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SÃO PAULO
1
VINICIUS CRUZ SANTOS
SÃO PAULO
2022
2
Santos, Vinicius.
3
VINICIUS CRUZ SANTOS
_________________________________________________
_________________________________________________
5
AGRADECIMENTOS
Expresso minha gratidão ao meus pais, Roberta Mattos Cruz dos Santos e Claudio
Roberto dos Santos, que sempre me incentivaram, apoiaram e acreditaram em mim. Gostaria
também de agradecer a Isabelle Silva Rodrigues, que sempre esteve disponível e disposta a
me ajudar.
Ao Orientador(a) Prof. Adriana Preti , que me orientou com sabedoria
6
"Princípio moral é a fundação da lei." ( Ronald Dworkin, 2010)
7
RESUMO
O seguinte trabalho abordará leis e termos relacionados à proteção intelectual do músico,
através do direito autoral. Será explicado sua natureza jurídica e histórica, sua relação com o
direito conexo e quais situações cada um deve abordar e por fim, será falado sobre o registro,
o qual foi baseado na lei o artigo 18 da Lei 9.610/98 e no § 1º do art. 17 da Lei nº 5.988, de
14 de dezembro de 1973. Além do mais, poderá ser compreendido sobre o uso das
plataformas digitais, a influência do streaming na mesma e como isso transformou a
sociedade, será viável encontrar uma pesquisa própria, a qual foi desenvolvida para obter um
melhor entendimento sobre o streaming. Correlacionado a isso será possível observar o que é
o plágio e o que é a pirataria, e a interferência dos mesmos para a sociedade. Em suma, o
trabalho possui o objetivo principal de entender como é a relação dos músicos e quais são os
seus devidos direitos.
8
ABSTRACT
The following work will address laws and terms related to the intellectual protection of the
musician, through copyright. It will be explained its legal nature and history, its relationship
with related rights and which situations each one should address and finally, it will be spoken
about the registration, which was based on the law in Article 18 of Law 9610/98 and in § 1 of
Article 17 of Law No. 5988 of 14 December 1973. Furthermore, in order to understand the
use of digital platforms, the influence of streaming on it, and how it has transformed society, it
will be possible to find one's own research, which was developed to obtain a better
understanding of streaming. Correlated to this, it will be possible to observe what plagiarism
and piracy are, and their interference in society. In short, the work has the main objective of
understanding how the relationship of musicians and what are their rights.
9
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Você escuta música todos os dias?...………………………..……………………21
Gráfico 2 - Quais situações você escuta música?..………………………………..…………22
Gráfico 3 - Por quais meios você escuta? ……………………………………………...……22
Gráfico 4 - Frequência de compra de produtos piratas...……………………..………...……30
10
LISTA DE SIGLAS
CD - Disco compacto/compact disc
LDA - Lei de Direitos Autorais
ECAD - Escritório Central de Arrecadação e Distribuição
Abramus - Associação Brasileira de Música e Artes
STJ - Sistema Tribunal de Justiça
ABPD - Associação Brasileira dos Produtores de Discos
Amar - Associação de Músicos,Arranjadores e Regentes
Assim - Associação de Intérpretes e Músicos
Sbacem - Sociedade Brasileira de Autores Compositores Escritores Música
Sicam - Sociedade Independente de Compositores e Autores Musicais
Socinpro - Sociedade Brasileira de Administração e Proteção de Direitos Intelectuais
UBC - UNião Brasileira de Compositores
11
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO……………………………………………………………………………... 13
3.PLATAFORMAS DIGITAIS………………………………………………………………... 21
3.1 STREAMING………………………………………………………………………….. 22
3.1.1 Divisão das plataformas digitais…………………………………………………… 23
3.1.2 Escritório central de arrecadação e distribuição…………………………………….. 24
3.2.OS LIMITES DA LEI DO DIREITO AUTORAL NO STREAMING …………………….. 26
4. PLÁGIO……………………………………………………………………………………. 27
4.1. ORIGEM DO TERMO………………………………………………………………… 27
4.2.NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ……………………………………………………… 28
4.3.“SAMPLE”…………………………………………………………………………….. 30
5.PIRATARIA………………………………………………………………………………… 31
5.1. CONCEITO HISTÓRICO……………………………………………………………… 31
5.2 DECLÍNIO EM RAZÃO DO STREAMING…………………………………………….. 32
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………………………………….. 33
7. REFERÊNCIAS……………………………………………………………………………. 34
12
1.INTRODUÇÃO
1
Música é revelação mais sublime do que toda sabedoria e filosofia.
