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CURSO DE SISTEMS DE COMBATE A INCÊNDIOS

URBANOS 2019
PROFESSOR: FERNANDO BECKMAN
www.beckmanssma.com.br REV.0

CURSO DE SISTEMAS DE COMBATE A INCENDIOS


URBANOS.

DOCENTE: Prof. Fernando Luiz Beckman Pereira

SEMESTRE:2º

ANO: 2019

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CURSO DE SISTEMS DE COMBATE A INCÊNDIOS
URBANOS 2019
PROFESSOR: FERNANDO BECKMAN
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PLANO DE TRABALHO
Curso: Proteção Contra Incêndios e Explosões

Carga Horária: 24:00 h. (vinte e quatro horas)

Horário: Às terças e quintas, das 19:00 às 22:00 horas.

Professor: Fernando Luiz Beckman Pereira

Ementa: A história do fogo; O fogo como elemento impactante; As grandes tragédias;


A química do fogo; Conceitos, Ponto de fulgor; Ponto de combustão; Ponto de
ignição; Condições propícias à combustão; A intensidade da combustão; A
velocidade da combustão à explosão; As principais causas dos incêndios
urbanos; A classificação do incêndio; Processos de extinção dos incêndios;
Processo físico; Processo químico; Os agentes extintores; A água e as formas
de sua utilização como agente extintor; As espumas; Os pós-químicos; O
CO2; Os extintores de incêndio portáteis; Utilização; Vistoria e recarga de
extintores ; Sistemas fixos de combate a incêndio; Fundamentos de hidráulica
aplicados aos sistemas de prevenção e combate a incêndios; A legislação e
normas relativas à proteção contra incêndio; NR-23; A Lei n. 6546, de 29 de
Dezembro de 1995; (COSCIP).

Objetivos:

Geral:

Formar e capacitar engenheiros e arquitetos, nos termos da legislação vigente,


para desempenhar atividades que requerem conhecimentos técnicos, na
prevenção e combate a incêndios, no âmbito dos diversos setores produtivo e
de serviços, visando promover o bem estar e a segurança do homem no seu
ambiente laboral.

Específico:

- Conhecer todo o processo da combustão, tipos, elementos essenciais, fontes


de calor, etc;
- Identificar situações propícias à eclosão de um incêndio;
- Conhecer os elementos extintores e os mecanismos de extinção, inclusive
saber aplicá-los;
- Saber dimensionar sistema de combate a princípio de incêndio por
extintores;
- Saber dimensionar sistema fixo de combate a incêndio por hidrantes; R.T.I.,
tubulações, bombas; esguichos, etc;

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Metodologia: Aulas expositivas e práticas, voltadas ao programa previsto. Quando


necessário for, algumas destas aulas práticas serão ministradas na sala de
desenhos, a fim de permitir a elaboração de projeto. Será ainda solicitada a
divisão dos participantes em grupos heterogêneos (quanto à especialidade) de
no máximo cinco alunos para a elaboração do projeto.

Recursos: - Par de Esquadros


- Escala Triangular
- Grafite
- Borracha
- Calculadora Cientifica
- Cópias dos Projetos

NOTA: A seqüência dos assuntos constados no programa do curso será alterada sem
prejuízo destes e em benefício da elaboração de projetos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

- Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico (COSCIP)


Lei n. 6546 de 29 de dezembro de 1995

- Sistemas de Proteção por Extintores de Incêndio (NBR – 12693)

- Inspeção, Manutenção e Recarga em Extintores de Incêndio (NBR – 12962)

- Sistemas de Hidrantes e de Mangotinhos para Combate a Incêndio (NBR –


13714)

- Sistemas de Proteção por Extintores de Incêndio (NBR – 12693)

- Porta Corta-Fogo para Saída de Emergência (NBR – 11742)

- Instalações Hidráulicas Predais e Industriais


MACINTYRE, Archibald Joseph, Editora LTC - 4ª Edição - 2010.

- A Proteção contra Incêndios no Projeto de Edificações


BRENTANO, Telmo, Edições T – 2007

Esta é uma iniciativa da empresa BECKMAN SÁUDE E


SEGURANÇA DO TRABALHO, voltada ao desenvolvimento do conhecimento
daqueles que lidam com a prevenção de acidentes e bem estar das pessoas no seu

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ambiente laboral. Aproveitamos a oportunidade para parabenizar a todos pela decisão


de participar deste curso formador de profissionais, que aplicam os seus
conhecimentos a serviço da defesa da vida. Estamos certos de que, com o sentido de
colaboração sempre presente em todos, poderemos transformar as horas de
aprendizagem em uma convivência cordial que desfrutaremos nos próximos dias.

Fernando Luiz Beckman Pereira


Engº Civil e Seg. do Trabalho.

PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS

Textos Selecionados

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1. INTRODUÇÃO:

Há muitos anos atrás, os primeiros ancestrais do homem, já


utilizavam o fogo. Não se tem conhecimento ao certo se eles já sabiam produzi-lo,
mas o mais provável é que dependiam de recursos naturais como os raios ou lava
incandescente expelida pelos vulcões.

Todavia, antes de ser descoberto o modo de produzi-lo e de


controlá-lo, o fogo foi considerado como uma manifestação sobrenatural, cuja
ocorrência era atribuída aos deuses.

A necessidade e a casualidade levaram o homem a descobrir meios


simples de se fazer fogo: por percussão em pedras e por fricção da madeira; depois a
necessidade de transportar o fogo de um lado para outro fez com que o homem
fabricasse tochas de madeira resinosa que podiam queimar vagarosamente, e, assim,
iluminar as cavernas e acender novos fogos, seguidas pelas lanternas de pedra.

Mais adiante, descobriu que o fogo melhorava seu alimento,


assando ou cozinhando e, também, afugentava animais bravios. Daí por diante o fogo
teve várias utilizações pelo homem, até ser incorporado ao cotidiano., em suas
atividades domésticas e laborais.

Porém, quando acontece a ocorrência de fogo fora do domínio do


homem, este é afetado no trabalho, no lar e no lazer.

Apesar das técnicas desenvolvidas e sistemas modernos de hoje,


perdem-se, todos os anos no mundo inteiro, alguns milhares de dólares devido a
incêndios e muitas vezes ceifam vidas preciosas.

Portanto, o homem deve estar sempre atento e vigilante para


prevenir as causas e minimizar os efeitos nocivos de um incêndio.

Se pretendemos tornar eficaz e bem sucedido o combate ao


incêndio, devemos afastar a idéia de que fogo é uma fatalidade inevitável.

Hoje existem processos e procedimentos que permitem prever,


planejar e projetar sistemas preventivos e de combate ao fogo.

A prevenção eficaz inicia-se ainda na fase de projetos


arquitetônicos, onde deve-se levar em conta a possibilidade de ocorrência de sinistros
atentando para: as aberturas existentes, áreas de fuga, acessos às centrais de gás,
grupo gerador e quadros de carga, posicionamento racional dos equipamentos de
combate, etc. No projeto hidráulico prever reservação suficiente para atender as
necessidades de incêndio; no projeto elétrico prever ligações especiais para as

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bombas, alarme e iluminação de emergência. Na especificação dos materiais a serem


utilizados, procurar sempre dimensionar fios e cabos compatíveis com as cargas
existentes.

Como se vê, há uma necessidade de o meio técnico, conhecedor


de suas especialidades, passar a atentar para o fato de que tudo pode ser feito, porém
levando-se em conta sempre dificultar o início de um incêndio e facilitar o seu
combate imediato e contínuo.

