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Sociedade Brasileira de Automática (SBA)

IX Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos - SBSE 2022, 10 a 13 de julho de 2022

Modelagem de Fonte de Potência Controlada no


ATP/ATPDraw: Um Desenvolvimento
Alternativo para Estudos de Fluxo de Potência
Felipe Lopes ∗ , Raphael Reis ∗∗ , Eubis Machado ∗∗∗ , Flavio Costa ∗∗∗∗ ,
Benemar Alencar † , Paulo Camara ‡

Universidade Federal da Paraı́ba, PB,
(e-mail: felipelopes@cear.ufpb.br).
∗∗
Universidade Federal Rural de Pernambuco, PE
(e-mail: raphael.reis@ufrpe.br)
∗∗∗
Universidade Federal do Vale do São Francisco, PE
(e-mail: eubis.machado@univasf.edu.br)
∗∗∗∗
Michigan Tehcnological University, Michigan-EUA
(e-mail: fbcosta@mtu.edu)

Universidade Federal de Campina Grande, PB
(e-mail: benemar@dee.ufcg.edu.br)

Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, PE
(e-mail: pcesar@chesf.gov.br)

Abstract: This paper presents a tutorial on the implementation of a simplified controllable source
in the Alternative Transients Program (ATP) environment, which is capable of representing
electrical energy resources and loads with settable active and reactive power. The model is
developed in the ATPDraw platform, taking advantage of the MODELS programming language
and Transient Analysis of Control Systems (TACS) elements. To address the proposed source
potentialities, examples are presented, including a comparison with a detailed photovoltaic
ATP/ATPDraw benchmark power plant model. The results demonstrate that the proposed
source is accurate and reliable for stable voltage conditions, allowing the ATP/ATPDraw to be
easily used as an alternative platform for power flow studies, facilitating the representation of
loads and inverter-based resources in steady-state conditions.
Resumo: Apresenta-se neste artigo um tutorial sobre a implementação de uma fonte controlável
simplificada no ambiente Alternative Transients Program (ATP), a qual é capaz de representar
fontes de energia elétrica e cargas com potência ativa e reativa configuráveis. O modelo
é desenvolvido na plataforma ATPDraw, tomando proveito da linguagem de programação
MODELS e de elementos Transient Analysis of Control Systems (TACS). Para abordar as
potencialidades da fonte proposta, exemplos são apresentados, incluindo uma comparação com
um modelo detalhado de usina fotovoltaica de referência no ATP/ATPDraw. A partir dos
resultados, demonstra-se que a fonte proposta é precisa e confiável para condições de tensão
estável, permitindo que o ATP/ATPDraw seja facilmente utilizado como ferramenta alternativa
para estudos de fluxo de potência, facilitando a representação de cargas e fontes baseadas em
inversores em condições de regime permanente.

Keywords: ATP; ATPDraw; controlled sources; electrical systems; MODELS; TACS.


Palavras-chaves: ATP; ATPDraw; fontes controladas; sistemas elétricos; MODELS; TACS.

1. INTRODUÇÃO No Brasil, dentre as plataformas computacionais mais


empregadas em estudos elétricos, destacam-se o ANA-
Estudos pré-operacionais de um sistema de energia elétrica REDE, ANATEM, ANAFAS e Alternative Trasients Pro-
(SEE) se fazem necessários em diversas situações práticas. gram (ATP), que se voltam, respectivamente, para estudos
Neste contexto, o uso de ferramentas computacionais para de fluxo de carga, transitórios eletromecânicos, estudos de
simulação de SEEs se faz crucial, visto que permite a curto-circuito e transitórios eletromagnéticos. Os progra-
avaliação de diferentes cenários operativos sem que haja mas ANAREDE, ANATEM e ANAFAS foram desenvolvi-
a necessidade de intervenção do sistema interligado real das pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL)
(Kim and Harley, 2016). e possuem custo para aquisição de suas licenças. Por outro
lado, o ATP possui licença gratuita, contando apenas com
⋆ Esta pesquisa é patrocinada pela Companhia Hidro Elétrica do o suporte das comunidades de usuários.
São Francisco (CHESF) no âmbito do projeto PD-0048-0317/2020.

