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Agência Estadual de Meio Ambiente - CPRH

ATLAS AMBIENTAL
do Estado de Pernambuco
Recife 2014
ATLAS AMBIENTAL
do Estado de Pernambuco

Recife 2014
Governo do Estado de Pernambuco Unidade de Fomento e Gestão Instituto de Tecnologia de Pernambuco
de Projetos – UFGP
João Soares Lira Neto - ITEP
Governador Aline Fonseca de Oliveira
Frederico Cavalcanti Montenegro
Gerente
Carlos André Cavalcanti Diretor Presidente
Secretaria Estadual De Meio Ambiente Unidade de Geoprocessamento – UGEO Ivan Dornelas Falcone de Melo
e Sustentabilidade – Semas Marcos José Lacerda Diretor Executivo-Comercial
Hélvio Polito Lopes Filho Gerente José Geraldo Eugênio de França
Secretaria Executiva de Meio Ambiente Diretor Técnico-Científico
e Sustentabilidade Equipe Técnica
Patricia Mezzadre Verçosa
Jefferson Wagner de Lima Souza
Diretora Administrativa Financeira
Nahum Tabatchnik
Agência Estadual de Meio Ambiente Raoni Luna Santos Unidade de Geoinformação - UGEO
– CPRH Ruy de Azevedo Parahyba Filho Ana Mônica Correia
Paulo Teixeira de Farias Gerente
Diretor Presidente Estagiários
Aramis Leite de Lima
Waldecy Ferreira Farias Filho Wilson de Souza Barbosa Coordenação de Geodésia e Cartografia - LEGC
Diretoria de Controle de Fontes Poluidoras Charlene Albuquerque de Souza
Felipe José Alves Albuquerque
Nelson José Maricevich Coordenação de Conhecimento Geoespacial - LGCE
Fotografia
Diretoria de Gestão Territorial e Recursos Hídricos Wanderson dos Santos Sousa
Débora Crispim
Paulo Henrique Camaroti Coordenação de Meteorologia - LAMEP
Joice Brito
Diretoria Técnica Ambiental - DTA
Rodrigo Ferraz Responsável Técnica pela Produção Cartográfica
Cinthia Renata Vieira de Lima
Diretoria de Recursos Florestais e Biodiversidade Vanessa Costa Maranhão

Produção Executiva Equipe Técnica


Paulo Henrique Camaroti Claudianne Brainer Oliveira
Diretoria Técnica Ambiental - DTA Luiz Cláudio Ferreira

Unidade de Gestão de Geotecnologias Responsável pela Produção Gráfica


e Inovação – UGGI Karoline Nóbrega
Lígia Albuquerque de Alcântara | José Luis Said Cometti Projeto Gráfico
Gerente

Ouvidoria Ambiental
81.3182.8923
ouvidoriaambiental@cprh.pe.gov.br
Secretaria de
Meio Ambiente
e Sustentabilidade

ATLAS AMBIENTAL
do Estado de Pernambuco

Recife 2014
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A265a Agência Estadual de Meio Ambiente - CPRH


Atlas Ambiental do estado de Pernambuco / Agência Esta-
dual de Meio Ambiente - CPRH; Instituto de Tecnologia de Pernambu-
co - ITEP. – Recife, 2014.
205 p. : il.

ISBN: 978-85-64942-53-0

1.Unidade de Conservação. 2.Biodiversidade. 3.Meio


Ambiente. 4.Agência Estadual de Meio Ambiente. 5. Instituto
de Tecnologia de Pernambuco

CDU 574(813.4)

Este livro pode ser reproduzido total ou parcialmente, exceto para fins comerciais, desde que citada a fonte.
Sumário
Prefácio
Unidades de Conservação Estaduais
Domícilios
Apresentação Unidades de Uso Sustentável
Vocação econômica

13 Biomas existentes no estado de Pernambuco Área de Proteção Ambiental (APA)


Mapas do estado de Pernambuco
Unidades de Conservação e seus sistemas
17 SNUC E SEUC Reserva de Floresta Urbana (FURB)
Físicos
18 Descrição das categorias de Unidade de Conservação
Solo
25 Bibliografia Hidrográfico Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)
Hidrogeológico
Hipsométrico
Área de Proteção Ambiental Estuarina
Cartogramas Aptidão Agroecológica (APA Estuarina)
Aptidão Climática

