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UNIUOL FACULDADES

Pós-graduação em Qualidade e Produtividade


Disciplina: Didática do Ensino Superior

A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS


TECNOLÓGICOS NO ENSINO SUPERIOR

MSC. PATRICIA AGUIAR DE OLIVEIRA


Introdução

• Esta aula trata dos recursos tecnológicos no Ensino


Superior, destacando que, quando bem elaborados e
apresentados oportunamente, são capazes de
despertar a atenção e, consequentemente, de facilitar a
aquisição, na compreensão e aplicação dos
conhecimentos, e de contribuir para a formação de
atitudes, além de proporcionar uma aprendizagem
mais permanente. Alerta também para os cuidados na
utilização das folhas auxiliares, quadro de giz e quadro
branco, lousa interativa, blocos de papel, retroprojetor,
videocassete e DVD, projetor multimídia, e-mails e
fóruns de discussão online.
A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS
TECNOLÓGICOS NO ENSINO SUPERIOR
• Nesta aula, destacamos que a comunicação torna-se mais
eficaz quando os recursos audiovisuais, que vão desde
simples desenhos feitos no quadro até sofisticados
equipamentos e programas de multimídia, são utilizados para
facilitar a aprendizagem no Ensino Superior.
• Iniciamos com a expressão Tecnologia Educacional, que inclui,
além da informática, o uso da televisão, do rádio, do vídeo,
do retroprojetor e do quadro de giz. Dito de outra forma,
tudo o que o ser humano construiu, tanto em termos de
artefatos, quanto de métodos para ampliar sua capacidade de
ensinar, sem, entretanto, esquecer-se de que, apesar do
notável desenvolvimento dessas tecnologias, a comunicação
oral ou escrita e o texto impresso são tecnologias
fundamentais para a educação, tanto em sua modalidade
presencial como a distância.
A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS
TECNOLÓGICOS NO ENSINO SUPERIOR
• Quando bem elaborados e apresentados
oportunamente, os recursos tecnológicos são
capazes de despertar a atenção e,
consequentemente, de facilitar a aquisição, na
compreensão e aplicação dos conhecimentos, e de
contribuir para a formação de atitudes, além de
proporcionar uma aprendizagem mais permanente.
• A propósito da relevância das estratégias didáticas
Dale (1946) representa em forma de cone os
diferentes níveis dos métodos e técnicas, que
favorecem o processo de aprendizagem.
O que nos remete que as pessoas lembram: 10% do que leem, 20% do que ouvem,
30% do que veem, 50% do que vêm e ouvem, 70% do que dizem e escrevem e 90%
quando explicam o que produziram.
Dale, 1946 in GIL, Antonio Carlos. Didática do Ensino Superior . São Paulo. Atlas: 2007.(p.228)
A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS
TECNOLÓGICOS NO ENSINO SUPERIOR
• A intensa difusão dos recursos audiovisuais contribuiu para a
supervalorização de seu uso e para o surgimento de alguns
mitos da tecnologia educativa: o mito da tecnologia mágica, que
a considera essencial e imprescindível e que, por si só, muda as
coisas; mito da tecnologia ignorada, cuja eficácia não é
demonstrada em virtude da resistência de alguns professores; o
mito da tecnologia “ divernética” que, apesar de motivadora,
não garante que os estudantes aprendam com elas; mito da
tecnologia inteligente, reconhecida como capaz de ensinar a
pensar e a resolver problemas; mito da tecnologia igualitária,
com a qual se pretende resolver as desigualdades educativas;
mito da revolução tecnológica, com a qual se propõe mudar
radicalmente os sistemas de ensino e aprendizagem.
A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS
TECNOLÓGICOS NO ENSINO SUPERIOR
• O uso exaustivo, sobretudo de filmes ou
transparências, desestimula a participação ativa dos
alunos.
• Vale lembrar que o uso do vídeo, do projetor
multimídia, do retroprojetor ou qualquer outro
recurso tecnológico deve ser reconhecido como
auxiliar de ensino e não como direcionador do
processo didático.
A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS
TECNOLÓGICOS NO ENSINO SUPERIOR
• Para exemplificar uma utilização inadequada sobre o
uso de vídeo em sala de aula:
– vídeo-tapa-buraco, quando surge um problema inesperado
como a falta do professor;
– vídeo-enrolação, quando não tem relação com o conteúdo;
– vídeo-deslumbramento, utilizado pelo professor, que o
considera empolgante, em todas as aulas;
– vídeo-perfeição, sistematicamente questionado pelo
professor, porque possui defeitos de informação ou
estéticos; e, finalmente,
– só vídeo, utilizado de forma exclusiva sem qualquer
discussão.
A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS
TECNOLÓGICOS NO ENSINO SUPERIOR
• Vale ressaltar que os recursos tecnológicos
requerem conhecimentos e habilidades técnicas
para sua utilização e também que se considerem os
objetivos e o conteúdo do curso, o próprio
professor, os estudantes e as ferramentas
tecnológicas.
Existem vários recursos tecnológicos utilizados no
Ensino Superior, como vemos abaixo

