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AÇÃO PARA
PORTUGAL
INTEIRO
2024
2 PLANO DE AÇÃO PARA PORTUGAL INTEIRO 2024
Estou certo que,
como tantas vezes no
passado, demonstraremos
a força do PS e saberemos
estar à altura de dar ao país,
uma vez mais, a confiança
de um projeto credível para
um Portugal inteiro.
PEDRO NUNO SANTOS
INTRODUÇÃO:
No ano em que comemoramos os 50 anos do 25 de
Abril, é com orgulho e humildade que nos dirigimos
ao povo português para dar a conhecer de forma
COM UM PLANO DE
assente no equilíbrio entre a redução da dívida e do
défice orçamental e o desenvolvimento económico.
Queremos que a economia portuguesa seja mais
AÇÃO PARA PORTUGAL produtiva, que crie mais valor acrescentado por for-
ma a permitir aumentar os salários e os rendimen-
ASSENTE EM CONTAS
provam a eficácia do modelo económico do Partido
Socialista. Neste período, enfrentámos vulnerabilida-
EQUILIBRADAS
des estruturais, apostando no desenvolvimento do
País. Devolvemos rendimentos, apostámos no inves-
timento, aumentámos as qualificações, garantimos
o equilíbrio das contas externas e públicas e reduzi-
mos a dívida pública.
GRÁFICO 2: EVOLUÇÃO DA REMUNERAÇÃO MÍNIMA MENSAL GARANTIDA E PESO DOS TRABALHADORES A AUFEREM
Os aumentos registados foram particularmente rele- redução registada dos impostos sobre os rendimen-
vantes para os trabalhadores com menores remune- tos do trabalho, a redução dos preços dos passes
rações, nomeadamente para os que auferem a Re- sociais, a redução do limite máximo das propinas no
muneração Mínima Mensal Garantida, que aumentou 1.º ciclo do ensino superior, a gratuitidade das cre-
62,4%. No entanto, o peso destes trabalhadores no ches e ainda dos manuais escolares.
total de trabalhadores não acompanhou o aumento,
estando ao nível mais baixo desde 2015. Ao mesmo Ao mesmo tempo, os Governos do PS fizeram conti-
tempo, a taxa de pobreza após transferências sociais nuados reforços orçamentais nas áreas essenciais
baixou consistentemente, convergindo com a média do Estado Social. Assim, comparando o OE 2015 com
europeia e atingindo os níveis mais baixos em pelo o OE 2024, são mais €6,7 mil milhões para pensões
menos vinte anos. na Segurança Social, mais €5,6 mil milhões para o
Serviço Nacional de Saúde e € 2,9 mil milhões para
Este caminho não se esgotou no aumento direto do a Educação. Para as políticas de acesso à habitação,
rendimento das famílias. Os Governos do PS imple- que é uma das preocupações mais urgentes dos por-
mentaram ao longo destes oito anos políticas que tugueses, estão alocados 1000 milhões em 2024.
reforçaram os orçamentos familiares, como a maior
1
Médias janeiro-novembro, valores brutos, €. 2024 PLANO DE AÇÃO PARA PORTUGAL INTEIRO 15
PEDRO NUNO SANTOS
PARTIDO SOCIALISTA
Este cenário prevê uma continuada convergência que se pode caracterizar como próximo do pleno em-
com os nossos pares da União Europeia, com um prego. As valorizações remuneratórias das Adminis-
crescimento médio de 2% ao ano, assente num au- trações Públicas, o aumento do salário mínimo na-
mento sustentado da produtividade. Destas perspe- cional, e o cumprimento do Acordo de Rendimentos
tivas económicas resulta um aumento do peso do promovem um aumento das remunerações acima da
investimento público e privado na riqueza produzida, inflação em todo o horizonte do programa.
bem como das exportações de bens e de serviços,
com o desempenho destas últimas a beneficiar de Perspetiva-se a manutenção de saldos orçamentais
continuados ganhos de quota de mercado, tal como em equilíbrio, um crescimento da despesa corrente
observado nos anos mais recentes. primária em torno dos 4%, próximo do crescimen-
to nominal potencial da economia, bem como uma
Num contexto marcado pelos desafios da evolução redução sustentada da dívida pública, garantindo o
demográfica, antecipa-se a manutenção de elevados cumprimento integral das regras orçamentais eu-
níveis de emprego e uma redução da taxa de desem- ropeias e da Lei de Enquadramento Orçamental.
prego ao longo do período, num mercado de trabalho Assim, ao longo da próxima legislatura, o Partido
Esta orientação garante o cumprimento das regras apresentado. Assim, este cenário inclui medidas já
orçamentais europeias a que estamos obrigados, a em implementação, com impacto faseado, como é o
confiança conquistada nos últimos 8 anos, a liber- caso da gratuitidade das creches ou o novo modelo
tação de recursos para aumento do investimento e do SIADAP, bem como o impacto esperado de legis-
reforço do estímulo à economia, e a proteção do país lação já em vigor, designadamente no que respeita
face a possíveis choques externos futuros. Contas às pensões de velhice, invalidez e de sobrevivência.
certas e equilibradas são um fator basilar que pos- Ainda assim, antecipa-se que o mesmo permita o fi-
sibilita a adoção de soluções à altura dos desafios nanciamento de um conjunto de novas e importantes
que enfrentamos, sejam os desafios demográficos, medidas inscritas neste “Plano de Ação para Portu-
das transições climáticas e digitais, ou da habitação. gal Inteiro” e que constituem compromissos que o
futuro governo do Partido Socialista assume perante
As medidas de política contidas neste “Plano de os portugueses.
Ação para Portugal Inteiro” asseguram a resposta
aos principais desafios identificados e foram devida-
mente contabilizadas no cenário macroeconómico
obedecer a critérios objetivos. Tem de haver compe- ⟩ Executar uma nova estratégia para as empresas
tências científicas, tecnológicas e empresariais, bem públicas que, dotadas de know-how e capacidade no
como potencial de crescimento e de arrastamento e investimento, possam assumir um trabalho de coor-
consequências na resolução de problemas específi- denação, enquanto empresas-âncora, na dinâmica
cos da sociedade portuguesa. de modernização e sofisticação dos setores onde
atuam. Esta coordenação envolverá necessariamen-
Para tal, o PS irá: te empresas privadas numa lógica de parceria para a
inovação, arrastando o seu desenvolvimento através
⟩ Proceder a uma revisão global do sistema de in- de projetos colaborativos (na linha do que a CP está
centivos existentes, alinhando-os com os objetivos a fazer na dinamização do setor ferroviário, onde a
da Estratégia Industrial da UE, designadamente a colaboração entre o setor público, o setor privado e a
aceleração e concretização das transições climática academia permitiu fortalecer a empresa, ao mesmo
e digital e contribuir para o aumento da autonomia tempo que incentivou o investimento privado neste
estratégica aberta da UE, reduzindo as dependências setor, consolidando um cluster industrial da ferrovia);
estratégicas face ao exterior e reforçar a situação ge-
opolítica da União; ⟩ Lançar um programa de apoio ao investimento es-
truturante e à captação de investimento estrangei-
⟩ Capacitar a Administração Pública para um traba- ro, uma iniciativa de estímulo ao investimento de
lho de identificação e de mapeamento de setores, de empresas nacionais e internacionais, articulada e
cadeias de valor e de tecnologias nas quais a eco- complementar às medidas financiadas por fundos
nomia nacional apresente elevadas potencialidades. europeus, visando uma especialização produtiva in-
Setores e tecnologias ligada à transição verde são teligente. Será dirigida de forma prioritária aos seto-
claros candidatos a esta lista de prioridades, dada a res e tecnologias identificadas como chave para a
posição de liderança de Portugal na transição ener- transformação da economia nacional;
gética, a composição atual do seu parque industrial
e o potencial em termos de matérias primas para ex- ⟩ Lançar o Programa Internacionalizar, apoio às ex-
ploração. É essencial que a política industrial esteja portações de elevado valor acrescentado, ao inves-
alinhada com a política energética; timento internacional e ao financiamento de opera-
ções internacionais. O Programa Internacionalizar
⟩ Acompanhar a concretização das agendas mobili- deve constituir o eixo de intervenção da agência
zadoras, procurando integrar os seus resultados no pública AICEP e de outros intervenientes públicos,
trabalho de análise e mapeamento dos setores, ca- mas deve constituir uma agenda partilhada do país e
deias de valor e de tecnologias referido, ao mesmo das suas empresas. A ambição é que o crescimento
tempo que se revisitará a política de clusters, ava- da presença internacional das empresas portugue-
liando-a em função do potencial que oferecem para sas seja orientada pela colocação nos mercados in-
uma estratégia industrial integrada, bem como o ternacionais de produtos e serviços de maior valor
papel que os clubes de fornecedores - enquanto ins- acrescentado, mais complexos e mais intensos em
trumentos que, entre outras vantagens, potenciam a conhecimento e tecnologia, com o objetivo de ter
redução de importações - podem nela ter; uma economia mais robusta, inovadora, sofisticada
e competitiva, menos dependente de importações
· aumentar o volume de exportações e seu valor · reforço continuado dos mecanismos de tratamen-
acrescentado, com o objetivo de nesta próxima to fiscal privilegiado do reforço de capitais em re-
década duplicar o valor médio exportado por em- lação ao financiamento por capitais alheios;
presa;
· revisão do contrato de mandato do Banco Portu-
· incentivar fortemente a diversificação do destino guês de Fomento visando adequar os instrumen-
das exportações de produtos e serviços, consti- tos de acesso ao capital e quase capital às neces-
tuindo os mercados da América uma prioridade es- sidades das empresas;
sencial, no cumprimento da nossa vocação atlân-
· programa de transição geracional das empresas
tica, constituindo a nossa presença nos mercados
familiares, com acesso a mecanismos de capital,
mais maduros europeus num eixo complementar
financiamento e mentoria;
orientado para o ganho de quotas de mercado em
produtos de maior valor acrescentado; · programa dirigido a ganhos de escala, fusões e
aquisições e à recuperação de ativos, nomeada-
· incentivar fortemente a presença internacional das
mente com incentivos fiscais à capitalização de
nossas empresas, nomeadamente por processos
empresas em recuperação através da consolida-
de verticalização nos produtos de consumo final,
ção dos créditos do sistema financeiro.
através de maior presença nas atividades de dis-
tribuição e retalho, pelo crescimento por aquisição
⟩Reforçar e reorganizar das organizações públicas
ou orgânico em atividades produtivas de bens e
na área económica, procedendo à reintegração da
serviços localizadas em espaços geográficos que
AICEP no Ministério da Economia, e à avaliação do
aglomeram cadeias de valor essenciais na nossa
papel desempenhado pelo Banco Português de Fo-
estrutura produtiva (setor automóvel, como exem-
mento no ecossistema institucional responsável
plo);
pela política económica nacional;
· reforçar o papel central do espaço da lusofonia no
âmbito das relações económicas e da cooperação ⟩Melhorar o papel a desempenhar pela Administra-
para o desenvolvimento. ção Pública na coordenação dos investimentos, vi-
sando a facilitação do licenciamento, quer na relação
⟩ Procurar, através da uma política de incentivos mais com as entidades públicas (fazendo apelo a balcões
seletiva e centrada em setores robustos e promisso- únicos) ou prazos (tornando os mesmos claros e, se
res, criar oportunidades de emprego para os recur- possível, encurtando-os), sendo necessário garantir
sos humanos altamente qualificados - muitos deles uma abordagem integrada e horizontal que seja ca-
jovens - que, no contexto europeu, Portugal é capaz paz de dar direção e expetativas firmes ao investi-
de formar, e que, de outra forma, tenderão a sentir mento direto estrangeiro;
elevados incentivos à saída do país;
⟩ Apostar em programas que apoiem a colocação de único, aprofundando e articulando ferramentas e me-
jovens quadros em PME exportadoras, em particu- canismos, existentes e a criar, por forma a reforçar
lar jovens quadros com experiência em Erasmus ou a notoriedade dos direitos dos consumidores e das
INOVContacto; diferentes respostas para o seu esclarecimento e
eventual resolução de conflitos;
⟩ Garantir a concretizar a “Agenda para a Competiti-
vidade do Comércio e Serviços 2030”, aprovada em ⟩ Definir o Estatuto do Consumidor Vulnerável, o qual
dezembro de 2023, conforme previsto no “Acordo de contemplará um conjunto de critérios e respetivos di-
médio prazo para a melhoria dos rendimentos, dos reitos correspondentes a esta condição;
salários e da competitividade”, no âmbito da Concer-
tação Social. Trata-se de um documento estratégico ⟩ Criar a Comissão das Cláusulas Contratuais Gerais,
e programático, com um montante global superior a de modo a prevenir o uso de cláusulas contratuais
€400 milhões, que representa o programa com maior gerais abusivas e dar visibilidade adicional aos pres-
dotação de sempre para apoio ao comércio e servi- tadores de bens e serviços que incluem cláusulas
ços. contratuais declaradas judicialmente como abusivas
nos seus contratos de adesão;
3.5. Proteção dos consumidores
Nos últimos anos têm sido concretizados importan- ⟩Rever o Código da Publicidade, definindo mecanis-
tes progressos no reforço dos direitos dos consumi- mos para limitar o contacto de teor comercial com
dores. A extensão dos prazos de garantia dos bens consumidores à sua expressa declaração de disponi-
móveis, a proibição da obsolescência programada, bilidade nesse sentido, assim como prevenir e punir
a regulação – em alguns casos pioneira na União as técnicas agressivas e inapropriadas de vendas e
Europeia – de ecossistemas digitais, assim como o publicidade;
alinhamento da política de consumidores com a tran-
sição verde, comprovam, entre outros, a centralidade ⟩ Rever o regime jurídico das ações coletivas, para
da defesa do consumidor. proteção dos interesses coletivos dos consumido-
res;
A política de consumidores deve ocupar um espaço
decisivo na recuperação económica, a nível nacio- ⟩ Transmitir aos consumidores o maior conjunto de
nal e a nível europeu. Deste modo, dar-se-á também informação possível sobre a composição dos pro-
seguimento à ‘Nova Agenda do Consumidor’, cujas dutos agroalimentares, a sua origem, bem como o
conclusões foram aprovadas no âmbito da Presidên- impacto ambiental da sua produção, estimulando a
cia Portuguesa do Conselho da União Europeia, com adoção de hábitos de vida saudáveis;
enfoque na transição gémea (verde e digital), na coo-
peração e nos consumidores mais vulneráveis. ⟩ Definir e difundir, em cooperação com as associa-
ções de produtores e as associações de consumido-
Nesse sentido, o PS propõe: res, um Índice de Reparabilidade de Produtos, pros-
seguindo a adoção de instrumentos que permitam
⟩ Instituir o Sistema Nacional de Defesa do Consumi- ao consumidor obter informação e compará-la, no
dor e o Portal do Consumidor, numa lógica de balcão que à vida útil dos produtos diz respeito;
4. Uma fiscalidade inteligente É importante notar que, para além dos ângulos di-
ferentes a partir dos quais como esquerda e direita
e seletiva abordam o tema da justiça social na tributação, há
pelo menos mais duas formas que distinguem o PS
Embora o salário represente a maior fatia do rendi- dos partidos à sua direita neste tema.