O belo e o funcional podem ser pensados de uma forma segura.

2. DEFINIÇÕES IMPORTANTES:

- Ponto de Fulgor: É a temperatura mínima na qual os corpos combustíveis


começam a desprender vapores que se incendeiam em contato com
uma fonte externa de calor; entretanto a chama não se mantém
devido a insuficiência da quantidade de vapores desprendidos.

- Ponto de Combustão ou Temperatura de Combustão: É a temperatura na qual


os vapores desprendidos dos corpos combustíveis, ao entrarem em
contato com uma fonte externa de calor, entram em combustão e
continuam a queimar.

- Ponto de Ignição: É a temperatura mínima na qual os gases desprendidos dos


combustíveis entram em combustão apenas pelo contato do
oxigênio do ar.

- Material Inflamável: É qualquer sólido, líquido, vapor ou gás que entre em


combustão com facilidade e que esta combustão se processe de
maneira rápida.

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PONTOS DE FULGOR E IGNIÇÃO


DE ALGUMAS SUBSTÂNCIAS

SUBSTÂNCIA P.F. (ºC) P.I. (ºC)

Acetona -18 540


Acetileno - 340
Álcool Etílico 13 371
Algodão 450 -
Amônia - 650
Asfalto 204 490
Benzina -20 -
Benzeno 12 538
Butano -60 430
Enxofre 210 230
Éter -40 180
Fenol 80 710
Fósforo Amarelo - 30
Fósforo Vermelho - 260
Gasolina -40 260
Glicerina 160 390
Hidrogênio - 590
Madeira 50 150
Metano - 540
Óleo Pesado 160 a 200 -
Óleo Diesel 66 400
Papel 70 -
Querosene 50 250
Verniz Abaixo de 27

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3. A COMBUSTÃO

Combustão: É uma reação química em que qualquer material se


combina com o oxigênio contido no ar, produzindo calor e chama. Sempre ocorrendo
na presença dos três elementos essenciais: combustível, comburente e temperatura
de ignição.

Na combustão ocorre uma reação química de oxidação exotérmica


na qual o calor desenvolvido é resultante da ruptura de ligações. Parte da energia
desprendida na reação é dissipada no ambiente, provocando os efeitos térmicos
derivados do incêndio; o restante continua a aquecer o combustível, fornecendo a
energia (fonte de calor) necessária para que o processo continue caracterizando uma
reação em cadeia.

O calor é a energia ativadora da combustão. Porém, há que existir o


comburente, com o qual irá reagir um dos elementos químicos (BASICAMENTE
CARBONO E HIDROGÊNIO), contido no combustível.

Na grande maioria dos casos, o comburente é o oxigênio (O2). O


oxigênio existe no ar atmosférico em uma porcentagem de 21%.

Logo na completa combustão dos corpos combustíveis comuns, são


encontrados os seguintes compostos:

CO2 - Dióxido de Carbono


H2O - Vapor D'água
- Óxidos Diversos
- Energia (Liberada sob forma de Calor)
- Cinzas

Esta reação vai ter uma velocidade de propagação relacionada com


diversos fatores, tais como:

Temperatura;
Umidade do Ar;
Condições de Ventilação;
Forma Física do Material e
Propriedades do Material.

Pesquisas levam a concluir que a combustão está sujeita aos


seguintes condicionamentos:

a) Os corpos só queimam após terem alcançado determinada


temperatura;

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b) Os corpos só queimam na presença de oxigênio existente na


atmosfera com uma percentagem superior a 16% (poucas são as exceções);
c) Em geral os corpos só queimam por efeito de uma fonte
externa de calor.

Uma combustão provoca basicamente os seguintes efeitos nos


corpos:

a) Dilatação dos Corpos


b) Alteração da Resistência
c) Mudança de Estado
d) Decomposição Química

4. CONDIÇÕES PROPÍCIAS À COMBUSTÃO

É importante notar que, para o início da combustão, não basta


apenas a presença do combustível e do oxigênio. Há necessidade, além disso, de uma
determinada quantidade de calor.

Para que um combustível se incendeie por si, isto é, sem o concurso


de uma chama, é preciso que a temperatura do corpo tenha alcançado o ponto de
ignição.

5. VELOCIDADE DA COMBUSTÃO

A velocidade de propagação é definida como a velocidade de


deslocamento da fronteira da reação e pode ser classificada em:

Combustão Lenta;
Combustão Viva e
Deflagração

Combustão Lenta: É uma oxidação de baixa velocidade, não


ocorrendo emissão de luz, a liberação de calor é muito fraca, sendo dissipada no meio
ambiente sem criar um aumento de temperatura na área atingida.

Combustão Viva: É uma oxidação onde há percepção visual do


deslocamento da frente de reação, porém a velocidade da propagação é inferior a 1
m/s, onde a energia desprendida na reação é parte dissipada no ambiente e parte
absorvida para manter a reação em cadeia.

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Deflagração: É uma oxidação de altíssima velocidade, superior a 1


m/s e inferior a 400 m/s, onde surge o fenômeno de elevação da pressão com valores
limitados entre 1 a 10 vezes a pressão inicial.

6. INTENSIDADE DA COMBUSTÃO

É o volume de chamas que desprende de um incêndio, onde a


quantidade de combustível, a área superficial deste e a concentração do comburente
são fatores determinantes no aumento ou diminuição da intensidade da combustão.

7. CALOR OU ENERGIA DE ATIVAÇÃO

7.1 - CONCEITOS:

CALOR - É uma forma de energia que é transmitida de um corpo para outro


quando, entre eles, existe uma diferença de temperatura.

CALOR ESPECÍFICO -"C" - É a quantidade de calor necessário para elevar


de 1ºC, a massa de 1g do corpo.
O calor específico de um corpo se relaciona com a rapidez com que
esse corpo se aquece ou se esfria, assim, corpos com baixo calor
específico se aquecem ou se resfriam com maior rapidez do que
aqueles com alto calor específico.
Denominou-se o calor específico da água como igual a 1.
C H2O = 1 cal/gºC

CALOR LATENTE - É a quantidade de calor que devemos fornecer a um


corpo de massa "m" para que esse corpo mude de estado.

Ex: Calor Latente de Vaporização da Água = 630 cal/g

PODER CALORÍFICO OU PODER DE COMBUSTÃO: É a quantidade de


calor que a massa de um quilo de um corpo libera quando é
queimado integralmente.

Ex: Madeira, Papel - 3.000/3.800 kcal/kg


Gasolina - 11.100/11.700 k cal/kg
GLP - 1.200/2.580 k cal/m³

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7.2 - TRANSMISSÃO DE CALOR

O calor pode ser transmitido de três modos, a saber:

Por condução
Por convecção
Por Irradiação

Na Condução - A transferência de calor é feita de molécula a


molécula, através de um movimento vibratório que as anima. Este tipo de
transmissão se caracteriza por não haver deslocamento das partículas;

Na Convecção - A transferência de calor se processa de molécula a


molécula, porém através do deslocamento destas, ou seja, as moléculas mais
frias se deslocam para regiões mais quentes e moléculas quentes para regiões
mais frias, formando um regime contínuo das correntes;

Na Irradiação - A transferência de calor é feita de um corpo para


outro sem a necessidade de qualquer ligação material. É a energia térmica de
um corpo transformada em energia radiante que se propaga através de ondas
eletromagnéticas. Estas são novamente transformadas em calor, quando
absorvidas pelo corpo sobre o qual incidem.

