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AUTARQUIA DO ENSINO SUPERIOR DE GARANHUNS (AESGA)

FACULDADES INTEGRADAS DE GARANHUNS (FACIGA)

CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

RAFAEL RAMOS FERREIRA

IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL DO MÉTODO DE RIGIDEZ DIRETA


PARA ANÁLISE ESTRUTURAL DE TRELIÇAS PLANAS

GARANHUNS

2021
RAFAEL RAMOS FERREIRA

IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL DO MÉTODO DE RIGIDEZ DIRETA


PARA ANÁLISE ESTRUTURAL DE TRELIÇAS PLANAS

Monografia entregue à Autarquia do


Ensino Superior de Garanhuns
(AESGA), como pré-requisito para
conclusão do curso de Engenharia
Civil, da Faculdades Integradas de
Garanhuns (FACIGA).

Orientador(a): Prof. Ma. Jessyca


Priscylla de Almeida Nunes.

Coorientador: Eng Bel. Geovane


Sercundes da Silva Junior.

GARANHUNS

2021
RAFAEL RAMOS FERREIRA

IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL DO MÉTODO DE RIGIDEZ DIRETA


PARA ANÁLISE ESTRUTURAL DE TRELIÇAS PLANAS

BANCA EXAMINADORA

Monografia entregue à Autarquia do Ensino Superior de Garanhuns


(AESGA), como pré-requisito para a conclusão do Curso de Graduação em
Engenharia Civil, das Faculdades Integradas de Garanhuns (FACIGA).

Aluno aprovado (a) em_______de____________de 20_____.

______________________________________________________________
Prof.(a) Orientador(a). Ma. Jessyca Priscylla de Almeida Nunes.

______________________________________________________________
Prof.(a) Examinador 1

______________________________________________________________
Prof.(a) Examinador 2
Dedico este trabalho a Deus, aos
meus pais, que sempre estiveram
presentes me incentivando e me
auxiliando nos momentos mais
difíceis, a toda a minha família, pelo
apoio e compreensão durante essa
caminhada.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que me deu forças e saúde para a


elaboração e conclusão desse trabalho.

A minha mãe, Adriana Ramos, pelo amor, incentivo e apoio.

Ao meu pai, Gilson Ferreira, por todos os seus conselhos, contribuições


e por servir de exemplo.

Ao professor Ornilo Lundgren Filho, por reconhecer minha afinidade na


área tecnológica da Engenharia Civil e proporcionar várias oportunidades de
somar conhecimento.

Ao meu amigo e coorientador Geovane Sercundes por me apresentar a


implementação computacional e me auxiliar na execução do software.

A minha orientadora Profª. Ma. Jessyca Priscylla pela oportunidade,


aprendizado, confiança e dedicação no decorrer desse projeto.

A professora Anna Cecília pelas várias contribuições e ensinamentos


durante a execução desse trabalho, ensinamentos esses que levarei comigo
em meus trabalhos futuros.

Aos meus amigos e irmãos, João Marcos e Leonardo César por estarem
sempre presentes.

Aos meus amigos de longa data, Elane Andrade, Alany Cardoso e


Kássia Maciel, pelas palavras boas proferidas e incentivo.

Aos meus amigos de faculdade, Ítalo Rafael, Maiky Rayan, Diego Silva,
Emanuella Santos, Luis Felipe, Matheus Dias e Geisy Jacqueline, por seguirem
comigo durante esta longa caminhada.

Aos meus colegas de trabalho da Agreste Link, especialmente a Edilson


Leite, Rejaneide Vieira e Eraldo Leite, pela oportunidade, por toda a
compreensão, incentivo e amplos conhecimentos passados durante meu
crescimento acadêmico.
RESUMO

Conforme o avanço das necessidades sociais e construtivas, conseguir


atrelar o conforto, bem-estar e o baixo custo construtivo acaba sendo um
desafio e o uso da tecnologia acaba sendo imprescindível para que essas
indigências sejam atendidas com mais agilidade, segurança e precisão. A
programação entra como uma grande ferramenta para ajudar a encontrar as
melhores opções para atender todas as necessidades sem que haja
intervenção humana. Para que isso aconteça é necessário a programação de
um código automatizado que consiga executar os cálculos das mais diversas
aplicações, o que acaba se tornando um item crucial para quem decide analisar
estruturas de forma geral. Esta monografia tem como objetivo a implementação
computacional do método de rigidez direta para análise estrutural de treliças
planas. Este estudo teve como questionamento de pesquisa: será possível
desenvolver uma rotina computacional em linguagem MATLAB que possa
auxiliar na análise estrutural de treliças planas? Diante desse problema, surgiu
o objetivo geral: Obter os valores de esforços internos, reação de apoio e
deslocamentos dos nós de treliça plana utilizando o método da Matriz de
Rigidez Direta. A pesquisa se justifica através de pesquisa explicativa, desde
que há a necessidade do aprofundamento da aplicação do Método da Rigidez
Direta, com foco em identificar o fator determinante e o seu uso em meio
educacional, ainda com o ato de registrar e analisar os resultados. Foi
determinado que a estratégia de coleta de dados será do tipo simulação em
software procurando aplicar os conceitos de forma prática e comprovar o uso
do método. Como resultado, o estudo comprovou a aplicabilidade do método
da matriz de rigidez direta aplicado a análise estrutural através de
implementação computacional em linguagem MATLAB, tendo seus resultados
comparados ao de outros programas de análise estrutural e obtendo êxito na
aplicação.

Palavras-chave: Treliças planas. MATLAB. Análise estrutural. Matriz de rigidez.


Implementação computacional.
Sumário

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................... 9


2 TRELIÇAS ..................................................................................................... 12
2.1 Treliças planas ........................................................................................ 13
2.2 Treliças espaciais.................................................................................... 14
2.3 Comportamento estrutural das treliças ................................................... 15
3 CÁLCULO DOS ESFORÇOS DE TRELIÇAS PLANAS ................................ 19
3.1 Método dos nós....................................................................................... 19
3.2 Método das Seções ................................................................................ 20
3.3 Método das forças e o método dos deslocamentos ................................ 21
3.4 Método da Rigidez Direta (MRD) ............................................................ 23
3.5 MATLAB .................................................................................................. 25
4 METODOLOGIA............................................................................................ 27
4.1 Descrição da simulação no software....................................................... 28
4.2.1 Estruturas com barras inclinada........................................................ 28
4.2.2 Grau de liberdade ............................................................................ 29
4.2.3 Rotação no plano .............................................................................. 30
4.2.4 Determinação da matriz de rigidez de barra no sistema de
coordenadas local ...................................................................................... 34
4.2.5 Determinação da matriz de rigidez de barra no sistema de
coordenadas global ................................................................................... 35
4.2.6 Determinação reações de apoio e deslocamentos livres .................. 36
4.2.7 Condições de contorno ..................................................................... 37
4.2.8 Determinação dos esforços internos dos elementos ........................ 38
4.3.1 Desenvolvimento de cálculo da barra 01 .......................................... 40
4.3.2 Desenvolvimento de cálculo da barra 02 .......................................... 42
4.3.3 Desenvolvimento de cálculo da barra 03 .......................................... 43
4.3.4 Cálculo das reações de apoio e deslocamentos livres ..................... 45
4.3.5 Cálculo dos esforços internos dos elementos ................................... 47
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................. 49
5.1 Resolução do exemplo com o MATLAB .................................................. 49
5.2 Resolução de treliças maiores com software desenvolvido .................... 55
5.3 Validação dos resultados com software FTOOL ..................................... 63
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 69
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 70
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Desde a década de 1960, o computador tem sido utilizado como


