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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................5

A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.......................................7


1. A Igreja e sua Personalidade Jurídica..................................................................................................................10
2. Como a Igreja adquire sua Personalidade Jurídica?.............................................................................................11
3. Como formalizar a constituição de uma Igreja?..................................................................................................12
4. Minha Igreja tem personalidade jurídica, precisa ter contabilidade?...................................................................14
5. Pergunta freqüente: A Igreja é imune, mas quais são os requisitos para manter a imunidade?...........................14
6. Noções Básicas de Contabilidade........................................................................................................................18
7. Contas Contábeis..................................................................................................................................................20
8. Componentes Patrimoniais...................................................................................................................................20
9. Plano de Contas....................................................................................................................................................21
10. Documento Hábil e Idôneo..................................................................................................................................26
11. Documento inidôneo............................................................................................................................................30
12. Livros Contábeis..................................................................................................................................................31
13. Demonstrações Contábeis....................................................................................................................................34
14. Minha Igreja nunca teve contabilidade, o que fazer?...........................................................................................37

OBRIGAÇÕES FISCAIS, TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS........................................................39


1. A Igreja e sua relação com o Ministro.................................................................................................................41
2. Existe vínculo empregatício entre a Igreja e o Ministro?....................................................................................41
3. A Igreja e o obreiro - Evangelista........................................................................................................................43
4. A Igreja e as Côngruas Pastorais..........................................................................................................................44
5. O Ministro e a Previdência Social........................................................................................................................45
6. Obrigações Fiscais, Trabalhistas e Previdenciárias............................................................................................49
7. A Igreja deve fazer retenção de impostos sobre pessoa jurídica?........................................................................74

NOVAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS...................................................................................................81


1. Sistema Público de Escrituração Digital – SPED........................................................................83
• Definição...........................................................................................................................................................83
• Objetivos...........................................................................................................................................................83
• Histórico Legislativo.........................................................................................................................................84

3
SUMÁRIO

2. Escrituração Contábil Fiscal – ECF................................................................................................84


• Definição...........................................................................................................................................................85
• Manual da ECF..................................................................................................................................................85
• Pessoas Jurídicas Obrigadas..............................................................................................................................85
• Pessoas Jurídicas dispensadas...........................................................................................................................85
• Prazo de entrega................................................................................................................................................86
• Penalidades........................................................................................................................................................86
3. Escrituração Fiscal Digital Contribuições (EFD – Contribuições)...............................................86
• Definição...........................................................................................................................................................87
• Pessoas jurídicas obrigadas...............................................................................................................................87
• Pessoas jurídicas desobrigadas..........................................................................................................................87
• Prazo de entrega................................................................................................................................................88
• Penalidades........................................................................................................................................................88
4. Escrituração Contábil Digital (SPED CONTÁBIL)..........................................................................89
• Definição...........................................................................................................................................................89
• Pessoas jurídicas obrigadas...............................................................................................................................89
• Pessoas jurídicas desobrigadas..........................................................................................................................89
• Prazo de entrega................................................................................................................................................90
• Penalidades........................................................................................................................................................90
5. Escrituração Social Digital (e-Social).............................................................................................90
• Definição...........................................................................................................................................................91
• Objetivo.............................................................................................................................................................91
• Detalhamento....................................................................................................................................................91
• DCTF Previdenciária.........................................................................................................................................92
• Identificadores...................................................................................................................................................93
• Mudanças nas Rotinas Trabalhistas..................................................................................................................95
• Decreto 8.373/2014...........................................................................................................................................96
• Cronograma de Implantação.............................................................................................................................96
• Conclusão..........................................................................................................................................................96

4
APRESENTAÇÃO

Prezado irmão(ã) Participante

Apresento a Apostila desenvolvida para o Workshop da Tesouraria. Esta versão, ampliada e


corrigida tem como finalidade oferecer a você uma ferramenta de capacitação, de forma que o
trabalho desenvolvido no âmbito da Tesouraria da sua Igreja seja efetivado não apenas com
competência, mas também com eficácia. Sua concepção inicial, mantida na presente revisão, visa
atender as múltiplas necessidades de nossas Igrejas e instituições eclesiásticas.

Podemos resumir seus objetivos principais em:

• Proporcionar o encontro e intercâmbio de experiências e informações de modo a facilitar


a administração financeira da Igreja local e ou instituição;
• Agregar conhecimento e técnicas para que as Igrejas, Presbitérios, Sínodos e ins- tituições
organizem de forma adequada as suas finanças;
• Sensibilizar o envio do dízimo à Tesouraria do SC/IPB;
• Capacitar na elaboração e execução da proposta orçamentária;
• Apresentar os órgãos da IPB que trabalham diretamente na área econômica e fi- nanceira.

Esperamos que o contato com as mais diversas situações que envolvem as relações entre Igreja e
órgãos governamentais seja importante na sua própria percepção e compreensão da postura da Igreja
em relação ao Estado.

Não temos a pretensão de esgotar o assunto abordado, até porque as leis brasileiras são dinâ- micas e
estão em constantes mudanças, o que nos obriga a uma constante atualização, mas sem dúvida, o
presente material ajudará de forma efetiva as Igrejas participantes a melhorarem os aspectos contábeis,
financeiros, fiscais, trabalhistas e previdenciários. Agrega-se ainda à legislação secular as principais
decisões do Supremo Concílio e de sua Comissão Executiva, que ao longo dos anos vem
disciplinando a vida econômico-financeira de nossas Igrejas.

Você tesoureiro é uma peça fundamental e estratégicas na consolidação da imagem da IPB como
instituição séria, responsável e acima de tudo cumpridora de suas obrigações secula- res. Afinal foi
Jesus quem nos ensinou: “dai a César, o que é de César”.

Esperamos que este Workshop represente para você uma oportunidade de crescimento e
aprimoramento e assim você possa contribuir na melhoria da organização administrativa- financeira
de sua Igreja, Concílio ou Sociedade.

Um bom trabalho!

Presb. José Alfredo Marques de Almeida Tesoureiro do


SC/IPB

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A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Objetivo: Colaborar para a promoção da conscientização dos


dirigentes (Conselho) das Igrejas, através de seus Pastores
e Tesoureiros, sobre a necessidade e fun- damental
importância da contabilidade, organizada, estruturada e
bem elaborada, para o gerenciamento e administração
financeira saudável da igreja, coope- rando para o seu
desenvolvimento e crescimento.

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A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

01 – A IGREJA E SUA PERSONALIDADE JURÍDICA

Pessoa Jurídica é a união de indivíduos que, através de um contrato reconhecido por lei (Contrato Social ou
Estatuto Social), formam uma nova pessoa, com personalidade distinta da de seus membros, podendo ter fins
lucrativos ou não.

A Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil no Artigo 1º estabelece:

Art. 1º – A Igreja Presbiteriana do Brasil é uma federação de Igrejas locais, que adota como única regra de fé e
prática as Escrituras Sagradas do Velho e Novo Testamento e como sistema expositivo de doutrina e prática a sua
Confissão de Fé e os Catecismos Maior e Breve; rege-se pela presente Constituição; é pessoa jurídica, de
acordo com as leis do Brasil, sempre representada civilmente pela sua Comissão Executiva e exerce o seu
governo por meio de Concílios e indivíduos, regularmente instalados.

Art. 9º – A assembléia geral da Igreja constará de todos os membros em plena comunhão e se reunirá
ordinariamente, ao menos uma vez por ano, e, extraordinariamente, convocada pelo Conselho, sempre que for
necessário, regendo-se pelos respectivos estatutos.
§ 1º – Compete à assembléia:
[...] c) aprovar os seus estatutos e deliberar quanto à sua constituição em pessoa jurídica;

A fundamentação legal para a personalidade jurídica das igrejas encontra-se consagrado no Código Civil Brasileiro.

A Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que instituiu o novo Código Civil preconiza:

TÍTULO II
DAS PESSOAS JURÍDICAS

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:


I as associações;
II as sociedades;
III as fundações.
IV as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) V
os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

No texto original o dispositivo legal não mencionava as organizações religiosas (Igrejas) como pessoas jurídicas de
direito privado, sendo elas equiparadas as Associações, o que foi alterado posteriormente pela lei 10.825/2003,
incluindo assim, uma nova modalidade de pessoas jurídicas, classificadas como organizações religiosas.

Importante se faz ressaltar o que preceitua os § 1º e § 2º do art. 44, do Código Civil:


§ 1º – São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas,
sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu
funcionamento. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003).

PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA:

• Criação: Direito e liberdade de escolher o devido processo de formação da organização religiosa sem
qualquer interferência estatal.

10
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

• Auto-regulamentação: Direito de estabelecer o seu próprio ordenamento jurídico sem qualquer


interferência do poder público.

• Estruturação Interna: Direito de promover a distribuição interna de suas tarefas e funções, criando
órgãos, comissões, secretarias, necessários ao cumprimento de suas finalidades institucionais, sem que o
poder público seja permitido impor qualquer obstáculo.

• Funcionamento: Direito e liberdade de exercer as atividades institucionais ou suspender a sua práti- ca, por
seus mecanismos próprios de deliberação, sem que o Estado possa intervir nesse processo.

§ 2º – As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do


Livro II da Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003).

O Supremo Concílio/IPB já se manifestou concernente à necessidade das Igrejas Locais, Presbitérios e Sínodos se
constituírem em pessoa jurídica. Então vejamos:

A Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil – CI/IPB no artigo 6º dispõe: As


Igrejas devem adquirir personalidade jurídica.

SC-IPB-2006 Doc. XCVII - Quanto aos Docs. 52, 57, 65 e 274 – Sínodo Rio de Janeiro - Proposta quanto à
personalidade jurídica dos sínodos - Sínodo Bauru - Proposta de criação de estatuto e reconhecimento de pessoa
jurídica dos Sínodos - Sínodo Sorocaba - Arrazoados e assuntos afins sobre a possibilidade do sínodo ser pessoa
jurídica - CE/SC-2006 - DOC. CL - Quanto ao Doc. 161 - Solicitação de estabelecimento de regras para a
organização de sínodos e proposta de estatuto para sínodos - Quanto aos Documentos 52, 57, 65 e 274 procedentes
do Presbitério do Rio de Janeiro, Sínodo de Bauru, Sínodo de Sorocaba e CE-SC/IPB quanto a personalidade
jurídica de sínodos. Considerando: 1. que os sínodos são reconheci- dos como concílios da IPB, nos termos do art.
60 da CI-IPB; 2. que o art. 143, alínea "b" da CI-IPB prevê a criação de estatutos para concílios; 3. que a outros
concílios é facultada a constituição em pessoa jurídica; 4. que a falta de constituição em personalidade
jurídica vem acarretando problemas tais como impossibilidade de abertura de conta corrente
para maior controle financeiro e reconheci- mento por parte das leis brasileiras; 5. que
historicamente o SC-IPB sempre reconheceu a legalidade de sínodos se constituírem em pessoa jurídica; 6. O teor
da Resolução SC-51-035. O SC/IPB RESOLVE:
1. reconhecer que a CI-IPB estabelece a possibilidade dos sínodos se constituírem em pessoa jurídica; 2.
determinar que todos os sínodos se constituam em pessoa jurídica e adaptem para o caso o
mode- lo de estatuto dos presbitérios, apresentando o projeto de estatutos ao Supremo Concílio
ou à sua CE, para aprovação; 3. determinar que os sínodos que já tiverem se constituído em personalidade
jurídi- ca façam a devida alteração nos estatutos, nos termos desta resolução; 4. determinar que observem toda a
legislação vigente para com os órgãos municipal, estadual e federal, cumprindo-as a fim de que periodi- camente
possa ser emitida certidão negativa nestas instâncias, conforme a necessidade; 5. revogar as resoluções em
contrário, especialmente a Resolução SC-98-070.

02 – COMO A IGREJA ADQUIRE SUA PERSONALIDADE JURÍDICA?

O novo Código Civil em seu artigo 45 preceitua:


Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do
ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o
ato constitutivo.

Analogicamente analisaremos os artigos pertinentes às sociedades, conforme dispõe o Código Civil:


11
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos
seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150).

Art. 998. Nos trinta dias subseqüentes à sua constituição, a sociedade deverá requerer a inscrição do contrato
social no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede.

03 - COMO FORMALIZAR A CONSTITUIÇÃO DE UMA IGREJA?

1. Registro dos Atos Constitutivos (Estatuto - Conforme modelo aprovado pelo Supremo
Concí- lio) no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas.

• Documentos básicos solicitados pelo Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
– Requerimento assinado pelo representante legal da Igreja (Pastor - Presidente do Conselho),
solicitando ao Oficial do Registro Civil das Pessoas Jurídicas que se digne proceder o registro;
– Duas vias (02) originais do Estatuto Social, assinados pelo representante legal da Igreja (Pre- sidente)
e visados por advogado;
– Livro de Atas contendo as atas de fundação, aprovação do estatuto, eleição e posse da diretoria e
respectivas xérox das atas;
– Duas (02) vias datilografadas/ digitadas das atas contidas no livro, transcrevendo-se os no- mes das
pessoas que assinaram as atas no livro e o Estatuto. Declarar, ao final, que as vias conferem com o
original, lavrado em livro próprio, devendo esta declaração ser assinada pelo secretário (a) e
representante legal da Igreja;
– Duas vias da relação qualificada da diretoria/ conselho (nome completo, cargo, carteira de identi- dade,
CPF, nacionalidade, naturalidade, estado civil, profissão e domicílio), declarando, ao final, que as vias
conferem com o original, devendo ser assinada pelo representante legal da Igreja.

2. Registro na Secretaria da Receita Federal do Brasil para que a Igreja obtenha sua inscrição
no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas).

• O que é o CNPJ?
O CNPJ é o cadastro administrado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil que registra as informações
cadastrais das pessoas jurídicas e de algumas entidades não caracterizadas como tais.

• Documentos obrigatórios em qualquer pedido perante o CNPJ


– Documento Básico de Entrada do CNPJ (DBE) assinado pelo representante legal (Pastor) e com
firma reconhecida;
– Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica (FCPJ), acompanhada, no caso de inscrição de socieda- des, do
Quadro de Sócios ou Administradores (QSA);
– Cópia autenticada do ato constitutivo/ deliberativo (Estatuto Social) devidamente registrado no órgão
competente.

Para solicitação do CNPJ é preciso acessar o site da Receita Federal, em coleta online (programa gerador do CNPJ)
e preencher o formulário, logo após o preenchimento, transmitir e depois enviar os documentos acima via sedex ou
entregar na agencia de atendimento da Receita Federal .

3. Registro na Prefeitura Municipal para que a Igreja obtenha o Alvará de Localização ou


Funci- onamento

• Os documentos necessários variam de acordo com a legislação de cada município, mais tem como
pontos centrais.

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A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

– Requerimento conforme modelo proposto pela Prefeitura;


– Certidão Negativa do representante legal;
– Xérox do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas);
– Xérox do Estatuto Social;
– Certidão de vistoria do Corpo de Bombeiros.

4. Matrícula na Previdência Social (INSS)

O regulamento da Previdência Social, decreto 3.048/99 em seu artigo 256, dispõe sobre os procedi- mentos
da matrícula junto ao INSS.

Art. 256. A matrícula da empresa será feita:


I simultaneamente com a inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica; ou
II perante o Instituto Nacional do Seguro Social, no prazo de trinta dias contados do início de suas
atividades, quando não sujeita a inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica.

5. Houve alteração do representante legal (pastor), de membros do conselho ou no Estatuto.


O que fazer?

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição
do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou
aprova- ção do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o
ato constitutivo.

• O Conselho lavrará ata contendo registro específico de tais ocorrências;

• A ata deverá ser devidamente registrada no Cartório Civil das Pessoas Jurídicas na qual origina- riamente
foi registrada o Estatuto para a devida alteração;

• Este procedimento deverá ser efetuado de igual forma na Secretaria da Receita Federal e Prefei- tura
Municipal, objetivando a atualização dos dados cadastrais da Igreja, toda vez que houver alteração.

Sobre este assunto o Supremo Concílio/IPB se manifestou trazendo importante orientação:

CE-SC/IPB-2006 - DOC. LXXX - Quanto ao documento 175 - Ementa: Consulta o Presbitério de Rondônia
sobre questões de natureza contábil, jurídica, previdenciária e tributável. A CE-SC-IPB 2006 RESOLVE:
Esclarecer às igrejas e presbitérios sobre as seguintes questões: 1. Quando houver eleição no conselho e ou
assento de pastor assumindo o exercício da presidência do conselho nos termos do Art. 34, letra
"b" da CI/IPB, que implique na mudança de assinaturas para movimentação de contas bancárias,
o Conselho deverá lavrar uma ata contendo registro específico de tais ocorrênci- as. A ata
devidamente assinada pelo presidente e secretário do Conselho deverá ser registrada em
Cartório, encaminhada através de ofício solicitando o competente registro. O cartório não poderá
negar o registro nos termos do Art. 44, Parágrafo 1º do Código Civil vigente que afirma "São livres a criação, a
organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado o poder público
negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento (incluído pela Lei
número 10.825, de 22 de dezembro de 2003)". As demais atas, salvo atas de alienação de imóveis, tanto anteriores
como posteriores contendo as resoluções do Conselho não precisam ser registradas guardando assim a privacidade
nos termos do Art.72 da CI-IPB.

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A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

04 - MINHA IGREJA TEM PERSONALIDADE JURÍDICA, PRECISA TER CONTABILIDADE?

Conforme já vimos anteriormente, a Igreja é classificada consoante o Código Civil como "Organi-
zações Religiosas" e segue analogicamente a regra aplicável a todas as pessoas jurídicas, sejam
associações, fundações ou empresas, conforme estabelece a sua parte geral. Analisaremos
agora alguns artigos da Lei 10.406/2002 que instituiu o novo Código Civil:

Quanto à necessidade da Escrituração Contábil Completa

Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado
ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a docu- mentação respectiva, e
a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.

Quanto à fidelidade e clareza do Balanço Patrimonial

Art. 1.188. O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa e, atendidas
as peculiaridades desta, bem como as disposições das leis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo.

Quanto à necessidade de profissional qualificado e habilitado

Art. 1.182. Sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração ficará sob a responsabilidade de conta- bilista
legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na localidade.

Esses profissionais, no âmbito de sua atuação e no que se referir à parte técnica, serão
responsabilizados, juntamente como os contribuintes, por qualquer falsidade dos documentos
que assinarem e pelas irregularidades de escrituração praticadas no sentido de fraudar o
Imposto de Renda.

Podem ainda assumir a responsabilidade pela escrituração contábil, os titulares, sócios, acionistas ou diretores,
desde que legalmente habilitados para o exercício desta atividade.
Estão dispensadas da exigência deste item as pessoas jurídicas domiciliadas em localidades onde não houver
profissionais devidamente habilitados.

Além da necessidade de ter escrituração contábil completa, a Igreja adquire outras obrigações,
conforme legislação fiscal, trabalhista e previdenciária, que trataremos detalhadamente mais a
frente.

05 - PERGUNTA FREQUENTE: A IGREJA É IMUNE, MAS QUAIS SÃO OS REQUISITOS PARA


MAN- TER A IMUNIDADE?

• Imunidade Tributária

O mestre Hugo de Brito Machado em sua obra "Curso de Direito Tributário", 22ª edição, Editora Malheiros,
ensina:

"Imunidade é o obstáculo decorrente de regra da Constituição à incidência de regra jurídica de


tributação. O que é imune não pode ser tributado. A imunidade impede que a lei defina como
hipóte- se de incidência tributária aquilo que é imune. É limitação da competência tributária".

