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TCC Joeld Oliveira de Lima
TCC Joeld Oliveira de Lima
BELÉM/PA
2023
JOELD OLIVEIRA DE LIMA
BELÉM/PA
2023
JOELD OLIVEIRA DE LIMA
CONCEITO: _____________________________
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________________
Orientadora: Prof.ª Msc. Alexandra Rodrigues
Universidade da Amazônia – UNAMA
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Prof.
Universidade da Amazônia – UNAMA
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Profº
Universidade da Amazônia – UNAMA
BELÉM/PA
2023
AGRADECIMENTOS
RESUMO
Este artigo tem como objetivo discutir o fenômeno da pirataria e seu uso como meio de acesso
à cultura no Brasil, observando seu processo histórico e cultural. Além disso, serão definidos
os aspectos legais relacionados ao tema, discutindo assim a cultura da pirataria e seu impacto
no acesso à cultura. Será realizada uma análise da dualidade criada entre os criadores de
conteúdos audiovisuais e os consumidores de conteúdos de formas não oficiais, abordando
aspectos do direito civil e penal relacionados à proteção da propriedade intelectual de
produtores do meio audiovisual. para atingir o objetivo deste artigo, o procedimento
bibliográfico documental com objetivo descritivo e método hipotético dedutivo com finalidade
básica estratégica e abordagem mista dos dados a serem elencados neste artigo. comprovando
a hipótese que a pirataria e a sua criminalização causam um impacto na democratização do
acesso à cultura no Brasil.
_____________________
¹Acadêmico do Curso de Bacharel de Direito, da Universidade da Amazônia – UNAMA.
²Professora Mestra do Curso de Direito, da Universidade da Amazônia – UNAMA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 7
CONCLUSÃO.........................................................................................................................25
REFERÊNCIAS......................................................................................................................27
INTRODUÇÃO
Além disso, a discussão sobre o consumo não oficial de produtos audiovisuais tornou-
se prioritária para o governo, em resposta à crescente demanda de produtores de conteúdo e
detentores de propriedade intelectual, que buscam proteger seus direitos. Este artigo tem como
objetivo analisar essa conduta social por parte do consumidor hipossuficiente de baixa renda,
que não possui outros meios acessíveis para consumir esses conteúdos sem comprometer sua
subsistência e a de sua família. Pretende-se também discutir a relação entre a pirataria, os
indivíduos e como a criminalização dessa prática impacta a democratização do acesso à cultura
desses grupos.
“O direito autoral é um método de tutela legal que tem como principal objetivo o de
assegurar que a criação intelectual seja devidamente reconhecida e remunerada. Dessa
forma, visa a garantir que seus responsáveis possam, diante dos incentivos morais
derivados do reconhecimento de sua autoria e econômicos derivados da exploração
comercial de sua obra, permanecer a produzir” (BRANCO, 2006, p. 36).
Observa-se que para Branco (2006), o direito autoral é uma forma do autor reivindicar
o direito de deter a exclusividade do uso de sua propriedade e sua remuneração em face de
terceiros que essa segurança também serve como uma segurança artística que com o com a
devida proteção, estimula o produtor de bens artísticos a confeccionar mais obras devido a
segurança jurídica promovida pela lei direitos autorais. Essa proteção encontra-se na Lei nº
9.279/1996, conhecida como Lei de Propriedade Industrial (LPI), que define as propriedades
protegidas das quais: propriedade industrial e a propriedade intelectual o se confunde com o de
propriedade intelectual e industrial pois ambas vieram da mesma evolução histórica no que
tange a proteção de bens intelectuais, cabe ressaltar que essa proteção do direito autoral está
presente na Constituição Federal artigo 5º, incisos XXVII e XXVIII:
Inerente a essa lógica, para o direito penal, surge a categorização do crime, no que tange a
proteção do bem jurídico tutelado e sua violação que já fora definido neste artigo, visa a
proteção desse bem e prever a punição pelo o descumprimento dessa proteção:
“CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL:
Violação de direito autoral
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
§ 1o Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto
ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução
ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante,
do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa”. (BRASIL,1940)
Sendo assim, é evidente que cabe um interesse dos autores das obras na proteção desse
bem, entretanto, a dicotomia criada no contexto da pirataria praticada pelo grupo em pesquisa,
a população hipossuficiente, evidencia-se a importância do estudo do impacto que a
criminalização da pirataria causa no processo de democratização do acesso à cultura desse
grupo pois o acesso à cultura é um direito de fundamental importância, pois a arte e a cultura
têm a capacidade de realçar o melhor da condição humana e o acesso a ela torna os indivíduos
mais assíduos e atentos às transformações sociais e criando pessoas ávidas a buscar uma
subjetiva “evolução pessoal”, sendo a força motriz para diversas mudanças de expectativas de
pessoas hipossuficientes que veem a arte como uma forma de fugir das alienações e do futuro
incerto seu contexto pode oferecer.