instrumento de análise de estruturas. Embora fosse utilizado principalmente em
instituições de pesquisa e universidades nessa época, seu uso tornou-se
comum na década de 1970 e, nos anos seguintes, com a criação de programas
gráficos interativos, a análise estrutural passou a ser utilizada em programas de
computador.
A análise computacional não permite que os calculadores desistam da
teoria de descrição do comportamento estrutural, mas tentarão interconectá-los
de forma a facilitar suas aplicações. É importante ressaltar que um sistema
computacional só pode ser eficaz se o profissional souber utilizar as
ferramentas para obter os resultados esperados. Com isso, é necessário
conhecer os principais métodos usados na teoria e no cálculo estrutural.
Conforme Martha (2010), denomina-se análise estrutural a etapa do
projeto estrutural correspondente à determinação de esforços internos e
externos (reações), e as correspondentes tensões, da mesma maneira que se
determinam os deslocamentos e suas respectivas deformações na estrutura
analisada. A devida análise é realizada para os possíveis estágios de
carregamento e solicitações, os quais são previamente determinados.
O projeto estrutural visa projetar uma estrutura que atenda a todas as
necessidades, levando em consideração a segurança, o uso, a economia, a
estética, o meio ambiente, a construção e a legalidade. Para realizar a análise
estrutural, é necessário criar um modelo estrutural cujo comportamento
estrutural é projetado para diferentes requisitos. O modelo estrutural constitui-
se em um modelo matemático no qual se instituem todas as hipóteses
realizadas para o comportamento da estrutura. Exemplificam-se: equilíbrio
entre forças e tensões, as relações entre deslocamentos e deformações, o
comportamento dos materiais componentes na estrutura quando submetidos às
solicitações, e para as condições de interação da estrutura com outros
sistemas. Essa previsão de comportamento estrutural é atinente a sua
adequação frente às condições de segurança e uso (MARTHA, 2010).
Ainda segundo Martha (2010), as teorias desenvolvidas que descrevem
o comportamento estrutural iniciaram-se com o estudo de estruturas reticuladas
(estruturas formadas por barras). Os métodos clássicos amplamente usados
para a análise de estruturas reticuladas são: o Método das Forças (ou da
Flexibilidade) e o Método dos Deslocamentos (ou da Rigidez). O primeiro não é
muito comum na análise computacional devido à necessidade de intervenção
humana ao longo do processo de cálculo.
Portanto, a análise estrutural em sistemas computacionais considera o
método de deslocamento por ser adequado para as principais linguagens de
programação. O método dos deslocamentos é apropriado para análise de
elementos como vigas, treliças (planas ou espaciais), pórticos (planos ou
espaciais), grelhas, entre outros.
As treliças planas amplamente empregadas no mercado da construção
civil, sendo essas aplicadas de diferentes formas. Estruturas reticuladas
bidimensionais são estruturas formadas por barras (elementos lineares)
dispostas em um único plano. Desta forma, questiona-se: É possível
desenvolver um programa computacional em linguagem MATLAB, para a
análise de treliças planas, com finalidade didática?
Desse modo, este trabalho tem como objetivo geral desenvolver uma
rotina computacional em ambiente MATLAB para a análise de uma treliça
plana, através do Método da Rigidez Direta, para aplicação didática. Delineou-
se como objetivos específicos, definir as propriedades físicas e mecânicas da
treliça, deliberar a aplicação do Método da Rigidez Direta para esta
implementação, desenvolver a rotina computacional com base nos resultados
da análise do método e por fim, avaliar a funcionalidade do software. Desta
forma, espera-se ter como resultado os esforços internos dos elementos,
reações de apoio e deslocamento dos nós livres, além de disponibilizar os
valores de todas as matrizes e vetores envolvidos, aplicando o Método da
Rigidez Direta seguindo o método dos deslocamentos para resolução de
treliças planas.
Os resultados obtidos pelo software desenvolvido serão comparados
com os do programa FTOOL, ratificando a validade e aplicabilidade desta
rotina computacional.
No capítulo 1 dessa pesquisa será visto uma breve apresentação sobre
implementação computacional em análise estrutural e sua devida importância
para facilitar a resolução de problemas.
No capítulo 2, será mostrado os conceitos de treliças e o comportamento
estrutural de treliças planas e espaciais.
No capítulo 3 será explicado o cálculo dos esforços das treliças planas,
comparando métodos convencionais e destacando a importância do método da
matriz de rigidez para a execução dessa pesquisa.
No capítulo 4 é feito uma breve apresentação da simulação em software
e logo após a resolução detalhada de uma treliça plana utilizando o método de
MRD.
No capítulo 5 encontra-se o exemplo do capítulo 4 resolvido no
programa desenvolvido, acrescentado de 2 exemplos maiores que comprovam
a não limitação do programa para com estruturas maiores.
2 TRELIÇAS

O avanço da necessidade construtiva de obter uma estrutura leve com


alta resistência a cargas e fácil construção levou as treliças a serem utilizadas
em larga escala em vários setores da construção civil. Segundo Kassimali
(2015), uma treliça é definida como um conjunto de elementos retos
conectados em suas extremidades por conexões flexíveis que formam um
corpo rígido. Treliças modernas são construídas de elementos unidos, que
geralmente são feitos de aço, perfis de alumínio ou suportes de madeira,
anexados a placas de reforço através de conexões aparafusadas ou soldadas.
Um caso de aplicação das estruturas reticuladas planas são as treliças.
Essas, devido à suavidade e alta resistência, as treliças planas são
amplamente utilizadas, e sua gama de aplicação varia de pontes, e telhados de
edifícios (como ilustrado nas Figura 01 e 02, respectivamente), até estruturas
de apoio em estações espaciais de acordo com (KASSIMALI, 2015). Entre
suas características estão: grande rigidez, baixo peso, possibilidade de pré-
fabricação, facilidade de transporte e de montagem, questões que as tornam
muito competitivas quando comparadas a outras soluções estruturais.

Figura 01 - Aplicação de treliça em pontes

Fonte: www.engwhere.com.br (2018)

Na Figura 01, nota-se uma treliça com barras de aço entrelaçadas, que
juntas podem suportar uma grande quantidade de peso. Além de sua alta
rigidez, baixo custo para construção e possuir uma fabricação e montagem
simples, a forma com que a treliça transfere a carga a partir de um certo ponto
para uma área de contato maior faz com que o seu uso seja cada vez mais
solicitado.

Figura 02 – Treliça plana aplicada em estrutura de telhado

Fonte: www.acoplano.com.br (2021)

A Figura 02, representa um conjunto de peças metálicas em forma de


treliça, onde são utilizadas na construção civil para sustentação às obras.
Essas características definem a forma da estrutura e evitam rompimentos, o
que proporciona uma maior segurança em casos de tremores ou outros
fenômenos ocasionados pela ação do tempo.
Embora a maioria das treliças possa ser analisada como treliças planas,
existem muitos mais sistemas de treliça, como torres de transmissão e cúpulas
reticulares, que não podem ser consideradas treliças planas devido à sua
forma, aspectos dos elementos ou cargas aplicadas. Essas treliças (chamadas
de treliças espaciais) são analisadas como objetos tridimensionais restritos por
um sistema de força tridimensional.

2.1 Treliças planas

Tomando como base as referências anteriores, complementa-se a definição


de treliça plana destacando que para assegurar o equilíbrio rotacional da
estrutura é necessário que o somatório de forças axiais iguais a 0 seja
satisfeito. (∑Fx=0, ∑Fy=0). “Portanto, apenas duas equações de equilíbrio
podem ser escritas para cada nó, e se há um número de nós j, o número total
de equações disponíveis para solução é 2j.” (HIBBLER, 2013, p. 62). Desta
forma, para que uma estrutura seja estaticamente determinada é necessário
que o somatório da quantidade de barras e o número total de reações de
suporte externo sejam iguais a duas vezes o número de nós. A Figura 03
mostra a aplicação de uma treliça plana em equilíbrio em um telhado.

Figura 03– Aplicação de treliça plana aplicada em telhados

Fonte: www.estruturasmetalicas.net.br (2021)


Logo, como na Figura 02, pode-se ver na Figura 03 a aplicação de treliça em
telhados com cobertura metálica. De modo que as tesouras, que são suas
vigas principais, que recebem as cargas devidas ao material de cobrimento,
peso próprio das terças, vento e eventuais sobrecargas suspensas.

2.2 Treliças espaciais

Uma treliça espacial consiste em membros ligados nas suas extremidades


para formar uma estrutura tridimensional estável. De forma simples e similar as
treliças planas, as treliças espaciais simples são formadas conectando seis ou
mais elementos com quatro nós na forma de um tetraedro, afirma Hibbler
(2013). A Figura 04 demonstra a afirmação de Hibbler quanto a formação da
treliça espacial. Devido à sua forma, disposição de elementos e cargas
aplicadas à treliça espacial não pode ser subdividida em barras de reforço
plana para análise, e, portanto, deve ser analisada como estruturas
tridimensionais, reforça Kassimali (2015).

Figura 04– Treliça espacial aplicada em estrutura de telhado

Fonte: Barrigó (2014)

Pode ser visto que a treliça na Figura 04 é formada por fios


longitudinais de aço nas partes superiores e inferiores. A partir de nós eletro
soldados, cria-se uma estrutura espacial e assim, um tipo de estrutura simples
e tridimensional.
Dessa forma, “Sendo n o número de nós da treliça, b o se número de
barras e r o número de reações de apoio a determinar, as condições
necessárias para que esta treliça seja hipostática, isostática ou hiperestática
são, respectivamente: b + r <3n, b + r = 3n, b + r >3n.” (SÜSSEKIND, 1974,
p.260). Para a determinação da estabilidade da treliça espacial é necessário
considerar que há três equações de equilíbrios para cada nó, então, uma treliça
espacial com um número j de nós terá 3j equações disponíveis, complementa
Hibbler (2013). Seguindo essas afirmações, podemos confirmar que se o
número de barras somados ao número de reações for menor que 3j, a treliça
está instável, da mesma forma que se esse resultado for maior que 3j, a
estrutura está estaticamente indeterminada. Sendo então, uma treliça
determinada estaticamente quando o valor da soma de barras e reações forem
iguais a 3j.

2.3 Comportamento estrutural das treliças


De acordo com Süssekind (1974), considera-se que a Figura 05, seja
submetida a cargas somente nos nós, as barras 1, 2 e 3 que a compõe são
barras rígidas e retas e suas extremidades são rotuladas, elas não terão
momentos fletores nem esforços cortantes, restando apenas os esforços
normais nas barras. Confirma-se essa afirmação desde que se utiliza as
equações diferenciais 01 e 02 levando em consideração que o valor da carga
q=0.

𝑑𝑀𝑠
= 𝑄𝑠 (1)
𝑑𝑠

𝑑𝑄𝑠
= −𝑞(𝑠) (2)
𝑑𝑠

Figura 05– Treliça plana simples 3 barras

Fonte: Autor (2021).

A princípio, a condição de definição de treliça ideal do carregamento


atuar apenas nos nós parece muitas vezes muito restritiva, porém, é o que
geralmente ocorre na prática, como pode ser visto na Figura 06, desde que as
cargas chegam nas treliças através de outras peças estruturais, que nelas se
apoiam nos nós para que desta forma só provoquem esforços normais,
Süssekind (1974).
Figura 06 - Estrutura de telhado com treliças planas

Fonte: Autor (2021)

A figura 06 ilustra uma estrutura de telhado construída por duas treliças


planas paralelas, que recebem, nos nós as cargas das telhas através das
terças T.
Para uma treliça espacial, o comportamento do sistema estrutural está
ligado a como a estrutura irá responder em relação as cargas aplicadas. Da
mesma forma das treliças planas, as treliças espaciais possuem nós rotulados
e carregamentos concentrados nesses nós, porém na maioria dos casos,
existem restrições à rotação, o que acaba causando flexão nas barras. “Os
deslocamentos e deformações nos elementos e o carregamento que causa o
colapso da estrutura compõe a resposta estrutural” (SOUZA, 2003 p.106). Este
autor complementa que o colapso de treliças espaciais pode estar relacionado
às seguintes causas:

• Colapso dos elementos (barras) por esgotamento da capacidade


resistente a tração, ou por instabilidade;
• Colapso das ligações;
• Instabilidade global da estrutura.