Fonte: Parra E Parra (1985) in GIL A.C. Didática do Ensino Superior. São Paulo:Atlas, 2007(p. 229).
A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS
TECNOLÓGICOS NO ENSINO SUPERIOR
• Dentre os mais recomendados, incluem-se alguns
tradicionais, como as folhas auxiliares, os diversos tipos
de quadros e os blocos de papel, que ainda são muito
utilizados nesse nível.
• As folhas auxiliares são folhas distribuídas aos
estudantes, contendo esquemas de aula, fórmulas,
diagramas, fluxogramas, definições de termos, tabelas
ou diagramas. Têm, como finalidade principal,
contribuir para a organização do conteúdo da disciplina
e para sua recordação, e não como repositório da
matéria a ser estudada para as provas; por esse motivo,
devem ser distribuídas à medida em que o professor
apresenta o conteúdo de sua disciplina.
QUADRO
• Os quadros (pretos, verdes ou brancos, lisos ou
quadriculados, para serem utilizados com giz ou com
pincéis) constituem, provavelmente, a mais universal
de todas as características de uma sala de aula e, ainda,
um dos mais eficientes recursos visuais disponíveis e
muito utilizados em programas de treinamento,
sobretudo em suas versões multifuncionais, que
comportam quadro branco magnético, tela de projeção
e flipchart.
• Além de acessíveis, práticos e versáteis contribuem
para estimular o interesse pela disciplina, ao contrário,
por exemplo, da projeção de um filme, que pode
favorecer a concentração sobre si mesmo.
QUADRO
• Muitos professores, ao compararem os quadros com os
retroprojetores e, principalmente, com os projetores
multimídia, tendem a vê-los como recursos muito
rudimentares que só deveriam ser utilizados na ausência
daqueles.
• Com efeito, as instituições de Ensino Superior precisam
adequar-se aos novos tempos, garantindo, ao professor,
modernos recursos de comunicação. Não se pode mais
admitir que esteja à disposição dos professores apenas um
quadro de giz e que seja limitado o uso das novas tecnologias
para "ocasiões especiais". Mas isso não significa que o uso
dos quadros, como recurso de ensino, deva ser considerado
"coisa do passado". O desejável é que a escola ofereça
múltiplos recursos ao professor e que este decida acerca da
conveniência de utilização de um ou de outro.
QUADRO
• O ato de escrever sobre o quadro contribui para a
concentração na aula e estimula os alunos a anotar o que o
professor escreve. É um local adequado para escrever
palavras-chave ou nomes que sejam convenientes memorizar
ao longo de uma aula expositiva.
• Não convém, no entanto, escrever muito no quadro, porque
toma muito tempo, principalmente quando o professor
procura garantir que a matéria escrita possa ser lida
facilmente pelos estudantes, mesmo por aqueles que se
sentam nas últimas fileiras. A regra básica é não escrever
nada que não seja importante, nada a que o professor não se
referirá em algum detalhe, e nada excessivamente longo.
Alguns cuidados possibilitam melhores resultados:
• O planejamento da utilização, definir o que será
colocado no quadro: sumários, gráficos, desenhos e
planejar a sequencia e a harmonização dos elementos
no quadro; a limpeza constitui requisito indispensável
para uma boa apresentação, antes de iniciar qualquer
explicação, convém apagar totalmente o quadro; a
sequencia de utilização, de cima para baixo e da
esquerda para a direita.
• Quando muito largo, primeiramente a sua metade
esquerda e depois a sua metade direita; a postura do
professor, pois não convém escrever ou desenhar no
quadro em silêncio.
• O professor também não deve ficar de costas para a
classe, o correto é escrever um pouco de lado, falando
para os alunos.
LOUSA INTERATIVA
• A lousa interativa constitui uma combinação do tradicional
quadro branco com a tecnologia do computador. A imagem
do computador é projetada na lousa e basta tocar sua
superfície para acessar ou controlar qualquer aplicação do
computador. Usando uma caneta digital, torna-se possível
trabalhar naturalmente, tomando notas e destacando
informações importantes com tinta eletrônica.
• Qualquer quadro-branco pode ser transformado em lousa
interativa. Existem sensores especiais que são fixados nos
cantos superiores do quadro-branco e acoplados a um
computador e a um projetor multimídia. Dessa forma, todas
as funções de qualquer aplicativo de software podem ser
acessadas diretamente no quadro-branco através da caneta
digital.
FLIPCHARTS

