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MESTRE

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Jovens e Adultos
1° trimestre de 2005

spírito
A plenitude de Cristo
na vida do crente
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Euentos
l n formai; â p i dos cuonius promouldos pela CPHD
Comentário: ANTÓNIO GILBERTO
Lições do Io Trimestre de 2005

SUMARIO
Lição l
O Fruto do Espírito e o Caráter Cristão
Lição 2
Uma Colheita Abundante
Lição 3 OT-CA DÍDÂQUF
Amor: O Fruto Excelente
Lição 4
Alegria: O Fruto da Graça
Lição 5
Paz: O Fruto da Harmonia
Lição 6
Paciência: O Fruto da Perseverança
Lição 7
Benignidade e Bondade: O Fruto Gémeo
Lição 8
Fidelidade: O Fruto da Confiança
Lição 9
Mansidão: O Fruto da Obediência
Lição IO
Temperança: O Fruto da Disciplina
Lição 11
O Fruto do Espírito na Vida de Jesus
Lição 12
O Fruto e os Dons cio Espírito
Lição 13
Frutificação Espiritual: Contra isso não há Lei

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49» Lição l
O FRUTO DO ESPÍRITO
E O CARÁTER CRISTÃO
2 de janeiro de 2OO5

TEXTO ÁUREO HINOS SUGERIDOS


CD Harpa Cristã 111
"Não pode a árvore boa dar maus (vol.3 - f.5 ), 141 (vol.l - f.5) e 135.
frutos, nem a árvore má dar
frutos bons. Toda árvore que não
dá bom fruto corta-se e lança-se LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
no fogo" (Mt 7.18,19).
MATEUS 7.16-20;
ERDADE PRATICA LUCAS 6.43-45
Mateus 7
O fruto do Espírito c a expres-
são do caráter de Cristo, produzi- 16- Por seus frutos os conhecereis.
do em nós, para que o mundo veja Porventura, colhem-se uvas dos es-
isso e glorifique a Deus. pinheiros ou figos dos abrolhos?

Segunda - Gl 5.22 Quinta - Jo 15.1,5


I : ruto do Espírito — a A necessidade de o crente
identidade do crente produzir fruto

Terça - 2 Pé 1.4-7 Sexta - Lc 6.43


C) crente como participante O fruto do Espírito revela a
da natureza divina qualidade da árvore

Quarta - Ef 5.9 Sábado - Rm 6.22


As três faces do fruto O objetivo do fruto do Espírito
é a santificação

Lições Bíblicas
17- Assim, toda árvore boa produz estudamos dois temas da Teologia
bons frutos, e toda árvore má pro- S i s t e m á t i c a ( E s p í r i t o Santo e
duz frutos maus. Escatologia), um de Teologia Práti-
18- Não pode a árvore boa dar ca (Família Cristã) e um de Bíblia
maus frutos, nem a árvore má dar (Colossenses).
frutos bons. Neste trimestre, meditaremos
19- Toda árvore que não dá bom no estudo temático do Fruto do Es-
fruto corta-se e lança-se no fogo. pírito, o qual refere-se à habitação
20- Portanto, pelos seus frutos os e obra do Espírito no interior do
conhecereis. crente visando formar o carater de
Cristo em sua vida. Portanto, c ne-
Lucas 6 cessário que estejamos na presen-
43- Porque não há boa árvore que ça de Deus a fim de que Ele nos use
dê mau fruto, nem má árvore que dê como instrumentos para a edifica-
bom fruto. ção de nossos alunos.
44- Porque cada árvore se conhece
pelo seu próprio fruto; pois não se SÍNTESE TEXTUAL
colhem figos dos espinheiros, nem
se vindimam uvas dos abrolhos. () termo fruto no Novo Testamen-
45 • O homem bom, do bom tesouro to é a tradução do original karpos,
do seu coração, tira o bem, e o ho- que tanto pode significar "o fruto",
mem mau, do mau tesouro do seu quanto "dar fruto", "frutificar" ou
coração, tira o mal, porque da abun- ser "frutífero" (Mt 12.33; 13.23; At
dância do seu coração fala a boca. 14.17). Na Bíblia, também é empre-
gado em sentido figurado para indi-
car o resultado de algo, por exem-
plo: o produto do ventre e dos ani-
mais (Dt 28.11); o carater do justo
Após esta aula, seu aluno deve- (SI 1.30; Pv 11.30); a índole do ímpio
rá estar apto a: e as atitudes dos homens (Pv 1.29-
D e f i n i r o princípio da 32; Jr 32.19); a mentira (Os 10.13);
frutificação espiritual. a santificação (Rm 6.22); a. justiça (Fp
E x p l i c a r o sentido de "vida 1.11), o arrependimento (Lc 3.8) etc.
frutífera". No texto de João 15, Jesus se
Descrever os propósitos da apresenta como a Videira Verdadei-
frutificação espiritual. ra e utiliza-se de uma simbologia já
existente no Antigo Testamento,
PONTO DE CONTATO onde a árvore representa o homem
(J/ 9.7-15; SI 1.3), e a vinha, Israel
Professor, pela graça de nosso (Is 5.1-7; Jr 2.21; Os 10.1). A árvore
Deus, iniciamos um novo ano e produ/ fruto segundo a sua espécie
mais um trimestre. No ano de 2004, (Gn 1.11). Espécie, no original, mim,

Lições Bíblicas
designa "especificação" ou "ordem", frutificação espiritual (Jo 15.1-5).
portanto, a qualidade do fruto apon- O Mestre fez uma analogia da vi-
ta para o caráter de sua árvore (Gn deira c seus ramos com Ele e o
1.12; Mt 7.17,18). Logo, o crente re- crente, para ensinar que este pre-
generado pelo Espírito Santo deve cisa daquEle, a fim de tornar-se se-
originar fruto que dignifique e refli- melhante a Cristo. É o Espírito San-
ta o caráter moral de (xisto. to que produz o fruto em nós à
proporção que lhe entregamos a
ORIENTAÇÃO DIDATICA vida.
Para que o fruto seja gerado, é
Professor, para esta atividade, necessário que haja uma relação de
você precisará de uma cartolina ou interdependência entre o tronco e
papel camurça verde, vermelho e seus ramos. Jesus declarou aos dis-
marrom. O verde será usado para cípulos que viera ao mundo com a
fazer a copa da árvore; o marrom, missão de revelar-lhes o Pai. E que,
o tronco (opcional); e o vermelho, ao partir, enviaria o Espírito Santo
o fruto. Com este material, construa para estar com eles, ajudando-os
uma árvore proporcional à sala e em todas as coisas. Assim como Je-
ao mural de que sua classe dispõe. sus fez-se homem para revelar o Pai
Com a folha vermelha, confeccio- à humanidade, o Espírito habita no
ne nove frutos que corresponderão crente a fim de que Cristo seja co-
às virtudes de Gaiatas 5.22. Todos nhecido (l Co 6.19).
os domingos, cada aluno deverá es- Nesta lição, estudaremos o fru-
crever num fruto seu nome e a vir- to do Espírito, o caráter de Cristo
tude referente à lição que for ensi- no crente, e como é produzido em
nada, e fixá-lo na árvore. Mediante nossa vida através do Espírito San-
esta atitude, os alunos estarão de- to, objetivando a glorificação do
monstrando o fruto cm sua vida ou nome de Deus.
o desejo de produzi-lo. A tendên-
cia natural é o papel descolorir du-
I. O PRINCIPIO DO FRUTO DO
rante o trimestre, no entanto, o alu- ESPIRITO
no deverá trocar, cuidar ou fazer a O princípio da frutificação en-
manutenção deste para que isto contra-se em Génesis 1.1. Note que
não ocorra. Assim, o fruto deve ser
cada planta e árvore devia produ-
cultivado em nossas vidas. zir fruto segundo a sua espécie.
A frutificação espiritual segue a
COMENTÁRIO mesma regra. João Batista exigiu de
seus discípulos: "Produzi, pois, fru-
INTRODUÇÃO tos dignos de arrependimento" (Mt
Num de seus últimos ensina- 3.8). Em João 15.1-16, Jesus enfa-
mentos aos discípulos, Jesus dis- tizou este princípio esclarecendo
correu sobre a importância da aos seus seguidores que, a fim de

Lições Bíblicas
se desenvolverem espiritualmente, tulo (Gl 5). Desde que o Espírito San-
precisavam apresentar abundante to dirija e influencie o crente, o fru-
fruto para Deus. to se manifestará naturalmente nele
De que tipo de fruto Jesus esta- (Rm 8.5-10). Da mesma maneira
va falando? A resposta encontra-se acontece ao ímpio, cuja natureza pe-
em Gaiatas 5.22. Por conseguinte, caminosa é quem o governa.
o fruto do Espírito desenvolve no cjFruto conforme a espécie.
crente um carater semelhante ao de Cada um produz fruto segundo a
Cristo, que reflete a imagem de sua sua espécie. Em João 14.16, lemos
pessoa e a natureza santa de Deus. as palavras de Jesus aos discípu-
los: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos
II. A VIPA CONTROLADA PELO dará outro Consolador, para que
ESPIRITO fique convosco para sempre". A
l. Vida frutífera. Quando o palavra outro, no original, denota
crente não se sub- "outro da mesma espécie". O Es-
Carne mete ao Espírito, pírito Santo é da mesma espécie
Termo que cede aos desejos da que Jesus. Logo, é de sua nature-
descreve a natureza pecamino- za produzir um carater semelhan-
nalure/a sã. Mas, ao permitir te ao de Cristo no crente. É da na-
pecaminosa que Ele controle sua tureza da carne pecaminosa pro-
da alma. vida, torna-se um duzir maldade.
solo fértil, onde o A Palavra de Deus é absoluta ao
fruto é produzido. Mediante o Es- declarar que "os que cometem tais
pírito, conseguimos vencer os de- coisas não herdarão o Reino de
sejos da carne e viver uma vida Deus" (Gl 5.21b). Estas obras da
frutífera. carne são características dos que vi-
a) Segredo da batalha espiritu- vem em pecado (Rm 7.20).
al. Para ser vencedor nesta batalha, 2. M a t u r i d a d e e equilí-
o segredo é andar no Espírito b r i o c r i s t ã o s . A Palavra de
(Gl 5.24,25). Como fazemos isto? Deus afirma que o crente é re-
Ouvindo a sua voz, compensado ao dar toda a liber-
Andar no seguindo a sua lide- dade ao Espírito Santo para pro-
Espírito rança, obedecendo duzir, em seu interior, as quali-
No original, às suas ordens, con- dades de Cristo. O capítulo l de
é andar em fiando nEle e depen- 2 Pedro trata da necessidade de
linha rela e dendo dEle. o crente desenvolver as dimen-
adequada- b) Fruto e obras. sões espirituais da vida cristã.
mente. Para mostrar o quan- Com este crescimento, vem a ma-
to é acentuado o con- turidade e a estabilidade funda-
traste entre as obras da carne e o mentais para uma vida vitoriosa
fruto do Espírito, o escritor aos sobre a natureza velha e pecami-
Gaiatas alistou-os no mesmo capí- nosa do homem (2 Pé 1.10b,ll).

Lições Bíblicas
III. A SINGULARIDADE DO pessoas tomam conhecimento de
CARÁTER CRISTÃO nossa confissão cristã, podemos vir
1. A pessoa é i d e n t i f i c a - a ser a única bíblia que muitas de-
da pelo seu f r u t o . Em Mateus las "lerão".
7.15-23, deparamo-nos com de- 2. E v i d e n c i a r o discipu-
clarações notáveis, proferidas lado. Jesus ensinou que devemos
pelo Mestre, acerca da importân- dar "muito fruto" a fim de confir-
cia do caráter. Assim como nós, os marmos que somos seus discípu-
falsos profetas são reconhecidos los (Jo 15.8). Ele ressaltou que
pelo tipo de fruto que produzem todo discípulo bem instruído será
(Mt 7.16-19). como o seu mestre (Lc 6.40). Isto
2. Os sinais c o n t e s t a d o s significa que não é o bastante acei-
pelo fruto. Jesus acrescentou que tar Jesus para afirmar: "Veja, sou
algumas pessoas fariam muitas crente!" Ele deseja que produza-
maravilhas, expulsariam demónios mos muito fruto. Se assim fizer-
em seu nome, porém, Ele jamais as mos, estaremos demonstrando que
conheceria (Mt 7.22,23). Como é verdadeiramente somos seus dis-
possível? A resposta é encontrada cípulos.
em 2 Tessalonicenses 2.9. Este tre- 3. Abe n coar outras pessoas.
cho bíblico comprova ser possível A manifestação do fruto abençoa os
Satanás imitar milagres e dons do ímpios que nos cercam e também os
Espírito. Contudo, o fruto do Espí- crentes que vêem a evidência do fru-
rito c a marca daqueles que possu- to espiritual em nós.
em comunhão com o Senhor (Mt 4. Glorificar a Deus (Jo
7.17,18; l Jo 4.8), e jamais poderá l 5.8). O fruto do Espírito é o re-
ser imitado. sultado de uma vicia abundante
em Cristo. Quando permitimos
IV. OS PROPÓSITOS DA que a imagem dEle seja refletida
FRUTIFICAÇÃO em nós, as pessoas glorificam a
ESPIRITUAL Deus {Mt 5.16).
Ao considerarmos os propósitos
da frutificação espiritual, constata- CONCLUSÃO
remos quatro palavras relacionadas Se entregarmos todo o controle
ao fruto do Espírito: expressão, de nossa vida ao Espírito Santo, Ele,
disdpulado, bênção e glória. infalivelmente, vai produzir o seu
1. Expressar o caráter de fruto em nós através de uma ação
Cristo. Todo fruto revela sua ár- contínua e abundante. Como cris-
vore de origem. Da mesma manei- tão, tudo que concerne ao caráter
ra, como membros do corpo de santificado, ou seja, a nossa seme-
Cristo, devemos refletir natural- lhança com Cristo, é obra do Santo
mente o seu caráter para que o Espírito "até que Cristo seja forma-
mundo o veja em nós. Quando as do em vós" (Gl 4.19).

Lições Bíblicas
caminosa, não no Espírito (4.8-
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES 10,17). Por estas razões, Paulo co-
meça a contrastar as obras da na-
Subsídio Teológico tureza pecaminosa com o fruto do
"A vida na carne e a vida sob a
Espírito em 5.19-23. Tais listas de
lei são ambas sujeitas à stoichcia,
virtudes e vícios são encontradas
ou "princípios básicos" da vida (Gl
ao longo de todo o Novo Testamen-
4.3,9). Estar debaixo da lei é estar
sujeito a um pedagogo severo to (Rm 1.24-31; l Co 5.9-13; 6.9-
{3.24}. Deste modo, aqueles que 11; 2 Co 12.20,21; l Ts 4.3-6). Es-
são guiados pela carne e são sujei-tas também eram comuns no mun-
tos à lei continuarão a experimen- do antigo, especialmente entre os
tar o fracasso moral e um medo ter-filósofos estóicos, Paulo reconhece
rível do juízo. que até mesmo os gentios podem
discernir entre o certo e o errado.
Nada disso se aplica àqueles que
Neste sentido, tornam-se parte da
são guiados pelo Espírito Santo, por-
que a natureza e a função do Espí- lei(Rm 2.26,27).
rito são opostas à lei e à natureza [...] Paulo continua a contrastar
pecaminosa[...]. O Espírito não mi-'o fruto do Espírito'com as obras da
natureza pecaminosa. Assim como
nistra opressão e escravidão, mas li-
berdade e poder. O Espírito unge a natureza pecaminosa se manifes-
ta de diferentes modos, o fruto do
para libertar os cativos e para ado-
Espírito tem uma variedade de ex-
tar os fieis na liberdade gloriosa dos
pressões. O termo l fruto'(karpos)
filhos de Deus (Lc 4.18; Rm 8.15, 16,
21). Em contraste com a impotên- está no singular e mostra a unida-
de essencial do fruto do Espírito.
cia da lei, o Espírito nos capacita a
Em outras palavras, o crente cheio
realizar o reino na terra (At 2.4; l Co
2.4; 12.1-31; 14). Embora a lei te-do Espírito deve demonstrar todas
nha sido enfraquecida devido à na- as características do Espírito, não
tureza pecaminosa, o Espírito mor- apenas esta ou naquela virtude"
(ARRINGTON, F.L.; STRONSTAD, R.
tifica as ações daquela natureza (Rm
(eds.). Comentário bíblico pentc-
8.3,13). Alei acentua nossas fraque-
zas (7.8-10), mas o Espírito admi- costal: Novo Testamento. RJ:CPAD,
2003, p.l 180-2.)
nistra força em lugar destas (8.26).
Portanto, o crente cheio do Espírito l
não está debaixo da lei, e conse- Leia mais
qúentemente não é guiado pela na- Revista Ensinador Cristão
tureza pecaminosa (Gl 5.18). CPAD, n" 21, pág. 36
Os judaizantes não só minaram
a sã doutrina na Galácia, mas tam-
bém destruíram a atmosfera espi-
ritual das igrejas (5.1 5). Toda a sua Analogia: Comparação; seme-
pauta era baseada na natureza pe- lhança entre duas coisas.

Lições Bíblicas
I n t e r d e p e n d ê n c i a : Depen-
dência entre dois elementos.
Maturidade: ''erfeiçào; idade •/ ARRINGTON, F.L.; STRONS-
madura; sensato/. TAD, R. (eds.). Comentário bíblico
Por conseguinte:('onseqúen- pentecostal: Novo Testamento,
temcnte; logo. CPAD, 2003.

L Qual é o princípio da frutificação?


R. Cada planta e árvore deve produzi r fruto segundo a sua espécie.

2. Qual é o segredo para vencer a batalha contra a carne?


R. Andar no Espírito.

3. Como os falsos profetas são reconhecidos?


R. Pelo tipo de fruto que produzem.

4. Faça uma lista do fruto do Espírito conforme Gaiatas 5.22.


R. Caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,
mansidão e temperança.

5. Quais os propósitos da frutificação espiritual?


R. Expressar o caráter de Cristo, evidenciar o discipulado, abençoar
outras pessoas c glorificar a Deus.

O DESAFIO FOI LANÇADO...


m lim 2005, vamos dobrar o número de alunos
~ da Escola Dominical!
Convide seus amigos, seus irmãos e seus vizinhos
"O que aprendestes, para participarem da maior escola do mundo.
isto tambéiH praticai

Lições Bíblicas
Lição 2
DMA COLHEITA ABUNDANTE
9 de janeiro de 2OO5

HINOS SUGERIDOS
CD Harpa Cristã 7 5
"Fará que possais andar digna- (vol.2 -f.7), 165 e 284.
mente diante do Senhor,
agradando-lhe em tudo, frutifi-
cando em toda boa obra LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
e crescendo no conhecimento
JOÃO 15.1-17
de Deus" (Cl 1.10).
1 • Eu sou a videira verdadeira, e
meu Pai é o lavrador.
ERDADE PRATICA 2 - Toda vara em mim que não dá
A qualidade c a quantidade do fruto, a tira; e limpa toda aquela que
fruto espiritual produzido pelo dá fruto, para que dê mais fruto.
crente é proporcional à sua plena 3 • Vós já estais limpos pela palavra
dependência do Espírito Santo. que vos tenho falado.