Na engenharia civil, a área de cálculo estrutural é uma das áreas mais


importantes. Não apenas para a engenharia, mas para toda a sociedade,
desde que ela é a responsável por garantir a segurança da construção de
qualquer edificação. Esse trabalho direcionará o cálculo da estrutura fazendo o
uso do Método da Rigidez Direta (MRD), afirma Felippa (2000).
De posse desses conceitos, é possível compreender as diversas
aplicações das treliças (sendo ela plana ou espacial) e suas vantagens em
relação a vigas e perfis metálicos quando estas são submetidas a análises em
relação ao seu comportamento estrutural e necessidade construtiva.
3 CÁLCULO DOS ESFORÇOS DE TRELIÇAS PLANAS

Desta forma, antes de nos aprofundar no Método da Rigidez Direta, é


importante analisar os outros métodos mais utilizados academicamente na
graduação que também nos trazem resultados em estruturas de treliças planas
e mostrar seus conceitos. Inicialmente será apresentado o Método dos Nós e o
Método das Seções. Em seguida: o Métodos das Forças e o Método dos
Deslocamentos. Vale ressaltar que o Método dos Nós e o Método das Seções
se limitam a estruturas isostáticas, ou seja, estruturas que possuem o número
de incógnitas iguais ao número de equações de equilíbrio. Enquanto o Método
das Forças e o Método dos Deslocamentos possibilitam calcular estruturas que
possam estar estaticamente indefinidas em relação as equações de equilíbrio.

3.1 Método dos nós

O Método dos Nós consiste em satisfazer as condições de equilíbrio do


somatório forças axiais horizontais (∑Fx=0) e verticais (∑Fy=0), em cada força
exercida sobre cada nó da treliça. Se uma treliça está em equilíbrio, então cada
um de seus nós também tem de estar em equilíbrio, afirma Hibbler (2013).
“Analisar uma treliça usando o método dos nós exige que seja traçado o
diagrama de corpo livre de um nó tendo pelo menos uma força conhecida e no
máximo duas forças desconhecidas” (HIBBLER, 2013, p. 66). O autor ressalta
que, caso esteja em um nó dos apoios, pode ser necessário calcular as
reações externas usando o diagrama de corpo livre de toda a treliça. Utilizando
o diagrama de corpo livre de toda a treliça, pode-se obter os valores de
reações nos apoios, que darão condições para realização do método.
De acordo com Beer et. al (2009) cada barra está submetida a duas
forças, uma em cada extremidade; essas forças possuem o mesmo módulo e a
mesma linha de ação e sentidos opostos. O que confirma a explanação feita
por Hibbler (2013) quando o autor ressalta na resolução do método que, a linha
de ação de cada força dos membros atuando sobre o nó é especificada a partir
da geometria da treliça, tendo em visa que a força em um membro passa ao
longo do eixo do membro.
Em continuação ao conceito formulado acima, Beer (2009) reforça que,
além disso, a terceira lei de Newton indica que as forças de ação e reação
entre uma barra e um pino são iguais e opostas. Seguindo este conceito o
autor conclui que as forças exercidas por uma barra sobre os dois pinos que
interliga devem ser dirigidas ao longo dessa barra, de forma axial e devem ser
iguais e opostas.

3.2 Método das Seções

Na perspectiva de Beer (2009, p. 389), em relação ao conceito do


Método das seções aplicado a análise de treliças:

O método dos nós é mais eficaz quando é necessário determinar as


forças em todas as barras da treliça. Se, entretanto, a força em somente
uma barra ou força em apenas poucas barras forem desejadas, um outro
método, chamado das seções, será mais eficiente.

Continuando o conceito baseado na afirmação acima, Hibbler (2013)


complementa que, o método das seções consiste em passar uma seção
imaginária através da treliça, desse modo cortando-a em duas partes. Como
destacado anteriormente, a treliça inteira deve estar em equilíbrio, juntamente
com cada uma das partes resultantes do “corte da seção”, desta forma, as três
equações de equilíbrios podem ser utilizadas em ambas as partes. Analisando
a treliça utilizando o método das seções inicialmente exige que seja tomado
uma decisão a respeito de como seccionar a treliça através dos membros onde
as forças precisam ser determinadas.
Hibbler (2013, p. 73), por sua vez, complementa o conceito de análise
de treliças com o uso do método das seções:

Tendo em vista que apenas três equações de equilíbrio independentes


(∑Fx=0, ∑Fy=0, ∑MO=0) podem ser aplicadas à porção isolada da treliça,
tente selecionar uma seção que, em geral, não passe por mais de três
membros nos quais as forças sejam desconhecidas.

Naturalmente, se seccionar a treliça interceptando mais de três barras,


ou seja, superando a quantidade de equações de equilíbrio, não será possível
realizar a análise da parte escolhida através do método em questão desde que
existirá mais incógnitas que condições.

Na prática, a parte da treliça a ser utilizada é obtida secionando-se


três barras da treliça, uma das quais é a barra desejada, isto é,
traçando uma linha que divide a treliça em duas partes
completamente separadas, mas não intercepte mais de três barras
(BEER, 2009, p. 389).

Em continuação aos conceitos apresentados acima, antes de isolar a


seção, primeiro é necessário determinar as reações externas de maneira que
as três reações de equilíbrio são usadas apenas para solucionar forças de
membros na parte selecionada. “Assim, momentos devem ser somados em
trono de um ponto que se encontra na interseção das linhas de ação de duas
forças desconhecidas; dessa maneira, a terceira força desconhecida é
determinada diretamente da equação” (HIBBLER, 2013, p. 74). Como
complemento, o autor reforça a importância de somar os momentos em torno
de um nó que haja linhas de ação provenientes de duas forças desconhecidas
para que a terceira e última seja determinada pelas equações de contorno.

3.3 Método das forças e o método dos deslocamentos

O método da força (método flexível) e o método do deslocamento


(método rígido) são matematicamente muito semelhantes. A escolha do
método de análise deve-se à sua facilidade de adaptação a diferentes
composições estruturais. O método de deslocamento é usado tanto para
estruturas isostáticas quanto para estruturas isostáticas, e é amplamente
utilizado na última análise, especialmente na presença de alta incerteza
estática.

O Quadro 1 resume as diferenças entre os métodos citados


anteriormente de forma a facilitar o entendimento através de um comparativo
de conceitos. Desta forma é possível visualizar o que cada método tem a
disponibilizar de acordo com a necessidade de cálculo.
Quadro 1 – Comparação entre os métodos das forças e dos deslocamentos.
MÉTODO DAS FORÇAS MÉTODO DOS DESLOCAMENTOS
Ideia básica: Ideia básica:
Determinar, dentro do conjunto de soluções Determinar, dentro do conjunto de soluções
em forças que satisfazem as condições de em deslocamentos que satisfazem as
equilíbrio, quais das soluções faz com que condições de compatibilidade, qual das
as condições de compatibilidade também soluções faz com que as condições de
sejam satisfeitas equilíbrio também sejam satisfeitas.
Metodologia: Metodologia:
Superpor uma série de soluções Superpor uma série de soluções que
estaticamente determinadas (isostáticas) que cineticamente determinadas (configurações
satisfazem as condições de equilíbrio da deformadas conhecidas) que satisfazem as
estrutura para obter uma solução final que condições de compatibilidade da estrutura
também satisfaz as condições de para obter uma solução final que também
compatibilidade. satisfaz as condições de equilíbrio.
Incógnitas: Incógnitas:
Hiperestáticos: forças e momentos Deslocabilidades: componentes de
associados a vínculos excedentes à deslocamentos e rotações nodais que
determinação estática da estrutura. definem a configuração deformada da
estrutura.
Número de incógnitas: Número de incógnitas:
É o número de incógnitas excedentes das É o número de incógnitas excedentes das
equações de equilíbrio, denominado grau de equações de compatibilidade, denominado
hiperestaticidade. grau de hipergeometria.

Estrutura auxiliar utilizada nas soluções Estrutura auxiliar utilizada nas soluções
básicas: básicas:
Sistema principal (SP): estrutura Sistema hipergeométrico (SH): estrutura
estaticamente determinada (isostática) cineticamente determinada (estrutura com
obtida da estrutura original pela eliminação configuração deformada conhecida) obtida
dos vínculos excedentes associados aos da estrutura original pela adição dos vínculos
hiperestáticos. Essa estrutura auxiliar viola necessários para impedir as
condições de compatibilidade da estrutura deslocabilidades. Essa estrutura auxiliar
original. viola condições de equilíbrio da estrutura
original.
Equações finais: Equações finais:
São equações de compatibilidade expressas São equações de equilíbrio expressas em
em termos dos hiperestáticos. Essas termos das deslocabilidades. Essas
equações recompõem as condições de equações recompõem as condições de
compatibilidade violadas nas soluções equilíbrio violadas nas soluções básicas.
básicas.
Termos de carga das equações finais: Termos de carga das equações finais:
Deslocamentos e rotações nos pontos dos Forças e momentos (reações) nos vínculos
vínculos liberados no SP provocados pela adicionais no SH provocados pela solicitação
solicitação externa (carregamento). externa (carregamento).
Coeficientes das equações finais: Coeficientes das equações finais:
Coeficientes de flexibilidade: deslocamentos Coeficientes de rigidez: Forças e momentos
e rotações nos pontos dos vínculos liberados nos vínculos adicionais no SH para impor
no SP provocados por hiperestáticos com configurações deformadas com
valores unitários atuando isoladamente. deslocabilidades isoladas com valores
unitários.
Fonte: Martha (2010).

Não há dúvidas de que o método dos deslocamentos é mais adaptável à


programação do que o método flexibilidade, pois todos os deslocamentos são
restritos e existe apenas um sistema principal. Ao contrário, no método de
força, algumas liberações são introduzidas para obter uma estrutura isostática
e pode haver vários sistemas principais.