• Os flipcharts (do inglês flip = piparote; chart =


quadro), também conhecidos como blocos de
papel, ainda são muito utilizados em cursos
universitários e apresentam algumas vantagens
adicionais. Não precisa apagar o que se escreve e
permite consultas quando necessárias. Podem ser
folheados para a frente e para trás. As folhas são
removíveis e podem ser colocadas na parede ou no
quadro e, como são enroláveis, podem ser
transportadas facilmente de uma sala para outra.
RETROPROJETOR
• O retroprojetor é muito utilizado no Ensino Superior
em virtude de seu custo bem menor e também da
pouca familiaridade de muitos professores com a
preparação de transparências eletrônicas e manejo
do projetor multimídia.
RETROPROJETOR
• Ele possibilita a projeção de transparências preparadas com o
auxílio de máquinas copiadoras ou com canetas apropriadas,
e também pelos próprios em sala de aula, o que exige
número suficiente de folhas e canetas. Deve ficar em posição
diagonal em relação à sala e seu cabeçote paralelo à tela para
evitar distorções na imagem.
• O professor deverá permanecer junto ao retroprojetor, frente
aos estudantes, mantendo contato visual com o grupo. Para
tornar mais fácil a colocação e a retirada das transparências,
convém que o retroprojetor seja colocado sobre uma mesa
suficientemente grande para possibilitar a formação de uma
pilha de transparências de cada lado: uma para as já
projetadas e outra para as que ainda não o foram. Para
assinalar algum ponto da projeção, o professor deverá fazê-lo
na própria transparência e não na tela. Para tanto, poderá
valer-se de um lápis ou de um ponteiro.
DVD

• O DVD constitui a tecnologia de áudio e vídeo mais


utilizadas no Ensino Superior. Seu potencial para
favorecer a aprendizagem é indiscutível, embora
nem sempre sejam utilizados de forma adequada e
devem ser reconhecidos apenas como recursos
inseridos num programa de ensino. Quando
utilizados como um fim em si mesmo, ou com a
finalidade de entretenimento, as consequências,
certamente, serão desfavoráveis para o
aprendizado. Diante disso, alguns cuidados
merecem atenção.
Com vistas a garantir maior eficácia do ensino com o uso de
DVD, convém que se considerem os seguintes pontos:

• o material utilizado deverá estar diretamente


relacionado com os objetivos de ensino;
• os filmes deverão, preferencialmente, ter curta
duração. Poucas são as situações que requerem
apresentações com mais de 20 ou 30 minutos;
• as apresentações devem ser complementadas pela
comunicação oral do professor;
• obtém-se uma aprendizagem mais eficaz quando sua
apresentação é seguida pela discussão com os
estudantes;
• convém estabelecer um sistema de avaliação tanto da
aprendizagem quanto da reação dos estudantes, para
promover as alterações que se fizerem necessárias.
PROJETOR MULTIMÍDIA

• O projetor multimídia constitui, hoje, um dos


recursos tecnológicos mais apreciados pelos
professores universitários e apresenta muitas
vantagens em relação a outras tecnologias.
PROJETOR MULTIMÍDIA

• Projeção de imagens da tela de computadores,


filmadoras e DVDs;
• Apresentação de gráficos, textos e planilhas com a
possibilidade de uso de som e animação;
• Projeção de imagens em cores brilhantes e saturadas,
mesmo com as luzes acesas;
• Fácil locomoção, visto ser compacto e leve;
• Projeção direta do que é digitado ou desenhado na tela
do computador;
• Comando de apresentação a distância; leitura do
material projetado sem que o professor tenha que
olhar para a tela.
PROJETOR MULTIMÍDIA

