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SÃO PAULO
2023
GLAUCIA OURO GUEDES BARBOZA
SÃO PAULO
2023
FICHA CATALOGRÁFICA
1.1.
Barboza, Glaucia Ouro Guedes.
41f.
Prof.
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - USJT
Prof.
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - USJT
Prof.
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - USJT
DEDICATÓRIA
Primeiramente, quero expressar minha profunda gratidão a Deus por me dar força
e sabedoria para concluir este trabalho.
Agradeço a meu marido e filho pelo amor, incentivo e apoio incondicionais durante
todo o processo de pesquisa e escrita, que estiveram ao meu lado em todos os
momentos, me encorajando, motivando e me ajudando a superar os desafios.
Obrigada por serem minha fonte de inspiração e por tornar minha vida mais completa
e feliz. Sem vocês, este trabalho não seria possível.
Também gostaria de agradecer à minha família - meu pai, mãe e irmãs - por
sempre acreditarem em mim e me encorajarem a perseguir com meus objetivos
acadêmicos e profissionais. Seus conselhos e apoio foram fundamentais para minha
formação e conclusão deste trabalho.
Agradeço aos meus amigos e familiares que me apoiaram e torceram por mim
durante toda a minha trajetória acadêmica. Vocês são minha base sólida e meu porto
seguro.
Por fim, expresso minha gratidão a todos os professores, colegas e amigos que
me apoiaram e ajudaram ao longo deste processo. Este trabalho é dedicado a todos
vocês, que de alguma forma contribuíram para minha jornada acadêmica e
crescimento pessoal e profissional. Que este trabalho possa ser um pequeno retorno
do muito que recebi de vocês. Muito obrigada!
“A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a liberdade do
ser humano. ” (João Paulo II, papa da Igreja Católica Apostólica Romana)
RESUMO
Amidst the growing recognition of the crime of marital rape before public and judicial
bodies, but the lack of population information, I decided to prepare a work on this topic,
in the hope that more and more people know about the present topic and know that
this it's the reality of many marriages out there. Although we think that marriage is an
act of partnership, complicity, love and loyalty, it is not limited to that alone, and there
are cases that sex is required as a way of maintaining the relationship and in many
cases, unfortunately, there is the so-called marital rape. In the present work, there will
be guidelines on feminism and the need for it, patriarchy and why we have a low
number of complaints about such a crime, linking to the fact of the social understanding
of marriage as a sexual contract, completely nullifying the idea of “my body, my rules".
That won't be possible, at least not while you're in a marriage where sex becomes a
marital obligation or debt.
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 38
INTRODUÇÃO
Na atualidade, diversas vertentes lutam por direitos femininos que, não fosse o
sistema patriarcal reproduzido ao longo dos séculos, jamais chegaria a ser uma
necessidade de proporções tão absurdas.
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A reprodução até então não tinha ligação com os homens, e acreditava-se que
a concepção era na verdade um presente do universo. Apenas quando houve
consciência da participação dos homens na reprodução, paralelamente ao momento
no qual estes se tornaram sedentários, é que se deu início aos ideais patriarcais.
Enquanto isso, machos caçadores ágeis e rápidos nem conhecem seu papel
na fertilidade. Ele saiu em busca de comida, deixando as mulheres e seus filhos no
acampamento.
Entre 2000 a.C. e 1400 a.C. As relações sexuais entre pais e filhos e entre
irmãos são proibidas. A monogamia tem a ver com a submissão de um gênero a outro.
No Império brasileiro, o adultério era punido pelo Código Penal de 1830, no qual a
esposa adúltera era condenada a um a três anos de prisão, e a infidelidade conjugal
era vista como uma afronta aos direitos do marido e um insulto ao cônjuge traído.
Assim, a culpa e a punição por crimes passionais não são avaliadas com base
no crime em si, mas sim na natureza ou sexualidade do ofensor e da vítima. A defesa
está tentando provar que essas pessoas não podem ser responsabilizadas pelos
crimes. Com tais medidas, o homicídio de mulheres passa a ser entendido como crime
passional.
Assédio sexual
Exploração sexual
Tráfico de pessoas
Com previsão no Art. 215 do Código Penal, está disposição quanto o crime de
estupro:
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Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém,
mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação
de vontade da vítima:
Importunação sexual
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o
objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais
grave.
Em todos os casos, é importante não tomar banho antes do exame, pois pode
impedir a coleta de algumas provas importantes para investigação e posterior
processo criminal. As mulheres podem trocar de roupa, mas também é importante
guardar como prova as roupas e itens usados no crime (por exemplo, o DNA do
infrator pode ser coletado dessas roupas).
Art. 128.
[...]
O estupro, considerado crime hediondo, possui uma das penas mais rigorosas
entre os crimes abrangidos pela legislação brasileira, tanto em sua tentativa quanto
em sua consumação.
