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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

CAMPUS GRAGOATÁ- NITERÓI

DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS

SETOR LITERATURA PORTUGUESA

O FAZER POÉTICO DA MULHER NEGRA E SUA BUSCA PELA IDENTIDADE

PROFESSOR: LUIS MAFFEI


ALUNA: ROBERTA ROSA DE OLIVEIRA RODRIGUES

Niterói/RJ
2023
Pensar em identidade de escritoras negras é pensar também na emancipação autoral
dessas escritas. Djaimilia Pereira de Almeida, nascida em Luanda, em 1982, é autora de entre
outros, “Esse cabelo”, “Luanda Lisboa e Paraíso”, “O que é ser uma escritora negra nos
dias de hoje, de acordo comigo”, publicados no Brasil pela Todavia, . em Em específico, essa
última obra citada será um ponto importante de discussão no presente trabalho ensaístico.
O ato de emancipar-se socialmente, traz consigo o sinônimo de rompimento de
obstáculos árduos, desafia e reivindica direitos e espaços, inclusive o espaço de escrita, onde.
historicamente Historicamente, quando a mulher passou a ter contato e acesso à cultura, suas
obras eram associadas a pseudônimos masculinos, . a A luta feminina por um espaço justo e
igualitário na literatura foi e continua sendo um processo de passos curtos e lentos, onde a
cada passo dado uma conquista é adquirida. Djaimilia Pereira de Almeida com sua obra mais
recente “O que é ser uma escritora negra nos dias atuais, de acordo comigo”, evidencia de
forma clara e muito poética essa luta feminina e racial.
Djaimilia, uma mulher negra, que quando criança foi tirada de seu berço de nascença,
Luanda-Angola, e levada ao continente Europeu, mais especificamente Portugal por seu pai, e
desde a infância submetida a diversos problemas que o racismo estrutural pode proporcionar,
e falar disso é colocar em pauta um assunto que precisa ser debatido constantemente nos
ambientes acadêmicos, para que seja possível uma efetiva compressão da complexidade desse
assunto. A autora evidencia em suas obras uma diáspora entre memórias à procura de um eu
perdido em si mesmo, que se inicia na busca pela sua identidade perdida e desconstruída pelo
imaginário branco, como cita Frantz Fanon em 2008. E essa desconstrução de si, fadada à
procura do “perfeito” imposto pela sociedade, Grada Kilomba também discorre acerca do
assunto em sua obra Memórias da Plantação, 2019, onde há o sufocamento de si como fruto
de repetição do que é o outro. O encontro para o fortalecimento identitário ocorre para
Djaimilia a partir da memória do seu eu que o apagamento histórico não dilacerou.
E o nascimento do ensaio “O que é ser uma escritora negra nos dias atuais, de acordo
comigo”, nasce desse anseio de diversificar ainda mais o cenário literário português, uma obra
recente que evidencia um marco temporal na história de Portugal e do mundo. Djaimilia inicia
sua obra expondo a importância de ter nascido no tempo em que nasceu:
O meu maior privilégio imerecido é ter nascido em 1982. Não é ter tido uma educação, ter sido
amada e protegida pela minha família. Não é a habitação, ou sequer o acesso à saúde. A data do
meu nascimento é o meu maior privilégio. Peso cada palavra. Houvesse eu nascido setenta anos
antes, e não haveria lugar a estas linhas, ou a qualquer dos meus livros. Fosse eu uma mulher
negra da geração da minha avó, ou mesmo da geração da minha mãe, e o meu destino seria outro.
(2023, página p. 1).
Marina Tsvetáeva, em “o poeta e o tempo”, 2017, expõe importantes questões sobre o
que poderia ser a contemporaneidade e diz que “ser contemporâneo é criar seu próprio tempo,
refletindo sobre ele não como um espelho apenas, mas como um escudo, como se luta contra
99% de um primeiro esboço de uma obra” (2017, p. ?). E Djaimilia expõe essa criação sobre
sua existência em seu tempo, sua luta findada desde o nascimento em uma sociedade que
subjuga o corpo feminino e o corpo negro, em toda sua trajetória. A escritora é contemporânea
na sua plenitude de sentido, na busca de compreensão de desafios, valores e contextos
culturais da sociedade como um todo.
Ser uma escritora negra hoje, de acordo comigo, uma mulher desse tempo, escrever contra esse
fato, carregando-o às costas, sem deixar que ele me tolha. É fazer, a cada página, por abraçar e
merecer a alegria cósmica, arbitrária, de ter nascido quem sou só agora. É na página que a
responsabilidade advinda dessa alegria se joga. A página é o que me estaria impedido, não
houvesse eu nascido em 1982. Estar à altura da minha responsabilidade é estar à altura de ter um
lugar na página. (ALMEIDA, 2023, páginas p. 7-, 8)