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A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Consoante a melhor doutrina são espécies de tributos o imposto, as taxas, as contribuições sociais, o
empréstimo compulsório e as contribuições de melhoria. Portanto a imunidade tributária prevista na
Constituição Federal, diz respeito somente aos impostos, não se aplicando as outras espécies de tributo.

A Constituição Federal em seu artigo 150 dispõe sobre a imunidade tributária estabelecendo de forma inequívoca
e explicita, qual a espécie de tributo imune e quais as pessoas protegidas pela carta magna.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais
dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos
os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.

Este mesmo artigo em seu § 4º traz importante consideração:


§ 4º – As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o
patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das
entidades nelas mencionadas.

• Princípio Constitucional da Liberdade de Culto:


Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi- leiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
VI é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

O Código Tributário Nacional, Lei 5.172/66, em seu artigo 9º também dispõe sobre a imunidade: Art. 9º É
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
IV cobrar imposto sobre:
a) o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entida- des
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
observados os requisitos fixados na Seção II deste Capítulo; (Redação dada pela Lcp nº 104, de
10.1.2001);
d) papel destinado exclusivamente à impressão de jornais, periódicos e livros.

Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos
pelas entidades nele referidas:
I não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (Reda- ção
dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001);
II aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
III manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capa- zes de
assegurar sua exatidão.

15
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

• Requisitos para as entidades gozarem do benefício da imunidade

§ 1º – Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade competente


pode suspender a aplicação do benefício.

§ 2º – Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os diretamente


relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos respectivos
estatutos ou atos constitutivos.

• A Imunidade dos Templos de Qualquer Culto

A imunidade atribuída aos templos de qualquer culto é incondicional, isto é, não depende
do cumprimento de requisitos legais. Portanto, as igrejas podem remunerar seus religiosos e
dirigen- tes, sem com isso perder a condição de imune.

Ressaltamos o que o renomado doutrinador Alexandre Moraes versa sobre a imunidade tributária, em sua
obra Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, 4ª edição, Atlas, 2005:

“A imunidade tributária referente aos templos dos cultos religiosos deve estar relacionada
com os imóveis necessários ao exercício de suas finalidades essenciais, entendidos não
somente como os imóveis ligados à realização das cerimônias e liturgias, mas também os
imóveis relacio- nados diretamente com essas atividades, tais como os seminários, conventos,
as sacristias e a residência oficial de ministros religiosos. Trata-se, pois, de garantia
instrumental à liberdade de crença e culto religioso previsto no art.5º, VI, do texto constitucional,
cuja finalidade é impedir a criação de obstáculos econômicos por meio de impostos, à realização
de cultos religiosos”.

Ressaltamos ainda, o parecer da Drª Tais Amorim de Andrade Piccinini sobre a possibilidade de perda de
imunidade, conforme abaixo transcrito:

“Neste aspecto, temos então que ainda que um direito constitucional, o benefício tributário
às entidades religiosas poderá ser revogado, perdendo a entidade religiosa a imunidade, caso
fiquem comprovadas práticas deturpadas na esfera financeira, tais como desvio da finalidade,
enriquecimento ilícito de dirigentes, favorecimento indevido ou confusão patrimonial”.

Principais diferenças entre imunidade e isenção:

IMUNIDADE X ISENÇÃO
Constituição Federal Lei Ordinária
Irrevogável Pode ser revogada
Alcança somente a espécie de Pode alcançar todas as espéci-
tributo imposto es tributárias
Prazo indeterminado Na sua concessão pode-se deli-
mitar o prazo de vigência

Exemplo de impostos abrangidos pela imunidade concedida a Igreja:

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A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

IMPOSTO FATO GERADOR


IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica Lucro
(União)
IPVA - Imposto Sobre a Propriedade de A propriedade de veículo automotor.
Veículos Automotores (Estado)
IPTU - Imposto Predial e Territorial A propriedade de bem imóvel na zona
Urbano (Município) urbana.
ITR - Imposto Sobre a Propriedade A propriedade de bem imóvel na zona
Territorial Rural (União) rural.
ITBI - Imposto Sobre Transmissão Transmissão de Bens Imóveis
Intervivos de Bens Imóveis(Município)

Exemplo de impostos e contribuições que incidem sobre as organizações religiosas:

• IRRF - Imposto de Renda Retido na Fonte (remuneração dos ministros, colaboradores e


prestadores de serviços);

• INSS - Patronal e retido sobre a remuneração dos colaboradores e prestadores de serviços;

• FGTS sobre a remuneração de cada colaborador;

• PIS sobre folha de pagamento.

Além disto, sobre as pessoas jurídicas recaem obrigações acessórias, que não cumpridas impõe a elas sanções,
levando-as a responderem aos poderes tributadores.

Vejamos:

1) Principais obrigações trabalhistas e previdenciárias:


• Relação Anual de Informações Sociais (RAIS);
• Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED);
• Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS (SEFIP) e Guia de Recolhimento do FGTS e
Informações à Previdência Social (GFIP);
• Escrituração Social Digital e-Social (previsão a partir de janeiro/2017 a obrigatoriedade
do envio para empresas em geral, inclusive as organizações religiosas);
• Obrigatoriedade de contabilização da folha de pagamento pela legislação previdenciária.

2) Principais obrigações fiscais acessórias:


• Entrega da DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Fiscais);
• Entrega do SPED Contribuições (Quando as contribuições (PIS/COFINS/CSLL) a serem
informadas no mês for igual ou ultrapassar o valor de R$ 10.000,00;
• Entrega do SPED Contábil Fiscal;
• Entrega do SPED Contábil Digital;
• Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF).

17
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A legislação previdenciária é rígida e dispensa relevada importância aos registros contábeis. Então vejamos:

Decreto nº 4.862/2003, art. 283. Por infração a qualquer dispositivo das Leis nos 8.212 e 8.213, ambas de 1991, e
10.666, de 8 de maio de 2003, para a qual não haja penalidade expressamente cominada neste Regulamento, fica o
responsável sujeito a multa variável de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete centavos) a R$
63.617,35 (sessenta e três mil, seiscentos e dezessete reais e trinta e cinco centavos), conforme a gravidade da
infração, aplicando-se-lhe o disposto nos arts. 290 a 292, e de acordo com os seguintes valores:

g) deixar a empresa de lançar mensalmente, em títulos próprios de sua contabilidade, de forma


discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias
descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos.

Portanto a Igreja mesmo gozando da imunidade tributária para espécie imposto, é obrigada a cumprir as obrigações
acessórias, que para sua satisfação, via de regra, dependem da escrituração contábil.

06 – NOÇÕES BÁSICAS DE CONTABILIDADE

Conceito de Contabilidade
É uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter um controle permanente do patrimônio da empresa.
(RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica. São Paulo: Saraiva, p.14.)

Objeto
É o Patrimônio, que tem como definição um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados a uma pessoa ou
uma entidade.

Finalidade Principal
Registrar e assegurar o controle do patrimônio administrativo e fornecer informações sobre a composição e as
variações patrimoniais, bem como o registro das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar
seus fins, que podem ser lucrativos ou meramente ideais (sociais, culturais, esportivos, beneficentes ou outros).

Características da Contabilidade
As informações geradas pela Contabilidade devem propiciar aos seus usuários base segura às suas decisões, pela
compreensão do estado em que se encontra a Entidade, seu desempenho, sua evolução, riscos e oportunidades que
oferece.

São atributos da informação contábil:

• Confiabilidade – é atributo que faz com que o usuário aceite a informação contábil e a utilize como base de
decisões, configurando, pois, elemento essencial na relação entre aquele e a própria informação;

• Tempestividade – refere-se ao fato de a informação contábil deve chegar ao conhecimento do usuário


em tempo hábil, a fim de que este possa utilizá-la para seus fins;

• Compreensibilidade – a informação contábil deve ser exposta na forma mais compreensível ao usuário a
que se destine. A compreensibilidade presume que o usuário disponha de conhecimentos

18
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

de Contabilidade e dos negócios e atividades da Entidade, em nível que o habilite ao entendimento das
informações colocadas à sua disposição, desde que se proponha analisá-las, pelo tempo e com a
profundidade necessários;

• Comparabilidade – deve possibilitar ao usuário o conhecimento da evolução entre determinada


informação ao longo do tempo, numa mesma Entidade ou em diversas Entidades, ou a situação destas num
momento dado, com vista a possibilitar-se o conhecimento das suas posições rela- tivas.

Outras Finalidades

• Atendimento das obrigações perante o Governo.


Exemplos:
– Retenção e recolhimento do IRRF, INSS, PIS s/ Folha, FGTS, Contribuição Sindical e outros.
– Prestar informações ao fisco através de declarações instituídas pela legislação (SPED CONTABIL
FISCAL, SPED CONTRIBUIÇÕES, DCTF, DIRF, RAIS, GEFIP, CAGED e outros).
– Esses dados servem como estatística para diversas avaliações do Governo.

• Transparência e prestação de contas dos dirigentes das decisões que tomarem com os
recursos.
Exemplos:
– Relatório do tesoureiro ao conselho e do conselho a igreja (relatório simplificado diferente de relatório
embasado nas demonstrações contábeis).
– Evita fraudes e escândalos.

• Base para a avaliação da situação atual e tomada de decisões necessárias aos desafios
diári- os e futuros.
Exemplo:
– Qual a situação financeira real da Igreja? Posso comprar, devo alienar? Posso contratar colabo- radores?
Posso efetuar aumento de côngruas pastorais? No que devo investir?

• Oferece maior controle financeiro e econômico à Igreja.


Exemplo:
– Orçamento – Quais são as fontes de recursos da Igreja? Como estão aplicados os recursos?
Temos disponíveis? Como está o passivo da Igreja?

• Comprova em juízo fatos cujas provas dependam de perícia contábil.

• Contestação de reclamatórias trabalhistas quando as provas a serem apresentadas depen-


dam de perícia contábil.

• Facilita acesso às linhas de crédito (fornecedores, bancos, etc.).

• Faz prova, a favor da Igreja, perante autoridade administrativa, dos fatos registrados e com-
provados por documentos hábeis.
– Fiscalização Trabalhista, Previdenciária, Municipal, Estadual e Federal.

Técnicas que a contabilidade utiliza para atingir sua finalidade


• Escrituração – Registro dos fatos (lançamentos contábeis - componentes: data, conta debitada, conta
creditada, histórico e valor);

19
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

• Demonstrações Contábeis – Demonstração expositiva dos fatos (Balanço Patrimonial e Demons- tração
do Resultado do Exercício, entre outras);
• Auditoria – Confirmação dos registros e demonstrações contábeis;
• Análise de Balanços – Análise e interpretação das demonstrações contábeis.
07 – CONTAS CONTÁBEIS
É o instrumento utilizado para registrar os fatos de idêntica natureza que alterem o patrimônio da
empresa.
As contas classificam-se em dois grupos: o das contas patrimoniais e o das contas de resultado.
• Contas Patrimoniais – representam os bens, direitos e obrigações da empresa. São, portanto, as contas
que aparecem na estrutura patrimonial, classificadas como ativo ou passivo.
• Contas de Resultado – registram as despesas e receitas da empresa. São as contas que demons- tram o
resultado do exercício.

São exemplos de contas patrimoniais:

ATIVO PASSIVO
Caixa Fornecedores – Casa Editora Presbiteriana
Bancos Obrigações Trabalhistas – Folha de Pa-
gamento
Adiantamentos Obrigações Sociais – INSS
Imóveis Obrigações Fiscais – IRRF
Veículos Obrigações Conciliares – Supremos Con-
cílio e Causas Presbiteriais

São exemplos de contas de resultado:

DESPESAS RECEITAS
Côngruas Pastorais Dízimos e Ofertas
Salários e ordenados Ofertas para Missões
Supremo Concílio Ofertas para construção
Causas Presbiteriais
Verba UPH
Comunicações

08 – COMPONENTES PATRIMONIAIS
Classificação dos componentes patrimoniais em grupos:

20
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante

Caixas e Equivalentes de Caixa Compreende obrigações exigíveis que se- rão


liquidadas no próximo exercício social: nos
Valores a receber próximos 365 dias após o levantamen- to do
Compreende contas que estão constante- mente balanço.
em giro - em movimento, sua con- versão em
dinheiro ocorrerá, no máximo, até o próximo
exercício social.

Não Circulante Não Circulante

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Incluem-se nessa conta bens e direitos que se Relacionam-se nessa conta obrigações
transformarão em dinheiro após o exer- cício exigíveis que serão liquidadas com prazo su-
seguinte. perior a um ano - dívidas a longo prazo.
Imobilizado Patrimônio Líquido
São bens e direitos que não se destinam a São um grupo de contas que registra o
venda e têm vida útil longa, no caso de bens. patrimônio pertencente a Igreja. O capital po-
Abarca itens de natureza permanente que serão derá ser feito por meio de moeda corrente ou
utilizados para a manutenção da ati- vidade bens e direitos.
básica da Igreja.

09 – PLANO DE CONTAS

• É uma relação de contas a ser utilizada para registrar contabilmente os atos e fatos que alterem o patrimônio
da empresa, devendo ser simples, claro e objetivo.
• O título das contas deve representar o objetivo de cada uma, ou seja, o que nelas se pretende registrar, de
acordo com as operações da empresa.
• O Plano deve ter o número de contas suficientes para expressar com clareza os fatos ocorridos.
• Para que possa ser utilizado com facilidade por todos os envolvidos na escrituração contábil, deve ter como
parte integrante um rol de todas as contas com a descrição da função, do funcionamento e do saldo de cada
uma delas.
• A função e o funcionamento da conta devem determinar, com clareza, as quais registro se destina e de que
forma devem ser efetuados.

Exemplificando:
Conta Caixa:
Função – Destina-se ao registro de todas as entradas e saídas de dinheiro provenientes de recebimentos e
pagamentos efetuados.
Funcionamento – DEBITADA pelos recebimentos e CREDITADA pelos pagamentos.
Saldo – Deve ser sempre DEVEDOR e representa o valor em dinheiro que a empresa possui.
Um Plano simples e objetivo pode ser dividido em Grupos, Subgrupos, Contas Sintéticas e Contas Analí- ticas, como
a seguir exemplificamos:

21
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Grupo – ATIVO CIRCULANTE


Subgrupo – CAIXAS E EQUIVALENTES DE CAIXA
Conta Sintética – BANCOS C/ MOVIMENTO Conta
Analítica – Banco ABC S/A.

PLANO DE CONTAS

COD. CONTA DESCRIÇÃO

1 ATIVO

1.1 CIRCULANTE

1.1.1 CAIXAS E EQUIVALENTES DE CAIXA

1.1.1.01 CAIXA
GERAL 1.1.1.01.0001 CAIXA

1.1.1.02 BANCOS C/ MOVIMENTO


1.1.1.02.0001 BANCO DO BRASIL S/A

1.1.1.03 APLICAÇÕES FINANCEIRAS


1.1.1.03.0001 BANCO BRADESCO

1.1.1.04 BANCOS C/ POUPANÇA


1.1.1.04.0001 BANCO ITAÚ

1.1.2 VALORES A RECEBER

1.1.2.01 ADIANTAMENTOS

1.1.2.01.0001 ADIANTAMENTOS SALÁRIOS


1.1.2.01.0002 ADIANTAMENTO FÉRIAS
1.1.2.01.0003 ADIANTAMENTO 13º SALÁRIO
1.1.2.01.0004 ADIANTAMENTO FORNECEDORES
1.1.2.01.0005 ADIANTAMENTO DE CÔNGRUAS PASTORAIS
1.1.2.01.0006 ADIANTAMENTO PARA VIAGEM

1.2 NÃO CIRCULANTE

1.2.1 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

1.2.2 INVESTIMENTOS

1.2.3 IMOBILIZADO

1.2.3.01 IMOBILIZAÇÕES TÉCNICAS

22
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

1.2.3.01.0001 TERRENOS E EDIFÍCIOS


1.2.3.01.0002 CONSTRUÇÕES
1.2.3.01.0003 MÓVEIS E UTENSÍLIOS
1.2.3.01.0004 INSTRUMENTOS MUSICAIS
1.2.3.01.0005 VEÍCULOS
1.2.3.01.0006 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

1.2.4 INTANGÍVEL

2 PASSIVO

2.1 CIRCULANTE

2.1.01 FORNECEDORES
2.1.01.0001 CASA EDITORA PRESBITERIANA

2.1.02 OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS


2.1.02.0001 FOLHA DE PAGAMENTO
2.1.02.0002 RESCISÕES
2.1.02.0003 PROVISÃO DE FÉRIAS

2.1.03 OBRIGAÇÕES SOCIAIS


2.1.03.0001 INSS A RECOLHER
2.1.03.0002 FGTS A RECOLHER
2.1.03.0003 PIS S/ FOLHA DE PAGAMENTO A RECOLHER
2.1.03.0004 CONTRIBUIÇÃO SINDICAL A RECOLHER

2.1.04 OBRIGAÇÕES FISCAIS


2.1.04.0001 IRRF - IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE A RECOLHER

2.1.05 OBRIGAÇÕES CONCILIARES


2.1.05.0001 SUPREMO CONCÍLIO
2.1.05.0002 CAUSAS PRESBITERIAIS
2.1.05.0003 CÔNGRUAS PASTORAIS

2.2 NÃO CIRCULANTE

2.2.1 FINANCIAMENTOS

2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

2.3.01 PATRIMÔNIO SOCIAL


2.3.01.0001 PATRIMÔNIO
2.3.01.0002 SUPERAVIT/DEFICIT

3 RECEITAS

3.1 SEM RESTRIÇÃO

23
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

3.1.1 RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS

3.1.1.01 RECEITAS DIVERSAS


3.1.1.01.0001 DÍZIMOS E OFERTAS
3.1.1.01.0002 OFERTA PARA MISSÕES

3.1.2 RECEITAS NÃO ORÇAMENTÁRIAS

3.1.2.01 RECEITAS DIVERSAS


3.1.2.01.0001 VENDA BENS DO ATIVO PERMANENTE
3.1.2.01.0002 REND. S/ APLICAÇÕES FINANCEIRAS
3.1.2.01.0003 ALUGUEL DO SALÃO

4 DESPESAS

4.1 SEM RESTRIÇÃO

4.1.1 DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS

4.1.1.01 MANUTENÇÃO PASTORAL


4.1.1.01.0001 CÔNGRUAS PASTORAIS
4.1.1.01.0002 INSS
4.1.1.01.0003 UNIMED - PLANO DE SAÚDE
4.1.1.01.0004 FAP – FUNDO DE ASSISTÊNCIA PASTORAL

4.1.1.02 PESSOAL/ ENCARGOS SOCIAIS


4.1.1.02.0001 SALÁRIOS
4.1.1.02.0002 PREVIDÊNCIA SOCIAL
4.1.1.02.0003 FGTS
4.1.1.02.0004 PIS S/ FOLHA DE PAGAMENTO
4.1.1.02.0005 FÉRIAS
4.1.1.02.0006 13º SALÁRIO
4.1.1.02.0007 VALE TRANSPORTE
4.1.1.02.0008 EXAMES LABORATORIAIS
4.1.1.02.0009 AVISO PRÉVIO INDENIZADO
4.1.1.02.0010 ABONO PECUNIÁRIO