FRASES, Ludwig Van Beethoven. Disponivel em: https://citacoes.in/autores/ludwig-van-beethoven/
2
CAVALIERI FILHO, Sergio. Direito Autoral e Responsabilidade Civil. Disponível em: <
https://www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revista13/revista13_43.pdf > Acesso em 07: de
novembro de 2022.
13
obras que são ideias ou conceitos de outros, e foram replicados sem os devidos créditos que
são nomeados como plágio, propagação, venda ou até mesmo apropriação de uma criação
sem a devida autorização e legitimidade que é nomeado popularmente de pirataria moderna.
Diante desses aspectos podemos compreender e perceber o valor da música e da
indústria fonográfica - rede de distribuição e consumo de música gravada - e seus avanços e
adaptações ao mundo o qual vivemos. Perante tantos avanços, a forma de consumo tem
mudado e expandido seus meios, fato esse que gerou a necessidade de abordagem de uma
nova perspectiva, levando como fundamentação e fundamentos o ordenamento jurídico.
Portanto, com os focos norteadores já apontados veremos por meios de levantamentos
bibliográficos com fulcro na lei do direito autoral, as relações da área jurídica com a indústria
fonográfica e a criação musical, na era digital3, buscando exemplos em jurisprudências e
abordando a leitura.
2.DIREITO AUTORAL
6
WACHOWICZ, Marcos. Direito Autoral. Disponível em:
<https://www.gedai.com.br/wp-content/uploads/2014/07/artigo_marcoswachowicz_direitoautoral_6-1.pdf>.Aces
so em: 15 de novembro de 2022.
7
VIEIRA, Alexandre Pires. Direito Autoral na Sociedade Digital. Disponível em: <
https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=uIlbEAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT4&dq=direito+autoral
&ots=q_Gdq7QmQW&sig=cwRi_A3XSmfSZ5DoR4HLlKcGrJc#v=onepage&q=direito%20autoral&f=false >
Acesso em: 07 de novembro de 2022.
8
COPYRIGHT e direitos: a lei. COPYRIGHT, 2022. Disponível em:
<https://copyright.com.br/Direito-Autoral-Direito-Legal.html>.Acesso em: 16 de novembro de 2022.
15
Revolução Francesa um decreto sobre o Direito Autoral foi aprovado em 1791, sancionando o
direito de execução e reprodução e em 1793 a garantia do autor de exclusiva reprodução.
Em âmbito nacional a proteção ao autor era dada em conjunto com a lei abordada na
Europa, e mesmo após a declaração de Independência foi mantido o sistema de privilégios a
impressão, sendo abolido somente com a Proclamação da República. Todavia com o
privilegiamento de uma Lei Imperial onde foi instituído em Olinda, Pernambuco e na capital
de São Paulo, um artigo que garantiu a proteção de 10 (dez) anos a todas obras textuais
produzidas aos denominados “lentes”9.
9
Professor catedrático (no Brasil também denominado professor titular) é a categoria mais elevada da carreira
docente universitária em Portugal e no Brasil, respectivamente. Antigamente, era chamado de lente (do termo
latino legente, "que lê").
10
.BRASIL. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre os Direitos Autorais e as garantias do autor.
Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610>. . Acesso em: 5 de novembro de 2022.
16
V - comunicação ao público - ato mediante o qual a obra é colocada ao
alcance do público, por qualquer meio ou procedimento e que não consista na
distribuição de exemplares;
VIII - obra:
b) anônima - quando não se indica o nome do autor, por sua vontade ou por
ser desconhecido;
Tais condições são aplicáveis à Lei de proteção ao direito autoral, visando a proteção do
autor, e de sua criação.
Ao que se relaciona ao Direito Patrimonial, a proteção dada ao autor, sob o uso
exclusivo de sua obra, sendo dependente de sua autorização a reprodução, edição e qualquer
outro meio de uso de terceiros sobre seu domínio. Com fulcro ainda na LDA11, a obra moral
do autor possui a proteção por toda sua vida e após a morte, por mais setenta anos12. vejamos:
11
BRASIL. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre os Direitos Autorais e as garantias do autor.
Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610>. . Acesso em: 5 de novembro de 2022 .
12
ALVES, Isabela de Sena Passau. Inciso XXVII - Direito Autoral. Artigo quinto, 2019. Disponível em:
<https://www.politize.com.br/artigo-5/direito-autoral/ >.Acesso em 07 de novembro de 2022.
17
Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados
de 1° de janeiro do ano subseqüente ao de seu falecimento, obedecida a ordem
sucessória da lei civil.
Parágrafo único. Aplica-se às obras póstumas o prazo de proteção a que alude o
caput deste artigo.
Art. 42. Quando a obra literária, artística ou científica realizada em co-autoria
for indivisível, o prazo previsto no artigo anterior será contado da morte do último
dos co-autores sobreviventes.
Parágrafo único. Acrescer-se-ão aos dos sobreviventes os direitos do co-autor
que falecer sem sucessores.
Art. 43. Será de setenta anos o prazo de proteção aos direitos patrimoniais
sobre as obras anônimas ou pseudomonas, contado de 1° de janeiro do ano
imediatamente posterior ao da primeira publicação.
Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto no art. 41 e seu parágrafo único,
sempre que o autor se der a conhecer antes do termo do prazo previsto no caput deste
artigo.
“Art. 45. Além das obras em relação às quais decorreu o prazo de proteção aos
direitos patrimoniais, pertencem ao domínio público:
I - as de autores falecidos que não tenham deixado sucessores;
II - as de autor desconhecido, ressalvada a proteção legal aos conhecimentos
étnicos e tradicionais.”
Todavia, como toda legislação se não respeitada segue de punições com base penal, o
direito autoral não se isenta deste fato. O Código Penal sendo o norteador das penas e ao
direito autoral se cabe o artigo 184:
13
BRASIL. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre os Direitos Autorais e as garantias do autor.
Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610>. . Acesso em: 7 de novembro de 2022.
18
§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de lucro direto ou
indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta,
tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido
com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do
direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra
intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de
quem os represente.
14
BRASIL. Lei nº 10.695, de 1 de julho de 2003. Dispõe sobre A Violação aos Direitos Autorais e as devidas
penas cabíveis . Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.695.htm >. Acesso em: 16
de novembro de 2022.
15
Avanço tecnológico provoca novas discussões sobre direito autoral. Disponivel em:
<https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-antigas/2017/2017-11-12_08-00_Avanco-tec
nologico-provoca-novas-discussoes-sobre-direito-autoral.aspx>
19
2.3 DIREITO CONEXO
2.4 REGISTRO
Art. 17. Para segurança de seus direitos, o autor da obra intelectual poderá
registrá-La, conforme sua natureza, na Biblioteca Nacional, na Escola de
Música, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
no Instituto Nacional do Cinema, ou no Conselho Federal de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia.
16
Eboli, João Carlos de. “Os Direitos Conexos”. Disponível em:
<https://core.ac.uk/download/pdf/211925998.pdf> .Página 2
17
BRASIL. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre os Direitos Autorais e as garantias do autor.
Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610>. . Acesso em: 7 de novembro de 2022.
18
LEI Nº 5.988, Planalto do Governo. Disponivel em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5988.htm#art17%C2%A71>. >.Acesso em: 15 de novembro de
2022
20
dê a autoria. A prova de anterioridade19 se trata do registro, sendo ele em órgão público ou em
órgão privado. Para possuir sua validade presumida se faz indeclinável a comprovação da data
e do conteúdo criado visível no registro, de modo válido.
3.PLATAFORMAS DIGITAIS
A música sempre esteve presente na história da raça humana, porém em uma forma
presente e nunca transmitida até o desenvolvimento de meios de propagação como o
gramofone20, até que o rádio foi inventado e a música conseguiu impactar e ser propagada não
somente de uma forma presencial e em um número limitado de pessoas.
Com o decorrer dos anos, novos veículos transmissores foram criados, assim como os
discos de Vinil, seguidos pelos CD´s , aparelhos móveis como o mp321 até ao que
conhecemos hoje, os streamings.
E assim, foi perceptível a transição do mercado de música do meio analógico para os
meios digitais, isso se decorreu também a partir do surgimento dos computadores e
consequentemente o acesso a internet obteve um expressivo aumento e é partir deste momento
em que o meio digital começa a ganhar mais espaço e começa a ser reconhecimento
globalmente.
