Você está na página 1de 353

Sumário

Partidos Políticos ................................................................................................................................................. 4

1 - Histórico ..................................................................................................................................................... 4

2 - Conceituação ............................................................................................................................................. 5

3 - Funções dos Partidos Políticos.................................................................................................................... 7

4 - Destinação ................................................................................................................................................. 8

Liberdade e autonomia partidárias ................................................................................................................... 9

Natureza jurídica .............................................................................................................................................. 16

Criação e registro ............................................................................................................................................. 19

1 - Caráter Nacional .................................................................................................................................... 20

2 - Consequência do Registro ....................................................................................................................... 23

3 - Procedimento de Registro ....................................................................................................................... 27

federações de partidos políticos ...................................................................................................................... 36

Filiação ............................................................................................................................................................. 40

Funcionamento Parlamentar .............................................................................................................................. 49

Programa e Estatuto ......................................................................................................................................... 53

Fidelidade e disciplina partidárias................................................................................................................... 58

1 - Conceito de fidelidade partidária .......................................................................................................... 58

2 - Disciplina partidária................................................................................................................................ 59

3 - Desfiliação Imotivada ............................................................................................................................. 60

Janela para Troca de Partido (Emenda Constitucional nº 91/2016) ............................................................... 70

Troca de Partido (Emenda Constitucional nº 97/2017) .................................................................................... 72

Fusão, incorporação e extinção ........................................................................................................................ 73

1
353
1 - Fusão ....................................................................................................................................................... 73

2 - Incorporação ........................................................................................................................................... 75

3 - Extinção ................................................................................................................................................... 80

3.1 - Hipóteses .......................................................................................................................................... 80

3.2 - Procedimento .................................................................................................................................... 84

Finanças e contabilidade .................................................................................................................................. 86

1 - Prestação de contas e sanções dela decorrentes .................................................................................... 86

2 - Fundo partidário ................................................................................................................................... 109

Disposições Finais ............................................................................................................................................ 123

1 – Propaganda Partidária ........................................................................................................................ 123

2 - Disposições Gerais ................................................................................................................................ 128

3 - Disposições finais e transitórias ............................................................................................................. 129

Resumo ............................................................................................................................................................ 132

Conceituação............................................................................................................................................... 132

Liberdade e Autonomia Partidárias............................................................................................................ 132

Natureza Jurídica ....................................................................................................................................... 133

Criação e Registro ...................................................................................................................................... 134

Consequência do Registro ........................................................................................................................... 135

Procedimento de Registro ........................................................................................................................... 135

Federações de partidos políticos ................................................................................................................ 137

Filiação........................................................................................................................................................ 137

Funcionamento Parlamentar ........................................................................................................................ 138

Programa e Estatuto ................................................................................................................................... 139

Fidelidade Partidária ................................................................................................................................. 140

2
353
Desfiliação .................................................................................................................................................. 140

Fusão, incorporação e extinção .................................................................................................................. 141

Prestação de contas e sanções dela decorrentes ....................................................................................... 142

Fundo partidário ......................................................................................................................................... 144

Propaganda Partidária .............................................................................................................................. 146

Destaques da Legislação e da Jurisprudência................................................................................................ 147

Questões Comentadas .................................................................................................................................... 172

Lista de Questões ............................................................................................................................................ 309

Gabarito ......................................................................................................................................................... 352

3
353
PARTIDOS POLÍTICOS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Neste encontro vamos estudar os “partidos políticos”.

Veremos os aspectos constitucionais e, em seguida, alguns aspectos da Lei nº 4.737/1965 (Código Eleitoral),
bem como da Lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos).

Nossa aula terá como bases legislativas:

Constituição Federal

BASE LEGISLATIVA PARTIDOS POLÍTICOS Código Eleitoral

Lei dos Partidos


Políticos

A Lei dos Partidos Políticos é o diploma mais importante da matéria porque disciplina, com detalhes, o
assunto. Ela traz algumas regras preliminares, trata da organização e funcionamento dos partidos políticos,
das finanças dos partidos e do acesso gratuito ao rádio e TV.

Todos esses assuntos serão enfrentados na aula de hoje.

Prontos?!

PARTIDOS POLÍTICOS

1 - Histórico

Os partidos políticos são instituições fundamentais do processo democrático. Não há como se falar em
representação popular e exercício de poder estatal, atualmente, sem a figura dos partidos políticos.

De acordo com a doutrina, os partidos políticos são essenciais por constituírem instrumento para a atuação
política e social. São instituições que sentem a opinião pública e revelam ideais, que são postos em prática
durante o exercício do mandato político.

O surgimento dos partidos políticos está atrelado, historicamente, à noção de participação popular e do
interesse da comunidade nas decisões políticas tomadas pelos governantes.

4
353
Vejamos, em forma de tabela, dois eventos centrais1 que levaram ao surgimento dos partidos políticos.

Verifica-se, no século XVII, grupos de Parlamentares, com ideias afins, que


Grã-Bretanha
procuram votar unidos.

Verifica-se, no século XIX, o surgimento dos partidos Federalista (capitaneados por


EUA
Hamilton e Adams) e Republicano (coordenados por Jefferson e Madison).

Em nosso país, o primeiro partido político surgiu em 1831, denominado de Partido Liberal. No ano de 1838,
surge o partido Conservador. Ambos dominaram o cenário político brasileiro até a Proclamação da República,
em 1889. A partir das eleições de 1945 os partidos se tornaram nacionais e o decreto 7.586/45 passou a
exigir filiação partidária como condição de elegibilidade.

Nos anos que se seguiram, diversos partidos políticos se sucederam em razão dos diversos sistemas
eleitorais, da extinção e da formação de novos partidos e em razão da conjuntura política, marcada por
revoluções e por golpes políticos. Desse modo, a evolução dos partidos políticos, no Brasil, é marcada por
forte instabilidade.

2 - Conceituação

Para estudarmos o conceito de partido político, vejamos o que nos ensina José Jairo Gomes2:

Compreende-se por partido político a entidade formada pela livre associação de pessoas,
com organização estável, cujas finalidades são alcançar e/ou manter o poder político-
estatal e assegurar, no interesse do regime democrático de direito, a autenticidade do
sistema representativo, o regular funcionamento do governo e das instituições políticas,
bem como a implementação dos direitos humanos fundamentais.

Vamos destrinchar esse conceito:

 livre associação de pessoas.

1
Com base em GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, 10ª edição, rev., atual. e ampl., São Paulo: Editora Atlas S/A, 2014, p.
92.
2
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, p. 94.

5
353
Refere-se à liberdade de reunião de um grupo de pessoas com a finalidade de constituir um partido
político. Trata-se do elemento volitivo, o partido é constituído pela associação de pessoas com
vontade livre e consciente.

 organização estável.

Envolve a ideia de constituição de um organismo político permanente e organizado.

 alcançar e manter o poder político-estatal (finalidade).

O principal objetivo do partido político é acessar o poder por intermédio do voto, elegendo
representantes que se empenharão para a defesa dos interesses do grupo que representam.

 confere autenticidade ao sistema representativo, ao regular funcionamento do governo, às


instituições políticas e à implementação dos direitos fundamentais.

É a forma encontrada para representar os mais variados grupos de interesses da comunidade. Em


razão disso, o partido político é fundamental para a garantia do princípio democrático, conferindo
legitimidade ao governo e às instituições políticas, com a representação da vontade da maioria. Veja
o que diz o artigo 1º da Lei dos Partidos Políticos.

Art. 1º. O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no
interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal

Vejamos, ainda, o conceito de Thales e de Camila Cerqueira3, que explica a origem do termo partido:

Portanto, partido político, em sua essência, é um fragmento do pensamento político da


nação, cujos adeptos ou simpatizantes se vinculam a ideologias por afinidade, buscando o
exercício do poder (situação) ou a fiscalização dos detentores desse poder (oposição), sem
prejuízo de atividades administrativas e institucionais.

Esses conceitos são um tanto vagos. Desse modo, a fim de facilitar a absorção dos assuntos centrais para a
sua prova, lembre-se do conceito abaixo:

Os partidos políticos são agrupamento de pessoas que


possuem pontos de vista semelhantes que, reunidos,
procuram chegar e manter o poder político, por intermédio de
cargos políticos eletivos.

3
CERQUEIRA, Thales Tácito e CERQUEIRA, Camila. Direito Eleitoral Esquematizado. 4ª edição, rev. e atual., São Paulo:
Editora Saraiva, 2014, p. 233.

6
353
3 - Funções dos Partidos Políticos

Vimos as características dos partidos políticos, quais sejam:

 organização de pessoas em torno de interesses e de princípios comuns.

 objetiva acessar ao poder político, notadamente, por intermédio do voto.

 constituído com propósito perene, ou seja, para durar ao longo dos anos.

 não se confundem com facções, clubes, grupos etc., em razão da estabilidade, da


estrutura e da organização.

Não se preocupe em memorizar as características acima, mas procure entender o que está sendo afirmado.
Isso vale para o estudo das funções.

A doutrina identifica três principais categorias de funções atribuídas aos partidos políticos:

Os partidos políticos organizam a ação governamental.


FUNÇÃO NO Por intermédio dos seus candidatos eleitos, as agremiações influenciam na
GOVERNO elaboração das leis e na condução do governo, especialmente no que se refere à
adoção de políticas públicas.
Os partidos políticos organizam cidadãos, candidatos e políticos com o objetivo
FUNÇÃO COMO
de lograrem êxito no pleito eleitoral por meio de diversas atividades, como seleção
ORGANIZAÇÃO
de candidatos e financiamento de campanhas.
Os partidos políticos constituem instrumento para auxiliar os eleitores no
FUNÇÃO NO
momento do voto, quando o cidadão procura pelo partido político com o qual
ELEITORADO
compartilha valores, ideias e objetivos.

Até aqui você não precisa se preocupar em memorizar nada! A pretensão é que você se ambiente com o
estudo da disciplina! Entendemos que essas informações somente poderiam ser usadas em questão mais
aprofundada ou discursiva. Daqui para frente, redobre a atenção para questões objetivas de concursos
públicos.

7
353
4 - Destinação

A partir desse momento, ingressamos no estudo da legislação propriamente. Por destinação, podemos
compreender os fins para os quais os partidos existem.

A destinação legal dos partidos está fixada no art. 1º, da Lei dos Partidos Políticos:

Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no


interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.

Portanto:

a assegurar a autencidadade do
OS PARTIDOS sistema representativo.
POLÍTICOS
DESTINAM-SE a defender os direitos
fundamentais.

O partido, portanto, confere validade ao sistema representativo, pois os representantes são escolhidos por
intermédio dos partidos que agregam valores e princípios representativos de grupos de pessoas.

Além disso, os partidos devem defender o nosso ordenamento jurídico, notadamente os direitos
fundamentais, que constituem a base do Estado brasileiro.

Por fim, cumpre mencionar que foi acrescentado o parágrafo único ao art. 1º da Lei dos Partidos Políticos,
pela Lei nº 13.488/2017, com a seguinte redação:

Parágrafo único. O partido político NÃO se equipara às entidades paraestatais.

Empresas paraestatais são entidades privadas que atuam sem fins lucrativos. Não integram a estrutura da
Administração Pública direta ou indireta e colaboram com o Estado visando o interesse público, por isso
gozam de benefícios pagos pelo ente estatal como forma de incentivo. Integram o terceiro setor da
economia.

Assim, por expressa previsão legal, os partidos não se equiparam a entidades paraestatais.

8
353
Sigamos!

LIBERDADE E AUTONOMIA PARTIDÁRIAS


A CF adotou o princípio da liberdade de organização dos partidos políticos no art. 17, §1º:

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, VEDADA a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária.

Observe que esse parágrafo foi alterado pela Emenda Constitucional nº 97/2017.

Os partidos políticos possuem, portanto, autonomia para definir a estrutura interna e o funcionamento.

PRINCÍPIO DA LIBERDADE E
AUTONOMIA
Prerrogativa para definir a Prerrogativa para adotar os
estrutura interna e o critérios de escolha e regime
funcionamento. de suas coligações eleitorais

Destaque-se, ainda, que o §1º prevê a vedação à verticalização partidária e a vedação das coligações para
eleições proporcionais.

A verticalização partidária era uma regra que se aplicava às coligações, que constituem a reunião de partidos
com o objetivo de lançar candidatos em comum. Por exemplo, o Partido A, o Partido B e o Partido C – na
coligação Juntos Venceremos – se reúnem com a finalidade de lançar candidato à Presidência da República.

Formada a coligação a nível nacional, tal como no exemplo acima, não é necessário formar as mesmas
coligações a nível regional ou municipal, pois a CF não obriga a verticalização partidária.

9
353
Assim, a nível estadual é possível a formação da mesma coligação, Juntos Venceremos, ou de outras
coligações com formações distintas a critério do órgão regional. ideia se aplica aos órgãos municipais.

Quanto à alteração na CF, devemos lembrar para a prova:

NÃO HÁ MAIS FORMAÇÃO DE COLIGAÇÕES PARA AS ELEIÇÕES


PROPORCIONAIS (DEPUTADO FEDERAL, DEPUTADO ESTADUAL E
VEREADOR)

Para encerrar, cumpre observar que essa vedação à formação de coligações proporcionais passou a ser
aplicada a partir das eleições de 2020, em razão do que prevê o art. 2º da Emenda Constitucional 97/2017:

Art. 2º A vedação à celebração de coligações nas eleições proporcionais, prevista no § 1º


do art. 17 da Constituição Federal, aplicar-se-á a partir das eleições de 2020.

Sigamos com o conteúdo!

Também é decorrência do princípio da liberdade e autonomia a previsão do caput, do art. 17, da CF, que
assim dispõe:

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,


resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: (...).

I - caráter nacional;

II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros


ou de subordinação a estes;

III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;

IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

Desse modo, confere-se aos partidos políticos a liberdade de criação, de fusão, de incorporação ou de
extinção. Existem regras específicas para esses procedimentos, o que será visto adiante.

Nesse mesmo sentido, estão os arts. 2º e 3º, da LPP:

Art. 2º É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos


programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os
direitos fundamentais da pessoa humana.

Art. 3º É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento.

10
353
§ 1º É assegurada aos candidatos, partidos políticos e coligações autonomia para definir o
cronograma das atividades eleitorais de campanha e executá-lo em qualquer dia e horário,
observados os limites estabelecidos em lei.

§ 2º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir o prazo de duração dos
mandatos dos membros dos seus órgãos partidários permanentes ou provisórios.

§ 3º O prazo de vigência dos órgãos provisórios dos partidos políticos poderá ser de até 8
(oito) anos.

§ 4º Exaurido o prazo de vigência de um órgão partidário, ficam vedados a extinção


automática do órgão e o cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ).

A liberdade e autonomia partidária não são absolutas, ou seja, não há independência do partido. Há uma
série de restrições impostas aos partidos políticos, com o objetivo de resguardar o regime democrático. Essas
limitações não constituem intervenção estatal, mas uma forma de colmatar a liberdade dos partidos políticos
com outros interesses e princípios do nosso Estado Constitucional de Direito.

Em razão disso, estabelece a CF, por exemplo, que os partidos políticos devem resguardar alguns princípios
e valores, bem como são obrigados a observarem alguns preceitos.

Compete a Justiça Eleitoral apreciar as controvérsias internas de partido político, sempre que delas advierem
reflexos no processo eleitoral.

OS PARTIDOS POLÍTICOS DEVEM OS PARTIDOS POLÍTICOS DEVEM


RESGUARDAR A OBSERVAR OS SEGUINTES PRECEITOS

soberania nacional caráter nacional

proibição de recursos e
regime democrático
subordinação
estrangeira
pluripartidarismo
prestação de contas
direitos fundamentais
da pessoa humana funcionamento
parlamentar

11
353
Do esquema acima, devemos tirar algumas conclusões:

 O partido político deve proteger e respeitar a soberania nacional. Assim, não é admissível a criação de
partidos políticos vinculados a desejos separatistas ou de subordinação a governos estrangeiros. Em face
disso, veda-se o recebimento de recurso ou a subordinação a entidades estrangeiras.

Por decorrência, o partido político no Brasil é criado para se fazer presente em todo o país. Ou seja, é dotado
de caráter nacional. Logo, não podemos ter, por exemplo, o Partido Paulista, cuja pretensão é representar
o Estado de São Paulo, ou o Partido dos Estados do Nordeste. Por mais nobre que sejam os interesses, os
partidos devem ter caráter nacional.

Os partidos políticos possuem o dever de respeitar o regime democrático de governo, adotado pela
Constituição de 1988. Trata-se de regra que visa à proteção dos partidos contra influências ou desejos
autoritários.

 Os partidos políticos devem, ainda, respeitar os direitos fundamentais previstos na CF e o


pluripartidarismo, que é um dos fundamentos da República.

 Vimos que o partido tem liberdade e autonomia, porém, não de forma irrestrita. Em razão disso, tanto a
CF como as leis infraconstitucionais eleitorais impõem deveres aos partidos, entre os quais a prestação de
contas e o funcionamento parlamentar. O funcionamento parlamentar envolve o direito de o partido se
fazer representar perante as Casas Legislativas e a prestação de contas reporta-se ao dever de prestar contas
da movimentação financeira do Estado.

É importante verificar, na esteira das limitações, a redação do §4º, do art. 17, da CF:

§ 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

No mesmo sentido do mandamento constitucional estão os arts. 5º e 6º, da Lei dos Partidos Políticos:

Art. 5º A ação do partido tem caráter nacional e é exercida de acordo com seu estatuto e
programa, sem subordinação a entidades ou governos estrangeiros.

Art. 6º É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se


de organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.

Logo, para fins de prova:

12
353
É VEDADO AOS PARTIDOS POLÍTICOS

Adotar organização militar ou paramilitar.

Ministrar instrução militar ou paramilitar.

Adotar uniforme para seus membros.

Você sabe o que significa a expressão paramilitar?

É a organização que “imita a estrutura e a disciplina do exército, sem dele fazer parte” 4.

A liberdade e autonomia partidárias têm por finalidade evitar qualquer


forma de controle ideológico ou intervenção arbitrária do Estado sobre
a organização dos partidos políticos.

Vimos, assim, as principais regras relativas à liberdade e autonomia partidárias5.

Ainda quanto à autonomia partidária, cumpre analisar algumas alterações recentes promovidas pela Lei
13.831/2019, que acrescentou os §§ 1º e 2º ao art. 3º da Lei dos Partidos Políticos.

§ 1º. É assegurada aos candidatos, partidos políticos e coligações autonomia para definir
o cronograma das atividades eleitorais de campanha e executá-lo em qualquer dia e
horário, observados os limites estabelecidos em lei. (Renumerado do parágrafo único pela
Lei nº 13.831, de 2019)

§ 2º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir o prazo de duração dos
mandatos dos membros dos seus órgãos partidários permanentes ou provisórios.
(Incluído pela Lei nº 13.831, de 2019)

Vamos entender o que são os órgãos partidários?

4
"paramilitar", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013,
http://www.priberam.pt/dlpo/paramilitar, acesso em 9/3/2019.
5
O art. 4º, da Lei dos Partidos Políticos será analisado na parte relativa à filiação partidária.

13
353
São divisões internas dos partidos políticos com funções específicas. Dentro desses órgãos internos existem
cargos que são ocupados por dirigentes dos partidos.

Como exemplo de órgão partidário podemos citar a diretoria executiva, estadual ou municipal, e como
exemplo de cargo citamos o presidente estadual ou municipal do partido.

O TSE determinou que o prazo máximo de mandato para os cargos exercidos pelos dirigentes partidários
seria 4 anos. Os partidos entenderam que tal entendimento violava a autonomia e liberdade partidária,
porém não foram atendidos pelo TSE que manteve seu posicionamento.

Os diretórios provisórios de partidos políticos são constituídos em fase de transição da direção do órgão
partidário ou quando da sua constituição inicial. A pretensão é manter uma gestão minimamente organizada
até que haja constituição desse novo diretório pelo trâmite e regras do estatuto do partido.

Na prática, entretanto, esse diretório provisório acabava se tornando definitivo! Uma vez constituído
provisoriamente, em alguns casos, esses diretórios não são votados ou demoravam ser constituídos de forma
definitiva.

Em razão disso, na Res. TSE 23.571/2018, o órgão máximo da Justiça Eleitoral fixou prazo de 180 dias para
constituição de diretórios definitivos.

A Lei 13.831/2019 fixou outro prazo: até 8 anos!

A lei 13.831/19 foi editada como resposta as normas definidas pelo TSE e passou a prever:

➢ A autonomia dos partidos para definir os prazos de duração dos mandatos dos membros dos órgãos
partidários permanentes ou provisórios;
➢ Prazo de vigência dos órgãos provisórios - até 8 anos;
➢ Vedação a extinção automática do órgão e cancelamento do seu CNPJ por ter o prazo de vigência se
exaurido.

Além disso, como reação à Resolução acima citada – que previa cancelamento automático caso não fosse
constituído o diretório definitivo até 30/6/2019 – vedou-se expressamente a extinção automática.

Recentemente o Supremo entendeu, no julgamento da ADI 62306, que a autonomia prevista no §2º do art.
3º é válida e deve ser aplicada para estabelecer a duração dos mandatos de seus dirigentes desde que
observe a alternância exigida pelo Princípio Republicano.

Veja trecho da decisão:

Os partidos políticos podem, no exercício de sua autonomia constitucional, estabelecer a


duração dos mandatos de seus dirigentes, desde que compatível com o princípio

6
STF. Plenário ADI 6230/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 5/8/2022 (Info 1062).

14
353
republicano da alternância do poder concretizado por meio da realização de eleições
periódicas em prazo razoável.

Vejamos os demais parágrafos:

§ 3º O prazo de vigência dos órgãos provisórios dos partidos políticos poderá ser de até 8
(oito) anos. (Incluído pela Lei nº 13.831, de 2019)

§ 4º Exaurido o prazo de vigência de um órgão partidário, ficam vedados a extinção


automática do órgão e o cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ). (Incluído pela Lei nº 13.831, de 2019)

Quanto ao §3º do art. 3º o STF declarou inconstitucional o prazo de 8 anos para a vigência dos órgãos
provisórios dos partidos, para evitar distorções ao claro significado de “provisoriedade”, notadamente
porque, nesse período, podem ser realizadas distintas eleições em todos os níveis federativos. Considerando
inconstitucional o §3º do art. 3º.

Veja mais um trecho da decisão em destaque:

É inconstitucional a previsão do prazo de até oito anos para a vigência dos órgãos
provisórios dos partidos, para evitar distorções ao claro significado de “provisoriedade”,
notadamente porque, nesse período, podem ser realizadas distintas eleições em todos os
níveis federativos.

A autonomia partidária, na visão do ministro, foi concedida aos partidos políticos com a intenção de
fortalecer o regime democrático e o princípio republicano, não de enfraquecê-los.

E afinal qual foi o prazo estabelecido pelo STF?

O STF não definiu um prazo. Entenderam os ministros que não poderiam definir sob pena de estarem
atuando como legisladores positivos. Caberá a justiça eleitoral analisar cada caso em concreto.

É preciso ainda destacar que o STF modulou os efeitos desta decisão que produziu efeitos a partir de janeiro
de 2023.

Sigamos!

15
353
NATUREZA JURÍDICA
Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, conforme art. 44, do Código Civil:

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: (...)

V – os partidos políticos. (...)

§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei


específica. (...)

Cuidado! Os partidos políticos não são pessoas jurídicas de direito público.

Segundo Rodrigo Martiniano Ayres Lins7:

Não é o fato de o partido político receber recursos públicos (por meio do fundo partidário),
ou mesmo ser essencial para o acesso eletivo ao “poder estatal” que os enquadra como de
personalidade jurídica pública.

Devido à personalidade jurídica de pessoa de direito privado, os partidos políticos devem registrar o
documento inicial de constituição – estatuto – no Serviço de Registro Civil de Pessoas Jurídicas no local da
sede do partido.

Pessoa Jurídica de Direito


PARTIDO POLÍTICO
Privado

Os partidos políticos são, por expressa disposição legal, pessoas jurídicas de direito privado, como podemos
extrair do caput do art. 1º da Lei dos Partidos Políticos e do art. 44, V, do Código Civil.

7
LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, 2ª edição, Rio de Janeiro: Editora Ferreira, 2014.

16
353
Para aprofundarmos um pouco, vejamos duas consequências relevantes que decorrem da natureza de
pessoas jurídicas de direito privado.

 O mandado de segurança, ação constitucional que visa tutelar direito líquido e certo contra ato de
autoridade pública, ou agente de pessoa jurídica no exercício de funções do Poder Público, não era utilizado
contra atos praticados pelos partidos políticos, justamente por se tratar de pessoa privada.

Entretanto, a Lei nº 12.016/2009 (Lei do Mandado de Segurança) estabeleceu que é possível a utilização do
mandado de segurança contra representantes ou órgãos de partidos políticos.

§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos


de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os
dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder
público, somente no que disser respeito a essas atribuições.

Logo:

Cabe mandado de segurança contra ato praticado por representante ou órgão


de partido político, não em razão da autoridade, mas por expressa previsão na
Lei do Mandado de Segurança como autoridade equiparada.

 Por se tratar de pessoa de direito privado, eventuais lides judiciais relativas ao partido político
tramitarão pela Justiça Comum, como regra. O deslocamento para a Justiça Eleitoral somente ocorrerá
quando a controvérsia provocar relevante influência nas eleições ou estiver relacionada com o processo
eleitoral.

Por exemplo, lide decorrente de contrato de locação de imóveis e expulsão de filiados por descumprimento
das normas do estatuto são exemplos de ações que tramitam perante a Justiça Comum.

Logo:

O fato de o partido político litigar num dos polos da relação jurídica


processual, por si só, não terá o condão de deslocar a competência para a
Justiça Eleitoral.

17
353
A respeito desse assunto, tivemos recente decisão do STJ que discutiu o conflito de competência entre a
Justiça Estadual e a Justiça Eleitoral em relação à questão partidária. Veja8:

CONFLITO DE COMPETÊNCIA. MANDADO DE SEGURANÇA. CONVENÇÃO PARTIDÁRIA.


ESCOLHA DE CANDIDATOS. ANULAÇÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL. Compete à
Justiça Eleitoral processar e julgar as causas em que a análise da controvérsia é capaz de
produzir reflexos diretos no processo eleitoral.

No caso acima, discutiu-se a competência do processo que questiona qual o órgão é responsável para tratar
da validade da convenção partidária. Por se tratar de algo diretamente relacionado com as eleições e com o
processo eleitoral e não apenas em relação a discussões interna corporis do partido político, a competência
é da Justiça Eleitoral.

Para a prova:

quando envolver matéria


competência da Justiça
interna corporis da pessoa
Estadual Comum
jurídica, partido político
QUANTO ÀS LIDES DOS
PARTIDOS POLÍTICOS
quando envolver matéria que
competência da Justiça
pode trazer reflexos no
Eleitoral
processo eleitoral.

Vejamos, por fim, uma questão sobre o assunto:

(Câm. dos Deputados/2014) Julgue os próximos itens, referentes aos partidos políticos.
O direito de requerer a anulação do registro de partidos políticos por defeito do referido ato decai em três
anos, contados a partir da publicação de sua inscrição no registro.
Comentários
A assertiva está correta. A resposta da questão está no Código Civil, art. 44 e 45. Vejamos:
“Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: (...)
V - os partidos políticos. (...)

8
CC 148.693-BA, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 14/12/2016, DJe 19/12/2016.

18
353
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo
no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo,
averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. (...)
Como os partidos políticos são considerados como pessoas jurídicas de direito privado, aplica-se a normativa
geral do Código Civil. Dessa forma, o direito de requerer a anulação do registro de partido político por
defeito no ato de constituição decai em 03 anos da inscrição do registro.

CRIAÇÃO E REGISTRO
No que diz respeito à criação e ao registro dos partidos políticos, devemos iniciar o estudo com o art. 17,
§2º, da CF. Para constituir uma pessoa jurídica, segundo nosso ordenamento jurídico, é necessário o registro
civil dos atos constitutivos, tal como se fosse abrir uma empresa. Na empresa temos o contrato social, no
caso dos partidos políticos, o ato constitutivo é o estatuto.

Logo, as pessoas interessadas na criação de um partido político devem preparar o estatuto do futuro partido
e registrá-lo de acordo com as regras específicas no Serviço de Registro Civil de Pessoas Jurídicas do local de
sua sede.

Na sequência, vejamos o que dispõe o art. 17, §2º:

§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,


registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

O Texto Constitucional impõe duplo dever, em ordem!

• constituição civil enquanto



pessoa jurídica

2º • registro do estatuto no TSE

Lembre-se de que o partido político deve adquirir a personalidade jurídica antes do registro no TSE. Aliás,
sem a personificação não é possível a inscrição eleitoral. Por isso, para a criação e para o registro do partido
deve ser observada a ordem acima.

Primeiro, o partido é criado; segundo, as regras civis de constituição de uma pessoa jurídica. Após, poderá
efetuar o registro no TSE, o que permitirá ao partido desempenhar validamente as atividades eleitorais.
Confira o que nos diz o caput, do art. 7º, da Lei dos Partidos Políticos, que é cópia da CF:

Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra
seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.

19
353
O registro no TSE depende da observância de uma série de exigências, que vamos analisar adiante. Por ora,
registre...

REGISTRO CIVIL REGISTRO NO TSE

Confere existência jurídica ao partido Confere validade eleitoral ao partido


político. político.

Eventuais alterações estatutárias também devem ser encaminhadas para registro ao Tribunal Superior
Eleitoral, após a averbação no registro civil.

1 - Caráter Nacional

Após a constituição civil, o partido deverá realizar o registro perante o TSE. Esse registro deve observar uma
série de requisitos, o primeiro deles e mais importante é o apoiamento mínimo, que demonstra o caráter
nacional do partido.

Segundo a Lei nº 9.096/1995, é necessário provar o apoiamento mínimo, nos termos do art. 7º, §1º. Esse
apoiamento tem por finalidade afastar a criação de agremiações com caráter regional ou local. Confira:

§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,


considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento
de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco
décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou
mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que
haja votado em cada um deles.

Trata-se de forma de viabilizar o resguardo do caráter nacional do partido político, art. 17, I, da CF.

O dispositivo acima sofreu uma pequena alteração em face da Lei nº 13.165/2015, que definiu um lapso de
tempo para demonstração do apoiamento mínimo. O partido terá dois anos para demonstrar o
preenchimento das exigências do §1º. O prazo para a comprovação do apoiamento mínimo é contado a
partir do registro no competente cartório do registro civil das pessoas jurídicas.

20
353
Antes da Reforma Eleitoral de 2015, se o partido demorasse cinco ou 10 anos para reunir o número
necessário de assinaturas, não haveria irregularidade. Agora, AS ASSINATURAS DEVERÃO SER REUNIDAS NO
PRAZO DE DOIS ANOS.

A Lei nº 13.165/2015 passou a exigir a não filiação partidária daqueles que realizam o apoiamento.

Além disso, é fundamental para a nossa prova compreender o cálculo do apoiamento mínimo para fins de
comprovação do caráter nacional do partido político. Veja:

1º) Deve-se obter a assinatura com a indicação do título eleitoral de, ao menos, 0,5% do
número de votos computados para a última eleição para a Câmara dos Deputados.

Muita atenção, o número de votos a ser considerado é o conferido para as eleições à


Câmara dos Deputados (cargo de Deputado Federal).

Além disso, NÃO são levados em consideração os votos nulos e brancos, apenas os votos
válidos.

2º) As assinaturas acima devem ser registradas em, pelo menos, 1/3 dos Estados-membros
brasileiros.

3º) Cada um desses Estados deverá computar, pelo menos, 0,1% do eleitorado recebido no
Estado para a Câmara dos Deputados.

A prova do apoiamento mínimo ocorre por meio das assinaturas em listas organizadas por zona eleitoral,
nas quais deve constar o número do título de eleitor do cidadão que decide apoiar a criação do partido
político. A veracidade das assinaturas e do número dos títulos é atestada pelo Chefe de cartório eleitoral.

O caso do Partido Sustentabilidade, criado por Marina Silva, ilustra bem o que estamos estudando. Segundo
o TSE9, houve comprovação de 442.524 assinaturas, não atingindo o número mínimo de 491.949 assinaturas
exigidas pela legislação eleitoral para a criação de novo partido em face do número de votos registrados para
a Câmara dos Deputados nas eleições anteriores.

Além disso, é importante falar um pouco sobre os dois outros requisitos do apoiamento mínimo:

9
Conforme notícia divulgada em http://www.tse.jus.br/noticias-tse/2013/Outubro/rede-sustentabilidade-nao-atinge-
apoiamento-minimo-e-tem-o-registro-negado, acesso em 04.01.2015.

21
353
 As assinaturas devem ser registradas em, pelo menos, 1/3 dos Estados-membros
brasileiros.

Considerando que temos 27 estados-membros da Federação, é necessário que haja


representatividade em, pelo menos, 9 deles para atingir 1/3.

 Cada um desses Estados deverá computar, pelo menos, 0,1% do eleitorado recebido no
Estado para a Câmara dos Deputados.

Em cada um desses Estados, é necessário atingir 0,1% dos votos válidos dados a deputados
federais no Estado, para a última eleição. Por exemplo, foram dados 5.000.000 votos para
deputados federais no Paraná, o partido em criação, nesse sentido, deve comprovar, pelo
menos, 5.000 votos nesse Estado.

Antes de seguir, algumas observações finais!

(i) A assinatura do cidadão, em apoio à criação do partido político, não constitui ato de filiação ao partido
político. Assim, o cidadão que assina a lista não está filiado ao partido em formação.

(ii) Embora o analfabeto seja absolutamente inelegível, o entendimento majoritário é no sentido de que ele
poderá participar da lista de apoiamento mínimo, desde que esteja alistado (lembre-se de que o alistamento
é facultativo).

(iii) Não se admite o encaminhamento de ficha de apoiamento de eleitores pela Internet, tendo em vista a
exigência contida no art. 9º, § 1º, da Lei nº 9.096/1995.

(iv) Não é possível a utilização de cédula de identidade no lugar do título eleitoral.

(v) Partido político em processo de registro na Justiça Eleitoral tem direito de obter lista de eleitores, com os
respectivos números do título e zona eleitoral.

(vi) Não é possível que eleitores com cadastro em situação irregular assinem lista de apoio para criação de
partido.

Em recente decisão o STF considerou constitucional as mudanças implementadas pela Lei nº 13.107/2015
reafirmando a autonomia dos partidos políticos, porém de forma não absoluta. Veja abaixo a ementa da
decisão em comento.

São constitucionais as modificações realizadas pela Lei nº 13.107/2015 nos arts. 7º e 29 da


Lei nº 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos).

A Constituição Federal garante a liberdade para a criação, fusão, incorporação e extinção


de partidos políticos, a eles assegurando a autonomia (art. 17). Ocorre que não há
liberdade absoluta. Também não se tem autonomia sem limitação. Logo, é possível que
sejam estabelecidos requisitos e condições para a criação, fusão e incorporação de partidos
políticos.

22
353
As normas legais impugnadas não afetam, reduzem ou condicionam a autonomia
partidária, porque o espaço de atuação livre dos partidos políticos deve estar de acordo
com as a normas jurídicas que estabelecem condições pelas quais se pode dar a criação, ou
recriação por fusão ou incorporação de partido sem intervir no seu funcionamento
interno.10

Para a prova...

O CARÁTER NACIONAL DO PARTIDO É COMPROVADO POR INTERMÉDIO


DO APOIAMENTO MÍNIMO, QUE EXIGE

que seja obtido no interregno de 2 anos.

0,5% do eleitorado da Câmara dos Deputados, sem considerar votos


brancos e nulos.

distribuídos em 1/3 dos Estados-membros com 0,1% do eleitorado


recebido no Estado para a Câmara dos Deputados

2 - Consequência do Registro

O regular registro do partido importa nas consequências disciplinadas no art. 7º, §§2º e 3º, da LPP:

§ 2º Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode
participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso
gratuito ao rádio e à televisão, nos termos fixados nesta Lei.

10 STF. Plenário. ADI 5311/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 4/3/2020 (Info 968).

23
353
§ 3º Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a
exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, VEDADA a utilização, por outros
partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão.

São 4 as consequências que advêm do registro civil da pessoa jurídica e da inscrição junto ao TSE:

 Possibilidade de participação do processo eleitoral;

Com o registro, o partido adquire validade eleitoral e, em face disso, poderá participar do
pleito eleitoral, registrando candidatos para disputar as eleições.

 Recebimento de recursos do Fundo Partidário;

 Acesso gratuito ao rádio e à televisão (propaganda eleitoral);

 Exclusividade de denominação, de sigla e de símbolos.

Note que não é na criação do partido como pessoa jurídica de direito privado que se
garante a exclusividade de denominação, de sigla e de símbolos, mas o registro no TSE.

A EC nº 97/2017 trouxe requisitos para que o partido tenha direito aos recursos do fundo eleitoral e o acesso
gratuito ao rádio e à televisão. Veja o §3º do art. 17 da Constituição Federal:

§ 3º Somente terão direito a recursos do Fundo Partidário e acesso gratuito ao rádio e à


televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

I – obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou

II – tiverem elegido pelo menos quinze deputados federais distribuídos em pelo menos
um terço das unidades da Federação.

O artigo 3º da EC nº 97/2017 trouxe regras de transição que deverão ser aplicadas até a eleição de 2030
quando o art. 17 §3º da CF terá sua aplicação integral. Veja a transcrição do artigo:

O disposto no § 3º do art. 17 da Constituição Federal quanto ao acesso dos partidos


políticos aos recursos do Fundo Partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão
aplicar-se-á a partir das eleições de 2030.

Parágrafo único. Terão acesso aos recursos do Fundo Partidário e à propaganda gratuita no
rádio e na televisão os partidos políticos que:

I – na legislatura seguinte às eleições de 2018:

24
353
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 1,5% (um e meio por
cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma delas;
ou

b) tiverem elegido pelo menos nove deputados federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação;

II – na legislatura seguinte às eleições de 2022:

a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2% (dois por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou

b) tiverem elegido pelo menos onze deputados federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação;

III – na legislatura seguinte às eleições de 2026:

a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2,5% (dois e meio
por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 1,5% (um e meio por cento) dos votos válidos em cada
uma delas; ou

b) tiverem elegido pelo menos treze deputados federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.

Esse tipo de informação é extremamente relevante para a prova, ainda mais em se tratando de prova
objetiva. Desse modo, vejamos novamente as consequências em forma de esquema.

Possibilidade de participação no processo


eleitoral
CONSEQUÊNCIAS DO
REGISTRO REGULAR

Recebimento de recursos do Fundo


(CIVIL + TSE)

Partidário

Acesso gratuito ao rádio e à televisão (para


propaganda eleitoral)

Exclusividade de denominação, de sigla e de


símbolos

25
353
2018 => 1,5% dos votos válidos + 1/3 das UF + 1% em cada uma delas OU 9 Deputados Federais
+ 1/3 das UF;

2022 => 2% dos votos válidos + 1/3 das UF + 1% em cada uma delas OU 11 Deputados Federais
+ 1/3 das UF;

2026 => 2,5% dos votos válidos + 1/3 das UF + 1,5% em cada uma delas OU 13 Deputados Federais
+ 1/3 das UF;

2030 => 3% dos votos válidos + 1/3 das UF + 2% em cada uma delas OU 15 Deputados Federais
+ 1/3 das UF

Vejamos, por fim, uma questão sobre esse assunto:

(Câm. dos Deputados/2014) Julgue os próximos itens, referentes aos partidos políticos.
Aos partidos políticos é assegurada a exclusividade de sua denominação, de sua sigla e de seus símbolos a
partir do registro de seus estatutos no TSE.
Comentários
A assertiva está correta, tendo em vista o que prevê o art. 7º, § 3º, da Lei nº 9.096/95.
“Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra seu estatuto no
Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a exclusividade da sua
denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros partidos, de variações que venham a induzir
a erro ou confusão”.

--

(FCC/TJ-AL - 2019) Sobre os partidos políticos, é correto afirmar:


a) É livre a criação, fusão, incorporação de partidos políticos de caráter regional e nacional.
b) A partir de 2020, são vedadas as coligações partidárias nas eleições proporcionais.
c) Na legislatura seguinte às eleições de 2026, o partido político que tiver elegido menos de treze Deputados
Federais distribuídos em um terço das unidades da Federação não terá direito a recursos do fundo partidário.
d) A autonomia partidária contempla, entre outros, a definição da estrutura interna do partido, regras sobre
escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios, sendo obrigatória a vinculação entre

26
353
as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária.
e) Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica após o registro de seus estatutos no Tribunal
Superior Eleitoral.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo o art. 17, I, CF/88 exige-se que o partido político tenha caráter
nacional, sendo vedado o caráter regional.
A alternativa B está correta. A vedação à celebração de coligações nas eleições proporcionais a partir das
eleições de 2020 está prevista no artigo 2º da EC 97/17. “A vedação à celebração de coligações nas eleições
proporcionais, prevista no § 1º do art. 17 da Constituição Federal, aplicar-se-á a partir das eleições de
2020”.
A alternativa C está incorreta. Realmente se o partido eleger menos que 13 deputados federais distribuídos
por 1/3 das unidades da federação não terá cumprido o que determina a alínea “b” do inciso III do art. 3º da
EC 97/17, mas apenas com esta informação não podemos afirmar que não terá direito ao fundo eleitoral vez
que poderá ter alcançado os requisitos da alínea “a” (2,5% dos votos válidos + 1/3 das UF + 1,5% em cada
uma delas).

A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 17, §1o, CF/88 não se exige vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal.
A alternativa E está incorreta. Os partidos políticos adquirem a personalidade jurídica com o registro no
cartório civil de pessoa jurídica, conforme o art. 17. § 2º da CF.

Vimos, até o presente, as informações gerais a respeito do registro de partidos políticos, na sequência, vamos
tratar dos dispositivos da Lei nº 9.096/1995 que se reportam às regras de procedimento do registro.

3 - Procedimento de Registro

O art. 8º, da Lei dos Partidos Políticos, trata do registro civil, cujo pedido de inscrição do estatuto deve ser
subscrito (assinado) por, no mínimo, 101 fundadores, com domicílio em, pelo menos, 1/3 dos Estados-
membros. Ademais, de acordo com o art. 8º, §1º, deverá constar no requerimento o nome e a função dos
dirigentes provisórios e o endereço da sede do partido.

Não confundam a subscrição pelos fundadores do partido político com o apoiamento mínimo que estudamos
acima. A subscrição pelos fundadores será necessária para o registro civil. Já o apoiamento mínimo é
necessário para o registro perante o TSE.

27
353
REQUERIMENTO DE
INSCRIÇÃO CIVIL

Fundadores Endereço da sede


Subscrição por, pelo Nome e função dos
distribuídos por 1/3 do partido dentro
menos, 101 dirigentes
dos Estados- do território
fundadores. provisórios.
membros. nacional.

Além dos requisitos acima, o pedido deverá ser acompanhado de um rol de documentos, previstos nos
incisos do art. 8º. Vejamos:

Art. 8º O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do


Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos seus
fundadores, em número nunca inferior a 101 (cento e um), com domicílio eleitoral em, no
mínimo, 1/3 (um terço) dos Estados, e será acompanhado de: (Redação dada pela Lei nº
13.877, de 2019)

I – cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido;

II – exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o estatuto;

III – relação de todos os fundadores com o nome completo, naturalidade, número


do título eleitoral com a Zona, Seção, Município e Estado, profissão e endereço da
residência.

Pergunta-se: o endereço do partido poderá ser em qualquer estado da Federação?

SIM! Recentemente o §1º do art. 8º foi alterado pela Lei 13.877/2019 veja abaixo o novo texto.

§ 1º O requerimento indicará o nome e a função dos dirigentes provisórios e o endereço


da sede do partido no território nacional.

Antes de esquematizarmos os incisos do art. 8º da lei dos partidos políticos, é importante tecer um
comentário quanto à sede. Antes da Lei 13.377/2019, os partidos políticos deveriam ter, obrigatoriamente,
sede na Capital Federal. Agora, há a possibilidade de que fixem a sede no local que desejarem. A possibilidade
de manterem a sede em Brasília, Acre, Rio Grande do Norte, Santa Catarina não retira do partido a obrigação
de terem caráter nacional, o que se comprova pelo apoiamento mínimo quando da sua constituição.

Para fins de prova, lembre-se:

Os partidos políticos podem manter sede em qualquer local do Brasil, não mais
obrigatoriamente em Brasília.

28
353
Sigamos, agora, com um esquema das informações que devem do requerimento de registro do partido
político para constituição como pessoa jurídica:

Cópia da ata de
fundação
nome completo
Exemplares do
DOCUMENTOS QUE
DOU que
DEVEM
publicou o
ACOMPANHAR O naturalidade
programa e o
REQUERIMENTO
estatuto.
Relação de título eleitoral, (Zona, a
fundadores, Seção, o Município e o
com: Estado)

profissão

endereço da residência

Os §§ abaixo relacionados tratam da ordem dos procedimentos para o regular registro do partido político:

§ 1º O requerimento indicará o nome e a função dos dirigentes provisórios e o endereço


da sede do partido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 13.877, de 2019)

§ 2º Satisfeitas as exigências deste artigo, o Oficial do Registro Civil efetua o registro no


livro correspondente, expedindo certidão de inteiro teor.

§ 3º Adquirida a personalidade jurídica na forma deste artigo, o partido promove a


obtenção do apoiamento mínimo de eleitores a que se refere o § 1º do art. 7º e realiza os
atos necessários para a constituição definitiva de seus órgãos e designação dos
dirigentes, na forma do seu estatuto.

Desse modo, primeiramente haverá o registro civil. Após, o partido deverá promover a obtenção do
apoiamento mínimo, que já estudamos, bem como deverá constituir definitivamente os órgãos e os
dirigentes. Por fim, promoverá o registro no TSE, nos termos do art. 9º, da LPP, que veremos abaixo.

29
353
Antes, porém, façamos uma breve linha do tempo para organizar as ideias:

Registro no TSE

Constituição de
dirigentes e de
Apoiamento órgãos
Mínimo definitivos.
Registro Civil
• Aquisição da
Fundação personalidade
• Ata civil
• Designação
de dirigentes
e de órgãos
provisórios

Vejamos, agora, o art. 9º e os respectivos incisos da LPP:

Art. 9º Feita a constituição e designação, referidas no § 3º do artigo anterior, os dirigentes


nacionais promoverão o registro do estatuto do partido junto ao Tribunal Superior
Eleitoral, através de requerimento acompanhado de:

I – exemplar autenticado do inteiro teor do programa e do estatuto partidários, inscritos


no Registro Civil;

II – certidão do Registro Civil da Pessoa Jurídica, a que se refere o § 2º do artigo anterior;

III – certidões dos Cartórios Eleitorais que comprovem ter o partido obtido o apoiamento
mínimo de eleitores a que se refere o § 1º do art. 7º.

Portanto, junto ao TSE devem ser apresentados, em síntese, os documentos que comprovam o registro civil
e o apoiamento mínimo.

DOCUMENTOS A
SEREM
APRESENTADOS
NO TSE

Cópia autenticada do inteiro Certidões dos Cartórios


Certidão do Registro
teor do programa e do estatuto Eleitorais comprovando o
Civil.
inscritos no Registro Civil. apoiamento mínimo.

Lembra-se do exemplo sobre o julgamento perante o TSE do registro do partido Rede Sustentabilidade?

30
353
De posse das listas de assinaturas, os Cartórios Eleitorais publicam editais para impugnação e,
posteriormente, procedem a validação das assinaturas. No caso em concreto, o partido Rede
Sustentabilidade arguiu a regularidade nas assinaturas impugnadas. Argumentou o partido em formação que
a não impugnação pelos demais partidos ou pelo Ministério Público era suficiente para garantir a validade
das assinaturas. Já que mesmo não tendo havido impugnação, os chefes de secretaria desconsideraram
várias assinaturas, de forma que o partido não conseguiu atingir o número mínimo de 0,5% do eleitorado da
Câmara dos Deputados, sem considerar votos brancos e nulos.

O TSE entendeu que a comparação das assinaturas perante o cadastro eleitoral é válida e devida. Desse
modo, em razão das assinaturas invalidadas, o partido postulante não comprovou o apoiamento mínimo e
não conseguiu registrar o partido regularmente a tempo para as eleições de 2014.

É nesse sentido o §1º do art. 9º da LPP abaixo citado:

§ 1º A prova do apoiamento mínimo de eleitores é feita por meio de suas assinaturas, com
menção ao número do respectivo título eleitoral, em listas organizadas para cada Zona,
sendo a veracidade das respectivas assinaturas e o número dos títulos atestados
pelo Escrivão Eleitoral [leia-se, chefe de cartório]

Conforme se extrai do dispositivo acima, a prova do apoiamento pelo cidadão depende:

PROVA DO APOIAMENTO

certidão que ateste da


indicação do título
assinatura; autenticidade pelo chefe
eleitoral; e
de cartório eleitoral.

Para que não haja qualquer possibilidade de surpresas quanto ao assunto no dia da prova, vejamos alguns
aspectos específicos:

31
353
 Devido à necessidade de assinatura para comprovação do apoiamento mínimo, é
inadmissível a prova por intermédio de listas pela internet11, tais como o site de petições
da comunidade Avaaz (www.avaaz.org), amplamente divulgado nas mídias sociais
atualmente.

 Impossibilidade do reconhecimento no TSE das assinaturas invalidadas pelo cartório


eleitoral e, também, das rejeitadas sem motivação pelo Órgão Superior Eleitoral12.

Impossibilidade de utilização de cédula de identidade, em lugar do título eleitoral, no


procedimento de coleta de assinaturas de apoiamento para criação de partido político.13

Os partidos em processo de registro na Justiça Eleitoral têm o direito de obter lista de
eleitores, com o número do título e zona eleitoral.14

Possibilidade de cidadão analfabeto manifestar apoio por meio de impressão digital.15

Impossibilidade de eleitores com cadastro em situação irregular assinarem lista de apoio


para criação de partido.16

O partido político em formação, no prazo de até 100 (cem) dias contados da obtenção do
seu registro civil, deve informar ao Tribunal Superior Eleitoral a sua criação.17

11
Decisão TSE na PET nº 363/1997.
12
Acórdão TSE no RPP nº 59454/2013.
13
Res.-TSE nº 22510/2007
14
Res.-TSE nº 21966/2004
15
Res.-TSE nº 21853/2004
16
Ac.-TSE, de 24.11.2016, no PA nº 20249
17
Res.-TSE nº 23571/2018

32
353
(CESPE/CEBRASPE/TJ-SC – 2019) A respeito da criação de partidos políticos no Brasil, assinale a opção
correta.
a) Os fundadores de partido político em formação, em número máximo de cento e um, são encarregados de
subscrever e dirigir os requerimentos de registro do partido para o cartório de registro civil de pessoas
jurídicas competente.
b) Após obter o seu registro civil, o partido político em formação deverá informar sua criação ao TSE, no
prazo de cem dias contados da obtenção desse registro.
c) Em até um ano após adquirir personalidade jurídica, o partido político tem de comprovar o apoiamento
mínimo de eleitores filiados, no total de, pelo menos, 0,5% dos votos dados na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos.
d) A apresentação do requerimento de registro de partido político em formação no cartório de registro civil
basta para autorizar à nova agremiação o recebimento de recursos do fundo partidário e o acesso gratuito
ao rádio e à televisão para propaganda.
e) A estrutura interna, a organização e o funcionamento do partido político em formação serão determinados
pela justiça eleitoral, até o registro definitivo do partido.
Comentários
A alternativa A está incorreta. São no mínimo 101 fundadores e não no máximo. Além disso exige-se que
tenham domicílio eleitoral em, no mínimo, 1/3 (um terço) dos estados.
A alternativa B está correta. A alternativa está de acordo como artigo 10 § 3º da Resolução 23.571/2018.
A alternativa C está incorreta. O prazo para comprovar o apoiamento é de 2 anos. O apoiamento é de
eleitores não filiados a partidos políticos. E além de alcançar pelo menos, 0,5% (cinco décimos por cento)
dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco
e os nulos esse apoiamento deve ser distribuído por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de
0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado em cada um deles.
A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 7º, § 2º da Lei 9.096/95, só o partido que tenha
registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode participar do processo eleitoral, receber recursos
do Fundo Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão. Além disso a EC 97/17 trouxe várias
exigências, a serem implementadas gradualmente, para que os partidos tenham acesso ao fundo partidário
e o acesso gratuito ao rádio e à televisão.
A alternativa E está incorreta. É assegurada, ao partido político, a autonomia para definir sua estrutura
interna, organização e funcionamento.

Vamos em frente!

O §2º, do art. 9º, por sua vez, atesta que, de cada lista apresentada, o chefe de cartório eleitoral fornecerá
um recibo, devendo lavrar atestado das assinaturas no prazo de 15 dias.

§ 2º O Escrivão Eleitoral (chefe de cartório) dá imediato recibo de cada lista que lhe for
apresentada e, no prazo de QUINZE DIAS, lavra o seu atestado, devolvendo-a ao
interessado.

33
353
Os §§ 3º e 4º, do mesmo dispositivo, tratam do procedimento do pedido de registro perante o TSE.

Assim, apresentado o protocolo no TSE, far-se-á autuação e haverá distribuição em 48 horas. O relator
determinará vistas à Procuradoria-Geral Eleitoral para parecer no prazo de 10 dias. Após, se necessário, o
relator irá abrir prazo de 10 dias para eventuais diligências. Se estiver regular o procedimento, no prazo de
30 dias será providenciado o registro do partido político. Só haverá a possibilidade da filiação partidária no
novo partido após o registro do estatuto na Justiça Eleitoral.

Vamos traçar uma linha de sucessão de atos para facilitar a fixação:

Após 48 horas, o Vista à PGE para


Autuação e protocolo
processo é distribuído parecer no prazo de 10
do pedido no TSE.
a um relator. dias.

Deferimento do 10 dias para eventuais


registro em 30 dias. diligências.

Essas regras constam dos §§ abaixo:

§ 3º Protocolado o pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral, o processo respectivo,


no prazo de QUARENTA E OITO HORAS, é distribuído a um Relator, que, ouvida a
Procuradoria-Geral, EM DEZ DIAS, determina, em IGUAL PRAZO, diligências para sanar
eventuais falhas do processo.

§ 4º Se não houver diligências a determinar, ou após o seu atendimento, o Tribunal


Superior Eleitoral registra o estatuto do partido, no prazo de TRINTA DIAS.

Sigamos!

As alterações programáticas ou estatutárias do partido político já constituído deverão ser arquivadas


primeiramente no Registro Civil e, posteriormente, encaminhadas ao TSE. Assim, todas as alterações que
ocorrerem no estatuto ou no programa do partido político devem ser averbadas no Registro Civil de Pessoas
Jurídicas e, também, perante o TSE. Veja o art. 10 da LPP:

Art. 10. As alterações programáticas ou estatutárias, após registradas no ofício civil


competente, devem ser encaminhadas, para o mesmo fim, ao Tribunal Superior Eleitoral.

34
353
Pergunta: apenas o órgão nacional terá personalidade jurídica de direito privado? Qual a natureza dos
órgãos regionais e municipais (ou locais)?

Isso mesmo, apenas o órgão nacional é dotado de personalidade jurídica. Nada impede, entretanto, a
constituição de órgãos regionais e municipais que não possuem personalidade jurídica, mas atuam com certa
liberdade para a formação das campanhas nas respectivas circunscrições. Embora não tenham personalidade
jurídica, os órgãos regionais e municipais também devem ser registrados na Justiça Eleitoral, no caso, nos
Tribunais Regionais Eleitorais.

O art. 10 prevê que as alterações programáticas ou estatutárias também devem ser registradas. Além do
registro perante o TSE ou TRE (a depende do órgão partidário), prevê o §1º do art. 10 que os atos e
documentos dos órgãos devem ser registrado perante o Registro Civil de Pessoas Jurídicas da circunscrição.

O §2º , que recebeu nova redação dada pelo art. 7º da Lei nº 14.063/2020, atribui ao TSE a incumbência de
unidade cadastradora, devendo cuidar da situação cadastral dos partidos perante a Receita Federal do Brasil.

Leia com atenção:

§ 1º. O Partido comunica à Justiça Eleitoral a constituição de seus órgãos de direção e os


nomes dos respectivos integrantes, bem como as alterações que forem promovidas, para
anotação:

I - no Tribunal Superior Eleitoral, dos integrantes dos órgãos de âmbito nacional;

II - nos Tribunais Regionais Eleitorais, dos integrantes dos órgãos de âmbito estadual,
municipal ou zonal.

§ 2º Após o recebimento da comunicação de constituição dos órgãos de direção regionais


e municipais, definitivos ou provisórios, o Tribunal Superior Eleitoral, na condição de
unidade cadastradora, deverá proceder à inscrição, ao restabelecimento e à alteração de
dados cadastrais e da situação cadastral perante o CNPJ na Secretaria Especial da Receita
Federal do Brasil

Sigamos!

Ante a função fiscalizadora, e para a representação dos partidos políticos perante a Justiça Eleitoral, o art.
11 prevê a possibilidade de o partido registrar delegados perante os órgãos da Justiça Eleitoral.

35
353
Art. 11. O partido com registro no Tribunal Superior Eleitoral pode credenciar,
respectivamente:

I – Delegados perante o Juiz Eleitoral;

II – Delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral;

III – Delegados perante o Tribunal Superior Eleitoral.

Parágrafo único. Os Delegados credenciados pelo órgão de direção nacional representam


o partido perante quaisquer Tribunais ou Juízes Eleitorais; os credenciados pelos órgãos
estaduais, somente perante o Tribunal Regional Eleitoral e os Juízes Eleitorais do respectivo
Estado, do Distrito Federal ou Território Federal; e os credenciados pelo órgão municipal,
perante o Juiz Eleitoral da respectiva jurisdição.

Portanto...

PODERÃO SER CREDENCIADOS


DELEGADOS DE PARTIDO PERANTE

Juízes Eleitorais TRE TSE

representam o partido representam o partido representam o partido


perante o Juiz Eleitoral da perante o TRE do estado e os perante quaisquer tribunais
respectiva circunscrição seus juízes eleitorais ou juízes eleitorais

Finalizamos, assim, a parte relativa à criação e ao registro do partido. Verificamos a prova do caráter nacional,
as consequências e o procedimento. Essa parte inicial da lei é muito cobrada em provas, portanto, fique
atento.

FEDERAÇÕES DE PARTIDOS POLÍTICOS


Primeiro o que é uma federação de partidos políticos?

É a reunião de dois ou mais partidos que após se constituírem e se registrarem, de forma individual, perante
o TSE atuarão como se fossem uma única agremiação partidária.

36
353
A lei 14.208/2021 acrescentou na Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/95) o art. 11-A tratando da matéria.
Vamos ver o que diz o novo artigo:

Art. 11-A. Dois ou mais partidos políticos poderão reunir-se em federação, a qual, após sua
constituição e respectivo registro perante o Tribunal Superior Eleitoral, atuará como se
fosse uma única agremiação partidária.

§ 1º Aplicam-se à federação de partidos todas as normas que regem o funcionamento


parlamentar e a fidelidade partidária.

§ 2º Assegura-se a preservação da identidade e da autonomia dos partidos integrantes de


federação.

§ 3º A criação de federação obedecerá às seguintes regras:

I – a federação somente poderá ser integrada por partidos com registro definitivo no
Tribunal Superior Eleitoral;

II – os partidos reunidos em federação deverão permanecer a ela filiados por, no mínimo,


4 (quatro) anos;

III – a federação poderá ser constituída até a data final do período de realização das
convenções partidárias; (suspenso pelo STF)

IV – a federação terá abrangência nacional e seu registro será encaminhado ao Tribunal


Superior Eleitoral.

§ 4º O descumprimento do disposto no inciso II do § 3º deste artigo acarretará ao partido


vedação de ingressar em federação, de celebrar coligação nas 2 (duas) eleições seguintes
e, até completar o prazo mínimo remanescente, de utilizar o fundo partidário.

§ 5º Na hipótese de desligamento de 1 (um) ou mais partidos, a federação continuará em


funcionamento, até a eleição seguinte, desde que nela permaneçam 2 (dois) ou mais
partidos.

§ 6º O pedido de registro de federação de partidos encaminhado ao Tribunal Superior


Eleitoral será acompanhado dos seguintes documentos:

I – cópia da resolução tomada pela maioria absoluta dos votos dos órgãos de deliberação
nacional de cada um dos partidos integrantes da federação;

II – cópia do programa e do estatuto comuns da federação constituída;

III – ata de eleição do órgão de direção nacional da federação.

37
353
§ 7º O estatuto de que trata o inciso II do § 6º deste artigo definirá as regras para a
composição da lista da federação para as eleições proporcionais.

§ 8º Aplicam-se à federação de partidos todas as normas que regem as atividades dos


partidos políticos no que diz respeito às eleições, inclusive no que se refere à escolha e
registro de candidatos para as eleições majoritárias e proporcionais, à arrecadação e
aplicação de recursos em campanhas eleitorais, à propaganda eleitoral, à contagem de
votos, à obtenção de cadeiras, à prestação de contas e à convocação de suplentes.

§ 9º Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, de
partido que integra federação.

A lei 14.208/2021 acrescentou o art. 6-A na Lei da Eleições ( 9.504/97) afirmando que as federações serão
regidas pelas mesmas normas que são aplicadas aos partidos políticos. Vamos conhecer a literalidade do
artigo:

Art. 6º-A Aplicam-se à federação de partidos de que trata o art. 11-A da Lei nº 9.096, de 19
de setembro de 1995 (Lei dos Partidos Políticos), todas as normas que regem as atividades
dos partidos políticos no que diz respeito às eleições, inclusive no que se refere à escolha
e registro de candidatos para as eleições majoritárias e proporcionais, à arrecadação e
aplicação de recursos em campanhas eleitorais, à propaganda eleitoral, à contagem de
votos, à obtenção de cadeiras, à prestação de contas e à convocação de suplentes.

Parágrafo único. É vedada a formação de federação de partidos após o prazo de realização


das convenções partidárias.” (suspenso pelo STF)

Vamos destacar alguns pontos relevantes da federação de partidos políticos:

a) Todos os partidos integrantes devem ter registro definitivo no TSE;


b) Deverão permanecer no mínimo por 4 anos;
c) Deve ser constituída até a data final para as convenções partidárias (suspenso pelo STF). Segundo o
entendimento do STF as federações devem ser constituídas e devem obter seu registro no TSE no
mesmo prazo aplicável aos partidos políticos (6 meses antes do pleito).
d) Criou-se uma exceção para as Eleições 2022 – prazo até 31 de maio de 2022.
e) Terá abrangência nacional;
f) Deverão cumprir todas as normas que regem o funcionamento parlamentar e a fidelidade partidária;
g) Se submetem as regras de infidelidade partidária.

Perceba que a federação deve ser constituída para durar pelo menos 4 anos diferentemente do que ocorre
com as coligações que se limitam a um período eleitoral determinado. Perceba que os partidos participantes
da federação não se extinguem como acontece nas fusões, eles continuarão existindo e poderão se retirar
sem nenhuma punição após o prazo de 4 anos.

As federações não enfrentarão a restrição imposta às coligações quanto as eleições proporcionais. A


federação poderá atuar tanto nas eleições proporcionais quanto nas eleições majoritárias.

38
353
Outra diferença é que a federação fará sua prestação de contas de forma conjunta enquanto nas coligações
cada partido faz sua prestação de contas de forma individual.

Recentemente o pleno do STF18, referendou a cautelar deferida parcialmente e suspendeu o inciso III do art.
3º do art. 11-A da Lei 9.096/95 e o parágrafo único do art. 6º-A da Lei 9.504/97. Conferiu ainda
interpretação conforme ao caput do art. 11-A da Lei 9.096/1995. Veja excerto do julgado.

" O Tribunal, por maioria, referendou a cautelar deferida parcialmente, apenas para
adequar o prazo para constituição e registro das federações partidárias e, nesse sentido:
(i) suspendeu o inciso III do § 3º do art. 11-A da Lei nº 9.096/1995 e o parágrafo único
do art. 6º-A da Lei nº 9.504/1997, com a redação dada pela Lei nº 14.208/2021; bem como
(ii) conferiu interpretação conforme à Constituição ao caput do art. 11-A da Lei nº
9.096/1995, de modo a exigir que, para participar das eleições, as federações estejam
constituídas como pessoa jurídica e obtenham o registro de seu estatuto perante o
Tribunal Superior Eleitoral no mesmo prazo aplicável aos partidos políticos; (iii)
ressalvadas as federações constituídas para as eleições de 2022, as quais deverão
preencher tais condições até 31 de maio de 2022.

A resolução TSE 23.670/2021 dispõe sobre as federações de partidos políticos, vamos destacar alguns pontos
importantes vez que tudo é novo nesta matéria:

A federação deverá ser constituída como associação e devidamente registrada no cartório competente do
Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede.

Posteriormente apresentará seu pedido de registro no TSE.

O estatuto deverá conter regras para a composição de listas para as eleições proporcionais, que vinculará
a escolha de candidatos da federação em todos os níveis. É preciso saber como as vagas serão ocupadas.

Depois de deferido o registro e realizadas as anotações necessárias os partidos que compõem a federação
passarão a atuar, em todos os níveis, de forma unificada.

Para fins de aferição da cláusula de desempenho prevista no § 3º do art. 17 da Constituição e no art. 3º da


EC nº 97/2017, será considerada a soma da votação e da representação dos partidos que integram a
federação.

A participação da federação nas eleições somente será possível se o deferimento de seu registro no TSE
ocorrer até 6 (seis) meses antes das eleições, trata-se de regra de isonomia.

Cada partido integrante da federação manterá sua identidade e a autonomia.

18
ADI 7021, Min. Relator Roberto Barroso, 09 de fevereiro de 2022.

39
353
A manutenção e o funcionamento da federação serão custeados pelos partidos políticos que a compõem,
cabendo ao estatuto dispor a respeito.

FILIAÇÃO
Neste capítulo vamos tratar de um assunto bastante relevante para a nossa prova: a filiação partidária. A
matéria é tratada especificamente entre os arts. 16 e 23, da LPP. Essas regras serão a base dos nossos estudos
aqui.

A filiação partidária é condição de elegibilidade. Para o sujeito se filiar ao partido político, deverá estar com
o pleno gozo dos direitos políticos e atender às regras previstas no estatuto.

Vejamos o que disciplina os arts. 16 e 17, da LPP:

Art. 16. Só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos
políticos.

Art. 17. Considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o
atendimento das regras estatutárias do partido.

Parágrafo único. Deferida a filiação do eleitor, será entregue comprovante ao interessado,


no modelo adotado pelo partido.

Em que pese os dispositivos acima, é importante efetuarmos uma ponderação. O TSE tem entendido que,
embora inelegível, é possível que o eleitor se filie. Estudamos que a capacidade eleitoral é ativa e passiva.
Desse modo, se a pessoa puder votar (capacidade eleitoral ativa), mas não puder ser votada (capacidade
eleitoral passiva), poderá se filiar.

Somente não poderá se filiar, portanto, a pessoa que sofrer a perda ou a suspensão dos direitos políticos em
razão da necessidade de pleno gozo dos direitos políticos, que consta do art. 16, da Lei dos Partidos Políticos.
Lembre-se de que a suspensão ou a perda dos direitos políticos (previstas nos incisos do art. 15, da CF) além
de impedir a candidatura (capacidade eleitoral passiva), barra o direito ao voto (capacidade eleitoral passiva).
Nesse caso, não será admissível a filiação de quem não pode participar politicamente, nem mesmo para
exercer o voto.

Para fins de prova, tal distinção somente deve ser levada a efeito caso a questão mencione a distinção e o
entendimento mais aprofundado da matéria. A maioria das questões cobra o texto literal dos dispositivos,
sem entrar em maiores detalhes.

40
353
Vejamos o excerto da ementa19 do Respe nº 9.611/1992:

(...) II - DA NORMA INSCRITA NA ALÍNEA "C", DO INCISO I, DO ART. 1, DA LEI


COMPLEMENTAR N. 64/90 NÃO DECORRE SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS, SENÃO A
PERDA, PELO ESPAÇO DE TEMPO ALI INDICADO, DA CAPACIDADE DE SER VOTADO, OU NO
IMPEDIMENTO TEMPORÁRIO DA CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA, CONTINUANDO O
INDIVÍDUO, ENTRETANTO, COM A CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA (DIREITO DE VOTAR) E
DE PARTICIPAR DE PARTIDOS POLÍTICOS, AFIM DE OBTER FILIAÇÃO PARTIDÁRIA.

Lembre-se, ainda, de que há vedação de atividade político-partidária para alguns:

1- Militares art. 142, § 3º, V da CF/1988;


2- Membros do Ministério Público art. 128, § 5º, II, e da CF/1988;
3- Magistrados art. 95, parágrafo único, III da CF/1988;
4- Membros do TCU art. 73, §§ 3º e 4º da CF/1988;
5- Membros da Defensoria Pública arts. 46, V, 91, V, e 130, V da LC nº 80/1994 e
6- Servidor da Justiça Eleitoral art. 366 do CE/1965.

(QUADRIX/CRN 2º REGIÃO RS – 2020) Acerca dos direitos políticos, julgue o item.


Atualmente, não mais se tem como indispensável a filiação partidária como condição de elegibilidade,
admitindo‐se a chamada candidatura avulsa.
Comentário
A assertiva está incorreta. Como vimos a filiação partidária é condição de elegibilidade prevista no art. 14§3º
da CF.
Art. 14. §3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;

19RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 9611, Acórdão nº 12371 de 27/08/1992, Relator(a) Min. CARLOS MÁRIO DA SILVA
VELLOSO, Publicação: RJTSE - Revista de Jurisprudência do TSE, Volume 4, Tomo 4, Página 124 PSESS - Publicado em Sessão,
Data 27/08/1992 DJ - Diário de Justiça, Data 16/09/1992, Página 15179.

41
353
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
paz;
d) dezoito anos para Vereador.
Além disso o art. 11 §14º da Lei da Eleições veda expressamente a candidatura avulsa. Veja o texto legal:
§14. É vedado o registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha filiação partidária.

--

(COPESE-UFPI/TRF 1º REGIÃO – 2019) Para que alguém possa concorrer a um mandato eletivo, torna-se
necessário o preenchimento de certos requisitos gerais, denominados condições de elegibilidade, e que
não incida numa das inelegibilidades.
São condições de elegibilidade, exceto:
a) Filiação partidária.
b) Alistamento eleitoral.
c) Idade mínima de 45 anos para presidente da República.
d) Pleno exercício dos direitos políticos.
Comentário
A alternativa C é o gabarito da questão, vez que a idade mínima para se candidatar ao cargo de Presidente
da República é 35 anos. Todas as demais alternativas trazem condições de elegibilidade previstas no art. 14§
3º da CF como visto acima.

O art. 18 estabelecia o tempo de filiação partidária. Esse dispositivo, contudo, foi recentemente revogado
pela Lei nº 13.165/2015. Pela recente reforma da legislação eleitoral, O TEMPO MÍNIMO DE FILIAÇÃO
PARTIDÁRIA FOI REDUZIDO DE UM ANO PARA SEIS MESES. Com a Lei nº 13.488/2017 o tempo mínimo de
domicílio eleitoral também foi reduzido para 6 meses!

Assim, em relação ao tempo de filiação partidária, você deve aplicar o art. 9º, da Lei das Eleições. Vejamos:

Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na


respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo
partido no mesmo prazo.

42
353
Portanto...

DOMICÍLIO ELEITORAL pelo menos 6 meses

FILIAÇÃO PARTIDÁRIA pelo menos 6 meses

Esse assunto, entretanto, será aprofundado no estudo da Lei das Eleições.

Devemos lembrar, ainda, que o estatuto do partido poderá estabelecer um tempo superior de filiação para
que o filiado se lance candidato, o que não pode é fixar um prazo menor de seis meses, porque violaria
expressamente o dispositivo que estamos estudando. De todo modo, não é admissível alteração dessa regra
no estatuto do partido no ano das eleições. É nesse sentido, o art. 20, da LPP:

Art. 20. É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação
partidária superiores aos previstos nesta Lei, com vistas à candidatura a cargos eletivos.

Parágrafo único. Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas
à candidatura a cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição.

O art. 19, por sua vez, trata da comunicação da filiação partidária que, pelo nível de informatização atual, se
dá automaticamente, conforme redação atual do dispositivo, dada pela Lei 13.899/2019. Confira:

Art. 19. Deferido internamente o pedido de filiação, o partido político, por seus órgãos de
direção municipais, regionais ou nacional, deverá inserir os dados do filiado no sistema
eletrônico da Justiça Eleitoral, que automaticamente enviará aos juízes eleitorais, para
arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de
candidatura a cargos eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual
constará a data de filiação, o número dos títulos eleitorais e das seções em que estão
inscritos. (Redação dada pela Lei nº 13.877, de 2019)

§ 1º Nos casos de mudança de partido de filiado eleito, a Justiça Eleitoral deverá intimar
pessoalmente a agremiação partidária e dar-lhe ciência da saída do seu filiado, a partir
do que passarão a ser contados os prazos para ajuizamento das ações cabíveis. (Redação
dada pela Lei nº 13.877, de 2019)

43
353
§ 2º Os prejudicados por desídia ou má-fé poderão requerer, diretamente à Justiça
Eleitoral, a observância do que prescreve o caput deste artigo.

§ 3º Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão pleno acesso às


informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.034,
de 2009)

§ 4º A Justiça Eleitoral disponibilizará eletronicamente aos órgãos nacional e estaduais


dos partidos políticos, conforme sua circunscrição eleitoral, acesso a todas as informações
de seus filiados constantes do cadastro eleitoral, incluídas as relacionadas a seu nome
completo, sexo, número do título de eleitor e de inscrição no Cadastro de Pessoa Física
(CPF), endereço, telefones, entre outras. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

O artigo acima modificou redação que previa dois dias específicos ao longo do ano para que os partidos
políticos informassem a relação de filiados. Em razão da informatização atual, o partido lançará o nome do
filiado no sistema próprio que automaticamente enviará informação ao juízo eleitoral para atualização do
cadastro.

Outra informação importante diz respeito à necessidade de intimação pessoal do partido no caso de troca
de partido pelo filiado. Muita atenção, porque essa comunicação não ocorrerá em todas as situações de
alteração de filiação, mas apenas quando a pessoa que trocou de partido ocupa cargo eletivo. A necessidade
da intimação pessoal existe porque podem decorrer consequências se constada infidelidade partidária.

Por exemplo, determinado vereador foi eleito pelo Partido X. No curso do mandato, filiou-se ao Partido Y. O
Juízo eleitoral, ao receber a informação de filiação ao Partido Y (que será automática, via sistema), deve
intimar pessoalmente o Partido X. Ciente, o partido poderá, caso fique caracterizada a desfiliação imotivada,
pleitear a perda do cargo por parte do vereador.

Atualmente, todo esse procedimento é operacionalizado pelo sistema filiaweb, criado por intermédio da
Resolução TSE nº 23.117/2009.

Para encerrar o dispositivo, vamos tecer um breve comentário em relação ao acesso às informações do
castro eleitoral. O órgão nacional e o órgão estadual dos partidos políticos terão acesso às informações que
constam do cadastro eleitoral, relativas aos seus filiados, que serão disponibilizadas eletronicamente.

O art. 10 da Resolução TSE nº 23659/2021 disciplina o acesso ao cadastro eleitoral.

O TSE faculta a prova da filiação por outros elementos, conforme se extrai da Súmula 20, do TSE:

Súmula TSE nº 20/2000

A prova de filiação partidária daquele cujo nome não constou da lista de filiados de que
trata o art. 19 da Lei nº 9.096/95, pode ser realizada por outros elementos de convicção,
SALVO quando se tratar de documentos produzidos unilateralmente, destituídos de fé
pública.

44
353
Conforme vimos até o presente, a desfiliação poderá ocorrer por intermédio do partido político, ao retirar o
nome do eleitor da respectiva lista. Poderá ocorrer, ainda, a pedido do próprio interessado, caso o partido
não o faça nos termos da legislação. Para além dessas hipóteses, o cancelamento da filiação se dará de forma
automática, nos seguintes casos:

Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:

I – morte;

II – perda dos direitos políticos;

III – expulsão;

IV – outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no


prazo de quarenta e oito horas da decisão.

V – filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva zona
eleitoral.

Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente,


devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

A finalidade desses dispositivos que tratam do cadastro de filiados é, segundo o TSE20, de impedir que a dupla
filiação desvirtue o certame eleitoral e não de assegurar, ao eleitor, maior leque de opções quanto ao seu
voto. Quanto a coexistência de filiações o TSE decidiu recentemente que deve ser aproveitada a mais recente
ou a escolhida pelo eleitor, salvo se houver ilícitos nas filiações.21

Aqui não resta outra alternativa: devemos memorizar como se dá a inclusão na lista e como ocorrerá a
retirada do nome do cidadão da lista para evitar a dupla filiação.

 QUANTO À INCLUSÃO DO NOME NA LISTA

20
REspe nº 26.433/2006.
21 REsp nº 060001025/2020

45
353
Deverá inserir os dados do filiado no
sistema eletrônico da Justiça Eleitoral,
que automaticamente enviará aos
juízes eleitorais.
APÓS A FILIAÇÃO, SEGUNDO
NORMATIVA INTERNA DO PARTIDO
Em caso de inércia do partido político,
o interessado comparece e informa a
condição à Justiça Eleitoral.

 QUANTO À RETIRADA DO NOME DO CADASTRO EM RAZÃO DA DESFILIAÇÃO

O partido político informa a


condição de desfiliado.

morte
DESFILIAÇÃO

Em caso de inércia do partido


político, o interessado comparece
e informa a condição à Justiça
Eleitoral. perda dos direitos políticos e
suspensão no caso de
improbidade administrativa
Ocorrerá de forma automática em
caso de:

expulsão

formas previstas no estatuto

Antes de darmos seguimento à matéria, vamos trazer duas observações relevantes:

 Devemos atentar que o art. 22, II, da LPP, acima citado, refere-se apenas à hipótese de
perda dos direitos políticos, NÃO abrangendo, literalmente, as hipóteses de suspensão
dos direitos políticos. De todo modo, conforme ensinamentos de José Jairo Gomes22, no
caso de suspensão, a filiação também permanecerá suspensa. É, inclusive, o que decidiu o

22
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, p. 100.

46
353
TSE ao analisar questão relativa à suspensão dos direitos políticos em decisão de
improbidade administrativa. Entendeu o TSE que, desde o trânsito em julgado da ação civil
de improbidade, temos a perda da filiação partidária23.

 No caso de expulsão, segundo disciplina do art. 22, III, da LPP, de acordo com a doutrina
de Rodrigo Martiniano Ayres Lins24, é necessária a realização de procedimento
administrativo no próprio partido político, para que seja assegurado, ao sujeito que teve a
filiação cancelada, o contraditório e a ampla defesa.

Por fim, quando houver coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, cancelando-se as
demais. Isso não impede, todavia, que eventuais consequências, como a infidelidade partidária e as
apurações criminais eleitorais, resultem a inelegibilidade do candidato.

Em caso de coexistência de filiações partidárias, prevalece a


mais recente, cancelando-se as demais.

O cadastro de filiados, que será administrado pela Justiça Eleitoral, é divulgado aos partidos políticos para
consulta nos termos do §3º, do art. 19:

§ 3º Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão pleno acesso às


informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral.

Vejamos, por fim, o que discorre o art. 21, da LPP, que trata de dever imposto ao cidadão caso pretenda se
desfiliar de partido político. Desse modo, deverá o desfiliado comunicar o:

1. Órgão eleitoral de direção municipal respectivo; e


2. Juiz eleitoral da zona onde estiver inscrito.

Após a comunicação, o vínculo extingue-se no prazo de dois dias.

Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção
municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.

Parágrafo único. Decorridos dois dias da data da entrega da comunicação, o vínculo torna-
se extinto, para todos os efeitos.

23
RO 181.952, 2015, DJe 17/12/2015, TSE.
24
LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, 2ª edição, Rio de Janeiro: Editora Ferreira, 2014, p 224.

47
353
São dois atos para a completa extinção do vínculo...

comunicação ao Juiz
EXTINÇÃO DO VÍNCULO
Eleitoral do domicílio e à decurso de dois dias
COM O PARTIDO
direção municipal do após a comunicação
POLÍTICO
partido político

Vejamos, ainda, uma questão sobre filiação:

(TRE-SP - 2017) Deodoro, engenheiro civil em determinada empresa, é filiado ao partido político “X”, mas
identificou-se com as ideologias do partido “Y”, desejando, então, a este filiar-se. De acordo com a Lei nº
9.096/1995, Deodoro poderá filiar-se ao partido “Y”,
a) apenas se cumprido o período de filiação de doze meses no partido “X”, não sendo necessária, neste caso,
a comunicação do fato ao juiz da respectiva Zona Eleitoral, mantendo dupla filiação.
b) se cancelada, de imediato, a filiação partidária no partido “X”, desde que comunique o fato ao juiz da
respectiva Zona Eleitoral.
c) apenas se prevista essa hipótese no estatuto de ambos os partidos, com comunicação obrigatória ao
partido “X” no prazo previsto nos estatutos.
d) mantendo a filiação ao partido “X”, desde que comunique o fato ao juiz da respectiva Zona Eleitoral.
e) apenas se houver justa causa assim considerada como tal no estatuto do partido “X”, com comunicação
obrigatória ao partido “Y”.
Comentários
Para responder à presente questão, é fundamental conhecer o art. 22, da Lei dos Partidos Políticos.
De acordo com o dispositivo, o cancelamento da filiação se dará de forma automática, nos seguintes casos:
“Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:
V – filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva zona eleitoral”.

48
353
Logo, a alternativa B é a correta e gabarito da questão.

FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR
Em relação ao funcionamento parlamentar, a Lei nº 9.096/1995 traz dois dispositivos. O primeiro deles foi
declarado constitucional pelo STF; e o segundo, inconstitucional. Necessário cuidar para não confundir! O
assunto “funcionamento parlamentar” remete ao estudo da cláusula de barreira.

Podemos conceituar funcionamento parlamentar da seguinte forma:

O funcionamento parlamentar refere-se à organização do


partido político que, dentro das Casas Legislativas, formará uma
bancada, com a constituição de lideranças, para a defesa dos
ideais do partido político.

Em razão do funcionamento parlamentar, os líderes de partido terão a oportunidade de efetuar a defesa dos
seus ideais e a orientação dos seus mandatários nas comissões, discussões e sessões. É o que dispõe o art.
12 da LPP:

Art. 12. O partido político funciona, nas Casas Legislativas, por intermédio de uma bancada,
que deve constituir suas lideranças de acordo com o estatuto do partido, as disposições
regimentais das respectivas Casas e as normas desta Lei.

Esse dispositivo foi objeto de análise pelo STF na ADI nº 1.363-7/200025 que concluiu pela
constitucionalidade do artigo.

Para a nossa prova, portanto, devemos memorizar:

O funcionamento parlamentar, entendido como a constituição


por intermédio de bancada e de lideranças nas respectivas Casas
Legislativas, é constitucional e não ofende o princípio da
autonomia parlamentar.

De acordo com a doutrina, o funcionamento parlamentar viabiliza a participação na tribuna das Casas
Legislativas (são aqueles pronunciamentos nas sessões) e não apenas em plenário.

25
ADI 1.363, Rel. Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno, DJ 19/9/2003.

49
353
Até aí sem problemas! O art. 13, todavia, foi declarado inconstitucional nas ADIs nº 1.351 e nº 1.354.
Segundo entendimento do STF, o requisito denominado de cláusula de barreira, para que o partido tenha
direito ao funcionamento parlamentar, não pode ser aplicado.

A cláusula de barreira previa apoio mínimo de 5% para cada eleição para a Câmara dos Deputados, sem
considerar votos brancos e nulos, para que o partido tenha direito ao funcionamento parlamentar.

Veja o dispositivo que o STF declarou inconstitucional:

Art. 13. Tem direito a funcionamento parlamentar, em todas as Casas Legislativas para as
quais tenha elegido representante, o partido que, em cada eleição para a Câmara dos
Deputados obtenha o apoio de, no mínimo, cinco por cento dos votos apurados, não
computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo menos, um terço dos Estados,
com um mínimo de dois por cento do total de cada um deles.

Trata-se, portanto, de uma cláusula que barra partidos menores, com reduzida representação política,
contrariando preceitos constitucionais, especialmente o pluripartidarismo político. Foi isso que entendeu o
STF26:

Como já vimos a Emenda Constitucional nº 97/2017 criou uma nova cláusula de barreira e agora é regra
constitucional. Significa dizer, o art. 13 continua não aplicável, mas não pela inconstitucionalidade declarada
pelo STF, mas pela superveniência de regra constitucional disciplinando a matéria de forma diversa.

Na redação originária do §3º, do art. 17, bastava a regular constituição do partido para que tivesse direito
ao recebimento de recursos do Fundo Partidário e acesso gratuito ao rádio e à TV.

Com a EC nº 97/2017 foram criadas condições, vamos relembrar?

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à


televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas;

26
ADI 1.351, Rel. Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno, DJ 29/6/2007.

50
353
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.

Para a prova:

PARA RECEBER RECURSOS DO FUNDO E PARA TER DIREITO DE USAR


GRATUITAMENTE RÁDIO E TV O PARTIDO DEVE:

• obter, pelo menos, 3% dos votos válidos para a última eleição para a Câmara dos
Deputados distribuídos 1/3 das unidades da Federação com, no mínimo 2% dos votos em
cada uma delas; OU
• tiver, pelo menos, 15 Deputados Federais distribuídos em, pelo menos, 1/3 das unidades
da Federação

Essa regra somente será aplicada plenamente nas eleições de 2030. Até lá, vamos observar, outros critérios
progressivos de restrição ao acesso ao rádio e à TV. Para fins da nossa prova, vale apenas a leitura atenta aos
dispositivos da própria emenda que tratam do tema:

Art. 3º O disposto no § 3º do art. 17 da Constituição Federal quanto ao acesso dos partidos


políticos aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão
aplicar-se-á a partir das eleições de 2030.