4.1.1.03 SOCIEDADES INTERNAS


4.1.1.03.0001 U.P.H.
4.1.1.03.0002 S.A.F.
4.1.1.03.0003 U.M.P.
4.1.1.03.0004 U.P.A.
4.1.1.03.0005 U.C.P.

24
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

4.1.1.04 ADMINISTRAÇÃO/ FINANÇAS


4.1.1.04.0001 ÁGUA
4.1.1.04.0002 ENERGIA ELÉTRICA
4.1.1.04.0003 COMUNICAÇÕES
4.1.1.04.0004 LIMPEZA E CONSERVAÇÃO
4.1.1.04.0005 ORNAMENTAÇÃO
4.1.1.04.0006 SECRETARIA
4.1.1.04.0007 COMBUSTÍVEIS
4.1.1.04.0008 TAXAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS
4.1.1.04.0009 DESPESAS BANCÁRIAS
4.1.1.04.0010 SERVIÇOS CONTÁBEIS

4.1.1.05 EDUCAÇÃO CRISTÃ


4.1.1.05.0001 ESCOLA DOMINICAL
4.1.1.05.0002 MATERIAL DE APOIO

4.1.1.06 EVANGELIZAÇÃO
4.1.1.06.0001 MATERIAL DE APOIO/ FOLHETOS

4.1.1.07 INTEGRAÇÃO COMUNITÁRIA


4.1.1.07.0001 MATERIAL DE APOIO
4.1.1.07.0002 EVENTOS

4.1.1.08 MÚSICA 4.1.1.08.0001


MATERIAL DE
APOIO
4.1.1.08.0002 CONSERVAÇÃO DE INSTRUMENTOS
4.1.1.08.0003 CONJUNTO LUZ NAS TREVAS
4.1.1.08.0004 CORAL DA IGREJA

4.1.1.09 JUNTA DIACONAL


4.1.1.09.0001 AÇÃO DIACONAL
4.1.1.09.0002 MANUTENÇÃO DO PATRIMÔNIO

4.1.1.10 MISSÕES 4.1.1.10.0001


SUPREMO CONCÍLIO
4.1.1.10.0002 CAUSAS PRESBITERIAIS
4.1.1.10.0003 MISSÃO PRESBITERIAL

4.1.1.11 DESPESAS EVENTUAIS


4.1.1.11.0001 DESPESAS COM REPRESENTAÇÃO PITM

25
4.1.1.11.0002 DESPESAS AUTORIZADAS PELO CONSELHO

26
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

4.1.2 DESPESAS NÃO ORÇAMENTÁRIAS

4.1.2.01 DESPESAS DIVERSAS


4.1.2.01.0001 MULTAS E JUROS FISCAIS
4.1.2.01.0002 BAIXA BENS DO ATIVO PERMANENTE

5. CONTAS DE RESULTADO

5.1 APURAÇÃO DO RESULTADO


5.1.1 APURAÇÃO DO RESULTADO
5.1.1.01 RESULTADO DO EXERCICIO 5.1.1.01.0001
SUPERÁVIT OU DÉFICIT DO EXERCÍCIO

10 – DOCUMENTO HÁBIL E IDÔNEO

A escrituração das operações desenvolvidas pela Igreja, só poderá ser efetuada mediante docu-
mento hábil e de indiscutível idoneidade, que comprove fielmente o fato.
É importante verificar:
• Se o documento está com todos os dados legais completos (nome da igreja, CNPJ, endereço, recibado, etc.).
• Se a data de emissão do documento é compatível com o exercício da operação.
• No caso de nota fiscal é imprescindível verificar se a data de emissão do documento está dentro do prazo de
validade.
• É importante verificar se o documento fiscal emitido foi feito mediante Autorização para Impressão de
Documentos Fiscais (AIDF).
• O documento deve ser original.
• Se o documento é compatível com a operação realizada.

Prestação de Serviço Nota Fiscal de Serviço

Venda / Compra de Mercadoria Nota Fiscal

Aquisição Imóvel Escritura

Operações Financeiras Extrato Bancário

Pagamento de Impostos DARF, GPS, GFIP

Brocardo popular: “Quem paga mal, paga duas vezes”. Brocardo


jurídico: “O direito não socorre aos que dormem”.

Exemplos de documentos que podem ser escriturados:


• Recibo de Pagamento de Salário - Folha de Pagamento - Zelador(a)

27
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

28
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

• Nota Fiscal

29
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

• Nota Fiscal Eletrônica (DANFE)

• Notas Fiscais de Serviço

30
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

• Cupom Fiscal

11 – DOCUMENTOS INIDÔNEOS
Exemplos de Documentos que não podem ser aceitos pela Contabilidade para escrituração:

• Nota de Pedido • Nota de Orçamento

31
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

• Recibo de Papelaria

Entre outros como:


• Xérox ou 2ª via da nota fiscal;
• Recibos com dados incompletos;
• Recibos em papel de pão.

12 – LIVROS CONTÁBEIS

• Livro Diário:
É o registro básico de toda a escrituração contábil. Nele devem ser lançados, dia a dia,
todos os atos ou operações que modifiquem ou possam vir a modificar a situação
patrimonial da Igreja. Este livro deve ser encadernado com o termo de abertura e
encerramento, devidamen- te numerado e autenticado por órgão competente (Cartório de
Registro Civil das Pessoas Jurídicas), além de assinado pelo profissional contábil e o
representante legal da empresa.

Dispõe o Código Civil:


Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por
fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica.
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço
patrimonial e do de resultado econômico.
Art. 1.184 – No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento respectivo,
dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa.
§ 1º – Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o período de trinta dias,
relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do esta- belecimento,
desde que utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para registro individu- alizado, e
conservados os documentos que permitam a sua perfeita verificação.
É importante destacar que integram o Livro Diário o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado do
Exercício, conforme estabelece o Código Civil.

32
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

§ 2º – Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo ambos ser
assinados por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou socie- dade
empresária.

• Livro Razão:
É utilizado para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no
livro Diário, ou seja, o livro razão reflete exatamente aquilo que foi lançado no livro Diário,
mas de forma individualizada (por conta ou subconta), obedecendo a ordem cronológica
das opera- ções.

33
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

34
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

13 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

É a exposição resumida e ordenada de dados colhidos pela contabilidade.

Objetivo:

• Fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na


posi- ção financeira da entidade, que sejam úteis a um grande número de usuários em suas
avaliações e tomadas de decisão econômica.
• Apresentar os resultados da atuação da Administração na gestão da entidade e sua capacitação na
prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram confiados.

Demonstrações Contábeis que devem ser elaboradas pelas organizações religiosas:

• Balanço Patrimonial;
• Demonstração de Resultado do Exercício;

35
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;


• Demonstração das origens e aplicações de recursos - substituído a partir de 2008 - pela
Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC);
• Notas Explicativas.

Balanço Patrimonial

Conceito: O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e


quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da entidade.
É a demonstração que encerra a seqüência dos procedimentos contábeis, apresentando de forma or-
denada os três elementos componentes do patrimônio: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.

Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCT 3.2.11/ NBCT 3.2.2.1 - ITG 2002)

Igreja Presbiteriana do Brasil


Demonstrações Contábeis do Exercício

1 – Balanço Patrimonial

ATIVO 222.893,23 PASSIVO 222.893,23

CIRCULANTE 34.993,23 CIRCULANTE 3.394,40


Caixas e Equivalentes de Caixa
Bancos Conta Movimento 22.634,00 Fornecedores
Bancos Conta Poupança 12.359,23 Casa Editora Presbiteriana 1.200,00

NÃO CIRCULANTE 187.900,00 Obrigações Trabalhistas


Folha de Pagamento a pagar 1.300,00
Imobilizado 187.900,00
Terrenos e Edifícios 138.000,00 Obrigações Sociais
Construções 20.000,00 INSS a recolher 452,40
Móveis e Utensílios 9.300,00 FGTS a recolher 104,00
Instrumentos Musicais 4.200,00 PIS s/ Folha Pagamento a recolher 13,00
Veículos 15.300,00
Máquinas e Equipamentos 5.100,00 Obrigações Fiscais
(-) Depreciação 4.000,00 IRRF a recolher 325,00

NÃO CIRCULANTE 30.000,00

Empréstimos
IPB - JPEF 30.000,00

PATRIMÔNIO SOCIAL 189.498,83

Patrimônio Social 189.498,83

36
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

2 – Demonstração do Resultado do Exercício

(+) RECEITAS 169.761,00 (-) DESPESAS 155.431,73

RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS 169.041,00 MANUTENÇÃO PASTORAL 58.546,58

Dízimos e Ofertas 156.285,00 Côngruas Pastorais 50.666,66


Oferta Para Missões 12.756,00 INSS 2.280,00
Unimed – Plano de Saúde 1.800,00
RECEITAS NÃO ORÇAMENTÁRIAS720,00 FAP 3.799,92
Rendimentos s/ Aplicação Financeira 720,00
PESSOAL/ ENCARGOS SOCIAIS 27.166,65
Salários 14.300,00
Previdência Social 5.633,33
FGTS 1.386,66
PIS s/ Folha 173,33
Férias 1.733,33
13º Salário 1.300,00
Vale Transporte 2.640,00

SOCIEDADES INTERNAS 6.000,00


UPH 1.200,00
SAF 1.200,00
UMP 1.200,00
UPA 1.200,00
UCP 1.200,00

ADMINISTRAÇÃO FINANÇAS 23.906,57


Água 1.587,49
Energia Elétrica 5.324,00
Comunicações 3.411,25
Limpeza e Conservação 1.720,38
Ornamentação 337,00
Secretaria 3.722,00
Combustíveis 2.515,00
Taxa Serviços Públicos 91,45
Despesas Bancárias 258,00
Serviços Contábeis 4.940,00

EDUCAÇÃO CRISTÃ 2.693,40


Escola Dominical 2.693,40

EVANGELIZAÇÃO 1.624,38
Material de Apoio/ Folhetos 1.624,38

INTEGRAÇÃO COMUNITÁRIA 1.422,00


Eventos 1.422,00

37
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

MÚSICA 1.553,00
Conservação de Instrumentos 523,00
Conjunto Luz nas Trevas 350,00
Coral da Igreja 680,00

JUNTA DIACONAL 4.763,00


Ação Diaconal 2.937,00
Manutenção do Patrimônio 1.826,00

MISSÕES 27.756,15
Supremo Concílio 16.904,10
Causas Presbiteriais 8.452,05
Missão Presbiterial 2.400,00

SUPERÁVIT DO EXERCÍCIO 14.329,27


14 – MINHA IGREJA NUNCA TEVE CONTABILIDADE, O QUE FAZER?

A Igreja que não mantém Escrituração Contábil deve, no primeiro dia do mês de janeiro, se assim
resolver:
a) Realizar Levantamento Patrimonial;
b) Elaborar Balanço de Abertura;
c) Iniciar a Escrituração Contábil;
d) Contratar profissional contábil habilitado.

a) Levantamento Patrimonial
É o conjunto de providências que precede a elaboração do Balanço de Abertura e que consiste
na verificação física de todos os bens, direitos e obrigações existentes em 31 de dezembro do ano
anterior. Ativo Circulante
• A Igreja deverá efetuar a verificação do saldo de caixa e dos valores disponíveis nas contas
bancárias (conta corrente/ poupança/ aplicações) através dos extratos bancários.
• Deverá também levantar se existe algum adiantamento pendente (salários, férias,
fornecedores, viagens e outros).
Ativo Não Circulante
• Os bens do ativo imobilizado devem ser registrados separadamente de acordo com a conta
apropriada, pelo valor original, mediante verificação física e documento idôneo.
Passivo Circulante e Passivo Não Circulante
• A Igreja deve levantar os valores de todas as contas, tais como fornecedores, obrigações
traba- lhistas, obrigações sociais, obrigações fiscais, obrigações conciliares, utilizando-se de
todos os elementos disponíveis, como livros fiscais, trabalhistas, notas fiscais, folha de
pagamento, re- latório do Presbitério e do Supremo Concílio, DCTF, DIRF, GFIP, etc.
Patrimônio Social
• A Igreja não integraliza capital, portanto o saldo desta conta será a diferença entre ativo e
passivo.

38
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

b) Balanço de Abertura
Após os procedimentos examinados a pessoa jurídica deverá elaborar o balanço patrimonial o
qual será transcrito em livro diário, devidamente registrado para abertura da escrituração do ano-
calen- dário.

c) Escrituração Contábil
É o registro dos fatos através do lançamento com base em documento hábil e idôneo.

NOTA: É importante que o profissional contábil habilitado observe as normas brasileiras de contabilidade
utilizadas para o terceiro setor que são aplicáveis as organizações religiosas.

39
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

1 – A IGREJA E SUA RELAÇÃO COM O MINISTRO

A Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil no artigo 2º dispõe sobre a finalidade da Igreja como organização
religiosa, evidenciando com clareza sua atividade tipicamente espiritual.

Preceitua o artigo 2º:

Art. 2º – "A Igreja Presbiteriana do Brasil tem por fim prestar culto a Deus, em espírito e
verdade, pregar o evangelho, batizar os conversos, seus filhos e menores sob sua guarda e
"ensinar os fiéis a guardar a doutrina e prática das Escrituras do Antigo e Novo Testamentos,
na sua pureza e integridade, bem como promover a aplicação dos princípios de fraternidade
cristã e o cresci- mento de seus membros na graça e no conhecimento de Nosso Senhor
Jesus Cristo".

Quanto ao Ministro a CI/IPB expressa sobre sua fundamental importância para o desenvolvimento da atividade
espiritual da Igreja.

Vejamos alguns artigos:


Art. 30 – O ministro do evangelho é o oficial consagrado pela Igreja, representada no Presbitério, para
dedicar-se especialmente à pregação da Palavra de Deus, administrar os sacramentos, edificar os crentes e
participar, com os presbíteros regentes, do governo e disciplina da comunidade.
Parágrafo Único – Os títulos que a Sagrada Escritura dá ao ministro, de bispo, pastor, ministro, presbítero ou
ancião, anjo da Igreja, embaixador, evangelista, pregador, doutor e despenseiro dos Misté- rios de Deus, indicam
funções diversas, e não graus diferentes de dignidade no ofício.
Art. 31 – São funções privativas do ministro:
a) administrar os sacramentos;
b) invocar a bênção apostólica sobre o povo de Deus;
c) celebrar o casamento religioso com efeito civil;
d) orientar e supervisionar a liturgia na Igreja de que é pastor.
Art. 32 – O ministro, cujo cargo e exercício são os primeiros na Igreja, deve conhecer a Bíblia e sua teologia;
ter cultura geral; ser apto para ensinar e são na fé; irrepreensível na vida; eficiente e zeloso no cumprimento dos
seus deveres; ter vida piedosa e gozar de bom conceito, dentro e fora da Igreja.

A Classificação Brasileira de Ocupação (CBO), desenvolvida pelo Ministério do Trabalho e Emprego,


normatiza as atividades dos Ministros utilizando os códigos 2631-05, 2631-10, 2631-15 e trazendo a se- guinte
descrição sumária para suas ocupações:

Realizam liturgias, celebrações, cultos e ritos; dirigem e administram comunidades;


formam pessoas segundo preceitos religiosos das diferentes tradições; orientam pessoas;
realizam ação social junto à comunidade; pesquisam a doutrina religiosa; transmitem
ensinamentos religiosos; praticam vida contemplativa e meditativa; preservam a tradição e,
para isso, é essencial o exercício contínuo de competências pessoais específicas.

Constata-se então, que a relação da Igreja com o ministro é de cunho eminentemente espiritual.

Daí surge o seguinte questionamento:

2 – EXISTE VÍNCULO EMPREGATÍCIO ENTRE A IGREJA E O MINISTRO?

A professora Alice Monteiro de Barros em sua obra "Curso de Direito do Trabalho", 4ª edição, Editora LTR, leciona:
41
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

“O trabalho de cunho religioso não constitui objeto de um contrato de emprego, pois,


sendo destinado à assistência espiritual e à divulgação da fé, ele não é avaliável
economicamente. Eventual importância recebida pelo religioso visa não só o assegurar-lhe
a subsistência, mas a propiciar-lhe maior disponibilidade para se dedicar à difusão e
fortalecimento da crença. Ademais, nos serviços religiosos prestados ao ente eclesiástico,
não há interesses distintos ou opostos, capazes de configurar o contrato; as pessoas que o
executam o fazem como membros da mesma comunidade, dando um testemunho de
generosidade, em nome de sua fé. Tampouco se pode falar em obrigação das partes, pois,
do ponto de vista técnico, a obriga- ção é um vínculo que nos constrange a dar, fazer ou
não fazer alguma coisa em proveito de outrem. Esse constrangimento não existe no tocante
aos deveres da religião, aos quais as pessoas aderem, espontaneamente, imbuídas do
espírito de fé. Em consequência, quando o religioso, seja frei, padre, irmã ou freira, presta
serviços por espírito de seita ou voto, ele desenvolve profissão evangélica na comunidade
religiosa a que pertence, estando excluído do ordenamento jurídico-trabalhista, ou seja,
não é empregado”.

As decisões proferidas pelos tribunais trabalhistas têm contribuído com a pacificação do


entendi- mento de que não existe vínculo de emprego entre o ministro e a Igreja.

Vejamos algumas jurisprudências:

IDENTIFICAÇÃO DO ACÓRDÃO
TRIBUNAL: 2ª Região DECISÃO: 24/09/2001
NÚMERO ÚNICO PROC: RO01 - RECURSO ORDINÁRIO TURMA: 01 ÓRGÃO
JULGADOR - PRIMEIRA TURMA

EMENTA
Relação de emprego. Pastor Evangélico. Não é empregado aquele que divulga a sua fé. Não se
trata, tecnicamente, de um trabalho, mas de uma missão. Não se trata de uma profissão de ofício,
mas de uma profissão de fé. Não há subordinação jurídica, mas divina. Os aspectos materiais
dessa missão decorrem das necessidades da vida moderna, são circunstanciais, e não
elementos jurídicos de um contrato. São, enfim, coisas da alma e do espírito, coisas do homem
com a sua crença, e não simples relação de trabalho do homem para o homem.

DECISÃO
Por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso, para rejeitar integralmente o pedido. Custas por reversão.

IDENTIFICAÇÃO DO ACÓRDÃO
TRIBUNAL: 2ª Região DECISÃO: 25/04/2006 ANO: 2004
RECURSO ORDINÁRIO TURMA: 10ª
ÓRGÃO JULGADOR - DÉCIMA TURMA

EMENTA
Relação de Emprego. Pastor Evangélico. Músico de Igreja. Inexistência. O exercício de
determina- das tarefas, no âmbito dos templos religiosos, dentre as quais a do labor pastoral e a
de tocar instrumentos musicais, via de regra, são encaradas como atribuições naturais
cometidas aos seus seguidores, cujo escopo fundamental é atingir o caminho da salvação
prometida pelos Evange- lhos. Enfoque diverso, depende de prova robusta que comprove que as
atividades foram exercidas
42
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

visando objetivos distintos do relacionado à difusão da fé, em razão de relação contratual,


caracte- rizada pela existência de habitualidade e subordinação jurídica, mediante
contraprestação especí- fica. Contrato de trabalho inexistente por ausência dos requisitos
previstos nos artigos 2º, "caput", e 3º, da CLT.

DECISÃO
Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, para manter íntegra a r. sentença de origem, por seus
próprios e jurídicos fundamentos.

TST - RR - 104323/94, Rel.: Min. Ursulino Santos - DJ 25.11.94. “Relação de emprego. Trabalho Religi-
oso. Pastor. Inexiste contrato de trabalho entre um pastor e sua igreja. Apesar da atividade intelectual e física, o
traço de união é a fé religiosa decorrente da vocação, sem a conotação material que envolve o trabalhador comum”.