ISSN: 2177-6164 2182 DOI: 10.20906/sbse.v2i1.3171


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Ainda em relação ao ATP, reconhece-se que a gratuidade Matematicamente, os modelos mencionados são ampla-
de sua licença tem sido decisiva para a ampla utilização mente conhecidos, sendo frequentemente reportados na
da plataforma no contexto dos programas do tipo Elec- literatura e disponibilizados em alguns programas volta-
tromagnetic Transients Program (EMTP). De fato, existe dos exclusivamente para estudos de fluxo de carga (Pe-
nesta categoria uma diversidade de outros programas, queno, 2010). Porém, ao considerar o ATP/ATPDraw
com licenças não gratuitas e que disponibilizam maior como ferramenta computacional alternativa, é comum o
variedade de modelos e suporte para usuários, a exemplo enfrentamento de dificuldades por parte dos usuários na
do PSCAD e PS Simul (sendo este último um programa modelagem dos casos. Isso ocorre especialmente quando
EMTP genuinamente brasileiro). Entretanto, o custo de do ajuste de elementos RLC para representação de cargas
aquisição das licenças, assim como para o ANAREDE, com potências especı́ficas, ou de fontes para simulação de
ANATEM e ANAFAS, ainda é um fator limitante para plantas geradoras baseadas em inversores, que possuem
alguns estudantes e profissionais da engenharia elétrica. modelagens diferentes das máquinas sı́ncronas, operando
como fonte de corrente (Jones et al., 2018). Assim, ao
Considerando o contexto supracitado, o ATP tem sido
utilizar o ATP/ATPDraw em estudos de fluxo de carga, é
empregado em estudos não necessariamente voltados para
crucial a definição de relações matemáticas que permitam
a análise de transitórios eletromagnéticos (Gérin-Lajoie
o controle de potência ativa P e reativa Q, simulando
and Mahseredjian, 2009; Tamashiro et al., 2014). Nesse
apropriadamente o fator de potência F P de interesse.
sentido, considera-se que o uso do ATP em estudos de
fluxo de carga merece destaque, tomando proveito dos Para realizar o desenvolvimento sugerido, neste trabalho,
modelos precisos prontamente disponı́veis, que permitem toma-se como referência a tensão v estabelecida pelo SEE
modelagens detalhadas, com resposta de fluxo de carga no ponto de conexão da fonte/carga. A partir disso, cor-
compatı́vel com o esperado. Desse modo, a divulgação de rentes i são sintetizadas com módulo e ângulo compatı́veis
modelos ATP/ATPDraw que possam ser de interesse para ao F P de interesse, na frequência ω fundamental de v,
a comunidade cientı́fica nos estudos passı́veis de realização que pode ser estimada a partir de Phase Locked Loops
na referida plataforma tem sido de grande utilidade para (PLLs) (Stensby, 1997). Diante do exposto, dois modelos
usuários, fato este motivador do presente trabalho. são apresentados neste artigo, sendo o primeiro baseado em
um PLL ideal, em que a frequência de sı́ntese das correntes
Neste artigo, apresenta-se a modelagem de uma fonte é tratada como um ajuste do arranjo, sem contemplar
controlada simplificada no ambiente ATPDraw (interface
eventuais variações na frequência da rede, e o segundo ba-
gráfica do ATP), visando a sua utilização em estudos de
seado em uma sı́ntese de correntes por meio da estimação
fluxo de potência. A fonte é capaz de representar elementos
via PLL da frequência da tensão estabelecida pelo SEE.
elétricos com potência ajustável em condições de tensão
estável, tais como cargas com potência constante e fontes Assumindo que a tensão de referência v foi medida ade-
de geração que operam com caracterı́stica de fonte de cor- quadamente e que a estimação da frequência angular ω no
rente, a exemplo de fontes eólicas do tipo Full Converter e lado da rede elétrica foi realizada com sucesso, o módulo e
de plantas fotovoltaicas, com operação segundo tecnologia ângulo das correntes de saı́da da fonte devem ser estima-
grid-following. Inicialmente, apresentam-se os fundamen- dos, os quais dependem do módulo e ângulo das tensões
tos matemáticos do modelo e, na sequência, descreve-se terminais. Em termos fasoriais, v e i são representadas por:
a sua implementação, fazendo-se uso da linguagem MO- V̂ = V ̸ θv , (1)
DELS do ATP, de elementos TACS e de blocos funcionais
já disponı́veis nas versões mais recentes do ATPDraw. Por ˆ ̸
I = I θi , (2)
fim, apresentam-se análises demonstrativas, a partir das ˆ
sendo V̂ e I os fasores de tensão e corrente, respectiva-
quais destacam-se as potencialidades do modelo para estu- mente, V e θv o módulo e o ângulo do fasor de tensão, e I
dos de fluxo de carga no ATP/ATPDraw. Dos resultados, e θi o módulo e o ângulo do fasor de corrente. Assim, as-
prova-se que o modelo desenvolvido é capaz de representar sumindo valores trifásicos pré-determinados das potências
de forma fidedigna a injeção ou absorção de potência ativa P e Q, em uma condição de operação equilibrada, tem-se
ou reativa em sistemas modelados no ATP, viabilizando em um sistema trifásico que:
estudos precisos de fluxo de carga, com a vantagem da ∗
utilização de uma plataforma computacional isenta de S = 3S1ϕ = 3(Vˆϕ · Iˆϕ ) = P + jQ , (3)
custos para aquisição de licença. em que S é a potência complexa trifásica, S1ϕ é a potência
complexa por fase dada por S1ϕ = |S| 3
̸ θ, sendo |S| a

2. FUNDAMENTAÇÃO MATEMÁTICA potência aparente trifásica, Vϕ é a tensão da fase ϕ para


terra e Iϕ a corrente na fase ϕ.
Durante a execução de estudos elétricos, é comum o Portanto, ainda considerando uma operação equilibrada
debate sobre a melhor forma de representar cargas e da rede elétrica, é possı́vel demonstrar que:
fontes. Dentre os possı́veis modelos existentes, destacam- p
P 2 + Q2
 
