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1 Recursos Didáticos e Multimédia

FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES

MODULO VI - RECURSOS DIDÁTICOS E MULTIMÉDIA


2 Recursos Didáticos e Multimédia

COMPETÊNCIAS A ADQUIRIR
Selecionar, conceber e adequar os meios pedagógico-didáticos, em suporte
multimédia, em função da estratégia pedagógica adotada;

Conceber, adequar e utilizar apresentações multimédia;

Compreender a dinâmica e importância do PowerPoint como modelo de apresentação;

Criar apresentações em PowerPoint tendo em conta as respetivas regras de elaboração.


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ÍNDICE

SUB-M6.1 – EXPLORAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS

6.1.1 Recursos didáticos 4

6.1.2 Funções/objetivos 5

6.1.3 Classificação dos recursos didáticos 5

6.1.4 Critérios de seleção dos recursos didáticos 23

SUB-M6.2 – CONSTRUÇÃO DE APRESENTAÇÃO MULTIMÉDIA

6.2.1 Principais softwares de apresentação multimédia 25

6.2.2 Compreender a dinâmica e importância do PowerPoint como modelo de apresentação 25

6.2.3 Criar apresentações em PowerPoint tendo em conta as respetivas regras de elaboração 26

6.2.4 Construir a apresentação 28

Bibliografia 38
4 Recursos Didáticos e Multimédia

SUB M6.1 - EXPLORAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS

6.1.1. RECURSOS DIDÁTICOS


Numa sociedade dominada pela imagem e pelo som, o processo pedagógico que recorre às
técnicas de simulação, encontrou nos meios audiovisuais e nas novas tecnologias um auxiliar
precioso. Na verdade, o formador numa ação de formação, se se quiser fazer compreender
tem de ter sempre em conta o impacto da imagem, do som e do movimento sobre a população
destinatária. No entanto, este impacto é fruto de algo que é externo à formação e advêm da
capacidade que as imagens têm de falar por si, e muitas das vezes serem mais facilmente
apreendidas do que um condimentado discurso.

Mas afinal qual é a utilidade dos recursos didáticos?

Um recurso didático é todo o material utilizado no processo pedagógico que auxilia e facilita
o processo de aprendizagem, através da estimulação dos sentidos e da realização de
atividades formativas mais motivadoras e eficazes. Hoje é impensável imaginar o processo
ensino/aprendizagem sem o recurso a estes meios.

A assimilação do conhecimento é dada por vários níveis de comunicação verbal e não verbal,
sendo que quanto maior for a quantidade de canais utilizados para absorver a informação,
maior será a sua retenção.

A retenção do conhecimento torna-se mais eficiente quando existe uma participação ativa do
indivíduo, ao executar/falar sobre um determinado assunto, por oposição a uma atitude
passiva de, simplesmente, ver e ouvir.
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O resultado final da elaboração de uma sessão depende de múltiplos fatores, incluindo


aspetos culturais, tempo de atuação, caráter pessoal do apresentador, assunto a ser abordado
e recursos utilizados.
Os recursos didáticos têm a grande virtude de apelarem aos vários sentidos. Este facto
rentabiliza a capacidade dos formandos e facilita o seu processo de aprendizagem.

6.1.2. FUNÇÕES E OBJETIVOS


O recurso aos meios pedagógicos, visa a transmissão eficaz da informação facilitando a sua
rápida assimilação. Os recursos didáticos têm a função de mediar o processo
ensino/aprendizagem e quando usamos de maneira adequada, contribuem para:

• Despertar e prender a atenção;


• Melhorar a retenção da imagem visual e da formação;
• Favorecer a observação e a experimentação;
• Facilitar a apreensão intuitiva e sugestiva de um tema;
• Ajudar a formar imagens corretas;
• Ajudar a melhorar e a compreender as relações das partes com o todo;
• Auxiliar a formar conceitos exatos (temas de difícil observação);
• Melhorar a fixação e integração da aprendizagem;
• Tornar o ensino mais objetivo e concreto, próximo da realidade;
• Dar oportunidade de melhor análise e interpretação;
• Facilitar a troca de ideias, uma vez que a informação é a mesma para todos os
assistentes;
• Fortalecer o espírito crítico.

6.1.3. CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS DIDÁTICOS


Os recursos didáticos usados nos processos formativos podem ser classificados da seguinte
forma:

6.1.3.1. RECURSOS VISUAIS

• Não projetáveis: quadros; modelos e maquetes; documentos gráficos; manuais


impressos e recursos do meio ambiente;
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• Projetáveis: projetor de slides, retroprojetor, episcópio e videoprojector/ou projetor


multimédia.

6.1.3.2. RECURSOS AUDITIVOS

• Leitor de CD;
• MP3, MP4;
• Gravador.

6.1.3.3. RECURSOS AUDIOVISUAIS

• TV, Vídeo e Leitor de DVD;


• Câmara de Vídeo.

6.1.3.4. SISTEMAS MULTIMÉDIA

• Computador;
• Tablet;
• Smartphone;
• Quadro interativo;
• Vídeo interativo;
• Internet.

Em seguida abordaremos cada um destes recursos de forma mais detalhada.

6.1.3.1. RECURSOS VISUAIS


Os recursos visuais dividem-se em não projetáveis (de observação direta, sem recurso a
aparelhos óticos ou eletrónicos) e projetáveis (projeção da imagem num ecrã).

➢ Os recursos visuais não projetáveis englobam um extenso conjunto de meios e de


recursos, sendo os seguintes os mais importantes:

❖ Quadros
Constituem-se como um dos auxiliares mais usados pelo formador, existindo diferentes
tipologias que passamos a destacar:
• Quadro preto (ardósia), em desuso;
• Quadro verde (sintético);
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• Quadro branco ou cerâmico;


• Quadro de papel, quadro de conferência ou flipchart;
• Quadro magnético;
• Quadro de afixação (cortiça).

Dos tipos de quadros mencionados atrás os mais utilizados são os seguintes: o quadro
branco/magnético e o quadro de papel, também designado por flipchart.
No quadro branco normalmente regista-se a informação geral e no quadro de papel a
informação síntese. Apesar da sua extrema simplicidade, existe um conjunto de regras de
utilização do quadro que, a não serem seguidas pelo formador, podem pôr em risco a própria
eficácia da formação. Para isso, torna-se necessário, em primeiro lugar, proceder a um
planeamento que seja o ponto de partida do assunto a tratar. Existem temas que, por si só,
podem dispensar a utilização de auxiliares pedagógicos e outros onde se torna necessária a
associação a um meio audiovisual.
Que aspetos devemos considerar na utilização do quadro branco?