3 – A IGREJA E O OBREIRO - EVANGELISTA

Vejamos as resoluções sobre o assunto:


SC-E/IPB-2010 - DOC. LXXVI - Quanto ao documento 453 - Oriundo do (a): CE-SC/IPB 2008 -
Doc. CVII, quanto ao documento 194 - Comissão Especial - Ementa: Relatório da Comissão
Especial que trata da questão de Evangelista. Considerando: 1. Que o modelo de regimento interno para os
Presbitérios contempla em seu artigo 18 que o "concílio poderá manter outros serviços especiais
determinando aos respectivos secretários os deveres inerentes ao cargo". Resolve: 2. Aprovar o relatório da
Comissão Especial que trata da questão sobre "Evangelistas", com as seguin- tes observações: a) a função
de evangelista, independente de gênero, passa a ser reconhecida pelo título de "obreiro-
evangelista"; b) acrescentar ao item 1 "sendo vedado o exercício das funções privativas do
ministro", conforme artigo 31 da CI-IPB; c) quanto ao item 2.2, fica assim a redação: “Por ser
vocacionado como obreiro-evangelista, o mesmo deverá ter concluído curso teológico para
formação de evangelistas e missionários em um dos Institutos Bíblicos da IPB, que tenha no
mínimo 02 anos de formação, ficando a responsabilidade de envio dos candidatos a cargo das
igrejas, para Institutos gerenciados por presbitérios, e quando este envio se der para um Institu- to
fora do âmbito presbiteriano, deverá ocorrer uma consulta à JET, para que a mesma se pronuncie
sobre a idoneidade do Instituto”; d) quanto ao item 3, fica assim a redação: "O obreiro-evangelista não
integrará o quadro de obreiros do Concílio que o consagrar"; e) queda do item 3.1.a; f) queda do item 3.1,
letra b; g) queda do item 3.1.c e d; h) queda do item 3.2; 3. quanto ao item 4, passa a ter a redação: "No ato
da apresentação do obreiro, que deverá ocorrer todas as vezes que houver mudan- ça de concílio, está deverá
ser realizada mediante oração feita pelo presbitério, na ocasião o candi- dato à função de obreiro evangelista
deverá reafirmar a aceitação da Palavra de Deus como única regra de fé e prática, a aceitação integral dos
símbolos de fé como expressão de fidelidade doutriná- ria, o acatamento da CI/IPB e de suas autoridades
constituídas"; 4. revogam-se as decisões anteri- ores sobre o assunto, com destaque da decisão CE-1975 -
Doc. 43 - Doc. XIV - Quanto ao doc.13, a seguir transcrita:

“CE-1975 19 - Doc. 43 - Doc. XIV - Quanto ao doc.13 - Consulta do Presbitério de Castro


sobre contratação de Evangelistas - A Comissão Executiva do Supremo Concílio, resolve: a) O
Presbité- rio ou a Igreja pode contratar evangelista leigo; b) O evangelista leigo está sujeito
ao regime de Consolidação Geral do Trabalho na categoria de empregado, condição na qual
deve ser inscrito no INPS; c) Sobre o item c da consulta, deve o nobre Presbitério consultar o INPS."
Conforme descrito a seguir, aprova-se a seguinte regulamentação de evangelista: 1. A IPB através de suas
igrejas, presbité- rios e juntas poderá consagrar obreiro-evangelistas para a pregação do evangelho, plantação de
igrejas,

43
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

discipulado, orientação bíblico-doutrinária e edificação do povo de Deus. 2. A apresentação de obreiro-


evangelista se dará pelas igrejas, presbitérios e juntas após receber da igreja da qual ele é membro
comungante as seguintes informações: I. O candidato ser membro professo da IPB a mais de três anos;
II. "Por ser vocacionado como obreiro-evangelista, o mesmo deverá ter concluído curso teológico para
formação de evangelistas e missionários em um dos Institutos Bíblicos da IPB, que tenha no mínimo 02 anos de
formação, ficando a responsabilidade de envio dos candidatos a cargo das igrejas, para Institu- tos gerenciados
por presbitérios, e quando este envio se der para um Instituto fora do âmbito presbiteriano, deverá ocorrer uma
consulta à JET, para que a mesma se pronuncie sobre a idoneidade do Instituto"; 3. O obreiro-evangelista não
integrará o quadro de obreiros do concílio que o consagrar. 4. No ato da apresentação do obreiro-evangelista,
que deverá ocorrer todas as vezes que houver mudança de concí- lio, está deverá ser realizada mediante oração
feita pelo presbitério, na ocasião o candidato à função de obreiro-evangelista deverá reafirmar a aceitação da
Palavra de Deus como única regra de fé e prática, a aceitação integral dos símbolos de fé como expressão de
fidelidade doutrinária, o acatamento da CI/IPB e de suas autoridades constituídas; 5. revogam-se as decisões
anteriores sobre o assunto, com desta- que da decisão CE-1975 - Doc. 43 - Doc. XIV - Quanto ao doc.13, a
seguir transcrita: "CE-1975 - Doc. 43
- Doc. XIV - Quanto ao doc.13 - Consulta do Presbitério de Castro sobre contratação de Evangelistas - A
Comissão Executiva do Supremo Concílio, resolve: a) O Presbitério ou a Igreja pode contratar evangelista leigo;
b) O evangelista leigo está sujeito ao regime de Consolidação Geral do Trabalho na categoria de empregado,
condição na qual deve ser inscrito no INPS.

Portanto, a Igreja deverá contratar o obreiro - evangelista observando a legislação trabalhista, dando-o todos os
direitos de trabalhador celetista, tais como fgts, férias, 13º salário, entre outros.

4 – A IGREJA E AS CÔNGRUAS PASTORAIS

A Igreja Presbiteriana do Brasil cuida e ampara seus ministros conforme decisões a seguir:

CÔNGRUAS PASTORAIS
SC-E-2010- Doc. 26 - Doc. XXVI - Quanto ao documento 072 - Ementa: Proposta de Revisão - Data
Reajuste das Côngruas Pastorais. Considerando: 1 - Que o reajuste das côngruas pastorais no mês de Janeiro
facilita o planejamento financeiro das Igrejas; O SC/IPB - 2010 RESOLVE: 1 - Alterar para o mês de
Janeiro a data de reajuste das côngruas pastorais; 2-revogar todas as disposi- ções
contrárias. 3-determinar que a SE-SC/IPB dê ciência a todos os Presbitérios.

CE-2007- Doc. 141 - CE-SC/IPB-2007 - DOC. CXLI - Quanto ao documento 208 - Ementa: Proposta de
emenda Constitucional. Considerando: 1. Que a natureza do trabalho ministerial não implica em vínculo
empregatício; 2. Que já existe jurisprudência na lei sobre o referido assunto; 3. Que esta matéria não
configura uma emenda constitucional; A CE-SC/IPB-2007 RESOLVE: 1. Tomar
conhecimento; 2. Não atender; 3. Recomendar que as igrejas usem a rubrica "Côngruas
Pas- torais", desvinculando o termo de quaisquer noções salariais.

CASA PASTORAL
CE-2007- Doc. 229 - CE-SC/IPB-2007 - DOC. CCXXIX - EMENDA ADITIVA - Considerando que a
Comissão Executiva, por delegação de poderes do SC IPB em sua resolução CE-SC/IPB-2007 - DOC.
CXXVII, ao revogar integralmente a Resolução SC-074-007; Considerando que a resolução tratava de
salários direto e indireto, este representado pela casa do ministro; Considerando que a manutenção do status
que trará prejuízos aos pastores, além de gerar instabilidade e insegurança aos mesmos; Considerando que a
Resolução CE-SC/IPB-2007 - DOC. CXXVII é omissa quanto a questão de auxílio moradia. A CE-SC/IPB-
2007 RESOLVE aprovar a seguinte emenda aditiva: 08)

44
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

Fica ainda assegurado aos pastores o direito a casa pastoral.

GRATIFICAÇÃO DIA DO PASTOR PRESBITERIANO


SC-1994- Doc. 98 - Quanto ao Doc. 25 - "...4) Recomendar às igrejas que retenham nos pagamen- tos feitos
a pastores ou obreiros o Imposto de Renda na fonte, quando os valores pagos excederem o que preceitua a lei
como "Trabalhadores Autônomos". 5) Recomendar às igrejas que paguem 13º salário aos seus
pastores e o escriturem desta forma, que a partir de agora lancem como gratificação pelo
"Dia do Pastor Presbiteriano".

REEMBOLSO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDÊNCIÁRIA


SC-1970- Doc. 24 - INPS - Inscrição - Doc. CXXIII - Quanto ao Doc. 130 - INPS dos pastores - O Supremo
Concílio resolve: 1) Recomendar aos Presbitérios que orientem seus pastores no sentido de se inscreve- rem no
INPS como contribuintes facultativos, condição em que os Presbitérios ficarão isentos, de qualquer contribuição.
2) Os Presbitérios (ou igrejas, conforme o caso) contribuição com 50% ao Pastor.

Nota: O reembolso será de 50% do valor de contribuição à previdência mensal.

FÉRIAS
CI/IPB – Art. 40 – É assegurado, anualmente, aos ministros em atividade, o gozo de um mês
de férias, seguida ou parceladamente, com os vencimentos.

BENEFÍCIOS
A Igreja Presbiteriana do Brasil oferece aos seus Ministros:
• FAP (Fundo de Assistência Pastoral): CE 95 - 120 - Doc. LXXXVI
• UNIMED: CE-SC/IPB - 2007 - Doc. CCXXXII; CE-SC/IPB - 2008 - Doc. CLXXXV
• IPB/PREV: CE - 96 - 100 - Doc. C; SC 2006 Doc. 112; CE-SC/IPB 2007 - Doc. 247; CE-SC/IPB 2008 -
Doc. CLXXXV

4 – O MINISTRO E A PREVIDÊNCIA SOCIAL

A lei trata o pastor e qualquer outro religioso com a denominação de "ministro de confissão religiosa" e ainda de
"membro de instituto de vida consagrada", "membro de congregação" e "membro de ordem religiosa".

De acordo com a legislação previdenciária o ministro de confissão religiosa ou pastor é segurado obriga- tório,
na categoria de contribuinte individual (anteriormente "equiparado a trabalhador autônomo). Isso quer dizer
que a filiação dele não é uma faculdade. Obrigatoriamente deve-se filiar à Previdência. Outros segurados
obrigatórios: empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso, segurado especial, conforme legislação que
citaremos a seguir.
A IN/RFB 971/2009, no seu art. 9º, inciso VIII, diz que "deve contribuir obrigatoriamente na qualidade de
contribuinte individual: O ministro de confissão religiosa ou o membro de vida consagrada, de congre-
gação ou de ordem religiosa."

O ministro é segurado obrigatório da Previdência Social, na condição de contribuinte individual conforme preconiza
o artigo 12, inciso V, alínea C da Lei 8.212/91, conforme segue:
Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: [. ]
V - como contribuinte individual: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26/11/99). [. ]
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem
religiosa (Redação determinada pela Lei nº 10.403, de 08/01/02).

45
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

Sendo assim, é imprescindível que o Ministro efetue sua inscrição perante a Previdência
Social, o que pode ser realizado via internet.
Quanto à Contribuição Social Previdenciária do Ministro a Instrução Normativa MPS/ SRP nº
3, de 14/07/2005 é taxativa:
Art. 79. A contribuição social previdenciária do segurado contribuinte individual é: [...]
§ 4º A contribuição do ministro de confissão religiosa ou membro de instituto de vida consagrada, de
congregação ou de ordem religiosa, na situação prevista no § 10 do art. 69, a partir de 1º de abril de 2003,
corresponderá a vinte por cento do valor por ele declarado, observados os limites mínimo e máximo do salário de
contribuição.

Art. 69 – Entende-se por salário de contribuição: [...]


§ 10 – A partir de 1º de abril de 2003, independentemente da data de filiação, o salário de contribuição para o
ministro de confissão religiosa ou membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa,
desde que o valor despendido pela entidade religiosa ou pela instituição de ensino vocacional, em face do seu mister
religioso ou para a sua subsistência, independa da natureza e da quantidade do trabalho executado, é o valor por ele
declarado, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição.

TABELA VIGENTE
Tabela de contribuição dos segurados contribuintes individual e facultativo para
pagamento de remuneração a partir de 01 de janeiro de 2016.

Alíquota para fins de recolhimento


Salário-de-contribuição (R$)
ao INSS (%)

880,00 5,00*
880,00 11,00**
880,00 até 5.189,82 20,00
* Alíquota exclusiva do microempreendedor individual e do segurada (o) facultativo que se dedique ex-
clusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência.
** Plano Simplificado

O recolhimento da contribuição previdenciária é obrigação do Ministro e deverá ser efetuada


atra- vés de carnê próprio conforme demonstraremos no momento oportuno, sendo importante
desta- car que o valor recolhido será a base para os benefícios previdenciários (aposentadoria,
pensão, auxílio doença, etc.).

Como contribuinte obrigatório cabe ao ministro de confissão religiosa contribuir com a Previdência Social,
estabelecendo a lei uma alíquota que deve incidir sobre o salário-de-contribuição ou base cálculo.
Alíquota: Como contribuinte individual o religioso deverá contribuir com o valor equivalente a 20% sobre
o salário-de-contribuição, conforme art. 21 da Lei de Custeio.
Costumeiramente se afirma que pode haver contribuição com alíquota de 11%. É verdade. E também com alíquota
de 5%. No entanto, nenhuma dessas possibilidades se aplica ao pastor.
Alíquota de 11%: O art. 12 da Lei 8.28.212, prevê a possibilidade de pagamento de alíquota de 11%, MAS
aplica-se tão somente àquele que trabalha por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou
equiparado e ainda o segurado facultativo. Não é o caso do pastor, pois ele não se adequa à ideia de trabalho
por conta própria nem sem relação de trabalho (não confundir com

46
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

relação de emprego: o pastor não é empregado, mas tem relação de trabalho com a igreja). Alíquota de 5%:
aplicável apenas no caso de microempreendedor individual e do segurado facultativo. Oportuno lembrar que os
casos de contribuição com alíquotas de 11% e 5% decorrem de opção do segurado de exclusão do direito ao
benefício de aposentadoria por tempo de serviço. Reforço: não se aplica ao pastor!

O Supremo Concílio/IPB proferiu importantes decisões sobre a contribuição previdenciária do Pastor: CE-2007-
Doc. 5 - CE-SC/IPB - DOC. V - Quanto ao documento 167 oriundo do SC/IPB-2006. Emen- ta:
Quanto ao Doc. 285 - Elaboração de normas efetivas de contribuição ao INSS por parte dos
ministros. A CE-SC/IPB-2007 RESOLVE: 1. Tomar conhecimento. 2. Aprovar nos seguintes ter-
mos: Considerando: 1 - Que o SC/IPB tem se pronunciado várias vezes sobre a referida
matéria, sem que haja efetivo acatamento às decisões, de modo que há ministros que não
recolhem os valores devidos ao INSS; 2 - que a contribuição ao INSS é fundamental para
regularização do ministro em termos de seguridade e, inclusive, contratação de qualquer
outro plano de providên- cia privada; 3 - que situações de ministros jubilados ou viúvas de
ministros que não recolheram devidamente suas contribuições ao INSS produzem enormes
desgastes não apenas para o mi- nistro e seus familiares, mas, especialmente, para os
presbitérios; 4 - que os Presbitérios, nos termos da alínea "m" do Art. 88 da CI/IPB, são
responsáveis pela supervisão do cumprimento das ordens dos concílios superiores. O SC-
IPB-2006 RESOLVE: 1- Determinar aos presbitérios, que através de suas tesourarias, efetuem
levantamento do recolhimento ao INSS da contribuição dos ministros sob sua jurisdição e
fiscalizem o recolhimento dessas contribuições; 2- Determinar aos presbitérios que auxiliem
tecnicamente os seus ministros inadimplentes no processo de negoci- ação e regularização
de sua situação perante aquele órgão; 3- Estabelecer que em caso de trans- ferência de
ministro para outro presbitério que seja anexado ao documento de transferência có- pia dos
comprovantes de recolhimento da contribuição.
SC-E - 2010 - DOC. XXVII: Quanto ao documento 073 - Sobre Contribuição de Pastores
Junto ao INSS. Considerando: 1-Que o ministro de confissão religiosa é segurado obrigatório da Previdên-
cia Social, na condição de contribuinte individual conforme preconiza o artigo 12, inciso V, alínea C, da Lei
8.212/91; 2-que a Instrução Normativa MPS/SRP nº 3, de 14/07/2005 é taxativa, pois no seu artigo 79,
parágrafo 4º diz "A contribuição do ministro de confissão religiosa ou membro de instituto de vida
consagrada, de congregação ou de ordem religiosa, na situação prevista no parágrafo 10, do artigo 69, a partir
de 1º de abril de 2003, corresponde a vinte por cento do valor por ele declarado, observados os limites
mínimo e máximo do salário de contribuição. 3-que existem as decisões SC- 1970, doc CXXIII; CE-2006,
doc 80; CE-2007, doc CXXVII; CE-2007, doc CXLI; CE-2007, doc V; 4-
que os pastores são membros dos Presbitérios; 5-que os Presbitérios são normatizados por deci- sões do
SC/IPB; 6-que a exigência da contribuição previdenciária para os pastores é também uma norma da
legislação previdenciária e que a IPB através de suas decisões determina que os pastores as cumpram; 7-que
esta norma só traz benefícios ao ministro; 8-que os benefícios previdenciários são calculados tendo como
base de cálculo os valores recolhidos junto ao INSS. O SC-E/IPB - 2010 RESOLVE: 1- Determinar que
os pastores recolham à Previdência Social no percentual de 20% sobre o seu rendimento
declarado, respeitado o teto de contribuição, de acordo com a legislação em vigor; 2-
revogar as decisões em contrário.

Diante do exposto, surge o seguinte questionamento:


A Igreja contribui com a Previdência Social, sobre os valores despendidos (côngruas pasto-
rais) com os Ministros?
A resposta a este questionamento foi formulada pela Assessoria de Comunicação Social - MPS - DF,
Previdência Social, no perguntas e respostas, Lei 10.666 de 08/05/2003 que assim pronunciou:

47
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

44 - Como deve ser a contribuição e o desconto da entidade religiosa sobre o valor pago ao
minis- tro de confissão religiosa?
De acordo com o parágrafo 13 do art. 22 da Lei 8.212/91, não se considera remuneração
direta ou indireta, para efeito de contribuição previdenciária, os valores dispendidos pelas
entida- des religiosas e instituições de ensino vocacional com ministro de confissão
religiosa, mem- bros de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem
religiosa em face do seu mister religioso ou para sua subsistência desde que fornecidos em
condições que independam da natureza e da quantidade do trabalho executado.
Portanto, o valor pago ao ministro de confissão religiosa não é considerado remuneração, a
menos que seja pago por tarefa executada, como exemplo, pela quantidade de missas reza-
das, ou por casamento celebrado, por batismo, etc. Quando o valor é pago mensalmente
para a subsistência do religioso, a lei não considera como remuneração, portanto não deve
ser informado na GFIP e nem ser descontada a contribuição do religioso. Só deve ser
informado na GFIP, quando o valor for considerado remuneração.
Neste caso, o ministro de confissão religiosa deverá recolher sua contribuição sobre o
valor por ele declarado, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-
contribuição, utili- zando o código de recolhimento de contribuinte individual.