Q
se as representações por meio de impedância, corrente e ̸ tan−1 = Vϕ Iϕ ̸ θv,ϕ − θi,ϕ . (4)
potência constantes, ou por meio do modelo ZIP, o qual 3 P
consiste na combinação das opções anteriores (Jereminov
Assim, analisando módulo e ângulo em (4), é possı́vel
et al., 2019; Hatipoglu et al., 2012; Dong et al., 2008;
ajustar os valores caracterı́sticos das correntes de interesse
Höger et al., 2019). No contexto do fluxo de carga, é
na fase ϕ, procedendo com as seguintes relações:
comum a especificação destas em termos de potência, p
recaindo na necessidade de controle de potências injetadas P 2 + Q2
Iϕ = , (5)
ou consumidas nos nós elétricos do circuito sob análise. 3Vϕ

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Q
θi,ϕ = θv,ϕ − tan−1 . (6)
P
As correntes trifásicas são sintetizadas com frequência
angular ω, respeitando ajustes dos ângulos de fase para
representar a sequência de fases da rede elétrica. Por
exemplo, para um sistema com sequência de fases ABC,
tem-se que:

ia (t) = Iϕ · 2 · cos(ωt + θi,ϕ ) , (7) Figura 1. Modelo ATP/ATPDraw com sı́ntese de correntes
√ sem estimação da frequência da rede elétrica.
ib (t) = Iϕ · 2 · cos(ωt + θi,ϕ − 120◦ ) , (8)

ic (t) = Iϕ · 2 · cos(ωt + θi,ϕ + 120◦ ) . (9)

Ressalta-se que o modelo de fonte proposto consiste em


uma versão simplificada, que não tem o objetivo de re-
presentar dinâmicas de geração baseada em inversores
ou de cargas, seja esse comportamento proveniente das
caracterı́sticas dos inversores ou mesmo de eventos de
curto-circuito na rede elétrica. Desse modo, uma vez que
o foco está em estudos de fluxo de potência usando o
ATP/ATPDraw como ferramenta alternativa, necessita-
se apenas de uma condição de tensão estável para que Figura 2. Modelo ATP/ATPDraw com sı́ntese de correntes
o modelo opere corretamente, o qual se auto-ajusta para com estimação da frequência da rede elétrica via PLL.
manter o consumo ou fornecimento das potências P e
Q na simulação. Nesse contexto, deve-se entender que a 3.1 Bloco 1: Programação MODELS
sı́ntese das correntes dependerá do desempenho dos PLL
para estimação de ω e da estimação do módulo Vϕ das
tensões no ponto de acoplamento. Tais funcionalidades po- As equações (5) e (6) são utilizadas no cálculo de Iϕ e θi,ϕ .
dem ser implementadas de diferentes formas, não sendo o Neste caso, os cálculos se baseiam em funções de soma,
objetivo deste trabalho apresentar propostas inovadores ou multiplicação, divisão, potência de dois e raiz quadrada,
realizar análises comparativas de soluções existentes. Em que se encontram prontamente disponı́veis dentre as fun-
contrapartida, é importante entender que o sistema com cionalidades da linguagem MODELS nativa do ATP. Por-
PLL é mais realı́stico, podendo ser usado para representar tanto, optou-se pela utilização do bloco disponı́vel na aba 1
os impactos de eventuais desvios de frequência na rede MODELS>>Default model, no qual foram programados os
elétrica sobre o fluxo de potência de saı́da de unidades de códigos demonstrados nas Figs. 3 e 4 para os modelos
geração baseadas em inversores. das Figs. 1 e 2, respectivamente. É importante esclareceer
que o bloco Default model se auto ajusta visualmente
no ATPDraw em termos de entradas e saı́das, requerendo
3. MODELAGEM NO ATP/ATPDRAW apenas a configuração dos tipos das entradas, conforme
será explicado posteriormente.
O ATP dispõe de interface gráfica para criação de circuitos,
a qual é conhecida como ATPDraw. Esta ferramenta por 3.2 Bloco 2: Fonte TACS
si só não é capaz de executar simulações, mas é de grande
utilidade no momento de criação de blocos funcionais,
pois possui vasta biblioteca de modelos prontamente dis- As saı́das do bloco 1 são tratadas internamente no ATP
ponı́veis para uso. Assim, a fonte com potência ajustável como variáveis computacionais, não sendo passı́veis de in-
descrita matematicamente na seção 2 é implementada por teração com o circuito elétrico da simulação. Para conver-
meio de blocos funcionais do ATPDraw, incluindo módu- ter tais variáveis em correntes elétricas, emprega-se uma
los de programação via linguagem MODELS e elementos fonte TACS, que pode ser encontrada na aba de elementos
TACS. Nas Figs. 1 e 2, ilustram-se os modelos implemen- do ATPDraw Sources>>TACS source. Para sua ativação
tados no ATP/ATPDraw (versão 7.2), com e sem o uso de apropriada, deve-se conectar a saı́da do bloco 1 ao terminal
PLL para estimação de ω, enumerando os blocos funcionais da fonte TACS (bloco 2), ajustando-a para representar
empregados. uma fonte de corrente. Em sua forma default, a fonte
TACS converte sinais de tensão, de modo que apresenta
Em relação às Figs. 1 e 2, é oportuno mencionar que os formato circular. Ao alterar a fonte para o tipo “fonte
blocos de 2 a 8 são similares nos dois modelos, existindo de corrente”, seu formato passará a ter forma de losango,
apenas diferenças de programação no bloco 1 (conside- conforme ilustrado nas Figs. 1 e 2. Deve-se notar ainda
rando frequência estimada ou como ajuste) e a inclusão que, do mesmo ponto de conexão do bloco 1, deriva-se a
dos blocos 9 e 10 quando da estimação de ω via PLL. A conexão para o circuito elétrico, por onde fluirá a corrente
opção por essas modelagens se deu pelo interesse em dar de saı́da da fonte TACS.
flexibilidade à fonte para que operasse na injeção ou ab-
sorção de potência. A descrição dos modelos desenvolvidos 1 Para acessar as abas de elementos do ATPDraw, basta clicar com
é apresentada a seguir. o botão direito no mouse na área de modelos.

