Você está na página 1de 21

1

SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DE SERRA TALHADA

FACULDADE DE INTEGRAÇÃO DO SERTÃO – FIS

DIRETORIA ACADÊMICA

COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO

DEBORAH VIVIANE RODRIGUES

RELATÓRIO DE PALESTRAS TÉCNICAS DO VIII SEMINÁRIO DE


DIREITOS HUMANOS: DIREITOS HUMANOS, ONDE E PARA QUEM?

SERRA TALHADA
2022
2

DEBORAH VIVIANE RODRIGUES

RELATÓRIO DE PALESTRAS TÉCNICAS DO VIII SEMINÁRIO DE


DIREITOS HUMANOS: DIREITOS HUMANOS, ONDE E PARA QUEM?

Relatório das Palestras Técnicas proferidas nos


dias 27, 28 e 29 de abril de 2022, no VIII Seminário
de Direitos Humanos: Direitos Humanos, onde e
para quem?, na cidade de Serra Talhada – PE.
Trabalho elaborado como parte da avaliação da
Disciplina Direito do Trabalho I, ministrada pelo
Prof. Alexandre Hugo Pereira de Carvalho
Rodrigues do Curso de Direito da Faculdade de
Integração do Sertão.

SERRA TALHADA
2022
3

Sumário
1. Apresentação ....................................................................................................................4
2. Introdução ................................................................................................................ 5
3. Evento do dia 27/04/2022 ........................................................................................ 6
4. Evento do dia 28/04/2022 ........................................................................................ 8
5. Evento do dia 29/04/2022 ...................................................................................... 16
4

1. apresentação

O presente relatório trata da descrição da minha experiência enquanto ouvinte do


VIII Seminário de Direitos Humanos: Direitos Humanos, onde e para quem? realizado no
auditório da Faculdade de Integração do Sertão – FIS –, nos dias 27, 28 e 29 de abril de
2022.

A descrição do evento será dividida entre os dias da programação. Contudo, é


imperioso destacar que não se espera aqui reproduzir enfaticamente e nem completamente
todas as atividades que ocorreram durante a programação, mas sim apontar os pontos que
considero mais relevantes e que de alguma forma despertaram o meu interesse.

Os aspectos mais específicos sobre o evento podem ser acessados pelo site:
https://doity.com.br/viiiseminariodedireitoshumanosfis.
5

2. Introdução

Na entrada da faculdade havia uma fila para conseguir adentrar de forma


organizada no evento. Enquanto os participantes aguardavam na respectiva fila foi
realizado pelos voluntários do evento a entrega do material aos inscritos – uma pasta de
papel com folhas em branco para eventuais anotações e um impresso com a programação
do evento –, a inscrição daqueles que não a haviam feito previamente e a computação da
frequência dos ouvintes por meio de qr code para que os mesmos ao final do evento
consigam obter o certificado. Na entrada do auditório havia banners que versavam sobre
a cultura e história da cidade homenageada pelo evento – Triunfo - PE –, bem como a
distribuição de folhetos e informativos sobre a referida cidade. Além disso, no hall do
evento também se encontrava um conjunto de mesas para a aferição da frequência pelos
voluntários. O Auditório estava preparado com uma apresentação de slides com
fotografias e biografia semelhantes à encontrada no site do evento.
6

3. Evento do dia 27/04/2022

A abertura do evento ocorreu no dia 27 de abril, quarta-feira, às 19:25h com uma


apresentação realizada pelos caretas da cidade de Triunfo sobre a cultura e história deles.
Posteriormente, todos os indivíduos ali presentes ficaram em pé para ouvir o hino
nacional cantado pelo tenor Igor Alves. Em seguida, houve uma homenagem para a aluna
do 5º período de Direito que veio a óbito inesperadamente. Por conseguinte, o tenor Igor
Alves apresentou mais duas músicas, inclusive uma sobre Triunfo, e logo abriu espaço
para que fosse proferida uma poesia escrita por a ex aluna do curso de Direito da FIS e
triunfense Iêda Dantas que versava sobre a cultura da cidade homenageada. Após isso
houve o agradecimento da banca que foi composta pela Coordenação do NDHC, pela
Direção Acadêmica, pelas Coordenações e autoridades. Entre as falas deles, destaco a do
Prof. Esp. Manoel Arnóbio de Sousa, que proferiu que o intuito de homenagear e trazer a
cultura dos municípios da região do Pajeú é unir os mesmos e trazer as discussões dos
direitos humanos de acordo com a realidade em que vivemos. A mesa teve seu
encerramento às 20:31h.

Ademais, formou-se a mesa de palestra que teve como mediador o Prof. Esp.
Manoel Arnóbio de Sousa e como palestrante Geovane Moraes que é Prof. de Direito
Penal, Processo Penal e Legislação Extravagante, Sócio Fundador do JUS21 Cursos
Online e do Provimento Recursos. A palestra teve início às 20:35 com o tema: O MITO
DO ENCARCERAMENTO EM MASSA NO BRASIL.