Parágrafo único. Terão acesso aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita no
rádio e na televisão os partidos políticos que:

I - na legislatura seguinte às eleições de 2018:

a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 1,5% (um e meio por
cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação,
com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou

b) tiverem elegido pelo menos nove Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação;

II - na legislatura seguinte às eleições de 2022:

a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2% (dois por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou

51
353
b) tiverem elegido pelo menos onze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação;

III - na legislatura seguinte às eleições de 2026:

a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2,5% (dois e meio
por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 1,5% (um e meio por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou

b) tiverem elegido pelo menos treze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.

2018 => 1,5% dos votos válidos + 1/3 das UF + 1% em cada uma delas OU 9 Deputados Federais
+ 1/3 das UF;

2022 => 2% dos votos válidos + 1/3 das UF + 1% em cada uma delas OU 11 Deputados Federais
+ 1/3 das UF;

2026 => 2,5% dos votos válidos + 1/3 das UF + 1,5% em cada uma delas OU 13 Deputados Federais
+ 1/3 das UF;

2030 => 3% dos votos válidos + 1/3 das UF + 2% em cada uma delas OU 15 Deputados Federais
+ 1/3 das UF

(QUADRIX/CREF 11º REGIÃO MS/MT – 2019) Julgue o item, relativo a partidos políticos.
Os requisitos constitucionais para atendimento à cláusula de barreira são alternativos, não cumulativos.
Comentários
A assertiva está correta. Os requisitos constitucionais para atendimento à cláusula de barreira
são alternativos, basta que o partido político cumpra um deles e receberá os recursos do fundo partidário e
acesso gratuito ao rádio e televisão.

--

(VUNESP/PREFEITURA DE ARUJÁ – SP – 2019) A respeito da disciplina constitucional para acesso dos


partidos políticos ao fundo partidário no Brasil, a partir do quanto previsto em função das alterações

52
353
promovidas pela Emenda Constitucional 97/2017, é certo afirmar que, para as eleições de 2030, terão
acesso aos recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e televisão:
a) todos os partidos políticos, uma vez que a Constituição expressamente assegura não apenas a criação,
fusão, incorporação e extinção, mas também um tratamento isonômico entre eles.
b) somente os partidos políticos que tenham lançado candidatos aos cargos de Presidente ou Vice-Presidente
da República, bem como no mínimo cinco nomes aos cargos de deputados ou senadores.
c) somente aqueles que, cumulativamente, obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no
mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas, e tiverem elegido
pelo menos 15 senadores.
d) somente aqueles que, alternativamente, obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no
mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas, ou tiverem elegido
pelo menos quinze deputados federais distribuídos em pelo menos 9 Estados do país.
e) todos os partidos políticos que, até 6 meses antes do pleito eleitoral, tenham registrado os respectivos
Estatutos perante o Tribunal Superior Eleitoral.
Comentários
A alternativa A está incorreta. A EC 97/17 criou condições específicas para que os partidos possam ter acesso
ao fundo partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão.
A alternativa B está incorreta. Os requisitos a serem alcançados são: 3% dos votos válidos em 1/3 das
Unidades da Federação com 2% em cada uma delas OU 15 Deputados Federais em 1/3 das Unidades da
Federação.
A alternativa C está incorreta. Pois os requisitos são alternativos e não cumulativos, logo o “e” deve ser
substituído por “ou”.
A alternativa D está correta. É exatamente o que prevê o §3º do art. 17 da CF.
A alternativa E está incorreta. A assertiva também não observa as regras da cláusula de barreira.

Sigamos!

PROGRAMA E ESTATUTO
Na sequência dos nossos estudos, vejamos, objetivamente, as regras da Lei nº 9.096/1995 relativas ao
programa e ao estatuto dos partidos políticos.

 Por programa compreende-se a enumeração dos propósitos do partido político, o qual


define os objetivos políticos.

 Por estatuto compreende-se o regulamento que rege o partido político, que, entre
outras regras, fixa a estrutura interna, a organização e o funcionamento da agremiação.

53
353
Vejamos:

Art. 14. Observadas as disposições constitucionais e as desta Lei, o partido é livre para fixar,
em seu programa, seus objetivos políticos e para estabelecer, em seu estatuto, a sua
estrutura interna, organização e funcionamento.

Desse modo...

PROGRAMA objetivos políticos

ESTATUTO estrutura interna organização funcionamento

O estatuto é um documento complexo que deverá conter uma série de normas. Vejamos:

Art. 15. O estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre:

I - nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede no território nacional;


(Redação dada pela Lei nº 13.877, de 2019)

II – filiação e desligamento de seus membros;

III – direitos e deveres dos filiados;

IV – modo como se organiza e administra, com a definição de sua estrutura geral e


identificação, composição e competências dos órgãos partidários nos níveis municipal,
estadual e nacional, duração dos mandatos e processo de eleição dos seus membros;

V – fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das infrações e aplicação das
penalidades, assegurado amplo direito de defesa;

VI – condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas;

VII – finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os habilitem a apurar


as quantias que os seus candidatos possam despender com a própria eleição, que fixem os
limites das contribuições dos filiados e definam as diversas fontes de receita do partido,
além daquelas previstas nesta Lei;

VIII – critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível
municipal, estadual e nacional que compõem o partido;

IX – procedimento de reforma do programa e do estatuto.

54
353
Devemos lembrar que, embora o art. 15, III, da Lei nº 9.096/1995, estabeleça que o estatuto deverá abranger
direitos e deveres dos filiados ao partido político, uma pergunta se impõe: é possível estabelecer direitos
específicos para determinadas categorias de membros do partido político? Por exemplo, aos membros
mais antigos asseguram-se maiores prerrogativas, comparados ao membros recém-filiados?

NÃO! NÃO É POSSÍVEL TAL DISTINÇÃO COM FUNDAMENTO NO ART. 4º, DA LEI nº 9.096/1995.

Vejamos:

Art. 4º Os filiados de um partido político têm iguais direitos e deveres.

Aprofundando um pouco:

Por que se veda tal diferenciação?

Segundo a eficácia horizontal dos direitos fundamentais, é vedado estabelecer critérios diferenciados entre
pessoas nas mesmas condições, sob pena de violação ao princípio da igualdade! Agora confundiu tudo!
Calma, pessoal, o assunto é bastante tranquilo, Vejamos!

Em Direito Constitucional, estudamos que os direitos e as garantias fundamentais foram pensados para
serem aplicados apenas nas relações entre Estado e cidadãos, uma relação hierarquizada, de superioridade
da Administração e do interesse público, em face dos particulares e respectivos interesses privados. Desse
modo, sempre se arguiu que os direitos e as garantias fundamentais possuem eficácia vertical, no sentido de
que constituem prerrogativas jurídicas conferidas às pessoas para proteção contra os arbítrios que o Estado
possa praticar sob o argumento de defesa do interesse público.

Nada mais é do que uma maneira de limitar os interesses estatais, de forma a harmonizá-los com os direitos
essenciais das pessoas, tal como o direito à igualdade. Correto?

E o que isso tem a ver com as relações privadas e com o tratamento entre filiados num
partido político?

A doutrina e, posteriormente, a jurisprudência passaram a compreender que os direitos e as garantias


fundamentais, guardadas as devidas proporções, podem ser aplicados às relações privadas. Desse modo,
numa relação condominial, por exemplo, não poderá um condômino ter mais ou menos direitos que outros
condôminos. Defende-se, portanto, a aplicação dos direitos fundamentais às relações interprivadas, entre

55
353
as quais não se observa qualquer relação de hierarquia ou de subordinação. Por isso se afirma que a
igualdade entre condôminos se funda na eficácia horizontal dos direitos fundamentais. O exemplo citado é
o paradigma jurisprudencial da matéria. A partir daí, várias outras construções interpretativas exsurgiram.

A nós interessa a relação entre filiados nos partidos políticos. Todos os filiados sujeitam-se às mesmas regras
e defendem os mesmos ideais. Não há sentido em dotar um, ou alguns, dos grupos com mais, ou menos,
direitos que outros. Em razão disso, com fundamento na eficácia horizontal dos direitos fundamentais, os
filiados possuem os mesmos direitos! Bacana, não?

Quanto ao inciso IX é importante ressaltar que a EC 111/2021 restringiu o objeto de análise do TSE quando
ocorrer reforma no programa ou estatuto do partido, apenas poderão analisar os dispositivos que sofreram
alteração.

EC nº 111/2021, art. 3º, inciso II: “[...] nas anotações relativas às alterações dos estatutos
dos partidos políticos, serão objeto de análise pelo Tribunal Superior Eleitoral apenas os
dispositivos objeto de alteração”.

O inciso X foi inserido pela lei 14.192/2021, assim tem grande possibilidade de ser cobrado na sua prova.

X - prevenção, repressão e combate à violência política contra a mulher.

O artigo 7º da Lei 14.192/2021 determinou a obrigatoriedade de adequação dos estatutos dos


partidos políticos no prazo de 120 dias da data de sua publicação (05/08/2021). Veja o artigo:

Art. 7º Os partidos políticos deverão adequar seus estatutos ao disposto nesta Lei no prazo
de 120 (cento e vinte) dias, contado da data de sua publicação.

Em síntese:

 Eficácia Vertical

ESTADO

SOCIEDADE

 Eficácia Horizontal

SOCIEDADE SOCIEDADE

56
353
Após o parêntese acima, é importante reforçar quais são as normas que devem, necessariamente, constar
do Estatuto do partido político:

NORMAS QUE DEVEM CONSTAR DO ESTATUTO


• nome, denominação abreviada e estabelecimento da sede na Capital Federal;
• filiação e desligamento de seus membros;
• direitos e deveres dos filiados;
• modo como se organiza e administra;
• fidelidade e disciplina partidárias;
• condições e forma de escolha de seus candidatos;
• finanças e contabilidade;
• critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário;
• procedimento de reforma do programa e do estatuto.
• prevenção, repressão e combate à violência política contra a mulher.

Para finalizamos o capítulo, vejamos o que dispõe o art. 15-A, da Lei dos Partidos Políticos27, que estabelece
a autonomia entre os órgãos municipal, estadual e nacional para fins de responsabilização cível ou
trabalhista do partido político.

Art. 15-A. A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe EXCLUSIVAMENTE ao


órgão partidário municipal, estadual ou nacional que tiver dado causa ao não
cumprimento da obrigação, à violação de direito, a dano a outrem ou a qualquer ato ilícito,
excluída a solidariedade de outros órgãos de direção partidária.

Parágrafo único. O órgão nacional do partido político, quando responsável, somente


poderá ser demandado judicialmente na circunscrição especial judiciária da sua sede,
inclusive nas ações de natureza cível ou trabalhista.

27 Parte da doutrina afirma que esse art. é inconstitucional, pois a personalidade jurídica é única. A divisão em órgão nacional,

regionais e municipais é de mera organização, ainda que contenham CNPJ distintos. A real personalidade jurídica de direito
privado é do partido político. Os CNPJs existentes constituem exigência da legislação para administração da conta bancária
específica. Logo, não há como se falar subsidiariedade ou solidariedade. Esse é o entendimento de MEDEIROS, Marcílio
Nunes. Legislação Eleitoral – comentada artigo por artigo. Bahia: Editora JusPodvim, 2017, p. 1202/3. Esse assunto será
aprofundado em questões discursivas.

57
353
Desse modo, se o órgão municipal der causa a um ilícito civil, sujeitando-se à obrigação de reparação,
somente esse órgão poderá ser compelido a pagá-lo, não havendo que se falar em responsabilização do
órgão estadual respectivo ou do órgão nacional, exceto se restar demonstrado o nexo de causalidade.

O STF28 recentemente considerou o art. 15-A da LPP constitucional.

Não há responsabilidade solidária entre os diretórios partidários municipais, estaduais e


nacionais pelo inadimplemento de suas respectivas obrigações ou por dano causado,
violação de direito ou qualquer ato ilícito.

Esse artigo 15 costuma ser muito cobrado em provas, por isso, muita atenção.

FIDELIDADE E DISCIPLINA PARTIDÁRIAS

1 - Conceito de fidelidade partidária

Segundo a CF, no art. 17, §1º, o partido político deverá estabelecer normas de disciplina e de fidelidade
partidárias.

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, VEDADA a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)

Não há, na legislação eleitoral, muito menos na CF, a definição do que seja fidelidade partidária. Desse modo,
devemos nos socorrer aos doutrinadores e à jurisprudência, especialmente aos julgados do TSE.

Rodrigo Martiniano Ayres Lins29 traz um conceito geral de infidelidade partidária:

Entende-se, de forma geral, que a infidelidade partidária estará presente quando o afiliado
deixar de cumprir, sem “justa causa”, os deveres e as obrigações estabelecidas pelo
partido político, aí incluindo, por evidente, a hipótese de filiação à nova agremiação no
curso do mandato.

28 STF. Plenário. ADC 31/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/9/2021 (Info 1031).
29
LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, 2ª edição, Rio de Janeiro: Editora Ferreira, 2014, p 228.

58
353
Há, portanto, imposição ao filiado para que observe o programa do partido político, especialmente quando
for eleito. Desse modo, para fins de prova...

Dever estabelecido ao filiado, especialmente


FIDELIDADE PARTIDÁRIA após eleito, de observar o programa do partido
político.

2 - Disciplina partidária

No mesmo sentido está o art. 24, da LPP:

Art. 24. Na Casa Legislativa, o integrante da bancada de partido deve subordinar sua ação
parlamentar aos princípios doutrinários e programáticos e às diretrizes estabelecidas
pelos órgãos de direção partidários, na forma do estatuto.

Ademais, segundo o art. 23, eventuais violações às normas do partido sujeitarão o infrator à apuração e à
punição internas. Essas tipificações devem estar previstas no estatuto. Além disso, deve ser garantido, ao
filiado, o direito de defesa.

Art. 23. A responsabilidade por violação dos deveres partidários deve ser apurada e
punida pelo competente órgão, na conformidade do que disponha o estatuto de cada
partido.

§ 1º Filiado algum pode sofrer medida disciplinar ou punição por conduta que não esteja
tipificada no estatuto do partido político.

§ 2º Ao acusado é assegurado amplo direito de defesa.

Vejamos, ainda, o art. 25:

Art. 25. O estatuto do partido poderá estabelecer, além das medidas disciplinares básicas
de caráter partidário, normas sobre penalidades, inclusive com desligamento temporário
da bancada, suspensão do direito de voto nas reuniões internas ou perda de todas as
prerrogativas, cargos e funções que exerça em decorrência da representação e da
proporção partidária, na respectiva Casa Legislativa, ao parlamentar que se opuser, pela
atitude ou pelo voto, às diretrizes legitimamente estabelecidas pelos órgãos partidários.

Em síntese...

59
353
O ESTATUTO PODERÁ ESTABELECER

medidas disciplinares

normas sobre penalidades, inclusive com desligamento temporário,


suspensão do direito de voto ou perda de todas as prerrogativas

3 - Desfiliação Imotivada

Esse assunto é bastante importante e complexo. Isso porque sofreu inúmeras alterações de entendimento
na doutrina, na jurisprudência do TSE e do STF e, inclusive, na legislação. Em face disso, é um assunto que
tem sido explorado com frequência em provas de concurso público. Diante disso, vamos tratar do tema de
forma minuciosa. Ao final, faremos um esquema que nos permitirá criar o roteiro mental para resolução de
questões que envolvem o assunto.

Vamos lá?!

Para começar, devemos compreender o que significa a desfiliação imotivada. A desfiliação decorre do ato
de se desligar do partido político ao qual estava filiado. Se ela ocorrer sem que o partido político dê causa
a essa desfiliação, será denominada de desfiliação imotivada.

Em relação àquele que é tão somente filiado a partido político não há qualquer problema. Poderá se desfiliar
quando quiser! Contudo, a discussão fica um pouco mais complexa quando o filiado foi eleito e deseja se
desligar do partido.

Acredita-se que, uma vez eleito, o detentor de mandato político-eletivo irá respeitar o programa e a ideologia
do partido que o escolheu em convenções como candidato. Há um dever de respeito a esse partido.

Como nada impede que a pessoa se desfilie, a questão fica por conta das consequências!

Ao estudar as condições de elegibilidade, uma delas é a filiação partidária. Assim, se um cidadão desejar
concorrer a cargo eletivo, deverá estar filiado a um partido político, entre outras condições. Uma vez filiado
– e preenchidas as demais condições – a pessoa poderá ser votada. Mas, por outro lado, assume a
responsabilidade de respeitar e de defender os ideais do partido.

60
353
Para fins do nosso estudo, a desfiliação imotivada será aquela efetuada pelo detentor de mandato que se
desfiliar sem justificativa do partido ao qual esteve vinculado nas eleições.

Veja o art. 26:

Art. 26. Perde automaticamente a função ou cargo que exerça, na respectiva Casa
Legislativa, em virtude da proporção partidária, o parlamentar que deixar o partido sob
cuja legenda tenha sido eleito.

Segundo entendimento jurisprudencial antigo, desse dispositivo não era possível extrair que a desfiliação
imotivada implicava a perda do mandato eletivo. Esse entendimento foi adotado pelo STF no MS nº 20.927.
Afirmou-se, à época, que tal conclusão era inviável porque a CF não adotava o princípio da fidelidade
partidária.

Veja30:

- MANDADO DE SEGURANÇA. FIDELIDADE PARTIDÁRIA. SUPLENTE DE DEPUTADO FEDERAL.


- EM QUE PESE O PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO PROPORCIONAL E A REPRESENTAÇÃO
PARLAMENTAR FEDERAL POR INTERMÉDIO DOS PARTIDOS POLÍTICOS, NÃO PERDE A
CONDIÇÃO DE SUPLENTE O CANDIDATO DIPLOMADO PELA JUSTIÇA ELEITORAL QUE,
POSTERIORMENTE, SE DESVINCULA DO PARTIDO OU ALIANCA PARTIDÁRIA PELO QUAL SE
ELEGEU. - A INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA FIDELIDADE PARTIDÁRIA AOS
PARLAMENTARES EMPOSSADOS SE ESTENDE, NO SILÊNCIO DA CONSTITUIÇÃO E DA LEI,
AOS RESPECTIVOS SUPLENTES. - MANDADO DE SEGURANÇA INDEFERIDO.

Esse entendimento, contudo, NÃO É O ADOTADO!

Após realização de consulta perante o TSE, novo entendimento foi construído. Por intermédio da Consulta
nº 1.398/2007, o TSE fixou entendimento de que os partidos políticos conservam o direito à vaga obtida
PELO SISTEMA PROPORCIONAL, em caso de pedido de cancelamento de filiação ou de transferência da
filiação do candidato eleito para outro partido.

Esse mesmo entendimento, aplicado, inicialmente, para as eleições no sistema proporcional, foi estendido
para o sistema majoritário por intermédio da Consulta nº 1.407/2007.

30
MS 20.927, Rel. Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, DJ 15/4/1994.

61
353
Segundo José Jairo Gomes31:

O vínculo de um candidato ao Partido Político pelo qual se registra e disputa uma eleição é
o mais forte, se não o único, elemento de sua identidade política, podendo ser afirmado
que o candidato não existe fora do Partido Político e nenhuma candidatura é possível fora
de uma bandeira partidária.

Houve, portanto, uma reviravolta no entendimento! Para o TSE, no ano de 2007, O MANDATO É DO PARTIDO
E NÃO DO CANDIDATO ELEITO. Esse entendimento foi adotado pelo TSE em relação a TODOS OS CARGOS
ELETIVOS.

Esse entendimento, inclusive, foi seguido pelo STF que mudou sua jurisprudência. Vejamos a ementa do MS
nº 26.602/200832:

Conforme extrai-se do julgado citado, existem hipóteses em que a desfiliação não importará a perda do
mandato. Essas hipóteses eram definidas caso a caso pelo TSE, seja em entendimentos jurisprudenciais, seja
no exercício do poder normativo. Desse modo, vejamos, abaixo, algumas situações33 que não eram
consideradas hipóteses de infidelidade partidária:

 incorporação ou fusão do partido político.

 criação de novo partido político.

 mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário.

 grave discriminação pessoal.

 autorização do partido político.

Em razão disso tudo, o STF34 entendia que a ruptura do detentor do mandato político eletivo com o partido
político poderia implicar a perda do mandato político eletivo, tanto em relação aos cargos escolhidos pelo
sistema majoritário (Presidente e vice-Presidente, Governador e vice-Governador, Senador da República,
Prefeitos e vice-Prefeitos) como aos eleitos pelo sistema proporcional (Deputados Federais e Estaduais e
Vereadores). Dessa forma, o partido político interessado poderia pedir, na Justiça Eleitoral, a decretação da
perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa.

31
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, p. 102.
32
MS 26602, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 04/10/2007, DJe-197 DIVULG 16-10-2008 PUBLIC 17-
10-2008 EMENT VOL-02337-02 PP-00190 RTJ VOL-00208-01 PP-00072.
33 Com base em LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, 2ª edição, Rio de Janeiro: Editora Ferreira,

2014, p. 230.
34
MS 26.603/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno, DJ 19.12.2008.

62
353
O próprio TSE editou uma norma infralegal para tratar das hipóteses acima, a Resolução TSE nº 22.610/2007.
Nesse ato normativo infralegal, o TSE entendeu que a perda do cargo eletivo poderia ocorrer em relação a
todos os mandatos, desde que não se enquadrasse nas hipóteses de justa causa.

Esse entendimento, contudo, NÃO É O ADOTADO ATUALMENTE!

Mantenha a concentração e continue a leitura!

TIVEMOS MUDANÇAS NOVAMENTE!

Por um lado, há nova jurisprudência do STF a respeito do tema, por outro o Congresso Nacional editou a
Reforma Eleitoral de 2015 (Lei nº 13.165/2015) com regras sobre o tema e, ainda, temos uma Súmula do TSE
que trata especificamente sobre esse assunto.

Parece uma confusão! Contudo, você irá notar que o entendimento está consolidado. Não há como errar
questões de prova sobre esse assunto.

Vamos por partes...

 ADI nº 5.081/STF

No julgamento da ADI nº 5.081, o STF distinguiu duas disciplinas diferenciadas acerca da desfiliação
imotivada, uma a ser aplicada para os cargos do sistema majoritário, outro para os cargos do sistema
proporcional.

 sistema majoritário: a desfiliação imotivada do partido político pelo detentor do


mandato perante o qual foi eleito NÃO IMPLICA A PERDA DO CARGO.

Entende o STF que, em relação aos cargos cujos políticos são escolhidos pelo sistema
majoritário, a perda do cargo pela desfiliação implica violação à soberania popular, em
face da escolha feita pelo eleitor. Entende-se que, nas eleições pelo sistema majoritário,
vota-se na pessoa do político e não na sigla partidária.

 sistema proporcional: a desfiliação imotivada do partido político pelo detentor do


mandato perante o qual foi eleito IMPLICA A PERDA DO CARGO.

63
353
Em síntese, do julgamento da ADI nº 5.081 ressalta-se...

caso seja ocupante de cargo


NÃO HÁ PERDA
político-eletivo escolhido
DO CARGO
pelo sistema majoritário

DESFILIAÇÃO IMOTIVADA

caso seja ocupante de cargo


PERDE-SE O
político-eletivo escolhido
MANDATO
pelo sistema proporcional

Vejamos mais uma questão:

(VUNESP/PREFEITURA DE SÃO ROQUE - SP – 2020) Com base na jurisprudência do Supremo Tribunal


Federal, é correto afirmar que não podem perder o mandato por infidelidade partidária em razão da
transferência voluntária de agremiação os ocupantes dos cargos de
a) Vereador e Deputado Federal.
b) Prefeito e Senador.
c) Deputado Estadual e Governador.
d) Presidente da República e Deputado Federal.
e) Senador e Deputado Estadual.
Comentários
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Para responder de forma correta o candidato precisava
escolher os cargos eleitos pelo sistema majoritário.
Vejamos:

64
353
Sistema Majoritário: PRESIDENTE, GOVERNADORES, PREFEITOS e SENADORES**
Sistema Proporcional: DEPUTADOS FEDERAIS/ESTADUAIS/DISTRITAIS e VEREADORES.
Cuidado!!! Lembre-se de que o SENADOR é eleito pelo sistema majoritário.

Vejamos a segunda alteração recente...

 Lei nº 13.165/2015 (Reforma Eleitoral)

Com a Reforma, houve a incorporação do art. 22-A à LPP, vejamos:

Art. 22-A. PERDERÁ o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa
causa, do partido pelo qual foi eleito.

Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária SOMENTE as


seguintes hipóteses:

I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;

II - grave discriminação política pessoal; e

III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término
do mandato vigente.

Até então não tínhamos a previsão expressa na legislação de que a desfiliação sem justa causa implicaria a
perda do cargo político-eletivo. Agora, com a Lei nº 13.165/2015, temos!

De acordo com o dispositivo citado, APENAS três situações constituem justa causa para a desfiliação. Ou
seja, são três hipóteses em que o detentor do cargo político-eletivo poderá se desfiliar e, ainda assim, não
perderá o cargo político-eletivo. Vejamos:

1ª hipótese: se houver alterações substanciais no programa do partido, ou no caso de não


observância do programa partidário, o detentor do mandato político eletivo poderá se
desfiliar sem a perda do cargo que ocupa. Afinal, se houve mudança na ideologia do partido
não significa que os filiados (e mandatários) sejam obrigados a mudar de ideologia
também.

2ª hipótese: se o partido político praticar grave discriminação política contra o detentor do


cargo político eletivo, ele poderá se desfiliar sem consequência para o seu mandato.

Por exemplo, um deputado federal é perseguido e deixado de lado no partido em razão de


rixas internas, tendo dificuldade para atuar dentro do partido político, embora esteja filiado
e seja ocupante de cargo eletivo.

65
353
3ª hipótese: se o detentor do cargo político eletivo decidir mudar de partido no período de
30 dias antes do prazo de seis meses de filiação, quando próximo do término do mandato,
também não haverá perda do cargo político eletivo. Trata-se da janela de desfiliação.

Em forma de uma linha do tempo:

30 dias antes dos 6


meses eleições

6 meses antes das


eleições

No exemplo acima, no período que intermedeia os “30 dias antes dos 6 meses” e os “seis
meses que antecedem às eleições”, quem estiver ocupando cargo eletivo poderá se
desfiliar, sem perder o cargo, em razão dessa regra.

Temos, na realidade, um período de 30 dias para a troca de partidos, caso o político eleito
deseje concorrer novamente às eleições por outro partido político.

A EC 111/2021 acrescentou um parágrafo ao art. 17 da CF. O §6º do art. 17 trouxe uma nova hipótese de
justa causa que é a anuência do partido político. O TSE já entendia que a carta de anuência expedida pelo
partido permitia a desfiliação sem as consequências da infidelidade partidária. Este parágrafo procurou
detalhar um pouco o instituto. Vamos ao texto constitucional:

Art. 17. § 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os


Vereadores que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o
mandato, salvo nos casos de anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa
estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a migração de partido para fins
de distribuição de recursos do fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso
gratuito ao rádio e à televisão.

Em face dessas alterações, vamos apontar algumas questões específicas e, por fim, trazer o esquema que
você levará para a prova...

 OBSERVAÇÃO 1: a incorporação ou a fusão de partido político deixa de ser hipótese que


justificava a desfiliação.

Na Resolução TSE nº 22.610/2007, havia regra que previa que a desfiliação em razão da
incorporação ou fusão com outros partidos justificava eventual desejo do detentor de
mandato político eletivo se desfiliar. Embora não haja total consenso35 na doutrina e na
jurisprudência, o entendimento é no sentido de que apenas as hipóteses do art. 22-A da

35
Cite-se, ilustrativamente, o posicionamento de João Paulo de Oliveira para quem o art. 22-A da Lei 9.096/1995 e a
Resolução TSE 22.610/2007 são aplicadas conjuntamente.

66
353
Lei dos Partidos Políticos se aplicam, não sendo admissível a adoção de regras
regulamentadas revogadas pela edição de norma específica.

 OBSERVAÇÃO 2: a criação de partido político também deixa de ser hipótese que justifica
a desfiliação.

Pelo mesmo motivo acima exposto, deixa de ser hipótese de desfiliação, pois atualmente
as hipóteses adotadas são apenas aquelas que estão no art. 22-A, da Lei.

 OBSERVAÇÃO 3: o art. 22-A, da LPP, não diferencia a questão da infidelidade em relação


a ocupantes de cargos políticos decorrentes do sistema proporcional ou majoritário.

Esse é um detalhe importante para a resolução de questões objetivas de prova. Se na sua


prova vier para julgar como verdadeiro ou falso apenas a seguinte afirmativa:

“Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do
partido pelo qual foi eleito”.

Certo ou errado?

CERTO!

Embora esteja incompleto em razão de que a perda ocorre efetivamente apenas em


relação aos políticos que foram eleitos pelo sistema proporcional, não podemos falar que
a regra está equivocada.

Vejamos duas questões sobre esse tema:

(IBFC/TRE-PA – 2020) De acordo com notícia divulgada no site eletrônico da UOL em Novembro de 2019,
o presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou sua desfiliação do PSL, uma semana depois de se reunir com
deputados aliados a quem afirmou que vai criar uma nova sigla, que se chamará Aliança pelo Brasil". Sobre
o tema, assinale a alternativa correta, com base, unicamente, na Lei nº 9.096 de 1995 e suas alterações.
a) Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi
eleito
b) O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do Registro Civil das
Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos seus fundadores, em número nunca inferior
a 100 (cem), com domicílio eleitoral em, no mínimo, 1% (um por cento) dos Estados

67
353
c) A filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva Zona Eleitoral, não
constitui causa de cancelamento imediato da filiação partidária
d) Considera-se justa causa para a desfiliação partidária a mudança de partido efetuada durante o período
de quinze dias que sucede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou
proporcional, ao término do mandato vigente.
Comentários
A alternativa A está correta. Veja que o examinador tenta confundir o candidato quando usa o exemplo de
desfiliação de um cargo majoritário, mas solicita a resposta apenas com base na Lei dos Partidos Políticos. A
assertiva é a transcrição do Art.22-A.
“Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi
eleito.”
A alternativa B está incorreta. Como já estudamos o requerimento do registro de partido político, dirigido
ao cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos
seus fundadores, em número nunca inferior a 101 (cento e um), com domicílio eleitoral em, no mínimo, 1/3
(um terço) dos Estados.
A alternativa C está incorreta. O art. 22 da LPP prevê o cancelamento imediato da filiação partidária caso
ocorra a filiação a outro partido e a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva Zona Eleitoral.
A alternativa D está incorreta. O erro da assertiva está no prazo que é de 30 dias e não de 15 dias como
afirmado.

--

(MPE-SC/BANCA PRÓPRIA– 2019) Julgue o item abaixo:


De acordo com a Lei n. 9.096/1995, perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem
justa causa, do partido pelo qual foi eleito. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente
as seguintes hipóteses: mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; grave
discriminação política pessoal; e mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede
o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do
mandato vigente.
Comentários
A assertiva foi considerada correta. A questão trouxe os incisos do parágrafo único do art. 22-A da LPP.
Atente-se, ainda, que a questão considerou essas são as únicas hipóteses de justa causa.
ARTIGO 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido
pelo qual foi eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as seguintes hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido
em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente.

68
353
 Súmula TSE 67:

Súmula TSE 67

A perda do mandato em razão da desfiliação partidária não se aplica aos candidatos eleitos
pelo sistema majoritário.

Portanto, a discussão foi eliminada com a edição da Súmula TSE 67 que esclareceu que a perda do mandato
em razão de desfiliação imotivada aplica-se apenas aos cargos proporcionais.

Portanto, a perda do mandato em razão da mudança de partido aplica-se apenas aos candidatos eleitos
pelo proporcional (Deputados Federais, Deputados Estaduais e Vereadores).

REGRA perda do cargo político eletivo

caso de mudança substancial ou


desvio reiterado do programa
DESFILIAÇÃO IMOTIVADA
partidário

grave discriminação política


NÃO PERDERÁ O CARGO pessoal
APENAS EM

mudança de partido nos 30 dias


anteriores ao prazo de filiação
(de 6 meses) próximo do
término do mandato

69
353
JANELA PARA TROCA DE PARTIDO (EMENDA
CONSTITUCIONAL Nº 91/2016)
Recentemente tivemos mais uma alteração na Constituição, agora promovida pela Emenda Constitucional
nº 91/2016.

Primeiro uma curiosidade: trata-se de uma Emenda Constitucional “avulsa”. É estranho, mas diferentemente
das demais, ela não altera nenhum dispositivo da CF, nem mesmo acrescenta algum dispositivo nos ADCT.
Ela simplesmente traz uma espécie de adendo à CF.

Enfim, a Emenda prevê a possibilidade, em caráter excepcional e por um período determinado, de desfiliação
partidária sem prejuízo do mandato.

Vamos iniciar com a literalidade da Emenda, informação fundamental para provas objetivas:

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 91, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2016

Altera a Constituição Federal para estabelecer a possibilidade, excepcional e em período


determinado, de desfiliação partidária, sem prejuízo do mandato.

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da


Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:

Art. 1º É facultado ao detentor de mandato eletivo desligar-se do partido pelo qual foi
eleito nos trinta dias seguintes à promulgação desta Emenda Constitucional, sem prejuízo
do mandato, NÃO sendo essa desfiliação considerada para fins de distribuição dos
recursos do Fundo Partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e televisão.

Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, em 18 de fevereiro de 2016.

Permitiu-se que o detentor de cargo político-eletivo pudesse mudar de partido político no período entre 19
de fevereiro e 19 de março, sem prejuízo do mandado. Vamos com calma!

Para concorrer a mandato político-eletivo é necessário estar filiado a partido político. Essa condição de
elegibilidade é fixada na Constituição e regulamentada na legislação eleitoral, com destaque para a Lei das
Eleições. Desse modo, o político mantém lastro com o partido perante o qual fora eleito.

Assim, sempre houve a discussão se, em caso de desfiliação imotivada de deputados federais e estaduais e
de vereadores, o detentor do cargo sofreria a consequência de perder o mandato político que ocupasse.

Vamos focar a atenção para a terceira hipótese de justa causa trazida no inc. III.

70
353
Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa,
do partido pelo qual foi eleito.

Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as


seguintes hipóteses:

III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término
do mandato vigente.

Será considerada justa causa para a desfiliação a mudança de partido que ocorrer durante
o período de 30 dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à
eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente.

Essa regra criou a primeira “janela” para a troca partidos políticos.

A Emenda Constitucional nº 91/2016 criou outra “janela” para a troca de partido político. Essa janela é
específica. O detentor de cargo político-eletivo pode mudar de partido político no período entre 19/2/2016
e 19/3/2016, sem prejuízo do mandado.

Para fins de prova...

Permite-se a mudança de partido que ocorrer durante o


período de 30 dias que antecede o prazo de filiação exigido
em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional,
JANELAS PARA ao término do mandato vigente.
ALTERAÇÃO DE
PARTIDO
Admitiu-se a mudança de partido no período entre 19/2/2016
e 19/3/2016, por força da Emenda Constitucional 91/2016.

Outra informação relevante em relação à Emenda Constitucional nº 91/2016 é que essas alterações serão
desconsideradas para fins de distribuição do Fundo Partidário.

Para definir o montante que o partido receber do Fundo Partidário, considerou-se a quantidade de
candidatos eleitos pelo partido nas eleições. Eventuais mudanças de partido em razão de janela criada pela
Emenda Constitucional nº 91/2016 não alteraram a regra. O que importou, efetivamente, foi o número de

71
353
votos que o partido obteve e o número de representantes que foram eleitos, desconsiderando modificações
posteriores.

TROCA DE PARTIDO (EMENDA CONSTITUCIONAL Nº


97/2017)
A EC 97/2017 trouxe outra possibilidade que permite a troca de partido sem que haja infidelidade partidária.
Veja o § 5º do art. 17 da CF.

§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo
é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido
que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos
recursos do Fundo Partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.

§ 3º Somente terão direito a recursos do Fundo Partidário e acesso gratuito ao rádio e à


televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

I – obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou

II – tiverem elegido pelo menos quinze deputados federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.

Esse tema já foi objeto de cobrança em provas de concurso:

(QUADRIX/CREF 11º REAGIÃO (MS/MT) - 2019) Julgue o item, relativo a partidos políticos.
O candidato eleito por partido político que não tenha preenchido os requisitos impostos pela chamada
cláusula de barreira não perderá o mandato, podendo filiar‐se a outro partido que haja atendido àquelas
condições.
Comentários
A assertiva está correta. A constituição federal admite que o parlamentar eleito nessas condições se filie a
um partido político que cumpra a “cláusula de barreira” sem que isso implique na perda do mandato. (
art. 17§ 5º CF)

72
353
FUSÃO, INCORPORAÇÃO E EXTINÇÃO
Na Lei dos Partidos são três os artigos que tratam do tema, com vários detalhes. A sede da matéria, por sua
vez, é constitucional:

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,


resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: (...)

Conforme o art. 17, caput, da CF, está dentro da liberdade dos partidos a fusão, a incorporação ou até mesmo
a decisão pela extinção da agremiação.

No caso de dissolução e de incorporação, o partido que foi dissolvido e o partido que foi incorporado deixam
de existir. Em face disso, a partir da decisão da Justiça Eleitoral que admite o procedimento, será cancelado
o registro civil dos partidos fundidos ou incorporados.

Art. 27. Fica cancelado, junto ao Ofício Civil e ao Tribunal Superior Eleitoral, o registro do
partido que, na forma de seu estatuto, se dissolva, se incorpore ou venha a se fundir a
outro.

Tanto a incorporação como a fusão dependem de decisão dos órgãos de direção nacional dos partidos
envolvidos, como analisaremos na sequência. É isso que está descrito no caput do art. 29, da Lei dos Partidos
Políticos. Confira:

Art. 29. Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, dois ou mais partidos poderão
fundir-se num só ou incorporar-se um ao outro.

Logo:

a decisão dos órgãos nacionais


PARA A FUSÃO OU A INCORPORAÇÃO
de deliberação dos partidos
ENTRE OS PARTIDOS É NECESSÁRIA
envolvidos.

Apenas vimos algumas regras gerais. A partir do próximo tópico, vamos analisar cada um dos procedimentos
em separado.

1 - Fusão

Primeiramente, devemos compreender que fusão é a união de dois ou mais partidos para formarem um
terceiro. De maneira ilustrada, temos:

73
353
Partido A

Partido C

Partido B

Quanto à disciplina da fusão, a Lei dos Partidos Políticos reserva o §1º, do art. 29:

Art. 29. Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, dois ou mais partidos poderão
fundir-se num só ou incorporar-se um ao outro.

§ 1º No primeiro caso, observar-se-ão as seguintes normas:

I – os órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns de estatuto e programa;

II – os órgãos nacionais de deliberação dos partidos em processo de fusão votarão em


reunião conjunta, por maioria absoluta, os projetos, e elegerão o órgão de direção
nacional que promoverá o registro do novo partido.

(...)

§ 4º Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro, no
ofício civil competente da sede do novo partido, do estatuto e do programa, cujo
requerimento deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.

Na fusão, como se trata da formação de um novo partido, é necessário votar um novo estatuto e um novo
órgão de direção, cuja escolha será dada pela maioria absoluta dos órgãos nacionais dos partidos envolvidos.

Primeiro, entretanto, temos a elaboração de projetos de estatuto e programa de novo partido. Após, haverá
votação pelos órgãos nacionais dos partidos envolvidos no processo para:

 adotar o projeto, estatuto e programa dos partidos; e

 elegerão novo órgão nacional de partido.

74
353
Assim:

a adoção do novo
NA FUSÃO DE PARTIDOS, OS ÓRGÃOS estatuto; e
votam, por maioria
NACIONAIS DOS PARTIDOS EM PROCESSO
absoluta,
DE FUSÃO... do novo órgão de
direção

Naturalmente, como se trata de novo partido político, é necessário que haja o registro civil prévio e,
posteriormente, o registro junto ao TSE. Assim, após toda a votação acima, é necessário criar o novo partido,
registrando-o como pessoa jurídica no local de sua constituição e, após, registrá-lo no TSE. É o que se extrai
do §4º, do art. 29:

§ 4º Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro, no
Ofício Civil competente da sede do novo partido, do estatuto e do programa, cujo
requerimento deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.
(Redação dada pela Lei nº 13.877, de 2019)

2 - Incorporação

Na incorporação há a absorção de um partido por outro.

Partido A Partido B Partido A

Note que o Partido A não deixa de existir, ele ficará maior.

Na incorporação, compete à agremiação a ser incorporada (Partido B, pelo exemplo), votar, por maioria
absoluta, sobre a adoção do estatuto e do programa do outro partido (Partido A). Veja:

§ 2º No caso de incorporação, observada a lei civil, caberá ao partido incorporando


deliberar por maioria absoluta de votos, em seu órgão nacional de deliberação, sobre a
adoção do estatuto e do programa de outra agremiação.

75
353
Nesse caso, o partido incorporador não delibera nada em um primeiro momento. Somente após a decisão
pelo partido incorporado haverá uma reunião conjunta entre ambos os órgãos nacionais para decidir quanto
ao novo órgão de direção nacional. Veja:

§ 3º Adotados o estatuto e o programa do partido incorporador, realizar-se-á, em reunião


conjunta dos órgãos nacionais de deliberação, a eleição do novo órgão de direção nacional.

Lembre-se de que:

partido incorporado vota, após, haverá uma reunião


por maioria absoluta, pela conjunta em que ambos os
NA INCORPORAÇÃO
adoção do estatuto e do partidos decidirão acerca da
DE PARTIDOS...
programa do partido constituição do novo órgão de
incorporador; direção nacional

Após a reunião conjunta e a deliberação quanto ao novo órgão de direção nacional, o documento de
deliberação da incorporação deverá ser levado a registro. No caso de incorporação as alterações no
estatuto e no programa também devem ser registradas no ofício civil e no TSE. O partido incorporador se
manterá, contudo, ficará maior. Primeiramente, as alterações devem ser averbadas no ofício civil.

Por outro lado, o partido incorporado deixa de existir. Desse modo, será necessário o cancelamento do seu
registro como pessoa jurídica. Veja36:

§ 5º No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Ofício Civil


competente, que deve, então, cancelar o registro do partido incorporado a outro.

Após a averbação civil, será necessário registrar as informações perante o TSE para conferir validade eleitoral
ao procedimento:

§ 8º O novo estatuto ou instrumento de incorporação deve ser levado a registro e


averbado, respectivamente, no Ofício Civil e no Tribunal Superior Eleitoral.

36 Apenas para deixar registrado que a redação do §6º, do art. 29, da


Lei dos Partidos Políticos, é a mesma do §5º, do mesmo
dispositivo.

76
353
Uma das grandes discussões que temos é a questão das quotas do Fundo Partidário quando ocorrem essas
operações de fusão e de incorporação. Afinal, os recursos dos partidos fundidos são somados? Os recursos
do partido incorporado são agregados ao partido incorporador?

Veja a literalidade do §7º, do art. 29:

§ 7º Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos


partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a CÂMARA DOS
DEPUTADOS, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso
gratuito ao rádio e à televisão.

A regra é simples e lógica também: os recursos são somados no caso de fusão; e, no caso de incorporação,
os recursos do partido incorporado são agregados ao partido incorporador.

Mesma regra se aplica em relação ao tempo de rádio e de TV para a propaganda partidária. Lembre-se que
esse “acesso gratuito ao rádio e à televisão” se refere, agora, à propaganda eleitoral e partidária, em razão
das modificações havidas pela Lei 14.291/22.

Desse modo:

distribuição dos recursos


do Fundo Partidário; e
NA FUSÃO e/ou na INCORPORAÇÃO somam-se os
votos obtidos na última eleição geral para a câmara de
deputados conferidos aos partidos envolvidos para fins
de: da fixação do tempo de
do acesso gratuito ao
rádio e à televisão para
propaganda eleitoral.

77
353
Foi acrescido, pela Lei nº 13.107/2015, o §9º ao art. 29, da Lei dos Partidos Políticos, que estabeleceu uma
barreira para a fusão/incorporação, qual seja: O REGISTRO PERANTE O TSE HÁ, PELO MENOS, 5 ANOS.
Assim, um partido novo não poderá, nos primeiros 5 anos de existência, ser incorporado ou se fundir com
outros partidos políticos.

§ 9º Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido
o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos.

O prazo mínimo de 5 anos foi contestado por meio de uma Ação direta de
Inconstitucionalidade. O STF considerou constitucional a mudança. A Lei nº 13.107/2015
acrescentou o § 9º ao art. 29 da Lei nº 9.096/95 prevendo o seguinte:

§ 9º Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido
o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos.

Essa previsão é constitucional e não viola a autonomia partidária prevista no art. 17 da


CF/88.

A exigência do tempo mínimo de 5 anos para que possa ser feita a fusão ou incorporação
de partidos políticos é necessária para garantir o compromisso do cidadão com a sua opção
partidária, evitando-se agremiações descompromissadas e sem substrato social. Além
disso, reforça o objetivo do constituinte reformador, expresso na EC 97/2017, em coibir o
enfraquecimento da representação partidária..37

Por fim, vamos verificar as regras incluídas pela EC 111/21 em relação as sanções aplicadas ao partido que
foi incorporado.

A EC 111/2021 no seu art. 3º vedou a aplicação destas penalidades ao partido incorporador e aos seus
dirigentes, salvo se estes faziam parte do partido anterior que foi incorporado. Vejamos a literalidade do
dispositivo:

Art. 3º Até que entre em vigor lei que discipline cada uma das seguintes matérias, observar-
se-ão os seguintes procedimentos:

I - nos processos de incorporação de partidos políticos, as sanções eventualmente aplicadas


aos órgãos partidários regionais e municipais do partido incorporado, inclusive as
decorrentes de prestações de contas, bem como as de responsabilização de seus antigos
dirigentes, não serão aplicadas ao partido incorporador nem aos seus novos dirigentes,
exceto aos que já integravam o partido incorporado;

37 STF. Plenário. ADI 6044/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 6/3/2021 (Info 1008).

78
353
II - nas anotações relativas às alterações dos estatutos dos partidos políticos, serão objeto
de análise pelo Tribunal Superior Eleitoral apenas os dispositivos objeto de alteração.

Vejamos, por fim, uma questão que trata do assunto:

(TJ-SC - 2017) A incorporação de partido político


a) somente é cabível em relação a partidos políticos que tenham obtido registro definitivo do Tribunal
Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos.
b) exige que os órgãos nacionais de deliberação dos partidos políticos envolvidos na incorporação aprovem,
em reunião conjunta, por maioria absoluta, novos estatutos e programas, bem como elejam novo órgão de
direção nacional ao qual caberá promover o registro da incorporação.
c) não implica eleição de novo órgão de direção nacional, mantendo-se o mandato e a composição do órgão
de direção nacional da agremiação partidária incorporadora.
d) condiciona a existência legal da nova agremiação partidária ao registro, no Ofício Civil competente da
Capital Federal, dos novos estatutos e programas, cujo requerimento deve ser acompanhado das atas das
decisões dos órgãos competentes.
e) não autoriza a soma dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados pelos partidos
incorporados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso gratuito ao rádio e à
televisão.
Comentários
A questão exige o conhecimento do art. 29, da Lei nº 9.096/95. Vamos analisar cada uma das alternativas:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe §9º:
§ 9º Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido o registro
definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos.
A alternativa B está incorreta. O descrito na alternativa se refere à fusão, e não à incorporação. Vejamos o
§1º, II:
Art. 29. Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, dois ou mais partidos poderão fundir-se num
só ou incorporar-se um ao outro.
§ 1º No primeiro caso, observar-se-ão as seguintes normas:
I - os órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns de estatuto e programa;
II - os órgãos nacionais de deliberação dos partidos em processo de fusão votarão em reunião conjunta, por
maioria absoluta, os projetos, e elegerão o órgão de direção nacional que promoverá o registro do novo
partido.

79
353
A alternativa C está incorreta. De acordo com o §3º, a incorporação de partido político implica a eleição de
novo órgão de direção nacional.
§ 3º Adotados o estatuto e o programa do partido incorporador, realizar-se-á, em reunião conjunta dos
órgãos nacionais de deliberação, a eleição do novo órgão de direção nacional.
A alternativa D está incorreta. O descrito na alternativa se refere à fusão, e não à incorporação. Confira o
§4º:
§ 4º Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro, no Ofício Civil
competente da Capital Federal, do estatuto e do programa, cujo requerimento deve ser acompanhado das
atas das decisões dos órgãos competentes.
A alternativa E está incorreta. O §7º estabelece que a incorporação de partido político autoriza a soma dos
votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.
§ 7º Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos partidos fundidos ou
incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, para efeito da distribuição dos
recursos do Fundo Partidário e do acesso gratuito ao rádio e à televisão.

Finalizamos, assim, as regras relativas à incorporação.

3 - Extinção

3.1 - Hipóteses

A extinção de partidos políticos poderá decorrer da fusão ou da incorporação, bem como por decisão do
próprio partido político ou por determinação do TSE, conforme veremos abaixo. Lembra dos esquemas que
vimos anteriormente?

Na fusão, ambos os partidos fundidos são extintos.

PARTIDO A + PARTIDO B = PARTIDO C

Na incorporação, o partido incorporado é extinto.

PARTIDO A + PARTIDO B = PARTIDO A

Logo, no caso de fusão, os partidos fundidos deixam de existir para a formação de um novo partido. No caso
de incorporação, os partidos incorporados também deixam de existir.

Temos, ainda, outras duas hipóteses de extinção de partidos, que envolvem decisão do próprio partido de
encerrar as atividades e por determinação do TSE.

Por decisão do TSE, o partido poderá ser forçado a encerrar as atividades. Nesse caso, é necessário instaurar
um processo judicial, com observância das regras processuais. No caso de acórdão que julgue o
cancelamento do registro e do estatuto do partido, a extinção é operada a partir do trânsito em julgado.

80
353
Pergunta: em que situação o TSE poderá determinar o cancelamento do registro e do Estatuto do partido
político?

Nas hipóteses do art. 28:

Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual FIQUE PROVADO:

I – ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira;

II – estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros;

A CF estabelece, no art. 17, II, a proibição de recebimento de recursos ou de subordinação ao governo ou à


entidade estrangeira. Naturalmente, a violação de tal regra implicará a extinção do partido político.

Assim, caso receba recurso de origem estrangeira ou esteja, de algum modo, subordinado a governo
estrangeiro, é possível que os Ministros do TSE decidam pela extinção do partido político.

Veja, ainda, o inc. III, do art. 28, que traz mais uma hipótese:

III – não ter prestado, nos termos desta Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral;

Do mesmo modo, a não prestação de contas constitui violação à proibição constitucional, prevista no art.
17, III, da CF.

Em relação à prestação de contas, é importante registrar que o §6º, do dispositivo em análise, prevê que o
cancelamento ocorrerá apenas se não forem prestadas as contas pelo órgão nacional, não ocorrendo o
cancelamento do registro do partido quando a omissão for dos órgãos partidários regionais ou municipais.

Logo...

81
353
órgão nacional do partido político

CANCELAMENTO DO PARTIDO POR


órgão regional do partido político
NÃO PRESTAÇÃO DE CONTAS

órgão municipal do partido


político

Assim, a partir do momento que o órgão nacional não prestar contas ao TSE, poderá se sujeitar a processo
de extinção. Além disso, como veremos, sofrerá outras sanções, como a suspensão do recebimento das
quotas do fundo partidário.

É importante frisar que o cancelamento do partido político é punição a ser aplicada de forma razoável e com
proporcionalidade, segundo entendimento do TSE. Por exemplo, se não houve prestação no prazo estipulado,
mas alguns dias ou semanas após o partido apresenta as contas, não faz sentido impor o cancelamento da
agremiação. Trata-se de decisão que requerer prudência.

Vejamos, por fim, o último inciso:

IV – que mantém organização paramilitar.

A CF, do mesmo modo, veda a utilização pelos partidos de organização paramilitar, de forma que, violado o
art. 17, §4º, da CF, o TSE decidirá pelo cancelamento do registro do partido político.

Note, portanto, que as vedações constitucionais aos partidos são sérias, a ponto de levar à extinção do
partido político.

Para a nossa prova é fundamental a memorização dessas hipóteses.

CANCELAMENTO DO
REGISTRO POR DECISÃO
DO TSE

recebimento de recursos
adoção de organização
ou subordinação a não prestação de contas
paramilitar
estrangeiros

82
353
Como dito, a extinção do partido nos casos acima depende de um processo judicial, que se desenvolve em
contraditório, com a possibilidade de defesa pelo partido político. Vamos, na sequência, avaliar esse
procedimento que consta previsto na Lei dos Partidos Políticos, mas antes vejamos uma questão:

(QUADRIX / CREF 11º REGIÃO (MS/MT) - 2019) Julgue o item, relativo a partidos políticos.
Os partidos políticos poderão receber doações e subvenções de entidades estrangeiras, desde que não se
subordinem a elas.
Comentários
A assertiva está incorreta. Há proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo
estrangeiros ou de subordinação a estes.

--

(INSTITUTO AOCP/PC-ES - 2019) Sobre as disposições constitucionais acerca dos partidos políticos, assinale
a alternativa correta.
a) É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional,
o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana e observado,
dentre outros, o preceito de funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
b) Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus
estatutos no Tribunal Regional Eleitoral.
c) Terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os
partidos políticos que obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2% dos votos
válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 3% dos votos
válidos em cada uma delas.
d) É permitida, em algumas hipóteses previstas em lei especial, a utilização pelos partidos políticos de
organização paramilitar.
e) Aos partidos políticos, é permitido o recebimento de recursos financeiros de governo estrangeiro.
Comentários
A alternativa A está correta. A assertiva transcreve o art. 17 da CF. Veja abaixo:
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e
observados os seguintes preceitos:
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

83
353
A alternativa B está incorreta. Os partidos devem registrar seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral e
não no TRE como afirma a questão.
A alternativa C está incorreta. A assertiva trata da CLÁUSULA DE BARREIRA, vamos relembrar os requisitos
alternativos que os partidos devem alcançar para fazer jus ao fundo partidário e ao acesso gratuito ao rádio
e à televisão.
3% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos 1\3 com 2% em cada ou tiver elegido pelo menos 15
deputados federais distribuídos em 1\3 das Unidades da Federação.
A alternativa D está incorreta. Há vedação expressa no art. 17§4º da CF e no art. 28 IV da Lei dos Partidos
Políticos.
A alternativa E está incorreta. Também encontra vedação expressa no art. 17 II da CF e no art. 28 I da Lei dos
Partidos Políticos.

3.2 - Procedimento

Os §§, do art. 28, tratam do procedimento de cancelamento do registro. Vejamos as informações mais
relevantes para a nossa prova.

Como se trata de um procedimento judicial, é necessária a provocação. O TSE somente poderá decidir pelo
cancelamento de um determinado partido caso haja ajuizamento de ação judicial, em razão do princípio da
inércia de jurisdição.

O procedimento poderá ser iniciado por duas formas: denúncia de eleitor ou de partido político ou por
representação do Procurador-Geral Eleitoral.

denúncia de eleitor

INÍCIO DO PROCESSO DE CANCELAMENTO


ação de outro partido político
PERANTE O TSE

ação do Procurador-Geral Eleitoral

No caso de denúncia do eleitor, a informação será remetida ao Procurador-Regional Eleitoral para que
promova ação, caso entenda que a denúncia é fundamentada.

Vejamos:

84
353
§ 1º A decisão judicial a que se refere este artigo deve ser precedida de processo regular,
que assegure ampla defesa.

§ 2º O processo de cancelamento é iniciado pelo Tribunal à vista de denúncia de qualquer


eleitor, de representante de partido, ou de representação do Procurador-Geral Eleitoral.

Os §§ 3º ao 5º trazem regras referentes ao Fundo Partidário que serão estudadas em outro tópico. Como
não é o momento adequado para estudarmos em detalhes as regras relativas ao Fundo Partidário, vamos
tratar das informações com objetividade:

§ 3º O partido político, EM NÍVEL NACIONAL, NÃO sofrerá a suspensão das cotas do Fundo
Partidário, nem qualquer outra punição como consequência de atos praticados por órgãos
regionais ou municipais.

§ 4º Despesas realizadas por órgãos partidários municipais ou estaduais ou por


candidatos majoritários nas respectivas circunscrições devem ser assumidas e pagas
exclusivamente pela esfera partidária correspondente, SALVO acordo expresso com
órgão de outra esfera partidária.

§ 5º Em caso de NÃO PAGAMENTO, as despesas não poderão ser cobradas judicialmente


dos órgãos superiores dos partidos políticos, recaindo eventual penhora exclusivamente
sobre o órgão partidário que contraiu a dívida executada.

O Fundo Partidário constitui um suporte financeiro colhido de variadas fontes. Desde recursos do Tesouro
Nacional até pagamentos de multas eleitorais. Esses recursos serão distribuídos ao partido que efetuará
repasses aos órgãos regionais e locais. Caso o órgão regional ou local não preste contas, vimos que o órgão
nacional não poderá ser extinto. Além disso, não poderá ser aplicada a multa de suspensão do recebimento
das quotas do fundo partidário, conforme veremos adiante.

No mesmo sentido da regra acima, destaca-se a autonomia entre os órgãos partidários nacional, regionais e
municipais (ou locais), na medida em que cada esfera será responsabilizada pelas despesas que efetuou, a
não ser que os partidos distribuam a responsabilidade de forma distinta.

Por fim, o não pagamento das despesas do órgão inferior não poderá ser cobrada judicialmente do órgão
superior. Não há qualquer regra que imponha a responsabilidade subsidiária – muito menos solidária – das
obrigações do órgão regional em relação ao órgão nacional ou do órgão municipal em relação aos órgãos
regionais ou nacionais.

Vejamos, por fim, o §6º já mencionado acima, que trata da hipótese de cancelamento por prestação de
contas:

§ 6º O disposto no inciso III do caput refere-se apenas aos órgãos nacionais dos partidos
políticos que deixarem de prestar contas ao Tribunal Superior Eleitoral, NÃO ocorrendo
o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido quando a omissão for dos
órgãos partidários regionais ou municipais.

85
353
Finalizamos, assim o capítulo relativo à fusão, à incorporação e à extinção de partidos políticos.

Antes de prosseguir, confira uma tabela comparando fusão, incorporação e extinção:

FUSÃO INCORPORAÇÃO EXTINÇÃO


Necessária decisão dos órgãos nacionais de deliberação dos partidos ***
Somam-se os votos obtidos na última eleição geral para fins de ***
distribuição do Fundo e acesso gratuito ao rádio e à televisão.
Os partidos em fusão votam, Partido incorporado vota, por maioria HIPÓTESES:
em conjunto, novo estatuto e absoluta, pela adoção do estatuto e pelo  recebimento de
novo órgão de direção. programa do partido incorporador. recursos ou subordinação
a estrangeiros
 não prestação de
contas
 adoção de organização
paramilitar

FINANÇAS E CONTABILIDADE
Vamos iniciar, agora, uma parte relevante do nosso estudo que envolve as finanças e a contabilidade dos
partidos políticos. Existem diversos dispositivos para estudarmos sobre esse assunto.

1 - Prestação de contas e sanções dela decorrentes

Os partidos políticos, nas três esferas de organização (nacional, regional e municipal), deverão adotar a
escrituração contábil. Em termos simples, refere-se ao registro em livros contábeis dos atos e dos fatos de
caráter econômico praticados pelo partido.

Notem:

Art. 30. O partido político, através de seus órgãos nacionais, regionais e municipais, deve
manter escrituração contábil, de forma a permitir o conhecimento da origem de suas
receitas e a destinação de suas despesas.

A finalidade principal da prestação de contas pelos partidos políticos é permitir à Justiça Eleitoral o controle
da legalidade das movimentações financeiras do partido. Como veremos adiante, os partidos recebem
diversos recursos de caráter público, o que denota a necessidade de controle quanto a destinação adequada
e legal dos valores. Além disso, existem normas delimitando percentuais de destinação e vedando
recebimento de recursos estrangeiros. Todos esses fatores justificam a prestação de contas.

Assim,

86
353
permitir o conhecimento da origem de suas receitas

A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
VISA

da destinação dos recursos

O art. 31 da Lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos) estabelece um rol de fontes vedadas, ou seja, não
podem ser recebidas pelos partidos políticos. A Lei nº 13.488/2017 alterou um inciso, revogou outro e criou
mais uma hipótese.

Assim, a redação atual do art. 31 passa a ser a seguinte:

Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou
pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de
publicidade de qualquer espécie, procedente de:

I - entidade ou governo estrangeiros;

II - entes públicos e pessoas jurídicas de qualquer natureza, ressalvadas as dotações


referidas no art. 38 desta Lei e as provenientes do Fundo Especial de Financiamento de
Campanha; (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)

III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)

IV - entidade de classe ou sindical.

V - pessoas físicas que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e exoneração,
ou cargo ou emprego público temporário, ressalvados os filiados a partido político.
(Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

Primeiramente, além dos órgãos públicos, não mais se admite o recebimento de recursos pelo partido
político provenientes de pessoas jurídicas! Essa que era uma regra adotada em razão de
inconstitucionalidade declarada pelo STF, agora é texto expresso de lei.

Segundo, como o inc. II fala em “entes públicos” não há mais razão para existir o inc. III, totalmente
englobado no inc. II. Logo, o legislador houve por bem revogar a redação do dispositivo da Lei dos Partidos
Políticos.

Por fim, não podem doar para partidos políticos pessoas naturais que exerçam função ou cargos públicos de
livre nomeação ou exoneração ou ocupantes de cargos públicos temporários, exceto se forem filiados a
partidos políticos.

87
353
Assim, devemos concluir:

entidade/governos estrangeiros
FONTES VEDADAS DE

entes públicos
RECURSOS

pessoas jurídicas de direito privado

entidade de classe ou sindical

pessoas naturais não filiadas que ocupem cargo em comissão ou


emprego público temporário

Na sequência, vamos revisar o assunto com uma questão:

(MPE-SC/BANCA PRÓPRIA – 2019) Julgue o item abaixo:


A Lei n. 9.096/1995, quanto à prestação de contas, estabelece que é vedado ao partido receber, direta ou
indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro,
inclusive através de publicidade de qualquer espécie, procedente, dentre outras hipóteses, de pessoas físicas
que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e exoneração, ou cargo ou emprego público
temporário, ressalvados os filiados a partido político.
Comentários
A assertiva está correta. Trata-se da regra prevista no inciso V do art. 31 da Lei dos Partidos Políticos.
Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição
ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie,
procedente de:

88
353
V - pessoas físicas que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e exoneração, ou cargo ou
emprego público temporário, ressalvados os filiados a partido político. (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

Para aferir a regularidade das contas, o partido político deverá encaminhar anualmente à Justiça Eleitoral,
até o dia 30 de junho, o balanço contábil do ano anterior.

Até 30 de junho os partidos políticos devem encaminhar o


balanço contábil do ano anterior.

É o que dispõe o art. 32, abaixo:

Art. 32. O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil
do exercício findo, até o dia 30 de junho do ano seguinte. (Redação dada pela Lei nº 13.877,
de 2019)

Atenção para o fato de que a houve mudança do prazo. Antes da Lei 13.877/2019, o prazo para envio dos
balanços contábeis era 30/4, agora é 30/6. Questões objetivas de provas cobram muito esses dados. Então,
fique atento!

Atenção! Essa prestação de contas é a PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTAS DO PARTIDO, e não se confunde com
a prestação de contas de campanha, que é estudada na Lei das Eleições.

O balanço contábil constitui um conjunto de informações relativas à contabilidade do partido político, pelo
qual são apresentados os resultados obtidos ao longo do ano. Essas informações permitem o controle e a
transparência do patrimônio do partido político.

Segundo a LPP, o balanço contábil do órgão nacional será encaminhado ao TSE, o do órgão regional ao TRE
e o do órgão municipal aos Juízes Eleitorais. Tranquilo, não?

Vejamos o dispositivo da LPP:

§ 1º O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal Superior Eleitoral, o dos
órgãos estaduais aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos órgãos municipais aos Juízes
Eleitorais.

89
353
Memorize:

TSE recebe os balanços contábeis dos órgãos nacionais dos partidos

TRE recebem os balanços contábeis dos órgãos regionais dos partidos

recebem os balanços contábeis dos órgãos municipais dos


Juízes Eleitorais
partidos

Vejamos, ainda, o §2º, que trata da publicidade dos balanços na imprensa:

§ 2º A Justiça Eleitoral determina, imediatamente, a publicação dos balanços na imprensa


oficial, e, onde ela não exista, procede à afixação dos mesmos no Cartório Eleitoral.

A finalidade dessa regra é permitir que os eleitores, os demais partidos políticos e o Ministério Público
tenham ciência do balanço para eventual insurgência contra irregularidades.

A Lei nº 13.165/2015, além de revogar o § 3º, acrescentou ao art. 32 os §§ 4º e 5º. Mais recentemente, a Lei
13.831/2019, alterou novamente a redação do §4º e acrescentou os §§ 6º e 7º ao art. 32 da Lei dos Partidos
Políticos.

Vamos analisar os dispositivos que estão em vigência:

§ 4º Os órgãos partidários municipais que não hajam movimentado recursos financeiros


ou arrecadado bens estimáveis em dinheiro ficam desobrigados de prestar contas à Justiça
Eleitoral e de enviar declarações de isenção, declarações de débitos e créditos tributários
federais ou demonstrativos contábeis à Receita Federal do Brasil, bem como ficam
dispensados da certificação digital, exigindo-se do responsável partidário, no prazo
estipulado no caput deste artigo, a apresentação de declaração da ausência de
movimentação de recursos nesse período.

Anualmente os partidos prestam contas à Justiça Eleitoral com a apresentação de balanço contábil do ano
anterior.

90
353
E se o partido não teve movimentação financeira, ainda assim deveria prestar contas?

Os §4º e 7º do art. 32, da Lei dos Partidos Políticos, esclareceram essa discussão para fixar a desnecessidade
de prestação de contas, desde que haja apresentação até o dia 30/6 de “declaração de ausência de
movimentação de recursos”. Esse prazo de 30/6 é o que todos os partidos devem observar para prestação
de contas anual. Assim, se o partido não teve movimentação financeira, deverá apresentar tão somente a
declaração.

Veja:

§ 4º Os órgãos partidários municipais que não hajam movimentado recursos financeiros ou


arrecadado bens estimáveis em dinheiro ficam desobrigados de prestar contas à Justiça
Eleitoral e de enviar declarações de isenção, declarações de débitos e créditos tributários
federais ou demonstrativos contábeis à Receita Federal do Brasil, bem como ficam
dispensados da certificação digital, exigindo-se do responsável partidário, no prazo
estipulado no caput deste artigo, a apresentação de declaração da ausência de
movimentação de recursos nesse período.

§ 7º O requerimento a que se refere o § 6º deste artigo indicará se a agremiação partidária


pretende a efetivação imediata da reativação da inscrição pela Secretaria Especial da
Receita Federal do Brasil ou a partir de 1º de janeiro de 2020, hipótese em que a efetivação
será realizada sem a cobrança de quaisquer taxas, multas ou outros encargos
administrativos relativos à ausência de prestação de contas.

Para encerrar, duas observações:

1ª – Se a inscrição perante a Receita Federal do órgão municipal estiver desativada por ausência de
prestação de contas, a apresentação da declaração será o suficiente para que a inscrição CNPJ seja
regularizada; e

2ª – É possível requerer que essa reativação da inscrição do órgão municipal do partido se dê apenas
a partir de 1° de janeiro de 2020, ano das eleições municipais. Assim, mesmo que requerido antes,
pode-se requerer os efeitos da reativação no início de 2020.

Já a regra do § 5º traz um salvo conduto aos partidos políticos.

§ 5o A desaprovação da prestação de contas do partido não ensejará sanção alguma que


o impeça de participar do pleito eleitoral.

Assim, mesmo que o partido tenha a prestação de contas desaprovada, a sanção imposta não impedirá a
participação no pleito eleitoral. Muito cuidado em relação a esse aspecto, pois aqui falamos da prestação
de contas partidárias. As consequências pela não prestação ou desaprovação de contas de campanha
possui sanções específicas, estudadas na Lei nº 9.504/1997, não na Lei nº 9.096/1995, que ora estudamos.

91
353
O § 6º, que sofreu alteração pelo art. 7º da Lei nº 14.063/2020, reafirma a condição de unidade
cadastradora atribuída ao TSE.

§ 6º O Tribunal Superior Eleitoral, na condição de unidade cadastradora, deverá proceder


à reativação da inscrição perante o CNPJ na Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil
dos órgãos partidários municipais referidos no § 4º deste artigo que estejam com a
inscrição baixada ou inativada, após o recebimento da comunicação de constituição de
seus órgãos de direção regionais e municipais, definitivos ou provisórios.

Há, ainda, mais uma alteração promovida pela Lei 13.831/2019.

O CADIN é um banco de dados com informações de pessoas (naturais e jurídicas) que são devedoras de
créditos da Administração Pública Federal, direta ou indireta. Por consequência, quem estiver inscrito no
cadastro não poderá abrir contas, utilizar cheque especial e participar de licitações.

A Lei 13.831/2019 estabeleceu que o dirigente do partido não poderá, na hipótese de desaprovação das
contas, ser inserido no CADIN.

Confira:

§ 8º As decisões da Justiça Eleitoral nos processos de prestação de contas não ensejam,


ainda que desaprovadas as contas, a inscrição dos dirigentes partidários no Cadastro
Informativo dos Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin).

Sigamos!

O art. 33 disciplina as informações que devem constar do balanço:

Art. 33. Os balanços devem conter, entre outros, os seguintes itens:

I – discriminação dos valores e destinação dos recursos oriundos do Fundo Partidário;

II – origem e valor das contribuições e doações;

III – despesas de caráter eleitoral, com a especificação e comprovação dos gastos com
programas no rádio e televisão, comitês, propaganda, publicações, comícios, e demais
atividades de campanha;

IV – discriminação detalhada das receitas e despesas.

92
353
Para a prova...

DEVE CONSTAR DO BALANÇO APRESENTADO À JUSTIÇA ELEITORAL

valores e destinação dos recursos oriundos do Fundo Partidário;

origem e valor das contribuições e das doações;

despesas de caráter eleitoral apresentadas de forma discriminada;

discriminação detalhada das receitas e das despesas.

Vamos em frente! Você lembra da finalidade da escrituração contábil dos partidos e do envio dos balanços
à Justiça Eleitoral?

Veja o que nos informa o art. 34:

Art. 34. A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a prestação de contas do partido e
das despesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas refletem adequadamente a
real movimentação financeira, os dispêndios e os recursos aplicados nas campanhas
eleitorais, exigindo a observação das seguintes normas: (...)

Note que a prestação da Justiça Eleitoral tem como objetivo, ao avaliar as contas dos partidos, evitar desvios
e abusos na utilização dos recursos – muitas vezes de caráter público – no pleito eleitoral. Por isso, no início
da aula, falamos que os partidos possuem autonomia, mas não independência, pois se sujeitam a controle.

No que atine à apresentação das contas, a Justiça Eleitoral estabelece uma série de regras que devem ser
observadas:

I – obrigatoriedade de designação de dirigentes partidários específicos para movimentar


recursos financeiros nas campanhas eleitorais;

II – revogado;

III – relatório financeiro, com documentação que comprove a entrada e saída de dinheiro
ou de bens recebidos e aplicados;

93
353
IV – obrigatoriedade de ser conservada pelo partido, por PRAZO NÃO INFERIOR A CINCO
ANOS, a documentação comprobatória de suas prestações de contas;

V – obrigatoriedade de prestação de contas pelo partido político e por seus candidatos no


encerramento da campanha eleitoral, com o recolhimento imediato à tesouraria do
partido dos saldos financeiros eventualmente apurados.

Dessas normas, duas são imprescindíveis para a nossa prova:

 armazenamento dos documentos contábeis.

A documentação comprobatória da prestação de contas deverá ser conservada por


tempo não inferior a 5 anos.

CUIDADO! Na prestação de contas de campanha você verá outro prazo, que não se confunde com esse. Lá
temos um prazo de 180 dias após as eleições ou até o final do julgamento de ações eleitorais que envolvam
a prestação de contas de campanha. Aqui o prazo é de 5 anos!

Para finalizar, cumpre estudarmos os §§1º e 2º, do art. 34, da Lei dos partidos Políticos:

§ 1º A fiscalização de que trata o caput tem por escopo identificar a origem das receitas e
a destinação das despesas com as atividades partidárias e eleitorais, mediante o exame
formal dos documentos fiscais apresentados pelos partidos políticos e candidatos, sendo
VEDADA a análise das atividades político-partidárias ou qualquer interferência em sua
autonomia.

§ 2º Para efetuar os exames necessários ao atendimento do disposto no caput, a Justiça


Eleitoral pode requisitar técnicos do Tribunal de Contas da União ou dos estados, pelo
tempo que for necessário.

O §1º acima é de fundamental importância, uma vez que faz distinção entre o controle de legalidade das
finanças do partido político e a não interferência do Estado nas atividades partidárias. Como vimos, o
controle das contas dos partidos políticos destina-se a aferir a regularidade das receitas e a destinação das
despesas pelo exame da documentação, sem qualquer interferência nas atividades político-partidárias ou na
autonomia do partido. O partido tem liberdade e autonomia!

94
353
Dos dispositivos acima...

A prestação de contas à Justiça Eleitoral


Para exame da documentação, a Justiça
não pode implicar análise das atividades
Eleitoral poderá requisitar técnico do TCU
político-partidárias ou qualquer
ou dos TCEs.
interferência em sua autonomia.

A Lei 13.877/2019, acrescentou mais alguns parágrafos ao art. 34, os quais passamos a analisar.

Como o §3º foi vetado, citamos diretamente os parágrafos 4ª a 6ª:

§ 4º Para o exame das prestações de contas dos partidos políticos, o sistema de


contabilidade deve gerar e disponibilizar os relatórios para conhecimento da origem das
receitas e das despesas. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

§ 5º Os relatórios emitidos pelas áreas técnicas dos tribunais eleitorais devem ser
fundamentados estritamente com base na legislação eleitoral e nas normas de
contabilidade, vedado opinar sobre sanções aplicadas aos partidos políticos, cabendo aos
magistrados emitir juízo de valor. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

§ 6º A Justiça Eleitoral não pode exigir dos partidos políticos apresentação de certidão ou
documentos expedidos por outro órgão da administração pública ou por entidade bancária
e do sistema financeiro que mantêm convênio ou integração de sistemas eletrônicos que
realizam o envio direto de documentos para a própria Justiça Eleitoral. (Incluído pela Lei nº
13.877, de 2019)

Esses dispositivos, em síntese, preveem que a Justiça Eleitoral extrairá dos seus sistemas de contabilidade
relatórios com indicativo das receitas e das despesas informadas pelos partidos políticos. Esses relatórios
serão analisados pelos servidores, com base na legislação eleitoral, quanto a regularidade ou não das contas,
contudo, os servidores não poderão opinar sobre a aplicação de sanções, vez que se trata de competência
dos magistrados.

Em caso de denúncia fundamentada de filiado ou de delegado de partido político, bem como em caso de
representação do Procurador-Geral Eleitoral ou dos Procuradores-Regionais Eleitorais, ou, ainda, por
iniciativa do Corregedor, o TRE e o TSE determinarão a análise das contas do partido político, havendo
possibilidade, inclusive, de quebra do sigilo bancário para apurara fatos vinculados a denúncia.

95
353
Essa quebra de sigilo bancário será requerida judicialmente, e pode ser decretada pela Justiça Eleitoral, caso
haja indícios de ilícitos.

Art. 35. O Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais Eleitorais, à vista de denúncia
fundamentada de filiado ou Delegado de partido, de representação do Procurador-Geral
ou Regional ou de iniciativa do Corregedor, determinarão o exame da escrituração do
partido e a apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que,
em matéria financeira, aquele ou seus filiados estejam sujeitos, podendo, inclusive,
determinar a quebra de sigilo bancário das contas dos partidos para o esclarecimento ou
apuração de fatos vinculados à denúncia.

Parágrafo único. O partido pode examinar, na Justiça Eleitoral, as prestações de contas


mensais ou anuais dos demais partidos, quinze dias após a publicação dos balanços
financeiros, aberto o prazo de cinco dias para impugná-las, podendo, ainda, relatar fatos,
indicar provas e pedir abertura de investigação para apurar qualquer ato que viole as
prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus filiados
estejam sujeitos.

Nós vimos, nas linhas acima, que os partidos políticos podem denunciar eventuais irregularidades nas contas
de outros partidos políticos. Segundo o § único, acima, 15 dias após a publicação das contas, os demais
partidos terão prazo de 5 dias para impugnar as contas do partido adversário.

Cuidado para não confundir os prazos:

15 DIAS APÓS OS 5 DIAS PARA


PUBLICAÇÃO DO
DEMAIS PARTIDOS APRESENTAR
BALANÇO FINANCEIRO
TERÃO ACESSO IMPUGNAÇÕES

Sobre esse dispositivo, vejamos o que ensina Rodrigo Martiniano Ayres Lins38:

38
LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, 2ª edição, rev. atual. e ampl. Rio de Janeiro: Editora
Ferreira, 2014, p. 251.

96
353
Na representação os legitimados poderão relatar fatos, indicar provas e pedir abertura de
investigação para apurar qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que,
em matéria financeira, os partidos e seus filiados estejam sujeitos.

Na sequência, o art. 36 trata das consequências caso seja verificada violação às normas legais e estatutárias,
envolvendo recursos do partido, não vinculados à prestação de contas.

Aqui, atenção! São sanções que podem ser aplicadas ao partido político por irregularidades nas contas
partidárias.

Art. 36. Constatada a violação de normas legais ou estatutárias, ficará o partido sujeito às
seguintes sanções:

I – no caso de recursos de origem não mencionada ou esclarecida, fica suspenso o


recebimento das quotas do Fundo Partidário até que o esclarecimento seja aceito pela
Justiça Eleitoral;

II – no caso de recebimento de recursos mencionados no art. 31 [vedações impostas aos


partidos políticos], fica suspensa a participação no Fundo Partidário por um ano;

III – no caso de recebimento de doações cujo valor ultrapasse os limites previstos no art.
39, § 4º [na Lei das Eleições], fica suspensa por dois anos a participação no Fundo
Partidário e será aplicada ao partido multa correspondente ao valor que exceder aos
limites fixados.

Atualmente, o limite do inciso III é fixado pela Lei das Eleições.

Podemos notar que, em todas as hipóteses mencionadas, o partido ficará sem a quota do Fundo Partidário,
por mais ou menos tempo, a depender da gravidade do fato.

Por exemplo, se ficou constatado que o partido recebeu valores e não os mencionou na prestação de contas
partidária, ficará suspenso do recebimento das quotas do Fundo Partidário até que esclareça a origem dos
recursos. O receio é o recebimento de recursos de fontes vedadas, nesse caso.

No caso do inc. II, devemos lembrar do rol de vedações do art. 31, acima estudado. Não sei se você está
lembrado, mas vimos várias hipóteses nas quais o partido viola mandamentos constitucionais. Em razão
disso, a consequência deve ser mais dura, por isso a suspensão se dá pelo prazo de um ano.

Apenas para relembrar:

 VEDA-SE O RECEBIMENTO DE RECURSOS DE

 entidades ou governos estrangeiros;

 autoridades ou órgãos públicos (com exceção dos recursos do Fundo Partidário);

97
353
 pessoas jurídicas de direito privado;

 entidades da administração indireta (autarquias, empresas públicas, concessionárias,


sociedades de economia mista, fundações);

 entidades de classe ou sindical.

Embora possamos ter, inclusive, a determinação de cancelamento do registro do partido pelo TSE, no caso
de recebimento de recursos de origem estrangeira, devemos lembrar que a orientação do TSE é por uma
decisão proporcional.

Desse modo, a interpretação e aplicação das sanções previstas no art. 28 da Lei dos Partidos Político, que
determina a consequência mais gravosa, o cancelamento do registro do partido, ou do art. 36, II, que prevê
a suspensão do recebimento de quotas do Fundo Partidário por um ano, dependerá do caso concreto,
efetivamente.

Por fim, para cada eleição, o TSE fixa um montante global para arrecadação de recursos para as campanhas.
Esses limites são estabelecidos para cada pleito por Resolução. Caso o partido arrecade valores acima do
limite fixado, praticando conduta abusiva, sofrerá a sanção mais grave do art. 36, prevista no inc. III, qual
seja: a suspensão do recebimento das quotas do Fundo Partidário pelo prazo de dois anos, além de multa
no valor correspondente ao excesso.

De todo modo, é fundamental lembrar das hipóteses do art. 36 para a prova:

98
353
SANÇÕES POR VIOLAÇÕES ÀS NORMAS LEGAIS E ESTATUTÁRIAS

Suspensão no recebimento das


Suspensão no recebimento de Suspensão no recebimento das quotas do Fundo Partidário por
quotas do Fundo até quotas do Fundo Partidário por 2 anos + multa
esclarecimento da situação 1 ano correspondente ao valor
excedente

RECEBIMENTO DE RECURSOS
DE ORIGEM ESTRANGEIRA, DE
AUTORIDADES OU DE ÓRGÃOS
PÚBLICOS, PESSOAS DE
RECURSOS DE ORIGEM NÃO RECEBER DOAÇÕES ACIMA
DIREITO PRIVADO, DE
MENCIONADA DOS VALORES FIXADOS
ENTIDADES DA
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
OU DE ENTIDADES DE CLASSE
OU SINDICAL

As regras que vimos acima aplicam-se aos casos em há irregularidades financeiras no partido político, que
são aferidas na prestação partidária anual.

No caso específico de desaprovação das contas, aplica-se o disposto no art. 37, da Lei dos Partidos Políticos.
Antes de analisarmos esse dispositivo, atenção! A LEI Nº 13.165/2015 MODIFICOU A REDAÇÃO DO ART. 37
E ACRESCENTOU NOVOS PARÁGRAFOS.

Veja:

Art. 37. A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de


devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte
por cento).

Novamente...

99
353
DESAPROVAÇÃO DAS CONTAS

devolução dos valores


multa de ATÉ 20% do valor
recebidos de forma irregular; E

Por exemplo, se o Partido A recebeu R$ 100.000,00 de forma irregular e teve suas contas desaprovadas por
decisão da Justiça Eleitoral, deverá devolver o valor recebido (os R$ 100.000,00), acrescido de multa de até
de 20% (ou seja, R$ 20.000,00). No somatório pagará, no máximo, R$ 120.000,00.

Como a lei fala que a multa será de até 20%, nada impede que a Justiça Eleitoral fixe valor abaixo de 20%.
Isso dependerá da gravidade da situação no caso concreto, mas o julgador não poderá aplicar multa acima
desse valor.

Vejamos uma questão sobre esse assunto:

(CESPE/TRE-RJ - 2012) A respeito dos partidos políticos, julgue os itens seguintes.


A desaprovação das contas prestadas pelo partido político não acarreta a suspensão de recebimento de
novas cotas do fundo partidário.
Comentários
O gabarito original dava como incorreto. Contudo, a Lei nº 13.165/2015 alterou a redação do dispositivo para
a seguinte redação:
“Art. 37. A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de devolução da
importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento)”.
Logo, está correta a assertiva, pois a desaprovação das contas não implica a suspensão de novas cotas do
fundo partidário. Haverá um desconto no repasse das cotas relativo à devolução dos valores recebidos de
forma irregular e da multa aplicada.

Em razão da indisponibilidade do interesse envolvido, o §1º trata da possiblidade de a Justiça Eleitoral


determinar, aos órgãos de âmbito nacional de direção e aos partidos políticos, diligências para
complementar informações ou sanear irregularidades.

§ 1º A Justiça Eleitoral pode determinar diligências necessárias à complementação de


informações ou ao saneamento de irregularidades encontradas nas contas dos órgãos de
direção partidária ou de candidatos.

100
353
Vejamos, ainda, o §2º:

§ 2º A sanção a que se refere o caput será aplicada exclusivamente à esfera partidária


responsável pela irregularidade, não suspendendo o registro ou a anotação de seus órgãos
de direção partidária nem tornando devedores ou inadimplentes os respectivos
responsáveis partidários.

Quanto ao dispositivo acima, devemos atentar para o fato de que, se a irregularidade for perpetrada, por
exemplo, pelo órgão municipal do partido político, quem deverá devolver os valores e pagar a multa é o
referido órgão e não o órgão nacional ou regional, muito menos todo o partido político.

Nesse contexto, o TSE editou a Resolução TSE nº 21.841/2004, que estabeleceu que o órgão nacional de
direção do partido deixará de repassar os valores aos partidos regionais em caso de condenação regional.

A multa (de até 20%) será aplicada de forma razoável e o pagamento será efetuado por intermédio de
descontos futuros nas quotas do Fundo a que teria direito. Esses descontos, por alteração da Lei
13.877/2019, será feito em no máximo 50% do valor a que o partido tem direito. Por exemplo, se o partido
recebesse R$ 1.000,00 mensais do Fundo, o desconto não pode superar R$ 500,00.