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3.4 Bloco 4: Medição de Potência Ativa e Reativa

Uma vez que está sendo apresentado um elemento de


potência controlada, faz-se importante a monitoração da
potência de saı́da da fonte proposta. Para tanto, utiliza-se
um bloco MODELS nativo do ATPDraw, o qual está dis-
ponı́vel na aba Power System Tools>>PQ>>PQ 3-phase.
Uma vez que é nativo do ATPDraw, seu código não é
detalhado neste trabalho. Ainda assim, é importante expli-
car que este bloco é opcional e requer ajustes de frequên-
cia nominal FREQ, taxa de amostragem SampleFreq, bem
como ScaleV, ScaleI e Algorithm. FREQ e SampleFreq
podem ser ajustados conforme explicado na subseção 3.3,
sugerindo-se ScaleV=1, ScaleI=1 e Algorithm=0.
Ainda sobre o bloco 4, se aplicado, suas entradas podem ser
interligadas, conforme ilustrado nas Figs. 1 e 2. Entretanto,
assim como para os demais blocos MODELS, é imprescin-
dı́vel a configuração dos tipos de entradas, procedimento
este que será explicado posteriormente na subseção 3.11.
Figura 3. Código MODELS empregado no bloco 1 do
circuito sem PLL. 3.5 Bloco 5: Chave de Medição

O bloco 5 consiste em uma chave de medição disponı́vel


na aba Switches>>Measuring. Esta chave é empregada
para permitir que o ATP reconheça o ponto de medição
de corrente usado no bloco 4. Portanto, também consiste
em um bloco opcional, caso se deseje monitorar a potência
de saı́da do modelo. Deve-se notar, das Figs. 1 e 2, que se
adotou como referência positiva o sentido saindo da fonte.
Assim, via bloco 4, torna-se possı́vel calcular as potências
P e Q com polaridades positiva e negativa quando estive-
rem sendo fornecidas e absorvidas, respectivamente. Para
visualizar tal referência de medição, deve-se ativar a opção
de medição de output do tipo corrente na chave.

3.6 Bloco 6: Constantes TACS

O bloco 1 tem como ajustes os valores de referên-


cia das potências trifásicas P e Q. Esses dados pode-
riam estar inseridos internamente no bloco, mas visando
Figura 4. Código MODELS empregado no bloco 1 do destacar visualmente o ajuste, optou-se pela utilização
circuito com PLL. de constantes TACS, que podem ser acessadas na aba
3.3 Bloco 3: Componentes Fasoriais de Sequência TACS>>Sources>>Constant. Nesses elementos, ajustam-se
os valores de referência de P e Q, que são informadas ao
bloco 1 via conexão ilustrada nas Figs. 1 e 2.
A estimação do módulo das tensões no ponto de conexão
da fonte se faz necessária para aplicação de (5). Diversas 3.7 Bloco 7: Probe TACS
metodologias podem ser empregadas para esse fim, dentre
as quais optou-se pela utilização de um bloco MODELS na- Estes elementos também são opcionais, sendo aqui aplica-
tivo do ATPDraw, que permite o cálculo de componentes dos apenas para visualização no módulo PLOTXY do ATP
de sequência. Assim, a sequência positiva foi tomada como dos valores de referência de P e Q. Dado que o bloco 6 é
tensão de referência. Este bloco se encontra disponı́vel um elemento TACS, usa-se o Probe TACS, disponı́vel em
na aba Power System Tools>>Phasors>>Sequence 012 Probes & 3-phase>>Probe TACS.
e, por ser nativo do ATPDraw, não terá seu código deta-
lhado. É importante mencionar a necessidade de ajuste da 3.8 Bloco 8: Disjuntor trifásico
frequência fundamental da rede elétrica FREQ, da frequên-
cia de amostragem SampleFreq e das variáveis Scale e Na saı́da da fonte, sugere-se o uso de um disjuntor tri-
Algorithm. Para sistemas de 50 Hz e 60 Hz, FREQ=50 e fásico, representado pelo bloco 8. Este elemento também
60, respectivamente, sugerindo-se SampleFreq=400 e 480, é opcional, sendo sugerido apenas para facilitar eventuais
respectivamente, o que representa uma taxa de oito amos- desconexões da fonte controlada dos sistemas elétricos em
tras por ciclo. Ademais, Scale=1 e Algorithm=0 pode ser simulação. Assim, evita-se a necessidade de um reposici-
configurado em ambos os casos. Por fim, destaca-se que a onamento manual do circuito no ATPDraw quando for
entrada do bloco deve ser conectada ao nó de conexão da necessária a desconexão da fonte. Esse disjuntor pode ser
fonte com o sistema que será simulado. encontrado na aba Switches>>Switch time 3-ph.