O mercado digital iniciou-se nos anos 80 com a produção de CD, porém alcançou um
mercado consistente apenas nos 90, dado que nesta mesma época ele se tornou o principal
meio de consumo de música.
Este mercado tomou uma proporção que não era esperada na época e o mesmo
tornou-se um produto substituto de seus anteriores (vinil e a fita cassete). Seu desempenho foi
melhor e obteve resultados mais positivos, pois estavam entrando em um mercado com uma
19
Disponível em:Prova de Anterioridade. < https://avctoris.com/prova-de-anterioridade/>
20
O gramofone é uma invenção do alemão Emil Berliner de 1887, que servia para reproduzir som gravado
utilizando um disco plano. É um disco giratório coberto com cera, goma laca, vinil, cobre, entre outros onde são
gravadas por uma agulha, as vibrações de um som emitido e afunilado em uma corneta, interligada a uma lâmina
(membrana) que sustenta a agulha.
21
MPEG 1 Layer-3 e se trata de uma forma de compreensão de áudio.
21
demanda elevada, porém com pouca oferta, e por ser um produto com preços mais atrativos a
sociedade acatou com facilidade este novo formato.
Na década de 90 com a chegada do MP3, a digitalização da indústria fonográfica dava
seus primeiros passos. Com o desempenho do avanço da sociedade, e da tecnologia, o
desenvolvimento alcançou a indústria fonográfica através da digitalização dos telefones
móveis, onde a acessibilidade foi crescendo e cada vez mais eram capazes de mais funções, e
uma dessas foi a reprodução de músicas através de aplicativos, onde ocorreu a substituição do
meio analogico para o digital.22
3.1 STREAMING
Em 1990 o Real Audio foi lançado pela empresa Progressive Network e foi o que
obteve destaque com streaming voltado para a música, porém a transmissão de som era
extremamente prejudicada, dado que os arquivos utilizados eram muito compactos e faziam
que com o som saísse prejudicado e consequentemente com baixa qualidade. Com o avanço
da música de digitais, em 2008 o iTunes Music Store se tornou o maior distribuidor de música
nos Estados Unidos..
No passar dos anos esse novo meio digital veio ganhando cada vez mais espaço no
mundo, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD) em 2014 as
vendas físicas reduziram em 8,1%, enquanto as receitas da área digital aumentaram em 6,9%.
Atualmente o mercado digital representa 54% e só no Brasil o consumo de música por meio
do streaming cresceu 46%.
Para compreender melhor a influência do streaming na vida das pessoas, foi
desenvolvida uma pesquisa quantitativa, com ela foi possível obter 37 respondentes, a faixa
etária que apresentou maior destaque é entre 18 a 24 anos (75,7%), sendo 56,8% do gênero
feminino e 43,2% masculino. Vide gráfico 1, é possível identificar de 94,6% dos respondentes
escutam música todos os dias e a grande maioria escuta no carro e/ou arrumando a casa e/ou o
quarto e por fim 71,4% utiliza o Spotify como a plataforma de streaming, vide gráfico 2 e 3.
22
A evolução do armazenamento de música. Disponivel em:
<https://www.tecmundo.com.br/infografico/30658-a-evolucao-do-armazenamento-de-musicas-infografico-.htm>
22
Fonte: Própria
Gráfico 2: Quais situações você escuta música?
Fonte: Própria
Gráfico 3: Por quais meios você escuta ?
Fonte: Própria
23
Dito isso, cabe destacar que o uso do streaming seja pago ou gratuito, por se tratar de
não apenas de um arquivo, oferece uma gama muito maior de acessibilidade, gerando a
comodidade de inúmeros conteúdos e obras em uma só plataforma.
Esclarecido pelo relator que, conforme a Lei 9.610/98, não se faz relevante a
configuração do local para frequência coletiva, a quantidade de pessoas no ambiente de
execução musical. “O que caracteriza a execução pública de obra musical pela internet é a sua
disponibilização decorrente da transmissão em si considerada, tendo em vista o potencial
alcance de número indeterminado de pessoas”, afirmou o relator (REsp 1.559.264).