8. O COMBUSTÍVEL

Combustível: Em síntese combustível é todo o material, toda


substância capaz de combinar-se com o oxigênio quando na presença de uma
determinada quantidade de calor.
Os combustíveis são classificados em:
Sólidos Comuns - Ex: madeira, papel, algodão, etc.
Líquidos Inflamáveis - Ex: gasolina, álcool, etc.
Gases inflamáveis - Ex: metano, propano, acetileno, etc.
Materiais Químicos de Grande Risco: - Ex: Enxofre, Fósforo, etc.

Os corpos inorgânicos, apenas alguns, são combustíveis em


condições normais, enquanto os orgânicos todos os são. A cumbustibilidade depende
do fato de poder o corpo se combinar com o oxigênio do ar, sem dificuldade, sob a
ação do calor.

Os corpos combustíveis podem se apresentar em 3(três) estados


físicos:

- Sólido

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- Líquido
- Gasoso

Apenas um pequeno número dos combustíveis sólidos pode


combinar-se diretamente com o oxigênio, geralmente corpo inorgânico. Na maioria
dos orgânicos dá-se, primeiramente, uma transformação: uma parte do corpo sólido
assume a forma gasosa ou de vapor. O gás liberado combina-se com o oxigênio do ar.
As partes sólidas encandecem e tornam-se cinzas. Em outros, ocorre primeiro a
passagem ao estado líquido e, em seguida, os gases que então se produzem, queimam
ao nível da superfície do combustível.
A queima de um combustível sólido é facilitada na medida em que
ele está mais dividido e a umidade for pequena.

AQUECIMENTO
SÓLIDO VAPOR

Ex: Madeira

AQUECIMENTO AQUECIMENTO
SÓLIDO LÍQUIDO VAPOR

Ex: Enxofre

Os corpos combustíveis que em condições normais se apresentam


no estado líquido, se gaseificam e queimam na superfície do líquido. A temperatura
em que um líquido combustível desenvolve gases ou vapores inflamáveis é chamada
o seu ponto de inflamação.

9. O COMBURENTE

Comburente: É a mistura dos gases e vapores emainados dos


combustíveis, com oxigênio contido no ar em concentração suficiente para que em
seu meio se processe a combustão.

A maior fonte de oxigênio é o ar atmosférico que, em sua


composição, possui cerca de 21% de oxigênio.

Composição do ar atmosférico:

O2 - 21%
N2 - 78%
Outros gases - 01%

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A partir de 16% de O2 (oxigênio) no ambiente, já pode haver


combustão com presença de labaredas. Numa proporção de 8 a 16% não haverá
labaredas e numa proporção ainda menor, praticamente, não haverá combustão.

Em ambientes onde se manipula oxigênio puro, deve-se ter um


cuidado todo especial quando da análise de riscos.

Na presença de gases combustíveis como propano, butano, metano


o limite inferior de concentração de oxigênio necessário para a combustão está
próximo a 12% e para o hidrogênio esse limite está próximo a 5%..

10. FORMAS ESPECIAIS DA MANIFESTAÇÃO DO FOGO

▪ Combustão Incompleta:

O oxigênio está presente no ar em uma percentagem de,


aproximadamente, 21%. Quando esse teor baixa, primeiramente verifica-se que
reduz-se a velocidade da combustão e assim que é atingida percentagem crítica para o
corpo, o fogo se extingue. A combustão produzida com insuficiência de oxigênio é
chamada de "combustão incompleta";

▪ Combustão sem Chamas

A combustão em celulóide processa-se sem chamas, ou seja, pela


sua formação a celulóide possui grande quantidade de oxigênio combinado que o
mesmo basta para alimentar a combustão, ainda que isolado do ar.

▪ Ignição Espontânea

A ignição espontânea é uma reação química na qual há uma geração


lenta de calor pela oxidação de um combustível, até que seja atingida a temperatura
de ignição do combustível; então o combustível começa a queimar.

11. CAUSAS DE INCÊNDIOS

➢ A Combustão Espontânea

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Um corpo pode inflamar-se por si só. Este processo pelo qual o


corpo se inflama sem o concurso de uma chama ou faísca é chamado de ignição
espontânea.

Os corpos que se decompõem com facilidade tendem a combustão


espontânea. São combinações não saturadas ou instáveis. Os hidrocarbonetos não
saturados, as gorduras vegetais não saturadas são exemplos de materiais propícios à
combustão espontânea.

➢ Devido a Força Maior

São incêndios deflagrados sem a influência do homem.


Ex: Raios, Calor Solar etc.

➢ Incendiarismo

São incêndios propositados e os incêndios por negligência e


irresponsabilidade.

Os propositados, juridicamente, são crimes puníveis, tendo os mais


variados motivos, como por exemplo:

- Fraudes, nas mais variadas formas


- Maldade
- Vingança
- Piromania (amor ao fogo)
- Sabotagem
- Terrorismo
- Suicídio

Os negligentes são causados por puro descuido. Por exemplo:

- Ponta de cigarro ou fósforo incandescente jogados a esmo.


(principalmente em cesto de lixo)
- Guarda de inflamáveis sem o menor cuidado;
- Fio elétrico desencapado e energizado;
- Esquecimento de ferro elétrico ligado sobre tábua de
engomar;
- Utilização de equipamentos elétricos funcionando
irregularmente;
- Vazamento de gás inflamável.

Os postos por irresponsabilidade, comuns a crianças, imbecis e


loucos.

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Nota: É importante para a investigação de causas de incêndios conhecer os indícios


que denunciam ou fazem supor um ato de incendiarismo.

12. CAUSAS DE INCÊNDIOS INDUSTRIAIS

A grande maioria dos incêndios industriais são causados pelas


seguintes fontes de ignição:

- Eletricidade
- Solda e corte
- Fósforo e cigarros
- Superfícies aquecidas
- Chamas abertas
- Eletricidade estática

Instalações elétricas mal dimensionadas, executadas por pessoas


não habilitadas, falta de manutenção, falta de proteção dos circuitos constituem as
principais causas que conduzem a incêndios por eletricidade.

Cuidados especiais devem ser tomados nas fases de projeto,


execução, testes e, principalmente, aquisição de materiais, afim de sanar todas as
circunstâncias que possam propiciar o aparecimento de um incêndio.

A solda e corte de metais executados com aparelhos oxiacetilênicos


ou elétricos, são operações largamente utilizadas nas indústrias. Oferecem riscos de
incêndio provocado por chama aberta, centelha, metal quente etc.

Entretanto, se os trabalhos com estes aparelhos forem revestidos de


certos cuidados, poderão ser conduzidos com segurança.

Com relação ao hábito de fumar pelos funcionários, as áreas em que


é permitido fumar devem ser claramente definidas e delimitadas com sinalizações
bem visíveis e deve-se ter uma vigilância constante, sem exceções.

Superfícies aquecidas devem ser mantidas longe de materiais


combustíveis; os dutos aquecidos devem ser protegidos e ter as suas passagens, nos
ambientes, bem planejadas de maneira a minimizar seus efeitos.

Os ferros de solda não devem ser colocados diretamente sobre


bancadas combustíveis.