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 10.170, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2000

Mensagem de Veto - Acrescenta parágrafos ao art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991,


dispensando as instituições religiosas do recolhimento da contribuição previdenciária incidente sobre o valor
pago aos ministros de confissão religiosa, membros de instituto de vida consagrada, de con- gregação ou de
ordem religiosa.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
Art. 1º – O art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar acrescido dos seguintes parágrafos:
“Art. 22........................................................................”
§ 12. (VETADO)
§ 13. Não se considera como remuneração direta ou indireta, para os efeitos desta Lei, os valores
despendidos pelas entidades religiosas e instituições de ensino vocacional com ministro de confissão religiosa,
membros de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa em face do seu mister
religioso ou para sua subsistência desde que fornecidos em condições que independam da natureza e da
quantidade do trabalho executado."
Art. 2º – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 29 de dezembro de 2000; 179o da Independência e 112o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


José Gregori
Amaury Guilherme Bier
Waldeck Ornélas

48
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 30.12.2000 (Edição Extra)

– Revogar as decisões em contrário.

Sugestão: No momento de acordar as côngruas pastorais o conselho deverá confeccionar ata


especificando os valores e também deverá registrar explicitamente que os valores repassados
ao ministro independem da natureza e da quantidade do trabalho executado.

E quanto aos Ministros que já estão aposentados?

Os Ministros que gozam do benefício previdenciário da aposentadoria, seja por tempo de serviço ou por idade, que
continuem em plena atividade ministerial, permanecem como segurados obrigatórios, na con- dição de
contribuintes individuais, devendo continuar recolhendo a contribuição previdenciária, conforme art. 12 instrução
normativa 971 de 2009, vejamos:
“Art. 12. O aposentado por qualquer regime de previdência social que exerça atividade remunerada
abrangida pelo RGPS é segurado obrigatório em relação a essa atividade, nos termos do § 4ºdo art. 12 da Lei nº
8.212, de 1991, ficando sujeito às contribuições de que trata a referida Lei."

NOTA: REVISÃO DE APOSENTADORIA


• Procurar o INSS e solicitar a revisão da aposentadoria;
• Procurar advogado de confiança e entrar com ação no Juizado Especial Federal

5 – OBRIGAÇÕES FISCAIS, TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

I – Obrigação Principal e Acessória


A igreja conforme dispõe a Constituição Federal goza de imunidade tributária relativa à
espé- cie de tributo denominado imposto.
Entretanto ela não está dispensada da obrigatoriedade de cumprimento das exigências determina- das
especificamente pela legislação, que se constituem nas denominadas "obrigações acessórias" (obri- gações de fazer
ou não fazer).
Preceitua o Código Tributário Nacional, Lei 5172/66, em seu artigo 113:

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positi-
vas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.

É importante ressaltar o que dispõe o § 3º do mesmo diploma legal:


§ 3º – A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal
relativamente à penalidade pecuniária.

As obrigações acessórias quando não observadas dentro dos prazos e procedimentos


estabeleci- dos por lei, transformam-se em multas, trazendo grandes transtornos e onerando as
finanças da igreja. Exemplos: Auto de Infração, multa, juros, impedimento para emissão de
certidão negativa.

A obrigação acessória, apesar do nome, não acompanha necessariamente a principal. Isso quer dizer que o fato de
inexistir a obrigação principal de pagar tributo ou multa, não significa que a igreja deixe de ter de cumprir o dever
de apresentar as declarações de DCTF e DIRF, por exemplo.
49
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

Portanto, é de fundamental relevância, o conhecimento e estudo das obrigações pertinentes à igreja, conforme
detalhamos a seguir:
II – Obrigações Permanentes
São obrigações que devem ser cumpridas em todos os meses do ano.
a) Salários
É a retribuição devida e paga diretamente pelo empregador (igreja) ao empregado (zelador, vigia, secretária,
etc.), de forma habitual, não só pelos serviços prestados, mas pelo fato de se encontrar à dispo- sição daquele, por
força do contrato de trabalho, observando-se o piso salarial do sindicato pertinente.
Deverá ser pago o salário estipulado por mês até o 5º dia útil do mês subsequente ao vencido, considerando-
se o sábado, para este efeito, como dia útil.
A igreja é responsável por produzir documento comprobatório próprio, ou seja, recibo de pagamento de
salários e a folha de pagamento, devendo estes, serem guardados mediante arquivo, para eventual exibição junto a
fiscalização, quando solicitados e servirão como prova de pagamento quando houver necessidade (exemplo:
reclamatória trabalhista).

Folha de Pagamento - Recibo de Pagamento de Salário - Zelador

Descrição da Infração Valor da Multa Fundamentação Legal


Deixar a empresa de preparar folha de paga- mento Decreto 3048/99 Regula-
das remunerações pagas, devidas ou creditadas a mento da Previdência So-
todos os segurados a seu serviço, de acordo com A partir de cial, Art. 283, Inciso I, Alí-
este Regulamento e com os demais padrões e R$1.254,89 nea a - Portaria MPS/MF Nº
normas estabelecidos pelo Instituto Nacional do 77, Art. 8º, Inciso V
Seguro Social.

50
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

b) FGTS
É um depósito bancário destinado a formar uma poupança para o trabalhador, que poderá ser saca- da nas
hipóteses previstas na lei, principalmente quando é dispensado sem justa causa. O fato gerador do FGTS é a
remuneração mensal paga ao empregado no mês anterior, de cujo valor calcula-se o percentual de 8% (oito por
cento).
O recolhimento terá de ser realizado até o dia 7 (sete) de cada mês, devendo ser antecipado quando não
houver expediente bancário.
Para prestar informações ao FGTS e à Previdência Social, bem como para a geração da Guia de
Recolhimento do FGTS (GRF), a igreja deverá utilizar obrigatoriamente o Sistema Empresa de Recolhi- mento do
FGTS e Informações à Previdência (SEFIP).
O arquivo SEFIP deverá ser transmitido com as informações à Previdência Social mesmo que não haja
recolhimento do FGTS.
Exemplo: Declaração à Previdência pela igreja de serviços prestados por autônomo.

Exemplo Prático: Cálculo do FGTS

Remuneração Mensal Alíquota de 8% Valor a ser depositado


R$ 897,60 R$ 71,80 R$ 71,80

Descrição da Infração Valor da Multa Fundamentação Legal

Deixar a empresa de informar Decreto 3048/99 Regulamento da


mensalmente ao INSS, por in- Nº Segurados Valor Mínimo Previdência Social, Art. 284,
R$1.254,89
termédio da GFIP/ GRFC, os 0a5 1/2 Inciso I - Portaria MPS/MF Nº 77,
dados cadastrais, todos os fa- tos 6 a 15 1 Art. 8º, Inciso V
16 a 50 2
geradores de contribuições 51 a 100 5
101 a 500 10
previdenciárias e outras informa- 501 a 1000 20
1001 a 5000 35
ções de interesses do mesmo. Acima de 5000 50
Apresentar a empresa GFIP/ 100% do valor relativo à contri- Decreto 3048/99 Regulamento da
GRFC com dados não corres- buição não declarada, respeita- do Previdência Social, Art. 284,
pondentes aos fatos geradores de o limite Inciso II - Portaria MPS/MF Nº
todas as contribuições 77, Art. 8º, Inciso V
previdenciárias.

Apresentar a empresa GFIP/ 5% do valor mínimo previsto no Decreto 3048/99 Regulamento da


GRFC com informações inexa- caput do artigo 283 do RPS Previdência Social, Art. 284,
tas, incompletas ou omissas, nos (R$1.254,89) por campo omis- so Inciso III - Portaria MPS/MF Nº
dados não relacionados aos fatos ou incorreto 77, Art. 8º, Inciso V
geradores de contribuições
previdenciárias.

51
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

52
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

c) Contribuição Previdenciária
A igreja deverá recolher a contribuição Patronal, a descontada dos empregados e a de terceiros, tendo como
base de cálculo a remuneração do empregado, paga no mês anterior, até o dia 20 (vinte) de cada mês, através da
GPS (Guia da Previdência Social).
Desde 01/04/2003, as igrejas estão obrigadas a reter a contribuição previdenciária do segurado contribuinte
individual a seu serviço, e recolher o produto arrecadado, juntamente com a contribuição patronal a seu cargo. A
retenção é de 11% do total da remuneração paga ou creditada no decorrer do mês, observado o limite máximo
previdenciário.
O recolhimento poderá ser antecipado para o dia útil imediatamente anterior quando não houver expediente
bancário no dia 20.

Tabela Salário de Contribuição e Alíquota

TABELA VIGENTE
Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador
avulso, para pagamento de remuneração a partir de 1º de Janeiro de 2016

Alíquota para fins de recolhimento


Salário-de-contribuição (R$)
ao INSS (%)

até 1.556,94 8,00


de 1.556,95 até 2.594,92 9,00
de 2.594,93 até 5.189,82 11,00

Tabela Salário Família

Salário-de-contribuição Valor da cota do salário-família


(Remuneração mensal) por filho ou equiparado

até R$ 806,80 R$ 41,37


de R$ 806,80 a R$ 1.212,64 R$ 29,16

O valor do salário-família é pago por filho ou equiparado de 0 a 14 anos.

Se a mãe e o pai estão nas categorias e faixa salarial que têm direito ao salário-família, os dois recebem o benefício.

A cota do salário-família é devida proporcionalmente aos dias trabalhados nos meses de admissão e demissão do
empregado.

53
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

Tabela de Códigos FPAS


Fundo de Previdência e Assistência Social

CÓDIGO FPAS DISCRIMINATIVO

515 Comércio Atacadista;

Comércio Varejista;

Agente Autônomo do Comércio;

Comércio Armazenador;

Turismo e Hospitalidade (inclusive salão de barbeiro, instituto de beleza, em- presa


de compra, venda, locação e administração de imóvel, engraxate, em- presa de asseio
e conservação, sociedade beneficente e religiosa, etc.);

Estabelecimento de Serviço de Saúde (hospital, clínica, casa de saúde, labora- tório de


pesquisas e análises clínicas, cooperativa de serviço médico, banco de sangue,
estabelecimento de ducha, massagem e fisioterapia e empresa de prótese);

Comércio Transportador, Revendedor, Retalhista de Óleo Diesel, Óleo Com- bustível


e Querosene (exceto quanto aos empregados envolvidos diretamente na atividade de
transporte - Decreto 1.092/94 - FPAS 612);

Empresa de Serviços de Processamento de Dados;

Escritório, Consultório ou Laboratório de Profissionais Liberais; Consórcio;

Auto-escola;

Curso Livre;

Locações Diversas;

Partido Político;

Empresa de Trabalho Temporário (contribuição sobre a folha de salário de seus


funcionários);

Sociedade Cooperativa (estabelecimento no qual explora atividade econômica


relacionada neste código);

Tomador de Serviço de Trabalhador Avulso (contribuição sobre a remuneração de


trabalhador avulso vinculado ao comércio);

Empresas de Factoring.

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

INSS - Contribuições de Terceiros - Percentuais


ALÍQUOTAS (%)
Código Prev. GIIL - Salário- INCRA SENAC SESC SEBRAE Total
do Social RAT Educação Outras
FPAS Ent. ou
Fundos
– – 0001 0002 0016 0032 –
515 20 Variável 2,5 0,2 1,0 1,5 0,6 5,8
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)
S – Outras Atividades de Serviços
94 – Atividades de Organizações Associativas

CNAE DENOMINAÇÃO
94.9 Atividades de Organizações Associativas Não Especificadas Anteriormente
94.91-0 Atividades de Organizações Religiosas
9491-0/00 Atividades de Organizações Religiosas

Código de Pagamento Descrição


2100 Empresas em Geral CNPJ/MF

* Número de inscrição do contribuinte individual


Identificador
* Número do CNPJ

Exemplo prático: Igreja admite zelador, que tem 01 (um) filho com idade até 14 anos, com Remuneração de
R$880,00 e contrata contribuinte individual eletricista para prestação de serviços no mês de 03/2016 com
remuneração de R$200,00.

55
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

Importante: A Igreja precisa verificar se o prestador de serviço é inscrito na Previdência Social. Caso não seja, a
Igreja deverá colaborar para que o mesmo efetue sua inscrição, pois se não o fizer torna-se inviável sua contratação.

Contribuição Patronal alíquota 20% sobre a Remuneração de R$ 880,00 = R$ 176,00


Contribuição descontada do colaborador alíquota 8% sobre a remuneração R$ 880,00 = R$ 70,40
Contribuição de terceiros (salário educação, Incra, Senac, Sesc, Sebrae). Alíquota 5,8% R$ 51,04
sobre a remuneração R$ 880,00 (FPAS 515) =
Contribuição para Seguro de Acidentes de Trabalho 1% sobre a remuneração do colabora- dor R$ R$ 8,80
880,00 (CNAE 9491-0/00 Atividades de Organizações Religiosas) - alíquota RAT
(Riscos Ambientais do Trabalho) = 2,00 x FAP (Fator Acidentário de Prevenção) = 0,50
Subtotal R$ 306,24

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

Contribuição Patronal alíquota 20% sobre a prestação de serviço (eletricista) de R$ R$ 40,00


200,00 =
Contribuição retida do prestador de serviço (eletricista) alíquota 11% sobre a remunera- R$ 22,00
ção de R$ 200,00 =
Subtotal R$ 62,00

Deduções
01 Cota Salário Família R$ 29,16
Subtotal R$ 29,16
Valor a Recolher R$ 339,08

d) Remessa da Cópia GPS - Guia da Previdência Social ao Sindicato


A Igreja deverá encaminhar ao Sindicato representativo da categoria profissional, até o dia 10 de cada mês,
cópia de Guia de Recolhimento das Contribuições Previdenciárias, relativa ao mês anterior.

e) Contribuição Previdenciária - Contribuinte Individual


O contribuinte individual (Ministro de Confissão Religiosa) deverá recolher a contribuição previdenciária até o
dia 15 (quinze) de cada mês, sobre a remuneração do mês anterior, de acordo com a tabela.

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

TABELA VIGENTE
Tabela de contribuição dos segurados contribuintes individual e facultativo para
pagamento de remuneração a partir de 01 de janeiro de 2013.

Alíquota para fins de recolhimento


Salário-de-contribuição (R$)
ao INSS (%)

880,00 5,00*
880,00 11,00**
880,00 até 5.189,82 20,00
* Alíquota exclusiva do microempreendedor individual e do segurada (o) facultativo que se dedique ex-
clusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência.
** Plano Simplificado

Exemplos Práticos:
1 – Ministro de Confissão Religiosa que percebe mensalmente a côngrua pastoral no valor de R$2.330,00, sendo
R$2.330,00 x 20% = R$466,00

Valor a ser recolhido no carnê = R$466,00

58
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

2 – Ministro de Confissão Religiosa que percebe mensalmente a côngrua pastoral de R$ 6.780,00. Limite
máximo do salário de contribuição - R$ 5.189,82 x 20% = R$ 1.037,96
Valor a ser recolhido no carnê = R$ 1.037,96

3 – Ministro de Confissão Religiosa que percebe mensalmente a côngrua pastoral de R$ 4.000,00. Limite
máximo do salário de contribuição - R$ 4.000,00 x 20% = R$ 800,00
Valor a ser recolhido no carnê = R$ 800,00

Código de Pagamento Descrição


1007 Contribuinte Individual - Recolhimento Mensal - NIT/PIS/PASEP

f) Imposto de Renda Retido na Fonte


Deve ser recolhido até o último dia útil do segundo decêndio do mês subsequente ao mês de ocor- rência do
fato gerador e incide sobre a remuneração paga aos Empregados, Trabalhadores Autônomos e Ministros de
Confissão religiosa.

Tabela Progressiva para o cálculo do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física a partir de abril/2015

Fonte: Medida Provisória nº 670, de 10 de março 2015, DOU de 11.03.2015.

Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$

Até 1.903,98 – –

De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80

De 2.826,66 até 3.751,05 15,0 354,80

De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13

Acima de 4.664,68 27,5 869,36

Dedução por dependente 189,59

Relação de Dependência
• Companheiro(a) com o(a) qual o contribuinte tenha filho ou viva há mais de 5 (cinco) anos, ou cônjuge.
• Filho(a) ou enteado(a) até 21 (vinte e um) anos.
• Filho(a) ou enteado(a) universitário(a) ou cursando escola técnica de 2º grau, até 24 (vinte e quatro) anos.
• Filho(a) ou enteado(a) em qualquer idade, quando incapacitado física e/ou mentalmente para o trabalho.
• Irmão(ã), neto(a) ou bisneto(a) sem arrimo dos pais, do(a) qual o contribuinte detém a guarda judicial,
até 21 (vinte e um) anos.
• Irmão(ã), neto(a) ou bisneto(a) sem arrimo dos pais, com idade de 21 até 24 anos, se ainda estiver
cursando estabelecimento de nível superior ou escola técnica de 2º grau, desde que o contribuinte tenha
detido sua guarda judicial até os 21 anos.

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

• Irmão(ã), neto(a) ou bisneto(a) sem arrimo dos pais, do(a) qual o contribuinte detém a guarda judicial,
em qualquer idade, quando incapacitado física e/ou mentalmente para o trabalho.
• Pais, avós e bisavós que, em 2015, receberam rendimentos, tributáveis ou não até R$ 22.499,13.
• Menor pobre, até 21 (vinte e um) anos, que o contribuinte crie e eduque e do qual tenha a guarda judicial.
• A pessoa absolutamente incapaz, da qual o contribuinte seja tutor ou curador.

A Instrução Normativa 15/2001, da Secretaria da Receita Federal dispõe:


Contribuintes
Art. 1º – São contribuintes do imposto de renda as pessoas físicas residentes no país que recebam
rendimentos tributáveis.
Rendimentos Tributáveis
Art. 2º – Constituem rendimentos tributáveis todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de
ambos, os alimentos e pensões e, ainda, os proventos de qualquer natureza, assim também entendi- dos os
acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados.
§ 1º – A tributação independe da denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da localização, condição
jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da renda e da forma de percepção das rendas ou
proventos, bastando, para a incidência do imposto, o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer
título.
§ 3º – Os rendimentos são tributados no mês em que forem pagos ao beneficiário.
Rendimentos recebidos acumuladamente
Secretaria da Receita Federal - Solução de Consulta:
• Nº 50 de 25 de março de 2002:
ASSUNTO: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF

EMENTA: RENDIMENTOS DE PASTORES DE CULTO RELIGIOSO – Sujeitam-se à incidência de


im- posto de renda na fonte, as importâncias pagas aos pastores em retribuição às atividades
religio- sas por eles exercidas.
• Nº 571 de 22 de novembro de 2004:
ASSUNTO: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF

EMENTA: AUXÍLIOS FINANCEIROS. TRIBUTAÇÃO. Constituem rendimentos tributáveis os auxí-


lios financeiros pagos pela Igreja a seus pastores visando a manutenção destes e de suas
famílias.
Art. 3º – No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o imposto incide, no mês do recebi- mento,
sobre o total dos rendimentos, abrangendo quaisquer acréscimos e juros, diminuído do valor das despesas
com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive com advogados, se tiverem sido pagas pelo
contribuinte, sem indenização.
O valor considerado pago ao pastor é o somatório das côngruas pastorais e outros benefícios porventura
concedidos, tais como planos de saúde, fundo ministerial, seguro de vida, aluguel, condomínio, água, luz,
etc., ou seja todos os benefícios que ele possa receber da Igreja a que serve, que não possua documentação
em nome desta, quem deverá documentá-la é o pastor; logo, é ele quem deve fornecer a Igreja o recibo para
que ela tenha em sua contabilidade um documento idôneo de saída do recurso financeiro, e sobre todas estas
verbas incide o imposto de renda retido na fonte (IRRF).