mento familiar disponível, o Estado influencia este
⟩Lançar iniciativas direcionadas à inclusão aos de- na defesa de uma participação dos sindicatos na
sempregados de longa duração, desempregados de concertação social. Devemos não apenas de honrar
muito longa duração, jovens NEET e inativos desen- esse legado, mas aprofundá-lo, procurando estancar
corajados de modo a maximizar o potencial produti- a tendência de redução da densidade sindical e, as-
vo da economia e o potencial de inclusão do merca- sim, defender a voz dos trabalhadores, tanto à mesa
do de trabalho; das negociações com as empresas como no diálogo
tripartido. Para tal, o PS compromete-se a:
⟩ Desenhar e implementar um programa nacional de
Mercado Social de Emprego para promover a apro- ⟩Lançar um programa de reforço do diálogo social,
ximação ao mercado de trabalho dos públicos mais do associativismo sindical e empresarial e dos me-
desfavorecidos e afastados do mercado de trabalho, canismos de representação, incluindo:
partindo de experiências-piloto com base em proje-
· aprofundamento de incentivos à sindicalização e
tos locais, zonas deprimidas e/ou para públicos mais
ao associativismo empresarial, contribuindo para
vulneráveis, envolvendo nomeadamente entidades
reforçar o papel de representação das associa-
públicas, autarquias locais, entidades da economia
ções sindicais e empresariais e combater a baixa
social e trabalho no âmbito da responsabilidade so-
densidade sindical e associativa;
cial das organizações, e contribuindo também des-
te modo para reforçar a atratividade e a coesão dos · criação de um mecanismo automatizado de in-
territórios de baixa densidade, e para combater a ex- formação associativa para cada novo contrato
clusão social e pobreza nos territórios urbanos mais de trabalhador e para cada empresa criada: cada
complexos; contrato de trabalho registado deve gerar informa-
ção sobre os sindicatos do setor e os delegados
⟩ Reforçar a Autoridade para as Condições de Traba- sindicais registados na empresa empregadora e,
lho, no seguimento da Agenda do trabalho Digno, de por seu turno, cada empresa criada deve permitir
modo a assegurar que o funcionamento do mercado conhecer quais as associações empresariais do
de trabalho se pauta por níveis elevados de cumpri- setor, fornecendo ainda informação adicional so-
mento da lei e de penalização dos que violam direi- bre elementos como a contratação coletiva em vi-
tos e distorcem a concorrência; gor ou a filiação em confederações;
⟩ Estimular o contributo dos empregadores para so- ⟩ Assegurar a regulamentação do direito à represen-
luções de habitação dos trabalhadores; tação coletiva dos trabalhadores independentes em
situação de dependência económica, assegurando o
⟩ Aprofundar, no âmbito da concertação social, a acesso destes trabalhadores a negociação coletiva
proteção laboral dos trabalhadores das plataformas específica ou mais abrangente, bem como à repre-
digitais. sentação através de sindicatos e comissões de tra-
balhadores, tal como previsto na Agenda do Trabalho
5.2. Diálogo social e negociação coletiva Digno;
O PS tem um legado histórico na afirmação da li-
berdade e da pluralidade sindical, bem como na ⟩ Reforçar a promoção da igualdade entre mulheres
afirmação do dinamismo da negociação coletiva e
⟩ Lançar, em sede de concertação social, um proces- ⟩ Dinamizar uma Rede de Formação Especializada
so de diálogo sobre as matérias da segurança e saú- Setorial com base nos centros protocolares do IEFP
de no trabalho tendente à negociação de um acordo e outras entidades relevantes, reforçando a visibili-
de concertação que suporte a Estratégia plurianual dade e atratividade da formação profissional espe-
nesta área, e que aborde, e.g., dimensões relativas à cializada, a elevar e disseminar os níveis de qualida-
saúde mental no quadro das relações laborais; de da formação profissional;
⟩ Assegurar o programa nacional de investimentos não conducente à obtenção de grau com a formação
de requalificação na rede de centros de formação superior em percursos conducentes a graus;
profissional, concluindo o investimento do PRR e
avançando para a fase de investimento nacional cor- ⟩ Prosseguir a correção do défice histórico de qua-
respondente; lificação da nossa população adulta, em particular
nas gerações mais avançadas, através do reforço do
⟩ Reforçar a aposta nos cursos duais, em particular Programa Qualifica, comprometendo-se o PS a:
para jovens e jovens adultos, incluindo no Sistema
· Aprofundar a execução do Programa Qualifica e
de Aprendizagem, em cooperação com a Rede de
melhorar os seus instrumentos, como o Passapor-
Formação Setorial dos centros protocolares dos dife-
te Qualifica;
rentes setores de atividade e com empresas de refe-
rência, de modo a melhorar a qualidade da formação · Acelerar o apoio aos públicos menos qualificados
em alternância e a combinação virtuosa de forma- a elevar as suas qualificações, de modo a atingir
ção de excelência com formação nas empresas e ex- até 2028 um impacto de pelo menos 6% da popu-
periência de aproximação às dinâmicas do trabalho; lação ativa apoiada para completar novos níveis
de qualificação;
⟩ Apostar no desenvolvimento de um programa na-
cional de formação pós-secundária (nível 5), incluin- ⟩ Em articulação com políticas de integração de imi-
do cursos de aprendizagem deste nível criados a par- grantes, e no visando melhorar a integração com a
tir do acordo de concertação e outras modalidades necessidade do país de mão-de-obra e competências
e percursos de formação dual mais flexíveis, com profissionais e especializadas, apostar na generali-
base na Rede de Formação Setorial, no contributo do zação dos cursos de Português Língua de Acolhi-
IEFP e de outros operadores de formação em articu- mento, tirando partido da capacidade da rede esco-
lação com instituições do ensino superior, de modo a lar, dos centros de formação e dos centros Qualifica,
alargar a capacidade da formação profissional para e lançar um programa de formação em português
abranger mais públicos e níveis de competências; nas escolas, em horários pós-laborais, para melhor
preparação dos alunos e dos seus pais e para per-
⟩ Continuar a aposta na modernização das ferra- mitir a melhor e mais rápida integração e melhores
mentas digitais e sistemas de informação da forma- condições de aprendizagem;
ção profissional, reforçando o Passaporte Qualifica,
aprofundando a flexibilidade dos percursos formati- ⟩ Desenvolver uma Estratégia Nacional para a Apren-
vos, a sua modularidade e intercomunicabilidade, de dizagem ao Longo da Vida, em articulação com o di-
modo a permitir conjugar a aquisição de competên- álogo social nesta área, com o contributo de diferen-
cias com a tradução destas em qualificações; tes agentes e áreas setoriais e que cubra os vários
níveis de qualificação de modo a permitir cumprir as
⟩ Em estreita articulação com as instituições de ensi- metas do Pilar Europeu dos Direitos Sociais.
no superior, reforçar a flexibilidade de percursos do
ensino superior, incluindo os mecanismos de comu- ⟩Avançar, em diálogo com as instituições de ensino
nicação entre a formação de nível 5 de qualificações superior, com um programa de alargamento de va-
(secundário não superior) e formação pós-graduada gas no ensino superior para adultos, nomeadamen-
⟩ Devolver 50% do IVA dos veículos elétricos ou híbri- ⟩ Incentivar o abate de veículos mais poluentes, com-
dos plug-in até 40.000 € em sede de IRS, à semelhan- plementando o programa de incentivo ao abate de
ça do que acontece para as empresas; veículos ligeiro mais poluentes (veículos com mais
de 13 anos) majorando as situações: depósito em
⟩ Facilitar o acesso à rede de carregamento de veí- “Cartão Mobilidade” para aquisição de serviços de
culos elétricos, alargando a sua cobertura, tornando transportes públicos ou mobilidade partilhada; o ve-
as tarifas mais transparentes, regulamentando a in- ículo a adquirir seja de emissões nulas; o veículo a
formação obrigatória a disponibilizar nos postos de adquirir seja de baixas emissões;
carregamento;
⟩Incentivar a reconversão de veículos a combustão
⟩ Avaliar o modelo de operação dos postos de carre- para veículos de emissões nulas:
gamento de veículos elétricos, incluindo o modelo de
· criar um apoio anual à inovação no cluster auto-
custos e tarifas e, em função das conclusões, promo-
móvel, incentivando as PME focadas em contribuir
ver a sua revisão até final de 2025;
para a descarbonização do setor automóvel;
⟩ Promover a implementação de uma rede pública · criar um incentivo anual à aquisição de serviços
nacional de carregamento de veículos elétricos, a de reconversão de veículos a combustão para ve-
instalar junto a equipamentos públicos e ao longo da ículos de emissões nulas com idade até 20 anos.
rede viária, em especial, em auto-estradas e itinerá-
rios principais; ⟩ Consolidar o programa de incentivo ao transporte
público de passageiros, o Incentiva +TP, asseguran-
⟩ Eliminar barreiras físicas e arquitetónicas para as do oferta de transporte coletivo, em detrimento do
pessoas de mobilidade condicionada nos transpor- transporte individual, assim como os serviços de
tes públicos; transporte flexível, em particular nos territórios de
⟩Criar condições para a justa valorização e melhoria A aposta nas energias sustentáveis também permite
das condições dos trabalhadores do setor dos trans- ao nosso país estar preparado para eventuais crises
portes. e permite assegurar a nossa soberania e segurança
energéticas com base nos nossos recursos.
6.9.
No setor das comunicações, o PS irá: Assim, continuaremos a apostar nos investimentos
estruturantes que fizeram de Portugal um país inter-
⟩ Garantir a execução do programa para cobertura de nacionalmente reconhecido pelas renováveis. Temos
rede de comunicação de capacidade muito elevada a um Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) para
todas as regiões do país, eliminando as “zonas bran- concretizar e precisamos de colocar todo o nosso
cas” desprovidas de rede; potencial de energias renováveis ao serviço da luta
contra as alterações climáticas e a competitividade
⟩ Avaliar o cumprimento das obrigações de serviço económica sustentável, sem comprometer o equilí-
público e da qualidade do serviço postal prestado e brio ecológico e a coesão territorial. Deste modo, po-
ponderar o reforço dessas obrigações para respon- deremos assegurar custos de contexto mais baixos
der às necessidades da população e das economias face a outras economias de produção mais intensa
locais, em particular nos territórios de baixa densi- em carbono.
dade.
Desta forma, o PS irá:
do Clima, nomeadamente através da definição da de- dos, assim como trabalhadores de carreiras técnicas
finição da Estratégia Industrial Verde, a elaboração especializadas contribuindo para a fixação demográ-
dos planos setoriais de mitigação e de adaptação e fica de pessoas com qualificações fundamentais à
dos planos regionais e municipais de ação climática, transição climática e energética do país;
e a elaboração do inventário nacional de emissões
de gases de efeito de estufa e do relatório de avalia- ⟩ Continuar a aposta nas energias renováveis, con-
ção inicial de impacto climático; tribuindo para a Portugal estar na liderança europeia
na revolução das tecnologias limpas, nomeadamen-
⟩ Reduzir a intensidade energética em 2% até 2030, te ao nível da energia solar (fotovoltaica e térmica);
meta que é viável através da implementação de me- energia eólica; energias renováveis no mar; biomas-
didas de incentivo adequadas, com monitorização sa; energia geotérmica; e gases sustentáveis, no-
do consumo de energia final por unidade de VAB a meadamente biometano e hidrogénio. É essencial
preços constantes; maximizar o potencial da rede existente e acelerar a
expansão da capacidade renovável e do armazena-
⟩ Mobilizar, até 2030, investimento privado de €60 mento de eletricidade através da bombagem, da hi-
mil milhões: €40 mil milhões na energia offshore, €5 bridização, do recurso a baterias e do reequipamento
mil milhões em energia solar, até €9 mil milhões em das centrais existentes;
hidrogénio, €4,5 mil milhões em energia eólica e o
restante em redes de transporte de energia; ⟩ Conciliar essa aposta com a necessidade de ate-
nuar os seus impactes ambientais e sociais no terri-
⟩ Concretizar o potencial de energias renováveis oce- tório, assegurando a coesão ambiental, social e ter-
ânicas, continuando o trabalho em curso do mercado ritorial, através da definição de áreas de aceleração
eólico offshore, ambicionando atingir os 10 Gw de de energias renováveis e da implementação de um
energia eólica offshore em Portugal até 2030; mecanismo permanente de compensação aos muni-
cípios pela instalação de centros electroprodutores
⟩ Desenvolver o cluster industrial para o setor da renováveis;
energia eólica offshore, bem como toda a sua cadeia
de valor, por forma a que estes tenham a capacidade ⟩ Criar hubs regionais multienergéticos que permi-
de resposta necessária ao aumento da produção; tam a descarbonização de acordo com o encontro
da oferta e procura locais, gerando clusters indus-
⟩ Estabelecer parcerias internacionais na área do co- triais de produção, armazenamento e consumo;
nhecimento para a criação de valor, desenvolvendo
indústrias tecnológicas de fabrico, gestão e monito- ⟩ Simplificar os procedimentos administrativos asso-
rização de offshore flutuante; ciados à produção de energia;
⟩Criar cerca de 200 mil postos de trabalho - diretos ⟩ Promover uma indústria nacional descarbonizada
e indiretos - com os investimentos no potencial de competitiva, nomeadamente através de mecanis-
energias renováveis até 2030; mos de apoio ao fornecimento de eletricidade verde
à indústria;
⟩ Captar e reter trabalhadores altamente qualifica-
⟩ Reforçar e promover o número de diplomados e gra- Portugal dispõe não só de grandes empresas que in-
duados do ensino superior em cursos classificados ternacionalmente têm impulsionado os sectores da
nas áreas das Ciências, Engenharias, Tecnologias e energia, da saúde, da indústria têxtil ou automóvel,
Matemáticas; mas também de um dinâmico tecido de PME com
potencial para beneficiar das oportunidades que se
⟩ Reforçar a aposta na formação profissional, quali- perspetivam no horizonte.
ficação e requalificação do mercado de trabalho e a
oferta formativa especializada para trabalhadores do O novo pacote de medidas, em alinhamento com as
setor público e privado; oportunidades já em desenvolvimento, continuará a
apoiar o tecido empresarial na sua modernização,
⟩ Estimular a empregabilidade dos jovens mediante especialização e competitividade.
ficados e não há recursos humanos altamente qua- Investigação no Ensino Superior Privado;
lificados sem formação superior. O desenvolvimento
científico e a qualificação dos recursos humanos são ⟩Consolidar a política de desacoplamento dos pro-
indispensáveis à modernização e transformação do cessos de recrutamento e progressão, aprovado em
padrão de especialização da economia e à sua co- 2021, garantindo previsibilidade aos mecanismos
esão social e territorial. Na próxima legislatura, as de progressão na carreira, baseados em regimes de
políticas públicas nas áreas sectoriais da ciência e avaliação de desempenho da carreira docente e da
do ensino superior devem prosseguir um quadro de carreira de investigação.
forte previsibilidade, de reforço do financiamento e
de aceleração de investimentos. 9.2.