Os tanque para líquidos inflamáveis devem estar adequadamente


aterrados nos locais onde haja transposição de líquidos inflamáveis; os caminhões

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deverão estar devidamente conectados à terra, afim de promover a descarga de


eletricidade estática.

13. A DINÂMICA DO INCÊNDIO

O incêndio pode ser dividido em quatro fases a saber:

- Fase Inicial
- Fase de Desenvolvimento
- Incêndio Desenvolvido
- Fase Final

A Fase Inicial - como o próprio termo diz, é a fase em que o


incêndio resulta apenas de um foco; tem-se
pequenas labaredas próximas ao foco e a
temperatura média do compartimento ainda é
baixa.

Fase de Desenvolvimento - esta fase é atingida em um período


relativamente curto de tempo. A sua
característica principal é o repentino
espalhamento das chamas a todos os materiais
combustíveis existentes no compartimento.

Incêndio Desenvolvido - nesta fase todo o compartimento está em


combustão, sendo que a combustão é limitada
pela quantidade de oxigênio remanescente. As
chamas podem sair por qualquer abertura e os
gases combustíveis na fumaça se queimam assim
que encontram o ar fresco.

Fase Final - é a fase onde há a diminuição de intensidade, todo


comburente já consumido e o incêndio começa a
extinguir-se.

14. CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS

Como já vimos, conclui-se que existem incêndios de diversos tipos


e para bem combatê-los é necessário conhecer as suas classes para podermos escolher
o agente extintor correto para o combate inicial. Um erro na escolha de um extintor

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pode tornar inútil o esforço de combate ou causar um dano indesejável, podendo vir
até piorar a situação.

Os incêndios são divididos em 4(quatro) classes, a saber:

CLASSE A - Incêndio envolvendo materiais sólidos de fácil


combustão, que têm a propriedade de queimar em sua
superfície e profundidade e que deixam resíduos.
Ex: papel, madeira, tecidos, fibras, etc.

CLASSE B - Incêndio em líquidos combustíveis e inflamáveis que


queimam somente em sua superfície, não deixando
resíduos.
Ex: graxas, vernizes, tintas, gasolina etc.

CLASSE C - Incêndio em equipamentos elétricos energizados.


Ex: motores, transformadores, quadros de distribuição,
fios elétricos, etc.

CLASSE D - Incêndio em elementos pirofóricos.


Ex: magnésio, zircônio, titânio, potássio, etc.

15. A PREVENÇÃO CONTRA O INCÊNDIO

A prevenção de incêndios é obtida pela aplicação de um conjunto


de medidas que evitem a ocorrência de fogo. Nos processos que exigem material em
combustão, a prevenção é obtida através do controle de área e, principalmente,
minimizando-se a quantidade necessária de combustível para manter a operação do
sistema.

Como, praticamente, o triângulo do fogo (combustível-


comburente-calor) pode ser normalmente encontrado em qualquer ambiente, na
maioria dos casos a prevenção somente é possível pela eliminação das condições
propícias, evitando-se a reação em cadeia.

Os métodos são:

a) atuação sobre o combustível;


b) atuação sobre a fonte de calor;
c) atuação sobre o comburente;
d) atuação sobre a mistura combustível-comburente.

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- Atuação sobre o Combustível: O objetivo é eliminar o combustível que possa


entrar em ignição na presença das fontes de calor existentes no
ambiente, ou evitar a formação de mistura inflamável.

Procedimento:

a) Ordem e limpeza - programar limpeza freqüente, evitando a


formação de resíduos inflamáveis e distribuir no ambiente
recipientes de segurança para depósito desses resíduos.
b) Evitar o armazenamento de inflamáveis na área de
industrialização, mantendo no local apenas a quantidade
estritamente necessária ao processo para, no máximo, um turno
de trabalho.
c) Programar manutenção periódica das instalações de líquidos e
gases inflamáveis, evitando e controlando os vazamentos.
d) Substituir substância por outra menos inflamável nas condições
de manipulação. É freqüente a utilização de gasolina para
limpeza de peças, o que poderia ser evitado com sua
substituição por solventes de menor risco em condições
normais, como o querosene e o álcool etílico.
e) Adicionar ao combustível outra substância que aumente o seu
ponto de fulgor, como água ou álcool.
f) Utilizar recipientes metálicos de segurança para armazenagem
e transporte de inflamáveis.
g) Recobrir o combustível com material incombustível, pintando a
madeira com tinta não inflamável ou recobrindo-a com chapas
de aço.
h) Ventilação natural ou forçada em ambiente onde se armazenam
ou se manipulam inflamáveis, evitando a concentração de
vapores.
i) Sucção de vapores inflamáveis e remoção para outras áreas,
nos pontos onde se manipulem substâncias a temperaturas
próximas de seus pontos de fulgor.
j) Rotulagem adequada e sinalização de recipientes ou
canalizações que contenham ou conduzam líquidos
inflamáveis.

- Atuação Sobre a Fonte de Calor: Cada combustível, para que entre em ignição,
deve ser aquecido até liberar vapores inflamáveis. A quantidade de
calor necessária para que o material atinja esse limite vai depender
das condições de manipulação e das suas características de
combustibilidade. Outra medida aplicável em situações de risco é a
eliminação das fontes de calor que tenham a capacidade de fornecer
a energia necessária para o início da combustão.

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Algumas das recomendações dependem essencialmente do fator


humano, isto é, são normas relacionadas com o comportamento e
exigem constantes inspeções de segurança, pois a falta de disciplina
pode originar sérios acidentes. Por exemplo, a proibição de fumar
em ambientes com inflamáveis pode ser complementada
restringindo-se o acesso a esses locais apenas a pessoas autorizadas,
que, na entrada, deverão deixar fósforos, isqueiros e cigarros que
estejam portando.

Os casos mais comuns são listados a seguir, apresentando-se as


fontes de calor e as medidas preventivas.

a) Origem térmica

Fontes de Calor Medidas Preventivas

▪ Instalações geradoras de calor Confinar em local externo


(caldeiras, fornos)
▪ Incidência de raios solares Proteção por telhas ou outras
coberturas opacas
▪ Cigarros acesos Proibição de fumar ou portar
fósforo, isqueiros ou similares
▪ Soldagem e corte a quente Controle da atmosfera por explosí-
metro.
Utilização de mantas de amianto
ou outro material incombustível
para recobrir os materiais combus-
tíveis presentes nas proximidades.
▪ Veículos e máquinas motori- Isolar termicamente o escapamento
zadas Proibir o trânsito nas áreas de risco

b) Origem elétrica

Fontes de Calor Medidas Preventivas

▪ Faiscamento em: Instalação de equipamentos a pro-


- Interruptores va de explosão em ambientes onde
- Motores se armazenam ou se manipulam lí-
- Lâmpadas fluorescentes quidos ou gases inflamáveis em
situação de risco.
▪ Curto-circuito por Inspeção periódica e verificação
deterioração das instalações das resistências de isolamento.
▪ Sobrecargas Avaliação do projeto e das

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modificações para verificar a


compatibilidade com as cargas
instaladas. Aplicação de
dispositivos de proteção contra
sobrecargas.
▪ Eletricidade estática Aterramento dos materiais condu-
tores.
Ligação equipotencial.
Ionização do ar.
Umidificação.
Outros dispositivos coletores e
dissipadores de cargas eletrostáti-
cas.
▪ Descargas elétricas atmosféri- Instalação de pára-raios
cas

c) Origem mecânica

Fontes de Calor Medidas Preventivas

▪ Faíscas por atrito Piso antifaísca


- do sapato com o piso Calçados sem partes metálicas
- de engrenagens Lubrificação das engrenagens
- de ferramentas metálicas Substituição das ferramentas
metálicas

d) Origem química

Fontes de Calor Medidas Preventivas

▪ Reações exotérmicas Isolamento e controle automático


da temperatura
▪ Substâncias reativas Manipulação em separado e
armazenagem adequada

Situações especiais de risco, como execução de serviços eventuais


de soldagem em ambientes com materiais combustíveis, exigem que
as empresas estabeleçam métodos de controle rígido. A
"Autorização para Trabalhos de Solda" é um método bastante
utilizado na prevenção, pois todas as ordens de serviço que
envolvem riscos são executadas por profissionais treinados e
supervisionadas por um elemento da segurança do trabalho, o que
possibilita um controle adequado do risco.

