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Centro de Formação Profissional de Bragança

Técnico/a de Cozinha/Pastelaria 07
Viver em Português
Formador: Leonel Serra

O cómico dos Gato Fedorento assinou uma crónica


divertidíssima intitulada "Terrorismo é uma coisa,
estupidez é outra" que a seguir reproduzimos.

"Os serviços secretos de Espanha andam a brincar connosco. Há uns séculos, os


espanhóis levaram uns bofetões de uma profissional da indústria da panificação, e não
deve passar um dia em que não pensem na vingança. Na semana passada comunicaram-
nos que a Al Qaeda ameaça praticar actos terroristas em Portugal. E nós, parvos,
acreditámos. Até onde chega a credulidade dos portugueses... Primeiro acreditámos no
Sócrates, e agora nos espanhóis. Há que aprender a lição.

Como é evidente, só um terrorista muito estúpido é que vem exercer a profissão


para cá. Com a vigilância que existe, hoje em dia, nos aeroportos, os terroristas só
podem entrar no País de carro. E vir andar de carro para as nossas estradas é das
decisões mais obtusas que uma pessoa pode tomar. É verdade que eles são suicidas, mas
não exageremos. Vai uma grande diferença entre ser suicida e ser burro.

Por outro lado, os terroristas que tiverem a infeliz ideia de entrar no País terão de
construir a bomba cá. Não se faz uma viagem Paquistão-Portugal com um engenho
explosivo debaixo do braço. Há que ir a uma loja comprar peças. E é aqui que as
chatices começam. «Esta peça, só mandando vir do estrangeiro, chefe. Daqui a duas
semanas mete-se o Carnaval, por isso agora só em Março.»
Se o explosivo levar combustível, pior ainda. Eles que vejam o preço a que está a nossa
gasolina, a ver se continua a apetecer-lhes rebentar coisas. É muito fácil apanhar
terroristas em Portugal. São os tipos de turbante que estão nas bombas da Galp a chorar.
Os que lá andam a chorar sem turbante somos nós.

E depois temos as contingências inerentes a uma actividade tão perigosa como é o


fabrico de um engenho explosivo. O terrorista corre inúmeros riscos, o maior dos quais
é ir parar a um hospital português. Basicamente, o sistema de saúde português oferece-
lhe três hipóteses: pode morrer no caminho, pode morrer na sala de espera e pode
morrer já dentro do hospital. É certo que o esperam 71 virgens no Paraíso, mas aposto
que, para morrer num hospital português, o terrorista fica em lista de espera até as
virgens serem septuagenárias, altura em que a virgindade perde muito do seu encanto.

Quando, finalmente, os terroristas conseguem reunir condições para construir a


bomba, o prédio que tinham planeado mandar pelos ares já explodiu há dois meses, ou
por mau funcionamento da canalização do gás, ou porque o esquentador de quatro ou
cinco condóminos está instalado na casa de banho. Portugal pode ser um bom destino
turístico, mas para fazer terrorismo não tem condições nenhumas."
Centro de Formação Profissional de Bragança
Técnico/a de Cozinha/Pastelaria 07
Viver em Português
Formador: Leonel Serra

Crónica de Ricardo Araújo Pereira:


Perdiz com alecrim e manjerona
O autarca, em princípio, sabe que não há nada
que o apanhe. Se fizer falcatruas, em princípio
não é condenado. Mas, se for condenado, mais
depressa é reeleito. Se for reeleito, não pode ir
preso. Mas, se for preso, foge para o Brasil. O
destino do autarca oscila entre o poder
perpétuo e o turismo tropical

Se eu mandasse, toda a gente era autarca uma vez na vida. Infelizmente, como os
mandatos autárquicos chegam a durar 40 anos, nem toda a gente teria uma esperança de
vida que lhe permitisse aguardar a sua vez. Mas parece-me evidente que a gestão de
uma autarquia rejuvenesce. Aponto como exemplo Fernando Ruas, presidente não só da
Câmara de Viseu como também da associação de municípios, e que, aos 62 anos, não
tem ainda um único cabelo branco.

