigo) con el fin de valorar su afección a las etapas posteriores de las líneas de agua y fango, y comprender los
problemas ya sufridos en el pasado. El conocimiento adquirido ha permitido tomar decisiones para optimizar la actual
fase de transición y desarrollar estrategias en las nuevas instalaciones con el fin de hacer más eficientes los
desarenadores-desengrasadores aireados y de limitar la llegada de arenas a los nuevos digestores anaerobios.

Una de las fases más importantes desarrolladas fue la realización de campañas de caracterización de los flujos y de los
rendimientos en las actuales infraestructuras. Estas campañas de caracterización se centraron tanto en la
caracterización de los flujos (caudales, flujo sólido, concentraciones de sólidos y caracterización granulométrica de
partículas, …) como de los aspectos funcionales de los canales de desarenado (geometrías, tiempos de retención
hidráulica, velocidades ascensionales, características de la aireación, …). En este documento se presentan los trabajos
desarrollados, y las conclusiones obtenidas, para caracterizar los tiempos de retención hidráulica en los actuales
desarenadores de la EDAR de Lagares (Vigo) y para realizar una estimación del comportamiento de los canales de
desarenado de la EDAR actualmente en construcción.

Con el fin de comparar los resultados obtenidos en los actuales canales de desarenado de la EDAR de Lagares se
realizaron también campañas de medida de TRH en dos depuradoras más: EDAR de Bens (A Coruña, Galicia,
España), de 600.000 h-e y caudal medio de 210.000 m3/d, y en la EDAR de Guillarei (Tui, Pontevedra, Galicia), de
132.000 h-e y caudal medio de 39.912 m3/d. El objetivo de ampliar el estudio a estas dos depuradores buscó, por una
3
parte, validar la técnica que se estaba utilizando y, por otra, caracterizar la tipología de desarenadores-desengrasadores
aireados en ellas existentes ya que el diseño de los nuevos canales para Lagares-Vigo se basa en similares criterios.
Esta caracterización ha permitido valorar el futuro comportamiento de las nuevas infraestructuras.

Metodología de los ensayos de medida de tiempo de retención hidráulica

La técnica más habitual para la medida del tiempo de retención hidráulico real de una unidad de tratamiento, o de un
reactor, es la utilización de sustancias trazadoras conservativas que son mezcladas con el flujo entrante al volumen de
control. Para establecer el TRH se procede a medir la forma en la que el trazador sale de la unidad; se mide la
evolución en el tiempo de las concentraciones de salida y se analiza la evolución de dichas concentraciones en el
tiempo. La forma de dicha curva de salida permite evaluar el funcionamiento de la unidad de tratamiento; se pueden
detectar tiempos medios de permanencia, espacios muertos, flujos preferenciales, cortocircuitos, etc.

La adición del trazador puede hacerse de maneras distintas: en forma continua y en forma instantánea. Se decidió
realizar la adición de forma instantánea, en la cual se incorpora un volumen con una concentración Co a la entrada del
depósito a analizar en un tiempo muy corto, inferior a 1/30 del tiempo teórico de retención, en un punto en que se
mezcle instantáneamente con la masa de agua que se piense analizar. Las curvas de salida del trazador en el tiempo,
que reflejan los tiempos de retención hidráulica, pueden compararse con modelos ideales (mezcla completa - flujo
pistón) y se pueden detectar problemas de funcionamiento. El tiempo de retención hidráulico medio se obtiene
calculando el centro de gravedad de las curvas de salida de trazador. Otros parámetros utilizados para interpretar la
forma de la salida del trazador de la unidad a controlar son el coeficiente de Kurtosis y el coeficiente de asimetría.

El flujo en un desarenador-desengrasador aireado interesa que sea lo más parecido a un flujo pistón. Un flujo pistón
presenta una curva esbelta, sin cola larga, con el tiempo medio aproximadamente al nominal.

Como trazador se eligió la Rhodamina B, que por sus características de fluorescencia es posible su medida en muy
bajas concentraciones con equipos específicos. Para la medida de la concentración de Rhodamina B en el flujo de
salida de los desarenadores a lo largo del tiempo se utiliza un fluorómetro, en concreto el modelo TURNER 10-AU-
005-CE.

Características principales de los desarenadores – desengrasadores aireados ensayados

La EDAR de Lagares (Vigo) consta de dos canales desarenadores-desengrasadores aireados, con extracción de arena-
agua mediante bombas incorporadas a los puentes móviles; la aireación se realiza mediante tres grupos de
motosoplantes de 200 m3/h. Con el fin de diferenciar las actividades realizadas en cada canal se adoptó la siguiente
nomenclatura: al de la derecha se le denominó “canal desarenador 1” y al de la izquierda “canal desarenador 2”. Esta
matización es importante debido a que la distribución del aire no fue la misma en ambos (en el canal 1 casi la primera
mitad del mismo no tiene aireación) y esta situación se manifiesta claramente en los resultados obtenidos. En la tabla
siguiente se muestran los parámetros fundamentales que describen los procesos de desarenado-desengrasado en las
tres depuradoras en las que se realizaron ensayos.
Tabla 1. Características geométricas generales de los canales de desarenado ensayados.
CARACTERÍSTICAS DE LOS DESARENADORES LAGARES (Vigo) BENS (A Coruña) GUILLAREI (Tui)
Nº de canales 2 8 5
Sección transversal total (m2) 15.91 14.4 14.5
Anchura (m) 4.9 5.0 5
Longitud (m) 30 23 22
Superficie horizontal (m2) 147 115 110
Volumen de una unidad (m3) 477.3 334.0 319.0
Anchura de zona aireada (m) 3.4 4.0 3.75
Anchura de zona de grasas (m) 1.5 1.1 1.25
Relación largo/ancho 6.12 4.8 4.4
Relación zona aireada/ancho total 0.7 0.8 0.75
30% inicial difusores 30% inicial difusores burbuja
Difusores – burbuja burbuja gruesa gruesa
Características de la aireación gruesa todo el canal 70% restante con 70% restante con aireadores
aireadores sumergibles sumergibles

4
A partir de la realización de una amplia revisión de la bibliografía y documentación técnica se elaboró una tabla
comparativa sobre una base de 14 referencias; se han considerado como valores de buena práctica los presentados en
la siguiente tabla:

Tabla 2. Comparación de valores de diseño (teóricos) de los desarenadores–desengrasadores aireados con los valores
recomendados en la bibliografía.
Criterios de Desarenador Desarenador Desarenador Desarenador Lagares
Parámetros
diseño Lagares actual Bens Guillarei nueva
VASC a Qmed (m/h) ------ 13 9.5 7.6 6.71
VASC a QHpunta (m/h) 21.1 14.2 15.1 9.31
 25
VASC a Qmax (m/h) 28.1 14.3 24.2 35.28
Vpaso a Qmax (m/s)  0.15 0.094 0.032 0.051 0.11
Relación longitud–anchura 3:1 a 5:1 6.12 4.8 4.4 5.2
TRH a Qmed (minutos) ------ 11.5 18.3 23.0 25.5
TRH a QHpunta (minutos) 7.1 12.2 11.5 18.4
3-5 (9)
TRH a Qmax (minutos) 5.3 12.2 7.2 4.9

Se puede observar que los desarenadores han sido diseñados para velocidades ascensionales aceptables para caudales
horarios punta, pero para caudales máximos tanto la EDAR de Lagares actual como la nueva superan los valores
recomendables, sobre todo se superan en el nuevo diseño. Este valor tan elevado de velocidad ascensional surge al
haberse tomado como criterio de dimensionamiento de la EDAR el pasar por el pretratamiento todo el agua que llega
por los colectores, 43.200 m3/hora; la relación entre caudal medio y caudal máximo es de 5,45. Respecto a los TRH se
puede comentar que el más bajo de nuevo lo tiene la nueva EDAR, si bien está dentro de los valores recomendados
por la bibliografía (solamente en una de las referencias analizadas se recomendaban TRH a caudal máximo superiores
a 9 minutos).

Ensayos realizados y resultados

Para la medida de los TRH en los diferentes canales desarenadores-desengrasadores se generaron diferentes caudales
de trabajo mediante la apertura y cierre de compuertas, o mediante la variación de los caudales aportados por los
sistemas de bombeo.

En la EDAR de Lagares se estudiaron los dos canales, midiendo 7 pulsos de trazador en el canal 1 (2 de ellos anulados
por problemas con la aireación: 1 y 3), y 5 en el canal 2 (fechas: 19-06-2013 y 20-08-2013, respectiv.).

Figura 1. Curvas de concentración de salida de trazador en los dos canales de la EDAR Lagares.

Una vez se dispone de los pares de valores caudal-TRH es posible su representación gráfica y la elaboración de una
curva de ajuste. En la gráfica siguiente se muestran los valores obtenidos en los ensayos realizados en los dos canales
de la EDAR de Lagares y se comparan con los valores teóricos de diseño.
5
20,00
MEDIDAS DESARENADOR 1 30,0
18,00 MEDIDAS DESARENADOR 2
ENSAYOS EDAR DE GUILLAREI
Funcionamiento teórico
16,00 AIREACIÓN PARADA
25,0

TIEMPO DE RETENCIÓN HIDRÁULICO (minutos)


TIEMPO DE RETENCIÓN HIDRÁULICO (minutos)

Funcionamiento teórico
14,00
y = 28638x-1
R² = 1 DESARENADOR 2 20,0
12,00
y = 82795x-1,095
R² = 0,9843
10,00 y = 12584x-0,924
15,0
R² = 0,9994
8,00
y = 18904x-0,998
6,00 10,0 R² = 1
DESARENADOR 1
4,00
y = 228558x-1,254 5,0
2,00 R² = 0,9755

Qmed Qpunta Qmax


0,00
0,0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
CAUDAL (m3/h)
CAUDAL (m3/h)

Figura 2. Características funcionales de los canales de desarenado actuales de la EDAR de Lagares obtenidos en los
ensayos con trazador (canal 1 y canal 2) y valores teóricos de diseño, y de la EDAR de Guillarei.

En la EDAR de Bens se realizaron 3 pulsos de trazador, todos en el mismo canal (fecha: 14-08-2013). En la EDAR de
Guillarei se realizaron 5 pulsos, todos en el mismo canal; el pulso número 4 se realizó sin aireación.

A partir de las curvas ajustadas a los resultados de los ensayos de los diferentes canales de desarenado es posible
calcular qué tiempos de retención hidráulica corresponderían a los caudales de diseño y se podrían comparar estos con
los TRH teóricos de diseño (volumen/caudal).

De los ensayos realizados se desprende (ver Tabla 3) que, en general, los TRH medidos son superiores a los teóricos,
incluso en el desarenador mal aireado (Lagares, canal 1), lo cual sería extraño en un reactor normal, de cámara única.
Este hecho se debe a que el depósito se está comportando como un híbrido entre el flujo pistón y la mezcla completa.
Hay un flujo preferente que se comporta como pistón, que genera una salida rápida de trazador, y hay otro volumen
que se queda en una zona semi-aislada (la zona tranquilizada para grasas), que atrapa trazador y lo va liberando poco a
poco, alargando la cola de salida y generando tiempos de retención más elevados. La consecuencia es que una parte
del agua, y sus sólidos, atraviesa rápidamente el depósito, en apenas 2-3 minutos mientras que otra parte permanece
entre 5-10 minutos. En la gráfica se aprecia que el desarenador “2” aporta dos minutos más de tratamiento, de media,
al agua en tránsito. Este efecto es debido exclusivamente a la diferente aireación existente en ambos, más favorable en
el desarenador “2”. El flujo penetra de forma directa hasta la mitad de la unidad sin nada que lo pare.

Tabla 3. Caudales de diseño y valores de los criterios de diseño de los diferentes desarenadores-desengrasadores de
las tres estaciones depuradoras estudiadas, y comparación con los valores que se generan en las condiciones reales de
funcionamiento.
VEL. ASCEN VEL. PASO TRH (min) TRH (min)
Q EDAR Q POR LÍNEA TRH (min)
(m/h) (m/s) Canal 1 Canal 2
LAGARES-VIGO (m3/h) Valores de funcionamiento teóricos Valores reales
Qmedio 5000 2500 (2L) 13,0 0,044 11,5 12,5 15,7
Qpunta 8100 4050 (2L) 21,1 0,071 7,1 6,8 9,3
Qmáximo 10800 5400 (2L) 28,1 0,094 5,3 4,8 6,8
BENS (A CORUÑA) (m3/h) Valores de funcionamiento teóricos Valores reales
Qmedio 5457,5 1092 (5L) 9,5 0,021 18,2 18,3
Qpunta 8186,5 1637 (5L) 14,2 0,031 12,2 11,6
Qmáximo 13165,2 1646 (8L) 14,3 0,032 12,2 11,5
GUILLAREI (TUI) (m3/h) Valores de funcionamiento teóricos Valores reales
Qmedio 1663,0 831,5 (2L) 7,6 0,016 23,0 25,2
Qpunta 3226,0 1663 (2L) 15,1 0,022 11,5 18,5
Qmáximo 13320 2664 (5L) 24,2 0,051 7,2 8,6

6
Los valores de TRH obtenidos en los ensayos son ligeramente menores al de diseño en el canal nº 1, mal aireado (4,8
minutos frente a 5,3), y superiores al de diseño en el canal nº 2, bien aireado (6,8 frente a 5,3). Si bien, en ninguno de
los dos casos se alcanzan los valores que actualmente se aconsejan, de más de 9 minutos, en alguna de las referencias
consultadas.

Los valores de TRH obtenidos en la EDAR de Bens son ligeramente menores, pero muy próximos, a los calculados
teóricamente para caudales altos. Los valores obtenidos del comportamiento real de Guillarei son ligeramente
superiores a los teóricos. Los desarenadores de Bens y Guillarei trabajan con valores más cómodos de TRH en
momentos de caudales máximos.

Si bien los TRH es una referencia importante otros factores importantes que condicionan el buen funcionamiento del
desarenador-desengrasador aireado son el apuntamiento de la curva y la simetría.

El análisis de la asimetría y de la kurtosis (apuntamiento) permite ver gráficamente las diferencias de comportamiento
entre los desarenadores 1 y 2 de la EDAR de Lagares. Si se anulan los ensayos 1 y 3, en los que la aireación se paró a
mitad de ensayo, se aprecia que en el desarenador 1 la asimetría es alta (se generan colas largas con pendiente
constante de decrecimiento), y también que la kurtosis se hace cero, e incluso cambia de signo en caudales altos,
indicando un cambio de comportamiento debido a la penetración muy rápida del flujo preferente, que no es frenado
por la reducida aireación de la primera mitad del canal. En el desarenador 2, con aireación similar a lo largo de toda su
longitud, los coeficientes de kurtosis son muy bajos, es decir, no hay apuntamiento, mientras que las curvas son muy
simétricas; este comportamiento es, en lo referente a la simetría, típico de reactores de flujo pistón, pero carece del
apuntamiento (kurtosis) necesario para que toda la masa de agua en tránsito tenga el mismo TRH. Un buen
desarenador será el que genere un paso de trazador muy simétrico (asimetría próxima a cero) y un fuerte apuntamiento
(valores altos de Kurtosis).

La comparación de la forma de salida del trazador a su paso por los canales de desarenado, valorando los coeficientes
de asimetría y kurtosis, nos indica que es mucho mejor el comportamiento en los de Bens y Guillarei. Se producen
apuntamientos importantes de las nubes de paso, similares al canal 2 actual de Lagares, aunque luego se produce una
ligera asimetría, por las colas de trazador. Este comportamiento se pierde cuando en Guillarei, por ejemplo, se pasa a
caudales altos. En caudales altos el comportamiento de Guillarei es similar al comportamiento del canal desarenador
mal aireado de Lagares. Este fenómeno se producirá también en los nuevos desarenadores de Lagares.

2
Asimetría:
1,5 Kurtosis

0,5

-0,5

-1

-1,5

-2
Figura 5. Comparación de todos los coeficientes de asimetría y de Kurtosis obtenidos en los ensayos en todas las
depuradoras.
7
45,00
DESARENADR LAGARES 1 - DERECHA
40,00 DESARENADOR LAGARES 2 - IZQUIERDA
NUEVOS DESARENADORES LAGARES
35,00

TIEMPO DE RETENCIÓN HIDRÁULICO (minutos)


ENSAYOS EN EDAR DE BENS
ENSAYOS EDAR DE GUILLAREI
30,00

25,00

20,00

15,00

10,00

5,00

0,00
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000

CAUDAL (m3/h)

Figura 6. Comparación de los TRH teóricos de la nueva EDAR de Lagares con los obtenidos en los ensayos de la
EDAR actual, la EDAR de Bens y la EDAR de Guillarei.

Conclusiones

El diferente grado de aireación determina diferencias importantes en el comportamiento de los dos canales de
desarenado de la EDAR de Lagares, hecho que ha tenido consecuencias en el grado de eficiencia de los mismos tanto
en tiempo seco como en momentos de estrés hidráulico. El estudio ha puesto de manifiesto que con los valores con los
que trabaja el desarenador actual en momento de caudales altos, con “estrés hidráulico”, se produce la “apertura de la
ventana” y tamaños de partículas de hasta 600 micras pueden penetrar hacia la decantación primaria, con todos los
problemas subsiguientes. Se puede concluir que a partir de un determinado caudal de paso (valor que realmente será
muy excepcional) los desarenadores diseñados para la nueva EDAR de Lagares trabajarán en condiciones similares a
los actuales, por lo que el paso de “arenas” seguirá produciéndose. La geometría de los canales, si bien aporta un
comportamiento mejor a caudales medios, en caudales máximos repetirá comportamientos no adecuados, similares a
los que se producen actualmente en Lagares. Al estar ya la planta en fase de construcción se desechó la opción de
construir desarenadores ciclónicos, y también se desestimó la opción de colocar placas que mejorasen el efecto de
vórtice de la aireación de burbuja en el primer tramo. Como solución final se adoptó la instalación de un sistema
ciclónico compacto de limpieza de fangos primarios en la nueva EDAR. Este sistema se pondrá en marcha cuando en
la EDAR se supere un determinado caudal (posiblemente comprendido entre 3000 y 3500 m 3/h) que haga que el
desarenador entre en “estrés hidráulico”, que realmente será en un muy pequeño porcentaje de tiempo de
funcionamiento de la EDAR.

Agradecimientos.- AcuaEs - Sociedad Estatal Aguas de las Cuencas de España, GS-INIMA Environment
S.A. - Obrascón Huarte Laín S.A.- Corsán Corviam Construcción S.A. -Isolux Ingeniería, S.A. Por la
colaboración prestada en las EDAR: AQUALIA, Aguas de Galicia-Xunta de Galicia, EDAR-BENS S.A. -
EMALCSA, ADANTIA S.L.
Referencias
Gardner, P.; Deamer, A.; (1996); An evaluation of methods for assessing the removal efficiency of a grit separation device. Water
Science and Technology, Volume 33, Issue 9, 1996, Pages 269-275
Verbanck,M.A.; Ashley, R.; Bachoc, A. (1994). International workshop on origin, occurrence and behaviour of sediments in sewer
systems: Summary of conclusions. Water Research, Volume 28, Issue 1, Pages 187-194
US-EPA, (2003). Wastewater Technology Fact Sheet: Screening and Grit Removal. US-EPA - United States Environmental
Protection Agency - Office of Water. EPA 832-F-03-011; June 2003
8
Kulkarni, U. (2011). Grit removal & treatment for sustainable grit recycling. ATE Enterprises Pvt. Ltd; Huber Technology. Indian
Environmental Association; EnviroVision.
Davis, M. L. (2010). Water and Wastewater Engineering: design, principles and practice. New York: McGraw-Hill Companies, Inc.

9
EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO DE EFLEUNTES AERÓBIO NA REMOÇÃO DE
CONTAMINANTES EMERGENTES

EFFICIENCY OF WASTEWATER AEROBIC TREATMENT IN REMOVAL


EMERGING CONTAMINANTS

Rafael Duarte Kramer 1*


Júlio César Rodrigues de Azevedo 2
Marcelo Real Prado2

Abstract
Recently seeing increased concern about the contamination of water bodies, both surface and groundwater, for
the called emerging pollutants. These compounds represent a new class of water contamination and they are
present in low concentrations in the environment. The main entrance of them has been the industrial sewage and
the domestic sewage, which carry high loads of these compounds to the municipal Wastewater Treatment Plants
(WWTP 's). These plants are not ready for such a loading and, in many cases, cannot remove it efficiently. Based
on these problems, the present study aimed to analyze the presence of some emerging pollutants, as Female Sex
Hormones (FSH), Personal Care Products (PCP) and Pharmaceuticals for a wastewater treatment process. This
study was conducted in a small WWTP, with a treatment process for fluidized sludge blanket mechanically
aerated. It was collected input, reactor and final effluent samples. The results showed that the influent has
higher concentrations of Caffeine (6,038 ± 1,019 µg.L-1) and Salicylic Acid (3.114 µg.L-1). Regarding the
efficiency of the plant, only Caffeine is removed over 80%, the others were below, and four of them
(Benzylparaben, Diclofenac , Estradiol and Estrone) were not removed. With the results, it was noticed that the
WWTP still cannot be efficient in the removal of the emerging pollutants analyzed and it becomes a significant
source of entrance of these compounds in water bodies of the region.

Key Words: Female Sex Hormones, Personal Care Products, Pharmaceuticals, Wastewater Treatment Plants.

1
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental, Universidade Federal do Paraná.
2
Departamento de Química e Biologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
* Departamento de Hidráulica e Saneamento, Universidade Federal do Paraná. Tel: +55 41 33613210. Av Coronel Francisco
Heráclito dos Santos, 210 - Jardim das Américas, Curitiba, Paraná. CEP: 81531-990. Brasil. Email:
rafael.kramer@ufpr.br/rafaelkramer@outlook,.com

1
Resumo
Recentemente vem aumentando a preocupação com a contaminação dos corpos aquáticos, tanto superficiais
como subterrâneos, pelos chamados poluentes emergentes. Esses compostos representam uma nova classe de
contaminação aquática e estão presentes em baixas concentrações no meio ambiente. A principal porta de
entrada deles tem sido os esgotos industriais e o esgoto doméstico, os quais transportam em si altas cargas desses
compostos para as estações de tratamento de efluentes (ETE’s) municipais. Essas estações ainda não estão
preparadas para tal carga e, em muitos casos, não conseguem removê-la eficientemente. Com base nessa
problemática, o presente estudo objetivou-se em analisar a presença de alguns dos poluentes emergentes, tais
como os Hormônios Sexuais Femininos (HSF), os Produtos de Higiene Pessoal (PHP) e alguns Fármacos,
durante um processo de tratamento de efluentes. Este estudo foi realizado em uma ETE de pequeno porte, com
um processo de tratamento por lodo ativado aerado mecanicamente. Foram coletadas amostras compostas na
entrada, no reator de tratamento e na saída do efluente. Os resultados mostraram que o afluente apresenta
concentrações mais elevadas parar a cafeína (6.038 ± 1.019 µg.L-1) e para o Ácido Salicílico (3.114 µg.L-1). Com
relação à eficiência da estação, apenas a cafeína foi removida com mais de 80%, os demais estiveram abaixo,
sendo que 4 deles (Benzilparabeno, Diclofenaco, Estradiol e Estrona) não foram removidos. Com os resultados
obtidos percebeu-se que a ETE não consegue ser eficiente na remoção dos poluentes emergentes analisados e
com isso se torna uma significativa fonte de entrada desses compostos nos corpos hídricos.

Palavras Chave: Estação de Tratamento de Efluentes, Fármacos, Hormônios Sexuais Femininos, Produtos de Higiene
Pessoal.

Introdução

Os contaminantes emergentes são descritos como substâncias naturais ou sintéticas que não são comumente
monitoradas no meio ambiente e que podem ou não ter efeitos indesejáveis para o ser humano ou para o meio
ambiente (Stuart et al., 2012). Esses contaminantes estão divididos em diversas classes como os produtos
farmacêuticos, os produtos de higiene pessoal (PHP), as drogas de abuso, os hormônios sexuais femininos
(HSF), os pesticidas da agricultura entre outros. A maior parte dos emergentes é de uso cotidiano da população,
como os produtos de higiene pessoal, os fármacos, os interferentes endócrinos e as drogas de abuso (Silva e
Collins, 2011). Apesar de não estarem contemplados na legislação brasileira e na legislação mundial, esses
compostos antropogênicos também necessitam ser avaliados nos corpos aquáticos e nos efluentes, por
apresentarem efeitos nocivos tanto para a fauna e flora, como para o ser humano (Frye et al., 2006).

Ainda é desconhecido o caminho percorrido pelos poluentes emergentes no meio ambiente, desde a sua
produção até sua disposição final e total degradação (Silva e Collins, 2011). Os compartimentos ambientais com
maior incidência de contaminação são o sedimento e a água, tanto superficial como subterrânea (Kasprzyk-
Hordern et al, 2009). A possível presença destes compostos em águas superficiais e subterrâneas e nos
sedimentos interagindo com a fauna do ambiente acarreta na necessidade de mais estudos que determinem suas
concentrações e seus efeitos tóxicos no meio ambiente (Frye et al, 2006).

Uma das classes de maior estudo são os chamados interferentes endócrinos, ou desreguladores endócrinos (DE),
devido às comprovações de que esses compostos causam distúrbios no sistema reprodutivo de animais e até
mesmo de seres humanos (Bila e Dezotti, 2007). Segundo Bila e Dezotti (2007) os DE podem ser diferenciados
em dois grupos: substâncias naturais, a exemplo dos estrogênios (Ex. estrona e 17β-estradiol), androgênios (Ex.
di-hidrotestosterona) e fitoestrogênios; substâncias sintéticas denominadas xenoestrogênios, a exemplo dos
alquilfenóis, pesticidas, ftalatos, bifenilas policloradas (PCB), bisfenol A e agentes farmacêuticos (Ex. 17α-
etinilestradiol).

Outra classe de poluentes emergentes muito estudada são os produtos farmacêuticos, que vem ganhando cada
vez mais espaço nas pesquisas ambientais, devido ao grande progresso da medicina no desenvolvimento de
novas drogas, as quais são substâncias ativas no tratamento de doenças humanas e animais. O grande consumo
de remédios pela população mundial tem fomentado pesquisas sobre contaminação ambiental por fármacos
(Kasprzyk-Hordern et al., 2009). No caso do Brasil, que é o quarto maior consumidor mundial de medicamentos,
chega-se a um uso de 11 caixas de remédios por pessoa/ano (Eickhoff et al., 2009). Esses produtos
farmacêuticos chegam ao meio ambiente, não só por causa do uso indevido, mas também em virtude do uso
cotidiano e descarte inapropriado.

2
Os xenobióticos entram nos ecossistemas aquáticos através de sistemas de tratamento de esgotos ineficientes que
por mais que se apresentem modernos ou com tratamentos terciários não são capazes de removê-los
completamente do efluente (Ide et al., 2013). Dentro das estações de tratamento de efluentes os poluentes
emergentes podem ser totalmente mineralizados (Ex. Ácido Acetilsalicílico), podem ser parcialmente
degradados ou metabolizados (Ex. penicilina), e permanecer persistentes no efluente final (Ex. clorofibratos)
(Richardson e Borrow, 1985). As principais formas de remoção de compostos orgânicos em estações de
tratamento de efluentes envolvem a adsorção em sólidos suspensos, a associação com ácidos graxos e óleos, a
biodegradação aeróbica ou anaeróbica, a degradação química por processos de hidrólise ou nitrificação e a
volatilização (Khanal et al., 2006). É pertinente conhecer as características físicas e químicas dos poluentes
emergentes para que se possa traçar seu destino no meio, além de encontrar as melhores técnicas de tratamento
para remover este grupo de substâncias, uma vez que a eficiência dos métodos depende das propriedades dos
compostos.

Os parâmetros de operação das estações de tratamento de efluentes também tem significativa importância na
remoção dos contaminantes emergentes, principalmente o tempo de retenção hidráulico, a idade do lodo, o
potencial redox e a temperatura do tratamento (Suárez et al., 2008). Segundo pesquisa de Tauxe-Wuersch e
colaboradores (2005) o menor tempo de retenção hidráulico representou uma menor remoção de ibuprofeno e
cetoprofeno. Já a idade do lodo tem em seus maiores valores uma eficiência de remoção maior dos fármacos e
produtos de higiene pessoal, porém para valores superiores a 25 dias, esse fator se torna ineficaz (Clara et al.,
2005).

O presente estudo tem o intuito de avaliar a eficiência de remoção de alguns poluentes emergentes das classes
dos fármacos, produtos de higiene pessoal e hormônios sexuais femininos em uma estação de tratamento de
efluente que opera com um sistema de lodos ativados com aeração mecanizada. Juntamente com isso a eficiência
de parâmetros físicos e químicos foi também avaliada e relacionada com a eliminação dos contaminantes
emergentes.

Metodologia

O trabalho foi realizado em uma estação de tratamento de efluentes em uma cidade litorânea no estado do
Paraná, Brasil. A ETE estudada opera com um sistema de lodos ativados com aeração mecanizada, por
contatores rotativos. A vazão de entrada da ETE é de 70 L.s -1 e o tempo de detenção hidráulico (TDH) de todo o
sistema é de aproximadamente 7.43 horas.

A amostragem foi realizada no dia 28 de abril de 2014, sendo coletadas amostras na entrada, no reator e na saída
da estação, respeitando o TDH do sistema. Para isso as amostras da entrada foram coletadas as 8:00, 9:00 e as
10:00 e a saída as 15:00, 16:00 e as 17:00, fazendo uma amostragem composta que ao final totalizou 1L de
amostra. O tanque de aeração foi amostrado nos mesmo horários da entrada.

Em campo, com o auxílio da sonda multiparâmetros da Hanna, foi medido, a temperatura, o pH , o oxigênio
dissolvido (OD), a salinidade, a condutividade e a turbidez.

As amostras coletadas foram preservadas em baixa temperatura (4°C) até a chegada ao laboratório. Foi separado
750 mL para a análise dos poluentes emergentes feita em triplicata. Para a extração dos emergentes, a amostra
foi filtrada em membrana de 0.45 µm, e acidificada para pH próximo de 3. Após isso, foi passado 250 mL de
amostra em um cartucho de extração em fase sólida C18, previamente condicionado. Este cartucho foi eluído
com 12 mL de acetonitrila e esse montante foi rotaevaporado para um volume final de 0.25 mL, totalizando uma
concentração da amostra de 1000 vezes. Antes de realizar a leitura no cromatógrafo à gás, a alíquota da amostra
foi derivatizada com TMCS + 1% BSTFA.

A análise dos micropoluentes foi realizada por cromatografia a gás (Agilent Techonologies 7890) acoplado a um
detector de massa triplo quadrupolo (Agilent Technologies 7000) e equipado com amostrador automático
(Agilente Technologies 80), em coluna capilar HP-5Msi (30m x 0.25mm x 0.25 μm). A Tabela 1 apresenta os
parâmetros de análise da metodologia usada, como os limites de detecção e quantificação e a recuperação dos
compostos estudados.

3
Tabela 1. Compostos analisados e seus respectivos limites de detecção e quantificação e a recuperação.
Limite de detecção Limite de quantificação Recuperação
Composto
(µg.L-1) (µg.L-1) (%)
Ibuprofeno 0.016 0.055 48
Ácido Salicílico 0.037 0.124 89
Ácido Acetilsalicílico 0.008 0.028 78
Butilparabeno 0.007 0.025 77
Propilparabeno 0.007 0.024 62
Cafeína 0.064 0.214 24
Diclofenaco 0.061 0.203 85
Irgasan 0.007 0,023 95
Estradiol 0.017 0.059 61
Estrona 0.016 0.053 81
Benzilparabeno 0.011 0.038 72

Resultados e Discussão

A ETE estudada apresentou pouca variação de concentração dos parâmetros físicos analisados, que podem ser
visualizados na Tabela 2. O OD apresentou-se próximo de zero no afluente e mesmo com uma baixa oxigenação
no reator (2.61 mg.L-1), teve um aumento considerável da sua concentração na saída (7.63 mg.L-1). Outra
característica importante de ressaltar é a maior acidez no reator e no efluente final, fato que pode interferir na
solubilidade dos poluentes emergentes analisados devido à constante de ionização ácida (pK a) desses compostos.
A turbidez teve um decaimento significativo durante o processo de tratamento, tendo uma eficiência de
aproximadamente 88%.

É importante ressaltar que a ETE estudada localiza-se em uma cidade litorânea, o que invariavelmente tem
influência na salinidade do afluente, isso pode ser visto pelos valores apresentados, sendo maiores no reator e
saída do efluente. Esse fato também é evidente nos valores de condutividade, que reflete a presença de sais no
esgoto e como pode ser visto este parâmetro acompanha a tendência da salinidade, sendo maior no reator e no
efluente final.

Tabela 2 . Resultados dos parâmetros físicos medidos com a sonda multiparâmetros.


Temperatura OD Salinidade Condutividade Turbidez
Hora pH
(°C) (mg/L) (sal.) (µS.cm-3) (NTU)
8:00 21.42 7.01 0.44 2.05 3611 96
9:00 21.58 7.59 0.06 1.31 2370 101
10:00 21.91 7.77 1.29 1.46 2637 103
Entrada
11:00 22.25 7.63 0.00 2.35 4177 85
Média 21.79 7.50 0.45 1.79 3199 96
Desvio 0.37 0.34 0.59 0.49 842 8
8:00 22.7 6.43 2.21 7.06 11800 >LQ*
9:00 22.65 6.35 2.61 6.72 11250 >LQ
10:00 22.7 6.36 2.61 6.53 10970 >LQ
Reator
11:00 22.81 6.78 2.99 6.44 10830 >LQ
Média 22.72 6.48 2.61 6.69 11212 >LQ
Desvio 0.07 0.20 0.32 0.27 429 -
14:00 23.71 6.57 7.57 7.06 12020 9.3
15:00 23.84 6.37 7.97 7.04 12020 6.3
16:00 23.43 6.40 7.51 7.01 11870 10.3
Saída
17:00 23.14 6.50 7.46 6.48 11570 20
Média 23.53 6.46 7.63 6.90 11870 11.5
Desvio 0.31 0.09 0.23 0.28 212 5.9
Nota: *Valores acima do limite de quantificação do equipamento.

4
Os poluentes emergentes estudados apresentaram uma variabilidade interessante de concentrações, como pode
ser visto na Figura 1. Destaca-se a cafeína (CAF) pela maior concentração, chegando a valores de 6.038 ± 1.019
µg.L-1 na entrada, fato que é aceitável, pois a cafeína é um dos compostos mais consumidos, ela está presente no
café, chá e outras bebidas, bem como em muitos remédios, tornando-a um indicador antropogênico confiável
(Sodré et al., 2010). Porém este mesmo composto apresenta uma rápida degradabilidade, cerca de 0.8 dia (Ide et
al., 2013), assim não se torna persistente no ambiente, fato confirmado com os resultados obtidos, pois já no
reator a concentração dela reduz em aproximadamente 98% .

Figura 1. Resultado dos poluentes emergentes nas três etapas do tratamento analisadas.

Outro composto que se destaca é o Ácido Salicílico (AS) que na entrada teve concentrações de 3.114 µg.L-1 e no
reator a concentração foi maior, 4.660 µg.L-1. Este fato pode estar relacionado com a adsorção desse composto
nos sólidos do afluente, com a entrada dele no reator e a fluidização do lodo ativado, houve um desprendimento
e solubilização. Isto ocorreu devido ao valor do log Kow (coeficiente de partição octanol/água) que é de 2.26 e
juntamente com isso a maior acidez do reator pôde torná-lo mais solúvel (pKa = 2.98) . Considerando um dos
seus metabólitos, o Ácido Acetilsalicílico (AAS), podemos ver uma variação na relação de concentração entre
eles, ou seja, se dividirmos o AAS/AS vemos que na entrada a relação foi de 0.29 e na saída foi de 0.31, o que
mostra uma maior concentração do AAS na saída da ETE, fato já esperado. Em estudo de Montagner e Jardim
(2011) o AAS foi determinado nos rios da região metropolitana de Campinas, Brasil, e em todas as coletas foi
quantificado, tendo a maior média na última, chegando a aproximadamente 0.828 µg.L-1.

Assim como o AS, o diclofenaco apresentou um ligeiro aumento da sua concentração no reator em relação à
entrada (0.27 ± 0.02 e 0.26 ± 0.02 µg.L-1, respectivamente). Essa pequena diferença na concentração pode ser
proveniente a metodologia de extração/recuperação ou também pode ter a mesma explicação do AS, pois o log
Kow do diclofenaco é 4.5 e o seu pKa 4.2. Os demais compostos apresentaram concentrações menores no reator
do que na entrada, sendo já degradados no tanque de aeração ou então adsorvidos no lodo em suspensão.

Na Tabela 3 estão presentes os valores de concentrações dos poluentes emergentes, separados por classes, na
entrada e saída da ETE e a eficiência de remoção de cada composto. As maiores eficiências de remoção foram
para os fármacos, principalmente para a cafeína (97%) e o ibuprofeno (79%). No estudo de Rosal e
colaboradores (2010), em uma ETE operada em três estágios (anaeróbio, anóxico e óxico), a remoção da cafeína
foi de 94.9% e do ibuprofeno de 95%, valores altos como os obtidos no presente estudo. Já para o diclofenaco os
mesmos autores obtiveram uma remoção de 5%, mostrando a mesma tendência de baixa remoção para este
composto.

5
Tabela 3. Resultados do afluente e efluente da ETE e a eficiência de todos os contaminantes analisados,
separados por classes.
Concentração (µg.L-1)
Compostos Eficiência (%)
Afluente Efluente
PHP
Propilparabeno 0.153 ± 0.089 0.096 ± 0.088 37
Butilparabeno 0.187 ± 0.037 0.171 ± 0.041 9
Benzilparabeno 0.194 ± 0.011 0.210 ± 0.015 *s.e.
Irgasan 0.264 ± 0.047 0.236 ± 0.026 11
Fármacos
Ibuprofeno 1.474 ± 0.577 0.317 ± 0.004 79
Ácido Salicílico 3.114 1.342 ± 0.669 57
Ácido Acetilsalicílico 0.895 ± 0.243 0.414 ± 0.030 54
Cafeína 6.038 ± 1.019 0.185 ± 0.028 97
Diclofenaco 0.261 ± 0.018 0.289 ± 0.012 s.e.
HSF
Estradiol 0.255 ± 0.021 0.275 ± 0.018 s.e.
Estrona 0.175 ± 0.013 0.181 ± 0.009 s.e.
Nota: *s.e - sem eficiência

Com relação aos HSF’s, não houve eficiência de remoção desses compostos. Já Pessoa et al. (2014) observaram
uma remoção global para a estrona de 63.6% e para o estradiol 81.4%, em estação no estado do Ceará, Brasil. Já
Ghiselli (2006) mostrou que o estradiol teve remoção somente de 16.9%, em estudo na estação de tratamento de
efluentes na cidade de Campinas, Brasil, contrário ao obtido neste estudo. Uma provável explicação é o efeito da
salinidade que pode estar liberando o HSFs adsorvidos no material particulado e liberados no reator.

Já os PHP’s tiveram baixas eficiências de remoção, sendo a maior para o propilparabeno (37%) e a menor foi
para o benzilparabeno, no qual não houve eficiência. Assim como os citados, o irgasan (conhecido também como
triclosan), teve uma eficiência baixa (11%), o contrário reportado por Rosal et al. (2010), onde a eficiência para
este composto foi de 74.5%. Kasprzyk-Hordern e colaboradores (2009) também obtiveram eficiência semelhante
para este composto, sendo próximo de 80%. Os mesmos autores mostram eficiências para o propil e
butilparabeno de quase 100%, em duas estações, sendo uma delas com tratamento de lodos ativados com o leito
fluidizado.

A diferença de tratabilidade apresentada pela ETE estudada pode estar também relacionada pelo tipo de
tratamento da estação e também pelo modo de operação da mesma, desde a idade do lodo empregada até o TDH.
Suárez et al. (2009) mostraram em seu trabalho que diferentes estudos obtiveram remoções diferentes, muito
devido ao TDH e a idade do lodo aplicada na estação, sendo que em menores tempos a eficiência foi menor.

Conclusão

A presença dos poluentes emergentes no efluente das estações já é mais do que certa e a baixa eficiência de
tratamento vem sendo comprovada pelos recentes estudos. Foi possível observar que em uma ETE de pequeno
porte que opera por leito fluidizado aerado mecanicamente, a eficiência de remoção foi menor do que a citada
pela literatura. Apesar da ETE apresentar eficiência em alguns parâmetros, a remoção dos contaminantes
emergentes é baixa, sendo que em 4 dos 11 compostos analisados a remoção foi nula.

Este fato só vem a contribuir para a recente preocupação com a entrada desses poluentes no meio ambiente. A
principal porta de entrada destes emergentes é através das ETE’s e esgotos domésticos despejados de forma
clandestinos nos rios. Caso não seja tomado providências para melhorar a remoção destes contaminantes,
poderemos agravar ainda mais os danos ao meio ambiente, pois não sabemos ainda quais os efeitos que estes
compostos podem provacar.

6
Agradecimentos. - À Fundação Araucária e à CAPES pela bolsa de estudo, ao CNPq
(474900/2011-8) e Fundação Araucária (443/2013) pelo suporte financeiro.

Referências Bibliográficas

Bila D. M., Dezotti M. (2003) Fármacos no Meio Ambiente. Química Nova. 26(4), 1-7.
Clara M., N. Kreuzinger, B. Strenn, O. Gans, H. Kroiss (2005) The solids retention time—a suitable design parameter to
evaluate the capacity of wastewater treatment plants to remove micropollutants Water Research, 39, 97–106.
Eickhoff P., Heineck I., Seixas L.J. (2009) Gerenciamento e destinação final de medicamentos: uma discussão sobre o
problema, Revista Brasileira de Farmácia, 90(1), 64-68.
Frye C.A.,Sumida K., Dudek B.C., Harney J.P., Lydon J.P., O’Malley B.W., Pfaff D.W., Rhodes M.E.(2006)Progesterone’s
effects to reduce anxiety behavior of aged mice do not require actions via intracellular progestin receptors,
Psychopharmacology, 186, 312–322.
Ghiselli G. (2006) Avaliação da Qualidade das Águas destinadas ao Abastecimento Público na Região de Campinas,
Ocorrência e Determinação dos Interferentes Endócrinos, Produtos Farmacêuticos e de Higiene Pessoal, Tese
UNICAMP, Campinas, 190.
Ide A.H., Cardoso F.D., Santos M.M., Kramer R.D., Azevedo J.C.R. (2013) Utilização da cafeína como indicador de
contaminação por esgotos domésticos na bacia do Alto Iguaçu,Revista Brasileira de Recursos Hídricos,18,201-211.
Kasprzyk-Hordern B., Dinsdale R.M., Guwy A.J. (2009) The removal of pharmaceuticals, personal care products, endocrine
disruptors and illicit drugs during wastewater treatment and its impact on the quality of receiving waters, Water
Research, 43, 363-380.
Khanal S.K., Xie B., Thompson M.L., Sung S., Ong S.K., Leeuwen V. (2006) Fate, Transport, and Biodegradation of Natural
Estrogens in the Environment and Engineered Systems. Environmental Science & Tecnology, 40(21), 6547-6556.
Montagner C.C., Jardim W.F. (2011) Spatial and Seasonal Variations of Pharmaceuticals and Endocrine Disruptors in the
Atibaia River, São Paulo State (Brazil) Journal Brailianz. Chemistry. Society., 22(8), 1452-1462.
Pessoa G.P., de Souza N.C., Vidal C.B., Alves J.A.C., Firmino P.I.M., Nascimento R.F., dos Santos A.B. (2014) Occurrence
and removal of estrogens in Brazilian wastewater treatment plants, Science of the Total Environment, 490,288–295.
Richardson M.L., Bowron J.M. (1985) The Fate of Pharmaceutical Chemicals in the Aquatic Environment. Journal of
Pharmacy and Pharmacology, 37(1), 1-12.
Rosal R., Rodríguez A., Perdigón-Melón J.A., Petre A., García-Calvo E., Gómez M.J., Agüera A., Fernández-Alba A.R.
(2010) Occurrence of emerging pollutants in urban wastewater and their removal through biological treatment
followed by ozonation, Water Research, 44, 578–588.
Silva C.G.A., Collins C.H. (2011) Aplicações de Cromtografia Líquida de Alta Eficiência para o Estudo de Poluentes
Orgânicos Emergentes, 34(4), 665-676.
Sodré F.F., Locatelli M.A.F., Jardim W.F. (2010) Occurrence of Emerging Contaminants in Brazilian Drinking Waters: A
Sewage-To-Tap Issue, Water Air Soil Pollution, 206, 57–67.
Stuart M., Lapworth D., Crane E., Hart A. (2012) Review of risk from potential emerging contaminants in UK groundwater,
Science of the Total Environment, 416, 1-21.
Suárez S., Caballa M., Omil F., Lema J.M. (2008) How are pharmaceutical and personal care products (PPCPs) removed
from urban wastewaters? Rev Environ Sci Biotechnol, 7, 125–138.
Tauxe-Wuersch A., De Alencastro L.F., Grandjean D., Tarradellas J. (2005) Occurrence of several acidic drugs in sewage
treatment plants in Switzerland and risk assessment, Water Research, 39(9), 1761-1772.

7
PROCESSO UV/H2O2 PARA POLIMENTO FINAL DE ESGOTO DOMÉSTICO
TRATADO EM BIORREATOR À MEMBRANA

UV/H2O2 PROCESS TO FINAL POLISHING OF DOMESTIC EFFLUENT TREATED


IN MEMBRANE BIOREACTOR

Maria Eliza Nagel-Hassemer 1*


Flávio Rubens Lapolli 1
Ana Paula Mignoni Botelho1
Franciele dos Santos1

Abstract
The domestic wastewater has a high organic load, pathogenic organisms and a significant concentration of
nitrogen, when discarded improperly cause degradation of the receiving water. Large portion of water
consumption is use for non-potable purposes, so it is possible reuse treated wastewater. The application of
advanced oxidation processes is an alternative that has been studied to obtain a good quality effluent to
reuse. This paper aims to final polishing of effluent treated in membrane bioreactor by UV/H2O2 oxidation
process using hydrogen peroxide as oxidant and ultraviolet radiation as activating agent. The permeate
obtained in the bioreactor was used in the oxidation tests. The time of UV exposure was 60 minutes and three
different concentrations of hydrogen peroxide (15, 30 and 50 mg / L) were tested. Samples were collected at
predetermined times for analysis. The process showed 97 % of color removal, 33 % of turbidity removal, as
well as considerable reduction of the organic fraction, even though these parameters are already at low
concentrations, proving to be a good alternative for final polishing of these effluents.

KeyWords: advanced oxidative process, hydrogen peroxide, ultraviolet radiation, reuse, wastewater.

1
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental. Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC.
*Autor corresponsal: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental. Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC.
Campus Universitário, Trindade. CEP: 8804-970, Florianópolis, SC, Brasil. Fone: +554837217736. Email:
maria.eliza@ufsc.br.

1
Resumo
O esgoto doméstico apresenta elevada carga orgânica, organismos patogênicos e uma considerável
concentração de nitrogênio, que quando descartados indevidamente provocam degradação do corpo hídrico
receptor. Grande parcela do consumo de água é utilizada para fins não potáveis, sendo possível assim, o reúso
do esgoto tratado. A aplicação dos processos oxidativos avançados é uma alternativa que vem sendo estudada
para se obter um efluente de boa qualidade visando o reúso. O presente trabalho tem como objetivo o
polimento final de efluentes tratados em biorreator à membrana pelo processo oxidativo UV/H 2O2, utilizando
peróxido de hidrogênio como oxidante e radiação ultravioleta como agente ativador. O permeado obtido no
biorreator foi utilizado nos ensaios oxidativos. O tempo de exposição à radiação UV foi de 60 minutos e
foram testadas 3 diferentes concentrações de peróxidos de hidrogênio (15, 30 e 50 mg/L). Amostras foram
coletadas em tempos pré-determinados para análise. O processo apresentou 97 % de remoção da cor, 33 % de
remoção de turbidez, além de considerável redução da fração orgânica, mesmo estando esses parâmetros em
baixas concentrações, demonstrando ser uma boa alternativa para o polimento final desses efluentes
posibilitando seu reuso para fins não potáveis.

Palavras clave: efluente doméstico, peróxido de hidrogênio, processo oxidativo avançado, radiação ultra violeta, reuso.

Introducão

O esgoto doméstico é um despejo líquido resultante do uso da água pelo homem em seus hábitos higiênicos e
necessidades fisiológicas (Tsutiya e Além sobrinho, 2011). Para Jordão e Pessoa (1995) esgoto doméstico
pode ser definido como despejo principalmente de residências, edifícios comerciais, instituições ou quaisquer
edificações que contenham instalações de banheiros, lavanderias, cozinhas, ou qualquer dispositivo de
utilização da água para fins domésticos, composto basicamente por água de banho, urina, fezes, papel, restos
de comida, sabão, detergentes e águas de lavagem.

Segundo Leme (1982), o tratamento de esgotos sanitários consiste na remoção de matérias orgânicas,
inorgânicas e microrganismos patogênicos que estão dissolvidos e em suspensão na água, para isto, utilizam-
se processos de remoção físicos, químicos e biológicos. Esses processos não atuam isoladamente, um
determinado processo de tratamento provoca transformações no efluente, que influirão indiretamente nos
demais processos. Um exemplo está na alteração das características químicas e biológicas dos esgotos após
ter passado por processos físicos de sedimentação dos sólidos sedimentáveis. Assim sendo os processos de
tratamento são definidos em função do fenômeno predominante (Jordão e Pessoa, 1995).

Em função das deficiências apresentadas pelos sistemas convencionais de tratamento, usualmente


representados por processos biológicos e de coagulação química, novas alternativas de tratamento têm sido
regularmente propostas, como os biorreatores a membrana.

Segundo Schneider e Tsutiya (2001) e Viana (2004), os biorreatores a membranas podem ser definidos como
um processo de tratamento de esgoto com a junção da etapa biológica de degradação da matéria orgânica aos
processos físicos de separação de fases por membranas. Esta tecnologia é geralmente empregada com o
sistema de membranas acoplado ao reator biológico aeróbio. Assim, a membrana substitui o decantador
secundário, atingindo uma maior concentração de biomassa no taque de aeração, comparado ao sistema de
lodos ativados.

Os processos fotoquímicos em sua maioria são chamados de processos oxidativos avaçados (POAs) e seus
mecanismos de reação são basicamente uma imitação de processos naturais fotoiniciados em águas
superficiais que estão expostas a luz do sol ou na atmosfera terrestre. O processo baseia-se na formação de
uma espécie reativa de oxigênio, radical hidroxil, que é um poderoso oxidante, possui tempo de vida curto,
altamente reativo, não seletivo, pode ser produzido facilmente, é encontrado amplamente na natureza, possui
caráter eletrofílico e quando associado ao substrato apropriado sua cinética é controlada podendo exibir
constantes de velocidades de segunda ordem. Os POAs têm sido amplamente estudados, pois podem ser
2
aplicados ao tratamento de esgoto para o reuso, tratamento de efluentes farmacêuticos e de indústrias têxteis,
produção de água ultrapura, remediação de água subterrânea, degradação de explosivos tóxicos, laboratórios
químicos, entre outros (Souza, 2013). A sua inserção na indústria se justifica pela potencial aplicação em
processos integrados, para promoção da biodegradabilidade dos efluentes ou como métodos de refinação final
com vista à reutilização da água.

A disponibilidade de água doce na Terra está acima da demanda humana. Populações vivem em áreas que
recebem grandes precipitações pluviométricas, enquanto outras vivem em regiões semi-áridas ou mesmo
áridas (Mancuso e Santos, 2003). A consciência sobre a importância do uso racional da água vem crescendo
muito em todo o mundo, assim como a utilização de esgotos sanitários para diversos fins, dentre os quais: o
reúso da água, aumentando a oferta para usos não potáveis, assim como a preservação; a reciclagem de
nutrientes, proporcionando economia em fertilizantes; redução de lançamento de esgotos, diminuindo a
contaminação (Aisse et al., 2006).

Objetivos

Este trabalho tem como objetivo geral avaliar o Processo Oxidativo Avançado UV/H2O2 como pós-tratamento
de esgotos domésticos tratados em biorreator à membrana, com vistas ao reúso.

Objetivos Específicos:
 Remoção da cor remanescente do efluente;
 Avaliar a evolução dos parâmetros: pH, temperatura, turbidez, cor e matéria orgânica durante o
processo oxidativo;
 Determinar a melhor dosagem de H2O2 que proporcione a melhor eficiência do sistema;
 Determinar o tempo mínimo de exposição a radiação UV que torne o tratamento eficiente.

Metodologia

Os experimentos descritos neste trabalho foram realizados no Laboratório de Reuso de Águas (LaRA), do
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC. O
efluente utilizado no reator de oxidação era o permeado de um bioreator à membrana que estava sendo
operado como objeto de estudo de uma pesquisa de doutorado.

Amostras de permeado
O esgoto tratado no biorreator era proveniente da rede coletora da CASAN (Companhia Catarinense de Águas
e Saneamento), do município de Florianópolis, SC. O reator operava em batelada seqüencial, com um ciclo de
4 horas. A representação esquemática do piloto de biorreator à membranas é apresentada na Figura 1. Os
números indicados correspondem a: 1- reservatório do afluente; 2- bomba peristáltica de alimentação; 3-
misturador; 4- difusor de ar; 5- módulo de membranas; 6- sensor de nível; 7- bomba peristáltica de sucção; 8-
reservatório do efluente; 9- painel de comando.

Processo UV/H2O2
Os ensaios de degradação fotoquímica foram realizados em reator UV de bancada, apresentando volume útil
de 1,1 L e fonte de radiação assegurada por uma lâmpada de vapor de mercúrio de baixa pressão, de 25 W de
potência, com emissão de radiação em 254 nm. A lâmpada era suportada por um tubo de quartzo permitindo
irradiação de forma uniforme. O reator era de fluxo de pistão, do tipo STERILIGHT modelo SSM-24, de
formato cilíndrico, em aço inox, onde no seu interior ficava acoplado o tubo de quartzo com a lâmpada. O
volume de amostra adicionada no reator para os ensaios foi de 1,0 L e os ensaios foram realizados em
duplicata. A Figura 2 apresenta a fotografia do reator de oxidação utilizado nos experimentos.

3
Figura 1. Representação esquemática do biorreator à membranas (Belli, 2011)

Figura 2. Reator oxidativo STERILIGHT modelo SSM-24

Os ensaios foram realizados em batelada, utilizando efluente tratado biologicamente (biorreator à membrana).
Nos ensaios foram utilizadas diferentes concentrações de peróxido de hidrogênio (15, 30 e 50 mg·L-1), de
forma a se obter uma concentração ideal de oxidante, e tempo de irradiação UV de 60 minutos. A tempos
determinados de tratamento (0, 3, 6, 9, 15, 30 e 60 min), um volume de 30 mL de amostra era retirada para
determinação de pH, cor, turbidez, temperatura, COD (carbono orgânico dissolvido) e proteína.

O volume de peróxido de hidrogênio (1,11 kg·L -1, 34% em massa, extra puro) correspondente a concentração
desejada foi adicionado à amostra que em seguida era colocada no reator. É importante encontrar a quantidade
necessária de agente oxidante, não só por motivação econômica, mas também, pela evidência do efeito
inibidor que um grande excesso de peróxido poderá causar no processo, diminuindo a eficiência de
degradação.

Resultados

O efluente estudado foi coletado após o tratamento no biorreator à membrana, ou seja, o permeado do
sistema. Sabendo-se que este tratamento é efetivo na redução de frações orgânicas como DQO, DBO e COD,
pretendeu-se avaliar a eficiência do processo UV/H2O2 como polimento final nesse efluente para remoção de
4
cor, turbidez e matéria orgânica remanescente do processo biológico visando o reuso. As principais
características do efluente utilizado nos estudos, considerando seu estado bruto e após tratamento no
biorreator, são indicadas na Tabela 1.

Tabela 1. Características do esgoto doméstico bruto e após o tratamento no biorreator (média)


Esgoto
Bruto Tratado Biorreator a Membranas
COD mg COD/L 221,30 8,5
Proteínas mg proteínas/L 34,27 9,00
Cor UC 162,00 50,00
Turbidez NTU 98,00 0,19
pH - 7,43 8,33

Como pode ser observado, o biorreator a membrana mostrou-se bastante efetivo no tratamento do efluente
doméstico, mostrando redução significativa na fração orgânica, como também nos valores de cor e turbidez.

O permeado foi então submetido ao processo UV/H2O2 nas diferentes concentrações de oxidante testadas e a
Figura 3 mostra o resultado da remoção da cor. Estudos realizados por Alaton et al. (2002); Araújo et al.
(2006); Sadik e Nashed (2008), comprovam que somente a irradiação UV não promove diminuição
significativa dos parâmetros analisados.

Figura 3. Remoção da cor em função da concentração de H2O2 e tempo de irradiação UV

Como esperado, o processo oxidativo degradou a cor do efluente quase que por completo, apresentando maior
eficiência nas concentrações de 30 e 50 mg/L H2O2. A eficiência de remoção após 30 minutos de irradiação
UV foi praticamente a mesma para essas concentrações de oxidante, de aproximadamente 97 %. Como
melhor resultado, podemos dizer que com 15 minutos de tratamento, com a dosagem de 30 mg/L H 2O2, uma
remoção de 97,7 % foi alcançada. Esse resultado mostra que concentrações maiores que esta já correspondem
a um consumo em excesso do oxidante. De acordo com Aleboyeh et al. (2003), a taxa de descoloração
aumenta com o aumento da dosagem inicial de H2O2 até um valor crítico, a qual é a ideal, e que a partir dessa
dosagem o oxidante passa a agir como supressor dos radicais hidroxilas inibindo o processo.

Em relação ao pH pode-se dizer que os resultados foram consistentes, pois se verificou uma diminuição do
pH durante o processo fotoquímico, indicando que houve uma evolução de espécies iônicas na solução. A
redução do pH é associada à produção de ânions de ácidos orgânicos e inorgânicos durante o processo
fotoquímico, como indicado em vários estudos na literatura (Neamtu et al., 2001; Shu e Shang, 2005). Foi
observado neste experimento que durante o processo oxidativo houve um aumento da temperatura nas

5
amostras, que pode ser explicado pela utilização da lâmpada de baixa pressão sem sistema de refrigeração no
reator (resultados não apresentados).

Medidas de turbidez também foram realizadas durante o processo oxidativo. Como destacam Tang e Chen
(2004), a elevada turbidez de um efluente é uma condição restritiva para os processos fotoquímicos, pois ela
reduz a capacidade de penetração da luz no efluente inibindo a produção de radicais •OH, prejudicando o
processo de descoloração. A Figura 4 mostra a redução da turbidez em função do tempo de irradiação UV e
da concentração de H2O2. Pelos resultados, a redução da turbidez foi pequena para todos os ensaios, mas
deve-se observar que a mesma já se encontrava com baixo valor, em torno de 0,18 a 0,30 NTU.

Figura 4. Remoção da turbidez em função da concentração de H2O2 e tempo de irradiação UV

A utilização de H2O2 acima de 30 mg·L-1 não propiciou aumento significativo na eficiência de remoção da
turbidez após 15 minutos de irradiação UV. Com essa concentração obteve-se remoção em torno de 33 %
após 15 minutos de tratamento. Essa remoção se torna significativa dependendo do uso que for dado para o
efluente tratado, podendo contribuir significativamente para o reuso da água na própria planta de tratamento
podendo, assim, chegar à descarga zero. Também podemos observar que após 15 minutos de tratamento
houve um aumento do valor de turbidez em todos os ensaios, que pode ter sido em função do aumento da
temperatura do efluente, prejudicando a eficiência de remoção.

Para avaliar a degradação da materia orgânica, análises de COD e proteínas foram realizadas antes e após o
processo oxidativo.

O COD é uma medida da quantidade de carbono orgânico que pode ser oxidado à CO 2 e a sua determinação
avalia a taxa de mineralização, que é um importante indicador da efetividade do processo. A Figura 5 mostra
os valores de COD e a eficiência de remoção com 60 minutos de tratamento nas diferentes concentrações de
peróxido de hidrogênio aplicadas.

Com 15 minutos de tratamento, uma remoção de 45 % pode ser observada com 30 e 50 mg/L H2O2, já com 60
minutos de tratamento utilizando-se 50 mg/L H2O2 obteve-se 65,7 % de remoção de COD.

Segundo Kurbus, et al. (2003), uma baixa redução de COD pode ser explicada pelo fato que durante a
descoloração, novas substâncias orgânicas podem ter sido formadas (não identificadas), as quais não são
coloridas, mas que necessitam de maior tempo para sua degradação. A concentração inicial de COD já estava
baixa, e o processo oxidativo diminuiu ainda mais este parâmetro mostrando a efetividade do processo.

6
Figura 5. Remoção do COD em função da concentração de H2O2 e tempo de irradiação UV

A Figura 6 mostra os resultados das análises de proteínas realizadas antes e após o processo oxidativo, onde
pode-se confirmar a efetividade do processo na remoção da materia orgânica. Com 30 minutos de tratamento
e utilizando-se 50 mg/L H2O2, obteve-se uma remoção de 81 % desse componente orgânico.

Figura 6. Remoção de proteína em função da concentração de H2O2 e tempo de irradiação UV

A descoloração pode ser explicada pela capacidade do processo fotoquímico em quebrar as duplas ligações
dos compostos orgânicos, fazendo com que as moléculas percam a habilidade de absorver luz na região do
Visível. Já a baixa remoção de matéria orgânica é devida à oxidação incompleta dos compostos orgânicos,
fazendo com que a mineralização total não aconteça. A mineralização completa acontece quando se obtém
alta eficiência de remoção da carga orgânica do efluente, através da transformação da carga inicial em
subprodutos inertes, geralmente menos tóxicos, ou mesmo à CO 2 e H2O (Almeida et al., 2004; Zanella et al.,
2010).

Conclusões

Com base nos experimentos, pode-se concluir que:


• Os POAs são uma boa alternativa de tratamento para efluentes com baixa concentração orgânica e com
poluentes não biodegradáveis.
• O melhor resultado obtido para a descoloração foi com 50 mg/L H2O2 e 30 minutos de exposição a
radiação UV, onde obteve-se 97,8% de remoção de cor remanescente;

7
• Para as mesmas condições, a remoção da turbidez remanescente foi de 55,5%, um bom resultado, já que a
turbidez do permeado era baixa;
• Para matéria orgânica remanescente o resultado também foi excelente, COD 54,4%, proteínas 81% e
polissacarídeos 53,3% de eficiência de remoção;
• O processo fotoquímico se mostra bastante eficiente como pós- tratamento de processo biológico, visto
que alguns parâmetros já foram degradados, com pequeno tempo de irradiação UV e pequenas doses de
oxidante.

Considerações: Os procedimentos estudados e apresentados neste trabalho foram experimentados em escala


piloto, sendo interessante a realização dos estudos em escala real (instalado em uma indústria); faz-se
necessário novos ensaios levando em consideração diferentes condições de qualidade e carregamento do
efluente do biorreator a membranas; para uso em grande escala, se faz necessário um estudo econômico,
levando em consideração operação e manutenção do reator, assim como a dosagem de H2O2 utilizada e
energia consumida, fatores importantes tanto na eficiência do processo como no custo final.

Agradecimentos. Laboratório Integrado de Meio Ambiente (LIMA) e Laboratório de Reuso de Águas


(LARA), do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, UFSC, pela disponibilização de infra-
estrutura para realização dos ensaios, e à Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES), pelo suporte financeiro.

Referências Bibliográficas

Aisse M.M., Bastos R.K.X., Santos M.L.F. (2006) Tratamento e utilização de esgotos sanitários. ABES, Recife, 403 pp.
Alatom I.A., Balcioglu I.A., Bahnemann D.W. (2002) Advanced oxidation of a reactive dyebath effluent: comparison of
O3, H2O2/UV-C and TiO2/UV-A processes. Water Research 36. 1143-1154
Aleboyeh A., Aleboyeh H., Moussa Y. (2003) “Critical” effect of hydrogen peroxide in photochemical oxidative
decolorization of dyes: Acid orange 8, Acid Blue 74 and Methyl Orange. Dyes and Pigments. 67-75.
Almeida E., Assalin M.R., Rosa M.A. (2004) Tratamento de efluentes industriais por processos oxidativos na presença de
ozonio. Quimica Nova V27. 818-824.
Araújo F.V.F., Yokoyama L., Teixeira L.A.C. (2006) Remoção da cor em soluções de corantes reativos por oxidação com
H2O2/UV. Química Nova 29. 11-14.
Belli T.J. (2011) Biorreator à membrana em batelada sequencial aplicado ao tratamento de esgoto visando a remoção de
nitrogênio total. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico,
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental, Florianópolis, 169 pp.
Jordão E.P., Pessoa C.A. (1995) Tratamento de esgotos domesticos, ABES, Rio de Janeiro, 683 pp.
Kurbus T., Le Marechal A.M., Voncina D.B. (2003) Comparison of H 2O2/UV, H2O2/O3 and H2O2/Fe2+ processes for the
decolourisation of vinylsulphone reactive dyes. Dyes and Pigments. 245-252.
Leme F.P. (1982) Engenharia do saneamento ambiental. Livros técnicos e científicos, Rio de Janeiro, 354 pp.
Mancuso P.C.S., Santos H. F. (2003) Reúso de agua, Manole, Barueri, 579 pp.
Neamtu M., Siminiceanu I., Yediler A., Kettrup A. (2001) Kinetics of decolorization and mineralization of reative azo
dyes in aqueous solution by the UV/H2O2 oxidation. Dyes and Pigments 53. 93-99.
Sadik W.A., Nashed A.W. (2008) UV-induced decolourization of acid alizarine violet N by homogeneous advanced
processes. Chemical Engineering Journal 137. 525-528.
Schneider R.P., Tsutiya M.T. (2001) Membranas filtrantes para tratamento de agua, esgoto e agua de reúso, ABES, Rio de
Janeiro, 234 pp.
Shu Y., Shang M.C. (2005) Decolorization and mineralization of a phthalocyanine dye C.I. Direct Blue 199 using
UV/H2O2 process. Journal of Hazard Materials B125. 96-101.
Souza R.C. (2013) Avaliação da remoção de amoxicilina e cefalexina da urina humana por oxidação avançada
(H2O2/UV) com vistas ao saneamento ecológico. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa
Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-graduação em Engenharia Ambiental, Florianópolis, 113 pp.
Tang C., Chen V. (2004) The photocatalytic degradation of reactive black 5 using TiO2/UV in an annular photoreactor.
Water Research 38. 2775-2778.
Tsutiya, M.T., Alem Sobrinho P. (2011) Coleta e transporte de esgoto sanitário, ABES, Rio de Janeiro, 547 pp.

8
Viana P.Z. (2004) Biorreator com membrana aplicado ao tratamento de esgotos domésticos: avaliação do desempenho de
módulos de membranas com circulação externa, Tese (Doutorado em Engenharia Civil) Universidade Federal
do Rio de janeiro, Rio de Janeiro, 175 pp.
Zanella G., Scharf M., Vieira G. A., Peralta-Zamora P. (2010) Tratamento de banhos de tingimento têxtil por processos
foto-Fenton e avaliação da potencialidade de reuso. Quimica Nova 33. 1039-1043.

9
TRATAMENTO DE EFLUENTE DE INDÚSTRIA DE EMBUTIDOS UTILIZANDO
PROCESSO OXIDATIVO AVANÇADO UV/H2O2

TREATMENT OF WASTEWATER INDUSTRY BUILT USING ADVANCED


PROCESS OXIDATIVE UV/H2O2

Maria Eliza Nagel-Hassemer 1*


Gustavo Coutinho Rosa 1
Maria Angeles Lobo-Recio1
Franciele dos Santos1

Abstract
The degradation of water bodies is a considerable environmental problem to contemporary human society.
Major contributors to this degradation are the cold storage industries, which generate effluents with high
organic content, high content of suspended solids, fats and nutrients, which in addition to increasing
turbidity, colour, and biochemical oxygen demand, also reduces dissolved oxygen, and can cause the
destruction of local flora and fauna. In this sense, the search for new technologies for the treatment of these
effluents is of utmost importance, such as Advanced Oxidation Processes (AOP), which is a strategic research
area regarding the treatment of high toxicity wastewater. The present work aims to treat the effluent from
cold storage industry utilising the UV/H2O2 oxidation process. The time of UV exposure was 60 minutes and
we tested four different concentrations of hydrogen peroxide (50, 150, 300 and 500 mg/L). Samples were
collected at predetermined times for analysis. The process resulted in complete colour removal, 85.90 %
removal efficiency for turbidity, 82.76 % for SST, and also a considerable reduction of the organic fraction,
proving to be a good alternative for the treatment of effluents from cold storage industry. Its utilisation in the
industry is justified by the potential application in integrated processes, to promote the biodegradability of
wastewaters or as final refining methods for the reuse of water.

KeyWords: advanced oxidative process, hydrogen peroxide, ultraviolet radiation, wastewater industry.

1
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental. Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC.
*Autor corresponsal: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental. Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC.
Campus Universitário, Trindade. CEP: 8804-970, Florianópolis, SC, Brasil. Fone: +554837217736. Email:
maria.eliza@ufsc.br.

1
Resumo
A degradação de corpos de agua é considerado um problema ambiental para a sociedade atual. Um dos
grandes responsáveis por tal degradação são os efluentes oriundos de indústrias frigoríficas, que geram
efluentes com elevada carga orgânica, alto índice de sólidos suspensos, graxas e nutrientes, os quais além de
elevar a turbidez, cor e demanda bioquímica de oxigênio, reduz o oxigênio dissolvido, podendo provocar a
destruição da fauna e flora local. Neste sentido, a busca por novas tecnologias de tratamento desses efluentes
é de extrema importância, como os Processos Oxidativos Avançados (POA), que representam uma área
estratégica no que diz respeito ao tratamento de águas residuais contaminadas de elevada toxicidade. O
presente trabalho tem como objetivo o tratamento de efluente de frigorífico pelo processo oxidativo UV/H 2O2.
O tempo de exposição à radiação UV foi de 60 minutos e foram testadas 4 diferentes concentrações de
peróxido de hidrogênio (50, 150, 300 e 500 mg/L). Amostras foram coletadas em tempos pré-determinados
para análise. O processo apresentou remoção total da cor, 85,90 % de eficiência de remoção para a turbidez,
82,76 % para os SST, além de considerável redução da fração orgânica, demonstrando ser uma boa alternativa
para o tratamento de efluentes da indústria frigorífica. A sua inserção na indústria se justifica pela potencial
aplicação em processos integrados, para promoção da biodegradabilidade dos efluentes ou como métodos de
refinação final com vista à reutilização da água.

Palavras chave: indústria frigorífica, peróxido de hidrogênio, processo oxidativo avançado, radiação ultra violeta.

Introducão

Atualmente a sociedade enfrenta inúmeros problemas ambientais, destacando-se a degradação dos corpos
hídricos. Um dos grandes responsáveis por tal degradação são os efluentes oriundos de indústrias frigoríficas,
muitos das quais geram efluentes com elevada carga orgânica, alto índice de sólidos suspensos, graxas e
nutrientes. O alto consumo e a elevada poluição acarretam em crescentes dificuldades para utilização de água
na indústria, sendo necessário, portanto, o tratamento desses efluentes.

Em função das deficiências apresentadas pelos sistemas convencionais de tratamento, usualmente


representados por processos biológicos e de coagulação química, novas alternativas de tratamento têm sido
regularmente propostas, como os Processos Oxidativos Avançados – POA. No presente estudo se utilizará o
processo oxidativo UV/H2O2, o qual utiliza a radiação ultravioleta para realizar a fotólise do peróxido de
hidrogênio. Segundo Souza (2011), em um primeiro momento o peróxido de hidrogênio sofre fissão
homolítica pela fotólise direta da irradiação UV, gerando o radical •OH que tem papel extremamente
importante na quebra de ligações químicas, eliminando inúmeros poluentes. A grande vantagem desses
processos reside no fato de serem um tipo de tratamento destrutivo, ou seja, o contaminante não é
simplesmente transferido de fase, mas sim, degradado através de uma série de reações químicas (Higarashi et
al., 2000).

Os POAs têm sido amplamente estudados, pois podem ser aplicados ao tratamento de esgoto para o reuso,
tratamento de efluentes farmacêuticos e industriais, produção de água ultrapura, remediação de água
subterrânea, degradação de explosivos tóxicos, laboratórios químicos, entre outros (Souza, 2013). Por meio
dos Processos de Oxidação Avançada, as possibilidades de aplicação dos processos químicos por oxidação
são ampliadas consideravelmente em relação aos procedimentos clássicos. Podem transformar muitas
substâncias persistentes e dificilmente elimináveis, como por exemplo, hidrocarboneto clorado, carvão ativo
pulverizado, policloreto de bifenila, defensivos agrícolas, adsorventes de organohalogenados, DQO refratária,
formadores de complexos, etc, em substâncias ecologicamente inofensivas, biologicamente degradáveis e
muitas vezes à total mineralização, ou seja, apresentando como produtos finais do tratamento o CO 2, H2O e
íons inorgânicos (Figawa, 1997; Higarashi et al., 2000). A sua inserção na indústria se justifica pela potencial
aplicação em processos integrados, para promoção da biodegradabilidade dos efluentes ou como métodos de
refinação final com vista à reutilização da água.

2
Para essa pesquisa, escolheu-se uma indústria frigorífica da região Oeste de Santa Catarina, valendo ressaltar
que a mesma realiza a fabricação de embutidos, não havendo o processo de abate no local. A região em
questão possui destaque em atividades agropecuárias, com relevância na criação de rebanhos bovinos e
suínos, apresentando elevado índice de indústrias frigoríficas. A degradação dos corpos hídricos na região é
grande, aproximadamente 90% dos rios possuem algum tipo de poluição, ocasionando maior dificuldade no
tratamento de água para abastecimento público. Atualmente as atividades industriais são responsáveis por
22% do consumo de água na região (Uniagua, 2010).

Objetivos

Este trabalho tem como objetivo geral avaliar o Processo Oxidativo Avançado UV/H2O2 no tratamento de
efluentes da indústria frigorífica.

Objetivos Específicos:
 Remoção da cor do efluente;
 Avaliar a evolução dos parâmetros: pH, temperatura e turbidez durante o processo oxidativo;
 Remoção da matéria orgânica pela análise de COD (carbono orgânico dissolvido);
 Determinar a melhor dosagem de H2O2 que proporcione a melhor eficiência do sistema;
 Determinar o tempo mínimo de exposição à radiação UV que torne o tratamento eficiente.

Metodologia

Os experimentos descritos neste trabalho foram realizados no Laboratório de Reuso de Águas (LaRA), do
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC. O
efluente utilizado no reator fotoquímico era proveniente de uma indústria frigorífica da região Oeste de SC, o
qual foi filtrado antes dos ensaios para retirada do material em suspensão e gordura.

Reator fotoquímico
Os ensaios de degradação fotoquímica foram realizados em reator UV de bancada (STERILIGHT modelo
SSM-24), com volume útil de 1,1 L. A lâmpada UV utilizada (vapor de mercúrio de baixa pressão, de 25 W
de potência) emitia radiação em 254 nm, e foi colocada dentro de um tubo de quartzo permitindo irradiação
de forma uniforme. O reator era de fluxo de pistão, de formato cilíndrico, em aço inox, onde no seu interior
ficava acoplado o tubo de quartzo com a lâmpada. O volume de amostra adicionada no reator para os ensaios
foi de 1,0 L e os ensaios foram realizados em duplicata. A Figura 1 mostra o reator de oxidação utilizado nos
experimentos.

3
Figura 1. Fotografia do reator UV utilizado nos experimentos

Os ensaios foram realizados em batelada, onde foram testadas diferentes concentrações de peróxido de
hidrogênio (50, 150, 300 e 500 mg·L-1), de forma a se obter uma concentração ideal de oxidante. O tempo de
irradiação UV nos ensaios foi de 60 minutos. Em tempos determinados de tratamento (0, 5, 10, 15, 30, 45 e
60 min), um volume de 30 mL de amostra era retirado do reator para determinação de pH, cor, turbidez,
temperatura, SST e COD.

O volume de peróxido de hidrogênio (1,11 kg·L -1, 34% em massa, extra puro) correspondente a concentração
desejada foi adicionado à amostra que em seguida era colocada no reator. Segundo Malik e Sanyal (2004), é
importante encontrar a quantidade necessária de oxidante pela evidência do efeito inibidor que o excesso de
peróxido de hidrogênio poderá causar no processo, fazendo com que a eficiência de degradação diminua.

Resultados

As principais características do efluente utilizado nos estudos são indicadas na Tabela 1. O efluente foi
submetido ao processo UV/H2O2 nas diferentes concentrações de oxidante testadas e a Figura 2 mostra o
resultado da remoção da cor. Estudos realizados por Alaton et al. (2002); Araújo et al. (2006); Sadik e Nashed
(2008), comprovam que somente a irradiação UV não promove diminuição significativa dos parâmetros
analisados.

Tabela 1. Características do efluente utilizado nos ensaios fotoquímicos


Parâmetros Valor Unidade
SST 29,00 mg/L
Cor 69,00 PtCo
Turbidez 13,20 NTU
COD 22,10 mg/L
pH 6,95 -

4
Figura 2. Remoção da cor em função da concentração de H2O2 e tempo de irradiação UV

Como esperado, o processo oxidativo degradou a cor do efluente, apresentando maior eficiência na
concentração de 500 mg/L H2O2. A eficiência de remoção após 60 minutos de irradiação UV foi de 57,97 %.
Pelos resultados, quanto maior a concentração de oxidante maior foi a eficiência de remoção da cor, podendo
essa eficiência aumentar com maiores concentrações de oxidante, caso já não estiver em excesso.

Em relação ao pH pode-se dizer que os resultados foram consistentes, pois se verificou uma diminuição do
pH durante o processo fotoquímico, indicando que houve uma evolução de espécies iônicas na solução. A
redução do pH é associada à produção de ânions de ácidos orgânicos e inorgânicos durante o processo
fotoquímico, como indicado em vários estudos na literatura (Neamtu et al., 2001; Shu e Shang, 2005).
Também foi observado durante os experimentos que houve um aumento da temperatura no efluente, em
função da utilização da lâmpada de baixa pressão sem sistema de refrigeração (resultados não apresentados).

Análises de turbidez foram realizadas durante o processo oxidativo. De acordo com Tang e Chen (2004), a
elevada turbidez de um efluente é uma condição restritiva para os processos fotoquímicos, pois ela reduz a
capacidade de penetração da luz no efluente inibindo a produção de radicais •OH, que é prejudicial para o
processo. A Figura 3 mostra a redução da turbidez em função do tempo de irradiação UV e da concentração
de H2O2.

Com 60 minutos de tratamento e utilizando-se 500 mg/L H2O2, uma remoção de 58,48 % foi obtida. Pelos
resultados, a redução da turbidez foi pequena para todas as concentrações de oxidante testadas, mas deve-se
observar que a turbidez inicial já se encontrava com baixo valor, em torno de 13 NTU. Essa remoção se torna
significativa dependendo do uso que for dado para o efluente tratado, podendo contribuir significativamente
para o reuso da água na própria planta de tratamento podendo, assim, chegar à descarga zero.

5
Figura 3. Remoção da turbidez em função da concentração de H 2O2 e tempo de irradiação UV

Para avaliar a efetividade do processo UV/H2O2 na remoção da matéria orgânica do efluente, análise de COD
foi realizada antes e após o processo oxidativo. O COD é uma medida da quantidade de carbono orgânico que
pode ser oxidado à CO2 e a sua determinação avalia a taxa de mineralização, que é um importante indicador
da efetividade do processo. A Figura 4 mostra os valores de COD e a eficiência de remoção com 60 minutos
de tratamento nas diferentes concentrações de peróxido de hidrogênio aplicadas.

Figura 4. Remoção de COD em função da concentração de H2O2 e tempo de irradiação UV

Pode ser observado que com 30 minutos de tratamento, uma remoção de 49,41% foi alcançada utilizando-se
500 mg/L H2O2 e que após esse tempo não houve melhora significativa da eficiência de remoção. Com 60
minutos de tratamento, com 300 e 500 mg/L de H 2O2, uma remoção de aproximadamente 50 % foi obtida
para ambos os ensaios.

De acordo com Kurbus, et al. (2003), a baixa redução de COD pode ser explicada pelo fato que durante a
descoloração, novas substâncias orgânicas podem ter sido formadas (não identificadas), as quais não são
coloridas, mas que necessitam de maior tempo de oxidação para sua degradação.

Estudos na literatura reportam que a baixa remoção de matéria orgânica no processo é devida à oxidação
incompleta dos compostos orgânicos, fazendo com que a mineralização total não aconteça. A mineralização
6
completa acontece quando se obtém alta eficiência de remoção da carga orgânica do efluente, através da
transformação da carga inicial em subprodutos inertes, geralmente menos tóxicos, ou mesmo à CO 2 e H2O
(Almeida et al., 2004; Zanella et al., 2010).

Análises de Sólidos Suspensos Totais foram realizadas nas amostras após o processo fotoquímico. A Figura 5
apresenta os valores dos SST após uma hora de oxidação fotoquímica, em função da concentração de
peróxido de hidrogênio.

Figura 5: Redução dos SST após uma hora de irradiação UV, em função da concentração de H 2O2
O melhor resultado de remoção dos SST após uma hora de irradiação UV foi obtido nos ensaios em que se
utilizou 500 mgH2O2/L com uma remoção de 82,76 %, indicando a efetividade do processo oxidativo na
remoção da turbidez.

Pelos resultados apresentados pode ser observado que a eficiência de remoção dos parâmetros analisados
poderia ser melhor caso o tempo de irradiação fosse maior ou a dosagem de oxidante também fosse maior.
Em função disso novos ensaios foram realizados com as concentrações de 150 e 300 mg/L H 2O2 com um
tempo de irradiação de 90 minutos. O resultado dos ensaios em relação a cor e turbidez pode ser visualizado
na Figura 6.

Figura 6. Redução da cor e da turbidez após 90 minutos de irradiação UV, em função da concentração de
H 2O 2
7
Após 90 minutos de tratamento o processo apresentou grande eficiência de remoção de cor, comprovando o
fato de a eficiência estar intimamente ligada ao tempo de radiação UV. Ressalta-se que a filtração inicial do
efluente foi fator determinante para uma maior eficiência do processo, visto que neste ensaio de turbidez o
efluente foi filtrado com filtro de menor porosidade, diminuindo a turbidez inicial. A dosagem de 300 mg/L
H2O2 apresentou remoção total de cor enquanto que para a turbidez uma eficiência de remoção de 85,90 % foi
alcançada com 90 minutos de tratamento. Outro fator importante observado foi que após 90 minutos de
processo oxidativo, não foi encontrado residual de H2O2, ou seja, ele foi totalmente consumido durante o
processo.

Pelos resultados deste trabalho, pode-se dizer que a dosagem de oxidante que apresentou a melhor eficiência
de remoção dos parâmetros analisados foi 300 mg/L H2O2 com um tempo de irradiação UV de 90 minutos.
Nesse tempo não foi analisada a remoção de COD, mas pelos resultados obtidos com 60 minutos de
tratamento pode-se observar que a eficiência de remoção aumentará com o aumento do tempo de exposição a
radiação UV.

Conclusões

As seguintes conclusões foram obtidas no presente estudo:


 A dosagem de H2O2 influencia o processo de oxidação, obtendo-se melhores eficiências de remoção
em uma concentração ótima de oxidante.
 A descoloração requer menor tempo de irradiação UV em relação à redução da matéria orgânica.
 Um período de 60 minutos apresentou remoção parcial de cor e turbidez, já com 90 minutos o
processo apresentou melhores eficiências: 85,90% para turbidez e remoção total de cor com 300
mgH2O2/L.
 O Processo Oxidativo Avançado apresentou boa eficiência na remoção de sólidos suspensos totais,
chegando a 82,76% com 500 mg/L e 60 minutos de exposição à radiação ultravioleta.
 O processo UV/H2O2 mostrou-se uma técnica promissora no tratamento de efluente industrial.

Agradecimentos. Laboratório Integrado de Meio Ambiente (LIMA) e Laboratório de Reuso de Águas


(LARA), do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, UFSC, pela disponibilização de infra-
estrutura para realização dos ensaios, e à Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES), pelo suporte financeiro.

Referências Bibliográficas

Almeida E., Assalin M.R. and Rosa M.A. (2004) Tratamento de Efluentes Industriais por Processos Oxidativos na
Presença de Ozônio, Quim. Nova 27 (5), 818-824.
FIGAWA – Associação Federal das Empresas do Setor de Gás e Água da Alemanha. Grupo de Trabalho Oxidação por
Via Úmida. Comunicado Técnico Nº19 (1997).
Higarashi, M.M., Moreira, J. C., Oliveira, A. S.and Ferreira, L. F. V. (2000) A Utilização de Processos Oxidativos
Avançados na Descontaminação do Meio Ambiente. Química - Boletim SPQ. Lisboa. 79, 16-20.
Kurbus, T., Le Marechal, A. M. and Voncina, D. B. (2003) Comparison of H2O2/UV, H2O2/O3 and H2O2/Fe2+ processes
for the decolourisation of vinylsulphone reactive dyes. Dyes and Pigments, 58, 245-252.
MALIK, P. K.and SANYAL, S. K. (2004) Kinetics of decolourisation of azo dyes in wastewater by UV/H2O2 process.
Separation and Purification Technology, 36,167-175.
Neamtu M., Siminiceanu I., Yediler A. and Kettrup A. (2001) Kinetics of decolorization and mineralization of reative azo
dyes in aqueous solution by the UV/H2O2 oxidation, Dyes Pigm. 53, 93-99.

8
Souza, B.S. (2011) Avaliação do processo H2O2/UV como pós-tratamento e remoção da atrazina de um efluente
secundário de ETE para fins de reuso. Rio de Janeiro, RJ, Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio de
Janeiro, COPPE. Programa de Pós-Graduação em Química.
Souza, R.C. (2013) Avaliação da remoção de amoxicilina e cefalexina da urina humana por oxidação avançada
(H2O2/UV) com vistas ao saneamento ecológico. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa
Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-graduação em Engenharia Ambiental.
Tang, C.and Chen, V. (2004) The photocatalytic degradation of reactive black 5 using TiO2/UV in an annular
photoreactor. Water Research, 38, 27.
Sadik W.A. and Nashed A.W. (2008) UV-induced decolourization of acid alizarine violet N by homogeneous advanced
processes, Chem. Eng. J. 137, 525-528.
Shu Y. and Shang M.C. (2005) Decolorization and mineralization of a phthalocyanine dye C.I. Direct Blue 199 using
UV/H2O2 process, J. Hazard. Mat. B125, 96-101.
Uniagua.org.br (2010). Site visitado em 25/05/2014.
Zanella G., Scharf M., Vieira G. A.and Peralta-Zamora P. (2010) Tratamento de banhos de tingimento têxtil por processos
foto-Fenton e avaliação da potencialidade de reuso, Quim. Nova, 33, 5, 1039-1043.

9
EFECTO DE LA TEMPERATURA, pH Y SALINIDAD EN EL CRECIMIENTO DE
BACTERIAS NITRIFICANTES Y DESNITRIFICANTES

EFFECT OF TEMPERATURE, pH AND SALINITY ON THE GROWTH OF


NITRIFYING AND DENITRIFYING BACTERIA

Nancy Angulo1*
Ismenia Araujo1
Carmen Cárdenas1
Gustavo Morillo1
Penelope Melo1
Alida Beltrán1
Altamira Díaz2

Abstract
The objective of this research is to study the effect of variation of temperature, pH and salinity, on the growth
of nitrifying and denitrifying bacteria, isolated from sludge from treatment plants the poultry and dairy
industries, in order to determine the optimal conditions for the growth of these bacteria. A trial vials each
containing isolated bacterial group (nitrifying and denitrifying) and specific medium for growth (ammonium,
nitrite and nitrate medium) in duplicate were performed. Temperatures of 15, 25, 35 and 45°C were used; pH
of 5, 7, 9 and 11; and salinity 1000, 3000, 6000 and 9000mg/L, were incubated and maintained under stirring
for 10d. Every 48h inoculum was taken to determine the population density by spectrophotometry. Bacteria
isolated from poultry sludge were more sensitive to temperature changes than those from the dairy sludge;
both were inhibited at pH 5, while only the ammonium oxidizing bacteria isolated from poultry sludge were
inhibited by salt concentrations. The biggest growth showed bacteria from dairy sludge, which reached 1DO
in population density, while the population density of the bacteria isolated from poultry slurry was between
0.4 and 0.8 OD. Temperature, pH and salinity variation determining growth of isolates bacterial groups of
biological sludge. At temperatures between 25 and 35ºC; pH between 7 and 11; and salinity from 1000 to
3000mg/L, the highest growth of nitrifying and denitrifying bacterial groups was achieved.

Keywords: nitrifying and denitrifying bacteria, industrial biological sludge, temperature, pH, salinity.

1
Centro de Investigación del Agua, Facultad de Ingeniería, Universidad del Zulia.
2
Departamento de Ingeniería Sanitaria y Ambiental, Facultad de Ingeniería, Universidad del Zulia.
* Centro de Investigación del Agua, Facultad de Ingeniería, Universidad del Zulia. Av. Ziruma, Núcleo Agropecuario,
Lagunas de Oxidación, Maracaibo, Edo. Zulia, Venezuela. Código Postal 4005. E-mail: nancyangulo71@gmail.com

1
Resumen
El objetivo de esta investigación es estudiar el efecto de la variación de la temperatura, pH y salinidad, sobre
el crecimiento de las bacterias nitrificantes y desnitrificantes, aisladas de lodos procedentes de plantas de
tratamiento de las industrias avícola y láctea, con la finalidad de determinar las condiciones óptimas para el
crecimiento de estas bacterias. Se realizó un ensayo con fiolas conteniendo cada grupo bacteriano aislado
(nitrificantes y desnitrificantes) y el medio específico para su crecimiento (medio amonio, nitrito y nitrato),
por duplicado. Se utilizaron temperaturas de 15, 25, 35 y 45°C; pH de 5, 7, 9 y 11; y salinidad de 1000, 3000,
6000 y 9000mg/L, se incubaron y se mantuvieron con agitación durante 10d. Cada 48h se tomó un inóculo
para determinar la densidad poblacional mediante espectrofotometría. Las bacterias aisladas del lodo avícola
resultaron ser más sensibles a los cambios de temperatura que las provenientes del lodo lácteo; ambas se
vieron inhibidas a pH 5, mientras que sólo las bacterias amonio oxidantes aisladas del lodo avícola se vieron
inhibidas por las concentraciones salinas. El mayor crecimiento lo mostraron las bacterias procedentes del
lodo lácteo, las cuales alcanzaron 1DO en su densidad poblacional, mientras que la densidad poblacional de
las bacterias aisladas del lodo avícola estuvo comprendida entre 0.4 y 0.8DO. Las variaciones en la
temperatura, pH y salinidad, determinan el crecimiento de los grupos bacterianos aislados de lodos biológicos.
A temperaturas entre 25 y 35ºC; pH entre 7 y 11; y salinidad de 1000 a 3000 mg/L, se consiguió el mayor
crecimiento de los grupos bacterianos nitrificantes y desnitrificantes.

Palabras clave: Bacterias nitrificantes y desnitrificantes, lodos biológicos industriales, temperatura, pH, salinidad.

Introducción

En Venezuela en el Estado Zulia, dentro del sector agroalimentario, las industrias avícolas y lácteas son de
gran importancia, debido a la alta producción de pollos, leche y sus derivados; estas industrias generan una
gran cantidad de efluentes que provienen de los procesos de producción y de las aguas de lavado de equipos
de procesamientos, tanques de almacenamiento y de transporte; los mismos, son vertidos sin ningún tipo de
tratamiento a cuerpos de aguas naturales o al alcantarillado público, promoviendo y agudizando el fenómeno
de eutrofización debido a los altos contenidos de nitrógeno, materia orgánica, fósforo, entre otros, que este
tipo de efluentes contienen (Cabezas et al., 2009; Aldana et al., 2006; Cartas et al., 2004).

Es frecuente que en el tratamiento de las aguas residuales no se contemplen los aspectos básicos de la
fisiología de los microorganismos que intervienen en el proceso, existiendo pocos estudios en los aspectos
fisiológicos de las bacterias nitrificantes y desnitrificantes, provocando un mal funcionamiento en el proceso,
traduciéndose en tecnologías no sustentables. Las bacterias nitrificantes y desnitrificantes, encargadas de
producir las transformaciones del nitrógeno, mediante los procesos de nitrificación y desnitrificación, para su
eliminación de los efluentes, son organismos sensibles a gran cantidad de sustancias inhibidoras, tanto
orgánicas como inorgánicas, además de factores como temperaturas, pH, concentraciones de oxígeno disuelto
y de sustratos, pueden impedir su crecimiento y actividad (Ferrara y Rodríguez, 2009).

La presente investigación pretende estudiar el efecto de la variación de la temperatura, pH y salinidad, sobre


los grupos bacterianos nitrificantes y desnitrificantes provenientes de lodos procedentes de plantas de
tratamiento de las industrias avícola y láctea, ya que estos parámetros presentaron variación con respecto a
los efluentes estudiados.

Metodología

Se realizó un ensayo con diferentes concentraciones de los parámetros ambientales temperatura, pH y


salinidad, parámetros variantes dependiendo del tipo de efluente industrial. Se trabajó con una batería de
fiolas con 15mL de cada grupo bacteriano aislado (nitrificantes y desnitrificantes) y 135mL del medio
específico para el crecimiento de cada grupo (medio amonio, medio nitrito, medio nitrato), para tener un
volumen total de 150mL en cada fiola. Se incubaron dos fiolas de cada grupo bacteriano a 15, 25, 35 y 45° C
y se mantuvieron con agitación a 120rpm, en un incubador rotatorio durante 10d. Cada 48h se tomó un
2
inóculo de 5mL para determinar la densidad poblacional mediante espectrofotometría, midiendo la densidad
óptica a una longitud de onda de 550nm en un Spectronic (marca Hach). Las fiolas con el medio nitrato para
el crecimiento de las bacterias desnitrificantes se incubaron en jarras Gaspack con Anaerocult A, especiales
para consumir el oxígeno presente en la cámara y mantener las cepas en condiciones anaerobias, para que
pueda darse la desnitrificación. Esta metodología se repitió utilizando distintas concentraciones de pH, de
salinidad y de cromo, para observar su influencia sobre el crecimiento bacteriano.

En el caso del pH, se utilizaron 4, 7, 10 y 12 unidades de pH, los cuales se consiguieron mediante la
disolución de diversos compuestos químicos utilizados como buffer para mantener el pH propuesto en el
medio (APHA-AWWA-WEF, 2005). El pH 4 se consiguió al agregar 1.518g de KHC8H4O2 en 150mL de
solución; para el pH 7, se utilizó la combinación de dos compuestos: 0.508g de KH2PO4 y 0.530g de
Na2HPO4 en 150mL de solución. Para el pH 10, se mezcló 0.314g de NaHCO3 y 0.396g de NaCO3 en 150mL
de solución y para conseguir el pH 12 se agregó 0.24g de Ca(OH)2 en 150mL de solución. Con respecto a la
salinidad, se utilizaron concentraciones de NaCl, de 1000, 3000, 6000 y 9000mg/L; se pesaron 0.248; 0.743;
1.486 y 2.229g de NaCl, respectivamente, para 150mL de solución.

Resultados

Efecto de la variación de la temperatura sobre el crecimiento de las bacterias


En la Figura 1, se observa que las bacterias amonio oxidantes (BAO) aisladas del lodo biológico avícola
aumentaron su crecimiento a las temperaturas de 25 y 35°C. No se aprecia un período de latencia del cultivo,
sino que comienzan su crecimiento exponencial, el cual termina a las 96h, luego se observa la estabilización
del cultivo hasta la culminación del ensayo a las 240h. El crecimiento de las BAO del lodo lácteo resultó
similar pero con las temperaturas de 15 y 25ºC, mientras que a los 35ºC el crecimiento exponencial inició a
las 48h.

Figura 1. Efecto de la temperatura sobre el crecimiento de las bacterias amonio oxidantes. A: Lodo Avícola.
B: Lodo Lácteo

En la Figura 2, puede apreciarse que las bacterias nitrito oxidantes (BNO) aisladas de los lodos biológicos
aumentaron su crecimiento con las temperaturas empleadas. No se aprecia un período de latencia del cultivo,
el crecimiento exponencial terminó a las 48h para las BNO (lodo avícola) y a las 96h para las BNO (lodo
lácteo), luego se observa la estabilización del cultivo hasta la culminación del ensayo a las 240h.

En la Figura 3, puede apreciarse que las bacterias desnitrificantes (BDN) aumentaron su crecimiento con
todas las temperaturas evaluadas, el cultivo del reactor avícola mostró preferencia por las temperaturas de 25
y 35°C. Comienzan su crecimiento exponencial luego de ser inoculadas, el cual termina a las 96h, luego se
observa la estabilización del cultivo hasta la culminación del ensayo a las 240h.
3
Figura 2. Efecto de la temperatura sobre el crecimiento de las bacterias nitrito oxidantes. A: Lodo Avícola.
B: Lodo Lácteo

Figura 3. Efecto de la temperatura sobre el crecimiento de las bacterias desnitrificantes. A: Lodo Avícola. B:
Lodo Lácteo

Las bacterias aisladas del lodo avícola resultaron ser más sensibles a los cambios de temperatura que las
provenientes del lodo lácteo, las cuales alcanzaron un crecimiento hasta 1 densidad óptica (DO), mientras que
las avícolas el mayor crecimiento estuvo comprendido entre 0.5 y 0.8 DO.

Efecto de la variación del pH sobre el crecimiento de las bacterias


En la Figura 4, puede observarse que las BAO ven favorecido su crecimiento con los pH de 7, 9 y 11, y su
crecimiento se ve inhibido pH 5, el cultivo del reactor avícola fue capaz de crecer a 5 unidades de pH a partir
de las 96 h de transcurrido el ensayo.

En la Figura 5, se observa que las BNO ven favorecido su crecimiento con los pH de 7, 9 y 11, y su
crecimiento se vió inhibido a pH 5. En las primeras 48h se aprecia la etapa de crecimiento exponencial, y
luego se observa la estabilización del cultivo hasta la culminación del ensayo a las 240h. El cultivo avícola
presentó dos etapas de crecimiento exponencial la primera inicia al inocular el cultivo hasta las 48h y las
segunda comienza a partir de las 96 hasta las 192h, para luego comenzar el decaimiento del cultivo.

4
Figura 4. Efecto del pH sobre el crecimiento de las bacterias amonio oxidantes. A: Lodo Avícola. B: Lodo
Lácteo.

Figura 5. Efecto del pH sobre el crecimiento de las bacterias nitrito oxidantes. A: Lodo Avícola. B: Lodo
Lácteo.

En la Figura 6, se observa el comportamiento de las BDN se ve favorecido su crecimiento con los pH de 7, 9


y 11, y es inhibido a pH 5. En las primeras 48 horas crecen exponencialmente, y luego se observa la
estabilización del cultivo hasta la culminación del ensayo a las 240h. Las bacterias aisladas de los lodos
avícola y lácteo se vieron inhibidas a pH 5. El mayor crecimiento lo mostraron las bacterias procedentes del
lodo lácteo, las cuales alcanzaron 1DO en su crecimiento, mientras que las aisladas del lodo avícola
estuvieron comprendidas entre 0.5 y 0.7DO.

5
Figura 6. Efecto del pH sobre el crecimiento de las bacterias desnitrificantes. A: Lodo Avícola. B: Lodo
Lácteo.

Efecto de la variación de la salinidad sobre el crecimiento de las bacterias


En la Figura 7, puede apreciarse que las BAO (lodo lácteo), ven favorecido su crecimiento con las salinidades
establecidas, principalmente a concentraciones menos salinas. Hasta las primeras 96h se aprecia la etapa de
crecimiento exponencial, y luego se observa la estabilización del cultivo. Mientras que en el cultivo aislado
del reactor avícola se inhibió su crecimiento con dichas salinidades, solo con una salinidad (NaCl) de 1000
mg/L logró mantener el cultivo.

Figura 7. Efecto de la salinidad sobre el crecimiento de las bacterias amonio oxidantes. A: Lodo Avícola. B:
Lodo Lácteo.

En la Figura 8, puede apreciarse que las BNO, ven favorecido su crecimiento con las salinidades establecidas,
principalmente a concentraciones menos salinas. En las primeras 48h se observa una etapa de latencia, luego
se aprecia la etapa de crecimiento exponencial hasta las 96 h, donde comienza la estabilización del cultivo. En
la Figura 9, puede apreciarse que las BDN aisladas de los reactores, ven favorecido su crecimiento con las
salinidades establecidas. Solo las BAO aisladas del lodo avícola se vieron inhibidas por las concentraciones
salinas. El mayor crecimiento lo mostraron las bacterias procedentes del lodo lácteo, las cuales alcanzaron
1DO en su crecimiento, mientras que las aisladas del lodo avícola estuvieron comprendidas entre 0.4 y
0.8DO.

6
Figura 8. Efecto de la salinidad sobre el crecimiento de las bacterias nitrito oxidantes. A: Lodo Avícola. B:
Lodo Lácteo.

Figura 9. Efecto de la salinidad sobre el crecimiento de las bacterias desnitrificantes. A: Lodo Avícola. B:
Lodo Lácteo.

Conclusión

Los factores abióticos como la temperatura, pH y salinidad, determinan el crecimiento de los grupos
bacterianos aislados de lodos biológicos procedentes del tratamiento de efluentes industriales. A temperaturas
entre 25 y 35ºC; pH entre 7 y 11; y salinidad de 1000 a 3000 mg/L, es donde se consigue el mayor
crecimiento de los grupos bacterianos nitrificantes y desnitrificantes asociados a la transformación del
nitrógeno.

Referencias Bibliográficas

Aldana, G.; Troncone, F.; Ochoa, E.; Márquez, R.; Narváez, E.; Rivas, Z. (2006). Posible explicación al fenómeno de
crecimiento masivo de Lemna obscura (Lemnaceae) en el Lago de Maracaibo (Estado Zulia, Venezuela).
Ciencia. (número especial 2): 7-21.
APHA, AWWA, WEF. (2005). Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. American Public
Health Association. 21th Ed. Washington DC, USA.
Cabezas A., Draper P. y Etchebehere C., (2009). Fluctuation of microbial activities after influent load variations in a full-
scale SBR: recovery of the biomass after starvation. Apple Microbiol Biotechnol. 84,1191–1202.
Carta, F., Pereda J., Álvarez. P. y Romero. F. (2004). Aerobic purification of dairy wastewater in continuous regime Part
I: Analysis of the biodegradation process in two reactor configurations. Biochemical Engineering Journal. 21,
183–191.

7
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DAS CISTERNAS A PARTIR DAS
ORIGENS DE ABASTECIMENTO

WATER QUALITY ASSESSMENT OF TANKS FROM SOURCES OF SUPPLY

Elisabete Batista Barreto Neta1


Lidiane Mendes Kruschewsky Lordelo2
José Airon Santana Fonseca Hora³
Alessandra Cristina da Silva Valentim4
Ana Maria Nascimento Silva5
Patrícia Campos Borja6

Abstract
Program 1 Million Cisterns (P1MC) the Federal Government has aimed to ensure water
quantity and quality for the communities of the Brazilian semiarid region. Tanks deployed
in order to capture and reserve rainwater has the capacity to hold 16 liters of water. But
the amount of water abstracted is often not sufficient to meet the needs of the family
throughout the year. Thus to ensure water for communities in times that rain is not enough,
we use the water truck as a mechanism for supplying the tanks, or through the supply
network. This study aims to analyze the water tanks in a city of Bahia semiarid, seeking to
distinguish the two forms of supply held by the city in relation to water quality in tanks that
are distributed to communities. From the results it was observed that most of the physico-
chemical parameters meets quality standards, but bacteriological analyzes indicate the
presence of fecal and total in most samples analyzed coliforms, being in compliance with
the legislation. Through this work it was possible to identify the importance of clean water,
and ensure family guidance regarding the handling and treatment of the same, to improve
the water quality and health of the population.

Key words: Technology, Analysis of water, Coliforms.

1
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Federal do Brasil.
2
Instituição de trabalho do autor ¹
3
Instituição de trabalho do autor¹
4
Instituição de trabalho do autor¹
5
Universidade Federal da Bahia
6
Universidade Federal da Bahia
*
* Elisabete Batista Barreto Neta.
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Federal do Brasil. Rua C, casa 129, Inocoop, Cruz das almas, Bahia, Brasil.
Cep: 44380-000. Brasil. Email: elisabb2014@hotmail.com (+55) 75 – 9228-7570

1
Resumo
O Programa 1 Milhão de Cisternas (P1MC) do Governo Federal, tem objetivo de garantir água em quantidade
e qualidade para as comunidades do semiárido brasileiro. As cisternas implantadas com finalidade de captar e
reservar a água da chuva possui capacidade de armazenar 16 mil litros de água. Porém a quantidade de água
captada quase sempre não é suficiente para suprir as necessidades da família durante todo o ano. Dessa forma
para garantir água para as comunidades em épocas que a chuva não é suficiente, utiliza-se o carro pipa como
mecanismo de abastecimento das cisternas, ou através de rede de abastecimento. O presente trabalho visa
analisar a água das cisternas de um município do semiárido baiano, buscando distinguir as duas formas de
abastecimento realizado pela prefeitura, em relação à qualidade da água que é distribuída nas cisternas para as
comunidades. A partir dos resultados observou-se que a maioria dos parâmetros físico-químicos atende aos
padrões de qualidade, porém as análises bacteriológicas indicam presença de coliformes fecais e totais na
maioria das amostras analisadas, estando em desacordo com a legislação. Através desse trabalho foi possível
identificar a importância da água tratada, além de garantir a orientação das famílias em relação ao manejo e
tratamento da mesma, visando melhorias na qualidade da água e na saúde da população.

Palavras chaves: Tecnologia, Análise da água, Coliformes.

Introdução

O Programa 1 Milhão de Cisternas do Governo Federal (P1MC) foi criado como proposta de solucionar os
problemas de falta de água nas regiões semiáridas do Brasil. O objetivo é beneficiar cerca de 5 milhões de
pessoas com acesso a água potável para usos mais nobres, como beber e cozinhar, através da construção das
cisternas de placas. O programa é destinado às famílias que residem permanentemente na área rural e não
possuem acesso ao sistema público de abastecimento de água. A cisterna de placas é um tipo de reservatório
de água cilíndrico, coberto e semi-enterrados, que permite a captação e armazenamento de águas das chuvas a
partir de seu escoamento nos telhados das casas, por meio da utilização de calhas. O reservatório, fechado,
ajuda a proteger a água da evaporação e das contaminações causadas por animais e dejetos trazidos pelas
enxurradas.

Segundo Belmiro (2012), a água tem um papel fundamental no modo de vida da produção camponesa,
funcionando como elemento gerador de sobrevivência, com possibilidade de produção e de qualidade de vida
da família. O fenômeno da seca é uma realidade para as famílias camponesas do semiárido nordestino e
conviver com esta questão se apresenta como um desafio diário.

Segundo Malagodietal (2010), a proposta de construir 1 milhão de cisternas vincula-se diretamente às ações
de mobilização social e de capacitação das famílias, para o que se compreende como um novo paradigma de
convivência com o semi-árido. A proposta surge para dissociar a relação conflituosa entre sociedade e
natureza, desenvolvendo uma nova sinergia focada na relação sustentável entre o sertanejo e o seu ambiente.

As cisternas implantadas com finalidade de captar e reservar a água da chuva possui capacidade de armazenar
16 mil litros de água. Porém a quantidade de água captada quase sempre não é suficiente para suprir as
necessidades da família durante todo o ano. Dessa forma para garantir água para as comunidades em épocas
que a chuva não é suficiente, utiliza-se o carro pipa como mecanismo de abastecimento das cisternas, ou
através de rede de abastecimento. A canalização por rede capta água de uma fonte (rio/poço) até as cisternas.
A distribuição da água para as populações rurais é realizada pelo Exército Brasileiro ou pela prefeitura
Municipal.
A qualidade da água de cisterna pode ser afetada por diversos fatores. Quando a água é oriunda das chuvas, a
qualidade pode ser influenciada pela poluição do ar em regiões industriais, e pelo sistema de captação
(telhados, calhas e superfícies de escoamentos), que permitem a entrada de contaminantes, como poeira,
sujeira, fezes de animais e folhas de árvores podem, além de contaminar a água com microrganismos nocivos
à saúde, causar sabores e odores desagradáveis à água (Amorim & Pinto, 2003).

2
A qualidade da água, (em particular a qualidade microbiológica da água), tem uma grande influência sobre a
saúde. Se não for adequada, pode ocasionar surtos de doenças e causar sérias epidemias. Os riscos à saúde,
associados à água, podem resultar da poluição de água causada por elementos microbiológicos ou químicos
(Luna, 2011).

O presente trabalho visa analisar a água das cisternas do município de Macururé, buscando distinguir o
abastecimento realizado pela prefeitura, através de rede de abastecimento e carro pipa, a fim de avaliar a
qualidade da água que é distribuída nas cisternas para as comunidades.

Metodologia
A metodologia utilizada para o levantamento dos dados foi á aplicação de questionários no município de
Macururé, localizado do semiárido baiano e a análise da água dos respectivos domicílios. Os dados foram
obtidos de Dezembro de 2013 á Março de 2014, e fazem parte dos resultados do Projeto de pesquisa ―Limites
e possibilidades para o direito à água no Semiárido Baiano – Avaliação do Programa 1 Milhão de Cisternas‖,
realizado na UFRB - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, com apoio da CNPQ.

A pesquisa realizada no município considerou os seguintes critérios: situação de escassez hídrica


(precipitação media anual menor que 600 mm) e população do município (menor que 20.000 habitantes). Na
Tabela 1 está listada a quantidade de amostra, ou seja, o número de questionários aplicados na comunidade e
respectivamente às análises de água dos domicílios.

Tabela 1- Município selecionado para o trabalho de campo.


Município Quantidade de cisternas População total Precipitação média anual
executadas (Censo 2010 – IBGE) (mm/ano) Amostra

Macururé 161 8.073 491,9 36


Fonte: Autoria Própria.

A quantidade de cisternas executadas, na Tabela 1, abastece parte da população, que reside em comunidades
rurais do município. Foram aplicados questionários em 36 domicílios que possuíam cisternas construídas pelo
programa P1MC. Das respectivas moradias foram coletadas 72 amostras de água, sendo 36 amostras da água
da cisterna e 36 amostras da água de beber.

Os questionários foram aplicados por técnicos selecionados na cidade de Macururé que receberam
treinamento antes do início das atividades. Para este estudo foi utilizado Kits da Alfakit para analisar a
qualidade da agua. Esse método possui maior facilidade para obtenção dos resultados, podendo ser utilizado
em campo. Os parâmetros físico-químicos (Cloretos, Alcalinidade, Dureza total, Cor, Ferro, Nitratos e pH) e
bacteriológicos analisados são: coliformes totais e termotolerantes.
Para as amostras coletadas de água de beber e da cisterna foi verificada o atendimento aos padrões,
respectivamente, da Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde, que define parâmetros e padrões de
potabilidade da água de consumo humano e da Resolução CONAMA nº357 de 2005.

Resultados
O abastecimento de água no município de Macururé é feito pela prefeitura, que tem água de poços como
principal fonte de captação. O sistema de abastecimento atende a 704 domicílios com rede geral, 219 com
poços ou nascentes e 909 de outras de formas. (Vieira, et al. 2005).

Através dos questionários aplicados no município de Macururé, foi possível estabelecer duas formas de
abastecimento de água nas cisternas: rede de abastecimento e carro pipa. As duas formas de abastecimento
são captadas de poços subterrâneos de responsabilidade da prefeitura.

3
Das 36 amostras analisadas, 66,7% são abastecidas por rede de água encanada do poço até a cisterna, 30,5%
são abastecidas pelo carro pipa e 2,8% das cisternas são abastecidas com água da chuva. As percentagens
relacionadas a cada meio de abastecimento podem ser observadas na Figura 1. É importante destacar que o
abastecimento de água por Rede não possui tratamento prévio, sua função restringi-se apenas á distribuição da
água até as cisternas.
Figura 1 - Origem da água da cisterna

Fonte: Próprio autor


A análise microbiológica da água foi realizada com a finalidade de identificar a presença de coliformes
termotolerantes e coliformes totais. Todas as amostras de água de chuva (água de beber e água da cisterna)
apresentaram contaminação de coliformes totais e termololerantes

Nas amostras de água das cisternas, no abastecimento por rede, 21% apresentaram ausência de coliformes
fecais, enquanto que no abastecimento por carro pipa, a ausência foi em aproximadamente 27,3% das
amostras.

Em relação á água de beber, apenas 12,5% das amostras de abastecimento por rede e 27,3% abastecida por
carro pipa apresentaram ausência de coliformes fecais. A maioria das amostras está contaminada por
coliformes fecais e apresenta um risco á saúde da população do município (Figura 2).

Figura 2 - Resultado das amostras analisadas

Fonte: Próprio autor

No abastecimento por rede (gráfico á direita da Figura 2) houve uma pequena diferença na quantidade de
coliformes encontrada na água de beber e cisterna. Na água de beber a ausência de coliformes fecais foi
menor, ou seja, houve maior número de amostras contaminadas em relação água da cisterna. Esse resultado de
contaminação maior na água de beber pode ter influência com o manejo realizado pela família, em relação á
forma de retirar e armazenar á água.
4
Houve contaminação por coliformes fecais na maioria das amostras analisadas, tanto no abastecimento por
rede quanto através do carro pipa. As amostras apresentaram contaminação por coliformes termotolerantes, de
no mínimo 3200 UFC/100 ml de água. Na análise de água da cisterna, cerca 73%, e 79% das amostras,
respectivamente, abastecida por carro pipa e rede possui contaminação por coliformes fecais.

Nas águas das cisternas abastecidas pelo carro pipa, em apenas uma amostra de água da cisterna não
identificou a presença de coliformes totais. Nas análises da água de beber todas apresentaram contaminação
por coliformes totais.

1.1 Resultado da análise Físico-Químico da água

A maioria das análises físicas e químicas da água das cisternas analisadas está de acordo com os padrões de
qualidade da Portaria nº 2.214/11, como pode ser observado na Tabela 3.

Tabela 3 – Resultados dos parâmetros físico-químicos analisados.


PARÂMETRO ÁGUA DE BEBER SEGUNDO ÁGUA DA CISTERNA
A PORTARIA 2914/11 SEGUNDO O CONAMA 357/05
Alcalinidade De acordo ( <100 mg/L) De acordo ( <100 mg/L)
Cloretos De acordo (< 100 mg/L Cl) De acordo (< 100 mg/L Cl)
Dureza total De acordo (<90 mg/L CaCO3) De acordo (<90 mg/L CaCO3)
Cor De acordo (até 5UC) De acordo (<50)
Ferro De acordo (0,25 MG/L Fe) De acordo (0,25 MG/L Fe)
Amônia De acordo (< 1,5mg/L) De acordo (<1,5mg/L)
pH De acordo (<8,0) De acordo (<8,0)
Cloro residual 9% das amostras não estão de De acordo
acordo com a Portaria.
Fonte: Autoria Própria.

A análise referente á alcalinidade apresentaram-se dentro dos limites estabelecidos pela organização Mundial
da Saúde (OMS, 2009) de 400mg/L. As amostras da água das cisternas e de beber do município de Macururé
possuiu valor máximo de 100mg/L.

Todas as amostras de água de beber e da cisterna coletadas apresentaram teores de cloretos bem inferiores ao
valor máximo permitido pela Portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde, a qual estabelece valor máximo de
250 mg/L de água. Os maiores valores de cloretos foram identificados nas amostras de água do município de
Macururé, com abastecimento de carro pipa, apresentando valores variando entre 30mg/L á 100mg/L de
cloreto.

De acordo com a portaria 2914/2011 o máximo teor de dureza total em águas para consumo humano deve ser
de 500mg/L. Nesse caso, todas as amostras de Macururé apresentaram conformidade quanto a esse quesito,
uma vez que o máximo valor encontrado foi de 80mg/L de CaCO3. De acordo com a classificação da tabela a
água possui dureza moderada.

Segundo a portaria 2914/2011 o padrão de potabilidade do ferro na água para consumo humano não pode ser
superior a 0,3 mgFe/L de água. Todas as amostras analisadas (100%), apresentaram teores de ferro de 0,25
mg/L de água.

Os valores de pH variam de neutro a alcalino, obtendo-se um pH máximo igual a 8,0. A amônia é padrão de
potabilidade, sendo 1,5 mg /L o valor máximo permitido pela Portaria 2914/2011. O valor máximo da amônia
encontrado nas amostras foi de 0,25mg-1N-NH3.

5
A quantidade de cloro residual livre encontrado nas amostras de beber e cisterna variam de 0,1 á 0,25mg/L.
Apenas uma amostra da água de beber que tem como origem o carro pipa possuiu uma quantidade elevada de
cloro correspondendo á 1,5mg/L.

De acordo com a Portaria nº 2.214/11 o valor máximo permitido para o parâmetro de cor é de 15 UC. A
maioria das amostras de água de beber e da cisterna apresentou cor dentro do limite estabelecido pela
Portaria. Apenas uma amostra de água de cisterna, abastecida por rede, obteve valor de 25 para o parâmetro
de cor, considerado acima do permitido.

A amônia é padrão de potabilidade, sendo 1,5 mg /L o valor máximo permitido pela Portaria 2914/2011.
Todas as amostras de água de beber e água de cisterna, de Macururé se encaixaram dentro dos limites de
amônia permitida pela portaria do Ministério da saúde.

Conclusão

Através das análises físico-químicas, a água utilizada para o abastecimento da cisterna, possui características
que se assemelham a água de Classe 1 em 100% das amostras, porém as análise bacteriológicas apresentam-se
em desacordo com a resolução. As águas de Classe 1 podem ser destinadas ao abastecimento humano após
desinfecção, de acordo com a Resolução CONAMA nº357 de 2005.

A maioria das análises físicas e químicas da água de beber analisadas está de acordo com os padrões de
qualidade da Portaria nº 2.214/11 do Ministério da Saúde, apenas 9% das amostras, originadas por carro pipa
sofreu alteração elevada no parâmetro de cloro, com 1,5 mg/L, valor acima do permitido.

A maioria das amostras de água analisadas possui contaminação por coliformes termotolerantes e totais. A
qualidade bacteriológica das águas das cisternas e de beber, abastecidas por rede e carro pipa estão em
desacordo com os padrões de potabilidade. Segundo a portaria do Ministério da Saúde, a água deve estar
isenta de coliformes fecais.

A pior situação de contaminação bacteriológica foi encontrada no abastecimento por rede, onde
aproximadamente 79% das amostras da cisterna e 87% das amostras de água apresentaram contaminação por
coliformes termotolerantes.

Os resultados evidenciam o risco á saúde das famílias, principalmente daquelas que não fazem o tratamento
da água. Observa-se a necessidade de tratamento da água tanto no abastecimento por rede quanto no
abastecimento por carro pipa e a orientação das famílias no manejo e tratamento visando melhorias na
qualidade da água.

Referencias Bibliográficas

Amorim, M. C. C.; Porto, E. Considerações sobre controle e vigilância da qualidade de água de cisternas e seus
tratamentos. In.: Simpósio sobre captação de água de chuva no Semi-árido brasileiro, 4., 2003, Juazeiro, BA.
Anais... Juazeiro, BA: Embrapa Semi-árido/IRPAA/IRCSA, 2003.
Belmiro, Vanessa. O P1MC e a importância de suas ações no modo de vida e de produção camponesa no Cariri Paraibano.
XV Encontro de ciências sociais do norte e nordeste e pré-alas Brasil, 2012.
Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA nº 357: Classificação dos
Corpos de Água e Diretrizes Ambientais Para o Seu Enquadramento, 18 de Março de 2005. Disponível em:
<www.mma.conama.gov.br/conama> Acesso em 04 de maio de 2014.
Duque, Ghislaine. ―Conviver com a seca‖: contribuição da Articulação do Semi-Árido/ASA. Desenvolvimento e Meio
Ambiente, n. 17, p. 133-140, jan./jun. 2008. Editora UFPR.
Luna, Carlos Feitosa. Avaliação do impacto do Programa Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC) na saúde: ocorrência de
diarréia no Agreste Central de Pernambuco. Recife: Tese (Doutorado em Saúde Pública) — Centro de Pesquisas
Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, 2011.

6
APLICACIÓN CORTA DE UN PROCESO DE OXIDACIÓN AVANZADA PARA
INCREMENTAR LA BIODEGRADABILIDAD DE AGUAS RESIDUALES
PORCÍCOLAS

SHORT APPLICATION OF ADVANCED OXIDATION PROCESS FOR


INCREASING BIODEGRADABLE SWINE WASTEWATER

Giácoman Vallejos Germán1*


Hernández Núñez Emanuel1*
Ponce Caballero María del Carmen1
Hernández Ramírez Ma. Aracely2
Ruiz Ruiz Edgar Jocsan2
Barceló Quintal Icela Dagmar3

Abstract
Pig production in the State of Yucatán has achieved a level of growth, which has led to the
development of production quality systems. However, this fact causing a greater amount of
residual water generated, which when treated aerobically fails comply with the regulations
on discharge. Effluent from anaerobic systems contains short and long chain fatty acids,
mainly long chain acids are difficult to degrade by biological mean. The long chain fatty
acids, such as oleic and stearic acid are inhibitors in biological processes in concentration
1.0 g/L. For this reason, it is necessary to have a suitable treatment system for removing
biodegradable organic matter as well as the fraction of non-biodegradable organic matter
present in the effluent hog. This paper presents advanced oxidation process (ozone and UV-
H2O2) using different doses of H2O2 at different UV exposure times and dealing with
different flow streams and ozone exposure times. The removal of fatty acids through the
application of the two short advanced oxidation processes proposed were 80-99%,
resulting both efficient Processes for use in swine wastewater.

Keywords:
Advanced oxidation process, fatty acid, ozone, swine wastewater, UV-H2O2
.

* Av. Industrias no Contaminantes por Periférico Norte. Apdo. Postal 150 Cordemex. Mérida, Yucatán,
México Tel.:+52(999)930-0550– Fax: +52(999)930-0559. e-mail: giacoman@uady.mx y/o
emanuel.hernandez@uady.mx.
1
Facultad de Ingeniería, Universidad Autónoma de Yucatán.
2
Facultad de Ciencias Químicas, Universidad Autónoma de Nuevo León.
3
Cuerpo Académico de Física y Química aplicadas al Medio Ambiente, Universidad Autónoma de México
1
Resumen
La porcicultura en el Estado de Yucatán ha logrado un nivel de crecimiento, que la ha llevado a desarrollo de
sistemas productivos de calidad, sin embargo este hecho a ocasionando que se generen una mayor cantidad de
agua residual, la cual al ser tratada anaeróbicamente no logra cumplir con la normatividad en materia de
descarga. Los efluentes de los sistemas anaerobios contienen aun ácidos grasos de cadena corta y larga,
sobretodo estos últimos son difíciles de degradar por medios biológicos. Los ácidos grasos de cadena larga,
como el ácido oléico y esteárico son inhibidores en procesos biológicos en concentraciones de 1.0 g/L. Por
esta razón, es necesario contar con un sistema de tratamiento adecuado para la eliminación de la materia
orgánica biodegradable, así como para la fracción de materia no biodegradable presente en los efluentes
porcicolas. En este trabajo se aplicó un proceso de oxidación avanzada (OZONO Y UV - H2O2) empleando
diferentes dosis de H2O2, a diferentes tiempos de exposición de UV así como tratando con diferentes flujos y
tiempos de exposición de ozono. La remoción de los ácidos grasos alcanzados con la aplicación corta de los
dos procesos de oxidación avanzada propuestos fue del 80 y 90 %, resultando ambos procesos eficientes para
su uso en aguas residuales porcicolas.

Palabras clave:
Ácidos grasos, agua residual porcícola, proceso de oxidación avanzada, ozono, UV-H2O2

Introducción
Los Procesos de Oxidación Avanzada (POAs) constituyen una tecnología altamente competitiva en el
tratamiento de aguas residuales, ya que permiten remover contaminantes orgánicos que poseen elevada
estabilidad química y/o baja biodegradabilidad, que no se pueden eliminar con procedimientos
convencionales (Oller et al. 2011). Durante el tratamiento de oxidación avanzada se forman radicales
hidroxilo (OH•), los cuales actúan como oxidantes fuertes y transforman componentes orgánicos de alto peso
molecular en componentes más simples y biodegradables, por ejemplo, en aldehídos y ácidos carboxílicos
(Gagnon et al. 2011). Los POAs son especialmente útiles como pretratamientos antes de un proceso biológico
para contaminantes poco biodegradables, o bien, como procesos de postratamiento para efectuar un pulido de
las aguas antes de su descarga en cuerpos receptores. Entre estos POAs se encuentra la luz ultravioleta (UV) y
el ozono, siendo este último un poderoso agente oxidante capaz de reaccionar con la mayoría de las especies
químicas que contienen enlaces múltiples y enlaces de contenido orgánico e inorgánico presentes en el agua,
el ozono no solo remueve olor y color (Sillanpaa, 2011). Ambos POAs han sido ampliamente utilizados en
un gran número de aplicaciones que van desde la producción de agua potable al tratamiento de aguas
residuales con compuestos complejos, también se han aplicado a sistemas químicos industriales que incluyen
los procesos de la pulpa del papel, la producción del aceite de oliva, en los lixiviados de los rellenos
sanitarios, los procesos de destilería, en la industria de la tenería, del petróleo y petroquímica, en la industria
del corcho y la industria farmacéutica. Por otra parte, el alto contenido de materia orgánica presente en las
aguas residuales porcinas puede originar una variación en las propiedades fisicoquímicas y microbiológicas
del suelo y del agua, pudiendo provocar un desequilibrio ecológico que difícilmente pueda remediarse a corto
plazo. Aunado a esto, se han incrementado las moléculas refractarias para los microorganismos en las
corrientes de aguas residuales, por ello, métodos biológicos convencionales no pueden ser utilizados para el
tratamiento completo del efluente, y hacen que la introducción de nuevas tecnologías para la degradación de
moléculas se convierta en algo imperativo (Gogate y Pandit, 2004). En los diversos estudios encontrados, el
incremento de la biodegradabilidad por la aplicación del ozono se ha monitoreado utilizando parámetros
generales como la demanda biológica de oxígeno (DBO5), demanda química de oxígeno (DQO), carbono
orgánico total (COT), así como la concentración de ozono y el tiempo de exposición para aguas residuales
(Oller et al. 2011). Sin embargo, en la revisión realizada acerca del empleo del ozono y UV-H2O2 como
oxidante de la materia orgánica no se encontró un estudio que mencione la dosis (concentración) y el tiempo
de exposición óptimos, empleados como etapa final, tras un tratamiento biológico en aguas residuales
porcícolas. Por esta razón se analizaron experimentalmente diversos factores que afectan la eficiencia del
proceso (pH, flujo, tiempo, concentración de ozono, agentes oxidantes), para encontrar aquellos que más
favorecen la remoción de contaminantes. Estos resultados contribuirán a lograr reducir los costos generados
por la aplicación del tratamiento de oxidación avanzada con ozono y UV- UV-H2O2. Por tanto, en este
trabajo se presentan resultados sobre el efecto catalítico de el ozono y UV- H2O2 en la remoción de los ácidos
2
grasos (Ácido Heptanóico y Ácido Oleico) presentes en las aguas residuales porcícolas tratadas
anaeróbicamente.

Metodología
a) Para el tratamiento con ozono
Para los ensayos se utilizó un reactor de acrílico transparente de 1.25 L de capacidad equipado con un difusor
de plástico de burbuja fina en la parte inferior. El sistema se acondicionó con tres trampas de ozono, siendo el
generador de ozono empleado del modelo Ozore residual 48 LPM, y alimentado con oxígeno ultrapuro
(Figura 1). El volumen de agua residual porcícola utilizada fue de 750 mL y fue tomada de un efluente
anaerobio; los flujos examinados fueron 0.5, 0.75 y 1 LPM, manteniendo una presión de 10 psi; y tiempos de
5, 10 y 15 min para ácido heptanoico - agua residual porcícola, y para agua destilada – ácido oleico
(C18H34O2) y agua residual porcícola – acído Oleico (C18H34O2). Se caracterizó en la entrada y salida del
reactor de ozono la DQO, ácidos grasos de cadena corta y ácidos grasos de cadena larga, utilizando
cromatografía de gases.

Figura 1. Esquema del sistema de ozonación para el tratamiento del agua residual porcícola.

b) Para el tratamiento UV-H2O2


El agua porcícola tomada del efluente de un reactor anaerobio se fortificó con 200 ppm de ácido heptanoico
(ácido graso de cadena corta) y 100 ppm de ácido oleico (ácido graso de cadena larga). Después, ésta se
colocó en un reactor acoplado a una lámpara de radiación UV (λ= 254 nm). El reactor fue operado en forma
discontinua (Batch) con tiempos de exposición a la radiación de 15, 30, 45 y 60 minutos (Figura 2). Para
encontrar la concentración óptima de H2O2 en función del tiempo de exposición, y así obtener los máximos
porcentajes de remoción de los ácidos grasos, se manejaron concentraciones de H2O2 de 0.01%, 0.05% y
0.1%, las cuales se consiguieron adicionando cantidades adecuadas de H2O2 (30% w/w) a las muestras. Los
ácidos grasos se determinaron cuantitativamente por medio de cromatografía de gases con un detector de
ionización de flama. El cromatógrafo de gases utilizado fue de la marca Thermo Scientific modelo TRACE
GC ULTRA.

3
Figura 2. Diagrama y fotografía del reactor de UV.

Resultados y Discusión

En función al plantemiento metodológico empleado en el desarrollo experimental, de los resultados obtenidos


se observó que el mejor flujo de ozono aplicado fue de 0.75 LPM, dado que a dicho flujo se presentó la mayor
absorción de ozono en la fase gas-líquido a una presión de 10 psi, observandose además que el pH de la
muestra se mantenia en estado neutro.

Los análisis de ácido óleico y heptanoico medidos a través de la cromatografía de gases con detector de
ionización de flama hacen ver que existe una degredación de las cadenas largas a cadenas mas cortas y esto se
traduce que hechas las evaluaciones cuantitativas se determina una remoción de los dos ácidos mencionados y
que sin embargo en las determinaciones de la materia orgánica expresada como demanda bioquímica de
oxigeno (DQO) las remoción es baja, evidenciando así que no se da una mineralizaión de la materia orgánica
por la aplicación del proceso de oxidación avanzada sino que solo se da la ruptura de las moleculas largas a
estructuras más sencillas. La figura 3 permite observar, por ejemplo, la degradación del ácido oléico a los 10
minutos de tratamiento con el ozono para los diferentes flujos de ozono. La importancia de los resultados que
se presentan en la figura 3 es que ya a los 10 minutos de exposición para un flujo de 0.75 LPM de ozono se
obtiene buena remoción de acido oleico.

A un flujo de 1 LPM en 15 min para la muestra sintética preparada con agua destilada - ácido oleico se
obtuvo un 93% de remoción del ácido oléico y la matería orgánica (ácido Oleico y productos de reacción)
expresada como DQO la remoción alcanzada fue del 30 %. En cuanto a la muestra de ácido oleico en el agua
residual porcícola la remoción de éste fue del 98 % y de la materia orgánica (ácido Oleico y productos de
reacción) expresada como DQO la remoción fue de solo el 20 %,.

También se encontró que a los 60 min de expocición al flujo de ozono en agua residual porcícola, la remoción
de ácido heptanioco lograda fue de un 99 %, y en cuanto a la remoción de la materia orgánica (ácido
heptanoico y sus porductos de reacción) expresada como DQO en valor encontredo fue de 70 %.

4
Figura 3. Degradación de ácido oleico con diferentes flujos de O3 y con tiempos de exposición de 10 minutos

Con respecto al ácido heptanoico se puede considerar que a los 30 min y con un flujo de 0.75 LPM se tiene un
buena remoción, aproximadamente del 93%. Con el ácido oleico y un flujo de 0.75 LPM en 15 min y 30 min
se lograron porcentajes de remoción del 87 % y 89% respectivamente, representando el tiempo de exposición
más corto un menor consumo de ozono.

De la aplicación corta de ozono a las aguas resuduales porcinas, que ya pasaron un proceso biológico
anaerobio y que no logra cumplir con las normas en materia de descarga, se puede mencionar que con este
proceso se logra una fraccmentación de las cadenas largas que tienen poca degradabilidad biologica
transformandolas a cadenas más corta y haciendo de esa forma factible su degradación biológica.
De igual manera con la aplicación de la fotocatalisis a través de la exposición de la muestra de agua residual
procina a una fuente de luz ultravioleta (UV) y en presencia de peroxido de hidrógeno (H 2O2) se demuestra
que también se puede lograr una fraccmentación de las cadenas largas a cadenas más cortas haciendo vialbe
su degradación biológica posterior.

En la Figura 4, se observa que a los 30 minutos de tiempo de exposición a la lámpara UV se remueve el


82.19% del ácido heptanóico con una dosis de 0.05% de H 2O2, el 49.51% con una dosis de 0.1 % de H2O2 y
25.39 % con la dosis menor de 0.01%. A los 45 minutos con la dosis de 0.1% H 2O2 se alcanza el 85.73 % de
remoción, 78.58 % con 0.05% de H2O2 y el 49.77 % con 0.01% de H2O2. Sin embargo, para obtener el mayor
porcentaje de remoción de este ácido graso de cadena corta son suficientes 30 minutos de exposición con la
dosis de 0.05% de H2O2, al menos comparado con el porcentaje que se logra a los 45 minutos, ya que se
requiere una mayor concentración de H2O2 y más tiempo de exposición a ese tiempo.

5
Figura 4. Porcentaje de remoción del Heptanóico.

En la figura 5, se puede observar que se degrada el 82.17% del ácido oleico con una dosis de 0.01% de H 2O2,
el 81.95% de remoción con 0.05% de H2O2 y el 65.1% con 0.1% de H2O2 a los 30 min de exposición. En un
tiempo de exposición de 45 min se alcanza una remoción del 91.78% con una 0.01 % H2O2, el 94.52 % con
0.05 % H2O2 y 83.3 % con una dosis de 0.1% H2O2. Por lo tanto, la dosis óptima de H 2O2 es 0.05% en un
tiempo de exposición de 45 minutos, para logar la mayor remoción del ácido oleico.

Figura 5. Porcentaje de remoción del Ácido Oleico.

Conclusiones

1. La aplicación de ozono para tratar las aguas residuales del sector porcícola establece altos porcentajes de
eficiencia en la remoción de ácidos grasos de cadena corta y larga para tiempos de exposición relativamente
cortos.

2. Los mejores resultados logrados de la aplicación con ozono a las muestras de agua residual porcícola,
permiten concluir que en el caso del ácido heptanoico, a los 30 min y con un flujo de 0.75 LPM se tiene un
buena remoción, aproximadamente del 93%. Con el ácido oleico y un flujo de 0.75 LPM en 15 min y 30 min
de exposición se lograron porcentajes de remoción del 87 % y 89% respectivamente, representando por ello,
6
075 LPM y 15 min constituyen los mejores parametros operacionales, ouesto que se tiene el tiempo de
exposición más corto un menor consumo de ozono.

3. Para la remoción del ácido Heptanóico, la dosis óptima fue de 0.05 % de H2O2 en un tiempo de exposición
de 30 minutos para obtener un porcentaje de remoción del 82.19%. Y para el ácido oleico, la dosis óptima fue
de 0.05% de H2O2 en 45 minutos para obtener un mayor porcentaje de 94.52 % de degradación.

4. Se requieren mayores tiempos de exposición de lámpara UV para lograr la remoción de ácidos de cadena
larga (ácido oleico), en comparación con el ácido Heptanóico de cadena corta solo se necesita 30 minutos
para el rompimiento de la cadena.

5. Los procesos de oxidación avanzada aplicados en este trabajo resultaron ser efectivos para la remoción de
los ácidos grasos de cadena larga y cadena corta, mejorando la biodegradabilidad en las aguas residuales
porcícolas.

Referencias Bibliográficas

Couoh-Mendoza, E. Giacoman-Vallejos, G. Tesis Maestría. Efecto del ozono sobre la transformación de materia orgánica
en aguas residuales del sector porcícola (2013).
Gogate , P. R., Pandit A. B. A (2004), review of imperative technologies for wastewater treatment I: oxidation
technologies at ambient conditions, Advances in Environmental Research, 8, 501-551
Klavarioti, M.; Mantzavinos, D.; Casinos, D. (2009), Removal of residual pharmaceuticals from aqueous systems by
advanced oxidation processes. Environ. Int. 35, 402-417.
Lamsal, R., Walsh, M. E., Gagnon, G. (2011), Comparison of advanced oxidation processes for the removal of natural
organic matter, Water Research, 45, 3263–3269.
Oller, I., Malato, S. Sánchez-Pérez, J. A. (2011), Combination of Advanced Oxidation Processes and biological treatments
for wastewater decontamination-A review, Science of the Total Environment , 409, 4141-4166.
Sillanpää, Mika ET, Tonni Agustiono Kurniawan, and Wai-hung Lo. (2011), "Degradation of chelating agents in aqueous
solution using advanced oxidation process (AOP)." Chemosphere, 83. 11, 1443-1460.

7
PUESTA EN MARCHA Y OPERACIÓN DE UN REACTOR UASFB PARA
DESNITRIFICACIÓN SIMULTÁNEA AUTÓTROFA Y HETERÓTROFA

START-UP AND OPERATION OF A UASFB REACTOR FOR SIMULTANEOUS


AUTOTROPHIC AND HETEROTROPHIC DENITRIFICATION

Lorna Guerrero 1*
Juan Pablo Aguirre 1
Alejandra Muñoz 1
Silvio Montalvo 2
César Huiliñir 2

Abstract
Heterotrophic denitrification is the conventional process for the elimination of nitrate in
wastewater, whereby organic matter is reduced due to the high ratio of C/N required for
the process to be carried out. On the other hand, in autotrophic denitrification, sulfur is
eliminated along with nitrate. Sulfur is used in its reduced forms as an electron donor
(S2O32-, S0, H2S). It is interesting to study the possibility of a coexistence of heterotrophic
and autotrophic microorganisms, in order to achieve a joint elimination of organic matter,
nitrogen and sulfur. In this investigation the start-up and operation of a UASB-Anaerobic
Filter Reactor (UASFB) of 1 L, at 30°C, is evaluated in order to carry out the simultaneous
autotrophic and heterotrophic denitrification process. First, the heterotrophic and
autotrophic populations were separately enriched, with specific cultures and subsequently
the UASFB was inoculated with 2 g/L of VSS, in the ratio 1.5:1 (autotrophs:heterotrophs).
The influent is composed of: Na2S2O3∙5H2O, CH3COOK, NaNO3, NaHCO3, K2HPO4,
NH4Cl and saline solution. The concentrations varied depending on the organic load ratio
(OLR), nitrogen (NLR) and sulfur (SLR) applied. With regards to the feed, 2 conditions
were analyzed and worked with: i) COD/N of 3.6 and SLR of 0.75 kg S/m3/d; ii) COD/N of
5.8 and SLR of 0.25 kg S/m3/d. The results show that the coexistence of autotrophic and
heterotrophic denitrifying microorganisms was achieved. Under the last indicated
operating conditions, the maximum removal obtained for nitrate was 99.5%, for organic
matter it was 75.8% and for thiosulfate it was 32.5%.
KeyWords: Anaerobic Filter, Autotrophic Denitrification, Heterotrophic Denitrification, UASB

1
Departamento de Ingeniería Química y Ambiental, Universidad Técnica Federico Santa María.
2
Departamento de Ingeniería Química, Universidad de Santiago de Chile.
*Lorna Guerrero: Departamento de Ingeniería Química y Ambiental, Universidad Técnica Federico Santa María,
Avenida España 1680, Valparaíso, Chile. Email: lorna.guerrero@usm.cl.
1
Resumen
La desnitrificación heterótrofa es el proceso convencional para la eliminación de nitrato de aguas residuales,
donde también se reduce materia orgánica por la alta relación C/N requerida para llevarlo a cabo. Por otro
lado, en la desnitrificación autótrofa se logra eliminar, además de los compuestos nitrogenados mencionados,
azufre, ya que se utiliza en sus formas reducidas (S2O32-, S0, H2S) como dador de electrones. Es interesante
entonces estudiar si es posible la coexistencia de microorganismos heterótrofos y autótrofos para la
eliminación conjunta de materia orgánica, nitrógeno y azufre. En esta investigación se evalúa la puesta en
marcha y operación de un reactor UASB-Filtro Anaerobio (UASFB) de 1 L, a 30°C, para llevar a cabo el
proceso de desnitrificación simultánea autótrofa y heterótrofa. Se enriquecieron primeramente las poblaciones
heterótrofas y autótrofas por separado, con medios de cultivos específicos y posteriormente se inoculó el
UASFB con 2 g/L de SSV, en proporción 1.5:1 (autótrofos:heterótrofos). El afluente se compone de:
Na2S2O3∙5H2O, CH3COOK, NaNO3, NaHCO3, K2HPO4, NH4Cl y solución salina. Las concentraciones
variaron de acuerdo a las velocidades de carga orgánica (VCO), nitrógeno (VCN) y azufre (VCS) aplicadas.
Se trabajó con dos condiciones: i) relación DQO/N de 3.6 y VCS de 0.75 kg S/m3/d; ii) relación DQO/N de
5.8 y VCS de 0.25 kg S/m3/d. Los resultados muestran que se logró la coexistencia de microorganismos
desnitrificantes autótrofos y heterótrofos en el reactor. Se alcanzaron remociones máximas de nitrato de
99.5%, 75.8% de materia orgánica y 32.5% de tiosulfato, con las últimas condiciones de operación indicadas.

Palabras clave: Desnitrificación Autótrofa, Desnitrificación Heterótrofa, Filtro Anaerobio, UASB.

Introducción

Las aguas residuales producidas en industrias como la textil, procesamiento de alimentos y celulosa y papel,
son ricas en compuestos orgánicos, nitrogenados y de azufre. Por su alta carga orgánica, generalmente son
tratadas en un sistema anaerobio, generándose altas concentraciones de compuestos reducidos de azufre,
como el sulfuro y también amonio (Tandukar et al., 2009). Además, el efluente del proceso anaerobio, en
muchos casos, debe ser sometido a un tratamiento aerobio con el objeto de reducir la carga orgánica a niveles
permitidos por la legislación o para transformar el amonio en nitrato y nitrito En este proceso, el sulfuro
provoca efectos tóxicos sobre la actividad nitrificante en concentraciones superiores a 0.5 mg/L, favoreciendo
el crecimiento de bacterias filamentosas y la ruptura de los flóculos microbianos, incrementándose los costos
operacionales debido a la mayor demanda de oxígeno (Vaninni et al., 2008; Mahmood et al., 2007).

Además, el efluente del sistema aerobio debe ser sometido a una desnitrificación para eliminar los
compuestos de nitrógeno producidos (NO2- - NO3-). La desnitrificación heterótrofa es el proceso convencional
para la eliminación de éstos, en el cual también se reduce materia orgánica por la alta relación C/N requerida
para llevarlo a cabo. Por otro lado, en la desnitrificación autótrofa se logra eliminar, además de los
compuestos nitrogenados mencionados, azufre, ya que se utiliza en sus formas reducidas (S 2O32-, S0, H2S)
como dador de electrones. Es interesante entonces estudiar si es posible la coexistencia de microorganismos
heterótrofos y autótrofos para la eliminación conjunta de materia orgánica, nitrógeno y azufre.

Por todo lo anterior, el objetivo principal de este trabajo es el desarrollo de una tecnología integrada, con
elevada eficiencia y bajo costo, para la remoción de compuestos de nitrógeno y azufre en presencia de materia
orgánica compleja. Los objetivos específicos son: i) enriquecimiento de las poblaciones microbianas
desnitrificantes heterótrofa y autótrofa, por separado y ii) puesta en marcha y operación de un reactor
UASFB, operado con un agua residual sintética e inoculado con ambas poblaciones microbianas.

Metodología

Enriquecimiento de microrganismos desnitrificantes heterótrofos

2
La experiencia se realizó en un reactor de 2.2 L, operado a 301°C, donde se lleva a cabo el proceso de
desnitrificación heterótrofa vía nitrito. El reactor base es un UASB que se rellenó en su parte superior con
anillos raschig que sustituyen las campanas utilizadas para la separación de las fases, transformándolo en un
reactor híbrido UASFB. El inóculo utilizado provenía de un reactor UASB utilizado para la remoción de
materia orgánica de aguas de tabacalera

La composición del agua sintética se muestra en la Tabla 1. Los parámetros de control realizados tres veces a
la semana eran: sólidos suspendidos totales y volátiles (SST y SSV), nitrato, nitrito y DQO.

La operación inicial fue con VCO de 1 kg DQO/m3/d y VCN de 0.045 kg N-NO2-/m3/d, (primera etapa), y en
una segunda etapa se operó con VCO de 3 kg DQO/m3/d y VCN de 0.134 kg N-NO2-/m3/d, manteniendo la
relación C/N=5.5 (Vásquez, 2010).

Tabla 1. Composición del agua sintética para el enriquecimiento de microorganismos heterótrofos


Compuesto Unidad Primera etapa Segunda etapa
CH3COOK g/L 63.8 51.0
NaNO2 g/L 14.0 11.2
Extracto de levadura g/L 2.0 1.6
Na2CO3 g/L 10.0 8.0
K2HPO4 g/L 31.6 25.3
KH2PO4 g/L 25.0 20.0
Solución salina mL/L 13.5 10.8

Enriquecimiento de microorganismos desnitrificantes autótrofos


Se montaron y operaron dos reactores, con volumen efectivo de 1.5 L, agitados a 150 rpm y mantenidos a
301°C (ver Figura 1). Uno de ellos fue inoculado con un lodo proveniente de una laguna anaerobia que trata
de purines de cerdo y el otro con lodos de un reactor SBR (Sequencing Batch Reactor) utilizado en la
nitrificación-desnitrificación heterótrofa de una industria de levaduras. La razón de utilizar dos inóculos es
porque no existe en Chile una planta de tratamiento de desnitrificación autótrofa, por ende, se deben buscar en
aquellas que tratan aguas residuales ricas en nitrógeno.

Figura 1. Diagrama y fotografía de los reactores de enriquecimiento en bacterias desnitrificantes autótrofas

El reactor fue operado fed batch (Fajardo, 2011) durante 90 días, con ciclos consecutivos cada 6 días en un
comienzo y luego cada 3 días, donde se descargaba 1 L de efluente y se cargaba igual cantidad de medio de
cultivo. Los parámetros de control realizados a la muestra obtenida cada vez eran: SST y SSV, nitrato, nitrito,

3
sulfato y tiosulfato. El medio de cultivo utilizado se indica en la Tabla 2, operando el reactor bajo condiciones
limitadas por nitrato. La razón estequiométrica de S-S2O3 sobre N-NO3- (S/N) es de 2.85.

Tabla 2. Medio de cultivo utilizado en el enriquecimiento de bacterias desnitrificantes autótrofas.


Compuesto Cantidad Unidad
Na2S2O3 · 5H2O 5.0 g/L
NaNO3 1.2 g/L
NaHCO3 1.5 g/L
Na2HPO4 1.5 g/L
KH2PO4 0.3 g/L
NH4Cl 0.1 g/L
Solución de micronutrientes 1.0 mL/L

Desnitrificación autótrofa y heterótrofa simultánea


Una vez obtenidos los inóculos autótrofo y heterótrofo, se realiza la puesta en marcha de un reactor UASFB,
de 1 L, operado a 30 1°C. Se definieron velocidades de carga (VCO, VCN y VCS) que fueron modificadas
en base a lo observado. Las velocidades iniciales fueron 0.62 kg DQO/m3/d, 0.28 kg N/m3/d y 0.75 kg S/m3/d.

El inóculo utilizado correspondió a la mezcla del obtenido en ambos enriquecimientos. La concentración


inoculada fue de 2 g SSV/L, con una relación heterótrofo:autótrofo de 1.5:1.0. Esta relación se debe a que los
microorganismos autótrofos tienen tasas de crecimiento menores que los heterótrofos y por lo mismo, la
concentración de inóculo fue menor a lo usual por la poca generación de lodos autótrofos en el periodo de
enriquecimiento.

Como sustrato se utilizó una solución sintética cuya composición se muestra en la Tabla 3. La relación
DQO/N utilizada en la primera etapa fue de 3.6 y de 5.8 para la segunda, mientras que las VCS fueron de 0.75
y 0.25 kg S/m3/d, respectivamente. En cuanto a los parámetros de control y operación con sus puntos de
muestreo se encuentran en la Tabla 4. La frecuencia de medición de éstos fue 3 veces por semana.

Tabla 3. Composición del agua sintética en reactor simultáneo


Compuesto Unidad Primera etapa Segunda etapa
Na2S2O3∙5H2O g/L 1.78 1.19
NaNO3 g/L 1.06 1.06
CH3COOK g/L 0.634 1.02
NaHCO3 g/L 3.0 3.0
NH4Cl g/L 0.056 0.056
K2HPO4 g/L 0.07 0.07
Solución salina mL/L 5 5

Tabla 4. Parámetros de control del reactor simultáneo y frecuencia de mediciones.


Puntos muestreo Parámetro Método Referencia
DQO Oxidación por dicromato APHA, 2005
pH pHmetro
Tiosulfato Yodometría APHA, 2005
Afluente y
Sulfato* Espectrofotometría Severiche y González, 2012
Efluente
Nitrito Colorimetría APHA, 2005
Nitrato Colorimetría APHA, 2005
Nitrógeno Amoniacal Colorimetría APHA, 2005
*Sulfato es medido sólo en efluente

4
Resultados

Enriquecimiento microrganismos heterótrofos


El enriquecimiento fue realizado con éxito, dado que los parámetros monitoreados se mantuvieron dentro del
rango esperado. Ejemplo de esto es el pH, que estuvo en un rango de 7.4 – 7.6. El porcentaje de degradación
promedio de materia orgánica fue de 99.3%.

En cuanto a los compuestos nitrogenados (ver Figura 2), en la primera etapa se observa una alta concentración
de nitrito, que disminuye en el transcurso del proceso, lo que sugiere que una fracción del nitrito contenido en
el afluente se transforma en nitrato. El amonio en el efluente puede tener su procedencia en el inóculo,
producto del proceso de degradación de los microorganismos muertos, en el cual se genera NH 4+. Los
porcentajes de degradación para el nitrito y nitrato fue de 100% y 40.4% respectivamente.

Primera Etapa Segunda Etapa

Figura 2. Comportamiento de los compuestos nitrogenados en el efluente del reactor híbrido UASFB durante
el enriquecimiento de microorganismos heterótrofos.

Finalmente, y lo que es más importante, se logró una gran concentración de SSV dentro del reactor, los cuales
se utilizaron como inóculo del reactor para la desnitrificación simultánea heterótrofa-autótrofa.

Enriquecimiento de microorganismos autótrofos


El crecimiento microbiano (medido como SSV) obtenido del reactor cuyo inóculo fueron lodos de un sistema
anaerobio que trata purines de cerdos, se muestra en la Figura 3.

Figura 3. SSV en el reactor desnitrificante autótrofo, inoculado con lodos de un biodigestor anaerobio.

Al contrastar estos resultados con los obtenidos por Fajardo (2011), se observa que si bien el inóculo inicial
en su caso tenía una mayor concentración de sólidos suspendidos, el comportamiento de los SSV es muy
similar, obteniendo también una disminución en un mismo periodo de tiempo, pero siendo en este estudio más
5
evidente, ya que, mientras en su experimento obtuvo un decrecimiento que llegó al final de la operación a
alrededor de un 40% de la biomasa inicial, en este caso se alcanzó un valor inclusive menor al 25%.
Finalmente la concentración de SSV varió entre 300 y 1400 mg/L de SSV.

El comportamiento observado tiene sentido, ya que se debe considerar que el inóculo contenía una cierta
variedad de especies microbianas adaptadas al medio del que provenían (un biodigestor anaerobio, en el que
los procesos son heterótrofos), condiciones diferentes a las que fueron expuestas en el reactor de
enriquecimiento. Sin embargo, se obtuvo mayor enriquecimiento con este inóculo que con el otro reactor,
inoculado con lodos de SBR, en donde la disminución llegó a menos de un 15% de los SSV iniciales. Por este
motivo, fueron los lodos de este reactor los utilizados en la puesta en marcha del reactor UASFB.

Por lo anterior, los siguientes resultados en este punto corresponden al reactor inoculado con los lodos del
biodigestor anaerobio. En cuanto a la eliminación de compuestos nitrogenados, en la Figura 4 se muestra la
variación de éstos en el efluente. Como se puede ver, se logra eliminar todo el nitrito (las cantidades, por ser
tan bajas, no eran detectadas por el método) y el nitrato también, salvo en un comienzo donde hay
acumulación, pero luego la remoción es estable del 100%.

Figura 4. Concentración de compuestos nitrogenados en el efluente del reactor de enriquecimiento autótrofo.

Respecto a la transformación del tiosulfato a sulfato, en la Figura 5 se puede observar que se incrementó a lo
largo del experimento, lo que indica que el proceso esperado de está llevando a cabo y por ende hay presencia
de microorganismos desnitrificantes autótrofos.

Figura 5. Concentración de sulfato en el efluente del reactor de enriquecimiento autótrofo.

Desnitrificación autótrofa y heterótrofa simultánea


La experiencia se encuentra dividida en dos etapas. Éstas se indican en la Tabla 5.La degradación de la
materia orgánica alcanzó un máximo de 75.8%, con las condiciones de operación de la segunda etapa. En la
Figura 6 se aprecia que la DQO del afluente se encuentra relativamente constante y que con la estabilización
6
del sistema aumenta la remoción de materia orgánica. En cuanto a la degradación de nitrato, el promedio fue
de 80.4%, alcanzando un máximo de 99.5% (ver Figura 7).
Tabla 5. Velocidades de carga alimentadas en las dos etapas del reactor desnitrificante autótrofo-heterótrofo.
Velocidad de Carga Unidad Etapa 1 Etapa 2
VCS kg S/m3/d 0.75 0.5
VCO kg DQO/m3/d 0.62 1.0
VCN kg N-NO3/m3/d 0.28 0.28

Figura 6. Comportamiento de la carga orgánica en reactor UASFB en la desnitrificación simultánea.

Figura 7. Comportamiento de compuestos nitrogenados en reactor UASFB en la desnitrificación simultánea

Los compuestos de azufre presentan la problemática que son el sustrato de los microorganismos autótrofos,
quienes no tienen la misma capacidad de adaptabilidad que sus pares heterótrofos. Respecto al tiosulfato, en
la Figura 8 se observa que los valores experimentales se alejan del valor teórico, y no presentan una variación
significativa con el cambio de condiciones (de VCS de 0.75 a 0.50 kg S/m3/d). Sin embargo, se observa
degradación del compuesto que alcanza un valor máximo de 32.5%.

7
Figura 8. Comportamiento de tiosulfato en reactor UASFB en la desnitrificación simultánea

Conclusiones

Se logra una elevada concentración de microorganismos desnitrificantes heterótrofos en la etapa de


enriquecimiento, con elevadas remociones: de nitrito cercana al 100% y de materia orgánica sobre el 99%.
Estos resultados permitieron obtener una biomasa acondicionada, que sirvió de inóculo para el proceso de
desnitrificación autótrofa y heterótrofa simultánea.

En cuanto a los microorganismos autótrofos, el enriquecimiento se vio limitado por la baja tasa de
crecimiento de éstos, lo que implicó tener que inocular el UASFB para la desnitrificación simultánea con sólo
2 g/L, de los cuales 1.2 g SSV/L eran autótrofos. Fue el paso limitante de los enriquecimientos microbianos
estudiados.

La eficiencia de remoción de nitrato en el reactor UASFB alcanzó un máximo de 85.3%, con un promedio de
65.8% en la primera etapa. Sin embargo, al aumentar la biomasa y la relación DQO/N y bajar la VCS, la
eficiencia de remoción de nitrato en el reactor llegó a 99.5%.

La recuperación de azufre en forma de sulfato en el efluente no presentó una tendencia a la estabilidad en el


tiempo de medición, por lo que resulta más ilustrativo obtener conclusiones con respecto a la degradación de
tiosulfato. El porcentaje de remoción máximo alcanzado es de 32.5%, una vez que se bajó la VCS.

La eliminación máxima de materia orgánica medida como DQO fue de un 75.8%, lo que indica el relativo
buen funcionamiento de los microorganismos heterótrofos.

La conclusión mas importante es que se han sentado las bases para implementar un sistema biotecnológico
innovador y de bajo costo para eliminar nitrógeno y azufre en presencia de materia orgánica compleja, en
aguas residuales industriales y ganaderas. Se seguirá investigando con la misma tecnología a cargas mayores,
y con otras tecnologías que permitan la estabilidad de las poblaciones microbianas autótrofas y heterótrofas,
como por ejemplo, EGSB, Filtro Anaerobio y Reactor Anaerobio de Lecho Fluidizado, todas que operan con
biomasa en gránulos o adherida a un soporte.

Agradecimientos. – El presente estudio está siendo financiado por el Proyecto FONDECYT 1130108, del
Gobierno de Chile.

Referencias Bibliográficas

8
APHA (2005) Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 19th. Ed American Public Health
Organization, Washington, DC, USA.
Fajardo, M. (2011) Autotrophic denitrification for treatment of wastewater with high concentration of sulphur and
nitrogen compounds. Ph.D. Thesis, Universidad de Santiago de Compostela, España.
Mahmood Q., Zheng P., Cai J., Wu D., Hu B., Li J. (2007) Anoxic sulfide biooxidation using nitrite as electron acceptor.
Journal of Hazardous Materials, 147:249-256.
Severiche C., González H. (2012) Evaluación analítica para la determinación de sulfatos en aguas por método
turbidimétrico modificado. Ing. USB Med, 3(2), 6-11.
Tandukar M., Pavlostathis S., Cervantes F. (2009) Autotrophic denitrification for the removal of nitrogen and sulphur
compounds contaminants from wastewaters. Environmental Technologies to Treat Nitrogen Pollution, 12, 319-
365.
Vannini C., Munz G., Mori G., Lubello C., Verni F., Petroni G. (2008) Sulphide oxidation to elemental sulphur in a
membrane bioreactor: Performance and characterization of the selected microbial sulphur-oxidizing community.
Systematic and Applied Microbiology, 31:461-473.
Vásquez M. (2010) Desnitrificación vía nitrito en un reactor UASB utilizando zeolita chilena. Tesis de Magíster,
Universidad Técnica Federico Santa María, Chile.

9
OBTENCIÓN DEL MUCÍLAGO CONTENIDO EN LA ESPECIES DE NOPAL Opuntia
robusta, Opuntia leucotricha, Opuntia ficus-índica Y Opuntia spp. PARA UTILIZARLO
COMO AGENTE COADYUVANTE DE LA FLOCULACIÓN EN EL TRATAMIENTO
DE AGUA RESIDUAL.

OBTAINING THE MUCILAGE CONTENT OF CACTUS SPECIES Opuntia robust,


Opuntia leucotricha, Opuntia ficus-indica and Opuntia spp FOR USE AS AN ADJUVANT
AGENT FLOCCULATION IN WASTEWATER TREATMENT.

Julio César Martínez Rosas 1*


Maria Luisa Lozano Camargo 1, 2
Leonardo David Herrera Zúñiga 1, 2
Juan Carlos Martínez Hernández 2

Abstract
The suspended particles give undesirable color and turbidity of surface waters. the use of
chemical agents such as aluminum sulfate, allow significant portion remove suspended solids,
clarifying the water for further purification. in this study were compared with mixtures
coagulant-flocculant potential composed of commercial grade aluminum sulfate and mucilage
obtained from the cactus opuntia robusta, opuntia leucotricha, opuntia ficus-indica and opuntia
spp, that will allow reducing the amount of aluminum sulfate in the treatment of wastewater.
through the jar tester was determined the optimum dose mixture of aluminum sulphate with
mucilage, which is the optimal dose had a better quality of water was 500 ppm with 50 ppm
sulphate obtained mucilage from nopal Opuntia robusta in the clarification of a water sample
from river company canal, la paz, mexico state (98° 57’ 21.37’’ w, 19° 20’ 30.73’’ n). this dose
served as the basis for the preparation of mixtures with different compositions six aluminum
sulfate and mucilage. in each treatment three relevant physicochemical parameters were
measured by coagulation-flocculation assays: spp, electrical conductivity and hardness.
Key Words: chemicals, coagulant, jar tester, mucilage, suspended particle.

1
División de Ingeniería Ambiental, Tecnológico de Estudios Superiores del Oriente del Estado de México.
2
División de Ciencias Básicas e Ingeniería, Universidad Autónoma Metropolitana; Unidad Iztapalapa.
*División de Ingeniería Ambiental, Tecnológico de Estudios Superiores del Oriente del Estado de México. Paraje San Isidro / Av.
De las Torres, s/n – Barrio de Tecamachalco, La Paz, Estado de México. Código Postal 56400. México.
Email: amb_r22@hotmail.com
Resumen
Las partículas suspendidas confieren color y turbiedad indeseables a las aguas superficiales. El uso de agentes
químicos como el sulfato de aluminio permite remover una proporción significativa de los sólidos suspendidos,
clarificando el agua para su potabilización posterior. En este estudio se compararon mezclas con potencial
coagulante compuestas por mucílago de los nopales O. robusta, O. leucotricha, O. fiscus-índica y O. spp y sulfato de
aluminio grado comercial, que permitirían reducir la cantidad sulfato de aluminio en el tratamiento de aguas
residuales. Mediante prueba de jarras se determinó la dosis óptima de la mezcla de sulfato de aluminio con
mucílago, la dosis óptima donde se tenía una mejor calidad del agua fue 500 ppm de sulfato con 50 ppm del
mucílago obtenido del nopal Opuntia robusta en la clarificación de una muestra de agua del canal Río de la
Compañía, La Paz, Estado de México (98° 57’ 21.37’’ W, 19° 20’ 30.73’’ N). Esta dosis, sirvió como base para la
preparación de seis mezclas con distintas composiciones de mucílago y sulfato de aluminio. En cada tratamiento se
midieron tres parámetros fisicoquímicos relevantes en ensayos de coagulación-floculación: pH, Conductividad
eléctrica y dureza.

Palabras clave: Agentes químicos, coagulante, mucílago, partículas suspendidas, prueba de jarras.

Introducción

El agua cruda proveniente de ríos, lagos y manantiales trae consigo impurezas, gases, polvo y microorganismos, los
cuales pueden afectar la salud del ser humano. Por ello debe ser sometida a un proceso de potabilización haciéndola
apta para el consumo humano.
Por muchos años, el tratamiento de aguas residuales estaba destinado a reducir el contenido de sólidos suspendidos,
materiales que demandan oxígeno, compuestos inorgánicos disueltos y bacterias nocivas (Kurita, 1999). En años más
recientes, se han propuesto métodos básicos de tratamiento de agua municipal que incluyen tratamientos primarios
por medio de desarenador, cribado y sedimentación; además de un tratamiento secundario que se basa
principalmente en oxidación de materia orgánica disuelta, y un tratamiento terciario que incluye métodos biológicos
avanzados para remover nitrógeno, métodos físico químicos como filtración granular y absorción con lodo activado
(Sonune y Ghate, 2004). El sulfato de aluminio, es el coagulante químico más utilizados para la clarificación del
agua porque remueve los microorganismos entre un 90 y 99% al ser utilizado en condiciones óptimas (Miller et al.,
2008). Sin embargo, puede ser fácilmente asimilado por el hombre, con potenciales consecuencias negativas a largo
plazo. Sus efectos se asocian con varias formas de cáncer, Alzheimer y enfermedades óseas (Gurdián y Coto, 2011).
Por lo mencionado anteriormente, una alternativa para sustituir o minimizar el uso del sulfato de aluminio, es la
implementación de coagulantes y floculantes naturales obtenidos de especies vegetales, como el uso del mucílago del
nopal como alternativa biológica para la floculación en el tratamiento de aguas residuales (Ramírez, 1992).

Metodología

Obtención del mucílago

Para la obtención del mucílago de las tres especies de nopal, se utilizó la metodología de Dujardin (1975), añadiendo
una modificación a las pasos 4,5 y 6 para obtener un mayor rendimiento del mucílago precipitado:
1) Se cortan las pencas de los nopales por la mañana.
2) Se eliminan las espinas y se corta en pequeños trozos de aproximadamente 2 cm2.
3) Realización de molienda con agua destilada a razón de 1:1 en peso.
4) El extracto crudo se coloca en tubos y se realiza una centrifugación a 4000 rpm durante 20 min, con el fin de
separar la fase sólida.
5) El sobrenadante es filtrado para tener una mezcla líquida homogénea.
6) Se lleva a cabo una extracción líquido-líquido con acetona a razón de 60% V/V.
7) Se realiza un secado del precipitado den (6) a temperatura ambiente.
8) Se muele y se tamiza a un tamaño de poro 0.006 mm para obtener un polvo lechoso muy fino.
Prueba de jarras

Para encontrar la dosis óptima con la que se trabajó, se utilizó la metodología propuesta por Schulz y Okun (1991):
Ésta consiste en una prueba de jarras, la cual se realizó en vasos de precipitado de un litro llenos con agua cruda. En
cada uno se realizó un barrido de sulfato de aluminio, actuando como coagulante de 300, 500, 700, 900, 1100 y
1300 mg/L, con el fin de encontrar la concentración óptima para un agua visualmente más translúcida. La
concentración óptima de sulfato de aluminio requerida fue de 500 y 700 mg/L.
Posteriormente se realizó un barrido con diferentes concentraciones (50, 100, 150, 200, 250 y 300 mg/L) de
coadyuvante a la floculación (mucílago), manteniendo constantes las concentraciones de sulfato de aluminio en 500
y 700 mg/L. El agua tratada con 50 y 200 mg/L de biopolímero junto con la mezcla de 500 y 700 mg/L de sulfato de
aluminio fue donde se obtuvo una mejor calidad del agua al determinarle dureza, pH y conductividad eléctrica. La
prueba de jarraras fue realizada en un equipo PHIPPS AND BIRDTM PB-700TM JARTESTER, en el cual se agregó
el coagulante (sulfato de aluminio) a condiciones de agitación de 100 rpm por 10 minutos. Después se adicionó el
coadyuvante a la floculación (mucílago) y se incrementa la velocidad hasta 200 rpm, durante un lapso de tiempo de 3
minutos, después se disminuye la velocidad a 40 rpm, durante un lapso de tiempo de 20 minutos, una vez
transcurrido este tiempo se deja reposar, sin ningún tipo de agitación por un lapso de 30 minutos.
Después de sedimentado el floculo, se determinó sobre las muestras de agua, pH, conductividad eléctrica y dureza
como partes por millón de calcio (Ca2+), con la finalidad de evaluar la eficiencia de remoción de los coagulantes-
floculantes y así determinar las dosis y condiciones óptimas de coagulación-floculación de los diferentes tipos de
mucílagos.