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3.9 Bloco 9: Filtro Passa-Baixa Butterworth blocos fora da sequência de execução do fluxo de operações
a serem executadas. Esse ajuste deve ser realizado no
O bloco 9 é usado apenas no modelo da Fig. 2. Trata-se campo Order disponı́vel na janela de dados dos blocos
de um filtro passa-baixa empregado nas tensões que serão funcionais, que pode ser acessada dando-se dois cliques
utilizadas pelo PLL representado pelo bloco 10. Essa fil- sobre o elemento.
tragem tem como objetivo eliminar distorções nos sinais de
tensão que possam eventualmente causar instabilidades no 3.12 Fluxograma do modelo e resumo dos ajustes empregados
PLL, que por sua vez causaria instabilidades nas correntes
sintetizadas de saı́da. Em termos de ajustes, esse bloco Visando facilitar a reprodução dos modelos desenvolvi-
requer configuração dos parâmetros Gain (ganho do filtro), dos, apresenta-se na Fig. 5 um fluxograma generalizado
FilterFreq (frequência de corte), FilterOrder (ordem do dos blocos funcionais empregados, classificando-os como
filtro) e ScaleFreq (frequência de correção do filtro). Neste obrigatórios ou opcionais, de acordo com as considerações
caso, sugere-se manter ganho unitário, com frequência de apresentadas ao longo desta seção. Ademais, em cada
corte próxima à segunda ou terceira harmônica do sistema bloco, apresenta-se a numeração considerada nas subeções
(interesse apenas na fundamental), configurando filtro de anteriores e um resumo dos ajustes utilizados nos blocos
ordem 3 e frequência de correção próxima à frequência de funcionais, respeitando os critérios técnicos apresentados.
corte. Obviamente, deve-se entender que essas são apenas Neste contexto, destaca-se que o fluxograma é apresentado
sugestões de ajuste, podendo ser adaptadas a partir das meramente para facilitar a reprodução do modelo descrito
necessidades de cada estudo. Tal filtro se encontra dispo- nesta seção, podendo este ser adaptado para outros siste-
nı́vel na aba Power System Tools>>Filters>>Low pass. mas de interesse.
3.10 Bloco 10: PLL

Apenas no sistema da Fig. 2 se faz uso de PLL para


estimação da frequência ω usada na sı́ntese das correntes
de saı́da. Para tanto, apesar da grande diversidade de tec-
nologias de PLL, usa-se neste trabalho um bloco existente
no ATPDraw, disponı́vel em Power System Tools>>PLL,
cujo código, por ser nativo da plataforma, não será deta-
lhado. Esse bloco recebe as tensões filtradas provenientes
do bloco 9, tendo como saı́da a frequência f estimada
em hertz, que é usada na sı́ntese das correntes, conforme
ilustrado nos códigos apresentados nas Figs. 3 e 4.

3.11 Ajuste dos Tipos de Entradas dos Blocos MODELS


e da Ordem de Aplicação

Um requisito mandatório para implementação do modelo Figura 5. Fluxograma do modelo e resumo de ajustes.
proposto consiste na configuração dos tipos de entradas
dos blocos MODELS. Ao dar dois cliques em cada termina-
ção dos blocos MODELS, é dada a opção de configuração 4. DEMONSTRAÇÕES E RESULTADOS
dos tipos de entrada, que devem ser ajustadas de maneira
compatı́vel com o sinal de origem no terminal em questão. 4.1 Sistemas Teste para Demonstrações
Assim, no bloco 1, as entradas provenientes dos blocos 6
devem ser configuradas como do tipo TACS e as entradas Para viabilizar as demonstrações de estudos de fluxo de
provenientes dos blocos 3 e 10 como do tipo MODELS. carga usando o modelo de fonte desenvolvido, dois sistemas
Nos blocos 3 e 9, as entradas são do tipo tensão e no bloco são considerados. O primeiro deles é aqui chamado de Sis-
4 uma das entradas deve ser configurada como sendo de tema Simplificado (SS) e o segundo é chamado de sistema
tensão e a outra como do tipo corrente. PV, pois se refere a um modelo de planta fotovoltaica.
Outro aspecto importante diz respeito à ordem de aplica- O sistema SS é ilustrado na Fig. 6 e consiste em um SEE
ção dos blocos, especialmente quando uma sequência de de 230 kV/60 Hz, que contém uma barra infinita com
processamento de entradas e saı́das se faz necessária. O tensão igual a 1̸ 27.2◦ pu e que se conecta a uma linha
ATP pode gerar os códigos em ordem diferente da reque- de transmissão, cujos parâmetros elétricos são expostos na
rida na aplicação em análise, sendo então importante a Tabela 1. Ao final dessa linha de transmissão, encontra-se
indicação da sequência de execução. Nos blocos MODELS
considerados na modelagem da fonte controlada proposta,
todos os blocos foram ajustados com ordem ‘0’, exceto o
bloco 1 que foi ajustado com ordem ‘1’, pois depende dos
demais para aplicar as fórmulas de interesse. É importante
frisar que, a depender da sequência de implementação e/ou
inserção dos blocos, essa ordem pode ser automaticamente
compatı́vel com o formato esperado. Entretanto, o alerta
se faz necessário, especialmente quando da inclusão dos Figura 6. Sistema teste SS.