Há qualquer coisa no trabalho autárquico que protege a saúde de quem o


executa. Creio que é a absoluta ausência de preocupações. O autarca, em princípio, sabe
que não há nada que o apanhe. Se fizer falcatruas, em princípio não é condenado. Mas,
se for condenado, mais depressa é reeleito. Se for reeleito, não pode ir preso. Mas, se for
preso, foge para o Brasil. O destino do autarca oscila entre o poder perpétuo e o turismo
tropical. São minimonarquias que podem ser interrompidas por miniexílios dourados.

Além disso, a atividade autárquica é isenta de stresse, como pôde voltar a


constatar-se esta semana: todo o País está absorvido pelos problemas do desemprego, da
crise da dívida, do décimo terceiro mês e da bancarrota, mas a Câmara Municipal do
Fundão não deixa que essas pequenas preocupações a afetem, e tem tempo para tratar
dos grandes assuntos. E decidiu processar a organização do concurso gastronómico 7
Maravilhas por uma infração culinária. Ao que parece, a perdiz de escabeche, que a
edilidade do Fundão garante ser originária de Alpedrinha, vai apresentar-se a concurso
como se fosse - e peço ao leitor que contenha a revolta e a indignação - de Idanha-a-
Nova. Assim que a Câmara do Fundão percebeu que ia ser espoliada da perdiz de
escabeche entrou em ação e fez, aliás apropriadamente, um escabeche.

De acordo com o Expresso, a Câmara ameaça "acionar todos os meios legais que
se encontrem disponíveis e se afigurem necessários e pertinentes". Sossega-me saber
que, de acordo com este comunicado, a Câmara não pretende acionar meios legais que
não se encontrem disponíveis. Já não é mau. Mas a intenção de recorrer a todos os
disponíveis faz antever uma batalha legal longa e violenta: quem tenha vagar para ir à
procura, encontra, na legislação portuguesa, uma vastíssima gama de meios apropriados
para a defesa das vítimas da deslocalização dos pratos de caça. O Código Civil dedica
dois capítulos a este flagelo, e há uma subsecção que regulamenta em especial os
escabeches. O perpetrador do crime que se cuide. O desperdizamento da Câmara do
Fundão não passará impune.
Ricardo Araújo Pereira
23:14 Quarta feira, 27 de Jul de 2011
Centro de Formação Profissional de Bragança
Técnico/a de Cozinha/Pastelaria 07
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Formador: Leonel Serra

Fuga de gás deverá estar na origem do incêndio

FÁBRICA DE CERA ARDE

Susto para operários marinhenses

Um incêndio deflagrou, na passada segunda-feira, por volta das 14


horas, na fábrica de produção de cera Bimarc, na Marinha Grande.

Os operários da Bimarc não ganharam para o susto com o


incêndio que consumiu por completo um dos sectores daquela empresa ao
início da tarde de segunda feira. Uma fuga de gás deverá ter estado na origem
do incêndio, que "culminou numa primeira explosão, a que se seguiram outras
explosões", disse ao Notícias de Leiria José António Antunes, 2°
comandante dos Bombeiros Voluntários de Leiria, que compareceram no
local com 30 homens e oito viaturas de combate a incêndios.
O fogo deflagrou na zona de produção da fábrica, onde está instalado
tanto o gás natural como o de garrafa, "tornando-se difícil saber em qual dos
dois tipos de gás terá ocorrido a fuga", afirmou o mesmo responsável,
adiantando que " aquela área ficou totalmente destruída". O fogo consumiu
ainda o telhado de um dos armazéns contíguos, no entanto a pronta acção dos
soldados da paz evitou que o incêndio alastrasse "aos armazéns de produto
acabado e de decoração", tendo os bombeiros que utilizar uma
retroescavadora "para separar os escombros e a amálgama de ferro".
O fogo foi dado como extinto quando faltavam cinco minutos para as 16 horas.
Como resultado do incêndio, dois bombeiros tiveram de receber
tratamento hospitalar em Leiria. O nervosismo instalado nos operários levou
ainda duas trabalhadoras a receber tratamento, no mesmo hospital.

Exercício:

1. Identifica as partes que constituem esta notícia.


2. A que perguntas deve responder o “Lead”? Encontra nesta notícia a resposta
a essas perguntas.
3. A que perguntas deve responder o corpo da notícia? Encontra a resposta a
essas perguntas neste texto.

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