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- Atuação sobre o Comburente: Retirar o comburente da atmosfera onde o


combustível está sendo manipulado ou armazenado pode ser uma
técnica de prevenção, porém sua aplicação é limitada a poucos
casos, pelas dificuldades e alto custo de implantação.

A pressurização com gás carbônico ou nitrogênio de um depósito de


inflamáveis é um exemplo dessa técnica. A execução de serviços de
manutenção nessa atmosfera exige que o trabalhador utilize uma
máscara autônoma, ou com insuflação de ar, em condições
limitadas.

- Atuação Sobre a Mistura Combustível/Comburente: Determinados os limites de


inflamabilidade dos vapores e gases presentes na área de risco,
pode-se efetuar, através de sistema de detecção adequado, medidas
de prevenção que anulem a existência de risco. No caso de poeiras
combustíveis, a avaliação de risco exige métodos mais complexos,
incluindo análises laboratoriais.
A proteção é obtida através da instalação de sistemas de ventilação
ou aspiração localizados e de insuflação de gases inertes, antes que
se atinja o intervalo de inflamabilidade.

➢ CUIDADOS ESPECIAIS

 Armazenagem de Material

É fato comum nas empresas o uso e a movimentação de material


inflamável. Exemplo: seção de pintura, seção de corte e oxicorte, trabalhos com
solventes, depósitos de papel, madeira etc.

Algumas providências simples e práticas podem evitar a ocorrência


do fogo:

- Manter sempre, se possível, a substância inflamável longe de


fonte de calor e de comburente, como no caso de operações de solda e oxicorte.
A operação de solda e a edificação estarão muito mais seguras se os tubos de
acetileno estiverem separados ou isolados dos tubos de oxigênio. Armazenagem
em locais separados contribui muito para aumentar a segurança.

- Manter sempre, no local de trabalho, somente a quantidade de


inflamável necessária para o uso, como no caso, por exemplo, de operações de
pintura, nas quais o solvente armazenado deve ser apenas o suficiente para um
dia de trabalho, no máximo.

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- Possuir um depósito com boas condições de ventilação para


armazenagem de inflamáveis e o mais longe possível da área de trabalho, ou
seja, das operações.

- Proibir fumar nas áreas onde existam combustíveis ou


inflamáveis estocados. Não se deve esquecer que todo fumante é um
incendiário em potencial, pois conduz um dos elementos essenciais do fogo: o
calor. Uma ponta de cigarro acesa poderá causar incêndio de grave proporção.

 Manutenção Adequada

- Instalação elétrica em condições precárias

Fios expostos ou descascados podem ocasionar curtos-circuitos, que


serão origem de focos de incêndio se encontrarem condições favoráveis à
formação de chamas.

- Instalações elétricas mal projetadas

Poderão provocar aquecimento nos fios e originar incêndios.


Exemplo trágico tivemos em São Paulo, em sinistro que roubou mais de uma
centena de vidas preciosas (incêndio do edifício Joelma). A carga excessiva em
circuitos elétricos pode e deve ser evitada.

- Pisos antefaíscas

Em locais onde há estoque de líquidos ou gases inflamáveis, os


pisos devem ser antefaísca, porque um simples prego no sapato poderá
ocasionar um incêndio. Pela mesma razão, chaves elétricas a óleo oferecem
mais proteção que chaves tipo faca.

- Instalação mecânica

Falta de manutenção e lubrificação em equipamentos mecânicos


pode ocasionar aquecimento por atrito em partes móveis , criando perigosa
fonte de calor.

 Ordem e Limpeza

Áreas de operação com papéis e estopas sujas de óleo e com graxa


pelo chão são lugares onde o fogo pode começar e rapidamente se propagar,
sendo mais difícil a sua extinção. Isso é especialmente importante no caso de
corredores e escadas, porque aí as conseqüências podem ser mais graves.

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A decoração, a mobília e os equipamentos de escritório devem


merecer atenção especial, porque pode estar sendo aumentado em demasia o
volume de material combustível representado por móveis, carpetes, cortinas e
forros falsos. Todo esse combustível pode, em certas circunstâncias,
transformar as instalações numa gigantesca fogueira.

16. O COMBATE AO INCÊNDIO

Quando, por qualquer motivo, a prevenção falha deve-se estar


preparado para o combate ao princípio de incêndio o mais rápido e ordenado possível,
pois quanto maior o tempo gasto maiores serão as conseqüências.

Para que o combate seja eficaz é necessário que:

1) Existam equipamentos de combate a incêndio em quantidade


suficiente e adequados ao tipo de material em combustão e estejam em perfeitas
condições de uso.

2) O pessoal permanente que usa ou trabalha no local, saiba


como utilizar os equipamentos e esteja instruído de forma a operar os sistemas.

3) Haja um plano de evacuação bem elaborado

17. OS PROCESSOS DE EXTINÇÃO DO INCÊNDIO

A saber os processos adotados, objetivam extinguir o fogo por duas


formas: Físico e Químico.

- Processos Físicos:

Resfriamento - Tem como princípio reduzir o calor de combustão,


provocando a queda de temperatura para valores abaixo do ponto de ignição. Neste
processo a água é o agente mais usado e há séculos vem sendo utilizada devido as
suas propriedades.

Incêndios que envolvam líquidos somente podem ser extintos por


resfriamento, quando o ponto de fulgor do líquido está bem acima da temperatura da
água aplicada.

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Abafamento - Este processo consiste na exclusão do oxigênio da


atmosfera em combustão. O fogo começa a reduzir-se quando a taxa de oxigênio
presente chega a 16% e extinguir-se totalmente quando chega a 8%. Os principais
agentes são CO2 (Dióxido de Carbono) e Espuma.

- Processos Químicos

É o processo que interfere na reação da combustão quebrando a


cadeia e consiste na interrupção da troca de átomos ativos, impedindo a formação de
radicais livres. Neste caso não há abafamento ou resfriamento, apenas é criada a
condição, por agente, em que combustível e comburente têm reduzida a reação e
perdem a capacidade de manter a cadeia de reação.

Os principais agentes são: PQS, Halon e FM 200.

18. OS AGENTES EXTINTORES

São 4(quatro) elementos que ao juntar-se produzem a reação da


combustão, a saber:

1- Combustível

2- Comburente

3- Temperatura de Ignição

4- Cadeia da Reação

O triângulo do fogo:
TE
TE

M
N

P.
RE

DE
BU

IG

REAÇÃO
M

NI

EM
CO

ÇÃ

CADEIA
O

COMBUSTÍVEL

Na ausência de um dos quatro elementos, a combustão estará


interrompida. Por conseguinte os agentes de extinção podem ser classificados em:

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1- Os que resfriam o combustível a uma temperatura abaixo do


ponto de ignição;
2- Os que abafam ou limitam o suprimento de oxigênio;
3- Os que interferem na cadeia de reação.