O direito autoral sob a Lei 9.610/98, possui duas divisões: os direitos do autor
propriamente dito e os direitos conexos. O primeiro relaciona-se com os criadores de
determinada criação, já o segundo tange os produtores, ou seja, não necessariamente aquele
pessoa que criou, mas que possuem extrema importância para a implementação da ação.
Segundo a Associação Brasileira de Música e Artes, o salário em relação a essas
pessoas responsáveis por gravarem músicas sempre foi um impasse, dado que: dois terços são
de direitos autorais, um terço é de direitos conexos e desse um terço 41,7% vai para o
23
BRASIL. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre os Direitos Autorais e as garantias do autor.
Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610>. . Acesso em: 7 de novembro de 2022.
24
intérprete, 41,7% para o produtor e 16,6% para os músicos24. E com o avanço da tecnologia e
a facilidade da sociedade em obter acesso à ela, fez com que as vendas de CD tivessem uma
forte retração. Outra consequência, foi a elevação da desigualdade em relação à remuneração
dos músicos e isso se destacou ainda mais com a ascensão das plataformas de streaming e
cada vez mais o direito autoral vêm tendo um papel protagonista.
As taxas pagas por essas plataformas são extremamente baixas, segundo a Digital
Music News e The Trichordist em 2019, a Apple Music paga uma taxa por stream de US$
0,007, enquanto o Deezer e o Spotify possui taxas menores e por fim o YouTube paga US$
0,00069. Ou seja, para que seja atingido o valor de um salário mínimo seria necessário uma
média de 470.000 streams na Apple Music e cerca de 5.000.000 de visualizações no YouTube
(Broad Band Choice, 2020)25.
Outro fator que possui interferências nesta questão, é que o Escritório Central de
Arrecadação e Distribuição, não reconhece o streaming como um meio de reprodução de
fonogramas, com base no artigo 43 do Regulamento de Distribuição.
24
O papel de cada um no fonograma (ISRC). Disponivel em:
<https://www.abramus.org.br/noticias/10438/o-papel-de-cada-um-no-fonograma-isrc/>
25
CLIFFORD, Dan. Sing for your supper. Broadband Choices, 2020. Disponível em :
<https://www.broadbandchoices.co.uk/features/sing-for-your-supper.>Acesso em: 10 de novembro de 2022.
25
os titulares de direitos de autor e conexos das execuções musicais identificadas
automaticamente originárias, exclusivamente, das planilhas de programação
fornecidas pelas emissoras ou da gravação simultânea, realizada pelo Ecad, das
rádios que transmitem sua programação via internet, na forma de Simulcast". (grifo
do autor) [6].
Com mérito pelo artigo 2º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, Lei
nº 4.657/4226, é que a Lei não pode ser alterada, e nem de vigência temporária, apenas uma
Lei feita pelo Poder Legislativo pode revogar uma Lei em vigor.
Todavia os streamings e os meios digitais que deveriam estar com fulcro na Lei dos
Direitos Autorais (nº 9.610/98), vem se auto regendo e trilhando domínios próprios, e a
legislação que deveria ser norteadora, se faz defasada no trato dos conflitos no mundo digital.
Um exemplo massivo dessa defasagem é a plataforma de compartilhamento de vídeos, o
Youtube. Que aos criadores de conteúdo de sua rede, dá a permissão de que os mesmos
decidam os limites de uso dos conteúdos criados e postados. Fazendo de tal forma sua própria
legislação de seu conteúdo autoral, ignorando a legislação brasileira de direitos autorais.
A Plataforma conta com o sistema de tecnologia nomeado de, Content ID27 ,
ferramenta essa de criação da plataforma para fazer uma varredura por toda plataforma
buscando infrações a direitos autorais, segundo padrões do próprio streaming, portanto,
qualquer conteúdo que viole, ou entre em desacordo com o "proprietário da obra” , que pode
ser utilizado apenas por grandes usuários, devido a grande infraestrutura por trás da
programação, poderá ter seu vídeo bloqueado ou a perda da monetização sendo passada para o
“dono da obra”, titular, sendo uma decisão totalmente unilateral.28
Isto é, alegando o pretexto de liberdade, o grande criador de conteúdo, seja música ou
qualquer outra obra (grandes empresas do ramo de entretenimento), aplica sobre o menor uma
imposição de interesse individual, tornando uma das plataformas mais acessadas do mundo
um lugar onde os direitos não de fato exercidos e de pouca liberdade.
