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DIRETORIA ACADÊMICA
SERRA TALHADA
2022
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SERRA TALHADA
2022
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Sumário
1. Apresentação ....................................................................................................................4
2. Introdução ................................................................................................................ 5
3. Evento do dia 27/04/2022 ........................................................................................ 6
4. Evento do dia 28/04/2022 ........................................................................................ 8
5. Evento do dia 29/04/2022 ...................................................................................... 16
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1. apresentação
Os aspectos mais específicos sobre o evento podem ser acessados pelo site:
https://doity.com.br/viiiseminariodedireitoshumanosfis.
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2. Introdução
Ademais, formou-se a mesa de palestra que teve como mediador o Prof. Esp.
Manoel Arnóbio de Sousa e como palestrante Geovane Moraes que é Prof. de Direito
Penal, Processo Penal e Legislação Extravagante, Sócio Fundador do JUS21 Cursos
Online e do Provimento Recursos. A palestra teve início às 20:35 com o tema: O MITO
DO ENCARCERAMENTO EM MASSA NO BRASIL.
Para elucidar o primeiro ponto ele aborda algumas Fake News muito explanadas
no Brasil. A primeira delas é que o Brasil prende gente demais. Para conferir se essa
informação é verdadeira ou não – segundo ponto da palestra – ele apresenta um cálculo
para medir se o encarceramento é grande e que para tal é necessário ser levado em
consideração três coisas: 1 – a população total – no Brasil está próximo de 214 milhões
de pessoas, aproximadamente –; 2 – Se o sistema de justiça aceita a prisão cautelar,
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Assim sendo, nossos dados estatísticos são considerados normais por qualquer
critério internacional de avaliação de números de presos em relação à população.
Contudo, é importante destacar que existem Estados que são problemáticos no país, como
por exemplo, Pernambuco – que tem uma defasagem –, Ceará – tem muitas facções
criminosas –, Alagoas – não tem sistema prisional para regime semi-aberto –, e Bahia –
porque não consegue tirar os presos de medida provisória para preso de medida definitiva
–.
O segundo mito ou Fake News abordado por ele é que tem muito preso provisório
no Brasil. Segundo ele, essa informação é incorreta porque de acordo com o Conselho
Nacional de Justiça tem 345 mil presos definitivos no Brasil e mais ou menos 280 mil
presos provisórios. Em detrimento disso, o palestrante tece uma crítica à falas como “no
Brasil existem cerca de 80%, 90% de presos esperando julgamento”, pois essa realidade
não é verdadeira.
O terceiro mito é que no Brasil só está preso criminosos que cometeram pequenos
crimes. O palestrante demonstra que essa informação é errônea porque o Brasil é um dos
países do mundo que mais adotou medidas despenalizadoras. Além de ter um dos
melhores mecanismos que impedem o indivíduo preso em flagrante de adentrar o sistema
prisional – suspensão condicional do processo, acordo de não persecução que está no art.
28-A do pacote anticrime, transação penal, penas restritivas de direito em substituição das
penas privativas de liberdade –. Por conseguinte, estabelece que 83% dos apenados
receberam algum tipo de medida despenalizadora. Contudo, existem leis que não
permitem esse tipo de benefe, como a Lei Maria da Penha. Outrossim, apresenta que no
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Brasil o tipo de criminalidade que mais encarcera são os crimes tipificados na lei de
drogas.
O Brasil é um país que, em regra, para colocar um indivíduo em cárcere ele precisa
ser “aloprador”, ou seja, um criminoso grande, pois o Brasil não tem condições de
aprisionar pequenos criminosos. Frisa também que os brasileiros estão acostumados ao
direito penal da mídia que apresenta apenas algumas pequenas ações dentro de um
mecanismo muito maior. Ademais, explica que o sistema prende normalmente quem já
tem um grau de periculosidade maior para a coletividade e que temos uma série de
mecanismos para evitar o cárcere – para evitar que o flagrante seja convertido em prisão.
humano essencial para a vida. Contudo, para que ela chegue nas casas da população é
preciso estudos, cálculos, projetos, obras, dentre outros. Por isso o engenheiro civil
também é apto para ministrar esse tema.
Posteriormente, ela enfatiza que esse ano o tema central da ONU para o dia da
água – 22 de março – foi: “Águas subterrâneas: Tornando o invisível, visível”. Nesse
sentido, é notório que é um tema bastante importante e necessário de discussão. Em ato
contínuo, cita que em São José do Belmonte, cidade do interior do Pernambuco, existe
bacia sedimentar, e que quando se fura um poço do cristalino da rocha sedimentar, a água
encontrada é cristalina. Todavia, se for furado aqui na região semiárida do Nordeste em
outro local que não tenha ou seja uma bacia sedimentar a água encontrada será salobra.
Por isso, é importante o estudo das bacias sedimentares.