É o que prevê o §3º abaixo:

§ 3º A sanção a que se refere o caput deste artigo deverá ser aplicada de forma
proporcional e razoável, pelo período de 1 (um) a 12 (doze) meses, e o pagamento deverá
ser feito por meio de desconto nos futuros repasses de cotas do fundo partidário a, no
máximo, 50% (cinquenta por cento) do valor mensal, desde que a prestação de contas
seja julgada, pelo juízo ou tribunal competente, em até 5 (cinco) anos de sua
apresentação, vedada a acumulação de sanções. (Redação dada pela Lei nº 13.877, de
2019)

§ 3º-A. O cumprimento da sanção aplicada a órgão estadual, distrital ou municipal


somente será efetivado a partir da data de juntada aos autos do processo de prestação
de contas do aviso de recebimento da citação ou intimação, encaminhada, por via postal,
pelo Tribunal Regional Eleitoral ou Juízo Eleitoral ao órgão partidário hierarquicamente
superior. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

Ainda sobre o dispositivo acima, importante mencionar que a penalidade somente poderá ser aplicada caso
as contas sejam julgadas no prazo de 5 anos!

Sobre o assunto, é importante o entendimento do TSE exarado na Consulta TSE nº 33.814/2014. Vimos que
os órgãos nacionais, estaduais e municipais prestam as respectivas contas e cada uma das esferas responde
exclusivamente em caso de irregularidades.

101
353
Tendo isso em vista, pode o órgão nacional de direção assumir as despesas dos diretórios
estaduais ou municipais para custear, por exemplo, a suspensão das quotas?

NÃO, NÃO PODERÁ! Entendeu o TSE, na consulta referida, que é impossível a assunção de despesas dos
diretórios estaduais ou municipais pelo diretório nacional, EXCETO as essenciais à manutenção de sedes e
de serviços do partido.

Após esse pequeno adendo, sigamos com a análise dos dispositivos da LPP.

O §4º, do art. 37, trata da possibilidade de recurso contra a decisão que desaprova as contas. Se as contas
forem municipais e, portanto, julgadas pelo Juiz Eleitoral, o recurso será cabível para o TRE respectivo. Por
outro lado, em se tratando de contas dos órgãos regionais de direção do partido político, da decisão, o
recurso é cabível para o TSE. Tranquilo, não?!

Vejamos a literalidade do dispositivo da LPP:

§ 4º Da decisão que desaprovar total ou parcialmente a prestação de contas dos órgãos


partidários caberá recurso para os Tribunais Regionais Eleitorais ou para o Tribunal
Superior Eleitoral, conforme o caso, o qual deverá ser recebido com efeito suspensivo.

E no caso de decisão do TSE sobre contas do órgão nacional do partido, a quem cabe recurso? Ao STF?
Não!!! Será irrecorrível, exceto se a decisão, de algum modo, violar a CF. Em tese, entretanto, não cabe
recurso.

Além disso, o recurso é recebido com efeito suspensivo.

Todo recurso possui uma série de efeitos. Os mais importantes são os efeitos devolutivo e suspensivo. O
efeito devolutivo se aplica a todos os recursos e significa a remessa (a devolução) da matéria para que seja
reanalisada pela instância superior.

O efeito suspensivo, por sua vez, trata da produção de efeitos da decisão recorrida. Em regra, os recursos
não possuem efeito suspensivo. Assim, publicada a sentença, ainda que a parte recorra, ela produzirá efeitos.

102
353
Apenas quando o relator conferir efeito suspensivo ou houver expressa previsão legal o recurso será dotado
de efeito suspensivo. É o que ocorre no caso acima. Se as contas forem desaprovadas e o partido recorrer,
não será aplicada a sanção de devolução da importância irregular mais a multa de 20% até que o tribunal
decida a respeito do recurso. A sentença permanecerá com os efeitos suspensos!

Sigamos!

A Lei dos Partidos Políticos não menciona o recurso cabível, mas o entendimento atualmente consolidado é
no sentido de que, para o TRE, caberá a apelação cível eleitoral e, para o TSE, o recurso especial.

Assim...

Juiz eleitoral em relação


apelação cível eleitoral
contra decisão que às contas dos órgãos
para o TRE respectivo
desaprova as contas municipais do partido

RECURSO

TRE em relação às contas


recurso especial para o
dos órgãos regionais do
TSE
partido

Vejamos, para finalizar, os §§ 5º e 6º:

§ 5º As prestações de contas desaprovadas pelos Tribunais Regionais e pelo Tribunal


Superior poderão ser revistas para fins de aplicação proporcional da sanção aplicada,
mediante requerimento ofertado nos autos da prestação de contas.

§ 6º O exame da prestação de contas dos órgãos partidários tem caráter jurisdicional.

Em síntese:

 É possível o pedido de revisão do julgamento das contas, para ajustar a sanção aplicada.

 A decisão que analisa as contas é jurisdicional, justificando a existência de recursos


eleitorais contra as decisões proferidas. Trata-se de processo judicial, não de processo de
caráter administrativo.

103
353
Vejamos, na sequência, os §§ 9º a 14, do art. 37, TODOS inseridos na Lei dos Partidos Políticos pela Lei nº
13.165/2015. Portanto, atenção!

O primeiro desses dispositivos ameniza a suspensão do recebimento das quotas no caso de desaprovação
das contas. Vimos que a desaprovação implica a devolução dos valores recebidos, que serão pagos nos 12
meses seguintes à decisão de desaprovação por meio de descontos em repasses futuros. A facilidade prevista
na legislação é a suspensão dos descontos! Isso mesmo, embora o partido político possa parcelar o desconto
em 12 meses, se estivermos no segundo semestre do ano eleitoral o partido, que teve suas contas
desaprovadas, continuará recebendo os recursos do Fundo Partidário de forma integral.

Vejamos:

§ 9o O desconto no repasse de cotas resultante da aplicação da sanção a que se refere


o caput será suspenso durante o segundo semestre do ano em que se realizarem as
eleições.

Pretende-se, assim, evitar que o partido seja prejudicado no pleito eleitoral e, na prática, não possa participar
da eleição. Passado o segundo semestre do ano eleitoral, retoma-se a o desconto no repasse das cotas até a
quitação do valor devido.

O §10, do art. 37, traz uma regra específica de comprovação dos gastos com passagens aéreas, cuja leitura
é o suficiente:

§ 10. Os gastos com passagens aéreas serão comprovados mediante apresentação de


fatura ou duplicata emitida por agência de viagem, quando for o caso, e os beneficiários
deverão atender ao interesse da respectiva agremiação e, nos casos de congressos,
reuniões, convenções, palestras, poderão ser emitidas independentemente de filiação
partidária segundo critérios interna corporis, vedada a exigência de apresentação de
qualquer outro documento para esse fim.

Vejamos os §§ 11 e 12:

§ 11. Os órgãos partidários poderão apresentar documentos hábeis para esclarecer


questionamentos da Justiça Eleitoral ou para sanear irregularidades a qualquer tempo,
enquanto não transitada em julgado a decisão que julgar a prestação de contas.

104
353
§ 12. Erros formais ou materiais que no conjunto da prestação de contas não
comprometam o conhecimento da origem das receitas e a destinação das despesas não
acarretarão a desaprovação das contas.

São duas as informações referentes à documentação a ser apresentada perante a Justiça para a análise das
contas:

 Os órgãos de partido podem apresentar quaisquer documentos hábeis para esclarecer


fatos relativos à prestação de contas. Temos aqui um princípio processual denominado de
atipicidade dos meios de prova. Assim, toda prova lícita e moralmente legítima poderá ser
utilizada pelo partido político para provar a regularidade das contas partidárias.

Cuidado!!! O TSE, no processo de prestação de contas, não admite a análise dos


documentos juntados a destempo, quando o partido foi intimado para sanar a
irregularidade e não o fez tempestivamente.

 Eventuais erros formais ou matérias – QUE NÃO COMPROMETAM A ANÁLISE E A


APURAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS – não implicam reprovação das contas. São, por
exemplo, erros de cálculos, menções equivocadas nas rubricas, que não importam
necessariamente dolo de omitir ou de desviar informações.

O §13 trata da possibilidade de responsabilização civil, ou criminal, dos dirigentes dos órgãos partidários.

§ 13. A responsabilização pessoal civil e criminal dos dirigentes partidários decorrente da


desaprovação das contas partidárias e de atos ilícitos atribuídos ao partido político
somente ocorrerá se verificada irregularidade grave e insanável resultante de conduta
dolosa que importe enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio do partido.

Desaprovadas as contas, para a responsabilização do dirigente partidário devemos verificar alguns


requisitos...

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA RESPONSABILIZAÇÃO DO


DIRIGENTE PARTIDÁRIO EM CASO DE DESAPROVAÇÃO DAS
CONTAS

enriquecimento
irregularidade
ilícito e lesão ao
grave e conduta dolosa
patrimônio do
insanável
partido

Parte da doutrina critica a redação desse artigo, vez que que cria um benefício ao dirigente do partido. Afinal,
o cidadão (nas suas relações privadas) se submete às regras do Código Civil que permitem a

105
353
responsabilização pela prática de qualquer ato ilícito e não apenas os ilícitos graves e insanáveis. O artigo
exige, ainda, que tais atos decorram de conduta dolosa e gerem enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio
do partido. Entende essa corrente que há violação ao princípio republicano, à igualdade e à
proporcionalidade.

Justamente em razão dessa discussão, a Procuradoria da República ajuizou a ADI 5.478, ainda em trâmite.

Nesse contexto, veja como a Lei 13.831/2019 tratou a matéria alterando o §15º do art. 37 da LPP:

§ 15. As responsabilidades civil e criminal são subjetivas e, assim como eventuais dívidas já
apuradas, recaem somente sobre o dirigente partidário responsável pelo órgão partidário
à época do fato e não impedem que o órgão partidário receba recurso do fundo partidário.

A lei além de restringir a responsabilização apenas para atos ilícitos que gerem “irregularidade grave e
insanável, resultante de conduta dolosa e que importe enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio do
partido”, prevê que a responsabilidade será subjetiva, portanto deve-se demonstrar o dolo do dirigente
partidário.

Duas observações finais:

1ª – A responsabilidade deve atingir apenas o dirigente que estava à frente do órgão partidário na
época do fato.

2ª – Caso fique provada a responsabilidade (civil e criminal) do dirigente, o partido político, por esse
fato, não será punido, ou seja, continuará a receber recursos do fundo partidário.

Sigamos!

Quanto ao §14, a mera leitura é suficiente:

§ 14. O instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política não será


atingido pela sanção aplicada ao partido político em caso de desaprovação de suas contas,
exceto se tiver diretamente dado causa à reprovação.

Para finalizarmos, a Lei nº 13.165/2015 acresceu à LPP o artigo abaixo:

Art. 37-A. A falta de prestação de contas implicará a suspensão de novas cotas do Fundo
Partidário enquanto perdurar a inadimplência e sujeitará os responsáveis às penas da lei.

Conforme afirmado acima, a suspensão do recebimento de quotas do fundo partidário não ocorre mais na
hipótese de desaprovação parcial ou total das contas. Contudo, a não prestação de contas implica a
suspensão do recebimento. A suspensão perdurará até a efetiva prestação das contas.

106
353
Distinguindo ambas as situações, temos...

DESAPROVAÇÃO DAS CONTAS NÃO PRESTAÇÃO DE CONTAS

devolução dos valores recebidos e suspensão das quotas do Fundo


multa de até 20% Partidário, até regularização.

Assim, além das hipóteses do inc. I, do art. 36, da Lei nº 9.096/1995, que prevê a suspensão das quotas do
Fundo Partidário quando o partido receber recursos de origem não mencionada, receber recursos vedados
ou doações acima dos limites definidos será suspenso o recebimento das quotas caso não preste contas.

Sintetizando o que você deve saber para a prova a respeito das sanções em razão de ilícitos na prestação de
contas partidárias:

SANÇÕES POR VIOLAÇÕES ÀS NORMAS LEGAIS E ESTATUTÁRIAS QUANTO ÀS CONTAS PARTIDÁRIAS


Suspensão no recebimento de quotas do RECURSOS DE ORIGEM NÃO MENCIONADA
Fundo até esclarecimento da situação
RECEBIMENTO DE RECURSOS DE ORIGEM ESTRANGEIRA, DE
Suspensão no recebimento das quotas AUTORIDADES OU DE ÓRGÃOS PÚBLICOS, DE ENTIDADES DA
do Fundo Partidário por 1 ano ADMINISTRAÇÃO INDIRETA OU DE ENTIDADES DE CLASSE OU
SINDICAL
Suspensão no recebimento das quotas RECEBER DOAÇÕES ACIMA DOS VALORES FIXADOS
do Fundo Partidário por 2 anos + multa
correspondente ao valor excedente
EXCLUSIVAMENTE A SANÇÃO DE DEVOLUÇÃO DA
IMPORTÂNCIA APONTADA COMO IRREGULAR, ACRESCIDA DE
MULTA DE ATÉ 20%.
Desaprovação das contas partidárias * A desaprovação não pode impedir o partido de participar do
processo eleitoral.
** O pagamento parcelado da multa é suspenso no segundo
semestre do ano eleitoral para que o partido possa participar
do pleito.

Vejamos, por fim, uma questão que trata do assunto:

107
353
(CESPE - 2017) Assinale a opção correta a respeito da prestação de contas partidária.
a) A desaprovação de suas contas sujeita o partido à suspensão do repasse de novas quotas do Fundo
Partidário.
b) A obrigação de prestar contas à justiça eleitoral atinge todos os órgãos partidários municipais, inclusive
aqueles que não hajam movimentado recursos financeiros ou arrecadado bens estimáveis em dinheiro.
c) A desaprovação das contas do partido impede sua participação no processo eleitoral subsequente.
d) Caso, no exame das contas, seja constatado recurso de origem não mencionada, o partido ficará sujeito à
suspensão do repasse de novas quotas do Fundo Partidário.
e) Partidos políticos podem receber recursos provenientes de entidades sindicais.
Comentários
Primeiramente, note que a questão trata da prestação de contas PARTIDÁRIA! Não estamos falando da
prestação de contas eleitorais. Como você deve saber, temos a prestação de contas eleitorais, tanto dos
partidos como dos candidatos, que está disciplinada na Lei nº 9.504/1997. A prestação de contas dos partidos
políticos está disciplinada na Lei nº 9.096/1995.
A alternativa A está incorreta, pois a desaprovação das contas do partido implica a devolução da importância
indicada como irregular, mais multa no importe de até 20%, segundo o art. 37, da Lei nº 9.096/1995.
A alternativa B está incorreta. Prevê que os órgãos partidários municipais (e apenas eles!) são dispensados
de prestar as contas partidárias caso não tenham movimentado recursos ou não tenham arrecadado valores
estimáveis em dinheiro. É a regra que consta do §4º, do art. 32, acrescido pela Lei nº 13.165/2015.
A alternativa C está igualmente incorreta, pois o art. 32, §5º, é claro em afirmar que a desaprovação da
prestação de contas do partido não ensejará sanção alguma que o impeça de participar do pleito eleitoral.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Conforme o inc. I, do art. 36, “no caso de recursos de
origem não mencionada ou esclarecida, fica suspenso o recebimento das quotas do Fundo Partidário até que
o esclarecimento seja aceito pela Justiça Eleitoral”.
O inc. IV, do art. 31, veda o recebimento de recursos pelos partidos políticos de entidade de classe ou sindical,
o que torna incorreta a alternativa E.

Finalizamos o primeiro tópico desse capítulo. Vejamos, na sequência, as regras que disciplinam o Fundo
Partidário!

108
353
2 - Fundo partidário

De acordo com José Jairo Gomes39, quanto ao financiamento dos partidos políticos, vige, no Brasil, um
sistema misto, uma vez que os partidos políticos recebem recursos de origem estatal e de particulares.

Entre as fontes de recursos, existem valores recebidos do Fundo Partidário, de doações privadas, de
comercialização de bens e de eventos. As doações poderão ser feitas tanto ao Fundo quanto aos órgãos de
direção dos partidos políticos.

Esses serão os assuntos que abordaremos neste tópico!

Denominado de Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, o Fundo Partidário constitui
uma aplicação financeira responsável por concentrar valores depositados, para serem rateados entre os
partidos políticos.

Integram o Fundo as parcelas descritas no art. 38, da LPP:

Art. 38. O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário)
é constituído por:

I – multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do Código Eleitoral e leis


conexas;

II – recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em caráter permanente ou
eventual;

III – doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por intermédio de depósitos bancários
diretamente na conta do Fundo Partidário;

IV – dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de


eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária,
multiplicados por trinta e cinco centavos de real, em valores de agosto de 1995.

Entre as fontes do Fundo Partidário destacam-se as dotações orçamentárias que serão calculadas em função
do número de eleitores.

É importante registrar que o STF, na ADI nº 4650/DF, declarou inconstitucional qualquer doação para fins de
campanha eleitoral de pessoa jurídica. Desse modo, o inc. III é inconstitucional no que se refere às pessoas
jurídicas.

Para a prova, devemos memorizar as contribuições que integrarão o Fundo Partidário...

39
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, 10ª edição, rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Atlas S/A, 2014, p. 96.

109
353
INTEGRA O
FUNDO
PARTIDÁRIO

Dotações
Doações de
Multas e Recursos orçamentárias da
pessoas físicas
penalidade financeiros União (valor
destinadas ao
pecuniárias. destinados por lei. mínimo R$ 0,35
Fundo.
por eleitor).

O art. 39, por sua vez, disciplina as doações recebidas diretamente de pessoas físicas. Lembre-se de que a
lei veda o recebimento de valores provenientes de pessoas físicas que exerçam função ou cargo público de
livre nomeação e exoneração, ou cargo ou emprego público temporário, ressalvados os filiados a partido
político (art. 31 V da LPP).

Vejamos o art. 39:

Art. 39. Ressalvado o disposto no art. 31, o partido político pode receber doações de
pessoas físicas e jurídicas para constituição de seus fundos.

§ 1º As doações de que trata este artigo podem ser feitas diretamente aos órgãos de
direção nacional, estadual e municipal, que remeterão, à Justiça Eleitoral e aos órgãos
hierarquicamente superiores do partido, o demonstrativo de seu recebimento e
respectiva destinação, juntamente com o balanço contábil.

§ 2º Outras doações, quaisquer que sejam, devem ser lançadas na contabilidade do


partido, definidos seus valores em moeda corrente.

Dos dispositivos acima, podemos notar que as doações feitas diretamente aos partidos políticos devem
observar algumas regras específicas:

 Qualquer das três esferas do partido (nacional, regional ou municipal) poderá receber
valores.

 Os valores recebidos devem ser informados ao órgão superior do partido, bem como à
Justiça Eleitoral, indicando, inclusive, a destinação conferida ao dinheiro.

Não é à toa que a jurisprudência do TSE entende que a ausência de abertura de conta corrente e recebimento
de recursos sem identificação do doador são vícios que atingem a transparência e comprometem a

110
353
fiscalização da regularidade da prestação de contas. Esse foi o entendimento consubstanciado no Acórdão
no AgR-REspe nº 2.834.940/201240:

Vocês notaram que nós tachamos a expressão “jurídica” do caput do art. 39?

O STF concluiu, no julgamento da ADI nº 4.650, que OS DISPOSITIVOS LEGAIS QUE AUTORIZAM AS
CONTRIBUIÇÕES DE PESSOAS JURÍDICAS PARA CAMPANHAS ELEITORAIS E PARA PARTIDOS POLÍTICOS SÃO
INCONSTITUCIONAIS.

A ação constitucional foi ajuizada pela OAB sob o argumento de que o art. 81, da Lei das Eleições, e o art. 39,
caput, da Lei dos Partidos Políticos, são parcialmente inconstitucionais, no que diz respeito à doação de
campanha por pessoas jurídicas.

O STF acolheu o pedido para declarar inconstitucionais as doações de pessoas jurídicas a partidos políticos.
Entre os argumentos da corte, destacam-se:

 A doação por pessoas jurídicas é incompatível com o regime democrático e com a


cidadania.

 A pessoa jurídica não exerce a cidadania, logo, não pode doar valores para as campanhas
eleitorais.

 A cidadania é consubstanciada por três atos: o direito de votar, o direito de ser votado
e o direito de influir na formação da vontade política por intermédio dos meios diretos de
democracia, tais como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular. Em nenhum desses
atos há a participação de pessoas jurídicas.

 As doações efetuadas por pessoas jurídicas inflacionam o custo das campanhas


eleitorais, sem um aprimoramento do processo político.

 A doação de recursos por pessoas jurídicas implica um desequilíbrio entre os partidos e


os candidatos sem recursos financeiros, violando o princípio da igualdade.

 A vedação à doação por pessoas jurídicas não inviabiliza o processo eleitoral.

Por fim, reitere-se: as pessoas físicas podem continuar doando recursos regularmente. A decisão acima
afeta apenas as doações efetuadas por pessoas jurídicas.

Além disso, por intermédio da Lei nº 13.165/2015 e Lei nº 13.877/2019, houve a delimitação no art. 39, §3º,
da Lei dos Partidos Políticos, das formas de recebimento dos recursos doados. Vejamos:

40
AgR em RESPE 2834940, Rel. Min. Marcelo Henriques Ribeiro de Oliveira, DJe 13/04/2012.

111
353
§ 3º As doações de recursos financeiros somente poderão ser efetuadas na conta do
partido político por meio de:

I - cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos;

II - depósitos em espécie devidamente identificados;

III - mecanismo disponível em sítio do partido na internet que permita o uso de cartão de
crédito, cartão de débito, emissão on-line de boleto bancário ou, ainda, convênios de
débitos em conta, no formato único e no formato recorrente, e outras modalidades, e que
atenda aos seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei nº 13.877, de 2019)

a) identificação do doador;

b) emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada.

Do dispositivo acima, destaca-se que o mais relevante é a identificação da origem para que possa ser
efetuado o controle de legalidade dos valores e para que não haja uso abusivo ou não declarado de recursos
em campanhas eleitorais.

Para a prova, você deve lembrar:

112
353
MEIOS DE DOAÇÕES A PARTIDOS POLÍTICOS

cheques cruzados e nominais

transferência eletrônica de depósitos

depósitos em espécie identificados

mecanismos on-line, desde que seja possível identificar o doador e a emissão


obrigatória de recibo

Vamos em frente!

Vejamos, na sequência, os demais parágrafos do art. 39:

§ 4º Revogado.

§ 5º Em ano eleitoral, os partidos políticos poderão aplicar ou distribuir pelas diversas


eleições os recursos financeiros recebidos de pessoas físicas e jurídicas, observando-se o
disposto no § 1º do art. 23, no art. 24 e no § 1º do art. 81 da Lei nº 9.504, de 30 de setembro
de 1997, e os critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas
estatutárias.

§ 6º Os bancos e empresas de meios de pagamentos, incluídos os denominados digitais,


ficam obrigados a disponibilizar a abertura de contas bancárias e os seus serviços de
meios de pagamentos e compensação, inclusive on-line, para que os partidos políticos
possam desenvolver e operacionalizar os mecanismos previstos no inciso III do § 3º deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

§ 7º Os serviços para os partidos políticos não se caracterizam e não acarretam restrições


relativas às pessoas politicamente expostas, e seus serviços serão disponibilizados pelo
preço oferecido pela instituição financeira a outras pessoas jurídicas. (Incluído pela Lei nº
13.877, de 2019)

§ 8º As instituições financeiras devem oferecer aos partidos políticos pacote de serviços


bancários que agreguem o conjunto dos serviços financeiros, e a mensalidade desse

113
353
pacote não poderá ser superior à soma das tarifas avulsas praticadas no mercado.
(Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

Em ano eleitoral, temos as doações de companha, que observam regras específicas a serem estudadas na
Lei nº 9.504/1997.

Entre as fontes de recursos do Fundo Partidário encontram-se as dotações orçamentárias, calculadas em


razão do número de eleitores. Essa dotação, nos termos do art. 40, constará do orçamento do Poder
Judiciário, consignada ao TSE.

Art. 40. A previsão orçamentária de recursos para o Fundo Partidário deve ser consignada,
no Anexo do Poder Judiciário, ao Tribunal Superior Eleitoral.

§ 1º O Tesouro Nacional depositará, mensalmente, os duodécimos no Banco do Brasil, em


conta especial à disposição do Tribunal Superior Eleitoral.

§ 2º Na mesma conta especial serão depositadas as quantias arrecadadas pela aplicação


de multas e outras penalidades pecuniárias, previstas na legislação eleitoral.

O Tesouro Nacional depositará, mensalmente, os valores ao TSE que, no prazo de 5 dias, fará o repasse aos
respectivos partidos políticos. A divisão dos valores obedece a uma série de critérios que são estabelecidos
no art. 41-A, da Lei dos Partidos Políticos.

Vejamos, incialmente, o caput, do art. 41, da Lei dos Partidos Políticos:

Art. 41. O Tribunal Superior Eleitoral, dentro de cinco dias, a contar da data do depósito a
que se refere o § 1º do artigo anterior, fará a respectiva distribuição aos órgãos nacionais
dos partidos, obedecendo aos seguintes critérios:

Os demais incisos do art. 41 foram declarados inconstitucionais pelo STF, ao julgar as ADI nº 1.351 e nº
1.354/2006, uma vez que condicionavam o recebimento dos recursos pelos partidos políticos à superação
da cláusula de barreira, por intermédio de um número mínimo de votos para a Câmara dos Deputados.
Contudo, como sabemos, essa norma foi revogada.

Em razão disso, a Lei nº 12.875/2013 tratou da distribuição dos recursos do Fundo em um dispositivo
específico, o art. 41-A, da LPP:

Art. 41-A. Do total do Fundo Partidário:

I – 5% (cinco por cento) serão destacados para entrega, em partes iguais, a todos os
partidos que atendam aos requisitos constitucionais de acesso aos recursos do Fundo
Partidário; e

II – 95% (noventa e cinco por cento) serão distribuídos aos partidos na PROPORÇÃO DOS
VOTOS OBTIDOS na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.

114
353
Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II, serão desconsideradas as mudanças
de filiação partidária em quaisquer hipóteses.

A EC 111/2021 criou um incentivo financeiro e temporário (eleições de 2022 a 2030) considerando em dobro
os votos recebidos por candidata mulher e por candidato negro.

Caso a candidata seja uma mulher negra a contagem será dobrada apenas uma vez. Vejamos o texto do art.
2º da Emenda Constitucional 111/2021:

Art. 2º Para fins de distribuição entre os partidos políticos dos recursos do fundo partidário
e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), os votos dados a candidatas
mulheres ou a candidatos negros para a Câmara dos Deputados nas eleições realizadas de
2022 a 2030 serão contados em dobro.

Parágrafo único. A contagem em dobro de votos a que se refere o caput somente se aplica
uma única vez.

Memorizem essa distribuição...

Divididos em partes iguais entre os partidos


5% políticos que façam jus ao Fundo Partidário
conforme regras constitucionais

Distribuídos aos partidos de acordo com a


DO FUNDO 95% proporção dos votos recebidos nas últimas
PARTIDÁRIO eleições para a Câmara dos Deputados.

Os votos recebidos por candidata mulher e por candidato negro


serão contados em dobro para fins de distribuição de recursos
de fundão Partidário e FEFC.

Você prestou atenção na redação do parágrafo único?

Não?! Ele é muito importante, razão pela qual iremos tratar desse dispositivo em separado!

115
353
A questão da distribuição do fundo partidário sempre foi objeto de disputas e de controvérsia, tanto no
Poder Legislativo como no Poder Judiciário, especialmente quando envolve a troca de partidos entre os
detentores de cargos político-eletivos. Isso, em tese, afetaria o número de parlamentares do partido, o que
poderia alterar o montante de recursos do Fundo.

Estabelece o parágrafo único que serão desconsiderados, para fins de distribuição dos recursos, os
parlamentares que alterarem a filiação partidária ao longo do mandato. Assim, se o deputado federal é
filiado ao “Partido A” e durante o curso do mandato migra para o “Partido B”, esse parlamentar não será
considerado na proporção para aferir o montante do “Partido B”.

Desse modo, temos superada essa discussão? Basta memorizar essas regras acima e estou
garantido?

Não, absolutamente não!

Vamos analisar com calma a questão para você não errar esse assunto em uma questão mais complexa!

A redação atual do dispositivo foi conferida pela Lei nº 12.875/2013, que manteve a mesma regra de
proporção, mas definiu que, para o cálculo proporcional dos 95%, seriam desconsideradas as mudanças de
filiação partidária, em quaisquer hipóteses (ainda que o candidato migrasse para um partido novo),
ressalvados os casos de fusão e de incorporação partidária.

A Lei nº 12.875/2013 foi objeto da ADI nº 5.105, julgada em outubro de 2015. O STF declarou a
inconstitucionalidade de todo o art. 41-A, da Lei nº 9.096/1995, sob o argumento de que o legislador não
criou um meio para superar as inconstitucionalidades por violação dos princípios do pluralismo político e da
liberdade de criar novas siglas, especialmente em relação aos parlamentares que migram de um partido para
outro.

Antes do julgamento da ADI nº 5.105, foram editadas duas outras normas tratando a respeito da distribuição
das quotas do Fundo Partidário.

A primeira delas foi a Lei nº 13.107/2015, que conferiu nova redação ao parágrafo único, do art. 41-A, para
prever que, no cálculo da proporcionalidade dos 95%, devem ser “desconsideradas as mudanças de filiação
partidária em quaisquer hipóteses”. Houve a retirada da ressalva para os casos de fusão e de incorporação
partidária.

Note que o argumento utilizado para declarar a inconstitucionalidade da Lei nº 12.875/2013 não foi alterado
pela Lei nº 13.107/2015, apenas foi repetida a regra, retirando a ressalva.

A segunda alteração na Lei dos Partidos Políticos foi feita pela Lei nº 13.165/2015, que não fez alterações
substanciais no art. 41-A.

Portanto, as alterações legislativas das Leis nº 13.107/2015 e nº 13.165/2015 não resolveram o problema
que gerou a inconstitucionalidade decorrente da decisão da ADI nº 5.105.

Assim, para uma questão objetiva de prova nós temos que levar em consideração dois posicionamentos:

116
353
1º - A redação literal do art. 41-A, da Lei dos Partidos Políticos, com redação da pelas Leis
nº 13.107/2015 e nº 13.165/2015.

A maioria das questões de prova irão considerar como correta a alternativa que trouxer a literalidade
do texto legislado, pois até o presente não temos uma declaração formal de inconstitucionalidade.

2º - O entendimento do STF no sentido de que os critérios estabelecidos pela Lei nº


13.875/2013 são inconstitucionais por violarem o princípio da pluralidade partidária na
medida em que criam obstáculo ao funcionamento e ao desenvolvimento de novas
agremiações, sob o argumento falacioso de fortalecimentos dos partidos políticos.

Entende o STF que as agremiações que tiverem representação na Câmara dos Deputados,
independentemente de perquirir se essa representatividade provém de migração de outra legenda
ou da criação de nova legenda por deputados federais eleitos, devem ser consideradas para a
distribuição dos 95% proporcionais.

Além disso, pela segunda corrente, que somente deverá adotada em eventual questão que cobre
expressamente o posicionamento do STF ou discursiva, as Leis nº 13.105/2015 e nº 13.165/2015
nascem com presunção de inconstitucionalidade.

Ok? Explicada a regra do parágrafo único com calma, podemos prosseguir.

De acordo com o art. 42, da LPP, na hipótese de extinção do partido político, os valores respectivos a que
teriam direitos serão revertidos novamente para o Fundo.

Art. 42. Em caso de cancelamento ou caducidade do órgão de direção nacional do partido,


reverterá ao Fundo Partidário a quota que a este caberia.

§ 1º O órgão de direção nacional do partido está obrigado a abrir conta bancária


exclusivamente para movimentação do fundo partidário e para a aplicação dos recursos
prevista no inciso V do caput do art. 44 desta Lei, observado que, para os demais órgãos do
partido e para outros tipos de receita, a obrigação prevista neste parágrafo somente se
aplica quando existir movimentação financeira.

§ 2º A certidão do órgão superior, ou do próprio órgão regional e municipal, de inexistência


de movimentação financeira tem fé pública como prova documental para aplicação do art.
32 desta Lei, sem prejuízo de apuração de ilegalidade de acordo com o disposto no art. 35
desta Lei.

De acordo com o art. 44, V, da Lei dos Partidos Políticos, o mínimo de 5% dos recursos do Fundo deve ser
destinado à criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das
mulheres.

Para melhor aplicação da regra, a Lei 13.831/2019, trouxe os §§ acima citados a exigir abertura de conta
exclusiva para movimentação desses recursos.

117
353
Quanto à administração dos valores, prevê o art. 43:

Art. 43. Os depósitos e movimentações dos recursos oriundos do Fundo Partidário serão
feitos em estabelecimentos bancários controlados pelo Poder Público Federal, pelo
Poder Público Estadual , inexistindo estes, no banco escolhido pelo órgão diretivo do
partido.

O art. 44 da LPP trata da aplicação dos recursos do Fundo Partidário. São sete as destinações conferidas aos
recursos do Fundo Partidário. Vejamos:

Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:

O primeiro aspecto a destacar é a expressão “serão”, que indica que o partido político DEVERÁ (trata-se de
uma exigência) aplicar os recursos nas hipóteses que passamos a analisar.

I - na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal, a


qualquer título, observado, do total recebido, os seguintes limites:

a) 50% (cinquenta por cento) para o órgão nacional;

b) 60% (sessenta por cento) para cada órgão estadual e municipal;

Em relação à manutenção da sede e dos serviços dos partidos, a LPP disciplina limites de destinação da verba
incluindo o pagamento de pessoal. Dos valores recebidos pelo órgão nacional o limite é de 50%, ao passo
que, dos valores recebidos pelo órgão estadual ou pelo órgão municipal, o limite é de 60%.

limite imposto ao órgão nacional do


partido político para gasto com a
50% DO TOTAL RECEBIDO manutenção da sede e dos serviços
incluindo gastos com pessoal

limite imposto ao órgão estadual e


municipal do partido político para gasto
60% DO TOTAL RECEBIDO com a manutenção da sede e dos
serviços incluindo gastos com pessoal

Existem algumas jurisprudências importantes tratando do tema. Vamos montar uma tabela de forma
resumida para que você não seja surpreendido na prova, ok?

A extrapolação do limite dos gastos com pessoal não pode ser considerada
Ac.-TSE, de 17.2.2011, no
como mera irregularidade, implicando a desaprovação das contas do
AgR-RMS nº 675
partido.
Ac.-TSE, de 5.4.2018, na Ausência de vedação legal para fins de remuneração de dirigentes
PC nº 22390 partidários pelo exercício do cargo.

118
353
Possibilidade de utilização de recursos do Fundo Partidário na aquisição de
Res.-TSE nº 21837/2004 bens mobiliários, computadores, impressoras, softwares e veículos
automotivos.
O não cumprimento dessa regra, por si só, não implica automática rejeição
Ac.-TSE, de 30.3.2010, no
das contas de agremiação político-partidária, ainda mais quando
AgR-RMS nº 712
demonstrada a inocorrência da má-fé e desídia

Vejamos as demais destinações possíveis dos recursos do Fundo Partidário:

II - na propaganda doutrinária e política;

III - no alistamento e campanhas eleitorais;

IV - na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e


educação política, sendo esta aplicação de, NO MÍNIMO, VINTE POR CENTO DO TOTAL
RECEBIDO.

V - na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política


das mulheres, criados e executados pela Secretaria da Mulher ou, a critério da agremiação,
por instituto com personalidade jurídica própria presidido pela Secretária da Mulher, em
nível nacional, conforme percentual que será fixado pelo órgão nacional de direção
partidária, observado o MÍNIMO DE 5% (CINCO POR CENTO) DO TOTAL; (Redação
dada pela Lei nº 13.877, de 2019)

Na criação e manutenção do instituto de pesquisa previsto no inciso IV, a Res.-TSE nº 22226/2006 determina
que as fundações criadas devem ter a forma de pessoa jurídica de direito privado e que a execução dos
programas de divulgação da linha programática partidária é matéria interna corporis dos partidos políticos.
Além disso, o TSE afirmou recentemente que é competência da Justiça Eleitoral examinar as contas prestadas
pelos institutos.41

Em relação à promoção da participação política das mulheres é importante, especialmente para fins de
provas objetivas, memorizar o percentual mínimo de aplicação, que é de 5% DO TOTAL DE RECURSOS
existentes no Fundo.

Em relação ao inc. V, a Lei dos Partidos Políticos prevê, ainda, que se não forem utilizados os 5%, o partido
político deverá transferir a diferença para uma conta específica. No ano seguinte, irá utilizar os 5% do ano
corrente somado ao saldo remanescente do ano anterior para esta finalidade. Caso não cumpra essa regra,
será obrigado a destinar à promoção da participação política das mulheres um percentual adicional de
12,5%!

41 PC nº 27178/2020

119
353
Além disso, é importante frisar que os valores em questão devem ser aplicados na média. Assim, no período
de 5 anos, por exemplo, o partido deverá aplicar 5% a cada ano. Para tanto, a fim de constituir reserva de
capital, o partido deverá efetuar o depósito em conta para destinação específica.

O TSE entende que esta verba deve ser utilizada de forma direta, por meio de seminários, cursos, palestras
ou quaisquer atos direcionados à doutrinação e à educação política da mulher.

Sigamos com as demais hipóteses:

VI - no pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos


partidários internacionais que se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à
doutrinação política, aos quais seja o partido político regularmente filiado;

VII - no pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e lanchonetes.

VIII - na contratação de serviços de consultoria contábil e advocatícia e de serviços para


atuação jurisdicional em ações de controle de constitucionalidade e em demais processos
judiciais e administrativos de interesse partidário, bem como nos litígios que envolvam
candidatos do partido, eleitos ou não, relacionados exclusivamente ao processo eleitoral;
(Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

IX – Vetado.

X - na compra ou locação de bens móveis e imóveis, bem como na edificação ou


construção de sedes e afins, e na realização de reformas e outras adaptações nesses bens;
(Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

XI - no custeio de impulsionamento, para conteúdos contratados diretamente com


provedor de aplicação de internet com sede e foro no País, incluída a priorização paga de
conteúdos resultantes de aplicações de busca na internet, inclusive plataforma de
compartilhamento de vídeos e redes sociais, mediante o pagamento por meio de boleto
bancário, de depósito identificado ou de transferência eletrônica diretamente para conta
do provedor, proibido, nos anos de eleição, no período desde o início do prazo das
convenções partidárias até a data do pleito. (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)

Importante tecer alguns comentários em relação aos incs. VIII a XI, que foram acrescentados pela Lei
13.877/2019 e pela Lei 14.291/2022.

A primeira é a possibilidade de alocação de recursos do fundo partidário para custeio de serviços de


contabilidade, de advocacia e de outros serviços. Assim, por exemplo, se o partido político contratar um
advogado, poderá utilizar desses recursos para o pagamento.

Importante destacar que a Lei das Eleições fixa limites de gastos em campanha, como forma de impor certo
direcionamento aos recursos. Embora não seja o intuito de aqui estudar esse tema, vale a pena mencionar
que o art. 18-B da Lei das Eleições deixou claro que valores gastos serviços de contabilidade, de advocacia e

120
353
de serviços não estarão sujeitos a limites de gastos, caso possam impor dificuldade para o exercício da ampla
defesa em processos judiciais que envolvam o partido.

As outras duas hipóteses são mais fáceis:

 utilização do Fundo para compra ou locação de bens móveis e imóveis; e

 utilização do Fundo para impulsionamento de campanhas de marketing digital, vedada a utilização


nos anos de eleição, no período desde o início do prazo das convenções partidárias até a data do
pleito.

Assim:

A distribuição de recursos acima é fundamental para a nossa prova e pode perfeitamente vir numa questão,
portanto, tome nota!

APLICAÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDO


• manutenção das sedes (inclusive com manutenção de pessoal), observado o LIMITE de
50% ao órgão nacional e de 60% aos órgãos estaduais e municipais;
• propaganda doutrinária e política;
• alistamento e campanhas eleitorais;
• criação e manutenção de programas de promoção e difusão de política para mulheres,
NO MÍNIMO 5%;
• criação e manutenção de entidades de pesquisa e de doutrinação e educação política,
NO MÍNIMO 20%;
• despesas com alimentação;
• contratação de serviços de consultoria contábil e advocatícia e de serviços;
• compra ou locaçao de bens móveis e imóveis; e
• campanhas de marketing digital (desde o início do prazo das convenções partidárias até
a data do pleito).

O §§ 1º e 2º tratam da obrigatoriedade de os partidos políticos discriminarem a aplicação dos recursos em


seus balanços a fim de possibilitar o controle, pela Justiça, da aplicação dos recursos, conforme vimos acima.
Inclusive, permite-se à Justiça Eleitoral proceder, A QUALQUER TEMPO, investigações com o objetivo de
aferir a regularidade de aplicação dos recursos.

Recentemente o TSE decidiu que é competência da Justiça Eleitoral processar e julgar as contas anuais das
fundações vinculadas aos partidos políticos envolvendo a aplicação de verbas do Fundo Partidário.

121
353
§ 1º Na prestação de contas dos órgãos de direção partidária de qualquer nível devem ser
discriminadas as despesas realizadas com recursos do Fundo Partidário, de modo a permitir
o controle da Justiça Eleitoral sobre o cumprimento do disposto nos incisos I e IV deste
artigo.

§ 2º A Justiça Eleitoral pode, a qualquer tempo, investigar sobre a aplicação de recursos


oriundos do Fundo Partidário.

Sobre o §3º, do art. 44, cuja redação fora dada pela Lei nº 12.891/2013, é importante destacar que, embora
os recursos do Fundo Partidário tenham natureza pública, o empenho e a utilização não dependem de
processo licitatório.

§ 3º Os recursos de que trata este artigo NÃO estão sujeitos ao regime da Lei no 8.666, de
21 de junho de 1993, tendo os partidos políticos autonomia para contratar e realizar
despesas.

Vejamos os §§ 4º a 5º:

§ 4º Não se incluem no cômputo do percentual previsto no inciso I deste artigo encargos e


tributos de qualquer natureza.

§ 5º O partido político que não cumprir o disposto no inciso V do caput deverá transferir o
saldo para conta específica, sendo vedada sua aplicação para finalidade diversa, de modo
que o saldo remanescente deverá ser aplicado dentro do exercício financeiro
subsequente, sob pena de acréscimo de 12,5% (doze inteiros e cinco décimos por cento)
do valor previsto no inciso V do caput, a ser aplicado na mesma finalidade.

Agora, o §6º:

§ 6º No exercício financeiro em que a fundação ou instituto de pesquisa não despender a


totalidade dos recursos que lhe forem assinalados, a eventual sobra poderá ser revertida
para outras atividades partidárias, conforme previstas no caput deste artigo.

Em relação aos recursos que devem ser destinados aos institutos de pesquisa, se esses órgãos não utilizarem
todo o montante que lhe foi disponibilizado, o valor que sobrou será revertido ao partido novamente para
utilização em outras atividades partidárias.

Os parágrafos 5º A e 7º foram declarados inconstitucionais por arrastamento na ADI 5.617.

Finalizamos, assim, as regras relativas ao estudo das finanças e da contabilidade dos partidos políticos,
tratando especialmente da prestação de contas e do fundo partidário.

Confira, por fim, o art. 44-A, acrescentado pela Lei 13.877/2019, cuja leitura é o suficiente para fins de prova:

122
353
Art. 44-A. As atividades de direção exercidas nos órgãos partidários e em suas fundações
e institutos, bem como as de assessoramento e as de apoio político-partidário, assim
definidas em normas internas de organização, não geram vínculo de emprego, não sendo
aplicável o regime jurídico previsto na Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, quando remuneradas com valor mensal igual
ou superior a 2 (duas) vezes o limite máximo do benefício do Regime Geral de Previdência
Social. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

Parágrafo único. O partido político poderá ressarcir despesas comprovadamente


realizadas no desempenho de atividades partidárias e deverá manter registro contábil de
todos os dispêndios efetuados, sem computar esses valores para os fins do inciso I do caput
do art. 44 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

Importante destacar que os arts. 45 a 49 da Lei dos Partidos Políticos foram revogados pela Lei
13.487/2017 extinguindo a propaganda partidária, que é aquela que ocorre em períodos não eleitoral e
que tem por finalidade divulgar o trabalho realizado pelos partidos políticos. A lei 14.291/2022
acrescentou os artigos 50-A ao 50-E a Lei dos Partidos Políticos trazendo de volta a propaganda partidária
gratuita mediante transmissão no rádio e na televisão.

DISPOSIÇÕES FINAIS
Vamos, na sequência, analisar de forma bastante objetiva os dispositivos gerais, finais e transitórios da Lei
nº 9.096/1995.

1 – Propaganda Partidária

O art. 50-A traz algumas regras sobre a propaganda partidária. São vários detalhes que vamos destacar.

A propaganda partidária será gratuita.

Ocorrerá entre as 19h30 e as 22h30 - em no máximo 10 inserções de 30 segundos divididas


proporcionalmente dentro dos intervalos comerciais no decorrer das 3 (três) horas de veiculação. Veja como:

• primeira hora de veiculação, no máximo 3 (três) inserções;


• segunda hora de veiculação, no máximo 3 (três) inserções;
• terceira hora de veiculação, no máximo 4 (quatro) inserções.

As inserções não podem ser exibidas de forma sequenciada, é preciso respeitar um intervalo de 10 minutos
entre cada veiculação.

A Propaganda Partidária será de âmbito nacional e estadual.

• nacionais: nas terças-feiras, quintas-feiras e sábados;

123
353
• estaduais: nas segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras.

Confira a regra:

Art. 50-A. A propaganda partidária gratuita mediante transmissão no rádio e na televisão


será realizada entre as 19h30 (dezenove horas e trinta minutos) e as 22h30 (vinte e duas
horas e trinta minutos), em âmbito nacional e estadual, por iniciativa e sob a
responsabilidade dos respectivos órgãos de direção partidária.

§ 1º As transmissões serão em bloco, em cadeia nacional ou estadual, por meio de


inserções de 30 (trinta) segundos, no intervalo da programação normal das emissoras.

§ 2º O órgão partidário respectivo apresentará à Justiça Eleitoral requerimento da fixação


das datas de formação das cadeias nacional e estaduais.

§ 3º A formação das cadeias nacional e estaduais será autorizada respectivamente pelo


Tribunal Superior Eleitoral e pelos Tribunais Regionais Eleitorais, que farão a necessária
requisição dos horários às emissoras de rádio e de televisão.

§ 4º A critério do órgão partidário nacional, as inserções em redes nacionais poderão


veicular conteúdo regionalizado, com comunicação prévia ao Tribunal Superior Eleitoral.

§ 5º Se houver coincidência de data, a Justiça Eleitoral dará prioridade ao partido político


que apresentou o requerimento primeiro.

§ 6º As inserções serão entregues às emissoras com a antecedência mínima acordada e em


mídia com tecnologia compatível com a da emissora recebedora.

§ 7º As inserções a serem feitas na programação das emissoras serão determinadas:

I – pelo Tribunal Superior Eleitoral, quando solicitadas por órgão de direção nacional de
partido político;

II – pelo Tribunal Regional Eleitoral, quando solicitadas por órgão de direção estadual de
partido político.

§ 8º Em cada rede somente serão autorizadas até 10 (dez) inserções de 30 (trinta)


segundos por dia.

§ 9º As inserções deverão ser veiculadas pelas emissoras de rádio e de televisão no horário


estabelecido no caput, divididas proporcionalmente dentro dos intervalos comerciais no
decorrer das 3 (três) horas de veiculação, da seguinte forma:

I – na primeira hora de veiculação, no máximo 3 (três) inserções;

II – na segunda hora de veiculação, no máximo 3 (três) inserções;

124
353
III – na terceira hora de veiculação, no máximo 4 (quatro) inserções.

§ 10. É vedada a veiculação de inserções sequenciais, observado obrigatoriamente o


intervalo mínimo de 10 (dez) minutos entre cada veiculação.

§ 11. As inserções serão veiculadas da seguinte forma:

I – as nacionais: nas terças-feiras, quintas-feiras e sábados;

II– as estaduais: nas segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras.

O Art. 50-B delimita o conteúdo a ser divulgado.

difundir os programas partidários

transmitir mensagens sobre a execução do programa partidário, os eventos e as atividades


congressuais do partido

PERMITIDO divulgar a posição do partido em relação a temas políticos e ações da sociedade civil

incentivar a filiação partidária e esclarecer o papel dos partidos na democracia brasileira

promover e difundir a participação política das mulheres, dos jovens e dos negros.

participação de pessoas não filiadas ao partido

divulgação de propaganda de candidatos e a defesa de interesses pessoais ou de outros partidos, bem


como propaganda eleitoral
utilização de imagens ou de cenas incorretas ou incompletas, de efeitos ou de quaisquer outros recursos
que distorçam ou falseiem os fatos ou a sua comunicação
VEDADO
utilização de matérias que possam ser comprovadas como falsas

prática de atos que resultem em qualquer tipo de preconceito racial, de gênero ou de local de origem

prática de atos que incitem a violência

O partido que descumprir as regras estabelecidas será punido com a cassação do tempo equivalente a 2
(duas) a 5 (cinco) vezes o tempo da inserção ilícita, no semestre seguinte.

125
353
Qualquer partido ou MP podem representar e a irregularidade será julgada pelo TSE quando a propaganda
for nacional ou pelo TRE quando estadual, cabendo neste caso recurso ao TSE com efeito suspensivo.

Prazo para representação:

• até o último dia do semestre em que for veiculado o programa OU


• até o 15º dia do semestre seguinte se o programa foi exibido nos últimos 30 dias do semestre
anterior.

Além disso, trata da distribuição de acordo com a cláusula de barreira prevista no art. 17 §3º da CF.

20 deputados federais 20 minutos por semestre


Entre 10 e 20 deputados federais 10 minutos por semestre
Até 9 deputados federais 05 minutos por semestre

No mínimo 30% (trinta por cento) do tempo deverá ser utilizado para a promoção e à difusão da participação
política das mulheres.

Art. 50-B. O partido político com estatuto registrado no Tribunal Superior Eleitoral poderá
divulgar propaganda partidária gratuita mediante transmissão no rádio e na televisão, por
meio exclusivo de inserções, para:

I – difundir os programas partidários;

II –transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, os eventos


com este relacionados e as atividades congressuais do partido;

III – divulgar a posição do partido em relação a temas políticos e ações da sociedade civil;

IV – incentivar a filiação partidária e esclarecer o papel dos partidos na democracia


brasileira;

V – promover e difundir a participação política das mulheres, dos jovens e dos negros.

§ 1º Os partidos políticos que tenham cumprido as condições estabelecidas no § 3º do art.


17 da Constituição Federal terão assegurado o direito de acesso gratuito ao rádio e à
televisão, na proporção de sua bancada eleita em cada eleição geral, nos seguintes termos:

I – o partido que tenha eleito acima de 20 (vinte) Deputados Federais terá assegurado o
direito à utilização do tempo total de 20 (vinte) minutos por semestre para inserções de
30 (trinta) segundos nas redes nacionais, e de igual tempo nas emissoras estaduais;

II – o partido que tenha eleito entre 10 (dez) e 20 (vinte) Deputados Federais terá
assegurado o direito à utilização do tempo total de 10 (dez) minutos por semestre para
inserções de 30 (trinta) segundos nas redes nacionais, e de igual tempo nas emissoras
estaduais;

126
353
III – o partido que tenha eleito até 9 (nove) Deputados Federais terá assegurado o direito
à utilização do tempo total de 5 (cinco) minutos por semestre para inserções de 30 (trinta)
segundos nas redes nacionais, e de igual tempo nas redes estaduais.

§ 2º Do tempo total disponível para o partido político, no mínimo 30% (trinta por cento)
deverão ser destinados à promoção e à difusão da participação política das mulheres.

§ 3º Nos anos de eleições, as inserções somente serão veiculadas no primeiro semestre.

§ 4º Ficam vedadas nas inserções:

I – a participação de pessoas não filiadas ao partido responsável pelo programa;

II – a divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos e a defesa de interesses


pessoais ou de outros partidos, bem como toda forma de propaganda eleitoral;

III – a utilização de imagens ou de cenas incorretas ou incompletas, de efeitos ou de


quaisquer outros recursos que distorçam ou falseiem os fatos ou a sua comunicação;

IV – a utilização de matérias que possam ser comprovadas como falsas (fake news);

V – a prática de atos que resultem em qualquer tipo de preconceito racial, de gênero ou de


local de origem;

VI – a prática de atos que incitem a violência.

§ 5º Tratando-se de propaganda partidária no rádio e na televisão, o partido político que


descumprir o disposto neste artigo será punido com a cassação do tempo equivalente a 2
(duas) a 5 (cinco) vezes o tempo da inserção ilícita, no semestre seguinte.

§ 6º A representação, que poderá ser oferecida por partido político ou pelo Ministério
Público Eleitoral, será julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral quando se tratar de
inserções nacionais e pelos Tribunais Regionais Eleitorais quando se tratar de inserções
transmitidas nos Estados correspondentes.

§ 7º O prazo para o oferecimento da representação prevista no § 6º deste artigo encerra-


se no último dia do semestre em que for veiculado o programa impugnado ou, se este
tiver sido transmitido nos últimos 30 (trinta) dias desse período, até o 15º (décimo quinto)
dia do semestre seguinte.

§ 8º Da decisão do Tribunal Regional Eleitoral que julgar procedente a representação,


cassando o direito de transmissão de propaganda partidária, caberá recurso para o
Tribunal Superior Eleitoral, que será recebido com efeito suspensivo.

127
353
A lei prevê ainda a possibilidade de acordos diretos entre emissoras e partidos desde que dentro dos limites
legais e que seja dado conhecimento ao tribunal eleitoral competente.

Veda a propaganda paga.

Art. 50-C. Para agilizar os procedimentos, condições especiais podem ser pactuadas
diretamente entre as emissoras de rádio e de televisão e os órgãos de direção do partido,
obedecidos os limites estabelecidos nesta Lei, dando-se conhecimento ao Tribunal Eleitoral
da respectiva jurisdição.

Art. 50-D. A propaganda partidária no rádio e na televisão fica restrita aos horários
gratuitos disciplinados nesta Lei, com proibição de propaganda paga.

Art. 50-E. (Vetado).

2 - Disposições Gerais

Art. 50. Vetado

Art. 51. É assegurado ao partido político com estatuto registrado no Tribunal Superior
Eleitoral o direito à utilização gratuita de escolas públicas ou Casas Legislativas para a
realização de suas reuniões ou convenções, responsabilizando-se pelos danos porventura
causados com a realização do evento.

O dispositivo acima assegura, ao partido regularmente constituído, o direito de utilizar gratuitamente de


escolas públicas ou de Casas Legislativas para realizar reuniões e convenções partidárias. Trata-se de mais
uma prerrogativa, para além daquelas asseguradas na CF (recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao
rádio e à televisão, conforme §2º, do art. 17).

A lei das eleições também prevê a possibilidade de utilização de prédios públicos, de forma gratuita, para a
realização das convenções. Veja o §2º do art. 8º da lei 9504/97.

§ 2º Para a realização das convenções de escolha de candidatos, os partidos políticos


poderão usar gratuitamente prédios públicos, responsabilizando-se por danos causados
com a realização do evento.

Sigamos com os dispositivos finais da Lei 9.096/95:

Art. 52. Vetado

Parágrafo único. (Revogado pelo art. 5º da Lei nº 13.487/2017)

Art. 53. A fundação ou instituto de direito privado, criado por partido político, destinado
ao estudo e pesquisa, à doutrinação e à educação política, rege-se pelas normas da lei civil

128
353
e tem autonomia para contratar com instituições públicas e privadas, prestar serviços e
manter estabelecimentos de acordo com suas finalidades, podendo, ainda, manter
intercâmbio com instituições não nacionais.

§ 1º O instituto poderá ser criado sob qualquer das formas admitidas pela lei civil.

§ 2º O patrimônio da fundação ou do instituto de direito privado a que se referem o inciso


IV do art. 44 desta lei e o caput deste artigo será vertido ao ente que vier a sucedê-lo nos
casos de:

I – extinção da fundação ou do instituto, quando extinto, fundido ou incorporado o partido


político, assim como nas demais hipóteses previstas na legislação;

II – conversão ou transformação da fundação em instituto, assim como deste em


fundação.

§ 3º Para fins do disposto no § 2º deste artigo, a versão do patrimônio implica a sucessão


de todos os direitos, os deveres e as obrigações da fundação ou do instituto extinto,
transformado ou convertido.

§ 4º A conversão, a transformação ou, quando for o caso, a extinção da fundação ou do


instituto ocorrerá por decisão do órgão de direção nacional do partido político.

(Parágrafos 1º a 4º acrescidos pelo art. 2º da Lei nº 13.487/2017.)

Art. 54. Para fins de aplicação das normas estabelecidas nesta Lei, consideram-se como
equivalentes a Estados e Municípios o Distrito Federal e os Territórios e respectivas divisões
político-administrativas.

3 - Disposições finais e transitórias

Art. 55. O partido político que, nos termos da legislação anterior, tenha registro definitivo,
fica dispensado da condição estabelecida no § 1º do art. 7º, e deve providenciar a
adaptação de seu estatuto às disposições desta Lei, no prazo de seis meses da data de sua
publicação.

§ 1º A alteração estatutária com a finalidade prevista neste artigo pode ser realizada pelo
partido político em reunião do órgão nacional máximo, especialmente convocado na forma
dos estatutos, com antecedência mínima de trinta dias e ampla divulgação, entre seus
órgãos e filiados, do projeto do estatuto.

§ 2º Aplicam-se as disposições deste artigo ao partido que, na data da publicação desta Lei:

129
353
I – tenha completado seu processo de organização nos termos da legislação anterior e
requerido o registro definitivo;

II – tenha seu pedido de registro sub judice, desde que sobrevenha decisão favorável do
órgão judiciário competente;

III – tenha requerido registro de seus estatutos junto ao Tribunal Superior Eleitoral, após o
devido registro como entidade civil.

Sem relevância a regra do art. 55, pois trata de norma de transitoriedade aplicada à época da vigência da Lei
dos Partidos Políticos.

Sigamos com os arts. 55-A a 55-C, que foram acrescentados à Lei dos Partidos Políticos pela Lei 13.831/2019:

Art. 55-A. Os partidos que não tenham observado a aplicação de recursos prevista no inciso
V do caput do art. 44 desta Lei nos exercícios anteriores a 2019, e que tenham utilizado
esses recursos no financiamento das candidaturas femininas até as eleições de 2018, não
poderão ter suas contas rejeitadas ou sofrer qualquer outra penalidade."

Art. 55-B. Os partidos que, nos termos da legislação anterior, ainda possuam saldo em
conta bancária específica conforme o disposto no § 5º-A do art. 44 desta Lei poderão
utilizá-lo na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da participação
política das mulheres até o exercício de 2020, como forma de compensação.

Art. 55-C. A não observância do disposto no inciso V do caput do art. 44 desta Lei até o
exercício de 2018 não ensejará a desaprovação das contas.

Aqui temos duas alterações pequenas dentro de um mesmo grupo de assuntos.

Antes vamos contextualizar o tema.

De acordo com o art. 44, V, da Lei dos Partidos Políticos, o mínimo de 5% dos recursos do Fundo deve ser
destinado à criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das
mulheres.

Para melhor aplicação da regra, a Lei 13.831/2019, são duas regras:

1ª alteração: Os partidos políticos que antes de 2019 não observaram o percentual de 5% não podem
ter contas rejeitadas ou sofrer outras penalidades. O fundamento dessa regra está no fato de que os
partidos políticos não dispuseram de tempo suficiente para se adaptar à exigência legal.

Em síntese, a exigência dos 5% do Fundo para criação e manutenção de programas de promoção e


difusão da participação política das mulheres passa a valer efetivamente em 2020.

130
353
É justamente em razão dessa regra que a Lei 13.831/2019 previu que o partido que reservou o
dinheiro para utilização para essa finalidade, mas ainda não usou do recurso, poderá utilizá-lo em
2020, como forma de compensação ao que deveria ter utilizado.

2ª alteração: A partir de 2020, se não aplicar o recurso conforme prescrito, o partido político sofrerá
desaprovação das contas.

A lei 13.831/2019 incluiu os art. 55 - D e art. 55 - E na Lei de Partidos Políticos. O art. 55-D anistiou a devolução
de doações feitas por servidores públicos que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e
exoneração, desde que filiados a partido político vez que são consideradas regulares no momento. E o art.
55-E fixou o prazo de 180 dias para que os partidos implementem a escrituração contábil permitindo assim
que a Justiça Eleitoral tenha conhecimento da origem de suas receitas e a destinação de suas despesas.

Art. 55-D. Ficam anistiadas as devoluções, as cobranças ou as transferências ao Tesouro


Nacional que tenham como causa as doações ou contribuições feitas em anos anteriores
por servidores públicos que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e
exoneração, desde que filiados a partido político. (acrescido pelo art. 2º da Lei nº
13.831/2019)

Art. 55-E. O disposto no art. 30 desta lei deverá ser implantado no prazo máximo de 180
(cento e oitenta) dias, contado da data de entrada em vigor deste artigo. (acrescido pelo
art. 1º da Lei nº 13.877/2019)

Os arts. 56 e 57 foram revogados pela Lei nº 13.165/2015.

Art. 58. A requerimento de partido, o Juiz Eleitoral devolverá as fichas de filiação partidária
existentes no Cartório da respectiva Zona, devendo ser organizada a primeira relação de
filiados, nos termos do art. 19, obedecidas as normas estatutárias.

Parágrafo único. Para efeito de candidatura a cargo eletivo será considerada como
primeira filiação a constante das listas de que trata este artigo.

Art. 59 e art. 60. Diplomas alteradores do Código Civil e da Lei de Registros Públicos, sem relevância para
nossa prova.

Confira os dispositivos finais.

Art. 61. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá instruções para a fiel execução desta Lei.

Art. 62. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 63. Ficam revogadas a Lei nº 5.682, de 21 de julho de 1971, e respectivas alterações; a
Lei nº 6.341, de 5 de julho de 1976; a Lei nº 6.817, de 5 de setembro de 1980; a Lei nº 6.957,
de 23 de novembro de 1981; o art. 16 da Lei nº 6.996, de 7 de junho de 1982; a Lei nº 7.307,
de 9 de abril de 1985, e a Lei nº 7.514, de 9 de julho de 1986.

131
353
Chega de teoria. Vamos às questões!

RESUMO

Conceituação

 PARTIDOS POLÍTICOS

 livre associação de pessoas.

 organização estável.

 alcançar e manter o poder político-estatal

 confere autenticidade ao sistema representativo, ao regular funcionamento do governo, às instituições políticas e


à implementação dos direitos fundamentais.

FUNÇÂO DOS PARTIDOS POLÍTICOS

 organização de pessoas em torno de interesses e de princípios comuns.

 objetiva acessar ao poder político, notadamente, por intermédio do voto.

constituído com propósito perene, ou seja, para durar ao longo dos anos.

 não se confundem com facções, clubes, grupos etc., em razão da estabilidade, da estrutura e da organização.

Liberdade e Autonomia Partidárias

 PRINCÍPIO DA LIBERDADE E AUTONOMIA

Prerrogativa para definir a estrutura interna e o funcionamento.

Prerrogativa para adotar os critérios de escolha e regime de suas coligações eleitorais.

Vedação à verticalização partidária

 Vedação das coligações para eleições proporcionais.

 A liberdade e autonomia partidária não são absolutas, ou seja, não há independência do partido.

 OS PARTIDOS POLÍTICOS DEVEM RESGUARDAR:

132
353
soberania nacional

regime democrático

pluripartidarismo

direitos fundamentais da pessoa humana

 OS PARTIDOS POLÍTICOS DEVEM OBSERVAR OS SEGUINTES PRECEITOS

caráter nacional

proibição de recursos e subordinação estrangeira

prestação de contas

Äfuncionamento parlamentar

 É VEDADO AOS PARTIDOS POLÍTICOS

Adotar organização militar ou paramilitar.

Ministrar instrução militar ou paramilitar.

Adotar uniforme para seus membros.

 DIRETÓRIOS PROVISÓRIOS

A autonomia dos partidos para definir os prazos de duração dos mandatos dos membros dos órgãos partidários
permanentes ou provisórios;

Prazo de vigência dos órgãos provisórios - até 8 anos;

 Vedação a extinção automática do órgão e cancelamento do seu CNPJ por ter o prazo de vigência se exaurido.

Natureza Jurídica

Pessoas jurídicas de direito privado

 Devem registrar o documento inicial de constituição – estatuto – no serviço de registro civil de pessoas jurídicas no
local da sede do partido.

133
353
É possível a utilização do mandado de segurança contra representantes ou órgãos de partidos políticos.

Por se tratar de pessoa de direito privado, eventuais lides judiciais relativas ao partido político tramitarão pela Justiça
Comum, como regra.

Criação e Registro

Constituição civil enquanto pessoa jurídica

Registro do estatuto no TSE

Eventuais alterações estatutárias também devem ser encaminhadas para registro ao Tribunal Superior
Eleitoral, após a averbação no registro civil.

m CARÁTER NACIONAL

É necessário provar o apoiamento mínimo

Finalidade afastar a criação de agremiações com caráter regional ou local.

O partido terá dois anos para demonstrar o preenchimento das exigências

 CÁLCULO DO APOIAMENTO MÍNIMO

Deve-se obter a assinatura com a indicação do título eleitoral de, ao menos, 0,5% do número de votos computados
para a última eleição para a Câmara dos Deputados.

Muita atenção, o número de votos a ser considerado é o conferido para as eleições à Câmara dos Deputados (cargo
de Deputado Federal).

Além disso, NÃO são levados em consideração os votos nulos e brancos, apenas os votos válidos.

As assinaturas acima devem ser registradas em, pelo menos, 1/3 dos Estados-membros brasileiros.

Cada um desses Estados deverá computar, pelo menos, 0,1% do eleitorado recebido no Estado para a Câmara dos
Deputados.

A assinatura do cidadão, em apoio à criação do partido político, não constitui ato de filiação ao partido político.
Assim, o cidadão que assina a lista não está filiado ao partido em formação.

Embora o analfabeto seja absolutamente inelegível, o entendimento majoritário é no sentido de que ele poderá
participar da lista de apoiamento mínimo, desde que esteja alistado (lembre-se de que o alistamento é facultativo).

134
353
Não se admite o encaminhamento de ficha de apoiamento de eleitores pela Internet, tendo em vista a exigência
contida no art. 9º, § 1º, da Lei nº 9.096/1995.

 Não é possível a utilização de cédula de identidade no lugar do título eleitoral.

 Partido político em processo de registro na Justiça Eleitoral tem direito de obter lista de eleitores, com os respectivos
números do título e zona eleitoral.

 Não é possível que eleitores com cadastro em situação irregular assinem lista de apoio para criação de partido.

Consequência do Registro

 Possibilidade de participação do processo eleitoral;

ÄCom o registro, o partido adquire validade eleitoral e, em face disso, poderá participar do pleito eleitoral,
registrando candidatos para disputar as eleições.

Recebimento de recursos do Fundo Partidário;

 Acesso gratuito ao rádio e à televisão (propaganda eleitoral);

 Exclusividade de denominação, de sigla e de símbolos.

Note que não é na criação do partido como pessoa jurídica de direito privado que se garante a
exclusividade de denominação, de sigla e de símbolos, mas o registro no TSE.

Procedimento de Registro

 REGISTRO CIVIL

 Deve ser subscrito (assinado) por, no mínimo, 101 fundadores, com domicílio em, pelo menos, 1/3 dos Estados-
membros.

Não confundam a subscrição pelos fundadores do partido político com o apoiamento mínimo que estudamos acima.

 DOCUMENTOS

cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido;

exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o estatuto;

relação de todos os fundadores com o nome completo, naturalidade, número do título eleitoral com a zona, seção,
município e estado, profissão e endereço da residência.

 REGISTRO NO TSE

135
353
Devem comprovar o registro civil e o apoiamento mínimo

O partido político em formação, no prazo de até 100 (cem) dias contados da obtenção do seu registro civil, deve
informar ao Tribunal Superior Eleitoral a sua criação.

 DOCUMENTOS

Cópia autenticada do inteiro teor do programa e do estatuto inscritos no Registro Civil.

Certidão do Registro Civil.

Certidões dos Cartórios Eleitorais comprovando o apoiamento mínimo.

 ASSUNTOS ESPECÍFICOS

 Devido à necessidade de assinatura para comprovação do apoiamento mínimo, é inadmissível a prova por
intermédio de listas pela internet, tais como o site de petições da comunidade Avaaz (www.avaaz.org),
amplamente divulgado nas mídias sociais atualmente.

 Impossibilidade do reconhecimento no TSE das assinaturas invalidadas pelo cartório eleitoral e, também,
das rejeitadas sem motivação pelo Órgão Superior Eleitoral.

Impossibilidade de utilização de cédula de identidade, em lugar do título eleitoral, no procedimento de


coleta de assinaturas de apoiamento para criação de partido político.

Os partidos em processo de registro na Justiça Eleitoral têm o direito de obter lista de eleitores, com o
número do título e zona eleitoral.

Possibilidade de cidadão analfabeto manifestar apoio por meio de impressão digital.

Impossibilidade de eleitores com cadastro em situação irregular assinarem lista de apoio para criação de
partido.

 TRAMITAÇÃO NO TSE

Autuação e protocolo do pedido no TSE.

Após 48 horas, o processo é distribuído a um relator.

Vista à PGE para parecer no prazo de 10 dias.

10 dias para eventuais diligências.

Deferimento do registro em 30 dias.

 FUNÇÃO FISCALIZADORA DOS PARTIDOS

136
353
Poderão ser credenciados delegados de partido:

• Juízes Eleitorais - representam o partido perante o Juiz Eleitoral da respectiva circunscrição


• TRE - representam o partido perante o TRE do estado e os seus juízes eleitorais
• TSE - representam o partido perante quaisquer tribunais ou juízes eleitorais

Federações de partidos políticos

É a reunião de dois ou mais partidos que após se constituírem e se registrarem, de forma individual, perante o TSE
atuarão como se fossem uma única agremiação partidária.

Todos os partidos integrantes devem ter registro definitivo no TSE;

Deverão permanecer no mínimo por 4 anos;

Deve ser constituída até a data final para as convenções partidárias;

Terá abrangência nacional;

Deverão cumprir todas as normas que regem o funcionamento parlamentar e a fidelidade partidária;

Se submetem as regras de infidelidade partidária.

O estatuto deverá conter regras para a composição de listas para as eleições proporcionais, que vinculará a escolha
de candidatos da federação em todos os níveis.

Para fins de aferição da cláusula de desempenho prevista no § 3º do art. 17 da Constituição e no art. 3º da EC nº


97/2017, será considerada a soma da votação e da representação dos partidos que integram a federação.

Filiação

Condição de elegibilidade

pleno gozo dos direitos políticos e atender às regras previstas no estatuto.

Embora inelegível, é possível que o eleitor se filie

Tempo mínimo de filiação partidária foi reduzido de um ano para seis meses

O estatuto do partido poderá estabelecer um tempo superior de filiação

Comunicação da filiação será automática

O TSE faculta a prova da filiação por outros elementos

137
353
 VEDAÇÃO DE ATIVIDADE POLÍTICO-PARTIDÁRIA

1- Militares art. 142, § 3º, V da CF/1988;

2- Membros do Ministério Público art. 128, § 5º, II, e da CF/1988;

3- Magistrados art. 95, parágrafo único, III da CF/1988;

4- Membros do TCU art. 73, §§ 3º e 4º da CF/1988;

5- Membros da Defensoria Pública arts. 46, V, 91, V, e 130, V da LC nº 80/1994 e

6- Servidor da Justiça Eleitoral art. 366 do CE/1965.

 CANCELAMENTO DA FILIAÇÃO PARTIDÁRIA

morte;

perda dos direitos políticos - não abrange a suspensão de direitos políticos.

expulsão - é necessário procedimento administrativo

outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no prazo de quarenta e oito horas da
decisão;

filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva zona eleitoral.

Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o
cancelamento das demais.

 DESFILIAÇÃO FEITA PELO CIDADÃO - COMUMICAÇÃO

Órgão eleitoral de direção municipal respectivo; e

Juiz eleitoral da zona onde estiver inscrito.

Funcionamento Parlamentar

O funcionamento parlamentar, entendido como a constituição por intermédio de bancada e de lideranças nas
respectivas Casas Legislativas, é constitucional e não ofende o princípio da autonomia parlamentar.

A cláusula de barreira previa apoio mínimo de 5% para cada eleição para a Câmara dos Deputados, sem considerar
votos brancos e nulos, para que o partido tenha direito ao funcionamento parlamentar foi considerada
inconstitucional.

138
353
Com a EC nº 97/2017 foram criadas condições para o recebimento de recursos do Fundo Partidário e acesso gratuito
ao rádio e à TV.

• obter, pelo menos, 3% dos votos válidos para a última eleição para a Câmara dos Deputados distribuídos 1/3
das unidades da Federação com, no mínimo 2% dos votos em cada uma delas; OU
• tiver, pelo menos, 15 Deputados Federais distribuídos em, pelo menos, 1/3 das unidades da Federação

Programa e Estatuto

 Por programa compreende-se a enumeração dos propósitos do partido político, o qual define os objetivos políticos.

 Por estatuto compreende-se o regulamento que rege o partido político, que, entre outras regras, fixa a estrutura
interna, a organização e o funcionamento da agremiação.

 Não é possível estabelecer direitos específicos para determinadas categorias de membros do partido político

 A EC 111/2021 restringiu o objeto de análise do TSE quando ocorrer reforma no programa ou estatuto do partido,
apenas poderão analisar os dispositivos que sofreram alteração.

 NORMAS QUE DEVEM CONSTAR DO ESTATUTO

 nome, denominação abreviada e estabelecimento da sede na Capital Federal;

 filiação e desligamento de seus membros;

 direitos e deveres dos filiados;

 modo como se organiza e administra;

 fidelidade e disciplina partidárias;

 condições e forma de escolha de seus candidatos;

 finanças e contabilidade;

 critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário;

 procedimento de reforma do programa e do estatuto;

 prevenção, repressão e combate à violência política contra a mulher.

 RESPONSABILIDADE

Não há responsabilidade solidária entre os diretórios partidários municipais, estaduais e nacionais pelo
inadimplemento de suas respectivas obrigações ou por dano causado, violação de direito ou qualquer ato ilícito.

139
353
Fidelidade Partidária

O partido político deverá estabelecer normas de disciplina e de fidelidade partidárias.

Eventuais violações às normas do partido sujeitarão o infrator à apuração e à punição internas.

Ao acusado é assegurado amplo direito de defesa.

Desfiliação

A desfiliação decorre do ato de se desligar do partido político ao qual estava filiado.

 DESFILIAÇÃO IMOTIVADA

Sem que o partido político dê causa a essa desfiliação, será denominada de desfiliação imotivada.

Uma vez eleito, o detentor de mandato político-eletivo irá respeitar o programa e a ideologia do partido que o
escolheu em convenções como candidato.

 CONSEQUÊNCIAS DA DESFILIAÇÃO IMOTIVADA

sistema majoritário: a desfiliação imotivada do partido político pelo detentor do mandato perante o qual foi eleito
NÃO IMPLICA A PERDA DO CARGO.

 sistema proporcional: a desfiliação imotivada do partido político pelo detentor do mandato perante o qual foi eleito
IMPLICA A PERDA DO CARGO.

Perde automaticamente a função ou cargo que exerça - eleições no sistema proporcional

Exceções:

• se houver alterações substanciais no programa do partido, ou no caso de não observância do programa


partidário, o detentor do mandato político eletivo poderá se desfiliar sem a perda do cargo que ocupa. Afinal,
se houve mudança na ideologia do partido não significa que os filiados (e mandatários) sejam obrigados a
mudar de ideologia também.
• se o partido político praticar grave discriminação política contra o detentor do cargo político eletivo, ele poderá
se desfiliar sem consequência para o seu mandato.
• se o detentor do cargo político eletivo decidir mudar de partido no período de 30 dias antes do prazo de seis
meses de filiação, quando próximo do término do mandato, também não haverá perda do cargo político
eletivo. Trata-se da janela de desfiliação.
• se houver anuência do partido político.
• se o partido não preencher os requisitos do §3º do art. 17 da CF

140
353
A incorporação ou a fusão de partido político deixa de ser hipótese que justificava a desfiliação.

A criação de partido político também deixa de ser hipótese que justifica a desfiliação.

O art. 22-A, da LPP, não diferencia a questão da infidelidade em relação a ocupantes de cargos políticos decorrentes
do sistema proporcional ou majoritário.

Fusão, incorporação e extinção

No caso de dissolução e de incorporação, o partido que foi dissolvido e o partido que foi incorporado deixam de
existir.

Tanto a incorporação como a fusão dependem de decisão dos órgãos de direção nacional dos partidos envolvidos.

Para a fusão/incorporação deve haver o registro perante o TSE há, pelo menos, 5 anos.

Vedada a aplicação de penalidades ao partido incorporador e aos seus dirigentes, salvo se estes faziam parte do
partido anterior que foi incorporado.

 FUSÃO

União de dois ou mais partidos para formarem um terceiro.

adotar o projeto, estatuto e programa dos partidos; e

 elegerão novo órgão nacional de partido.

É necessário votar um novo estatuto e um novo órgão de direção, cuja escolha será dada pela maioria absoluta dos
órgãos nacionais dos partidos envolvidos

 INCORPORAÇÃO

Há a absorção de um partido por outro.

Compete à agremiação a ser incorporada votar, por maioria absoluta, sobre a adoção do estatuto e do programa do
outro partido.

O documento de deliberação da incorporação deverá ser levado a registro.

Após a averbação civil, será necessário registrar as informações perante o TSE para conferir validade eleitoral ao
procedimento.

RECURSOS DO FUNDO PARTIDÁRIO

Os recursos são somados no caso de fusão; e, no caso de incorporação, os recursos do partido incorporado são
agregados ao partido incorporador.

Mesma regra se aplica em relação ao tempo de rádio e de TV para a propaganda partidária.

141
353
EXTINÇÃO

A extinção de partidos políticos poderá decorrer da fusão ou da incorporação, bem como por decisão do próprio
partido político ou por determinação do TSE.

Determinação do TSE:

• ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira;


• estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros;
• não ter prestado, nos termos desta Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral;
• que mantém organização paramilitar.

Prestação de contas e sanções dela decorrentes

Os partidos políticos, nas três esferas de organização (nacional, regional e municipal), deverão adotar a
escrituração contábil.

Controle da legalidade das movimentações financeiras do partido.

Rol de fontes vedadas

• entidade ou governo estrangeiros;


• entes públicos e pessoas jurídicas de qualquer natureza, ressalvadas as dotações referidas no art. 38
desta Lei e as provenientes do Fundo Especial de Financiamento de Campanha;
• entidade de classe ou sindical.
• pessoas físicas que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e exoneração, ou cargo ou
emprego público temporário, ressalvados os filiados a partido político.

O partido político deverá encaminhar anualmente à Justiça Eleitoral, até o dia 30 de junho, o balanço
contábil do ano anterior.

O balanço contábil do órgão nacional será encaminhado ao TSE, o do órgão regional ao TRE e o do órgão
municipal aos Juízes Eleitorais.

Se o partido não teve movimentação financeira será desnecessária a prestação de contas, desde que haja
apresentação até o dia 30/6 de “declaração de ausência de movimentação de recursos”.

Se a inscrição perante a Receita Federal do órgão municipal estiver desativada por ausência de prestação
de contas, a apresentação da declaração será o suficiente para que a inscrição CNPJ seja regularizada; e

É possível requerer que essa reativação da inscrição do órgão municipal do partido se dê apenas a partir
de 1° de janeiro de 2020, ano das eleições municipais. Assim, mesmo que requerido antes, pode-se requerer
os efeitos da reativação no início de 2020.

A desaprovação da prestação de contas do partido não ensejará sanção alguma que o impeça de participar
do pleito eleitoral.

142
353
 Armazenamento dos documentos contábeis por 5 anos

 O TRE e o TSE podem determinar a quebra de sigilo bancário.

DEVE CONSTAR DO BALANÇO APRESENTADO À JUSTIÇA ELEITORAL

valores e destinação dos recursos oriundos do Fundo Partidário;

origem e valor das contribuições e das doações;

despesas de caráter eleitoral apresentadas de forma discriminada;

discriminação detalhada das receitas e das despesas.

CONSEQUÊNCIA DA VIOLAÇÃO ÀS NORMAS LEGAIS E ESTATUTÁRIAS

No caso de recursos de origem não mencionada ou esclarecida, fica suspenso o recebimento das quotas do Fundo
Partidário até que o esclarecimento seja aceito pela Justiça Eleitoral;

No caso de recebimento de recursos mencionados no art. 31, fica suspensa a participação no Fundo Partidário por
um ano;

No caso de recebimento de doações cujo valor ultrapasse os limites previstos no art. 39, § 4º, fica suspensa por dois
anos a participação no Fundo Partidário e será aplicada ao partido multa correspondente ao valor que exceder aos
limites fixados.

DESAPROVAÇÃO DAS CONTAS

Devolução dos valores recebidos de forma irregular; E

Multa de ATÉ 20% do valor.

A multa (de até 20%) será aplicada de forma razoável e o pagamento será efetuado por intermédio de descontos
futuros nas quotas do Fundo a que teria direito.

É impossível a assunção de despesas dos diretórios estaduais ou municipais pelo diretório nacional, EXCETO as
essenciais à manutenção de sedes e de serviços do partido.

A decisão de desaprovação de contas será irrecorrível, exceto se a decisão, de algum modo, violar a CF.

No segundo semestre do ano eleitoral o partido, que teve suas contas desaprovadas, continuará recebendo os
recursos do Fundo Partidário de forma integral.

143
353
 RESPONSABILIZAÇÃO DO DIRIGENTE PARTIDÁRIO

Irregularidade grave e insanável

Conduta dolosa

Enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio do partido

A responsabilidade deve atingir apenas o dirigente que estava à frente do órgão partidário na época do fato.

Caso fique provada a responsabilidade (civil e criminal) do dirigente, o partido político, por esse fato, não será
punido, ou seja, continuará a receber recursos do fundo partidário.

Fundo partidário

Fontes do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos

• multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do Código Eleitoral e leis conexas;
• recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em caráter permanente ou eventual;
• doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por intermédio de depósitos bancários diretamente
na conta do Fundo Partidário;
• dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de eleitores inscritos
em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária, multiplicados por trinta e cinco
centavos de real, em valores de agosto de 1995.

Doações recebidas diretamente de pessoas físicas

• Qualquer das três esferas do partido (nacional, regional ou municipal) poderá receber valores.
• Os valores recebidos devem ser informados ao órgão superior do partido, bem como à Justiça
Eleitoral, indicando, inclusive, a destinação conferida ao dinheiro.
• A doação por pessoas jurídicas é incompatível com o regime democrático e com a cidadania.
• A pessoa jurídica não exerce a cidadania, logo, não pode doar valores para as campanhas eleitorais.
• A cidadania é consubstanciada por três atos: o direito de votar, o direito de ser votado e o direito de
influir na formação da vontade política por intermédio dos meios diretos de democracia, tais como o
plebiscito, o referendo e a iniciativa popular. Em nenhum desses atos há a participação de pessoas
jurídicas.
• As doações efetuadas por pessoas jurídicas inflacionam o custo das campanhas eleitorais, sem um
aprimoramento do processo político.
• A doação de recursos por pessoas jurídicas implica um desequilíbrio entre os partidos e os candidatos
sem recursos financeiros, violando o princípio da igualdade.
• A vedação à doação por pessoas jurídicas não inviabiliza o processo eleitoral.

Distribuição dos recursos do Fundo

144
353
• 5% - Divididos em partes iguais entre os partidos políticos que façam jus ao Fundo Partidário
conforme regras constitucionais.
• 95% - Distribuídos aos partidos de acordo com a proporção dos votos recebidos nas últimas eleições
para a Câmara dos Deputados.
• Os votos recebidos por candidata mulher e por candidato negro serão contados em dobro para fins
de distribuição de recursos de fundão Partidário e FEFC.
• Serão desconsiderados, para fins de distribuição dos recursos, os parlamentares que alterarem a
filiação partidária ao longo do mandato.
• Na hipótese de extinção do partido político, os valores respectivos a que teriam direitos serão
revertidos novamente para o Fundo.
• O mínimo de 5% dos recursos do Fundo deve ser destinado à criação e manutenção de programas de
promoção e difusão da participação política das mulheres.
• Exige-se a abertura de conta exclusiva para movimentação desses recursos.

Destinação dos recursos do Fundo

• na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal, observado, do


total recebido, os seguintes limites:
➢ 50% (cinquenta por cento) para o órgão nacional;
➢ 60% (sessenta por cento) para cada órgão estadual e municipal;
• na propaganda doutrinária e política;
• no alistamento e campanhas eleitorais;
• na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação
política, sendo esta aplicação de, NO MÍNIMO, VINTE POR CENTO DO TOTAL RECEBIDO.
• na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das
mulheres, em nível nacional, conforme percentual que será fixado pelo órgão nacional de direção
partidária, observado o MÍNIMO DE 5% (CINCO POR CENTO) DO TOTAL
• no pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos partidários
internacionais que se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais seja
o partido político regularmente filiado;
• no pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e lanchonetes.
• na contratação de serviços de consultoria contábil e advocatícia e de serviços para atuação
jurisdicional em ações de controle de constitucionalidade e em demais processos judiciais e
administrativos ;
• na compra ou locação de bens móveis e imóveis, bem como na edificação ou construção de
sedes e afins, e na realização de reformas e outras adaptações nesses bens;
• no custeio de impulsionamento, para conteúdos contratados diretamente com provedor de
aplicação de internet com sede e foro no País, incluída a priorização paga de conteúdos resultantes
de aplicações de busca na internet, inclusive plataforma de compartilhamento de vídeos e redes
sociais, mediante o pagamento por meio de boleto bancário, de depósito identificado ou de
transferência eletrônica diretamente para conta do provedor, proibido, nos anos de eleição, no
período desde o início do prazo das convenções partidárias até a data do pleito.