O palestrante começa a sua apresentação citando que há mais ou menos 15 anos


ele fez parte da comissão de juristas que deram início aos estudos que levaram a reforma
da execução penal. Cita que há muitas histórias sobre o sistema prisional que não
condizem com a realidade e que para explicar melhor irá dividir a fala em dois pontos: 1
– o que é mito?; 2 – O que é verdade?.

Para elucidar o primeiro ponto ele aborda algumas Fake News muito explanadas
no Brasil. A primeira delas é que o Brasil prende gente demais. Para conferir se essa
informação é verdadeira ou não – segundo ponto da palestra – ele apresenta um cálculo
para medir se o encarceramento é grande e que para tal é necessário ser levado em
consideração três coisas: 1 – a população total – no Brasil está próximo de 214 milhões
de pessoas, aproximadamente –; 2 – Se o sistema de justiça aceita a prisão cautelar,
7

temporária, preventiva e definitiva – no caso do Brasil, sim; 3 – e o tipo de criminalidade


que é mais comum dentro do sistema de Justiça. O resultado desse cálculo é que o Brasil
tem 840 mil pessoas submetidas a algum tipo de tutela penal, o que não quer dizer que
são 840 mil pessoas encarceradas, e sim, que tem 840 mil pessoas dentro do sistema do
Conselho Nacional de Justiça- CNJ.

Esse número em proporção dá 0.34% da população brasileira. Quando comparado


com o rol dos países com as 10 maiores populações do mundo, o Brasil fica abaixo da
Média, pois a média é 0.41%. Já numa comparação dentro dos 222 países do mundo, sem
levar em consideração a população, o Brasil fica na 26ª colocação.

Assim sendo, nossos dados estatísticos são considerados normais por qualquer
critério internacional de avaliação de números de presos em relação à população.
Contudo, é importante destacar que existem Estados que são problemáticos no país, como
por exemplo, Pernambuco – que tem uma defasagem –, Ceará – tem muitas facções
criminosas –, Alagoas – não tem sistema prisional para regime semi-aberto –, e Bahia –
porque não consegue tirar os presos de medida provisória para preso de medida definitiva
–.

O segundo mito ou Fake News abordado por ele é que tem muito preso provisório
no Brasil. Segundo ele, essa informação é incorreta porque de acordo com o Conselho
Nacional de Justiça tem 345 mil presos definitivos no Brasil e mais ou menos 280 mil
presos provisórios. Em detrimento disso, o palestrante tece uma crítica à falas como “no
Brasil existem cerca de 80%, 90% de presos esperando julgamento”, pois essa realidade
não é verdadeira.

O terceiro mito é que no Brasil só está preso criminosos que cometeram pequenos
crimes. O palestrante demonstra que essa informação é errônea porque o Brasil é um dos
países do mundo que mais adotou medidas despenalizadoras. Além de ter um dos
melhores mecanismos que impedem o indivíduo preso em flagrante de adentrar o sistema
prisional – suspensão condicional do processo, acordo de não persecução que está no art.
28-A do pacote anticrime, transação penal, penas restritivas de direito em substituição das
penas privativas de liberdade –. Por conseguinte, estabelece que 83% dos apenados
receberam algum tipo de medida despenalizadora. Contudo, existem leis que não
permitem esse tipo de benefe, como a Lei Maria da Penha. Outrossim, apresenta que no
8

Brasil o tipo de criminalidade que mais encarcera são os crimes tipificados na lei de
drogas.

O Brasil é um país que, em regra, para colocar um indivíduo em cárcere ele precisa
ser “aloprador”, ou seja, um criminoso grande, pois o Brasil não tem condições de
aprisionar pequenos criminosos. Frisa também que os brasileiros estão acostumados ao
direito penal da mídia que apresenta apenas algumas pequenas ações dentro de um
mecanismo muito maior. Ademais, explica que o sistema prende normalmente quem já
tem um grau de periculosidade maior para a coletividade e que temos uma série de
mecanismos para evitar o cárcere – para evitar que o flagrante seja convertido em prisão.

Após o encerramento da palestra abriu-se um momento para a realização de


perguntas ao palestrante. Entre estas, enfatizo a de um estudante do primeiro período do
curso de Direito que pergunta o que ele aconselha a uma pessoa que está estudando para
concurso e está no primeiro período da graduação? O palestrante responde que o estudante
deve aproveitar a faculdade e criar uma base ao invés de focar primeiramente em
concurso.

4. Evento do dia 28/04/2022

O segundo dia do evento ocorreu no dia 28 de abril, quinta-feira, e teve seu


começo aproximadamente às 18:50. Inicialmente, foi constituída a primeira mesa de
palestras que teve como mediador o Prof. Esp. Klebson Santos da Silva e como
palestrante Débora Cristina Pereira Valões, Mestre em Construção Civil pela Escola
Politécnica de Pernambuco – UPE; Docente da Faculdade de Integração do Sertão – FIS,
no curso de Engenharia Civil. A palestra teve como tema: GESTÃO PARTICIPATIVA
E SUSTENTABILIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA BACIA
SEDIMENTAR DE SÃO SOJÉ DO BELMONTE. Tal tema é referente a pesquisa
desenvolvida na dissertação de Mestrado da professora Débora que escolheu a cidade de
São José do Belmonte por ser natural de lá, precisamente no distrito de Bom Nome, e por
conta da preocupação da gestão dos recursos híbridos da cidade.