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Tabela 1. Parâmetros da linha do sistema SS. funcionais para estimar as tensões no ponto de conexão,
Comprimento B - Susceptância
ambas as potências P e Q convergem para os valores
[km]
325, 73 [Ω/km]
[µS/km] do circuito original. Tal fato comprova a possibilidade
Sequência R - Resistência 0, 042406 de utilizar o modelo proposto com ajuste das potências
5, 41453 absorvidas, evitando a necessidade de parametrização de
Positiva X - Reatância 0, 302799
Sequência R - Resistência 0, 427905 elementos RLC.
2, 3493
Zero X - Reatância 1, 63734
Uma segunda análise é realizada substituindo também o
reator do circuito da Fig. 6 pelo modelo de fonte desen-
volvido. A comparação das potências P e Q é realizada
considerando medidas de potência no mesmo local do caso
anterior. Os resultados obtidos para P e Q são apresenta-
dos nas Figs. 10 e 11, respectivamente.
Analisando os resultados, nota-se novamente que o modelo
Figura 7. Sistema teste PV. se comportou conforme esperado, fazendo as potências no
circuito convergirem para os valores originais após um
instalado um reator de 30 Mvar e uma carga que absorve perı́odo de inicialização. Com isso, uma vez desenvolvido
P = 144, 5 MW e Q = 13, 6 Mvar, modelada originalmente o modelo de fonte controlada, torna-se simples a inser-
no ATP/ATPDraw a partir de um elemento de impedância ção de cargas com ajuste de potência pré-determinado,
constante RLC, considerando a tensão na barra de conexão independentemente de sua natureza (predominantemente
igual a 0, 987 pu. O modelo foi implementado e ajustado no resistiva, indutiva ou capacitiva), facilitando a modelagem
ATP/ATPDraw, resultando nos fluxos de potência tam- de cenários para estudo de fluxo de potência no ambiente
bém ilustrados na Fig. 6. Já no modelo do sistema PV, ATP/ATPDraw.
representa-se uma planta fotovoltaica que opera em 50 Hz
em rede coletora de 1 kV injetando 1 MW e 0 var em 4.3 Utilização como Fonte Interfaceada por Conversor
uma rede elétrica de 22 kV, conforme apresentado na Fig.
7. Esse modelo de rede elétrica se encontra disponı́vel no
caso exemplo n◦ 25 das versões mais recentes do ATPDraw, Tipicamente, fontes de geração baseadas em máquinas
podendo ser também obtido no website www.atpdraw.net. sı́ncronas são modeladas por meio de equivalentes de Thé-
Ressalta-se que no modelo PV é contemplada a represen- venin, fazendo uso de fontes de tensão em série com impe-
tação de inversores e de suas lógicas de controle, as quais dâncias. Eventualmente, em casos de barra infinita, como
supervisionam a tensão no barramento CC e a potência no cenário da Fig. 6, a impedância tem valor desprezı́vel,
entregue à rede elétrica. Por limitações de espaço, mais podendo a fonte ser conectada diretamente ao circuito.
detalhes sobre o sistema não serão apresentados, os quais Esse tipo de modelagem é o mais apropriado para tais
podem ser encontrados no website www.atpdraw.net.

4.2 Utilização da Fonte Controlada Proposta para


Representação de Cargas

A primeira análise consiste na demonstração da operação


dos modelos com e sem PLL no estudo de fluxo de carga do
sistema SS. Para tanto, realizam-se simulações com tempo
máximo de 0,8 s, passo de integração do ATP igual a 1 µs,
comparando as medições de potência no ponto de conexão
da carga pelo bloco do tipo ui->PQ, tal como ilustrado na
Fig. 6. Assim, procede-se com a comparação dos resultados
no sistema original e de sistemas adaptados, nos quais Figura 8. Comparação de P para os circuitos SS simulados,
a carga foi substituı́da pela fonte controlada proposta, substituindo a carga pelo modelo de fonte proposto.
ajustando-a com P = −144, 5 MW e Q = −13, 6 Mvar
para simular uma absorção de potência. Os resultados
comparativos das potências P e Q são apresentados nas
Figs. 8 e 9, respectivamente, onde PORIG, PSPLL e PCPLL
representam as potências P para o caso original, caso com
fonte proposta sem PLL e caso com fonte proposta com
PLL, respectivamente. Da mesma forma, QORIG, QSPLL e
QCPLL se referem às potências Q para o caso original, caso
com fonte proposta sem PLL e caso com fonte proposta
com PLL, respectivamente.
Do exposto nas Figs. 8 e 9, nota-se que os resultados se
assemelham, demonstrando a boa precisão do modelo para
a análise do fluxo de carga no sistema. Apesar de existir
um perı́odo de inicialização da fonte proposta em virtude Figura 9. Comparação de Q para os circuitos SS simulados,
da estimação fasorial realizada por alguns dos blocos substituindo a carga pelo modelo de fonte proposto.