145
353
O empenho e a utilização dos recursos do Fundo não dependem de processo licitatório.

Propaganda Partidária

A propaganda partidária será gratuita.

Ocorrerá entre as 19h30 e as 22h30 - em no máximo 10 inserções de 30 segundos divididas


proporcionalmente dentro dos intervalos comerciais no decorrer das 3 (três) horas de veiculação. Veja como:

• primeira hora de veiculação, no máximo 3 (três) inserções;

• segunda hora de veiculação, no máximo 3 (três) inserções;

• terceira hora de veiculação, no máximo 4 (quatro) inserções.

As inserções não podem ser exibidas de forma sequenciada, é preciso respeitar um intervalo de 10 minutos
entre cada veiculação.

A Propaganda Partidária será de âmbito nacional e estadual.

• nacionais: nas terças-feiras, quintas-feiras e sábados;

• estaduais: nas segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras.

Conteúdo permitido na propaganda partidária será gratuita.

• difundir os programas partidários


• transmitir mensagens sobre a execução do programa partidário, os eventos e as atividades
congressuais do partido
• divulgar a posição do partido em relação a temas políticos e ações da sociedade civil
• incentivar a filiação partidária e esclarecer o papel dos partidos na democracia brasileira
• promover e difundir a participação política das mulheres, dos jovens e dos negros.

Conteúdo vedado na propaganda partidária será gratuita.

• participação de pessoas não filiadas ao partido


• divulgação de propaganda de candidatos e a defesa de interesses pessoais ou de outros partidos,
bem como propaganda eleitoral
• utilização de imagens ou de cenas incorretas ou incompletas, de efeitos ou de quaisquer outros
recursos que distorçam ou falseiem os fatos ou a sua comunicação
• utilização de matérias que possam ser comprovadas como falsas
• prática de atos que resultem em qualquer tipo de preconceito racial, de gênero ou de local de
origem
• prática de atos que incitem a violência

146
353
Descumprimento das regras gera cassação do tempo equivalente a 2 (duas) a 5 (cinco) vezes o tempo da
inserção ilícita, no semestre seguinte.

No mínimo 30% (trinta por cento) do tempo deverá ser utilizado para a promoção e à difusão da
participação política das mulheres.

DESTAQUES DA LEGISLAÇÃO E DA JURISPRUDÊNCIA


 art. 1º da LPP: natureza jurídica dos partidos políticos

Art. 1º. O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no
interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.
Parágrafo único. O partido político NÃO se equipara às entidades paraestatais.

 art. 2º e 3º da LPP: princípio da liberdade e autonomia

Art. 2º É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos


programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os
direitos fundamentais da pessoa humana.

Art. 3º É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento.

§ 1º É assegurada aos candidatos, partidos políticos e coligações autonomia para definir o


cronograma das atividades eleitorais de campanha e executá-lo em qualquer dia e horário,
observados os limites estabelecidos em lei.

§ 2º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir o prazo de duração dos
mandatos dos membros dos seus órgãos partidários permanentes ou provisórios.

§ 3º O prazo de vigência dos órgãos provisórios dos partidos políticos poderá ser de até 8
(oito) anos.

§ 4º Exaurido o prazo de vigência de um órgão partidário, ficam vedados a extinção


automática do órgão e o cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ).

 art. 7º da LPP: não filiação partidária daqueles que realizam o apoiamento.

Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra
seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.

147
353
§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,
considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento
de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco
décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados,
não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos
estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado
em cada um deles.

 STF. Plenário. ADI 5311/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 4/3/2020 (Info 968).

São constitucionais as modificações realizadas pela Lei nº 13.107/2015 nos arts. 7º e 29 da


Lei nº 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos).

A Constituição Federal garante a liberdade para a criação, fusão, incorporação e extinção


de partidos políticos, a eles assegurando a autonomia (art. 17). Ocorre que não há
liberdade absoluta. Também não se tem autonomia sem limitação. Logo, é possível que
sejam estabelecidos requisitos e condições para a criação, fusão e incorporação de partidos
políticos.

As normas legais impugnadas não afetam, reduzem ou condicionam a autonomia


partidária, porque o espaço de atuação livre dos partidos políticos deve estar de acordo
com as a normas jurídicas que estabelecem condições pelas quais se pode dar a criação, ou
recriação por fusão ou incorporação de partido sem intervir no seu funcionamento
interno.42

 A EC nº 97/2017 - requisitos para que o partido tenha direito aos recursos do fundo eleitoral e o acesso
gratuito ao rádio e à televisão.

§ 3º Somente terão direito a recursos do Fundo Partidário e acesso gratuito ao rádio e à


televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:
I – obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
II – tiverem elegido pelo menos quinze deputados federais distribuídos em pelo menos
um terço das unidades da Federação.

 art. 8º da LPP: procedimento de registro do partido

148
353
Art. 8º O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do
registro civil das pessoas jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos seus
fundadores, em número nunca inferior a 101 (cento e um), com domicílio eleitoral em, no
mínimo, 1/3 (um terço) dos estados, e será acompanhado de:

I – cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido;

II – exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o estatuto;

III – relação de todos os fundadores com o nome completo, naturalidade, número do título
eleitoral com a zona, seção, município e estado, profissão e endereço da residência.

§ 1º O requerimento indicará o nome e a função dos dirigentes provisórios e o endereço


da sede do partido no território nacional.

§ 2º Satisfeitas as exigências deste artigo, o oficial do registro civil efetua o registro no livro
correspondente, expedindo certidão de inteiro teor.

§ 3º Adquirida a personalidade jurídica na forma deste artigo, o partido promove a


obtenção do apoiamento mínimo de eleitores a que se refere o § 1º do art. 7º e realiza os
atos necessários para a constituição definitiva de seus órgãos e designação dos dirigentes,
na forma do seu estatuto.

 art. 9º da LPP: procedimento de registro do partido junto ao TSE

Art. 9º Feita a constituição e designação, referidas no § 3º do artigo anterior, os dirigentes


nacionais promoverão o registro do estatuto do partido junto ao Tribunal Superior
Eleitoral, através de requerimento acompanhado de:

I – exemplar autenticado do inteiro teor do programa e do estatuto partidários, inscritos


no registro civil;

II – certidão do registro civil da pessoa jurídica, a que se refere o § 2º do artigo anterior;

III – certidões dos cartórios eleitorais que comprovem ter o partido obtido o apoiamento
mínimo de eleitores a que se refere o § 1º do art. 7º.

§ 1º A prova do apoiamento mínimo de eleitores é feita por meio de suas assinaturas, com
menção ao número do respectivo título eleitoral, em listas organizadas para cada Zona,
sendo a veracidade das respectivas assinaturas e o número dos títulos atestados
pelo Escrivão Eleitoral [leia-se, chefe de cartório]

§ 2º O escrivão eleitoral dá imediato recibo de cada lista que lhe for apresentada e, no
prazo de quinze dias, lavra o seu atestado, devolvendo-a ao interessado.

149
353
§ 3º Protocolado o pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral, o processo respectivo,
no prazo de quarenta e oito horas, é distribuído a um relator, que, ouvida a Procuradoria-
Geral, em dez dias, determina, em igual prazo, diligências para sanar eventuais falhas do
processo.

§ 4º Se não houver diligências a determinar, ou após o seu atendimento, o Tribunal


Superior Eleitoral registra o estatuto do partido, no prazo de trinta dias.

 art.10 da LPP: registro das alterações programáticas e estatutárias

Art. 10. As alterações programáticas ou estatutárias, após registradas no ofício civil


competente, devem ser encaminhadas, para o mesmo fim, ao Tribunal Superior Eleitoral.

§ 1º O partido comunica à Justiça Eleitoral a constituição de seus órgãos de direção e os


nomes dos respectivos integrantes, bem como as alterações que forem promovidas, para
anotação:

I – no Tribunal Superior Eleitoral, dos integrantes dos órgãos de âmbito nacional;

II – nos tribunais regionais eleitorais, dos integrantes dos órgãos de âmbito estadual,
municipal ou zonal.

§ 2º Após o recebimento da comunicação de constituição dos órgãos de direção regionais


e municipais, definitivos ou provisórios, o Tribunal Superior Eleitoral, na condição de
unidade cadastradora, deverá proceder à inscrição, ao restabelecimento e à alteração de
dados cadastrais e da situação cadastral perante o CNPJ na Secretaria Especial da Receita
Federal do Brasil.

 art.11 da LPP: função fiscalizadora

Art. 11. O partido com registro no Tribunal Superior Eleitoral pode credenciar,
respectivamente:

I – Delegados perante o juiz eleitoral;

II – Delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral;

III – Delegados perante o Tribunal Superior Eleitoral.

Parágrafo único. Os delegados credenciados pelo órgão de direção nacional representam


o partido perante quaisquer tribunais ou juízes eleitorais; os credenciados pelos órgãos
estaduais, somente perante o Tribunal Regional Eleitoral e os juízes eleitorais do respectivo
estado, do Distrito Federal ou território federal; e os credenciados pelo órgão municipal,
perante o juiz eleitoral da respectiva jurisdição.

150
353
 art.11-A da LPP: federação de partidos políticos

Art. 11-A. Dois ou mais partidos políticos poderão reunir-se em federação, a qual, após sua
constituição e respectivo registro perante o Tribunal Superior Eleitoral, atuará como se
fosse uma única agremiação partidária.

§ 1º Aplicam-se à federação de partidos todas as normas que regem o funcionamento


parlamentar e a fidelidade partidária.

§ 2º Assegura-se a preservação da identidade e da autonomia dos partidos integrantes de


federação.

§ 3º A criação de federação obedecerá às seguintes regras:

I – a federação somente poderá ser integrada por partidos com registro definitivo no
Tribunal Superior Eleitoral;

II – os partidos reunidos em federação deverão permanecer a ela filiados por, no mínimo,


4 (quatro) anos;

III – a federação poderá ser constituída até a data final do período de realização das
convenções partidárias;

IV – a federação terá abrangência nacional e seu registro será encaminhado ao Tribunal


Superior Eleitoral.

§ 4º O descumprimento do disposto no inciso II do § 3º deste artigo acarretará ao partido


vedação de ingressar em federação, de celebrar coligação nas 2 (duas) eleições seguintes
e, até completar o prazo mínimo remanescente, de utilizar o fundo partidário.

§ 5º Na hipótese de desligamento de 1 (um) ou mais partidos, a federação continuará em


funcionamento, até a eleição seguinte, desde que nela permaneçam 2 (dois) ou mais
partidos.

§ 6º O pedido de registro de federação de partidos encaminhado ao Tribunal Superior


Eleitoral será acompanhado dos seguintes documentos:

I – cópia da resolução tomada pela maioria absoluta dos votos dos órgãos de deliberação
nacional de cada um dos partidos integrantes da federação;

II – cópia do programa e do estatuto comuns da federação constituída;

III – ata de eleição do órgão de direção nacional da federação.

§ 7º O estatuto de que trata o inciso II do § 6º deste artigo definirá as regras para a


composição da lista da federação para as eleições proporcionais.

151
353
§ 8º Aplicam-se à federação de partidos todas as normas que regem as atividades dos
partidos políticos no que diz respeito às eleições, inclusive no que se refere à escolha e
registro de candidatos para as eleições majoritárias e proporcionais, à arrecadação e
aplicação de recursos em campanhas eleitorais, à propaganda eleitoral, à contagem de
votos, à obtenção de cadeiras, à prestação de contas e à convocação de suplentes.

§ 9º Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, de
partido que integra federação.

 art.6º-A da 9.504/97: federação de partidos políticos

Art. 6º-A Aplicam-se à federação de partidos de que trata o art. 11-A da Lei nº 9.096, de 19
de setembro de 1995 (Lei dos Partidos Políticos), todas as normas que regem as atividades
dos partidos políticos no que diz respeito às eleições, inclusive no que se refere à escolha
e registro de candidatos para as eleições majoritárias e proporcionais, à arrecadação e
aplicação de recursos em campanhas eleitorais, à propaganda eleitoral, à contagem de
votos, à obtenção de cadeiras, à prestação de contas e à convocação de suplentes.

Parágrafo único. É vedada a formação de federação de partidos após o prazo de realização


das convenções partidárias.”

 arts.16 e 17 da LPP: filiação

Art. 16. Só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos
políticos.
Art. 17. Considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o
atendimento das regras estatutárias do partido.
Parágrafo único. Deferida a filiação do eleitor, será entregue comprovante ao interessado,
no modelo adotado pelo partido.

 art.9º da 9.504/97: tempo mínimo de filiação

Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na


respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo
partido no mesmo prazo.

 art.20 da LPP: tempo de filiação

Art. 20. É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação
partidária superiores aos previstos nesta lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos.

 art.19 da LPP: comunicação da filiação partidária

152
353
Art. 19. Deferido internamente o pedido de filiação, o partido político, por seus órgãos de
direção municipais, regionais ou nacional, deverá inserir os dados do filiado no sistema
eletrônico da Justiça Eleitoral, que automaticamente enviará aos juízes eleitorais, para
arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de
candidatura a cargos eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual
constará a data de filiação, o número dos títulos eleitorais e das seções em que estão
inscritos.

§ 1º Nos casos de mudança de partido de filiado eleito, a Justiça Eleitoral deverá intimar
pessoalmente a agremiação partidária e dar-lhe ciência da saída do seu filiado, a partir do
que passarão a ser contados os prazos para ajuizamento das ações cabíveis.

§ 2º Os prejudicados por desídia ou má-fé poderão requerer, diretamente à Justiça


Eleitoral, a observância do que prescreve o caput deste artigo.

§ 3º Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão pleno acesso às


informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral.

§ 4º A Justiça Eleitoral disponibilizará eletronicamente aos órgãos nacional e estaduais


dos partidos políticos, conforme sua circunscrição eleitoral, acesso a todas as informações
de seus filiados constantes do cadastro eleitoral, incluídas as relacionadas a seu nome
completo, sexo, número do título de eleitor e de inscrição no Cadastro de Pessoa Física
(CPF), endereço, telefones, entre outras.

 Súmula 20 do TSE: comunicação da filiação partidária

Súmula 20 do TSE - A prova de filiação partidária daquele cujo nome não constou da lista
de filiados de que trata o art. 19 da Lei nº 9.096/95, pode ser realizada por outros
elementos de convicção, salvo quando se tratar de documentos produzidos
unilateralmente, destituídos de fé pública.

 art.22 da LPP: cancelamento da filiação partidária

Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:

I – morte;

II – perda dos direitos políticos;

III – expulsão;

IV – outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no


prazo de quarenta e oito horas da decisão;

V – filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva zona
eleitoral.

153
353
Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente,
devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

 art.21 da LPP: comunicação de desfiliação

Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção
municipal e ao juiz eleitoral da zona em que for inscrito.

Parágrafo único. Decorridos dois dias da data da entrega da comunicação, o vínculo torna-
se extinto, para todos os efeitos.

 art.14 da LPP: programa e estatuto

Art. 14. Observadas as disposições constitucionais e as desta lei, o partido é livre para fixar,
em seu programa, seus objetivos políticos e para estabelecer, em seu estatuto, a sua
estrutura interna, organização e funcionamento.

 art.15 da LPP: estatuto

Art. 15. O estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre:

I – nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede no território nacional;

II – filiação e desligamento de seus membros;

III – direitos e deveres dos filiados;

IV – modo como se organiza e administra, com a definição de sua estrutura geral e


identificação, composição e competências dos órgãos partidários nos níveis municipal,
estadual e nacional, duração dos mandatos e processo de eleição dos seus membros;

V – fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das infrações e aplicação das
penalidades, assegurado amplo direito de defesa;

VI – condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas;

VII – finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os habilitem a apurar


as quantias que os seus candidatos possam despender com a própria eleição, que fixem os
limites das contribuições dos filiados e definam as diversas fontes de receita do partido,
além daquelas previstas nesta lei;

VIII – critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível
municipal, estadual e nacional que compõem o partido;

IX – procedimento de reforma do programa e do estatuto;

154
353
X – prevenção, repressão e combate à violência política contra a mulher.

 art.15-A da LPP: estatuto

Art. 15-A. A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe EXCLUSIVAMENTE ao


órgão partidário municipal, estadual ou nacional que tiver dado causa ao não
cumprimento da obrigação, à violação de direito, a dano a outrem ou a qualquer ato ilícito,
excluída a solidariedade de outros órgãos de direção partidária.
Parágrafo único. O órgão nacional do partido político, quando responsável, somente
poderá ser demandado judicialmente na circunscrição especial judiciária da sua sede,
inclusive nas ações de natureza cível ou trabalhista.

 arts.23 E 24 da LPP: disciplina partidária

Art. 23. A responsabilidade por violação dos deveres partidários deve ser apurada e punida
pelo competente órgão, na conformidade do que disponha o estatuto de cada partido.

§ 1º Filiado algum pode sofrer medida disciplinar ou punição por conduta que não esteja
tipificada no estatuto do partido político.

§ 2º Ao acusado é assegurado amplo direito de defesa.

Art. 24. Na Casa Legislativa, o integrante da bancada de partido deve subordinar sua ação
parlamentar aos princípios doutrinários e programáticos e às diretrizes estabelecidas pelos
órgãos de direção partidários, na forma do estatuto.

 art.15-A da LPP: medidas disciplinares

Art. 25. O estatuto do partido poderá estabelecer, além das medidas disciplinares básicas
de caráter partidário, normas sobre penalidades, inclusive com desligamento temporário
da bancada, suspensão do direito de voto nas reuniões internas ou perda de todas as
prerrogativas, cargos e funções que exerça em decorrência da representação e da
proporção partidária, na respectiva Casa Legislativa, ao parlamentar que se opuser, pela
atitude ou pelo voto, às diretrizes legitimamente estabelecidas pelos órgãos partidários.

 art.26 da LPP: desfiliação imotivada

Art. 26. Perde automaticamente a função ou cargo que exerça, na respectiva Casa
Legislativa, em virtude da proporção partidária, o parlamentar que deixar o partido sob
cuja legenda tenha sido eleito.

 art.26 da LPP: desfiliação imotivada - justa causa

155
353
Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa,
do partido pelo qual foi eleito.

Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as


seguintes hipóteses:

I – mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;

II – grave discriminação política pessoal; e

III – mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término
do mandato vigente.

 art.17 §6º da CF: desfiliação imotivada - justa causa

Art. 17 (...)

§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os


Vereadores que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o
mandato, salvo nos casos de anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa
estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a migração de partido para fins
de distribuição de recursos do fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso
gratuito ao rádio e à televisão.

 Súmula 67 do TSE: desfiliação imotivada

Súmula TSE 67
A perda do mandato em razão da desfiliação partidária não se aplica aos candidatos eleitos
pelo sistema majoritário.

 art.17 §5º da CF: desfiliação imotivada - justa causa

§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo
é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido
que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos
recursos do Fundo Partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.
§ 3º Somente terão direito a recursos do Fundo Partidário e acesso gratuito ao rádio e à
televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:
I – obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
II – tiverem elegido pelo menos quinze deputados federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.

156
353
 art.27 da LPP: fusão, incorporação e extinção

Art. 27. Fica cancelado, junto ao ofício civil e ao Tribunal Superior Eleitoral, o registro do
partido que, na forma de seu estatuto, se dissolva, se incorpore ou venha a se fundir a
outro.

 art.29 da LPP: fusão

Art. 29. Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, dois ou mais partidos poderão
fundir-se num só ou incorporar-se um ao outro.

§ 1º No primeiro caso, observar-se-ão as seguintes normas:

I – os órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns de estatuto e programa;

II – os órgãos nacionais de deliberação dos partidos em processo de fusão votarão em


reunião conjunta, por maioria absoluta, os projetos, e elegerão o órgão de direção
nacional que promoverá o registro do novo partido.

(...)

§ 4º Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro, no
ofício civil competente da sede do novo partido, do estatuto e do programa, cujo
requerimento deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.

 art.29 da LPP: incorporação

Art. 29 (...)

§ 2º No caso de incorporação, observada a lei civil, caberá ao partido incorporando


deliberar por maioria absoluta de votos, em seu órgão nacional de deliberação, sobre a
adoção do estatuto e do programa de outra agremiação.

§ 3º Adotados o estatuto e o programa do partido incorporador, realizar-se-á, em reunião


conjunta dos órgãos nacionais de deliberação, a eleição do novo órgão de direção nacional.

(...)

§ 5º No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao ofício civil


competente, que deve, então, cancelar o registro do partido incorporado a outro.

(...)

157
353
§ 8º O novo estatuto ou instrumento de incorporação deve ser levado a registro e
averbado, respectivamente, no ofício civil e no Tribunal Superior Eleitoral.

 art.29 da LPP: fusão e incorporação

§ 7º Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos


partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso
gratuito ao rádio e à televisão.

§ 9º Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido
o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos.

 art.3º da EC111/21: fusão e incorporação

Art. 3º Até que entre em vigor lei que discipline cada uma das seguintes matérias, observar-
se-ão os seguintes procedimentos:

I - nos processos de incorporação de partidos políticos, as sanções eventualmente aplicadas


aos órgãos partidários regionais e municipais do partido incorporado, inclusive as
decorrentes de prestações de contas, bem como as de responsabilização de seus antigos
dirigentes, não serão aplicadas ao partido incorporador nem aos seus novos dirigentes,
exceto aos que já integravam o partido incorporado;

II - nas anotações relativas às alterações dos estatutos dos partidos políticos, serão objeto
de análise pelo Tribunal Superior Eleitoral apenas os dispositivos objeto de alteração.

 art.28 da LPP: extinção

Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual FIQUE PROVADO:
I – ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira;
II – estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros;
III – não ter prestado, nos termos desta Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral;
IV – que mantém organização paramilitar.

§ 1º A decisão judicial a que se refere este artigo deve ser precedida de processo regular,
que assegure ampla defesa.

§ 2º O processo de cancelamento é iniciado pelo Tribunal à vista de denúncia de qualquer


eleitor, de representante de partido, ou de representação do procurador-geral eleitoral.

158
353
§ 3º O partido político, em nível nacional, não sofrerá a suspensão das cotas do Fundo
Partidário, nem qualquer outra punição como consequência de atos praticados por órgãos
regionais ou municipais.

§ 4º Despesas realizadas por órgãos partidários municipais ou estaduais ou por candidatos


majoritários nas respectivas circunscrições devem ser assumidas e pagas exclusivamente
pela esfera partidária correspondente, salvo acordo expresso com órgão de outra esfera
partidária.

§ 5º Em caso de não pagamento, as despesas não poderão ser cobradas judicialmente dos
órgãos superiores dos partidos políticos, recaindo eventual penhora exclusivamente sobre
o órgão partidário que contraiu a dívida executada.

§ 6º O disposto no inciso III do caput refere-se apenas aos órgãos nacionais dos partidos
políticos que deixarem de prestar contas ao Tribunal Superior Eleitoral, não ocorrendo o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido quando a omissão for dos órgãos
partidários regionais ou municipais.

 art.31 da LPP: rol de fontes vedadas

Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou
pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de
publicidade de qualquer espécie, procedente de:
I - entidade ou governo estrangeiros;
II - entes públicos e pessoas jurídicas de qualquer natureza, ressalvadas as dotações
referidas no art. 38 desta Lei e as provenientes do Fundo Especial de Financiamento de
Campanha; (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
IV - entidade de classe ou sindical.
V - pessoas físicas que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e exoneração,
ou cargo ou emprego público temporário, ressalvados os filiados a partido político.
(Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

 art.32 da LPP: prestação de contas

Art. 32. O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil
do exercício findo, até o dia 30 de junho do ano seguinte.

§ 1º O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal Superior Eleitoral, o dos
órgãos estaduais aos tribunais regionais eleitorais e o dos órgãos municipais aos juízes
eleitorais.

159
353
§ 2º A Justiça Eleitoral determina, imediatamente, a publicação dos balanços na imprensa
oficial, e, onde ela não exista, procede à afixação dos mesmos no cartório eleitoral.

§ 3º (Revogado pelo art. 15 da Lei nº 13.165/2015).

§ 4º Os órgãos partidários municipais que não hajam movimentado recursos financeiros ou


arrecadado bens estimáveis em dinheiro ficam desobrigados de prestar contas à Justiça
Eleitoral e de enviar declarações de isenção, declarações de débitos e créditos tributários
federais ou demonstrativos contábeis à Receita Federal do Brasil, bem como ficam
dispensados da certificação digital, exigindo-se do responsável partidário, no prazo
estipulado no caput deste artigo, a apresentação de declaração da ausência de
movimentação de recursos nesse período.

§ 5º A desaprovação da prestação de contas do partido não ensejará sanção alguma que o


impeça de participar do pleito eleitoral.

§ 6º O Tribunal Superior Eleitoral, na condição de unidade cadastradora, deverá proceder


à reativação da inscrição perante o CNPJ na Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil
dos órgãos partidários municipais referidos no § 4º deste artigo que estejam com a
inscrição baixada ou inativada, após o recebimento da comunicação de constituição de
seus órgãos de direção regionais e municipais, definitivos ou provisórios.

§ 7º O requerimento a que se refere o § 6º deste artigo indicará se a agremiação partidária


pretende a efetivação imediata da reativação da inscrição pela Secretaria Especial da
Receita Federal do Brasil ou a partir de 1º de janeiro de 2020, hipótese em que a efetivação
será realizada sem a cobrança de quaisquer taxas, multas ou outros encargos
administrativos relativos à ausência de prestação de contas.

§ 8º As decisões da Justiça Eleitoral nos processos de prestação de contas não ensejam,


ainda que desaprovadas as contas, a inscrição dos dirigentes partidários no Cadastro
Informativo dos Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin).

 art.34 da LPP: prestação de contas

Art. 34. A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a prestação de contas do partido e
das despesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas refletem adequadamente a
real movimentação financeira, os dispêndios e os recursos aplicados nas campanhas
eleitorais, exigindo a observação das seguintes normas:
I – obrigatoriedade de designação de dirigentes partidários específicos para movimentar
recursos financeiros nas campanhas eleitorais;
II – revogado;
III – relatório financeiro, com documentação que comprove a entrada e saída de dinheiro
ou de bens recebidos e aplicados;

160
353
IV – obrigatoriedade de ser conservada pelo partido, por PRAZO NÃO INFERIOR A CINCO
ANOS, a documentação comprobatória de suas prestações de contas;
V – obrigatoriedade de prestação de contas pelo partido político e por seus candidatos no
encerramento da campanha eleitoral, com o recolhimento imediato à tesouraria do
partido dos saldos financeiros eventualmente apurados.

 art.35 da LPP: quebra de sigilo bancário

Art. 35. O Tribunal Superior Eleitoral e os tribunais regionais eleitorais, à vista de denúncia
fundamentada de filiado ou delegado de partido; de representação do procurador-geral ou
regional ou de iniciativa do corregedor, determinarão o exame da escrituração do partido
e a apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em
matéria financeira, aquele ou seus filiados estejam sujeitos, podendo, inclusive, determinar
a quebra de sigilo bancário das contas dos partidos para o esclarecimento ou apuração de
fatos vinculados à denúncia.

Parágrafo único. O partido pode examinar, na Justiça Eleitoral, as prestações de contas


mensais ou anuais dos demais partidos, quinze dias após a publicação dos balanços
financeiros, aberto o prazo de cinco dias para impugná-las, podendo, ainda, relatar fatos,
indicar provas e pedir abertura de investigação para apurar qualquer ato que viole as
prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus filiados
estejam sujeitos.

 art.36 da LPP: consequências violação às normas legais e estatutárias

Art. 36. Constatada a violação de normas legais ou estatutárias, ficará o partido sujeito às
seguintes sanções:

I – no caso de recursos de origem não mencionada ou esclarecida, fica suspenso o


recebimento das quotas do Fundo Partidário até que o esclarecimento seja aceito pela
Justiça Eleitoral;

II – no caso de recebimento de recursos mencionados no art. 31, fica suspensa a


participação no Fundo Partidário por um ano;

III – no caso de recebimento de doações cujo valor ultrapasse os limites previstos no art.
39, § 4º, fica suspensa por dois anos a participação no Fundo Partidário e será aplicada ao
partido multa correspondente ao valor que exceder aos limites fixados.

 art.37 da LPP: desaprovação das contas

161
353
Art. 37. A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de
devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte
por cento).

§ 1º A Justiça Eleitoral pode determinar diligências necessárias à complementação de


informações ou ao saneamento de irregularidades encontradas nas contas dos órgãos de
direção partidária ou de candidatos.

§ 2º A sanção a que se refere o caput será aplicada exclusivamente à esfera partidária


responsável pela irregularidade, não suspendendo o registro ou a anotação de seus órgãos
de direção partidária nem tornando devedores ou inadimplentes os respectivos
responsáveis partidários.

§ 3º A sanção a que se refere o caput deste artigo deverá ser aplicada de forma
proporcional e razoável, pelo período de 1 (um) a 12 (doze) meses, e o pagamento deverá
ser feito por meio de desconto nos futuros repasses de cotas do Fundo Partidário a, no
máximo, 50% (cinquenta por cento) do valor mensal, desde que a prestação de contas seja
julgada, pelo juízo ou Tribunal competente, em até 5 (cinco) anos de sua apresentação,
vedada a acumulação de sanções.

§ 3º-A O cumprimento da sanção aplicada a órgão estadual, distrital ou municipal somente


será efetivado a partir da data de juntada aos autos do processo de prestação de contas do
aviso de recebimento da citação ou intimação, encaminhada, por via postal, pelo Tribunal
Regional Eleitoral ou juízo eleitoral ao órgão partidário hierarquicamente superior.

§ 4º Da decisão que desaprovar total ou parcialmente a prestação de contas dos órgãos


partidários caberá recurso para os tribunais regionais eleitorais ou para o Tribunal Superior
Eleitoral, conforme o caso, o qual deverá ser recebido com efeito suspensivo.

§ 5º As prestações de contas desaprovadas pelos tribunais regionais e pelo Tribunal


Superior poderão ser revistas para fins de aplicação proporcional da sanção aplicada,
mediante requerimento ofertado nos autos da prestação de contas.

§ 6º O exame da prestação de contas dos órgãos partidários tem caráter jurisdicional.

§ 9º O desconto no repasse de cotas resultante da aplicação da sanção a que se refere o


caput será suspenso durante o segundo semestre do ano em que se realizarem as eleições.

§ 10. Os gastos com passagens aéreas serão comprovados mediante apresentação de


fatura ou duplicata emitida por agência de viagem, quando for o caso, e os beneficiários
deverão atender ao interesse da respectiva agremiação e, nos casos de congressos,
reuniões, convenções, palestras, poderão ser emitidas independentemente de filiação
partidária segundo critérios interna corporis, vedada a exigência de apresentação de
qualquer outro documento para esse fim.

162
353
§ 11. Os órgãos partidários poderão apresentar documentos hábeis para esclarecer
questionamentos da Justiça Eleitoral ou para sanear irregularidades a qualquer tempo,
enquanto não transitada em julgado a decisão que julgar a prestação de contas.

§ 12. Erros formais ou materiais que no conjunto da prestação de contas não


comprometam o conhecimento da origem das receitas e a destinação das despesas não
acarretarão a desaprovação das contas.

§ 13. A responsabilização pessoal civil e criminal dos dirigentes partidários decorrente da


desaprovação das contas partidárias e de atos ilícitos atribuídos ao partido político
somente ocorrerá se verificada irregularidade grave e insanável resultante de conduta
dolosa que importe enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio do partido.

§ 14. O instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política não será


atingido pela sanção aplicada ao partido político em caso de desaprovação de suas contas,
exceto se tiver diretamente dado causa à reprovação.

§ 15. As responsabilidades civil e criminal são subjetivas e, assim como eventuais dívidas já
apuradas, recaem somente sobre o dirigente partidário responsável pelo órgão partidário
à época do fato e não impedem que o órgão partidário receba recurso do Fundo Partidário.

 art.37- A da LPP: desaprovação das contas

Art. 37-A. A falta de prestação de contas implicará a suspensão de novas cotas do Fundo
Partidário enquanto perdurar a inadimplência e sujeitará os responsáveis às penas da lei.

 art.38 da LPP: parcelas do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos:

Art. 38. O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário)
é constituído por:

I – multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do Código Eleitoral e leis


conexas;

II – recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em caráter permanente ou
eventual;

III – doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por intermédio de depósitos bancários
diretamente na conta do Fundo Partidário;

IV – dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de


eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária,
multiplicados por trinta e cinco centavos de real, em valores de agosto de 1995.

 art.39 da LPP: doações recebidas diretamente de pessoas físicas.

163
353
Art. 39. Ressalvado o disposto no art. 31, o partido político pode receber doações de
pessoas físicas e jurídicas para constituição de seus fundos.

§ 1º As doações de que trata este artigo podem ser feitas diretamente aos órgãos de
direção nacional, estadual e municipal, que remeterão, à Justiça Eleitoral e aos órgãos
hierarquicamente superiores do partido, o demonstrativo de seu recebimento e respectiva
destinação, juntamente com o balanço contábil.

§ 2º Outras doações, quaisquer que sejam, devem ser lançadas na contabilidade do partido,
definidos seus valores em moeda corrente.

§ 3º As doações de recursos financeiros somente poderão ser efetuadas na conta do


partido político por meio de:

I – cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos;

II – depósitos em espécie devidamente identificados;

III - mecanismo disponível em sítio do partido na internet que permita o uso de cartão de
crédito, cartão de débito, emissão on-line de boleto bancário ou, ainda, convênios de
débitos em conta, no formato único e no formato recorrente, e outras modalidades, e que
atenda aos seguintes requisitos:

a) identificação do doador;

b) emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada.

§ 4º (Revogado pelo art. 107 da Lei nº 9.504/1997).

§ 5º Em ano eleitoral, os partidos políticos poderão aplicar ou distribuir pelas diversas


eleições os recursos financeiros recebidos de pessoas físicas e jurídicas, observando-se o
disposto no § 1º do art. 23, no art. 24 e no § 1º do art. 81 da Lei nº 9.504, de 30 de setembro
de 1997, e os critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas
estatutárias.

§ 6º Os bancos e empresas de meios de pagamentos, incluídos os denominados digitais,


ficam obrigados a disponibilizar a abertura de contas bancárias e os seus serviços de meios
de pagamentos e compensação, inclusive on-line, para que os partidos políticos possam
desenvolver e operacionalizar os mecanismos previstos no inciso III do § 3º deste artigo.

§ 7º Os serviços para os partidos políticos não se caracterizam e não acarretam restrições


relativas às pessoas politicamente expostas, e seus serviços serão disponibilizados pelo
preço oferecido pela instituição financeira a outras pessoas jurídicas.

164
353
§ 8º As instituições financeiras devem oferecer aos partidos políticos pacote de serviços
bancários que agreguem o conjunto dos serviços financeiros, e a mensalidade desse pacote
não poderá ser superior à soma das tarifas avulsas praticadas no mercado.

 art.40 e 41 da LPP: Fundo Partidário e as dotações orçamentárias

Art. 40. A previsão orçamentária de recursos para o Fundo Partidário deve ser consignada,
no anexo do Poder Judiciário, ao Tribunal Superior Eleitoral.

§ 1º O Tesouro Nacional depositará, mensalmente, os duodécimos no Banco do Brasil, em


conta especial à disposição do Tribunal Superior Eleitoral.

§ 2º Na mesma conta especial serão depositadas as quantias arrecadadas pela aplicação


de multas e outras penalidades pecuniárias, previstas na legislação eleitoral.

Art. 41. O Tribunal Superior Eleitoral, dentro de cinco dias, a contar da data do depósito a
que se refere o § 1º do artigo anterior, fará a respectiva distribuição aos órgãos nacionais
dos partidos, obedecendo aos seguintes critérios:

 art. 41-A da LPP: distribuição dos recursos do Fundo Partidário

Art. 41-A. Do total do Fundo Partidário:

I – 5% (cinco por cento) serão destacados para entrega, em partes iguais, a todos os
partidos que atendam aos requisitos constitucionais de acesso aos recursos do Fundo
Partidário; e

II – 95% (noventa e cinco por cento) serão distribuídos aos partidos na proporção dos votos
obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.

Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II, serão desconsideradas as mudanças
de filiação partidária em quaisquer hipóteses.

 art. 2º da EC 111/2021: distribuição dos recursos do Fundo Partidário

Art. 2º Para fins de distribuição entre os partidos políticos dos recursos do fundo partidário
e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), os votos dados a candidatas
mulheres ou a candidatos negros para a Câmara dos Deputados nas eleições realizadas de
2022 a 2030 serão contados em dobro.

Parágrafo único. A contagem em dobro de votos a que se refere o caput somente se aplica
uma única vez.

 art. 42 da LPP: distribuição dos recursos do Fundo Partidário em caso de extinção do partido

165
353
Art. 42. Em caso de cancelamento ou caducidade do órgão de direção nacional do partido,
reverterá ao Fundo Partidário a quota que a este caberia.

§ 1º O órgão de direção nacional do partido está obrigado a abrir conta bancária


exclusivamente para movimentação do Fundo Partidário e para a aplicação dos recursos
prevista no inciso V do caput do art. 44 desta lei, observado que, para os demais órgãos do
partido e para outros tipos de receita, a obrigação prevista neste parágrafo somente se
aplica quando existir movimentação financeira.

§ 2º A certidão do órgão superior, ou do próprio órgão regional e municipal, de inexistência


de movimentação financeira tem fé pública como prova documental para aplicação do art.
32 desta lei, sem prejuízo de apuração de ilegalidade de acordo com o disposto no art. 35
desta lei.

 art. 43 da LPP: administração de valores

Art. 43. Os depósitos e movimentações dos recursos oriundos do Fundo Partidário serão
feitos em estabelecimentos bancários controlados pelo Poder Público Federal, pelo
Poder Público Estadual , inexistindo estes, no banco escolhido pelo órgão diretivo do
partido.

 art. 44 da LPP: destinação de valores

Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:


I - na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal, a
qualquer título, observado, do total recebido, os seguintes limites:
a) 50% (cinquenta por cento) para o órgão nacional;
b) 60% (sessenta por cento) para cada órgão estadual e municipal;
II - na propaganda doutrinária e política;
III - no alistamento e campanhas eleitorais;
IV - na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e
educação política, sendo esta aplicação de, NO MÍNIMO, VINTE POR CENTO DO TOTAL
RECEBIDO.

V - na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política


das mulheres, criados e executados pela Secretaria da Mulher ou, a critério da agremiação,
por instituto com personalidade jurídica própria presidido pela Secretária da Mulher, em
nível nacional, conforme percentual que será fixado pelo órgão nacional de direção
partidária, observado o MÍNIMO DE 5% (CINCO POR CENTO) DO TOTAL; (Redação
dada pela Lei nº 13.877, de 2019)

166
353
VI - no pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos
partidários internacionais que se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à
doutrinação política, aos quais seja o partido político regularmente filiado;
VII - no pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e lanchonetes.

VIII - na contratação de serviços de consultoria contábil e advocatícia e de serviços para


atuação jurisdicional em ações de controle de constitucionalidade e em demais processos
judiciais e administrativos de interesse partidário, bem como nos litígios que envolvam
candidatos do partido, eleitos ou não, relacionados exclusivamente ao processo eleitoral;
(Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

IX – Vetado.

X - na compra ou locação de bens móveis e imóveis, bem como na edificação ou


construção de sedes e afins, e na realização de reformas e outras adaptações nesses bens;
(Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

XI - no custeio de impulsionamento, para conteúdos contratados diretamente com


provedor de aplicação de internet com sede e foro no País, incluída a priorização paga de
conteúdos resultantes de aplicações de busca na internet, inclusive plataforma de
compartilhamento de vídeos e redes sociais, mediante o pagamento por meio de boleto
bancário, de depósito identificado ou de transferência eletrônica diretamente para conta
do provedor, proibido, nos anos de eleição, no período desde o início do prazo das
convenções partidárias até a data do pleito. (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)

1º Na prestação de contas dos órgãos de direção partidária de qualquer nível devem ser
discriminadas as despesas realizadas com recursos do Fundo Partidário, de modo a permitir
o controle da Justiça Eleitoral sobre o cumprimento do disposto nos incisos I e IV deste
artigo.

§ 2º A Justiça Eleitoral pode, a qualquer tempo, investigar sobre a aplicação de recursos


oriundos do Fundo Partidário.

§ 3º Os recursos de que trata este artigo não estão sujeitos ao regime da Lei no 8.666, de
21 de junho de 1993, tendo os partidos políticos autonomia para contratar e realizar
despesas.

§ 4º Não se incluem no cômputo do percentual previsto no inciso I deste artigo encargos e


tributos de qualquer natureza.

§ 5º O partido político que não cumprir o disposto no inciso V do caput deverá transferir o
saldo para conta específica, sendo vedada sua aplicação para finalidade diversa, de modo
que o saldo remanescente deverá ser aplicado dentro do exercício financeiro subsequente,
sob pena de acréscimo de 12,5% (doze inteiros e cinco décimos por cento) do valor previsto
no inciso V do caput, a ser aplicado na mesma finalidade.

167
353
§ 5º-A A critério das agremiações partidárias, os recursos a que se refere o inciso V poderão
ser acumulados em diferentes exercícios financeiros, mantidos em contas bancárias
específicas, para utilização futura em campanhas eleitorais de candidatas do partido.

§ 6º No exercício financeiro em que a fundação ou instituto de pesquisa não despender a


totalidade dos recursos que lhe forem assinalados, a eventual sobra poderá ser revertida
para outras atividades partidárias, conforme previstas no caput deste artigo.

§ 7º A critério da secretaria da mulher ou, inexistindo a secretaria, a critério da fundação


de pesquisa e de doutrinação e educação política, os recursos a que se refere o inciso V do
caput poderão ser acumulados em diferentes exercícios financeiros, mantidos em contas
bancárias específicas, para utilização futura em campanhas eleitorais de candidatas do
partido, não se aplicando, neste caso, o disposto no § 5º.

 art. 50-A da LPP: propaganda partidária

Art. 50-A. A propaganda partidária gratuita mediante transmissão no rádio e na televisão


será realizada entre as 19h30 (dezenove horas e trinta minutos) e as 22h30 (vinte e duas
horas e trinta minutos), em âmbito nacional e estadual, por iniciativa e sob a
responsabilidade dos respectivos órgãos de direção partidária.

§ 1º As transmissões serão em bloco, em cadeia nacional ou estadual, por meio de


inserções de 30 (trinta) segundos, no intervalo da programação normal das emissoras.

§ 2º O órgão partidário respectivo apresentará à Justiça Eleitoral requerimento da fixação


das datas de formação das cadeias nacional e estaduais.

§ 3º A formação das cadeias nacional e estaduais será autorizada respectivamente pelo


Tribunal Superior Eleitoral e pelos Tribunais Regionais Eleitorais, que farão a necessária
requisição dos horários às emissoras de rádio e de televisão.

§ 4º A critério do órgão partidário nacional, as inserções em redes nacionais poderão


veicular conteúdo regionalizado, com comunicação prévia ao Tribunal Superior Eleitoral.

§ 5º Se houver coincidência de data, a Justiça Eleitoral dará prioridade ao partido político


que apresentou o requerimento primeiro.

§ 6º As inserções serão entregues às emissoras com a antecedência mínima acordada e em


mídia com tecnologia compatível com a da emissora recebedora.

§ 7º As inserções a serem feitas na programação das emissoras serão determinadas:

168
353
I – pelo Tribunal Superior Eleitoral, quando solicitadas por órgão de direção nacional de
partido político;

II – pelo Tribunal Regional Eleitoral, quando solicitadas por órgão de direção estadual de
partido político.

§ 8º Em cada rede somente serão autorizadas até 10 (dez) inserções de 30 (trinta)


segundos por dia.

§ 9º As inserções deverão ser veiculadas pelas emissoras de rádio e de televisão no horário


estabelecido no caput, divididas proporcionalmente dentro dos intervalos comerciais no
decorrer das 3 (três) horas de veiculação, da seguinte forma:

I – na primeira hora de veiculação, no máximo 3 (três) inserções;

II – na segunda hora de veiculação, no máximo 3 (três) inserções;

III – na terceira hora de veiculação, no máximo 4 (quatro) inserções.

§ 10. É vedada a veiculação de inserções sequenciais, observado obrigatoriamente o


intervalo mínimo de 10 (dez) minutos entre cada veiculação.

§ 11. As inserções serão veiculadas da seguinte forma:

I – as nacionais: nas terças-feiras, quintas-feiras e sábados;

II– as estaduais: nas segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras.

 art. 50-B da LPP: propaganda partidária

Art. 50-B. O partido político com estatuto registrado no Tribunal Superior Eleitoral poderá
divulgar propaganda partidária gratuita mediante transmissão no rádio e na televisão, por
meio exclusivo de inserções, para:

I – difundir os programas partidários;

II –transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, os eventos


com este relacionados e as atividades congressuais do partido;

III – divulgar a posição do partido em relação a temas políticos e ações da sociedade civil;

IV – incentivar a filiação partidária e esclarecer o papel dos partidos na democracia


brasileira;

V – promover e difundir a participação política das mulheres, dos jovens e dos negros.

169
353
§ 1º Os partidos políticos que tenham cumprido as condições estabelecidas no § 3º do art.
17 da Constituição Federal terão assegurado o direito de acesso gratuito ao rádio e à
televisão, na proporção de sua bancada eleita em cada eleição geral, nos seguintes termos:

I – o partido que tenha eleito acima de 20 (vinte) Deputados Federais terá assegurado o
direito à utilização do tempo total de 20 (vinte) minutos por semestre para inserções de
30 (trinta) segundos nas redes nacionais, e de igual tempo nas emissoras estaduais;

II – o partido que tenha eleito entre 10 (dez) e 20 (vinte) Deputados Federais terá
assegurado o direito à utilização do tempo total de 10 (dez) minutos por semestre para
inserções de 30 (trinta) segundos nas redes nacionais, e de igual tempo nas emissoras
estaduais;

III – o partido que tenha eleito até 9 (nove) Deputados Federais terá assegurado o direito
à utilização do tempo total de 5 (cinco) minutos por semestre para inserções de 30 (trinta)
segundos nas redes nacionais, e de igual tempo nas redes estaduais.

§ 2º Do tempo total disponível para o partido político, no mínimo 30% (trinta por cento)
deverão ser destinados à promoção e à difusão da participação política das mulheres.

§ 3º Nos anos de eleições, as inserções somente serão veiculadas no primeiro semestre.

§ 4º Ficam vedadas nas inserções:

I – a participação de pessoas não filiadas ao partido responsável pelo programa;

II – a divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos e a defesa de interesses


pessoais ou de outros partidos, bem como toda forma de propaganda eleitoral;

III – a utilização de imagens ou de cenas incorretas ou incompletas, de efeitos ou de


quaisquer outros recursos que distorçam ou falseiem os fatos ou a sua comunicação;

IV – a utilização de matérias que possam ser comprovadas como falsas (fake news);

V – a prática de atos que resultem em qualquer tipo de preconceito racial, de gênero ou de


local de origem;

VI – a prática de atos que incitem a violência.

§ 5º Tratando-se de propaganda partidária no rádio e na televisão, o partido político que


descumprir o disposto neste artigo será punido com a cassação do tempo equivalente a 2
(duas) a 5 (cinco) vezes o tempo da inserção ilícita, no semestre seguinte.

§ 6º A representação, que poderá ser oferecida por partido político ou pelo Ministério
Público Eleitoral, será julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral quando se tratar de

170
353
inserções nacionais e pelos Tribunais Regionais Eleitorais quando se tratar de inserções
transmitidas nos Estados correspondentes.

§ 7º O prazo para o oferecimento da representação prevista no § 6º deste artigo encerra-


se no último dia do semestre em que for veiculado o programa impugnado ou, se este
tiver sido transmitido nos últimos 30 (trinta) dias desse período, até o 15º (décimo quinto)
dia do semestre seguinte.

§ 8º Da decisão do Tribunal Regional Eleitoral que julgar procedente a representação,


cassando o direito de transmissão de propaganda partidária, caberá recurso para o
Tribunal Superior Eleitoral, que será recebido com efeito suspensivo.

 art. 50-C da LPP: propaganda partidária

Art. 50-C. Para agilizar os procedimentos, condições especiais podem ser pactuadas
diretamente entre as emissoras de rádio e de televisão e os órgãos de direção do partido,
obedecidos os limites estabelecidos nesta Lei, dando-se conhecimento ao Tribunal Eleitoral
da respectiva jurisdição.

 art. 50-D da LPP: propaganda partidária

Art. 50-D. A propaganda partidária no rádio e na televisão fica restrita aos horários
gratuitos disciplinados nesta Lei, com proibição de propaganda paga.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos mais uma aula do nosso curso.

Em nossa próxima aula, iniciaremos o estudo da Lei das Eleições.

Até lá!

Ricardo Torques

rst.estrategia@gmail.com
@eleitoralparaconcurso

171
353
QUESTÕES COMENTADAS

FCC

1. (FCC/TJ-GO - 2021) Os partidos políticos


A) que tenham registrado seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral podem, nos termos da lei, participar
do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, além
de ter assegurada a exclusividade de sua denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros
partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão.
B) podem ter caráter nacional ou regional, na medida em que o artigo 17 da Constituição Federal consagra
o princípio da liberdade de criação dos partidos políticos.
C) ostentam natureza jurídica híbrida, pois são pessoas jurídicas de direito privado que se equiparam a
entidades paraestatais.
D) adquirem personalidade jurídica com o registro de seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
E) podem participar das eleições desde que tenham, a qualquer tempo, registrado seus estatutos no Tribunal
Superior Eleitoral, bem como constituído órgão de direção na circunscrição até a data da convenção.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

Vamos analisar o erro das demais:

A alternativa B está incorreta. O art. 17 I da CF exige caráter nacional para os partidos políticos.

A alternativa C está incorreta. O art. 1º da LPP define a natureza jurídica dos partidos, vamos ao texto legal:

Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no


interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.

Parágrafo único. O partido político não se equipara às entidades paraestatais.

A alternativa D está incorreta. O partido adquire personalidade jurídica na forma da lei civil, o registro no
TSE é posterior conforme art. 7º da LPP.

Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra
seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.

A alternativa E está incorreta. O art. 4º da lei 9.504/97 exige que o partido tenha feito o registro no TSE pelo
menos 6 meses antes do pleito.

172
353
Art. 4º Poderá participar das eleições o partido que, até seis meses antes do pleito, tenha
registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral, conforme o disposto em lei, e tenha,
até a data da convenção, órgão de direção constituído na circunscrição, de acordo com o
respectivo estatuto.

2. (FCC/CLDF - 2018) Segundo a Lei nº 9.096/1995, que dispõe sobre filiação partidária e partidos
políticos, é correto afirmar que
a) perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi
eleito.
b) será inelegível quem possuir dupla filiação partidária.
c) para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido pelo menos um ano
antes da data fixada para as eleições, majoritárias ou proporcionais.
d) os filiados de um partido político têm direitos e deveres estabelecidos segundo a hierarquia interna, sendo
diferenciados de acordo com sua posição dentro do partido.
e) é vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar aos filiados, não constituindo
vedação a adoção de uniforme.

Comentários

A alternativa A está correta é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 22-A, caput, da Lei dos Partidos
Políticos:

Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa,
do partido pelo qual foi eleito.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o parágrafo único, do art. 22, da lei dos partidos políticos,
havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral
determinar o cancelamento das demais.

A alternativa C está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 9º, da Lei nº 9.504/97:

Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na


respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo
partido no mesmo prazo.

A alternativa D está incorreta. O art. 4º, da Lei nº 9.096/95, estabelece que os filiados de um partido político
têm iguais direitos e deveres.

A alternativa E está incorreta, pois contraria o disposto no art. 6º da LPP que também veda a adoção de
uniformes.

173
353
Art. 6º É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de
organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.

3. (FCC/CLDF - 2018) A respeito da fusão de partidos políticos, considere:


I. A existência legal do novo partido terá início com a homologação do pedido de fusão pela Justiça Eleitoral.
II. Os votos por eles obtidos na última eleição para Câmara dos Deputados serão desconsiderados para todos
os efeitos legais.
III. Os órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns de estatuto e programa.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.
e) I.

Comentários

Vejamos assertiva por assertiva:

A assertiva I está incorreta. A existência legal do novo partido terá início com o registro, no Ofício Civil
competente da sede do novo partido, do estatuto e do programa, não com a “homologação do pedido de
fusão pela Justiça Eleitoral” (art. 29, § 4º, Lei n. 9.096/95).

A assertiva II, também, está incorreta. Ela contraria expressamente o art. 29, § 7º, da Lei n. 9.096/95, que
diz:

§ 7º Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos


partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso
gratuito ao rádio e à televisão.

E a assertiva III está correta. No caso de fusão, os órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns
de estatuto e programa. Confiram (art. 29, caput, e art. 29, § 1º, I, da Lei n. 9.096/95):

Art. 29. Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, dois ou mais partidos poderão
fundir-se num só ou incorporar-se um ao outro.

§ 1º No primeiro caso, observar-se-ão as seguintes normas:


I - os órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns de estatuto e programa;

Estando apenas a assertiva III correta, o gabarito da questão é a alternativa A.

174
353
4. (FCC/TRE-SP - 2017) Sebastião, eleitor, e a entidade esportiva J desejam fazer doação em dinheiro
para utilização nas campanhas eleitorais para o partido político K. Obedecido o disposto em lei, Sebastião
a) e a entidade esportiva J poderão fazer a doação, desde que limitada a 10% dos rendimentos brutos
auferidos por cada um deles no ano anterior à eleição.
b) e a entidade esportiva J não poderão fazer doação de qualquer quantia em dinheiro ou estimável em
dinheiro.
c) poderá fazer a doação, desde que limitada a 10% dos rendimentos brutos auferidos por ele no ano anterior
à eleição, sendo vedada a doação pela entidade esportiva J.
d) poderá fazer a doação de qualquer quantia, sem limitação, sendo vedada a doação pela entidade esportiva
J.
e) poderá fazer a doação, desde que limitada a 20% dos rendimentos brutos auferidos por ele no ano anterior
à eleição, sendo vedada a doação pela entidade esportiva J.

Comentários

Questão manjada! Como dito, assuntos recentemente alterados possuem grande probabilidade de
aparecerem em prova.

No caso dessa questão, temos duas pessoas com a pretensão de doar recursos para campanhas eleitorais.

Sebastião, pessoa física, poderá doar regularmente. Contudo, esse valor a ser doado é limitado a 10%,
calculado sobre o rendimento bruto do ano anterior. Essa limitação de valor está prevista na lei das eleições
que ainda estudaremos.

No caso da sociedade esportiva, por ser pessoa jurídica, não pode efetuar doações de campanha.

Logo, a alternativa C é a correta e gabarito da questão.

Veja o §1º, do art. 23, da Lei nº 9.504/1997:

§ 1º As doações e contribuições de que trata este artigo ficam limitadas a 10% (dez por
cento) dos rendimentos brutos auferidos pelo doador no ano anterior à eleição. (Redação
dada pela Lei nº 13.165, de 2015)

Em relação às demais alternativas:

(A) e a entidade esportiva J poderão fazer a doação, desde que limitada a 10% dos
rendimentos brutos auferidos por cada um deles no ano anterior à eleição.
(B) e a entidade esportiva J não poderão fazer doação de qualquer quantia em dinheiro
ou estimável em dinheiro.
(D) poderá fazer a doação de qualquer quantia, sem limitação, sendo vedada a doação
pela entidade esportiva J.

175
353
(E) poderá fazer a doação, desde que limitada a 20% dos rendimentos brutos auferidos por
ele no ano anterior à eleição, sendo vedada a doação pela entidade esportiva J.
5. (FCC/TRE-SP - 2017) Clodoaldo é detentor do mandato de Vereador, tendo sido eleito pelo partido
político A, ao qual era filiado. Ocorre que, em razão de ter sofrido grave discriminação política pessoal,
desfiliou-se do referido partido. Clodoaldo,
a) perderá o mandato apenas se a desfiliação partidária ocorrer durante os dois primeiros anos de seu
mandato.
b) perderá o mandato, pois o motivo referido não caracteriza justa causa para a desfiliação partidária.
c) não perderá o mandato, pois a desfiliação partidária independe de justa causa para ocorrer.
d) perderá o mandato, ainda que caracterizada a justa causa para a desfiliação partidária.
e) não perderá o mandato, pois o motivo referido caracteriza justa causa para a desfiliação partidária.

Comentários

O art. 22-A, da Lei dos Partidos Políticos, delimita o que é justa causa para a desfiliação partidária. Vejamos:

Art. 22-A. PERDERÁ o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa
causa, do partido pelo qual foi eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária SOMENTE as
seguintes hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término
do mandato vigente.

Note que o inciso II, citado acima, descreve exatamente a situação citada no enunciado da questão. Dessa
forma, Clodoaldo não perderá o mandato, pois a grave discriminação política pessoal é motivo de desfiliação
por justa causa.

Como dissemos em aula, esse tema seria abordado pela banca com cuidado, sem adentrar em polêmicas ou
mediante subjetivismos!

Portanto, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

6. (FCC/TRE-SP - 2017) Ieda foi orientada a estudar a Lei nº 9.096/95 para o concurso que irá prestar.
Descobriu que, destinando-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema
representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal, o partido político
é pessoa jurídica de direito

176
353
a) privado, sendo livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas
respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da
pessoa humana.
b) público interno, sendo livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas
respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da
pessoa humana.
c) público externo, sendo livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas
respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da
pessoa humana.
d) público, interno ou externo, dependendo do seu estatuto, sendo livre a criação, fusão, incorporação e
extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.
e) privado ou de direito público interno, dependendo do seu estatuto, sendo livre a criação, fusão,
incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.

Comentários

A questão cobrou os arts. 1º e 2º, da Lei de Partidos Políticos.

Art. 1º O partido político, PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO, destina-se a assegurar,


no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a
defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.
Art. 2º É LIVRE a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos
programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os
direitos fundamentais da pessoa humana.

Como sabemos, os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, conforme previsão do Código
Civil e da Lei nº 9.096/95, acima citada.

Além disso, os partidos possuem liberdade na criação, na fusão, na incorporação e na extinção, desde que
respeitem certos preceitos. Vejamos um esquema de aula sobre o assunto:

OS PARTIDOS POLÍTICOS DEVEM RESGUARDAR

a soberania nacional

o regime democrático

o pluripartidarismo

os direitos fundamentais da pessoa humana

177
353
Dessa forma, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

Veja as demais alternativas:

(B) público interno, sendo livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos
políticos cujos programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.
(C) público externo, sendo livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos
políticos cujos programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.
(D) público, interno ou externo, dependendo do seu estatuto, sendo livre a criação, fusão,
incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a soberania
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa
humana.
(E) privado ou de direito público interno, dependendo do seu estatuto, sendo livre a
criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais
da pessoa humana.
7. (FCC/TRE-SP - 2017) Gilberto foi eleito Deputado Estadual pelo partido político “W” e deseja se
candidatar a Vereador nas próximas eleições pelo partido “Y”. De acordo com a Lei nº 9.096/1995, Gilberto
a) poderá efetuar a mudança de partido, sem perder o mandato, sempre que assim desejar, desde que o
partido ao qual pretende se filiar tenha integrado a coligação pela qual ele foi eleito.
b) poderá desfiliar-se de seu partido político sem perder o mandato apenas nas hipóteses de mudança
substancial ou desvio reiterado do programa partidário.
c) poderá desfiliar-se de seu partido político sem perder o mandato apenas na hipótese de grave
discriminação política pessoal.
d) não poderá concorrer às próximas eleições por outro partido político, sendo permitida sua desfiliação,
apenas seis meses após o término de seu mandato, sob pena de pagamento de multa e de inelegibilidade
por oito anos.
e) poderá efetuar a mudança de partido durante o período de 30 dias que antecede o prazo de filiação
exigido em lei para concorrer à eleição, ao término do mandato vigente, não perdendo o seu mandato.

Comentários

Em relação à filiação partidária, disciplinada no art. 22-A, da Lei dos Partidos Políticos, sintetizamos em aula:

Apesar de o artigo 22-A da lei dos partidos políticos não fazer qualquer ressalva, a perda
do mandato em razão da desfiliação partidária não pode ser aplicada aos candidatos eleitos
pelo sistema majoritário (Presidente, Senador, Governador e Prefeito), nos termos da
Súmula 67 do TSE. Tal dispositivo é aplicável apenas ao proporcional (Deputados Federais,
Deputados Estaduais e Vereadores).

178
353
REGRA perda do cargo político eletivo

DESFILIAÇÃO caso de mudança substancial ou desvio


IMOTIVADA reiterado do programa partidário

NÃO PERDERÁ O grave discriminação política pessoal


CARGO APENAS EM

mudança de partido nos 30 dias


anteriores ao prazo de filiação (de 6
meses) próximo do término do
mandato

 OBSERVAÇÃO 1: a incorporação ou a fusão de partido político deixa de ser hipótese que


justifica a desfiliação.
 OBSERVAÇÃO 2: a criação de partido político também deixa de ser hipótese que justifica
a desfiliação.
 OBSERVAÇÃO 3: o art. 22-A, da LPP, não diferencia a questão da infidelidade em relação
a ocupantes de cargos políticos decorrentes do sistema proporcional ou majoritário.

Vamos lembrar que a EC 97/07 também trouxe uma hipótese de mudança de partido sem a perda do
mandato, no §5º do art. 17 da CF, para aquele que se elegeu por partido que não alcançou a cláusula de
barreira. Veja o texto abaixo:

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à


televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou

II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.

§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo
é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido
que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos
recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.

A EC 111/2021 acrescentou um parágrafo ao art. 17 da CF. O §6º do art. 17 trouxe uma nova hipótese de
justa causa que é a anuência do partido político. O TSE já entendia que a carta de anuência expedida pelo

179
353
partido permitia a desfiliação sem as consequências da infidelidade partidária. Este parágrafo procurou
detalhar um pouco o instituto. Vamos ao texto constitucional:

Art. 17 (...)

§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os


Vereadores que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o
mandato, salvo nos casos de anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa
estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a migração de partido para fins
de distribuição de recursos do fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso
gratuito ao rádio e à televisão.

Logo, a alternativa E é a correta e gabarito da questão. Vejamos o erro das demais alternativas:

a) poderá efetuar a mudança de partido, sem perder o mandato, sempre que assim
desejar, desde que o partido ao qual pretende se filiar tenha integrado a coligação pela
qual ele foi eleito.
b) poderá desfiliar-se de seu partido político sem perder o mandato apenas nas hipóteses
de mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário.
c) poderá desfiliar-se de seu partido político sem perder o mandato apenas na hipótese de
grave discriminação política pessoal.
d) não poderá concorrer às próximas eleições por outro partido político, sendo permitida
sua desfiliação, apenas seis meses após o término de seu mandato, sob pena de
pagamento de multa e de inelegibilidade por oito anos.
8. (FCC/TRE-SP - 2017) No que tange à prestação de contas de partido político, segundo a Lei Federal
n° 9.096/1995, a desaprovação das contas do partido implicará sanção de
a) aplicação de multa de 30% sobre a importância apontada como irregular.
b) devolução da importância apontada como irregular acrescida de multa de até 20%.
c) suspensão do registro partidário e aplicação de multa de 40% sobre a importância apontada como
irregular.
d) aplicação de multa de 40%, sobre importância recebida de forma irregular.
e) suspensão de participar de pleito eleitoral, enquanto não sanada as irregularidades apontadas na
prestação de contas.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 37, da LPP, a desaprovação das contas do partido
implicará sanção de aplicação de multa de 20%, e não de 30%, sobre a importância apontada como irregular.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o art. 37, da referida Lei:

180
353
Art. 37. A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de
devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte
por cento).

A alternativa C está incorreta. Com base no §2º, a desaprovação das contas do partido implicará sanção, não
suspendendo o registro ou a anotação de seus órgãos de direção partidária, nem tornando devedores ou
inadimplentes os respectivos responsáveis partidários.

A alternativa D está incorreta. Conforme já mencionado, a desaprovação das contas do partido implicará
sanção de aplicação de multa de 20%, e não de 40%, sobre a importância apontada como irregular.

A alternativa E está incorreta. O §5º, do art. 32, da LPP, prevê que a desaprovação da prestação de contas
do partido não ensejará sanção alguma que o impeça de participar do pleito eleitoral.

9. (FCC/TRE-PB - 2015) Tício foi credenciado delegado pelo órgão de direção nacional do partido Alpha
perante o Tribunal Superior Eleitoral. Em decorrência de tal credenciamento, Tício poderá representar o
partido perante
a) os Juízes Eleitorais, apenas.
b) o Tribunal Superior Eleitoral, apenas.
c) os Tribunais Regionais Eleitorais, apenas.
d) quaisquer Tribunais ou Juízes Eleitorais.
e) os Tribunais Regionais Eleitorais e os Juízes Eleitorais, apenas.

Comentários

De acordo com o art. 11, da Lei nº 9.096/95, Tício poderá representar o partido perante quaisquer Tribunais
ou Juízes Eleitorais.

Art. 11. O partido com registro no Tribunal Superior Eleitoral pode credenciar,
respectivamente:
I - delegados perante o Juiz Eleitoral;
II - delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral;
III - delegados perante o Tribunal Superior Eleitoral.
Parágrafo único. Os delegados credenciados pelo órgão de direção nacional representam
o partido perante quaisquer Tribunais ou Juízes Eleitorais; os credenciados pelos órgãos
estaduais, somente perante o Tribunal Regional Eleitoral e os Juízes Eleitorais do respectivo
Estado, do Distrito Federal ou Território Federal; e os credenciados pelo órgão municipal,
perante o Juiz Eleitoral da respectiva jurisdição.

Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

10. (FCC/TRE-SE - 2015) O estatuto do partido político NÃO pode conter normas sobre

181
353
a) condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas.
b) filiação e desligamento de seus membros.
c) tipo e cor do uniforme que poderá ser utilizado pelos seus membros.
d) procedimento de reforma do programa e do estatuto.
e) critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível municipal, estadual e
nacional que compõem o partido.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. É vedado aos partidos políticos adotar uniforme para
seus membros. Dessa forma, uma cláusula que preveja o tipo e a cor do uniforme não poderá constar em
Estatuto. Vejamos o art. 6º, da LPP:

Art. 6º É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se


de organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.
11. (FCC/TRE-AP - 2015 - Adaptada) É assegurado ao partido político com estatuto registrado no
Tribunal Superior Eleitoral:
I. O direito à utilização gratuita de escolas públicas ou Casas Legislativas para a realização de suas reuniões
ou convenções, responsabilizando-se por danos eventualmente causados com a realização do evento.
II. O poder de requisitar qualquer prédio de uso particular para a realização de suas reuniões ou convenções,
responsabilizando-se por danos eventualmente causados com a realização do evento.
III. Indicar, no respectivo estatuto, seu nome, a denominação abreviada, bem como o estabelecimento de
sua sede em qualquer Estado da Federação.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) I e II.
c) I.
d) I e III.
e) III.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens:

O item I está correto, com base no art. 51, da Lei nº 9.096/1995.

Art. 51. É assegurado ao partido político com estatuto registrado no Tribunal Superior
Eleitoral o direito à utilização gratuita de escolas públicas ou Casas Legislativas para a
realização de suas reuniões ou convenções, responsabilizando-se pelos danos porventura
causados com a realização do evento.

182
353
O item II está incorreto, pois não há qualquer previsão nesse sentido. Inclusive, seria caso de violação ao
direito de propriedade.

O item III está correto. O art. 15, da Lei nº 9.096/1995 sofreu recente alteração pelo art. 1º da Lei nº
13.877/2019 tornando a assertiva correta. Veja o novo texto do art. 15:

Art. 15. O estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre:

I – nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede no território nacional;

Assim, a alternativa C é o gabarito da questão.

12. (FCC/TRE-PR - 2012) Para a criação de partidos políticos, NÃO se inclui dentre as exigências legais
que seus programas respeitem
a) o pluripartidarismo.
b) a soberania nacional.
c) o regime democrático.
d) a forma presidencialista de governo.
e) os direitos fundamentais da pessoa humana.

Comentários

Trata-se de uma questão que cobra o conhecimento do art. 2º, da Lei nº 9.096/1995.

A única alternativa que não apresenta uma das exigências para os partidos políticos é a alternativa D, que
está incorreta e é o gabarito da questão.

Vejamos o esquema de aula:

OS PARTIDOS POLÍTICOS DEVEM


RESGUARDAR

a soberania nacional

o regime democrático

o pluripartidarismo

os direitos fundamentais da
pessoa humana

183
353
13. (FCC/TJ-PE - 2015) Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter
nacional, considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento de
eleitores correspondente a, pelo menos, (I) dos votos dados na última eleição geral para (II), (III) os votos
em branco e os nulos, distribuídos por (IV), dos Estados, com um mínimo de (V) do eleitorado que haja
votado em cada um deles.
Preenchem correta e respectivamente as lacunas de I a V:
a) um por cento - o Congresso Nacional - não computados - um quarto, ou mais - dois décimos por cento.
b) um por cento - a Câmara dos Deputados - computados - um terço, ou mais - um décimo por cento
c) meio por cento - a Câmara dos Deputados - não computados - um terço, ou mais - um décimo por cento.
d) meio por cento - o Congresso Nacional - computados - um quarto, ou mais - dois décimos por cento.
e) meio por cento - a Câmara dos Deputados - não computados - um terço, ou mais - dois décimos por cento.

Comentários

A questão cobra a literalidade o art. 7º, § 1º, da LPP:

§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,


considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento
de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco
décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou
mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que
haja votado em cada um deles.

Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

14. (FCC/TJ-GO - 2015) O funcionamento parlamentar dos partidos políticos


a) que ainda não tenham obtido registro junto à Justiça Eleitoral constitui questão que não cabe ao Tribunal
Superior Eleitoral responder em sede de consulta.
b) é assegurado, em todas as Casas Legislativas para as quais tenha elegido representante, aos partidos que,
em cada eleição para a Câmara dos Deputados, tenham obtido o apoio de, no mínimo, cinco por cento dos
votos apurados, não computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo menos, um terço dos Estados,
com um mínimo de dois por cento do total de cada um deles.
c) não admite, em face da autonomia assegurada às agremiações partidárias, a formação de alianças e blocos
parlamentares, pois devem atuar por intermédio de suas próprias bancadas e constituir suas lideranças entre
seus representantes.
d) cabe ser disciplinado pelos regimentos das respectivas Casas Legislativas, sendo matéria vedada às
disposições dos estatutos partidários.
e) cabe ser disciplinado pelos estatutos partidários, sendo matéria vedada às disposições dos regimentos
internos das respectivas Casas Legislativas.

184
353
Comentários

Essa é uma questão que exige o conhecimento de jurisprudência específica do TSE.

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Trata-se de jurisprudência do TSE conferida no Resp.
nº 22.132. Vejamos:

Consulta. Partido político. Funcionamento parlamentar. Matéria não eleitoral. Não-


conhecimento. O TSE não responde consulta envolvendo questão relativa ao
funcionamento dos partidos políticos.

A alternativa B está incorreta. Ela menciona a cláusula de barreira prevista no art. 13, da LPP. Esse dispositivo
impõe que o partido político tenha funcionamento parlamentar apenas se obtiver um certo número de
votos. De acordo com o STF, no julgamento das ADIs nº 1.351 e nº 1.354, o art. 13, da LPP, é inconstitucional,
de modo que a cláusula de barreira, embora esteja conforme a literalidade do art. 13, não poderá ser
aplicada. Assim, a alternativa está incorreta com base na jurisprudência do STF e não com base na lei.

As alternativas C, D e E estão incorretas, pois contrariam os princípios do funcionamento parlamentar


presentes no art. 12, da Lei nº 9.096/1995.

Art. 12. O partido político funciona, nas Casas Legislativas, por intermédio de uma bancada,
que deve constituir suas lideranças de acordo com o estatuto do partido, as disposições
regimentais das respectivas Casas e as normas desta Lei.

Verifique que, ao contrário do que diz a alternativa C, o partido deve constituir suas alianças por intermédio
de uma bancada.

A alternativa D está incorreta, pois o funcionamento parlamentar é previsto em estatuto.

A alternativa E está incorreta, pois o funcionamento parlamentar será regido de acordo com o estatuto do
partido e as disposições regimentais das respectivas casas.

15. (FCC/TRE-PE - 2011) NÃO é documento necessário para instruir o requerimento de registro do
estatuto do partido político junto ao Tribunal Superior Eleitoral:
a) exemplar autenticado do inteiro teor do estatuto partidário, inscrito no Registro Civil.
b) exemplar autenticado do inteiro teor do programa do partido, inscrito no Registro Civil.
c) nome e qualificação dos delegados credenciados para representarem o partido perante o Tribunal
Superior Eleitoral, Tribunais Regionais Eleitorais e Juízes Eleitorais.
d) certidão do registro civil do partido político como pessoa jurídica no cartório competente do Registro Civil
das Pessoas Jurídicas da Capital Federal.
e) certidões dos cartórios eleitorais que comprovem ter o partido obtido o apoiamento mínimo de eleitores
exigido por lei.

Comentários

185
353
Essa questão exige o conhecimento do art. 9º, da Lei nº 9.096/95, que prevê quais os documentos
necessários para instruir o requerimento de registro do estatuto do partido político junto ao Tribunal
Superior Eleitoral.

Art. 9º Feita a constituição e designação, referidas no § 3º do artigo anterior, os dirigentes


nacionais promoverão o registro do estatuto do partido junto ao Tribunal Superior
Eleitoral, através de requerimento acompanhado de:
I - exemplar autenticado do inteiro teor do programa e do estatuto partidários, inscritos no
Registro Civil;
II - certidão do registro civil da pessoa jurídica, a que se refere o § 2º do artigo anterior;
III - certidões dos cartórios eleitorais que comprovem ter o partido obtido o apoiamento
mínimo de eleitores a que se refere o § 1º do art. 7º.

Assim, observe que não é documento necessário, dentre os citados na questão, o nome e a qualificação dos
delegados credenciados para representarem o partido perante o Tribunal Superior Eleitoral, os Tribunais
Regionais Eleitorais e os Juízes Eleitorais. Dessa forma, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

16. (FCC/TRE-PR - 2012) Para a criação de partidos políticos, NÃO se inclui dentre as exigências legais
que seus programas respeitem
a) o pluripartidarismo.
b) a soberania nacional.
c) o regime democrático.
d) a forma presidencialista de governo.
e) os direitos fundamentais da pessoa humana.

Comentários

Para responder a essa questão, precisamos ter em mente o que dispõe o art. 2º, da Lei nº 9.096/1995.

Art. 2º É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos


programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os
direitos fundamentais da pessoa humana.

Verificamos que não se inclui, dentre as exigências legais para a sua criação, que os programas dos partidos
políticos respeitem a forma presidencialista de governo.

Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

17. (FCC/TRE-CE - 2012) A criação de partidos políticos é livre, inclusive se os respectivos programas
não respeitarem
a) a soberania nacional.
b) a posição dominante no Congresso Nacional.

186
353
c) o regime democrático.
d) o pluripartidarismo.
e) os direitos fundamentais da pessoa humana.

Comentários

A criação de partidos políticos é livre, porém, seus programas devem respeitar alguns preceitos, tal como a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa
humana. Observe que não se inclui nesse rol respeitar a posição dominante no Congresso Nacional. Desse
modo, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

Vejamos o art. 2º, da Lei nº 9.096/95.

Art. 2º É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos


programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e
os direitos fundamentais da pessoa humana.
18. (FCC/TRE-TO - 2011) É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, cujos
programas NÃO estão obrigados a respeitar
a) o pluripartidarismo.
b) a soberania nacional.
c) o regime democrático.
d) as orientações políticas do Presidente da República.
e) os direitos fundamentais da pessoa humana.

Comentários

Mais uma questão que cobra o que dispõe o art. 2º, da Lei nº 9.096/95.

Art. 2º É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos


programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os
direitos fundamentais da pessoa humana.

Assim, é livre a criação, a fusão, a incorporação e a extinção de partidos políticos e NÃO é necessário o
respeito às orientações políticas do Presidente da República. Se assim fosse não estaríamos em uma
democracia.

Desse modo, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

19. (FCC/MPE-PE - 2014) NÃO é vedada a filiação partidária daquele que


a) tenha sua inelegibilidade reconhecida pela Justiça Eleitoral em face de ter sido, na condição de magistrado,
compulsoriamente aposentado, há três anos, por decisão sancionatória.

187
353
b) possui idade inferior a dezesseis anos.
c) seja regularmente considerado analfabeto, mesmo que não tenha efetivado seu alistamento eleitoral.
d) tenha sua naturalização cancelada por sentença transitada em julgado.
e) tenha sido, há cinco anos, condenado em decisão judicial definitiva por improbidade administrativa em
face de ter adquirido, para si ou para outrem, no exercício de cargo público, bens cujo valor seja
desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público.

Comentários

Vejamos, primeiramente, o art. 16, da Lei dos Partidos Políticos.

Art. 16. Só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos
políticos.

Dessa forma, a alternativa B está incorreta, pois o menor de 16 anos não é nem sequer alistável.

A alternativa C está incorreta. Não há impedimento para que o analfabeto seja filiado, desde que tenha o
alistamento eleitoral. Não é admissível que uma pessoa filie-se a partido político se não for eleitor. Logo, o
alistamento eleitoral é pressuposto para a filiação partidária.

A alternativa D está incorreta, pois o brasileiro que perde a naturalização, perde seus direitos políticos.

A alternativa E está incorreta por trazer um caso de suspensão dos direitos políticos.

Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A questão tenta confundir a inelegibilidade
com a filiação partidária. Sabemos que, de acordo com a Lei de Inelegibilidade, no caso de aposentadoria
compulsória, gera a inelegibilidade pelo prazo de 8 anos. No caso da questão, o magistrado está aposentado
compulsoriamente há 3 anos, pelo que é inelegível. Contudo, não há nenhum impedimento para que –
mesmo inelegível – se filie a um partido político, porque mantém a capacidade eleitoral ativa.

A inelegibilidade, por si só, não impede a filiação partidária, conforme entendimento do TSE.

No REspe 2335143, o Órgão ementou:

RECURSO ESPECIAL. Eleição 2004. Candidatura. Registro. Contas. Rejeição. Ação


desconstitutiva. Súmula nº 1/TSE. Direitos políticos. Restrição. Filiação. Deferimento.
Incide a Súmula nº 1/TSE quando proposta, antes da impugnação do registro, ação
desconstitutiva contra a decisão que rejeitou as contas. Não impede a filiação partidária a

43RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 23351, Acórdão nº 23351 de 23/09/2004, Relator(a) Min. FRANCISCO PEÇANHA
MARTINS, Relator(a) designado(a) Min. HUMBERTO GOMES DE BARROS, Publicação: PSESS - Publicado em Sessão, Data
23/09/2004.

188
353
restrição dos direitos políticos decorrente da declaração de inelegibilidade não fundada em
improbidade.

Dito de outro modo, o TSE entende que a inelegibilidade, desde que não seja fundada em improbidade, não
impede a filiação partidária. Portanto, é possível a filiação daquele que for condenado por inelegibilidade,
desde que a condenação de inelegibilidade não seja por improbidade administrativa.

20. (FCC/TJ-CE - 2014) Considere as seguintes afirmativas:


I. A filiação partidária somente é permitida ao eleitor que se encontre em pleno gozo de seus direitos
políticos, sendo cabível ainda que esteja inelegível, segundo decisão proferida pela Justiça Eleitoral.
II. É vedado o cancelamento da filiação partidária em caso de superveniente perda dos direitos políticos do
filiado, salvo expressa disposição estatutária em sentido contrário.
III. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral
determinar o cancelamento das demais.
IV. Configurado caso de dupla filiação do eleitor, ambos os vínculos partidários devem ser considerados nulos
para todos os efeitos.
Está correto o que é afirmado APENAS em
a) II e IV.
b) I, II e IV.
c) I e IV.
d) I e III.
e) II e III.

Comentários

O item I está correto, de acordo com a Resolução nº 23.117/09, do TSE.

Art. 1º Somente poderá filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus
direitos políticos (Lei nº 9.096/95, art. 16), ressalvada a possibilidade de filiação do eleitor
considerado inelegível (Ac.-TSE nºs 12.371, de 27 de agosto de 1992, 23.351, de 23 de
setembro de 2004 e 22.014, de 18 de outubro de 2004).

O item II está incorreto, pois o cancelamento da filiação partidária ocorrerá com a perda dos direitos
políticos. Vejamos o dispositivo da LPP que dá fundamento à questão:

Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:
II - perda dos direitos políticos;

O item III está correto de acordo com o § único, do art. 22, da Lei nº 9.096/95.

189
353
Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente,
devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

O item IV está incorreto, com base no dispositivo citado acima. Observada a dupla filiação, prevalecerá a
mais recente.

Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

21. (FCC/TJ-AP - 2014) Segundo a legislação partidária, no que se refere à filiação partidária,
a) havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais antiga, devendo a Justiça Eleitoral
determinar o cancelamento das demais.
b) é facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos
previstos na Lei dos Partidos Políticos, com vistas à candidatura a cargos eletivos.
c) os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas à candidatura a cargos eletivos,
podem ser alterados no ano da eleição.
d) deferida a filiação do eleitor, será entregue comprovante ao interessado, no modelo adotado pela Justiça
Eleitoral.
e) considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o atendimento das regras
constantes de resolução da Justiça Eleitoral.

Comentários

A alternativa A está incorreta, como vimos acima, no caso de duplicidade de filiação partidária, permanecerá
a mais recente, conforme o § único, do art. 22, da Lei nº 9.096/95.

Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente,


devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

A alternativa B está correta, pois reproduz o caput, do art. 20, da LPP.

Art. 20. É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação
partidária superiores aos previstos nesta Lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos.

A alternativa C está incorreta, tendo em vista o parágrafo único do art. 20, citado acima. Notem que os
partidos políticos não poderão alterar os prazos de filiação partidária no ano das eleições.

Parágrafo único. Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas
a candidatura a cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição.

A alternativa D está incorreta, pois o modelo de comprovante de filiação partidária é elaborado pelo partido.
Vejamos o § único, do art. 17.

190
353
Art. 17. Considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o
atendimento das regras estatutárias do partido.
Parágrafo único. Deferida a filiação do eleitor, será entregue comprovante ao interessado,
no modelo adotado pelo partido.

A alternativa E está incorreta, com base no art. 17, caput, citado acima. A filiação estará deferida com o
atendimento das regras previstas no estatuto do partido.

22. (FCC/TRE-CE - 2012) João resolveu desligar-se do partido político ao qual estava filiado e fez
comunicação escrita ao órgão de direção municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que estava inscrito. O
vínculo torna-se extinto, para todos os efeitos, quando
a) lhe for comunicado o deferimento do desligamento pelo órgão municipal do partido.
b) for publicado o deferimento do pedido pelo Juiz Eleitoral.
c) for deferido o desligamento pelo órgão de direção municipal do partido.
d) ocorrer o trânsito em julgado da decisão judicial que deferir o desligamento.
e) se escoar o prazo de dois dias contados da data da entrega da comunicação.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 21.

Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção
municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
Parágrafo único. Decorridos dois dias da data da entrega da comunicação, o vínculo torna-
se extinto, para todos os efeitos.

Dessa forma, pelo disposto acima, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão. O vínculo do filiado
com o partido torna-se extinto após comunicação por escrito e decorridos 02 dias da data da entrega de tal
comunicação.

23. (FCC/TRE-PE - 2011) A filiação partidária NÃO


a) pode ser cancelada por iniciativa do partido político.
b) é requisito para concorrer a cargo eletivo, sendo permitida candidatura avulsa.
c) pode ter seu prazo legal ampliado pelo estatuto do partido político.
d) pode ter seu prazo alterado pelo estatuto do partido político no ano da eleição.
e) exige que o eleitor esteja em pleno gozo de seus direitos políticos.

Comentários

A alternativa A está incorreta. A desfiliação partidária pode ocorrer por iniciativa do partido em diversas
situações, previstas no art. 22, da LPP.

191
353
Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:
I – morte;
II – perda dos direitos políticos;
III – expulsão;
IV – outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no
prazo de quarenta e oito horas da decisão;
V – filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva Zona
Eleitoral.

A alternativa B está incorreta, pois, para concorrer a mandato eletivo, é obrigatória a filiação partidária. Não
há que se falar em candidaturas avulsas no Direito Eleitoral brasileiro. Veja o §14º do art. 11 da lei das
eleições:

§ 14. É vedado o registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha filiação
partidária.

A alternativa C está incorreta, pois o partido político terá ampla liberdade para determinar os prazos de
filiação em seu estatuto. Deve, contudo, respeitar o mínimo de 6 meses estabelecido pela legislação eleitoral
e não poderá promover alteração do prazo no ano eleitoral.

A alternativa D está correta, tendo em vista o parágrafo único do art. 20, que veda a alteração desse prazo
no ano eleitoral.

A alternativa E está incorreta, pois, para se filiar a um partido político, o cidadão precisa estar em pleno gozo
de seus direitos políticos.

24. (FCC/TRE-RR - 2015) Tercius era regularmente filiado ao partido político Alpha. Posteriormente,
filiou-se aos partidos Beta, Gama e Delta, sem fazer qualquer comunicação ao partido Alpha e ao Juiz
Eleitoral de sua respectiva Zona Eleitoral, para cancelar sua filiação. Após um ano, a multiplicidade de
filiações foi detectada pela Justiça Eleitoral. Nesse caso,
a) todas as filiações serão válidas.
b) Tercius deverá ser intimado para optar por um dos partidos no prazo de 15 dias, sob pena de cancelamento
de todas as filiações.
c) todas as filiações partidárias serão nulas para todos os efeitos.
d) prevalecerá a inscrição ao partido Alpha.
e) prevalecerá a inscrição ao partido Delta.