Bióticos
Saneamento básico - Abastecimento de água Unidades de Proteção Integral
Saneamento básico - Coleta de lixo Áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade
Unidades de Conservação estaduais, federais e municipais Estação Ecológica (ESEC)
Corredor de biodiversidade da Mata Atlântica

Saneamento básico - Infraestrutura domiciliar Parque Estadual


Antrópicos
Saneamento básico - Síntese
Assentamentos rurais e populações tradicionais
Político Administrativo Refúgio de Vida Silvestre (RVS)

Demografia - Densidade demográfica


Demografia - Grau de urbanização Monumento Natural (MONA)
Prefácio
O estado de Pernambuco apresenta uma grande complexidade e O documento compreende uma coleção de mapas, imagens, fotogra-
abrangência da temática preservação/conservação e uso sustentável da fias, utilizando textos descritivos e informativos que retratam temas am-
biodiversidade, porém, é notória a fragmentação de informações acerca bientais, em especial as áreas das Unidades de Conservação (UC) de jurisdi-
dos mencionados temas. ção estadual existentes em seu território.
Com o objetivo de reduzir a distância entre os trabalhos científicos que O Atlas divide-se em três partes: Cartogramas, Mapas temáticos e Uni-
geram as informações e os órgãos que propõem e administram as políticas dades de Conservação Estaduais (UC), sendo estas últimas o foco principal
de conservação e uso sustentável dos recursos naturais, nasceu a ideia de da publicação, devido à importância da conservação/preservação dentro
aglutinar esses dados em um documento de manejo simples e aberto, pos- de uma nova visão de desenvolvimento.
sibilitando o acesso mais fácil a este tipo de informação. As Unidades de Conservação e as suas áreas de entorno são espaços
Este Atlas Ambiental de Pernambuco, desenvolvido pela equipe da estratégicos para o desenvolvimento planejado, indispensáveis à sustenta-
Diretoria Técnica Ambiental (DTA) da Agência Estadual de Meio Ambiente bilidade ambiental, além de constituírem uma das principais opções de pro-
de Pernambuco (CPRH) no âmbito do projeto do Sistema de Informações teção do patrimônio natural e da conservação da biodiversidade.
Geoambientais de Pernambuco - SIG Caburé, busca preencher as lacunas O Atlas Ambiental de Pernambuco, em conjunto com o SIG Caburé, foi
existentes nas publicações locais acerca do tema ambiental. Desta forma, a pensado tanto para apoiar os técnicos e a sociedade em geral nas tomadas
publicação funciona como compêndio de informações geradas ao longo das de decisão relacionadas à temática ambiental, como também para estimu-
últimas décadas, tanto pelo Poder Público como por pesquisadores, funda- lar reflexões mais aprofundadas sobre o significado das políticas de conser-
mentais para a proposição de políticas, e que, até então, se encontravam vação ambiental.
dispersas e não sistematizadas.

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Apresentação
Para caracterização ambiental deste Atlas foi realizado um levanta- que representa a tradução para a forma gráfica dos valores, variações e in-
mento documental, bibliográfico e cartográfico, abordando temas relacio- tensidades dos fatos ou fenômenos de interesse socioeconômico, expondo
nados aos biomas existentes no estado de Pernambuco, informações socio- uma síntese das informações quantitativas e qualitativas.
econômicas e, o foco principal, as Unidades de Conservação e os Sistemas A necessidade de dar visibilidade às Unidades da Conservação fez com
de Unidade de Conservação. que a composição do Atlas oferecesse como tema principal uma coleção
Este documento traz, em seu conteúdo, uma visão cartográfica que de mapas georreferenciados dessas áreas, onde são contempladas informa-
apresenta informações distribuídas em mapas temáticos com temas varia- ções por meio de textos, tabelas, fotos e imagens.
dos, envolvendo os meios físico, biológico e antrópico. Estes dados representam um importante apoio às atividades de con-
Também são elencados os biomas do Estado, mostrando a variedade servação e preservação de áreas consideradas especiais.
de formações florísticas. O Atlas apresenta uma coletânea de cartogramas,