26
BRASIL. Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942. Dispõe sobre a Lei de Introdução às normas do Direito
Brasileiro. . Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del4657.htm >
27
é um sistema de impressão digital desenvolvido pelo Google que é usado para identificar e gerenciar
facilmente o conteúdo protegido por direitos autorais no YouTube.
28
.DIREITO Autoral no Youtube: liberdade ou arbitrariedade? Vlex. Disponível em:
<https://app.vlex.com/#search/jurisdiction:BR/direito+autoral/p2/WW/vid/877126816>. Acesso em: 21 de
novembro de 2022.
26
O crescimento de decisões judiciais questionando e impedindo o poder da plataforma
de retirar da plataforma conteúdos que estão com base no artigo 4629 da Lei de Direitos
Autorais.
4. PLÁGIO
A ascensão da internet, e dos meios tecnológicos que estão presentes no
cotidiano, vem trazendo modificações ao cenário judiciário.
Pela vertente da facilidade da informação, esse avanço foi um benefício, e
gerou facilidade, porém sob outro enfoque facilitou o Plágio, em diversas áreas. As
cópias de construções, ideias, raciocínios e a apresentação como próprias foi
facilitado. E o seu crescimento exponencial com o decorrer dos anos.
Porém seu significado foi alterado no século XVIII e até hoje usamos esta derivação,
segundo Obdália Silva,31 o plágio nos dias atuais possui o significado de: “apropriação de
linguagem e de idéias do outro”. E, com base no Dicionário Jurídico, plágio é:
29
Artigo 46 da Lei nº 9.610. O que não constitui ofensa ao Direito Autoral.
30
KROKOSCZ,Marcelo. Outras Palavras para Autoria e Plágio. Grupo GEN, 2015. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522497331/. Acesso em: 20 de novembro de 2022.
31
SILVA, Obdália. Entre o plágio e a autoria: qual o papel da universidade?. Revista Brasileira de Educação,
2008. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbedu/a/PK7VSKjhMWTqCrsPQrVYTDb/?format=pdf &
lang=pt>.Acesso em: 10 de novembro de 2022.
32
PLÁGIO. Dicionário Legal Jurídico. Disponível em:
<https://direito.legal/dicionario-juridico/plagio-significado/>. Acesso em: 20 de novembro de 2022.
27
Em suma, plágio é a ação de utilizar e nomear algo que não é de sua posse e até
mesmo algo que não seja resultado de seu próprio intelecto e criatividade, ou seja, é um ato de
apropriação de algo alheio como se fosse sua própria criação. Vale ressaltar que desde o
século II a.C, até os dias atuais, isto foi um impasse e que sempre esteve presente no cotidiano
da sociedade, desde acusações mais simples, até as mais complexas.
Constituição Federal
“Art. 5º
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros
pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
35
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à
reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que
criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às
respectivas representações sindicais e associativas;”33
Código Penal
33
BRASIL. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre os Direitos Autorais e as garantias do autor.
Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610>. . Acesso em: 20 de novembro de 2022.
28
§ 3o Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante
cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita
ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em
um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a
demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização
expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou
executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa
§ 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se tratar
de exceção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos,
em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de
1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só
exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou
indireto. “34
A existência de uma ampla proteção sobre o autor impede o dano tanto moral quanto
patrimonial. O dano moral dado pela usurpação de sua criação, fazendo com que de certa
forma, sua paternidade, sobre sua criação fosse roubada, e os créditos morais de sua obra
dados a outrem. Os Danos Patrimoniais, devido aos recursos gastos pelo autor com a sua obra,
e o plagiador, tendo proveito monetário, o qual é devido ao autor real.
Um exemplo de plágio que ganhou notoriedade e se tornou conhecido, foi o caso do
cantor nacional Jorge Ben Jor e sua música “Taj Mahal” que foi plagiado pelo inglês, Rod
Stewart em sua música, “Do Ya Think I´m Sexy”. No caso o plágio ocorreu nos oito
compassos do refrão da obra original, que estão também na obra plagiária35.
Jorge Ben ingressou com uma ação sobre o plágio, o qual o julgamento foi favorável,
porém não conseguiu o lucro que lhe era devido, pois antes da decisão o inglês cedeu os
direitos da música ao Fundo das Nações Unidas, após um show beneficente na ONU
(Organização das Nações Unidas).