Comentários

192
353
A questão exige o conhecimento do art. 22, da Lei dos Partidos Políticos, especificamente o trecho alterado
em 2013 pela Lei nº 12.891.

Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:
Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais
recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

Assim, em caso de várias filiações partidárias, será considerada válida a filiação mais recente e serão
canceladas as demais.

No caso esboçado no enunciado da questão, a última filiação parece ser a do partido Delta, se observada a
ordem posta na questão, todavia, essa ordem não foi mencionada expressamente. De todo modo, acredita-
se que o último partido ao qual Tercius se filiou foi o partido Delta.

Assim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

25. (FCC/TRE-RR - 2015) A respeito da filiação partidária, é INCORRETO afirmar que:


a) a expulsão do partido acarreta o imediato cancelamento da filiação partidária.
b) a perda dos direitos políticos acarreta o imediato cancelamento da filiação partidária.
c) os partidos políticos podem estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos
previstos em lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos.
d) só pode filiar-se a partido político o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos políticos.
e) a relação dos nomes de todos os filiados, incluindo data de filiação, número dos títulos eleitorais e das
seções em que estão inscritos é assunto interno do partido, não sendo necessária a respectiva remessa à
Justiça Eleitoral.

Comentários

As alternativas A e B estão corretas, conforme art. 22, II e III, da LPP.

Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:
II - perda dos direitos políticos;
III - expulsão;

A alternativa C está correta. Os partidos podem estabelecer prazos maiores para o período mínimo de
filiação, contudo, os prazos não podem ser alterados no ano das eleições. Vejamos o dispositivo da LPP.

Art. 20. É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação
partidária superiores aos previstos nesta Lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos.
Parágrafo único. Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas
a candidatura a cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição.

193
353
A alternativa D está correta, conforme art. 16, da LPP.

Art. 16. Só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos
políticos.

A alternativa E está incorreta e é o gabarito da questão. O partido deverá inserir em sistema eletrônico
próprio os dados do filiado. Vejamos o art. 19, da Lei nº 9.096/95 que sofreu recente alteração pela Lei nº
13.877/2019.

Art. 19. Deferido internamente o pedido de filiação, o partido político, por seus órgãos de
direção municipais, regionais ou nacional, deverá inserir os dados do filiado no sistema
eletrônico da Justiça Eleitoral, que automaticamente enviará aos juízes eleitorais, para
arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de
candidatura a cargos eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual
constará a data de filiação, o número dos títulos eleitorais e das seções em que estão
inscritos.

26. (FCC/TJ-PE - 2015) Para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso gratuito
ao rádio e à televisão, havendo fusão ou incorporação de partidos políticos, devem ser somados
a) exclusivamente os votos do partido promotor e líder da fusão ou incorporação obtidos na última eleição
geral para a Câmara dos Deputados.
b) os votos dos Deputados Federais e Senadores participantes obtidos na última eleição geral para a Câmara
dos Deputados e para o Senado Federal.
c) exclusivamente os votos dos partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados.
d) os votos dos partidos fundidos ou incorporados, bem como os votos dos demais Deputados Federais
ingressantes oriundos de outros partidos, obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.
e) exclusivamente os votos dos Deputados Federais participantes obtidos na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados

Comentários

Havendo fusão ou incorporação de partidos políticos, devem ser somados exclusivamente os votos dos
partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados. Vejamos o
art. 29, §7º, da Lei nº 9.096/95.

§ 7º Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos


partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso
gratuito ao rádio e à televisão.

Desse modo, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

194
353
27. (FCC/TRE-SP - 2012) Sete partidos políticos decidiram, por seus órgãos nacionais de deliberação,
fundir-se em um só. Essa fusão
a) é ilegal porque viola o princípio do pluripartidarismo.
b) não depende de prévia autorização da Justiça Eleitoral.
c) depende de prévia autorização do Tribunal Superior Eleitoral.
d) deve, previamente, ser submetida ao Ministério Público Eleitoral.
e) só pode ser efetivada se houver prévia aprovação da Câmara dos Deputados.

Comentários

Para responder a essa questão, precisamos ter em mente o que dispõe o art. 2º, da Lei nº 9.096:

Art. 2º É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos


programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os
direitos fundamentais da pessoa humana.

Assim, é livre a fusão de partidos políticos, de modo que não depende de prévia autorização da Justiça
Eleitoral, nem de qualquer órgão.

Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A exigência de autorização do TSE para a
fusão partidária seria uma interferência na liberdade e na autonomia partidária.

28. (FCC/TRE-PE - 2011) A respeito da fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos, é correto
afirmar que:
a) na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início na data em que a mesma for aprovada
pelos respectivos órgãos nacionais, em reunião conjunta, por maioria absoluta.
b) o partido político, em nível nacional, poderá sofrer suspensão das cotas do Fundo Partidário como
consequência de atos praticados por órgãos regionais ou municipais.
c) no caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Oficial Civil competente, que deve,
então, cancelar o registro do partido incorporado a outro.
d) a extinção de partido político, contra o qual ficar provado ter recebido ou estar recebendo recursos
financeiros de procedência estrangeira, será determinada de ofício pelo Tribunal Superior Eleitoral, sem
necessidade de prévio processo.
e) no caso de incorporação, os votos obtidos pelo partido incorporado na última eleição e o respectivo
número de representantes na Câmara dos Deputados serão desconsiderados para efeito do acesso gratuito
ao rádio e à televisão.

Comentários

A alternativa A está incorreta, com base no art. 29, § 4º, da Lei nº 9.096/95. O início do novo partido ocorre
com o registro civil.

195
353
§ 4º Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro, no
ofício civil competente da sede do novo partido, do estatuto e do programa, cujo
requerimento deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.

A alternativa B está incorreta, de acordo com o art. 28, da LPP. A punição a diretório estadual ou municipal
não poderá acarretar consequências ao diretório nacional do partido.

§ 3º O partido político, em nível nacional, não sofrerá a suspensão das cotas do Fundo
Partidário, nem qualquer outra punição como consequência de atos praticados por órgãos
regionais ou municipais.

A alternativa C está correta, pois traz exatamente o que está disposto no § 5º, do art. 29.

§ 5º No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Ofício Civil


competente, que deve, então, cancelar o registro do partido incorporado a outro.

A alternativa D está incorreta. O erro da assertiva está em afirmar que não há prévio processo. Na verdade,
é inconcebível, em nosso ordenamento jurídico, a extinção de partido político sem o devido processo legal e
a oportunidade de contraditório e ampla defesa. Vejamos o artigo correspondente:

Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado:
I - ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira;
§ 1º A decisão judicial a que se refere este artigo deve ser precedida de processo regular,
que assegure ampla defesa.

A alternativa E está incorreta. Na verdade, no caso em tela, os votos deverão ser somados, conforme reza o
art. 29, § 7º.

§ 7º Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos


partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso
gratuito ao rádio e à televisão.
29. (FCC/TRE-AP - 2015) O partido Alpha foi incorporado pelo partido Beta. Os votos obtidos pelo
partido Alpha na última eleição geral para a Câmara dos Deputados
a) implicarão no acréscimo de 50% do tempo do partido Beta no acesso gratuito ao rádio e à televisão.
b) não serão considerados para nenhum efeito legal.
c) serão considerados apenas para efeito do funcionamento parlamentar.
d) serão somados aos do partido Beta para efeito do acesso gratuito ao rádio e à televisão.
e) permitirão ao partido Beta a utilização do triplo do tempo que teria de acesso gratuito ao rádio e à
televisão.

196
353
Comentários

A questão cobrou uma regra bastante específica da Lei de Partidos Políticos. A questão requer o
conhecimento do que ocorre com o tempo de rádio e de televisão no caso de incorporação de um partido
por outro.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o § 7º, do art.29, da LPP.

§ 7º Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos


partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a CÂMARA DOS
DEPUTADOS, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso
gratuito ao rádio e à televisão.
30. (FCC/TRE-PB - 2015) No que concerne à fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos, é
correto afirmar:
a) Os órgãos nacionais de deliberação dos partidos em processo de fusão votarão em reunião conjunta, por
maioria absoluta, os projetos, e elegerão o órgão de direção nacional que promoverá o registro do novo
partido.
b) Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro do estatuto e do
programa do Tribunal Superior Eleitoral.
c) No caso de incorporação, o partido incorporando deverá, independentemente de qualquer deliberação a
respeito de seu órgão nacional, adotar o estatuto e o programa do partido incorporador.
d) Havendo fusão ou incorporação de partidos, os votos por eles obtidos na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados serão desconsiderados para efeito do acesso gratuito ao rádio e à televisão.
e) No caso de incorporação, o novo estatuto ou instrumento de incorporação não precisa ser levado a
registro do Ofício Civil competente, bastando o registro do Tribunal Superior Eleitoral.

Comentários

Nessa questão, a banca exigiu diversos conhecimentos da Lei dos Partidos Políticos, acerca da fusão, da
incorporação e da extinção dos partidos políticos, cuja disciplina inicia-se a partir do art. 27.

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, em razão do que prevê o art. 29, §1º, da LPP:

Art. 29. Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, dois ou mais partidos poderão
fundir-se num só ou incorporar-se um ao outro.
§ 1º No primeiro caso, observar-se-ão as seguintes normas:
I - os órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns de estatuto e programa;
II - os órgãos nacionais de deliberação dos partidos em processo de fusão votarão em
reunião conjunta, por maioria absoluta, os projetos, e elegerão o órgão de direção nacional
que promoverá o registro do novo partido.

197
353
A alternativa B está incorreta, pois a existência legal do partido não ocorre com o registro perante o TSE,
mas com o registro no ofício civil.

§ 4º Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro, no
ofício civil competente da sede do novo partido, do estatuto e do programa, cujo
requerimento deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.

A alternativa C está incorreta, pois, na incorporação, o partido a ser incorporado dependerá de deliberação,
por maioria absoluta de votos, quanto à adoção do estatuto e do programa de outra agremiação. Vejamos:

§ 2º No caso de incorporação, observada a lei civil, caberá ao partido incorporando


deliberar por maioria absoluta de votos, em seu órgão nacional de deliberação, sobre a
adoção do estatuto e do programa de outra agremiação.

A alternativa D está incorreta. Ao contrário do afirmado, os votos obtidos nas últimas eleições para a Câmara
dos Deputados serão somados, em caso de incorporação ou de fusão, para efeito de distribuição dos recursos
do Fundo e para acesso ao rádio e à TV. Essa é a regra que consta do art. 29, §6º, da LPP:

§ 6º Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos


partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso
gratuito ao rádio e à televisão.

Por fim, está incorreta a alternativa E, pois é necessário levar a registro o instrumento decorrente da
incorporação. Vejamos:

§ 5º No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Ofício Civil


competente, que deve, então, cancelar o registro do partido incorporado a outro.
31. (FCC/TRE-SP - 2012) O eleitor Pedro encaminhou à Justiça Eleitoral documento comprobatório de
que determinado partido político está recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira. Nesse
caso, o processo de cancelamento do registro e do estatuto do partido
a) dependerá de representação fundamentada do Ministério de Relações Exteriores.
b) poderá ser determinado de ofício, sem qualquer defesa do partido.
c) dependerá de representação formulada por outro partido político.
d) dependerá de representação formulada pelo Ministério Público Eleitoral.
e) poderá ser iniciado pelo Tribunal Superior Eleitoral com base na denúncia formulada por Pedro.

Comentários

O processo de cancelamento do registro e do estatuto do partido poderá ser iniciado pelo Tribunal Superior
Eleitoral com base na denúncia formulada por Pedro.

198
353
A Lei elenca situações nas quais o TSE poderá cancelar o registro e o estatuto do partido. Vejamos art. 28, I,
da Lei nº 9.096/95.

Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado:
I - ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira; (...)

Assim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

32. (FCC/TRE-RO - 2013 - Adaptada) Os partidos Azul e Branco resolveram fundir-se num só, formando
o partido Rosa. A existência legal do novo partido tem início
a) com o registro de estatuto e do programa do novo partido no Tribunal Superior Eleitoral.
b) com a elaboração pelos órgãos de direção dos partidos Azul e Branco dos projetos comuns de estatuto e
programa.
c) quando os órgãos nacionais de deliberação dos partidos Azul e Branco votarem, em reunião conjunta, por
maioria absoluta, os projetos e o programa do novo partido.
d) quando os órgãos nacionais de deliberação dos partidos Azul e Branco, em reunião conjunta, por maioria
absoluta, elegerem o órgão de direção nacional do novo partido.
e) com o registro, no Ofício Civil competente da sede do novo partido, do seu estatuto e do respectivo
programa cujo requerimento deve ser acompanhado das atas e das decisões dos órgãos competentes.

Comentários

Essa é uma questão fácil e que se repetiu em várias provas.

A questão exige o conhecimento do art. 29, §4º, da Lei nº 9.096/95. Vejamos o dispositivo legal:

§ 4º Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro,
no ofício civil competente da sede do novo partido, do estatuto e do programa, cujo
requerimento deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

33. (FCC/TRE-TO - 2011) A respeito da fusão e incorporação de partidos políticos, considere:


I. Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro dos estatutos do novo
partido no Tribunal Superior Eleitoral.
II. No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Ofício Civil competente, que deve,
então, cancelar o registro do partido incorporado a outro.
III. Adotados o estatuto e o programa do partido incorporador, realizar-se-á, em reunião conjunta dos órgãos
nacionais de deliberação, a eleição do novo órgão de direção nacional.
Está correto o que se afirma APENAS em

199
353
a) I.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.
e) III.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens:

O item I está incorreto. Com base no art. 29, § 4º, da Lei nº 9.096/95, o início do partido se dá com o registro
feito no Ofício Civil competente e não no TSE.

§ 4º Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro,
no ofício civil competente da sede do novo partido, do estatuto e do programa, cujo
requerimento deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.

O item II está correto, pois traz exatamente o que está disposto no § 5º, do art. 29.

§ 5º No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Ofício Civil


competente, que deve, então, cancelar o registro do partido incorporado a outro.

O item III está correto, conforme prevê o §3º, do art. 29.

§ 3º Adotados o estatuto e o programa do partido incorporador, realizar-se-á, em reunião


conjunta dos órgãos nacionais de deliberação, a eleição do novo órgão de direção nacional.

Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

34. (FCC/TRE-TO - 2011) De acordo com a Lei nº 9.096/95, os partidos políticos


a) poderão, depois de autorização diplomática, subordinarem- se a entidade estrangeira.
b) poderão incorporar-se um ao outro por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação.
c) poderão manter organização paramilitar.
d) poderão receber recursos financeiros de procedência estrangeira.
e) não poderão promover alterações programáticas ou estatutárias após o registro de seu estatuto no
Tribunal Superior Eleitoral.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 5º, da LPP, a ação do partido tem caráter nacional e é
exercida de acordo com seu estatuto e programa, sem subordinação a entidades ou governos estrangeiros.

200
353
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 29, da Lei nº 9.096/95.

Art. 29. Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, dois ou mais partidos poderão
fundir-se num só ou incorporar-se um ao outro.

A alternativa C está incorreta. Com base no art. 6º, é vedado ao partido político ministrar instrução militar
ou paramilitar, utilizar-se de organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.

A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 28, I, o Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de
decisão, determina o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado ter
recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira.

A alternativa E está incorreta. O art. 10, da LPP, estabelece que as alterações programáticas ou estatutárias,
após registradas no Ofício Civil competente, devem ser encaminhadas, para o mesmo fim, ao Tribunal
Superior Eleitoral.

35. (FCC/TRE-CE - 2012) Os partidos políticos


a) podem desenvolver campanhas publicitárias pagas por entidades estrangeiras.
b) são obrigados a conservar os documentos comprobatórios de suas prestações de contas por, pelo menos,
cinco anos.
c) não podem impugnar as prestações de contas de outros partidos, função que cabe exclusivamente à
Justiça Eleitoral.
d) podem ser mantidos por entidade de classe ou sindical, desde que os respectivos diretores sejam
diferentes.
e) não estão obrigados a enviar à Justiça Eleitoral nem balanço anual.

Comentários

A alternativa A está incorreta. É vedado ao partido político receber recursos de entidade estrangeira, não
importando para qual fim seja aplicado o recurso. Vejamos ao art. 31, da LPP.

Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou
pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de
publicidade de qualquer espécie, procedente de:
I - entidade ou governo estrangeiros;

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, tendo em vista o que prevê o art. 34, da Lei nº 9.096.

Art. 34. A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a escrituração contábil e a prestação
de contas do partido e das despesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas
refletem adequadamente a real movimentação financeira, os dispêndios e recursos
aplicados nas campanhas eleitorais, exigindo a observação das seguintes normas:

201
353
IV - obrigatoriedade de ser conservada pelo partido a documentação comprobatória de
suas prestações de contas, por prazo não inferior a cinco anos;

A alternativa C está incorreta, pelo que estabelece o art. 35, § único. Os partidos políticos poderão examinar
as prestações de contas dos demais partidos.

Parágrafo único. O partido pode examinar, na Justiça Eleitoral, as prestações de contas


mensais ou anuais dos demais partidos, quinze dias após a publicação dos balanços
financeiros, aberto o prazo de cinco dias para impugná-las, podendo, ainda, relatar fatos,
indicar provas e pedir abertura de investigação para apurar qualquer ato que viole as
prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus filiados
estejam sujeitos.

A alternativa D está incorreta, pois viola outra proibição do art. 31, da LPP.

Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou
pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de
publicidade de qualquer espécie, procedente de:
IV - entidade de classe ou sindical.

Por fim, a alternativa E está incorreta, pois o balanço anual será encaminhado até o dia 30 de junho do ano
seguinte, conforme estabelece o caput, do art. 32:

Art. 32. O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil
do exercício findo, até o dia 30 de junho do ano seguinte.
36. (FCC/MPE-PA - 2014) A disciplina normativa que rege o financiamento dos partidos políticos
a) determina a suspensão, por um ano, da participação no Fundo Partidário, no caso de recebimento por
partido político, sob qualquer forma ou pretexto, de contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em
dinheiro procedente de entidade de classe ou sindical.
b) determina que, em caso de cancelamento ou caducidade do órgão de direção nacional do partido, a cota
do Fundo Partidário a ele cabível será destinada aos órgãos de direção estadual, devendo ser distribuída
entre eles em partes iguais.
c) não impede que as cotas do Fundo Partidário devidas a agremiação partidária sejam, em caso de execução
civil ou trabalhista, penhoradas judicialmente mediante bloqueio dos valores correspondentes pelo Tribunal
Superior Eleitoral.
d) não impõe vedação veda que as agremiações partidárias recebam doações de empresas que, na condição
de Produtor Independente de Energia Elétrica (PIEE), tenham obtido autorização do Poder Público para
produzir energia elétrica destinada ao comércio de toda ou parte da energia produzida, por sua conta e risco.
e) determina que os depósitos e movimentações dos recursos oriundos do Fundo Partidário serão feitos na
instituição financeira escolhida pelo órgão diretivo do partido, sendo que, na ausência de indicação
partidária, devem ser utilizados estabelecimentos bancários controlados pelo Poder Público Federal.

202
353
Comentários

A alternativa A é a correta e gabarito da questão. Vimos que existe uma série de vedações aos partidos no
que diz respeito ao recebimento de valores, que sujeitam os partidos a penalizações, inclusive à suspensão
das quotas do Fundo pelo ano seguinte. Vejamos, nesse contexto, o art. 24, VI, combinado com o art. 25,
ambos da Lei nº 9.504/1997 e art. 36 II da Lei 9.096/95:

Lei 9504/97
Art. 24. É vedado, a partido e candidato, receber diretamente ou indiretamente doação em
dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie,
procedente de: (...)
VI - Entidade de classe ou sindical (...).
Art. 25. O partido que descumprir as normas referentes a arrecadação e aplicação de
recursos fixadas nesta lei perderá o direito ao recebimento da quota do Fundo Partidário
do ano seguinte, sem prejuízo de responderem os candidatos beneficiados por abuso do
poder econômico.
Lei 9.096/95
Art. 36. Constatada a violação de normas legais ou estatutárias, ficará o partido sujeito às
seguintes sanções:
II – no caso de recebimento de recursos mencionados no art. 31, fica suspensa a
participação no Fundo Partidário por um ano;

Está incorreta a alternativa B, em razão do que dispõe o art. 42, da Lei nº 9.906/1995, uma vez que os valores
reverterão ao Fundo. Vejamos o dispositivo:

Art. 42. Em caso de cancelamento ou caducidade do órgão de direção nacional do partido,


reverterá ao Fundo Partidário a quota que a este caberia.

A alternativa C está incorreta e envolve o conhecimento da jurisprudência do TSE44, a qual citamos para
agregar conhecimento:

Ementa: PENHORA. FUNDO PARTIDÁRIO. IMPOSSIBILIDADE DE BLOQUEIO DE VALORES


PELO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. - Os valores do Fundo Partidário são absolutamente
impenhoráveis (CPC, art. 649, XI ), não cabendo ao Tribunal Superior Eleitoral proceder ao
seu bloqueio como meio de garantir créditos de terceiros.

A alternativa D está incorreta, uma vez é vedada toda e qualquer doação efetuada por pessoa jurídica ao
candidato ou partido para fins de campanha e, até mesmo, para o Fundo Partidário.

44
Pet 13467-DF/2013.

203
353
Por fim, a alternativa E está incorreta em razão do que prevê o art. 43, da Lei nº 9.096/1995:

Art. 43. Os depósitos e movimentações dos recursos oriundos do Fundo Partidário serão
feitos em estabelecimentos bancários controlados pelo Poder Público Federal, pelo Poder
Público Estadual ou, inexistindo estes, no banco escolhido pelo órgão diretivo do partido.
37. (FCC/MPE-PE - 2014) Considere as seguintes afirmativas.
I. É vedada a aplicação de recursos oriundos do Fundo Partidário em campanhas eleitorais.
II. Os partidos políticos devem aplicar, no mínimo, 5% (cinco por cento) do total dos recursos oriundos do
Fundo Partidário na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das
mulheres.
III. A inobservância do limite de 50% (cinquenta por cento) dos recursos oriundos do Fundo Partidário para
pagamento de pessoal não implica a rejeição das contas do partido político, caso não demonstrada a
ocorrência de má-fé, desídia ou o comprometimento da lisura e transparência na prestação de contas.
IV. O Fundo Partidário é distribuído aos órgãos nacionais dos partidos políticos, sendo 1% (um por cento) do
total partilhado em partes iguais a todos os partidos e 99% (noventa e nove por cento) aos partidos que
tenham alcançado na eleição para Câmara dos Deputados, no mínimo, 5% (cinco por cento) dos votos
válidos, desde que distribuídos em, pelo menos, um terço dos Estados, com um mínimo de 2% (dois por
cento) do total de cada um deles.
Está correto o que se afirma em
a) I e II.
b) II e III.
c) I e IV.
d) III e IV.
e) II e IV.

Comentários

Vejamos cada um dos itens:

O item I está incorreto e o item II correto em razão do que dispõe o art. 44, incisos II e V, respectivamente:

Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário SERÃO aplicados: (...)


II - na propaganda doutrinária e política; (...)
V – na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política
das mulheres, criados e executados pela Secretaria da Mulher ou, a critério da agremiação,
por instituto com personalidade jurídica própria presidido pela secretária da mulher, em
nível nacional, conforme percentual que será fixado pelo órgão nacional de direção
partidária, observado o mínimo de 5% (cinco por cento) do total; (...)

204
353
O item III está correto, com fundamento no inc. I acima, combinado com entendimento exarado pelo TSE no
AgR- RMS nº 712/2010, segundo o qual o não cumprimento dessa regra, por si só, não implica automática
rejeição das contas da agremiação político-partidária, ainda mais quando demonstrada a inocorrência de
má-fé e desídia.

O item IV está incorreto, com fundamento no art. 41-A. Lembre-se de que:

Divididos em partes iguais entre os partidos


5% políticos que façam jus ao Fundo Partidário
conforme regras constitucionais

Distribuídos aos partidos de acordo com a


DO FUNDO 95% proporção dos votos recebidos nas últimas
PARTIDÁRIO eleições para a Câmara dos Deputados.

Os votos recebidos por candidata mulher e por candidato negro


serão contados em dobro para fins de distribuição de recursos
de fundão Partidário e FEFC.

Logo, a alternativa B é a correta e gabarito da questão.

38. (FCC/TRE-SP - 2012) Julgue o item a seguir.


O eleitor Pedro encaminhou à Justiça Eleitoral documento comprobatório de que determinado partido
político está recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira. Nesse caso, o processo de
cancelamento do registro e do estatuto do partido poderá ser iniciado pelo Tribunal Superior Eleitoral com
base na denúncia formulada por Pedro.

Comentários

A assertiva está correta, de acordo com o art. 28, da Lei nº 9.096. Notem que a Lei elenca situações nas quais
o TSE poderá cancelar o registro e o estatuto do partido e o recebimento de recursos estrangeiros está
previsto no inciso I.

Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado:
I - ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira;
39. (FCC/TRE-RO - 2013 - Adaptada) A respeito das doações a partidos políticos, considere:
I. As doações de pessoas físicas só podem ser feitas aos órgãos de direção nacional do partido, aos quais
caberá fazer a distribuição aos órgãos estaduais e municipais.
II. As doações que não sejam em dinheiro devem ser lançadas na contabilidade do partido político, definidos
seus valores em moeda corrente.

205
353
III. As doações em recursos financeiros somente podem ser realizadas na conta do partido político por
intermédio de cheques (cruzados ou nominais) ou transferências eletrônicas, depósitos em espécie
identificados ou mecanismos que permita o uso de cartão de crédito ou de débito com identificação do
doador e emissão de recibo eleitoral.
Está correto o que consta APENAS em
a) I
b) III
c) I e II.
d) I e III.
e) II.

Comentários

Para responder à questão, vejamos o art. 39, da LPP:

Art. 39. Ressalvado o disposto no art. 31, o partido político pode receber doações de
pessoas físicas e jurídicas para constituição de seus fundos.
§ 1º As doações de que trata este artigo podem ser feitas diretamente aos órgãos de
direção nacional, estadual e municipal, que remeterão, à Justiça Eleitoral e aos órgãos
hierarquicamente superiores do partido, o demonstrativo de seu recebimento e
respectiva destinação, juntamente com o balanço contábil.
§ 2º Outras doações, quaisquer que sejam, devem ser lançadas na contabilidade do
partido, definidos seus valores em moeda corrente.

Logo, o item I está incorreto em razão do §1º acima, pois as doações poderão ser feitas aos órgãos
municipais, regionais ou nacionais do partido.

O item II está correto devido ao que prevê o §2º.

O item III está incorreto com base no §3º, do art. 39, da Lei dos Partidos Políticos. O artigo em questão sofreu
alteração pela lei 13.877/2019 que ampliou as hipóteses previstas no inciso III, incluindo emissão on-line de
boleto bancário, convênios de débitos em conta e outras modalidades.

§ 3º As doações de recursos financeiros somente poderão ser efetuadas na conta do


partido político por meio de:
I - cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos;
II - depósitos em espécie devidamente identificados;
III - mecanismo disponível em sítio do partido na internet que permita o uso de cartão de
crédito, cartão de débito, emissão on-line de boleto bancário ou, ainda, convênios de
débitos em conta, no formato único e no formato recorrente, e outras modalidades, e que
atenda aos seguintes requisitos:

206
353
a) identificação do doador;
b) emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada.

Logo, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

40. (FCC/TRE-RO - 2013) A respeito da aplicação dos recursos oriundos do Fundo Partidário pelos
partidos políticos, considere:
I. Manutenção das sedes e serviços do partido, inclusive pagamento de pessoal, a qualquer título, até o limite
do total recebido.
II. Propaganda doutrinária e política.
III. Alistamento e campanhas eleitorais.
IV. Destinação de recursos para o transporte de eleitores no dia das eleições.
Está correto o que consta APENAS em
a) II, III e IV.
b) II e IV
c) I, II e IV.
d) I e IV.
e) II e III.

Comentários

Para responder à questão, devemos conhecer o art. 44, da LPP. Notem que esse dispositivo é relevante e
frequente em prova. Com a Lei nº 13.165/2015, a Lei nº 13.877/2019 e a Lei nº 14.291/2022 possui ainda
mais relevância para o estudo de Direito Eleitoral.

Vejamos um esquema que sintetiza o dispositivo:

APLICAÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDO


• manutenção das sedes (inclusive com manutenção de pessoal), observado o LIMITE de
50% ao órgão nacional e de 60% aos órgãos estaduais e municipais;
• propaganda doutrinária e política;
• alistamento e campanhas eleitorais;
• criação e manutenção de programas de promoção e difusão de política para mulheres,
NO MÍNIMO 5%;
• criação e manutenção de entidades de pesquisa e de doutrinação e educação política,
NO MÍNIMO 20%;
• despesas com alimentação;
• contratação de serviços de consultoria contábil e advocatícia e de serviços;
• compra ou locaçao de bens móveis e imóveis; e
• campanhas de marketing digital (desde o início do prazo das convenções partidárias até
a data do pleito).

207
353
Assim, item I está incorreto, pois o limite é 50%.

O item II está correto, vide o esquema acima que retrata o inc. II, do art. 44.

O item III também está correto, pois retrata o inc. III, do art. 44, da Lei nº 9.096/1995.

Por fim, o item IV está incorreto, pois não há tal hipótese no art. 44, da Lei nº 9.096/1995.

Portanto, a alternativa E é a correta e gabarito da questão.

41. (FCC/TRE-AP - 2015) O órgão regional de um partido político recebeu recursos financeiros de
procedência estrangeira. Esse ato
a) implicará no cancelamento do registro civil do partido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado em que
ocorreu a infração, mas não de seu estatuto.
b) acarretará o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido pelo Tribunal Superior Eleitoral.
c) implicará no cancelamento do registro civil e do estatuto do partido pelo Tribunal Regional Eleitoral do
Estado em que ocorreu a infração.
d) acarretará o cancelamento do registro civil do partido pelo Tribunal Superior Eleitoral, mas não de seu
estatuto.
e) não implicará em punição a esse partido em nível nacional pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Comentários

A primeira informação que devemos ter em mente para responder à questão é que é proibido o recebimento
de recursos estrangeiros por partido político. Vejamos o art. 31, da LPP:

Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou
pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através
de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
I – entidade ou governo estrangeiros;

Contudo, não é possível a responsabilização do órgão nacional por recebimento indevido do órgão regional.
Assim, somente o órgão regional será responsabilizado.

Dessa forma, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

42. (FCC/TRE-PE - 2011) O partido político que receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma
ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade
de qualquer espécie, procedente de entidade de classe ou sindical, ficará sujeito à sanção de
a) suspensão da participação no Fundo Partidário por um ano.
b) multa de até duas vezes o valor da contribuição ou auxílio recebido.
c) multa correspondente ao valor da contribuição ou auxílio recebido.

208
353
d) cancelamento imediato do registro civil e do respectivo estatuto.
e) proibição de inscrever candidatos a cargos eletivos no próximo pleito eleitoral.

Comentários

Vejamos o art. 31, IV, da Lei nº 9.096/95:

Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou
pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de
publicidade de qualquer espécie, procedente de:
IV - entidade de classe ou sindical.

O art. 36, II, desse mesmo diploma legal, prevê que, no caso de recebimento de recursos de entidade de
classe ou sindical, fica suspensa a participação no fundo partidário por um ano.

Art. 36. Constatada a violação de normas legais ou estatutárias, ficará o partido sujeito às
seguintes sanções:
II - no caso de recebimento de recursos mencionados no art. 31, fica suspensa a
participação no fundo partidário por um ano;

Desse modo, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

43. (FCC/TRE-PR - 2012) Em exame da prestação de contas anual do partido Gama, foi constatado o
recebimento de recursos de origem não esclarecida. Nesse caso,
a) o partido será punido com multa igual ao valor dos recursos e terá suas atividades suspensas até que o
esclarecimento seja feito.
b) o partido será punido com multa igual ao dobro do valor dos recursos de origem não esclarecida.
c) ficará suspenso o recebimento pelo partido das quotas do Fundo Partidário por um ano.
d) ficará suspenso o recebimento pelo partido das quotas do Fundo Partidário até que o esclarecimento seja
aceito pela Justiça Eleitoral.
e) ficará suspenso o recebimento das quotas do Fundo Partidário por dois anos e o partido será punido com
multa de dez salários mínimos.

Comentários

De acordo com o art. 36, I, da Lei nº 9.096/95, no caso de recursos de origem não mencionada ou esclarecida,
fica suspenso o recebimento das quotas do fundo partidário até que o esclarecimento seja aceito pela Justiça
Eleitoral.

Art. 36. Constatada a violação de normas legais ou estatutárias, ficará o partido sujeito às
seguintes sanções:

209
353
I - no caso de recursos de origem não mencionada ou esclarecida, fica suspenso o
recebimento das quotas do fundo partidário até que o esclarecimento seja aceito pela
Justiça Eleitoral;

Desse modo, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

CESPE

44. (CESPE/ALE-CE - 2021) Determinado partido político, ao elaborar seu planejamento estratégico,
estabeleceu metas que demandam emprego de recursos superiores aos disponíveis para os anos
seguintes. Nessa situação hipotética, algumas possibilidades são objeto de debate em seus órgãos de
direção. Assinale a opção correspondente à única que encontra amparo em lei.
A) Reduzir, em caráter temporário, assegurada a compensação posterior em benefício das atividades-fim do
partido, os repasses de recursos do fundo partidário previstos para a criação e manutenção de instituto ou
fundação de pesquisa, doutrinação e educação política, e para a criação e manutenção de programas de
promoção e difusão da participação política de mulheres.
B) Definir regras de contribuição de recursos para filiados, por meio de mensalidades, e projetar campanhas
de arrecadação entre cidadãos não filiados, observado o disposto na lei.
C) Empregar parte dos recursos disponíveis para investimento em empresas de elevada lucratividade e
utilizar o retorno desse investimento em atividades assinaladas, pelo planejamento, como prioritárias.
D) Solicitar apoio financeiro temporário de cooperativas, organizações não governamentais, organizações
empresariais e de trabalhadores, de preferência dos ramos de atividade vinculados com a história, os
objetivos e a agenda programática do partido.
E) Promover campanha de arrecadação de fundos, por meio da internet, assegurado o anonimato dos
doadores.

Comentários

Os principais mecanismos de financiamento dos partidos políticos são as contribuições dos filiados e a
arrecadação entre cidadãos não filiados, observando-se as regras de doação previstas na Lei n. 9.504/1997,
a qual exige a identificação dos doadores.

Portanto, a única medida que encontra amparo legal é a prevista na alternativa B, que é correta e é o
gabarito da questão.

45. (CESPE/MPE-TO - 2022) O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos pode ser
utilizado para custear despesas com
I impulsionamento de conteúdo na Internet.
II compra de passagens aéreas para não filiados.
III a contratação de advogado.
Assinale a opção correta.

210
353
A) Apenas o item I está certo.
B) Apenas o item III está certo.
C) Apenas os itens I e II estão certos.
D) Apenas os itens II e III estão certos.
E) Todos os itens estão certos.

Comentários

A assertiva I está correta. O art. 44, XI, da Lei n. 9.096/1995, autoriza a utilização de recursos do fundo
partidário para o custeio de impulsionamento de conteúdo em provedor de aplicação de internet:

Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:

XI - no custeio de impulsionamento, para conteúdos contratados diretamente com


provedor de aplicação de internet com sede e foro no País, incluída a priorização paga de
conteúdos resultantes de aplicações de busca na internet, inclusive plataforma de
compartilhamento de vídeos e redes sociais, mediante o pagamento por meio de boleto
bancário, de depósito identificado ou de transferência eletrônica diretamente para conta
do provedor, proibido, nos anos de eleição, no período desde o início do prazo das
convenções partidárias até a data do pleito. (Redação dada pela Lei nº 14.291, de 2022)

A assertiva II está correta. Os beneficiários dos gastos com passagens aéreas não precisam ser filiados ao
partido. O próprio partido define os critérios para a compra das passagens, de acordo com o art. 37, § 10:

Art. 37. [...]

§ 10. Os gastos com passagens aéreas serão comprovados mediante apresentação de


fatura ou duplicata emitida por agência de viagem, quando for o caso, e os beneficiários
deverão atender ao interesse da respectiva agremiação e, nos casos de congressos,
reuniões, convenções, palestras, poderão ser emitidas independentemente de filiação
partidária segundo critérios interna corporis, vedada a exigência de apresentação de
qualquer outro documento para esse fim. (Redação dada pela Lei nº 13.877, de
2019)

A assertiva III está correta. É possível a aplicação dos recursos do fundo partidário na contratação de serviços
de advocatícia:

Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:

VIII - na contratação de serviços de consultoria contábil e advocatícia e de serviços para


atuação jurisdicional em ações de controle de constitucionalidade e em demais processos
judiciais e administrativos de interesse partidário, bem como nos litígios que envolvam
candidatos do partido, eleitos ou não, relacionados exclusivamente ao processo
eleitoral; (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

211
353
Como todas as assertivas estão certas, a alternativa E é correta e é o gabarito da questão.

46. (CESPE/MPE-TO - 2022) Conforme a Emenda Constitucional nº 111/2021, para fins de distribuição
entre os partidos políticos dos recursos do fundo partidário e do Fundo Especial de Financiamento de
Campanha (FEFC), nas eleições realizadas de 2022 a 2030, serão computados em dobro os votos dados a
A) candidatos negros para o Senado Federal.
B) candidatos indígenas para cargos no Poder Executivo.
C) candidatas mulheres para a Câmara dos Deputados.
D) candidatos deficientes para o Senado Federal ou para a Câmara dos Deputados.
E) candidatas LGBTQIA+ para o Senado Federal ou para a Câmara dos Deputados.

Comentários

De acordo com o art. 2º da Emenda Constitucional n. 111/2021, são contados em dobro os votos dados a
candidatas mulheres e a candidatos negros para a Câmara dos Deputados, para fins de distribuição do FEFC:

EC 111/2021:

art. 2º Para fins de distribuição entre os partidos políticos dos recursos do fundo partidário
e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), os votos dados a
candidatas mulheres ou a candidatos negros para a Câmara dos Deputados nas eleições
realizadas de 2022 a 2030 serão contados em dobro.

Assim, a alternativa C é correta e é o gabarito da questão.

47. (CESPE/ALE-CE - 2021) No que concerne à criação e organização de partidos políticos, assinale a
opção correta.
A) A lei não impõe restrições à criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos.
B) Exaurido o prazo máximo de oito anos de vigência de um órgão provisório do partido político, ocorre a
extinção automática desse órgão e o cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CNPJ).
C) O estatuto do partido deve prever regras relativas à transparência das informações partidárias e à
responsabilização de seus dirigentes em casos de infração de regra estatutária.
D) É vedado ao partido adotar uniforme para seus membros.
E) Para manter seu registro no Tribunal Superior Eleitoral, o partido político deve comprovar, a cada dois
anos, seu caráter nacional, por meio de número de filiados equivalente ao de assinaturas exigidas para seu
registro inicial.

Comentários

A assertiva A é incorreta. A Lei n. 9.096/1995 estabelece procedimentos para a criação, fusão, incorporação
e extinção de partidos políticos, não se tratando de ato estritamente sob discrição dos próprios partidos.

212
353
A assertiva B é incorreta. Pelo contrário, a lei veda a extinção automática e o cancelamento do CNPJ tão
somente em razão do escoamento do prazo de vigência, de acordo com o art. 3º, § 4º:

Art. 3º [...]

§ 4º Exaurido o prazo de vigência de um órgão partidário, ficam vedados a extinção


automática do órgão e o cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ). (Incluído pela Lei nº 13.831, de 2019)

A assertiva C é incorreta. Pelo contrário, a lei veda a extinção automática e o cancelamento do CNPJ tão
somente em razão do escoamento do prazo de vigência, de acordo com o art. 3º, § 4º:

Art. 15. O Estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre:

I - nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede no território


nacional; (Redação dada pela Lei nº 13.877, de 2019)

II - filiação e desligamento de seus membros;

III - direitos e deveres dos filiados;

IV - modo como se organiza e administra, com a definição de sua estrutura geral e


identificação, composição e competências dos órgãos partidários nos níveis municipal,
estadual e nacional, duração dos mandatos e processo de eleição dos seus membros;

V - fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das infrações e aplicação das
penalidades, assegurado amplo direito de defesa;

VI - condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas;

VII - finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os habilitem a apurar


as quantias que os seus candidatos possam despender com a própria eleição, que fixem os
limites das contribuições dos filiados e definam as diversas fontes de receita do partido,
além daquelas previstas nesta Lei;

VIII - critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível
municipal, estadual e nacional que compõem o partido;

IX - procedimento de reforma do programa e do estatuto.

X - prevenção, repressão e combate à violência política contra a mulher. (Incluído pela


Lei nº 14.192, de 2021)

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O art. 6º veda a doção de uniformes pelos membros
dos partidos:

213
353
Art. 6º É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de
organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.

A assertiva E é incorreta. Não há previsão da necessidade de demonstração periódica do caráter nacional,


mas esse fato poderia ser alegado em eventual ação de desconstituição do registro do estatuto partidário.

48. (CESPE/MPE-TO - 2022) Em 2021, foi incluído o instituto da federação partidária na Lei dos Partidos
Políticos e na Lei das Eleições, o que possibilita a atuação conjunta das legendas. A esse respeito, assinale
a opção correta.
A) O registro da federação partidária deve se dar no tribunal regional eleitoral de cada estado e do Distrito
Federal.
B) A federação partidária poderá ser integrada por partidos com registro definitivo no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) e por partidos com pedido de registro protocolados no tribunal.
C) Os partidos integrantes da federação partidária deverão permanecer a ela filiados por, no mínimo, dois
anos.
D) A federação partidária terá abrangência estadual e do Distrito Federal, podendo ter abrangência nacional
mediante aprovação pela maioria absoluta dos votos em convenção nacional de cada um dos partidos
políticos integrantes.
E) Aplicam-se à federação partidária todas as normas que regem o funcionamento parlamentar e a fidelidade
partidária.

Comentários

A assertiva A é incorreta. O registro das federações é no TSE, conforme o art. 11-A, caput, da Lei n.
9.096/1995:

Art. 11-A. Dois ou mais partidos políticos poderão reunir-se em federação, a qual, após sua
constituição e respectivo registro perante o Tribunal Superior Eleitoral, atuará como se
fosse uma única agremiação partidária

A assertiva B é incorreta. Somente partidos com registro definitivo no TSE podem integrar federação
partidária:

Art. 11-A. [...]

§3º. A criação de federação obedecerá às seguintes regras:

I – a federação somente poderá ser integrada por partidos com registro definitivo no
Tribunal Superior Eleitoral;

A assertiva C é incorreta. O tempo mínimo de filiação é de 4 anos:

Art. 11-A. [...]

214
353
§3º. A criação de federação obedecerá às seguintes regras:

II – os partidos reunidos em federação deverão permanecer a ela filiados por, no mínimo, 4


(quatro) anos;

A assertiva D é incorreta. As federações devem ter abrangência nacional:

Art. 11-A. [...]

§3º. A criação de federação obedecerá às seguintes regras:

IV – a federação terá abrangência nacional e seu registro será encaminhado ao Tribunal


Superior Eleitoral.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. As mesmas regras de funcionamento parlamentar e


de filiação partidária se aplicam às federações:

Art. 11-A[...]

§1º. Aplicam-se à federação de partidos todas as normas que regem o funcionamento


parlamentar e a fidelidade partidária.

49. (CESPE/MPE-RR - 2017) A suspensão de direitos políticos


a) decorrente de condenação criminal transitada em julgado cessará com o cumprimento da pena, sendo
indispensável a prova de reparação dos danos, se for o caso.
b) não ocorre em relação ao beneficiado pela suspensão condicional do processo.
c) não é penalidade prevista para aquele que se recusar a prestar serviço no júri popular e a cumprir o serviço
alternativo, mesmo que a recusa deva-se a escusa de consciência.
d) decorrente de condenação criminal transitada em julgado cessará quando a pena privativa de liberdade
for substituída por restritiva de direitos.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com a súmula nº 9, do TSE, a suspensão de direitos políticos
decorrente de condenação criminal transitada em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena,
independendo de reabilitação ou de prova de reparação dos danos.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A suspensão condicional do processo não implica
aceitação dos termos da denúncia nem afasta a presunção de inocência. Dessa forma, nesse caso, não
ocorrerá a suspensão dos direitos políticos.

As alternativas C e D estão incorretas, pois contrariam o disposto no art. 15, III e IV, da CF/88:

215
353
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;


(ALTERNATIVA C)

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do


art. 5º, VIII; (ALTERNATIVA D)

50. (CESPE/TJ-SC - 2019) A respeito da criação de partidos políticos no Brasil, assinale a opção correta.
a) Os fundadores de partido político em formação, em número máximo de cento e um, são encarregados de
subscrever e dirigir os requerimentos de registro do partido para o cartório de registro civil de pessoas
jurídicas competente.
b) Após obter o seu registro civil, o partido político em formação deverá informar sua criação ao TSE, no
prazo de cem dias contados da obtenção desse registro.
c) Em até um ano após adquirir personalidade jurídica, o partido político tem de comprovar o apoiamento
mínimo de eleitores filiados, no total de, pelo menos, 0,5% dos votos dados na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos.
d) A apresentação do requerimento de registro de partido político em formação no cartório de registro civil
basta para autorizar à nova agremiação o recebimento de recursos do fundo partidário e o acesso gratuito
ao rádio e à televisão para propaganda.
e) A estrutura interna, a organização e o funcionamento do partido político em formação serão determinados
pela justiça eleitoral, até o registro definitivo do partido.

Comentários

A alternativa correta é a letra B, pois de acordo com a Resolução 23.571/18 do TSE, após a formação, o
partido político tem 100 dias, a contar da obtenção do registro civil, para informar ao TSE acerca da sua
criação. Confira:

Art. 10. [...]

§ 3º O partido político em formação, no prazo de até 100 (cem) dias contados da obtenção
do seu registro civil, deve informar ao Tribunal Superior Eleitoral a sua criação,
apresentando:

I — a respectiva certidão do Registro Civil de Pessoas Jurídicas;

II — o seu número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ);

III — cópia da ata de fundação e da relação dos fundadores, acompanhada do estatuto e


do programa aprovados no momento da fundação; e

216
353
IV — o endereço, telefone e número de fac-símile de sua sede e de seus dirigentes
nacionais provisórios.

Vejamos as demais assertivas.

A assertiva A está incorreta, pois são encarregados de subscrever e dirigir os requerimentos de registro do
partido para o Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas competente, os fundadores de partido político
em formação, em número mínimo de 101. Neste sentido, veja a Lei 9.096/95:

Art. 8º O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do


Registro Civil das Pessoas Jurídicas, da Capital Federal, deve ser subscrito pelos seus
fundadores, em número nunca inferior a cento e um, com domicílio eleitoral em, no
mínimo, um terço dos Estados, e será acompanhado de:

A alternativa C está errada, porque o apoiamento de eleitores deve ser comprovado no período de até 2
anos. Neste sentido, a Lei 9.096/95:

Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra
seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.

§1º Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,
considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento
de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco
décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados,
não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos
Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado
em cada um deles.

A assertiva D está errada, pois para poder participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo
Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, o partido deve ter registrado seu estatuto no Tribunal
Superior Eleitoral (art. 7º, § 2º, Lei 9.096/95).

A alternativa E está incorreta, porque o partido político possui autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento. Neste sentido, a Lei 9.096/95:

Art. 3º É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento.
51. (CESPE/TJBA - 2019) A respeito da atuação dos partidos políticos e das estratégias de exercício da
democracia, assinale a opção correta.
a) O modelo brasileiro de financiamento de campanha é misto, com participação tanto do poder público
quanto do setor privado, sendo possível posterior retificação, na justiça eleitoral, dos limites de gastos de
cada campanha.
b) A CF prevê a proteção à fidelidade partidária, de modo que, nos cargos alcançados pelo sistema
majoritário, a arbitrária desfiliação partidária implica renúncia tácita do mandato.

217
353
c) O sistema eleitoral distrital tem natureza proporcional, o que possibilita o prestígio da representação de
minorias e a diminuição do clientelismo político.
d) No Brasil, a discussão acerca da viabilidade de candidaturas avulsas está relacionada com o respeito às
condições de elegibilidade previstas na CF e às garantias previstas no Pacto de San José da Costa Rica.
e) Ao eleito por partido que não alcançar a cláusula de desempenho eleitoral exigida pela legislação será
assegurado o mandato, desde que ele se filie a outro partido.

Comentários

O Brasil não admite a existência de candidaturas avulsas, nos termos do art. 14, §3º, inciso V, da Constituição
Federal, do art. 11 §14º da Lei das Eleições e do art. 87 do Código Eleitoral. Contudo, a Convenção Americana
de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica), estabelece como direito de todos os cidadãos “votar
e ser eleitos em eleições periódicas autênticas, realizadas por sufrágio universal e igual e por voto secreto
que garanta a livre expressão da vontade dos eleitores”. Assim, há quem argumente que as candidaturas
avulsas são permitidas pelo Pacto de San Jose da Costa Rica. Logo, a alternativa D está correta.

A alternativa A está errada, pois não é permitida a retificação do limite de gastos, de modo que o seu
descumprimento acarretará sanção de multa em valor equivalente a 100% da quantia que ultrapassar o
limite estabelecido, bem como a apuração de eventual ocorrência de abuso do poder econômico (art. 18-B
da Lei 9.504/97).

A alternativa B está incorreta, pois vai de encontro com a Súmula 67 do TSE (“a perda do mandato em razão
da desfiliação partidária não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário”).

A alternativa C está errada, pois o voto distrital não possui natureza proporcional. A expressão “voto
distrital” designa um sistema de eleições majoritárias realizadas em pequenos distritos eleitorais de um só
representante.

Por fim, a letra E está incorreta, pois de acordo com o art. 17, §5º, da CF, ao eleito por partido que não
alcançar a cláusula de desempenho eleitoral exigida pela legislação será assegurado o mandato e facultada
a filiação a outro partido (EC97/17).

52. (CESPE/TJ-CE - 2018) O registro de estatuto de partido político junto ao TSE será autorizado
a) por ato de natureza jurisdicional da corte sujeito a recurso extraordinário.
b) por ato materialmente administrativo que lhe atribua personalidade jurídica.
c) se, entre outros requisitos, o requerimento estiver instruído com o inteiro teor do programa e do estatuto
partidários, ambos inscritos no registro civil das pessoas jurídicas.
d) se, entre outros requisitos, o requerimento estiver instruído com certidão de inteiro teor do registro
partidário expedida pelo cartório de registro civil das pessoas jurídicas da capital do estado sede do partido.
e) se preenchidos os requisitos legais, independentemente de comprovação de apoio mínimo de eleitores.

Comentários

218
353
O registro do estatuto do partido político junto ao TSE sofreu mudanças significativas com o advento da Lei
n. 13.165/15, principalmente no que se refere a alteração perpetrada no art. 7º, § 1º, da Lei dos Partidos
Políticos (Lei n. 9.096/95). Vejamos:

Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra
seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 1o Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,
considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento
de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco
décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados,
não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos
Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado
em cada um deles.

Além desses requisitos, os dirigentes nacionais, ao apresentarem o requerimento de registro junto ao TSE,
deverão instruí-lo com (art. 9º, Lei n. 9.096/95):

Art. 9º Feita a constituição e designação, referidas no § 3º do artigo anterior, os dirigentes


nacionais promoverão o registro do estatuto do partido junto ao Tribunal Superior
Eleitoral, através de requerimento acompanhado de:
I - exemplar autenticado do inteiro teor do programa e do estatuto partidários, inscritos no
Registro Civil;
II - certidão do registro civil da pessoa jurídica, a que se refere o § 2º do artigo anterior;
III - certidões dos cartórios eleitorais que comprovem ter o partido obtido o apoiamento
mínimo de eleitores a que se refere o § 1º do art. 7º.

Assim, podemos afirmar que, o registro de estatuto de partido político junto ao TSE será autorizado se, entre
outros requisitos, o requerimento estiver instruído com o inteiro teor do programa e do estatuto partidários,
ambos inscritos no registro civil das pessoas jurídicas.

A alternativa C, portanto, é a correta e é o gabarito da questão.

Vejamos as demais alternativas:

A alternativa A está incorreta, uma vez que o ato não tem natureza jurisdicional, mas sim administrativa.

A alternativa B está incorreta. Apesar de o ato ser materialmente administrativo, não é ele quem confere
personalidade jurídica ao partido político e sim o registro civil, o que fica claro com o disposto no art. 7º,
caput, da Lei n. 9.096/95. Vejamos:

Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra
seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.

219
353
A alternativa D estava incorreta quando da aplicação da prova. Como sabemos o art. 8º, § 1º, Lei n. 9.096/95)
sofreu alterações pelo art. 1º da Lei nº 13.877/2019, não sendo mais obrigatório que estabeleça sua sede na
Capital Federal. Portanto, tornou-se possível o registro civil das pessoas jurídicas no local da sede do partido.
Veja o novo texto de lei abaixo:

§ 1º O requerimento indicará o nome e a função dos dirigentes provisórios e o endereço


da sede do partido no território nacional.

A alternativa E, por fim, está incorreta, diante do que dispõe o art. 7º, § 1º, transcrito acima. Exige-se o
apoiamento mínimo.

53. (CESPE/TRE-BA - 2017) O fato de um partido político ter sido beneficiado recentemente com novos
recursos de fundo partidário significa que ele está
a) habilitado a utilizar gratuitamente escolas públicas para a realização de suas convenções.
b) com o estatuto registrado no TSE e constituído regularmente como pessoa jurídica de direito público.
c) com as contas partidárias do ano anterior ao recebimento dos recursos devidamente aprovados.
d) obrigado a observar a Lei das Licitações para aplicar os referidos recursos.
e) proibido de utilizar os recursos para realizar pagamento de despesas com alimentação em restaurantes
ou lanchonetes.

Comentários

Entre as questões problemáticas da banca CESPE no TRE-BA, essa é a pior.

A questão questiona qual das alternativas é possível, tendo em vista o recebimento de recursos pelo partido.

A alternativa A foi apontada como correta. Concluiu a banca que o recebimento de recursos do fundo
partidário é um efeito do registro do partido no TSE, tal como prevê a CF e, em face disso, estará habilitado
a utilizar gratuitamente escolas públicas para realização das convenções. Pretendeu, portanto, a banca que
você fizesse o seguinte raciocínio: para receber recursos do Fundo é necessário estar devidamente
registrado, do mesmo modo, para a utilização de escolas públicas para realização de reuniões ou convenções
é também necessário que o partido esteja devidamente registrado no TSE (art. 51, da Lei 9.096/1995). Assim,
pode-se inferir que o recebimento de recursos do fundo indica o registro do estatuto e, portanto, a possível
utilização gratuita de escolas públicas.

A alternativa B está incorreta, pois os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, não de
direito público.

A alternativa C também está incorreta, pois a desaprovação de contas partidária não impede o recebimento
de recursos do fundo partidário.

A alternativa D está incorreta, pois como o partido político é pessoa jurídica de direito privado, não precisa
observar a lei de licitações.

220
353
Por fim, a alternativa E está incorreta pois há previsão expressa no sentido de permitir a utilização dos
recursos do fundo para alimentação, tal como se extrai do art. 44, VII, da Lei 9.096/1995.

54. (CESPE/TRE-BA - 2017) Nos procedimentos de prestação de contas referentes à destinação das
verbas recebidas pelos partidos políticos, há erros que podem ser ignorados pelo órgão controlador de
contas. Essas são os chamados erros
a) materiais.
b) estatutários.
c) percentuais.
d) destinatários.
e) hierárquicos.

Comentários

Para responder a essa questão devemos conhecer o art. 37, §12, da Lei 9.096/1995, que assim dispõe:

§ 12. Erros formais ou materiais que no conjunto da prestação de contas não


comprometam o conhecimento da origem das receitas e a destinação das despesas não
acarretarão a desaprovação das contas.

Logo, a alternativa A é a correta e gabarito da questão.

55. (CESPE/MPE-RR - 2017) A respeito de partidos políticos, assinale a opção correta.


a) Os partidos políticos podem utilizar os recursos do fundo partidário para pagar multas eleitorais
decorrentes de infração à Lei das Eleições.
b) Os partidos políticos não são obrigados a cumprir exigências licitatórias para contratar e realizar despesas
com recursos do fundo partidário.
c) O partido político adquire personalidade jurídica com o registro de seu estatuto no TSE.
d) As contas partidárias que forem desaprovadas não poderão receber novas cotas do fundo partidário até
que sejam regularizadas.

Comentários

A alternativa A está incorreta. É vedada a utilização de recursos do Fundo Partidário para efetuar pagamento
de multas eleitorais, decorrente de infração à Lei das Eleições. A aplicação de recursos do Fundo Partidário
é vinculada por se tratar de valores de natureza pública. Logo, somente podem ser dispostos na forma do
art. 44, da Lei nº 9.096/1995. Nesse contexto, entendeu o STF na Cta nº 3.677, de 7/6/2016:

"Consulta. Partido Político. Doação de verbas do fundo partidário. Órgãos da


Administração. Impossibilidade. [...]. 2. Os recursos recebidos por intermédio do Fundo
Partidário são vinculados, devendo ser utilizados para o custeio de atividades partidárias,
nos termos do art. 44 da Lei n° 9.096/1995. [...]"

221
353
Em face disso, não há como destinar valores do Fundo Partidário para pagamento de multas. É o que o TSE
entendeu no julgamento abaixo:

"Prestação de contas. Anual. Exercício financeiro de 2009. Partido Trabalhista Brasileiro


(PTB). Aprovação com ressalvas. 1. As faturas emitidas por agências de viagem que
contenham o nome do passageiro, número do bilhete aéreo, data e destino da viagem são
hábeis à comprovação de gastos com passagens aéreas, sem prejuízo de serem realizadas
diligências de circularização se forem levantadas dúvidas sobre sua idoneidade [...] 2. De
acordo com a jurisprudência deste tribunal e com o art. 28, inciso IV, da Resolução-TSE nº
21.841/2004, a suspensão dos repasses das cotas oriundas do fundo partidário deve ser
efetivada a partir da publicação da decisão que desaprovou as contas [...] 3. Os recursos
oriundos do fundo partidário têm aplicação vinculada ao disposto no art. 44 da Lei nº
9.096/95 e não podem ser utilizados para o pagamento de juros e multas [...] 5 As
irregularidades constatadas no caso dos autos não são hábeis, por si só, a caracterizar a
rejeição das contas e correspondem a somente 1,12% dos recursos recebidos do fundo
partidário. 6. Contas aprovadas com ressalvas” (Ac. de 24.3.2015 no PC nº 94969, rel. Min.
Maria Thereza Rocha de Assis Moura)

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o §3º, do art. 44, da LPP:

§ 3o Os recursos de que trata este artigo não estão sujeitos ao regime da Lei no 8.666, de
21 de junho de 1993, tendo os partidos políticos autonomia para contratar e realizar
despesas.

A alternativa C está incorreta. Com base no §2º, do art. 17, da CF/88, os partidos políticos, após adquirirem
personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

A alternativa D está incorreta. O art. 37, da LPP, prevê que a desaprovação das contas do partido implicará
exclusivamente a sanção de devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até
20%.

Além disso, o §3º estabelece que a sanção deverá ser aplicada de forma proporcional e razoável, pelo
período de um a doze meses, e o pagamento deverá ser feito por meio de desconto nos futuros repasses de
cotas do Fundo Partidário.

56. (CESPE/TRE-PE - 2017) Relativamente às condições para criação, funcionamento e financiamento


dos partidos políticos, assinale a opção correta.
a) A mudança substancial ou o desvio reiterado do programa partidário, a ocorrência de grave discriminação
política e pessoal e a filiação a um partido recém-criado são justa causa para desfiliação dos detentores de
mandato.
b) A maior parte dos recursos do Fundo Partidário é distribuída aos partidos políticos na proporção das
cadeiras conquistadas na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, devendo ser consideradas, em
qualquer hipótese, as mudanças de filiação partidária.

222
353
c) Ao menos 25% dos recursos do Fundo Partidário devem ser aplicados na criação e manutenção de instituto
ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política e na criação e manutenção de programas de
promoção e difusão da participação política das mulheres.
d) O tempo de acesso dos partidos políticos ao rádio e à televisão, para propaganda partidária, é distribuído
proporcionalmente ao número de votos que cada partido tiver angariado na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados.
e) As listas de apoio à criação de um novo partido, para fins de registro do estatuto da nova sigla no Tribunal
Superior Eleitoral, deverão ser assinadas por um percentual mínimo de eleitores já filiados a partidos
políticos.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois a criação de novo partido político deixa de ser, à luz da Lei nº
13.165/2015, hipótese de justa causa para desfiliação. Em relação à “mudança substancial ou desvio
reiterado do programa político” é hipótese de justa causa expressamente consignada no art. 22-A, da Lei nº
9.096/1995.

A alternativa B está incorreta, pois são desconsideradas as mudanças de filiação partidária em quaisquer
hipóteses na distribuição dos recursos do fundo partidário, segundo o que prevê o parágrafo único do art.
41-A, da Lei nº 9.096/1995.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O art. 44, IV, prevê o percentual de 20% para “na
criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política” e o inc. V,
prevê o percentual de 5% “na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação
política das mulheres”. Somados, temos os 25% declinados na alternativa.

A alternativa D está incorreta, pois a composição do fundo é múltipla. Além da hipótese retratada na
alternativa, temos várias outras fontes descritas nos incisos do art. 38 da Lei dos Partidos Políticos.

A alternativa E está incorreta, pois o número de assinaturas é definido em razão do número de eleitores não
filiados, conforme se nota da leitura do §1º, do art. 7º, da Lei nº 9.096/1995.

57. (CESPE/TRE-PE - 2017) A respeito da organização de partidos políticos, assinale a opção correta.
a) Desde que haja disposição estatutária nesse sentido, partidos poderão aceitar como filiados menores de
dezesseis anos de idade.
b) O partido político que promover o conflito entre grupos de cidadãos brasileiros poderá sofrer o
cancelamento do seu registro civil.
c) O processo de fusão de partidos exige a elaboração conjunta de estatutos e programas por parte dos
órgãos de direção dos partidos envolvidos.
d) Não incidem restrições legais sobre a fusão ou incorporação de partidos políticos.
e) É vedado aos partidos políticos estabelecer nos seus estatutos prazos de filiação partidária superiores aos
previstos na lei para fins de candidaturas a cargos eletivos.

223
353
Comentários

A alternativa A está totalmente incorreta, não há qualquer possibilidade para que um adolescente, com
menos de 16 anos, possa ser filiado.

A alternativa B também está incorreta, por não haver tal hipótese no art. 28 da Lei nº 9.096/1995.

A alternativa C, por sua vez, está correta. Após a fusão, haverá edição de novo estatuto e programa que será
adotado pelos órgãos de direção do novo partido decorrente da fusão, conforme explicita o art. 29, II, da Lei
nº 9.069/1995.

A alternativa D está incorreta, pois exige-se funcionamento há, pelo menos, cinco anos para que seja
admitida a fusão de partidos, segundo o art. 29, §2º, da Lei nº 9.096/1995.

A alternativa E, por sua vez, está incorreta, pois o prazo mínimo de seis meses de filiação pode ser ampliado
pelo partido político, segundo o que dispõe o art. 15, da Lei nº 9.096/1995.

58. (CESPE/TRE-PE - 2017) Com base nas disposições do Código Eleitoral, assinale a opção correta.
a) O partido poderá inscrever candidato para a eleição mesmo que não tenha diretório registrado na
circunscrição em que ocorrerá o pleito.
b) Servidor do tribunal regional eleitoral que exercer atividade partidária ficará sujeito à pena de demissão.
c) Contra a apuração da votação cabe recurso ao tribunal regional eleitoral, ainda que não tenha havido
prévia impugnação perante a junta eleitoral, no ato de apuração.
d) O número de juízes de tribunal regional eleitoral poderá ser elevado para até nove ou reduzido ao mínimo
de seis, mediante proposta do TSE.
e) Toda propaganda eleitoral é de responsabilidade dos partidos, os quais responderão solidariamente pelos
excessos cometidos por seus candidatos e pelos candidatos de sua coligação.

Comentários

A alterativa A está incorreta, pois o art. 90, do CE, exige que o partido tenha diretório na circunscrição para
que possa registrar candidatos nas eleições.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois a vedação está expressamente disciplinada no
art. 366, do CE.

A alternativa C está incorreta, pois o art. 149, do CE, exige prévia impugnação para que seja admitido recurso
contra a votação no ato da votação perante a mesa receptora em face de nulidades.

A alternativa D também está incorreta, pois admite-se a elevação até o número de 9, contudo, veda-se a
redução, segundo o que prevê o art. 13, do CE.

A alternativa E está incorreta, pois a responsabilidade solidária se dá sempre entre candidato e respectivo
partido, não abrangendo as coligações conforme se extrai do art. 241, do CE.

224
353
59. (CESPE/TRE-PE - 2017) Acerca de partidos políticos, assinale a opção correta.
a) A fusão de dois partidos não é causa para o cancelamento de seus registros originais junto ao ofício civil e
ao tribunal regional eleitoral.
b) O detentor de mandato eletivo que se desfiliar sem justa causa do partido pelo qual foi eleito perderá o
mandato.
c) A responsabilidade por violação dos deveres partidários deve ser apurada e punida pelo Ministério Público.
d) Para ter acesso gratuito à televisão, o partido deve ter registrado seu estatuto no tribunal regional
eleitoral.
e) O requerimento do registro de partido deve ser dirigido a cartório do registro civil das pessoas jurídicas
da capital do estado de registro.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois, com a fusão, os registros originais dos partidos envolvidos serão
cancelados.

A alternativa B, por sua vez, é a correta e gabarito da questão, uma vez que representa a literalidade do
caput, do art. 22-A, da Lei nº 9.096/1995.

A alternativa C está incorreta, pois qualquer sanção à violação dos deveres partidários somente poderá ser
aplicada administrativamente pelo próprio partido ou por intermédio de processo judicial, que tramitará
pela Justiça Eleitoral, Ministério Público não possui a prerrogativa de aplicar sanção.

A alternativa D está incorreta, pois, para ter acesso ao rádio e à TV, o partido deverá estar registrado
regularmente perante o TSE, e não perante o TRE.

A alternativa E está incorreta. O §1º do art. 8º, caput, da Lei nº 9.096/1995 sofreu alteração imposta pela
Lei nº 13.877/2019 permitindo que o registro seja feito perante o Registro Civil das Pessoas do local em que
se localize a sede do partido em todo território nacional.

§ 1º O requerimento indicará o nome e a função dos dirigentes provisórios e o endereço


da sede do partido no território nacional.

60. (CESPE/TRE-PE - 2017) Com relação a partidos políticos, assinale a opção correta.
a) O partido político é pessoa jurídica de direto público destinada a assegurar a autenticidade do sistema
representativo e a defesa dos direitos fundamentais.
b) Em ano de eleição, é facultado ao partido político alterar, em seu estatuto, os prazos de filiação partidária.
c) Apenas o eleitor em pleno gozo de seus direitos políticos pode filiar-se a partido.
d) Para desligar-se do partido, o filiado tem de fazer comunicação escrita ao órgão de direção regional desse
partido e ao tribunal regional eleitoral.
e) Com o registro do estatuto do partido no registro civil das pessoas jurídicas fica-lhe assegurada a
exclusividade de uso dos seguintes elementos identificatórios: denominação, sigla, símbolos e uniforme.

225
353
Comentários

A alternativa A está incorreta, pois partido político é pessoa jurídica de direito privado, não de direito
público, conforme o art. 44, V, do CC.

A alternativa B está incorreta, pois o parágrafo único, do art. 20, da Lei nº 9.096/1995, veda a alteração dos
prazos de filiação, previstos em estatuto, em ano eleitoral.

A alternativa C, por sua vez, é a correta e gabarito da questão, pois é requisito para filiação partidária estar
no pleno gozo dos direitos políticos, como se extrai do art. 16, da Lei nº 9.096/1995.

A alternativa D está incorreta, pois basta a comunicação do filiado ao órgão de direção municipal e ao juiz
para que haja o desligamento do partido, segundo o que prevê o art. 21, da Lei nº 9.096/1995. Não é
necessário proceder ao desligamento junto aos órgãos regional e local.

A alternativa E está incorreta, pois, de acordo com o art. 7º, §3º, da Lei nº 9.096/1995, somente o registro
do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a exclusividade da sua denominação, sigla e
símbolos, vedada a utilização, por outros partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão.
Contudo, o art. 6º, da Lei nº 9.096/1995, veda a adoção de uniforme para os seus membros.

61. (CESPE/TRE-PE - 2017) Acerca de partidos políticos, assinale a opção correta.


a) O partido político tem soberania para definir sua estrutura interna.
b) Filiados mais antigos podem ter mais direitos que os recentes, desde que assim seja previsto no estatuto
do partido político.
c) Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão pleno acesso às informações de seus filiados
constantes do cadastro eleitoral.
d) A ação do partido é exercida de acordo com seu estatuto e programa, podendo haver subordinação da
agremiação a entidade estrangeira, desde que expressamente consignado em referidos documentos.
e) É vedada a fusão de partidos políticos.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois os partidos possuem autonomia e não soberania, conforme se extrai da
leitura do art. 3º, da Lei 9.096/1995.

A alternativa B também está incorreta, pois o art. 4º, da Lei nº 9.096/1995, é expresso em afirmar que os
filiados possuem direitos e deveres iguais perante o partido.

A alternativa C, por sua vez, está correta e é o gabarito da questão, pois está de acordo com o art. 19, §3º,
da Lei nº 9.096/1995.

§ 3º Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão pleno acesso às informações
de seus filiados constantes do cadastro eleitoral.

226
353
A alternativa D está incorreta, pois o art. 5º, da Lei nº 9.096/1995, veda a subordinação a governo ou a
entidades estrangeiros.

A alternativa E está totalmente incorreta. Há previsão no art. 2ª da LPP e regramento específico para fusão
de partidos na legislação, a partir do art. 27, da Lei nº 9.096/1995.

62. (CESPE/PC-GO - 2017) Em cada uma das próximas opções, é apresentada uma situação hipotética,
seguida de uma assertiva a ser julgada conforme a Lei n.º 9.096/1995. Assinale a opção que apresenta a
assertiva correta.
a) Um grupo de eleitores encaminhou pedido de registro do estatuto do partido político Y (PY) ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). Nessa situação, o TSE somente poderá deferir o registro depois de publicadas as
normas que regerão o PY, devido ao fato de os partidos políticos serem pessoas jurídicas de direito público
sujeitas ao princípio da publicidade.
b) O partido político W (PW) estabeleceu em seu estatuto que somente poderiam concorrer a cargos eletivos
os candidatos que tivessem mais de dois anos de filiação partidária. Nessa situação, os filiados do PW
deverão cumprir o estabelecido na referida determinação estatutária, uma vez que é facultado aos partidos
estabelecer prazos de filiação superiores aos previstos em lei.
c) O partido político Z (PZ) requereu o registro do seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tendo
juntado ao pedido documentos comprobatórios de apoiamento de eleitores, todos filiados a partidos
políticos e com representantes das diversas unidades da Federação, inclusive do DF. Nessa situação, o TSE
deverá deferir o pedido de registro do estatuto do PZ em caráter nacional.
d) Um deputado federal pretende desfiliar-se do partido político A, em razão da criação do partido político
B, ao qual ele pretende filiar-se. Nessa situação, é possível a troca de partido sem perda do cargo
parlamentar, pois a criação de um novo partido político é justa causa para desfiliação partidária.
e) Um eleitor, já filiado ao partido político X, filiou-se também a outro partido. Tal situação caracteriza dupla
filiação, e ambas as filiações serão consideradas nulas para todos os efeitos legais.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois o partido político é entidade de direito privado.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 20, da referida Lei:

Art. 20. É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação
partidária superiores aos previstos nesta Lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos.

A alternativa C está incorreta, pois os cidadãos que irão assinar a lista de apoio mínimo não podem estar
filiados a outros partidos políticos já existentes.

A alternativa D está incorreta, pois a hipótese de desfiliação para a criação de novo partido não está entre
as hipóteses do art. 22-A, da Lei dos Partidos Políticos.

227
353
A alternativa E está incorreta, pois, de acordo com o art. 22, parágrafo único, da Lei dos Partidos Políticos,
havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral
determinar o cancelamento das demais.

63. (CESPE/PC-PE - 2016) De acordo com as disposições preliminares da Lei dos Partidos Políticos — Lei
n.º 9.096/1995 —, assinale a opção correta.
a) Para que determinado partido político de caráter nacional obtenha registro de seu estatuto junto ao TSE,
serão necessários, entre outros requisitos, o apoio de eleitores não filiados a partidos políticos.
b) O partido político, adquire personalidade jurídica após o registro de seu estatuto junto ao TSE.
c) O partido político poderá subordinar-se a entidades estrangeiras.
d) O pedido de registro de seu estatuto junto ao TSE, assegura aos partidos políticos a exclusividade da sua
denominação, da sua sigla e dos seus símbolos.
e) O STF considera os partidos políticos como pessoas jurídicas de direito público, devido ao fato de eles
receberem recursos do fundo partidário e de terem acesso gratuito ao rádio e à televisão.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Inclusive, esse tema foi recentemente alterado pela
Lei nº 13.165/2015. Vejamos o § 1º, do art. 7º, da LPP.

§ 1o Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,


considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento
de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco
décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados,
não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos
Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado
em cada um deles.

A alternativa B está incorreta, pois a personalidade do partido é adquirida com o registro dos documentos
constitutivos do partido no Registro Civil das Pessoas Jurídicas.

A alternativa C está incorreta. O partido político não pode se submeter a entidades estrangeiras. Segue o
dispositivo da LPP que dá respaldo à alternativa:

Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado:
I - ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira;
II - estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros;

A alternativa D está incorreta, pois o pedido de registro não assegura esses direitos, mas apenas o
deferimento do registro pelo TSE.

228
353
A alternativa E está incorreta. Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado por expressa
previsão legal no Código Civil.

64. (CESPE/PC-PE - 2016) Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética, seguida
de uma assertiva a ser julgada, de acordo com as normas de filiação partidária e à luz da Lei dos Partidos
Políticos — Lei n.º 9.096/1995. Assinale a opção que apresenta a assertiva correta.
a) Um vereador eleito por determinado partido político ao qual estava filiado requereu a sua desfiliação, no
período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido pela legislação, para concorrer à reeleição por
outro partido político. O partido original indeferiu o seu pedido de desfiliação e o ameaçou com a perda do
mandato. Nessa situação, a atitude do partido foi indevida, já que o vereador agiu em conformidade com as
hipóteses de justa causa previstas na legislação.
b) Determinado partido político pretende estabelecer, no ano eleitoral, prazo de filiação partidária superior
ao prazo previsto na legislação, com o propósito de orientar as inscrições de seus futuros candidatos a cargos
eletivos. Nessa situação, para executar a referida ação, é suficiente que o partido altere seu estatuto, na
forma da lei.
c) José, que jamais exerceu cargo eletivo, pretende, após ter sido filiado muitos anos a determinado partido
político, desfiliar-se do partido em questão. Nessa situação, é suficiente que José requeira sua desfiliação
junto ao órgão de direção municipal do partido.
d) O estatuto de determinado partido político elencou várias possibilidades de cancelamento da filiação
partidária, além das previstas na legislação. Nessa situação, há erro insanável no estatuto do partido, que
deveria ter previsto apenas as situações elencadas na legislação.
e) Um cidadão, filiado ao partido político X há mais de vinte anos, resolveu se filiar ao partido político Y, sem,
contudo, se desfiliar do partido X. Nessa situação, como ficou caracterizada a dupla filiação partidária, ambas
as filiações serão consideradas nulas, para todos os efeitos legais.

Comentários

Vejamos cada uma das alternativas:

A alternativa A é a correta e gabarito da questão. Em regra, perderá o mandato o detentor de cargo eletivo
que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi eleito. Isso vem estabelecido no art. 22-A, da Lei nº
9.096/1995. Contudo, no parágrafo único, temos algumas exceções. Entre elas, o inc. III – acrescentado pela
Lei nº 13.165/2015 – que estabelece:

Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as


seguintes hipóteses: (...)
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término
do mandato vigente.

Portanto, correta a alternativa ao afirmar que a atitude do partido político foi indevida.

229
353
A alternativa B está incorreta, pois, embora o art. 20, da Lei nº 9.096/1995, permita que o estatuto fixe prazo
superior a um ano de filiação partidária por intermédio de alteração no estatuto, não poderá fazer tal
alteração em ano eleitoral, como disciplina o parágrafo único. Confira:

Art. 20. É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação
partidária superiores aos previstos nesta Lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos.
Parágrafo único. Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas
a candidatura a cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição.

A alternativa C erra ao afirmar que, para a desfiliação, basta a comunicação ao órgão municipal. De acordo
com a legislação eleitoral são necessários dois atos:

• Requerimento de desfiliação dirigida ao juiz eleitoral; e


• Cópia do pedido de desfiliação protocolada junto ao órgão municipal do partido político.

A alternativa D está incorreta, pois o estatuto tem aval no art. 22, IV, da Lei nº 9.096/1995, para criar outras
hipóteses de cancelamento da filiação partidária.

Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de: (...)
IV - outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no prazo
de quarenta e oito horas da decisão.

Para encerrar a questão, veja o erro da alternativa E. De acordo com o art. 22, parágrafo único, da Lei nº
9.096/1995, se houver coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça
Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

65. (CESPE/TRE-PI - 2016) Considerando as disposições preliminares da Lei n.º 9.096/1995, assinale a
opção correta.
a) Para desligar-se de seu partido político, o filiado deve comunicar expressamente sua intenção ao órgão
partidário e ao juiz competentes.
b) O partido político pode aceitar como filiado qualquer pessoa natural, independentemente do estado em
que ela se encontre, já que todos têm iguais direitos e deveres perante a lei.
c) Os prazos de filiação partidária não podem ser objeto do estatuto dos partidos políticos.
d) A personalidade jurídica de um partido político é constituída mediante cadastro do seu estatuto em
cartório de registro civil de pessoas jurídicas de direito público.
e) Registrado o partido político, cabe ao Tribunal Superior Eleitoral determinar sua estrutura interna e sua
organização administrativa, uma vez que as verbas do fundo partidário são oriundas da União.

Comentários

Vejamos cada uma das alternativas:

A alternativa A está correta é o gabarito da questão, de acordo com o art. 21, da Lei nº 9.096/1995:

230
353
Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção
municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.

A alternativa B está incorreta, pois somente pode se filiar o eleitor que estiver no pleno gozo dos direitos
políticos, conforme estabelece o art. 16, da Lei dos Partidos Políticos. Logo, o estado que a pessoa se
encontra poderá ser determinante para a filiação.

A alternativa C está incorreta, pois os prazos de filiação partidária poderão sim ser fixados pelo estatuto do
partido, segundo prevê o art. 20, da Lei nº 9.096/1995. O que não é possível é fixar período inferior a 6
meses, mínimo estabelecido pela legislação eleitoral.

A alternativa D também está incorreta. A personalidade, de acordo com o art. 8º, da Lei nº 9.096/1995, é
constituída com o registro civil. O registro, ao contrário do afirmado na questão, ocorrerá perante o “Registro
Civil das Pessoas Jurídicas”.

A alternativa E está incorreta, pois o partido é livre para estabelecer estrutura, organização e funcionamento.
Além disso, os recursos do Fundo Partidário provêm de várias fontes de receita, entre elas receitas de
penalidade, recursos financeiros, doações e dotações orçamentárias.

66. (CESPE/TJ-AM - 2016 - Adaptada) De acordo com as normas que regulam o funcionamento dos
partidos políticos no Brasil,
a) não há restrições à fusão ou incorporação de partidos políticos que tenham obtido o registro definitivo do
TSE.
b) as mudanças de filiação partidária não são consideradas para efeito da distribuição dos recursos do fundo
partidário entre os partidos políticos.
c) o desvio reiterado do programa partidário, a grave discriminação política pessoal e a filiação a novo partido
são considerados justas causas de desfiliação de detentores de mandato eletivo.
d) o apoiamento de eleitores filiados a determinado partido político pode ser computado para fins de registro
do estatuto de um novo partido político.
e) o tempo de propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão não é mais previsto no ordenamento
jurídico.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 29, §9º, da Lei nº 9.096/95, somente será admitida a
fusão ou a incorporação de partidos políticos que tenham obtido o registro definitivo do Tribunal Superior
Eleitoral há, pelo menos, 5 anos.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, com base no parágrafo único, do art. 41-A, da Lei nº
9.096/95.

Art. 41-A. Do total do Fundo Partidário:

231
353
I - 5% (cinco por cento) serão destacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos
que atendam aos requisitos constitucionais de acesso aos recursos do Fundo Partidário; e
II - 95% (noventa e cinco por cento) serão distribuídos aos partidos na proporção dos votos
obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.
Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II, serão desconsideradas as mudanças
de filiação partidária em quaisquer hipóteses.

A alternativa C está incorreta. O art. 22-A estabelece que consideram-se justa causa para a desfiliação
partidária somente as seguintes hipóteses: mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
grave discriminação política pessoal; e mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que
antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término
do mandato vigente.

A alternativa D está incorreta. Segundo o §1º, do art. 7º, o apoiamento de eleitores não filiados a
determinado partido político pode ser computado para fins de registro do estatuto de um novo partido
político.

A alternativa E está incorreta. As alterações promovidas pela Lei nº 14.291/2022 trouxe de volta a
propaganda partidária no rádio e na TV para o ordenamento jurídico pátrio.

67. (CESPE/TRE-PI - 2016) Assinale a opção correta a respeito dos partidos políticos.
a) A perda do mandato em razão de mudança de partido não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema
majoritário, sob pena de violação da soberania popular e das escolhas feitas pelo eleitor.
b) Constitui afronta ao princípio da autonomia partidária e da legalidade a exigência de que a agremiação
partidária proceda à abertura de conta bancária se não houver qualquer arrecadação de recurso financeiro
do fundo partidário.
c) O TSE não possui competência para cancelar o registro civil do partido político, mas apenas para cancelar
o registro do estatuto partidário.
d) O partido político pode utilizar os recursos do fundo partidário para efetuar o pagamento de multas
eleitorais.
e) Em razão do recebimento de recursos de natureza pública, os partidos políticos se submetem ao regime
de licitações disciplinado pela Lei 9.666/1993.

Comentários

Vejamos cada uma das alternativas:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O CESPE deixou claro nessa questão que adota a
posição do STF e do TSE, segundo o qual a perda do cargo por infidelidade partidária não se aplica aos
detentores de cargos políticos pelo pleito majoritário.

A alternativa B está incorreta, pois, de acordo com o art. 22, da Lei nº 9.504/1997, é obrigatório para o
partido e para os candidatos abrir conta bancária específica para registrar todo o movimento financeiro da

232
353
campanha. O §1º do Art. 42 da LPP, também prevê abertura de conta bancária de forma obrigatória para o
partido político. Desse modo, não há que se falar em afronta à autonomia partidária.

A alternativa C está incorreta, pois, de acordo com o art. 28, da Lei nº 9.096/1995, o TSE, após o trânsito em
julgado da decisão, determinará o cancelamento tanto do estatuto como do registro civil.

A alternativa D está incorreta, pois o pagamento de multas eleitorais não está entre as hipóteses previstas
no art. 44, da Lei nº 9.096/1995.

Vejamos um esquema que sintetiza o dispositivo:

APLICAÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDO


• manutenção das sedes (inclusive com manutenção de pessoal), observado o LIMITE de
50% ao órgão nacional e de 60% aos órgãos estaduais e municipais;
• propaganda doutrinária e política;
• alistamento e campanhas eleitorais;
• criação e manutenção de programas de promoção e difusão de política para mulheres,
NO MÍNIMO 5%;
• criação e manutenção de entidades de pesquisa e de doutrinação e educação política,
NO MÍNIMO 20%;
• despesas com alimentação;
• contratação de serviços de consultoria contábil e advocatícia e de serviços;
• locaçao de bens móveis e imóveis; e
• campanhas de marketing digital (desde o início do prazo das convenções partidárias até
a data do pleito).

Finalmente, a alternativa E está incorreta, pois, de acordo com o art. 44, §6º, da Lei nº 9.096/1995, os
recursos recebidos do Fundo de Partidário não estão sujeitos ao regime da Lei de Licitações, tendo os
partidos políticos autonomia para contratar e realizar despesas.

68. (CESPE/TRE-MT - 2015) De acordo com a legislação que rege os partidos políticos, assinale a opção
correta.
a) O partido político se equipara às entidades paraestatais.
b) O TSE determinará, após decisão transitada em julgado, o cancelamento do registro civil e do estatuto de
um partido se não lhe forem prestadas contas pelo órgão nacional desse partido.
c) Seria admissível, em termos legais, a fusão, em 2015, de um partido político criado em 2014 com outros
partidos se os órgãos de direção dos partidos envolvidos deliberassem sobre o processo de fusão por votação
em reunião individual e elaborassem projeto comum de estatuto e programa.
d) Caso o diretório estadual de um partido político pratique atos que resultem na violação dos direitos de
um cidadão e lhe causem danos, o diretório nacional responderá solidariamente em eventual ação para
apuração de responsabilidade civil.

233
353
e) Seria ilegal uma determinação feita por um partido político, em seu estatuto, que obrigasse um de seus
membros, ocupante de cargo eletivo, a subordinar suas ações às diretrizes estabelecidas pelos órgãos de
direção do partido.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois o art. 1º, parágrafo único, da Lei dos Partidos Político prevê
expressamente que as agremiações não se equiparam às entidades paraestatais.