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Biomas do estado
de Pernambuco
O estado de Pernambuco apresenta dois grandes e importantes bio- está relacionado às margens de baías, barras, enseadas, desembocaduras
mas: a Mata Atlântica (e ecossistemas associados) e a Caatinga. de rios, lagunas e reentrâncias costeiras onde haja encontro de águas de
rios com a do mar, ou diretamente expostos à linha da costa.
Mata Atlântica A cobertura vegetal, ao contrário do que acontece nas praias areno-
A Mata Atlântica, com uma variedade de formações, engloba um di- sas e nas dunas, instala-se em substratos de vasa de formação recente, de
versificado conjunto de ecossistemas florestais com estrutura e composi- pequena declividade, sob a ação diária das marés de água salgada ou, pelo
ções florísticas bastante diferenciadas, acompanhando as características menos, salobra. A riqueza biológica dos ecossistemas costeiros faz com que
climáticas da região onde ocorre: essas áreas sejam grandes “berçários” naturais, tanto para as espécies ca-
• Floresta ombrófila densa é uma mata perenifólia, sempre verde com racterísticas desses ambientes, como para peixes e outros animais que mi-
dossel de até 50 m; gram para as áreas costeiras durante, pelo menos, uma fase do ciclo de sua
• A Floresta ombrófila aberta é considerada uma área de transição vida. Em Pernambuco, existem cerca de 270 km 2 de manguezais espalha-
entre a Floresta Amazônica e as áreas extra-amazônicas; dos, principalmente, em regiões de Goiana e Megaó, Itapessoca, Jaguaribe,
• A Floresta estacional semidecidual tem árvores caducifólias (que Canal de Santa Cruz, Timbó, Paratibe, Beberibe, Capibaribe, Jaboatão e Pira-
perdem as folhas); pama, Massangana e Tatuoca, Ipojuca, Maracaípe, Sirinhaém, Rio Formoso,
• Os Brejos de altitude nordestinos são encraves da Mata Atlântica, Ilhetas e Mamucabas e Una.
formando ilhas de floresta úmida em plena região semiárida cercadas por
vegetação de caatinga. Ecossistemas associados da Mata Atlântica: Restinga
Como ecossistemas associados da Mata Atlântica, temos ainda os É outro ecossistema costeiro que recebe influência direta do mar. Tem
manguezais e as restingas. solo arenoso e vegetação psamófila (que tem preferência por solos areno-
sos) e halófila (aguenta amplas variações de salinidade). Pode ser formado
Ecossistemas associados da Mata Atlântica: Manguezal por vegetação rastejante, arbórea ou uma mescla de ambas.
O manguezal é considerado um ecossistema costeiro de transição entre
os ambientes terrestre e marinho. Característico de regiões tropicais e sub-
tropicais, está sujeito ao regime das marés, dominado por espécies vegetais
típicas, as quais se associam a outros componentes vegetais e animais, e

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14
Mata Atlântica abriga riqueza
de ecossistemas

Manguezais possuem papel impor-


tante no desenvolvimento de espé-
cies terrestres e aquáticas

Caatinga ocupa mais


de 70% da região Nordeste
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Caatinga
A Caatinga ocupa uma área de 734.478 km2 e é o único bioma exclusi-
vamente brasileiro. Isto significa que grande parte do patrimônio biológico
dessa região não é encontrada em outro lugar do mundo além do Nordeste
do Brasil. A Caatinga ocupa cerca de 8,62% do território brasileiro e mais
de 70% da região Nordeste. Estende-se pelos estados do Maranhão, Piauí,
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia
e norte de Minas Gerais. O cenário árido é uma descrição da Caatinga, que
na língua, tupi-guarani, quer dizer Mata Branca, pois na época seca a vege-
tação perde as folhas e fica esbranquiçada.