A escritora, quando iniciou sua trajetória literária, e com tamanha exposição visto que
seu talento é de fato deslumbrantee, encontrou barreiras para serem rompidas em seu seio
familiar, visto que seu próprio pai a queria esconder sua cor de pele, que pois, por um
devaneio, pensava protegê-la do racismo, como explicitado em sua obra:

O meu pai sempre tratou o facto de eu ser negra como um segredo que ele escondia de mim. Julgo
que, desse modo, imaginava proteger-me do racismo. Se eu não lhe contar que ela é negra, talvez
não perceba, talvez ninguém note, parecia pensar, por estranho e absurdo que pareça. Cresci com
outras mulheres, que me foram ensinando a ser mulher. Mas com nenhuma dessas mulheres
brancas aprendi a ser uma mulher negra no mundo. Não aprendi com nenhuma delas a defender-
me do mundo como tem de fazer uma mulher negra. (ALMEIDA, 2023, página 9)

A vivência da mulher por si só é carregada de estigmas e dificuldades. Mas a vivência


da mulher negra na literatura é um ato de resistência, permeada é claro de desafios constantes,
mas expõe um resgate histórico identitário. A relação de Portugal e Angola, dois países
pertences de certa forma à autora, têm uma relação histórica complexa e conflituosa. Angola
foi colônia de Portugal até o ano de 1975, quando conquista sua independência, . os As
resultados consequências dessa relação colonialista são inúmerosinúmeras, marcadas por
dependências política, econômica e cultural. Na obra Luanda, Lisboa e Paraíso, 2018, da
mesma autora retratada neste ensaio, são abordadas questões relacionadas a à complexidade
pós-colonial em detrimento à sua própria identidade, retrata também o legado histórico entre
ambos os lugares e sua experiência nesses dois mundos de pertencimento étnico, geográfico e
cultural, evidenciando um estudo com um olhar sensível pós-colonial, como a autora sentia-se
imigrante nos dois países e como a cor de pele diferencia colonizado do colonizador.
Logo, o fazer poético de Djaimilia, trazendo as importantes considerações de
Sousa Dias sobre a poesia e o poético, que é a busca de potência e o oposto de verdades
absolutas. O intuito da poeta não é trazer em sua obra certezas sobre o mundo, e sim uma
poesia pensante que busque falar sobre as problemáticas cotidianas a fim de refutá-las. Sousa
Dias cita no capítulo ensaio “A experiência poética”:
Poesia é a experiência, o que não equivale a afirmar, mas antes a negar, que ela seria a
expressão literária do vivido, de experiências vividas. A poesia não é função do vivido, é função da
linguagem [...] A experiencia poética é a experiência da linguagem e, ao mesmo tempo, do que
resiste ao seu poder. (2006, página . 31)

É utilizada a linguagem para dar sentido e significado às experiências vividas, pois,