O tema escolhido foi a água. E como se sabe, a água é um direito fundamental de


todos. Sendo definida em 2010 pela Organização das Nações Unidas como direito
9

humano essencial para a vida. Contudo, para que ela chegue nas casas da população é
preciso estudos, cálculos, projetos, obras, dentre outros. Por isso o engenheiro civil
também é apto para ministrar esse tema.

Nesse sentido, a palestrante apresenta que a distribuição de água no planeta é


composta em sua maior parte por água salgada, sendo, apenas, cerca de 2,5% de água
doce, e desses 2,5% apenas 0,6% se encontram nos mananciais superficiais – rios e lagos
–. O restante da água doce é encontrado em sua maior parte, cerca de 30%, no subterrâneo,
por isso é importante o estudo das águas subterrâneas.

Posteriormente, ela enfatiza que esse ano o tema central da ONU para o dia da
água – 22 de março – foi: “Águas subterrâneas: Tornando o invisível, visível”. Nesse
sentido, é notório que é um tema bastante importante e necessário de discussão. Em ato
contínuo, cita que em São José do Belmonte, cidade do interior do Pernambuco, existe
bacia sedimentar, e que quando se fura um poço do cristalino da rocha sedimentar, a água
encontrada é cristalina. Todavia, se for furado aqui na região semiárida do Nordeste em
outro local que não tenha ou seja uma bacia sedimentar a água encontrada será salobra.
Por isso, é importante o estudo das bacias sedimentares.

A bacia sedimentar que está localizada no município de São José do Belmonte


tem uma pequena parte no município de Verdejante e outra pequena parte no município
de Serra Talhada. Outrossim, possui cerca de 775 km de extensão e está localizada na
bacia hidrográfica do Rio Pajeú. Além dessa bacia sedimentar, no interior existem outras
6: a bacia de Mirandiba, bacia de carnaubeira da Penha, bacia de Araripe, a bacia de
Betânia, Bacia de Fátima, bacia do Cedro. Alguns estudos feitos pelo governo na bacia
de Mirandiba, na bacia do Cedro e na de Carnaubeira da Penha comprovaram a
decadência dessas bacias.

Dito isto, a palestrante explana que em 2006 foi feito um estudo para saber a
quantidade de poços no município. O resultado foi que havia 920 poços e que 100 deles
foram utilizados para criação do mapa de zoneamento do município. Contudo, a estiagem
está comprometendo as bacias do Nordeste, pois devido ao fato de que os mananciais
superficiais já estão em decadência e por isso não suprem mais a necessidade de água da
população a saída encontrada foi a perfuração de poços, porém, ela vem sendo feita de
maneira irregular e fora do limite. A professora cita que lençol subterrâneo de Belmonte
é conhecido como tábua de pirulito justamente pelo grande número de perfurações.
10

Por conseguinte, a palestrante afirma que foram criadas leis que só ficaram no
papel, que foi feito campanha de incentivo a educação ambiental, campanha de
fiscalização, e a perfuração do munícipio está cada dia mais preocupante. Belmonte é um
local estratégico para a retirada de água de forma mais fácil em relação as outras bacias
sedimentares por fazer divisa com o estado da Paraíba e do Ceará. Assim, o objetivo deste
trabalho foi avaliar os instrumentos de gestão de Belmonte, verificando os níveis dos
poços em relação a 2006 e analisar as condições deles.

Essa lei que foi criada e mencionada acima definiu a vazão que cada poço tem que
tirar por dia naquela localidade e o órgão que é o responsável pelo gerenciamento dos
recursos hídricos do Pernambuco é a APAC – Agência Pernambucana de águas e clima.
Além dela existem outras normas que gerem os recursos hídricos, são elas: a lei 11.427
de 97 que dispõe sobre a conservação e a proteção das águas subterrâneas do Estado de
Pernambuco; a lei 12.984 da política estadual de recursos hídricos; e o sistema integrado
de gerenciamento de recursos hídricos – essa lei é muito importante para a gestão, pois
ela vai classificar os instrumentos de gestão, mapas, zoneamento potáveis,
enquadramento dos pés, outorga. Todos os documentos estão escritos nesta lei. Ademias,
para furar um poço é necessário ter a licença ou a outorga que são geridas pela resolução
nº 2, resolução nº 1 da CRH e tem a resolução nº 6 que dispõe sobre a exploração das
águas subterrâneas nas bacias sedimentares. A partir do estudo de 2006 foram escolhidos
mais de 100 Poços para a criação do mapa de saneamento potável de São José do
Belmonte. Os poços nessa área têm a vazão de 120m cúbicos por dia e a distância mínima
entre um poço e outro é de 500m.