• O tipo de mensagem: desenhos, gráficos, frases;


• A durabilidade da mensagem;
• A utilização durante toda a sessão, ou apenas numa parte;
• A quantidade de participação dos formandos (aspeto que condiciona o espaço
de ocupação do quadro e que é difícil de prever).

Para que serve o quadro branco?


O quadro branco serve essencialmente para registar informações importantes que vão sendo
abordadas ao longo das sessões.
Para além do quadro fixo, pode ainda ser utilizado o quadro giratório que reúne outras
vantagens, tais como: possuir dois espaços para escrever, conter um ângulo de rotação de
360.º que permita fixá-lo na posição desejada, e poder ser deslocado de um espaço para
outro.
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No quadro branco deve escrever-se com marcadores não permanentes. Se por lapso
utilizarem marcadores permanentes (para quadro de papel) deve-se utilizar um pano branco
limpo ou algodão embebido em álcool e limpar em movimentos não circulares. Nunca
embeber o apagador em álcool pois o efeito é ainda pior.
Para além da escrita direta o quadro branco tem ainda as seguintes funções:

• Servir de quadro magnético;


• Servir de ecrã de projeção, tendo cuidado com o eixo de projeção
(encadeamento);
• Permitir o preenchimento de grelhas, legendas ou esquemas projetados.

Ao escrever no quadro, o formador deve ter em atenção que existem alguns fatores que
influenciam a atenção e o nível de aprendizagem dos formandos, entre os quais destacamos:
• O tamanho da letra, deve ser legível pelo participante mais distante;
• O estilo e o tipo de letra, deve ser simples, sem grandes "floreados";
• A espessura, deve ser proporcional à altura dos caracteres;
• A disposição da informação em linhas horizontais e regulares;
• O espaçamento, entre letras e palavras;
• A repetição oral do que se escreve, de modo a facilitar a compreensão e fixação
dos conceitos, por parte dos formandos;
• A utilização de diferentes cores, como fator facilitador da atenção e
aprendizagem. A utilização de diferentes cores permite ao formador dar uma
maior ênfase a determinados temas, criar relações entre ideias, enfim, tornar
mais rica e agradável a sua apresentação;
• Não estar de costas para o grupo, mas ligeiramente de lado, para que o contacto
visual com os formandos se possa manter e para que seja mais fácil a projeção
da sua voz; dar tempo aos formandos para copiar a informação;
• Não "escrevinhar", ao redor do quadro, frases ou palavras que pela sua
importância não devem ficar "escondidas" entre outras mensagens; escrever de
cima para baixo e da direita para a esquerda para facilitar a apreensão da
informação;
• Apagar o quadro, a menos que se necessite de voltar a abordar o assunto.
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• Como é evidente, esta última situação não se aplica ao quadro de papel. No


entanto, e com as devidas adaptações, diremos que é aconselhável mudar de
folha, sempre que o tema ou o assunto a abordar seja diferente do anterior.

Vantagens:

• Baixo custo de aquisição;


• Facilidade de utilização;
• Utilização de cores;
• levada durabilidade;
• Polivalência: escrita, ecrã, quadro magnético;
• Versatilidade.

Desvantagens:

• Posição tendencial do utilizador (de costas);


• Legibilidade limitada com traço fino; limitado espaço de registo;
• Canetas específicas;
• Informação não reutilizável (apagando a informação, esta desaparece). Contudo,
através de um processo eletrónico podem reproduzir-se cópias em papel da
informação

Para que serve o Flipchart?


O flipchart é montado num cavalete que pode ser regulado em altura e inclinação e a parte
superior do quadro tem uma barra de suporte e fixação do conjunto de folhas.
A principal função é o registo da informação síntese, para que a qualquer momento se possam
relembrar as ideias-chave. Pode ter ainda como funções:

• Servir de ecrã de projeção;


• Substituir o quadro magnético, recorrendo à fita-cola;
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Vantagens:

• Fácil utilização;
• Baixo custo de aquisição;
• Preparação prévia (a informação pode já estar pronta ou com um rascunho a lápis);
• Conservação e utilização posterior;
• Utilização de cores;
• Diversos materiais de escrita (lápis de cera, lápis de cor, carvão);
• Posição do utilizador.

Desvantagens:

• Área de escrita muito limitada; não permite cópias para os formandos (só
fotografando);
• Caráter permanente da informação (o que implica que qualquer emenda provoque
rasuras); preparação morosa; apenas para pequenas audiências…

❖ Modelos e Maquetes
A execução de modelos e maquetes serve para melhor elucidar e transmitir uma imagem o
mais próxima possível da realidade. Em formação a melhor situação é mostrar o objeto real,
mas sempre que o tamanho é muito grande (ex: avião) ou muito pequeno (ex: célula), ou o
objeto é muito complexo (ex: motor de explosão) ou perigoso (ex: armas), as maquetes e os
modelos (com indicação da escala para não induzir em erro) são o recurso ideal. Naturalmente
este conceito será menos abrangente, tendo em conta que nem todas as áreas científicas
necessitam de recorrer a modelos de aprendizagem.
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Vantagens:

• É possível ter uma imagem visual mais aproximada da realidade;


• É transportável;
• É atrativo;
• Permite a utilização de diversos materiais;
• Permite a demonstração prática de conhecimentos;
• Permite reutilizar o modelo e/ou maquete posteriormente (pode ser utilizado/a
em várias sessões).

Desvantagens:

• Dimensões limitadas;
• É de difícil transporte e acomodação;
• A sua elaboração é complexa e requer conhecimentos técnicos específicos;
• Algumas maquetes, pela sua especificidade, não são reutilizáveis;
• Poderá ser dispendioso mediante o material a ser utilizado.

❖ Documentos gráficos
Como organogramas, diagramas, esquemas, gráficos, fotografias, desenhos, cartazes, livros,
manuais, fotocópias, etc. Estes completam de forma simples e prática a informação
apresentada e apelam a técnicas variadas como: letragem, a utilização da cor, o desenho, o
recorte, a colagem e a fotografia. São os meios tradicionais por excelência. Servem para
complementar o processo de aprendizagem efetuado oralmente ou através de outro meio
audiovisual.