No que toca ao alargamento a novos públicos,
9.1. o PS irá:
Assim, quanto à estabilidade e reforço da autonomia
do sistema de ensino superior, o PS propõe: ⟩ Reforçar o número de estudantes a frequentar o en-
sino superior, com uma aposta clara na formação ao
⟩ Celebrar um contrato de legislatura para o quadrié- longo da vida, através da diversificação pedagógica
nio 2024-28 que reforce a autonomia financeira das das ofertas formativas e da inovação curricular e pe-
Instituições de Ensino Superior, assegurando um mo- dagógica;
delo de financiamento de perspetiva plurianual que
garanta previsibilidade e sustentabilidade às opções ⟩ Criar uma rede de centros de excelência em ino-
de cada instituição; vação pedagógico, fomentado por um programa de
financiamento de programas de modernização peda-
⟩ Promover a contratualização por objetivos, já ini- gógica e curricular no ensino superior, com especial
ciada no quadro dos Programas Impulso Jovens foco em áreas consideradas muito relevantes para o
STEAM e Impulso Adultos do PRR, e incentivando desenvolvimento económico e social;
sinergias entre atividades de educação, investigação
e inovação; ⟩ Estimular a diversificação do acesso ao ensino su-
perior, tendo em conta os diferentes perfis dos can-
⟩Rever o Regime Jurídico das Instituições de Ensino didatos, e aprofundando em particular, num quadro
Superior, visando um equilíbrio entre a gestão demo- de autonomia das diferentes instituições, o acesso
crática das IES e a eficácia dos modelos de gestão; dos estudantes oriundos de trajetórias profissionais
de nível secundário, de ofertas profissionais de pós-
⟩ Rever os Estatutos das Carreiras Docentes e con- -secundário, incluindo os cursos técnicos superiores
cluir a revisão do Estatuto da Carreira de Investiga- profissionais (TESP) e os cursos de especialização
ção Científica, promovendo uma boa articulação en- tecnológica (CET), e de adultos, de modo a reforçar a
tre as funções de docência e de investigação, com equidade e a justiça social no acesso e a aposta na
flexibilidade de perfis e possibilidade de transição recuperação de gerações em que as oportunidades
entre estes ao longo da vida; de acesso eram menores;
⟩ Criar o Regime Jurídico do Pessoal Docente e de ⟩ Continuar a promover, em articulação com as insti-
⟩ Reforçar as condições de frequência do ensino su- ⟩ Reforçar a ação social para os territórios de baixa
densidade, através das bolsas +Superior, apoiando o Laboratórios de Estado, Laboratórios Colaborativos,
transporte semanal pendular dos estudantes deslo- Laboratórios Associados e Unidades de Investigação
cados, criando condições equiparadas aos passes e entidades de interface, fomentando colaborações e
sociais das áreas metropolitanas. sinergias;
⟩ Aprovar, em articulação com as instituições de en- ⟩ Promover um modelo de avaliação dos projetos,
sino superior e entidades do sistema científico e tec- que elimine relatórios intercalares em ciclos inferio-
nológico, a Lei da Programação do Investimento em res a três anos, que tenha por base os seus resulta-
Ciência, que assegure previsibilidade e estabilidade dos científicos;
aos mecanismos de financiamento, e assegure, en-
tre outras condições, a programação do investimen- ⟩ Revitalizar o Roteiro Nacional de Infraestruturas de
to público em ciência num quadro plurianual a pelo Investigação, promovendo a capacitação científica e
menos 10 anos; tecnológica do sistema de I&D;
⟩ Promover a reorganização da Fundação para a Ci- ⟩Reforçar e clarificar o papel dos Laboratórios de
ência e Tecnologia, revendo o seu funcionamento, o Estado como atores no apoio técnico-científico na
financiamento, o quadro especializado de recursos definição de políticas públicas e suporte à decisão
humanos, melhorando e acelerando a capacidade de governativa;
resposta ao SCTN;
⟩ Lançar um programa de apoio à carreira de recur-
⟩ Adotar um Simplex para os centros de investigação, sos humanos altamente especializados de apoio à
desburocratizando as exigências de reporte, docu- investigação, incluindo gestão de ciência, gestão
mentação e os procedimentos nas relações destes de projetos, técnicos de laboratório, de sistemas de
com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia; informação, e de apoio a bibliotecas, entre outros,
garantindo as melhores praticas internacionais nos
⟩ Revisitar a organização do SCTN através da cla- serviços de apoio á atividade científica e de I&D;
rificação das missões de cada tipo de instituição:
doras, instrumentos de reforço da competitividade orientam efetivamente para criar condições internas
nacional, de alteração da estrutura produtiva, de rein- para atividades de I&D;
dustrialização do país e de internacionalização. Deve
ser criado um mecanismo de monitorização e de in- ⟩ Reforçar os recursos humanos da ANI — Agência
dicadores de resultados e impactos destas agendas, Nacional de Inovação, enquanto instrumento para a
que permitam identificar os casos, as empresas e os promoção da política de inovação e de transferência
setores com potencial transformador da nossa eco- de conhecimento para a economia.
nomia;
2.ª MISSÃO:
O Estado Social é uma das maiores conquistas da
nossa democracia. Consolidado ao longo dos úl-
timos 50 anos, permitiu a construção de uma rede
⟩Neste âmbito, avaliar, em diálogo com os parceiros ⟩ Lançar um debate sobre a definição de novas for-
sociais, aperfeiçoamentos no modelo de atualização mas alternativas de financiamento da Segurança So-
das pensões, incluindo: cial que possam partir de opções inovadoras como,
por exemplo, da afetação de parte das receitas resul-
· A ponderação, na indexação da atualização das tantes de novas concessões de autoestradas (após
pensões, de outras variáveis macroeconómicas, o final das atuais) ou de portagens cobradas pelo
como a variação da massa salarial, para cálculo próprio Estado, caso se opte pela exploração direta
dos aumentos; das mesmas, sem concessão;
bertura dos principais riscos sociais nas diferen- gressiva unificação das prestações sociais de cariz
tes fases da vida, da infância à velhice, e de modo não contributivo relativas a diferentes públicos e ge-
transversal à sociedade. Só uma sociedade coesa e rações, no quadro de uma simplificação do acesso à
justa pode afirmar o seu pleno potencial económico, proteção social que torne claro e articule os diferen-
sendo por isso também a proteção social fator de tes riscos, condições de acesso, regras e correspon-
competitividade das empresas e do país. O PS está dentes direitos e deveres;
comprometido com o cumprimento das metas esta-
belecidas na Estratégia Nacional de Combate à Po- ⟩ Promover, sempre que possível e adequado, o refor-
breza 2021-2030, e compromete-se, neste âmbito, a: ço da atribuição automática de prestações sociais;
⟩ Reforçar a eficácia do Complemento Solidário para ⟩ Articular as políticas sociais centrais com as dinâ-
Idosos (CSI), instrumento essencial do combate à po- micas locais, de modo a tornar as políticas públicas
breza nos mais velhos, desde logo assegurando que mais eficazes e os serviços mais acessíveis às pes-
o valor de referência da prestação se mantém pelo soas e famílias, desde logo com o lançamento de um
menos em linha com o limiar da pobreza e excluindo programa de Rede Social Local 2.0, que correspon-
os rendimentos dos filhos para efeitos da determina- da a uma nova geração de políticas territorializadas
ção dos recursos dos requerentes, sendo pondera- de envolvimento de diferentes atores e entidades à
dos outros ajustamentos que se revelem adequados escala local e de articulação de diferentes serviços
para garantir a efetiva proteção dos idosos em risco e políticas públicas, em paralelo com a plena imple-
de pobreza; mentação do programa Radar Social para melhorar a
capacidade e eficácia da sinalização e acompanha-
⟩ Reavaliar o regime de benefícios adicionais de saú- mento de situações de vulnerabilidade em todo o ter-
de, nomeadamente descontos em medicamentos, ritório nacional;
aplicável aos beneficiários do Complemento Solidá-
rio para Idosos, reforçando o apoio a conceder aos ⟩ Garantir respostas mais robustas e eficazes para
idosos com doença crónica; responder à situação das pessoas sem abrigo, pro-
cedendo a uma avaliação dos resultados da Estraté-
⟩ Aprofundar a capacidade e eficácia do Rendimento gia Nacional para a Integração das Pessoas em Situ-
Social de Inserção (RSI) para combater a severida- ação de Sem-Abrigo 2017-2023 e promovendo uma
de da pobreza, desde logo continuando a atualizar cooperação mais eficaz com as autarquias e com a
o seu valor de referência, reavaliando as condições sociedade civil, que permita combater este foco de
de atribuição de modo a promover uma melhor com- pobreza e exclusão extremas;
patibilização entre esta medida e a participação no
mercado de trabalho, avaliando ainda a supressão ⟩Promover respostas de cariz inovador, nomeada-
dos apoios regulares à habitação na condição de mente as comunidades de inserção e formas de
recursos da prestação e promovendo programas de habitação colaborativa, em articulação com aborda-
inserção eficazes e equitativos para os beneficiários gens inspiradas no modelo “housing first”;
da prestação;
⟩Prosseguir a promoção da inclusão das pessoas
⟩ Elaborar um Código Prestacional e promover a pro- com deficiência e incapacidade, assegurando, no-
⟩ Garantir a cobertura, em todos os municípios, dos Sem prejuízo do reforço do investimento na reno-
Núcleos Locais da Garantia para a Infância, numa vação e expansão das estruturas residenciais para
clara aposta em intervenções precoces e respostas pessoas idosas (ERPI), conforme já previsto no PRR,
comunitárias, de real articulação entre os serviços de bem como no reforço da rede de cuidados paliativos,
saúde, educação e segurança social, desjudicializa- devendo as respostas sociais aos idosos ser cada
das e preventivas do perigo e da violação de direitos vez mais pautadas pelo princípio da promoção da
das crianças e jovens, e assegurando o alargamento vida independente.
da cobertura das Equipas do Sistema Nacional de In-
tervenção Precoce da Infância; Assim, para reforçar a autonomia e a dignidade no
envelhecimento, o PS irá:
⟩ Aperfeiçoar o sistema de proteção das crianças e
jovens em risco, designadamente através do refor- ⟩ Promover, sempre que possível, no quadro de uma
ço da capacidade de intervenção das Comissões Nova Geração de Equipamentos e Respostas Sociais,
de Proteção de Crianças e Jovens, desde logo me- a não institucionalização de pessoas idosas, apos-
lhorando o modelo existente e a sua conjugação de tando ao invés no desenvolvimento de respostas re-
autonomia com co-responsabilização de diferentes sidenciais, em experiências inovadoras com base em
entidades parceiras, reforçando o número de técni- modelos de habitação colaborativa ou unidades de
cos a desempenhar funções em tempo integral nas reforço de autonomia (como residências), em articu-
comissões restritas e pela maior estabilidade das lação com outras respostas sociais (como o apoio
equipas, de modo articulado com o processo de des- domiciliário), com modelos de teleassistência e em
centralização de competências nas áreas sociais, articulação com as políticas de habitação;
permitindo designadamente melhorar os rácios de
acompanhamento de casos por cada técnico, bem ⟩Reforçar e simplificar os apoios à adaptação das
como pelo incremento da formação dos técnicos; habitações e dos edifícios;
⟩ Investir na prevenção e promoção da saúde, apos- ⟩Implementar um programa de redução dos interna-
tando na saúde pública e no combate aos determi- mentos sociais, mediante articulação com a Rede de
nantes de saúde. Cuidados Continuados e as respostas residenciais,
criando o devido enquadramento a estes utentes e
2.4. contribuindo para diminuir o número de camas hos-
A melhoria da autonomia e da prestação de cuidados pitalares de agudos ocupadas por motivos sociais;
pelo SNS passa igualmente por uma aposta clara no
reforço da sua capacitação, através da internaliza- ⟩ Prosseguir a estratégia de hospitalização domi-
ção da capacidade de resposta, comprometendo-se ciliária, através do reforço de meios e da formação
o PS a: específica de profissionais e equipas do apoio aos
utentes e às famílias, a par da criação de incentivos
⟩ Reforçar o SNS em Meios Complementares de Diag- de melhoria dos processos e procedimentos, neste
nóstico e Terapêutica (MDTC) e respetivo pessoal âmbito, nas instituições hospitalares;
técnico, ao nível dos Cuidados de Saúde Primários,
disponibilizando-os em unidades de maior dimensão ⟩ Reforçar a assistência de saúde a idosos no do-
e numa lógica de cobertura territorial. Trata-se de um micílio, incluindo a vertente do Apoio Domiciliário,
investimento que contribui para: mobilizando para o efeito recursos humanos espe-
cializados e criando condições que permitam a per-
· Uma organização mais eficaz da prestação de
manência dos idosos no seu contexto de vida e em
cuidados, com maior celeridade e comodidade
meio familiar;
na resposta aos utentes, evitando deslocações e
tempos de espera e permitindo a realização, numa
⟩ Garantir a resposta hospitalar em unidades residen-
única visita, de exames prescritos;
ciais de idosos, através de equipas que se deslocam
· Reduzir parte do recurso à contratação externa, às instituições e que articulam com os seus profis-
economizando recursos públicos que serão inves- sionais de saúde, evitando assim parte das idas de
tidos no próprio SNS; utentes aos hospitais, muitas vezes de noite e em
situações difíceis e de grande fragilidade;
· Diminuir o recurso desnecessário às urgências
hospitalares, na sequência do aumento da capa- ⟩ Permitir que os médicos das unidades residenciais
cidade de resposta de urgência nos Cuidados de de idosos possam prescrever medicamentos e cer-
Saúde Primários; tos exames no SNS, evitando que os utentes tenham
· Fortalecer o sentido de equipa, com a melhoria de de se deslocar aos centros de saúde ou às urgências
condições e de recursos, e alcançar níveis mais hospitalares para esse efeito;
elevados na motivação dos profissionais de saú-
de. ⟩ Criar equipas de enfermagem de urgência, e de
de cuidados e para a própria inovação ao nível da in- mobilidade social a todos os que não tinham senão
vestigação. na escola a capacidade de encontrar outros destinos.
Se hoje temos a maior taxa de sempre de diploma-
2.9. dos do ensino superior e o maior número de jovens
Na relação entre o SNS e os prestadores privados, o a frequentar o ensino superior, tal é o resultado de
PS compromete-se a: um ensino básico e secundário que não desistiu de
levar as crianças e jovens cada vez mais longe, inde-
⟩ Definir uma estratégia plurianual de cooperação pendentemente da sua condição de origem. Só uma
com setor privado, assumindo o princípio da suple- escola pública de qualidade será capaz de responder
tividade e colocando o utente no centro dos proces- aos desafios do presente e do futuro, mitigar as desi-
sos de articulação e cooperação; gualdades de partida, formar cidadãos e ser lugar de
realização e reconhecimento dos seus profissionais.
⟩ Reforçar a transparência na relação do Estado com Este percurso de melhoria de resultados – sociais
os prestadores privados em matéria de preços e pa- e educativos – é o fruto de várias décadas de com-
drões de qualidade, assumindo a responsabilidade promisso coletivo com a rejeição de uma visão me-
pela prestação de cuidados aos utentes e evitando ritocrática individualista da escola. As políticas dos
tratamentos desnecessários; governos do Partido Socialista introduziram sem-
pre marcos de referência nesta jornada coletiva. O
⟩ Equacionar a adoção e reforço de instrumentos de alargamento da escolaridade obrigatória até aos 18
regulação em saúde, num quadro operacional claro anos, a criação da rede pública de educação pré-es-
e assente em critérios concretos, melhorando e tor- colar, a qualificação da população adulta, a dinami-
nando mais transparentes as relações de comple- zação de planos transversais como o Plano Nacio-
mentaridade e de supletividade; nal de Leitura, a Rede de Bibliotecas Escolares ou o
Plano Nacional das Artes, a introdução de Atividades
⟩ Melhorar a articulação e promover formas de in- de Enriquecimento Curricular, o investimento na for-
tegração dos laboratórios clínicos de Meios Com- mação contínua de professores, a requalificação de
plementares de Diagnóstico e Terapêutica no SNS, espaços escolares, a confiança nas escolas alargan-
reconhecendo o seu papel fulcral na prestação de do à rede pública a Autonomia e Flexibilidade Curri-
cuidados à população. cular, que estava reservada ao ensino particular são
apenas alguns exemplos de reformas estruturais do
Partido Socialista nas políticas educativas.
3. Uma escola pública de
3.1.
qualidade Estando os alunos no centro de todas as políticas
educativas, os profissionais da educação são o mo-
A Escola Pública é, indubitavelmente, uma das maio- tor do desenvolvimento da escola pública. A Valori-
res conquistas da nossa democracia. Ao longo zação dos profissionais da Educação com foco no
destes 50 anos de liberdade, o sistema educativo futuro é um objetivo a prosseguir. Apesar das me-
português permitiu o acesso de todos à educação, didas desenvolvidas no último ciclo político que reti-
praticamente erradicou o analfabetismo, garantiu raram da precariedade mais de 22.500 professores,
Assiste-se, a nível global, a um problema crescen- ⟩ Garantir o vínculo adequado aos técnicos especia-
te de falta de professores. Os governos do Partido lizados das escolas.