Esse pensamento surge devido a inúmeros motivos, sendo os principais, como resposta
para: a desigualdade tecnológica, desigualdade social, a falta de incentivo ao acesso a conteúdo
e o alto custo dos modelos oficiais de acesso a esses conteúdos, causados pela hiperinflação ou
elementos políticos, tais como a reserva de mercado implementada nos anos 80.
No momento em que surge essa demanda pelo consumo de novas tecnologias de mídia
e o Brasil não possui meios de se produzir esses tipos de produtos, o mercado cinza e a pirataria
solucionaram em partes esse problema, apresentando uma maneira mais barata de se consumir
os produtos audiovisuais no território nacional, no que tange essa questão é importante frisar:
“Todo mundo pode ser lançado na moda do consumo; todo mundo pode desejar ser um
consumidor e aproveitar as oportunidades que esse modo de vida oferece. Mas nem
todo mundo pode ser um consumidor. Desejar não basta; para tornar o desejo realmente
desejável e assim extrair prazer do desejo, deve-se ter uma esperança racional de chegar
mais perto do objeto desejado” (BAUMAN, 1999, p. 94).
No enxerto, o autor observa que nem todos podem consumir algo que está na moda, isso
pode ser por fatores econômicos ou tecnológicos e a pirataria surge como a alternativa a sanar
essa demanda de consumo que surge que outrora era inalcançável. Cabe ressaltar que, nesse
contexto, a pirataria já vinha sendo incentivada pelo próprio governo com o argumento
protecionista defendido ao instalar a política de reserva de mercado Lei n. 7.232, de 29 de
outubro de 1984, a Lei de informática. As indústrias tecnológicas nacionais recebiam
incentivos para a confecção de “clones” de consoles de videogames, microcomputadores e
aparelhos de reprodução de mídias físicas de audiovisual, onde era comum a prática engenharia
reversa por empresas nacionais e se produzindo produtos baseados nessas tecnologias, através
do contrabando (um tipo de contrabando institucionalizado) sem que houvessem pagamentos
de royalties às empresas fabricantes (SILVEIRA,2022), inerente a esse contexto cabe citar:
“Há que se encontrar um ponto de equilíbrio entre a necessária proteção dos direitos
autorais e a necessidade de socialização do conhecimento, também direito
fundamental.”
É necessário ressaltar que as obras artísticas mesmo sendo propriedade intelectual tem
como centro a natureza cultural e nesse aspecto uma certa função social que deve ser exercida
mesmo com a vontade do seu criador no que tange a busca por remuneração, após a criação de
sua obra ela possui um caráter público não só de divulgação mas como uma necessidade de
acesso ela se torna uma obrigação a fim que se garanta a devida democratização do acesso à
cultura toda a população é necessário uma solução a fim de se amenizar essa problemática.
_____________________
¹ [Entrevista cedida a] Fabio Amato.TV Globo, Brasília, setembro. 2023. Disponível em: link.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/09/13/dino-diz-que-combate-a-pirataria-e-uma-das-prioridades-do-
ministerio-da-justica.ghtml Acesso em: 28/10/2023.
2. A PIRATARIA NO CONTEXTO ATUAL
Assim, o artigo pretende contribuir para a ciência, testando hipóteses que poderiam
apresentar soluções ao problema, caracterizando-se como uma pesquisa básica estratégica.
Entretanto, esse cenário, que em seu início era caracterizado por uma relativa
democratização no acesso a produtos audiovisuais devido a um certo "monopólio benéfico" de
sites como o Netflix, o primeiro, maior² e mais famoso a surgir, que detinha em seu catálogo
uma grande variedade de títulos a preços acessíveis, viu surgir uma nova parcela de um novo
mercado a explorar. Isso levou à criação de inúmeras outras plataformas de streaming cada vez
mais segmentadas por estúdios ou produtoras, e agora cada uma tem sua própria plataforma,
tornando assim muito oneroso para o consumidor hipossuficiente o acesso a todos os conteúdos
conforme ressalva The Conversation (2021) “Mas à medida que o mercado de streaming se
desenvolve, a perda de agregação de conteúdos parece estar a levar de volta à pirataria.” como
também alega Sandvine (2021), onde:
Nesse sentido, é evidente que se cria uma nova demanda de consumo de um mercado
que mais uma vez não engloba uma parcela da população hipossuficiente que vê a pirataria
como forma de participar desse novo contexto onde se é possível acessar o conteúdo assim que
ele é disponibilizado pelos meios digitais evidenciando mais uma vez o caráter democratizador
da pirataria no consumo de obras audiovisuais.