3.4 Método da Rigidez Direta (MRD)

De forma geral, no método da rigidez utiliza-se a ideia de transformar


deslocamentos em forças (e vice e versa) a partir de uma constante de rigidez.
Porém quando destinado a treliças esse valor da constante de rigidez será na
verdade uma matriz, nomeando assim esse método como análise matricial de
estruturas.

Segundo White, Gergely e Sexsmith (1976 apud MARTHA, 2010), o


método da rigidez direta é uma versão em forma matricial do método dos
deslocamentos, onde sua estrutura permite que a estrutura seja resolvida por
uma repetição de cálculos bem definidos, possibilitando a implementação
computacional. Essa formalização também é conhecida como cálculo matricial
das estruturas ou análise matricial das estruturas. Este é oriundo do campo da
aeronáutica, onde durante o período entre a Primeira Guerra Mundial (1914-
1918) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), grandes potências
econômicas, como Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha, realizavam
experimentos buscando desenvolver aviões mais velozes e com menores
coeficientes de empuxo. (FELLIPA, 2000).
Apenas em 1959 é que foi realmente apresentado o primeiro trabalho
sobre o Método da Rigidez Direta, na Alemanha, por um pesquisador que
trabalhava na Boeing. A partir desse artigo, e por esse método se mostrar
simples, de fácil aplicação e formulação elegante, a rigidez direta conquistou
vários engenheiros e contribuiu bastante para o aprimoramento do Método dos
Elementos Finitos, (SORIANO, 2009).
De acordo com Hibbler (2013), a aplicação do método da rigidez exige
subdividir a estrutura em uma série de elementos finitos discretos e identificar
seus pontos extremos como nós. O método utiliza como incógnitas primárias os
graus de liberdade da estrutura, sendo uma alternativa mais a fundo do Método
dos Deslocamentos que, segundo Martha (2010), é um dos métodos clássicos,
juntamente com o Método das Forças (ou da Flexibilidade), sendo o segundo,
porém menos utilizado em programas de cálculo devido a necessidade de
intervenção humana ao longo do cálculo.
A primeira etapa desse método, conhecida como discretização, é
exemplificada por Martha (2010), através da figura abaixo:

Figura 07 - Superposição de soluções básicas no método dos


deslocamentos

Fonte: Martha (2010)

Percebe-se pela Figura 07 que a solução dos deslocamentos da


estrutura é alcançada pela superposição das deformações dos casos (0) a (7)
mostrados na figura. Os parâmetros usados nesta discretização são as
rotações e os deslocamentos dos nós no modelo estrutural. Estes
componentes de deslocamentos e rotações nodais livres são chamados de
deslocabilidades, e são responsáveis por determinar a forma deformada, ou
seja, elas são as incógnitas do método dos deslocamentos. Espaçamento entre
as linhas

De acordo com Martha (2010) definição para deslocabilidade é


referenciada como parâmetros que definem o comportamento cinemático
quando considerados as deformações das restrições dos elementos, e por
referir-se a matriz de rigidez direta, essas deslocabilidades são nomeados
“graus de liberdade” O autor adota esse nome “grau de liberdade” para
qualquer componente de deslocamento ou rotação nodal, incluindo as livres e
as restritas por apoios. Após definir os graus de liberdade da estrutura,
estabelece-se um sistema de coordenadas generalizadas e locais das barras.
Por definição de Martha (2010, p. 16):

Coordenadas generalizadas são direções associadas aos graus de


liberdade (ou deslocabilidades) de uma barra ou de uma estrutura. As
coordenadas generalizadas globais são as direções utilizadas para
definir os graus de liberdade globais (da estrutura). As coordenadas
generalizadas locais (do elemento de barra) são as direções
utilizadas para definir as deslocabilidades locais.

A formulação deste método considera o equilíbrio de cada nó, portanto o


deslocamento do nó estrutural é inicialmente desconhecido. A fórmula
algébrica compacta deste método é mostrada na Equação 3.

K×D=F (3)

Onde K é a matriz de rigidez da estrutura, F o vetor de cargas e D o


vetor de deslocamentos. Uma vez que ela for estabelecida, os deslocamentos
desconhecidos dos nós podem então ser determinados para qualquer
carregamento dado na estrutura (HIBBLER, 2013).
Hibbler (2013) afirma que, quando esses deslocamentos são
conhecidos, as forças internas e externas na estrutura podem ser calculadas
usando as relações de força-deslocamento para cada membro. Desta forma,
conclui-se que, da mesma forma, quando as forças internas e externas da
estrutura forem conhecidas, pode ser calculado os deslocamentos utilizando a
mesma relação força-deslocamento da Equação 3.

3.5 MATLAB

Segundo o site mathworks.com (2021) o MATLAB (MATrixLABoratory) é


um software com linguagem de programação que combina um ambiente de
desktop ajustado para análise iterativa e design de processos com uma
linguagem de programação que expressa a matemática de matrizes e matrizes
diretamente. Inclui o Live Editor para criar scripts que combinam código, saída
e texto formatado em um bloco de notas executável. Portanto, o MATLAB é
perfeito para aqueles que desejam programar e testar soluções de maneira
fácil e precisa (por exemplo, no laboratório).
Originalmente desenvolvido para fornecer acesso ao processamento de
vetores e matrizes, o MATLAB se torna a linguagem mais adequada para a
implementação dessa rotina computacional. Como o objetivo da criação do
programa de treliças planas é justamente simplificar a execução do cálculo e a
interpretação dos resultados, a elaboração de um código que permita ao
usuário a entrada de dados para resolução da estrutura sem nenhuma
limitação em relação a quantidade de elementos; obter os resultados
individuais de cada elemento com ilustrações dos esforços; obter a
representação da estrutura completa após as deformações cumpre os
propósitos.
4 METODOLOGIA

O presente trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de um


programa computacional educacional que possa apresentar resultados
numéricos e gráficos de deformações para treliças planas utilizando o método
da Matriz de Rigidez Direta.
A pesquisa se justifica através de pesquisa explicativa e exploratória,
uma vez que se busca a necessidade do aprofundamento da aplicação do
Método da Rigidez Direta, procurando identificar como fator determinante o seu
uso em meio educacional, além de registrar e analisar os resultados.
De acordo com Andrade (2002, p. 20):

A pesquisa explicativa é um tipo de pesquisa mais complexa, pois, além


de registrar, analisar, classificar e interpretar os fenômenos estudados,
procurar identificar seus fatores determinantes. A pesquisa explicativa
tem por objetivo aprofundar o conhecimento da realidade, procurando a
razão, o porquê das coisas e por esse motivo está mais sujeita a erros.

Segundo Gil (1999) a definição de pesquisas explicativas uma vez que


estas têm como objetivo determinar os fatores que originam ou contribuem
para o acontecimento dos fenômenos. Uma vez que para um melhor
entendimento de treliça plana, o desenvolvimento de um programa
computacional que forneça os resultados e gráficos ajuda o estudante a
compreender com mais afinco os passos da resolução do método.
A primeira etapa da pesquisa foi realizar uma revisão bibliográfica, para
determinação dos conceitos adotados ao longo do desenvolvimento para o
melhor entendimento do leitor. De acordo com Vianna (2001), a pesquisa
bibliográfica proporciona o avanço em um campo do conhecimento, mas para
isso é preciso conhecer o que já foi concretizado por pesquisadores e os
obstáculos encontrados nesta. Assim, segundo Lakatos e Marconi (2010) o uso
da revisão bibliográfica é importante para determinar os parâmetros do
problema relacionados ao projeto de pesquisa e obter uma ideia concisa sobre
a situação atual dos conhecimentos relacionados ao tema, suas lacunas e a
contribuição da investigação para o desenvolvimento do conhecimento. Logo
após determinou-se a estratégia de coleta de dados, que será do tipo
simulação em software a fim de aplicar os conceitos de forma prática e
comprovar a aplicabilidade do método. Por fim, classificou-se a análise de
dados como quantitativa. De acordo com Mezzaroba e Monteiro (2009) a
análise quantitativa de dados sempre obtém o maior grau de correção
possíveis dos dados analisados garantindo a confiabilidade do trabalho.
Seguindo a definição dada pelo autor essa pesquisa se enquadra como análise
quantitativa de dados desde que utilizará análises numéricas com correlações
e representações gráficas com intuito de justificar seus resultados.

4.1 Descrição da simulação no software

O programa para resolução de esforços e deformações de treliças


planas foi implementado no ambiente MATLAB, utilizando comandos e
variáveis da própria linguagem do software. Para realização das simulações no
software foram utilizadas matrizes através do Método da Matriz de Rigidez para
calcular os deslocamentos, deformações, esforços externos e internos e
reações de apoio.

4.2.1 Estruturas com barras inclinada

Em vigas contínuas todas as barras estão contidas no mesmo plano e


no mesmo eixo horizontal, sendo denominadas colineares. No caso das
treliças, pórticos e grelhas (estruturas reticuladas), as barras possuem qualquer
orientação (direção), podendo estas ser situadas no plano ou no espaço. Para
obter uma solução adequada para essas barras deve-se imaginar um vetor
qualquer V, referenciado a um sistema de coordenadas no espaço, no caso de
estruturas planas, denominado sistema de coordenadas global X – Y e um
sistema de coordenadas alternativo, denominado local xL – yL, situado na
mesma origem do sistema global Figura 08.
Figura 08 – Sistema de coordenadas bidirecional

Fonte: Autor (2021)

Para determinar o comprimento da barra inclinada, se utiliza as medidas


finais e iniciais de cada um dos eixos mostrados de acordo com a figura 1,
sendo os mesmos aplicados ao Teorema de Pitágoras. O cálculo da distância
entre dois pontos no espaço, dadas por meio de suas coordenadas é dada pela
equação 04.