Resultados y discusión

El estudio de la extracción de mucílago en las diferentes especies de nopal y la implementación como una alternativa
biológica como coadyuvante en el tratamiento de agua residual, se realizó para determinar la eficiencia en la
remoción de contaminantes fisicoquímicos en muestras de agua recolectadas del Canal Río de la Compañía en La
Paz, Estado de México. Al mejorar la metodología de la extracción del mucílago para maximizar un mayor
rendimiento de mucílago precipitado por cada litro de extracto crudo, se incrementa la cantidad de agua residual que
es posible tratar por cada kilogramo de nopal, y al encontrar las dosis optimas de coagulante-floculante, se realizaron
mezclas con sulfato de aluminio y mucílago de nopal para minimizar el uso de la sal inorgánica y obtener una mejor
calidad de agua tratada que al usar únicamente sulfato de aluminio.

Obtención del mucílago

El rendimiento alcanzado en la extracción del mucílago sobre las tres especies de nopal oscila entre el 0.1 g y 10.5 g
por cada litro de extracto crudo de nopal fresco. En la figura 1, se observa que se tiene una mayor eficiencia en la
extracción de mucilago en la especie Opuntia Leucotricha que la obtenida en la especie comercial Opuntia spp.
Figura 1. Cantidad de mucílago obtenido por litro de extracto crudo de nopal. Se muestran las especies que
contienen alta cantidad de mucílago; la especie Opuntia spp que es usado en la preparación de alimentos, contiene
una mínima cantidad de mucílago.
Caracterización del agua residual

Las muestras de agua residual (agua cruda) se tomaron del Canal Río la Compañía en el horario de 12:00 p.m. dos
veces a la semana durante el mes de noviembre y diciembre. Esta agua cruda presenta un pH cercano a la neutralidad
y tiene la característica de ser un agua muy dura en iones Ca 2+, además presenta altas cantidades de sales disueltas de
acuerdo a su valor de conductividad. Los valores promedios de los parámetros medidos se muestran en la tabla.

Tabla 1. Valores promedio de los parámetros medidos en el agua cruda antes de las pruebas de coagulación-
floculación. Las mediciones se realizaron después de filtrar el agua con papel filtro para evitar interferencias debido
a los sólidos suspendidos no disueltos.
pH Conductividad (μS/cm) Dureza (ppm Ca2+)
7.65 1069 208

Mezcla de coagulante (sulfato de aluminio) y coadyuvante a la floculación (biopolímero).

Después de las pruebas preliminares, se modificó la velocidad de agitación a 300 rpm y se realizaron nuevamente las
pruebas de coagulación-floculación, obteniendo una mejor relación entre coagulante y floculante para llegar a una
calidad de agua aceptable, con menor cantidad de sulfato de aluminio. Las condiciones optimizadas fueron:

a) 500 ppm de sulfato de aluminio con 50 ppm de mucílago,


700 ppm de sulfato de aluminio con 50 ppm de mucílago;
b) 500 ppm de sulfato de aluminio con 200 ppm de mucílago,
700 ppm de sulfato de aluminio con 200 ppm de mucílago.

Estas dosis fueron las que se utilizaron para evaluar los parámetros de calidad del agua.

Análisis de pH

Al finalizar las pruebas de coagulación-floculación se realizaron las mediciones de pH en 1) agua cruda, 2) agua
tratada únicamente con sulfato de aluminio y 3) agua tratada con:
a) 500 ppm de sulfato de aluminio y mucílago 50 y 200 ppm; figura 2.
b) 700 ppm de sulfato de aluminio y mucílago 50 y 200 ppm; figura 3.
Figura 2. Los valores promedio obtenidos del pH muestran que al utilizar únicamente sulfato de aluminio (500 ppm)
se acidifica el agua; mientras que al realizar las pruebas de coagulación-floculación con sulfato de aluminio (500
ppm) y mucílago (50 y 200 ppm) se obtiene agua tratada con un valor de pH entre 7.70 y 7.98, lo cual es aceptable
en aguas tratadas. Gris: agua cruda; rojo: agua tratada con sulfato de aluminio (500 ppm); verde: O. robusta; morado:
O. leucotricha y azul: O. ficus-índica.

Como se observa en la figura 2, el agua que fue tratada con sulfato de aluminio es ligeramente ácida siendo no
factible para un proceso de tratamiento. Al tratar el agua con sulfato de aluminio y mucilago se contrarresta los
efectos acidificantes de la sal inorgánica manteniendo el agua tratada en valores aceptables de pH (entre 7 y 8).

Figura 3. Los resultados promedio obtenidos del pH muestran que el agua sufre un efecto acidificante al utilizar una
dosis mayor de sulfato de aluminio (700 ppm); pero al finalizar las pruebas de coagulación-floculación con sulfato de
aluminio (700 ppm) y mucílago (50 y 200 ppm), se puede ver que el compuesto natural posee un efecto neutralizante
del efecto acidificante que tiene la sal inorgánica de aluminio. Gris: agua cruda; rojo; agua tratada con sulfato de
aluminio (700 ppm); amarillo: O. robusta; morado: O. leucotricha y verde: O. ficus-índica.

En la figura 3 se observa que al incrementar la dosis de sulfato de aluminio disminuye el pH del agua tratada; y el
mucílago, por otro lado, contrarresta los efectos acidificantes de la sal inorgánica, pues al tratar el agua con sulfato
de aluminio y mucílago, se mantiene en neutralidad. También es posible observar que sin importar cuál de las tres
especies de nopal se utilice como agente coadyuvante a la floculación, cada uno de ellos sirve para neutralizar el
efecto acidificante del sulfato de aluminio.

Conductividad eléctrica

Las mediciones de conductividad eléctrica que se realizaron al terminó de la prueba de jarras en 1) agua cruda, 2)
agua tratada únicamente con sulfato de aluminio y 3) agua tratada con:
a) 500 ppm de sulfato de aluminio y mucílago 50 y 200 ppm; figura 4.
b) 700 ppm de sulfato de aluminio y mucílago 50 y 200 ppm; figura 5.
Figura 4. Se muestran los resultados promedio obtenidos después de la prueba de jarras. Gris: agua cruda; rojo: agua
tratada con sulfato de aluminio (500 ppm); naranja: O. robusta; verde: O. leucotricha y morado: O. ficus-índica. Al
tratar el agua con sulfato de aluminio, la conductividad eléctrica disminuye en 13.5% respecto al agua cruda; al
utilizar dosis bajas de mucílago (50 ppm) y manteniendo la concentración de sulfato de aluminio (500 ppm), la
conductividad disminuye en casi 4.2 %; mientras que al utilizar dosis altas de mucílago (200 ppm) con 500 ppm de
sulfato, la conductividad se incrementa en un 4.9%.
Como se observa en la figura 4, en altas dosis de mucílago (200 ppm) se incrementa ligeramente la conductividad
eléctrica del agua tratada, esto puede deberse a los iones que están dentro de la estructura del mucílago y que se
solubilizan en el agua. El agua de mejor calidad que presenta una menor conductividad, y por lo tanto contiene
menos iones solubles, se obtiene al utilizar una dosis baja (50 ppm) del mucílago obtenido en el nopal O.
leucotricha.

Figura 5. Los resultados promedios obtenidos muestran que la conductividad eléctrica disminuyó 11.5% al tratar el
agua con sulfato de aluminio (700 ppm). Al realizar las mezclas de sulfato de aluminio y mucílago en
concentraciones bajas (50 ppm, la conductividad disminuye 4.4 %, en cambio al utilizar dosis altas de mucílago (200
ppm) la concentración se incrementa alrededor de 6.6 %. Gris: agua cruda; rojo; agua tratada con sulfato de aluminio
(700 ppm); verde: O. robusta; anaranjado: O. leucotricha y morado: O. ficus-índica.

Como se observa en la figura 5, al someter el agua cruda con sulfato de aluminio (700 ppm) y mucílago (50 y 200
ppm) baja la disminución de la conductividad eléctrica porque partículas de aluminio se solubilizan al igual que los
cationes presentes en le mucílago y no precipitan en la floculación.

Dureza

Los resultados promedio obtenidos de dureza del 1) agua cruda, 2) agua tratada con sulfato de aluminio y 3) agua
tratada con
a) 500 ppm de sulfato de aluminio y mucílago 50 y 200 ppm; figura 6.
b) 700 ppm de sulfato de aluminio y mucílago 50 y 200 ppm; figura 7.
Figura 6. Valores promedios de dureza obtenidos de las diferentes muestras de agua. Gris: agua cruda; rojo; agua
tratada únicamente con sulfato de aluminio (500 ppm); azul: O. robusta; verde: O. leucotricha y anaranjado: O.
ficus-índica. La determinación de la dureza de las muestras de agua, se realizaron de acuerdo al procedimiento
experimental descrito en el libro de Análisis Químico Cuantitativo, Daniel C. Harris, 3ª ed. en español, 2007.

Se observa que al tratar el agua cruda únicamente con sulfato de aluminio (500 ppm) la dureza disminuye 11.53%; la
mejor calidad de agua se obtiene al utilizar mucílago (50 ppm) del nopal O. robusta, con esta dosis, se obtuvo la
mejor remoción de dureza; disminuyó 31.25%. Las dosis altas de mucílago (200 ppm) disminuyen poco la dureza:
con el mucílago del nopal O. ficus-índica se removió la dureza 22.5%.

Figura 7. Valores promedios obtenidos en las diferentes muestras de agua tratada. Gris: agua cruda; roja: agua
tratada únicamente con 700 ppm de sulfato de aluminio; morado: O. robusta; anaranjado: O. leucotricha; verde: O.
ficus-índica.
Se observa que al tratar el agua cruda únicamente con sulfato de aluminio (700 ppm) la dureza disminuye 10%; la
mejor calidad de agua se obtiene al utilizar mucílago (50 ppm) del nopal O. robusta y O. ficus-índica, ya que con
esta dosis, la dureza disminuyó hasta un 31.7% respecto al agua cruda
Con el uso de dosis bajas de mucílago, se observa en la gráfica que en promedio la dureza disminuye alrededor
27.4%; mientras que con el uso de sulfato de aluminio sin agente coadyuvante, la dureza disminuye 19.25%. Con el
uso de mucílago en dosis altas, la dureza disminuye solamente 12.82%. Estos valores se calcularon tomando como
referencia (100%) al agua cruda.

Conclusiones

El mucílago obtenido de los cladodios de los nopales Opuntia robusta, Opuntia leucotricha y Opuntia ficus-índica
que crecen en el cactario del Tecnológico de Estudios Superiores del Oriente del Estado de México tiene un
potencial muy alto para su uso como agente floculante y como sustituto del uso de sales inorgánicas y polímeros
sintéticos en el tratamiento de agua residual por medio de coagulación y floculación.
Una de las ventajas que ofrece el uso de biopolímeros, como es el caso del mucílago, es que no es necesario
modificar el pH del agua residual inicial, además de que se generan lodos más compatibles con el ambiente. Lo
relevante de esta tecnología natural, es que se requieren concentraciones bajas para un mejor resultado en la calidad
del agua.
Cabe mencionar que en este trabajo no se realizaron las pruebas de coagulación usando el mucílago extraído de
Opuntia spp debido a que presentó un rendimiento muy deficiente durante la etapa de extracción de la fuente natural.
No se descarta que pudiera presentar acción floculante, sin embargo no es viable por los costos tan altos que implica
su obtención a partir del nopal.
Los estudios realizados durante el desarrollo de este proyecto, muestran que las mejores condiciones para el uso de
estos biopolímeros en el tratamiento del agua residual, es utilizando 500 ppm de sulfato de aluminio y 50 ppm del
mucílago del nopal Opuntia robusta. El agua tratada mantiene una excelente calidad, ya que además de presentar un
pH adecuado para su rehuso, disminuye la dureza del agua en mayor proporción que los otros biopolímeros,
siguiéndole Opuntia ficus-índica y por último Opuntia leucotricha.

Referencias.

Daniel C. Harris. (2007) Análisis Químico Cuantitativo, 3ª ed. en español


Dujardin Esther, Pierre Laszio and David Sacks. (1975) Journal of chemical education:52;l 1:742-744.
Gurdián R. y Coto J. (2011) Estudio preliminar del uso de la semilla de tamarindo Tamarindus indica en la coagulación-
floculación de aguas residuales. Tecnología en Marcha.
Kurita. (1999) Handbook of water treatment. Kurita Water Industries. 2a. Ed. Japón. 501pp.
Miller S., Fugate E., Craver V., Smith J. y Zimmerman J. (2008) Toward understanding the efficacy and mechanism of
Opuntia ssp. as a natural coagulant for potential application in water treatment. Environmental Science & Technology.
Ramírez C. (1992) Tratamiento de Aguas Residuales Industriales. Colección libro de texto. Universidad Autónoma
Metropolitana. México. 203p.
Schulz R. C. Okun A. (1991) D. Tratamiento de aguas supeficiales para países en desarrollo; Ed. Limusa S. A. México.
Sonune A y Ghate R. (2004) Developments in wastewater treatment methods. Desalination 167: 55-63.
CARACTERIZACIÓN DEL FLUJO DE ARENAS EN LOS DESARENADORES DE UNA
EDAR URBANA LITORAL BAJO ESTRÉS HIDRÁULICO

CHARACTERIZING AERATED GRIT CHANNEL PERFORMANCE FOR GRIT REMOVAL


FROM COASTAL MUNICIPAL WWTP OPERATING WITH HYDRAULIC STRESS

José Manuel Álvarez-Campana Gallo1


Alfredo Jácome Burgos2
Joaquín Suárez López3*
Héctor Del Río Cambeses4
Carlos Fernández Casanova5
Rafael Díaz Martínez6
Montserrat Recarey Pérez7
Zurab Jikia8

Abstract
The WWTP Lagares (Vigo, Spain) has the following sequence of coarse solids removal: removal of greater than 50
mm fraction roughing, removal of greater than 2 mm fraction by sieving, and removal of the top fraction to 0.2 mm by
aerated grit channel. A process of this type is usually robust enough to eliminate virtually all inorganic particles
larger than 200 microns. However, during the life of the WWTP, the anaerobic digester has been suffering gradual
sedimentation processes of inorganic particles larger than 200 microns, to the point that in 2004 2,500 tons were
mechanically removed. The research has focused on assessing the performance of the grit channel by granulometric
sand flow removed. The period of research was conducted between May and September 2013. The series of samples
corresponding to various sequences and precipitation events, from dry periods until a series of events of various
rainfall intensity and duration. The research has been aimed to determine the events and conditions that allow a
significant flow of inorganic solids particle size greater than 200 microns away with the effluent from aerated grit
channel and to penetrate to the mudline to settle in anaerobic digesters producing silting partial.

KeyWords: aerated grit channel, particle size distributions, wastewater preliminary treatment

1, 2, 3*, 4, 7, 8
Universidade da Coruña. Centro de Innovación Tecnológica en Edificación e Ingeniería Civil. (CITEEC),
Universidade da Coruña (UdC). Campus de Elviña s/n, A Coruña 15071, España. Tlf: (0034)981167000–Ext: 5430
(E-mail: jsuarez@udc.es). Telf: (0034)981.167.000 – Ext: 1456
5, 6
Sociedad Estatal Aguas de las Cuencas de España (AcuaEs). c/Colón, 21, 3º 36201 Vigo, Tlf.: 986 44 37 68

1
Resumen
La EDAR de Lagares (Vigo, España) presenta la siguiente secuencia de eliminación de sólidos gruesos: retirada de
fracción superior a 50 mm en el desbaste, retirada de la fracción superior a 2 mm mediante tamizado, y retirada de la
fracción superior a 0.2 mm mediante desarenado aireado. Un proceso de este tipo suele ser suficientemente robusto
para eliminar prácticamente todas las partículas inorgánicas de más de 200 µm de las aguas residuales, dejando pasar
una reducida cantidad de arenas finas y de limos. Sin embargo, durante la vida útil de la EDAR, el digestor anaerobio
ha venido sufriendo procesos de sedimentación progresiva de partículas inorgánicas de más de 200 µm, hasta el punto
que el año 2004 se retiraron mecánicamente 2500 toneladas. El trabajo se ha centrado en evaluar el funcionamiento
del desarenador mediante la caracterización granulométrica del flujo de arenas eliminado. El período de investigación
se desarrolló entre mayo y septiembre del 2013. Las series de muestras se corresponden con diversas secuencias y
eventos de precipitación, desde períodos secos por ausencia de precipitaciones, hasta una serie de sucesos de
precipitación diversos en intensidad y duración. La investigación ha tenido como objeto determinar los fenómenos y
condiciones que permiten que un flujo relevante de sólidos inorgánicos de granulometría superior a 200 µm salga con
el efluente del desarenado y llegue a penetrar en la línea de lodos hasta sedimentar en los digestores anaerobios
produciendo su colmatación parcial.

Palabras clave: arenas, desarenadores aireados, perfiles granulométricos, pretratamiento de aguas residuales

Introducción

Los criterios de diseño de las estaciones depuradoras de aguas residuales (EDAR) contemplan que la fracción de
sólidos inorgánicos con un tamaño mayor de 0.2 mm se elimina satisfactoriamente en el pretratamiento, mediante la
segregación decreciente de las clases granulométricas (Metcalf & Eddy, 2003; WEF, 2010). Siguiendo estos criterios
generales, en 1995 se construyó la EDAR de Lagares en Vigo (España) para el tratamiento de un caudal de 3000 L/s.
La EDAR sirve a una aglomeración urbana de unos 400 000 habitantes, con una elevada pluviosidad y una importante
cuenca de drenaje. Para eliminar los sólidos gruesos, la EDAR cuenta con: retirada de fracción superior a 50 mm en el
desbaste, retirada de la fracción superior a 2 mm mediante tamiz, y retirada de la fracción superior a 0.2 mm mediante
desarenado aireado. Un pretratamiento así suele ser suficiente para eliminar las partículas inorgánicas de más de 200
µm de las aguas residuales. Sin embargo, durante la vida útil de la EDAR el digestor anaerobio ha venido sufriendo
procesos de sedimentación progresiva de partículas inorgánicas de más de 200 µm, hasta el punto que el año 2004 se
retiraron mecánicamente 2500 toneladas. Los problemas causados por las arenas no se limitan a la reducción del
volumen útil de los digestores y otras unidades de la EDAR, sino que lleva aparejados pérdida de rendimientos e
incremento del consumo energético de los procesos, así como abrasión de elementos, entre otros problemas. Estos y
otros problemas han sido observados por varios investigadores (Qasim, 1999; Mansour-Geoffrion et al., 2010;
Navarro et al., 2011), que han apuntado la necesidad de profundizar en el conocimiento de los fenómenos que pueden
darse en el desarenado y que tienen como resultado el franqueo de este proceso por partículas minerales mayores de
0.2 mm, que después se incorporan como flujo sólido a la línea de lodos.

A la hora de estudiar estos fenómenos de franqueo pueden establecerse dos premisas de carácter metodológico. En
primer lugar, aunque el funcionamiento de la EDAR presenta diferencias en tiempo seco respecto a tiempo de lluvia,
parece preferible referir esas diferencias no a un evento meteorológico, complejo de discriminar, sino a episodios de
funcionamiento ordinario del desarenador frente a episodios bajo estrés hidráulico del mismo. Por ello la
caracterización del proceso de desarenado parece aconsejar el conocimiento real del régimen hidráulico del
desarenador frente a diferentes caudales circulantes, lo que puede realizarse mediante ensayos de trazadores. En
segundo lugar, el potencial problema de las arenas no se da cuando estas tienen tamaños inferiores a 100 µm, en el
dominio de las partículas en suspensión, que no tienen problema para movilizarse a través de la línea de lodos; ni en
los tamaños superiores a 1 mm, en el dominio de los sólidos sedimentables, que ya corresponde a una arena más
gruesa, retenible en su práctica totalidad en el pretratamiento. Así, el problema más importante y complicado de
gestionar, se encuentra en el intervalo de tamaños entre 100 y 1000 µm. Por este motivo, la metodología de
caracterización granulométrica debe tener una gran sensibilidad en ese rango; una resolución que la típica
granulometría mediante columna de tamices no alcanza adecuadamente, pero que sí se consigue satisfactoriamente
mediante ensayos con difractómetro láser. Además, la existencia de un problema de arenas como el que se refiere,
depende también de dos condiciones particulares del entorno de la cuenca de saneamiento: su meteorología y la

2
disponibilidad de aporte de partículas minerales de ese intervalo granulométrico (100-1000 µm). La cuenca urbana de
Vigo se caracteriza por una pluviosidad media anual elevada (1700 a 1900 mm/año), con una distribución de
precipitaciones de corte mediterráneo (máximas en meses de invierno y mínimas en el estiaje veraniego). Ahora bien,
cuando se analizan en escala temporal de mes o semanas, las precipitaciones responden a tres modelos básicos:
precipitaciones de intensidad media elevada relativamente continuadas a lo largo del tiempo (períodos semanales);
precipitaciones de intensidad media baja en períodos semanales separadas por intervalos de ausencia de precipitación;
y precipitaciones ocasionales de intensidad media alta (períodos diarios u horarios) de tipo tormentoso, insertas en
períodos relativamente prolongados de ausencia de precipitación. Por otra parte, la condición litoral de la cuenca
drenada por la red de saneamiento favorece la disponibilidad prácticamente ilimitada de una fracción inorgánica
mineral silícea que puede ser fácilmente transportada por el viento desde las acumulaciones litorales (playas) mediante
suspensión y saltación, mecanismos que explican el transporte de partículas con granulometría de, al menos, hasta las
500 µm (Pye, 1987).

Así, se pone de manifiesto que la presencia de arenas de más de 200 µm en la línea de lodos es el resultado de un
proceso complejo en el que juegan condiciones ambientales de contorno (meteorología y disponibilidad de carga de
arenas en la cuenca), junto con la operación del desarenado que está íntimamente relacionado con la tipología de los
sucesos de precipitación. Desde esta óptica, se puede establecer una caracterización del proceso de desarenado entre
dos extremos: operación durante la cual el desarenador trabaja en régimen ordinario y cumple satisfactoriamente con
la eliminación de la fracción de arenas superior a 200 µm; y un proceso de desarenado en régimen de estrés hidráulico
por el que se reduce significativamente la capacidad del desarenador para retener la fracción superior a 200 µm. Entre
ambos extremos podrá darse un cierto continuo transicional, que puede manifestarse en escala horaria o diaria.

El período de investigación se desarrolló entre mayo y septiembre del 2013. Las series de muestras se corresponden
con diversas secuencias y eventos de precipitación, desde períodos secos por ausencia de precipitaciones, hasta una
serie de sucesos de precipitación diversos en intensidad y duración. El trabajo se ha centrado en el funcionamiento del
desarenador. La investigación ha tenido como objeto determinar los fenómenos y condiciones que permiten que un
flujo relevante de sólidos inorgánicos de granulometría superior a 200 µm atraviese el desarenado y llegue a penetrar
por la línea de lodos hasta sedimentar en los digestores anaerobios produciendo su colmatación parcial.

Materiales y métodos

La línea de agua de la EDAR comprende pretratamiento, decantación primaria, reactor biológico de fangos activados
con eliminación biológica de nitrógeno y decantación secundaria. Mientras que, la línea de lodos comprende
espesamiento, digestión anaerobia y deshidratación de lodos mediante centrífugas horizontales. El pretratamiento
dispone de una capacidad de 3.000 L/s y consta de desbaste de gruesos de 50 mm de paso, tamizado de finos de luz 2
mm y desarenado-desengrasado, compuesto de: 2 unidades de desarenador aireado con clasificador de arenas de tipo
vaivén y concentrador de grasas a base de rasquetas de madera; tres grupos de motosoplantes de 200 m 3/h, y dos
bombas de extracción de arenas incorporadas en puentes móviles. Las características de diseño de los desarenadores se
presentan en la tabla 1. La figura 1 es una foto de la situación de los desarenadores en la EDAR.

Tabla 1.- Características funcionales de los canales de desarenado aireado


Caudales de diseño (m3/h) Parámetros de funcionamiento teóricos
Velocidad Velocidad de
Total Por línea TRH (min)
ascensional (m/h) paso (m/s)
Caudal medio 5000 2500 13.0 0.044 11.5
Caudal punta 8100 4050 21.1 0.071 7.1
Caudal máximo 10 800 5400 28.1 0.094 5.3

3
Figura 1.- Desarenadores-desengrasadores de la EDAR

Metodología de muestreo en relación con los episodios de precipitación


Se trató de identificar diferentes tipos de sucesos de precipitación que puedan incidir tanto en la composición y
granulometría del agua residual bruta, como en el funcionamiento del desarenado. Dado que los episodios de
precipitación distan de ser sencillos y homogéneos (en duración, continuidad e intensidad), los muestreos se diseñaron
con el objetivo de registrar diferencias que permitan detectar situaciones de estrés hidráulico del desarenador. Se
buscó obtener información del comportamiento del flujo de sólidos en la EDAR, tanto para fenómenos que tienen una
incidencia de orden diario como para aquellos cuya incidencia es de orden horario. Para el primer tipo se ha optado
por toma de muestras compuestas (período de 8 horas), mientras que para el segundo se ha optado por muestras
simples. Se identificaron tres tipos de períodos de precipitaciones:

Tipo 1: secuencia de precipitaciones moderadas con breves intervalos (días) sin lluvia. Esta tipología de eventos
meteorológicos se dio desde finales de mayo a mediados de junio del año 2013. El período refleja, después de unos
días sin precipitaciones, una secuencia de precipitaciones que llegan a superar los 5 mm/día a finales de mayo. Los
primeros días del mes de junio no tienen precipitaciones, pero a partir del sexto día hay pequeñas precipitaciones
continuadas durante cinco días. A mediados de junio se caracteriza un evento de dos días con precipitaciones
relativamente intensas (15-20 mm/día), seguido de dos días de ausencia de lluvias (Fig. 2). Se toman muestras
compuestas representativas de un intervalo de 8 horas (10h00 a 18h00). Este tipo de muestreo trata de identificar
procesos acumulativos, inerciales, del pretratamiento respecto a las variaciones lentas (escala de días o semanas) de la
pluviosidad, en una situación en que la superficie y el saneamiento de la cuenca se encontrarían muy lavados después
de unos meses de abril y de mayo de precipitaciones intensas relativamente continuadas.

25
precipitación diaria en cuenca (mm)

20

15
1A 2A 3A 4A 5A 6A 7A
10

0
21-5 22-5 23-5 24-5 25-5 26-5 27-5 28-5 29-5 30-5 31-5 1-6 2-6 3-6 4-6 5-6 6-6 7-6 8-6 9-6 10-6 11-6 12-6 13-6 14-6 15-6 16-6 17-6 18-6 19-6 20-6 21-6
días (meses de mayo a junio de 2013)

Figura 2.- Secuencia diaria de lluvias y muestras (1A a 7A), de finales de mayo a mediados de junio de 2013

4
Tipo 2: sucesos tormentosos ocasionales en medio de períodos secos prolongados (semanas). Los meses de julio y
agosto fueron períodos de tiempo seco, con sucesos tormentosos ocasionales (durante pocas horas). Dos de esos
eventos tormentosos fueron muestreados. En ambos casos se tomaron dos muestras simples cada día, a las 10h00 y al
principio de la tarde (a las 14h00 y 15h00, respectivamente) (Fig. 3). Este período de muestreo trata de identificar
tanto la composición y granulometría del flujo de sólidos del agua residual bruta, como el comportamiento del
desarenador frente a un fenómeno ocasional intenso con fuerte capacidad de desequilibrio. Los dos cortes horarios en
el mismo día tienen por objeto identificar, en su caso, fenómenos rápidos (horarios) que pueden producirse en el
desarenador. Con estos muestreos se pretende conocer el comportamiento del sistema ante un intenso efecto de lavado
de cuenca y red de saneamiento, después de un período muy prolongado sin ninguna precipitación.

25
precipitación diaria en cuenca (mm)

20

15
8A 10 8A 14 9A 10 9A 15
10

0
15-7 16-7 17-7 18-7 19-7 20-7 21-7 22-7 23-7 24-7 25-7 26-7 27-7 28-7 29-7 30-7 31-7 1-8 2-8 3-8 4-8 5-8 6-8 7-8 8-8 9-8 10-8 11-8 12-8 13-8 14-8 15-8
días (meses de julio y agosto de 2013)

Figura 3.- Secuencia diaria de lluvias y muestras (8Ay 9A) desde mediados de julio a mediados de agosto de 2013

Tipo 3: precipitaciones intensas continuadas con breves intervalos de tiempo seco. La última secuencia
seleccionada es la correspondiente a finales del mes de septiembre, en donde después de un período prolongado de
ausencia de lluvias se inicia una serie continuada de varios días de precipitación muy intensa, superando en dos días
un acumulado de 50 mm (Fig. 4). Con este tipo de muestreo se trata de identificar procesos de estrés hidráulico de
orden diario, que pueden significar alteraciones continuadas del funcionamiento del desarenador, y por tanto el
franqueo de este dispositivo por parte de fracciones inorgánicas de granulometría superior a las 200 µm.

50
11A
precipitación diaria en cuenca (mm)

40

30
10A 12A
20

10

0
1-9 2-9 3-9 4-9 5-9 6-9 7-9 8-9 9-9 10-9 11-9 12-9 13-9 14-9 15-9 16-9 17-9 18-9 19-9 20-9 21-9 22-9 23-9 24-9 25-9 26-9 27-9 28-9 29-9 30-9
días (mes de septiembre de 2013)

Figura 4.- Secuencia diaria de lluvias y muestras (10A, 11A, y 12A), a finales de septiembre de 2013

Determinaciones analíticas de las arenas extraídas en el proceso de desarenado


Las catorce muestras de arena tomadas entre mayo y septiembre de 2013, fueron caracterizadas en fracción volátil
conforme al Standard Methods (1998). La densidad de la fracción inerte se midió solo en 2 de las 14 muestras
siguiendo el procedimiento de la norma UNE-EN 1097-6:2001/A1:2006 (2006). El perfil granulométrico de la
fracción inerte de las arenas se realizó con un difractómetro láser Saturn DigiSizer II (Micromeritics®, USA). Esta
técnica hizo posible que en el rango de tamaños entre 100 y 1000 µm se haya dispuesto del orden de cuarenta cortes

5
de clases granulométricas, lo que permite representar una curva prácticamente continua de este intervalo, el cual es
relevante a los efectos de la evaluación del comportamiento efectivo del sistema de desarenado.

Resultados y discusión

Suárez et al. (2014) mediante ensayos de trazadores observaron que los TRH reales en los desarenadores alcanzaban
valores próximos a los teóricos de diseño (datos no presentados). Esto descarta el infradimensionamiento como
posible causa de la pérdida de rendimiento del desarenado. El término arenas puede referirse a materiales de diversa
composición y origen (orgánicos e inorgánicos) con diámetros superiores a 0.2 mm. En este caso la fracción inerte
presentó un valor medio de 81.5 % (Tabla 2). Es destacable, que durante los suceso Tipo 2, la arena extraída contiene
una fracción volátil muy elevada con un valor medio de 38.2 %. La fracción inerte presenta una densidad de 2.5 t/m3
propia de arena silícea. El análisis de su composición concluyó que está conformada casi exclusivamente por
componentes mineralógicos graníticos (cuarzo, moscovita, albita y anortita), similares a los del entorno geológico de
la cuenca urbana drenada. Exceptuando un caso, en la distribución granulométrica de todas las muestras de arenas
extraídas, tanto en régimen ordinario como de estrés hidráulico, no se apreciaron de forma sensible tamaños superiores
a 1 mm (datos no presentados). Así, el conjunto de perfiles granulométricos de las arenas extraídas representa
significativamente el espectro granulométrico de la fracción mineral hasta 1 mm que llegaría con el agua residual a la
EDAR. En el rango de 300 a 500 µm, el conjunto de las arenas muestreadas tiene un perfil granulométrico
prácticamente igual al del depósito de playa (datos no presentados). Esta banda corresponde al rango granulométrico
de los depósitos eólicos transportados por saltación: 70-500 µm (Pye, 1987), aunque son las menores de 100 µm las
partículas más susceptibles de ser transportadas por el viento. Puede sugerirse que, en buena medida, el origen de las
arenas que transporta la red de saneamiento resulta del lavado de la superficie de la cuenca. A partir de los perfiles
granulométricos de las muestras de arena, y en relación con las precipitaciones y caudales correspondientes, se ha
podido establecer tres modelos de perfiles granulométricos característicos: de tiempo seco o régimen ordinario; de
transición; y de régimen con estrés hidráulico. El régimen ordinario y de estrés hidráulico se analiza a continuación.

Tabla 2.- Valores de fracción volátil y densidad de las arenas eliminadas en el desarenado
Densidad Caudal diario Tipo de suceso
Muestra % Volátil medio (L/s)
(t/m3)
1-A 2.5 2332 1
2-A 7.2 1825 1
3-A 5.7 2.48 1808 1
4-A 2.7 2.52 1821 1
5-A 4.6 1808 1
6-A 3.4 1862 1
7-A 17.4 1772 1
8-A10 65.7 1749 2
8-A14 32.9 1749 2
9-A10 32.3 1882 2
9-A15 21.9 1882 2
10-A 14.9 1714 3
11-A 39.2 2553 3
12-A 9.20 1769 3

Perfil granulométrico de la fracción inerte en tiempo seco o régimen ordinario


Puede considerarse que las muestras que estrictamente responden a pautas de tiempo seco y funcionamiento ordinario
de los canales de desarenado son: la 3A (5 días previos sin lluvias), y la 4A (7 días previos sin lluvias). Se trata de
muestras que presentan un claro modelo bimodal (aprox. 0.25 y 0.40 mm) y levemente asimétrica hacia la derecha
(Fig. 5). Esta clara distribución bimodal parece sugerir que en tiempo seco el desarenado extrae un conjunto inerte
segregable en dos fracciones: la primera de arenas finas-medias, levemente superior a los 0.2 mm; y la segunda de
arenas medias-gruesas, hasta la fracción de 0.75 mm, aunque predominando entre 300-500 µm. El primer pico se
correspondería con aquellos materiales que se encuentran en suspensión, agregados de partículas minerales finas (del

6
orden de 0.1 mm) y materia orgánica, con un diámetro resultante superior a 0.2 mm. El segundo pico se corresponde
con granulometrías características de los materiales minerales de la cuenca, con tamaños compatibles con transporte
por el viento (diámetros de hasta 500 µm), y que formarían parte del flujo sólido incorporado a la red de drenaje. Hay
que señalar que esa granulometría superior tiene que estar disponible (movilizada en la cuenca), lo que puede
producirse por el lavado de la cuenca en los episodios anteriores. Así, los eventos que se identifican como de tiempo
seco se corresponden con un funcionamiento ordinario del desarenado, eliminando de forma eficaz las distintas clases
granulométricas de más de 200 µm.

Perfil granulométrico correspondiente a evento de estrés hidráulico del desarenado


Las muestras de arena más representativas en condiciones de estrés hidráulico del desarenador serían: 1A, 2A, 7A,
8A10 (representatividad limitada), 9A10, 9A15, 11A, y 12A. La secuencia dinámica de las muestras 9A, tomadas el 7
de agosto, es de gran interés, puesto que refleja (a escala horaria) el proceso de modificación dentro del modelo de
curva granulométrica de tiempo de lluvia. A primera hora de la mañana, hacia las siete, comienza un intenso aguacero,
que dura hasta las 08h30. En este intervalo de hora y media se registran precipitaciones de 2.5 L/m2 en el área de la
cuenca (después de cuatro días sin llover, siendo estos a su vez posteriores a un episodio tormentoso similar al
presente). La primera muestra de arenas se toma a las 10h00 (9A10). Este perfil granulométrico característico del
estrés hidráulico en el desarenador es una de las cuestiones más notables que se han identificado (Fig. 6). Este perfil
podría considerarse “anti-intuitivo” por cuanto lo que se esperaría según se incrementa el caudal es que el desarenador
elimine partículas de mayor tamaño, pero no ocurre así. Se observa que cuando el desarenador entra en estrés
hidráulico está capturando la granulometría de la moda menor de tiempo seco (200 µm), que aumenta
porcentualmente, pero al mismo tiempo deja en gran medida de capturar la moda superior (400 µm). La razón de este
fenómeno no está suficientemente aclarada, pero entre los motivos podría encontrarse: un menor TRH, una mayor
turbidez con removilización de partículas minerales y agregados orgánicos, e incluso una cierta ineficacia del sistema
de extracción de arenas del fondo del desarenador. El sistema de extracción de arenas succiona mucha agua y pocas
partículas, y el agua extraída contiene partículas orgánicas en suspensión, cuyos tamaños pudieran ser eventualmente
“grandes”. Estas partículas de materia orgánica succionadas llevarán asociada a su vez una parte inorgánica,
normalmente de tamaños “pequeños”, ya que de lo contrario actuarían como lastre y se comportarían como partículas
decantables. Durante el estrés hidráulico, con velocidades de arrastre de fondo altas, se lava casi todo lo que llega a la
parte baja del canal, en esos momentos se mantiene la extracción de arenas que son enviadas al clasificador de arenas.
En el clasificador de nuevo se produce una selección por la que aquellos tamaños más grandes, de materia orgánica
con una parte inorgánica asociada, serán los que acabarán en el contenedor final. Por lo tanto, en momentos de estrés
hidráulico empiezan a tener importancia cuantitativa las partículas inertes de pequeño tamaño asociadas a la materia
orgánica extraídas por el clasificador. La fracción volátil alcanza un valor medio de 24.4 % (Tabla 2).

Figura 5.- Perfiles granulométricos característicos de la fracción inerte de muestras de arenas en tiempo seco y
granulometrías de muestras de arenas extraídas en régimen de estrés hidráulico

Conclusiones

Las características de los materiales que se retiran en el desarenado de las aguas residuales urbanas aportan
información muy relevante sobre la eficacia y estabilidad del proceso de desarenado y, en consecuencia, sobre el
conjunto de la EDAR. A partir de los ensayos granulométricos practicados en estas arenas, se han puesto de manifiesto

7
fenómenos que se producen en los tamaños de partículas entre 100 y 1000 µm, que no habrían sido detectados con
tanta claridad con las determinaciones granulométricas mediante columnas de tamices.

La densidad y composición de la fracción inerte se corresponde con arenas de composición mineralógica derivada de
la meteorización de rocas graníticas, encontrándose trazas de cuarzo, feldespatos y micas. El origen de estas arenas en
la cuenca, similares a las presentes en las playas, podría deberse a su transporte por el viento. Se observa que los
contenidos elevados de materia orgánica parecen estar relacionados con los episodios de lluvia acaecidos, haciéndose
patentes en mayor medida después de un período prolongado de ausencia de precipitaciones.

La distribución granulométrica de las arenas permite definir dos perfiles tipo extremos: el perfil granulométrico
bimodal, que corresponde al funcionamiento durante tiempo seco o en régimen ordinario del desarenador; el perfil
granulométrico unimodal, que se obtiene durante el funcionamiento en estrés hidráulico, del desarenador. Entre estos
dos perfiles extremos cabe un conjunto de perfiles transicionales.

La diferencia entre el perfil granulométrico bimodal característico de tiempo seco y el perfil unimodal en caso de
estrés hidráulico representa la potencial fuga de fracciones superiores a 0.2 mm. Hemos denominado este fenómeno
como “ventana abierta” por cuanto se asume que aquellas fracciones de arenas superiores a 0.2 mm que el desarenador
está extrayendo en régimen ordinario, no es capaz de retenerlas en episodios de estrés hidráulico, por lo que
franquearán esa ventana abierta. Durante episodios de lluvia el desarenador entra en estrés hidráulico al disminuir su
TRH y, por el efecto “ventana abierta”, se hace permeable a fracciones de arena de diámetro superior a 200 µm. Estas
fracciones, que de acuerdo con las granulometrías en tiempo seco se encuentran dominantemente entre 0.3 y 0.6 mm,
desaparecen del contenedor de arenas durante la fase de estrés hidráulico del desarenador, franqueando el dispositivo
de desarenado y pasando a los decantadores primarios. Esta capacidad de entrada de flujo sólido aguas abajo del
pretratamiento podría explicar suficientemente la acumulación de arenas que se ha constatado a lo largo de los años en
los digestores anaerobios de la EDAR.

Agradecimientos.- AcuaEs-Sociedad Estatal Aguas de las Cuencas de España, GS-INIMA Environment


S.A., Obrascón Huarte Laín S.A., Corsán Corviam Construcción S.A., Isolux Ingeniería, S.A. Por la
colaboración en las EDAR: AQUALIA, Augas de Galicia, EDAR-BENS S.A. - EMALCSA, ADANTIA S.L.

Referencias

Mansour-Geoffrion M., Dold P., Lamarre D., Gadbois A., Déléris S., Comeau Y. (2010). Characterizing hydrocyclone performance
for grit removal from wastewater treatment activated sludge plants. Mineral Engineering, 23, 359-364.
Metcalf & Eddy. (2003). Wastewater engineering: treatment, and reuse. Fourth ed. McGraw-Hill, New York.
Navarro F. J., López J., Lardín C., Simon P., Rojas F., Del Cacho C. (2011). Limpieza en continuo de un digestor anaerobio
mediante técnicas de hidrociclonado en una EDAR municipal. Tecnología del Agua, 329, 58-62.
Pye, K. (1987). Aeolian dust and dust deposits. Academic Press: London.
Qasim, S. R. (1999). Wastewater treatment plants: planning, design and operation. Second ed. CRC Press, Boca Raton.
Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (1998). 20th edn, American Public Health Association / American
Water Works Association / Water Environment Federation, Washington DC, USA.
Suárez J., Jácome A., Álvarez-Campana J.M., Del Río H., Fernández C., Díaz R., Recarey M., Jikia Z. (2014). Caracterización de
situaciones de sobrecarga hidráulica en desarenadores mediante ensayos de medida de tiempos de retención hidráulica. XXXIV
Congreso Interamericano de Ingeniería Sanitaria y Ambiental. Monterrey. Enviado a revisión.
UNE EN 1097-6:2001/A1:2006 (2006). Ensayos para determinar las propiedades mecánicas y físicas de los áridos. Parte 6:
Determinación de la densidad de partículas y la absorción de agua. Editada por AENOR: Madrid.
WEF, ASCE. (2010). Design of Municipal Wastewater Treatment Plants: WEF Manual of Practice No. 8 ASCE Manuals and
Reports on Engineering Practice No. 76, Fifth Edition. McGraw-Hill Education: New York.

8
DIAGNÓSTICO DEL SISTEMA DE TRATAMIENTO PRIMARIO DE RESIDUALES
LÍQUIDOS PETROLIZADOS DE LA EMPRESA COMERCIALIZADORA DE
COMBUSTIBLES DE VILLA CLARA CUBA

DIAGNOSTIC TO THE PRIMARY WASTEWATER OILING TREATMENT SYSTEM OF


FUEL DISTRIBUTOR COMPANY OF VILLA CLARA, CUBA

David Javier Castro Rodríguez1*


Jelvys Bermúdez Acosta 1
Omar Gutiérrez Benítez 1
Yoelvis Castro Hernández1
José Reinol Poma Rodríguez 1

Abstract
Inadequate sewage management generated by production and service is one of the factors that contribute to
environmental pollution in Cuba, so, the Fuel Distributor Enterprise of Villa Clara has started the development of
some actions for protecting its environment. The purpose of this paper was to diagnose the system of primary
treatment of fluid oil wastes in the abovementioned entity since it pours into a stream close to it. The Eight Step
Approach in Problem Solving was implemented in this search. The variables under study were selected by taking
into account the CN 27:2012 " Water discharge to surface water and sewer. Specifications”. The variables electrical
conductivity, temperature, pH and settled solids of the effluent waters coming from the entity kept on permissible
ranges. Regarding the variables DBO5 and DQO, the established parameters are frequently breached and in three
of the samplings, the set limits for fats and oils were exceeded. In the last stream sampling, the established
parameters for fats and oils were exceeded 477 times and for DBO5 and DQO 3.62 and 1.82 times respectively. The
sediments in the nearby stream were characterized as to HTP and S.A.R.A, which in 2011 showed higher values than
in 2013. The inadequate design of the lagoon and the lack of maintenance of the physical separator were the main
causes of potential failure identified in our search. An action plan was designed to mitigate the negative
environmental impact this entity causes to the environment mainly to the stream close to it.

KeyWords: Fluid oil wastes, water discharge, stream.

1
Departamento de Ingeniería Ambiental, Centro de Estudios Ambientales de Cienfuegos, Cienfuegos, Cuba. (todos los autores se
desempeñan como Especialistas para la Ciencia, a Tecnología y el Medio Ambiente)
* Departamento de Ingeniería Ambiental, Centro de Estudios Ambientales de Cienfuegos. Calle 17, esquina Av. 46– Reina,
Cienfuegos. 55100. Cuba. Email: david@gestion.ceac.cu , teresa.rodriguez@gal.sld.cu .

1
Resumen

El deficiente manejo de las aguas residuales generadas por las actividades productivas y de servicios es uno de los
factores que contribuyen al fenómeno de la contaminación ambiental en Cuba. En ese sentido, la Empresa
Comercializadora de Combustibles de Villa Clara desarrolla un grupo acciones destinadas a la protección de su
entorno. Fue el propósito diagnosticar el sistema de tratamiento primario de residuales líquidos petrolizados de la
entidad, la cual vierte a un arroyuelo próximo a la entidad. Se implementó el procedimiento de los ocho pasos en la
solución de problemas. Las variables monitoreadas se seleccionaron según la NC 27: 2012 “Vertimiento de aguas
residuales a las aguas terrestres y al alcantarillado. Especificaciones”. Las variables conductividad eléctrica,
temperatura, pH y sólidos sedimentables de las aguas efluentes de la entidad, se mantuvieron en rangos permisibles.
Respecto a las variables DBO5 y DQO, se incumplieron frecuentemente los parámetros establecidos y en tres de las
ocasiones muestreadas se incumplió para grasas y aceites. En el cuerpo receptor, durante el último muestreo
superaron lo establecido las grasas y aceites en 477 veces, la DBO5 en 3.62 y la DQO en 1.82 respectivamente.
Fueron caracterizados los sedimentos del cuerpo receptor en cuanto a HTP y S.A.R.A., en el año 2011 se reportaron
valores mucho mayores en sedimentos que en el 2013. Las características de diseño inadecuadas de la laguna y la
falta de mantenimiento del separador físico resultaron las principales causas de los modos de fallo potenciales
identificados. Se diseñó un plan de medidas para las causas principales. Los resultados denotan el impacto ambiental
negativo que ocasiona la entidad a su medio circundante y específicamente a las aguas del cuerpo receptor.

Palabras clave: cuerpo receptor, modos de fallo, residuales líquidos petrolizados, sistema de tratamiento de residuales.

Introducción

La contaminación del agua es, la “acción y efecto de añadir al agua materias o formas de energía, o inducirle
condiciones que, de modo directo o indirecto, impliquen una alteración perjudicial de su calidad en su relación con
los usos posteriores o su función ecológica". Tan solo los riesgos que para la salud del hombre representa el consumo
de aguas contaminadas, justifica que se regule el vertimiento de residuales a los cuerpos receptores (ONN, 2012).

El deficiente manejo de las aguas residuales generadas por las actividades productivas y de servicios es reconocido,
en la Estrategia Ambiental Cubana, como uno de los factores que contribuyen de manera más significativa al
fenómeno de la contaminación ambiental (CITMA, 2011). En este contexto, el Programa Nacional de Lucha Contra
la Contaminación del Medio Ambiente 2008-2015 establece la necesidad de prevenir, reducir y controlar la
contaminación provocada por la generación y manejo inadecuado de los residuales líquidos. En correspondencia con
ello se plantea la prioridad de generar conocimientos acerca de las fuentes generadores de residuales líquidos y de
sus cuerpos receptores, a fin de sustentar la toma de decisiones en materia de gestión de la contaminación que
ocasionan (CITMA, 2008).

La industria del petróleo constituye una de las empresas más importantes del mundo, debido a la alta demanda de
este combustible y sus derivados. El impacto de la contaminación por hidrocarburos ha aumentado en los últimos
años, debido al incremento de las operaciones de extracción, refinación, transportación y almacenamiento. Asociada
a la ejecución de dichas operaciones, se utilizan volúmenes considerables de agua cuya utilización en dichos
procesos condiciona que en alguna medida, se degrade su calidad original.

El Programa de Naciones Unidas para el Medio Ambiente (PNUMA) define la Producción Más Limpia como la
"aplicación continua de una estrategia integrada de prevención a los procesos, productos y servicios, para aumentar
la eficiencia y reducir los riesgos a la vida humana y el medio ambiente". Según Caraballo (2005), las prácticas de
producción más limpias "tienen como objetivo propiciar acciones que contribuyan a disminuir la carga contaminante
al ecosistema, en función de garantizar la protección de su diversidad biológica, al mismo tiempo que se incrementan
la eficiencia y los beneficios".

La Empresa Comercializadora de Combustibles de Villa Clara (en lo adelante ECCVC), desarrolla un grupo de
procesos encaminados a alcanzar la eficacia y eficiencia en la gestión empresarial, a través de medidas para
2
garantizar la seguridad de las personas, de las instalaciones y la protección del medio ambiente. El propósito de la
investigación fue: Diagnosticar el sistema de tratamiento primario de residuales líquidos petrolizados de la ECCVC.
Para su cumplimiento se trazaron los siguientes objetivos específicos: Evaluar a mediano plazo la descarga de
residuales líquidos de cada uno de los componentes del sistema; caracterizar el estado de contaminación por
hidrocarburos del cuerpo receptor; identificar y evaluar los modos de fallo potenciales del sistema; y diseñar un plan
de medidas orientado a mitigar los modos de fallo identificados.

Metodología

Breve descripción de la zona de estudio

La zona objeto de estudio se localiza al noroeste de las oficinas de la Empresa Comercializadora de Combustibles de
Villa Clara, que tiene su domicilio en la finca “El Ancora” y Carretera de Sub-Planta, municipio de Santa Clara,
provincia de Villa Clara, Cuba. Geográficamente se sitúa en las coordenadas 22°25´10.66´´ N y 79°58´35.84´´ O. El
sistema de tratamiento de residuales líquidos petrolizados se compone de los siguientes elementos: Una laguna de
recepción de residuos petrolizados desprovista de toda estructura para el confinamiento, con un espejo de agua de
operación de 552.00 m2 aproximadamente. Un separador físico, tipo API, que presenta todos sus compartimentos
saturados de residuos oleosos de colores que varían entre el rojizo, naranja y amarillento. El medio receptor de las
aguas residuales procedentes de los órganos de tratamiento anteriores lo constituye un arroyuelo que nace en las
proximidades de la cerca perimetral del sector noroeste de la instalación. Este arroyuelo se encauza por áreas de
explotación agrícolas, y constituye un afluente del Arroyo Grande que a su vez se integra al Río Cubanicay.

Figura 1. Objeto de estudio: 1) foto satelital. 2) Laguna. 3) Sección del Separador API. 4) Arroyuelo receptor.

Se implementó un procedimiento para el análisis y solución de problemas ambientales (CEAC, 2012), basado en el
ciclo PHVA (Planificar, Hacer, Verificar y Actuar), que consta de ocho pasos (Gutiérrez and de la Vara, 2004). En el
presente estudio se trabajaron los primeros cuatro pasos correspondientes a la etapa de “Planificar” del ciclo referido.

Las muestras tomadas y los ensayos físico-químicos se ejecutaron según el Manual de Procedimientos del
Laboratorio de Ensayos Ambientales del CEAC (2005). El mismo está acreditado según la norma ISO IEC 17025-
2006 “Requisitos generales para la competencia de los laboratorios de ensayo y de calibración”. Las muestras fueron
tomadas proporcionales al caudal (muestras compuestas), los muestreos tuvieron una duración de seis horas cada
uno, tomando las sub-muestras en períodos de una. El régimen de muestreo estuvo condicionado por el horario
laboral de la empresa objeto de estudio (jornadas de ocho horas, desde las 8:00 hasta las 16:00 horas), la distancia
existente entre las estaciones de muestreo, y la distancia entre la empresa objeto de estudio y el centro investigativo
encargado de realizar la actividad de muestreo.

Selección y caracterización del problema

Para la selección de las estaciones de muestreo se eligió un procedimiento no aleatorio, donde se escogió como
criterio la “selección experta”; basado en los pocos elementos a muestrear, la localización específica de estos, la
homogeneidad de la matriz y el contaminante a analizar. Se eligieron cuatro estaciones (González, 2012).
Las variables monitoreadas se seleccionaron según lo establece la NC 27: 2012 “Vertimiento de aguas residuales a
las aguas terrestres y al alcantarillado. Especificaciones”, y se contrastaron con los límites máximos permisibles
3
promedio (LMPP) que la misma indica. Según dicha norma el cuerpo receptor se clasifica cualitativamente según su
uso como de Clase B. Condicionado por cuestiones económicas establecidas por el cliente, se desestimaron los
parámetros básicos de las descargas no afines con el proceso de tratamiento de residuales petrolizados de la ECCVC.

En la tabla 1 se muestran las estaciones de muestreo, clasificación, tipo de muestra, ensayos a realizar, número y
fecha de los muestreos; así como las coordenadas de cada punto muestreado.

Tabla 1. Descripción de las estaciones de muestreo.


Estaciones Clasificación Tipo de Ensayos a No. y Fecha de Coordenadas
muestra realizar muestreo
Grasas y Aceites, (1) 24.nov.2011
pH, Sólidos (2) 1 .jun.2012
Afluente Proporcional sedimentables, (3) 14.sept.2012
22°25'10.88"N
1 Separador al caudal DBO5,DQO, (4) 8.nov.2012
79°58'30.33"O
Físico (aguas) Temperatura, (5) 24.may.2013
Conductividad (6) 5.jul.2013
eléctrica (7) 23.oct.2013
Grasas y Aceites, (1) 24.nov.2011
pH, Sólidos (2) 1 .jun.2012
Efluente Proporcional sedimentables, (3) 14.sept.2012
22°25'16.97"N
2 Separador al caudal DBO5,DQO, (4) 8.nov.2012
79°58'39.36"O
Físico (aguas) Temperatura, (5) 24.may.2013
Conductividad (6) 5.jul.2013
eléctrica (7) 23.oct.2013
Grasas y Aceites, (1) 24.nov.2011
Punto de
pH, Sólidos (2) 1 .jun.2012
descarga final
Proporcional sedimentables, (3) 14.sept.2012
(Se integran 22°25'16.97"N
3 al caudal DBO5,DQO, (4) 8.nov.2012
los efluentes 79°58'39.36"O
(aguas) Temperatura, (5) 24.may.2013
de la laguna y
Conductividad (6) 5.jul.2013
el separador)
eléctrica (7) 23.oct.2013
Integrada de HTP, SARA
sedimentos
Grasas y Aceites, 22°25'21.65"N
pH, Sólidos (1) 24.nov.2011 79°58'43.81"O
Cuerpo
4 sedimentables,
receptor Instantánea
DBO5,DQO, (7) 23.oct.2013 2°25´20.9´´N
de aguas
Temperatura, 79°50´43.8´´O
Conductividad
eléctrica

Los análisis posteriores se realizaron de acuerdo a los objetivos declarados, o sea, primeramente se evaluó la
descarga de residuales líquidos de cada uno de los componentes del sistema. Posteriormente se analizó el cuerpo
receptor o estación 4.

Identificación de todas las posibles causas e investigación de cuáles causas son más importantes

Fue aplicada la técnica de lluvia de ideas entre los miembros del equipo de trabajo para la identificación de causas
probables, graficadas en un diagrama causa-efecto según Gutiérrez y de la Vara (2004). Posteriormente se empleó la
herramienta de análisis de modo y efecto de falla (AMFE), propuesta por Gutiérrez y de la Vara (2004) y Villa y
Pons (2006). La selección de las causas más importantes se realizó a partir del Número de Prioridad de Riesgo
4
(NPR), evaluando la severidad de los efectos de las fallas, la frecuencia de ocurrencia de la falla y la probabilidad de
detección de riesgos asociados a las causas de mayores órdenes identificadas.

Elaboración del plan de medidas enfocado a remediar las causas más importantes

Se elaboró un plan de medidas correctivas, por orden de importancia, para las causas principales identificadas. Para
ello se utilizó la herramienta de análisis crítico 5W1H (Castro, 2012).

Resultados

La variable conductividad eléctrica (CE) mantuvo un comportamiento en todo momento por debajo de los LMPP
(2000 µS·cm-1), aunque se observó cierta variabilidad en cada estación, en las diferentes fechas de muestreo. Tanto
la temperatura (T) como el pH tuvieron comportamientos estables a lo largo del período analizado y cumplen con los
LMPP especificados en la NC 27:2012 (40 °C y de 6-9 U/pH respectivamente). Los sólidos sedimentables, en los
siete muestreos, se comportaron muy por debajo de los 2 mL·L-1 establecidos en la norma de contraste. Así lo
confirma el hecho que de las 21 determinaciones realizadas para esta variable, 11 se manifestaron inferiores al límite
de cuantificación del ensayo. Cinco de estas últimas, correspondieron a su vez, al punto de descarga final.

Muestreo No 1 2000
Muestreo No 2 Muestreo No 1
320 1800 Muestreo No 2
Muestreo No 3
Muestreo No 4 1600 Muestreo No 3
280
Muestreo No 5 Muestreo No 4
Muestreo No 6 1400 Muestreo No 5
240
DQO (mg·L )

Muestreo No 7 Muestreo No 6
-1

1200
DBO5 (mg·L )
-1

200 -1
Muestreo No 7
LMPP: 40 mg·L 1000
160 LMPP: 90 mg·L
-1

800
120
600
80
400
40 200
0 0
1 2 3 1 2 3
Figura 2. Comportamiento de las variables DBO5 y DQO durante Puntos
Puntos de Muestreo el monitoreo.
de Muestreo

La estación 1 se corresponde con el afluente del sistema de separación, o sea que al no verter al medio receptor
queda excluido de la contrastación con el LMPP. En dicha estación se aprecia un comportamiento variable y son
destacables los picos en los valores determinados de DBO5 y DQO, siendo los más críticos los de los muestreos de
noviembre de 2012 y mayo de 2013. Se obtuvieron valores máximos de 315 mg·L-1 de DBO5 y 2040 mg·L-1 en el
caso de la DQO.

Los resultados obtenidos en las estaciones 2 y 3 fueron contrastados con el LMPP ya que posterior a ellos no existe
ningún elemento de tratamiento. En sendas estaciones en cinco de siete veces, los resultados superaron lo normado
en cuanto a DBO5 para las características del cuerpo receptor. En el caso de la DQO, en la estación 2 en cinco de
siete veces, los resultados superaron lo normado para las características del cuerpo receptor. En el caso de la estación
3 o punto de descarga final, solo uno de los siete muestreos se mantuvo acorde a la norma de referencia. Es
importante remarcar que en el separador físico, independientemente de la concentraciones de entrada de las variables
analizadas, se aprecia una disminución entre las estaciones 1 y 2 (afluente y efluente respectivamente). Como se ha
indicado, en la mayoría de los muestreos la remoción lograda por el órgano de separación no es suficiente para
alcanzar los parámetros establecidos por la norma de vertimiento.

En la tabla de la siguiente página se puede observar un comportamiento muy variable para remoción de la DBO5, con
tendencia marcada a la disminución en el año 2013 (últimos tres muestreos), lo que pudiera ser indicativo de un mal
funcionamiento del órgano de separación por la falta de limpieza y mantenimiento. En el muestreo 2 la eficiencia
resultó negativa, resultado que carece de sentido físico, lo que unido a la variabilidad comentada y a revisiones
5
realizadas en el trabajo de campo, sugiere la necesidad de investigar con mayor exactitud, si existen aportes de otros
afluentes al separador físico API. Los valores de remoción de inherentes a la DQO se comportaron más estables que
en el caso de la DBO5, pero también se observa variabilidad. Los valores asociados a los muestreos que en la
estación 1 reportaron picos se salen del rango de comportamiento de los demás muestreos, constituyendo
paradójicamente los valores de remoción máximo y mínimo del período muestreado. Dicho comportamiento refuerza
la necesidad de investigar otros aportes al separador físico, así como las causas especiales que dieron lugar las
elevadas concentraciones de DQO en los meses destacados.

Tabla 2. Eficiencia de remoción del separador físico respecto a la DBO5 y la DQO.


DBO5 (mg·L-1) DQO (mg·L-1)
Muestreos Entrada Salida Remoción (%) Muestreos Entrada Salida Remoción (%)
1 115.00 20.00 82.61 1 400.00 96.00 76.00
2 40.00 75.00 -87.50 2 232.00 100.00 56.90
3 100.00 55.00 45.00 3 200.00 144.00 28.00
4 198.00 35.00 82.32 4 2040.00 64.00 96.86
5 315.00 80.00 74.60 5 672.00 180.00 73.21
6 80.00 40.00 50.00 6 166.00 66.00 60.24
7 135.00 110.00 18.52 7 252.00 132.00 47.62

Tabla 3. Comportamiento de las grasas y aceites (G y A) durante el monitoreo.


Grasas y aceites (mg·L-1)

Estaciones de muestreo Remoción


Campañas de muestreo
1 2 3 (%)
1 151.00 <L.D* <L.C** 99.80
2 71.00 3.20 11.14 95.49
3 3110.00 10.70 11.10 99.66
4 242.00 4.10 6.70 98.31
5 16.50 6.50 22.30 60.61
6 3.30 2.95 <L.D 10.61
7 15.10 4.25 6.00 71.85
LMPP para cuerpos clase B = 10 mg·L-1
*valores inferiores al límite de detección
**Valores inferiores al límite de cuantificación

Las G y A tuvieron en la estación 1 un comportamiento variable reportando un valor pico de 3110 mg·L -1 en el
muestreo de septiembre de 2012. Es válido destacar que dicha estación recibe las aguas residuales de la planta de
fregado de las pailas de transportación de combustibles. La estación 2 se mantiene por debajo del valor establecido
con excepción del muestreo del 14 de septiembre de 2012 (estación 3, se corresponde con el pico reportado en el
punto 1) donde es superado el límite por 0.7 mg·L-1. En la tabla 3, también se pueden comprobar los excelentes
valores de remoción respecto a las grasas y aceites en todo caso superior al 60 %, y usualmente mayor que el 90 %,
solamente con excepción del muestreo 6 donde la eficiencia reporta un valor de un 10.61 %, pero donde los valores
de entrada fueron realmente bajos.

En la estación 3 se puede observar que en los muestreos 2, 3 y 5 se sobrepasó el límite establecido para la variable
“G y A”. Es destacable que en los muestreos 2 y 3 se observa que los residuales provenientes del separador (estación
2) son incrementados considerablemente en cuanto a grasas y aceites por la integración de los residuales
provenientes de la laguna. En ambos casos dicho incremento condiciona el incumplimiento de la norma de
6
vertimiento. Lo anterior sugiere pensar que puedan existir causas en ciertos períodos del año que provoquen efectos
no deseados en el régimen de trabajo de los órganos del sistema de tratamiento de residuales.

En el cuerpo receptor el comportamiento respecto a las variables determinadas in-situ (T, pH y CE) estuvo acorde
con lo establecido. La figura 3 muestra el comportamiento del resto de los parámetros básicos analizados para las
aguas del cuerpo receptor. Puede observarse que las variables presentan un comportamiento similar en función del
tiempo. Los valores reportados en el año 2013 (muestreo 7) son superiores a los que arrojó el muestreo 1 en el año
2011, lo que pudiese indicar que la carga contaminante que se ha incorporado al arroyuelo ha aumentado. En el caso
de las G y A, la DBO5 y la DQO superan el LMPP de la NC 27:2012. Lo anterior hace alusión al impacto ambiental
negativo que la ECCVC con el desempeño de sus operaciones provoca a las aguas del cuerpo receptor.
160 180

140 160

120
140
100
DQO5(mg·L )
DBO5(mg·L )

-1
-1

120
80
100
60
80
40

20 60

2011 2013 2011 2013


Intervalo de Muestreo Intervalo de Muestreo

0.20 5000
Sólidos Sedimentables (mL·L )
-1

Grasas y Aceites (mg·L )


-1

4000
0.15

3000
0.10
2000

0.05
1000

< LC < LC
0.00 0
2011 2013 2011 2013
Intervalo de Muestreo de DBO5, DQO, Sólidos Intervalo
Figura 3. Comportamiento de Muestreo
sedimentables, G y A en el cuerpo receptor

Tabla 4. Caracterización de los sedimentos del cuerpo receptor.


Estación 4 (mg·kg-1)
Campañas de muestreo HTP Saturados Aromáticos Resinas Asfaltenos Fecha
1 3260.00 2700.00 500.00 400.00 4760.00 24.nov.2011
6 28.00 14.00 3.30 5.20 11.17 23.oct.2013

En el caso de la tabla 4 se comporta de manera inversa que en el caso de las aguas, o sea, para la variable
hidrocarburos totales del petróleo (HTP), así como para sus principales fracciones (S.A.R.A) se observa que en el
año 2011 se reportan valores mucho mayores en sedimentos que en el año 2013. Ello también puede estar ocasionado
porque en la estación 4 los muestreos 1 y 7 no fueron realizados en el mismo lugar. Pudiera ser que en los lugares
muestreados difieran las características del cuerpo receptor y los fenómenos a que estuvieron sometidos en sus años
respectivos, por ejemplo fuertes lluvias que provoquen arrastres de hidrocarburos en los órganos de tratamiento.

Aproximadamente el 60 % del total del Número de Prioridad del Riesgo de los fallos potenciales identificados se
concentró en las características de diseño inadecuadas de la laguna y en la falta de mantenimiento del separador
físico. Se propusieron soluciones de implementación a corto plazo, relacionadas con acciones de mantenimiento
preventivo y periódico, y con la adopción de buenas prácticas. Las soluciones propuestas a mediano plazo tuvieron
alcance de ideas conceptuales, ingeniería básica y de detalle, que serán ejecutadas posteriormente por empresas
especializadas.
7
Conclusiones

Las variables conductividad eléctrica, temperatura y pH de las aguas efluentes de la entidad, se mantuvieron en
rangos permisibles para el vertimiento de aguas residuales a las aguas terrestres en todos los momentos muestreados.
La temperatura y el pH se estuvieron con comportamientos estables en la frecuencia afluente-efluente. La
conductividad eléctrica a pesar de encontrarse en rangos permisibles en todo momento presentó algunas
fluctuaciones dentro de las estaciones, pero se desconocen las causas. Los residuales vertidos se encontraron
conformes respecto a la cantidad de sólidos sedimentables, los cuales en el punto de descarga final, en el 52.38 % de
las veces muestreadas resultaron por debajo del límite de cuantificación para dicho ensayo.

Las estaciones 2 y 3 en un 71.42 % de los muestreos, superaron lo normado para las características del cuerpo
receptor en cuanto a DBO5. Respecto a la DQO, la estación 2 incumplió en un 71.42 % de las veces, mientras que la
estación 3 en un 85.71%. Lo anterior indica que la actual remoción no es suficiente para alcanzar los parámetros
establecidos por la norma de vertimiento para DBO5 y DQO. Los valores determinados en el afluente del separador
físico denotan valores elevados de G y A que llegan al órgano de separación. En el punto de descarga final,
superaron en tres de las ocasiones muestreadas los LMPP, lo que denota lo significativo del aporte de la laguna.

En el cuerpo receptor en el muestreo de octubre de 2013 las siguientes variables superaron lo establecido: G y A en
477 veces, DBO5 en 3.62 veces y la DQO en 1.82 veces. Fueron caracterizados además los sedimentos del cuerpo
receptor en cuanto a HTP y S.A.R.A donde se constató que en el año 2011 se reportan valores mucho mayores en
sedimentos que en el año 2013, siendo el mayor valor reportado de HTP en sedimentos 3260.00 mg·kg-1. La
diferencia de comportamiento entre aguas y sedimentos pudiera estar ocasionada por diferencias en la morfología de
los lugares muestreados en el cuerpo de agua. Todo lo concluido hasta el momento denota el impacto ambiental
negativo que ocasionan las operaciones de la ECCVC a su medio circundante y específicamente a las aguas del
cuerpo que recibe sus residuales líquidos petrolizados.

Las características de diseño inadecuadas de la laguna y la falta de mantenimiento del separador físico fueron las
causas que acumulan un 60% del total del Número de Prioridad del Riesgo (NPR) de los modos de fallo potenciales
identificados. Se diseñó un plan de medidas para las causas principales según la evaluación realizada, que sirve de
base de orientación a los decisores de la ECCVC y que involucra a los actores de la probable fase de intervención.

Referencias Bibliográficas

La bibliografía ha sido compilada utilizando el Software EndNote X4, versión del sistema Harvard author-date.

Castro, D. J. 2012. Mejora en la calidad de la gestión de proyectos de zonas contaminadas con hidrocarburos. Tesis de Maestría,
Universidad de Cienfuegos "Carlos Rafael Rodríguez".
CEAC 2005. Manual de procedimientos del Laboratorio de Ensayos Ambientales. Cienfuegos, Cuba: Centro de Estudios
Ambientales de Cienfuegos (CEAC).
CEAC 2012. Procedimiento para el análisis y solución de problemas ambientales. Cienfuegos.
CITMA 2008. Programa Nacional de Lucha Contra la Contaminación del Medio Ambiente 2008-2015, Ministerio de Ciencia,
Tecnología y Medio Ambiente (CITMA). La Habana, Cuba.
CITMA 2011. Estrategia Ambiental Nacional 2011-2015, Ministerio de Ciencia, Tecnología y Medio Ambiente (CITMA). La
Habana, Cuba.
González, A. 2012. Diplomado Estadística Aplicada a las Ciencias Ambientales. Módulo I. Probabilidades y Estadística Básica.
In: CIENFUEGOS, C. D. E. A. D. (ed.) Pruebas no paramétricas más usadas. Cienfuegos.
Gutiérrez, H. & De La Vara, R. 2004. Control estadístico de calidad y seis sigma. In: INTERAMERICANA, M.-H. (ed.). México
D.F.
ONN 2012. Vertimiento de aguas residuales a aguas terrestres y al alcantarillado-Especificaciones (NC 27: 2012). La Habana,
Cuba: Oficina Nacional de Normalización (ONN).
Villa, E. M. & Pons, R. Á. 2006. Gestión por procesos. Monografía. Cienfuegos: Universidad de Cienfuegos.

8
PERFORMANCE DE REATOR COM LODO GRANULAR AERÓBIO NO
TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO E SUA RELAÇÃO COM A COMUNIDADE
MICROBIANA

PERFORMANCE OF AEROBIC GRANULAR SLUDGE REACTOR WITH SANITARY


WASTEWATER TREATMENT AND ITS RELATION TO MICROBIAL COMMUNITY

Lorena Bittencourt Guimarães 1 *


Gilberto Caye Daudt 1
Alan da Costa Guimarães 1
Rejane Helena Ribeiro da Costa 1

Abstract
Aerobic granular sludge can be classified as a type of self-immobilized microbial consortium, consisting mainly of
aerobic and facultative bacteria. Aerobic and anoxic zones coexist in the granules, which provides simultaneous
occurrence of various biological processes in the same system, such as simultaneous nitrification and denitrification
(SND). In this study, a sequencing batch reactor (SBR) was operated in pilot scale for the treatment of domestic
wastewater. Initially, it was performed a wash out of the sludge (Strategy 1, 0-84 days), for the purpose of formation
of aerobic granules, until the ratio of granular biomass/total biomass reached 0.5. Then, Strategy 2 was performed
(85 to 177 days). It was observed the increased ratio of IVL 30/IVL10 concomitantly with the raise of the percentage of
granules in the reactor. The biological oxygen demand (BOD)and ammonia removal were higher after the granules
had being formed. During strategy 1, nitrification to nitrite and nitrate occured. However, in the presence of
granules, it was observed nitrite accumulation. The decrease in NT concentration in the efluent after going through
treatment and the N2O measurements indicated the occurrence of denitrification via nitrite during strategy 2.
Microbiological analyzes confirmed high bacterial activity in the reactor. Ammonia-oxidizing bacteria were detected
along with ammonia removal during both strategies. The Paracoccus denitrificans bacterias, which is able to
promote the denitrification via nitrite, were found in the strategy 2, in periods of absence of nitrate and N 2O
production. Thus, the GSBR showed potential for application in nitrification-denitrification via nitrite processes for
wastewater treatment.

Keywords: aerobic granular sludge, denitrification via nitrite, partial nitrification, sanitary wastewater, SBR.

1
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina.
*Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina. Campus Universitário, Trindade,
Florianópolis, Santa Catarina, 88040-900, Brasil. Email: lobguimaraes@gmail.com
1
Resumo
O lodo granular aeróbico pode ser classificado como um tipo de consórcio microbiano autoimobilizado, que consiste
principalmente de bactérias aeróbias e facultativas. A tecnologia granular aeróbia é promissora para o tratamento de
águas residuárias, pois permite a remoção simultânea de matéria orgânica carbonácea e de nutrientes em uma única
unidade operacional. Zonas aeróbias e anóxicas estão presentes dentro dos grânulos, o que proporciona a ocorrência
de diferentes processos biológicos em um mesmo sistema, como a nitrificação e desnitrificação simultânea (NDS).
Neste trabalho foi operado um reator em bateladas sequenciais (RBS) em escala piloto no tratamento de esgoto
sanitário, o qual foi inoculado com lodo flocular de uma estação de tratamento de esgoto municipal. Inicialmente, foi
realizada a metodologia de wash out para a formação dos grânulos aeróbios (estratégia 1, de 0 a 84 dias) e a partir da
obtenção de uma fração grânulo/floco maior que 0.5, foi realizada a estratégia 2 (85 a 177 dias). Foi observado o
aumento da razão IVL30/IVL10 juntamente ao aumento da porcentagem de grânulos no reator. A remoção da
demanda bioquímica de oxigênio (DBO) foi maior depois dos grânulos formados, assim como a remoção do
nitrogênio amoniacal. Durante a estratégia 1, houve a nitrificação a nitrito e a nitrato, porém, na ocorrência dos
grânulos notou-se o acúmulo de nitrito. O decréscimo da concentração de nitrogênio total na massa líquida após
passar pelo tratamento e as medidas do N2O indicaram a ocorrência de desnitrificação via nitrito durante a estratégia
2. As análises microbiológicas comprovaram a alta atividade bacteriana no reator. As bactérias oxidadoras de amônia
(BOA) foram detectadas concomitantemente a remoção de amônia durante as duas estratégias avaliadas. A bactéria
Paracoccus denitrificans, que é capaz de realizar a desnitrificação via nitrito, foi encontrada na estratégia 2, em
períodos com ausência de nitrato e com produções de N 2O. Desta forma, o RBSG em estudo mostra seu potencial de
aplicação da nitrificação-desnitrificação via nitritos no tratamento de esgoto.

Palavras-chave: desnitrificação via nitrito, esgoto sanitário, lodo granular aeróbio, nitrificação parcial, RBS.

Introdução

O lodo granular aeróbico (LGA) pode ser classificado como um tipo de consórcio microbiano autoimobilizado, que
consiste principalmente de bactérias aeróbias e facultativas. Reatores com LGA foram desenvolvidos como uma
tecnologia alternativa aos processos convencionais de lodos ativados para o tratamento de águas residuárias. A
tecnologia granular aeróbia tem sido proposta como promissora para o tratamento de esgoto sanitário, pois permite a
remoção simultânea de matéria orgânica carbonácea, nutrientes nitrogenados e fosfatados em uma única unidade
operacional, ocupando assim uma área menor que a área requerida para o tratamento de esgoto por lodos ativados.

O desempenho dos sistemas de LGA foi avaliado em sua maior parte em reatores em escala de laboratório no
tratamento de água residuária sintética (de Kreuk e van Loosdrecht, 2006; Lemaire, 2007), com poucos estudos
utilizando esgoto sanitário real. Pesquisas foram realizadas sobre a remoção de nutrientes tratando esgoto sintético
(Coma et al., 2010;. Li et al., 2007) e outras investigaram a remoção de nutrientes de esgoto sanitário real utilizando
acetato para a formação dos grânulos (Liu et al., 2007, Wang et al., 2009). A primeira planta de LGA no tratamento
de esgoto municipal em escala real foi instalada muito recentemente (Giesen et al., 2012; Giesen et al., 2013).

Zonas aeróbias e anóxicas estão presentes dentro dos grânulos, o que proporciona a ocorrência de diferentes
processos biológicos em um mesmo sistema, como a NDS. A nitrificação parcial da amônia em nitrito já foi relatada
por vários autores em estudos com grânulos desenvolvidos em RBS (Yang et al., 2013a; Isanta et al., 2012; Coma et
al., 2012). A aplicação da nitrificação-desnitrtificação via nitrito no tratamento de esgoto sanitário pode melhorar
substancialmente o balanço de energia de estações de tratamento de esgoto municipais. Porém, ainda são poucos os
estudos que se concentram na investigação dos agentes microbianos responsáveis por esses processos com LGA.

Neste contexto, este trabalho teve como objetivo o estudo de reator em bateladas sequenciais com grânulos aeróbios
(RBSG), em escala piloto, comparando seu desempenho em função das comunidades microbianas responsáveis pela
nitrificação-desnitrificação simultâneas, presentes no lodo granular.

2
Metodologia

Sistema experimental

O reator em bateladas sequenciais com grânulos aeróbios (RBSG), em escala piloto, foi construído em coluna
cilíndrica de acrílico transparente, com as seguintes dimensões: 3.0 m de altura e 0.25 m de diâmetro interno. O
reator operou em ciclos de 4 horas, sendo este tempo estabelecido com base nos resultados obtidos por Wagner e
Costa (2013), com fases de enchimento (3 min), repouso anóxico (10 min), aeração e sedimentação conforme dados
da Tabela 1, descarte (3 min) e repouso (1 min). A troca volumétrica (Venchimento/Vreator) aplicada foi de 56%. A vazão
de ar aplicada foi de 32 L/min. O volume útil é de aproximadamente 107 litros durante o período de aeração, sendo
98 L referentes à parte líquida e 9 L referentes às bolhas de ar distribuídas na coluna líquida.

Estratégias operacionais

Este estudo foi realizado em duas estratégias operacionais. Inicialmente, foi realizada a estratégia 1, de formação de
grânulos, com redução no tempo de sedimentação (25-8min). Esta estratégia foi necessária para obter mais de 50%
de biomassa granular (>0,2mm) existente no reator. De acordo com Liu et al. (2010), a biomassa é considerada
predominantemente granular quando o diâmetro de pelo menos 50 % das partículas é superior a 0,2 mm. Em seguida,
com a biomassa granular estável, realizou-se a estratégia 2, na qual se manteve o tempo de sedimentação entre 8 e 13
min. O monitoramento da matéria orgânica carbonácea e dos nutrientes foi realizado nas duas estratégias. Essas
configurações estão representadas na Tabela 1.

Tabela 1. Descrição das estratégias operacionais do reator em estudo

Análises físico-químicas

O monitoramento do desempenho do reator na remoção de matéria carbonácea e de nutrientes seguiu as


metodologias descritas em Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 2005). As
variáveis analisadas foram: demanda química de oxigênio (DQO) total e solúvel, nitrogênio amoniacal (N-NH4+),
nitrito (N-NO2-), nitrato (N-NO3-), nitrogênio total (NT), fósforo total (PT), alcalinidade, sólidos suspensos totais
(SST) e sólidos suspensos voláteis (SSV). Com a finalidade de monitorar o desenvolvimento dos grânulos aeróbios,
foram coletadas, uma vez por semana, amostras do licor misto do reator para a determinação do índice volumétrico
de lodo (IVL) modificado, segundo metodologia proposta por Schwarzenbeck et al. (2004); o tamanho das partículas
e a fração dos grânulos foram determinados via análises granulométricas por difração a laser (Mastersizer 2000,
Malvern Instrument SA); e a microscopia óptica foi efetuada por meio de microscópio ótico (Olympus BX-40) e de
estereomicroscópio (lupa –Tecnival).

Medidas de N2O

Para realizar a medição do gás óxido nitroso (N2O), a parte superior do reator era fechada com uma tampa hermética
conectada com mangueira de PVC transparente. O fluxo de ar advindo do reator era direcionado a um recipiente
contendo uma solução de hidróxido de sódio (NaOH) 3M com 0.4% de timolftaleína (indicador de pH). A solução de
NaOH é necessária para capturar o CO2, de forma a eliminar uma possível interferência deste gás nas medições de
N2O, conforme foi observado por Hassouna et al. (2012). O fluxo de ar seguia por uma mangueira até o analisador
de gases (modelo Guardian SP, do fabricante Edinburgh), que realizava a leitura da concentração de N2O do fluxo
gasoso. O analisador de gases utiliza tecnologia de raios infravermelhos com comprimento de onda duplo não
3
dispersivo, sendo este tipo de equipamento frequentemente utilizado em pesquisas similares (Lotito et al., 2012). O
equipamento efetua a leitura da concentração de N2O (em ppm) continuamente, e os dados eram coletados a cada 15
segundos. A porcentagem do nitrogênio afluente ao reator convertida a óxido nitroso durante as etapas do tratamento
foi calculada como descrito por Daudt et al. (2014).

Análises microbiológicas

O acompanhamento da microbiota foi realizado por meio da utilização de microscópio ótico (Olympus BX-40) e de
estereomicroscópio (lupa – marca Tecnival). As imagens microscópicas foram obtidas utilizando o software
Micrometrics® SE Premium. A fim de identificar os microrganismos atuantes na remoção de nitrogênio, utilizou-se
a técnica de Hibridização Fluorescente in situ (Fluorescence Hybridization in situ - FISH). Esta técnica foi realizada,
conforme descrito por Amann (1995). As amostras, coletadas mensalmente, eram fixadas em paraformaldeído 4% e
hibridizadas com as sondas apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2. Especificações das sondas de FISH utilizadas neste trabalho

Resultados

Propriedades físicas dos grânulos

O tamanho dos grânulos no reator e a razão IVL30/IVL10 aumentou gradativamente durante a estratégia 1 como pode
ser observado na Figura 1. Isto ocorreu, pois durante este período utilizou-se a metodologia de granulação de
diminuição no tempo de sedimentação (wash out), a qual realiza a “lavagem” das partículas de baixa
sedimentabilidade. A partir do dia 84, o reator atingiu uma estabilidade na fração de grânulos, com 668.9±185.7mg/L
de sólidos suspensos no licor misto e tamanho médio das partículas de 299.4±25.3μm. A porcentagem de grânulos
dentro do reator, entre os dias 84 e 177 (estratégia 2), foi de 57.3± 2.7%. Ao longo deste período de estabilidade dos
grânulos observou-se boa sedimentação das partículas, com valores de IVL30 com média de 101.1±18.9mL/g e de
IVL10 de 124.5±33.5mL/g. A sedimentação melhorou em comparação com o lodo que havia sido inoculado no reator
(originado do tanque de distribuição de uma ETE convencional de lodos ativados), o qual apresentou 220.2 e
313.4mL/g de IVL30 e IVL10, respectivamente. Concomitantemente, a razão IVL30/IVL10 se manteve acima de 70%,
com média de 83.6± 9.8% durante a estratégia 2, chegando ao valor de 100% no 177° dia.

4
Figura 1: Acompanhamento da fração de grânulos e razão IVL30/IVL10 ao longo do período monitorado

Desempenho do reator

 Matéria orgânica carbonácea

Na Tabela 3 é apresentada uma síntese das cargas aplicadas e removidas para cada período monitorado, bem como
suas respectivas porcentagens de remoção e concentração no efluente tratado. A carga orgânica aplicada durante a
formação dos grânulos, estratégia 1, foi maior que no período da estratégia 2. Esta flutuação na carga aplicada era
esperada, uma vez que se trata de tratamento de esgoto real. Igualmente, obteve-se uma maior carga orgânica
carbonácea removida e, consequentemente, melhor eficiência de remoção na estratégia 1. Porém, nos dois períodos
experimentais a concentração do efluente tratado chegou a valores muito próximos, e em ambos foram atingidas as
exigências da legislação estadual de Santa Catarina (DBO5 até 60mg/L), independente da carga orgânica aplicada no
reator.

Tabela 3. Cargas orgânicas aplicadas, removidas e respectivas eficiências de remoção, nas estratégias 1 e 2.
(estratégia 1: n=11 e estratégia 2: n=15; dado ± desvio padrão)

Com relação à matéria orgânica carbonácea biodegradável (DBO), observa-se para a estratégia 2 melhor eficiência
de remoção 77.8±8.8% e concentrações mais baixas no efluente tratado 36.4±9.9mg/L, quando comparado ao
período experimental 1 (74.2±15.0% e 61.4±29.4mg/L, respectivamente). Isto demonstra melhor capacidade de
biodegradação da matéria orgânica a partir dos grânulos formados e predominantes no RBSG.

 Compostos nitrogenados

O comportamento da concentração da NH4+-N afluente e efluente durante as estratégias 1 e 2 está apresentado na


Figura 2A. Notam-se maiores concentrações de entrada de amônia durante a estratégia 1, assim como houve maior
carga orgânica aplicada neste período. Durante o período de adaptação da biomassa (start up), observam-se altas
concentrações de amônia no efluente tratado e, após 35 dias de operação do reator, ela se mantém abaixo de 20
5
mg/L, máxima concentração permitida para lançamentos de efluentes no Brasil (CONAMA, 2005). A eficiência de
remoção de amônia durante estratégia 1 foi de 65.6±29.5%, enquanto que na estratégia 2 foi de 72.4±8.2%. O
período de adaptação da biomassa de 35 dias pode ser considerado baixo quando comparado com outros estudos de
biomassa granular aeróbia, como por exemplo, Ni et al. (2009) relatam elevadas eficiências de remoção somente
após 3 meses de operação, enquanto Liu et al. (2010) obtiveram um sistema estável após 50 dias de operação,com
eficiência de remoção de NH4+-N em torno de 98%.

O monitoramento dos ânions NOx- iniciou-se somente quando já havia elevada remoção de amônia, ou seja, no dia
41 (Figura 2B). Durante a estratégia 1, nota-se a produção de nitrito e nitrato. Contudo uma nitrificação parcial foi
estabelecida no período experimental 2 a partir do dia 126, com a amônia sendo predominantemente oxidada a
nitrito. O acúmulo de nitrito em reatores com grânulos aeróbios já foi relatado por alguns autores (Yang et al.,
2013a; Isanta et al., 2012; Coma et al., 2012). As bactérias oxidadoras de nitrito (BON) podem ser inibidas pela
baixa concentração do oxigênio dissolvido no meio, porém na presente pesquisa, esta permaneceu acima de 6 mg/L
durante todo o período de aeração do ciclo operacional. O acúmulo de nitrito pode ser atribuído à temperatura, pois
de acordo com Van Haandel et al. (2009), em temperaturas acima de 25 ºC a velocidade da reação de nitritação é
maior que a de nitratação. O reator em estudo obteve temperaturas variando de 23 a 30°C na estratégia 2 e de 18 a
23°C durante a estratégia 1.

As concentrações de Nitrogênio Total (NT) presente no efluente bruto e no efluente tratado indicaram a ocorrência de
desnitrificação durante a estratégia 2, visto que houve um decréscimo da quantidade de N T na massa líquida após
passar pelo processo de tratamento. Ao longo do período 2 de monitoramento do reator, a eficiência de remoção de
NT em cada ciclo apresentou um valor médio de 26.5±9.9% e verificou-se que a maior parte do nitrogênio
desnitrificado (89±5%) foi convertida a N2, enquanto apenas 11±5% foi convertida a N2O. A conversão de NT
afluente a N2O variou entre 0.47 e 4.68%, tendo sido registrado um valor médio de conversão de 2.82±1.19%. Esta
porcentagem de NT convertido a N2O encontra-se abaixo da conversão apresentada por Sun et al. (2013), que
verificaram uma conversão de 6.52% em um estudo com um reator em bateladas sequenciais em escala real. Yang et
al. (2013b) verificaram que a conversão de NT a N2O variou entre 0.4 e 2.0 %, em função da carga de nitrogênio
aplicada, em um estudo com processo de nitrificação parcial/anammox em um reator de biofilme com leito móvel de
único estágio.

Figura 2: (A): Concentrações afluentes e efluentes de amônia e (B): Concentrações de nitrito e nitrato no efluente
tratado, durante as estratégias operacionais. (C): Porcentagem de distribuição bacteriana analisada com a técnica de
FISH.

Identificação microbiológica

6
As amostras dos grânulos do RBSG, na estratégia 1, apresentaram uma comunidade bacteriana homogênea, com
pouco material extracelular. Morfologicamente, a maioria das células encontradas eram cocos, bacilos e diplobacilos,
com presença de organismos filamentosos (médios e longos). Já na estratégia 2, foram observadas amostras mais
heterogêneas, com maiores quantidades de materiais extracelulares, colônias maiores e mais bem formadas e menor
quantidade de bactérias filamentosas. A diminuição dos microrganismos filamentosos da estratégia 1 para a 2, pode
ter ocorrido devido a lavagem de partículas realizada durante a estratégia 1, a qual removeu grande parte das
bactérias filamentosas que trazem consigo a característica de baixa sedimentabilidade.

Quanto ao resultado das análises FISH, com as sondas específicas, observou-se que para o grupo das Eubactérias,
estas foram encontradas em quantidades elevadas 90% (EUB/DAPI = 90/100), indicando elevada atividade
metabólica no sistema de tratamento ao longo dos dois períodos experimentais. Segundo Amann (1995) esta relação
(EUB/DAPI) fornece uma indicação da atividade metabólica das bactérias presentes em sistemas biológicos de
tratamento. Os resultados da detecção das sondas específicas utilizadas neste trabalho estão demonstrados na Figura
2C. As bactérias oxidadoras de amônia, detectadas pela sonda NSO190, estiveram presentes durante todo o período
monitorado. Notou-se maiores quantidades deste microrganismo durante a estratégia 2, porém, estes foram
detectados desde o inóculo (Figura 2C), mas em menores distribuições e menores colônias. A detecção das bactérias
oxidadoras de amônia corrobora com os resultados encontrados para a série de nitrogênio. Ao longo de todo período
monitorado (estratégias 1 e 2) nota-se uma crescente quantidade de BOA, e o acúmulo de seu produto metabólico, o
nitrito. Os microrganismos capazes de desnitrificar foram detectados apenas durante a estratégia 2 (Figura 2C). A
sonda utilizada foi a PDV1031, a qual codifica a espécie Paracoccus denitrificans. Esta bactéria pode crescer
aerobicamente ou anaerobicamente, usando nitrato ou nitrito como fonte de nitrogênio. Sob condições limitadas de
oxigênio, este microrganismo pode produzir quatro enzimas para a conversão anaeróbia do nitrito ou nitrato a
nitrogênio gasoso: nitrato-redutase, nitrito-redutase, óxido nitroso-redutase e óxido nítrico-redutase. Estas enzimas
são sintetizadas dependendo dos fatores ambientais (Bouchal et al., 2012). Nas condições do RBSG em estudo, esta
bactéria possivelmente realizou a desnitrificação via nitrito durante a estratégia 2, pois a partir de 120 dias de
operação do reator, o nitrato não chegou a ser formado, e este microrganismo continuou presente no reator.

Conclusões

O RBSG estudado revelou viabilidade na formação de grânulos aeróbios utilizando esgoto doméstico, para carga
orgânica aplicada em torno de 1 kg DQOs·m-3·d-1. A fração de grânulos no reator estabeleceu-se em 60%. O reator
removeu cerca de 75% da matéria carbonácea (DBO) e 70% de amônia. Ocorreu a nitrificação parcial via nitrito, e a
desnitrificação foi confirmada com emissões de N2O (11%).

As análises microbiológicas utilizando a técnica de FISH foi uma ferramenta complementar às análises físico-
químicas. As bactérias oxidadoras de amônia foram detectadas concomitantemente a remoção de amônia durante as
duas estratégias avaliadas. A bactéria Paracoccus denitrificans foi encontrada quando a biomassa granular se
estabilizou acima de 50% no reator, o que propiciou nichos anóxicos dentro dos grânulos.

O RBSG em estudo mostra potencial de aplicação da nitrificação-desnitrificação via nitritos (nitritação-desnitritação)


no tratamento de esgoto sanitário, o que pode melhorar substancialmente o balanço de energia das estações de
tratamento de esgoto municipais.

Agradecimentos

Agradecemos ao CNPq, ao Pronex/FAPESC e ao Renutres/FINEP, pelo financiamento desta


pesquisa, ao Laboratório de Farmacotécnica da UFSC e ao Laboratório Multiusuários de
Estudos em Biologia (LAMEB II).

7
Referências Bibliográficas

Amann R. (1995) In situ identification of microorganism by whole cell hybridization with rRNA-targeted nucleic acid probes. IN:
A.D.L. Akkerman, J.D.van Elsas, F.J. de Bruijn (editores). Molecular microbial Ecology Manual, p.1–15.
Bouchal P., Stein R., Zdráhal Z., Jungblut P. R. and Kučera I. (2012). 2D-PAGE Database for Studies on Energetic Metabolism of
the Denitrifying Bacterium Paracoccus denitrificans, Integrative Proteomics, Dr. Hon Chiu Leung (Ed.), ISBN: 978-
953-51-0070-6, InTech, Disponível em: http://www.intechopen.com/books/integrative-proteomics/2d-page-database-
for-studies-on-energeticmetabolism-of-the-denitrifying-bacterium-paracoccus-denitr
Coma M., Puig S., Balaguer M. D., Colprim J. (2010) The role of nitrate and nitrite in a granular sludge process treating low-
strength wastewater, Chemical Engineering Journal, 164, 1, 208–213.
Coma M., Verawaty M., Pijuan M., Yuan Z., Bond P.L. (2012) Enhancing aerobic granulation for biological nutrient removal
from domestic wastewater, Bioresource Technology, 101–108.
Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº. 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de
água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de
efluentes, e dá outras providências. Brasília: DF.
Daudt G. C., Guimarães L. B., Neves A. C. C, Costa R. H. R. (2014) Monitoramento da emissão de óxido nitroso por um reator
em bateladas sequenciais com grânulos aeróbios (RBSG) operado em escala piloto, In: IX Simpósio Internacional de
Qualidade Ambiental, Porto Alegre, RS.
Hassouna M., Robin P., Charpiot A., Edouard N., Méda B. (2013) Infrared photoacoustic spectroscopy in animal houses: Effect of
non-compensated interferences on ammonia, nitrous oxide and methane air concentrations, Biosystems Engineering,
114, 318-326.
Isanta E., Suárez-Ojeda M. E., Val del Río Á., Morales N., Pérez J., Carrera J. (2012) Long term operation of a granular
sequencing batch reactor at pilot scale treating a low-strength wastewater, Chemical Engineering Journal, 163–170.
de Kreuk M. K., van Loosdrecht M. C. M., 2006. Formation of aerobic granules with domestic sewage, Journal of Environmental
Engineering, 132, 6, 694–697.
Lemaire R. L.G. (2007) Development and Fundamental Investigations of Innovative Technologies for Biological Nutrient
Removal from Abattoir Wastewater. PhD Thesis, University of Queensland, St. Lucia.
Li X.-M., Guo L., Yang Q., Zeng G.-M., Liao D.-X. (2007) Removal of carbon and nutrients from low strength domestic
wastewater by expanded granular sludge bed-zeolite bed filtration (EGSB-ZBF) integrated treatment concept, Process
Biochemistry, 42, 8, 1173–1179.
Liu Y. -Q., Moy B., Kong Y. -H., Tay J. -H. (2010) Formation, physical characteristics and microbial community structure of
aerobic granules in a pilot-scale sequencing batch reactor for real wastewater treatment. Enzyme and Microbial
Technology, 46, 520-525.
Liu Y.-Q., Moy B.Y.-P., Tay J.-H. (2007) COD removal and nitrification of lowstrength domestic wastewater in aerobic granular
sludge sequencing batch reactors, Enzyme and Microbial Technology, 42, 1, 23–28.
Lotito A. M., Wunderlin P., Joss A., Kipf M., Siegrist H. (2012) Nitrous oxide emissions from the oxidation tank of a pilot
activated sludge plant. Water Research, 46, 3563-3573
Ni B. J., Xie W. M., Liu S. G., Yu H. Q., Wang Y. Z., Wang G., Dai X. L. (2009) Granulation of activated sludge in a pilot-scale
sequencing batch reactor for the treatment of low-strength municipal wastewater. Water Research, 43, 3, 751-761.
Schwarzenbeck N., Erley R., Wilderer P. A. (2004) Aerobic granular sludge in an SBR-system treating wastewater rich in
particulate matter, Water Science and Technology, 49, 11-12, 41-46.
Sun S., Cheng X., Li S., Qi F., Liu Y., Sun D. (2013) N 2O emission from full scale urban wastewater treatment plants: a
comparison between A2O and SBR. Water Science and Technology, 67, 9, 1887-1893.
Van Haandel A.C., Kato M., Von Sperling M. (2009) Remoção biológica de nitrogênio: aplicações para o sistema de lodo
ativado. In: Mota F.S.B., Von Sperling M. Nutrientes de esgoto sanitários: utilização e remoção. Rio de Janeiro: ABES,
174-226.
Wagner J., da Costa R. (2013) Aerobic Granulation in a Sequencing Batch Reactor Using Real Domestic Wastewater Journal of
Environmental Engeneering, 139, 11, 1391–1396.
Wang F., Lu S., Wei Y., Min J. (2009) Characteristics of aerobic granule and nitrogen and phosphorus removal in a SBR, Journal
of Hazardous Materials, 164, 2–3, 1223–1227.
Yang S., Gao M., Liang S., Wang S., Wang X. (2013) Effects of step-feed on long-term performances and N2O emissions of
partial nitrifying granules. Bioresource Technology, 143, 682–685.
Yang J., Trela J., Plaza E., Tjus K. (2013b) N2O emissions from a one stage partial nitrification/anammox process in moving bed
biofilm reactors. Water Science and Technology, 68, 1, 144-152.

8
EVALUACIÓN DEL PROTOTIPO BIO-A3 EN LA REMOCIÓN DE NUTRIENTES (P Y
N) Y MATERIA ORGÁNICA

PROTOTYPE EVALUATION OF BIO -A3 ON NUTRIENT REMOVAL AND ORGANIC


MATTER

Luciano Sandoval Yoval 1*


Luis Alejandro García Arellano 1
Víctor Domínguez Martínez 1

Abstract
Nutrients such as phosphorus and nitrogen containing wastewater, play an important role in the eutrophication of
surface water bodies, the first being the most critical nutrient, and yet nitrogenous compounds in addition require
some are toxic a demand for dissolved oxygen in the receiving water, thus causing a detrimental effect on the
environment, flora and fauna. For these reasons there has been growing interest in their elimination. Biological
processes currently used for nutrient removal, usually have agitation and recirculation systems, which have high
energy consumption, thus having high operating costs. In this study the biological process BIO-A3 was evaluated in
the removal of nutrients and organic matter from municipal wastewater. This consists of three reactors: anaerobic,
anoxic and aerobic, working with the last two fully submerged biofilm. During operation of BIO-A3 at a rate of 50
ml / min average removal rates for the NT 76 % , 65% PT and 95 % BO, concentrations obtained met the lowest
values of the NOM- 001- SEMARNAT- 1996. By increasing the flow rate 85 ml / min removal efficiency is decreased
to 61 % in the NT, 61 % in the PT, and in the case of the BOD remained the same, so that the effluent only met the
values of discharges rivers with irrigation groundwater use (A), urban public use (B) and natural and artificial
reservoirs use in agricultural irrigation (C). By the characteristics of BIO- A3, operation proves more economical
than conventional processes because it does not require mechanical agitation in the anoxic and aerobic reactors,
and slurry recirculation generates small amounts of biomass and therefore there is no need large infrastructure for
stabilization.

Keywords: Nitrogen, nutrient, phosphorus, removal, wastewater.

1
Subcoordinación de Tratamiento de Aguas Residuales. Instituto Mexicano de Tecnología del Agua.
* Subcoordinación de Tratamiento de Aguas Residuales. Instituto Mexicano de Tecnología del Agua.Paseo Cuahunahuac 8523,
Col Progreso, Jiutepec, Morelos, CP 62550, México,. Tel 52 777 3 29 36 22. lucsand@tlaloc.imta.mx

1
Resumen
Los nutrientes como el fósforo y nitrógeno que contienen las aguas residuales, juegan un papel importante en la
eutroficación de los cuerpos de agua superficiales, siendo el primero el nutriente más crítico, y sin embargo, los
compuestos nitrogenados, además de que algunos son tóxicos requieren de una demanda de oxígeno disuelto de las
aguas receptoras, provocando así un efecto perjudicial sobre el ambiente, la flora y fauna. Por estas razones ha
crecido el interés en su eliminación. Los procesos biológicos actualmente utilizados para la remoción de nutrientes,
suelen tener sistemas de agitación y recirculación, que presentan altos consumos de energía, teniendo así elevados
costos de operación. En este estudio se evaluó el proceso biológico BIO-A3 en la remoción de nutrientes y materia
orgánica del agua residual municipal. Este está conformado por tres reactores: anaerobio, anóxico y aerobio,
trabajando con biopelícula totalmente sumergida los dos últimos. Durante la operación del BIO-A3 con un caudal de
50 ml/min se obtuvieron porcentajes de remoción promedio del 76% para el NT, 65% para el PT y de 95% en la
DBO, así las concentraciones obtenidas cumplieron con los valores más bajos de la NOM-001-SEMARNAT-1996.
Al aumentar el caudal a 85 ml/min la eficiencia de remoción disminuyó a 61% en el NT, 61% en el PT, y en el caso
de la DBO se mantuvo igual, por lo que el efluente solo cumplió con los valores de descargas a ríos con uso en riego
agrícola (A), uso público urbanos (B) y a embalses naturales y artificiales con uso en riego agrícola (C). Por las
características del BIO-A3, su operación resulta ser más económica que los procesos convencionales, ya que no
requiere de agitación mecánica en los reactores anóxico y aerobio, ni recirculación de lodos, genera pequeñas
cantidades de biomasa y por lo tanto no hay necesidad de gran infraestructura para su estabilización.

Palabras clave: Agua residual, fósforo, nitrógeno, nutrientes, remoción.

Introducción

El nitrógeno y fósforo son los nutrientes con mayor importancia para la productividad primaria en los ecosistemas
acuáticos. Sus concentraciones varían desde microgramos por litro en medios oligotróficos, hasta varios miligramos
por litro en medios eutroficados (Ramírez, 2008). El nitrógeno es más abundante que el fósforo, y se considera al
fósforo un factor limitante. En términos generales, la proporción de fósforo a nitrógeno en el agua es de 1:10
(Ramalho, 1996).

El fósforo presente en las aguas residuales municipales proviene principalmente de la materia fecal humana (50%-
65%), de los vertidos de residuos alimenticios, de los detergentes y los productos de limpieza (Ramírez, 2008). El
fósforo se puede encontrar en tres formas distintas: fósforo orgánico (especies particuladas), ortofosfatos y
polifosfatos (especies disueltas) (Rivas, 1990). El fósforo en forma de ortofosfatos es un factor limitante del
crecimiento de muchos de los microorganismos presentes en los lodos activados, que lo incorporan en su tejido
celular en forma de compuestos orgánicos fosfatados (Rivas, 1990). Aproximadamente 1 mg/L de fósforo es
eliminado por cada 100 mg/L de la DBO5 separada (Ramalho, 1996).

Las aguas residuales municipales contienen nitrógeno orgánico, en forma de proteínas, ácidos nucleicos y urea, o
bien en forma de nitrógeno amoniacal. Alrededor del 60% del nitrógeno presente en un agua residual cruda está en
forma orgánica y el resto en forma amoniacal (Rivas, 1990).

Para remover nitrógeno y fósforo en los proceso de tratamiento de aguas residuales se emplean microorganismos.
Una bacteria específica puede oxidar el nitrógeno amoniacal a nitritos y posteriormente a nitratos (nitrificación),
mientras que otra bacteria puede reducir los nitratos a nitrógeno atmosférico (desnitrificación). Para la remoción de
fósforo el proceso biológico es configurado para el crecimiento de bacterias con habilidad de tomar y guardar
concentraciones de fósforo inorgánico (Metcalf & Eddy, 2003).

Los procesos biológicos usados para el tratamiento de aguas residuales pueden ser divididos en dos categorías:
biomasa en suspensión y biomasa fija ó biopelícula (Metcalf & Eddy, 2003). 2.5.2. En el de biomasa fija
(biopelícula), los microorganismos responsables de la conversión de materia orgánica y nutrientes están adheridos a
un material de empaque inerte por medio de una matriz extracelular de polisacáridos fibrosos (Eighmy et al, 1983).
Los materiales de empaque usados en los proceso de biomasa fija incluyen, rocas, grava, arena, amplia gama de
2
plásticos y otros materiales sintéticos. Este proceso puede operar tanto en condiciones aerobias como anaerobias. El
empaque puede ser sumergido completamente en el líquido o no sumergido con el aire o el espacio de gas por
encima de la capa líquida de la biopelícula (Metcalf & Eddy, 2003).

Los sistemas de biomasa fija son usados para la nitrificación, la mayoría de la DBO debe ser removida para dar paso
al crecimiento de microorganismos nitrificantes. Las bacterias heterótrofas tienen mayor crecimiento que las bacteria
nitrificantes, por lo tanto pueden dominar el área de la superficie del empaque empleado en el sistema (Metcalf &
Eddy, 2003). La nitrificación en sistemas con biomasa fija se da cuando la DBO es apreciablemente reducida, la
DBO debe de ser menor a 30 mg/L para iniciar la nitrificación y menos de 15 mg/L para completar la nitrificación
(Harrem, 1982). La nitrificación se ve afectadas por factores como: el tiempo de retención celular (TRC) (Grüttner,
1996), pH, toxicidad, alcalinidad, metales, y la concentración de amonio no ionizado (Metcalf & Eddy, 2003).

La desnitrificación biológica es una parte integral de la remoción biológica de nitrógeno (Metcalf & Eddy, 2003).
Existen dos maneras de remoción de nitrato que pueden ocurrir en un proceso biológico, y estos son conocidos como
asimilación y desasimilación de nitrato. En la asimilación del nitrato, este se reduce a amonio para usarlo en la
síntesis celular. La asimilación ocurre cuando N-NH4 no está disponible y es independiente de la concentración de
oxígeno disuelto (OD). La desasimilación de nitrato o desnitrificación biológica es acoplada a la cadena respiratoria
de transporte de electrones, y el nitrato o nitrito es usado como aceptor de electrones de una variedad de donadores
de electrones orgánicos e inorgánicos. El amonio puede ser convertido a nitrógeno gas por bacterias autótrofas en
condiciones anaerobias y por bacterias heterótrofas desnitrificantes en condiciones aerobias (Metcalf & Eddy, 2003).

Para que se realice la desnitrificación es necesaria la presencia de nitratos y materia orgánica biodegradable y que el
oxígeno disuelto no se encuentre presente, se requiere un mecanismo que permita mantener las bacterias
heterotróficas en el reactor (WEFASC, 1998). La desnitrificación se puede ver afectada por el oxígeno, el pH, la
temperatura, el sustrato y el potencial óxido reducción.

En la eliminación biológica de fósforo se alienta a los organismos acumuladores de fósforo a crecer y consumir el
fósforo en el sistema usando una configuración del reactor que favorezca su crecimiento sobre otras bacterias. La
configuración del sistema que puede ser empleada para la remoción de fósforo puede estar compuesta de un reactor
anaerobio con un tiempo de retención hidráulica de entre 0.5 y 1 h, que se encuentra antes del reactor aerobio, el
contenido del reactor anaerobio es mezclado para proporcionar contacto con la recirculación de lodos y el influente,
en el reactor anaerobio se pueden tener tiempos de retención celular (TRC) que van desde 2 a 40 días (Metcalf &
Eddy, 2003). En el tiempo de contacto anaerobio, las bacterias que intervienen en la eliminación biológica del
fósforo, usan sus reservas intracelulares de polifosfatos como fuente de energía, y almacenan sustratos orgánicos
simples, como los ácidos grasos volátiles (AGV), lo que favorece la liberación de fósforo en la fase anaerobia.
Durante la fase aerobia, las bacterias usan sus reservas de carbono como fuente de energía y acumulan más fósforo
que el liberado en la fase previa, almacenando este elemento muy por encima de sus necesidades estequiométricas.
Al finalizar esta fase, la biomasa rica en fósforo debe ser retirada, para completar el proceso de eliminación biológica
de fósforo. Así, al exponer la biomasa a ciclos alternos anaerobios-aerobios, se realiza la selección de
microorganismos con la capacidad de almacenar fósforo en cantidad superior a sus necesidades estequiométricas de
crecimiento (Castillo y Monzón, 1999). La eliminación biológica de fósforo está influenciada por la cantidad y tipo
de sustrato disponible, el tiempo de duración de las fases, la presencia de oxígeno disuelto, nitratos y nitritos, la
temperatura del agua residual, el pH y el tiempo de retención de sólidos (EPA, 1987).

Actualmente la finalidad de la ingeniería de aguas residuales es además de la remoción de materias orgánica (DBO)
es la eliminación de nutrientes. Por lo tanto se ha buscado configuraciones que sean capaces de llevar a cabo los
procesos de oxidación de la materia orgánica, eliminación de nitrógeno y fósforo de la manera más eficientes y aún
menor costo de tratamiento. Algunos de los procesos utilizados para la remoción de materia orgánica y nutrientes
son: reactor secuencial por lotes, oxidación en zanjas, proceso Phoredox (A/O), proceso UCT, proceso Johannesburg,
proceso Krauss, proceso A2/O, proceso VIP, Phostrip y proceso Banderpho modificado.

3
En este estudio se pretende determinar si el proceso biológico BIO-A3 puede proporcionar altos porcentajes de
remoción de materia orgánica y nutrientes (P y N), así como reducir los costos de operación. De tal manera que sea
una opción tecnológica para el tratamiento de aguas residuales municipales de fácil implementación.

Metodologías

E n la Figura 1 se muestra el arreglo del prototipo BIO-3A, así como el flujo del agua a través de los diversos tipos
de reactores.

Figura 1. Arreglo del prototipo BIO-3A

Los caudales de prueba son de 50 y de 85 ml/min, con una recirculación del 150 %, los tiempos de residencia
hidráulica en cada reactor son de 1.3, 3.4 y 6.5 horas y de 1, 2 y 3 horas, respectivamente. Los reactores anóxico y
aerobio trabajan con biopelícula totalmente sumergida. Los puntos de muestreo y parámetros de monitoreo del
proceso se muestran en la Tabla 1 y la Figura 2. La frecuencia con la que se midieron los parámetros se muestra en la
Tabla 2.

Tabla 1. Puntos de muestreo y parámetros medidos


Efluente Reactor Efluente Reactor
Parámetro Influente Efluente
anaerobio anóxico anóxico aerobio
DBO5 X X X X
DQO X X X X
NT X X X X
N-NH4+ X X X X
-
N-NO3 X X X X
PT X X X X
pH X X X
ORP X X X
OD X X X
T X X X

4
Figura 2. Puntos de muestreo en el proceso

Tabla 2. Frecuencia de determinación de los parámetros


Parámetro Día Día
Parámetro
(mg/L) L M M J V S D L M M J V S D
DBO X pH X X X X X
DQO X X X ORP (mv) X X X X X
NT X X OD (mg/L) X X X X X
N-NH4 X X T (°C) X X X X X
N-NO3 X X Caudal (ml/min) X X X X X X X
PT X X

Los reactores anóxico y aerobio se empacaron con un soporte de polietileno (AC450 HeadWorks BIOTM, Figura 3),
este material tiene un área superficial de 402 m2/m3. Los tres reactores se inocularon con licor mezclado del reactor
de lodos activados de la planta de tratamiento del Instituto Mexicano de Tecnología del Agua (IMTA).

Figura 3. Material de soporte AC450 HeadWorks BIOTM

La eficiencia del prototipo se evaluará mediante la remoción de nutrientes y materia orgánica, y los límites máximos
permisibles que se marcan en la Norma NOM-001-SEMARNAT-1996.

Resultados

Oxígeno disuelto (OD). A un caudal de 50 ml/min en el reactor anóxico las concentraciones de OD fueron menores
a 0.81 mg/L y en el aerobio como máximo de 6.86 mg/L, y al aumentar a 85 ml/min la concentración disminuyo
levemente en ambos reactores, 0.66 y 6.72mg/L, respectivamente.
5
Temperatura (T). La temperatura promedio en el efluente anaerobio fue de 21.33°C, de 20.81°C en el reactor
anóxico y de 20.36°C en el reactor aerobio a un caudal de 50 ml/min, al incrementar a 85 ml/min los valores
promedios fueron de 21.9°C, 21.7°C y 21.63°C, respectivamente.
Potencial de óxido reducción (POR). A un caudal de 50 ml/min en el reactor anaerobio los valores que variaron de
-251 a -445 mV y en el anóxico de -132 a -390 mV. Al aumentar a 85 ml/min disminuyo a -480 mV en el anaerobio
y a -407 mv en el anóxico.
Potencial de Hidrógeno (pH). A un caudal de 50 ml/min se obtuvieron valores promedios de 7.06 unidades en el
anaerobio, 7.05 unidades en el anóxico y de 7.16 unidades en el aerobio, al amentar el caudal los valores promedios
fueron de 7.24, 7.23 y 7.17 unidades respectivamente.
Nitrógeno total (NT). En la Figura 4 se muestra el comportamiento del nitrógeno total en todo el sistema, así en
promedio en el influente fue de 54.6 mg/L. A un caudal de 50 ml/min el NT disminuyó alrededor de 7 mg/L en el
efluente anaerobio, sin embargo, en el efluente del proceso se obtuvieron concentraciones en promedio por debajo de
15 mg/L, al aumentar el caudal el NT en el efluente varió de 10 a 26 mg/L, disminuyendo significativamente la
eficiencia de remoción de 76 a 61%.
Fósforo total (PT). En el efluente se presentaron concentraciones de PT entre 6.3 y 18.7 mg/L, en el efluente del
reactor anaerobio las concentraciones disminuyeron entre 0.6 y 8.5 mg/L, a un caudal de 50 ml/min, y al aumentar a
85 ml/min la concentración en el efluente aumento entre 3.6 y 9.6 mg/L, notándose una disminución en la eficiencia
de remoción de 65 a 61% (Figura 5).
Demanda química de oxígeno (DQO). La DQO en la entrada del proceso fluctuó entre 104.7 y 339 mg/L, en la
salida del proceso se tuvieron valores promedio de 39.4 mg/L a un caudal de 50 ml/min y de 41 mg/L operando con
el caudal de 85 ml/min, los porcentajes de remoción fueron de 82 y 85% respectivamente (Figura 6).

Figura 4. Comportamiento del NT en el proceso

Figura 5. Comportamiento del PT en el proceso

6
Figura 6. Comportamiento de la DQO en el proceso

Demanda bioquímica de oxígeno (DBO). El proceso se alimentó con concentraciones de DBO que oscilaron entre
40 y 240 mg/L, en la salida del proceso se obtuvieron valores que fluctuaron de entre 2.2 a 11.4 mg/L con el caudal
de 50 ml/min, y con el de 85 ml/min los valores oscilaron de 3.6 a 9.6 mg/L, el porcentaje de remoción para los dos
caso fue de 95% (Figura 7).

Figura 7. Comportamiento de la DBO en el proceso

Evaluación del prototipo


En la Tabla 3 se muestra la comparación del proceso con respecto a la NOM-001-SEMARNAT-1996, para esto se
utilizaron los valores más bajos de la norma en los parámetros de NT, PT y DBO, dichos valores corresponden a
descargas a ríos con protección a la vida acuática, a aguas costeras con estuarios y a embalses naturales y artificiales
con uso público urbano con valor de promedio mensual.

7
Tabla 3. Evaluación del prototipo BIO-A3 con respecto a la NOM-001-SEMARNAT-1996

Límites Máximos Permisibles


Caudal (ml/min)
NOM-001- SEMARNAT-1996 (mg/L)
Embalses
Aguas
Ríos Naturales y 50 85
Parámetro costeras
Artificiales
Protección
Uso público Promedio Mínimo Máximo Promedio Mínimo Máximo
de vida Estuarios
urbano (mg/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L)
acuática
PD PM PD PM PD PM
NO3- 11.91 2.3 20.7 20.5 11.4 28.5
NH4+ 1.11 0.2 6 2.65 0.3 8
NT 15 25 15 25 15 25 11.9 8 21 20.5 10 26
PT 5 10 5 10 5 10 4.49 0.6 8.5 5.87 3.6 9.6
DBO 30 60 30 60 75 150 5.37 2.2 11.4 8.5 8 9
PD = Promedio diario: PM = Promedio mensual

Como se observa en la Tabla 3, las concentraciones promedio obtenidas por el prototipo BIO-A3 a un caudal de 50
y de 85 ml/min cumple con los límites máximos permisibles de la NOM-001-SEMARNAT-1996, en los rubros más
estrictos, como son en ríos para protección de vida acuática, embalses naturales y artificiales para uso público y en
aguas costeras para estuarios.

Conclusiones

- El prototipo BIO-A3 operó con caudal de 50 ml/min, y tiempos de residencia hidráulica de 1.3 horas en el
reactor anaerobio, 3.4 horas en el reactor anóxico y 6.5 horas en el reactor aerobio y una recirculación del
150%, y se obtuvieron porcentajes de remoción promedio del 76% para el NT, 65% para el PT y de 95% en
la DBO.
- El prototipo BIO-A3 operó con caudal de 85 ml/min, y tiempos de residencia hidráulica de 1 horas en el
reactor anaerobio, 2 horas en el reactor anóxico y 3 horas en el reactor aerobio y una recirculación del
150%, y se obtuvieron porcentajes de remoción promedio del 61% para el NT, 61% para el PT y de 95% en
la DBO.
- Al aumentar el caudal a 85 ml/min la eficiencia de remoción de NT y PT, disminuyo, pero no influyo en el
proceso.
- La configuración del prototipo BIO-A3 y sus características permiten cumplir con los límites máximos
permisibles más estrictos de la Norma NOM-001-SEMARNAT-1996.

Referencias bibliográficas

Castillo, P. A., Monzón, I. T.1999. Consideraciones de diseño para la eliminación biológica de fósforo empleando procesos
biopelícula. Comisión Interministerial de Ciencia y Tecnología (CICYT).
Eighmy, T.T., Maratea, D., Bioshop, P.L., 1983. Electron microscopic examination of wastewater biofilm formation and
structural components. Appl. Environ. Microbiol. Madrid.
Grüttner,H., (1996). External and internal sources which inhibit the nitrification process in wastewater treatment. Water Science
Technology.
Harren, E. P. 1982. Criteria for nitrification in fixed-film reactors, water science and technology.
Metcalf & Eddy. 2003. Wastewater Engineering Treatment and Reuse. McGraw Hill.
NOM-001-SEMARNAT-1996, que establece los límites máximos permisibles de contaminantes en las descargas de aguas
residuales en aguas y bienes nacionales.
Ramalho, S. R. 1996. Tratamiento de aguas residuales. Reverte. Londres.
Ramírez, G. P. 2008. Fundamentos de limnología neotropical, 2.a edición. Universidad de Antioquia. Colombia.
8
Rivas, M. 1990. Depuración biológica de aguas residuales urbanas. México.
U.S. EPA. 1987. Design Manual. Phosphorus Removal.
Water Environmental Federation & American Society of Civil Engineers (WEFASC). 1998. Biological Chemical Systems for
Nutrient Removal. Alexandria USA.

9
EVALUACIÓN DE LOS COSTOS DE OPERACIÓN DE LA APLICACIÓN DE OZONO
PARA LA DEGRADACIÓN DE LA HORMONA MEDROXIPROGESTERONA

EVALUATION OF THE OPERATION COSTS OF THE OZONE APPLICATION FOR THE


DEGRADATION OF THE MEDROXYPROGESTERONE

Carlos Eduardo Muñoz Ortiz1*


2
Vivian Alejandra Riveros Herrera
Katherine Plazas Aldana 3
Tatiana Rodríguez Chaparro4

Abstract
The increase in the consumption of medicament for therapeutic purposes has caused the presence of new
contaminants in the water and in the water treatment plants and the conventional technologies are not able to remove
it. Within these substances the endocrine disruptive substances (EDCs) have shown several adverse effects, not only
in the human health but also in the aquatic ecosystem. The advacend oxidation processes are an attractive
technologies for tretating this type of compounds, various studies have demonstrated their applicability. However,
there is a lack of knowledge in the cost/benefit ratio of this emergent technologies. Based on this, the aim of this
work was to estimate the cost of the electricity consumption of the ozone application to degrade the
medroxyprogesterone (MEP) in an aqueous solution. For this was evaluated the figure of merit, EE/O (electric-
energy per order). The decay of the MEP was monitored with the value of the absorbance at 254 nm during one hour
of the reaction time. The results show that the cost to degraded 76% of MEP is USD 0.01 kWh/m3.

KeyWords: Kinetics, Figure of merit, Medroxyprogesterone, Ozone

1 234
(Ingeniería Civil, Universidad Militar Nueva Granada).
*Autor corresponsal Ingeniería Civil, Universidad Militar nueva Granada, Laboratorio Saneamiento Ambiental. Carrera 11 No.
101 - 80, Bogotá, Cundinamarca. Código Postal. Colombia. Email: carlosmunortiz@hotmail.com
1
Resumen
El aumento en el consumo de medicamentos, con fines terapéuticos ha provocado el surgimiento de nuevos
contaminantes en los cuerpos de agua y estaciones de tratamiento, que las tecnologías actuales no son capaces de
remover. Entre estos, las sustancias disruptoras del sistema endocrino han mostrado varios efectos adversos, no solo
en la salud humana, sino también en el ecosistema acuático. Los procesos de oxidación avanzada son una tecnología
atractiva para tratar este tipo de compuestos, varios estudios han mostrado su aplicabilidad. Sin embargo no existe
suficiente información acerca de la relación costo beneficio de estas tecnologías emergentes. De acuerdo con esto, el
objetivo del presente trabajo fue calcular el costo de la energía eléctrica de la aplicación de ozono para degradar la
medroxiprogesterona (MEP) en una solución acuosa. Para esto fue evaluada la figura de mérito, energía eléctrica por
orden de magnitud (EEO). El decaimiento de la MEP fue monitoreado con el valor de la absorbancia en la longitud
de onda 254 nm durante una hora de tiempo de reacción. Los resultados mostraron que para degradar 76% del
compuesto MEP el costo aproximado es de US$0.01 kWh/m3.

Palabras clave: Cinética, Figuras de mérito, Medroxiprogesterona, Ozono.

Introducción

La presencia de compuestos farmacéuticos en concentraciones de ug/l cuerpos de agua incluso en agua potable y
aguas residuales tratadas, ha aumentado el interés por buscar soluciones alternativas para reducir el impacto de este
tipo de contaminantes. Entre los compuestos frecuentemente encontrados se pueden citar, los antibióticos,
analgésicos, anti-inflamatorios, las hormonas o sustancias disruptivas, entre otros, los cuales son utilizados como
medicamentos para diferentes enfermedades luego de ser ingeridos, sus metabolitos son excretados alcanzando las
fuentes hídricas. (Chang, Hong et al., 2011; Verlicchi et al. 2012; Liu y Ming-Hung, 2013; Quero P., et al. 2014).
Diferentes estudios indican que los principales problemas en el sistema endocrino de la fauna marina son debidos a
la ingesta de residuos de compuestos como las hormonas (Jobling y Tyler, 2003; Andersen et al. 2003). Debido a la
baja capacidad de los tratamientos convencionales de remover esta clase de contaminantes, los procesos de oxidación
avanzada (POA), resultan una alternativa viable como pretratamiento, debido a su conocida capacidad de
transformación y/o remoción de materia orgánica (Abdelmonaim y Ballesteros, 2013). Diferentes estudios, indican
que existen dos formas efectivas de aplicar ozono las cuales tienen un amplio rango de remoción o transformación de
materia orgánica, una es la reacción directa del ozono molecular y la segunda es la reacción indirecta que involucra
oxidantes secundarios como los radicales hidroxilo OH▪, los cuales se generan cuando es aplicado el ozono en
condiciones alcalinas (Glaze et al., 1987; Tizaoui et al., 2011).

Los POA en general se caracterizan por que la mayoría utilizan energía eléctrica, por lo que su uso como
pretratameniento o tratamiento aumentaría el costo normal del proceso en las plantas de tratamiento (Bolton et al.
2001). Existen diferentes formas para determinar los costos adicionales de la aplicación de un POA, uno de ellos es
según la cantidad de energía eléctrica necesaria para la operación del POA, de donde se puede calcular a partir del
comportamiento cinético del oxidante, la cantidad aplicada para degradar o transformar algún tipo de contaminante, a
partir de este resultado se obtienen las figuras de mérito por orden de magnitud EE O, las cuales expresan en términos
de kWh/m3, la cantidad de energía eléctrica, por metro cúbico de aire o agua tratada, que utiliza un proceso de
oxidación avanzada (Bolton et al. 2001). Alaton et al. 2002, reporta en su estudio de la comparación de la aplicación
de diferentes POA como el O3 y el H2O2/UV-C en un agua con residuos de tinta, una EEO= 0.684 kWh/m3 durante la
aplicación del O3, significativamente mayor a la EEO= 0.633 kWh/m3, cuando es aplicado el H2O2/UV-C.
Diferentes estudios muestran la utilidad de estas figuras de mérito, para evaluar los costos de operación según la
eficiencia de los procesos de oxidación avanzada (Alaton et al. 2002; Daneshvar et al. 2008). En este sentido, el
objetivo del presente trabajo consiste en determinar por medio de la figura de mérito (EEO) los costos de la energía
eléctrica utilizada para degradar la hormona medroxiprogesterona durante la aplicación de O 3.

Metodología

Solución Medroxiprogesterona (MEP)

2
El acetato de medroxiprogesterona se obtuvo del anticonceptivo conocido por su nombre comercial como Depo-
Provera cuya concentración es de 150mg/3ml. La solución se preparó colocando un 1ml de hormona en un litro de
agua destilada para una concentración de hormona en la solución de 50mg/l. Una vez preparada se caracterizó
evaluando los siguientes parámetros de acuerdo a lo descrito por APHA (2005), para los ensayos de: pH, DQO;
COT, utilizando el espectrofotómetro HACH DR 2800, método directo 10173 y los valores de la longitud de onda
en la región del espectro UV-VIS utilizando el espectrofotómetro HACH DR 5000, se hicieron 3 repeticiones cada
uno por duplicado para cada uno de los parámetros evaluados.

Energía eléctrica por orden de magnitud EEO

La energía eléctrica por orden (EE/O), es la cantidad de energía eléctrica expresada en [KW/h), requeridas para
degradar un contaminante, por orden de magnitud en una unidad de volumen; esta se calcula a partir de la siguiente
fórmula cuando su operación es en régimen batch, (Bolton et al. 2001):

( ⁄ )

En dónde P es la unidad de potencia del POA expresada en [KW], V es el volumen en [L] de agua tratado en un
tiempo t expresado en [h]. La ecuación 2 es aplicada para un modelo cinético de primer orden en donde lg (ci/cf) =
0.4343k1t, en donde t expresado en [min] es el tiempo de reacción y k1 es la constante cinética de primer orden
expresada en [min−1] (Bolton et al. 2001).

Aplicación de Ozono

La aplicación del ozono se realizó en un tubo cilíndrico de vidrio boro-silicato, de altura 733 mm, diámetro externo
55 mm e interno 45 mm, tipo Batch. El ozono era distribuido por medio de una placa porosa en el fondo del reactor
de tamaño de poro medio.
El ozono era provisto al sistema por un generador Microzone 300P 120V/60HZ marca Clearwater Tech, LLC, con
una producción de ozono de 237mg O3/h y una potencia máxima de 30 watts. El ozono que no era consumido en la
reacción se destruía y determinaba según el método descrito por APHA (2005). La Figura 1, muestra el esquema
del montaje.
El pH de la solución se mantuvo en 6.22 ± 0.3 el cual no fue modificado a lo largo del experimento. El tiempo de
reacción fue de 1h y las muestras se tomaron a cada 15 min, con la finalidad de determinar posteriormente el modelo
cinético que más se ajuste, para el posterior cálculo de la EEO. Los parámetros que se analizaron fueron los
siguientes: pH, conductividad, absorbancia en la región del espectro UV-VIS, DQO y COT; cada una de las muestras
se filtraron por un filtro de fibra de vidrio de 0.45 µm.

3
Generador de
Ozono

Reactor
Ozono Solución KI
2%

Piedra
Porosa

Figura 1. Montaje experimental en operación

Resultados

Características de la solución

La Tabla 1 muestra las características de la solución de medroxiprogesterona antes y después de la aplicación durante
una hora de 237mgO3/l, la aplicación del ozono se hizo sin modificar el pH inicial de la solución de MEP, según el
estudio de (Broséus et al. 2009), en donde indica que el valor del pH no presenta influencia alguna durante la
aplicación del ozono a una solución de progesterona.

Tabla 1. Características Solución Medroxiprogesterona


Inicio Final
Parámetro Unidad
Valor ± D.S. Valor ± D.S.*
pH 6.22 ± 0.25 4.41 ± 0.23
Color UPC 3.00 ± 1.41 3.50 ± 0.58
Conductividad µs 41 ± 12.42 48 ± 7.05
DQO mg/l 91 ± 9.74 95 ± 5.74
COT mg/l 10 ± 3.70 14 ± 9.95
* D.S: Desviación estándar, n=5

De acuerdo con los valores de la Tabla 1, antes y después de la aplicación del ozono, se observó que tanto la DQO
como el COT, no presentaron grandes cambios, indicando que durante el proceso no hubo mineralización de la
materia orgánica, sino una transformación de la misma. Resultados similares fueron reportados en el estudio

4
realizado por (Akmehmet et al. 2003), en donde evalúan la remoción de compuestos farmacéuticos utilizando ozono,
destacando la capacidad de oxidación del ozono, frente a otros POA.

Decaimiento de la absorbancia

La Figura 2, muestra los valores normalizados del decaimiento de la UV254, durante la aplicación del ozono. Se
observa que en el tiempo de reacción de 30 minutos ya se consigue un decaimiento del 55% ± 0.2. Mostrando que el
ozono en estas condiciones de pH (6.22 ± 0.25) es efectivo para remover este compuesto; Sin embargo, a pesar que
los valores de la UV254, se pueden relacionar indirectamente con la presencia de compuestos orgánicos, es necesario
utilizar la cromatografía de masas para cuantificar e identificar la cantidad y la eficiencia de la aplicación del ozono
en la solución de MEP. Estudios realizados por (Broséus et al. 2009) reportan valores del 80% en la degradación de
compuestos farmacéuticos incluyendo disruptores endocrinos como la medroxiprogesterona, la progesterona y el
levonorgestrel.

1,0

0,9

0,8

0,7
ABS/ABS0 (254nm)

0,6

0,5

0,4

0,3

0,2

0,1

0,0
0 10 20 30 40 50 60

Tiempo (min.)

Figura 2. Decaimiento de la absorbancia (254 nm).

La Figura 3, muestra el ajuste cinético de los valores normalizados de la absorbancia en la longitud de onda 254 nm,
en donde el modelo que más se ajusta es el de primer orden, resultado similar al reportado en el estudio de (Zoschke,
2012), en donde obtienen un ajuste cinético de primer orden, cuando es aplicado el POA UV/O 3, soluciones
compuestas por sustancias orgánicas.

1,5

1,0
LN(Co/C)

0,5

0,0
0 20 40 60
Tiempo (min.)

Figura 3. Determinación de la constante cinética.

5
Cálculo de la EEO
La Tabla 2, muestra el cálculo de la EEO, utilizando la ecuación 2, para el valor de k1 según lo indicado por (Bolton
et al., 2006).

Tabla 2. Cálculo de la EEO


Potencia[ Tiempo Volumen K EEo
kW] [h] [l] [min-1] [kWh/m3]
0.03 1 1 0,0242 0,04762

Teniendo en cuenta el costo de 1 kWh=$358,73 COP (US$0.18), para el sector oficial e industrial sin contribución,
Nivel 1 propiedad de CODENSA, (CODENSA, 2014) para Bogotá (Colombia), el costo de la aplicación de ozono a
1 m3 de la solución de medroxiprogesterona es de: $ 17,08 COP (US$0,01). (Zoschke, et al. 2012), reporta en su
estudio de la comparación de diferentes POA, que aquel que presenta el valor por de EE O en términos de kWh/m3
más bajo, es la aplicación del O3/UV (EEO=0,5 kWh/m3), mientras que el más más alto es el UV/H2O2 (EEO= 4.0
kWh/m3) para degradar sustancias orgánicas en soluciones acuosas. Vale la pena mencionar que el cálculo de la EEO,
permitirá comparar los tratamientos tanto por su capacidad para degradar un contaminante como por el costo del
mismo, de tal forma que se pueda determinar la relación costo/beneficio.

Conclusiones

El costo de la energía eléctrica necesaria para degradar la hormona medroxiprogesterona aplicando ozono fue tratado
en este estudio. Los resultados indican que a partir de los 30 minutos de aplicación de ozono se consiguen valores
significativos en la remoción de la MEP, lo que reducirá el valor de la EE O. De acuerdo a la conocida capacidad de
oxidación del ozono, y conforme a los resultados obtenidos tanto en la eficiencia del ozono para transformar la
solución de MEP, como el valor de la EEO, se puede considerar esta tecnología viable como pretratamiento para
reducir costos de los demás tratamientos, durante un proceso de potabilización o tratamiento de aguas residuales.
Por otra parte en este estudio sólo se tienen en cuenta los costos de la energía eléctrica durante la aplicación del
ozono, a estos se les deberá sumar (cuando sea necesario), costos indirectos de la aplicación de este tipo de
tratamientos como, los costos de operación, costos de mantenimiento, etc.

Referencias Bibliográficas

Akmehmet Balcioğlu, Işil, and Merih Otker. 2003. “Treatment of Pharmaceutical Wastewater Containing Antibiotics
by O3 and O3/H2O2 Processes.” Chemosphere 50(1): 85–95.

Alaton, Idil Arslan, Isil Akmehmet Balcioglu, and Detlef W Bahnemann. 2002. “Advanced Oxidation of a
Reactive Dyebath Effluent: Comparison of O3, H2O2/UV-C and TiO2/UV-A Processes.” Water research 36(5):
1143–54.

Andersen, Henrik, Hansruedi Siegrist, Bent Halling-Sørensen, and Thomas a Ternes. 2003. “Fate of Estrogens in a
Municipal Sewage Treatment Plant.” Environmental science & technology 37(18): 4021–26.

APHA. 2005. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 19th. Ed American Public Health
Organization. Washington, DC, USA,: American Public Health Organization.

Bolton, James R., Bircher, Keith G., Tumas, William, and Tolman, Chadwick A., 2001. “Figures-of-Merit for the
Technical Development and Application of Advanced Oxidation Technologies for Both Electric- and Solar-
Driven Systems” (IUPAC Technical Report ).” 73(4): 627–37.

6
Broséus, R, S Vincent, K Aboulfadl, a Daneshvar, S Sauvé, B Barbeau, and M Prévost. 2009. “Ozone Oxidation of
Pharmaceuticals, Endocrine Disruptors and Pesticides during Drinking Water Treatment.” Water research
43(18): 4707–17.

Chang, Hong, Yi Wan, Shimin Wu, Zhanlan Fan, and Jianying Hu. 2011. “Occurrence of Androgens and
Progestogens in Wastewater Treatment Plants and Receiving River Waters: Comparison to Estrogens.” Water
research 45(2): 732–40.

CODENSA, 2014. Tarifas de energía eléctrica ($/kWh) reguladas por la Comisión de Regulación de Energía y Gas
(CREG) enero de 2014. Recuperado de:
http://www.codensa.com.co/documentos/2001_PLIEGO_TARIFARIO_ENERO_2014.pdf, consultado el 28 de
mayo de 2014.

Daneshvar, N., M.a. Behnajady, M. Khayyat Ali Mohammadi, and M.S. Seyed Dorraji. 2008. “UV/H2O2 Treatment
of Rhodamine B in Aqueous Solution: Influence of Operational Parameters and Kinetic Modeling.”
Desalination 230(1-3): 16–26.

Glaze, William H., Joon-Wun Kang, and Douglas H. Chapin. 1987. “The Chemistry of Water Treatment Processes
Involving Ozone, Hydrogen Peroxide and Ultraviolet Radiation.” Ozone Science & Engineering 9 335-352

Jobling, S., and C. R. Tyler. 2003. “Endocrine Disruption in Wild Freshwater Fish.” Pure and Applied Chemistry
75(11-12): 2219–34.

Lee, Yunho, Beate I Escher, and Urs Von Gunten. 2008. “Efficient Removal of Estrogenic Activity during Oxidative
Treatment of Waters Containing Steroid Estrogens.” Environmental science & technology 42(17): 6333–39.

Liu, Jin-Lin, and Ming-Hung Wong. 2013. “Pharmaceuticals and Personal Care Products (PPCPs): A Review on
Environmental Contamination in China.” Environment international 59C: 208–24.

Pharmaceutical, Hormone and Personal Care Product Removal Efficiency of a Drinking Water Treatment Plant.”
Chemosphere 93(9): 2046–54.

Quero-Pastor, Maria, Alvaro Valenzuela, Jose M Quiroga, and Asuncion Acevedo. 2014. “Degradation of Drugs in
Water with Advanced Oxidation Processes and Ozone.” Journal of environmental management 137: 197–203.

Tizaoui, Chedly, Naser Grima, and Nidal Hilal. 2011. “Degradation of the Antimicrobial Triclocarban (TCC) with
Ozone.” Chemical Engineering and Processing: Process Intensification 50(7): 637–43.

Verlicchi, P, M Al Aukidy, and E Zambello. 2012. “Occurrence of Pharmaceutical Compounds in Urban


Wastewater: Removal, Mass Load and Environmental Risk after a Secondary Treatment--a Review.” The
Science of the total environment 429: 123–55.

Zoschke, Kristin, Norman Dietrich, Hilmar Börnick, and Eckhard Worch. 2012. “UV-Based Advanced Oxidation
Processes for the Treatment of Odour Compounds: Efficiency and by-Product Formation.” Water research
46(16): 5365–73.

7
CINÉTICA DE DEGRADACIÓN DEL COLORANTE PURPURINA (1,2,4-
TRIHIDROXIANTHRAQUINONA) EN MEDIO ACUOSO POR RADICALES
HIDROXÍLO.

KINETIC OF REMOVAL OF PURPURINE(1,2,4-TRIHYDROXYANTHRAQUINONE) IN


AQUEOUS SOLUTIONS INVOLVING HYDROXYL RADICAL

Marlene Rosas Chicas1


María Elba Ortiz Romero Vargas 1*
Hugo Eduardo de Jesús Solís Correa 1
Marlene Rosas Chicas.

Abstract
In this workwe are studying the oxidation of Purpurine dye, by advanced oxidation process as: ozonation
and heterogeneous photocatalisys, with titanium dioxide as a catalyst. In both processes the free radicals
are generated in situ. Also, it was assessing in both oxidation treatments the possibility of changes in the
reaction kinetic. Kinetic monitoring process is conducted by UV-visible spectrophotometry, and infrared,
as well as the content of organic matter.

KeyWords:Textil dyes, Purpurine, Heterogeneous Photocatalysis, Ozonation,Kinetic.

1
Ciencias Básicas e Ingeniería. Universidad Autónoma Metropolitana-Azcapotzalco
*Autor corresponsal:Ciencias Básicas e Ingeniería. Universidad Autónoma Metropolitana-Azcapotzalco, Av. San Pablo 180 C.P.
02200, México, D.F. mariaelbaortiz@gmail.com

1
Resumen
En este trabajo se estudia la degradación del colorante Purpurina, usado principalmente en la industria textil, por
medio de radicales libres generados in situ mediante dos Procesos de Oxidación Avanzada (POA´s): Fotocatálisis
Heterogéneacon dióxido de titanio como catalizador y el otro, la Ozonación. El seguimiento cinético de los procesos
se realizó mediante espectrofotometría UV-visible, así como por el contenido de materia orgánica mediante el
análisis de la Demanda Química de Oxígeno. Se determinó cual de los procesos de oxidación aplicados es el más
eficiente en el tratamiento de los efluentes procedentes de la industria textil.
Con los resultados de ambos procesos se puede afirmar que el proceso que resulta más favorecido en tiempo y
porcentaje de remoción del colorante es el proceso de Ozonación frente al de Fotocatálisis, con un tiempo de 36
minutos y 7 horas con la irradiación UV más eficiente (254nm). Respecto a la eliminación de carga orgánica(DQO)
el proceso de Fotocatálisis resulta ser por poco más eficiente que la reducción de DQO con O 3, con una irradiación
del longitud de onda de 254 nm se obtuvo una remoción del 43% en la DQO en cambio con el O3 se redujo 38%
Palabras clave: Colorantes textiles, Purpurina, Fotocatálisis, Ozonación, Procesos de Oxidación Avanzada (POA´s),
degradación, cinética.

Introducción
Se estima que en la actualidad se producen en todo el mundo al menos 10 millones de toneladas de colorante al año,
de las cuales los colorantes azo representan cerca de 70%. Los colorantes antraquinónicos constituyen la segunda
clase más importante de los colorantes textiles, después de los azo. Los colorantes antraquinónicos tienen un amplio
rango de colores, algunos en el espectro visible, de ellos se utilizan más comúnmente para colores como el violeta, el
azul y el verde (García, 2008).

Durante los procesos de producción y de coloración, de 10 a 15% de los colorantes utilizados en las actividades de la
industria textil, son vertidos en los efluentes, como ríos o lagos, ya sea directamente o a través de la red de drenaje
público, como desechos contaminantes, los cuales tienen gran persistencia, son tóxicos y por tanto deben ser
degradados o al menos totalmente neutralizados antes de ir al ambiente (Mendoza, 2010), ya que provocan efectos
dañinos en los cuerpos de agua, como disminución del oxígeno disuelto, eutrofización, afectación en los procesos
fotosintéticos, la formación de compuestos recalcitrantes y tóxicos para las células, la obstaculización del paso de la
luz y su deterioro estético (Arango, 2009).

La remoción del color en los efluentes textiles ha sido un gran desafío durante las décadas pasadas, y hasta ahora no
hay ningún tratamiento económicamente atractivo que permita remover de un modo efectivo los tintes. La mayoría
de los colorantes utilizados en la industria textil no son biodegradables, y por lo tanto, el tratamiento de sus residuos
en medio acuoso no se resuelve de manera sencilla. Han sido estudiados y desarrollados muchos tratamientos físicos,
químicos y biológicos para la remoción de colorantes de las aguas residuales; los más conocidos son los tratamientos
biológicos aerobios y anaerobios, la precipitación química, la adsorción sobre carbón activado, la fotocatálisis,
ozonización, reacciones Fenton y ósmosis inversa (Fan, 2008).

La fotocatálisis heterogénea (FH) es un proceso de oxidación avanzada (POA) que tiene especial relevancia, por su
eficiencia en la remoción de color, toxicidad y por la rápida disminución de la masa molecular de la materia orgánica
disuelta. Se emplea la luz para generar reacciones químicas que generan radicales libres, en particular radicales
hidroxilo, que dan lugar a la degradación de los compuestos orgánicos. Se utiliza con frecuencia el dióxido de titanio
como fotocatalizador (Garcés, 2005). Los procesos de oxidación que involucran radicales hidroxilo han demostrado
su potencial para la remoción de compuestos orgánicos tóxicos en los efluentes de aguas residuales (Hoigné, 1997).
La ozonación es uno de los métodos de oxidación usados más frecuentemente por su alta reactividad, lo que
generalmente provee una buena eficiencia de remoción del color. Es altamente corrosivo y toxico. Se encuentra entre
los oxidantes más fuertes y es usado muy frecuentemente en el tratamiento de aguas por su capacidad de oxidar
materia orgánica y algunos compuestos inorgánicos, además de que, por su poca solubilidad en agua no se
encuentran trazas de él después del tratamiento (EPA, 1999).El Ozono puede reaccionar con algunas especies
orgánicas: directamente de manera selectiva, e indirectamente de manera no selectiva a través de su descomposición
química y a su vez la formación de radicales libres OH.
En este trabajo se compara la cinética de degradación de un colorante la Purpurina, de tipo hidroquinona, con dos
POA’s, fotocatálisis heterogénea y ozonación.

2
Metodología para Fotocatálisis Heterogénea con TiO2

Se aplicó el proceso de fotocatálisis para la oxidación del colorante Purpurina. El experimento se realizó por
triplicado. Para cada ensayo se tomó un blanco, controlando la temperatura y a un pH: básico, y a dos longitudes de
onda (254 y 365nm). Se tomaron muestras cada 2 horas para la longitud de 365nm y cada hora a lo largo de cada
ensayo para 254nm hasta observar la decoloración en la solución expuesta al proceso de oxidación avanzada.(Tabla
1).

Tabla 1. Diseño de Experimento Fotocatálisis


Fotocatálisis
Factores UV TiO2 pH
λ= 254 nm Básico
Combinaciones λ= 365 nm Básico
Blanco y Triplicado

Se utilizó un reactor de cuarzo de 200mL con tapa de 3 salidas. Una de las salidas se utilizó para la admisión de aire,
cuyo oxígeno es el agente oxidante, otra salida es el tubo para la extracción de muestras y la tercera permite la salida
del aire después de la reacción. Se usó una lámpara de luz ultravioleta UV Dual de 10 watts con longitudes de onda
de 254 y 365nm. El fotocatalizador que se utilizó fue el TiO 2 (Aldrich, Cat. 248576). El TiO2 se utilizó después de
haber sido triturado en un mortero de ágata,cernido a 400 mallas Tyler y activado en mufla a 550°C.

Las muestras para irradiar se prepararon con concentraciones de 30 mg de dióxido de titanio TiO 2por cada 10 mL de
la solución madre de Purpurina. El tiempo de irradiación depende de la potencia de la lámpara. En cada uno de los
experimentos se prepararon tres muestras idénticas. Cada juego de muestras se preparó para un pH básico (12),
agregando a la solución madre dos perlas de hidróxido de potasio.Para la degradación oxidativa de la Purpurina es
necesaria la oxigenación, pero también es necesario evitar la evaporación por arrastre del aire en la dispersión que se
irradia. La cantidad fotodegradada de la purpurina se evaluó por espectrofotometría, así, se tomaron las lecturas de
las absorbancias en el espectro UV-Vis para cada una de las muestra.

Metodología para el proceso de Ozonación

La oxidación del colorante se llevó a cabo en un generador de ozono “ozono residual”. Se trabajó con un flujo de
oxígeno de 0.4LPM y 1kV, a temperatura ambiente, y a un pH básico (12). En un reactor de cristal se colocaron
200mL de la solución madre, el reactor cuenta con tapa de tres boquillas, una para la salida de gases, otra para la
entrada de ozono y otra para tomar muestras. Se realizaron tres replicas del experimento.

Metodología cuantificación del colorante de la degradación oxidativa

Para la cuantificación del colorante residual de la degradación oxidativa, se centrifugaron las muestras de
fotocatálisis para sedimentar el catalizador y no afectar la lectura de la absorbancia.Después de la aplicación de cada
proceso por separado, se leyeron las absorbancias en el espectro UV-Vis de cada una de las muestra tomadas

Espectrofotometría

Para las muestras recolectadas durante cada ensayo se analizó por espectrofotometría empleando un equipo
Shimadzu UV-1700, se analizó la zona ultravioleta del espectro, 400nm según la curva del espectro UV-Vis de la

3
Purpurina (Fig. 1), y punto a punto se siguió la disminución de la absorbancia por la degradación del colorante en
estudio.

Figura 1. Espectro UV-Vis del colorante Purpurina

 Obtención de la DQO

Para determinar la DQO, se siguióla técnica estandarizada por el manual HACH, como sigue;

 Se tomaron 2ml de cada muestra tomada durante el proceso de fotocatálisis (para 254 y 365 nm) y se
agregaron a un tubo de ensayo (HACH) que contiene una mezcla crómica (H 2SO4 Q.P. /K2Cr2O7, 0.25N,
12.259g/L).
 Todos los tubos HACH se colocaron en un horno a una temperatura de 150ºC por 90 minutos.
 Al enfriarse se sometieron a una lectura espectrofotométrica para seguir la degradación.

Resultados

Curvas de calibración

Debido a que el espectro del colorante Purpurina presenta dos picos de absorbancia en las longitudes de 254nm, y
400nm, se realizaron dos curvas de calibración (Fig. 2).

Figura. 2. Curvas de calibración para el colorante

De acuerdo a los resultados anteriores, la degradación del colorante, se siguió tomando las lecturas de las
absorbancias en las longitudes de onda 254 y 400 nm y se determinó que la concentración de la soluciónmadre sería

4
de 60 ppm ya que en 254nm es la que tiene una absorbancia que no supera a 3(Debido al rango del
espectrofotómetro).

Degradación oxidativa conFotocatálisis Heterogénea con TiO2

La desaparición del colorante Purpurina se pudo observar después de 10 horas para 365nm, mientras que para una
irradiación de 254nm el colorante desapareció visiblemente en 7 horas. La cinética de degradación del colorante
Purpurina seguido en 254nm y 400nm, para una irradiación UV de 254nmse muestra en la Figura 3, se obtuvo una
constante de velocidad de 4.405 en para el pico de 254nm y una constante de 4.251 para el pico que se encuentra en
el espectro visible. Para el caso de 365nm la constante de velocidad cinética resulto ser menor la velocidad de
degradación del pico de 254nm resulto de 2.836 y de 2.239 para 400nm, Figura 4.

Figura 3.Cinética de degradación del colorante Purpurina para una irradiación de 254nm a) seguida en una longitud
de onda de 254nm b) seguida en una longitud de onda de 400nm después del proceso de Fotocatálisis con TiO2

Figura 4. Cinética de degradación del colorante Purpurina para una irradiación de 365nm a) seguido en una longitud
de onda de 254nm b)seguido en una longitud de onda de 400nm después del proceso de Fotocatálisis con TiO2

Degradación oxidativa con Ozonación


Se llevo a cabo el proceso de Ozonación durante 36 minutos, tiempo en el cual se observo la decoloración de la
solución madre. Los gráficos de la Figura 5 muestran la cinética para este proceso, esta, resulto ser de orden
exponencial.

5
Figura 5. Cinética de degradación del colorante Purpurina para una irradiación de 365nm a) seguida en una longitud
de onda de 254nm b) seguida en una longitud de onda de 400nm después del proceso de Ozonación

Comparación de los procesos


El porcentaje de degradación o remoción del colorante para los dos procesos, seguido en la longitud de 400nm la
cual se encuentra dentro del rango del espectro UV-Vis, se muestra en la Tabla 2.

Tabla 2. Porcentaje de degradación del colorante Purpurina medido por espectrofotometría UV-Vis
Fotocatálisis Ozonación

Radiación UV 254nm Radiación UV 365nm % Degradación(color)


% Degradación % Degradación Tiempo (min)
T T
(color) (color) 400nm
(horas) (horas)
400nm 400nm
0 0.000 0 0.000 0 0.000
1 6.463 2 6.980 6 25.390
2 11.496 4 15.596 12 38.723
3 18.892 6 21.200 18 46.467
4 23.663 8 30.925 24 53.525
5 30.799 10 35.442 30 57.447
6 41.246 36 61.951
7 49.288

Las concentraciones de Demanda Química de Oxígeno (DQO) en la soluciónantes y después de la aplicación de cada
proceso se muestran en la tabla que sigue,

Tabla 3. Concentraciones de DQO antes y después de cada proceso


Proceso DQO inicial DQO final %
(mg/L) (mg/L) Degradación
Fotocatálisis con TiO2 (254nm) 124 77 38
Fotocatálisis con TiO2 (365nm) 96 62 35
Ozonación 118 67 43

Se obtuvo un porcentaje de remoción de carga orgánica con el proceso de Ozonación fue de 38%, del proceso de FH
con una irradiación de 365nm fue de 35% y para una irradiación de 254nm fue de 43%.

6
Conclusiones
Con base a los resultados de ambos procesos se puede afirmar que el proceso que resulta más favorecido en tiempo y
porcentaje de remoción del colorante es el proceso de Ozonación frente al de Fotocatálisis, con un tiempo de 36
minutos y 7 horas con la irradiación UV más eficiente (254nm) respectivamente. Respecto a la eliminación de carga
orgánica(DQO) el proceso de FH con TiO2 resulta ser por poco más eficiente que la reducción de DQO con O 3, con
una irradiación del 254 nm se obtuvo una remoción del 43% de la DQO en cambio con el O 3 se redujo 38%.

Referencias Bibliográficas

Arango Á. y Garcés L. F. (2009). Remoción del colorante azoico amaranto de soluciones acuosas mediante electrocoagulación.
Revista Lasallista de Investigación, 6, 31-38.
EPA. (1999). AlternativeDisinfectants and OxidantsGuidance Manual. Recuperado el 4 de Noviembre de 2011,
dehttp://www.epa.gov/ogwdw/mdbp/pdf/alter/chapt_3.pdf.
Fan L. (2008). Electrochemical degradation of aqueous solution of Amaranth azo dye on ACF under potentiostatic model.Dyes
and Pigments, 76, 440-446.
Garcés L. F. (2005). Degradación de aguas residuales de la industria textil por medio de fotocatálisis. Revista Lasallista de
Investigación 2.
García B. E. y Solís J. (2008). “¿Contaminando con sus jeans? Revista de Divulgación Científica y Tecnológica de la
Universidad Veracruzana, 28(1).
HoignébJ.(1997). Inter-calibration of OH Radical Sources and Water Quality Parameters. Water Sci. Technol, 35, 1-8.
Mendoza-Hernández J. C., Martínez -Tecuatl N., Jaramillo-Hernández O., Arriola-Morales J., Pérez, -Osorio G. y Espinosa-
Aquino B. (2010). Biodegradación de Colorantes Textiles Mediante Sphingobacteriummultivorum y
Acinetobacterhaemolyticus. Revista Latinoamericana el ambiente y las ciencias, 1, 1-13.

7
TRATAMIENTOS AVANZADOS DE OXIDACIÓN SOBRE AZUL REACTIVO 4 (AZUL
PROCIÓN MXR).

ADVANCED OXIDATION PROCESSES ON REACTIVE BLUE 4 (PROCYON MXR BLUE).

Lucila Cruz Castro1


Ivone Joselin Carrillo Canelo1
Maria Elba Ortiz Romero Vargas 1*
Hugo Eduardo de Jesús Solís Correa 1

Abstract
In the present work we are studying the oxidation of one anthraquinone dyes, Procyon MXR blue, by advanced oxidation process
as: ozonation and heterogeneous photocatalysis, with titanium dioxide as a catalyst. In both processes the free radicals are
generated in situ. Also, it was assessing in both oxidation treatments the possibility of changes in the reaction kinetics due to
change in pH of the medium. Kinetic monitoring process is conducted by ultraviolet-visible spectrophotometry, and infrared, as
well as the content of organic matter.

Key words: blue reactive 4, photocatalysis, ozonation.

1
Ciencias Básicas e Ingeniería. Universidad Autónoma Metropolitana-Azcapotzalco.

*Autor corresponsal: Ciencias Básicas e Ingeniería. Universidad Autónoma Metropolitana-Azcapotzalco, Av. San Pablo 180 C.P.
02200, México, D.F. mariaelbaortiz@gmail.com

1
Resumen
En el presente trabajo se estudia la oxidación de una antraquinona (azul Proción MXR) por medio de los radicales
libres generados in situ mediante dos procedimientos: fotocatálisis heterogénea con dióxido de titanio como
catalizador y el otro, la ozonación. Asimismo se analiza en ambos tratamientos de oxidación la posibilidad de
cambios en la cinética de reacción debidas al cambio de pH del medio. El seguimiento cinético de los procesos se
realizó mediante espectrofotometría ultravioleta- visible, y por infrarrojo, así como el contenido de materia orgánica
mediante el análisis de la demanda química de oxigeno (DQO).

Palabras clave: azul reactivo 4, fotocatálisis, ozonación.

Introducción

Una de las características de las sociedades de hoy en día, es lograr un entendimiento completo acerca de que es lo se
produce y cuáles son los productos de desecho, lo cual está relacionado con el modo de vida de las personas y el tipo
de productos que consumen. La necesidad de preservar el medio ambiente ha llevado a la búsqueda de nuevos
métodos para la eliminación eficiente de los compuestos químicos que alteran la estabilidad de nuestros recursos.
Entre estos recursos se destaca en primer lugar el agua como un bien preciado y escaso, lo que conduce a su
adecuado uso y reciclaje. (Garcés, 2004). Los colorantes textiles pueden ser definidos como sustancias que tienen la
capacidad de impartirle color a una fibra, sin verse afectado por factores como luz, agua y jabones. Dentro de las
técnicas de remoción de colorante de efluentes textiles, en los últimos años se ha experimentado con procesos de
oxidación avanzada (POA’s) frecuentemente se emplean en el tratamiento de aguas y suelos contaminados con
compuestos orgánicos. (Zhang, 2007).
La fotocatálisis heterogénea es un proceso que permite la degradación e incluso la mineralización de contaminantes,
tanto orgánicos como inorgánicos presentes en el agua. Consta de una fuente de irradiación UV, en presencia de
oxígeno atmosférico y un semiconductor, los fotocatalizadores más investigados hasta el momento son los óxidos
metálicos semiconductores de banda ancha, particularmente, el TiO2, el cual presenta una elevada estabilidad
química que lo hace apto para trabajar en un amplio rango de pH. (Zhang, 2007) y la ozonación es un método muy
usado ya que conlleva una alta reactividad para trabajar con una amplia gama de colorantes, y provee una buena
eficiencia de remoción del color, a temperatura ambiente.
En el presente trabajo se estudió la oxidación de una antraquinona (azul Proción MXR) por medio de los radicales
libres generados in situ mediante dos procedimientos: fotocatálisis heterogénea con dióxido de titanio como
catalizador y el otro, la ozonación. Asimismo se analiza en ambos tratamientos de oxidación la posibilidad de
cambios en la cinética de reacción debidas al cambio de pH del medio. El seguimiento cinético de los procesos se
realizó mediante espectrofotometría ultravioleta- visible, y por infrarrojo, así como el contenido de materia orgánica
mediante el análisis de la demanda química de oxigeno (DQO).

Metodología
La elaboración de este proyecto se llevó a cabo en el laboratorio de Síntesis Inorgánica que se ubica en el edificio G-
110 BIS, Área de Química y Fisicoquímica Ambiental. La metodología utilizada para la fotocatálisis heterogénea se
basó en un método establecido (Zhang, 2007), y para la ozonación se llevó a cabo en un generador de ozono “ozono
residual”. En este procedimiento hubo resultados diferentes si el medio de reacción es ácido o es alcalino, mismo
para saber de qué forma es más eficiente degradar a la molécula en estudio. La prueba para fotocatálisis se llevó a
cabo en un reactor de cuarzo de 300ml de capacidad, con tapa de 3 salidas. Una de las salidas se utiliza para la
admisión de aire, cuyo oxígeno es el agente oxidante, otra salida es el tubo para la extracción de muestras y la tercera
permite la salida del aire después de la reacción. Se usó una lámpara de luz ultravioleta dual de 254/365 nm, Cat
9762040, de 8 watt, 115 V/60 Hz y 0.16 Amp, marca Cole-Parmer®. La suspensión en el reactor será agitada con un
magneto, y estará contenido en una caja que impedirá la entrada de luz cuando se comience la experimentación. La
oxidación en ozono se llevó a cabo en un generador de ozono “ozono residual”. Se trabajó con un flujo de oxígeno
de 0.4 LPM y 1 kV para la oxidación de los colorantes (valores recomendados por nuestros asesores, ya que a
diferentes valores la reacción puede ocurrir demasiado lenta o rápida), a temperatura ambiente, y registrando el pH.
En un reactor con tapa de tres boquillas, una para la salida de gases, otra para la entrada de ozono y otra para tomar
muestras. Actualmente, es el método más utilizado para producir ozono en grandes cantidades. Tiene la desventaja
de que solo el 10% de la energía suministrada es usada, y el resto se pierde como luz, calor y sonido. Para DQO Se

2
siguió la técnica estandarizada por el manual HACH que, en resumen, consiste en una digestión de la muestra en
estado líquido con la mezcla crómica (H2SO4Q.P. /K2Cr2O7, 0.25N, 12.259g/L), se calienta por 2 hrs. se espera a que
la temperatura disminuya a temperatura ambiente y luego una cuantificación de DQO.

Resultados
En la gráfica 1 se muestra el espectro de azul reactivo 4:

Gráfica 1. Espectro de Azul reactivo 4 a 150 ppm.

Con base en la gráfica 1 el espectro de Azul reactivo 4, se deduce que la molécula es de color penetrante ya que
presenta un pico elevado en la región correspondiente al visible, de 450 nm a 750 nm (con un máximo en 601 nm)
además de que este pico va a ser de suma importancia ya que es el que nos permite cuantificar la degradación del
color y construir la curva cinética.

Cuantificación del colorante


Se preparó una solución de colorante a 150 ppm, siendo esta nuestra solucion madre, las concentraciones iníciales
resultaron de pruebas espectrofotométricas, donde los espectros mostraron una absorbancia máxima de 3. Se corrió el
espectro del colorante con un intervalo de longitud de onda de 250 nm a 750 nm, esto con el fin de identificar la
región visible y la de ultravioleta. Con la solucion madre se hicieron pruebas a tres pH’s para determinar su
solubilidad, ya que se trabajará con sistemas solubles. Se comenzó por medir 3 veces 10 ml de cada colorante y
depositarlo en cada tubo de ensayo. En el primer tubo se añadió 2 perlas de KOH, en el segundo se quedó tal cual, y
en el tercero se añadió 1 ml de ácido tricloroacético 0.1 M. Los resultados se presentan en la tabla 1. Se observó
solubilidad a los tres pH’s.

Tabla 1. Características de azul reactivo 4 a diferentes pH.


Observaciones Básico Neutro Ácido
pH 12.2 4.5 1.8
Color Azul Azul Azul
Precipitación Se conservo Se conservo Se conservo
Temperatura No cambio No cambio No cambio
λ 601 597 596
A 0.9 0.906 0.778

Evaluación de la cantidad a usar de TiO2 en el proceso de Fotocatálisis


El fotocatalizador para la oxidación de los colorantes propuesto, fue el dióxido de titanio (TiO2) (Aldrich)
previamente triturado y cernido a 100 mallas Tyler, calcinado a 400 C. Para ello se pesaron tres cantidades diferentes
de TiO2 (10, 20 y 30 mg) y se mezclaron con 10 ml de la solución, respectivamente a 150 ppm, para cada una. Se
agitaron violentamente, se dejaron reposar por 10 minutos y se centrifugaron, para posteriormente leer sus
absorbancias en el espectrofotómetro. (Tabla 2)

3
Tabla 2. Pruebas de absorción de TiO2 para Azul Reactivo 4 a 150ppm empleado en fotocatálisis.
mg de TiO2 A λ (nm)
10 0.981 596
20 0.985 596
30 0.990 596

Con esta prueba se muestra que el TiO2 no absorbe a los colorantes bajo estudio, así que se tomó la decisión de
utilizar la cantidad más grande, 30 mg de fotocatalizador por cada 10 ml de solución madre para cada uno de ellos.

Curva de calibración
Se realizó la curva de calibración de Concentración vs Absorbancia para ambos colorantes. Se tomaron 5 tubos de
ensayo con el fin de realizar la curva de calibración, a cada uno se añadió colorante y agua a concentraciones: 10, 20,
30, 40 y 50 ppm, en el espectrofotómetro se tomaron lecturas de las absorbancias. Se repitió el experimento
adicionando 30 mg de TiO2 y posteriormente se centrifugo. La Tabla 3 muestra los resultados.

Tabla 3. Medición de la absorbancia para diferentes concentraciones del Azul Reactivo 4 y su ajuste lineal.
C colorante C colorante + 30 mg de TiO2
Muestras C (mg/L) A λ (nm) A λ (nm)
1 10 0.221 593 0.288 594
2 20 0.433 597 0.461 596
3 30 0.641 598 0.65 595
4 40 0.847 599 0.818 596
5 50 1.039 600 1.026 596
Ajuste lineal R²=0.9997 R²=0.9989
Concentración= 146.29x-3.07 163.49x+16.03

En fotocatálisis heterogénea Para cada pH (básico, neutro y ácido), se colocó 200 ml de Azul reactivo 4 a 150 ppm
con 30 mg de TiO2 por cada 10 ml de colorante, es decir en total 600 mg de TiO 2, las muestras se irradiaron con de
luz UV, a 365 nm esto bajo agitación, se realizó una corrida de prueba con el fin de conocer el tiempo que tardará la
muestra en degradarse. Posteriormente, se dividió entre siete el tiempo obtenido en la corrida de prueba; en cada
fracción de tiempo se tomaron alícuotas de 10 ml. Después del tratamiento fotocatalítico a 365 nm para azul reactivo
4 las muestras obtenidas se centrifugaron. Se repitió el proceso para obtener tres replicas. A cada muestra se le
midió su DQO y la absorbancia. El remanente de cada experimento de Fotocatálisis se centrifugó y se calentó hasta
la evaporación, con el fin de obtener cristales analizables por espectro IR. Y en ozonación se precedió a preparar las
muestras de ozonación a semejanza de la preparación de las muestras para fotocatálisis a excepción de añadir TiO2.
Se realizó una corrida de prueba con el fin de conocer el tiempo que tardaría la muestra en degradarse.
Posteriormente, se dividió entre siete el tiempo obtenido en la corrida de prueba; Se llevó a cabo la Ozonación;
durante el proceso se adquirieron muestras de 10 ml en cada fracción de tiempo Se repitió el proceso para obtener
tres replicas. A cada muestra se le midió su DQO y la absorbancia. El remanente oxidado se calentará hasta la
evaporación, con el fin de obtener cristales analizables por espectro IR.

Los resultados de Fotocatálisis para Azul reactivo 4, son los siguientes que aparecen en la tabla 4, y en la tabla 5 se
presentan los resultados por ozonación, se observa que para una longitud de onda de 365 nm la degradación es más
lenta que la de ozonación, ya que esta es más rápida y se lleva a cabo en minutos mientras que la fotocatálisis se
lleva varias horas, incluso días.

4
Tabla 4. Resultados de oxidación por Fotocatálisis y ozono para Azul reactivo 4 a 150 ppm.
Básico Neutro Ácido
t A C λ DQO t A C λ DQO t A C λ DQO
0 1.118 166.6 599 98 0 1.096 163.1 599 93 0 0.867 125.6 599 139
40 0.983 144.6 601 100 240 0.91 132.7 601 81 240 0.769 109.6 599 135
80 0.879 127.6 599 101 480 0.738 104.6 603 77 480 0.719 101.4 597 135
120 0.759 107.9 600 96 720 0.673 93.9 602 77 720 0.7 98.3 597 118
160 0.668 93.1 597 90 960 0.595 81.2 600 61 960 0.648 89.9 591 115
200 0.568 76.8 599 80 1200 0.449 57.3 600 59 1200 0.517 68.4 586 115
240 0.469 60.6 596 78 1440 0.418 52.3 597 56 1440 0.434 54.9 576 113
280 0.378 45.8 595 76 1680 0.397 48.8 600 58 1680 0.478 62.1 583 112
320 0.271 28.3 588 71 1920 0.311 34.8 592 55 1920 0.409 50.8 569 108
2160 0.237 22.7 604 52 2160 0.369 44.7 567 107
2400 0.344 40.2 567 106

Unidades: t (min); λ (nm); C (mg/L): DQO (mg/L).

Tabla 5. Resultados de ozonación para Azul reactivo 4 a 150 ppm.