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Sabendo que fontes eólicas do tipo Full Converter e fo-


tovoltaicas operam como fonte de corrente, elas são com-
patı́veis ao modelo de fonte proposto. Para demonstrar
tal aspecto, analisa-se o sistema da Fig. 7, considerando
uma planta fotovoltaica ajustada para fornecer à rede
elétrica 1 MW e 0 var. No modelo ATP/ATPDraw original,
encontram-se implementados o inversor e seus controles.
Assim, a intenção é demonstrar que, por meio do mo-
delo de fonte desenvolvido, a planta fotovoltaica pode ser
representada de maneira apropriada, desde que a rede
elétrica mantenha condições de tensão estável. Nas Figs.
12 e 13, apresentam-se os resultados obtidos para P e Q,
Figura 10. Comparação de P para os circuitos SS simula- respectivamente, enquanto que na Fig. 14 ilustra-se uma
dos, substituindo carga e reator pela fonte proposta. região ampliada das correntes de saı́da.
Avaliando os resultados, nota-se que, após o perı́odo de
inicialização da fonte controlada, as potências P e Q con-
vergem para valores muito próximos aos esperados para o
ponto de operação da planta fotovoltaica original. Assim,

Figura 11. Comparação de Q para os circuitos SS simula-


dos, substituindo carga e reator pela fonte proposta.

fontes sı́ncronas, visto que elas ditam o comportamento Figura 12. Análise de P quando do uso do modelo proposto
das tensões no sistema, estabelecendo referências de mó- para representação de planta fotovoltaica.
dulo, ângulo e frequência para cargas e demais elementos
da rede elétrica.
Diante do exposto, a priori, não é adequado representar
plantas de geração sı́ncrona pelo modelo proposto, visto
que o mesmo opera com caracterı́sticas de fonte de cor-
rente. De fato, a substituição de uma fonte de tensão pelo
modelo proposto faria com que esse último perdesse a refe-
rência de tensão, deixando de funcionar na etapa de sı́ntese
de correntes. Entretanto, apesar das limitações citadas, o
modelo proposto é compatı́vel com fontes de geração que
operam com caracterı́sticas de fonte de corrente, tal como
fontes interfaceadas por conversores, a exemplo de plantas
eólicas Full Converter e fotovoltaicas. Essas fontes operam Figura 13. Análise de Q quando do uso do modelo proposto
tomando como referência uma tensão estabelecida pela para representação de planta fotovoltaica.
rede elétrica, a partir da qual são estimadas as referências
de tensão nos terminais de conexão das fontes, permitindo
uma operação sob condições de potência controlada.
Em termos de estudos de fluxo de potência, a injeção
de potência controlada é comum em programas destina-
dos originalmente para esse fim. Porém, ao se utilizar o
ATP/ATPDraw como ferramenta auxiliar, tomando pro-
veito de sua gratuidade, são comuns dúvidas sobre as
formas de modelagem de fontes eólicas do tipo Full Con-
verter e fotovoltaicas, sendo esse esclarecimento uma das
contribuições do presente trabalho. Tal tipo de estudo pode
ser necessário em diversos cenários, incluindo casos em
que plantas eólicas, fotovoltaicas e até de armazenamento
operam em conjunto, formando o que se conhece como Figura 14. Correntes de saı́da de planta fotovoltaica
arranjo de geração hı́brida. quando modelada a partir da fonte proposta.