LAB = √(𝑥𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑥𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙)2 + (𝑦𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑦𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙)² (4)

4.2.2 Grau de liberdade

Um único nó de uma treliça plana, apresenta duas possibilidades de


deslocamento, sendo na direção X e na direção Y no espaço onde está
inserida. A numeração das possibilidades de deslocamentos também
conhecidos como graus de liberdade da estrutura, segue a numeração dos nós
possibilitando a montagem da matriz local K de cada elemento da estrutura e
por fim na integração das matrizes locais, o que resultará na matriz global do
sistema. Para os exemplos didáticos, durante esse trabalho será adotado
números ímpares para a direção X e pares para direção Y. A Figura 10 serve
como exemplo para demonstrar a inclusão da numeração dos elementos e nós
com cada um dos elementos numerados individualmente.

Figura 09– Grau de liberdade da treliça

Fonte: Autor (2021)

Nota-se com a Figura 09 que todos os nós receberam valores ímpares


para deslocamentos horizontais e pares nas possibilidades de deslocamentos
verticais. Desta forma, facilitando a identificação dos graus de liberdade de
cada elemento da estrutura.

4.2.3 Rotação no plano

O equilíbrio de qualquer estrutura é obtido no sistema referência global,


porém, a matriz de rigidez de um elemento estrutural e as cargas nodais são
obtidas em um sistema de coordenadas local, que podem ser vistos na imagem
abaixo.
Figura 10 - Sistema global Figura 11 – Sistema local com
com inclinação θ inclinação α

Fonte: Autor (2021) Fonte: Autor (2021)

Considera-se um vetor denominado P genérico que sua localização no


sistema de coordenadas global e local foram ilustradas anteriormente pelas
Figuras 11 e 12, e seu sistema local XL, YL tem inclinação α, à decomposição
do vetor para o sistema de coordenadas local pode ser representada de acordo
com as equações seguintes 5 e 6:

𝑃𝑥 𝐿 = P. cos (θ – α) (5)

𝑃𝑦 𝐿 = P. sen (θ – α) (6)

Com auxílio de relações de trigonometria e realizando as substituições


necessárias, as equações 7 e 8 são representadas como:

𝑃𝑥 𝐿 = PX. cos α + PY. sen α (7)

𝑃𝑦 𝐿 = PX. cos α − PY. sen α (8)

Entretanto, como o propósito do trabalho será em cálculo de matrizes,


pode-se representar as equações 7 e 8 de forma matricial, esta que pode ser
observada abaixo:
𝑃𝑥 𝐿 −cosα senα 𝑃𝑥
[ 𝐿 ] = [−senα cosα ] . [𝑃𝑦] (9)
𝑃𝑦

Onde a equação 9 vista acima considera que o ângulo α é denominada


como a matriz de rotação R:

−cosα senα
R= [ ] (10)
−senα cosα

Com isso, é possível simplificar a equação 10 da seguinte forma:

𝑃𝐿 = R. P (11)

Considerando que PL é a matriz do vetor no sistema de coordenadas


local; R é a matriz de rotação que considera o ângulo de rotação do sistema de
coordenadas local e P é a matriz do vetor do sistema de coordenadas global.

Para realizar o convertimento das variáveis do sistema de coordenadas


global para o sistema local, emprega-se a equação a seguir:

P = 𝑅 𝑇 . 𝑃𝐿 (12)

Onde P é a matriz do vetor no sistema de coordenadas global; RT é a matriz


de rotação transposta e PL é a matriz do vetor no sistema de coordenadas local.
Considerando que o sistema de coordenadas local acorda com os eixos
geométricos, é correto escrever o cosseno do ângulo α e o seno do ângulo α
em função das coordenadas dos nós dos elementos da estrutura da maneira
que:

𝑋𝑓−𝑋𝑖
𝐶𝑋 = 𝑐𝑜𝑠𝛼 = (13)
𝐿

𝑌𝑓−𝑌𝑖
𝐶𝑌 = 𝑠𝑒𝑛𝛼 = (14)
𝐿
Onde, Xf é a coordenada final do nó na direção X; Xi é a coordenada
inicial do nó na direção X. Da mesma forma que Yf e Yi são respectivamente
coordenadas finais e iniciais do nó na direção Y. Cx e Cy representam nas
equações os cossenos diretores dos elementos e L, por sua vez, representa o
comprimento da barra como representado anteriormente na equação 3.

Logo a matriz R é presentada por:

𝐶𝑥 𝐶𝑦
𝑅=[ ] (15)
−𝐶𝑦 𝐶𝑥

O vetor P pode indicar solicitações ou deslocamentos. Assim, os


deslocamentos U do nó final f e inicial i do elemento da treliça podem ser
escritos para o nó inicial como:

𝑈𝑥𝑖 𝐿 𝑐𝑥 𝑐𝑦 𝑈𝑥𝑖
[ 𝐿 ] = [−𝑐𝑦 𝑐𝑥 ] ∗ [𝑈𝑦𝑖 ] (16)
𝑈𝑦𝑖

E para o nó final, representa-se por:

𝑈𝑥𝑓 𝐿 𝑐𝑥 𝑐𝑦 𝑈𝑥𝑓
[ 𝐿 ] = [−𝑐𝑦 𝑐𝑥 ] ∗ [ ] (17)
𝑈𝑦𝑓 𝑈𝑦𝑓

Ao reunir as matrizes anteriores em uma única, temos:

𝑈𝑥𝑖 𝐿 𝐶𝑥 𝐶𝑦 𝑜 𝑜 𝑈𝑥𝑖
𝐿
𝑈𝑦𝑖 −𝐶𝑦 𝐶𝑥 𝑜 𝑜 𝑈𝑦𝑖
𝐿 =[ 𝑜 𝑜 𝐶𝑥 𝐶𝑦
]∗[
𝑈𝑥𝑓
] (18)
𝑈𝑥𝑓
[𝑈𝑦𝑓 𝐿 ] 𝑜 𝑜 −𝐶𝑦 𝐶𝑥 𝑈𝑦𝑓

Ilustrar a equação anterior de uma forma mais compacta, para cada grau
de liberdade do elemento da estrutura, relaciona-se os vetores em:

𝑈 𝑖,𝐿 = 𝑅 ∗ 𝑈 𝑖 (19)
Onde Ui,L significa o vetor de deslocamento da barra i no sistema
coordenadas local; Ui é o vetor de deslocamento no sistema global; e R a
matriz de rotação da barra.

𝐶𝑥 𝐶𝑦 𝑜 𝑜
−𝐶𝑦 𝐶𝑥 𝑜 𝑜
𝑅=[ ] (20)
𝑜 𝑜 𝐶𝑥 𝐶𝑦
𝑜 𝑜 −𝐶𝑦 𝐶𝑥

Semelhante à forma dos esforços, a equação 20 pode ser utilizada para


a transformação das forças do sistema de coordenada local (Fi,L) e no sistema
global (Fi) de forma que:

𝐹 𝑖,𝐿 = 𝑅. 𝐹 𝑖 (21)

Onde, Fi,L o vetor de solicitações do elemento i no sistema local e Fi, o


vetor nas coordenadas do sistema local. Fazendo as substituições na equação
(𝑭𝒊,𝑳 = 𝑲𝒊,𝑳.𝑼𝒊,𝑳 ), obtemos:

𝐹 𝑖 = 𝑅 𝑇 ∗ 𝐾 𝑖,𝐿 𝑅 ∗ 𝑈 𝑖 (22)

Ao substituir a equação 19 na equação 22 obtém-se a equação


fundamental do equilíbrio do sistema de coordenadas global em uma treliça
plana sem que haja cargas atuando nos nós. Representando da forma a seguir:

𝐹𝑖 = 𝐾 𝑖 ∗ 𝑈𝑖 (23)

Onde, o vetor Fi pertence as solicitações externo do elemento i; a matriz


global ki é a matriz de rigidez do elemento i em coordenadas globais e Ui o
vetor de deslocamentos nos nós do elemento i.

4.2.4 Determinação da matriz de rigidez de barra no sistema de coordenadas


local
Em continuação da determinação dos graus de liberdade dos nós, é
necessário encontrar os valores referentes aos cossenos diretores
(representados para essa análise nas equações 25 e 26 em complemento ao
explanado nas equações 13 e 14) da barra antes da montagem da matriz de
rigidez local. A determinação desses valores é importante para o
preenchimento da matriz local K, que por sua vez é representada pela eq. 24.
Conforme adotado os graus de liberdade de cada nó, esses valores serão
informados na parte superior e direita da matriz para que possa facilitar o
entendimento quando integrados a matriz global.

𝜆𝑥² 𝜆𝑥𝜆𝑦 −𝜆𝑥² −𝜆𝑥𝜆𝑦


𝐴𝐸 𝜆𝑥𝜆𝑦 𝜆𝑦² −𝜆𝑥𝜆𝑦 −𝜆𝑦²
𝐾= (24)
𝐿 −𝜆𝑥² −𝜆𝑥𝜆𝑦 𝜆𝑥² 𝜆𝑥𝜆𝑦
[−𝜆𝑥𝜆𝑦 −𝜆𝑦² 𝜆𝑥𝜆𝑦 𝜆𝑦² ]

Onde:

𝑥𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙−𝑥𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝜆𝑥 = (25)
𝐿

𝑦𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙−𝑦𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝜆𝑦 = (26)
𝐿

4.2.5 Determinação da matriz de rigidez de barra no sistema de coordenadas


global

A matriz de rigidez global consiste no agrupamento de todas as matrizes


locais reunidas em uma única matriz. Essa matriz pode variar de tamanho de
acordo com o número de nós presentes na estrutura. Como visto
anteriormente, cada barra possui dois nós e quatro graus de liberdade. Sendo
assim, podemos afirmar que o tamanho da matriz global pode ser expresso
pela equação 27:

2 × 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑛ó𝑠 (27)

Desta forma, a Figura 12 mostra a estrutura da matriz do exemplo em


questão será de tamanho 6x6.

Figura 12 - Matriz global da estrutura com cossenos diretores

Fonte: Autor (2021)

Como visto na Figura 12, a matriz global da estrutura é composta por 6


linhas e 6 colunas, representando então uma matriz global de uma estrutura
plana.