Segunda - Jo 15.1-5 Quinta - Rm 7.4


Os crentes são os ramos da O fruto do Espírito é direcionado
Videira Verdadeira a Deus

Terça - Mt 7.16-20 Sexta - Hb 12.11


O fruto do Espírito revela o A disciplina cristã produz fruto
caráter do crente
Sábado - Lc 3.8
Quarta - Rm 8.5-9 Frutos que seguem a conversão
A inclinação do Espírito é vida

10 Lições Bíblicas
4 • Estai em mim, e eu, em vós; como mado amigos, porque tudo quanto
a vara de si mesma não pode dar fruto, ouvi de meu Pai vos tenho feito
se não estiver na videira, assim tam- conhecer.
bém vós, se não estiverdes em mim. 16- Não me escolhestes vós a mim,
5 - Eu sou a videira, vós, as varas; mas eu vos escolhi a vós, e vos no-
quem está em mim, e eu nele, este meei, para que vades e deis fruto, e
dá muito fruto, porque sem mim o vosso fruto permaneça, a fim de
nada podereis fazer. que tudo quanto em meu nome
6 - Se alguém não estiver em mim, pedirdes ao Pai ele vos conceda.
será lançado fora, como a vara, e 17- Isto vos mando: que vos ameis
secará; e os colhem e lançam no uns aos outros.
fogo, e ardem.
7 • Se vós estiverdes em mim, e as OBJETIVOS
minhas palavras estiverem em vós,
pedireis tudo o que quiserdes, e vos Após esta aula, seu aluno deve-
será feito. rá estar apto a:
8 - Nisto é glorificado meu Pai: que Descrever as condições neces-
deis muito fruto; e assim sereis meus sárias para produzir fruto para Deus.
discípulos. Explicar como é o relaciona-
9 • Como o Pai me amou, também eu mento entre a Videira Verdadeira
vos amei a vós; permanecei no meu (Jesus) e os ramos (crentes).
amor. Narrar os fatores indispensá-
10- Se guardardes os meus manda- veis para uma colheita abundante.
mentos, permanecereis no meu
amor, do mesmo modo que eu te- PONTO DE CONTA
nho guardado os mandamentos de
meu Pai e permaneço no seu amor. Professor, é momento de refle-
11- Tenho-vos dito isso para que tirmos sobre o nosso relacionamen-
minha alegria permaneça em vós, e to com Cristo. A inquietação da vida
a vossa alegria seja completa. cotidiana tem reduzido os instan-
12 - O meu mandamento é este: Que tes que costumamos dedicar à co-
vos ameis uns aos outros, assim munhão diária com Jesus. Traba-
como eu vos amei. lho, estudo, trânsito, filas, televisão,
13- Ninguém tem maior amor do internet, tudo coopera para a fra-
que este: de dar alguém a sua vida gilidade dos relacionamentos fami-
pelos seus amigos. liares, religiosos e sociais. No entan-
14- Vós sereis meus amigos, se to, nosso contato com Cristo não
fizerdes o que eu vos mando. deve estar sujeito a qualquer um
15- Já vos não chamarei servos, desses fatores. Reflita com os alu-
porque o servo não sabe o que faz nos acerca do tempo que eles têm
o seu senhor, mas tenho-vos cha- dedicado ao Senhor no dia-a-dia.

Lições Bíblicas 11
tratégias usadas desde a Antigui-
INTESE TEXTUAL dade. No Antigo Testamento, Deus
não apenas dava a mensagem aos
A alegoria da videira no capítu-
profetas, mas também orientava-
lo 15 do Evangelho de João é uma
os quanto aos métodos que seriam
das páginas sagradas mais contun-
empregados na transmissão do en-
dentes sobre o relacionamento e a
sino. Muitas vezes, o próprio Deus
intimidade de Jesus com seus dis-
usava recursos didáticos para fa-
cípulos. Esta pérola poética não é
lar com os profetas (Jr 1.11-14;
superada nem mesmo pela oração
18). Em Teologia, chama-se 'ações
sacerdotal do capítulo dezessete,
simbólicas' ou 'oráculos por ação'
todavia, complementada e sumari-
os recursos e estratégias didáticas
ada no versículo 23: "Eu neles, e tu
em mim, para que eles sejam per- usadas pelo profeta para comuni-
feitos em unidade". Na figura da vi- car com ênfase a profecia bíblica
deira, o Pai é o agricultor que zela (Cf. Jr 13; Ez 24). Para esta lição,
pela frutificação do ramo, mas so- usaremos um recurso ousado, tal
qual o dos profetas. Corte um ga-
mente na intercessão de Cristo é
lho de árvore que contenha folhas
que entendemos o seu cuidado para
conosco. O poder gerador, criador e flores, coloque-o em um vaso e
e frutífero do Todo-Poderoso é co- leve-o para a sala de aula. Não diga
municado ao crente que permane- nada aos alunos. Ministre a lição
ce em Cristo, portanto, é inadmis- e, após concluí-la, caso algum alu-
sível um ramo improdutivo. O após- no não pergunte, explique que esse
tolo dos gentios experimentou e galho de árvore representa a vida
confessou a excelência de ter o po- de qualquer crente que deseja es-
der eficaz de Deus agindo em sua tar na igreja (vaso), mas não está
vida: "Para isto também trabalho, ligado à vida da videira. Ficará vi-
combatendo segundo a sua eficácia çoso durante um período, mas não
[operação], que opera em mim po- resistirá, pois nenhuma vida lhe é
derosamente [dynamis]" (Cl 1.29; comunicada. Assim, todo crente,
l Co 12.6). A glória pelo fruto ge- que não está em Cristo, não tem
rado não pertence ao ramo, mas ao vida em si mesmo. Escreva isto em
vivificador que lhe transmite vita- forma de bilhete para os alunos.
lidade, a fim de que este tenha uma Deixe o galho na sala até secar to-
colheita abundante. talmente.

ORIENTAÇÃO DIDATICA COMENTÁRIO

Professor, os recursos didáticos INTRODUÇÃO


usados para enfatizar a mensagem No texto em estudo, Jesus usou
e facilitar a-aprendizagem são es- a figura da videira e seus ramos

12 Lições Bíblicas
para ilustrar o tipo de relação que nando a morte do ramo, recolhido
deve existir entre Ele e o crente, a e queimado depois.
fim de que este produza fruto. Através da salvação, somos liga-
Não há necessidade de ser um dos a Jesus Cristo; isto abrange um
agricultor para constatar que o compromisso pessoal e um relacio-
mais importante na videira é a namento contínuo com aquEle que
qualidade do seu fruto. Isto pode é a videira, e nós, os ramos (Jo
ser observado nitidamente no en- 15.5). Estar em Cristo é comprome-
sino de Jesus sobre os ramos e a ter-se com Ele e transformar-se em
videira. Vejamos o que acontece Sua imagem mediante a ação do
no relacionamento entre eles. Espírito Santo.
3. Os ramos que dão fruto
I. A VIDEIRA E SEUS RAMOS são podados (Jo 15.2). O dese-
1. Os ramos que não pro- jo do lavrador é que o fluxo da sei-
duzem fruto são arrancados va seja transportado até aos ramos
(Jo 15.2). O propósito do ramo produtivos, e não aos estéreis e inú-
é produzir fruto. Se isto não ocor- teis. A podadura do ramo é um pro-
re, o ramo perde sua valia, por isso cesso indispensável porque objetiva
o lavrador o tira. Um triste exem- produzir maior quantidade e melhor
plo deste tipo de sentença é encon- qualidade de fruto. A frase "limpa
trado na história de Israel. Este toda vara que dá fruto" se refere à
povo foi designado para ser a vi- santificação (2 Ts 2.13), iniciada
deira de Deus, a fim de refletir o após o novo nascimento, e baseada
amor, a misericórdia, a bondade e na Palavra de Deus. É a forma pela
a glória de Deus entre as nações. qual o crente torna-se parecido com
Mas fracassou, e veio o julgamen- Cristo paulatinamente.
to (Is 5.1-7; Rm 11.21).
2. Os ramos que não per- H. AS CONDIÇÕES PARA A
manecem ligados à videira FRUTIFICAÇÃO
são l a n ç a d o s no f o g o (Jo ESPIRITUAL
15.6). O ramo, ao ser arrancado Ao examinarmos os ensina-
do tronco, começa a secar e a mor- mentos registrados em João 15
rer, porquan- acerca da frutificação espiritual,
Seiva to, ao afastá-lo percebemos que há pelo menos
Líquido conten- da videira, o três condições para uma abundan-
do substâncias fiuxo da s e j V a te colheita:
nutritivas que as é i m e diata- 1. A poda feita pelo Pai.
raízes absorvem mente inter- Como estudamos anteriormente, a
do seio da terra r o m pido, ou poda é necessária para a produção
e que circula seja, a ligação do fruto do Espírito. Depois de ser-
através dos vasos vital entre eles mos salvos, o Espírito Santo nos
do vegetal. ces sa, ocasio- convence de áreas em nossa vida

iíções Bíblicas 13
que precisam progredir em santi- seiva recebida da videira e por ele
ficação (l Ts 5.23; Hb 12.10-14; 2 conservada. Nossa natureza é trans-
Co 7.1). Na vida do cristão, este formada à medida que Cristo per-
processo é efetuado pelo Pai atra- manece em nós (2 Co 3.17,18).
vés de circunstâncias que resultam c) A seiva. É a seiva que conser-
em amadurecimento e dependên- va os ramos vivos e frutíferos. Da
cia de Deus. mesma maneira, é Cristo que nos
2. A permanência em Cris- sustenta, mediante a presença do
to. Jesus usou o verbo permanecer Espírito Santo, e faz-nos viver de
quando descreveu a relação entre ele modo consistente e frutífero. A vida
e seus seguidores. Ele asseverou: frutífera só é possível por meio des-
"Estai [permanecei] em mim, e eu, ta relação: o cristão EM Cristo.
em vós" (Jo 15.4).
A primeira parte desta frase: III. OS FATORES
"Estai [permanecei] em mim", diz INDISPENSÁVEIS
respeito à nossa posição em Cristo. PARA UMA COLHEITA
Permanecer em Cristo refere-se a ABUNDANTE
nossa unidade e comunhão com ele As plantas frutíferas precisam
(Ef 2.6). Meditando na partícula em, ser apropriadamente cuidadas a
chegamos à conclusão de que onde fim de termos uma farta colheita.
estamos é de grande significância. O mesmo princípio se aplica à vida
Devemos estar em Cristo, assim como espiritual. Depois de haver recebi-
o ramo permanece no tronco da vi- do o Espírito Santo como seu hós-
deira. Este enxerto ou ligação do pede constante, é necessário o
crente com Cristo é a base pela qual crente cooperar com Ele para que
o cristão frutifica. haja mais fruto. Vejamos alguns fa-
3. A permanência de Cris- tores indispensáveis a uma colhei-
to em nós. Asegunda parte da fra- ta abundante.
se: "E eu [permanecerei] em vós" (Jo 1. C u l t i v a r a c o m u n h ã o
15.4b) está relacionada a nossa se- com Deus. Cultivar significa cui-
melhança com Cristo aqui na terra, dar da planta, provendo as condi-
isto é, à manifestação do perfeito ções essenciais para o seu crescimen-
caráter de Cristo em nós por inter- to. Antes das primeiras flores apa-
médio do Espírito. É a santidade de recerem ou dos frutos serem vistos,
Cristo reíletindo-se através de nos- há um longo provimento de zelo, ca-
sa vida. Vejamos alguns exemplos: rinho e atenção chamado de culti-
a) O lavrador. Os lavradores vo. Com o objetivo de alcançarmos
compreendem a importância de ter um bom resultado, é indispensável
uma abundante fonte de vida flu- cultivarmos a nossa relação com o
indo da videira até ao fruto. Pai, pois, é Ele quem nos proporcio-
b) O fruto. A qualidade do fru- na um bom desenvolvimento (l Co
to é proporcional à quantidade de 1.9; 2 Co 13.13; l Jo 1.3).

14 Lições Bíblicas
2. C u l t i v a r a c o m u n h ã o beram uma ordem para destruir as
com outros cristãos. Para o la- nações que ali viviam, todavia, de-
vrador, é conveniente ter plantas sobedeceram-na. Por seguinte, fo-
agrupadas de acordo com o fruto ram seduzidos pelos maus caminhos
que cada uma produz: as laranjei- desses povos (SI 106.34-36). Como
ras, os pés de milho, todos são plan- os espinhos que Jesus descreveu na
tados juntos, porquanto este proce- Parábola do Semeador (Lc 8.14), o
dimento facilita o cultivo e a colhei- secularismo pode sufocar a Palavra
ta. Através da comunhão com ou- de Deus e impedir que tornemo-nos
tros crentes, encorajamos uns aos crentes frutíferos.
outros a viver de maneira santa. Os
primeiros cristãos possuíam íntima CONCLUSÃO
comunhão entre si, fato que atraía O fruto do Espírito é composto de
as pessoas e conduzia a uma colhei- diversas virtudes, mas é único; não
ta diária de almas (At 2.46,47). pode ser separado porque é um pro-
3. Aceite o ministério de duto final. Podemos resumi-lo na pa-
líderes piedosos. Deus usa seus lavra amor, pois, o amor é a dimen-
líderes para alimentar e nutrir seu são unificadora do fruto espiritual. Na
povo. Efésios 4.11-13 enfatiza o próxima lição, examinaremos o sig-
propósito destes na igreja: edificar nificado espiritual da palavra amor.
os servos do Senhor tendo em vis- Meu desejo é que o Senhor o aben-
ta o amadurecimento deles. Paulo çoe no transcurso deste estudo.
expressa a mesma verdade em l
Coríntios 3.6, cujo tema são os di- AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
ferentes papéis que ele e Apoio de-
sempenharam no desenvolvimento Subsídio Teológico
dos coríntios: "Eu plantei, Apoio "Os cristãos estão unidos com
regou; mas Deus deu o crescimen- Cristo através de dois relacionamen-
to". Quando aceitamos e pratica- tos espirituais: eles estão em Cristo
mos os ensinos bíblicos ministrados e Cristo habita neles ('Vós, em mim,
por líderes piedosos, somos condu- e eu, em vós', Jo 14.20). Nossa posi-
zidos a um lugar mais fértil. ção em Cristo é permanente e nos
4. Exercite a vigilância e a dá inúmeras bênçãos espirituais que
defesa. Existem alguns perigos que promovem nossa santificação. Cada
ameaçam a vida do crente, por isso, crente, por exemplo, é uma nova cri-
ele precisa ter cuidado com tudo atura em Cristo, o que o capacita a
que possa ameaçar o seu pleno de- levar uma vida transformada (2 Co
senvolvimento espiritual: maus há- 5.17). O relacionamento Cristo em
bitos, atitudes e associações erradas, nós significa sua residência perma-
pensamentos destrutivos, desejos nente no crente (Cl 1.27). A essên-
erróneos etc. Quando os israelitas cia da santificação cristã é experi-
entraram na Terra Prometida, rece- mentar a presença pessoal de Cris-

LiçÕes Bíblicas 15
to, 'Cristo vive em mim', Gl 2.20. Os Cristo, mas individualmente so-
cristãos podem manifestar Cristo em mos membros uns dos outros"
suas vidas somente porque Ele resi- (Rm 12.5).
de neles (Fp 1.20,21). A santificação Praticamos nossa união espiri-
sempre trabalha de dentro para fora. tual com os outros crentes atra-
Através de nossa união com Cristo, vés dos relacionamentos interpes-
sua vida espiritual nos preenche, soais e da ministração feita aos
permeia nossas vidas e se mostra outros no Corpo de Cristo.
através de nós (Gl 2.20), de modo Somos colocados "em Cristo"
que "a vida de Jesus se manifeste através da habitação permanente
também em nossos corpos" (2 Co do Espírito Santo, de modo que so-
4.10). Compreender que temos uma mos para sempre unidos com Cris-
nova vida através da união com Cris- to e com os outros membros de
to nos ajuda a evitar duas ideias fal- seu Corpo (Jo 14.16,17; l Co 6.19;
sas. A primeira delas é que nossa 12.12,13,27). Pelo fato de estar-
união espiritual com Cristo é uma mos "em Cristo" e Cristo estar em
união morta. Em segundo lugar, que nós, nada pode nos separar do
nossa conexão espiritual com Cristo amor de Deus em Cristo (Rm
é uma união estática. Em vez disso, 8.38,39). Assim, nossa união com
ela é uma união dinâmica, na qual a Cristo através do Espírito nos dá
vida espiritual de Cristo flui através "segurança para a eternidade".
de nós. Cristo é semelhante à videi- Segurança eterna livra os cris-
ra e sua vida é como a seiva que avi- tãos da preocupação quanto a
va, fortifica e nos nutre como seus manterem sua salvação, o que faz
ramos (Jo 15.1-8). com que eles possam buscar ple-
Em segundo lugar, nossa cone- namente a santificação e o servi-
xão espiritual com Cristo não é ço. Podemos viver para Cristo
uma união estática, mas uma co- mostrando-lhe amor e gratidão,
munhão ativa que experimenta- pois temos salvação eterna nEle".
mos quando estamos nEle. Estan- (HOLLOMAN, Henry. O poder da
do em Cristo e recebendo vida santificação. RJ: CPAD, 2003,
dEle, os crentes têm uma vida fru- p.29-30.)
tífera, alegre e preenchida pela
oração (Jó 15.5,7,11). Leia mais
Os crentes são espiritualmen- Revista Ensinador Cristão
te ligados a Cristo e uns aos ou- CPAD, n°21,pág. 37
tros em seu corpo espiritual. Este
elo espiritual é tão real e comple-
to como a união de nossos mem-
bros físicos com nosso corpo hu- Enxerto: Inserir ou introduzir
mano: "Assim nós, que somos uma parte viva dum vegetal em
muitos, somos um só corpo em outro vegetal.

16 Lições Bíblicas
Paulatinamente: Feito aos pou-
cos; continuamente; vagarosamente. L L :
ZE
l t- 1 1
H
i t- > i
P o d a : Corte de ramos das */ HOLLOMAN, Henry. O poder
plantas. da santificação. CPAD, 2003.
Proporcional à: Conforme a; • CIDACO, José Armando S. Um
segundo a. grito pela santidade. CPAD, 1999.