Caracterização
A Caatinga tem uma fisionomia de deserto, com índices pluviométricos
muito baixos, em torno de 500 a 700 mm anuais. A temperatura média situ-
a-se entre 25°C e 29°C e varia pouco durante o ano. Além dessas condições
climáticas rigorosas, a região da Caatinga está submetida a ventos fortes e
secos, que contribuem para a aridez da paisagem nos meses de seca.
As plantas da Caatinga possuem adaptações ao clima, tais como folhas
transformadas em espinhos, cutículas altamente impermeáveis e caules su-
culentos. Todas essas adaptações lhes conferem um aspecto característico
denominado xeromorfismo (do grego xeros, seco, e morphos, forma, aspec-
to).
Duas adaptações importantes à vida das plantas na Caatinga são a que
da das folhas na estação seca e a presença de sistemas de raízes bem desen-
volvidos. A perda das folhas é uma adaptação para reduzir a perda de água
por transpiração. Já as raízes bem desenvolvidas aumentam a capacidade
de obter água do solo.

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Unidades de Conservação
e seus Sistemas (SNUC e SEUC)
A gestão ambiental visa ordenar as atividades humanas para que es- racterísticas comuns, podemos destacar: apresentam aspectos ecológicos,
tas originem o menor impacto possível sobre o meio. Esta organização vai paisagísticos e/ou culturais especialmente importantes como, por exemplo,
desde a escolha das melhores técnicas até o cumprimento da legislação e a uma elevada biodiversidade, espécies raras e/ou ameaçadas de extinção e
alocação correta de recursos humanos e financeiros. amostras representativas de ecossistemas.
A prática da gestão ambiental introduz a variável ambiental no plane- Em 2000, o Brasil instituiu através da Lei Federal de nº 9.985, o Siste-
jamento. As áreas protegidas, por definição, são criadas por lei que, devido ma Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). Baseado no
as suas características especiais, têm o objetivo de permanecer preserva- Sistema Nacional, o estado de Pernambuco instituiu, em 2009, o Sistema
das. Tais características sempre estão relacionadas à função ambiental que Estadual de Unidades de Conservação da Natureza (SEUC) por meio da Lei
desempenham, ou seja, a proteção do solo contra a erosão, proteção dos nº 13.787/09, composto por um órgão consultivo e deliberativo, o Conselho
mananciais hídricos, das nascentes, da fauna e da flora, do patrimônio ge- Estadual do Meio Ambiente - Consema, um órgão central, a Secretaria de
nético e também dos locais de grande beleza cênica. Também podem de- Meio Ambiente e Sustentabilidade - SEMAS, um órgão gestor, a Agência Es-
sempenhar funções como a regulação do clima, proporcionando qualidade tadual de Meio Ambiente - CPRH, responsável pela administração e gestão
de vida às populações humanas. ambiental das Unidades de Conservação Estaduais, além dos órgãos com-
Define-se Unidade de Conservação (UC) como um espaço territorial plementares.
e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais com caracte- Ainda, em conformidade com o SEUC, as Unidades de Conservação di-
rísticas naturais relevantes legalmente instituídas pelo Poder Público com videm-se em dois Grupos de Proteção distribuídas em 13 categorias, sendo
objetivos de conservação e limites definidos sob regime especial de admi- a Reserva de Floresta Urbana uma categoria criada pelo Sistema Estadual de
nistração, a qual se aplicam garantias adequadas de proteção. As Unidades Pernambuco, devido a características locais, como a pressão urbana, sendo
de Conservação devem ter, em geral, os seguintes objetivos: conservação de estas áreas mantedoras de relevante importância ambiental.
ecossistemas, das paisagens e dos recursos naturais; conservação da biodi- Cada uma destas categorias de Unidades de Conservação tem objetivos
versidade e dos recursos genéticos; promoção da pesquisa científica; pro- de manejo diferenciados, pois visam cobrir a maior diversidade de situações
moção da educação ambiental, do ecoturismo e da recreação em contato a fim de melhor garantir a conservação do patrimônio natural e cultural.
com a natureza; e o planejamento territorial e ordenamento do processo No conjunto contribuem para o cumprimento dos macro objetivos da
de ocupação do solo, visando o desenvolvimento sustentável. Entre as ca- lei do SNUC: colaborar para a manutenção da diversidade biológica e dos

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recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais; proteger promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais; e
as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional; contribuir promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza
para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais; no processo de desenvolvimento.