Para obter a matriz de rigidez global basta multiplicar a transposta da


matriz de rotação, a matriz de rigidez local e a matriz de rotação da barra. De
forma que:

𝐾 𝑖 = 𝑅 𝑇 ∗ 𝐾𝐼,𝐿 ∗ 𝑅 (28)

4.2.6 Determinação reações de apoio e deslocamentos livres

Para a determinação das reações de apoio e deslocamentos nos nós


livres, será necessário montar: a matriz Kr (correspondente aos valores dos
graus de liberdade nos nós livres); a matriz Fr (contendo as forças externas
conhecidas atuantes nos nós livres) e a matriz Ft (com as forças totais da
estrutura devidamente relacionadas com os graus de liberdade). Uma vez
determinadas as matrizes Kr e Fr, para encontrar os deslocamentos (u) dos
nós livres, basta fazer a matriz inversa da própria matriz Kr (Kr-1 ) multiplicada
pela matriz Fr que contém as forças externas atuantes no nó analisado. Sendo
assim a equação de deslocamentos é presentada por:

Kr-1 × Fr = U (29)

Considerando que os nós restantes são restritos de deslocamentos (ou


seja, deslocamento u=0), monta-se uma matriz contendo os deslocamentos
encontrados anteriormente juntamente com os deslocamentos restringidos
devido as propriedades apoios. Por fim, as reações de apoio podem ser
encontradas apenas por multiplicar a matriz global (Gglobal) com a matriz (U)
contendo todos os deslocamentos. O resultado dessa equação será
devidamente ilustrado na matriz de forças totais (FT), onde cada grau de
liberdade irá conter a força externa que age no nó. Desta forma, as forças
conhecidas e reações de apoio serão expostas na matriz. A equação a seguir
representa as forças totais da estrutura.

Gglobal × U = FT (30)

4.2.7 Condições de contorno

Em análise matricial de estruturas, a matriz de rigidez global da estrutura


possui o sistema de equações de contorno indeterminado, desta forma não se
deve considerar as conexões dos elementos com o meio externo. Desta forma
é retirado da matriz global as colunas e linhas referentes aos deslocamentos
conhecidos para que seja obtido os deslocamentos nodais após a resolução do
sistema.
Para determinar as solicitações de uma barra i, calcula-se o vetor de
forças externas que atuam diretamente na barra, quando referenciado no
sistema global. Utilizando o exemplo da Figura 09, a equação 30 ilustra o vetor
de forças externas e a equação 31 o vetor de deslocamento da estrutura de
acordo com os graus de liberdade da Figura 10.

0
0
0
𝐹= (31)
−45
0
[−20]

0
0
𝑈3
𝑈= (32)
𝑈4
0
[0]

4.2.8 Determinação dos esforços internos dos elementos

Segundo Martha (2010), os esforços internos em uma estrutura


caracterizam-se em ligações internas de tensões, ou seja, definem-se como
esforços internos a integral das tensões ao longo da seção transversal do
elemento. Seguindo essa definição, a equação 30 extrai os esforços internos
do elemento em análise utilizando os respectivos cossenos diretores e
deslocamentos atrelados aos graus de liberdade em forma de matriz.

𝐸𝐴
𝐸𝐼 = ∗ [−𝜆𝑥1 −𝜆𝑦1 𝜆𝑥1 𝜆𝑦1 ] ∗ 𝑈 (33)
𝐿

Diante disso, pode-se afirmar que esforços internos são os efeitos das forças e
dos momentos resultantes em um corte da secção transversal entre duas
porções de uma estrutura reticulada.

4.3 Aplicação do método


Com base no que foi passado no tópico 4.2, será executado um cálculo
de uma estrutura utilizando o método da matriz de rigidez direta. Os dados da
estrutura para a resolução da Figura 13 foram:

A=1; E=21000

Figura 13 - Treliça isostática 3 barras para resolução

Fonte: Autor (2021)

A Figura 13 demonstra uma treliça de 3 barras, onde pode ser visto que
há dois apoios, sendo o apoio da coordenada (0,0) de 1º gênero, e na
coordenada (400,-300) um apoio do 2º gênero, deixando a estrutura
estaticamente definida. As cargas externas estão sendo aplicadas diretamente
nos nós tanto em sentido vertical, quanto horizontal para haja um melhor
entendimento das deformações que a estrutura irá sofrer.
Figura 14 - Graus de liberdade da treliça

Fonte: Autor (2021)

Figura 15 – Graus de liberdade das barras individuais

Fonte: Autor (2021)

4.3.1 Desenvolvimento de cálculo da barra 01

Para o cálculo da Barra 01, obtém-se as seguintes informações:

Xinicial = 0; Xfinal = 400; Yinicial = 0; Yfinal = 0; L = 400cm


Aplicando os valores anteriores referentes a Barra 01 nas equações 25 e
26 resulta nas equações 34 e 35:

400−0
𝜆𝑥 = =1 (34)
400

0−0
𝜆𝑦 = =0 (35)
400

As equações 34 e 35 representam os valores dos cossenos diretores


que será adicionado a equação 24 o que resultará na equação 36, denominada
esta como a matriz de rigidez local da barra.

1 0 −1 0
1∗21000 0 0 0 0
𝐾= [ ] (36)
400 −1 0 1 0
0 0 0 0

Após a inclusão dos cossenos diretores na equação da matriz local de


rigidez, a matriz K para a Barra 01 é representada pela equação 37.

52.5 0 −52.5 0
0 0 0 0
𝐾=[ ] (37)
−52.5 0 52.5 0
0 0 0 0

Com base na definição fornecida para chegar à equação 12, será


definido para cada barra os valores e posições para facilitar o entendimento e a
inclusão dessa matriz local k no sistema de coordenadas global. Desta forma,
utiliza-se a matriz transposta representada pela equação 38 para a Barra 01,
onde:
1 0 0 0 0 0
0 1 0 0 0 0
0 0 1 0 0 0
𝑇= (38)
0 0 0 1 0 0
0 0 0 0 0 0
[0 0 0 0 0 0]

Nota-se que os valores representados por “1” da matriz transposta são


incluídos em uma matriz 6x6, onde o preenchimento das linhas e colunas
desses valores são de acordo com os graus de liberdade da barra em questão.
Neste caso, os graus de liberdade são representados por “1, 2, 3 e 4”

Aplicando as equações 37 da coordenada local da barra, a equação 38


referentes a matriz transposta à equação 12, obtém-se a equação 39, que
representa a matriz global da estrutura com os valores da Barra 01
enquadrados nos devidos locais.

52.5 0 −52.5 0 0 0
0 0 0 0 0 0
−52.5 0 52.5 0 0 0
𝐾= (39)
0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
[ 0 0 0 0 0 0]

A equação 39 mostra a Barra 01 incluída na matriz global da estrutura


analisada.

4.3.2 Desenvolvimento de cálculo da barra 02

Seguindo a ideia aplicada a barra 01, será repetido os mesmos


procedimentos para executar o cálculo da barra 02. Sendo assim, para o
cálculo da Barra 02, obtêm-se as seguintes informações:

Xinicial = 400; Xfinal = 400; Yinicial = 0; Yfinal = -300; L = 300cm


Cálculo dos cossenos diretores referentes a Barra 02:
400−400
𝜆𝑥 = =0 (40)
300

−300−0
𝜆𝑦 = =1 (41)
300

Cálculo da matriz de rigidez local da Barra 02:

0 0 0 0
0 70 0 −70
𝐾=[ ] (42)
0 0 0 0
0 −70 0 70

Matriz transposta da Barra 03:

0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
0 0 1 0 0 0
𝑇= (43)
0 0 0 1 0 0
0 0 0 0 1 0
[0 0 0 0 0 1]

Matriz de rigidez global com dados da Barra 02:

0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
𝐾= (44)
0 0 0 70 0 −70
0 0 0 0 0 0
[0 0 0 −70 0 70 ]

4.3.3 Desenvolvimento de cálculo da barra 03

De acordo com as resoluções das barras 01 e 02, será utilizado dos


mesmos procedimentos para executar o cálculo da barra 03, mudando apenas
que será necessário o uso da equação 3 para o cálculo do comprimento da
barra inclinada. Com isso, para a Barra 03:

Xinicial = 400; Xfinal = 0; Yinicial = -300; Yfinal = 0;

Adicionando os valores das coordenadas da Barra 03 na equação 03,


temos:

𝐿 = √(0 − 400)2 + (0 − 300)2 = 500 (45)

A equação 42 retorna com o valor de L = 500cm, desta forma, segue:

Cálculo dos cossenos diretores referentes a Barra 03:

400−400
𝜆𝑥 = =0 (46)
300

−300−0
𝜆𝑦 = =1 (47)
300

Cálculo da matriz de rigidez local da Barra 03:

0 0 0 0
0 70 0 −70
𝐾=[ ] (48)
0 0 0 0
0 −70 0 70

Matriz transposta da Barra 03:


0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
0 0 1 0 0 0
𝑇= (49)
0 0 0 1 0 0
0 0 0 0 1 0
[0 0 0 0 0 1]

Matriz de rigidez global com dados da Barra 03:

0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
𝐾= (50)
0 0 0 70 0 −70
0 0 0 0 0 0
[0 0 0 −70 0 70 ]

Após determinado os dados de cada, será necessário obter a matriz


global da estrutura de forma final, para isso, as equações 39, 44 e 50 serão
somadas, chegando então na matriz de rigidez global da estrutura,
representada na equação 51:

79.38 −20.16 −52.5 0 −26.88 20.16


−20.16 15.12 0 0 20.16 −15.12
−52.5 0 52.5 0 0 0
𝐾= (51)
0 0 0 70 0 −70
−26.88 20.16 0 0 26.88 −20.16
[ 20.16 −15.12 0 −70 −20.16 85.12 ]

Note que a equação 51 somou todos os termos com os graus de


liberdade semelhantes, resultando então na matriz de rigidez global final.