1. O que acontece com o ramo que não produz fruto?


R. É arrancado.
2. Quais os ramos que são lançados no fogo?
R. Os que não permanecem ligados à videira.
3. O que é feito com o ramo que dá fruto?
R. r. podado para que dê mais fruto.
4. Quais são as três condições para a frutificação espiritual?
R. A poda feita pelo Pai; a permanência cm Cristo; a permanência
de Cristo em nós.
5. Quais são os fatores essenciais a uma colheita abundante?
R. C.ultivar a comunhão com Deus e com outros cristãos, aceitar o
ministério de lideres piedosos e exercitar a vigilância c defesa.

Lições Bíblicas 17
ição 3
AMOR: O FRUTO EXCELENTE
16 de janeiro de 2OO5

TEXTO ÁUREO HINOS SUGERIDOS


CD Harpa Cristã 227
"Amados, amcmo-nos uns aos (vol.5-f.10), 27 e 363.
outros, porque a caridade é de
Deus; e qualquer que ama é
nascido de Deus e conhece a
Deus" (l Jo 4.7).
10ÃO 13.34,35;
LUCAS 6.27-35
VERDADE PRATICA Joáo 13
O amor é a essência de todas 34- Um novo mandamento vos dou:
as virtudes morais de Cristo origi- Que vos ameis uns aos outros;
nadas pelo Espírito Santo, e im- como eu vos amei a vós, que tam-
plantadas no crente. bém vós uns aos outros vos ameis.

Segunda - Cl 3.14 Quinta - Rm 12.9


O amor é o vínculo da perfeição O amor combate a hipocrisia
Terça - 1 Jo 4.7 Sexta - Rm 5.5
O amor confirma a filiação divina O amor é resultado da ação do
Espírito Santo no crente
Quarta - 1 Co 13.13
O amor é a essência das virtudes Sábado - l Io 4.18
cristãs Deus é a fonte e a causa do amor

18 Lições Bíblicas
3 5 • Nisto todos conhecerão que sois
meus discípulos, se vos amardes
uns aos outros. Após esta aula, seu aluno deve-
rá estar apto a:
Lucas 6 Estabelecer a diferença entre
27- Mas avós, que ouvis, digo: Amai
o amoragapê, philiã c eras.
a vossos inimigos, fazei bem aos
Distinguir as três dimensões
do amor.
que vos aborrecem,
Refletir sobre seu relaciona-
28- bendizei os que vos maldizem e mento com Deus, com o próximo e
orai pelos que vos caluniam. consigo mesmo.
29 -Ao que te ferir numa face, oferece-
lhe também a outra; e ao que te houver PONTO DE CONTATO
tirado a capa, nem a túnica recuses.
30- E dá a qualquer que te pedir; e Professor, como está a motivação
ao que tomar o que é teu, não lho de seus alunos para o tema em apre-
tornes a pedir. ço? Eles participaram das aulas? Res-
31- E como vós quereis que os ho- ponderam as questões propostas? É
mens vos façam, da mesma manei- preciso ensinar com dinamismo,
ra fazei-lhes vós também. criatividade e profundidade. Não são
poucos os alunos que desconsideram
32- E, se amardes aos que vos
estes assuntos por acharem que já
amam, que recompensa tereis?
os conhecem: "Já sei o que vão ensi-
Também os pecadores amam aos
nar: que preciso amar e ter paz com
que os amam.
meu irmão...". Para estes, uma aula
33- E, se fizerdes bem aos que vos monótona e repetitiva é desmo-
fazem bem, que recompensa tivadora. Por isso, você deve ensinar
tereis? Também os pecadores fa- utili/ando todos os recursos didáti-
zem o mesmo. cos que estiverem a sua disposição.
34- E, se emprestardes àqueles de Use constantemente das ilustrações.
quem esperais tornar a receber, Procure "tocar" não apenas a razão,
que recompensa tereis? Também mas a alma e os sentimentos de seus
os pecadores emprestam aos peca- alunos. Se possível, adquira a revis-
dores, para tornarem a receber ou- ta Ensinador Cristão n° 21. Nela, você
tro tanto. encontrará várias sugestões de dinâ-
35-Amai, pois, avossos inimigos, e micas.
fazei o bem, e emprestai, sem nada
esperardes, e será grande o vosso SÍNTESE TEXTUAL
galardão, e sereis filhos do Altíssi-
mo; porque ele é benigno até para A recomendação de Jesus em
com os ingratos e maus. Lucas 6.27-35 corresponde, com

Lições Bíblicas 19
ligeiras modificações, a de Mateus tanto, nos versos 29-30, verifica-
5.38-48. No contexto do Evange- mos a passividade do ofendido: ré
lho de Mateus, o ensino sucede à ferir..., te tirar a capa..., te pe-
Lei do Talião, e incorporado à lei dir..., tomar o que é teu... Amar
mosaica, exigia o castigo propor- ao inimigo é ser solícito ao bem
cional ao crime (Mt 5.38). Lucas, estar e salvação deste. Este amor
por escrever aos gregos, dispensa inaudito foi demonstrado por Je-
a frase-padrão "ouviste o que foi sus que amou a todos, sem dis-
dito" por esta referir-se à tradi- tinção.
ção hebraica. A estrutura das es-
trofes dos versos 20-22 (bem- ORIENTAÇÃO DIDATICA
aventurados) se opõe aos versos
24-26 (os ais). Os termos pobres, Professor, vamos ministrar esta
fome, choro e aborrecer contras- lição usando um recurso didático
tam com ricos, fartos, riso e falar já no primeiro tópico? Trata-se do
bem, formando o que se chama de Quadro de Relações Múltiplas. Este
paralelismo antitético. Esses jogos auxílio permite ao aluno compre-
de palavras e efeitos estilísticos ender as múltiplas relações de
são recursos retóricos do ensino uma mesma palavra. No tema Os
de Cristo para enfatizar que o po- Três T/pos de Amor, temos três
bre, o faminto, o aflito e o odiado termos que o estruturam: ágape,
devem amar apesar de tudo: "Mas philia e eros. Para que a classe per-
a vós, que ouvis, digo: Amai a vos- ceba a ênfase de cada um destes
sos inimigos, fazei bem aos que vocábulos reproduza o gráfico
vos aborrecem" (Lc 6.27). Os ver- abaixo. Este pode ser feito na lou-
bos estão no imperativo, isto é, em sa, apresentado no flip chart ou
forma de ordem: amai... fazei... no flanelógrafo. Acrescente um
bendizei... orai, responsabilizando outro tipo de amor definido pelos
o indivíduo como agente ativo da gregos, storge, o amor do núcleo
prática do bem (vv.27-28). Entre- familiar.

GREGO DESCRIÇÃO CONTEXTO FONTE

ÁGAPE Amor Abnegado Divino Deus

PHILIA Amor Fraterno Amizade Homem

EROS Amor Físico Erótico Sentidos

STORGE Amor Familiar Familiar Família

20 Lições Bíblicas
lavra grega agâpê que significa
"amor abnegado; amor profundo
INTRODUÇÃO e constante", como o amor de Deus
pela humanidade. Esta perfeita e
O amor, em seu conceito mais inigualável virtude abrange nosso
sublime, é personificado em Deus. intelecto, emoções, vontade, en-
A melhor e mais curta definição do fim, todo o nosso ser. O Espírito
amor é Deus, pois, Deus é amor. Santo a manifestará em nós, à pro-
Este foi manisfesto à humanidade porção que lhe entregamos intei-
por Jesus Cristo (Rm 5.8; Jo 13.1). ramente a vida. Este predicado flui
A quem Jesus tanto amou que de Deus para nós que o retor-
voluntariamente deu sua própria namos em louvor a Deus, adora-
vida? A indivíduos perfeitos? Não! ção, serviço e obediência a sua Pa-
Um dos discípulos negou-o; outro lavra: "Nós o amamos porque ele
duvidou dele; três dos que compu- nos amou primeiro" (l Jo 4.19). É
nham o círculo interno dormiram o amor ágape descrito em l Corín-
enquanto Ele agonizava no jardim tios 13.
do Getsêmani; dois desses almeja- 2. A m o r f r a t e r n o . Em 2
ram elevadas posições em seu Rei- Pedro 1.7, encontramos o amor
no; outro tornou-se o traidor. E expresso pela palavra original
quando Jesus ressuscitou, alguns philiíi, que significa "amor frater-
não creram. Mas Jesus amou-os até nal ou bondade fraterna e afeição".
ao fim — até à plena extensão do É amizade, um amor humano, limi-
seu amor. Ele foi abandonado, tra- tado. Esse tipo é essencial nos rela-
ído, desapontado e rejeitado, con- cionamentos interpessoais, no en-
tudo, amou! tanto, é inferior ao ágape, porquan-
Nesta lição, estudaremos o sig- to depende de uma reciprocidade;
nificado do amor como fruto do ou seja, somos amigáveis e amoro-
Espírito, e como é manifestado na sos somente com os que assim agem
vida do crente. (Lc6.32).
3. Amor físico. Há outro as-
I. OS TRÊS TIPOS DE AMOR pecto do amor humano, o qual não
Amor é a suprema virtude do é mencionado na Bíblia, contudo,
fruto espiritual! Jesus foi persis- está fortemente subentendido atra-
tente ao ensinar os discípulos acer- | vês de fatos: o eros. liste é o amor
ca do amor (Jo 13.34,35). A res- físico proveniente dos sentidos na-
peito de que amor Jesus estava fa- turais, instintos e paixões. Costuma
iando? Há pelo menos três tipos de basear-se no que vemos e sentimos;
amor que consideraremos resumi- pode ser egoísta, temporário e super-
damente. ficial, e tornar-se concupiscência. É
1. Amor divino (Jo 3.16). inferior aos outros porque muitas
O amor divino é expresso pela pa- vezes é usado levianamente.

lições Bíblicas 21
O maior desses é o amor ágape Deus? Isto pode ser verificado atra-
— o amor de Deus, que foi mani- vés de sua obediência. Jesus disse:
festado na vida de Jesus. Este pos- "Se me amardes, guardareis [obe-
sui três dimensões: amor a Deus, a decereis] os meus mandamentos" (Jo
si mesmo e ao próximo (Lc 10.27). 14.15); "Aquele que tem os meus
mandamentos e os guarda [obedece],
II. AMOR A DEUS - este é o que me ama" (Jo 14.21); "Se
A DIMENSÃO VERTICAL alguém me ama, guardará [obedece-
1. Amar a Deus acima de rá] a minha palavra. [...] Quem não
tudo. Amar a Deus é nosso maior me ama não guarda [obedece] as
dever e privilégio. Como fazer isso? minhas palavras" (Jo 14.23,24). O
De todo o nosso coração, alma, for- Espírito Santo revela-nos o amor de
ça e entendimento! A palavra co- Deus com o intuito de amá-lo e
ração refere-se ao homem interior, conhecê-lo ainda mais. Nossa sensi-
isto é, envolve espírito e alma. De- bilidade em sua direção expressa
vemos amar a Deus com toda a ple- obediência, e agrada a Deus.
nitude de nosso ser, acima de tudo.
Assim sendo, também amaremos o III. AMOR AQ PRÓXIMO - A
que Ele ama e lhe pertence: sua Pa- DIMENSÃO HORIZONTAL
lavra, seus filhos, sua obra, sua Não conseguiremos amar nos-
igreja e as ovelhas perdidas, pelas so semelhante com amor ágape ,
quais estaremos dispostos a sofrer salvo se amarmos a Deus primeiro.
(Fp 1.29). Quando sofremos por É o Espírito Santo que nos capacita
Cristo, dispomo-nos a padecer per- para cumprir o segundo maior
seguições a fim de glorificá-lo, e re- mandamento da lei (Lv 19.18). O
velamos seu amor ao pecador. Ao apóstolo João enfatizou a impor-
sofrermos com Cristo, sentimos o tância do amor ágape ao próximo:
que Ele sentiu pelo pecado e pelo "Amados, amemo-nos uns aos ou-
pecador, conforme está descrito tros, porque a caridade [o amor] é
em Mateus 9.36. de Deus; e qualquer que ama é nas-
2. O exemplo de Jesus. Sa- cido de Deus e conhece a Deus.
bemos o que é o amor ágape pelo Aquele que não ama não conhece
exemplo de Jesus. É o amor que Je- a Deus, porque Deus é caridade
sus ensinou e viveu (Jo 14.21); é
difícil de compreender. O apósto- acamamos Arraigados
lo Paulo fala a esse respeito em uns aos outros, em amor
Efésios 3.17-19. Neste texto, obser- Deus está em Desí§na a firmeza
vamos que este amor leva-nos a nós, e em nós e segurança cio
é perfeita a sua crente no amor,
amar. a r r a i g a c j o s em amor
para compreendê-lo c conhecê-lo! caridade isto é' enraizado

3. O teste do amor ágape. [amor]. Se aí- ou fixado firme-


Seu amor ágape é direcionado a guém diz: Eu mente em amor-

22 Lições Bíblicas
amo a Deus e aborrece a seu irmão, completo a cada pecado cometido
é mentiroso. Pois quem não ama (Rm 8.1). Podemos nos olhar atra-
seu irmão, ao qual viu, como pode vés da graça de Deus e contemplar
amar a Deus, a quem não viu?" (l homens limpos de todo o pecado,
Jo 4.7,8,12,20). purificados pelo sangue precioso de
Ao exortar um intérprete da lei Jesus e com uma nova natureza con-
a amar a Deus e o próximo, Jesus cedida pelo Espírito Santo. Podemos
afirmou: "Faze isso e viverás", ele, amar esta nova criatura, e transmi-
porém, perguntou-lhe: "Quem é o tir esse amor aos outros.
meu próximo?" Leia a resposta do 3.Relação entre as três di-
Mestre em Lucas 10.30-37. mensões do amor ágape. Es-
tas dimensões são interdepen-
IV. AMOR A SI MESMO - dentes. O amor que dedicamos a
A DIMENSÃO INTERIOR
nós mesmos revela o nosso amor
1. O "amor a si mesmo" re- ao próximo, o qual, evidencia o
flete o amor de Deus por nós. nosso amor a Deus (l Jo 4.20,21).
Pode parecer estranho sugerir que Precisamos aprender com o Espí-
o amor ágape inclui amar a si mes- rito Santo o que significa o amor
mo. Este amor leva-nos a preocu- ágape. Em Efésios 5.10 está escri-
parmo-nos com o eu espiritual, e a to para aprendermos a discernir o
buscar primeiro o Reino de Deus e que é agradável ao Senhor. Como?
sua justiça, porquanto reconhece- Com o auxílio do Espírito Santo!
mos ser a vida eterna mais impor- Sem ele, podemos amar mais a gló-
tante do que nossa existência aqui ria dos homens do que a de Deus
na terra. O cristão que ama a si (Jo 12.43); mais as trevas do que
mesmo com amor ágape não só cui- a luz (Jo 3.19); mais a família do
dará de suas necessidades pessoais, que Jesus (Mt 10.37); e priorizar
mas também permitirá ao Espírito os lugares mais importantes (Lc
Santo desenvolver o seu caráter 11.43).
mediante o estudo da Palavra de
Deus, a oração e a comunhão com CONCLUSÃO
outros crentes. Ele desejará que o
fruto do Espírito manifeste-se em Jesus almeja que amemos as
sua vida, conformando-o à imagem pessoas como Ele nos ama: "O meu
de Cristo diariamente. mandamento é este: Que vos ameis
2. O pecado impede que a uns aos outros, assim como eu vos
pessoa ame a si mesma. Há in- amei" {Jo 15.12). Isso nunca seria
divíduos que acham difícil amar a possível mediante o amor humano,
si mesmo em virtude de erros come- limitado. Entretanto, à medida que
tidos no passado. Eles sofrem de re- o Espírito Santo desenvolve a seme-
morso. Contudo, o amor ágape, que lhança de Cristo em nós, aprende-
flui de Cristo, proporciona perdão mos a amar como Cristo amou.

Lições Bíblicas 23
'Porque ele é benigno até para com
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES os ingratos e maus' (Lc 6.35).
Será que somos capazes de amar
Subsidio Devocional desta maneira?" {LUCADO, Max.
"Você deseja ser uma pessoa mais
amorosa? Comece aceitando o seu Um amor que vale a pena. RJ:
lugar como filho muito amado: 'Sede, CPAD, 2003, p. 7.)
pois, imitadores de Deus, como filhos Leia mais
amados; e andai em amor, como
Revista Ensinador Cristão
também Cristo vos amou' (Ef 5.1,2). CPAD, n"21,pág. 37
Você quer aprender a perdoar?
Então pense em como você foi per-
doado: 'Sede uns para com os ou-
tros benignos, misericordiosos, per-
doando-vos uns aos outros, como Agonizar: Afligir; agoniar; an-
também Deus vos perdoou em Cris- gustiar.
to' (Ef 4. 32). Fluir: Manar; brotar.
Você acha difícil pensar nos Inigualável: Que não se com-
outros em primeiro lugar: 'Sendo para; incomparável; ímpar; único.
em forma de Deus, não teve por Reciprocidade: Que se troca
usurpação ser igual a Deus'(Fp 2.6). entre duas pessoas ou dois grupos;
Você precisa ter mais paciência? mútuo.
Beba da paciência de Deus (2 Pç
3.9). Será a generosidade uma vir-
tude ilusória? Pense em como Deus
foi generoso com você (Rm 5.8).
Você tem dificuldade de suportar ,/ LUCADO, Max. Um amor que
parentes ingratos ou vizinhos mal- vale a pena. CPAD, 2003.
humorados? Deus lhe suporta S BRUNELLI, Walter. Conheci-
quando você age dessa maneira: do pelo amor. CPAD, 1995.

QUESTIONÁRIO
1. Em quem é personificado o verdadeiro amor?
R. Em Deus.
2. Quais são os três tipos de amor definido pela língua grega?
R. Amor divino (ágape ); amor fraterno (philia); amor físico (eros).
3. Qual o sentido literal da palavra ágape ?
R. Amor abnegado; amor profundo e constante.
4. Quais as três dimensões do amor ágape ?
R. Amor a Deus (vertical); amor ao próximo (horizontal); amor a
si mesmo (interior).
5. O que ítnpede a pessoa de amar a si mi ia?
R. O pecado.

24 Lições Bíblicas
Lição 4
ALEGRIA: O FRUTO DA GRAÇA
23 de janeiro de 2OO5

TEXTO ÁUREO HINOS SUGERIDOS


CD Harpa Cristã 198
"Rego/Àjai-vos, sempre, no (vol.5-f.5), 201 e 216.
Senhor; outra vez digo
regozijai-vos" (Fp 4.4). LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
RDADE PRATICA JOÃO 16.20-24
20 - Na verdade, na verdade vos digo
O fruto da alegria é manifesta- que vós chorastes evos lamentareis,
do mediante a ação do Espírito no e o mundo se alegrará, e vós estareis
interior do crente e independe das tristes; mas a vossa tristeza se con-
circunstâncias. verterá em alegria.