Vantagens:

• É de fácil deslocação;
• É de fácil utilização;
• Caso já tenha a informação previamente tratada é de fácil (re)utilização;
• Para muitas das matérias a oferta de informação existente é grande;
• Alguma desta documentação é de baixo custo (por exemplo: fotocópias);
• Permite que cada formando tenha o seu ritmo de leitura promovendo uma
apreensão do fluxo de informação adaptada a cada pessoa;
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• É fácil reler passagens, sendo essa repetição, no caso da leitura individual,


adequada às necessidades de cada formando;
• Facilita a possibilidade de redação de notas.

Desvantagens:

• Pode facilmente desatualizar-se;


• A sua preparação tem de ser feita à priori e pode ser demorada;
• É estático, ou seja, não é interativo;
• O formador tem pouco controlo sobre o ritmo de aquisição de informação por
parte dos formandos;
• É igual para todos os formandos, não permitindo personalização.

❖ Manuais Impressos
É muito importante que os formandos disponham de documentação em suporte papel que
lhes possa servir de referência para estudo e para futuras consultas. Os manuais impressos
cumprem exatamente essa função.
Um manual formativo, para ser útil e eficaz, deve preencher os seguintes requisitos:

• Estar identificado através de um título;


• Apresentar, de forma mais ou menos sintética, informação atualizada sobre os
conteúdos da formação;
• Estar organizado de forma acessível e inteligível para o público-alvo;
• Salientar a informação mais relevante;
• Evitar informação desnecessária;
• Não conter erros ortográficos ou informações incorretas;
• Ser escrito num estilo essencialmente informativo, procurando a clareza e a
objetividade;
• Conter referências que permitam aos formandos fazer pesquisas adicionais;
• Conter não só informação textual como também imagens, gráficos e/ou tabelas
que ajudem a ilustrar os conteúdos e a reduzir possíveis ambiguidades do texto;
• Incluir um glossário de termos referentes ao tema da formação.
Os manuais impressos podem também ser colocados online em páginas Web de acesso livre,
em plataformas de e-learning onde o acesso seja restrito ou serem enviados por email. Os
documentos escritos disponibilizados em formato digital podem ser protegidos contra
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alterações ao seu conteúdo. Basta para isso que sejam convertidos, por exemplo, para o
formato PDF.

❖ Recursos do Meio Ambiente


Os recursos ambientais são os museus, as bibliotecas, os auditórios, os teatros, os cinemas, as
empresas, as fábricas, as feiras, as exposições, os parques zoológicos, os parques botânicos e
todos os locais que possam servir de espaço formativo, que permitam ligar as aprendizagens
às realidades concretas.
Apesar de serem pouco utilizados, os recursos ambientais podem tornar-se experiências
inesquecíveis para os formandos. Por serem pontuais e especificamente selecionados são
recursos que atuam sobre os vários sentidos e por este motivo têm um incontestável valor
pedagógico.
As visitas podem ser a locais variados, dependendo do objeto da formação e do objetivo a
atingir com a sessão.

➢ Os recursos visuais projetáveis, tal como o nome o indica, recorrem à imagem


projetada num ecrã. A utilização destes recursos requer também a utilização de uma
tela de projeção ou ecrã, ou seja, uma superfície plana com caraterísticas adequadas
para receber a imagem projetada. A tela ou ecrã poderão ser fixos ou móveis. Os
recursos visuais projetáveis necessitam de telas, que permitem que a imagem
projetada do aparelho seja refletida na sua superfície.
Relativamente à posição da tela na sala de formação deve ter presente as seguintes
regras:
• O ângulo entre o eixo de projeção e a tela deverá ser de, aproximadamente,
90.º para evitar distorções geométricas na imagem;
• O eixo de projeção da imagem deve coincidir com o centro da tela;
• A tela não constituiu a "peça" mais importante da sala de formação, devendo,
por isso, ocupar um lugar discreto na sala, de modo a permitir uma fácil
movimentação quer do formador quer do grupo;
• Igualmente, aquando da sua instalação na sala, deverá assegurar-se de que
todos os elementos do grupo ficarão em posição de observar a imagem na
tela, sem obstáculos e sem esforços;
• A superfície da tela deve estar sempre bem esticada;
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• No fim da projeção deve enrolar-se a tela de forma a proteger a superfície de


potenciais danos e sujidade.

▪ Quanto à distância, o formador deverá ter presente o seguinte princípio:


o Quanto maior for a distância entre o aparelho e a tela, maior a imagem
projetada. Adquire-se assim maior visibilidade embora se possa perder a
nitidez da imagem. Se for o caso – a perda de nitidez – poder-se-á sempre
proceder à focagem das imagens através do manípulo localizado no braço do
retroprojetor.

❖ Projetor de slides
É um equipamento de projeção fixa, que
permite a transmissão de uma imagem (slide)
ampliada para um ecrã, permitindo também a
sua focagem. O slide é uma imagem
transparente em filme, normalmente colorida,
montada num caixilho de plástico para facilitar
a projeção e que está sujeito a numerosos
danos de utilização.
Os mais comuns são as impressões digitais, os riscos, a degradação progressiva da imagem
resultante do calor da projeção e o efeito das poeiras.
O incorreto posicionamento dos slides pode provocar situações embaraçosas para o
formador, o que pode ser evitado se os caixilhos forem marcados (numerados) com canetas
de feltro de tipo permanente.
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Os slides são construídos, normalmente, em estúdios fotográficos e podem ser sincronizados


com som (diaporamas). Contudo, a utilização deste recurso tornou-se obsoleta e serão poucos
os casos em que terão que recorrer a este equipamento.

❖ Retroprojetor
É um aparelho que permite a projeção a curta distância de documentos transparentes,
produzindo uma boa imagem. O seu uso em ações de formação tornou- se bastante popular,
sendo, até há pouco tempo, um dos equipamentos base presentes numa sala de formação.
Atualmente, devido à preferência por meios audiovisuais, este equipamento já não é tão
utilizado. No entanto, se preferir a sua utilização, pode recorrer a retroprojetores portáteis,
extremamente leves e compactos, que se transportam numa pasta de reduzidas dimensões.
São extremamente dispendiosos do ponto de vista energético, barulhentos e obrigam á pré-
preparação de acetatos.
Os suportes de informação destinados à retroprojeção são conhecidos, na linguagem
corrente, como acetatos ou transparências. Embora quase em desuso, este suporte é muitas
vezes utilizado como um recurso de emergência, ou um recurso alternativo.
A construção de um acetato pode seguir 3 vias:
Produção Direta - elaborado manualmente pelo formador, com canetas apropriadas ou outros
materiais;
Produção Indireta - obtém-se através da fotocopiadora ou
da impressora a partir do computador;
Produção Mista - envolve ambas as produções anteriores.