São considerados agente extintores, em virtude da sua atuação sobre


o fogo, as seguintes substâncias:

- Água
- Espuma
- Pó Químico Seco (PQS)
- Dióxido de Carbono (CO2)
- Gases Halogenados (Halon, FM 200)
- Pó Seco

ÁGUA

A água é um agente de uso mais comum, possuindo propriedades


que permitem o resfriamento, o abafamento, diluição e emulsionamento. Possui três
formas de aplicação: jato pleno, neblina de alta velocidade e neblina de baixa
velocidade

A extinção pela água só ocorre quando o agente extintor atinge o


ponto onde existe a combustão, a base da chama, em jato pleno, ou quando aplicada
em forma de neblina no ambiente onde se processa a combustão.

A extinção pode ser efetuada somente quando a água é aplicada à


taxa necessária para resfriar (ou abafar) o incêndio. Incêndios grandes exigem taxas
de aplicação mais elevadas e mais prolongadas, especialmente quando por
abafamento.

A água tem limitações como agente extintor em certos tipos de


incêndios; chegando a ser ineficaz nos incêndios de líquidos inflamáveis de baixo
ponto de fulgor.

É recomendada para extinção de incêndios CLASSE A.

ESPUMA

A espuma é um agregado de bolhas cheias de gás geradas em


soluções aquosas. Sua densidade é menor que as dos líquidos inflamáveis e
combustíveis. É usada, principalmente, para cobrir a superfície do líquido de forma a
interromper a formação de vapores e impedir o acesso do oxigênio e, ainda,
resfriando o combustível. Podem ser:

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ESPUMA MECÂNICA:

A espuma mecânica é formada por meios puramente mecânicos,


turbulência física, que incorpora ar numa solução de água contendo uma proporção de
extrato.

ESPUMA QUÍMICA

A espuma química é produzida através de uma reação química que


gera bolhas de gás carbônico (CO2) em solução de água contendo um composto
emulsionador.

A espuma química é mais encontrada em extintores portáteis,


enquanto que a mecânica é produzida em grandes volumes por equipamentos
especiais que misturam, proporcionalmente, o líquido gerador com água e com o ar.
Ambas atuam da mesma forma, flutuando sobre a superfície do líquido inflamado e
isolando-o do ar. O incêndio cessará por abafamento. Existirá, ainda, um efeito de
resfriamento, visto que a água entra com cerca de 85% na mistura, o que ajudará na
extinção do incêndio.

O jato de espuma deve ser dirigido para uma antepara, de onde ela
escorrerá para a superfície.

A espuma química é mais consistente que a espuma mecânica; seu


emprego é mais eficaz nos combustíveis leves. Por outro lado, a espuma mecânica é
mais indicada onde a superfície do líquido em chamas for interrompida por muitos
obstáculos.
Ex: Líquidos geradores de espuma:

- Aerofoam
- Água Leve AFF (Aqueous Film Forming Foam)

A espuma também tem suas limitações como agente extintor, não


sendo recomendada para incêndios que envolvam gases liqüefeitos de petróleo, como
por exemplo: butano, propano e butadieno.

É recomendada para extinção de incêndios CLASSE A e B.

PÓ QUÍMICO SECO (PQS)

São os agentes extintores químicos com base em Bicarbonato de


Potássio ou Sódio, os quais são muito eficazes na extinção de incêndios em gases e
líquidos inflamáveis.

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Ao ser aplicado diretamente na área do incêndio o pó químico seco


faz com que as chamas se apaguem completamente no momento, devido a ação
abafadora do gás carbônico, quando o carbonato de sódio é aquecido pelas chamas,
além de atacar a reação em cadeia, necessária para sustentar o fogo.

O agente pó químico seco não produz atmosfera inerte permanente,


portanto não extingue o incêndio permanentemente, caso ainda exista no local fontes
de reignição.

Não deve ser usado em equipamentos elétricos delicados, porque as


propriedades do agente podem tornar o equipamento inoperante.

São recomendados para extinção de incêndios das CASSES B e C.

DIÓXIDO DE CARBONO (CO2)

O gás carbônico possui propriedades que recomendam sua


aplicação na extinção de incêndios. Não é combustível e não reage com a maioria das
substâncias; não conduz eletricidade, sendo bastante recomendado para utilização em
equipamentos elétricos energizados.

O gás carbônico é eficaz como agente de extinção porque reduz a


quantidade de oxigênio no ar. Quando aplicado em cima de materiais inflamados,
cobre-os, diluindo o oxigênio a uma concentração baixa.

Incêndios aparentemente extintos com o uso do gás carbônico,


podem reiniciar-se após a dissipação da atmosfera abaladora, caso permaneçam no
local brasas ou superfícies metálicas aquecidas. Não é eficaz como agente extintor em
incêndios envolvendo substâncias químicas que contenham oxigênio. Ex: nitrato de
celulose.

Incêndios em metais pirofólicos não podem ser extintos com gás


carbônico. Estes metais decompõem-se com o CO2. - Ex: Potássio, Titânio, Sódio,
Zircônio e Magnésio.

O CO2 é mais pesado que o ar, no entanto não é eficiente em locais


abertos e ventilados, devido a sua fácil dissipação.

É recomendado para a extinção de incêndios CLASSES B e C.

AGENTES HALOGENADOS

O agente extintor conhecido por Halon é constituído por compostos


químicos, quando liberado se vaporiza em gás com aspecto incolor, inodoro e com

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densidade cinco vezes maior que a do ar e não deixa resíduos quando usado;
extingue o fogo através da quebra da reação em cadeia.

Por estas características, o Halon é recomendado para proteção a


Centros de Processamentos de Dados (CPD), painéis de controle automatizados e
todas as fontes de incêndios Classe C que requeiram um agente "limpo" para
extinção.

É um composto químico formado basicamente de cloro, flúor e


carbono. Existem vários tipos para aplicação distintas e específicas, como por
exemplo: Halon 1211, Halon 1301, Halon 2402 etc.

Não é recomendado para incêndios Classe A, pois, apesar de


extinguir as chamas, não resfria o material mantendo o potencial para reativação do
incêndio.

PÓ SECO

São agentes pulverizados elaborados para uso em incêndios de


metais pirofóricos. O pó mais empregado é o cloreto de sódio com fosfato tricálcio e
metal estearato. O pó não é abrasivo, não conduz eletricidade; geralmente o
propelente é o dióxido de carbono (CO2).

O pó forma uma camada sólida, impedindo o contato do oxigênio


com as chamas, extinguindo por abafamento; tem a característica de aderir em
superfícies quentes, envolvendo perfis.

É recomendado para extinção de incêndios CASSE D.

19. CUIDADO COM OS AGENTES EXTINTORES

Todos os agentes extintores apresentam efeitos secundários sobre o


material ou sobre o pessoal, requerendo cuidados adicionais para sua seleção e
emprego, de forma que sejam evitados acidentes, ou que o material venha a sofrer
danos maiores do que aqueles que já possam haver sofrido pela ação do fogo.

- ÁGUA

▪ Quando utilizada em jato sólido, pode avariar equipamentos


frágeis, tais como equipamentos eletrônicos.