Segunda - Rm 14.17 Quinta - Cl 1.11


O fruto da alegria procede do O fruto da alegria opera junto à
Espírito Santo paciência e à longanimidade
Terça - 2 Co 8.2 Sexta - Rm 12.8
Alegria na tribulação O fruto da alegria coopera com o
dom da misericórdia
Quarta - Hb 1.9
O fruto da alegria na vida de Sábado - 1 Pé 1.6-8
Cristo O fruto da alegria supera as
tristezas da tentação

Lições Bíblicas 25
21 - A mulher, quando está para dar sente em toda e qualquer circuns-
à luz, sente tristeza, porque é che- tância. Lembra-se de Paulo e Silas
gada a sua hora; mas, depois de ter na prisão (At 16)? O que os moti-
dado à luz a criança, já se não lem- vava a adorar próximo à meia-noi-
bra da aflição, pelo prazer de haver tc depois de serem açoitados? O fru-
nascido um homem no mundo. to da alegria!
22- Assim também vós, agora, na Muitos crentes não encontram
verdade, tendes tristeza; mas outra motivos para se alegrarem porque
vez vos verei, e o vosso coração se possuem um conceito distorcido da
alegrará, e a vossa alegria, ninguém alegria espiritual. Nesta lição, pro-
vo-la tirará. cure demonstrar a seus alunos que
23 - E, naquele dia, nada me pergun- este fruto independe das situações,
tareis. Na verdade, na verdade vos pois procede do próprio Deus.
digo que tudo quanto pedirdes a
meu Pai, em meu nome, ele vo-lo
há de dar.
24- Até agora, nada pedistes em O texto da lição bíblica é um
meu nome; pedi e recebereis, para recorte de um dos últimos diálogos
que a vossa alegria se cumpra. de Jesus com seus discípulos. O
Mestre vc diante de si o Gólgota, a
cruz, os espinhos, o escárnio, a so-
lidão fv.32), e consequentemente a
aflição dos discípulos pela sua mor-
Após esta aula, seu aluno de- te. O tema dos versículos 20-24
verá estar apto a: (alegria) é uma réplica à triste/a
D e f i n i r a alegria como fruto dos discípulos em 16.6: 'Antes, por-
do Espírito. que isso vos tenho dito, o vosso co-
Descrever as fontes da alegria ração se encheu de tristeza'. Entre-
cristã. tanto, o desalento dos discípulos re-
Relacionar biblicamente o so- ceberia o devido consolo: 'Não vos
frimento com a alegria. deixarei órfãos [...] rogarei ao Pai,
e ele vos dará outro Consolador,
PONTO DE CONTATO para que fique convosco para sem-
pre' (Jo 14.16,18). A alegria men-
Professor, esta lição trata da cionada por Cristo neste capítulo de
alegria. Entretanto, não se refere a João procede do Espírito Santo. Os
um c o n t e n t a m e n t o passageiro atributos da alegria espiritual inclu-
como aquele que se adquire numa em: alegria f ru t i fica dora (v.21), ale-
premiação ou nos divertimentos. gria interior (v.22), alegria perene
Esta alegria é fruto da graça de (v.22), alegria plena (v.24). A tris-
Deus e da habitação do Espírito teza dos discípulos resultou da
Santo no crente. É espiritual, pre- morte e paixão de Cristo, mas a ale-

26 Lições Bíblicas
gria, do poder da ressurreição. Na
morte do Messias, os homens se
alegraram, enquanto os discípulos INTRODUÇÃO
se entristeceram, no entanto, na
Nesta lição, descobriremos que
sua ressurreição a triste/a destes
o fruto da alegria é desenvolvido
se converteu cm alegria (v.20).
em nós pelo Espírito Santo ao re-
Cristo vive! Esta é a razão pela qual
conhecermos nossa posição em
o santo gozo do cristão não pode
Cristo; enquanto vemos Deus agir
ser abalado.
por nosso intermédio e à nossa
volta; e ao antevermos nosso futu-
ORIENTAÇÃO DIDATICA ro glorioso com Ele na eternidade.
Veremos também que há forte re-
Professor, para esta lição, pre- lação entre o sofrimento e a ale-
cisaremos de cinco tiras de carto- gria na vida do crente. A alegria
lina, cortadas em tamanho decres- ou gozo não é apenas produto do
cente, para formar cinco degraus. Espírito Santo, mas parte de sua
Cada um dos degraus representa- natureza, de modo que, estar cheio
rá os subtópicos que descrevem As do Espírito é também estar alegre!
Fontes de Alegria Espiritual. À me-
dida que for ministrando, afixe
cada uma dessas tiras, uma pospos-
I. A ALEGRIA SEGUNDO A
BÍBLIA
ta a outra, até o último tópico. Ao
1. D e f i n i ç ã o . Em Gaiatas
final da exposição, será formado
5.22, a palavra alegria (ou gozo) é
uma escada que condu/ a plena
tradução da palavra original chara.
Alegria Espiritual. Sobre a base do
Este termo bíblico não significa ale-
último degrau faça com cartolina
gria proveniente das coisas ter-
uma abóbada escrita Alegria Espi-
renas, mas, do exemplar relaciona-
ritual. Use uma cartolina para fa-
zer a cobertura. Utilize este recur- mento com Deus. É mais que feli-
cidade momentânea. A alegria,
so quando este tópico da lição for
como fruto do Espírito, é uma qua-
ministrado. Veja o modelo abaixo.
lidade de pleno prazer, e inde-
pende das circunstâncias, ou seja,
ALEGRIA é constante em qualquer situação,
ESPIRITUAL quer boa, quer crítica, porquanto
A Bênção de Deus está fundamentada em Deus.
A Presença de Deus 2. O f u n d a m e n t o da ale-
gria. O apóstolo Paulo escreveu
O Espírito Santo
aos filipenses a epístola conhecida
Atos Poderosos de Deus como "A Carta da Alegria". Duas
vezes, no quarto capítulo, Paulo
declarou ter aprendido a viver con-

Lições Bíblicas 21
tente em qualquer situação (Fp A seguir, consideraremos algu-
4.11,12). Naquele momento, o mas fontes de alegria espiritual.
apóstolo dos gentios estava na pri- 1. A salvação. No momento
são esperando seu julgamento. em que uma pessoa recebe o per-
Qual era a fonte de sua satisfação? dão de seus pecados, é como se o
Como poderia estar contente dian- peso do mundo inteiro lhe fosse ti-
te da falta de liberdade? Era o Es- rado dos ombros. Jesus, ao entrar
pírito Santo que produzia em Pau- em nosso coração, traz alegria ine-
lo o fruto da alegria. Seu prazer fável. Maria se alegrou ao ser esco-
estava fundamentado em Cristo, e lhida como instrumento de Deus
não nas circunstâncias ou no bem- para Cristo vir ao mundo (Lc 1.46-
estar físico. 49). O próprio nascimento do Sal-
3. Melhor que felicidade. vador foi motivo de celebração (Lc
A alegria, como fruto do Espírito, 2.10-14). Em muitos saímos, Davi
não depende das circunstâncias expressou alegria por sua salvação
exteriores. Ela permanece até nas (SI 13.5; 31.7; 32.11; 35.9).
dificuldades, porque é desenvolvi- 2. Os atos poderosos de
da no interior do crente pelo Espí- Deus. Ao longo do Antigo Testa-
rito Santo. Isto foi reconhecido por mento, observamos o Todo-Pode-
Paulo ao escrever aos tessalo- roso agindo em pessoas que o ama-
nicenses (l Ts 1.6). vam e o serviam. Deus atuou em
Esta virtude é infinitamente nosso benefício, ao preservar a
melhor que a felicidade ofereci- nação de Israel, na qual nasceria
da pelo mundo, é o que apóstolo o Messias, e ao entregar o seu úni-
Pedro chamou de "gozo inefá- co Filho como remissão por nos-
vel e glorioso" (l Pé 1.8); está à sos pecados. Ele operou grandes
parte de todos maravilhas no passado e ainda
Gozo inefável os n í v e i s de hoje, pelo poder do Espírito San-
Consiste na contentamen- to, convence o homem do pecado,
alegria como um to p u r a m e n t e ! leva-o ao arrependimento, honra
mistério divino humanos . É re- a pregação da sua Palavra, batiza
indizível, acima sultado da fé com o Espírito Santo, supre as ne-
da compreensão em Deus ( R m cessidades, cura as enfermidades
humana. 15J3)> l etc. Tudo isso alegra sobremanei-
ra nosso coração.
II. AS FONTES DE ALEGRIA 3. O Espírito Santo. A ale-
ESPIRITUAL gria é produto do Espírito Santo,
Quando Deus é o manancial de cuja morada é o interior do crente.
nossa alegria, nada consegue redu- Faz parte da própria natureza do
zi-la! É uma satisfação perene e Espírito! Esta virtude era caracte-
abundante, uma vez que se origi- i rística dos crentes da igreja prirni-
na nEle. ! tiva. Por quê? Em razão de serem

28 lições Bíblicas
cheios do Espírito. Eles poderiam a qual está baseada em sua futura
sentir-se desanimados, ou ame- glória no céu — o prémio para os
drontados, ou solitários. No entan- que vencerem as provas e tentações
to, haviam aprendido que, em qual- desta vida.
quer situação, a alegria provenien- 2. O sofrimento e a alegria
te do Espírito tornava-se em fonte nos primórdios da Igreja. Em
de força, ajudando-os a transpor as virtude da obediência à ordenança
adversidades. do Mestre para proclamar o evan-
4. A Presença de Deus. O gelho, os cristãos primitivos enfren-
próprio Deus é a fonte de toda a taram muitas perseguições. Entre-
alegria (Lc 1.47; Fp 4.4). Na presen- tanto, esta situação não lhes tirava
ça do Senhor encontramos esta glo- a alegria! Em Atos 13, vemos que
riosa virtude (SI 16.11). Em João os discípulos estavam sendo perse-
20.20, lemos que os discípulos ale- guidos e forcados a deixar a cida-
graram-se ao verem o Senhor. Ir a de na qual estavam pregando as
casa do Senhor é motivo de alegria Boas Novas. Não obstante, no
(SI 122.1). versículo 52, lemos: "E os discípu-
5. A bênção de Deus. Abên- los estavam cheios de alegria e do
ção de Deus resulta em alegria (SI Espírito Santo". Esse comportamen-
126.3). Confiar em Deus traz con- to pode ser observado em várias
tentamento, porque conscien- passagens de Atos (5.41; 16.25).
tizamo-nos de sua suficiência para 3. A alegria de Jesus no
suprir todas as nossas necessidades sofrimento. Em Mateus 26.30,
(Fp 4.19). Além disso, alegramo-nos Jesus sabia que estava defronte da
ao vermos nossos irmãos serem sombra do Getsêmani e do Calvá-
abençoados (l Ts 3.9). rio, os quais denotavam sofrimen-
to, vergonha e morte. Contudo,
III. O SOFRIMENTO E A cantou com os discípulos depois de
ALEGRIA ESPIRITUAL celebrar a última Páscoa. Como ele
1. A Relação entre o sofri- podia se alegrar nesta situação?
mento e a alegria. Há forte vín- Porque estava cheio do Espírito
culo entre esses dois estados. Segun- Santo. Sempre que me sinto desa-
do as Bem-Aventuranças de Jesus, nimado, lembro-me de Jesus, o qual
haverá o dia em que Deus recom- suportou os momentos difíceis sem
pensará os que, por amá-lo, supor- perder de vista suas perspectivas
taram as injustiças do mundo (Mt (Hb 12.2,3).
5.3-11). Muitas passagens bíblicas
associam sofrimento à alegria {l Ts IV. OS OBSTÁCULOS À
1.6; Hb 10.34; Tg 1.2; 5.11; l Pé ALEGRIA ESPIRITUAL
4.13). 1. Desânimo e d ú v i d a s .
Note que, nelas, a alegria está Pessoas desanimadas e tristes per-
relacionada à esperança do cristão, dem o entusiasmo pela vida, a von-

Lições Bíblicas 29
tade de trabalhar; só lamentam e lo ensinou à igreja primitiva, o
choram (SI 137). Os discípulos de crente cheio do Espírito expressa
Emaús estavam tão tristes, que nem sua alegria através dos hinos espi-
sequer reconheceram o Mestre en- rituais (Ef 5.18b-20).
quanto permanecia junto deles (Lc 3. Força divina. A alegria do
24.16), O mesmo sucedeu à Maria Senhor converteu-se em força na vida
Madalena na manhã da ressurrei- de Neemias, e deu-lhe coragem para
ção (Jo 20.15). reconstruir Jerusalém (Ne 8.10). Esta
2. Tudo que impede nosso virtude encoraja o povo de Deus hoje
relacionamento com Deus. A a prosseguir em sua difícil jornada,
amargura, o ressentimento, a falta porquanto resulta em força divina.
de amor, os desejos erróneos, en-
fim, as obras da carne roubam-nos CONCLUSÃO
a alegria do Senhor. No entanto, se Você já experimentou os resul-
mantivermos constante comunhão tados da alegria no Senhor? Você
com o Senhor, seu Espírito será a tem um rosto radiante, um cântico
nossa fonte de santa alegria. de louvor e a força divina? Pode-
mos ter a plenitude da alegria, des-
V. OS RESULTADOS DA
ALEGRIA ESPIRITUAL crita nesta lição, mediante a habi-
tação do Espírito Santo em nosso
Mediante a alegria gerada pelo coração. Se tivermos a alegria do
Espírito Santo, benditos resultados Espírito em abundância, enfrenta-
acontecem em nossa vida. As mu- remos qualquer circunstância! Cul-
danças produzidas pelo Espírito de tive este fruto, e compartilhe sua
Deus no caráter são percebidas em alegria com outros.
nossas reações às circunstâncias e
nos relacionamentos interpessoais. AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
1. Rosto radiante. Já obser-
vou aqueles crentes cujo rosto res- Subsídio Teológico
plandece de alegria? Não nos sen- " A l g u m a s versões da Bíblia
timos felizes por estar perto deles? tradu/em gozo por alegria sendo
A face e o comportamento das pes- esta a felicidade que o crente des-
soas refletem seus sentimentos in- fruta no Espírito Santo. O termo
ternos, o que existe no profundo de grego a q u i é chara. O t e r m o
seu coração, O cristão cheio de ale- charis, traduzido em português
gria do Espírito consegue transmi- por graça, vem da mesma raiz.
ti-la facilmente em sua aparência Charis, a partir de Homero, pas-
exterior (Pv 15.13). sou a significar aquilo que promo-
2. Cântico de alegria. Um ve bem-cstar entre os homens.
coração grato e alegre expressa-se Como atributo do Espírito Santo,
com cânticos e louvores ao Senhor a alegria é uma qualidade implan-
(SI 149; At 16.25). Assim como Pau- tada na alma que teve um encon-

30 Lições Bíblicas
tro com o Deus de toda graça, e da. A existência e a pessoa do Es-
visa uma vida de regozijo e de pírito Santo. R J : C P A D , 1996,
agradecimento ao Senhor. Paulo p.136-7.)
recomenda aos cristãos filipenses
que sejam agradecidos e cheios de Leia mais
regozijo: Regozijai-vos sempre no Revista Ensinador Cristão
Senhor; outra vê/ digo: regozijai- \, n" 21, pág. 38
vos (Tp 4.4).
Está alguém contente? Cante
louvores (Tg 5.13). C) desejo de
Deus c ver seus filhos cantando Contentamento: Alegria; sa-
com graça no coração (Cl 3.16). tisfação; prazer.
Nas Escrituras, a alegria trazia for- Perene: Que dura para sem-
ca e até saúde ao povo de Deus (Ne pre; durável; imperecível.
8.10; Pv 17.22). A alegria cristã, Transpor: Passar além; ultra-
portanto, não é uma emoção arti- passar; exceder.
ficial. Antes, é uma ação do Espí-
Vínculo: Ligação; união; relação.
rito Santo no coração humano,
para que este venha a conhecer
: ! 1- i j 1 h>1 1
que o Senhor Deus está no seu tro-
no, e que tudo neste mundo sub-
mete-se ao seu controle, até mes- S SILVA, Severino Pedro da. A
mo onde a experiência pessoal está existência e a pessoa do Espírito
envolvida". (SILVA, Severino Pedro Santo.CPAD, 1996.

QUESTIONÁRIO
1. Qual a fonte e o fundamento da alegria de Paulo?
R. O Espírito Santo e Jesus Cristo.
2. Quais as fontes dá alegria espiritual?
R. A salvação, os aios poderosos de Deus, o Espírito Santo, a
presença de Deus e a bênção de Deus.
3. Qiiais os textos que relacionam o sofrimento à alegria?
R. l Ts 1.6; Hb 10.34; Tg 1.2; 5.11; l Pe4.13.
4. Quais os obstáculos à alegria do Espírito?
R. Desânimo, dúvidas e tudo que impede nosso relacionamento
com Deus.
5. Quais são os resultados da alegria espiritual?
R. Rosto radiante, cântico de alegria e força divina.

Lições Bíblicas 31
Lição 5
PAZ: O FRUTO DA HARMONIA
3O de janeiro de 2OO5

TEXTO ÁUREO HINOS SUGERIDOS


CD Harpa Cristã 178
"Segui a paz com todos e a (vol.4-f,9), 180 e 245.
santificação, sem a qual ninguém
verá o Senhor" (Hb 12.14).
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
VERDADE PRATICA ROMANOS 14.17-19;
EFÉSIOS 4.1-3.
Cristo oferece-nos a paz em vez Romanos 14
de angústia, conforto no lugar de
tribulação, fruto de paz ao invés 17- Porque o Reino de Deus não é
de obras de dissensões. comida nem bebida, mas justiça, e
paz, e alegria no Espírito Santo.