Socialista interromperam a sangria de profissionais
levada a cabo pelo governo PSD/CDS, que afastou
do ensino mais de 28 mil professores. Resolver este 3.2.
problema é urgente, porque destes profissionais de- A Escola é uma comunidade que prepara cidadãos
pende a implementação de todas as medidas condu- que podem escolher além do seu contexto. As po-
centes à melhoria das aprendizagens. líticas públicas na Educação implicam uma perma-
nente capacidade de diagnosticar, avaliar, corrigir e
Apostando efetivamente nos profissionais, não ape- avançar, sem desprezar o património herdado, mas
nas docentes, e mobilizando recursos para respon- sobretudo sem discursos vazios em torno de conce-
der às necessidades, o Partido Socialista irá: ções passadistas e elitistas, mas sim através de me-
didas que tenham em conta os desafios nacionais e
⟩ Aumentar a atratividade no início da carreira, con- globais que os sistemas educativos hoje enfrentam.
tinuando o ritmo de redução da precariedade e re- Para reforçar a capacidade de a Escola Pública res-
duzindo o hiato entre os índices remuneratórios da ponder aos desafios que emergem de uma socieda-
base da carreira docente e os índices mais altos; de em mudança acelerada e que teve de, em muitas
matérias, se reorganizar, o Partido Socialista propõe:
⟩Rever e simplificar as regras do concurso de colo-
cação do pessoal docente; ⟩ Revisitar o modelo de gestão das escolas, no sen-
tido de aprofundar as dinâmicas participativas e co-
⟩ Iniciar negociações com os representantes dos pro- laborativas, incluindo o reforço da participação dos
fessores com vista à recuperação do tempo de servi- alunos na vida da escola, sem prejuízo do processo
ço de forma faseada; de descentralização;
⟩ Desburocratizar a função docente, garantindo que ⟩Avançar com uma avaliação da rede de ensino pú-
as escolas têm as condições e meios necessários e blico nacional, no sentido de corrigir eventuais de-
adequados para assegurar o trabalho administrativo- sequilíbrios e expandir a oferta nas zonas de maior
-burocrático; pressão demográfica.
⟩Desenvolver uma estrutura de apoio jurídico e ad- ⟩Estudar as práticas de formação das turmas, fo-
ministrativo-financeiro de apoio às direções das es- mentando a necessária heterogeneidade do ponto
de vista da integração dos alunos de diferentes es- cativo, o uso da tecnologia, as competências digitais
tratos socioeconómicos; e de cidadania digital e as dimensões éticas e cog-
nitivas associadas às transformações aceleradas da
⟩ Simplificar os mecanismos de comunicação entre Inteligência Artificial.
os Serviços do Ministério da Educação e as Escolas,
incluindo a criação de um ponto de coordenação da 3.3.
comunicação direta para evitar redundâncias, e ga- A pandemia deixou marcas profundas na aprendiza-
rantir a uniformização dos sistemas e interoperabili- gem dos alunos, que emergem nas aferições nacio-
dade entre os mesmos; nais e internacionais. É preciso desenvolver um sis-
tema educativo centrado nos alunos e na formação
⟩ Implementar, em conjunto com as escolas e os mu- de cidadãos. Os dados hoje disponíveis permitem
nicípios, um Sistema de Alerta Precoce de Risco de identificar as áreas concretas que requerem maior
Exclusão em Contexto Escolar; incidência, bem como os grupos de alunos que ca-
recem de apoios suplementares, na medida em que
⟩ Desenvolver Plano de Ação de Combate à Violên- a condição socioeconómica dos alunos, apesar das
cia em Contexto Escolar, sem prejuízo de permitir no melhorias, persiste como principal preditor do insu-
imediato o reforço do apoio dos serviços do Ministé- cesso escolar.
rio da Educação;
A população escolar portuguesa tem sofrido, feliz-
⟩ Reforçar os mecanismos de resposta às necessi- mente, profundas alterações. Os alunos estrangeiros
dades dos alunos e profissionais à disposição das mais do que duplicaram, o alargamento da escolari-
Escolas Integradas em Territórios Educativos de In- dade obrigatória reconfigurou o perfil dos alunos que
tervenção Prioritária; frequentam o ensino secundário. O apoio aos alunos
estrangeiros é uma prioridade.
⟩ Incentivar as parcerias entre as escolas, o tecido
empresarial local e as instituições de ensino supe- Portugal ultrapassou a meta europeia de redução do
rior, e melhorar a articulação entre o planeamento da abandono escolar precoce, situando-se abaixo dos
rede de ensino profissional e as necessidades das 10%. O sistema educativo, nos últimos 8 anos, be-
empresas; neficiou da produção de um manancial de indicado-
res que permitem associar os resultados escolares
⟩ Alargar a rede de escolas artísticas de artes visuais, a índices de equidade, verificando-se uma trajetória
incluindo-se a possibilidade de criar Escolas de Artes de melhoria das taxas de transição e conclusão no
que agreguem as diferentes ofertas de Ensino Artís- tempo esperado.
tico Especializado;
Tendo em conta a continuidade de uma política edu-
⟩ Consolidar a rede de Escolas Portuguesas no Es- cativa centrada na melhoria das aprendizagens e da
trangeiro; intensificação das áreas em que é necessário ir mais
longe, o Partido Socialista propõe:
⟩Lançar um debate nacional, com vista à criação de
um Livro Branco sobre a relação entre o sistema edu- ⟩Garantir a frequência gratuita da educação pré-es-
colar a todas as crianças a partir dos 3 anos, inves-
⟩ Garantir que os alunos que frequentaram o ensino ⟩ Concluir a revisão do modelo de financiamento dos
básico, em particular o 1.º ou o 2.º ciclos durante Centros de Recursos para a Inclusão.
a pandemia são acompanhados ao longo do seu
percurso escolar, realizando testes de diagnóstico
e beneficiando de planos personalizados de recupe- 4. Uma habitação digna
ração de aprendizagens;
para todos
⟩ Desenvolver um plano específico de intervenção na
área da matemática, em que o acompanhamento da A importância da habitação, para a vida de cada um,
implementação dos novos programas seja acompa- mas também para a qualidade da nossa vida coletiva
nhado da produção de recursos de aprendizagem e é demonstrada, na evidência que a casa é mais do
de formação dos professores; que quatro paredes e um teto. É a centralidade do
projeto de vida de cada pessoa e de cada família. É o
⟩ Promover um sistema integrado de promoção da local onde nos organizamos e nos preparamos para
leitura e da literacia de informação, a par de melho- os desafios de todos os dias. É o lugar onde come-
rias na didática da literatura, aglutinando iniciativas ça a liberdade e o garante da nossa dignidade. É a
dispersas e reforçando a sua intencionalidade; partir dela que abraçamos um projeto de realização
pessoal e é também alicerce para a construção de
⟩Continuar a capacitação digital das escolas, num uma sociedade mais justa, igual e coesa. É o nosso
currículo em que as competências digitais são tra- primeiro direito.
balhadas a par das artes, da educação física e das
humanidades; Apesar disso, só neste último ciclo, com os governos
do PS, começámos a alterar a visão política da habi-
⟩ Implementar uma política integrada de acolhimento tação como bem financeiro para a habitação como
aos alunos estrangeiros, garantindo uma formação bem essencial e parte fundamental do estado social.
intensiva em língua portuguesa que permita um bom Conseguimos por fim lançar as bases para a constru-
acompanhamento do currículo, através da revisão do
ção um parque publico robusto que garanta, coletiva- ⟩ Promover a gestão integrada do património público,
mente, uma proteção contra os excessos do merca- de forma que responda às diferentes necessidades
do. Um parque habitacional que responda não só aos setoriais, em particular na habitação;
mais carenciados, mas também a toda classe média,
em especial aos mais jovens. Este tem de ser um de- ⟩ Apoiar a aquisição de casa própria, através de:
sígnio duradouro assumido num consenso alargado.
· Estado prestar uma garantia pública ao financia-
Este aparente consenso não significa unanimidade
mento bancário nos créditos para aquisição de
de pensamento em matéria de habitação. Só um go-
casa própria de pessoas até aos 40 anos que ain-
verno do Partido Socialista procurará que o Direito
da não tenham nenhuma habitação em seu nome
à Habitação seja também um direito de escolha, o
e;
reconhecer de que todos os cidadãos devem ter uma
habitação digna, onde quer que escolham viver. · Em caso de incumprimento do pagamento do cré-
dito à habitação pelos beneficiários da garantia,
Também não podemos aceitar que este aparente pode o devedor, contratualizando com o Estado,
consenso seja uma cortina de fumo, aceitando que manter a casa como habitação permanente, me-
todos, especialmente os mais expostos à crise da diante o pagamento de uma renda ao Estado, que
habitação, mais pobres, mais jovens e mais velhos, assumiria a sua posição no crédito.
pagaremos os custos de ajustamento do tempo ne-
cessário à construção do parque publico. Portugal ⟩ Agravar as mais-valias em imóveis adquiridos e
tem um dos mercados mais liberalizados da Europa vendidos sem que tenham sido recuperados ou ha-
em matéria de habitação e temos de criar um ver- bitados;
dadeiro quadro de regulação desse mercado, garan-
tindo assim maior justiça e equilíbrio para todas as ⟩ Lançar novas linhas de financiamento para projetos
partes. de micro-housing, destinados a habitação temporá-
ria;
4.1.
Nestes 50 anos do 25 de Abril devemos ir mais longe ⟩ Reforçar as verbas destinadas à valorização do
no nosso compromisso, além de continuar o cami- Habitat dos bairros habitacionais públicos, com es-
nho para erradicar a curto prazo as carências habi- pecial foco na quebra de barreiras urbanísticas e
tacionais, e garantir um efetivo direito fundamental à valorização do espaço público e construção de equi-
habitação como base fundacional do Estado social. pamentos que garantam novas centralidades nestes
territórios;
Para tal, o PS propõe-se a:
⟩Aumentar a despesa dedutível com arrendamento
⟩ Dar continuidade ao investimento público na requa- em sede de IRS em 50 € por ano até atingir os 800 €;
lificação, alargamento e diversificação do parque pú-
blico de habitação com vista à atingir no médio prazo ⟩Rever a fórmula de cálculo para atualização de ren-
os 5% de parque público; das, incluindo a evolução dos salários nos critérios
de atualização em anos com inflação superior a 2%;
⟩ Lançar as bases para uma política de uma só porta
de entrada nas respostas públicas de habitação, evi- ⟩ Aumentar a abrangência do Porta 65, alterando os
tando a exclusão social;
assegurando que o Portugal 2030 inclui avisos espe- da Área da Cultura e a garantir a efetiva proteção so-
cíficos para o setor cultural e criativo. cial aos trabalhadores do setor;
Enquanto dimensão do Estado Social, a nossa polí- ⟩ Aumentar a exigência de celebração de contratos
tica cultural assentará no princípio da democratiza- de trabalho por parte das entidades apoiadas pelo
ção, visando o envolvimento de todas as pessoas Estado e reduzir os vínculos de trabalho precário que
num maior acesso às artes e aos bens culturais, bem ainda permanecem nas instituições com financia-
como numa mais assídua e consciente participação. mento público;
Como assentará na valorização dos profissionais do
setor, que têm direito a viver melhor, menos sujeitos ⟩ Prosseguir trajetória de reforço de verbas para os
à intermitência e à precariedade. apoios às artes e criar um mecanismo corretivo para
que os apoios tenham expressão em todo o territó-
Uma política cultural para um Portugal Inteiro deve rio nacional, introduzindo uma diferenciação positiva
prever recursos para apoiar todos os territórios, de para zonas do país com escassa ou nula oferta cul-
Norte a Sul, nos grandes centros urbanos como nas tural;
cidades de média e pequena dimensão, e ter um es-
pecial cuidado para que a oferta cultural alcance as ⟩ Consolidar e alargar a Rede de Teatros e Cinetea-
vilas e aldeias dos territórios mais isolados. A esse tros e o programa de apoio financeiro à sua progra-
propósito, é primordial apostar numa escala intermé- mação, aprofundando a responsabilidade partilhada
dia de políticas culturais, consolidando a integração entre o Estado central e as autarquias no fomento
das competências das Direções Regionais de Cultura da produção artística e no acesso à cultura por parte
nas CCDR e acompanhando-a de uma redefinição do das populações;
seu papel nesta área.
⟩ Identificar e renovar espaços devolutos, não ele-
Aprofundaremos a relação entre o sistema educativo gíveis para habitação, em articulação com as au-
e a cultura, apostando em políticas culturais que in- tarquias, que possam ser cedidos gratuitamente a
cidam a montante, nas escolas, onde nascem voca- criadores e estruturas culturais como espaços de
ções e se formam os públicos e os leitores de ama- trabalho, ensaio e armazenamento;
nhã. A cultura é essencial para que Portugal cresça
como comunidade inteira, mais consciente de si, dos ⟩ Fortalecer os apoios à criação, programação e in-
seus e de todos os que abraça e o abraçam. ternacionalização na área da dança, e equacionar a
criação de um ou mais Centros Coreográficos Nacio-
5.1. nais fora dos principais centros urbanos;
Assim, no que respeita aos apoios às artes e aos
profissionais do setor, à presença das artes no ensi- ⟩ Criar uma Plataforma de Circulação Nacional que
no público e ao audiovisual, o PS irá: proporcione a jovens artistas e criadores apresenta-
rem publicamente o seu trabalho em espaços patri-
⟩ Proceder a uma avaliação e revisão do Estatuto dos moniais representativos do nosso legado histórico,
Profissionais da Área da Cultura, de modo a promo- dotando-os de uma programação regular;
ver uma maior adesão ao Registo dos Profissionais
⟩ Aprofundar o compromisso da RTP (rádio e televi- ⟩ Reforçar o financiamento das bibliotecas públicas,
são) com a difusão cultural e revisitar o seu papel no no plano da programação, da capacitação das equi-
apoio à produção nacional, ponderando a afetação pas, criando, em conjunto com as autarquias, planos
de uma percentagem da CAV para o cinema e audio- locais de leitura;
visual e uma quota da emissão diária para o setor da
cultura; ⟩ Conceber uma ecologia do livro com medidas de
conservação de pequenas livrarias e de apoio às pe-
⟩ Criar mecanismos eficazes, no âmbito do Instituto quenas editoras e independentes, através, entre ou-
do Cinema e do Audiovisual, para distribuir e mos- tros, de um programa regular de aquisição de livros
trar internamente o cinema produzido em Portugal, pela Rede de Bibliotecas Públicas e do relançamento
incluindo incentivos aos operadores privados, expan- de uma distribuidora do Estado capaz de assegurar
dindo a exibição cinematográfica em territórios defi- uma adequada presença dos seus livros no conjunto
citários; do território;
⟩ Avançar com um novo estatuto do mecenato cul- ⟩ Apoiar a tradução e promover a internacionalização
tural. da produção literária nacional, com um protocolo es-
pecífico com o Brasil e os países lusófonos;
5.2.