A alternativa B está correta e é o gabarito a questão, de acordo com o art. 28, inciso III, da LPP. A não
prestação de contas pelo partido é um dos motivos que enseja o cancelamento do registro. Contudo, cumpre
observar que há decisão do TSE que diz que deve ser aplicado o princípio da proporcionalidade e da
razoabilidade. Veja um trecho do Julgado na Rp nº 425461:

“não obstante a omissão do partido em prestar contas, impõe-se a observância do princípio


da proporcionalidade diante do protagonismo dos partidos políticos no cenário
democrático, das circunstâncias de cada caso e da cumulação de penalidades impostas à
agremiação”.

A alternativa C está incorreta. De acordo com o § 9º, do art. 29, da LPP, é necessário que os partidos políticos
tenham registro definitivo no TSE há, pelo menos, 5 anos para que seja admitida a fusão.

A alternativa D está incorreta, pois a responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe ao órgão partidário
municipal, estadual ou nacional que tiver dado causa ao não cumprimento da obrigação, à violação de
direitos, a dano a outrem ou qualquer tipo de ato ilícito de acordo com o art. 15-A, da LPP. No caso da
assertiva apenas o órgão estadual deve responder.

A alternativa E está incorreta. Muito pelo contrário, o integrante da bancada do partido, na casa Legislativa,
deve subordinar suas ações parlamentares aos princípios e às diretrizes do partido, de acordo com o art. 24,
da LPP.

69. (CESPE/TRE-BA - 2010) A respeito da filiação partidária e do registro de estatuto de partido político,
julgue os itens a seguir.
Só será admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional, isto é, daquele que
comprove o apoiamento de eleitores correspondente a, pelo menos, 1% dos votos dados na última eleição
geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos brancos e os nulos, distribuídos por um terço,
ou mais, dos estados, com um mínimo de 0,1% do eleitorado que haja votado em cada um deles.

Comentários

A assertiva está incorreta. Em relação ao apoiamento mínimo, vejamos os requisitos constantes do § 1º, do
art. 7º, da Lei nº 9.096/95:

1º) prova do apoiamento no prazo de dois anos.

234
353
2º) Deve-se obter a assinatura com a indicação do título eleitoral de, ao menos, 0,5% do
número de votos computados para a última eleição para a Câmara dos Deputados. NÃO
são levados em consideração os votos nulos e brancos.
3º) As assinaturas acima devem ser registradas em, pelo menos, 1/3 dos Estados-membros
brasileiros.
4º) Cada um desses Estados deverá computar, pelo menos, 0,1% do eleitorado.

70. (CESPE/Câmara dos Deputados - 2014) Julgue os próximos itens, referentes aos partidos políticos.
Os partidos políticos deverão se registrar no tribunal regional eleitoral de qualquer uma de suas sedes para
adquirirem personalidade jurídica.

Comentários

A assertiva está incorreta. Como sabemos, os partidos políticos adquirem personalidade na forma da lei civil.
É esse ato que lhes confere personalidade. Além disso, o registro do estatuto do partido político deve ser
registrado no TSE e não no TRE, como diz a questão. Vejamos a regrativa constitucional do §2º, do art. 17.

§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,


registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
71. (CESPE/TRE-MS - 2013) Assinale a opção correta a respeito dos partidos políticos.
a) Dado o caráter nacional dos partidos políticos, a lei reconhece a responsabilidade solidária entre o órgão
partidário nacional e seus respectivos órgãos estaduais e municipais.
b) O eleitor não detém legitimidade para iniciar, junto à justiça eleitoral, processo de cancelamento de
registro e de estatuto partidários, em razão de irregularidades.
c) Caso um órgão nacional de partido político deixe de prestar contas ao TSE, a agremiação estará sujeita ao
cancelamento do seu registro civil e do estatuto, o que não se aplica, no entanto, à omissão dos órgãos
partidários regionais ou municipais.
d) O registro de partido político no cartório competente pelo registro civil das pessoas jurídicas em Brasília
basta para assegurar a exclusividade da respectiva denominação, sigla e símbolos.
e) As alterações programáticas ou estatutárias, após a devida aprovação do TSE, devem ser registradas no
ofício civil competente.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois a responsabilidade cabe à diretoria que deu causa ao descumprimento
legal. Vejamos o art. 15-A, da Lei nº 9.096/95. A lei exclui expressamente a responsabilidade solidária.

Art. 15-A. A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe EXCLUSIVAMENTE ao órgão


partidário municipal, estadual ou nacional que tiver dado causa ao não cumprimento da
obrigação, à violação de direito, a dano a outrem ou a qualquer ato ilícito, excluída a
solidariedade de outros órgãos de direção partidária.

235
353
A alternativa B está incorreta. A denúncia de qualquer eleitor pode dar início ao processo de cancelamento
do registro civil e do estatuto do partido. Vejamos o § 2º, do art. 28.

Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado:
§ 2º O processo de cancelamento é iniciado pelo Tribunal à vista de denúncia de qualquer
eleitor, de representante de partido, ou de representação do Procurador-Geral Eleitoral.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o art. 28.

Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado:
III - não ter prestado, nos termos desta Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral;
§ 6º O disposto no inciso III do caput refere-se apenas aos órgãos nacionais dos partidos
políticos que deixarem de prestar contas ao Tribunal Superior Eleitoral, não ocorrendo o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido quando a omissão for dos órgãos
partidários regionais ou municipais.

A alternativa D está incorreta, tendo em vista o § 3º, do art. 7º. O registro do estatuto no TSE garante a
exclusividade da denominação, de sigla e de símbolos. Atualmente a questão teria outra impropriedade,
tendo em vista que com o advento da Lei nº 13.877/2019 o §1º do art. 8º da LPP foi alterado não sendo mais
exigido que o registro civil do partido ocorra na capital federal.

Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra
seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a
exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros
partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão.

A alternativa E está incorreta. O TSE não tem competência para aprovar as alterações de estatuto dos
partidos políticos.

Art. 10. As alterações programáticas ou estatutárias, após registradas no Ofício Civil


competente, devem ser encaminhadas, para o mesmo fim, ao Tribunal Superior Eleitoral.

Devemos lembrar que os partidos políticos possuem autonomia e que intervenções estatais como o controle
das alterações programáticas ou estatutárias seriam ingerências vedadas, violadoras do princípio
democrático.

72. (CESPE/MPE-PI - 2012) Com relação às disposições constitucionais e legais acerca dos partidos
políticos, julgue o item seguinte.

236
353
O caráter nacional dos partidos políticos é garantido com a vinculação das candidaturas, em âmbito estadual,
distrital ou municipal, às escolhas e ao regime das coligações eleitorais estabelecidas pela direção partidária
nacional.

Comentários

A assertiva está incorreta. Não há mais verticalização das candidaturas, desde a EC nº 52/2006, conforme
art. 17, § 1º, d, CF. Observe que as candidaturas não estão obrigadas a manter vinculação em âmbito
nacional, estadual, distrital ou municipal.

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, VEDADA a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)
73. (CESPE/TRE-RJ - 2012) A respeito dos partidos políticos, julgue os itens seguintes.
Somente depois de adquirirem personalidade jurídica na forma da lei civil e de registrarem seus estatutos
no Tribunal Superior Eleitoral, os partidos políticos poderão participar do processo eleitoral, receber recursos
do fundo partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, nos termos da lei.

Comentários

A assertiva está correta. Trata-se de mais uma questão exigindo o conhecimento da constituição dos partidos
políticos e do art. 7º, da Lei nº 9.096/95. Vejamos o § 2º, o qual respalda a assertiva:

§ 2º Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode
participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito
ao rádio e à televisão, nos termos fixados nesta Lei.

Notem que o dispositivo constitucional (art. 17, §2º) possui praticamente a mesma redação do art. 7º, §2º,
da LPP.

É importante lembrar que a EC 97/17 incluiu o §3º ao art. 17 da CF prevendo uma série de condições (cláusula
de barreira) para que os partidos políticos tenham acesso gratuito ao rádio e à televisão e ao fundo
partidário. Vejamos o texto legal:

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à


televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou

237
353
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.

74. (CESPE/TJ-PI - 2012) A respeito dos partidos políticos, assinale a opção correta.
a) Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos têm pleno acesso às informações que, constantes do
cadastro eleitoral, digam respeito a seus afiliados.
b) Terá direito a funcionamento parlamentar, em todas as casas legislativas para as quais tenha elegido
representante, o partido que, em cada eleição para a Câmara dos Deputados, obtiver o apoio de, no mínimo,
5% dos votos apurados, não computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo menos, um terço dos
estados, com um mínimo de 2% do total de cada um deles.
c) De acordo com a lei que dispõe sobre partidos políticos, a responsabilidade civil e trabalhista é solidária
entre o órgão partidário municipal, o estadual e o nacional, ante o caráter nacional das agremiações
partidárias.
d) Resolução do TSE considera justa causa, para efeito de desfiliação partidária, afastamento e decretação
da perda de cargo eletivo, a mudança substancial ou o desvio do estatuto partidário.
e) Somente o registro do estatuto do partido político no registro civil das pessoas jurídicas da capital federal
assegura a exclusividade da denominação, da sigla e dos símbolos da agremiação, sendo vedada a utilização,
por outros partidos, de variações que possam suscitar erro ou confusão.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, de acordo com o art. 19, § 3º, da LPP.

§ 3º Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão pleno acesso às informações
de seus filiados constantes do cadastro eleitoral.

A alternativa B está incorreta, pois essa é a cláusula de barreira, considerada inconstitucional pelo STF.
Lembre-se que depois da decisão do STF o congresso nacional aprovou a EC 97/17 que trouxe novamente a
cláusula de barreira, agora em outros termos, previstos no §3º do art. 17 da CF (como visto na questão
acima).

A alternativa C está incorreta, pois embora os partidos tenham caráter nacional, a responsabilidade civil e
trabalhista compete a cada unidade descentralizada do partido, seja municipal ou estadual. A lei exclui
expressamente a solidariedade. Vejamos o que determina o art. 15-A, da Lei nº 9.096/1995.

Art. 15-A. A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe exclusivamente ao órgão


partidário municipal, estadual ou nacional que tiver dado causa ao não cumprimento da
obrigação, à violação de direito, a dano a outrem ou a qualquer ato ilícito, excluída a
solidariedade de outros órgãos de direção partidária.

A alternativa D está incorreta, até o ano de 2015 o assunto era regulado pela Resolução nº 22.610/07, do
TSE, pois não havia na legislação infraconstitucional a definição do que era justa causa. Com o advento da lei
nº 13.165/15 que incluiu o art. 22-A na LPP as hipóteses de justa causa passaram a ter tratamento legal.

238
353
Quando a prova foi aplicada vigorava o art. 1º da Resolução nº 22.610/07 que no inciso III considerava justa
causa desvio reiterado do programa partidário e não desvio do estatuto partidário com disse a questão.

Art. 1º - O partido político interessado pode pedir, perante a Justiça Eleitoral, a decretação
da perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa.
§ 1º - Considera-se justa causa:
I) incorporação ou fusão do partido;
II) criação de novo partido;
III) mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
IV) grave discriminação pessoal.

A alternativa E está incorreta. Lembre-se de que o registro do estatuto no TSE garante a exclusividade de
denominação, de sigla e de símbolo e não o registro de pessoa jurídica (art. 7º § 3º da LPP). Note que a
questão fala, incorretamente, em registro civil do estatuto. Lembre-se, ainda, que hoje o registro civil não
precisa ser feito na capital federal (art. 8º §1º da LPP)

75. (CESPE/TRE-ES - 2011) Com relação aos partidos políticos, julgue os itens que se seguem.
Entre as destinações dos partidos políticos, está a defesa dos direitos fundamentais definidos na Constituição
Federal.

Comentários

A assertiva está correta. Cabe aos partidos políticos defender os direitos fundamentais, conforme art. 2º, da
Lei nº 9.096/95.

Art. 2º É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos


programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os
direitos fundamentais da pessoa humana.

Embora a questão não fale em direitos fundamentais da pessoa humana, ela não está incorreta, já que
apenas deixa de mencionar parte do dispositivo.

Lembrem-se de que:

a assegurar a autencidadade do sistema


representativo.
OS PARTIDOS
POLÍTICOS DESTINAM-
SE
a defender os direitos fundamentais.

239
353
76. (CESPE/MPE-PI – 2012) Com relação às disposições constitucionais e legais acerca dos partidos
políticos, julgue o item seguinte.
Organização da sociedade civil constituída como pessoa jurídica de direito público, o partido político destina-
se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais.

Comentários

A assertiva está incorreta. Ilustremos a questão com o art. 1º, da Lei nº 9.096/1995:

Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no


interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.

O erro da questão está ao mencionar que o partido político é pessoa jurídica de direito público. Como
sabemos, o partido deve ser constituído como uma pessoa jurídica de direito privado.

77. (CESPE/TRE-BA - 2010) Com relação às regras atinentes aos partidos políticos, julgue os itens que
seguem.
A Lei assegura a liberdade de criação dos partidos políticos, mas exige que o novo partido possua caráter
nacional e que, após adquirir a personalidade jurídica, promova o registro do estatuto no TSE.

Comentários

A assertiva está correta. A questão traz a regrativa constitucional quanto à criação e ao registro do estatuto
dos partidos políticos. Vamos relembrar o que prevê o art. 17, caput, e § 2º, da CF.

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados
a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

Quanto a exigência de que o partido possua caráter nacional, o Art. 7º §1º da LPP determina o apoiamento
mínimo como requisito para registro do estatuto no TSE.

Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra
seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.

§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,


considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento
de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco
décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados,
não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos

240
353
estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado
em cada um deles.

Vejamos uma linha do tempo que sintetiza a evolução da criação e do registro do partido político.

Registro no TSE

Constituição de
dirigentes e de
Apoiamento órgãos
Mínimo definitivos
Registro Civil
• Aquisição da
Fundação personalidade
• Ata civil
• Designação de
dirigentes e
de órgãos
provisórios

78. (CESPE/TJ-DF - 2014) Com relação aos partidos políticos, assinale a opção correta.
a) Com o fim da verticalização, os estatutos partidários ostentam maior relevo, elencando os critérios de
escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas
em níveis nacional, estadual, distrital ou municipal, deixando que as regras internas estabeleçam normas de
disciplina.
b) O candidato que for eleito para cargo no Poder Legislativo será detentor de parcela da soberania popular
que advém do voto e, por isso, a ele pertencerá o mandato que passará a exercer.
c) A justiça eleitoral fiscaliza a escrituração contábil e a prestação de contas das campanhas eleitorais, que
devem ser feitas no encerramento da campanha eleitoral pelos partidos que tiverem candidatos eleitos.
d) Um partido político tem direito a atuação parlamentar, nas casas legislativas para as quais tenha elegido
representante, se, em cada eleição para a Câmara dos Deputados, obtiver o apoio de, no mínimo, 5% dos
votos apurados.
e) Após o registro de seu estatuto no cartório de registro civil das pessoas jurídicas de Brasília, o partido
político pode dispor do fundo partidário e fazer uso exclusivo da sigla que o identifica.

Comentários

Vejamos cada uma das alternativas:

A alternativa A é a correta e gabarito da questão. Essa alternativa bem sintetiza a evolução jurisprudencial
em torno da questão da verticalização das coligações.

O estudo da verticalização partidária remete ao art. 17, §1º, da CF.

241
353
Em que pese a liberdade conferida aos partidos políticos, a Resolução TSE nº 21.002/2002 impunha a
obrigatoriedade de que os partidos políticos coligados em eleições presidenciais não poderiam formar
alianças distintas nas esferas estadual, distrital ou municipais com outros partidos.

Por exemplo, formada uma coligação entre PMDB e PT na diretiva nacional, não seria admissível que, no
âmbito estadual ou mesmo municipal, PMDB e PT estivessem coligados com outros partidos e não entre si.
Denominava-se de regra da verticalização partidária.

Hoje, esse não é o entendimento que prevalece. A Emenda Constitucional nº 52/2006 pôs fim à
verticalização ao prever, no art. 17º, §1º, que os partidos políticos têm autonomia para definir estrutura e
funcionamento, podendo se coligar a outros partidos SEM OBRIGATORIEDADE DE VINCULAÇÃO ENTRE AS
CANDIDATURAS EM ÂMBITO NACIONAL, ESTADUAL, DISTRITAL OU MUNICIPAL.

A alternativa B está incorreta. Em 27/05/15 o STF mudou o entendimento ao julgar a ADI 5081, aplicando a
regra da infidelidade partidária apenas para cargos proporcionais e não para cargos majoritários. O único
cargo do Legislativo em que é aplicado o sistema majoritário é o de senador.

A alternativa C também está incorreta. O partido político deverá prestar contas à Justiça Eleitoral
constantemente. Em anos eleitorais, prestará contas, anualmente, conforme quadro abaixo:

• O balanço será encaminhado até o dia 30 de junho do ano


Em ano não eleitoral
seguinte.

Atenção!!! O prazo foi recentemente alterado pela Lei 13.877/19. E a previsão de entrega de balancetes
mensais nos anos eleitorais foi revogada pela Lei 13.165/15.

Além disso, o art. 34 V da LPP prevê a prestação de contas pelo partido político e seus candidatos no
encerramento da campanha eleitoral, ou seja, todos os partidos políticos e não apenas os que tiveram
candidatos eleitos.

Art. 34. A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a prestação de contas do partido e
das despesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas refletem adequadamente a
real movimentação financeira, os dispêndios e os recursos aplicados nas campanhas
eleitorais, exigindo a observação das seguintes normas:

V – obrigatoriedade de prestação de contas pelo partido político e por seus candidatos no


encerramento da campanha eleitoral, com o recolhimento imediato à tesouraria do partido
dos saldos financeiros eventualmente apurados.

242
353
A alternativa D está incorreta. A alternativa trata da cláusula de barreira para o funcionamento parlamentar,
que foi declarado inconstitucional pelo STF.

Finalmente, a alternativa E está incorreta, já que a constituição regular do partido político depende de
registro civil – que confere existência jurídica – e do registro perante o TSE. Somente após o registro no órgão
eleitoral é que o partido gozará de suas prerrogativas, entre elas, o Fundo Partidário. Como já dito
anteriormente, lembre-se de que não se exige mais o registro civil na capital federal.

79. (CESPE/MPE-RR - 2012) Assinale a opção correta no que se refere à disciplina legal e constitucional
dos partidos políticos.
a) A liberdade política e partidária, na democracia brasileira, comporta partido contrário ao regime
democrático.
b) A lei que rege os partidos políticos é orgânica, pois disciplina sua estrutura interna, organização e
funcionamento.
c) Pessoa jurídica de direito privado, o partido político deve registrar seus estatutos no cartório de registro
civil.
d) Partido político ou sua facção são autorizados por lei a adotar uniforme para seus integrantes.
e) Para o registro de novo partido, é necessário, entre outras exigências, o apoio de 0,5% dos eleitores
(considerados os votos válidos) que votaram nas eleições anteriores para a Câmara dos Deputados.

Comentários

Essa questão foi ANULADA pela banca, pois possui duas questões certas. Contudo, a usaremos como objeto
de estudo.

A alternativa A está incorreta. Com base no art. 2º, da Lei nº 9.096/95, é livre a criação, a fusão, a
incorporação e a extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 3º, é assegurada, ao partido político, a autonomia para
definir sua estrutura interna, organização e funcionamento, logo a LPP não pode ser considerada uma lei
orgânica. A lei orgânica impõe critérios de organização e funcionamento retirando a autonomia da
instituição.

A alternativa C está correta, com base no art. 17, §2º, da CF/88.

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,


registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

Embora o registro do estatuto ocorra perante o TSE após o registro civil, ao efetuar esse registro, o partido
deverá registrar também o estatuto perante o Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas no local
competente de funcionamento da sede do partido (em qualquer ponto do território nacional).

243
353
A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 6º, da Lei nº 9.096/95, é vedado ao partido político ministrar
instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus
membros.

A alternativa E está correta, pois está previsto no art. 7º, §1º da LPP.

§ 1o Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,


considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento
de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco
décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou
mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja
votado em cada um deles.
80. (CESPE/TRE-GO - 2015) Julgue o item que se segue, referentes às Leis de n.º 9.504/1997 e n.º
9.096/1995, bem como à Resolução TSE n.º 21.538/2003.
Embora lhes esteja assegurada autonomia para definir sua estrutura interna, sua organização e seu
funcionamento, os partidos políticos são legalmente proibidos de adotar o uso de uniforme para seus
membros.

Comentários

A assertiva está correta. De acordo com o art. 3º, da Lei nº 9.096/95, ao partido político é assegurada
autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento.

Art. 3º É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento.

Enquanto o art. 6º, da referida Lei, estabelece que é vedado ao partido político adotar uniforme para seus
membros.

Art. 6º É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de


organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.
81. (CESPE/TRE-RS - 2015) Pelo menos um em cada quatro deputados federais no Brasil, entre 1986 e
2002, abandonou o partido responsável por sua eleição para a Câmara dos Deputados. A proporção de
deputados que mudam de legenda, alguns várias vezes na mesma legislatura, tem contribuído para o
reforço de uma imagem negativa do Poder Legislativo brasileiro, relacionada à fragilidade dos partidos, ao
governismo e ao predomínio de ambições particulares.
André Marenco. Migração partidária. In: L. Avritzer e F.Anastasia. Reforma política no Brasil. Belo Horizonte:
Editora UFMG, 2007 (com adaptações).
Tendo em vista que, desde a publicação do texto apresentado, em 2007, diversas proposições com a
finalidade de regular e coibir a mudança de partido pelos parlamentares converteram-se em lei, assinale a
opção correta à luz do disposto nas Leis n.o 9.096/1995 e n.o 13.165/2015.

244
353
a) Devido ao fato de o partido ser o único prejudicado com a desfiliação de parlamentares, por diminuição
de sua bancada, a mudança de partido dependerá de anuência expressa de sua direção.
b) A mudança de partido, exceto nos casos previstos em lei, resulta em perda do mandato do detentor de
cargo eletivo no Poder Legislativo.
c) A lei prevê a perda do mandato do detentor de cargo eletivo no Poder Legislativo, em caso de filiação a
novo partido, ainda que esse partido seja novo ou resultante da fusão de dois partidos já existentes.
d) O parlamentar é dono de seu mandato, por receber pessoal e nominalmente os votos a ele conferidos
pelo eleitor, razão por que não há restrições legais à mudança de partido.
e) A lei veda a mudança de partido em qualquer hipótese, pois, nas eleições proporcionais, a eleição do
candidato depende dos votos recebidos por seu partido.

Comentários

Essa questão foi ANULADA, pois todas as alternativas estão incorretas. Contudo, trataremos da questão para
fins de estudo.

A alternativa A foi considerada incorreta. De acordo com o art. 22-A, da Lei nº 9.096/95, não há previsão de
anuência expressa da direção do partido político para a desfiliação de um membro. Contudo, a desfiliação
sem justa causa acarreta a perda do mandato nas eleições proporcionais.

Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa,
do partido pelo qual foi eleito. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)

Recentemente a EC 111/2021 acrescentou um parágrafo ao art. 17 da CF. O §6º do art. 17 trouxe uma nova
hipótese de justa causa que é a anuência do partido político. O TSE já entendia que a carta de anuência
expedida pelo partido permitia a desfiliação sem as consequências da infidelidade partidária. Este parágrafo
procurou detalhar um pouco o instituto. Vamos ao texto constitucional:

Art. 17 (...)

§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os


Vereadores que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o
mandato, salvo nos casos de anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa
estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a migração de partido para fins
de distribuição de recursos do fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso
gratuito ao rádio e à televisão.

A alternativa B está incorreta. Perderão o cargo os candidatos que se desfiliarem imotivadamente, desde
que eleitos pelo sistema proporcional. Note que o Senador é um cargo do Legislativo, mas é eleito pelo
sistema majoritário e, de acordo com o STF e TSE, não perderá o mandato.

As alternativas C está incorreta. É o mesmo erro da alternativa acima trata de cargos do Poder Legislativo
sem a ressalva do cargo de senador.

245
353
A alternativa D está incorreta. O candidato não é dono de seu mandato, ao contrário, no caso de desfiliação
imotivada do candidato eleito pelo sistema proporcional, haverá perda de mandato.

A alternativa E está incorreta. Somente perderá o mandato se não houver justa causa. As hipóteses de justa
causa estão previstas no art. 22-A:

Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as


seguintes hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término
do mandato vigente.
82. (CESPE/TRE-RS - 2015) A respeito do processo brasileiro de eleição, julgue o item seguinte. Nesse
sentido, considere que a sigla TSE, sempre que utilizada, se refere ao Tribunal Superior Eleitoral.
É livre a criação de partidos políticos, os quais se constituem de personalidade jurídica de direito privado,
podendo, inclusive, fazer constar de seu estatuto a possibilidade de expulsão sumária de seus filiados.

Comentários

O início da assertiva é perfeito. É livre a criação de partidos políticos e eles se constituem de pessoas jurídicas
de direito privado.

Só para frisar, o art. 44, V, do CC, prevê:

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:


V - os partidos políticos.

O equívoco da assertiva está em falar em “expulsão sumária de seus filiados”.

Olhem o que diz o art. 15, V, da Lei nº 9.096/1995:

Art. 15. O Estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre:
V - fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das infrações e aplicação das
penalidades, assegurado amplo direito de defesa;

Portanto, ao assegurar o amplo direito de defesa ao candidato na apuração de infrações, veda-se a expulsão
sumária. Incorreta, portanto, a assertiva.

83. (CESPE/PC-BA - 2013) Em relação aos direitos e deveres fundamentais expressos na Constituição
Federal de 1988 (CF), julgue os itens subsecutivos.

246
353
Caso determinado deputado estadual perca seu mandato eletivo por infidelidade partidária, o deputado que
assumir o mandato em seu lugar deve, necessariamente, ser do partido político pelo qual o primeiro tenha
sido eleito.

Comentários

A assertiva está incorreta. A questão é uma grande pegadinha de prova.

Como vimos em aula, o mandato eletivo é do partido político, de modo que, se o exercente do cargo for
desfiliado por infidelidade, a vaga será preenchida pelo próprio partido.

Há, contudo, uma possibilidade em que outro partido poderá preencher o cargo vago. Tal hipótese ocorre
em coligações partidárias. Desse modo, é perfeitamente factível que outro partido coligado assuma a cadeira
em razão do número de votos obtidos no certame eleitoral.

Portanto, o termo “necessariamente” tornou a alternativa incorreta.

84. (CESPE/TRE-MS - 2013) Assinale a opção correta acerca da Lei n.º 9.096/1995, que dispõe sobre
partidos.
a) Para desligar-se de partido, o filiado deve encaminhar ao órgão de direção municipal seu pedido de
desligamento, que, se negado, deverá ser apreciado pelo juiz eleitoral da zona em que for inscrito.
b) A decisão partidária no sentido do deferimento do cancelamento da filiação é necessária para que o
vínculo com o partido torna-se extinto para todos os efeitos.
c) É proibida a filiação de um eleitor a um partido político antes de seu desligamento do outro partido ao
qual era filiado.
d) A organização e o funcionamento dos partidos são determinados por lei específica.
e) Os órgãos de direção nacional de partidos políticos têm pleno acesso às informações de seus filiados
constantes do cadastro eleitoral.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Não existe tal previsão na legislação eleitoral. Compete ao interessado tão
somente informar o órgão municipal e a zona eleitoral no ato de desfiliação.

Após a comunicação, o vínculo extingue-se no prazo de 2 dias, consoante ao que dispõe o art. 21, da LPP.

Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção
municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
Parágrafo único. Decorridos dois dias da data da entrega da comunicação, o vínculo torna-
se extinto, para todos os efeitos.

A alternativa B está incorreta, pois decorridos dois dias da entrega da comunicação de desfiliação do partido,
o vínculo torna-se automaticamente extinto.

247
353
Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção
municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
Parágrafo único. Decorridos dois dias da data da entrega da comunicação, o vínculo torna-
se extinto, para todos os efeitos.

A alternativa C está incorreta, de acordo com o § único, do art. 22, da Lei nº 9.096/1995. A filiação a outro
partido não é proibida, mas, havendo mais de uma filiação, prevalecerá a mais recente

Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente,


devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

A alternativa D está incorreta, pois os partidos políticos são livres para determinar sua organização, por meio
do seu estatuto. Vejamos o art. 14, da Lei nº 9.906/1995.

Art. 14. Observadas as disposições constitucionais e as desta Lei, o partido é livre para fixar,
em seu programa, seus objetivos políticos e para estabelecer, em seu estatuto, a sua
estrutura interna, organização e funcionamento.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. É o que dispõe o art. 19, §3º, da Lei nº 9.096/1995:

Art. 19: § 3º Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão pleno acesso às
informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.034,
de 2009)
85. (CESPE/TRE-RJ - 2012) A respeito dos partidos políticos, julgue os itens seguintes.
Na casa legislativa, o integrante de bancada partidária atua livremente, não estando subordinado às
diretrizes estabelecidas em estatuto pelos órgãos de direção do partido político a que ele estiver filiado.

Comentários

A assertiva está incorreta. Ao contrário do que diz a questão, o integrante da bancada do partido deve
subordinar sua ação às diretrizes estabelecidas pelos órgãos de direção dos partidos políticos. É o que dispõe
o art. 24, da Lei nº 9.096/95.

Art. 24. Na Casa Legislativa, o integrante da bancada de partido deve subordinar sua ação
parlamentar aos princípios doutrinários e programáticos e às diretrizes estabelecidas pelos
órgãos de direção partidários, na forma do estatuto.

Essa questão envolve justamente o tema da fidelidade partidária.

É uma norma de caráter ordenador e moralizante, segundo ensina a doutrina de José Jairo Gomes. Nada
mais correto que o detentor do cargo político seguir a ideologia do partido político ao qual filiou-se.

86. (CESPE/TRE-ES - 2011) Com relação aos partidos políticos, julgue os itens que se seguem.

248
353
Um partido que venha a cancelar a filiação de alguém por hipótese diversa de morte, perda dos direitos
políticos ou expulsão tem a obrigação de comunicar ao atingido o fato em até quarenta e oito horas da
decisão.

Comentários

A assertiva está correta. Vejamos o que prescreve o art. 22, da Lei nº 9.0996/95.

Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:
I - morte;
II - perda dos direitos políticos;
III - expulsão;
IV - outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no prazo
de quarenta e oito horas da decisão.
V - filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva Zona
Eleitoral.

A questão foi muito mal redigida pela banca. O fundamento foi retirado do art. 22, I, combinado com o prazo
previsto no inc. IV. Infelizmente esse tipo de questão é comum em provas.

87. (CESPE/TRE-BA - 2010 - Adaptada) Considerando as disposições constitucionais acerca de partidos


políticos e o papel dessas instituições para o regime democrático nos termos da Lei dos Partidos e da
legislação brasileira, conforme a interpreta a justiça eleitoral, julgue os seguintes itens.
É vedada a mudança de partido, impondo-se a perda do mandato por configurar infidelidade partidária,
ainda quando o mandatário pretenda fundar novo ente partidário.

Comentários

Com o advento da Lei nº 13.165/2015, as hipóteses de justa causa passaram a ser previstas pelo art. 22-A,
da LPP. Veja que não consta do rol do parágrafo único, como hipótese de justa causa, a desfiliação para
fundar novo partido.

Vejamos:

Art. 22-A. PERDERÁ o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa
causa, do partido pelo qual foi eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária SOMENTE as
seguintes hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e

249
353
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término
do mandato vigente.

Logo está correta a assertiva, uma vez que, nos incisos do parágrafo único, não consta a hipótese referida na
assertiva

88. (CESPE/TRE-BA - 2010 - Adapatada) Considerando as disposições constitucionais acerca de partidos


políticos e o papel dessas instituições para o regime democrático nos termos da Lei dos Partidos e da
legislação brasileira, conforme a interpreta a justiça eleitoral, julgue os seguintes itens.
A perda de mandato por infidelidade partidária decorre de interpretação da justiça eleitoral, promovida pelo
TSE, pois a Lei dos Partidos não é específica quanto a essa questão.

Comentários

A assertiva está incorreta. Atualmente, há o art. 22-A, da LPP, que prevê:

Art. 22-A. PERDERÁ o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa
causa, do partido pelo qual foi eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária SOMENTE as
seguintes hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término
do mandato vigente.
89. (CESPE/TRE-BA - 2010) Acerca das regras concernentes à filiação partidária julgue os itens a seguir.
O cidadão que pretende concorrer a cargo eletivo poderá mudar de partido no ano em que pretende disputar
o pleito, desde que ainda não tenha havido a convenção do partido com a finalidade de escolher seus
respectivos candidatos.

Comentários

A assertiva está incorreta. O cidadão precisa estar filiado há, pelo menos, seis meses (a contar da data das
eleições) para concorrer a mandato eletivo.

O fundamento da questão não consta mais do art. 18, da LPP, que foi revogado. Mas no art. 9º, da Lei das
Eleições, que prevê:

Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na


respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo
partido no mesmo prazo.

250
353
Portanto...

DOMICÍLIO ELEITORAL pelo menos 6 meses

FILIAÇÃO PARTIDÁRIA pelo menos 6 meses

Há, ainda, a previsão, no art. 22-A parágrafo único inciso III, de mudança para aquele que já é detentor de
mandado eletivo. Nos 30 dias anteriores ao prazo de 6 meses de filiação exigidos pela lei poderá se filiar a
outro partido sem perder o cargo atual.

Art. 22-A. PERDERÁ o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa
causa, do partido pelo qual foi eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária SOMENTE as
seguintes hipóteses:
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término
do mandato vigente.
90. (CESPE/TRE-BA - 2010) Acerca das regras concernentes à filiação partidária julgue os itens a seguir.
A lei limita o acesso dos órgãos de direção nacional dos partidos políticos quanto às informações de seus
filiados constantes do cadastro eleitoral, como forma de assegurar a privacidade dos eleitores e dos
candidatos, ainda que em relação aos partidos que se encontram filiados.

Comentários

A assertiva está incorreta, pois os órgãos de direção nacional dos partidos possuem pleno acesso às
informações de seus filiados, de acordo com o § 3º, do art. 19, da Lei nº 9.096/1995:

§ 3o Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão PLENO ACESSO às


informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral.
91. (CESPE/TRE-RS - 2015) Ao final do ano, a direção do partido X reuniu-se para planejar a utilização
dos recursos do Fundo Partidário para o ano vindouro. A situação financeira desse partido encontrava-se
bastante complicada, pois suas receitas eram insuficientes para honrar seus débitos. Para equilibrar a
situação, diversas propostas foram apresentadas e discutidas na reunião.
A propósito dessa situação hipotética, assinale a opção que apresenta uma correta proposta de solução,
também hipotética, para o problema em questão, à luz da legislação vigente.

251
353
a) Deslocar os 5% dos recursos do Fundo Partidário que a lei reserva para o estímulo e a promoção da
participação política das mulheres para destinações mais urgentes, e aumentar esse percentual depois que
a situação financeira do partido for estável.
b) Solicitar à fundação de pesquisa do partido que se encarregue, com os recursos provenientes dos 20% do
Fundo Partidário que o partido a ela repassa, de um projeto de capacitação política voltado para filiados e
não filiados, previsto inicialmente para ser feito com recursos do partido.
c) Destinar, para pagamento dos funcionários da direção nacional do partido, mais do que os 50% dos
recursos do Fundo Partidário que a lei estipula como limite, apresentando justificação minuciosa por ocasião
da prestação de contas.
d) Repassar para a fundação de pesquisa do partido as despesas anuais com salários e aluguéis, com a
promessa de reembolso posterior.
e) Aumentar a previsão de receita, uma vez que está acordado o ingresso de alguns deputados no partido e,
com o aumento da bancada, a receita do Fundo Partidário deve crescer.

Comentários

Confira cada uma das alternativas:

A alternativa A está incorreta. De acordo com o §5º, do art. 44, da Lei 9.096/1995, caso não haja destinação
do mínimo de 5% voltado para a participação política das mulheres, o partido deverá transferir o saldo para
conta específica, vedada a aplicação de finalidade diversa, ainda que urgente.

Se isso não for cumprido, sofrerá penalidade consistente no dever de aplicar 12,5% a mais para a referida
promoção.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 44, IV, combinado com o §6º,
da Lei nº 9.096/1995, parte dos recursos do Fundo Partidário devem ser destinados à criação e à manutenção
de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, equivalente a, pelo menos, 20%
do total recebido. Se todo esse montante não for aplicado ao longo do ano, a sobra poderá ser revertida
para outras atividades partidárias.

A alternativa C está incorreta, pois, de acordo com a Lei nº 9.096/1995, o máximo que poderá ser destinado
para pagamento de funcionários do órgão de direção nacional do partido é de 50%, conforme estabelece o
art. 44, I, a, da Lei nº 9.096/1995.

Finalmente, quanto às alternativas D e E não há norma semelhante na legislação eleitoral, de modo que são
totalmente incabíveis.

92. (CESPE/TRE-MT - 2015) Assinale a opção correta de acordo com a legislação que rege os partidos
políticos.
a) As prestações de contas do partido e as despesas de campanha eleitoral devem ser fiscalizadas pela justiça
eleitoral, que promoverá a análise das atividades político-partidárias e exigirá obrigatoriedade de
constituição de comitês eleitorais e a caracterização de responsabilidade dos dirigentes do partido e dos
comitês.

252
353
b) Se um cidadão se eleger a um cargo eletivo e quiser sair do partido que o elegeu para se filiar a outro,
deverá demonstrar justa causa para a sua saída, sendo causas válidas a criação de novos partidos e a
incorporação e fusão de partidos políticos.
c) É facultada aos órgãos partidários municipais a prestação de contas caso não tenham movimentado
recursos financeiros no exercício anterior; contudo, caso o partido tenha movimentado recursos e não tenha
prestado contas à justiça eleitoral, ficará impedido de concorrer às eleições seguintes.
d) Caso as contas do diretório nacional de um partido político sejam reprovadas, o TSE deverá multar
solidariamente os demais órgãos de direção, para tornar inadimplentes os seus responsáveis partidários.
e) Os recursos do Fundo Partidário devem ser aplicados, por exemplo, nas campanhas eleitorais e no
pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos partidários internacionais que
se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais seja o partido político
regularmente filiado.

Comentários

Vejamos cada uma das alternativas:

A alternativa A está incorreta. A prestação de contas dos partidos e as despesas de campanha eleitoral
devem ser fiscalizadas pela Justiça Eleitoral conforme estabelece o art. 34, da Lei nº 9.096/1995. Porém o
§1º do art. 34 veda a análise das atividades político-partidárias ou qualquer outra interferência na autonomia
do partido. No que diz respeito, contudo, à constituição de comitês, a Lei nº 13.165/2015 retirou a
obrigatoriedade, de modo que está incorreta a alternativa.

Art. 34. A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a prestação de contas do partido e
das despesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas refletem adequadamente a
real movimentação financeira, os dispêndios e os recursos aplicados nas campanhas
eleitorais, exigindo a observação das seguintes normas:

§ 1º A fiscalização de que trata o caput tem por escopo identificar a origem das receitas
e a destinação das despesas com as atividades partidárias e eleitorais, mediante o exame
formal dos documentos fiscais apresentados pelos partidos políticos e candidatos, sendo
vedada a análise das atividades político-partidárias ou qualquer interferência em sua
autonomia.

A alternativa B foi considerada incorreta, pois a desfiliação para a criação de novo partido político ou para
que seja incorporado ou fundido a outro partido não constitui uma das hipóteses excepcionais de justa causa
previstas no art. 22-A, da Lei nº 9.096/1995.

A alternativa C também está incorreta. A alternativa inicia-se de forma correta, pois, de fato, não é
obrigatória a prestação de contas dos órgãos municipais que não tenham movimentado recursos financeiros
ou arrecadado bens estimáveis em dinheiro pela redação do art. 34, §4º, da Lei nº 9.096/1995. Vamos ver
novamente o dispositivo que sofreu recente alteração pela Lei 13.831/19:

253
353
§ 4º Os órgãos partidários municipais que não hajam movimentado recursos financeiros
ou arrecadado bens estimáveis em dinheiro ficam desobrigados de prestar contas à Justiça
Eleitoral e de enviar declarações de isenção, declarações de débitos e créditos tributários
federais ou demonstrativos contábeis à Receita Federal do Brasil, bem como ficam
dispensados da certificação digital, exigindo-se do responsável partidário, no prazo
estipulado no caput (até 30/06) deste artigo, a apresentação de declaração da ausência
de movimentação de recursos nesse período.

Contudo, a desaprovação das contas do partido não enseja sanção que o impeça de concorrer às eleições,
em razão do que consta expressamente do art. 32, §5º, da Lei nº 9.096/1995.

Está incorreta a alternativa D. O art. 37, §2º, da Lei nº 9.096/1995, prevê a responsabilidade exclusiva da
esfera partidária responsável pelas contas desaprovadas. Não há que se falar, portanto, em responsabilidade
solidária. O mesmo dispositivo veda a possibilidade de tornar devedores ou inadimplentes os respectivos
responsáveis partidários.

Finalmente, está correta a alternativa E, gabarito da questão, com fundamento no art. 44, IV, da Lei dos
Partidos Políticos, na medida em que os recursos oriundos do Fundo Partidário podem ser aplicados “no
pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos partidários internacionais que
se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais seja o partido político
regularmente filiado”.

93. (CESPE/TJ-DFT - 2015) Com relação à fidelidade partidária, assinale a opção correta.
a) O dever de observância da fidelidade partidária não alcança os detentores de mandato proporcional.
b) Em tese, não incorrerá em infidelidade partidária o parlamentar que, com a aquiescência do partido, se
filiar pela segunda vez a agremiação partidária após ter-se desligado dela sem justa causa.
c) Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi
eleito, com exceção apenas, de grave discriminação político pessoal.
d) O mandato deixado vago pelo partidário infiel deverá ser preenchido por suplente da mesma agremiação
partidária, independentemente da existência de coligação.
e) Em tese, não incorrerá em infidelidade partidária o parlamentar que trocar o partido pelo qual foi eleito
por outro que participou da coligação integrada pelo seu antigo partido na última eleição.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O dever de observância de fidelidade partidária não alcança os políticos eleitos
pelo sistema majoritário, ou seja, o Presidente da República, Governadores, Senadores, Prefeitos. Esse é o
entendimento da Súmula 67, do TSE:

Súmula TSE 67
A perda do mandato em razão da desfiliação partidária não se aplica aos candidatos eleitos
pelo sistema majoritário.

254
353
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois não há que se falar em infidelidade partidária em
caso de refiliação ao mesmo partido. Embora inusitado o caso prático criado, não há nenhum impeditivo
para que a pessoa que se desfiliou, volte a se filiar ao mesmo partido, muito menos com consequências que
impliquem a infidelidade.

A alternativa C está incorreta. O art. 22-A, da Lei nº 9.096/95 – além da hipótese descrita na alternativa –
prevê outras hipóteses que consideram justas as desfiliações. Assim, está incorreta a alternativa pela
referência à palavra “apenas”.

Veja o dispositivo:

Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa,
do partido pelo qual foi eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as
seguintes hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término
do mandato vigente.

Além disso lembre-se que EC 111/2021 acrescentou um parágrafo ao art. 17 da CF. O §6º do art. 17 trouxe
uma nova hipótese de justa causa que é a anuência do partido político. O TSE já entendia que a carta de
anuência expedida pelo partido permitia a desfiliação sem as consequências da infidelidade partidária. Este
parágrafo procurou detalhar um pouco o instituto. Vamos ao texto constitucional:

Art. 17 (...)

§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os


Vereadores que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o
mandato, salvo nos casos de anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa
estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a migração de partido para fins
de distribuição de recursos do fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso
gratuito ao rádio e à televisão.

A alternativa D está incorreta. O mandato pertence à coligação e não ao partido, como já visto em questão
anterior.

A alternativa E está incorreta. Conforme art. 22-A, transcrito acima, a troca de partido, nesse caso, não é
considerada justa causa.

94. (CESPE/TRE-RJ - 2012) A respeito dos partidos políticos, julgue os itens seguintes.

255
353
O Tribunal Superior Eleitoral determinará, após decisão judicial transitada em julgado, o cancelamento do
registro civil e do estatuto de partido político que, comprovadamente, não houver prestado, nos termos da
lei, as devidas contas à justiça eleitoral.

Comentários

A assertiva está correta, tendo em vista o que estabelece o art. 28, da Lei nº 9.096/95. Conforme vimos, a
não prestação de contas à JE poderá acarretar o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido.

Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado:
III - não ter prestado, nos termos desta Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral;
95. (CESPE/MPE-PI - 2012) Com relação às disposições constitucionais e legais acerca dos partidos
políticos, julgue o item seguinte.
No Brasil, é livre a criação, a fusão, a incorporação e a extinção de partidos políticos, desde que resguardados
os objetivos fundamentais do país e observados preceitos como caráter nacional e cooperação entre os
povos para o progresso da humanidade.

Comentários

A assertiva está incorreta. Embora a questão pareça estar certa, não há qualquer menção na legislação de
que deverão ser resguardados os objetivos fundamentais do país ou observados preceitos de cooperação
entre os povos para o progresso da humanidade. A questão faz confusão entre os objetivos que devem ser
resguardados pelos partidos políticos.

Vejamos o art. 2º, da LPP:

Art. 2º É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos


programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os
direitos fundamentais da pessoa humana.
96. (CESPE/TRE-ES - 2011) À luz do disposto na Lei n.º 9.096/1995 e na Resolução TSE n.º 21.841/2004,
julgue os itens a seguir.
Os tribunais e conselhos de contas emitem pareceres sobre as prestações de contas dos partidos políticos,
nas esferas municipal, estadual e federal. A manifestação técnica daqueles órgãos de controle instrui os
respectivos processos para fins de julgamento pelos tribunais eleitorais.

Comentários

A assertiva está incorreta. Vejamos o art. 34, da Lei nº 9.096/1995.

Art. 34. A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a escrituração contábil e a prestação
de contas do partido e das despesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas

256
353
refletem adequadamente a real movimentação financeira, os dispêndios e recursos
aplicados nas campanhas eleitorais, exigindo a observação das seguintes normas:

De acordo com a leitura do dispositivo acima, se apreende que os tribunais e os conselhos de contas não
emitem pareceres sobre as prestações de contas dos partidos. Esses tribunais ou conselhos podem atuar
quando requisitados, pois a justiça eleitoral é diretamente responsável.

97. (CESPE/TRE-ES - 2011) À luz do disposto na Lei n.º 9.096/1995 e na Resolução TSE n.º 21.841/2004,
julgue os itens a seguir.
A utilização dos recursos do Fundo Partidário oriundos de dotações orçamentárias da União está sujeita às
disposições da legislação sobre licitações e contratos.

Comentários

A assertiva está incorreta, pois os partidos políticos não se sujeitam às disposições da legislação sobre
licitações e contratos para a utilização dos recursos do Fundo Partidário, de acordo com o § 3º, do art. 44,
da Lei nº 9.096/1995.

Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:


§ 3º Os recursos de que trata este artigo NÃO estão sujeitos ao regime da Lei no 8.666, de
21 de junho de 1993, tendo os partidos políticos autonomia para contratar e realizar
despesas.
98. (CESPE/TRE-MS - 2013) No que se refere aos partidos políticos e à arrecadação, aplicação e
prestação de contas de recursos nas campanhas eleitorais, julgue o item.
Para a garantia de transparência do processo eleitoral, o fundo especial de assistência financeira aos partidos
políticos, conhecido como fundo partidário, deve ser financiado apenas por dotações orçamentárias da
União em valor nunca inferior, a cada ano, ao número de eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano
anterior ao da proposta orçamentária, multiplicado por trinta e cinco centavos de real, em valores de agosto
de 1995.

Comentários

A assertiva está incorreta, de acordo com o art. 38, da Lei nº 9.096/1995. O Fundo partidário não é financiado
apenas por dotações orçamentárias da União. O artigo abaixo menciona a constituição do Fundo Partidário:

Art. 38. O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário)
é constituído por:
I - multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do Código Eleitoral e leis conexas;
II - recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em caráter permanente ou
eventual;
III - doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por intermédio de depósitos bancários
diretamente na conta do Fundo Partidário;

257
353
IV - dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de
eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária,
multiplicados por trinta e cinco centavos de real, em valores de agosto de 1995.
99. (CESPE/TJ-CE - 2012) A respeito dos partidos políticos, julgue o item a seguir.
O recurso contra a decisão que desaprovar total ou parcialmente a prestação de contas dos órgãos
partidários somente poderá ser recebido no efeito devolutivo.

Comentários

A assertiva está incorreta, de acordo com o Art. 37, § 4º. O dispositivo abaixo fixa expressamente que o
recurso será recebido no efeito suspensivo. Assim, está incorreto falar que o recebimento é SOMENTE no
efeito devolutivo.

Art. 37. A falta de prestação de contas ou sua desaprovação total ou parcial implica a
suspensão de novas cotas do Fundo Partidário e sujeita os responsáveis ás penas da lei.
§ 4º Da decisão que desaprovar total ou parcialmente a prestação de contas dos órgãos
partidários caberá recurso para os Tribunais Regionais Eleitorais ou para o Tribunal
Superior Eleitoral, conforme o caso, o qual deverá ser recebido com efeito suspensivo.
100. (CESPE/TJ-CE - 2012) A respeito dos partidos políticos, julgue o item a seguir.
As prestações de contas desaprovadas pelos tribunais regionais e pelo tribunal superior somente poderão
ser revistas para fins de aplicação proporcional da sanção aplicada, mediante interposição de recurso.

Comentários

A assertiva está incorreta. As prestações de contas desaprovadas podem ser revistas para a aplicação
proporcional da sanção mediante requerimento ofertado nos autos da prestação de contas, de acordo com
o art. 37, § 5º.

§ 5º As prestações de contas desaprovadas pelos Tribunais Regionais e pelo Tribunal


Superior poderão ser revistas para fins de aplicação proporcional da sanção aplicada,
mediante requerimento ofertado nos autos da prestação de contas.
101. (CESPE/MPE-AC - 2014) Assinale a opção correta com relação aos partidos políticos.
a) A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe solidariamente ao órgão partidário municipal,
estadual ou nacional que tiver dado causa a descumprimento da obrigação, a violação de direito, a dano a
outrem ou a qualquer ato ilícito.
b) A sanção de suspensão do repasse de novas quotas do fundo partidário, por desaprovação total da
prestação de contas de partido, não pode ser aplicada por meio de desconto, do valor a ser repassado, da
importância apontada como irregular.
c) É assegurada aos partidos políticos autonomia para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações eleitorais nas eleições majoritárias, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal.

258
353
d) Os órgãos de direção nacional, estadual e municipal do partido político podem receber doações de pessoas
físicas e jurídicas, inclusive entidades de classe ou sindicais, para constituição de seus fundos.
e) A personalidade jurídica é adquirida, nos termos da lei civil, após o registro do estatuto do partido político
no TSE.

Comentários

A alternativa A está incorreta, conforme estabelece o art. 15-A, da Lei nº 9.096/95. A responsabilidade é
exclusiva do órgão partidário municipal, estadual ou nacional que tiver dado causa ao descumprimento.
Vejamos:

Art. 15-A. A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe exclusivamente ao órgão


partidário municipal, estadual ou nacional que tiver dado causa ao não cumprimento da
obrigação, à violação de direito, a dano a outrem ou a qualquer ato ilícito, excluída a
solidariedade de outros órgãos de direção partidária.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o §3º, do art. 37, da referida Lei, o pagamento deverá ser feito
por meio de desconto nos futuros repasses de cotas do Fundo Partidário.

§ 3o A sanção a que se refere o caput deverá ser aplicada de forma proporcional e razoável,
pelo período de um a doze meses, e o pagamento deverá ser feito por meio de desconto
nos futuros repasses de cotas do Fundo Partidário, desde que a prestação de contas seja
julgada, pelo juízo ou tribunal competente, em até cinco anos de sua apresentação.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, com base no §1º, do art. 17, da CF/88:

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, VEDADA a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)

A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 31, IV, da Lei dos Partidos Políticos, é vedado ao partido receber
contribuição de entidade de classe ou sindical. É importante registrar que o STF, na ADI nº 4650/DF, declarou
inconstitucional qualquer doação eleitoral de pessoa jurídica.

Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou
pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de
publicidade de qualquer espécie, procedente de:
IV - entidade de classe ou sindical.

259
353
A alternativa E está incorreta. O art. 7º, da Lei nº 9.096/95, prevê que o partido político registra seu estatuto
no TSE após adquirir personalidade jurídica.

Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra
seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.

102. (CESPE/TRE-TO - 2017) O registro do estatuto de partido político deverá ser realizado
a) no TSE, para que seja assegurada ao partido a natureza jurídica de pessoa jurídica de direito privado.
b) no cartório de registro civil das pessoas jurídicas da capital do estado-membro onde o partido tem sede,
para que seja assegurada ao partido a personalidade jurídica de natureza privada.
c) no TSE, ficando, todavia, suspenso no cartório e no tribunal caso o partido venha a se fundir com outro,
na forma de seu estatuto, enquanto perdurar a fusão.
d) no TSE, para que o partido possa participar do processo eleitoral, receber recursos do fundo partidário e
ter acesso gratuito a rádio e televisão, desde que cumpridas as previsões legais.
e) no cartório de registro civil das pessoas jurídicas da capital federal, para que seja assegurado ao partido
acesso gratuito ao rádio e televisão, na forma da lei.

Comentários

A alternativa A está incorreta. A personalidade jurídica do partido é adquirida com o registro no Cartório
competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas da sede do partido em qualquer local do território
nacional.

A alternativa B estava incorreta. O registro do estatuto deve ser feito no TSE. Além disso, o art. 8 §1º da LPP
sofreu alteração imposta pela Lei nº 13.877/2019, atualmente, para adquirir a personalidade jurídica, o
registro deve ser feito no Cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas da sede do partido em
qualquer local do território nacional.

A alternativa C está incorreta. O registro do estatuto do partido não é suspenso. O termo correto seria
cancelado, conforme prevê o art. 27, da Lei nº 9.096/95:

Art. 27. Fica cancelado, junto ao Ofício Civil e ao Tribunal Superior Eleitoral, o registro do
partido que, na forma de seu estatuto, se dissolva, se incorpore ou venha a se fundir a
outro.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O registro do partido, como sabemos, é feito perante
o TSE. Esse registro e o funcionamento como partido confere alguns direitos, tais como a participação no
processo eleitoral, o recebimento de recursos do fundo partidário e o acesso gratuito ao rádio e televisão.

A alternativa E está incorreta. Conforme já mencionado nas assertivas anteriores, o registro do estatuto deve
ser realizado no TSE.

260
353
103. (CESPE/TRE-TO - 2017) Se o diretório nacional de um partido político, ao constatar dificuldades em
suas finanças, reunir-se a fim de discutir alternativas para reverter a situação, poderá, à luz da lei que
dispõe sobre partidos políticos, tomar a seguinte decisão:
a) estimular a filiação de deputados federais eleitos por outros partidos políticos, com a finalidade de elevar
a participação do partido nos recursos do fundo partidário.
b) postergar até o ano seguinte o devido repasse de 20% dos recursos do fundo partidário ao instituto ou à
fundação de pesquisa, doutrinação e educação política.
c) promover, entre os filiados e simpatizantes do partido político, uma campanha de doações, a fim de
arrecadar o fundo necessário para restabelecer a ordem das contas.
d) usar, provisoriamente, até 80% dos recursos do fundo partidário para arcar com as despesas de pessoal
do partido político.
e) concentrar sua estratégia eleitoral na busca de eleição do maior número possível de deputados federais,
uma vez que a partilha da maior parte dos recursos do fundo partidário depende do número de deputados
eleitos.

Comentários

A alternativa A está incorreta. As mudanças de filiação partidária são desconsideradas para fins de
distribuição dos fundos. Vejamos o art. 41-A, da LE:

Art. 41-A. Do total do Fundo Partidário:


I - 5% (cinco por cento) serão destacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos
que atendam aos requisitos constitucionais de acesso aos recursos do Fundo Partidário;
e
II - 95% (noventa e cinco por cento) serão distribuídos aos partidos na proporção dos votos
obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.
Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II, serão desconsideradas as mudanças
de filiação partidária em quaisquer hipóteses.

A alternativa B está incorreta. A aplicação dos recursos do Fundo para a criação e manutenção de instituto
ou fundação de pesquisa é obrigatória e tem previsão mínima de 20% do total recebido. Vejamos o art. 44,
IV, da LE:

Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:


IV - na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e
educação política, sendo esta aplicação de, no mínimo, vinte por cento do total recebido.

A alternativa C é correta e gabarito da questão. O partido pode receber doações normalmente. Veja o art.
39, da LE:

261
353
Art. 39. Ressalvado o disposto no art. 31, o partido político pode receber doações de
pessoas físicas e jurídicas para constituição de seus fundos.

Lembrando que o STF, na ADI nº 4650/DF, declarou inconstitucional qualquer doação eleitoral de pessoa
jurídica. Vamos relembrar as vedações previstas no art. 31 da LPP:

Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou
pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de
publicidade de qualquer espécie, procedente de:

I – entidade ou governo estrangeiros

II – entes públicos e pessoas jurídicas de qualquer natureza, ressalvadas as dotações


referidas no art. 38 desta lei e as proveniente do Fundo Especial de Financiamento de
Campanha;

III – (Revogado pelo art. 2º da Lei nº 13.488/2017);

IV – entidade de classe ou sindical;

V – pessoas físicas que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e exoneração,
ou cargo ou emprego público temporário, ressalvados os filiados a partido político.

A alternativa D está incorreta. As despesas de pessoal são limitadas em 50% e 60% conforme o órgão. Veja
o art. 44, da LE:

Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:


I - na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal, a
qualquer título, observado, do total recebido, os seguintes limites:
a) 50% (cinquenta por cento) para o órgão nacional;
b) 60% (sessenta por cento) para cada órgão estadual e municipal;

A alternativa E está incorreta, com base no art. 41-A, II, citado acima. A maior parte do fundo é distribuído
tendo como parâmetro a proporção dos votos obtidos na eleição para a câmara de deputados e não no
número de deputados eleitos.

104. (CESPE/TRE-TO - 2017) Em decorrência do fato de divergir constantemente, na sua atividade


parlamentar, das orientações da liderança do seu partido e da direção partidária, um deputado federal
cogita a hipótese de mudar de partido. Antes de tomar sua decisão, o deputado resolveu consultar um
advogado.
Nessa situação, o advogado deverá informar ao deputado que, à luz da legislação pertinente,
a) o detentor de cargo eletivo tem liberdade para mudar de partido nos trinta dias anteriores ao fim do prazo
de filiação exigido para concorrer à eleição ao término do seu mandato.

262
353
b) o detentor de mandato eletivo que requerer sua desfiliação do partido político pelo qual tenha sido eleito
perderá o mandato em qualquer hipótese.
c) a aplicação de penalidades ao detentor de mandato eletivo por não cumprimento de orientações
partidárias não é autorizada.
d) o detentor de mandato eletivo pode, por justa causa, se desfiliar do partido político pelo qual tenha sido
eleito nos casos de fusão, extinção ou incorporação do seu partido de origem.
e) a mudança substancial ou o desvio reiterado do programa partidário não são considerados justa causa
para fins de desfiliação do partido político.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 22-A, parágrafo único, inciso III
da Lei nº 9.096/95:

Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa,
do partido pelo qual foi eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as
seguintes hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término
do mandato vigente.

A alternativa B está incorreta. Apenas o candidato que se desfiliar sem justa causa perderá o mandato.

A alternativa C está incorreta. O filiado poderá ser punido por infidelidade partidária. Vejamos o art. 23.

Art. 23. A responsabilidade por violação dos deveres partidários deve ser apurada e punida
pelo competente órgão, na conformidade do que disponha o estatuto de cada partido.

As alternativas D e E estão incorretas. O parágrafo único, do art. 22-A, da Lei nº 9.096/95, prevê quais
hipóteses são consideradas justa causa.

105. (CESPE/TRE-TO - 2017) No que se refere a criação, fusão e incorporação de partidos políticos,
assinale a opção correta.
a) A incorporação de partidos políticos implica a elaboração conjunta de novos estatutos e programa.
b) É vedada a criação de partidos políticos cujo programa atente contra a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.
c) Para obter seu registro, o partido político precisará comprovar seu caráter nacional, mediante a
apresentação de assinaturas de eleitores filiados a partidos políticos.

263
353
d) A lei não impõe limitações à fusão e à incorporação de partidos políticos.
e) A característica do processo de fusão de partidos políticos é a reunião de seus órgãos de deliberação
nacional para eleger uma nova direção conjunta.

Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 17, da Constituição Federal:

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados
a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana.

A alternativa A está incorreta. O procedimento será aquele previsto no art. 29, da LPP.

§ 2º No caso de incorporação, observada a lei civil, caberá ao partido incorporando


deliberar por maioria absoluta de votos, em seu órgão nacional de deliberação, sobre a
adoção do estatuto e do programa de outra agremiação.
§ 3º Adotados o estatuto e o programa do partido incorporador, realizar-se-á, em reunião
conjunta dos órgãos nacionais de deliberação, a eleição do novo órgão de direção nacional.

A alternativa C está incorreta. O caráter nacional é expresso na forma do art. 7º, § 1º, da LPP. Trata-se do
apoiamento mínimo. Nesse caso, fala em assinatura de NÃO filiados.

§ 1o Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,


considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento
de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco
décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados,
não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos
Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado
em cada um deles.

A alternativa D está incorreta. A Lei nº 9.096/95, impõe sim limites quanto à fusão e à incorporação de
partidos políticos. Vejamos o art. 29, §9º:

§ 9º Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido
o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos.

A alternativa E está incorreta, por simplificar um procedimento detalhado. No caso da fusão de partidos
políticos, conforme informa o art. 29, §1º, da Lei 9.096/1995. Teremos, primeiramente a elaboração de
projetos comuns de estatuto e de programa. Após, haverá reunião conjunta dos órgãos nacional que irão
deliberar a respeito esse projeto e, ato contínuo, elegerão um órgão de direção nacional que será
responsável por registrar o novo partido político. Logo, peca a questão pela incompletude.

106. (CESPE/TRE-TO - 2017) De acordo com a CF, os partidos políticos

264
353
a) podem ter caráter regional ou estadual.
b) têm autonomia para definir o regime de suas coligações eleitorais, não sendo obrigatória a vinculação
entre as candidaturas nacionais, estaduais e municipais.
c) adquirem personalidade jurídica somente após o registro dos seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
d) têm direito a recursos do fundo partidário e acesso pago à televisão.
e) podem constituir e utilizar organizações paramilitares, desde que para fins eleitorais.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 17, da Constituição Federal. Vamos analisar cada uma das
alternativas.

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 17, I, os partidos políticos podem ter caráter nacional,
apenas.

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados
a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
I - caráter nacional;

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o §1º do art. 17 da CF:

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária.

A alternativa C está incorreta. Com base no §2º, somente após adquirirem personalidade jurídica, os partidos
políticos registrarão seus estatutos no TSE.

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,


registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

A alternativa D está incorreta. Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso
gratuito ao rádio e à televisão, desde que alcançados os requisitos previstos no §3º do art. 17 da CF (cláusula
de barreira). Vejamos o que dispõe o artigo citado:

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à


televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

265
353
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.

A alternativa E está incorreta. Nos termos do §4º, os partidos políticos não podem utilizar organizações
paramilitares.

§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.


107. (CESPE/TRE-TO - 2017) Determinado partido político regularmente constituído, com
representatividade em município, instituiu uma fundação regida pela lei civil para fomentar pesquisas
relacionadas à educação política. A presidência dessa fundação é escolhida e exercida por um de seus
filiados.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Caso deseje desfiliar-se do partido, o presidente deverá, primeiramente, desligar-se da fundação.
b) O processo eleitoral para a escolha do presidente da fundação depende de aprovação pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE).
c) O referido partido político tem caráter nacional.
d) Anualmente, a fundação deve enviar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a relação de todos os seus filiados
e não filiados.
e) Pode ser eleito presidente da fundação indivíduo que estiver com seus direitos políticos suspensos.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Não se pode afirmar que o presidente da fundação deve desfiliar-se do partido
para se desligar da fundação, pois se trata de um assunto interno ao partido político.

A alternativa B está incorreta. O processo eleitoral para a escolha do presidente da fundação é um ato
interno ao partido político. Portanto, ele se enquadra na respectiva autonomia do partido.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Para que o partido político esteja constituído de forma
regular, ele deve possuir caráter nacional. Vejamos o que dispõe o art. 17, I, da CF/88:

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados
a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
I - caráter nacional;

A alternativa D está incorreta, visto que essa obrigação da fundação não está prevista na Lei nº 9.096/95.

266
353
A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 16, da referida Lei, só pode filiar-se a partido o eleitor
que estiver no pleno gozo de seus direitos políticos.

108. (CESPE/TRE-TO - 2017) Os partidos políticos


a) são pessoas jurídicas de direito privado.
b) dependem de autorização do Congresso Nacional para estruturar seu funcionamento.
c) podem ministrar instrução militar ou paramilitar.
d) adquirem personalidade jurídica com o registro do estatuto social no TSE.
e) devem submeter sua estrutura interna para aprovação do TSE.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 1º, da Lei nº 9.096/95:

Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no


interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 3º, da referida Lei, é assegurada, ao partido político,
autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento.

A alternativa C está incorreta. Com base no art. 6º, da Lei dos Partidos Políticos, é vedado ao partido político
ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de organização da mesma natureza e adotar uniforme
para seus membros.

A alternativa D está incorreta. O art. 7º, da referida Lei, estabelece que o partido político, após adquirir
personalidade jurídica na forma da lei civil, registra seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.

A alternativa E está incorreta. O partido é livre para se organizar. Não compete ao TSE qualquer ingerência
em sua estrutura interna.

VUNESP

109. (VUNESP/CM POTIM - 2021) Assinale a alternativa correta quanto aos temas afetos aos partidos
políticos, à filiação e ao financiamento dos partidos políticos.
A) Para que um partido político possa exercer a atividade partidária, inclusive com a possibilidade de
participar das eleições, deve ter seu estatuto registrado na forma da Lei Civil.
B) É vedado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superiores a um
ano, com vistas a candidatura a cargos eletivos.
C) Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais antiga, devendo a Justiça Eleitoral
determinar o cancelamento das demais.

267
353
D) O partido político deverá aplicar no mínimo 5% do total dos recursos oriundos do Fundo Partidário, na
criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres.
E) As despesas de contratação advocatícia e de serviços para atuação jurisdicional em processos judiciais e
administrativos que envolvam candidatos do partido, eleitos ou não, relacionados exclusivamente ao
processo eleitoral, custeadas pelo partido político com recursos do Fundo Partidário, deverão ser ressarcidas
ao erário.

Comentários

A assertiva A é incorreta. A pessoa jurídica é registrada na forma da lei civil, mas o estatuto é registrado no
TSE, conforme o art. 7º, § 2º, da Lei n. 9.096/1995:

Art. 7º [...]

§ 2º Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode
participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito
ao rádio e à televisão, nos termos fixados nesta Lei.

A assertiva B é incorreta. Os partidos podem fixar prazo de filiação superior ao previsto em lei, com vistas a
candidatura de cargos eletivos, de acordo com o art. 20:

Art. 20. É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação
partidária superiores aos previstos nesta Lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos.

A assertiva C é incorreta. No caso de coexistência de filiações, prevalece a mais recente:

Art. 22. [...]

Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente,


devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais. (Redação
dada pela Lei nº 12.891, de 2013)

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Percentual mínimo a ser fixado pelo órgão nacional
de direção partidária, que deve ser de no mínimo 5%, será aplicado na criação e manutenção de programas
de promoção e difusão da participação política das mulheres:

Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:

V - na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política


das mulheres, criados e executados pela Secretaria da Mulher ou, a critério da agremiação,
por instituto com personalidade jurídica própria presidido pela Secretária da Mulher, em
nível nacional, conforme percentual que será fixado pelo órgão nacional de direção
partidária, observado o mínimo de 5% (cinco por cento) do total; (Redação dada
pela Lei nº 13.877, de 2019)

268
353
A assertiva E é incorreta. É possível a aplicação dos recursos do fundo partidário na contratação de serviços
de advocatícia:

Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:

VIII - na contratação de serviços de consultoria contábil e advocatícia e de serviços para


atuação jurisdicional em ações de controle de constitucionalidade e em demais processos
judiciais e administrativos de interesse partidário, bem como nos litígios que envolvam
candidatos do partido, eleitos ou não, relacionados exclusivamente ao processo
eleitoral; (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

110. (VUNESP/MPE-RJ - 2022) A respeito da criação e do registro dos partidos políticos, com base na Lei
no 9.096/95, assinale a alternativa correta.
A) O requerimento do registro de partido político, dirigido ao TSE, deverá ser acompanhado de cópia
autenticada ata da reunião de fundação do partido e exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro
teor, o programa e o estatuto.
B) Protocolado o pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral, o processo respectivo, no prazo de
quarenta e oito horas, é distribuído a um Relator, que, ouvida a Procuradoria-Geral, em dez dias, determina,
em igual prazo, diligências para sanar eventuais falhas do processo.
C) O requerimento do registro de partido político deve ser subscrito pelos seus fundadores, em número
nunca inferior a 101 (cento e um), com domicílio eleitoral em, no mínimo, 2/3 (dois terços) dos Estados.
D) Exclusivamente as alterações estatutárias, após registradas no Ofício Civil competente, devem ser
encaminhadas, para o mesmo fim, ao Tribunal Superior Eleitoral.
E) O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas
do Distrito Federal, deve ser acompanhado da relação dos fundadores com o nome completo, estado civil,
naturalidade, número do título eleitoral, CPF, profissão, e-mail e endereço da residência, sob pena de
indeferimento.

Comentários

A assertiva A é incorreta. A alternativa omitiu um dos requisitos, que é a relação dos fundadores, de acordo
com o art. 8º da Lei n. 9.096/1995:

Art. 8º O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do


Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos seus
fundadores, em número nunca inferior a 101 (cento e um), com domicílio eleitoral em, no
mínimo, 1/3 (um terço) dos Estados, e será acompanhado de:

I - cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido;

II - exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o estatuto;

269
353
III - relação de todos os fundadores com o nome completo, naturalidade, número do título
eleitoral com a Zona, Seção, Município e Estado, profissão e endereço da residência."

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. É o que prevê o art. 9º, § 3º, da Lei n. 9.096/1995:

Art. 9º

[...]

§ 3º Protocolado o pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral, o processo respectivo,


no prazo de quarenta e oito horas, é distribuído a um Relator, que, ouvida a Procuradoria-
Geral, em dez dias, determina, em igual prazo, diligências para sanar eventuais falhas do
processo.

A assertiva C é incorreta. De acordo com o art. 8º, transcrito acima, os fundadores devem ter domicílio
eleitoral, no mínimo, em 1/3 dos Estados, não 2/3.

A assertiva D é incorreta. As alterações programáticas também devem ser encaminhadas, conforme o art.
10:

Art. 10. As alterações programáticas ou estatutárias, após registradas no Ofício Civil


competente, devem ser encaminhadas, para o mesmo fim, ao Tribunal Superior Eleitoral.

A assertiva E é incorreta. Os dados exigidos são os seguintes: nome completo, naturalidade, número do título
eleitoral com a Zona, Seção, Município e Estado, profissão e endereço da residência.

111. (VUNESP/TJ-GO - 2021) Relativamente ao registro de partido político, o Registro Civil das Pessoas
Jurídicas deverá atentar-se para o seguinte:
A) é assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento.
B)o requerimento do registro de partido político deve ser subscrito pelos seus fundadores, em número nunca
inferior a 101, com domicílio eleitoral em, no mínimo, 1/4 dos Estados, e será acompanhado de documentos
previstos em lei.
C)é vedada previsão estatutária a respeito dos critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário
entre os órgãos de nível municipal, estadual e nacional que compõem o partido.
D)o registro de diretório municipal pressupõe a existência de diretório estadual, o qual deverá ser registrado
nos serviços de Registro Civil de Pessoas Jurídicas da Comarca de Goiânia.
Comentários
A alternativa A está correta. Trata-se do artigo 3º da Lei 9.096/95.

Art. 3º É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento.

270
353
A alternativa B está incorreta. O artigo 8º exige domicílio eleitoral em no mínimo 1/3 dos estados.

Art. 8º O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do


registro civil das pessoas jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos seus
fundadores, em número nunca inferior a 101 (cento e um), com domicílio eleitoral em, no
mínimo, 1/3 (um terço) dos estados, e será acompanhado de:

A alternativa C está incorreta. Segundo o inciso VIII do art. 15 da LPP o estatuto deve prever os critérios de
distribuição dos recursos do Fundo Partidário.

Art. 15

VIII – critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível
municipal, estadual e nacional que compõem o partido;

A alternativa D está incorreta. Essa assertiva trata de matéria específica para concursos de cartório. O tema
é tratado na Código de Normas dos serviços notariais. O registro de diretório municipal deve ser feito na
circunscrição que será abrangida. Além disso, não se exige o diretório estadual são esferas independentes.
112. (VUNESP/Câmara de Boituva - SP - 2020) Com relação ao controle de arrecadação e prestação de
contas dos partidos políticos, é correto afirmar que
A) o partido está obrigado a enviar, semestralmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do exercício
semestral anterior.
B) a desaprovação da prestação de contas do partido ensejará na impossibilidade de participar do pleito
eleitoral seguinte à decisão.
C) a fiscalização da Justiça Eleitoral na prestação de contas dos partidos não vincula à análise da designação
de dirigentes partidários específicos para movimentar recursos financeiros nas campanhas eleitorais, por se
tratar de informação preexistente constante dos Estatutos da agremiação.
D) para o exame das prestações de contas dos partidos políticos, o sistema de contabilidade deve gerar e
disponibilizar os relatórios para conhecimento da origem das receitas e das despesas.
E) os relatórios emitidos pelas áreas técnicas dos tribunais eleitorais devem ser fundamentados com base na
legislação eleitoral e nas normas de contabilidade, podendo opinar sobre sanções a serem aplicadas aos
partidos políticos na hipótese de violação grave, que serão aceitas ou não pelos magistrados responsáveis
pelo julgamento das referidas contas.
Comentários
A alternativa A está incorreta. O balanço contábil deve ser enviado anualmente conforme o artigo 32 da LPP.

Art. 32. O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil
do exercício findo, até o dia 30 de junho do ano seguinte.

A alternativa B está incorreta. A desaprovação das contas não pode ensejar sanção que impeça o partido
de participar do pleito.

271
353
Art. 32, § 5º A desaprovação da prestação de contas do partido não ensejará sanção alguma
que o impeça de participar do pleito eleitoral.

A alternativa C está incorreta. de acordo com o inciso I do art. 34 da LPP haverá a obrigatoriedade da
designação de dirigentes partidários específicos para movimentar os recursos financeiros nas campanhas.

Art. 34. A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a prestação de contas do partido e
das despesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas refletem adequadamente a
real movimentação financeira, os dispêndios e os recursos aplicados nas campanhas
eleitorais, exigindo a observação das seguintes normas:

I – obrigatoriedade de designação de dirigentes partidários específicos para movimentar


recursos financeiros nas campanhas eleitorais;

A alternativa D está correta. Trata-se do artigo 34 §4º da Lei 9.096/95.

Art. 34

(...)

§ 4º Para o exame das prestações de contas dos partidos políticos, o sistema de


contabilidade deve gerar e disponibilizar os relatórios para conhecimento da origem das
receitas e das despesas.

A alternativa E está incorreta. O juiz deve decidir as sanções que devem ser aplicadas, conforme o §5º do
art. 34 da LPP, sendo vedado para a área técnica do tribunal opinar sobre o assunto.

Art. 34

(...)

§ 5º Os relatórios emitidos pelas áreas técnicas dos tribunais eleitorais devem ser
fundamentados estritamente com base na legislação eleitoral e nas normas de
contabilidade, vedado opinar sobre sanções aplicadas aos partidos políticos, cabendo aos
magistrados emitir juízo de valor.

113. (VUNESP/AVAREPREV - SP - 2020) A respeito da infidelidade partidária, é correto afirmar que ela é
causa da perda do mandato
A) quando um Deputado é filiado a um partido e deixa a legenda em razão deste ter sido incorporado por
outro partido político.
B) na hipótese de um Deputado ou Senador se desfiliar de uma legenda partidária para ingressar em um
novo partido recém-criado.
C) se um Deputado se desfilia do seu partido, sem justa causa, o que não ocorre quando a desfiliação se dá,
por exemplo, por parte de Prefeito e Governador.

272
353
D) na hipótese de um parlamentar se desfiliar do seu partido, simplesmente porque a agremiação praticou
substancial mudança do seu programa.
E) pela mera desfiliação partidária de Vereador, ainda que este tenha se desligado da legenda por conta de
grave discriminação pessoal.
Comentários
A alternativa A foi considerada incorreta. A resolução 22.610/2007 trazia essa hipótese como justa causa
para a desfiliação, porém com a lei 13.165/2015 que incluiu o art. 22-A na LPP entende-se que deixou de ser
justa causa por não estar prevista no rol legal. Assim, essa é uma alternativa polêmica.
A alternativa B está incorreta. A desfiliação para ingressar em um novo partido não é considerado justa
causa, mas preste atenção que a assertivo trouxe o senador, cargo eleito pelo sistema majoritário, tornando
a assertiva incorreta.
A alternativa C está correta. Não há infidelidade partidária quando se trata de cargo eleito pelo sistema
majoritário.

Súmula 67, TSE: A perda do mandato em razão da desfiliação partidária não se aplica aos
candidatos eleitos pelo sistema majoritário.

A alternativa D está incorreta. A mudança substancial do programa partidário é justa causa prevista no
parágrafo único do artigo 22-A da LPP.
A alternativa E está incorreta. A grave discriminação pessoal também se encontra prevista no rol do
parágrafo único do artigo 22- A da LPP.
114. (VUNESP/TJ-MS - 2019) Assinale a alternativa correta quanto aos partidos políticos, filiação e
fidelidade partidária.
a) Para que um novo partido político possa participar das eleições, deve seu estatuto estar registrado no
Tribunal Superior Eleitoral um ano antes do pleito e tenha, até a data da convenção, órgão de direção
constituído na circunscrição, de acordo com o respectivo estatuto.
b) Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente: a mudança substancial ou desvio
reiterado do programa partidário; a grave discriminação política pessoal e a mudança de partido efetuada
durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição,
majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente.
c) Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido o registro definitivo
do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, dois anos.
d) O dirigente partidário pelo órgão partidário é responsável civil e criminal pelas contas do partido e
eventuais dívidas apuradas em prestação de contas impedirão que o referido órgão receba recurso do fundo
partidário.
e) O filiado a partido político que não é candidato não possui legitimidade e interesse para impugnar pedido
de registro de coligação partidária da qual é integrante, em razão de eventuais irregularidades havidas em
convenção.
Comentários

273
353
A alternativa A está incorreta. O art. 4º da Lei das eleições determina que o partido deve ter registrado seu
estatuto no TSE pelo menos 6 meses antes do pleito.

Atenção!!! Este artigo sofreu recente modificação pela Lei nº 13.488/2017, o prazo anterior era de 1 ano.

Art. 4º Poderá participar das eleições o partido que, até seis meses antes do pleito, tenha
registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral, conforme o disposto em lei, e tenha,
até a data da convenção, órgão de direção constituído na circunscrição, de acordo com o
respectivo estatuto.

A alternativa B está correta. De acordo como art. 22-A da LPP, já citado em questões anteriores.

A alternativa C está incorreta. O art. 29§9º da LPP exige que o partido tenha obtido o registro definitivo há
pelo menos 5 anos.

§ 9º Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam


obtido o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos.

A alternativa D está incorreta. Os parágrafos 13 e 15 do art. 37 da LPP tratam da responsabilidade dos


dirigentes partidários. Para que eles sejam responsabilizados as irregularidades devem ser graves e
insanáveis, a conduta dolosa e deve gerar enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio público. Além disso,
há previsão expressa que as irregularidades não impedem que o órgão partidário receba recurso do Fundo
Partidário.

§ 13. A responsabilização pessoal civil e criminal dos dirigentes partidários decorrente da


desaprovação das contas partidárias e de atos ilícitos atribuídos ao partido político
somente ocorrerá se verificada irregularidade grave e insanável resultante de conduta
dolosa que importe enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio do partido.

§ 15. As responsabilidades civil e criminal são subjetivas e, assim como eventuais dívidas
já apuradas, recaem somente sobre o dirigente partidário responsável pelo órgão
partidário à época do fato e não impedem que o órgão partidário receba recurso do Fundo
Partidário.

A alternativa E está incorreta. A súmula 53 do TSE trata desta matéria. Veja o texto abaixo:

Súmula 53 TSE - O filiado a partido político, ainda que não seja candidato, possui
legitimidade e interesse para impugnar pedido de registro de coligação partidária da qual
é integrante, em razão de eventuais irregularidades havidas em convenção.

115. (VUNESP/TJ - 2019) A respeito da filiação e da fidelidade partidária, assinale a alternativa correta.
a) O ocupante do cargo de Senador poderá mudar de partido, no curso do mandato, sem que a sua conduta
implique na perda do cargo por infidelidade partidária.

274
353
b) Em decorrência do princípio democrático e da necessidade de se fomentar a participação dos cidadãos na
atividade política, o Supremo Tribunal Federal considera válida a candidatura de indivíduo que não possua
filiação partidária.
c) O ocupante do cargo de Vereador pode mudar de partido, sem perder o seu cargo, caso o seu partido seja
fundido com outra legenda partidária.
d) Para concorrer a mandato eletivo, o candidato deverá filiar-se a um partido com antecedência mínima de
12 (doze) meses.
e) O mandato parlamentar conquistado no sistema eleitoral proporcional pertence ao candidato eleito.
Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A súmula 67 do TSE afirma que a perda do mandato
por desfiliação partidária não afeta candidatos eleitos pelo sistema majoritário. O senador, embora faça
parte do Poder Legislativo, é eleito pelo sistema majoritário conforme preconiza o art. 46 da CF.

Súmula 67 -TSE

A perda do mandato em razão da desfiliação partidária NÃO SE APLICA aos candidatos


eleitos pelos SISTEMA MAJORITÁRIO

A alternativa B está incorreta. A filiação partidária é dos requisitos de elegibilidade exigidos pela constituição
federal. Relembre mais uma vez o texto do §3º do art. 14 da CF.

§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno exercício dos direitos políticos;

III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

V - a filiação partidária;

VI - a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

275
353
A alternativa C está incorreta. O vereador é eleito pelo sistema proporcional, portanto não se enquadra na
regra da Súmula 67 do TSE. Para mudar de partido sem perder o mandato a causa da mudança deve estar
prevista no art. 22-A da LPP como sendo uma justa causa e a fusão com outra legenda partidária não está
prevista neste rol.

A alternativa D está incorreta. O prazo mínimo de filiação exigido é de 6 meses e não 1 ano, conforme
determina o art. 9º da Lei das eleições.

Art. 9ºPara concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na


respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo
partido no mesmo prazo.

A alternativa E está incorreta. Como já dito na eleição pelo sistema proporcional o mandato é do partido e
não do candidato.

116. (VUNESP/TJ - 2019) Assinale a alternativa correta no tocante aos partidos políticos, segundo o
disposto na Lei n° 9.096/95.
a) Não perde automaticamente a função ou cargo que exerça o parlamentar que deixar o partido sob cuja
legenda tenha sido eleito.
b) Para desligar-se do partido, basta que o filiado faça comunicação escrita ao órgão de direção municipal do
partido.
c) A filiação partidária independe de estar o eleitor no pleno gozo de seus direitos políticos.
d) Considera-se justa causa para a desfiliação partidária a mudança substancial ou desvio reiterado do
programa partidário.
Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo como art. 26 da LPP perderá a função ou cargo automaticamente.
Vejo o texto legal:

Art. 26. Perde automaticamente a função ou cargo que exerça, na respectiva Casa
Legislativa, em virtude da proporção partidária, o parlamentar que deixar o partido sob
cuja legenda tenha sido eleito.

A alternativa B está incorreta. É preciso comunicar também ao juiz eleitoral, conforme art. 21 da LPP.

Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção
municipal e ao juiz eleitoral da zona em que for inscrito.

A alternativa C está incorreta. O pleno gozo dos direitos políticos é requisito para a filiação partidária na
forma do art. 16 da LPP.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Trata-se da hipótese prevista no inciso I do parágrafo
único do art. 22-A da LPP.

276
353
117. (VUNESP/Câmara de Serrana - SP - 2019) Segundo o texto constitucional, os partidos políticos, após
adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no
a) Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais.
b) Juízo Federal de primeira instância.
c) Tribunal Regional Eleitoral.
d) Tribunal Superior Eleitoral.
e) Supremo Tribunal Federal.
Comentários

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão na forma do art. 17 §2º da CF.

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,


registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

118. (VUNESP/TJ-MT - 2018) Ao Tribunal Superior Eleitoral cabe determinar o cancelamento do registro
civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado não ter prestado as devidas contas à Justiça
Eleitoral. Sobre o presente tema, é correto afirmar que
a) despesas realizadas por órgãos partidários municipais ou estaduais ou por candidatos majoritários nas
respectivas circunscrições poderão ser cobradas judicialmente dos órgãos superiores dos partidos políticos.
b) o partido político, em nível nacional, sofrerá a suspensão das cotas do Fundo Partidário, e eventual outra
punição como consequência de atos praticados por órgãos regionais ou municipais.
c) ocorre o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido mesmo quando a omissão for dos órgãos
partidários regionais ou municipais.
d) o processo de cancelamento é iniciado pelo Tribunal à vista de denúncia de qualquer eleitor, de
representante de partido, ou de representação do procurador- -geral eleitoral.
e) a decisão judicial a que se refere o enunciado da questão não pressupõe a existência de processo regular
que assegure ampla defesa.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 28, § 4º, da Lei n. 9.096/95:

§ 4o Despesas realizadas por órgãos partidários municipais ou estaduais ou por candidatos


majoritários nas respectivas circunscrições devem ser assumidas e pagas
EXCLUSIVAMENTE pela esfera partidária correspondente, salvo acordo expresso com
órgão de outra esfera partidária.