O estupro marital pode ser conceituado pelo estupro praticado por parceiro
(namorado, marido, noivo ou outro tipo de relação íntima existente), e tem sua
consumação quando as relações sexuais tidas ocorrem sob coerção ou mediante
força do companheiro.
estupro: o marido não pode ser acusado de estuprar a esposa, pois o Código Civil traz
o resultado do casamento: o serviço social.
Para eles, isso significa que o casal tem a obrigação de manter uma relação
sexual, no que diz respeito à obrigação conjugal; portanto, em caso de recusa indevida
de uma mulher, o marido pode forçá-la a praticar ato sexual sem responder ao crime
de estupro, abrangido pela excludente de ilicitude do exercício regular de direito.
Embora essa Lei tenha sido criada para nos proteger, a Lei só foi criada por um
caso de violência doméstica contra uma mulher chamada Maria da Penha, e por esse
motivo, tem essa nomenclatura.
No ano de 1983, Marco tentou assassiná-la com um tiro nas costas, o que
ocasionou a paraplegia e começou a utilizar a cadeira de rodas. Na época, seu marido
disse que o tiro foi desferido por assaltantes. Meses após o ocorrido, Marco tentou
novamente assassiná-la, dessa vez, empurrando a sua cadeira de rodas debaixo do
chuveiro, com a intenção de eletrocutá-la.
A Lei Maria da Penha expõe a violência sexual, em seu art. 7º, inciso III, como
sendo:
Como decidiu esta Corte em situação fática similar a dos autos, "... Para
configurar a incidência da Lei Maria da Penha, não é necessário que agressor
e agredida tenham vínculo sanguíneo ou relação afetiva, bastando, para
tanto, que este se valha do ambiente doméstico para efetivar a agressão. No
caso, a partir dos dados até então coligidos, tem-se que se trata de vítima
mulher, com ofensor do sexo masculino, que integravam o mesmo ambiente
familiar (eram cunhados e vizinhos), razão por que há a incidência da Lei
Maria da Penha. Competência da Vara Criminal..."
A violência contra a mulher pode ser considerada uma doença social provocada
por uma sociedade que privilegia as relações patriarcais marcadas pela dominação
do sexo masculino sobre o feminino (TELES E MELO, 2003, p.114).
Vale destacar um assunto que às vezes é polêmico, a mulher que optou pela
opção sexual diferente da que é tradicional, essa não perde a proteção penal, ela não
precisa ser titulada mãe, esposa ou namorada para estar amparada pela lei, basta ser
do sexo feminino. Semelhantemente o agressor não pode usar sua opção sexual para
se isentar do crime.
Saindo dos conceitos e das etapas para que se conseguisse tal feito, é
necessário elencar que também existe violência dentro dessas uniões, uma vez que
toda e qualquer relação interpessoal está sujeita a isso.
Art. 2º
[...]
Art. 5º
E caso dentro desta família haja violência, ameaça, abuso ou qualquer outro
tipo de agressão, será válida a aplicabilidade da lei.
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Art. 225
Ou seja, ainda que a vítima ou seu representante legal não levem o caso à
autoridade pública, o Ministério Público terá o dever de investigar a conduta
praticada e se o caso, oferecer a denúncia contra o agressor.
Art. 226
A pena é aumentada:
Para dar uma maior efetividade a proteção da mulher que é vítima da violência
doméstica, o legislador elencou medidas protetivas de urgência. Essas medidas não
têm natureza de pena, mas sim natureza civil que intervém no âmbito penal, cível,
administrativo e na punição da violência doméstica.
Art. 22
Essa medida foi instalada porque o legislador se preocupou pelo fato da arma
poderia estimular o agressor a agredir a integridade física da vítima de alguma
determinada situação de violência doméstica. Para que haja o desarmamento do
agressor, somente é possível de um pedido da própria vítima a uma medida protetiva
e é necessário que o agressor possua a posse da arma com o devido registro na
Polícia Federal, e caso a posse não esteja legalizada, o agressor responderá pelo
crime dos artigos 12, 14 ou 16 do Estatuto do Desarmamento, por estar violando os
dispositivos legais.
Sobre essas determinadas condutas que a lei cita é os acessos a vítima e aos
familiares e das testemunhas, firmando uma distância mínima entre o agressor e
proibi-lo de manter contato com a ofendida e proibir de frequentar determinados
lugares com o fim de preservar a integridade física e psicológica da vítima. Será
determinada pelo juiz essa conduta do agressor não se aproximar da ofendida, nem
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Essa conduta é necessária porque a vítima, após ter sofrido a violência pode
continuar mantendo algum tipo de relação com o agressor, que poderá ser seguida
de mais violência e ameaças, não só a vítima, mas também aos seus próximos, como
família e testemunhas que presenciou a violência, pois mesmo com a medida protetiva
imposta, o agressor pode perseguir a vítima em outros locais que a vítima possa estar.
