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8 dicas de linguagem corporal para aumentar a sua persuasão

Claudia Gasparini
Fonte: https://exame.abril.com.br/carreira/8-dicas-de-linguagem-corporal-para-aumentar-a-
sua-persuasao/

(Thinkstock/Purestock)

São Paulo — Ser um bom vendedor não é uma competência valiosa apenas
para quem trabalha na área comercial. Conseguir que os demais “comprem” as
suas ideias é uma necessidade em qualquer setor de atuação. No mundo do
trabalho, o poder de convencimento depende de inúmeros fatores, como o seu
nível hierárquico e a qualidade dos seus argumentos. Mas há uma variável de
peso que costuma ser esquecida pela maioria das pessoas: a linguagem
corporal. A depender da posição dos seus braços, mãos, olhos e boca, por
exemplo, os demais podem ficar mais ou menos propensos a aceitar o que você
diz. Não que as pessoas sejam manipuláveis por meia dúzia de gestos ensaiados
e vazios. “Você precisa acreditar nas suas palavras”, afirma Paulo Sérgio de
Camargo, autor do livro “Linguagem corporal” (Editora Summus, 2010). “Se
não for assim, você inconscientemente vai refletir essa descrença no seu corpo,
e não irá convencer ninguém de nada”. Se convicção não lhe falta, vale
conhecer alguns códigos não-verbais que permeiam a comunicação — e se
apropriar dos seus efeitos para ter sucesso na carreira.

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Cuide da articulação das palavras

Thinkstock/Credit: George Doyle

Imagine um vendedor de loja que começa a conversar com você lentamente e,


de repente, acelera o discurso. Além disso, ele fala baixo demais e não
pronuncia todas as palavras com clareza. Você se interessaria pelo produto que
ele está mostrando para você? De acordo com Sharon Sayler, autora do livro
“Seu corpo fala no trabalho” (Editora Vozes, 2013), forma também é conteúdo:
um profissional dificilmente convencerá alguém de suas ideias se tiver uma má
articulação ou uma cadência irregular na fala. A especialista recomenda manter
o som estável, deixando o queixo cair levemente ao final de cada frase. Também
vale fazer pausas curtas onde entraria a vírgula, e pausas mais longas onde viria
o ponto final. Nos intervalos maiores, relaxe e respire antes de retomar a
palavra.

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Sorria — sem exagerar

(Thinkstock/imtmphoto)

De acordo com Paulo Sérgio de Camargo especialista em comportamento Paulo


Sergio de Camargo, autor do livro “Linguagem corporal” (Editora Summus,
2010), não existe persuasão sem conquista. Por isso, o primeiro passo para
convencer qualquer pessoa das suas ideias é se aproximar dela e garantir que
você não representa uma ameaça. O sorriso é um instrumento poderoso nesse
processo. “Funciona como um recado não-verbal de que você não tem nenhuma
intenção agressiva na conversa”, explica o especialista. “Sem oferecer essa
garantia, você dificilmente vai conseguir ganhar a confiança do outro”. A
recomendação, porém, proíbe exageros. Se você mostrar os dentes por um
tempo muito longo, ou sem motivo, pode parecer pouco sincero. A melhor
opção é sorrir suavemente de tempos em tempos, sempre adaptando suas
expressões faciais às do outro.

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Mostre a palma das mãos e faça o “gesto do abraço

(Thiago Bernardes/Contigo)

Camargo diz que o apresentador Sílvio Santos é um mestre em dois truques


clássicos de linguagem corporal para aumentar o poder de persuasão. O
primeiro é mostrar a palma das mãos enquanto fala. “Esse gesto envia o recado
primitivo de que você está desarmado, que não tem pedras ou armas na mão
para agredir o outro”, explica o especialista. A outra posição típica de Sílvio é
colar os cotovelos no corpo, na altura das costelas, como se abrisse os braços
para “abraçar” o telespectador. A postura transmite sinceridade, credibilidade e
segurança: é como se você pudesse acreditar sem medo no que ele está dizendo.