Vantagens:

• Baixo custo;
• Utilização de cores;
• Economia de tempo (escrita prévia à sessão);
• Durabilidade do documento;
• Reutilização dos documentos;
• Escrita direta;
• Revelação progressiva da informação;
• Utilização combinada com outros meios, ex. quadro branco.
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Desvantagens:

• Ruído durante o funcionamento;


• Exige preparação prévia.

❖ Episcópio
Destina-se à projeção de documentos opacos, tais como: fotografias, páginas de livros,
revistas ou jornais, desenhos e até pequenos objetos.
O documento a projetar é colocado no porta-documentos
sendo comprimido contra uma placa de vidro e iluminado
por uma lâmpada que o projeta para um ecrã. A imagem
é reproduzida nas suas cores originais.
Este tipo de material entrou em desuso, quer pela sua
dimensão e peso, quer pela fraca qualidade da imagem
projetada.

❖ Videoprojector (ou projetor multimédia)


Permite a projeção direta dos conteúdos audiovisuais do computador e do vídeo
gravador/leitor de DVD para uma tela de projeção, sem necessitar do retroprojetor. Permite
igualmente a projeção direta de outros suportes como fotografia de máquinas fotográficas
digitais, filmes de câmaras de filmar digitais ou qualquer conteúdo a partir de um suporte
amovível.

É o equipamento ideal para a projeção de apresentações eletrónicas.


Para a sua correta utilização será necessário:

• Fazer as ligações necessárias entre o projetor de vídeo e o suporte utilizado


(computador, vídeo gravador, câmara de filmar, outro);
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• Controlar o botão de standby (consumo mínimo) e de permuta da ligação com o


suporte utilizado;
• Posicionar o projetor de vídeo de forma central; colocando lateralmente o
recurso/suporte utilizado de forma a assegurar um acesso fácil;
• Colocar-se junto do suporte para efetuar a “leitura” da informação, sempre que
possível, mas sem perder ou diminuir muito o contacto visual com os formandos;
• Usá-lo por períodos de tempo não muito longos, pois apesar de ser um recurso muito
apelativo pode conduzir a uma excessiva passividade dos formandos.

6.1.3.2. RECURSOS AUDITIVOS


Como é simples aferir pela sua terminologia, os recursos auditivos são os meios que utilizam,
como veículo de transmissão de conhecimentos de forma exclusiva, o som.
São vários os recursos áudio que podem tornar-se pertinentes num ambiente de formação,
nomeadamente, música, entrevistas, discursos, e até gravações feitas em sala (role play).
Na formação de âmbito linguístico, por exemplo, estes meios tornam-se particularmente
pertinentes, no sentido em que permitem a ambientação a mecanismos fonéticos muito
particulares das diferentes línguas.
Os recursos auditivos mais comuns são:

• Rádio
• Gravador
• Leitor de cd´s / discos
• Leitor áudio digital

Dissecar a utilização destes equipamentos tornar-se ia redundante, dado que os mesmos


estão emaranhados na utilização diária de um cidadão comum minimamente atualizado.

6.1.3.3. RECURSOS AUDIOVISUAIS


Os meios audiovisuais são recursos que permitem apresentar, em simultâneo, documentos
sonoros e visuais, ou seja, associam imagem (animada ou não) a som. O espectador poderá
ter um papel ativo ou passivo.
Os meios audiovisuais são fundamentais no processo de aprendizagem pois potencializam a
retenção de informação. Paralelamente são também meios que fazem aumentar o interesse
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e atenção dos formandos promovendo a troca de ideias e comunicação e por serem recursos
facilitadores da comunicação permitem a rentabilização do tempo de formação.

❖ A Televisão, o Vídeo e o Leitor de DVD


A utilização da televisão e do vídeo em ações de formação é bastante frequente, seja através
da apresentação de filmes pedagógicos, seja através do visionamento de situações de
aprendizagem como, por exemplo, autoscopias, estudos de caso e role-play.
Na verdade, estes recursos audiovisuais permitem não só uma exploração pedagógica dos
conteúdos dos filmes, como também a reprodução instantânea do trabalho previamente
realizado (por exemplo, em situações de filmagens). Os filmes em VHS, apesar de estarem a
ser absorvidos pelos DVD, ainda apresentam alguma representatividade, em virtude de muitos
dos suportes formativos de referência se encontrarem ainda neste formato. A tendência
presente e futura já não comporta a produção e comercialização de filmes em formato
analógico, devido às mais-valias introduzidas pelos DVD. Por isso, enquanto não for realizada
na íntegra a conversão das obras de referência produzidas no passado, de VHS para DVD, o
vídeo continuará a ter alguma utilização na formação, embora sem predominância a
médio/longo prazo.
Quanto ao leitor de DVD, e tendo em conta a transição inexorável que se está a verificar do
formato VHS para o formato digital, apresenta-se como o grande herdeiro do vídeo.
Em qualquer dos casos, a utilização deste tipo de equipamentos requer alguns conhecimentos
técnicos por parte do formador.
Ao nível dos cuidados técnicos a ter antes do início de cada sessão, destaca-se:
• Verificação do funcionamento do equipamento;
• Sintonização da televisão no canal adequado (vídeo ou leitor de DVD);
• Controlo da distância entre a televisão e os formandos;
• Controlo do volume de som;
• O cuidado para não haver reflexos de luz ou outras interferências no ecrã do aparelho.

❖ A Câmara de Vídeo
A utilização da câmara de vídeo em sessões de formação surge, nomeadamente, associada à
filmagem de situações de role-play, simulações e/ou autoscopias.
Durante a filmagem deve:
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o Procurar fixar as expressões e gestos dos formandos que, pela sua correção ou
incorreção, possam ser aproveitados pedagogicamente, na altura do seu
visionamento;
o Evitar qualquer fonte de encandeamento (nunca se deve posicionar em frente a uma
fonte de luz, mas procurar um ângulo de 30 a 45 graus);
o Colocar-se num espaço que tenha boa visibilidade e que ao mesmo tempo não
interfira na visibilidade do grupo de formandos;
o Recorrer sempre que possível a um tripé, para fixar a câmara (melhora a qualidade
das filmagens e alivia o esforço do formador);
o Manter uma presença discreta para que a utilização deste equipamento não seja alvo
de atenção/preocupação excessiva.