Básico Neutro Acido
t λ A C DQO t λ A C DQO t λ A C DQO
0 602 1.16 167 102 0 599 1.03 148 86 0 598 0.93 133 86
4 601 1.06 152 100 8 599 1.03 147 86 8 598 0.92 131 82
8 599 0.82 117 87 16 599 1.01 144 86 16 598 0.82 116 79
12 600 0.62 88 80 24 598 0.84 120 85 24 596 0.7 99 78
16 598 0.47 65 80 32 597 0.63 89 72 32 594 0.55 77 76
20 599 0.32 43 80 40 595 0.39 54 64 40 586 0.51 71 71
24 588 0.2 26 73 48 587 0.2 26 57
Unidades: t (min); λ (nm); C (mg/L); DQO (mg/L).

Como se observa en tabla 6, se tienen pendientes negativas lo que significa degradación, en este caso de color y
DQO, la correlación obtenida fluctuó entre 0.997 y 0.947 para color en fotocatálisis. La pendiente más grande es la
que corresponde al pH básico, también se puede observar la cercanía de la pendiente entre pH neutro y ácido. En la
DQO fotocatálisis, se muestra el ajuste polinomial a segundo orden de la degradación de DQO resalta el cambio de
signo y la diferencia en cifras significativas entre pH básico y pH neutro y ácido, la correlación en los tres casos fue
semejante entre 0.928 y 0.950. En ambas casos se confirma que hay una mayor degradación de color y DQO en
medio básico. En ozono, en la parte de color todos los casos se tienen pendientes negativas lo que significa que está
ocurriendo la degradación, en este caso de color, la correlación obtenida fluctuó entre 0.989 y 0.910. La pendiente
más grande es la que corresponde al pH básico. En DQO, se muestra el ajuste polinomial a segundo orden de la
degradación de DQO resalta el cambio de signo y la diferencia en cifras significativas entre pH básico y pH neutro y
ácido, la correlación en los tres casos varía entre 0.964 y 0.878. En ambas casos se confirma que hay una mayor
degradación de color y DQO en medio básico.

5
Tabla 6. Degradación de la concentración de color y DQO por fotocatálisis y ozonación. Ajuste lineal
Básico Neutro Ácido
Color y = -0.422x + 162.2 y = -0.06x + 143.9 y = -0.035x + 119.8
Fotocatálisis R² = 0.997 R² = 0.947 R² = 0.955
DQO y=-1.76E-04x2 - 0.044x + 101.2 y = 8E-06x2 - 0.036x + 92.10 y = 6E-06x2 - 0.028x + 140.6
Fotocatálisis R² = 0.928 R² = 0.950 R² = 0.934
y = -6.186x + 168.0 y = -2.718x + 169.2 y = -1.739x + 139.4
Color Ozono
R² = 0.989 R² = 0.910 R² = 0.960
y = -1.196x + 100.36 y = -0.018x2 + 0.2366x + 86.214 y = -0.335x + 85.381
DQO Ozono
R² = 0.8785 R² = 0.9643 R² = 0.9611

Análisis de resultados
En la tabla 7, se puede observar que se alcanza casi un 80 % de la degradación del azul reactivo 4 en ambos
tratamientos (excepto en medio ácido), aunque al analizar los tiempos, es obvio, que la ozonación posee una
velocidad de reacción mucho mayor que en la fotocatálisis, ya que en ozonación se consigue la degradación en
alrededor de 40 minutos mientras que la fotocatálisis se requieren de horas.

Tabla 7. Determinación de por ciento en degradación de color en Azul reactivo 4.


Fotocatálisis Ozonación
Básico Neutro Acido Básico Neutro Acido
t(min) % C t(min) % C t(min) % C t(min) % C t(min) % C t(min) % C
0 0 0 0 0 0 0 0 0
40 13 240 19 240 13 4 9 8 0 8 1
80 23 480 36 480 19 8 30 16 2 16 13
120 35 720 42 720 22 12 47 24 19 24 26
160 44 960 50 960 28 16 61 32 40 32 42
200 54 1200 65 1200 46 20 74 40 63 40 46
240 64 1440 68 1440 56 24 85 48 83
280 73 1680 70 1680 51
320 83 1920 79 1920 60
2160 86 2160 64
2400 68

Tabla 8. Determinación de por ciento en degradación de materia orgánica en Azul reactivo 4.


Fotocatálisis Ozonación
Básico Neutro Acido Básico Neutro Acido
t(min) % DQO t(min) % DQO t(min) % DQO t(min) % DQO t(min) % DQO t(min) % DQO
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
40 0 240 13 240 3 4 2 8 0 8 5
80 0 480 17 480 3 8 15 16 0 16 8
120 2 720 17 720 15 12 22 24 1 24 9
160 8 960 34 960 17 16 22 32 16 32 12
200 18 1200 37 1200 17 20 22 40 26 40 17
240 20 1440 40 1440 19 24 28 48 34
280 22 1680 38 1680 19
320 28 1920 41 1920 22
2160 44 2160 23
2400 24

En la tabla 8, se aprecian los porcentajes de degradación de materia orgánica, algo de mucha importancia ya que de
esta manera se sabe si se logra mineralizar la molécula o elevar el grado de toxicidad del colorante en estudió, para el

6
azul reactivo 4 se tiene que el máximo grado de degradación de materia orgánica es de un 44 %, con un periodo de
2160 minutos en tratamiento en fotocatálisis, y para ozonación de 34 % en medio neutro con un periodo de 48
minutos en tratamiento, de aquí se desprende que la ozonación es un tratamiento factible para trabajar con el azul
reactivo 4, como es referido en la literatura, la ozonación presenta varias ventajas en el momento del tratamiento.

Espectros infrarrojos

En las figura parecen los espectros de IR de cada uno de los colorantes en estudio. Con la ayuda de estos espectros se
identificaron las bandas correspondientes a la región de las vibraciones de diferentes grupos funcionales como por
ejemplo: carbonilo, de C=C aromáticos, amina, hidroxi, etc. (ver Tabla 9).

Figura 20. Espectro infrarrojo inicial de Azul reactivo 4 a 150 ppm.

Figura 21. Espectro infrarrojo final de Azul reactivo 4 a 150 ppm en fotocatálisis medio básico.

Figura 24. Espectro infrarrojo final de Azul reactivo 4 a 150 ppm en ozono medio básico.

En la tabla 9 se presenta el espectro infrarrojo inicial de azul reactivo 4 y los resultados después de los tratamientos
de esta manera se puede decir que también se obtienen mejores resultados en ozonación ya que no se presentan
grupos aromáticos en ningún medio, desaparecen los sulfatos y se obtiene CO 2, mientras que en fotocatálisis hay
presencia de grupos aromáticos estos en los tres medios de pH.

7
Tabla 9. Resultados de infrarrojo en Azul reactivo 4.
Fotocatálisis Ozono
Azul Reactivo4 Básico Neutro Ácido Básico Neutro Ácido
-1) -1) -1) -1) -1 -1 -1
Enlace Enlace Enlace Enlace Enlace ) Enlace ) Enlace )

O-H 3423 O-H 3197 O-H 2968 O-H 3140 O-H 3255 O-H 3270
O-H 3234
O-H 3204
C-H 2953 C-H 1367 C-H 2780 C-H 2974 C-H 3069 C-H 3088
C-H 1409 C-H 843 C-H 844 C-H 2804 C-H 3048
C=O 1750 C-O 1111 C=O 1716 C=O 1698 C=O 1718 C=O 1715
C=C 1630 C=C 1636 C=C 1619 C=C 1633
N-H 1580 N-H 1542 N-H 1542 N-H 1624
N-H 1529
C-N 1199 C-N 1376 C-N 1046 C-N 1069 C-N 1330 C-N 1045
C-N 1096
SO3 1026 SO3 974
C-Cl 790 C-Cl 617 C-Cl 654 C-Cl 831 C-Cl 766
C-Cl 757 C-Cl 704
C-Cl 617
N-H 3350
Aro 2298 Aro 2349 Aro 2384
Aro 2325 Aro 2308
Aro 2300
N-O 1541
C-C 1364 C-C 1112
C-C 1319
C-O 1117
C-H 614 C-H 1408
C=-N 2219
C=-C 2206
C=-C 2164
Aro significa aromático

Conclusiones

Se estudió la degradación de azul Proción MXR en medio acuoso por medio de los procesos de oxidación avanzados:
fotocatálisis y ozonación. De acuerdo a los resultados se puede afirmar que se logra la degradación del color y la
DQO en los dos tratamientos de oxidación; se consiguió trabajar en los tres pH’s y de esta manera conocer en que
pH se degrada más fácilmente, siendo este en medio básico. La cinética de degradación del color fue más rápida en
la ozonación (en pH básico y neutro). Se alcanza llegar hasta un 85 % en degradación de color en medio básico, así
como para la degradación de DQO se logra en un 44%.
Los resultados de Fotocatálisis para Azul reactivo 4 con una longitud de onda de 365 nm la degradación es más lenta
que la de ozonación, ya que esta se lleva a cabo en minutos mientras que la fotocatálisis se lleva varias horas,
incluso días. Se presentan los espectros UV-visible iniciales y finales para el azul reactivo 4, en fotocatálisis para
cada experimento en la región visible y en la región cercana a 600 se observa que la degradación del colorante
presenta una diferencia del 71%,78.35% y 67.55%. Se presentan los espectros UV-visible iniciales y finales para el
azul reactivo 4, en ozono por cada experimento en la región visible y en la región cercana a 600 se observa que la
degradación del colorante se presenta en una diferencia del 90.93%, 69.83% y 56.18%.
Finalmente en los resultados de infrarrojo para el azul reactivo 4, en el tratamiento de ozonación se van
desapareciendo los sulfatos y los anillos aromáticos, y en el caso de fotocatálisis permanecen aunque desaparecen los
enlaces carbono-oxigeno, carbono-carbono, carbono- hidrogeno y carbono nitrógeno.
Agradecimientos. – Los autores agradecen al CONACYT, por el apoyo otorgado para la conclusión de este trabajo
mediante el proyecto CB-2010/153663.

8
Bibliografía

Bathkande D. S., Kamble S. P., Sawant S. B., Pangarkar V. G. (2004). Photocatalytic and Photochemical degradation of
nitrobenzene using artificial ultraviolet light.Chem. Engr. Jour. 102, 283-290.

Dos Santos, A. B., Cervantes, F. J., y Van Lier, J. B. (2007). Review paper on current technologies for decolourisation of textile
wastewaters: Perspectives for anaerobic biotechnology. Bioresource Technology , 98, 2369–2385.

Garcés L.F., Mejía E.A., Santamaría J.J.,(2004). La fotocatálisis como alternativa para el tratamiento de aguas residuales,
Tratamiento de Aguas. Semillero de investigación en Gestión y MedioAmbiente SIGMA.

Garzon, R. C. (2009). Cinetica de degradacion de colorantes textiles de diferentes clases quimicas por hongos y bacterias
inmovilizados sobre fibra de Agave tequilana Webber var. Azul. Mexico, DF: Tesis de maestría enInstituto Politecnico
Nacional.

Hernández B.E. (2012). Degradación del colorante violeta cristal mediante ozonización empleando un prototipo de generador de
Ozono alimentado con energía solar. Mexico: UAM-Azcapotzalco.

Society of Dyers and Colourist and American Association of Textile Chemists and Colorist; Colours Index,(1971)Third Edition;
(S.D.C and A.A.A.T.C.C, England)

Zhang F., A. Yediler, X. Liang. (2007) Decomposition pathways and reaction intermediate formation of the puridied, hydrolyzed
azo reactive dye C, I. Reactive red 120 during ozonation.Chemosphere, 67 712-717. Tomada de Pérez Martínez A. A.
(2009). Degradación de los colorantes negro reactivo 5, rojo directo 28 y verde básico 4 en presencia de aditivos por
ozono. México, Tesis de maestría en Instituto Politécnico Nacional. ESIQUIE.

9
REMOCIÓN DEL NITRÓGENO DE UN EFLUENTE INDUSTRIAL LÁCTEO
UTILIZANDO UN REACTOR DISCONTINUO SECUENCIAL

REMOVAL OF NITROGEN FROM A DAIRY INDUSTRY EFFLUENT USING A


SEQUENCING BATCH REACTOR

Nancy Angulo1*
Ismenia Araujo1
Carmen Cárdenas1
Gustavo Morillo1
Penelope Melo1
Alida Beltrán1
Altamira Díaz2

Abstract
In this investigation, the nitrogen removal was evaluated in a dairy industry effluent, using a condition of
operation in a sequencing batch reactor, which consisted of a series of stages: filling (5m), with anaerobic
reaction mixture (3h), mix aerobic (5h) and anoxic mix (3h), sedimentation (1h), drain (1h) and sludge
wasting (5m); a hydraulic retention time of 12h and cell retention time of 15d. Samples were taken at the
beginning and end of each stage, performing six cycles of sampling, in duplicate. Nitrifying and denitrifying
bacterial groups were quantitated by most probable number technique and mesophilic heterotrophic by plate
count. Physicochemical parameters chemical oxygen demand, ammonia, nitrites, nitrates, temperature, pH
and dissolved oxygen were determined following the methodology of the standard method. Pearson's
correlation between bacterial groups and nitrogen was established, and the nitrogen removal rate was
measured during treatment. Ammoniums oxidizing nitrifying bacteria were not detected during the operating
cycle, while nitrite oxidizers showed a negative correlation with NH4 + (r = -0.820) and positively with NO3-
(r: 0.734). Denitrifying bacteria showed no correlation with any of the parameters evaluated. Mesophilic
heterotrophs showed a negative correlation with NH4+ (r: 0.730) and positively with NO3- (r: 0.719). A
removal of 72% of COD and 63% of NH4+ was achieved. There was no removal of the nitrite and nitrate ions.
After treatment, the clarified water, COD concentration was 3842mg/L; NH 4+ with 11mg/L; NO2- with 0.04
mg/L and NO3- with 0.05 mg/L, that values are above the maximum permissible limit provided by the
Venezuelan environmental regulations for discharge to a natural body of water, so that necessary to
implement changes in the operating condition of the reactor to comply with the Regulations.

Keywords: Sequential Batch Reactor, biological treatment, dairy industrial effluent.

1
Centro de Investigación del Agua, Facultad de Ingeniería, Universidad del Zulia.
2
Departamento de Ingeniería sanitaria y Ambiental, Facultad de ingeniería, Universidad del Zulia.
*Centro de Investigación del Agua, Facultad de Ingeniería, Universidad del Zulia. Av. Ziruma, Núcleo Agropecuario,
Lagunas de Oxidación, Maracaibo, Edo. Zulia, Venezuela. Código Postal 4005. E-mail: nancyangulo71@gmail.com
1
Resumen
En esta investigación se evaluó la remoción del nitrógeno en un efluente industrial lácteo, utilizando una
condición de operación en un reactor discontinuo secuencial, la cual consistió en una serie de etapas: llenado
(5m), reacción con mezcla anaerobia (3h), mezcla aerobia (5h) y mezcla anóxica (3h), sedimentación (1h),
vaciado (1h) y purga del lodo (5m); con un tiempo de retención hidráulica de 12h y un tiempo de retención
celular de 15d. Las muestras se colectaron al inicio y al final de cada etapa, realizándose 6 ciclos de muestreo,
por duplicado. Se cuantificaron los grupos bacterianos nitrificantes y desnitrificantes por la técnica del
número más probable, y los heterótrofos mesófilos por contaje en placa vertida. Se determinaron los
parámetros fisicoquímicos demanda química de oxígeno, amonio, nitritos, nitratos, temperatura, pH y oxígeno
disuelto, siguiendo la metodología del Método Estándar. Se estableció la correlación de Pearson entre los
grupos bacterianos y el nitrógeno, y se determinó el porcentaje de remoción del nitrógeno durante el
tratamiento. Las bacterias nitrificantes amonio oxidantes, no fueron detectadas durante los ciclos de
operación, mientras que las nitrito oxidantes presentaron una correlación negativa con NH 4+ (r: -0,820) y
positiva con NO3- (r: 0,734). Las bacterias desnitrificantes no presentaron correlación con ninguno de los
parámetros evaluados. Los heterótrofos mesófilos presentaron una correlación negativa con el NH4+ (r: -
0,730) y positiva con el NO3- (r: 0,719). Se logró una remoción del 72% de la DQO y 63% del NH4+. No hubo
remoción de los iones nitrito y nitrato. Al final del tratamiento, en el agua clarificada, la concentración de la
DQO fue de 3842mg/L; el NH4+ con 11mg/L; el NO2- con 0,04mg/L y el NO3- con 0,05mg/L, valores que se
encuentran por encima del límite máximo permisible contemplado por la Normativa ambiental venezolana
para la descarga a un cuerpo de agua natural, por lo que se hace necesario implementar variaciones en la
condición de operación del reactor para cumplir con la Normativa.

Palabras clave: Reactor discontinuo secuencial, Tratamiento biológico, Efluente industrial lácteo.

Introducción

Las aguas residuales industriales se caracterizan por presentar contaminantes orgánicos e inorgánicos que
ocasionan una disminución de su calidad, deteriorando el medio ambiente y la salud pública, lo cual ha
obligado a la mejora de las tecnologías de tratamiento y reutilización. Dentro del sector agroalimentario, en el
Edo. Zulia, Venezuela, las industrias lácteas son de gran importancia, debido a la alta producción de leche y
sus derivados, generando una gran cantidad de efluentes con altos contenidos de nitrógeno, materia orgánica,
fósforo, entre otros, y que son vertidos sin ningún tipo de tratamiento a los cuerpos de aguas naturales o al
alcantarillado público, promoviendo y agudizando el fenómeno de eutrofización (Cabezas et al., 2009).

En los últimos años esta condición de eutrofización del Lago de Maracaibo se ha incrementado, trayendo
como consecuencia la aparición de la lenteja de agua (Lemna sp.) en grandes cantidades, ocasionando graves
problemas para las comunidades que viven en sus alrededores, como olores desagradables, incidencia de
mosquitos, animales rastreros, pérdida de su uso recreacional, disminución de la pesca (Aldana et al., 2006).
Por lo que se hace necesaria la implantación de correctivos en todo el Estado, para que los efluentes residuales
sean tratados antes de ser vertidos en las aguas del Lago de Maracaibo, evitando el aumento del problema de
eutrofización.

Para el tratamiento de aguas residuales industriales: vinícola, destilerías, de curtidos, papelera, láctea, de
matadero, porcina, entre otras, se han utilizado con éxito los reactores discontinuos secuenciales (Ferrara y
Rodríguez, 2009; Cárdenas et al. 2006; Ahn y Young-Ho, 2006; Akin y Ugurlu, 2004). Por lo tanto, el
objetivo de la presente investigación es evaluar la remoción del nitrógeno durante el tratamiento del agua
residual industrial láctea utilizando un reactor discontinuo secuencial.

Metodología

Durante este estudio se utilizó un reactor discontinuo secuencial a escala piloto, de forma cilíndrica de
polietileno, con una altura de 85 cm, diámetro de 40 cm y capacidad de 87 L de volumen, se empleó un
2
sistema automatizado para cargas y descargas. El reactor se encontró ubicado en el Centro de Investigación
del Agua (CIA), Universidad del Zulia. El lodo activo provino de una planta de tratamiento de una empresa
láctea, se aclimató a las condiciones del sistema en estudio, realizando ciclos continuos de carga y descarga
de agua residual. El agua residual a tratar provino de una industria láctea, ubicada en La Villa del Rosario de
Períja, municipio Machiques, estado Zulia.

Se evaluó una condición de operación del reactor, la cual consistió en una etapa de reacción con mezcla
anaerobia (3h), mezcla aeróbia (5h), mezcla anóxica (3h) y sedimentación (1h), con un tiempo de retención
hidráulica de 12h y un tiempo de retención celular de 15d. Las muestras se colectaron al inicio y al final de
cada etapa, realizándose 6 ciclos de muestreo, por duplicado. Se cuantificaron los grupos bacterianos
nitrificantes y desnitrificantes por la técnica del número más probable (NMP) (Alexander y Clark, 1965) y
los heterótrofos mesófilos por contaje en placa vertida (APHA-AWWA-WEF, 2005), y se determinaron los
parámetros fisicoquímicos, demanda química de oxígeno (DQO), amonio (NH4+), nitritos (NO2-), nitratos
(NO3-), oxígeno disuelto (OD), pH y temperatura (APHA-AWWA-WEF, 2005).

Resultados

En la Figura 1, se observa que las bacterias nitrificantes amonio oxidantes (BAO), no fueron detectadas
durante las etapas de los ciclos de operación del reactor. La concentración de oxígeno disuelto (OD) fue de
1.3 mg/L durante la etapa aerobia, condición adecuada para el proceso de nitrificación. En el reactor
discontinuo secuencial se mantuvieron las condiciones de pH (6.36-8.25) y temperaturas adecuadas (22-25
ºC), para que ocurriese los procesos de nitrificación y desnitrificación. Siripong y Rittmann (2007),
encontraron que sólo la variación estacional de la temperatura afectó las bacterias nitrificantes.

Figura 1. Densidad poblacional de las bacterias nitrificantes amonio oxidante durante la condición
operacional del reactor

En la Figura 2, las bacterias nitrito oxidantes (BNO), en los ciclos 2, 3, 4 y 6, presentaron un incremento de
una unidad logarítmica (de 101 a 102NMP/100mL) durante la etapa aerobia (3-5h); mientras que en los ciclos
1 y 5, se observó la disminución de su densidad poblacional. El oxígeno disuelto (OD) fue de 1.3 mg/L, la
cual debió favorecer el proceso de nitrificación pero no se observó un incremento en los iones nitrito (de 0 a
0.05 mg/L) y nitrato (de 0 a 0.06 mg/L). González y Saldarriaga (2008), sostienen que la nitrificación se
produce a valores de OD de 1mg/L, pero para garantizar que el oxígeno llegue al interior de los flóculos la
cantidad de OD debe estar por encima de 2mg/L.

3
Figura 2. Densidad poblacional de las bacterias nitrificantes nitrito oxidante durante la condición operacional
del reactor

En la Figura 3, con relación a las bacterias desnitrificantes (BDN), se observó un aumento de dos unidades
logarítmicas (de 101 a 103 NMP/100mL) en su densidad poblacional durante la etapa anaerobia (0-3h), y tres
unidades logarítmicas (de 101 a 104NMP/100mL) durante la etapa anóxica (8-11h), correspondiéndose con la
disminución del nitrato (de 0.06 a 0.005mg/L). El OD no se detectó en estas etapas favoreciendo el proceso de
desnitrificación. Mientras que la densidad poblacional de las BDN disminuyó durante la etapa aerobia en una
o dos unidades logarítmicas (de 104 a 103 y a 102NMP/100mL), influenciada por la concentración de OD de
1.3 mg/L, la cual inhibió el proceso de desnitrificación.

Figura 3. Densidad poblacional de las bacterias desnitrificantes y heterótrofos mesófilos durante la condición
operacional del reactor

El oxígeno es el regulador más importante en la actividad desnitrificante, debido a que los gradientes de
oxígeno, nitrato y carbono, definen las zonas de desnitrificación dentro de un hábitat global (Cervantes et al.,
2000). Ciudad (2011), sostiene que muchas bacterias desnitrificantes pueden presentar actividad nitrificante
en condiciones aeróbicas, como las del género Pseudomonas y Paracoccus denitrificans, fenómeno asociado
a la enzima periplasmática nitrato reductasa.

4
En la Figura 4, se observa el crecimiento de los heterótrofos mesófilos (HM), se aprecia un incremento de tres
unidades logarítmicas (de 105 a 108 NMP/100mL) en su densidad poblacional durante las etapas de los ciclos
de funcionamiento del reactor. Las condiciones fisicoquímicas favorecieron su crecimiento, prevaleciendo la
asimilación de materia orgánica y nutriente.

Figura 4. Densidad poblacional de las bacterias heterótrofas durante la condición operacional del reactor

Las bacterias heterótrofas compitieron con las autótrofas en el proceso de asimilación de materia orgánica y
nutriente, encontrándose en mayor número (108UFC/mL) que las nitrificantes (102NMP/100mL) y
desnitrificantes (104NMP/100mL) durante las etapas de operación del reactor.

Correlación entre los parámetros estudiados


Se evaluó la correlación de Pearson existente entre los grupos bacterianos y las formas del nitrógeno para
determinar la actividad de las bacterias nitrificantes y desnitrificantes. Las BAO no se evaluaron porque no se
detectaron durante el transcurso del ensayo.

En la Tabla 1, se observa que las BNO presentaron correlaciones negativas con NH4+ (r: -0,820), es decir, a
medida que aumenta la densidad poblacional de las BNO disminuyen la concentración del ión amonio;
mientras que presentó una correlación positiva con NO3- (r: 0,734), a medida que las BNO aumentan, la
transformación del NO2- en NO3- es mayor, producto del proceso de nitrificación. Las BDN no presentaron
correlación con ninguno de los parámetros evaluados. Los HM mostraron una correlación negativa con el
NH4+ (r: -0,730), es decir, que el aumento de la densidad poblacional de los HM ocasiona una disminución en
el ión amonio, y presentaron una correlación positiva con el NO3- (r: 0,719), a medida que aumentan los HM
el ion nitrato aumenta; confirmando que los HM dominaron el proceso de asimilación de materia orgánica y
nutriente en el reactor.

Tabla 1. Correlación de Pearson entre los parámetros microbiológicos y fisicoquímicos estudiados en el


reactor

BNO BDN HM
+
NH4 -0,820 -0,108 -0,730
NO2- 0,576 -0,426 0,480
NO3- 0,734 -0,203 0,719

Chiu et al., (2007) declaran que las condiciones para que se produzca el proceso de nitrificación-
desnitrificación aún no están establecidas, ya que las bacterias nitrificantes pueden existir en zonas con alta

5
concentración de OD, y las desnitrificantes en zonas con baja concentración de OD, como el interior de los
flóculos.

Remoción de la DQO y de las formas del nitrógeno durante el tratamiento del efluente lácteo
Mediante la utilización de una secuencia de etapas anaerobia (3h) - aerobia (5h) - anóxica (3h), se consiguió
una remoción del 72% de DQO y 63% del NH4+, aproximadamente (Figura 3). No hubo remoción de los
iones nitrito y nitrato en la secuencia de etapas estudiadas. Mohseni y Bazari (2004), evaluaron la tratabilidad
del agua residual láctea utilizando un RDS logrando una eficiencia de remoción de DQO de más del 90%,
mayor a la conseguida en esta investigación.

Figura 3. Porcentaje de remoción de parámetros fisicoquímicos en la primera condición en el reactor

La concentración de la DQO al final del tratamiento en el agua clarificada fue de 3842mg/L; el NH4+ con 11;
el NO2- con 0,04mg/L y el NO3- con 0.05mg/L. Al comparar con los límites máximos permisibles de la
Normativa ambiental venezolana (Gaceta Oficial Extraordinaria 5.021, Decreto N° 883), observamos que el
efluente lácteo no puede ser descargado al cuerpo de agua natural con relación a los parámetros estudiados, ya
que el límite máximo permisible para la DQO es 350 mg/L y NT 40 mg/L.

Conclusión

La concentración de OD fue determinante en el tratamiento del efluente industrial lácteo, ya que no se alcanzó
una concentración adecuada en la etapa aerobia que favoreciera el proceso de nitrificación, por lo que durante
los ciclos de tratamiento predominó la asimilación de materia orgánica y nutriente, por parte de las bacterias
heterótrofas. A pesar de obtener altos porcentajes de remoción, estos parámetros todavía no cumplen con lo
establecido por la normativa ambiental venezolana para la descarga a los cuerpos de agua naturales, por lo
que se hace necesario implementar variaciones en las condiciones de operación del reactor.

Referencias Bibliográficas

Ahn, Young-Ho. (2006) Sustainable nitrogen elimination biotechnologies: A review. Process Biochemistry. 41 (8), 1709-
1721.
Akin, B. y Ugurlu, A. (2004) The effect of an anoxic zone on biological phosphorus removal by a sequential batch
reactor. Bioresource Technology. 94, 1–7.

6
Aldana, G., Troncone, F., Ochoa, E., Márquez, R., Narváez, E., Rivas, Z. (2006). Posible explicación al fenómeno de
crecimiento masivo de Lemna obscura (Lemnaceae) en el Lago de Maracaibo (Estado Zulia, Venezuela).
Ciencia. (número especial 2): 7-21.
Alexander, M. y Clark, F. (1965) Nitrifying Bacteria. Cornell University and the Soil and Water Conservation Research
Division. USA.
APHA, AWWA, WEF. (2005). Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. American Public
Health Association. 21th Ed. Washington DC, USA.
Cabezas A., Draper P. y Etchebehere C., (2009). Fluctuation of microbial activities after influent load variations in a full-
scale SBR: recovery of the biomass after starvation. Apple Microbiol Biotechnol. 84,1191–1202.
Cárdenas, C.; Perruolo, T.; Ojeda, M.; Chirinos, M.; Yabroudi, S.; Herrera, L.; Vargas, L.; y Trujillo, A. (2006)
Evaluación del proceso de nitrificación desnitrificación en el tratamiento de aguas residuales utilizando un
reactor por carga. Interciencia. 14, 75-87.
Cervantes F., Perez J. y Gomez J. (2000) Avances en la Eliminación Biológica del Nitrógeno de las Aguas Residuales.
Revista Latinoamericana de Microbiología. 42, 73-82.
Chiu, Y., Lee, L., Chang, C., and Chao, A. (2007) Control of carbon and ammonium ratio for simultaneous nitrification
and denitrification in sequencing batch bioreactor. International Biodeterioration & Biodegradation, 59 (1), 1-7.
Ciudad, G. (2011) Nitrificación-desnitrificación vía nitrito en reactores de discos rotatorios bajo dos modalidades de
operación: continua y secuenciada. Editorial Académica Española.
Congreso de la República de Venezuela. (1995) Normas Para la Clasificación y el Control de la Calidad de los Cuerpos
de Agua y Vertidos Líquidos. Gaceta Oficial Extraordinaria: 5.021 del 18/12/95 Decreto N° 883. Fecha: 11 de
Octubre de 1995.
Ferrara G. y Rodríguez F.: (2009) Biological nitrogen removal using combinated fixed-film and suspended reactors.
Revista Técnica de la Facultad de Ingeniería de la Universidad del Zulia. 32, (3), 222–230.
González M. y Saldarriaga J. (2008) Remoción Biológica de Materia Orgánica, Nitrógeno y Fósforo en un Sistema Tipo
Anaerobio-Anóxico-Aerobio. EIA.10, 45-53.
Mohseni A. y Bazari H. (2004) Biological Treatment of Dairy Wastewater by Sequencing Batch Reactor.
Iranian J Env Health Sci En. 1, 65-69.
Siripong, S. y Rittmann B. (2007) Diversity study of nitrifying bacteria in full-scale municipal wastewater treatment
plants. Water Research. 41, 1110-1120.

7
RELAÇÃO DE MATERIAIS PARTICULADOS E TURBIDEZ EM WETLAND
CONSTRUÍDO DO TIPO DE FLUXO HORIZONTAL SUBSUPERFICIAL (FSS) EM
ESTÁGIO INICIAL DE FUNCIONAMENTO

RELATION BETWEEN PARTICULATE MATERIALS AND TURBIDITY IN A


HORIZONTAL SUBSURFACE FLOW (HSSF) WETLAND IN THE INITIAL STAGE OF
OPERATION

Jaqueline Fernandes Tonetto1*


Odorico Konrad 2
Alexandra Charlson3
Camila Hasan 4
Anna Letícia Giacomelli5

Abstract
In recent decades, Constructed Wetlands (WC's) have been used as a method of wastewater treatment low cost and
efficient for different types of processes , being an attractive option for the treatment of water. The aim of this paper
was to analyze the efficiency of a subsurface horizontal flow (FSS) in the initial stage of operation, in retaining
settleable solids (SS) , total suspended solids (TSS) and turbidity of the affluent (*) and effluent (**)from a food
industry processsing eggs in the Vale do Caí region in Rio Grande do Sul. The SS* had on average 0,3±0,4 mL/L
and SS ** for all samples was 0.1 mL/L and 67 ± 38% removal. The TSS* TSS** and present on average 27,5±14,6
mg/L and 11,8±6,69 mg/L respectively, and a removal of 40 % ± 22. In total turbidity samples showed an average of
88 ± 8.0% removal , and minimum and maximum values were 5,6 - 58,5 (NTU)* and 0,4 -10,7(NTU)** and ,
respectively, and on average 30,6±18,0(NTU)* and 3,2±3,0(NTU)**. A unstable behavior could be observed in SS
and TSS removal on the other hand the removal of turbidity was consistently above 71% for most of the operating
period. The results show that there is an exellent retention efficiency of settleable solids, suspended solids and
turbidity.

Key Words : Constructed Wetlands , settleable solids , suspended solids and turbidity.
Insertar salto de página

1*
Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento, Laboratório de Biorreatores, Centro Universitário UNIVATES.
Av. Avelino Tallini, 171 – Universitário, Lajeado, RS. CEP 95900-000. Brasil. Email: jaquetonetto@gmail.com.
2
Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, Laboratório de Biorreatores, Centro Universitário UNIVATES
3
Universidade de Halmstad.
4
Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, Laboratório de Biorreatores, Centro Universitário UNIVATES
5
Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, Laboratório de Biorreatores, Centro Universitário UNIVATES
1
Resumo
Nas últimas décadas, os Wetlands Construídos (WC’s) têm sido utilizados como método de tratamento de efluentes
de baixo custo e eficientes para polir diferentes tipos de processos, sendo uma opção atraente para o tratamento da
efluente. O objetivo deste estudo foi analisar a eficiência de um WC de fluxo horizontal subsuperficial (FSS) em
estágio inicial de funcionamento, em relação à retenção de sólidos sedimentáveis (SS), sólidos suspensos totais
(SST) e turbidez do afluente (*) e efluente (**) de indústria alimentícia de derivados de ovos na região do Vale do
Caí no Rio Grande do Sul. Os SS* apresentaram em média 0,3±0,4 mL/L e SS** em todas as amostras foi 0,1 mL/L
e 67%±38 de remoção. Os SST* e SST** apresentarem em média 27,5±14,6 mg/L e 11,8±6,69 mg/L e
respectivamente, e uma remoção de 40%±22. No total de amostras a turbidez apresentou uma média de 88%±8,0 de
remoção, e os valores mínimos e máximos foram 5,6 a 58,5 (NTU)* e 0,4 a 10,7(NTU)**, respectivamente e em
média 30,6±18,0(NTU)* e 3,2±3,0(NTU)**. Foi possível perceber comportamentos inconstantes nas remoções de
SST e SS, por outro lado a remoção de turbidez, foi sempre superior a 71% na maior parte do período de
funcionamento. Os resultados mostram que há eficiência na retenção de sólidos sedimentáveis, sólidos suspensos
totais e turbidez.

Palabras chave: wetlands construídos sólidos sedimentáveis, sólidos suspensos totais, turbidez.

Introdução

Nas últimas décadas, os Wetlands Construídos (WC’s) têm sido utilizados como método de baixo custo e eficientes
para a remoção de características indesejáveis de efluentes domésticos ou industriais pós-tratamento primário. A fim
de atender os padrões estabelecidos em normativas para lançamento em corpo receptor, este processo se torna uma
opção atraente na área de tratamento de efluentes. Por serem eficazes em reduzir a quantidade de nutrientes em águas
residuais, exigirem baixos custos de investimento, pouca energia e requisitos de manutenção, os WC’s são utilizados
como tratamento de diversos tipos de efluentes provenientes de processo de minas, indústrias, agricultura,
aquicultura, viticultura, bovinocultura (Knight et al., 2000), galinhas poedeiras e estações de tratamento de águas
residuais (Kadlec & Wallace, 2008; Lin et al, 2005; Vymazal, 2008).
Os WCs para tratamento de efluentes são sistemas desenhados e planejados para utilizar processos naturais na
remoção de poluentes (Kivaisi, 2001) através de filtração secundária para águas residuais (Kadlec & Wallace, 2008;
Lin et al, 2005 Vymazal, 2008) ou para reduzir o nível de material em suspensão e materiais orgânicos degradáveis
através de processos mecânicos, tais como a sedimentação e a fricção (Vymazal, 2008).
Os diversos tipos de WC’s são projetados de formas específicas de acordo com o tipo de efluente a ser tratado,
porém de forma geral são dependentes de dois processos: bióticos e abióticos. Os processos bióticos consistem de
mineralização microbiana e transformação (como nitrificação - desnitrificação) e absorção pela vegetação. E os
processos abióticos, incluem precipitação química, sedimentação e adsorção (Kadlec & Wallace, 2008; Lin et al,
2005 Vymazal , 2008).
Vários tipos de WCs são aplicados para recuperação de águas residuais e também são considerados como elementos-
chave no polimento de efluentes tratados convencionalmente para aplicações recreativas e ambientais (Ghermandi et
al 2007). Estudos que avaliem a eficiência dos sistemas WC como polimento no tratamento de águas residuais e na
remoção de poluentes, assim como o conhecimento destes processos e as variações temporais de qualidade da água
devem ser bem conhecidos para que se possa projetar um WC com respostas adequadas (Kadlec & Knight 1996).
Desta forma, de modo a realizar um manejo adequado, o objetivo deste estudo é investigar a eficácia de remoção de
materiais particulados de um WC de fluxo horizontal subsuperficial (FSS) a partir de 30 dias após seu estágio inicial
de funcionamento.

Materiais e Métodos

As amostras de efluente foram coletadas em um WC utilizado no polimento do efluente de indústria alimentícia de


derivados de ovos na região do Vale do Caí no Rio Grande do Sul.

2
Neste estudo foi utilizado um WC do tipo de fluxo horizontal subsuperficial (FSS), possuindo uma área de 252 m 2 e
um volume útil de 150m3, cujo objetivo principal do sistema é o polimento do efluente oriundo da Estação de
Tratamento da indústria, para um tratamento final com remoção de nutrientes. O efluente a ser polido é fornecido ao
sistema partir de dois tanques de armazenamento contendo o efluente do tanque de retenção, com um volume total de
10 000 m3.
O sistema possui uma vazão média de entrada de 135,1 ± 35,9 m3/dia, 50m de comprimento por 18m de largura. O
conjunto do material poroso é composto de camada de areia (0,1 m), uma camada de brita nº 02 (0,10 m), uma
camada de brita nº 04 (0,10 m), rachão (0,20 m), membrana impermeável (1,5 mm) e solo compactado (Figura 1). O
sistema é vegetado por taboa (Typha domingensis ), copo-de-leite ( Zantedeschia aethiopica ) e papiro (Cyperus
papyrus ).

Figura 1 Desenho esquemático das camadas estruturais do wetland construído de fluxo horizontal subsuperficial
(FSS ).

O sistema de tratamento anterior à entrada do afluente no WC contempla etapas de tratamentos convencionais (físico
e químico) com remoção significativa de material sólido orgânico, utilização de tanque de aeração e lagoas de
estabilização. Após a saída do WC o efluente é lançado em uma lagoa natural

.
Figura 2 Área de estudo: wetland construído do tipo de fluxo subsuperficial, com fluxo horizontal, possuindo 50m
de comprimento por 18m de largura.

3
O início das amostragens se deu quando o WC completou 30 dias de operação, na qual realizaram-se coletas mensais
entre os meses de junho de 2013 a abril de 2014, totalizando dez meses de monitoramento. Foram coletadas amostras
de entrada - afluente (*) e saída - efluente (**) do sistema, armazenadas em frasco âmbar de um litro acondicionados
sob refrigeração. Em seguida, encaminhadas ao laboratório de análises e determinados os seguintes parâmetros:
sólidos sedimentáveis (SS), sólidos suspensos totais (SST), substâncias tensoativas (ST) e turbidez. Tais parâmetros
e suas respectivas metodologias e/ou modelos de equipamentos e limites de detecção estão dispostos na Tabela 1.

Tabela 1. Parâmetros analisados e suas respectivas metodologias ou modelos de equipamentos.


Método / Limite de detecção
Parâmetros Standard Methods 22 st:
Sólidos Sedimentáveis 2540 F [PNT005- EF] 0,1
Sólidos Suspensos Totais 2540 D [PNT011- EF] 7
Turbidez DIGIMED, DM-TU. 0,2

Resultados e discussão

Os resultados estão apresentados na Tabela 2, na qual estão dispostos os valores de tendência central e dispersão de
entrada e saída das variáveis analisadas no WC durante os dez meses de monitoramento.

Tabela 2 Valores de tendência central e dispersão de entrada e saída das variáveis analisadas no WC durante o
período de monitoramento.
Afluente * Efluente** Remoção
Parâmetro Min-Max Média ±DP Min-Max Média ±DP Média ±DP
SS (mL/L) 0,1-1,5 0,3±0,4 0,1 0,1 62%±40
SST (mg/L) 8-61 27,5±14,6 0-21 11,8±6,69 40%±22
Turbidez (NTU) 5,6-58,5 30,6±18,0 0,4-10,7 3,2±3,0 88% ±8,0
Valores máximos, mínimos, média e desvio padrão (±DP) de entrada e saída, sendo *= entrada e **= saída do
sistema. n=7.

Os SS* apresentaram em média 0,3±0,4 e SS** em todas as amostras foi 0,1 e 67%±38 de remoção. Os SST* e
SST** apresentarem em média 27,5±14,6 e 11,8±6,69 e respectivamente, e uma remoção de 40%±22.
Por se tratar de um WC em estágio inicial de funcionamento, mostrou-se bastante eficaz em relação aos processos
físicos de filtração e sedimentação, considerando que há diferença na remoção de SST em WC’s, sendo esta mais
eficiente com o nível de maturidade das plantas, de acordo com Camino et al. (2011)
No total de amostras a turbidez apresentou uma média de 88%±8,0 de remoção, obtendo valores mínimos de 5,6* e
0,7** e máximos de 58,5* e 10,07**, superiores aos encontrados por Toet et. al (2005).
Na Figura 3 (A) estão apresentadas as porcentagens de remoção de SS, SST e turbidez em relação aos meses de
funcionamento do WC, é possível perceber comportamentos inconstantes nas remoções de SST e SS, por outro lado
a remoção de turbidez, foi sempre superior a 71% na maior parte do período de funcionamento do WC.
Alguns estudos têm demonstrado uma relação entre as SST e turbidez (Göransson et al., 2011), o valor da correlação
(R2) na Figura 3 (B) indica que há uma baixa correlação entre turbidez e SST neste estudo

4
(A) (B)
100 70
90
Porcentagem de remoção

60
80

Remoção de SST (%)


70 50 R² = 0,0035
60
SS 40
50
SST 30
40
Turbidez
30 20
20
10 10
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
Tempo (meses) Turbidez (NTU)
Figura 3 (A) - Porcentagem de remoção de sólidos sedimentáveis (SS), sólidos suspensos totais (SST) e turbidez nos
dez meses de funcionamento do WC’s. (B) – Relação entre a remoção de sólidos suspensos totais (SST) e turbidez.

Conclusão

 A filtração natural através de WC nos primeiros dez meses de funcionamento mostrou-se uma solução para
o polimento do efluente atingindo padrões de qualidade que possibilitam a reutilização deste a uma
variedade de aplicações;
 O WC mostrou-se eficiente na remoção de sólidos sedimentáveis (SS) e turbidez pois de acordo com a
legislação estadual que estabelece o limites máximos destes parâmetros para o lançamento de efluentes
líquidos (Consema nº 128/2006) pode-se aferir a eficiência do sistema, pois todos os valores de saída
apresentaram-se abaixo do limite estabelecido (SS≤ 1mL/L) e (turbidez ≤ 100NTU).

Referencias Bibliográficas

Brasil. Resolução (2005). Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. Resolução do Conselho Nacional
do Meio Ambiente. Brasília.
Camino, E., Riggio, V., Rosso, M., (2011). Mountain cheese factory wastewater treatment with the use of a hybrid
constructed wetland. Ecological Engineering, vol. 37, pp. 1673-1680.
Ghermandi A, Bixio D, Traverso P, Thoeye C. (2007) The role of free water surface constructed wetlands as
polishing step in municipal wastewater reclamation and reuse. Science of the Total Environment. 247–258.
Göransson, G., Persson, H., Lundström, K. (2011). Transport av suspenderat material i Göta älv. GÄU – delrapport
4, Linköping 2011.
Kadlec, R.H. & Wallace, S.D. (2008). Treatment wetlands: Theory and Implementation (2 nd Edition). ISBN:
9781566705264.
Kadlec, Robert H.; Knight, Robert. (1996). Treatment Wetlands. 2. ed., Florida, Boca Raton, FL: Lewis – CRC
Press.
Kivaisi, Amélia K. (2001) The Potential for Constructed Wetlands for Wastewater Treatment Andreuse in
Developing Countries: a review. Ecological Engineering, 16: 545-560.

Knight, R.L., Payne, V.W.E., Jr., Borer, R.E., Clarke, R.A., Jr., Pries, J.H. (2000). Constructed wetlands for
livestock wastewater management. Ecological Engineering, vol. 15, pp. 41-55.
Lin, Y-F., Jing, S-R., Lee, D-Y., Chang, Y-F., Chen, Y-M., Shih, K-C. (2005). Performance of a constructed
wetland treating intensive shrimp aquaculture wastewater under high hydraulic loading rate.
Environmental Pollution, vol. 134, pp. 411-421.

5
Toet, S., Van Logtestijn, R.S.P., Schreijer, M.; Kampf, R.; Verhoeven, J.T.A. (2005) The functioning of a
wetland system used for polishing effluent from a sewage treatment plant. Ecological
Engineering.101–124.
Vymazal, J., (2008). Constructed wetlands for wastewater treatment: A Review. Proceedings for Taal 2007: The
12th World Lake Conference: pp. 965-980.

6
UMA SUB-ROTINA PARA SIMULAR REÚSO DE ÁGUA NA CALCULADORA
EXTENDIDA DA PEGADA HÍDRICA

A SUBROUTINE FOR WATER REUSE SIMULATION IN THE WATER FOOTPRINT


EXTENDED CALCULATOR

Geraldo Moura Baracuhy Neto 1*


Vera Lúcia Antunes de Lima 1
Carlos Alberto Vieira de Azevedo 1

Abstract
The water footprint is an indicator of sustainability of freshwater and refers to the amount of this resource used to
produce a product , summed over the various stages of the production chain . Moreover, explicit location of the
water source and when used is used. The consumptive water footprint encompasses all products consumed by a
person in addition to the direct use of water and its calculation can be done with the Water Footprint Extended
Calculator , software created and maintained by " Water Footprint Network ." The reuse of domestic water is a way
to reduce the pressure on water resources , because it promotes sustainable use. Bringing the concepts of water
footprint and water reuse , the objective of this work was to present a subroutine ( sub - program ) designed to
simulate water reuse in the Water Footprint Extended Calculator and thus obtain a reduction of this indicator in
scenarios water reuse . To illustrate its use , was simulated a scenario in which 30 % of the domestic household
water is reused in the external environment . We used the data and results from the doctoral thesis of the author for
this, whose field of study was a watershed Riacho Fundo in the city of Cabaceiras , state of Paraíba , Brazil . In this
reuse scenario, the average decrease in water footprint was 2.78%. The highest decrease of the total water footprint
identified was 13.31%.

KeyWords: reuse, sustainability, virtual water

1
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais, Universidade Federal de Campina Grande.
* Rua José Gonçalves de Melo, 26, Bairro Universitário, Campina Grande-PB, 58429-085, Brasil.. Telefone: (55) (83) 3333-
2122. Email:. baracuhy@gmail.com.

1
Resumo
A pegada hídrica é um indicador de sustentabilidade da água doce e refere-se ao volume deste recurso utilizado para
produzir um produto, somada ao longo das várias fases da cadeia de produção. Além disto, explicita a localização da
água, a fonte utilizada e quando é utilizada. A pegada hídrica consuntiva engloba todos os produtos consumidos por
uma pessoa, além do uso direto de água e seu cálculo pode ser feito com a Water Footprint Extended Calculator, um
software criado e mantido pela “Water Footprint Network”. O reúso de água doméstica é uma forma de diminuir a
pressão sobre os recursos hídricos, pois propicia seu uso sustentável. Unindo os conceitos de pegada hídrica e reúso
de água, objetiva-se com este trabalho apresentar uma sub-rotina (sub-programa) criada para simular reúso de água
na Water Footprint Extended Calculator e, assim, obter a diminuição deste indicador em cenários de reutilização de
água. Para exemplificar seu uso, foi simulado um cenário em que 30% da água de uso doméstico interno é
reutilizada no ambiente externo. Para isto, foram utilizados os dados e resultados provenientes da tese de doutorado
do autor, cuja área de estudo foi a microbacia hidrográfica Riacho Fundo, na cidade de Cabaceiras, Estado da
Paraíba, Brasil. Neste cenário de reúso, a média de diminuição da pegada hídrica foi de 2.78%. Já a maior
diminuição de pegada hídrica total identificada foi de 13.31%.

Palavras-chave: água virtual, reutilização, sustentabilidade

Introdução

Diante da oferta limitada de água, um elemento imprescindível para suporte à vida e como recurso para atividades
econômicas, se faz necessária a máxima racionalização da sua utilização. Neste sentido, a ciência vem buscando
meios que levem a um consumo sustentável deste recurso, e o conceito de pegada hídrica é forte aliado nesta busca,
por mostrar uma realidade de consumo de água diferente da sugerida por análises convencionais em termos
monetários.
Conforme Hoekstra et al. (2011), a pegada hídrica é um indicador de água doce utilizada não só no uso direto do
consumidor ou produtor, mas também no uso indireto, se constituindo em um indicador compreensivo da
apropriação do recurso água doce, confrontando a tradicional e restrita mensuração de retirada de água. De acordo
com Silva et al. (2013), além da quantificação do uso direto de água doce para elaboração de um produto ou
apenas para suprir a necessidade de um consumidor, deve -se quantificar o uso indireto necessário ao longo
de toda a cadeia produtiva ou todos os processos até que um produto ou serviço possa ser utilizado.
Todos os componentes da pegada hídrica podem ser especificadas geograficamente e temporalmente (Chapagain e
Tickner, 2012), o que significa que, por meio do seu estudo, é possível saber onde e quando os volumes do recurso
natural água doce foram usados. Segundo Dumont et al. (2013), da mesma forma que as pegadas ecológicas e de
carbono, a lógica da pegada hídrica é baseada inicialmente na perspectiva do consumidor, uma vez que quantifica
direta e indiretamente (isto é, em toda a cadeia de produção) a utilização de água para a elaboração de produtos,
associado ao padrão de consumo de uma pessoa ou de uma população.
A pegada hídrica de um consumidor é definida, de acordo com Hoekstra et al. (2011), pelo volume total de água
doce consumida e poluída na produção dos bens e serviços utilizados pelo consumidor; já a pegada hídrica de um
grupo de consumidores é igual à soma das pegadas hídricas dos consumidores individuais. Desta forma, de acordo
com Vanham (2013), a pegada hídrica do consumidor é definida como o volume total de água doce que é utilizado
para produzir os produtos consumidos pela habitantes de uma região geográfica. É a soma do uso da água doméstica
direta e indireta e de recursos hídricos estrangeiros através do consumo de bens.
É obtida pela soma da pegada hídrica direta deste consumidor e de sua pegada hídrica indireta (Hoekstra, 2011):

PHcons = PHcons,dir + Phcons,indir Equação (1)

A pegada hídrica direta refere-se ao consumo de água e poluição relacionadas ao uso da água em casa ou no jardim.
A pegada hídrica indireta refere-se, por exemplo, à comida, roupas, papel, energia e outros bens de consumo

2
industriais. Obtem-se pela multiplicação de todos os produtos consumidos pelas suas respectivas pegadas hídricas
(Hoekstra, 2011):

PHcons,indir = Σp(C[p] . Phprod[p]), Equação (2)

Onde
C[p]: consumo do produto "p" (unidades de produto/ tempo)
Phprod[p]: representa a pegada hídrica desse produto (volume de água/ unidade de produto).

Para obtenção da pegada hídrica individual consuntiva, a organização Water Footprint Network criou a disponibiliza
online os softwares Water Footprint Quick Calculator e Water Footprint Extended Calculator, que informam a
pegada hídrica após a inserção de dados referentes a alimentação, consumo de produtos industrializados e uso direto
de água A primeira mostra uma projeção deste indicador, enquanto a segunda informa um panorama mais real da
pegada hídrica do usuário.
Assim como a pegada hídrica, o reúso de água merece destaque quando se pensa a sustentabilidade de água, pois esta
tecnologia contribui para a diminuição da pressão antrópica sobre este recurso natural. Para Tundisi (2008), a
avaliação da água virtual e a introdução do reúso de água na agricultura são duas das soluções urgentes para
sustentabilidade de recursos hídricos. Há regiões do mundo em que o reúso é uma prática largamente exercida e, em
algumas delas, é essencial para as atividades humanas.
A água, recurso natural renovável que sofre grande pressão antrópica, pode ter sua pressão mitigada por meio do
reúso de água. Conforme Hespanhol (2002), por meio do ciclo hidrológico, a água se constitui em um recurso
renovável. Quando reciclada através de sistemas naturais, é um recurso limpo e seguro que é, pela atividade
antrópica, deteriorada a níveis diferentes de poluição. Entretanto, uma vez poluída, a água pode ser recuperada e
reusada para fins benéficos diversos. De acordo com Asano et al. (2007), água, alimentos e energia são três dos
principais problemas relativos a recursos que o mundo enfrenta hoje. A fim de equacionar estas questões, águas
residuárias domésticas agora estão sendo vistas mais como um recurso do que como desperdício, um recurso para a
água, para energia e para nutrição de plantas, principalmente devido ao nitrogênio (N) e fósforo (P).
O reúso de água residuária é, assim, uma solução particularmente atraente, e várias formas de tratamento dessas
águas têm sido pesquisadas com o objetivo de encontrar formas de cumprir os rigorosos requisitos legais para
reutilização direta de efluente de esgoto tratado na agricultura, indústria ou aplicações urbanas (Verlicchi et al.,
2012).
A prática do reuso de água pode ser operacionalizada também em nível micro, como em uma residência familiar
(Hespanhol, 2002). Um simples exemplo é a implantação de um sistema de captação da água usada durante banho
para o reuso em descargas, uma vez que este uso não demanda água de alta qualidade.
O presente estudo tem o propósito de agregar os conceitos de pegada hídrica e reúso de águas, propondo uma sub-
rotina para software Water Footprint Extended Calculator. Uma sub-rotina, ou subprograma, em ciência da
computação, tem a função de resolver um problema específico, parte de uma aplicação maior que, neste caso, é a
Water Footprint Extended Calculator. Mantida pela Water Footprint Network, este software é uma ferramenta
adequada para a obtenção da pegada hídrica de uso consuntivo de uma pessoa ou grupo de pessoas. A sub-rotina
proposta tem por objetivo quantificar o uso direto de água e ajudar na simulação de cenários de reúso da água
proveniente do uso interno nas atividades externas.
Obtetiva-se também apresentar os resultados de uma aplicação prática na microbacia Riacho Fundo, localizada no
semiárido brasileiro. Optou-se por esta área porque constata-se um panorama de escassez hídrica, que atinge
principalmente regiões áridas e semiáridas, nas quais a água é um fator limitante para o desenvolvimento urbano,
industrial e agrícola e para a qualidade de vida da sociedade. Nesta aplicação, 30% da água proveniente do ambiente
interno das residências da região é reutilizada no ambiente externo.

Metodologia

A sub-rotina foi desenvolvida em um software de planilha eletrônica, o Calc, do pacote Libre Office, utilizando
fórmulas que debitam proporcionalmente, dos valores de uso externo de água, a água proveniente de uso interno

3
conforme o cenário de reúso. Estes dados de uso externo de água fornecidos pela sub-rotina são inseridos no Water
Footprint Extended Calculator, junto aos dados de uso interno, alimentação e consumo de produtos industrializados,
gerando uma pegada hídrica pessoal menor. Apresenta-se na Figura 1 o fluxograma do Water Footprint Extended
Calculator e o setor onde ocorre a simulação de reúso no cálculo da pegada hídrica.
A aplicação prática foi realizada com dados obtidos na microbacia Riacho Fundo, que se situa entre as coordenadas
geográficas 7º25’12” e 7º30’06” de latitude Sul e 36º20’02” e 36º24’50’’de longitude Oeste. Esta microbacia se
localiza no município de Cabaceiras, Estado da Paraíba, no Brasil, e está a cerca de 15 km a leste da sede municipal.
A microbacia do Riacho Fundo possui uma área de aproximadamente 3.300 ha, sendo afluente da sub-bacia do Rio
Taperoá, que deságua no Açude Público Epitácio Pessoa (Boqueirão) e pertence à bacia hidrográfica do Rio Paraíba.

Figura 1. Fluxograma do Water Footprint Extended Calculator e ação da sub-rotina

Resultados

Para utilização da sub-rotina, o usuário deve primeiramente obter sua pegada hídrica total e pegada hídrica de uso
direto de água, por meio do Water Footprint Extended Calculator. Para isto, deve inserir dados sobre consumo de
alimentos, de bens industrializados e uso direto de água, que é dividido em ambiente interno e externo. A Tabela 1
contém um exemplo destes dados.
Após a inserção destes dados no Water Footprint Extended Calculator, obtêm-se as seguintes pegadas hídricas total
e de uso direto de água, respectivamente: 1123 m³/ ano e 284 m³/ ano.
A sub-rotina criada tem sua interface apresentada na Figura 2. Seu funcionamento se dá pela introdução de dados de
entrada, na área azul, e as variáveis e constantes, na área amarela. Na entrada, os dados requisitados são exatamente
os mesmos exigidos pelo Water Footprint Extended Calculator no que se refere ao uso direto de água: número de
banhos por dia, a duração de cada banho, número de ações de limpeza pessoal (lavagem de mãos, escovação dental e
barbeamento) por dia, número de cargas de roupas a lavar por semana, número de lavagens de louça por dia e
duração de cada lavagem, todos estes relativos ao uso interno. Quanto ao uso externo, é necessário introduzir a
quantidade de lavagens de veículos por semana, a quantidade de irrigações de plantas por semana, a duração de cada
irrigação, e o tempo de lavagens gerais (casa, calçada, equipamentos, etc.), em minutos por semana.
Nos campos das variáveis, deve-se introduzir a taxa de reúso para a simulação desejada e informar se o usuário
pratica ou não economia de água no banho e/ou na limpeza pessoal, tal como é exigido no Water Footprint Extended
Calculator. Deve-se informar também a vazão do chuveiro e da torneira, em litros por minuto.
Após a introdução destes dados, a ferramenta apresentará a saída, em toda área destacada de verde.

4
Tabela 1. Dados para inserção no Water Footprint Extended Calculator

Figura 2. Interface da sub-rotina

5
Para finalizar a simulação de reúso, o usuário deve voltar ao Water Footprint Extended Calculator e inserir os dados
da Tabela 1, substituindo os dados referentes a uso externo de água originais por aqueles fornecidos pela sub-rotina.
Para o exemplo apresentado, as novas pegadas hídricas total e de uso direto de água são de 1080 m³/ ano e 240 m³/
ano, respectivamente. Assim, para o exemplo em questão, ao reutilizar 30% da água proveniente do uso interno no
ambiente interno, as pegadas hídricas total e de uso direto de água são diminuídas em 3.83% e 15.5%,
respectivamente.

Uma aplicação prática


Reutilizando-se 30% da água proveniente do uso interno no uso externo, 47% das famílias da microbacia Riacho
Fundo não teriam qualquer sobra de água, pois esta taxa seria insuficiente para suprir a demanda externa para essas
famílias. Entretanto, para o restante, 53%, esta taxa, além de ser suficiente, faz sobrar água. A maior diminuição de
pegada hídrica total identificada foi de 13.31%.
No tocante à média da microbacia, esta taxa de reúso é suficiente para suprir a demanda de todas as atividades
externas, gerando, porém, pouca sobra de água: 58 litros por semana. No que se refere à diminuição da pegada
hídrica total e de uso doméstico em relação às originais, os valores são de 2.78% e 12.58%, respectivamente.

Conclusão

Reusar água é uma ação coerente com estratégias de sustentabilidade dos recursos hídricos locais,, como provam as
informações obtidas por este estudo, cujo cenário de reúso de água avaliados, que foram de 30%, 50%, 80% e 100%,
proporcionaram diminuições, na pegada hídrica total, de 2,78%, 3,25%, 3,37% e 3,37%, respectivamente.
Estas informações, apesar de relevantes, não traduzem todo o potencial da sub-rotina criada para estas simulações,
porque esta pode ser utilizada em outras realidades de uso de água e apresentar diminuições mais ou menos
significativas. Esta sub-rotina, concebida no estudo, pode vir a ser o embrião de ferramentas mais poderosas que
integrem ainda mais a pegada hídrica e o reúso de água doméstica, contribuindo com estudos que tornem os cálculos
mais precisos e específicos. Há a possibilidade, por exemplo, de simular a aplicação da sobra de água para irrigar
culturas, debitando os alimentos consumidos gerados por estas culturas dos dados de entrada de alimentação no
Water Footprint Extended Calculator, diminuindo ainda mais a pegada hídrica.

Referências bibliográficas

Asano, T., Burton, F. L., Laverenz, H. L., Tsuchihashi, R., E Tchobanoglous, G. (2007) Water Reuse, Issues,
Technologies, and Applications; McGraw-Hill: New York.
Chapagain, A. K; Tickner, D. (2012) Water Footprint: Help or Hindrance? Water Alternatives 5(3), 563-581.
Dumont, A., Salmoral, G, Llamas, M. R.. (2013) The water foot print of a river basin with a special focus on ground water: The
case of Guadalquivir basin (Spain). Water Resources and Industry 1 (2), 60–76.
Hespanhol, I (2002) Potencial de reuso de água no Brasil: agricultura, indústria, municípios, recarga de aqüíferos. Revista
Brasileira de Recursos Hídricos, 7 (4), 75-95.
Hoekstra, A.Y (2011) The global dimension of water governance: Why the river basin approach is no longer sufficient
and why cooperative action at global level is needed. Water, 3(1), 21-46.
Hoekstra, A. Y; Chapagain, A. K; Aldaya, M. M; Mekonnen, M. M. (2011) The water footprint assessment manual. Earthscan:
London.
Silva, V De P. R Da; Aleixo, D. De O.; Neto, J. D.; Maracajá, K. F. B.; Araújo, L. E. de. (2013) Uma medida de
sustentabilidade ambiental: pegada hídrica. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 17(1), 100-105
Tundisi, J. G. (2008) Recursos hídricos no futuro: problemas e soluções. Estudos avançados, 22 (63).
Vanham, D (2013) An assessment of the virtual water balance for agricultural products in EU river basins. Water Resources and
Industry 1(2), 49–59
Verlicchi, P. ,AL Aukidy, M, Galletti, A, Zambello E, Zanni G, Masotti L (2012) A project of reuse of reclaimed wastewater in
the Po Valley, Italy: Polishing sequence and cost benefit analysis. Journal of Hydrology 432, 127–136.

6
CONTROL AND SULFIDES REDUCTION IN ANAEROBIC REACTORS.

CONTROLE E REDUÇÃO DE SULFETOS EM REATORES ANAERÓBIOS

Jéssyca de Freitas Lima 1*


Dayane de Andrade Lima2
Elivânia Vasconcelos Moraes dos Santos3
Israel Nunes Henrique4
José Tavares de Sousa5

Abstract:
The process that occurs in anaerobic reactors called sulfidogenesis is undesirable due to the numerous problems
that it causes to the sulfides production, such as aggressive odor, corrosion, toxicity, and lowering the methane
concentration in the biogas. The research aimed to decrease the sulfides concentration the effluent and biogas
from anaerobic reactors. It was used a Hybrid Anaerobic Reactor (UAHB), which consists of a UASB reactor at
the bottom and an anaerobic filter at the top. The filter had a medium polyurethane backing containing 97% of
voids. With the results obtained it was possible to avaluate the bottom (UASB), the sulfidogenesis occurred
effectively, reducing sulfate contained in the wastewater to sulfide and subsequently forming hydrogen sulfide
(H2S). At the top (filter) was formed sulfide oxidation to elemental sulfur and to sulfate part, thereby inhibiting
the bad smell of anaerobic reactors.

Keywords: Hybrid Anaerobic Reactor, Sulfate, Sulfide, Sulfur.

1
Universidade Estadual da Paraíba
2
Universidade Estadual da Paraíba – UEPB;
3
Instituto Federal do Ceará – IFCE
4
Universidade Federal do Oeste do Para – UFOPA
5
Sanitary and environmental engineering department from Universidade Estadual da Paraíba – UEPB
* Autor corresponsal: Phone: +558897135745 – Rua Vereador Arrojado Lisboa, 274 – Monte Santo, Campina Grande,
Paraíba. CEP: 58400640. Brasil. Email: jessyca-11f@hotmail.com

1
Resumo:
O processo que ocorre em reatores anaeróbios denominado de sulfetogênese, é um processo considerável
indesejado devido aos vários problemas que ele acarreta com a produção de sulfetos, como: odores agressivos,
corrosão, toxicidade, e diminuição da concentração de metano no biogás. A pesquisa tem em vista diminuir a
concentração de sulfetos no efluente e no biogás dos reatores anaeróbios. Foi utilizado um Reator Anaeróbio
Híbrido (UAHB), que é composto por um reator UASB na parte inferior e um filtro anaeróbio na parte superior.
O filtro possuía um meio suporte de poliuretano com 97% de vazios e sua extremidade aberta, para uma possível
micro aeração natural. Com os resultados obtidos foi possível avaliar que na parte inferior (UASB) a
sulfetogênese ocorreu de forma efetiva, reduzindo o sulfato contido na água residuária a sulfeto e posteriormente
formando o sulfeto de hidrogênio (H2S). Na parte superior (Filtro) ocorreu a oxidação do sulfeto formado à
enxofre elementar e parte a sulfato, inibindo assim o mau cheiro de reatores anaeróbio.

Palavras-chave: Reator Anaeróbio Híbrido, Sulfato, Sulfeto, Enxofre.

Introduction

Among many compounds present in wastewater, sulfur is one of the most important nutrients for the
microorganisms metabolism. In the sewage sulfur originates from feces and water supply, its most present form
in wastewater is like sulfates, inorganic sulfides and organic sulfur. According to Zhang (2013) sulfate is found
generally in the wastewater discharged by industries such as the pharmaceutical, chemical plants and in paper
production.

The UASB reactor (Upflow Anaerobic Sludge Blanket) are presented as a very attractive alternative for the
sewage treatment, however, It still has some limitations not completely solved, one being the management of
gaseous emissions such as hydrogen sulfide (H2S, hydrogen sulfide) (Chernicharo & Stuetz, 2008). This is due to
the sulfate reduction, since sulfate-reducing bacteria (BRS) can reduce sulfate to sulfide by means of a reduction
process dissimlatory sulfate, promoting various problems, such as toxicity, aggressive odor, corrosion and
decrease methane concentration in the biogas (SUBTLE, 2012) .

The emission of odors in the vicinity of anaerobic reactors is a drawback of great importance and, if it not
resolved, it could significantly harm the broader application of anaerobic technology for treating wastewater,
especially domestic sewage.

The research aims to reduce sulphide concentrations in the effluent and biogas from anaerobic reactors, since this
is a process considered undesirable.

Material and Methods

Inoculum

The biomass used as inoculum was from a UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket) reactor that was in
operation. The concentration of the inoculum in terms of total solids (TS) and volatile solid (SVT) were
respectively 48 gST.L-1 and 28 gSVT.L-1.

Wastewater

The wastewater used was from the east interceptor sewage system from Campina Grande city, Paraiba, subjected
to pre-treatment was then conducted to an equalization tank (200 L-1) where dose occurred at 50 mg.L-1 for
sulfate. As a source of sulfate, sodium sulfate (Na2SO4) was used.

Experimental apparatus

The experimental apparatus shown in Figure 1 consisted of a Hybrid Anaerobic Reactor (UAHB), it has at its
bottom an UASB reactor, and on top an Anaerobic Filter with support medium. The support means used were

2
polyurethane sponges by now be reference as a support medium is added where large amount of biomass. Table
1 presents the data relating to Hybrid Anaerobic Reactor (UAHB).

Table 1:UAHB SYSTEM DATA.


Diameter 200 mm
Constructive Material PVC
Height 2m
Total Volume 62 L
Working Volume 52 L
UASB Volume 27 L
Filter Volume 25 L
Hydraulic Detention Time UASB 6h
Hydraulic Detention Time Filter 5 h 30 min
Effluent Flow 108 L/d

Figure 1: UAHB

Experimental procedure

The feeding was performed by a metering pump that is responsible for maintaining the continuous flow, the
same happened in an ascending manner with the treated effluent outlet in the upper part after the filter. Also at
the top was connected to the gas collector, to make possible the daily measurements.

Analytical Methods

After inoculation, It began the process of performance monitoring UAHB in terms of removing the organic
matter and sulfide. So if It held weekly analysis of the parameters listed in Table 2 campaigns. Analyses were
performed in the influent and effluent of UASB and anaerobic filter, allowing the characterization of the removal
performance of them.

3
Table 2: Parameters analyzed in monitoring the performance of the reactor.
Variáveis Métodos Analíticos Referência
*COD Close Refluxation Titrimetric 5220 C. / APHA et al. (2012)
Sulfate (SO42-) Turbidimetric Method 4500 E. / APHA et al. (2012)
Sulfide Iodometric Method 4500 B / APHA et al. (2012)
COD -Chemical Oxygen Demand

Analyzes the monitoring of certain operational parameters which were also performed , as shown in Table 3.

Table 3: Operational Analyzed Parameters


Variáveis Métodos Analíticos Referência
pH Potenciométrico 4500 / APHA et al. (2012)
Alkalinity Kapp BUCHAUER (1998)
Total Suspended Solids Gravimetric 2540 D / APHA et al. (2012)
Suspended Volatile Solids Gravimetric 2540 E / APHA et al. (2012)
Suspended Fixed Solids Gravimetric 2540 E / APHA et al. (2012)

Results and Discussion

Removal of Organic Matter and Sulfate

Table 4 presents the medium values and their standard deviation for raw sewage, UASB and anaerobic filter are
exposed.

*COD Sulfate Sulfide REMOVAL


*pH
(mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) COD (%)
RAW Sewage 7,59 ± 0,22 388 ± 127 45,40 ± 13,56 4,46 ± 4,49 -
UASB 7,52 ± 0,23 199 ± 47 4,58 ± 2,05 18,15 ± 5, 75 49
Filter 7,73 ± 0,20 110 ± 41 35,95 ± 20,18 1,46 ± 1,83 72
PH-Potential hydrogenionic ; * COD - Chemical Oxygen Demand ;

When analyzing Table 4 we identify that the removal of carbonaceous material for the UASB reactor was only
49 %, thus requiring a post - treatment in case the Anaerobic Filter, which along with the UASB reactor achieved
a removal of 72 % thus meeting the regulations.

The average daily analysis of pH for both raw sewage as for effluents are approaching 8.0 with a standard
deviation less than 0.30 being a very decent for a measure of dispersion value. The desired values are from 7.0 to
7.5, since values below 6.5 and above 8.5 are already inhibitory methanogenic archaea. It is noteworthy that the
pH around 7.0, 50 % is in the undissociated form (H 2S) and 50 % is in part dissociated (HS-), more toxic and less
toxic respectively (Chernicharo, 2007).

With the results of analyzes of sulfate and sulfide from raw sewage and effluents were identified in the UASB
process sulfidogenesis occurred, in which the sulfate-reducing bacteria present in reduced wastewater sulfate to
sulfide, in turn forming sulfide hydrogen (H2S) causing a bad smell that was remarkable (SUBTLE, 2012).

The sulphide laden effluent to pass through the filter which had a concentration of approximately 0.1 mgO2.L- 1
(assume by the fact that the reactor having its open end) part was oxidized to sulfate detected in the analysis and
of the elemental sulfur, it was possible to quantify the effluent.

Conclusions

Based on the results of the experiment performed with the reactor UAHB, the following conclusions can be
described:

4
- The reactor is an alternative efficient treatment and inexpensive in terms of carbonaceous material;
- The filter that is coupled to the UASB reactor , and removes a considerable portion of organic material (10-15
% as COD), promotes oxidation of sulfide produced by the reactor part in sulfate and elemental sulfur, reducing
bad characteristic smell of anaerobic reactors.

References

APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater. 22a. ed. Washington: American
Public Health Association. 2012.

CHERNICHARO, CAL Principles of Biological Wastewater Treatment . Anaerobic Reactors . 2nd ed . Belo
Horizonte : Department of Sanitary and Environmental Engineering ; 2007. 496 p.

CHERNICHARO, C. A. L.; STUETZ, R.M. Improving the design and operation of UASB reactors for
treating domestic wastewater: Management of gaseous emissions. IX Taller y Simposio Digestión
Anaerobia, Ilha de Páscoa, 2008.

PASSIG, FH , FIELDS , JR Anaerobic hybrid reactor for wastewater treatment . In: 23rd Brazilian Congress
on Sanitary and Environmental Engineering , Proceedings ... Mato Grosso do Sul : ABES , p . 1-10 , 2005.

OLIVEIRA, R. Reservoirs Deep Treating Domestic Sewage crude in Northeastern Brazil : The Sulfur Cycle
. XXVII Interamerican Congress of Sanitary and Environmental Engineering . Annals . Porto Alegre , ABES ,
2000.

SUBTIL, E. L.; CASSINI, S. T. A.; GONÇALVES, R. F. Sulfate and dissolved sulfide variation under low
COD/Sulfate ratio in Up-flow Anaerobic Sludge Blanket (UASB) treating domestic wastewater. Ambi-Agua, v.
7, n. 1, p. 130-139, 2012.

ZHANG, J., et al. Biological sulfate reduction in the acidogenic phase of anaerobic digestion under dissimilatory
Fe (III) e Reducing conditions. WATER RESEARCH, v. 47, p. 2033-2040, 2013.

5
EFICIÊNCIA NA REMOÇÃO DE NUTRIENTES E PATÓGENOS EM REATOR DE ALGAS
IMOBILIZDAS

EFFICIENCY IN THE REMOVAL OF NUTRIENTS AND PATHOGENS IN IMMOBILIZED


ALGAE REACTOR.

Dayane de Andrade Lima 1*


Jéssyca de Freitas Lima 2
Tales Abreu Tavares de Sousa 3
Isral Nunes Henrique 4
José Tavares de Sousa 5

Abstract

In the biological treatment of sewage studies using immobilized algae has gained great prominence due to its
high efficiency in removing nutrients such as nitrogen and phosphorus and pathogens. The algae in the presence
of nutrients in sewage grow excessively using CO2 as a carbon source. During the process of photosynthesis, a
significant increase in pH which promotes many other processes such as ammonia volatilization , the
precipitation of phosphate, and the decay of pathogenic organisms such as coliform occurs. This study aimed to
evaluate the efficiency of a reactor of immobilized algae used in the treatment of post secondary effluent in
removing nutrients and pathogens. For the research it was mounted a reactor of immobilized algae (RAI)
moving- bed type using polyurethane as support media. The reactor treated effluent from UASB reactor
followed by anaerobic filter. The performance was evaluated from the concentration of the pollutants found in
sewage initially and subsequently treated effluent in the anaerobic filter reactor and immobilized algae. The RAI
was able to remove a form satisfactory nutrients such as nitrogen (84 %), phosphorus (80 %) and fecal
coliforms (99.99 %).

Key words: Domestic sewage, nitrogen and phosphorus, Immobilized Algae.

1
Master’s degree from Universidade Estadual da Paraíba – UEPB; 2Master’s degree from Universidade Estadual da Paraíba
- UEPB; 3Master’s degree from Universidade Estadual da Paraíba - UEPB; 4Professor from Universidade Federal do Oeste
do Para – UFOPA; 5Professor of sanitary and environmental engineering department from Universidade Estadual da Paraíba
– UEPB;
* Autor corresponsal: Phone: +558387628890– Rua Vereador Arrojado Lisboa, 274 – Monte Santo, Campina Grande,
Paraíba. CEP: 58400640. Brasil. Email: dayane_eld@hotmail.com
Resumo

No tratamento biológico dos esgotos sanitários os estudos usando algas imobilizadas tem ganhado grande
destaque devido à sua alta eficiência na remoção de nutrientes como nitrogênio e fósforo e dos organismos
patogênicos. As algas na presença de nutrientes contidos nos esgotos crescem exageradamente usando CO2
como fonte de carbono. Durante esse processo de fotossíntese, ocorre aumento significativo do pH, que
favorece diversos outros processos, como a volatilização da amônia, a precipitação do fosfato, e o decaimento
dos organismos patogênicos, como coliformes termotolerantes. Este trabalho teve como objetivo avaliar a
eficiência de um reator de algas imobilizadas usado no pós tratamento de efluente secundário na remoção de
nutrientes e patógenos. Para a pesquisa foi montado um reator de algas imobilizadas (RAI) tipo moving-bed
usando como meio suporte o poliuretano. O reator tratou efluente de reator UASB seguido de filtro anaeróbio.
O desempenho foi avaliado a partir da concentração dos poluentes encontrados inicialmente no esgoto e
posteriormente no efluente tratado do filtro anaeróbio e do reator de algas imobilizadas. O RAI conseguiu
remover de formar satisfatória nutrientes como nitrogênio (84%), fósforo (80%) e coliformes termotolerantes
(99,99%).

Introduction

The immobilization technique of algae is to entrap microorganisms in the backing material in order to obtain
better performance. This technique has been widely applied as a post- treatment of the anaerobic effluent. In
systems such as waste stabilization ponds this technique has gained practical because algae play an important
role in treatment, increase the concentration of dissolved oxygen through photosynthesis, which is necessary for
the metabolism of aerobic bacteria and consume the carbon dioxide produced by bacterial oxidation organic
matter , raising the pH of the medium and allowing the removal of nutrients from the water through its
syndicated metabolism to cell growth ( MARCON , 2005)

According to Silva (2007) , the highest practical limitations in wastewater treatment using algae is the
separation and collection of biomass from the treated water discharge in this way , the technique of
immobilizing algae for this purpose allows for greater flexibility in the design and the construction of
bioreactors compared to conventional systems using algae in suspension. The support medium promotes surface
area where it adds the mass of algae carrying out this process in a very small space compared to the stabilization
pond.

According Olguin (2003) shows the immobilization be one of the best techniques for tertiary wastewater
treatment using algae, furthermore it proves profitable to separate microalgae from liquid medium.
Immobilization of algae is important because it reduces the problem of the growth of the biomass produced by
microalgae suspended in wastewater that often end up being thrown in water bodies (Valderrama, 2002). This
work aimed to evaluate the efficiency of a reactor of immobilized algae post- treating anaerobic effluent in
removing nutrients and pathogens.

Material and Methods

It was installed and monitored Immobilized Algae Reactor (RAI) bench scale. The experimental system was
operated in an area belonging to the State University of Paraíba (UEPB), the physical facilities of the
Experimental Station for Biological Treatment of Sewage - EXTRABES - Campina Grande - PB.

Installation, Startup and Operation of the Reactor

The experiment consisted of a hybrid anaerobic reactor treating domestic sewage (Figure 1A), it has a UASB
reactor at the bottom and at the top was coupled with an anaerobic filter support means polyurethane. The
junction of these reactors constituted a Hybrid Anaerobic Reactor - RAH. The reactor with immobilized algae
(Figure 1B) was built to polish the effluent from the RAH. Both reactors were mounted on a laboratory scale.
The hybrid anaerobic reactor was fed with municipal sewage originating from the sewage of the city of
Campina Grande system - PB and RAI was fed with the effluent generated by RAH. Figure 1 shows the layout
of the RAH and photo RAI mount.
WWATER Water

A B

Figure 1: Schematic illustration of the configuration of the systems and the layout of its elements support, A-
scheme Hybrid Anaerobic Reactor; Photo of B - Reactor Immobilized Algae.

The RAI was operated under the following conditions : average temperature of 30 º C , dissolved oxygen
average of 11 mg l- 1 (as measured in the photosynthetic process) volume of about 6 liters, 2 liters in the
external reactor ( Becker ) and 4 liters main reactor . We used a device (aquarium pump) at the bottom of the
reactor to provide the pumping and recirculation of the liquid. During the experiment was recirculated 5 liters
per minute of effluent and operated moving bed biofilm characteristics reactor (reactor with biofilm moving
bed).

Analytical Methods

It occurred 15 days after starting the reactor, began the process of performance monitoring RAI emphasizing the
removal of nutrients and fecal coliform. Analysis of the parameters listed in Table 1 were performed weekly.
Analyses were performed in the influent (effluent RAH) and in the effluent of RAI.

Table 1: Parâmetros analisados no acompanhamento do desempenho do reator, métodos e referências.

Variables Analytic Method Reference


+ -1
N – NH4 (mg.L ) Semi-Micro Kjeldahl 4500-NH4 / APHA et al. (2012)
N – NTK (mg.L-1) Semi-Micro Kjeldahl 4500-NTK / APHA et al. (2012)
Nitrate (N-NO3- mg.L-1) Sodium Salicylate RODIER (1975)
Nitrite (N-NO2- mg.L-1) Colorimetric Diazotization 4500-NO2 B / APHA et al. (2012)
Phosphorus and Fractions(mg.L-1) Ascorbic Acid 4500-P E./ APHA et al. (2012)
pH (-) Potentiometric 4500 / APHA et al. (2012)
Total Alkalinity(mg.L-1) Kapp BUCHAUER (1998)
Fecal Coliforms(UFC/100mL) Membrane filtration APHA et. al. (1998)
N-NH4+ - Amoniac Nitrogen; N-NTK –Total Nitrogen Kjeldahl

Results and Discussion

Removal of Nitrogen, Phosphorus and Coliforms


Table 2 presents the medium values and their standard deviation for the Hybrid Anaerobic Reactor effluent and
effluent from Reactor Immobilized Algae as well as the values of removal efficiency are exposed.

Table 2: Mean values and removal efficiencies of nutrients and thermotolerant coliform

Hybrid Anaerobic Reactor Immobilized


Removal (%)
Reactor effluent Algae effluent
N – NH4+ (mg.L-1) 44,76 ± 7,14 3,48 ± 3,28 84,04
N – NTK (mg.L-1) 47,86 ± 7,16 16,37 ± 9,06 65,80
Nitrate (N-NO3- mg.L-1) - 4,94 ± 2,53 -
Nitrite (N-NO2- mg.L-1) - 0,51 ± 0,33 -
Total Phosphorus (mgP.L-1) 5,83 ± 1,13 5,83 ± 1,13 80,54
Orthophosphate(mg PO4 - P.L-1) 4,88 ± 0,95 4,88 ± 0,95 80,56
Total Alkalinity(mgCa CO3.L-1) 375,47 ± 56,69 157,41 ± 88,45 58,07
Thermotolerant
2,13E+06 ± 1,07E+06 1,04E+03 ± 1,0E+03 99,99
Coliforms(CFU/100mL)

Nitrogen

The nitrogen behavior in UAHB did not differ from results obtained in the effluent conventional UASB type
reactors, ammonification which is the increase of ammonia, however, the more oxidized forms such as nitrite
and nitrate present in traces occurs. The behavior of nitrogen in RAI happens similar than one would expect in a
high rate pond, occurring ammonia volatilization, nitrification due to the presence of favorable bacteria and
dissolved oxygen concentrations in the environment from photosynthesis, and presence of carbon dioxide, these
are the perfect conditions for the growth of autotrophic nitrifying bacteria and these oxidize ammonia to nitrite
and nitrate as a final product (METCALF & EDDY, 2003).

Phosphorus and orthophosphate

The phosphorus in sewage is comprised of organic phosphorus and phosphates, the later is found in higher
concentrations. The main mechanisms of phosphorus removal in waste stabilization ponds:
- the organic phosphorus's removal through out algae and bacteria production;
- Phosphates's precipitation due to incrise of high pH conditions.
The later implies in a more efficient phosphorus removal, conditions of pH above 8 are necessary.
The removal of phosphorus and orthophosphate was at around 80% for total phosphorus and orthophosphate
values . This removal may occur when the phosphorus is incorporated in organisms such as algae and bacteria
and also by chemical precipitation due to high pH (Picot et al, 1991); characterizing the formation of calcium
and magnesium salts, such as hydroxyapatite and struvite.

pH and alkalinity

The pH depends on photosynthesis and respiration, in the photosynthesis there is consume of CO2, in this process the
bicarbonate ion (HCO3-) of the sewage tends to form OH- causing the rise of pH. In the respiration's process, the the
oxygen consume produces CO2 and bicarbonate ion (HCO3-) in the sewage, it and tends to form H+ causing the pH
decrease. The pH balance in algae systems is highly dependent on photosynthetic rates, reaching values of pH up to
11 at mid-day, due to the conversion of H+ ions.
The pH of the effluent from the hybrid reactor did not show large variations, a fact repeated in the concentration
of total alkalinity. This behavior differed for RAI showed that variations of pH 6.5 to values above 10. These
values showed the process of photosynthesis, which featured in the pH elevation and there was alkalinity
consumption in times of occurrence of nitrification.

Thermotolerant coliforms

Similary to the stabilization ponds, the RAI receives UVB (280-320 nm) and UVA (320-400 nm) radiation from the
sun implying on to the decay of contamination indicator organisms, and supposedly of pathogenic organisms (Bolton
et al., 2011a). These radiation ranges act directly on the microorganisms, causing damage to the DNA or RNA of its
genome.
The solar radiation is not the only responsible for the microorganisms decay in these systems, being necessary to
consider the mutual influence between radiation and factors such as pH, DO admitted in studies of Bolton et al.
(2011a).
A high intensity light promoves a high photosynthetic activity, resulting in environments with high concentration of
dissolved oxygen and in the formation of singlet and superoxide oxygens. These highly reactive oxygen formulas and
cause DNA damage, leading to microorganisms decay (Hamouri et al, 1994).
The final concentration of fecal coliform removal represented a percentage of around 99.99 % this decay is due
to the high pH values . This efficiency value is similar to that found in polishing ponds (Mascarenhas et al.
2003).

Conclusions

The polyurethane proved to be a considerable support environment for algae immobilization, being possible to
efficiently remove nutrients and thermotolerant coliforms. The nitrogen removal occurred mainly by ammonia
volatilization, considering the low concentrations of nitrite and nitrate. The process of phosphorus removal has
achieved an efficiency of 80% and coliform removal reached 99.99%.

References

APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater. 22a. ed. Washington: American Public
Health Association. 2012.

Buchanan, N.A.; Cromar, N.J.; Bolton, N.F.; Fallowfield, H.J.The disinfection performance of a high rate algal
pond (hrap) at kingston-on-murray, South Australia In: 9th IWA Specialist Group Conference on
WasteStabilisation Ponds, 2011, Adelaide. Proceeding. Adelaide: IWA, 2011, 8p.
Hamouri, B. E.; Khallayoune, K.; Bouzoubaa, N.; Chalabi, M. Highrate algal pond performances in faecal
coliforms and helminth egg removals. Water Science and Technology, v. 28, n. 1, p. 171-174, 1994.
Marcon, A.E; removal of fecal coliform microalgae (Chlorella) immobilized in calcium alginate matrix. . 2005
Thesis (Master to obtain the title of Master of Sanitary Engineering) - Federal University of Rio
Grande do Norte, Natal - RN, 2005.
Mascarenhas, L.C.A., Von Sperling, M., Chernicharo, C.A.L., Performance evaluation of shallow polishing
ponds in series, for the post - treatment of UASB reactor effluent. Sanitary Engineering and
Ambiental.v. 9, No. 1. P. 45-54, 2003.
Metcalf & Eddy, Wastewater Engineering: Treatment and Reuse. McGraw Hill, 4th edition, 1819p. Inc. (2003).
Olguín, E.J., 2003. Phycoremediation: key issues for cost-effective nutrient removal processes. Biotechnol.
Adv. 22, 81–91
Picot, B., Halouano, H.E., Casellas, C., Moersidik, S., Bontoux, J. Nutrient removal by high rate pond system in
a Mediterranean climate (France). Water Science Technology, n. 23, p 1535-1541. 1991.
Silva, Sap wastewater Bioremediation: Phosphorus removal using immobilized Chlorella vulgaris microalgaa
means of sodium alginate. 2007. 72.f. Thesis (M.Sc. in Hydrobiology) Faculty of Sciences, University
of Porto, Portugal, 2007
Valderrama, L. T. et al. Treatment of recalcitrant wastewater from ethanol and citric acid production using the
microalgae Chlorella vulgaris and the macrophite Lemna minuscula. Water Research, v. 36, n. 17, p.
4185-4192, 2002.
Van Haandel, Ac & Lettinga, G. Treatment of sludge. In: Anaerobic treatment of sewage, a manual for warm
climates. Campina Grande – PB, 1994.
CONCEPÇÃO DE CENTRAL DE RECEBIMENTO DE LODO DE TANQUE SÉPTICO
(CRLTS) EM ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTOS DOMÉSTICOS

SEPTIC TANK AND CESSPOOL SLUDGE RECEIVING CENTER CONCEPTIONS IN


WASTEWATER TREATMENT PLANTS

Guilherme Samways* 1
Luis Cesar Barea 2
Rosilete Busato 2
Miguel Mansur Aisse 1

Abstract
It is common practice in Brazil to receive sludge collected from septic tanks in Wastewater Treatment Plants
(WWTP) to be incorporated into the sewage seeking its treatment and disposal. However, these discharges can affect
the quality of the wastewater treatment due: to high organic loads, applied to each discharge; variable hydraulic
loads, variability of physicochemical characteristics, modified by other discharges, including industrial wastes.
These negative effects can be observed in small plants In order to mitigate the effects and allow the control of the
disposal of the sludge from septic tanks in WWTPs , some authors suggest building the Tank and Cesspool Sludge
Receiving Center in WWTP upstream. Nowadays, there is no definitive consensus among the experts and sanitation
companies about what would be the ideal conception of CRLTS. This paper aims to review some of these proposals
presented in theoretical form, pilot and full-scale model, discussing their location, pre-treatment needs, flowcharts,
forms of storage and application of sludge in WWTPs. As a final product, the authors suggest a conception of CRLTS
to be built.

KeyWords: Combined Treatment, Septic Sludge Reception Plants, Septic Tank Sludge, Domestic Wastewater

1
Universidade Federal do Paraná – UFPR
2
Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR
* Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental – PPGERHA. Centro Politécnico. Jardim das
Américas. CEP 81531-990, Caixa Postal 19011. Curitiba, Paraná, Brasil. Tel. 55 41 3361 3144. E-mail: guisamways@gmail.com
1
Resumo
Tornou-se prática comum no Brasil receber em Estações de Tratamento de Esgotos Domésticos (ETEs) o lodo
coletado por caminhões limpa-fossa para ser incorporado ao esgoto, visando seu tratamento e destinação final.
Porém, essas descargas podem afetar a qualidade do tratamento devido a altas cargas orgânicas aplicadas a cada
descarregamento, a cargas hidráulicas variáveis, e às características físico-químicas variadas no lodo séptico,
alterado por esgotamentos irregulares, inclusive industriais. Esses efeitos negativos podem ser observados
principalmente em pequenas estações. De forma a mitigar os efeitos e permitir o controle do descarte do lodo de
tanques sépticos em ETEs, alguns autores sugerem construir, a montante das estações, Centrais de Recebimento de
Lodo de Tanque Séptico (CRLTS). Atualmente não se tem um consenso entre os especialistas sobre qual seria a
concepção ideal de CRLTS, tendo algumas propostas apresentadas de forma teórica, algumas construídas em modelo
piloto e em escala real. Este trabalho teve como objetivo apresentar algumas dessas propostas, discutindo-as desde a
sua localização, o pré-tratamento do lodo, fluxogramas das centrais, e formas de armazenamento e aplicação do lodo
nas ETEs. Como produto final, os autores sugerem uma concepção de CRLTS para ser construída, sobretudo, a
montante de ETEs.

Palavras-chave: Centrais de Recebimento de Lodo de Tanque Séptico, Esgoto Doméstico, Lodo de Tanque Séptico, Tratamento
Combinado.

Introdução

Sistemas individuais de tratamento de esgoto devem ser utilizados em locais que não tenham sido contemplados com
rede de coleta de esgoto. Dentre os sistemas individuais, os tanques sépticos apresentam-se como alternativa
eficiente, de operação simples, compacta e econômica e tem sido utilizado em todo o mundo. Uma das formas de se
atingir bom funcionamento do sistema é garantir a retirada do lodo gerado pela sedimentação dos sólidos e sua
digestão. O lodo retirado deve ter sua destinação final adequada em termos ambientais, pois apresenta grande
potencial poluidor devido a suas características, como exemplo, agentes patogênicos e quantidade de matéria
orgânica. O tratamento do lodo de tanques sépticos pode ser realizado em um sistema destinado exclusivamente a
ele, ou de forma associada a outro sistema de tratamento de águas residuárias.

Os usuários de fossas e tanques sépticos geralmente utilizam o serviço de empresas especializadas (denominadas de
limpa-fossa, desentupidoras ou imunizadoras) para a remoção do lodo de excesso, transferindo para essas empresas a
responsabilidade de sua destinação final. Quando não possuem estrutura para o tratamento individualizado, as
empresas de limpa-fossa recorrem às empresas de saneamento para o descarte do lodo em Estações de Tratamento de
Esgotos (ETEs) para ser tratado conjuntamente com o esgoto sanitário. Porém, descargas não controladas desse lodo
podem prejudicar a eficiência do tratamento, ora pelas características físico-químicas variadas, ora pelas descargas
irregulares de lodo proveniente de outros processos não-domésticos.

O lodo gerado pelo tanque séptico destinado à ETE pode ser disposto de diferentes formas. Leite et al. (2006)
comentam que o lançamento pode ser feito direto na entrada da ETE, porém “deve-se ter cautela no lançamento junto
ao esgoto, uma vez que é alta a concentração de poluente. O incremento de Demanda Química de Oxigênio (DQO) e
Sólidos Suspensos Totais (SST) pode gerar problemas, pois pode promover sobrecarga no sistema. Soma-se ainda a
esse fato, maior produção de lodo e consequente aumento do custo do tratamento”.

Nessa visão, Jordão e Pessôa (2011) propõem a existência de um tanque de recebimento, equalização e acumulação
do lodo, de forma a facilitar o controle do lançamento na ETE. Partindo da ideia da existência de tanque de recepção
do lodo de tanques sépticos, Campos et al. (2009) aprimoraram o conceito e descreveram as Centrais de
Recebimento de Lodo de Tanque Séptico (CRLTS), as quais definiram como “conjunto das instalações físicas
especialmente concebidas e operadas para receber a descarga de lodos de tanques sépticos e de fossas, provenientes
de caminhões limpa-fossas ou afins”.

A implantação de CRLTS pode ser aplicada em cidades, distritos ou comunidades que não possuam rede de coleta
em sua totalidade. A existência de CRLTS próxima aos seus geradores possibilita às empresas limpa-fossa realizar,
2
de forma mais econômica, a logística da coleta e do transporte do lodo até as centrais. Sendo assim, a localização das
CRLTS depende prioritariamente da localização das redes de coleta, ou melhor dizendo, da falta dela.

Com essas premissas, Lucca e Misturini (2011) sintetizaram as opções do gerenciamento do lodo de tanques sépticos
inicializando com o gerador do lodo, a coleta, transporte, recepção, tratamento, e por fim, a destinação final do lodo
(Figura 1). Campos et al. (2009) também descreveram as Centrais de Desaguamento e Tratamento do lodo de
tanques sépticos (CDT), cuja concepção é de servir exclusivamente para o tratamento individualizado do lodo. As
CDTs contariam não só com uma CRLTS a montante, mas também com unidades para o desaguamento e tratamento
do lodo e o do tratamento do líquido clarificado, sem a necessidade de tratamento posterior ou concomitante a ETE.

Figura 1. Fluxograma do sistema individual e do tratamento de esgoto incluindo CRLTS e CDT


Fonte: Adaptado de LUCCA e MISTURINI (2011)

As propostas de Campos et al. (2009) para a localização das centrais foram três: (1) consistiriam em uma região com
ausência de rede coletora, recebendo e tratando o lodo (CRLTS+CDT); (2) o atendimento da CRLTS em áreas mais
periféricas, cuja rede ainda não foi implantada, conectando-se à ETE por meio de canalização; e (3) corresponde a
várias centrais que atenderiam regiões periféricas da cidade e se ligam à rede para que o lodo chegue até a ETE. Os
mesmos autores citam que as CRLTS podem ser opcionais em ETEs. Apesar da proposta apresentar como opcional,
as CRLTS discutidas foram planejadas e construídas contíguas as ETEs.

Este trabalho tem como objetivo subsidiar uma concepção de CRLTS que venha a contemplar as tecnologias atuais
empregadas para o recebimento de lodo, que esteja em conformidade com as experiências existentes em escala plena
e piloto e também, nas propostas teóricas apresentadas por alguns autores.

Metodologia

Como método foram estudadas propostas de CRLTS existentes, identificando semelhanças e variações em comum
entre as suas concepções. De posse dessas informações, foram compilados os fluxogramas e identificado os pontos
em comum entre as propostas. Em face da heterogeneidade dos projetos, foram avaliadas as sugestões de concepção
e localização das CRLTS, pré-tratamento (gradeamento, flotação e outros), formas de medição de vazão, a existência
de sistemas de equalização ou separação de fases (escuma, líquida e sólida) e formas de aplicação do lodo de tanques
sépticos nas ETEs. A Tabela 1 apresenta um resumo das propostas estudadas.

Após essa etapa foram realizados grupos de trabalho entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Companhia
de Saneamento do Paraná (SANEPAR, Brasil) de forma a discutir esses parâmetros e propor critérios de concepção
de CRLTS que venha atender as necessidades da companhia no recebimento do lodo de tanques sépticos. Neste
trabalho não foi estudada a concepção de CDT que tratam o lodo exclusivamente sem a participação de uma ETE.
3
Tabela 1 – Centrais de Recebimento de Lodo de Tanque Séptico (CRLTS) estudadas
Proposta Autor(es) Local Proponente Escala
(1) ECOSOL (2006) Campo Largo / PR SANEPAR Plena
(2) DALCON (2006) Contenda / PR SANEPAR Plena
(3) PROENSI (2007) Londrina / PR SANEPAR Plena
(4) GONÇALVES (2008) São Carlos / SP EESC-USP Piloto
(5) CRIPPEN et al.(2009) Líbano - Plena
(6) CAMPOS et al. (2009) - EESC-USP Teórico
(7) CAMPOS et al. (2009) São Carlos / SP EESC-USP Piloto
(8) CAMPOS et al. (2009) Campinas / SP SANASA Plena
(9) SAMWAYS et al. (2010) Curitiba / PR UFPR/SANEPAR Piloto
(10) AISSE et al.(2014) - DHS/UFPR Teórico
(11) AISSE et al.(2014) - DHS/UFPR Teórico
(12) AISSE et al.(2014) Brasília / DF UnB/CAESB Plena
(13) AISSE et al.(2014) Brasília / DF SLU/CAESB Experimental
Nota: SANASA, SANEPAR e CAESB: Empresas de Saneamento.

Resultados

Foram encomendados pela SANEPAR concepções e projetos para o recebimento de lodo séptico em suas estações,
na forma de tanques de equalização, antes mesmo do conceito das CRLTS serem definidas. Três propostas foram
enviadas à companhia: a de tanque de equalização de câmara única e formato circular, precedido de gradeamento e
aplicação do lodo realizada por bombeamento projetado pela (1) ECOSOL (2006) para a ETE Cambuí (Campo
Largo- PR)(Figura 2a); outro tanque de equalização de concepção similar a anterior para a ETE Contenda (Contenda
– PR) realizada pela (2) DALCON (2006) e, por último, tanque projetado pela (3) PROENSI (2007) para a ETE
Norte (Londrina- PR) que é composta de tanque, dividido em quatro câmaras, para a equalização do lodo precedido
de grade para a remoção de sólidos grosseiros, sendo a aplicação do lodo realizada por gravidade, sem a utilização de
bombas (Figura 2b). Nesse último modelo não está prevista a utilização de agitadores mecanizados para promover a
equalização do lodo, porém em discussões posteriores, verificou-se que existe a iniciativa em inserir no projeto os
agitadores, evitando a separação de fases. Todas as ETEs citadas empregam reatores do tipo Upflow Anaerobic
Sludge Blanket (UASB) para o tratamento secundário de esgotos.

(a) (b)
Figura 2. Tanque de recepção de lodo de Tanque Séptico (planta)
Fonte: (a) ECOSOL (2006); (b) PROENSI (2007)

(4) Gonçalves (2008) aplicou lodo séptico em reator UASB em escala piloto (18.8 m3 cada). Os caminhões
descarregavam em um reservatório após o sistema de pré-tratamento dotado de gradeamento e medição de vazão

4
aonde eram realizadas as amostragens do lodo. O lodo após pré-tratamento era bombeado em um único pulso de
pequena duração ao reator UASB.
(5) Crippen et al.(2009) apresentaram um sistema simples de recepção de lodo de tanques sépticos situado ao lado de
um digestor anaeróbio de lodos, inserido em ETE que emprega Filtro Biológico Percolador. Caracteriza-se pelo
formato trapezoidal e por ter pequeno volume da câmara de acumulação. A transferência do lodo é realizada por
bombeamento, após o mesmo ser gradeado.

Andreoli (2009) coordenou estudo sobre caracterização, recebimento, tratamento e gerenciamento do lodo de tanques
sépticos no Brasil através do Programa de Pesquisa em Saneamento Básico (PROSAB). Nesse estudo inclui-se o
trabalho de (6) Campos et al. (2009), cuja proposta teórica de CRLTS consiste em sistema de pré-tratamento
composto por grade e medição de vazão através de Calha Parshall (Figura 3a), que poderia ser enviado diretamente à
ETE ou passaria por outro processo que venha a atenuar os picos de vazão impostos pela descarga do lodo (Figura
3b). Como alternativa ao atenuador de vazão, a construção de um tanque de equalização poderia ser utilizado para
auxiliar a dosagem do lodo nas estações, inclusive, aproveitando-se da possibilidade da inserção do lodo nas estações
nos períodos ociosos. Nesse caso, a dosagem de lodo seria realizada principalmente no período noturno em função da
diminuição da carga afluente à estação. O tanque sugerido pelos autores teria formato retangular, dotado de bombas
de recalque e misturador. O tanque de equalização seria confinado, possuindo exaustores de gases aos quais seriam
coletados e tratados, evitando assim, contaminantes atmosféricos.

(a) (b)

Figura 3. (a) Pré-tratamento e medição de vazão em CRLTS; (b) Atenuador de vazão de pico de lodo de tanques
sépticos
Fonte: Adaptado de CAMPOS et al. (2009)

Avançando na proposta, (7) Campos et al. (2009) estudaram um sistema de flotação piloto de forma a separar a fase
líquida e uma fase com maior concentração de sólidos do lodo séptico. A fase líquida poderia ser aplicada
diretamente à ETE conjuntamente com o esgoto doméstico, nesse caso sem a dosagem realizada por bombeamento.
A fase mais concentrada, com quantidade maior de sólidos, viabilizaria o tratamento do lodo de forma isolada, ou
conjuntamente com o lodo gerado pela estação de esgotos. O sistema foi localizado a jusante de um tanque de
equalização, ao qual recebia o lodo séptico. O gradeamento era realizado antes da flotação.

Foi descrito por (8) Campos et al. (2009) uma CRLTS construída pela Sociedade de Abastecimento de Água e
Saneamento S.A. (SANASA) localizada a 6 km da ETE Piçarrão (Campinas-SP) que recebe cerca de 100 caminhões
de lodo por dia. A central possui três pontos de recebimento e são compostas por um pré-tratamento e medição de
vazão semelhante ao apresentado pelos mesmos autores na proposta (6) teórica. O lodo após pré-tratamento é
encaminhado a um interceptor à ETE Piçarrão.

(9) Samways et al. (2010) avaliaram o desempenho de reatores tipo UASB, em escala piloto (2 m3), no tratamento do
lodo séptico conjuntamente com esgoto sanitário. O estudo foi desenvolvido nas dependências da ETE Belém
(Curitiba-PR), da SANEPAR. Durante o trabalho foi desenvolvido o conceito de pré-tratamento, dotado de
gradeamento e medição de vazão através de Calha Parshall, para a recepção e armazenamento do lodo de tanques
sépticos. A medição da vazão, nesse caso, serviu para padronizar as coletas do lodo dos caminhões de forma a

5
caracterizar o lodo descarregado em amostras proporcionais à vazão. Após o pré-tratamento, foi instalado um tanque-
de equalização que servia ao mesmo tempo como adensador do lodo, com a função de separar as fases (líquida e
sólida) do lodo. A parte clarificada era descartada e encaminhada ao afluente da ETE Belém e o lodo adensado,
seguindo para um tanque de armazenamento, o qual era homogeneizado e depois dosado, através de um conjunto
moto-bomba, aos reatores UASB. O Fluxograma do sistema pode ser observado na Figura 4.

Figura 4. Fluxograma da Estação Piloto tratando lodo séptico em reatores UASB


Fonte: SAMWAYS et al. (2010)

Em estudo realizado por (10) (11) Aisse et al. (2014) sobre a sedimentação e sedimentação quimicamente assistida
do lodo séptico, foram apresentados duas propostas de CRLTS, uma para fluxo contínuo e outro para batelada.
Ambas as propostas apresentam a grade como pré-tratamento do lodo para remoção de sólidos grosseiros. Para
centrais com fluxo contínuo, os autores sugerem a utilização de tanque de equalização com mistura lenta e em
seguida, tanque de sedimentação para a separação das fases. Para centrais em batelada, não se faz necessária a
equalização e o sedimentador é dimensionado para a vazão média diária de lodo. Nesse processo o sedimentador
funcionaria em ciclos, a saber: enchimento; sedimentação; retirada do sobrenadante (escuma e clarificado); e repouso
(lodo). Caso o lodo sedimentado não esteja estabilizado, ou seja, a relação de Sólidos Totais Voláteis/Sólidos Totais
(STV/ST) acima de 0.65, o lodo seria encaminhado à ETE ou digestor. Do contrário, o lodo seguiria para o processo
de desaguamento e higienização convencional. A Figura 5 apresenta o fluxograma das CRLTS propostas.

(a) (b)

Figura 5. Fluxograma da estrutura de sedimentação do lodo de tanque séptico considerando fluxo contínuo (a) e por
batelada (b)
Fonte: Modificado de AISSE et al. (2014)

(12) Foi apresentada por Aisse et al. (2014) uma CRLTS piloto, contígua a ETE Asa Sul (Brasília-DF) para
recebimento das descargas de lodos de tanques sépticos com capacidade para até dois caminhões por vez, construído
em parceria entre a Universidade de Brasília (UnB) e CAESB. Na concepção da estação piloto foi presumida a

6
incidência de lodo com alto teor de gordura. A estação possui as seguintes unidades: grade estática plana com
limpeza mecanizada; sistema de trituração de “torrões” de gorduras; sistema de dosagem de produtos químicos (para
separação das gorduras); tanque de equalização, tanque de separação de gorduras e de adensamento de lodos
assistido por um sistema de aeração com ar comprimido; sistema mecanizado de remoção de escumas; tanque
volumétrico de recepção e equalização da escuma; container para armazenamento das escumas; leitos de secagem
das escumas; e instalações para desaguamento de lodo. Todas as unidades são interligadas, podendo trabalhar em
série ou isoladamente. Há a possibilidade de encaminhamento das gorduras separadas nessa linha para a outra linha
da estação piloto, para resíduos com “alto teor de gorduras”. A Figura 9 mostra o fluxograma da linha destinada ao
processamento de lodos de na estação piloto.

(13) Aisse et al. (2014) descrevem uma CRLTS desenvolvida pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito
Federal- CAESB conjuntamente com o Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal-SLU para recebimento de
lodo séptico na ETE Asa Sul (Brasilía-DF). Funcionando em escala plena, recebe diariamente em média 100
caminhões de lodo de tanques sépticos e cerca de 10 caminhões contendo resíduos gordurosos, em sua maioria,
provenientes de limpeza de caixas de gordura. A central possui pátio de manobra com sistema de drenagem à entrada
da ETE. Existem duas linhas de pré-tratamento, ambas contendo grade para remoção de sólidos grosseiros. Na linha
lodo séptico, o material passa por um desarenador, e a parte líquida conduzida à entrada da ETE. Na linha de
resíduos gordurosos, existe uma caixa de gordura simples, que separa a parte flotada, que consiste de uma mistura de
óleos e graxas e outros sólidos, formando escuma que é removida e levada para leitos de secagem. O material dos
leitos de secagem, depois de desaguado, é transportado pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU) para aterro sanitário.

Figura 9. Estação Piloto de Recepção e Condicionamento de Lodos de Fossa – Fluxograma da linha para resíduos
considerados como Lodos Sépticos
Fonte: AISSE et al. (2014) citando SOUZA (2012)

Conclusão

Nenhuma das propostas estudadas contemplou o tratamento do lodo de tanques sépticos em CDT. A única central
construída em escala plena distante de uma ETE foi a de Campinas – SP distante 6 km da ETE Piçarrão. Isto sugere
uma tendência da construção de centrais contíguas a ETEs, contradizendo o sugerido por Campos et al. (2009), em
ter as CRLTS como “opcionais” nas estações. Geralmente as ETEs possuem sistemas de tratamento do lodo gerado
em seus processos (desaguamento e higienização), tornando mais barato os custos de implantação centrais e
descartando a necessidade de CDT, ou pelo menos de parte dela. Outro fator favorável à inserção das centrais em
ETEs é do aproveitamento da infraestrutura existente como laboratórios, vestiários, banheiros e demais.

Mesmo com essa vocação, nem todas as estações devem contar com CRLTS. A localização das centrais deve ser
concebida em razão da demanda de caminhões em uma determinada área. Locais que possuam rede de coleta tendem
7
a possuir uma menor demanda em comparação as regiões que ainda não a possuem. Cada companhia poderia realizar
um levantamento junto aos operadores dos serviços de caminhões limpa-fossa e estudar conjuntamente com os
interessados quais estações receberiam o lodo e sobre quais condições. Como exemplo, a SANEPAR possui no
Estado do Paraná uma ETE a cada 40 km, podendo ser selecionado algumas delas para o recebimento do lodo.

Outro fator que deverá ser levado em consideração quanto à localização é o porte das estações. ETEs de pequeno
porte podem ser afetadas negativamente na qualidade do tratamento de esgoto em relação a uma de maior porte,
principalmente, quando o lançamento do lodo não é controlado. Assim, instalações de CRLTS devem dar preferencia
à estações de maior, quando possível. Sobre a concepção apresentadas neste trabalho, a Tabela 2 apresenta uma
matriz com um resumo das propostas de fluxograma.

Tabela 2 – Matriz com o resumo dos fluxogramas das propostas de CRLTS estudadas
Medição Tanque de Dosagem Separação
Autor(es) Grade Misturador Flotação
de Vazão Equalização do lodo de fases
(1) ECOSOL (2006)
(2) DALCON (2006)
(3) PROENSI (2007)
(4) GONÇALVES (2008)
(5) CRIPPEN et al.(2009)
(6) CAMPOS et al. (2009)
(7) CAMPOS et al. (2009)
(8) CAMPOS et al. (2009)
(9) SAMWAYS et al. (2010)
(10) AISSE et al.(2014)
(11) AISSE et al.(2014)
(12) AISSE et al.(2014)
(13) AISSE et al.(2014)

Todas as propostas estudadas concordam que as CRLTS deverão possuir um sistema de pré-tratamento condizente
com o pré-tratamento do esgoto afluente à ETE e da qualidade do lodo que se deseja produzir. No caso, uma CRLTS
deve possuir um sistema de gradeamento ou peneiramento para a retirada de material grosseiro com eficiência igual
ou superior a ETE. Quanto a medição de vazão, essa não se faz necessária, pois a quantidade de lodo lançado em
uma central poderá ser quantificada em relação ao aumento de volume em seu tanque de equalização. É de interesse
a existência de uma Calha Parshall caso o sistema proposto possua a adição de produtos químicos, como para a
sedimentação quimicamente assistida.

Também é de consenso que as CRLTS devem possuir tanques de equalização (ou pulmão) para atenuar picos de
vazão, equalizar cargas e minimizar efeitos de produtos inibidores ao tratamento nas ETEs. Deve ser levada em
consideração a possibilidade das CRLTS possuírem minimamente mais de um tanque de equalização a fim de
proteger a ETE caso ocorra algum tipo de lançamento indevido. Dessa forma permitiria com que haja tempo hábil
para realizar análises e determinações físico-químicas para determinar se pode haver prejuízo ao tratamento de
esgotos na ETE e acionar os infratores.

O uso de misturadores nos tanques foi recomendado na maioria das propostas, permitindo com que ocorra maior
homogeneização do lodo, assim como a dosagem do lodo nas ETEs. O lodo dosado poderia permitir com que a
estação trabalhe com segurança quanto a carga de SST ou DQO acrescida pelo lodo. A alimentação por
bombeamento parece mais adequada do que por gravidade, pois é possível se impor um limite para a vazão ou carga,
medida como kgDQO.m-3.d-1 ou kgSST.m-3.d-1.

É recomendado com que ocorra a separação das fases do lodo séptico (líquido, sólido e escuma) para
encaminhamento ao tratamento adequado. O líquido poderá ser incorporado diretamente ao esgoto bruto, o lodo
dosado na ETE ou encaminhado para desaguamento, quando o caso, e escuma removida. Desta forma um
sedimentador apresenta-se como o processo adequado para este fim. Caso a estação possua mais de um tanque de
equalização, o mesmo poderá ser dimensionado para trabalhar de forma intermitente, ora equalizando, ora
sedimentando o lodo. Quanto a flotação, a sugestão do seu uso fica a critério da quantidade de gordura existente no

8
lodo. Este trabalho não tem a pretensão de sugerir uma concepção única de uma CRLTS. Cada localidade possui
realidades diferentes, ficando livre a alteração no fluxograma de acordo com as necessidades, porém este fluxograma
tem a tendência de se adaptar a maioria das situações. A Figura 10 apresenta uma sugestão dos autores em razão da
avaliação das propostas estudadas.

Figura 10. Concepção de Central de Recebimento de Lodo de Tanque Séptico (CRLTS) em Estações de Tratamento
de Esgotos Domésticos

Agradecimentos – Os autores agradecem a FINEP e ao CNPq pelo financiamento da pesquisa,


através do edital Ação Transversal Saneamento Ambiental e Habitação (2009), a SANEPAR e a
UFPR, como co-executores, pelo apoio demonstrado. A CAPES pela cessão de Bolsa para
realização do doutorado.
Referências Bibliográficas

Aisse, M. M., Carvalho, E. H. de, Souza, M. A. A. de, Samways G., Peixoto, A., Maria, F. da S., Oliveira, G., Bittar, K..
Codisposição de Lodos de Fossas e Tanques Sépticos em Estações de Tratamento de Esgoto. In: Lodo de Fossa Séptica.
Carvalho, E. H.(coordenador). Rio de Janeiro. 2014 (no Prelo).
Andreoli, C. V. (coordenador). Lodo de Fossa Séptica Rio de Janeiro, ABES. 2009
Campos, J. R.; Povinelli S.C,S.; Aisse, M.M.; Souza, M.A.A.; Samways, G.; Alem Sobrinho, P. Tratamento combinado de lodo
de tanque séptico e de fossas com esgoto sanitário. In: Lodo de Fossa Séptica. Andreoli, C. V.. (coordenador). Rio de
Janeiro, ABES. 2009.
Crippen, J. N.; Ghantous, R.; Antill, M.. WWTP for Small Communities Design for Lower Cost Operations Construction &
Startup. In: PNCWA Annual Conference. Boise, Idaho, USA. 2009.
Dalcon. Contenda. Sistema de Esgotos Sanitários. Implantação dos Tanques de Equalização Curitiba, Sanepar. 2006.
Ecosol . Implantação dos Tanques de Equalização. Estação de Tratamento de Esgoto Cambuí. Curitiba, Sanepar. 2006.
Gonçalves, C. do P., Impacto do Lançamento de Lodo de Tanques/Fossa Sépticas em Estação de Tratamento de Esgoto com
Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente e Manta de Lodo (UASB). Dissertação de Mestrado. EESC-USP. São Carlos.
2008.
Jordão, E. P.; Pessôa, C. A.. Tratamento de Esgoto Doméstico. 6ª ed. Rio de Janeiro, ABES, 2011.
Leite, B. Z.; Pegorini, E. S.; Andreoli, C. V.; Andrade, F. L., Caracterização e alternaticas de disposição de resíduos sépticos. In:
VIII Simpósio Ítalo Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Anais. Fortaleza, 2006a.
Leite, B. Z.; Ingunza, M. P.; Andreoli, C. V. Lodo de decanto-digestores. In: ANDREOLI, C. V. (Org). Alternativas de uso de
resíduos de saneamento. Rio de Janeiro: ABES, 2006b, 361p.
Lucca, P.V.; E Misturini,M. .Estudo dos custos de implantação e operação de sistemas de coleta e tratamento de esgotos a
pequenas comunidades. Trabalho de Conclusão de Curso. UFPR. 2011.
Proensi. Projeto de Engenharia da ETE Esperança. Reservatório de Equalização. Curitiba, Sanepar. 2007.
Samways, G., Aisse, M. M., Andreoli, C. V., Tratamento do lodo de tanques sépticos combinado com esgoto sanitário bruto em
reatores anaeróbios de manta de lodo em escala piloto. In: 32º Congresso interamericano de ingenieria sanitaria y
ambiental. AIDIS: Punta Cana, Rep. Dominicana, 2010. p.1-8.
Souza, M. A. A.; Relatório Parcial da Segunda Reunião da Rede de Pesquisa sobre Lodo Séptico, Edital FINEP 07/2009. Vitória,
2012.

9
USO DE PÓ DE SEMENTES DE MORINGA OLEIFERA NA ADSORÇÃO DE Zn (II),
Cu(II) e Cd(II) DE SISTEMAS AQUÁTICOS

MORINGA OLEIFERA POWDER USED ON Zn(II), Cu(II) AND Cd(II) ADSORPTION


FROM AQUATIC SYSTEMS

Monalisa Franco 1*
Jesus Beltrán Heredia Alonso 2
Jose Euclides Stipp Paterniani 1

Abstract
Heavy metals are common toxic compounds, come from technological activities and sometimes are released into the
environmental system. These metals tend to be persistent, move and accumulate in the food chain; moreover can
bring risks to human health. The removal of these metals from water can be achieved by bioremediation, which
consists in the use of natural compounds in the decontamination process. The Moringa oleifera used as biomass on
the heavy metals adsorption process has shown good capacity on this kind of treatment. Therefore this paper
presents the results of adsorption of Zn (II), Cu (II) and Cd (II) due to application of Moringa oleifera seeds powder.
Isotherm tests, kinetics, pH influence, temperature and application of seed powder on adsorption column were
performed. The maximum adsorption efficiency removal for zinc, cadmium and copper were 94, 79 and 74%,
respectively. The adsorption kinetics obtained shows that the maximum capacity of adsorption occurs in the first 15
minutes of treatment. The pH range that promoted the highest treatment efficiency was between 4 and 6. At the
adsorption column phase the biomass was used and the metal was recovery by HNO3-0,01M, so the use of Moringa
was studied for three successive cycles. The use of adsorption column showed about 91% removal efficiency in its
first cycle, however the column lost its efficacy in subsequent cycles.

Key words: Adsorption, Bioremediation, cadmium, cupper, Moringa oleifera, zinc.

1
Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas. Avenida Cândido Rondon, 501 - Barão Geraldo,
Campinas, São Paulo. 13083-875. Brasil
2
Departamento de Ingeniería Química y Química Física, Facultad de Ciencias, Universidad de Extremadura. Avenida de Elvas,
s/n - Badajoz, Extremadura. 06071. España.
*Monalisa Franco: Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas. Avenida Cândido Rondon, 501 -
Barão Geraldo, Campinas, São Paulo. 13083-875. Brasil. Email: monalisa.franco@feagri.unicamp.br.

1
Resumo
Metais pesados provenientes de atividades tecnológicas e lançados no meio ambiente tendem a ser persistentes,
circular e acumular na cadeia alimentar, trazendo riscos para a saúde humana. A remoção destes metais da água pode
ser realizada através da biorremediação, que consiste no uso de compostos naturais no processo de descontaminação.
O uso Moringa oleifera como biomassa do processo de adsorção de metais pesados tem apresentado bons resultados
de eficiência de remoção para vários metais estudados. Portanto este trabalho apresenta os resultados de adsorção de
Zn (II), Cu (II) e Cd (II), por meio da aplicação do pó de sementes de Moringa oleifera. Foram realizados ensaios de
isoterma, cinética, influência de pH, temperatura e aplicação do pó das sementes em coluna de adsorção. A
eficiência máxima de adsorção de zinco, cadmio e cobre foram de 94, 79 e 74%, respectivamente. A cinética de
adsorção obtida demonstra que a máxima capacidade de adsorção ocorre nos primeiros 15 minutos de tratamento. A
faixa de pH que promoveu maior eficiência de tratamento foi entre 4 e 6. Na fase de aplicação da coluna de adsorção,
a biomassa foi empregada e em seguida houve recuperação do metal com a aplicação de HNO 3-0,01M, assim o uso
da Moringa foi estudados por três ciclos sucessivos. O uso da coluna de adsorção apresentou cerca de 91% de
eficiência de remoção em seu primeiro ciclo, entretanto perdeu sua eficiência nos ciclos subsequentes.

Palavras-chave: Adsorção, Biorremediação, cádmio, cobre, Moringa oleifera, zinco.

Introdução

Devido a crescente industrialização, um grande volume de descargas de efluentes domésticos, agropecuários e


industriais tem sido despejado sem tratamento nos mananciais hídricos, devido a essa contaminação a concentração
dos metais pesados tem se tornado uma grande preocupação do ponto de vista ambiental e de saúde pública. Alguns
exemplos destes metais são cádmio (Cd), chumbo (Pb), cobalto (Co), cobre (Cu), cromo (Cr), ferro (Fe), magnésio
(Mg), manganês (Mn), níquel (Ni), prata (Ag) e zinco (Zn). Metais são essenciais para a vida do ser humano,
entretanto se tornam tóxicos quando suas concentrações ultrapassam os limites tolerados pelo organismo, podem
causar problemas respiratórios, no sistema nervoso e estão muitas vezes relacionados ao aparecimento de câncer
(Reddy, et al., 2008; Nadeem et al., 2009).

As principais metodologias utilizadas no tratamento de remoção de metais são filtração, precipitação, coagulação,
troca iônica e osmose reversa, entretanto elas estão, na maioria das vezes, associados a compostos químicos que
encarecem o processo de tratamento. Pensando nisto, alternativas aos compostos químicos vêm sendo estudadas, e
dentre elas está a biorremediação, que consiste no uso de compostos naturais na descontaminação dos corpos de água
por metais pesados. A biorremedição se apresenta como uma opção eficiente e de baixo custo no tratamento de
efluentes com metais pesados (Sajidu et al. 2005; Sharma et al.,2006; Acheampong et al., 2011)

Dentre os compostos naturais utilizados na biorremediação estão subprodutos da agricultura, algas marinhas, bem
como sementes de Moringa oleifera que além de apresentarem atividade coagulante, farmacêutica, geração de óleo
para biodiesel também tem demonstrado resultados satisfatório na biossorção de metais pesados. Na remoção de Cd,
Pb, Fe e Mn, por exemplo, alcançaram respectivamente, valores de eficiência em torno de 85, 96, 78 e 59% com o
uso de solução a partir de sementes de Moringa oleifera conforme Sharma et al. (2007), Bhatti et al. (2007) e Sajidu
et al.(2005).

O mecanismo de biossorção varia de acordo com a espécie do metal e do biosorvente. Dentre os fatores que podem
influenciar no processo de biossorção estão: pH, temperatura, força iônica, concentração inicial do metal e
concentração do biossorvente (Arief et al, 2008). Por isso, é necessária a análise e estudo dos materiais disponíveis
para biossorção antes de sua aplicação em escala real. Deste modo, o principal objetivo deste trabalho é avaliar a
eficiência do uso do pó de Moringa oleifera na remoção de Zn (II), Cu (II) e Cd(II) em soluções aquosas.

Metodologia

Preparo do pó das sementes de Moringa oleifera

2
As sementes de Moringa oleifera foram coletadas do campo experimental da Faculdade de Engenharia Agrícola
(UNICAMP) e no momento do uso as sementes foram trituradas por um triturador domestico. O pó das sementes foi
peneirado a 0,5mm e armazenado em frasco fechado em temperatura ambiente para uso posterior.

Isotermas de adsorção
As soluções metálicas foram preparadas previamente a partir do composto N2O6Zn.H2O, CdN2O6.4H2O,
Cu(NO3)2.2,5H2O e diluídas em água destilada segundo concentrações iniciais desejadas.

Para a realização dos experimentos, variou-se a concentração inicial da solução metálica (7.0 – 50ppm) e a massa do
pó das sementes de Moringa oleifera (0.05 g – 0.4 g). Sendo mantidos constantes o volume da solução metálica em
0.05 L, o tempo de contato em uma hora e a temperatura do experimento à 20°C.

A capacidade de adsorção foi calculada usando a Equação 1, onde V é o volume da solução metálica (L); Co e Ce são
concentração inicial e de equilíbrio (mg.L-1), respectivamente; m é a massa da biomassa utilizada (g); e qe é o total
de íon metálico adsorvido por grama de biomassa (mg.g-1):

qe= (C0-Ce)/m Equação (1)

Os modelos matemáticos de Langmuir e Freundlich foram utilizados para o tratamento dos dados.

Cinéticas de adsorção
Foram adicionados 0.25 g de pó da biomassa em 0.05 L das soluções de Cu (II), Cd (II), e de Zn (II), com
concentração inicial de 25 mg.L-1. Para analisar a variação da concentração ao longo do tempo, amostras foram
coletadas aos 5, 10, 15, 30, 60, 90, 120, 150, 180, 210, 240 e 1440 minutos de tratamento.

A capacidade de adsorção em um determinado tempo t foi calculado pela equação 2, onde Ct é a concentração do
metal no tempo t.

qt= (C0-Ce)/m Equação (2)

Variação de pH e temperatura
Em solução de 25 mg.L-1 de Zn (II), volume de 0.05 mL e 0.25 g de Moringa oleifera foram realizados ensaios com
pH variando entre 2.0 e 6.0, e temperatura entre 10 e 40°C.

Coluna de adsorção (Regeneração da biomassa)


Uma pipeta de 10 mL foi utilizada como suporte para a montagem da coluna de adsorção. Nela foram adicionados
0.25 g de biomassa, sobre uma camada suporte de 0.1 g de fibra de vidro.

Dando início ao processo, 0.05 L de dissolução metálica com concentração inicial de 25 mg.L-1 passaram pela coluna
com o pó das sementes de Moringa oleifera e recircularam pelo sistema pelo período de 15 horas.

Numa segunda etapa 0.05 L de ácido nítrico (0,01M) passaram de forma contínua pelo sistema para promover a
recuperação do metal adsorvido, seguindo modelo proposto por Sharma et al. (2007) completando deste modo o
ciclo de adsorção e recuperação do metal. Para análise da capacidade de coluna foram realizados três ciclos seguidos,
sem troca da biomassa.

Análise da concentração do metal


A análise da concentração do metal foi realizada pelo método do espectrofotômetro. Em balão volumétrico de 25 mL
foram adiconados1 mL de amostra, 5 mL de solução tampão pH (borato sódico e carbonato sódico em volumes
iguais, pH 10) e 2 mL de PAR (4-(2-piridilazo)-resorcinol). O balão volumétrico foi completado com água destilada
até o menisco e a solução foi mesclada. Após 20 minutos de repouso foi feita a leitura com cubeta de vidro – 1 cm –
com comprimento de onda 505nm (Beltrán-Heredia & Sánchez-Martín, 2008).

3
Com exceção das amostras da coluna de adsorção, todas as demais foram submetidas ao processo de centrifugação a
3500 rpm por 4 minutos, para separação da fase sólida da líquida.

Resultados

Isotermas de adsorção
Langmuir propõe que a adsorção ocorre na forma de monocamada na superfície do adsorvente, além de considerar
que a superfície adsorvente é homogênea e com sítios de energia idênticos. Enquanto Freundlich assume que a
adsorção ocorre em multicamadas e que a superfície adsorvente é heterogênea (Meneghel et al.,2013). Levando em
consideração os coeficientes de correlação (R²) apresentados na Tabela 1, os dados obtidos experimentalmente neste
estudo para Zn se ajustam melhor ao modelo de Freundlich, seguindo as premissas de Kalavathy et al., (2010) e
Bhatti (2007) enquanto os metais Cu e Cd têm seus dados melhor ajustados ao modelo de Langmuir confirmando os
dados obtidos por Reddy et al. (2008) e Nadeem et al. (2009).

Tabela 1. Valores de “R²” das equações de isoterma de adsorção


Langmuir Freundlich
Cu (II) 0,84 0,80
sCd (II) 0,77 0,76
Zn(II) 0.92 0.96

Para entender os processos de adsorção sugeridos por Freundlich e Lagmuir as Figuras 1, 2 e 3 apresentam as
condições de equilíbrio de variações de concentração inicial da solução metálica (Cu, Cd e Zn) e da massa do
material biossorvente (Moringa oleifera). As Figuras 1, 2 e 3 demonstram a capacidade de adsorção variando entre
0,8 e 6,5 e 0,7 e 7,6 mg.g-1 para Zn e Cu respectivamente. Para o Cd a capacidade de adsorção variou entre 0,7 e 6,3,
sendo que o valor deste estudo é superior ao encontrado por Nadeem et al. (2009) que tem sua capacidade de
adsorção em torno de 1,06mg.g-1 para o metal Cd. A eficiêcia máxima de adsorção de zinco, cadmio e cobre foram
de 94, 79 e 74%, respectivamente. As condições dos ensaios com menores concentrações iniciais de Zn e Cd
favorecem a maior eficiência de adsorção. Estes resultados seguem a explicação de Bhatti et al. (2007), de que existe
maior remoção do metal em concentrações iniciais do composto metálico mais baixas e de que em concentrações
mais altas o número de sítio de ligações ficam saturados rapidamente quando a concentração da biomassa se mantém
constante. Já no caso do cobre, dentre os ensaios realizados a maior eficiência de remoção foi alcançada durante a
aplicação de concentração inicial 25mg.L-1 de Cu e 0,25g de biomassa.

Figura 1. Isoterma de adsorção – Cu (II). Figura 2. Isoterma de adsorção – Zn (II).

4
Figura 3. Isoterma de adsorção – Cd (II). Figura 4. Cinética de adsorção – Cu (II), Cd (II) e Zn (II)

Cinética de adsorção
A cinética de adsorção obtida – Figura 4 – demonstra que a máxima capacidade de adsorção ocorre nos primeiros 15
minutos de tratamento (Meneghel et al., 2013). O máximo de eficiência atingida para a concentração inicial de 25
mg.L-1 de todos os metais estudados com 0,25g de pó de Moringa oleifera em 0,05L de solução metálica foi de 71%,
69% e 76% para Zinco, Cobre e Cádmio respectivamente. Após esse período ocorre um decréscimo na eficiência do
tratamento que se estabiliza a partir de 120 minutos com eficiência em torno de 40-49%, para o Zn e Cu. Já a
estabilidade para o cádmio ocorre após 180minutos e estabelece uma média de 30% eficiência de adsorção. Como
não houve nenhum tratamento físico nas sementes que proporcionasse maior número de sítios ligantes e de poros da
biomassa que resultasse maior capacidade de adsorção, é possível que os sítios ativos da biomassa tenham sido
ocupados por outros compostos presentes no meio. (Meneghel et al.,2013). Tal comportamento pode ser responsável
pelo decréscimo da eficiência do tratamento ao longo do tempo estudado.

pH e Temperatura
O pH é um fator muito importante envolvido no processo de adsorção dos metais. Neste estudo foram realizados
ensaios em condições ácidas de maneira a evitar o efeito de precipitação dos metais, promovido por condições
básicas no meio (Bhatti et al., 2007). Como é possível observar na Figura 5, com pH em torno de 2,0, a adsorção no
meio é quase nula. Chen et al.(2008) descreve que há uma forte dificuldade de ligação entre os íons metálicos e a
superfície da biomassa em condições muito ácidas, visto ocorre a disputa entre os íons H + e íons do metal estudado
pelos sítios ligantes da biomassa. É necessário então o enfraquecimento dos prótons presentes no meio para favorecer
a ligação dos sítios negativos da biomassa e positivos dos metais. Com o aumento gradual do pH da solução, maiores
valores de adsorção foram observados com os metais estudados. Com pH em torno de 4,0 a eficiência da adsorção
foi de cerca de 80%. Para os metais zinco e cádmio, a faixa de pH que favoreceu maior eficiência de adsorção foi
entre 5 e 6, confirmando dados apresentados por Sharma (2006). Já para o cobre, a faixa de variação do pH estava
mais ampla, entre 4 e 6, em estudo semelhante Kalavathy et al. (2010) também apresenta que o pH ótimo para
adsorção de cobre é 6,0.

Em relação a variação da temperatura, nos ensaios com temperaturas mais baixas é possível alcançar maior eficiência
de adsorção, devido a maior estabilidade das ligações que ocorrem entre adsorvente e adsorbato. Como a adsorção
depende diretamente da temperatura, observou-se (Figura 6) que para o tratamento de soluções com Zn(II) a
temperatura que promoveu maior eficiência de remoção foi 20°C, já nos casos de Cu e Cd a temperatura de 10°C foi
a que promoveu maior eficiência (Jimenez et al., 2004; Arief et al., 2008).

Coluna de adsorção
A Figura 7 apresenta a eficiência do uso de Moringa oleifera em coluna nos ciclos de adsorção após regeneração. É
possível notar que o primeiro ciclo de adsorção se demonstra muito eficiente (75 e 95%), já que a biomassa utilizada
está nova, no entanto quando ocorre o processo de regeneração da biomassa a eficiência do processo passa para 35%

5
em média. Sharma et al. (2007) também realizaram estudos de reuso da biomassa e apresentaram eficiência inferior
a encontrada neste estudo para o primeiro ciclo de operação. Os metais Cd e Cu segundo os autores apresentam
eficiência de adsorção de 76 e 71%, respectivamente. No entanto este trabalho apresenta valores de eficiência de 84 e
74% para os mesmo metais estudados, também no primeiro ciclo de aplicação. No entanto, Sharma et al. (2007)
apresentam capacidade constante de reuso da biomassa por mais dois ciclos e início de redução da eficiência no
quarto ciclo de uso, diferentemente do que ocorre no presente trabalho. A diferença talvez possa ser explicada pelo
modo de aplicação do processo: neste estudo a Moringa foi aplicada como meio filtrante da coluna de adsorção,
enquanto naquele estudo a biomassa foi mantida em agitação com a solução metálica em erlenmeyers. Talvez a
aplicação de maiores massas do pó de Moringa oleifera proporcionasse o aumento da reutilização da biomassa por
mais ciclos.
O uso de Ácido Nítrico 0,01M apresentou eficiência de recuperação do metal retido na coluna em torno de 97% nos
três ciclos testados.

Figura 5. Influência do pH Figura 6. Influência de temperatura.

Figura 7. Ciclos de adsorção em coluna de Moringa oleifera.

Conclusão

Deste estudo é possível concluir que o uso do pós de sementes de Moringa oleifera é eficiente na remoção dos
metais estudados: Cu+2, Cd+2 e Zn+2 da água, principalmente em concentrações em torno de 7mg.L-1;
Que os primeiros 15 minutos de contato entre adsorvente e adsorbato são responsáveis pela maior eficiência de
adsorção dos metais do meio, bem como o ajuste do pH da solução em torno de 6,0.

6
Agradecimentos Os autores agradecem ao auxilio financeiro da FAPESP (PROCESSOS 2011/08233-9 e
2012/14522-6). À Faculdade de Engenharia Agrícola – UNICAMP e a Universidade de Extremadura.

Referências
Acheampong, M. A., Pereira, J. P. C., Meulepas, R. J. W., Lens, P. N. L. (2011) Biosorption of Cu(II) onto
agricultural materials from tropical regions. Journal of Chemical Technoloy and Biotechnology, 89(9), 1184
– 1194.
Arief, V. O. , Tilestari, K., Sunarso, J., Indraswati, N., Ismadji, S. (2008) “Recent progress on biosorption of heavy
metals from liquids using low cost biosorbents: characterization, biosorption parameters and mechanism
studies”. CLEAN – soil, air, water, 36(12), 937-962.
Beltrán-Heredia, J. And Sánchez-Martín, J. (2008) “Heavy metals removal from surface water with Moringa oleifera
seed extract as flocculant agent”. Fresenius Environmental Bulletin, 17(12), 2134-2140.
Bhatti, H. N., Mumtaz, B., Hanif, M. A., Nadeem, R. (2007) Removal of Zn(II) ions from aqueous solution using
Moringa oleifera Lam. (horseradish tree) biomass. Process Biochemistry, 42, 547–553.
Chen, G., Zeng, G., Tang, L., Du, C., Jiang, X., Huang, G., Liu, H., Shen, G. (2008) Cadmium removal form
simulated wastewater to biomass byproduct of Lentinus edodes. Bioresource Technology, 99, 7034-7040.
Jimenez, R. S., Dal Bosco, S. M., Carvalho, W. A. (2004) “Remoção de metais pesados de efluentes aquosos pela
zeólita natural escolecita - influência da temperatura e do pH na adsorção em sistemas
monoelementares. Quím. Nova [online], 27(5), 734-738.
Kalavathy, M. H., Miranda, L. R. (2010) Moringa oleífera – a solid phase extractant for the removal of copper,
nickel and zinc from aqueous solutions. Chemical Engineering Journal. 158(2), 188 - 199.
Meneghel, A. P., Gonçalves Jr, A.C., Rubio, F., Dragunski, D.C., Lindino, C. A., Strey, L. (2013). Biosorption of
Cadmium from water using Moringa (Moringa oleifera Lam) seeds. Water Air Pollut, 224, 1383.
Nadeem, M., Shabbir, M., Abdullah, M. A., Shah, S. S., Mckay, G. (2009). Sorption of cadmium from aqueous
solution by surfactant-modified carbon adsorvents. Chemical Engineering Journal, 148(2 -3), 365 - 370.
Reddy, D.H.K.; Seshaiah, K; Reddy, A.V.R; Rao, M.M., Wang, M. C. (2010) Biosorption of Pb2+ from aqueous
solutions by Moringa oleifera bark: Equilibrium and kinetic Studies, Journal of Hazardous Materials, 174
(1-3), 831-838.
Reddy, D.H.K.; Seshaiah, K; Reddy, A.V.R; Lee, M.M. (2008) Optization of Cd (II), Cu(II) and Ni(II) biosorption
by chemically modified Moringa oleifera leaves powder. Carbohydrates polymers 88, 1077-1086.
Sajidu, S. M.; Henry, E. M. T.; Kwamdera, G.;Mataka, L. (2005) Removal of lead, iron and cadmium ions by means
of polyelectrolytes of the Moringa Oleifera whole seed kernel Water Resources Management III. WIT
Transactions on Ecology and the Environment, 80, 251-258.
Sharma, P.; Kumari, P.; Srivastava, M.M.; Srivastava, S. (2006) Removal of cadmium from aqueous system by
shelled Moringa oleifera Lam. seed powder. Bioresource Technology, 97, 299–305.
Sharma, P.; Kumari, P.; Srivastava, M.M.; Srivastava, S. (2007) Ternary biosorption studies of Cd(II), Cr(III) and
Ni(II) on shelled Moringa oleifera seeds. Bioresource Technology 98, 474–477.

7
ENEFECTO DE LA INTENSIDAD DE CORRIENTE, TIEMPO DE ELECTRÓLISIS Y
TIEMPO DE RECIRCULACIÓN HIDRÁULICA EN LA REMOCIÓN DE
IBUPROFENO

CURRENT INTENSITY, ELECTROLYSIS TIME, AND HYDRAULIC RECIRCULATION


TIME EFFECT ON THE IBUPROFEN REMOVAL

Napoles-Armenta, Juan 1
García-Gómez, Celestino 1
Gortáres-Moroyoqui, Pablo 1*

Abstract
In recent years, concern has arisen from the contamination of water bodies by certain drugs, such as ibuprofen,
found in low concentrations (ng or micrograms per liter). The objective of this work is to assess the effect of current
intensity, electrolysis time, and hydraulic recirculation time on the removal of ibuprofen from water. A cylindrical
reactor with concentric electrodes was used. Electrodes were distributed, from center to the periphery, cathode-
anode-cathode. A factorial 2ᴷ experimental design with a composite central experimental design, were carried out to
evaluate the effect of I, t HRT on the ibuprofen removal. Samples were analyzed using UV spectrophotometry at
223nm. The results were analyzed using the statistical software Design Expert 9. Micropollutant removal was mainly
affected by current intensity and the time showed significant difference. The greater removal was 95.36%, which was
achieved with a current of 2.34Amp a time 225min and HRT of 2.1min. However, the hydraulic recirculation time
not showed significant difference.

KeyWords: Electrooxidation, Ibuprofen, Micropollutant, Treatment, Water.

1
Departamento de Biotecnología y Ciencias Alimentarias, Instituto Tecnológico de Sonora. 5 de Febrero 818sur, Ciudad
Obregón, Sonora. Código Postal 85000. México.
*Autor corresponsal: Departamento de Biotecnología y Ciencias Alimentarias, Instituto Tecnológico de Sonora. 5 de Febrero
818sur, Colonia Centro, Ciudad Obregón, Sonora. Código Postal 85000. México. Teléfono 644 4109000, Extensión 2110.
Email: pablo.gortares@itson.edu.mx
1
Resumen
En los últimos años ha surgido la preocupación de la contaminación de los cuerpos acuáticos por algunos fármacos,
como el ibuprofeno, encontrados en bajas concentraciones (ng o µg por litro). El objetivo del presente trabajo es
evaluar el efecto de la intensidad de corriente (I), tiempo de electrolisis (t) y tiempo de recirculación hidráulica
(TRH) en la remoción de ibuprofeno del agua. Se utilizó un reactor cilíndrico con electrodos concéntricos
intercalando del centro hacia la periferia, cátodo-ánodo-cátodo. Se utilizó un diseño factorial 2ᴷ y compuesto central.
Se analizaron las muestras por espectrofotometría UV a 223nm. Los resultados se analizaron utilizando el software
estadístico Design Expert 9. La eliminación del microcontaminante principalmente es afectada por la intensidad de
corriente y el tiempo de electrolisis mostrando diferencia significativa. La mayor remoción fue del 95.36%, lo cual se
logró con una I de 2.34Amp, un tiempo de 225min y un TRH de 2.1min. Sin embargo, el tiempo de recirculación
hidráulico no mostró diferencia significativa.

Palabras clave: Agua, Electrooxidación, Ibuprofeno, Microcontaminante, Tratamiento.

Introducción

Con el aumento acelerado de la población así como con la industrialización se ha incrementado la demanda y la
sobreexplotación de los recursos naturales y por ende la generación de residuos sólidos urbanos, agrícolas,
industriales entre otros, causando así diversas alteraciones en el entorno.

El agua es un recurso vital para el desarrollo de las actividades cotidianas de la humanidad, por lo que la
contaminación de ésta se ha vuelto de gran interés alrededor del mundo. Los lagos, ríos, canales y otros cuerpos de
agua son contaminados, por la actividad antropogénica o por procesos naturales. Behbahani et al. (2010) publicaron
que la descarga de aguas residuales industriales, tales como las industrias de semiconductores, industria del aluminio
y las industrias manufactureras de vidrio contribuyen en la contaminación del agua, especialmente en las aguas
subterráneas.

El desarrollo de la industria ha llevado a la producción de abundantes compuestos químicos sintéticos, esto ha


generado un incremento en el número de contaminantes que son considerados un potencial amenazador para el
ambiente. Hoy en día se habla de contaminantes emergentes, tales como: productos farmacéuticos, de cuidado
personal, surfactantes, aditivos industriales, plastificantes, plaguicidas y una gran variedad de compuestos químicos.
Estos compuestos se encuentran generalmente en cantidades pequeñas (mg/L o ng/L), los cuales por lo general no
están regulados o reglamentados por la mayoría de los países. También son llamados microcontaminantes debido a
las concentraciones a las que son encontrados en los cuerpos acuáticos. Estos resultan ser de gran interés científico,
ya que sus emisiones en el medio ambiente pueden aumentar la presencia de bacterias resistentes, además debido a
sus propiedades físico-químicas (alta solubilidad en agua y poco biodegradabilidad) son capaces de llegar a cualquier
medio natural y representar un grave riesgo para el consumo de agua potable. Los microcontaminantes provocan
efectos significativos, alterando al sistema endócrino y bloqueando o perturbando las funciones hormonales, afectan
la salud de los seres humanos y de especies animales aun cuando se encuentran en bajas concentraciones (García et
al., 2011). Una clase importante de fármacos anti-inflamatorios no esteroideos está representada por derivados de
ácidos carboxílicos, como ibuprofeno, que es ampliamente utilizado en el tratamiento de enfermedades inflamatorias
y dolorosas de origen reumático y no reumática (Bonora et al., 2014). Su presencia en los cuerpos acuáticos
receptores de las aguas residuales, crudas o tratadas, provoca efectos desconocidos en organismos no blanco y
resistencia en microorganismos.

El tratamiento de las aguas residuales generadas por la industria sigue siendo un problema importante de
contaminación del medio ambiente debido a su enorme cantidad y su diversidad. Algunos líquidos residuales pueden
presentar la demanda química de oxígeno (DQO) extremadamente alta, en promedio alrededor de 2000mg/L, ser
fuerte olor y color oscuro. Por lo tanto, el tratamiento adecuado de estos efluentes es esencial antes de ser
descargadas en cuerpos de agua (Zodi et al., 2010). Los principales procesos para eliminar contaminantes de las

2
aguas residuales son físicos, químicos y biológicos, procesos que se presentan en los métodos convencionales de
tratamiento, donde se remueven contaminantes. Las plantas tratadoras de aguas los incluyen, sin embargo no son
eficientes para eliminar microcontaminantes. Muchos investigadores han buscado métodos adecuados para el
tratamiento de aguas residuales: las tecnologías electroquímicas han alcanzado una etapa prometedora de desarrollo
y ahora también pueden ser utilizadas con eficacia para la remoción de estos compuestos (Farhadi et al., 2012). Por
otro lado, Zaroual et al. (2008) publicaron que en los últimos años, la electrocoagulación se ha utilizado con éxito
para tratar una variedad de aguas residuales industriales. Aleboyeh et al. (2007) escribieron que el tratamiento por
electrocoagulación se ha aplicado al tratamiento de la variedad de los efluentes de colorantes. IWA Publishing
(2010) describe los procesos para la eliminación de microcontaminantes de agua y agua residual, entre los cuales está
la microfiltración, la adsorción, coagulación, procesos membranales y biológicos. En comparación con la floculación
y coagulación tradicional, la electrocoagulación, en teoría, posee ventaja en la eliminación de pequeñas partículas
coloidales; tienen una probabilidad mayor de ser coaguladas por el campo eléctrico que los pone en movimiento. La
electrooxidación es un proceso que degrada los contaminantes sin formar residuos como coágulos o fóculos. Esta
última ha sido utilizada para eliminar microcontaminantes por que tiene la ventaja de que no solo remueve los
contaminantes sino que los degrada durante el proceso. Al utilizar la electrooxidación se requiere de un electrolito de
soporte para mejorar la conductividad eléctrica. A pesar de que el cloruro de sodio es el más comúnmente utilizado
para en procesos electrolíticos, su uso sigue siendo controvertido debido a la posible formación subproductos
orgánicos de cloro. En trabajos recientes, se demostró que el sulfato de sodio es el mejor electrolito de soporte para
el proceso electroquímico desde un punto de vista económico, de eficiencia, y medioambiental (García et al., 2011).

Cuando se realiza una investigación es importante darle certeza a los resultados obtenidos, para lo cual se cuenta con
paquetes estadísticos que ayudan con esto. García et al. (2011) utilizó un diseño central compuesto para el análisis de
sus resultados. Este se utiliza para determinar las condiciones óptimas de funcionamiento. Este diseño está formado
por puntos distribuidos de manera uniforme en el espacio de las variables codificadas. Una de las ventajas es la
posibilidad de explorar toda la región experimental y la utilidad de la interpolación de la respuesta. La matriz permite
la descripción de una región alrededor de una respuesta óptima. Se compone de matriz factorial con experimentos
adicionales.

Debido a la importancia de los contaminantes emergentes y la necesidad de removerlos de los sistemas acuáticos, se
planteó el siguiente objetivo para esta investigación: Evaluar el efecto de la intensidad de corriente, tiempo y tiempo
de recirculación hidráulica en la remoción de ibuprofeno del agua.

Metodología

Preparación de la solución sintética


Se utilizó ibuprofeno con calidad analítica y una pureza del 98%, marca SIGMA, con la que se obtuvo la curva
estándar. Para los experimentos se usó este fármaco de una marca comercial, llamado Algidol, cuya presentación es
en capsulas que contienen 200mg. La solución madre sintética se preparó a 20mg/L utilizando agua destilada. El
ibuprofeno se solubilizó con agitador magnético a temperatura ambiente durante 24 h. Esta solución se mantuvo en
refrigeración (4 º C). Posteriormente, un volumen de 250ml de solución madre de ibuprofeno se aforó con agua
destilada hasta un volumen final de 1 L. Luego se mantuvo en agitación durante 10 minutos, la mezcla se logró
mediante el uso de una barra de agitación depositado en la parte inferior del matraz. La mezcla resultante constituye
el ibuprofeno sintético con concentración final de 5 mg/L. Sulfato de sodio se utilizó como electrólito de soporte
añadiendo a una concentración de 400 mg/L para incrementar la conductividad eléctrica. Los experimentos de
degradación de ibuprofeno se realizaron con un volumen de medio de 0.550L.

Unidad experimental
La unidad del reactor de electrooxidación utilizado tenía l L de capacidad, y se realizó en material acrílico cilíndrico
con una dimensión de 4cm de radio y 29cm de altura. El volumen de operación fue de 550 ml. Dos mallas circulares
de titanio fueron usadas como cátodo y una malla circular de titanio se utilizó como ánodo. Fueron colocados de
manera concéntrica con intercalado del centro hacia la periferia, cátodo-ánodo-cátodo, para maximizar la eficiencia
en la conductividad. La separación entre los electrodos fue de 1cm. Se mantuvo el TRH constante con una bomba
3
peristáltica a diferentes caudales. La intensidad de corriente se reguló utilizando una fuente de poder con salida
máxima de tres amperes. Todos los tratamientos se llevaron a cabo a temperatura ambiente.

Análisis
Se muestreó al inicio y al final de cada uno de los tratamientos. La concentración de ibuprofeno en la solución fue
determinada por espectrofotometría UV a 223nm. La absorción máxima de ibuprofeno se obtuvo haciendo un
barrido en el espectrofotómetro, luego fue usada la longitud de onda de 223nm para evaluar la concentración de
ibuprofeno residual. Se utilizó una curva de calibración de concentración conocida (0.5-5 mg/L) versus la
absorbancia relativa para calcular la concentración del reactivo y para definir la eficiencia. Se realizó un experimento
previo para obtener la cinética de remoción, con lo que se determinó tomar dos valores extremos de cada una de las
tres variables. En el caso de la intensidad de corriente se utilizó un valor inferior de 1Amp y uno superior de 2Amp,
en cuanto al tiempo fueron los valores de 150min y 300min, y el TRH se fijó en 1.83min y 2.37min. Una vez que se
determinaron los valores de los parámetros, fueron introducidos al programa Design Expert 9, arrojando este las
condiciones a utilizar del resto de los experimentos. Se evaluó el efecto de las variables sobre la eliminación del
ibuprofeno calculando el porcentaje de remoción. Para lo cual se obtuvieron las concentraciones inicial y final de
cada experimento y calculando de acuerdo a la siguiente fórmula:

% Remoción = C0 – Cf X 100 Ecuación (1)


C0

% Remoción: Ibuprofeno removido en porcentaje.


C0: Concentración inicial de Ibuprofeno.
Cf: Concentración final de Ibuprofeno.

Efecto de la Intensidad de corriente, tiempo y TRH


Se evaluó el efecto de tres variables, intensidad de corriente, tiempo y tiempo de recirculación hidráulica, sobre la
remoción de ibuprofeno del agua. Para esto se realizaron experimentos con diferentes combinaciones en los valores
de las variables, para lo cual se utilizó un diseño experimental 2ᴷ y de valores centrales compuesto, lo cual
finalmente favoreció que cada una de las variables se estudiaran, por lo que se llevaron a cabo 5 niveles, lo que a su
vez permitió desarrollar 20 tratamientos diferentes, que se muestran en la tabla 1.

Tabla 1. Tratamientos llevados a cabo bajo diferentes condiciones de las variables.

4
Resultados

Los resultados obtenidos en la presente investigación pueden ser observados en la tabla 2. Mostrando el efecto de de
la intensidad de corriente, tiempo y TRH sobre la remoción de ibuprofeno.

Tabla 2. Tratamientos llevados a cabo bajo diferentes condiciones de las variables.

En la Figura 1 se observa el diagrama de Pareto que presenta el análisis del efecto de las variables en la remoción de
ibuprofeno. Por otro lado en la figura 2 se tiene el gráfico de superficie de respuesta, donde se pude ver el efecto de
la intensidad de corriente y el tiempo sobre la remoción de ibuprofeno. A mayor tiempo es mayor la remoción
5
obtenida y en el ANOVA se tiene una F de 0.0014, por lo tanto, existe un efecto positivo sobre la remoción que es
estadísticamente significativo. Considerando que la F debe ser menor a 0.05 para considerarse significativa. En
cuanto a la intensidad de corriente también existe una mayor remoción a mayor valor de intensidad con F de 0.0034,
entonces, si existe un efecto positivo sobre la variable de respuesta, estadísticamente significativo.

Figura 1. Análisis del efecto de las variables sobre la remoción de ibuprofeno.

Figura 2. Efecto de la intensidad de corriente y el tiempo en la eficiencia de remoción de ibuprofeno.

En el diagrama de cubo, Figura 3, se tiene una perspectiva del efecto de las tres variables consideradas en esta
investigación. Este muestra numéricamente que a mayor tiempo e intensidad de corriente es mayor la remoción,
mientras que a menor tiempo de recirculación hidráulica presenta una remoción más alta. Es importante agregar que

6
este último parámetro no mostró una mejora estadísticamente significativa y que su F fue de 0.0746 siendo mayor a
0.05.

Figura 3. Efecto de la Intensidad de corriente, tiempo y TRH sobre la remoción de Ibuprofeno.

La eliminación de ibuprofeno principalmente es afectada por la intensidad de corriente y el tiempo, mostrando


diferencia significativa. La mayor remoción fue del 95.36%, lo cual se logró con una I de 2.34Amp, a un tiempo de
225min y un TRH de 2.1. Sin embargo este último no mostró diferencia significativa.

Conclusiones

El efecto de la intensidad de corriente, el tiempo de electrolisis y el tiempo de residencia hidráulico, fueron


investigados. La electrooxidación de ibuprofeno fue evaluada usando un reactor con electrodos cilíndricos, dos de
titanio como cátodos y uno de titanio recubierto con dióxido de plomo como ánodo. Este estudio se realizó en medio
acuoso con ibuprofeno comercial, utilizando sulfato de sodio como soporte electrolitico. Los mejores resultados para
la eliminación de ibuprofeno se obtuvieron con la mayor intensidad de corriente, el mayor tiempo y el menor tiempo
de residencia hidráulico. Una metodología de diseño experimental se ha aplicado para determinar las condiciones
experimentales óptimas. Los resultados obtenidos con diseño factorial realizado en el paquete estadístico utilizado
demostró que el tiempo de electooxidación y la intensidad de corriente son los parámetros más influyentes sobre la
oxidación de ibuprofeno. Mientras que el efecto del tiempo de residencia hidráulica no mostró un efecto
estadísticamente significativo. Este proceso parece ser una prometedora tecnología que se puede utilizar como
tratamiento terciario para eliminar los contaminantes emergentes del agua.

Referencias bibliográficas

7
Aleboyeh, N. Daneshvar, M.B. Kasiri. 2007. Optimization of C.I. Acid Red 14 azo dye removal by
electrocoagulation batch process with response surface methodology. Chemical Engineering and
Processing, 47; 827–832.

S. Bonora, A. Pisi, S. Ottani, D. Cesini, A. Maris, M. Di Foggia, Raman and SERS study on ibuprofen metal
complexes with biomedical interest, Vibrational Spectroscopy (2014),
http://dx.doi.org/10.1016/j.vibspec.2014.04.009

García-Gómez C., Gortáres-Moroyoqui P. y Drogui P. 2011. Contaminantes emergentes: efectos y tratamientos de


remoción. Química Viva, pp. 96–105.

IWA Publishing. 2010. Treatment of Micropollutants in Water and Wastewater. Editado por Jurate Virkutyte,
Rajender S. Varma and Veeriah Jegatheesan. Londres.

M. Behbahani, M.R. Alavi Moghaddam, M. Arami. 2010. Techno-economical evaluation of fluoride removal by
electrocoagulation process: Optimization through response surface methodology. Desalination, 271; 209–
218.

S. Farhadi, B. Aminzadeh, A. Torabian, V. Khatibikamal, M. Alizadehfard, Comparison of COD removal from


pharmaceutical wastewater by electrocoagulation, photoelectrocoagulation, peroxi-electrocoagulation and
peroxi- photoelectrocoagulation processes, Journal of Hazardous Materials (2010),
doi:10.1016/j.jhazmat.2012.03.013

Salim Zodi, Olivier Potier, François Lapicque, Jean-Pierre Leclerc. 2010. Treatment of the industrial wastewaters by
electrocoagulation: Optimization of coupled electrochemical and sedimentation processes. Desalination,
261; 186–190.

Z. Zaroual, H. Chaair, A.H. Essadki, K. El Ass, M. Azzi. 2008. Optimizing the removal of trivalent chromium by
electrocoagulation using experimental design. Chemical Engineering Journal 148 (2009) 488–495.

8
A INFLUÊNCIA DO LIXIVIADO DE UM ATERRO SANITÁRIO SOBRE A
MICROFAUNA, O DIÂMETRO DE FLOCO E AS BACTÉRIAS FILAMENTOSAS DO
LODO ATIVADO DE UMA ETE DE GRANDE PORTE DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO (BRASIL)

THE INFLUENCE OF A LANDFILL LEACHATE ON THE MICROFAUNA, ON THE FLOC


DIAMETER AND ON FILAMENTOUS BACTERIA OF ACTIVATED SLUDGE FROM A
LARGE WWTP (RIO DE JANEIRO – BRAZIL)

Tiago Chagas de Oliveira Tourinho 1*


Cristiane Juliano Mathias1
Alessandra Pereira Ribeiro da Silva 1
Mauro Vinicius Fernandes de Oliveira Soares 1
Marlon Abrahão Passos 1

Abstract
The leachate is one of the biggest problems associated with landfill operation and control and a treatment method is
through cotreatment with municipal wastewater in wastewater treatment plants (WWTPs). Nevertheless, this
alternative may cause damage like the inhibition of the activated sludge microorganism activity. Considering that
the quality of the effluent obtained from a WWTP operated by activated sludge process depends, among other
factors, on the activated sludge microbiota quality, this study aimed to analyze the influence of receiving a two-year-
old landfill leachate on the microfauna, in low flow, in cotreatment condition with municipal wastewater in a large
WWTP, for a period of one year. Besides, it aimed to understand the microfauna population dynamics towards an
environmental stress, relating it with the functionality of each group in the process. The presence of crawling
ciliates, free-swimming ciliates, attached ciliates, flagellates, testate amoebae and micrometazoa was verified in the
reactor. It was observed that the microfauna showed crawling ciliates dominance, and some time a testate amoebae
dominance instead, suggesting a very well colonized and stable sludge, with high purification efficiency over the
study time, with activated sludge classified in Class I according to Madoni (1994). The taxonomic units observed
during the study remained above ten all the time, indicating adequate species richness. Moreover, neither bulking
nor significant reduction in the average size of the floc were detected.

Key Words: Activated Sludge, Leachate, Microfauna, Wastewater.

1
Departamento de Controle de Qualidade de Esgotos da Gerência de Tratamento de Esgotos da Companhia Estadual de Águas e
Esgotos do Rio de Janeiro – CEDAE.
*Autor correspondente: Departamento de Controle de Qualidade de Esgotos da Gerência de Tratamento de Esgotos da
Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro – CEDAE. Av. Bulhões Marcial, 975–Vigário Geral, Rio de Janeiro,
RJ. Código Postal: 21241-367. Brasil. Telefone: 552123322512. E-mail: tiago-tourinho@cedae.com.br
1
Resumo
Os lixiviados são um dos maiores problemas associados à operação e controle dos aterros sanitários e uma das
formas de tratá-los é através de cotratamento com esgoto doméstico em estações de tratamento de esgotos (ETEs).
Contudo, esta alternativa pode causar prejuízos como a inibição da atividade dos microrganismos do lodo ativado.
Considerando que a qualidade do efluente obtido numa ETE operada pelo processo de tratamento por lodos ativados
depende, dentre outros fatores, da qualidade da microbiota presente no lodo ativado, este trabalho teve como objetivo
analisar a influência do recebimento, em baixa vazão, de lixiviado de um aterro sanitário com dois anos sobre a
microfauna, em condição de cotratamento com esgoto sanitário urbano em uma ETE de grande porte, pelo período
de um ano. Além disso, buscou-se compreender a dinâmica populacional da microfauna frente a um estresse
ambiental, relacionando-a com a funcionalidade de cada grupo no processo. No reator, foi verificada a presença de
ciliados predadores de floco, ciliados livre-natantes, ciliados sésseis, flagelados, tecamebas e micrometazoários. Foi
observado que a microfauna apresentou uma dominância ora por ciliados predadores de floco, ora por tecamebas,
sugerindo uma boa colonização e alta eficiência depurativa ao longo dos meses em estudo, apresentando um lodo
ativado enquadrado na Classe I segundo Madoni (1994). O número de táxons encontrados permaneceu acima de dez
durante todo o tempo, indicando uma riqueza adequada de espécies, além de não terem sido observados
intumescimento de lodo e redução significativa do tamanho médio dos flocos.

Palavras-chave: Chorume, Esgoto, Lodo Ativado, Microfauna.

Introdução

Os lixiviados de aterros de resíduos sólidos urbanos são resultado da interação entre um processo de biodegradação
da fração orgânica dos resíduos e da infiltração de águas pluviais que solubilizam componentes orgânicos e
inorgânicos (Gomes, 2009). Atualmente, são um dos maiores problemas associados à operação e controle dos aterros
sanitários. Com isso, os estudos nessa linha de pesquisa se intensificaram e o cotratamento do lixiviado com o esgoto
afluente de estações de tratamento de esgotos (ETEs) se apresenta, eventualmente, como uma alternativa para tal.
Diversos grupos de pesquisa se debruçaram sobre esse tema para entender melhor a influência do lixiviado nos
processos de tratamento aeróbio (Knox, 1985; Li & Zhao, 2001; Lopes et al., 2009).

A qualidade do efluente obtido numa ETE operada pelo processo de tratamento por lodos ativados depende da
qualidade biótica presente no lodo ativado. Diversos grupos microbiológicos participam desse processo, como:
bactérias em suspensão, bactérias aglomeradoras (formadoras) de flocos, bactérias filamentosas, protozoários e
micrometazoários (Sant’anna Jr., 2010). Na literatura, encontra-se um grande acervo acerca das comunidades
presentes nas mais diversas ETEs de lodos ativados em todo o mundo (Vazollér, 1989; Madoni, 1994; Salvadó,
2001), e diversos trabalhos correlacionam os parâmetros operacionais com a microbiota e com a qualidade final do
efluente (Madoni, 1994; Bento et al., 2005).

Madoni (1994), em seu trabalho, realizou a correlação entre condições operacionais e a microfauna encontrada nos
tanques de aeração de 44 ETEs por lodos ativados, definindo grupos indicadores de boa e má eficiência depurativa
dos sistemas. Dentre os indicadores de uma boa depuração (positivos), encontram-se os ciliados predadores de
flocos, ciliados fixos e tecamebas, enquanto os indicadores de má depuração (negativos) seriam os pequenos
flagelados, os ciliados livre-natantes, Vorticella microstoma e Opercularia spp. A partir deste estudo, o autor
desenvolveu um Índice Biótico do Lodo (IBL) relacionado às características do sistema. A determinação do IBL
baseia-se em relações entre os grupos positivos e os negativos, considerando-se a densidade e o número de unidades
taxonômicas presentes no tanque de aeração (Bento et al., 2005). Os valores do IBL correspondem a uma das 4
classes para a caracterização do lodo e a qualificação do efluente (Tabela 1).

2
Tabela 1. Conversão dos valores de IBL em quatro classes de qualidade e seus respectivos diagnósticos. Adaptado
de Madoni (1994 e 2004).
Valores de
Classe Diagnóstico
IBL
8 – 10 I Um lodo muito bem colonizado e estável, ótima atividade biológica; alta eficiência
depurativa.
6–7 II Um lodo bem colonizado e estável, atividade biológica boa; desempenho bom.
4–5 III Depuração biológica insuficiente no tanque de aeração; desempenho medíocre.
0–3 IV Depuração biológica pobre no tanque de aeração; baixo desempenho.

Outro parâmetro que merece atenção é a densidade de bactérias filamentosas. A quantidade de microrganismos
filamentosos em sistemas de lodos ativados é de grande importância para determinar as características de
sedimentação e compactação dos flocos (CETESB, 2012), pois auxilia na previsão de possíveis tendências de
sedimentação. Quando o comprimento do filamento está entre 106 a 107 µm/mL, a sedimentabilidade do lodo está
dentro dos padrões de operação do tanque de aeração. De acordo com Jenkins et al. (2004), quando o valor do
comprimento total dos filamentos estendidos fica acima de 10 7 µm/mL, o índice volumétrico de lodo (IVL) tende a
aumentar rapidamente acima de 150 mL/g. Isto pode ser uma tendência a bulking filamentoso, ou intumescimento de
lodo. Já abaixo de 106 µm/mL, somado ao diâmetro do floco menor do que 50 µm, o problema de perda de sólidos
pelo efluente final estará ocorrendo, pela presença de flocos tipo “PIN-POINT” (CETESB, 2012).

A medição do tamanho dos flocos de lodo ativado se apresenta como mais um importante parâmetro para evitar que,
pela influência do afluente recebido, estes estejam se fragmentando a ponto de não sedimentarem no decantador
secundário e serem perdidos no efluente final.

Este trabalho teve como objetivo analisar a influência do recebimento, em baixa vazão, de lixiviado de um aterro
sanitário com 2 anos sobre: i) a microfauna; ii) o tamanho de floco; e iii) o comprimento total dos filamentos
estendidos, em condição de cotratamento com esgoto sanitário urbano em uma ETE com tratamento por lodos
ativados, pelo período de 1 ano. Além disso, buscou-se entender a dinâmica populacional da microfauna frente a um
estresse ambiental, relacionando-a com a funcionalidade de cada grupo no processo.

Metodologia

O estudo foi realizado em uma ETE de grande porte no Estado do Rio de Janeiro, que possui tratamento preliminar
(grades e caixas de areia), primário (decantadores por gravidade) e biológico por lodos ativados. A ETE recebe uma
vazão afluente de 2000 L/s, e apresenta uma carga orgânica é de 51948 kg de DBO/d. O Tempo de Detenção
Hidráulica (TDH) é de 12h. O lixiviado foi proveniente de um aterro sanitário com 2 anos de funcionamento, que
recebe resíduos sólidos urbanos (RSU). A vazão de despejo do lixiviado na entrada da estação foi de 1% da vazão
afluente à ETE, havendo um aumento gradativo do recebimento diário do lixiviado ao longo dos meses de estudo.