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Use a expressividade dos seus olhos

(Thinkstock/Eyecandy Images)

Em situações de trabalho, a maior parte das pessoas emprega o que Camargo


chama de “olhar profissional”, isto é, mantém os olhos paralelos aos do
interlocutor, com a visão fixa na região da testa. Essa forma de observar o outro
transmite seriedade e profissionalismo. Para ganhar credibilidade, porém, é
interessante intercalar esse estilo com o “olhar afetivo”, em que a sua visão se
divide entre os olhos e a boca dele. Segundo o especialista, essa é uma forma
mais amigável e menos impessoal de manter contato visual com alguém. Outra
técnica para desarmar o outro é sutilmente arregalar os olhos e erguer as
sobrancelhas enquanto ele está falando. “Isso vai transmitir imediatamente a
mensagem de que você está enxergando a pessoa e se interessa por ela”, explica.

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Explore o poder dos “gestos de ensino”

(Simon Dawson/Bloomberg)

Para ser convincente, é importante passar mensagens claras e confiáveis —


como se você fosse um professor. Uma boa forma de atingir esse objetivo é
incorporar os chamados “gestos de ensino”, isto é, mímicas e movimentos
corporais que facilitam a visualização das ideias e prendem a atenção de quem
está ouvindo. Muito usado em sala de aula, esse recurso serve para emoldurar e
complementar o que é dito verbalmente. Um dos gestos mais comuns, diz
Sayler, é levantar a mão e contar números com os dedos, algo que conhecemos
desde a infância. É possível usar uma série de outras mímicas, desde que
respeitem uma ordem lógica e representem visualmente uma ideia da forma
mais simples possível. Não é interessante “inventar” muito: quanto mais o seu
gesto refletir um lugar-comum, mais facilmente será ele será absorvido pelo
interlocutor. Além de facilitar a comunicação, esses recursos gestuais ajudam a
dar autoridade e credibilidade para o seu discurso.

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Elimine pausas com “hum” e “ééé”

(Thinkstock/Portra)

Segundo Sayler, pessoas que fazem pausas audíveis, como “hum” ou “ééé”, têm
menos credibilidade do que aquelas que conseguem falar de forma contínua.
Assim, é fundamental eliminar ou reduzir a produção desses sons com a ajuda
da linguagem corporal. Tente usar frases mais curtas e preencher os silêncios
entre elas com um sorriso ou um gesto. Também é importante cuidar da
respiração, isto é, mantê-la o mais calma e natural possível. Isso garantirá um
ritmo cadenciado e constante de fala, um ingrediente fundamental para a
credibilidade do seu discurso.

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Pratique o espelhamento

(Thinkstock/XiXinXing)

Quando você imita algumas posturas corporais do seu interlocutor,


inconscientemente ele vai começar a pensar que há algo agradável em você. É
um mecanismo primitivo que funciona na maioria das negociações, diz
Camargo. Não se trata de copiar exatamente os mesmos gestos da outra pessoa:
o ideal é se inspirar neles e espelhá-los vagamente no estilo. O mais importante
é acompanhar o ritmo dessas movimentações. Segundo o especialista, também
vale criar “ecos” na conversa em si. “Se a pessoa disse que se chama Ana e
trabalha numa determinada universidade, por exemplo, repita ‘Ana, então você
trabalha na universidade X?’”, explica. “Quando você usa as mesmas palavras
que o outro, amplia a sensação de espelhamento entre vocês”.

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Evite fazer “não” com a cabeça enquanto escuta

(Thinkstock/Photodisc)

Você está tentando convencer o seu colega de um projeto e ele está dizendo que
não gosta da ideia? Enquanto ele expõe seus argumentos, procure não fazer um
movimento de negação com a cabeça — ainda que não concorde com uma
vírgula do que está sendo dito. Às vezes, o gesto de negação é automático, mas
é mais estratégico apostar no oposto. Faça leves movimentos de “sim” com a
cabeça, para garantir ao outro que seus ouvidos estão abertos para ele. Isso irá
desarmá-lo imediatamente, e evitará que a conversa ganhe contornos de disputa.
“Se você já começa a contestar o outro enquanto ele fala, ele vai se sentir
desrespeitado e ameaçado”, diz Camargo. “Dificilmente você vai conseguir
convencê-lo do contrário quando for a sua

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