Dito isto, a palestrante explana que em 2006 foi feito um estudo para saber a
quantidade de poços no município. O resultado foi que havia 920 poços e que 100 deles
foram utilizados para criação do mapa de zoneamento do município. Contudo, a estiagem
está comprometendo as bacias do Nordeste, pois devido ao fato de que os mananciais
superficiais já estão em decadência e por isso não suprem mais a necessidade de água da
população a saída encontrada foi a perfuração de poços, porém, ela vem sendo feita de
maneira irregular e fora do limite. A professora cita que lençol subterrâneo de Belmonte
é conhecido como tábua de pirulito justamente pelo grande número de perfurações.
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Por conseguinte, a palestrante afirma que foram criadas leis que só ficaram no
papel, que foi feito campanha de incentivo a educação ambiental, campanha de
fiscalização, e a perfuração do munícipio está cada dia mais preocupante. Belmonte é um
local estratégico para a retirada de água de forma mais fácil em relação as outras bacias
sedimentares por fazer divisa com o estado da Paraíba e do Ceará. Assim, o objetivo deste
trabalho foi avaliar os instrumentos de gestão de Belmonte, verificando os níveis dos
poços em relação a 2006 e analisar as condições deles.
Essa lei que foi criada e mencionada acima definiu a vazão que cada poço tem que
tirar por dia naquela localidade e o órgão que é o responsável pelo gerenciamento dos
recursos hídricos do Pernambuco é a APAC – Agência Pernambucana de águas e clima.
Além dela existem outras normas que gerem os recursos hídricos, são elas: a lei 11.427
de 97 que dispõe sobre a conservação e a proteção das águas subterrâneas do Estado de
Pernambuco; a lei 12.984 da política estadual de recursos hídricos; e o sistema integrado
de gerenciamento de recursos hídricos – essa lei é muito importante para a gestão, pois
ela vai classificar os instrumentos de gestão, mapas, zoneamento potáveis,
enquadramento dos pés, outorga. Todos os documentos estão escritos nesta lei. Ademias,
para furar um poço é necessário ter a licença ou a outorga que são geridas pela resolução
nº 2, resolução nº 1 da CRH e tem a resolução nº 6 que dispõe sobre a exploração das
águas subterrâneas nas bacias sedimentares. A partir do estudo de 2006 foram escolhidos
mais de 100 Poços para a criação do mapa de saneamento potável de São José do
Belmonte. Os poços nessa área têm a vazão de 120m cúbicos por dia e a distância mínima
entre um poço e outro é de 500m.
Como conclusão da pesquisa ela nota que a falta de monitoramento causa exaustão
e que o lençol rebaixou cerca de 11 metros. Em vista disso, é necessário intensificar a
fiscalização no município e estudar as penalidades. Por fim, espera-se que esse plano de
ação traga benefícios ao município, buscando a conscientização da população, no sentido
de fazer o uso da água de forma sustentável.
O palestrante inicia falando que há uma grande diferença entre o que está na lei
de execução penal e o que consegue se fazer na prática dentro do ambiente carcerário.
Posteriormente, apresenta que o presídio do Serrotão em Campina Grande é um complexo
penitenciário que abriga 1.200 apenados, mas que foi projetado para 280, existindo,
portanto, uma discrepância. Menciona, ainda, que ao adentrar no sistema penitenciário
uma das primeiras coisas que impacta é justamente essa discrepância, pois a lei de
execução penal é uma das leis mais bem escritas do mundo e na prática não é bem assim.
Posteriormente, cita que o Serrotão é a quinta unidade prisional que vem a ser
diretor. Na primeira direção ele não acreditava em ressocialização e reinserção social,
porém com a experiência que ele obteve ao longo dos anos mudou a sua convicção. Nesse
sentido, atualmente é adepto da reinserção, pois o trabalho do sistema e da justiça é
reinserir, enquanto o trabalhado de ressocialização é algo que depende também da
população. Ademais, institui que dos 1.200 apenados, 200 estão envolvidos em projeto
de educação e 100 estão envolvidos em trabalho, ou seja, 300 estão envolvidos em
projetos de ressocialização, o que resulta em quase 30% da população carcerária
envolvida em projetos.
Por conseguinte, firma que o Estado é quem manda na unidade prisional, pois lá
existe uma grande disciplina. E é em detrimento desse nível de disciplina que é possível
que os policiais circulem em todas as unidades do presídio sem nenhum problema. É
importante destacar que a unidade é composta de 9 pavilhões. Além disso, enfatiza que é
inconcebível que se consiga exercer esse tipo de projeto sem que haja disciplina. E é após
essa disciplina que é possível a ressocialização ou reinserção.