Essa evolução tecnológica não é tão nova, o advento da internet possibilitou a pirataria
em meios digitais desde seus primórdios o que foi se atualizando e renovando para o que temos
nos dias atuais. Sendo assim, as plataformas de streaming causam também uma grande
transformação na forma de consumo de produtos não oficiais alavancando mais a pirataria
digital, como Leandro Kovacs define esse novo modo de consumo: “[...] a pirataria digital é a
comercialização ou distribuição de conteúdos digitais que possuam direitos intelectuais –
copyright– ou mesmo que não sejam digitais em sua origem, mas utilizem meios digitais para
a prática do ato ilícito.”
É necessário entender que, nesse processo, outrora realizado por meio de cópias físicas
e hoje através da quebra de sistemas de segurança de sites dessas plataformas por hackers, que
conseguem o conteúdo ao invadir os sites oficiais de streaming por demanda. Dessa forma,
_____________________
² CANALTECH. Netflix e Spotify dominam o mercado de streaming pelo celular no Brasil. Disponível em:
https://canaltech.com.br/apps/netflix-e-spotify-dominam-o-mercado-de-streaming-pelo-celular-no-brasil-
252010/. Acesso em: 15 nov. 2023.
obtêm arquivos de excelente qualidade que são rapidamente difundidos em sites para download
ou assistir online. Só agora, em sites ilegais, a pirataria digital está se tornando quase impossível
de ser combatida, e medidas para amenizar essa conduta são desafiadoras.
Esse fato tem relação direta com o aumento do consumo de pirataria pois as políticas de
constante aumento de preço movidos pela inflação no cenário pós pandêmico além de novas
políticas como a proibição de compartilhamento de senhas acarretam na diminuição de
assinantes de acordo com uma matéria recente, a Netflix perdeu quase 1 milhão de assinantes
devido esses praticas, (Tecnoblog, 2022). isso acaba resultando no comportamento do usuário
que não conseguem mais ou não veem mais atrativo a manutenção da assinatura comparado a
possibilidade de pirataria.
Inerente a essa lógica cabe analisar o estudo realizado pela MUSO, empresa britânica
de consultoria e rastreamento antipirataria, que analisou durante oito meses, de janeiro a agosto
de 2022, o acesso a sites que oferecem conteúdos ilegais na internet e indicou o Brasil como o
5º maior consumidor de conteúdo ilegal na internet conforme pode-se ver abaixo:
Consumo de conteúdo ilegal na internet (MUSO,2022)
Ao analisar esses dados torna-se evidente que a cenário econômico pós pandemia
contribuiu para a saída dos consumidores de plataformas oficiais e o retorno ao acesso de
conteúdo audiovisual de maneira ilegal, evidenciado pela crescente demanda e acesso a
conteúdo que disponibilizam desse conteúdo de forma ilegal.
Somado a isso, o filme, ao sair em cartaz, enfrenta outro problema quando se trata da
logística e distribuição, pois, após a obsolescência das tecnologias e das mídias físicas (CD e
DVD) e a mínima distribuição das produções nacionais em plataformas de streaming, os filmes
nacionais por exemplo, após algum tempo, enfrentam a escassez de oferta ao público,
dificultando o acesso às produções. Sendo assim, evidencia-se que a pirataria atua nesse caso
como um efetivo meio fomentador dessas produções, solucionando esse problema de
distribuição.
Sendo assim, a pirataria do audiovisual é uma alternativa que vai de encontro a todas
essas problemáticas apresentadas, pois, devido ao seu acesso facilitado e acervo quase infinito
de conteúdos de extrema relevância, contribui para a democratização do acesso à cultura dessa
população e plataformas de streaming.
Após essa definição, realizou-se uma pesquisa bibliográfica afim determinar o fenômeno
da prática da pirataria no seu contexto histórico e como se tornou prática cultual e o
levantamento de suas possíveis causas e consequências evidenciando que a prática da pirataria
faz parta da cultura no contexto nacional.