Um futuro Governo do PS dará centralidade ao livro ⟩ Equacionar isenções fiscais relativas à tributação
e à leitura, articulando o Ministério da Cultura e o Mi- do valor dos livros em armazém, prevenindo a des-
nistério da Educação em torno de um novo impulso truição de livros devolvidos às editoras;
aos hábitos de leitura, desde tenra idade, reestrutu-
rando as políticas nesta área para que incidam cada ⟩ Estipular uma quota fixa de livros em braille, livro
vez mais nas comunidades e nos currículos escola- digital e áudio-livro, compensando financeiramente
res. as editoras;
⟩ Proceder à revisão do Contrato de Concessão do Os projetos olímpico e paralímpico para Paris’24 con-
Serviço Público de Rádio e Televisão, criando me- tam com um financiamento histórico. Os atletas e
canismos de reforço do caráter distintivo da progra- treinadores do projeto surdolímpico conhecerão, em
mação, avaliação do modelo de governação e do 2025, a equiparação completa das bolsas.
modelo de financiamento, bem como ponderando o
investimento necessário à salvaguarda do seu patri- O apoio público à captação de eventos desportivos
mónio arquivístico audiovisual; internacionais deve, portanto, evoluir para uma ação
coordenada entre o Instituto Português do Desporto
⟩ Adequar a legislação nacional às obrigações defini- e Juventude (IPDJ) e o Turismo de Portugal, ponde-
das pelos novos regulamentos europeus. rada em fatores como o impacto, retorno e territo-
rialidade, bem como a sustentabilidade social e am-
biental. A Conferência de Ministros do Desporto do
6. Desporto e atividade física Conselho da Europa 2024, que será realizada em Por-
tugal, no Porto, protagonizará um dos mais relevan-
A afirmação internacional do desporto português re- tes momentos políticos do desporto internacional.
presenta um objetivo estratégico para o desenvolvi- Um segundo objetivo estratégico assenta no aumen-
mento do setor. to dos índices de atividade física da população em
geral, tendo em vista que, no final da década, Portu-
De facto, desporto tem contribuído, inúmeras vezes, gal esteja entre os 15 países mais ativos da União
para a projeção do país e para a elevação do seu va- Europeia.
lor reputacional, promovendo a sua imagem em mer-
cados e regiões prioritários. Fá-lo pelas conquistas e A plena concretização destes objetivos estratégicos
títulos internacionais de atletas, clubes e seleções. implica:
Fá-lo, igualmente, pelo impacto internacional dos
eventos e competições que ocorrem em território
⟩ Proceder à revisão da Lei de Bases da Atividade
nacional. Física e do Desporto, cuja audição pública já foi re-
alizada;
Por conseguinte, deve ser mantida a aposta nos di-
⟩ Definir um plano estratégico de desenvolvimento
desportivo de carácter plurianual, assente, entre ou- Prevenção e Combate à Violência no Desporto;
tros eixos, na defesa da integridade e na promoção
· Dar prioridade à proteção de crianças e jovens. A
da igualdade de género e do desporto adaptado e
implementação do novo regime jurídico da forma-
que tenha a ambição de atingir a meta de 1 milhão de
ção desportiva e a ação preventiva e fiscalizadora
praticantes desportivos federados, correspondente a
do IPDJ devem liderar a atuações pública neste
10% da população, até 2030;
domínio.
⟩ Criar o Observatório do Desporto e a da Atividade
Física numa parceria entre a academia, entidades
desportivas nacionais e a Administração Pública
para habilitar as definição e implementação de po-
líticas públicas e as tomadas de decisão multisseto-
riais dos diversos agentes e entidades desportivas;
3.ª MISSÃO:
Um Portugal inteiro valoriza todos os seus territórios,
assumindo um modelo de desenvolvimento de coe-
são e ordenamento para o qual contribuem as políti-
CLIMÁTICA JUSTA
eixos temos maior capacidade para fixar população
através de economias dinâmicas, que promovem
emprego e geram oportunidades de bem-estar e vida
digna. Só seremos um país desenvolvido e próspero
cuidando do território como um todo: litoral e interior;
áreas urbanas e territórios de baixa densidade.
Portugal, enquanto país continental e arquipelágico, A política de coesão é nacional e destina-se ao país
onde o mar é elo dos territórios terrestres e fator de inteiro. É uma política de desenvolvimento com que
coesão territorial e nacional, tem de ter um novo im- se pretende qualificar cada território e assegurar a
pulso para o desenvolvimento do potencial oceânico sua integração nas dinâmicas da economia e da so-
do país. Para além deste potencial, também no com- ciedade. Ela deve assentar numa identificação dos
bate às alterações climáticas, importa ter presente melhores recursos do território, de cada território, na
a relação do oceano com o combate às alterações estruturação da base económica diversificada que
climáticas, sobretudo na sua função de sumidouro carateriza Portugal e em ações de política pública
de carbono. Por outro lado, tal como o bom estado que, para cada caso, estimulem capacidades e defi-
dos solos, também no meio marinho é essencial as- nam as prioridades que reequilibrem o que se tornou
segurar boas condições de proteção e conservação estruturalmente desequilibrado e assimétrico.
que são relevantes para a saúde humana, pesca ou
biodiversidade. A base para cumprirmos o potencial Todos os territórios do país dispõem de recursos e
oceânico é o conhecimento e inovação que promo- capacidades. Cuidar da base material e institucional
vemos enquanto país e cujo retorno da aposta nas de cada um é, por isso, essencial para a coesão e o
qualificações se materializa em desenvolvimento desenvolvimento. As cidades médias e os sistemas
económico no médio e longo prazo. urbanos que se formam à volta delas, as estruturas
produtivas locais e os respetivos postos de trabalho
e a rede de serviços públicos que foi sendo estabele-
cida são os principais recursos do território. Mesmo
nas regiões habitualmente designadas como de “in-
terior”, é nas suas cidades e em tudo o que gravita
à volta delas que estão os melhores ativos territo-
riais. São âncoras do território e é também com elas
que os outros territórios na sua proximidade, rurais
ou de mais baixa densidade, estabelecem as suas
principais relações – é das suas capacidades e das
funções que tais aglomerações desempenhem que de alta velocidade e a maximização da cobertura da
depende a melhoria da vida nos pequenos meios. rede 5G;
Importa, pois, reforçar essa condição urbana através
das suas economias, da qualificação do emprego e ⟩ Assegurar a cobertura de todo o território nacional
da atenção à provisão pública para o bem-estar das por redes de internet de alta velocidade, promovendo
pessoas. a conetividade dos territórios de baixa densidade e a
eliminação de zonas sem cobertura de rede;
Por outro lado, o digital permite contornar as limita-
ções que o tempo e o espaço colocam à experiên- ⟩ Implementar a estratégia de Territórios Inteligen-
cia humana. Permite vencer tantas das barreiras que tes, afirmando o país como uma nação inteligente,
nos habituámos a encontrar na nossa vida. Podemos fazendo com que projetos protagonistas e pioneiros
estar juntos e juntas sem estarmos no mesmo sítio. que investem na gestão urbana integrada e que con-
Podemos criar valor onde quer que estejamos, onde vergem para a inteligência territorial e o desenvolvi-
quer que possam estar as novas ferramentas de tra- mento sustentável, comuniquem, adotem sistemas
balho. E isso não tem de ser apenas nos grandes abertos, partilhem recursos e ganhem escala para
centros urbanos. O digital é, por isso, um elemento garantirem políticas públicas baseadas em evidên-
fundamental para promover a coesão do país e a cias;
igualdade de oportunidades, não só entre pessoas,
mas também entre regiões. ⟩ Reforçar a ciber-resiliência das pequenas e médias
empresas e das entidades da Administração Pública,
Com vista a promover a coesão territorial, o PS irá: especialmente das que estão localizadas fora dos
grandes centros urbanos, através do desenvolvimen-
⟩ Eliminar as portagens das auto-estradas “ex-SCUT” to de projetos PRR como a C-Academy (Academia de
com baixo tráfego em territórios de baixa densida- Cibersegurança), e a C-Network (rede de centros de
de, designadamente: na A28 no Alto Minho, na A13 competência em cibersegurança) em todas as regi-
e A13-1 no Pinhal Interior, na A23 e A25 na Beira In- ões NUTS II do território nacional;
terior, na A4 e A24 em Trás-os-Montes, e na A22 no
Algarve; ⟩ Concretizar a “Agenda do Turismo para o Interior”
promovendo um turismo mais equilibrado e uma
⟩ Definir uma estratégia de desconcentração de ser- transformação no modelo de desenvolvimento turís-
viços públicos, organizando assim a vontade de lo- tico do país, onde contam todas as geografias;
calizar fora de Lisboa alguns serviços centrais do
Estado; ⟩Apoiar a criação de centros de qualificação no teci-
do empresarial, em articulação com a rede científica
⟩ Relançar o Programa “Chave na Mão”, facilitando a e de ensino superior, nos territórios de baixa densi-
deslocalização de agregados familiares para o inte- dade;
rior através do subarrendamento dos seus fogos no
litoral pelo Estado; ⟩ Garantir a execução do programa de financiamento
para cobertura de telecomunicações de capacidade
⟩ Promover a utilização massificada da internet fixa muito elevada a todas as regiões do país;
respondam de forma resiliente a situações de risco, ⟩ Criar a Plataforma “Na Minha Terra” com aplicação
sendo igualmente o fermento de uma cidadania mais para dispositivos móveis para o registo de ocorrên-
ativa e interventiva na cogovernação dos territórios. cias sobre espaços públicos, infraestruturas, espaços
verdes ou serviços públicos tendo em vista uma res-
Desta forma, o PS propõe: posta eficiente ao cidadão no respetivo tratamento
das ocorrências em função das competências e atri-
⟩ Definir uma renovada Política de Cidades e Rege- buições das entidades.
neração Urbana, reforçando a transição das cidades
rumo à sustentabilidade, reabilitação urbana ecoló-
gica, eficiente e sustentável, em colaboração entre o 2. Descentralização
governo central, as autarquias locais, a academia, as
empresas e a sociedade civil; e Regionalização: maior
proximidade, responsabilidade
⟩ Apoiar os municípios que queiram criar “Cidades de
e eficiência
15 minutos”, onde todas as valências se encontrem
a curta distância da residência;
A regionalização alicerçada num amplo consenso
político e social e a descentralização, como formas
⟩ Promover uma nova geração de políticas de reabili-
de criar e reforçar níveis intermédios – regionais, in-
tação urbana, dedicados à ecologia;
termunicipais e locais - de decisão legitimados de-
mocraticamente que prossigam os interesses das
⟩ Implementar um Programa de Reconversão das Áre-
populações e dos territórios que representam, são
as Urbanas de Génese Ilegal com apoio financeiro, a
processos a implementar e aprofundar, respetiva-
gerir pelos municípios, para eliminar construções em
mente.
áreas de risco ou de restauro ecológico, bem como o
realojamento de população;
A reorganização do Estado através da transferência
de competências para níveis infraestatais permite
⟩ Garantir a coesão política dos planos locais e nacio-
aumentar a legitimidade democrática das decisões
nais de energia e clima;
administrativas e a responsabilização dos seus auto-
res, definir políticas públicas ajustadas aos diversos
⟩ Promover a reforma do sistema de planeamento
tipos de territórios de forma mais participada, tornar
territorial com planos de ordenamento territoriais
mais eficiente a gestão pública e melhorar a qualida-
mais estratégicos e eficazes, que deixem de cons-
de dos serviços públicos.
tituir tão-somente somatórios de imposições secto-
riais, antes obedecendo a uma visão integrada e sis-
Neste contexto, o passo que se seguirá será o de
témica de desenvolvimento do território;
avaliar o movimento de descentralização e afinar
aspetos relevantes da sua operacionalização no que
⟩ Promover a reforma do sistema de planeamento
respeita ao financiamento adequado para as várias
territorial, através de planos de ordenamento mais
missões, clareza no relacionamento entre municí-
estratégicos e eficazes, obedecendo a uma visão in-
pios e freguesias e garantia de reforço de meios para
tegrada e sistémica de desenvolvimento;
Um território coeso tem de priorizar um modelo de ⟩Estudar novas competências a descentralizar para
desenvolvimento de combate às disparidades re- os municípios e para as freguesias;
gionais, que inclua os sistemas urbanos, as grandes
infraestruturas de transportes e comunicações, a ⟩ Acompanhar o processo de democratização e de
mobilidade integrada, a partilha de serviços públicos integração de serviços desconcentrados nas novas
e a gestão do património público, numa lógica des- CCDR, IP;
centralizadora e com uma perspetiva estratégica de
cooperação para os objetivos e metas de desenvol- ⟩ Capacitar as CCDR para o adequado funcionamen-
vimento do país. to das conferências procedimentais no respeito dos
prazos sem perder qualidade da análise e resposta
O empoderamento das Comissões de Coordenação das equipas técnicas;
e Desenvolvimento Regional (CCDR) permite corrigir
alguns défices de coordenação entre financiamento, ⟩Aplicar o princípio da descentralização e da subsi-
gestão e implementação de políticas de desenvolvi- diariedade assumindo as CCDR e as entidades inter-
mento territorial. É necessário monitorizar e avaliar, municipais um papel-chave na gestão dos futuros
em diálogo com os vários protagonistas, em tempo Programas Regionais de gestão dos fundos euro-
útil e com indicadores qualitativos e quantitativos o peus;
procedimento de integração dos serviços descon-
centrados do Estado nas CCDR, o que permitirá reti- ⟩ Reforçar os processos de contratualização e funda-
rar importantes lições para um processo participado mentação dos investimentos públicos - à escala NUT
de regionalização. II e NUT III - em linha com as prioridades das estraté-
gias nacionais, regionais e sub-regionais aprovadas;
A coesão territorial através de um planeamento di-
nâmico e reformista cumpre-se quando o Estado ga- ⟩ Aprofundar os Contratos Programa “Estado Região”
rantir que qualquer cidadão, independentemente de estabelecidos entre o Governo e as CCDR identifican-
onde tenha nascido ou onde escolheu viver, conse- do os compromissos de investimento âncora para
gue ter uma resposta de qualidade em áreas como a assegurar a concretização das respetivas Estraté-
saúde, a educação e os transportes. gias de Desenvolvimento Regional 2030.
Assim, o PS propõe:
⟩ Rever com ambição o PNEC 2030, até junho de ⟩Promover a venda a granel, eliminando barreiras le-
2024 e implementar as exigências da Lei de Bases gais que limitam a sua disseminação;
do Clima, nomeadamente através da definição da
Estratégia Industrial Verde, a elaboração dos planos ⟩Apoiar a economia circular, estimulando a reutiliza-
setoriais de mitigação e de adaptação e dos planos ção, a aquisição em 2ª mão, a manutenção, a inova-
regionais e municipais de ação climática, e a elabora- ção, o ecodesign, as indústrias criativas;
ção do inventário nacional de emissões de gases de
efeito de estufa e do relatório de avaliação inicial de ⟩ Abandonar o paradigma de linearidade (extrair, pro-
impacto climático; duzir, consumir e deitar fora), valorizando um para-
digma circular (produzir, consumir, reciclar, reutilizar)
⟩ Dar sequência à regulamentação do novo Mercado gerindo os resíduos através da recolha seletiva, da
Voluntário de Carbono, no qual se valorizará o capital implementação do sistema de depósito e reembolso
natural, existente e futuro, promovendo os serviços de embalagens de plástico e metal e do apoio aos
de ecossistema e a biodiversidade, de forma credí- municípios na implementação de sistemas de reco-
vel e segura, num sistema de contabilidade nacional lha seletiva de biorresíduos;
integrado;
⟩Promover ativamente o Plano de Ação para a Eco-
⟩ Adaptar o território aos fenómenos climáticos ex- nomia Circular e um Conselho Estratégico para a
tremos e assegurar a sua proteção por seguros, atra- Economia Circular e Regenerativa;
vés da criação de um Fundo de Garantia dos Riscos
Climáticos; ⟩ Promover a compostagem de biorresíduos em con-
textos domésticos e comunitários, como parte inte-
3.3. grante de uma estratégia nacional para a sustentabi-
A concentração de população nas cidades impõe di- lidade;
nâmicas de produção e consumo nas áreas urbanas,
mas também ao equilíbrio de ocupação dos restan- ⟩ Promover a valorização energética dos resíduos e
tes territórios, que exigem um planeamento que deve fomentar a recolha do biometano;
acautelar a eficiente utilização dos recursos. Uma
das consequências destes padrões de consumo tem ⟩ Ponderar a utilização de Resíduos de Construção
sido a crescente acumulação de resíduos. Por isso, e Demolição (RCD) e outros resíduos existentes em
e pelas exigentes metas a que nos propomos com aterro com viabilidade económica e ambiental, as-
a neutralidade carbónica em 2045, temos de redu- sim como substituir o consumo de matérias-primas
zir os resíduos em aterros e tratá-los de forma mais virgens por matérias-primas alternativas descarbo-
⟩ Fomentar a desconstrução organizada e assegurar ⟩ Desenho de uma Estratégia Nacional de apoio para
a reciclabilidade dos materiais de construção duran- tecnologias de impacto zero em linha com o The Ne-
te a demolição de edifícios e infraestruturas de for- t-Zero Industry Act;
ma a permitir a sua reutilização eficaz e assegurar a
circularidade. ⟩ Estabelecer Academias de indústrias de impacto
zero, com o apoio e a supervisão da Plataforma Im-
3.4. pacto Zero Europa;
Para um partido como o PS, conter emissões de
carbono, transformando os nossos modelos de de- ⟩ Colocar Portugal ao lado do Plano Industrial do Pac-
senvolvimento económico e social significa neces- to Ecológico Europeu: criar um quadro regulamentar
sariamente lutar pela igualdade de oportunidades. previsível e simplificado, garantir acesso mais rápido
Reduzindo impostos sobre o fator trabalho e trans- ao financiamento; desenvolver competências e abrir
ferindo-os para as atividades económicas mais po- o comércio para assegurar cadeias de abastecimen-
luidoras, estamos a transformar o nosso modelo de to resilientes;
desenvolvimento para uma economia circular que
valoriza o conhecimento, a criatividade e a tecnolo- ⟩ Lançar a Cimeira Anual do Ambiente e Ação Cli-
gia. Temos de colocar a ciência e qualificações ao mática desejavelmente desenvolvida pelo Conselho
serviço do ambiente e do aumento de remuneração Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Susten-
dos trabalhadores. tável.