As vantagens deste recurso audiovisual são já reconhecidas a nível global, sobretudo ao nível
de ações de formação na área comportamental, nomeadamente:
o Autoscopias;
o Técnicas de vendas;
o Atendimento ao público;
o Técnicas de negociação e de liderança.

6.1.3.4. SISTEMAS MULTIMÉDIA


Os recursos multimédia, hoje em dia, são indispensáveis para um trabalho rápido, atual e de
qualidade. Apresentam vantagens para a formação como, por exemplo, a motivação que
geram, a flexibilidade e o respeito pelo ritmo individual de aprendizagem. São ao mesmo
tempo fonte e meio para uma ampla criatividade e inovação.
O desenvolvimento tecnológico atual é rápido, implicando mudanças e adaptações
permanentes a novas oportunidades na área de Multimédia, oferecendo muitas
possibilidades em termos de quantidade de recursos a utilizar, bem como no modo de
exposição dos conteúdos. A evolução e depreciação destes equipamentos é extremamente
célere, o que implica ao formador uma necessidade constante de atenção face à forma como
estes sistemas podem ser adaptados e excluídos das atividades formativas.
20 Recursos Didáticos e Multimédia

❖ Computador
Constitui uma poderosa tecnologia que permite fazer visuais a cores com grande facilidade,
através da utilização de diversos programas. Com este equipamento poderá produzir um
recurso de grande qualidade profissional, criar e manipular imagens no ecrã, e construir
suportes formativos à sua medida: panfletos, fotografias, apresentações, diapositivos,
animações ou reprodução e/ou edição de música e filmes.
Na utilização do computador em formação deve:
o Planear a sua planificação em conformidade com os objetivos da sessão;
o Familiarizar-se com o equipamento (se não for o seu) antes da apresentação em
sala;
o Assegurar-se da compatibilidade dos vários equipamentos (computador,
impressora, etc);
o Manter um design simples e elegante;
o Simular no local antes da chegada dos formandos;
o Ter sempre um plano B para o caso de avarias ou vírus: fazer cópias de segurança
dos trabalhos e levar outro suporte com a mesma informação;
o Colocar o equipamento de forma a não criar barreiras aos participantes e garantir
a visão em toda a sala de formação;

A utilização do computador na formação não se resume à navegação na Web. São inúmeras


as vantagens que lhe são apontadas, em especial porque este instrumento tecnológico
possibilita a aplicação de novas metodologias formativas:

• Facilidade no envolvimento do formando no processo de aprendizagem;


• Possibilidade de ser o formando a definir o seu ritmo de trabalho, ao possibilitar o
acesso à informação de uma forma fragmentada;
• Interatividade do formando com a máquina, em especial com o recurso às
ferramentas de hipertexto e hipermédia;
• Flexibilidade.

O computador permite a navegação na Web, efetuar processamento de texto, realizar folhas


de cálculo, bases de dados, apresentações eletrónicas, etc.
O computador possibilita ainda:
o A melhoria da qualidade dos trabalhos escritos;
o O armazenamento dos trabalhos efetuados, com alguma facilidade;
21 Recursos Didáticos e Multimédia

o O acesso fácil à informação armazenada;


o A possibilidade de efetuar apresentações eletrónicas;
o A possibilidade de introduzir gráficos, cores e som à instrução.

As principais dificuldades na utilização do computador advêm certamente da possível falta de


conhecimentos da parte dos utilizadores (sejam eles formandos ou formadores), o que os
impossibilita de rentabilizarem devidamente o uso deste poderosíssimo recurso.
Para o sistema operativo do equipamento multimédia, o projetor é apenas mais um ecrã. Os
computadores Windows suportam até 2 ecrãs com conteúdo diferente.
Para reproduzir conteúdos no projetor pode fazê-lo das seguintes formas:
Clicar em + p para escolher as opções de visualização;
Apresentar apenas num dos ecrãs (PC ou projetor);
Duplicar ecrã (apresentar a mesma coisa em ambos);
Expandir o ecrã (o projetor passa a ser uma extensão à direita do ecrã do PC);

❖ Tablet
Conceito mais recente, mas igualmente versátil, principalmente ao nível da mobilidade. As
suas funcionalidades são equiparáveis às de um computador, embora
padeça ainda de hardware com capacidades inferiores.
No entanto será uma questão de tempo até que estes equipamentos
estejam ao nível de um computador comum.

❖ Smartphone
O verdadeiro “tudo-em-um” da mobilidade. Nele conseguimos reproduzir qualquer ficheiro e,
como tal, disponibilizar informação em ambiente formativo, para além da sua grande
autonomia permitir a despreocupação com o fator energético.
Porém, as suas dimensões não são recomendadas para o desenvolvimento de conteúdos,
estando sempre dependentes de equipamentos mais ergonómicos para o efeito. Devem ser
encarados, portanto, como terminais de informação.
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❖ Quadro Interativo
É outro recurso que pode utilizar em contexto formativo. Este quadro funciona como um ecrã
de projeção, que permite uma interação direta entre os conteúdos projetados e os
participantes. Tudo isto resulta da conjugação de 3 componentes:
• Computador;
• Projetor multimédia convencional;
• Software que controla todo o sistema.

Estes componentes são totalmente interativos. É disponibilizada uma caneta específica que
permite escrever, fazer esquemas e gráficos, ou destacar informações/conceitos importantes
sobre a aplicação que esteja a ser projetada.
Este recurso é de fácil utilização, uma vez que é compatível com os sistemas operativos mais
utilizados. Por outro lado, tem a vantagem da informação poder ser reutilizada, visto poder
ser guardada e editada a qualquer momento. Disponibiliza ainda tecnologia wireless e sistema
videoconferência, sendo a transferência da informação realizada em tempo real.
Semelhante a outros recursos, este equipamento possui ainda a vantagem de poder ser
movível, podendo ser deslocado para diferentes espaços, ou simplesmente ser fixado na
parede.
Como requisitos obrigatórios são necessários:

• Computador com ligação USB ou com cabo de série;


• Um projetor de dados e um cabo RGB.