60
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

BASE LEGAL:

Regulamento do Imposto de Renda em vigor (RIR/99), decreto nº 3.000 26/03/1999.


Art. 167 – A imunidade, isenção ou não incidência de que trata este capítulo não eximem as
pessoas jurídicas das demais obrigações previstas neste Decreto, especialmente as
relativas à retenção e recolhimento de impostos sobre rendimentos pagos ou creditados e à
prestação de informações (Lei nº 4.506, de 1964, art. 33).
Parágrafo Único – A imunidade, isenção ou não incidência concedida às pessoas jurídicas
não aproveita aos que delas percebam rendimentos sob qualquer título e forma. (Decreto-
Lei nº 5.844, de 1943, art. 31).

Portanto, conforme legislação acima, sobre a importância paga ao pastor deve incidir sim o imposto de renda na fonte,
conforme a tabela progressiva do IRRF da Secretaria da Receita Federal do Brasil em vigor.

Base de cálculo
Art. 15 – A base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto de renda na fonte é determinada mediante
a dedução das seguintes parcelas do rendimento tributável:
I – as importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do direito de
família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de
alimentos provisionais;
II – a quantia equivalente a R$ 189,59 (cento e oitenta e nove reais e cinquenta e nove centavos), por
dependente;
III – as contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
IV – as contribuições para as entidades de previdência privada domiciliadas no Brasil e as contribui- ções
para os Fapi, cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados
aos da Previdência Social, no caso de trabalhador com vínculo empregatício ou de admi- nistradores;
V – o valor de até R$ 1.787,77 (um mil, setecentos e oitenta e sete reais e setenta e sete centavos)
correspondente à parcela isenta dos rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão, transferência para a
reserva remunerada ou reforma pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, por qualquer pessoa jurídica de direito público interno, ou por entidade de previdência privada, a
partir do mês em que o contribuinte completar sessenta e cinco anos de idade.

Normas de Retenção na Fonte


Art. 16. O imposto deve ser retido por ocasião de cada pagamento e, se houver mais de um paga- mento pela
mesma fonte pagadora, aplica-se a alíquota correspondente à soma dos rendimentos pagos à pessoa física, no mês,
a qualquer título, compensando-se o imposto retido anteriormente.
§ 1º – Quando houver mais de um pagamento no mês a títulos diferentes, deve ser utilizado o código
correspondente ao rendimento de maior valor pago no mês.
§ 2º – Fica dispensada a retenção de imposto de renda, de valor igual ou inferior a R$ 10,00 (dez reais),
incidente na fonte sobre rendimentos que devam integrar a base de cálculo do imposto devido na Declaração de
Ajuste Anual.

Exemplo Prático:

1 - Igreja contrata pedreiro para prestar serviços referente a reforma no valor de R$3.000,00 no mês de março de
2016. O pedreiro é casado, sua esposa é do lar, e tem um filho menor.

61
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

Valor da Prestação de Serviço R$ 3.000,00


INSS Retido Alíquota 11% R$ 330,00
IRRF R$ 29,01
Valor Líquido a Pagar R$ 2.640,99

Base Cálculo do IRRF

Valor da Prestação de Serviço R$ 3.000,00


INSS Retido Alíquota 11% (R$ 330,00)
Dependentes (esposa e filho) 2 x 189,59 (R$ 379,18)
Base de Cálculo do IRRF R$ 2.290,82
x 7,5% alíquota conforme tabela R$ 171,81
Parcela a deduzir conforme tabela (R$ 142,80)
Total do IRRF R$ 29,01

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

CAMPO
DO DARF O QUE DEVE CONTER
01 Nome e telefone do contribuinte.
02 Data da ocorrência ou do encerramento do período base no formato DD/MM/AAAA.
03 Número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacio- nal da
Pessoa Jurídica (CNPJ).
04 Código da receita que está sendo paga. Os códigos de tributos administrados pela RFB
podem ser obtidos na Agenda Tributária, no endereço http://
www.receita.fazenda.gov.br.
05 Preencher conforme orientações da RFB para receitas que exigem o preenchimento deste
campo.
06 Data de vencimento da receita no formato DD/MM/AAAA.
07 Valor da receita principal que está sendo paga.
08 Valor da multa, quando devida.
09 Valor dos juros de mora, ou encargos do DL - 1.025/69 (PFN), quando devidos.
10 Soma dos campos 07 a 09.
11 Autenticação do Agente Arrecadador.
2 - Ministro de Confissão Religiosa que percebe mensalmente a côngrua pastoral de R$ 6.780,00. Limite
máximo do salário de contribuição - R$5.189,82 x 20% = R$ 1.037,96
Valor a ser recolhido no carnê - R$ 1.037,96
Dependentes - Esposa e filho

Valor da Côngrua Pastoral R$ 6.780,00


IRRF R$ 605,43
Valor Líquido a Pagar R$ 6.174,57

Base Cálculo do IRRF


Valor da Côngrua Pastoral R$ 6.780,00
INSS Recolhido Carnê (R$ 1.037,96)
Dependentes (esposa e filho) 2 x 189,59 (R$ 379,18)
Base de Cálculo do IRRF R$ 5.362,86
x 27,5% alíquota conforme tabela R$ 1.474,79
Parcela a deduzir conforme tabela (R$ 869,36)
Total do IRRF R$ 605,43

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

3 - Ministro de Confissão Religiosa que percebe mensalmente a côngrua pastoral de R$ 4.000,00. Valor do
salário de contribuição - R$ 4.000,00 x 20% = R$ 800,00
Valor a ser recolhido no carnê - R$ 800,00 Dependente
- filho

Valor da Côngrua Pastoral R$ 4.000,00


IRRF R$ 96,76
Valor Líquido a Pagar R$ 3.903,24

Base Cálculo do IRRF


Valor da Côngrua Pastoral R$ 4.000,00
INSS Recolhido Carnê (R$ 800,00)
Dependentes (esposa e filho) 1 x 189,59 (R$ 189,59)
Base de Cálculo do IRRF R$ 3.010,41
x 15% alíquota conforme tabela R$ 451,56
Parcela a deduzir conforme tabela (R$354,80)
Total do IRRF R$ 96,76

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

g) PIS – Programa de Integração Social Sobre Folha de Pagamento


A contribuição corresponde a 1% da folha de salários, relativa à remuneração paga, devida ou credi- tada aos
empregados e será recolhida até 25º dia do mês subsequente ao mês de ocorrência do fato gerador.

Total da Remuneração Alíquota de 1% PIS s/ Folha de Pagamento a


Conforme Folha de Recolher
Pagamento
R$ 880,00 R$ 8,80 R$ 8,80

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

h) Contribuição Sindical dos Empregados


É uma obrigação devida por todos aqueles que participam de uma determinada categoria econômi- ca,
profissional ou de uma profissão liberal, em favor da entidade sindical representativa da mesma cate- goria ou
profissão.
A igreja é obrigada a descontar do salário pago ao seu empregado no mês de março de cada ano a
Contribuição Sindical que corresponde a um dia de trabalho do empregado qualquer que seja a forma de
remuneração.
O empregado que não estava trabalhando no mês de março ou que, ao ser admitido, não apresentar prova do
desconto anterior da Contribuição Sindical será descontado no primeiro mês subsequente ao do reinício ou da
admissão ao trabalho e recolhida até o último dia de cada mês, através dos estabelecimen- tos bancários.
Total da Remuneração Um dia de trabalho Contribuição Sindical
Conforme Folha de a recolher
Pagamento
R$ 880,00 R$ 29,33 R$ 29,33

i) DCTF - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais


A Receita Federal a partir de 2010 passou a exigir que a DCTF seja apresentada mensalmente por todas as
pessoas jurídicas, extinguindo-se a obrigação semestral.
Prazo de entrega:
As pessoas jurídicas devem apresentar a DCTF até o 15º dia útil do 2º mês subsequente ao mês de ocorrência
dos fatos geradores.
Dispensa de apresentação:
e) as pessoas jurídicas que não tenham débito a declarar, devendo, no entanto, indicar os meses em que não
tiveram débitos na Declaração de dezembro.

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

OBRIGAÇÕES MENSAIS
OBRIGAÇÃO PRAZO DE CUMPRIMENTO ATÉ
Salários O 5º dia útil do mês seguinte
Depósito do FGTS O dia 7 de cada mês
Remessa da cópia da GPS ao Sindicato O dia 10 de cada mês
Contribuição previdenciária do contribuinte Até o dia 15 do mês seguinte ao da competência
individual
IR na Fonte O último dia útil do 2º decêndio do mês subsequente à
ocorrência do fato gerador
Contribuições previdenciárias e retenções Até o dia 20 do mês seguinte ao da competência
PIS – Folha de Pagamento Até o 25º dia do mês subsequente a ocorrência do fato
gerador
Contribuição Sindical dos Empregados Até o último dia do mês seguinte ao desconto
DCTF Até o 15º dia útil do 2º mês subsequente ao mês de
ocorrência dos fatos geradores

III – Obrigações Periódicas

São obrigações que terão de ser cumpridas em determinados meses do ano.

Janeiro
• Contribuição Sindical Patronal
É o encargo devido pela igreja ao sindicado representativo da categoria econômica e deve ser recolhido
até o último dia útil do mês de janeiro.
Fundamentação Legal: Artigo 580, III da CLT.
Fevereiro
• DIRF – Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte
A Igreja informa anualmente à Receita Federal através da DIRF, os valores do IRRF retidos na fonte,
sobre os rendimentos pagos ou creditados aos seus colaboradores, prestadores de servi- ço e ministros.

Prazo de entrega da DIRF: O prazo de entrega da DIRF se encerra no último dia útil do mês de
fevereiro do ano subsequente ao ano-calendário anterior.

Forma de apresentação: A DIRF deverá ser apresentada exclusivamente pela internet, através do
programa Receitanet, independente da quantidade de registros ou do tamanho do arquivo. Vale observar
que, na transmissão de dados, a DIRF será submetida a validações que poderão impedir a entrega da
declaração.

Penalidades: A falta de apresentação da DIRF no prazo fixado pela legislação ou sua apresen- tação
fora de prazo submete o declarante à multa de 2%, por mês-calendário ou fração de atraso, incidente o
montante do imposto e contribuições informados, ainda que integralmente

68
OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

pagos, limitada a 20% desse valor. Para a DIRF do ano-calendário 2007 entregue com atraso será emitida
notificação de multa por atraso na entrega, no ato de transmissão.
A multa não será inferior a: R$ 200,00, tratando-se de pessoa física e pessoa jurídica inativa e pessoa
jurídica optante pelo SIMPLES; e R$ 500,00, nos demais casos.
A multa terá como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente fixado para a entrega
da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não-apresen- tação, da lavratura
do auto de infração.
O declarante que apresentar a DIRF fora de prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício, obterá
o benefício de redução da multa em 50%. Se houver a apresentação no prazo fixado em intimação, a
multa será reduzida em 25%.
• Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda
A igreja que pagar rendimentos com retenção na fonte deve fornecer à pessoa física beneficiária (ministro,
colaborador, prestador de serviço) o comprovante de rendimento até o último dia do mês.

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

Março
• Contribuição Sindical dos Empregados
A igreja é obrigada a descontar da folha de pagamento de seus empregados relativa ao mês de março de
cada ano, a contribuição sindical por ele devida ao respectivo sindicato.
Fundamentação Legal: Artigo 580, I e Artigo 582 da CLT
Exemplo prático - Remuneração de zelador no mês de março/2016 (R$880,00):
R$880,00/ 30 = R$29,33
Contribuição Sindical devida = R$29,33
• RAIS - Relação Anual de Informações Sociais
Funciona como um censo anual do mercado formal de trabalho, disponibilizando informações sobre tipo
de vínculo, remuneração, grau de instrução, data de nascimento e nacionalidade dos trabalhadores. Em
relação aos estabelecimentos, a RAIS possibilita a obtenção de informações sobre o tipo de atividade
econômica, a variação nos diferentes setores da economia e o tamanho das empresas.
• RAIS Negativa
A igreja que não tiver empregados deverá informar apenas os campos que identificam a mesma, podendo
para tanto, utilizar-se dos programas GDRAIS ou RAIS Negativa Web.
Prazo de entrega: Neste ano o prazo de entrega da RAIS teve início no dia 15/01/2013 e encer- rou-se
no dia 08/03/2013, para qualquer forma de declaração e independente do número de empregados
relacionados, devendo a entrega ser feita via Internet.
Penalidades: O empregador que não entregar a RAIS no prazo legal ficará sujeito à multa a ser
cobrada em valores monetários a partir de R$ 425,64, acrescidos de R$53,20 por bimestre de atraso,
contados até a data de entrega da RAIS respectiva ou da lavratura do auto de infração, se este ocorrer
primeiro.
O valor da multa resultante da aplicação, mencionado anteriormente, deverá ser acrescido de percentuais, em
relação ao valor de R$ 42.564,00, a critério da autoridade julgadora, na seguinte proporção:
I – de 0% a 2,5% - para empresas com 0 a 25 empregados; II – de
2,6 a 5,0% - para empresas com 26 a 50 empregados;
III – de 5,1% a 7,5% - para empresas com 51 a 100 empregados; IV – de
7,6% a 10,0% - para empresas com 101 a 500 empregados;
V – de 10,1% a 15,0% - para empresas com mais de 500 empregados.
Omissão de Informações ou Declaração Falsa ou Inexata: O empregador que omitir informa-
ções ou prestar declaração falsa ou inexata ficará sujeito à multa a ser cobrada em valores monetários a
partir de R$ 425,64, acrescidos de R$ 26,60 por empregado omitido ou declarado falsa ou inexatamente.

Maio
• Salário-família
O empregado para se habilitar ao recebimento do salário família deve apresentar, no mês de maio de cada ano,
o comprovante de frequência à escola, referente às crianças a partir de 07 anos de idade.

Novembro
• Primeira Parcela do 13º Salário
A igreja está obrigada a pagar a primeira parcela do 13º salário, cujo prazo se encerra no dia 30

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

de novembro, uma vez que a legislação vigente determina que essa gratificação deve ser paga entre os
meses de fevereiro e novembro de cada ano.
• Salário Família
O empregado para se habilitar ao recebimento do salário-família deve apresentar, no mês de novembro,
da mesma forma que já fez em maio, o comprovante de frequência à escola, referen- te às crianças a
partir de 07 anos de idade. Ainda no mês de novembro, o empregado deverá apresentar a caderneta de
vacinação ou equivalente, comprovando a aplicação das vacinas obrigatórias nas crianças menores de 07
anos de idade.

Dezembro
• Segunda Parcela do 13º Salário
O pagamento da segunda parcela do 13º salário terá de ser efetuado até o dia 20 de dezembro de cada
ano, prazo estabelecido na legislação vigente.
• Contribuição Previdenciária do 13º Salário
Recolher as contribuições relativas ao 13º salário até o dia 20 de dezembro. Se não houver expediente
bancário neste dia, o recolhimento deve ser antecipado. A Igreja deve recolher a contribuição relativa.

OBRIGAÇÕES PERIÓDICAS ÉPOCA DO CUMPRIMENTO


13º Salário nas Férias (requerimento do Mês de janeiro
empregado)
Contribuição Sindical Anual Patronal Até o dia 31 de janeiro
(recolhimento)
DIRF – Declaração do Imposto de Renda Até o dia 27 de fevereiro
Retido na Fonte
Comprovante de Rendimentos pagos e de retenção do Até o último dia útil de fevereiro, ou por ocasião da
Imposto de Renda na Fonte rescisão do contrato de trabalho, se ocorrer antes.
RAIS – Relação Anual de Informações Sociais Até 27 de março
Contribuição Sindical Anual dos Empregados Até 31 de março
(desconto)
Contribuição Sindical Anual dos Empregados Mês de abril
(recolhimento)
Comprovante de Frequência Escolar (apresentação Meses de maio e novembro
pelos empregados)
Caderneta de Vacinação (apresentação Mês de novembro
pelos empregados)
13º Salário – 1ª Parcela Até 30 de novembro
Contribuição Previdenciária do 13º salário Até o dia 20 de dezembro
13º Salário – 2ª Parcela Até 20 de dezembro

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

• CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados


A Igreja quando admitir ou demitir empregado, deverá entregar o CAGED, por meio eletrônico
(internet), com a utilização do Aplicativo do CAGED Informatizado (ACI), fornecido pelo MTE
(Ministério do Trabalho e Emprego), na data de admissão ou até o dia 7 (sete) do mês subsequente.
Quando o dia 7 não for útil, o CAGED deverá ser enviado até o dia útil anterior.
Quando o número de empregados for maior que 10 colaboradores, só poderá ser transmitido com
certificado digital.
Visa informar as admissões e demissões ocorridas no mês anterior à sua entrega, tendo em seu conteúdo,
descriminados dados da igreja (razão social, CNPJ, endereço, CNAE) e dados dos colaboradores (nome,
PIS, data de nascimento, raça, grau de instrução, CTPS, remuneração, admissão, tipo de movimento,
função, etc.) e ainda a quantidade de colaboradores existente no primeiro e último dia do mês.
Contribui para o levantamento de dados estatísticos por parte do Ministério do Trabalho e Emprego.

Exemplo e orientações no envio conforme portaria 768 de 28/05/2015 - NOVAS REGRAS PARA
DECLARAÇÃO DO CAGED

1) Inicio do período da declaração: 12 de agosto de 2014.

2) O que deve ser enviado: No dia 12 de agosto de 2014 deverão ser enviadas as Admissões antecipa- das, de
que trata a Portaria 768/2014, do período de 1 a 11 e agosto e do dia 12 de agosto de 2014. A partir do dia 13
de agosto enviar as admissões no dia da admissão.

3) Como Declarar: Utilizar o layout disponível já utilizado do CAGED, disponível no endereço: https://
granulito.mte.gov.br/portalcaged/paginas/layout/TL_layout.xhtml ou ainda pelos aplicativos ACI ou FEC. As
demais orientações de preenchimento permanecem as mesmas.
IMPORTANTE: A admissão antecipada do trabalhador em percepção do Seguro-Desemprego SO- MENTE
deve ser enviada no mesmo dia da data de admissão após o trabalhador ter entrado EFETI- VAMENTE em
atividade.

4) Como Consultar o Trabalhador: Para a realização de consulta a situação de trabalhadores que estão
requerendo ou em percepção do benefício Seguro-Desemprego os trabalhadores deverão acessar o sítio
"maisemprego.mte.gov.br", consulta "menu - Trabalhador", na aba "Seguro-Desemprego".