Com a finalidade de avaliar a influência do lixiviado no lodo ativado, foram realizadas análises qualitativas e
quantitativas na microfauna, medições de tamanho de floco e medições de bactérias filamentosas. As análises foram
realizadas em amostras do líquido sob aeração (mixed liquor) do tanque de aeração, no período de abril de 2013 a
abril de 2014.As amostras analisadas eram compostas da mistura dos 4 tanques de aeração, que têm um retorno de
lodo em comum. Eram coletados 100 mL de cada tanque e transformados em uma amostra única contendo 400 mL
de lodo ativado.

As análises microbiológicas foram realizadas em microscópio ótico com contraste de fase, modelo Axiolab, da marca
ZEISS. As análises qualitativas se deram através de lâmina e lamínula, enquanto as quantitativas foram efetuadas em
câmara de Sedgewick-Rafter. A metodologia foi efetuada segundo as instruções de CETESB (2012). A identificação
dos organismos foi feita de acordo com o guia de Foissner & Berger (1996), o atlas de Berk & Gunderson (1993),
Vazollér (1989) e CETESB (2012). Os organismos foram identificados até o grau de gênero, sempre que possível, e

3
classificados de acordo com os seguintes grupos morfológico-funcionais: ciliados predadores de floco, ciliados
sésseis, ciliados livre-natantes, tecamebas, flagelados e micrometazoários. Ao todo, foram realizadas 107 análises
qualitativas e quantitativas da microfauna.

As medições de floco foram realizadas segundo CETESB (2012). Foram realizadas 14 análises de medição de
tamanho de floco. Em cada análise foram medidos 50 flocos e calculadas suas médias.A análise de medição de
bactérias filamentosas foi realizada de acordo com CETESB (2012), sendo efetuadas 47 análises no período
estudado.

Resultados

Através da Figura 1 é possível observar a dinâmica populacional dos grandes grupos frente o recebimento de
lixiviado em cotratamento com o esgoto afluente à ETE.

Figura 1. Relação entre a dinâmica populacional dos grandes grupos e o lixiviado recebido, em função do tempo.

De acordo com De Marco et al. (1991) apud Madoni (1994), sistemas de tratamento eficientes são aqueles com 106
organismos/L ou mais. Pela Figura 1 pode-se visualizar que a média mensal da microfauna total permaneceu acima
deste limite, indicando um tratamento adequado. A Figura 2 apresenta as médias mensais das porcentagens dos
grandes grupos ao longo do tempo de recebimento de lixiviado.

De acordo com Madoni (1994), um sistema que apresente a dominância de ciliados predadores de floco, ciliados
sésseis (exceto Vorticella microstoma e Opercularia spp) ou de tecamebas é indicativo de um bom tratamento do
efluente. Na Figura 2 observa-se que a microfauna apresentou uma dominância por ciliados predadores de floco e,
posteriormente, por tecamebas, sugerindo uma boa colonização e boa depuração da matéria orgânica ao longo dos
meses de estudo. Segundo Zhou et al. (2008), em análises de correlação, predadores de floco e tecamebas mostraram
uma forte associação com a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5) e, portanto, estes grupos devem ser
bioindicadores úteis, já que suas densidades diminuem quando o processo de tratamento produz um efluente de baixa
qualidade.

4
Figura 2. Relação entre a porcentagem dos grandes grupos e o lixiviado recebido, em função do tempo.

Outro parâmetro importante observado é o número total de unidades taxonômicas que constitui a microfauna,
apresentado na Figura 3 por meio de suas médias mensais.

Figura 3. Relação entre o número de unidades taxonômicas encontradas e o lixiviado recebido, em função do tempo.

Pode-se verificar na Figura 3 que, ao longo do tempo de estudo, o número de unidades taxonômicas encontradas no
lodo ativado da ETE não foi inferior a 10 em nenhuma das médias mensais. Este valor é importante por ser um dos
requisitos mínimos para se obter o IBL máximo proposto por Madoni (1994). Para ser possível a aplicação do IBL,
procedeu-se também à quantificação de pequenos flagelados nas amostras, o que resultou na Figura 4.

5
Figura 4. Relação entre a média mensal do número de pequenos flagelados e o lixiviado recebido, em função do
tempo.

Através da Figura 4, observa-se que houve um boom inicial de flagelados. Este resultado foi devido a um incidente
no final do mês de maio de 2013, quando os sopradores tiveram que passar por uma manutenção, reduzindo o
oxigênio dissolvido nos tanques de aeração por alguns dias, o que permitiu a proliferação destes protozoários. Após
esta ocorrência, a população de pequenos flagelados retornou ao equilíbrio original.

Com os dados obtidos nas Figuras 1, 2, 3 e 4, foi possível realizar uma correlação dos resultados e verificar que
todos os meses estudados apresentaram um lodo ativado enquadrado na Classe I (Tabela 1), segundo Madoni (1994).
Esta é indicativa de um lodo muito bem colonizado e estável, com ótima atividade biológica e alta eficiência
depurativa. Estes resultados foram corroborados pelos resultados mensais de DBO 5 e sólidos suspensos totais (SST)
dos efluentes, que se mantiveram dentro dos limites estabelecidos pela legislação estadual do Rio de Janeiro (DZ-
215.R4/2007 para C > 80kg DBO/dia).

Na Figura 5 foi avaliado o tamanho médio dos flocos ao longo do período de recebimento de lixiviado.

Figura 5. Relação entre a média mensal do tamanho dos flocos e o lixiviado recebido, em função do tempo.

6
No gráfico da Figura 5 é possível notar que, apesar de haver uma discreta redução no valor médio do diâmetro dos
flocos analisados até setembro de 2013, este valor se manteve acima de 50 μm ao longo dos meses subsequentes,
mesmo havendo um aumento da quantidade mensal de lixiviado recebido. Ressalta-se que o número de meses
estudados nesta análise foi menor devido ao fato de a técnica ter sido dominada e implantada mais tardiamente que
as análises qualitativas e quantitativas de microfauna. O resultado das médias mensais de medição de bactérias
filamentosas e sólidos suspensos no tanque de aeração (SSTA) ao longo do período de estudo é apresentado na
Figura 6.

Figura 6. Relação entre a medição de bactérias filamentosas, SSTA e o lixiviado recebido, em função do tempo.

Analisando-se a Figura 6, foi possível notar que os valores médios mensais de medição de filamentosas se
mantiveram acima do valor sugerido por Jenkins et al. (2004), de 107 µm/mL, ao longo de todo o estudo. Apesar
disso, não foi verificada a existência de bulking filamentoso através das análises microscópicas e nem a perda de
sólidos no decantador secundário. O provável motivo destes resultados foi a grande concentração de SST adotada
nos tanques de aeração. Enquanto os valores usuais são de 3000 a 4000 mg/L (Jordão & Pessôa, 2011), o valor
médio encontrado foi de 6146 mg/L. A grande concentração de filamentosas nos meses de abril e maio de 2013
corroborou com os maiores valores de SSTA nos mesmos meses.

Conclusões

O estudo realizado mostra a influência do recebimento de lixiviado de aterro sanitário na vazão de 1% da vazão
afluente de uma ETE com tratamento por lodos ativados, na forma de cotratamento com esgotos sanitários. Apesar
da quantidade de lixiviado recebido ter sido escalonadamente aumentada durante o período de um ano, não houve
redução do número total de organismos da microfauna, o que foi visto através das médias mensais dos grandes
grupos.

Durante todo o período, os grupos da microfauna que dominaram o tanque de aeração foram os predadores de floco e
as tecamebas, os quais são indicadores de um bom processo do tratamento. Apesar dos pequenos flagelados terem
apresentado um acentuado crescimento inicial devido ao procedimento de manutenção dos sopradores, sua
população retornou ao equilíbrio logo em seguida.

O número de táxons encontrados permaneceu acima de 10 durante todo o experimento, indicando uma riqueza
adequada de espécies, não havendo também redução significativa do tamanho médio de floco.

7
O comprimento total dos filamentos estendidos manteve-se acima do sugerido pela literatura, contudo não
evidenciando intumescimento de lodo.

Por fim, ao se aplicar o índice biótico de lodo na microfauna estudada, verificou-se que o lodo apresentou, em média,
Classe I durante todo o período de estudo, indicando um lodo muito bem colonizado e estável.

Referências Bibliográficas

Bento, A. P. et al.. (2005) Caracterização da Microfauna em Estação de Tratamento de Esgotos do Tipo Lodos Ativados: um
instrumento de avaliação e controle do processo. Engenharia sanitária ambiental, 10(4), 329-338.
Berk, S. G. & Gunderson, J. H. (1993) Wastewater Organisms: A Color Atlas. Lewis Publishers, 25 pp.
CETESB (2012) Microbiologia de Lodos Ativados. Caderno da Gestão do Conhecimento – Atualização Profissional. ETGC, São
Paulo, 266 pp.
De Marco N., Gabelli A., Cattaruzza C. and Petronio L. (1991) Performance of biological sewage treatment plants: some
experiences on municipal plants in the province of Pordenone (Italy). In Biological Approach to Sewage Treatment
Process: Current Status and Perspectives (Edited by Madoni P.), Centro Bazzucchi, Perugia, 247-251.
Foissner, W. & Berger, H. (1996) A user-friendly guide to the ciliates (Protozoa, Ciliophora) commonly used by hidrobiologists
as bioindicators in rivers, lakes, and waste waters, with notes on their ecology. Freshwater Biology, 35, 375–482.
Gomes, L. P. (2009) Estudos de Caracterização e Tratabilidade de Lixiviados de Aterros Sanitários para as Condições
Brasileiras. ABES, Rio de Janeiro, 360 pp.
Jenkins, D., Richard, M. G. and Daigger, G. T. (2004) Manual on the causes and control of activated sludge bulking, foaming,
and other solids separation problems. 3rd. Edition. CRC Press Company, Florida – USA, 193 pp.
Jordão, E. P. & Pessôa, C. A. (2011) Tratamento de Esgotos Domésticos. 6ª ed. ABES, Rio de Janeiro, 969 pp.
Knox, K. (1985) Leachate treatment with nitrification of ammonia. Water Research, 19(7), 895–904.
Li, X. Z. & Zhao, Q. L. (2001) Efficiency of biological treatment affected by high strength of ammonium-nitrogen in leachate and
chemical precipitation of ammonium-nitrogen as pretreatment. Chemosphere, 44, 37 – 43.
Lopes, D. D. et alli. (2009) Tratamento biológico de Lixiviado com remoção de Nitrogênio: sistemas de Lodos Ativados. In:
Gomes, L. P. (Coord.). Estudos de caracterização e tratabilidade de lixiviados de aterros sanitários para as condições
brasileiras. ABES, Rio de Janeiro, 204 – 244.
Madoni, P. (2004) Applicazione dell’ Indice Biotico del Fango (S.B.I.) nel Processo di Depurazione a Fanghi Attivi. Dipartimento
di Scienze Ambientali. Disponível em: http://scienzebiologiche.unipr.it/didattica/att/e05b.file.pdf. Acesso em
26/12/2012.
_______ (1994) A sludge biotic index (SBI) for the evaluation of the biological performance of activated sludge plants based on
the microfauna analysis. Water Research, 28, 67–75.
Rio de Janeiro (Estado) INEA. DZ-215.R-4 – Diretriz de controle de carga orgânica biodegradável em efluentes líquidos de
origem sanitária, de 08 de novembro de 2007. Aprovada pela Deliberação CECA n° 4886, de 25 de setembro de 2007.
Republicada no DOERJ de 08 de novembro de 2007.
Salvadó, H., Mas, M., Menéndez, S. and Gracia, M. P. (2001) Effects of Shock Load of Salt on Protozoan Communities of
Activated Sludge. Acta Protozoologica, 40, 177–185.
Sant’anna Jr., G. L. (2010) Tratamento biológico de efluentes: fundamentos e aplicações. Interciência, Rio de Janeiro, 285 – 287.
Vazollér, R. F. (1989) Microbiologia de Lodos Ativados (Séries Manuais). CETESB, São Paulo, 23 pp.
Zhou, K. et al. (2008) Characteristics of microfauna and their relationships with the performance of an activated sludge plant in
China. Journal of Environmental Sciences, 20, 482–486.

8
TRATAMENTO DE EFLUENTE DE CURTUME UTILIZANDO TANINO SEGUIDO DE
H2O2/UV

TREATMENT OF TANNERY WASTEWATER USING TANNIN FOLLOWED BY H2O2/UV

Maria Cristina Rizk1*


Cássio Tamogami1

Abstract
The leather tanning industries are among the most potentially polluting activities. The effluent generated in the
production process is rich in organic material, salt, sulfates, dye, potentially toxic chromium, and other pollutants
that cause impacts to soil, water and air. The most common treatment of the tannery wastewater consists of railing
and fat retention followed by coagulation, flocculation, sedimentation and application of activated sludge. However,
these methods are partial in the degradation of the pollutants. So, it’ important the study of more advanced
techniques for the effective treatment of this effluent. In this sense, the objective of this study was to treat the effluent
from tanneries through the combination of coagulation/flocculation/sedimentation process followed by artificial
H2O2/UV. In the study, the preliminary process of coagulation/flocculation/sedimentation with natural coagulant
tannin at pH 4.0 was used. After sedimentation, the supernatant was collected and the process with H 2O2/UV was
studied. The response parameters were removal of COD, color and turbidity. It was observed that removal efficiency
was almost 100% of color and turbidity using tannin. In the combined case, no increase in efficiency in the removal
of these parameters had occurred. Regarding the COD, the use of tannin was not efficient and the combination with
the process H2O2/UV increased this parameter removal.

Key Words: treatment, tannin, hydrogen peroxide, ultraviolet radiation

1
Departamento de Planejamento, Urbanismo e Ambiente. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP)–
Faculdade de Ciências e Tecnologia, campus de Presidente Prudente.

*Autor corresponsal: Departamento de Planejamento, Urbanismo e Ambiente. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho” (UNESP) – Faculdade de Ciências e Tecnologia, campus de Presidente Prudente. Rua Roberto Simonsen, 305. Presidente
Prudente – São Paulo – Brasil. CEP: 19060-900. Email: crisrizk@fct.unesp.br

1
Resumo
As indústrias de curtimento de couro estão entre as atividades mais potencialmente poluidoras. O efluente gerado no
processo produtivo é rico em material orgânico, sal, sulfetos, corante, cromo potencialmente tóxico, entre outros
poluentes que causam impactos ao solo, água e ar. O tratamento mais comum dado ao efluente de curtume consiste
em gradeamento e retenção de gordura seguido de coagulação, floculação, decantação e aplicação de lodos ativados.
No entanto, estes métodos são parciais na degradação dos poluentes, sendo necessário o estudo de técnicas mais
avançadas para o tratamento efetivo deste efluente. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi tratar o efluente
de curtumes por meio da combinação entre os processos de coagulação/floculação/sedimentação seguido do processo
H2O2/UV artificial. No estudo, foi utilizado o processo prévio de coagulação/floculação/sedimentação com o
coagulante natural tanino, em pH 4,0. Após a sedimentação, foi coletado o sobrenadante e estudado o processo com
H2O2/UV. Os parâmetros resposta analisados foram remoção de DQO, cor e turbidez. Pôde-se observar que houve
eficiência na remoção de quase 100% de cor e turbidez utilizando tanino. No processo combinado, não houve
aumento da eficiência na remoção destes parâmetros. Em relação à DQO, o uso de tanino não foi eficiente e a
combinação com o processo H2O2/UV aumentou a remoção deste parâmetro.

Palavras chave: tratamento, tanino, peróxido de hidrogênio, radiação ultravioleta.

Introdução

Os curtumes consomem grandes quantidades de água nos processos produtivos, empregam produtos tóxicos como
sais de cromo e sulfetos e geram altas cargas de demanda bioquímica de oxigênio (DBO 5) e demanda química de
oxigênio (DQO). O alto consumo de água é devido a muitos tratamentos da pele serem em meio aquoso e em regime
de batelada, tornando esta atividade industrial geradora de uma grande quantidade de efluentes líquidos (Passos,
2007).

A liberação descontrolada de efluentes de curtume em corpos d'água naturais aumenta a poluição ambiental e os
riscos à saúde. As características do efluente de curtume variam amplamente, dependendo da natureza do processo de
curtimento, da quantidade de água utilizada, do processo de preservação da pele, da capacidade de processamento de
couro, e da ausência de medidas para a minimização de água utilizada (Kurt et al., 2007).

Geralmente, a primeira etapa do tratamento de efluentes contendo metais pesados é a coagulação química a qual,
provavelmente, influencia significativamente as etapas de tratamento subsequentes. O processo de
coagulação/floculação tem por finalidade a remoção de substâncias coloidais, ou seja, material sólido em suspensão
(cor) e/ou dissolvido (turbidez). Essa operação normalmente é considerada como um pré-tratamento que objetiva o
condicionamento do despejo para o tratamento subsequente (Vaz et al., 2010).

O uso de polímeros naturais como coagulantes vem sendo amplamente estudado por apresentar inúmeras vantagens
com relação aos agentes químicos, principalmente quanto à biodegradabilidade, baixa toxicidade e baixo índice de
produção de lodo residual (Carvalho, 2008).

Os taninos são moléculas fenólicas, encontradas nas formas de monômeros, oligômeros ou polímeros, que possuem a
capacidade de formar complexos com proteínas e outras macromoléculas e minerais, constituindo um coagulante
vegetal efetivo em uma ampla faixa de pH, que elimina o uso de alcalinizantes (como soda ou cal), não acrescenta
metais ao processo e proporciona uma redução no volume de lodo a ser descartado. Ainda, devido a sua composição
orgânica, pode ser biologicamente degradado ou eliminado termicamente (Ozcar e Sengil, 2000; Ozcar e Sengil,
2003).

Atualmente, é crescente o interesse por processos oxidativos avançados (POAs) para a degradação de efluentes,
principalmente quando há a necessidade de tratamentos complementares, que visem à remoção de poluentes
específicos e/ou o aumento da eficiência do sistema (Flores, 2008). Teixeira e Jardim (2004) relataram que esta
tecnologia possibilita que o composto seja destruído e transformado em dióxido de carbono, água e ânions
inorgânicos (não tóxicos ou de potencial tóxico inferior) através de reações de degradações que envolvem espécies
transitórias oxidantes, principalmente os radicais hidroxilas.

2
Radicais hidroxilas têm alto poder oxidante, vida curta e são responsáveis pela oxidação dos compostos orgânicos. A
sua geração pode ocorrer devido à presença de oxidantes fortes, como H 2O2 e O3, combinados ou não com irradiação
(Teixeira e Jardim, 2004).

Devido às vantagens inerentes, isto é, sem formação de lodo, redução de DQO em tempo de reação relativamente
curto e de fácil manuseio, o sistema H2O2/UV permanece como o POA mais frequentemente aplicado para o
tratamento de perigosos poluentes refratários presentes em efluentes (Schrank et al., 2007).

Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo analisar a eficiência do tratamento de efluente de curtume por
coagulação/floculação/sedimentação com tanino seguido de processo oxidativo avançado.

Metodologia

O efluente utilizado neste trabalho foi coletado num curtume e conservado em galões de 5 litros a temperatura abaixo
de 10ºC até o seu uso. Antes do início dos experimentos, o efluente foi caracterizado em termos dos seguintes
parâmetros: cor aparente, demanda química de oxigênio (DQO), pH e turbidez.

Os métodos de análise foram: Cor aparente: A leitura de cor foi feita em um espectrofotômetro no comprimento de
onda de 455 nm calibrado com padrões de platina/cobalto. O parâmetro cor pode ser expresso como “aparente” ou
“verdadeira”. A cor aparente, determinada no estudo, inclui a cor dos materiais dissolvidos mais a matéria em
suspensão; Demanda química de oxigênio (DQO): A DQO foi determinada de acordo com a metodologia do
“Standard Methods” (APHA, 1998). O método baseia-se na oxidação da matéria orgânica por 2 horas de
aquecimento em presença de meio ácido (H2SO4) e dicromato de potássio (K2Cr2O7); pH: A determinação do pH foi
feita com a utilização de um potenciômetro e eletrodos (pHmetro); Turbidez: Para a determinação da turbidez, foi
utilizado um espectrofotômetro que faz a leitura da turbidez de forma direta, com os resultados expressos em NTU
(Unidade Nefelométrica de Turbidez).

Posteriormente, foram realizados os ensaios de coagulação/floculação/sedimentação. Previamente aos ensaios, o pH


do efluente foi ajustado para pH 4,0. Os ensaios foram feitos em aparelho jar-test simples de seis provas, com
regulador de rotação das hastes misturadoras, em temperatura ambiente. Foram fixados os valores dos tempos e
gradientes de mistura, sendo o tempo de mistura rápida e de mistura lenta, respectivamente, 1,5 e 15 minutos, e os
gradientes de mistura rápida e mistura lenta, respectivamente, 20 e 120 rpm. Foi utilizada a concentração de 1,2 g/L
do coagulante tanino 10% (v/v) e o tempo de decantação de 120 minutos.

Após a decantação, o sobrenadante foi submetido ao POA por processo combinado H2O2/UV. Para a realização dos
ensaios de POA, foi utilizado um reator formado por um tubo de aço inoxidável de 2,5 polegadas de diâmetro
(aproximadamente 6,3 cm) e 40 cm de comprimento com uma lâmpada germicida (11 W, λmax = 254 nm e 1,5 cm
de diâmetro) revestida por um cilindro de quartzo (diâmetro de 2,5 cm e 30 cm de comprimento), o qual foi inserido
concentricamente no tubo de aço inoxidável. O volume útil do reator era de 712 mL.

Para o ensaio com H2O2/UV, o pH do efluente foi novamente ajustado para o valor 4,0. Foi adicionado peróxido de
hidrogênio (30%) à amostra.

As amostras foram submetidas a fluxo continuo na vazão de 20 mL.min -1. O tempo de exposição do efluente à
radiação ultravioleta foi de 3 horas, com amostras coletadas a cada 30 minutos.

As amostras foram analisadas após o tratamento por meio dos parâmetros cor aparente, DQO e turbidez.

Resultados

A Tabela 1 apresenta a caracterização do efluente bruto.

3
Tabela 1. Caracterização do efluente bruto
Parâmetros Valores
Cor Aparente (mg PtCo.L-1) 10475
Demanda Química de Oxigênio (mg O2.L-1) 10671
pH 3.75
Turbidez (NTU) 497

Pode-se notar alto valor de DQO, característico de efluentes provenientes de curtume, devido aos processos de
tratamento do couro, que apresentam fases da produção em meio aquoso, resultando em efluentes ricos em gordura,
pelos e restos orgânicos.

Foi obtido também alto valor para turbidez e cor, podendo estar relacionado às altas cargas de sólidos na amostra.

Os resultados obtidos no ensaio com H2O2/UV, em relação à cor aparente, para o efluente previamente tratado com
coagulante natural tanino estão apresentados na Figura 1.

Observando a Figura 1, no tempo zero de exposição à luz UV tem-se os resultados isolados da remoção de cor
aparente utilizando o processo de coagulação/floculação/sedimentação. Neste ponto, verifica-se que cerca de 90% da
cor do efluente foi previamente removida pelo tratamento da coagulação/floculação/sedimentação. Os ensaios com
H2O2/UV ocasionaram um pequeno acréscimo de cor aparente. Foi verificado um acréscimo de cor que variou de
2,26 a 2,83%, sendo que a concentração de 14,28 g/L apresentou o melhor resultado.

Figura 1. Remoção de cor utilizando H2O2/UV em efluente previamente tratado com coagulante natural tanino

Os resultados obtidos para a remoção de turbidez estão apresentados na Figura 2.

Conforme pode ser observado na Figura 2, no tempo zero de exposição à luz UV tem-se os resultados isolados da
remoção de turbidez utilizando o processo de coagulação/floculação/sedimentação. Novamente, verificou-se que o
tratamento prévio coagulação/floculação/sedimentação com tanino obteve altos valores de remoção, ultrapassando
95% para a turbidez. Os ensaios com H2O2/UV não apresentaram variações significativas de turbidez, com leve
acréscimo variando 0,55 a 2,54% em pH 4,0. As menores concentrações de H 2O2 geraram menores acréscimos de
turbidez, representando os melhores resultados.

4
Figura 2. Remoção de turbidez utilizando H2O2/UV em efluente previamente tratado com coagulante natural tanino

Os resultados obtidos para a DQO nos ensaios utilizando H2O2/UV estão apresentados na Figura 3.

Figura 3. Remoção de DQO utilizando H2O2/UV em efluente previamente tratado com coagulante natural tanino

Analisando a Figura 3, verifica-se que no tempo zero de exposição à luz UV tem-se os resultados isolados da
remoção de DQO utilizando o processo de coagulação/floculação/sedimentação. Para a DQO, o tratamento de
coagulação/floculação/sedimentação resultou numa remoção de cerca de 60%. Quando submetido ao tratamento por
H2O2/UV, houve um aumento da DQO nos primeiros 30 minutos de exposição à UV, piorando o tratamento prévio.

Verifica-se uma maior remoção na concentração de 4,76 g/L de H 2O2. Houve um grande aumento de remoção nos
últimos 30 minutos de exposição, com remoção máxima de DQO de 71,23% (12,33% pelo tratamento com

5
H2O2/UV). Na concentração de 9,52 g/L obteve-se uma remoção de 5,69% e na concentração de 14,28 g/L um
acréscimo de 0,68% em relação ao início do tratamento com H2O2/UV, ambos em 180 minutos de exposição.

Assim, pôde-se verificar que o tratamento por H2O2/UV não gerou diferenças significativas para cor aparente e
turbidez. Somente quanto à DQO verificou-se uma maior remoção. Segundo MONTASER et al. (2000) o tratamento
por H2O2/UV apresenta eficiência principalmente na remoção de carga orgânica, explicando a remoção de DQO do
efluente. Quanto à cor aparente e à turbidez, é possível que seus valores não estejam associados à matéria orgânica
no efluente, devido a não variação dos seus valores com a variação na concentração de DQO ao longo dos ensaios.

Conclusões

O tratamento, em pH ácido, de coagulação/floculação/sedimentação com tanino seguido por H 2O2/UV indicou que a
utilização de tanino na coagulação/floculação/sedimentação apresentou uma grande remoção de cor aparente e
turbidez. Já a utilização do processo combinado com POA H2O2/UV gerou resultados positivos na remoção de DQO
e pouca variação na remoção de cor e turbidez. Desta forma, pode-se concluir que o tratamento combinado
apresentou vantagens para a remoção apenas da matéria orgânica, que foi cerca de 12% superior à remoção obtida
somente com o coagulante natural tanino.

Agradecimentos. Os autores agradecem à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São


Paulo (FAPESP) pelo apoio financeiro.

Referências Bibliográficas

APHA – American Public Health Association. (1998). Standard methods for the examination of water and wastewater.
Washington D.C., 20th ed.
Carvalho, M. J. H. (2008). Uso de coagulantes naturais no processo de obtenção de água potável. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Urbana) – Centro de Tecnologia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá.
Cruz, J. G. H., Menezes, J. C. S. S., Rubio, J, et al (2005). Aplicação de coagulante vegetal à base de tanino no tratamento por
coagulação/floculação e adsorção/coagulação/floculação do efluente de uma lavanderia industrial. In: 23º Congresso
Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental.
Flores, R. G. (2008). Aplicação de processos oxidativos avançados homogêneos e heterogêneos na degradação de efluentes de
curtume. 76 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil), Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria.
Kurt, U., Apaydin, O., Gonullu, M. T. (2007). Reduction of COD in wastewater from an organized tannery industrial region by
Electro-Fenton process. Journal of Harzadous Materials, n. 143, p. 33 – 40, Istambul.
Montaser Y.; Ghaly, G. H.; Roland, M.; Roland H. (200). Photochemical oxidation of p-chlorophenol by UV/H2O2 and photo-
Fenton process. A comparative study. Waste Management, v. 21, p. 41-47.
Ozcar, M.; Sengil, I.A. (2000). Effectiveness of Tannins Obtained from Valonia as a Coagulant Aid for Dewatering of Sludge.
Water Research. v.34, n.4, p.1407-1412.
Ozcar, M.; Sengil, I.A. (2003). Evaluation of tannin biopolymer as a coagulant aid for coagulation of colloidal particles. Colloids
and Surfaces A: Physicochemical Eng. Aspects. v.229, p. 85-96.
Passos, J. B. (2007). Reúso de água: uma proposta de redução do consumo de água em curtumes. 111 f. Dissertação (Mestrado
em Engenharia) – Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Schrank, S. G.; Santos, J. N. R.; Souza, D. S.; Souza, E. E. S. (2007) Decolourisation effects of Vat Greeen 01 textile dye and
textile wastewater using H2O2/UV process. Photochemistry and Photobiology A: Chemistry, v. 186, p. 125-129.
Teixeira C. P. A. B.; Jardim, W. F. (2004). Processos Oxidativos Avançados: conceitos teóricos. Campinas: LQA/IQ/UNICAMP,
v. 3, p. 83.
Vaz, G. L. G., Klen, M. R. F., Veit, M. T., et al. (2010). Avaliação da eficiência de diferentes agents coagulantes na remoção de
cor e turbidez em efluente de galvanoplastia. Ecl. Química, v. 35, n. 4, p. 45 -54, São Paulo.

6
MINIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE LODO EM SISTEMA DE LODOS ATIVADOS
ACOPLADO A PROCESSO ANAERÓBIO COM SEDIMENTAÇÃO OXIDATIVA

MINIMIZATION OF SLUDGE PRODUCTION IN AN OXIC-SETTLING-ANAEROBIC


(OSA) PROCESS

Ana Sara Correia Duarte Pires1


Ana Maria Beims Lopes 1
Cláudia Lavina Martins 1
Elizabeth da Costa Neves Fernandes d’Almeida Duarte 2
Rejane Helena Ribeiro da Costa1*

Abstract
The aim of this study was to evaluate the introduction of an anaerobic tank in the sludge return line of an activated
sludge wastewater treatment system, as a strategy for minimization of sludge production. Two consecutive phases
were studied: LAC phase (conventional activated sludge) and OSA phase (oxic-settling-anaerobic). The system
performed well in absorbing load fluctuations, presenting removal efficiencies higher than 80% for DQOt, TSS and
VSS and greater than 70% for NH3-H in both phases. Microbiological analysis showed the presence of dense flakes
and stability indicator organisms in the treatment system, such as Vorticellas sp., Epistylis sp., Rotifers, Arcellas sp.
and Aspidisca sp.. The sludge production was 0.393 and 0.072 g TSS/ g in LAC and OSA phases, respectively,
reducing sludge production in 82% between both phases.

Key Words: activated sludge, OSA process, sludge minimization

1*
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina. Campus Reitor João David
Ferreira Lima - Trindade - Florianópolis - Santa Catarina - Brasil - CEP 88040-970 – Tel.:+55(48)3721-7743 – Fax: +55 3234-
6459. E-mail: rejane.costa@ufsc.br

2
Departamento de Química Agrícola e Ambiental, Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa. Tapada da Ajuda.
1349-017 Lisboa - Portugal – Tel.: +351 21 365 34 25 (Extensão 3425) - Fax: +351 21 365 34 31.

1
Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar a introdução de um tanque anaeróbio na linha de recirculação de lodo de um
sistema de tratamento de efluentes do tipo lodos ativados, como estratégia operacional para minimização da
produção de lodo em excesso. Foram estudadas duas fases distintas: fase LAC (lodo ativado convencional) e fase
OSA (processo anaeróbio com sedimentação oxidativa). O sistema absorveu bem as flutuações de cargas,
apresentando em ambas as fases eficiências de remoções superiores a 80% para DQOt, SST e SSV e superiores a
70% para NH3-H. As análises microbiológicas revelaram a presença regular de flocos densos e organismos
indicadores de estabilidade no sistema de tratamento, como Vorticellas sp., Epistylis sp., rotíferos, Arcellas sp. e
Aspidisca sp.. A produção de lodo alcançada foi de 0.393 g SST/ g DQO na fase LAC e de 0.072 g SST/ g DQO na
fase OSA, atingindo uma minimização de 82% entre as duas fases.

Palavras-chave: lodos ativados, minimização de lodo, processo anaeróbio com sedimentação oxidativa

Introdução

O aumento da população mundial conduz a um consequente aumento da quantidade de efluente gerado que necessita
ser tratado antes de seu lançamento nos corpos hídricos. Dentre os tratamentos existentes, o sistema de lodos
ativados convencional (LAC) surge como umas das tecnologias de tratamento mais utilizadas para este fim,
apresentando como vantagens a elevada eficiência na remoção de matéria orgânica, nitrogênio e fósforo (Peng et
al.,2013). No entanto, apresenta como inconveniente a produção de lodo, que por sua vez requer tratamento e
disposição adequada, pois representa um elevado risco à saúde pública e ambiental. O manejo deste resíduo é
complexo, possui restrições legais específicas e pode atingir entre 20 e 60% do custo total do tratamento do efluente
(Liu and Tay, 2001).

Diante destas questões, o desenvolvimento de tecnologias que minimizem a produção de lodo em excesso tem sido
alvo de intensas pesquisas. As técnicas mais usualmente empregadas na sua redução são baseadas em tecnologias
inseridas na linha de recirculação do lodo e envolvem tratamentos físico-químicos, mecânicos e biológicos. O
sistema de lodos ativados acoplado ao processo anaeróbio com sedimentação oxidativa (oxic-settling-anaerobic
process, OSA process) consiste na introdução de um tanque anaeróbio na linha de recirculação de lodo entre o tanque
de aeração e o decantador secundário, fazendo com que os microrganismos sofram uma quebra no fornecimento de
oxigênio e estejam expostos a um baixo potencial de oxidação-redução (Etienne e Yu, 2012).

Os principais mecanismos responsáveis da redução da produção de lodo no sistema OSA são: crescimento lento da
população microbiana, que pode resultar em um pequeno rendimento do crescimento do lodo; metabolismo de
desacoplamento de energia; e a possibilidade de aceleração do decaimento do lodo no tanque anaeróbio (Etienne e
Yu, 2012). Segundo estudos realizados por Wang et al. (2008), o decaimento do lodo, o qual é composto por
processos de acidogênese-hidrólise do lodo anaeróbio e o metabolismo endógeno, é a principal causa da redução de
lodo em sistemas de tratamento OSA, representando cerca de 2/3 da redução.

Assim, a presente pesquisa teve por objetivo avaliar a introdução de um tanque anaeróbio na linha de recirculação de
lodo de um sistema de tratamento de efluentes do tipo lodos ativados, como estratégia operacional para minimização
da produção de lodo em excesso, sem comprometer o desempenho do sistema de tratamento.

Metodologia

Caracterização e modo de operação do sistema piloto


O efluente bruto utilizado neste estudo é proveniente da rede coletora municipal operada pela empresa CASAN/SC
de onde é bombeado para um reservatório de equalização com volume de 5 m 3. O sistema piloto de tratamento do
tipo lodos ativados é composto por três unidades principais: tanque de aeração (TA), decantador secundário (DS) e
tanque anaeróbio (TAN), cujos volumes são 2.5 m³, 0.25 m³ e 1.0 m³, respectivamente.

2
Do tanque de equalização, por meio de bomba centrífuga, o efluente bruto é encaminhado para as unidades de
tratamento, com vazão de 3 m³/d. No tanque de aeração, onde ocorre a mistura entre afluente e biomassa (licor
misto) foram instalados quatro difusores circulares de ar alimentados por meio de um soprador de ar. Deste tanque,
por gravidade, esta mistura segue para o decantador secundário, onde líquido e sólido são separados, após
sedimentação, saindo um efluente final já clarificado.

Durante a primeira fase do estudo, sem aplicação do OSA, a biomassa acumulada dentro do decantador foi
recirculada para o tanque de aeração a uma vazão média de 2.1 m³/d. Já na fase OSA, 50% da vazão total de
recirculação (biomassa acumulada no decantador) foi encaminhada para o tanque de aeração e 50% seguiram para o
tanque anaeróbio, com uma vazão de 1.0 m³/d. No tanque anaeróbio com tempo de detenção hidráulica (TDH) de 1
dia, a biomassa foi submetida a homogeneização periódica de forma a evitar sua sedimentação. Na Tabela 1 estão
apresentadas as condições operacionais estabelecidas durante o presente estudo.

Tabela 1. Condições operacionais nos sistemas de tratamento em estudo.


Parâmetros LAC OSA
Vazão afluente (m3/d) 2.10 3.00
Vazão de recirculação de lodo (m3/d) 2.10 2.00
Tempo de detenção hidráulica (horas) 29.00 20.00
Idade do lodo (dias) 21.80 17.70
Carga orgânica volumétrica (kg DQO/m3d-1) 0.82 1.08

O estudo teve duração de 96 dias, sendo divido em duas fases de operação. Na primeira fase, com duração de 57
dias, o sistema de tratamento foi operado no modo convencional de lodos ativados, ou seja, as unidades principais de
operação formadas pelo conjunto TA + DS. A segunda parte do estudo, fase OSA, com duração de 39 dias, teve
como principal objetivo avaliar um sistema de lodos ativados acoplado a um processo anaeróbio de sedimentação
oxidativa como alternativa de minimização da produção de lodo, sendo composta pelas unidades TA + DS + TAN.

O fluxograma do sistema de tratamento está apresentado na Figura 1. O efluente final tratado é lançado de volta à
rede coletora municipal, em um ponto a jusante da captação.

Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento. E – entrada; TA – tanque de aeração; DS – decantador


secundário; S – saída.

Procedimento de amostragem e métodos analíticos


O monitoramento foi realizado 2 vezes por semana nos seguintes pontos amostrais: Efluente bruto (E), tanque de
aeração (TA), decantador secundário (DS) e saída do efluente final (S), conforme destacados na Figura 1. Foram

3
medidos o oxigênio dissolvido (OD) (mg/L), temperatura (°C), pH e potencial redox (ORP) (mV) in loco com sonda
multiparâmetros YSI 6600 V2 . As variáveis físico-químicas e biológicas analisadas foram: demanda química de
oxigênio total (DQOt) (mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (DBO5) (mg/L), sólidos suspensos totais (SST)
(mg/L), sólidos suspensos voláteis (SSV) (mg/L), nitrogênio amoniacal (NH3-N) (mg/L) e fósforo total (Pt) (mg/L),
realizados segundo recomendações do Standard Methods (APHA, 2005). Além destes parâmetros, também foram
realizadas análises microscópicas do licor misto do TA, utilizando microscópio óptico binocular Olympus, modelo
BX-41.

Coeficiente de produção celular, Yobs


A estimativa da produção de lodo foi determinada em função do coeficiente de produção celular observado (Y obs),
conforme metodologia apresentada por Chon et al. (2011). Segundo os autores, este coeficiente considera a parcela
de sólidos inertes e lentamente biodegradáveis na geração de lodo no sistema e pode ser determinado pela relação
entre os sólidos formados acumulados e o substrato consumido acumulado (gSST/gDQOt) conforme equação 1,
aplicando o método da regressão linear.

X TAVTA    X DS QDS  X S QS t


Yobs  Equação (1)
 S E QE  S S QS 
Onde:
∆XTA e ∆t: Variação de lodo (g SST/m3) e variação do tempo (dias) no TA, respectivamente.
XDS e XS: Concentração de lodo (g SST/ m3) na recirculação e do efluente final (saída do sistema), respectivamente.
VTA e VDS: Volumes (m3) no TA e DS, respectivamente.
SE e SS: Concentração de substrato (g DQOt/L) no afluente e efluente, respectivamente.
QE e QS: Vazão (m3/dia) do afluente e efluente, respectivamente.

Índice volumétrico de lodo e relação alimento/microrganismo


O índice volumétrico de lodo (IVL) foi estimado de acordo com Von Sperling (2002).

Resultados

Caracterização do esgoto sanitário


Na Tabela 2 estão apresentas as características físico-químicas no efluente bruto em estudo. A relação DBO/DQO foi
de 0.49 indicando uma boa fração orgânica biodegradável. O efluente bruto apresentou uma grande variabilidade na
concentração de DQOt , oscilando entre 282 e 960 mg/L durante as duas fases de operação do sistema de tratamento.
A carga orgânica volumétrica aplicada foi de 0.82 kg DQO/m3d-1 para a fase lodo ativado convencional (LAC) e de
1.08 kg DQO/m3d-1 para a fase anaeróbia com sedimentação oxidação (OSA).

pH, OD e Temperatura
No tanque de aeração foram obtidas temperaturas médias e desvio padrão de 26 ± 1.5 °C na etapa LAC e de 22 ± 2.0
°C na etapa OSA. O pH apresentou-se próximo da neutralidade com valores médios de 6.92 e 6.64 para as duas
fases. Quanto ao OD, as concentrações médias encontradas tiveram uma grande variação, principalmente no início de
cada fase, mantendo-se em 4.2 ± 2.1 mg/L na fase LAC e em 4.7 ± 1.8 mg/L na fase OSA.

Eficiência de remoção da matéria orgânica


Na Tabela 3, estão apresentadas as concentrações médias das variáveis monitoradas no sistema de tratamento onde se
observa uma melhora significativa na qualidade do efluente final nas duas fases estudadas. A eficiência de remoção
de DQO total (DQOt) foi de 84% com concentração final de 35 mg/L na fase LAC enquanto que na fase OSA este
percentual de remoção foi de 86% com concentração média final de 42 mg/L. Embora a carga orgânica volumétrica
tenha sido maior na segunda fase (Tabela 2), o sistema permaneceu eficiente e resistiu bem às variações na
concentração de DQOt afluente. As concentrações médias afluente de sólidos suspensos totais (SST) e sólidos

4
suspensos voláteis (SSV) foram maiores da fase OSA quando comparados com as concentrações afluentes obtidas na
fase LAC, fato que não comprometeu a eficiência de remoção no sistema para estes parâmetros que foram superiores
a 80% nas duas fases.

Tabela 2. Caracterização do esgoto sanitário.


Parâmetro Média ± desvio padrão N
pH 6.81 ± 0.50 84
Temperatura (°C) 25 ± 2 82
SST (mg/L) 317 ± 255 21
SSV (mg/L) 236 ± 199 21
DQOt (mg/L) 754 ± 750 21
DBO5 (mg/L) 332 ± 173 14
Nitrogênio amoniacal (mg/L) 41 ± 10 20
Fósforo total (mg/L) 6±3 13
N: número de amostras

Tabela 3. Concentrações médias e desvios padrão das variáveis monitoradas no sistema de tratamento.
LAC OSA
Parâmetro
E S N E S N
DQO (mg/L) 686 ± 811 35 ± 14 15 902 ± 610 42 ± 12 6
DBO5 (mg/L) 291 ± 291 44 ± 20 15 433 ± 303 45 ± 21 6
SST (mg/L) 246 ± 103 46 ± 32 15 493 ± 422 31 ± 6 6
SSV (mg/L) 180 ± 105 36 ± 31 15 376 ± 308 27 ± 4 6
N: número de amostras

Em experimento tipo escala de bancada, Velho et al. (2013) avaliando a minimização de produção de lodo em
sistemas de lodos ativados acoplados a processos de sedimentação oxidativa, utilizando reatores de 10 L com TDH
de 16 horas no tanque anaeróbio, obtiveram eficiências de remoção de 87%, 94% e 7% para aos parâmetros DQOt,
DBO5 e SST, respectivamente.

Remoção de nitrogênio amoniacal e fósforo total


Nas Figuras 2 e 3 estão apresentados os resultados obtidos para o nitrogênio amoniacal e o fósforo total,
respectivamente, ao longo de todo o período experimental. O sistema apresentou para a fase LAC, remoção média de
nitrogênio amoniacal de 77% com concentração média final de 10 mg/L. Na fase OSA a remoção foi de 73% (NH3–
N) com concentração média final de 13 mg/L. As eficiências obtidas para o nitrogênio amoniacal neste estudo foram
superiores aos relatados por Velho et al. (2013) de 61%. Os valores de concentração de saída atendem ao disposto na
legislação brasileira (CONAMA 357/2005) para lançamento de efluentes em corpos receptores (≤ 20 mg NH 3–N/L).

Figura 2 – Comportamento do nitrogênio amoniacal (esgoto bruto e efluente), ao longo do tempo, na fase LAC e
fase OSA.

5
Para o fósforo total, as remoções foram de 52% e 34%, nas fases LAC e OSA, com concentrações médias no efluente
final de 2.3 mg/L e 4.4 mg/L, respectivamente. Esses valores atendem (fase LAC) ou estão próximos (fase OSA) ao
estabelecido na legislação ambiental do Estado de Santa Catarina (Lei No. 14.675/2009), que determina o valor de 4
mg Pt/L como concentração máxima de lançamento.

Alguns estudos verificaram que o processo OSA pode contribuir para remoção de fósforo, possivelmente devido ao
ambiente anaeróbio presente na linha de recirculação do lodo, o que favorece o crescimento das bactérias
fermentativas e a remoção do fósforo (Goel and Nogueira, 2006; Novak et al., 2007). Esta condição tem sido
observada principalmente nas últimas duas coletas de monitoramento onde o sistema, já estabilizado, apresentou uma
melhoria significativa na eficiência de remoção do fósforo de 57% e 75%.

Figura 3 – Comportamento do fósforo total (esgoto bruto e efluente), ao longo do tempo, na fase LAC e fase OSA.

Eficiência da redução da produção de lodo no sistema de tratamento


A estimativa da produção de lodo no sistema experimental foi realizada avaliando-se o IVL e o Yobs. A produção de
lodo foi de 0.393 e 0.072 gSST/ gDQO na fase LAC e OSA, respectivamente, atingindo-se uma minimização de 82%
do lodo gerado entre as duas fases (Figura 4).

Figura 4. Coeficiente de produção celular observado.

6
Wang et al. (2008) obtiveram Yobs igual a 0.420 e 0.240 kg SST/ kg DQO utilizando um sistema de lodos ativados
convencional e um sistema de lodos ativados acoplado a um processo de sedimentação oxidativa, respectivamente,
com eficiência de minimização da produção de lodo de 40%, adotando TDH de 10 horas. Várias pesquisas indicam
ainda que o processo OSA reduz a massa de lodo de 60 a 70% (Chudoba et al., 1992; Chen et al., 2001; Saby et al.,
2003; Novak et al., 2007).

A elevada eficiência de redução da produção de lodo do sistema de tratamento pode ser justificada tendo em conta a
exposição a condições anaeróbias (ORP = -33 mV) a que o mesmo foi sujeito. O elevado TDH utilizado no tanque
anaeróbio (1 dia), demonstrou ser outro fator de grande importância para os resultados alcançados. Foi obtida uma
redução do IVL de 309 mL/g na fase LAC para 118 mL/g na fase OSA. Segundo classificação de Von Sperling
(2002), o lodo passou de “péssima sedimentabilidade” (fase LAC) para “média sedimentabilidade” (fase OSA)
durante o período de estudo.

Análise microbiológica
A análise microbiológica realizada por meio de microscopia óptica avaliou semelhanças qualitativas dos
microrganismos envolvidos no sistema de tratamento nas duas fases de operação. As amostras coletadas do licor
misto do tanque de aeração, em ambas as fases de operação do sistema, revelaram a presença regular de flocos
densos e organismos indicadores de estabilidade no sistema de tratamento, como Vorticellas sp., Epistylis sp.,
rotíferos, Arcellas sp. e Aspidisca sp.. (Canler et al., 1999). No entanto, em alguns momentos da fase LAC, verificou-
se a presença excessiva de bactérias filamentosas. Estas bactérias quando estão presentes em maior quantidade, são
comumente associadas ao fenômeno de flotação de lodo, conhecido como bulking filamentoso. A ocorrência destes
episódios coincidiu com a obtenção de valores de IVL mais elevados (~ 600 mL/g), provocando indicadores de uma
piora da sedimentabilidade do lodo. Na Figura 5 estão apresentados alguns exemplos dos microrganismos
comumente encontrados nas análises microscópicas, em ambas as fases de operação.

Figura 5. A – Epistylis sp. (aumento de 100x), B – Floco de lodo denso evidenciando boa estrutura e bactérias
filamentosas (aumento 100x).

Segundo resultados microscópicos obtidos por Velho et al. (2013) é possível obter lodo de boa qualidade
microbiológica, aplicando a técnica de minimização OSA, sem comprometer a qualidade do efluente final.

Conclusão

O sistema de tratamento apresentou-se eficiente nas duas fases de operação, mesmo frente às variações de carga
orgânica afluente, apresentando em ambas as fases eficiências de remoções superiores a 80% para DQO t, SST e SSV
e superiores a 70% para NH3-H. A produção de lodo alcançada foi de 0.393 g SST/g DQO na Fase LAC e de 0.072 g
SST/g DQO na fase OSA. Observou-se uma melhora no IVL na fase OSA e as análises microscópicas revelaram a

7
presença regular de flocos densos e organismos indicadores de estabilidade no sistema de tratamento. A introdução
de um tanque anaeróbio na linha de recirculação de lodo revelou minimização da produção de lodo de 82% face ao
sistema de lodos ativados convencional.

Agradecimentos
Os autores agradecem às agências de fomento Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do
Estado de Santa Catarina (FAPESC), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e
à Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN), que contribuíram para o
desenvolvimento da presente pesquisa.

Referências Bibliográficas

APHA. Standard Methods for the examination of water and wastewater (2005). 21ª ed. Washington: American Public Health
Association.
Canler, J.P., Perret, J.M., Duchène, P., Cotteux, E. (1999). Aide au diagnostic des stations d´épuration par l´observation
microscopique des boues activées. Cemagref Éditions.
Chen G.H., Yip W.K., Mo H.K., Liu Y. (2001) Effect of sludge fasting/feasting on growth of activated sludge culture s, Water
Research. 35, 1029-1037.
Chon D., Rome M., Kim Y. M., Park K. Y., Park C. (2011) Investigation of the sludge reduction mechanism in the anaerobic
side-stream reactor process using several control biological wastewater treatment processes, Water Research, 45, 6021-
6029.
Chudoba P., Morel A., Capedeville B. (1992) The case of both energetic uncoupling and metabolic selection of microorganisms in
the OSA activated sludge system, Environ. Technol., 13, 761-770.
Goel R. K. and Noguerra D. R. (2006) Evaluation of sludge yield and phosphorus removal in a Cannibal solids reduction process.
Journal of Environmental Engineering, 132(10), 1331-1337.
Liu Y., Tay J. (2001) Strategy for minimization of excess sludge production from the activated sludge process. Biotechnology
Advances, 19, 97-107.
Novak J. T., Chon D. H., Curtis, B-A, DOYLE M., (2007) Biological Solids Reduction Using the Cannibal Process, Water
Environment Research, 79(12), 2380-2386.
Paul E. and Liu Y. (2012) Biological sludge minimization and biomaterials/bioenergy recovery technologies, Wiley & Sons, Inc.,
Hoboken, New Jersey, 155-179.
Saby S., Djafer M. e Chen G. H. (2003) Effect of low ORP in anoxic sludge zone on excess sludge production in oxic-settling-
anoxic activated sludge process, Water Research, 37, 11-20.
Velho V. F., Maestri R. S., Martins C. L., Belli Filho P. e Costa R. H. R. (2013) Estratégias para reduzir a produção de lodo,
Hydro, 80, 52-55.
Von Sperling M. (2002) Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias, v.4, Lodos Ativados, Departamento de
Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais, 176-178.
Wang J. F., Zhao Q. L., Liu Z. G., Edward L. K. H. (2008) Influence factors of excess sludge reduction of the oxic-settling-
anaerobic technique, Chinese Journal of Environmental Science, 28, 427–432.
Wang J., Zhao Q., Jin W. and Lin J. (2008) Mechanism on minimization of excess sludge in oxic-settling-anaerobic (OSA)
process, Front. Environ. Sci. Engin, 2(1), 36-43.
Yan P., Ji F., Wang J., Fan J., Guan W. and Chen Q. (2013) Evaluation of sludge reduction and carbon source recovery from
excess sludge by the advanced Sludge reduction, Inorganic solids separation, Phosphorus recovery, and Enhanced
nutrient Removal (SIPER) wastewater treatment process, Bioresource Technology, 150, 344-351.
Zhou Z., Qiao W., Xing C., Wang Y., Wang C., Wang Y., Wang Y. and Wang L. (2014) Sludge reduction and performance
analysis of a modified sludge reduction process, Water Science & Technology, 69(5), 934-940.

8
REMOCIÓN DE NITRÓGENO, FOSFORO Y MATERIA ORGÁNICA EN AGUAS
RESIDUALES MUNICIPALES CON MICROALGAS Y BACTERIAS

NITROGEN, PHOSPHORUS AND ORGANIC MATTER REMOVAL FROM MUNICIPAL


WASTEWATER WITH MICROALGAE AND BACTERIA

Liz Arango Muñoz 1


Germán Buitrón Méndez 1*
Flor de Maria Cuervo 2
Armando González Sánchez 3

Abstract
Microalgae can be used for wastewater treatment due to their ability to assimilate nutrients. Microalgae and
bacteria’s treatment systems are proposed as an alternative to energy saving in terms of aerobic biological
systems aeration because oxygen is provided in a photosynthetic way by microalgae. Most studies on this topic
are carried out with strains of different microalgae species. The aim of the study is to test the removal efficiency
of nitrogen, phosphorus and organic matter in municipal wastewater, as well as biomass accumulation in the
alga-bacteria system from a mixed consortium of microalgae and microorganisms in the wastewater. Two
photobioreactors of 1.6 L for the treatment of municipal wastewater (ARM) were inoculated with a mixed
consortium whose predominant genera of microalgae are Scenedesmus and Desmodesmus at 26+4 °C and 8.5
Klux average with a photoperiod of 12 hours as a light source and mixed with a magnetic stirrer in batch mode
for seven days. The maximum biomass production obtained was 86 mgSSV/L/d, and removals of 96+0.26,
96+1.04 and 63+9.24 % for NH4+, PO43- and COD respectively were achieved. We conclude that treatment of
ARM with a mixed consortium of microalgae (without the use of strains) and bacteria from municipal wastewater
directly (without the use of bacterial inoculum) is efficient compared to other authors at removing nutrients and
organic matter and produces a considerable amount of biomass suitable for anaerobic digestion.

KeyWords: Microalgae, bacteria, wastewater treatment, phosphorus, nitrogen, organic matter.

1
Laboratorio de Investigación en Procesos Avanzados de Tratamientos de Aguas. Unidad Académica Juriquilla. Instituto de
Ingeniería, Universidad Nacional Autónoma de México.
1*
Laboratorio de Investigación en Procesos Avanzados de Tratamientos de Aguas. Unidad Académica Juriquilla. Instituto de
Ingeniería, Universidad Nacional Autónoma de México. Campus Juriquilla. Blvd. Juriquilla 3001, 76230, Querétaro, México.
E-mail: Gbuitronm@iingen.unam.mx
2
Departamento de Biotecnología, Universidad Autónoma Metropolitana-Iztapalapa.
3
Departamento de Ingeniería Ambiental, Instituto de Ingeniería. Universidad Nacional Autónoma de México.
1
Resumen
Las microalgas pueden ser utilizadas para el tratamiento de aguas residuales gracias a su capacidad para asimilar
nutrientes. Los sistemas de tratamiento con microalgas y bacterias son propuestos como una a la aireación de
sistemas biológicos aerobios ya que el oxígeno se provee de manera fotosintética por las microalgas, lo que
sugiere un ahorro energético. El objetivo de este estudio es probar la eficiencia de remoción de nitrógeno, fósforo
y materia orgánica de un agua residual municipal, tanto como el crecimiento de biomasa alga-bacteria en el
sistema a partir de un consorcio mixto de microalgas y los microorganismos presentes en el agua residual. Dos
fotobioreactores de 1.6 L para el tratamiento de agua residual municipal (ARM) fueron inoculados con un
consorcio mixto de microalgas cuyos géneros predominantes fueron Scenedesmus y Desmodesmus a 26+4 °C y
8.5 KLux en promedio, con un fotoperiodo de 12 horas como fuente de luz y mezclados con agitadores
magnéticos en modo batch por siete días. La máxima producción de biomasa obtenida fue de 86 mgSSV/L/d y se
alcanzaron remociones de 96+0.26, 96+1.04 y 63+9.24 % para NH4+, PO43- y DQO respectivamente. Se concluye
que el tratamiento de ARM con un consorcio mixto de microalgas (sin el uso de cepas puras) y bacterias que
provienen directamente del agua residual municipal (sin el uso de inóculo de bacterias) es eficiente en
comparación con otros trabajos reportados en cuanto a remoción de nutrientes y materia orgánica y produce una
cantidad considerable de biomasa apta para digestión anaerobia

Palabras clave: Microalgas, tratamiento de aguas residuales, fósforo, nitrógeno, materia orgánica.

Introducción

En países industrializados como México, se genera una gran cantidad de agua residual municipal e industrial que
no debería ser descargada a los ríos, lagos o directamente al mar sin antes recibir un tratamiento adecuado. Las
descargas ricas en sustancias inorgánicas tales como amonio, nitratos y fosfatos estimulan el crecimiento vegetal
contribuyendo así a la eutroficación de los cuerpos de agua receptores (Martínez, 2000).

Diferentes especies de microalgas han sido utilizadas ampliamente para el tratamiento terciario del agua por las
remociones de nutrientes que se logran ya sea por asimilación al interior de las células (vía biótica) o por
incrementos en el pH que llevan a la precipitación del fósforo (en presencia de iones Ca 2+) y la volatilización del
ion amonio (NH4+) como amoníaco (NH3) (vía abiótica) (Larsdotter, 2006).

El uso de sistemas biológicos con microalgas y bacterias heterotróficas aerobias como tratamiento secundario a
las aguas residuales domésticas fue propuesto desde 1957 por el profesor Oswald y sus colaboradores (Oswald y
Gotaas, 1957). El objetivo de este tipo de sistema es básicamente lograr la oxigenación de una manera
fotosintética evitando así los altos costos energéticos para la aireación de reactores aerobios, a su vez, las
bacterias proveen a las microalgas de CO2 que es liberado al oxidar la materia orgánica (Muñoz, 2013) (Godos,
2011).

Este trabajo tiene como objetivo principal el desarrollo de un sistema biológico tipo batch a escala de laboratorio
para el tratamiento de aguas residuales (remoción de materia orgánica y nutrientes) y producción de biomasa
alga-bacteria utilizando un consorcio mixto de microalgas (sin el uso de cepas puras) que se compone
mayoritariamente por los géneros Scenedesmus y Desmodesmus y microorganismos provenientes del agua
residual municipal.

Metodología

La estrategia experimental consistió en el montaje de dos fotobioreactores cilíndricos de vidrio para el


tratamiento de agua residual municipal con un volumen útil de 1.6 L bajo condiciones de laboratorio con una
temperatura de 26+4 °C e iluminados a 8.5 KLux (lámparas led spotlight 20 W) y por 12 horas diarias. Los
fotobioreactores fueron mezclados con agitadores magnéticos para asegurar una buena mezcla al interior del
sistema. El pH fue medido in situ.
2
A los reactores se les adicionaron 1440 mL de agua residual municipal como sustrato y fueron inoculados con
100 mg de sólidos suspendidos volátiles (SSV)/L de un consorcio mixto de microalgas. El tiempo de reacción fue
de siete días.

Al inicio y al final del ciclo que tuvo 7 días de duración, se tomaron 100mL de cada fotobioreactor, para realizar
la prueba de SSV y luego fueron centrifugados y filtrados (0.45 µm de tamaño de poro) para la determinación de
DQO, NH4+, NO3-, NO2- y PO43- solubles.

Se realizaron observaciones periódicas al microscopio para identificar algún cambio en la morfología de las
microalgas al ser sometidas a un medio de alguna manera más agresivo que el medio mineral en el que se estaban
cultivando. También fue una herramienta útil a la hora de percibir un aumento o disminución en la concentración
de células microalgales dentro de los fotobioreactores.

Inóculo de microalgas
El inóculo de microalgas utilizado consistió en un consorcio mixto que había sido cultivado en la Unidad
Académica Juriquilla del Instituto de Ingeniería de la UNAM en medio Bold (medio mineral). El inóculo
inicialmente fue colectado en un lago de un campo de golf en la ciudad de Querétaro, México. Los géneros
predominantes en el consorcio son Scenedesmus, Chlorella, Desmodesmus y Monoraphidium. De estos géneros,
se tiene la certeza que se cuenta con las siguientes especies: Chlorella vulgaris, Scenedesmus obliquus
(actualmente conocido como Acutudesmus obliquus) y Desmodesmus maximus.

Inóculo de bacterias
El inóculo de bacterias estuvo conformado por los microorganismos, predominantemente bacterias, presentes en
el agua residual municipal.

Composición del sustrato


El sustrato fue compuesto completamente (sin dilución) por agua residual municipal proveniente de la planta de
tratamiento de Santa Rosa Jáuregui, Querétaro. El punto de toma de muestra se realizó después de un pre-
tratamiento de cribado grueso, sedimentacón primaria y cribado fino será utilizada como sustrato para el
crecimiento de la biomasa de microalgas y bacterias. La caracterización fisicoquímica del agua residual
municipal de esta planta, se presenta en la Tabla 1.

Tabla 1 Caracterización promedio del agua residual municipal utilizada como sustrato

Agua residual
Parámetro Unidad
municipal
Unidades de
pH 7
pH
DQO mgO2/L 500
DQOS mgO2/L 371
NH4+ mgNH /L4+
82
3- 3-
NO mgNO /L 0
2- 2-
NO mgNO /L 0
PO43- mgP/L 8
SSV mgSSV/L 100

Nota: Las concentraciones de estos parámetros son muy variables dependiendo del día y la hora en el que se recolecte el
agua, los datos presentados en esta tabla son los valores puntuales del día que se lanzó el experimento.

3
Procedimientos analíticos
Los Sólidos Suspendidos Volátiles (SSV) se determinaron de acuerdo al método 2540E del APHA Standard
Methods (2005). La Demanda Química de Oxígeno (DQO) se determinó de acuerdo al método colorimétrico
8000 de HACH (micro-DQO) para un rango de 0 a 1,500mgO2/L. Para la determinación del contenido de
nitrógeno amoniacal (NH4+) se siguió el método 10031 de HACH basado en colorimetría (Salicylate method) para
un rango de 0 a 50mgNH4+/L. Para la determinación de nitritos y nitratos se siguieron los métodos 10237 y 10206
respectivamente, ambos basados en colorimetría (Diazotization y Dimethylphenol methods) Para la determinación
de fosfatos (PO43-) se siguió el método 10127, basado en colorimetría (Molybdovanadate with acid persulfate
digestion method). Para su determinación, se utilizarán tubos HACH para un rango de 0 a 80mg PO43-/L. La
medición del pH siempre se llevó a cabo in situ con un potenciómetro OAKTON pH 510 Series.

La identificación de microalgas se llevó a cabo por examinación microscópica (LEICA DM500 con adquisición
de imagen Leica ICC50 HD). Las muestras fueron fijadas con formaldehído al 0.5% y preservadas a 4°C.

Resultados y discusión

Productividad de biomasa
La máxima productividad de biomasa fue de 86 mgSSV/L/d con un valor medio de 71.0 mgSSV/L/d. Este
resultado es interesante comparado con algunos autores que alcanzan de 30 a 40 mgSSV/L/d (Yanyan Su, 2011),
y un máximo reportado de 64mgSSV/L/d (Su Hongyang, 2011) como se observa en la Figura 4. Utilizar un agua
residual municipal como sustrato tiene como desventaja la alta variabilidad de las concentraciones de nutrientes y
DQO en el tiempo. Con el lote de agua que se realizó este experimento, el sistema se pudo haber visto limitado
por nitrógeno y fósforo ya que una vez se abaten, las microalgas y los microorganismos aerobios son incapaces
de seguir generando material celular y así aumentar la biomasa. Hongyang (2011) por ejemplo, logró un alto
crecimiento de biomasa puesto que el sustrato utilizado tenía una concentración de hasta 170 mgNH4+/L.
También es importante notar que es posible lograr buenas productividades sin necesidad de utilizar cepas de
mircoorganismos ni microalgas puras, sino a partir de consorcios que se forman naturalmente en lagos, lagunas,
etc y que vienen a demás en las aguas residuales municipales.

Remoción de materia orgánica


La carga de materia orgánica con la que se alimentaron los reactores fue de 0.053gDQOS/L/d. La máxima
remoción de DQOS fue de 70.4% con un valor medio de 63+9.24%. Las remociones alcanzadas son muy buenas
en comparación con algunos autores que han trabajado estos sistemas con cepas puras (Su Hongyang, 2011)
(Yanyan Su, 2011) (O. Hammouda, 1995) lo que incrementa un poco los costos del proceso en cuanto a compra y
mantenimiento de cepas microbiológicas. Los contrastes con la bibliografía se pueden observar en la Figura 1.

Remoción de Nitrógeno
La concentración inicial de nitrógeno amoniacal soluble alimentada fue de 82 mgNH4+Soluble/L y el máximo
porcentaje de remoción alcanzado fue de 96.23% y se logró abatir en promedio un 96.05+0.26% del nitrógeno
amoniacal soluble inicial. Los nitritos y nitratos por el contrario aumentaron de 0 mg/L en ambos casos a 8 y 14
mg/L respectivamente. Este aumento se explica por el crecimiento de bacterias nitrificantes que oxidan el
nitrógeno amoniacal como se explica en la Ecuación #1 y #2 a nitritos y a nitratos.

→ Ecuación 1
→ Ecuación 2

El nitrógeno amoniacal es abatido casi en su totalidad en comparación con algunos autores que alcanzan 60% (O.
Hammouda, 1995), 67% (Su Hongyang, 2011), 92% (A. Martinez, 2012) y 82% (Yanyan Su, 2011) como se
observa en la Figura 2. Cuando las microalgas se encuentran en un medio con nitrógeno amoniacal y nitratos
disponibles, su fuente preferida será el nitrógeno amoniacal (Larsdotter, 2006).

4
Una medida indirecta de un buen crecimiento microalgal (y por tal, una buena remoción de nutrientes) es el
aumento en el pH, pues cuando se cultivan microalgas, éstas consumen rápidamente el CO2 presente en la
solución y el equilibrio de la Ecuación #3 se desplaza hacia la izquierda provocando un aumento en el pH por
aumento en el ion bicarbonato (HCO3-) y el consumo iones H+ (Ferrera Cerrato & al, 2006) (Muñoz Torre, 2005).
El pH inicial fue de 7 unidades de pH, y después de 7 días el pH alcanzó 8,5 unidades de pH.

Ecuación 3

Algunos autores reportan un aumento en el pH de hasta 3 unidades (pH final de 10) lo que altera el equilibrio
NH3/NH4 y puede llegar a ser tóxico tanto para las microalgas como para las bacterias. Teóricamente, a pH de
8,5 y 25 °C el porcentaje de amoniaco en la solución es de 20%, que no supone inhibición alguna.

Remoción de Fósforo
La concentración inicial de fosfatos solubles fue de 8 mgPO43-Soluble/L y el máximo porcentaje de remoción
alcanzado fue de 97.62 % y se logró abatir en promedio un 96.52+1.04 % de los fosfatos solubles iniciales. Estos
porcentajes son bastante buenos en comparación con algunos autores que se encuentra entre en 40 y 70%
(Martínez, 2000), (Su Hongyang, 2011), (Yanyan Su, 2011) como se observa en la Figura 3. En este caso
interviene nuevamente el pH en una gran medida ya que los fosfatos pueden precipitar con pH alcalinos y en
presencia de iones Ca2+. La Tabla 2 muestra un resumen de los resultados en promedio obtenidos por los dos
reactores.

Tabla 2 Resumen de resultados

Parámetro Resultados
Remoción de DQOS 63+9.24 %
Remoción de NH4+ 96+0.26%
ΔNO3- 14mg/L
ΔNO2- 8mg/L
Remoción de PO43- 96+1.04%
Producción de
71.0mgSSV/L/d
biomasa
ΔpH 1.5

En la Tabla 3 se muestran las características básicas de los tratamientos de los autores discutidos anteriormente
donde se puede observar que casi todos utilizan cepas puras de microalgas para inocular sus reactores.

Tabla 3 Sustratos y cepas utilizadas

5
Remoción de DQO Remoción de fosfatos PO43-
Porcentaje de remoción (%)

Porcentaje de remoción (%)


100.00 100
80.00 80
60.00 60
40.00 40
20.00 20
0.00 0

Figura 1 Comparación bibliográfica de remoción de Figura 3 Comparación bibliográfica de remoción de


DQO fosfatos

Remoción de NH4+ Productividad de biomasa (gSSV/l/d)


Porcentaje de remoción (%)

100
80
0.4
60
Productividad (gSSV/l/d)

40
0.3
20
0
0.2

0.1

0
S. Hongyang y Y. Su (l) Experimentales
colaboradores

Figura 2 Comparación bibliográfica de remoción de Figura 4 Comparación bibliográfica de la productividad


NH4+ de biomasa

Conclusiones

Con este estudio se logra demostrar que es posible alcanzar una alta remoción de nutrientes y materia orgánica con
un consorcio mixto de microalgas y sin inóculo de bacterias bajo condiciones de laboratorio y en operación por lotes
durante 7 días, dando como resultado un efluente de muy buena calidad. Con este estudio se demuestra que es
posible lograr una productividad alta de biomasa rica en microalgas que es potencialmente interesante para someter a
digestión anaerobia.

Agradecimientos
Se agradece el apoyo financiero para la realización de este estudio del Fondo Mixto Querétaro –
Conacyt a través del proyecto (FOMIX 192341).

6
Bibliografía
A. Martinez, N. M. (2012). Microalgae cultivation in wastewater: Nutrient removal from anaerobic membrane bioreactor effluent.
Bioresource Technology, 247–253.
Baumgarten, E., Nagel, M., & Tischner, R. (1999). Reduction of the nitrogen and carbon content in swine waste with algae and
bacteria. Appl Microbiol Biotechnol, 281-284.
Brennan, L., & Owende, P. (2010). Biofuels from microalgae—A review of technologies for production, processing, and
extractions of biofuels and co-products. Renewable and Sustainable Energy Reviews, 557–577.
Cerrato, R. F. (2006). Procesos de biorremediación de suelo y agua contaminados por hidrocarburos del petróleo y otros
compuestos orgánicos. Revista latinoamericana de microbiología, 179-187.
Ferrera Cerrato, R., & al, e. (2006). Procesos de biorremediación de suelo y agua contaminados por hidrocarburos del petróleo y
otros compuestos orgánicos. Revista latinoamericana de microbiología, 179-187.
Godos, I. (2011). Sistemas de microalgas y bacterias para el tratamiento de purines de cerdo. León: Universidad de León,
Facultad de ciencias biológicas y ambientales.
Golueke, C., Oswald, W., & Gotaas, H. (1956). Anaerobic digestion of algae. Sanitary Engineering Research Laboratory,
Department of Engineering, University of California, 47-55.
Larsdotter, K. (2006). Wastewater treatment with microalgae – a literature review. 62, 31-38.
Martínez, S. S. (2000). Nitrogen and phosphorus removal from urban wastewater by the microalga Scenedesmus obliquus.
Bioresource Technology, 263-272.
Muñoz Torre, R. (2005). Algal-Bacterial photobioreactors for the degradation of toxic organic pollutants. Lunds Universitet.
Muñoz, D. R. (2013). El potencial de la biotecnología algal en Ingeniería Ambiental: Fundamentos y aplicaciones. Introducción a
la Biotecnología Algal. Querétaro, México: Instituto de Ingeniería de la UNAM.
O. Hammouda, A. G.-R. (1995). Microalgae and wastewater. Ecotoxicology and environmental safety, 205-210.
Oswald, J., & Gotaas, H. (1957). Photosynthesis in sewage treatment. Transactions of the American Society of Civil
Engineers(122), 73-105.
Oswald, W. (1988). Microalgae and wastewater treatment. Microalgal Biotechnology, 305-328.
Schenk, P. e. (2008). Second Generation Biofuels: High-Efficiency Microalgae for Biodiesel Production. BioEnergy Research ,
20-43.
Su Hongyang, Z. Y. (2011). Cultivation of Chlorella pyrenoidosa in soybean processing wastewater. Bioresource Technology,
9884–9890.
Torre, R. M. (2005). Algal-Bacterial photobioreactors for the degradation of toxic organic pollutants. Lunds Universitet.
Yanyan Su, A. M. (2011). Municipal wastewater treatment and biomass accumulation with a wastewater-born and settleable
algal-bacterial culture. Water research, 3351-3358.

7
PRODUÇÃO DE ÁGUA DE REÚSO EM BIOFILTROS AERADOS SUBMERSOS DE
ALTA EFICIÊNCIA

PRODUCTION OF WATER REUSE IN BIOFILTERS AERATED FEATURES WITH HIGH


EFFICIENCY.

Weliton Freire Bezerra Filho1*


Cícero Onofre de Andrade Neto2
Ana Bárbara de Araújo Nunes3

Abstract
Population growth and aspects related to distribution and management of water resources make the search for
simple wastewater treatment systems and able to produce effluents with potential use for less noble purposes
extremely important. In this scenario, the use of aerated reactors as post-treatment of anaerobic effluent appears
to be quite promising for the Brazilian reality. This paper presents a new aerobic system wastewater treatment
that have been being developed at the Federal University of Rio Grande do Norte, low cost and simple
operation, and it is able to produce an effluent with turbidity less than 1 UT, TSS of 2 mg/L and COD of 54
mg/L. Effluent with those characteristics already show suitable for use in no potable urban areas, in agriculture,
hydroponic, and in some industrial processes. Moreover, the low concentration of TSS, turbidity and COD
facilitate subsequent implementation of a disinfecting unit, which would further increase the range of
possibilities for reuse this water

Key Words: Submerged Aerated Biofilter, TSS Removal, Turbidity Removal, Water Reuse.

___________________________
1
Doutorando da Universidade Federal do Ceará
2
Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
3
Profa. Adjunta do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da UFC
* Rua Praia da Penha – 9088 – Ponta Negra, Brasil, Rio Grande do Norte. Cep: 59092-320. Tel. +55 84
99882888. E-mail: weliton.freire@gmail.com

1
Resumo
O crescimento da população e aspectos relacionados à distribuição e gerenciamento de recursos hídricos fazem
com que seja extremamente importante a busca por sistemas de tratamento de esgoto simples e de baixo custo
capazes de produzir efluentes com potencial de utilização para diversos fins compatíveis. Neste cenário, a
utilização de reatores aerados como pós-tratamento de efluente anaeróbio mostra-se bastante promissor para a
realidade brasileira. Este trabalho apresenta um novo sistema aeróbio de tratamento de esgotos, que está sendo
desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, de baixo custo e simples operação, e que é capaz
de produzir efluente com turbidez da ordem de 1 UT, SST de 2 mg/L e DQO de 54 mg/L. Efluentes com essas
características já se mostram apropriados para serem utilizados para fins não potáveis em meio urbano, na
agricultura, na hidropônia, e em diversos processos industriais. Além disso, as baixas concentrações de SST,
turbidez e DQO facilitam a posterior implementação de unidade de desinfecção, que aumentaria ainda mais o
leque de possibilidades de reutilização destas águas.

Palavras Chave: Água de reúso, Biofiltro aerado, Remoção de Turbidez, Remoção de SST

Introdução

O crescimento populacional e a distribuição desigual da população no planeta aplicam sobre os recursos hídricos
uma pressão difícil de ser gerenciada. Uma alternativa para amenizar a falta de água, principalmente em regiões
semiáridas, é o tratamento de esgotos com vistas à produção de efluentes que possam ser utilizados como água
de reúso.

O uso de esgotos tratados, e reúso da água, é uma prática frequente em localidades com difícil acesso à água,
entretanto, muitas vezes o reúso é feito de forma não controlada. Por esta razão é importante que se desenvolvam
e apliquem sistemas de tratamento de esgotos domésticos que utilizem tecnologia de baixo custo de implantação
e operação, e que produza efluente com características que atendam aos requisitos de qualidade do reúso
agrícola, industrial e/ou urbano não potável de águas.

Dentre as possibilidades de reúso citadas, o reúso urbano não potável presenta-se bastante promissor. Contudo,
alguns cuidados devem ser observados, principalmente em locais que permitem contato direto com as pessoas,
como: parques, jardins, locais turísticos, etc.

O uso urbano não potável de esgoto tratado é definido por Chernicharo, et. al (2006) como restrito ou irrestrito.
O uso urbano não potável irrestrito contempla usos como: irrigação de parques, campos esportivos, paisagísticos
com acesso irrestrito etc. Já o uso (reúso) urbano não potável restrito diz respeito à utilização em: canteiros de
rodovias, paisagismo com acesso controlado, uso na construção e no controle de poeira etc.

Outra forma de reúso importante é a produção de forragem verde hidropônica utilizada na alimentação animal,
que contribui na reciclagem de nutrientes, em especial do nitrogênio e fósforo, na redução dos custos com
fertilizantes, que têm se mostrado cada vez mais elevados, contribuindo para reduzir o grave problema de
eutrofização nos reservatórios de água. Por outro lado, a presença desses nutrientes em corretos níveis, acarretam
aumento da produtividade agrícola.

Por estas razões, este trabalho contribui para o desenvolvimento de uma alternativa tecnológica que utiliza
eletroduto corrugado cortado como meio suporte nos filtros aerados, com alto índice de vazios e longo tempo de
retenção celular, que não necessita descargas frequentes de lodo e produz efluente com baixa turbidez e baixa
concentração de SST, o que dispensa a necessidade de implantação de etapas de separação de fases, barateando
os custos de implantação e operação. Assim, os efluentes gerados podem ser utilizados como recursos hídricos
alternativos na forma de água de reúso para diversos fins.

Material e Métodos

O efluente estudado foi produzido por dois biofiltros aerados aplicados no pós-tratamento de reatores anaeróbio,
e que tratam esgotos essencialmente domésticos. O sistema pesquisado está localizado na Estação Experimental
de Tratamento de Esgotos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.

2
A figura 1 mostra os dois biofiltros aerados estudados, que apresentam as seguintes características: 4,00 m de
comprimento e 0,70 m de largura e altura média para lâmina de esgoto de 1,22 m, perfazendo o volume útil de
3,42 m3.

O fluxo do esgoto no interior dos biofiltros se dá da seguinte forma: o afluente entra no primeiro filtro aerado
(chamado AER1) pela parte inferior através de três canos de PVC com diâmetro de 75 mm dispostos sobre o
piso do filtro, e é recolhido na superfície por duas calhas feitas em cano de PVC também com 75 mm de
diâmetro, acomodadas sobre o material de enchimento; em seguida passa ao segundo filtro aerado (chamado
AER2), onde o processo se inverte, o esgoto é distribuído por duas calhas na superfície e recolhido por três canos
de PVC no piso do filtro. O efluente do AER2 é o efluente final do sistema

As mangueiras de distribuição de ar foram alocadas no interior dos canos de distribuição de esgoto e, desta
forma, o esgoto era aerado antes de entrar no reator. Esta solução permitiu que a aeração fosse mais eficiente,
uma vez que no interior dos filtros, devido ao grande acúmulo de lodo, a penetração do oxigênio se tornava mais
difícil.

Figura 1: Planta baixa e corte esquemático dos reatores estudados

Para a pesquisa foram utilizados eletrodutos cortados com tamanho médio de 3,00 cm e diâmetro interno de 2,00
cm e externo de 2,50 cm e índice de vazios de 90% (Figura 2). Com estas dimensões a superfície específica no
interior do reator é de 286,05 m2/m3.

A superfície especifica do material de enchimento foi calculada em laboratório, para isso foi coletada uma
amostra com 10 peças onde se mediu o comprimento médio, em seguida com um paquímetro, mediu-se os
diâmetros internos e externos, o comprimento dos sulcos. Com estes dados, calculou-se a área total do eletroduto
e a superfície especifica no interior do reator.

3
Figura 2: Material de enchimento utilizado na pesquisa.

Estas características favorecem o desenvolvimento do biofilme e a retenção do lodo no interior do reator, sem,
no entanto, apresentar perdas de cargas significativas ou caminhos preferenciais.

Além disso, o índice elevado de vazios, somado com a aeração direta do lodo, proporciona um longo tempo de
retenção celular, permitindo que a biomassa entre na fase de respiração endógena, consumindo o lodo retido. Isto
aumenta a capacidade de retenção de lodo do reator e dispensa a necessidade de remoções constantes de lodo e
de decantador secundário, produzindo efluente com baixa turbidez, concentração de SST e DQO compatíveis ao
reúso.

A aeração utilizada nesta pesquisa foi de 0,10 m3/min no primeiro filtro e 0,05 m3/min no segundo filtro. A
vazão de esgoto foi de 10 m3/dia.

Para está pesquisa foram realizadas 13 coletas entre 12 de setembro de 2012 e 19 de dezembro de 2012.

A Figura 3 apresenta o aspecto visual dos efluentes do sistema.

Figura 3: A: Da direita para a esquerda: Efluente anaeróbio, efluente do primeiro filtro aerado e efluente final do
sistema. B: Detalhe do efluente final do sistema.

4
Resultados e Discussão

Para facilitar a apresentação o efluente anaeróbio será nomeado de ANA, o efluente do primeiro filtro aerado de
AER1, e o efluente do segundo filtro aerado e efluente final do sistema será denominado AER2.

O Quadro 01 apresenta os resultados médios dos parâmetros analisados na pesquisa. Nela é possível perceber a
grande capacidade dos filtros em reter os sólidos no interior dos interstícios, dispensando etapa seguinte para
separação de fases.

Quadro 01: Resultados médios dos parâmetros analisados.


Ponto DQO NTK N-NO3 OD pH Alcalinidade Turbidez SST E.Coli
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (mg (UT) (mg/L) (UFC/
CaCO3/L) 100ml
ANA 118 103 0,0 0,0 6,7 539,6 44,2 15,6 8x105
AER 1 77 40,1 12,7 2,3 6,8 209,3 1,2 7,0 1,8x104
AER 2 54 20,7 24,7 4,0 6,3 70,6 0,7 2,3 3,2X103

A temperatura média observada em torno dos 29ºC não interferiu negativamente nos processos de remoção de
DQO, e retenção de sólidos no interior dos reatores estudados.

Ocorreu redução de 80% na concentração média de NTK, e o consequente aumento na concentração de nitrato
para 24,7 mg/L no efluente final. A ação dos microrganismos quimiolitoautotróficos responsáveis pelo processo
de nitrificação foi responsável pela redução de 87% da alcalinidade afluente.

De acordo com Florêncio, Bastos e Aisse (2006), que registraram resultados de suas pesquisas no âmbito do
PROSAB, as águas que apresentam concentrações menores de 1x10 4 mg/100mL de coliformes termotolerantes,
e menos de 1 ovo de helminto por litro podem ser destinadas ao uso urbano restrito não potável. Desta forma, o
efluente estudado apresenta concentração de coliformes termotolerantes que sugerem a sua utilização restrita em
meio urbano. Com relação ao padrão de quantidade de ovos de helminto, este parâmetro não foi analisado,
contudo, conforme afirmam Cavalcante, et. al. (2010) e Gobbi (2010) a configuração do sistema (tanque séptico,
filtro anaeróbio, filtros aerados) é suficiente para garantir que este parâmetro esteja inferior a 1 ovo de
helminto/L.

Uma das características mais importantes dos filtros estudados pode ser observada analisando os valores médios
de Turbidez e SST (ver figuras 4 e 5, respectivamente). Estes resultados mostram a grande capacidade dos filtros
em reter os sólidos no interior dos interstícios, aumentando o tempo de retenção celular e permitindo que a
biomassa entre na fase de respiração endógena, consumindo o lodo retido, e desta forma, dispensando uma etapa
seguinte para separação de fases.

70

60

50
Turbibez (UT)

40

30

20

10
Média
0
Média±DP
ANA AER 1 AER 2
Min-Max
Ponto

Figura 4: Valores médios para Turbidez (UT)

5
A eficiência média na remoção da turbidez foi de 98%, reduzindo de 44,2 UT no afluente para 0,7 UT no
efluente final. Para SST, a eficiência foi de 85%, produzindo um efluente com concentração média de SST de
2,3 mg/L. Estes resultados sugerem que uma desinfecção com cloro ou ultra violeta seria facilmente aplicada,
garantindo os padrões microbiológicos para utilização irrestrita não potável em meio urbano .

28
26
24
22
20
18
SST (mg/L)

16
14
12
10
8
6
4
2 Média
0
Média±DP
ANA AER 1 AER 2
Min-Max
Ponto

Figura 5: Valores médios para Sólidos Suspensos Totais (mg/L)

O resultado médio de turbidez de 0,73 UT atendem ainda ao padrão mais rigoroso para reúso da água
recomendado por Chernicharo, et. al. (2006), que é 2 UT.

Corroborando o que foi dito anteriormente, estes resultados de turbidez e SST indicam alta eficiência na remoção
de ovos de vermes e protozoários.

A análise da matéria orgânica, apresentada no Quadro 01 e na Figura 6, foi feita através da DQO, que mesmo
sendo um parâmetro muito eficaz para determinação de contaminação tanto de origem doméstica com de origem
industrial, não é contemplada pela legislação federal, estadual e municipal, no Brasil, para determinar os padrões
de qualidade de água para uso urbano não potável. Para possibilitar a comparação com a DBO foi utilizada a
relação DQO/DBO de 5,8 apresentada por Araújo (2009), que estudou filtros aerados preenchidos com
eletroduto cortado, com aeração similar ao proposto neste trabalho. Desta maneira, o valor de DBO considerado
será de 9,3 mg/L, o que se enquadra no padrão mais rigoroso proposto por Chernicharo, et. al. (2006) que é
menor ou igual a 10 mg/l.

280
260
240
220
200
180
DQO (mg/L)

160
140
120
100
80
60
40
20 Média
0
Média±SD
ANA AER 1 AER 2
Min-Max
Ponto

Figura 6: Valores médios para DQO (mg/L)

6
Observando a concentração de NTK, percebe-se uma redução de 80%. Parte do NTK afluente foi oxidado até
nitrato e liberado com o efluente. Outra parte foi removida através do processo de nitrificação e desnitrificação
simultânea ocorrida no interior dos reatores, conforme afirmam Bezerra Filho e Andrade Neto (2011).

Estes valores médios de nitrogênio indicam potencial bastante promissor no uso em hidropônia. Neste caso, a
planta complementaria a remoção deste composto.

Um problema grave observado na utilização de esgoto tratado para substituir soluções nutritivas é a alta
concentração de sólidos. Conforme afirmam Andrade Neto, et. al. (2005), o controle na redução de sólidos deve
ser a preocupação mais frequente, sob pena de total insucesso. Ainda segundo os autores, os sólidos em
suspensão, quando em grande quantidade, agregam-se ao sistema radicular da planta dificultando a oxigenação
da planta e desencadeando o processo de anaerobiose, que produzirá gases que podem se tornar nocivos à planta.

Andrade Neto, et. al. (2005), recomendam que a concentração SST esteja abaixo de 20 mg/L. Souza (2008), no
estudo sobre produção de forragem verde hidropônica utilizando esgoto tratado, apresenta os valores de SST e
DQO de 24,56 mg/L e 137,97 mg/L respectivamente, e produtividade de até 19,46 kg FVH. m2. Comparando
com os valores de SST e DQO apresentados pelo sistema em estudo de 2,3 mg/L e 54 mg/L, pode-se esperar
uma produção ainda maior.

Conclusões

O alto índice de vazios do material suporte empregado mostrou-se extremamente eficiente no tocante à retenção
de sólidos no interior do reator, tendo conferido satisfatória estabilidade física à biomassa no interior dos
biofiltros, produzindo efluentes com concentrações médias de SST e turbidez em torno de 2 mg/L e 1 UT,
respectivamente.

O efluente produzido pelos filtros aeróbios em desenvolvimento na UFRN apresenta grande potencial para o
reúso, apresentando-se como uma importante ferramenta no gerenciamento dos recursos hídricos. O efluente já
se enquadra nos padrões recomendados pelos estudos realizados no âmbito do PROSAB – Programa de
Pesquisas em Saneamento Básico, do Brasil, para utilização em meio urbano de forma restrita.

A baixa concentração de sólidos e turbidez e a presença de nitrogênio na forma de nitrato indicam a


possibilidade de utilização na agricultura e na hidropônia.

Se necessária a desinfecção do efluente, o que aumentaria consideravelmente as possibilidades de utilização do


esgoto tratado pelo sistema estudado, as baixas concentrações de sólidos e turbidez permitem a desinfecção com
sistemas simples e alta eficiência, pois a turbidez tem muita influencia sobre a performance da desinfecção de
esgoto tratado.

Os biofiltros aerados submersos com alto índice de vazios mostraram-se também eficiente na remoção de
material carbonáceo, produzindo efluente com concentração média de DQO inferior a 50 mg/L.

Os reatores apresentaram eficiência considerável em relação a remoção de compostos nitrogenados, tendo


eliminado, pelo processo de nitrificação e desnitrificação simultâneas, 80% do NTK afluente.

Referências

Andrade Neto, C. O. De ; Melo, H. N. S. ; Abujamra, R. C. P. . Utilização De Água Residuária Tratada Em Sistemas


Hidropônicos. In: GHEYI, H R; MEDEIROS, S S; SOARES. F A L. (Org.). Uso E Reúso De Águas De
Qualidade Inferior - Realidades E Perspectivas. 1o Ed. Campina Grande: UFCG, 2005, V. 1, P. 317-345.
Araújo, R. F. Remoção De Compostos Nitrogenados Em filtros biológicos submersos aerados, em escala piloto. 2009.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Sanitária) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Sanitária,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2009.
Bezerra Filho, W. F., Andrade Neto, C. O; Avaliação da remoção de compostos nitrogenados utilizando filtros aerados
submersos como pós-tratamento de um sistema anaeróbio. Águas&Resíduos. , v.16, p.26 - 35, 2011.
Cavalcanti, F.L.; Andrade Neto, C. O. De; Araújo, A.L.c.. Eficiência sanitária de filtros anaeróbios avaliada em função da
remoção de ovos de vermes e coliformes fecais. REVISTA AIDIS, 2010, v. 3, p. 49-61.

7
Chernicharo, C. A. L.; Florêncio, L.; Bastos, R. K. X.; Piveli, R. P.; Von Sperling, M.; Monteggia, L. O.; Tratamento De
Esgotos E Produção De Efluentes Adequados A Diversas Modalidade De Reúso De Água In: Florêncio, L. (Org)
Tratamento E Utilização De Esgotos Sanitários. Rio De Janeiro/Rj: Abes, 2006.
Florêncio, L.; Bastos, R. K. X.; Aisse, M. M. (Coord.). Tratamento e Utilização de Esgotos Sanitários. Rio de Janeiro: ABES,
2006.
Gobbi, S. A. Remoção de ovos de helmintos de esgotos secundários, por meio de filtros rápidos de areia, carvão antracitoso e
zeólito para reúso agrícola e urbano não potável. 2010. Dissertação (Mestrado em Engenharia) Escola
Politécnica, Universidade de São Paulo, 2010.
Souza, A. J. B. F.; Produção de forragem verde hidropônica usando esgoto tratado. 2008. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Sanitária) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Sanitária, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal, 2008.

8
DEGRADACIÓN DE PIRAZINAMIDA MEDIANTE EL PROCESO FOTO-FENTON
USANDO FeC2O4 COMO FUENTE DE Fe2+

PYRAZINAMIDE DRUG DEGRADATION BY PHOTO-FENTON PROCESS USING FeC2O4 AS


Fe2+ SOURCE

Ivan Ignacio Conde Morales 1


Laura Hinojosa Reyes 1
Ma. Araceli Hernández Ramírez 1
Jorge Luis Guzmán Mar 1
Edgar Jocsan Ruiz Ruiz 1
Minerva Villanueva Rodríguez 1*

Abstract
The presence of emerging contaminants and especially of antibiotics in the environment causes resistance in
pathogenic microorganisms and severe public health problems. Because of the recalcitrant nature of these
compounds, the photo- Fenton process is proposed as an alternative for the removal of these compounds in water
treatment plant. In this work, degradation results of pyrazinamide, a widely used drug in tuberculosis therapy, are
shown. The experimental tests were conducted using two sources of Fe2+ (sulphate and oxalate) in order to evaluate
their activity in different conditions of pH (3.0, 4.5 and 6.0) and molar ratio Fe 2+:H2O2 (1:20, 1:30 and 1:40).
According to results, pyrazinamide (10 mg L-1) was efficiently degraded by the photo-Fenton process with the
following conditions: pH 3>4.5>6 and molar ratio of Fe2+:H2O2 1:20>1:30>1:40. No significant differences were
observed in degradation and mineralization efficiency of the drug during the process, independent of the iron source
at pH 3 using 1:20 Fe2+:H2O2 molar ratio. At pH above 3, the degree of degradation was drastically reduced mainly
using ferrous oxalate as iron source.

KeyWords: Degradation, emerging contaminants, ferrous oxalate, photo-Fenton; pyrazinamide.

1
Laboratorio de Fotocatálisis y Electroquímica Ambiental, Facultad de Ciencias Químicas, Universidad Autónoma de Nuevo
León, Nuevo León.
*Autor corresponsal: Laboratorio de Fotocatálisis y Electroquímica Ambiental, Facultad de Ciencias Químicas, Universidad
Autónoma de Nuevo León, Nuevo León Av. Universidad S/N, Ciudad Universitaria, San Nicolás de los Garza, Nuevo León
México, CP. 66451. Teléfono: +52 (81) 83294000 ext 3434. México. E-mail: minerva.villanuevardr@uanl.edu.mx
1
Resumen
La presencia de contaminantes emergentes y en especial de antibióticos en el medio ambiente, puede favorecer el
desarrollo de resistencia en microorganismos patógenos y causar un severo problema de salud pública. Debido a la
naturaleza recalcitrante de estos compuestos emergentes, se propone el proceso foto-Fenton como una alternativa
para su remoción en aguas residuales. Por tal motivo, en el presente trabajo se presentan resultados de la aplicación
del proceso foto-Fenton en la degradación de pirazinamida, un fármaco antituberculoso de amplio uso. Las pruebas
experimentales se llevaron a cabo utilizando dos fuentes de Fe2+ (sulfato y oxalato) con el fin de evaluar su actividad
en diferentes condiciones de pH (3.0, 4.5 y 6.0) y en tres relaciones molares de Fe2+:H2O2 (1:20, 1:30 y 1:40). De
acuerdo con los resultados obtenidos, fue posible degradar a la pirazinamida (10 mg L-1) mediante el proceso foto-
Fenton de manera eficiente bajo las siguientes condiciones: pH 3>4.5>6 y relación molar de Fe2+:H2O2 1:20>1:30
>1:40. No se observaron diferencias significativas en la eficiencia de degradación y mineralización del fármaco
durante el proceso, independientemente de la fuente de hierro utilizada a pH 3 empleando una relación molar
Fe2+:H2O2 1:20. A pH mayor a 3, el porcentaje de degradación disminuye drásticamente, principalmente utilizando
como fuente de Fe2+ el oxalato ferroso.

Palabras clave: Contaminantes emergentes, degradación, foto-Fenton, oxalato ferroso, pirazinamida.

Introducción

El agua es uno de los recursos naturales más transcendentales, que a consecuencia del rápido desarrollo humano y su
uso inadecuado, presenta importantes problemas de contaminación. Durante décadas, toneladas de sustancias
biológicamente activas, utilizadas en actividades como la agricultura, la industria, la medicina, entre otras, han sido
vertidas al medio ambiente. En los últimos años, el desarrollo de nuevos y más sensibles métodos de análisis ha
permitido alertar de la presencia de otros contaminantes potencialmente peligrosos, denominados Contaminantes
Emergentes (CE) (Deblonde et al., 2011). Entre los CE más comunes, se encuentran los fármacos y dentro de éstos,
los antibióticos son el grupo de mayor preocupación ya que su presencia en el medio ambiente podría ocasionar un
incremento en la aparición de bacterias farmacorresistentes, representando un riesgo para la salud humana. La
mayoría de los productos farmacéuticos son liberados al medio ambiente vía excreción en descargas domésticas y
hospitalarias, como productos caducos o como residuos de los procesos de producción, por lo que pueden estar
presentes en varias etapas del ciclo del agua (Jiang et al., 2013; Verlichi et al., 2010). La Pirazinamida es uno de los
antibióticos más utilizados debido a su eficacia y tolerabilidad en el tratamiento de la tuberculosis, la cual se
considera como una enfermedad re-emergente y uno de los problemas de salud más importantes en todo el mundo.
Este compuesto se utiliza en regímenes combinados de medicamentos contra micobacterias resistentes, por ser más
efectivo y menos tóxico que otros fármacos (Hardman et al., 2007).

Una alternativa para eliminar eficientemente los contaminantes emergentes del agua, son los Procesos Avanzados de
Oxidación (PAOs), los cuales se basan en la generación de agentes oxidantes como el radical hidroxilo (HO•), una
especie muy reactiva (E0 = 2.8 V vs ENH) y no selectiva, que permite el tratamiento de contaminantes en aguas
residuales que contienen compuestos orgánicos. El proceso Fenton es uno de los mecanismos más efectivos para la
generación de radicales hidroxilo. Este proceso consiste en la descomposición catalítica del H 2O2 por medio de Fe2+
en medio ácido (Ec. 1) (Bautista et al., 2008; Brillas et. al., 2009).

Fe2+ + H2O2  Fe3+ + OH- + OH• Ecuación (1)

El proceso Fenton es más eficiente a pH 3; sin embargo, se ha reportado que a valores de pH entre 3 y 8 la especie
predominante es el Fe(OH)2+ el cual también se considera responsable de la generación de radicales hidroxilos (Sanz
et al., 2003). Los sistemas Fenton también se ven favorecidos si se aplica radiación ultravioleta-visible ( > 300 nm),
en un proceso conocido como foto-Fenton. En este sistema, la radiación promueve la descomposición del Fe3+ en
hidroxocomplejos (Ec. 2) y estos complejos a su vez, dan lugar a la formación de radicales hidroxilo (Ec. 3)
(Bautista et al., 2008). Por su parte, los iones ferrosos y férricos tienden a formar complejos orgánicos (carboxilatos)
y se ha reportado que el proceso foto-Fenton puede ser mejorado mediante la aplicación de algunos complejos
orgánicos de hierro como oxalatos y citratos, debido a que son compuestos fotosensibles, que pueden favorecer la
2
solubilidad del hierro y formar especies oxidantes secundarias cuando estos complejos son fotolizados (ecuación 4)
(Kwan et al., 2007; Huang et al., 2007 y Monteagudo et al., 2008).

Fe3+ + OH-  Fe(OH)2+ Ecuación (2)


Fe(OH) + hν  Fe2+ + HO•
2+
Ecuación (3)
Fe(OOCR)2+ + hv  Fe2+ + CO2 + R• Ecuación (4)

En el desarrollo de metodologías que mejoren el proceso Fenton y foto-Fenton, se han empleado diferentes fuentes
de Fe2+ con el objetivo de aumentar la eficiencia de degradación de contaminantes y hacerlo más factible para el
tratamiento de agua residual en pH cercano al neutro. En general, se han observado mejores resultados en el proceso
Fenton empleando compuestos de Fe (II), en especial complejos orgánicos, tal como lo demostraron Kwan et al.
(2003), quienes estudiaron el proceso foto-Fenton a pH 3 con sulfato de Fe (II) y Fe(III) y oxalato de Fe (II) y
Fe(III) como fuentes de hierro en la degradación del ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D); observándose una
mayor eficiencia en la degradación con el uso de las fuentes de Fe(II), en especial con FeC2O4, lo que se atribuye a la
fotosensibilidad de los complejos de oxalato y a la formación de especies reactivas en la fotólisis del oxalato (Ec. 5 y
6). En otro estudio de degradación de 2,4-D (Kwan et al. 2007), compararon diversos complejos y los porcentajes de
degradación del 2,4-D se vieron favorecidos en el siguiente orden: Fe+2-Oxalato>Fe+2-Citrato>Fe+2-Formato>Fe+2-
Maleato>Fe+2-EDTA. Del mismo modo Huang et al. (2007), demostraron que con el uso oxalato ferroso se obtienen
mejores resultados en comparación con oxalato férrico, en la degradación del colorante negro reactivo B, en
condiciones de pH de 4 a 6.

C2O4- + O2  2CO2 + O2- Ecuación (5)


O2-/HO2 + H+  H2O2 + O2 Ecuación (6)

En cuanto a la degradación de pirazinamida, se han reportado pocos trabajos; uno de ellos es el realizado por
Guevara y colaboradores (2012), quienes llevaron a cabo la degradación de la mezcla de pirazinamida (5 mg L-1) con
isoniazida (10 mg L-1) a pH 7 mediante Fotocatálisis Heterogénea, otro proceso perteneciente a los PAO´s. La
degradación se llevó a cabo utilizando TiO2 como catalizador y una lámpara UV de 365 nm como fuente de
radiación, con lo que se obtuvo 71% de mineralización de la mezcla en 4 h y 20% de degradación de pirazinamida en
2 h. Otro estudio publicado por Vargas y colaboradores (2003) degradaron este compuesto por fotólisis utilizando 23
mW cm-2 durante 48 h; sin embargo este tratamiento implica un elevado gasto energético.

Aunque los PAO’s se basan principalmente en la generación de radicales hidroxilo para la degradación de
contaminantes, en ocasiones los mecanismos de degradación pueden seguir distintas rutas debido a la formación de
diferentes especies oxidantes y presentar diversos rendimientos de degradación. Por lo que el objetivo del presente
trabajo es estudiar el proceso foto-Fenton en la degradación de pirazinamida como alternativa de tratamiento,
evaluando el uso del oxalato ferroso como fuente alternativa de Fe2+ y comparar su actividad con FeSO4 en
diferentes condiciones de pH (3, 4.5 y 6) y relaciones molares de Fe2+:H2O2 (1:20, 1:30 y 1:40).

Metodología

Los reactivos utilizados en la degradación fueron grado analítico, pirazinamida (99%) y oxalato ferroso
(FeC2O4●2H2O 99%) fueron adquiridos con Sigma-Aldrich; sulfato ferroso (99%) con Jalmek y peróxido de
hidrógeno (30%) con CTR Scientific. En la preparación de fase móvil se utilizaron reactivos grado HPLC, ácido
acético y acetonitrilo de J.T. Baker y ácido 1-heptanosulfónico de Fisher Scientific. Todas las soluciones se
prepararon con agua desionizada y para los análisis en HPLC se usó agua nanopura (18 MΩ-cm).

Se aplicó un diseño de experimentos factorial 3 2 para dos diferentes fuentes de Fe2+ (sulfato y oxalato). Este diseño
contó con 2 factores y tres niveles para evaluar el efecto de los factores y poder determinar las condiciones óptimas.
Los factores evaluados fueron pH (3, 4.5 y 6) y relación molar Fe +2:H2O2 (1:20, 1:30 y 1:40). La cuantificación de

3
pirazinamida se realizó mediante cromatografía de líquidos de alta resolución (HPLC) en fase reversa utilizando una
columna monolítica C-18 ONIX (25 x 4.6 mm) y como fase móvil una mezcla de 10 mM ácido heptanosulfónico a
pH 3 (ajustado con ácido acético):acetonitrilo (98:2 v/v) con un flujo de 0.8 mL min-1, midiendo a  =270 nm. Las
condiciones cromatográficas fueron previamente descritas (Guevara et al. 2012).

Los experimentos se llevaron a cabo empleando una disolución de 250 mL de pirazinamida a una concentración
inicial de 10 mg L-1. Se ajustó el valor de pH (3, 4.5 ó 6), posteriormente se agregó a la solución sulfato u oxalato
ferroso 0.1 mM y una alícuota de H2O2 1 M, para mantener las relaciones molares de Fe 2+:H2O2 en valores de 1:20,
1:30 ó 1:40. Inmediatamente, la solución se irradió con una lámpara UV de 365 nm por 3 h. Como pruebas control,
se realizaron una serie de pruebas para determinar la contribución de estos procesos en la degradación del fármaco, la
pruebas fueron: fotólisis, únicamente irradiando la solución; oxidación con H2O2/UV y Fenton en oscuridad con
oxalato y sulfato ferroso. Bajo las mejores condiciones de degradación obtenidas para cada fuente de hierro, se
evaluó el grado de mineralización en un analizador de carbono orgánico total (COT).

Resultados

De acuerdo con los datos mostrados en la Tabla 1, a pH 3, y 4.5 se observó que la mejor relación molar (Fe2+:H2O2)
fue 1:20>1:30>1:40 para ambas fuentes de hierro, disminuyendo el grado de degradación conforme aumenta la
concentración de peróxido. Esta tendencia es debida, a que un exceso de H2O2 puede actuar como agente secuestrante
de radicales hidroxilo (Bautista et al., 2008) y este efecto negativo es más notable con oxalato ferroso.

A pH 3 se logró un 95% de degradación de pirazinamida en 60 min con ambas fuentes de hierro y valores de
constante de velocidad muy similares. A valor de pH 4.5 en la relación molar 1:20, se observa un ligero
incremento en la degradación y mineralización del fármaco, utilizando FeC2O4 (87.74 % y 0.0379 min-1) en
comparación a FeSO4 (83.58 % y 0.0311 min-1), lo que puede explicarse por la mayor fotosensibilidad del
oxalato y la posible formación de otras especies oxidantes (Ec. 4 y 5). Sin embargo, este efecto positivo del
oxalato no se presenta en pH 6 ni en relaciones molares de Fe2+:H2O2 mayores a 1:20, lo que posiblemente
se deba a la baja solubilidad del FeC2O4 a pH mayor a 4.5.

Tabla 1. Porcentaje de degradación y parámetros cinéticos en la degradación de pirazinamida mediante el proceso


foto-Fenton, usando FeSO4•7H2O como fuente de hierro.

FeSO4•7H2O FeC2O4•2H2O
2+: k (10-2) 2 1/2 k (10-2)
pH Fe H2O2 % Degradación 60min R t % Degradación 60min R2 t1/2
(min-1) (min-1)
01:20 95.49 5.46 0.9686 12.7 95.89 5.63 0.9531 12.3
3 01:30 94.19 4.99 0.9678 13.9 94.35 4.70 0.9397 14.7
01:40 80.76 2.56 0.9280 27.1 57.19 1.33 0.9165 52.1
01:20 83.58 3.11 0.9936 22.3 87.74 3.79 0.9682 18.3
4.5 01:30 58.36 1.10 0.9947 46.8 26.44 0.52 0.9439 133.3
01:40 66.63 1.83 0.9879 37.9 12.23 0.20 0.9365 346.6
01:20 63.04 1.61 0.9406 43.1 7.160 0.21 0.9942 330.1
6 01:30
48.00 1.05 0.9744 66.0 11.87 0.20 0.9219 346.6
01:40
48.55 1.08 0.9833 64.2 8.16 0.14 0.8916 495.1

4
De acuerdo con estos datos, la mejor condición para ambas fuentes de Fe 2+ son pH 3 y relación molar de 1:20. Como
puede observarse, existe una fuerte influencia del pH en la degradación de este fármaco más que la relación
Fe2+:H2O2. En comparación con lo reportado por Guevara et al. (2012), donde la degradación de pirazinamida fue de
un 20% aproximadamente en 2 h, el proceso Fenton presenta una ventaja en la velocidad de degradación de este
compuesto, logrando más del 80% de degradación en 60 min a pH 3 y 4.5 con relación molar Fe2+:H2O2 de 1:20 para
ambas fuentes de hierro. En distintas condiciones de reacción con el proceso foto-Fenton se logra cerca del 100% de
degradación de pirazinamida en 180 min, por lo que también se calcularon las velocidades de degradación durante
los primeros 60 min de reacción. En la Figura 1 se muestra la cinética de degradación a diferentes valores de pH
usando sulfato y oxalato ferroso en una relación Fe2+:H2O2 de 1:20. A partir de estas gráficas se calcularon los
parámetros cinéticos (Tabla 1), asumiendo una reacción de primer orden en los primeros minutos, como se ha
reportado para este proceso en otros trabajos (Kwan et al., 2003; Monteagudo et. al., 2008).

Figura 1. Cinética de la reacción de degradación de pirazinamida con relación molar 1:20 (Fe2+/H2O2) a diferentes
valores de pH y usando (A) FeSO4•2H2O y (B) FeC2O4•2H2O como fuente de Fe2+.

Cuando se compararon ambas fuentes de hierro, no se aprecia una diferencia significativa en la degradación de
pirazinamida bajo las mejores condiciones de degradación (relación molar 1:20 y pH 3) como se muestra en la
Figura 2. En esta misma figura, tampoco se observa un efecto importante en la degradación causada por otros
procesos individuales como fotólisis o UV/H2O2 degradándose menos del 10 %; mientras que con el proceso Fenton
se alcanza cerca del 20%. Por lo tanto, el efecto sinérgico de la reacción Fenton con radiación UV (foto-Fenton) es lo
que permite lograr el 100 % de degradación de este compuesto.

Figura 2. Degradación de pirazinamida mediante proceso foto-Fenton usando (*) FeSO4 y (●) FeC2O4 y las pruebas
control como (▲) fotólisis, (▼)UV/H2O2, (■) Fenton. Condiciones: pH 3, relación molar Fe2+:H2O2 1:20.

5
A pesar de que algunos autores han descrito mejores resultados en la eficiencia de degradación de compuestos
orgánicos usando complejos de Fe2+ en comparación con FeSO4 y en algunos casos en condiciones de pH mayores a
3 (Kwan et al. 2003; Kwan et al. 2007; Huang 2007), en el presente trabajo no se observaron diferencias
significativas en la degradación ni en mineralización de pirazinamida bajo las mejores condiciones de reacción (pH 3
y Fe2+:H2O2 1:20), logrando el 95% de degradación en 60 min y aproximadamente el 20% de remoción de COT en 3
h. Mediante fotocatálisis heterogénea se ha reportado hasta un 71% de mineralización (Guevara et al., 2012); en este
trabajo, el bajo grado de mineralización obtenido se puede atribuir a la elevada estabilidad del anillo de la pirazina,
una molécula nitrogenada, que puede estar ocasionando además la formación de un complejo entre el anillo de
pirazina y el Fe2+ (Olguín y Brooker 2011; Bianchi et al. 2003).

Conclusiones

El proceso foto-Fenton es un método efectivo para la degradación de pirazinamida, alcanzando más del 95% de
degradación en 60 min a pH 3 y usando una relación molar Fe2+:H2O2 1:20, con las dos fuentes de hierro estudiadas,
ya que bajo estas condiciones se evita la formación de otras especies de hierro que puedan inhibir el proceso de
degradación y se evita un exceso de peróxido que pueda actuar como secuestrante de radicales hidroxilo. Bajo estas
condiciones de degradación, se logró aproximadamente el 20% de mineralización en 3 h con ambas fuentes de
hierro.

Agradecimientos. – Los autores agradecen a la Facultad de Ciencias Químicas de la UANL,


México y PAICYT UANL por el apoyo financiero.

Referencias Bibliográficas

Bautista, P.; Mohedano, A.F., Casas, J.A.; Zazo, J.A.; Rodríguez, J.J. (2008). An overview of the application of Fenton oxidation
to industrial wastewaters treatment. Journal of Chemical Technology and Biotechnology. 83(10), 1323-1338.
Bianchi D.; Bertoli M.; Tassinari R.; Ricci M.; Vignola R. (2003). Ligand effect on the iron-catalysed biphasic oxidation of
aromatic hydrocarbons by hydrogen peroxide. Journal of Mololecular Catalysis A: Chemical 204-205, 419-492
Brillas, E.; Sirés, I.; Oturan, M.A.; (2009). Electro-Fenton Process and Related Electrochemical Technologies Based on Fenton’s
Reaction Chemistry. Chem. Rev., 109, 6570–6631
Deblonde, T., Cossu-Leguille, C., Hartemann, P. (2011). Emerging pollutants in wastewater: A review of the literature.
International Journal of Hygiene and Environmental Health 214, 442-448.
Guevara, A., E.U.; Guzmán, M., J.L.; Hinojosa, R., L.; Ruiz, R., E.; Cerda, M., V.; Hernández, R., A. (2012). Desarrollo de un
sistema multijeringa para la monitorización de la degradación de agentes tuberculosis por fotocatálisis heterogénea.
Universidad Autónoma de Nuevo León (UANL). Revista Química Hoy. Chemistry Sciences. 2(3), 22-29.
Hardman, G.J.; Gilman, G.A.; Limbird, E.L. (2007) Goodman and Gilman`s Las bases farmacológicas de la terapéutica, 11a
edición, McGraw Hill, ISBN 9789701057391.
Huang Y. H, Tsai S. T., Huang Y. F, Chen C.Y. (2007) Degradation of commercial azo dye reactive Black B in photo/ferrioxalate
system. Journal of Hazardous Materials 140 382–388
Jiang, J.-Q., Zhou, Z., Sharma, V.K. (2013). Occurrence, transportation, monitoring and treatment of emerging micro-pollutants
in waste water — A review from global views. Microchemical Journal 110, 292-300
Lima P., J.A.; Pérez M., M.; Pupo N., R.F. (2013). Photo-Fenton degradation kinetics of low ciprofloxacin concentration using
different iron sources and pH. Journal of Photochemistry and Photobiology A: Chemistry 259, 53– 58.
Kwan, C.Y.; Chu, W. (2003). Photodegradation of 2,4-dichlorophenoxyacetic acid in various iron-mediated oxidation systems.
Water Research 37, 4405-4412.
Kwan, C.Y.; Chu, W.; (2007). The role of organic ligands in ferrous-induced photochemical degradation of 2,4-
dichlorophenoxyacetic acid, Chemosphere, 67 (8), 1601-1611.
Monteagudo, J.M., Durán, A., López-Almodóvar, C. (2008). Homogeneus ferrioxalate-assisted solar photo-Fenton degradation of
Orange II aqueous solutions. Applied Catalysis B: Environmental 83 pp. 46–55.
Olguín, J.; Brooker, S. (2011). Spin crossover active iron(II) complexes of selected pyrazole-pyridine/pyrazine ligands.
Coordination Chemistry Reviews 255 203–240

6
Sanz, J.; Lombraña, J.I.; De Luis, A.M.; Ortueta, M.; Varona, F. (2003). Microwave and Fenton´s reagent oxidation of
wastewater. Enviroment Chemical Lett, 1, 45-50
Vargas F.; Rivas C.; Diaz Y.; Fuentes A. (2003). Photodegradation pathways and the in vitro phototoxicity of pyrazinamide, a
phototoxic antitubercular drug. J. Photochemical Photobiology, B. 72, 87-94
Verlicchi, P., Galletti, A., Petrovic, M., Barceló, D. (2010). Hospital effluents as a source of emerging pollutants: An overview of
micropollutants and sustainable treatment options. Journal of Hydrology 389, 416-428

7
REMOCIÓN DE COLORANTES EN AGUAS RESIDUALES INDUSTRIALES A
TRAVÉS DE SISTEMAS ANAEROBIOS Y ELECTROQUÍMICOS

REMOVAL OF DYES IN INDUSTRIAL WASTEWATER THROUGH ANAEROBIC AND


ELECTROCHEMICAL SYSTEMS

Romero-Soto, Itzel1
García-Gómez, Celestino2
Burboa-Chariz, Vianey3
Miajylova-Nacheva, Petia4
Bahena-Castro, Ernesto5
Gortáres-Moroyoqui, Pablo6*

Abstract
The effluents generated by the textile industry contain large number and diversity of colors such the azo dyes (-N =
N-). These compounds are not degraded by conventional biological systems. However, under anaerobic conditions
are susceptible to reductive biotransformations, therefore is necessary to apply additional methods to ensure
complete removal of color and the aromatic amines produced during reduction. In this work the dye removal
efficiency was evaluated in wastewater from the textile industry by coupling an UASB reactor (25.8 L) to a cell
electrooxidation (1.3 L) as post-treatment. The UASB reactor was fed with effluent generally textile, with a chemical
oxygen demand (COD) around 4750 ± 2 mg / L and 4640 ± 1 Pt-Co color units during 38 days under a volumetric
organic load (COV) of 8.25 kg COD/m3 d and HRT of 14 h. The average efficiency of color and COD removal
obtained was 27.3 ± 0.4% and 15.6 ±0.2% respectively. In the electrochemical system 2 experimental variables were
evaluated; intensity of current (5 and 10 A) and operation time (60 and 180 min). Three cylindrical electrodes, an
anode of Ti / Ti and two PbO 2 Ti cathodes were used. The maximum removal efficiencies in electrooxidation were
57.56± 0.2 % for COD and 75.19± 0.6% for color. The cumulative removal was 64.21± 0.8% for COD and 81.96±
0.5% for color, giving a final COD of 1701 ± 4 mg / L and 836 ± 8 Pt-Co color units.

KeyWords: Electrooxidation, UASB

1
Departamento de Biotecnología y Ciencias Alimentarias, Dirección de Recursos Naturales. Instituto Tecnológico de Sonora.
2
Misma adscripción del autor 1
3
Misma Adscripción del autor 1
4
Instituto Mexicano de Tecnología del Agua
5
Misma adscripción el autor 4
6
* Departamento de Biotecnología y Ciencias Alimentarias, Dirección de Recursos Naturales. Instituto Tecnológico de Sonora. 5
de Febrero 818 sur, Colonia Centro, CP 85000, Ciudad Obregón Sonora. Pablo.gortares@itson.edu.mx
1
Resumen
Los efluentes generados por la industria textil contienen gran cantidad y diversidad de colorantes entre los que
destacan los colorantes azo (-N=N-). Este tipo de compuestos no son degradados por sistemas biológicos
convencionales. Sin embargo, bajo condiciones anaerobias son susceptibles a sufrir biotransformaciones reductivas
lo que hace necesario aplicar métodos adicionales para asegurar la completa eliminación de color y de las aminas
aromáticas producidas durante la reducción. En el presente trabajo se evaluó la eficiencia de eliminación de
colorantes en aguas residuales de la industria textil, acoplando un reactor UASB (25.8 L) a una celda de
electrooxidación (1.3 L) como post-tratamiento. El reactor UASB se alimentó con el efluente general de la industria
textil, cuya DQO fue de alrededor de 4750±2 mg/L y 4640±1 unidades de Pt-Co de color, durante 38 días bajo una
carga orgánica volumétrica (COV) de 8.25 kg DQO m-3.d-1 y un TRH de 14 h. La eficiencia promedio de
eliminación de color y DQO obtenida fue de 27.3±0.4 % y 15.6±0.2 % respectivamente. En el sistema
electroquímico se evaluaron 2 variables experimentales; intensidad de corriente (de 5 a 10 A) y tiempo de operación
(de 60 a 180 min); así mismo, se utilizaron 3 electrodos de configuración cilíndrica, un ánodo de Ti/Ti PbO 2 y 2
cátodos de Ti. Las eficiencias máximas de eliminación en electrooxidación fueron de 57.56 ±0.2 % para DQO y
75.19±0.6% para color. Por otro lado, la remoción acumulada fue de 64.21±0.8% para DQO y 81.96±0.5%) para
color, obteniendo una DQO final de 1701±4mg/L y 836±8 unidades Pt-Co de color.

Palabras clave: Electrooxidación, UASB

Introducción

Las actividades textiles son una fuente de contaminación importante (Hendrickx y Boardman, 2011). Desprenden
tintes y otros compuestos químicos utilizados en diferentes etapas de su proceso productivo, generando efluentes con
elevadas cargas de materia orgánica y estructuras químicas poco biodegradables que alteran el equilibrio ecológico
(Gutiérrez, 2004).Los tintes de tipo azo son los más comúnmente utilizados en la industria textil, ya que su enlace
hace que se absorba mejor en las fibras, sin embargo, esta característica distintiva y favorable para la industria, altera
el equilibrio ecológico una vez que son introducidos en el ambiente, ya que estos enlaces son considerados
carcinogénicos y altamente tóxicos (Hendrickx y Boardman, 2011).

Los sistemas más utilizados en las aguas residuales domésticas parten de tratamientos primarios y sólo llegan hasta
tratamientos secundarios. Lo mismo sucede con la industria. Principalmente buscan eliminar gran parte de la materia
orgánica generada en el proceso, sin embargo, persisten una serie de compuestos químicos que no logran eliminarse.
Dentro de los tratamientos secundarios, existen los sistemas biológicos, los cuales pueden ser tanto aerobios como
anaerobios. Estos últimos pueden soportar mayores cargas orgánicas que los sistemas aerobios y resultan ser
altamente eficientes para los efluentes industriales de carácter textil (Yetilmezsoy et al., 2009).

A pesar de que en la mayoría de los efluentes industriales se utilizan sistemas anaerobios para su tratamiento,
persisten una serie de contaminantes que se forman a través de la biotransformación reductiva, como las aminas
aromáticas y contaminantes que no fueron degradados en el proceso. Por ello, la aplicación de sistemas avanzados es
importante, ya que parte de su objetivo es eliminar compuestos orgánicos persistentes (Robindon et al., 2001)
(Romero, 2010). Los métodos electroquímicos son una nueva tendencia de sistemas avanzados. Existen cuatro
formas principales, la electrocoagulación, electrooxidación, electroflotación y electrofloculación. La
electrooxidación es un proceso fisicoquímicos en el que se permite eliminar el colorante y otros compuestos dando
lugar a especies incoloras, por ello el objetivo de este trabajo es evaluar la remoción de colorantes y materia orgánica
por un sistema de tratamiento anaerobio de flujo ascendente acoplado a electrooxidación como post-tratamiento para
obtener agua con calidad de reúso (Solís et al., 2009; Mollah et al., 2001).

Metodología
Reactor Anaerobio de Flujo Ascendente (UASB)
Se utilizó un reactor de acrílico cilíndrico con capacidad total de 25.8 L, con un volumen de operación de 20.14 L, un
diámetro interno de 15 cm y una altura total de 146 cm. La altura, tanto del lecho granular como de la zona del agua,
2
fue 50 cm. El influente se introdujo en la parte inferior del reactor a 3cm del fondo. La salida del efluente estaba
ubicada a una altura de 114 cm del fondo. En la parte superior estaba introducido un separador sólido-líquido-gas. El
reactor UASB contaba con dos bombas peristálticas Masterflex® de control variable, una para alimentar el agua
residual y la otra para recircular parte del efluente. La salida de la línea de recirculación se encontraba a 88 cm del
fondo. El agua recirculada se introducía en la parte inferior del rector a 3 cm del fondo por un orificio contrario al del
influente. De esta manera en la zona debajo del lecho ambos flujos se mezclaban antes de entrar de manera
ascendente al lecho de granos anaerobios.

Condiciones experimentales
El reactor experimental UASB se inoculó con biomasa granular anaerobia (15.5 kg). La caracterización inicial del
lodo granular indicó que las concentraciones de ST y SV fueron de 186,33 y 136,44 mg.L-1 respectivamente.
Durante la primera etapa del experimento se trabajó con el agua residual del efluente final de la industria textil cuya
DQO fue de alrededor de 4750±2450 mg/L en promedio. El caudal de 35 L/d, la carga orgánica volumétrica (COV)
de 8.25 kg DQO/ m3 d y el TRH de 14 h. La carga se seleccionó por debajo de los valores típicos para reactores
UASB (de 10-30 kg DQO m-3 d-1) para crear mejores condiciones de aclimatación de la biomasa al sustrato del agua
residual de la industria textil. Debido al bajo caudal de agua, la velocidad ascendente del flujo de agua en el reactor
fue de 0.09m/h, muy por debajo de los valores típicos (1.0-1.5 m/h). Para mejorar las condiciones hidrodinámicas en
el reactor, se decidió implementar una recirculación del efluente de 100% con lo cual se aumentó la velocidad
ascendente en el reactor a 0.18 m/h.

Muestreo y análisis físico-químicos


El muestreo se realizó en el influente y efluente. En cada muestra se evaluó las unidades de color, mediante un
espectrómetro Hach a 433 nm. Así mismo, se determinó el pH con un potenciómetro Hach y la concentración de
DQO con el método Hach a 600 nm. En cada punto se midió diariamente, pH, Conductividad, SDT y temperatura.

Reactor de electrooxidación (Post-tratamiento).

Condiciones experimentales
Se aplicó un reactor de acrílico de configuración cilíndrica y de base cónica, con una altura total de 25.5 cm, un
diámetro interno de 9.5 cm y un volumen de operación de 1.3 L, como se muestra en la figura 2. El reactor una vez
en operación se sometió a recirculación con una bomba MasterFlex®. Así mismo, se emplearon tres electrodos
cilíndricos, un ánodo de Ti/PbO2 y dos cátodos de Ti, cada uno con una altura de 15.2 cm (figura 3). Los electrodos
se colocaron de la siguiente manera: en el centro el ánodo con un diámetro interno de 4.7 cm, y los cátodos se
colocaron por debajo y arriba del ánodo, los cuales tenían un diámetro 3.3 cm y 6.4 cm, respectivamente. Se usó una
fuente de poder de la marca Serensen® DLM 40-15 y se utilizó el efluente del reactor UASB.

Muestreo y análisis físico-químicos


El muestreo se realizó en el influente y efluente. En cada muestra se evaluó las unidades de color mediante un
espectrómetro Hach a 433 nm. Así mismo, se determinó el pH con un potenciómetro Hach y la concentración de
DQO a 600 nm.

Variables experimentales
Las variables evaluadas fueron la intensidad de corriente (A) y el tiempo de operación (min) en un rango de 5 a 10 A
y de 60 a 180 min, respectivamente. Se utilizó un diseño factorial 2k y diseño de valores compuesto central
aplicando el programa estadístico Design Expert 9, dando un total de 11 experimentos (Tabla 1).

3
Figura 2. Reactor electroquímico

Figura 3. Electrodos experimentales

Resultados

Reactor Anaerobio de Flujo Ascendente (UASB)

Los resultados indican que se obtuvieron eficiencias de remoción de color de 27.3±0.4 % y DQO de 15.6±0.2%, los
cuales son consideradas bajos, posiblemente debido al efecto inhibitorio de las aguas residuales y su alta
variabilidad (García, 2009). Así mismo, de acuerdo al estudio del Instituto Mexicano de Tecnología del Agua del

4
2012 (Moeller, 2012) en el que se utilizaron condiciones similares, alcanzaron una remoción de 67%, después de 46
días de operación, esto a una COV de 5.3 kg DQO.m-3.d-1 y con un TRH de 11.1 h: a su vez, cuando se aumentó su
COV a 8.3 ±1.8 kg DQO m-3 d-1 y con un TRH de 18.2 h la remoción máxima alcanzada fue de 16±5% con
tendencia de incremento. En la figura 3 y 4 se muestra la variación de la remoción en función del tiempo, tanto para
color como para DQO. En la tabla 1 se muestran los resultados donde las mejores remociones se obtuvieron a mayor
intensidad de corriente y tiempo de operación.

Figura 3. Remoción de color en el sistema UASB

Figura 4. Remoción de DQO en el sistema UASB

Tabla 1.Tratamientos o combinaciones de valores de las variables estudiadas y eficiencias de remoción de DQO y
color obtenidas en la electrooxidación.

Tiempo (min) Intensidad (A) R color (%) R DQO (%) T° (°C) Volts
180 5 42.25 35.30 37 6.5
180 10 75.19 57.56 54 9.4
60 5 22.96 17.48 30 6.7
60 10 64.84 52.934 43 9.2
120 7.5 65.30 50.69 36 7.4
120 7.5 64.97 50.23 31 7.5
120 7.5 65.07 51.04 35 7.6
35.15 7.5 35.92 32.51 29 7.8
204.85 7.5 67.32 53.13 47 7.3
120 3.96 24.82 23.50 30 5.9
120 11.04 74.54 56.45 65 9.8

5
oftware
ual En la figura 5 se muestra el efecto de la intensidad de corriente y el tiempo de operación en la remoción de color.
bove predicted value
elow predicted value
R e m o c ió n d e c o lo r

80

70

60

50

40

30

20

10.00 180.00
9.00 150.00
8.00
120.00
7.00
90.00
B: Intensidad (A) 6.00 A: Tiempo (Min)
5.00 60.00

Figura 5. Efecto de la intensidad y el tiempo de operación en la remoción de color.

La variable con mayor aportación a la remoción de color fue la intensidad de corriente con una participación por
encima del 80% como se muestra en la figura 6.

Figura 6. Efecto de las variables estudiadas en la remoción de color.

La remoción de color estimada comparada con la remoción obtenida en cada experimento se compara en la figura 7.
Donde se observa una R2 de 0.9919.

6
e
Predicted vs. Actual
80.00

70.00
P r e d ic te d

60.00

50.00

Teórica 40.00
R2=0.9919
30.00

20.00

20.00 30.00 40.00 50.00 60.00 70.00 80.00

Figura 7. Predicción vs experimental para la Actual


remoción de color.

Por otro lado, las condiciones de optimización del tratamiento


Experimental
se muestran en la tabla 2, en la cual se estimó que en
un tiempo de 150.74 min y una intensidad de 9.45 A, la remoción de color sería de 77.12%, encontrándose
experimentalmente 77.73% de eliminación.

Tabla 2. Condiciones óptimas experimentales.

Factor Condiciones óptimas


Tiempo (min) 150.74
Intensidad (A) 9.45

Conclusiones

La aclimatación de la biomasa al sustrato presente en el agua residual es difícil, con problemas de intoxicación de la
biomasa e inhibición de la degradación de la materia orgánica y del crecimiento de la biomasa, sin embargo, fue
posible superar la intoxicación en alrededor de 10 días, pero la remoción aumenta muy lentamente.

Los resultados indican que la electrooxidación es un sistema adecuado como post tratamiento para asegurar la
completa eliminación de color y de los subproductos derivados de la biotransformación anaerobia de colorantes tipo
azo presentes en efluentes industriales.

La remoción acumulada fue de 64.21±0.812% para DQO y 81.96±0.542% para color, obteniendo una DQO final de
1701±4 mg/L y 836±8 unidades Pt-Co. El acoplamiento de ambos sistema no es suficiente para obtener agua con
calidad de reúso.

Referencias Bibliográficas

Alatorre, F. A. (2007). Diseño de reactores empacados para la remoción de color en aguas residuales industriales. Tesis de
Maestría en Ingeniería, Facultad de Ingeniería, UNAM, México. DF, México, 137pp.
Beltrán de Heredia, Jesús y Gonzáles, María Concepción. (dic. 1991) Tratamiento de las aguas residuales en la industria textil.
En: Ingeniería Química. Vol. 23, No.273 p.131-134.

7
Chen, Guohua. (2004). Electrochemical technologies in wastewater treatment. In: Separation and Purification Technology. Vol.
38, No. 1; p. 11–41.
Domenech Xavier, Litter Marta I. y Jardim Wilson F., (2001), “Procesos Avanzados de oxidación para la eliminación de
contaminantes”, Red Cyted VIII-G, Comisión Nacional de energía atómica, Buenos Aires, 1, 3-26.
Forgacs, E., Cserhati, T., Oros, G., (2004). Removal of synthetic dyes from wastewaters: a review. Environmental. Int. 30: 953–
971.
García M. (2009). Tratamiento de aguas residuales industriales. Bloque III. Estudio de una agua real de la industria textil.
Gogate P., Pandit A. (2004b). A review of imperative technologies for wastewater treatment II: hybrid methods, Advances
Environental Reserch, 8, pp. 553-97.
Gogate P., Pandit A., (2004a), A review of imperative technologies for wastewater treatment I: oxidations technologies at ambient
conditions, Advances Environmental Reserch, 8, pp. 501-51.
Gupta V. K. y Suhas (2009). Application of low-cost adsorbents for dye removal. A review. Journal of environmental
Management. 90: 2313-2342.
Libra, J., Borchert, M., Vigelanhn, L., Storm, T., (2004) Two stage biological treatment of a diazo reactive textile dye and the fate
of the dye metabolites. Chemosphere, 56; 167-180
Ríos, Arango J. A., (2007). “Estudio de la factibilidad de un sistema de electrocoagulación para tratamiento de aguas procedentes
de lavanderías industriales con fines de reúso”. Bolivia. Capítulo I, el agua. Pág. 22-24.
Rodriguez Fernández et al., (2010). Tratamientos avanzados de aguas residuales industriales. Informe de vigilancia tecnológica.
Madrid.

8
DEGRADACIÓN FOTOCATALÍTICA SOLAR DEL HERBICIDA 2,4-D USANDO LOS
CATALIZADORES WO3/TiO2 Y Fe2O3/TiO2

SOLAR PHOTOCATALYTIC DEGRADATION OF 2,4-D HERBICIDE USING WO3/TiO2 AND


Fe2O3/TiO2 AS CATALYST

Rogelio Macías Tamez1


Norma Alicia Ramos Delgado2*
Minerva Villanueva Rodríguez1
Lourdes Maya Treviño1
Aracely Hernández Ramírez1

Abstract
In this work, the degradation of 2,4-D herbicide and its main decomposition product 2,4 dichlorophenol (DCF) were
carried out by heterogeneous photocatalysis using two different catalysts: 2% WO3/ TiO2 (TW) and 0.5% Fe2O3/TiO2
(TiFe). These catalysts were synthesized by sol-gel method under acidic conditions, using tetrabutyl orthotitanate
(TBT) and ammonium p-tungstate (ApT) as precursors for TW and TBT and iron acetylacetonate for TiFe. The
catalysts obtained were characterized by XRD, UV-Vis, nitrogen physisorption and SEM. Results showed spherical
nanoparticles (20 to 23nm), surface areas of 99 and 111 m 2g-1 and anatase TiO2 crystalline phase. The
photocatalytic activity of the materials was evaluated under natural solar radiation and for comparison purposes
also with artificial UV light (365nm). Preliminary results showed that, under solar radiation and using both
catalysts, 2,4-D and DCF formed during reaction were completely degraded, reaching values of mineralization up to
90% and Cl- ions released of 15mg.L-1. While using UV light, 2,4-D and DCF degradation percentages of 85 and
72% were achieved and mineralization of 10 and 23% with TW and with TiFe, respectively.

Key Words: 2,4-D, dichlorophenol, modified catalyst, Fe2O3/TiO2, WO3/TiO2.

1
Facultad de Ciencias Químicas, Universidad Autónoma de Nuevo León. San Nicolás de los Garza, NL.
2
Instituto Tecnológico de Nuevo León, Tecnológico Nacional de México. Guadalupe, NL.
* Autor Corresponsal: Instituto Tecnológico de Nuevo León, TNM. Av. Eloy Cavazos #2001, Col. Tolteca, Guadalupe, Nuevo
León, México. Teléfono +52 (81) 8157 0500 ext. 140. norade.mk@gmail.com , norma.alicia.ramos@itnl.edu.mx.
1
Resumen
En este trabajo, se llevó a cabo la degradación del herbicida 2,4-D y de su principal producto de descomposición el
2,4 diclorofenol (DCF) mediante fotocatálisis heterogénea usando dos catalizadores distintos: el 2% WO3/TiO2 (2%
de WO3, TW) y 0.5% Fe2O3/TiO2 (0.5% de Fe2O3, TiFe). Dichos catalizadores fueron sintetizados por la técnica sol-
gel bajo condiciones ácidas, utilizando como precursores ortotitanato de tetrabutilo (TBT) y amonio p-tungstato para
el TW y TBT y acetil acetonato de hierro para el TiFe. Los catalizadores obtenidos fueron caracterizados por DRX,
UV-Vis, fisisorción de nitrógeno y SEM. Los resultados mostraron partículas esféricas de tamaño nanométrico (20 y
23nm), áreas superficiales de 99 y 111 m2g-1 y la fase cristalina anatasa del TiO2. La actividad fotocatalítica de los
materiales fue evaluada bajo radiación solar natural y para efectos comparativos también con luz artificial (UV-
365nm). Los resultados preliminares de la degradación solar mostraron que el 2,4-D y el DCF formado durante la
reacción, fueron degradados totalmente con ambos catalizadores, alcanzando valores de mineralización de hasta un
90% y una liberación de Cl- de 15mg.L-1. Mientras que con luz UV se alcanzaron degradaciones de 85 y 72% y
bajos porcentajes de mineralización 10 y 23% para TW y TiFe, respectivamente

Palabras claves: 2,4-D, catalizador modificado, diclorofenol, Fe2O3/TiO2, WO3/TiO2.

Introducción

El TiO2, es el semiconductor más estudiado y utilizado como fotocatalizador, ya que presenta una elevada estabilidad
química que lo hace apto para trabajar en un amplio rango de pH. Sin embargo, este semiconductor cuando se irradia
con luz visible presenta una baja eficiencia fotocatalítica debido a su valor de banda de energía prohibida o ancho de
banda (Eg = 3.0 a 3.2 eV), por lo que se activa principalmente con luz UV, que es únicamente el 3-4% de la energía
solar incidente. Además, el TiO2 presenta una alta tasa de recombinación de las cargas fotogeneradas (pares e-/h+).
Por lo anterior, desde principios de la década pasada, el estudio de la síntesis, la caracterización química y
morfológica y la actividad fotocatalítica del TiO2 modificado ha cobrado importancia. Entre las estrategias para
disminuir la tasa de recombinación de los pares e -/h+ y para reducir el ancho de banda del TiO2, se encuentran la
modificación de la superficie mediante la adición de metales de transición, colorantes u otros óxidos metálicos
(Candal et.al., 2001) como el WO3 y el Fe2O3, manteniendo un control sobre el tamaño de la partícula primaria, lo
que permite mejorar la estructura del catalizador (Ahmed et.al., 2011). Bajo este contexto, la modificación con WO3
tiene como principal ventaja una disminución en el valor de la Eg, además de un incremento en la acidez superficial,
ya que el WO3 es hasta 15 veces más ácido que el TiO2, lo que le permite –por atracción electrostática- absorber
mayor cantidad de grupos hidroxilos y simultáneamente, más compuestos orgánicos (Kwon, et.al., 2000). Por otro
lado, el Fe2O3 actúa también reduciendo el ancho de banda y actuando además, como trampa superficial temporal de
las cargas producidas (Ahmed et.al., 2011). La Figura 1 muestra los mecanismos propuestos de degradación para el
TiO2 modificado con estos dos semiconductores (Sajjad, et.al., 2010, Ahmed et.al., 2011). Estudios llevados a cabo
por Ramos-Delgado (2013) y Villanueva-Rodríguez (2011) utilizando WO3/TiO2 en la degradación de malatión y
Fe2O3/TiO2 en la degradación del ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D), mostraron que los porcentajes de
modificación del 2% de WO3 y 0.5% de Fe2O3 en el TiO2 son los más adecuados para obtener un buen desempeño
fotocatalítico. Por lo tanto, se decidió trabajar con estos catalizadores mixtos en la degradación del 2,4-D; este
compuesto, es un herbicida utilizado para el control de maleza temporal y perenne de hoja ancha. Es una molécula
muy soluble en agua, por lo que puede entrar al ambiente por uso directo en cultivos o por derrames de la industria
productora y eliminarse por biodegradación, siempre con la formación del 2,4-diclorofenol (DCF) como
intermediario. El objetivo del presente trabajo es, comparar la eficiencia de los catalizadores mixtos TW y TiFe en la
degradación y mineralización del herbicida 2,4-D y su principal producto de degradación el DCF, bajo luz solar
natural y luz UV(365nm).

2
a) b)

Figura 1. Mecanismos de degradación propuestos mediante los dos catalizadores modificados a) TW y b) TiFe.

Metodología

Los catalizadores 2% WO3/TiO2 (TW) y 0.5% Fe2O3/TiO2 (TiFe) fueron sintetizados mediante la técnica sol-gel bajo
condiciones ácidas, utilizando como precursores ortotitanato de tetrabutilo (TBT) y amonio p-tungstato para TW y,
TBT y acetil acetonato de hierro para el TiFe. Los sólidos obtenidos fueron calcinados a 500°C por 5 h y luego
caracterizados por difracción de rayos X (DRX), Espectrofotometría de UV-Vis con reflectancia difusa (DRUV-Vis),
fisisorción de nitrógeno y microscopía electrónica de barrido (SEM). La degradación del 2,4-D y de su principal
producto de degradación el DCF, se llevó a cabo utilizando estos catalizadores bajo radiación solar natural y luz UV.
Todos los experimentos fueron llevados a cabo por duplicado. Los experimentos de degradación solar se llevaron a
cabo al aire libre, mientras que los experimentos de luz UV se realizaron utilizando una lámpara UV-365nm
Spectroline, Modelo XX-15N. El catalizador (0.5g/L) se añadió a un reactor de vidrio con 250 mL de una solución
acuosa del herbicida (50 mg/L, pH 4). Antes de la degradación fotocatalítica, la suspensión se agitó magnéticamente
en oscuridad durante 30 min para permitir su homogenización. La actividad fotocatalítica (AFC) se evaluó mediante
el seguimiento de la degradación de los plaguicidas usando HPLC en fase inversa (Perkin Elmer HPLC serie 200)
con detección UV ( 235nm). La separación cromatográfica se llevó a cabo en una columna C18 Phenomenex
(250x4.60mm, 5m) usando acetonitrilo:agua [70:30, pH 3.8] como fase móvil, con un flujo de 1 mL min-1. El
porcentaje de mineralización se evaluó mediante el abatimiento del carbono orgánico total (COT) en la solución
acuosa, el cual se monitoreo en un equipo TOC-V CSH Shimadzu. Como parte de la mineralización se evalúo
también la liberación de ion Cl- al medio, mediante el electrodo de ion selectivo marca Thermo Scientific Orion 9617
BNWP ion plus Sure-Flow Chloride.

Resultados

Los catalizadores sintetizados presentaron en ambos casos un alto grado de cristalinidad y las reflexiones
características de la fase cristalina anatasa del TiO2. No se encontraron señales correspondientes al WO3 o Fe2O3,
debido a que los porcentajes de modificación se encuentran por debajo del límite de detección del equipo de DRX
(aprox. 5%). En lo que respecta al análisis por espectroscopia de UV-Vis, los catalizadores modificados mostraron
un desplazamiento en el borde de absorción hacia el visible, ya que la literatura menciona que el TiO 2 sin modificar
tiene una Eg de 3.2 eV (Candal et.al., 2001), lo que corresponde a una longitud de onda de activación de 388 nm
(UV), mientras que los catalizadores sintetizados presentaron valores de Eg menores (TW = 3.11 y TiFe = 2.44 eV)
(Tabla 1) correspondientes a longitudes de onda de activación mayores. Esto concuerda con lo esperado, ya que uno
de los objetivos al modificar el TiO2, es precisamente extender su respuesta y hacer más eficiente su desempeño con
longitudes de onda de la región del visible.

Tabla 1. Características estructurales y electrónicas de los catalizadores utilizados en la degradación de 2,4-D.


Característica TW TiFe
Fase cristalina (DRX) Anatasa TiO2 Anatasa TiO2
Longitud de onda (nm) 399 508
Eg (eV) 3.11 2.44
Área superficial (m2 g-1) 99 111
Tamaño de partícula (nm) 19 12
3
Por otro lado, se evaluó la morfología de los fotocatalizadores mediante microscopía electrónica de barrido. Ambos
se presentan como polvos con agregados de partículas esféricas de tamaño nanométrico, resultado de la síntesis por
sol-gel utilizando condiciones ácidas, lo que sugiere que este puede ser un método efectivo en el diseño de
fotocatalizadores, ya que su tamaño permite altas áreas superficiales, lo que puede favorecer la degradación de los
contaminantes.

Figura 2. Imágenes SEM de los catalizadores modificados (a) TW y (b) TiFe.

Con el fin de evaluar la AFC de los catalizadores mixtos (TW y TiFe), se llevaron a cabo experimentos de
degradación solar y con luz artificial UV-365nm del herbicida 2,4-D, a nivel laboratorio en un reactor tipo batch,
bajo las siguientes condiciones: volumen 250 mL, pH 4 y 0.5g/L de catalizador. En la Figura 3, se pueden observar
los resultados de estos experimentos con las dos fuentes de radiación. Con ambos catalizadores se alcanzó una
degradación casi total, durante los primeros 150min, cuando la fuente de energía fue la luz solar; sin embargo, es
evidente una diferencia en el comportamiento de las reacciones con ambos catalizadores, ya que durante los primeros
30 min, la degradación con el TW alcanzó 21%, mientras que el TiFe alcanzó 41% de degradación en el mismo
tiempo; sin embargo, con este último catalizador y utilizando luz UV, no hubo degradación durante los primeros 60
min, lo que hace suponer, que la aportación de la luz visible a la activación del TiFe cuando este es expuesto a la luz
solar es mucho más importante que en el TW, donde se presentó 36% degradación con luz UV durante los primeros
60 min. Esto se explica con los resultados de DR-UV-Vis, de los cuales se obtuvieron las longitudes de onda de
activación de los catalizadores, siendo para el TW = 399 nm y 508 nm para TiFe, lo que indica que éste último
absorbe mejor la radiación en la región del visible. En lo referente a la formación de DCF, con ambos catalizadores
se liberaron 6 mg L-1 con luz solar, y en ambos casos este intermediario fue degradado también por completo,
excepto cuando los experimentos fueron llevados a cabo con luz UV, ya que el DCF formado no disminuyó, y en el
caso del TW alcanzó una concentración de 10mg L-1.

Figura 3. Degradación del herbicida 2,4-D utilizando (a) TW y (b) TiFe bajo luz solar natural y radiación UV
artificial.

4
En lo que se refiere al grado de mineralización, con ambos catalizadores y utilizando luz solar se alcanzó un
abatimiento del TOC de hasta el 90% en 240 min; la liberación de iones Cl- es un análisis complementario para
evaluar la mineralización en moléculas cloradas, entre más se liberen a la solución, mayor será el grado de
mineralización; en el caso de la degradación solar del 2,4-D la liberación de iones cloruros alcanzó los 15mg L-1, con
ambos catalizadores, cercana a la concentración teórica de 16 mg.L-1 de Cl- liberados a partir de la concentración
inicial de 2,4-D (50 mg L-1). Con luz UV, la mineralización alcanzó un 85% con el TW y 72% con el TiFe, mientras
la liberación de cloruros fue de solo 6 mg.L-1, esto debido a que, la luz solar tiene aportación tanto de radiación UV,
como de visible, la cual es importante también, ya que es lo que se busca al modificar los catalizadores, por otro
lado, la intensidad de la lámpara UV fue de 17 W.m2, y la intensidad de la luz solar fue de entre 20 y 22W/m2.

Figura 4. Abatimiento del COT y formación de Cl- durante la mineralización del herbicida 2,4-D utilizando (a) TW
y (b) TiFe como catalizadores.

Para obtener los parámetros cinéticos de las reacciones de degradación y mineralización de 2,4-D con ambos
catalizadores, los resultados fueron ajustados al modelo de pseudo primer orden de Langmuir-Hinshelwood, utilizado
para reacciones donde el proceso de adsorción es despreciable, y por tanto, puede ser simplificado en la siguiente
ecuación 1 (Sajjad et. al., 2010, Lv et. al., 2011, Konstantinou et. al., 2004):

ln(C0/C) = kapp * t (Ecuacion 1)

Donde: C0 es la concentración del 2,4-D en equilibrio después de la adsorción y C es la concentración en el tiempo t.


La constante de velocidad de reacción de pseudo-primer-orden (kapp) es obtenida a partir de las gráficas de ln (C0/C)
vs tiempo. Y el tiempo de vida media (t½) del contaminante en solución acuosa está dado por la ecuación 2:

t½ = ln 2 / kapp (Ecuacion 2)

Los valores estimados de los parámetros cinéticos de las reacciones de degradación y mineralización, están
enlistados en la Tabla 2. Puede observarse que el comportamiento de los catalizadores en la reacción de
descomposición de 2,4-D es muy similar cuando se utiliza luz solar, ya que los valores de kapp y t½ para la
degradación y la mineralización con luz solar son muy semejantes. Sin embargo, se observan diferencias cuando las
reacciones se llevan a cabo con luz UV, la kapp para el TW (5.9 x 10-3 min-1) es mayor que para el TiFe (1.5 x10 -
3.
min-1), y por tanto el tiempo de vida media de la reacción es menor con el TW (118 min) que con el TiFe (462min),
esto confirma que la activación del TW se ve favorecida con la radiación UV, mientras que el aporte de la fracción
de luz visible de la radiación solar, es mucho más importante en la reacción con el TiFe.

5
Tabla 2. Parámetros cinéticos en la degradación de 2,4-D con TW y TiFe.
Catalizador / Degradación Mineralización
condiciones kapp (x 10-3 min-1) R t ½ (min) kapp (x 10-3min-1) R t ½ (min)
TW solar 24.4 0.9880 29 9.4 0.9960 74
TW UV 5.90 0.9758 118 0.5 0.9855 1386
TiFe solar 26.9 0.9748 26 9.8 0.9920 70
TiFe UV 1.50 0.8908 462 0.8 0.7133 866

Conclusiones

Fue posible degradar eficientemente el herbicida 2,4-D y su principal producto de descomposición, el DCF mediante
fotocatálisis heterogénea usando TW y TiFe sintetizados por la técnica sol-gel. Ambos catalizadores obtenidos
presentan la fase anatasa y una Eg menor a TiO2 sin modificar debido a la incorporación de los óxidos metálicos. La
degradación del 2,4-D y del DCF fue más eficiente cuando se utilizó luz solar, lo que pone de manifiesto que esta
puede ser una alternativa sustentable para el tratamiento de aguas residuales. Los resultados preliminares indican que
la aportación de la luz visible, es importante en la activación y desempeño del TiO2 modificado con Fe2O3.

Agradecimientos. Los autores agradecen a la Facultad de Ciencias Químicas de la UANL, México, a


CONACYT (proyecto 181057) y al PAICYT UANL por el apoyo financiero para la realización del
presente proyecto. Rogelio Macías Tamez agradece al PROVERICYT UANL por la oportunidad de
participar en los veranos de investigación.

Referencias

Ahmed S., Rasul M.G., Brown R., Hashid M.A. 2011. Influence of parameters on the heterogeneous photocatalytic degradation of
pesticides and phenolic contaminants in wastewater: A short review. Journal of Environmental Management, 92 (3),
311-330.
Candal R.J., Bilmes S.A., Blesa, M.A. 2001. Semiconductores con actividad fotocatalitica. En: Eliminación de contaminantes por
fotocatálisis heterogénea. Texto del CYTED, editado por Miguel A. Blesa.
Konstantinou I.K., Albanis T.A. 2004. TiO2-assisted photocatalytic degradation of azo dyes in aqueous solution: kinetic and
mechanistic investigations A review. Applied Catalysis B: Environmental, 49 (1), 1–14.
Kwon T.Y., Song K.Y., Lee W.I., Choi G.J., Do R.Y. 2000. Photocatalytic Behavior of WO 3-Loaded TiO2 in an Oxidation
Reaction. Journal of Catalysis, 191, 192–199.
Lv K., Li J., Qing X., Li W., Chen Q. 2011. Synthesis and photo-degradation application of WO3/TiO2 hollow spheres. Journal of
Hazardous Material, 189, 329-335.
Sajjad A.K.L., Sajjad S., Tian B.Z., Chen F., Zhang J.L. 2010. Comparative studies of operational parameters of degradation of
azo dyes in visible light by highly efficient WO x/TiO2 photocatalyst. Journal of Hazardous Materials, 177, 781–791.
Ramos-Delgado N.A., Gracia-Pinilla M.A., Maya-Treviño L., Hinojosa-Reyes L., Guzman-Mar J.L., Hernández-Ramírez, A.
2013. Solar photocatalytic activity of TiO2 modified with WO3 on the degradation of an organophosphorus pesticide.
Journal of Hazardous Materials, 263P, 36– 44.
Villanueva-Rodríguez, Minerva. 2011. Generación in situ del ion ferrato [Fe (IV)] vía fotocatalitica y electroquímica para la
degradación del ácido 2,4-diclofenoxiacético. Tesis de Doctorado. Universidad Autónoma de Nuevo León.

6
DIMENSIONAMENTO, AVALIAÇÃO POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE METANO E
ANÁLISE DE CUSTO DE DIGESTORES ANAERÓBIOS PARA TRATAMENTO DE
DEJETOS PRODUZIDOS NA SUINOCULTURA

DESIGNING, POTENTIAL METHANE PRODUCTION ASSESSMENT AND COST ANALYSIS


OF ANAEROBIC DIGESTERS FOR PIG MANURE TREATMENT

Flávia Junqueira de Macedo 1*


Jorge Manuel Rodrigues Tavares 1
Paulo Belli Filho 1
Arlei Coldebella 2
Paulo Armando Victória de Oliveira 2

Abstract
The aim of the study is to design anaerobic digesters units for pig manure treatment in Santa Catarina, Brazil. It is
on interest to understand the impact that water management and savings have in anaerobic digestion in terms of
sizing of the digester, methane production and capital costs. Therefore, two scenarios were evaluated: the first with
values of the current legislation (7.0 L·pig-1·d-1) and the second from the value of manure determined in growing-
finishing pig units at Santa Catarina (5.0 L·pig-1·d-1). Two designing parameters were used: Hydraulic Retention
Time and Organic Load. Therefore, the potential production of methane (CH4) was determined and the costs were
estimated. The volume difference between the two scenarios was 29% and the CH4 production was 2.42 higher for
scenario 2 (5.0 L·pig-1·d-1 and 45.7 g·L-1 of VS in manure). The total costs of implementation were higher or lower
depending on the parameter project analyzed: considering the digester volume, the scenario 2 showed to be more
expensive per m3. If the CH4 potential production is taken into account, the digesters for the same scenario will be
the cheapest ones.

Key Words: Pig manure, anaerobic digesters, design, methane potential production.

1
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina.
2
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Suínos e Aves.

* Autor corresponsal: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina, Campus
Reitor João David Ferreira Lima, Caixa Postal 476 – Bairro Trindade - Florianópolis - Santa Catarina - Brasil - CEP 88040-970 –
Tel.:+55(48)3721-7743. flaviajmacedo@gmail.com
1
Resumo
O estudo visou dimensionar biodigestores em função de dois parâmetros: de projeto o tempo de detenção hidráulica
(TDH) e a Carga orgânica volumétrica (Cv); calcular a produção potencial de metano (CH 4); e estimar os custos de
implantação dos biodigestores para dois cenários: o primeiro com valores vigentes na legislação (7.0 L·suíno-1·d-1) e
o segundo a partir do volume de dejeto determinado em granjas de crescimento-terminação em Santa Catarina (5.0
L·suíno-1·d-1). Como resultados ressalta-se a diferença no volume dos biodigestores em aproximadamente 29%
(cenário 1 vs cenário 2) e uma produção superior de CH4·suíno-1·d-1 em uma proporção de 2.42 para o cenário 2 (5.0
L·suíno-1·d-1 e 45.7 g·L-1 de SV no dejeto). Foram encontrados valores de 0.051 e 0.124 m³ CH 4·suíno-1·d-1 para o
cenário 1 e o cenário 2, respectivamente. Os custos de implantação variaram de R$34571.00 a R$60142.00 para o
cenário 1 e de R$30101.00 a R$ 50274.00 para o cenário 2 com amarração em viga (AV) aumentando
proporcionalmente ao volume de dejetos a ser tratado. Os custos para biodigestores com amarração em solo (AS)
foram em média de R$7000.00 menores.

Palavras-chave: Dejeto suíno, digestor anaeróbio, dimensionamento, produção potencial de metano.

Introdução

Segundo dados mundiais apresentados para o ano de 2013, o Brasil totalizou um rebanho médio de 38.578 milhões
de suínos, sendo ainda considerado o quarto maior produtor [(rebanho: 38.100 milhões de cabeças); (carne em
carcaça: 3.37 x106 ton·ano-1)] e exportador mundial de suínos (carne em carcaça: 0.60 x10 6 ton·ano-1) (USDA, 2013).
A produção de suínos no Estado de Santa Catarina destaca-se no cenário produtivo brasileiro, apresentando o maior
rebanho de animais (7.480.183 suínos: ~19.28% do efetivo nacional), concentrado principalmente na Mesorregião do
Oeste Catarinense (73.2%) (Brasil, 2012). O principal subproduto da atividade suinícola é o dejeto produzido
diariamente pelos animais nas diferentes fases fisiológicas da cadeia de produção de suínos.

Os dejetos produzidos diariamente em granjas suinícolas devem ser isolados dos alojamentos de suínos por questões
de segurança e higiene. A alta taxa de nutrientes, em especial nitrogênio e fósforo, associada ao seu elevado
potencial de biodegradação, não permite a sua simples disposição em ambiente natural (Chelme-Ayala et al., 2011).
De fato, o órgão legislador do Estado de Santa Catarina, define para o crescimento/terminação um volume diário de
7.0 L·suíno-1·d-1. Independentemente da fase fisiológica, o produtor pode aplicar no solo, o volume máximo de
dejeto de 50 m³·ha-1·ano-1, após um período de armazenamento de 120 dias (Fundação do Meio Ambiente, 2009).
O tratamento dos dejetos gerados pelo processo biológico de digestão anaeróbia mostra-se atrativo, pois, permite a
produção de adubo orgânico, a captura de gases odorantes e geradores de efeito de estufa, bem como, a utilização
energética e/ou térmica do biogás resultante do processo (Belli Filho, 1995) No Brasil, o modelo mais utilizado é o
digestor do tipo horizontal (tipo lagoa coberta) onde a câmara de fermentação é enterrada no solo com possível
revestimento em alvenaria e a campânula de contensão de gases constituída por mantas de PVS (Henn, 2005).

Na construção destas estruturas existem parâmetros de dimensionamento que devem ser considerados, sendo os mais
importantes: o Tempo de Detenção Hidráulica (TDH) e a Carga Orgânica Volumétrica (Cv) (Metcalf & Eddy, 2003).
Pesquisas sugerem que o volume de dejetos gerados varia em função do tamanho do rebanho, do peso vivo dos
animais, do volume de água ingerido pelos animais, da consistência da fração sólida dos dejetos e dos desperdícios
gerados com limpeza e equipamentos de dessedentação dos animais (Tavares, 2012).
A determinação dos volumes gerados tem sido realizada em diferentes pesquisas no Estado nos últimos anos, com
ênfase para a fase fisiológica de crescimento/terminação. O estudo de Tavares (2012) monitorou e avaliou um total
de 15 granjas comerciais na fase fisiológica de crescimento/terminação no Oeste Catarinense (17 lotes de produção:
6928 suínos) e determinou um volume médio de dejetos produzidos de 4.58 L·suíno-1·d-1. Tal pesquisa contou com o
apoio e a participação das seguintes entidades: Brasil Foods (BRF), Associação das Indústrias de Carnes e Derivados
de Santa Catarina (AINCADESC/SINDICARNE_SC), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Suínos e Aves
(EMBRAPA) e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Santa
Catarina (PPGEA/UFSC).

2
O presente estudo tem como objetivo mostrar o efeito da redução do volume diário e da sua qualidade físico-química
dos dejetos produzidos no dimensionamento dos digestores do tipo lagoa coberta em função da Cv e do TDH
considerando: a) o volume de biodigestor; b) a estimativa da produção potencial de CH 4; e c) o custo de implantação
de biodigestores segundo empresa contatada pela pesquisa. Serão considerados para o estudo, os dois cenários já
apresentados: produção de 7.0 L·suíno-1·dia-1 (Fundação do Meio Ambiente, 2009) versus 5.0 L·suíno-1·dia-1
(Tavares, 2012), correspondente a uma produção média de dejetos de 4.58 L·suíno-1·dia-1, acrescido do volume de
0.57 L·suíno-1·dia-1 para água de lavagem.

Metodologia

Dimensionamento de digestores do tipo lagoa coberta


O dimensionamento de biodigestores do tipo lagoa coberta foi realizado considerando-se dois cenários distintos de
produção de dejetos para unidades suinícolas de crescimento/terminação: o cenário 1, com 7.0 L·suíno -1·dia-1
(Oliveira, 1993; Fundação do Meio Ambiente, 2009) e o cenário 2 com 5.0 L·suíno -1·dia-1 (Tavares, 2012).

A Tabela 1 exibe os valores adaptados e utilizados no cálculo do dimensionamento dos biodigestores para os
parâmetros Cv e TDH.

Tabela 1. Valores adaptados e utilizados no cálculo do dimensionamento dos biodigestores para os parâmetros
presentes nas equações.
Parâmetro Valor adotado Referência
TDH Tempo de Detenção Hidráulica 30 e 35 dias Oliveira (2003)
La Farge (1995); Metcalf &
Cv Carga Orgânica Volumétrica 1.5 kg SV.m-3·d-1
Eddy (2003)
N Número de suínos de 300 a 1200 Tavares (2012)
Vazão de dejetos produzida por suíno para o
q1 7.0 L·suíno-1·d-1 Oliveira (1993)
cenário 1
Vazão de dejetos produzida por suíno para o
q2 5.0 L·suíno-1·d-1 Tavares (2012)
cenário 2

Cálculo da produção potencial de metano


A Tabela 2 mostra as equações utilizadas nos cálculos da produção potencial de CH4 sendo exibidas na sequência da
sua utilização. A Equação 1 utiliza a remoção de Demanda Química de Oxigênio (DQO) durante a anaerobiose para
o cálculo da geração potencial de metano, ao passo que a Equação 2 se baseia na redução de Sólidos Voláteis (SV).
A Tabela 3 exibe os valores adaptados para os parâmetros utilizados no cálculo. As diferentes concentrações de SV e
DQO utilizadas para ambos os cenários foram obtidas em pesquisas com diferença temporal de 15 anos e
comprovam a evolução científica, técnica e tecnológica na suinocultura que resultou na produção de dejetos mais
concentrados (modelos de produção, equipamentos para a ingestão de água e ração, genética, manejo diário, nutrição
e aspetos sanitários) (Tavares et al., 2012).

Análise de custos da instalação de biodigestores


A análise de custos da instalação de biodigestores foi realizada para ambos os cenários estudados, considerando-se:
a) granjas com 300, 600, 900 e 1200 suínos instalados; b) TDH de 30 dias; e c) dois sistemas de amarração entre a
lona inferior e a superior: ancoragem por viga (AV) ou no solo (AS). Os valores foram repassados por empresa
especializada (Oeste de SC). Os itens orçados para a instalação de biodigestores foram: 1) Terraplanagem e
escavação; 2) Brocas; 3) Vigas em concreto armado; 4) Caixa de passagem; 5) Tubo de limpeza - PVC 150 mm; 6)
Tubo de entrada e saída - PVC 150 mm; 7) Tubo dreno DN 65; 8) Geotêxtil G150; 9) Manta Inferior - PVC 0.80
3
mm; 10) Manta Superior - PVC 1.00 mm; 11) Parafuso Inox 3/8" com chumbador químico; 12) Chapa Zincada
3/16x2"; 13) Registro PVC 75 mm; 14) Válvula de Segurança; 15) Mão-de-obra; 16) Bomba Elétrica 5 cv; 17) Tubo
PVC 3" PN 60. O orçamento para amarração do tipo AS não possui os itens relacionados a AV.

Tabela 2. Equações utilizadas no cálculo da produção potencial de CH 4.


Descrição
Equação Referência
(unidade)
Eficiência de remoção de um nutriente

Chernicharo
Produção de CH4 (m³ CH4·d-1)

(2007)
(Equação 1)
Carga de DQO convertida em CH4
(kg DQOCH4·d-1)
Fator de correção da T operacional do reator
(kg DQO·m-3)

(1978) apud
Produção de CH4 (m³ CH4·m-3Vu.d-1)

Hashimoto

Nishimura
Chen e

(2009)
(Equação 2)
Constante
Taxa de crescimento máx. específico (dia-1)

Tabela 3. Valores adaptados e utilizados no cálculo da produção potencial de metano para os parâmetros presentes
nas equações.
Parâmetro Valor adotado Referência

T Temperatura 25o C Gusmão (2008)

E (%) DQO Eficiência de remoção de DQO 80% Dal Mago (2013)

E (%) SV Eficiência de remoção de SV 92% Henn (2005)

B0 Taxa de conversão de SV em metano 0.6048 (m³ CH4·kg-1SV) Dal Mago (2009)

Coeficiente de produção de sólidos no 0.15 kg DQOlodo/kg


Chernicharo (2007)
sistema em termos de DQO DQOapl

Demanda Química de Oxigênio para o


DQO1 23.6 g·L-1 Medri (1997)
cenário 1

SV1 Sólidos Voláteis para o cenário 1 13.4 g·L-1 Medri (1997)

Demanda Química de Oxigênio para o


DQO2 79.6 g·L-1 Tavares (2012)
cenário 2

SV2 Sólidos Voláteis para o cenário 2 45.7 g·L-1 Tavares (2012)

Proporção entre metano e biogás gerado 0.7 Oliveira (2003)

4
Resultados

Dimensionamento de digestores a partir do TDH


A Figura 1 apresenta os resultados obtidos para o dimensionamento de biodigestores com TDH de 30 e 35 dias
(volumes úteis são inferiores em 29% no cenário 2). Considerando volumes úteis similares para os reatores, o cenário
2 permite um total de 35 dias de TDH para 30 dias no cenário 1.

Figura 1. Dimensionamento de biodigestores com TDH = 30 e TDH = 35 dias para granjas com efetivos instalados
entre 300 e 1200 animais.

Dimensionamento de digestores a partir da Cv


A Figura 2 apresenta os resultados para digestores dimensionados com Cv = 1.5 kg SV·m-³·d-1, considerando os dois
cenários.

Figura 2. Resultados comparativos para dimensionamento de biodigestores com Cv = 1,5 kg SV·m-³·d-1.

Os biodigestores que apresentam maior volume são os dimensionados para o cenário 2 (5.0 L·suíno-1·dia-1). Sendo a
Cv constante, o volume passa a ser função apenas da vazão e da concentração de SV. A concentração de SV diminui
em maior proporção (0.29 vezes) que a vazão aumenta (1.4 vezes), o que explica a diminuição do volume do reator
para o cenário 1 em relação ao projetado para o cenário 2. Se o critério de dimensionamento escolhido for o TDH,
para que o tempo de 30 dias seja respeitado, a Cv torna-se menor, similar a outro valor encontrado na literatura, de
0.5 kg SV·m-³·d-1.

A Figura 3 apresenta os resultados da produção potencial de CH4 em função da DQO e SV para ambos os cenários,
com recurso à Equação 1 (a) e Equação 2 (b) da Tabela 2. O dejeto mais concentrado (cenário 2) é aquele que
apresenta uma maior produção por suíno instalado na granja. Para a Equação 2, por exemplo, a produção de CH4 do
cenário 2 é maior em uma proporção aproximada a 2.42.
A Tabela 4 mostra os resultados da produção potencial de CH4 por suíno instalado na granja e por kg de SVremovido
para uma eficiência hipotética de 92% de remoção de SV (Henn, 2005).
5
Figura 3. Produção potencial de CH4 em função da DQO (Equação 1: Figura 3a) e em função dos SV (Equação 2:
Figura 3b) para os cenários estudados.

Tabela 4. Produção potencial de CH4 por suíno instalado na granja.


m³ CH4·suíno-1·d-1 m³ CH4·kg SVremovido-1
Equação utilizada
cenário 1 cenário 2 cenário 1 cenário 2
Equação 1 0.033 0.080 0.385 0.379
Equação 2 0.051 0.124 0.595 0.591

O volume potencial de CH4·suíno-1·d- em função dos SV no cenário 2 é similar ao obtido experimentalmente por Dal
Mago (2009). Os resultados obtidos no cenário 1 foram bastante inferiores, sendo justificado pela baixa concentração
de matéria orgânica presente no dejeto devido à sua diluição (Chernicharo, 2007; Gusmão, 2008; Dal Mago, 2009).
Em relação à produção de CH4 por kg de SVremovidos, alguns autores encontraram valores médios experimentais
similares e até superiores, de 0.52 a 0.72 m³ CH4·kg SVremovido-1 (Chae, 2008; Dal Mago, 2009).