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▪ Reduz a resistência de isolamento de equipamentos e circuitos,


principalmente em se tratando de água salgada.

▪ Pode originar acidentes se, sob a forma de jato sólido, for


dirigida sobre o pessoal a curta distância, principalmente se
atingir o rosto.

▪ Se dirigida sobre equipamentos elétricos energizados, pode


causar choque elétrico ao pessoal que guarnece a mangueira.

- ESPUMA

▪ Sendo condutora de eletricidade, pode causar acidentes se


utilizada contra equipamentos elétricos energizados.

▪ Reduz a resistência de isolamento de equipamentos e circuitos


elétricos e eletrônicos.

▪ Alguns tipos possuem propriedades corrosivas sobre diversos


materiais.

▪ Produz irritação na pele e, principalmente, nos olhos.

- CO2

▪ Pode causar acidentes por asfixia quando utilizado em


ambientes fechados e sem ventilação.

▪ Pode causar queimaduras na pele e principalmente nos olhos,


em face de sua baixa temperatura, se dirigido à curta distância
sobre o pessoal

- AGENTES EM PÓ

▪ Podem causar acidentes por asfixia quanto utilizados em


compartimentos fechados e sem ventilação.

▪ Podem dar origem a maus contatos e baixas de isolamento em


equipamentos elétricos e eletrônicos.

- HALON

▪ Os agentes halogenados apresentam baixa toxidez quando


armazenados em condições normais, ditadas pelos fabricantes.

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▪ O Halon 1301, numa concentração entre 5 a 7%, não surtirá


efeito danoso a uma exposição de até cinco minutos. Em uma
concentração entre 7 a 10% por um período de um minuto,
alguns sintomas se fazem notar, como perda da coordenação
motora e redução da acuidade mental sem, contudo, incapacitar
a pessoa. Para concentração acima de 10%, durante um minuto
de exposição, a pessoa ficará totalmente incapacitada. Se o
período for maior que um minuto, ocorrerá o desmaio e
possivelmente a morte.

▪ Para o Halon 1211, em uma concentração de até 4%, é


aceitável a permanência por cinco minutos no máximo. Em
concentração de 4 a 5%, o máximo aceitável é um minuto de
permanência. Acima de 5%, é recomendável evitar qualquer
contato ou exposição ao agente. Se alguma pessoa sofre os
efeitos de ter respirado o Halon, deve ser removida para local
de ar fresco até que uma pessoa qualificada dê o devido socorro
médico.

▪ Quando o incêndio é extinto por um agente qualquer derivado


de hidrocarbonetos halogenados, alguns cuidados devem ser
tomados pois, além dos subprodutos comuns oriundos da
combustão, o Halon se decompõe a 500º C (900ºF) formando
diversos elementos tóxicos, entre os quais ácido clorídrico,
ácido fluorídrico e ácido bromídrico. Estes subprodutos são
altamente nocivos à vida humana, podendo causar a morte
quase instantaneamente. Portanto, sabendo-se que o Halon foi
utilizado para extinguir incêndio em um compartimento, para
se efetuar a reentrada, será obrigatoriamente necessário o uso
de um equipamento, autônomo de respiração, observando-se
um tempo mínimo de quinze minutos após ter sido comprovada
a extinção do incêndio pela redução da temperatura no
compartimento.

20. EXTINTORES PORTÁTEIS

20.1 - GENERALIDADES

Extintores portáteis são equipamentos destinados ao combate


a princípios de incêndios. O grau de proteção que oferecem não equivale ao
das instalações fixas e automáticas, mas, se empregados adequadamente, são
eficientes em extinguir o fogo em seus momentos iniciais.

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O emprego de extintores portáteis para debelar princípios de


incêndios nunca deve protelar a convocação de recursos de maior vulto, uma
vez que, caso o combate com equipamento portátil fracassar, já estarão em
andamento providências para fazer chegar ao local recursos de maior porte,
permitindo combater o incêndio antes que ele atinja grandes proporções.

São muitos os tipos de extintores portáteis. As variações que


apresentam entre si prendem-se, principalmente, às diferenças entre agentes
extintores e ao propelente utilizado. Os agentes extintores, logicamente, são
determinados em função da classe de incêndio a que se destina o
equipamento.

Os agentes extintores mais utilizados nos extintores portáteis


são:

▪ Água
▪ Espuma
▪ Dióxido de carbono (CO2)
▪ Bicarbonato de sódio
▪ Halon

20.2 - EXTINTORES DE ÁGUA PRESSURIZADA

Princípio:

O elemento extintor é a água que age através do resfriamento


do material em combustão. O propelente é um gás (CO2, N2)

O extintor poderá ser de dois tipos, a saber: pressão


permanente ou pressurizado e pressurização indireta.

Tipo Pressão Permanente:

No cilindro o agente (H2O) está sob pressão do propelente


(CO2, N2) tendo o seu acionamento e descarga controlados por meio de
válvula de fechamento.

USO - Remover o extintor do suporte, suspendendo-o pela


alça inferior. Retirar, a seguir, o pino de segurança e pressionar o gatilho
dirigindo o jato para a base das chamas. Após extinto o fogo, dirigir o jato
sobre o material ainda incandescente até encharcá-lo.

Tipo Pressurização Indireta

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Junto ao cilindro existe uma ampola do propelente sob


pressão, esta ampola deverá liberar o gás propelente na hora da utilização
através da abertura do dispositivo da ampola. O gás é liberado e, sob pressão
do mesmo, a água é expulsa através do sifão e da mangueira.

Emprego: exclusivamente em incêndio CLASSE A.

20.3 - EXTINTORES DE ESPUMA

Princípio:

O elemento extintor é a espuma que age primeiramente com


ação de abafamento e, posteriormente, com ação de resfriamento do material
em combustão.

O propelente é o CO2.

ESPUMA MECÂNICA:

O cilindro contém uma solução de liquido gerador de espuma


(LGE) o agente propulsor quando liberado irá promover a formação de
espuma.

USO - Remova o extintor do suporte, aproxime-se do foco do


incêndio com o extintor em posição normal (na vertical),segure o mangote e
dirija o jato em direção às paredes do recipiente, permitindo que a espuma
espalhe e cubra a superfície inflamada.

Quando for usar em líquidos espalhados, o operador deverá


procurar ter cuidado para que a espuma lançada não venha a espalhar o fogo.

Emprego: em incêndios CLASSE B.

20.4 - EXTINTORES DE CO2 (DIÓXIDO DE CARBONO)

Principio:

O CO2 é um material não condutor que atua sobre o fogo pela


exclusão de oxigênio, tendo, também, uma pequena ação de resfriamento.

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O extintor consiste de um cilindro de aço sem costura, no qual


o CO2 permanece liqüefeito sob pressão. Ao ser acionado a válvula, o CO2
passa por um sifão atingindo a válvula e posteriormente o esguicho.

USO - Remova o extintor do suporte, retire o pino de


segurança do gatilho da válvula, em seguida pressione-o que a alavanca
comandará a válvula de descarga. Em quase todos os tipos de incêndios a
descarga deverá ser dirigida para a base das chamas e, após sua extinção,
deve ser mantido o jato para coibir a reignição.

Emprego: são recomendados para incêndios CLASSES B e C.