Para tal, o PS irá: ⟩ Garantir uma maior resiliência dos territórios mais
afetados pelos efeitos das alterações climáticas,
⟩ Criar o Programa Agentes da Mudança, com vista a quer face a secas, quer face a cheias e inundações,
apoiar a contratação de jovens qualificados por parte reduzindo as perdas, revendo as licenças de capta-
das empresas para apoiar a transição energética e a ção e de descarga dos grandes operadores econó-
micos, regulando as tarifas dos serviços de águas e
⟩ Nesse contexto, é importante preservar os nossos ⟩ Apostar na preservação dos ecossistemas aquáti-
recursos hídricos, responder à escassez e à seca e cos e devolver os rios às populações, aumentando a
melhorar a gestão do ciclo urbano da água, dando fiscalização e implementando medidas para a remo-
continuidade às políticas de eficiência hídrica adota- ção de infraestruturas hidráulicas obsoletas e para a
das, nomeadamente nos territórios particularmente renaturalização e valorização as zonas fluviais;
afetados pela escassez hídrica, no Algarve e no Alen-
tejo, designadamente: ⟩Implementar o Secretariado Técnico Permanente
da Comissão para a Aplicação e Desenvolvimento da
⟩Efetuar o investimento em dessalinização, nome- Convenção de Albufeira (CADC) acordado na última
adamente no Algarve e em Sines, esta última para convenção ibérica;
consumo industrial;
⟩Monitorizar os níveis das águas subterrâneas e re-
⟩Ponderar a ligação da dessalinizadora de Sines ao gulamentar o seu uso/captação;
Alqueva e/ou até Odemira por cabo marítimo para
dar resposta à procura para consumo agrícola em ⟩ Criar um programa de apoios aos pequenos agri-
Odemira e posteriormente no Algarve através da liga- cultores que hoje se debatem com a insegurança
ção de Santa Clara à Bravura; hídrica para a instalação, nas suas propriedades, de
contadores, sondas de água, bombas de extração de
⟩ Promover a ligação do Pomarão ao Guadiana e a água com energia solar, pequenos reservatórios de
ligação do Alqueva à Barragem de Monte da Rocha; águas pluviais, rega gota-a-gota, etc;
A ligação do Sotavento ao Barlavento; e a construção
e exploração da nova barragem do Alvito no rio Ocre- ⟩Promover o investimento em sistemas de irrigação
za, a ser financiada pela concessão da Barragem do de baixo consumo de água e maquinaria movida a
Cabril; energias renováveis;
⟩Avaliar a viabilidade de Barragem da Foupana para ⟩Investir em estações de tratamento de águas resi-
o setor agrícola, a ligação ao Alqueva ou a ligação da duais (ETARs);
Barragem de Santa Clara à Barragem da Bravura no
Barlavento; ⟩Priorizar políticas de incentivo à captação e arma-
zenamento de água das chuvas, bem como a promo-
⟩ Avaliar a viabilidade da Barragem de Girabolhos; ção de técnicas de irrigação.
significa, por um lado, a materialização dos Progra- ⟩ Proteger o litoral e as suas comunidades;
mas de Reordenamento e Gestão da Paisagem e
dos Programas Especiais das Áreas Protegidas, e a ⟩ Prosseguir com uma estratégia de “gestão ativa
criação do Cadastro Nacional dos Valores Naturais. de proximidade” das áreas protegidas, envolvendo
Cuidar do ambiente significa promover a educação as autarquias, as instituições de ensino superior, as
ambiental e ecológica da população, mas requer, organizações não governamentais de ambiente e ou-
também, assegurar ação na proteção, conservação e tras entidades locais, aprovando planos de gestão
restauro da natureza e biodiversidade, sem esquecer para as áreas classificadas e melhorando as condi-
a garantia de bem-estar animal. ções de visitação;
⟩ Incentivar o conhecimento do mundo rural em meio ⟩Estabelecer um formulário único, juntando os inú-
urbano e apostar na literacia rural, valorizando a sua meros pareceres num só documento e diminuir as
importância junto das gerações futuras. exigências documentais no que se refere à titularida-
de da exploração;
⟩ Desenvolver e aprovar um Programa de Estímulo à
Pastorícia Extensiva conjugando a produção alimen- ⟩ Simplificar sistema de apoios a fundo perdido em
tar com a conservação da natureza e o aumento de situações de calamidade ou intempéries;
rendimentos dos agricultores/produtores;
⟩Agilizar os processos de licenciamento de ativida-
des agrícolas, pecuárias e agroindustriais;
água ou o declínio dos insetos polinizadores, importa tos no sistema de produção, abastecimento e consu-
evoluir para uma agricultura mais sustentável, mais mo de bens alimentares, promovendo o comércio e a
bem adaptada às transições ecológica e energética. economia locais;
Para alcançar esse objetivo, propomos:
⟩ Apoiar o desenvolvimento de estações que tratem
⟩Assegurar a representação do setor agroflorestal e convertam os efluentes da produção agropecuá-
no Conselho de Ação Climática, criado pela Lei de ria em gases renováveis, para posterior valorização
Bases do Clima; energética e estimular a produção de biometano jun-
to das associações de agricultores;
⟩ Apostar na valorização económica de ativos bio-
lógicos e na remuneração de serviços de ecossiste- ⟩ Certificar e promover práticas agrícolas com baixas
mas, num cenário de criação de territórios neutros emissões de carbono, sejam elas com a redução do
em carbono, avançando com um projeto-piloto de uso de agroquímicos ou pela utilização de técnicas
carbon farming. como a rotação de culturas;
eficiente da água, bem como amparar a agricultura Uma renovação geracional dos agricultores consti-
de sequeiro onde esta esteja a tornar-se inviável. tui a condição primeira para a manutenção a termo
Para tal, propomos: do sector agrícola e de povoamento nos territórios
do interior. Para tal, o PS propõe:
⟩ Criar um Programa nacional de modernização do
regadio, para reduzir o desperdício de água devido ⟩ Reforçar a dotação dos apoios aos Jovens Agricul-
à obsolescência ou degradação dos sistemas em tores, aumentando o prémio à primeira instalação, o
funcionamento, promovendo a requalificação de in- apoio a fundo perdido ao investimento e o apoio ao
fraestruturas identificadas no estudo Regadio 2030; crédito institucional para financiar a parte não sub-
vencionada;
⟩Promover o investimento em sistemas de irrigação
de baixo consumo de água e maquinaria movida a ⟩Criar condições para haver candidaturas a apoios
energias renováveis, com diferenciação positiva de para Jovens Agricultores abertas com regularidade e
explorações com orografia dificultosa; valorizadas consoante a estratégia de produção;
⟩Avaliar a possibilidade de conceber bacias de pe- ⟩Desenvolver incentivos à instalação de jovens agri-
quena dimensão ao longo dos maiores cursos de cultores através de benefícios fiscais, e de apoios
água em Portugal, para represar a água quando subsequentes à instalação, para construção ou re-
acontece precipitação. construção de moradias e equipamentos agrícolas;
⟩ Apoiar a criação de charcas de regadio nas bacias ⟩ Garantir que os objetivos da Lei que cria o ‘Banco de
hidrográficas para a agricultura de sequeiro, nos ter- Terras’ e o ‘Fundo de Mobilização de Terras’ sejam
ritórios onde, em função das alterações climáticas, plenamente cumpridos, com destaque para o acesso
essa prática esteja em vias de extinção; à terra por parte de jovens em início de atividade.
para proteção de sistemas de produção agroflorestal Portugal, respondendo aos desafios que o oceano
em risco de despovoamento ou desertificação, con- enfrenta, deve renovar a sua ambição, dando um
trariando esse risco e estimulando o uso múltiplo e novo impulso à política para o mar, transformando o
os sistemas agro-silvo-pastoris; perfil da economia do mar, através da modernização
dos setores tradicionais e do desenvolvimento dos
⟩ Desenvolvimento e inovação nas fileiras florestais: novos setores baseados em conhecimento e tecno-
promover o alinhamento das fileiras florestais com logia, sendo essencial a dinamização da cultura oce-
o desenvolvimento e a investigação, implementando ânica.
inovação tecnológica ao nível dos serviços, dos pro-
dutos e da gestão; Elemento comum na resposta aos desafios do ocea-
no ou ao aproveitamento do seu potencial, o conhe-
⟩ Recuperar as Intervenções Territoriais Integradas cimento do mar deve ser uma prioridade nacional.
(ITIS) desenhando estratégias territoriais para a agri- Assim, é crucial a aposta, através de uma interven-
cultura e floresta em conjunto e reforçando o finan- ção pública mobilizadora, nas ciências e tecnologias
ciamento dos sistemas pastoris extensivos, adapta- marinhas como forma de alavancar as restantes po-
dos à estratégia para cada território. líticas públicas para o mar, promovendo os projetos
que criem as condições necessárias ao desenvolvi-
mento de uma economia do mar sustentável e de va-
5. Mar: um novo impulso para lor acrescentado, bem como robustecendo a capaci-
dade de monitorização e vigilância do meio marinho.
o desenvolvimento do potencial Para desenvolver o potencial oceânico do país, o PS
oceânico do país irá:
Portugal, país continental e arquipelágico que tem ⟩ Implementar a Estratégia Nacional para o Mar
no mar o elo dos seus territórios, deve assumir-se 2021-2030 e o respetivo Plano de Ação, reforçando
como nação oceânica, atualizando a sua identida- os mecanismos de monitorização e criando uma pla-
de marítima, transformando o mar em fator de de- taforma alargada de articulação política e concerta-
senvolvimento nacional e conferindo à relação entre ção de entidades públicas;
o oceano, que é o maior sumidouro de carbono do
Planeta, e o sistema climático terrestre uma dimen- ⟩Continuar a liderar a agenda internacional do ocea-
são central na sua abordagem às alterações climáti- no, dando cumprimento à Agenda 2030 e dinamizan-
cas. Assim, é fundamental a compreensão do papel do uma nova agenda global para o oceano, valorizan-
do oceano na regulação do clima, dos impactos do do o Comité Nacional para Década do oceano;
aquecimento global no aumento do nível do mar, dos
efeitos que as mudanças nas temperaturas e corren- ⟩ Prosseguir a interação com a Comissão de Limites
tes oceânicas têm nos eventos climáticos extremos da Plataforma Continental da ONU para a concreti-
e na biodiversidade, associada à acidificação do oce- zação da extensão da plataforma continental e de-
ano, bem como dos impactos da atividade humana, finir uma estratégia de integração do conhecimento
como a poluição e sobre-exploração, que potenciam gerado nas estruturas permanentes do Estado e que
os efeitos nefastos das alterações climáticas. responda aos desafios do alargamento da platafor-
⟩ Classificar, até 2026, Áreas Marinhas Protegidas ⟩Implementar o Plano para a Aquicultura em Águas
em 30% do espaço marítimo nacional e aprovar, até de Transição com o objetivo de aumentar em 50% a
2028, os respetivos planos de gestão, bem como efe- produção aquícola nesta década;
tivar o princípio de que a mineração está dependente
do conhecimento científico; ⟩Apostar na pesca e aquicultura de pequena escala
que fomentem o consumo local de pescado, reduzin-
⟩ Modernizar e internacionalizar as atividades tradi- do os circuitos de comercialização e promovendo a
cionais da economia do mar incluindo indústria dos diversificação das espécies consumidas, aprovando
produtos da pesca e aquicultura e o desenvolvimento o Estatuto da Pesca e da Aquicultura de Pequena Es-
de projetos de turismo costeiro e náutico sustentá- cala;
veis e regenerativos;
⟩ Implementar uma nova estratégia para o setor por- às atividades marítimas, nomeadamente a relativa à
tuário, visando a transição energética, a digitalização navegabilidade das embarcações;
e diversificação da atividade portuária, a industriali-
zação do país, bem como introduzindo mecanismos ⟩Promover, no âmbito da UE, o desenvolvimento das
de coordenação da atividade das administrações prioridades europeias para a economia do mar ne-
portuárias, modernizando a legislação do setor por- cessária à descarbonização e industrialização e uma
tuário e promovendo o alargamento da capacidade nova política do ordenamento do espaço marítimo
de movimentação de carga, garantindo a flexibilida- que inclua a proteção do ambiente marinho e a pre-
de no uso dos cais para outros fins; servação do bom estado ambiental do meio marinho;
⟩Desenvolver uma estratégia de fomento da ativida- ⟩Fomentar, no âmbito da CPLP, a adoção de uma
de da náutica de recreio que democratize o acesso à nova Estratégia da CPLP para os oceanos;
atividade, dinamize a indústria naval dedicada a seg-
mentos específicos de embarcações com maior ca- ⟩ Aprovar a Estratégia Nacional para a Segurança
pacidade de navegação, e amplie a rede de marinas, Marítima, promovendo, designadamente, a colabora-
portos de recreio e infraestruturas de apoio; ção entre a indústria e organismos públicos, como
forma de desenvolver novos meios de vigilância e
⟩ Concretizar uma política do transporte marítimo fi- monitorização.
xando valor, empresas e postos de trabalho no país,
exigindo critérios técnicos e ambientais rigorosos
para o registo de embarcações, garantindo o cumpri-
mento das regras internacionais aplicáveis aos Esta-
dos de bandeira e promovendo a descarbonização e
redução de emissões;
Fora do Parlamento, é também necessária uma ver- ⟩ Fomentar canais de auscultação de movimentos
dadeira pedagogia democrática nas redes sociais e sociais e dos cidadãos, valorizando a participação cí-
nos canais tradicionais de comunicação e debate. vica e associativa, que possa complementar a refle-
Ainda que com avanços e recuos pontuais ao longo xão dos representantes democraticamente eleitos.
⟩Dotar a Entidade da Transparência – concluído que ⟩ Continuar a desenvolver-se o portal Mais Trans-
está o respetivo processo de instalação e de arran- parência, como agregador digital de prestação de
que da plataforma para submissão e publicitação das contas, de escrutínio público e de informação aos
declarações de registo de interesses dos titulares de cidadãos quanto a alocação de recursos públicos,
cargos políticos - de meios para o desempenho de alargando a sua conexão com outras plataformas de
uma missão de pedagogia e esclarecimento através divulgação de informação geridas por outros entes
públicos;
⟩Promover uma maior conciliação entre a vida pes- ⟩Sujeitar imediatamente a pessoa agressora a um
soal, por exemplo através da definição de uma maior quadro coativo capaz e suficiente de colocar termo a
⟩ Assegurar a disponibilização e a aplicação efetiva ⟩ Atender à situação das crianças e jovens LGBTIQA+
de ordens de restrição e de proteção em relação a que vivem em instituições, em especial nos casos
todas as formas de violência contra as mulheres, em que estas estejam separadas por sexo, quer no
nomeadamente o assédio, o casamento forçado e a seu processo de promoção e proteção, quer através
mutilação genital feminina; de mecanismos específicos de combate ao bullying
e de acesso a apoio psicológico, de transição, ou ou-
⟩ Criar um Fundo de Garantia de forma a assegurar tros;
as necessidades e os direitos básicos de seguran-
ça, apoio psicológico, abrigo, educação com caráter ⟩ Dotar as autoridades policiais de formação espe-
continuado para todas as crianças órfãs de mãe de- cífica para reconhecer os crimes de ódio como um
vido ao assassinato cometido por parceiro/a ou ex- fenómeno complexo ao nível conceptual, da investi-
extremistas, xenófobos e racistas, tornam mais ur- ciplinar e interinstitucional, relativamente à integra-
gentes as políticas de combate ao racismo e à dis- ção das pessoas ciganas que não pode dispensar o
criminação étnico-racial e de apoio aos imigrantes, contributo e o compromisso do poder executivo a ní-
aos migrantes e aos refugiados, apelando ao reforço vel nacional e que deve ser estruturada com a partici-
da nossa luta pela defesa intransigente dos direitos pação das pessoas ciganas e das suas associações.
humanos e do Estado de Direito.
