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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIMATER

CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

ISAAC FRIGOTTO WAGNER

ANÁLISES ÉTNICAS E SOCIOECONÔMICAS SOBRE A POPULAÇÃO


CARCERÁRIA NO MUNICÍPIO DE PATO BRANCO ATRAVÉS DE UMA
PERSPECTIVA DA CRIMINOLOGIA CRÍTICA

PATO BRANCO - PARANÁ


2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIMATER
ISAAC FRIGOTTO WAGNER
ANÁLISES ÉTNICAS E SOCIOECONÔMICAS SOBRE A POPULAÇÃO
CARCERÁRIA NO MUNICÍPIO DE PATO BRANCO ATRAVÉS DE UMA
PERSPECTIVA DA CRIMINOLOGIA CRÍTICA

Trabalho apresentado à banca examinadora do


Centro Universitário UNIMATER como
requisito para obtenção do título de bacharel
no curso de Direito

Orientadora: Profa. Dra. Luana Bertolla

PATO BRANCO – PARANÁ


2022
FOLHA DE APROVAÇÃO / QUALIFICAÇÃO PROJETO DE PESQUISA

ANÁLISES ÉTNICAS E SOCIOECONÔMICAS SOBRE A POPULAÇÃO


CARCERÁRIA NO MUNICÍPIO DE PATO BRANCO ATRAVÉS DE UMA
PERSPECTIVA DA CRIMINOLOGIA CRÍTICA

Projeto de Pesquisa, apresentado ao Centro Universitário UNIMATER, curso de Bacharelado


em Direito, como parte dos requisitos para a sua conclusão.

Pato Branco, ............. de ......................... de 2022

BANCA EXAMINADORA

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Orientadora: Profa. Dra. Luana Bertolla

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Prof(a)...................................

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Prof(a)...................................
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1. TEMA DO PROJETO

2. PROBLEMA DE PESQUISA

2.1 HIPÓTESES

3. OBJETIVOS

3.1 GERAIS

3.2 ESPECÍFICOS

4 JUSTIFICATIVA

5. MATERIAIS E MÉTODOS DA PESQUISA

6. CRONOGRAMA

REFERÊNCIAS
1 TEMA DO PROJETO

É necessário, sobretudo, e principalmente à este estudo, introduzir alguns conceitos


básicos com a finalidade de enriquecer o presente debate. De acordo com Lola Aniyar de
Castro (1983, p. 52), o estudo criminológico é “a atividade intelectual que estuda os processos
de criação das normas penais e das normas sociais que estão relacionadas com o
comportamento desviante dessas normas; e a reação social, formalizada ou não, que aquelas
infrações ou desvios tenham provocado: o seu processo de criação, a sua forma e os seus
efeitos”.
De acordo com Dias e Andrade (1992, p.66) “criminologia é o estudo das causas do
crime, sendo crime os eventos cujo âmbito é definido e delimitado por leis e normais
estaduais espacial e temporalmente mutáveis”. Dentro da Criminologia como objeto de
estudos, despontaram diversas vertentes, das quais uma será a pedra basal de todo esse
trabalho: A Criminologia Crítica. Resumindo, a teoria crítica apresenta-se como uma
criminologia inspirada no marxismo (CALHAU, 2009, p. 85-86), uma vez que se utiliza do
método materialista histórico e defende que o modo de produção capitalista promove
exploração, e por conseguinte, leva os indivíduos a delinquir.
Ao se refletir sobre a própria criminologia, a Criminologia Crítica se pôs como “uma
criminologia da criminologia”, tendo em vista a nova definição que deu ao objeto e ao papel
da investigação criminológica (DIAS; ANDRADE, 1992, p. 59). Assim, o que se propõe com
o presente trabalho é nada mais e nada menos do que uma investigação criminológica sobre o
principal objeto de estudo do crime: o chamado criminoso. Em um primeiro momento, no
campo da literatura, estabelecendo e discutindo os postulados que virão a ser utilizados
posteriormente para comprovação ou refutação da hipótese principal que se formula através
da análise étnica e socioeconômica da população carcerária no município de Pato Branco,
cruzando os dados sobre os presidiários no município com o viés de confirmar de que há, sim,
grupos étnico econômicos cuja violência punitiva do aparato estatal lhes é imposta com
maiores frequência e intensidade, e de que há profundos e naturalizados mecanismos de
segregação que atuam de forma a marginalizar estes sujeitos em toda sorte de aspectos,
principalmente no tangente à criminalidade.
Penteado Filho (2015, p. 75) salienta “que as condutas delitivas dos menos
favorecidos são as efetivamente perseguidas, ao contrário do que acontece com a
criminalidade dos poderosos”. Em um segundo momento, no campo empírico, através de
visita(s) institucional(is), realizando entrevistas e/ou questionários a serem realizados com os
apenados, para que ocorra a quantificação dessas informações e se possa precisar a veracidade
da hipótese, ou o processo na qual será desmentida.