GRUPO DE PROTEÇÃO CATEGORIA DE MANEJO ABREVIATURA

Área de Proteção Ambiental APA

Área de Relevante Interesse Ecológico ARIE

Floresta Estadual FLOE

Reserva Estadual de Fauna REF


Uso Sustentável
Reserva de Desenvolvimento Sustentável RDS

Reservas Extrativistas RESEX

Reserva de Floresta Urbana FURB

Reserva Particular do Patrimônio Natural RPPN

Reserva Biológica REBIO

Estação Ecológica ESEC

Proteção Integral Parque Estadual PE

Monumento Natural MONA

Refúgio de Vida Silvestre RVS

Descrição das categorias de unidade de conservação


Uso sustentável declarar determinadas áreas do território nacional como de interesse para
a proteção ambiental, a fim de assegurar o bem-estar das populações hu-
As Unidades de Uso Sustentável admitem a exploração e o aproveita-
manas e conservar ou melhorar as condições ecológicas locais”. O SNUC
mento econômico dos recursos de forma planejada e regulamentada, con-
define a APA como uma área, em geral extensa, na qual existe um certo
sideradas, portanto, de uso direto. Estas são:
grau de ocupação humana. O objetivo é proteger os atributos abióticos,
Áreas de Proteção Ambiental (APAs) - têm como suporte legal a Lei bióticos, estéticos e culturais dentro de seus limites de modo a assegurar
Federal n.º 6.902, de 27 de abril de 1981, que, em seu artigo 8º, estabele- a qualidade de vida e o bem-estar dos residentes, assim como proteger a
ce: “O Poder Executivo, quando houver relevante interesse público, poderá diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sus-
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tentabilidade do uso dos recursos naturais. As APAs podem ser constituí- sejam compatíveis com os interesses locais e estejam de acordo com o dis-
das por terras públicas ou privadas. Respeitados os limites constitucionais, posto nos objetivos da UC e no Plano de Manejo.
pode-se estabelecer normas e restrições para a utilização de propriedades
Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) - é uma área natural,
privadas localizadas em uma APA. Nelas são empregados dois instrumentos
de domínio público, que abriga populações tradicionais, cuja existência se
de planejamento: o zoneamento e o Plano de Gestão. O zoneamento é fei-
baseia em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais de-
to de acordo com as condições bióticas, geológicas e culturais da área em
senvolvidos ao longo de gerações. Além da preservação ambiental, a RDS
que se estabelecem as normas de uso. O Plano de Gestão é o instrumento
objetiva assegurar as condições necessárias para a perpetuação e a melho-
oficial para seu planejamento, sendo elaborado de forma participativa, com
ria da qualidade de vida destas populações através da exploração racional
a definição das ações para a proteção da UC e a indicação dos responsáveis
dos recursos naturais, em que se valorizam e aperfeiçoam os conhecimen-
pela sua implementação. As APAs devem possuir um Conselho Consultivo,
tos e as técnicas de manejo ambiental, sempre considerando o equilíbrio
presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por
dinâmico entre as populações e o meio. A exploração dos recursos naturais
representantes de órgãos públicos, da sociedade civil e da população resi-
em regime de manejo sustentável e a substituição da cobertura vegetal por
dente no local.

Florestas Nacionais e Estaduais (FLONA e FLOE) - são áreas dotadas


de cobertura florestal predominantemente nativa, instituídas com o obje-
tivo de promover o uso múltiplo sustentável de seus recursos, fomentar a
pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável
de florestas nativas, garantir a proteção dos recursos hídricos, das belezas
cênicas e dos sítios históricos e arqueológicos, além de incentivar a edu-
cação ambiental, as atividades de recreação, lazer e turismo. As Florestas
Nacionais e Estaduais são de posse e domínio públicos. Contudo, é admi-
tida a permanência de populações tradicionais dentro dos seus limites em
conformidade com o regulamento e com o plano de manejo.

