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Entidades (Parte 1)
Dividimos o emala que enviamos em três partes, pois ficou muito grande...
Já que a paz para ser mantida, nessas épocas turvas deste maldito paradoxo
que o neo-liberalismo trouxe consigo, onde prevê, como regra de boas relações
o constrangimento do não-falar, do não-tocar, do não-ouvir, sobrepondo e
confundindo os limites do melindre e do respeito, para que as muralhas das
crenças de muitos não venham ao chão, tal e qual o Arcano 16, decidimos
escrever este e-mail, cujos assuntos retiramos de cinco livros que temos quase
prontos, descansando eternamente no berço esplêndido de nosso HD.
E é por não crermos nesse estado de coisas que daremos pela última vez
nossa opinião neste Fórum, pois em breve pretendemos descer aos salões
proibidos, para, definitivamente nos encontrarmos. Assim, discorramos, céleres
sobre...
ARTE NA UMBANDA
Nosso querido Mestre Arahpiagha, revela em suas obras que a Arte é uma
expressão do Supraconsciente, enquanto a Religião é expressão do
Inconsciente. Tal conceito revela-nos mais uma vez o símbolo máximo da
Umbanda, o Ourobouros movimentando-se, a dialética do princípio tornando-se
fim e dando origem a um novo ciclo dinâmico, observado nos mistérios de
Exu e de seus Okotôs, este, como todos sabem, o Senhor dos Limites, aquele
que faz a separação entre todas as concepções e abstrações, entre o vazio e o
ponto, o Zero e o Um, na estruturação do sistema binário que a todo momento
vai e volta sobre si mesmo na eterna fecundação, origem dos misteriosos
conceitos Tântricos da evolução, da involução e da revolução.
Daí ser este mundo físico a esfera das Realizações e é para onde somos
atraídos visando concretizar os Sentimentos e as Inspirações dos corpos
superiores, de onde partem vórtices de movimento em campos vibratórios que
abalam o ser humano em sua constituição astral e mental, tal e qual as ondas
provocadas sobre a superfície calma de um lago, quando nele atiramos uma
pedra.
Uma vez realizado o movimento inicial, não há como vazê-lo voltar a sua
origem e o caminho inevitável é o mundo físico, onde este movimento tem seu
fim (ou sua manifestação), visando esgotar e purificar as linhas de força dos
corpos mental e astral. Daí a Umbanda, com seus Orixás, Guias e Protetores,
visarem a cura e a organização do espírito e da mente que são as origens de
todas as manifestações negativas no mundo das formas e aí está o por que
destas entidades superiores preferirem esta prática aos efeitos físicos e as
ditas como operações espirituais, embora respeitem os que as praticam.
Da mesma forma, a Arte na Umbanda esta voltada aos aspectos primordiais da
mesma, em suas concepções primitivas, estruturadas na organização das
cores, volumes, formas, movimento e som nas práticas da Teurgia, Psicurgia e
Magia em seus ritos e operações, na Lei de Pemba, nos pontos cantados, na
dança e no instrumental sagrados, nas cores e disposição dos materiais nos
ritos e nos templos, além da oratória das invocações, em sua poética (cujos
mistérios, relacionados aos aspectos ocultos do ritmo são inúmeros e
verdadeiros - funcionam mesmo! - essas chaves secretas de vida e morte nos
planos material e mesmo astral), e da própria manifestação dialética das
entidades em sua forma de apresentação, executando o roteiro da vida.
A Arte da Meditação pode ser percebida nos homens fortes ou fracos, nos
iniciados ou não segundo o aceite ou não da força da Vontade que a meditação
proporciona. A capacidade da discussão das manifestações acima, sejam
momentâneas ou não indicam e fazem do ser humano um indivíduo poderoso
ou fraco, ignorante ou sábio, elevado ou vil. A Arte na Umbanda é a própria
capacidade do movimento das forças celestes no plano físico, em sua
disposicão à harmonia das formas e conceitos e cada plano assim se manifesta
no mundo físico segundo a capacidade do templo em projetar a harmonia da
egrégora do grupamento espiritual em seus rituais e giras.
Obashanan