Professora Débora considera este estudo como um estudo multidisciplinar porque


além da parte técnica de engenharia para saber as condições do nível das águas
subterrâneas, também foi realizado um plano de ação nas escolas e na secretaria de
agricultura junto com as associações de agricultores.

No estudo da professora ela encontrou 1751 Poços na bacia sedimentar. Também


realizou entrevistas com perfuradores de poços. Além disso, detectou que 11 empresas
perfuram na localidade e conseguiu entrevistar 4 delas. Na entrevista, a empresa mais
antiga diz que perfura quatro poços por mês, quando na verdade é mais que isso. Fazendo
uma conta de 4 poços por mês, dessas 11 empresas, durante 10 anos, aqueles mesmos
poços vão para quase 5.000 numa estimativa rápida, ou seja, está faltando informações.
11

Procurando um instituto responsável pelas outorgas da perfuração desses poços o


resultado encontrado foi que apenas quatro poços têm outorgas e esses postos são de
empresas que comercializam água mineral. Em 2020 a bacia sedimentar baixou de
39.130M para 25 M, resultando numa diferença de 14.2 m que é quase 1 m por ano. Esses
dados encontrados são preocupantes, pois a velocidade com que a água demora para
chegar ao subterrâneo quando chove é pequena e totalmente desproporcional ao número
de perfurações realizadas. Se as coisas seguiram dessa maneira a bacia vai secar.

Nesse sentido, torna-se preocupante a exploração da bacia sedimentar de


Belmonte através dos carros pipas, pois estima-se que são retirados cerca de 16.800.000
L de água por mês. Em uma análise hipotética, se colocarmos 130 caminhões pipa com a
capacidade de 10 metros cúbicos trabalhando 20 dias por mês obtém-se o valor de 26
milhões de L por mês, ou seja, 56% a mais do valor estimado.

Como sugestões para o gerenciamento a palestrante apresenta que seria


interessante uma parceria com a secretaria de agricultura municipal juntamente com a
prefeitura, pois a prefeitura tem interesse em resolver o problema para cadastramento dos
poços. Além de campanha de formação e conscientização das crianças e adolescentes do
município com o auxílio do Ministério Público para apresentar parte das leis para as
pessoas que não tem conhecimento.

Como conclusão da pesquisa ela nota que a falta de monitoramento causa exaustão
e que o lençol rebaixou cerca de 11 metros. Em vista disso, é necessário intensificar a
fiscalização no município e estudar as penalidades. Por fim, espera-se que esse plano de
ação traga benefícios ao município, buscando a conscientização da população, no sentido
de fazer o uso da água de forma sustentável.

Após o encerramento da palestra houve a formação de uma nova mesa de palestras


com o tema: O TRABALHO COMO FORMA DE REINSERÇÃO SOCIAL,
REALIDADES DE UMA EXPERIÊNCIA EMPÍRICA. A mesa teve como mediadora a
Prof.ª Dr.ª Martha Maria Guaraná Martins Siqueira e como palestrante o Graduado em
Comunicação Social Pela UEPB e Pós-graduando em Segurança Pública e Cidadania;
Diretor Titular do Complexo Pernambucano Penitenciário Raimundo Asfora, em
Campina Grande/PB.
12

O palestrante inicia falando que há uma grande diferença entre o que está na lei
de execução penal e o que consegue se fazer na prática dentro do ambiente carcerário.
Posteriormente, apresenta que o presídio do Serrotão em Campina Grande é um complexo
penitenciário que abriga 1.200 apenados, mas que foi projetado para 280, existindo,
portanto, uma discrepância. Menciona, ainda, que ao adentrar no sistema penitenciário
uma das primeiras coisas que impacta é justamente essa discrepância, pois a lei de
execução penal é uma das leis mais bem escritas do mundo e na prática não é bem assim.

Posteriormente, cita que o Serrotão é a quinta unidade prisional que vem a ser
diretor. Na primeira direção ele não acreditava em ressocialização e reinserção social,
porém com a experiência que ele obteve ao longo dos anos mudou a sua convicção. Nesse
sentido, atualmente é adepto da reinserção, pois o trabalho do sistema e da justiça é
reinserir, enquanto o trabalhado de ressocialização é algo que depende também da
população. Ademais, institui que dos 1.200 apenados, 200 estão envolvidos em projeto
de educação e 100 estão envolvidos em trabalho, ou seja, 300 estão envolvidos em
projetos de ressocialização, o que resulta em quase 30% da população carcerária
envolvida em projetos.

Para elucidar esses números o palestrante traz um vídeo do Serrotão mostrando


tudo que é desenvolvido lá. Assim, no supracitado presídio tem uma horta de quase um
hectare onde trabalha com hortaliça. Tudo que é produzido é usado dentro da unidade
prisional para cozinha dos policiais e para a cozinha dos apenados. Todos os apenados
têm o seu fardamento e tem cerca de 30 apenados trabalhando nela. Vale salientar que
não tem nenhum policial monitorando.