Segunda - Rm 8.6 Quinta - Ef 2.14-17


O fruto da paz é o efeito da Cristo é a paz, pregou a paz, fez a
união com o Espírito paz

Terça - Rm 14.17 Sexta-Ef 4.1-3


A pax é o fruto do Reino de Deus A paz e a unidade do Espírito
Quarta - 2 Co 13.11 Sábado - Tg 3.18
A dimensão terrena e celeste da paz A justiça semeia-se na paz

32 Lições Bíblicas
18- Porque quem nisto serve a Cris- çar um projeto com estes, conclua-
to agradável é a Deus e aceito aos o satisfatoriamente. A participação
homens. deles em novas atividades depen-
19- Sigamos, pois, as coisas que derá, em parte, da confiança dos
servem para a paz e para a edifica- mesmos na sua capacidade para
ção de uns para com os outros. desenvolver adequadamente aque-
las que iniciou. Portanto, seja aten-
cioso com os alunos e incentive-os
Efésios 4 a serem participantes de todos os
1 - Rogo-vos, pois, eu, o preso do momentos da aula.
Senhor, que andeis como é digno da
vocação com que fostes chamados, SÍNTESE TEXTUAL
2 - com toda a humildade e mansi-
dão, com longanimidade, suportan- De acordo com a cultura grega
do-vos uns aos outros em amor, primitiva, a paz ou eirênê, como
3 - procurando guardar a unidade chamavam, era a completa ausên-
do Espírito pelo vínculo da paz. cia de guerra, ou o tempo decorri-
do entre o fim de uma guerra e o
início de outra. Os gregos costuma-
vam também qualificar como paz
o estado de serenidade diante da
Após esta aula, seu aluno deve- contemplação do Belo. O conceito
rá estar apto a: religioso expresso pelo termo he-
Relacionar a pá/ a outras vir- braico shãlôm e pelo sentido cris-
tudes cristãs. tão de eirénè ultrapassa a concep-
Distinguir a paz com Deus da ção que a palavra paz possa ter em
paz de Deus. qualquer língua: 'O Senhor sobre ti
Exemplificar a paz no Antigo levante o seu rosto e te dê a paz'
e Novo Testamento. (Nm 6.26); 'Porque ele [Cristo] é a
nossa paz' (Ef 2.14a). A paz segun-
ONTO DE CONTATO do os dois Testamentos é obtida
mediante a bênção ou favor divi-
Professor, como foram suas au- no. Em Números, o 'rosto' de Deus
las anteriores? Os alunos participa- é um hebraísmo que significa 'seu
ram da atividade sugerida na pri- favor' e 'sua presença', assim sen-
meira lição? Procure incentivar a do, a paz procede do favor e da
colaboração de todos. Fique aten- presença de Deus entre o seu povo.
to aos que se matricularam depois Em L-ifésios, a pá/ não se restringe
do início do trimestre e aos que vi- apenas a um resultado da mercê de
sitam vez por outra a ciasse. Inte- Deus para com seu povo, mas
gre-os às atividades realizadas pe- abrange também sua graça encar-
los alunos. Sempre que você come- nada na pessoa de Cristo. Isto pos-

Lições Bíblicas 33
sibilita a reconciliação do homem
com Deus (paz com Deus), a fim de
que se adquira a paz de Deus por INTRODUÇÃO
meio desse relacionamento. Jesus,
a nossa paz (eirênè), é o recon- Grande parte da história do
ciliador celestial que destruiu a ini- mundo evidentemente está ligada às
mizade e a barreira que nos sepa- guerras. O século XX defrontou-se
ravam das promessas divinas e do com duas guerras mundiais e mui-
próprio Deus (Ef 2.11 -22). tas guerras menores. Deus avisou-
nos de que nos últimos dias não ha-
veria paz, mas guerras e rumores de
ORIENTAÇÃO DIDATICA guerras (Mt 24), e isso até o fim.
Nesta lição, examinaremos a paz
Professor, para ministrar o que o Espírito Santo produz na vida
conteúdo do tópico T usaremos do crente regenerado, e que é pos-
uma ilustração que representa o sível desfrutar de serenidade nas
'Sol da Justiça'. Você vai precisar intempéries da vida. O amor de
de duas folhas de cartolina, uma Deus traz paz perfeita aos que
amarela e outra laranja. Com a põem a confiança nele. Esta paz é
amarela fará o centro do Sol e es- uma das nove dimensões do fruto
creverá a palavra 'Paz'. Com a ou- espiritual.
tra serão feitos os raios do Sol.
Sobre esses se escreverá cada um I. OS FRUTOS DA PAZ
dos frutos da paz: graça, amor,
vida, santidade, justiça, alegria e 1. O fruto da paz produz
confiança. Cada um dos sete rai- vida espiritual. As principais ati-
os será exposto a partir do núcleo vidades do Espírito Santo ao desen-
à medida que os subtópicos forem volver o fruto espiritual estão
desenvolvidos. entrelaçadas com a paz. Conside-
remos estas referências:
a) Graça e paz. "Graça e paz seja
convosco da parte daquele que é, e
que era, e que há de vir" (Ap 1.4).
Graça é a boa vontade de Deus para
conosco. Quando, pela fé, nos ren-
demos à Deus, a graça nos capaci-
ta a fazermos a sua vontade. Paz,
portanto, é a evidência e a certeza
da graça de Deus estendida a nós.
Pela operação da graça em nossa
vida, as questões que nos separa-
ram de Deus são resolvidas. Em
nossa nova relação com ele, efetu-

34 Lições Bíblicas
ada pela mudança de nossa natu- para produzir o seu fruto é o da,
reza, temos a paz divina. paz. Embora em Mateus 13.1-8,
b) Amor e paz. "Sede de um quatro tipos de solos sejam men-
mesmo parecer, vivei em paz; e o cionados, apenas um era ideal
Deus de amor e de paz será para produzir fruto. A semente
convosco" (2 Co 13.11). O Deus de possuía o selo de qualidade do céu
amor é também de paz, e ama a como garantia, mas a terra era
concordância entxe os seus filhos. ruim. Nosso evangelho é de paz,
A Escritura nos instrui e exorta a e o cristão que o professa deve ter
amá-lo, a estarmos reconciliados paz no coração também e promo-
com ele, e também a amarmos os ver a paz (Rm 10.15).
nossos irmãos e a viver em paz uns c) Justiça, alegria e paz. "O
com os outros. Reino de Deus não é comida nem
c) Vida e paz. "A inclinação da bebida, mas justiça, e paz, e ale-
carne é morte; mas a inclinação gria no Espírito Santo" (Rm
do EspíritcTêvidã é paz" (Rní 8"."6);. T4.17J; 'Justiça, alegria" é páz~sã~ó~"
A pessoa que não se submete à lei as marcas do crente cheio do Es-
de Deus não há o que esperar, se- pírito. Essas características fazem
não a morte. Não admira que não parte do nosso relacionamento
haja paz em seu coração. Mas, a com o Reino de Deus. Quanto a
que se submeteu ao controle do Deus, nossa preocupação é a jus-
Espírito fica livre de preocupa- tiça — estar diante dele justifica-
ções, pois conhece a paz real e dos pela morte de Cristo e santi-
permanente. ficados pelo Espírito. Quanto aos
2. O fruto da paz produz crentes, é a paz — viver em har-
vida moral. monia com todos os homens.
a) Santidade e paz. É pela paz Quanto a nós mesmos, é a alegria
e unidade em Cristo que o crente no Espírito Santo.
obtêm a santidade e se conserva d) Confiança e paz. "Tu conser-
para a vinda do Senhor. "O mes- varás em paz aquele cuja mente
mo Deus de paz vos santifique em está firme em ti; porque ele confia
tudo; e todo o vosso espírito, e em ti" (Is 26.3). Como um bebé
alma, e corpo sejam plenamente dorme pacificamente nos braços de
conservados irrepreensíveis para a sua mãe, com inteira confiança,
vinda de nosso Senhor Jesus Cris- assim descansam os que colocam a
to" (!Ts5.23;Hb 12.14). sua confiança em Deus. Este
b) Justiça e paz. "O fruto da versículo ensina que é vantajoso
justiça semeia-se na paz, para os manter a mente centrada, em in-
que exercitam a paz" (Tg 3.18). teira confiança em Deus, pois o re-
Este versículo indica que a justi- sultado de fazê-lo, é uma paz cons-
ça é semeada na paz. O solo no tante que nos conserva firmes em
qual o Espírito Santo trabalha todo o tempo.

Lições Bíblicas 35
II. AS TRÊS DIMENSÕES Este versículo ensina que devemos
DA PAZ seguir a paz. É melhor cavar outro
1. Paz com Deus. A paz com poço de água, como isaque fez, do
Deus só é possível mediante a jus- que fazer uma guerra e ainda ficar
tificação pela fé. O pecador impe- sem poço (Gn 26.19-22).
nitente está em inimizade com
Deus, visto que o pecado é uma vi- III. A PAZ ILUSTRADA
olação da vontade de Deus confor- 1. Exemplos do Antigo Tes-
me expresso em sua lei. Quando o tamento.
pecador entrega a vida a Jesus Cris- a) Abraão era um homem que
to pela fé, e o aceita como seu úni- amava a paz. Génesis 13 narra a dis-
co Senhor e Salvador pessoal, a ini- puta que ocorreu entre os pastores
mizade entre ele e Deus finda e a de Abraão e os de Ló, porque não
paz é feita (Rm 5.1,2b). havia bastante terra para todos os
Somos chamados não só a ter seus rebanhos e tendas. Para evitar
paz com Deus por Jesus Cristo, mas a desarmonia, Abraão pôs de lado
também para sermos pacificadores, seus direitos como padrasto e tio, e
reconciliando outras pessoas com permitiu que Ló escolhesse a propri-
Deus, de forma que elas também edade que quisesse. Como se verifi-
possam ter paz com Deus. cou, Abraão se beneficiou da esco-
2. Paz de Deus. "E a paz de lha de Ló, e este sofreu como resul-
Deus, para a qual também fostes tado da carnal opção que fez. Quem
chamados em um corpo, domine está disposto a abrir mão de seus
em vossos corações" (Cl 3.15). Esta direitos para ser pacificador, está
é a paz interior que Jesus nos deu seguindo o princípio ilustrado por
pelo Espírito Santo (Jo 14.26,27). Abraão, e esta atitude resulta em
A paz interior substitui a raiva, a bênção para nós.
culpa e a preocupação. Sem a paz b) Isaque é mais um exemplo de
com Deus não pode haver a paz de alguém que se empenhou pela paz.
Deus. A paz de Deus pode indicar O capítulo 26 de Génesis narra que
o modo de proceder em determi- depois da morte de Abraão, Isaque
nada situação (Fp 4.7). reabriu os poços que seu pai cava-
3. Paz com os Homens. "Se ra, os quais seus inimigos fecharam
for possível, quanto estiver em vós, enchendo-os de terra. Os servos de
tende paz com todos os homens" Isaque abriram outro poço, mas
(Rm 12.18). A paz como fruto do seus adversários contestaram. Abri-
Espírito Santo é, primeiramente, ram um segundo poço, e os oposi-
ascendente, para Deus; depois, in- tores reclamaram novamente. En-
terior, para nós mesmos; e, final- tão Isaque simplesmente saiu dali
mente, exterior, para nosso seme- e cavou um terceiro poço. Desta
lhante. Temos de buscara paz e nos vez, os inimigos não se opuseram,
empenhar em alcançá-la ( l Pé 3.11). mas o deixaram em pá/. Pouco de-

Lições Bíblicas
pois, Deus apareceu a Isaque e re- da paz. É verdade que a igreja mais
novou suas promessas com ele. cresce em tempos de aflição; tem-
Isaque aprendeu que ter paz e vi- pos de bonança vigiada oferecem
ver em paz é mais importante do oportunidade de recuperação de
que fazer as coisas do modo que forças e expansão,
queremos. A igreja primitiva fez bom uso
c) Daniel, o profeta, foi lança- dos tempos de tranquilidade e paz
do na cova dos leões, mas pôde (At 9.31). Reinando a paz no reba-
dormir profundamente a noite nho, ela compõe e reforça a comu-
toda, sem medo, porque confiou nhão, criando um laço indissolúvel
em Deus. Daniel aprendera que se entre os crentes.
ele confiasse em Deus em todas as c) As sete igrejas na Ásia foram
circunstâncias, ele teria paz. O Sal- saudadas com a expressão "Graça e
mo 91.15 dá-nos esta garantia, paz" dirigida a todos os fiéis dessas
quando estamos em dificuldades: igrejas (Ap 1.4). Graça e paz são
"Estarei com ele na angústia; íivrá- qualidades básicas para a igreja:
lo-ei e o glorificarei". Se reivindi- graça é a boa vontade do Pai para
carmos esta promessa, poderemos conosco e sua boa obra em nós; paz
ter a paz que Daniel teve mesmo é a prova ou certeza de que esta gra-
em tempos de intenso sofrimento ça foi dada. Não há verdadeira paz
ou dificuldade. sem a graça de Deus, e onde há gra-
2. Exemplos do Novo Tes- ça de Deus, a sua paz se segue.
tamento.
a) Nosso Senhor Jesus é chama- CONCLUSÃO
do o "Príncipe da Paz" (Is 9.6) e o Quando falamos de paz como
"Cordeiro de Deus" fjo 1.29). O fruto do Espírito, não estamos alu-
cordeiro ilustra um quadro de paz. dindo ao alivio momentâneo pro-
Jesus é o Cordeiro que foi morto porcionado em momentos de silên-
desde a criação do mundo (Ap cio ao lado de um lago na monta-
13.8). A primeira mensagem pre- nha, ou à beira-mar, ou em outro
gada depois que Jesus nasceu foi lugar tranquilo.
de paz (Lc 2.14). Quando Jesus en- Não estamos falando sobre a
viou os primeiros pregadores, ele distração das diversões, que por
os orientou a pregar a paz (Lc pouco tempo tiram nosso pensa-
10.5). O próprio Jesus é a nossa mento dos problemas. Não temos
paz, e ele p r e g o u a paz ( E f em mente a pá/, oferecida no con-
2.14,17). Jesus pela cru/ fc/-se me- sultório de um psicólogo ou cm
diador entre Deus e os homens, fa- tranquilizantes e drogas. Estamos
xendo a pá/ ( l Tm 2 . 5 ) . É pois nos referindo à pá/ que se desen-
inadmissível um crente brigão. volve em nosso interior quando
b) A igreja primitiva ilustra que lemos o Espírito Santo h a b i t a n d o
o crescimenlo é um dos resultados em nós.

Lições Bíblicas 37
' < i > > ou me foge ao conhecimento. Eu
, 1
estou contigo. Não temas'.
Os servos de Deus não estão
Subsídio Devocional imunes às circunstâncias difíceis ou
"A Paz de Deus Transcende as perturbadoras. A promessa que eles
Circunstâncias
têm é a de que o Espírito Santo es-
A paz de Deus não é uma nega-
tará sempre presente para lhes aju-
ção da realidade. Ele deseja que
dar, de modo que um problema não
enfrentemos a realidade com a nos-
precise arrancá-los de sua base ou
sa fé e com uma paz duradoura em
lançá-los em um redemoinho. Um
nossos corações. A paz de Deus
também não é uma fuga da reali- problema poderá ser apenas um
'pico' em sua vida. A paz - profun-
dade. A paz é um alicerce em ro-
cha firme e não importam as lágri- da, genuína, dada por Deus — po-
mas que derramemos ou a dor que derá ser o 'padrão'no qual você vi-
sintamos, lá no fundo sabemos com verá o seu cotidiano.
uma segurança permanente que Se você sente paz somente em
Deus está conosco... situações ocasionais — por exemplo,
A Paz de Deus Excede todo o somente nos finais de semana, nas
Entendimento férias ou em momentos de pausa em
...A paz que nos é dada por Deus relação aos seus afazeres cotidianos
é algo que você não precisa neces- — você está vivendo a sua vida de
sariamente entender. Nem sempre uma maneira diferente daquela que
conseguimos entender como ela Deus pretendia. A vontade de Deus
opera em nossa vida. é que você sinta uma paz permanen-
...A paz de Deus opera em nós - te em todo o tempo, uma paz que
ela opera em nós e nos está dispo- inclui a alegria e um sentimento de
nível - ela está muito além de nos- propósito em todas as áreas de sua
sa capacidade de compreendê-la. vida — com os períodos de ansie-
A Paz de Deus Deve Ser um Es- dade ou de frustração sendo os
tado de Espirito Permanente 'picos'que ocasionalmente nos atin-
...Os problemas podem chegar gem em tempos de crise.
repentinamente e nos pegar des- É claro e simples: uma alma per-
prevenidos. A nossa resposta ime- turbada não é o padrão desejado
diata pode ser o pânico, a ansieda- por Deus para a sua vida, mas sim
de e o medo. A figura da paz, no um coração ancorado na paz".
entanto, nos dá rapidamente uma (STANLEY, Charles. Paz: um maravi-
força que cresce em nosso interior lhoso presente de Deus para você.
[...] Essa força é o próprio Espírito RJ:CPAD, 2004, p.34,35,37,40 e 41.)
Santo, que fala de paz ao coração
Leia mais
humano, assegurando ao crente: Revista Ensinador Cristão
'Estou aqui. Ainda estou no coman- \, n°21,pág. 38
do. Nada está além do meu poder

38 Lições Bíblicas
S e r e n i d a d e Tranquilidade;
paz; sossego.
Bonança: Calmaria; tranquili-
dade; sossego; paz. : 1 t- :- :• i
Entrelaçado: Enlaçado um no
outro; unido. S STANLEY, Charles. Paz: um
I n d i s s o l ú v e l : Que não se maravilhoso presente de Deus para
pode separar, inseparável. você. CPAD, 2004.
Intempérie: Mau tempo; difi- tx LUCADO, Max. Graça para o
culdade; adversidade. momento. CPAD, 2004.

QUESTIONÁRIO
1. Quais são os frutos da paz?
R. Vida espiritual e moral.
2. Quais termos estão entrelaçados à paz como vida espiritual?
R. Santidade, justiça, alegria e confiança.
3. Qiiais são as três dimensões da paz?
R. Paz com Deus; paz de Deus; paz com os homens.
4. Cite três exemplos de pacificadores no Antigo Testamento.
R. Abraão; Isaque e Daniel.
5. Mencione dois exemplos no Novo Testamento onde podemos
observar a paz.
R. O Senhor Jesus e a Igreja Primitiva,
A A A
_ __

BIBLIOTECA mm

Lições Bíblicas 39
'* Lição 6
PACIÊNCIA: O FRUTO
DA PERSEVERANÇA
6 de fevereiro de 2O05

TEXTO ÁUREO HINOS SUGERIDOS


CD Harpa Cristã 300
"Alegrai-vos na esperança, sede (vol.6 - f.10), 344 (vol.7 - f.8) e 330.
pacientes na tribulação,
perseverai na oração" LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
(Km 12.12).
TIAGO 5.7-11
RDADE PRATICA 7 - Sede, pois, irmãos, pacientes até a
vinda do Senhor. Eis que o lavrador
Paciência e perseverança são espera o precioso fruto da terra,
virtudes cristãs imprescindíveis aos aguardando-o com paciência, até que
que aguardam a volta de Cristo. receba a chuva têmpora e serôdia.