Multa CAGED

Descrição da Infração Valor da Multa Fundamentação Legal


Entrega de CAGED c/ atraso até 30 dias R$ 4,47 Lei 4.923/65 artigo 10, parágra- fo
por empregado único
Entrega de CAGED c/ atraso de 31 a 60 dias R$ 6,70 Lei 4.923/45 artigo 10, parágra- fo
por empregado único
Falta de CAGED/ entrega c/ atraso acima de 60 R$ 13,41 Lei 4.923/65 artigo 10
dias por empregado

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

• NORMAS REGULAMENTADORAS
PPP = Perfil Profissiográfico Previdenciário
PCMSO = Programa Controle Médico de Saúde Ocupacional
LTCAT = Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho
PPRA = Programa Prevenção de Riscos Ambientais

• Férias
A Constituição Federal e a CLT asseguram aos trabalhadores o gozo de férias anuais remuneradas, com pelo
menos um terço a mais do que o salário normal (terço constitucional de férias).
As férias devem observar um período de trinta dias corridos para todos os tipos de empregados.
Período de Férias
Período aquisitivo: são os doze meses iniciais em que o trabalhador adquire seu direito às férias. Período
concessivo: são os doze meses subsequentes ao período aquisitivo nos quais o empregado deverá gozar as suas
férias.
Exemplo:
– Admissão: 01/05/2008
– Período aquisitivo: 01/05/2008 a 30/04/2009
– Período concessivo: 01/05/2009 a 30/04/2010
Durante o período concessivo, o empregador deverá conceder as férias ao empregado a seu único e exclusivo
critério, desde que lhe avise com a antecedência mínima de 30 dias, não importando pedido do empregado ou
sequer sua concordância, em um só período (Arts.134 e 136 da CLT).
Não Concessão das Férias
Quando as férias não forem concedidas no curso do período concessivo, o empregador pagará em dobro a
remuneração do empregado mais o terço constitucional (art.137 da CLT).
Requerimento do Abono de Férias
É facultado ao empregado converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor
da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes.
Para ter direito ao abono de férias, o empregado deverá requerê-lo à empresa até 15 dias do término do
período aquisitivo.

• Termo de Responsabilidade
Para fazer jus do recebimento salário-família, o empregado, quando de sua admissão, deve firmar o termo de
responsabilidade, no qual se comprometa a comunicar à empresa ou ao INSS qualquer fato ou circunstância
que determine a perda do direito ao benefício.

• Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional


Todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados estão obrigados à
elaboração e à implementação do PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, com o
objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

• Comunicação do Acidente do Trabalho


Sempre que ocorrer acidente do trabalho ou doença profissional, havendo ou não afastamento do empregado,
a empresa é obrigada a comunicá-lo à Previdência Social, emitindo a CAT - Comunica- ção do Acidente do
Trabalho.
O acidente do trabalho deve ser comunicado à Previdência Social pela empresa até o 1º dia útil seguinte ao
da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente.

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

6 – A IGREJA DEVE FAZER RETENÇÃO DE IMPOSTOS SOBRE PESSOA JURÍDICA?

A Igreja é pessoa jurídica de direito privado, como já mencionamos anteriormente, e deverá fazer as retenções e
recolhimentos sobre as empresas prestadoras de serviço, conforme legislação em vigor.

Vejamos os impostos a serem retidos e recolhidos pela Igreja sobre pessoa jurídica:
a) RETENÇÕES IRRF: Todas Pessoas Jurídicas, inclusive os condomínios de edifícios e exceto as
empresas optantes pelo SIMPLES ME ou EPP, que contratarem com outras Pessoas Jurídicas a prestação
dos serviços que estão sujeitas à retenção da alíquota de 1,5% de IR, estarão obriga- das a realizarem a
retenção e recolhimento conforme previsão legal do Decreto nº 3.000/99 - Regulamento do IR. Sendo em
regra, o código da receita de recolhimento utilizado no DARF deverá ser 1708 e o vencimento deverá
ocorrer sempre no terceiro dia útil da semana seguinte ao pagamento da pessoa jurídica prestadora dos
serviços.

b) RETENÇÕES PIS, COFINS E CSLL: Todas Pessoas Jurídicas, inclusive os condomínios de edifícios e
exceto as empresas optantes pelo SIMPLES ME ou EPP, que contratarem com outras Pessoas Jurídi- cas a
prestação dos serviços que estão sujeitas à retenção da alíquota de 4,65% de PIS/COFINS/ CSLL,
estarão obrigadas a realizarem a retenção e recolhimento conforme previsão legal da Lei nº 13.137/2015,
publicada em 22/06/2015, dentre outras modificações que alterou a Lei nº 10.833/2003, estabeleceu que a
dispensa da retenção das contribuições para o PIS, COFINS e CSLL, que se aplica- va a pagamentos de valor
igual ou inferior a R$ 5.000,00, foi reduzida, só ocorrerá quando resultar em um valor de retenção
das contribuições igual ou inferior a R$ 10,00.
Exemplo prático:
Valor da NOTA FISCAL pela prestação de serviço = R$ 426,76
Retenções:
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 1,00%
COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social 3,00% PIS –
Contribuição para o Programa de Integração Social 0,65%
Cálculo:
PIS – R$ 426,76 X 0,65% = R$ 2,77
COFINS – R$ 426,76 X 3% = 12,80
CSLL – R$ 426,76 X 1% = 4,27
TOTAL DO DARF A SER RECOLHIDO = R$ 19,84

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

Tabela de Prática de Incidência de IR, INSS e FGTS

RENDIMENTOS IR/FONTE INSS FGTS


Abono de Férias com mais 1/3 NÃO (*) NÃO NÃO
Adicional de Insalubridade SIM SIM SIM
Adicional de Periculosidade SIM SIM SIM
Adicional de Transferência SIM SIM SIM
Adicional Noturno SIM SIM SIM
Alimentação NÃO SIM SIM
Alimentação dada através de Programa de Alimentação aprovado pelo
Ministério do Trabalho e Emprego NÃO NÃO NÃO
Auxilio Enfermidade (primeiros 15 dias) SIM SIM SIM
Aviso Prévio Indenizado NÃO SIM (**) SIM
Aviso Prévio Trabalhado SIM SIM SIM
Bolsa de Estudo SIM (***) (***)
Bolsa de Estudo paga a Estagiário SIM NÃO NÃO
Comissões SIM SIM SIM
Décimo Terceiro Salário - 1ª parcela NÃO NÃO SIM
Décimo Terceiro Salário - 2ª parcela SIM SIM SIM
Décimo Terceiro Salário na Rescisão SIM SIM SIM
Décimo Terceiro Salário - Parcela referente aviso prévio indenizado SIM SIM (**) SIM
Diárias para Viagens (Lei 7.713/88) NÃO (****) (****)
Férias Normais com mais 1/3 SIM SIM SIM
Férias Indenizadas com mais 1/3 NÃO (*) NÃO NÃO
Férias em Dobro - Parcela referente à dobra SIM NÃO NÃO
Gorjetas SIM SIM SIM
Gratificações SIM SIM SIM
Habitação SIM SIM SIM
Horas Extras ou Extraordinárias SIM SIM SIM
Indenização por Tempo de Serviço NÃO NÃO NÃO
Indenização do 13º Salário (Enunciado 148 TST) NÃO NÃO NÃO
Indenização Adicional (Lei 7.238/84-Art.9º) NÃO NÃO NÃO
Indenização por rescisão antecipada do contrato por prazo
determinado (Art.479 da CLT) NÃO NÃO NÃO
Participação nos Lucros em conformidade com a Lei SIM NÃO NÃO
Prêmios SIM SIM SIM
Quebra de Caixa SIM SIM SIM
Reembolso de Quilometragem SIM SIM SIM
Salários SIM SIM SIM
Salário-Educação SIM NÃO NÃO
Salário-Família NÃO NÃO NÃO
Salário-Maternidade SIM SIM SIM
Vale-Cultura NÃO(**** NÃO(**** NÃO(*****
*) *) )
Vale-Transporte NÃO NÃO NÃO
Uniformes e Vestimentas de Trabalho NÃO NÃO NÃO

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

PARCELAS DEVIDAS NA RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO


INDETERMINADO
DIREITO
PARCELA INICIATIVA FORMA DE RESCISÃO Emp. c/menos Emp. c/mais
de 1 ano de 1 ano
EMPRESA
SALDO DE SALÁRIOS EM QUALQUER CASO SIM SIM
EMPREGADO
EMPRESA Sem Justa Causa NÃO SIM
INDENIZAÇÃO DO
Por Justa Causa NÃO NÃO
TEMPO DE SERVIÇO
ANTERIOR À OPÇÃO EMPREGADO Sem Justa Causa Por NÃO NÃO
PELO FGTS Justa Causa NÃO SIM
(Rescisão Indireta)
INDENIZAÇÃO DO EMPRESA Sem Justa Causa NÃO SIM
13º SALÁRIO Enunciado Por Justa Causa NÃO NÃO
148 (Ex-Prejulgado 20) EMPREGADO Sem Justa Causa Por NÃO NÃO
DO PERÍODO Justa Causa NÃO SIM
ANTERIOR À OPÇÃO (Rescisão Indireta)
EMPRESA Sem Justa Causa SIM SIM
Por Justa Causa NÃO NÃO
13º SALÁRIO EMPREGADO Sem Justa Causa Por NÃO SIM
Justa Causa NÃO SIM
(Rescisão Indireta)
EMPRESA Sem Justa Causa SIM SIM
Por Justa Causa NÃO SIM
FÉRIAS VENCIDAS
ACRESCIDAS DE 1/3 EMPREGADO Sem Justa Causa Por NÃO SIM
Justa Causa NÃO SIM
(Rescisão Indireta)
EMPRESA Sem Justa Causa SIM SIM
Por Justa Causa NÃO NÃO
AVISO PRÉVIO EMPREGADO Sem Justa Causa Por NÃO NÃO
Justa Causa SIM SIM
(Rescisão Indireta)
EMPRESA
SALÁRIO-FAMÍLIA EM QUALQUER CASO SIM SIM
EMPREGADO
INDENIZAÇÃO EMPRESA Sem Justa Causa SIM SIM
COMPENSATÓRIA A Por Justa Causa NÃO NÃO
SER RECOLHIDA À EMPREGADO Sem Justa Causa Por NÃO NÃO
CEF Justa Causa SIM SIM
(Rescisão Indireta)
FGTS DO MÊS EMPRESA Sem Justa Causa
ANTERIOR E DA Por Justa Causa
RESCISÃO A SEREM EMPREGADO Sem Justa Causa Por SIM SIM
RECOLHIDOS À CEF Justa Causa
(Rescisão Indireta)

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OBRIGAÇÕES FISCAIS,
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

6.5 PRAZO PARA GUARDA DE DOCUMENTOS

Documento Período Fundamentaçâo Legal


Acordo de Compensação 5 anos durante o emprego, até 2 anos após a CF. art. 7º. XXIX
rescisão
Acordo de Prorrogação 5 anos durante o emprego, até 2 anos após a CF. art. 7º. XXIX
rescisão
Atestado Médico 5 anos durante o emprego, até 2 anos após a CF. art. 7º. XXIX
rescisão * vide GPS
Autorização para desconto não previsto em 5 anos durante o emprego, até 2 anos após a CF. art. 7º. XXIX
lei rescisão
Aviso Prévio 2 anos CF. art. 7º. XXIX
CAGED - Cadastro Geral de Empregados e 36 meses a contar da data de envio Portaria nº 235, MTE/2003
Desempregados
Comprovante de Contribuição do PIS 10 anos Decreto nº 4.524/2002
Declaração de Instalação Indeterminado Portaria nº 3.214 MTb/78-NR 2
Documentação sobre imposto de renda na 7 anos Art. 174 do CTN
fonte
Exames Médicos - PCMSO 20 anos, no mínimo, após o desligamento do Portaria nº 3.214 MTb/78-NR 7
empregado
FGTS - GFIP - GRF - GRRF 30 anos Lei nº 8.036/90
Folha de votação de eleição da CIPA 5 anos Portaria nº 3.214 MTb/78-NR 5
GRCSU - Guia de Recolhimento de 5 anos Lei nº 5.172/66, CTN, art.174
Contribuição Sindical Urbana
GPS e toda documentação previdência 10 anos, exceto na hipótese de dolo, fraude Decreto nº 3.048/99, RPS, art. 348
quando não tenha havido levantamento ou simulação, o INSS poderá a qualquer
fiscal, (Folha de pagamento, recibos, Ficha tempo apurar e construir seus créditos
de Salário-Familia, atestados médicos, guia
de recolhimento)
Livro de Atas da CIPA Indeterminado não há
Livro de Inspeção do Trabalho Indeterminado não há
Mapa Anual de Acidente de Trabalho 5 anos Portaria nº 3.214 MTb/78-NR 4
Pedido de Demissão 2 anos CF. art. 7º. XXIX
RAIS 5 anos Portaria nº 205, MTE/2006
Recibo de abono de férias 5 anos durante emprego, até 2 anos após a CF. art. 7º. XXIX
rescisão * vide GPS
Recibo de adiantamento salárial 5 anos durante emprego, até 2 anos após a CF. art. 7º. XXIX
rescisão * vide GPS
Recibo de entraga da Comunicação de 5 anos Resolução nº 393, CODEFAT/2004
Dispensa - CD e requerimento de Seguro-
Desemprego SD
Recibo de gozo de férias 5 anos durante emprego, até 2 anos após a CF. art. 7º. XXIX
rescisão * vide GPS
Recibo de pagamento de salário 5 anos durante emprego, até 2 anos CF. art. 7º. XXIX
após a rescisão * vide GPS
Registro de Empregados Indeterminado não há
Registro de segurança de caldeiraria Indeterminado Portaria nº 3.214 MTb/78-NR 13
Salário-Educação 10 anos Decreto nº 6.003/2007
Solicitação de abono de férias 5 anos durante emprego, até 2 anos após a CF. art. 7º. XXIX
rescisão
Termo de Rescisão de Contrato de 2 anos * vide GPS CF. art. 7º. XXIX
Trabalho
Vale-transporte 5 anos durante o emprego, até 2 anos após a CF. art. 7º. XXIX
rescisão

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NOVAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

1. SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL – SPED

Definição
“É um instrumento que unifica as atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros
e documentos que integram a escrituração comercial e fiscal dos empresários e das pes- soas jurídicas,
inclusive imunes ou isentas, mediante fluxo único, computadorizado, de informa- ções”.
Foi instituído pelo Decreto nº 6.022/2007 e alterado pelo Decreto nº 7.979/2013.

Objetivo
• Promover a integração dos Fiscos, mediante a padronização e o compartilhamento das informa- ções
contábeis e fiscais, respeitadas as restrições legais de acesso;
• Racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias para os contribuintes, com o estabelecimen- to de
transmissão única de distintas obrigações acessórias de diferentes órgãos fiscalizadores; e
• Tornar mais célere a identificação de ilícitos tributários, com a melhoria do controle dos proces- sos, a
rapidez no acesso às informações e a fiscalização mais efetiva das operações com o cruzamento de dados
e auditoria eletrônica.
Ao lermos a definição do que é o Sistema Público de Escrituração Digital não entendemos de imedi- ato qual
o objetivo do governo nessa tal modernização da sistemática atual. Para facilitar o entendi- mento observe os
diagramas a seguir e obtenha uma prévia do verdadeiro foco do governo.

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NOVAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

Histórico:
• Emenda constitucional n° 42/2003: Art. 37 Administração Pública direta e indireta de qualquer dos
poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípi- os de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, ao seguinte:
[...]
XXII – as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão
recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusi- ve com o
compartilhamento de cadastro e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
• Decreto Federal n° 6.022, de 21/01/2007: Institui o SPED, como instrumento que unifica as
atividades contábil e fiscal dos empresários e das pessoas jurídicas, inclusive imunes ou isentas, mediante
fluxo único, computadorizado de informações.
(Redação trazida pelo Decreto 7.979, de 2013)

2. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL FISCAL (ECF)

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NOVAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

1. Definição
A Escrituração Contábil Fiscal (ECF) é uma nova obrigação acessória de caráter eminentemente fiscal
destinada a todas as pessoas jurídicas, inclusive imunes e isentas, sejam elas tributadas pelo lucro real, lucro
arbitrado ou lucro presumido.
A ECF passou a ser exigida em relação aos fatos geradores ocorridos a partir do ano-calendário de 2014, em
substituição à Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), ressalvada a
hipótese de pessoas jurídicas incorporadas, fusionadas, cindidas ou encerradas no ano de 2014.
A ECF caracteriza-se como uma das engrenagens que compõem o Sistema Público de Escrituração Digital
(Sped) por onde será transmitida anualmente até o último dia útil do mês de setembro do ano seguinte ao
ano-calendário a que se refira.

DIPJ – extinção
As pessoas jurídicas ficam dispensadas, em relação aos fatos ocorridos a partir de 1º.01.2014, da entrega da
Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ). No entan- to, no caso de
encerramento, incorporação, fusão ou cisão de empresas durante o ano-calendário de 2014, a pessoa jurídica
deve entregar a DIPJ referente a esse evento.
Nota: Instrução Normativa RFB nº 1.422/2013, alterada pela IN RFB nº 1.489/2014, IN RFB nº 1.524/2014,
IN RFB nº 1.574/2015 e a IN RFB nº 1.595/2015.

1.1 Manual da ECF


As normas a seguir dispõem sobre o Manual de Orientação do Leiaute da Escrituração Contábil Fiscal
(ECF):
a) Ato Declaratório Executivo Cofis nº 98/2013;
b) Ato Declaratório Executivo Cofis nº 83/2014;
c) Ato Declaratório Executivo Cofis º 20/2015;
d) Ato Declaratório Executivo Cofis nº 43/2015 (vigente).

2. Pessoas Jurídicas Obrigadas:


A partir do ano-calendário de 2014, todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, deverão apresentar a
Escrituração Contábil Fiscal (ECF) de forma centralizada pela matriz.
No caso de pessoas jurídicas que forma sócias ostensivas de Sociedades em Conta de Participação (SCP), a
ECF deverá ser transmitida separadamente, para cada SCP, além de transmissão da ECF da sócia ostensiva.

2.1 PESSOAS JURÍDICAS IMUNES E ISENTAS


De acordo com o item 1.4 do Manual de Orientação do Leiaute da ECF aprovado pelo Ato Declaratório
Executivo Cofis nº 10/2016, a partir do ano-calendário 2015, todas as pessoas jurídicas imunes ou isentas
estão obrigadas a entregar a ECF.

3. Pessoas jurídicas dispensadas:


A obrigatoriedade a que se refere o item 2 não se aplica:
a) às pessoas jurídicas optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e
Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de pequeno Porte (Simples Nacional), de que
trata a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006;
b) aos órgãos públicos, às autarquias e às fundações públicas;

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NOVAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

c) às pessoas jurídicas inativas de que trata a Instrução Normativa RFB nº 1.605, de 22 de dezem- bro de
2015.

4. Prazo de entrega
A ECF será transmitida anualmente ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) até o último dia útil
do mês de junho do ano seguinte ao ano calendário a que se refira e deverá ser assinada digitalmente
mediante utilização de certificado digital válido.

5. Penalidades
A não apresentação da ECF nos prazos fixados, ou a sua apresentação com incorreções ou omissões,
acarretará aplicação, ao infrator de multas aplicadas, conforme o caso, às pessoas jurídicas tributadas pelo
real e às demais pessoas jurídicas (lucro presumido, arbitrado ou imu- nes e isentas).
A pessoa jurídica que não se adequar à divulgação e não apresentar as informações ou a fizer com atraso, fica
sujeita a multa equivalente a 0,25% (vinte e cinco centésimos por cento), por mês- calendário ou fração, do
lucro líquido antes da incidência do imposto sobre a renda e da contribui- ção social sobre o lucro líquido, no
período a que se refere a apuração, limitada a 10% (dez por cento). O valor da multa inicia-se em R$100,00
por cada incorreção, R$500,00 pela não entrega e pode chegar até R$ 5.000.000,00, conforme art. 57 da
Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001.

3. ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL CONTRIBUIÇÕES – (EFD CONTRIBUIÇÕES)

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NOVAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

3.1 Definição
A EFD-Contribuições trata de arquivo digital instituído no Sistema Público de Escrituração Digital -
SPED, a ser utilizado pelas pessoas jurídicas de direito privado na escrituração da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins, nos regimes de apuração não-cumulativo e/ou cumulativo, com base no conjunto de
documentos e operações representativos das receitas auferidas, bem como dos custos, despesas, encargos e
aquisições geradores de créditos da não-cumulatividade.
Com o advento da Lei nº 12.546/2011, arts. 7º e 8º, a EFD-Contribuições passou a contemplar também a
escrituração digital da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta, incidente nos setores de serviços e
industrias, no auferimento de receitas referentes aos serviços e produtos nela relacionados.
Os documentos e operações da escrituração representativos de receitas auferidas e de aquisições, custos,
despesas e encargos incorridos, serão relacionadas no arquivo da EFD-Contribuições em relação a cada
estabelecimento da pessoa jurídica. A escrituração das contribuições sociais e dos créditos, bem como da
Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta, será efetuada de forma centralizada, pelo estabelecimento
matriz da pessoa jurídica.

3.2 Pessoas Jurídicas Obrigadas


O arquivo da EFD-Contribuições deverá ser validado, assinado digitalmente e transmitido, via Internet, ao
ambiente Sped. Conforme disciplina a Instrução Normativa RFB nº 1.252 de 1 de março de 2012, estão
obrigadas à escrituração fiscal digital em referência:
I. em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos fatos geradores ocorridos a partir
de 1º de janeiro de 2012, as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no
Lucro Real;
II. em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos fatos geradores ocorridos a partir
de 1º de julho de 2012, as demais pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com
base no Lucro Presumido ou Arbitrado;
III. em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos fatos geradores ocorridos a partir
de 1º de janeiro de 2013, as pessoas jurídicas referidas nos §§ 6º, 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 27
de novembro de 1998, e na Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983;
IV. em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Receita, referente aos fatos geradores ocorri- dos a
partir de 1º de março de 2012, as pessoas jurídicas que desenvolvam as atividades relaci- onadas nos arts.
7º e 8º da Medida Provisória nº 540, de 2 de agosto de 2011, convertida na Lei nº 12.546, de 2011;
V. em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Receita, referente aos fatos geradores ocorridos a partir
de 1º de abril de 2012, as pessoas jurídicas que desenvolvam as atividades relacionadas nos §§ 3º e 4º do
art. 7º e nos incisos III a V do caput do art. 8º da Lei nº 12.546, de 2011.
A Escrituração Fiscal Digital do PIS/Pasep e da Cofins - EFD-PIS/Cofins tem como objetivo integrar todo o
processo relativo à escrituração fiscal, com a substituição do atual documentário em meio físico (papel) por
documento eletrônico com validade jurídica para todos os fins.

3.3 Pessoas Jurídicas desobrigadas


Conforme o Art. 5º da IN 1.252/2012, estão dispensados de apresentação da EFD-Contribuições:
I. as Microempresas (ME) e as Empresas de Pequeno Porte (EPP) enquadradas no Simples Nacional;

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NOVAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

II. as pessoas jurídicas imunes e isentas do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), cuja soma dos
valores mensais das contribuições apuradas, objeto de escrituração nos termos desta Instrução
Normativa, seja igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais);
III. as pessoas jurídicas que se mantiveram inativas desde o início do ano-calendário ou desde a data de
início de atividades, relativamente às escriturações correspondentes aos meses em que se encontravam
nessa condição;
IV. os órgãos públicos;
V. as autarquias e as fundações públicas; e
VI. as pessoas jurídicas ainda não inscritas no CNPJ, desde o mês em que foram registrados seus atos
constitutivos até o mês anterior àquele em que foi efetivada a inscrição.
§ 1º – São também dispensados de apresentação da EFD-Contribuições, ainda que se encon- trem inscritos
no CNPJ ou que tenham seus atos constitutivos registrados em Cartório ou Juntas Comerciais:
§ 7º A pessoa jurídica sujeita à tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real ou Presumido
ficará dispensada da apresentação da EFD-Contribuições em relação aos correspon- dentes meses do ano-
calendário, em que:
I. não tenha auferido ou recebido receita bruta da venda de bens e serviços, ou de outra natureza, sujeita ou
não ao pagamento das contribuições, inclusive no caso de isenção, não incidência, suspensão ou alíquota
zero;
II. não tenha realizado ou praticado operações sujeitas a apuração de créditos da não cumulatividade do
PIS/Pasep e da Cofins, inclusive referentes a operações de importação.
§ 8º – A dispensa de entrega da EFD-Contribuições a que se refere o § 7º, não alcança o mês de dezembro do
ano-calendário correspondente, devendo a pessoa jurídica, em relação a esse mês, proceder à entrega regular
da escrituração digital, na qual deverá indicar os meses do ano-calendá- rio em que não auferiu receitas e não
realizou operações geradoras de crédito.

3.4 Prazo de entrega


O prazo de entrega da EFD e até 10º dia útil do 2º mês subsequente.

3.5 Penalidades
Multa pelo atraso e pela não entrega (Lei 12.873/2014)
I. Por apresentação Extemporânea:
a) R$ 500,00 (quinhentos reais) por mês-calendário ou fração, relativamente às pessoas jurídicas que
estiverem em início de atividade ou que sejam imunes ou isentas ou que, na última declaração
apresentada, tenham apurado lucro presumido ou pelo Simples Nacional;
b) R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) por mês-calendário ou fração, relativamente às demais pessoas
jurídicas;
II. Por não atender a intimação da RFB:
Nunca inferior a 45 dias. R$ 500,00 por mês-calendário ou fração.
III. Por apresentar com informações omitidas ou inexatas:
1) 3% (três por cento), não inferior a R$ 100,00 (cem reais), do valor das transações comer- ciais ou das
operações financeiras, próprias da pessoa jurídica ou de terceiros em rela- ção aos quais seja
responsável tributário, no caso de informação omitida, inexata ou incompleta;
§ 3º – Redução de 50% antes de qualquer procedimento fiscal.

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NOVAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

4. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DIGITAL (SPED CONTÁBIL)

4.1 Definição
A Escrituração Contábil digital é parte integrante do projeto SPED a que se refere o Decreto nº 6.022, de 22
de janeiro de 2007, que busca promover a integração dos fiscos mediante a padronização, racionalização e
compartilhamento das informações digitais, bem como integrar todo o processo relativo à escrituração
contábil, com a substituição do atual documentário em meio físico (papel) por documento eletrônico com
validade jurídica para todos os fins.

4.2 Pessoas Jurídicas Obrigadas


• De acordo com o Art. 3º da IN 787/07 estão obrigadas as Sociedades Empresárias Tributadas pelo
Lucro Real ficando facultada a entrega da ECD as demais Sociedades Empresárias, não havendo a
obrigatoriedade de permanecer em caso de entrega voluntária conforme o § 1º do Art. 3º da IN 787/07.
• Inclusões pela IN RFB nº 1.420/13:
Art. 1º – Fica instituída a Escrituração Contábil Digital (ECD), para fins fiscais e previdenciários,de
acordo com o disposto nesta Instrução Normativa.
Art. 3º – Ficam obrigadas a adotar a ECD, nos termos do art. 2º do Decreto nº 6.022, de 2007, em relação
aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014:
II. as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido, que distribuírem, a título de lucros, sem
incidência do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), parcela dos lucros ou dividendos
superior ao valor da base de cálculo do Imposto, diminuída de todos os impos- tos e contribuições a
que estiver sujeita; e
III. as pessoas jurídicas imunes e isentas.

4.3 Pessoas jurídicas dispensadas


Estão dispensados da apresentação da ECD:
a) as pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional;

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NOVAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

b) aos órgãos públicos, as autarquias e as fundações públicas;


c) as pessoas jurídicas inativas; e
d) as pessoas jurídicas imunes e isentas que, em relação aos fatos ocorridos no ano-calendário, não tenham
sido obrigadas à apresentação da Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep, da
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribui- ção Previdenciária
sobre a Receita (EFD-Contribuições), nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.252/2012.
Portanto, a entrega da ECD pelas pessoas jurídicas imunes e isentas está vinculada à entrega da EFD-
Contribuições e da Receita Bruta Anual. Assim, se a pessoa jurídica estiver obrigada a entregar esta obrigação
acessória, terá que entregar a ECD, em caso contrário, estará dispensada da apresentação.

4.4 Prazo de entrega


Regra geral: até o último dia útil do mês de junho do ano subsequente.

4.5 Penalidades
A não apresentação da ECD até o último dia útil do ano seguinte implicará em multa no valor de R$
5.000,00 (cinco mil reais) por mês-calendário ou fração.
Nova Multa pela Lei 12.873/2014
I. Por apresentação Extemporânea:
a) R$ 500,00 (quinhentos reais) por mês-calendário ou fração, relativamente às pessoas jurí- dicas
que estiverem em início de atividade ou que sejam imunes ou isentas ou que, na última declaração
apresentada, tenham apurado lucro presumido ou pelo Simples Nacional;
b) R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) por mês-calendário ou fração, relativamente às de- mais
pessoas jurídicas;
II. Por não atender a intimação da RFB: Nunca inferior a 45 dias.......R$ 500,00 por mês-calendá-
rio ou fração.
III. Por apresentar com informações omitidas ou inexatas:
a) 3% (três por cento), não inferior a R$ 100,00 (cem reais),do valor das transações comer-
ciais ou das operações financeiras, próprias da pessoa jurídica ou de terceiros em relação aos quais
seja responsável tributário, no caso de informação omitida, inexata ou incompleta;
b) 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento), não inferior a R$ 50,00 (cinquenta reais),
do valor das transações comerciais ou das operações financeiras, próprias da pessoa física ou de
terceiros em relação aos quais seja responsável tributário, no caso de informação omitida, inexata ou
incompleta.
§ 3º – Redução de 50% antes de qualquer procedimento fiscal.

5 – ESCRITURAÇÃO SOCIAL DIGITAL (e-SOCIAL)

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NOVAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

5.1 Definição
É um instrumento de unificação da prestação das informações das obrigações trabalhistas, previdenciárias e
fiscais, que padroniza sua transmissão, validação, armazenamento e distribuição, constituindo um ambiente
nacional.
(Redação do Art. 2º da minuta da Portaria Interministerial)

5.2 Objetivo
Estabelecer a forma com que passam a ser prestadas as informações trabalhistas, previdenciárias, tributárias e
fiscais relativas à contratação e utilização de mão de obra onerosa, com ou sem vínculo empregatício, e de
produção rural.
(Redação pelo artigo no item 1, Capítulo 1 do Manual de Orientação definitivo)

5.3 Detalhamento

Consórcio e-Social
O e-Social era a princípio um dos módulos do projeto SPED, mudando várias vezes de nome, e- FOPAG, e-
Previdenciário, Sped Folha, EFD Social até chegar em e-Social, mas em nenhum mo- mento chamou a
atenção das três esferas de governo envolvidas na criação da base única das obrigações acessórias, apesar de
estar incluído como módulo era do interesse da união. A ideia para resolver esse dilema foi a criação de um
consórcio para implantação do projeto.

91
NOVAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

Fazem parte do consórcio os seguintes órgãos e empresas:

Simplificação
Com a implantação do e-Social desaparecerão:

5.4 DCTF Previdenciária


Principais mudanças:

DCTF Previdenciária: Unificação dos procedimentos no âmbito da RFB de cobrança, parcelamentos e certidão
negativa.

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NOVAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

5.5 Identificadores
A partir da data de entrada em vigor do e-Social os empregadores serão identificados apenas pelo CNPJ, se
pessoa jurídica e apenas pelo CPF, se pessoa física. No lugar da matrícula CEI para as pessoas físicas, foi
criado o CAEPF - Cadastro de Atividades de Pessoa Física, que será um número sequencial, acoplado ao
número do CPF. A pessoa física deverá providenciar registro no CAEPF, obedecendo a normas previstas em
ato normativo próprio a ser publicado oportunamente.
No lugar da matrícula CEI para as obras de construção civil, foi criado o CNO - Cadastro Nacional de Obras,
que será sempre acoplado a um CNPJ ou CPF. As matrículas CEI existentes na data de implantação do e-
Social relativas a obras, comporão o cadastro inicial do CNO.
Os trabalhadores por sua vez, terão como identificadores obrigatórios, o CPF e o NIS (NIT, PIS ou PASEP).
O par "CPF x NIS" deverá estar consistente com o CNIS - Cadastro Nacional de Informa- ções Sociais e será
validado no ato da transmissão. Sua inconsistência gerará recusa no recebimen- to da informação.

Os empregadores deverão dar atenção especial às informações cadastrais de seus


trabalhadores, certificando-se de sua consistência com o CNIS e, se necessário, pro- ceder a
regularização das inconsistências antes da data de entrada em vigor do e- Social.

Qualificação cadastral
A validação dos dados do trabalhador dar-se-á pela informação dos seguintes dados:

93
NOVAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

A chave do trabalhador no e-social é o CPF associado ao NIS, ou seja, os dados cadastrais deverão estar atualizados
em todos os órgãos.

5.6 Parametrização do Sistema

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NOVAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

5.7 Mudança nas Rotinas Trabalhistas


A auditoria nas rotinas trabalhistas permitirá um preciso diagnóstico para adequar aos procedimen- tos da
Escrituração Fiscal Digital da Folha (e-Social).

Benefícios da Auditoria Trabalhista


• Minimização de riscos de multas;
• Minimização de reclamatórias trabalhistas;
• Evita furtos, desvios, pagamentos indevidos e outras irregularidades;
• Diminuição de erros e prejuízos das rotinas auditadas;
• Prevenção e melhoria da atividade de administração dos funcionários da empresa.

Etapas de Realização da Auditoria Trabalhista


• Levantamento e análise física dos documentos;
• Apuração de inconsistências de toda as rotinas;
• Apresentação do relatório de auditoria, validando as atuais práticas e/ou recomendando melhorias nos
processos.

Procedimentos que serão auditados na auditoria trabalhista


• Inspeção e fiscalização do trabalho;
• Acordos e convenções coletivas de trabalho;
• Registro de empregados: ficha de registro, documentação pessoal, contrato de trabalho, acor- dos
individuais, documentos de salário família, imposto de renda, documentos de vale transporte e EPI;
• Jornadas de trabalho e cartão ponto;
• Verbas de proventos e descontos em folha de pagamento;
• Processamento de férias e 13º salário;
• Processamento de rescisões de contrato de trabalho;

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NOVAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

• Encargos sociais;
• Políticas de benefícios legais e espontâneos;
• Ações trabalhistas;
• Segurança e medicina no trabalho: CIPA, PPRA, PCMSO.

5.8 DECRETO 8.373/2014

5.8.1 Instituição do e-Social


Art. 1º – Fica instituído o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e
Trabalhistas - e-Social.

5.8.2 Obrigados a entrega


Art. 2º § 1º – Obrigados a entrega:
I. o empregador, inclusive o doméstico, a empresa e os que forem a eles equiparados em lei (já está
funcionando);
II. o segurado especial, inclusive em relação a trabalhadores que lhe prestem serviço;
III. as pessoas jurídicas de direito público da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; e
IV. as demais pessoas jurídicas e físicas que pagarem ou creditarem por si rendimentos sobre os quais tenha
incidido retenção do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF, ainda que em um único mês
do ano-calendário.
§ 2º – A prestação de informação ao e-Social pelas microempresas e empresas e pequeno porte, confor- me a Lei
Complementar nº 123, de 15 de dezembro de 2006, e pelo Microempreendedor Individual - MEI será efetuada
em sistema simplificado, compatível com as especificidades dessas empresas.

5.9 Cronograma de Implantação - APROVAÇÃO


Por meio da Circular CAIXA/MF nº 683, de 29/07/2015, publicada no DOU de de 31/07/2015, foram
aprovados e divulgados o cronograma de implantação do e-Social e a nova versão do Manual de Orientações
versão 2.1.
• Setembro/2016: empresas com faturamento acima de R$78.000.000,00;
• Janeiro/2017: demais empresas (previsão)
As informações deverão ser transmitidas até o dia 7 (sete) do mês seguinte.

5.10 Conclusão
O e-Social é um projeto do governo federal que tem por objetivo desenvolver um sistema de coleta das
informações descritas no seu objeto, armazenando-as no Ambiente Nacional do e-Social, possi- bilitando aos
órgãos participantes do projeto, sua efetiva utilização para fins trabalhistas, previdenciários, fiscais e de
apuração de tributos e do FGTS.
O e-Social estabelece a forma com que passam a ser prestadas as informações trabalhistas, previdenciárias,
tributárias e fiscais relativas à contratação e utilização de mão de obra onerosa, com ou sem vínculo
empregatício, e de produção rural.

São objetivos do e-Social:


• Viabilizar a garantia de direitos previdenciários e trabalhistas aos trabalhadores;
• Simplificar o cumprimento de obrigações; e
• Aprimorar a qualidade de informações das relações de trabalho, previdenciárias e fiscais.
O e-Social substituirá o procedimento de envio das diversas declarações, formulários, termos e documentos
relativos a relação de trabalho.
As informações referentes a períodos anteriores à implantação do e-Social devem ser enviadas pelos
sistemas utilizados à época.

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NOVAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

• BARROS, Alice Monteiro de Barros. Curso de Direito do Trabalho. 4. ed. São Paulo: LTr.
• COSTA, Armando Casimiro; FERRARI, Irany; MARTINS, Melchíades Rodrigues. CLT-LTr. 35. ed. São Paulo:
LTr, 2008.
• FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. 21. ed. São Paulo: Atlas, 1984.
• MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2003.
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• IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL. Manual Presbiteriano com Jurisprudência. 1. ed. São Paulo: Editora
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• RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica. São Paulo: Saraiva, 2005.
• OLIVEIRA, Aristeu de; ROMÃO, Valdo. Manual do Terceiro Setor e Instituições Religiosas. São Paulo: Atlas,
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• COSTA, Ângelo Márcio Leandro. e-SOCIAL- uma nova era nas relações entre Empregadores, Empre- gados e
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• DE MARCHI, Márcio Tadeu. PARECER SOBRE ALTERAÇÃO NA LEGISLAÇÃO PREVIDENCÍARIA,
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NOVAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ECF – Escrituração Contábil Fiscal


SPED – Sistema Público de Escrituração Digital ECD
– Escrituração Contábil Digital
RFB – Receita Federal do Brasil
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego EFD –
Escrituração Fiscal Digital
CF/88 – Constituição Federal de 1988
CRC/DF – Conselho Regional de Contabilidade do Distrito Federal PIS –
Programa integração Social
COFINS – Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social ART. –
Artigo
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei 5.452/1943) CTN
– Código Tributário Nacional
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício
DSDE – Demonstração do Superávit e Déficit do Exercício DCTF –
Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais
DIPJ – Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica INSS –
Instituto Nacional do Seguro Social
CEF – Caixa Econômica Federal
CAGED – Cadastro Geral de empegados e desempregados DACON –
Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais IRPJ – Imposto
de Renda da Pessoa Jurídica
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
RAIS – Relação Anual de Informações Sociais
CAT – Cadastramento da Comunicação do Acidente de Trabalho PPP –
Perfil Profissionográfico Previdenciário
GFIP – Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia e de Informações a Previdência Social SEFIP –
Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social DIRF – Declaração
de Imposto sobre a Renda Retido na Fonte
NFS – Nota Fiscal de Serviço
NF – Nota Fiscal
FGTS – Fundo de Garantia por tempo de Serviço CC
– Código Civil
DARF – Documento de Arrecadação de Receitas Federais

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