Análise de custo geral do digestor e por item do biodigestor


A Figura 4 apresenta o custo total de implantação dos biodigestores para ambos os cenários considerando o sistema
de amarração AV. O custo total aumenta com o aumento do volume útil do digestor. Os custos de implantação para o
sistema de amarração AS seguem a mesma tendência, porém com valores de R$6000.00 a 8000.00 menores, por não
necessitar de viga de concreto e outros itens. A diferença do custo entre os sistemas (AS e AV) diminui conforme o
volume aumenta.

Figura 4. Custo total de implantação dos biodigestores para ambos os cenários através do sistema de amarração AV
em função do número de suínos instalados na granja.

6
Na Figura 5 observa-se que o preço do biodigestor diminui com o aumento do volume útil e tende a estabilizar a um
preço fixo de R$180.00·m3 (Figura 5a). Tal valor é similar ao estimado por Embrapa (2013). Isto ocorre pelo custo
mínimo e máximo de materiais de e mão-de-obra. Lindemeyer (2008) demonstra um valor de R$266.67·m-3 de
volume útil, para um biodigestor de 300 m³. Um produtor 1200 suínos no cenário 2 teria o mesmo investimento que
um produtor com 900 suínos no cenário 1. Analisando-se o custo por produção potencial de CH4 (¡Error! No se
encuentra el origen de la referencia.b), os digestores do cenário 2 apresentam custo por m³ de CH 4 produzido 2.4
vezes menor. O investimento para produzir 1 m3 de CH4 será de aproximadamente R$1500.00 para o cenário 1 e
R$500.00 para produzir 1 m³ para o cenário 2.

Figura 5. (a) Custo do biodigestor por volume útil; (b) Custo do biodigestor por m3 de CH4 produzido.

A ¡Error! No se encuentra el origen de la referencia. apresenta a relação de custos dos cinco principais itens de
maior valor no orçamento da implantação dos digestores de amarração AV. O gráfico para AS apresenta a mesma
tendência. As mantas de 0.08 e 1.00 mm apresentam o maior peso no custo do biodigestor (34 a 58% do custo total).
Oliver et al. (2008) afirmam que as mantas são o maior investimento para construção do biodigestor do tipo.

Figura 6. Análise parcial de custo dos diversos itens dos biodigestores com AV.

Conclusões

Volumes menores de produção de dejetos suínos com maior concentração de SV necessitam de biodigestores de
menor volume para o dimensionamento através do TDH. Em relação ao parâmetro Cv, o volume vai depender das
características de entrada do dejeto ou das condições de projeto. A concentração de SV no dejeto suíno é chave para
o cálculo produção potencial de CH4 e no custo do digestor. Conclui-se ainda que: 1) para TDH, os digestores
dimensionados para uma produção de 5.0 L·suíno -1·d-1 apresentam volume 29% menor do que de 7-0 L·suíno-1·d-1;
2) menores Cv devem ser adotados para respeitar-se TDH de 30 dias; 3) o cenário 2 estima produção potencial de
CH4 2.43 vezes maior; 4) a diferença no custo entre ambos os cenários é maior em digestores para granjas com 300
suínos ou em digestores para granjas com 1200 suínos (13 e 17%), dependendo do percentual de peso de cada item
que varia diferentemente para cada volume de biodigestor; 5) O custo do biodigestor·m-3 de Vu é menor quanto
7
maior o seu volume e o custo da produção de 1m³ de CH 4 é menor quanto maior seu volume e concentração de SV; e
6) As mantas de PVC representam de 34 a 58% dos custos da implantação de um biodigestor. Os custos variam de
R$106.82 a 250.78 por m³ de volume útil.

Referências Bibliográficas

Belli Filho P. (1995) Stockage et odeurs des dejections animales cas du lisierdeporc. Thèse. Université de Rennes, U.F.R. École
Nationale Supérieure de Chimie. Rennes, France.. 181p.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2013). Produção Pecuária Municipal 2012. Disponível em:
<ftp://ftp.ibge.gov.br/Porducao_Pecuaria/Producao_da_Pecuaria_Municipal/2012/ppm2012.pdf.>. Acesso: 1 fev. 2013.
Chae K. J., Jang A. Yim S. K., Kim I. S. (2008) The effects of digestion temperature and temperature shock on the biogas yields
from the mesophilic anaerobic digestion of swine manure. Bioresource Technology, 99(1) p.001-006.
Chelme-Ayala P., El-Din M. G., Smith R., Code K. R., Leonard J. (2011) Advanced treatment of liquid swine manure using
physico-chemical treatment. Journal of Hazardous Materials, 186. 1632–1638.
Chernicaro, C.A.L. (2007). Reatores anaeróbios. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, UFMG, Belo Horizonte,
379p.
Dal Mago (2009) Avaliação de biodigestores com o uso de dejetos de suínos em Braço do Norte e em Concórdia. 152 p.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental, UFSC. Florianópolis.
Embrapa. Disponível em: <http://www.cnpsa.embrapa.br/invtec/09.html>, Acesso: 01 de junho de 2013.
Fundação do Meio Ambiente. Instrução Normativa n.º 11, de 2009. Gusmão, M. M. F. e C. de C. (2008) Produção de biogás em
diferentes sistemas de criação de suínos em Santa Catarina. 170 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Ambiental, UFSC. Florianópolis.
Henn, A. Avaliação de dois sistemas de manejo de dejetos em uma pequena propriedade produtora de suínos – condições de
partida (2005) 157p. Dissertação (mestrado) – Programa de Pós Graduação em Engenharia Ambiental, UFSC.
Florianópolis.
La Farge B. (1995) Le biogaz: Procédés de fermentation méthanique. Paris: Masson, 237p.
Lindemeyer, R. M. (2008) Análise da viabilidade econômico-financeira do uso de biogás como fonte de energia elétrica. 105p.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) – UFSC, Florianópolis.
Medri, W. (1997) Modelagem e utilização de lagoas facultativas para o tratamento de dejetos suínos. 206p. Dissertação Tese de
Doutorado-Programa de Pós Graduação em Engenharia Ambiental. UFSC. Florianópolis.
Nishimura, R. (2009) Análise de balanço energético de sistema de produção de biogás em granjas de suínos: implemento de
aplicativo computacional. 97p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) UFMGS, Campo Grande.
Oliveira, P. A. V. de (Coord.). (1993) Manual de manejo e utilização dos dejetos de suínos. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves,
Documento, 27. 188p
Oliveira, P. A. V. de (2003) Impacto ambiental causado pela suinocultura. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE
ZOOTECNIA, v. 5, Uberaba, MG. Anais…, p. 142-161.
Oliver, A. de P. M. et al.. Manual de treinamento em biodigestão – Winrock International Brasil, 23 p., 2008.
Tavares, J. M. R. (2012) Consumo de água e produção de dejetos na suinocultura. 232 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de
Pós Graduação em Engenharia Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis.

8
UN ENFOQUE CRÍTICO DEL DESEMPEÑO DE LA FILTRACIÓN DINÁMICA
ANAEROBIA A ESCALA PILOTO

PERFORMANCE OF PILOT-SCALE ANAEROBIC DYNAMIC FILTRATION: A


CRITICAL APPROACH

José González Ortega1*


Daniel de los Cobos Vasconcelos1
Adalberto Noyola Robles1

Abstract
Dynamic filtration involves the controlled formation of a cake layer, which ultimately works as the functional unit of
filtration. A large pore material is used to form a dynamic membrane rather than a conventional micro or
ultrafiltration membrane. In this case, the components of the filtered medium are the main contributors of the
formation process. A DM may even determine the rejection properties of the system. The aim of this study of 20 916
hours of filtration was to evaluate the performance of dynamic membrane filtration during anaerobic treatment of
municipal wastewater under real (changing) operational conditions. At the end, the soluble COD concentration
remained in permeate at high values and the formation of a biofilm in the filtered-side caused an increase in the
readings of pollutants. Results suggest that this method can produce permeate at a higher proportion compared to
conventional technology; however it is difficult to reach a similar quality, so a post-treatment must be implemented.
Nevertheless, anaerobic dynamic filtration looks promissory as a preliminary treatment of municipal wastewater and
may be a low cost solution for wastewater treatment.

Keywords: anaerobic, dynamic, filtration, membrane, treatment

1
Coordinación de Ingeniería Ambiental, Instituto de Ingeniería, Universidad Nacional Autónoma de México.
* Autor corresponsal: Coordinación de Ingeniería Ambiental, Instituto de Ingeniería, Universidad Nacional Autónoma de México.
Circuito Escolar s/n, Ciudad Universitaria, Delegación Coyoacán. C.P. 04510. México. Teléfono +52(55)56233600 Ext, 8708
JGonzalezO@iingen.unam.mx

1
Resumen
La filtración dinámica consiste en la formación controlada de una capa taponante que se desempeña finalmente como
la unidad funcional de la filtración. Una membrana dinámica (MD) se forma en un material de poro grueso en lugar
de una membrana convencional de micro o ultrafiltración y se genera a partir de los componentes del medio que
filtra. La MD puede incluso determinar las propiedades de rechazo del sistema. El propósito de este estudio de 20
916 horas de filtración fue evaluar el desempeño de las membranas dinámicas para el tratamiento de agua residual
municipal en medio anaerobio en condiciones reales (cambiantes) de operación. Se identificaron limitaciones como
la alta concentración de DQO soluble remanente en el permeado y la formación de una película del lado del filtrado
que genera un incremento en las lecturas de contaminantes en el mismo. Los resultados sugieren que si bien esta
técnica es capaz de generar permeado en mayor proporción a la tecnología convencional, difícilmente podría
alcanzar una calidad comparable, por lo que se debe garantizar un post tratamiento. No obstante, la filtración
dinámica anaerobia luce prometedora como pretratamiento de agua residual municipal y podría ser una solución de
bajo costo para el tratamiento de agua residual.

Palabras clave: anaerobia, dinámica, filtración, membrana, tratamiento

Introducción

Bajo condiciones específicas de operación, una membrana dinámica (MD) es capaz de remover contaminantes y
generar permeado a una productividad superior a un biorreactor de membrana convencional (Poostchi et al., 2012),
convirtiéndola en una tecnología prometedora de bajo costo para el tratamiento de agua residual municipal (Ersahin
et al., 2012).

Las ventajas de las MD se potencian al ser formadas y operadas en un medio anaerobio: se elimina la necesidad de
aireación y por ende se reducen costos operativos; se reduce la cantidad de lodos residuales para tratamiento y
disposición final e incluso se puede aprovechar el metano generado para la generación de energía. No obstante la
investigación en MD anaerobias es aún muy limitada (Zhang, et al., 2010; Ersahin, et al., 2012).

En investigaciones previas a la realización de este trabajo, se identificaron condiciones que propician el mejor o peor
desempeño de una MD a corto plazo (<1 mes), pero la operación a largo plazo enfrenta los mayores desafíos, tales
como mejorar el método de limpieza, reducir el tiempo de formación de la MD, maximizar su tiempo de filtración, y
reducir la concentración de DQO soluble en el permeado. Este estudio se enfocó en estos aspectos.

La limpieza se efectúa para restaurar la permeabilidad del sistema y una vez realizada, una MD puede ser regenerada
rápidamente debido a la capa gel formada (Fan y Huang, 2002). Así mismo, el control del grosor de la capa
taponante es importante para lograr una operación estable con un permeado de alta calidad (Ersahin et al., 2014),
dado que la deposición de sólidos una vez formada la MD, es indeseable pues reduce la permeabilidad del sistema
(Liang et al., 2012).

Al-Malack y Anderson concluyeron que el mejor método de limpieza para una MD es removerla por completo
mediante cepillado y agua para regenerar una nueva membrana (Al-Malack y Anderson, 1997). También el
retrolavado de agua, con aire (en aplicaciones aerobias) o cepillado puede ser suficiente para la limpieza de la MD
sin el uso de agentes químicos (Chu et al., 2008). Otros aspectos importantes son el tiempo que se demora la MD en
producir un permeado con cierta calidad (tiempo de formación) y el tiempo en el cual filtra bajo ciertos límites
establecidos (tiempo de filtración efectiva). A pesar de que una capa taponante dinámica se forma incluso en
minutos, una formación efectiva que genere una remoción y calidad estable requiere mayor tiempo (Ersahin et al.,
2014).

El objetivo de este trabajo fue evaluar el desempeño de esta tecnología en cuanto a:


1. Efectos de la limpieza en la operación
2. Tiempo de formación y de filtración efectiva
3. Identificación de problemas operacionales (remoción de DQO soluble y creación de subproductos)

2
El experimento fue llevado a cabo con agua residual tipo municipal pre tratada por un reactor anaerobio de lecho de
cama de lodos de flujo ascendente (UASB por sus siglas en inglés) escala piloto, lo que permitió probar esta técnica
en condiciones reales de operación, considerando las variaciones en composición del agua residual.

Metodología

El montaje experimental se centró en la formación y operación de nueve MD, todas bajo distintas condiciones de
operación en cuanto a porosidad del soporte y PTM. Los soportes se sumergieron en la zona de sedimentación de un
reactor UASB con volumen de 700 L que trató agua residual con las siguientes características: SST, 274 ± 84 mg/L;
DQO, 991 ± 274 mg/L; y turbiedad, 193 ± 52.4 NTU. Los nueve tratamientos y sus condiciones de operación se
muestran en la Tabla 1. Así mismo, en la Figura 1 se muestra un esquema del montaje experimental.

Tabla 1 Definición de los tratamientos y sus condiciones de operación


Trat. Parámetros Trat. Parámetros Trat. Parámetros

A1 25µm@12.8 kPa B1 50µm@12.8 kPa C1 100µm@12.8 kPa

A2 25µm@19.2 kPa B2 50µm@19.2 kPa C2 100µm@19.2 kPa

A3 25µm@25.6 kPa B3 50µm@25.6 kPa C3 100µm@25.6 kPa

Figura 1. Esquema del montaje experimental

La fuerza motriz de la filtración dinámica fue el diferencial de presión generado entre la columna de agua sobre los
soportes y el interior del tubo recolector de permeado (a presión atmosférica). Se usaron bombas para conducir el
permeado a la zona de toma de muestras. El sistema operó 24 horas, 7 días a la semana y se efectuaron 4 corridas. Al
finalizar cada corrida, las MD continuaban produciendo permeado.

Cada corrida se dividió en tres ciclos de operación: el ciclo cero con una duración de 2 semanas, en el cual el soporte
iniciaba la operación completamente limpio; y el primero y segundo, con una duración de una semana cada uno
donde se evaluó el desempeño de la membrana después de ser limpiada. Se aplicó una limpieza manual de la capa
taponante con agua (al mismo tiempo y de la misma forma) a todas las MD; después la prueba se reanudaba.

3
Se determinó turbiedad, DQO total y soluble y SST de los permeados según los métodos propuestos en el Standard
Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA et al., 2012) y el flux de permeado. El tratamiento
estadístico de los datos consistió en el cálculo del coeficiente de determinación (R2) para cada ciclo de operación con
el objeto de establecer la tendencia del comportamiento de cada parámetro durante la filtración.

Resultados

En la Figura 2a se muestran las nueve MD formadas en una de las corridas. Al desmontar los soportes, se observó la
presencia de una película formada en el lado del permeado de la superficie de soporte, como se muestra en la Figura
2b. Esto probablemente fue causa de la aparición ocasional de sólidos macroscópicos en el permeado (Figura 2c):

Figura 2. a) Membranas dinámicas formadas en una corrida; b) Formación de película del lado del permeado; c)
permeado con presencia de solidos macroscópicos debido a la película generada

Tendencias por ciclo de operación

A lo largo de las corridas el flux se vio disminuido de forma notable durante el ciclo “0” de operación con el soporte
limpio (ver Figura 3), lo que es consistente con el proceso de formación de la MD. Al inicio del ciclo “1” se observó
un incremento en el valor de flux (con respecto a los últimos valores del ciclo “0”), sin embargo, éste no fue tan alto
como el valor inicial de cada prueba, debido a que la limpieza solo removió la capa taponante superficial, no
obstante, en el último ciclo, el incremento en el valor no fue tan evidente. En todos los ciclos se observó una marcada
tendencia a la disminución del flux conforme trascurrió la filtración.

Figura 3. Tendencia del flux a lo largo de la operación.

Al igual que el flux, la turbiedad mostró una clara tendencia de reducción en el ciclo “0”, el periodo de inicio de la
filtración. En los ciclos subsecuentes se mostró una tendencia a obtener valores estables aparentemente sin

4
afectaciones mayores por la limpieza. No obstante, los valores obtenidos en los ciclos “1” y “2” fueron en general
mayores a los observados al final del ciclo “0”, como se observa en la Figura 4.

Figura 4. Tendencia de la turbiedad de permeado a lo largo de la operación.

En lo que respecta a la DQO y SST, se mostró una tendencia en obtener permeados más limpios conforme
transcurrió el ciclo cero. Así mismo, en el ciclo “1” se observó una muy ligera tendencia a la reducción de estos
contaminantes en el permeado (en contraste con el ciclo “2”) sin embargo se obtuvieron promedios mayores a los
últimos valores observados en el ciclo cero y una mayor dispersión de los datos en el ciclo “2”. Ver Figura 5 y Figura
6.

Figura 5. Tendencia de la DQO del permeado a lo largo de la operación.

Figura 6. Tendencia de los SST del permeado a lo largo de la operación.

5
Tiempos de formación y filtración efectiva

Liang y colaboradores consideran que la formación de una MD llega a su totalidad, al alcanzar una concentración de
SST de aproximadamente cero (Liang, et al., 2013). Dado que en este trabajo en pocas ocasiones se alcanzó una
concentración no detectable de SST, el tiempo de formación se consideró como el tiempo en que el tratamiento se
demoró en producir permeado con una concentración de SST ≤5 mg/L. Así mismo, el tiempo de filtración efectiva
fue aquel en el que se mantuvo esta condición y además un valor de flux ≥25 L/m 2h, uno de los estándares de la
industria de los BRM de acuerdo a (Water Environment Federation, 2012).

Con base en la Figura 7, se aprecia que varios tratamientos no cumplieron en ningún momento con las
especificaciones y en consecuencia no se presentó un tiempo de formación ni de filtración efectiva de acuerdo a los
criterios definidos.

Con respecto al poliéster, el tratamiento con el mejor desempeño fue el B3, con periodos de filtración efectiva
durante las dos pruebas por un total de 107 horas. Así mismo, los tratamientos A3; C3; y A1, también mostraron
periodos con filtración efectiva en ambas pruebas, no obstante con una duración promedio menor. Los peores
tratamientos para este material fueron el A2 y el B1, los cuales no presentaron periodos con filtración efectiva.

De la misma manera, los resultados del polipropileno señalan que el tratamiento C2 presentó la mejor
reproducibilidad con los periodos de filtración más largos. Así mismo, las membranas B1; A1; y B2 mostraron
periodos de filtración únicamente en una de las pruebas. Los peores tratamientos fueron A2; A3; B3 y C2, sin
tiempos de filtración efectiva.

Figura 7. Tiempos de formación, filtración efectiva de las pruebas a) 01PE, poliéster; b) 03PE poliéster; c) 02PP
polipropileno; y d) 04PP polipropileno.

6
Efecto en la remoción de DQO soluble

Durante el transcurso de la experimentación se tomaron muestras aleatorias de DQO soluble del sobrenadante al
nivel de la MD y a la DQO soluble del permeado. A partir de la Figura 8 es notable que la fracción soluble que
ingresa a la membrana permanece prácticamente sin cambio y el valor se mantiene prácticamente sin alteración
después de la filtración, es decir, la MD retuvo la DQO particulada dejando prácticamente sin tratamiento la fracción
soluble en el permeado. Así mismo, 73.4 ± 14.7% n=46 de la DQO de los permeados se encontró en forma soluble.

Figura 8. Proporción de DQO soluble (DQOs). La columna representa la DQOs de una muestra de sobrenadante; la
fracción azul de las barras es la DQOs registrada en el permeado y la fracción café es la DQOs retenida por a MD.

Discusión

La drástica reducción de flux al inicio de cada prueba, es representativa del comportamiento de la filtración con PTM
constante. La reducción del flux en los ciclos “1” y “2” de operación, posiblemente sea efecto del taponamiento
interno del soporte. De acuerdo a los resultados, el bajo valor de flux es lo que podría limitar la operación a largo
plazo de las MD, al reducirse a un punto inviable.

La estabilidad en los parámetros de calidad (turbiedad, DQO y SST) en los ciclos “1” y “2”, probablemente se debió
a que la limpieza retiró una fracción considerable de la capa taponante pero mantuvo sin alteración a la capa gel,
pudiendo ser esta la responsable de esta tendencia (Fan y Huang, 2002). Sin embargo en estos ciclos se obtuvieron
valores mayores a los del final del ciclo cero, siendo un indicio que el método de limpieza debe ser mejorado y ser
menos invasivo para remover solo la parte superficial de la MD en contacto con el sobrenadante.

Los tiempos promedio de formación de la MD de 476 horas (19.8 días) para el poliéster y de 308 horas (12.8 días)
para el polipropileno resultaron altos comparados con el obtenido por Zhang en 2010 de 7 días (Zhang, et al., 2010)
y comparable con el de (Ersahin, et al., 2014) de entre 10 y 20 días. Así mismo los tiempos de filtración efectiva
(TFE) de 28.9 y 82.2 h, respectivamente para cada material, representan una operación efectiva de muy corto plazo.
Posiblemente la deposición adicional de material taponante una vez formada la MD, sea la causa de la disminución
del flux y de la calidad (Liang et al., 2012) y su control podría incrementar el TFE.

La alta proporción de DQO soluble en el permeado encontrada en este estudio concuerda con la afirmación de que el
proceso de tratamiento en la MD es mayoritariamente físico y que se requiere un tratamiento cuesta abajo para
reducirla (Zhang, et al., 2010). No obstante, el desprendimiento paulatino de la película del lado del permeado
incrementó la lectura de los parámetros de calidad en el permeado, por lo que su eliminación es primordial para
mejorar la calidad del permeado.

7
No obstante las desventajas, un tratamiento biológico anaerobio acoplado a una MD podría aplicarse cuando se
requiera la obtención de una calidad de permeado superior a la generada por un proceso biológico anaerobio
convencional, inclusive con una filtración convencional posterior, probablemente a menores costos de inversión y
operación.

Se recomienda: a) controlar el espesor de la MD (mediante limpieza) para evitar reducciones drásticas de flux
(Ersahin, et al., 2014); b) eliminar la película generada del lado del permeado y c) implementar un método de
limpieza no invasivo enfocado en la zona de contacto con el sobrenadante para evitar afectaciones significativas a la
estructura de la MD.

Conclusiones

1.- Es improbable lograr un desempeño comparable con un bioreactor de membranas convencional mediante el uso
de membranas dinámicas anaerobias: el mayor flux observado y el potencial menor costo inicial, conlleva el
compromiso de una menor calidad de permeado.

2.- El tiempo de operación con filtración efectiva para todos los tratamientos fue de alrededor de 10% del tiempo de
filtración total, siendo el resto del tiempo periodos de formación o fuera de los límites de calidad establecidos, no
obstante, la optimización de la tecnología podría incrementar del TFE.

Agradecimientos.- al CONACYT por la beca económica otorgada al primer autor y a la Ing.


Civil Patricia de la Cruz por su valioso apoyo en campo y en laboratorio.

Referencias

Al-Malack M. H. and Anderson G. K. (1997) Cleaning Techniques of dynamic membranes, Separation and Purification
Technology, 12, 25-33.
APHA., AWWA and WEF. (2012) Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, American Public Health
Association, Washington D.C., 1496 pp.
Chu H., Cao D., Jin W. and Dong B. (2008) Characteristics of bio-diatomite dynamic membrane process for municipal
wastewater treatment, Journal of Membrane Science, 325, 271-276.
Ersahin M. E., Ozgun H., Dereli R. K., Ozturk I., Roest K. and van Lier J. B. (2012) A review on dynamic membrane filtration:
Material, applications and future perspectives, Bioresource Technology, 122, 196-206.
Ersahin M. E., Ozgun H., Tao Y. and van Lier J. B. (2014) Applicability of dynamic membrane technology in anaerobic
membrane bioreactors, Water Research, 48, 420-429.
Fan B. and Huang X. (2002) Characteristics of a Self-Forming Dynamic Membrane Coupled with a Bioreactor for Municipal
Wastewater Treatment, Environmental Science Technology, 36, 5245-5251.
Liang S., Zhao T., Zhang J., Sun F., Liu C. and Song L. (2012) Determination of fouling-related critical flux in self-forming
dynamic membrane bioreactors: Interference of membrane compressibility, Journal of Membrane Science, 390-391,
113-120.
Liang S., Qu L., Meng F., Han X. and Zhang J. (2013) Effect of Sludge properties on the filtration characteristics of self-forming
dynamic membranes (SFDMs) in aerobic bioreactors: Formation time, filtration resistance, and fouling propensity,
Journal of Membrane Science, 436, 186-194.
Poostchi A. A., Mehrnia M. R., Rezvani F. and Sarrafzadeh M. H. (2012) Low-cost monofilament mesh filter used in membrane
bioreactor process: Filtration characteristics and resistance analysis, Desalination, 286, 429-435.
Water Environment Federation (2012) Manual of Practice No. 36 Membrane Bioreactors, WEF Press, Alexandria VA, 233 pp.
Zhang X., Wang Z., Wu Z., Lu F., Tong J. and Zang L. (2010) Formation of dynamic membrane in an anaerobic
membrane bioreactor for municipal wastewater treatment, Chemical Engineering Journal, 165, 175-183.
Zhang X., Wang Z., Wu Z., Lu F., Tong J. and Zang L. (2010) Formation of dynamic membrane in an anaerobic membrane
bioreactor for municipal wastewater treatment, Chemical Engineering Journal, 165, 175-183.

8
ANÁLISE DO FLUXO DE MATERIAIS EM UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO
ANAERÓBIO DE ESGOTOS DOMÉSTICOS

MATERIAL FLOW ANALYSIS OF AN ANAEROBIC WASTEWATER TREATMENT PLANT

Jacqueline Shirado1,2*
Gustavo Rafael Collere Possetti1,3
Charles Carneiro1,3
Bárbara Zanicotti Leite Ross1,4
Karen Juliana do Amaral2,5

Abstract
Best practices in wastewater treatment management are important to assure low environmental thresholds taking
into account water, soil and air. Consequently, it is necessary to address the all inputs, stocks and outputs of the
treatment process. The material flow analysis (MFA) is a useful tool so that can aid managers to operate
wastewater treatment plants (WWTP). Here the MFA was applied in a midsize WWTP located in the Brazilian
southern region. The materials used and generated in the plant over 2013 were measured and reported in a Sankey
diagram. The operating performance of each step of the treatment process was evaluated and improvement
opportunities were identified, such as the low-use of chemical products, the decrease in waste transportation costs
and bioenergy production from biogas recovery and sewage sludge. The study showed that the biogas recovery
could generate at least 80% of electric energy consumed by the plant in 2013. Besides, the sludge incineration could
produce more than 4 GWht/year.

Keywords: Material flow analysis, operational management, wastewater treatment plant.

1
Assessoria de Pesquisa e Desenvolvimento, Diretoria de Meio Ambiente e Ação Social, Companhia de Saneamento do Paraná
(Brasil).
2
Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente Urbano e Industrial, Universidade Federal do Paraná (Brasil), SENAI (Brasil) e
Universidade de Stuttgart (Alemanha).
3
Programa de Mestrado Profissional em Governança e Sustentabilidade, Instituto Superior de Administração e Economia do
Mercosul – ISAE (Brasil).
4
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental, Universidade Federal do Paraná (Brasil).
5
Departamento de Água e Efluentes Industriais (ISWA), Universidade de Stuttgart (Alemanha).
* Rua Engenheiro Antônio Batista Ribas, 151 – Tarumã, Curitiba, Paraná. CEP 82800-130. Brasil. Telefone: +55 41 3330-7263.
E-mail: jaquelines@sanepar.com.br
1
Resumo
O bom gerenciamento dos processos de tratamento de esgotos é fundamental para garantir que o fluxo e a
concentração de poluentes na água, no solo e no ar sejam mantidos em níveis que não comprometam o meio
ambiente e a saúde pública. Para tanto, faz-se necessário conhecer as entradas, os estoques e as saídas de materiais
nesses processos. A análise do fluxo de materiais (AFM) é uma ferramenta que pode ser empregada no
gerenciamento operacional de estações de tratamento de esgotos. Neste trabalho, a AFM foi aplicada em uma planta
de tratamento anaeróbio de esgotos domésticos de médio porte, localizada na região sul do Brasil. Os materiais
consumidos e gerados pelo processo de tratamento ao longo do ano de 2013 foram quantificados e, posteriormente,
representados em um diagrama de Sankey. O desempenho operacional de cada etapa do processo foi avaliado,
proporcionando identificar oportunidades de melhorias, tais como a redução no uso de produtos químicos, a
minimização de custos com transporte de resíduos e a produção de bioenergia por meio da recuperação de
subprodutos como o biogás e lodos. Nesse sentido, o estudo mostrou que se o biogás fosse recuperado, então seria
possível produzir pelo menos 80% da energia elétrica consumida pelo processo em 2013. Além disso, verificou-se
que a combustão do lodo poderia gerar mais de 4 GWht/ano.

Palavras-chave: Análise do fluxo de materiais, gerenciamento operacional, estação de tratamento de esgotos .

Introdução

As estações de tratamento de esgotos (ETEs) têm papel fundamental no controle da poluição, uma vez que o
lançamento de esgotos, não tratados ou processados com baixa eficiência, no solo ou em corpos hídricos podem
acarretar impactos negativos para o meio ambiente e para a saúde pública. Esses impactos podem ainda ser
agravados se subprodutos, como resíduos sólidos grosseiros, areias, lodos, escumas e biogás, não forem gerenciados
adequadamente. Por isso, Sperling (1996) propõe que as ETEs sejam consideradas indústrias aptas a minimamente
transformar o insumo “esgoto bruto” em um produto denominado “esgoto tratado”.

Apesar de pouco usual no Brasil, alguns subprodutos do processo de tratamento de esgotos podem ser recuperados e,
inclusive, gerar receitas, sobretudo se forem empregados como fonte para a produção de energia e/ou como
fertilizante agrícola. Para tanto, a otimização dos processos de tratamento e a qualidade dos serviços prestados
devem ser priorizados, salvaguardando o equilíbrio ambiental e promovendo a saúde pública.

A análise do fluxo de materiais (AFM) é uma ferramenta que pode ser empregada no gerenciamento operacional de
ETEs. Essa análise baseia-se na lei de conservação da matéria e avalia de forma sistemática os fluxos e estoques de
materiais de um sistema em um espaço e tempo definidos. Dessa maneira, a AFM permite a avaliação dos fluxos de
resíduos, bem como a identificação de suas fontes geradoras. Nesse sentido, a AFM pode auxiliar em tomadas de
decisões relacionadas ao gerenciamento ambiental, de resíduos e/ou de recursos naturais (Brunner e Rechberger,
2005).

Herva et al. (2012), por exemplo, aplicaram a AFM em uma indústria têxtil e identificaram que o processo de corte
de tecido requeria ações prioritárias para minimizar impactos ambientais. Por meio da AFM, Navazo et al. (2013)
identificaram que é possível recuperar cobre em indústrias de reciclagem de aparelhos celulares, gastando metade da
energia necessária para a extração primária do produto. Por sua vez, Tonini et al. (2014) utilizaram a AFM para
avaliar a recuperação de energia, de materiais e de nutrientes em uma refinaria de resíduos municipais e observaram
que é possível reaproveitar mais da metade da matéria seca presente no fluxo de biolíquido, bem como produzir
6,2 GJ de energia química a partir do uso do biogás proveniente da decomposição de resíduos domiciliares.

Cabe destacar, no entanto, que o uso da AFM em ETEs ainda é incipiente, em especial naquelas dotadas de
processos anaeróbios. Nesse contexto, este trabalho empregou a AFM em uma ETE de médio porte dotada de
reatores anaeróbios e pós-tratamento com flotadores por ar dissolvido, localizada na região sul do Brasil. Os
materiais consumidos e gerados na ETE foram quantificados e representados em um diagrama de Sankey, para o

2
período de operação de um ano. Os resultados obtidos permitiram avaliar o desempenho operacional de cada etapa
do processo, possibilitando identificar necessidades prementes, oportunidades de melhorias e potenciais de
reaproveitamento de resíduos, bem como definir critérios para avaliações futuras na própria ETE ou em plantas
similares.

Metodologia

A ETE investigada neste estudo localiza-se no município de Curitiba, no estado do Paraná, e destina-se ao tratamento
de até 420 L/s de esgotos domésticos, que equivale a uma população atendida de aproximadamente 200 mil
habitantes. Em operação desde o ano de 1999, a ETE possui estação elevatória de esgoto bruto, gradeamento e
desarenador (tratamento preliminar), reatores anaeróbios (tratamento biológico), flotadores por ar dissolvido (pós-
tratamento) e sistema de desaguamento e higienização de lodos. O diagrama de processo da ETE, contemplando o
fluxo do esgoto desde sua chegada até o lançamento no corpo hídrico receptor, pode ser visualizado na Figura 1.

Figura 1. Diagrama de processo da ETE investigada. As setas representam o fluxo de esgoto na ETE.

O esgoto doméstico que chega até a ETE é acumulado no poço da estação elevatória, a qual possui 3 bombas
centrífugas submersas acionadas por inversores de frequência. Na sequência, o esgoto é encaminhado para uma
grade mecanizada com espaçamento entre barras de 20 mm, a qual remove resíduos sólidos grosseiros contidos no
meio líquido. Após, um desarenador gravitacional quadrado do tipo “Dorr Oliver”, com limpeza de fundo
mecanizada, promove a remoção de areias presentes no esgoto. Os resíduos removidos nessas duas operações
unitárias são encaminhados para caçambas, sendo estocados para posterior disposição em um aterro sanitário.

A vazão de esgoto é, então, mensurada com o auxílio de um sensor de nível ultrassônico instalado em uma calha
Parshall. Em seguida o esgoto, é igualmente distribuído para 6 reatores anaeróbios de fluxo ascendente e manta de
lodo (UASB – Upflow Anaerobic Sludge Blanket). Os reatores possuem iguais dimensões (21 m x 21 m x 5 m) e
foram projetados para tratar individualmente até 70 L/s de esgoto. Nesses reatores ocorre a degradação anaeróbia da
matéria orgânica presente no esgoto e, consequentemente, a produção de biogás, de escuma e de lodo. O biogás é
captado e encaminhado para queimadores abertos. A escuma retida nas câmaras de gás e de decantação dos reatores
é removida bimestralmente por meio de limpezas manuais e destinada para tratamento em outra ETE. O lodo
excedente dos reatores é removido rotineiramente, de acordo com a capacidade de processamento disponível na ETE.
Peróxido de hidrogênio é adicionado ao esgoto que sai dos reatores anaeróbios com o intuito de reduzir a
concentração de sulfetos oriundos do tratamento anaeróbio e evitar problemas com maus odores.

Após o tratamento biológico nos reatores UASB, o esgoto é encaminhado para 2 flotadores por ar dissolvido (FAD),
os quais são individualmente precedidos por 3 floculadores. Os FADs foram colocados em operação no ano de 2010
e são responsáveis pelo polimento físico-químico do esgoto. Como substância coagulante utiliza-se o cloreto férrico.
O lodo flotado é retirado a cada 30 minutos dos FADs por meio de raspadores mecanizados. Por sua vez, o lodo de
fundo dos FADs é removido pelo menos 1 vez por mês. O efluente líquido dos flotadores é, então, encaminhado para
3
o corpo hídrico receptor, sendo suas principais características físicas e químicas periodicamente monitoradas, em
conformidade com as exigências impostas pela legislação ambiental brasileira. Os lodos removidos dos reatores
UASB e dos FADs são processados em um sistema de desaguamento, composto por um tanque adensador, por uma
centrífuga desaguadora e por um sistema de adição de óxido de cálcio (CaO). Uma solução de polímero catiônico de
média carga, preparada a partir da diluição de 3 kg de polímero em 1 m 3 de água, é adicionado ao lodo adensado para
aumentar a eficiência de desaguamento mecânico da centrífuga, que tem capacidade para processar até 6 m³/h de
lodo com concentração de sólidos totais variando entre 3 e 5%. O óxido de cálcio é incorporado ao lodo desaguado
com o intuito de higienizar e de viabilizar a reciclagem agrícola do material.

Os dados operacionais da ETE foram utilizados para quantificar os materiais consumidos e gerados durante o ano de
2013. A Tabela 1 descreve os métodos de quantificação dos materiais inerentes aos diferentes processos que
compõem a ETE. Para assegurar consistência dimensional, as entradas e as saídas de todos os materiais foram
convertidos para unidade volumétrica (m³) por ano. Esses dados foram, então, sistematizados em um diagrama de
fluxo (diagrama de Sankey). Para tanto, utilizou-se o programa computacional STAN, versão 2.5, da Universidade
Tecnológica de Viena. Por fim, avaliou-se o desempenho operacional de cada etapa do processo, comparando os
valores quantificados com indicadores reportados na literatura e/ou estimados para condições ideais.

Tabela 1. Métodos utilizados para quantificar os materiais consumidos e gerados na ETE investigada.
Processo Material Classificação Método de quantificação
Somatória do volume acumulado no ano, totalizado a partir das leituras indicadas pelo
Estação sensor instalado na calha Parshall, acrescido do volume de resíduos removidos no
Esgoto bruto Entrada
elevatória gradeamento e no desarenador e reduzidos os volumes de retorno dos clarificados do
adensamento e do desaguamento de lodo.
Resíduos sólidos Número de caçambas removidas com resíduos do gradeamento multiplicado pela
Gradeamento Saída
grosseiros capacidade volumétrica de armazenamento das caçambas
Soma entre o número de caçambas removidas multiplicado por sua respectiva
Desarenação Areia Saída capacidade de armazenamento e o número de caminhões de sucção multiplicado por
sua respectiva capacidade de armazenamento
Número de caminhões de sucção multiplicado pela capacidade de armazenamento de
Escuma Saída
cada caminhão
Tratamento Soma do volume de cada descarte de lodo realizado, que é calculado pela diferença
biológico Lodo Saída entre o nível da água no reator no início do descarte e o nível da água no final,
(reatores multiplicado pela área da base do reator
UASB) Peróxido de Quantidade de produto consumida em quilogramas dividida pela massa específica do
Entrada
hidrogênio material (1,2 g/cm³)
Biogás Saída Estimado de acordo com o método proposto por Lobato et al. (2012)
Quantidade consumida em quilogramas dividida pela massa específica do material (1,4
Cloreto férrico Entrada
g/cm³)
Estimado por meio da medição do tempo de funcionamento e das condições de
operação das bombas que recalcam o lodo flotado até o adensador somado da
Pós tratamento Lodo Saída
quantidade de caminhões de sucção destinados à limpeza de fundo dos flotadores
(FADs)
multiplicada pela sua respectiva capacidade de armazenamento
Soma entre os volumes de esgoto bruto, de peróxido de hidrogênio e de cloreto férrico,
Esgoto tratado Saída subtraído da soma entre os volumes de resíduos sólidos grosseiros, de areia, de lodo
dos reatores UASB e de lodo retirado dos FADs
Volume totalizado fornecido por sistema de medição instalado antes da centrífuga
Lodo adensado Saída
desaguadora
Adensamento
Clarificado do Soma entre os volumes dos lodos retirados dos reatores UASB e dos FADs, subtraído
Saída
adensador do volume de lodo adensado
Solução de Consumo de polímero dividido pela concentração do produto na solução (3 kg de
Entrada
polímero a 0,3% polímero por 1 m³ de água)
Quantidade de sólidos totais presentes no lodo desaguado (ST médio = 4,5%)
Desaguamento
Lodo desaguado Saída multiplicado pelo volume de lodo adensado e dividido pelo teor de sólidos totais no
do lodo
lodo desaguado (ST médio = 20%)
Clarificado da Soma entre os volumes de lodo adensado e de polímero, subtraído do volume de lodo
Saída
centrífuga desaguado
Estimado pela dosagem ideal aplicada para higienização do lodo correspondente a 57%
Higienização do Óxido de cálcio Entrada sobre a matéria seca da torta desaguada em quilogramas multiplicada pela massa
lodo específica do material (920 kg/m³)
Lodo caleado Saída Soma entre os volumes de lodo desaguado e de óxido de cálcio

4
Resultados e Discussões

A Figura 2 apresenta o diagrama de fluxo de materiais construído para a ETE estudada. As operações unitárias que
compõem a ETE estão representadas por retângulos brancos com bordas na cor preta. As setas que derivam desses
retângulos indicam os sentidos dos fluxos de materiais que entraram (I – import flow) e/ou que saíram (E – export
flow) de cada etapa do processo de tratamento de esgoto durante o ano de 2013. A espessura das setas é proporcional
à quantidade dos materiais, cujos valores podem ser visualizados no interior das elipses brancas com bordas na cor
preta. A cor das setas, por sua vez, está relacionada com o estado físico dos materiais. Dessa maneira, as cores
laranja, azul e verde correspondem aos estados sólido, líquido e gasoso, respectivamente.

Figura 2. Diagrama de fluxo de materiais da ETE investigada, referente ao ano de 2013.

Durante o período de avaliação, a ETE tratou 12.254.960 m³ de esgotos domésticos, que corresponde a uma vazão
média de aproximadamente 33.500 m³/dia ou 380 L/s. Do volume total tratado, 116 m³ de resíduos sólidos grosseiros
e 237 m³ de areia foram removidos pelo tratamento preliminar e encaminhados para um aterro sanitário. Em média,
foram removidos 9,7 m³/mês e 19,7 m³/mês de resíduos sólidos grosseiros e areia, respectivamente. Em relação ao
volume de esgoto tratado no ano, a taxa média de remoção de resíduos sólidos grosseiros foi de 9,5 L / 1000 m³. Esse
valor é quatro vezes menor que aquele proposto por Jordão e Pessôa (2011) (38 L / 1000 m³) para grades com
espaçamento entre barras de 20 mm. Como o gradeamento é essencial para garantir que resíduos sólidos indesejados

5
presentes nos esgotos não comprometam equipamentos eletromecânicos e etapas de tratamento subsequentes,
recomenda-se a revisão da grade mecanizada instalada na ETE ou até mesmo sua substituição. Já a taxa de remoção
de areia em relação ao volume de esgoto nela tratado foi de 19,3 L / 1000 m³. Esse valor está próximo do limite
inferior da faixa sugerida por Jordão e Pessôa (2011), a qual varia entre 20 e 40 L / 1000 m³. Portanto, a eficiência do
desarenador foi próxima àquela registrada em literatura especializada.

Dos reatores anaeróbios, foram removidos 1.600 m³ de escuma ao longo de 2013. Em média, removeu-se cerca de
331 m³ de escuma a cada 2 meses. Esse volume é aproximadamente 12 vezes maior que aquele estimado para a
produção de escuma com o método proposto por Souza (2006). Essa diferença pode ser atribuída à técnica utilizada
para remover a escuma dos reatores UASB. Como a atividade é executada manualmente, além da remoção da
escuma, há retirada de grande quantidade de líquido e, consequentemente, há um o incremento significativo do
volume do material a ser transportado com caminhão de sucção. Encontrar uma nova forma de retirar a escuma dos
reatores, evitando ou minimizando a incorporação de líquido ao material é fundamental para reduzir o volume de
material a ser transportado, bem como para reduzir os custos do gerenciamento desse resíduo. Alternativamente,
recomenda-se que antes do transporte da escuma seja realizada uma etapa de desaguamento.

Dos reatores UASB foram descartados, no período supracitado, 4.017 m³ de lodo com teor médio de sólidos totais de
5%. Assim, em média ocorreu a remoção de 335 m³/mês de lodo ou 55 m³/mês de lodo por reator anaeróbio. Esse
valor equivale a apenas 25% da produção de lodo excedente estimada de acordo com o método proposto por
Chernicharo et al. (1999). Portanto, acredita-se que uma maior quantidade de lodo possa ser removida dos reatores
UASB, fazendo com que a quantidade de sólidos no efluente líquido seja minimizada. Entretanto, como a remoção
do lodo interfere diretamente na qualidade do efluente dos reatores, essa ação deve ser realizada com bastante
cuidado e planejamento.

A quantidade de biogás gerada nos reatores anaeróbios durante o ano do estudo foi de 447.759 Nm³
(1.226,74 Nm3/dia). Considerando um teor de metano médio de 75% v/v, tem-se uma vazão média de metano de
335.819,25 Nm³/ano (920,05 Nm3/dia). Como o poder calorífico inferior do metano é de 9,9 kWh/Nm 3, a quantidade
de energia química associada com o biogás produzido na ETE durante o ano de 2013 foi de 3.358.201,33 kWh
(9.018,52 kWh/dia) (SGC, 2012).

Essa quantidade de energia poderia ser utilizada para produzir mais de 1.108.206,44 kWhe/ano de energia elétrica,
valor que corresponde a mais de 80% do consumo total de energia elétrica da ETE (1.369.358 kWh e/ano) no ano de
2013. Alternativamente, o biogás poderia ser utilizado como fonte de energia para o processo de secagem e
higienização de lodos. Como os valores aqui apresentados para a produção de biogás foram estimados e como os
custos de implantação de sistemas de conversão de energia são altos, sugere-se a instalação de sistemas de medição
de biogás na ETE a fim de quantificar os reais potenciais de aproveitamento desse material.

Para controle de odor da ETE foram utilizados aproximadamente 370 m³/ano de peróxido de hidrogênio com
concentração de 50% m/m, ou seja, um consumo mensal médio de 30 m³. Em 2013, para oxidar uma concentração
média de 11 mg/L de sulfetos presente no efluente dos reatores anaeróbios utilizou-se, em média, 1,63 kg de
peróxido de hidrogênio para cada 1,0 kg de sulfetos. De acordo com Marin et al. (2013), é possível obter bons
resultados na remoção de sulfeto de hidrogênio com dosagens a partir de 1,5 kg de peróxido de hidrogênio a 50%
para cada 1,0 kg de sulfetos presente no efluente dos reatores UASB. Logo, uma menor quantidade do material
poderia ser utilizada, evitando-se desperdícios e reduzindo o custo de operação da ETE. Resultados mais promissores
poderiam ser obtidos com o aprimoramento do sistema de dosagem de peróxido de hidrogênio. Isso poderia ser
realizado, por exemplo, com a instalação de um sistema automático e controlado de inserção do produto em função
da vazão de esgoto e/ou da concentração de sulfetos.

No processo de flotação por ar dissolvido foram consumidos aproximadamente 525 m³ de cloreto férrico, gerando
23.761 m³ de lodo com teor médio de sólidos totais de 3,9%. Considerando o regime operacional e de manutenção da
estação, a dosagem de cloreto férrico aplicada para o volume tratado de esgoto foi de aproximadamente 70 mL/m³,
sendo o consumo mensal médio igual a 44 m³. As dosagens normalmente praticadas para remoção de sólidos em
suspensão, sem remoção de fósforo, variam entre 20 e 40 mg/L de cloreto férrico, ou seja, entre 14 e 28 mL/m³ de
6
esgoto tratado. Para a remoção de fósforo as dosagens variam entre 40 e 60 mg/L, ou seja, entre 28 e 42 mL/m³ de
esgoto tratado (Jordão e Pessôa, 2011). Logo, a dosagem praticada em 2013 na ETE estudada foi consideravelmente
maior que aquela reportada na literatura. Essa dosagem, no entanto, foi necessária para assegurar a qualidade mínima
exigida pela legislação brasileira para lançamento do efluente final em corpos hídricos. Por isso, é importante que a
qualidade do efluente dos reatores anaeróbios seja a melhor possível e, consequentemente, não exija que a dosagem
de cloreto férrico nos FADs seja aumentada para atendimento dos padrões legais. A alta dosagem do coagulante
pode ainda estar relacionada com a baixa eficiência dos floculadores. Diante disso, faz-se necessária uma análise
detalhada para identificar a causa do excesso de produto químico empregado, bem como para propor ações para que
a dosagem de cloreto férrico seja reduzida, uma vez que ela também está relacionada ao volume de lodo produzido.

O processo de adensamento gravitacional do lodo dos reatores UASB e dos FADs foi responsável por fornecer à
centrífuga desaguadora 20.907 m³ de lodo por ano, com concentração média de 4,5% de sólidos totais, valor que está
de acordo com a faixa prevista no manual do sistema, a qual varia entre 3 e 5%. Ao lodo adensado foram
incorporados 1.342 m³ de solução de polímero catiônico a 0,3%. A dosagem da solução de polímero realizada no
período avaliado foi de 64 mL/L de lodo a ser processado pela centrífuga desaguadora, ou seja, um pouco abaixo da
dosagem usualmente utilizada, cujo valor é de 80 mL/L. O volume de lodo desaguado no ano de 2013 foi de 4.700
m³ com concentração média de sólidos totais de 20%. Se a dosagem da solução de polímero fosse aumentada,
provavelmente a concentração de sólidos totais do lodo desaguado seria maior, diminuindo o volume de lodo
produzido e, por consequência, o volume de lodo a ser gerenciado.

Atualmente, o lodo desaguado passa por um processo de estabilização alcalina prolongada com o objetivo de torná-lo
apto para o reúso agrícola. Utilizou-se, para tanto, 567 m³ de óxido de cálcio, aplicando-se 57% do produto químico
sobre a matéria seca presente no lodo desaguado. Em 2013, portanto, foram produzidos aproximadamente 5.267 m³
de lodo caleado que foram encaminhados para zonas agrícolas. O envio de lodo higienizado para a agricultura está
condicionado, entretanto, às condições climáticas e aos regimes de safra e entressafra. Essas condições limitam o
gerenciamento do lodo e exigem que a ETE disponha de grandes áreas para estoque do material.

A secagem térmica do lodo é uma técnica que poderia otimizar o processo de tratamento e destinação final dos lodos.
Isso porque ela possibilita a obtenção de lodos granulares com teores de sólidos totais maiores que 90% e porque
promove a higienização do material sem a adição de óxido de cálcio (David, 2002). O uso de um sistema de secagem
térmica, por exemplo, poderia reduzir o volume de lodo desaguado de 4.700 m³/ano para menos 1.000 m³/ano de
lodo seco sem produto químico. Isso reduziria os custos operacionais com gerenciamento de lodos em pelo menos
80% no ano, mesmo com sua destinação para a agricultura.

Outra possibilidade seria utilizar o lodo granular seco como biomassa. Nesse caso, o lodo seria convertido em
energia e cinzas. Assumindo que o poder calorífico inferior do lodo é da ordem de 3.856,59 kcal/kg de matéria seca,
estima-se que pelo menos 4.094.279,35 kWht/ano de energia térmica (5.990,2 kWht/dia) seria gerado se o lodo seco
fosse queimado em condições controladas (Possetti, 2013). Seguindo essa mesma linha, seria possível ainda avaliar o
potencial energético da escuma produzida na ETE. O calor produzido com a combustão do lodo e, eventualmente, da
escuma poderia ser utilizado no sistema de secagem térmica de lodos. Essa solução, no entanto, requer estudos mais
aprofundados.

Conclusões

A AFM demonstrou ser uma boa ferramenta de gerenciamento operacional de ETEs, uma vez que permitiu visualizar
e quantificar de maneira sistemática os materiais consumidos e gerados em cada etapa do processo de tratamento
anaeróbio de esgotos.

Por meio da AFM foi possível identificar operações unitárias que apresentaram desempenho abaixo do esperado,
como foi o caso do sistema de gradeamento mecanizado da ETE investigada, ou com desempenho próximo ao
esperado, como no caso do desarenador. Além disso, foi possível observar oportunidades de melhorias no processo e
de redução de seus custos operacionais. Nesse sentido, vislumbrou-se a possibilidade de gerenciar menores volumes
7
de resíduos como no caso da escuma removida dos reatores anaeróbios. Além disso, identificou-se a possibilidade de
reduzir o consumo de produtos químicos, como o peróxido de hidrogênio para combate aos maus odores.

Foi possível verificar também que existem resíduos gerados na ETE com alto potencial de aproveitamento energético
e que, atualmente, são descartados, como é o caso do biogás. Para o período avaliado, seria possível produzir energia
elétrica a partir do biogás suficiente para abastecer a ETE durante 9 meses do ano, respeitando-se o regime de
operação e manutenção realizado no ano de 2013. A partir deste estudo foi possível identificar também duas novas
alternativas para o gerenciamento dos lodos da ETE: a secagem térmica e a combustão. O uso da secagem térmica
poderia proporcionar uma redução do custo do gerenciamento do lodo da ordem de 80%. Já a combustão do lodo
seco poderia produzir mais de 4 GWht/ano.

Sendo assim, recomenda-se que a AFM seja utilizada, com frequência mínima anual, para melhor avaliar o
desempenho operacional da ETE investigada por meio da formação de uma base de dados consistente que permita o
acompanhamento do processo ao longo do tempo. Além disso, sugere-se que a ferramenta seja empregada no
gerenciamento de ETEs similares, sobretudo porque ela permite identificar pontos falhos, evitar desperdícios e
minimizar impactos ambientais, além de reduzir custos operacionais e auxiliar no processo de tomada de decisão.

Referências

Brunner, P. H.; Rechberger, H. (2005) Pratical handbook of material flow analysis: Advanced methods in resource and waste
management. Taylor & Francis e-Library.
Chernicharo, C. A. L.; Van Haandel, A.; Aisse, M. M; Cavalcanti, P F. F. (1999) Reatores anaeróbios de manta de lodo. In:
CAMPOS, J. R. (coord). Tratamento de esgotos sanitários por processo anaeróbio e disposição controlada no solo. Rio
de Janeiro: ABES.
David, A. C. (2002) Secagem térmica de lodos de esgoto. Determinação da umidade de equilíbrio. Dissertação (Mestrado em
Engenharia) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Herva, M.; Álvarez, A.; Roca, E. (2011) Combined application of energy and material flow analysis and ecological footprint for
the environmental evaluation of a tailoring factory. Journal of hazardous materials, 237-238, 231-239.
Jordão, E. P.; Pessôa, C. A. (2011) Tratamento de esgotos domésticos. Rio de Janeiro.
Lobato, L. C. S.; Chernicharo, C. A. L.; Souza, C. L. (2012) Estimates of methane loss and energy recovery potential in anaerobic
reactors treating domestic wastewater. Water Science & Technology, 66, 2745-2753.
Marin, C. A.; Ishisato, E. M.; Bongiolo, A. S.; Ross, B. Z. L. (2013) Estudo de caso: Aplicação de peróxido de hidrogênio para
oxidação de sulfetos em sistema anaeróbio de grande porte. Trabalho apresentado no 27° Congresso Brasileiro de
Engenharia Sanitária e Ambiental, Goiânia.
Navazo, J. M. V.; Méndez, G. V.; Peiró, L. T. (2013) Material flow analysis and energy requirements of mobile phone material
recovery processes. Int J Life Cycle Assess, 19, 567-579.
Possetti, G. R. C. (2013) Propriedades físicas, químicas e calorimétricas de lodos oriundos do processo de tratamento de esgoto
doméstico na Sanepar. Informe técnico 03/2013, Curitiba.
Svenskt Gastekniskst Center Ab – Sgc (2012). Basic data on biogas. Sweden.
Souza, C. L. (2006) Estudo quantitativo e qualitativo da escuma acumulada em reatores UASB tratando esgotos domésticos.
Dissertação (Mestrado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos) – Escola de Engenharia, Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
Sperling, M. V. (1996) Princípios básicos do tratamento de esgoto. Belo Horizonte, Vol. II., UFMG.
Tonini, D.; Gianluca, D.; Astrup, T. F. (2014) Bioenergy, material, and nutrients recovery from household waste: Advanced
material, substance, energy, and cost flow analysis of a waste refinery process. Applied energy, 121, 64-78.

8
BIODESFOSFATAÇÃO DE ESGOTO SANITÁRIO EM CONDIÇÕES REAIS DE
OPERAÇÃO DE REATOR EM BATELADAS SEQUENCIAIS

BIOLOGICAL PHOSPHOROUS REMOVAL WASTEWATER THROUGH SEQUENTIAL BATCH


REACTOR: MONITORING UNDER REAL CONDITION OF OPERATION.

Caio Angel Voltolini1*


Rodrigo Mohedano1
Nicole Neumann1
Heike Hoffmann 2
Rejane Helena Ribeiro da Costa1

Abstract
The release of effluents rich in phosphorus in natural ecosystems has caused irreversible ecological imbalances.
Various conceptions of biological reactors have been proposed for efficient biological phosphorous removal. The
present work studied the treatment of domestic sewage in a biological reactor, focusing on bioaccumulation of
phosphorus. To this, was monitored and operated a sequencing batch reactor (RBS), with staggered feed, used for
treatment of domestic sewage in decentralized system, in a real scale. During 4 months of operation, the SBR
removed 51.18% of the total phosphorus applied load and showed removal of BOD and COD above 85%. During
the study, bench tests of biological phosphorous removal, which was correlated with the actual capacity of SBR in
removing phosphorus from sewage were made. The reactor still needs further adjustments to improve the biological
phosphorous removal, once the final effluent had a mean concentration 9.4 ±3.1 mg PT.L-1, higher than required by
the laws of the State of Santa Catarina, southern Brazil, to launch in lentic environments (<4mg PT.L-1).

Key Words: Phosphorous, Sequential Batch Reactor, Biological Phosphorous Removal.

1
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental Universidade Federal de Santa Catarina

2
Rotaria do Brasil

*Autor corresponsal: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina Campus
Universitário Reitor João David Ferreira Lima, Trindade, Florianópolis - SC, 88040-900, Brasil Email: cavoltolini@hotmail.com

1
Resumo
O lançamento de efluentes ricos em fósforo nos ecossistemas naturais tem causado desequilíbrios ecológicos
irreversíveis. Várias concepções de reatores biológicos têm sido propostas para uma biodesfosfatação eficiente. O
presente trabalho estudou o tratamento de esgoto sanitário em reator biológico, com foco na bioacumulação de
fósforo. Para tal, foi monitorado um reator operado em bateladas sequenciais (RBS), com alimentação escalonada,
utilizado para tratamento de esgoto doméstico em sistema descentralizado, escala real. Ao longo de 4 meses de
operação, o RBS removeu 51.18% da carga aplicada de fósforo total, bem como apresentou remoção de DBO e DQO
acima de 85%. Durante o estudo, foram efetuados testes de biodesfosfatação em bancada, os quais demonstraram
correlação com a capacidade real do RBS em remover fósforo do esgoto sanitário. O reator ainda necessita de mais
ajustes de forma a melhorar a biodesfostação, uma vez que o efluente final apresentou concentração média 9.4±3.1
mg PT.L-1, superior ao exigido pela legislação do Estado de Santa Catarina, sul do Brasil, para lançamento em
ambientes lênticos (< 4mg PT.L-1).

Palavras-Chaves: Fósforo, Reator em Batelada Sequencial, Biodesfosfatação, Esgoto Sanitário.

Introdução

A problemática ambiental decorrente das alterações de origem antrópica no ciclo do fósforo tem chamado atenção da
comunidade científica e autoridades governamentais. Segundo a Plataforma Europeia sobre Fósforo Sustentável
(European Sustainable Phosphorus Platform - ESPP) o manejo sustentável do fósforo é vital para a segurança
alimentar mundial, tendo em vista a importância deste elemento para a produção agrícola (ESPP, 2014). Contudo, o
lançamento de efluentes ricos em fósforo nos ecossistemas naturais tem causado desequilíbrios ecológicos
irreversíveis. O fósforo é um fator limitante à vida e controla a produtividade primária dos ecossistemas aquáticos e,
por este motivo, é considerado por especialistas como o principal elemento causador do processo de eutrofização
(Esteves, 1998).

Deste modo, pesquisadores e profissionais da área de saneamento têm reunido esforços para o desenvolvimento e
aplicação de tecnologias e processos para a remoção de fósforo dos efluentes domésticos, pois as excretas humanas
apresentam elevadas concentrações de compostos fosfatados. Assim, os projetos de reatores biológicos vêm
continuamente buscando melhoria na remoção deste nutriente, bem como na contínua busca de redução de custos na
operação de estações de tratamento de efluentes. Comumente, a remoção de compostos fosfatados em efluentes
líquidos se dá por meio de duas vias principais, a bioacumulação e a precipitação química de compostos pouco
solúveis (Metcalf; Eddy, 2004).

O processo de bioacumulação de fósforo foi descrito por Levin e Shapiro em meados de 1965, sendo conceituado
como a capacidade de certos microrganismos em acumular fósforo além da própria necessidade metabólica, quando
expostos a condições anaeróbias e aeróbias sequencialmente (Converti et al., 1995). Estes microrganismos são
comumente conhecidos como Organismos Acumuladores de Fosfato ou apenas OAF. Contudo, promover a
bioacumulação de fósforo eficiente, em reatores aeróbios, exige uma operação delicada e complexa com rigoroso
controle de condições ambientais e construtivas. Neste contexto, muitos estudos têm sido conduzidos no intuito de
identificar os principais parâmetros e suas interferências no processo de bioacumulação. Sabe-se, por exemplo, que
em temperaturas próximas a 20 e pH acima de 7.5 o desenvolvimento dos OAF é favorecido, porém, muitos outros
fatores afetam a biodesfosfatação, como a idade do lodo, a presença de nitratos e o regime de aeração, entre outros.

Dentre os sistemas de tratamento de efluentes por lodos ativados, os reatores em bateladas sequenciais (RBS) são
sistemas capazes de fornecer condições anaeróbias seguidas de anóxicas ou aeróbias em uma mesma unidade, ao
longo do tempo. Por possibilitar uma versatilidade operacional, com maior controle dos períodos de aerobiose e
anaerobiose, os RBS podem ser efetivamente utilizados para promover da remoção fósforo por bioacumulação (You
et al., 2001). O estudo realizado por Fernandes et al. (2013) verificou a remoção de fósforo em um RBS operado em
escala real (condomínio residencial), os autores relatam períodos com eficiência acima de 85%, onde os OAF foram
responsáveis por 70% desta remoção. Contudo, são raras as pesquisas que avaliam a biodesfosfatação em reatores do

2
tipo RBS em condições reais de operação e os avanços no conhecimento deste processo são fundamentais para a sua
aplicação.

Simultaneamente à carência de informações sobre a remoção biológica de fósforo, o controle legal para a
concentração deste nutriente presente em despejos, está se tornando mais restritivo mundialmente. Sedlak et al.
(2001) comentam que em muitos estados norte americanos, assim como em países da União Europeia, a referência
máxima para o lançamento em corpos receptores é de 1.0 mg PT.L-1. No Brasil, alguns estados da União Federativa
já regulamentam o lançamento de compostos fosfatados presentes em efluentes, como é o caso da Lei Estadual
14.675/09 de Santa Catarina, que estipula uma referência máxima de 4 mg PT.L-1, ou 75% de eficiência de remoção,
para lançamento em ambientes lênticos. Não obstante, estes valores referenciados estão distantes da maioria das
estações de tratamento de esgotos (ETE) em operação no país.

Tendo em vista a grande potencialidade do processo de biodesfosfatação em reatores do tipo RBS, a demanda por
informações a partir sistemas em escala real e a crescente restrição legal, o presente estudo teve como objetivo
avaliar o processo de biodesfosfatação em RBS em escala real, com intuito de aprimorar os procedimentos
operacionais do reator.

Metodologia

A pesquisa foi desenvolvida a partir da operação e monitoramento de um reator de lodos ativados em bateladas
sequenciais (RBS), utilizado para o tratamento de esgoto doméstico, de forma descentralizada. O esgoto era
proveniente de uma edificação comercial, com aproximadamente 30 funcionários trabalhando entre 07h00min e
18h00min, bem como os efluentes sanitários oriundos de uma residência. Assim, a vazão média de esgoto gerado por
estas edificações, considerada como a vazão afluente máxima do RBS, foi de aproximadamente 2.1 m3.d-1.

O reator foi confeccionado em fibra de vidro, com um volume total de 2.4 m3, o qual estava equipado com boia
automática de nível, para o controle da vazão aplicada a partir de uma estação elevatória. A remoção do lodo
acumulado era efetuada por meio de tubulação localizada no fundo do reator. As dimensões do reator estão
especificadas na figura 1.

A operação do sistema se deu através de ciclos de 8 horas, com um volume de 700 litros por ciclo. O ciclo
operacional do reator foi dividido em três fases de mistura completa sem aeração, intercaladas por três fases de
aeração, tendo ao final um estágio de decantação e posterior retirada do efluente tratado. As fases de mistura
completa dos ciclos foram de 110 minutos, sendo a homogeneização proporcionada por pulsos de ar, já cada fase de
aeração teve uma duração 20 minutos. Estes períodos foram pré-definidos segundo informações obtidas em
levantamentos bibliográficos e estudos prévios realizados com este mesmo reator (MARCHAND et al., 2013). O
suprimento de ar se deu através de um soprador com vazão máxima de 120 L.min-1, conectado a duas membranas
difusoras de bolhas finas, localizadas no fundo do reator, sendo que este mesmo sistema gerava pulsos de ar para a
mistura do licor misto durante os períodos sem aeração.

A alimentação de esgoto no RBS se deu escalonadamente durante as fases anóxicas de desnitrificação, sendo esta
operação totalmente automatizada. Este esquema de enchimento foi baseado nos trabalhos realizados por Costa
(2005), Thans (2008) e Lamego Neto; Costa (2011), os quais demonstraram que o enchimento escalonado,
proporciona condições à nitrificação /desnitrificação bem como à biodesfosfatação. O detalhamento dos ciclos é
visualizado na figura 2.

3
Figura 1 - Ilustração esquemática das dimensões Figura 2 - Etapas de Tratamento do esgoto sanitário
do RBS da pesquisa no RBS. Fonte: Adaptado de Lamego Neto; Costa
(2011).

O monitoramento do reator ocorreu no período de janeiro a maio de 2014, por meio de coletas de amostras em três
momentos do ciclo operacional de tratamento, sendo eles: i) esgoto bruto, na estação elevatória ii) licor misto,
durante a aeração iii) efluente final, após a decantação. Para cada momento, foram coletadas três alíquotas em
diferentes pontos da elevatória e do reator. Os parâmetros pH e OD foram monitorados continuamente através de
sondas instaladas no interior do tanque, que forneciam dados on–line (Sonda de OD - COS61D-AAAIA4 - Endress
Hauser e Sonda de pH CPSIID-7AA2L – Endress Hauser). Os demais parâmetros físico-químicos foram avaliados
em nove campanhas de amostragens e analisados usando as seguintes metodologias: fósforo total (PT) com o método
colorimétrico do ácido vanado-molybdo-fosfórico segundo o Standard Methods (SM) (APHA, 2005); nitrito (Kit
Nanocolor), nitrato (Kit Nanocolor fotocolorimétrico por ácido sulfanilico e 1-naftilamina após redução a nitrito);
orto-fosfato (kit Nanocolor ortofosfato fotocolorimétrico por azul de metileno); alcalinidade (SM-2320B), DBO5 via
determinação manométrica (SM 5210 D), DQO por refluxo fechado (SM- 5220D) da fração solúvel e total, índice
volumétrico do lodo (IVL) e série de sólidos via método gravimétrico, segundo o SM: sólidos totais (ST), sólidos
suspensos (SS), sólidos suspensos voláteis (SSV) e sólidos suspensos fixos (SSF).

A determinação da presença de organismos acumuladores de fosfato (OAP) e os OAP desnitrificantes (OAPD) foi
efetuada com ensaios de capacidade de biodesfosfatação, utilizando metodologia adaptada de Monclus et al (2010).
Estes ensaios, feitos em bancada, consistem em proporcionar ao licor misto, as condições: i) anaeróbia seguida de
aeróbia, para analisar a atividade dos OAP; ii) anaeróbio seguido de anóxico, pela adição de nitrato em mistura
completa sem aeração, para avaliar a atividade dos OADP. Durante os ensaios, eram monitoradas as variações na
concentração de fosfato, nitrato e SSV, para o estudo da cinética da atividade biológica. Com as curvas obtidas, a
partir dos resultados, foi possível determinar a participação de ambos os grupos de organismos (OAP e OAPD) no
acúmulo de fósforo pela biomassa.

Os dados obtidos foram processados em planilha eletrônica, para proceder às inferências estatísticas, cálculos de
cargas e eficiências de remoção. Foram calculadas também as médias dos valores de todas as campanhas de
amostragens, assim como as médias desses dados ao longo do tempo.

Resultados e Discussão

Durante o período de estudo foram operados continuamente cerca de 360 ciclos, totalizando 250 m3 de esgoto
tratado, aproximadamente. De forma geral, o RBS operado da forma proposta apresentou uma eficiência satisfatória
na redução dos parâmetros avaliados, mesmo com a elevada variação observada na composição do esgoto afluente.
Na tabela 1 estão apresentadas as cargas aplicadas e removidas, bem como as eficiências de remoção para os
principais parâmetros.

4
Tabela 1- Valores médios e desvio padrão das cargas aplicadas e removidas no RBS e eficiências de remoção
durante o período de estudo.
Carga Aplicada Carga Removida Eficiência
Parâmetro
(g.m-3. ciclo-1) (g.m-3. ciclo-1) (%)
DQO 312±188 271±183 87
DBO5 199±96 173±44 87
Fósforo Total (PT) 9.5±3.2 4.8±2.2 51
Alcalinidade Total (CaCO3) 185±98 135±91 73

Considerando a peculiaridade do esgoto, por ser oriundo de um estabelecimento comercial, a concentração afluente
de matéria orgânica mostrou-se dentro dos padrões esperados para esgoto sanitário (200±52 mg DBO.L-1). A baixa
relação DQO/DBO, de aproximadamente 1.6, indica uma biodegradabilidade adequada para o tratamento biológico.
Em concordância, constatou-se uma redução satisfatória dos indicadores de matéria orgânica pelo RBS, enquadrando
o efluente nos padrões de lançamento referenciados na legislação vigente (Res. CONAMA 430/11), com
concentrações abaixo de 60 mg DBO.L-1, na maior parte dos ciclos operacionais monitorados.

Em relação à biomassa, não foi necessária a remoção durante o período de estudo dada a manutenção das condições
de tratamento estável. Este fato ocasionou um elevado tempo de retenção celular (84 dias em média), estando acima
do valor recomendado para um bom processo de biodesfosfatação segundo Oehmen et al. (2006). Contudo, o licor
misto apresentou um IVL médio de 123 mL.g-1, indicando boa sedimentação, e um teor médio de SSV de 1412
±344mg.L-1, sendo tal condição adequada para sistemas de lodos ativados segundo Von Sperling (2002). A
manutenção de uma boa eficiência de remoção de matéria orgânica, associada a não remoção de sólidos, é um fator
positivo ao se considerar os custos operacionais para remoção e disposição final de lodos. A relação
alimento/microrganismo (A/M) apresentou um valor médio de 0.79 ± 0.29 mgDQO.mgSSV-1 estando próximo aos
valores encontrados por Fernandes et al. (2013) estudando um RBS em escala real, onde se constatou a
biodesfosfatação. Foi observado também um consumo efetivo de alcalinidade, da ordem de 336 mg CaCO3.L-1 por
ciclo, indicando a atividade de microrganismos autotróficos, tendo a alimentação escalonada importante papel na
manutenção do pH dentro do RBS pelo continuo aporte de alcalinidade ao sistema (Thans, 2008).

Considerando a operação em condições reais, a concentração de fósforo total no afluente do RBS apresentou uma
grande variação (entre 39.4 e 6.3 mg PT.L-1), como pode ser observado na figura 3. A concentração média de PT de
20 mg PT.L-1 revela valores altos para efluentes sanitários, os quais apresentam normalmente valores médios entre 4
e 16 mg PT.L-1 segundo Metcalf & Eddy (2004). Tal condição é possível devido à origem do esgoto, o qual é gerado
em sanitários do estabelecimento comercial, sendo concentrado em compostos fosforados oriundos da urina, além de
detergentes para higiene das mãos. As cargas aplicadas e removidas, por ciclo operacional, estão expressas na tabela
1. A eficiência média de remoção de PT no RBS foi de 51% durante o período de investigação, não obstante,
ocorreram ciclos com eficiência acima de 70%. Quanto a concentração de fósforo total, o RBS apresentou na saída
média de 9.4±3.1 mg PT.L-1. Contudo, o reator não se enquadrou dentro dos padrões de lançamento, em termos de
fósforo total, para legislações mais restritivas como a do estado de Santa Catarina, sul do Brasil, necessitando de
mais ajustes na sua operação.

É importante salientar que as amostras do afluente coletadas em 26 de março, 4 e 11 de abril apresentaram baixas
concentrações em relação ao fósforo total afluente e demais parâmetros, devido a mudanças operacionais com a
recirculação da saída à entrada, provocando diluição do afluente. Sedlak (1991) cita que baixas concentrações de
fósforo reduzem a eficiência de remoção pelo processo de biodesfosfatação. Este fato pode ser ilustrado pela figura
3, com a redução na eficiência de remoção de fósforo pela biomassa no período final. A relação média de
DQO/Fósforo total foi de 29±15 mg DQO.mg PT-1 estando próxima àquela encontrada por Costa et al. (2005) em
RBS similar, salientando que o alto desvio padrão reporta a grande variação do afluente e os efeitos de diluição pela
recirculação.

5
Figura 3 – Concentrações de fósforo total afluente e Figura 4 – Gráfico típico do ensaio de capacidade de
efluente ao longo do período experimental ao RBS. bioacumulação de fósforo.

Considerando os ensaios de biodesfosfatação, a capacidade de bioacumulação de fósforo apresentou velocidade de


acúmulo entre 0.99 g PO4-3-P.g SSV-1hora-1.e 2.86 g PO4-3-P.g SSV-1hora-1,.conforme é possível visualizar na figura 4
ilustrativa da capacidade de biodesfosfatação. Tais velocidades estão abaixo daquelas encontradas por Li et al.
(2011) e Fernandes et al. (2013), os quais também analisaram reatores em escala real operados em condições
favoráveis ao desenvolvimento de OAF. Nos testes do presente estudo não foram verificados o acúmulo de
ortofosfato além do liberado pela biomassa, conhecido como luxury uptake. Zeng e colaboradores (2011) verificaram
que o processo de biodesfosfatação é afetado por concentrações de nitrito acima de 10 mg.L-1 valor abaixo do
ocorrido no RBS, o qual apresentou concentrações em torno de 28 mgNO2-N.L-1, o que pode explicar a baixa
velocidade de acúmulo de fósforo pelos microrganismos acumuladores. A relação OAFD/OAF manteve-se entre
0.085 e 0.48 demonstrando maior importância dos OAF no acúmulo de fósforo pelo licor misto. Tal relação onde a
presença de OAFD é menor em relação aos OAF também foi verificada por Fernandes et al. (2013). Esta condição de
biodesfosfatação indica operação preferencialmente aeróbia e que, sob condições anóxicas, poderá ocorre redução na
eficiência do RBS em termos de remoção de fósforo. Conforme o operado no presente RBS o tempo de anoxia (110
minutos) elevado comparado ao tempo de aeração (20 minutos) pode ter influenciado negativamente na eficiência de
remoção biológica de fósforo.

Conclusão

O RBS em escala real, com alimentação escalonada, se apresenta como solução de tratamento de efluentes em
termos de remoção de matéria orgânica (remoção de DBO e DQO > 85%). A remoção do PT foi em média de 51%.
Baixas concentrações de fósforo total afluente afetaram negativamente o processo de biodesfosfatação. Mesmo não
tendo alcançando a condição de lançamento para o parâmetro fósforo, a biodesfosfatação poderá ser melhorada pelo
ajuste nas condições operacionais do reator ou, ainda, em conjunto a outros meios de remoção de fósforo, como o
uso de precipitantes, reduzindo a demanda por insumos em etapas subsequentes.

O teste de capacidade de biodesfosfatação se apresenta como ferramenta simples para verificar o potencial do licor
misto em bioacumular fósforo. O RBS conseguiu remover fósforo, embora os testes em bancada para a biomassa não
tenha alcançado o luxury uptake. A velocidade de acúmulo de fósforo foi maior em condições de aeração do que em
condições anóxicas.

6
Agradecimentos
Agradecimento ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por
conceder o financiamento desta pesquisa. À Universidade Federal de Santa Catarina pela
estrutura acadêmica. Ao LABEFLU e a Rotária do Brasil pelo apoio em todos os momentos da
pesquisa.

Referências Bibliográficas

APHA. Standard Methods for the examination of water and wastewater. 21th Ed. Washington: American Public Health
Association, 2005.
MARCHAND, B. I. V.; HOFFMANN, H.; COSTA, R. H. R. DA; WEISS, V. Remoción del Fósforo em el Tratamiento
Descentralizado de aguas residuale domésticas optimizando processo químico y biológico em reactor discontinup
secuencial. ,2013. Lima.
CAMPOS, R. H. Estudo da remoção de carbono e nitrogênio de efluentes urbanos em um reator de leito fluidizado operado em
bateladas sequencial. Tese de Doutorado, Engenharia Ambiental, UFSC, Florianópolis, SC, 2006.
COSTA, T. B.; HOSSA, C. L.; HOFFMAN, H.; COSTA, R. H. R. DA. Remoção biológica de nitrogênio e fósforo utilizando
reator em batelada seqüencial com enchimento escalonado. Congresso Regional, 2005.
CONVERTI, A.; ROVATTI, M.; BORGHI, M. DEL. Biological Removal of Phosphorus from Wastewaters by Alternating
Aerobis and Anaerobic Conditions. Water research, v. 29, n. 1, p. 263–269, 1995.
ESTEVES, F. A. Fundamentos da limnologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 1998.
FERNANDES, H.; JUNGLES, M. K.; HOFFMANN, H.; ANTONIO, R. V; COSTA, R. H. R. Full-scale sequencing batch reactor
(SBR) for domestic wastewater: performance and diversity of microbial communities. Bioresource technology, v. 132,
p. 262–8, 2013.
HOFFMANN, H.; COSTA, T.B. The potential of denitrification for the stabilization of activated sludge processes affected by low
alkalinity problems. Brazilian Archives of Biology and Technology. 50 (2), 329-337, ISSN 1516-8913, 2007.
LI, H.; ZHANG, Z.; WANG, H.; et al. Biological Phosphorus Removal Performance and Relevant Microorganism Characteristics
of Activated Sludge in Municipal Wastewater Treatment Plants, China. Water Environment Research, v. 83, n. 7, p.
594–602, 2011.
METCALF & EDDY. Wastewater engineering: Treatment and reuse. 4ª Ed. McGraw Hill, Inc.New York, 2003, 1819 p.
MONCLÚS, H.; SIPMA, J.; FERRERO, G.; RODRIGUEZ-RODA, I.; COMAS, J. Biological nutrient removal in an MBR
treating municipal wastewater with special focus on biological phosphorus removal. Bioresource technology, v. 101, n.
11, p. 3984–91, 2010. Elsevier Ltd.
NETO, L. G. L.; COSTA, R. H. R. DA. Tratamento de esgoto sanitário em reator híbrido em bateladas sequenciais : eficiência e
estabilidade na remoção de matéria orgânica e nutriente (N, P). Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 16, n. 4, p. 411–
420, 2011.
OEHMEN, A.; SAUNDERS, A. M.; VIVES, M. T.; YUAN, Z.; KELLER, J. Competition between polyphosphate and glycogen
accumulating organisms in enhanced biological phosphorus removal systems with acetate and propionate as carbon
sources. Journal of biotechnology, v. 123, n. 1, p. 22–32, 2006.
SZABO, A.; TAKÁCS I.; MURTHY S.; DAIGGER G. T.; LICSKO I., SMITH S. Significance of Design and operational
Variables in chemical Phosphorus Removal. Water Science and Technology, 80: 407-416, 2008
SEDLAK, R. (ED.). Phosphorus and Nitrogen Removal from Municipal Wastewater Principles and Practice. 1991.
THANS, F. C., Controle Operacional de Reator em Bateladas Sequencial (RBS): Ajustes na Concentração de Oxigênio
Dissolvido Visando a Remoção de Nutrientes. Dissertação de mestrado, Engenharia Ambiental, UFSC, Florianópolis,
SC, 2008.
VON SPERLING, M. Lodos Ativados. Vol.4. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental-UFMG. 2ªEd.. 2002, 428p
YOU, S.; OUGANG, C.; SHEN, Y.; HSU, C.; CHUANG, S. The influence of anaerobic reaction time on the fraction of
denitrifying phosphate accumulating organism in BNR precesses. Journal of the Chinese Institute of Engineers, v. 24, n.
5, p. 601–606, 2001.
WOLFF, D. B.; CHAVEZ, J. C. O.; PAUL, E.; COSTA, R. H. R. Estudo da Biomassa Heterotrófica e Autotrófica Ativa
Desenvolvida em Reatores Híbridos no Tratamento de Esgoto Urbano. SINAFERM2003 – XIV Simpósio Nacional de
Fermentações. Florianópolis, SC, 2003.
ZENG, W.; YANG, Y.; LI, L.; WANG, X.; PENG, Y. Effect of nitrite from nitritation on biological phosphorus removal in a
sequencing batch reactor treating domestic wastewater. Bioresource technology, v. 102, n. 12, p. 6657–64, 2011.
Elsevier Ltd.

7
ESTUDO COMPARATIVO DA EFICIÊNCIA DA
FOTOCATÁLISE HETEROGÊNEA E DO PROCESSO
FOTOFENTON NO TRATAMENTO DE EFLUENTES TÊXTEIS

EFFICIENCY COMPARATIVE STUDY OF HETEROGENEOUS PHOTOCATALYTIC AND


PHOTOFENTON PROCESSES ON TEXTILE WASTEWATER TREATMENT

Joziel Aparecido da Cruz1


Pamela Christine Raifur1
Valquíria Aparecida dos Santos Ribeiro1
Ana Cláudia Ueda*1

Abstract
Advanced oxidative processes (AOP) have been widely studied due to the possibility of degradation/mineralization of
organic compounds in ambient temperature and pressure, which makes them a promising technology in the
industrial wastewater treatment and environmental decontamination. On this basis this work proposes the
optimization of parameters of the photocatalytic and the photofenton processes for treating wastewater from a
vertical textile industry (spinning, weaving and finishing) using the technique of factorial design. The parameters
evaluated were: reaction time, UV radiation power, pH, TiO2 concentration on the photocatalytic and FeSO 4 and
H2O2 concentrations on fotofenton process. In the comparation basis was evaluated: efficiency of heterogeneous
photocatalytic and fotofenton processes on the percentage of color removal, turbidity, COD and the amount of
sludge generated in each one of the processes (in terms of volume and wet weight).
Key Words (en negritas): Industrial wastewater, heterogeneous photocatalytic, photofenton, factorial design.

1
Coordenação de Engenharia Química e Coordenação de Engenharia Têxtil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
1
Resumen
Processos oxidativos avançados (POAs) vêm sendo amplamente estudados devido à possibilidade de
degradação/mineralização de compostos orgânicos em pressão e temperatura ambientes, o que os torna uma
tecnologia promisora no tratamento de efluentes industriais e descontaminação ambiental. Desta forma, este trabalho
propõe a otimização de parâmetros dos processos fotocatalítico e fotofenton no tratamento de efluente proveniente de
uma industria têxtil verticalizada (fiação, tecelagem e acabamento) utilizando a técnica de planejamento fatorial. Os
parámetros avaliados foram: tempo reacional, potencia das lâmpadas de radiação UV, pH, concentração de
catalisador TiO2 (no processo de fotocatálise) e concentração de FeSO4 e de H2O2 (no fotofenton). Este trabalho
avaliou a eficiencia dos procesos comparando o percentual de remoção de cor, turbidez, DQO e a quantidade de lodo
gerada em cada um dos processos (em termos de volume e massa seca).

Palabras clave: Efluente industrial, fotocatálise heterogênea, fotofenton, planejamento fatorial.

Introducción

A escassez dos recursos naturais, juntamente com os problemas ambientais que tem ocorrido no planeta, tem
promovido constantemente a busca pela sustentabilidade. Com isso, muitas empresas têm procurado minimizar os
impactos ambientais ocasionados em seus processos e com isso identificar em sua produção e instalações industriais
oportunidades de otimização e de redução de resíduos e efluentes líquidos gerados (Dullius, 2004; Lacerda, 2010).

Dentro deste contexto, deve ser dado especial destaque à indústria têxtil, uma das maiores geradoras de efluentes
líquidos, devido à grande quantidade de água utilizada nos processos de acabamento. Os efluentes provenientes
dessas indústrias são complexos, e apresenta composição extremamente heterogênea com uma grande quantidade de
material tóxico e recalcitrante, o que torna seu tratamento mais difícil. Esses efluentes apresentam forte coloração,
grande quantidade de sólidos suspensos, pH altamente flutuante, temperatura elevada, alta DQO (Demanda Química
de Oxigênio), e pode apresentar ainda considerável quantidade de metais tóxicos, compostos orgânicos clorados e
surfactantes (Nagel-Hassemer et al., 2012).

Tendo em vista que os sistemas convencionais de tratamento (físicos, químicos e biológicos), ou não possuem alta
eficiência na descontamição ou são seletivos, novas alternativas de tratamento têm sido regularmente propostas,
como a associação de processos biológicos e processos de oxidação avançada (POAs) (Zanella et al., 2010).

Os POAs são caracterizados pela geração de radicais oxidantes altamente reativos em solução aquosa, em particular
o radical hidroxila (•OH), a partir da combinação de diferentes oxidantes químicos com uma fonte de irradiação. Os
radicais hidroxila atacam a maioria das moléculas orgânicas, por apresentarem baixa seletividade. A grande
vantagem desses processos consiste no fato de ser um tipo de tratamento destrutivo, ou seja, o contaminante não é
simplesmente transferido de fase, mas degradado através de uma série de reações químicas (Benitez et al., 2002; Lafi
et al., 2006).

Essa tecnologia pode ser empregada isoladamente ou em combinação com um tratamento prévio ou posterior. No
caso de efluentes com grau de poluição mais complexo, o dispêndio na etapa de oxidação pode ser
consideravelmente reduzido através de uma combinação com outras etapas de tratamento como, por exemplo, o
biológico e/ou a coagulação/floculação/sedimentação (Kunz et al., 2002). A sua inserção na indústria têxtil se
justifica pela potencial aplicação em processos integrados, para promoção da biodegradabilidade dos efluentes ou
como métodos de polimento final com vista à reutilização da água (Nagel-Hassemer et al., 2012).

Com base no exposto, o objetivo deste trabalho é desenvolver um estudo comparativo entre a eficiência dos
processos do fotofenton e fotocatálise heterogênea aplicados no tratamento de efluente têxtil proveniente de uma
indústria têxtil verticalizada (fiação, tecelagem e acabamento). Para isso foi utilizada a técnica de planejamento
fatorial e foram avaliados os seguintes parâmetros: tempo reacional, potência das lâmpadas de radiação UV, pH,

2
concentração de catalisador TiO2 no processo de fotocátalise e concentrações de FeSO 4 e de H2O2 no fotofenton.
Foram considerados parâmetros de comparação: percentual de remoção de cor, turbidez, DQO e a quantidade de
lodo gerada em cada um dos processos (volume e massa de lodo seco).

Metodología

O efluente têxtil foi caracterizado inicialmente com os seguintes parâmetros: DQO, cor, turbidez e sólidos totais. Os
experimentos foram realizados em um reator de bancada com emissão de radiação UV e agitadores magnéticos para
a realização dos ensaios. Foram realizados 20 ensaios para cada processo (fotocatálise heterogênea e fotofenton)
determinados a partir de planejamento fatorial 2n, com n = 4. Para o processo de fotocatálise heterogênea foram
considerados os seguintes parâmetros: pH, tempo de reação, potência das lâmpadas UV e concentração do
catalisador TiO2, conforme apresentado na Tabela 1.

Tabela 1 – Parâmetros e níveis avaliados pelo planejamento fatorial do processo de fotocatálise heterogênea.
Níveis
Parâmetro
-1 0 +1
Tempo de reação (min) 60 90 120
Potência da lâmpada (W) 30 30 60
pH 1 2 3
Concentração de catalisador (g L-1) 0.20 0.50 0.70

Para o processo fotofenton os parâmetros foram: pH, tempo de reação, concentração de FeSO 4 e concentração de
H2O2 (Tabela 2).

Tabela 2 – Parâmetros e níveis avaliados pelo planejamento fatorial do processo fotofenton.


Níveis
Parâmetro
-1 0 +1
Tempo de reação (min) 40 60 80
pH 2 3 4
Fe 2+ (g L-1) 0.03 0.05 0.07
H2O2 (g L-1) 5 6 7

Após cada ensaio foram quantificados os seguintes parâmetros: DQO, pH, quantidade de lodo gerado, cor, turbidez e
sólidos totais. Para o efluente tratado pelo processo fotofenton também foi analisada a concentração residual de H 2O2
para correção da DQO final. Os métodos utilizados nas análises são apresentados na Tabela 3. Posteriormente foi
realizada a análise estatística dos resultados obtidos para cada processo e avaliou-se a eficiência dos processos
quanto à diminuição da DQO, turbidez e descoloração.

Tabela 3 – Técnicas analíticas utilizadas.


Parâmetros Técnica analítica Unidade
pH Direto, Potenciométrico -
DQO Espectrofotometria mg L-1
Sólidos Totais / Massa de lodo seco Standard Methods, Gravimétrico mg L-1
Cor Espectrofotometria, varredura -
Turbidez Direto, espectrometria NTU
Concentração residual de H2O2 Titulação iodométrica mg L-1

3
Resultados

O efluente têxtil bruto apresentou as características apresentadas na Tabela 4.

Tabela 4 – Resultados da caracterização do efluente bruto.


DQO Turbidez Sólidos totais
pH
(mg O2 L-1) (NTU) (g L-1)
Média 2377.5 2.5 427.5 7.3
Desvio padrão 106.1 0.7 316.1 2.9

Com relação aos parâmetros avaliados do efluente tratado, foram alcançados os resultados apresentados na Tabela 5,
com a faixa de mínimo e máximo valor de cada variável resposta.

Tabela 5 – Resultados obtidos nos tratamento de efluente por processo de fotocatálise heterogênea e fotofenton.
Massa
% remoção % remoção de Volume de lodo
Processo % DQO de lodo seco
de cor turbidez (mL)
(g)
Fotocatálise Heterogênea 53.55 – 85.70 88.56 – 96.72 40.25 – 89.39 20.00 – 45.00 1.02 – 3.69
Fotofenton 68.54 – 99.68 -186.97 – 61.74 44.12 – 96.57 100 – 220 1.87 – 3.84

Com relação à massa de lodo seco, ambos os processos apresentaram resultados semelhantes. Já com relação à
remoção de cor, o fotofenton se mostrou bem mais eficiente, conseguindo remover até praticamente 100% em alguns
casos. E o processo fotocatalítico apresentou melhores resultados na remoção de DQO do efluente. Este processo
também é vantajoso com relação ao volume de lodo gerado, principalmente pela utilização do FeSO 4 no processo
fotofenton, que auxilia na coagulação/floculação dos sólidos em suspensão, promovendo maior formação de lodo.
No entanto, o processo de floculação melhora a remoção de turbidez, quando comparado ao processo de fotocatálise.

O valor negativo apresentado como valor mínimo para remoção de DQO no processo Fotofenton pode ser devido à
formação de subprodutos de difícil degradação ou mesmo de degradação incompleta das substâncias presentes no
efluente durante o período de conservação do mesmo ou durante o próprio processo por meio de reações paralelas.

A análise estatística utilizando a técnica de planejamento fatorial mostrou que, a um nível de confiança de 95% (p-
valor < 0.05), as condições utilizadas em ambos os processos não são significativas na remoção da DQO do efluente.
Ou seja, dentro da faixa estudada, a variação dos parâmetros não tem efeito significativo sobre a remoção da DQO.
Assim, poderiam ter sido utilizados os níveis mais baixos de pH, potência de lâmpada de radiação UV,
concentrações de catalisador, de FeSO4 e de H2O2, que os resultados teriam sido praticamente os mesmos.

Ambos os processos são fortemente influenciados pelo pH do efluente bruto, sendo esta interação negativa, como
mostrado na Tabela 6 e 7. Assim, quanto menor o pH, maior será a remoção de cor.

As condições de processo que apresentaram o melhor resultado para as respostas – maior remoção de cor, maior
remoção de DQO, maior remoção de turbidez, menor formação de lodo (volume e massa seca) para o processo
Fotofenton foram: menor concentração de Fe2+ (0.03 g L-1); menor concentração de H2O2 (5 g L-1); maior tempo (80
min) e pH < 4.

Já para o processo de fotocatálise heterogênea, as melhores condições de processo foram: menor tempo (1 hora);
maior potência de radiação UV (60 W); menor pH (1.0) e maior concentração de catalisador (0.7 g L-1).

4
Tabela 6 – Efeitos dos parâmetros do processo de Fotocatálise Heterogênea.
Parâmetro Efeito Erro Padrão t(9) p-valor
Média 74.7668 1.548141 48.29459 0.000000
(1) tempo (min) 2.1946 3.461748 0.63394 0.335456
(2) potência (W) 2.9501 3.461748 0.85221 0.181040
(3) pH -11.9261 3.461748 -3.44510 0.175839
(4) [catalisador] (g L-1) 4.9048 3.461748 1.41686 0.622017
1x2 -3.5988 3.461748 -1.03960 0.432371
1x3 1.5269 3.461748 0.44107 0.361746
1x4 -0.4667 3.461748 -0.13482 0.020901
2x3 -0.1988 3.461748 -0.05744 0.091718
2x4 5.2642 3.461748 1.52067 0.717056
3x4 -0.6036 3.461748 -0.17437 0.214512

Tabela 7 – Efeitos dos parâmetros do processo fotofenton.


Efeitot Erro Padrão t(9) p-valor
Média 94.59117 1.268024 74.59729 0.000000
(1) [Fe2+] (g L-1) 4.91928 2.835388 1.73496 0.116772
(2) [H2O2] (g L-1) 3.12268 2.835388 1.10132 0.299337
(3) pH -8.06865 2.835388 -2.84570 0.019224
(4) tempo (h) 1.42966 2.835388 0.50422 0.626220
1x2 -2.85077 2.835388 -1.00542 0.340958
1x3 5.12199 2.835388 1.80645 0.104320
1x4 -2.87144 2.835388 -1.01271 0.337647
2x3 2.83314 2.835388 0.99921 0.343800
2x4 -3.65608 2.835388 -1.28945 0.229393
3x4 -0.41230 2.835388 -0.14541 0.887589

Conclusiones

Nas condições estudadas o processo Fotofenton mostrou-se mais favorável com relação à remoção de cor e à
remoção de turbidez, que atingiram valores de até 99 e 96%, respectivamente. Contudo, este processo não apresenta
vantagens com relação à remoção de DQO e à formação do lodo, que é bastante pronunciada, quando comparado ao
processo fotocatalítico. Este, por sua vez, apresenta melhores resultados de remoção de DQO e menor formação de
lodo. No entanto, o pH utilizado neste processo é muito baixo e apresenta desvantagens com relação à correção do
efluente para descarte. Valores maiores de remoção de cor e de turbidez para o processo de fotocatálise ainda podem
ser alcançados com um ajuste dos parâmetros, como o aumento da concentração do catalisador, por exemplo.

Agradecimentos – Os autores agradecem ao apoio financeiro da Universidade Tecnológica


Federal do Paraná – UTFPR, Câmpus Apucarana.
Referencias Bibliográficas

Benitez, F.J., Acero, J.L., Real, F.J. (2002) Degradation of carbofuran by using ozone, UV radiation and advanced oxidation
processes, Journal of Hazardous Materials, 89(1), 51-65.
Dullius, C.H. (2004) Utilização de fungos para biodegradação de corantes têxteis sintéticos.Dissertação de Mestrado –
Universidade de Santa Cruz do Sul.
Kunz, A., Peralta-Zamora, P., Moraes, S.G., Durán, N. (2002) Novas Tendências no Tratamento de Efluentes Têxteis, Química
Nova, 25(1), 78-82.

5
Lacerda, C.A.M. (2010) Avaliação da efetividade de remoção de cor de soluções corantes e efluentes têxteis pelo tratamento
fotocatalítico com óxidos de ferro recobertos com dióxido de titânio. Dissertação de Mestrado – Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Ambiental, Universidade Federal de Ouro Preto.
Lafi, W.K., Al-Qodah, Z. (2006) Combined advanced oxidation and biological treatment processes for the removal of pesticides
from aqueous solutions, Journal of Hazardous Materials, B137, 489-497.
Nagel-Hassemer, M.E., Coral, L.A, Lapolli, F.R., Amorin, M.T. (2012) Processo UV/H 2O2 como pós-tratamento para remoção de
cor e polimento final em efluentes, Química Nova, 35(5), 900-904.
Zanella, G., Scharf, M., Vieira, G.A., Peralta-Zamora, P. (2010) Treatment of textile dyeing baths by photo-Fenton processes and
evaluation of reuse, Química Nova, 33, 1039-1043.

6
REUSO DE LODO DE HIDROXIDO DE METAL ELECTROCOAGULADO PARA LA
REMOCIÓN DE FLOURUROS Y ARSÉNICO EN SOLUCIONES ACUOSAS.

REUSE OF ELECTROCOAGULATED METAL HYDROXIDE SLUDGE FOR FLUORIDE


AND ARSENIC REMOVAL IN AQUEOUS SOLUTION.

García-Gómez, Celestino1
Rivera-Huerta, María de Lourdes2
Almazán-García, Fabián3
Martín-Domínguez, Alejandra4
Romero-Soto, Itzel5
Burboa-Chariz, Vianey6
Gortáres-Moroyoqui, Pablo7*

Abstract
The potential of removing fluoride and arsenic from electrocoagulated metal hydroxide sludge (EMHS) has been
investigated. The Langmuir and Freundlich isotherm models were evaluated at pH of 7.0. It was found that the
Langmuir equation was fitted better than the Freundlich equation. The maximum adsorption capacity (qm) was
calculated as 3.04 mg g−1 corresponding to the aqueous phase concentration of 10 mg L −1 of flouride. Continuous
fixed-bed column studies were carried out by using adsorbent of EMHS for the removal of fluoride and Arsenic
aqueous solution. The effect of parameters like, empty bed contact time (0.4 and 0.8 min) and influent F-
concentrations (2.5 and 10 mg L-1) was investigated. The volume treated bed increased with increase of empty
contact time bed and decrease with high influent F- concentrations. This study showed that the sludge from
electrocoagulation has an excellent adsorbent capacity.

KeyWords: electrocoagulated metal hydroxide sludge, removal, fluoride, arsenic.

1
Departamento de Biotecnología y Ciencias Alimentarias, Dirección de Recursos Naturales. Instituto Tecnológico de Sonora.
2
Instituto Mexicano de Tecnología del Agua
3
Misma adscripción del autor 2
4
Misma adscripción del autor 2
5
Misma Adscripción del autor 1
6
Misma Adscripción del autor 1
7
* Departamento de Biotecnología y Ciencias Alimentarias, Dirección de Recursos Naturales. Instituto Tecnológico de Sonora. 5
de Febrero 818 sur, Colonia Centro, CP 85000, Ciudad Obregón Sonora. Pablo.gortares@itson.edu.mx
1
Resumen
El potencial de eliminar fluoruros y arsénico a partir de lodos de hidróxido de metal electrocoagulado (EMHS, por su
acrónimo en inglés) ha sido investigado. Los modelos de isotermas de Langmuir y Freundlich se evaluaron a un pH
de 7,0 y se encontró que la ecuación de Langmuir se ajustó mejor que la ecuación de Freundlich. La capacidad de
adsorción máxima (qm) obtenida fue de 3.04 mg g-1, con una concentración inicial de 10 mg L-1 de fluoruros. Se
llevaron a cabo estudios en columna de lecho fijo continuo, mediante el uso de adsorbente de EMHS, para la
eliminación en solución acuosa de fluoruros y arsénico. El efecto de parámetros como el tiempo de contacto del
lecho vacío (0.4 y 0.8 min.) y la concentración de F- se investigó (2.5 y 10 mg L-1), con una concentración fija de
100 µg L-1 de arsénico. El volumen de lecho tratado aumentó con el tiempo de contacto del lecho vacío, pero
disminuyó con altas concentraciones de F-. Este estudio mostró que el lodo de electrocoagulación tiene una
excelente capacidad adsorbente.

Palabras clave: lodos de hidróxido metálico electrocoagulado, remoción, fluoruro, arsénico.

Introducción

Arsénico (As) y fluoruro (F-) son reconocidos como los contaminantes inorgánicos más peligrosos en aguas
subterráneas. La Organización Mundial de la Salud (OMS) provee valores de referencia para la concentración de As
y F- en agua potable de 10 mg / L y 1,5 mg / L, respectivamente (WHO, 2011). Sin embargo, en muchas áreas del
mundo la concentración de estos contaminantes en aguas subterráneas son más altos que los niveles especificados.
Alto niveles de As en agua han sido observados en Bangladesh, India, Argentina, México, Mongolia, Alemania,
Tailandia, China, Chile, EE.UU., Canadá, Hungría, Rumania, Vietnam y Pakistán (Baig et al., 2009). Por otro lado
Pakistán, Bangladesh , Argentina , Estados Unidos, Marruecos, Japón , países del sur de África, Nueva Zelanda,
Tailandia y países de Oriente Medio se enfrentan a problemas de fluorosis (Rafique et al., 2009).

El arsénico en agua genera riesgos para la salud, crea efectos no cancerígenos como híper e hipo pigmentación,
queratosis, pie negro, hipertensión, enfermedades cardiovasculares y diabetes. También cánceres de piel, pulmón y
de vejiga (Abernathy et al., 2003). El As se encuentra en agua, tanto en forma inorgánica (principalmente como As3+
y As5+) como orgánicas (compuestos de metilo y dimetilo). En general, los compuestos inorgánicos de As, son
mucho más peligrosos que los compuestos orgánicos (Vega et al., 2001).

El flúor en pequeñas cantidades es un micronutriente esencial para la mineralización normal de los huesos y la
formación del esmalte dental. La principal fuente de F para el cuerpo humano es generalmente el agua potable, que
cubre aproximadamente el 75-90% de la ingesta diaria (Zohouri y Rugg-Gunn, 2000). Por su parte el exceso del
nivel de ingesta de F- provoca fluorosis ósea, cáncer, artritis, trastornos renales y neuronales junto con miopatía, y
otras enfermedades (Ayoob y Gupta, 2006). Las principales fuentes de F- en aguas naturales son los minerales de
fluoruro (fluorita, fluorapatita, criolita y apofilita) y F- en sustitución de OH- en silicatos ferromagnesium (anfíboles
y micas) y minerales de arcilla (Dey et al., 2011).

Hay una alta probabilidad de que fluoruros se encuentren en lugares con condiciones áridas y semiáridas, donde el
As en agua potable se ha detectado y donde los acuíferos se han caracterizado por una mezcla de sedimentos de
caliza y volcanoclásticas, rocas tales como pizarras y areniscas, o aguas subterráneas alcalinas de tipo Na -HCO3-. En
muchas regiones, las concentraciones de As y F muestran una co-ocurrencia significativa. Millones de personas
podrían estar expuestos a As y F a través del agua de bebida. Tan sólo en México, aproximadamente 6 millones de
personas están expuestas a ambos contaminantes (Castel Hu et al., 2000; Vaaramaa et al., 2003; Hu y Dickson et al.,
2006 y Violante et al., 2009).

La solución al problema de agua con As y F requiere de fuentes alternas de agua o de tratamientos de agua
contaminada. Existen varios procesos convencionales para la eliminación de los contaminantes individuales, pero
sólo unos pocos pueden eliminar simultáneamente los dos contaminantes. La adsorción ha demostrado un potencial
considerable en la eliminación de arsénico y flúor en agua. Mientras que muchas tecnologías tales como la
precipitación y la coagulación, oxidación química, procesos de membrana, de intercambio iónico y tratamiento
2
biológico (Reardon y Wang, 2000; Violante et al., 2006), se han utilizado para la eliminación de estos contaminantes
de aguas residuales. La adsorción ofrece algunas ventajas estratégicas, tales como: (1) la cantidad de agua requerida
en el tratamiento es relativamente mucho menor, por lo tanto, se adapta a regiones donde el agua es escasa; (2) El
proceso es relativamente menos demandante de energía, por lo tanto, la tecnología puede estar al alcance de los
países en desarrollo donde la situación de la energía es crítica; (3) No se requieren productos químicos adicionales
para el tratamiento de aguas, ni tampoco el método implica ninguna etapa de post-tratamiento, por lo tanto, la
operación es simple (Jang et al., 2006).

Una amplia gama de materiales adsorbentes han sido reportados para la remoción de fluoruro o arsénico, tales como
alúmina activada, carbón activado, hidroxiapatita, cal, lodo rojo, carbón de hueso, óxidos de tierras raras, óxido
férrico hidratado, capas de doble hidróxido y zeolita. Sin embargo, la mayoría de estos adsorbentes tienen baja
desfluorización o baja capacidad de eliminación de arsénico. Características tales como potencial zeta, área
superficial y composición elemental resultan determinantes en la eficiencia de estos adsorbentes.

Lodos de hidróxido metálico electrocoagulado son producidos durante el tratamiento de efluentes por proceso de
electrocoagulación, donde los ánodos de sacrificio de aluminio o de hierro se oxidan para liberar flósculos insolubles
de hidróxido metálico. Sus principales componentes son varios hidróxidos metálicos monómeros y/o polímeros que
puede eliminar los contaminantes por la formación de complejos de superficie o la atracción electrostática (Mollah et
al., 2006). La confinación, tratamiento y eliminación de estos lodos residuales son de importante interés científico.
Estos residuos pueden causar consecuencias sanitarias y ambientales peligrosas si se manejan inadecuadamente.

En este estudio se reusó lodo de hidróxido metálico electrocoagulado para analizar los efectos del tiempo de
contacto de la cama vacía y la concentración de fluoruros en una columna de lecho fijo a flujo continuo. Isotermas de
adsorción fueron analizadas por el ajuste de modelos de Langmuir y Freundlich.

Materiales y métodos.

Técnicas analíticas.
La concentración de iones fluoruro en solución acuosa se determinó mediante un electrodo de ion selectivo (Thermo
Scientific 9609 BNWP). La determinación se realizó por comparación con soluciones estándares de fluoruros. El
método requirió de la adición, a las muestras y estándares, de una solución buffer de ajuste de fuerza iónica total
(TISAB, por su acrónimo en inglés) para asegurar que adquirieran fuerza iónica similar, pH adecuado y reducir el
efecto de la interferencia de algunos iones de elementos como hierro y aluminio.
El equipo se calibró mediante estándares certificados en un rango de 1 a 10 mg F - L-1 permitiendo un error menor o
igual al 2 %. El Arsénico fue determinado usando Arsenator®: Digital Arsenic Test Kit. El aluminio se monitorio
por el método Hach 8012 utilizando un Espectrofotómetro Hach DR 2800.

Generación de lodos de hidróxidos de metal electrocoagulado.


Para la obtención de hidróxido metálico se utilizó un sistema de electrocoagulación con electrodos de aluminio
utilizado para la remoción de sílice, el sistema operó a un caudal de 30 L min-1, posteriormente el efluente pasó a una
sección de sedimentación donde el concentrado de lodo fue recolectado para obtención de hidróxido de aluminio.
Este concentrado de lodo fue colocado en un segundo equipo de sedimentación para obtener una concentración de
solidos de aproximadamente 10 g l-1, este lodo fue centrifugado, secado a 105 ˚C, triturado y tamizado para obtener
una fracción de material granular con un diámetro geométrico de 0.4018 mm. El material fue lavado con agua
desionizada para eliminar impurezas.

Efecto del pH en la disolución del material adsorbente.


Pruebas de disolución del material adsorbente en función del pH del agua fueron realizadas a un tamaño de partícula
(media geométrica) de 0.4018 mm. Se colocaron 3 g de adsorbente durante 6 horas en un 1 litro de agua desionizada
a la que se ajustó el pH usando soluciones de HCl y NaOH. Los ensayos se realizaron empleando un equipo de
prueba de jarras a una velocidad de agitación (150 rpm), que permitiera mantener en suspensión el material. Valores
de pH de 5.0 a 10.5 con incrementos de 0.5 fueron analizados. El sólido adsorbente fue separado del medio acuoso

3
mediante filtración empleando una membrana de 0.45 μm previamente puesta a peso constante para determinar la
cantidad de aluminio.

Pruebas de adsorción.
Isotermas de adsorción fueron realizadas para obtener la capacidad de adsorción y comportamiento de equilibrio del
material adsorbente. Las pruebas se llevaron a cabo a diferentes concentraciones de F- y As, los fluoruros fueron
monitoreados a lo largo de 48 horas y la concentración de As fue analizada al finalizar el experimento. La
experimentación se llevó a cabo en un equipo de jarras, el pH se fijó en 7 así como la velocidad de agitación en 150
rpm, las concentraciones correspondientes a cada recipiente experimental se puede observar en la tabla 1. Las
pruebas fueron realizadas por triplicado para asegurar repetitividad.

Pruebas en minicolumnas.
Minicolumnas se empacaron con el adsorbente de hidróxido de aluminio, dos factores experimentales fueron
utilizados para el análisis, tiempo de contacto del lecho vacío (TCLV) y concentración de Flúor. El TCLV nos
relaciona volumen ocupado por el medio adsorbente entre el gasto aplicado, incluyendo el volumen poroso (m 3). La
concentración de arsénico fue fijada a 100µg L-1, los valores experimentales de las variables involucradas y los
resultados a cada experimentación se presentan en la tabla 2. Dos tipos de diseños experimentales fueron aplicados,
diseño factorial dos niveles (2k) y Diseño central compuesto (CCD), en la tabla 3 se observa los resultados
experimentales bajo los dos diseños. Como variable de respuesta fue establecido el volumen de lecho tratado cuando
la eficiencia de remoción de la columna era reducida al 50%.

Caracterización del material adsorbente.

Área superficial y porosidad. La muestra se preparó y analizó en un analizador de área superficial y


porosidad marca Micromeritics modelo ASAP 2020. La muestra fue previamente desgasificada a una presión de 100
mmHg/s hasta alcanzar 500 µmHg, donde permaneció por 360 minutos. Posteriormente se programó una rampa de
temperatura de 10°C/min, de temperatura ambiente a 100°C, donde se mantuvo por 360 minutos. Posteriormente, la
muestra fue analizada, para lo cual se dosificó nitrógeno grado Ultra Ata Pureza (99.99 %) a temperatura constante (-
197.479 °C), a 23 presiones parciales diferentes (0.0096 a 0.996), con el fin de calcular la adsorción de nitrógeno a
dichas presiones parciales y posteriormente se realizó la curva de desorción de nitrógeno a 23 presiones parciales
diferentes (de 0.978 a 0.141). A partir de este análisis se determinaron diferentes parámetros físicos de las muestras
entre las cuales se encuentran; área superficial (BET y Langmuir), área superficial externa (t-plot), área acumulativa
de poros, distribución del área de poro, volumen de poro y tamaño de poro.

Determination de pHpzc. Diferentes cantidades de masa fueron adicionadas en tubos con 20 mL de agua
desionizada, las soluciones resultantes fueron desgasificadas con nitrógeno durante 5 min. Las muestras se agitaron
continuamente a 150 rpm y 25°C por 3 días en una incubadora orbital INO. Al cabo de ese tiempo se registró el pH
de las muestras y se graficó el pH en función de la masa.

Composición elemental. La composición elemental del adsorbente fue analizada por un Espectrofotómetro
de Emisión Óptica-Plasma Acoplado Inductivamente (ICP-OES) y de esta manera encontrar los elementos presentes
en el adsorbente.

Difracción de Rayos X. Con el objetivo de identificar las fases cristalinas presentes en el materia adsorbente
este se analizó por difracción de Rayos (Bruker AXS modelo D8 Advance). 1 gramo de adsorbente se colocó en un
porta muestra de cuarzo, se analizó un intervalo en 2Theta de 10 a 80°, un paso de 0.025° y una velocidad de 4
segundos por paso.

Microscopía Electrónica de Barrido (SEM). Se caracterizó la morfología superficial de la muestra a través


de microscopía electrónica de barrido (SEM), donde se apreciaron variados tamaños de partículas, de entre 5 y 350
micrómetros, que podrían ser ocasionados por las aglomeraciones naturales de este material.

4
Resultados y discusión.

Efecto del pH en la disolución del adsorbente.


En la figura 1 se observa la cantidad de aluminio disuelto en el medio. A partir de pH 10 se incrementó
considerablemente la disolución de aluminio lo que demuestra que debajo de ese valor se podría trabajar sin
presentarse perdidas de material adsorbente.

Figura 1. Efecto del pH en la disolución de adsorbente.

Pruebas de adsorción.
En la figura 2 se puede observar el comportamiento de cada prueba experimental; a partir de las 21 horas todas las
pruebas presentan el equilibrio y empiezan un proceso de desorción.

Tabla 1. Concentraciones de F- y As en isotermas de adsorción.


Jarra [F-, mg l-1] [As, µg l-1]
1 1.5 25
2 3.5 50
3 5.5 100
4 7.5 300
5 10 500

10

8
F-(mg l -1 )

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48
t (hrs)
Figura 2. Prueba de adsorción para F-.

5
Los datos de concentración de fluoruros en equilibrio para cada una de las masas, son útiles para obtener la isoterma
de adsorción. Los resultados obtenidos fueron tratados para explorar si siguen uno de los dos modelos matemáticos
más usados para describir el comportamiento de un sistema de adsorción, el modelo de Langmuir y de Freundlich.
La Tabla 2 presenta los cálculos realizados para la obtención de dichos modelos, Donde Ce (mg/L) representa la
concentración de fluoruro al equilibrio; Co (mg/L) es la concentración inicial de fluoruro; V (L) es el volumen de
solución; X (mg) la masa de fluoruro removida y qe (mg/g) la masa de fluoruro adsorbida por masa de adsorbente.

Tabla 2. Cálculos para la obtención de Isotermas.


X masa masa
Co- de F- adsorbente
Co Ce Ce V removida en 2L qe=x/m log qe log Ce 1/Ce 1/qe Ce/qe
(Co-
mg/L mg/L mg/L L Ce)*V g mg/g
1.53 0.54 0.99 2 1.98 2 0.99 -0.0048 -0.2668 1.8484 1.0111 0.5470
3.45 1.72 1.73 2 3.46 2 1.73 0.2380 0.2355 0.5813 0.5780 0.9942
5.40 3.04 2.36 2 4.72 2 2.36 0.3729 0.4828 0.3289 0.4237 1.2881
7.57 4.67 2.90 2 5.80 2 2.90 0.4623 0.6693 0.2141 0.3448 1.6103
10.0 6.96 3.04 2 6.08 2 3.04 0.4828 0.8426 0.1436 0.3289 2.2894

En la Figura 3 se muestra el ajuste para cada uno de los modelos linealizados, con su respectiva ecuación. El mejor
modelo para el ajuste de los datos fue el modelo de Langmuir tipo I, con un R2 de 0.966 en comparación con la R2
obtenida en los dos modelos de Langmuir tipo II y de Freundlich de 0.21 y 0.94 respectivamente.

Figura 3. Modelos linealizados de las isotermas de adsorción.

Pruebas en minicolumnas.

Los resultados obtenidos en minicolumnas son mostrados en la tabla 3, en ella el volumen de lecho tratado para cada
contaminante pueden ser analizados.

Caracterización.
Área superficial y porosidad. El análisis nos muestra las siguientes propiedades físicas; área superficial
BET: 350.19 m2 g-1, área acumulativa de poros: 358.86 m2 g-1, área, volumen de poro 0.71 cm3 g-1 y tamaño de poro
84.88 Ȧ.
Determinación de pHpzc. El PZC registrado en el análisis es el correspondiente la región asintótica de la
curva obtenida entre el pH de las muestras y el pH, en función de las masas, que en este caso fue de 7.2.

Composición elemental. Los resultados arrojaron la presencia de la siguiente composición en el material


adsorbente: Al (32.12%), Ca (0.39%), Na (0.23%), Fe (0.08%), si (0.07%), K (0.03%).
6
Difracción de Rayos X. El adsorbente estuvo compuesto principalmente por hidróxido de óxido de aluminio
con un sistema cristalino es ortorrómbico, cuyo nombre mineralógico es bohemita (AlO(OH)). Además se
identificaron estructuras cristalinas correspondientes al cuarzo y al óxido de silicio, cuya fórmula química es SiO2 y
su sistema cristalino es hexagonal. Grumantita (NaSi2O4(OH)∙H2O) también fue identificada en la muestra como un
ortosilicato de sodio hidratado.

Microscopia Electrónica de Barrido (SEM). La muestra presentó una brillantez superficial muy similar en
todas las regiones de análisis, lo que indica uniformidad química y que en términos cualitativos se refieren
principalmente a elementos como el Al, O, Si y C con una mayor concentración elemental de oxígeno, aluminio y
carbono. Además se encontró escasa proporción de partículas con presencia de elementos como Au, Fe y Pb, con
tamaño entre 5 y 15 micrómetros.

Tabla 3. Matriz experimental factorial y de diseño central compuesto con resultados experimentales.
Número de Diseño experimental Plan experimental Volumen de lecho tratado
experimento (L)
X1 X2 U1 (min) U2 (mg L-1) VL, F-1 VL, As
1 −1 −1 0.4 2.5 148.854 148.854
2 −1 +1 0.4 10 119.083 59.541
3 +1 −1 0.8 2.5 405.672 219.584
4 +1 +1 0.8 10 151.351 91.803
5 −1.414 0 0.317 6.25 68.841 37.550
6 0 −1.414 0.6 0.946 694.558 122.374
7 +1.414 0 0.882 6.25 280 150.837
8 0 +1.414 0.6 11.556 54.572 54.572
9 0 0 0.6 6.25 221.597 122.374
10 0 0 0.6 6.25 162.063 79.378
11 0 0 0.6 6.25 140.565 89.300

Análisis de Pareto son presentados en la figura 4, en ellas se observa que la concentración de flúor y arsénico es
estadísticamente significativa.
Diagrama de Pareto Estandarizada para Var_2
Diagrama de Pareto Estandarizada para VL Flúor

B: B:Flúor +
B:Flúor + Arsénico
-
-
A:TCLV
A:TCLV

AA
BB

AB
AB

BB
AA
0 1 2 3 4
0 1 2 3 4 Efecto estandarizado
Efecto estandarizado
Figura 4. Efecto de TCLV y concentración de Fluoruros (izquierda) y concentración de Arsénico (derecha) en el
volumen de lecho tratado.

Gráficos de superficie de respuesta (figura 5) nos demuestra que la máxima cantidad alcanzada de volumen de lecho
tratado se presenta a la mínima concentración de contaminante utilizada y al mayor TCLV.

7
Superficie de Respuesta Estimada Superficie de Respuesta Estimada
VL Flúor Var_2
0.0 0.0
600 200
60.0 20.0
500 120.0
160 40.0
VL Flúor

400 180.0

VL As
120 60.0
300 240.0 80.0
80
300.0
200 100.0
360.0
40 120.0
100
420.0
0 0 140.0
480.0
0.8 0.8 160.0
0.7 2.5 540.00.7
0.6 4.5 180.0
0.5 8.5 6.5 600.0 0.6 2.5
TCLV 0.4 10.5 0.5 6.5 4.5 200.0
TCLV
660.0 0.4 10.5 8.5
Flúor (ppm) 220.0
Flúor
Arsénico (ppm)

Figura 5. Efecto de la concentración de Fluoruros (izquierda) y de Arsénico (derecha) y de TCLV en el volumen de


lecho tratado (remoción de F y As al 50%).

Conclusiones.
Se evaluó la factibilidad de utilizar lodo de hidróxido de metal electrocoagulado, desecho de un sistema de
electrocoagulación con electrodos de aluminio. Prueba de disolución demostró que en pH por encima de 8.5, se
presentó disolución de cantidad significativa de aluminio en el medio. Isotermas de adsorción fueron realizadas para
describir el fenómeno de adsorción, el mejor modelo para el ajuste de los datos fue el modelo de Langmuir tipo I, ya
que al graficar los datos según las ecuaciones linealizadas y obtener el coeficiente de correlación (R 2) de una línea
recta se obtuvo una R2 de 0.966 en comparación con la R2 obtenida en los dos modelos de Langmuir tipo II y de
Freundlich con 0.21 y 0.94 respectivamente. En análisis de SEM, el Al(OH)3 mostró una composición química
superficial uniforme donde la matriz principal está compuesta por elementos como Al-O-Si y C, además de otros
compuestos como Au, Fe y Pb. Tamaño de partículas de entre 5 y 350 micrómetros fueron observadas. Por DRX se
encontraron estructuras cristalinas de Bohemita, cuarzo, oxido de silicio y Granatita. El punto de carga cero fue
pHpzc= 7.2. La concentración de F- resulto estadísticamente significativa en las variables de estudio. .

Referencias bibliográficas.

WHO–Word Health Organization (2011). Guidelines for Drinking-Water Quality, Fourth ed.
Baig, J.A., Kazi, T.G., Arain, M.B., Afridi, H.I., Kandhro, G.A., Sarfraz, R.A., Jamali, M.K., Shah, A.Q. (2009) Evaluation of
arsenic and other physico-chemical parameters of surface and ground water of Jamshoro, Pakistan. J. Hazard. Mater.,
166, 662–669.
Rafique, T., Naseem, S., Usmani, T.H., Bashir, E., Khan, F.A., Bhanger, M.I. (2009) Geochemical factors controlling the
occurrence of high fluoride groundwater in the Nagar Parkar area, Sindh, Pakistan. J. Hazard. Mater., 171, 424–430.
Abernathy, C.O., Thomasy, D.J., Calderon, R.L. (2003). Toxicity and risk assessment of trace elements. Health effects and risk
assessment of arsenic. Am. Soc. Nutr. Sci., 133, 1536–1538.
Vega, L., Styblo, M., Patterson, R., Cullen, W., Wang, C., Germolec, D. (2001) Differential effects of trivalent and pentavalent
arsenicals on cell proliferation and cytokine secretion in normal human epidermal keratinocytes. Toxicol. Appl.
Pharmacol., 172, 225–232.
Zohouri, F.V., Rugg-Gunn, A.J. (2000) Sources of dietary fluoride intake in 4-yearold children residing in low, medium and high
fluoride areas in Iran. Int. J. Food Sci. Nutr., 51, 317–326.
Ayoob, S., Gupta, A.K. (2006) Fluoride in drinking water a review on the status and stress effects. Crit. Rev. Environ. Sci.
Technol., 36, 433–487.
Dey, R.K., Swain, S.K., Mishra, S., Sharma, P., Patnaik, T. (2011) Hydrogeochemical processes controlling the high fluoride
concentration in groundwater: a case study at the Boden block area, Orissa, India. Environ. Monit. Assess., 184, 3279–
3291.
Violante A., Pigna M., Del Gaudio S., Cozzolino V., Banerjee D. (2009) Coprecipitation of arsenate with metal oxides: 3. Nature,
mineralogy, and reactivity of iron (III)–aluminum precipitates, Environ. Sci. Technol., 43, 1515–1521.
Vaaramaa K., Lehto J. (2003) Removal of metals and anions from drinking water by ion exchange, Desalination, 155, 157–170.
8
Castel C., Schweizer M., Simonnot M.O., Sardin M.. (2000) Selective removal of fluoride ions by a two-way ion-exchange cyclic
process, Chem. Eng. Sci., 55, 3341–3352.
Hu K., Dickson J.M. (2006) Nanofiltration membrane performance on fluoride removal from water, J. Membr. Sci., 279 529–538.
Reardon E.J., Wang Y. (2000) A limestone reactor for fluoride removal from wastewaters, Environ. Sci. Technol., 34 3247–3253.
Violante A., Ricciardella M., Del Gaudio S., Pigna M. (2006) Coprecipitation of arsenate with metal oxides: nature, mineralogy,
and reactivity of aluminum precipitates, Environ. Sci. Technol., 40, 4961–4967.
Jang M., Chen W., Cannon F.S. (2008) Preloading hydrous ferric oxide into granular activated carbon for arsenic removal,
Environ. Sci. Technol., 42, 3369–3375.
Mollah M., P. Mollah, Morkovsky J., Gomes G., Kesmez M., Parga J., Cocke D. (2004) Fundamentals, present and future
perspectives of electrocoagulation, Journal of Hazardous Materials, 114, 199–210.

9
REMOÇÃO E APROVEITAMENTO DE FÓSFORO E NITROGÊNIO DE ESGOTOS
EM MEMBRANA DE NANOFILTRAÇÃO E OSMOSE INVERSA

REMOVAL AND UTILIZATION OF PHOSPHORUS AND NITROGEN OF WASTEWATER


IN NANOFILTRATION AND INVERSE OSMOSIS MEMBRANE

Layane Priscila de Azevedo Silva 1


Cícero Onofre de Andrade Neto 1
Larissa Caroline Saraiva Ferreira 1*

Abstract
Water pollution deteriorates water quality, decreasing the supply of this vital liquid. Given the degrading situation of
surface water sources, mainly by eutrophication processes entailed by the provision of the rich in nitrogen and
phosphorus drains, the aim of this study was to evaluate the process of membrane separation by nanofiltration and
reverse osmosis as an alternative to post-wastewater treatment aimed at removing nutrients. Two membrane
modules were used, one for ultrafiltration and the other for nanofiltration and osmose inverse. The influent to the
ultrafiltration membrane was the effluent from a sewage treatment plant, high school level, and the power of
nanofiltration and reverse osmosis was the permeate of ultrafiltration. The results indicate that the nanofiltration
membrane is effective for removal of phosphorus and ammonia, however, reverse osmosis is most suitable when it is
desired to remove nitrate. A combination of ultrafiltration membrane with both nanofiltration as with reverse
osmosis is adequate to prevent water pollution from excess nutrients. The definition of membrane that should be used
after the ultrafiltration should take into consideration the most cost-effective. Additionally, the nitrogen and
phosphorus retained in the concentrate have a high potential for use in agriculture as liquid fertilizer.

Key Words: nanofiltration, pollution, reuse, wastewater treatment.

1
Laboratório de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil.
*Laboratório de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Avenida Senador
Salgado Filho, 3000 - Lagoa Nova, Natal – RN. Código Postal 59072-970. Brasil. E-mail: lalinhasaraiva@hotmail.com

1
Resumo
A poluição hídrica deteriora a qualidade das águas, diminuindo a oferta desse líquido vital. A disposição de esgotos
ricos em nitrogênio e fósforo, aliado ao clima tropical do Brasil, tem acarretado a eutrofização de vários mananciais
de superfície, importantes para o abastecimento público. O objetivo desse trabalho foi avaliar o processo de
separação por membranas, através da nanofiltração e da osmose inversa, como alternativa para o pós-tratamento de
esgotos sanitários visando à remoção de nutrientes. Foram utilizados dois módulos de membranas, um para
ultrafiltração e outro para nanofiltração e osmose inversa. O afluente à membrana de ultrafiltração foi o efluente de
uma estação de tratamento de esgotos, em nível secundário, e a alimentação da nanofiltração e da osmose inversa foi
o permeado da ultrafiltração. Os resultados indicaram que a membrana de nanofiltração é eficiente para remoção de
fósforo e nitrogênio amoniacal, no entanto, a osmose inversa é mais adequada quando se pretende remover o nitrato.
A associação de membrana de ultrafiltração tanto com a nanofiltração quanto com a osmose inversa é adequada para
prevenir a poluição hídrica por excesso de nutrientes. A definição de qual membrana deve ser utilizada após a de
ultrafiltração deve levar em consideração o melhor custo-benefício. Além disso, o nitrogênio e o fósforo retidos no
concentrado têm elevado potencial para uso na agricultura como adubo líquido.

Palavras-chave: nanofiltração, osmose inversa, poluição, reúso, tratamento de esgoto.

Introdução

O lançamento indiscriminado de esgotos nos mananciais deteriora a qualidade das águas, diminuindo assim a
disponibilidade de recursos hídricos. A exemplo disso tem-se a eutrofização, fenômeno caracterizado pela produção
excessiva de algas e cianobactérias, acarretado pelo aporte excessivo de nutrientes.

No Brasil, e em outros países, a maioria das estações de tratamento de esgotos não contempla a remoção de
nutrientes, causando preocupação sanitária e epidemiológica. Nesse sentido, faz-se necessária a adoção de
tecnologias de tratamento de esgotos seguras, eficientes e que possibilitem o aproveitamento do efluente,
contribuindo assim para o controle da poluição hídrica.

A remoção de nutrientes pode ocorrer por processos biológicos ou físico-químicos. Dentre os processos físicos, as
membranas filtrantes constituem a principal inovação tecnológica para remoção dos nutrientes no tratamento de
esgotos. Essa tecnologia apresenta uma grande vantagem em relação à remoção biológica, que é a constância da
qualidade do efluente tratado. Isso porque os processos biológicos requerem o estrito controle de muitas variáveis,
como pH, oxigênio dissolvido, relação entre DQO e nitrogênio, dentre outras.

As principais técnicas de filtração em membranas são a Microfiltração (MF), Ultrafiltração (UF), Nanofiltração (NF)
e Osmose Inversa (OI). De acordo com Van der Bruggen et al. (2003), os dois principais fatores que diferenciam
cada uma delas são a pressão exercida sobre a membrana e a capacidade de retenção de partículas.

As membranas filtrantes, ainda apresentam as seguintes vantagens: produção de água de alta qualidade, constância
na qualidade da água produzida, baixa utilização de produtos químicos, pequena área para as instalações e a
facilidade de automação e operação (XIA et al., 2005). Entretanto, a geração de rejeito no processo (concentrado)
pode ser um inconveniente para implantação dessa tecnologia.

Os métodos usuais de eliminação do concentrado são dispendiosos, além de desperdiçarem os nutrientes nele
contido. A recuperação de nutrientes dos esgotos, principalmente o fósforo, tem se tornado cada vez mais importante,
devido ao esgotamento desse recurso mineral. Assim, o aproveitamento dos componentes do concentrado é uma
ideia bastante atraente.

Atualmente, quase todo o fósforo utilizado para fabricação de fertilizantes é processado a partir de rocha fosfática.
Essa prática não é sustentável, uma vez que a taxa de regeneração do fósforo é insignificante em comparação com a
taxa de exploração, culminando na elevação do custo dos fertilizantes fosfatados (Blöcher, Niewersch e Melin,

2
2012). Já o nitrogênio utilizado na agricultura pode ser produzido quimicamente, mas a um alto gasto energético
(Jönsson et al., 2004).

A recuperação de nutrientes do concentrado de membranas foi estudada por Johir et al. (2011). Os autores
enfatizaram que essa é uma solução sustentável, tanto pela contribuição para redução da poluição hídrica, quanto
pela abertura de uma nova fonte de nitrogênio e fósforo, que demandam muitos recursos para serem produzidos
como fertilizantes, onerando o preço de aquisição.

Sendo assim, o aproveitamento do concentrado de membranas como adubo líquido, aliado a diminuição da poluição
hídrica e a produção de água aplicável a diversos usos, justifica o emprego das membranas filtrantes no pós-
tratamento de esgotos sanitários.

Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização de membranas de nanofiltração e osmose inversa como
alternativa para o pós-tratamento de esgotos sanitários visando à remoção e o aproveitamento de nitrogênio e fósforo.

Materiais e Métodos

A pesquisa foi desenvolvida na estação de tratamento de esgotos experimental do campus central da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. O tratamento era realizado através de reatores anaeróbios e biofiltros aerados
submersos e, em última etapa, módulos de membranas. O esgoto afluente à estação era produzido em algumas
unidades do campus, como residências universitárias, departamento de educação física e restaurante universitário.

Foram utilizados dois equipamentos de membrana, um de ultrafiltração e o outro comportando as membranas de


nanofiltração e osmose inversa. O pré-tratamento com a membrana de ultrafiltração foi necessário para preservar as
membranas de alta pressão contra colmatação precoce.

Os equipamentos de membrana são em escala piloto, cada um com capacidade de cinquenta litros de alimentação por
batelada, compreendendo: módulo de membranas, tanques de alimentação e armazenamento, conjunto de tubulações
e conexões, bomba centrífuga, painel elétrico e painel hidráulico, conforme demonstrado na Figura 1.

(a) (b)

Figura 1. Equipamentos com membrana de ultrafiltração (a) e membrana de nanofiltração e osmose inversa (b).

As membranas utilizadas na pesquisa foram de configurações distintas, sendo a de UF de fibra oca e a de NF e OI na


configuração espiral. De acordo com Schneider & Tsutiya (2001), a configuração espiral é a mais adequada para
trabalhar em altas pressões, e a configuração de fibra oca é, na maioria das vezes, utilizada para membranas que
operam com baixas pressões, como a de UF.

3
Os ensaios de filtração aconteceram em batelada, com testes em triplicata, totalizando três semanas de experimentos.
Durante a filtração o líquido que alimentou a membrana recirculava pelo módulo, gerando o concentrado. O filtrado,
por sua vez, era direcionado para o tanque de permeado. Quando era atingindo o nível mínimo no tanque de
alimentação, que corresponde ao concentrado, o sistema era desligado automaticamente. Foram recolhidas alíquotas
da alimentação, permeados e concentrados para as análises laboratoriais.

A membrana de UF foi alimentada com quarenta litros do efluente final da ETE, e as membranas de NF e OI foram
alimentadas com 40 litros do permeado gerado no processo de UF. Em ambas as membranas a filtração ocorreu até
que restassem apenas cinco litros de concentrado, nível mínimo identificado de membranas.

A limpeza química das membranas era realizada após cada ensaio de filtração, no intuito de restituir as mesmas
condições operacionais em cada ensaio. Para limpeza de UF foi utilizado hipoclorito de sódio (300 mg/L) e para a
membrana de NF e OI, hidróxido de sódio 1N (pH 10). Após uma hora desse procedimento, foram realizadas
diversas filtrações com água limpa, para retirar o excesso de produto químico.

Os parâmetros avaliados neste trabalho foram nitrogênio amoniacal, nitrato e fósforo total (APHA et. al., 2005).

Resultados e Discussão

Os resultados dos parâmetros analisados para a alimentação, permeados e concentrados da nanofiltração e osmose
inversa estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1. Resultados de nitrato, nitrogênio amoniacal e fósforo total das membranas de NF e OI.
Nanofiltração Osmose Inversa
Parâmetro Unidade
Alimentação Permeado Concentrado Remoção Alimentação Permeado Concentrado Remoção

Nitrato mg N/l 24.7 5.62 56.34 77.2% 25.5 1.75 146.75 93.1%

Nitrogênio
mg N/l 11.69 0.35 35.46 97% 10.54 0.25 51.42 97.6%
amoniacal
Fósforo
mg P/l 8.11 0.0 28,5 100% 8.54 0.0 36.47 100%
Total

A membrana de NF removeu todo o fósforo presente no afluente, o que comprova que a membrana apresenta
excelente rejeição para íons di e trivalentes, conforme Hartke, Lant e Leslie (2012).

Para o nitrogênio, esta pesquisa obteve resultados melhores do que o observado nas pesquisas de Chon, Kyongshon e
Cho (2012), que obtiveram 94% de remoção de nitrogênio amoniacal, e Bunani et al. (2013), que demonstraram
remoções de nitrato próximas a 50%; nas duas pesquisas citadas foram utilizadas membranas de NF semelhantes a
utilizada nesta pesquisa, com esgoto sanitário como afluente.

No caso da membrana de OI, todo o fósforo foi removido, o que já era esperado, uma vez que a nanofiltração já foi
suficiente para remoção total do fósforo. Para Wintgens et al. (2005), ela é apropriada para remoção de todas as
espécies dissolvidas.

Acerca do nitrato, a remoção obtida neste estudo se encontra na faixa de remoção em membrana de OI citada por
Metcalf e Eddy (2007), que é entre 84 e 96%. Já para o nitrogênio amoniacal, o resultado obtido foi abaixo do índice
de remoção obtido na pesquisa de Chon, Cho e Shon (2013), que foi de 100% nas amostras de permeado.

4
Em termos de efeito ambiental, a associação de membranas de UF e NF no pós-tratamento de esgotos sanitários já
resulta em um efluente de boa qualidade, com ótima remoção de nutrientes para fósforo e nitrogênio amoniacal.
Apesar do nitrato não ter sido removido completamente na membrana de NF, foi obtida remoção de quase 80%, e
com essa remoção o efluente provavelmente não causaria impacto ao ser lançado em corpos aquáticos, pois o
nutriente limitante para crescimento do fitoplâncton é o fósforo, e ele foi completamente eliminado da amostra de
esgoto. Sendo assim, a nanofiltração poderia ser utilizada ao invés da osmose inversa.

No entanto, para definir a utilização de NF ou OI ainda há outros fatores que devem ser considerados, como por
exemplo, o custo de aquisição dessas membranas, o gasto energético e o fluxo permitido em cada uma delas.

Os permeados obtidos nos processos de filtração em membranas de NF e OI, mesmo tendo o esgoto como líquido de
origem, apresentam elevada qualidade, compatíveis com diversos usos, como: fluído auxiliar no processo industrial;
para preparação de soluções químicas; água de resfriamento e aquecimento; e outros usos não potáveis, como água
para combate a incêndio, regas de áreas verdes e lavagens de pisos (Hespanhol e Gonçalves, 2004).

A utilização do concentrado está diretamente relacionada com a qualidade e a quantidade que foi gerado. Esses
fatores são dependentes da capacidade do sistema e do total de sólidos dissolvidos (Silva, 2009). A principal
preocupação no uso do seu concentrado é sua adequação a determinados tipos de planta. É necessário verificar a
aceitabilidade desses organismos em relação à salinidade, permeabilidade e toxicidade de alguns íons (Edwards e
Bowdoin, 1990). No entanto, isso não se constitui um problema, pois o concentrado pode ser diluído na água de
irrigação, alcançando os valores toleráveis para cada cultura.

Conclusões

A membrana de nanofiltração é eficiente para remoção de fósforo e nitrogênio amoniacal. No entanto, a osmose
inversa é mais adequada quando se pretende remover o nitrato.

A associação de membrana de ultrafiltração tanto com a nanofiltração quanto com a osmose inversa é adequada para
prevenir a poluição hídrica por excesso de nutrientes. A definição de qual membrana deve ser utilizada após a de
ultrafiltração deve levar em consideração o melhor custo-benefício.

O concentrado dessas membranas tem elevado potencial para uso na agricultura como adubo líquido, por conter
praticamente todos os nutrientes presentes no esgoto. Contudo, é necessário atentar para a salinidade e sodicidade
desse concentrado, que pode ser prejudicial às plantas. No entanto, isso não é um limitante para adoção da tecnologia
de membranas, já que o concentrado pode ser diluído na água de irrigação.

Referências Bibliográficas

American Public Health Association – APHA; American Water Works Association – AWWA; Water Environment Federation –
Wef. (2005). Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20.ed. Washington D C.
Blöcher, C.; Niewersch, C.; Melin, T. (2012) Phosphorus recovery from sewage sludge with a hybrid process of low pressure wet
oxidation and nanofiltration. Water Research, 46, 2009-2019.
Bunani, S. et. al. (2013) Application of nanofiltration for reuse of municipal wastewater and quality analysis of product water.
Desalination, 315, 33-36.
Chon, K.; Kyongshon, H.; Cho, J. (2012) Membrane bioreactor and nanofiltration hybrid system for reclamation of municipal
wastewater: Removal nutrients. Organic matter and micropollutants. Bioresource Technology, 122, 181-188.
Edwards, E.; Bowdoin, P. (1990) Irrigation with Membrane Plant Concentrate Fort Myers Case Study. Desalination, 78, 49–58.
Hespanhol, I.; Gonçalves, O. M. (2004) Manual de conservação e reúso de água para a indústria. Vol 1. Federação e Centro das
Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP/CIEPS, São Paulo.
Johir, M. A. H. et al. (2011) Removal and recovery of nutrients by ion exchange from high rate membrane bio-reactor (MBR)
effluent. Desalination, 275, 197-202.

5
Jönsson, H. et al. (2004) Evaluating the effects of nutrient reuse on use of non-renewable resources. 4th International Water
Congress, Marrakech, Morroco.
Maestri, R. S. (2007) Biorreator à membrana como alternativa para o tratamento de esgotos sanitários e reúso de água.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
Metcalf & Eddy. (2007) Water Reuse Issue, Technology and Applications. 1 th ed. New York: McGraw-Hill.
Schneider, R. P.; Tsutiya, M. T. (2001) Membranas filtrantes para o tratamento de água, esgoto e água de reúso. 1ª Ed. São
Paulo: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária.
Silva, I. N.; Fontes, L. O.; Tavella, L. B.; Oliveira, J. B.; Oliveira, A. C. (2011) Qualidade de água na irrigação. ACSA –
Agropecuária Científica no Semi-Árido, 7, 01-15.
Van Der Bruggen, B. et al. (2003) A Review of Pressure-Driven Membrane Processes in Wastewater Treatment and Drinking
Water Production. Environmental Progress, 22, 46-56.
Xia, S. et al. (2005) Pilot study of drinking water production with ultrafiltration of water from the Songhuajiang river (China).
Desalination, 179, 369-374.
Wintgens, T. et al. (2005) The role of membrane processes in municipal wastewater reclamation and reuse. Desalination, 178, 1-
11.

6
ANAEROBIC EFFLUENTS POST-TREATMENT IN HIGH RATE POND

PÓS-TRATAMENTO DE EFLUENTES ANAERÓBIOS EM LAGOAS DE ALTA TAXA

Tales Abreu Tavares de Sousa 1*


Israel Nunes Henrique 2
Wilton Silva Lopes 3
Valderi Duarte Leite 4
Dayane de Andrade Lima 5

Abstract
The treatment of domestic sewage by UASB reactor can meet the needs of conventional systems of stabilization
ponds. However, the UASB low hydraulic detention time makes it inefficient in nitrogen and phosphorus nutrient
removal and pathogenic organism removal. This limitation is solved by polishing pounds post-treatment, being
possible meet the Brazilian sanitary standards. The anaerobic-aerobic combination takes benefits from both the
processes. Despite of efficiency of carbonaceous removal reaches 85% in the anaerobic process, the polishing ponds
resulted in an increase due to algal production. Resulted too in the satisfactory efficiency of thermotolerant coliform
removal of 99,99% at the system effluent. The efficiency was also analyzed in the nutrients removal as nitrogen,
phosphorus and orthophosphate. The efficiency just was noticed after the sewage submission in aerobic process with
polishing ponds, being 85.94% for nitrogen, 48.51% to phosphorus total and 55.36% to orthophosphate.

Keys words: High rate ponds, pathogen removal, compact reactor.

1
Master’s degree from Universidade Estadual da Paraíba – UEPB; 2 Professor from Universidade Federal do Oeste do Para –
UFOPA; 3 Professor of sanitary and environmental engineering department from Universidade Estadual da Paraíba – UEPB; 4
Professor of sanitary and environmental engineering department from Universidade Estadual da Paraíba – UEPB; 5 Master´s
degree from Universidade Estadual da Paraíba – UEPB.
* Phone: +558396542315 – Rua Basílio Araújo, 836 – Catolé, Campina Grande, Paraíba. CEP: 58410637. Brasil. Email:
mrtales@hotmail.com
1
Resumo
O tratamento de esgotos sanitários por reator UASB pode satisfazer a necessidade de sistemas convencionais de
lagoas de estabilização. No entanto, o baixo tempo de detenção hidráulica do UASB o torna ineficaz na remoção dos
nutrientes nitrogênio e fósforo e a remoção de organismos patogênicos. Esta limitação é solucionada através do pós-
tratamento por lagoa de polimento, sendo assim, possível atingir os padrões sanitários brasileiros. Essa combinação
anaeróbio-aeróbio permite aproveitar as vantagens de ambos os processos com uma melhor relação custo-benefício.
Apesar da eficiência de remoção carbonácea atingir 85% no processo anaeróbio, a aplicação das lagoas de polimento
resulta em um aumento devido à produção de algas. Resulta também na satisfatória eficiência na remoção de
coliformes termotolerantes de 99,99%. A remoção de nutrientes como o nitrogênio, fósforo e ortofosfato é
perceptível apenas no efluente das lagoas de polimento. Neste efluente foram calculadas eficiências de 85,94% para
o nitrogênio, 48,51% de fósforo total e 55,36% para ortofosfato.

Palavras-chaves: lagoas de alta taxa, a remoção de patógenos, reator compacto.

Introduction

The population growth is an unquestionable fact, numerically proven by the United Nations (UN, 2013) and the
Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE, 2013). The UN points out in his latest study of World
Population Prospect a 7.2 billion people, while the IBGE shows an average of 200 million Brazilians in this year.
The development with advances in science and technology, represented in aspects as public health, life quality,
reduced mortality, increased life expectancy, growing purchasing power, industrialization, expanding the vertical
integration of the major centers, among others., those are characteristic of well developed populations. The vertical
integration of urban centers presents concentration of residences that results in a higher population density, a larger
number of inhabitants per area generating centralized waste with high concentrations.

Therefore, it is necessary to have an efficient system to capture and disposal of wastewater to a treatment system to
fit all these waters the standards set by the National Environment Council – CONAMA (No 430/2011) before the
final release to the bodies receiving water, thus meeting the current legislation. The sanitary sewages treatment
begins in the affluents´s characterization, assuming a prior knowledge to perform an efficient treatment. In the
sewage treatment, there are two distinct approaches: centralized systems in which is concentrated a large volume of
liquid in a single treatment plant waste, are complex and expensive in terms of construction, operation and
maintenance, and decentralized systems that are adopted in small communities or residential, using several smaller
stations treating smaller volumes of wastewater. Generally are simpler, lower operating cost and located near the
point of generation.

According to IBGE (2012), it is predominant the amount of municipalities with fewer than 20,000 inhabitants,
largely, consist in municipalities with small centers and mostly live in rural areas. The existence of treatment plants
is unusual, so that the sewage is thrown in water bodies, contributing to the public health and environmental problem
aggravation, and to the degradation of rivers, especially in areas of intermittent stream. It is possible mitigate these
losses by applying efficient treatment, simple system, compact, sustainable and economically viable.

The sewage treatment by UASB reactors, Cavalcanti (2009), can replace the need for conventional stabilization
ponds systems, however, the need arises to use a polishing pond for no more remove pathogens organisms and/or
nutrientes, not anymore organic matter. In the sanitary waste treatment, the anaerobic-aerobic system provides the
advantages of both processes with a more cost-effective (Kassab et al., 2010). Thus, this study persists perform (aims
realize) the sanitary sewage treatment in compact system, comprised of UASB reactor followed by a sand filter with
intermittent flow, with post-treatment in polishing high rate ponds for expect obtain effluent with low concentration
organic matter, nutrients and good sanitary quality.

2
Methodology

Location and operation of the Experimental System


The experiment has been performed at the Experimental Station of Biological Sewage Sanitary Treatment
(EXTRABES - Estação Experimental de Tratamentos Biológicos de Esgotos Sanitários), part of the Universidade
Estadual da Paraíba (UEPB). At EXTRABES is located the east interceptor of the water and sewage company of the
state (CAGEPA - Companhia de Água e Esgoto do estado da Paraíba). The station is located at Tambor in Campina
Grande - PB, Brazil.

Sewage from the east interceptor is pumped to a preliminar treatment of vertical column sand box by motor-pump
set. After the preliminar treatment the sewage is stored in a 1000 liters fiberglass equalization tank. Every two hours
a 0.5 HP pump feeds the compact system with the tank content. The compact system is constructed of fiberglass and
includes a 600L UASB reactor, a 600L secondary settler and a sand filter designed to handle 300 L.d-1 intermittent
stream. As Figure 1 shows a real image of the entire system.

Figure 1. Experimental system - A) Equalization tank; B, C and C) compact reactor; B) UASB followed by C) sand
filter and D) secondary settler; E and F) the post-treatment with polishing ponds, being E) influent wastewater sand
filter, and F) the influent wastewater in the secondary clarifier.

The average flow rate used is 50 liters per batch for the UASB reactor with a HRT of 6 hours, which provides 600
L.d-1. The UASB reactor effluent is responsible for feeding the secondary sedimentation tank with a detention time
of 4 hours. Its effluent is used for feeding a series of parallel ponds at intervals of 4 hours, being pumped 100L.ciclo-
1. A parallel set of electric pumps directs the flow to a respective pond. One of flows passes throught a aerobic filter
before the sand pond. The pistonada polishing ponds operate with 17.5 cm blades and an area of 10 m2 (1 x 10m).

Experiment
The project is based in compact system compound of UASB reactor coupled to a secundary settler followed by a
second equalization tank and a sand filter as shown on Figure 2 with their dimensioning. On the figure (A) is in the
UASB with two auxiliary tabs, (B) is the secondary settler; (C) is a sand filter and (D) comprises charge equalization
tank for storage of the treated efluent. This efluente is pumped to be post-treated in the sand filter and the polishing
ponds.

3
Figure 2. Scheme of the experimental system and its dimentions.

The compact system and ponds physical and operational magnitudes can be seen at Table 1.:

Table 1: Physical and operational magnitudes.


Characteristcs UASB SS SF PPD PPF
Modus operandi Batch Batch Batch Batch Batch
Height (m) 1,8 0,36 0,9 0,175 0,175
2
Area (m ) 0,126 0,94 0,26 10 10
3
Volume (m ) 0,286 0,338 0,234 1,75 1,75
HRD (day) 0,5 0,56 0,02 5,83 5,83
-1
Flow (L.day ) 600 600 300 300 300
*SS: secundary settler; SF: Sand Filter; PPD: Polishing Pond after the Decanter; PPF: Polishing Pond after sand Filter.

4
The effluent from the secondary sedimentation tank feeds a new equalization tank being pumped every four hours for
two identic electric pumps, one feeds an aerobic sand filter with intermittent flow with 0.23 m³, it works every 4
hours to feed a polishing pond (LPF); the second pump feeds another polishing pond (LPD) with no previous filter.
Both ponds have an area of 10m² and are 17.5 cm deep at an average flow of 180L.d-1. The sand filter used coarse
sand, or "building sand", with an effective diameter of 0.7 mm and uniformity coefficient of 3.18, classified
according to the procedure presented by ABNT NBR 6502 (1995).

Analisys

The analytical parameters determined during the operation were hallmarks to determine which was the best treatment
for both systems and determine their effectiveness. Samples were collected at five different points:
 The initial sample of raw sewage (RS), it is the afluent of the whole treatment process;
 The sample after the UASB reactor effluent considered secondary settler (SS), responsible for feeding one
of the ponds and sand filters;
 After the aerobic sand filter (SF), operating in batch;
 The effluent polishing pond after secundary settling (PPD);
 And the effluent polishing pond after aerobic sand filter (PPF).

The analysis was performed with methods known and validated for scientific research. Determinations of alkalinity
was performed using Kapp method (Buchauer, 1998), and the remaining analyzes followed the analytical
recommendations issued by "Standard methods for the examination of water and wastewater" (APHA, 2005). The
analytical parameters used and a description of the methodology applied are presented in Table 2.

Table 2. Physical, chemical and biological parameters of the studied samples at all the stages of the wastewater
treatment.
PARAMETERS METHODOLOGY REFERENCES
Determination using section 4500B, p. 4-90, using the electrometric
pH APHA, 2005
method.
Ammoniacal Determination using section 4500-Norg.C, p. 4-132, semi-micro
APHA, 2005
Nitrogen and TKN Kjeldahl method by the use of digestion, distillation and titration.
Alkalinity Determination using Kapp (1998), by using the titrimetric method. KAAP, 1998
Total and filtered Determination using the section 5220-D, p. 5-18, by using the closed
APHA, 2005
COD reflux colorimetric method.
Determination using section 2540B, p. 2-56, using the gravimetric
Total solids and method - drying at 103 °C until constant weight. The fractions of solids
APHA, 2005
Fractions using the section 2540E, p. 2-59, using gravimetric method - Ignition at
550 °C.
Determination using section 4500-P-E, p. 4-153, which correspond
Total phosphorus
respectively to the method of persulfate digestion followed by APHA, 2005
and orthophosphate
colorimetric method of ascorbic acid.
Thermotolerant
Determination using section 9221B, by using the membrane filtration
Coliform APHA, 2005
method
(CFU/100mL)

5
Results

Knowing that research is an ongoing process and cautious and requires the need for many repetitions in order to
confirm your statistically validity and grounded in the number of analyzes, this study, presents the results determined
in Table 3.

Table 3. Characterization of the results obtained during the experimental phase.


Parameters N RS SD SF PPD PPF
-1
CODRaw (mg O2.L ) 8 463 177 67 164 117
-1
CODFiltered (mg O2.L ) 8 168 91 47 136 78
-1
Phosphorus total (mg P.L ) 8 6,39 5,09 4,95 3,61 3,29
Orthophosphate (mg P-PO4-.L-1) 8 4,57 2,87 4,12 3,20 2,04
-1
TKN (mg N-TKN.L ) 8 49,73 41,65 9,40 8,86 6,99
Ammonia Nitrogen (mg N-NH4+.L-1) 8 36,29 36,30 8,62 3,11 2,05
Nitrite (mg N-NO2-.L-1) 8 - 0,12 0,32 2,24 5,77
Nitrate (mg N-NO3-.L-1) 8 - - 22,44 11,58 10,22
-1
Total Solids (mg.L ) 8 1249,00 1052,75 1280,00 1247,75 1266,75
-1
Volatile Solids (mg.L ) 8 434,25 302,75 425,75 323,75 270,25
-1
Total Suspended Solids (mg.L ) 8 245,63 74,12 59,63 54,13 26,63
Volatile Suspended Solids (mg.L-1) 8 201,29 63,25 61,57 44,63 25,14
pH 7 7,58 7,77 6,64 8,84 9,29
-1
Alkalinity (mg CaCO3.L ) 7 348,48 330,25 118,99 206,55 157,72
Thermotolerant Coliform (CFU) 6 2,23E+06 6,25E+05 1,89E+05 7,35E+03 3,19E+02
RS: raw sewage (affluent system); SD: secundary decanter effluent of the UASB reactor; SF: effluent of the intermittent sand
filter; PPD: effluent of polishing pond after the decanter; PPF: effluent of polishing pond after sand filter.

The COD behavior showed a mean removal efficiency of 85.5% when analyzed only up to the sand filter, but
showed an increase in the concentration of organic matter when analyzing the effluent of polishing ponds, it is
possible identify the generation of algae as the reason for this increase. However, when analyzing the results related
to pathogens such as thermotolerants coliform, it is possible to characterize the PPF with better results when
compared to PPD, because they present an efficiency of 99.99% removal for PPF against 99.67% for PPD.

The average pH values from RS and SS effluents are very similar, with values at the reference range for development
methanogenic bacteria (Bitton, 2005), from 7.0 to 7.2. Considering pH, the effluents are close to to the ideal
conditions for anaerobic digestion. At the aerobic fliter, the average pH value presented a decay to 6.64, which may
be a consequence of the alkalinity reduction. These same results were obtained by Andrade (2012). In both polishing
ponds the pH values showed a similar, near to 9, value. According to Metcalf and Eddy (2004), the best pH range for
nitrification is between 7.2 and 9.0, the same author affirms that only a pH below 6 will inhibit nitrification. So that,
the nitrification processs occurred, however in a low level, since the sand filter, where begins the aerobic process, see
Table 3.

It was demonstrated that the concentrations of total solids and total volatile solids found in the effluent of the UASB
reactor showed low removal efficiency, with values of 15.71% and 30.28%, respectively. When determining the
removal efficiency of the system as a whole, it is possible to verify that the PPF had increased concentrations of total
solids, featuring 1.42% in total solids and efficiency removal for total suspended solids of 89.16%, while PPD
maintaining virtually the same concentrations of total solids, showed efficiency removal of 77.96% for total
suspended solids. Can point out as a determining factor for both outcomes, the algal production in polishing ponds, at

6
the same time are responsible for removal of suspended solids. It was possible observe the same behavior in the
concentration of COD, presented in the previous paragraph.

The UASB reactor and aerobic sand filter of intermittent flow have a thermotolerant coliform removal efficienfy of
71.97% and 91.52%, respectively. However, considering the whole process, and crossing results between the two
ponds, the best results are find in the polishing pond after the aerobic filter. The thermotolerants coliform removal
efficiency of the PPF reached values of 99.99%, while the PPD reached only a 99.67% efficiency, the aerobic sand
filter can be considerd as responsible for this difference. This work highlights the need for a post-treatment with high
rate ponds for anaerobic treatment, since the best results only was reached with the ponds.

The analysis for total phosphorus and orthophosphate removal supports the real need of aerobic post-treatment. The
removal efficiency in UASB reactor effluent for total phosphorus was only 20.34%. At the ponds, the average
efficiency value were 43.50% and 29.98% for total phosphorus and orthophosphate, respectively, whereas the best
results obtained with the PPF, 48.51% to total phosphorus and 55.36% to orthophosphate. In both cases, a better
efficiency removal is observed when the polishing ponds are present.

Bibliographic References

Andrade, C. C. de. Tratamento de águas residuárias de origem doméstica em sistema compacto. Dissertação de mestrado.
Universidade Estadual da Paraíba – UEPB. Campina Grande – PB, 71p. 2012.
APHA, AWWA. WPCF. Standard methods for the examination of water and wastewater. 21 ed. Washington, DC. American
Public Health Association. American Water Works Association, Water Pollution control Federation, 2005.
Associação Brasileira de Normas técnicas, Rochas e Solos: NBR 6502, Rio de Janeiro, 1995.
Bitton, G. Wastewater Microbiology. 3 ed. John Wiley & Sons, Inc, 2005.
Buchauer, K. A comparison of two simple titration procedures to determine volatile fatty acids in influents to waste-water and
sludge treatment process. Water SA, v.24, n. 1, p. 49-56. 1998.
Cavalcanti, P. F. F. Aplicação de Reatores UASB e Lagoas de Polimento no Tratamento de Esgoto Doméstico. 1ª Edição, Gráfica
Santa Marta. 172p. João Pessoa – PB, 2009.
CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente – Ministério do Meio Ambiente) 2011.
<http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=64 6> Acessado em: 24 de abril de 2014.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2012), Censo 2012. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acesso em: 10 de abril de 2014.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2013), Cidades@ 2013. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/cidadesat.htm?2013. Acesso em: 16 de maio de 2014.
Kassab, G.; Halalsheh, M.; Klapwijk, A.; Fayyad, M.; Van Lier, J. B. Sequential anaerobic–aerobic treatment for domestic
wastewater – A review. Bioresource Technology n.101, p. 3299–3310, 2010.
Metcalf e Eddy. Wasterwater Engineering: Treatment and reuse. 4 ed. New York, McGraw-Hill International edition, 2004.
UN (2013), Estudo de perspectiva populacional. < http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-em-acao/a-onu-e-a-populacao-
mundial/> Acessado em 10 de janeiro de 2014.

7
DECOLORACIÓN DE UN AGUA RESIDUAL PROCEDENTE DE LA INDUSTRIA
TEXTIL MEDIANTE PROCESOS ENZIMÁTICOS

DECOLOURIZATION OF AN INDUSTRIAL WASTEWATER FROM TEXTILE


INDUSTRY BY ENZYMATIC PROCESS

Erika Viviana Miranda Mandujano *1


2
Gabriela E. Moeller Chávez

Abstract
Peroxidases are enzymes that catalyze the oxidation of a wide range of organic and inorganic substrates by
precipitation or by opening of the aromatic ring structure. This study, evaluates the efficiency of using an enzymatic
extract with peroxidase activity obtained from an industrial waste of soybean for the decolourization of a textile
industry effluent that used azo dye. Some parameters such as reaction time, pH, temperature, dye concentration,
enzyme dosage and peroxide were studied to determine the best conditions in which the enzyme gets its higher
catalytic activity. Toxicity tests performed with Vibrio fisheri showed no increase in toxicity in the effluent of the
enzymatic treatment. This study verifies the viability of the use as a first treatment step, enzymatic processes in textile
decolourization of textile effluents.
KeyWords: Industrial wastewater, Decolourization, Peroxidase, Enzymatic treatment.

1
* Autor corresponsal: Programa de Posgrado Universidad Nacional Autónoma de México – Instituto de Tecnología del Agua.
Paseo Cuauhnáhuac 8532, Col. Progreso, Jiutepec, Morelos, México. C.P. 62550. Tel 52(777)3189065. e-mail: erika-
mir@hotmail.com
2
Departamento de Ingeniería Ambiental. Universidad Politécnica del Estado de Morelos. Boulevard Cuauhnáhuac #566, Col.
Lomas del Texcal, Jiutepec, 62550 Morelos, México Tel: +52(777)2293533. E-mail: gmoeller@upemor.edu.mx

1
Resumen
Las peroxidasa son enzimas que catalizan la oxidación de un amplio número de sustratos orgánicos e inorgánicos ya
sea por precipitación o por la apertura de la estructura del añillo aromático. En este estudio se evaluó la eficiencia de
utilizar un extracto enzimático con actividad peroxidasa obtenido de un residuo industrial de soya, en la decoloración
de un efluente industrial textil que emplea colorantes azo. Parámetros tales como: tiempo de reacción, pH,
temperatura, concentración de colorante, dosis de enzima y peróxido fueron estudiados para determinar las mejores
condiciones en las cuales la enzima obtiene su mayor actividad catalítica. Las pruebas de toxicidad realizadas con
Vibrio Fisheri no mostraron aumento de toxicidad en el efluente del tratamiento enzimático. Este estudio verifica la
viabilidad de utilizar como primera etapa del tratamiento, procesos enzimáticos en la decoloración de efluentes
textiles.

Palabras clave: Aguas residuales industriales, Decoloración, Peroxidasa, Tratamiento enzimático.

Introducción

La industria textil es considerada como uno de los principales generadores de contaminantes de agua y desechos
peligrosos debido a que en el proceso de fabricación incluye una serie de etapas que provocan una grave
contaminación al medio ambiente, los principales puntos de generación de contaminantes están centrados en el
manejo de materiales peligrosos, emisiones al aire, residuos sólidos y líquidos, consumo de energía y generación de
grandes cantidades de aguas residuales altamente coloreadas y constituidas por compuestos recalcitrantes (Amjad y
Qayyum, 2007).

Los aportes de contaminantes de la industria textil incluyen principalmente agua procedente del proceso de teñido,
enjuagado y agua de enfriamiento. El efluente de enjuagado representa del 60 al 70% del consumo total de agua
(EPA, 1996; IPPC, 2003). La composición de sus efluentes es muy variable dependiendo de la categoría de
producción (Zeybek et al., 2007). El agua residual de este sector es típicamente caliente y coloreados presentando
concentraciones de DBO5 que puede variar de 700 a 2000 mg/L y una demanda química de oxígeno (DQO),
aproximadamente de 2 a 5 veces el valor de DBO5 (Kaushik y Malik, 2009). Los principales contaminantes presentes
son: sólidos suspendidos, aceites minerales, compuestos orgánicos (incluyendo fenoles y orgánicos halogenados de
solventes usados en el blanqueado), los cuales son considerados como compuestos xenobióticos recalcitrantes a los
procesos biodegradativos. También están presentes concentraciones significativas de metales pesados (cromo, cobre,
zinc, níquel o plomo) (World Bank Group, 2011). En el proceso de fabricación de la fibra natural el agua residual
puede contener pesticidas y contaminantes microbiológicos como (bacterias, hongos y otros patógenos).

La problemática de los efluentes textiles no solo está asociada a la presencia de colorantes. En la industria resultan
bastante notables los elevados consumos de agua 150-350 L/kg fibra, la fijación variable de los colorantes, la
presencia de auxiliares químicos tóxicos que conducen una serie de problemas operativos en sistemas de tratamiento
tanto físicos, químicos y biológicos (Pignatello et al., 2006; Hai et al., 2007; Buitrón et al., 2004; van der Zee y
Villaverde, 2005).

El principal problema ambiental derivado del aporte de color a las aguas de los ríos y lagos se debe a la reducción de
la transparencia y la disminución del oxígeno disuelto, debido a que altas cargas de color dificultan la función
fotosintética de las plantas. Adicionalmente algunos problemas asociados a los efluentes textiles son debidos a la
presencia de metales pesados o azufre, que producen problemas ambientales debido a su naturaleza tóxica. Se ha
comprobado que algunos colorantes de naturaleza azoica los cuales son ampliamente utilizados en la industria textil,
presentan un carácter cancerígeno potencial, y al menos 3000 colorantes azo comerciales han sido catalogados como
cancerígenos (Guaratini y Zanoni, 2000). Su toxicidad radica en que pueden dar lugar a las aminas aromáticas de las
cuales derivan, debido a procesos de oxidación, hidrólisis o reducción del enlace azo.

La eliminación de los colorantes presentes en las aguas residuales textiles es un tema relevante en el tratamiento de
aguas ya que se ha reportado que el uso de un solo proceso no es eficiente para la degradación del color y la
mineralización de los compuestos que se forman (Supaka et al., 2004, Buitrón et al., 2004). Los procesos biológicos
2
han sido considerados como alternativas efectivas para el tratamiento de efluentes coloreados (Rai et al., 2005,
Melgoza et al., 2001), pero la necesidad de aclimatación, los tiempos elevados de residencia y el carácter
recalcitrante de algunos colorantes y auxiliares de manufactura, constituyen en la actualidad a las mayores limitantes
encontradas para su operación estable (Hai et al., 2007). Los procesos físicos (Gupta y Suhas 2009), químicos
(Verma et al., 2012) y oxidación avanzada, tales como ozonación (Muthukumar y Selvakumar 2004), reactivo
Fenton (Gutowska et al., 2007) foto Fenton (Prato y Buitrón 2012), han presentado la capacidad para decolorar
soluciones de colorantes por oxidación, pero los altos costos de inversión y operación los han limitado en su
aplicación.

En los últimos años se han realizado estudios de métodos enzimáticos para la remoción de compuestos recalcitrantes,
cuando no pueden ser eliminados por tratamientos biológicos o físicos, esto mediante el uso de enzimas (Villalobos y
Buchanan 2002, Villegas et al., 2003), ya que presentan ventajas por ser altamente selectivas, son menos probables a
que se inhiban por sustancias que pueden ser tóxicas para los organismos vivos y su costo podría llegar a ser inferior
a la de otros métodos. Por otra parte, requiere bajos tiempos de retención con respecto a otros tratamientos (Siddiqu
et al., 1993). A diferencia de los tratamientos biológicos, las enzimas son aplicables a una extensa gama de
compuestos; actúan en presencia de sustancias tóxicas para los microorganismos; poseen un amplio rango de acción
de pH y temperatura; no necesitan aclimatación y no generan biomasa y necesitan procesos de control más simples
(Gen et al., 2001, Kamal et al., 2002, Wagner y Nicell, 2002). En comparación con los tratamientos físicos y
químicos, su funcionamiento no es corrosivo y reduce el consumo de compuestos oxidantes.

Debido a lo anterior en este estudio se planteó como objetivo evaluar la eficiencia de un extracto parcialmente
purificado obtenido de un residuo industrial de soya en la decoloración de un efluente industrial textil. Las variables
que se consideraron para lograr la decoloración fueron: pH, temperatura, tiempo de contacto dosis de enzima, dosis
de peróxido, y concentración de colorante.

Metodología

 Agua residual industrial


El agua residual utilizada en esta investigación fue procedente de una industria textil ubicada en la zona industrial de
Civac, en Jiutepec Morelos, la cual emplea colorantes azo para el teñido de hilos. Previamente a la experimentación
se realizó la caracterización del efluente general. Debido a la heterogeneidad que presenta este tipo de efluentes, se
utilizaron las muestras de agua procedentes de lotes del proceso que emplearan el mismo colorante. Utilizando en
este estudio el colorante Azul Directo 2 (AD2), el cual también fungió como blanco en las pruebas experimentales.
La estructura molecular se muestra en la Figura 1. Algunas de las características químicas se presentan en la Tabla 1.

Figura 1. Estructura molecular del colorante DB2.