Segunda - 2 Ts 1.4 Quinta - 2 Co 1.6


A paciência dos crentes de A paciência capacita o crente a
Tessalônica suportar a tribulação
Terça - Rm 8.24,25 Sexta - Hb 6.13-15
Aguardando com paciência sua A promessa de Deus é alcançada
completa salvação por meio da paciência

Quarta - Tg 5.11 Sábado - Rm 15.4


A paciência move a bondade e a A paciência é fortalecida com a
piedade divinas leitura das Escrituras

40 Lições Bíblicas
8- Sede vós também pacientes, este respondeu: "Como poderei
fortalecei o vosso coração, porque entender, se alguém não me ensi-
já a vinda do Senhor está próxima. nar;"' O termo traduzido por ensi-
9 - Irmãos, não vos queixeis uns con- no neste texto significa 'conduzir
tra os outros, para que não sejais con- ou guiar à compreensão'. Tal qual
denados. Eis que o juiz está à porta. Filipe, que dirigido pelo Espírito,
conduziu o eunuco à compreensão
10 • Meus irmãos, tomai por exemplo
da passagem bíblica, devemos ser
de aflição e paciência os profetas que
um instrumento singular nas mãos
falaram em nome do Senhor.
do Espírito.
11 - Eis que temos por bem-aventu-
rados os que sofreram. Ouvistes qual
foi a paciência de Jó e vistes o fim SÍNTESE TEXTUAL
que o Senhor lhe deu; porque o
Senhor é muito misericordioso e O texto da Leitura Bíblica é
piedoso. atribuído a Tiago, irmão de Jesus.
Este discípulo de Cristo é conhe-
cido pela tradição da comunida-
de cristã como "Tiago, o Justo",
Para Tiago, as tentações que pro-
Após esta aula, seu aluno deve- vam a fé produzem 'paciência'
rá estar apto a: ( 1 . 3 ) e ' m a t u r i d a d e espiritual'
D e f i n i r o termo paciência se- (1.4). Esta paciência é demonstra-
gundo o original. da no domínio da língua e da ira
R e l a c i o n a r a paciência aos ( 1 . 2 5 ) , na mansidão, no compro-
aspectos da vida cristã. misso com a palavra ( 1 . 2 1 ) , na
D e s c r e v e r o tríplice aspecto fraternidade cristã ( 1 . 2 7 ) , na prá-
da paciência. tica da fé (2.14s), na santidade
(4.8), na submissão a Deus (4.8);
ONTO DE CONTATO e por fim, na expectativa da vin-
da de Cristo ( S . 7 ) . Tiago concor-
Professor, esta lição enseja re- daria plenamente com Eclesiastes
flexões sobre diversos temas rela- 7.8: 'Melhor c o fim das coisas do
cionados à vida cristã: sofrimento, que o principio delas; melhor é o
perdão, perseverança, fé, etc. Pro- longânimo do que o altivo de co-
vavelmente alguns de seus alunos ração'. O sofiimento dos 'irmãos'
necessitam ouvir uma mensagem não perdurará; teve um início,
de conforto e esperança da parte contudo, o fim será muito melhor
de Deus. Ore ao Senhor para que o (5.8), tal qual a paciência e a per-
Espírito Santo conduza o ensino de severança de ló (v.11). Portanto,
acordo com as carências de sua é necessário <T paciente. No ori-
classe. Quando Filipe perguntou ao ginal, é poss 1 r 'ânimo longo'(Tg
eunuco se entendia o texto lido, 5.7, 8 e 10) (KI ser 'perseverante'

Lições Bíblicas 41
ou 'resistente' (Tg 5.11). De acor- não de modo vago e num futuro in-
do com o original, o termo aflição certo. O cristão cheio do Espírito
(v.10) significa 'suportar o mal deve aprender o segredo da paci-
pacientemente' c a mesma palavra ência a fim de o caráter de Cristo
tradu/ida em 2 Timóteo 4.5 por ser formado nele. A paciência como
'sofre as aflições', isto é, 'suporte fruto do Espírito leva à perseveran-
o mal'. ça — permanecer firme na fé, per-
sistir, mesmo que, humanamente,
não haja mais nada a ser feito. Não
ORIENTAÇÃO DIDATICA estamos a falar, pois, de paciência
humana, natural. Esta lição preten-
Distribua uma folha de papel e de ajudá-lo a descobrir a importân-
um lápis ou caneta para cada alu- cia de ser paciente, e a cooperar
no. Eles deverão desenhar uma com o Espírito Santo enquanto Ele
casa sem qualquer móvel ou aces- produz este fruto em nós.
sório e uma lixeira ao seu lado.
Quando todos terminarem os de- I. A PACIÊNCIA E OS
senhos, peca-lhes para refletir por ASPECTOS DA VIDA CRISTA
alguns minutos acerca do relacio-
A palavra paciência, no original,
namento das pessoas que moram
associa as ideias de longanimidade
com eles. Em seguida, deverão es-
e serenidade em dimensões divinas.
crever os aspectos positivos desse
Trata-se de aprender a esperar no
relacionamento no desenho da
Senhor sem perder a esperança, mes-
casa, e os negativos, na lixeira.
mo que ocorram falhas e insucessos.
Para concluir, levante as seguintes
Esta virtude capacita o crente para
questões: Você tem sido paciente exercer o domínio próprio diante das
com seu cônjuge? E com seus fi-
provações, ou seja, ele não se preci-
lhos? E com seus pais? Você per- pita em "acertar as contas" ou pu-
mite que as tribulações da vida nir. Ao mesmo tempo, também re-
afetem seu relacionamento famili- siste ao prolongamento de circuns-
ar? (Adaptado do livro D i n â m i - tâncias difíceis. É a perseverança ou
cas Criativas Para o Ensino a habilidade para suportar.
Bíblico, CPAD). Há forte relação entre a paciên-
cia e os outros aspectos da vida
cristã. A seguir, consideraremos al-
gumas delas à luz das Escrituras.
INTRODUÇÃO 1. Paciência e sofrimento.
Ser paciente é difícil, principal- Ninguém chega ao fim desta vida
mente, quando estamos na expec- sem uma boa dose de sofrimento.
tativa concernente a alguém ou al- Isto faz parte de nossa aprendiza-
guma coisa. Afinal, esperamos que gem (SI 119.71). É a escola da vida.
nossos desejos se realizem agora, e As provações podem ser compara-

42 Lições Bíblicas
das ao trabalho de cães guarda- versículos evidenciam o desenvol-
dores de ovelhas: mante-las perto vimento e a maturidade cristã por
do pastor. As provações funcionam meio do sofrimento e da paciência,
como disciplina do Pai divino e conduzindo à esperança. Talvez,
amoroso em prol de nossa santida- seja fácil esperar no momento em
de (Hb 12.7-11). Observemos as que as coisas caminham na norma-
ilustrações seguintes: lidade; no entanto, quando os pro-
a) O exemplo da planta. Uma blemas persistem e mesmo se
planta nova, submetida a intensos avolumam, nossa reação natural é
ventos, desenvolve raízes fortes e desesperar-se e perder a fé. A pa-
profundas. Os vendavais desta vida ciência, como fruto do Espírito, não
contribuem para o cristão funda- é a conformidade cega e funesta
mentar-se em Cristo como estas diante deste tipo de situação — é
raízes e ter um espírito submisso. justamente o oposto: plena confi-
b) O exemplo da cruz. Muitos ança no Senhor e no seu cuidado
textos bíblicos nos revelam que o por nós.
caminho rumo ao céu inclui uma 4. Paciência e sabedoria. As
cruz. O apóstolo Pedro afirma: "Por- palavras de Provérbios 14.29 decla-
que para isto ram: "O longânimo é grande em
Pisadas sois cnamacios, entendimento, mas o de ânimo pre-
A figura denota pois t a m b é m cipitado exalta a loucura". O indi-
movimento em Cristo padeceu víduo paciente tentará compreen-
direção a Cristo, por nós? d e i _ der todos os lados do problema
sertudooqueElexando_nos Q antes de tirar suas conclusões e fa-
íoi; seguir o seu exemplOf para zer julgamentos. Esta característi-
exemplo. e s j s a j s as
ca ajuda os pais a educar os filhos
suas p isadas"(lPe2.21). sabiamente, promove a paz no cor-
2. Paciência e perseveran- po de Cristo e ajuda-nos em nos-
ça. Muitos tradutores da Bíblia al- sos apropriados relacionamentos
ternam as palavras paciência e per- interpessoais.
severança. Esta fala de capacidade 5. Paciência e paz. A paci-
destinada a superar obstáculos e ência, como fruto espiritual, é um
manter-se fiel ao que se crê, na Pa- recurso poderoso para apaziguar
lavra de Deus, independente da si- uma situação (Pv 15.18). O homem
tuação. Ao lermos Colossenses 1.9- paciente não será controlado por
11, aprendemos a perseverar com impulsos, nem pela raiva, ao con-
paciência na fé cristã. trário, demonstrará a paz de Deus
3. Paciência, alegria e es- em suas ações, palavras e relacio-
p e r a n ç a . Em Romanos 5.3,4, namentos.
constatamos a relação entre os se- 6. P a c i ê n c i a e f o r ç a . No
guintes termos: sofrimento, ale- mundo, a forca está associada ao
gria, paciência e esperança. Estes indivíduo fisicamente capaz, ou a

Lições Bíblicas 43
alguém que está sendo fortemente Assim Deus se descreveu a Moisés:
vigiado ou protegido. Entretanto, na "JEOVÁ, o SENHOR, Deus misericordio-
Bíblia, ser forte é ser longânimo (Pv so e piedoso, tardio em iras e gran-
16.32). de em beneficência e verdade; que
7. Paciência e perdão.Para guarda a beneficência em milhares;
suportarmos e perdoarmos uns aos que perdoa a iniquidade, e a trans-
outros com amor, precisamos do gressão, e o pecado" (Êx 34.6,7).
f r u t o celeste da paciência (Cl A descrição de Deus nestes ver-
3.12,13). Jesus contou aos discípu- sículos fala da longanimidade divi-
los a história de um servo incom- na em seu relacionamento com o ho-
passivo e ingrato, o qual, depois mem, que é tema constante ao lon-
de haver sido perdoado por seu go das Escrituras. Ver Gn 6.1-12; Nm
credor, negou o perdão a um con- 14.18; Ne 9.17b,19-21a; 2 Pé 3.9,15.
servo seu (Mt 18.21-35). Diante 2. O Cristão e a Paciência.
disso, o senhor daquele homem en- A paciência como fruto do Espírito
tregou-o aos carrascos até que lhe no crente é essencial no relaciona-
pagasse toda a dívida. Depois, o mento doméstico. O lar é um cam-
Mestre acrescentou: "Assim vos po fértil para a produção deste fru-
fará também meu Pai celestial, se to na família. É necessário revestir-
do coração não perdoardes, cada se desta virtude para criar os filhos
um a seu irmão, as suas ofensas" com amor e disciplina correta. O ma-
(Mt 18.35). rido e a esposa precisam praticá-la
8. Fé acrescida de paciên- um com o outro a fim de preserva-
cia. A fé é vital para o cristão, por-rem seu relacionamento amoroso.
quanto o justo viverá por meio Todos os aspectos da paciência
dela. Todavia, ela tem de ser sub- divina: l o n g a n i m i d a d e , auto-
metida a provas a fim de refinar- controle, serenidade, tardio em
se, e a paciência ajuda-nos a resis- irar-se, capacidade para suportar,
tir a este processo. A fé, a paciên- perseverança e perdão, podem ser
cia e as promessas de Deus estão produzidos em nós pelo Espírito
relacionadas na bela passagem de Santo, à proporção que somos cha-
Hebreus 6.11,12. mados a exercê-los diariamente em
! nossos relacionamentos interpes-
II. O TRÍPLICE ASPECTO | soais. Aqui, a principal aplicação
DA PACIÊNCIA à nossa vida é recorrermos ao Es-
1. A Paciência de Deus. Se pírito Santo sempre que nos depa-
considerarmos a paciência sob o rarmos com uma situação onde a
aspecto divino, talve/, compreende- prática desta virtude seja indis-
remos melhor o seu valor como fru- , pensável.
to do Espírito. Como constatamos 3. O M i n i s t é r i o e a Paci-
em Gaiatas 5.22, a paciência descre- ência. Este fruto é inestimável na
ve a natureza e o caráler de Deus. : vida e no trabalho do ministro do

Lições Bíblicas
evangelho. É preciso abundante desaprender o muito que ele sa-
paciência em todo o seu preparo: bia de errado, como ele mesmo
oração, estudo da Bíblia, cresci- confessa. Em Tiago 5.8, recebe-
mento pessoal e profissional. A pa- mos o seguinte conselho: "Sede
ciência também é imprescindível vós também pacientes, fortalecei
à liderança no trato com as pesso- o vosso coração, porque já a vin-
as. Paulo instruiu Timóteo acerca da do Senhor está próxima". O de-
da necessidade de ministrar com senvolvimento da paciência no in-
paciência: "Conjuro-te, pois, dian- terior do crente é essencial para
te de Deus e do Senhor Jesus Cris- o seu amadurecimento espiritual
to, que há de julgar os vivos e os (2 Pé 1.5-8).
mortos, na sua vinda e no seu Rei-
no, que pregues a palavra, instes AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
a tempo e fora de tempo, redar-
guas, repreendas, exortes, com Subsidio Etimológico
toda a longanimidade e doutrina.
"Paciência, hypomone, literal-
Mas tu sé sóbrio em tudo, sofre as mente, 'permanência em baixo de'
aflições, faze a obra de um evange- (formado de hypo, 'em baixo de', e
lista, cumpre o teu ministério" (2 menõ, 'ficar'), 'paciência'. 'A paci-
Tm 4.1,2,5). ência, que só desenvolve nas pro-
Em outras palavras, o trabalho vas (Tg 1.2), pode ser passiva, ou
do ministro — orar, ensinar, corri- seja, igual a 'tolerância, resignação',
gir, repreender, exortar, incentivar como: (a) nas provas em geral (Lc
e todos os outros deveres — deve 21.19; Mt 24.13; Rm 12.12); (b) nas
ser realizado com toda a longani- provas que sobrevêm ao serviço no
midade, ou melhor, com toda a pa- Evangelho (2 Co 6.4; 12.12; 2 Tm
ciência. Sem o fruto do Espírito, isso 3.10); (c) sob castigo, que é a pro-
é impraticável. va considerada a vir da mão de
Deus, nosso Pai (Hb 12.7); (d) sob
CONCLUSÃO aflições imerecidas (l Pé 2.20); ou
Normalmente ensinamos sobre ativa, ou seja, igual a 'persistência,
"a paciência de Jó". Este persona- perseverança', como: (e) ao fazer o
gem bíblico sofreu por muito tem- bem (Rm 2.7); (/) na produção de
po, e esperou no Senhor, pacien- frutos (Lc 8.15); (g) no correr a cor-
temente, antes de serem restituí- rida proposta (Hb 12.1).
dos sua saúde, família e bens. A paciência aperfeiçoa o cará-
Moisés esteve quarenta anos aper- ter cristão (Tg 1.4), e a participa-
feiçoando este fruto a fim de de- ção na paciência de Jesus é, por-
senvolver seu potência! para a tanto, a condição na qual os cren-
obra do Senhor. Paulo esteve pa- tes virão a ser admitidos a reinar
cientemente no deserto por três com Ele (2 Tm 2.12; Ap 1.9). Para
anos, para e n t r e outras coisas, esta paciência, os crentes são 'cor-

Licôes Bíblicas 45
roborados em toda a fortaleza'(Cl Imprescindível: Indispensá-
1.11), 'pelo Seu Espírito no homem vel; necessário; essencial.
interior' (Ef 3.16)". (VINE, E.VV. (et Interpessoal: Que existe ou se
ai). Dicionário Vine: o significado efetua entre duas ou mais pessoas.
exegético das palavras do Antigo e Precipitar: Agir sem pensar;
do Novo Testamento, RJ: CPAD, antecipar-se.
2002, p.842.) Em prol de: Em favor de; em
proveito de.
Leia mais
C Revista Ensinador Cristão : 1 !- i I- > i 1

\, n"21,pág. 39
./ VINE, E.W. (et ai). Dicioná-
rio VhiQ'. o sl°nifícado exe^étíco das
palavras do Antigo e do Novo Tes-
tamento. CPAD, 2002.
Expectativa: Espera; esperan- VANDERSON, Leith; Quando
ça; expectação. Deus diz não. CPAD, 2000.

QUESTIONÁRIO
1. Qual o significado da palavra paciência no original?
R. Associa as ideias de longanimidade e serenidade em dimensões
divinas.
2. A paciência capacita o crente para quê?
R. Para exercer o domínio próprio diante das provações.
3. A paciência está associada a quais aspectos da vida cristã?
R. Sofrimento, perseverança, alegria, esperança, sabedoria, paz,
força, perdão e fé.
4. Qual a aplicação da paciência no lar cristão?
R. Para criar os filhos com amor e disciplina e preservar o relacio-
namento amoroso dos cônjuges.
5. Qual o valor da paciência na vida do ministro do Evangelho?
R. Em sua vida devocional (oração e estudo da Bíblia), crescimento
pessoal, profissional e no trato com as pessoas.