2 PROBLEMA DE PESQUISA

Em dados apresentados na edição de 2022 do Anuário Braileiro de Segurança Pública,


publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o número total de pessoas
privadas de liberdade cresceu 8,15% de 2020 para 2021: foi de 758,8 mil para 820,7 mil. Ao
longo dos últimos anos, o percentual da população negra encarcerada tem aumentado. Se em
2011, 60,3% da população encarcerada era negra e 36,6% branca, em 2021, a proporção foi de
67,5% de presos negros para 29,0% de brancos. (LAGRECA; BARROS; SENNES, 2022, p.
11). Dessa forma, por quê é majoritário o número de pessoas negras em penas privativas de
liberdade? Por quê esses números tem aumentado? É possível atestar isso também no
município de Pato Branco?

2.1 HIPÓTESES DE PESQUISA

1a hipótese: Constatação dos mecanismos institucionais de segregação e


criminalização direcionados a esta parcela da população, sendo esta vulnerável
economicamente e em sua expressiva maioria, população negra, conseguindo interseccionar o
recorte de classe econômica junto da questão étnico-racial.

2a hipótese: Não constatação dos supracitados mecanismos institucionais de


segregação e criminalização direcionados a esta parcela da população, e falha na tentativa de
interseccionalidade.
3 OBJETIVOS

3.1 GERAL:

Analisar se há evidências materiais do sistema penal inquisitorial ainda nos dias de


hoje, bem como resquícios do racismo colonialista ainda arraigados nas instituições do Poder
Público de forma a segregar as populações em instituições à parte dos ambientes civis, em um
processo de “higienismo” e embranquecimento social.

3.2 ESPECÍFICOS:

Apresentar as escolas criminológicas e identificar suas insuficiências, a começar da


positivista. Apresentar o materialismo e identificar sua insuficiência para a realidade
brasileira, uma vez que a questão étnico-racial e a questão socioeconômica, raramente são
divisíveis. Aplicar questionários nos apenados do município de Pato Branco, de forma a
desenvolver um recorte da realidade e poder quantificar com precisão, os indicadores
necessários para que se comprove ou refute a tese central.

4 JUSTIFICATIVA:

A escolha do objeto de estudo ocorreu do interesse de aproximar as áreas da sociologia


e da criminologia, e mostrar que podem atuar de forma entrelaçada em suas respectivas
esferas, promovendo riquíssima discussão acerca de determinados tópicos.
A escolha da aplicação da pesquisa nos presídios do município surgiu do interesse de
fabricar uma tese que alce além do campo teórico, e possa ser atestada e percebida com base
na realidade brasileira, e sobretudo, pato-branquense, uma vez que a criminologia é um estudo
que não se limita ao crime e ao fato criminoso, tampouco ao autor, mas atenta-se a todo o
percurso e os fatores sociais que contribuíram para o comportamento desviante.
Em matéria institucional, é exigência do componente curricular do Centro
Universitário UNIMATER que os discentes apresentem, com a finalidade de colar grau, o
Trabalho de Conclusão de Curso, o popularmente denominado TCC.
5 MATERIAIS E MÉTODOS DA PESQUISA (A DEFINIR)

6 CRONOGRAMA

Quadro 1 – Cronograma da pesquisa

FASE INÍCIO FIM

Pesquisa sobre o tema SET/2022 MAI/2023

Definição do tema SET/2022 SET/2022

Pesquisa bibliográfica OUT/2022 MAI/2023

Elaboração do projeto SET/2022 ABR/2022

Fundamentação teórica SET/2022 ABR/2022

Relatório final 2023 2023

Bancas 2023 2023

Fonte: Autor (2022)


REFERÊNCIAS

CASTRO, Lola Aniyar de. Criminologia da Reação Social. Rio de Janeiro: Forense,
1983.

CALHAU, Lélio Braga. Resumo de criminologia. 5. ed. Niterói. Impetus, 2009

DIAS, Jorge de Figueiredo e ANDRADE, Manuel da Costa. Criminologia: o homem


delinquente e a sociedade criminógena. Coimbra: Editora Coimbra, 1992.

LAGRECA, Amanda; BARROS, Betina; SENNES, Iara. As 820 mil vidas sob a tutela
do Estado. Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2022. Disponível em:
https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2022/07/20-anuario-2022-as-820-
mil-vidas-sob-a-tutela-do-estado.pdf . Acesso em: 18 set. 2022.

PENTEADO FILHO, Nestor Sampaio. Manual esquemático de criminologia. 5. ed.


São Paulo: Saraiva, 2015.

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