⟩ Assegurar o combate ao recrudescimento de fenó-
Do ponto de vista das políticas públicas, é fundamen- menos de discriminação religiosa ou com base na
tal prosseguir o caminho de concretização da auto- origem nacional e religiosa, como o antissemitismo
nomização institucional do combate à discriminação e a islamofobia, enquadrando-os nas estratégias eu-
racial relativamente às questões migratórias. ropeias em curso para o efeito.
De facto, se há entre as duas matérias alguns pon- Por sua vez, quanto ao apoio e combate à discrimina-
tos de contacto, designadamente porque muitos mi- ção de imigrantes, migrantes e refugiados, em Por-
grantes são discriminados em função da pertença tugal, enquanto país de acolhimento que é o segundo
étnico-racial, ou porque o racismo pode ter impacto país mais envelhecido da Europa, com a maior per-
também ao nível do estatuto migratório e do acesso centagem de cidadãos com mais de 65 anos, a situ-
a direitos, o foco de cada uma delas deve ser autó- ação demográfica e do território recomenda o inves-
nomo. Se as políticas dirigidas às pessoas migran- timento em instrumentos de política migratória que
tes devem ter uma preocupação com a integração estimulem os canais legais e de combate ao tráfico
na sociedade de acolhimento e com o vínculo a esta- e à imigração clandestina, bem como os acordos de
belecer com a respetiva comunidade política, as po- mobilidade, incluindo os que visem a migração circu-
líticas dirigidas ao combate ao racismo pretendem lar, sem descurar os aspetos relativos à segurança e
proteger os direitos de pessoas que tanto podem ser ao acesso aos serviços públicos.
migrantes como podem ser nacionais, sem que isso
assuma qualquer relevância na necessidade de ga- Assegurar o rejuvenescimento da população é abso-
rantir a sua igual dignidade. lutamente crítico para a nossa demografia, a nossa
sociedade, a nossa economia, e para a sobrevivência
Assim, quanto ao racismo e à discriminação étnico- do nosso sistema de segurança social e de serviços
-racial ou de base religiosa, o PS irá: públicos essenciais, como o SNS. Só no ano de 2022
os imigrantes contribuíram com mais de mil e seis-
centos milhões de euros para o nosso sistema de portuguesa, bem como de reconhecimento de quali-
segurança social, um valor muitíssimo superior aos ficações e aquisição de novas competências, em es-
benefícios que receberam. treita cooperação entre entidades públicas, privadas
e do terceiro setor;
Todavia, os imigrantes têm maior risco de pobreza
pois desempenham, de forma mais representativa, ⟩ Valorizar os imigrantes através da abertura dos sis-
as funções menos qualificadas, com níveis de ren- temas de formação profissional, designadamente
dimento mais baixos e estão mais expostos ao de- naqueles setores de atividade que apresentam maior
semprego. Esta realidade impõe uma monitorização carência de mão de obra;
permanente do fenómeno migratório e a adoção de
medidas promotoras da integração plena dos mi- ⟩ Adotar medidas de incentivo à redução da preca-
grantes e refugiados. riedade, promovendo a estabilidade profissional dos
cidadãos migrantes, desincentivando os contratos
Para continuar a prosseguir estes objetivos o PS irá: temporários e a elevada rotação destes trabalhado-
res;
⟩Reforçar os meios de prevenção e combate à imi-
gração ilegal e a tráfico de seres humanos; ⟩ Responsabilizar as entidades patronais pela exis-
tência de condições de habitação condignas para os
⟩Promover a imigração regular desde a origem, o trabalhadores imigrantes designadamente nas situa-
que exige uma cobertura consular eficaz; ções de trabalho temporário e sazonal;
⟩Agilizar os processos de legalização, das autoriza- ⟩ Reforçar a ação da Autoridade para as Condições
ções de residência e de reagrupamento familiar de do Trabalho para a verificação das condições de
imigrantes e refugiados, também como forma de trabalho dos imigrantes (condições contratuais, ob-
combate às redes de imigração ilegal; servância das regras de higiene e segurança no tra-
balho, observância de horários laborais, garantia de
⟩ Promover a transformação digital da área docu- efetivo pagamento dos salários);
mental, garantindo a disponibilização online de to-
dos os serviços da AIMA, o reforço dos sistemas de ⟩ Instalar e dinamizar uma rede nacional de centros
informação de tramitação processual por forma a de acolhimento e inserção profissional, em parceria
resolver o problema da documentação dos cidadãos com autarquias, associações empresariais, a acade-
estrangeiros como primeiro passo do processo de mia e entidades do setor social, com o objetivo de
integração; promover o acolhimento e a integração sócio-pro-
fissional de refugiados e migrantes em situação de
⟩ Elevar o apoio jurídico aos requerentes de proteção vulnerabilidade, preferencialmente localizados em
internacional, designadamente mediante parcerias zonas de baixa densidade populacional e alta carên-
com as associações públicas profissionais de juris- cia de mão-de obra;
tas;
⟩ Incentivar e apoiar o associativismo dos imigrantes
⟩ Promover programas de aprendizagem da língua enquanto interlocutores das entidades públicas para
⟩ Prosseguir a dinamização e reunião com periodi- de projetos de interesse comum, bem como nos do-
cidade do Conselho de Concertação com as Auto- mínios da responsabilidade direta do Estado onde se
nomias Regionais, composto por membros dos Go- encontram previstos investimentos em infraestrutu-
vernos da República e Regionais, com o objetivo de ras da justiça e das forças de segurança nas regiões;
valorizar o papel das Regiões Autónomas no exercí-
cio das funções do Estado, seja pela participação e ⟩ Concluir os estudos em curso sobre da evolução da
colaboração no exercício das competências estatais situação das dependências nos territórios das regi-
nessas regiões, seja pelo estabelecimento, quando ões autónomas em face de novos comportamentos
necessário, de mecanismos de colaboração nas res- aditivos, articulando respostas com as autoridades
petivas políticas públicas; regionais no que respeita a prevenção, tratamento,
dissuasão, redução de riscos e minimização de da-
⟩ Garantir a presença do Estado quanto aos serviços nos, e reinserção social;
que cumprem as suas próprias funções nas Regiões
Autónomas ou quanto ao cumprimento, nesses terri- ⟩ Reforçar a cooperação e a intervenção, legal ou con-
tórios, de objetivos e fins do Estado; tratualizada, dos órgãos regionais no cumprimento
de objetivos e fins do Estado que, nos Açores e na
⟩ Aprofundar a aposta nas qualificações e na investi- Madeira, são prosseguidos pelos órgãos regionais,
gação científica, devendo o quadro de financiamento uma vez que, pela proximidade e conhecimento que
das instituições de ensino superior público situadas têm, estes se afiguram como um elemento potencia-
nas Regiões Autónomas atender aos sobrecustos da dor da eficácia da ação pública.
insularidade e da sua dimensão ultraperiférica, pros-
seguindo o caminho já efetuado na anterior legisla-
tura 4. As autarquias locais como
⟩ Prosseguir a contratualização, a criação de par- motores de desenvolvimento
cerias e a ação conjunta que suscite a intervenção num país descentralizado
direta e mais próxima dos entes regionais em ma-
térias essenciais ao funcionamento dos serviços do O Partido Socialista é hoje o grande partido das au-
Estado nas Regiões Autónomas e ao desenvolvimen- tarquias locais, assumindo a responsabilidade de ge-
to de políticas públicas relevantes para ambos, com rir o maior número de Câmaras Municipais e Juntas
especial enfoque nas matérias relativas à mobilida- de Freguesia, mobilizando milhares de eleitos locais
de aérea e marítima, às telecomunicações (em es- para as suas políticas públicas ao serviço das popu-
pecial através da ligação de redes materializada nos lações. Mesmo quando assim não foi, coube sempre
investimentos nos cabos submarinos de ligação das ao PS um papel dinamizador da democracia local,
Regiões Autónomas ao Continente e inter-ilhas) e à qualificando os instrumentos ao seu dispor, confian-
investigação científica, aproveitando o potencial in- do na capacidade decisória dos titulares dos órgãos
sular nos domínios marítimo ou aeroespacial; autárquicos e acolhendo sempre como parte da sua
identidade uma visão das autarquias locais como
⟩Prosseguir a execução do quadro de investimentos a forma mais eficaz de levar o Estado até aos cida-
programados para as Regiões Autónomas no âmbito dãos.
⟩ Alargar a rede de respostas de atendimento presen- to dos objetivos políticos, através da implementação
cial, designadamente nos territórios de baixa densi- de mecanismos permanentes do impacto das polí-
dade, assegurando um horário alargado e apostando, ticas públicas e das decisões governativas, prévia
para o efeito, em medidas de prestação de serviços e posteriormente à sua execução, aproveitando e
itinerantes; valorizando estruturas já existentes, como o Centro
de Competências de Planeamento, de Políticas e de
⟩ Disponibilizar aos portugueses que se encontrem Prospetiva da Administração Pública – PlanAPP;
no estrangeiro de sistema de acesso a serviços pú-
blicos por videoconferência, através da Plataforma ⟩Garantir a transparência da governação pública, fi-
de Atendimento à Distância; xando metas claras e publicitando os seus resulta-
dos;
⟩ Incorporar soluções de Inteligência Artificial para
analisar grandes volumes de dados e desenhar re- ⟩ Promover a gestão autónoma dos orçamentos pe-
postas personalizadas aos cidadãos e às empre- los dirigentes dos serviços da Administração Públi-
sas, com vista a desenhar políticas públicas mais ca, de acordo com objetivos previamente fixados e
eficazes e melhorar o funcionamento dos serviços sujeitos a uma avaliação intercalar que associe a dis-
públicos, sem descurar a regulação da própria Inte- ponibilidade do orçamento ao grau de desempenho;
ligência Artificial, na linha do preconizado pela União
Europeia; ⟩ Reformular e simplificar os procedimentos de au-
torização de despesa e de contratação pública, faci-
⟩Promover um enquadramento regulatório favorável litando o investimento público e a transparência na
à deep tech e ao seu financiamento, ajudando a pre- gestão de recursos financeiros.
parar a entrada de tecnologias emergentes como o
6G e tecnologias quânticas;
6. Uma Justiça mais eficiente,
⟩ Implementação soluções que assegurem uma
maior resiliência digital do país a incidentes de ci- mais transparente e mais
bersegurança, incluindo a adoção de políticas de di- acessível
vulgação e gestão coordenada de vulnerabilidades,
a cibersegurança na cadeia de abastecimento de A confiança nas instituições da Justiça é uma con-
produtos de TIC e serviços de TIC, a certificação de dição essencial para o sucesso de uma Democracia
cibersegurança e a educação e formação em ciber- moderna e de qualidade. A separação de poderes, a
segurança; independência da magistratura judicial, a autonomia
do Ministério Público são pilares do Estado de Direi-
⟩ Ter uma Administração Pública proativa na anteci- to democrático. O respeito por estes princípios não
pação e proposta de serviço para as interações com dispensa – antes pelo contrário, impõe - ao poder
cidadãos e empresas; legislativo e ao poder executivo o cumprimento da
sua função constitucional de desenvolver políticas
Desenvolver em todos os momentos uma cultura de públicas que garantam um serviço público de Justi-
prestação de contas e de verificação do cumprimen- ça mais eficiente, mais acessível e mais transparen-
cessual e garantindo que os mesmos podem ser re- procedimentos, a celeridade na investigação crimi-
crutados de forma externa, mediante concurso; nal, a satisfação dos direitos fundamentais constitu-
cionalmente previstos e o efetivo exercício dos po-
⟩Organizar as secretarias judiciais de modo flexível, deres hierárquicos quando necessário, sem prejuízo
permitindo a instituição de secções de processos de da responsabilidade individual de cada magistrado;
apoio transversal especializado a diversas unidades
orgânicas, a gestão por agregação das tarefas, a ⟩Permitir a suspensão provisória do processo para
possibilidade de modificação estrutural e a inclusão um número mais alargado de crimes, desde que to-
de sistemas de avaliação e recompensas assentes das os sujeitos processuais estejam de acordo;
nos objetivos e finalidades alcançados;
⟩ Rever as regras sobre conexão de processos, as-
⟩Criar regimes processuais simplificados para cau- sim evitando os “megaprocessos”, relativamente aos
sas de baixo valor ou complexidade, reduzindo o quais a morosidade se coloca de forma particular-
número de interações processuais e limitações à di- mente grave;
mensão das peças processuais;
⟩ No plano da Justiça Administrativa, i) adotar as
⟩ Prever a definição da competência dos tribunais e medidas necessárias para que os instrumentos de
da distribuição de processos com base em critérios agilização e gestão processual previstos na lei sejam
transparentes relativos à carga processual, sem pre- efetivamente utilizados e ii) reforçar os recursos que
juízo do cumprimento das exigências do princípio do se revelem necessários para a administração da Jus-
juiz natural; tiça Administrativa em prazo razoável;
⟩Proceder à revisão transversal dos prazos judiciais, ⟩ Reforçar os mecanismos de arbitragem institucio-
adaptando-os de acordo com a complexidade dos nalizada em detrimento da arbitragem administrativa
processos e promovendo a sua efetiva aplicação; “ad hoc”, que deve ser regulamentada;
⟩ Repensar a utilidade e necessidade de vários atos ⟩ Criar um programa nacional de expansão dos julga-
processuais em todas as fases e eliminando os que dos de paz, aproveitando as sinergias com as comu-
tenham natureza meramente dilatória; nidades intermunicipais e os municípios;
⟩ No plano da Justiça Penal, dotar o Ministério Pú- ⟩ Aplicar os meios digitais à resolução alternativa de
blico e os órgãos de polícia criminal dos meios (in- litígios;
clusive, tecnológicos) para investigar novas formas
de criminalidade, bem como para constituir equipas ⟩ Reforçar o papel do Conselho Consultivo da Justi-
interdisciplinares de magistrados de investigação ça, como forma de melhorar o diálogo entre todos os
criminal; atores da Justiça.
às vítimas, assim como desenvolver uma política de Num quadro em que Portugal se continua a apre-
reinserção social, pelo que o Partido Socialista irá: sentar como um dos países mais seguros do mun-
do, importa dotar as nossas forças e serviços de
⟩Reforçar a resposta e o apoio oferecido às vítimas segurança, peças determinantes do sucesso dessa
de crimes, em parceria com entidades públicas e pri- estratégia, das condições adequadas ao exercício da
vadas; missão que lhes está confiada.
⟩ Implementar a estratégia nacional para os direitos É necessário manter uma rota de reforço dos direi-
das vítimas de crime, considerando as vítimas mais tos e da dignidade dos profissionais de segurança
vulneráveis (crianças e jovens, mulheres, pessoas pública, nomeadamente através da ponderação no
idosas, pessoas com deficiências e outras), numa estatuto da sua condição do risco da sua atividade,
perspetiva de género e de acordo com um modelo de da estabilidade e evolução das carreiras e da valori-
governação integrada; zação remuneratória indispensável à sua motivação.