46 Lições Bíblicas
Lição?
BENIGNIDADE E .BONDADE:
O FRUTO GÉMEO
1 3 de fevereiro de 2OO5

TEXTO ÁUREO HINOS SUGERIDOS


CD Harpa Cristã 200
"Porque o fruto do Espírito está (vol.5-f.6 ), 195 e 393.
cm toda bondade, e justiça, e
verdade, aprovando o que é
agradável ao Senhor" LEITURA DIÁRIA EM CLASSE
(Ef 5.9,10).
COLOSSENSES 3.12-15
12 - Revesti-vos, pois, como eleitos de
ERDADE PRATICA Deus, santos e amados, de entranhas
de misericórdia, de benignidade, hu-
A bondade e a benignidade são mildade, mansidão, longanimidade,
como duas colunas gémeas da es-
trutura espiritual, moral e social do 13 - suportando-vos uns aos outros e
cristão. perdoando-vos uns aos outros, se

Segunda - Pv 21.21 Quinta - Cl 3.12


A bondade propicia vida, justiça O revestimento espiritual do
e honra crente

Terça - Ef 4.32 Sexta - Rm 13.10


A benignidade entre os irmãos — O amor não pratica o mal
uma ordenança bíblica
Sábado - 2 Sm 22.26
Quarta - Rm 15.14 Deus retribui a benignidade de
A plenitude da bondade no cristão seus servos

Lições Bíblicas 47
algum tiver queixa contra outro; pessoais. Consistem na prática da
assim como Cristo vos perdoou, as- vida cristã diária e não apenas em
sim fazei vós também. suas doutrinas principais.
14- E, sobre tudo isto, revesti-vos
de caridade, que é o vínculo da SÍNTESE TEXTUA
perfeição.
15- E a paz de Deus, para a qual O fruto do Espírito, segundo o
também fostes chamados em um texto áureo, é a lu/ que se opõe às
corpo, domine em vossos corações, obras infrutuosas das trevas. Os fi-
e sede agradecidos. lhos da luz produzem fruto de acor-
do com a sua natureza santa por-
que andam na luz, enquanto os fi-
lhos das trevas, obras infrutíferas
porque trilham nas trevas (Ef 5.8-
Após esta aula, seu aluno deve- 13). As obras das trevas são identifi-
rá estar apto a: cadas nos versículos três a seis do
Descrever a benignidade e a capítulo cinco: prostituição, impu-
bondade como fruto do Espírito. reza, avare/a, torpezas, parvoíces e
Relatar os princípios da benig- chocarrices. Estas ações são chama-
nidade c da bondade. das de 'obras mortas', 'torpes' e 'con-
Exemplificar a benignidade e denadas pela luz' (w. 11-13). No
a bondade na vida de personagens entanto, o fruto do Espírito está em
bíblicos. toda bondade, e justiça e verdade.
A palavra 'aprovando1 (v.10) quer
PONTO DE CONTATO dizer, no original, 'colocar a prova'
ou 'testar' e está relacionada ao ter-
Professor, bondade e benignida- mo 'condenar' do versículo tre/e. O
de são o amor em exercício. Propo- que isto quer dizer? A chave está no
nha à classe a possibilidade de pra- versículo dezessete: 'entendei qual
ticar estas virtudes neste domingo. seja a vontade do Senhor'. Para que
Sugira uma visita a um aluno da saibamos se um ato agrada ao Se-
Escola Dominical ou a um parente nhor, devemos testá-lo pelo critério
necessitado dele. Procure saber qual da 'bondade', da 'justiça' c da 'ver-
a necessidade da pessoa ou da fa- dade'. Além de sabermos que a von-
mília e, se for preciso, recolha uma tade do Senhor é boa, perfeita e
pequena contribuição dos alunos. agradável (Km 12.2), precisamos
Marque o horário da visita, reúna- perguntar se nossas atitudes são
se com o grupo na hora marcada, boas, justas e verdadeiras. Se elas
ore, leia Tiago l .27 e faca a obra do forem reprovadas por esses três cri-
Senhor. Lembre-se: as lições deste térios, não poderemos ser conside-
trimestre são mais práticas do que rados dignos da Luz do Mundo. Por-
teóricas; mais interpessoais do que tanto, o texto de ouro atesla que o

48 Lições Bíblicas
fruto do Espírito 'está', isto é, 'acha- Espírito que é difícil distingui-los.
se, encontra-se' em toda bondade, Quem é bom, também é benigno; e
justiça e verdade — os princípios vice-versa. Ambas originam-se do
pelos quais devemos julgar, não as amor. Alguém afirmou que a benig-
pessoas, mas suas atitudes. nidade é amor compassivo; e a bon-
dade, amor atuante, em ação.
ORIENTAÇÃO DIDATICA Estas virtudes, produzidas em
nós pelo Espírito Santo, aludem ao
Leve para a sala de aula dois ca- nosso relacionamento com o pró-
sacos. Inicie a lição falando sobre o ximo.
estado de indiferença em relação às Normalmente, consideramos a
necessidades do próximo pelo qual benignidade como a expressão do
a igreja e a humanidade em geral amor de uma pessoa para com ou-
atravessam. Vista o primeiro casa- tra, e, bondade como a prática do
co e diga aos alunos que assim como bem, mediante atitudes e atos.
Nesta lição, constataremos que
este nos protege do tempo frio, pre-
o uso bíblico destas duas palavras
cisamos nos proteger da insensibi-
é diferente do uso secular e popu-
lidade que tem "soprado" contra a
lar, e que, nelas, estão inseridos
igreja do Senhor. Depois, vista o ou-
muitos aspectos do amor.
tro casaco e diga que não basta ape-
nas se vestir para proteger-se, mas
I. A DESCRIÇÃO DA BENIGNI-
também é necessário revestir-se de DADE E DA DONDADE
amor, misericórdia, bondade, hu-
mildade etc. Fale para seus alunos 1. A benignidade funda-
menta-se no amor. Em Gaiatas
que estas virtudes aquecerão seu co-
5.22, a palavra benignidade, no
ração de tal forma que será impos-
original do NT, não significa ape-
sível "passarem de largo" por al-
nas a qualidade de ser puro e bom,
guém necessitado. Faça o seguinte
mas também, ser devotado a atos e
clamor à turma: "O mundo está a atitudes bondosas. O termo tam-
mergulhado cm profunda miséria bém expressa ternura, compaixão
espiritual e social. Precisamos ur-
e brandura.
gentemente demonstrar amor, cari- Em Mateus 11.30, a mesma pala-
nho, compaixão, generosidade, so-vra é usada para descrever o jugo
lidariedade, enfim, servir àqueles
de Jesus. Ele disse: "Porque o meu
que carecem da graça divina." jugo é suave, e o meu fardo é leve".
O jugo de Cristo refere-se ao desen-
volvimento de uma vida disciplina-
da através da obediência, submissão,
INTRODUÇÃO companhia, serviço e cooperação. É
A benignidade e a bondade são uma relação cortês, gentil e agradá-
aspectos tão íntimos do fruto do vel, porquanto se baseia no compro-

LicÕes Bíblicas 49
possuem um conceito erróneo de
misso e no amor, e não na força e na
Deus: um juiz impiedoso e severo
servidão. Servimos ao nosso Mestre
porque o amamos, e servimos unssempre disposto a condenar o pe-
cador e a enviá-lo para as trevas ex-
aos outros em consequência de nos-
so amor por Ele. Servir sem amor é
teriores. A Bíblia apresenta Deus
como um Pai divinamente compas-
insuportável — servir por amor é o
mais sublime privilégio. sivo e amoroso, sempre pronto a
2. A bondade é o resultado abençoar seus filhos em todos os
da benignidade. A bondade é sentidos (SI 103.13).
traduzida do original, agathousunc,O profeta Isaías compara Deus
a um pastor carinhoso e benigno
e é encontrada apenas quatro vezes
na Bíblia ( Rm 15.14; Gl 5.22; Ef 5.9;
com seus cordeiros (Is 40.11), que
2 Ts 1.11). Se compararmos com o
se deleita em demonstrar sua bon-
original do termo benignidade, cons-
dade para com seus filhos (Lc
11.13). O salmista alude a estas vir-
tataremos que aquela é a prática ou
a expressão desta, ou seja, é fazer na
tudes inúmeras vezes (SI 73.1; 86.5;
prática o que é bom. 105.5; 106.1; 107.1; 136.1).
Em Romanos 15.14-16, Paulo 2. Princípios da Benignida-
reconhece que aqueles cristãos es-
de e Bondade.
tavam aptos para servir uns aos a) Servir ao próximo. A pieda-
outros, e exorta-os a fazê-lo, lem-
de e a bondade não podem ser
brando-os de sua chamada para ser
dissociadas. Há dois preceitos divi-
ministro (literalmente servo) de Je-
nos incluídos aqui: relacionamen-
sus Cristo. No versículo 16, Paulo se
to com Deus e com o próximo. Po-
compara a um sacerdote oferecen-
demos ilustrá-los através das se-
do os gentios salvos a Deus como
guintes perguntas bíblicas: "Onde
oferta santificada pelo Espírito San-
estás?" (Gn 3.9) e "Que farei para
to. Em todos esses versículos, obser-
herdar a vida eterna?" (Lc 10.25),
va-se a expressão da bondade. referindo-se ao primeiro preceito,
Bondade, então, denota servi-
e "Onde está [...] teu irmão?" (Gn
ço ou ministério cm favor do pró-
4.9) e "E quem é o meu próximo?"
ximo, um espírito de generosida-
(Lc 10.29), aludindo ao segundo.
de colocado em prática, concer- Em Génesis, Deus pergunta a
nente a servir e a doar. É o resul-
Adão, imediatamente após este
tado natural da benignidade — adesobedecê-lo, a respeito da con-
manifestação da ternura, compai-
dição espiritual do casal. Já Caim,
xão e brandura. logo depois de assassinar Abel, é
questionado pelo mal cometido
II. OS FUNDAMENTOS DA BE- contra seu irmão.
NIGNIDADE E DA BONDADE Nas passagens de Lucas, as duas
1. A, Benignidade e a Bon- interrogações foram feitas a Jesus
dade de Deus. Há pessoas que por um doutor da lei. A primeira

50 Lições Bíblicas
reporta-se à sua condição espiri- verdade revela-nos alguns princí-
tual, e a segunda, à sua situação pios importantes. Em Efésios 5.9,
social. Quando os frutos da bon- lemos: "O fruto do Espírito está em
dade e da benignidade são desen- toda bondade, e justiça, e verdade".
volvidos em nós, contemplamos as A bondade diz respeito à misericór-
pessoas com o olhar divino e dia, à justiça, à retidão; e a verda-
alcançamo-las através do amor de de, ao conhecimento.
Deus manifestado em nós. Nosso A excelência da bondade é resu-
serviço é conduzir as pessoas a co- mida na denominada Regra de Ouro:
nhecer Jesus como seu Salvador "Portanto, tudo o que vós quereis
pessoal e atender às necessidades que os homens vos façam, fazei-lho
que porventura possam ter. Isso também vós, porque esta é a lei e os
implica ser companheiro, oferecer profetas" (Mt 7.12). Em outras pala-
hospitalidade, ajudar com os pro- vras, devemos tratar os outros da
blemas, encorajar e, acima de mesma maneira que Deus nos trata
tudo, demonstrar amor. — com misericórdia e graça.
b) Generosidade. O homem
bom, que serve aos outros, é rico, III. EXEMPLOS DE BENIGNI-
embora lhe falte bens materiais. DADE E BONDADE
Certamente esta era a situação dos A Bíblia está cheia de exemplos
cristãos na igreja de Esmirna (Ap de homens e mulheres que proce-
2.9) e nas igrejas da Macedônia (2 deram com benignidade e bonda-
Co 8.2,3). de para com seu semelhante. A se-
Conforme está descrito no texto guir, examinaremos alguns destes
bíblico precedente, uma caracterís- modelos a fim de aprendermos
tica distintiva da bondade cristã é como este fruto espiritual pode ser
a generosidade. Segundo a Bíblia, manifestado em nossa vida.
Deus abençoa os que ajudam os po- 1. Jó. Este servo de Deus não
bres e necessitados (Dt 15.10,11). foi apenas paciente, mas também
Os dízimos e as ofertas do crente são um exemplo significativo de benig-
uni modo de reconhecermos a so- nidade e bondade: "Eu era o olho
berania de Deus sobre nossa vida e do cego e os pés do coxo; dos ne-
bens, inclusive o dinheiro. Davi lou- cessitados era pai e as causas de
vou ao Senhor pelas ofertas do povo que não tinha conhecimento inqui-
em proveito da construção do tem- ria com diligência; e quebrava os
plo (l Cr 29.9,14). queixais do perverso e dos seus
A entrega dos dízimos e ofertas dentes tirava a presa... O estrangei-
demonstra o que está em nosso co- ro não passava a noite na rua; as
ração, ou seja, desprendimento das minhas portas abria ao viandante"
coisas temporais (Mt 6.19-21). {Jó 29.15,17; 31.32).
c) Bondade, justiça e verdade. 2. Davi. É comovente a benig-
A relação entre bondade, justiça e nidade imparcial de Davi em fa-

LiçÔes Bíblicas 51
vor da casa de seu inimigo, Saul. festação do fruto do Espírito produ-
O salmista demonstrou o mais su- zido em nós. Não somos salvos por
blime grau desta virtude, conside- meio das boas obras, mas, para
rando-a como "beneficência de praticá-las.
D e u s " ( 2 S m 9.1-3). T a m b é m
aprendemos a agir desta forma AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
através da instrução de Paulo a
Timóteo: "E ao servo do Senhor Subsídio Teológico
não convém contender, mas, sim, "Benignidade
ser manso [benigno] para com to- A palavra grega chrêstotês nos
dos" (2 Tm 2.24). faz lembrar Cristo, o exemplo su-
3. Jesus. O Mestre demonstrou premo da benignidade. Paciência e
benignidade até ao final, na cruz. En- benignidade estão juntas na pri-
quanto estava pendurado na cruz, meira linha da descrição do amor
providenciou alguém para cuidar de de Deus ( I C o 13.4). Paulo nos
sua mãe (Jo 19.26,27), suplicou per- conclama a seguir o exemplo de
dão em favor de seus inimigos (Lc Cristo, a sermos benignos e com-
23.34), e demonstrou, em sua for- passivos, perdoando uns aos outros
ma mais sublime, o sentido real de (Ef 4.32). A severidade não é o
ser benigno e misericordioso com os modo de agir do corpo de Cristo. A
outros ao entregar-se por nós. mútua estima e respeito, sim. A
4. Paulo. Antes de sua conver- benignidade é o bálsamo que nos
são, era conhecido por sua incle- une, à medida que aprendemos a
mência para com os cristãos, segun- dar valor uns aos outros. Até mes-
do ele mesmo testemunhou. Contu- mo os dons são resultados da be-
do, ao tornar-se uma nova criatura nignidade de Deus para conosco.
em Cristo, declarou: "Fomos bran- Bondade
dos [benignos] entre vós, como a O significado essencial de
ama que cria seus filhos" (l Ts2.7). agathõsunê, traduzido por 'bonda-
5. Estevão. Ele foi um exemplo de', é a generosidade que flui de
de benignidade. Ao invés de desejar uma santa retidão dada por Deus.
a morte de seus opressores, orou por Paulo recomenda: 'comunicai [re-
eles enquanto estava sendo apedre- parti] com os santos nas suas ne-
jado até morrer (At 7.59,60). cessidades, segui a hospitalidade'
(Rm 12.13), para 'repartir com o
CONCLUSÃO que tiver necessidade' {Ef 4.28).
A salvação é adquirida median- A razão básica dos dons é ser
te a fé no sacrifício vicário do Filho uma bênção ao próximo. A bonda-
de Deus, e não por causa de nossa de, ou generosidade, nos leva à pre-
bondade e santidade. Contudo, ocupação com as pessoas de modo
como cristãos, devemos refíetir o prático e dinâmico, onde quer que
caráter de Cristo através da mani- estas se encontrem. A Igreja Primi-

52 Lições Bíblicas
tiva sabia praticar a mútua gene- E r r ó n e o : Que contém erro;
rosidade, sem medo de exagerar falso.
nos cuidados". (LIM, David. Os dons Porventura: Acaso; por acaso;
espirituais. In HORTON, Stanley M. talvez.
(ed.). Teologia sistemática: uma Vice-versa: Em sentido inver-
perspectiva Pentecosta). RJ:CPAD, so ou oposto; ao contrário; mutua-
1996, p. 490.) mente.
Leia mais
O Revista Ensinador Cristão
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
CPAD, n"21,pág. 39 • HORTON, Stanley M. (ed.).
Teologia sistemática: uma perspec-
GLOSSÁRIO tiva Pentecostal. CPAD, 1996.
v> GEE, Donald. Como receber
Aludir: Fazer alusão; referir- o batismo no Espírito Santo. CPAD,
se; mencionar. 2001.

QUESTIONÁRIO
L Qual a relação entre bondade e benignidade?
R. A bondade é a expressão ou resultado da benignidade.
2. Qual o sentido de benignidade em Gaiatas 5.22?
R. Ser devotado a atos e atitudes bondosas. Também expressa
ternura, compaixão e brandura.
3. Como a Bíblia apresenta Deus?
R. Como um pai divinamente compassivo e amoroso, sempre
pronto a abençoar seus filhos.
4. (2uais os princípios da benignidade e da bondade?
R. Servir ao próximo, generosidade, bondade, justiça e verdade.
5. Mencione cinco personagens bíblicos que foram bons e benig-
nos.
R. Jó, Davi, Jesus, Paulo e Estevão.

I,icões Bíblicas
41* Lição 8
FIDELIDADE: O FRUTO DA CONFIANÇA
2O de fevereiro de 2OO5

HINOS SUGERIDOS
CD Harpa Cristã 126
"Não defraudando; antes mos- (vol.3-f.S ), l 86 c 268.
irando ioda a boa lealdade, para
que, em tudo, sejam ornamento
da doutrina de Deus, nosso LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Salvador" (Tt 2.10).
HEBREUS 10. 35-39
35-Não rejeiteis, pois, avossaconfian-
VERDADE PRATICA ça,quetemgrandeeavultadogalardáo.
O fruto da fidelidade é impres- 36- Porque necessitais de paciên-
cindível ao relacionamento do cris- cia, para que, depois de haverdes
tão com Deus, consigo mesmo e feito a vontade de Deus, possais
com o próximo. alcançar a promessa.

Segunda - Tt 2.10 Quinta - Gl 5.22


A fidelidade evidencia a Quem vive e anda no Espírito
doutrina de Deus evidencia fidelidade
Terça - Ap 13.10 Sexta - 2 Cr 19.9
A fidelidade coopera com a O fruto da fidelidade deve ser
paciência demonstrado na vida de cada
crente
Quarta - Pv 3.3,4
A fidelidade propicia ao crente Sábado - 2 Cr 31.18
a graça de Deus O fruto da fidelidade conduz o
cristão à santidade

54 Lições Bíblicas
37- Porque ainda um poucochinho
de tempo, e o que há de vir virá e não
SÍNTESE TEXTUAL
tardará.
A p a l a v r a 'fé', do o r i g i n a l
38 • Mas o justo viverá da fé; e, se ele pistis, aparece em cerca de 232
recuar, a minha alma não tem pra- versículos do Novo Testamento.
zer nele. Hebreus, ao lado de Romanos (39
39- Nós, porém, não somos daque- vezes), é uma das epístolas que
les que se retiram para a perdição, mais utiliza o termo, totalizando
mas daqueles que crêem para a con- trinta ocorrências, das quais, 23
servação da alma. referências diretas e uma indire-
ta ocorrem somente no capítulo
onze. Tiago usa o v o c á b u l o
dezesseis vezes e Gaiatas deze-
novc. A 'fé' em Romanos diz res-
Após esta aula, seu aluno deve- peito ao recebimento do Evange-
rá estar apto a: lho; em G a i a t a s , opõe-se à lei
Explanar os seis aspectos da fé. mosaica e, em Tiago, é associada
D e f i n i r o termo fidelidade no às obras. Entretanto, para o es-
Antigo c Novo Testamentos. critor aos Hebreus, esta virtude
Descrever os princípios da fi- é primeiramente prática, isto é,
delidade. é exemplificada pelos persona-
gens do Antigo Testamento.
PONTO DE CONTATO Hebreus 6.12 resume este fato:
'para que vos não façais negligen-
Professor, foi possível realizar com tes, mas sejais imitadores dos
a classe a visita proposta na lição an- que, pela fé e paciência, herdam
terior? Como foi o resultado? Seus alu- as promessas'. Dentro dos reais
nos ficaram motivados? Estabeleceram contextos da c o m u n i d a d e dos
uma comissão permanente de visitas? cristãos hebreus (retrocesso na fé
Todos participaram? Os participantes cristocêntrica e d e s â n i m o em
com certeza se rego/ijaram no Senhor consequência das perseguições),
pela demonstração da bondade e be- manter-se confiante (v.35), paci-
nignidade de Deus. Comunique à clas- ente (v.36), Hei (v.38) e firme
se o resultado da visita. Permita que (39) conforme àqueles que supor-
um dos alunos fale acerca de sua ex- taram as mesmas aflições, não era
periência. Aqueles que não coopera- apenas um estímulo, mas uma ne-
ram com a tarefa provavelmente pre- c e s s i d a d e . P o r t a n t o , a fé em
ferem realizar outra atividade. Procu- Hebreus pode ser compreendida
re descobri-la a fim de integrá-los às como fidelidade apesar da adver-
próximas programações da turma. sidade, perseverança no Evange-
("ontinue intercedendo em favor de lho e paciência até a vinda de
seus alunos. ("ris to.