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investigação, para poder traçar o perfil do apenado que está chegando na unidade
penitenciária. Cita um exemplo de um apenado que cometeu fraudes no sistema do INSS,
aposentando as pessoas sem ter idade e expõe que ele conseguiu fazer isso com maestria,
ou seja, é muito inteligente. Se uma pessoa dessas desse no seio da facção criminosa, vai
potencializar em desenvolver outras formas de crime dentro dessa facção criminosa.
Então essa triagem é importante para tentar separar esses apenados, pois se está deixando
de inserir um indivíduo com grande potencial dentro do seio da facção criminosa.
Continuando a exibição do vídeo, mostra que dentro do Serrotão tem uma padaria
que fabrica cerca de 6.000 pães por dias, fator que torna o presídio subsistente na questão
de fornecimento de pães para os apenados, ou seja, o Estado não precisa terceirizar esse
serviço. Além disso, essa padaria alimenta as quatro penitenciárias de Campina Grande.
A biblioteca, por sua vez, tem um projeto em que o preso pega o livro, leva para
dentro da cela, lê ele em até um mês e ao final do mês ele faz uma defesa oral, uma defesa
escrita e sendo aprovado ele tem 4 dias a menos de pena no mês.
O palestrante encerra falando que nem todo apenado tem condição de ser
reinserido, que é o que ocorre nos casos de pedófilos. Explica também que nos últimos
dois anos, dos que integravam esses projetos sociais na casa, só três retornaram, e nenhum
desses três foi por um novo crime, mas porque quebraram o regime semi-aberto, ou se
mudaram para outro estado, ou porque estavam sendo ameaçados de morte e preferiram
retornar a casa.
Sertão – FIS e que atende todas as outras instituições da região. Ademais, exprimiu as
principais normas vigentes dentro do Comitê de Ética: Resolução n°441 – que trata do
armazenamento de material biológico –; n° 466 – envolve todas as outras e versa sobre
os projetos –; n° 510/2016 – trata de todas as subjetividades na área de humanas e sociais
–; e a n° 580/2018 – usada em todos os estudos realizados no âmbito do SUS.
O Terceiro e último dia de evento se deu no dia 29 de abril, sexta-feira. Teve início
às 18:45h com o lançamento do livro “DIREITOS HUMANOS NA TRANSIÇÃO
PARADIGMÁTICA: a construção de pluriversalismo deconial”, escrito por Antonio de
Melo de Guerra Neto que é professor do curso de direito e coordenador da pós-graduação
em Direito da FIS. Após o lançamento da obra o autor elucidou um pouco sobre o livro
e informou que ele estava sendo vendido no evento para quem se interessasse e que estaria
também os autografando.
Em ato contínuo, foi formada a primeira mesa de palestras da noite que teve como
mediador o professor Ramon Henrique e como palestrante Manuel Maria Antunes de
Melo que é Mestre em Direito Processual Civil e Professor da Escola Superior da
Magistratura do Tribunal de Justiça da Paraíba; Juiz Residente da Corte Interamericana
de Direitos Humanos e Juiz Titular da 12ª Vara Cível da Comarca de João Pessoa/PB.
Além disso, contou também com a presença da Juíza de Direito Iêda Dantas. A palestra
teve como tema: O SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS
COMO FÓRUM DE PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DO HOMEM.
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Além disso, enfatizou que há uma proteção arquitetônica, composta por duas
estruturas: GLOBAL (capitaneada pela ONU), formando o tratado de direitos humanos
internacional – proteção externa –, como o Pacto Internacional de Direitos Civis e
Políticos de 1966 e o Pacto Internacional de Direito Social, Econômico e Cultural. No
que concerne a arquitetura REGIONAL, ele apresentou que existem três regiões: o
Sistema Interamericano de Direitos Humanos e Convenção Interamericana sobre Direitos
Humanos de 1969, o Sistema Europeu de Direitos Humanos, o Sistema Africano de
Direitos Humanos.
Relatou ainda que alguns casos do Brasil não chegaram a Corte Interamericana de
Direitos Humanos, e expões como exemplo o caso Maria da Penha, que foi resolvido a
partir da aceitação do estado brasileiro em cumprir as recomendações feitas pela
Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Todavia, quando o estado não aceita as
recomendações da Comissão, ela faz uma denúncia a Corte Interamericana de Direitos
Humanos, pois ela por si só não possui poderes institucionais ou jurisdicionais, ou seja,
suas decisões não são um título executivo perante uma autoridade brasileira. Destacou
também que, Estados Unidos, Canadá e Cuba, fazem parte da OEA, mas não se sujeitam
jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Entretanto, sujeitam-se as
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Por fim, concluiu a sua palestra afirmando que é necessário pensar a saúde sobre
um prisma equitativo, a fim de que seja garantido aos cidadãos toda a assistência possível.
Além disso, afirmou que o planejamento da gestão pública deve ser realizado a partir das
necessidades evidentes e pautadas pela população, uma vez que o pós-pandemia trará
efeitos que durarão por muito tempo.
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