6.1.4. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS RECURSOS DIDÁTICOS


Como selecionar os recursos para a formação? Porquê é que um recurso pode ser mais
adequado do que outro? Qual o resultado que se obtém com este ou aquele recurso?
23 Recursos Didáticos e Multimédia

Estas são algumas das questões que os formadores colocam a si mesmos em sede de
planificação da sua formação. A resposta claramente não é linear. Não se pode dizer que exista
uma fórmula uniformizada para a seleção deste ou daquele recurso pedagógico, ou para a
combinação ideal entre eles. Terá que ser o formador, depois de fazer uma análise cuidada ao
grupo e aos objetivos traçados, a definir qual a melhor estratégia a aplicar. Neste processo
seletivo, devemos ter em conta que, por mais sofisticados que sejam os recursos, estes
seguramente não irão servir para todo o tipo de sessão.
Cada situação de aprendizagem é singular, por isso a seleção do(s) recurso(s) deve ser original
e circunscrever-se a uma situação formativa em particular. A variedade de recursos e métodos
a utilizar dependerá da variedade que a situação de aprendizagem propiciar.

a) O objetivo
Se o objetivo for demonstrar a funcionalidade do quadro branco, certamente iremos fazê-lo
melhor na presença deste recurso do que através de um filme. Os recursos selecionados terão
de estar sempre em consonância com a concretização dos objetivos. O formador deve saber
claramente o que devem aprender os formandos e, a partir daí, traçar os caminhos que melhor
desenvolvam as suas competências e habilidades.

b) Os destinatários
Os recursos selecionados devem adequar-se às características psicológicas dos participantes.
Esta tarefa obriga a que tenhamos que determinar quais as características diretamente
relacionadas com a aprendizagem: conhecimentos prévios, ritmos de aprendizagem,
capacidade de expressão, inteligência…. Há grupos de formandos que necessitam de ser mais
estimulados que outros. Há que aferir qual o recurso que melhor o estimulará. É indispensável
que se faça uma análise criteriosa às características do público-alvo e que daí resultem
experiências suficientes para fazer assimilar determinados conceitos.

c) O conteúdo da mensagem
Se a mensagem se destinar a uma reflexão individual, o melhor recurso será com certeza o
texto impresso. Permite uma concentração individual maior e a anotação de algumas
reflexões, por parte do formando. Se a mensagem se destinar a uma análise de grupo, o
recurso a um equipamento projetável, será o aconselhável.

d) Os condicionalismos materiais
Quando planificamos uma sessão, temos que nos assegurar que os equipamentos necessários
à nossa estratégia irão estar disponíveis e em condições de funcionamento. Se o recurso
24 Recursos Didáticos e Multimédia

selecionado não estiver disponível, deve-se optar por outro alternativo que garanta uma taxa
de sucesso próxima daquela a que nos propusemos inicialmente.

e) O tempo disponível
Se a nossa sessão estiver planificada para 60 minutos não podemos, certamente, recorrer a
um filme de duração superior a 30m, sob pena de não termos tempo para aprofundar a
discussão e avaliarmos as conclusões.

f) Forma de organização da formação


Ao selecionarmos os recursos didáticos temos de ter em conta a forma como a formação se
encontra organizada, se ela é presencial ou a distância. Não faz sentido utilizar um
videoprojector para uma formação em formato e-learning.

g) Custos dos recursos


Ainda que pareça que o argumento económico não devesse interferir, sabemos que não é
assim. Há que avaliar se os custos associados ao recurso irão compensar em função dos
benefícios previstos da aprendizagem. Se não há que pensar em alternativas. Torna-se
também necessário adequarmos a nossa planificação aos recursos em consonância com a
capacidade económica da entidade responsável pela formação.

h) Condicionalismos físicos
A falta de espaço para a realização de uma atividade, a distância dos formandos ao televisor,
a dificuldade em obscurecer a sala, etc. são também fatores a considerar.
25 Recursos Didáticos e Multimédia

SUB M6.2 – CONSTRUÇÃO DE APRESENTAÇÕES MULTIMÉDIA

6.2.1. PRINCIPAIS SOFTWARES DE APRESENTAÇÃO MULTIMÉDIA


• Microsoft PowerPoint;
• KeyNote;
• Prezi;

A apresentação eletrónica é o recurso digital fundamental para aglomerar de forma simples e


eficaz toda a informação que o formador pretende passar.
O objetivo das apresentações deve ser promover a informação e não promover o formador,
pelo que deve ter muito cuidado com a manutenção da sobriedade e do equilíbrio dos
conteúdos.
As apresentações eletrónicas exploram a utilização de slides digitais, cuja flexibilidade permite
aglomerar recursos multimédia (imagens, áudio, vídeo) para promover a ação de formação. A
apresentação deve evitar ser um aglomerado de informação de redação linguística, em
detrimento de ideias-chave.

6.2.2. COMPREENDER A DINÂMICA E IMPORTÂNCIA DO POWERPOINT


COMO MODELO DE APRESENTAÇÃO
O PowerPoint da Microsoft é uma poderosa ferramenta que permite apresentar
profissionalmente uma determinada ideia ou transmitir informação, recorrendo a
funcionalidades multimédia. Texto, imagens, gráficos, sons e vídeos poderão ser assim
combinados de acordo com as necessidades do utilizador, tendo este ao seu dispor um vasto
conjunto de modelos, esquemas e sugestões de conteúdo previamente definidos na própria
aplicação. Conciliando uma sequência de diapositivos com recurso a áudio, imagem e
animação e por ser um programa graficamente agradável e que possibilita criar rapidamente
apresentações de qualidade o Microsoft PowerPoint é considerado um meio de comunicação
multimédia eficaz e extremamente proveitoso para o utilizador.
26 Recursos Didáticos e Multimédia

6.2.3. CRIAR APRESENTAÇÕES EM POWERPOINT TENDO EM CONTA AS


RESPETIVAS REGRAS DE ELABORAÇÃO
Genericamente uma apresentação eletrónica deve ser:

• Legível: numa apresentação a informação deverá ter uma disposição clara e


organizada de modo a tornar-se acessível para o maior número de pessoas. O
formador deverá ter em consideração as dimensões físicas do espaço onde a
informação vai ser exposta e efetuar vários testes de legibilidade, de acordo com
diversas distâncias e ângulos de visão e diferentes condições de luminosidade.

Esteticamente deve ter algum cuidado com os tamanhos e fontes (tipos de letra)
utilizadas:

Os tamanhos das letras devem ser:

o Título: tamanho 44 (variável);


o Conteúdo: tamanho 24 (variável).
o As fontes de letra podem ser classificadas em famílias, como, por exemplo:
✓ Serifadas – Times New Roman
✓ Não Serifadas – Arial
✓ Monospace - Courier New
o Para textos breves (títulos, frases simples) utilize Letras Não serifadas.
o Para grandes blocos de texto utilize Letras Serifadas.