A alternativa B também está incorreta. De acordo com o art. 28, § 3º, da Lei n. 9.096/95:

277
353
§ 3º O partido político, em nível nacional, NÃO sofrerá a suspensão das cotas do Fundo
Partidário, nem qualquer outra punição como consequência de atos praticados por órgãos
regionais ou municipais.

A alternativa C também está incorreta. Ao contrário do que se afirma, o cancelamento não ocorrerá se a
omissão for dos órgãos partidários regionais ou municipais (art. 28, § 6º, da Lei n. 9.096/95):

§ 6o O disposto no inciso III do caput refere-se apenas aos órgãos nacionais dos partidos
políticos que deixarem de prestar contas ao Tribunal Superior Eleitoral, NÃO ocorrendo o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido quando a omissão for dos órgãos
partidários regionais ou municipais.

Na alternativa D, por outro lado, está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o teor do art. 28, § 2º, da
Lei n. 9.096/95:

§ 2º O processo de cancelamento é iniciado pelo Tribunal à vista de denúncia de qualquer


eleitor, de representante de partido, ou de representação do Procurador-Geral Eleitoral.

E a alternativa E, por fim, está incorreta. Pela disposição do art. 28, § 1º, da mesma lei:

§ 1º A decisão judicial a que se refere este artigo deve ser precedida de processo regular,
que assegure ampla defesa.
119. (VUNESP/Câmara de Itaquaquecetuba-SP - 2018) A respeito da Filiação e Fidelidade Partidária, com
base na Lei n° 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos) e na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
assinale a alternativa correta.
a) Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, ainda que com justa causa, do partido
pelo qual foi eleito.
b) Não perde a função que exerce, na respectiva Casa Legislativa, em virtude da proporção partidária, o
parlamentar que deixar o partido sob cuja legenda tenha sido eleito.
c) É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos
previstos na Lei dos Partidos Políticos, com vistas a candidatura a cargos eletivos.
d) Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas a candidatura a cargos eletivos,
podem ser alterados no ano da eleição.
e) A mudança de partido político realizada após a diplomação tem por consequência a perda do mandato,
independentemente de se tratar de cargo proporcional ou majoritário.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 22-A, da Lei n° 9.096/95, perderá o mandato o detentor
de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi eleito.

A alternativa B está incorreta, pois contraria o disposto no art. 26, da referida Lei:

278
353
Art. 26. Perde automaticamente a função ou cargo que exerça, na respectiva Casa
Legislativa, em virtude da proporção partidária, o parlamentar que deixar o partido sob
cuja legenda tenha sido eleito.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 20, da Lei nº 9.096/95:

Art. 20. É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação
partidária superiores aos previstos nesta Lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos.

A alternativa D está incorreta. O parágrafo único, do art. 20, da referida Lei, estabelece que os prazos de
filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas a candidatura a cargos eletivos, não podem ser
alterados no ano da eleição.

A alternativa E está incorreta. A súmula nº 67, do TSE, prevê que a perda do mandato em razão da desfiliação
partidária não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário.

120. (VUNESP/TJSP - 2018) Em relação à imposição de sanções aos partidos, é correto afirmar que
a) a desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de devolução da importância
apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento).
b) no caso de recebimento de doações acima do limite legal, fica suspensa por 1 (um) ano a participação no
fundo partidário e será aplicada ao partido multa correspondente ao dobro do valor que exceder os limites
fixados.
c) se o partido receber recursos de origem vedada, a agremiação deixará de ter participação no fundo
partidário até que os valores sejam restituídos e satisfeita a multa que tiver sido imposta.
d) no caso de o partido receber recursos de origem não mencionada ou esclarecida, será imposta multa
equivalente ao dobro dos valores recebidos.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o art. 37, da Lei dos Partidos Políticos, Lei nº
9.096/95:

Art. 37. A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de


devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte
por cento).

As demais alternativas estão incorretas com base no art. 36 da mesma lei.

Art. 36. Constatada a violação de normas legais ou estatutárias, ficará o partido sujeito às
seguintes sanções:
I - no caso de recursos de origem não mencionada ou esclarecida, fica suspenso o
recebimento das quotas do fundo partidário até que o esclarecimento seja aceito pela
Justiça Eleitoral;

279
353
II - no caso de recebimento de recursos mencionados no art. 31, fica suspensa a
participação no fundo partidário por um ano;
III - no caso de recebimento de doações cujo valor ultrapasse os limites previstos no art.
39, § 4º, fica suspensa por dois anos a participação no fundo partidário e será aplicada ao
partido multa correspondente ao valor que exceder aos limites fixados.
121. (VUNESP/Prefeitura de Alumínio-SP - 2016) Sobre o sistema eleitoral brasileiro e a filiação
partidária, assinale a alternativa correta.
a) Estão permitidas as candidaturas avulsas, desde que o candidato esteja no gozo de seus direitos políticos.
b) Para concorrer a cargo eletivo, a filiação partidária deverá ocorrer, pelo menos, um ano antes do pleito.
c) Para se desligar de partido, o filiado deve comunicar por escrito o órgão de direção municipal e o Juiz
Eleitoral da Zona em que for inscrito.
d) Na existência de dupla filiação partidária, ambas são consideradas nulas para todos os efeitos.
e) Não perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar do partido pelo qual foi eleito, exceto
se concorrer a cargo no executivo.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 9º e art. 11 §14º, da Lei das Eleições, no Brasil não são
permitidas as chamadas candidaturas avulsas.

Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na


respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo
partido no mesmo prazo.
§ 14. É vedado o registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha filiação
partidária.

A alternativa B está incorreta. Com base no art. 9º, acima descrito, a filiação partidária deverá ocorrer, pelo
menos, seis meses antes do pleito.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o art. 21, da LPP:

Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção
municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.

A alternativa D está incorreta. Segundo o parágrafo único, do art. 22, da referida Lei, na existência de dupla
filiação partidária, prevalecerá a mais recente.

Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente,


devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

280
353
A alternativa E está incorreta. A regra é que o candidato detentor de mandato que se desfiliar do partido,
sem justa causa, perderá seu cargo. A exceção está prevista na súmula 67 do TSE que permite aos detentores
de cargos eleitos pelo sistema majoritário a mudança sem a punição. Portanto, perderá o mandato.

122. (VUNESP/Câmara de Marília-SP - 2016) Com relação aos partidos políticos, é correto afirmar que
a) a fusão ou incorporação de partidos políticos é admitida àqueles que obtiveram o registro provisório
perante o Tribunal Superior Eleitoral há pelo menos dois anos.
b) a desaprovação da prestação de contas do partido ensejará no impedimento de participação do pleito
eleitoral naquele período respectivo à eleição próxima a ser realizada.
c) é vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou
auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie,
procedente de entidade de classe ou sindical.
d) o Tribunal Superior Eleitoral dará prioridade ao partido político que possuir registro mais antigo de sua
criação, na hipótese de coincidência de data de formação de cadeia de transmissão de propaganda
partidária.
e) a propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão é assegurada aos partidos políticos apenas nos
blocos de transmissão regulados pelo Tribunal Superior Eleitoral, ficando as inserções às expensas da referida
agremiação partidária.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O §9º, do art. 29, da LPP, prevê que somente será admitida a fusão ou a
incorporação de partidos políticos que tenham obtido o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há,
pelo menos, 5 anos.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o §5º, do art. 32, da referida Lei, a desaprovação da prestação
de contas do partido não ensejará sanção alguma que o impeça de participar do pleito eleitoral.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece o art. 31, IV, da Lei nº 9.096/95:

Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou
pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de
publicidade de qualquer espécie, procedente de:
IV - entidade de classe ou sindical.

As alternativas D e E estão incorretas. Antes da Reforma de 2017 as alternativas contrariavam a legislação


em vigor. Com as alterações promovidas pela Lei 13.487/2017 não mais se falava em propaganda partidária
no rádio e na TV de modo que ambas permanecem totalmente equivocadas.

123. (VUNESP/Prefeitura de Sertãozinho-SP - 2016) Assinale a alternativa correta


a) A desaprovação das contas do partido implicará, dentre outras sanções, a da devolução da importância
apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento).

281
353
b) A falta de prestação de contas ou sua desaprovação total ou parcial implica a suspensão de novas cotas
do Fundo Partidário e sujeita os responsáveis às penas da lei.
c) A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de devolução da importância
apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento), sendo aplicada exclusivamente à
esfera partidária responsável pela irregularidade, não suspendendo o registro ou a anotação de seus órgãos
de direção partidária nem tornando devedores ou inadimplentes os respectivos responsáveis partidários.
d) Da decisão que desaprovar total ou parcialmente a prestação de contas dos órgãos partidários caberá
recurso para os Tribunais Regionais Eleitorais ou para o Tribunal Superior Eleitoral, conforme o caso, o qual
deverá ser recebido com efeito unicamente devolutivo.
e) A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de devolução da importância
apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento), sendo aplicada exclusivamente à
esfera partidária responsável pela irregularidade, suspendendo o registro ou a anotação de seus órgãos de
direção partidária e tornando devedores ou inadimplentes os respectivos responsáveis partidários.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 37, §2º, da LPP:

Art. 37. A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de


devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte
por cento).
§ 2o A sanção a que se refere o caput será aplicada exclusivamente à esfera partidária
responsável pela irregularidade, não suspendendo o registro ou a anotação de seus órgãos
de direção partidária nem tornando devedores ou inadimplentes os respectivos
responsáveis partidários.

A alternativa A está incorreta. Conforme mencionado acima, a desaprovação das contas do partido implicará
exclusivamente a sanção de devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até
20%.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 37-A, da LPP, a falta de prestação de contas implicará a
suspensão de novas cotas do Fundo Partidário enquanto perdurar a inadimplência e sujeitará os
responsáveis às penas da lei. A desaprovação gera as sanções vistas acima.

A alternativa D está incorreta. O descrito na alternativa deverá ser recebido com efeito suspensivo, e não
efeito unicamente devolutivo. Vejamos o §4º, do art. 37, da referida Lei:

§ 4o Da decisão que desaprovar total ou parcialmente a prestação de contas dos órgãos


partidários caberá recurso para os Tribunais Regionais Eleitorais ou para o Tribunal
Superior Eleitoral, conforme o caso, o qual deverá ser recebido com efeito suspensivo.

A alternativa E está incorreta. O §2º, do art. 37, já mencionado, estabelece que não se suspende o registro
ou a anotação de seus órgãos de direção partidária tampouco torna devedores ou inadimplentes os
respectivos responsáveis partidários.

282
353
124. (VUNESP/Prefeitura de Registro-SP - 2016) Assinale a alternativa correta.
a) A mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário e a grave discriminação política pessoal
não são consideradas justa causa para a desfiliação partidária.
b) Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita apenas ao órgão de direção municipal, não
se exigindo a comunicação ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
c) Considera-se justa causa para a desfiliação partidária a mudança de partido efetuada durante o período
de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou
proporcional, ao término do mandato vigente.
d) Para concorrer às eleições o candidato deverá estar com a filiação partidária deferida pelo partido no
mínimo um ano antes da data da eleição.
e) É vedado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superior ao prazo
estabelecido pela Lei no 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos), com vista à candidatura a cargos eletivos.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 22-A, parágrafo único, I e II, da LPP, a mudança
substancial ou desvio reiterado do programa partidário e a grave discriminação política pessoal são
consideradas justa causa para a desfiliação partidária.

Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as


seguintes hipóteses:
II - grave discriminação política pessoal
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;

A alternativa B está incorreta. Com base no art. 21, da referida Lei, para desligar-se do partido, além da
comunicação escrita ao órgão de direção municipal, exige-se também a comunicação ao Juiz Eleitoral da
Zona em que for inscrito.

Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção
municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz o art. 22-A, parágrafo único, III, da Lei
nº 9.096/95:

Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as


seguintes hipóteses:
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término
do mandato vigente.

283
353
A alternativa D está incorreta. O art. 9º, da Lei nº 9.504/97, estabelece que, para concorrer às eleições, o
candidato deverá estar com a filiação partidária deferida pelo partido no mínimo seis meses antes da data
da eleição, além de possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo mesmo prazo.

Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na


respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo
partido no mesmo prazo.

A alternativa E está incorreta. Segundo o art. 20, da LPP, é permitido ao partido político estabelecer, em seu
estatuto, prazos de filiação partidária superior ao prazo estabelecido pela Lei nº 9.096/95, com vista à
candidatura a cargos eletivos.

Art. 20. É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação
partidária superiores aos previstos nesta Lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos.
125. (VUNESP/Câmara Municipal de Poá-SP - 2016) Quando o filiado pretende desligar-se do partido
político, é necessário
a) comunicar ao partido a falta de interesse na filiação, sem demais formalidades.
b) deixar de pagar sua contribuição partidária por três meses consecutivos, independentemente de outras
formalidades.
c) deixar de comparecer a três assembleias ordinárias ou extraordinárias, o que acarreta sua desfiliação
tácita.
d) comunicar por escrito ao órgão de direção municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
e) protocolizar pedido de desfiliação partidária junto ao órgão estadual de direção.

Comentários

De acordo com o art. 21, da LPP, para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de
direção municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.

Assim, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

126. (VUNESP/Prefeitura de Rosana-SP - 2016) A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a prestação
de contas do partido, exigindo a observação da
a) obrigatoriedade de constituição de comitês e designação de dirigentes partidários específicos, para
movimentar recursos financeiros nas campanhas eleitorais.
b) caracterização da responsabilidade dos dirigentes do partido e comitês, inclusive do tesoureiro, que
responderão, civil e criminalmente, por quaisquer irregularidades.
c) obrigatoriedade de ser conservada pelo partido, por prazo não inferior a cinco anos, a documentação
comprobatória de suas prestações de contas.
d) escrituração contábil, com documentação que comprove a entrada e saída de dinheiro ou de bens
recebidos e aplicados.

284
353
e) obrigatoriedade de prestação de contas, pelo partido político, seus comitês e candidatos, no
encerramento da campanha eleitoral.

Comentários

Com base no art. 34, IV, da Lei dos Partidos Políticos, a Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a prestação
de contas do partido, exigindo a observação da obrigatoriedade de ser conservada pelo partido, por prazo
não inferior a cinco anos, a documentação comprobatória de suas prestações de contas.

Art. 34. A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a prestação de contas do partido e
das despesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas refletem adequadamente a
real movimentação financeira, os dispêndios e os recursos aplicados nas campanhas
eleitorais, exigindo a observação das seguintes normas:
IV - obrigatoriedade de ser conservada pelo partido, por prazo não inferior a cinco anos, a
documentação comprobatória de suas prestações de contas;

Desse modo, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

FGV

127. (FGV/TJ-PR - 2021) As mulheres hoje representam mais da metade do eleitorado brasileiro, mas
ainda ocupam menos de 10% dos assentos nas casas legislativas.
Na busca da almejada igualdade de representação de gênero, a legislação eleitoral e a Justiça Eleitoral,
através da edição de resoluções, instruções e portarias regulamentares e nas respostas às consultas que lhes
são formuladas, vêm tentando fomentar a maior participação das mulheres no cenário político nacional.
Diante do exposto, é correto afirmar que:
A) a Emenda Constitucional nº 97/2017 estabeleceu o fim das coligações partidárias nas eleições para cargos
proporcionais a partir do pleito municipal de 2020. Assim, cada agremiação, no ato do pedido de registro de
candidatura, além do Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP), deverá apresentar sua lista
de candidatos, observados os percentuais da cota de gênero;
B) a candidata, ao receber a verba oriunda da reserva de recursos do Fundo Especial de Financiamento de
Campanha (FEFC) destinada ao custeio das candidaturas femininas, pode utilizá-la no interesse exclusivo de
sua campanha, em outras campanhas femininas ou exclusivamente para financiar candidaturas masculinas;
C) a utilização de verba oriunda da reserva de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha
(FEFC) destinada ao custeio das candidaturas femininas para o pagamento de despesas comuns com
candidatos do gênero masculino, ou a transferência ao órgão partidário de verbas destinadas ao custeio da
sua cota-parte em despesas coletivas, caracteriza emprego ilícito de recursos do FEFC pelo desvirtuamento
da finalidade das cotas de gênero;
D) a previsão de reserva de vagas para candidaturas proporcionais aplica-se à composição das comissões
executivas e diretórios nacionais, estaduais e municipais dos partidos políticos, de suas comissões provisórias
e demais órgãos equivalentes, e sua inobservância acarreta o indeferimento dos pedidos de anotação dos
órgãos de direção partidária formulados junto à Justiça Eleitoral;

285
353
E) a formalização de renúncia por candidata, após o transcurso do prazo para substituição das candidaturas,
previsto no Art. 13, § 3º, da Lei nº 9.504/1997, acarreta penalização ao partido político por burlar a regra de
observância aos percentuais de gênero.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 2º da Emenda &Constitucional
n. 97/2017, a vedação à celebração de coligações nas eleições proporcionais aplica-se a partir das eleições
de 2020:

EC 97/17:

Art. 2º. A vedação à celebração de coligações nas eleições proporcionais, prevista no §1º
do art. 17 da Constituição Federal, aplicar-se-á a partir das eleições de 2020.

No mais, de acordo com o art. 10, § 3º, da Lei n. 9.504/1997, cada partido ou coligação pode registrar
candidatos aos órgãos legislativos, excetuado o Senado, observando percentual mínimo e máximo para
candidaturas de cada sexo:

Lei 9.504/97.

Art. 10. Cada partido ou coligação poderá registrar candidatos para a Câmara dos
Deputados, a Câmara Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais no
total de até 150% (cento e cinquenta por cento) do número de lugares a preencher, salvo:

§ 3º Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou
coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por
cento) para candidaturas de cada sexo.

A alternativa B está incorreta. É ilícita a tredestinação da verba oriunda do FEFC destinada a candidaturas
femininas, o que inclui a sua destinação para financiar candidaturas masculinas, de acordo com o art. 17, §
6º, da Resolução n. 23.607 /2019 do TSE:

Art. 17. [...]

§ 6º A verba do Fundo Especial de Financiamento das Campanhas (FEFC) destinada ao


custeio das campanhas femininas e de pessoas negras deve ser aplicada exclusivamente
nestas campanhas, sendo ilícito o seu emprego no financiamento de outras campanhas não
contempladas nas cotas a que se destinam. (Redação dada pela Resolução nº 23.665/2021)

A alternativa C está incorreta. O que o § 6º impede é a destinação dos recursos às candidaturas, mas não há
empecilho à sua utilização em outras despesas comuns, desde que as campanhas femininas e de pessoas
negras também sejam beneficiadas. Isso está previsto no art. 17, § 7º, Resolução n. 23.607 /2019 do TSE:

Art. 17. [...]

286
353
§ 7º O disposto no § 6º deste artigo não impede: o pagamento de despesas comuns com
candidatos do gênero masculino e de pessoas não negras; a transferência ao órgão
partidário de verbas destinadas ao custeio da sua cota-parte em despesas coletivas, desde
que haja benefício para campanhas femininas e de pessoas negras. (Redação dada pela
Resolução nº 23.665/2021)

A alternativa D está incorreta. Respondendo a consulta, o TSE entendeu que a reserva de vagas se aplica
inclusive à composição das comissões executivas e diretórios nacionais, estaduais e municipais dos partidos
políticos, de suas comissões provisórias e demais órgãos equivalentes. No entanto, esse entendimento, de
acordo com o próprio TSE, não tem eficácia vinculante, e, por isso, não pode gerar impedimento à anotação
dos órgãos partidários:

Consulta respondida afirmativamente quanto ao primeiro quesito, nos seguintes termos: a


previsão de reserva de vagas para a disputa de candidaturas proporcionais, inscrita no § 3º
do artigo 10 da Lei nº 9.504/97, deve ser observada para a composição
das comissões executivas e diretórios nacionais, estaduais e municipais dos partidos
políticos, de suas comissões provisórias e demais órgãos equivalentes. Apelo ao legislador
para que a obrigatoriedade da reserva de gênero de 30% para as candidaturas dos órgãos
internos dos partidos políticos seja incluída na legislação, com a previsão de sanções às
legendas que não a observarem. Ofício ao Congresso Nacional, nos termos deliberados
pelo Plenário, a partir de proposta do Ministro Luís Roberto Barroso.

Consulta respondida negativamente quanto ao segundo quesito porquanto a resposta


afirmativa ao primeiro quesito não se reveste de vinculatividade normativa
nem de natureza sancionatória. Na hipótese de inobservância da regra do art. 10, § 3º, da
Lei nº 9.504/97 na composição dos diretórios e comissões dos partidos políticos, os
pedidos de anotação dos órgãos de direção partidária serão analisados caso a caso pela
Justiça Eleitoral.

CtaEl - Consulta nº 060381639 - BRASÍLIA – DF Acórdão de 19/05/2020 Relator(a) Min. Rosa


Weber

A alternativa E está incorreta. O TSE firmou jurisprudência no sentido de que, se já tiver sido ultrapassado o
prazo para substituição das candidaturas, não se pode penalizar o partido por inobservância das quotas de
gênero, pois não era, então, juridicamente viável a substituição:

Representação. Eleição proporcional. Percentuais legais por sexo. Alegação.


Descumprimento posterior. Renúncia de candidatas do sexo feminino.

1. Os percentuais de gênero previstos no art. 10, § 3º, da Lei nº 9.504/97 devem ser
observados tanto no momento do registro da candidatura, quanto em eventual
preenchimento de vagas remanescentes ou na substituição de candidatos, conforme
previsto no § 6º do art. 20 da Res.-TSE nº 23.373.

287
353
2. Se, no momento da formalização das renúncias por candidatas, já tinha sido ultrapassado
o prazo para substituição das candidaturas, previsto no art. 13, § 3º, da Lei nº 9.504/97,
não pode o partido ser penalizado, considerando, em especial, que não havia possibilidade
jurídica de serem apresentadas substitutas, de modo a readequar os percentuais legais de
gênero.

Recurso especial não provido.

RESPE - Recurso Especial Eleitoral nº 21498 - HUMAITÁ – RS Acórdão de 23/05/2013


Relator(a) Min. Henrique Neves Da Silva

128. (FGV/TJ-MG - 2022) Para relacionar o Direito Eleitoral com os partidos políticos, assinale a
afirmativa correta.
A) A partir da edição da Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95) e da alteração do Código Civil Brasileiro
pela Lei nº 10.825/2003, os partidos políticos são considerados pessoas jurídicas de direito privado; todavia,
sendo relevante seu papel no Estado Democrático de Direito, os partidos políticos ocupam posição de
destaque no campo do Direito Eleitoral.
B) A partir da edição da Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95) e da alteração do Código Civil Brasileiro
pela Lei nº 10.825/2003, os partidos políticos são considerados pessoas jurídicas de direito público e estão
abrangidos de modo integral no campo do Direito Eleitoral.
C) A partir da edição da Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95) e da alteração do Código Civil Brasileiro
pela Lei nº 10.825/2003, os partidos políticos são considerados pessoas jurídicas de direito público; não
obstante, sua abrangência ao campo do Direito Eleitoral é parcial.
D) A partir da edição da Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95) e da alteração do Código Civil Brasileiro
pela Lei nº 10.825/2003, os partidos políticos são considerados pessoas jurídicas de direito privado; todavia,
sendo relevante seu papel no Estado Democrático de Direito, toda a matéria relativa aos partidos políticos
está no âmbito da competência da Justiça Eleitoral.

Comentários

Os partidos políticos, de acordo com o art. 44, V, do Código Civil, são pessoas jurídicas de direito privado.

CÓDIGO CIVIL

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

O art. 1º, da Lei n. 9.096/1995 prevê o mesmo:

Lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos)

288
353
Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no
interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.

No entanto, apesar de serem pessoas privadas, os partidos têm posição de destaque no direito eleitoral, pois
participam ativamente do processo eleitoral. Pode-se dizer que os partidos são pessoas jurídicas de direito
privado que realizam atividade de interesse público.

Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

129. (FGV/ALE-RO - 2018) Quinze diretórios regionais do partido político Alfa, distribuídos em todas as
regiões do País, tiveram suas contas anuais, concernentes à utilização dos recursos do Fundo Partidário,
rejeitadas pela Justiça Eleitoral. Considerando a sistemática estabelecida pela Lei nº 9.096/95, é correto
afirmar que as a suspensão das cotas do Fundo Partidário alcançará
a) apenas os quinze diretórios regionais.
b) a integralidade dos diretórios do Partido Político Alfa.
c) os quinze diretórios regionais e os diretórios municipais do respectivo território.
d) o diretório nacional, os quinze diretórios regionais e os diretórios municipais do respectivo território.
e) os diretórios regionais que tenham reincidido em irregularidades que ensejaram a rejeição das contas.

Comentários

Como vimos em aula, a regra é que as punições aplicadas a determinado diretório regional atinjam somente
esse diretório. É o que disciplina o art. 28, §§ 3º e 4º, da Lei dos Partidos Políticos (Lei n. 9.096/95):

§ 3º O partido político, em nível nacional, não sofrerá a suspensão das cotas do Fundo
Partidário, nem qualquer outra punição como consequência de atos praticados por órgãos
regionais ou municipais.
§ 4o Despesas realizadas por órgãos partidários municipais ou estaduais ou por candidatos
majoritários nas respectivas circunscrições devem ser assumidas e pagas exclusivamente
pela esfera partidária correspondente, salvo acordo expresso com órgão de outra esfera
partidária.

Sendo assim, está correta a alternativa A, gabarito da questão, que afirma que a suspensão das quotas do
fundo atingirá somente os quinze diretórios regionais.

130. (FGV/CM Salvador - 2018) Maria há anos estava filiada ao Partido Político Delta. Com a alteração
de suas concepções ideológicas, decidiu filiar-se ao partido Alfa, sem que tivesse sido previamente
providenciada a desfiliação do Partido Delta. Na segunda quinzena de outubro do ano da nova filiação,
ambos os Partidos Políticos encaminharam, à Justiça Eleitoral, a relação com o nome de todos os seus
filiados.
À luz da legislação eleitoral vigente, a Justiça Eleitoral deve:

289
353
a) determinar o cancelamento de ambas as filiações;
b) intimar Maria para que opte por uma das filiações;
c) determinar o cancelamento da filiação mais recente;
d) cancelar, pela infidelidade, o alistamento eleitoral de Maria;
e) determinar o cancelamento da filiação mais antiga.

Comentários

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o parágrafo único, do art. 22, da Lei
dos Partidos Políticos, havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a
Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

Ou seja, na prática só se considera duplicidade quando a filiação ocorrer no mesmo dia, se ocorrer em dias
diferentes o sistema automaticamente cancela a mais antiga.

131. (FGV/ALE-RO - 2018) O diretório nacional do Partido Político Alfa (PPA), registrado definitivamente
há quatro anos e que já contava com representantes na Câmara dos Deputados, e um diretório regional
do Partido Político Beta (PPB) decidiram que este último seria incorporado por aquele.
À luz da sistemática vigente, é correto afirmar que a incorporação, nas circunstâncias da narrativa
a) não apresentou qualquer vício em relação aos atos já praticados.
b) apresenta, como única falha, o fato de não ter sido ajustada pelo diretório nacional do PPA.
c) apresenta, como única falha, o fato de não ter sido autorizada pela Justiça Eleitoral.
d) apresenta, como falhas, a ausência de manifestação do diretório nacional do PPB e de o PPA ter sido
registrado definitivamente há menos de cinco anos.
e) apresenta, como falhas, a ausência de manifestação do diretório nacional do PPB e da Justiça Eleitoral, e
de o PPA ter sido registrado definitivamente há menos de cinco anos.

Comentários

Vejamos o que dispõe o art. 29, §§ 2º e 9º da Lei dos Partidos Políticos:

§ 2º No caso de incorporação, observada a lei civil, caberá ao partido incorporando


deliberar por maioria absoluta de votos, em seu órgão nacional de deliberação, sobre a
adoção do estatuto e do programa de outra agremiação.
§ 9º Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido
o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos.

Ou seja, para a incorporação, nas circunstâncias trazidas pela questão, deveria haver manifestação do
diretório nacional do PPB e o PPA deveria ter sido registrado definitivamente no TSE há pelo menos cinco
anos.

Dessa forma, a alternativa D está correta é o gabarito da questão.

290
353
CONSULPLAN

132. (CONSULPLAN/Câmara de Arcos - MG - 2020) Sobre as disposições da Lei nº 9.096, de 19 de


setembro de 1995 – Lei dos Partidos Políticos – assinale a afirmativa INCORRETA. .
A) É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento.
B) É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de organização da mesma
natureza e adotar uniforme para seus membros.
C) O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no interesse do regime
democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na
Constituição Federal
D) Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional, considerando-se como
tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento de eleitores já filiados a partido político,
correspondente a, pelo menos, 0,5% dos votos dados na última eleição geral para o Senado Federal,
computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo
de 0,1% do eleitorado que haja votado em cada um deles.

Comentários

Vejamos cada uma das alternativas:

A alternativa A está correta. Conforme o art. 3º da LPP.

Art. 3º - É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento.

A alternativa B está correta. O art. 6º da LPP veda instrução militar ou paramilitar e uso de uniformes.

Art. 6º - É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se


de organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.

A alternativa C está correta. Trata-se do texto do art. 1º da LPP.

Art. 1º - O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no


interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.

A alternativa D está incorreta e é o gabarito da questão. O parágrafo 1º do art. 7º da LPP prevê o apoiamento
de eleitores não filiados, não se computam os votos em brando e nulos e por fim o parâmetro é a eleição de
deputados e não senador como afirmado.

Art. 7º, § 1º - Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter
nacional, considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o

291
353
apoiamento de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos,
0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou
mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja
votado em cada um deles.

133. (CONSULPLAN/TRE-MG - 2013) Atualmente, há cerca de 30 partidos políticos regularmente


registrados e em funcionamento no Brasil. Trata-se de pessoas jurídicas de direito privado que
desempenham importante papel no concerto democrático. A respeito das regras aplicáveis aos partidos
políticos, assinale a alternativa correta.
a) Os recursos do Fundo Partidário são distribuídos, de forma paritária, aos órgãos nacionais de todos os
partidos.
b) É expressamente vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar e adotar uniforme
para seus membros.
c) O partido político, após adquirir personalidade jurídica, registra seu estatuto no Tribunal Regional Eleitoral
do Estado em que funcionar sua sede.
d) Diante do interesse público inerente a sua atuação, ao partido político não se assegura autonomia para
definir sua estrutura interna, organização e funcionamento, que são inteiramente delimitados pela Justiça
Eleitoral.
e) É livre a criação, fusão e incorporação de partidos políticos cujos programas respeitem a soberania
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana. A
extinção de um partido, no entanto, depende de aprovação do Congresso Nacional.

Comentários

Vejamos cada uma das alternativas:

A alternativa A está incorreta, pois apenas 5% dos recursos do Fundo Partidário serão distribuídos de forma
paritária. O restante, 95%, será distribuído proporcionalmente aos partidos com representação na Câmara
dos Deputados, segundo entendimento do STF.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão em razão do que prevê o art. 6º, da Lei dos Partidos
Políticos.

Art. 6º É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de


organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.

A alternativa C está incorreta, pois, como vimos exaustivamente, após adquirir personalidade na forma da
lei civil, os partidos políticos devem registrar seus estatutos no TSE.

A alternativa D também está incorreta, uma vez que aos partidos políticos é assegurada a autonomia, nos
termos do art. 3º, da LPP:

292
353
Art. 3º É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento.

Registre-se que esse dispositivo é reprodução do art. 17, da CF.

Por fim, a alternativa E está incorreta, dado que não é necessária a aprovação pelo Legislativo para que
ocorra a extinção.

134. (CONSULPLAN/TRE-MG - 2015) Os partidos políticos são dotados de autonomia e devem, nos seus
estatutos, regular a disciplina e fidelidade partidárias. Após a sua regular constituição de acordo com a lei
civil deve, de acordo com a Constituição Federal, registrar seu estatuto no(a):
a) Junta Eleitoral
b) Circunscrição Eleitoral
c) Tribunal Superior Eleitoral
d) Tribunal Regional Eleitoral

Comentários

Os partidos políticos constituem instituição fundamental do nosso sistema eleitoral e estão disciplinados
expressamente no art. 17, da CF. Em relação ao registro dos partidos políticos, prevê o §2º:

§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,


registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

Segundo o Texto Constitucional, os partidos políticos – pessoas jurídicas de direito privado – após se
constituírem de acordo com a legislação civil, deverão registrar seus estatutos no TSE.

Logo, a alternativa C é a correta e gabarito da questão.

135. (CONSULPLAN/TRE-MG - 2013) Segundo o Art. 31 da Lei nº 9.096, de 1995, é vedado ao partido
receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou
estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie, procedente de pessoas ou
entidades enumeradas em seus incisos. Assinale, dentre as hipóteses a seguir, aquela em que a
contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro recebido pelo partido político NÃO contraria
a vedação legal prevista no citado dispositivo legal.
a) O partido político recebe doações de um Governador de Estado, que pretende, assim que possível, filiar-
se a ele.
b) O partido político recebe contribuição estimável em dinheiro de Concessionária de Serviços de Energia
Elétrica.
c) O partido político recebe valores doados por um cidadão dos Estados Unidos da América, que tem amigos
brasileiros filiados ao partido.

293
353
d) O partido político recebe doação do governo da Alemanha para a formação do seu fundo partidário,
porque se alinha à ideologia do governo do citado país.
e) O partido político recebe auxílio pecuniário do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, que entendeu
por bem contribuir para a campanha dos candidatos do partido.

Comentários

Vejamos o art. 31, da LPP, que traz o fundamento da questão:

Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou
pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de
publicidade de qualquer espécie, procedente de:
I - entidade ou governo estrangeiros;
II - entes públicos e pessoas jurídicas de qualquer natureza, ressalvadas as dotações
referidas no art. 38 desta Lei e as provenientes do Fundo Especial de Financiamento de
Campanha; (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
IV - entidade de classe ou sindical.
V - pessoas físicas que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e exoneração,
ou cargo ou emprego público temporário, ressalvados os filiados a partido político.
(Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

A alternativa A está incorreta, pois não é permitido o recebimento de dinheiro por parte de autoridades
públicas.

A alternativa B está incorreta, pois é proibido o recebimento de recursos de concessionárias de serviço


público.

A alternativa C é a correta e gabarito da questão. Note que a lei veda o recebimento apenas de governo ou
entidade do exterior e não de pessoas estrangeiras.

A alternativa D está incorreta, pois é vedado o recebimento de recursos de governo ou entidade do exterior.

A alternativa E está incorreta, devido à proibição de recebimento de recursos de entidade sindical.

Outras Bancas

136. (IBFC/TRE-PA - 2020) Há diversos documentos normativos que regulamentam a criação, extinção e
normas gerais de funcionamento dos partidos políticos. Sendo assim, analise as afirmativas abaixo:
I. O partido político, pessoa jurídica de direito público ou privado, destina-se a assegurar, no interesse do
regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais
definidos na Constituição Federal, podendo se equiparar às entidades paraestatais.
II. É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre
escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e

294
353
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias,
admitida a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária.
III. O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo,
até o dia 30 de junho do ano seguinte. O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal
Superior Eleitoral, o dos órgãos estaduais aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos órgãos municipais aos
Juízes Eleitorais.
IV. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados, dentre outras finalidades, na criação e
manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, criados e
executados pela Secretaria da Mulher ou, a critério da agremiação, por instituto com personalidade jurídica
própria presidido pela Secretária da Mulher, em nível regional, conforme percentual que será fixado pelo
órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 2% (dois por cento) do total.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas a afirmativa II está correta.
b) Apenas a afirmativa III está correta.
c) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.
d) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.

Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Vejamos afirmativa por afirmativa:

Afirmativa I - Incorreta. São dois erros: o partido político é uma pessoa jurídica de direito privado e não
poderá ser equiparado às entidades paraestatais, como depreende-se da leitura do art. 1º e de seu parágrafo
único da Lei nº 9.096/95 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos).

Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no


interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.

Parágrafo único. O partido político não se equipara às entidades paraestatais.

Afirmativa II - Incorreta. A Constituição Federal, no art. 17, §1º veda a formação de coligações nas eleições
proporcionais.

Art. 17. § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura
interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos
permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os
critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua
celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos
estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

295
353
Afirmativa III - Correta. A afirmativa expressa a literalidade do art. 32 e do §1º da Lei nº 9.096/95. Importante
salientar que o caput do art. 32 teve sua redação alterada pela Lei nº 13.877/2019.

Art. 32. O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil
do exercício findo, até o dia 30 de junho do ano seguinte.

§ 1º O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal Superior Eleitoral, o dos
órgãos estaduais aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos órgãos municipais aos Juízes
Eleitorais.

Afirmativa IV - Incorreta. O art. 44 da Lei nº 9.096/95 trata da aplicação dos recursos oriundos do Fundo
Partidário. De acordo com o inciso V, o instituto será em nível nacional (e não regional) e o percentual mínimo
é de 5% (e não 2%)

Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados: (...)

IV. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados, dentre outras finalidades, na
criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das
mulheres, criados e executados pela Secretaria da Mulher ou, a critério da agremiação, por
instituto com personalidade jurídica própria presidido pela Secretária da Mulher, em nível
nacional, conforme percentual que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária,
observado o mínimo de 5% (cinco por cento) do total;

137. (IBFC/TRE-PA - 2020) Sobre a utilização dos recursos do Fundo Partidário, tal qual prevista no inciso
I do artigo 44 da Lei nº 9.096 de 1995, com as alterações procedidas pela Lei nº 13.165 de 2015, leia
atentamente o dispositivo abaixo:
"Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:
I - na manutenção das sedes e serviços do partido, _____ o pagamento de pessoal, a qualquer título,
observado, _____, os seguintes limites:
a) ____________ para ____________;
b) ____________ para ____________;´
Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas.
a) exceto para / do total recebido / 40% / o órgão nacional / 60% / cada órgão estadual e municipal
b) permitido / do total recebido / 50% / o órgão nacional / 60% / cada órgão estadual e municipal
c) permitido / do total recebido / 60% / o órgão nacional / 50% / cada órgão estadual e municipal
d) exceto para / da metade recebida / 40% / cada órgão estadual e municipal / 60% / o órgão nacional

Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Vamos ao dispositivo objeto da questão:

Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:

296
353
I - na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal, a
qualquer título, observado, do total recebido, os seguintes limites:

a) 50% (cinquenta por cento) para o órgão nacional;

b) 60% (sessenta por cento) para cada órgão estadual e municipal;

138. (IBFC/TRE-PA - 2020) De acordo com notícia divulgada no site eletrônico da UOL em Novembro de
2019, "o presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou sua desfiliação do PSL, uma semana depois de se reunir
com deputados aliados a quem afirmou que vai criar uma nova sigla, que se chamará Aliança pelo Brasil".
Sobre o tema, assinale a alternativa correta, com base, unicamente, na Lei nº 9.096 de 1995 e suas
alterações.
a) Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi
eleito.
b) O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do Registro Civil das
Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos seus fundadores, em número nunca inferior
a 100 (cem), com domicílio eleitoral em, no mínimo, 1% (um por cento) dos Estados.
c) A filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva Zona Eleitoral, não
constitui causa de cancelamento imediato da filiação partidária.
d) Considera-se justa causa para a desfiliação partidária a mudança de partido efetuada durante o período
de quinze dias que sucede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou
proporcional, ao término do mandato vigente.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A alternativa apresenta o disposto no art. 22-A da Lei
nº 9.096/95: "Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido
pelo qual foi eleito."

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art.8º: "o requerimento do registro de partido político,
dirigido ao cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser
subscrito pelos seus fundadores, em número nunca inferior a 101 (cento e um), com domicílio eleitoral em,
no mínimo, 1/3 (um terço) dos Estados.

A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 22, V da Lei 9.096/95, trata-se de hipótese de
cancelamento imediato da filiação partidária:

Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de: (...)

V - filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva Zona
Eleitoral.

A alternativa D está incorreta. O art. 22-A, caput, estabelece que o detentor de cargo eletivo que se desfiliar,
sem justa causa, do partido pelo qual foi eleito perderá o mandato. O parágrafo único, visando dar clareza

297
353
ao caput, define quais são as hipóteses consideradas como justa causa, entre elas: "mudança de partido
efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à
eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente." O erro da alternativa estava no prazo
de 15 dias apresentado.

139. (IBFC/TRE-PA - 2020) Devido à grande importância dos partidos políticos no processo eleitoral, a
Lei nº 9.096/1995 dispensou especial atenção para disciplinar a criação, o funcionamento e demais
peculiaridades inerentes a tais pessoas jurídicas. Sobre o tema, analise as afirmativas abaixo e dê valores
Verdadeiro (V) ou Falso (F):
( ) É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir o prazo de duração dos mandatos dos membros
dos seus órgãos partidários permanentes ou provisórios. O prazo de vigência dos órgãos provisórios dos
partidos políticos poderá ser de até 4 (quatro) anos.
( ) Exaurido o prazo de vigência de um órgão partidário, ficam vedados a extinção automática do órgão e o
cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).
( ) O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do Registro Civil das
Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos seus fundadores, em número nunca inferior
a 101 (cento e um), com domicílio eleitoral em, no mínimo, 1/3 (um terço) dos estados.
( ) O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo, até
o dia 30 de junho do ano seguinte. O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal Superior
Eleitoral, o dos órgãos estaduais aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos órgãos municipais aos Juízes
Eleitorais.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) V, F, F, F.
b) F, F, F, V.
c) V, V, V, F.
d) F, V, V, V.

Comentários

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Analisaremos todas as afirmativas:

Afirmativa I - Falsa. A primeira parte da afirmativa está correta e seguindo o disposto no art. 3º, §2º: "é
assegurada aos partidos políticos autonomia para definir o prazo de duração dos mandatos dos membros
dos seus órgãos partidários permanentes ou provisórios." O erro está no prazo de vigência dos órgãos
provisórios pois, de acordo com o §3º, o prazo poderá ser de até 8 (oito) anos.

Afirmativa II - Verdadeira. A afirmativa expressa o disposto no art. 3º, §4º: "Exaurido o prazo de vigência de
um órgão partidário, ficam vedados a extinção automática do órgão e o cancelamento de sua inscrição no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ)."

Afirmativa III - Verdadeira. De acordo com o art. 8º: "O requerimento do registro de partido político, dirigido
ao cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos

298
353
seus fundadores, em número nunca inferior a 101 (cento e um), com domicílio eleitoral em, no mínimo, 1/3
(um terço) dos Estados."

Afirmativa IV - Verdadeira. O prazo para envio e o órgão responsável pelo balanço anual dos partidos estão
previstos no art. 32 e seu §1º:

Art. 32. O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil
do exercício findo, até o dia 30 de junho do ano seguinte.

§ 1º O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal Superior Eleitoral, o dos
órgãos estaduais aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos órgãos municipais aos Juízes
Eleitorais.

140. (UEG/PC-GO - 2018) No nosso sistema legal, o partido político


a) é pessoa jurídica de direito privado, sendo livre a sua criação, fusão, incorporação e extinção.
b) é pessoa de direito público, dependendo a sua criação de prévia autorização do Tribunal Superior Eleitoral.
c) é pessoa jurídica de direito público, sendo livre a sua criação, fusão, incorporação e extinção.
d) é pessoa jurídica de direito privado, dependendo a sua criação de prévia autorização pelo Congresso
Nacional.
e) é entidade paraestatal, devendo prestar contas ao Tribunal de Contas da União.

Comentários

Como abordado em aula, os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, o que já elimina as
alternativas B e C. Além disso, sua criação, fusão, incorporação e extinção é livre, por expressa previsão
constitucional (alternativa A), não havendo que se falar em prévia autorização pelo Congresso Nacional
(alternativa D). Por fim, também não podemos classificar os partidos políticos como entidade paraestatal
por ausência de previsão nesse sentido (alternativa E). Vamos conferir o art. 17, caput, da CRFB, e o art. 44,
caput, do Código Civil, para espancarmos quaisquer dúvidas:

CRFB
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados
a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: Regulamento
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros
ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
Código Civil
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

299
353
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

A alternativa A, portanto, é a alternativa correta, gabarito da questão.

141. (MPE-RS/MPE-RS - 2017) Considerando a Lei n. 9.096/95, que dispõe sobre partidos políticos,
assinale a alternativa correta.
a) Após registrar seu estatuto no Cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas, na Capital
Federal, o partido político está apto a participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário
e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão.
b) É vedado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos
previstos na Lei n. 9.096/95, com vistas à candidatura a cargos eletivos.
c) Quem se filia a outro partido deve fazer comunicação ao partido ao qual era originalmente filiado e ao juiz
de sua respectiva Zona Eleitoral, para cancelar sua filiação anterior; se não o fizer no dia imediato ao da nova
filiação, fica configurada dupla filiação, sendo ambas consideradas nulas para todos os efeitos.
d) A perda dos direitos políticos não implica o cancelamento imediato da filiação partidária.
e) A desaprovação da prestação anual de contas do partido não enseja sanção alguma que o impeça de
participar do processo eleitoral.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 7º, §2º, da LPP, só o partido que tenha registrado seu
estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo
Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão.

A alternativa B está incorreta. Com base no art. 20, da referida Lei, é facultado ao partido político
estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos previstos na Lei nº 9.096/95, com
vistas a candidatura a cargos eletivos.

A alternativa C está incorreta. O parágrafo único, do art. 22, da Lei nº 9.096/95, prevê que, havendo
coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o
cancelamento das demais.

A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 22, II, da LPP. A perda dos direitos políticos implica o
cancelamento imediato da filiação partidária.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece o §5º, do art. 32, da referida Lei:

300
353
§ 5o A desaprovação da prestação de contas do partido não ensejará sanção alguma que o
impeça de participar do pleito eleitoral.
142. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Segundo a Lei dos Partidos Políticos, com redação acrescida pela Lei n.
13.165/15, nos casos de ausência de movimentação de recursos financeiros ou de arrecadação de bens
estimáveis em dinheiro, os órgãos partidários municipais ficam desobrigados de prestar contas à Justiça
Eleitoral quanto ao respectivo exercício, exigindo-se do responsável partidário, todavia, a apresentação
de declaração da ausência de movimentação de recursos nesse período.

Comentários

A assertiva está correta. De acordo com o caput, do art. 32, da LPP, o partido está obrigado a enviar,
anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo, até o dia 30 de junho do ano seguinte.

Ademais, o §4º prevê que os órgãos partidários municipais que não tenham movimentado recursos
financeiros ou arrecadado bens estimáveis em dinheiro ficam desobrigados de prestar contas à Justiça
Eleitoral, exigindo-se do responsável partidário, até o dia 30 de junho do ano seguinte, a apresentação de
declaração da ausência de movimentação de recursos nesse período.

143. (FEPESE/DPE-SC - 2012) Quanto à personalidade jurídica dos partidos políticos, conforme o previsto
pela Constituição Federal de 1988, é correto afirmar que são:
a) Pessoas jurídicas de direito misto.
b) Pessoas jurídicas de direito social.
c) Pessoas jurídicas de direito público.
d) Pessoas jurídicas de direito político.
e) Pessoas jurídicas de direito privado.

Comentários

Questão muito fácil. Devemos saber essa informação na “ponta da língua”.

Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, de acordo com o art. 1º, da Lei dos Partidos
Políticos.

Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no


interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.

Portanto, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

144. (IADES/TRE-PA - 2014) Considerando a Lei dos Partidos Políticos, assinale a alternativa correta.
a) É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa
humana.

301
353
b) O partido político tem autonomia exclusivamente para definir a própria estrutura interna.
c) Os filiados de um partido político têm iguais direitos e diferentes deveres.
d) Alguns partidos políticos podem submeter-se à entidade estrangeira.
e) Só o partido que tenha registrado o respectivo estatuto no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pode participar
do processo eleitoral.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, com fundamento no art. 2º, da LPP, já citado. Trata-
se da liberdade e da autonomia partidária.

A alternativa B está incorreta por incompletude. O partido político, conforme art. 3º, é autônomo para
definir sua estrutura interna, organização e funcionamento.

Art. 3º É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento.

A alternativa C está incorreta, pois é inadmissível que os direitos sejam os mesmos e os deveres sejam
diversos para os filiados. É o que estabelece o art. 4, da Lei nº 9.096/1995.

Art. 4º Os filiados de um partido político têm iguais direitos e deveres.

A alternativa D está incorreta, tendo em vista que é proibida a subordinação de partido político a entidades
ou a governos estrangeiros.

Art. 5º A ação do partido tem caráter nacional e é exercida de acordo com seu estatuto e
programa, sem subordinação a entidades ou governos estrangeiros.

A alternativa E está incorreta, pois o registro do estatuto deve ser feito no TSE.

Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra
seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 2º Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode
participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito
ao rádio e à televisão, nos termos fixados nesta Lei.
145. (IADES/TRE-PA - 2014) A respeito dos partidos políticos, à luz da Lei nº 9.096/1995, assinale a
alternativa correta.
a) Ao partido político é permitido ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de organização da
mesma natureza e adotar uniforme para os respectivos membros.
b) Ao partido político, é autorizada autonomia para definir a própria estrutura interna, organização e
funcionamento.

302
353
c) O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra o próprio estatuto
perante o Tribunal Regional Eleitoral da respectiva região.
d) Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido pelo menos um ano
antes da data fixada para as eleições, majoritárias ou proporcionais.
e) O partido político, pessoa jurídica de direito público, destina-se a assegurar, no interesse do regime
democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na
Constituição Federal.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois é vedado ao partido todas as práticas descritas na assertiva.

Art. 6º É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de


organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, tendo em vista o art. 3º, da LPP.

Art. 3º É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento.

A alternativa C está incorreta, pois o registro do estatuto deve ser feito no TSE.

A alternativa D está incorreta, o prazo mínimo de filiação deve estar de acordo com o art. 9º da Lei das
Eleições, que passou a ser de 6 meses, e não de um ano com o advento da Lei nº 13.488/2017.

Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na


respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo
partido no mesmo prazo.

A alternativa E está incorreta, pois o partido político deve ser constituído como pessoa jurídica de direito
privado.

146. (IESES/TRE-MA - 2015) Quanto ao disposto na Lei n. 9.096/95, é correto afirmar:


a) O partido político adquire personalidade jurídica ao registrar seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.
b) A perda dos direitos políticos não implica cancelamento imediato da filiação partidária.
c) O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no interesse do regime
democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na
Constituição Federal.
d) É assegurado, ao partido político, definir sua estrutura interna, organização e funcionamento, desde que
aprovados posteriormente pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Comentários

303
353
A alternativa A está incorreta. A personalidade jurídica do partido é adquirida com o registro dos atos
constitutivos. Devemos lembrar, ainda, que exigia-se o registro no Cartório de Registro Civil das Pessoas
Jurídicas de Brasília, porém tendo em vista a alteração sofrida pelo art. 8º §1º da LPP o registro, atualmente,
deverá ser feito no local da sede do partido em qualquer parte do território nacional.

Vejamos o artigo 17, § 2º.

§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, NA FORMA DA LEI


CIVIL, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 22, da LPP, o cancelamento da filiação partidária será
imediato em caso de perda dos direitos políticos.

Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:
II – perda dos direitos políticos;

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, de acordo com o art. 1º, da LPP.

Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no


interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.

A alternativa D está incorreta, pois não há qualquer tipo de aprovação pelo TSE. Vejamos o art. 17, § 1º.

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, VEDADA a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)
147. (IESES/TRE-MA - 2015 - Adaptada) Em relação a filiação partidária assinale a alternativa correta:
a) Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral
determinar o cancelamento das demais.
b) Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção estadual e ao Juiz
Eleitoral da Zona em que for inscrito.
c) O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de suspensão dos direitos políticos.
d) Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido pelo menos um ano
antes da data fixada para as eleições, majoritárias ou proporcionais.

Comentários

304
353
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, pois é exatamente o que prevê o parágrafo único do
art. 22, da LPP.

Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente,


devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

A alternativa B está incorreta. A comunicação de desfiliação é feita ao órgão de direção municipal e não
estadual.

Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção
municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.

A alternativa C está incorreta. O cancelamento na filiação ocorre imediatamente apenas nos casos de perda
dos direitos políticos.

A alternativa D está incorreta. A filiação mínima passou a ser de seis meses, com o advento da Lei 13.488/17.

148. (IBFC/TRE-AM - 2014) No caso de incorporação de partidos, observada a lei civil, caberá:
a) Aos órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns de estatuto e programa.
b) Aos órgãos nacionais de deliberação dos partidos envolvidos a votação em reunião conjunta, por maioria
absoluta, dos projetos, e eleger o órgão de direção nacional que promoverá o registro do novo partido.
c) Ao partido incorporando deliberar por maioria absoluta de votos, em seu órgão nacional de deliberação,
sobre a adoção do estatuto e do programa de outra agremiação.
d) Ao partido incorporador promover o registro, no Ofício Civil competente da Capital Federal, do estatuto e
do programa, cujo requerimento deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.

Comentários

A alternativa C é a correta e gabarito da questão em razão do que prevê o art. 29, § 2º, da Lei dos Partidos
Políticos. Vejamos o esquema que representa o conteúdo:

partido incorporado vota, reunião conjunta em que


por maioria absoluta, pela ambos os partidos
NA INCORPORAÇÃO DE
adoção do estatuto e do decidirão acerca da
PARTIDOS
programa do partido constituição do novo órgão
incorporador de direção nacional

A banca faz referência à aprovação de "projetos” referindo-se à criação de novo estatuto. Embora isso seja
da competência dos órgãos nacionais dos partidos envolvidos, não se aplica à incorporação. Esses projetos
existem apenas quando se tratar de fusão, não no caso de incorporação, pois o estatuto do partido
incorporador permanecerá o mesmo.

305
353
Na sequência, vejamos, objetivamente, a análise das demais alternativas:

A alternativa A está incorreta, pois prevalecerá o estatuto do partido incorporador, conforme disciplinado
no art. 27, caput, da Lei dos Partidos Políticos.

A alternativa B está incorreta pelos mesmos motivos acima descritos. A afirmação trazida na alternativa B
se aplica à fusão, não à incorporação.

Está igualmente incorreta a alternativa D, pois de acordo com o art. 29, §5º, da Lei dos Partidos Políticos, no
caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Ofício Civil competente, que deve, então,
cancelar o registro do partido incorporado ao outro.

149. (IESES/TRE-MA - 2015) O partido da fraternidade estuda realizar uma fusão com o partido da
igualdade. Em relação ao processo de fusão é correto afirmar que:
a) No caso de fusão caberá ao partido com maior bancada parlamentar deliberar, por maioria absoluta de
votos, em seu órgão nacional de deliberação, sobre a adoção do estatuto e do programa da nova agremiação.
b) Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro, no Ofício Civil
competente da Capital Federal, do estatuto e do programa, sendo atribuída ao novo partido a personalidade
jurídica de direito público.
c) Somente será admitida a fusão de partidos políticos que hajam obtido o registro definitivo do Tribunal
Superior Eleitoral há, pelo menos, 3 (três) anos.
d) A fusão de partidos políticos é decisão de seus órgãos nacionais de deliberação dos partidos envolvidos,
cabendo aos órgãos de direção dos partidos a elaboração de projetos comuns de estatuto e programa.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois a fusão pressupõe a criação de um novo partido político, logo, não haverá
a adoção de estatuto e programa dos partidos fundidos. Na realidade, a alternativa tentou nos confundir
com o art. 29, §2º, que trata da incorporação.

Vejamos:

§ 2º No caso de incorporação, observada a lei civil, caberá ao partido incorporando


deliberar por maioria absoluta de votos, em seu órgão nacional de deliberação, sobre a
adoção do estatuto e do programa de outra agremiação.

A alternativa B está incorreta, pois os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado e não de
direito público. Além disso, o registro deverá ser feito no ofício civil da sede do novo partido e não mais
obrigatoriamente na capital federal.

Notem que a questão exige, inicialmente, o conhecimento do art. 29, §4º, da LPP. Esse dispositivo, inclusive,
também justifica o erro da alternativa anterior.

306
353
§ 4º Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro, no
ofício civil competente da sede do novo partido, do estatuto e do programa, cujo
requerimento deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.

Quanto ao erro, atentem-se para o art. 1º, caput, da LPP:

Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no


interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.

A alternativa C está incorreta, pois o tempo mínimo de existência para a fusão é de 5 anos conforme o §9º,
do art. 29, da LPP.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Notem que a alternativa retrata corretamente o art.
29, da LPP:

Art. 29. Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, dois ou mais partidos poderão
fundir-se num só ou incorporar-se um ao outro.
§ 1º No primeiro caso, observar-se-ão as seguintes normas:
I – os órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns de estatuto e programa;
II – os órgãos nacionais de deliberação dos partidos em processo de fusão votarão em
reunião conjunta, por maioria absoluta, os projetos, e elegerão o órgão de direção nacional
que promoverá o registro do novo partido.
150. (IADES/TRE-PA - 2014) Com relação à prestação de contas, assinale a alternativa em que a Lei no
9.504/1996 (Lei das Eleições) disciplina o prazo de entrega.
a) Até o trigésimo dia posterior à realização das eleições, se houver apenas um único turno.
b) Até o nonagésimo dia posterior à realização das eleições.
c) Até o encerramento do ano em que realizada as eleições.
d) Até a cessação da apuração das eleições.
e) Até um ano após o encerramento das eleições.

Comentários

A alternativa A é a correta.

Agora, com a Lei nº 13.165/2015, a prestação de contas observa duas regras:

1º - PRESTAÇÃO DE CONTAS PARCIAIS

Todo recurso recebido deve ser informado no prazo de 72 horas, a contar do recebimento.

307
353
No dia 17/9 do ano eleitoral deve ser encaminhado um relatório discriminado das transferências do Fundo
Partidário, recursos em dinheiro e valores estimáveis em dinheiro.

2º - PRESTAÇÃO DE CONTAS FINAIS

Devem ser prestadas até o 30º dia após as eleições, se houver apenas o 1º turno.

Caso haja dois turnos, as contas devem ser apresentadas no prazo de 20 dias, a contar da realização do segundo
turno.

151. (FUNDATEC/ALE-RS - 2018) Em relação ao fundo Partidário, as doações de recursos financeiros


somente poderão ser efetuadas na conta do partido político por meio de:
I. Cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos.
II. Depósitos em espécie devidamente identificados.
III. Mecanismo disponível em sítio do partido na internet que permita inclusive o uso de cartão de crédito
ou de débito e que atenda aos seguintes requisitos: identificação do doador e emissão obrigatória de recibo
eleitoral para cada doação realizada.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 39, §3º, da Lei nº 9.096/95. Vejamos:

§ 3º As doações de recursos financeiros somente poderão ser efetuadas na conta do


partido político por meio de:
I - cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos;
II - depósitos em espécie devidamente identificados;
III - mecanismo disponível em sítio do partido na internet que permita o uso de cartão de
crédito, cartão de débito, emissão on-line de boleto bancário ou, ainda, convênios de
débitos em conta, no formato único e no formato recorrente, e outras modalidades, e que
atenda aos seguintes requisitos:
a) identificação do doador;
b) emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada.

308
353
Conforme se nota, todos os itens estão corretos. Assim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.
Atente-se que o inciso III sofreu recente modificação pela Lei nº 13.877/2019 ampliando os mecanismos de
recebimento.

LISTA DE QUESTÕES

FCC

1. (FCC/TJ-GO - 2021) Os partidos políticos


A) que tenham registrado seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral podem, nos termos da lei, participar
do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, além
de ter assegurada a exclusividade de sua denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros
partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão.
B) podem ter caráter nacional ou regional, na medida em que o artigo 17 da Constituição Federal consagra
o princípio da liberdade de criação dos partidos políticos.
C) ostentam natureza jurídica híbrida, pois são pessoas jurídicas de direito privado que se equiparam a
entidades paraestatais.
D) adquirem personalidade jurídica com o registro de seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
E) podem participar das eleições desde que tenham, a qualquer tempo, registrado seus estatutos no Tribunal
Superior Eleitoral, bem como constituído órgão de direção na circunscrição até a data da convenção.
2. (FCC/CLDF - 2018) Segundo a Lei nº 9.096/1995, que dispõe sobre filiação partidária e partidos
políticos, é correto afirmar que
a) perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi
eleito.
b) será inelegível quem possuir dupla filiação partidária.
c) para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido pelo menos um ano
antes da data fixada para as eleições, majoritárias ou proporcionais.
d) os filiados de um partido político têm direitos e deveres estabelecidos segundo a hierarquia interna, sendo
diferenciados de acordo com sua posição dentro do partido.
e) é vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar aos filiados, não constituindo
vedação a adoção de uniforme.
3. (FCC/CLDF - 2018) A respeito da fusão de partidos políticos, considere:
I. A existência legal do novo partido terá início com a homologação do pedido de fusão pela Justiça Eleitoral.
II. Os votos por eles obtidos na última eleição para Câmara dos Deputados serão desconsiderados para todos
os efeitos legais.
III. Os órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns de estatuto e programa.
Está correto o que se afirma APENAS em

309
353
a) III.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.
e) I.
4. (FCC/TRE-SP - 2017) Sebastião, eleitor, e a entidade esportiva J desejam fazer doação em dinheiro
para utilização nas campanhas eleitorais para o partido político K. Obedecido o disposto em lei, Sebastião
a) e a entidade esportiva J poderão fazer a doação, desde que limitada a 10% dos rendimentos brutos
auferidos por cada um deles no ano anterior à eleição.
b) e a entidade esportiva J não poderão fazer doação de qualquer quantia em dinheiro ou estimável em
dinheiro.
c) poderá fazer a doação, desde que limitada a 10% dos rendimentos brutos auferidos por ele no ano anterior
à eleição, sendo vedada a doação pela entidade esportiva J.
d) poderá fazer a doação de qualquer quantia, sem limitação, sendo vedada a doação pela entidade esportiva
J.
e) poderá fazer a doação, desde que limitada a 20% dos rendimentos brutos auferidos por ele no ano anterior
à eleição, sendo vedada a doação pela entidade esportiva J.
5. (FCC/TRE-SP - 2017) Clodoaldo é detentor do mandato de Vereador, tendo sido eleito pelo partido
político A, ao qual era filiado. Ocorre que, em razão de ter sofrido grave discriminação política pessoal,
desfiliou-se do referido partido. Clodoaldo,
a) perderá o mandato apenas se a desfiliação partidária ocorrer durante os dois primeiros anos de seu
mandato.
b) perderá o mandato, pois o motivo referido não caracteriza justa causa para a desfiliação partidária.
c) não perderá o mandato, pois a desfiliação partidária independe de justa causa para ocorrer.
d) perderá o mandato, ainda que caracterizada a justa causa para a desfiliação partidária.
e) não perderá o mandato, pois o motivo referido caracteriza justa causa para a desfiliação partidária.
6. (FCC/TRE-SP - 2017) Ieda foi orientada a estudar a Lei nº 9.096/95 para o concurso que irá prestar.
Descobriu que, destinando-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema
representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal, o partido político
é pessoa jurídica de direito
a) privado, sendo livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas
respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da
pessoa humana.
b) público interno, sendo livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas
respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da
pessoa humana.

310
353
c) público externo, sendo livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas
respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da
pessoa humana.
d) público, interno ou externo, dependendo do seu estatuto, sendo livre a criação, fusão, incorporação e
extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.
e) privado ou de direito público interno, dependendo do seu estatuto, sendo livre a criação, fusão,
incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.
7. (FCC/TRE-SP - 2017) Gilberto foi eleito Deputado Estadual pelo partido político “W” e deseja se
candidatar a Vereador nas próximas eleições pelo partido “Y”. De acordo com a Lei nº 9.096/1995, Gilberto
a) poderá efetuar a mudança de partido, sem perder o mandato, sempre que assim desejar, desde que o
partido ao qual pretende se filiar tenha integrado a coligação pela qual ele foi eleito.
b) poderá desfiliar-se de seu partido político sem perder o mandato apenas nas hipóteses de mudança
substancial ou desvio reiterado do programa partidário.
c) poderá desfiliar-se de seu partido político sem perder o mandato apenas na hipótese de grave
discriminação política pessoal.
d) não poderá concorrer às próximas eleições por outro partido político, sendo permitida sua desfiliação,
apenas seis meses após o término de seu mandato, sob pena de pagamento de multa e de inelegibilidade
por oito anos.
e) poderá efetuar a mudança de partido durante o período de 30 dias que antecede o prazo de filiação
exigido em lei para concorrer à eleição, ao término do mandato vigente, não perdendo o seu mandato.
8. (FCC/TRE-SP - 2017) No que tange à prestação de contas de partido político, segundo a Lei Federal
n° 9.096/1995, a desaprovação das contas do partido implicará sanção de
a) aplicação de multa de 30% sobre a importância apontada como irregular.
b) devolução da importância apontada como irregular acrescida de multa de até 20%.
c) suspensão do registro partidário e aplicação de multa de 40% sobre a importância apontada como
irregular.
d) aplicação de multa de 40%, sobre importância recebida de forma irregular.
e) suspensão de participar de pleito eleitoral, enquanto não sanada as irregularidades apontadas na
prestação de contas.
9. (FCC/TRE-PB - 2015) Tício foi credenciado delegado pelo órgão de direção nacional do partido Alpha
perante o Tribunal Superior Eleitoral. Em decorrência de tal credenciamento, Tício poderá representar o
partido perante
a) os Juízes Eleitorais, apenas.
b) o Tribunal Superior Eleitoral, apenas.
c) os Tribunais Regionais Eleitorais, apenas.
d) quaisquer Tribunais ou Juízes Eleitorais.

311
353
e) os Tribunais Regionais Eleitorais e os Juízes Eleitorais, apenas.
10. (FCC/TRE-SE - 2015) O estatuto do partido político NÃO pode conter normas sobre
a) condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas.
b) filiação e desligamento de seus membros.
c) tipo e cor do uniforme que poderá ser utilizado pelos seus membros.
d) procedimento de reforma do programa e do estatuto.
e) critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível municipal, estadual e
nacional que compõem o partido.
11. (FCC/TRE-AP - 2015 - Adaptada) É assegurado ao partido político com estatuto registrado no
Tribunal Superior Eleitoral:
I. O direito à utilização gratuita de escolas públicas ou Casas Legislativas para a realização de suas reuniões
ou convenções, responsabilizando-se por danos eventualmente causados com a realização do evento.
II. O poder de requisitar qualquer prédio de uso particular para a realização de suas reuniões ou convenções,
responsabilizando-se por danos eventualmente causados com a realização do evento.
III. Indicar, no respectivo estatuto, seu nome, a denominação abreviada, bem como o estabelecimento de
sua sede em qualquer Estado da Federação.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) I e II.
c) I.
d) I e III.
e) III.
12. (FCC/TRE-PR - 2012) Para a criação de partidos políticos, NÃO se inclui dentre as exigências legais
que seus programas respeitem
a) o pluripartidarismo.
b) a soberania nacional.
c) o regime democrático.
d) a forma presidencialista de governo.
e) os direitos fundamentais da pessoa humana.
13. (FCC/TJ-PE - 2015) Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter
nacional, considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento de
eleitores correspondente a, pelo menos, (I) dos votos dados na última eleição geral para (II), (III) os votos
em branco e os nulos, distribuídos por (IV), dos Estados, com um mínimo de (V) do eleitorado que haja
votado em cada um deles.
Preenchem correta e respectivamente as lacunas de I a V:
a) um por cento - o Congresso Nacional - não computados - um quarto, ou mais - dois décimos por cento.

312
353
b) um por cento - a Câmara dos Deputados - computados - um terço, ou mais - um décimo por cento
c) meio por cento - a Câmara dos Deputados - não computados - um terço, ou mais - um décimo por cento.
d) meio por cento - o Congresso Nacional - computados - um quarto, ou mais - dois décimos por cento.
e) meio por cento - a Câmara dos Deputados - não computados - um terço, ou mais - dois décimos por cento.
14. (FCC/TJ-GO - 2015) O funcionamento parlamentar dos partidos políticos
a) que ainda não tenham obtido registro junto à Justiça Eleitoral constitui questão que não cabe ao Tribunal
Superior Eleitoral responder em sede de consulta.
b) é assegurado, em todas as Casas Legislativas para as quais tenha elegido representante, aos partidos que,
em cada eleição para a Câmara dos Deputados, tenham obtido o apoio de, no mínimo, cinco por cento dos
votos apurados, não computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo menos, um terço dos Estados,
com um mínimo de dois por cento do total de cada um deles.
c) não admite, em face da autonomia assegurada às agremiações partidárias, a formação de alianças e blocos
parlamentares, pois devem atuar por intermédio de suas próprias bancadas e constituir suas lideranças entre
seus representantes.
d) cabe ser disciplinado pelos regimentos das respectivas Casas Legislativas, sendo matéria vedada às
disposições dos estatutos partidários.
e) cabe ser disciplinado pelos estatutos partidários, sendo matéria vedada às disposições dos regimentos
internos das respectivas Casas Legislativas.
15. (FCC/TRE-PE - 2011) NÃO é documento necessário para instruir o requerimento de registro do
estatuto do partido político junto ao Tribunal Superior Eleitoral:
a) exemplar autenticado do inteiro teor do estatuto partidário, inscrito no Registro Civil.
b) exemplar autenticado do inteiro teor do programa do partido, inscrito no Registro Civil.
c) nome e qualificação dos delegados credenciados para representarem o partido perante o Tribunal
Superior Eleitoral, Tribunais Regionais Eleitorais e Juízes Eleitorais.
d) certidão do registro civil do partido político como pessoa jurídica no cartório competente do Registro Civil
das Pessoas Jurídicas da Capital Federal.
e) certidões dos cartórios eleitorais que comprovem ter o partido obtido o apoiamento mínimo de eleitores
exigido por lei.
16. (FCC/TRE-PR - 2012) Para a criação de partidos políticos, NÃO se inclui dentre as exigências legais
que seus programas respeitem
a) o pluripartidarismo.
b) a soberania nacional.
c) o regime democrático.
d) a forma presidencialista de governo.
e) os direitos fundamentais da pessoa humana.
17. (FCC/TRE-CE - 2012) A criação de partidos políticos é livre, inclusive se os respectivos programas
não respeitarem

313
353
a) a soberania nacional.
b) a posição dominante no Congresso Nacional.
c) o regime democrático.
d) o pluripartidarismo.
e) os direitos fundamentais da pessoa humana.
18. (FCC/TRE-TO - 2011) É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, cujos
programas NÃO estão obrigados a respeitar
a) o pluripartidarismo.
b) a soberania nacional.
c) o regime democrático.
d) as orientações políticas do Presidente da República.
e) os direitos fundamentais da pessoa humana.
19. (FCC/MPE-PE - 2014) NÃO é vedada a filiação partidária daquele que
a) tenha sua inelegibilidade reconhecida pela Justiça Eleitoral em face de ter sido, na condição de magistrado,
compulsoriamente aposentado, há três anos, por decisão sancionatória.
b) possui idade inferior a dezesseis anos.
c) seja regularmente considerado analfabeto, mesmo que não tenha efetivado seu alistamento eleitoral.
d) tenha sua naturalização cancelada por sentença transitada em julgado.
e) tenha sido, há cinco anos, condenado em decisão judicial definitiva por improbidade administrativa em
face de ter adquirido, para si ou para outrem, no exercício de cargo público, bens cujo valor seja
desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público.
20. (FCC/TJ-CE - 2014) Considere as seguintes afirmativas:
I. A filiação partidária somente é permitida ao eleitor que se encontre em pleno gozo de seus direitos
políticos, sendo cabível ainda que esteja inelegível, segundo decisão proferida pela Justiça Eleitoral.
II. É vedado o cancelamento da filiação partidária em caso de superveniente perda dos direitos políticos do
filiado, salvo expressa disposição estatutária em sentido contrário.
III. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral
determinar o cancelamento das demais.
IV. Configurado caso de dupla filiação do eleitor, ambos os vínculos partidários devem ser considerados nulos
para todos os efeitos.
Está correto o que é afirmado APENAS em
a) II e IV.
b) I, II e IV.
c) I e IV.
d) I e III.

314
353
e) II e III.
21. (FCC/TJ-AP - 2014) Segundo a legislação partidária, no que se refere à filiação partidária,
a) havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais antiga, devendo a Justiça Eleitoral
determinar o cancelamento das demais.
b) é facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos
previstos na Lei dos Partidos Políticos, com vistas à candidatura a cargos eletivos.
c) os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas à candidatura a cargos eletivos,
podem ser alterados no ano da eleição.
d) deferida a filiação do eleitor, será entregue comprovante ao interessado, no modelo adotado pela Justiça
Eleitoral.
e) considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o atendimento das regras
constantes de resolução da Justiça Eleitoral.
22. (FCC/TRE-CE - 2012) João resolveu desligar-se do partido político ao qual estava filiado e fez
comunicação escrita ao órgão de direção municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que estava inscrito. O
vínculo torna-se extinto, para todos os efeitos, quando
a) lhe for comunicado o deferimento do desligamento pelo órgão municipal do partido.
b) for publicado o deferimento do pedido pelo Juiz Eleitoral.
c) for deferido o desligamento pelo órgão de direção municipal do partido.
d) ocorrer o trânsito em julgado da decisão judicial que deferir o desligamento.
e) se escoar o prazo de dois dias contados da data da entrega da comunicação.
23. (FCC/TRE-PE - 2011) A filiação partidária NÃO
a) pode ser cancelada por iniciativa do partido político.
b) é requisito para concorrer a cargo eletivo, sendo permitida candidatura avulsa.
c) pode ter seu prazo legal ampliado pelo estatuto do partido político.
d) pode ter seu prazo alterado pelo estatuto do partido político no ano da eleição.
e) exige que o eleitor esteja em pleno gozo de seus direitos políticos.
24. (FCC/TRE-RR - 2015) Tercius era regularmente filiado ao partido político Alpha. Posteriormente,
filiou-se aos partidos Beta, Gama e Delta, sem fazer qualquer comunicação ao partido Alpha e ao Juiz
Eleitoral de sua respectiva Zona Eleitoral, para cancelar sua filiação. Após um ano, a multiplicidade de
filiações foi detectada pela Justiça Eleitoral. Nesse caso,
a) todas as filiações serão válidas.
b) Tercius deverá ser intimado para optar por um dos partidos no prazo de 15 dias, sob pena de cancelamento
de todas as filiações.
c) todas as filiações partidárias serão nulas para todos os efeitos.
d) prevalecerá a inscrição ao partido Alpha.
e) prevalecerá a inscrição ao partido Delta.

315
353
25. (FCC/TRE-RR - 2015) A respeito da filiação partidária, é INCORRETO afirmar que:
a) a expulsão do partido acarreta o imediato cancelamento da filiação partidária.
b) a perda dos direitos políticos acarreta o imediato cancelamento da filiação partidária.
c) os partidos políticos podem estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos
previstos em lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos.
d) só pode filiar-se a partido político o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos políticos.
e) a relação dos nomes de todos os filiados, incluindo data de filiação, número dos títulos eleitorais e das
seções em que estão inscritos é assunto interno do partido, não sendo necessária a respectiva remessa à
Justiça Eleitoral.
26. (FCC/TJ-PE - 2015) Para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso gratuito
ao rádio e à televisão, havendo fusão ou incorporação de partidos políticos, devem ser somados
a) exclusivamente os votos do partido promotor e líder da fusão ou incorporação obtidos na última eleição
geral para a Câmara dos Deputados.
b) os votos dos Deputados Federais e Senadores participantes obtidos na última eleição geral para a Câmara
dos Deputados e para o Senado Federal.
c) exclusivamente os votos dos partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados.
d) os votos dos partidos fundidos ou incorporados, bem como os votos dos demais Deputados Federais
ingressantes oriundos de outros partidos, obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.
e) exclusivamente os votos dos Deputados Federais participantes obtidos na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados
27. (FCC/TRE-SP - 2012) Sete partidos políticos decidiram, por seus órgãos nacionais de deliberação,
fundir-se em um só. Essa fusão
a) é ilegal porque viola o princípio do pluripartidarismo.
b) não depende de prévia autorização da Justiça Eleitoral.
c) depende de prévia autorização do Tribunal Superior Eleitoral.
d) deve, previamente, ser submetida ao Ministério Público Eleitoral.
e) só pode ser efetivada se houver prévia aprovação da Câmara dos Deputados.
28. (FCC/TRE-PE - 2011) A respeito da fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos, é correto
afirmar que:
a) na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início na data em que a mesma for aprovada
pelos respectivos órgãos nacionais, em reunião conjunta, por maioria absoluta.
b) o partido político, em nível nacional, poderá sofrer suspensão das cotas do Fundo Partidário como
consequência de atos praticados por órgãos regionais ou municipais.
c) no caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Oficial Civil competente, que deve,
então, cancelar o registro do partido incorporado a outro.

316
353
d) a extinção de partido político, contra o qual ficar provado ter recebido ou estar recebendo recursos
financeiros de procedência estrangeira, será determinada de ofício pelo Tribunal Superior Eleitoral, sem
necessidade de prévio processo.
e) no caso de incorporação, os votos obtidos pelo partido incorporado na última eleição e o respectivo
número de representantes na Câmara dos Deputados serão desconsiderados para efeito do acesso gratuito
ao rádio e à televisão.
29. (FCC/TRE-AP - 2015) O partido Alpha foi incorporado pelo partido Beta. Os votos obtidos pelo
partido Alpha na última eleição geral para a Câmara dos Deputados
a) implicarão no acréscimo de 50% do tempo do partido Beta no acesso gratuito ao rádio e à televisão.
b) não serão considerados para nenhum efeito legal.
c) serão considerados apenas para efeito do funcionamento parlamentar.
d) serão somados aos do partido Beta para efeito do acesso gratuito ao rádio e à televisão.
e) permitirão ao partido Beta a utilização do triplo do tempo que teria de acesso gratuito ao rádio e à
televisão.
30. (FCC/TRE-PB - 2015) No que concerne à fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos, é
correto afirmar:
a) Os órgãos nacionais de deliberação dos partidos em processo de fusão votarão em reunião conjunta, por
maioria absoluta, os projetos, e elegerão o órgão de direção nacional que promoverá o registro do novo
partido.
b) Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro do estatuto e do
programa do Tribunal Superior Eleitoral.
c) No caso de incorporação, o partido incorporando deverá, independentemente de qualquer deliberação a
respeito de seu órgão nacional, adotar o estatuto e o programa do partido incorporador.
d) Havendo fusão ou incorporação de partidos, os votos por eles obtidos na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados serão desconsiderados para efeito do acesso gratuito ao rádio e à televisão.
e) No caso de incorporação, o novo estatuto ou instrumento de incorporação não precisa ser levado a
registro do Ofício Civil competente, bastando o registro do Tribunal Superior Eleitoral.
31. (FCC/TRE-SP - 2012) O eleitor Pedro encaminhou à Justiça Eleitoral documento comprobatório de
que determinado partido político está recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira. Nesse
caso, o processo de cancelamento do registro e do estatuto do partido
a) dependerá de representação fundamentada do Ministério de Relações Exteriores.
b) poderá ser determinado de ofício, sem qualquer defesa do partido.
c) dependerá de representação formulada por outro partido político.
d) dependerá de representação formulada pelo Ministério Público Eleitoral.
e) poderá ser iniciado pelo Tribunal Superior Eleitoral com base na denúncia formulada por Pedro.
32. (FCC/TRE-RO - 2013 - Adaptada) Os partidos Azul e Branco resolveram fundir-se num só, formando
o partido Rosa. A existência legal do novo partido tem início

317
353
a) com o registro de estatuto e do programa do novo partido no Tribunal Superior Eleitoral.
b) com a elaboração pelos órgãos de direção dos partidos Azul e Branco dos projetos comuns de estatuto e
programa.
c) quando os órgãos nacionais de deliberação dos partidos Azul e Branco votarem, em reunião conjunta, por
maioria absoluta, os projetos e o programa do novo partido.
d) quando os órgãos nacionais de deliberação dos partidos Azul e Branco, em reunião conjunta, por maioria
absoluta, elegerem o órgão de direção nacional do novo partido.
e) com o registro, no Ofício Civil competente da sede do novo partido, do seu estatuto e do respectivo
programa cujo requerimento deve ser acompanhado das atas e das decisões dos órgãos competentes.
33. (FCC/TRE-TO - 2011) A respeito da fusão e incorporação de partidos políticos, considere:
I. Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro dos estatutos do novo
partido no Tribunal Superior Eleitoral.
II. No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Ofício Civil competente, que deve,
então, cancelar o registro do partido incorporado a outro.
III. Adotados o estatuto e o programa do partido incorporador, realizar-se-á, em reunião conjunta dos órgãos
nacionais de deliberação, a eleição do novo órgão de direção nacional.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.
e) III.
34. (FCC/TRE-TO - 2011) De acordo com a Lei nº 9.096/95, os partidos políticos
a) poderão, depois de autorização diplomática, subordinarem- se a entidade estrangeira.
b) poderão incorporar-se um ao outro por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação.
c) poderão manter organização paramilitar.
d) poderão receber recursos financeiros de procedência estrangeira.
e) não poderão promover alterações programáticas ou estatutárias após o registro de seu estatuto no
Tribunal Superior Eleitoral.
35. (FCC/TRE-CE - 2012) Os partidos políticos
a) podem desenvolver campanhas publicitárias pagas por entidades estrangeiras.
b) são obrigados a conservar os documentos comprobatórios de suas prestações de contas por, pelo menos,
cinco anos.
c) não podem impugnar as prestações de contas de outros partidos, função que cabe exclusivamente à
Justiça Eleitoral.

318
353
d) podem ser mantidos por entidade de classe ou sindical, desde que os respectivos diretores sejam
diferentes.
e) não estão obrigados a enviar à Justiça Eleitoral nem balanço anual.
36. (FCC/MPE-PA - 2014) A disciplina normativa que rege o financiamento dos partidos políticos
a) determina a suspensão, por um ano, da participação no Fundo Partidário, no caso de recebimento por
partido político, sob qualquer forma ou pretexto, de contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em
dinheiro procedente de entidade de classe ou sindical.
b) determina que, em caso de cancelamento ou caducidade do órgão de direção nacional do partido, a cota
do Fundo Partidário a ele cabível será destinada aos órgãos de direção estadual, devendo ser distribuída
entre eles em partes iguais.
c) não impede que as cotas do Fundo Partidário devidas a agremiação partidária sejam, em caso de execução
civil ou trabalhista, penhoradas judicialmente mediante bloqueio dos valores correspondentes pelo Tribunal
Superior Eleitoral.
d) não impõe vedação veda que as agremiações partidárias recebam doações de empresas que, na condição
de Produtor Independente de Energia Elétrica (PIEE), tenham obtido autorização do Poder Público para
produzir energia elétrica destinada ao comércio de toda ou parte da energia produzida, por sua conta e risco.
e) determina que os depósitos e movimentações dos recursos oriundos do Fundo Partidário serão feitos na
instituição financeira escolhida pelo órgão diretivo do partido, sendo que, na ausência de indicação
partidária, devem ser utilizados estabelecimentos bancários controlados pelo Poder Público Federal.
37. (FCC/MPE-PE - 2014) Considere as seguintes afirmativas.
I. É vedada a aplicação de recursos oriundos do Fundo Partidário em campanhas eleitorais.
II. Os partidos políticos devem aplicar, no mínimo, 5% (cinco por cento) do total dos recursos oriundos do
Fundo Partidário na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das
mulheres.
III. A inobservância do limite de 50% (cinquenta por cento) dos recursos oriundos do Fundo Partidário para
pagamento de pessoal não implica a rejeição das contas do partido político, caso não demonstrada a
ocorrência de má-fé, desídia ou o comprometimento da lisura e transparência na prestação de contas.
IV. O Fundo Partidário é distribuído aos órgãos nacionais dos partidos políticos, sendo 1% (um por cento) do
total partilhado em partes iguais a todos os partidos e 99% (noventa e nove por cento) aos partidos que
tenham alcançado na eleição para Câmara dos Deputados, no mínimo, 5% (cinco por cento) dos votos
válidos, desde que distribuídos em, pelo menos, um terço dos Estados, com um mínimo de 2% (dois por
cento) do total de cada um deles.
Está correto o que se afirma em
a) I e II.
b) II e III.
c) I e IV.
d) III e IV.
e) II e IV.