sem a linguagem, a construção da realidade carregada de subjetividade e individualidade não
seria possível. Djaimilia expõe na página 14 que o fato de ser negra é essencial para sua
escrita, que ela precisou existir como uma página aberta para se perceber e perceber o mundo.
A intensidade e profundidade de sua escrita é um exemplo claro do que Sousa Dias cita
sobreentende como a expressão literária do vivido e a poesia fundar um lugar especifico no
mundo. O poeta nas suas criações transcende as fronteiras da linguagem, já que toda poesia
evidencia sua impossibilidade de dizer o que quer dizer, e a magia da poesia se dá exatamente
nesse ponto, nessa impossibilidade. Pois, éÉ no silêncio poético, portanto, que reside a
potência de dizer o indizível, e este é dotado de significado, não é a falação, é dizer
exatamente o que precisa ser dito, é a expressão que transcende a linguagem convencional.
A linguagem rebate seus próprios limites, e essa seria uma bela definição de poesia., a
A obra perpassa o autor e Djaimilia executa essa definição com muito êxito em suas
autoriasno que escreve, trazer apresentando ao público sua experiência de ser mulher, de ser
negra, e escritora, . além Além de transpassar ultrapassar qualquer barreira, ela lança-se
inteiramente a uma profundidade literária de como quem diz “entrego aqui todo meu eu, tudo
que sou e tenho a oferecer”, e isso a atravessa de uma maneira que o contato do leitor com
suas obras impressiona-os. Porque a poesia tem uma imensa relação com a realidade.
Nisso consiste a visão poética, o olhar visionário do poeta: em ver «através» da realidade, em
distanciar-se do senso comum do real por fidelidade à própria realidade. Mas esse olhar especial,
essa forma de visão que a poesia é, só é possível nas palavras e como um olhar delas ou um efeito
delas, como um efeito da linguagem poética. (DIAS, 2006, página 11)
Na segunda etapa da obra ensaísticaa “O que é ser uma escritora negra, nos dias
atuais”, a autora expõe que escrever sempre lhe foi algo natural, a mesma não pensava em um
tema específico para desenvolver sua escrita, ela ocorria conforme suas vivências e
experimentações intrínsecas, a autora expõe que o título da obra e mais especificamente o “de
acordo comigo” corresponde sim às suas experiências e manifestações individuais, porém,
com um palpável lugar de generalização, portanto, outras pessoas podem se identificar, sejam
elas escritoras ou não, negras não, mulheres ou não, e outras pessoas que identificam-se com
algo de suas escritas. Certa vez, Djaimilia foi questionada sobre suas escritas, denominada
“escrita de gueto”, por muito se falar sobre questões afrodescendentes, o que fez a autora
pensar durante muitos anos que, caso não houvesse a existência de literatura de gueto, ela nem
se quer existiria, essa expressão cultural emergida de contextos marginalizados deram a ela
oportunidade de ter um lugar de fala, e Djaimilia expõe:
Quando estou a escrever estes livros, sei que estou a escrever sobre pessoas negras. Mas há outro
sentido em que não sei que estou a escrever sobre pessoas negras, eu estou a escrever sobre
pessoas, e não estou a pensar se são negras, se são brancas, não estou a pensar em nada disso.
(2023, página 28)
Gloria Jean Watkins, conhecida pelo pseudônimo bell hooks, em homenagem à sua
bisavó, assim mesmo com letras minúsculas por preferência da autora, cita em sua obra
“Escrever além da raça”, 2013, que sua casa é o único lugar onde raça não existe. Porque, ao
entrar em sua casa, ela não é mais uma professora negra, nem uma mulher negra, ela é uma
escritora, apenas, escrevendo com seus livros escrevendo. Ali naquele ambiente ela pode
despir-se das únicas maneiras que a sociedade a enxerga, além da sua raça ou gênero, ela
apenas escreve desafiando qualquer norma estabelecida, transcendendo qualquer limitação
opressora imposta, suas escritas promovem quebra de estereótipos e promove uma literatura
que compreenda a sociedade de maneira igualitária. E Djaimilia completa esse pensamento:
Eu sou a Djaimilia, que passa o dia no sofá, ou muitos dias a escrever. Para mim, num sentido
muito importante, não faz sequer sentido usar essa expressão, "escritora negra". E normalmente
quando as pessoas usam essa expressão para descrever-me, eu não gosto. E, no entanto, por que o
ensaio usa esse adjetivo? É porque, apesar de uma escritora negra ser uma escritora e apenas uma
escritora, como todas as outras, eu não consigo, como sujeito, separar o fato de que eu sou negra
do fato de que eu sou escritora. […] aquilo que eu estou a dizer, aquilo que eu estou a escrever, são
coisas que uma mulher negra sentiu, pensou, imaginou, sonhou, conjecturou. Portanto a minha
imaginação não se distingue da minha identidade. A experiência, a minha experiência do mundo à
minha volta, a minha consciência das coisas é indissociável do fato de que eu sou uma mulher
negra. (2023, páginas 32-33)
É importante ressaltar que a autora evidencia em sua obra que seu intuito é fazer uma
literatura que faz perguntas para o mundo, não que dê respostas, ou algo gratuito. A autora
atravessa caminhos para conseguir fazer essas perguntas, pois, para ela, as perguntas são as
metas, e estão na conclusão de sentido e não início de algo, : “é necessário atravessar todo um
caminho de muitas vezes dor, sofrimento, angústia, alegria, exaltação, entusiasmo, para
chegar, no final, a uma maneira elegante de perguntar alguma coisa.” (Almeida, 2023, página
44) O perguntar do poeta é atravessado por um anseio de provocar reflexões e não de
respostas diretas, é o desenvolvimento do pensamento, e de emoções da complexidade da
existência humana, é um processo de auto questionamento, de convite para o leitor
contemplar a vida e notar os significados mais intensos da beleza do mundo.
A última parte da obra de Djaimilia intitulado “A restituição da interioridade”, busca
pôr em evidência o crime que é o apagamento da interioridade negra, onde emoções,
experiências, sensações são negligenciadas ou até mesmo marginalizadas. A autora explícita
que ao debruçar-se sobre a literatura portuguesa, deparava com retratos de pessoas negras
sendo ridicularizadas, por vezes sexualizadas e vistas de formas exóticas. Porém, esse
problema não é algo exclusivo da Literatura Portuguesa, e sim de certa forma mundial, e o
ocidente é um exemplo claro disso, : ninguém se torna um leitor negro sem um certo grau no
início de autodepreciação. E somente a humanidade é capaz de fazer essa reconstrução das
particularidades da interioridade negra. : “Apenas nós podemos reconstruí-la. Nós, escritores,
artistas, acadêmicos, cineastas, jornalistas, ativistas, luso, afro, brasileiros etc.: apenas nós
podemos nos responsabilizar por essa restituição.” (Almeida, 2023, página 48).
Enxergar essa reconstrução da identidade e do interior da pessoa negra é também vê-
los nas diferentes manifestações literárias como a Zia Soares, a única mulher negra dirigindo
uma companhia de teatro em Portugal, em poemas afro-futuristas da moçambicana Hirondina
Joshua e na poética desencantada da brasileira Aline Motta, nos sonetos introspectivos
excêntricos do poeta cabo-verdiano José Luiz Tavares, retratando as caminhadas de um poeta
negro nas ruas de Lisboa em seu livro Lisbon Blues, nos filmes de Pedro Costa, atores e
atrizes amadores como Ventura e Vitalina Varela, fantasmas das favelas de Lisboa e diversos
outros artistas na infindável luta literária ao não apagamento da sua história e memória.
Djaimilia se reconhece em um lugar de privilégios, e esse é um importante ponto, pois
outras gerações de mulheres, escritoras, negras e falantes do mesmo idioma não tiveram
acesso a oportunidades parecidas. E a visibilidade de Djaimilia é também, agora, um espaço
de exposição de questões não somente pessoais, mas uma luta por toda uma classe, pois como
já dito anteriormente a obra perpassa a autoria, o receptor atribuirá significados e influencias
influências próprias transpassando atravessadas também pelas suas experiências e reflexões.
Logo, ea linguagem é a forma que dá vida à literatura, é a ferramenta pelo qual a literatura
expande seus limites.
“A poesia explora as potencialidades da linguagem, ou de uma língua, mas para a levar a um limite
em que o seu poder coincide com a sua impotência. A poesia, a linguagem propriamente poética s,
tece-se nesse limite, nesse ponto de coincidência do poder e da impotência de dizer, o que equivale
a afirmar que não há poesia sem um combate com a linguagem que é um combate desta consigo
mesma, uma violentação das suas possibilidades.” (Dias, ANO, página 19)