Tem também projetos com a educação, onde são ofertados programas de


alfabetização de ensino fundamental, ensino médio, cursinho pré-enem, ensino superior.
Tem apenados aprovados em medicina com a nota mais alta do Enem do Estado da
Paraíba.

Por conseguinte, firma que o Estado é quem manda na unidade prisional, pois lá
existe uma grande disciplina. E é em detrimento desse nível de disciplina que é possível
que os policiais circulem em todas as unidades do presídio sem nenhum problema. É
importante destacar que a unidade é composta de 9 pavilhões. Além disso, enfatiza que é
inconcebível que se consiga exercer esse tipo de projeto sem que haja disciplina. E é após
essa disciplina que é possível a ressocialização ou reinserção.
13

Ademais, afirma ao ser questionado se qualquer apenado teria direito as


assistências. Segundo ele, a assistência material, a assistência à saúde e a assistência
religiosa é um direito de todos, porém, a assistência à educação e ao trabalho não é direito
de todos. As duas últimas só se aplicam ao apenado que é altamente disciplinado e essa
disciplina vai desde a limpeza do uniforme, do tratamento no cabelo, nas unhas, a limpeza
corporal, até o nível de respeito com os colegas.

Traz também a informação da cachaça denominada de Maria louca que é


produzida pelos presos a partir de pão, arroz, feijão, frutas cítricas, dentre outros. Mistura
esse material e enterra para fermentar por alguns dias, depois de fermentado é só ferver e
o vapor que sai na mangueira já é a maria louca.

Retomando a questão da disciplina alcançada por ele dentro do presídio, o mesmo


afirma que um fator preponderante é a triagem que ele realiza e que também está lá na lei
de execução penal a qual rege que todo aprisionado que chega tem que passar pela equipe
de saúde, médico, enfermeiro, psicólogo, psiquiatra. Estabelece que todos esses tipos de
médico têm dentro do Serrotão. Após esse processo inicia a triagem da direção. Segundo
ele, esse é o momento mais importante, pois ainda existe o poder das facções criminosas
no presídio. Dos 9 pavilhões, existem duas facções criminosas. Uma é a Al Qaeda que é
a que predomina em toda Paraíba – 90% das unidades prisionais no estado da Paraíba é
dominado pela Al Qaeda que são coligadas com o comando vermelho – e a outra facção
criminosa adversa é os Estados Unidos que é coligado com PCC e que são minorias em
todo estado da Paraíba. Entre os pavilhões que tem no Serrotão, 8 são da Al Qaeda e um
dos Estados Unidos. O último é o pavilhão que se chama de seguro, pois nele ficam os
apenados que cometeram diversos crimes, como por exemplo, os indivíduos que cometem
crimes sexuais, e eles não podem conviver com os demais sob pena de perder a vida e os
da facção dos Estados Unidos.

A triagem é importante para evitar que um determinado preso desça para o


convívio com os demais e seja batizado em alguma facção criminosa – fator que
impossibilita o resgate desse preso pela unidade – porque depois que esse batismo ocorre
ele só sai da facção morto.

Em vista disso, o diretor do presídio montou um equipe de inteligência no Serrotão


formada por quatro policiais que trabalham apenas com a inteligência policial. Para tal,
viajaram para alguns estados fazendo curso de inteligência, aprendendo a fazer
14

investigação, para poder traçar o perfil do apenado que está chegando na unidade
penitenciária. Cita um exemplo de um apenado que cometeu fraudes no sistema do INSS,
aposentando as pessoas sem ter idade e expõe que ele conseguiu fazer isso com maestria,
ou seja, é muito inteligente. Se uma pessoa dessas desse no seio da facção criminosa, vai
potencializar em desenvolver outras formas de crime dentro dessa facção criminosa.
Então essa triagem é importante para tentar separar esses apenados, pois se está deixando
de inserir um indivíduo com grande potencial dentro do seio da facção criminosa.

Continuando a exibição do vídeo, mostra que dentro do Serrotão tem uma padaria
que fabrica cerca de 6.000 pães por dias, fator que torna o presídio subsistente na questão
de fornecimento de pães para os apenados, ou seja, o Estado não precisa terceirizar esse
serviço. Além disso, essa padaria alimenta as quatro penitenciárias de Campina Grande.

A biblioteca, por sua vez, tem um projeto em que o preso pega o livro, leva para
dentro da cela, lê ele em até um mês e ao final do mês ele faz uma defesa oral, uma defesa
escrita e sendo aprovado ele tem 4 dias a menos de pena no mês.

O palestrante encerra falando que nem todo apenado tem condição de ser
reinserido, que é o que ocorre nos casos de pedófilos. Explica também que nos últimos
dois anos, dos que integravam esses projetos sociais na casa, só três retornaram, e nenhum
desses três foi por um novo crime, mas porque quebraram o regime semi-aberto, ou se
mudaram para outro estado, ou porque estavam sendo ameaçados de morte e preferiram
retornar a casa.