Reservas Extrativistas (RESEX) - são áreas utilizadas por populações


extrativistas tradicionais cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, com-
plementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de
pequeno porte. Tem como objetivos principais proteger os meios de vida
e a cultura dessas populações e assegurar o uso sustentável dos recursos
naturais da unidade. Trata-se de uma área de domínio público, cedida por
meio de contrato de concessão de uso a uma associação representativa dos
moradores. As áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desa-
propriadas. É gerida por um Conselho Deliberativo composto por represen-
tantes de órgãos públicos, organizações da sociedade civil e das populações
residentes. A exploração dos recursos naturais é regulamentada em Plano
de Manejo. A pesquisa científica e a visitação são incentivadas desde que Área de Proteção Ambiental (APA) de Santa Cruz
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espécies cultiváveis podem ser praticadas desde que obedeçam ao zone-
amento, às normas legais e ao Plano de Manejo. A educação ambiental e
as pesquisas científicas em favor da conservação da natureza e da relação
entre populações locais e o seu meio são permitidas e incentivadas. A visi-
tação pública deve ser compatível com os interesses locais.

Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) - foi instituída ini-


cialmente pelo Decreto Federal n.º 98.914 de 31 de janeiro de 1990, atu-
alizada pelo Decreto n.º 1992/96 e incorporada à Lei do SNUC. Posterior-
mente, o estado de Pernambuco instituiu, através do Decreto Estadual nº
19.815/1997, a titulação de RPPN Estaduais. A RPPN é uma área privada,
gravada com perpetuidade por iniciativa do proprietário, mediante reco-
nhecimento do Poder Público. A área tem que ser considerada de relevante
importância, seja por sua diversidade biológica, por algum aspecto paisagís-
tico ou por outras características ambientais que justifiquem a sua recupe-
ração. Permitem-se nas RPPN atividades de cunho científico, cultural, edu- Reserva Particular
cacional, recreativo e de lazer que não comprometam o equilíbrio ecológico do Patrimônio Natural
(RPPN) Karawa-Tã
e sejam previstas no Plano de Manejo.

Reserva de Floresta Urbana (FURB) - tem por objetivo prestar serviços


ambientais às cidades, tais como: proteção de nascentes e disponibilidade
de água, amenização do clima, manutenção e proteção do solo contra ero-
são, controle de enchentes e redução da poluição atmosférica, influencian-
do direta ou indiretamente a qualidade de vida urbana. Na Reserva de Flo-
resta Urbana poderão ser desenvolvidas atividades de educação ambiental,
recreação e lazer para a inserção das comunidades no processo de conser-
vação da natureza. No processo de gestão da Reserva de Floresta Urbana
deverá ser priorizado o envolvimento da comunidade local, incorporando
na gestão da unidade a valorização dos serviços ambientais prestados, es-
tabelecendo, assim, uma interação entre a floresta e a comunidade a partir
das utilidades e necessidades de cada uma delas. Para viabilizar a gestão da
Unidade poderá ser estabelecida parceria entre o órgão gestor e o proprie-
tário da terra.

Reserva de Floresta Urbana (FURB) Mata de Camaçari


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Proteção integral
Reservas Biológicas (REBIO) - têm como objetivo preservar integral-
mente a biota e os demais atributos naturais existentes em seus limites,
não permitindo interferência humana direta ou modificações ambientais,
excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados
e as ações de manejo necessárias para restabelecer o equilíbrio natural, a
diversidade biológica e os processos ecológicos naturais. A visitação pública
é permitida apenas para fins educacionais, de acordo com o regulamento. A
realização de pesquisas científicas depende de autorização.

Estações Ecológicas (ESEC) - destinam-se à preservação integral da na-


tureza e à realização de pesquisas científicas. É proibida a visitação pública,
exceto para fins educacionais, de acordo com o Plano de Manejo ou o re-
gulamento específico. Nas ESEC, mediante autorização, podem ser realiza-
das pesquisas que causem alterações nos ecossistemas, especialmente nos
casos de medidas que visem a restauração de ecossistemas modificados,
o manejo de espécies, com a finalidade de preservar a biodiversidade, e a
coleta de componentes dos ecossistemas com fins científicos.

Monumento Natural (MONA) - tem como objetivo básico preservar


sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. Pode ser cons-
tituído por áreas particulares desde que seja possível compatibilizar os ob-
jetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local
pelos proprietários. Para viabilizar a gestão da unidade poderá ser estabe-
lecida parceria entre o órgão gestor e o proprietário da terra. Havendo in-
compatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não
havendo aquiescência do proprietário às condições propostas pelo órgão
gestor da unidade para a coexistência do Monumento Natural com o uso da
propriedade, a área deve ser desapropriada, de acordo com o disposto em
lei. A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no
Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão gestor e
àquelas previstas em regulamento.