Tabla 1. Propiedades químicas del DB2.


PROPIEDADES VALOR
Nombre comercial Azul directo 2
Formula molecular C32H21N6Na3O11S3
Peso molecular 830.71 g/mol
Solubilidad en agua 45 g/L (25°C)
Colour Index 22590
No. Cas 2429-73-4

3
 Extracto enzimático
Las peroxidasas son enzimas que catalizan la oxidación de un amplio número de sustratos orgánicos e inorgánicos ya
sea por precipitación o por la apertura de la estructura del añillo aromático. Para activarse requieren la presencia de
peróxidos tales como el de hidrógeno. Este primero oxida la enzima la cual posteriormente oxida el sustrato. En esta
investigación se utilizó un Extracto Enzimático Parcialmente Purificado (EEPP) con actividad peroxidasa el cual fue
obtenido mediante cromatografía de intercambio iónico. La actividad enzimática del EEPP utilizado fue de 15 U/mL.
El extracto enzimático fue obtenido a partir de un residuo industrial de soya generado del procesamiento de un jugo
comercial.

 Pruebas de decoloración
Debido a la complejidad de las aguas residuales de industria textil, inicialmente se realizaron pruebas con el
colorante AD2 disuelto en agua deionizada, con el objetivo de determinar las mejores condiciones en las cuales el
EEPP obtuviera la mayor actividad catalítica. El diseño empleado para este estudio, fue un diseño factorial 2^6 -1.
Siendo 6 el número de factores experimentales: temperatura, pH, tiempo de contacto, dosis de enzima, dosis de
peróxido y concentración de colorante. El parámetro de respuesta utilizado durante la experimentación fue el
porcentaje de remoción de colorante.Una vez obtenidas las condiciones de operación mediante las cuales el EEPP
logro obtener el mayor porcentaje de decoloración, se realizó la validación de los resultados llevando a cabo el
tratamiento enzimático utilizando agua residual industrial.Las cinéticas se realizaron en una parrilla de agitación y
calentamiento (Dataplate Serie 730 PMC) utilizando matraces erlenmeyer de 50 mL con un volumen útil de 30 mL.
La mezcla de la reacción se realizó con ayuda de un agitador magnético a 150 rpm. De acuerdo al tiempo de reacción
cada 10 min fue tomada una alícuota para realizar una estimación de la concentración del colorante residual en fase
acuosa. El monitoreo de la decoloración se llevó a cabo en un espectrofotómetro UV-Vis (Perkin-Elmer UV-25
USA) a una onda de 576 nm la cual corresponde a la máxima absorción de colorante AD2. El cálculo para la
determinación del porcentaje de decoloración se llevó a cabo mediante la siguiente ecuación (1):

 Ct

% 

decoloraci
ón1 x100 Ecuación (1)
 Ci

Donde Ci es la concentración inicial de la muestra y Ct es la concentración de la muestra a un determinado tiempo de


reacción. Para llevar a cabo la determinación de las concentraciones en cada una de las muestras previamente se
realizó una curva de calibración.

 Pruebas de toxicidad
Las prueba de toxicidad se llevaron a cabo empleando Microtox® Azure Ambiental. El reactivo es una preparación
liofilizada de un cepa especialmente seleccionada de la bacteria marina Vibrio fischeri (antes conocido como
Photobacterium phosphoreum, NRRL número B-11177). En la prueba se utilizó Fenol como compuesto de
referencia (Fenol 100 mg/L; UT=3; EC50= 23 mg/L). La prueba de toxicidad se llevó a cabo de las muestras al
inicio y final de la cinética para obtener la EC50. La toxicidad se expresa en unidades de toxicidad (UT), en donde
TU= 100/EC50 .

Resultados y Discusión

La caracterización realizada al efluente general (Tabla 2) de la industria textil mostro que el agua residual presenta
los valores típicos de este sector, altas unidades de color y baja biodegradabilidad de acuerdo a la relación
DBO/DQO.

Los resultados obtenidos en el diseño experimental para la determinación de las mejores condiciones de operación
para la decoloración del AD2 se presentan el en la Tabla 3 obteniendo como máximo porcentaje de decoloración un
73%. Los factores que tuvieron mayor influencia en el tratamiento enzimático fueron: Tiempo de contacto, pH,
Temperatura, y concentración de colorante.
4
Tabla 2. Caracterización del efluente general de la Industria Textil
PARÁMETRO VALOR
DQO (mg/L) 9313
DBO5 (mg/L) 794
S. Sedimentables (mg/L) < 0.5
SST (mg/L) 20.3
Color Verdadero (UPt-Co) 2000
Fosfatos totales (mg/L) 113.53
Sulfatos (mg/L) 1566
N-NH3 (mg/L) 404
N-Total (mg/L) 471
G y A (mg/L) 24.3

Tabla 3. Resultados del diseño experimental obteniendo las mejores condiciones de operación para la
decoloración del AD2
FACTOR BAJO MEDIO ALTO ÓPTIMO
Temperatura (°C) 25 37.5 50 40
pH 3.5 5.5 7.5 5.5
Tiempo de contacto (h) 2 4 6 4
Dosis de enzima (mL/30 mL) 1000 1500 2000 1735.5
Dosis de peróxido (mL/30 mL) 1000 1500 2000 1618.7
Colorante (mg/L) 10 35 60 43

El tiempo de contacto de acuerdo a Guillard et al., (2003) y Chen et al., (2003) muestra una relación con la estructura
química de los colorantes. Colorantes con estructuras simples y pesos moleculares bajos generalmente presentan
mayores tasas de remoción de color. De acuerdo al diseño estadístico el tiempo óptimo para alcanzar la mayor
eficiencia de decoloración es de 4 horas alcanzando una eficiencia del 70 % ± 1.95. Después de este tiempo la
decoloración es despreciable. Con respecto al pH y temperatura se observó que la actividad enzimática de la
peroxidasa aumenta considerablemente cambiando el pH de 3 a 5.5. El pH para obtener la mayor decoloración del
AD2 fue de 5.5 logrando un 73.9 % ± 1.5. Kalsoom et al., (2013) reporta que el valor de pH óptimo para obtener la
mayor decoloración del azul tripan es de 4 unidades utilizando peroxidasa de soya. Con respecto a la temperatura de
acuerdo a los resultados obtenidos en el diseño experimental el aumento de temperatura de 25 a 40 °C causa un
incremento en la decoloración del 45 al 70%. No obstante se puede observar la resistencia térmica de la peroxidasa
ya que a temperaturas de 50°C se logra obtener 60% de decoloración. De acuerdo a la concentración de colorante
AD2 los resultados mostraron que el mayor porcentaje de decoloración se obtiene a concentraciones mayores de 40
mg/L logrando decolorar un 73%, mientras que a concentraciones menores de 30 mg/L los resultados en relación a la
decoloración resultaron ser bajos. Silva et al., (2012) y Mohan et al., (2005), reportaron resultados similares en
estudios de decoloración enzimática empleando peroxidasa de rábano picante HRP concluyendo que ha
concentraciones menores de 30 mg/L la eficiencia de decoloración resulta baja.
En la Figura 2 se presentan los espectros de absorbancia del AD2 a una concentración de 40 mg/L antes y después
del tratamiento enzimático bajo las mejores condiciones de operación. El espectro presenta un pico principal con una
absorbancia máxima a 576 nm. La disminución de los picos del espectro característico del colorante toma lugar
debido a la remoción del colorante en forma de un precipitado insoluble después del tratamiento o a la ruptura de los
grupos cromoforos, -N=N- (Wang et al., 209). Sin embargo algunos picos extras aparecen al final del tratamiento a
una longitud de onda de 212 y 265 nm, probablemente resultado de la absorbancia de metabolitos o fragmentos
degradados de la molécula (Boucherit et al., 2013). Empleando el método de las velocidades iniciales se

5
determinaron las constantes cinéticas para este tratamiento, obteniendo valores de Km de 0.149 h -1y una velocidad
máxima de decoloración Vmax de 5.97 mg/L-h.

Figura 2. Espectros al inicio y fin del tratamiento enzimático del AD2 a una concentración de 40 mg/L.

 Tratamiento de agua residual industrial


Para la validación de las mejores condiciones de operación obtenidas para la decoloración del AD2 se utilizó agua
residual industrial textil, previamente caracterizada cuantificando una concentración de AD2 de 55 mg/L. En la
Figura 3 se presenta el espectro de absorbancia del agua residual industrial con colorante AD2 a una concentración
antes y después del tratamiento enzimático, al igual que el agua sintética se observó un pico principal a una longitud
de onda de 576 nm así mismo el espectro presento una serie de interferencias en las zona de 200 a 300 nm esto
debido a la presencia de detergentes aditivos y fijadores presentes en el agua residual. Empleando las mejores
condiciones de operación obtenidas en pruebas anteriores se logró obtener un 57% de decoloración en un tiempo de
reacción de 200 min. Obteniendo valores de Km 0.077 h-1 y una Vmax de 4.62 mg/L-h. Con estos resultados se
observa que el extracto enzimático parcialmente purificado tiene una especificada para llevar a cabo la oxidación del
colorante AD2 aún en presencia de compuestos químicos, siendo así una primera etapa de tratamiento a procesos
convencionales que tienden a ser inhibidos por la presencia de compuestos xenobioticos recalcitrantes. En la figura
En la Figura 4 se presentan las muestras al inicio y fin del tratamiento enzimático.

Figura 3. Espectros al inicio y fin del tratamiento enzimático del agua residual industrial.

6
Figura 4. Muestras al inicio y final del tratamiento enzimático utilizando peroxidasa de soya

 Pruebas de toxicidad
El estudio de toxicidad antes y después del tratamiento enzimático se realizó con el propósito de evaluar los
productos generados de la reacción los cuales podrían resultar tóxicos. En la Tabla 4 se presentan los resultados
obtenidos utilizando Vibrio fischeri como bioindicador. Las muestras de agua analizadas fueron agua residual
sintética (ARS) con 40 mgAD2/L, agua residual sintética tratada (ARST), agua residual industrial (ARI) y agua
residual industrial tratada (ARI). De acuerdo a los resultados se observó que el ARS sin tratamiento presenta 2 UT,
sin embargo después del tratamiento la toxicidad incremento a 2.91 UT. Esto podría ser atribuido a la formación de
metabolitos más tóxicos que el propio colorante. Ya que de acuerdo a literatura los principales constituyentes de este
colorante son bencidina y 4.aminibifenil aminas altamente toxicas las cuales pueden aumentar la toxicidad (Golka et
al., 2004; Bafana et al., 2007). Con respecto al ARI se observa que no hay cambio significativo, esto se puede
atribuir a la presencia de químicos auxiliares en el teñido de hilos, los cuales no son degradados en el tratamiento y
contribuyen en la toxicidad.

Tabla 4. Toxicidad aguada por Vibrio Fischeri, antes y después del tratamiento enzimático
Muestra CE50(%) UT
ARS 40 mg/L 37.5 2
ARST 40 mg/L 25.57 3.91
ARI 12.37 8
ARIT 12.58 7.94

Conclusiones

Los resultados obtenidos en esta experimentación mostraron que puede ser decolorado un efluente de la industria
textil con presencia de colorantes azo mediante procesos enzimáticos utilizando un extracto parcialmente purificado
con actividad peroxidasa. Sin embargo la eficiencia del proceso de decoloración depende de parámetros tales como:
tiempo de contacto, pH, temperatura y colorante mg/L. Las pruebas de toxicidad con Vibrio Fischeri no presentaron
cambios significativos después del tratamiento, esto se puede atribuir a la presencia de químicos auxiliares en el
teñido, los cuales no son degradados en el tratamiento y contribuyen en la toxicidad. De acuerdo a lo anterior el
tratamiento enzimático puede representar un paso importante para la completa degradación de colorantes textiles,
especialmente los clasificados como azo.

Agradecimientos: Los autores desean agradecer el soporte de este trabajo a CONACYT,


UNAM, UNILEVER, IMTA, BUAP y UPEMOR.

7
Referencias bibliográficas

Amjad .A.K. y Qayyum H. (2007). Decolorization and removal of textile and non-textile dyes from polluted wastewater and
dyeing effluent by using patato (Solanum tuberosum) soluble and immobilized polyphenol oxidase, Bioresource
Technology, 98, 1012-1019.
Bafana A., Saravana D.S., Krishnamurthi K. and Chakrabarti T. (2007). Kinetics of decolourisation and biotransformation of
direct black 38 by C. hominis and P. stutzeri, Applied Microbiology Biotechnology, 74, 1145–1152
Boucherit N., Abouseoud M. and Adour L. (2013). Degradation of direct azo dye by Cucurbita pepo free and immobilized
peroxidase, Journal Environmental Science, 25, 1235–1244.
Buitrón G., Quezada M. and Moreno J. (2004). Aerobic degradation of the azo dye acid red 151 in a sequencing batch biofilter.
Bioresource Technology, 92, 143-149.
Chen K. C., Wu J.Y., Liou D.J. and Hwang S.C.J. (2003). Decolorization of the textile dyes by newly isolated bacterial strains,
Journal Biotechnology, 101, 57–68.
EPA (1997). Profile of Textile Industry; Environmental Protection Agency; EUU.
Golka K., Kopps S. and Myslak Z.W. (2004). Carcinogenicity of azo colorants: influence of solubility and bioavailability.
Toxicology Letters, 151, 203–210.
Geng Z., Rao K.J., Bassi A.S., Gijzen M. and Krishnamoorthy N. (2001). Investigation of biocatalytic properties of soybean seed
hull peroxidase. Catalysis Today, 64, 233–238.
Guaratini C.C.I. and Zanoni, M.V.B. (2000). Textile dyes. Química Nova, 23(1), 71-78.
Guillard C., Disdier J., Monnet C., Dussaud J., Malato S. and Blanco J. (2003). Solar efficiency of a new deposited titanium
photocatalyst: chlorophenol, pesticide and dye removal applications. Applied Catalysis B: Environmental, 46, 319–32.
Gupta V.K. and Suhas. (2009). Application of low-cost adsorbents for dye removal. A review. Journal of Environmental
Management, 90, 2313-2342.
Gutowska A., Kaluzna C.J. and Jozwiak W.K (2007). Degradation mechanism of Reactive Orange 113 dye by H 2O2/Fe2+ and
ozone in aqueous solution. Dyes Pigments. 74, 41–46.
Hai F.I., Yamamoto K. and Fukushi K. (2007). Hybrid treatment systems for dye wastewater. Environmental. Science
Technology, 37, 315–377.
IPPC. (2003). Integrated Pollution Prevention and control. Reference document on best available techniques for the textiles
industry.
Kalsoom U., Salman A.S., Meetani M.A., Rauf M.A. and Nawaz B.H. (2013). Mechanistic study of a diazo dye degradation by
Soybean Peroxidase. Chemistry Central Journal, 7:93.
Kamal J.K.A. and Behere D.V. (2002). Thermal and conformational stability of seed coat soybean peroxidase. Biochemistry, 41,
9034–9042.
Kaushik P. and Malik A. (2009). Fungal dye decolorization: Recent advances and future potential. Environmental Internacional,
35, 127-141.
Melgoza A.R., Cruz A. and Buitrón G. (2004). Anaerobic/aerobic treatment of colorants present in textile effluents. Water
Science and Technology, 50,149-155.
Muthukumar M. and Selvakumar N. (2004). Studies on the effect of inorganic salts on decolourisation of acid dye effluents by
ozonation. Dyes Pigments, 62, 221–228.
Mohan S.V., Prasad K.K., Rao N.C. and Sarma P.N. (2005). Acid azo dye degradation by free and immobilized horseradish
peroxidase (HRP) catalyzed process. Chemosphere, 58, 1097–1105.
Prato G.D. and Buitrón G. (2012). Evaluation of three reagent dosing strategies in a photo-Fenton process for the decolorization
of azo dye mixtures. Hazardous Materials, 217, 293-300.
Pignatello J. J., Oliveros E. and MacKay A. (2006). Advanced oxidation process for organic contaminant destruction based on the
Fenton reaction and related chemistry. Environmental Science Technology, 31, 2399-2406.
Rai H.S., Bhattacharyya M.S., Singh J. and Bansal T.K., Vats P. and Banerjee U.C. (2005) Removal of dyes from the effluent of
textile and dyestuff manufacturing industry: a review of emerging techniques with reference to biological treatment.
Crit. Rev. Environmental Science Technology, 35, 219–238.
Siddique M. H., St Pierre C. C., Biswas N., Bewtra J. K. and Taylor K. E. (1993). Immobilized enzyme catalyzed removal of 4-
chlorophenol from aqueous solutions. Water Research, 27, 883–890.
Silva M.C., Duarte C.A., Sousa P.M.T., Amorim Píer P.A., Arriel T.J. and Batista C.P.M. (2012). Decolorization of the
phthalocyanine dye reactive blue 21 by turnip peroxidase and assessment of its oxidation products. Journal of
Molecular Catalysis B: Enzymatic, 77, 9-14.
Sponza D.T. and Isik M. (2005) Reactor performances and fate of aromatic amines through decolorization of Direct Black 38 dye
under anaerobic/aerobic sequentials. Process Biochemistry, 40, 35-44
Supaka N., Juntongjin K., Damronglerd S., Delia M.L. and Strehaiano P. (2004). Microbial decolorization of reactive azo dyes in
a sequential anaerobic-aerobic system. Chemical Engineering Journal, 99, 169-176.

8
Van der Zee F.P. and Villaverde S. (2005). Combined anaerobic-aerobic treatment of azo dyes – a short review of bioreactor
studies. Water Resource, 39, 1425–1440.
Verma A.K., Dash R.R. and Bhunia P. (2012). A review on chemical coagulation-flocculation technologies for removal of colour
from textile wastewater. Environmental Management, 93, 154-168.
Villalobos D.A. y Buchanan I.D. (2002). Removal and aqueous phenol by Arthromyces ramosus peroxidase. Environmental
Engineer Science. 1, 65-73.
Villegas R.O., Geissler G., Silva H.A. and Vergara G.E. (2003). Inmovilización de una peroxidasa de chayote y su potencial
aplicación en la remoción de sustancias fenólicas en aguas contaminadas. Revista Internacional de Contaminación
Ambiental, 19 (2), 73-81.
Wang H., Li P., Pang M., Zhai Z.J., Yu G.L., Liu G. and Yao J. (2009). Rapid decolourization of azo dyes by a new isolated
higher manganese peroxidase producer: Phanerochaete sp. HSD. Biochemical Engineering Journal, 46, 327–333.
Wagner and Nicell J.A. (2002). Detoxification of phenolic solutions with horseradish peroxidase and hydrogen peroxide. Water
Resource, 36, 4041-4052
World Bank Group, (2011). Pollution Prevention and Abatement: Textiles Industry. Draft Technical Back-ground Document.
Environment Department, Washington, D. C.
Zeybek Z., Yuce Cetinkaya S., Alioglu F. and Alpbaz M. (2007). Determination of optimum operating conditions for industrial
dye wastewater treatment using adaptive heuristic criticism pH control. Journal of Environmental Management. 85, 404-
414.

9
ESTUDIO COMPARATIVO DE LA BIODEGRADACIÓN DE DIESEL EN
CONDICIONES SULFATO REDUCTORAS Y AEROBIAS

COMPARATIVE STUDY OF DIESEL BIODEGRADATION UNDER BOTH SULFATE


REDUCING AND AEROBIC CONDITIONS

Karim Acuña Askar1


Juan Francisco Villarreal Chiu2*
Ulrico Javier López Chuken2
Rolando Tijerina Menchaca1
Elba Guadalupe Rodríguez Pérez1
Jorge Angel I. Ascacio Martínez1
Juan Manuel Alfaro Barbosa2

Abstract
Two molecular enhancement treatments carried out in two biofilm reactors, separately, consisting of sulfate-
reduction and aerobiosis conditions were performed to evaluate both the biodegradation efficiency and kinetics of
volatile components of diesel. The effect of a reducing agent made out of L-cystein and Na2S in the sulfate reducing
reactor was tested experimentally. The anionic surfactant GAELE was added to both treatments to enhance diesel
bioavailability. Although, the sulfate reducing treatment showed the highest initial biodegradation kinetic rate, the
aerobic treatment had the greatest efficiency with 90% degradation in a hydraulic retention time of 3 hours. The
reducing agent showed a negative effect, since it prompted 40% decrease on the degradation efficiency. In contrast,
GAELE enhanced both the degradation rate and efficiencies in all bioassays. Further, some bacteria present in both
treatment processes were identified, principally belonging to the proteobacteria and actinobacteria phyla.

Keywords: Biodegradation, Diesel, GAELE, Kinetics.

1
Facultad de Medicina, Universidad Autónoma de Nuevo León.
2
Facultad de Ciencias Químicas, Universidad Autónoma de Nuevo León.
* Autor corresponsal: Facultad de Ciencias Químicas, Universidad Autónoma de Nuevo León. Av. Universidad S/N
Ciudad Universitaria, San Nicolás de los Garza, Nuevo León CP66451, México.
Email: juan.villarrealch@uanl.edu.mx

1
Resumen
Se aplicaron dos tratamientos de estimulación molecular en dos reactores de biopelícula, por separado, consistentes
en sulfato reducción y aerobiosis, para evaluar la eficiencia y la velocidad de biodegradación de componentes
volátiles del diesel en presencia del surfactante aniónico GAELE, en ambos casos, y de un agente reductor basado en
L-cisteína y Na2S en el reactor sulfato reductor. Aunque el tratamiento con sulfato reducción mostró la mayor
constante de biodegradación inicial, el tratamiento aeróbico tuvo la mayor eficiencia con 90% de degradación en un
tiempo de 3 horas. El agente reductor mostró un efecto negativo, ya que influyó en una disminución de 40% en la
eficiencia de degradación. El surfactante GAELE incrementó las velocidades y eficiencias de biodegradación en
todos los casos. Adicionalmente, se identificaron bacterias presentes en ambos procesos de biodegradación.

Palabras clave: Biodegradación, Cinética, Diesel, GAELE

Introducción

La industrialización y la explotación del petróleo y sus derivados han traído consigo una serie de problemas
relacionados con la contaminación desmedida al medio ambiente (Hughes y Rudolph, 2011). Un combustible
relevante derivado de la destilación fraccionada del petróleo crudo es el diesel. Sólo en México, durante 2008, el
diesel ocupo el segundo lugar en ventas internas (Irwin, 1997). La composición aproximada de hidrocarburos en el
diesel es de 42.7% de alcanos, 33.4% de cicloalcanos y 23.9% de aromáticos (Pemex, 2009). Los efectos tóxicos del
diesel se deben principalmente a los compuestos más ligeros, volátiles y solubles en agua, como el tolueno,
etilbenceno y xileno, responsables de toxicidad aguda a la vida acuática, así como a efectos adversos a la salud
humana. Los efectos de exposición crónica en humanos están relacionados con los hidrocarburos recalcitrantes,
causantes de daños al hígado, al riñón, al corazón, a los pulmones y al sistema nervioso (Irwin, 1997; IARC, 1989).

Entre las causas más comunes de la contaminación de cuerpos de agua y suelos por la presencia de hidrocarburos se
encuentran las siguientes: a) actividad industrial alta, b) accidentes, c) fugas, d) transportación, e)
derrames, f) incendios. En México, los límites máximos permisibles de hidrocarburos aromáticos en agua potable en
μg/L, son: benceno, 10; tolueno, 700; etilbenceno, 300 y mezcla de xilenos, 500 (DOF, 2000). La biorremediación es
una estrategia para la limpieza de sitios contaminados con diesel (INECC, 2007), la cual se estimula mediante un
amplio sistema de procedimientos, entre los que figuran la bioaumentación y el uso de aceptores de electrones
(Acuna-Askar et al., 2004).

El objetivo de este trabajo consistió en evaluar la eficiencia de un consorcio microbiano facultativo en un reactor de
biopelícula de flujo continuo ascendente (RFA) en la biodegradación de los componentes volátiles del diesel (CVD),
mediante un modelo cinético de primer orden de dos fases, bajo dos condiciones de estimulación molecular: 1)
condiciones sulfato reductoras, con la adición de un agente reductor basado en sulfuro de sodio y L-cisteina y 2)
aerobiosis. En ambos casos se evaluó el efecto del surfactante aniónico (Abdul Bari, et al., 2008) éter laurílico
etoxilado del ácido glicólico (GAELE).

Materiales y métodos

Reactivos y condiciones de medios de cultivo.


Los reactivos, incluyendo el GAELE fueron adquiridos de Sigma-Aldrich (México) con un 98% de pureza. El diesel
se obtuvo de una estación local de servicio de combustible. El medio de cultivo, en ambas condiciones, contenía
nutrientes traza, fuente de nitrógeno y fosfato. El medio de cultivo en condiciones sulfato-reductoras (MMS) se
preparó con 500 mg/L de (NH4)2SO4 y, en función de los bioensayos de prueba, se adicionó el agente reductor (AR)
(mg/L): L- cisteína . HCl . H2O, 300 ; Na2S . 9H2O, 300 (Atlas, 2005). Tanto al MMS como al medio de cultivo
aerobio (MMA) se le adicionó GAELE (25 mg/L), en los bioensayos determinados (González-Rodríguez, 2009;
López Rodríguez, 2009). El pH inicial de los medios minerales fue de 7.0-7.5.

2
Montaje de reactores de flujo continuo y formación de biopelícula.
Para las cinéticas en condiciones sulfato reductoras se usó un reactor de flujo continuo ascendente (RFA) con 9
puertos de muestreo distribuidos a lo largo de la columna, mientras que para las cinéticas aeróbicas se utilizó un RFA
con 8 puertos de muestreo. En la parte superior de ambas columnas se instaló una cámara de vapores con un tubo de

carbón activado (Supelco®) modelo Orbo 100 para determinar pérdidas de los CVD. Como soporte para el
desarrollo de biopelícula, en el caso del RFA sulfato reductor, se usó piedra volcánica (tezontle) con una relación de
área/volumen de 200 m2/m (Morgan-Sagastume y Noyola, 2008) y los espacios vacíos fueron ocupados con piedra
aluvial de malla No. 4-6. En el caso del RFA aerobio se utilizó solamente piedra aluvial para reducir turbulencia del
flujo de aire, el cual se seleccionó a 12 cm3/s por ser el que causó menor turbulencia, con base en experimentos
previos (López-Rodríguez, 2009). Se usó una bomba peristáltica de flujo lento para introducir el sustrato dentro de
los reactores. Cada uno de los reactores se inoculó con su correspondiente consorcio bacteriano en función de las
condiciones de desarrollo, aerobias o anaerobias. Los medios de cultivo se cambiaron cada tercer día, agregándose
500 mg/L de diesel cada 48 horas.

Ensayos experimentales en reactores de flujo continuo con biopelícula.


En el reactor sulfato reductor se determinó el efecto del surfactante GAELE y del agente reductor. Se hicieron 3
bioensayos con una concentración inicial conocida de diesel: el primer bioensayo con bacteria y diesel solamente
(B+D), el segundo bioensayo con bacteria, diesel y agente reductor (B+D+AR), y el tercer bioensayo con bacteria,
diesel, agente reductor y GAELE (B+D+AR+G). Por otra parte, en el reactor aerobio se realizaron 2 bioensayos: el
primero con bacteria y diesel solamente (B+D) y el segundo con bacteria, diesel y GAELE (B+D+G). Todos los
bioensayos se realizaron a un tiempo de retención hidráulico (TRH) de 3 horas. Una vez concluidos los bioensayos
cinéticos, se tomaron muestras de 7 mL de cada puerto. Las muestras se filtraron utilizando filtros Waters® de 1m
de tamaño de poro y 25 mm de diámetro. Los compuestos volátiles capturados en el carbón activado de la cámara de
vapores se extrajeron siguiendo un procedimiento de extracción sólido-liquido con CS2. Las concentraciones de
diesel se monitorizaron en el influente, efluente, en los puertos de la columna y en la cámara de gas. Las
determinaciones de pH, potencial de óxido-reducción (ORP) y oxígeno disuelto (OD) se llevaron a cabo tantos en los
influentes como en los efluentes de cada uno de los reactores en todos los ensayos cinéticos.

Determinación de los parámetros ambientales y análisis de diesel.


Se monitorizaron el pH, ORP y OD antes de analizar el diesel con la intención de conocer las condiciones de
estimulación molecular. El diesel se analizó con un cromatógrafo Varian 3400 siguiendo los procedimientos
estándar con algunas modificaciones, de acuerdo a la Agencia de Protección Ambiental de los Estados Unidos
(USEPA, 1996). Se usó una columna capilar Petrocol® de 100 m de longitud, 0.25 mm de diametro interno y 0.5
micras de película de sílica. Las temperaturas de la columna, del inyector y del detector se establecieron conforme a
estudios previamente realizados (Martínez-Guel, 2010). El volumen de muestra extraído fue de 5 mL. Se desarrolló
el método de validación, que incluye la exactitud, precisión, especificidad, selectividad, límite de detección del
método (LDM), linealidad y valores de confianza para la fracción total de los compuestos volátiles de diesel
(Bliesner, 2006). El LDM para la fracción total de los compuestos volátiles del diesel en agua fue de 3.3 mg/L. La
curva de calibración para el substrato se hizo con concentraciones conocidas de diesel comercial.

Detección de bacterias sulfato reductoras.


Se utilizó el sistema comercial BART® SRB para detectar la presencia de bacterias sulfato reductoras en muestras
acuosas. La detección se llevó a cabo en cada una de las tres condiciones previamente descritas, tanto en el influente
como en el efluente (posterior a la respectiva cinética), con el respectivo medio de cultivo estéril como control
negativo.

Aislamiento e identificación bacteriana.


Se realizaron siembras en agar-diesel, en agar soya-tripticasa, así como los correspondientes aislamientos de colonias
bacterianas. Posterior a los aislamientos, se realizó la tinción de Gram, así como la prueba de la oxidasa y los
respectivos análisis bioquímicos API 20E y API 20NE. La lectura de las pruebas bioquímicas se tradujo en
perfiles numéricos, los cuales se interpretaron por medio de la base de datos APIWEB V7.0.

3
Modelo de evaluación cinética.
Las constantes cinéticas de biodegradación absoluta (K) y específica (k) de los CVD se obtuvieron por el modelo de
primer orden de dos fases (Lee, 2001; Acuna-Askar et al., 2006): S = S1 exp(-K1t) + S2 exp(-K2t), donde: St =
concentración del sustrato a tiempo t, (mg/L), S1 = concentración del sustrato a tiempo cero en la primer fase,
(mg/L), S2 = concentración del sustrato a tiempo cero en la segunda fase, (mg/L), K 1 = constante absoluta de
velocidad de la primer fase, (h-1), K2 = constante absoluta de velocidad de la segunda fase, (h-1), k1 = constante
específica de velocidad en la primer fase, [h-1(mg/L)-1], k2 = constante específica de velocidad en la segunda fase, [h -
1
(mg/L)-1] y t = tiempo, (h). Los cálculos de las constantes de velocidad de degradación se realizaron con base en el
análisis de regresión múltiple, que incluye tanto el coeficiente de determinación múltiple como el coeficiente de
correlación múltiple. La bondad de ajuste se realizó mediante la prueba de Kolmogorov-Smirnov y la prueba de
autocorrelación de residuos se realizó mediante la prueba de Durbin-Watson con la finalidad de validar las
velocidades de degradación en el modelo cinético (Daniel, 2006).

Resultados y discusión

En todos los ensayos, las condiciones de pH en ambos reactores se mantuvieron estables, mientras que en el reactor
sulfato reductor fue evidente el desarrollo de una comunidad bacteriana mayoritariamente anaerobia, con un ORP
que siempre permaneció negativo en el efluente, aun sin agregar agente reductor. La presencia de bacterias
anaerobias facultativas se confirmó por la ausencia de OD en el efluente. Con el sistema comercial BART® SRB, se
logró detectar la presencia de bacterias sulfato reductoras en el consorcio dentro del reactor sulfato reductor.

Tabla 1. Porcentajes de biodegradación de diesel en condiciones sulfato reductoras


B+D B+D+AR B+D+AR+G
Diesel (mg/L)
Influente 30 20 30
Efluente 5.5 8.4 5.9
Remoción (mg/L)
Total 24.5 11.6 24.1
Volatilización <3.3 <3.3 <3.3
Biodegradación
70.6 41.5 69.3
(%)
B = Biopelícula, D = Diesel, AR = Agente reductor, G = GAELE

Tabla 2. Porcentajes de biodegradación de diesel en condiciones aerobias


B+D B+D+G
Diesel (mg/L)
Influente 10.0 80.0
Efluente 4.1 4.0
Remoción (mg/L)
Total 5.9 76.0
Volatilización <3.3 <3.3
Biodegradación
26.0 90.8
(%)
B = Biopelícula, D = Diesel, G = GAELE

En las cinéticas de biodegradación bajo condiciones sulfato reductoras, se observó una mayor biodegradación en el
bioensayo de bacteria y diesel (B+D) (Tabla 1), observándose también el efecto negativo de la adición del agente
recuctor (AR), con una disminución de aproximadamente 50% en la eficiencia de biodegradación. Este efecto fue
contrarrestado al adicionar el surfactante GAELE, puesto que el porcentaje de biodegradación se recuperó a un nivel
similar al obtenido en el ensayo con diesel solamente.

4
El efecto favorable de la adición del surfactante GAELE en la biodegradación de los componentes volátiles del diesel
fue más visible al incrementar 3.5 veces el porcentaje de biodegradación (Tabla 2). Esto indica que el surfactante
incrementó la biodisponibilidad de los sustratos reflejándose en una biodegradación más eficiente. En la Tabla 3 se
observa que la adición del agente reductor incrementó ligeramente la velocidad de biodegradación, pero que al
compararlo con el reactor aerobio, el sulfato reductor registró un valor diez veces mayor en la velocidad con la
adición del surfactante GAELE. Sin embargo, este incremento en la velocidad no se tradujo en un mayor porcentaje
de eliminación de los sustratos, lo que sugiere que pudo presentarse alguna inhibición del agente reductor en cierto
punto del proceso de biodegradación o alguna toxicidad hacia cierta población bacteriana dentro del consorcio. Esta
toxicidad podría deberse a la concentración utilizada en este estudio (300 mg/L), ya que existen algunos reportes en
donde se observó un efecto positivo a concentraciones menores de 5 mg/L (Chen, 1996; Gorontzy, 1993).
Adicionalmente, la mayor velocidad en la biodegradación en el reactor sulfato reductor podría deberse a que
desarrolló mayor cantidad de biopelícula en las piedras volcánicas del soporte microbiano debido a su mayor
porosidad y área superficial (Morgan-Sagastume y Noyola, 2008), traduciéndose en una mayor capacidad enzimática
en este reactor. Sin embargo, el reactor aerobio logró un mayor porcentaje de biodegradación a adicionársele el
surfactante GAELE (90%) (Figura 2), en comparación con el reactor sulfato reductor que alcanzó solamente un 70%.
Esto puede atribuirse de nueva cuenta al efecto negativo que produjo el agente reductor en los porcentajes de
biodegradación del reactor anaerobio.

El efecto positivo del surfactante, tanto en porcentaje como en velocidad de biodegradación en condiciones tanto
sulfato reductoras como aerobias, coincide con estudios previos en los cuales se reporta que la presencia de
surfactantes favorece la degradación de hidrocarburos (Collina et al., 2007; Franzetti et al., 2008), probablemente
por un incremento en su biodisponibilidad (Rodríguez y Bishop, 2008).
En las Figuras 1 y 2 se observa mejor el cambio de pendiente que representan las constantes de velocidad de cada
cinética, obtenidas a partir del método de los residuos con el modelo cinético. Se observa también en el reactor de
sulfato reducción el efecto del agente reductor en la velocidad de biodegradación de los sustratos que constituyen los
compuestos volátiles del diesel, y en ambos tipos de reactores se observa el efecto positivo de la adición del
surfactante GAELE.

Tabla 3. Constantes cinéticas de biodegradación de CVD en flujo continuo a TRH de 3 h


Condiciones aeróbicas Condiciones sulfato-reductoras (anaerobias) con control REDOX
K (h-1) K (h-1)
(R2) (R2)
0.224 0.825
B+D
(0.979) (0.992)
0.410
B+D+G *
(0.998)
1.210
B+D+AR *
(0.991)
4.393
B+D+AR+G *
(0.998)
B = Biopelícula, D = Diesel, G = GAELE, AR= Agente Reductor, * No aplica

5
Figura 1. Cinéticas de biodegradación de CVD en condiciones sulfato reductoras a TRH 3h

Figura 2. Cinéticas de biodegradación de CVD en condiciones aerobias a TRH 3h

Con base en los porcentajes y velocidades de biodegradación de los ensayos (Tablas 1, 2 y 3), se puede afirmar que
el surfactante GAELE tuvo un efecto positivo en la biodegradación de los CVD tanto en condiciones sulfato-
reductoras como en condiciones aerobias. Por otra parte, se obtuvieron mayores porcentajes de biodegradación en
condiciones aerobias, mientras que, en las condiciones sulfato reductoras, el agente reductor, si bien propició un
aumento en la velocidad de biodegradación, causó también un descenso en casi la mitad del porcentaje de
biodegradación. Adicionalmente, el efecto positivo de los surfactantes ha sido ya reportado con anterioridad
(Campos-Pineda, 2012).

Del reactor anaerobio que se mantuvo en condiciones sulfato reductoras se aislaron e identificaron bacterias que
usualmente crecen también en condiciones redox típicas de nitrato reducción como Achromobacter xylosoxidans
(95.6%), Achromobacter denitrificans (82.2%) y Pseudomonas stutzeri (99.9%). Por otra parte, del reactor aerobio
se identificaron Pseudomonas fluorescens (97.7%) y Serratia marcescens (99.9%). Todas estas especies han sido

6
reportadas anteriormente en procesos de biodegradación de hidrocarburos (Acuna-Askar et al., 2014; Cerniglia,
1992; Nwankwoala et al., 2001; Van den Tweel et al., 1987).

Conclusión

La eficiencia de biodegradación en los estudios de sulfato reducción fluctuó entre 41.5% y 70.6% con constantes
cinéticas en el intervalo de 0.82 h-1 a 4.39 h-1, a un TRH de 3 horas. Adicionalmente, la eficiencia de biodegradación
en los estudios de aerobiosis fluctuó entre 26.0% y 90.8% con constantes cinéticas en el intervalo de 0.22 h-1 a 0.41
h-1. La adición del surfactante GAELE estimuló la biodegradación de los componentes volátiles del diesel,
confirmando su capacidad de solubilizarlos aumentando su biodisponibilidad. Se identificaron algunas de las
bacterias presentes en ambos reactores que demostraron capacidad de crecer en diesel como fuente de carbono.

Agradecimientos.- Se agradece el apoyo de los proyectos CONACYT 82761 y 91360, así como
también de los proyectos PAICYT-UANL IT735-11 y CS736-11

Referencias Bibliográficas

Abdul Bari, H.A., Suali, E. y Hassan, Z. (2008). Glycolic acid ethoxylate lauryl ether performance as drag reducing agent in
aqueous media flow in pipelines, J. Appl Sci, 8(23),4410-4415
Acuna-Askar, K., Villarreal-Chiu, J.F., Gracia-Lozano, M.V., Garza-González, M.T., Chávez-Gómez, B., Rodríguez-Sánchez,
I.P. y Barrera-Saldaña, H.A. (2004). BTE-oX biodegradation kinetics with MTBE through bioaugmentation, Wat Sci
Tech, 50(5), 85-92.
Acuna-Askar, K., de la Torre-Torres, M.A., Guerrero-Munoz, M.J., Garza-Gonzalez, M.T., Chavez-Gomez, B., Rodriguez-
Sanchez, I.P., y Barrera-Saldana, H.A. (2006). Biodegradation Kinetics of BTE-OX and MTBE by a diesel-grown
biomass, Wat Sci Tech, 53(11),197-204.
Acuna-Askar, K., Pecina-Chacon, D.E., Mas-Trevino, M., Tijerina-Menchaca, R., Rodriguez-Perez, E.G., Luna-Olvera, H.A.,
Ascacio-Martínez, J.A., Barrera-Saldana, H.A. y Alfaro-Barbosa, J.M. (2014). The Monod and a biphasic
biodegradation kinetics of diesel hydrocarbons by a biofilm of Pseudomonas and the potential electromotive force
involved, J Chem Technol Biotechnol, DOI:10.1002/jctb.4424.
Atlas, R.M. (2005). Handbook of media for environmental microbiology. 2nd edn, Pearson. 582 pp.
Bliesner, D.M. (2006). Validating Chromatographic Methods: A Practical Guide. John Wiley & Sons, Inc., New Jersey.
Campos-Pineda, M., Acuna-Askar, K., Martínez-Guel, J.A., Mas-Trevino, M., Tijerina-Menchaca, R., Martínez, L M., Videa M.
y Parra-Saldivar, R. (2012). Time and cost-efficient biodegradation of diesel in a continuous-upflow packed bed biofilm
reactor and effect of surfactant GAELE, J Chem Technol Biotechnol 87(8),1131-1140.
Cerniglia, C.E. (1992). Biodegradation of polycyclic aromatic hydrocarbons, Biodegradation, 3(2-3): 351-368.
Chen, C., Puhakka, J.A. y Ferguson, J.F. (1996). Transformations of 1,1,2,2-Tetrachloroethane under Methanogenic Conditions,
Environ Sci Technol, 30, 542-547.
Collina, E., Lasagni, M., Pitea, D., Franzetti, A., Di Gennaro, P. y Bestetti, P., (2007). Bioremediation of diesel fuel contaminated
soil: effect of non ionic surfactants and selected bacteria addition, Annali di Chimica, by Società Chimica Italiana. 97.
Daniel, W.W. (2006). Bioestadísica. Base para el Análisis de las Ciencias de la Salud. 4ª. Ed. LIMUSA, S.A. de C.V. México.
755.
DOF. (2000). Diario Oficial de la Federación. Estados Unidos Mexicanos. Secretaría de Salud. Modificación a la Norma Oficial
Mexicana NOM-127-SSA-1994. Salud Ambiental. Agua para uso y consumo humano. Límites permisibles de calidad y
tratamientos a que debe someterse el agua para su potabilización. 22 de noviembre.
Franzetti, A., Di Gennaro, P., Bestetti, G., Lasagni, M., Pitea, D. y Collina, E. (2008). Selection of surfactants for enhancing
diesel hydrocarbons-contaminated media bioremediation, J. Hazard Mater, 152, 1309-1316.
González-Rodriguez, M. (2009). Efecto del potencial redox y de un surfactante aniónico en la biodegradación de diesel en un
reactor de flujo continuo. Tesis de licenciatura. UANL. Monterrey, N.L.
Gorontzy T., Kuver J. y Blotevogel K.H., (1993). Microbial transformation of nitroaromatic compounds under anaerobic
conditions, J General Microbiology, 139, 1331-1336.
Hughes L. y Rudolph, J. (2011). Future world oil production: growth, plateau or peak?, Curr Opinion Environ Sustain, 3(4), 225-
234.
IARC. (1989). International Agency for Research on Cancer, Monographs, Diesel Fuels, Vol. 45. Lyon, Francia.

7
INECC. (2007). Instituto Nacional de Ecología. Unidad Ejecutiva de Asuntos Jurídicos y Enlace Institucional. Fuentes de
Contaminación en México. México, D.F.
Lee, D.U., Heinz, V. y Knorr, D. (2001). Biphasic inactivation kinetics of Escherichia coli in liquid whole egg by high
hydrostatic pressure treatments, Biotechnol. Prog, 17(6), 1020-1025.
López-Rodríguez, M.I. (2009). Evaluación de las cinéticas de biodegradación de diesel en condiciones de aireación en un
reactor de flujo continuo ascendente. Tesis de licenciatura. UANL. Monterrey, N.L.
Martínez-Guel, J.A. (2010). Biodegradación microaerofílica de diesel en lote. Tesis de licenciatura. UANL. Monterrey, N.L.
Morgan-Sagastume, J.M. y Noyola, A. (2008). Evaluation of an aerobic submerged filter packed with volcanic scoria,
Bioresource Technology, 99, 2528-2536.
Nwankwoala, A.U., Egiebor, N.O. y Nyavor, N. (2001). Enhanced biodegradation of methylhydrazine and hydrazine
contaminated NASA wastewater in fixed-film bioreactor, Biodegradation, 12(1), 1-10.
PEMEX (2009) Petróleos Mexicanos. Anuario Estadístico 2009. Mexico D.F., Mexico.
Rodriguez, S. y Bishop, P.L. (2008). Enhancing the Biodegradation of Polycyclic Aromatic Hydrocarbons: Effects of Nonionic
Surfactant Addition on Biofilm Function and Structure, J Environ Engineer, 134, 505-512.
USEPA. (1996). United States Environmental Protection Agency. Method 8015B, Nonhalogenated organics using GC/FID.
Washington, D.C., USA.
Van den Tweel, W.J., Kok, J.B. y de Bont, J.A. (1987). Reductive dechlorination of 2,4-dichlorobenzoate to 4-chlorobenzoate and
hydrolytic dehalogenation of 4-chloro-, 4-bromo-, and 4-iodobenzoate by Alcaligenes denitrificans NTB-1, Appl
Environ Microbiol 53(4), 810-815.

8
EVALUACIÓN DE UN BIORREACTOR CON MEMBRANA ACOPLADO A UN
SISTEMA ELECTROQUÍMICO PARA LA REMOCION DE COLOR Y DQO DE UN
EFLUENTE DE LA INDUSTRIA TEXTIL

EVALUATION OF BIOLOGICAL MEMBRANE REACTOR (BMR) CONNECTED TO AN


ELECTROCHEMICAL SYSTEM FOR COLOR AND COD REMOVAL FROM A TEXTILE
INDUSTRY EFFLUENT

Burboa-Charis, Vianey1
García-Gómez, Celestino2
Romero-Soto, Itzel3
Mijaylova-Nacheva, Petia4
Treviño-Resendez, José5
Gortáres-Moroyoqui, Pablo6*

Abstract
Wastewater from the textile industry is characterized by a high concentration of chemical oxygen demand (COD)
and color concentrations. The presence of dyes in water can inhibit photosynthesis, when they are accumulated at
the environment. In addition, they represent a serious public health problem because of many of the compounds used
in the textile industry, or their degradation products may be carcinogenic, mutagenic or may cause allergic
reactions. The purpose of this study was to evaluate color and COD removal using a biological membrane reactor
(BMR) connected to an electro-oxidation as post submerged membrane treatment. The removal efficiency achieved
for the MBR was 46.46 and 72.83%, whereas for the electrochemical system was 81.36 and 93.12%, for COD and
color, respectively; whit the combination of the two systems operating in series the removal efficiency was 90.02 and
98.13, for COD and color respectively.

Keywords: Color, COD, Electro-oxidation, Textiles, Sewage treatment.

__________________________________
1
Departamento de Biotecnología y Ciencias Alimentarias, Dirección de Recursos Naturales. Instituto Tecnológico de Sonora.
1
Misma adscripción del autor 1
1
Misma Adscripción del autor 1
1
Instituto Mexicano de Tecnología del Agua
1
Misma adscripción el autor 4
1
* Departamento de Biotecnología y Ciencias Alimentarias, Dirección de Recursos Naturales. Instituto Tecnológico de Sonora. 5
de Febrero 818 sur, Colonia Centro, CP 85000, Ciudad Obregón Sonora. Pablo.gortares@itson.edu.mx

1
Resumen
Las descargas de aguas residuales industriales del sector textil, se caracterizan por una alta concentración de
demanda química de oxígeno (DQO) y color. La presencia de colorantes en el agua puede inhibir la fotosíntesis, al
acumularse en el ambiente. Además muchos de los colorantes utilizados en el proceso de tinción o los subproductos
de su degradación representan un serio problema de salud pública, ya que son carcinogénicos, mutagénicos o bien
pueden ocasionar reacciones alérgicas. El propósito del presente estudio es evaluar la remoción de color y DQO
mediante un biorreactor con membrana sumergida (MBR por sus siglas en inglés) acoplado a un sistema de electro-
oxidación (EO) como post tratamiento. La eficiencia de remoción alcanzada en el MBR fue de 46.46 y 72.83%,
mientras que para el sistema electroquímico fue de 81.36 y 93.12% para DQO y color respectivamente. Con los dos
sistemas acoplados en serie se obtuvo una eficiencia total de 90.02 para DQO y 98.13 para color.

Palabras clave: Color, DQO, Electro-oxidación, Industria textil, Tratamiento de aguas residuales.

Introducción

La industria textil genera grandes cantidades de aguas residuales, las cuales representan uno de los efluentes más
difíciles de tratar. Debido a que contienen elevadas concentraciones de colorantes, contaminantes orgánicos
refractarios, compuestos tóxicos, componentes inhibidores, tenso activos y componentes clorados, entre otros. Los
requerimientos normativos, así como la necesidad de ahorrar y/o reutilizar agua en la industria, hace necesario que se
investigue sobre procesos que permitan mejorar la remoción de componentes difícilmente biodegradables, partículas
coloidales, virus, bacterias y que permitan la posibilidad de la remoción de color del efluente en el proceso
productivo (Kural et al, 2001). Un MBR, que combina una unidad biológica (lodos activados) y una membrana de
filtración se ha utilizado en los últimos años para el tratamiento de muchos tipos de aguas residuales, debido a que el
proceso convencional de lodos activados (CAS por sus siglas en inglés) no puede hacer frente a la composición de
las aguas residuales o las fluctuaciones de caudal. La tecnología MBR también se utiliza en los casos en que la
demanda de la calidad de los efluentes excede la capacidad de CAS (Radjenovi et al, 2008).

La aplicación del tratamiento electroquímico en el control de contaminación de efluentes industriales presenta


ventajas respecto a los tratamientos convencionales (fisicoquímicos y biológicos), tales como: menor área de
instalación, menor cantidad de lodos generados, versatilidad al manejar una amplia gama de concentraciones,
selectividad en el contaminante, bajos costos por concepto de reactivos químicos, menores requerimientos de
equipamiento, facilidad de operación y mantenimiento reducido (Mendoza et al,2000). El principal objetivo de esta
investigación es evaluar la remoción de color y DQO, mediante un biorreactor con membrana sumergida acoplado a
un sistema de electro-oxidación como post tratamiento de un efluente proveniente de la industria textil.

Materiales y Métodos

Muestreo y caracterización del agua residual


El agua residual a tratar era proveniente de una industria textil de la Ciudad de Cuernavaca, Morelos. La toma de
muestras fue conforme al procedimiento marcado en la normatividad correspondiente (SEMARNAT, 2003a). Se
llevó a cabo su caracterización fisicoquímica de DQO, color y parámetros de campo, conforme a los estándares de
análisis de aguas residuales. El estudio experimental se realizó a nivel laboratorio, el cual consistió en tres etapas:
aclimatación de biomasa, remoción de color y DQO mediante un MBR y remoción de color y DQO mediante EO.

Aclimatación de la biomasa y pruebas de inhibición


La biomasa se tomó de los lodos de purga de la planta de tratamiento de aguas residuales del Instituto Mexicano de
Tecnología de Agua (IMTA), con un aproximado de 5, 500 de sólidos suspendidos volátiles en el licor mezclado
(SSVLM), la cual se aclimató en un reactor por lote de 10 L con aireación constante. El reactor se alimentó con un
recambio de 1.5 L diariamente. Se tomaron muestras en el influente y efluente diariamente, a las cuales se les
determinó DQO (mg/L) y color (unidades de Pt-Co). En el caso de color, se analizaron de acuerdo al Método
estándar APHA de platino-cobalto (Manual HACH, 2010) leídas en un espectrofotómetro UV-VIS marca HACH.
La determinación de DQO fue la establecida por el método de 5220 (Standard Methods, 1989), con una curva de

2
gama extendida (R2= 0.9999), las muestras eran leídas en espectrofotómetro UV-VIS marca HACH; el periodo de
aclimatación fue de 35 días. Durante este periodo se realizó una prueba de inhibición de la biomasa de acuerdo a la
prueba de inhibición de la respiración de lodos activados (OECD, 2010); dicha prueba proporciona una detección
rápida de cómo son afectada es negativamente la biomasa por las aguas residuales, debido a los compuestos tóxicos.

Remoción de color y DQO mediante un Biorreactor con membrana sumergida


Se utilizó un reactor de flujo continuo automatizado, con una capacidad de 9 L (Volumen de trabajo fue de 7 L). La
membrana de ultrafiltración de fibra hueca, marca General Electric, con un área superficial de 0.042 m2 y largo
nominal de 30 cm. Para la implementación de MBR, se llevaron a cabo pruebas de presión transmembrana para
determinar el flujo crítico y subcrítico, con agua desionizada (120 min.), agua del efluente de la industria textil (120
min.) y con biomasa con agua (200 min.), con un método escalonado con un incremento de flujo constante de 30
minutos, con tiempos de succión de 5 minutos y 15 segundos de retrolavado, la presión se midió en cm de Hg. Con
estas pruebas se logra determinar la permeabilidad (K) de la membrana (unidades L m-2 h-1 bar-1). Así mismo, se
determinó el caudal de alimentación y permeado del sistema, 5 y 9 ml/min respectivamente; con un tiempo de
alimentación de 5 minutos y permeado de 15 segundos. El tiempo de residencia hidráulico (TRH) fue determinado a
partir del volumen de operación (Vo) entre el caudal de permeado (Qp), resultando de 20.43 horas. Se monitoreó el
influente y efluente 4 veces por semana, se determinó DQO y color, con los métodos mencionados anteriormente,
durante un periodo de operación de 45 días. El efluente del sistema MBR fue acumulado una vez que el sistema
logró una eficiencia de remoción de DQO>70% y color>80% en promedio, almacenado y refrigerado para ser
utilizado como influente del sistema electroquímico (post tratamiento).

Remoción de color y DQO mediante electro-oxidación


Se utilizó un reactor cilíndrico de acrílico, con una capacidad operativa de 1.25 L, una altura de 19.5 cm y la parte
cónica de 6 cm; se trabajó con tres electrodos (dos catados de Ti y un ánodo de Ti/PbO2) con un acomodo de cátodo,
ánodo y cátodo con medidas de 3.3, 4.7 y 6.4 cm de diámetro respectivamente. Se realizaron pruebas preliminares
utilizando diferentes amperajes (3,6 y 9) y diferentes caudales de recirculación (120 y 480 ml/min), con un tiempo
fijo de 120 minutos. De acuerdo a los resultados obtenidos en las pruebas preliminares se realizó una matriz
experimental en el paquete estadístico Statgraphics Centurion, con un diseño factorial 2k y método central
compuesto (tres puntos centrales). Las variables de estudio fueron la intensidad y el tiempo, con rangos de tiempo de
60 y 180(rango alto y bajo) y amperaje de 5 y 10 (rango alto y bajo). Un caudal fijo de recirculación de 480 ml/min.

Resultados

Caracterización del agua residual


Los resultados de la caracterización del agua residual, con valores que estaban en un rango de 3,500 a 9, 000 mg/L
para DQO y para color fue un rango de 4,000 a 10,000 unidades Pt-Co; el rango de pH variaba de 4-9 (7.2 en
promedio).

Aclimatación de la biomasa y pruebas de inhibición


La prueba de inhibición realizada durante el periodo de aclimatación de la biomasa, dio como resultado un 42.31%,
de inhibición con el agua residual, tal valor se obtuvo de acuerdo a los valores de las pendientes (Figura 1) las cuales
representan las velocidad de consumo de oxigeno (mg deO2/L min), tanto para el control como para la sustancia
prueba.
Remoción de color y DQO mediante un Biorreactor con membrana sumergida
En la figura 2 muestra las fluctuaciones que presenta la membrana con respecto a la permeabilidad con las diferentes
sustancias prueba. Con un de flujo de 7 L m-3, se obtiene un valor para el caudal de permeado de 0.294 L hr-1,
calculando el TRH (Vo/ Qp), da como resultado un tiempo de 20.40 horas.

3
Figura 1. Efecto de la toxicidad del agua residual (pruebas de inhibición)

Figura 2. Estudio de la permeabilidad de la membrana


La remoción de color y DQO del MBR se muestran en las figuras 3 y 4 respectivamente. Después de 35 días se logró
una eficiencia de remoción de DQO>70% y color>80% en promedio, por lo que sólo que la figuras 3 y 4
corresponden a los últimos 15 días de la operación del sistema. Cambiar la escala del eje y derecho (Remoción %),
debe ser de 0 a 100 igual que el de la gráfica 4

Figura 3. Remoción de color en MBR

Remoción de color y DQO mediante electro-oxidación


Los resultados de la última etapa (EO) se muestran en la tabla 1, con un total de once experimentos, así mismo se
observa que en los experimentos T3 y T7 se obtiene una mayor remoción de DQO y color. Las figuras 5 y 6
muestran el comportamiento de la remoción de color y DQO conforme varía el tiempo y la intensidad de corriente.
Los valores máximos y mínimos para remoción de color fueron de un 96.92 y 55.93 respectivamente con una
R2=0.8812; los valores máximos y mínimos para la remoción de DQO fueron de 77.25 y 34.01 respectivamente con
una R2=0.8812. El incremento de intensidad de corriente es proporcional al incrementó de remoción de DQO pero no

4
es proporcional a la remoción de color. Por otro lado el incremento de tiempo, no es proporcional tanto para la
remoción como para color, llega el punto en que afecta de manera negativa la remoción.

Figura 4. Remoción de DQO en MBR

El experimento óptimo se generó en el programa Design Expert 9, dando como resultado tiempo óptimo de 152
minutos e intensidad de 10 A, con lo que se obtendría un porcentaje de remoción de 95.2% para color y 73.237%
para la DQO, utilizando el efluente generado en el biorreactor con membrana.
Tabla 1. Tratamientos realizados en electro-oxidación

Tratamiento Tiempo (min) Intensidad (A) %R Color %R DQO


T1 205 7.5 84.12 60.99
T2 120 4.0 72.43 36.62
T3 120 11.0 94.52 77.25
T4 180 10.0 89.10 73.20
T5 35 7.5 55.93 34.01
T6 180 5.0 89.14 56.70
T7 120 7.5 96.92 59.22
T8 120 7.5 90.48 58.42
T9 60 10.0 78.12 55.01
T10 120 7.5 92.48 53.94
T11 60 5.0 72.43 44.77

La operación acoplada en serie de ambos sistemas dio como resultado una remoción final de color y DQO de
98.13% y 90.02% respectivamente, mientras que individualmente, el MBR obtuvo una remoción de color de 46.46%
y DQO de 72.83%, y el sistema de electro-oxidación fue de 81.36% y 93.12% para color y DQO respectivamente.

Discusión

Caracterización del agua residual


Badani et al. (2005), registraron valores de DQO en un rango de 1280 a 5600 mg/L en aguas residuales provenientes
de la industria textil, los cuales concuerda con lo obtenido en la caracterización del agua residual, que tenía un rango
de 4000 a 9000 mg/L y en promedio de 4,500 mg/L aproximadamente; el rango de color fue de 20.5 a 138 de
absorbancia; el pH en un rango de 7.2 a 8.1,lo que coincide con el promedio de 7.2 de pH del agua residual utilizada.

5
Figura 5. Efecto de la intensidad y tiempo en la remoción de color

Figura 6. Efecto de la intensidad y tiempo en la remoción de DQO

6
Aclimatación de la biomasa y pruebas de inhibición
La tasa de carga o Alimentos/Microorganismos (F/M en inglés) cae en el rango de 0,05- 1,5 para un sistema
convencional, pero es generalmente para un MBR es de 0.1 a 1 (Stphenson et al., 2001). De acuerdo a la bibliografía
se alimentó el reactor con F/M de 0.1. El periodo de aclimatación de 35 días se considera corto, otros autores como
De Jager (2013) y Badini et al. (2005) llevaron a cabo la aclimatación de la biomasa por periodos por arriba de los
100 días, lo que les permitió obtener remociones de DQO mayores al 90%.

Remoción de color y DQO mediante un Biorreactor con membrana sumergida


Salazar et al. (2009) evaluaron comparativamente el proceso de lodos activados y biorreactor de membrana a escala
piloto en aguas de difícil tratamiento como son los efluentes textiles. Los resultados indican que el proceso de MBR
reduce un 82 a un 92% de la materia orgánica (DQO). Comparado con los resultados obtenidos de remoción de DQO
los cuales no llegaron a ser ni del 50% por lo que se considera una baja remoción muchos de los tratamientos
convencionales logran remociones por encima del 60%, lo cual se puede adjudicar al corto periodo de aclimatación
que tuvieron los microorganismos y a las variaciones constantes de concentración del agua residual. De Jager (2013)
utilizó un MBR para tratar aguas residuales de una industria textil de Sudáfrica, obteniendo una reducción promedio
de DQO del 75%, con un máximo de 97% durante un periodo de prueba de 220. La concentración promedio del
efluente del sistema fue de 191 mg/L; la reducción de color fue evidente. El color en el agua residual se redujo de un
promedio de 659 a 20 unidades del índice de manufacturas de tinte americano inferior (ADMI: método de
representación de color), en comparación con el agua potable (17 unidades de ADMI). La remoción de color en el
sistema biológico sobrepaso el 70%. De Jager (2013) coincide que los cambios drásticos de la concentración de
DQO afectan el sistema, debido a eso en algunos casos se logra remover como máximo un 70 a 80% de DQO; la
reducción de color en el MBR fue notoria, sin embargo la concentración para color de 2493.33 unidades de Pt-Co,
sigue siendo alta.

Remoción de color y DQO mediante electro-oxidación


Palma et al. (2013) estudió la degradación electroquímica de índigo carmín sobre ánodos de Ti/IrO2-SnO2-Sb2O5,
en un reactor cilíndrico de 150 ml. El color fue rápidamente removido en su totalidad y la DQO disminuyó en un 75
% de su valor inicial (336 mg/L O2) en 4 horas. Comparando los resultados, durante la operación la remoción de
color fue evidente, llegando a remover 98% de color; por otro lado la remoción de DQO alcanzo un 90%,
comparado con el 75% que obtuvo Palma et al (2013), puede ser adjudicado a la diferencia de material de los
electrodos o bien a la variación de tiempo e intensidad de operación. Sin embargo ambos trabajos comprueban la
viabilidad y eficiencia de la oxidación electroquímica como tecnología atractiva para el tratamiento de aguas
provenientes de la industria textil.

El MBR como el sistema electroquímico, logran buenas remociones, sin embargo la remoción de color y DQO, logra
aumentar de forma evidente durante la operación en serie de ambos, logrando remociones finales de color y DQO de
93.12% y 90.02% respectivamente.

Conclusiones

El acoplamiento de ambos sistemas dio como resultado una remoción final de color y DQO de 93.12% y 90.02%
respectivamente, mientras que individualmente, el MBR obtuvo una remoción de DQO de 46.46% y color de
72.83%, el sistema de electro-oxidación fue de 81.36% y 93.12% para DQO y color respectivamente.

El tren de tratamiento final incluyendo ambos sistemas, operando en serie, no logra cumplir con los valores que
establecen las Normas Oficiales Mexicanas (SEMARNAT, 2003a) para descargas en aguas y bienes nacionales; muy
lejos de lograr que sea agua de reusó (SEMARNAT, 2003b), por lo que se sugiere incrementar el tiempo de
aclimatación de biomasa, hasta obtener eficiencias mayores al 85% en MBR por lo que el agua que alimentaria el
sistema de EO tendría concentraciones de DQO y color menores.

7
Referencias Bibliográficas
Badani, H. Ait-Amar, A. Si-Salah, M. Brik, W. Fuchs (2005). Treatment of textile waste water by membrane Bioreactor and
reuse. Desalination 185 (2005) 411–41.
Cleceri, Lenori S., Greenberg, Arnold E., Trussell, R. Rhodes. (1989). “Sthandard Methods for the examination of wáter and
wastewater” bye American Public Health Association, American Water Works Association, Water Environment
Federetion, 17° edición.
De Jager D (2013). Membrane bioreactor application within the south African textile industry: pilot to full-scale, Tesis de
Doctorado en Ciencias de la Facultad de Ingenieria de la Universidad Tegnológica de Cape Peninsula.
OECD (2010). Guidelines for the Testing of Chemicals Section 2: Effects on biotic systems, Test No. 209: Activated sludge
respiration inhibition test. OECD publishing. Pag. 18
Kural E., Koyuncu & Topack D. (2001). Pilot-scale, nanofiltration membrane separation for wastewater management in the textile
industry. Water Sci. Technol., 43 (10) 233–240.
Mendoza, W., Guerrero, M., Bustos, E., Arias, M. (2000). Tratamiento electroquímico de aguas residuales en la industria textil.
Informe publicado por Green Tech, S.A. de C.V. Edo. De México.
Palma Goyes, R., Macías Uribe, J., González, I., Torres- Palma, R. (2013). Tratamiento de aguas residuales provenientes de la
industria textil mediante oxidación electroquímica. Revista Colombiana de Materiales Vol.4, pag. 93 – 108.
Radjenovi, J., Matosic, M., Mijatovic, I., Petrovic, M., Barceló, D. (2008). Membrane Bioreactor (MBR) as an Advanced.
Wastewater Treatment Technology. Hdb. Env. Chem. Vol. 5, Part S/2: 37–101.
Salazar Gámez ,L. Martí Crespi Rosell, Roberto Salazar (2009). Tratamiento de aguas residuales textiles mediante un biorreactor
de membrana. Ingeniería y Desarrollo, Vol. 26, pag: 83-99.
Secretaría de Medio Ambiente y Recursos Naturales (SEMARNAT) (2003a). Reforma de la Norma Oficial Mexicana 001 (NOM-
001-SEMARNAT-1996). Diario Oficial de la Federación 23 de abril de 2003, México, D. F.
Secretaría de Medio Ambiente y Recursos Naturales (SEMARNAT) (2003b). Reforma de la Norma Oficial Mexicana 003 (NOM-
003-SEMARNAT-1997). Diario Oficial de la Federación 23 de abril de 2003, , México, D. F.
Stphenson, S. Judd, B. Jefferson, and K. Brindle (2001). Membrane bioreactors for wastewater. IWA. Publishing, London, UK.

8
EVALUACIÓN DE LA EFICIENCIA DE REMOCIÓN DE FENOL POR PROCESO
INTEGRADO DE ELECTROCOAGULACIÓN Y ELECTROOXIDACIÓN

EFFICIENCY EVALUATION REMOVAL OF PHENOL BY INTEGRATED PROCESS OF


ELECTROCOAGULATION AND ELECTROOXIDATION.

Munguía-Rochín, Oscar Alejandro1


García-Gómez, Celestino2
Gortáres-Moroyoqui, Pablo3*
Romero-Soto, Itzel Celeste4

Abstract
The objective of this research is to evaluate the electrochemical system integrated electrooxidation and
electrocoagulation as an alternative microcontaminante phenol removal of wastewater and to determine the
optimum values of the system, the interaction between the variables and the mathematical model governing it. 4.7
liters of solution at 20 mg L-1 and 2000 mg L-1 of Na2SO4 were used. The experimental design was a Central
Composite Design used in Design Exper 9® with response variables of % removal and energy consumption. The
phenol content was evaluated based on the method of 4-aminoantipiridina and potassium ferrocyanide shared by
NMX-AA-050-SCFI-2001 and the APHA manual by spectrophotometrically on a Spectroquant Pharo 300® to 500
nm. The most important variables for% removal to energy consumption are time and intensity, discarding the TRH.
Maximum removals were at TRH, intensity and time of 15 min, 2 A and 240 min, respectively, achieved 82.832% for
removal and 33,196 kWh m-3 of energy consumption. The optimal values for both response variables were 15 min,
1,322 A and 240 min respectively, to obtain 69.505% of removal and 18.3346 kWh m-3 of energy consumption. Using
the optimized values for both variables reduced by 13.32% removal efficiency, which is offset by the reduction in
energy consumption by 44.74%.

KeyWords: Phenol, Electrocoagulation, Electrooxidation, Removal, Energy Consumption.

1
Departamento de Biotecnología y Ciencias Alimentarias, Dirección de Recursos Naturales. Instituto Tecnológico de Sonora.
2
Misma adscripción del autor 1
3
* Departamento de Biotecnología y Ciencias Alimentarias, Dirección de Recursos Naturales. Instituto Tecnológico de Sonora. 5
de Febrero 818 sur, Colonia Centro, CP 85000, Ciudad Obregón Sonora. Pablo.gortares@itson.edu.mx
4
Misma adscripción del autor 1
1
Resumen
El objetivo de esta investigación fue evaluar un sistema electroquímico integrado de electrooxidación y
electrocoagulación como alternativa en la remoción del microcontaminante fenol de las aguas residuales, así como
determinar los valores óptimos del sistema, la interacción entre las variables y el modelo matemático que lo rige. Se
utilizaron 4.7 litros de solución a 20 mg L-1 y 2000 mg L-1 de Na2SO4. El diseño experimental empleado fue un
Diseño Central Compuesto analizado en Design Expert 9 ®, variables de respuesta tales como % de remoción y
consumo energético fueron evaluadas. El monitoreo de fenol fue cuantificado en base al método 4-aminoantipiridina
y ferrocianuro de potasio establecido en el manual APHA, por espectrofotometría en un equipo Spectroquant® Pharo
300 a 500 nm. Las variables de mayor importancia para % de remoción como para consumo de energía fueron el
tiempo y la intensidad de corriente. Se lograron remociones máximas a TRH, intensidad de corriente y tiempo de
electrolisis de 15 min, 2 A y 240 min respectivamente, para obtener 82.832% de remoción y 33.196 kWh m -3 de
consumo energético. Los óptimos valores para ambas variables de respuesta fueron de 15 min, 1.322 A y 240 min
respectivamente, para lograr 69.505% de remoción y 18.3346 kWh m-3 de consumo energético. Emplear los valores
optimizados para ambas variables reduce en un 13.32% la eficiencia de remoción, la cual es compensada con la
reducción del consumo de energía en un 44.74%.

Palabras clave: Fenol, Electrocoagulación, Electrooxidación, Remoción, Consumo Energético.

Introducción

El fenol forma parte de las materias primas de numerosas empresas de tipo petroquímicas y farmacéuticas. Las
concentraciones en las descargas de agua residual en México varían desde los 5 hasta 400 mg L-1, y se han reportado
casos con concentraciones que van desde los 1,500 hasta los 30,000 mg L-1 en efluentes provenientes de refinerías
petroleras. Los residuos con estas extremas concentraciones de fenol son generados en un caudal aproximado de 14
m3 d-1 (Buitrón et al., 2007).

Dadas sus propiedades bactericidas, a bajas concentraciones (0-20 mg L-1) gran parte de los microorganismos pueden
consumir y degradar este compuesto, sin embargo, a más de 50 mg L-1, la reproducción de los microorganismos
comienza a inhibirse, y a concentraciones mayores de los 1000 mg L-1 comienza a dañar la flora y fauna existente en
el ecosistema, así también como en la planta de tratamiento del agua residual (Eloisa et al., 2007).

La aplicación de tecnologías electroquímicas puede brindar una solución práctica a este problema, ya que la
electroquímica tiene una de sus principales aplicaciones en el tratamiento de aguas residuales. Una buena razón para
la implementación de tecnologías electroquímicas son las ventajas que ofrecen en comparación a otros métodos, tal
como la rapidez de la degradación, o el rango de concentraciones que se pueden manejar, en comparación con
métodos biológicos. La electrocoagulación y electrooxidación son métodos con beneficios ambientales, de
compatibilidad, versatilidad, eficiencia de energía y seguridad (Romero, 2012).

El objetivo de esta investigación fue evaluar un sistema electroquímico integrado de electrooxidación y


electrocoagulación como alternativa en la remoción del microcontaminante fenol de las aguas residuales. Se
determinaron las variables experimentales más relevantes y de mayor incidencia en el proceso integrado de
electrooxidación-electroocoagulación para la remoción de fenol, la interacción entre las principales variables
experimentales y se obtuvieron los valores óptimos de las variables experimentales controlables evaluados en el
diseño de experimentos, así como el modelo matemático que los rige.

Metodología

Pruebas preliminares
Se realizaron corridas experimentales previas para determinar la cantidad de soporte electrolítico (Na 2SO4) a añadir,
en conjunto con cuál tipo de conexión eléctrica ofrecieran que el sistema adquiriera la conductividad eléctrica

2
suficiente para conducir más de 2.34 A de intensidad de corriente, para lograr abarcar el rango de intensidad
delimitado por la matriz experimental (Tabla 3) .

Materiales y métodos
Se empleó un volumen de 4.7 litros de agua residual sintética con concentración de 20 mg L-1 de fenol y 2000 mg L-1
de Na2SO4, posteriormente se colocó en agitación magnética por 15 minutos para su total disolución. La
conductividad, pH y temperatura, tanto inicial como final de las muestrsa fueron tomadas con un potenciómetro
marca Hanna Instruments®, los parámetros iniciales fueron generalmente de 3.27 mS, 7.68 y 24°C, respectivamente.

Figura 1. A) Arreglo de los electrodos. B) Montaje del proceso.

Los experimentos se llevaron a cabo a escala laboratorio en un reactor fabricado en acrílico de 14 cm x 14 cm x 32


cm. Se emplearon 6 electrodos de aluminio de placa plana con una superficie de 11 cm x 10 cm, 2 electrodos de
Ti/PbO2 de 10.5 cm x 10.5 cm, y 2 electrodos de Titanio de 10 cm x 10 cm, con una separación de 1 cm entre los
electrodos (Figura 1A). El reactor cuenta con 5 etapas: la primera es la entrada, que dirige el flujo hacia la parte
inferior del reactor. La segunda es la cámara de reacción, donde ocurre la electrooxidación y electrocoagulación, y el
flujo es dirigido a través de la cámara hacia la parte superior del reactor. La tercera parte es la cámara de
electroflotación, donde es retenida la mayor parte de la espuma en la superficie y el flujo se dirige hacia el fondo. La
cuarta es el área de sedimentación, cuya intención es retener los flóculos sedimentables, de flujo ascendente. Y por
último la etapa de descarga, donde se dirige el flujo hacia la parte inferior para ser recirculado, en esta etapa es donde
se realiza el muestreo (Figura 2B).

Figura 2. A) Reactor Experimental. B) Dirección del Flujo.

3
Se empleó una conexión Monopolar en Paralelo (MP-P) conectada únicamente a los electrodos de electrooxidación
(positivo a los electrodos de PbO2 y negativo a los electrodos de Titanio), en combinación con una conexión Bipolar
en Serie (BP-S), la cual se presentaba en los electrodos de Aluminio (Figura 1A); la intensidad de corriente fue
suministrada por una fuente BK Presicion 1672®, con capacidad de 0-32V y 0-3A.

Se tomó al inicio del experimento 1 muestra de 5ml, y al final se tomaron muestras de 5ml por triplicado. Estas
muestras fueron centrifugadas a 4100 rpm en un equipo marca Hermle Z320® por un lapso de 5 minutos para su
posterior cuantificación por espectrofotometría a 500 nm en un equipo Spectroquant® Pharo 300.

El consumo de energía se determina en base a la intensidad de cada corrida experimental y el voltaje registrado al
momento del muestreo. Se obtiene de la multiplicación del voltaje, la intensidad, y el tiempo de muestreo, y
dividiendo entre el volumen de muestra utilizado. Las unidades se transforman a kWh m-3.

La matriz experimental fue generada bajo un Diseño Central Compuesto, con el paquete estadístico Design Expert
9®. Tres variables independientes fueron evaluadas: TRH, intensidad y tiempo de electrolisis, lo cual resultó 8
corridas experimentales. Los puntos axiales necesarios fueron 2 por cada variable, lo que generó 6 corridas
experimentales con puntos extremos. El número de réplicas con puntos centrales necesarios para un experimento
factorial 2k con “k = 3” son 6, por lo que el número total de experimentos fueron 20.

Tabla 1. Niveles de las variables experimentales


Nivel Experimental
Variable Experimental
-1.68 -1 0 1 1.68
TRH (min) 11.59 15 20 25 28.41
Intensidad de Corriente (A) 0.66 1 1.5 2 2.34
Tiempo de Electrólisis (min) 79.09 120 180 240 280.91

Resultados

Resultados Preliminares
Se evaluó la concentración de soporte electrolítico en 4 diferentes concentraciones: 500, 1000, 1500 y 2000 mg L-1.
También se variaron 3 tipos de conexión eléctrica: MP-P, MP-S y MP-S. Se eligieron como condiciones fijas la
concentración de 2000 mg L-1 de soporte electrolítico y la conexión Monopolar en Paralelo (MP-P) en los electrodos
para electrooxidación en combinación con una conexión Bipolar en Serie (BP-S) en los electrodos de
electrocoagulación, debido a que esta combinación ofrece la capacidad de trabajar a la intensidad de corriente
requerida.

Tabla 2. Intensidad variando soporte electrolítico y conexiones eléctricas


500 mg L-1 1000 mg L-1 1500 mg L-1 2000 mg L-1
MP-P 1.07 A 1.40 A 1.91 A 2.37 A
MP-S 0.18 A 0.23 A 0.32 A 0.40 A
BP-S 0.14 A 0.18 A 0.23 A 0.32 A

Resultados Experimentales
En la Tabla 3 se presenta la matriz experimental diseñada en Design Expert 9 ®, junto con los resultados obtenidos de
cada corrida experimental para las variables de respuesta.

4
Tabla 3. Matriz experimental y variables de respuesta
Intensidad de Consumo
Número de TRH Tiempo Remoción
Corriente Energético
Experimento (min) (min) (%)
(A) (kWh m-3)
1 15 1 240 61.3644 11.0638
2 20 0.66 180 45.0474 4.1650
3 11.59 1.5 180 62.0326 17.8085
4 25 2 120 54.4433 17.7021
5 15 2 120 51.3050 16.9362
6 25 2 240 81.9283 33.8723
7 15 2 240 83.7504 32.8511
8 20 1.5 180 60.1836 16.8511
9 28.41 1.5 180 59.5492 17.9043
10 25 1 240 60.5441 11.4894
11 20 2.34 180 74.2247 32.8722
12 20 1.5 79.09 33.8467 7.7410
13 20 1.5 180 59.9928 17.1383
14 20 1.5 280.91 79.2443 26.2977
15 20 1.5 180 58.8035 16.9468
16 20 1.5 180 60.7094 15.7979
17 15 1 120 35.7388 5.6596
18 20 1.5 180 59.6411 15.7021
19 20 1.5 180 57.9096 16.1809
20 25 1 120 35.2952 5.9149

Variables de Mayor Incidencia


El análisis ANOVA para el % de Remoción indica que 2 variables (intensidad, tiempo) y 2 interacciones (intensidad-
tiempo y tiempo cuadrático) poseen un Valor P menor a 0.05; es decir, que estas tienen un efecto alto en la remoción.
La desviación estándar es de 1.29640, el promedio de la remoción es 58.75%, y la R2 es de 0.99555.

El análisis ANOVA para el Consumo Energético indica que las 3 variables y 1 interacción (intensidad-tiempo)
poseen un Valor P menor a 0.05; es decir, que estas tienen un efecto alto en el consumo de energía. La desviación
estándar es de 0.89, el promedio del consumo de energía es 17.04 kWh m-3 y la R2 es de 0.9929.

Tabla 4. Porcentaje de contribución de las variables experimentales en las variables de respuesta


% de Remoción Consumo de Energía
Variable
Experimental % de % de
Valor P Razón-F Valor P Razón-F
Contribución Contribución
A (TRH) 0.00343 0.4963 0.50 0.0892 0.4384 0.64
B (Intensidad) 33.26 <0.0001 704.48 66.2051 < 0.0001 1233.94
C (Tiempo) 66.07 <0.0001 1513.87 27.1605 < 0.0001 510.13
AB 0.06 0.3863 0.82 0.0179 0.6675 0.19
AC 0.13 0.2071 1.82 0.00265 0.8683 0.029
BC 0.38 0.0468 5.14 6.5244 < 0.0001 70.33

5
Interacción entre las Principales Variables
Las variables experimentales de mayor importancia según los análisis estadísticos son la intensidad de corriente y el
tiempo de experimentación para ambas variables de respuesta, siendo principalmente para la remoción el tiempo y
para el consumo de energía la densidad de corriente.

Figura 3. Interacción entre intensidad de corriente y tiempo de experimentación para ambas variables de respuesta.
A) % de remoción. B) Consumo de energía.

Modelos del Sistema


Los modelos arrojados por el paquete estadístico, con los cuales se puede predecir un resultado aproximado al
cambiar uno de los valores de las variables se presentan a continuación:

(Ecuación 1)

(Ecuación 2)

En la Figura 4 se muestra una comparación entre los valores reales para cada experimento en ambas variables de
remoción, con la tendencia definida por las ecuaciones de los modelos.

Figura 4. Comparación entre valores reales y teóricos. A) % de remocion. B) Consumo de energía

6
Valores Óptimos del Proceso
Para el % de remoción sin tomar en cuenta el aspecto energético, los valores óptimos son TRH de 15 min, 2 A de
intensidad y 240 min de tratamiento, para lograr 82.832% de remoción y 33.196 kWh m -3 de consumo de energía.

Figura 5. Ubicación del punto óptimo para el mayor % de remoción

Para la optimización de las variables experimentales, buscando el mayor % de remoción con el menor consumo de
energía, los valores son TRH de 15 min, 1.322 A de intensidad y 240 min de tratamiento, para obtener 69.505% de
remoción con un consumo energético de 18.3346 kWh m-3.

Figura 6. Optimización del % de remoción y consumo de energía. A) % de remoción. B) Consumo de energía

Discusión de Resultados
Debido al alto nivel de ajuste de los modelos establecidos, y también a que los valores calculados para ambas
variables de respuesta se ajustan con gran aproximación a los resultados reales obtenidos, se puede afirmar la alta
confiabilidad de los modelos establecidos.

En el proceso de electrocoagulación–electroflotación se presentaron los flóculos sedimentables y la espuma flotante,


respectivamente para cada operación. Estos pueden contener fenoles, compuestos fenólicos y/o intermediarios, por lo
que es necesario disponer de estos residuos adecuadamente.

Observando el comportamiento de los resultados, se observa como la disminución o aumento del valor del nivel de
uno de los 2 principales factores impacta directamente en la remoción. Se obtienen resultados similares al mantener
prolongado el tiempo manteniendo amperajes bajos, que la combinación de amperajes altos con tiempos menos
prolongados. El aumento de la intensidad de corriente y el tiempo de electrólisis tuvo un impacto positivo en la
eficiencia de remoción del reactor, y un impacto negativo en el consumo de energía.

7
Conclusiones

Acorde a los resultados evaluados, se puede concluir que el proceso integrado de ambas tecnologías electroquímicas
en conjunto con ambos métodos de separación en el mismo sistema, proporciona una eficiente remoción sin dejar de
darle la debida importancia al aspecto económico implícito.

La elección de los valores optimizados para ambas variables reduce en un 13.32% la eficiencia de remoción en
comparación con los valores óptimos para la máxima eliminación; sin embargo, esta reducción en la eficiencia puede
ser compensada con la reducción del consumo de energía en 14.85 kWh m-3, lo cual se interpreta como una
disminución en la demanda de energía en un 44.74% para obtener un resultado similar en la degradación
electroquímica de fenol. Además, desde el punto de vista ambiental, el emplear

El agua efluente del proceso no cumple con los límites máximos permitidos por la NOM-127-SSA1-1994 referente
tanto al contenido de fenol como a los SDT, sin embargo en todos los experimentos se cumple con el límite de
temperatura para la descarga inferior de 40°C, y en algunos experimentos se cumple con el límite establecido para el
pH, los cuales coinciden principalmente con bajas intensidades de corriente aplicadas, dado que mientras esta es
menor existen menores cantidades de iones OH- presentes.

La principal ventaja de la tecnología electroquímica es que permite tratar una amplia gama de contaminantes, para
cada uno es necesario llevar a cabo estudios para determinar condiciones óptimas de operación para eliminar cada
uno eficientemente.

Referencias Bibliográficas

Al-din E., S., Gharibi, H., Hossein Mavhi, A., Mesdaghinia, A., & Mohammad Hossein, S. (7 de Julio de 2011). Performance
evaluation of a continuous bipolar electrocoagulation/electrooxidation–electroflotation (ECEO–EF) reactor designed for
simultaneous removal of ammonia and phosphate from wastewater effluent. Journal of Hazardous Materials, 1267-
1274.
APHA. (2005). Standar Methods for the Examination of Water and Wastewater. Washington, DC.: Mary Ann H. Franson.
Buitrón, G., Moreno Andrade, I., & Moreno, G. (2007). Eliminación Biológica de Altas Concentraciónes de Fenol. México:
Universidad Nacional Autónoma de México. Recuperado el 31 de Enero de 2014, de
http://www.journals.unam.mx/index.php/aidis/article/view/14395
Demirbas, E., Gebologlu, U., Kobya, M., S. Oncel, M., & Ulu, F. (2011). Treatment of potable water containing low
concentration of arsenic with electrocoagulation: Different connection modes and Fe–Al electrodes. Separation and
Purification Technology, 283-293.
Eloisa, J. G., Galicia Aguilar, J. A., Ortíz Muñóz, E., Ortega Pérez, J., & Valencia Márquez, D. (2007). Cinética de Adsorción de
Fenol en Agua. Ciudad Universitaria, México: Facultad de Ingeniería Química BUAP.
NOM-127-SSA1-1994. (1994). Salud Ambiental, Agua para Uso y Consumo Humano - Límites Permisibles de Calidad y
Tratamientos a que debe Someterse el Agua para su Potabilización. Cd. de México, México.: Diario Oficial de la
Federación.
NMX-AA-050-SCFI-2001. (2001). Análisis de agua - Determinación de fenoles totales en aguas naturales, potables, residuales y
residuales tratadas - Método de prueba. Cd. de México: Diario Oficial de la Federación.
Romero Soto, I. C. (2012). Remoción del colorante cristal violeta por electrocoagulación utilizando electrodos de aluminio en
sistema batch. Tesis de Licenciatura no Publicada. Cd. Obregón, Sonora, México: Instituto Tecnológico de Sonora.

8
TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO POR MEIO DE UM SISTEMA DE
WETLAND CONSTRUÍDO HÍBRIDO

SANITARY SEWAGE TREATMENT BY MEANS OF A HYBRID SYSTEM


CONSTRUCTED WETLAND

Marina Victoretti Silva 1


Rodrigo de Freitas Bueno2*

Abstract
In Brazil, there is a deficit of access in relation to sewage services for a large part of the population, and this fact is
the one responsible for the contamination of watercourses. This is because to the lack of investment in infrastructure
in the country, since sewage treatment plants require high costs and high area demand for deployment, besides the
installation of the collection system, which directs the wastewater to treatment. Therefore, it is necessary that
accessible technologies be developed in this sector, aiming to disseminate this service. Inside this context,
Constructed Wetlands can be considered an alternative of decentralized wastewater treatment, inexpensive,
aesthetically and ecologically viable. Thus, this study evaluated the applicability of a system composed by Hybrid
Constructed Wetland (HCW) (vertical by horizontal follow) in a pilot scale treating domestic sewage.The WCH
showed satisfactory efficiencies in terms of organic matter removal, reducing turbidity and solids effectively, but
showed low efficiency in terms of nutrient removal. The low temperatures recorded in the first six weeks limited the
growth of macrophytes, however, in the following weeks there was expressive development. Thus, it was concluded
that the application of WCH for wastewater treatment is viable and can be considered a technically and
economically alternative for disseminate the sanitation services, mainly aimed at small communities.

Key Words: Constructed Wetlands, Organic matter removal, Nitrogen removal, Wastewater.

1
Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas. Programa de Mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental,
Universidade Federal do ABC – Santo André, SP, Brasil. E-mail: marina.v@ufabc.edu.br
2
* Universidade de São Paulo - Escola Politécnica – Dep. de Engenharia Hidráulica e Sanitária. Av. Prof. Almeida Prado, 271 –
Butantã – CEP: 05508-900 - São Paulo, SP – Brasil - Telefone: (5511) 98396.2421 E-mail: robueno@usp.br
1
Resumo
No Brasil, há um déficit de acesso em relação aos serviços de esgotamento sanitário por grande parte da população,
sendo esse fato um dos responsáveis pela contaminação de corpos hídricos. Isso se dá devido à falta de investimento
em infraestrutura no país, uma vez que estações de tratamento de esgoto demandam custos elevados e grande
demanda de área para implantação, além da instalação do sistema de coleta, que encaminha o esgoto sanitário ao
tratamento. Sendo assim, é necessário então, que sejam desenvolvidas tecnologias acessíveis nesse setor, visando à
disseminação deste serviço. Dentro deste contexto, os Wetlands Construídos podem ser considerados uma alternativa
de tratamento descentralizado de esgotos, de baixo custo, esteticamente e ecologicamente viáveis. Portanto, este
estudo avaliou a aplicabilidade de um sistema Wetland Construído Híbrido (WCH) (fluxo vertical seguido de
horizontal) em escala piloto tratando esgoto sanitário. O WCH apresentou eficiências satisfatórias em termos de
remoção de matéria orgânica, reduzindo turbidez e sólidos de maneira eficaz, porém apresentou baixa eficiência em
termos de remoção de nutrientes. As baixas temperaturas registradas nas seis primeiras semanas limitaram o
crescimento das macrófitas, contudo, nas semanas seguintes houve desenvolvimento expressivo. Portanto, concluiu-
se que o Wetland Construído Híbrido pode ser uma alternativa para o tratamento de esgotos sanitários, podendo ser
considerado como um sistema técnica e economicamente viáveis para disseminação dos serviços de esgotamento
sanitário, principalmente, visando pequenas comunidades.

Palavras chave: Wetlands Construídos, Esgoto sanitário, Remoção de matéria orgânica, Remoção de nitrogênio.

Introdução

A qualidade da água é resultante de fenômenos naturais e da atuação do homem. De maneira geral, pode-se dizer que
a qualidade de uma determinada água é função das condições naturais do uso e da ocupação do solo na bacia
hidrográfica. Atualmente, o Brasil passa por um período de maior estabilidade econômica e de forte necessidade de
investimentos em infraestrutura. Entretanto, para que o Brasil possa crescer de forma sustentável é necessário
viabilizar o financiamento dos investimentos em infraestrutura. O conceito de infraestrutura refere-se ao sistema de
serviços coletivos de uma cidade, região ou país, tais como os sistemas de transporte, telecomunicações e de
saneamento básico, destacam-se rede de distribuição de água e tratamento de esgotos como elementos fundamentais
para o funcionamento das estruturas de oferta e de demanda. Entretanto, no país há um grande déficit de
investimentos na área de saneamento básico, principalmente, quanto às estações de tratamento de esgotos, que
representam um dos grandes investimentos com alto custo de capital, além de custo de operação e manutenção
(Cutolo et al., 2013). Esse cenário fica mais crítico quando pensamos nas comunidades isoladas (loteamentos ou
núcleos habitacionais localizados normalmente em áreas periféricas de cidades, ou comunidades, litorâneas ou não)
onde a implantação de grandes estações de tratamento de esgotos como sistemas de lodos ativados fica impraticável.
Dentro deste contexto, tem aumentado o interesse pela descentralização de processos de tratamento de esgotos por
sistemas modulares com baixo custo, economicamente viáveis, estética e ecologicamente sustentáveis com
capacidade de restaurar ambientes degradados e, ao mesmo tempo, serem integrados aos ciclos naturais como o ciclo
da água. As condições climáticas no Brasil favorecem a aplicação de sistemas naturais, onde destacam-se os sistemas
naturais de tratamento de esgoto conhecido como Wetlands Construídos (WC) que podem ser aplicados de acordo
com o contexto local e apresentam diversas vantagens como: Auxiliar na gestão integrada dos recursos hídricos;
Reciclagem de nutrientes e a diminuição da entrada, por exemplo, de Nitrogênio e Fósforo nos corpos hídricos;
Auxilia no ciclo da água, promovendo a recarga de aquíferos; Redução dos impactos das enchentes na drenagem
urbana; Melhoria do microclima local com a recuperação de habitats em áreas próximas à córregos, rios e represas.
Este trabalho torna-se relevante em avaliar oportunidades de desenvolvimento e inovação nas áreas de interface entre
recursos hídricos e saneamento ambiental e teve como objetivo avaliar o desempenho e a aplicabilidade de um
sistema piloto composto de um Wetland Construído Híbrido, ou seja, com fluxo misto (vertical seguido de
horizontal), no tratamento de esgoto sanitário, sob as condições de remoção de material orgânico e nutrientes.

2
Materias e Métodos

O estudo foi realizado nas dependências do Centro Tecnológico de Hidráulica e Recursos Hídricos (CTH) localizado
na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP), São Paulo – Brasil e, as atividades de laboratório
foram realizadas no Laboratório de Saneamento Prof. Lucas Nogueira Garcez - EPUSP. O esgoto que alimentou o
sistema teve origem no do Conjunto Residencial (CRUSP) e do Restaurante Centra l da Universidade de São Paulo.
Destes locais, era bombeado para a entrada do tratamento preliminar, composto por umag rade mecanizada (step-
scream), caixa de areia e calha Parshall, em seguida o esgoto era bombeado para o sistema piloto por meio de uma
bomba submersa do modelo “NS 803” da marca “Nine Star”. A unidade experimental foi construída em tijolo
maciço comum, com dimensões de 6m de comprimento, 1,2m de largura e 0,6m de altura, dividida em duas partes de
3m de comprimento cada. A unidade foi construída ao nível do solo, com declividade do fundo de aproximadamente
1%. Para garantir a impermeabilização, foi aplicado em toda a unidade experimental revestimento impermeabilizante
de base acrílica “Vedatop”, obedecendo as orientações do fabricante. O material suporte utilizado foi pedra britada.

Wetland Construído de Fluxo Vertical (WCFV)


A alimentação do WCFV foi realizada por meio de tubos de PVC (25mm) perfurados em toda a sua extensão. Os
tubos foram mantidos em suspensão sob o sistema, não tendo contato com o material filtrante, a fim de evitar a
criação de caminhos preferenciais do líquido em relação ao material de enchimento. O sistema de drenagem no
WCFV, foi realizado por tubos de PVC 50mm, perfurado nas laterais em toda sua extensão, em formato “L” rente
ao fundo, com a função de coletar o esgoto percolado e encaminhá-lo para o Wetland de Fluxo Horizontal (WCFH).
Na extremidade final do dreno, foi instalado um registro para controle de vazão, onde foi possível variar o TDH no
WCFV e manter um fluxo de alimentação contínuo para o WCFH. A Figura 1 mostra um esquema do sistema de
alimentação e drenagem do WCFV.

Wetland Construído de Fluxo Horizontal (WCFH)


O esgoto proveniente do WHFV alimentou o WCFH. Esse esgoto foi encaminhado por meio de uma bomba
submersa, similar à da alimentação do WCFV. Essa alimentação foi realizada de forma contínua, fazendo com que o
WCFH permanecesse afogado. No WCFH, próximo à saída do sistema foi instalado um dreno em tubo PVC 40 mm,
perfurado, responsável por drenar o esgoto percolado horizontalmente e encaminhá-lo para fora do sistema. O
WCFH teve como material de enchimento pedra britada nº 2, por completo, com exceção às proximidades do dreno,
que foram preenchidas com pedra de mão. A Figura 2 mostra o sistema de alimentação e drenagem da WCFH.

Figura 1. Esquema de alimentação e drenagem do Figura 2. Esquema de alimentação e drenagem do


WCFV WCFH

Macrófitas: Seleção e Plantio

As macrófitas selecionadas são do tipo emergente, que apresentam raízes presas ao fundo e permanecem
parcialmente submersas com caule e folhas aéreos. Para este estudo foram escolhidas cinco espécies de macrófitas
emergentes de acordo com alguns critérios seguidos de suas respectivas justificativas (Lorenzi & Souza 2008),
conforme Tabela 1. As espécies plantadas foram: Inhame-preto (Colocasia esculenta var. aquatilis); Mururé ou
rainha dos lagos (Pontederia cordata L.); Lírio-do-brejo (Hedychium coronarium); Papiro anão ou papirinho
3
(Cyperus prolifer Lam.); Inhame-imperial (Colocasia esculenta var. illustris). As mudas foram plantadas com raízes
nuas, diretamente no material de enchimento obedecendo uma relação de ± 4 mudas por m 2, conforme recomendação
da literatura.

Tabela 1. Critérios e justificativas para a escolha das macrófitas.


Critério Justificativa
Resistência a baixas Como as macrófitas foram plantadas no mês de julho, o mais frio do ano, foi necessário escolher as
temperaturas que resistiriam a baixas temperaturas.
As macrófitas consomem mais nutrientes na fase de crescimento, como o sistema visa a remoção dos
Crescimento rápido
mesmos, plantas de crescimento rápido possibilitam podas em intervalos de tempo menores.
Por ser um sistema de baixo custo de implantação e manutenção, é desejável que as plantas não
Custo de aquisição
apresentem custos elevados, ou mesmo custos.
Plantas com apreço estético tornam o ambiente agradável, desmistificando o tratamento de esgotos
Estética
como ‘esteticamente desagradável’.
Plantas nativas são preferíveis, uma vez que se adaptam melhor ao clima local e, plantas exóticas
Disponibilidade regional
podem se tornar invasoras prejudicando o desenvolvimento das demais.
São preferíveis plantas de pequeno e médio porte, visto que plantas de grande porte podem
Porte
sobressair umas às outras.

Condições de operação do sistema piloto


A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas. Na primeira etapa foi considerada a fase de aclimatação do sistema. No
“start up” o Wetland Construído Híbrido (WCH) foi alimentado com esgoto sanitário e feitas trocas volumétricas
duas vezes por semana, permanecendo saturado para otimizar o desenvolvimento do biofilme no meio suporte e
promover boa adaptação das macrófitas. Foi considerado o término na fase de aclimatação quando a eficiência da
remoção de DQO atingiu valores superiores a 80%, e as macrófitas encontravam-se adaptadas. Na segunda etapa, foi
realizada a investigação experimental visando à remoção de material orgânico, nutrientes e organismos patogênicos.
Conforme revisão da literatura a taxa de aplicação superficial (TAS) adotada foi entre 160 e 200 kgDBO/ha.d. A
Tabela 2 mostra as principais características e condições de operação da WCH durante a investigação experimental.

Tabela 2. Características operacionais do WCH.


Variável WCH
Volume 3960L
Volume Útil 1777.1L
Área 7.2 m2
Vazão 200L/dia
Taxa de aplicação superficial de projeto 200KgDBO/ha.dia
Taxa de aplicação superficial efetiva 214KgDBO/ha.dia
Aplicações por dia 8
Duração de cada aplicação 5min
Intervalo entre as aplicações 3h
Volume por aplicação 25L

Determinação das características do afluente e dos efluentes - Ensaios laboratoriais


As metodologias analíticas empregadas obedeceram a 21 ª Edição do Standard Methods for Examination of Water
and Wastewater, da APHA / AWWA / WEF. As concentrações de nitrito e nitrato foram quantificadas em
cromatógrafo de íons (Dionex-100, coluna ASCR2_mm e CSCR2_mm).

Resultados e Discussões

Desenvolvimento das macrófitas e comportamento do WCH


A fase de aclimatação do sistema de WCH durou um período de 10 semanas. Esse período compreendeu os meses de
julho, agosto, setembro e outubro. As condições climatológicas desse período foram obtidas nos boletins
4
climatológicos mensais, disponibilizados pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da
Universidade de São Paulo (IAG – USP). O mês de julho teve temperatura média mensal de 15.4ºC, ligeiramente
acima da média climatológica, porém houve o destaque para as duas últimas semanas do mês, onde a temperatura
máxima registrada foi 8.6°C e a temperatura mínima 5ºC, sendo este um valor bastante baixo. Os meses de agosto,
setembro e outubro foram meses quentes apresentando temperaturas médias, máximas e mínimas mensais, e máxima
temperatura registrada acima das médias climatológicas. Chegou-se a registrar 33.3ºC no mês de setembro. A Figura
4 mostra o desenvolvimento das macrófitas ao longo do período de estudo. É possível notar que não houve
crescimento expressivo durante as seis primeiras semanas, sendo este fato justificado pelas baixas temperaturas
registradas na semana posterior ao plantio, uma vez que as plantas já se encontravam em estado de estresse devido ao
transplante, e as baixas temperaturas colaboraram para a inibição do crescimento.

Figura 4. Desenvolvimento das macrófitas

Remoção de matéria orgânica

Em relação à remoção de matéria orgânica, é possível observar na Tabela 3 que o sistema de WCH resultou um
efluente com baixas concentrações de DQO com valores médios de 93.0 mg/L. A Figura 5 mostra os resultados da
série histórica das concentrações de DQO obtidas durante o estudo. Nota-se, que independente das variações da
concentração de DQO do esgoto bruto, a concentração no efluente final manteve-se relativamente estável durante
todo o período avaliado.

Tabela 3. Valores médios de DQO Total nos efluentes do WCFV e WCFH.


Efluente Efluente
Variável Esgoto Bruto
WCFV WCFH
Média (mg/L) 664 288 93
Mínimo (mg/L) 448 200 30
Máximo (mg/L) 850 350 170
C.V. (%) 0.20 0.15 0.62
Desvio Padrão 129.4 43.1 57.3
n 9 9 9

A Figura 6 mostra os dados da série histórica da eficiência de remoção de DQO obtida durante todo o estudo. Nota-
se que foi possível manter uma eficiência acima de 77% durante todo o estudo e uma eficiência média global de
87%. Este valor encontra-se ligeiramente acima dos valores de eficiência de remoção encontrados nos estudos de
Molle et. al (2006) que encontraram média de 82% e, Souza et. al (2000), que encontraram valores entre 79 e 86%.

5
Figura 5. Série temporal da concentração de DQO Figura 6. Série temporal da eficiência de remoção
do WCH. de DQO Total.

Remoção de Fósforo total

Em relação à remoção de fósforo, pode-se observar na Tabela 4 que o sistema de WCH resultou um efluente com
baixas concentrações de fósforo total com valores médios de 1.8 mgP/L. No entanto, esses valores ainda podem ser
limitantes para o lançamento em determinados corpos d’água.

Tabela 4. Valores médios de Fósforo Total nos efluentes do WCFV e WCFH.


Variável Efluente Efluente
Esgoto Bruto
WCFV WCFH
Média (mgP/L) 5.5 3.3 1.8
Mínimo (mgP/L) 4.1 2.2 1.1
Máximo (mgP/L) 6.5 3.9 2.7
C.V. (%) 0.14 0.18 0.25
Desvio Padrão 0.8 0.6 0.4
n 9 9 9

Remoção de material nitrogenado


Em relação à remoção de nitrogênio, pode-se notar na Tabela 5 que o sistema resultou um efluente com
concentrações médias de NKT e NH3- de 35.0 e 30.0mgN/L, respectivamente. Esses valores ainda podem ser
limitantes para o lançamento em determinados corpos d’água, uma vez que de acordo com a Resolução CONAMA
nº430/2011 a concentração máxima de NH3- para lançamento em corpos hídricos é 20mg/L. É possível visualizar que
houve uma redução maior de NKT no WCFV, responsável por cerca de 20% dessa conversão. No estudo de Brix e
Arias (2005), a nitrificação foi responsável por 49% da conversão da matéria nitrogenada.

Tabela 5. Valores médios de Nitrogênio Amoniacal nos efluentes do WCFV e WCFH.


NKT (mgN/L) NH3- (mgN/L)
Variável Efluente Efluente Esgoto Efluente Efluente
Esgoto Bruto
WCFV WCFH Bruto WCFV WCFH
Média 68 44 35 46 35 30
Mínimo 53 22 21 32 24 17
Máximo 81 62 44 56 44 40
C.V. (%) 0.15 0.32 0.27 0.15 0.22 0.25
Desvio Padrão 10.0 14.2 9.5 6.8 7.6 7.3
n 9 9 9 9 9 9

Foram obtidas eficiências médias globais de 48% e 35%, respectivamente. Moraes (2012) obteve eficiência de 55%
para NKT e 56% para NH3-, Molle et. al (2006) registraram eficiência média de 56% a 60% na remoção de NKT nos
sistemas estudados, Olijnyk (2008) obteve remoção de 56% a 74% de NH 3-, e o estudo de Brix e Arias (2005)
alcançou eficiência de 78% para NH3-. Esses valores mostram que os resultados de eficiência obtidos nesse estudo
estão abaixo do esperado. As concentrações de Nitrato (NO3-) e Nitrito (NO2-) no esgoto bruto e no efluente da
6
WCFV e WCFH apresentaram-se menores que 0.5 mgN/L. Esperava-se maiores concentrações de NO3- no WCFV.
No entanto, devido ao baixo desenvolvimento do processo de nitrificação, a oxidação do nitrogênio amoniacal a
nitrato não ocorreu com eficiência e, a parcela que foi oxidada não foi determinada no efluente da WCFH. Essa
concentração de NO3- pode ter sido absorvida pelas macrófitas, que absorvem o nitrogênio em forma de íon amônio
(NH4+)e de nitrato (NO3-), sendo este último a via preferencial de absorção.

Turbidez

Em relação à turbidez, é possível observar na Tabela 13 que o WCH resultou um efluente com baixa turbidez, de
valores médios < 5,0 NTU o que resultou em uma eficiência superior a 95%.

Tabela 6. Valores médios de Turbidez nos efluentes do WCFV e WCFH.


Variável Efluente Efluente
Esgoto Bruto
WCFV WCFH
Média (NTU) 122 19 5
Mínimo (NTU) 82 9 2
Máximo (NTU) 132 36 7
C.V. (%) 0.14 0.56 0.22
Desvio Padrão 16.5 10.7 1.1
n 8 8 8

Remoção de sólidos em suspensão no WCH


Em relação à remoção de sólidos em suspensão totais (SST), o sistema de WCH resultou um efluente com baixas
concentrações com valores médios de 12 e 9 mg/L. Esse valor é considerado baixo e mostra que o modelo proposto,
utilizando somente britas como material de enchimento, não afetou a capacidade de retenção de sólidos no sistema.

Considerações e Recomendações
O Sistema de Wetland Construído Híbrido se mostrou eficiente em relação a remoção de material orgânico,
resultando uma eficiência média superior a 87% para DQO e muito eficiente na remoção de sólidos, resultando em
um efluente bastante clarificado, evidenciando assim a alta capacidade de retenção de sólidos dos sistemas wetlands.
Em relação a remoção de nutrientes o sistema se mostrou satisfatório com uma redução de 48% de NTK e de 68% de
fósforo total, esses valores foram próximos aos encontrados na literatura.

Referências Bibliográficas

Apha/Awwa/Wef. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 21ªedição, Washington DC 2005.
Brasil. Ministério do Meio Ambiente – MMA. Resolução CONAMA nº430 de 13 de maio de 2011.
Brix, H. Function of macrophytes in constructed wetlands. Water Science and Technology, vol 29, nº 4, pp. 71-78, 1994.
Brix, H.; ARIAS, C. Danish guidelines for small-scale constructed wetland systems for onsite treatment of domestic
sewage.Water Sci. Technol. 51 (9), 1–9. 2005.
Cutolo, S. A.; Ruggeri, H. C. Jr; Bueno, R. F.; Piveli, R. P. Viabilidade do uso do sistema de wetland construído para saneamento
em pequenas e médias cidades no brasil: avaliação em escala piloto. Projeto de Pesquisa. Escola Politécnica da USP.
Departamento de Saúde Ambiental, 2013.
Iag – Usp. Resumo Mensal da Estação Meteorológica. 13ª Edição, 14ª Edição, 15ª Edição, 16ª Edição, Julho, Agosto, Setembro e
Outubro, 2013. Disponível em: < http://www.estacao.iag.usp.br/Mensais>.
IWA - International Water Association. Specialist group on the use of macrophytes in water pollution control. Constructed
wetlands for pollution control: processes, performance, design and operation – scientifiv and technical report n.8.
London, UK. IWA Publishing. 2000. 156p.
Kivaisi, A. K., The potential for constructed wetlands for wastewater treatment and reuse in developing countries: a review.
Ecological Engeneering. Vol.16, p. 545 – 560, 2001.
Lorenzi, H., Souza, H. M. Plantas ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. 4ª ed. Instituto Plantarum, 2008.

7
Molle, P.; Liénard, A.; Grasmick, A.; Iwema, A. Effect of reeds and feeding operations on hydraulic behavior of vertical flow
constructed wetlands under hydraulic overloads. Water Research, v.40, n.3, p.606-612, 2006.
Moraes, D.C. Influência da sazonalidade e de plantas na redução da concentração de poluentes em sistema de alagados
construídos de escoamento vertical, com alimentação em pulso, empregado para tratar esgoto doméstico bruto.
Dissertação (Mestrado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos) – Escola de Engenharia, Universidade
Federal de Minas Gerais. 2012.
Olijnyk, D. P. Avaliação da nitrificação e desnitrificação de esgoto doméstico empregando filtros plantados com macrófitas
(wetlands) de fluxos vertical e horizontal – sistemas híbridos. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) –
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008.
Phillipi, L. S. & Sezerino, P. H. Aplicação de Sistemas Tipo Wetlands no Tratamento de Águas Residuárias: Utilização de Filtros
Plantados com Macrófitas. Florianópolis-SC 2004. 1ª edição, 444 p.
Souza, J. T.; Haandel, A. C.; Cabral, R. P. B. Desempenho de sistemas wetlands no pós-tratamento de esgotos sanitários pré-
tratados em reatores UASB. Proceedings:IX Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES,
Porto Seguro- BA/Brasil, 9 a 14 de abr. de 2000. III-072, CD-ROM.
Stottmeister, U.; Wießner, A.; Kuschk, P.; Kappelmeyer, U.; Kästner, M.; Bederski, O.; Müller, R.A.; Moormann, H. Effects of
plants and microorganisms in constructed wetlands for wastewater treatment. Biotechnology Advances, vol.22, n.1–2, p.
93-117, 2003.
Vymazal, J.; Kropfelová, L. Wastewater Treatment in Constructed Wetlands with Horizontal Sub-Surface Flow. Environmental
Pollution vol. 14. Czech University of Life Sciences Prague. Czech Republic, 2008.

8
PÓS-TRATAMENTO DE EFLUENTES CERVEJEIROS POR MEIO DE
COAGULANTE NATURAL

POST-TREATMENT OF EFFLUENTS BREWERS IN NATURAL COAGULANT

Claudia Sonehara Cavalcanti de Arruda 1,


Isabela Gagliardi Ortiz2,
Renan Penasso Pacheco3,
Rodrigo de Freitas Bueno4

Abstract
In the brewing industry the use of good quality water is essential because, it determines the quality of the product, or
the flavor of the brewed. In this sense are used millions of gallons of water per day to produce beers worldwide, as
are generated loads of effluents from this activity. Brewers effluents require treatment for final disposal or reuse,
being composed almost entirely of organic by-products and the supply chain field. This study sought to evaluate the
use of the activated sludge process in batch mode (SBR) and moving bed (MBBR) for the treatment of effluent
Brewer, followed by post-treatment using Moringa oleifera seeds for possible industrial reuse. This system has the
advantages of using the total working volume of the reactor for the growth of microbial communities, resistance to
high volumetric loading rates and great flexibility of operation. Already, moringa seed acts as floculadora the
material in suspension and is an effective natural coagulant in water purification in physico-chemical processes.
MBBR process efficiency and the use of coagulant will be evaluated.

Key Words: Brewer Effluent, Mode Support, Moringa oleifera, moving bed reactor (MBBR).

1
Meio Ambiente, Engenharia Ambiental.Centro Universitario Senac.
2
Meio Ambiente, Engenharia Ambiental.Centro Universitario Senac
3
Meio Ambiente, Engenharia Ambiental.Centro Universitario Senac
4
Meio Ambiente, Professor no curso de Engenharia Ambiental.Centro Universitario Senac
1
Resumo
Na indústria cervejeira é essencial a utilização de água de boa qualidade, pois, a mesma determina a qualidade do
produto, ou seja, o sabor da cerveja fabricada. Neste sentido são utilizados milhões de litros de água por dia para
produção de cervejas no mundo inteiro, assim como são gerados grande quantidade de efluentes oriundos dessa
atividade. Os efluentes cervejeiros requerem um tratamento para sua disposição final ou reuso, já que são compostos
quase que totalmente de matéria orgânica e subprodutos da cadeia produtiva. Este trabalho procurou avaliar a
utilização do processo de lodos ativados na modalidade de batelada (SBR) e com leito móvel (MBBR) para o
tratamento de efluente cervejeiro, seguido de pós-tratamento usando sementes de Moringa oleífera para possível
reuso industrial. Este sistema apresenta as vantagens da utilização do volume útil total do reator para o crescimento
das comunidades microbianas, resistência a elevadas taxas de carga volumétrica e grande flexibilidade de operação.
Já, a semente de moringa atua como floculadora do material em suspensão, sendo um eficiente coagulante natural na
purificação da água em processos físico-químicos. Serão avaliadas a eficiência do processo MBBR e a utilização do
coagulante.

Palabra chave: Efluente cervejeiro, Meio Suporte, Moringa oleífera, Reator de leito móvel (MBBR).

Introdução

A água é um recurso natural finito e de extrema importância para a manutenção da vida na Terra, seja como
componente bioquímico de seres vivos, como meio de vida de várias espécies, como elemento representativo de
valores sociais e culturais, além de importante fator de produção no desenvolvimento de diversas atividades
econômicas. Atualmente as atividades antrópicas causam a poluição de mananciais e das águas subterrâneas, o que
acarreta sérios danos em relação à oferta e demanda de água (DI BERNARDO, 2000). O tratamento e reuso, na
indústria cervejeira se caracteriza por altos índices de utilização/captação de água (as grandes cervejarias utilizam
quatro litros de água para um litro de cerveja) e altos volumes de geração de efluentes industriais, implicando assim a
necessidade de tratamentos de seus efluentes para o reuso interno (FERREIRA, 2011). Além, de que, sua produção é
considerada uma atividade potencialmente poluidora, pois contém inúmeros resíduos como bagaço de malte e cevada
gerando efluentes com muita matéria orgânica, fazendo com que haja a necessidade de tratamentos específicos e com
alta eficiência (PAIVA, 2011). Os tratamentos de remoção de matéria orgânica variam de físico-químicos a
biológicos sendo o último sistema o mais utilizado, por ser um método eficiente e relativamente de baixo custo para
remover matéria orgânica. Os processos de remoção biológica variam conforme a atividade industrial e as
características desejadas (JORDÃO, 2005). Dentro destes processos destaca-se o reator biológico de leito móvel
(MBBR) que vem sendo muito estudado desde a década de 80, pois possui um alto desempenho de remoção da carga
orgânica. Esse tratamento utiliza peças plásticas entre 1 a 2 cm de comprimento adicionado ao reator para que os
microrganismos se desenvolvam nas superfícies delas criando um biofilme, fazendo com que os microorganismos
tenham contato com todo o efluente, gerando uma maior eficiência do sistema quanto à quantidade de matéria
orgânica (SPERLING, 1997; JORDÃO, 2005). Desta forma este trabalho visa apresentar a aplicabilidade técnica e
econômica para o pós-tratamento dos efluentes da indústria cervejeira utilizando-se na fase de coagulação semente
natural atóxica e biodegradável disponível no Brasil e de baixo custo em relação aos tratamentos químicos. O pós
tratamento geralmente utiliza sulfato de alumínio para gerar a coagulação na remoção de sedimentos que ainda se
encontram presentes na água. Porém, não é biodegradável e em altas concentrações pode gerar problemas à saúde.
Com isso, muitos estudos estão buscando um novo coagulante que não seja tão tóxico, utilizando sementes de
Moringa oleifera, um componente atóxico e biodegradável para a coagulação natural na purificação de água, a um
custo de apenas uma fração do tratamento químico convencional. Além disso, os coagulantes naturais não alteram o
pH e principalmente o processo de coagulação é equivalente ao do sulfato (MENDES, et al., 2005).

Materiais e Métodos
Descrição Geral do Experimento.

A pesquisa em andamento é conduzida por meio de experimento em escala piloto no Centro Universitário Senac, São
Paulo – Brasil. A piloto é caracterizada como um sistema de lodos ativados sob regime de aeração prolongada de
2
fluxo intermitente, tratando efluente da indústria cervejeira, seguido de um pós-tratamento. O efluente da indústria
cervejeira que alimentará o sistema será proveniente de uma Indústria multinacional do ramo de bebidas, localizada
no município de Jacareí – São Paulo; o nome da cervejaria não será citado conforme acordado com a mesma e
conforme o termo de veracidade de informações (anexo). O efluente analisado já passou por tratamento preliminar
como o peneiramento. A alimentação do sistema se dá a partir do bombeamento do efluente (20 Litros) para o
sistema piloto em regime intermitente. O inóculo utilizado para a fase de aclimatação será proveniente da ETE do
Centro Tecnológico de Hidráulica da USP, sendo que o mesmo já possui 50% de material suporte e não apresentara
mais acréscimos. O sistema piloto é composto basicamente de um reator de aeração prolongada de Lodos Ativados
(MBBR) seguido de um sistema de armazenamento e um mecanismo de Jar Test para a realização do pós tratamento
como apresentado na Figura 1.

Figura 1: Esquema representativo da composição do Sistema.

Material Suporte

Como meio suporte para a composição do leito móvel, ao qual os microrganismos se aderem, serão utilizados anéis
plásticos do tipo Kaldnes® K1 de área superficial específica estimada em 310 m²/m³ e ocupando um volume de 50%
do volume útil do reator, isso porque com esta razão de recheio é possível operar o sistema sem perdas da
hidrodinâmicas das biomídias.

Configuração do Sistema Piloto

O sistema em bateladas sequenciais foi construído em acrílico com as seguintes dimensões: 0,34 m de largura, 0,30
m de comprimento e 0,50 m de altura, totalizando um volume de 51 litros e volume útil de 40 litros. Para o sistema
de aeração o mesmo foi composto de uma bomba dosadora Prominent, modelo Vario VAMB 0763, na qual o ar é
distribuído por mangueiras conectadas com 5 pedras porosas Aim Aquadine, sendo uma de 25 cm e quatro de 5 cm
fixas no fundo do tanque, as mesmas foram distribuídas uniformem-te para uma concentração igual em todos os
pontos. Os ensaios de pós-tratamento serão realizados em Jar Test da marca Nova Ética. A Figura 2 mostra o arranjo
experimental do estudo.

Figura 2: Configuração do Sistema Piloto de SBR e do Jar Test


3
Coagulante Natural: Moringa oleífera

As sementes de Moringa oleífera foram descascadas e trituradas em pó por um moedor. O pó da semente triturada,
quando misturado à água, irá liberar proteínas solúveis, agindo assim como um polieletrólito catiônico natural
durante o tratamento. Para obter a melhor dosagem de coagulante, serão realizados ensaios em um Jar Test
convencional, equipado com 6 jarros, com volume de 2 litros cada e agitação superior à 800 rpm promovendo a
mistura rápida do coagulante com o efluente. Os testes serão feitos em duas condições, sendo a primeira com a
adição do coagulante a base de moringa em dois litros de efluente cervejeiro oriundo do processo de lodos ativados
(sem o lodo do tanque de aeração). A segunda será realizada com o lodo do tanque de aeração mais efluente
cervejeiro oriundo do processo de lodos ativados (1:1), a fim de se reproduzir as condições operacionais da piloto.
As dosagens testadas de coagulante serão de 60, 80, 100, 120, 150, 170 e 200 mg de moringa/L com base em Santos
(2001). Após definição da melhor dosagem a mesma será dosada diretamente no tanque de aeração, pelo fato da
ocorrência de uma zona de alta mistura o que facilita os aspectos construtivos e econômicos das estações em escala
real.

Condições de operação do experimento

O sistema piloto com aeração prolongada de fluxo intermitente será operado em quatro etapas. Na primeira etapa o
sistema será operado em condições de aclimatação do inóculo de partida do sistema, servindo também para a
introdução gradativa do afluente cervejeiro na alimentação para que não ocorra um choque dos microrganismos com
o efluente. Na segunda etapa, o sistema será operado com condições ideais, sendo que esta etapa tem como
fundamentação verificar a eficiência do tratameto de lodos ativados (MBBR). Na terceira serão realizados os ensaios
de coagulação de sementes de moringa, visando o polimento final do efluente e seu possível reuso. Na etapa 4 será
adicionado o coagulante obtido através da etapa 3 no próprio reator, visando verificar a possibilidade de uma sistema
compacto de tratamento e polimento. A Tabela 1 mostra as principais condições de operação da sistema piloto.

Tabela 1: Resumo das condições de operação das Etapas I, II e III.


Parâmetro Etapa I Etapa II Etapa III Etapa IV
Dias de operação 20 35 36 51
Volume útil do Reator (L) 40 40 20 40
Troca Volumétrica (%) 50 50 - 50
Faixa de OD (mg/L) 2–4 2–4 2–4 2–4
Razão de Recheio (%) 50 50 - 50
Idade do Lodo (Dias) 20 20 - 20
Adição do Coagulantes Não Não Sim Sim

Pontos de Amostragem.

Para a realização dos ensaios laboratoriais, foram divididos pontos de analises visando compreender melhor o
sistema e suas eficiências. Os pontos de amostragem para avaliação do comportamento da piloto são: Ponto 1:
Afluente de alimentação; Ponto 2: Efluente do Reator de MBBR e Ponto 3: Efluente do Pós-Tratamento Físico-
Químico.

Ensaios laboratoriais

As análises de caracterização do efluente bem como as de acompanhamento do processo serão realizadas no


laboratório de química do Centro Universitário Senac. As metodologias analíticas empregadas obedecerão a 21a
Edição do Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, da APHA / AWWA / WEF. As

4
concentrações de nitrito e nitrato serão quantificadas em cromatógrafo de íons (Dionex-100, coluna ASCR2_mm e
CSCR2_mm) no laborátorio de Hidráulica da Universidade de São Paulo

Resultados Esperados
Aclimatação.

No start up do sistema, o tanque de aeração foi preenchido com lodo ativado convencional (MBBR/IFAS) da
EPUSP, o mesmo por ser encaminhado de uma estação que trata esgoto e chorume apresenta uma alta concentração
de de sólidos o que caracteriza o mesmo como um lodo estabilizado, não necessitando um longo período de
aclimatação com o afluente de alimentação. A concentração inicial de oxigênio dissolvido foi mantida na faixa de 2-
4 mg/L no tanque de aeração. A idade do lodo foi mantida em 20 dias. Após 20 dias de operação, observou-se que o
sistema encontrava-se em condições estáveis, considerando-se o término da Fase de aclimatação.

Caracterização do Efluente Industrial.

Durante a fase de aclimatação foi realizada a caracterização do afluente de alimentação, visando verificar suas
características e as possíveis necessidades de correção como a relação DBO:N:P e pH. A tabela 3 abaixo demonstra
esta caracterização.

Tabela 3: Caracterização do Efluente Cervejeiro.


Variáveis Resultado Unidade

Temperatura 19,7 °C
pH 5,2 -
Oxigênio Dissolvido 4,1 mgO2/L
DQO total 4540 mgO2/L
DBO 5,20 1048,21 mgO2/L
N-NH3- 12,6 mgN/L
N-NO2- 0,78 mgN/L
N-NO3- 8,4 mgN/L
P-PO4 total 180 mgP/L
P-PO4 solúvel 128 mgP/L
Cor Aparente 500 mgPt-Co/L
Cor Verdadeira 250 mgPt-Co/L
Turbidez 124,1 UNT
Sólidos Sedimentáveis 0,5 mg/L
Sólidos Totais 1110 mg/L
Sólidos Suspensos Totais 560 mg/L
Sólidos Suspensos Voláteis 210 mg/L
Sólidos Suspensos Fixos 350 mg/L
Sólidos Dissolvidos Totais 550 mg/L

Com base na tabela e em uma breve comparação com alguns autores como Cetesb (2005), Kochenborger (2012) e
Von Sperling (2005) a caracterização do afluente de alimentação se enquadra nos valores esperados para uma
indústria produtora de cerveja, como exemplo disso podemos citar os Sólidos em Suspensão, que segundo os autores
citados deve estar compreendida numa faixa de valor de aproximadamente 100 – 800 mg/L outro parâmetro é o valor
de Nitrogênio Total, onde o mesmo deve estar compreendido na faixa de até 24,32 mg/L. Em relação as possíveis
correções o pH é o parâmetro mais afetado, neste caso o mesmo foi corrigido com a adição de Hidróxido de Sódio
(NaOH) para que os microrganismos não sejam afetados, estando sua faixa ideal entre 6,5 - 8. Esta correção foi feita
com uma solução de 10 mg/L de NaOH em 1000 ml de água destilada estabelecendo uma relação de 0,0467 L de
Hidróxido de Sódio para cada L de efluente cervejeiro. Para a relação DBO:N:P, a revisão bibliográfica indica que a
5
mesma em tratamento aeróbio deve estar em concentração de 100:5:1, com base nas análises e resultados é possível
inferir que a demanda necessária de N e P no tratamento cervejeiro está de acordo com a relação necessária uma vez
que existe uma contribuição de esgoto sanitário que supri a necessidade de N. As etapas do tratamento Aeróbio
(MBBR); pós-Tratamento (Ensaios de coagulação) e verificação de um sistema mais compacto, estão na fase final.

Conclusão

Com os resultados parciais em fase de analise no laboratorio ainda não é possível obter uma conclusão definitiva
do estudo, até o momento sabe-se que o tratamento por mbbr está sendo eficiente para o efluente e esperamos que a
semente de Moringa oleífera melhore a qualidade do mesmo.

Referencias Bibliográficas

Di Bernardo, Ângela. Influência das condições de aplicação de polímeros catiônicos na eficiência da floculação. Dissertação
(Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2000.
Ferreira, Rubens et al. Inovação na fabricação de cervejas especiais na região de Belo Horizonte.Perspectivas em Ciência da
Informação, vol 16, no. 4, Belo Horizonte.Out/Dez.2011.
Paiva, Gabriel Mafra. Estudo do processamento e mercado de cervejas especiais no Brasil. TCC (Tecnólogo) – Faculdade de
Tecnologia Termomecânica, São Bernardo do Campo, 2011.
Jordâo, Eduardo Pacheco; PESSÔA, Constantino Arruda. Tratamento de Esgoto Doméstico. 4. Ed. Rio de Janeiro: ABES, 2005.
Von Sperling, M. Lodos Ativados. Princípios básicos do tratamento biológico de águas residuárias. Volume 4. Belo Horizonte:
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais, 1997

6
PUESTA EN MARCHA DEL SISTEMA DE SANEAMIENTO DE LAS CIUDADES DE
MALDONADO Y PUNTA DEL ESTE

START-UP AND OPERATION OF MALDONADO AND PUNTA DEL ESTE’S SEWER SYSTEM

Julieta López 1*
Alvaro Irigoyen 1
Lucía Campanela 1
Martín Roure 1

Abstract
The cities of Maldonado and Punta del Este are located on the East coast of Uruguay. Their demographic
characteristics are completely different; while Maldonado is a city with approximately 84000 permanent inhabitants,
Punta del Este is the main resort of the country and one of the main of South America with a permanent population
of 12000 inhabitants and a floating population over 200000 inhabitants in the summer.
Prior to the construction of the new sewer works in Maldonado, wastewater had two different final disposal sites:
Atlantic Ocean (previous stage of pretreatment for part of the sewer network, and primary treatment for the rest of
the network), Arroyo Maldonado (previous treatment by stabilization ponds). Between 2010 and 2013, conduction,
treatment and final disposal works were built, completing the new sewer system configuration which covers the area
of Maldonado and Punta del Este with a single solution of treatment and final disposal. The new system consists of 7
pumping stations, 1 treatment plant and an outfall pipeline into the Atlantic Ocean. This paper summarizes the
methodology used for this system startup, which included: reception of the electromechanical installations, start-up
of pumping stations, start-up of the treatment plant processes (within the effluent and sludge lines). It describes the
initial start-up operations until the regime status, taking into account that these processes where developed during
summer season.

Key Words: sewer system, start-up and operation, municipal wastewater, physicochemical treatment.

1
CIEMSA.
* Autor corresponsal: CIEMSA. Soriano 1180 – Montevideo. CP 11100. Uruguay. jlopez@ciemsa.com.uy
1
Resumen
Las ciudades de Maldonado y Punta del Este se encuentran en la costa Este del Uruguay. Sus características
demográficas son totalmente distintas; mientras Maldonado es una Capital departamental con aproximadamente
84.000 habitantes permanentes, Punta del Este es el principal balneario del país y uno de los principales de sud
América con una población estable del orden de los 12.000 habitantes y una población flotante que supera los
200.000 en el mes de enero. Previo a la ejecución de las nuevas obras de saneamiento en Maldonado, las zonas que
contaban con saneamiento dinámico conducían los efluentes hasta su disposición final en dos cuerpos receptores:
océano Atlántico (con etapa de pretratamiento para parte de la red de saneamiento, y tratamiento primario para el
resto de la red), cañadas afluentes al Arroyo Maldonado (con etapas de tratamiento mediante lagunas). Entre los años
2010 y 2013 se construyeron obras de conducción, tratamiento y disposición final, completándose así la
configuración del nuevo sistema de saneamiento que abarca toda el área de Maldonado y Punta del Este con un único
punto de tratamiento y disposición final. El sistema consta de 7 estaciones de bombeo, 1 planta de tratamiento y un
emisario subacuático para el vertido final en el océano Atlántico. En el presente trabajo se resumen las tareas de
ingeniería que se desarrollaron para el arranque de este sistema, las que incluyeron: recepción de las instalaciones,
arranque de las estaciones de bombeo, puesta en marcha de la planta de tratamiento (procesos dentro de la línea de
efluente, y de la línea de lodos). Se describen los trabajos de puesta a punto del sistema y su operación hasta alcanzar
la condición de régimen, habiendo sido un proceso de arranque de instalaciones en simultáneo y buena parte del
sistema durante la temporada estival (época de mayor afluencia de público a las playas del balneario).

Palabras clave: saneamiento, puesta en marcha, efluentes domésticos, tratamiento fisicoquímico.

Introducción

Descripción del sistema

El nuevo sistema de saneamiento de Maldonado y Punta del Este consta de 7 estaciones de bombeo (EB), 1 planta de
tratamiento (ETE) y 1 emisario subacuático.

EB Puntas del
Chileno
EB Tacuarembó
ETE

EB Rincón
del Indio

EMISARIO

EB Parada 8 EB San Rafael

EB Terminal

EB Punta de la Salina

Figura 1. Esquema del sistema de saneamiento para Maldonado y Punta del Este

2
La red de colectores es de tipo separativa, pero se registra intrusión pluvial.

Las estaciones de bombeo se subdividen en dos tipos:


 Zona Costera: Parada8, Terminal, Punta de la Salina. San Rafael y Rincón del Indio. Éstas tienen su caudal
nominal previsto para la temporada estival, aportando a la ETE un total de aproximadamente 700 L/s como
caudal instantáneo.
 Zona de Maldonado: Puntas del Chileno y Tacuarembó, cuyos caudales de operación se mantienen más
estables a lo largo del año (por recibir las áreas donde se radica la población permanente de la zona), y
realizan un aporte a la ETE de aproximadamente 400 L/s como caudal instantáneo.

Todas las estaciones cuentan con una etapa de desbaste mediante rejas mecánicas de 25 mm de abertura. Las
estaciones son del tipo de pozo húmedo, salvo la estación Tacuarembó que tiene bombas sumergibles instaladas en
pozo seco. Las estaciones están controladas por un PLC, y unidas en red a un SCADA central.

La ETE recibe los efluentes bombeados desde la EB San Rafael y la EB Tacuarembó, además de una pequeña
cuenca propia que escurre por gravedad. Sus principales sistemas componentes son:
 Estación de Bombeo de entrada y Depósito de recepción de barométricas
 Etapa de Pretratamiento del efluente, mediante tamices y desarenadores
 Etapa de Tratamiento Fisicoquímico para el efluente: coagulación, floculación y sedimentación
 Etapa de Desinfección final del efluente, por medio de equipos de desinfección UV
 Sistema de Tratamiento de Lodos, compuesto por procesos de espesado, digestión anaerobia, y
deshidratación mecánica con centrifugas.
 Sistema de Tratamiento de Olores por biofiltros

Figura 2. Esquema de los procesos de tratamiento en la ETE

Las obras se ejecutaron entre los años 2010 y 2013. Hacia fines de 2012 se había completado la construcción de las
EB Parada 8, Terminal, Punta de la Salina y San Rafael, así como parte de la ETE y el emisario subacuático. El
arranque del sistema se realizó en tres etapas: diciembre de 2012 puesta en funcionamiento de las EB que estaban
finalizadas, parte del sistema de la ETE, y el emisario subacuático; marzo de 2013 comienzo de operación de la ETE;
diciembre de 2013 puesta en funcionamiento de las EB restantes.

Objetivo del trabajo

El objetivo del trabajo es presentar el procedimiento realizado para el arranque y puesta a punto del sistema.

3
Metodología y Resultados

El equipo de trabajo, encabezado por los autores, comenzó en setiembre de 2012 con las pruebas de equipos de parte
de las EB y la ETE, durante la etapa de montaje y obra. Dado que la puesta en marcha de las primeras instalaciones
fue en la segunda quincena del mes de diciembre de 2012, momento que coincide con el inicio de la temporada
estival, los tiempos de ensayo y estudios previos se vieron acotados. En consecuencia, la planificación previa y
definición de la metodología de trabajo resultó fundamental para lograr los objetivos en los plazos disponibles. A
continuación se presentan las etapas de trabajo desarrolladas.

Pruebas previas a la operación

Dadas las características del arranque del sistema (tiempo muy corto y en temporada estival), se trabajó en dos
frentes: EB y ETE. Para cada EB, se realizaron los siguientes chequeos:
 Apertura y cierre de válvulas, verificando estanqueidad.
 Pruebas de bombas: sentido de giro, valores nominales, variación de velocidad, seteo de parámetros.
 Pruebas de válvulas de aire instaladas en la línea de impulsión.
 Llenado controlado de la línea de impulsión.

En paralelo se trabajó en la ETE, realizando las actividades de prueba y regulación inicial para tener el sistema en
condiciones para la puesta en marcha. Las tareas incluyeron:
 Para la línea de efluente:
o Regulación de los tamices y tornillos transportadores de basura, de la etapa de desbaste.
o Regulación de los deflectores de ingreso y de los raspadores de fondo, en los desarenadores.
o Ajuste de la regulación de la canaleta Parshall, para el cálculo de caudal a partir de la medición de
niveles de altura de agua en el canal.
o Aforo de las bombas dosificadoras, para construir las curvas características de la instalación.
o Aforo de los agitadores de los floculadores, para construir las curva de relación entre gradiente de
velocidad aplicado, velocidad de giro del agitador y velocidad de giro del motor.
o Desarrollo de ensayos de jarras para seleccionar los productos químicos a utilizar, las dosis óptimas de
cada uno y las concentraciones recomendadas para su aplicación.
o Regulación de los puentes barredores de los sedimentadores
o Regulación de las compuertas del sistema de desinfección UV.
 Para la línea de lodo:
o Regulación de los puentes barredores de los espesadores.
o Verificación de funcionamiento de los agitadores instalados en el pozo de lodo sedimentado, pozo de
lodo espesado, digestores y pozo de lodo digerido.
 Prueba de las lógicas de funcionamiento seteadas en el SCADA para verificar su correcto accionamiento, y
seteo de los valores para las distintas variables del sistema de control.

Puesta en marcha de las EB

La puesta en marcha comprendió el arranque de la operación de cada EB, inicialmente en forma manual y luego en
modo automático, verificando los ciclos de bombeo y ajustando los seteos definidos (niveles de operación,
velocidades de regulación). La regulación se realizó con el objetivo de lograr un bombeo lo más continuo posible,
reduciendo los arranques y paradas, para así minimizar los problemas de olores causados en las cámaras de descarga
de las impulsiones.

Puesta en marcha de la ETE

La puesta en marcha implicó poner en funcionamiento cada uno de los procesos, para verificar el correcto
funcionamiento del sistema como un conjunto, de acuerdo a los requerimientos de diseño de la planta. La ETE
permite operar con distintas opciones de proceso: tratamiento completo, by-pass de desinfección, by-pass de
4
tratamiento, by-pass de pretratamiento. El arranque se fue realizando por etapas, tomando los recaudos para realizar
las tareas con seguridad, pasando a una etapa luego de comprobada la anterior.

El orden de puesta en marcha que se siguió, para la línea del efluente, fue el siguiente:
 Etapa de pretratamiento:
El efluente elevado por la estación de bombeo de entrada se hizo pasar a través del pretratamiento (tamices
del tipo step screen y desarenadores), siendo vertido luego hacia el canal que conduce directamente a la
cámara de salida de la planta, desde donde es conducido para su disposición final al océano Atlántico a
través del emisario.
El arranque de esta etapa comprendió la regulación de los tamices (para que logren formar la capa de
material adherido que garantiza la alta eficiencia en remoción de sólidos), y el ajuste fino de los deflectores
de ingreso a los desarenadores.
 Etapa de tratamiento fisicoquímico:
El efluente pasa a través de la etapa de pretratamiento, y luego por los procesos de coagulación, floculación
y sedimentación, para finalmente acceder a la cámara de salida de la planta, desde donde es conducido para
su disposición final al océano Atlántico a través del emisario.
En esta fase de trabajos se definió el número de unidades de proceso a operar en paralelo, se reguló la
dosificación de los distintos productos químicos (sulfato de aluminio como coagulante, polielectrolito como
floculante), se reguló la intensidad de agitación en las distintas celdas de floculación y se ajustó la secuencia
de barrido y purga de lodos de los sedimentadores.
 Etapa de desinfección:
El efluente pasa a través de todo el tren de tratamiento previsto, saliendo luego de la desinfección UV hacia
su disposición final en el océano Atlántico.
La puesta en marcha comprendió el ajuste de los parámetros seteados (dosis, intensidad), así como el
control de la regulación automática de nivel y de limpieza de lámparas y sensores.
 Línea de tratamiento de lodos:
Los lodos generados en el proceso de tratamiento fisicoquímico fueron derivados hacia el espesador y luego
al digestor anaerobio.
En la puesta en marcha de los espesadores, se reguló la secuencia de barrido y purga de lodos.
La puesta en funcionamiento del digestor comprendió las etapas de llenado, funcionamiento en continuo y
seguimiento del proceso.

Parámetros teóricos de operación

A partir de los datos disponibles del proyecto, y de los caudales reales registrados en los meses de enero y febrero de
2013 en el sistema de estaciones de bombeo, se estimaron los caudales a considerar para la puesta en marcha de la
ETE: Qmed,d = 810 m3/h y Qmáx,h = 1188 m3/h. Respecto de la calidad del efluente crudo, se consideraron los
parámetros definidos en el proyecto ajustados con los datos recabados en los meses de enero y febrero de 2013:
DBOo = 211 mg/L, SSTo = 211 mg/L.

Con estos datos y las dimensiones de las distintas unidades de proceso, se definió el número de unidades en paralelo
que deberían considerarse al momento de la puesta en marcha de la ETE:
 Desarenado:
La ETE cuenta con 2 desarenadores de 8.4 m de lado y 1.25 m de altura útil. Los parámetros de diseño
fijados en el proyecto son la Tasa de aplicación superficial Tsup < 1200 m/d, y la Velocidad horizontal Vh
= 0.1 a 0.3 m/s.
Se definió trabajar con un desarenador para minimizar la sedimentación de materia orgánica junto con las
arenas. En esta condición Tsup = 276 a 404 m/d, Vh = 0.02 a 0.03 m/s.
 Floculación / Sedimentación:
Se cuenta con 4 trenes de tratamiento, compuestos cada uno por 4 celdas de floculación en serie y un
sedimentador. Cada celda de floculación tiene 4.6 m de lado y 3.5 m de altura útil. El sedimentador tiene
9.3 x 50.1 m de lado, y 4 m de profundidad útil.

5
Los parámetros de diseño fijados en el proyecto son el Tiempo de floculación Tfloc = 15 min, el Gradiente
de velocidad en la floculación G = 20 a 60 s-1, la Tasa de aplicación superficial en el sedimentador Tsup =
60 m/d, el Tiempo de retención hidráulico Tret = 1.5 a 2 hs.
Se definió trabajar con un tren, al ser suficiente para garantizar los parámetros de funcionamiento con el
caudal máximo horario esperado: Tfloc = 15 min, Tsup = 60 m/d, Tret = 1.6 hs.
Considerando la calidad del efluente crudo y las eficiencias definidas a nivel de proyecto, el efluente final
alcanzaría las siguientes características: DBOe = 95 mg/L, SSTe = 21 mg/L, lo que cumple con los
requerimientos de calidad final de vertido definidas.
La estimación de los lodos generados en el proceso se realizó para el caudal medio, y considerando como
base las eficiencias y la concentración de sólidos definidas a nivel de proyecto: Vlodo = 245 m3lodo/d,
humedad = 98.5%. Siendo que las tolvas de acumulación de lodos en el sedimentador tienen un volumen de
9.3 m3 c/u, se fijó un tiempo entre purgas sucesivas de 3 horas.
 Espesado / Digestión:
La ETE cuenta con 2 espesadores a gravedad, de 12.2 m de diámetro y 3 m de profundidad útil. Para la
estabilización de los lodos se cuenta con 2 digestores de 38.6 m de diámetro y 8 m de altura útil.
Los parámetros de diseño fijados en el proyecto son Carga de sólidos en el espesador Csol = 100 kg/m2.d,
Concentración de salida de lodos espesados = 4%, Tiempo de digestión Tdig = 60 días, Concentración de
salida de lodos digeridos = 6%.
Se definió trabajar con un espesador y un digestor, para mantener los parámetros próximos a los valores de
diseño: Csol = 31 kg/m2.d, Tdig = 102 días.

Arranque de la EB de entrada

La puesta en marcha inicial fue realizada operando los equipos principales en modo manual. Las bombas se operaron
de forma de mantener un bombeo continuo, minimizando los arranques y paradas. Luego se procedió a pasar a
modalidad automática.

Arranque del pretratamiento

En esta etapa se realizó el bombeo del líquido afluente hacia el sistema de tamices y desarenado. Se operó con un
tamiz y un desarenador, manteniendo los demás equipos como respaldo. En esta fase se reguló el funcionamiento del
tamiz asociado a los sensores de nivel que regulan la formación de la capa de material adherido sobre el tamiz.

Arranque del tratamiento de las líneas de efluente y de lodo

 Consideraciones previas

Un aspecto importante a señalar, y que motivó parte del procedimiento establecido finalmente para el
arranque, es que los agitadores instalados dentro de cada digestor para mantener el lodo completamente
mezclado, requieren de una altura mínima de lodo de 2,4 m para poder comenzar a operar. Esto equivale a
aproximadamente 2.800 m3 de lodo, que dadas las estimaciones teóricas de volúmenes de lodo a generar, se
completaría luego de unos 30 días de operación. La opción de llenar los digestores con lodo proveniente de
otros digestores u otros sistemas de tratamiento biológico en operación, o inclusive lodo de barométricas,
implicaba realizar más de 200 viajes de camiones, lo cual resultaba inviable dada la época del año en que se
arrancaba el sistema. Además, para esta opción se requería la ejecución de obras de adecuación, ya que los
digestores de la ETE no tienen prevista ninguna forma de ingreso que no sea el bombeo desde los
espesadores.

Para poder realizar la mezcla del lodo desde el inicio de la operación, se planteó llenar los 2.800 m3 iniciales
del digestor con efluente crudo (utilizando las bombas de lodo purgado y de lodo espesado). Esta tarea, que
tardaría aproximadamente 2 días dado el caudal de las bombas a utilizar, aseguraba que el sistema de
agitadores funcionaría con efectividad. Esto implicaba realizar un arranque del digestor en forma novedosa,

6
aproximándolo inicialmente a una laguna anaerobia para luego irlo transformando gradualmente a digestor
anaerobio.

Otro aspecto considerado fue la potencial inhibición que podría sufrir el proceso de digestión anaerobia
debido a las concentraciones de sulfuros o aluminio presente por utilizarse sulfato de aluminio como
coagulante en la línea de efluente. Para minimizar los posibles problemas, se buscó aplicar dosis de sulfato
de aluminio que no alcanzaran los máximos previstos.

 Llenado de unidades

El primer paso consistió en realizar el llenado de las unidades de tratamiento (canal Parshall, floculadores,
sedimentador, canal de desinfección) con efluente crudo, verificando el funcionamiento del equipamiento
instalado: agitadores, barredores, válvulas.

Luego se procedió a derivar parte del caudal afluente hacia el pozo de bombeo de lodo sedimentado, para
bombearlo hacia el espesador y luego hacia el digestor. Esta maniobra se mantuvo hasta haber alcanzado el
nivel mínimo de funcionamiento requerido por los mixers instalados dentro del digestor.

 Arranque de la línea del efluente

Una vez completada la etapa anterior, se comenzó con el arranque de la línea del efluente. Se caracterizó el
efluente (turbiedad, pH, alcalinidad) y se realizaron ensayos de jarras para determinar las dosis de sulfato de
aluminio y polímero a aplicar. La dosis de sulfato se limitó a un máximo de 200 mg/L para garantizar que
no se alcanzaran los niveles de inhibición por sulfuros en la digestión anaerobia (valor que surge de
considerar la calidad prevista para el líquido afluente y manteniendo un margen de seguridad respecto de los
niveles máximos de inhibición).

Definidas las dosis de productos, se regularon las bombas dosificadoras y las bombas de agua de dilución
(dilución en línea de cada producto químico).

Durante el plazo inicial en el que las bombas dosificadoras fueron operadas en forma manual, no podía
garantizarse una dosis constante de producto, al no poder vincular la regulación automática de las bombas al
valor de caudal afluente a la ETE (variable a lo largo del día). Para ese período se trabajó con un caudal de
dosificación fijo, el cual se ajustó en dos momentos del día para así minimizar la variación de dosis
aplicada. A partir de la curva de variación horaria del caudal se definieron los dos períodos: 02:00 a 10:00
hs (menor caudal afluente) y 10:00 a 2:00 hs (mayor caudal afluente). Esta práctica resultó efectiva.

La definición de las dosis óptimas a aplicar se realizó en forma diaria, habiéndose efectuado campañas más
intensas de caracterización y ensayos durante la primera fase de los trabajos.

En forma horaria se realizó el monitoreo de la calidad del efluente (turbiedad, alcalinidad, pH) en la entrada
y salida de la planta.

 Arranque de la línea de lodo:

Los lodos generados en el proceso de tratamiento fisicoquímico eran purgados en forma periódica hacia el
pozo de lodo sedimentado, desde donde se bombeaban hacia el espesador. En el espesador el lodo era
purgado hacia el pozo de lodo espesado, desde donde era bombeado hacia el digestor. La apertura de las
válvulas de purga en el sedimentador y el espesador, fue temporizada.

Para el inicio de la operación se estimó un volumen de lodo espesado de 92 m3/d. La alimentación al


digestor se definió en pequeñas dosis horarias.

7
Diariamente se controlaba la calidad del lodo afluente (pH) y del lodo dentro del reactor (pH, alcalinidad).
Además se tomaban muestras para caracterización más completa (DQO, SST, SSV, ácidos volátiles). En
función de los valores de pH, alcalinidad y de la relación alcalinidad/ácidos volátiles, se determinaba la
necesidad de dosificar alcalinizante (soda cáustica) dentro del digestor.

Una vez completado el volumen del digestor, se procedió a poner en funcionamiento el sistema de
deshidratación de lodos. Las tareas de arranque comprendieron: selección del polímero a utilizar y
regulación de la dosis a aplicar, regulación de los ciclos de las centrífugas de deshidratación (arranque,
operación, lavado, parada), regulación de la recolección y conducción del líquido resultante del proceso para
canalizarlo nuevamente a la línea de efluente en la ETE.

Ajuste de parámetros de operación

Una vez completada la puesta en marcha, la ETE pasó a operar con todas las unidades del proceso de acuerdo a lo
previsto en el proyecto. La operación del sistema, para controlar la evolución del proceso y realizar los ajustes
necesarios, comprende:

 Análisis de la calidad del efluente bruto


 Realización de ensayos de jarras para determinar la dosis óptima de coagulante y floculante.
 Control horario de la evolución del proceso (control visual, medición de la calidad del líquido, chequeo de
funcionamiento del equipamiento, registro de datos)
 Control diario de la calidad del efluente crudo y del efluente tratado, tomando una muestra para realizar una
caracterización completa
 Control y regulación de la purga de lodos del sedimentador, y bombeo hacia el espesador
 Control del nivel de lodos dentro del espesador y regulación de purga y bombeo hacia el digestor
 Análisis de la calidad del lodo espesado, del lodo dentro del digestor, sobrenadante y lodo purgado.
 Definición y aplicación de alcalinizante al digestor
 Control y regulación de la purga de sobrenadante y lodo digerido.
 Maniobra de deshidratación de lodos digeridos
 Registro de datos de operación y de volúmenes de residuos generados

Conclusiones

La metodología empleada para el arranque del sistema de EB y ETE, permitió poner en funcionamiento un sistema
que para Uruguay era complejo (al no contarse con experiencia de sistemas similares), en un corto tiempo y durante
la temporada estival (momento en que se registra la mayor afluente de personas en la costa del balneario). Los
resultados fueron muy buenos, al haberse garantizado en todo momento una calidad adecuada del efluente obtenido y
el no vertimiento de efluentes a la costa en tiempo seco. En cuanto a la línea de efluente en la ETE, se llegó muy
rápidamente a la condición de funcionamiento en régimen. En la línea de lodos, el proceso de arranque llevó un
tiempo mayor, pero en todo el proceso se mantuvo una evolución creciente a medida que avanzaba el tiempo, no
habiéndose registrado acidificación ni inhibición en el sistema (como resultado de los controles y ajustes realizados).

Referencias bibliográficas

Chen Ye, Cheng J., Creamer K., (2008) Inhibition of anaerobic digestion process: A review, Biotechnology and Bioresource
Technology, 99, 4044-4064.
Figueiredo I. et al. Desempenho de produtos químicos no processo CEPT: teste de jarro e escala piloto, 23° Congresso Brasileiro
de Engenharia Sanitária e Ambiental.
Pacheco J., Magaña A. (2003) Arranque de un reactor anaerobio, Ingeniería 7-1, 21-25.

8
ANÁLISE DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE ÁGUAS CINZAS PARA FINS
NÃO POTÁVEIS E AVALIAÇÃO DO ESTADO DA ARTE DE PESQUISAS NO BRASIL

EVALUATION OF A GREYWATER TREATMENT SYSTEM FOR NON-POTABLE PURPOSES


AND EXAMINATION OF THE SITUATION OF THESE SURVEYS IN BRAZIL

Neildes de Souza Santana*1


Mariana Cardoso Chrispim2
Gabriel Inácio da Silva Neto1
Marcelo Antunes Nolasco1

Abstract
This work aims a critical analysis of the state of the art on greywater( GW) research in Brazil. Will be considered
issues related to the characteristics of the wastewater pre and post-treatment, technologies treatment systems used,
forms of reuse and potential future directions. Concomitantly, the results of a qualitative and quantitative
characterization of in a pilot greywater treatment unit using a biological treatment (MBBR) and posterior
disinfection by chlorination will be presented. The greywater treatment system considered in the present study
showed significant removal efficiency for the follow parameters: TOC (31%), BOD (59%), COD (70%), TSS
(87.07%), surfactants (30%) and turbidity (66%). Among the papers analyzed in the scope of wastewater research in
Brazil, 30% consider the qualitative characterization of GW treated for reuse, 70% of studies revealed a reduction
in potable water consumption in the use of those systems and 40% considered energy costs embedded in their
analysis.

Keywords: greywater, wastewater treatment, MBBR, Brazil.

1
Escola de Artes, Ciências e Humanidades. Universidade de São Paulo, Brasil
2
Faculdade de Saúde Pública. Universidade de São Paulo, Brasil.
*1
Autor para correspondência: Escola de Artes, Ciências e Humanidades. Universidade de São Paulo, Brasil. Av. Arlindo Bettio,
1000. Ermelino Matarazzo, São Paulo-SP. cep: 03828-000, Brasil. e-mail: neildes_se@hotmail.com; tel: +55 (11) 96724-2155
Resumo
O presente trabalho objetiva uma análise crítica sobre o estado da arte da pesquisa em águas cinza (AC) no Brasil.
Serão considerados tópicos relacionados às características do efluente pré e pós-tratamento, tecnologias empregadas,
formas de reúso potenciais e direcionamentos futuros. Adicionalmente, serão apresentados resultados obtidos da
caracterização qualitativa e quantitativa de AC produzidas em escala piloto tratadas por meio de um biológico, do
tipo MBBR e desinfecção por cloração. O sistema de tratamento de AC considerado no presente estudo evidenciou
uma expressiva eficiência de remoção para os parâmetros COT (31%), DBO (59%), DQO (70%), SST (87.07%),
Surfactantes (30%) e turbidez (66%). Dos trabalhos consultados no âmbito da pesquisa em águas residuárias no
Brasil, 30 % tratam de caracterização qualitativa da AC tratada para reúso, 70% dos trabalhos evidenciavam redução
de consumo de água potável no uso destes sistemas e 40% consideravam em suas análises os custos energéticos
incorporados à adoção desse sistemas de reúso de água.

Palavras-chave: tratamento águas residuárias, águas cinza, MBBR, Brazil.

Introdução

O problema da escassez de água potável em um cenário de instabilidade climática tem promovido o interesse em
fontes alternativas de água, a exemplo do aproveitamento de águas residuárias tratadas na forma de reúso para fins
não potáveis (Friedler, 2004). Um dos mecanismos sustentáveis para garantir o fornecimento de água para as
populações é por meio do reúso de águas residuárias segregadas, a exemplo das águas cinza tratadas para fins não
potáveis (Mourad et al., 2011). Considera-se água cinza (AC) como um efluente produzido em uma residência
oriundo de pias, chuveiro e máquina de lavar desprovido de contribuição do esgoto (Liu et al., 2010;). Esse tipo de
efluente representa cerca de 75% do efluente gerado em uma residência e, quando comparado aos esgotos
combinados, apresentam uma baixa concentração de poluentes, em especial de patógenos sendo, portanto, um
efluente mais adequado para o reúso (Hernández Leal et al., 2011). Um estudo publicado por Lazarova e
colaboradores (2003) apontou uma redução de até 47% na demanda de água potável quando adotado o reúso de AC.

O Brasil conta com parte das bacias hidrográficas mais extensas e abundantes do planeta, no entanto a maioria delas
está distante dos principais centros populacionais e industriais do país, fazendo com que a demanda pela água se dê
em quantidade e qualidade cada vez maiores (Mancuso e Santos, 2003). A Bacia do Alto Tietê, localizada na região
sudeste do país, abriga uma população superior a 15 milhões de habitantes e um dos maiores complexos industriais
do mundo e apresenta vazão insuficiente para abastecimento da cidade da maior região metropolitana do país,
localizada no estado de São Paulo (Mancuso e Santos, 2003). Esta situação foi agravada no ano de 2013 quando a
região enfrentou a maior situação de estiagem dos últimos setenta anos. Fatores como estes têm promovido o
interesse em formas seguras de reúso, visando assegurar a saúde pública e, dessa forma, direcionando as águas de
melhor qualidade para fins mais nobres, como o abastecimento doméstico. Embora existam diversas possibilidades
para o aproveitamento de águas residuárias o reúso no Brasil é feito predominantemente para fins não potáveis,
podendo ter seu uso diretamente associado para fins industriais e agrícolas e indiretamente empregado na recarga de
aquíferos (Mancuso e Santos, 2003).

Estudos têm sido publicados no país nos útimos dez anos com o objetivo de caracterizar quali-quantitativamente
efluentes tratados em sistemas decentralizados que podem ser uma fonte promissora de reúso no país, mas apesar
desses esforços, o terreno no país ainda é inscipiente o que é evidenciado pela ausência de regulamentação legal,
determinando padrões e critérios para reutilização da água. Considerando o exposto o presente trabalho objetiva uma
análise crítica sobre o estado da arte da pesquisa em AC no Brasil publicados nos últimos dez anos. Serão
considerados tópicos relacionados às características do efluente pré e pós-tratamento, tecnologias empregadas no
tratamento, formas de reúso potenciais e direcionamentos futuros. Concomitantemente, serão apresentados resultados
obtidos da caracterização qualitativa e quantitativa de águas cinzas produzidas em projeto piloto por meio de um
tratamento biológico de AC e posterior desinfecção por cloração. Este estudo foi desenvolvido pelo „Grupo de
Estudo e Pesquisas em Água, Saneamento e Sustentabilidade”, da Universidade de São Paulo, USP.
Metodologia

Para o trabalho de avaliação das pesquisas com AC no Brasil o presente estudo considerou trabalhos publicados por
grupo de trabalhos com AC no Brasil entre os anos de 2004-2014 em periódicos internacionais e revistas da área.
Para isso foi considerado publicações em revistas indexadas por meio de busca simplificada nas seguintes base de
dados Scopus; Web of Science e Science Direct. utilizando as palavras chaves “greywater‟, „wastewater‟ e „Brazil‟.
Adicionalmente foi consultado o „Manual Para Conservação de Água e Reúso em Edificações‟ (ANA, 2005)
documento que estabelece diretrizes para parâmetros de águas residuárias no Brasil.

O sistema de tratamento considerado neste estudo de deu por meio de um Biorreator de Leito Móvel com Biofilme
(MBBR). A escolha deste sistema foi a apresentar uma elevada eficiência de remoção de matéria orgânica e de
nitrogênio em estudos com esgoto doméstico, ser compacto e apresentar uma tecnologia relativamente nova e com
grande potencial de estudo. A estação de piloto considerada neste trabalho foi projetada para uso de quatro usuários
com uma vazão de 300L/dia-1 .Esta unidade está situada em edificação do setor dos funcionários de limpeza, no
campus da Escola de Artes, Ciências e Humanidades, EACH da Universidade de São Paulo. A AC produzida foi
coletada de quatro chuveiros, duas pias e uma máquina de lavar.

A unidade de tratamento de AC é composta por três reservatórios de polipropileno (300L cada) para armazenamento
de , pré-tratamento com grades metálicas (1mm), bombas de captação, tanque de equalização um reator biológico de
leito móvel com biofilme (MBBR), um decantador e um tanque de desinfecção com cloro (Figura 1). Os
reservatórios coletores de polipropileno (capacidade para 300 L) foram enterrados com extravasores conectados à
rede de esgoto e uma tubulação em cada reservatório conduzia por gravidade a água para o pré-tratamento, e em
seguida para o tanque de equalização. Cada reservatório possuía registro para controlar a passagem de água para o
gradeamento e tanque de equalização (Figura 1). As condições de operação do reator biológico MBBR foram de 300
L.d-1 , volume do tanque de aeração – 83,3L, tempo de detenção hidráulica –TDH 4h e área útil do tanque de
410mm.

Figura 1: Estação piloto de tratamento de águas cinzas. Os números representam: (1,2,3) reservatórios coletores de
água cinza segregada; (4) tanque de equalização; (5) pré-tratamento com malha fina; (6) MBBR; (7) decantador;
(8,9) sistema de desinfecção com cloro (10) bombas.

Os seguintes parâmetros físicos e químicos foram analisados sólidos totais em suspensão (SST), sólidos totais (ST),
turbidez, alcalinidade, condutividade, oxigênio dissolvido (OD); demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda
química de oxigênio (DQO), nitrogênio total (N Total), fósforo total (P Total), carbônico orgânico total (COT) ,
Sulfato (SO-4), pH, surfactantes, E. Coli e óleos e graxas. A metodologia utilizada segue as normas propostas pela
„Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater‟ (2005). Devido a problemas de interdição na
EACH, a água produzida na edificação dos funcionários foi substituída for água cinza sintética utilizando a
formulação descrita na norma NSF (2011).
Resultados

A vazão total estimada de água cinza produzida diariamente (considerando 5 pessoas tomando banho e 47 pessoas
usando a pia) foi de 503,14 L/dia. Essa vazão representa a produção de aproximadamente 5 pessoas, considerando a
produção típica de águas cinzas entre 90 e 120 Litros.(pes.dia)-1 em casas com água encanada e em locais sem
escassez de água. A vazão média de alimentação ao longo de todo o período do experimento com água sintética foi
de 302 L/dia (+ 151 L), correspondendo a um TDH de aproximadamente 4 h. A medição de AC produzida por fração
na estação piloto foi checada nos hidrômetros entre os meses de abril de 2013 e janeiro de 2014. O maior volume
produzido foi da máquina de lavar roupas (57%) com uma média de 145,4 L/dia, seguidos pelo u o chuveiro,
representando 26% do consumo da residência, com 65,07 L/dia, e em seguida os lavatórios com 17% (42,53 L/dia).

Tabela 1: Caracterização dos parâmetros físicos, químicos e microbiológicos obtidos na AC bruta. O efluente
coletado foi oriundo de chuveiros, pias, máquina de lavar e tanque de equalização (mistura).
Parâmetros Chuveiro Pia Máquina Mistura Unidade
Alcalinidade 168.01 81.91 61.9 101.01 (mg/L)
Coliformes Totais 7x105 14.24x106 0 3x106 (ufc/100mL)
COT 95.24 79.41 91.58 90.07 (mg/L)
DBO 128* 50 52* 110 (mg/L)
DQO 269* 213 287* 285 (mg/L)
E. coli 1x10 4x104 0 0 (ufc/100mL)
N Total 49.47 5.14 4.21 19.34 (mg/L)
Óleos e graxas < 10 < 10 15.3 22.5 (mg/L)
P Total 6.75 2.93 0.25 2.92 (mg/L)
pH 7.20* 7.26* 7.94 7.75 -
SST 214.34* 20.76 31.78 90.15 (mg/L)
ST 737.08* 140.5 797.5 651.0 (mg/L)
Sulfato 10.86 12.33 111.55 100.03 (mg/L)
Surfactantes 7.64 5.62 40.09 30.59 (mg/L)
Turbidez 100* 48.68 33.54 53.81 (NTU)
*os valores apresentados estão de acordo com os encontrados na literatura (Ghaitidak e Kunwar, 2013)

Tabela 2: Concentrações dos parâmetros físicos e químicos no efluente bruto e após tratamento.
Parâmetro Unidade Bruto Final* Remoção % n
DBO mg/L 44.37±7.76 18.2±7,58 59 8
DQO mg/L 246.63±204.63 73.86±30.87 70 11
N Total mg/L 2.81±1.92 4.17±2.09 0 8
OD mg/L - 3.05±1.67 - 11
P Total mg/L 6.59±5.62 5.8±5.31 12 12
SST mg/L 87.3±17.81 11.28±9.34 87.07 11
Sulfato mg/L 90.1±37.96 71.39±7.82 21 6
Surfactantes mg/L 18.65±3.4 13.01±4.47 30 6
Turbidez UNT 40.23±21.27 13.67±7.79 66 11
COD mg/L 20.86±3.13 14.38±3.10 31 8
Não foi considerado no tratamento o processo de desinfecção haja vista que a água sintética é desprovida de
contaminação microbiológica

Foram realizadas as análises da água cinza bruta de pias, chuveiro, máquina de lavar roupas e do tanque de
equalização. As frequências de coleta bem como os parâmetros avaliados para as distintas frações de AC brutas estão
descritas na tabela 1. Os resultados para os parâmetros físicos e químicos avaliados com a AC sintética coletadas
após o gradeamento (bruta) e na saída do decantador estão descritas na tabela 2. Foram observadas altas taxas de
remoção para os parâmetros DBO (59%), DQO (70%) SST (87,07%), turbidez (66%). Para P-total, COD, Sulfato,
Surfactantes a eficiência de remoção foi de (12%, 31%, 21% e 30%), respectivamente.

Discussão
A média de produção de AC composta na estação piloto deste projeto durante os meses monitorados foi de 248.2
L/d, considerando quatro os usuários do sistema, o consumo por habitante é de 62.5 L/cap.dia. Esses números são
diferentes dos encontrados por Martins e Memelli (2013) e Aguiar (2011) em um estudo conduzido em edificações
multi-familiares em Vila Velha, Espírito Santo. Para o primeiro a produção de AC foi de 143.03 L/cap.dia enquanto
o segundo foi de 152.02 L/cap.dia. No tocante a produção de AC por fração, máquina de lavar evidenciou o maior
volume produzido (57%) com uma média de 145.4 L/dia . Este consumo foi semelhante ao obtido por Gonçalves et
al. (2009) em uma residência com 3 pessoas, que foi 150 L/dia. Seguidos pelo chuveiro (26%) do consumo, com
65.07 L/dia, e em seguida os lavatórios com 17% (42.53 L/dia), valores muito similares aos obtidos por Gonçalves et
al. (2009).Para a caracterização qualitativa da AC bruta. Para a fração do chuveiro os dados da DQO encontrados
nesse trabalho (269.76 mg/L) são similares aos encontrados por Jabourning e Favero (2013), 233 mg/L. Em relação
ao DBO o resultado encontrado 128 mg/L é similar ao encontrado por Santos et al., (2012). Para fração da máquina
de lavar os resultados de DBO e DQO (52 mg/L e 287 mg/L), respectivamente, estão dentro do intervalo de
concentração. Para a fração da pia, os resultados obtidos para pH e DBO (7.3 e 57 mg/L) são similares ao encontrado
por Santos et al (pH= 7.3 e DBO= 57 mg/L, respectivamente). Para a fração de AC misturada aos resultados obtidos
neste trabalho para pH (7.75) e DQO (110.1 mg/L) são similares aos encontrados por Mergulhão & Emery (2011). O
sistema de tratamento de AC considerado no presente estudo evidenciou uma expressiva eficiência de remoção para
os parâmetros COT (31%), DBO (59%), DQO (59%), SST (87.07%), Surfactantes (30%) e turbidez (66%). A
média das concentrações para N total, DBO e SST alcançados após o final do tratamento estão dentro dos parâmetros
considerados adequados para classe 3 de reúso, apontados para irrigação de áreas verdes e rega de jardins, pelo
„Manual Para Conservação de Água e Reúso em Edificações” (ANA, 2005).

No tocante das publicações brasileiras sobre possibilidades de reúso de AC, 70% dos trabalhos avaliados estavam
direcionados a avaliação de redução na demanda de água potável quando adotados sistemas de reúso AC. Com
destaque para Ghisi et al (2007) que evidenciaram a redução de 30% na demanda de água potável quando utilizadas
AC tratadaspor um sistema de wetlands para uso em água de descarga e máquina de lavar em duas residências. Esses
números podem diferir quando considerados sistemas de tratamento e formas de reúso distintos como pode ser
constatado por Martins & Memelli (2011) em uma avaliação do sistema de reúso de AC implantado em um edifício
residencial multifamiliar. O sistema de tratamento considerado envolvia um reator anaeróbio compartimentado, filtro
biológico aerado, decantador secundário, filtros e sistema de desinfecção por cloração. Após um
monitoramento de 30 dias desse sistema constatou-se uma economia de 11% no uso de água potável, que pôde ser
obtida com a utilização do efluente em bacias sanitárias no próprio edifício além de uma redução de 10.4% de
efluente esgoto doméstico lançado na rede. Dos estudos avaliados 40% consideravam a análise de eficiência
energética quando considerados o uso de AC tratadas em empreendimentos habitacionais. Santan‟a (2012) em um
estudo de avaliação aplicabilidade de sistemas de reúso em edifícios residenciais em Brasília para fins não potáveis
como irrigação, uso em descargas e limpeza de calçadas. Este estudo apontou um índice de redução de água potável
de 67% e incremento médio de custo de 0.21 R$/m3, o último é vantajoso quando considerados o valor de 2.97
R$/m3 referente a água potável nessa região.