Após o encerramento da palestra a Prof. Martha abre um momento para que os


ouvintes realizem perguntas ao palestrante. Uma das perguntas que me chamou atenção
foi a que questiona qual crime na concepção do diretor é mais difícil de reinserção social,
sob o prisma do indivíduo ser aceito na sociedade? O palestrante afirmou que é o crime
sexual, pois é um problema psicológico e não um problema de caráter. Assim, o indivíduo
pode passar 30 anos presos e quando voltar para a sociedade vai cometer a infração
novamente. Complementando a fala dele a Prof. Martha menciona que há um estudo sobre
castração química em apenados que comentaram crimes sexuais nos Estados Unidos, que
obteve como resultado a não eficácia dessa medida, pois após concluírem o tratamento
com a medicação esses detentos voltaram a praticar novos crimes sexuais quando soltos.
Assim, conclui que esse delito é realmente de difícil reinserção. Por fim, agradece ao
palestrante por tratar tão bem o sistema prisional.
15

Após o encerramento da supracitada palestra houve a constituição de uma nova e


última mesa de palestra da noite. A mesa teve como mediadores a Prof. Luciana Caroline
Paulino do Nascimento e o Prof. Luiz André de Araújo Silva, e como Palestrante Lídia
Pinheiro da Nóbrega – Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em
Saúde pela Rede Nordeste de Biotecnologia (RENORBIO). Mestre em Sistemas
Agroindustriais/PPGSA (com ênfase em Microbiologia de Alimentos). Graduada em
Biomedicina. Especialista em Microbiologia Clínica e Psicopedagogia pelo Centro
Universitário de Patos – UNIFIP; atua como Professora Auxiliar na Área de Saúde
Pública do Curso de Medicina da Universidade de Pernambuco - Campus Serra Talhada.
Professora no curso de Farmácia e Educação Física da Faculdade de Integração do Sertão
FIS, no curso Superior de Tecnologia em Radiologia e no curso de Odontologia do Centro
Universitário de Patos – UNIFIP, e Coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)
da Faculdade de Integração do Sertão-FIS –. O tema explanado por ela foi: “COMITÊ
DE ÉTICA E DIREITOS HUMANOS: LIMITES, DESAFIOS E POSSIBILIDADES”.

Primeiramente, explanou a importância do Comitê de Ética e para elucidar a sua


fala apresentou a Resolução n° 466/2012 que controla as pesquisas realizadas em seres
humanos. Além disso, abordou o Código de Nuremberg de 1947 que foi formulado por
juízes nos Estados Unidos para julgar as atrocidades que ocorrem na Segunda Guerra
Mundial. De acordo com ela, nesse tribunal foram julgados 23 profissionais da saúde, nos
quais 20 eram médicos. Alguns desses indivíduos acabaram sendo condenados à pena de
morte. Em detrimento desse acontecimento foram criados alguns princípios.

Posteriormente, estabeleceu que toda pesquisa, direta ou indiretamente, com seres


humanos deve passar pela avaliação do Comitê de Ética para que os profissionais de
diversas áreas elaborem pareceres, pois na pesquisa existem limites que tem o crivo na
lei e no respeito a dignidade e autonomia do participante da pesquisa. Outrossim, afirmou
que toda pesquisa traz benefícios à sociedade. Contudo, há riscos nas mesmas que
evidentemente limitam-se aos que participam – voluntários – dela.

Nessa ótica, expressou que a Comissão Nacional de Ética e Pesquisa - CONEP é


um órgão que controla todas as pesquisas realizadas no Brasil. Além disso, estabeleceu
que no país há 867 Comitês de Ética, dentre os quais, 34 estão localizados no
Pernambuco, em sua maior parte, na Região Metropolitana. Em vista disso, o Sertão
Pernambucano contém apenas um que está localizado na Faculdade de Integração do
16

Sertão – FIS e que atende todas as outras instituições da região. Ademais, exprimiu as
principais normas vigentes dentro do Comitê de Ética: Resolução n°441 – que trata do
armazenamento de material biológico –; n° 466 – envolve todas as outras e versa sobre
os projetos –; n° 510/2016 – trata de todas as subjetividades na área de humanas e sociais
–; e a n° 580/2018 – usada em todos os estudos realizados no âmbito do SUS.

Por conseguinte, concluiu a sua exposição estabelecendo que a resolução n° 466


é específica para aquele tipo de pesquisa que diretamente analisará a vida humana, ou
seja, quando há intervenção. Cita como exemplo os experimentos e os relatos de caso.
Além disso, apresentou que a n° 510 é utilizada nos casos de questionário, entrevista,
documentos pertencentes ao participantes da pesquisa. Por fim, instituiu que para as
pesquisas relacionadas ao SUS é utilizada a n° 580. Após isso chega ao fim as atividades
da noite.