319
353
38. (FCC/TRE-SP - 2012) Julgue o item a seguir.
O eleitor Pedro encaminhou à Justiça Eleitoral documento comprobatório de que determinado partido
político está recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira. Nesse caso, o processo de
cancelamento do registro e do estatuto do partido poderá ser iniciado pelo Tribunal Superior Eleitoral com
base na denúncia formulada por Pedro.
39. (FCC/TRE-RO - 2013 - Adaptada) A respeito das doações a partidos políticos, considere:
I. As doações de pessoas físicas só podem ser feitas aos órgãos de direção nacional do partido, aos quais
caberá fazer a distribuição aos órgãos estaduais e municipais.
II. As doações que não sejam em dinheiro devem ser lançadas na contabilidade do partido político, definidos
seus valores em moeda corrente.
III. As doações em recursos financeiros somente podem ser realizadas na conta do partido político por
intermédio de cheques (cruzados ou nominais) ou transferências eletrônicas, depósitos em espécie
identificados ou mecanismos que permita o uso de cartão de crédito ou de débito com identificação do
doador e emissão de recibo eleitoral.
Está correto o que consta APENAS em
a) I
b) III
c) I e II.
d) I e III.
e) II.
40. (FCC/TRE-RO - 2013) A respeito da aplicação dos recursos oriundos do Fundo Partidário pelos
partidos políticos, considere:
I. Manutenção das sedes e serviços do partido, inclusive pagamento de pessoal, a qualquer título, até o limite
do total recebido.
II. Propaganda doutrinária e política.
III. Alistamento e campanhas eleitorais.
IV. Destinação de recursos para o transporte de eleitores no dia das eleições.
Está correto o que consta APENAS em
a) II, III e IV.
b) II e IV
c) I, II e IV.
d) I e IV.
e) II e III.
41. (FCC/TRE-AP - 2015) O órgão regional de um partido político recebeu recursos financeiros de
procedência estrangeira. Esse ato

320
353
a) implicará no cancelamento do registro civil do partido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado em que
ocorreu a infração, mas não de seu estatuto.
b) acarretará o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido pelo Tribunal Superior Eleitoral.
c) implicará no cancelamento do registro civil e do estatuto do partido pelo Tribunal Regional Eleitoral do
Estado em que ocorreu a infração.
d) acarretará o cancelamento do registro civil do partido pelo Tribunal Superior Eleitoral, mas não de seu
estatuto.
e) não implicará em punição a esse partido em nível nacional pelo Tribunal Superior Eleitoral.
42. (FCC/TRE-PE - 2011) O partido político que receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma
ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade
de qualquer espécie, procedente de entidade de classe ou sindical, ficará sujeito à sanção de
a) suspensão da participação no Fundo Partidário por um ano.
b) multa de até duas vezes o valor da contribuição ou auxílio recebido.
c) multa correspondente ao valor da contribuição ou auxílio recebido.
d) cancelamento imediato do registro civil e do respectivo estatuto.
e) proibição de inscrever candidatos a cargos eletivos no próximo pleito eleitoral.
43. (FCC/TRE-PR - 2012) Em exame da prestação de contas anual do partido Gama, foi constatado o
recebimento de recursos de origem não esclarecida. Nesse caso,
a) o partido será punido com multa igual ao valor dos recursos e terá suas atividades suspensas até que o
esclarecimento seja feito.
b) o partido será punido com multa igual ao dobro do valor dos recursos de origem não esclarecida.
c) ficará suspenso o recebimento pelo partido das quotas do Fundo Partidário por um ano.
d) ficará suspenso o recebimento pelo partido das quotas do Fundo Partidário até que o esclarecimento seja
aceito pela Justiça Eleitoral.
e) ficará suspenso o recebimento das quotas do Fundo Partidário por dois anos e o partido será punido com
multa de dez salários mínimos.

CESPE

44. (CESPE/ALE-CE - 2021) Determinado partido político, ao elaborar seu planejamento estratégico,
estabeleceu metas que demandam emprego de recursos superiores aos disponíveis para os anos
seguintes. Nessa situação hipotética, algumas possibilidades são objeto de debate em seus órgãos de
direção. Assinale a opção correspondente à única que encontra amparo em lei.
A) Reduzir, em caráter temporário, assegurada a compensação posterior em benefício das atividades-fim do
partido, os repasses de recursos do fundo partidário previstos para a criação e manutenção de instituto ou
fundação de pesquisa, doutrinação e educação política, e para a criação e manutenção de programas de
promoção e difusão da participação política de mulheres.

321
353
B) Definir regras de contribuição de recursos para filiados, por meio de mensalidades, e projetar campanhas
de arrecadação entre cidadãos não filiados, observado o disposto na lei.
C) Empregar parte dos recursos disponíveis para investimento em empresas de elevada lucratividade e
utilizar o retorno desse investimento em atividades assinaladas, pelo planejamento, como prioritárias.
D) Solicitar apoio financeiro temporário de cooperativas, organizações não governamentais, organizações
empresariais e de trabalhadores, de preferência dos ramos de atividade vinculados com a história, os
objetivos e a agenda programática do partido.
E) Promover campanha de arrecadação de fundos, por meio da internet, assegurado o anonimato dos
doadores.
45. (CESPE/MPE-TO - 2022) O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos pode ser
utilizado para custear despesas com
I impulsionamento de conteúdo na Internet.
II compra de passagens aéreas para não filiados.
III a contratação de advogado.
Assinale a opção correta.
A) Apenas o item I está certo.
B) Apenas o item III está certo.
C) Apenas os itens I e II estão certos.
D) Apenas os itens II e III estão certos.
E) Todos os itens estão certos.
46. (CESPE/MPE-TO - 2022) Conforme a Emenda Constitucional nº 111/2021, para fins de distribuição
entre os partidos políticos dos recursos do fundo partidário e do Fundo Especial de Financiamento de
Campanha (FEFC), nas eleições realizadas de 2022 a 2030, serão computados em dobro os votos dados a
A) candidatos negros para o Senado Federal.
B) candidatos indígenas para cargos no Poder Executivo.
C) candidatas mulheres para a Câmara dos Deputados.
D) candidatos deficientes para o Senado Federal ou para a Câmara dos Deputados.
E) candidatas LGBTQIA+ para o Senado Federal ou para a Câmara dos Deputados.
47. (CESPE/ALE-CE - 2021) No que concerne à criação e organização de partidos políticos, assinale a
opção correta.
A) A lei não impõe restrições à criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos.
B) Exaurido o prazo máximo de oito anos de vigência de um órgão provisório do partido político, ocorre a
extinção automática desse órgão e o cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CNPJ).
C) O estatuto do partido deve prever regras relativas à transparência das informações partidárias e à
responsabilização de seus dirigentes em casos de infração de regra estatutária.

322
353
D) É vedado ao partido adotar uniforme para seus membros.
E) Para manter seu registro no Tribunal Superior Eleitoral, o partido político deve comprovar, a cada dois
anos, seu caráter nacional, por meio de número de filiados equivalente ao de assinaturas exigidas para seu
registro inicial.
48. (CESPE/MPE-TO - 2022) Em 2021, foi incluído o instituto da federação partidária na Lei dos Partidos
Políticos e na Lei das Eleições, o que possibilita a atuação conjunta das legendas. A esse respeito, assinale
a opção correta.
A) O registro da federação partidária deve se dar no tribunal regional eleitoral de cada estado e do Distrito
Federal.
B) A federação partidária poderá ser integrada por partidos com registro definitivo no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) e por partidos com pedido de registro protocolados no tribunal.
C) Os partidos integrantes da federação partidária deverão permanecer a ela filiados por, no mínimo, dois
anos.
D) A federação partidária terá abrangência estadual e do Distrito Federal, podendo ter abrangência nacional
mediante aprovação pela maioria absoluta dos votos em convenção nacional de cada um dos partidos
políticos integrantes.
E) Aplicam-se à federação partidária todas as normas que regem o funcionamento parlamentar e a fidelidade
partidária.
49. (CESPE/MPE-RR - 2017) A suspensão de direitos políticos
a) decorrente de condenação criminal transitada em julgado cessará com o cumprimento da pena, sendo
indispensável a prova de reparação dos danos, se for o caso.
b) não ocorre em relação ao beneficiado pela suspensão condicional do processo.
c) não é penalidade prevista para aquele que se recusar a prestar serviço no júri popular e a cumprir o serviço
alternativo, mesmo que a recusa deva-se a escusa de consciência.
d) decorrente de condenação criminal transitada em julgado cessará quando a pena privativa de liberdade
for substituída por restritiva de direitos.
50. (CESPE/TJ-SC - 2019) A respeito da criação de partidos políticos no Brasil, assinale a opção correta.
a) Os fundadores de partido político em formação, em número máximo de cento e um, são encarregados de
subscrever e dirigir os requerimentos de registro do partido para o cartório de registro civil de pessoas
jurídicas competente.
b) Após obter o seu registro civil, o partido político em formação deverá informar sua criação ao TSE, no
prazo de cem dias contados da obtenção desse registro.
c) Em até um ano após adquirir personalidade jurídica, o partido político tem de comprovar o apoiamento
mínimo de eleitores filiados, no total de, pelo menos, 0,5% dos votos dados na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos.
d) A apresentação do requerimento de registro de partido político em formação no cartório de registro civil
basta para autorizar à nova agremiação o recebimento de recursos do fundo partidário e o acesso gratuito
ao rádio e à televisão para propaganda.

323
353
e) A estrutura interna, a organização e o funcionamento do partido político em formação serão determinados
pela justiça eleitoral, até o registro definitivo do partido.
51. (CESPE/TJBA - 2019) A respeito da atuação dos partidos políticos e das estratégias de exercício da
democracia, assinale a opção correta.
a) O modelo brasileiro de financiamento de campanha é misto, com participação tanto do poder público
quanto do setor privado, sendo possível posterior retificação, na justiça eleitoral, dos limites de gastos de
cada campanha.
b) A CF prevê a proteção à fidelidade partidária, de modo que, nos cargos alcançados pelo sistema
majoritário, a arbitrária desfiliação partidária implica renúncia tácita do mandato.
c) O sistema eleitoral distrital tem natureza proporcional, o que possibilita o prestígio da representação de
minorias e a diminuição do clientelismo político.
d) No Brasil, a discussão acerca da viabilidade de candidaturas avulsas está relacionada com o respeito às
condições de elegibilidade previstas na CF e às garantias previstas no Pacto de San José da Costa Rica.
e) Ao eleito por partido que não alcançar a cláusula de desempenho eleitoral exigida pela legislação será
assegurado o mandato, desde que ele se filie a outro partido.
52. (CESPE/TJ-CE - 2018) O registro de estatuto de partido político junto ao TSE será autorizado
a) por ato de natureza jurisdicional da corte sujeito a recurso extraordinário.
b) por ato materialmente administrativo que lhe atribua personalidade jurídica.
c) se, entre outros requisitos, o requerimento estiver instruído com o inteiro teor do programa e do estatuto
partidários, ambos inscritos no registro civil das pessoas jurídicas.
d) se, entre outros requisitos, o requerimento estiver instruído com certidão de inteiro teor do registro
partidário expedida pelo cartório de registro civil das pessoas jurídicas da capital do estado sede do partido.
e) se preenchidos os requisitos legais, independentemente de comprovação de apoio mínimo de eleitores.
53. (CESPE/TRE-BA - 2017) O fato de um partido político ter sido beneficiado recentemente com novos
recursos de fundo partidário significa que ele está
a) habilitado a utilizar gratuitamente escolas públicas para a realização de suas convenções.
b) com o estatuto registrado no TSE e constituído regularmente como pessoa jurídica de direito público.
c) com as contas partidárias do ano anterior ao recebimento dos recursos devidamente aprovados.
d) obrigado a observar a Lei das Licitações para aplicar os referidos recursos.
e) proibido de utilizar os recursos para realizar pagamento de despesas com alimentação em restaurantes
ou lanchonetes.
54. (CESPE/TRE-BA - 2017) Nos procedimentos de prestação de contas referentes à destinação das
verbas recebidas pelos partidos políticos, há erros que podem ser ignorados pelo órgão controlador de
contas. Essas são os chamados erros
a) materiais.
b) estatutários.
c) percentuais.

324
353
d) destinatários.
e) hierárquicos.
55. (CESPE/MPE-RR - 2017) A respeito de partidos políticos, assinale a opção correta.
a) Os partidos políticos podem utilizar os recursos do fundo partidário para pagar multas eleitorais
decorrentes de infração à Lei das Eleições.
b) Os partidos políticos não são obrigados a cumprir exigências licitatórias para contratar e realizar despesas
com recursos do fundo partidário.
c) O partido político adquire personalidade jurídica com o registro de seu estatuto no TSE.
d) As contas partidárias que forem desaprovadas não poderão receber novas cotas do fundo partidário até
que sejam regularizadas.
56. (CESPE/TRE-PE - 2017) Relativamente às condições para criação, funcionamento e financiamento
dos partidos políticos, assinale a opção correta.
a) A mudança substancial ou o desvio reiterado do programa partidário, a ocorrência de grave discriminação
política e pessoal e a filiação a um partido recém-criado são justa causa para desfiliação dos detentores de
mandato.
b) A maior parte dos recursos do Fundo Partidário é distribuída aos partidos políticos na proporção das
cadeiras conquistadas na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, devendo ser consideradas, em
qualquer hipótese, as mudanças de filiação partidária.
c) Ao menos 25% dos recursos do Fundo Partidário devem ser aplicados na criação e manutenção de instituto
ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política e na criação e manutenção de programas de
promoção e difusão da participação política das mulheres.
d) O tempo de acesso dos partidos políticos ao rádio e à televisão, para propaganda partidária, é distribuído
proporcionalmente ao número de votos que cada partido tiver angariado na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados.
e) As listas de apoio à criação de um novo partido, para fins de registro do estatuto da nova sigla no Tribunal
Superior Eleitoral, deverão ser assinadas por um percentual mínimo de eleitores já filiados a partidos
políticos.
57. (CESPE/TRE-PE - 2017) A respeito da organização de partidos políticos, assinale a opção correta.
a) Desde que haja disposição estatutária nesse sentido, partidos poderão aceitar como filiados menores de
dezesseis anos de idade.
b) O partido político que promover o conflito entre grupos de cidadãos brasileiros poderá sofrer o
cancelamento do seu registro civil.
c) O processo de fusão de partidos exige a elaboração conjunta de estatutos e programas por parte dos
órgãos de direção dos partidos envolvidos.
d) Não incidem restrições legais sobre a fusão ou incorporação de partidos políticos.
e) É vedado aos partidos políticos estabelecer nos seus estatutos prazos de filiação partidária superiores aos
previstos na lei para fins de candidaturas a cargos eletivos.
58. (CESPE/TRE-PE - 2017) Com base nas disposições do Código Eleitoral, assinale a opção correta.

325
353
a) O partido poderá inscrever candidato para a eleição mesmo que não tenha diretório registrado na
circunscrição em que ocorrerá o pleito.
b) Servidor do tribunal regional eleitoral que exercer atividade partidária ficará sujeito à pena de demissão.
c) Contra a apuração da votação cabe recurso ao tribunal regional eleitoral, ainda que não tenha havido
prévia impugnação perante a junta eleitoral, no ato de apuração.
d) O número de juízes de tribunal regional eleitoral poderá ser elevado para até nove ou reduzido ao mínimo
de seis, mediante proposta do TSE.
e) Toda propaganda eleitoral é de responsabilidade dos partidos, os quais responderão solidariamente pelos
excessos cometidos por seus candidatos e pelos candidatos de sua coligação.
59. (CESPE/TRE-PE - 2017) Acerca de partidos políticos, assinale a opção correta.
a) A fusão de dois partidos não é causa para o cancelamento de seus registros originais junto ao ofício civil e
ao tribunal regional eleitoral.
b) O detentor de mandato eletivo que se desfiliar sem justa causa do partido pelo qual foi eleito perderá o
mandato.
c) A responsabilidade por violação dos deveres partidários deve ser apurada e punida pelo Ministério Público.
d) Para ter acesso gratuito à televisão, o partido deve ter registrado seu estatuto no tribunal regional
eleitoral.
e) O requerimento do registro de partido deve ser dirigido a cartório do registro civil das pessoas jurídicas
da capital do estado de registro.
60. (CESPE/TRE-PE - 2017) Com relação a partidos políticos, assinale a opção correta.
a) O partido político é pessoa jurídica de direto público destinada a assegurar a autenticidade do sistema
representativo e a defesa dos direitos fundamentais.
b) Em ano de eleição, é facultado ao partido político alterar, em seu estatuto, os prazos de filiação partidária.
c) Apenas o eleitor em pleno gozo de seus direitos políticos pode filiar-se a partido.
d) Para desligar-se do partido, o filiado tem de fazer comunicação escrita ao órgão de direção regional desse
partido e ao tribunal regional eleitoral.
e) Com o registro do estatuto do partido no registro civil das pessoas jurídicas fica-lhe assegurada a
exclusividade de uso dos seguintes elementos identificatórios: denominação, sigla, símbolos e uniforme.
61. (CESPE/TRE-PE - 2017) Acerca de partidos políticos, assinale a opção correta.
a) O partido político tem soberania para definir sua estrutura interna.
b) Filiados mais antigos podem ter mais direitos que os recentes, desde que assim seja previsto no estatuto
do partido político.
c) Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão pleno acesso às informações de seus filiados
constantes do cadastro eleitoral.
d) A ação do partido é exercida de acordo com seu estatuto e programa, podendo haver subordinação da
agremiação a entidade estrangeira, desde que expressamente consignado em referidos documentos.
e) É vedada a fusão de partidos políticos.

326
353
62. (CESPE/PC-GO - 2017) Em cada uma das próximas opções, é apresentada uma situação hipotética,
seguida de uma assertiva a ser julgada conforme a Lei n.º 9.096/1995. Assinale a opção que apresenta a
assertiva correta.
a) Um grupo de eleitores encaminhou pedido de registro do estatuto do partido político Y (PY) ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). Nessa situação, o TSE somente poderá deferir o registro depois de publicadas as
normas que regerão o PY, devido ao fato de os partidos políticos serem pessoas jurídicas de direito público
sujeitas ao princípio da publicidade.
b) O partido político W (PW) estabeleceu em seu estatuto que somente poderiam concorrer a cargos eletivos
os candidatos que tivessem mais de dois anos de filiação partidária. Nessa situação, os filiados do PW
deverão cumprir o estabelecido na referida determinação estatutária, uma vez que é facultado aos partidos
estabelecer prazos de filiação superiores aos previstos em lei.
c) O partido político Z (PZ) requereu o registro do seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tendo
juntado ao pedido documentos comprobatórios de apoiamento de eleitores, todos filiados a partidos
políticos e com representantes das diversas unidades da Federação, inclusive do DF. Nessa situação, o TSE
deverá deferir o pedido de registro do estatuto do PZ em caráter nacional.
d) Um deputado federal pretende desfiliar-se do partido político A, em razão da criação do partido político
B, ao qual ele pretende filiar-se. Nessa situação, é possível a troca de partido sem perda do cargo
parlamentar, pois a criação de um novo partido político é justa causa para desfiliação partidária.
e) Um eleitor, já filiado ao partido político X, filiou-se também a outro partido. Tal situação caracteriza dupla
filiação, e ambas as filiações serão consideradas nulas para todos os efeitos legais.
63. (CESPE/PC-PE - 2016) De acordo com as disposições preliminares da Lei dos Partidos Políticos — Lei
n.º 9.096/1995 —, assinale a opção correta.
a) Para que determinado partido político de caráter nacional obtenha registro de seu estatuto junto ao TSE,
serão necessários, entre outros requisitos, o apoio de eleitores não filiados a partidos políticos.
b) O partido político, adquire personalidade jurídica após o registro de seu estatuto junto ao TSE.
c) O partido político poderá subordinar-se a entidades estrangeiras.
d) O pedido de registro de seu estatuto junto ao TSE, assegura aos partidos políticos a exclusividade da sua
denominação, da sua sigla e dos seus símbolos.
e) O STF considera os partidos políticos como pessoas jurídicas de direito público, devido ao fato de eles
receberem recursos do fundo partidário e de terem acesso gratuito ao rádio e à televisão.
64. (CESPE/PC-PE - 2016) Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética, seguida
de uma assertiva a ser julgada, de acordo com as normas de filiação partidária e à luz da Lei dos Partidos
Políticos — Lei n.º 9.096/1995. Assinale a opção que apresenta a assertiva correta.
a) Um vereador eleito por determinado partido político ao qual estava filiado requereu a sua desfiliação, no
período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido pela legislação, para concorrer à reeleição por
outro partido político. O partido original indeferiu o seu pedido de desfiliação e o ameaçou com a perda do
mandato. Nessa situação, a atitude do partido foi indevida, já que o vereador agiu em conformidade com as
hipóteses de justa causa previstas na legislação.
b) Determinado partido político pretende estabelecer, no ano eleitoral, prazo de filiação partidária superior
ao prazo previsto na legislação, com o propósito de orientar as inscrições de seus futuros candidatos a cargos

327
353
eletivos. Nessa situação, para executar a referida ação, é suficiente que o partido altere seu estatuto, na
forma da lei.
c) José, que jamais exerceu cargo eletivo, pretende, após ter sido filiado muitos anos a determinado partido
político, desfiliar-se do partido em questão. Nessa situação, é suficiente que José requeira sua desfiliação
junto ao órgão de direção municipal do partido.
d) O estatuto de determinado partido político elencou várias possibilidades de cancelamento da filiação
partidária, além das previstas na legislação. Nessa situação, há erro insanável no estatuto do partido, que
deveria ter previsto apenas as situações elencadas na legislação.
e) Um cidadão, filiado ao partido político X há mais de vinte anos, resolveu se filiar ao partido político Y, sem,
contudo, se desfiliar do partido X. Nessa situação, como ficou caracterizada a dupla filiação partidária, ambas
as filiações serão consideradas nulas, para todos os efeitos legais.
65. (CESPE/TRE-PI - 2016) Considerando as disposições preliminares da Lei n.º 9.096/1995, assinale a
opção correta.
a) Para desligar-se de seu partido político, o filiado deve comunicar expressamente sua intenção ao órgão
partidário e ao juiz competentes.
b) O partido político pode aceitar como filiado qualquer pessoa natural, independentemente do estado em
que ela se encontre, já que todos têm iguais direitos e deveres perante a lei.
c) Os prazos de filiação partidária não podem ser objeto do estatuto dos partidos políticos.
d) A personalidade jurídica de um partido político é constituída mediante cadastro do seu estatuto em
cartório de registro civil de pessoas jurídicas de direito público.
e) Registrado o partido político, cabe ao Tribunal Superior Eleitoral determinar sua estrutura interna e sua
organização administrativa, uma vez que as verbas do fundo partidário são oriundas da União.
66. (CESPE/TJ-AM - 2016 - Adaptada) De acordo com as normas que regulam o funcionamento dos
partidos políticos no Brasil,
a) não há restrições à fusão ou incorporação de partidos políticos que tenham obtido o registro definitivo do
TSE.
b) as mudanças de filiação partidária não são consideradas para efeito da distribuição dos recursos do fundo
partidário entre os partidos políticos.
c) o desvio reiterado do programa partidário, a grave discriminação política pessoal e a filiação a novo partido
são considerados justas causas de desfiliação de detentores de mandato eletivo.
d) o apoiamento de eleitores filiados a determinado partido político pode ser computado para fins de registro
do estatuto de um novo partido político.
e) o tempo de propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão não é mais previsto no ordenamento
jurídico.
67. (CESPE/TRE-PI - 2016) Assinale a opção correta a respeito dos partidos políticos.
a) A perda do mandato em razão de mudança de partido não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema
majoritário, sob pena de violação da soberania popular e das escolhas feitas pelo eleitor.

328
353
b) Constitui afronta ao princípio da autonomia partidária e da legalidade a exigência de que a agremiação
partidária proceda à abertura de conta bancária se não houver qualquer arrecadação de recurso financeiro
do fundo partidário.
c) O TSE não possui competência para cancelar o registro civil do partido político, mas apenas para cancelar
o registro do estatuto partidário.
d) O partido político pode utilizar os recursos do fundo partidário para efetuar o pagamento de multas
eleitorais.
e) Em razão do recebimento de recursos de natureza pública, os partidos políticos se submetem ao regime
de licitações disciplinado pela Lei 9.666/1993.
68. (CESPE/TRE-MT - 2015) De acordo com a legislação que rege os partidos políticos, assinale a opção
correta.
a) O partido político se equipara às entidades paraestatais.
b) O TSE determinará, após decisão transitada em julgado, o cancelamento do registro civil e do estatuto de
um partido se não lhe forem prestadas contas pelo órgão nacional desse partido.
c) Seria admissível, em termos legais, a fusão, em 2015, de um partido político criado em 2014 com outros
partidos se os órgãos de direção dos partidos envolvidos deliberassem sobre o processo de fusão por votação
em reunião individual e elaborassem projeto comum de estatuto e programa.
d) Caso o diretório estadual de um partido político pratique atos que resultem na violação dos direitos de
um cidadão e lhe causem danos, o diretório nacional responderá solidariamente em eventual ação para
apuração de responsabilidade civil.
e) Seria ilegal uma determinação feita por um partido político, em seu estatuto, que obrigasse um de seus
membros, ocupante de cargo eletivo, a subordinar suas ações às diretrizes estabelecidas pelos órgãos de
direção do partido.
69. (CESPE/TRE-BA - 2010) A respeito da filiação partidária e do registro de estatuto de partido político,
julgue os itens a seguir.
Só será admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional, isto é, daquele que
comprove o apoiamento de eleitores correspondente a, pelo menos, 1% dos votos dados na última eleição
geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos brancos e os nulos, distribuídos por um terço,
ou mais, dos estados, com um mínimo de 0,1% do eleitorado que haja votado em cada um deles.
70. (CESPE/Câmara dos Deputados - 2014) Julgue os próximos itens, referentes aos partidos políticos.
Os partidos políticos deverão se registrar no tribunal regional eleitoral de qualquer uma de suas sedes para
adquirirem personalidade jurídica.
71. (CESPE/TRE-MS - 2013) Assinale a opção correta a respeito dos partidos políticos.
a) Dado o caráter nacional dos partidos políticos, a lei reconhece a responsabilidade solidária entre o órgão
partidário nacional e seus respectivos órgãos estaduais e municipais.
b) O eleitor não detém legitimidade para iniciar, junto à justiça eleitoral, processo de cancelamento de
registro e de estatuto partidários, em razão de irregularidades.

329
353
c) Caso um órgão nacional de partido político deixe de prestar contas ao TSE, a agremiação estará sujeita ao
cancelamento do seu registro civil e do estatuto, o que não se aplica, no entanto, à omissão dos órgãos
partidários regionais ou municipais.
d) O registro de partido político no cartório competente pelo registro civil das pessoas jurídicas em Brasília
basta para assegurar a exclusividade da respectiva denominação, sigla e símbolos.
e) As alterações programáticas ou estatutárias, após a devida aprovação do TSE, devem ser registradas no
ofício civil competente.
72. (CESPE/MPE-PI - 2012) Com relação às disposições constitucionais e legais acerca dos partidos
políticos, julgue o item seguinte.
O caráter nacional dos partidos políticos é garantido com a vinculação das candidaturas, em âmbito estadual,
distrital ou municipal, às escolhas e ao regime das coligações eleitorais estabelecidas pela direção partidária
nacional.
73. (CESPE/TRE-RJ - 2012) A respeito dos partidos políticos, julgue os itens seguintes.
Somente depois de adquirirem personalidade jurídica na forma da lei civil e de registrarem seus estatutos
no Tribunal Superior Eleitoral, os partidos políticos poderão participar do processo eleitoral, receber recursos
do fundo partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, nos termos da lei.
74. (CESPE/TJ-PI - 2012) A respeito dos partidos políticos, assinale a opção correta.
a) Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos têm pleno acesso às informações que, constantes do
cadastro eleitoral, digam respeito a seus afiliados.
b) Terá direito a funcionamento parlamentar, em todas as casas legislativas para as quais tenha elegido
representante, o partido que, em cada eleição para a Câmara dos Deputados, obtiver o apoio de, no mínimo,
5% dos votos apurados, não computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo menos, um terço dos
estados, com um mínimo de 2% do total de cada um deles.
c) De acordo com a lei que dispõe sobre partidos políticos, a responsabilidade civil e trabalhista é solidária
entre o órgão partidário municipal, o estadual e o nacional, ante o caráter nacional das agremiações
partidárias.
d) Resolução do TSE considera justa causa, para efeito de desfiliação partidária, afastamento e decretação
da perda de cargo eletivo, a mudança substancial ou o desvio do estatuto partidário.
e) Somente o registro do estatuto do partido político no registro civil das pessoas jurídicas da capital federal
assegura a exclusividade da denominação, da sigla e dos símbolos da agremiação, sendo vedada a utilização,
por outros partidos, de variações que possam suscitar erro ou confusão.
75. CESPE/TRE-ES - 2011) Com relação aos partidos políticos, julgue os itens que se seguem.
Entre as destinações dos partidos políticos, está a defesa dos direitos fundamentais definidos na Constituição
Federal.
76. (CESPE/MPE-PI – 2012) Com relação às disposições constitucionais e legais acerca dos partidos
políticos, julgue o item seguinte.
Organização da sociedade civil constituída como pessoa jurídica de direito público, o partido político destina-
se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais.

330
353
77. (CESPE/TRE-BA - 2010) Com relação às regras atinentes aos partidos políticos, julgue os itens que
seguem.
A Lei assegura a liberdade de criação dos partidos políticos, mas exige que o novo partido possua caráter
nacional e que, após adquirir a personalidade jurídica, promova o registro do estatuto no TSE.
78. (CESPE/TJ-DF - 2014) Com relação aos partidos políticos, assinale a opção correta.
a) Com o fim da verticalização, os estatutos partidários ostentam maior relevo, elencando os critérios de
escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas
em níveis nacional, estadual, distrital ou municipal, deixando que as regras internas estabeleçam normas de
disciplina.
b) O candidato que for eleito para cargo no Poder Legislativo será detentor de parcela da soberania popular
que advém do voto e, por isso, a ele pertencerá o mandato que passará a exercer.
c) A justiça eleitoral fiscaliza a escrituração contábil e a prestação de contas das campanhas eleitorais, que
devem ser feitas no encerramento da campanha eleitoral pelos partidos que tiverem candidatos eleitos.
d) Um partido político tem direito a atuação parlamentar, nas casas legislativas para as quais tenha elegido
representante, se, em cada eleição para a Câmara dos Deputados, obtiver o apoio de, no mínimo, 5% dos
votos apurados.
e) Após o registro de seu estatuto no cartório de registro civil das pessoas jurídicas de Brasília, o partido
político pode dispor do fundo partidário e fazer uso exclusivo da sigla que o identifica.
79. (CESPE/MPE-RR - 2012) Assinale a opção correta no que se refere à disciplina legal e constitucional
dos partidos políticos.
a) A liberdade política e partidária, na democracia brasileira, comporta partido contrário ao regime
democrático.
b) A lei que rege os partidos políticos é orgânica, pois disciplina sua estrutura interna, organização e
funcionamento.
c) Pessoa jurídica de direito privado, o partido político deve registrar seus estatutos no cartório de registro
civil.
d) Partido político ou sua facção são autorizados por lei a adotar uniforme para seus integrantes.
e) Para o registro de novo partido, é necessário, entre outras exigências, o apoio de 0,5% dos eleitores
(considerados os votos válidos) que votaram nas eleições anteriores para a Câmara dos Deputados.
80. (CESPE/TRE-GO - 2015) Julgue o item que se segue, referentes às Leis de n.º 9.504/1997 e n.º
9.096/1995, bem como à Resolução TSE n.º 21.538/2003.
Embora lhes esteja assegurada autonomia para definir sua estrutura interna, sua organização e seu
funcionamento, os partidos políticos são legalmente proibidos de adotar o uso de uniforme para seus
membros.
81. CESPE/TRE-RS - 2015) Pelo menos um em cada quatro deputados federais no Brasil, entre 1986 e
2002, abandonou o partido responsável por sua eleição para a Câmara dos Deputados. A proporção de
deputados que mudam de legenda, alguns várias vezes na mesma legislatura, tem contribuído para o
reforço de uma imagem negativa do Poder Legislativo brasileiro, relacionada à fragilidade dos partidos, ao
governismo e ao predomínio de ambições particulares.

331
353
André Marenco. Migração partidária. In: L. Avritzer e F.Anastasia. Reforma política no Brasil. Belo Horizonte:
Editora UFMG, 2007 (com adaptações).
Tendo em vista que, desde a publicação do texto apresentado, em 2007, diversas proposições com a
finalidade de regular e coibir a mudança de partido pelos parlamentares converteram-se em lei, assinale a
opção correta à luz do disposto nas Leis n.o 9.096/1995 e n.o 13.165/2015.
a) Devido ao fato de o partido ser o único prejudicado com a desfiliação de parlamentares, por diminuição
de sua bancada, a mudança de partido dependerá de anuência expressa de sua direção.
b) A mudança de partido, exceto nos casos previstos em lei, resulta em perda do mandato do detentor de
cargo eletivo no Poder Legislativo.
c) A lei prevê a perda do mandato do detentor de cargo eletivo no Poder Legislativo, em caso de filiação a
novo partido, ainda que esse partido seja novo ou resultante da fusão de dois partidos já existentes.
d) O parlamentar é dono de seu mandato, por receber pessoal e nominalmente os votos a ele conferidos
pelo eleitor, razão por que não há restrições legais à mudança de partido.
e) A lei veda a mudança de partido em qualquer hipótese, pois, nas eleições proporcionais, a eleição do
candidato depende dos votos recebidos por seu partido.
82. (CESPE/TRE-RS - 2015) A respeito do processo brasileiro de eleição, julgue o item seguinte. Nesse
sentido, considere que a sigla TSE, sempre que utilizada, se refere ao Tribunal Superior Eleitoral.
É livre a criação de partidos políticos, os quais se constituem de personalidade jurídica de direito privado,
podendo, inclusive, fazer constar de seu estatuto a possibilidade de expulsão sumária de seus filiados.
83. (CESPE/PC-BA - 2013) Em relação aos direitos e deveres fundamentais expressos na Constituição
Federal de 1988 (CF), julgue os itens subsecutivos.
Caso determinado deputado estadual perca seu mandato eletivo por infidelidade partidária, o deputado que
assumir o mandato em seu lugar deve, necessariamente, ser do partido político pelo qual o primeiro tenha
sido eleito.
84. (CESPE/TRE-MS - 2013) Assinale a opção correta acerca da Lei n.º 9.096/1995, que dispõe sobre
partidos.
a) Para desligar-se de partido, o filiado deve encaminhar ao órgão de direção municipal seu pedido de
desligamento, que, se negado, deverá ser apreciado pelo juiz eleitoral da zona em que for inscrito.
b) A decisão partidária no sentido do deferimento do cancelamento da filiação é necessária para que o
vínculo com o partido torna-se extinto para todos os efeitos.
c) É proibida a filiação de um eleitor a um partido político antes de seu desligamento do outro partido ao
qual era filiado.
d) A organização e o funcionamento dos partidos são determinados por lei específica.
e) Os órgãos de direção nacional de partidos políticos têm pleno acesso às informações de seus filiados
constantes do cadastro eleitoral.
85. (CESPE/TRE-RJ - 2012) A respeito dos partidos políticos, julgue os itens seguintes.
Na casa legislativa, o integrante de bancada partidária atua livremente, não estando subordinado às
diretrizes estabelecidas em estatuto pelos órgãos de direção do partido político a que ele estiver filiado.

332
353
86. (CESPE/TRE-ES - 2011) Com relação aos partidos políticos, julgue os itens que se seguem.
Um partido que venha a cancelar a filiação de alguém por hipótese diversa de morte, perda dos direitos
políticos ou expulsão tem a obrigação de comunicar ao atingido o fato em até quarenta e oito horas da
decisão.
87. (CESPE/TRE-BA - 2010 - Adaptada) Considerando as disposições constitucionais acerca de partidos
políticos e o papel dessas instituições para o regime democrático nos termos da Lei dos Partidos e da
legislação brasileira, conforme a interpreta a justiça eleitoral, julgue os seguintes itens.
É vedada a mudança de partido, impondo-se a perda do mandato por configurar infidelidade partidária,
ainda quando o mandatário pretenda fundar novo ente partidário.
88. (CESPE/TRE-BA - 2010 - Adapatada) Considerando as disposições constitucionais acerca de partidos
políticos e o papel dessas instituições para o regime democrático nos termos da Lei dos Partidos e da
legislação brasileira, conforme a interpreta a justiça eleitoral, julgue os seguintes itens.
A perda de mandato por infidelidade partidária decorre de interpretação da justiça eleitoral, promovida pelo
TSE, pois a Lei dos Partidos não é específica quanto a essa questão.
89. (CESPE/TRE-BA - 2010) Acerca das regras concernentes à filiação partidária julgue os itens a seguir.
O cidadão que pretende concorrer a cargo eletivo poderá mudar de partido no ano em que pretende disputar
o pleito, desde que ainda não tenha havido a convenção do partido com a finalidade de escolher seus
respectivos candidatos.
90. (CESPE/TRE-BA - 2010) Acerca das regras concernentes à filiação partidária julgue os itens a seguir.
A lei limita o acesso dos órgãos de direção nacional dos partidos políticos quanto às informações de seus
filiados constantes do cadastro eleitoral, como forma de assegurar a privacidade dos eleitores e dos
candidatos, ainda que em relação aos partidos que se encontram filiados.
91. (CESPE/TRE-RS - 2015) Ao final do ano, a direção do partido X reuniu-se para planejar a utilização
dos recursos do Fundo Partidário para o ano vindouro. A situação financeira desse partido encontrava-se
bastante complicada, pois suas receitas eram insuficientes para honrar seus débitos. Para equilibrar a
situação, diversas propostas foram apresentadas e discutidas na reunião.
A propósito dessa situação hipotética, assinale a opção que apresenta uma correta proposta de solução,
também hipotética, para o problema em questão, à luz da legislação vigente.
a) Deslocar os 5% dos recursos do Fundo Partidário que a lei reserva para o estímulo e a promoção da
participação política das mulheres para destinações mais urgentes, e aumentar esse percentual depois que
a situação financeira do partido for estável.
b) Solicitar à fundação de pesquisa do partido que se encarregue, com os recursos provenientes dos 20% do
Fundo Partidário que o partido a ela repassa, de um projeto de capacitação política voltado para filiados e
não filiados, previsto inicialmente para ser feito com recursos do partido.
c) Destinar, para pagamento dos funcionários da direção nacional do partido, mais do que os 50% dos
recursos do Fundo Partidário que a lei estipula como limite, apresentando justificação minuciosa por ocasião
da prestação de contas.
d) Repassar para a fundação de pesquisa do partido as despesas anuais com salários e aluguéis, com a
promessa de reembolso posterior.

333
353
e) Aumentar a previsão de receita, uma vez que está acordado o ingresso de alguns deputados no partido e,
com o aumento da bancada, a receita do Fundo Partidário deve crescer.
92. (CESPE/TRE-MT - 2015) Assinale a opção correta de acordo com a legislação que rege os partidos
políticos.
a) As prestações de contas do partido e as despesas de campanha eleitoral devem ser fiscalizadas pela justiça
eleitoral, que promoverá a análise das atividades político-partidárias e exigirá obrigatoriedade de
constituição de comitês eleitorais e a caracterização de responsabilidade dos dirigentes do partido e dos
comitês.
b) Se um cidadão se eleger a um cargo eletivo e quiser sair do partido que o elegeu para se filiar a outro,
deverá demonstrar justa causa para a sua saída, sendo causas válidas a criação de novos partidos e a
incorporação e fusão de partidos políticos.
c) É facultada aos órgãos partidários municipais a prestação de contas caso não tenham movimentado
recursos financeiros no exercício anterior; contudo, caso o partido tenha movimentado recursos e não tenha
prestado contas à justiça eleitoral, ficará impedido de concorrer às eleições seguintes.
d) Caso as contas do diretório nacional de um partido político sejam reprovadas, o TSE deverá multar
solidariamente os demais órgãos de direção, para tornar inadimplentes os seus responsáveis partidários.
e) Os recursos do Fundo Partidário devem ser aplicados, por exemplo, nas campanhas eleitorais e no
pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos partidários internacionais que
se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais seja o partido político
regularmente filiado.
93. (CESPE/TJ-DFT - 2015) Com relação à fidelidade partidária, assinale a opção correta.
a) O dever de observância da fidelidade partidária não alcança os detentores de mandato proporcional.
b) Em tese, não incorrerá em infidelidade partidária o parlamentar que, com a aquiescência do partido, se
filiar pela segunda vez a agremiação partidária após ter-se desligado dela sem justa causa.
c) Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi
eleito, com exceção apenas, de grave discriminação político pessoal.
d) O mandato deixado vago pelo partidário infiel deverá ser preenchido por suplente da mesma agremiação
partidária, independentemente da existência de coligação.
e) Em tese, não incorrerá em infidelidade partidária o parlamentar que trocar o partido pelo qual foi eleito
por outro que participou da coligação integrada pelo seu antigo partido na última eleição.
94. (CESPE/TRE-RJ - 2012) A respeito dos partidos políticos, julgue os itens seguintes.
O Tribunal Superior Eleitoral determinará, após decisão judicial transitada em julgado, o cancelamento do
registro civil e do estatuto de partido político que, comprovadamente, não houver prestado, nos termos da
lei, as devidas contas à justiça eleitoral.
95. (CESPE/MPE-PI - 2012) Com relação às disposições constitucionais e legais acerca dos partidos
políticos, julgue o item seguinte.
No Brasil, é livre a criação, a fusão, a incorporação e a extinção de partidos políticos, desde que resguardados
os objetivos fundamentais do país e observados preceitos como caráter nacional e cooperação entre os
povos para o progresso da humanidade.

334
353
96. (CESPE/TRE-ES - 2011) À luz do disposto na Lei n.º 9.096/1995 e na Resolução TSE n.º 21.841/2004,
julgue os itens a seguir.
Os tribunais e conselhos de contas emitem pareceres sobre as prestações de contas dos partidos políticos,
nas esferas municipal, estadual e federal. A manifestação técnica daqueles órgãos de controle instrui os
respectivos processos para fins de julgamento pelos tribunais eleitorais.
97. (CESPE/TRE-ES - 2011) À luz do disposto na Lei n.º 9.096/1995 e na Resolução TSE n.º 21.841/2004,
julgue os itens a seguir.
A utilização dos recursos do Fundo Partidário oriundos de dotações orçamentárias da União está sujeita às
disposições da legislação sobre licitações e contratos.
98. (CESPE/TRE-MS - 2013) No que se refere aos partidos políticos e à arrecadação, aplicação e
prestação de contas de recursos nas campanhas eleitorais, julgue o item.
Para a garantia de transparência do processo eleitoral, o fundo especial de assistência financeira aos partidos
políticos, conhecido como fundo partidário, deve ser financiado apenas por dotações orçamentárias da
União em valor nunca inferior, a cada ano, ao número de eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano
anterior ao da proposta orçamentária, multiplicado por trinta e cinco centavos de real, em valores de agosto
de 1995.
99. (CESPE/TJ-CE - 2012) A respeito dos partidos políticos, julgue o item a seguir.
O recurso contra a decisão que desaprovar total ou parcialmente a prestação de contas dos órgãos
partidários somente poderá ser recebido no efeito devolutivo.
100. (CESPE/TJ-CE - 2012) A respeito dos partidos políticos, julgue o item a seguir.
As prestações de contas desaprovadas pelos tribunais regionais e pelo tribunal superior somente poderão
ser revistas para fins de aplicação proporcional da sanção aplicada, mediante interposição de recurso.
101. (CESPE/MPE-AC - 2014) Assinale a opção correta com relação aos partidos políticos.
a) A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe solidariamente ao órgão partidário municipal,
estadual ou nacional que tiver dado causa a descumprimento da obrigação, a violação de direito, a dano a
outrem ou a qualquer ato ilícito.
b) A sanção de suspensão do repasse de novas quotas do fundo partidário, por desaprovação total da
prestação de contas de partido, não pode ser aplicada por meio de desconto, do valor a ser repassado, da
importância apontada como irregular.
c) É assegurada aos partidos políticos autonomia para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações eleitorais nas eleições majoritárias, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal.
d) Os órgãos de direção nacional, estadual e municipal do partido político podem receber doações de pessoas
físicas e jurídicas, inclusive entidades de classe ou sindicais, para constituição de seus fundos.
e) A personalidade jurídica é adquirida, nos termos da lei civil, após o registro do estatuto do partido político
no TSE.
102. (CESPE/TRE-TO - 2017) O registro do estatuto de partido político deverá ser realizado
a) no TSE, para que seja assegurada ao partido a natureza jurídica de pessoa jurídica de direito privado.

335
353
b) no cartório de registro civil das pessoas jurídicas da capital do estado-membro onde o partido tem sede,
para que seja assegurada ao partido a personalidade jurídica de natureza privada.
c) no TSE, ficando, todavia, suspenso no cartório e no tribunal caso o partido venha a se fundir com outro,
na forma de seu estatuto, enquanto perdurar a fusão.
d) no TSE, para que o partido possa participar do processo eleitoral, receber recursos do fundo partidário e
ter acesso gratuito a rádio e televisão, desde que cumpridas as previsões legais.
e) no cartório de registro civil das pessoas jurídicas da capital federal, para que seja assegurado ao partido
acesso gratuito ao rádio e televisão, na forma da lei.
103. (CESPE/TRE-TO - 2017) Se o diretório nacional de um partido político, ao constatar dificuldades em
suas finanças, reunir-se a fim de discutir alternativas para reverter a situação, poderá, à luz da lei que
dispõe sobre partidos políticos, tomar a seguinte decisão:
a) estimular a filiação de deputados federais eleitos por outros partidos políticos, com a finalidade de elevar
a participação do partido nos recursos do fundo partidário.
b) postergar até o ano seguinte o devido repasse de 20% dos recursos do fundo partidário ao instituto ou à
fundação de pesquisa, doutrinação e educação política.
c) promover, entre os filiados e simpatizantes do partido político, uma campanha de doações, a fim de
arrecadar o fundo necessário para restabelecer a ordem das contas.
d) usar, provisoriamente, até 80% dos recursos do fundo partidário para arcar com as despesas de pessoal
do partido político.
e) concentrar sua estratégia eleitoral na busca de eleição do maior número possível de deputados federais,
uma vez que a partilha da maior parte dos recursos do fundo partidário depende do número de deputados
eleitos.
104. (CESPE/TRE-TO - 2017) Em decorrência do fato de divergir constantemente, na sua atividade
parlamentar, das orientações da liderança do seu partido e da direção partidária, um deputado federal
cogita a hipótese de mudar de partido. Antes de tomar sua decisão, o deputado resolveu consultar um
advogado.
Nessa situação, o advogado deverá informar ao deputado que, à luz da legislação pertinente,
a) o detentor de cargo eletivo tem liberdade para mudar de partido nos trinta dias anteriores ao fim do prazo
de filiação exigido para concorrer à eleição ao término do seu mandato.
b) o detentor de mandato eletivo que requerer sua desfiliação do partido político pelo qual tenha sido eleito
perderá o mandato em qualquer hipótese.
c) a aplicação de penalidades ao detentor de mandato eletivo por não cumprimento de orientações
partidárias não é autorizada.
d) o detentor de mandato eletivo pode, por justa causa, se desfiliar do partido político pelo qual tenha sido
eleito nos casos de fusão, extinção ou incorporação do seu partido de origem.
e) a mudança substancial ou o desvio reiterado do programa partidário não são considerados justa causa
para fins de desfiliação do partido político.
105. (CESPE/TRE-TO - 2017) No que se refere a criação, fusão e incorporação de partidos políticos,
assinale a opção correta.

336
353
a) A incorporação de partidos políticos implica a elaboração conjunta de novos estatutos e programa.
b) É vedada a criação de partidos políticos cujo programa atente contra a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.
c) Para obter seu registro, o partido político precisará comprovar seu caráter nacional, mediante a
apresentação de assinaturas de eleitores filiados a partidos políticos.
d) A lei não impõe limitações à fusão e à incorporação de partidos políticos.
e) A característica do processo de fusão de partidos políticos é a reunião de seus órgãos de deliberação
nacional para eleger uma nova direção conjunta.
106. (CESPE/TRE-TO - 2017) De acordo com a CF, os partidos políticos
a) podem ter caráter regional ou estadual.
b) têm autonomia para definir o regime de suas coligações eleitorais, não sendo obrigatória a vinculação
entre as candidaturas nacionais, estaduais e municipais.
c) adquirem personalidade jurídica somente após o registro dos seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
d) têm direito a recursos do fundo partidário e acesso pago à televisão.
e) podem constituir e utilizar organizações paramilitares, desde que para fins eleitorais.
107. (CESPE/TRE-TO - 2017) Determinado partido político regularmente constituído, com
representatividade em município, instituiu uma fundação regida pela lei civil para fomentar pesquisas
relacionadas à educação política. A presidência dessa fundação é escolhida e exercida por um de seus
filiados.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Caso deseje desfiliar-se do partido, o presidente deverá, primeiramente, desligar-se da fundação.
b) O processo eleitoral para a escolha do presidente da fundação depende de aprovação pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE).
c) O referido partido político tem caráter nacional.
d) Anualmente, a fundação deve enviar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a relação de todos os seus filiados
e não filiados.
e) Pode ser eleito presidente da fundação indivíduo que estiver com seus direitos políticos suspensos.
108. (CESPE/TRE-TO - 2017) Os partidos políticos
a) são pessoas jurídicas de direito privado.
b) dependem de autorização do Congresso Nacional para estruturar seu funcionamento.
c) podem ministrar instrução militar ou paramilitar.
d) adquirem personalidade jurídica com o registro do estatuto social no TSE.
e) devem submeter sua estrutura interna para aprovação do TSE.

337
353
VUNESP

109. (VUNESP/CM POTIM - 2021) Assinale a alternativa correta quanto aos temas afetos aos partidos
políticos, à filiação e ao financiamento dos partidos políticos.
A) Para que um partido político possa exercer a atividade partidária, inclusive com a possibilidade de
participar das eleições, deve ter seu estatuto registrado na forma da Lei Civil.
B) É vedado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superiores a um
ano, com vistas a candidatura a cargos eletivos.
C) Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais antiga, devendo a Justiça Eleitoral
determinar o cancelamento das demais.
D) O partido político deverá aplicar no mínimo 5% do total dos recursos oriundos do Fundo Partidário, na
criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres.
E) As despesas de contratação advocatícia e de serviços para atuação jurisdicional em processos judiciais e
administrativos que envolvam candidatos do partido, eleitos ou não, relacionados exclusivamente ao
processo eleitoral, custeadas pelo partido político com recursos do Fundo Partidário, deverão ser ressarcidas
ao erário.
110. (VUNESP/MPE-RJ - 2022) A respeito da criação e do registro dos partidos políticos, com base na Lei
no 9.096/95, assinale a alternativa correta.
A) O requerimento do registro de partido político, dirigido ao TSE, deverá ser acompanhado de cópia
autenticada ata da reunião de fundação do partido e exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro
teor, o programa e o estatuto.
B) Protocolado o pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral, o processo respectivo, no prazo de
quarenta e oito horas, é distribuído a um Relator, que, ouvida a Procuradoria-Geral, em dez dias, determina,
em igual prazo, diligências para sanar eventuais falhas do processo.
C) O requerimento do registro de partido político deve ser subscrito pelos seus fundadores, em número
nunca inferior a 101 (cento e um), com domicílio eleitoral em, no mínimo, 2/3 (dois terços) dos Estados.
D) Exclusivamente as alterações estatutárias, após registradas no Ofício Civil competente, devem ser
encaminhadas, para o mesmo fim, ao Tribunal Superior Eleitoral.
E) O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas
do Distrito Federal, deve ser acompanhado da relação dos fundadores com o nome completo, estado civil,
naturalidade, número do título eleitoral, CPF, profissão, e-mail e endereço da residência, sob pena de
indeferimento.
111. (VUNESP/TJ-GO - 2021) Relativamente ao registro de partido político, o Registro Civil das Pessoas
Jurídicas deverá atentar-se para o seguinte:
A)é assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento.
B)o requerimento do registro de partido político deve ser subscrito pelos seus fundadores, em número nunca
inferior a 101, com domicílio eleitoral em, no mínimo, 1/4 dos Estados, e será acompanhado de documentos
previstos em lei.

338
353
C)é vedada previsão estatutária a respeito dos critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário
entre os órgãos de nível municipal, estadual e nacional que compõem o partido.
D)o registro de diretório municipal pressupõe a existência de diretório estadual, o qual deverá ser registrado
nos serviços de Registro Civil de Pessoas Jurídicas da Comarca de Goiânia.
112. (VUNESP/Câmara de Boituva-SP- 2020) Com relação ao controle de arrecadação e prestação de
contas dos partidos políticos, é correto afirmar que
A) o partido está obrigado a enviar, semestralmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do exercício
semestral anterior.
B) a desaprovação da prestação de contas do partido ensejará na impossibilidade de participar do pleito
eleitoral seguinte à decisão.
C) a fiscalização da Justiça Eleitoral na prestação de contas dos partidos não vincula à análise da designação
de dirigentes partidários específicos para movimentar recursos financeiros nas campanhas eleitorais, por se
tratar de informação preexistente constante dos Estatutos da agremiação.
D) para o exame das prestações de contas dos partidos políticos, o sistema de contabilidade deve gerar e
disponibilizar os relatórios para conhecimento da origem das receitas e das despesas.
E) os relatórios emitidos pelas áreas técnicas dos tribunais eleitorais devem ser fundamentados com base na
legislação eleitoral e nas normas de contabilidade, podendo opinar sobre sanções a serem aplicadas aos
partidos políticos na hipótese de violação grave, que serão aceitas ou não pelos magistrados responsáveis
pelo julgamento das referidas contas.
113. (VUNESP/AVAREPREV-SP - 2020) A respeito da infidelidade partidária, é correto afirmar que ela é
causa da perda do mandato
A) quando um Deputado é filiado a um partido e deixa a legenda em razão deste ter sido incorporado por
outro partido político.
B) na hipótese de um Deputado ou Senador se desfiliar de uma legenda partidária para ingressar em um
novo partido recém-criado.
C) se um Deputado se desfilia do seu partido, sem justa causa, o que não ocorre quando a desfiliação se dá,
por exemplo, por parte de Prefeito e Governador.
D) na hipótese de um parlamentar se desfiliar do seu partido, simplesmente porque a agremiação praticou
substancial mudança do seu programa.
E) pela mera desfiliação partidária de Vereador, ainda que este tenha se desligado da legenda por conta de
grave discriminação pessoal.
114. (VUNESP/TJ-MS - 2019) Assinale a alternativa correta quanto aos partidos políticos, filiação e
fidelidade partidária.
a) Para que um novo partido político possa participar das eleições, deve seu estatuto estar registrado no
Tribunal Superior Eleitoral um ano antes do pleito e tenha, até a data da convenção, órgão de direção
constituído na circunscrição, de acordo com o respectivo estatuto.
b) Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente: a mudança substancial ou desvio
reiterado do programa partidário; a grave discriminação política pessoal e a mudança de partido efetuada

339
353
durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição,
majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente.
c) Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido o registro definitivo
do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, dois anos.
d) O dirigente partidário pelo órgão partidário é responsável civil e criminal pelas contas do partido e
eventuais dívidas apuradas em prestação de contas impedirão que o referido órgão receba recurso do fundo
partidário.
e) O filiado a partido político que não é candidato não possui legitimidade e interesse para impugnar pedido
de registro de coligação partidária da qual é integrante, em razão de eventuais irregularidades havidas em
convenção.
115. (VUNESP/TJ - 2019) A respeito da filiação e da fidelidade partidária, assinale a alternativa correta.
a) O ocupante do cargo de Senador poderá mudar de partido, no curso do mandato, sem que a sua conduta
implique na perda do cargo por infidelidade partidária.
b) Em decorrência do princípio democrático e da necessidade de se fomentar a participação dos cidadãos na
atividade política, o Supremo Tribunal Federal considera válida a candidatura de indivíduo que não possua
filiação partidária.
c) O ocupante do cargo de Vereador pode mudar de partido, sem perder o seu cargo, caso o seu partido seja
fundido com outra legenda partidária.
d) Para concorrer a mandato eletivo, o candidato deverá filiar-se a um partido com antecedência mínima de
12 (doze) meses.
e) O mandato parlamentar conquistado no sistema eleitoral proporcional pertence ao candidato eleito.
116. (VUNESP/TJ - 2019) Assinale a alternativa correta no tocante aos partidos políticos, segundo o
disposto na Lei n° 9.096/95.
a) Não perde automaticamente a função ou cargo que exerça o parlamentar que deixar o partido sob cuja
legenda tenha sido eleito.
b) Para desligar-se do partido, basta que o filiado faça comunicação escrita ao órgão de direção municipal do
partido.
c) A filiação partidária independe de estar o eleitor no pleno gozo de seus direitos políticos.
d) Considera-se justa causa para a desfiliação partidária a mudança substancial ou desvio reiterado do
programa partidário.
117. (VUNESP/Câmara de Serrana - SP - 2019) Segundo o texto constitucional, os partidos políticos, após
adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no
a) Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais.
b) Juízo Federal de primeira instância.
c) Tribunal Regional Eleitoral.
d) Tribunal Superior Eleitoral.
e) Supremo Tribunal Federal.

340
353
118. (VUNESP/TJ-MT - 2018) Ao Tribunal Superior Eleitoral cabe determinar o cancelamento do registro
civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado não ter prestado as devidas contas à Justiça
Eleitoral. Sobre o presente tema, é correto afirmar que
a) despesas realizadas por órgãos partidários municipais ou estaduais ou por candidatos majoritários nas
respectivas circunscrições poderão ser cobradas judicialmente dos órgãos superiores dos partidos políticos.
b) o partido político, em nível nacional, sofrerá a suspensão das cotas do Fundo Partidário, e eventual outra
punição como consequência de atos praticados por órgãos regionais ou municipais.
c) ocorre o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido mesmo quando a omissão for dos órgãos
partidários regionais ou municipais.
d) o processo de cancelamento é iniciado pelo Tribunal à vista de denúncia de qualquer eleitor, de
representante de partido, ou de representação do procurador- -geral eleitoral.
e) a decisão judicial a que se refere o enunciado da questão não pressupõe a existência de processo regular
que assegure ampla defesa.
119. (VUNESP/Câmara de Itaquaquecetuba-SP - 2018) A respeito da Filiação e Fidelidade Partidária, com
base na Lei n° 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos) e na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
assinale a alternativa correta.
a) Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, ainda que com justa causa, do partido
pelo qual foi eleito.
b) Não perde a função que exerce, na respectiva Casa Legislativa, em virtude da proporção partidária, o
parlamentar que deixar o partido sob cuja legenda tenha sido eleito.
c) É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos
previstos na Lei dos Partidos Políticos, com vistas a candidatura a cargos eletivos.
d) Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas a candidatura a cargos eletivos,
podem ser alterados no ano da eleição.
e) A mudança de partido político realizada após a diplomação tem por consequência a perda do mandato,
independentemente de se tratar de cargo proporcional ou majoritário.
120. (VUNESP/TJSP - 2018) Em relação à imposição de sanções aos partidos, é correto afirmar que
a) a desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de devolução da importância
apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento).
b) no caso de recebimento de doações acima do limite legal, fica suspensa por 1 (um) ano a participação no
fundo partidário e será aplicada ao partido multa correspondente ao dobro do valor que exceder os limites
fixados.
c) se o partido receber recursos de origem vedada, a agremiação deixará de ter participação no fundo
partidário até que os valores sejam restituídos e satisfeita a multa que tiver sido imposta.
d) no caso de o partido receber recursos de origem não mencionada ou esclarecida, será imposta multa
equivalente ao dobro dos valores recebidos.
121. (VUNESP/Prefeitura de Alumínio-SP - 2016) Sobre o sistema eleitoral brasileiro e a filiação
partidária, assinale a alternativa correta.

341
353
a) Estão permitidas as candidaturas avulsas, desde que o candidato esteja no gozo de seus direitos políticos.
b) Para concorrer a cargo eletivo, a filiação partidária deverá ocorrer, pelo menos, um ano antes do pleito.
c) Para se desligar de partido, o filiado deve comunicar por escrito o órgão de direção municipal e o Juiz
Eleitoral da Zona em que for inscrito.
d) Na existência de dupla filiação partidária, ambas são consideradas nulas para todos os efeitos.
e) Não perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar do partido pelo qual foi eleito, exceto
se concorrer a cargo no executivo.
122. (VUNESP/Câmara de Marília-SP - 2016) Com relação aos partidos políticos, é correto afirmar que
a) a fusão ou incorporação de partidos políticos é admitida àqueles que obtiveram o registro provisório
perante o Tribunal Superior Eleitoral há pelo menos dois anos.
b) a desaprovação da prestação de contas do partido ensejará no impedimento de participação do pleito
eleitoral naquele período respectivo à eleição próxima a ser realizada.
c) é vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou
auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie,
procedente de entidade de classe ou sindical.
d) o Tribunal Superior Eleitoral dará prioridade ao partido político que possuir registro mais antigo de sua
criação, na hipótese de coincidência de data de formação de cadeia de transmissão de propaganda
partidária.
e) a propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão é assegurada aos partidos políticos apenas nos
blocos de transmissão regulados pelo Tribunal Superior Eleitoral, ficando as inserções às expensas da referida
agremiação partidária.
123. (VUNESP/Prefeitura de Sertãozinho-SP - 2016) Assinale a alternativa correta
a) A desaprovação das contas do partido implicará, dentre outras sanções, a da devolução da importância
apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento).
b) A falta de prestação de contas ou sua desaprovação total ou parcial implica a suspensão de novas cotas
do Fundo Partidário e sujeita os responsáveis às penas da lei.
c) A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de devolução da importância
apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento), sendo aplicada exclusivamente à
esfera partidária responsável pela irregularidade, não suspendendo o registro ou a anotação de seus órgãos
de direção partidária nem tornando devedores ou inadimplentes os respectivos responsáveis partidários.
d) Da decisão que desaprovar total ou parcialmente a prestação de contas dos órgãos partidários caberá
recurso para os Tribunais Regionais Eleitorais ou para o Tribunal Superior Eleitoral, conforme o caso, o qual
deverá ser recebido com efeito unicamente devolutivo.
e) A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de devolução da importância
apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento), sendo aplicada exclusivamente à
esfera partidária responsável pela irregularidade, suspendendo o registro ou a anotação de seus órgãos de
direção partidária e tornando devedores ou inadimplentes os respectivos responsáveis partidários.
124. (VUNESP/Prefeitura de Registro-SP - 2016) Assinale a alternativa correta.

342
353
a) A mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário e a grave discriminação política pessoal
não são consideradas justa causa para a desfiliação partidária.
b) Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita apenas ao órgão de direção municipal, não
se exigindo a comunicação ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
c) Considera-se justa causa para a desfiliação partidária a mudança de partido efetuada durante o período
de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou
proporcional, ao término do mandato vigente.
d) Para concorrer às eleições o candidato deverá estar com a filiação partidária deferida pelo partido no
mínimo um ano antes da data da eleição.
e) É vedado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superior ao prazo
estabelecido pela Lei no 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos), com vista à candidatura a cargos eletivos.
125. (VUNESP/Câmara Municipal de Poá-SP - 2016) Quando o filiado pretende desligar-se do partido
político, é necessário
a) comunicar ao partido a falta de interesse na filiação, sem demais formalidades.
b) deixar de pagar sua contribuição partidária por três meses consecutivos, independentemente de outras
formalidades.
c) deixar de comparecer a três assembleias ordinárias ou extraordinárias, o que acarreta sua desfiliação
tácita.
d) comunicar por escrito ao órgão de direção municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
e) protocolizar pedido de desfiliação partidária junto ao órgão estadual de direção.
126. (VUNESP/Prefeitura de Rosana-SP - 2016) A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a prestação
de contas do partido, exigindo a observação da
a) obrigatoriedade de constituição de comitês e designação de dirigentes partidários específicos, para
movimentar recursos financeiros nas campanhas eleitorais.
b) caracterização da responsabilidade dos dirigentes do partido e comitês, inclusive do tesoureiro, que
responderão, civil e criminalmente, por quaisquer irregularidades.
c) obrigatoriedade de ser conservada pelo partido, por prazo não inferior a cinco anos, a documentação
comprobatória de suas prestações de contas.
d) escrituração contábil, com documentação que comprove a entrada e saída de dinheiro ou de bens
recebidos e aplicados.
e) obrigatoriedade de prestação de contas, pelo partido político, seus comitês e candidatos, no
encerramento da campanha eleitoral.

FGV

127. (FGV/TJ-PR - 2021) As mulheres hoje representam mais da metade do eleitorado brasileiro, mas
ainda ocupam menos de 10% dos assentos nas casas legislativas.

343
353
Na busca da almejada igualdade de representação de gênero, a legislação eleitoral e a Justiça Eleitoral,
através da edição de resoluções, instruções e portarias regulamentares e nas respostas às consultas que lhes
são formuladas, vêm tentando fomentar a maior participação das mulheres no cenário político nacional.
Diante do exposto, é correto afirmar que:
A) a Emenda Constitucional nº 97/2017 estabeleceu o fim das coligações partidárias nas eleições para cargos
proporcionais a partir do pleito municipal de 2020. Assim, cada agremiação, no ato do pedido de registro de
candidatura, além do Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP), deverá apresentar sua lista
de candidatos, observados os percentuais da cota de gênero;
B) a candidata, ao receber a verba oriunda da reserva de recursos do Fundo Especial de Financiamento de
Campanha (FEFC) destinada ao custeio das candidaturas femininas, pode utilizá-la no interesse exclusivo de
sua campanha, em outras campanhas femininas ou exclusivamente para financiar candidaturas masculinas;
C) a utilização de verba oriunda da reserva de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha
(FEFC) destinada ao custeio das candidaturas femininas para o pagamento de despesas comuns com
candidatos do gênero masculino, ou a transferência ao órgão partidário de verbas destinadas ao custeio da
sua cota-parte em despesas coletivas, caracteriza emprego ilícito de recursos do FEFC pelo desvirtuamento
da finalidade das cotas de gênero;
D) a previsão de reserva de vagas para candidaturas proporcionais aplica-se à composição das comissões
executivas e diretórios nacionais, estaduais e municipais dos partidos políticos, de suas comissões provisórias
e demais órgãos equivalentes, e sua inobservância acarreta o indeferimento dos pedidos de anotação dos
órgãos de direção partidária formulados junto à Justiça Eleitoral;
E) a formalização de renúncia por candidata, após o transcurso do prazo para substituição das candidaturas,
previsto no Art. 13, § 3º, da Lei nº 9.504/1997, acarreta penalização ao partido político por burlar a regra de
observância aos percentuais de gênero.
128. (FGV/TJ-MG - 2022) Para relacionar o Direito Eleitoral com os partidos políticos, assinale a
afirmativa correta.
A) A partir da edição da Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95) e da alteração do Código Civil Brasileiro
pela Lei nº 10.825/2003, os partidos políticos são considerados pessoas jurídicas de direito privado; todavia,
sendo relevante seu papel no Estado Democrático de Direito, os partidos políticos ocupam posição de
destaque no campo do Direito Eleitoral.
B) A partir da edição da Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95) e da alteração do Código Civil Brasileiro
pela Lei nº 10.825/2003, os partidos políticos são considerados pessoas jurídicas de direito público e estão
abrangidos de modo integral no campo do Direito Eleitoral.
C) A partir da edição da Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95) e da alteração do Código Civil Brasileiro
pela Lei nº 10.825/2003, os partidos políticos são considerados pessoas jurídicas de direito público; não
obstante, sua abrangência ao campo do Direito Eleitoral é parcial.
D) A partir da edição da Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95) e da alteração do Código Civil Brasileiro
pela Lei nº 10.825/2003, os partidos políticos são considerados pessoas jurídicas de direito privado; todavia,
sendo relevante seu papel no Estado Democrático de Direito, toda a matéria relativa aos partidos políticos
está no âmbito da competência da Justiça Eleitoral.
129. (FGV/ALE-RO - 2018) Quinze diretórios regionais do partido político Alfa, distribuídos em todas as
regiões do País, tiveram suas contas anuais, concernentes à utilização dos recursos do Fundo Partidário,

344
353
rejeitadas pela Justiça Eleitoral. Considerando a sistemática estabelecida pela Lei nº 9.096/95, é correto
afirmar que as a suspensão das cotas do Fundo Partidário alcançará
a) apenas os quinze diretórios regionais.
b) a integralidade dos diretórios do Partido Político Alfa.
c) os quinze diretórios regionais e os diretórios municipais do respectivo território.
d) o diretório nacional, os quinze diretórios regionais e os diretórios municipais do respectivo território.
e) os diretórios regionais que tenham reincidido em irregularidades que ensejaram a rejeição das contas.
130. (FGV/CM Salvador - 2018) Maria há anos estava filiada ao Partido Político Delta. Com a alteração
de suas concepções ideológicas, decidiu filiar-se ao partido Alfa, sem que tivesse sido previamente
providenciada a desfiliação do Partido Delta. Na segunda quinzena de outubro do ano da nova filiação,
ambos os Partidos Políticos encaminharam, à Justiça Eleitoral, a relação com o nome de todos os seus
filiados.
À luz da legislação eleitoral vigente, a Justiça Eleitoral deve:
a) determinar o cancelamento de ambas as filiações;
b) intimar Maria para que opte por uma das filiações;
c) determinar o cancelamento da filiação mais recente;
d) cancelar, pela infidelidade, o alistamento eleitoral de Maria;
e) determinar o cancelamento da filiação mais antiga.
131. (FGV/ALE-RO - 2018) O diretório nacional do Partido Político Alfa (PPA), registrado definitivamente
há quatro anos e que já contava com representantes na Câmara dos Deputados, e um diretório regional
do Partido Político Beta (PPB) decidiram que este último seria incorporado por aquele.
À luz da sistemática vigente, é correto afirmar que a incorporação, nas circunstâncias da narrativa
a) não apresentou qualquer vício em relação aos atos já praticados.
b) apresenta, como única falha, o fato de não ter sido ajustada pelo diretório nacional do PPA.
c) apresenta, como única falha, o fato de não ter sido autorizada pela Justiça Eleitoral.
d) apresenta, como falhas, a ausência de manifestação do diretório nacional do PPB e de o PPA ter sido
registrado definitivamente há menos de cinco anos.
e) apresenta, como falhas, a ausência de manifestação do diretório nacional do PPB e da Justiça Eleitoral, e
de o PPA ter sido registrado definitivamente há menos de cinco anos.

CONSULPLAN

132. (CONSULPLAN/Câmara de Arcos - MG - 2020) Sobre as disposições da Lei nº 9.096, de 19 de


setembro de 1995 – Lei dos Partidos Políticos – assinale a afirmativa INCORRETA. .
A) É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento.

345
353
B) É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de organização da mesma
natureza e adotar uniforme para seus membros.
C) O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no interesse do regime
democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na
Constituição Federal
D) Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional, considerando-se como
tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento de eleitores já filiados a partido político,
correspondente a, pelo menos, 0,5% dos votos dados na última eleição geral para o Senado Federal,
computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo
de 0,1% do eleitorado que haja votado em cada um deles.
133. (CONSULPLAN/TRE-MG - 2013) Atualmente, há cerca de 30 partidos políticos regularmente
registrados e em funcionamento no Brasil. Trata-se de pessoas jurídicas de direito privado que
desempenham importante papel no concerto democrático. A respeito das regras aplicáveis aos partidos
políticos, assinale a alternativa correta.
a) Os recursos do Fundo Partidário são distribuídos, de forma paritária, aos órgãos nacionais de todos os
partidos.
b) É expressamente vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar e adotar uniforme
para seus membros.
c) O partido político, após adquirir personalidade jurídica, registra seu estatuto no Tribunal Regional Eleitoral
do Estado em que funcionar sua sede.
d) Diante do interesse público inerente a sua atuação, ao partido político não se assegura autonomia para
definir sua estrutura interna, organização e funcionamento, que são inteiramente delimitados pela Justiça
Eleitoral.
e) É livre a criação, fusão e incorporação de partidos políticos cujos programas respeitem a soberania
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana. A
extinção de um partido, no entanto, depende de aprovação do Congresso Nacional.
134. (CONSULPLAN/TRE-MG - 2015) Os partidos políticos são dotados de autonomia e devem, nos seus
estatutos, regular a disciplina e fidelidade partidárias. Após a sua regular constituição de acordo com a lei
civil deve, de acordo com a Constituição Federal, registrar seu estatuto no(a):
a) Junta Eleitoral
b) Circunscrição Eleitoral
c) Tribunal Superior Eleitoral
d) Tribunal Regional Eleitoral
135. (CONSULPLAN/TRE-MG - 2013) Segundo o Art. 31 da Lei nº 9.096, de 1995, é vedado ao partido
receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou
estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie, procedente de pessoas ou
entidades enumeradas em seus incisos. Assinale, dentre as hipóteses a seguir, aquela em que a
contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro recebido pelo partido político NÃO contraria
a vedação legal prevista no citado dispositivo legal.

346
353
a) O partido político recebe doações de um Governador de Estado, que pretende, assim que possível, filiar-
se a ele.
b) O partido político recebe contribuição estimável em dinheiro de Concessionária de Serviços de Energia
Elétrica.
c) O partido político recebe valores doados por um cidadão dos Estados Unidos da América, que tem amigos
brasileiros filiados ao partido.
d) O partido político recebe doação do governo da Alemanha para a formação do seu fundo partidário,
porque se alinha à ideologia do governo do citado país.
e) O partido político recebe auxílio pecuniário do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, que entendeu
por bem contribuir para a campanha dos candidatos do partido.

Outras Bancas

136. (IBFC/TRE-PA - 2020) Há diversos documentos normativos que regulamentam a criação, extinção e
normas gerais de funcionamento dos partidos políticos. Sendo assim, analise as afirmativas abaixo:
I. O partido político, pessoa jurídica de direito público ou privado, destina-se a assegurar, no interesse do
regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais
definidos na Constituição Federal, podendo se equiparar às entidades paraestatais.
II. É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre
escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias,
admitida a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária.
III. O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo,
até o dia 30 de junho do ano seguinte. O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal
Superior Eleitoral, o dos órgãos estaduais aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos órgãos municipais aos
Juízes Eleitorais.
IV. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados, dentre outras finalidades, na criação e
manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, criados e
executados pela Secretaria da Mulher ou, a critério da agremiação, por instituto com personalidade jurídica
própria presidido pela Secretária da Mulher, em nível regional, conforme percentual que será fixado pelo
órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 2% (dois por cento) do total.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas a afirmativa II está correta.
b) Apenas a afirmativa III está correta.
c) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.
d) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.

347
353
137. (IBFC/TRE-PA - 2020) Sobre a utilização dos recursos do Fundo Partidário, tal qual prevista no inciso
I do artigo 44 da Lei nº 9.096 de 1995, com as alterações procedidas pela Lei nº 13.165 de 2015, leia
atentamente o dispositivo abaixo:
"Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:
I - na manutenção das sedes e serviços do partido, _____ o pagamento de pessoal, a qualquer título,
observado, _____, os seguintes limites:
a) ____________ para ____________;
b) ____________ para ____________;´
Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas.
a) exceto para / do total recebido / 40% / o órgão nacional / 60% / cada órgão estadual e municipal
b) permitido / do total recebido / 50% / o órgão nacional / 60% / cada órgão estadual e municipal
c) permitido / do total recebido / 60% / o órgão nacional / 50% / cada órgão estadual e municipal
d) exceto para / da metade recebida / 40% / cada órgão estadual e municipal / 60% / o órgão nacional
138. (IBFC/TRE-PA - 2020) De acordo com notícia divulgada no site eletrônico da UOL em Novembro de
2019, "o presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou sua desfiliação do PSL, uma semana depois de se reunir
com deputados aliados a quem afirmou que vai criar uma nova sigla, que se chamará Aliança pelo Brasil".
Sobre o tema, assinale a alternativa correta, com base, unicamente, na Lei nº 9.096 de 1995 e suas
alterações.
a) Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi
eleito.
b) O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do Registro Civil das
Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos seus fundadores, em número nunca inferior
a 100 (cem), com domicílio eleitoral em, no mínimo, 1% (um por cento) dos Estados.
c) A filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva Zona Eleitoral, não
constitui causa de cancelamento imediato da filiação partidária.
d) Considera-se justa causa para a desfiliação partidária a mudança de partido efetuada durante o período
de quinze dias que sucede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou
proporcional, ao término do mandato vigente.
139. (IBFC/TRE-PA - 2020) Devido à grande importância dos partidos políticos no processo eleitoral, a
Lei nº 9.096/1995 dispensou especial atenção para disciplinar a criação, o funcionamento e demais
peculiaridades inerentes a tais pessoas jurídicas. Sobre o tema, analise as afirmativas abaixo e dê valores
Verdadeiro (V) ou Falso (F):
( ) É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir o prazo de duração dos mandatos dos membros
dos seus órgãos partidários permanentes ou provisórios. O prazo de vigência dos órgãos provisórios dos
partidos políticos poderá ser de até 4 (quatro) anos.
( ) Exaurido o prazo de vigência de um órgão partidário, ficam vedados a extinção automática do órgão e o
cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).

348
353
( ) O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do Registro Civil das
Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos seus fundadores, em número nunca inferior
a 101 (cento e um), com domicílio eleitoral em, no mínimo, 1/3 (um terço) dos estados.
( ) O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo, até
o dia 30 de junho do ano seguinte. O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal Superior
Eleitoral, o dos órgãos estaduais aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos órgãos municipais aos Juízes
Eleitorais.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) V, F, F, F.
b) F, F, F, V.
c) V, V, V, F.
d) F, V, V, V.
140. (UEG/PC-GO - 2018) No nosso sistema legal, o partido político
a) é pessoa jurídica de direito privado, sendo livre a sua criação, fusão, incorporação e extinção.
b) é pessoa de direito público, dependendo a sua criação de prévia autorização do Tribunal Superior Eleitoral.
c) é pessoa jurídica de direito público, sendo livre a sua criação, fusão, incorporação e extinção.
d) é pessoa jurídica de direito privado, dependendo a sua criação de prévia autorização pelo Congresso
Nacional.
e) é entidade paraestatal, devendo prestar contas ao Tribunal de Contas da União.
141. (MPE-RS/MPE-RS - 2017) Considerando a Lei n. 9.096/95, que dispõe sobre partidos políticos,
assinale a alternativa correta.
a) Após registrar seu estatuto no Cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas, na Capital
Federal, o partido político está apto a participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário
e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão.
b) É vedado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos
previstos na Lei n. 9.096/95, com vistas à candidatura a cargos eletivos.
c) Quem se filia a outro partido deve fazer comunicação ao partido ao qual era originalmente filiado e ao juiz
de sua respectiva Zona Eleitoral, para cancelar sua filiação anterior; se não o fizer no dia imediato ao da nova
filiação, fica configurada dupla filiação, sendo ambas consideradas nulas para todos os efeitos.
d) A perda dos direitos políticos não implica o cancelamento imediato da filiação partidária.
e) A desaprovação da prestação anual de contas do partido não enseja sanção alguma que o impeça de
participar do processo eleitoral.
142. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Segundo a Lei dos Partidos Políticos, com redação acrescida pela Lei n.
13.165/15, nos casos de ausência de movimentação de recursos financeiros ou de arrecadação de bens
estimáveis em dinheiro, os órgãos partidários municipais ficam desobrigados de prestar contas à Justiça
Eleitoral quanto ao respectivo exercício, exigindo-se do responsável partidário, todavia, a apresentação
de declaração da ausência de movimentação de recursos nesse período.

349
353
143. (FEPESE/DPE-SC - 2012) Quanto à personalidade jurídica dos partidos políticos, conforme o previsto
pela Constituição Federal de 1988, é correto afirmar que são:
a) Pessoas jurídicas de direito misto.
b) Pessoas jurídicas de direito social.
c) Pessoas jurídicas de direito público.
d) Pessoas jurídicas de direito político.
e) Pessoas jurídicas de direito privado.
144. (IADES/TRE-PA - 2014) Considerando a Lei dos Partidos Políticos, assinale a alternativa correta.
a) É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa
humana.
b) O partido político tem autonomia exclusivamente para definir a própria estrutura interna.
c) Os filiados de um partido político têm iguais direitos e diferentes deveres.
d) Alguns partidos políticos podem submeter-se à entidade estrangeira.
e) Só o partido que tenha registrado o respectivo estatuto no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pode participar
do processo eleitoral.
145. (IADES/TRE-PA - 2014) A respeito dos partidos políticos, à luz da Lei nº 9.096/1995, assinale a
alternativa correta.
a) Ao partido político é permitido ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de organização da
mesma natureza e adotar uniforme para os respectivos membros.
b) Ao partido político, é autorizada autonomia para definir a própria estrutura interna, organização e
funcionamento.
c) O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra o próprio estatuto
perante o Tribunal Regional Eleitoral da respectiva região.
d) Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido pelo menos um ano
antes da data fixada para as eleições, majoritárias ou proporcionais.
e) O partido político, pessoa jurídica de direito público, destina-se a assegurar, no interesse do regime
democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na
Constituição Federal.
146. (IESES/TRE-MA - 2015) Quanto ao disposto na Lei n. 9.096/95, é correto afirmar:
a) O partido político adquire personalidade jurídica ao registrar seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.
b) A perda dos direitos políticos não implica cancelamento imediato da filiação partidária.
c) O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no interesse do regime
democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na
Constituição Federal.
d) É assegurado, ao partido político, definir sua estrutura interna, organização e funcionamento, desde que
aprovados posteriormente pelo Tribunal Superior Eleitoral.

350
353
147. (IESES/TRE-MA - 2015 - Adaptda) Em relação a filiação partidária assinale a alternativa correta:
a) Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral
determinar o cancelamento das demais.
b) Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção estadual e ao Juiz
Eleitoral da Zona em que for inscrito.
c) O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de suspensão dos direitos políticos.
d) Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido pelo menos um ano
antes da data fixada para as eleições, majoritárias ou proporcionais.
148. (IBFC/TRE-AM - 2014) No caso de incorporação de partidos, observada a lei civil, caberá:
a) Aos órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns de estatuto e programa.
b) Aos órgãos nacionais de deliberação dos partidos envolvidos a votação em reunião conjunta, por maioria
absoluta, dos projetos, e eleger o órgão de direção nacional que promoverá o registro do novo partido.
c) Ao partido incorporando deliberar por maioria absoluta de votos, em seu órgão nacional de deliberação,
sobre a adoção do estatuto e do programa de outra agremiação.
d) Ao partido incorporador promover o registro, no Ofício Civil competente da Capital Federal, do estatuto e
do programa, cujo requerimento deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.
149. (IESES/TRE-MA - 2015) O partido da fraternidade estuda realizar uma fusão com o partido da
igualdade. Em relação ao processo de fusão é correto afirmar que:
a) No caso de fusão caberá ao partido com maior bancada parlamentar deliberar, por maioria absoluta de
votos, em seu órgão nacional de deliberação, sobre a adoção do estatuto e do programa da nova agremiação.
b) Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro, no Ofício Civil
competente da Capital Federal, do estatuto e do programa, sendo atribuída ao novo partido a personalidade
jurídica de direito público.
c) Somente será admitida a fusão de partidos políticos que hajam obtido o registro definitivo do Tribunal
Superior Eleitoral há, pelo menos, 3 (três) anos.
d) A fusão de partidos políticos é decisão de seus órgãos nacionais de deliberação dos partidos envolvidos,
cabendo aos órgãos de direção dos partidos a elaboração de projetos comuns de estatuto e programa.
150. (IADES/TRE-PA - 2014) Com relação à prestação de contas, assinale a alternativa em que a Lei no
9.504/1996 (Lei das Eleições) disciplina o prazo de entrega.
a) Até o trigésimo dia posterior à realização das eleições, se houver apenas um único turno.
b) Até o nonagésimo dia posterior à realização das eleições.
c) Até o encerramento do ano em que realizada as eleições.
d) Até a cessação da apuração das eleições.
e) Até um ano após o encerramento das eleições.
151. (FUNDATEC/ALE-RS - 2018) Em relação ao fundo Partidário, as doações de recursos financeiros
somente poderão ser efetuadas na conta do partido político por meio de:
I. Cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos.

351
353
II. Depósitos em espécie devidamente identificados.
III. Mecanismo disponível em sítio do partido na internet que permita inclusive o uso de cartão de crédito
ou de débito e que atenda aos seguintes requisitos: identificação do doador e emissão obrigatória de recibo
eleitoral para cada doação realizada.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

GABARITO
1. A 30. A 59. B
2. A 31. E 60. C
3. A 32. E 61. C
4. C 33. D 62. B
5. E 34. B 63. A
6. A 35. B 64. A
7. E 36. A 65. A
8. B 37. B 66. B
9. D 38. CORRETA 67. A
10. C 39. E 68. B
11. C 40. E 69. INCORRETA
12. D 41. E 70. INCORRETA
13. C 42. A 71. C
14. A 43. D 72. INCORRETA
15. C 44. B 73. CORRETA
16. D 45. E 74. A
17. B 46. C 75. CORRETA
18. D 47. D 76. INCORRETA
19. A 48. E 77. CORRETA
20. D 49. B 78. A
21. B 50. B 79. ANULADA
22. E 51. D 80. CORRETA
23. D 52. C 81. ANULADA
24. E 53. A 82. INCORRETA
25. E 54. A 83. INCORRETA
26. C 55. B 84. E
27. B 56. C 85. INCORRETA
28. C 57. C 86. CORRETA
29. D 58. B 87. CORRETA

352
353
88. INCORRETA 134. C
89. INCORRETA 135. C
90. INCORRETA 136. B
91. B 137. B
92. E 138. A
93. B 139. D
94. CORRETA 140. A
95. INCORRETA 141. E
96. INCORRETA 142. CORRETA
97. INCORRETA 143. E
98. INCORRETA 144. A
99. INCORRETA 145. B
100. INCORRETA 146. C
101. C 147. A
102. D 148. C
103. C 149. D
104. A 150. A
105. B 151. E
106. B
107. C
108. A
109. D
110. B
111. A
112. D
113. C
114. B
115. A
116. D
117. D
118. D
119. C
120. A
121. C
122. C
123. C
124. C
125. D
126. C
127. A
128. A
129. A
130. E
131. D
132. D
133. B

353
353

Você também pode gostar