20.5 - EXTINTORES DE PÓ QUÍMICO SECO (PQS)

Princípio:

O agente extintor forma, inicialmente, uma nuvem de pó


sobre a chama que visa a exclusão do oxigênio. Posteriormente são acrescidos
à nuvem o CO2 e o vapor d'água (H2O) devido a queima do pó. O agente
extintor pode ser o bicarbonato de sódio ou o bicarbonato de potássio e como
propelente emprega-se CO2 ou N2.

Podem ser de dois tipos: com pressurização direta ou


pressurizado e com pressurização indireta

Com Pressurização Direta

Nesse tipo de extintor, o agente extintor encontra-se sob


pressão de um gás propulsor. No topo do cilindro há uma válvula dotada com
manômetro através da qual é liberado o agente extintor.

USO - Retira-se o extintor do suporte, retira-se a trava ou pino


de segurança do gatilho, empunha-se a mangueira e direciona-se o jato para a
base do fogo movimentando-se o esguicho rapidamente de um lado para o
outro.

Com Pressurização Indireta

Este tipo consta de dois cilindros. O agente propelente é


confinado no cilindro menor onde há uma válvula que, quando acionada,
submete o agente extintor contido no cilindro maior a uma pressão de
trabalho. Pressionando-se a válvula há a liberação do agente extintor.

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Emprego: é recomendado para uso em incêndios CLASSES B


e C.

20.6 - EXTINTORES A HALON

Os extintores a Halon utilizam basicamente dois tipos de


agentes extintores:

▪ Halon 1211 e
▪ Halon 1301

USO - São operados à semelhança dos extintores a CO2. O


jato deve ser dirigido para a base das chamas. Em incêndios de líquidos
inflamáveis, em recipientes, o jato deve ser orientado contra a parede oposta,
sobre as chamas. Logo que possível, o operador deve direcionar o jato em
torno do fogo, a fim de cobrir a maior área durante o período de descarga do
extintor.

Emprego: são recomendados para incêndios das CLASSES B


e C.

São particularmente empregados em incêndios de


equipamentos eletrônicos, por não deixarem resíduos.

20.7 - EXTINTORES A PÓ SECO (PARA METAIS COMBUSTÍVEIS)

Estes extintores são comumente conhecidos como extintores


de "pó seco". O agente e o método da aplicação dependem do tipo e
quantidade.

O pó mais comumente empregado é o MET-L-X (cloreto de


sódio com fosfato tricálcio e metal estearato). O pó não é toxico, não é
combustível, não é abrasivo e não conduz eletricidade. Geralmente o
propelente é o dióxido de carbono. O pó forma uma camada sólida, impedindo
o contato do oxigênio com as chamas, extinguindo por abafamento. É
importante que a camada sólida não seja partida, o que iria permitir entrada de
oxigênio e conseqüente intensificação das chamas. O pó tem características de
aderir em superfícies quentes, envolvendo perfis irregulares e fundidos. Os
extintores que contém o MET-L-X são indicados para incêndios que
envolvem sódio, potássio, ligas de sódio-potássio e magnésio.

USO - Quando da aproximação de um incêndio, abrir


totalmente o esguicho e lançar o pó sobre o metal incendiado. À medida que

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as chamas diminuírem de intensidade, reduzir a pressão no esguicho e manter


o jato sobre a área incendiada.

Emprego: utilizado em incêndio da CLASSE D.

20.8 - IDENTIFICAÇÃO DOS EXTINTORES PORTÁTEIS

A
Extintores utilizados em incêndios CLASSE A são
identificados por meio de um Triângulo Verde contendo a letra A.

B
Extintores utilizados em incêndios CLASSE B são
identificados por meio de um quadrado Vermelho contendo a letra B.

C
Extintores utilizados em incêndios CLASSE C são
identificados por meio de um Círculo Azul contendo a letra C.

D
Extintores utilizados em incêndios CLASSE D são
identificados por meio de uma Estrela Amarela de Cinco Pontas contendo a
letra D.

20.9 - INSTALAÇÃO E SINALIZAÇÃO DE EXTINTORES

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Os locais para instalação de extintores de incêndio portáteis


devem ser estratégicos da fábrica, local de trabalho ou residência. Estes locais
devem permitir que os sinais que indicam a sua localização permaneçam
visíveis e deve-se manter livres de materiais e ou equipamentos, facilitando o
seu acesso.

A sinalização vertical consiste basicamente em pintar um


circulo ou uma seta interna de vermelho e na borda de amarelo, onde
internamente deve constar o número telefônico do corpo de bombeiros local -
193.

A área livre sob o extintor deve ser pintada de vermelho e


manter-se sempre desobstruída

Como medida de ordem prática, deve-se instalar os extintores


de modo que o seu topo esteja a uma altura coerente com a estatura média dos
usuários.

O CBM-MA adotou - h=1,80m


A NR-23 - h=1,60m

Os extintores instalados externamente devem ser protegidos


das intempéries e da incidência direta dos raios solares.

20.10 - INSPEÇÃO DOS EXTINTORES

A - OBJETIVO - Verificar se os aparelhos estão em perfeitas condições de


operação, isto é, se estão carregados, desobstruídos e livres de
danos que impeçam o seu funcionamento.

O valor das inspeções reside na frequência, regularidade e


técnica com que são concluídas. Por medida de prevenção, os
aparelhos devem ser inspecionados mensalmente.

B - PROCEDIMENTOS BÁSICOS

1) Verificar se todos os aparelhos estão nos seus devidos


lugares, desobstruídos;

2) Verificar se as sinalizações estão em bom estado,


permitindo uma fácil identificação;

3) Verificação dos lacres, quanto a adulteração;

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4) Nível de Pressurização dos aparelhos;

5) Estado físico do aparelho, mangueira, difusores, gatilhos,


válvulas, manômetros e cilindros, procurando identificar
qualquer avaria decorrente de pancadas, etc.

C - MEDIDAS CORRETIVAS - Todas as vezes que forem observadas


irregularidades, os extintores devem ser recolhidos para
manutenção, tendo-se o cuidado de deixar outro aparelho do
mesmo tipo e capacidade no local.

D - MEDIDAS DE CONTROLE - Todo aparelho deverá ter ficha de controle


individual de acordo com o preconizado na NR-23 e possuir
etiqueta de identificação indicando data da recarga e o nº de
identificação do extintor.

Os cilindros dos extintores de PQS e CO2 devem ser pesados


semestralmente. Se a perda de peso for maior que 10% do peso original,
deverá ser providenciada a sua recarga.

Os extintores tipo espuma deverão ser recarregados


anualmente.

- OBSERVAÇÕES GERAIS

▪ Os extintores que utilizam substâncias químicas,


mormente sob pressão, devem ser testados hidrostaticamente em intervalos
regulares ou quando o extintor mostrar ação da corrosão ou avarias mecânicas.

Extintores que apresentam sinais de corrosão, deformações no


cilindro, ou que tenham sido reforçados por meio de solda ou outro processo
mecânico, devem ser substituídos por novos extintores já testados
hidrostaticamente.

▪ Os extintores portáteis, que utilizam agentes em estado


gasoso ou em pó, podem ser ineficazes se empregados ao ar livre sob
condições de vento forte.

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20.11 - CAPACIDADES DOS EXTINTORES

TIPO PORTÁTIL CARRETA

ÁGUA 10 lts 75, 150 lts

ESPUMA 10 lts 75, 150 lts

PQS 1,2,4,6,8,12 kgs 20,30,50,70,100,150 kgs

CO2 2,4,6, kgs 10,12,25,45 kgs

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