Por outro lado, enquanto agentes de primeira linha
⟩ Continuar a reformar as infraestruturas prisionais; do Estado de Direito, é igualmente indispensável
continuar o aprofundamento dos processos de for-
⟩ Alargar a competência Tribunais de Execução de mação inicial e ao longo das carreiras com vista ao
Penas de modo a abranger a execução de todas as reforço da consciência e das capacitações dos ope-
penas, e não apenas as privativas da liberdade, re- racionais para matérias de cidadania e igualdade e
forçando o caráter de reinserção social de todas as para intervenção em contextos exigentes do ponto
sanções criminais e libertando os tribunais criminais de vista dos direitos fundamentais.
do acompanhamento dos processos em fase poste-
rior à condenação; Paralelamente, deve fazer-se a programação de in-
vestimentos em infraestruturas e equipamentos, as-
⟩Desenvolver mais e melhores meios de reinserção segurar a estabilização de um quadro plurianual de
social e de execução de penas. admissão de efetivos e a valorização da condição
policial.
videovigilância em zonas de risco, para a utilização uma redobrada atenção aos novos tempos de catás-
de drones e para a utilização de sistemas de regis- trofes e de grandes ocorrências.
to de imagem pelas forças de segurança no respeito
pelos direitos fundamentais dos cidadãos; Em conformidade, o PS irá:
dades, mais dinâmico e funcionalmente claro, afigu- blico, visando mitigar os riscos da circulação, através
ra-se necessário implementar um modelo de reequi- da implementação de vias tolerantes e autoexplica-
pamento das forças dos agentes de proteção civil, tivas;
baseado nas necessidades de resposta aos riscos
identificados, que defina investimentos e responsa- ⟩ Estabelecer programas de segurança e de redução
bilidades e obedeça a princípios de racionalidade da sinistralidade rodoviária ao nível das áreas metro-
e eficiência económica e operacional, garantindo a politanas e das comunidades intermunicipais, sujei-
modernização de meios e a sua interoperabilidade, tos a avaliação regular por entidades independentes;
minimizando a sua obsolescência e a duplicação de
investimentos ⟩ Assegurar uma melhoria da resposta pós-acidente,
nomeadamente nos pontos reconhecidos como zo-
7.3. Segurança rodoviária nas de acumulação de acidentes, em que estão iden-
O sistema rodoviário é utilizado pelos cidadãos dia- tificados o tipo de acidente predominante e os meios
riamente e de diversas formas. Segundo a Organi- de socorro necessários;
zação Mundial de Saúde, os acidentes rodoviários
representam a maior causa de morte não natural no ⟩ Reforçar a aposta na sensibilização para a criação
mundo, causando elevadas perdas sociais, económi- de uma cultura de segurança rodoviária, inclusive
cas e financeiras. Assim, Portugal deve continuar a junto da comunidade educativa.
agir para tornar o sistema rodoviário seguro, em linha
com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Susten-
tável, no sentido de inverter a trajetória de mortos e
feridos graves em acidentes rodoviários.
Para ta, o PS irá:
5.ª MISSÃO:
País-charneira entre o Atlântico e o continente euro-
peu, Portugal insere-se no espaço das democracias
ocidentais, com as quais partilha um conjunto de va-
E NO MUNDO
tal do continente, Portugal compõe um espaço ibéri-
co com a vizinha Espanha, o único país com o qual
possui fronteira terrestre e nosso principal parceiro
económico. Com a Espanha, Portugal gere as prin-
cipais bacias hidrográficas e mantém um mercado
de eletricidade que tem protegido o nosso sistema
energético de vários choques externos.
origem na União Europeia. Tudo o se decide nesse legislação europeia no sentido da redução de custos
contexto tem impacto direto em Portugal. Esse re- de contexto sobre os cidadãos e as empresas, desig-
conhecimento implica a existência de uma estreita nadamente no que toca aos fundos europeus.
articulação e interligação entre as diversas políticas
públicas nacionais, com definição de objetivos ge- 1.2.
rais, identificação de transversalidades e visão cen- No que se refere ao alargamento e à reforma da ar-
tralizada, integrada e planificada das questões em quitetura institucional da União Europeia, o PS irá:
negociação a nível europeu.
⟩Acompanhar os processos de adesão dos países
Para tal, o PS propõe: candidatos, defendendo o cumprimento escrupuloso
dos critérios de Copenhaga;
⟩ Promover os valores e princípios fundamentais do
projeto europeu, defendendo o robustecimento dos ⟩ Participar ativamente no processo de reflexão e de-
mecanismos que visam promover e garantir o respei- bate sobre a reforma interna da UE, ponderando os
to pelo Estado de Direito no seio União Europeia; seus potenciais impactos nos processos de decisão
e no orçamento da União, entre outros;
⟩ Assegurar que os principais dossiês europeus e
propostas legislativas da UE são objeto de uma dis- ⟩ Envidar esforços, para que o alargamento não seja
cussão amplamente participada no nosso país, a fim feito em prejuízo dos atuais níveis de financiamento
de identificar os impactos previsíveis na realidade das políticas estruturais - como a Política de Coesão
nacional e definir mandatos negociais que melhor ou a Política Agrícola Comum - e dos vários progra-
defendam os nossos interesses; mas europeus e defender o fortalecimento de novos
fundos, como o Fundo para a Transição Justa e o
⟩Aumentar a presença de funcionários portugueses Fundo Social para a Ação Climática.
nas instituições europeias e o seu nível de respon-
sabilidade, prosseguindo e reforçando a política de 1.3.
apoio às carreiras europeias; Portugal empenha-se numa Europa Social, que me-
lhore a vida das pessoas e dos trabalhadores e in-
⟩ Defender o estatuto próprio da Regiões Ultraperifé- tegre os migrantes de forma responsável. Com este
ricas no seio da União Europeia; objetivo o PS propõe:
⟩ Reforçar a Política Comum de Segurança e Defesa, ⟩ Progredir na concretização do Pilar Europeu dos
em alinhamento a Bússola Estratégia da UE, organi- Direitos Sociais, materializando em toda a sua pleni-
zando procedimentos conjuntos de aquisição de ma- tude o respetivo Plano de Ação, assim como o Plano
terial militar e investindo numa sólida base industrial de Ação para a Economia Social, defendendo o contí-
e tecnológica de defesa europeia, que esteja aberta nuo aperfeiçoamento do modelo social europeu;
também a PMEs;
⟩ Assegurar uma correta materialização do Pacto
⟩Defender, junto das instituições europeias, a ado- sobre Migrações e Asilo, criando canais regulares e
ção de processos mais simplificados e a revisão da
⟩Promover o reequilíbrio das relações laborais, pro- ⟩ Defender a criação de uma Capacidade Orçamental
pondo uma Diretiva europeia que torne obrigatória Permanente de Investimento ao nível europeu, que
a representação de trabalhadores no Conselho de suceda ao NGEU após 2026 e que continue a apoiar
Administração das grandes empresas, à semelhan- os países nos investimentos para a realização das
ça do que se encontra em vigor em vários Estados prioridades europeias;
Membros;
⟩ Completar a União do Mercados de Capitais, garan-
⟩ Criar uma Estratégia Europeia para a Habitação, tindo novos e diversificados instrumentos de finan-
com disponibilização de fundos europeus não ape- ciamento da economia europeia e concluir a União
nas para habitação social, mas também para habita- Bancária, com a aprovação do seu terceiro pilar, re-
ção a custos controlados, quer de iniciativa pública, lativo à criação de um Sistema Europeu de Garantia
quer cooperativa, que possa dar um forte impulso à de Depósitos;
descarbonização do parque habitacional europeu;
⟩ Assegurar o cumprimento do Acordo Institucional
⟩ Prosseguir o projeto de uma União Europeia da Saú- para a criação de novos recursos próprios da UE
de, capacitando a União para a responder em conjun- que permitam amortizar a dívida da União, evitando
to aos principais desafios de saúde pública. a pressão sobre o próximo Quadro Financeiro Plu-
rianual, conferindo à UE a capacidade de responder
1.4. adequadamente às crescentes tarefas e responsabi-
Quanto à governação económica da União Europeia, lidades que lhe vão sendo cometidas;
⟩ Participar ativamente nas negociações do próximo Justa, do Fundo Europeu de Ajustamento à Globali-
Quadro Financeiro Plurianual, no âmbito do qual de- zação e do Fundo Social para a Ação Climática;
vem ser previstos mecanismos europeus que, após
o término dos PRR em 2026, promovam e financiem ⟩ Avançar na concretização do Pacto Ecológico Euro-
o investimento conjunto em áreas de valor acrescen- peu e acompanhar cuidadosamente a transposição
tado europeu (como a transição climática ou a se- do pacote legislativo que o materializa, em diálogo
gurança e defesa) e em preocupações comuns aos com todas as partes envolvidas – muito em particu-
povos europeus (como a habitação); lar com o setor agroflorestal e alimentar – de modo a
não alienar o apoio popular a esta causa transversal
⟩Implementar a taxa mínima de IRC, à luz do acordo à humanidade;
global para tributar as grandes multinacionais, não
aceitando o adiamento dos prazos de aplicação; ⟩ Prosseguir os esforços de mitigação das alterações
climáticas e investir decididamente na adaptação
⟩ Defender uma política comercial da UE assente em aos seus efeitos, seja na gestão florestal e na preven-
acordos comerciais e de investimento equilibrados ção dos fogos rurais, seja na resiliência hídrica e na
para ambas as partes, com cláusulas relativas ao definição de estratégias para lidar com a crescente
trabalho forçado, ao trabalho infantil, ao dumping escassez de água, por exemplo através da adoção de
social e ambiental, tornando esses acordos em ins- um programa ReWaterEU;
trumentos de regulação da globalização, no respeito
dos princípios da Organização Mundial do Comércio, ⟩ Envidar esforçospara uma União da Energia, capaz
com particular empenho na conclusão do Acordo en- de alcançar a soberania energética e a neutralidade
tre a UE e o Mercosul; climática da Europa;
⟩ Apoiar o Plano Industrial do Pacto Ecológico e o ⟩ Acelerar a interligação energética entre Estados-
desígnio da reindustrialização da União, contribuin- -Membros, tanto de eletricidade como de gás, e em
do ativamente para traduzir as prioridades quanto ao especial de gases renováveis, a fim de instituir uma
fabrico de tecnologias limpas e ao aprovisionamento União da Energia que garanta preços mais baixos e
de matérias-primas críticas, entre outros; uniformes e uma maior segurança de abastecimento
a todos os europeus;
⟩Combater uma excessiva flexibilização das regras
sobre ajudas de Estado, precavendo o desequilíbrio ⟩ Apoiar o escrutínio das atividades das grandes pla-
entre países grandes e pequenos no seio do merca- taformas digitais, evitando abusos de posição domi-
do único; nantes, combatendo a desinformação e sancionan-
do a propagação de conteúdos ilegais;
⟩Assegurar que as transições em curso se fazem de
forma socialmente justa, devidamente programadas, ⟩ Apoiar a UE na conceção e na implementação de
compensando as populações mais afetadas, recon- legislação ambiciosa que enquadre os serviços e os
vertendo os trabalhadores para a nova economia mercados digitais, os espaços de dados europeus e
através de programas de requalificação e reforçando a inteligência artificial, de modo a tirar partido das
os recursos e valências do Fundo para a Transição imensas potencialidades destas transformações,
⟩ Desenvolver políticas públicas que acelerem a im- mentando, desde logo, o nosso relacionamento com
plementação da Agenda 2030 das Nações Unidas os países da vizinhança sul, no norte de África e na
para o Desenvolvimento Sustentável, e o pleno cum- África subsariana;
primento dos Objetivos de Desenvolvimento Susten-
tável, designadamente com os principais parceiros ⟩ Reforçar a nossa rede diplomática, concluindo a
da cooperação portuguesa; abertura das novas embaixadas nos continentes
africano e asiático e projetando a abertura de novas
⟩ Aumentar, gradualmente, a Ajuda Pública ao De- embaixadas e postos consulares, de modo a dotar
senvolvimento, em linha com as recomendações da o país de estruturas diplomáticas e económicas nos
OCDE; países chave das cadeias de valor.
cluindo no apoio ao Instituto Internacional de Língua tuguesa e alargar a rede, procurando captar alunos
Portuguesa; geograficamente dispersos;
⟩Prosseguir uma estratégia de afirmação da presen- ⟩ Garantir que a TAP mantém ligações aéreas regula-
ça do português como língua curricular do ensino bá- res e acessíveis com os países onde residem signifi-
sico e secundário, através de projetos de cooperação cativas comunidades da diáspora;
com países de todos os continentes, com especial
atenção para os países com forte presença de comu- ⟩ Agilizar o Apoio Social a Emigrantes Carenciados
nidades portuguesas; das Comunidades Portuguesas, o funcionamento do
ASEC (apoio a emigrantes carenciados) e do ASIC
⟩ Fortalecer a presença dos estudos de língua e cul- (apoio a idosos carenciados);
tura portuguesas em instituições de ensino superior,
desde logo alargando o número de Cátedras e Leito- ⟩ Continuar e robustecer a captação de investimento
rados do Camões, I.P. no mundo, conferindo mais e de empresários da diáspora para Portugal, promo-
melhores meios aos seus titulares para o exercício vendo um acompanhamento personalizado aos pro-
das suas funções; jetos;
⟩Continuar o trajeto de reforço dos meios e recur- ⟩Dar novo impulso ao movimento associativo da di-
sos do Camões, I.P., enquanto instrumento central da áspora, com especial enfoque na participação de jo-
nossa política externa, na sua tríplice vertente de co- vens e de mulheres na vida cívica e política;
operação, língua e cultura portuguesas.
⟩Garantir condições para que os processos de atri-
2.4. buição de nacionalidade sejam concluídos da forma
As comunidades portuguesas devem merecer uma mais célere e eficaz possível;
atenção renovada ao longo dos próximos anos e es-
tar no cerne das preocupações e da atuação do Par- ⟩ Expandir o reconhecimento mútuo das qualifica-
tido Socialista. ções académicas ou profissionais obtidas em Portu-
gal e no estrangeiro;
Neste sentido, propõe-se o seguinte:
⟩ Encontrar uma fórmula tributária justa e equilibrada
⟩Elaborar um Plano Estratégico para a Diáspora, en- para os portugueses que querem mudar a residência
volvendo os vários atores das comunidades, um do- fiscal para Portugal quando atingirem a idade da re-
cumento que sustente o desenho de novas políticas forma;
públicas para as comunidades;
⟩ Apoiar o património cultural ligado às comunida- necessários, num quadro plurianual de reforço do re-
des, valorizando também a atividade dos seus artis- crutamento e incorporação de pessoal, para normali-
tas e criadores culturais; zação do número mínimo de efetivos estipulado por
lei;
⟩ Envolver o tecido empresarial que compõe a Base ⟩Apoiar o desenvolvimento de software e hardware
Tecnológica e Industrial de Defesa no processo de para simulação.
reequipamento das forças armadas, procurando o
reforço da autonomia estratégica do país e estimu- 3.3.
lando a participação da economia portuguesa na re- É necessário valorizar a carreira e a condição militar,
generação de equipamentos; bem como o serviço militar profissionalizado.
⟩ Investir na capacitação da base industrial e tecno- ⟩ Impulsionar a melhoria das condições logísticas
lógica de defesa, do cluster aeronáutico ao cluster para a prestação do serviço militar, reforçando ver-
marítimo; bas para o investimento e beneficiações necessárias
nas instalações militares e a valorização das condi-
⟩Estimular a reposição da capacidade produtiva do ções de habitabilidade dos edifícios das Forças Ar-
conjunto de infraestruturas e estaleiros existentes no madas;
país com capacidade de atração de investimentos;
⟩ Prosseguir a reforma dos cuidados de saúde milita-
⟩ Maximizar o potencial económico da construção ou res, capacitando a Assistência na Doença aos Milita-
res e o IASFA;