Conclusão

Apesar da alta eficiência de remoção para SST e turbidez, durante a operação do sistema de tratamento piloto, para
matéria orgânica, nitrogênio as eficiencias de remoção mostraram-se baixas quando comparadas a de outros estudos
com tratamento biológico e com tratamento por MBBR. A despeito disso considerando outros sistemas de tratamento
e a economía de agua potável evidenciada por alguns estudos o reúso de AC para fins não potáveis mostra-se uma
alternativa viável. Os estudos concernentes a análise de sistemas de reúso de AC no Brasil em sua maior parte estão
focados em redução na demanda de água potável e apontam esse sistema como aplicável a nível doméstico e em
empreendimentos de maior porte como edifícios comerciais e aeroportos. Os dados de caracterização quali-
quantitativa de AC pré e pós-tratamento presentes na primeira parte deste trabalho são importantes no tocante a
avaliação da eficiência de tratamento de águas residuárias em sistemas descentralizados, área que apresenta uma
lacuna de conhecimento no país. Aliado a esse tipo de estudo faz-se necessário caracterizações mais avançadas de
contaminantes que possam estar presente nesse tipo de efluente, a exemplo de contaminantes emergente e
desreguladores endócrino bem como possíveis efeitos ecotoxicológicos. Medidas como esta são importantes no
sentido de compreender a eficiência dos tratamentos propostos, aplicabilidade e formas seguras para o reúso dos
efluentes tratados.

Referências Bibliográficas

Aguiar, K. C. (2011) Comparação dos Potenciais de Conservação de Água com a Prática do Reuso de Águas Cinza e com a
Coleta Segregada da Urina Humana em uma Edificação Residencial Multifamiliar. Vitória. Dissertação (Mestrado
em Engenharia Ambiental)- Universidade Federal do Espírito Santo.
ANA, FIESP, SINDUSCON-SP (2005) Conservação e reuso da água em edificações São Paulo: Prol Editora Gráfica Available
on: http://www.ana.gov.br/bibliotecavirtual/arquivos/
APHA-AWWA-WPCF (2005) Standard methods for the examination of water and wastewater, 17th ed. American Public
Health Association, American Water Works Association and Water Pollution Control Federation.
Santos, Taveira-Pinto F., Cheng C.Y., Leite, D. (2012) Development of an experimental system for greywater reuse.
Desalination, 285, 301–305. Portugal.
Casani S., Rouhany M., Knøchel S. (2005). A discussion paper on challenges and limitations to water reuse and hygiene in
the food industry. Water Research, 39(6), 1134–46
Friedler E. (2004) Quality of individual domestic greywater streamsand its implication for on-site treatment and reuse
possibilities. Environmental Technology, (25), 997–1008.
Ghisi E., Oliveira S.M. (2007) Potential for potable water savings by combining the use of rainwater and greywater in houses in
southern Brazil. Building Environmental, 42(4),1731–1742
Hernandez-Leal, L., Temmink H., Zeeman G., Buisman, C. (2010). Removal of micropollutants from aerobically treated
grey water via ozone and activated carbon. Water Research, 45, 2887-2896
Lazarova V., Hills, S., Birks, R., (2003) Using recycled water for non-potable, urban uses: a review with particular
reference to toilet flushing. Water Science Technology, Water Supply, 3: 69-77
Liu S, Butler D, Memon FA, Makropoulos C, Avery L, Jefferson B. (2010) Impacts of residence time during
storage on potential of water saving for grey water recycling system. Water Research, 44(1),267–77
Mancuso, P.C.S., SANTOS, H. F. Reuso de água. Barueri-SP: Manole, 2003
Martins J. e Memelli M. (2011). Balanço Hídruco e Indicadores de Consumo de Água Potável e Não potável em uma edificação
dotada de sistema de reúso de água cinza. Universidade Federal do Espírito Santo.
Mergulhão, J. C. Z., Emery R.D.B. (2011) Avaliação de desempenho de uma estação de águas cinzas visando o reúso não
potável. Universidade Federal do Espírito Santo. Departamento de Engenharia Ambiental. Vitória.
NSF/ANSI 350. NSF Standard for Wastewater Treatment Systems. (2011) Onsite residential and commercial water treatment
systems. American National Standard, Michigan, USA, 23p.
Mourad K.A., Berndtsson J.C. and Berndtsson R. (2011) Potential for fresh water saving using greywater in toilet
flushing in Syria. Journal of Environmental Management, 92(10), 2447-24453.
Santos, Taveira-Pinto F., Cheng C.Y., Leite, D. (2012) Development of an experimental system for greywater reuse.
Desalination, 285, 301–305. Portugal.
AVALIAÇÃO DO IMPACTO DOS RESÍDUOS DE FOSSAS E TANQUES SÉPTICOS
NO DESAGUAMENTO NATURAL DOS LODOS DOS REATORES UASB NO LEITO
DE SECAGEM

IMPACT ASSESSMENT OF WASTE AND REPAIR NATURAL SEPTIC TANKS DEWATERING


OF THE SLUDGE FROM UASB REACTORS IN BED DRYING

Aline Vieira Peixoto1*


Keyle Borges e Silva Monteiro2
Marcia Rejane Neves Silva3
Ricardo Barbosa de Faria4
Eraldo Henriques de Carval5

Abstract
In Brazil, according to a national survey conducted by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE,
2010), 44.8% of the municipalities use simplified domestic waste treatment systems such as septic tanks, rudimentary
cesspools and dry pits. Such systems lead to the production of potentially polluting waste which requires suitable co-
treatment. Several co-treatment alternatives have been proposed. The present study, aimed to evaluate the impact
caused by septage disposal from cesspools and septic tanks dewatering of sludge Upflow Anaerobic Sludge Blanket (
UASB ) in the city of Itumbiara - Goiás. During the study, we utilized all the waste volume from cesspools and septic
tanks produced by the municipality and discharged into the Itumbiara Wastewater Treatment Plant (WWTP),
already working at its full capacity. Statistical tests have proved that wastes from cesspool and septic tanks disposed
into UASB reactors showed no significant difference in the final.The receiving reactor’s begs had a worse efficiency
but statistical tests showed that the difference was not significant when compared to the control reactors.

KeyWords: Waste pits; Treatment of waste pits and septic tanks; UASB; dewatering of sludge

1 * Laboratório Central de Análise de Água , Saneamento de Goiás S.A/ Avenida Vereador José Monteiro, 1953, Setor
Negrão de Lima, Goiânia, Goiás, CEP 74650-230, Brasil. E-mail: alinevieira@saneago.com.br
2 Laboratório Central de Análise de Água , Saneamento de Goiás S.A
3 Laboratório Central de Análise de Água , Saneamento de Goiás S.A
4 Laboratório Central de Análise de Água , Saneamento de Goiás S.A
5 Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Goiás - UFG
1
Resumo
No Brasil, segundo Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE, 2010), 44.8% dos municípios utilizam sistemas simplificados para tratamento dos esgotos domésticos como:
tanques sépticos, fossas rudimentares, fossas secas. Estes sistemas têm como consequência a produção de resíduos
com potencial poluidor que necessitam de codisposição adequada. Diferentes alternativas de codisposição têm sido
propostas. O presente trabalho tem como objetivos avaliar o impacto da disposição de resíduos de fossas e tanques
sépticos no desaguamento do lodo do Reator Anaeróbio de Manta de Lodo de fluxo ascendente ou Upflow
Anaerobic Sludge Blanket (UASB), na cidade de Itumbiara-Goiás. Durante a pesquisa, foi utilizado todo o volume
de resíduos de fossas e tanques sépticos gerados pelo município e dispostos na ETE de Itumbiara que já trabalha com
a carga máxima. Testes estatísticos comprovaram que a disposição de resíduos de fossas e tanques sépticos nos
reatores UASB não apresentou diferença significativa. Os leitos de secagem do reator receptor apresentaram pior
eficiência, porém testes estatísticos comprovaram que a diferença não foi significativa quando comparado com
reatores testemunhos.

Palavras chave: Resíduos de fossas; Tratamentos de Resíduos de fossas e tanques sépticos; reator UASB; desaguamento do lodo.

Introdução

Segundo o Programa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) do IBGE de 2010, 55.2% dos municípios brasileiros
são atendidos com rede coletora de esgoto. Portanto, 44.8% deles buscam soluções alternativas de esgotamento
sanitário, construindo sistemas individuais simplificados de tratamento, como tanques sépticos, fossas rudimentares,
fossas secas, etc.

Esses sistemas individuais geram resíduos com potencial poluidor que devem ter seu excesso removido,
periodicamente, e dispostos de forma adequada. O destino desses resíduos ainda é um grave problema, no Brasil, por
não ter alternativas técnicas adequadas, pela indefinição da responsabilidade pelo seu tratamento e pela ausência de
orientações por parte do setor público ou iniciativas privadas, sobre sua disposição final (Andreoli, 2007).

Existem algumas alternativas de destinação desses resíduos, uma opção é a codisposição em Estações de Tratamento
de Esgoto (ETE). Porém, as ETEs não são dimensionadas para receberem esses resíduos com características
variadas, podendo resultar problemas operacionais e diminuição da eficiência das ETEs. Dessa forma, faz-se
necessário desenvolver estudos criteriosos, para avaliar os impactos do tratamento combinado dos resíduos de fossas
e tanques sépticos com esgoto sanitário, nas ETEs.

Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo avaliar o impacto do lançamento de resíduos de fossas e tanques
sépticos no desaguamento natural dos lodos dos reatores anaeróbios de fluxo ascendente e manta de lodo no leito de
secagem cumprindo as seguintes etapas: verificar o comportamento da evaporação da água nos leitos de secagem;
determinar a quantidade de sólidos presente no lodo desaguado durante o processo de evaporação da água; analisar
as variáveis climáticas durante o processo de secagem do lodo nos leitos.

Material e Métodos

Descrições do sistema de tratamento avaliado (área de estudo)

A pesquisa foi desenvolvida na Estação de Tratamento de Esgoto de Itumbiara/GO. A ETE é composta por
tratamento preliminar, reatores UASB e lagoas de polimento. Possui ainda, 36 leitos de secagem para realizar o

2
descarte do lodo dos reatores (nove para cada reator) com 10.0 metros de comprimento e 4.0 metros de largura cada
(figura 1). Esta ETE foi projetada para atender uma população de 56.022 habitantes, no ano de 2000, e 93.889
habitantes, em 2020. A vazão média afluente atual de esgoto sanitário é de 203.59 0 L.s -1e a vazão média de final de
plano é 227.0 L.s-1.

Figura 1- Leitos de secagem da ETE de Itumbiara

Durante a pesquisa, foi utilizado todo o volume de resíduos de fossas e tanques sépticos gerados e descartados pelo
município, na ETE de Itumbiara. Esse volume de resíduos produz uma taxa de aplicação de 0.17%. A ETE já recebia
os resíduos de fossas e tanques sépticos desde 2008, porém esses resíduos eram aplicados nos quatro reatores. No
decorrer da pesquisa os resíduos foram lançados apenas em um reator (reator A) aumentando a taxa de aplicação
para 0.51%. Os outros três reatores serviram de testemunho.

Verificação do comportamento da evaporação da água nos leitos de secagem

Para realizar o descarte do lodo dos reatores, nos leitos de secagem, o sistema dispõe de 48 registros, sendo 12
distribuídos ao longo de cada reator. Portanto, durante o descarte foi necessário abrir quatro registros, para cada três
leitos.

Com a finalidade de possibilitar uma análise comparativa do desempenho dos leitos, em termos de remoção de
umidade, através dos mecanismos de evaporação e drenagem, em fevereiro de 2013, depois do descarte do lodo,
avaliou-se o comportamento da evaporação da água, nos leitos de secagem.

Para essa avaliação, imediatamente após a aplicação do lodo, mediu-se a altura que o mesmo atingia sobre o leito,
com uma régua que estava fixada na parede dos leitos. Essas medições foram realizadas, no dia do descarte e no dia
seguinte. Depois, uma vez por semana, durante três semanas seguintes ao descarte. Após esse período, houve chuvas
fortes que alagaram os leitos tornando impossível esta medição.

Determinação da quantidade de sólidos presente no lodo desaguado durante o processo de evaporação da água

Junto com a medição do lodo nos leitos de secagem, foram realizadas semanalmente coletas de amostras compostas
do lodo, para determinação dos sólidos totais.

Para realizar a coleta, os leitos foram divididos em quadrantes e, retirado um litro de cada quadrante, dentro de cada
leito, obtendo-se, nos nove leitos que compõem cada reator, um total de 36 litros. Esses 36 litros de amostras foram
3
homogeneizados, formando uma única amostra composta de cada reator. Em seguida, as amostras foram
transportadas para o laboratório de Saneamento da UFG, em Goiânia, onde o lodo era caracterizado.

O parâmetro determinado para caracterização físico-química das amostras de lodo composto foi sólidos totais (ST).
As análises, também foram realizadas, utilizando-se procedimentos metodológicos preconizados no Standard
Methods for the Examination of Water and Wastewater 22 (APHA, 2005).

Análises as variáveis climáticas durante o processo de secagem do lodo nos leitos

Utilizou-se, informações das variáveis climáticas do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) durante o processo
de evaporação e drenagem tais como: temperatura mínima, máxima e média diária, precipitação total diária, umidade
relativa média diária e radiação horária. A estação climatológica desta instituição está localizada na cidade de
Itumbiara.

Resultados e Discussões

Verificação do comportamento da evaporação da água nos leitos de secagem

A porcentagem da redução da umidade do lodo, nos leitos de secagem, durante as semanas seguintes ao descarte, são
apresentados, na tabela 1. Essas variações serviram para avaliar o desaguamento do lodo dos reatores UASB, no leito
de secagem.

Tabela 1- Porcentagem da redução da umidade do lodo no leito de secagem durante semanas seguintes ao descarte

Data Reator A (%) Reator B (%) Reator C (%) Reator D (%)


20/02/2013 100 100 100 100
21/02/2013 68.9 81.6 66.3 63.0
28/02/2013 64.9 49.8 48.3 40.3
08/03/2013 57.0 36.8 31.4 26.9
12/03/2013 43.0 23.8 19.7 16.7

Na figura 2, nota-se que, em termos de redução da umidade do lodo no leito de secagem, o reator A apresentou pior
eficiência, com uma taxa de redução total de altura em torno de 57%, enquanto os leitos dos demais reatores tiveram
redução em torno de: B 77%, C 80% e D 84%. As alturas, inicialmente aplicadas nesses leitos, foram: reator A 25
cm, B 29 cm, C 27 cm e D 24 cm. Após 20 dias de secagem, as alturas do lodo, nos leitos, eram, respectivamente, de
11 cm, 7 cm, 5 cm e 4cm. No entanto, quando comparado estatisticamente essa diferença não foi significativa entre
os leitos de secagem do reator receptor com os reatores testemunhos.

4
90
Redução da umidade do lodo no

80

70

60
leito (%)

50

40
Reator A
30 Reator B
Reator C
20 Reator D

10
21/02/13 28/02/13 08/03/13 12/03/13
Tempo

Figura 2- Curva da redução da umidade do lodo nos leitos de secagem ao longo do tempo

Determinação da quantidade de sólidos presente no lodo desaguado durante o processo de evaporação da água

Levando-se em consideração a porcentagem inicial de sólidos totais do lodo, no leito de secagem, os valores
determinados da porcentagem de sólidos alcançados, no lodo ao longo do tempo, mostram variações semelhantes,
nos leitos dos quatro reatores (tabela 2). Dessa forma, conclui-se que, após 20 dias de secagem, as porcentagens de
sólidos totais determinadas, no lodo presente nos leitos dos quatro reatores, não apresentaram diferença significativa.

Tabela 2- Taxa de Sólidos Totais presente no lodo descartado no leito de secagem durante semanas seguintes ao
descarte
Data Reator A (%) Reator B (%) Reator C (%) Reator D (%)
21/02/2013 16 12 14.6 15.6
28/02/2013 23 18.3 25.2 28.2
08/03/2013 30.6 28.5 28.1 29.1

Análises as variáveis climáticas durante o processo de secagem do lodo nos leitos

Durante o período de exposição do lodo nos leitos de secagem, às condições climáticas foram favoráveis. Segundo o
monitoramento do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a temperatura do ar na cidade de Itumbiara atingiu,
no mês de fevereiro/2013, pico mínimo de 18.6ºC e máximo de 34.7ºC, e, no mês de março/2013, o mínimo foi de
19.4ºC e o máximo de 35.1ºC. Na figura 3 está demonstrado às variações máximas, mínimas e médias da
temperatura do ar da cidade de Itumbiara nos meses de fevereiro e março de 2013.

45
TEMPERATURA MAXIMA
42
Temperatura (ºC)

TEMPERATURA MINIMA
39 TEMPERATURA MÉDIA DIÁRIA
36
33
30
27
24
21
18
15
01/02/13
03/02/13
05/02/13
07/02/13
09/02/13
11/02/13
13/02/13
15/02/13
17/02/13
19/02/13
21/02/13
23/02/13
25/02/13
27/02/13
01/03/13
03/03/13
05/03/13
07/03/13
09/03/13
11/03/13
13/03/13
15/03/13
17/03/13
19/03/13
21/03/13
23/03/13
25/03/13
27/03/13
29/03/13
31/03/13

Tempo
Figura 3- Variação da temperatura máxima, mínima e média do ar nos meses de fevereiro e março de 2013 na
cidade de Itumbiara
5
Na figura 4 está apresentado a média diária da radiação solar no período das dez às dezessete hora nos meses de
fevereiro a março de 2013. Nota-se que durante os dias em que o lodo estava nos leitos, ou seja, de 21 de fevereiro a
14 de março de 2013 a radiação apresentou um perfil médio de 1.950 Kj/m2 com variações mínima de 942 Kj/m2 e
máxima de 2523 Kj/m2.

2800
RADIACAO GLOBAL

2600
2400
2200
2000
(KJ/M²)

1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
03/02/13
01/02/13

05/02/13
07/02/13
09/02/13
11/02/13
13/02/13
15/02/13
17/02/13
19/02/13
21/02/13
23/02/13
25/02/13
27/02/13
01/03/13
03/03/13
05/03/13
07/03/13
09/03/13
11/03/13
13/03/13
15/03/13
17/03/13
19/03/13
21/03/13
23/03/13
25/03/13
27/03/13
29/03/13
31/03/13
Tem po
Figura 4- Média diária da radiação solar do período das 10:00 às 17:00 h na cidade de Itumbiara nos meses de
fevereiro e março de 2013

Na tabela 3, encontra-se apresentado os volumes da precipitação no mês de fevereiro e março de 2013. Nos dias 23 e
25 de fevereiro de 2013 obteve-se a maior precipitação do mês (35.4 mm, 33.4 mm respectivamente), neste período
os lodos já estavam descartados nos leitos de secagem. No entanto, nos dias consecutivos o volume da precipitação
apresentou queda. Já no mês de março a maior precipitação ocorreu no dia 14 de março de 2013 (85.0 mm). Esse
volume da precipitação impediu a continuidade do monitoramento da umidade do lodo nos leitos de secagem.

Tabela 3- Valores da precipitação total diária nos meses de fevereiro e março de 2013 da cidade de Itumbiara
PRECIPITAÇÃ PRECIPITAÇÃO PRECIPITAÇÃ
DATA O TOTAL DATA TOTAL DIARIA DATA O TOTAL
DIARIA (mm) (mm) DIARIA (mm)
15/02/2013 0.0 26/02/2013 0.2 09/03/2013 0.2
16/02/2013 0.0 27/02/2013 0.0 10/03/2013 0.0
17/02/2013 0.8 28/02/2013 0.0 11/03/2013 4.4
18/02/2013 0.0 01/03/2013 22.2 12/03/2013 0.0
19/02/2013 0.0 02/03/2013 2.0 13/03/2013 4.2
20/02/2013 0.0 03/03/2013 16.0 14/03/2013 85.0
21/02/2013 0.0 04/03/2013 0.0 06/03/2013 8.2
22/02/2013 0.6 05/03/2013 0.2 07/03/2013 0.0
23/02/2013 35.4 06/03/2013 8.2 08/03/2013 0.0
24/02/2013 2.6 07/03/2013 0.0 09/03/2013 0.2
25/02/2013 33.4 08/03/2013 0.0

Conclusões

Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que:

- Os resíduos de fossas e tanques sépticos descartados, na ETE em estudo, gerou uma taxa de redução da umidade do
lodo no leito de secagem do reator receptor com menor eficiência quando comparado com os leitos dos reatores
testemunhos. Porém, esta diferença não foi significativa quando os dados foram tratados estatisticamente.

6
- Após os 20 dias de observação da secagem dos leitos, as porcentagens de sólidos totais determinadas, no lodo
presente nos leitos dos quatro reatores, não apresentaram diferença significativa.

- Durante os dias em que o lodo estava exposto nos leitos de secagem, ou seja, de 21 de fevereiro a 14 de março de
2013, as condições climáticas foram favoráveis.

Portanto, a codisposição de resíduos de fossas e tanques sépticos na ETE de Itumbiara não alterou o desaguamento
natural do lodo do reator nos leitos de secagem.

Referências Bibliográficas

Andreoli, C. V. (Coord.) (2009) Lodo de fossa e tanque séptico: caracterização, tecnologias de tratamento,
gerenciamento e destino final.: PROSAB 5 – Programa de Pesquisa em Saneamento Básico. Rio de Janeiro:
ABES.
Andreoli, C. V.; Sperling, M. V.; Fernandes, F. (2007) Lodo de esgotos: tratamento e disposição final. 3 ed. Belo
Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; Companhia de Saneamento do Paraná.
APHA; AWWA; WPCF. (2005) Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 21th
Edition,Washington DC.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) (2010).
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/
populacao/condicaodevida/pnsb2008/PNSB_2008.pdf>. Acesso em: 08 abril. 2012.
Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) (2013) Estação Meteorológica Automática de Itumbiara/GO.
Disponível em: http://www.inmet.gov.br/portal>. Acesso em: 03 agosto. 2013.
Gonçalves, C. P. Impacto do lançamento de lodo de tanques/fossas sépticas em estação de tratamento de esgoto com
reator anaeróbio de fluxo ascendente e manta de lodo (UASB). Dissertação - Mestrado em engenharia
hidráulica e saneamento, Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, 2008.
Gutierrez L. A. C. L.; Pereira J. A. R.: Soares J. M. Influência da altura inicial de lodo no período de desaguamento
em leitos de secagem. XXVIII Congresso Internacional de Engenharia Sanitária e Ambiental – AIDIS,
Cancun – México, outubro 2002.
Jordão, E. P.; Pessôa, C. A. Tratamento de esgotos domésticos. 6 ed. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de
Engenharia Sanitária e Ambiental, 2011.

7
REMOCIÓN DE IONES Cu(II), Ni(II) Y Pb(II) EN DISOLUCIÓN ACUOSA CON
PRODUCTOS DE LA DEGRADACIÓN DE POLI(ETILENTEREFTALATO)

REMOVAL OF Cu(II), Ni(II) and Pb(II) IN AQUEOUS SOLUTION WITH DEGRADATION


PRODUCTS FROM POLY(ETHYLENE TEREPHTHALATE)

Mayra Alicia Hernández López 1


Perla Elizondo Martínez 1*
María Guadalupe Sánchez Anguiano 1
Bernabé Rivas Quiroz 2

Abstract
In this work, products from degradation of poly(ethylene terephtalate) (PET) are used to remove metal ions Cu(II),
Ni(II) and Pb(II), as an alternative to the existing materials for the removal of metal ions in aqueous solutions. The
PET was degraded with ethyleneglycol as degradation agent and zinc acetate as catalyst for 6 hours. Water
insoluble products were extracted and characterized by IR, H1RMN, TGA, GPC and the degradation through time
was determinated. The obtained product was contacted with different solutions of metal ions, analyzing the initial
concentration, pH and contact time, also, were placed in ternary solution for determining the selectivity. The non-
retained metal ion concentration was determinated by AAS. According to the results of the spectroscopic
characterization, the functional groups present in the obtained product are the ester and hydroxyl, which are
responsible of the attraction with the metal ions. The GPC showed that the molecular weight was 3626 g/mol and
TGA showed that is thermally stable below 240 °C. In the removal of metal ions, a higher retention was obtained of
Cu(II) and Ni(II) at pH 5 and Pb(II) at pH 3, also at increase the metal ion concentration in the dissolving, metal
retention increases. The maximum concentration retained by the PET degraded was between 8.9 and 10.5
mgmetalion/gPETdegraded. Ternary solution, showed a high affinity to the retention of Pb(II) above the other studied
metals.

KeyWords: adsorption, degradation, metals, PET, removal.

1
Laboratorio de Química Industrial, Facultad de Ciencias Químicas, Universidad Autónoma de Nuevo León
2
Departamento de Polímeros. Facultad de Química. Universidad de Concepción
*Autor corresponsal: Laboratorio de Química Industrial, Facultad de Ciencias Químicas, Universidad Autónoma de Nuevo León.
Av. Universidad S/N, Ciudad Universitaria, San Nicolás de los Garza, Nuevo León. CP: 66450. México Email:
perlaelizondomx1@gmail.com
1
Resumen
En el presente trabajo se utilizaron productos de la degradación del Polietilentereftalato (PET) para determinar la
retención de Cu(II), Ni(II) y Pb(II), como alternativa a los materiales existentes para la remoción de iones metálicos
presentes en disoluciones acuosas. El PET se degradó mediante glicólisis durante seis horas, utilizando etilenglicol y
acetato de zinc como catalizador. Los productos insolubles en agua se separaron y caracterizaron mediante FTIR,
H1RMN, TGA y GPC, adicionalmente se analizó la degradación respecto al tiempo. El producto obtenido se puso en
contacto será con disolución acuosa a diferentes concentraciones de los iones metálicos con diferentes disoluciones
de los iones metálicos, variando la concentración inicial, el pH y el tiempo de contacto. La selectividad se determinó
por EAA, para ello se prepararon muestras ternarias de los iones en estudio y se midió la concentración de los iones
metálicos no removida. Los resultados de la caracterización de los oligómeros resultantes por IR y H 1RMN indicaron
que los grupos funcionales presentes en el producto obtenido son éster e hidroxilos, los cuales son los responsables
de la atracción de los iones metálicos. El GPC reveló que la masa molecular es 3626 g/mol y el TGA mostró que es
estable térmicamente por debajo de 240 °C. Los mejores resultados de la remoción se dieron para Cu(II) y Ni(II) a
pH 5 y Pb(II) a pH 3 y las concentraciones máximas retenidas por el PET degradado resultaron entre 8.9 y 10. 5
mgionmetálico/gPETdegradado, Se estableció que al aumentar la concentración de ion metálico en disolución acuosa aumenta
la retención. El estudio de selectividad indicó que existe mayor afinidad a Pb(II) sobre los otros dos metales
estudiados.

Palabras clave: adsorción, degradación, metales, PET, remoción

Introducción

El ámbito científico se encuentra interesado en mejorar la calidad de vida de los seres vivos de nuestro planeta, por
lo que la búsqueda constante de alternativas o soluciones a diversas problemáticas ambientales, es una vertiente
importante en cada una de las ramas de la ciencia. Un campo de investigación es la disminución de la concentración
de contaminantes en el agua, tales como pesticidas, iones metálicos, colorantes, entre otros. La contaminación por la
presencia de iones de metales pesados, es de relevancia debido a que algunas de estas especies presentan alta
toxicidad a bajas concentraciones y llegan al agua principalmente a través de actividades industriales, mediante la
descarga de residuos de sus procesos, disminuyendo la calidad del agua y poniendo en riesgo a los seres vivos que
tienen contacto con ella (Jiménez, 2002).

Para la remoción y extracción de los iones metálicos presentes en un medio contaminado se han estudiado distintos
agentes químicos. Una de las vías de descontaminación es el uso de polímeros que en su estructura poseen grupos
funcionales capaces de interaccionar con los metales, ya sea por atracción electrostática o por coordinación (Rivas,
2004). Algunos de los polímeros que se han funcionalizado y que han arrojado buenos resultados en estudios de
remoción son el polietilentereftalato (Coskun et al., 2005), polipropileno (Amaro et al., 2009), poliácido acrílico
(Bejarano et al., 2008) y poliacrilamida (Rivas et al., 2001). Sin embargo, uno de los principales problemas que
presentan los materiales poliméricos es su acumulación en el ambiente; debido al uso generalizado que han tomado
en todas las ramas de la tecnología (Awaja y Pavel, 2005). Para resolver esta problemática se cuenta con diferentes
tipos de reciclado. En el reciclado mecánico, se involucra la molienda del polímero para fundirlo y procesarlo
nuevamente, ya sea solo o mezclado con otros materiales. En el reciclado químico, se produce una modificación
estructural bajo la exposición de un material a determinadas condiciones como luz, temperatura, presencia de
disolventes, radiaciones o microrganismos; lo que da lugar al rompimiento de cadenas del polímero obteniendo
productos que pueden ser utilizados como precursores en la formulación de nuevos materiales (Uribe, 2007). De los
materiales poliméricos que presentan mayor interés en su recuperación y reciclaje es el PET. Se estima que en
México se consumen alrededor de 800 mil toneladas de PET al año, con un crecimiento anual de 13%. Los residuos
de PET representan entre el 2-5% del peso y 7-10% del volumen en los rellenos sanitarios, y entre 25 y 30% de los
residuos sólidos municipales generados en el país. En México se recicla alrededor de 15% del PET que se consume
(Secretaría de Economía México, 2013).

2
Existen reportes acerca de la utilidad del PET como agente descontaminante de iones metálicos, lo cual se ha logrado
al modificar la superficie mediante el injerto de compuestos con diferentes grupos funcionales o mediante la síntesis
de copolímeros (Yiğitoğlu et al., 1998). La desventaja en este tipo de aplicaciones es que se utiliza PET virgen, otro
rasgo importante es que después de la vida útil del material, éste contribuirá al problema de la acumulación en el
ambiente.

La degradación química de PET produce compuestos de cadenas poliméricas de bajo peso molecular (oligómeros),
que contienen grupos funcionales provenientes del agente nucleófilo utilizado en la degradación, estos productos se
pueden considerar como una alternativa para la remoción y extracción de iones metálicos en medios contaminados,
ya que aportan una doble ventaja al ambiente, mediante la extracción de los metales y además se estaría
contribuyendo a disminuir la acumulación de este polímero. Diversos agentes nucleófilos han sido estudiados para la
degradación de PET, por ejemplo, ácido sulfúrico (Yoshioka et al., 1994), etanolamina (Shamsi et al., 2008),
metilamina y etilamina, (Soni et al., 2009), etilenglicol (Shukla et al., 2002), entre otros. Este último destaca por su
alta efectividad y ser ecológicamente amigable.

En este trabajo se llevó a cabo la degradación del PET mediante glicólisis, utilizando etilenglicol como agente de
degradación y acetato de zinc como catalizador, con la finalidad de obtener productos insolubles en agua, los cuales
se aplicaron para determinar la capacidad de retención que presentan ante los iones Cu(II), Ni(II) y Pb(II) en
disolución acuosa. Esto se realizó en muestras con un solo ion y ternarias en donde se varió la concentración inicial
de ion metálico, el pH y el tiempo de contacto.

Metodología

Materiales y equipos.
El polietilentereftalato (PET) que se degradó se encuentra en forma de pellets y grado botella ([ŋ]=0.80+/-0.02 dL/g,
Mw=36,091 g/mol). Los reactivos etilenglicol, acetato de zinc, nitrato de cobre trihidratado, nitrato de níquel
hexahidratado y nitrato de plomo, fueron adquiridos de la marca Sigma-Aldrich y utilizados sin purificación previa.

Para la caracterización mediante espectroscopía IR, se utilizó el espectrómetro Magna Nicolet IR-550. Para la
obtención del espectro de H1RMN se empleó el Bruker Avance III 500 Plus. La estabilidad térmica del material se
determinó en el analizador térmico TA-Instruments SDT-2960. La concentración de ion metálico se analizó con el
espectrómetro de absorción atómica Unicam Solaar MS Series.

Reacción de degradación
La degradación de PET se realizó utilizando etilenglicol, con el fin de obtener cadenas poliméricas que tengan
grupos funcionales hidroxilo y éster. En la Figura 1, se presenta el esquema de reacción de la degradación.

Figura 1. Esquema de la reacción de degradación química de PET con Etilenglicol

En un matraz se colocaron 5 g de PET, 30 g de etilenglicol y 250 mg de acetato de zinc. La mezcla de reacción se


colocó en agitación magnética y calentamiento hasta reflujo durante 6 horas. Posteriormente se agregaron 50 mL de
agua destilada y se enfrió en un baño de hielo para precipitar los productos insolubles en agua. El producto fue
filtrado y secado en estufa a 60 °C hasta peso constante, para posteriormente ser caracterizado. Para la determinación
de la degradación a través del tiempo, se colocaron 0.5 g de PET en un matraz y 3 g de etilenglicol con 25 mg de
catalizador y la reacción se detuvo a diferente tiempo: 10, 20, 30, 40, 50, 60, 90, 120, 180, 240, 300 y 360 minutos.

3
A cada tiempo la reacción fue colocada inmediatamente a enfriamiento. El PET sin degradar, fue separado y
cuantificado. El porcentaje de degradación se determinó mediante la Ecuación 1.

g PETinicial  g PET sin reaccionar


%Degradació n  Ecuación (1)
g PETinicial

Donde
gPETinicial: gramos de PET al inicio de la reacción
gPETsin reaccionar: gramos de PET sin degradar

Retención de iones metálicos


El método batch utilizado para la retención de metales, consiste en poner en contacto una cantidad del producto de
degradación con una disolución que contenga el ion intercambiable, se agita constantemente y se filtra. El oligómero
se encontrará cargado de ion metálico y en el sobrenadante permanecen los iones que no fueron retenidos. La
capacidad de retención en porcentaje, se determinó mediante espectroscopía de absorción atómica (EAA), calculando
la cantidad de ion metálico no retenido por los oligómeros, haciendo uso de la Ecuación 2.

Ci  Cl
%R  x100 Ecuación (2)
Ci

Donde
%R: porcentaje de retención de ion metálico
Ci: concentración inicial de ion metálico y
Cl: concentración de ion metálico en la disolución después del contacto con el PET degradado.

Para analizar el efecto del tiempo sobre la retención para los oligómeros de la degradación, se colocaron en tubos de
ensayo 50 mg del PET degradado y 10 mL de una disolución de 100 mg/L del ion metálico a estudiar y se colocaron
en un baño de agitación a temperatura constante (25 °C) durante 20, 40, 60, 90, 120, 300 y 600 minutos a 140 rpm.
Terminado el tiempo de agitación, se filtra la disolución y se analiza la concentración de ion metálico no retenido
mediante EAA, para calcular la retención con la fórmula anteriormente mencionada. El tiempo en el que se alcance
la máxima adsorción será el que se utilizará en experimentos posteriores.

Para la determinación de la retención variando la concentración inicial y el pH, se preparan soluciones de 5, 25 y 100
mg/L del ion metálico, ajustando cada solución al pH de estudio (3, 5 y 7), se agrega a la solución HNO 3 o NaOH
según corresponda. Se colocan 50 mg de producto de degradación en un tubo de ensayo y se añaden 10 mL de la
solución de ion metálico al pH de estudio. Se colocan los ensayos en el baño de agitación a 25 °C durante el tiempo
en el que se alcanzó la máxima remoción. Se determinó la concentración de ion metálico no retenido analizando por
EAA la solución filtrada de cada experimento.

Resultados

Degradación de PET
El producto insoluble en agua de la degradación de PET con etilenglicol, es un polvo blanco, el cual fue obtenido
con un 92% de rendimiento. El PET fue degradado al 100%.

En la Figura 2 se presenta el espectro infrarrojo del producto obtenido, en el cual se identifican las señales
principales de los grupos funcionales esperados en dicho producto. Se puede observar principalmente, la banda que
4
corresponde al estiramiento de tensión del enlace O-H a 3435 cm-1 y a 1713 cm-1 la del estiramiento del enlace C=O
del grupo éster.

120

110

2945,74
100

90
3435,09

80

1409,87
%Transmitancia

1686,51
70

60

1130,40

1019,41
50

1713,71

1271,56

872,14
40

1065,15

551,93
30

723,55
20

10

0
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000
Número de Ondas (cm-1)

Figura 2. Espectro Infrarrojo del producto de la degradación de PET con Etilenglicol. (ATR)

En el espectro de H1RMN (Figura 3), se observan seis señales, una correspondiente al disolvente en el cual fue
realizado el análisis (DMSO deuterado) presente a 2.5 ppm y una señal que se atribuye a la presencia de humedad en
la muestra (4.3 ppm). Las señales restantes corresponden a protones presentes en los grupos funcionales que se
obtuvieron en el producto final. Se observan dos señales que corresponden a protones de grupos metilenos, uno de
ellos unidos a un grupo hidroxilo (3.4 ppm) y el otro unido a un grupo éster (3.75). El protón de un grupo hidroxilo
se puede identificar a 5.0 ppm y los protones de grupos aromáticos sobre 8.2 ppm. Estas señales coinciden con la
estructura esperada, así como con las señales de los grupos funcionales encontrados en el espectro IR.

Figura 3. Espectro H1RMN del producto de la degradación de PET con Etilenglicol. (THF, 500MHz)

La estabilidad térmica del producto obtenido se presenta en el termograma de la Figura 4, en donde se observa que
aproximadamente a 240 °C, presenta una pérdida importante de masa, la cual se presenta como una pendiente
descendiente continua hasta la descomposición al 50% del material aproximadamente a 400 °C.

5
Figura 4. Termograma de TGA del producto de la degradación de PET con Etilenglicol. (25-400 °C; 1°C/min)

En el seguimiento de la degradación con respecto al tiempo, mostrado en la Figura 5, se observa que por debajo de
150 minutos, se ha consumido más del 90% del PET en el medio, alcanzado un 100 % de degradación a partir de 200
minutos. Con las seis horas de reacción se esperaba que ya no existiera PET en el medio, lo cual se comprobó
mediante el análisis de peso molecular del producto final, siendo de 3626 g/mol (DMF).

Figura 4. Seguimiento de la degradación de PET con etilenglicol respecto al tiempo

Remoción de iones metálicos


En la Figura 5, se presentan los resultados obtenidos de la retención de los iones Cu(II), Ni(II) y Pb(II) en disolución
acuosa por el PET degradado a diferente tiempo. En ella se observa que el Cu(II) es retenido en menor tiempo que el
Ni(II) y el Pb(II), lo cual puede deberse al tamaño de los iones. El radio iónico del cobre (69 Å) es menor que el
níquel (79 Å) y el plomo (121 Å), por lo que se pudiera facilitar la difusión hacia el material más rápido cuando el

6
ion es pequeño que cuando es un poco más grande. El tiempo de máxima retención fue de 60, 90 y 120 minutos para
Cu(II), Ni(II) y Pb(II), respectivamente.

Figura 5. Retención de Cu(II), Ni(II) y Pb(II) por oligómeros de PET a través del tiempo. (C i=100mg/L, 25°C, 140
rpm)

En la Figura 6, se presenta el gráfico con los resultados para el efecto de la concentración inicial y el pH del medio
para la retención de los iones metálicos de estudio con oligómeros de PET. A bajas concentraciones (5 y 25 mg/L) se
observa para los tres metales que al aumentar el pH la capacidad de retención es mayor. Esto se debe a que en
disoluciones más ácidas, los grupos funcionales presentes atraen a los protones del medio, lo que impide que
interactúen con los iones metálicos. Al aumentar el pH la concentración de protones es menor y hay una mayor
cantidad de grupos funcionales que pueden atraer a los metales presentes. A concentración de 100 mg/L, se presenta
un aumento en la capacidad de retención de pH 3 a 5 y una disminución de 5 a 7 para Cu(II), mientras que para
Ni(II) se mantiene sin cambio significativo. Esto puede atribuirse a que a pH más alto, el Cu(II) y el Pb(II) tienden a
precipitar a concentraciones altas para la formación de los hidróxidos respectivos, no así con el Ni(II) que precipita a
pH superior a 7. El Pb(II) alcanza una retención mayor a pH 3 y alta concentración, lo cual puede deberse a una
mayor interacción entre los grupos hidroxilo y éster con los metales hasta una posible saturación de ellos y que al
aumentar el pH disminuye. De manera individual, los oligómeros obtenidos presentan el siguiente orden de retención
de Cu(II) >Pb(II)>Ni(II).

7
Figura 6. Capacidad de retención de cobre (azul), níquel (verde) y plomo (gris) por oligómeros de PET degradado.

Se colocaron los tres iones metálicos en disolución para analizar la selectividad entre estos tres iones. Los resultados
obtenidos se muestran en la Figura 7, en la que se observa que a las tres concentraciones estudiadas, el Pb(II) es
removido en mayor concentración que Cu(II) y Ni(II). El Pb(II) presenta una mayor electronegatividad, tamaño
iónico y una menor afinidad electrónica.

Figura 7. Porcentaje de retención de cobre (azul), níquel (verde) y plomo (gris) por oligómeros de PET degradado
en disolución acuosa a 5, 25 y 100 mg/L total.

Conclusiones

Se obtuvieron oligómeros insolubles en agua de la degradación de PET con etilenglicol, los cuales fueron
identificados mediante IR, en donde el espectro mostró los grupos funcionales esperados: éster e hidroxilo. El peso
molecular de los oligómeros finales demuestra que el PET fue degradado en su totalidad. Se demostró la capacidad
de retención de iones metálicos de los grupos funcionales presentes en el producto obtenido mediante el método
batch logrando remover en disolución la mayor cantidad de Cu(II) y Ni(II) a pH 5, así como Pb(II) a pH 3. Al tener
los tres metales en disolución, los oligómeros resultan selectivos a la retención de Pb(II) más que a Ni(II) y Cu(II),
reteniendo cerca del 100%, se cree que el tamaño influye directamente en la selectividad en la mezcla ternaria.

8
Agradecimientos. – Los autores agradecen a la Facultad de Ciencias Químicas, UANL, a
PAICyT (proyecto CN646-11), CONACyT (No de apoyo 336888), FONDECYT (No 1110079),
PIA (Anillo ACT 130) y REDOC (MINEDUC Proyecto UCO1202 U. de Concepción).

Referencias Bibliográficas

Amaro, L., Rivas, B., Coiai, S., Passaglia, E. (2009) Grafting of Polypropylene and Its Potential Use as Metal Ion Adsorption
Resin, Journal of Applied Polymer Science, 113(1), 290-298
Awaja, F., Pavel, D. (2005) Recycling of PET. European Polymer Journal. 41(7), 1453–1477
Bejarano, L., Rojas, B., Prin, J., Katime, I. (2008) Síntesis y estudio de hidrogeles obtenidos a partir de acrilamida, poli(ácido
acrílico) y ácido maléico como potenciales remediadores de contaminantes metálicos en aguas residuales, Revista
Iberoamericana de polímeros, 9(3), 307-312
Coşkun, R., Soykan, C., Saçak, M. (2005) Removal of some heavy metal ions from aqueous solution by adsorption using
poly(ethylene terephthalate)-g-itaconic acid/acrylamide fiber, Reactive and Functional Polymers. 66(6), 599-608
Jimenez, B. (2002) La contaminación ambiental en México. Editorial Limusa, México, 925 pp.
Rivas, B., Pooley, S., Maturana, H., Villegas, S. (2001) Metal ion uptake properties of acrylamide derivative resins,
Macromolecular Chemestry and Physics, 202(3), 443-447
Rivas, B. (2004) Polímeros adsorbentes de iones metálicos con impacto en el ambiente. Adsorbentes en la solución de algunos
problemas ambientales. Ed. CYDET. 133-148.
Secretaría de Economía. (2013) Oportunidades de negocio para proveedores de plástico en México. Disponible en:
www.promexico.gob.mx/proveedores/oportunidades-de-negocio-para-proveedores-de-plastico-en-mexico.html
Consultado 17 de Abril de 2014.
Shamsi, R., Abdouss, M., Sadeghia, M., Taromia, F. (2009) Synthesis and characterization of novel polyurethanes based on
aminolysis of poly(ethylene terephthalate) wastes, and evaluation of their thermal and mechanical properties, Polymer
International, 58(1), 22-30
Shukla, S. R., Kulkarni, K. S. (2002) Depolymerization of poly(ethylene terephthalate) Waste, Journal of Applied Polymer
Science, 85(8), 1765-1770
Soni, R., Singh, S., Dutt, K. (2010) Studies on Synthesis and Characterization of N-Alkyl Terephthalamides Using Different
Amines from Polyethylene Terephthalate Waste, Journal of Applied Polymer Science, 115(5), 3074-3080
Uribe, M. (2007) Los polímeros. Instituto Politécnico Nacional. 4ta Edición.
Yigitoglu, M., Erso Z, M., Coskun, R., Sanli, O., Unal, H. (1998) Adsorption of Copper( II ), Cobalt( II ), and Iron(III) Ions from
Aqueous Solutions on Poly(ethylene terephthalate) Fibers, Journal of Applied Polymer Science, 68(12), 1935-1939
Yoshioka, T., Sato, T., Okuwaki, A. (1994) Hydrolysis of waste PET by sulfuric acid at 150°C for a chemical recycling, Journal
of Applied Polymer Science, 52(9), 1353-1355

9
EXPERIENCIAS Y RESULTADOS DE LA OPERACIÓN Y MODELACIÓN DE
LODOS ACTIVADOS PARA EL TRATAMIENTO DE AGUAS RESIDUALES
DOMESTICAS EN BOGOTÁ

EXPERIENCES AND RESULTS OF THE OPERATION AND MODELING OF ACTIVATED


SLUDGE TREATING DOMESTIC WASTEWATER IN BOGOTA

Andrés Baquero1*
Jaime Andrés Lara-Borrero1

Abstract
Pilot tests were carried out in a activated sludge plant, a high variability in the wastewater quality and non
biodegradable soluble COD fractions (Fus =0.23). above the typical values (Fus =0.1). were found. Periodic testing
of oxygen transfer efficiency in the aerobic reactor (process water) showed the negative influence of diffusers fouling
in the aeration system performance (KLa in th range from 0.52 to 0.35). Using BioWin a model was calibrated and
validate. The outcome of several simulations with selectors (anoxic and anaerobic) was evaluated regarding their
influence on nutrient removal, oxygen demand and sludge production.

KeyWords: Activated Sludge, modeling, nutrient Removal, oxygen tranfer, selector

1
Grupo de Investigación Ciencia e Ingeniería del Agua y el Ambiente, Departamento e Ingeniería Civil, Pontificia Universidad
Javeriana.
* Grupo de Investigación Ciencia e Ingeniería del Agua y el Ambiente, Departamento e Ingeniería Civil, Pontificia Universidad
Javeriana, Carrera 7 No 40-62, Bogotá Colombia. Email: baquerog@javeriana.edu.co
1
Resumen
Las pruebas piloto adelantadas en un proceso de lodos activados (Q=0.4 L/s) operado en la ciudad de Bogotá
permitieron identificar una alta variabilidad en la calidad del agua residual doméstica y fracciones de la DQO
solubles no biodegradables altas (Fus =0.23) comparadas con los valores típicos reportados (Fus =0.1). Pruebas
periódicas de transferencia de oxígeno adelantadas en el reactor aeróbico en agua de proceso mostraron la influencia
del ensuciamiento de los difusores en el rendimiento del sistema de aireación (Rango KLa 0.52 - 0.35). La
Información recolectada fue empleada en la calibración y validación de un modelo (BioWin), los resultados
obtenidos de las simulaciones adelantadas en diferentes escenarios permitieron identificar la influencia de los
selectores (anóxico y aeróbico) en la remoción de nutrientes, demanda de oxígeno y producción de lodo.

Palabras clave: lodos activados, modelación, remoción de nutrientes, selector, transferencia de oxígeno.

Introducción

Colombia está compuesta por 1120 Municipios, solo el 31% (350) de ellos cuentan con sistemas de tratamiento de
aguas residuales (Superintendencia de Servicios Públicos Domiciliarios 2009). Bogotá cuenta con una población
cercana a 7.5 millones de habitantes, parte del agua residual (AR) es tratada en la PTAR Salitre (Tratamiento
primario químicamente asistido - 4 m3/s). A la fecha existen diseños para la ampliación de la PTAR Salitre (8 m3/s) y
la construcción de una nueva (PTAR Canoas - 12 m3/s), dichos diseños contemplan procesos de lodos activados
(LA). En el año 2011 la Empresa de Acueducto y Alcantarillado de Bogotá y la pontificia Universidad Javeriana
celebraron un convenio, los objetivos específicos de la investigación estaban orientados a: (i) Establecer la
tratabilidad mediante LA del AR afluente al tratamiento secundario de la PTAR Canoas. (ii) Construir y operar una
planta piloto con tratamiento biológico secundario. (iii) Calibrar y validar un modelo para el proceso de LA. El
presente documento contiene un recuento de las actividades adelantadas durante aproximadamente 18 meses, un
resumen de los resultados obtenidos y su análisis.

Metodología

La ciudad de Bogotá cuenta con diferentes colectores que permiten el flujo de las aguas residuales, parte de los
vertimientos son tratados en la PTAR Salitre y el resto es enviado a estaciones elevadoras que las bombean al rio
Bogotá. El sistema piloto se ubicó en la Estación Elevadora (EE) Gibraltar (Norte 4º38’54’’ Este 74º10’56’’), la
cuenca sanitaria afluente, según el registro de usuarios, se caracteriza principalmente por actividades domésticas
(85%). La planta de tratamiento construida está compuesta por tratamiento preliminar, decantador primario, selector
anaeróbico, reactor aeróbico (RA) y decantador secundario. El reactor se diseñó con sección rectangular, 6,9 m alto,
ancho 0.5 m, largo 3,8 m (0.6 m Selector + 3.2 m RA). El sistema de aireación está compuesto por un soplador con
capacidad de 7.5 HP (Kaeser BB 52 C) y siete difusores de burbuja fina (Sanitaire Silver Series – 9” EPDM). El
decantador secundario se diseñó con sección circular, 4,3 m alto y 1,71 m de diámetro (ver en Figura 1). Unidades
específicas para regulación de caudal, bombeo, recirculación de lodo, entre otras fueron igualmente empleadas.

Pruebas desarrolladas en el sistema piloto.

Evaluación del sistema de aireación y transferencia de oxígeno: Pruebas orientadas a la determinación de valores Kla
(tasa de transferencia por unidad de volumen) para agua limpia y de proceso así como el valor α entre otros.
Caracterización del agua residual afluente y efluente: Fueron analizados diferentes parámetros de calidad del agua así
como fracciones de la DQO afluente. Muestras puntuales horarias permitieron comprender la variabilidad diurna de
la calidad del agua afluente y características particulares su composición.

Modelación de lodos activados: El sistema biológico fue operado en cuatro edades de lodos diferentes, tres edades de
lodo (2, 3 y 5 días) aportaron datos relacionados con la calidad del agua afluente y calibración del modelo, la edad de

2
lodo de 2.5 días fue empleada en su validación. El simulador empleado en la presente investigación es BioWin (User
Manual For BioWin 3 2011).

Protocolo de modelación empleado

En la investigación se seleccionó como referencia el protocolo de modelación presentado en el Reporte Científico y


Técnico No 22 de la IWA (IWA Task Group on Good Modelling Practice 2013). El protocolo contempla cinco
actividades principales: 1. Definición del proyecto, 2. Recolección y verificación de datos, 3. Configuración del
modelo de la planta, 4. Calibración y validación del modelo, 5. Simulación e interpretación de resultados. La
calibración inicial del modelo se adelantó a partir de la información disponible para la edad de lodo de 5 días. En la
configuración se definieron las características de la calidad del agua afluente y las de los componentes del tren de
tratamiento (selector, reactor aeróbico, decantador). Los datos empleados en la calibración y validación provienen de
condiciones de operación diferentes para cada caso (edad de lodo, porcentaje de recirculación, caudal afluente y
concentraciones de oxígeno disuelto). Un procedimiento correcto de calibración y validación de este estos modelos
debe contemplar datos procedentes de condiciones diferentes (Hulsbeek et al. 2002).

Resultados y análisis

Calidad del agua y variación temporal del afluente al Reactor Aeróbico

Como se puede ver en la Figura 2 el aumento en la carga contaminante alrededor del mediodía coincide con la
variabilidad diaria típica presentada usualmente como referencia para los vertimientos domésticos (Metcalf & Eddy
Inc. et al. 2013). Sin embargo, el aumento en la carga contaminante (DBO 5 y DQO) que se presenta entre la 1:00 y
las 3:00 am no es un comportamiento típico de vertimientos domésticos, En este horario no se espera una marcada
actividad de los usuarios domésticos y en consecuencia se presumen vertimientos industriales no controlados. A
partir de los valores típicos de la relación DQO/DBO5 las aguas residuales domésticas pueden agruparse en valores
Alto (2,5-3,5), Medio (2,0-2,5) y Bajo (1,5-2,0) (Henze, Loosdrecht, and Ekama 2008). En promedio los resultados
obtenidos (Figura 2) muestran valores diarios correspondientes a 1,54 (máximo 1.81 5:30AM y mínimo 12:00).
Según la referencia el promedio de la relación DQO/DBO 5 obtenido para el afluente al RA es baja y está asociado
con una buena biodegradabilidad. En cuanto a la relación SSV/SST ésta es empleada como un indicador de la
cantidad de materia orgánica presente en el AR, en este caso la relación SSV/SST se encuentra en el rango
comprendido entre 0,6 y 0,8, lo cual muestra una buena biodegradabilidad del AR. Los resultados presentados
corresponden a valores promedio, un análisis detallado de la variabilidad horaria de la calidad del agua presenta
información relacionada con la demanda de oxígeno y eficiencia de remoción.

Figura 1. Vista de la Planta de Tratamiento Figura 2. Variabilidad de la calidad del agua afluente al R.A.

3
Fraccionamiento de la DQO

Las fracciones de la DQO fueron determinadas a partir de ensayos de respirometria y filtración. En la Tabla 1 se
presentan: los resultados de este trabajo, el procesamiento de las pruebas con la herramienta Influent Specifier
(Biowin) y referencias a valores típicos. Los ensayos de respirometría se adelantaron empelando AR afluente y
efluente la planta y lodo procedente del RA (muestra compuesta 12 horas). Los ensayos fueron realizados en
bioreactores marca New Brunswick (BIOFLO 115 - 3L) instrumentados con controles de temperatura, agitación,
inyección de gases, monitoreo de oxígeno disuelto y pH.

Tabla 1. Fraccionamiento de la DQO según cada una de las fuentes disponibles


(Roeleveld & Van Influent Specifier
Nomenclatura Este Trabajo
Loosdrecht,2002) (Biowin)
Otros Biowin Mediana Min Max Min Promedio Max Estimado Valor
Si Fus 0,065 0,05 0,23 0,03 0,06 0,10 0,05 0,08
Ss Fbs 0,375 0,36 0,56 0,09 0,26 0,42 0,36 0,27
Xs Fxsp 0,28 0,14 0,43 0,10 0,28 0,48 0,14 0,57
Xi Fup 0,2 0,08 0,32 0,23 0,39 0,50 0,08 0,08

Las fracciones de la DQO están representadas así: Si [DQO]: fracción soluble no biodegradable; formula:
DQOefl,sol *0,9 (Hulsbeek et al. 2002). Ss [DQO]: fracción soluble rápidamente biodegradable; Obtenida del
ensayo de repirometria formula: 3*AreaRB*(Volumen total ensayo/volumen AR) (Ekama, Dold, and Marais 1986)
Xs [DQO]: fracción lentamente biodegradable (particulada); formula: BCOD-Ss (Hulsbeek et al. 2002). Xi [DQO]:
fracción particulada no biodegradable; diferencia DQOt menos demás fracciones

Transferencia de oxígeno

Las pruebas de transferencia de oxígeno en agua limpia y en agua de proceso permiten identificar diferentes
parámetros asociados a la trasferencia (gas - líquido) y a componentes del sistema de aireación (soplador y conjunto
de difusores). Las pruebas en el reactor aeróbico se adelantaron a partir de métodos definidos en los estándares
(American Society of Civil Engineers 2007), (ATV-DVWK 1996).

Pruebas de transferencia en agua limpia y agua de proceso.

En la Tabla 2 se presenta un consolidado de los resultados de diferentes pruebas adelantadas y del procesamiento de
datos aplicando la herramienta DOPar3-0-3 (American Society of Civil Engineers 2007). Los valores para kla
presentados están corregidos a condiciones estándar y por solidos totales disueltos.

Tabla 1. Parámetros obtenidos de las pruebas en agua limpia y de proceso (adsorción)


E. Lodo Kla SOTR SOTE SAE α
Días (h-1) (kg/h) % (kg/kWh) -
A. Limpia No aplica 29.1 3 31.4 2.8 No aplica
A. Proceso 2 15,16 1,33 47,29 2,11 0.52
A. Proceso 2,5 10,94 0,96 33,92 1,52 0.38
A. Proceso 3 13,07 1,24 45,41 2,02 0.45
A. Proceso 5 10,13 0,93 32,97 1,47 0.35
Kla (volumetric mass transfer coefficient), SOTR (Specific Oxygen transfer Rate), SOTE (Oxygen Transfer
Efficiency in Standard Conditions in Clean Water), SAE (Stándar Aeration Efficiency)

4
Estimación del parámetros α

Además de los parámetros mencionados existen otros (como α) que permiten representar la influencia de sustancias
como surfactantes o sales neutras en el proceso de aireación; estos parámetros son relevantes como insumo para los
ejercicios de modelación del sistema de LA. A continuación se presentan los resultados obtenidos a partir de la
información recolectada;

Figura 2. Relación de la Edad de lodo con el factor α Figura 3. Relación de la fecha de la prueba y el factor α

Alpha (α): Los resultados del valor α son calculados a partir del Kla obtenido para las pruebas en agua de proceso y
para las pruebas adelantadas en agua limpia (Kla Proceso / Kla A. Limpia). En la Figura 2 se presenta la relación α
con las edades de lodo y en la Figura 5 se presenta una relación de las fechas de prueba y el factor α. Como se puede
ver en la Figura 2, los valores obtenidos para α se encuentran entre 0,52 y 0,35 para las pruebas de adsorción (edades
de lodo 2 y 5 días respectivamente). Los valores obtenidos se encuentran en el rango bajo de valores reportados para
α comprendidos entre 0,3 y 0,9; (Gillot and Héduit 2008). Los valores cercanos a 0,9 se presentan en edades de lodo
superiores a 20 días. Para edades de lodo menores a 5 días los valores reportados se encuentran entre 0,3 y 0,5. El
factor α está influenciado por el ensuciamiento de los difusores, la Figura 5 presenta los valores α obtenidos en orden
cronológico. En esta gráfica se diferencian dos conjuntos de datos: tres resultados adelantados durante los meses de
marzo y abril (2013), valores α comprendidos entre 0,5 y 0,6 y un grupo de 5 valores α comprendido entre 0,3 y 0,45
(Julio 2013). Lo anterior puede ser un indicador de los fenómenos de ensuciamiento en las membranas durante la
operación del sistema piloto. Para el caso de difusores de burbuja fina, el valor α inicial disminuye con el tiempo por
fenómenos asociados al ensuciamiento de las membranas (Henze, Loosdrecht, and Ekama 2008).

Calibración de Modelo

Durante la calibración del modelo fue necesario el ajuste de parámetros cinéticos, estequiométricos, de aireación y de
sedimentación. Parámetros asociados a la aireación, fraccionamiento de la DQO y cinética fueron estimados a partir
de pruebas adelantadas durante la fase de experimentación, durante la calibración y validación del modelo
parámetros adicionales fueron modificados para mejorar el ajuste entre las simulaciones y los valores medidos. En
este último caso fueron usadas referencias bibliográficas para el ajuste de parámetros. Los parámetros calibrados
pertenecen a 5 grupos diferentes: Estequiometricos (relaciones DQO/SSV), Cinéticos (tasas de crecimiento AOB y
PAOs), Sedimentación (función switch), y Aireación (α, β).

Análisis de Resultados – Modelo Calibrado

Deben considerarse diferentes criterios al juzgar los resultados de la simulación. En el caso de parámetros con
magnitudes significativas (ejemplo SST en el reactor aeróbico) de manera general se puede decir que diferencias
entre el 5-15% de los valores simulados respecto a los datos medidos son consideradas aceptables, por otro lado

5
en el caso de magnitudes pequeñas (ejemplo SST en el efluente) son aceptables diferencias entre el 10–100% (IWA
Task Group on Good Modelling Practice 2013).

Tabla 2. Comparación de valores medidos y simulados con el modelo


E. Lodo Medido* Simulado* Medido/
Parámetro - Lugar
Días mg/L mg/L Simulado
5 2632 2893 1,1
S.S.T. Reactor aeróbico y 3 2521 1511 0,6
lodo de purga 2,5 1535 1238 0,8
2 2623 1186 0,5
5 144,0 132,5 0,9
3 154,7 138,0 0,9
DQO Efluente
2,5 155,2 138,3 0,9
2 133,4 135,4 1,0
5 2,5 1,4 0,6
3 2,2 1,4 0,7
Fósforo Efluente
2,5 2,0 3,2 1,6
2 4,3 7,7 1,8
* Concentración promedio diaria

Para el fósforo medido en el efluente los valores promedio están en el rango de 2,0 a 4,3 mg/L, los valores simulados
promedio están comprendidos entre 1,4 y 7,7 mg/L. El peor escenario, correspondiente a la edad de lodo de 2 días, la
diferencia entre el valor medido y el simulado es del orden de 3,4 mg/L., para las otras edades de lodo evaluadas las
diferencias se encuentran alrededor de 1,0 mg/L. Para los SST en el reactor aeróbico (equivalente al lodo de purga
dado que se practicó control hidráulico de la edad del lodo) se puede ver que los peores escenarios corresponden a
las edades de lodo de 3 y 2 días (Tabla 5). Para la edad de lodo de 3 días se observan algunos valores inconsistentes
durante el procedimiento de calibración del modelo. La DQO en el efluente muestra buenos resultados en la
simulación (Tabla 5). Las fracciones solubles no biodegradables que se registraron en el afluente al sistema piloto
siempre mostraron valores superiores a los típicos para el AR doméstica, lo anterior puede ser un indicador de
presencia de vertimientos industriales no controlados. Un proceso biológico de tratamiento no remueve las fracciones
solubles no biodegradables de la DQO.

Análisis de Resultados – Escenarios Analizados

En este numeral se presenta la configuración y los resultados obtenidos a partir de diferentes escenarios analizados
empelando el modelo calibrado. Los escenarios que se presentan corresponden a: (i) Eliminar el selector anaeróbico
para verificar su influencia en la remoción de fósforo. (ii) Verificar la influencia de un selector anóxico en la remoción
de nitrógeno.

Evaluación de la influencia del selector anaeróbico

En la
Tabla 3 se resumen los resultados de las simulaciones adelantadas, se presentan las concentraciones en el efluente
para cuatro parámetros de calidad del agua. Las filas 1 a 4 presentan los resultados de las simulaciones cuando el
sistema de tratamiento contaba con el selector (Con), las filas 5 a 8 los resultados del escenario sin selector (Sin).
Las simulaciones fueron adelantadas en estado estacionario empleando el modelo calibrado, operando la planta a
caudal constante de 0,5 L/s (43,2 m3/d). En la Figura 6 se presentan las gráficas asociadas a los resultados
presentados en la
Tabla 3. Al comparar los resultados obtenidos es evidente la ventaja del selector en la remoción de fósforo. En el
escenario sin selector las concentraciones en el efluente muestran valores superiores a 6 mg/L en todas las edades
de lodo; en los escenarios evaluados operando la planta con el selector la concentración de fósforo en el efluente, a
6
partir de la edad de lodo de 3 días, está alrededor de 1,5 mg/L. Una remoción de 4,5 mg/L (obtenida con la ayuda
3
del selector) es equivalente a remover diariamente 7,7 toneladas de fósforo tratando un caudal de 20 m /s, este sería
el caso de las futuras plantas de tratamiento previstas para la ciudad de Bogotá.

Tabla 3. Evaluación del rendimiento del selector


Edad de lodo (días)
Parámetro Afluente
2 3 4 5 6 7
DQO (Con) 560,16 135,9 136,62 137,64 137,97 137,21 137,52
NTK (Con) 55,84 42,53 43,66 43,15 34,95 12,54 8,21
Fósforo (Con) 9,17 5,24 1,43 1,32 1,4 1,64 1,77
SST (Con) 136 18,2 20,16 21,37 22,29 23,3 23,7
DQO (Sin) 560,16 135,89 136,58 137,12 137,69 138,07 138,39
NTK (Sin) 55,84 43,31 43,21 36,24 13,54 9,61 8,21
Fósforo (Sin) 9,17 5,6 5,99 6,26 6,4 6,57 6,71
SST (Sin) 136 18,91 13,98 21,69 22,58 23,29 23,9
* Todos los valores son presentados como unidades de concentración (mg/L)

Evaluación de la influencia del selector anóxico

El modelo para la edad de lodo de 5 días ha sido modificado como punto de partida para análisis relacionados con la
remoción de nitrógeno, el selector anaeróbico existente en el sistema piloto ha sido reemplazado por un selector
anóxico incluyendo recirculación interna de lodo desde el reactor aeróbico al selector, esta modificación al proceso
convencional de lodos activados es comúnmente conocida como MLE (Modified Ludzack-Ettinger Process). Este
escenario ha sido evaluado mediante simulaciones en BioWin (simulación dinámica 7 días) incorporando las
siguientes modificaciones al modelo: Las edades de lodo evaluadas son 5, 7.5, 10 y 15 días. El valor del parámetro α
se definió en función de la edad de lodo. Para le edad de lodo de 5 días se mantuvo el valor originalmente definido
(α=0.42). Para edades de lodo superiores α fue definido a partir de las relaciones presentadas por (Rosso, Iranpour,
and Stenstrom 2005) así: 7.5 días α = 0.50, 10 días α = 0.55, 15 días α = 0.59. Por tratarse de un sistema anóxico de
una sola etapa la recirculación interna ha sido definida como el 200% del afluente (Water Environment Federation
2013). Valores superiores al seleccionado fueron evaluados sin encontrar influencia representativa en el rendimiento
del proceso. El volumen del reactor anóxico es equivalente al 16% del volumen total de los reactores (R. Anóxico +
R. Aeróbico), este valor corresponde al rango recomendado como referencia entre el 10% y 30% del volumen total
de los reactores (Metcalf & Eddy Inc. et al. 2013).

Figura 6. Evaluación del rendimiento del selector anaeróbico

7
En la Figura 7 se presentan resultados de las simulaciones, el efecto del selector anóxico es evidente en la remoción
de nitrógeno para edades de lodo superiores a 7.5 días. Los resultados de las simulaciones asociadas a la
configuración MLE muestran una disminución en la producción de sólidos, este aspecto debe ser considerado como
una ventaja dentro de los costos asociados a digestión y disposición de biosólidos. Por otro lado, al comparar la
demanda de aire de la configuración A/O con la configuración MLE es evidente un incremento aproximado del 50%
en el consumo de aire para las edades de lodo asociadas a la remoción de nitrógeno. Una comparación de los costos
asociados a esta configuración resulta necesaria para determinar la pertinencia de este tipo de procesos para la ciudad
de Bogotá.

Figura 7. Evaluación del rendimiento del selector anóxico

Conclusiones y recomendaciones

Las campañas de monitoreo adelantadas han permitido identificar una alta variabilidad en la calidad del agua
residual doméstica y fracciones de la DQO solubles no biodegradables altas (Fus =0.23) comparadas con los valores
típicos reportados (Fus =0.1). Esta situación requiere la atención de la autoridad ambiental dado que probablemente
la presencia de vertimientos industriales no controlados es la causa de fracciones atípicas.

Para las cuatro edades de lodo analizadas, las eficiencias de remoción de SST y DBO 5 son altas y similares (cerca al
90%), mientras que la DQO ya presenta algunas diferencias, con eficiencias desde 74% para las edades de lodo de 3
y 2,5 días, hasta 80% para las edad de lodo de 5 días.

Los nutrientes resultan ser el factor decisivo a la hora de analizar las mejores eficiencias de remoción para las
diferentes edades de lodo; aunque para el caso de NTK las eficiencias obtenidas son deficientes (Selector
Anaeróbico), el mejor desempeño se presenta para la edad de lodo de 2,5 y 5 días, con valores cercanos al 35%. Para
el caso de PT las mejores eficiencias se presentan para la edad de lodo de 2,5 días (80% aproximadamente), seguido
por la edad de lodo de 5 días.

Teniendo en cuenta los resultados obtenidos operando el sistema piloto con el selector anaeróbico y las necesidades
de operación del sistema para las diferentes edades de lodo se recomienda implementar un sistema biológico con una
edad de lodo de 2,5 días, para afluentes con características similares a las del AR afluente utilizada para este estudio.
Sin embargo una comparación de los costos asociados a configuraciones con selectores es necesaria para determinar
la pertinencia de este tipo de procesos para la ciudad de Bogotá.

A pesar de no estar prevista la remoción de nutrientes para las futuras PTAR de la ciudad de Bogotá es recomendable
evaluar el uso del selector anóxico dado que presenta ventajas evidentes en la remoción de nitrógeno a edades de
lodo superiores a 7.5 días. Una evaluación de los costos de aireación y disposición de lodos permitirá definir la
competencia de este escenario para ser implementado en la ciudad de Bogotá.

8
Agradecimientos. – Proyecto financiado por la Empresa de Acueducto y Alcantarillado de la
Ciudad de Bogotá y la Pontificia Universidad Javeriana. Colciencias financia al autor principal
de esta publicación.

Referencias Bibliográficas

American Society of Civil Engineers. 2007. Measurement of Oxygen Transfer in Clean Water ASCE Standard, ASCE/EWRI 2-
06. Reston, VA: American Society of Civil Engineers.
ATV-DVWK. 1996. ATV-M 209E “Measurement of the Oxygen Transfer in Activated Sludge Aeration Tanks with Clean Water
and in Mixed Liquor.”
Ekama, G. A., P. L. Dold, and G. v R. Marais. 1986. “Procedures for Determining Influent COD Fractions and the Maximum
Specific Growth Rate of Heterotrophs in Activated Sludge Systems.” Water Science & Technology 18 (6): 91–114.
Gillot, S., and A. Héduit. 2008. “Prediction of Alpha Factor Values for Fine Pore Aeration Systems.” Water Science &
Technology 57 (April): 1265. doi:10.2166/wst.2008.222.
Henze, Mogens, Mark C. M. van Loosdrecht, and George A. Ekama. 2008. Biological Wastewater Treatment: Principles,
Modeling, and Design. Intl Water Assn.
Hulsbeek, J, J Kruit, P Roeleveld, and M van Loosdrech. 2002. “A Practical Protocol for Dynamic Modelling of Activated Sludge
Systems.” Environmental Modelling & Software 19 (9): 763–83.
IWA Task Group on Good Modelling Practice. 2013. Guidelines for Using Activated Sludge Models. London; New York: IWA
Publishing.
Metcalf & Eddy Inc., George Tchobanoglous, Ryujiro Tsuchihashi, and Franklin Burton. 2013. Wastewater Engineering:
Treatment and Resource Recovery. 5 edition. New York: McGraw-Hill.
Rosso, D, R Iranpour, and M K Stenstrom. 2005. “Fifteen Years of Offgas Transfer Efficiency Measurements on Fine-Pore
Aerators: Key Role of Sludge Age and Normalized Air Flux.” Water Environment Research: A Research Publication
of the Water Environment Federation 77 (3): 266–73.
Superintendencia de Servicios Públicos Domiciliarios. 2009. Sistemas de Alcantarillado En Colombia. Visión Del Servicio
Público. 1st ed. Vol. 1. 1 vols.
User Manual For BioWin 3. 2011.
Water Environment Federation. 2013. Operation of Nutrient Removal Facilities, Manual of Practice 37. S.l.: Water Environment
Federation.

9
ESTUDO DA SEDIMENTAÇÃO QUIMICAMENTE ASSISTIDA DO LDOO SÉPTICO

CHEMICALLY ENHANCED SLUDGE SEPTIC SETTLING STUDY

Francielle da Silva Maria 1*


Miguel Mansur Aisse 2

Abstract
The lag deployment of sanitation public service in relation to population increase, in developing countries, predicts
individual solutions disposal of sewage, for these cases, will continue widely and permanently adopted ( Jordão e
Pessoa,2011). The septic tanks is primary, phisical and biological treatment unit, that holds the sewage for period to
allow the settling of solids (Jordão e Pessoa, 2009). The residue resulting from the solid phase of septic tanks is
called septic sludge, whose characteristics give high pollution potential and the removal of this parameter
considered in the design. However, the specific treatment of this sludge is still a serious problem of management and
treatment. Maria (2013) studied the settleability of septic sludge in pilot columns with concentrations of Total Solids
between 2000-9000 mg L-1, to obtain design parameters for settling sludge structures. Was studied in this work the
Chemically Enhanced Sludge Septic Settling by the addition of coagulants (Ferric Chloride, Aluminum Sulfate, and
Calcium Hydroxide), and cationic polymer, at a sludge standard concentration of total solids previously established
8.000 mg L-¹. The tests were supported by the jartest equipment, that simulate the rapid mixing, low mixing and
sedimentation steps. For analyzed coagulant was obtained as optimum dosage 200 mg L-1. For the polymer used as
only coagulation agent was obtained 25 mg L-1. When coupled (50 mg L-1) and cationic polymer, the better removal
efficiency in terms of Turbidity was Aluminum Sulfate.

Key Words: chemically enhanced sludge septic, jartest, sludge septic settling.

1
Programa de Pós Graduação em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental da Universidade Federal do Paraná – UFPR.
Departamento de Hidráulica e Saneamento – DHS
* Bloco 5-Centro Politécnico- Jardim das Américas – Curitiba - Paraná – CEP: 81.531.990 – Brasil - Tel: +55 (41) 3361-3144 -e-
mail: francielle_sm@yahoo.com.br.
2
Programa de Pós Graduação em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental da Universidade Federal do Paraná – UFPR.
Departamento de Hidráulica e Saneamento – DHS. Bloco 5.

1
Resumo
A defasagem na implantação de serviços públicos de saneamento em relação ao crescimento populacional,
principalmente nos países em desenvolvimento, permite prever soluções individuais para o destino de esgotos, que
para estes casos, continuarão a ser ampla e permanentemente adotadas (Jordão e Pessoa, 2011). Os tanques sépticos
são unidades de tratamento primário, físico e biológico, que detêm os esgotos domésticos por um período que
permita a decantação dos sólidos (Jordão e Pessoa, 2011). O resíduo resultante da fase sólida dos tanques sépticos é
denominado lodo séptico, cujas características conferem alto potencial poluidor, sendo a remoção deste, parâmetro
considerado no projeto. No entanto, o tratamento específico deste lodo ainda representa uma grave problemática,
tanto de gerenciamento, quanto de tratamento.
Maria (2013) estudou a sedimentabilidade do lodo séptico em colunas piloto, em concentrações variando de 2.000 –
9.000 mg.Lˉ¹, visando obter parâmetros de projeto para sedimentadores de lodo. Estudou-se neste trabalho a
sedimentação quimicamente mediante a adição de coagulantes (cloreto férrico, sulfato de alumínio, hidróxido de
cálcio) e polímero catiônico, para uma concentração padrão de sólidos totais de lodo previamente estabelecida de
8.000 mg.Lˉ¹. Os testes foram auxiliados pelo equipamento de jartest, que simula as etapas de mistura rápida, mistura
lenta e decantação. Para os coagulantes analisados obteve-se como dosagem ótima 200 mg.Lˉ¹. Para o polímero
utilizado como único agente de coagulação a dosagem obtida foi 25 mg.Lˉ¹. Quando associado (50 mg.Lˉ¹) de
coagulante e polímero catiônico , a melhor eficiência de remoção em termos de turbidez foi Sulfato de Alumínio

Palavras chave: jartest, sedimentação quimicamente assistida, sedimentação do lodo séptico.

Introdução
Dentre os sistemas individuais de tratamento de esgotos, o tanque séptico é uma alternativa relativamente eficiente,
de operação simples, compacta e econômica, se os parâmetros de dimensionamento, confecção e operação do
sistema estiverem adequados. Para garantir um bom funcionamento do sistema, faz-se necessário retirar o excesso de
lodo gerado pelos sólidos sedimentados e digeridos, pois a permanência do lodo acumulado vai diminuindo a sua
eficiência, até um ponto em que o sistema deixe de funcionar.

O destino final do lodo proveniente dos tanques sépticos representa uma grave problemática que ainda não foi
adequadamente equacionada, sendo esse lodo frequentemente disposto sem tratamento (Andreoli et al. 2009). Isso se
deve, principalmente, a falta de estratégias para o gerenciamento sustentável do lodo e opções de tratamento (Heinss
e Strauss, 1999).

Jordão e Pessôa (2011) propõem a existência de um tanque de recebimento e acumulação do lodo, de forma a
facilitar o controle do lançamento na ETE. No entanto, esses alertas e recomendações dependem da relação entre a
quantidade de lodo de tanques sépticos aplicada e a de esgoto sanitário, ou mesmo das relações de carga de sólidos,
matéria orgânica entre outros.
Sabe-se que um dos principais mecanismos de remoção de poluentes do esgoto é decorrente da ação física –
decantação do líquido com sedimentação ou flotação dos sólidos (Andrade Neto et al. 1999). A decantação consiste
na separação das fases líquida, sólida e gasosa por diferenças de massa específica, a sedimentação é o processo de
deposição dos sólidos por gravidade.

Campos et al. (2009), descrevendo trabalhos da UnB, verificaram a sedimentabilidade do lodo séptico dosado
conjuntamente com lodo primário proveniente de uma ETE. Maria (2013) estudou a sedimentabilidade do lodo
séptico em colunas piloto em faixas de concentração variando entre 2.000 e 9.000 mg.Lˉ¹ visando obter parâmetros
de dimensionamento de sedimentadores de lodo especificamente. Estudos conduzidos pela UnB realizaram ensaio de
separação de emulsionados em amostras de lodo utilizando o equipamento de jartest, visando essencialmente à
segregação em duas fases: a do lodo mais adensado, e a do líquido clarificado (Aisse et al.2014).

A combinação de floculador e decantador tem sido frequentemente usada no tratamento de água e em alguns casos
no tratamento de esgotos, especialmente para acelerar o processo de sedimentação (Metcalf e Eddy, 2003). A adição

2
de reagentes químicos ao esgoto, com o objetivo de promover a coagulação química e a floculação, acelerando a
sedimentação vem recebendo a designação de Tratamento Primário Quimicamente Assistido- CEPT (Jordão e
Pessoa, 2011). Na coagulação são empregadas concentrações de sais de ferro, combinados ou não com polímeros
catiônicos. Este processo permite a obtenção de elevadas eficiências de remoção de sólidos, matéria orgânica e
fósforo, mesmo sob altas taxas de aplicação superficial (Figueiredo et al. 2009).

Por outro lado, o CEPT apresenta um custo operacional elevado, em função da utilização de produtos químicos e a
geração de elevadas quantidades de lodo (Figueiredo et al. 2003). Segundo os mesmos autores, quando empregado
antecedendo o tratamento secundário, face as elevadas remoções que promove, permite a redução das unidades
subsequentes.

O objetivo do trabalho foi estudar a sedimentação quimicamente assistida do lodo séptico in natura.

Materiais e Métodos
O resíduo séptico coletado em Curitiba e Região Metropolitana (RMC) é destinado à ETE-Belém, atingindo o
montante de 3.300 m³ por mês (Andreoli et al., 2006). O lodo dos experimentos foi coletado na rampa de descarte
dos caminhões limpa-fossa. Para remoção de sólidos grosseiros, uma caixa de ferro com abertura de 2,7 cm foi
acoplada a parede do tanque. Visando obter uma amostra representativa, foram coletadas três alíquotas de 500 L, no
início, meio e fim do descarte.

Os experimentos foram realizados no Laboratório da Engenharia Ambiental- LABEAM na Universidade Federal do


Paraná-UFPR, utilizando para isso o equipamento de jartest modelo 218 LDBF. Esse é constituído por 6 jarros, com
coletores frontais a meia altura. Os jarros são de acrílico transparente e possuem dimensão de 115x115mm. Os
agitadores são de aço inox do tipo paleta de eixo vertical que medem 25x75mm². As rotações são programadas no
visor do equipamento, de acordo com o tempo desejado.

Figura 1– Equipamento de jartest utilizado nos experimentos

Para realização deste ensaio foi arbitrada a concentração de Sólidos Totais padrão de aproximadamente 8.000 mg L -1,
mediana encontrada em estudos anteriores para resíduos sépticos em Curitiba e Região Metropolitana (Leite et al.,
2009), e que conduz a velocidades de sedimentação muito baixas, sendo justificável a aplicação de produtos que
auxiliem ou acelerem o processo.
Os coagulantes escolhidos foram Cloreto Férrico, Sulfato de Alumínio e Hidróxido de Cálcio, e como auxiliar de
coagulação o polímero catiônico SUPERFLOC 8394 da marca Kemira, com alto peso molecular. A escolha do
produto se deu pela facilidade de obtenção na ETE- Belém, Estação onde inicialmente encontrava-se a estação
experimental. A solução de polímero deve ser armazenada no máximo por 24 horas com agitação lenta constante.

3
Após ensaios preliminares, determinou-se a faixa de dosagens entre 50-200 mg L-1 para coagulantes, e 5-25 mg L-1
para o polímero como único agente de coagulação. Para dosagens maiores de coagulante eram formados
aglomerados de flocos, que aumentavam a turbidez e produziam grande quantidade de lodo no fundo.
Procedeu-se da seguinte maneira: medição do pH e turbidez da amostra; preenchimento dos frascos (2.000 mL) com
a concentração padrão; início da Mistura Rápida com rotação de 120 rpm durante 1 minuto; aplicação do coagulante
e/ou polímero; início da Mistura Lenta com rotação de 40 rpm durante 12 minutos; início da Decantação (sem
agitação) durante 20 minutos; medição de turbidez e pH do clarificado para cada dosagem.
As amostras foram retiradas através de coletores localizados a 7 cm da superfície do líquido após 20 minutos de
decantação, correspondendo a uma Taxa de Aplicação Superficial de 5,52 m³ m -² d-1.

Resultados
A Tabela 1 mostra os valores de pH e turbidez para cada dosagem de Cloreto Férrico, Sulfato de Alumínio,
Hidróxido de Cálcio antes e após os experimentos.

Tabela 1- Dosagem dos coagulantes empregados na sedimentação quimicamente assistida do lodo séptico
Coagulante Parâmetros Concentração (mg.Lˉ¹)
Inicial 0 50 100 125 150 200
Cloreto Férrico Turbidez (NTU) 10.000 7680 12540 8080 8620 13020 885
pH 7,09 6,95 6,9 6,79 6,72 6,65 6,52
Sulfato de Alumínio Turbidez (NTU) 10.625 3060 9520 7000 9360 8580 1720
pH 7,03 6,93 6,76 6,58 6,57 6,5 6,34
Hidróxido de Cálcio Turbidez (NTU) 10.000 3031 1905 1296 850 1157 809
pH 6,93 7 7,01 7,01 7,02 7,03 7,03

Considerando os valores obtidos para o Cloreto Férrico, observa- se que os valores de pH, são menores quanto
maiores são as dosagens utilizadas. Em se tratando de turbidez, houve oscilação entre as dosagens 50 mg.Lˉ¹ e 150
mg.Lˉ¹, sendo a melhor dosagem obtida, 200 mg.Lˉ¹.

14000 7,2

12000 7,1
7
10000
Turbidez (NTU)

6,9
8000 Cloreto
6,8 Férrico
6000
6,7
4000 ph
6,6
2000 6,5
0 6,4
0 50 100 125 150 200
Concentração do Coagulante (mg/L)

Figura 2- Variação da turbidez e pH lodo séptico com aplicação de Cloreto Férrico

4
Para o Sulfato de Alumínio, os valores de pH sofreram decréscimo a medida que, as dosagens do coagulante foram
aumentadas. Para turbidez, também houve oscilações nos resultados encontrados, no entanto, a dosagem ótima
encontrada foi de 200 mg.Lˉ¹. Nota-se que a não utilização de produtos químicos produziu melhores resultados do
que os obtidos para as dosagens 50, 100, 125 e 150 mg.Lˉ¹.

O Hidróxido de Cálcio proporcionou aumento no pH a medida que a dosagem utilizada foi acrescida. Quanto aos
valores de turbidez, houve decréscimo a medida que a concentração do produto químico aumentou, sendo a dosagem
ótima 200 mg.Lˉ¹.

A Tabela 2 mostra os valores obtidos para a sedimentação quimicamente assistida considerando o polímero único
agente de coagulação.

Os resultados mostram que existe uma variação do pH, no entanto, sem correlação evidente com a dosagem de
polímero utilizada. Para as concentrações 0 mg.Lˉ¹ e 5 mg.Lˉ¹ houve decréscimo nos valores de turbidez, quando
comparados aos iniciais, no entanto, para 10 mg.Lˉ¹ e 15 mg.Lˉ¹ houve acréscimo destes valores, sendo a dosagem
ótima encontrada de 25 mg.Lˉ¹.

A otimização das dosagens foi obtida mediante a associação dos coagulantes (Cloreto Férrico, Sulfato de Alumínio e
Hidróxido de Cálcio) ao Polímero Catiônico. Após ensaios preliminares, optou-se fixar a dosagem de 50 mg.Lˉ¹ para
os coagulantes e variar as dosagens de polímero utilizadas anteriormente. A Tabela 3 mostra os valores iniciais e
finais de pH e turbidez.

Tabela 2- Variação da turbidez e pH do lodo séptico para as dosagens de polímeros empregados na sedimentação
quimicamente assistida.
Coagulante Parâmetros Dosagem (mg.Lˉ¹)
Inicial 0 5 10 15 20 25
Polímero Catiônico Turbidez (NTU) 10.500 2565 1860 8125 4575 4005 301
pH 7,06 6,96 6,91 6,99 6,97 7,01 6,98

Tabela 3- Variação da turbidez e pH do lodo séptico para combinação coagulantes+ polímero catiônico empregados
na sedimentação quimicamente assistida
Coagulante Parâmetros Dosagem (mg.Lˉ¹)
Inicial 0 5 10 15 20 25
Cloreto Férrico Turbidez (NTU) 9960 2828 8959 1084 616 360 251
pH 7,09 7,13 7,28 7,77 7,6 7,81 7,73
Sulfato de Alumínio Turbidez (NTU) 10095 1547 1535 360 224 247 240
pH 7,48 7,42 7,1 7,08 7,06 7,04 7,07
Hidróxido de Cálcio Turbidez (NTU) 10575 2375 1575 1169 906 640 681
pH 7,48 7,42 8,43 8,49 8,51 8,55 8,51
Nota: Dosagem de polímero para 50 mg L-1 de coagulante

5
2500 8,8
8,6
2000 8,4
Hidróxido
Turbidez (NTU)

8,2
de Calcio
1500 8
7,8 pH
1000 7,6
7,4
500 7,2
7
0 6,8
0 5 10 15 20 25
Concentração de Polímero Catiônico (mg/L)

Figura 3- Variação da turbidez do lodo séptico com aplicação de (50 mg.Lˉ¹) de Hidróxido de Cálcio+ polímero
catiônico

Os resultados de turbidez obtidos para o Cloreto Férrico sofreram decréscimo à medida que a dosagem de polímero
aumentou. Os valores de pH variaram, no entanto não permitiram correlacionar tais alterações às dosagens utilizadas.
A dosagem ótima encontrada foi 50 mg.Lˉ¹ + 25 mg.Lˉ¹.

Para o Sulfato de Alumínio, quando associado ao polímero catiônico, proporcionou queda nos valores de turbidez e
pH com o aumento da dosagem de polímero. A dosagem ótima encontrada foi 50 mg.Lˉ¹ + 15 mg.Lˉ¹.

O Hidróxido de Cálcio combinado ao polímero permitiu a redução na turbidez e aumento do pH, com o aumento da
concentração de polímero catiônico. A dosagem ótima encontrada foi 50 mg.Lˉ¹ + 20 mg.Lˉ¹.

Conclusão

A utilização de produtos químicos visando acelerar o processo de sedimentação pode ser utilizada. Os experimentos
realizados em jar-test apontaram que, quando utilizado como único agente de coagulação, o Cloreto Férrico
conduziu a maiores eficiências de remoção em termos de Turbidez.

Para Cloreto Férrico, Sulfato de Alumínio e Hidróxido de Cálcio a dosagem ótima foi de 200 mg.Lˉ¹ . Para o
polímero catiônico, utilizado como único agente de coagulação, obteve-se 25mg.Lˉ¹ como dosagem ótima.

Quando fixada em 50 mg.Lˉ¹ a dosagem de coagulante e variando a dosagem de polímero catiônico, obteve-se:
Cloreto Férrico+ 25 mg.Lˉ¹ de polímero, Sulfato de Alumínio+ 15 mg.Lˉ¹ de polímero, Hidróxido de Cálcio+ 20
mg.Lˉ¹ de polímero.

Os experimentos de decantação quimicamente assistida mostraram que o volume de lodo produzido ao final da
decantação em alguns casos era aproximadamente 50% do volume total do frasco. A mensuração da geração do lodo
pela adição de dosagens variáveis de produto químico deve ser estudada associando-se esta a dosagem ótima para
obtenção de remoções de turbidez e ST.

Para obtenção da eficiência da decantação quimicamente assistida do lodo séptico, recomenda-se ensaios de
sedimentação em colunas piloto, considerando Teoria de Sedimentação do Tipo 2, com coleta de amostras ao longo
6
das profundidades em vários tempos. A relação entre a concentração de sólidos da amostra, dosagem de produto
químico e quantidade de lodo gerado pela adição dos coagulantes também deve ser avaliada.

Agradecimentos Os autores agradecem a FINEP e ao CNPq pelo financiamento da pesquisa,


através do edital Ação Transversal Saneamento Ambiental e Habitação (2009), a UNIFAE, a
SANEPAR e a UFPR, como co-executores, pelo apoio demonstrado. A CAPES pela cessão de
bolsa para o desenvolvimento do Mestrado.
Referências Bibliográficas

Andreoli et al., (2006) Alternativas de uso de resíduos do saneamento. Rio de Janeiro, 416 pp.
Andreoli, C. V. et al (2009). Lodo de fossa e tanque séptico: caracterização, tecnologias de tratamento, gerenciamento e destino
final. Rio de Janeiro, 383 pp.
Campos, J. R.; Povinelli S. C, S.; Aisse, M. M.; Souza, M. A. A.; Samways, G.; Alem Sobrinho, P.(2009) Tratamento combinado
de lodo de tanque séptico e de fossas com esgoto sanitário. In: Lodo de Fossa Séptica. Rio de Janeiro, 181-282 pp.
Jordão, E. P.; Pessôa, C. A (2011). Tratamento de Esgoto Doméstico. 6ª ed. Rio de Janeiro, ABES, 2011.
Leite, B. Z.; Ingunza, M. P.; Andreoli, C. V.(2006) Lodo de decanto-digestores. In: Andreoli et al. Alternativas de uso de resíduos
do saneamento. Rio de Janeiro: ABES, 416 pp.
Maria, F.S. (2013) Estudo da Sedimentabilidade do Lodo Séptico. Dissertação de Mestrado- Programa de Pós- graduação em
Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental, Universidade Federal do Paraná, 115 pp.
Figueiredo,I. C.; Jordão, E. P.; Volschan Junior, I.; Dezotti, M.; Azevedo, J. S.(2005) Desempenho de Produtos Químicos no
Processo CEPT: Teste de Jarro e escala piloto. In: Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 23, 2005,
Campo Grande. Anais. Campo Grande: ABES, 2005. Disponível em: < http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/abes23/ii-
030.pdf >. Acesso em: 20/01/2012.
Figueiredo, I. C. (2005) Tratamento Primário Quimicamente Assistido (CEPT) e Decantação Primária Convencional: Quando
aplicar? In: Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária E Ambiental, 23, 2005, Campo Grande. Anais. Campo
Grande: ABES, 2005. Disponível em: <http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/abes23/II-139.pdf>. Acesso em: 20/01/2012.
Metcalf E Eddy (2003). Wastewater Engineering, treatment and reuse.4ª Edição. New York: McGraw-Hill, 2003.
Heinss, U.; Strauss, M (1999). Co-treatment of faecal sludge and wastewater in tropical climates. Swiss Federal Institute for
Environmental Science and Technology (EAWAG) and Department for water and sanitation in developing countries
(SANDEC). January, 1999.

7
PREVALÊNCIA E VIABILIDADE DE OVOS DE HELMINTOS EM LODO DE
FOSSA SÉPTICA HIGIENIZADOS POR ESTOCAGEM PROLONGADA

PREVALENCE AND FEASIBILITY OF EGGS IN SLUDGE HELMINTH SEPTIC


SANITIZED FOR LONG TERM STORAGE

Raquel Pinheiro Pompeo 1*


Edilene Alcantara de Castro 2
Miguel Mansur Aisse 1
Cleverson Vitório Andreoli 3

Abstract
It is estimated that about 80 million people in Brazil have their wastewater treated by septic tanks.The final
destination of the sludge is a major problem, both for public health and the environment. In this study the prevalence
and viability of helminth eggs present in sludge coming from septic tanks was evaluated in the metropolitan region of
Curitiba, Paraná (Brazil), sanitized for long term storage. The sludge was obtained in several municipalities of the
Metropolitan Region of Curitiba and most public schools from Almirante Tamandaré/PR where there was previously
confirmed large number of viable eggs in the Laboratory of Parasitology UFPR. The research was developed in two
stations Sewage Treatment (STPs) Sanitation Company of Paraná (SANEPAR), located in the municipalities of
Fazenda Rio Grande and Apucarana, both in the state of Paraná (Brazil). Monitoring of sludge was carried through
the evolution of viable eggs., six treatments in septic sludge designated as TR1 to TR6 over time was performed,
conditions and plowing under (coverage) being evaluated. Ascaris sp were found in 100% of samples with a higher
prevalence of other helminths. Storage of sludge in the period of 43 weeks showed reductions in egg viability of
almost 60% higher in TR6 (59.64%) followed by TR2 (52.56%), treatments that have not gone through the revolving
process. The number of viable eggs ranged 1.55 to 3.19 egg / g TS, values that do not meet the standards established
by CONAMA Resolution 375/06 for Class A sludge, 0.25 egg / g TS.

KeyWords: disinfection sludge, helminthes, ,long-term storage, septic tank sludge, viability.

1
Programa de Pós Graduação em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental, Universidade Federal do Paraná
2
Setor de Ciências Biológicas, Departamento de Patologia Básica, Universidade Federal do Paraná.
3
Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR
* Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental – PPGERHA. Centro Politécnico. Jardim das
Américas. CEP 81531-990, Caixa Postal 19011. Curitiba, Paraná, Brasil. Tel. 55 41 33613144. E-mail:
raquelpompeo@hotmail.com

1
Resumo
Estima-se que cerca de 80 milhões de habitantes no Brasil, tenham seus esgotos tratados por fossas ou tanques
sépticos. A destinação final do lodo de fossa-séptica é um grande problema, tanto para a saúde pública quanto ao
meio ambiente. Neste trabalho foi avaliada a prevalência e viabilidade de ovos de helmintos presentes em lodos
oriundos de fossas sépticas, da Região Metropolitana de Curitiba - RMC, Paraná (Brasil), higienizados por
estocagem prolongada. O lodo foi obtido em diversos municípios da RMC e a maior parte, de escolas públicas do
município de Almirante Tamandaré (PR), onde houve confirmação prévia de grande número de ovos viáveis de
helmintos. A pesquisa foi desenvolvida em duas Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) da Empresa de
Saneamento do Paraná (SANEPAR), localizadas nos municípios Fazenda Rio Grande, na RMC, e Apucarana, ambas
no Estado do Paraná. Foi realizado o monitoramento do lodo através da evolução de ovos viáveis de helmintos sendo
seis tratamentos no lodo séptico designados como TR1 a TR6 ao longo do tempo, sendo avaliadas as condições de
revolvimento e abrigo (cobertura). A fauna parasitária encontrada no lodo séptico foi: Ascaris sp, Toxocarasp,
Trichuristrichiura, T. vulpis, Trichuroidea, H. diminuta e Taenia sp.. Ovos de Ascaris sp foram encontrados em
100% das amostras analisadas com maior prevalência sobre os demais helmintos. A estocagem do lodo no período
de 43 semanas apontou reduções na viabilidade dos ovos de quase 60%, mais acentuado em TR6 (59.64%) seguido
de TR2 (52.56%), tratamentos que não passaram pelo processo de revolvimento. O número de ovos viáveis variou de
1.55 a 3.19 ovos/g ST, valores que não atendem ao padrão estipulados pela Resolução Conama 375/06 para lodo
Classe A, de 0.25 ovo/g ST.

Palavras-chave: estocagem prolongada, helmintos, higienização do lodo, lodo de fossa séptica, viabilidade.

Introdução

No Brasil, os índices de mortalidade de doenças relacionadas diretamente à falta de saneamento básico e a pobreza
no país diminuíram nas últimas décadas, entretanto, os índices ainda são muito elevados. Nos últimos 50 anos o
perfil epidemiológico geral do Brasil mudou e o impacto das doenças infecciosas nas causas de mortes caiu de quase
50%, na década de 30, para menos de 5%, atualmente. Entretanto, o impacto em termos de morbidade e de
incapacitação para o trabalho continua muito elevado.A estimativa é de que há 93 milhões de infectados por diversos
agentes patogênicos, destes 41.7 milhões por Ascaris, 32.3 milhões por ancilostomídeos e18.9 milhões por Trichuris.
As crianças em idade escolar infectadas por parasitoses intestinais são aproximadamente 15.4 milhões. A estimativa
é com a prevalência média de 30 % (IOC, 2011).

A concentração de patógenos no lodo, proveniente do tratamento de esgotosestá diretamente relacionada a infecção


da população, variando em função das condições sócio-econômicas e sanitárias da mesma. Outros fatores
relacionados, principalmente relacionados àquantidade e diversidade da população de patógenos presentes no lodo,
incluem a natureza do esgoto e tipo de tratamento efetuado, a população atendida, condições sanitárias e região
geográfica (THOMAZ-SOCCOL, 1998; FERNANDES et al., 1996).

Em um estudo no Estado do Ceará, Vasconcelos et al. (2011) fizeram a estimativa da frequência de parasitoses
intestinais em 383 crianças, com idade de quatro a 12 anos, residentes em um mesmo bairro. Foram constatados por
exames coproparasitológicos 233 resultados positivos, sendo que em 68 amostras os resultados apontaram
poliparasitismo. As espécies de helmintos encontradas foram Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Ancylostoma
duodenale, Enterobius vermicularis e Hymenolepis nana, a de maior prevalência Ascaris lumbricoides com 21.9%.
Os doisprotozoários com maior prevalência foram Entamoeba SP e Giardia lamblia. Foi constatada maior
prevalência das parasitoses intestinais nas crianças residentes em domicílios com piores condições de abastecimento
d’água, baixas condições de higiene e saneamento básico e ainda onde as mães apresentam menor nível de instrução
educacional.

Em Marialva, no Paraná, observou-se uma prevalência de parasitoses intestinais em 18% de crianças de 1 a 10 anos
atendidas em um Laboratório de Análises Clínicas. A maior prevalência nos casos analisados foi a do parasita G.
lamblia, relacionada à ausência de hábitos regulares de higiene, como a lavagem das mãos antes das refeições e após

2
o uso do sanitário e a baixa renda familiar das crianças parasitadas, em torno de 1 a 2 salários mínimos (LOPES et
al., 2012).

Alves et al.(2003) apontam para resultados diferentes de outros desenvolvidos no país, em São Raimundo Nonato,
sudeste do Piauí, quanto a prevalência de Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura. Os autores, de setembro de
2000 a fevereiro de 2001, analisaram 265 amostrais fecais e os resultados indicaram 57% de amostras positivas para
enteroparasitos. Entamoeba coli (35.8%), Endolimax nana (13.6%), Hymenolepis nana (9.4%) e os ancilostomídeos
(9.4%) foram os parasitos mais freqüentes.

A frequência das parasitoses intestinais está relacionada com as condições de saneamento, como pode ser observado
amplamente na literatura. O Brasil foi apontado por Silva et al. (1997) como um dos países mais infectados por
Ascaris lumbricoides. Daquele ano até o presente momento este panorama mudou muito pouco.

Saturnino et al. (2005) afirmam que densidade parasitáriana população adulta,em geral, não é significativamente
elevada quando comparadas com às da população pediátrica. De fato, a população infantil é a mais vulnerável no
que se refere às condições de higiene, e, grande parte dos estudos epidemiológicos são realizadoscom este perfil de
população (LOPES et al., 2012; SEIXAS et al., 2011; SILVA J.C. et al. , 2011; CASTRO et al. , 2004; PITTNER et
al. , 2007; OLIVEIRA et al., 2001; SILVA C.G., SANTOS H. A., 2001). Entretanto, Furtado e Melo (2011), alertam
para altas cargas parasitárias na população idosa de Parnaíba. Em estudo com indivíduos com mais de 64 anos, a
prevalência de enteroparasitoses foi de 40.5%. Segundo os autores, os idosos parasitados por Giardialambliapodem
tê-la adquirido em seu próprio domicílio, sendo observadoque em mais da metade destes havia algum tipo de praga,
sobretudo insetos, podendo servir como vetores de agentes patogênicos .

Assis (2010) desenvolveu um trabalho de tese com o povo indígena Maxakali, situado na região nordeste de Minas
Gerais, abrangendo todas as faixas etárias. A prevalência de enteroparasitoses na população foi de 89.94%, com
prevalência de poliparasitismo superior a 70%. As principais causas de mortalidade nesta população são as doenças
infecciosas e parasitárias, seguidas das doenças carências que também têm seu agravamento determinado por
doenças parasitárias.

O presente trabalho tem como objetivo determinar a prevalência e a viabilidade de ovos de helmintos presentes em
lodos oriundos de fossas sépticas, da região metropolitana de Curitiba, Paraná (Brasil) higienizados por estocagem
prolongada.

Material e Métodos

O lodo foi obtido em diversos municípios da Região Metropolitana de Curitiba e a maior parte de escolas públicas do
município de Almirante Tamandaré, onde houve confirmação prévia de grande número de ovos viáveis de helmintos
no Laboratório de Parasitologia da UFPR. O lodo foi transportado por caminhões limpa-fossa, que o descarregaram
no adensador da ETE Fazenda Rio Grande, sendo adaptada uma tela com abertura de 10 mm no mesmo para reter
pedras e materiais grosseiros e, em seguida, foi encaminhado para o desague na centrífuga.

A pesquisa de estocagem prolongada foi desenvolvida em duas Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) da
Empresa de Saneamento do Paraná (SANEPAR), localizadas nos municípios de Fazenda Rio Grande (FRG) –
Região Metropolitana de Curitiba e Apucarana, ambas no Estado do Paraná (Brasil). A diferença geográfica e
climatológica entre as duas localidades foi o fator determinante na escolha dos locais de montagem do experimento.
O município de Apucarana abrange uma área de 555.395 Km2, localiza-se entre os paralelos de 23º24’ 22.05’’ a
23º43’07.05” de latitude sul e os meridianos de 51º15’07.05’’ a 51º37’30” de longitude oeste. O município de
Fazenda Rio Grande possui uma área de 120.8 km2, latitude de 25º 39’ S, longitude de 49º 16’ W e altitude de 895 m.
Acrescentados dados do clima das duas áreas.

3
O delineamento experimental utilizou parcelas subdivididas do lodo, dispostas em caixas de madeira de 1.0 m de
largura, 2.0 m de comprimento e 0.50 m de altura. Foram realizados seis tratamentos e quatro repetições para cada
um deles (Figura 1). Na Tabela1 encontram-se sumarizados os tipos de tratamento realizados no lodo séptico.

Figura 1. Pátios utilizados para a higienização natural dos lodos de fossa/tanque séptico em Fazenda Rio Grande/PR
(a) pátio coberto (b) pátio descoberto.

Tabela 1. Higienização Natural de Lodo por Armazenamento Prolongado: Tratamentos aplicados no lodo de tanque
séptico
Tratamentos Condições Operacionais
Tratamento 01 – TR1 Pátio Coberto Com Revolvimento em Fazenda Rio Grande
Tratamento 02 – TR2 Pátio Coberto Sem Revolvimento em Fazenda Rio Grande
Tratamento 03 – TR3 Pátio Descoberto Com Revolvimento em Fazenda Rio Grande
Tratamento 04 – TR4 Pátio Descoberto Sem Revolvimento em Fazenda Rio Grande
Tratamento 05 – TR5 Pátio Descoberto Com Revolvimento em Apucarana
Tratamento 06 – TR6 Pátio Descoberto Sem Revolvimento em Apucarana

O revolvimento foi realizado manualmente com enxada, com frequência semanal nos dois primeiros meses e
quinzenal nos demais. O aparato experimental nos dois municípios foi montado em abril de 2012, com 15 dias de
diferença entre eles, sendo as coletas realizadas nos tempos 4, 9, 13, 17, 30 e 43 semanas. A partir da observação de
pequena queda na concentração dos ovos viáveis de helmintos nas análises, entre quatro semanas, optou-se por
ampliar o tempo de amostragem depois da 17ª semana. As amostras foram coletadas em três pontos das caixas desde
a superfície até o fundo, e então homogeneizadas formando uma amostra composta. Tendo 16 unidades
experimentais em Fazenda Rio Grande e nove em Apucarana (uma em pátio coberto), ao longo do tempo foram
analisadas 150 amostras compostas em duplicata. O acondicionamento foi realizado em embalagens estéreis,
contendo 1 kg de lodo e armazenadas/refrigeradas em caixas do tipo cooler, mantendo a temperatura em torno de
4ºC, para o envio ao Laboratório.

O método utilizado para contagem de ovos de helmintos em lodo de esgoto é o de Yanko (1987) modificado por
THOMAZ-SOCCOL et al.(2000).O resultado é expresso em número de ovos por grama de matéria seca. Para tanto
foi realizado concomitantemente o peso seco.

Resultados e Discussão
A fauna parasitária encontrada no lodo séptico foi: Ascaris sp, Toxocarasp, Trichuristrichiura, T. vulpis,
Trichuroidea, H. diminuta e Taenia sp.. Ovos de Ascaris sp foram encontrados em 100% das amostras analisadas
com maior prevalência sobre os demais helmintos (Figura 1). A prevalência do Ascaris sp sobre os demais parasitos
era esperada. No lodo de esgoto, os ovos de helmintos encontrados com maior frequência reportados por diversos
autores são: Ascaris lumbricoides, Ascaris suum, Toxocarasp. Trichuri strichiura, Taenia solium, Taenia saginata,
Hymenoleois nana (POMPEO et al. 2013; MAYA et al. (2010); SIDHU e TOZE (2009); SOUZA et al. (2008);
JIMÉNEZ (2007b); JIMÉNEZ et al. (2007), PAULINO et al. (2001), USEPA, 1993; PIKE e DAVIS, 1984). Em
exames coproparasitológicos, entre os helmintos, também foi observada a alta prevalência do Ascaris sp. (Seixas et
al.; 2011; Araújo, 2007; Oliveira et al. 2001; Silva e Santos, 2001; Vasconcelos et al., 2001).

4
Figura 1: Contagem de ovos viáveis de helmintos em t = 4 semanas e t = 43 semanas nos tratamentos
NOTA: TR1 - Pátio Coberto Com Revolvimento em FRG; TR2 - Pátio Coberto Sem Revolvimento em FRG; TR3 - Pátio
Descoberto Com Revolvimento em FRG; TR4 - Pátio Descoberto Sem Revolvimento em FRG; TR5 - Pátio Descoberto Com
Revolvimento em Apucarana;TR6 - Pátio Descoberto Sem Revolvimento em Apucarana; n = média das 4 amostras em duplicata

Há pouca informação sobre comportamento e a fauna helmíntica nos diferentes processos de tratamento de águas
residuárias e no lodo de esgoto resultante destes tratamentos (JIMENEZ-CISNEROS, B. E., 2007a; JIMENEZ-
CISNEROS, B. E, 2007b; PAULINO, R. C et al. (2001). JIMENEZ-CISNEROS (2007a) cita que a maior parte das
informações relacionadas aos helmintos no lodo são sobre o Ascaris e não refletem situações reais em países em
desenvolvimento onde os ovos de outras espécies de helmintos são comuns, como pode ser observado nos
resultados. Na Figura 2 são apresentadas imagens microscópicas dos ovos encontrados no lodo séptico durante a
pesquisa.

Figura 2. Principais Ovos de Helmintos encontrados no lodo séptico:(a) Ascaris sp inviável; (b) Ascaris viável
(400x); (c) Toxocara sp inviável; (d) Toxocara larvado; (e) Trichuris trichuria; (f) Trichuria vulpis larvado

Na Tabela 2 são apresentados os valores da contagem para helmintos de ovos totais, viáveis e percentual de
viabilidade por tipo de helminto, em quatro semanas e após 43 semanas do início do experimento.

5
Tabela 2. Número de ovos totais e viáveis(ovos/gST) no lodo séptico submetido aos tratamentos em 43 semanas
Tipo de Tratamento t = 4 semanas t = 43 semanas
HELMINTO OHV OHT % OHV OHT %
Ascaris sp. 5.54 15.35 36.06 2.73 7.00 38.99
Toxocara sp. 0.04 0.72 6.23 0.06 0.26 22.43
Tratamento 01: Trichuris trichiura 0.04 1.41 2.54 0.01 0.56 2.21
Pátio Coberto com revolvimento em Trichuris vulpis 0.37 2.53 14.60 0.39 1.40 27.84
Trichuroidea 0.00 0.12 3.81 0.00 0.02 0.00
Fazenda Rio Grande Hymenolepis 0.05 0.19 24.21 0.00 0.11 0.00
Taenia sp. 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
diminuta
TOTAL GERAL 6.04 20.32 29.70 3.19 9.35 34.15
Ascaris sp. 4.18 12.10 34.51 1.90 5.64 33.61
Toxocara sp. 0.04 0.76 4.64 0.04 0.28 15.93
Tratamento 02: Trichuris trichiura 0.02 0.91 2.03 0.00 0.35 0.00
Pátio Coberto sem revolvimento Trichuris vulpis 0.23 1.69 13.35 0.17 0.82 20.28
Trichuroidea 0.01 0.09 14.60 0.01 0.03 27.70
em Fazenda Rio Grande Hymenolepis 0.02 0.14 13.66 0.01 0.13 7.00
Taenia sp. 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
diminuta
TOTAL GERAL 4.49 15.69 28.60 2.13 7.26 29.28
Ascaris sp. 3.02 11.24 26.88 2.35 6.57 35.72
Toxocara sp. 0.03 0.56 6.23 0.01 0.09 15.61
Trichuris trichiura 0.03 1.12 3.09 0.02 0.49 3.71
Tratamento 03:Pátio Descoberto com
Trichuris vulpis 0.17 1.91 8.72 0.11 0.94 11.89
revolvimentoem Fazenda Rio Grande Trichuroidea 0.00 0.05 9.18 0.02 0.10 22.15
Hymenolepis 0.03 0.15 19.25 0.00 0.08 5.54
Taenia sp. 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
diminuta
TOTAL GERAL 3.29 15.02 21.90 2.52 8.26 30.46
Ascaris sp. 1.70 7.60 22.41 2.47 8.56 28.88
Toxocara sp. 0.01 0.41 3.49 0.03 0.21 14.04
Trichuris trichiura 0.02 0.68 2.55 0.01 0.71 1.98
Tratamento 04:Pátio Descoberto sem
Trichuris vulpis 0.06 1.12 5.05 0.13 1.21 10.88
revolvimento em Fazenda Rio Grande Trichuroidea 0.00 0.05 0.00 0.01 0.03 17.78
Hymenolepis 0.00 0.09 0.00 0.03 0.12 24.23
Taenia sp. 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
diminuta
TOTAL GERAL 1.79 9.97 17.98 2.68 10.8 24.73
Ascaris sp. 2.33 14.51 16.06 1.57 3.48 44.98
3
Toxocara sp. 0.06 1.18 5.27 0.03 0.14 18.45
Trichuris trichiura 0.02 0.97 1.56 0.06 0.44 12.94
Tratamento 05:Pátio descoberto com
Trichuris vulpis 0.16 1.53 10.48 0.07 0.74 10.03
revolvimento em Apucarana Trichuroidea 0.00 0.21 0.00 0.00 0.11 0.00
Hymenolepis 0.03 0.24 11.10 0.00 0.14 0.00
Taenia sp. 0.00 0.00 0.00 0.00 0.01 0.00
diminuta
TOTAL GERAL 2.59 18.64 13.92 1.47 4.27 26.55
Ascaris sp. 3.38 16.77 20.15 1.37 3.96 34.48
Toxocara sp. 0.12 1.14 10.74 0.02 0.14 17.42
Tratamento 06: Trichuris trichiura 0.13 1.24 10.66 0.03 0.44 6.92
Trichurisvulpis 0.17 1.80 9.40 0.12 0.91 13.56
Pátio descoberto sem revolvimento Trichuroidea 0.02 0.96 2.18 0.00 0.20 0.00
em Apucarana Hymenolepis 0.02 0.29 7.42 0.00 0.13 0.00
Taeniasp. 0.00 0.02 0.00 0.00 0.00 0.00
diminuta
TOTAL GERAL 3.84 22.3 17.30 1.55 5.79 26.70
NOTA: OHV – Ovos de helmintos viáveis; OHT – Ovos de helmintos totais; % - % de viabilidade; n= 4 amostras (duplicata)

6
A diminuição do número de ovos viáveis (com exceção do Tratamento 04) ocorreu em todos os tratamentos, como
pode ser observada na Tabela 2. A redução mais expressiva de ovos viáveis de helmintos, do tempo inicial até 43
semanas de tratamento ocorreu em TR6, de 59.64%, seguida de TR2 (52.56%). A redução em TR1 foi de 47.19%e
TR5 de 43.24%. Os tratamentos TR3 e TR4, realizados em pátio descoberto em Fazenda Rio Grande, foram menos
eficientes, sendo mais influenciados pela pluviosidade. Foi monitorada apenas uma unidade experimental em pátio
coberto em Apucarana, não sendo realizado o revolvimento. O maior valor observado nesta unidade foi de 1.65 ovo
viável, sendo reduzido para 0.41 ovo viável/g ST.

Quanto à eficiência nos tratamentos, no que se refere à inviabilização dos ovos de helmintos, observa-se uma melhor
eficiência nos tratamentos não revolvidos, apesar de estatisticamente não ter sido apontada diferença significativa
entre os tratamentos. Isto pode ser explicado pela maior oxigenação proporcionada pelo revolvimento, criando
condições favoráveis ao desenvolvimento dos ovos.

A perda de umidade eventualmente destrói ovos de helmintos, entretanto Ascaris sp é notadamente resistente à
dessecação, e teores de sólidos entre 50 e 60% não foram suficientes para a inativação dos mesmos a níveis
aceitáveis. É necessário um período maior de observação para estocagem prolongada do lodo séptico para a
inviabilização de ovos de helmintos em níveis seguros para a sua aplicação na agricultura.

Ovos viáveis de Taenia foram observados em apenas uma amostra. Trichuris vulpis foi o segundo parasita mais
prevalente nas amostras, mas em números bem inferiores aos Ascaris sp.

Conclusão

A fauna parasitária encontrada no lodo séptico foi: Ascaris sp, Toxocarasp, Trichuristrichiura, T. vulpis,
Trichuroidea, H. diminuta e Taenia sp.. Ovos de Ascaris sp foram encontrados em 100% das amostras analisadas
com maior prevalência sobre os demais helmintos As maiores reduções na viabilidade foram de 59.64% e 52.56%,
tratamentos que não passaram pelo processo de revolvimento.

Foi observada a diminuição dos ovos viáveis de helmintos em 43 semanas de estocagem prolongada do lodo séptico,
contudo, este período não foi suficiente para que os valores atingissem o padrão da Resolução Conama 375/06 para
uso agrícola (BRASIL, 2006), que é de 0.25 ovo viável por grama de matéria seca. É necessário um período maior de
observação para estocagem prolongada do lodo séptico para a inviabilização de ovos de helmintos em níveis seguros
para a sua aplicação na agricultura.

Agradecimentos – Os autores agradecem a FINEP e ao CNPq pelo financiamento da pesquisa,


através do edital Ação Transversal Saneamento Ambiental e Habitação (2009), a UNIFAE, a
SANEPAR e a UFPR, como co-executores, pelo apoio demonstrado. A CAPES pela cessão de
Bolsa para realização do doutorado.

Referências Bibliográficas
Alves, J. R.; Macedo, H. W.; Ramos Júnior, N. A.; Ferreira, L. F.; Gonçalves, M. L. C.; Araújo, A. Parasitoses
intestinais em região semi-árida do Nordeste do Brasil; resultados preliminares distintos das prevalências esperadas. Cadernos de
Saúde Pública, v. 19, n. 2, p. 667-670, 2003.
Assis, E. M. DE. Prevalência de enteroparasitoses e condições sanitárias na comunidade indígena Maxakali/
Dissertação (mestrado) -- Universidade Vale do Rio Doce-- Governador Valadares, MG, 2010. 105 f.
Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. CONAMA n o 375. Define critérios e
procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos
derivados. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, n. 167, 30 ago 2006, p. 141-146.
Castro A.Z, Viana J.D.C, Penedo A.A., Donatele D.M. Levantamento das parasitoses intestinais em escolares da rede
pública na cidade de Cachoeiro do Itapemirim, ES. Newslab 64: 140-144, 2004.
Fernandes, F.; Coelho, L. O.; Nunes, C. W. & Silva, S. M. C. P. Aperfeiçoamento da Tecnologia de Compostagem e
Controle de Patógenos. SANARE, Curitiba, v. 5, n.5, pp. 36 – 45. 1996.

7
Furtado, LFV.;Melo, A. C F L. Prevalência e aspectos epidemiológicos de enteroparasitoses na população geronte de
Parnaíba, Estado do Piauí. Ver Soc Bra sMed Trop., Uberaba, v. 44, n. 4, p. 513-515, jul./ ago. 2011.
IOC - INSTITUTO OSWALDO CRUZ.NOTA TÉCNICA N.º 1/2011/IOC-FIOCRUZ/DIRETORIA. Disponível
em:www.fiocruz.br/ioc/media/NotaTecnica_1_2011_IOCatual.pdf. Acessoem:<fev/13>
Jimenez-Cisneros, B. E. Helminth ova removal from wastewater for agriculture and aquaculture reuse. Water Science
and Technology, 55(1–2): 485–493 (2007a).
Jimenez-Cisneros, B. E. Helminths (worms) eggs control in wastewater and sludge. International Symposium on New
Directions in Urban Water Management.12-14 September 2007, UNESCO Paris (2007b).
Lopes et al. Diferentes Parasitos Intestinais Em Crianças De Um A Dez Anos Atendidas Em Um Laboratório De
Análises Clínicas Na Cidade De Marialva, Paraná, Brasil Revista Saúde e Pesquisa, v. 5, n. 2, p. 290-297, maio/ago. 2012
Oliveira FM, Costa STC, Bezerra FSM. Incidência de enteroparasitoses na zona rural do Município de Parnaíba, Piauí.
RevBras Anal Clín 33: 45-48, 2001.
Paulino, R. C; Castro, E. A; Thomaz-Soccol, V. Tratamento anaeróbio de esgoto e sua eficiência na redução da
viabilidade de ovos de helmintos. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Rev. Soc. Bras. Med. Trop.vol.34. n° 5.
Uberaba. SP. 2001
Pittner, E. et al. Enteroparasitoses em crianças de uma comunidade escolar na cidade de Guarapuava, PR. Revista
Salus, Guarapuava, v. 1, n. 1, p. 97–100, jan./jun. 2007.
Pompeo, Raquel P.; Castro, E. A.; Paulino, Rosângela C.; Andreoli, C. V.; Aisse, Miguel Mansur; Soccol, Vanete T.;
Daros, P.. The prevalence and feasibility of helminth eggs in anaerobic sludge provide by UASB reactors. In: 17th International
Symposium on Health-Related Water Microbiology, 2013, Florianópolis - SC. Proceedings, 2013. v. 1. p. 1-4.
Saturnino ACRD, Marinho EJC, Nunes JFL, Silva EMA. Enteroparasitoses em escolares de 1º grau da rede pública da
cidade de Natal, RN. RevBras Anal Clín 37: 83-85, 2005.
Seixas MTL, Souza JNS, Souza RP, Teixeira MCA, Soares NM. Avaliação da frequência de parasitos intestinais e do
estado nutricional em escolares de uma área periurbana de Salvador, Bahia, Brasil. Ver Patol Trop. 2011;40(4):304-14.
Silva E.C et al. Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemiológicos em crianças do Estado do
Maranhão. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical44(1):100-102, jan-fev, 2011
Silva C.G., Santos H.A. Ocorrência de parasitoses intestinais da área de abrangência do Centro de Saúde Cicero
Idelfonso da Regional Oeste da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, Minas Gerais. Revista de Biologia e Ciências da Terra.
2001; 1(1):519-22.
Silva, N. R., Chan, M. S., Bundy, D. A. P. Morbidity and mortality due to ascariasis: re-estimation and sensivity
analysis of global mumbers at risk. Tropical Medicine and International Health, 2: 519-528, 1997
Thomaz-Soccol, V.; Paulino, R.C.; Castro, E. A. Manual de métodos para análises microbiológicas e
parasitológicasem Reciclagem Agrícola de Lodo de Esgoto. Sanepar, Curitiba, 2 ed., 2000. p. 27 – 41.
Vasconcelos, I. A. B et al. Prevalência de parasitoses intestinais entre crianças de 4-12 anos no Crato, Estado do Ceará:
um problema recorrente de saúde pública. Acta Scientiarum. Health Sciences, Maringá, v. 33, n. 1, p. 35-41, 2011.
Yanko W. A., Analytical Method for Viable Helminth Ova. Laboratory Section Procedures for the Characterization of
Water and Wastes.4th edition. Sanitation Districts of Los Angeles.pg 393-1 to 393-6; Los Angeles. Califórnia; 1989.

8
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ESTROGÊNICA EM ESGOTO BRUTO E TRATADO
DE DUAS ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE
SÃO PAULO

EVALUATION OF ESTROGENIC ACTIVITY FROM TWO SEWAGE TREATMENT PLANTS IN


THE METROPOLITAN REGION OF SÃO PAULO

Vania Rodrigues Lopes1


Daniela Dayrell França2
Gilson Alves Quinaglia2
Maria Inês Zanolli Sato2
Marcelo Antunes Nolasco1

Abstract
Wastewater contains high concentration of pollutants and current processes of wastewater treatment plants
(WWTPs) may be not sufficient to properly remove endocrine disruptors compounds. The objective of this study is to
evaluate the estrogenic activity in samples collected at different points of two wastewater treatment plants in the
metropolitan region of São Paulo, as well as to verify the technical feasibility of the BLYES (Bioluminescent Yeast
Estrogen Screen) assay in these matrices. The collected samples are: raw wastewater, treated wastewater and reuse
water in real scale WWTPs operating with activated sludge process. Eventually, the estrogenic activity is detected
and quantified by the BLYES assay. Preliminary results show estrogenic activity in raw wastewater of the two
WWTPs. These results of estrogenic activity show that BLYES can function as a support for monitoring quality of
raw waters and evaluation of processes for wastewater treatment.

Key words: BLYES, endocrine disruptors, micropollutants, sanitation.

1
Universidade de São Paulo – Escola de Artes, Ciências e Humanidades
2
CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
* Autor correspondent: Centro Disciplinar de Pesquisa - Universidade de São Paulo , Av. Arlindo Bettio, 1000–
Ermelino Matarazzo, São Paulo, SP, CEP 03828 000, Brasil, tel. 55 11 30918920, lopesv@usp.br

1
Resumo
Os esgotos concentram altas taxas de poluentes e os atuais processos tratamentos podem não ser suficientes na
remoção adequada de interferentes endócrinos. O objetivo do estudo visa avaliar a atividade estrogênica em amostras
de diferentes pontos de estações de tratamentos de esgotos (ETEs) na região metropolitana de São Paulo, bem como
a viabilidade do ensaio BLYES (Bioluminescent Yeast Estrogen Screen) nestas matrizes. Foram coletados esgotos
brutos, esgotos tratados e águas de reuso de duas ETEs que tratam em escala real o esgoto urbano por processos de
lodos ativados. A atividade estrogênica foi avaliada e quantificada pela técnica de BLYES, ensaio com levedura
bioluminescente geneticamente modificada (Saccharomyces cerevisiae), para a detecção de atividade estrogênica. Os
resultados preliminares detectaram atividade estrogênica nas amostras de esgoto bruto das duas ETEs, em valores
que variaram de 14,66 a 24,41 ngE2equiv. L-1 como esperado. No esgoto tratado a atividade estrogênica foi detectada
em nível menor que esgoto bruto em uma das ETEs 2,44 ngE2equiv. L-1 e na outra a atividade estrogênica não atingiu o
limite de quantificação do método (0,10 ngE2equiv. L-1), assim como nas amostras de água de reuso de ambas ETEs.
Os resultados podem subsidiar a aplicabilidade do ensaio BLYES em esgoto bruto e monitoramento de processos de
tratamentos de águas residuárias, no tocante a remoção de interferentes endócrinos, notadamente aqueles que
exercem atividade estrogênica.

Palavras-chaves: BLYES, saneamento, interferentes endócrinos, micropoluentes.

Introdução

Alguns dos maiores problemas no século XXI estão relacionados à qualidade e à quantidade de água no planeta
(UNESCO, 2009). O crescimento populacional nos grandes centros urbanos e o uso intensivo da agricultura geram
aumento no consumo de água e intensificam as fontes de contaminação, as quais colocam em risco o meio ambiente
e a saúde pública, que, portanto necessitam ser monitoradas (LUO et al., 2014).

Este estudo tem como objetivo avaliar a atividade estrogênica em esgotos bruto, tratado e das águas de reuso visando
à proteção dos corpos hídricos. O estudo avalia a remoção de interferentes endócrinos de atividade estrogênica nos
processos de tratamento por lodos ativados, em duas estações de tratamento de esgoto na região metropolitana de
São Paulo que operam em escala real. Os interferentes endócrinos são substâncias ou misturas presentes em baixas
concentrações no ambiente (µgL e ngL) capazes de desempenhar disfunções hormonais modificando as respostas
naturais (THUNDIYIL, 2007). Isso ocorre porque o receptor hormonal tem elevada afinidade com hormônio
específico natural e alta sensibilidade a ele, e os interferentes endócrinos mimetizam suas ações biológicas. (HAO et
al., 2009).

A avaliação da atividade biológica pode ser detectada por ensaios in vitro, neste estudo é utilizado o ensaio BLYES
(Bioluminescence Yeast Estrogen Screen), o qual detecta concentrações muito baixas de compostos estrogênicos
biodisponíveis que por afinidade, ligam-se ao receptor estrogênico atingem as células e promovem modificação
celular. O bioensaio BLYES utiliza-se de cepa de levedura Sacharomyces cerevisiae contendo um receptor humano
de estrogênio (hER-α) e um plasmídeo de base com elemento de resposta ao estrogênio (ERE)-lacZ que reporta a
ligação. A levedura tem a inserção de dois marcadores que produzem uracila e leucina, os quais servem como
controle seletivo de crescimento. A bioluminescência ocorre com a ativação de genes fusão bacterianos usando
luciferase (luc ou lux) a qual gera um sinal de luz visível que pode ser facilmente detectado por um luminometro e
quantificado em poucas horas, com menores custos e melhor sensibilidade que o método colorimétrico
(SANSEVERINO et al., 2005).

Os processos de tratamento utilizados nas estações de esgoto, principalmente os convencionais, podem remover
apenas parcialmente os compostos e atingir o meio ambiente, inclusive águas superficiais e subterrâneas, em
diferentes proporções (JARDIM et. al., 2012; CAÑEDO; ÁLVAREZ; CISNEROS, 2013).

Metodologia

2
Foram selecionadas duas estações de tratamento de esgotos da Região Metropolitana de São Paulo que operam em
escala real no tratamento de esgotos domésticos urbanos e industriais. As estações escolhidas diferenciam-se em
dimensão, a estação 01 recebe esgoto de uma população de 720 mil habitantes com vazão média de 0,8 mil litros por
segundo, a estação 02 de 1,4 milhão de habitantes e vazão 1,9 mil litros por segundo. Os tratamentos são realizados
por sistema de lodos ativados e compreendem processos de gradeamento, passagem em caixas de areia, decantadores
primários, tanques de aeração e decantadores secundários. Ambas estações produzem águas de reuso (SABESP,
2014). As coletas foram realizadas nos pontos de entrada de esgotos domésticos brutos, esgotos tratados e águas de
reuso das duas estações, estas últimas águas são submetidas ao tratamento complementar de cloração e filtração As
coletas foram pontuais, volumes de 1 litro cada, realizadas em ausência de chuvas nas últimas 24 horas, com
medidas de pH e temperatura das amostras. Foram transportadas e reservadas no laboratório em refrigerador a 4 o C.

As amostras foram filtradas, sob condições de pressão, primeiro em membranas AP20 de fibra de vidro, de 0,8 a
8µm de porosidade e depois em membrana de acetato de celulose de 0,45µm de porosidade. O produto dessa etapa
foi a fração dissolvida da amostra em seguida extraída por fase sólida (SPE - solid phase extraction). Foram
utilizados cartuchos da marca OASIS HLB (balanço hidro-lipofílico), fabricante Waters, com capacidade extratora
para um litro de amostra (LARA et al., 2009), acondicionados em 6ml de metanol por quinze minutos. Os compostos
das amostras retidos nos cartuchos foram eluídos em metanol e concentrados.

O ensaio foi realizado em duas microplacas uma para linhagem de BLYES e a outra para a BLYR (controle de
toxicidade). Foram incluídos um controle positivo com 17β-estradiol e dois controles negativos (DMSO e meio de
cultura). A leitura das microplacas foi realizada no luminometro (Victor X3) com o programa Sigma Plot acoplado.
As culturas estoques de Saccharomyces cerevisiae BLYES e BLYR foram incubadas em 30ml de meio de cultura,
em agitação de 250rpm, a 30oC, por 24 horas ou até atingirem densidade ótica de <1 em 600 nm (DO600). Os extratos
das amostras foram inoculados em microplacas em diluições seriadas de 2,5x10-9 a 1,0x10-3M. As microplacas
foram incubadas a 30o C por 2 horas e meia de incubação.

Foi feita a série de diluições do controle positivo de 17β-estradiol e gerou uma curva sigmoidal padrão, usada para a
equivalência entre as diluições de 17β-estradiol e as amostras. A curva padrão foi feita com solução de 17β-estradiol
(272.39g/mol) adicionando 13,6 mg em 5ml de solvente (DMSO), onde se obtém a solução inicial mais concentrada
de 1x10-2 M (SANSEVERINO et al., 2009).

Resultados

Até o momento, foram realizadas e analisadas uma coleta em cada um dos três pontos: esgoto bruto, esgoto tratado e
água de reuso, das duas estações de tratamento de esgoto (ETEs). Os resultados do ensaio são expressos em
nanograma equivalente de 17β-estradiol por litro (ngE2equiv. L-1). Apesar da complexa composição do esgoto bruto, o
ensaio BLYES demonstrou sensibilidade para detecção de atividade estrogênica nesta matriz em ambas ETEs
(Figura 1). Na ETE 01 o resultado no esgoto bruto foi de 14,66 ngE2equiv. L-1 e na ETE 02 em esgoto bruto o
resultado foi de 24,41 ngE2equiv. L-1. As amostras de esgoto tratado tiveram valores inferiores aos das amostras de
esgoto bruto (figura 2), sendo que na ETE 02 o valor foi de 2,44 ngE2equiv. L-1 e na ETE 01 em esgoto tratado o
ensaio não detectou resposta em seu limite de detecção <0,10 ngE2equiv. L-1. Em águas de reuso para ambas as
estações os valores estiveram abaixo do limite de detecção de <0,10 ngE2equiv. L-1 (Figura 3).

Na revisão bibliográfica, foram encontrados estudos em matrizes de esgotos brutos e tratados realizados com o
ensaio YES, porém até a presente data não foram encontrados estudos com o ensaio BLYES em esgotos de estações
de tratamento. Balsiger et al. (2010) utilizaram o ensaio YES e em amostras de esgoto bruto encontraram atividade
estrogênica em valores entre 18,11 a 22,9 ngE2equiv. L-1 e em esgoto tratado os valores variaram de indetectável a 7,42
ngE2equiv. L-1.

3
Estação 1 - Pto 2 Estação 2 - Pto 1 - entrada da estação,
Entrada estação ITI 14 - efluente bruto efluente bruto

1e+6 1e+6

1e+5
1e+5
Bioluminescência (CPS)

Bioluminescência (CPS)
1e+4

1e+4

1e+3

1e+3
1e+2

1e+1 1e+2
0.0001 0.001 0.01 0.1 1 10 100 0.0001 0.001 0.01 0.1 1 10 100
Fator de concentração Fator de concentração

Figura 01: Resultados de atividade estrogênica medidas pelo ensaio BLYES (símbolo preenchido) e controle de toxicidade por
BLYR (símbolo vazado), em amostras de esgoto bruto nas entradas das estações 01 e 02 coletadas em 10.03.14.

Estação 2 - Pto 2 - saída estação


Estação 1 - Pto4 efluente tratado
Saída estação - efluente tratado

1e+6
1e+6

1e+5
Bioluminescência (CPS)

1e+5
Bioluminescência (CPS)

1e+4
1e+4

1e+3
1e+3

1e+2
1e+2
0.0001 0.001 0.01 0.1 1 10 100
0.0001 0.001 0.01 0.1 1 10 100
Fator de concentração
Fator de concentração

Figura 2. Resultados de atividade estrogênica medidas pelo ensaio BLYES (símbolo preenchido) e controle de toxicidade por
BLYR (símbolo vazado), em amostras de esgoto tratado nas entradas das estações 01 e 02 coletadas em 10.03.14.
Estação 1 - Pto 5
água de reúso Estação 2 - Pto 3 - água reúso

1e+6 1e+6

1e+5 1e+5
Bioluminescência (CPS)
Bioluminescência (CPS)

1e+4 1e+4

1e+3 1e+3

1e+2 1e+2
0.0001 0.001 0.01 0.1 1 10 100 0.0001 0.001 0.01 0.1 1 10 100

Fator de concentração Fator de concentracao

4
Figura 3:Resultados de atividade estrogênica medidas pelo ensaio BLYES (símbolo preenchido) e controle de toxicidade por
BLYR (símbolo vazado), em amostras de águas de reuso das estações 1 e 2 coletadas em 10.03.14.

Conclusão

Resultados de atividade estrogênica variaram entre as matrizes, com reduções nos valores após o tratamento. O
ensaio BLYES demonstrou sensibilidade na detecção de atividade estrogênica em matrizes complexas como esgoto
bruto e possível uso no monitoramento da qualidade das águas.

Agradecimentos: Este trabalho foi parcialmente financiado pelo Conselho Nacional de


Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Agradecemos à equipe gerencial, técnica e
de coleta da Cetesb. Agradecemos a cessão de amostras pela Sabesp.
Referências bibliográficas:

Balsiger, H. A. et al.(2010) A four-hour yeast bioassay for the direct measure of estrogenic activity in wastewater without
sample extraction, concentration, or sterilization, Science of the Total Environment, 408, 1422–1429.
Cañedo, T. E. F., Álvarez, J. C. D., CisneroS, Jimenez B. (2013) The occurrence and distribution of a group of organic
micropollutants in Mexico City ' s water sources, Science of the Total Environment, 454-455, 109–118.
Hao, R. H. et al. (2009) Structure biodegradability relationship of nonylphenol isomers during biological wastewater treatment
process. Chemosphere, 8 (75), 987–994.
Jardim, W. F. et al. (2012) An integrated approach to evaluate emerging contaminants in drinking water, Separation and
Purification Technology, 84, 3–8.
Lara, F. J. et al. (2009) Determination of sulfonamide residues in water samples by in-line solid-phase extraction-capillary
electrophoresis, Journal of chromatography. A, 1216 (15), 3372–9.
Luo, Y. et al. (2014) A review on the occurrence of micropollutants in the aquatic environment and their fate and removal
during wastewater treatment, The Science of the total environment, 473-474, 619–41.
SABESP. s/I, s/d, Disponível em: < http://www.sabesp.com.br>.14.01.2014>.
Sanseverino, J. et al. (2005) Use of Saccharomyces cerevisiae BLYES Expressing Bacterial Bioluminescence for Rapid,
Sensitive Detection of Estrogenic Compounds. Applied and environmental microbiology, 8, (71),4455–4460.
Sanseverino, J. et al. (2009) Screening of potentially hormonally active chemicals using bioluminescent yeast bioreporters.
Toxicological sciences : an official journal of the Society of Toxicology, 1, (107), 122–34.
Thundiyil, J. G; Solomon, G. M.; Miller, M. D. (2007) Transgenerational exposures: persistent chemical pollutants in the
environment and breast milk,Pediatric clinics of North America, 1, (54),81–101, ix.
UNESCO (UN Educ. Sci. Cult. Organ), (2009) Water in a changing world development, Paris – New York. UNESCO/Berghahn
Books. The United Nations World Water Report, no. 3.

5
DEGRADACIÓN FOTOCATALÍTICA DEL ÁCIDO p-ARSANÍLICO EMPLEANDO
TiO2 MODIFICADO CON NÍQUEL

PHOTOCATALYTIC DEGRADATION OF p-ARSANILIC ACID USING Ni DOPED TIO2.

Mónica Patricia Blanco Vega 1


Mariana Hinojosa Reyes2
Vicente Rodríguez González2
Jorge Luis Guzmán Mar1
Ma. Araceli Hernández Ramírez 1
Laura Hinojosa Reyes1*

Abstract
In this study the synthesis and characterization of Ni-doped TiO2 is described as well as the evaluation of its
photocatalytic activity under visible light for the removal of p-arsanilic acid. In this regard, the TiO2 was doped with
different amounts of Ni (0.1, 0.5, 1.0, 2.5 y 5.0 % wt) prepared by sol-gel method at pH 4 using titanium (IV)
isopropoxide and nickel nitrate (II) as precursors. The synthesized materials were characterized by UV-Vis and
Raman spectroscopies and X-ray diffraction techniques. The photocatalytic activity of the prepared materials was
evaluated on the degradation of p-arsanilic acid, a highly toxic organoarsenical compound that is used as feed
additive. The photocatalytic experiments were carried out using a 10 mg/L p-arsanilic acid solution at several pHs
(4.0, 5.5 y 7.0), 1 g/L catalyst and UV-Vis (380-700 nm) or Vis lamp (450 nm) as irradiation sources. During the
photocatalytic degradation, the disappearance of p-arsanilic acid was followed by HPLC and the mineralization of
the solution by the TOC technique. The obtained results demonstrated the better performance of the photocatalytic
system at pH 4 using 1% Ni doped TiO2 material under visible light radiation (540 nm). The degradation and
mineralization percentage achieved were 85 and 45%, respectively; showing superior activity respect to the sol-gel
TiO2 catalyst.

KeyWords: Ni doped TiO2, photocatalytic degradation, p-arsanilic acid, visible light radiation.

1
Laboratorio de Fotocatálisis y Electroquímica Ambiental, Facultad de Ciencias Químicas, Universidad Autónoma de Nuevo
León, Nuevo León México. Av. Universidad S/N, Ciudad Universitaria, San Nicolás de los Garza, Nuevo León México, CP.
66451. Teléfono: 83294000 ext 3434. e-mail: hinojosalr@gmail.com
2
Instituto Potosino de Investigación Científica y Tecnológica, (IPICYT), Camino a la Presa San José 2055. Col. Lomas 4 sección,
CP. 78216. San Luis Potosí S.L.P, México.

1
Resumen
En este estudio se reporta la síntesis y caracterización de TiO 2 modificado con Ni y la evaluación de su eficiencia
fotocatalítica bajo radiación visible en la degradación de ácido p-arsanílico. Para tal efecto, el TiO2 fue modificado
con diferentes concentraciones de Ni: 0.1 ,0.5, 1.0, 2.5 y 5.0% en peso durante la síntesis por el método sol-gel, la
cual se realizó a pH 4 empleando como precursores isopropóxido de titanio (IV) y nitrato de níquel (II). Los sólidos
sintetizados fueron caracterizados por Difracción de Rayos-X (DRX), Espectroscopia Raman y Espectroscopia UV-
Vis de sólidos. La medición de la eficiencia de degradación fotocatalítica de los diferentes materiales se llevó a cabo
mediante la degradación del ácido p-arsanílico, de la familia de los compuestos organoarsenicales que es altamente
tóxico y es usado como aditivo en pienso para aves.
Las pruebas fotocatalítica se llevaron a cabo con una solución de 10 mg/L de ácido p-arsanílico, a pH (4.0, 5.5 y 7.0),
utilizando una concentración de catalizador de 1 g/L y como fuente de radiación, una lámpara UV-Vis (380-700 nm)
y otra Visible que emite radiación de 450 nm. El seguimiento de la degradación fotocatalítica se realizó por
Cromatografía de Líquidos de Alta Resolución y analizador de Carbono Orgánico Total (COT). Se obtuvo mayor
porcentaje de degradación con el catalizador 1% Ni-TiO2 a pH 4 bajo radiación visible. Los porcentajes de
degradación y de mineralización obtenidos con este catalizador fueron 85 y 45%, respectivamente, mostrando una
actividad superior a la del TiO2 sintetizado vía sol-gel.

Palabras clave: TiO2-Ni, degradación fotocatalítica, ácido p-arsanílico, radiación visible.

Introducción
El ácido p-arsanílico es un compuesto de la familia de los organoarsenicales utilizando como aditivo en piensos que
es empleado para tratar la coccidiosis y para fomentar la producción de huevo y el crecimiento muscular en aves de
corral. Aunque los efectos adversos de este grupo de compuestos no están totalmente documentados en humanos, se
han descrito efectos tóxicos en el sistema nervioso de animales experimentales tras la administración de dosis
elevadas de este compuesto (Figura 1).

Figura 1. Estructura química del ácido p-arsanílico

El ácido p-arsanílico puede lixiviarse a aguas superficiales y subterráneas al acumularse en el suelo a través de los
desechos de las aves (excremento y plumas) (Czaplicka et al., 2014; Zheng et al., 2014). Por lo que es importante
contar con métodos alternativos para la degradación de este contaminante. Una de estas tecnologías de tratamiento es
la fotocatálisis heterogénea, en la cual se emplea un catalizador que se activa mediante luz para iniciar reacciones
químicas, mediante la producción de pares electrón-hueco que finalmente generan radicales hidroxilo en la superficie
del semiconductor. La principal ventaja de la fotocatálisis heterogénea, comparada con métodos convencionales de
tratamiento, es que en muchos casos es posible obtener la mineralización completa de contaminantes recalcitrantes.
La aplicación de la fotocatálisis heterogénea empleando TiO2 como catalizador bajo radiación UV ha sido descrita
para la degradación de compuestos organoarsenicales en agua (Zheng et al., 2010; Lu et al., 2014; Zheng et al.,
2014). El TiO2 es el semiconductor más utilizado, porque no es corrosivo ni tóxico, sin embargo, este catalizador se
activa solo con radiación UV lo cual limita su actividad si se irradia con luz visible o solar (Pelaez et al., 2012). Con
el fin de extender la absorción de luz del TiO2 en la región del visible del espectro de radiación electromagnética se
ha modificado este semiconductor mediante la incorporación de metales de transición. Los metales actúan como
aceptores de electrones que minimizan la recombinación de las cargas generadas. Sin embargo, cuando su contenido
2
excede la cantidad óptima, los metales actúan como sitios de recombinación de cargas, provocando una disminución
notable en la actividad catalítica (Park et al., 2013). La degradación de contaminantes orgánicos usando radiación
solar es un proceso económicamente más viable comparado con los procesos que usan radiación UV artificial. Así,
se ha puesto particular atención en mejorar las propiedades superficiales del TiO 2 modificándolo con metales, tales
como Fe, La, Au, Ag, Pt, Cr, V, etc. (Pelaez et al., 2012; Park et al., 2013). El objetivo de este trabajo fue la síntesis
y caracterización del TiO2 modificado con Ni por el método sol-gel, y la evaluación de su eficiencia fotocatalítica
bajo radiación visible en la degradación de ácido p-arsanílico.

Metodología
Síntesis sol-gel. Para la síntesis sol-gel de los catalizadores TiO2-Ni se utilizaron isopropóxido de titanio (IV) (97%,
Sigma), nitrato de níquel (II) hexahidratado (97%, Sigma-Aldrich), además de etanol (96%) como disolvente y agua
destilada. La síntesis se llevó a cabo a pH 4 el cual se ajustó con ácido acético glacial. La adición de los precursores
y disolventes estuvo regulada por goteo a una temperatura de 50 °C y agitación constante. Una vez terminada la
adición de precursores se incrementa gradualmente la temperatura hasta llegar a 70 °C, manteniéndolo así durante 48
h con sistema de condensación. Después de esto, el calentamiento, agitación y condensación fueron retirados y la
mezcla se dejó en reposo durante 2 h, para posteriormente evaporar el disolvente a una temperatura de 70 °C por 24
h. Finalmente los materiales se sometieron a un tratamiento térmico de 500 °C durante 4h con una rampa de
calentamiento de 2 °C/min. Como referencia, también fue sintetizado el TiO2 sol-gel bajo el mismo procedimiento
sin la adición de nitrato de níquel.

Los catalizadores tratados térmicamente se caracterizaron mediante difracción de rayos X para poder identificar las
fases cristalinas utilizando un difractómetro Bruker Advance 8 con una radiación CuKα (1.5404 ˚A). Las fases
cristalinas fueron confirmadas con espectroscopia Raman mediante un espectrómetro Micro-Raman Renishaw
equipado con un láser de argón (514 nm). Los espectros UV-Vis de los catalizadores fueron obtenidos en un
espectrofotómetro Cary 5000 (UV-VIS-NIR) empleando un espectro de teflón (Aldrich) como referencia.

Experimentos fotocatalíticos. Los experimentos fotocatalíticos de la degradación de ácido p-arsanílico se realizaron a


temperatura ambiente en soluciones sintéticas de 10 mg/L en un sistema batch con agitación constante dentro de una
caja cerrada manteniendo una distancia de 7.5 cm entre el reactor y la lámpara. Durante la fotocatálisis, a 150 mL de
la muestra se adicionó 1 g/L de catalizador y se irradió con luz UV-Vis (380-700 nm) y con visible (450 nm) durante
240 min de los cuales 60 min permaneció en oscuridad para asegurar el equilibrio de adsorción-desorción del
contaminante en la superficie del catalizador. Seguido de esto se tomaron alícuotas cada 30 min las cuales fueron
separadas por filtración (filtro de nylon 0.45 μm). Se evaluó el efecto del pH de la disolución (4.0, 5.5 y 7.0)
ajustándolo con HNO3 o NH4OH según el caso. Los catalizadores evaluados fueron de TiO 2 dopados con 0.1, 0.5,
1.0, 2.5 y 5.0 % (en peso). Con fines comparativos también se evaluó la actividad del catalizador TiO2 sol-gel. Los
cambios en la concentración del contaminante se siguieron por Cromatografía de Líquidos de Alta Resolución
(HPLC, Perkin-Elmer). Las condiciones cromatográficas fueron las siguientes: columna de fase reversa Luna 5u C18
(250 x 4.60 mm) con una fase móvil 1% HOAc/MeOH a 1 mL/min y detección UV (250 nm). El rango de
calibración fue de 2 a 10 mg/L (Chen et al., 2011). Finalmente, se evaluó el porcentaje de mineralización mediante la
determinación del contenido de carbono orgánico total (COT) (TOC analyser TOC-V CSH, Shimadzu).

Resultados

Caracterización del material. Mediante difracción de rayos X se determinaron las fases cristalinas de los materiales
en estudio. Todos los catalizadores tienen la presencia de la fase cristalina hexagonal anatasa para el TiO 2 (JCPDS
04-002-2678), no obstante, para los materiales que tienen porcentajes de níquel superiores al 2.5% se detecta la
presencia de la fase cristalina romboédrica de titanato de níquel, NiTiO 3 (JCPDS 04-012-0745). No fueron
detectados picos atribuibles a óxidos de níquel o níquel metálico. En la Figura 2 se encuentran indexados dichos
difractogramas (Kakegawa et al., 1982).

3
TiO2-Ni 0.0
TiO2-Ni 0.1

A (101)
TiO2-Ni 0.5
TiO2-Ni 1.0
TiO2-Ni 2.5

A (200)

A (105)
A (404)
NT (104)
NT (110)

A (211)
NT (012)

NT (012)

A (204)
NT (024)

NT (300)
TiO2-Ni 5.0
Intensidad (u. a.)

20 30 40 50 60 70 80 90
2 Theta

Figura 2. Patrones de difracción de rayos X de los catalizadores TiO2 y TiO2-Ni.

El dopaje con níquel influyó significativamente en la disminución del tamaño de cristal de la fase anatasa (Tabla 1).
Se observa que conforme aumenta el contenido de níquel, el tamaño de cristal disminuyó hasta 10.5 nm.

Tabla 1. Tamaño de cristal para la fase anatasa presente en las muestras de TiO2.
Material Tamaño de cristalito, fase anatasa (nm)
TiO2 16.3
1%Ni-TiO2 16.3
2.5%Ni-TiO2 13.6
5%Ni-TiO2 10.5

En la Figura 3 se muestran los resultados de espectroscopia Raman de los catalizadores TiO 2-Ni. Se observan los
modos vibracionales correspondientes a la fase anatasa (Eg – 144 cm-1, Eg – 197 cm-1, B1g – 400 cm-1, A1g +B1g – 515
cm-1 y Eg – 640 cm-1) (Gallardo-Amores and Sanchez-Escribano, 1994) y titanato de níquel para cargas superiores de
níquel del 2.5% (Lopes et al., 2009).
Eg TiO2-Ni 0.0
TiO2-Ni 0.1
TiO2-Ni 0.5
TiO2-Ni 1.0
TiO2-Ni 2.5
Intensidad (u. a.)

TiO2-Ni 5.0

Eg
B1g A1g + B1g
Eg

100 200 300 400 500 600 700 800


-1
Corrimiento Raman, cm

Figura 3. Espectros Raman de los catalizadores TiO2–Ni y TiO2.

A partir de los espectros UV-Vis de los sólidos se calcularon sus valores de energía de banda prohibida que se
muestran en la Tabla 2. Se observó que conforme aumenta la cantidad de níquel en los materiales modificados,
disminuyó el valor de la Eg, presentando por tanto, capacidad para ser excitados bajo radiación visible.

Tabla 2. Energías de banda prohibida (Eg) de los diferentes materiales de TiO2.


Material Eg (eV) λ (nm)
TiO2 3.10 399.61
(1%) Ni-TiO2 2.90 427.68
(2.5%) Ni-TiO2 3.04 407.91
(5%) Ni-TiO2 2.78 446.11

4
Actividad fotocatalítica de los catalizadores modificados con níquel. La actividad de los catalizadores de TiO2
modificados con Ni se evaluó en la degradación de ácido p-arsanílico a pH 5.5, un tiempo de 60 min para alcanzar el
equilibrio y 180 min de degradación bajo radiación UV-Vis (380-700 nm). En la Figura 4 se muestran los resultados
de la comparación de los catalizadores.
1,0

0,8 0.1Ni-TiO2
0.5Ni-TiO2
1.0Ni-TiO2
0,6 2.5Ni-TiO2
5.0Ni-TiO2
C/C0

0,4
Obscuridad

0,2

0,0
0 30 60 90 120 150 180 210 240
Tiempo (min)

Figura 4. Efecto del contenido de Ni en la actividad del Ni-TiO2 durante la degradación del ácido p-arsanílico (10
mg/L) a pH 5.5 bajo radiación UV-Vis (380-700 nm).

Como puede observarse, el porcentaje de degradación se incrementa ligeramente conforme aumenta la cantidad de
níquel en el catalizador hasta 1%, donde se obtuvo un porcentaje de degradación del 85%. Cuando el porcentaje de
Ni en el TiO2 fue mayor, la actividad fotocatalítica de Ni-TiO2 disminuye, ya que porcentajes altos de níquel reducen
la actividad debido a que el exceso de metal actúa como centro de recombinación de cargas evitando que éstas
participen en la reacción de degradación (Pelaez et al., 2012). El catalizador seleccionado para los estudios
posteriores fue (1%) Ni-TiO2.
Con éste catalizador se realizó la evaluación del efecto del pH de la solución de p-arsanílico; se ajustó a pH 4.0, 5.5 y
7.0. En la Figura 5 se muestran los resultados de dicho estudio.

1,0

0,8 pH4.0
pH5.5
pH7.0

0,6
C/C0

0,4
Obscuridad

0,2

0,0
0 30 60 90 120 150 180 210 240
Tiempo (min)

Figura 5. Efecto del pH en la degradación del ácido p-arsanílico (10 mg/L) bajo radiación UV-Vis empleando 1 g/L
de (1%) Ni-TiO2.

El ácido p-arsanílico presentó mayor adsorción a pH 4. Esto indica que a pH 5.5 y 7.0 hay mayor repulsión de cargas
entre el contaminante (pka1 = 2, pka2 = 4.02 y pka3 = 8.62) (Zheng et al., 2014) y la superficie del catalizador. El
punto de carga cero del catalizador modificado no se determinó pero debe ser próximo al del TiO 2 que es de 6.25
(Ahmed et al., 2011). Bajo condiciones ácidas, la superficie del catalizador está cargado positivamente, y a valores
de pH mayor que 6.25, el número de cargas negativas aumenta en la superficie del catalizador conforme incrementa
el valor de pH. Así a pH 4, el contaminante es fuertemente adsorbido debido a la atracción electrostática entre la
carga negativa asociada al ácido p-arsanílico y la carga positiva del catalizador. Esto favorece la eficiencia en el
proceso de degradación fotocatalítica a pH ácido haciéndololo más rápido; el porcentaje de degradación alcanzado
fue de 95%.

En la Figura 6a se muestran los resultados de la degradación y mineralización del ácido p-arsanílico con (1%) Ni-
TiO2 empleando como fuente de radiación una lámpara UV-Vis (380-700 nm) y otra lámpara Vis (540 nm). No se
5
observó diferencia en los porcentajes de degradación y de mineralización bajo radiación UV-Vis y Vis, lo que indica
que la incorporación de Ni, extendió la absorción de luz del TiO 2 en la región del visible del espectro de radiación
electromagnética. Con fines comparativos, se llevó a cabo la degradación bajo radiación visible del ácido p-
arsanílico empleando TiO2 sol-gel y (1%) Ni-TiO2 (Figura 6b). Se presentó un mayor porcentaje de degradación
empleando el catalizador modificado en comparación que con el TiO 2 sol-gel, alcanzando porcentajes de
degradación del 85 y del 45%, respectivamente. De igual manera se puede ver que el porcentaje de mineralización
fue mayor cuando se empleo el catalizador (1%) Ni-TiO2 comparado con el TiO2 sol-gel. Los porcentajes de
mineralización de acuerdo a la disminución de TOC fueron 45 y 10% con el catalizador modificado y el TiO 2 sol-
gel, respectivamente.

UVVis degradación
Vis degradación 1,0
1,0
UVVis mineralización
Vis mineralización

0,8
0,8

0,6 0,6

C/C0
C/C0

0,4 0,4

Obscuridad
Obscuridad

Deg_NiTiO2
0,2 0,2 Deg_TiO2
COT_NiTiO2
COT_TiO2
0,0 0,0
0 30 60 90 120 150 180 210 240 0 30 60 90 120 150 180 210 240
Tiempo (min) Tiempo (min)

(a) (b)

Figura 6. Efecto del tipo de radiación en el proceso de degradación de ácido p-arsanílico (10 mg/L) empleando el
catalizador (1%) Ni-TiO2 (1 g/L). a) Tipo de radiación y b) comparación de la actividad fotocatalítica con el TiO 2.

Como pruebas control se realizaron la fotólisis y la adsorción. Para evaluar el proceso de fotólisis se irradió la
suspensión del contaminante con radiación visible (540 nm) durante 4 h y durante el proceso de adsorción 1 g/L de
catalizador se mantuvo en agitación constante durante 4 h en oscuridad. En la figura 7 se muestran los resultados de
dicho estudio.

1,0

0,8

0,6
C/C0

0,4

adsorción
0,2
fotólisis
fotocatálisis

0,0
0 30 60 90 120 150 180 210 240
Tiempo (min)

Figura 7. Pruebas control en el proceso de degradación de ácido p-arsanílico (10 mg/L). a) fotólisis, b) adsorción y
c) fotocatálisis del (1%) Ni-TiO2-Ni a pH 4 usando 1 g/L del catalizador.

Como se puede ver en la Figura 7, la fotólisis no contribuye en el proceso de degradación ya que durante los 240 min
de exposición a la luz, el contaminante no muestra variación en la concentración, indicando que es estable bajo
radiación visible. En cuanto a la adsorción se puede ver que el proceso de adsorción contribuye en un 50% en la
remoción del contaminante; mientras que la fotocatálisis contribuye en un 85% a la degradación por lo que se puede
decir que ambos procesos, fotólisis y adsorción, permiten que la degradación se lleve a cabo de manera más
eficiente.

6
Conclusiones
El catalizador TiO2 modificado con níquel mostró mayor actividad en la región visible para la remoción del ácido p-
arsanílico. El contenido de níquel en el catalizador que mejoró la actividad fotocatalítica para la degradación del
ácido p-arsanílico y que minimizó la recombinación de las cargas electrón-hueco fue del 1% Ni.

Agradecimientos. Este estudio fue apoyado por los Fondos de Investigación UANL-PAICyT-
CN885-11 y CONACYT/CB/167372. Los autores agradecen a la M.C. Beatriz Adriana Rivera
Escoto de IPICYT por las mediciones en XRD y Raman.

Referencias Bibliográficas

Ahmed, S., Rasul, M.G., Brown, R., Hashib, M.A., 2011. Influence of parameters on the heterogeneous photocatalytic
degradation of pesticides and phenolic contaminants in wastewater: a short review. Journal of Environmental
Management 92, 311-330.
Czaplicka, M., Bratek, Ł., Jaworek, K., Bonarski, J., Pawlak, S., 2014. Photo-oxidation of p-arsanilic acid in acidic solutions:
Kinetics and the identification of by-products and reaction pathways. Chemical Engineering Journal 243, 364-371.
Chen, D., Zhang, H., Tao, Y., Wang, Y., Huang, L., Liu, Z., Pan, Y., Peng, D., Wang, X., Dai, M., Yuan, Z., 2011. Development
of a high-performance liquid chromatography method for the simultaneous quantification of four organoarsenic
compounds in the feeds of swine and chicken. Journal of chromatography. B, Analytical technologies in the biomedical
and life sciences 879, 716-720.
Gallardo-Amores, J.M., Sanchez-Escribano, V., 1994. FT Raman and FTIR studies of titanias and metatitanate powders. Journal
of the Chemical Society, Faraday Transactions 90, 3181-3190.
Kakegawa, K., Mohri, J., Shirasaki, S., Takahashi, K., 1982. Sluggish transition between tetragonal and rhombohedral phases of
Pb(Zr,Ti)O3 prepared by application of electric field. Journal of the American Ceramic Society 65, 515-519.
Lopes, K., Cavalcante, L., Simoes, A., Varela, J., Longo, E., Leite, E., 2009. NiTiO 3 powders obtained by polymeric precursor
method: Synthesis and characterization. Journal of Alloys and Compounds 468, 327-332.
Lu, D., Ji, F., Wang, W., Yuan, S., Hu, Z.H., Chen, T., 2014. Adsorption and photocatalytic decomposition of roxarsone by TiO
and its mechanism. Environmental science and pollution research international.
Park, H., Park, Y., Kim, W., Choi, W., 2013. Surface modification of TiO 2 photocatalyst for environmental applications. Journal
of Photochemistry and Photobiology C: Photochemistry Reviews 15, 1-20.
Pelaez, M., Nolan, N.T., Pillai, S.C., Seery, M.K., Falaras, P., Kontos, A.G., Dunlop, P.S.M., Hamilton, J.W.J., Byrne, J.A.,
O'Shea, K., Entezari, M.H., Dionysiou, D.D., 2012. A review on the visible light active titanium dioxide photocatalysts
for environmental applications. Applied Catalysis B: Environmental 125, 331-349.
Zheng, S., Cai, Y., O'Shea, K.E., 2010. TiO2 photocatalytic degradation of phenylarsonic acid. Journal of Photochemistry and
Photobiology A: Chemistry 210, 61-68.
Zheng, S., Jiang, W., Cai, Y., Dionysiou, D.D., O'Shea, K.E., 2014. Adsorption and photocatalytic degradation of aromatic
organoarsenic compounds in TiO2 suspension. Catalysis Today 224, 83-88.

7
DEGRADACIÓN DEL COLORANTE VERDE DE MALAQUITA EN AGUAS
RESIDUALES POR MEDIO DE OXIDACIÓN AVANZADA

DEGRADATION OF MALACHITE GREEN DYE IN WASTEWATER BY ADVANCED


OXIDATION

Ruiz Díaz, Laura 1


Salmeron Alcocer, Angélica 2
Rodríguez Casasola, Felipe1*

Abstract
Currently the textile sector is considered of high environmental impact, and this impact is more negative in the liquid
effluent. Synthetic dyes are widely used in industries of medicines, food, cosmetics, textiles and leather, with the
textile industry which has increased consumption of them. Furthermore, it is known that during the processing of
textiles, in dyeing inefficiency leads to the removal of large quantities of dyes on wastewater. It is estimated that 10%
to 15% of the dyes are discharged effluents during dyeing processes. According to the above, the tributaries from
these industries represent a serious damage to receiving water bodies, because the dyes are highly recalcitrant, are
able to generate highly toxic byproducts to living organisms; and may even suppress the photosynthetic processes in
streams, so its presence must be controlled. As described above, it is undisputed the relevance of conducting this
study, which proposes oxidized dye molecule malachite green by the method of Fenton.

KeyWords: dye, Fenton, green, oxidation

1
Departamento de Ingeniería en Sistemas Ambientales. Escuela Nacional de Ciencias Biológicas. Instituto Politécnico Nacional.
2
Departamento de Ingeniería Bioquímica. Escuela Nacional de Ciencias Biológicas. Instituto Politécnico Nacional.
* Departamento de Ingeniería en Sistemas Ambientales. Escuela Nacional de Ciencias Biológicas. Instituto Politécnico Nacional.
Av. Wilfrido Massieu esq. cda. Miguel Stampa s/n, U.P. Adolfo López Materos. Delegación Gustavo A. Madero, Distrito Federal,
C.P. 07738, México. +52 (55) 57 29 6000 ext. 52308. felipenerirodrig@yahoo.com.mx
Resumen
Actualmente el sector textil es considerado de alto impacto ambiental, y este impacto es más negativo en los
efluentes líquidos. Los colorantes sintéticos se utilizan ampliamente en las industrias de los fármacos, alimentos,
cosméticos, textiles y cueros, siendo la industria textil la que mayor consumo tiene de ellos. Por otro lado, se sabe
que durante el procesamiento de los textiles, la ineficacia en el teñido conduce a la eliminación de grandes cantidades
de colorantes sobre las aguas de desecho. Se estima que del 10% al 15% de los colorantes son vertidos a los efluentes
durante los procesos de teñido. De acuerdo a lo anterior, los afluentes provenientes de estas industrias representan un
grave daño a los cuerpos de agua receptores, debido a que los colorantes son altamente recalcitrantes, son capaces
de generar productos secundarios altamente tóxicos para los organismos vivos; y pueden llegar a suprimir los
procesos fotosintéticos en los cursos de agua, por lo que su presencia debe ser controlada. En el presente trabajo se
aborda la remoción del verde de malaquita a diferentes concentraciones y régimen de reacción por lote y en continuo.
La desaparición del color es absoluta en tiempos muy cortos de reacción, la reducción del de DQO sin embargo
alcanza el 80% en la etapa de oxidación por medio del método de Fenton, y el 100% en el proceso de adsorción en
carbón activado granular.

Palabras clave: colorante, Fenton, oxidación, verde

Introducción

Durante muchos años, las aguas residuales tratadas y sin tratar han sido vertidas a cuerpos de agua naturales como
mares, ríos, lagos y lagunas, afectando de manera adversa y muchas veces irreversible sus características naturales.
(Ramírez-Acosta, R. de J. y Mendoza-Espinosa, L. G., 2005). Esta situación ha tenido consecuencias devastadoras
para los organismos habitantes de los ecosistemas que han sido afectados por esta contaminación así como para los
asentamientos humanos distribuidos en el mundo, colocando a los pobladores de éstas comunidades en situaciones
perjudiciales para su salud. Se tiene un estimado de que cada día mueren seis mil personas, en su mayoría niños,
debido al agua contaminada, y según estimaciones de Naciones Unidas, si persisten las tendencias actuales, para el
año 2025, dos tercios de la población mundial sufrirán serios problemas de escasez de agua o prácticamente vivirán
sin agua. Estos datos subrayan la urgencia por resolver los problemas que existen en cuanto al uso y manejo de un
recurso natural vital para el planeta (MEyC, 2006).

Actualmente la mayoría de los colorantes que se emplean a escala industrial son sintéticos. Comparados con los
colorantes naturales, los sintéticos presentan las ventajas de un menor costo y de mayor resistencia a diversos
factores ambientales y de uso, como por ejemplo resistencia al lavado, resistencia al frote, a la luz solar, entre otros.
Sin embargo, los colorantes sintéticos, son también los más resistentes a la biodegradación y a los tratamientos para
su eliminación de los efluentes, debido a sus estructuras complejas (Rattee ID. & Brever M.M., 1974).

El color pocas veces es considerado un contaminante, pese a que puede estar asociado a presencia de compuestos
tóxicos y grupos cromóforos o polímeros de alto peso molecular como la lignina […] estos efluentes coloreados
poseen una alta capacidad de bioacumulación, y una baja velocidad de despolimerización, permitiendo que a largo
plazo se acumule en lugares como lagos y bahías, provocando una disminución del poder absorbente del agua y por
ende una disminución en la actividad fotosintética de los organismos presentes en dichos ecosistemas, disminuyendo
el oxígeno disuelto (DO) en el agua (Rodríguez et al., 2006).

Las dos principales fuentes de liberación de los colorantes en el ambiente son las industrias manufactureras de
textiles y productos coloreados. Durante el procesamiento de los textiles, la ineficacia en el teñido conduce a la
eliminación de grandes cantidades de colorantes sobre las aguas de desecho. Se estima que del 10% al 15% de los
colorantes son eliminados a los efluentes durante los procesos de teñido (Dossier, 1997).

Colorantes.

Los colorantes son sustancias orgánicas fluorescentes o de color intenso que imparten color a una sustancia incolora,
o bien, a un sustrato por medio de una absorción selectiva de luz. Sus moléculas están constituidas por tres grupos
funcionales, el cromóforo, que es el grupo responsable de la absorción de la luz, dándole la propiedad de la luz a la

2
molécula; los auxocromos, que le dan afinidad por la fibra e intensifican el color; y por último el solubilizador, que
le da afinidad a solventes diversos y esta dado por la presencia de iones como –SO3, +Na, +NH3, -Cl, -SO2, +NH2,
etc. (Marcano, 1990).

Los colorantes sintéticos o artificiales se pueden clasificar, atendiendo a su estructura química, en los grupos
siguientes: Azoicos, Trifenilmetano, Indigotina, Xanteno y Quinoleina (Berzas-Nevado, 2006).

Colorantes del grupo Trifenilmetano.