Outro exemplo, neste porém, o plágio foi evitado, foi na música “Dançarina” do Pedro
Sampaio, onde os primeiros compassos de harmonia e ritmo eram plagio da musica “Dieu
merci” do cantor francês Dadju, para evitar o plágio a autoria da composição da música
“Dançarina” foi dada também a Dadju.
34
BRASIL. Lei nº 10.695, de 1 de julho de 2003. Dispõe sobre A Violação aos Direitos Autorais e as devidas
penas cabíveis . Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.695.htm >. Acesso em: 16
de novembro de 2022.
35
ROCHA, Fabiola. Plágio como Violação do Direito do Autor. Disponível
em:<https://www.jfrj.jus.br/sites/default/files/revista-sjrj/arquivo/263-998-3-pb.pdf> Acesso em: 22 de
novembro de 2022.
29
4.3.“SAMPLE”
A música é composta por ritmo, harmonia e melodia. Todavia, com a modernização
dos meios de compor, a tecnologia possibilitou o começo de uso de "samples".
Com base no dicionário Priberam, plágio é: “ Pequeno trecho sonoro retirado de obras
musicais ou de outras gravações, para posterior reutilização numa nova obra musical.”
Os samples são pedaços de músicas já criadas que podem ser reutilizadas em outras
obras de outros artistas. Contudo, o ponto que o distingue do plágio, é que a autoria da canção
passa a ser do dono desse sample juntamente com o da obra a qual utiliza.
Em meados de 1940 com Pierre Henry e Pierre Schaeffer, criaram uma técnica
chamada Musique Concrété, que possui o significado de música concreta. A técnica se tratava
de uma reunião de diversas amostras de som, o que hoje conhecemos como sample e assim se
deu a sua criação.36
Com o passar dos anos a técnica sofreu diversas alterações e aprimoramentos devido
ao avanço tecnológico,e o surgimento de outros estilos musicais nos anos 70, como a música
eletrônica, o Rap e o Hip-Hop, que tornaram o uso do sample popular, e apenas na década de
90 consolidou-se. O Sample foi muito importante para a inovação da música e de seu
processo criativo, até mesmo para o uso de novos sons e ritmos, gerando infinitas
possibilidades, e também o crescimento do plágio.
O uso do sample devidamente autorizado e creditado não configura plágio, porém caso
não, configura.
Um exemplo de uso de sample não autorizado foi o da cantora Olivia Rodrigo em sua
música “Good for you”, que utilizou trechos da música “Misery Business” da Banda
Paramore, ou seja, sampleou a música sem autorização dos compositores, os quais não foram
creditados na música e não receberam os direitos autorais, e para evitar a acusação de plágio,
Olivia Rodrigo, fez a inclusão dos compositores (Hayley Williams e Josh Farro) nos créditos
e os lucros sobre 50% da música “Good for you.”37
Por outro lado, temos um exemplo nacional do artista, cantor Matue, que em seu
álbum "Máquina do Tempo”, sampleou a música da banda Charlie Brown Jr. “Como Tudo
Deve Ser”, porém, no início sem autorização, e por isso a música que utilizava o sampler não
36
TEIXEIRA, A. L. Música Eletroacústica – In Itinere. Revista UFG, Goiânia, v. 9, n. 1, 2017. Disponível em:
<https://revistas.ufg.br/revistaufg/article/view/48168>
37
CAMPOS, Vitória. Good 4 u: por que Paramore aparece nos créditos da música de Olivia Rodrigo?. Rolling
Stone, 2021. Disponível em:
<https://rollingstone.uol.com.br/musica/olivia-rodrigo-devera-dividir-arrecadacoes-de-good-4-u-com-banda-para
more/>.Acesso em: 20 de novembro de 2022.
30
estaria no álbum. Após conseguir a autorização dos compositores, a música que dá nome ao
álbum "Máquina do Tempo” possui o sampler e foi lançada com os compositores
devidamente creditados.38
5.PIRATARIA
Abordando sobre direitos autorais e quais meios de proteção são necessários para a
segurança e a garantia de seus direitos seguros, um grande adversário do autor e suas obras, e
não somente de ambos, mas também da indústria , é a pirataria.