• Clara: a informação não só tem de estar legível como deverá ser fácil compreender
a estrutura organizativa da mesma. A arquitetura da informação deverá ser
estruturada de modo a não confundir o formando e a localizá-lo rapidamente na
sequência de aprendizagem. No diapositivo deverá indicar o tema da apresentação,
o título do capítulo ou outro conteúdo textual que indique o assunto que está a
explorar.
• Simples: Numa apresentação prefira sempre a simplicidade à preponderância de
elementos decorativos pois estes distraem e dificultam a apreensão do conteúdo.
• Cor: a cor fala. A presença das cores é determinante para a estrutura gráfica de uma
mensagem, uma vez que as reações físicas e psicológicas que elas provocam no ser
humano dão origem à sua função comunicacional.
27 Recursos Didáticos e Multimédia

Devem ser utilizadas cores que funcionem enquanto grupo, ou seja: as cores devem
comunicar.
Assim sendo deve ter-se em conta:
o Contrastes (cor de fundo vs. cor de fonte);
o Uniformização (títulos com a mesma cor, conteúdos com a mesma cor, etc.);
o Temas – os softwares de apresentações eletrónicas, normalmente,
apresentam associações de cores bem conjugadas;
o Funcionamento em projeção – um jogo de cores funcional num ecrã, pode
não o ser quando projetado.
• Relação Imagem/fundo: O fundo é o que podemos chamar de campo visual. Numa
apresentação deverá ter em consideração o fundo pois deverá ajudar a destacar a
informação, geralmente por contraste. Porém, evite colocar como fundo dos
diapositivos imagens ou efeitos cromáticos muito intensos porque só irão prejudicar
a leitura da informação.

De forma a reter melhor a informação, sintetizemos:

6.2.4. CONSTRUIR A APRESENTAÇÃO


O PowerPoint disponibiliza um conjunto de funções previamente estruturadas que permitem
ao utilizador construir rapidamente uma apresentação. Conhecer e saber potencializar todas
as essas funções e ferramentas de modo a inserir diferentes formatos de informação num
diapositivo e formatá-los de acordo com as necessidades é o objetivo desta secção.

a) Fundo de apresentação
O utilizador poderá formatar e alterar a cor do fundo da apresentação.
28 Recursos Didáticos e Multimédia

No separador Estrutura, selecione Estilos de Fundo. Aparece a Caixa de Diálogo onde poderá
escolher outra(s) cor(es) ou efeitos de preenchimento. Após a escolha da(s) cor(es) ou efeito
de preenchimento o utilizador pode optar por aplicar a todos os diapositivos ou apenas a um.

b) Tema
A utilização de temas permite simplificar o processo de criação de apresentações. Um tema é
um conjunto de elementos de design unificados constituído por cores, tipos de letra, efeitos
e elementos gráficos. Para aplicar um tema aceda ao separador Estrutura e selecione um dos
temas predefinidos.

c) Esquema de cores
O utilizador poderá querer alterar o esquema de cores da apresentação. Para tal, no separador
Esquema selecione Cores. Aqui são exibidos os esquemas de cores que podem ser aplicados
à sua apresentação. Posicione o ponteiro sobre um esquema de cores e clique nesse esquema
para o aplicar em todos os diapositivos ou apenas aos que estão selecionados.
29 Recursos Didáticos e Multimédia

d) Esquema de diapositivos
Numa apresentação pode aplicar aos seus diapositivos um Esquema de Diapositivo já
existente para cada diapositivo. Um Esquema de Diapositivo contém marcadores de posição,
que são áreas limitadas onde se inserem objetos, tais como caixas de texto, gráficos, tabelas,
imagens, sons e vídeos.
Clique no separador Base e opte por Esquema de Diapositivos.
Dê um duplo clique no esquema que deseja aplicar automaticamente ou clique na seta do
lado direito do Esquema de Diapositivo e opte por aplicar ao diapositivo selecionado ou inserir
um novo diapositivo.
Os Esquemas de Diapositivo possuem uma enorme variedade de configurações.
30 Recursos Didáticos e Multimédia

e) Modelo global de diapositivos


O Modelo Global é a estrutura principal na qual se baseiam os outros diapositivos. Esta
estrutura contém a definição do Fundo, as Fontes, as Cores e a posição dos marcadores que
aparecem nos diapositivos.
As alterações que fizer no Modelo Global permitem modificar simultaneamente todos os
diapositivos em vez de alterar cada diapositivo individualmente. Efetue as alterações que
quiser e o PowerPoint automaticamente atualiza o resto dos diapositivos e qualquer
diapositivo que for acrescentado. Para aceder a esta opção, clique no separador Ver e em
Modelo Global de Diapositivos.

f) Gestão de diapositivos
Para inserir um diapositivo recorra ao separador Base e escolha Novo Diapositivo. Para
eliminar um diapositivo selecione o diapositivo miniatura em questão e pressione a tecla
DELETE.
Para duplicar um diapositivo selecione o diapositivo em questão e pressione as teclas CTRL+D.

g) Cabeçalho e rodapé
Esta funcionalidade permite inserir algum texto na parte superior do diapositivo (Cabeçalho)
assim como na parte inferior do diapositivo (Rodapé).
No separador Inserir selecione Cabeçalho e Rodapé.
Poderá também formatar o Cabeçalho e Rodapé das Páginas de Notas e Folhetos clicando
para tal no separador Notas e Folhetos da caixa de diálogo.
31 Recursos Didáticos e Multimédia

h) Multimédia
Cada um dos elementos que pode inserir num diapositivo (texto, imagens, objetos de
desenho, gráficos, diagramas e organogramas, filmes ou som) têm propriedades e atributos
próprios e para os trabalhar da melhor forma cabe ao utilizador saber como formatar cada um
deles.
Dispor esses elementos de modo ordenado e organizado, legível e agradável fará da
apresentação um excelente meio de comunicação.

i) Imagem
No PowerPoint poderá incluir nas suas apresentações Imagens que tenha gravadas no seu
computador ou então recorrer ao ClipArt. As Imagens do ClipArt estão organizadas por
categorias, de acordo com o tema ou assunto com que estão relacionadas.
Para inserir uma Imagem numa apresentação deverá posicionar-se no diapositivo que
pretende. No separador Inserir opte por Imagem.
Se pretender inserir uma imagem de ClipArt opte pela opção ClipArt e procure de acordo com
uma determinada temática.
32 Recursos Didáticos e Multimédia

j) Som
Uma apresentação com som, efeitos multimédia e com animação é mais apelativa para o
espectador que a visualiza.
Para inserir um som posicione-se no diapositivo que pretende e no separador Inserir opte por
Áudio e de seguida escolha um Áudio de Ficheiro ou um Áudio de ClipArt.