5. Evento do dia 29/04/2022

O Terceiro e último dia de evento se deu no dia 29 de abril, sexta-feira. Teve início
às 18:45h com o lançamento do livro “DIREITOS HUMANOS NA TRANSIÇÃO
PARADIGMÁTICA: a construção de pluriversalismo deconial”, escrito por Antonio de
Melo de Guerra Neto que é professor do curso de direito e coordenador da pós-graduação
em Direito da FIS. Após o lançamento da obra o autor elucidou um pouco sobre o livro
e informou que ele estava sendo vendido no evento para quem se interessasse e que estaria
também os autografando.

Em ato contínuo, foi formada a primeira mesa de palestras da noite que teve como
mediador o professor Ramon Henrique e como palestrante Manuel Maria Antunes de
Melo que é Mestre em Direito Processual Civil e Professor da Escola Superior da
Magistratura do Tribunal de Justiça da Paraíba; Juiz Residente da Corte Interamericana
de Direitos Humanos e Juiz Titular da 12ª Vara Cível da Comarca de João Pessoa/PB.
Além disso, contou também com a presença da Juíza de Direito Iêda Dantas. A palestra
teve como tema: O SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS
COMO FÓRUM DE PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DO HOMEM.
17

Inicialmente, o palestrante abordou a importância do tema da palestra e esclareceu


que no âmbito interno do poder judiciário há uma barreira dos Direitos Fundamentais,
pois quando se fala em Direitos Humanos é imperioso observar o art. 5° da Constituição
Federal onde a grande maioria das disposições dos tratados e convenções de Direitos
Humanos estariam condensados, com alguns direitos mais avançados e outros menos.
Tem-se nesse artigo uma síntese do Direito Internacional, dos Direitos Humanos, a parir
da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Além disso, enfatizou que há uma proteção arquitetônica, composta por duas
estruturas: GLOBAL (capitaneada pela ONU), formando o tratado de direitos humanos
internacional – proteção externa –, como o Pacto Internacional de Direitos Civis e
Políticos de 1966 e o Pacto Internacional de Direito Social, Econômico e Cultural. No
que concerne a arquitetura REGIONAL, ele apresentou que existem três regiões: o
Sistema Interamericano de Direitos Humanos e Convenção Interamericana sobre Direitos
Humanos de 1969, o Sistema Europeu de Direitos Humanos, o Sistema Africano de
Direitos Humanos.

Por conseguinte, explanou que o Europeu é o sistema mais desenvolvido,


por ser mais antigo, e porque além de um sistema de direitos humanos, a Europa possui
uma unidade comum europeia em relação a outras matérias – Conselho da Europa.
Ressaltou também que o Sistema Interamericano de Direitos Humanos é capitaneado por
dois órgãos fundamentais: Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte
Interamericana de Direitos Humanos, para isso cada estado Americano pode indicar uma
pessoa para preencher a vaga de representante da Comissão.

Relatou ainda que alguns casos do Brasil não chegaram a Corte Interamericana de
Direitos Humanos, e expões como exemplo o caso Maria da Penha, que foi resolvido a
partir da aceitação do estado brasileiro em cumprir as recomendações feitas pela
Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Todavia, quando o estado não aceita as
recomendações da Comissão, ela faz uma denúncia a Corte Interamericana de Direitos
Humanos, pois ela por si só não possui poderes institucionais ou jurisdicionais, ou seja,
suas decisões não são um título executivo perante uma autoridade brasileira. Destacou
também que, Estados Unidos, Canadá e Cuba, fazem parte da OEA, mas não se sujeitam
jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Entretanto, sujeitam-se as
18

deliberações da Comissão Interamericana que, como já salientado, não tem poderes


jurisdicionais.

Outrossim, apresentou o caso da paraibana Márcia Barbosa que foi assassinada e


talvez estuprada por um Deputado, contudo, dado a demora do estado brasileiro em
autorizar que o mesmo fosse processado ele, apesar de ter sido condenado, não cumpriu
a pena. Porém, para a felicidade da que aqui vos fala, há aproximadamente três meses a
Corte editou uma sentença condenando o Brasil por danos aos direitos dos familiares da
vítima, obrigando a reparação dos danos e a publicação da sentença perante o site do
TJPB. Além disso, determinou que a Assembleia do estado realizasse programas de
esclarecimentos sobre os direitos humanos.

Posteriormente, o palestrante estabeleceu que a Corte Interamericana de Direitos


Humanos atua a partir da Convenção Interamericana de Direitos Humanos e que os
estados já aprovaram uma série de protocolos, convenções e tratados, possibilitando a
existência de um Código Interamericano de Direitos Humanos. Enfatizou ainda que todo
juiz brasileiro faz parte da Corte Interamericana de Direitos Humanos e que eles atuam
com delegação do poder público para realizar o Controle de constitucionalidade,
convencionalidade e ilegalidade dos atos administrativos, jurisdicionais e legislativos do
referido poder.