Esse cenário perdurou pelos anos seguintes e com o advento da internet tornou-se mais
dinâmico e acessível e com as transformações tecnólogas e o fim de mídias físicas, a pirataria
assume outro patamar de relação no consumo de conteúdos audiovisuais.
A punição a essa forma de acesso causar danos irreparáveis a essa população causando
um impacto negativo no processo de construção social e cultural dos indivíduos pois o consumo
desse material artístico é de suma importância para a formação intitula dos consumidores além
dos laços afetivos criados entre o consumidor e a obra que provocam uma relação que pode
perdurar durante toda a vida do indivíduo.
Para a solução dessa problemática é necessário que haja uma dupla solução que
beneficie as partes dessa relação, como a criação de plataformas de streaming governamentais
com conteúdo de domínio público e priori, mas com a parceria com produtores de conteúdos
oferecendo títulos nacionais e internacionais, com acesso gratuito e com a devida divulgação
por parte do Governo. Outra prática pertinente seria a criação de vales cultura para a população
hipossuficiente com o intuito de se garantir a efetividade do fomento ao acesso à cultura no
Brasil.
CONCLUSÃO:
Desse modo, constatasse que depois da realização da pesquisa comprovasse que de fato
a relevância do tema é comprovada pois a pratica da pirataria vem se tornando um meio
extremamente democrático de acesso à cultura evidenciado relevância do tema evidencia-se
devido ao grande número de população hipossuficiente no brasil que utiliza desse meio como
forma de acesso à cultura no Brasil e o impacto que a criminalização do acesso à cultura causaria
para esses indivíduos que se comprovou pelos dados coletados na pesquisa
Para isso, foi definido como objetivos geral a investigação como a criminalização da
pirataria causa impactos a democratização do acesso à cultura no Brasil, com os objetivos
específicos descrever o fenômeno da pirataria como princípios históricos, legais, sociais e
culturais. Além de compreender atreves da pesquisa como a criminalização da pirataria impacta
o acesso à cultura no Brasil e analisar a relação da criminalização e a efetivação do acesso à
cultura e seus impactos negativos ao inviabilizar o acesso democrático de conteúdo dos
usuários.
Então, como ponto de partida definiu-se o problema de pesquisa: Como a criminalização
impacta a democratização do acesso à cultura que é promovida pela pirataria? E a partir da
pesquisa pode-se concluir que a crescente demanda em punir aqueles que acessam esse
conteúdo provocam danos ao acesso tanto pela via coercitiva em buscar mudar uma conduta
como também no caráter educacional pois as punições visam uma mudança para evitar novos
episódios de infrações, mas essas punições não resolvem a demanda desse grupo que utiliza da
pirataria como o principal meio de acesso à cultura. Com isso, conclui-se que a resposta do
problema de pesquisa foi satisfatória e solucionou o problema estipulado.
BITTAR, Carlos Alberto. Direito de Autor. 4. ed. São Paulo: Forense Universitária, 2004.
BRANCO, Sérgio. Direitos Autorais na Internet e o Uso de Obras Alheias. Rio de Janeiro.
DIAS. Thales Lordão. A proteção dos direitos autorais na internet. In: MARQUES, Jader;
[Entrevista cedida a] Fabio Amato.TV Globo, Brasília, setembro. 2023. Disponível em: link.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/09/13/dino-diz-que-combate-a-pirataria-e-uma-das-
prioridades-do-ministerio-da-justica.ghtml Acesso em: 28/10/2023.
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Disponível em: https://tecnoblog.net/noticias/2022/07/19/netflix-perde-quase-1-milhao-de-
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oi,assinantes%20dos%20%C3%BAltimos%2010%20anos. Acesso em: 15 nov. 2023.
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piracy. Disponível em: <https://theconversation.com/the-more-video-streaming-services-we-
get-the-more-well-turn-to-piracy-166090\>. Acesso em: 15 de novembro de 2023.
TIETZMANN, Roberto; FURINI, Liana Gross. Internet como meio de acesso a obras
cinematográficas: evidências da pirataria no filme? Deixa Ela Entrar? Verso e Reverso
(Unisinos. Online), 2014.
UBERTI, David. Coronavirus Lockdowns Lead to Surge in Digital Piracy. Wall Street
Journal, Data de publicação. Disponível em: https://www.wsj.com/articles/coronavirus-
lockdowns-lead-to-surge-in-digital-piracy-11587634202. Acesso em: 15 nov. 2023.