• Substitui, com vantagem, a maioria dos recursos


tecnológicos de ensino, mas apresenta limitações,
como custo de aquisição e manutenção ainda
relativamente altos, quantidade insatisfatória na
maioria das instituições de Ensino Superior, e, nesse
caso, tanto o professor quanto os alunos, que
também o requisitam para apresentar seus
trabalhos, dificultando sua disponibilidade e seu
uso conforme foi planejado. O programa mais
conhecido e utilizado é o PowerPoint, mas existem
outros programas, como o Imagine e o SmartDraw.
PROJETOR MULTIMÍDIA
• A apresentação eletrônica exerce muita sedução sobre os
professores, pois são notáveis suas vantagens em relação a
outros tipos de apresentação. Alterações no material podem
ser feitas até o último momento. As animações de texto e os
elementos gráficos ajudam a ilustrar a aula e a prender a
atenção dos estudantes. Permite a utilização de efeitos de
multimídia. Possibilita a apresentação de dados numéricos
sob a forma de gráficos pictóricos, contribuindo para
aumentar o interesse dos estudantes e para mostrar padrões
e tendências que as tabelas não permitem. Com um pouco de
arte, as mensagens tornam-se muito atraentes,
principalmente quando se usa animação. Quando se passa
para o item seguinte de uma animação, os itens anteriores
podem ser esmaecidos, ocultos ou alterados para uma cor
diferente. Pode-se também criar mais de uma animação por
transparência e determinar a ordem em que estas serão
apresentadas.
PROJETOR MULTIMÍDIA
• Use o PowerPoint como um guia para sua apresentação e não
como folha a ser lida para a plateia. Procure fazer
observações orais que ampliem e discutam, em lugar de
reproduzir o que está na tela;
• Não se limite aos recursos oferecidos pelo PowerPoint. O uso
de elementos gráficos externos e de videoclipes torna a
apresentação mais rica;
• Olhe para a audiência enquanto estiver projetando as
transparências;
• Evite utilizar a projeção com a sala completamente escurecida
por mais de 15 minutos;
• Evite que os estudantes coloquem-se em posição passiva
durante o recebimento da informação, combinando a
apresentação com outras atividades;
E-MAIL

• O uso de e-mail permite a comunicação com um


estudante, com um grupo, com uma classe ou
mesmo com todos os estudantes da instituição. O
professor informa procedimentos a serem
observados na elaboração de trabalhos, do prazo
para sua apresentação, bem como de sua avaliação.
Também pode fornecer textos para leitura e análise,
indicar sites de interesse para pesquisas relativas à
disciplina, informar acerca de notas e faltas, dentre
outros.
Necessita -se, como qualquer outro recurso, que o
professor tome alguns cuidados na administração de
seus e-mails
• Estabelecer convenção para endereçamento das
mensagens;
• Definir o tempo para resposta;
• Definir acerca do formato dos documentos
anexados ao e-mail;
• Baixar os emails para evitar perdas de mensagens;
• Preparar cópia de toda mensagem importante.
FÓRUNS
• Em algumas disciplinas, os professores utilizam fóruns
para discussão on-line de temas ligados ao curso. Como
nem sempre é possível reunir os estudantes em
horários predeterminados, esses fóruns tornam-se
muito úteis para estimular a continuidade dos debates
e conceitos iniciados em sala de aula.
• Esses fóruns são muito apreciados pelos estudantes,
sobretudo porque lhes permite a interação com os
colegas e a manifestação de suas ideias. Mas para que
possam contribuir para os objetivos da disciplina,
requer-se, como nos demais recursos acima
mencionados, uma série de cuidados.
CUIDADOS COM O FÓRUM
• Definição clara dos objetivos da discussão;
• Estabelecimento de instruções detalhadas para os estudantes,
inclusive acerca de seus deveres e responsabilidades;
• Estabelecimento de regras definidoras de comportamentos
apropriados e inapropriados;
• Definição precisa do início e do término de cada discussão;
• Definição prévia de critérios para avaliação do desempenho
dos estudantes na discussão;
• Criação de uma atmosfera favorável à discussão;
• Encorajamento para a participação ativa dos estudantes;
• Fechamento de cada discussão com a apresentação
sumarizada dos pontos discutidos;
• Estabelecimento de vínculo do fórum com outras atividades
didáticas.

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