O legislador visou a proteção da vítima, dos familiares e das testemunhas. O que fica
imposto para o agressor é somente a não aproximação da vítima e não os lugares que
devem ser evitados, pois assim seria possível infringir a tal imposição. O legislador
criou uma outra conduta que é a proibição de contato com a vítima, familiares e
testemunhas.
O juiz deverá apontar quais são esses locais que o agressor está impedido de
frequentar, pois caso não seja apontado, o agressor terá livre movimentação,
demonstrando constrangimento ilegal e liberdade de locomoção. Restrição ou
Suspensão de visitas aos dependentes menores. A maioria das agressões acontece
no ambiente familiar e são assistidas pelos seus filhos, tanto menor de idade,
dependentes ou até maiores de idade. Diante desse problema, a legislação
possibilitou que o juiz restringe ou suspenda o direito de os agressores visitarem os
filhos menores que são dependentes.
Para que haja restrição e limitação, o legislador prevê que deve ser ouvida uma
equipe de atendimento multidisciplinar, pois há alguns casos que apesar do menor ter
presenciado a violência, o agressor poderá manter contato normalmente com os
menores pois é garantido que não irá ser prejudicial.
O Código Civil em seu artigo 1694 conceitua alimento como “a prestação devida
para satisfação das necessidades pessoais daquele que não pode provê-las pelo
trabalho próprio”. Nesse sentido, o autor caracteriza: Em sentido amplo, os alimentos
devem compreender as necessidades vitais da pessoa, cujo objetivo é a manutenção
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Sua fixação deve ser feita dentro do binômio necessidade de quem os pleiteia
versus possibilidade de quem os deve prestar, ou nos termos do Código Civil “na
proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada” (art.
1694, §1º) (LIMA, 2014, p.934).
O autor Pedro Rui da Fontoura Porto (2009, p.95) esclarece sobre alimentos
provisórios:
Essas medidas estão previstas nos artigos 23 e 24 da Lei Maria da Penha, que
mencionam quais são as medidas protetivas de urgência a ofendida.
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
Nesse inciso, a vítima pode se afastar do lar sem colocar em detrimento seus
direitos aos seus bens, patrimônios, guarda dos filhos e os alimentos.
O autor Pedro Porto (2009, p.98) salienta que só será possível o afastamento
do lar se houver alguma notícia da prática ou risco concreto de algum crime que
certamente irá justificar o afastamento, não apenas como mero capricho da vítima,
pois se sabe que muitas vezes o afastamento do varão extrapolará os prejuízos a sua
pessoa. Separação de corpos. Durante o processo de separação de corpos, a vítima
pode requerer a medida do inciso III, o afastamento do lar, enquanto não houver
finalizado a ação de anulação ou dissolução do casamento, aqui compreende também
a união estável.
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como forma de vingança, por isso são revogados para que ele não represente mais a
vítima nos negócios.
A Lei Maria da Penha, além de abrigar o âmbito penal, também abrange o ilícito
cível. Sendo assim, a lei atribui um pagamento com título de indenização que tenha
reconhecimento no âmbito cível proposta pela ofendida e que obriga a prestação
dessa caução pelo agressor. Essa caução tem o objetivo de preservar e assegurar
uma futura demanda por parte da vítima diante do juízo cível relacionado à violência
doméstica sofrida e relacionada também as medidas protetivas sobre o patrimônio.
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CONCLUSÃO
As condições de violência até hoje enfrentadas por muitas mulheres nada mais
são que o resultado da construção de uma sociedade que beira o machismo e segue
os ideais patriarcais desde seus primórdios.
Foi necessário que a figura feminina lutasse, desde muito antes do início da
aplicação das leis, por seu espaço, liberdade e dignidade, estes que foram e ainda
são constantemente e repetidamente violados seja sexualmente, seja dentro do
ambiente de trabalho ou nos direitos políticos.
O advento da Lei Maria da Penha é, sem sombra de dúvidas, uma das mais
importantes conquistas femininas na atualidade e não há nada mais justo que sua
aplicação se estenda à todas as mulheres, sejam elas transgênero, transexuais ou
cisgênero.
Por outro lado, os homens, por mais que não possuam consigo a consciência
do crime, em seu íntimo sabem que o que estão fazendo não é correto pois, ao
empregar força para obter vantagem sexual sobre sua companheira, deve-se presumir
que há algo de fato errado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CALE, Não se. CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL. Não se Cale. Disponível
em: https://www.naosecale.ms.gov.br/crimes-contra-a-dignidade-sexual/. Acesso em:
01 de março de 2023.
https://www1.tjrs.jus.br/site_php/consulta/download/exibe_documento_att.php?nume
ro_processo=70058141292&ano=2014&codigo=68732. Acesso em 12 de abril de
2023.
SANTOS, João Luiz Miguel Ferreira dos. ESTUPRO MARITAL SOB A ÓTICA DO
ORDENAMENTO JURÍDICO. Âmbito Jurídico, 2019. Disponível em:
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/180/estupro-marital-sob-a-otica-do-
ordenamento-juridico/. Acesso em 12 de abril de 2023.