Uma relação importante entre a citação de Dias e a obra Almeida se dá no momento


em que ambos percorrem o caminho da linguagem ser o caminho pelo qual o autor constrói
significados, e a emoção poética se dá pela linguagem, o poeta cria sensações a partir da
linguagem, que só é possível com a execução de palavras. “A voz poética é sempre a
expressão de uma dessubjectivação pela escrita, ou pela linguagem, um idioma de visões e
sensações que constituem estados não psicológicos, estados assubjectivos de um sujeito […]”
(Dias, ANO, página 18). Djaimilia diz que sua língua é sua pátria (PÁG. 50), isso evidencia
uma profunda conexão de identidade e língua, o valor da cultura atribui a à língua uma
importante construção identitária, seja ela individual ou coletiva. A autora resgata suas
particularidades diaspóricas através do estudo da linguagem para a preservação de suas
tradições culturas e adaptação a um novo contexto.
Djaimilia leva o leitor a refletir em sua obra sobre sua própria invisibilidade e sobre
mitos que estruturam a imaginação colonizada. E torna-se evidente que o ponto em que ela
realmente quer tocar no seu público é a hospitalidade, pois, para ela uma “afropeia”, como
denomina em sua obra, ou seja, uma estrangeira tanto na África quanto na Europa, pois seu
corpo torna-se símbolo transitório de um passado traumático e hostil. A hospitalidade é uma
virtude na qual a autora acredita piamente que faz parte do processo de restituição da
identidade de sujeitos negros na ficção e nas artes. Djaimilia se vê como alguém sem lar, e
que seus personagens alcançam sua utopia: um lar/ espaço seguro. E a hospitalidade está
totalmente ligada a isso. Ela busca levar seus leitores para além de um não pertencimento
diaspórico, mas para o pensar sobre a dignidade interior humana de um desconhecido.
Os livros trouxeram-me a tempo à minha pele e arrombaram a arca dos
segredos. Depois de começar a escrever, nunca mais vi o mundo do mesmo
modo ou a mim mesma no mundo da mesma forma. Nunca mais me odiei.
Nunca mais tive vergonha de ser quem sou. Trouxeram paz à minha existência e
à vida da minha pele até se tornarem parte do problema. Expandiram a questão
da minha pele, não a guetizaram.
Escancararam o segredo e devolveram-mo num ricochete doce e amargo.
Lembraram-me de quem sou e deixaram em aberto quem sou como pergunta
aberta aos outros. Levaram-me além da porta da minha casa e de volta. Do
segredo do meu pai até ao segredo que nunca esperarei ver respondido. A minha
negritude não é terra firme, porto de abrigo. Joga-se na página — campo
minado. (Almeida, 2023, página 22)

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