38
OLIVEIRA, Bruno. Matuê samplea clássico do Charlie Brown Jr. em seu novo álbum “Máquina do Tempo”.
Rap 24 horas, 2020. Disponível
em:<https://rap24horas.com.br/2020/09/11/matue-samplea-classico-do-charlie-brown-jr-em-seu-novo-album-ma
quina-do-tempo/>. Acesso em: 20 de novembro de 2022.
31
gravação de um concerto ou uma transmissão gravada, ou a partir de sessões inéditas
de estúdio (KERNFELD, 2011: 125).”39
Todavia, esse ato ilícito sempre possuiu respaldo jurídico e foi combatido da maneira
mais viável. Contudo com o uso da internet a pirataria se transformou em um problema de
maior magnitude devido a programas como utorrent, napster, limewire, ares, 4shared e outros
que facilitaram o usuário online a criar uma nuvem de dados e mídias onde todos contribuem
e compartilham dados como, músicas, filmes, séries, e etc. Fato este que gerou o crescimento
em massa da pirataria e gerou crise na indústria fonográfica.
Segundo o Código Penal, no seu artigo nº 184. da Lei 10.695, de 1 de Julho de 2003,
vemos os crimes contra a propriedade intelectual, o qual a pirataria se encaixa, vejamos: “Art.
184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1
(um) ano, ou multa.”
Contudo, com a chegada do streaming e das plataformas online, não apenas na
indústria fonográfica, foi possível notar que a pirataria em âmbito nacional diminuiu, e entrou
em um decrescente, como podemos ver no gráfico 4.
Em suma, mesmo com essa perceptível decrescente, a Pirataria não foi paralisada e
muito menos extinta, todavia, o caminho sendo trilhado pela indústria fonográfica gera cada
vez mais a diminuição do acesso a essa ilegalidade, pela facilidade que foi gerada ao acesso às
obras originais.
39
.PAIVA, José. Da Pirataria ao Streaming: Discutindo Novas Relações entre Artistas e o Mercado
Fonográfico. Revista Geminis, 2017. Disponível em:
<https://www.revistageminis.ufscar.br/index.php/geminis/article/view/285/256> Acesso em: 20 de novembro de
2022.
32
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
33
7. REFERÊNCIAS
ALVES, Isabela de Sena Passau. Inciso XXVII - Direito Autoral. Artigo quinto, 2019.
Disponível em: <https://www.politize.com.br/artigo-5/direito-autoral/ >.Acesso em: 07 de
novembro de 2022.
BRASIL. Lei nº 10.695, de 1 de julho de 2003. Dispõe sobre A Violação aos Direitos
Autorais e as devidas penas cabíveis . Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.695.htm >. Acesso em: 16 de novembro
de 2022.
BRASIL. Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942. Dispõe sobre a Lei de Introdução às normas
do Direito Brasileiro.Planalto do Governo. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del4657.htm>. Acesso em: 19 de
novembro de 2022.
CAMPOS, Vitória. Good 4 u: por que Paramore aparece nos créditos da música de Olivia
Rodrigo?. Rolling Stone, 2021. Disponível em:
<https://rollingstone.uol.com.br/musica/olivia-rodrigo-devera-dividir-arrecadacoes-de-good-4
-u-com-banda-paramore/>.Acesso em: 20 de novembro de 2022.
CAVALIERI FILHO, Sergio. Direito Autoral e Responsabilidade Civil. Disponível em: <
https://www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revista13/revista13_43.pdf > Acesso
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CLIFFORD, Dan. Sing for your supper. Broadband Choices, 2020. Disponível em :
<https://www.broadbandchoices.co.uk/features/sing-for-your-supper.>Acesso em: 10 de
novembro de 2022.
34
DE PAIVA , José Eduardo Ribeiro. Da pirataria ao streaming: discutindo novas relações entre
artistas e o mercado fonográfico. Revista GEMINIS, São Carlos, UFSCar, v. 8, n. 1,
pp.115-125. Acesso em: 07 de novembro de 2022.
DUDZIAK, Elisabeth; FAUSTO, Sibele. Plágio: onde está e por que acontece?. ABCD USP,
2015. Disponível em: <https://www.aguia.usp.br/noticias/plagio/>.Acesso em 10 de
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“Máquina do Tempo”. Rap 24 horas, 2020. Disponível
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35
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https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=uIlbEAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT4&d
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36