4.3.4 Cálculo das reações de apoio e deslocamentos livres

Seguindo os conceitos citados no tópico 4.2.6, determinação dos


deslocamentos dos nós livres será obtida substituindo os termos da equação
29 com a equação 52, referente a matriz dos graus de liberdade livres e a
equação 53 onde ilustra as forças externas atuantes nos graus de liberdade
livres. Por fim resultando na equação 54:

52.5 0 0
𝐾𝑟 = [ 0 70 0 ] (52)
0 0 26.88

0
𝐹𝑟 = [−40] (53)
−80

0
𝑈 = [−0.571] (54)
−2.976

Observa-se que a matriz de deslocamentos U indica exatamente os


deslocamentos referentes aos graus de liberdade do nó livre, sendo um deles
igual a 0 por estar restringido a linha de ação do apoio. Para este caso foi
considerado o fato que não houve deformação elástica na peça devido a
esforços de tração ou compressão.

Para a determinação das reações de apoio, será utilizado um artifício


onde a matriz de deslocamento representada pela equação 54 e a equação 53
da matriz de forças externas passarão por uma adaptação onde haverá a
inclusão dos deslocamentos conhecidos nos graus de liberdade, ou seja, os
deslocamentos restringidos pelos apoios da estrutura, e a adição da
informação da não existência de cargas externas nos demais nós. Originando
as equações 55 e 56 respectivamente:
0
0
0
𝑈𝑇 = (55)
−0.571
−2.976
[ 0 ]

0
0
0
𝐹𝑇 = (56)
−40
−80
[ 0 ]

A determinação das reações de apoio será feita através do produto da


matriz global da estrutura e a matriz de deslocamentos totais, dada pelas
equações 51 e 55. Portanto, a equação 56 é definida por:

−80
−60
0
𝐹𝑇𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠 = (57)
−40
−80
[ 100 ]

A equação 57 traz consigo todas as forças atuantes na estrutura, onde


confirma-se nas linhas 4 e 5 as cargas externas já conhecidas e nas linhas 1,
2, 3 e 6 as reações de apoio respectivamente associadas aos graus de
liberdade da estrutura.

4.3.5 Cálculo dos esforços internos dos elementos

Os esforços internos das barras serão calculados através da equação


33, sendo esta utilizada de forma individual para cada barra. A equação 58
representará os esforços internos da Barra 01, da mesma forma que a equação
59 e 60 indicará os resultados para as barras 02 e 03 respectivamente.
0
21000∗1 0
𝐸𝐼 = ∗ [−1 0 1 0] ∗ [ ]=0 (58)
400 0
−0.571

0
21000∗1 −0.571
𝐸𝐼 = ∗ [0 1 0 −1] ∗ [ ] = 39.97 (59)
300 −2.976
0

−2.976
21000∗1 0
𝐸𝐼 = ∗ [0.8 −0.6 −0.8 0.6] ∗ [ ] = −99.994 (60)
500 0
0

Analisando os resultados fornecidos pelas equações anteriores,


concluímos que:

• O esforço interno da Barra 01 representado pela equação 58, é um valor


muito próximo a zero sendo o suficiente para classificar como neutro.
Não classificando o esforço tração ou compressão;
• A equação 59 ilustra que a Barra 02 por sua vez sofre uma compressão
no valor de 39.97 kN;
• E por fim a equação 60 traz como valor para a Barra 03 e define a
compressão da barra em uma intensidade de 99.994 kN.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O código desenvolvido foi submetido a executar o exemplo da treliça


resolvida de forma manual do Capítulo 4 dessa pesquisa. Segue abaixo o
exemplo utilizado no tópico 4.3 dessa vez realizado no programa de cálculo de
treliças, seguido da validação dos resultados ao ser comparada no software
Ftool.

5.1 Resolução do exemplo com o MATLAB

Considerando as mesmas características físicas e mecânicas, será


inserido ao código dados como: área da seção transversal da peça; módulo de
elasticidade, coordenadas cartesianas das barras e os graus de liberdade de
cada elemento barra de acordo com a Figura 22. Desta forma, para melhor
representar os dados da Figura 19, a estrutura será denominada como:
Estrutura isostática 01. Portanto temos:

• Área da seção transversal da peça (A)


• Módulo de elasticidade do material (E)
• Coordenadas cartesianas das barras (BT)
• Grau de liberdade das barras (RT)

Figura 16 – Entrada das características físicas e mecânicas da Estrutura isostática 01

Fonte: Autor (2021)

Percebe-se na Figura 16 que a inclusão dos dados de BT e RT


colocados em linhas separadas para que então seja fácil a localização das
informações.
Como visto anteriormente, a saída dos dados de entrada referentes as
coordenadas cartesianas e dos graus de liberdade ficam em forma de matriz.
Desta forma, a Figura 17 traz a representação dessas informações após
executada no MATLAB:

Figura 17 - Dados de saída de BT e RT da Estrutura isostática 01

Fonte: Autor (2021)

Após inserido as características da estrutura, na Figura 18, foi


adicionado também as condições de contorno, onde foi determinado as
restrições de deslocamentos provenientes das propriedades dos apoios da
peça, as forças externas atuantes nos nós, e a localização da carga aplicada
na estrutura. Os dados citados são referenciados através do grau de liberdade
de cada nó.

• Condições de contorno de restrição dos apoios (CCON)


• Forças externas (F)
• Grau de liberdade das forças externas (FN)
Figura 18 - Adição das condições de contorno no código

Fonte: Autor (2021)

A Figura 18 é a representação de todos os dados de entrada


necessários para a resolução da estrutura. Desta forma o programa irá
proceder com o desenvolvimento de cálculo e fornecer os resultados.

Na Figura 19, é mostrado o resultado da leitura feita pelo programa dos


dados de condições de contorno que foram adicionados após os dados da
Figura 19.

Figura 19 - Representação dos dados de entrada em formato matricial

Fonte: Autor (2021)


Na imagem acima, é possível ver que todos os dados inseridos ficaram
com a saída de dados formato matricial. Sendo possível a continuidade na
resolução.

Na Figura 20, nota-se que o software desenvolvido disponibiliza como


resultado dados como:

• Forças externas atuantes;


• Deformações das barras;
• Reações de apoio;
• Forças internas das barras.

Figura 20 - Dados de saída da Estrutura isostática 01

Fonte: Autor (2021)

Nota-se que os dados fornecidos são devidamente identificados. As


forças externas foram definidas como “Força1” e “Força2”, as deformações
foram nomeadas de acordo com a quantidade de graus de liberdade da
estrutura, sendo nomeada de “U1” a “U6” (equação 55), as reações de apoio
correspondem à “F1”, “F2” e “F3” (equação 57), bem como os esforços internos
das barras foram identificadas como “Barra1”, “Barra2” e “Barra3” (equações
58, 59 e 60 respectivamente).
A Figura 21 traz a ilustração gráfica proveniente dos dados das
coordenadas inseridas na entrada de dados.

Figura 21 - Plotagem gráfica das coordenadas inseridas na entrada de dados

Fonte: Autor (2021)

Nota-se que a Figura 21 traz a confirmação da correta atribuição dos


dados das coordenadas na entrada de dados. Caso esteja errado, o software
irá solicitar a correção das estruturas.

A Figura 22 reúne as informações da estrutura em seu estado normal,


indicado pelas linhas de cor preta, e a estrutura após deformação em linhas de
cor vermelha.
Figura 22 - Imagem da estrutura com a ilustração de deformação

Fonte: Autor (2021)

É possível ver na Figura 22 a deformação da estrutura com as cargas


externas aplicadas nos nós. É possível fazer o ajuste da variável de
representação da deformação que seja mais perceptível dependendo das
características físicas e mecânicas da estrutura.

Os valores correspondentes aos esforços internos da estrutura podem


ser notados na Figura 23. As barras comprimidas recebem a tonalidade azul e
as barras tracionadas em vermelho.
Figura 23 - Ilustração dos esforços internos das barras da estrutura

Fonte: Autor (2021)

Percebe-se que as barras de cor azul, justificam a compressão das


barras quando expostas as cargas externas. A barra de cor verde informa que
a barra tem um valor de esforço interno que pode ser considerado zero por ser
um valor muito próximo a zero.

5.2 Resolução de treliças maiores com software desenvolvido

Neste tópico, será mostrado a resolução de duas treliças hiperestáticas


que foram inseridas no programa e devidamente calculadas sem intervenção
do usuário. Desta forma, conclui-se que o programa é capaz de dimensionar
sem maiores problemas estruturas que estejam estaticamente indefinidas.

Na Figura 24 tem-se uma estrutura hiperestática modelada inicialmente


no AutoCAD para melhor visualização da estrutura, essa sendo composta por 9
barras, e 3 cargas externas atuando diretamente nos nós.
Figura 24 - Treliça hiperestática 01

Fonte: Autor (2021)

Percebe-se ao analisar a Figura 24 que a estrutura possui 2 barras


inclinadas e que serão dimensionadas obedecendo os conceitos citados
anteriormente no tópico 4.2.2.

A Figura 25 traz as informações de comprimento das barras obtidas pelo


programa após a leitura dos dados inseridos.

Figura 25 - Dados de comprimento das barras hiperestática 01

Fonte: Autor (2021)

Nota-se na Figura 25 que as barras inclinadas 7 e 9 foram corretamente


dimensionadas, comprovando o correto desenvolvimento do código frente aos
cálculos de medidas de comprimento.
As forças externas, deformações, reações de apoio e esforços internas
das barras foram determinadas e ilustradas pela Figura 26.

Figura 26 - Saída de dados da estrutura hiperestática 01

Fonte: Autor (2021)

É possível ver na Figura 26 que foram definidos todos os


deslocamentos, reações de apoio e esforções internos de forma bastante
precisa, indicando que o programa consegue dimensionar estruturas de porte
maior que os analisados anteriormente.
Como complemento das informações fornecidas pela Figura 26, o
programa disponibiliza figuras representando: a leitura feita das coordenadas
gerando a estrutura (Figura 27); os esforços internos das barras (Figura 28) e a
deformação da estrutura (Figura 29).