Ademais, o palestrante versa que as decisões da Corte são títulos executivos


judiciais e que tais decisões adentram ao sistema jurídico interno através de Tratados e
Convenções que podem ser feitos de duas formas: 1 – Bloco de Constitucionalidade, do
ponto de vista material –; e 2 – Aprovação pelo Congresso Nacional de um Quórum de
Emendas Constitucionais, do ponto de vista formal –. Por fim, o juiz apresentou que a
demora em processos é uma questão global, pois a justiça tem seus ritos. Outrossim,
enfatizou ainda que o processo judicial move uma necessidade de uma maturação da
matéria que é debatida, mas que o ser humano não pode ser objeto do processo.

Dito isto, ouve o encerramento da palestra e a formação da última mesa de


palestra da evento. A mesa teve como mediadora Prof. Karla Milene e como palestrante
Artur Belarmino de Amorim que é Enfermeiro Sanitarista, Secretário Municipal de Saúde
de Afogados da Ingazeira; Diretor Financeiro Adjunto do Conselho Nacional de
Secretarias Municipais de Saúde, Especialista em: Saúde Coletiva e Gestão de Políticas
19

Públicas na Saúde, Regulação no SUS. O tema abordado na palestra foi: “DIREITO Á


SAÚDE HUMANIZADA EM TEMPOS DE ‘PÓS’- PANDEMIA”.

Iniciou a sua abordagem fazendo reflexões sobre o Sistema Único de Saúde –


SUS –, o Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde – CONASEMS – e o
Ministério da Saúde. Em seguida, instituiu que no ano de 1988 foi realizada 1ª
Conferência Nacional de Saúde que trouxe a reforma sanitária com o objetivo de melhorar
a saúde pública e criar o SUS a fim de que o atendimento pudesse ocorrer de forma
universal, pois todos têm direito a saúde como afirma o art.196 da CF. Dessa forma, a
formação do SUS deu-se em 1990, previsto na Lei n° 8.080/90, bem como a Lei n°
8.142/90, que criou as transferências do Governo Federal para os Governos Estaduais e
Municipais com a participação popular.

Posteriormente, explanou que o SUS tem aproximadamente 20 mil portarias


publicadas, fator que torna o sistema mais burocrático. Em detrimento disso, a assistência
de saúde a população torna-se algo mais difícil. Adentrando nas consequências que a
pandemia trouxe para a população, o palestrante afirmou que mais de 30 milhões de
procedimentos ambulatoriais não foram realizados, como: Mamografias e Exames de
Prevenção – Citológico. Em decorrências da não realização desses e outros
procedimentos grande parte da população será acometida de doenças que poderiam ter
sido evitadas, como, por exemplo, câncer de mama e de útero. Essa não realização de
certos tipos de exame se deu pelo fato de que nos picos da pandemia somente eram
atendidos casos de urgência e emergência.

Ademais, estabeleceu que a utilização e dependência do SUS tornou-se maior


durante a pandemia, pois houve um alto número de desempregados que tinham
atendimento de saúde prestado pelas empresas em que trabalhavam. Assim, destacou que
para manter os serviços de saúde foi preciso que o estado como um todo gastasse mais,
na construção de hospitais de Campanha (que foi essencial em dadas situações), mas para
ele, teria sido melhor aproveitar o que já se tinha e ter potencializado, dado que fez isso
na cidade de Afogados da Ingazeira – PE, onde atua como Secretário Municipal de Saúde,
deixando claro ainda que, sua ideia aplicada no referido município e em outras localidades
próximas foi realmente eficaz, trouxe resultados e garantiu que os recursos não fossem
integralmente investidos apenas em estrutura, contribuindo para sua efetiva aplicação no
SUS, promovendo mais atendimentos.
20

Por conseguinte, salientou que os profissionais da saúde passaram por uma


sobrecarga gigante, apontando que muitos têm relatado depressão, ansiedade e estresse,
visto as grandes jornadas de trabalho desempenhadas na pandemia. Pontuou que vários
Projetos de Lei que dispõem de estabelecimento de piso salarial para profissionais da
saúde, inclusive de técnicos estão tramitando, mas que nem todos os profissionais desse
setor tem sua remuneração financiada pela União, o que torna a logística de aumento mais
difícil, requerendo mais planejamento na gestão pública, participação popular, para que
os serviços públicos de saúde sejam efetuados com êxito.

Por fim, concluiu a sua palestra afirmando que é necessário pensar a saúde sobre
um prisma equitativo, a fim de que seja garantido aos cidadãos toda a assistência possível.
Além disso, afirmou que o planejamento da gestão pública deve ser realizado a partir das
necessidades evidentes e pautadas pela população, uma vez que o pós-pandemia trará
efeitos que durarão por muito tempo.
Acesse https://doity.com.br/validar-certificado para verificar se este certificado é válido. Código de validação: 9M0ZPM00

Certificamos que DEBORAH VIVIANE RODRIGUES participou do VIII


SEMINÁRIO DE DIREITOS HUMANOS na faculdade de integração do sertão - FIS,
na condição de OUVINTE, durante o período de 27/04/2022 a 29/04/2022, com carga
horária de 24 hora(s).

Você também pode gostar