Los colorantes pertenecientes al grupo de los trifenilmetano, presentan coloración verde brillante o azul (Berzas-
Nevado, 2006). Los colorantes de este grupo son derivados del trifenilmetano, (C 6H5)3CH, y del difenilnaftilmetano,
(C6H5)2CHC10H7. Estos colorantes se emplean para teñir la seda, el algodón mordentado y el papel. Grandes
cantidades de algunos de ellos se usan en papeles para copias y en la manufacturera de lacas. Además se utilizan para
fabricar tintas de imprenta y tintas para escribir, como colores para alimentos, medicamentos, cosméticos y en
microbiología (EdTQ, 1962).

Verde de malaquita

El colorante triarilmetano “Verde básico 4”, también llamado Verde Malaquita, es utilizado en distintas industrias,
como la textil, papelera, para el teñido de pieles y elaboración de tintas, microbiología, y para la fabricación de
antibióticos. Se emplea para teñir en tonos oscuros, géneros de lana o de acrílico. Este colorante es conocido por ser
un compuesto carcinogénico y tóxico, por lo cual es difícil de eliminar por biodegradación o métodos convencionales
de separación de contaminantes, como son la filtración con membranas o la coagulación-floculación, por ello, es
necesaria su destrucción para poder eliminarlos del efluente.

Éste es el derivado completamente metilado del violeta de Doebner y se manufactura en gran escala por
condensación ácida del benzaldehído con dimetilanilina en exceso.

Su número de Registro CAS es 569-64-2 y número de Merck Index es 5699. Su fórmula molecular es C 23H25ClN2 y
su peso molecular es de 364.91 g/mol. La forma física más común en la que se encuentra son cristales verdes con
brillo metálico y es muy soluble en agua y en los alcoholes. Presenta algunos cambios de color dependiendo del pH
que tenga el medio donde se encuentra disuelto, en un pH muy ácido (de 0 a 2) su coloración se vuelve amarilla y
semi verdosa, mientras que a pH alcalino, (de 11 a 14) su coloración se torna casi transparente (R.W. Sabnis, 2010).

Figura.1 Estructura química del colorante Verde básico 4 o Verde de Malaquita.


El proceso Fenton.
La reacción de Fenton debe su nombre a H. J. Fenton, quien lo desarrolló para la oxidación de ácido maléico en
1884. En este proceso la carga contaminante se trata con una combinación de peróxido de hidrógeno y sulfato
ferrroso (reactivo Fenton), típicamente a presión atmosférica y temperatura entre 20°C y 40° C. (Martínez E.C. y
López G.D., 2000).

3
En el proceso de oxidación Fenton, los compuestos orgánicos reaccionan con el peróxido de hidrógeno en presencia
de sulfato ferroso para reducir la toxicidad y carga orgánica. El mecanismo de oxidación del reactivo de Fenton es
debido a los radicales (•OH):

H2O2 + Fe2+ Fe3+ + OH- + •OH Ecuación (1)


RH + •OH R• + H2O Ecuación (2)
R• + Fe3+ R+ + Fe2+ Ecuación (3)
Fe2+ + •OH Fe3+ + OH- Ecuación (4)

En las ecuaciones anteriores, se puede ver que el peróxido de hidrógeno y el ión ferroso son usados para generar el
radical •OH, responsable de la oxidación de los compuestos orgánicos. El mecanismo de ésta reacción es muy
complejo y puede cambiar con las condiciones de reacción y el tipo de catalizador. La reacción de Fenton optimizada
puede llevarse a cabo a pH de 3-4. A pH mayores de 5 la eficiencia de remoción de compuestos orgánico vía
oxidación disminuye considerablemente.

En realidad la mayor parte de los contaminantes son degradados por un sistema de ión férrico con peróxido (H 2O2-
Fe3+), conocido como reactivo similar a Fenton, y no por el reactivo de Fenton que es un sistema de ión ferroso con
aquel (H2O2-Fe2+). Se le ha utilizado para degradar en medio acuoso fenoles, nitrobencenos y herbicidas, así como
para reducir la DQO de aguas residuales municipales. También se le ha empleado para degradar contaminantes en
suelos.

El sistema Fenton resulta atractivo para el tratamiento de aguas residuales debido a que el hierro es un elemento
abundante y el peróxido es de fácil manejo y ambientalmente inocuo. Sin embargo, este proceso requiere del
consumo de un ión Fe2+ por cada radical •OH producido, lo cual indica una alta concentración de Fe (II) (Colindres-
Bonilla, 2006).

Por lo descrito anteriormente, es indiscutible la relevancia que obtiene la realización de estudios que busquen
alternativas viables para remover a los colorantes de las aguas residuales, es por ello, que surge la realización de este
estudio, el cual propone oxidar al colorante verde de malaquita en disolución empleando este método.

Objetivo general

Implementar a nivel de laboratorio un sistema experimental para evaluar la eficiencia de remoción del colorante a
través de la oxidación de la molécula del verde de malaquita bajo diferentes condiciones de reacción con el reactivo
Fenton.

Objetivos particulares

1. Búsqueda bibliográfica de la cinética y mecanismo de la reacción de Fenton.


2. Implementar un sistema de laboratorio que permita la reacción de oxidación bajo diferentes relaciones de DQO
(concentración de colorante)/Volumen de reactivo Fenton y diferentes concentraciones de catalizador.
3. Evaluar la oxidación del colorante a la salida del sistema de reacción a través de la cuantificación de la Demanda
Química de Oxígeno y la medición de color.

Metodología

Caracterización del Agua. Se prepararon soluciones de verde de malaquita a las siguientes concentraciones: Blanco,
8, 18, 28, 40, 50, y 70 mg/l. A dichas soluciones se les realizó las siguientes determinaciones:

Demanda Química de Oxígeno (DQO). Método HACH de 5-100 mg/L. Método No. 8000.

Turbidez. Utilizando un turbidímetro marca HACH modelo 1100.

4
pH y Conductividad. Medidor multiparamétrico HACH.

Barridos de Absorbancia. Para conocer la concentración final del colorante en la solución posterior al tratamiento, se
realizaron barridos de absorbancia a las muestras en un equipo de espectroscopia UV-Visible HACH DR 5000.

Sistemas experimentales de reacción. La reacción con el reactivo Fenton se llevó a cabo en sistemas con distinto
régimen de flujo, en lote y en continuo. Las condiciones de reacción son las mostradas en la Tabla 1.

Tabla 1. Condiciones experimentales para el proceso de oxidación Fenton


Cinética Concentración Relación Relación pH Tiempo de
colorante Fe2+/H2O2 DQO/ H2O2 muestreo
mg/L (minutos)
L-1 35 1:10 4.0 3.5 – 4.5 60
(lote)
L-2 50 1:10 4.0 3.5 – 4.5 90
(lote)
L-3 40 1:10 2.0 3.5 – 4.5 120
(lote)

Sistema en lote. El volumen de reacción fue de 500 mL en vaso de precipitados con agitación magnética constante.

Resultados

Espectro de absorción del verde de malaquita. En la Figura 2. Se muestra el espectro de absorción del verde de
malaquita en la región ultravioleta-visible para una solución de 35 mg/L. La máxima absorción del colorante es a 620
nm en la región visible y muestra un espectro de absorción en la región UV característico de los colorantes derivados
del trifenilmetano.

Figura 2. Espectro de absorción del verde de maquita en la región UV-Visible. Equipo HACH 5000.

Resultado de la oxidación en sistema lote (L-1). En la figura 3, se muestran los espectros de absorción UV-Visible de
las muestras oxidadas por Fenton en el sistema por lote. En este sistema la desaparición del color fue inmediata, lo
que corrobora con la desaparición del pico de absorción de la región visible, la absorción en la región UV tuvo con el
tiempo de reacción variaciones significativas de absorbencia, se incrementa en los primeros 5 y 10 minutos, y baja
después, véase como referencia la figura 2. Sin embargo la reducción mayor se da a los 20 minutos de reacción para
permanecer prácticamente constante hasta el final de los 90 minutos. Los valores de DQO muestran reducciones

5
máximas del 20% al igual que la absorbencia a los 20 minutos y permanece constante el resto del tiempo de reacción.
Para todos los tiempos de reacción, el color no se recupera tanto visualmente como en el espectro de absorción.

Figura 3. Espectros de absorción UV-Visible de muestras oxidadas por Fenton en sistema lote (L-1), Relación
Fe2+/H2O2= 0.1; Relación DQO/ H2O2 = 4.0

Figura 4. Valores de DQO de muestras oxidadas por Fenton en sistema lote (L-1), Relación Fe2+/H2O2= 0.1;
Relación DQO/ H2O2 = 4.0

Resultado de la oxidación en sistema lote (L-2). En la figura 5, se muestran los espectros de absorción UV-Visible de
las muestras oxidadas por Fenton en el sistema por lote. En este sistema la desaparición del color fue inmediata, lo
que se corrobora con la desaparición del pico de absorción de la región visible, la absorción en la región UV no tuvo
variaciones significativas de absorbencia, véase como referencia la figura 3.Sin embargo conforme paso el tiempo el
tiempo de reacción el espectro “normal visible” fue recuperándose. Esto indica que el sistema lote a las condiciones
de reacción sólo modificó el cromóforo de manera temporal sin llegar a un cambio químico en su estructura
molecular y mucho menos a su mineralización.

6
Figura 5. Espectros de absorción UV-Visible de muestras oxidadas por Fenton en sistema lote (L-2), Relación
Fe2+/H2O2= 0.1; Relación DQO/ H2O2 = 4.0

Resultado de la oxidación en sistema lote (L-3). En la figura 6, se muestran los espectros de absorción UV-Visible de
las muestras oxidadas por Fenton en el sistema por lote. En este sistema la desaparición del color fue inmediata, lo
que corrobora con la desaparición del pico de absorción de la región visible. La absorción en la región UV tuvo con
el tiempo de reacción variaciones significativas de absorbencia, se incrementa en los primeros 15 y 30 minutos, y
baja después, véase como referencia la figura 2. Sin embargo la reducción comienza paulatinamente a partir de 30
minutos de reacción para alcanzar una remoción máxima en los 100 a 120 minutos. Los valores de DQO muestran
reducciones máximas del 30% al igual que la absorbencia a los 20 minutos y permanece constante el resto del tiempo
de reacción. Para todos los tiempos de reacción, el color no se recupera tanto visualmente como en el espectro de
absorción.

Figura 6. Espectros de absorción UV-Visible de muestras oxidadas por Fenton en sistema lote (L-3), Relación
Fe2+/H2O2= 0.1; Relación DQO/H2O2 = 2.0

7
Figura 7. Valores de DQO de muestras oxidadas por Fenton en sistema lote (L-3), Relación Fe2+/H2O2= 0.1;
Relación DQO/H2O2 = 2.0

Ninguna de las condiciones de reacción elimino completamente el colorante, sin embargo en las tres cinéticas las
concentraciones de peróxido y hierro del reactivo Fenton son muy bajas, mostrando por tanto una alta eficiencia en la
eliminación del color a tiempos cortos de reacción. Se demuestra una relación directa pero fina entre la cantidad de
oxidante y la de colorante. Los valores de Demanda química de Oxígeno corroboran que el colorante no se
mineralizo pero que es posible inducir cambios moleculares que eliminan el color y reducen la concentración
residual del colorante en su estructura trifenílica.

Conclusiones y Recomendaciones

1. Es posible la eliminación completa de color en muestras con concentraciones de verde de malaquita hasta
concentraciones de 50 mg/L.
2. Los tiempos de reacción en el sistema lote a concentraciones bajas de oxidante (relaciones DQO/H2O2) no son
mayores de 30 minutos para la eliminación completa del color.
3. Existe evidencia de que la relación DQO/H2O2 tiene un efecto directo e importante en la remoción del color en
muestras de agua de manera permanente.
4. Es importante por los resultados obtenidos realizar investigaciones con relaciones DQO/H2O2 más diversa con
intervalos más cerrados que permitan determinar la concentración óptima del reactivo Fenton.
5. Es importante también evaluar el efecto del catalizador (Fe 2+) para encontrar la concentración óptima de los
reactivos Fenton respecto a la concentración del colorante.

Referencias bibliográficas

Berzas-Nevado Juan J., (2006). ¿Cómo conocemos los aditivos alimentarios que ingieren los niños en la calle?. (Informe del
Instituto Regional de Investigación Científica Aplicada). Universidad de Castilla-La Mancha. España.
Colindres-Bonilla Pablo., (2006). Eliminación de colorantes textiles mediante la oxidación con Ozono. Tesis de maestría. México.
Dossier. (1997). Le commerce international des colorants. L’ industrie textile. (1a Ed.). Francia.
EdTQ. (1962). Enciclopedia de Tecnología Química, Tomo V. (1a Ed). México: Unión Tipográfica Editorial Hispano-Americana.
Marcano D., (1990). Introducción a la química de los colorantes. (1a Ed). Venezuela: Editorial Reverté.
Martínez E.C. y López G.D., (2000). Tratamiento químico de contaminantes orgánicos-El proceso Fenton. (Publicación del
INGAR-Instituto de Desarrollo y Diseño (Conicet) y Universidad Tecnológica Nacional). Argentina.
MEyC. (2006). ¡¡Agua!! Ministerio de Educación y ciencia (1a Ed). España: SOLANA E HIJOS, A.G., S.A.
Ramírez-Acosta, R. de J. y Mendoza-Espinosa, L. G. (2005). Economía del agua en Baja California: reúso de aguas residuales
tratadas bajo mecanismo de mercado. (1ª Edición) (pp 103-104). México: Editorial Universitaria.
Rattee ID. & Brever M.M. (1974). The physical chemistry of dye adsorption. Inglaterra: Academic Press.
Rodríguez S., Bermúdez R., Serrat M., Korouma A., (2006). Selección de cepas de Pleurotus Ostreatus para la decoloración de
efluentes industriales. Revista Mexicana de Micología. México.
R.W. Sabnis. (2010). Handbook of Biological Dyes and Stains. Canadá:WILEY.

8
O SANEAMENTO NO BRASIL E UMA ABORDAGEM PRÁTICA DA APLICAÇÃO
DE FILTROS BIOLÓGICOS COM ZONA DE RAÍZES PARA O TRATAMENTO DE
ESGOTOS DOMÉSTICOS

THE SANITATION IN BRAZIL AND A PRACTICAL APPROACH TO THE


APLICATION OF BIOLOGICAL FILTERS WITH ROOT ZONE FOR WASTEWATER
TREATMENT

Aliny Lucia Borges Borba 1*


Tamara Simone van Kaick 2

Abstract
The scenario of sanitation in Brazil expresses a wide gap in the wastewater sector: half of the Brazilian
population has no available service of collection and treatment of sewage (SNIS, 2012). The sanitation deficit
exposes the whole society to the consequences of environmental degradation and, especially, the damage and
harm to public health and quality of life. Seeking to accelerate the development of sanitation, decentralized
sanitation alternatives are the way to improve the indices of sanitation of Brazil. The application of biological
filters with root zone, also known as "filters planted with Macrophytes" or "constructed wetlands", is
increasingly studied and widespread in Brazil. This article presents case studies of implementation of biological
filters with full-scale root zone for wastewater treatment with domestic characteristics and emphasizes the
methods and materials used for the construction of filters. The studied and deployed configuration operates with
vertical subsurface flow "drowned" and has shown high efficiency in wastewater treatment, reaching more than
90% DQO, PO43, P2O5, Pfree, Nitrites and Nitrates removal.

Key Words: Constructed wetlands, Root zone, Sanitation.

1
Departamento Acadêmico de Engenharia Civil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná; Engenheira Civil Analista,
Unidade de Projetos Especiais, Companhia de Saneamento do Paraná.
2
Professora Adjunta, Departamento Acadêmico de Química e Biologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
* Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Departamento Acadêmico de Engenharia Civil, Universidade
Tecnológica Federal do Paraná. Rua Dep. Heitor Alencar Furtado, 4900, Ecoville, Curitiba, Paraná, CEP 81.280-340. Brasil.
Email: alinylucia@gmail.com

1
Resumo
O cenário do esgotamento sanitário no Brasil expressa uma grande lacuna no setor do saneamento básico:
metade da população brasileira não tem disponível serviço de coleta e tratamento de esgoto (SNIS, 2012). O
déficit de saneamento básico expõe toda a sociedade às consequências da degradação ambiental e,
principalmente, aos danos e prejuízos à saúde pública e à qualidade de vida. Buscando acelerar o
desenvolvimento do esgotamento sanitário, alternativas descentralizadas de saneamento são o caminho para
melhorar os índices de esgotamento sanitário do Brasil. A aplicação de filtros biológicos com zona de raízes,
conhecidos também como “filtros plantados com macrófitas” ou “wetlands construídos”, está cada vez mais
estudada e difundida no Brasil. Este artigo apresenta casos práticos de implantação de filtros biológicos com
zona de raízes em escala real para tratamento de esgoto com características domésticas e enfatiza os métodos e
materiais utilizados para a construção dos filtros. A configuração estudada e implantada opera com fluxo
subsuperficial vertical “afogado” e tem apresentado alta eficiência no tratamento de esgotos domésticos,
atingindo remoção superior a 90% para DQO, PO43, P2O5, Plivre, Nitritos e Nitratos.

Palavras chave: Saneamento básico, wetlands construídos, Zona de raízes.

Introdução

O cenário do esgotamento sanitário no Brasil expressa em números uma grande lacuna no setor do saneamento
básico: 53,8% da população brasileira não têm disponível serviço de coleta de esgoto e apenas 37,9% do volume
total de esgoto gerado no Brasil recebe algum tipo de tratamento (SNIS, 2012). O déficit de saneamento básico
expõe toda a sociedade às consequências da degradação ambiental e, principalmente, aos danos e prejuízos à
saúde pública e à qualidade de vida.

A implantação de sistemas descentralizados para tratamento de esgotos, para atendimento de zonas urbanas ou
rurais, é um caminho para melhorar os índices do saneamento do Brasil, seja diretamente, no aspecto do
esgotamento sanitário, ou indiretamente, da preservação ou melhoria da qualidade das fontes de água. Os filtros
biológicos com zona de raízes, conhecidos também como “filtros plantados com macrófitas” ou “wetlands
construídos” podem ser empregados como uma tecnologia descentralizada aplicada ao tratamento de esgotos.
Por oferecer viabilidade técnica, econômica, ambiental e social, esta tecnologia tem chamado atenção e está
sendo gradativamente mais estudada e difundida no Brasil.

O termo wetland, do inglês, “terra úmida”, é definido como um ecossistema de transição entre ambientes
terrestres e aquáticos. São áreas inundáveis ou zonas úmidas onde ocorre interação entre animais, plantas, solo e
luz solar, resultando em processos que recebem, doam e reciclam nutrientes e matéria orgânica continuamente
(PHILIPPI E SEZERINO, 2004). Em meados de 1960, estudos e aplicações com wetlands construídos foram
iniciados. Os wetlands construídos são aplicados como parte de um sistema descentralizado de tratamento de
esgoto e são caracterizados por exigir baixa demanda operacional, podendo tratar diferentes tipos de esgotos
(HOFFMANN et al., 2011). Na Europa, os pesquisadores alemães Siedel e Kickuth conduziram as primeiras
investigações com wetlands construídos para o tratamento de esgotos na década de 60 (KADLEC E KNIGHT,
1996), aplicando o conceito de engenharia ecológica dos wetlands naturais. Tais pesquisadores denominaram o
processo como root zone methods (método zona de raízes) (IWA Specialist Group on Use of Macrophytes,
2000). Desde então, inúmeras configurações hidráulicas e geométricas, com diferentes materiais filtrantes e
diferentes espécies vegetais foram testadas em vários países como Grã-Bretanha, Alemanha, Canadá, Estados
Unidos, entre outros (PHILIPPI E SEZERINO, 2004). No Brasil, as experiências de implantação de wetlands
construídos para tratamento de esgoto são recentes. As publicações, datadas desde 1980, apresentam inúmeras e
variadas configurações de wetlands construídos. A tecnologia, que deve ser precedida de tratamento primário,
não é normatizada ou padronizada no Brasil, tornando-a, desta forma, ainda largamente variada, desde quando se
trata dos parâmetros mínimos de aplicação e critérios de dimensionamento, materiais empregados, ou mesmo
quando se trata apenas do “nome” dado ao filtro. As adaptações dos modelos europeus às condições tropicais são
exploradas adotando inúmeros e diferentes critérios e o que ocorre no Brasil é a aplicação de configurações
geométricas e hidráulicas empíricas regionalizadas, apresentando peculiares regimes hidráulicos, diferentes
materiais filtrantes e diversas espécies vegetais utilizadas (SALATI JR. et al., 1999; PINHEIRO et al., 2011;
SEZERINO E PHILIPPI, 2003).

2
O presente estudo tem como base a configuração de filtro biológico com zona de raízes proposta por Kaick
(2002), que opera com fluxo subsuperficial vertical “afogado” e tem apresentado alta eficiência no tratamento de
esgotos domésticos, atingindo remoção superior a 90% para DQO, PO 43, P2O5, Plivre, Nitritos e Nitratos. A partir
desta configuração, este estudo tem como objetivo implantar, em escala real, filtros biológicos com zona de
raízes para tratamento de esgotos com características domésticas, apresentar os métodos construtivos e os
materiais utilizados, e, por fim, propor melhorias construtivas e funcionais para o aprimoramento da tecnologia.

Metodologia

Para a evolução e o cumprimento dos objetivos deste estudo, foram definidos métodos e etapas a serem
executadas. Inicialmente, foram identificadas residências e estabelecimentos que demandavam atendimento de
esgotamento sanitário, bem como respectivos proprietários que aprovassem a implantação de um sistema de
tratamento de esgotos por meio de filtros biológicos com zona de raízes. Esta etapa pode ser subdividida em duas
partes. A primeira é a análise de geração de esgoto para determinar a vazão de projeto e a análise da área
disponível para implantação, considerando a topografia local e o solo. A segunda parte refere-se à explanação do
método ao proprietário, abordando desde os princípios físicos, químicos e biológicos que regem o processo de
tratamento; os detalhes referentes à obra, incluindo materiais, mão de obra, cronograma e custos; e, por fim, os
cuidados necessários para manter o sistema funcionando corretamente, desde os hábitos dos usuários até a
manutenção do sistema.

Para propor melhorias desde a primeira implantação, foi necessário verificar relatos anteriores que indicassem
problemas relacionados à construção e à manutenção do sistema. Desta forma, no primeiro sistema implantado já
foi possível aplicar uma melhoria em relação a problemas de uso e manutenção do sistema. A cada novo sistema
implantado, pôde-se verificar novas oportunidades de melhoria no processo construtivo, a fim de torna-lo mais
prático e garantir maior segurança ambiental e eficiência do sistema.

Resultados

Para subsidiar a implantação do primeiro sistema, foram identificados problemas relacionados a entupimento do
filtro biológico com zona de raízes. Os motivos são variados e para tal foram estabelecidos alguns critérios. O
primeiro é que todo filtro biológico com zona de raízes deve ser precedido de tratamento preliminar para
decantação primária de sólidos grosseiros. No caso de sistemas para atender pequenas demandas, este decantador
primário é o tanque séptico. É importante que este módulo do tratamento seja dimensionado conforme padrões
estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), conforme a Norma Brasileira
Regulamentadora NBR 7229/1993 (ABNT, 1993). É também recomendado que este módulo seja impermeável.
As experiências de problemas verificados e oportunidades de melhoria relatadas a seguir tratam dos dois
aspectos relacionados ao tanque séptico. O segundo critério é relacionado à colmatação do filtro e entupimento
das tubulações pela gordura acumulada. Para tal problema, é necessário instalar sempre uma caixa de gordura
conforme prescreve a NBR 8160 (ABNT, 1999) para os efluentes provenientes de pias de cozinha ou área de
churrasqueiras, além de orientar o usuário a periodicamente realizar a limpeza da caixa de gordura. Estas
recomendações já fazem parte da proposta de Kaick (2002), representada na Figura 1.

A primeira modificação em relação ao modelo proposto por Kaick (2002) e que melhora as condições de
manutenção do filtro biológico com zona de raízes é a transformação da tubulação de entrada do afluente do
filtro, antes apenas perfurada, em uma “calha perfurada”, conforme mostra a Figura 2. A superfície visível de
brita deve se manter sempre seca, uma vez que o nível d’água no filtro coincide com o nível de saída do efluente
tratado, abaixo da geratriz inferior da tubulação de entrada, conforme mostra a Figura 3.

3
Figura 1. Desenho do filtro com zona de raízes proposto por Kaick (2002).

Figura 2. Corte da tubulação de entrada e distribuição do esgoto em formato calha.

Figura 3. Corte esquemático do filtro biológico com zona de raízes.

Esta adaptação foi executada para que, em caso de entupimento dos furos de distribuição do afluente, este
transborde pela “calha” e percole normalmente pelas camadas filtrantes abaixo. O entupimento do tubo apenas
perfurado pode ocorrer por resíduos jogados no vaso sanitário ou em ralos, como papel higiênico, plástico ou
algodão, gorduras acumuladas que não foram retidas na caixa de gordura, ou ainda pedaços de comida que não
decantaram no tanque séptico.

Na implantação do primeiro sistema, foram verificadas duas dificuldades durante a execução do filtro. A
primeira foi em relação à topografia do terreno e a segunda, à forma de impermeabilizar o filtro. O método
construtivo empregado em todos os sistemas novos implantados consiste em escavar o solo de modo a fazer um
“tanque” com as dimensões necessárias, utilizando o próprio solo como as paredes do filtro. A

4
impermeabilização do filtro ocorre, então com o emprego de lonas impermeáveis, dispostas sobre o tanque
escavado, conforme a Figura 4.

(1) (2) (3)


Figura 4. Escavação (1), cobrimento da escavação com lona plástica (2) e implantação recém concluída (3).

A primeira dificuldade foi verificada em função do terreno acidentado. Como o fundo do tanque escavado deve
ser nivelado, em um terreno com desnível, em uma extremidade da escavação teremos uma altura de parede de
solo, enquanto na outra extremidade, teremos uma altura menor, em função da declividade do terreno (Figura 5).
Para esta situação, deve-se prever no projeto que a profundidade do filtro deve ser igual à menor altura da
escavação, ou seja, o lado menor da escavação deve ter a dimensão mínima, enquanto o lado oposto terá uma
parede de solo mais alta. Neste caso, deverá ser previsto quantidade de lona suficiente para cobrir toda a altura
excedente, para perfeita impermeabilização e isolamento do tanque escavado, ou ainda prever remanejamento de
solo para nivelar o perímetro do tanque escavado.A segunda dificuldade verificada foi em relação ao material
utilizado para impermeabilização. A lona plástica comum preta (Figura 5) é fina e pouco resistente às britas e às
pequenas raízes presentes no corte do solo, ficando assim suscetível a pequenas perfurações durante a construção
e mesmo com o passar do tempo, caso uma raiz externa à escavação e ao filtro atinja a lona. Seguindo a
recomendação do modelo inicial, foram empregadas três lâminas ou folhas de lona plástica. Ainda assim,
durante a execução, percebeu-se a vulnerabilidade a futuras infiltrações no solo.

(1) (2) (3)


Figura 5. Desnível do terreno mostrando tanque séptico e filtro com zona de raízes em diferentes vistas (1 e 2) e
lona plástica comum preta (3).

Considerando a primeira experiência de implantação e a oportunidade de melhoria de material para


impermeabilização do tanque escavado, a lona plástica comum preta foi substituída por uma lona mais robusta,
tipo Agroforte 250 micras transparente no segundo sistema implantado. Este tipo de lona oferece total segurança
durante a implantação do sistema, considerando grande acréscimo de resistência mecânica e vida útil do material
(Figura 6).

(1) (2)
Figura 6. Peças da lona tipo Agroforte 250 micras (1) e detalhes do acabamento da lona (2).
5
Esta melhoria de material para impermeabilização acarretou em uma nova dificuldade verificada. Ao instalar as
tubulações de entrada e saída, com a lona plástica comum preta era possível embutir a lona entre a tubulação e a
conexão, fazendo assim o acabamento na lona tanto na tubulação de entrada do afluente, quanto na tubulação de
saída do efluente tratado. Com a nova lona 250 micras, em função da espessura da lona, este acabamento não
ficou perfeito, sendo mais suscetível a vazamentos. Este fato apontou necessidade de buscar nova alternativa
para realizar esta etapa da instalação, a fim de evitar possíveis pontos de vazamento.No terceiro sistema
implantado, a dificuldade de acabamento entre a lona e a tubulação foi resolvida da seguinte forma: a lona foi
cortada no ponto onde é adaptada a tubulação, como nas experiências anteriores. No entanto, antes se fixava a
lona plástica entre as paredes dos dois tubos, pressionando a lona na conexão das tubulações e conseguindo a
vedação do acabamento. Com a nova lona tipo Agroforte 250 micras, este acabamento foi feito externamente,
amarrando as bordas do corte na parte externa da tubulação e amarrando a lona com uma fita plástica não
elástica, conforme mostra a sequência de fotos da Figura 7.

Figura 7. Detalhes para executar o acabamento entre a lona e a tubulação de entrada do filtro.
Notas:
(1) Cortar a lona; (2) Encaixar o corte na boca do tubo de DN 100 de entrada; (3) Acomodar a lona envolta do
tubo para amarrar e fixar a lona; (4) Utilizar fio não flexível e amarrar a lona no tubo, fixando-a de forma a vedar
o sistema (fazer este procedimento duas vezes ao longo dos 20 cm do tubo); (5) Acabamento da entrada
finalizado, pronto para encaixar a tubulação de lançamento do efluente do tanque séptico na superfície da zona
de raízes; (6) Tubo de distribuição encaixado e acomodado.

Outra forma de melhorar este acabamento é utilizando uma peça de conexão com flange (Figura 8). Todavia,
esta peça tem um custo diferenciado e pode não ser encontrada facilmente.

6
(1) (2)
Figura 8. Peça flangeada (1) e detalhe do acabamento da lona utilizando a flange (2).

A quarta experiência ocorreu com um sistema já existente que não estava atendendo a demanda de esgoto por
problemas de dimensionamento. A primeira verificação realizada foi quanto ao dimensionamento do tanque
séptico. O proprietário do local havia adaptado um tambor de apenas 200L para operar como um tanque séptico,
sendo o tratamento secundário um filtro construído em alvenaria, com recheio composto apenas por brita
comum, que apresentava vazamentos na laje inferior e nas paredes laterais. Este sistema também não dispunha
de caixa de gordura. As adaptações foram instalar uma caixa de gordura após a saída da cozinha, antes da
ligação do efluente da cozinha com os demais efluentes; instalar um tanque séptico pré-fabricado, de polietileno,
nas dimensões compatíveis com o volume diário de esgoto gerado; e impermeabilizar o filtro construído que
apresentava vazamentos generalizados. Para este filtro construído, não foi possível identificar os pontos de
vazamento, fato que abre espaço neste trabalho para alertar que toda estrutura de alvenaria e concreto é
permeável e que, se este método construtivo for utilizado, a impermeabilização deve ser criteriosamente
executada para que não ocorram vazamentos. Neste caso, todas as estruturas estavam acima do solo, pois o solo
de toda a região era rochoso, de forma que inviabilizava qualquer escavação. Feitas as alterações, o sistema ficou
conforme mostra a Figura 9. Como nesta propriedade funciona uma pousada, o proprietário ainda pretende fazer
um projeto de paisagismo no entorno do sistema, com trilha educativa para os hóspedes que queiram conhecer o
sistema de tratamento de esgoto da pousada.

Figura 9. Vistas parciais do sistema de tratamento de esgoto composto por tanque séptico e filtro biológico com
zona de raízes.

Conclusões

Este trabalho apresentou uma análise prática de sucessivas implantações de sistemas de tratamento de esgoto
compostos por filtros biológicos com zona de raízes, uma tecnologia que têm mostrado vantagens nos aspectos
técnico, econômico, ambiental e social, por ter um apelo à educação ambiental e ao aspecto visual que as plantas
agregam ao módulo de tratamento de esgoto, despertando a atenção e a curiosidade. As experiências relatadas
neste trabalho foram produtivas e proporcionaram oportunidades de análise global que resultaram em propostas
aplicadas e revisadas para melhoria dos processos de execução e manutenção do sistema, atingindo o objetivo de
7
difundir esta tecnologia e torna-la mais acessível e viável. Uma sugestão de continuidade do trabalho é ampliar
as implantações para demandas maiores, pois as demandas dos sistemas relatados neste estudo são de 6 a 30
habitantes por dia. Em escalas maiores, outras dificuldades de implantação poderão ser observadas, incluindo
métodos construtivos e materiais aplicados.

Referencias Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7229: Projeto, construção e execução de sistemas de
tanques sépticos. Rio de Janeiro, 1993.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8160: Sistemas prediais de esgoto sanitário – projeto e
execução. Rio de Janeiro, 1999.
BORBA, A.L.B. Filtros com zona de raízes de fluxo subsuperficial vertical para o tratamento de esgoto domestic:
dimensionamento e implantação. Dissertação. 237 p. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba. 2012.
HOFFMANN H. et al. Technology review of constructed wetlands – Subsurface flow constructed wetlands for greywater and
domestic wastewater treatment. 36 p. Sustainable sanitation - ecosan, Federal Ministry for Economic Cooperation
and Development. Eschborn, 2011.
IWA Specialist Group on Use of Macrophytes in Water Pollution Control: Processes, Performance, Design and Operation.
Scientific and Technical Preport Nº. 8. London, England. IWA Publishing. 196 p. 2000.
KADLEC, R. H. e KNIGHT, R. L. Treatment wetlands. Boca Raton, Florida: Lewis Publishers. 893 p. 1996.
KAICK, T. S. V. Estação de Tratamento de Esgoto por Meio de Zona de Raízes: uma proposta de tecnologia apropriada para
saneamento básico no litoral do Paraná. 2002. 116 p. Dissertação (Mestrado em Tecnologia) – Centro Federal de
Educação Tecnológica do Paraná, Curitiba, 2002.
PHILLIPI, L. S.; SEZERINO, P. H. Aplicação de Sistemas Tipo Wetlands no Tratamento de Águas Residuárias: utilização
de filtros plantados com macrófitas. 144 p. Florianópolis, 2004.
PHILIPPI JUNIOR, Arlindo; MALHEIROS, Tadeu Fabrício. Águas residuárias: Visão de saúde pública e ambiental. In:
PHILIPPI JUNIOR, Arlindo (Ed.). Saneamento, saúde e ambiente: fundamentos para um desenvolvimento
sustentável. Barueri: Manole, 2005.
SALATI JR., E.; SALATI, E.; SALATI, E. Wetland projects developed in Brazil. Water Science Technology, Vol.40, n°3.
1999.
SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO (SNIS),Diagnóstico dos serviços de Água e Esgoto
– 2009. 616 p. Brasília, 2011. Disponível em: http://www.snis.gov.br/PaginaCarrega.php?EWRErterterTERTer=89.
Acesso em 10 dez. 2011.

8
INSTALACIÓN Y ADECUACIÓN EXPERIMENTAL DE UN REACTOR BIOLÓGICO
TIPO BIODISCOS.

EXPERIMENTAL SETUP AND ADEQUACY OF A BIOLOGICAL REACTOR TYPE BIODISCS.

Espinosa Espinosa María Carmen 1*


1
Domínguez Sánchez Constantino
Pérez Munguía Ricardo Miguel 2
1
Correa González Alejandra
1
García Romero Liliana

Abstract
The treatment of wastewater is done in order to prevent physical, chemical, biochemical, biological and radioactive
courses and receiving water bodies that have the status of national assets (Rojas, 2002). Given the urgency to curb
this growing deterioration, is it necessary to establish systems to adequately treat wastewater before it is discharged
to a receiving body or for irrigation use, however, most municipalities lack the resources of Mexico for economic
projects that demand the construction of these systems, as well as sufficient technical basis to develop themselves.
For this system proposed treatment must respond to its simplicity and low operating costs. In this sense the Rotating
Biological Contactor reactor is used as a solution for small towns; between 2000 and 5000 equivalent inhabitants,
since the costs of construction and maintenance of small common treatment plants, referring to the number of
inhabitants, may be higher than those of the older facilities (Ambientum , 2002). For this reason this work is the
design, construction, installation and operation of the reactor.

Key Words: Biodiscs, inoculation, wastewater.

1
Departamento de Hidráulica, Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo; Santiago Tapia 403, Morelia, Michoacán,
México, teléfono (443)3223500 ext (4305).
2
Departamento de biología. Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo; Santiago Tapia 403, Morelia, Michoacán,
México, 01(443)3272366.
* Departamento de Hidráulica, Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo; Santiago Tapia 403, Morelia, Michoacán,
Código Postal 58000, México, email: espinosaemc@gmail.com
1
Resumen
El tratamiento de las aguas residuales es realizado con el propósito de evitar la contaminación física, química,
bioquímica, biológica y radioactiva de los cursos y cuerpos de agua receptores que tienen la categoría de bienes
nacionales (Rojas, 2002). Dada la urgencia de frenar este creciente deterioro, es necesaria la implantación de
sistemas que permitan tratar adecuadamente las aguas residuales antes de que sean descargadas a un cuerpo receptor
o utilizarlas para riego agrícola, sin embargo, la mayoría de los municipios de México carecen de recursos
económicos para realizar los proyectos que demandan la construcción de estos sistemas, así como de una base
técnica suficiente para desarrollarla por sí mismos. Para esto el sistema de tratamiento que se proponga habrá de
responder a su sencillez y costos de operación bajos. En este sentido el reactor de Biodiscos se emplea como una
solución adecuada para pequeños núcleos de población; entre 2000 y 5000 habitantes equivalentes, ya que los costos
de construcción y de mantenimiento de depuradoras comunes pequeñas, referidos a número de habitantes, pueden ser
superiores que los de las instalaciones mayores (Ambientum, 2002). Por este motivo este trabajo consiste en el
diseño, construcción, instalación y puesta en operación del reactor.

Palabras clave: Agua residual doméstica, biodiscos, inoculación.

Introducción.

Los reactores de tipo biodiscos son utilizados en el tratamiento de aguas residuales, porque permiten obtener un alto
rendimiento en la eliminación de carbono y amoníaco (Pathwardan, 2003). La eficacia del proceso de eliminación
está estrictamente relacionado con la capacidad de oxigenación durante el tratamiento (Kubsad et al., 2004). Se han
realizado numerosas investigaciones sobre estudios experimentales sobre la oxigenación en los biodiscos. En México
se cuenta con 2186 plantas de tratamiento (CONAGUA, 2011) la mayoría de ellas instaladas en poblaciones grandes,
quedando los municipios con población mediana y pequeñas sin atender. Buena parte de estas utilizan los procesos
denominados de lodos activados. En tanto que sólo 9 de ellas son a base de Biodiscos (CONAGUA, 2011). Los
biodiscos son un tratamiento biológico aerobio de crecimiento adherido, utilizado para la depuración de aguas
residuales mediante la oxidación de compuestos orgánicos carbonáceos y amoniacales (Rimondi et al, 2007). Este
trabajo consiste en el diseño, construcción, instalación y puesta en operación del reactor, teniendo en cuenta las
recomendaciones existentes en la bibliografía con respecto a la calidad del agua de los efluentes y a los parámetros
de diseño que son las características del agua residual, área efectiva de los discos, las especificaciones del tanque
para el reactor, tiempo de retención hidráulica, diseño de la transmisión mecánica que son recomendados por Metcalf
y Eddy (2003).

Metodología

Para la construcción de la planta piloto, se utilizó un tubo comercial de PVC con un diámetro interno de 38 cm como
tanque y para poder ensamblar los discos con el tanque se consideró utilizar un diámetro de 36 cm figura 1 dejando 1
cm para que se pueda desarrollar la biopelícula y proporcionar la máxima área de contacto con el agua residual. El
reactor tiene un total de 40 discos de acrílico de 3 mm de espesor a los que se realizó un lijado para permitir una
mayor adherencia de los microorganismos a los discos. El espacio entre los discos es de 6 mm para garantizar el
crecimiento de la biopelícula, el cual se proporciona adicionando 1 argolla de tubo de PVC de 6 mm de espesor entre
cada disco y con la finalidad de lograr la rotación simultánea de los discos, estos fueron fijados entre sí, en cada
disco con referencia al centro a cada 90° se colocó un rectángulo de 1.5 cm x 2.5 cm en total cuatro rectángulos por
disco, de acrílico de 6 mm de espesor en los bordes como se muestra en la figura 2. (Pérez, 2010). El espacio entre
los discos y las divisiones de etapas es de 2.5 cm figura 2, para proporcionar el espacio suficiente para hacer
mediciones directas en cada etapa o extraer muestras para su análisis (Pérez, 2010). Para maximizar la remoción de
DBO y nitrógeno amoniacal se incorporan al sistema cuatro etapas (Maldonado y Jacip, s.f., Metcalf y Eddy 2003),
con el fin de que se desarrollen los diferentes microorganismos y optimizar la remoción de la materia orgánica
carbonosa y nitrogenácea. En cada etapa se tienen 10 discos. Las divisiones de las diferentes etapas se construyeron

2
del mismo material de los discos. La velocidad de operación en la fase de inoculación es de 3.5 RPM. En la fase de
adecuación o inoculación del reactor consiste en el procedimiento para desarrollar la biopelícula en los discos y
fomentar el crecimiento microbiológico dicha actividad consiste en un periodo de alimentación en batch utilizando
agua residual.

Figura 1. Discos de acrílico.

Figura 2. Colocación de los separadores rectangulares de acrílico.

Resultados

La área efectiva calculada es de 6.94 m2 que considera la disminución del área no sumergida porque no aporta
biopelícula. Siendo la DQO de la fuente de tratamiento de 18 g/m2d, con una concentración de carga orgánica de 9
g/l y que el área de los biodiscos es de 6.94m2, se determinó un caudal del afluente (Q) de 6.94 ml/min., equivalente
a 13.88 l/d = 0.58 l/h. Considerando el espaciamiento entre discos (6.0 mm), el espesor de discos (3.0 mm) y el
espaciamiento entre la división de etapas y disco (2.5 cm), resulta para el reactor una longitud de 13.4 cm por etapa,
teniendo en total 0.536 m. A partir de los valores del caudal del efluente y del volumen del reactor, se estima que el
TRH es de 37.2 h. El equipo seleccionado consiste de un motorreductor de ½ hp de potencia conectado a un variador
de frecuencia. Las dimensiones del reactor se muestran en las figuras 3 y 4. El reactor terminado se muestra en la
figura 5. Para la fase de inoculación del reactor en alimentación batch. Las especificaciones para el diseño del reactor
se muestran en la tabla 1 y los cálculos realizados en la tabla 2

Figura 3. Vista frontal.

3
Figura 4. Vista Lateral del reactor.

Figura 5. Planta piloto de un reactor tipo biodiscos.

Tabla 1. Especificaciones de diseño.


Datos de diseño
Porcentaje de área sumergida del disco 40 %
Diámetro de los discos 0.34 m
Espesor de los discos 3.00 mm
Material de los Discos y subdivisiones de Etapas Acrílico
Material del Tanque PVC
Número de Discos 40
Espaciamiento entre discos 6.00 mm
Espaciamiento entre discos y división de etapa 2.5 cm
Diámetro interno del tanque 0.38 m
Diámetro del eje 0.0381 m
Variador de frecuencia (Potencia) 1/4 hp

4
Tabla 2. Cálculos de diseño.

Cálculos Ecuación Datos Resultados


Área efectiva
de discos

Caudal de
diseño

Longitud de
cada etapa

Longitud del
reactor

Volumen del
reactor

P=0.4

Tiempo de
Retención
Hidráulico

El oxígeno disuelto en la fase de inoculación del reactor su valor es similar a medida que va entrando a las etapas
posteriores, siendo las medias de 4.45, 4.05, 4.55 y 4.3 mg/l para las etapas 1,2,3 y 4 respectivamente figura 6, lo
cual indica que el reactor se puede cambiar a fase de alimentación en continuo.

5
OD (mg/L)

0
I II III IV

Etapa

Figura 6. Comportamiento del oxígeno disuelto en las etapas del reactor.

5
El pH en el reactor durante la etapa de inoculación se presentó en basicidad, los valores de pH encontrados se sitúa
en una media de 7.95, 8.05, 7.6 y 7.3 para las etapas 1, 2, 3 y 4 respectivamente Figura 7. A pesar de trabajar con
variaciones de pH con tendencia a la basicidad, sólo se hizo seguimiento de esta variable sin tomar acciones para
neutralizarlo.

11

10

9
pH

I II III IV

Etapa

Figura 7. Comportamiento del pH en las etapas del reactor.

En la figura 8 se muestra la formación de la biopelícula a las nueve semanas de inicio de alimentación en batch del
reactor.

Figura 7. Formación de biopelícula.

Conclusiones

Se implementaron los parámetros de para la construcción del reactor de Biodiscos a escala laboratorio, el cual resultó
ser un diseño óptimo y fácil de construir. Con respecto al pH se evaluó la respuesta del reactor frente a condiciones
de basicidad lo cual se comprueba la alta resistencia del reactor al pH básico sin deteriorar su operación, siendo una
de las ventajas de los biodiscos. Con respecto al oxígeno disuelto los valores son similares en cada etapa del reactor
lo cual se concluye que puede pasar a la segunda fase que es alimentación en continuo.

6
Referencias Bibliográficas

Álvarez, C. A. y Suárez G. J. (2003). “Tratamiento Biológico del Lixiviado generado en el Relleno Sanitario “El Guayabal” de la
ciudad de San José de Cúcuta”. Red de Revistas Científicas de América Latina y el Caribe, España y Portugal.
Ambientum. (2002). "Depuración de aguas en biodiscos." Revista Ambientum.
Borzacconi, L., López, I., Arcia, E., Cardelino, L., Castagno, Á. y Viñas, M. (1996). “Comparación de tratamientos aerobios y
anaerobios aplicados a lixiviado de relleno sanitario”.
Castillo, F. y Vivas, F. (1996). “Tratamiento de Aguas Residuales de una Empresa Papelera, con Sistemas de Biodiscos”. Revista
Acotepac.
Comisión Nacional del Agua CONAGUA. (2011). Inventario nacional de plantas municipales de potabilización y de tratamiento
de aguas residuales en operación.
Kubsad, V., Chaudhari, S., Gupta, S.K., 2004. Model for oxygen transfer in rotating
biological contactor. Water Res. 38 (20), 4297–4304.
Maldonado, J., Jacipt, A. (s.f.) “Sistema de Tratamiento para aguas residuales industriales en mataderos.” Revista ambiental Agua,
Aire y Suelo, 1(1).
Metcalf y Eddy (2003). Wastewater Engineering Treatment and Reuse. Fourth Edition. Mc Graw Hill. 1819 pp
Pathwardan, A.W., 2003. Rotating biological contactors: a review. Ind. Eng. Chem. 42 (10), 2035–2051.
Pérez A. J. D. (2010). “Aplicación y Evaluación de un Reactor de Contactores Biológicos Rotativos (RBC o Biodiscos) a escala
laboratorio como tratamiento de los lixiviados generados en el relleno sanitario de La Pradera.” Tesis de Maestría.
Maestría en Ingeniería Urbana. Universidad de Medellín. Medellín, España. 175 pp.
Rojas R. (2002). Sistemas de Tratamiento de Aguas Residuales. XXIX Congreso de la Asociación Interamericana de Ingeniería
Sanitaría y Ambiental. Curso Internacional Gestión Integral de Tratamiento de Aguas Residuales.

7
APLICACIÓN CONTINUA DEL PROCESO DE OXIDACIÓN FENTON A
UN AGUA RESIDUAL DOMÉSTICA, PRETRATADA
FISICOQUÍMICAMENTE

FENTON OXIDATION PROCESS CONTINUOUSLY APPLIED FOR THE TREATMENT OF


DOMESTIC WASTEWATER, PHYSICOCHEMICALLY PRETREATED

Alberto López Avendaño 1


Felipe Neri Rodríguez Casasola 1
Angélica María Salmerón Alcocer 2*

Abstract
The Fenton oxidation is a method that can be applied to the treatment of various types of industrial and domestic
wastewater, with the advantage of being faster and efficient than the conventional activated sludge processes. The
dose of the oxidizing agent [H2O2] and catalyze [Fe2+] can be optimized to achieve greater efficiencies and
volumetric removal rates of contaminant compounds measured as chemical oxygen demand (COD). In this paper a
continuous process of Fenton oxidation for treatment of domestic water obtained from “Río de los Remedios” wich
is located in Mexico city, was applied for the Fenton treatment, the doses [H 2O2]/[COD] were varied, they are
selected based on the levels of the chemical oxygen demand of the wastewater, the dose of the catalyst was kept
constant H2O2/Fe2+ = 1/10, continuous operation system was maintained with hydraulic retention time of 21
minutes. The maximum removal of contaminant in domestic wastewater as a result of the continued application of
the Fenton process was 86% and overall volumetric removal rate of 6.5 mg L -1 h-1, were reached when a ratio
[H2O2]/[COD] = 7 was used. The volumetric pollutant removal rates were higher than those achieved in biological
treatments in which hydraulic retention times are about 6-8 hours. From the results it can be concluded that it is
feasible to apply this treatment to domestic wastewater thereby obtaining high levels of pollutant removal with good
removal efficiency as well as being a quick process, and/or combined with biological treatments for total
mineralization of the contaminant compounds in domestic wastewater.

KeyWords: Domestic wastewater treatment, physicochemical treatment, Fenton oxidation, bubble column, advanced oxidation
processes

1
Departamento de Ingeniería en Sistema Ambientales. Escuela Nacional de Ciencias Biológicas, Campus Zacatenco del Instituto
Politécnico Nacional.
2*
Autor corresponsal: Departamento de Ingeniería Bioquímica de la Escuela Nacional de Ciencias Biológicas del Instituto
Politécnico Nacional. Prolongación de Carpio y Plan de Ayala s/n. Col Casco de Sto. Tomás, Del. Miguel Hidalgo. México, D.F.
CP 11340. México. Tel (52)5729 6000 ext 62356. Email: angelicasalmeron@hotmail.com
0
Resumen
La oxidación Fenton es un método que puede aplicarse para el tratamiento de diversos tipos de aguas residuales
industriales y domésticas, con la ventaja de ser rápido y eficiente, comparado con los procesos tradicionales de lodos
activados. Las dosis del agente oxidante [H2O2] y del catalizar [Fe2+] pueden ser optimizados para lograr las mayores
eficiencias y velocidades volumétricas de remoción de compuestos contaminantes medidos como demanda química
de oxígeno (DQO). En este trabajo se aplicó un proceso continuo de oxidación Fenton para el tratamiento de un agua
sanitaria obtenida del Río de los Remedios en la Cd. De México. Para el tratamiento se variaron las dosis de [H2O2]
/[DQO], éstas se seleccionaron en base a los niveles de la demanda química de oxígeno del agua residual, la dosis del
catalizador se mantuvo constante H2O2/Fe2+ igual a 1/10, el sistema se operó en continuo manteniendo constante el
tiempo de retención hidraúlico, de 21 minutos. La remoción máxima de contaminantes en el agua residual doméstica,
como resultado de la aplicación continua del proceso Fenton fue del 86 % y una velocidad volumétrica global de
remoción de 2.5 mg L-1 h-1 cuando se empleó una relación [H2O2]/[DQO]=7. Las velocidades volumétricas de
remoción de contaminantes fueron altas, comparadas con las alcanzadas en tratamientos biológicos en los que los
tiempos de retención hidraúlica son del orden de 6-8 h. De los resultados de este estudio se puede concluir que es
factible aplicar este tratamiento a un agua residual doméstica con una buena eficiencia de remoción, además de ser
un proceso rápido, y/o combinarse con tratamientos biológicos para lograr una mineralización total de los
compuestos contaminantes presentes en las agua residuales domésticas.

Palabras clave: Agua residual doméstica, tratamiento fisicoquímico, oxidación Fenton, columna burbujeadora, procesos de
oxidación avanzada.

Introducción

Las aguas residuales industriales presentan una gran cantidad de contaminantes que tienen una acción muy compleja
sobre el medio ambiente, afectando el desarrollo natural de los ecosistemas por el cambio de condiciones tales como
la toxicidad, olor, color, entre otras (Forero y Ortiz, 2005). Estas aguas han sido tradicionalmente tratadas por
métodos convencionales. Sin embargo, la efectividad de estos procesos se está viendo seriamente limitada en los
últimos años principalmente por restricciones cada vez más severas. Estas restricciones son debido al mayor
conocimiento del impacto de los contaminantes en el ambiente, la disminución de la disponibilidad de agua fresca, y
al aumento de la demanda tanto humana como industrial, lo cual significa mayores caudales de agua residual a tratar.

Se han aplicado algunos Procesos de Oxidación Avanzada (POAs) para el tratamiento de aguas residuales (Bauer y
Fallman, 1997), éstos están ganando más importancia ya que las plantas de tratamiento biológico a menudo no son
suficientes para las aguas residuales altamente contaminadas o con tóxicos, un estimado de costos aproximado indica
que el tratamiento Foto-Fenton con la luz del sol es mucho más barato que otros disponibles POAs como la
ozonización. Muchas industrias, algunas de ellas conocidas por ser altamente contaminantes (tales como la industria
química y del cuero) se están trasladando de los países con ingresos altos a los países de economías emergentes. Con
esto, se espera que la contaminación industrial aumente en las economías emergentes junto con el desarrollo
económico e industrial (Gil-Pavas, 2007). En este estudio se seleccionó el método de oxidación avanzada Fenton, por
ser un método fisicoquímico capaz de romper o descomponer las moléculas cíclicas generalmente de anillos de
benceno, cadenas lineales de carbonos, y materia orgánica en general.

El tratamiento de oxidación avanzada Fenton consiste en la oxidación de la carga contaminante con una combinación
de peróxido de hidrógeno y sulfato ferroso (reactivo Fenton), típicamente a presión atmosférica y temperatura
ambiente. Las condiciones óptimas del reactivo Fenton se obtienen a valores ácidos de pH y con ellas se pueden
alcanzar altas remociones de los contaminantes orgánicos. El proceso involucra (Litter, 2005):

i. Cambio estructural de los compuestos orgánicos que posibilitan un tratamiento biológico posterior.
ii. Una oxidación parcial que origina una disminución de la toxicidad del efluente y/o una oxidación total de
los compuestos orgánicos en sustancias inocuas que posibilitan una descarga segura del efluente sin
necesidad de un posterior tratamiento.

1
El agente responsable de la oxidación en el proceso Fenton es el radical hidroxilo (•OH). Este radical libre es en
extremo reactivo y se forma por la descomposición catalítica del peróxido de hidrogeno en un medio ácido. Existe
gran variedad de compuestos orgánicos que pueden ser oxidados con el reactivo Fenton de ahí su elección para tratar
aguas residuales con altas cargas de DQO.

En el proceso de oxidación Fenton, los compuestos orgánicos reaccionan con el peróxido de hidrógeno en presencia
de sulfato ferroso para reducir la toxicidad y carga orgánica. El mecanismo de oxidación del reactivo de Fenton es
debido a los radicales (•OH):

H2O2 + Fe2+ Fe3+ + OH- + •OH Ecuación (1)


RH + •OH R• + H 2O Ecuación (2)
R• + Fe3+ R+ + Fe2+ Ecuación (3)
2
Fe + + •OH Fe3+ + OH- Ecuación (4)

En las ecuaciones anteriores, se puede ver que el peróxido de hidrógeno y el ión ferroso son usados para generar el
radical •OH, responsable de la oxidación de los compuestos orgánicos. El mecanismo de ésta reacción es muy
complejo y puede cambiar con las condiciones de reacción y el tipo de catalizador. La reacción de Fenton optimizada
puede llevarse a cabo a pH de 3-4. A pH mayores de 5 la eficiencia de remoción de compuestos orgánico vía
oxidación disminuye considerablemente.
Reacción de oxidación
Para Peróxido de Hidrógeno:

H 2O 2 O• + H2O Ecuación (5)


Moles (O•) por mol de oxidante (n) = 1
Moles (O•) por Kg de oxidante = 29,4

A la combinación de peróxido de hidrógeno y sulfato férrico se le llama reactivo Fenton, en honor al químico que
propuso en sus inicios la degradación oxidativa. No es necesario trabajar a altas o bajas presiones, por lo que el
proceso se realiza a presión atmosférica y a temperatura entre 20 y 40 °C.

El objetivo de este estudio es aplicar un tratamiento de oxidación Fenton, determinando las condiciones óptimas para
aplicarlo a un agua residual sanitaria, que puede ser eficiente y rápido, siendo por consiguiente una alternativa para
disminuir los tiempos de tratamiento que convencionalmente son entre 6-8 h en el caso de un tratamiento por lodos
activados.

Metodología

Previo al tratamiento Fenton del agua residual doméstica y para facilitar la remoción de material contaminante se
aplicó primeramente un pretratamiento, para eliminar cloruros, bicarbonatos y sales en general: posteriormente al
agua residual pretratada se le ajustó el pH a 3.0 con H2SO4 y se sometió al proceso de oxidación Fenton. El
acondicionamiento del agua tiene como objetivo lograr elevadas eficiencias y velocidades volumétricas de remoción
de contaminantes, además de evitar posibles interferencias en las pruebas de cuantificación de DQO.

Pretratamiento del agua residual


El pretratamiento del agua residual se llevó a cabo empleando un equipo de prueba de jarras Phipps & Bird TM PB-
700 a nivel laboratorio, el proceso se realizó adicionando al agua residual NaOH a una concentración final del 0.2%,
se agita 300 rpm durante 50 segundos, posteriormente se le adiciona una solución de Na 2CO3 al 0.3% y se mantiene a
80 rpm durante 5 minutos. Finalmente se permite que las muestras sedimenten durante 20 minutos y el sobrenadante
se emplea para el tratamiento por oxidación Fenton.

2
Gráfico 1. - Diagrama de flujo para la metodología a emplear en el proceso de la
oxidación avanzada.

NO
AGUA RESIDUAL PROCESO FENTON
PRETRAMIENTO
INDUSTRIAL
SI
PROGRAMACIÓN
DEL REACTOR

COAGULACIÓN INYECCIÓN DE PEROXIDO Y


CATALIZADOR
ABLANDAMIENTO
MEDICIÓN Y CONTROL DE PH ≤3
FILTRADO
MUESTREO CADA 20 MIN
SEDIMENTACIÓN
MONITOREO Y MEDICIÓN CONTINUA
DEL PH

CUANTIFICACIÓN DE PARÁMETROS
FISIQUIMICOS DEL AGUA TRATADA

Figura 1. - Diagrama de flujo que muestra la metodología empleada en el proceso de la oxidación avanzada.
Como ejemplo, para el agua congénita la metodología de pre tratamiento es la
siguiente:
Montaje del reactor y oxidación continua del agua residual doméstica

La reacción de oxidación se llevó a cabo en un reactor de geometría cilíndrica de vidrio, con capacidad de 277 mL,
con una altura de 30 cm y un diámetro de 3.5 cm, se empleó un controlador (BioController ADI 1030) para regular
los flujos de entrada de las cuatro bombas que suministraban el flujo de agua residual industrial entrante, el caudal de
oxidante (H2O2) y del catalizador en relación a la cantidad estequiométrica requerida y finalmente otra bomba que
reguló valor de pH (Figura 2).

Se calcularon las concentraciones necesarias de oxidante para tratar la carga de materia orgánica del agua residual
con base en la DQO medida inicialmente en el agua residual doméstica, y se procedió a determinar los caudales a
suministrar en base a las relaciones H2O2/DQO y la relación H2O2/Catalizador que se mantuvo igual a 0.1, éstos
valores se seleccionaron de acuerdo a los resultados de Méndez-Novelo y col., 2009 y 2010.

Una vez que montado el sistema, se toma la muestra al tiempo cero y se inicia el suministro al reactor de agua
residual, catalizador y peróxido, el sistema se mantuvo en continuo, manteniendo un tiempo de retención hidráulica
de 21 minutos. Para el mezclado se adiciona aire a un gasto de 1LPM, se tomaron muestras a la salida del reactor
cada 20 minutos durante dos horas, las muestras recolectadas se guardarán en tubos de ensaye, se les adicionó NaOH
2 N para subir el pH y detener la reacción, posteriormente se centrifugaron durante 10 minutos a 4000 rpm y al
sobrenadante recuperado se le midió la demanda química de oxígeno.

3
Figura 2. Diagrama de flujo del proceso de oxidación Fenton, donde se muestran el reactor de columna con las
cuatro bombas para el suministro del agua residual, peróxido, catalizador y suministro de ácido para control de pH.

Determinación de la Demanda Química de Oxígeno


A las muestras obtenidas en el proceso de oxidación se les determinó la demanda química de oxígeno empleando el
Método Hach.

Resultados y discusión

Aplicación continua de la oxidación Fenton al agua sanitaria

La variación de los niveles de remoción de la Demanda Química de Oxígeno con respecto a la Demanda Química de
Oxígeno inicial DQO/DQO in, realizada al agua residual empleando tres diferentes relaciones peróxido/DQO
tratamiento se muestran en la figura 3. Los porcentajes de remoción, así como las velocidades volumétricas de
remoción de contaminantes se calcularon a partir de los resultados obtenidos.

4
Figura 3. Variaciones de la eficiencia de remoción de DQO a diferentes valores de peróxido/DQO, en el proceso de
oxidación Fenton aplicado en continuo a un agua residual sanitaria.

En la figura 3 se observa como se presentaron caídas y mesetas en las que los valores de la DQO, permanecen
prácticamente constantes, que indican probablemente estados transitorios en los cuales las reacciones de oxidación
avanzan o se detienen probablemente debido a la formación de subproductos.

En la Tabla 1 además puede observarse que las variaciones en la relación peróxido/DQO provocó variaciones en los
valores de Rvi y Rvg, durante el proceso continuo en estado transitorio y alcanzándose un porcentaje de remoción
significativo durante el tiempo total de oxidación. Las velocidades volumétricas de remoción inicial Rvi, se
calcularon considerando los cambios de la DQO en los primeros 20 minutos de reacción, ya que en este periodo fue
en el que se observó la mayor caída (como puede verse en la figura 2), mientras que las velocidades volumétricas de
remoción global Rvg, se calcularon considerando el tiempo total de la oxidación. Los resultados se resumen en la
Tabla 1.

Tabla 1. –Resultados de la oxidación continua sobre la remoción de DQO en el agua residual doméstica.

Velocidad volumétrica %REMOCIÓN de Velocidad volumétrica %REMOCIÓN


DQO/[H2O2] de remoción inicial DQO a los 20 de remoción global GLOBAL
Rvi (ppm/min) minutos Rvg (ppm/min)

4.7 4,35 40 1.24 81

7.0 6,45 34 2.45 86

26 2,15 11 1.05 22

Las velocidades volumétricas de remoción iniciales Rvi fueron mayores que las globales y los porcentajes de
remoción fueron arriba del 80%, excepto para el caso donde se trabajó con la relación peróxido/DQO más alta. Del
análisis de los resultados presentados en la Tabla 1, se puede afirmar que las condiciones óptimas para la remoción
de contaminantes del agua sanitaria en operación continua con las condiciones del sistema, serían empleando una

5
relación peróxido/DQO = 7, en el que las dosis fueron empleadas fueron [Fe++] = 200 mg/l y [H2O2] = 2,000 mg/l
puesto que con éstas dosis se logró el mayor porcentaje de remoción del 86% en las dos horas que duró el proceso,
alcanzando la mayor velocidad volumétrica de remoción de 2.45 ppm/min.

A altas concentraciones del oxidante, es decir cuando la relación oxidante/catalizador es de 26, la reacción lejos de
verse favorecida se inhibe, la concentración óptima para el tratamiento de esta agua fue de [Fe 2+] = 200 mg/L y
[H2O2] = 2 000 mg/L.

Conclusiones

La oxidación Fenton aplicada en continuo a un agua residual doméstica, con las concentraciones adecuadas de
peróxido y catalizador, puede llevarse a cabo exitosamente teniendo buenas eficiencias y velocidades volumétricas
de remoción de la DQO por lo que representa una alternativa prometedora para tratar en tiempos cortos grandes
volúmenes de agua residuales que se generan por la actividad del hombre.

Referencias bibliográficas

Ayrton F.M. Vasconcelos T.G.,Wilde L.M. (2005) Influence of variables of the combined coagulation-Fenton-sedimentation
process in the treatment of trifluraline effluent. J. Hazardous Materials. B12:111-119.
Bauer R. and Fallmann H.(1997). The photo-Fenton Oxidation a cheap and efficient wastewater treatment method, Res. Chem
Intermed. 23(4):341-354.
Gil-Pavas E., Bayer D, Pérez A. (2007) Degradación de colorantes de aguas residuales de un floricultivo mediante UV/TiO2/H2O2
.Rev Ión, Bucaremanga, Colombia. 20(11):44-50.
Hach Company (2008) Water Analysis Handbook. 4ta edición. Colorado, E.U.A.
Forero J, Ortiz O & Ríos F. (2005) Aplicación de un proceso de oxidación Avanzada como tratamiento de fenol en agua residual
industrial de refinería. CT&F. Ciencia, Tecnología y Futuro. Instituto Colombiano de Petróleo. 3:07-109. ISSN:0122-
5383.
Litter M.I. (2005) Introduction to Photochemical Advanced oxidation Processes for Water treatmen. Hdb Env Chem. 2:325-366.
Méndez-Novelo R.V.,Castillo-Borges E.R., Sauri- Riancho M. R. (2009). Comparison of four physicochemical treatments for
leachate treatment. Rev. Int. Cont. Ambient . 25(3). ISSN 0188-4999.
Méndez-Novelo R.I., Pietrogiovanna-Bronca J.A., Santos-Campo B., Sauri-Riancho M.R, Giacoman-Vallejos G & y Castillo-
Borges E. R. (2010). Assessment of the optimal dose of Fenton reagent in a leachate treatment by Fenton–adsorption.
Rev Int Cont Amb. 26(3):211-220.

6
MÉTODO PARA EVALUAR LA FACTIBILIDAD DE USO DE SUELO AGRÍCOLA
COMO REACTOR PARA TRATAMIENTO NATURAL ALTERNATIVO DE AGUAS
RESIDUALES INDUSTRIALES

METHODOLOGY TO EVALUATE THE FEASIBILITY OF APPLICATION OF INDUSTRIAL


WASTEWATER TO AGRICULTURAL SOILS AS NATURAL TREATMENT ALTERNATIVE

Martin H. Bremer B. 1*1


Esteban Jácome Sandoval 2
Jorge García O.3
Roberto Parra S.4

ABSTRACT
In spite of the legislation regarding the disposal of wastewater in water bodies and soil, cases exist were the
wastewater is discharged without previous treatment causing important negative impacts on the ecosystems. Due to
need for responsible alternatives in the management of wastewater, the present work has the main objective the
development of an evaluation system whereby wastewater can be applied to soil as a means of a natural treatment,
specially, wastewater with a high organic loading from the food and beverage industries. The evaluation system
established mathematical models relating wastewater characterization, soil properties and crop needs, utilizing soil
as a bioreactor. The output from the mathematical model was expressed in terms of hydraulic loading applied to the
soil, area of application, time between applications and the amount of nutrients which will prevent a negative
environmental impact. A case study was developed using residues from the sugarcane industry in order to test the
model and its output.

KeyWords: Agricultural soil, Agro-ecological systems, Industrial discharges, Natural treatment.

* Martin H. Bremer B: Centro de Calidad Ambiental del ITESM, Campus Monterrey. Av. Eugenio Garza Sada # 2501,
Monterrey, N.L.; CP64849 MEXICO. Email: mbremer@itesm.mx
1
Centro de Calidad Ambiental del ITESM, Campus Monterrey
2
Centro de Calidad Ambiental del ITESM, Campus Monterrey
3
Centro de Calidad Ambiental del ITESM, Campus Monterrey
4
CAALCA ITESM, Campus Monterrey
1
Resumen
A pesar de la legislación existente relativa a las descargas de agua residual en cuerpos de agua y al suelo, algunas
industrias descarguen directamente sus aguas residuales causando impactos importantes en dichos ecosistemas,
haciendo evidente la necesidad de buscar alternativas para una gestión responsable de estas aguas residuales. El
objetivo de esta investigación fue desarrollar sistema para evaluar la viabilidad de utilizar campos de cultivo como
reactor para el tratamiento natural de aguas residuales industriales, especialmente aquellas con altos contenidos de
materia orgánica como es el caso de las industrias alimentarias y de bebidas. En esta investigación se estableció un
procedimiento que relaciona mediante modelos matemáticos, las características de las aguas residuales, de los suelos
y de los cultivos agrícolas; utilizando el suelo como bioreactor para la filtración y sustrato para la degradación de
compuestos bio-orgánicos. Como resultado se desarrolló un programa que estima la carga hidráulica, la superficie
de aplicación requerida, el tiempo necesario entre aplicaciones y la cantidad de nutrientes que serán aplicados al
suelo sin que derive en un impacto ambiental negativo. Para comprobar el funcionamiento del programa, se
desarrolló un caso de estudio con información de una industria con generación de vinazas de caña de azúcar,
obteniéndose con el programa las estimaciones de los parámetros adecuados y que el resultado arrojado por el
modelo estableció que sí es viable aplicar sus aguas residuales a suelos de cultivos a manera de tratamiento natural y
aporte a la fertilización del suelo.

Palabras clave: Descargas Industriales, Sistema Agroecológico, Suelo Agrícola, Tratamiento Natural.

Introducción

Según las Naciones Unidas (2009) el consumo de agua para uso industrial a nivel mundial representó el 20% del
total disponible, pronosticando que para el año 2025 el consumo de agua por parte de este sector tendrá un
incremento del 50%. Este porcentaje implica un gran potencial de contaminación debido a que las aguas residuales
producidas por la industria generan alrededor de 500 millones de toneladas de materia orgánica que anualmente se
filtran al agua subterránea o se vierten en ríos, lagos y océanos. Según la CONAGUA (2005) para el año 2002 en
México, las descargas de aguas residuales provenientes de la industria fueron de 8.14 Km3/año. De este volumen, la
industria alimentaria y de bebidas liberó 1.62 Km3/año a cuerpos receptores con aproximadamente 2.48 millones de
toneladas de materia orgánica. Estas aguas residuales, contienen por lo general altas concentraciones de compuestos
bio-orgánicos solubles en agua, los cuales, al oxidarse provocan una disminución del oxígeno libre disuelto,
afectando los ecosistemas. Esta problemática ha generado una creciente preocupación a nivel social y
gubernamental, a partir de la cual se han establecido regulaciones para la descarga de dichas aguas residuales sobre
cuerpos receptores. Estas normativas implican la realización de tratamientos a las aguas residuales, las cuales
representan para algunas industrias, limitantes económicas y logísticas (World Economic Forum, United States
EPA).

Figura 1. Parámetros principales utilizados en el modelo para determinar las relaciones/impactos entre: planta-
suelo-agua residual (Jácome, 2010)

2
Los beneficios esperados desde la perspectiva

 Ambiental: la reducción de la contaminación de los cuerpos receptores por la descarga de aguas residuales de
las industrias, especialmente las alimenticias y de bebidas, favorecerá el mantenimiento de la integridad de los
ecosistemas y sus servicios ecológicos a través del tiempo para beneficio de futuras generaciones
 Económico/industrial: la aplicación de una solución adecuada para las aguas residuales del procesamiento de
alimentos y bebidas utilizando suelos agrícolas como bioreactor que limpia los residuos, implica el
cumplimiento de las normativas técnicas existentes con un costo accesible, manteniendo un equilibrio entre el
uso y la gestión de los recursos a través del tiempo.
 Agrícola: el uso de las aguas residuales de la industria de alimentos y bebidas puede representar la reintegración
y aprovechamiento de los nutrientes que se extrajeron con la cosecha, derivando en un requerimiento menor de
fertilizantes químicos

Objetivos:
El objetivo general fue desarrollar una herramienta computacional que permita evaluar la factibilidad de utilizar
campos de cultivo como reactor para el tratamiento natural de aguas residuales de proceso, así como potencial de
complemento a la fertilización de los suelos agrícolas. Como objetivos específicos: definir las características
fisicoquímicas de las aguas residuales a monitorear, considerando el tratamiento industrial que han tenido en el
proceso; establecer procedimientos que relacionen las características fisicoquímicas de las aguas residuales
industriales de alimentos y bebidas, con los requerimientos nutricionales de los cultivos agrícolas y las características
fisicoquímicas de los suelos en donde se aplicarán y, determinar el costo de aplicación del tratamiento natural de
aguas residuales sobre suelos agrícolas, comparado con la construcción y operación de una planta de tratamiento de
aguas residuales

Metodología:

El fundamento teórico para la metodología del estudio se basa en estos estudios y en las publicaciones de autores
como Crites (2000; 2006), Reed (1995), McMichael y McKee (1965), y Kanwar (1985). La presente metodología
consiste en la creación de un sistema que parte de la selección del sitio en función de su pendiente, permeabilidad,
profundidad y uso del suelo, así como distancia hacia la fuente de aguas residuales. Se procede a relacionar los
volúmenes de descarga y la concentración de los constituyentes de las aguas residuales, con las normativas
ambientales, las características del suelo y los requerimientos nutricionales del cultivo; para determinar la carga
hidráulica máxima a aplicar, el tiempo entre aplicaciones, el área mínima requerida y la cantidad de nutrientes
extraídos por el cultivo. Considerando estos resultados se aplica las aguas residuales al suelo, manteniendo un
constante monitoreo que controle saturación del suelo, lixiviación de sustancias al manto freático y rendimiento del
cultivo. En la figura 3 se esquematiza el proceso.

Mecanismos de remoción de los constituyentes del agua residual considerados en el modelo


El tratamiento propuesto en esta investigación utiliza el suelo como medio filtrante, basándose en diversos
mecanismos de remoción de los constituyentes del agua residual ejercidos por el suelo y la planta:

 La eliminación de la demanda bioquímica de oxígeno (DBO) del agua residual aplicada se lleva a cabo por la
actividad de bacterias, actinomices y hongos, que se encuentran en grandes cantidades en la capa superficial del
suelo. Una vez degradada la materia orgánica algunos compuestos se convierten en nutrientes asimilables para la
planta. (Crites & Tchobanoglous, 2000). Depende del período de aplicación, el drenaje del agua residual y el
período de aireación del suelo. Los límites de carga que se pueden aportar al suelo deben basarse en el
mantenimiento de condiciones aeróbicas del mismo, para lo cual es necesario tener un período de aireación
superior al de aplicación de DBO (Reed, Crites, & MiddleBrooks, 1995). Por tanto, la aplicación debe tomar en
cuenta que la DBO de la materia orgánica aplicada sea inferior a la cantidad de oxígeno presente en el suelo.
 La remoción de nitrógeno es compleja debido a las formas en las que este elemento se encuentra típicamente en
las aguas residuales industriales, pudiendo hallarse como: N2, N orgánico, NH3, NH4, NO2 o NO3. (Metcalf &

3
Eddy, 2000). Mientras más oxidada sea la forma de nitrógeno, más efectiva será la retención y la remoción del
mismo (EPA, 2006). La captación de nitrógeno por la planta es el principal mecanismo de remoción en los
tratamientos de baja carga, sin embargo la desnitrificación y volatilización pueden ser importantes dependiendo
de los constituyentes del agua residual y el lugar de aplicación, en función de sus condiciones climáticas.
 La remoción de metales de las aguas residuales, de acuerdo con Crites & Tchobanoglous (2000), se da por
absorción en el suelo, precipitación, intercambio iónico y acomplejamiento. Las arcillas o suelos finos permiten
la remoción de metales casi en su totalidad. De la misma forma, las plantas tienen la capacidad de remover
aguas contaminadas con metales, mediante el proceso de evapotranspiración, que libera el agua al ambiente y
confina en su estructura los metales. Estas plantas no deben ser utilizadas para la alimentación de seres humanos
y animales. Se debe señalar que para esta investigación se restringe el uso de aguas residuales que contengan
metales pesados.
 La remoción de fósforo, se debe considerar que su presencia en las aguas residuales es abundante. A pesar de
que no se ha reportado como un riesgo para la salud humana, se considera un riesgo para la calidad de los
cuerpos de agua superficial debido a la eutrofización. En el agua residual industrial, el fósforo puede presentarse
en forma de ortofosfatos (PO4)-3, polifosfatos o como fósforo orgánico. Los fosfatos están disponibles
inmediatamente para su utilización por parte de microorganismos presentes en el suelo, sin embargo no lo están
para la planta (Romero, 2004).
 La remoción del Na de las aguas residuales se da por el intercambio catiónico en las partículas del suelo y por la
absorción de sales por la planta, la misma que acumula este elemento en su estructura dependiendo de su
tolerancia a la salinidad (Lazarova & Bahri, 2005). El Na es un elemento considerado en este trabajo, ya que al
encontrarse comúnmente en altos niveles en las aguas residuales, puede ocasionar efectos perjudiciales para los
cultivos debido a que produce salinidad o alcalinidad. El exceso de Na con respecto al Mg y el Ca, tiene un
efecto sobre el potencial osmótico, el cual reduce la capacidad de la planta para absorber agua. Afecta también a
la estructura del suelo, impidiendo que las arcillas retengan los cationes, modificando así, la capacidad
hidráulica del perfil del suelo (Ayers & Westcot, 1994).
 La remoción de boro se realiza, en una parte por el suelo, siempre y cuando estén presentes óxidos de aluminio y
hierro en su composición El boro es un micronutriente esencial para las plantas pero puede ser tóxico en
concentraciones relativamente bajas. Para la aplicación de aguas residuales se puede asumir que la totalidad del
boro aplicado que no es asimilado por la planta será lixiviado a las aguas subterráneas. Por lo tanto, este
elemento se debe considerar en el monitoreo del tratamiento para evitar la contaminación de los acuíferos y la
toxicidad de las plantas, a través de inspecciones diarias del cultivo (Crites, Reed, & Bastian, 2006).

Función de las características del suelo en el tratamiento


Las características físicas, químicas y biológicas del suelo determinan el comportamiento del agua en el mismo, su
efecto en el tratamiento del agua se describe a continuación:
 Textura: el tamaño de la partícula influirá en la capacidad de infiltración y percolación que presente el suelo. Las
texturas finas tienen una infiltración/percolación lenta siendo óptimas para sistemas de riego superficial; las
texturas medias se adaptan mejor al tratamiento de baja carga; y las texturas gruesas permiten un tratamiento de
infiltración rápida para recargas de acuíferos (Romero, 2004).
 Estructura: representa la forma y grado de agregación de las partículas, determinando el movimiento del agua,
aire y la porosidad. Los agregados del suelo forman poros, los cuales permiten una conducción de agua y aire
que define la capacidad de infiltración del suelo (Romero, 2004).
 Profundidad del suelo: permite la retención de las partículas de las aguas dependiendo del tiempo de residencia
de ésta en el suelo. Este tiempo a su vez depende de la tasa de aplicación y la permeabilidad del suelo. Por otro
lado, una profundidad adecuada del suelo permite el desarrollo de las raíces de las plantas, la actividad
microbiana y la separación entre el agua residual y la zona saturada (Delleur, 2007).
 Propiedades químicas del suelo: influyen en el crecimiento de la planta, debido a la disponibilidad de nutrientes;
la purificación de las aguas residuales y la conductividad hidráulica. El pH del suelo es una variable clave que
afecta a las propiedades físicas, químicas y biológicas del mismo; y a su vez es afectado por diversos factores
como la tasa de precipitación, la calidad del agua de irrigación, la disociación del ácido carbónico, el contenido
de materia orgánica, la meteorización de minerales, la presencia de polímeros de hidróxido de aluminio y la
aplicación de fertilizantes nitrogenados. Asimismo el pH del suelo influye en: la solubilidad de varios
4
compuestos, la actividad de los microorganismos del suelo, el crecimiento del cultivo al determinar la
disponibilidad de nutrientes y metales, la movilidad de los constituyentes químicos del suelo, la dispersión de
arcillas y la formación de agregados. La aplicación por un período largo de tiempo de aguas residuales con pH
bajos puede afectar la fertilidad del suelo y permitir el lixiviado de metales. La mayoría de cultivos se desarrolla
adecuadamente en un rango de pH entre 5,5 a 7,0 (Navarro, 2000).
 Capacidad buffer del suelo: está relacionada con la cantidad de materia orgánica que contiene, esta propiedad
evita las fluctuaciones drásticas de pH que pueden afectar a las plantas y los microorganismos, además favorece
a la capacidad de intercambio catiónico (CIC). (Crites, Reed, & Bastian, 2006). El contenido de materia
orgánica en el suelo influye sobre la estructura y provee de energía para la actividad microbiana que permite la
formación de agregados.

Figura 2. Secuencia de aplicación de los modelos matemáticos seleccionados (Jácome, 2010)

Función de la planta en el tratamiento natural de aguas residuales


La función de la planta en el e tratamiento de aguas residuales es absorber del suelo la cantidad de nutrientes que
requiere, para convertirlos en biomasa que será aprovechada dependiendo del tipo de cultivo (U.S EPA, 2006). Así,
cultivos con mayor requerimiento nutricional, extraerán del suelo mayores contenidos de nutrientes, permitiendo
remover una mayor cantidad de estos de las aguas residuales aplicadas. En los tratamientos de baja carga, la función
de las plantas es fundamental para remover nitrógeno y en algunos casos obtener un retorno económico a partir de
los cultivos, evitando la erosión e incrementando la tasa de infiltración. Generalmente las aguas residuales no tienen
una relación C:N adecuada, es decir, fuera del rango entre 20:1 y 30:1, para soportar altos niveles de desnitrificación.
Sin embargo, las raíces de las plantas aportan una fuente de carbono orgánico que colabora con este proceso
(Romero, 2004). La evapotranspiración en el tratamiento constituye un proceso que determina la cantidad de agua
que el cultivo requiere para sus procesos fisiológicos, considerando la transpiración de la planta y la evaporación del
agua de las superficies de la planta y del suelo. El valor de la evapotranspiración depende de las condiciones
atmosféricas, como por ejemplo la radiación solar, la temperatura del aire, la humedad relativa y la velocidad del
viento, así como también de la disponibilidad de agua en el suelo. (Reed, Crites, & MiddleBrooks, 1995).

En resumen, el tratamiento de aguas residuales propuesto, se basa en las interacciones que se producen entre el agua
residual, suelo y la planta. Donde, el agua residual aporta los nutrientes en formas orgánicas durante el proceso de
percolación; el suelo es el medio que se encarga de la remoción, degradación y almacenamiento de dichos nutrientes;
5
y la planta es el organismo que extrae los nutrientes y los convierte en biomasa que puede ser aprovechada
nuevamente. Al final de este proceso se espera que el agua percolada presente una reducción considerable de sus
constituyentes, evitando de esta manera la contaminación de las aguas subterráneas.

Para vincular estas relaciones y generar resultados que permitan la toma de decisiones para la aplicación de las aguas
residuales de la industria de alimentos y bebidas, se desarrolló un programa computacional (Jácome, 2010), el cual
consta de tres fases que generan resultados, en función la información disponible:
 Resultados preliminares se utilizan en la primera fase con el fin de obtener un valor estimado de los parámetros
de aplicación considerando valores bibliográficos. Este tipo de resultados se genera cuando no existe suficiente
disponibilidad de datos reales, por lo que se basa en información bibliográfica seleccionada en función de
parámetros reales o aproximados que deben conocerse sobre las aguas residuales, como p.ej. el volumen de
descarga aproximado, la concentración de DBO y nitrógeno aproximado, la estructura del suelo, etc.. El nivel de
exactitud de estos resultados es bajo.
 Resultados primarios, se generan una vez que se ha obtenido información real como las condiciones de descarga
y características de las aguas residuales; la información sobre suelos continúa siendo bibliográfica. Estos
resultados tienen mayor utilidad que los resultados preliminares ya que indican si se cumple la normatividad de
descarga y/o si se tiene algún parámetro con concentraciones que puedan ser dañinas por lo que esta fase permite
iniciar la planificación del tratamiento de AR.
 Resultados avanzados se generan a partir de información obtenida en análisis de campo y laboratorio de aguas
residuales y suelos, y análisis agronómicos de los requerimientos del cultivo seleccionado. Estos resultados
tienen mayor utilidad y exactitud, considerando datos medidos en los modelos que utiliza el programa
desarrollado por Jácome (2010); en esta fase se realiza el diseño de la aplicación de las aguas residuales sobre
los suelos de cultivo

Figura 3. Diagrama de flujo del funcionamiento del sistema de tratamiento natural de descargas industriales
propuesto (Jácome, 2010)

Las relaciones que se producen entre los factores suelo, agua residual y cultivo son múltiples y complejas,
permitiendo la filtración y degradación de los componentes del agua residual, los mismos que luego de su
transformación en el suelo pueden ser aprovechados por las plantas. En la figura 4 se muestra un esquema de
las diversas relaciones que se producen entre los factores mencionados y que son la base del sistema de
tratamiento de aguas residuales propuesto en esta investigación.

6
Resultados

Se realizó un caso de estudio utilizando información recopilada de una empresa perteneciente a la rama de alimentos
y bebidas. La información utilizada corresponde a una industria con insumos derivados de la caña de azúcar que
requiere de un tratamiento para sus efluentes, debido a que algunos de sus constituyentes no cumplen con las
regulaciones ambientales, y otros, aunque no están normados, pueden tener efectos perjudiciales para el entorno. Esta
industria, está interesada en reutilizar los nutrientes contenidos en sus aguas residuales mediante la incorporación de
estos a suelos agrícolas. Se ingresaron los de datos en el programa desarrollado, utilizando la sección de resultados
avanzados, que permitieron obtener los parámetros para la aplicación adecuada de las aguas residuales de esta
industria en suelos de cultivo. Para conocer el comportamiento del programa, se realizó una comparación de los
resultados obtenidos en el caso de estudio, con un escenario hipotético de similares características, pero
diferenciándose en la concentración de nitrógeno total en las aguas residuales, disminuyéndola de 335.6 mg/L a 33.5
mg/L. Con esta nueva concentración hipotética del 10% del contenido real de nitrógeno total, se obtuvo como
resultado un aumento de la carga hidráulica que puede ser aplicada al suelo de 5 a 16 mm/día y un aumento en el
tiempo entre aplicaciones de 1 a 2 días. Con respecto a la superficie de aplicación requerida, se obtuvo una marcada
reducción del área necesaria de 18 a 6 ha, lo que representa una reducción del 66%. De esta manera se determinó que
una reducción de la concentración de nitrógeno, previa al tratamiento natural de las aguas residuales en este caso de
estudio, permitiría la aplicación de un mayor volumen de agua en una menor superficie de cultivo, sin deteriorar la
calidad del suelo, ni a las aguas subterráneas.

Figura 4. Modelo conceptual de las relaciones entre los parámetros que comprenden sistema de tratamiento natural
de descargas industriales que cumpla la normatividad vigente (Jácome, 2010)

7
Figura5a. Resultados obtenidos en el caso de estudio Figura 5b. Resultados del caso hipotético

Conclusiones:

El modelo desarrollado logró integrar, mediante la aplicación de modelos matemáticos seleccionados, las funciones y
las características de las aguas residuales y del suelo, los requerimientos nutricionales del cultivo y las regulaciones
ambientales para evaluar la viabilidad de aplicar aguas residuales industriales en suelos agrícolas. El modelo
permitió la estimación de la carga hidráulica, el tiempo entre aplicaciones, la superficie de aplicación de aguas
residuales y la cantidad de nutrientes incorporados al suelo y problemas potenciales por compuestos que requieren un
tratamiento.

Este sistema representa una alternativa viable y de menor costo para el tratamiento de las aguas residuales de las
industrias, en comparación con los sistemas tradicionales de tratamiento, ya que no requiere de instalaciones al
utilizar el suelo como medio filtrante.

El modelo, al determinar las condiciones ideales para la aplicación de las aguas residuales, permite cumplir con
normativas ambientales nacionales e internacionales seleccionadas, evitando que los contaminantes impacten a los
ecosistemas acuáticos y se filtren hacia el manto freático. Asimismo, se espera que el beneficio de este sistema sea
superior a las alternativas tradicionales, permitiendo que una mayor cantidad de industrias traten sus aguas residuales
en lugar de liberarlas directamente a ríos y lagos.

A partir de la implementación de escenarios con el modelo en el caso de estudio, se determinó que es posible la
aplicación de las aguas residuales de proceso en los suelos de cultivo previstos, mientras que usando un
pretratamiento del contenido de Nitrógeno posibilita duplicar la frecuencia de aplicación en una menor área de
cultivo, sin afectar la calidad del suelo y evitando la contaminación de las aguas subterráneas. Además se debe
señalar, que debido a las concentraciones de nutrientes que presentó el agua residual analizada, su aplicación al suelo
contribuye a la fertilización, específicamente a la nitrogenada. Sin embargo se debe aclarar que este resultado no se
puede generalizar a otras industrias sin un análisis previo debido a las diferencias entre aguas residuales y/o entre
suelos agrícolas, las condiciones climáticas, requerimientos de cultivos, etc.

Referencias:

Ayers, R., & Westcot, D. (1994). Water Quality for Agriculture. California: FAO.
Comisión Nacional del Agua. (2005).Síntesis Estadísticas del Agua en México. México: Comisión Nacional del Agua.
Crites, R., & Tchobanoglous, G. (2000). Sistemas de Manejo de Aguas Residuales, para Núcleos Pequeños y Descentralizados
(Vol. II). Bogotá: McGraw-Hill Interamericana.
Crites, R., Reed, S. & Bastian, R.(2006). Land Treatment Systems for Municipal and Industrial Wastes. USA:McGrawHill
Delleur, J. (Ed.). (2007). Handbook of Groundwater Egineering. Boca Raton: CRC Press.
Jácome, S. (2010). Evaluación de Factibilidad de la Aplicación de Agua Residual en Suelos Agrícolas como Alternativa de
Tratamiento: TESIS Maestría del ITESM, Campus Monterrey
8
Kanwar, R. (1985) Analytical Solutions of the Transient State Oxygen Diffusion Equation in Soils with a Production Term.
Department of Agricultural Engineering, Iowa State University.
Reed, S., Crites, R., & MiddleBrooks, E. J. (1995). Natural Systems for Waste Management and Treatment (2nd Edition ed.).
USA: McGraw-Hill.
Lazarova, V., & Bahri, A. (2005). Water Reuse for Irrigation. Boca Ratón: CRC Press.
Metcalf & Eddy. (2000). Ingeniería de Aguas Residuales: Tratamiento Vertido y Reutilización (Vol. I). Ciudad de México:
McGraw-Hill.
McMichael y McKee. (1965) Waste Water Reclamation al Whittier Narrows. Environmental Health Engineering California
Institute of Technology: Pasadena
Navarro, G. (2000). Química Agrícola. Madrid: Mundi - Prensa.
Romero, J. (2004). Tratamiento de Aguas Residuales: Teoría y Principios de Diseño. Bogotá: Editorial Escuela Colombiana de
Ingeniería.
United Nations. (2009). Water in a Changing World. World Water Development. Report 3.
U.S. EPA. (2004). Guidelines for Water Reuse. Washington D.C: U.S. Environmental Protection Agency and U.S. Agency for
International Development.
US EPA. (2006). Process Design Manual: Land Treatment of Municipal Waste Effluents. Cincinnati: US Environmental
Protection Agency.

9
RECUPERACIÓN EXPERIMENTAL DE NITRÓGENO AMONIACAL DE ORINA
HUMANA

EXPERIMENTAL AMMONIA RECOVERY FROM HUMAN URINE

Anjully Taboada Márquez 1*


José Luis Martínez Palacios 1

Abstract
The removal and recovery of ammonia nitrogen of human urine from a men´s dry urinal is investigated in this work.
The sorption experiments were conducted in the laboratory, in a batch system operation until equilibrium was
reached. Glass flasks of 0.5 liters were used to the experiments and air as stripping gas, the urine was submitted to a
previous treatment of phosphorus removal. During the treatment process the air effect was measured on the
ammonia removal. The desorption responds to a first-order kinetics, as function of air flow. Removal rates
according to the experimental conditions for absorption-desorption experiments vary from 0.67 to 1.37 and from
0.73 to 1.6 gL-1h-1 for 1-2 LPM of air respectively.

Key Words: Ammonia, human urine, recovery, sorption process, treatment.

1
Instituto de Ingeniería, Universidad Nacional Autónoma de México.
*
Instituto de Ingeniería, Universidad Nacional Autónoma de México. A. Universidad ,3000 Col. Ciudad Universitaria, México
D.F. 04510. México. Email: ichliebedich_atm@live.com.mx

1
Resumen
En este trabajo se investiga la remoción y recuperación de nitrógeno amoniacal de orina humana colectada en un
mingitorio seco de hombres. Las pruebas de sorción de nitrógeno amoniacal se llevaron a cabo en el laboratorio, en
proceso intermitente hasta lograr el equilibrio. Se utilizaron matraces de vidrio de 0.5 litros y se aplicó aire como gas
de arrastre, previa remoción de fósforo. Durante el proceso de tratamiento se evaluó el efecto del gasto de aire en la
remoción de amoniaco. La desorción corresponde a una cinética de primer orden, función del flujo de aire. Las tasas
de remoción de acuerdo a las condiciones experimentales para las pruebas de desorción-absorción varían de 0.67 a
1.37 y de 0.73 a 1.6 gL-1hr-1 para 1 a 2 LPM de aire.

Palabras clave: Amoniaco, orina humana, proceso de sorción, recuperación, tratamiento.

Introducción

El nitrógeno molecular, N2, es el elemento más abundante en la atmósfera ocupando un 79% en volumen, se obtiene
de la destilación del aire líquido. El amoniaco, base de los fertilizantes nitrogenados, se obtiene a partir del proceso
Haber-Bosch, que consiste en hacer reaccionar a presión y temperatura el nitrógeno gaseoso con hidrógeno (Engel et
al., 2007). El nitrógeno amoniacal como urea, es el fertilizante más utilizado en la agricultura, la principal fuente de
obtención es a partir del nitrógeno molecular atmosférico que reacciona con bióxido de carbono en condiciones
específicas de presión y temperatura. El proceso implica consumo de energía y emisión de contaminantes a la
atmósfera.

La orina es un líquido de desecho producido en el riñón por el cuerpo humano, que contiene compuestos de bajo
peso molecular, es ligeramente ácida con un pH que varía entre 6 y 7.5 y una dinámica de cambio significativo con el
tiempo (Tanmoy Karak et al., 2011). Es el residuo que representa el mayor contenido de nitrógeno y fósforo en las
aguas residuales municipales. Contiene del 85-90 % de nitrógeno, 50-80 % de fósforo y de 80-90 de potasio de los
nutrientes que excreta el humano (Larsen y Gujer, 1996). Udert et al., (2005), reportan que la orina almacenada tiene
un pH básico de 9.1 y como constituyentes principales como Ntotal, NH 3-N y Ptotal de 9200, 8100 y 540 mg/l,
respectivamente.
No obstante los niveles de concentración reportados, éstos variarán dependiendo de la dieta alimenticia y de la
ubicación geográfica del generador (Helvi Heinonen-Tanski et al., 2007). Es importante el estudio de diferentes
alternativas de tratamiento de la orina por su contenido de nutrientes y efecto contaminante de las aguas residuales,
por el ahorro de energía en la obtención de fertilizantes, etc. Así es como algunos autores investigan la aplicación
directa como fertilizante para diferentes cultivo (Martínez et al., 2012a; Martínez et al., 2012b; Karak y
Bhattacharyya 2011; Heinonen et al., 2007; Ikematsu et al., 2007; Pradhan et al., 2007), así como para recuperar el
fósforo y nitrógeno como estruvita (Udert y Wächter, 2011; Martínez y Fuentes, 2010; Kabdasli et al., 2006), cuyas
fuentes naturales del primero se reportan que se están agotando.

El propósito de este trabajo, dados los niveles de concentración de nutrientes con posibilidades de utilizarlos en la
agricultura, es recuperar el nitrógeno amoniacal de la orina mediante pruebas de desorción y absorción.

Metodología

Colecta de orina. La orina se colectó de un mingitorio seco de hombres y fue almacenada en recipientes de
polietileno de alta densidad durante más de dos meses para que se estabilizara e hidrolizara la urea. Previo a las
pruebas de desorción se precipitó el fósforo de la orina como estruvita con cloruro de magnesio con una relación
molar Mg: PO4 de 1.2.

Caracterización
Todo el material fue lavado y enjuagado con agua destilada. Los reactivos dosificados fueron grado QP, marca
JTBaker. Con base en las referencias citadas (Udert y Wächter, 2011; Maurer et al., 2006), a la orina se le
determinaron los parámetros prioritarios tales como nitrógeno total, amoniacal, fosfatos, DQO, sólidos en diferentes
formas, sodio y potasio, color y turbiedad. El nitrógeno total y amoniacal se determinaron por digestión y destilación

2
en un equipo Büchi, unidad K-424 y K-350. Los fosfatos se determinaron por colorimetría según el método de la
EPA 365.2 con un equipo Merck Spectroquant, modelo Nova 60. Los sólidos por gravimetría de acuerdo con los
métodos estándar, sodio y potasio en un flamómetro Corning, modelo 400, turbiedad en un equipo Merck, modelo
1100 IR y color en un espectrofotómetro Hach, modelo DR/4000U.

Acondicionamiento
Con objeto de separar el fósforo de la orina antes de la recuperación de nitrógeno amoniacal, se adicionó cloruro de
magnesio a un volumen de orina para precipitarlo con una relación molar de Mg 2+: PO43- de 1.2:1 (Martínez y
Fuentes, 2010). Una vez lograda la separación del precipitado, se dosificó hidróxido de calcio para acondicionar la
orina a pH 12 y desplazar el equilibrio amonio amoniaco, se decanta y se encuentra en condiciones para cada una de
las pruebas de desorción del nitrógeno amoniacal.

Pruebas experimentales
La recuperación de NH3 se llevó a cabo en matraces de bola con 300 ml de orina decantada del tratamiento con cal.
Los recipientes estaban interconectados con mangueras de polietileno. El aire presurizado se suministró por medio de
una compresora, se controló con un manómetro fluyendo por medio de dos difusores de acuarios que producen las
burbujas más pequeñas. Las tres pruebas se llevaron a cabo modificando para cada volumen de orina la dosificación
de aire como gas de arrastre al sistema que permaneció cerrado con el fin de ver su efecto y acelerar el proceso de
extracción. Los gastos de aire experimentados fueron de 1, 1.5 y 2.0 LPM (l/min). La temperatura promedio de la
orina durante las pruebas fue de 20 °C. La absorción del amoniaco se logró en una solución ácida de ácido sulfúrico
de volumen equivalente para recuperarlo como sulfato de amonio. Conforme transcurrió cada prueba se extrajeron
pequeños volúmenes para determinar la concentración de nitrógeno amoniacal en cada solución.

Resultados

Caracterización de la orina almacenada


En la tabla 1 se muestran los resultados de la caracterización de la orina almacenada utilizada para las pruebas, donde
se observa particularmente que un litro contiene del orden de 6.8 g NH3-N que corresponden prácticamente a la
concentración de Ntotal, 0.84 g de fosfatos, 2 g de potasio y alcalinidad de 24 g como CaCO 3 como resultado de la
hidrólisis de la urea, lo cual dificulta el tratamiento para recuperar el amoniaco.

Tabla 1. Caracterización de la orina almacenada (>2 meses).

3
Pruebas de desorción y absorción
A pesar de que el volumen de orina utilizado en cada prueba fue pequeño, 300 ml, el tipo de difusor juega un papel
importante en el proceso de extracción. Para ver ese efecto, se llevó a cabo una prueba preliminar con el gasto
intermedio de aire de 1.5 LPM, comparando un difusor de vidrio con tamaño medio de burbuja y uno comercial de
acuario (burbujeador1); se seleccionó para hacer las pruebas el de acuario por la mayor transferencia gradual de
amoniaco, posiblemente por el menor tamaño de burbujas, ver la figura 1.

Figura 1. Efecto del tipo de difusor en la desorción (marcadores sin relleno)-absorción (marcadores rellenos) de
amoniaco en la orina en pruebas con 1.5 LPM de aire.

En la tabla 2 se resumen las características de la orina con respecto a los parámetros relevantes del tratamiento.

Tabla 2. Caracterización de la orina después de la desorción de cada prueba.

La desorción y absorción de amoniaco de las pruebas a diferentes gastos se representan gráficamente en la figura 2a
y 2b. En dichas figuras se representan los resultados obtenidos de las pruebas de desorción-absorción, observándose
que en las primeras 4 horas de experimentación la variación de la concentración de nitrógeno amoniacal tiene un
comportamiento lineal en ambos procesos, con correlaciones (R 2) mayor que 0.94. Por tanto, la tasa de desorción y
absorción, para las condiciones experimentadas, varían de 0.67 a 1.37 y de 0.73 a 1.6 gL-1hr-1, respectivamente, para
los gastos de 1 a 2 LPM.

4
Figura 2. Desorción(a) de amoniaco de la orina humana y absorción (b) en solución ácida a diferentes gastos de aire.

Con objeto de comparar la desorción y la absorción de amoniaco, en las figuras 3 a y b se representan los resultados
como ejemplo de la prueba de 1 LPM, observándose que prácticamente el amoniaco desorbido de la orina es
absorbido en la solución ácida, con variación en la pendiente de las curvas de la figura 4a por efecto de la
desgasificación y arrastre de amoniaco al absorbedor durante el montaje del experimento. Se confirma que la
eficiencia de la absorción depende de la rapidez de desorción de amoniaco.

Figura 3. Comportamiento de la absorción respecto a la desorción de amoniaco de la orina para la prueba de 1 LPM.

La desorción de amoniaco responde a una cinética de primer orden, cuyas constantes varían de 0.1 a 0.38 hr -1 por el
papel que juega la variación del gasto de aire, resultados que se representan en la figura 5.

Figura 4. Cinética de primer orden de la desorción de amoniaco de la orina para diferentes gastos de aire.

5
Conclusiones

La desorción de amoniaco de la orina responde a una cinética de primer orden y la tasa de remoción depende del
gasto de aire dosificado para incrementar la rapidez de extracción con el tiempo. La tasa de remoción, para las
condiciones probadas, varía de 0.67 a 1.37 y de 0.73 a 1.6 gL-1hr-1 para 1 a 2 LPM de aire en pruebas de desorción y
absorción, respectivamente. El proceso que determina la recuperación del nitrógeno amoniacal es la desorción, la
absorción depende de la concentración de ácido y del pH de la solución.

El hidróxido de calcio utilizado para modificar el equilibrio amonio – amoniaco, al ajustar el pH a 12, remueve la
alcalinidad de la orina producida por la hidrólisis de la urea, que precipita como carbonato de calcio.

Agradecimientos.- Al Departamento de Ingeniería Sanitaria y Ambiental de la División de


Ingeniería Civil y Geodésica de la Facultad de Ingeniería, específicamente a la Bióloga Natasha
Carime Villaseñor Hernández, Coordinadora del laboratorio de Ingeniería ambiental, por las
facilidades otorgadas para determinar por flamometría la concentración de sodio y potasio a la
orina tratada.

Referencias bibliográficas

Engel T., Reid P., Hehre W. (2007) Introducción a la fisicoquímica: Termodinámica, Pearson educación, 2007,562 pp.
Heinonen-Tanski H., Sjöblom A., Fabritius H., Karinen P. (2007) Pure human urine is a good fertilizer for cucumbers,
Bioresource Technology, 98(1), 214–217.
Ikematsu M. Kaneda K., Iseki M., Yasuda M. (2007) Electrochemical treatment of human urine for its storage and reuse as flush
water, Science of The Total Environment, 382(1), 159–164.
Kabdaşli I.,Tünay, Ç. Işlek, Eedniç E., Hüskalar S., Tatli M.B. (2006) Nitrogen recovery by urea hydrolysis and struvite
precipitation from anthropogenic urine, Water Science and Technology, 53(12), 305-312.
Karak T., Bhattacharyya P. (2011) Human urine as a source of alternative natural fertilizer in agriculture: A flight of fancy or an
achievable reality, Resources, Conservation and Recycling, 55(4), 400–408.
Larsen, T.A., Gujer, W., (1996) Separate management of anthropogenic nutrient solutions (human urine), Water Science and
Technology, 34 (3-4), 87-94.
Martínez, P.JL., Fuentes O.E. (2010) Tratamiento fisicoquímico para precipitar fósforo de la orina humana. XXXII Congreso
Interamericano de Ingeniería Sanitaria y Ambiental, AIDIS. Punta Cana, República Dominicana, del 7 al 12 de
noviembre de 2010.
Martínez-Palacios, P.J.L, Concha S.S., Silva N.A. (2012a) Uso de orina humana en el cultivo de jitomate y comparación de la
producción experimental en suelo ácido y neutro. XXXIII Congresso Interamericano de Engeneharia Sanitária e
Ambiental, AIDIS. Salvador, Brasil, del 3 al de Junho de 2012.
Martínez-Palacios, P.J.L, Silva N.A., Concha S.S. (2012b). Efecto de la aplicación de excreta humana en el cultivo experimental
de jitomate. XXXIII Congresso Interamericano de Engeneharia Sanitária e Ambiental, AIDIS. Salvador, Brasil, del 3 al
de Junho de 2012.
Pradhan S.K., Nerg A.M., Sjöblom A., Holopainen J.K., Heinonen-Tanski H. (2007) Use of human urine fertilizer in cultivation
of cabbage (Brassica oleracea) impacts on Chemical, Microbial, and Flavor quality, Journal of agricultural and Food
Chemistry, 55(21), 8657-8663.
Larsen T. A., Biebow, M., Gujer, W. (2006) Fate of major compounds in source-separated urine, Water Science and Technology,
54(11-12), 413-420.
Udert, K.M, Wächter M. (2011) complete nutrient recovery from source-separated urine by nitrification and distillation, Water
Research, 46(2), 453-464.

6
BIODEGRADACIÓN AEROBIA DE FENOLES TOTALES PRESENTES EN AGUAS DE
FORMACIÓN PETROLERA

AEROBIC BIODEGRADATION OF PHENOLS IN OIL FORMATION WATERS

William Guerrero Salazar 1* 2

Abstract
Formation waters are underground waters that saturate the rock pores which conform oil deposits. Eventually, the
water moves to the deposit, gets to the well and leaves out the production. Most of the problems related to oil
formation waters arise because this water has been in the water table related to oil and gas for millions of years,
dissolving toxic-organic compounds, like phenol which cause aquatic ecosystem problems. Phenols are toxic organic
compounds found in aquatic environments, resulting in a regulation that establishes a limit concentration of 1 mg.l -1
for drinking water and 3.5 mg.l-1 in aquatic ecosystems.The research proposed the evaluation, through Sequenced
Biological Reactors (SBR), of aerobic biodegradation of phenols in oil formation waters by using microbial
consortia. To reach it, a 3 phase methodology was proposed. In the first phase, a sampling was developed with
formation waters from Campo Escuela Colorado; the second one was developed at Chemical Laboratory of
Environmental Queries from Universidad Industrial de Santander where the physical-chemical characterization of
formation waters was carried out in relation to the nutrients needed for microorganism development; and in the
third phase, the operation of the SBR was developed, which determined the degradation of the total phenols;
completing the pH behavior, dissolved oxygen and total alkalinity during the process. As conclusion, oil formation
water from Campo Escuela Colorado shows total phenol concentrations between 5,33 ± 0,27 mg.L -1, and can be
treated by using SBR, obtaining biodegradation values between 78,72 – 86,39%, in a 24-hour period.

Key words: Production waters, aerobic biodegradation, total phenols, Sequenced Biological Reactors.

1
Santander. Fundación Universitaria de San Gil – UNISANGIL.
*Santander, Fundación Universitaria de San Gil – UNISANGIL. Km 2 vía San Gil – Charalá, San Gil, Santander. 684031.
Colombia. Email: wguerrero@unisangil.edu.co
1
Resumen
Las aguas de formación son aguas subterráneas que saturan los poros de las rocas que constituyen los yacimientos
petroleros. Eventualmente el agua se mueve en el yacimiento y llega al pozo saliendo en la producción. La mayoría
de problemas asociados con el agua deformación, se deben a que ha estado en la capa freática relacionada al petróleo
y al gas durante millones de años, disolviendo exitosamente compuestos tóxicos orgánicos como el fenol, que genera
problemas a ecosistemas acuáticos, por lo que su regulación establece una concentración límite de 1 mg.l-1 para agua
potable y de 3.5 mg.l-1 en ecosistemas acuáticos.

La investigación propuso evaluar por medio de Reactores Biológicos Secuenciales (RBS) la biodegradación aeróbica
de fenoles totales presentes en aguas de formación, utilizando para ello consorcios microbianos. Para lograrlo se
planteó una metodología de 3 fases. En la primera se realizó el muestreo de aguas de formación del Campo Escuela
Colorado; la segunda desarrolló la caracterización físico química del agua de formación, en relación con los fenoles
totales y nutrientes requeridos para el desarrollo de microorganismos; en la tercera fase se realizó la operación de los
RBS, donde se determinó la degradación de los fenoles totales; controlando el comportamiento del pH, OD y
alcalinidad total.

Los resultados permitieron concluir, que el agua de formación petrolera del Campo Escuela Colorado presenta
concentraciones de fenoles totales entre 5,33 ± 0,27 mg.L-1, y pueden ser tratadas satisfactoriamente utilizando RBS,
obteniendo una biodegradación entre 78,72 – 86,39%.

Palabras clave: aguas de producción, biodegradación aerobia, fenoles totales, reactores biológicos secuenciales.

Introducción

Las aguas de formación petrolera se generan en todo proceso extractivo de crudo, el problema con ellas se deriva del
hecho que estas están asociadas al petróleo y al gas que se produce y han tenido amplio contacto con las formaciones
rocosas, disolviendo exitosamente a ciertos compuestos y reaccionan con ellos, generando sustancias recalcitrantes
como el fenol.

En la actualidad y basados en reportes de 2013 del Campo Escuela Colorado (CEC), en su sistema extractivo se
genera una producción media diaria de agua de 100 barriles, y de 275 barriles de petróleo, agua que es bombeada con
el crudo por el oleoducto y es transportada a la planta deshidratadora de Lizama. Las proyecciones productivas del
campo hacen presumir un incremento en el agua de formación a 436 barriles.día-1.

En términos generales la investigación se justifica al permitir establecer soluciones desde la química ambiental a las
deficiencias de los procesos productivos, con el ánimo evitar efectos secundarios y nocivos sobre los recursos
naturales, es por esto, que es necesario el diseño y evaluación de procesos que puedan adaptarse a sustancias difíciles
de biodegradar y que ofrezcan una remoción de los contaminantes sin elevar los costos de explotación.

Por tal motivo, el presente trabajo propuso determinar la biodegradación aeróbica de los fenoles totales presentes en
las aguas de formación petrolera del CEC, y establecer su posibilidad de aplicación.

Así las cosas, la metodología implementada identifico el tipo de trabajo desarrollado, su localización y propone el
diseño experimental, soportado en tres fases, selección (muestreo), asignación de la intervención y el seguimiento al
experimento.

Experimentalmente s e aportan datos que permiten relacionar la capacidad metabólica y degradadora del fenol a
partir de un consorcio microbiano comercial. Se concluye con una discusión de los resultados que relacionan las
respuestas de cada una de las pruebas experimentales del tratamiento microbiano en condiciones similares de
operación.

2
Metodología

Las muestras correspondieron a aguas de formación de petróleo liviano tomadas totalmente al azar en los tanques de
almacenamiento de crudo del CEC, localizados en la cuenca del valle medio del Magdalena, municipio San Vicente
de Chucurí (Colombia).

El inóculo microbiano empleado ha sido desarrollado por el Instituto Colombiano de Petróleos (ICP), el cual se
constituye por una combinación de cepas microbianas, no modificadas genéticamente, con gran capacidad para la
degradación de hidrocarburos dispersos en suelos y aguas.

Las muestras se depositaron en 12 Reactores Biológicos Secuenciales (RBS), con una capacidad de 1 L y un
volumen de operación de 800 ml. El ciclo de operación de los reactores fue de 24 horas según lo propuesto por
Busca et al., (2008). Las muestras se asignaron en cuatro grupos inoculados con 240 ml de licor mezcla (pul
microbiano – agua destilada) y 560 ml de efluente (agua de formación).

Se propusieron 3 tratamientos con diferentes concentraciones del licor mezcla, en cada uno de ellos se desarrollaron
3 réplicas, manteniendo como control una muestra de agua de formación, en cada tratamiento se mantuvo los
parámetros de operación recomendados por Andrade y Buitrón (2004) y el ICP. En el fondo de los reactores se
ubicaron difusores de aire, garantizando una distribución uniforme del oxígeno.

Tanto a las muestras como al grupo control se les asignaron las condiciones experimentales mediante aleatorización
simple siguiendo el procedimiento descrito por Altman y Bland (2006). Dado que no se requirió de estratificación de
las condiciones, este procedimiento fue suficiente para eliminar sesgos en la asignación. Los parámetros objeto de
estudio y su método de determinación se desarrollaron siguiendo los protocolos expuestos por Standard methods for
the examination of water and wastewater.

Durante el seguimiento se empleó el método colorimétrico de la 4-aminoantipirina descrito por Woolard e Irvine
(2004). La concentración de fenol de la muestra se obtuvo por comparación con curva de calibración (0 – 25 mg.l-1),
con un límite de detección de 0.0726 mg.l-1 y un coeficiente de variación promedio de 1.06%.

Resultados

Se encontró que la salinidad que contienen dichas aguas es de 4.89 ppm CaCO3, estando dentro del grado de
tolerancia de los microorganismos a utilizar. Entretanto, el Oxígeno disuelto (OD) registró valores de 4.46 mg.L-1,
siendo este suficiente para iniciar el proceso de biodegradación. En cuanto al pH, su valor se estableció en 7.02
situación que no demandó correcciones.

La caracterización permitió constatar la no disponibilidad de nutrientes para el desarrollo adecuado de los


microorganismos teniendo en cuenta lo expuesto por Speece (1996), situación que fue corregida ya que el inóculo
incorpora una dosificación balanceada de nutrientes. En relación con los fenoles totales, se estableció su
concentración inicial en 5.33 mg.L-1, siendo este valor significativamente mayor a los reportados por Grosso et al.
(1995) para aguas de formación de la industria colombiana, quienes establecieron concentraciones de fenol entre 0.7
y 2.5 mg.L-1.

De la misma manera, la concentración de fenol, supera los reportes presentados por Díaz et al. (2005) en la industria
Venezolana, para el petróleo mediano 1.40 ± 0.27 y pesado 2.70 ± 0.04, pero significativamente inferior a la del
petróleo liviano, las que son reportadas en 19.36 ± 2.02; igualmente supera los registrados presentados por Frei re et
al. (2001), con valores de 2.70 ± 0.04 mg.L-1, en la industria Brasilera. La tabla 1 resume estos resultados.

3
Tabla 1. Caracterización inicial aguas de formación CEC.
Parámetro Resultado (± 0.2)
Salinidad (ppm CaCO3) 4.89
T (° C) 22
O2 (mg/L) 4.46
pH 7.02
Alcalinidad Total (ml HCl 0,2942) 1.0
Nitrógeno total (mg/L) 22.28
Ortofosfatos (mg/L) 29.74
Fosforo total (ml/L) 6.32
Carbono total (ml/L) 354.5
Conductividad (mls/cm) 29
Solidos totales (g/L) 0.93
Fenoles totales (mg/L) 5.33

Las variables de control se relacionaron directamente con la temperatura, el pH y el OD. En relación con la
temperatura ambiente ésta se mantuvo constante en 24.5°C ± 0.5 durante la operación de los RBS con apoyo del
sistema de aire acondicionado del laboratorio.

El comportamiento del OD se representa en la figura 1, en donde se evidencia que la tendencia en el reactor 1 es


favorable durante las primeras 12 horas de reacción, momento en que su concentración sigue descendiendo hasta la
hora 18, instante a partir del cual no se registran variaciones significativas con las presentadas por los reactores 2 y 3,
en los que su conducta es muy similar entre sí, mostrando déficits a desde la doceava hora. Entretanto, el grupo
control mantuvo una tendencia de crecimiento hasta la hora 12, a partir de la cual su concentración se estabiliza entre
7.28 y 7.51 mg.L-1.

Figura1. Comportamiento OD.

El pH (7.02) permitió el inicio del ensayo sin requerir de corrección. Su comportamiento en el grupo experimental 1
mostró un descenso, especialmente a partir de la doceava hora de reacción, en donde desciende de forma acelerada
llevándolo a concentraciones ácidas, igualmente, los grupos experimentales 2 y 3, muestran una tendencia de
reducción hasta 0.9, evidenciando la linealidad de los datos y una diferencia estadísticamente poco significativa entre
ellos. El grupo control, registra un incremento en los valores de pH a partir de la sexta hora de reacción, ubicándolos
en un rango entre 8.14 a 8.16. La figura 2 muestra el comportamiento del pH, observándose las tendencias entre el
control (alcalina), y los grupos experimentales (ácida).

El comportamiento de las dos tendencias, se explica, en relación con el desarrollo de actividades metabólicas
direccionadas en dos rutas (Orto y meta), que involucraron consumo de oxígeno y nutrientes, las que presentan
reacciones de oxidación catalizada por el citocromo P450 2E1, y por reacciones de conjugación, que generan iones

4
hidrogeniones, que incrementa la acidez del medio. Entretanto la incorporación de oxígeno en el control, expuesto a
una temperatura de 24.5°C induce al aumento del pH.

Figura 2. Comportamiento de pH.

Durante el ejercicio, se observaron variaciones físicas en cada uno de los reactores, en donde además del color, se
evidenciaron diferentes porcentajes de expansión del material procesado, destacando que el grupo experimental 1
(10% de consorcio microbiano en la composición del licor mezcla) presento expansiones superiores al 20 %, la cual
se caracterizaba por ser una espuma blanca de baja densidad.

De igual forma, los grupos experimentales 2 y 3, registraron su proceso de expansión, con las mismas características,
menos en su volumen, ya que en éstos, no alcanzaron expansiones superiores al 20%, estando acorde con lo expuesto
por Moreno - Andrade y Buitrón 2004. Entre tanto, y como era de esperar, el grupo experimental 4 (control), no
presentó ningún tipo de expansión, teniendo en cuenta que en él, no se incorporaron microorganismos.

En términos generales, y al igual que las variaciones registradas en el pH y el OD, en los tres primeros grupos
experimentales, el proceso de expiación es asociado directamente al proceso metabólico microbiano, específicamente
con el crecimiento poblacional y el consumo de nutrientes y la biodegradación de los fenoles totales, entre otros.

El comportamiento específico de los fenoles totales dentro del grupo experimental 1 muestra una fuerte actividad
biodegradadora en las primeras 6 horas de operación del sistema, pasando de 5.33 ml.L-1 a 1.72 mg.L-1, la que se
mantiene con una curva tendencial con menor agresividad, pasando de 1.72 mg.L-1 a 1.13 mg.L-1 en 18 horas. Con
estos datos se calculó el porcentaje de remoción de los fenoles totales, empleando para ello la metodología estándar
sugerida por la APHA (1985), estableciendo para los RBS – 1, una biodegradación de los fenoles totales del 67.74%
en las primeras 6 horas, hasta llegar a 78.72% al final del tratamiento.

Los resultados presentados en los grupos experimentales 2 y 3, al igual que el grupo experimental 1, registraron su
principal actividad biodegradadora durante las primeras 6 horas de operación del sistema, encontrando que para el
grupo 2, la concentración de fenoles totales al finalizar el proceso se redujo a 0.77 mg.L-1, estableciendo el
porcentaje total de biodegradación en 85.59% . Entretanto, la biodegradación en el grupo experimental 3, mostró la
mayor acción llegando hasta 0.73 mg.L-1 al finalizar el proceso, con una biodegradación del 86.39%.

El comportamiento del grupo control registra una disminución de fenoles totales de 0.77 mg.L-1 durante todo el
proceso, y se relacionan directamente a pérdidas asociadas a la volatilidad del fenol, las que equivalen al 14.41% del
total del fenol contenido en las muestras de las aguas analizadas.

5
En términos generales la mayor biodegradación se registró en el grupo experimental 3, con porcentajes de remoción
del 86.9%, que equivalen a 4.6 mg.L-1, seguidos de los RBS -2, con el 85.59%, vale aclarar 4.56 mg.L-1, dejando en
último lugar a grupo experimental 1, con 4.2 mg.L-1 biodegradados, que equivalen al 78.72% (ver figuras 3 y 4).

Figura 3. Biodegradación aerobia de fenoles totales

Figura 4. % Biodegradación de fenoles totales

De otra parte, con los datos obtenidos se desarrolló el modelo lineal general multivariante de medidas repetidas, en
un análisis multivariado. Para poder analizar los datos con el modelo lineal general se cumplieron con los requisitos
que permiten evaluar los contrastes multivariados, obteniendo valores significativos para los dos parámetros del
modelo (intercepto y grupo), encontrando que los datos pueden ser analizados a través de este modelo.

El análisis de contrastes para la variable OD, muestra diferencias significativas al 95% respecto al grupo control por
un valor de 5.678 (IC95% 5.236 – 6.12) en la concentración 10 – 90 (RBS – 1); y diferencias por un valor de 0.593
(IC95% 0.152 – 1.035) en la concentración 25 – 75. La concentración 50 -50 (RBS – 3) no muestra diferencia
significativa.

En relación con el comportamiento del pH, se establece que solo se observan diferencias significativas, con respecto
al control en las concentraciones 10 – 90 por un valor de 2.131 (IC95% 2.098 – 2.164), y la concentración 50 -50
por un valor de -0.045 (IC95% -0.078 - -0.012).

6
La concentración de la variable fenoles totales, presenta diferencias significativas en dos de los tres ensayos, frente al
grupo control, en donde el grupo 10 -90 reporta un valor de 2.252 (IC95% 2.189 – 2.316), entretanto, el grupo 25 –
75, presenta un valor de 0.316 (IC95% 0.252 – 0.380). La concentración 50 – 50 no muestra diferencias
significativas.

Una vez realizada los análisis de varianzas, se corroboran los hallazgos con análisis post hoc, para la variable fenoles
totales encontrándose que hay diferencias significativas entre todas las diferentes concentraciones de licor mezcla,
excepto para las concentraciones 25 – 75 y 50 – 50, arrojando una diferencia de medias de 0.0559, con una
significancia de 0.256.

El análisis de subconjuntos homogéneos sugiere que la falta de significancia observada para la concentración 50 – 50
y su falta de diferencia significativa con respecto a la concentración 25 – 75 (RBS – 2) exclusivamente se debe a que
estas dos concentraciones no son dos grupos estadísticamente significativos, agregándolos en un solo subconjunto,
tal como lo muestra la tabla 2.

Tabla 2. Sub-conjuntos homogéneos, fenoles totales


Subconjunto
grupo N
1 2 3
25-75 3 1.6291
Tukey Ba,b,c 50-50 3 1.6849
10-90 3 1.9449
.00 3 3.8815

Conclusiones

Las características iniciales de las aguas de formación del CEC permitieron establecer que éstas no cuentan con la
disponibilidad de nutrientes requerida para el desarrollo adecuado de los microorganismos aerobios requeridos en el
proceso de biodegradación, teniendo en cuenta lo expuesto por Speece en 1996, en donde se aceptan concentraciones
de DQO : N y P de 500 : 5 : 1, respectivamente, encontrando tan solo una relación de 56 : 3,5 : 1, situación que
demanda de una aplicación adicional y balanceada de nutrientes para el adecuado desarrollo de la actividad
biológica.

Los valores iniciales de las variables: salinidad, alcalinidad, OD y pH, posibilitan la implementación de
microorganismos especializados en la biodegradación de fenoles totales, dentro de reactores biológicos secuenciales,
pero se hace preciso incorporar sistemas de aireación eficientes que puedan garantizar un suministro de OD igual o
mayor a 0,5 mg.L-1, así como realizar correcciones de pH en tiempo real que permitan mantenerlo en un rango entre
6 y 9, todo esto con el ánimo de aumentar la eficiencia del proceso biológico.

La concentración inicial de fenoles totales (5.33 mg.L-1 ± 0,2) encontradas en las Aguas de formación, son
significativamente mayores a las reportadas por Grosso et al. (1995) para aguas de formación de la industria
colombiana, quienes establecieron concentraciones de fenol entre 0,7 y 2,5 mg.L-1, concentración que supera
ampliamente los valores admitidos tanto por la legislación nacional como internacional para su vertimiento o uso
directo; aun así, la concentración inicial del compuesto tóxico objeto de estudio no superó valores que sean
inhibitorios para los microorganismos.

Los resultados de la caracterización inicial de las Aguas de formación Petrolera evidencian la necesidad de introducir
tecnologías apropiadas para tratar este tipo de aguas y así poder lograr posibilidades de tratamiento, reutilización o
vertimiento, de tal manera, que se cumplan con los requisitos legales y su disposición en el medio no generen
impactos negativos.

El diseño experimental propuesto presentó una disminución de la capacidad biodegradadora de los fenoles totales en
relación con el tiempo, esto evidencia la inexistencia de compuestos fenólicos complejos en las aguas de formación

7
petrolera, teniendo en cuenta que son fácilmente biodegradables y que se constituyen en una fuente de carbono de
fácil asimilación por el pul microbiano empleado.

El comportamiento mostrado por las medias marginales estimadas de los fenoles totales que constituyen las aguas de
formación petrolera del CEC, evidencian la biodegradación del compuesto, encontrando que los mayores porcentajes
de biodegradación se registraron en los reactores biológicos secuenciales que conformaron los grupos experimentales
2 y 3, encontrado que estadísticamente la biodegradación desarrollada en cada uno de ellos, no presentan variaciones
significativas, por tanto, se considera que el proceso más eficiente se presentó en el grupo experimental 2, en donde
se reducen significativamente los volúmenes de microorganismos a aplicar y por ende los costos del biotratamiento.

Los resultados del ensayo, fueron inferiores a los reportados por Grosso et al. (1995), quienes lograron eliminar más
del 95% del fenol contenido en aguas de deshidratación de emulsiones inversas de hidrocarburos pesa dos, aguas de
formación, aguas agrias y residuales de la refinería de Barrancabermeja (Colombia), en períodos que no su pera ron
las 24 h, trabajando en bioreactores aerobios por carga, semicontinuos y continuos a escala de laboratorio y planta
piloto. Estos investigadores indican que la concentración inicial y el tipo de fenol tienen gran influencia sobre la
eficiencia de biodegradación, ya que cuando las concentraciones son elevadas (> 437 mg.L-1), los fenoles son
reducidos rápidamente, mientras que a concentraciones bajas y en presencia de fenoles sustituidos, el proceso se hace
más lento.

En términos generales la implementación de un sistema aerobio tipo RBS posibilita la biodegradación de los fenoles
totales presentes en las aguas de formación del CEC.

Bibliografía

Agarry, s. & Solomon, b. (2008). Kinetics of batch microbial degradation of phenols by indigenous Pseudomonas fluorescence.
Int. J. Environ. Sci. Tech. 5(2). 223-232.
Asociación Regional de Empresas del Petróleo y Gas Natural en América Latina y el Caribe (ARPEL). Guía para la disposición y
tratamiento del agua producida. Uruguay. p 120.
Buitrón G. Biodegradación de composés xénobiotiques par un procédé de type SBR. Tesis Doctoral, Institut National de Sciences
Appliquées de Ttoulouse. Francia. 1993
Busca, G., Berardinelli, S., Resini, c. & Arrighi, L. (2008). Review Technologies for the removal of phenol from fluid streams: A
short review of recent developments. Journal of Hazardous Materials. 160.265-288.
Cordova, S., Dams, R., Cordova,E., Radetski, M., Corrêa, a., & Radetski, C. (2009). Remediation of phenol-contaminated soil by
a bacterial consortium and Acinetobacter calcoaceticus isolated from an industrial wastewater treatment plant. Journal
of Hazardous Materials. 164. 61-66.
Díaz A., Rincón N., Marín J., Fernández N. Degradación de fenoles totales mediante reactores SBR en aguas de producción
petroleras. Universidad del Zulia Facultad de Ingeniería. Escuela de Ingeniería Civil. Departamento de Ingeniería
Sanitaria y Ambiental. Venezuela. 2003. p 6.
Grosso J., Díaz M., León G. Biodegradación en aguas residuales de la industria petrolera. Ciencia, Tecnología y Futuro. 1(1), 5-
15, 1995.
Kharaka, Y., and Hanor, J. S., 2004, Deep fluids in the continents: I. Sedimentary basins, in Drever, J. I., Holland, H. D., and
Turekian, K. K., eds., Treatise on geochemistry, v. 5, Surface and groundwater weathering and soils, Elsevier, p. 499-
540.
Mendez B., Geoquímica e isotopía de aguas de formación (salmueras petroleras) de campos mesozoicos de la cuenca del sureste
de méxico: implicación en su origen, evolución e interacción agua-roca en yacimientos petroleros. Universidad Nacional
Autónoma de México. Mexico 2007. p 36.
Montenegro J. Evaluación de la disminución de concentración de fenol en agua sintética por medio de dos consorcios bacterianos
nativos, aerobio y anaerobio facultativo, a nivel de laboratorio, para su aplicación futura en la biorremediación de
efluentes textiles. Ecuador. 2010. P 85
Rincón N, Chacín E., Marín J., Torrijos M., Moletta M. and Fernández N. (2003) Anaerobic biodegradability of water deparated
from extracted crude oil, Environmental Technology, Vol. 24. 963-970.

8
AVALIAÇÃO DO LIXIVIADO PROVENIENTE DA MISTURA ENTRE LODO
ANAERÓBIO E SOLO DE ÁREA DEGRADADA DO MUNICÍPIO DE
SERRA/ES/BRASIL QUANTO A PRESENÇA DE SUBSTÂNCIAS INOGÂNICAS E
COLIFORMES TERMOTOLERANTES

EVALUATION OF LEACHATE OBTAINED BY BLEND BETWEEN ANAEROBIC


SLUDGE AND SOIL FROM DEGRADED AREA LOCATED AT SERRA/ES, BRAZIL FOR
THE PRESENCE OF HEAVY METALS AND THERMOTOLERANT COLIFORMS

Roberta Arlêu Teixeira1


Simone Dantas Môro2
Juliana Glicerio Dazzi3
Márcia Regina Pereira Lima4*
Adelaide Costa5
Maria de Fátima de Lima6
Aurélio Azevedo Barreto Neto7

Abstract
From the treatment of sewage is generated waste, sludge, whose management requires a specific operation that
involves, the appropriate treatment for the final destination chosen. Alternatives aimed its beneficial use are always
interesting and can highlight the uses as agricultural fertilizer and degraded areas. The objective of the research
was to evaluate the presence of inorganic substances and coliform organisms in the leachate from the mixture of
different doses of sludge to soil and infer the appropriate dosage of sludge to be used in degraded áreas. The sludge
was collected from the Sewage Treatment Plant (WWTP) Feu Rosa, located in the city of Serra, ES / Brazil, which
operates UASB followed by polishing pond. The sludge removed from the UASB reactor was then dewatered on
drying bed. The soil is from an area located next to ETE in ecelerado proceso degradation. The experiment consists
of a bench, for disposal of 8 tubes (capacity 3.8 L), which was put the mixture (soil + sludge) with different dosages
of sludge in the soil (0%, 10%, 30%, 50 % of sludge dry mass). Two campaigns were performed to obtain the
leachate, and the 1st occurred after installation of the experiment (November 2013) and the 2nd after 3 months
(February 2014). In the 1st campaign was launched 3 liters of distilled water in just one day and leachate collected
for analysis and the 2nd, the same volume was applied in four consecutive days - 750 mL / day. The parameters
monitored were thermotolerant coliform, copper, chromium and zinc. Results showed that dosages 10% to 30%
provide a leachate with better characteristics considering the parameters.

Key Words (en negritas): Anaerobic sludge, sludge wastewater, inorganic substances, leachate, recovery of degraded areas..

1
Coordenadoria de Saneamento Ambietal, Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes
2
Coordenadoria de Saneamento Ambietal, Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes
3
Coordenadoria de Saneamento Ambietal, Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes
4
Coordenadoria de Saneamento Ambietal, Instituto Federal do Espírito Santo – Ifes / Av. Vitória, 1729, Jucutuquara, Vitória,
Espírito Santo. CEP 29.040-333. Brasil. Email:marcialima@ifes.edu.br
5
Instituto Capixaba de Pesquisa, Assitência Técnica e Extensão Rural - Incaper
6
Companhia Espírito Santense de Saneamento - Cesan
7
Coordenadoria de Saneamento Ambietal, Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes
1
Resumo
A partir do tratamento do esgoto é gerado um resíduo, o lodo, cujo gerenciamento demanda uma operação específica
que envolve, entre outras etapas, o tratamento adequado para a destinação final escolhida. Alternativas que visem
seu uso benéfico são sempre interessantes, podendo destacar, os usos como fertilizante agrícola e em áreas
degradadas. Assim, o objetivo da pesquisa foi avaliar a presença de substâncias inorgânicas e coliformes
termotolerantes no lixiviado proveniente da mistura entre diferentes dosagens de lodo ao solo e inferir sobre a
dosagem de lodo mais adequada a ser utilizada na recuperação de áreas degradadas. O lodo foi coletado na Estação
de Tratamento de Esgoto (ETE) Feu Rosa, localizada no município de Serra, ES/Brasil, que opera UASB seguido de
lagoa de polimento. O lodo foi retirado do reator UASB e em seguida desaguado em leito de secagem. Já o solo é
proveniente de uma área localizada próxima a ETE, em ecelerado proceso de degradação. O experimento é composto
por uma bancada, para disposição de 8 tubetes (capacidade de 3,8 L), onde foi colocada a mistura (solo + lodo) com
diferentes dosagens de lodo ao solo (0%, 10%, 30%, 50% de lodo em massa seca). Foram realizadas duas campanhas
para obtenção do lixiviado, sendo que a 1ª ocorreu logo após a montagem do experimento (novembro de 2013) e a 2ª
depois de 3 meses (fevereiro de 2014). Na 1ª foram lançados 3 litros de água destilada, em apenas um dia e
coletados os lixiviados para analise e, na 2ª, o mesmo volume foi aplicado em quatro dias consecutivos - 750
mL/dia. Os parâmetros monitorados foram coliforme termotolerante, cobre, cromo e zinco. Os resultados
demonstraram que as dosagens de 10% e 30% fornecem um lixiviado com melhores características considerando os
parâmetros analisados.

Palabras clave: Lodo anaeróbio, lodo de esgoto, lixiviado, substâncias inorgânicas, recuperação de áreas degradadas..

Introdução

Com a evolução das tecnologias e dos estudos referentes à qualidade do meio ambiente e da saúde da população, se
tornou crescente a preocupação da sociedade com a manutenção da qualidade do meio ambiente. No Brasil, é
consequência desse fato a criação de legislações que contemplam a preservação e conservação do meio ambiente,
podendo destacar , a Constituição Federal, e também as políticas implantadas pelo governo como a Política Nacional
do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981) e a Política Nacional de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007).

Essas políticas promovem a proteção do meio ambiente, por meio de ações como, por exemplo, a criação e expansão
das redes de coleta e tratamento de esgoto. Considerando o tratamento do esgoto nesta etapa é gerado um resíduo, o
lodo, cuja destinação é um grande desafio para o seu gerenciamento (Lima, 2010). Conforme Pires (2006), isso se
deve ao fato do lodo possuir características físico-químicas e microbiológicas que afetam a qualidade do meio
ambiente, entre elas, a presença de poluentes como metais pesados, patógenos e compostos orgânicos persistentes,
sendo assim necessário tratamento adequado para a disposição final definida.

Por outro lado, uma das alternativas para a disposição final do lodo é a sua disposição no solo que prevê uma
destinação sustentável para o resíduo, configurada como uso benéfico (Lara et al., 2001). Neste caso, esta disposição
engloba seu uso como insumo agrícolas ou na recuperação de áreas degradadas. Estudos realizados por Malta (2002),
Tamanini (2004), Barbosa e Tavares Filho (2006) apontam os benefícios da utilização do lodo em áreas degradadas.
Ainda, Malta (2002) ressalta que o lodo é um excelente condicionador de solo, pois devido à sua alta concentração
de matéria orgânica, ele atua melhorando propriedades físicas do solo, como densidade, porosidade e capacidade de
retenção de água, além de melhorar a fertilidade, o pH, a capacidade de troca de cátions, a capacidade de fornecer
nutrientes para as plantas e promover o crescimento de organismos do solo, os quais são de fundamental importância
para a ciclagem dos elementos.

Assim, essa pesquisa teve como objetivo avaliar a presença de substâncias inorgânicas e coliformes termotolerantes
no lixiviado proveniente da mistura entre diferentes dosagens de lodo e solo e inferir sobre a dosagem de lodo mais
adequada a ser utilizada na recuperação de áreas degradadas
Metodologia

2
O lodo bruto utilizado no experimento é gerado na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Feu Rosa, operada pela
Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN), localizada no munícipio de Serra (ES/Brasil). Essa estação
realiza o tratamento por meio de um sistema composto por UASB seguido de lagoa de polimento. O lodo foi retirado
do reator UASB e em seguida desaguado em leito de secagem. Já o solo pertence a uma área em processo de
degradação localizada na região onde se encontra instalada a ETE Feu Rosa, com coordenadas 374.390 E / 7.769.002
N.

O volume de solo e lodo caracterizaram uma porção representativa, tendo sido coletados de diferentes pontos e
procedido quarteamento até a obtenção do volume desejado. No caso do solo, este foi coletado até uma profundidade
aproximada de 50 cm, apresentando textura de solo argiloso. Para a caracterização do lodo anaeróbio, do solo e do
lixiviado foram determinadas as concentrações de substâncias inorgânicas (cobre, cromo e zinco) e a densidade de
coliformes termotolerantes por meio de análises laboratoriais.

Para as análises do lodo foram utilizadas as metodologias descritas na resolução do CONAMA nº. 375/2006 (Brasil,
2006) e para o solo as descritas em Embrapa (1999) . Todas as amostras foram coletadas utilizando-se recipientes
específicos e apropriados para a determinação de cada parámetro. As análises do solo foram realizadas pelo Incaper
(Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural), excetuando Coliformes Termotolerantes que
foram realizadas no laboratório de microbiologia do Ifes, e as análises do lodo e do lixiviado foram realizadas por
laboratório particular contratado.

Desenvolvimento Experimental

Foram misturadas diferentes proporções de lodo ao solo para a avaliação das características do lixiviado proveniente
desta mistura e, consequentemente, a determinação da melhor proporção para a viabilidade do uso de lodo na
recuperação de áreas degradadas, considerando os parámetros cobre, cromo, zinco e coliformes termotolerantes.

Para a realização do experimento, foram misturas diferentes dosagens de lodo ao solo, dispostas em tubetes, com
capacidade de 3,8 L nominadas de T0 (apenas solo – testemunha)), T1 (10% de lodo em MS), T2 (30% de lodo em
MS) e T3 (50% de lodo em MS). As misturas foram lançadas nos tubetes mantendo-se em volume solto, não havendo
qualquer interferencia na sua compactação. O experimento foi realizado em duplicata, tendo assim, utilizados 8
tubetes. O aparato experimental (Figuras 1), foi montado em local protegido das intempéries.

Figura 1. Detalhe do aparato experimental utilizado no desenvolvimento da pesquisa

Foram realizadas duas campanhas para obtenção do lixiviado, sendo que a 1ª ocorreu logo após a montagem do
experimento (novembro de 2013) e a 2ª depois de 3 meses (fevereiro de 2014). Na 1ª foram lançados 3 litros de
água destilada, em apenas um dia e coletados os lixiviados para análise e, na 2ª, o mesmo volumen de água foi
aplicado em quatro dias consecutivos - 750 mL/dia. O lançamento da agua foi realizado com o auxílio de peneira
para melhor distribuição da água na superfície da mistura (solo + lodo). Na 1ª campanha o lixiviado foi coletado no
3
dia seguinte após o lançamento e na 2ª campanha, um dia após o último lançamento. O lixiviado foi coletado e
encaminhado para análises laboratoriais para determinação dos parâmetros: cobre, cromo, zinco e coliformes
termotolerantes.

Para avaliação de alguns parámetros foi utilizada Resolução nº 375, de 29/08/2006, do Conama (Brasil, 2006) que
define os critérios e procedimentos para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados nestas ETE, por não existir no
Brasil legislação específica para o uso do lodo na recuperação de áreas degradadas.

Resultados e Discussão

Considerando os resultados da caracterizaçào do lodo e do solo (Tabela 1), percebe-se que o lodo utilizado no
experimento apresenta concentração de cobre, cromo e zinco, abaixo dos padrões estabelecidos pela resolução do
Conama (Brasil, 2006). Já para os coliformes termotolerantes, a resolução classifica o lodo em Classe A e Classe B
dependendo da presença de agentes patogênicos. Neste caso, a densidade de coliformes termotolerantes corresponde
a um lodo Classe B, em que o NMP de coliformes termotolerantes é inferior a 10 6. Apesar da Resolução do Conama
definir algumas restrições para o uso do lodo Classe B, entende-se que a recuperação de áreas degradadas pode ser
executada sem o cultivo de alimentos, tornando viável a utilização do material.

Tabela 1. Resultados das análises realizadas no lodo anaeróbio e no solo utilizados no experimento
Lodo Solo
Parâmetro Resultado Limite – Resolução CONAMA Resultado
375/2006 (mg/kg)
Sólidos Totais 90%ST - -
Cobre total (mg/kg em MS) 74.1 1500.0 0.6
Cromo total (mg/kg em MS) 42.7 1000.0 -
Zinco total (mg/kg em MS) 411.0 2800.0 4.1
Coliforme Termotolerante (NMP/gST) 1.44E + 03 Lodo Classe A - < 1E + 03 < L.Q.
Lodo Classe B - < 1E + 06
Nota: L.Q.: Limite de quantificação; NMP: Número mais provável

Para o solo, não foi realizada a análise de cromo total, e as concentrações de cobre e zinco encontram-se bastante
inferiores àquelas detectadas nas análises do lodo anaeróbio (Tabela 1). A densidade de coliformes termotolerantes
encontra-se abaixo do limite de quantificação da metodologia analítica utilizada, o que já era de se esperar, em
virtude do solo degradado apresentar condições inóspitas para sua sobrevivência.

Analisando-se os resultados do lixiviado nas duas campanhas (Tabela 2) e comparando-os com os do lodo e do solo
(tabela 1) perceber-se que para os coliformes termotolerantes (Tabela 3), a sua detecção no lixiviado ocorreu devido
a presença do lodo ao solo, no início do experimento (1ª campanha), independentemente da dosagem utilizada. Já na
2ª campanha, as densidades apresentadas foram bem inferiores em razão das condições experimentais não
propiciarem um ambiente favorável para a manutenção e proliferação deste organismo.

Tabela 3. Resultados das Análises Microbiológicas dos lixiviados


Dosagens (Solo + Lodo)
Obtenção dos
Parâmetro lixiviados T0 T1 T2 T3
(0 % lodo em peso seco) (10 % lodo em peso seco) (30 % lodo em peso seco) (50 % lodo em peso seco)
5 5 5
Coliformes 1ª Campanha 49 1.6 x 10 1.6 x 10 1.6 x 10
Termotolerantes
(NMP/100mL) 2ª Campanha 23 7.8 4.5 79

Nota: NMP: Número mais provável.


No caso do cobre e do zinco (Tabela 2), as concentrações no lixiviado na 1ª campanha são bem inferiores àquelas
encontradas no lodo e no solo, sugerindo que boa parte destas substâncias inorgânicas ficou retida, não percolando
pela mistura solo e lodo. Para a 2ª campanha (tabela 2) o cobre manteve seu poder de retenção e, desta vez, sua
4
presença foi detectada apenas em T3 que representa a maior dosagem de lodo. Entretanto, o zinco foi a substância
inorgânica detectada no lixiviado de todas as dosagens T1, T2 e T3. Vale lembrar que o To representa o tubete
testemunha que recebeu apenas solo.

No caso do cromo, este foi o mais fortemente retido, já que a sua concentração no lodo era de 42.7 mg/kg em masa
seca e no lixiviado não detectada sua presença. Bertoncini (1999), em experimento semelhante ao executado,
também não detectou a presença de cromo nos lixiviados (Tabela 2).

Para os lixiviados obtidos, a comparação da retenção dos metais, entre as dosagens, pode ser visualizada de maneira
mais clara por meio dos gráficos das figuras 3a e 3b, onde são apresentados os resultados do cobre e do zinco,
respectivamente, nas duas campanhas.
Tabela 2. Resultados das Análises de detecção de Substâncias Inorgânicas dos lixiviados obtidos duas campanhas do
monitoramento
Lixiviado
T0 T1 T2 T3
Parâmetro (0% lodo em peso seco) (0% lodo em peso seco) (0% lodo em peso seco) (0% lodo em peso seco)
a a a a a a a
1 2 1 2 1 2 1 2a
campanha campanha campanha campanha campanha campanha campanha campanha
Cobre Total (mg/kg em MS) < L.Q. < L.Q. 0.008 < L.Q. 0.02 < L.Q. 0.08 0.008
Cromo Total (mg/kg em MS) < L.Q. < L.Q. < L.Q. < L.Q. < L.Q. < L.Q. < L.Q. < L.Q.
Zinco Total (mg/kg em MS) 0.09 < L.Q. 0.415 0.155 0.105 0.34 0.435 6.19
Nota: Resultados obtidos a partir da média entre dois valores; L.Q.: Limite de Quantificação; MS: Massa Seca.

0.08

0.06

0.04

0.02

(3a) (3b)
Figura 3. Concentrações de Cobre Total (3a) e Zinco Total (3b) nos lixiviados obtidos na 1ª e 2ª Campanhas

Apesar dos valores detectados no lixiviado serem sempre reduzidos, vale destacar algumas variações ocorridas em
razão das dosagens do lodo. Nota-se que, para a 1ª e 2ª campanhas, houve um acréscimo na percolação do cobre na
medida em que se aumentava a dosagem de lodo, sendo que a testemunha (T 0) manteve-se com valores não
detectáveis. O mesmo comportamento foi observado para o zinco, principalmente na 2ª campanha. Desta forma,
percebe-se que o cobre apresenta uma maior percolação logo após a mistura de lodo e solo (1ª campanha), enquanto
que o zinco apresentou uma maior retenção nesta fase. No entanto, após 3 meses de efetuada a mistura de lodo e solo
(2ª campanha), os comportamentos foram contrários, onde o zinco apresentou nesta fase uma maior percolação na
medida em que se aumentava a dosagem de lodo.

Nos estudos realizados por Messias (2007) as quantidades de cobre e zinco no lixiviado foram aumentando com o
aumento da dose de lodo de esgoto. Porem, neste caso não foi avaliado o comportamento temporal destes elementos.
Assim, considerando as possíveis contaminações do lençol subterrâneo, as dosagens de 10% e 30% em massa seca
de lodo poderiam ser consideradas mais adequadas por não apresentar tantas variações destes parámetros nas duas
campanhas efetuadas.
5
Conclusões

- Avaliando aspectos qualitativos do lodo com relação à Resolução Conama nº 375 de 2006, este foi classificado
como Lodo Classe B (coliformes termotolerantes é inferior a 10 6 NMP/gST). Apesar da Resolução do Conama definir
algumas restrições para o uso do lodo Classe B, entende-se que a recuperação de áreas degradadas pode ser
executada sem o cultivo de alimentos, tornando viável a utilização do material.
- Em relação ao parâmetro cromo, sua presença foi detectada apenas lodo utilizado, no entanto, este elemento não
percolou pelas misturas, e assim, não foi identificado no lixiviados coletados nas duas campanhas.
- O cobre e o zinco apresentaram comportamentos contrários nos lixiviados. Na 1ª campanha as dosagens de cobre
foram aumentando na medida em que se aumentava a dosagem de lodo e para o zinco este comportamento foi
percebido na 2ª campanha.
- No que diz respeito às características microbiológicas, não foram observadas disparidades nos lixiviados
provenientes de diferentes dosagens de lodo. Na 1ª campanha o lixiviado apresentou densidades elevadas de
coliforme termotolerante, mas na 2ª campanha as densidades detectadas no lixiviada já eram bastante reduzidas.

Assim, considerando os parâmetros e as dosagens avaliadas, conclui-se que as dosagens de 10% (T1) e 30% (T2)
fornecem um lixiviado com melhores características qualitativas, ressaltando apenas a densidade de coliformes no
lixiviado logo após a mistura de lodo ao solo.

Agradecimentos. A Fapes pelo financiamento do projeto, à Cesan e ao Incaper pela colaboração


na pesquisa.

Referências Bibliográficas

Barbosa, G. M. D. C.; Tavares Filho, J. (2006) Uso agrícola do lodo de esgoto: influência nas propriedades químicas e físicas do
solo, produtividade e recuperação de áreas degradadas. Semina : Ciências Agrárias, 27 (4), p. 16.
Bertoncini, E.I.; Mattiazzo, M.E. (1999) Mobilidade de metais pesados em solos tratados com lodo de esgoto. Revista Brasileira
de Ciência do Solo, 23 (1), p.737-744.
Brasil - Ministério do Meio Ambiente. (2006) Resolução do Conama que dispõe sobre a Regulamentação do Uso Agrícola do
Lodo de Esgoto. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/Conama>. Acesso em: 30 set. 2011.
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes. Brasília:
Embrapa Solos/Embrapa Informática Agropecuária/Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 1999.
370p.
Lara, A. I. de., Andreoli, C.V.; Pegorini, E.S. Avaliação dos impactos ambientais e monitoramento da disposição final do lodo.
In: ANDREOLI, C.V.; VON SPERLING, M.; FERNANDES, F. (2001) Lodo de Esgotos: Tratamento e Disposição
Final. Belo Horizonte: UFMG, p. 465-482.
Lima, M. R. P. (2009) Uso de estufa agrícola para secagem e higienização do lodo de esgoto. 2009. 288 f. Tese (Doutorado) -
Escola Politécnica da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo.
Malta, L. R. S. Otimização da estabilização cálcica do biossólido para uso agrícola. Estudo de caso: ETE Lavapés / São José dos
Campos. 2002. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.
Messias, A.S.; Silva, H. A.; Lima, V. N.; Souza, J.E.G. (2007) Avaliação da mobilidade de micronutrientes em solo tratado com
lodo de esgoto. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, 3 (3), p.193-211.
Pires, A. M. M. (2006) Uso agrícola do lodo de esgoto: aspectos legais. Embrapa Meio Ambiente. Jaguariúna. Disponível em:
<http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/recursos/Pires_lodoID-0L1Y8Wo2Vx.pdf.>. Acesso em 31 mar. 2013.
Tamanini, C. R. (2004) Recuperação de áreas degradadas com a utilização de biossólidos e gramínea forrageira. 196 f.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba.

6
BENEFICIOS DEL USO DE HIDRÓXIDO DE MAGNESIO EN LAS PLANTAS DE
TRATAMIENTO DE AGUAS RESIDUALES

BENEFITS OF USING MAGNESIUM HYDROXIDE IN PLANT WASTEWATER TREATMENT

Luis Manuel Gonzalez Mancha1*


Luis Mario Sanchez Gutierrez2

Abstract
Odors cause social and environmental problems generated by the proximity of emission sources (black wastewater)
to cities. Hydrogen sulfide (H2S) is the most characteristic of the gases produced in anaerobic systems compound
and is one of the main responsible for the generation of odors. For this reason lots of technological developments
seek to control odors caused by H2S. This is produced by the breakdown of amino acids and other organic sulfur
compounds and the transformation of sulphates and sulphites. The magnesia hydroxide (Mg (OH)2) has shown its
potential to inhibit odors in wastewater as it prevents the formation of hydrogen sulfide gas. This material is safe for
the environment, it is not dangerous and easy to handle. It has been shown to provide a low formation of H2S
reduces corrosion and sulfuric acids due to its low solubility (0,0009g / 100ml H 2O) allowing the reduction of
operating costs. Another benefit comes in biological aerobic and anaerobic digesters, provides a continuous pH
inside the reactor, causing a steady growth of bacteria and improving the values of BOD, nitrogen and phosphorus.
Biosolids obtained from the use of Mg (OH)2, can be used as soil improvers, provide a nutrient to the soil which is
used by plants for photosynthesis.

Key Words: magnesia hydroxide, hydrogen sulfide, odors, corrosion and biosolids

1
Grupo Dyasa.
2
Cronyng Mexicana, S.A. de C.V.
*Autor corresponsal: Frida Kalo N° 195 Torre Vertice Suit 802 Col. Valle Oriente San Pedro Garza, Garcia Nuevo León C.P.
66266, Tel, (81)8362-5056, Email:servicioaclientes@grupodyasa.com

1
Resumen
Los malos olores provocan problemas sociales y ambientales, generado por la proximidad de las fuentes emisoras
(aguas residuales negras) a las ciudades. El ácido sulfhídrico (H2S) es el compuesto más característico de los gases
producidos en los sistemas anaerobios, y es uno de los principales responsables de la generación de malos olores. Por
esta razón gran cantidad de desarrollos tecnológicos buscan el control de olores provocados por el H2S. Este es
producido del rompimiento de aminoácidos y de otros compuestos orgánicos sulfurados, así como de la
trasformación de sulfatos y sulfitos. El Hidróxido de Magnesia (Mg(OH)2)ha demostrado su potencial para inhibir
los olores en las aguas residuales, ya que evita la formación de sulfuro de hidrogeno gaseoso.Este material es seguro
para el medio ambiente, no es peligroso y fácil de manejar. Se ha demostrado que proporciona una baja formación de
H2S y reduce la corrosión del ácidos sulfúrico, gracias a su baja solubilidad (0,0009g/100ml de H2O) permitiendo la
reducción de costos de operación. Otro de sus beneficios se presenta en los digestores biológicos aerobios y
anaerobios proporciona un continuo pH dentro del reactor,que provoca un desarrollo constante de bacterias y
mejorando los valores de DBO, nitrógeno y fósforo.Los biosolidos que se obtienen del uso del Mg(OH)2, pueden ser
utilizados como mejoradores de suelo, proporcionan un nutriente al suelo que es utilizados por las plantas para la
fotosíntesis.

Palabras Claves: Hidróxido de Magnesio, Acido Sulfhídrico, olor, corrosióny biosolidos.

Introducción
Actualmente se han tenido más quejas por el manejo de las aguas residuales debido principalmente a los olores y
fallas en la infraestructura que afectan el servicio del alcantarillado y las plantas de tratamiento, esto es causado por
la alta concentración de sulfuros en las aguas residuales que se genera por la actividad microbiana de la
descomposición de la materia orgánica presente, que provoca corrosión en las tuberías y malos olores.Para eliminar
los compuestos que generan los malos olores y la corrosión existen tratamientos fisicoquímicos y biológicos, pero se
ha demostrado que en la mayoría de los tratamientos fisicoquímicos son más costos que los biológicos, y los
biológicos son difíciles de estabilizar. (Aatamila, 2011)

El sulfuro dehidrógeno (H2S) que es un producto natural de la descomposición anaerobia de la materia orgánica,
muyfrecuentemente encontrado en drenajes y en plantas de tratamiento de aguas residuales y de lodos. El H2S tiene
un olor a huevo podrido en concentraciones altas y a moho o pantano en concentraciones bajas, se suele producir en
aguas poco oxigenadas y en aguas profundas de lagos durante la estratificación térmica (verano/otoño). (Gonsalez-
Morgan, 2013)

La velocidad de corrosión en el sistema de alcantarillado depende de muchos factores incluyendo la concentración


deH2S en la fase gaseosa, la presión y temperatura del sistema, la presencia de sólidos, el comportamiento de la fase
y la velocidad de flujo, el régimen de flujo de dos fases (liquido-gas), el pH del medio, las características del material
y las concentraciones de los varios iones inorgánicos en el agua. La severidad de la corrosión por H 2S las tuberías y
su impacto económico en el mantenimiento de las mismas ha motivado una amplia investigación teórica y
experimentación. (CEB, 1992)

Los sistema de agua residuales en USA, utilizan más de $12 billones de dólares al año para hacer mantenimiento a
las tuberías por corrosión (ASCE, 2010). El sulfuro de hidrogeno se convierte en Acido sulfúrico y provoca reacción
corrosiva en la tuberías de metal y concreto

Se a demostrado que el uso del Hidróxido de Magnesio (Mg(OH)2) dabuenos resultados tanto en el tratamiento como
en los costos de su implementación para el control de olores y corrosión. El objetivo del estudio es demostrar estos
beneficios que se tiene al utilizar el Mg(OH)2, para eliminar el olor y la corrosión en las instalaciones de planta de
tratamiento, que se forma por el Acido Sulfhídrico presente en las aguas residuales.

2
Metodología

Se realizó un experimento en la planta de tratamiento de aguas residuales (PTAR) de San Juan Cosalá, que
históricamente a presentado problemas de olores y corrosión. Esta PTAR trata las aguas urbanas de una población
ribereña del lago de Chapala, en el municipio de Jocotepec, Jalisco,

La PTAR es operada por la Comisión Estatal del Agua de Jalisco, la cual fue construida en 1989, iniciando su
operación en 1990, tiene una capacidad de tratamiento de 20 litros por segundo. El gasto medio de operación es de
16 litros por segundo. El tipo de tratamiento que realiza la PTAR es biológico por medio de lodos activados y cuenta
con un sistema de desinfección mediante luz ultravioleta.

Los lodos producidos son estabilizados mediante digestión aeróbica, y deshidratados en lechos de secado. La
descarga del agua tratada se vierte directamente al lago de Chapala. Los biosólidos se utilizan como mejoradores de
suelos y en cultivos.

El agua residual tratada tiene las siguientes características:

Tabla 1. Condiciones del agua residual en la PTAR de San Juan Cosalá

LÍMITES
MÁXIMOS
PERMISIBLES
EFICIENCIA
PARAMETRO UNIDADES INFLUENTE EFLUENTE DE LA NOM
%
001-
SEMARNAT-
1996
Demanda
Bioquímica de mg/L 315.58 6.00 30.00 98.10
Oxígeno
Sólido Suspendidos
mg/L 279.38 11.59 0.40 95.85
Totales
Demanda Química
mg/L 686.08 35.33 N/A 94.85
de Oxígeno

Nitrógeno Total mg/L 48.57 8.26 15.00 83.00

Fósforo Total mg/L 9.79 3.12 5.00 68.09

El experimento consiste en evaluar a diferentes tasas de aplicación de Mg(OH)2, para determinar la respuesta de las
concentraciones deácido sulfhídrico (H2S), en la descarga de agua residual influente al reactor biológico.También se
toman evidencias de la percepción de los olores por parte de los habitantes aledaños, así como del mismo personal
encargado de la operación de la PTAR.

La medición de la concentración del H2Sse realizó mediante un equipo OdaLog, el cual se calibró para que registrara
las concentraciones del H2Scada diez minutos. Este equipo se instaló en la descarga del agua residual del influente

Previo al inicio de la dosificación del Mg(OH)2, se registraron las concentraciones de H2Sen este punto, también se
determino en los alrededores de la PTAR los malos olores que se generan en la PTAR. En promedio se determino
que se tiene H2S: 24 ppm, aun que se encontraron picos de 290 ppm

3
Se evaluaron diferentes dosis de Mg (OH)2, las cuales fueron de: 90.9, 83.6, 54.6, 36.4 y 27.3 mililitros de por cada
1,000 litros de agua residual.La adición fue controlada a través de una bomba peristáltica y la aplicación se realizó
en un registro previo a la entrada de la PTAR, aproximadamente a 50 metros del pretratamiento. Esto con el objeto
de propiciar una mezcla del producto con el agua residual.

Figura 1. Determinación de la concentración de H2S antes de aplicar el Mg (OH)2

Resultados

La oxidación de los sulfuros se produce tanto de forma orgánica e inorgánica, a través de mecanismos biológicos y/o
químicas, esto depende de la actividad microbiana, la cual está sujeta a factores ambientales tales como la
temperatura, pH, disponibilidad de alimento y una fuete de oxigeno. Se sabe que los sulfuros se oxidan rápidamente
en presencia del oxigeno disuelto en el agua, pero este mecanismo químico depende del pH, potencial redox, fuente
de oxigeno y los iones para la catálisis y la tasa de oxidación.

El hidróxido de magnesio proporciona una baja formación de H2S y reduce la corrosión de ácidos sulfúrico a través
de una baja solubilidad (0,0009g/100ml de H2O) y logran una gran superficie de contacto de 1hectárea por galón,
ofreciendo un dispersión a largas distancias a través del sistema de alcantarillado hasta la planta de tratamiento de
aguas residuales. Se promueve la formación de compuestos irreversibles entre cationes de magnesio y sulfuros
mediante la absorción de partículas de hidróxido de magnesio sólida. Reduce la capacidad de formación de bacterias
reductoras de sulfato (SRB) que llegan a convertir los sulfatos en gas de sulfuro de hidrógeno Intervienen
directamente en la Ley de Henry, en el equilibrio de la fase Gas/Líquido, consiguiendo el aumento del pH y
manteniendo el gas disuelto en una solución de sulfuro de hidrógeno. Al disolver las partículas de hidróxido de
magnesio reacciona directamente con el H2S convirtiéndolo a polisulfuro de magnesio.

De los resultados del experimento se encontró que la concentración con mejor resultado fue de 90.9 ml Mg(OH)2 por
cada 1000 L de agua residual que entran a la PTAR. Como se muestran en la tabla y en la grafica

Tabla 2. Resultados de las concentraciones del experimento


Equivalencia Promedio
ml Mg (OH)2/1,000 L AR ppm H2S
90.9 4
83.6 7
54.6 13.5
36.4 17
27.3 18.7
0 24

4
30

25

20
H2S
15
pp
10 m
5

0
100.0 80.0 60.0 40.0 20.0 0.0

Dosis de Mg(OH)2 en ml por cada 1,000 L AR


Figura 2. Concentración de H2S después de aplicar el Mg (OH)2

Figura 3. Concentración de H2S después de aplicar el 90.9 ml Mg (OH)2/1000 L de Agua Residual

El uso del Mg(OH)2se utilizo en los digestores biológicos aerobios proporciona un continuo pH dentro del reactor y a
su vez provoca un desarrollo constante de bacterias y obteniendo mejores valores de DBO, nitrógeno y fósforo. Esto
produce un aumento de sólidos de la torta de lodos en un 20-40 % debido a que se forman puentes de cationes
divalentes, mejorando la formación de floculos y por lo tanto reduciendo la demanda de polímero de manera
significativa.

Los biosolidos que se obtienen del uso del hidróxido de magnesio, pueden ser utilizados como mejoradores de suelo,
proporcionan un nutriente al suelo que es utilizado por las moléculas de la clorofila y obtener el color verde para
captar la energía solar, que ayuda a producir materia orgánica. Es por ello que un adecuado suministro de magnesio a
las plantas puede aumentar la actividad fotosintética de las hojas, además de ser esencial para la energía (vitamina A)
que es transferido a los seres humanos por medio de las plantas.

5
Los costos del uso de tratamientos Fisicoquímicos en el tratamiento de olores con otros compuestos dentro de las
plantas de tratamiento de aguas residuales, son muy variado, pero se observo que el Hidróxido de Magnesio es el
más barato.

Tabla 3. Costos de Tratamientos Fisicoquímicos para el control de olor en aguas residuales


Costo relativo total
Tratamiento Fisicoquímico
($USD/kg)
Adición de Peróxido de Hidrógeno $ 42
Continuación adición de Sosa caústica $ 30
Adición de Nitrato férrico $ 28
Dosis de Sosa caústica $ 24
Inyección de Oxígeno $18
Adición de cloruro férrico-ferroso $9
Cloruro ferroso $7
Hidróxido de Magnesio $1

Cuando se comparan las propiedades físicas y químicas del hidróxido de magnesio con agentes alcalinos
convencionales (cal hidratada y soda cáustica), se observan varias ventajas. La primera es la que se requiere menos
kilos de hidróxido de magnesio para neutralizar la misma cantidad de ácido, con sosa cáustica se requiere 37% más y
con la cal hidratada 27% más.Otra característica única, es el pH máximo obtenible en una situación de
sobredosis.Adiciones excesivas de soda cáustica y cal hidratada se traducirá en el pH de la corriente de desechos
llegar a 14 y 12,5, respectivamente. Sin embargo, el pH de una suspensión de hidróxido de magnesio es de 10,5, y
cuando se utiliza para neutralizar los residuos ácidos, se obtienen un pH de alrededor de 9,0, incluso cuando una
sobredosis.

Tabla 4.Comparación del uso de Sosa Caustica, Cal Hidratada e Hidróxido de Magnesio
Propiedad NaOH al 50% 30% de Ca (OH) 2 58% de Mg (OH) 2
% De hidróxido de 42.5 45.9 58.3
Solubilidad en agua g/100 ml 42 0.185 0,0009
PH reactiva 14 12.5 9.0
Punto de congelación ° F 61 32 32
Peso de Equivalencia 137 1.27 1

Conclusión

El hidróxido de magnesio actúa sobre los sulfuros de forma que absorbe, neutraliza, eleva el pH y estabiliza, la
formación de compuestos complejos que interfiere en la actividad microbiana y la catálisis de oxidación.

Los productos químicos magnesio ofrecen soluciones ambientalmente y resuelven los problemas relacionados con la
ácida de las aguas residuales, ayuda en el tratamiento biológico y mejora las características de los biosólidos.

En comparación con sosa caustica o la cal, el hidróxido de magnesio es capaz de suministrar la alcalinidad de una
forma biodisponible para un sistema microbiano sin afectar negativamente a pH. Esto crea un ambiente más
adecuado para la reducir la DBO y no afecta los nutrientes como el nitrógeno y el fósforo. Por otra parte, ya que el
magnesio proporciona un peso ligero, de cationes divalentes, a diferencia de la sosa caustica y la cal, ayuda a generar
una mayor densidad, que facilita la deshidratación de los lodos y genera una mayor concentración de sólidos en la
torta.

La PTAR de San Juan Cosalá trata 42,024 metros cúbicos por mes, el costo de la aplicación del Mg(OH)2 sería de
$13,888.58 pesos mexicanos por mes, El costo de tratamiento de la PTAR de San Juan Cosalá se incrementaría en
tan solo $0.3305 pesos mexicanos / m3 tratado, evitando la formación de olores y corrosión en la planta.La respuesta

6
de los habitantes y de los propios operadores de la planta fue muy optimista y satisfactoria para el control de olores el
efecto se apreció de manera inmediata, con las primeras dosificaciones.

Referencias Bibliográficas

Aatamila, M.; Verkasalo, P.K.; Korhonen, M.J.; Suominen, A.L.; Hirvonen, M.R.; Viluksela, M.K.; Nevalainen, A. (2011):
Odour annoyance and physical symptoms among residents living near waste treatment centres. Environ Res. 2011
Jan;111(1). pp. 164-70. Epub 2010 Dec 4.
American Association of Civil Engineering(2010). Health InfrastructureCEB (Eurointernational Committee for Concrete). (1992).
Durable concrete structures, design guide. Thomas Thelford Services Ltd, London, UK.
González-Sánchez, A., Revah, S., Deshusses, M. (2008). “Alkaline Biofiltration of H2S Odors”. Environm. Sci. Technol. 19, pp.
7398-7404.
Gonzáles-Morgan (2013) “Eliminación biotecnológica de malos olores”, Gaceta del Instituto de Ingeniería, UNAM
Lane R. (1995). Agua Potable. pp. 43-68. En: Control de Incrustación y Corrosión en Instalaciones Hidráulicas de Edificios.
McGraw Hill Interamericana de México S.A. de C.V. Ciudad de México, México.
Murguía, W. (2007): Contaminación por olores: El nuevo Reto Ambiental. Gaceta Ecológica. Enero-Marzo. Número 082.
Secretaría de Medio Ambiente y Recursos Naturales, Distrito Federal, México, pp. 49-53.

Você também pode gostar