Figura 27 - Estrutura hiperestática 01 Figura 28 - Esforços internos

Fonte: Autor (2021) Fonte: Autor (2021)

Figura 29 - Deformação da estrutura


hiperestática 01

Fonte: Autor (2021)

As imagens anteriores finalizam o cálculo da estrutura hiperestática 01


comprovando em imagens os dados fornecidos pela saída de dados. A Figura
30 ilustra uma treliça hiperestática composta de 25 barras, sendo dessas, 6
inclinadas. Possui 7 cargas atuantes nos nós superiores da estrutura fazendo
com que toda a estrutura precise ser minuciosamente dimensionada a fim de
evitar deformações excessivas ou o colapso total.

Figura 30 - Treliça hiperestática 02

Fonte: Autor (2021)

A resolução dessa estrutura segue os mesmos procedimentos das


demais estruturas calculadas. Desta forma, da Figura 31 à Figura 35, tem-se
todos os dados fornecidos pelo programa seguido de sua confirmação através
da plotagem gráfica assim como feito nas estruturas anteriores.

Na Figura 31, os dados de comprimento das 25 barras são obtidos e


mostrados de forma matricial, montando uma matriz de única coluna.

Na Figura 32 e 33 é ilustrado a saída de dados da estrutura, contendo


as forças externas, deformações e esforços internos de cada barra.

Por fim, as Figuras 34, 35 e 36 mostram a estrutura montada de acordo


com as coordenadas inseridas, seguidos da ilustração de sua deformação e
esforços internos das barras
Figura 31 - Dados de comprimento das barras hiperestática 02

Fonte: Autor (2021)

Figura 32 - Saída de dados da estrutura hiperestática 02

Fonte: Autor (2021)


Figura 33 - Saída de dados da estrutura hiperestática 02 (continuação)

Fonte: Autor (2021)

Figura 34 - Estrutura hiperestática 02

Fonte: Autor (2021)


Figura 35 - Deformação da estrutura hiperestática 02

Fonte: Autor (2021)

Figura 36 - Esforços internos da estrutura hiperestática 02

Fonte: Autor (2021)

Ao analisar as imagens, confirma-se a veracidade das informações


fornecidas pelo programa ao ser comparados pela plotagem gráfica. Conclui-se
que não há limitação para resolução dos cálculos estruturais para estruturas
planas, sendo possível realizar o desenvolvimento de cálculo inclusive de
estruturas maiores. No apêndice A será disponibilizado a resolução dos
exemplos mostrados nesse capítulo sendo executados no programa FTOOL
para comprovação da eficácia nos valores e segurança nas informações
fornecidas pelo software desenvolvido para essa pesquisa.

5.3 Validação dos resultados com software FTOOL

Neste tópico será comprovado a eficácia do software desenvolvido ao


utilizar o software FTOOL para executar as mesmas estruturas e obter os
resultados.

Na Figura 37 tem-se novamente a estrutura da Figura 15, mas dessa


vez adicionada ao FTOOL para análise dos resultados. As Figuras 37 e 39
representam a deformação da estrutura e o resultado dos esforços internos das
barras, respectivamente.

Figura 37 - Estrutura isostática 01 FTOOL

Fonte: Autor (2021)


Figura 38 – Deformação da Estrutura isostática 01 FTOOL

Fonte: Autor (2021)

Figura 39 - Esforços internos da Estrutura isostática 01 FTOOL

Fonte: Autor (2021)


Foram adicionados ao FTOOL as estruturas hiperestáticas 01 e 02 antes
resolvidas pelo software desenvolvido como forma de confirmar a veracidade
dos resultados disponibilizados anteriormente quando submetido a cálculos de
estruturas estaticamente indefinidas. As Figuras 40, 41 e 42 atendem ao
modelo da estrutura, deformação dos elementos e esforços internos da
Estrutura hiperestática 01, respectivamente.

Figura 40 - Estrutura hiperestática 01 FTOOL

Fonte: Autor (2021)

Figura 41 - Deformação da Estrutura hiperestática 01 FTOOL

Fonte: Autor (2021)


Figura 42 - Esforços internos da Estrutura hiperestática 01 FTOOL

Fonte: Autor (2021)

Da mesma forma como adotada na Estrutura hiperestática 01, as Figuras 43,


44 e 45 apresentam a Estrutura hiperestática 02, sua deformação e esforços
internos.

Figura 43 - Estrutura hiperestática 02 FTOOL

Fonte: Autor (2021)


Figura 44 - Deformação da Estrutura isostática 02 FTOOL

Fonte: Autor (2021)

Figura 45 - Esforços Internos da Estrutura hiperestática 02 FTOOL

Fonte: Autor (2021)

Nota-se observando as Figuras deste tópico que os resultados foram


bastante satisfatórios, uma vez que os valores representados por elas foram
muito próximos aos obtidos pelo 4TRUSSES. No quadro 02 foram inseridos os
resultados referentes as reações de apoio, e esforços internos das estruturas
as quais foram inseridas no software desenvolvido. Analisando cada resultado
confirma-se a precisão nos resultados quando comparado a resolução obtida
pelo software FTOOL.

A seguir, encontra-se as comparações da: estrutura isostática 01,


estrutura hiperestática 01 e estrutura hiperestática 02 para melhor visualização
do desempenho do software 4TRUSSES.
Quadro 02 – Comparativo de valores entre o 4Trusses e o FTOOL

4Trusses FTOOL
Estrutura isostática 01
F1= 80kN F1= 80kN
Reações F2= -60kN F2= -60kN
F3= 100kN F3= 100kN
de apoio
Barra1: 0.00kN Barra1: 0.00kN
Esforços Barra2: -40.00kN Barra2: -40.00kN
Barra3: -100.00kN Barra3: -100.00kN
internos
Estrutura hiperestática 01
F1= 60kN F1= 59,94kN
Reações F2= 30kN F2= 30kN
F3= -60kN F3= -59,94kN
de apoio F4= 30kN F4= 30kN
Barra1: -67.08N Barra6: -0.00N Barra1: -67.08N Barra6: -0.00N
Esforços Barra2: -44.72N Barra7: -22.36N Barra2: -44.72N Barra7: -22.36N
Barra3: -44.72N Barra8: 20.00N Barra3: -44.72N Barra8: 20.00N
internos Barra4: -67.08N Barra9: -22.36N Barra4: -67.08N Barra9: -22.36N
Barra5: 0.00N Barra5: 0.00N
Estrutura hiperestática 02
F1= 165,09kN F1= 165,33kN
Reações F2= 157,86kN F2= 157,86kN
F3= -245,09kN F3= -245,33kN
de apoio F4= 192,14kN F4= 192,14kN
Barra1: -80.66kN Barra14: -29.71kN Barra1: -80.75kN Barra14: -29.63kN
Barra2: -192.49kN Barra15: -169.36kN Barra2: -192.79kN Barra15: -169.33kN
Barra3: -304.58kN Barra16: 113.74kN Barra3: -303.91kN Barra16: 112.39kN
Barra4: -379.90kN Barra17: -159.18kN Barra4: -379.80kN Barra17: -157.28kN
Barra5: -362.17kN Barra18: 66.70kN Barra5: -362.68kN Barra18: 66.00kN
Barra6: -244.04kN Barra19: -100.15kN Barra6: -242.34kN Barra19: -100.74kN
Esforços Barra7: -192.14kN Barra20: -13.70kN Barra7: -191.59kN Barra20: -12.87kN
internos Barra8: -245.09kN Barra21: 22.56kN Barra8: -243.85kN Barra21: 20.89kN
Barra9: -3.05kN Barra22: -73.44kN Barra9: -3.99kN Barra22: -74.71kN
Barra10: 113.78kN Barra23: 138.00kN Barra10: 114.66kN Barra23: 139.61kN
Barra11: 131.71kN Barra24: -121.02kN Barra11: 131.16kN Barra24: -119.80kN
Barra12: 57.00kN Barra25: 270.62kN Barra12: 55.82kN Barra25: 265.76kN
Barra13: -54.35kN Barra13: -54.32kN

Após a leitura dos dados fornecidos pelo quadro 02, pode-se confirmar a
aplicabilidade do software desenvolvido para uso educacional, uma vez que o
mesmo disponibiliza de resultados com precisão e segurança.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se, através dos resultados obtidos pelo FTOOL que o uso do


software elaborado para uso educacional será capaz de auxiliar alunos no
processo de resolução de exercícios de treliças planas sendo estaticamente
definidas ou não.

Utilizar o método dos deslocamentos agregados a rotinas


computacionais proporciona resultados de forma mais ágil e segura para
análise estrutural. Deve-se destacar que esse software é apenas uma
ferramenta que auxiliará o estudante não devendo substituir os métodos
manuais de cálculo. Desta forma, o programa elaborado ajudará aqueles no
aprendizado de análise estrutural de treliças planas.

A utilização dos métodos dos deslocamentos para resolução manual em


meio acadêmico gera dificuldade a aqueles que tenha qualquer estrutura a ser
analisada, esse software por sua vez, auxilia o estudante a comparar seus
resultados e confirmar o correto dimensionamento da estrutura. Estimula-se o
uso de rotinas computacionais em meios acadêmicos para que haja interesse e
entusiasmo com o assunto.

Por fim, como possibilidade de trabalhos futuros, seria a implantação de


um sistema que sinalize o colapso da estrutura caso haja uma deformação
excessiva dos elementos e dessa forma o software venha a sugerir as
dimensões ideais para manter a estabilidade e segurança da estrutura.

Em resumo, destaca-se que este trabalho para conclusão de curso foi


de suma importância para o estudante, que aprendeu novas formas de trazer
assuntos tratados durante a graduação junto a implementação computacional
para que se torne uma ferramenta a auxiliar nas mais diversas áreas da
engenharia.
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