k) Vídeo
Para inserir um Vídeo numa apresentação o processo é bastante semelhante à inserção de
áudio. No separador Inserir clique em Vídeo e poderá então escolher se pretende inserir um
Vídeo de Ficheiro ou um Vídeo de ClipArt. Para editar o filme clique no separador Reproduzir
com o objeto selecionado e em Opções de Vídeo definir como pretende reproduzir o filme.

l) Diagramas
O PowerPoint poderá também inserir e formatar Diagramas e Organogramas. No separador
Inserir, em SmartArt escolha entre os diferentes tipos de diagramas existentes: lista, processo,
circular, hierarquia, relação, matriz e pirâmide.
33 Recursos Didáticos e Multimédia

m) Gráficos
Quando a apresentação é baseada em dados numéricos, os gráficos são ferramentas de
grande utilidade pois permitem rapidamente fazer uma leitura e análise da informação.
Para inserir um gráfico num diapositivo selecione o diapositivo pretendido e no separador
Inserir clique em Gráfico.

De seguida, surge no diapositivo a imagem de um gráfico predefinido associado à Folha de


Cálculo que contém os dados representados no gráfico. Active a folha de cálculo clicando em
qualquer ponto da mesma e introduza os dados, clicando sobre cada uma das células e
digitando os novos dados.
34 Recursos Didáticos e Multimédia

n) Hiperligações
Um grande atrativo do PowerPoint é a possibilidade de apresentar documentos com o
conceito de hipertexto: um diapositivo poderá estar ligado a outros, a uma página Web,
ficheiros de Imagem, documentos de texto, etc.
Durante a apresentação, quando aproxima o ponteiro do rato de uma hiperligação, o ponteiro
muda automaticamente para o símbolo de uma mão, indicando que ali se encontra um botão.
O texto quando está hiperligado é exibido sublinhado. Selecione o diapositivo onde pretende
inserir a hiperligação. Escolha o texto, objeto ou imagem que irá funcionar como botão,
selecionando-o. No separador Inserir, opte por Hiperligação.
35 Recursos Didáticos e Multimédia

o) Animação
Um dos motivos que faz com que o Microsoft PowerPoint seja uma das aplicações mais
utilizadas no processo formativo é o facto de esta permitir a inserção de elementos gráficos
animados.

• Efeitos de animação
No PowerPoint poderá aplicar efeitos de animação a cada um dos elementos presentes nos
diapositivos. Para tal, poderá utilizar efeitos predefinidos ou efeitos personalizados.
Para aplicar um efeito de animação personalizada, selecione primeiro o objeto e de seguida
no separador Animações opte por selecionar a animação pretendida.
Para personalizar a animação deverá fazer clique em Opções de Efeito.
Poderá ainda configurar o tempo de duração do efeito, o seu início e o atraso.

• Transição entre diapositivos


O PowerPoint possui um conjunto vasto de combinações de animação predefinidas. O
utilizador poderá aplicar efeitos de animação na passagem de um diapositivo para o outro.
No separador Transições selecione a transição que pretende aplicar à passagem de um
diapositivo para outro. Poderá também configurar a velocidade a que essa transição se
efetuará, definir se pretende um som e qual e escolher o modo de avanço -
automaticamente após alguns segundos ou com o clique do rato.
Por fim, poderá decidir se pretende aplicar o efeito aos diapositivos selecionados ou a todos.
36 Recursos Didáticos e Multimédia

p) Executar a apresentação
Uma apresentação feita em PowerPoint poderá ser exposta de diferentes modos,
dependendo fundamentalmente da audiência a quem é dirigida. Por exemplo, poderá ser
exposta por um orador, em que cada diapositivo é mostrado de acordo com o ritmo do orador
(ele controla a apresentação), ou poderá estar disponível para consulta e neste caso a
apresentação é executada de forma automática.
O utilizador deverá conhecer quais as possibilidades de que dispõe para mostrar uma
apresentação elaborada em PowerPoint de modo a escolher aquela que melhor se adequa às
suas necessidades.

q) Configurar
No separador Apresentação de Diapositivos opte por Configurar Apresentação de
Diapositivos.

TIPO DE APRESENTAÇÃO: A ocupar o ecrã inteiro ou a janela.


OPÇÕES DE APRESENTAÇÃO: Define se quer que a apresentação se repita continuamente, se
quer a apresentação sem Narração ou sem Animação.
DESEMPENHO: Ao ativar a opção Utilizar Aceleração de Gráficos por Hardware aumenta o
desempenho da apresentação.
MOSTRAR DIAPOSITIVOS: Quais os diapositivos que pretende mostrar na apresentação.
AVANÇAR DIAPOSITIVOS: Manualmente ou de acordo com a temporização…
37 Recursos Didáticos e Multimédia

r) Visualizar
Para visualizar a apresentação aceda ao separador Apresentação de Diapositivos e selecione
a opção A Partir do Início ou A Partir do Diapositivo Atual.
Pressione a barra de espaços ou a tecla ENTER para exibir o próximo diapositivo.
Poderá usar o ponteiro do rato ou pressionar as teclas Page Up e Page Down para avançar nos
diapositivos e as teclas de direção.
Para sair da apresentação deverá pressionar a tecla ESC..

s) Ferramentas de anotação
O PowerPoint tem disponível um conjunto de ferramentas de anotação, tais como caneta e
marcador, que poderá utilizar para fazer anotações no decorrer da Apresentação. Para tal, na
vista de Apresentação de Diapositivos clique no canto inferir esquerdo da apresentação.
Para apagar as anotações realizadas utilize as opções da Borracha ou Apagar Tinta do
Diapositivo.
Poderá manter as anotações realizadas numa apresentação. Quando terminar a apresentação
surgirá uma caixa de diálogo a perguntar se pretende manter as anotações para serem
consultadas ou editadas.

t) Impressão
A impressão de uma apresentação depende das necessidades do utilizador. O PowerPoint
permite imprimir a apresentação em diferentes suportes e formatos, tais como Diapositivos,
Folhetos (diversos diapositivos por página), Páginas de Notas e Vistas de Destaques.
No separador Ficheiro opte por Imprimir.
38 Recursos Didáticos e Multimédia

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