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as condições de fator de potência são mantidas, com- durante o perı́odo de inicialização da fonte. Com isso,
provando a precisão e confiabilidade da fonte controlada identifica-se o modelo como sendo de grande utilidade para
desenvolvida, porém com a facilidade de se trabalhar com profissionais que desejam usar o ATP/ATPDraw como
um modelo simplificado. ferramenta alternativa para estudos de fluxo de carga,
especialmente por permitir o ajuste de potências de forma
Outro aspecto que merece destaque diz respeito à re- direta, seja em cargas ou em fontes interfaceadas por con-
presentação do conteúdo harmônico na saı́da da planta versores, sem necessitar de cálculos ou modelos complexos
fotovoltaica, o qual pode ser analisado na Fig. 14. No para representação destes elementos.
modelo original, em virtude dos chaveamentos do inversor,
percebe-se a presença de distorções nos sinais, as quais não Em trabalhos futuros, espera-se evoluir o modelo proposto
são representados na saı́da da fonte proposta, embora a para análises de curto-circuito, incluindo, no caso de fontes
componente fundamental mantenha as suas caracterı́sticas interfaceadas por conversores, elementos de controle capa-
de módulo e ângulo. Tal comportamento já era esperado, zes de reproduzir a resposta dinâmica dessas unidades.
visto que a fonte proposta não sintetiza as correntes de
saı́da por meio de inversores, mas sim, calcula diretamente REFERÊNCIAS
os valores instantâneos na frequência estimada/ajustada
com base nas tensões impostas pela rede elétrica. Com Dong, Y., Liu, W., Gao, Z., and Zhang, X. (2008). Study
isso, reconhece-se que o modelo proposto nesta versão não of a simulation model of ac constant power load. In
é adequado para estudos de qualidade da energia, transitó- TENCON 2008 - 2008 IEEE Region 10 Conference, 1–
rios eletromagnéticos ou curto-circuito, nos quais ocorrem 5. doi:10.1109/TENCON.2008.4766537.
variações relevantes nos sinais de tensão da rede. Ainda Gérin-Lajoie, L. and Mahseredjian, J. (2009). Simulation
assim, do ponto de vista de uso do ATP/ATPDraw como of an extra large network in emtp: From electromagnetic
ferramenta auxiliar para análises de fluxo de potência, o to electromechanical transients. In Proc. Int. Conf.
modelo proposto é de grande utilidade, pois representa Power Syst. Transients (IPST), 2–6.
apropriadamente a injeção de potência, respeitando as Hatipoglu, K., Fidan, I., and Radman, G. (2012). Investi-
relações de módulo e ângulo das correntes de saı́da, sem gating effect of voltage changes on static zip load model
requerer gastos com licenças de programas especı́ficos e in a microgrid environment. In 2012 North American
nem a modelagem detalhada dos conversores. Power Symposium (NAPS), 1–5. doi:10.1109/NAPS.
2012.6336407.
Por fim, em virtude das simplificações do modelo proposto, Höger, M., Širanec, M., and Altus, J. (2019). Power flow
não há a necessidade de uso de passos de integração muito analysis of networks with loads of constant current -
pequenos. Isso torna as simulações mais rápidas, mesmo constant power factor type. In 2019 20th International
que visualizadas no domı́nio do tempo, descartando-se o Scientific Conference on Electric Power Engineering
perı́odo de inicialização. Nesse sentido, sugere-se o uso (EPE), 1–4. doi:10.1109/EPE.2019.8777975.
de passos de integração entre 1 µs e 50 µs para estudos Jereminov, M., Hooi, B., Pandey, A., Song, H.A., Falout-
alternativos de fluxo de carga no ATP/ATPDraw. sos, C., and Pileggi, L. (2019). Impact of load models on
power flow optimization. In 2019 IEEE Power & Energy
5. CONCLUSÕES Society General Meeting (PESGM), 1–5. IEEE.
Jones, K.W., Pourbeik, P., Kobet, G., Berner, A., Fis-
Neste trabalho, apresenta-se a modelagem no ambiente cher, N., Huang, F., Holbach, J., Jensen, M., O’Connor,
ATP/ATPDraw de um modelo de fonte de corrente contro- J., Patel, M., et al. (2018). Impact of inverter based
lada, a qual é capaz de controlar a injeção de potência em generation on bulk power system dynamics and short-
um dado nó elétrico. O desenvolvimento se contextualiza circuit performance. Task Force on Short-Circuit and
no uso do ATP/ATPDraw como ferramenta auxiliar para System Performance Impact of Inverter Based Genera-
análises de fluxo de carga, tendo-se como motivação a tion, Tech. Rep. PESTR68.
gratuidade da licença da referida plataforma. Desse modo, Kim, I. and Harley, R.G. (2016). A study on power-flow
a disponibilização de modelos para estudos diversos é de and short-circuit algorithms capable of analyzing the
interesse por parte de pesquisadores, estudantes e profissi- effect of load current on fault current using the bus
onais do setor elétrico, justificando o objetivo do presente impedance matrix. In 2016 IEEE Electrical Power and
artigo. Energy Conference (EPEC), 1–3. doi:10.1109/EPEC.
Dois modelos foram apresentados, os quais diferem ape- 2016.7771690.
nas do uso ou não de PLL para estimação da frequência Pequeno, L.E.B. (2010). Novas facilidades de operação
das tensões de referência no lado da rede, cujas infor- do programa anarede. Universidade Federal do Rio de
mações são usadas na sı́ntese das correntes de saı́da da Janeiro.
fonte. Para demonstrar o funcionamento da fonte pro- Stensby, J.L. (1997). Phase-locked loops: Theory and
posta, consideraram-se cenários nos quais o modelo de- applications. CRC Press.
senvolvido é usado na representação de cargas e, por fim, Tamashiro, M., Peres, L., Piccini, A., and RESENDE,
para representação de uma planta fotovoltaica, que possui J.G.G. (2014). Avaliação de programas gratuitos para
todas as caracterı́sticas de fontes de energia baseadas em análise de estabilidade transitória em sistemas elétri-
inversores. Dos resultados, demonstra-se que o modelo cos de potência. V Simpósio Brasileiro de Sistemas
desenvolvido é capaz de representar com boa precisão o Elétricos–SBSE, Foz do Iguaçu.
fluxo de potência nos ramos em que se encontra conectado,
requerendo apenas o ajuste de potências ativa e reativa,
bem como o descarte das informações temporais obtidas

ISSN: 2177-6164 2189 DOI: 10.20906/sbse.v2i1.3171

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