Monumento Natural (MONA) Pedra do Cachorro


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Parques - os Parques Nacionais, Estaduais ou Municipais têm como ob- Refúgio de Vida Silvestre (RVS) - tem com objetivo proteger ambien-
jetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância tes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução
ecológica e beleza cênica, a realização de pesquisa científica, o desenvolvi- de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migra-
mento de atividades de educação e interpretação ambiental, a recreação e tória. Pode ser constituído por áreas particulares desde que seja possível
o turismo. Também se destinam à visitação pública, que deve ser realizada compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recur-
de acordo com as normas estabelecidas no Plano de Manejo. Estas unidades sos naturais do local pelos proprietários. Para viabilizar a gestão da unidade
contam com normas específicas expostas no Regulamento dos Parques Na- poderá ser estabelecida parceria entre o órgão gestor e o proprietário da
cionais Brasileiros (Decreto Federal nº 84.017, de 21 de setembro de 1979), terra. Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades
no qual estão previstos o zoneamento, bem como a intensidade e a forma privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às condições pro-
da visitação pública. Modificações ambientais e interferência humana dire- postas pelo órgão gestor da unidade para a coexistência do Refúgio de Vida
ta são permitidas apenas para a recuperação de sistemas alterados e para Silvestre com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada na forma
o manejo necessário à recuperação e à preservação da biodiversidade e do da lei vigente. A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabe-
equilíbrio natural. Pesquisas científicas dependem de autorização. lecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão
gestor, e àquelas previstas em regulamento.

Parque Estadual de Dois Irmãos

22
Refúgio da Vida Silvestre (RVS) Mata do Sistema Gurjaú

23
Bibliografia consultada
ASSOCIAÇÃO PARA A PROTEÇÃO DA MATA ATLÂNTICA DO NORDESTE. legis.alepe.pe.gov.br/dadosReferencias.aspx?tiponorma=6&numero=36627&-
Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil. Plano de manejo RPPN complemento=0&ano=2011>. Acesso em: 22 ago. 2014.
Pedra D’antas. Recife, 2012.
PERNAMBUCO. Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do
BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1 , inci-
o
Recife. Proteção das áreas estuarinas. Recife, 1987a.
sos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades
de Conservação da Natureza e dá outras providências. Diário Oficial da União, PERNAMBUCO. Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do
Brasília, DF, 19 jul. 2000. Recife. Proteção das áreas estuarinas. Recife,1987b. (Série Desenvolvimento
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GRIFFITH, J. J. Gestão ambiental: uma visão sistêmica. Viçosa: Departamento
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Recife. Região Metropolitana do Recife: reservas ecológicas. Recife, 1987c.
IBGE. Sistema IBGE de recuperação automática: SIDRA. IBGE: Instituto Brasi-
leiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/>. PERNAMBUCO. Lei nº 13.787, de 08 de junho de 2009. Institui o Sistema Esta-
Acesso em: 6 out. 2014. dual de Unidades de Conservação da Natureza – SEUC, no âmbito do Estado de
Pernambuco, e dá outras providências. Diário Oficial do Estado de Pernambu-
OLINTO, Andrea (coord.); ACIOLY, Ana Cláudia; GONDIM, Djanira Oiticica; co, Recife, PE, 09 jun. 2009.
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CPRH; GERCO-PE, 2004. tadual de Meio Ambiente. Comitê Executivo para Implantação das UC’s de Per-
nambuco. Relatórios. Recife, 2011b.
PERNAMBUCO. Agência Estadual de Meio Ambiente. Descrição das unidades
de conservação. CPRH: Agência Estadual de Meio Ambiente. Recife, 2014a. PERNAMBUCO. Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade. Agência Esta-
Disponível em: <http://www.cprh.pe.gov.br/Unidades_de_Conservacao/descri- dual de Meio Ambiente. Plano de manejo APA Aldeia Beberibe. Recife, 2012a.
cao_das_unidades/41788%3B48981%3B5001%3B0%3B0.asp>. Acesso em:
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