Lições Bíblicas 55
quando Caim e Abel apresentaram
ORIENTAÇÃO D1DATICA suas ofertas a Deus. O Senhor acei-
tou a oferta deste c rejeitou a daque-
Leve para a sala de aula folhas
le. A razão não nos é revelada ali;
de papel e caneta ou lápis. Distri- no entanto, em Hebreus verificamos
bua para os alunos e peca-lhes para
que a fé de Abel em Deus, fez a dife-
responderem o teste de fidelidade
rença (Hb 11.4).
abaixo. Depois de responderem,
Nesta lição, estudaremos sobre
distribua as folhas entre os alunos os diferentes aspectos da fé, inclu-
para que cada um interceda pelas
indo o fruto da fidelidade. Esta vir-
necessidades de seu irmão. As fo- tude baseia-se no nosso crer em
lhas não devem ser assinadas. Deus e na confiança profunda e
1. Você tem sido fiel a seus permanente de que Ele nos susten-
votos e propósitos? tará em todas as circunstâncias da
( ) Sim ( ) Não vida. Essa fé é demonstrada na san-
2. Você tem sido fiel? tidade do caráter e de vida cristã
f ) A sua família dos filhos de Deus.
( ) A sua vida profissional
( ) A sua igreja 1. 0$ SIGNIFICADÇS
( } A seus estudos BÍBLICOS DA FE
( ) A sua classe de estudo
bíblico Tratando-se do fruto do Espíri-
( ) A seus amigos to, há quem prefira usar o termo
( ) A seu compromisso fé ao invés de fidelidade. Todavia,
veremos, a seguir, que esta é a tra-
de leitura da Bíblia
3. O que você precisa f a z e r dução mais precisa daquele. Num
para superar a infidelidade? sentido mais amplo, a fé consiste
U: na crença inabalável em Deus e no
evangelho, c, portanto, correspon-
(Adaptado do livro D i n â m i c a s de ao tronco, e não, ao fruto. O fru-
C r i a t i v a s Para o E n s i n o Bí- to do Espírito é proposto como qua-
blico, CPA1H lidade ou atributo; fidelidade é a
característica de quem possui fé.
Antes de estudarmos a impor-
tância desta virtude, precisamos
entender o significado da palavra
INTRODUÇÃO fé. Examinemos, portanto, os seis
Fidelidade é a qualidade de ser aspectos da fé.
cheio de fé, a qual é o grande tema l. A fé natural. Todo homem
da Bíblia. Tal fé expressa-se no cris- nasce com uma fé natural, relacio-
tão como fidelidade. Fé e fidelidade nada simplesmente ao raciocínio
são palavras cognatas. A fé aparece humano. Por exemplo: quando em-
pela primeira vez em Génesis 4, barcamos em um avião, precisamos

56 Lições Bíblicas
acreditar que o avião está em con- 6. A fé como crença. Aquilo
dições mecânicas suficientes para que é crido ou o conteúdo de uma
o voo, e que o piloto possui o trei- crença é chamado de fé pessoal: "E
namento e a aptidão necessária crescia a palavra de Deus, e em Je-
para conduzir o avião. Exercemos rusalém se multiplicava muito o nú-
esta fé em nosso cotidiano de vari- mero dos discípulos, c grande parte
adas formas. Sendo assim, podemos dos sacerdotes obedecia à fé" (At 6.7
crer em Deus, sem, contudo, - grifos meus). Em outras palavras,
relacionarmo-nos com Ele. estes sacerdotes aceitaram a doutri-
2. A fé salvífica. É concedida na do evangelho; que passou a ser a
a nós quando ouvimos a Palavra de sua fé; seu modo de crer em Deus.
Deus ungida pelo Espírito Santo (Rm
10.17; Ef 2.8,9). Diante disso, funda- II. OS SIGNIFICADOS DE
mentados nesta fé, devemos confes- FIDELIDADE
sar nossos pecados e aceitar o dom 1. No Antigo Testamento.
da salvação divina {At 16.30,31). É esclarecedor estudar os sentidos
3. A fé ativa. Depois que da palavra fiel no Antigo Testamen-
aceitamos a Cristo, alcançamos to. Em Números 12.7, pode signifi-
uma fé duradoura, ou seja, uma car "construir, apoiar, tornar firme,
crença firme e resoluta em Deus. estar permanentemente fundado,
Mediante esta, permanecemos con- confiar, ser verdadeiro, estar ple-
fiando em Deus independente das namente certo de algo". Em
circunstâncias. A fé viva impede- Deuteronômio 32.20, é usada numa
nos de sermos vencidos pelas pro- frase negativa tratando de lealda-
vações (2 Co 4.13). de. Êxodo 18.21 fala de nomear ho-
4. O dom espiritual da fé. mens de verdade ("confiança").
É outorgado à igreja de forma so- Através destes exemplos, constata-
brenatural como apraz ao Espírito mos que a ideia principal de fideli-
Santo (l Col2.9). Esta fé manifes- dade no Antigo Testamento está re-
ta-se na igreja através de milagres, lacionada à confiança, firmeza e
curas e outras demonstrações de convicção.
poder do Espírito de Deus. É a f é 2. No Novo Testamento. A
divina mediante um dos dons do palavra fé, no original do NT, sig-
Espírito, operando no homem. nifica plena persuasão ou certeza
5. O fruto da fé (fidelida- fundamentada no ouvir (Rm 10.17).
d e ) . Diferente do dom, esta fé Já em Mateus 23.23, está relaciona-
cresce dentro de nós (2 Co 10.15; da à confiança ou fidelidade.
2 Ts 1.3). Jesus mencionou-a em É interessante observar que Je-
Marcos 11.22: 'Tende fé em Deus". sus enfatizou ser a verdade e digno
Esta é a f é revelada num caráter de toda confiança, ao introduzir
íntegro e santificado segundo a suas declarações no Evangelho de
Palavra de Deus. loão com a frase "na verdade, na

Lições Bíblicas 57
verdade", "em verdade, em verda- arrebatará deste mundo para
de", "digo-lhes a verdade" fjo 1.51). encontrá-lo nos ares, de acordo com
Assim, o fruto da fidelidade sua promessa (l Ts 4.13-17).
abrange as ideias básicas de inte-
gridade, fidelidade, lealdade, ho- IV. OS PRINCÍPIOS DA
nestidade e sinceridade. FIDELIDADE
Há alguns princípios importan-
III. A FIDELIDADE DE DEUS tes relacionados à fidelidade, os
A fidelidade é um atributo da quais precisamos considerar neste
Trindade. Deus Pai é fiel (Dt 7.9; l momento. Estes devem moldar o
Co 10.13); o Senhor Jesus é chama- estilo de vida do cristão e nortear
do "Fiel e Verdadeiro" (Ap 19.11); seus relacionamentos.
e o Espírito Santo tem o mesmo atri- 1. A fidelidade e o amor.
buto (fidelidade) (Gl 5.22, ARA). Em Gaiatas 5.6, lemos: "A fé que atua
Consideremos alguns testemu- pelo amor" (ARA). A fé, como fun-
nhos mencionados pela Bíblia acer- damento, requer amor para expres-
ca da fidelidade de Deus. sar-se e manter-se ativa. Da mesma
1. Deus se veste de fideli- forma que os cônjuges demonstram
dade. A fidelidade faz parte da na- seu amor um pelo outro mediante a
tureza pessoal de Deus (Is 11.5, fidelidade, provamos o nosso amor
ARA). a Deus por meio da fidelidade à sua
2. Deus é fiel no cumpri- Palavra e à sua vontade.
m e n t o de suas p r o m e s s a s 2. A fidelidade e o sofri-
(Hb 10.23). A Bíblia está reple- mento. A fidelidade na vida do
ta de promessas que nos foram crente inclui sofrimento por Cristo
concedidas por Deus (2 Pé 1.4). Se e com Cristo. Sob este aspecto, a
Deus lhe prometeu algo, reivindi- fidelidade está estreitamente asso-
que pela fé e oração, porquanto ciada à paciência (Hb 6.12). A Epís-
Ele é fiel. Ler 2 Tm 2.13b. tola aos Hebreus foi escrita em tem-
3. Deus é fiel para perdo- pos de violenta perseguição. Em
ar. Temos esta palavra segura em tais circunstâncias, esta virtude é
l João 1.9. O perdão de Deus não realmente provada. O fruto espiri-
se fundamenta no que sentimos, tual da fidelidade capacita-nos a
mas em nossa convicção de que Ele suportar qualquer circunstância.
cumprirá sua Palavra (Ne 9.17). 3. A fidelidade e os votos
4. Deus é fiel em nos cha- (Ec 5.5). O fruto da fidelidade está
mar. Deus nos chama para a sal- relacionado à moral e à ética cris-
vação e serviço (Mt 4.18,19); a co- tãs, estabelecendo um padrão bíbli-
nhecer seu plano e vontade para co de responsabilidade com as pala-
nossa vida, como fez com Samuel (l vras e as atitudes. Houve um tempo
Sm 3.10,11); a sermos santos (l Co em que a palavra de um homem se-
1.2). Breve vem o dia em que Ele nos lada por um aperto de mão tinha

58 Lições Bíblicas
grande valor. Em- Depósito o que significa o "bomdepósito"
bora isso não Termo que confiado aos cuidados dos mordo-
ocorra em nossos aparece em l mos de Deus? Primeiro, é nossa res-
dias, a palavra do Tm 6.20 e 2 Tm ponsabilidade partilhar o Evange-
servo do Senhor 1.12,14. Desig- lho de Jesus Cristo com os outros
não deve mudar, na a verdade do (Lc 12.42). Devemos ser fiéis aos
porquanto o fru- Evangelho que ensinos da Bíblia (ICo 4.6). Este
to da lealdade, Deus nos tipo de fidelidade inclui a adminis-
honestidade e sin- confiou, tração do tempo, dos talentos e das
ceridade está posses, pois, tudo é do Senhor.
nele.
4. A fidelidade e a lealda- CONCLUSÃO
de. O fruto da fidelidade torna-nos A fidelidade como parte do fruto
leais a Deus e a todos que nos cer- do Espírito é imprescindível ao cris-
cam. O homem leal apoiará o cor- tão em seu relacionamento com Deus,
reto quer esteja sendo observado, com os outros e consigo mesmo.
quer não (Mt 25.14-30). Nesta pas- Através da fidelidade, tornamo-
sagem, os servos fiéis agiram de nos diferentes dos outros que não
acordo com a instrução de seu se- temem a Deus. O Senhor está pro-
nhor, apesar da ausência deste, e
curando os fiéis para andarem com
foram elogiados e recompensados.
ele e servi-lo (SI 101.6).
0 servo infiel foi castigado.
5. A fidelidade e a consis-
tência. Muitas pessoas sentem o AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
peso da culpa por sua incons-
tância; nunca conseguem terminar Subsídio Bibliológico
um projeto: realizar o Culto Do- "Fé e paciência são dois ingre-
méstico, devocionais, ler toda a dientes inseparáveis para se tomar
Bíblia durante o ano, pagar o posse das promessas de Deus. A fé
dízimo do Senhor, etc. Tomar de- nas promessas de Deus é o estímu-
cisões acertadas, e não mante-las, lo para as conquistas dos nossos
é um tipo de deslealdade. Um au- sonhos, especialmente, quando es-
têntico cristão é fiel na frequência ses sonhos estão de acordo com a
à igreja, no cumprimento de seus vontade de Deus. Abrão já havia
compromissos e em seu? Uos, e dado passos gigantescos na dire-
isso inclui deveres, díviuas, em- ção da vontade de Deus. Ele havia
préstimos, prazos, etc aprendido a importância do cami-
6. A fidelidade na nordo- nho da obediência para a verda-
mia cristã. O fruto i ispírito deira felicidade, mas não pôde evi-
quanto à fidelidade é essencial no tar as circunstâncias desse cami-
ministério evangélico (2 Tm 1.14; nho. Fragilidade e fé são termos
1 Co 4.2). Nesta última passagem, opostos na nossa peregrinação es-

Lições Bíblicas 59
piritual. Por natureza somos frá- Leia mais
geis e suscetíveis às intempéries da Revista Ensinador Cristão
vida. A f é é o elemento espiritual \, n°21,pág. 40
que nos capacita a reagir nos mo-
mentos de fraquezas. Abrão já ha-
via vencido grandes reveses e, ago-
ra, depois de haver chegado à Ter-
ra Prometida de leite e mel não Cotidiano: De todos os dias;
poderia deixar-se ofuscar pelo de- diário; normal.
sânimo. Porém, se depara com uma Inabalável: Que não se abala;
terra seca e vazia, onde a fome se firme; fixo; estável.
espalhava entre os seus habitan- Outorgar: Conceder; dar; con-
tes. Esse caos na terra de Canaã ia
ferir; consentir.
de encontro à promessa de uma
terra de 'leite e mel1; um tempo de Persuasão: Convencimento;
provações que expôs toda a fragi- convicção; certeza.
lidade emocional de Abrão. Na Talento: Aptidão natural; ha-
vida cristã, quando empreendemos bilidade adquirida.
andar no caminho da fé, não ima-
ginamos encontrar as dificuldades BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
e adversidades desse caminho"
(CABRAL, Elienai. Abraão: as expe- ^ CABRAL, Elienai. Abraão: as
riências de nosso pai na fé. experiências de nosso pai na fé.
RJ:CPAD, 2002, p. 27-8}. CPAD, 2002.

QUESTIONÁRIO
j . VÊ» a/s são os seis tipos de fé mencionados na Bíblia?
R. Fé natural, salvífica, ativa, dom espiritual, fruto do Espirito e crença.
2. A que palavras a fidelidade está relacionada no Antigo Testa-
mento.7
R. Confiança, firmeza e convicção.
3. O que significa a palavra fé em Romanos 10. l 7i
R. Plena persuasão ou certeza fundamentada no ouvir.
4. O que a lííblia nos fala acerca da fidelidade divina?
R. Deus é fiel no cumprimento de suas promessas, para perdoar e
nos chamar.
5. Cite alguns princípios relacionados à fidelidade- que devem
moldar o estilo de vida do cristão.
R. Amor, sofrimento, votos, lealdade, consistência, mordomia cristã.

60 Lições Bíblicas
&* Lição 9
MANSIDÃO: O FRUTO DA OBEDIÊNCIA
27 de fevereiro de 2OO5

HINOS SUGERIDOS
CD Harpa Cristã 154
"Os mansos herdarão a terra e se (vol. 4 - f . 3 ) , 130 e 568.
deleitarão na abundância de Paz"
(SI 37.11). LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

VERDADE PRATICA EFESIOS 4.1-7


l - Rogo-vos, pois, eu, o preso do
O fruto da mansidão proporci- Senhor, que andeis como é digno
ona ao crente fartura de descanso j da vocação com que fostes cha-
e paz de espírito. Í mados,

Segunda - Mt 5.5 Quinta - Tg 3.13


A mansidão qualifica o cristão A mansidão — uma característica
para herdar a terra do crente sábio
Terça - 1 Pé 3.4 Sexta- Ef4.26
A mansidão é preciosa diante Nem na ira o crente deve pecar
de Deus
Sábado - 1 Tm 6.11
Quarta * Is 29.19 C) fruto da mansidão
A mansidão resulta em repetido acompanha as virtudes cristãs
rego/ijo no Senhor

Lições Bíblicas 61
2 - com toda a humildade e mansi- rar que são tentados à violência.
dão, com longanimidade, suportan- Muitos provocam contendas na Casa
do-vos uns aos outros em amor, de Deus, são insubmissos a seus pas-
3 • procurando guardar a unidade tores, agressivos e rebeldes. Nesta
do Espírito pelo vínculo da paz: lição, estudaremos mais uma das
qualidades de Cristo relacionada ao
4 - há um só corpo e um só Espírito, revestimento do crente — a mansi-
como também fostes chamados em
dão. Ore com o objetivo de o Espíri-
uma só esperança da vossa vocação;
to Santo infundir contrição, perdão
5 - um só Senhor, uma só fé, um só e mansidão em sua classe. Repreen-
batismo; da, em nome de Jesus, toda conten-
6 - um só Deus e Pai de todos, o qual j da, peleja, e porfia entre os cristãos.
é sobre todos, e por todos, e em todos. | QBS: Não se esqueça de ler na revis-
ta Ensinador Cristão, n° 21, págs.
7 - Mas a graça foi dada a cada um de ! 33-35, 'Secão Boas Ideias1, excelen-
nós segiuiuG. a medida do dom.de }
tes dicas para dinamizar á sua aula.
Cristo.
SÍNTESE TEXTUAL
OBJETIVOS
A mansidão é uma disposição do
Após esta aula, seu aluno deve- caráter que aceita, sem discutir, a
rá estar apto a: verdade e a vontade de Deus. É uma
Explicar os três conceitos de postura dócil de completa submis-
mansidão. são e aprendizado em Cristo (Mt
Descrever as características de 11.28). Essa virtude é fruto da atu-
Jesus que exemplificam a sua man- ação do Espírito Santo no crente. Não
sidão. é a simples obediência, passividade
Relacionar a mansidão a ou- ou indolência, mas a transformação
tras virtudes cristãs. moral segundo à obediência de Cris-
to (l Pé 1.2). Assim, agiam as igrejas
ONTO DE CQNTATO do Novo Testamento (Rm 16.19; 2
Co 7.15) e o próprio Cristo (Hb 5.8),
Professor, no atual contexto de que sendo perfeitamente homem,
nosso- país, sabemos o quanto a humilhou-se a si mesmo, e foi obe-
mansidão é necessária. Os homens diente até a morte (Fp 2.8). Segun-
sem Cristo, a cada dia que passa, do Paulo, aquele que não é capaz de
estão mais ásperos, iracundos e vi- ser manso e se submeter aos seus
olentos. Algumas vezes, encontra- pastores não é digno da comunhão
mos pessoas na Igreja que procla- cristã (2 Ts 3.14). As Escrituras tam-
mam em alta voz: "Eu sou converti- bém tratam da obediência aos pais
do, porém meu 'braço 1 ou meu e a consequência imediata de
'dedo' não". Outros chegam a decla- desobedecê-los (Dt 21.18; Pv 30.17).

62 Lições Bíblicas
Os resultados da sujeição mansa aos um Cordeiro e seus seguidores, por
mandamentos divinos sào exempli- ovelhas. Todas estas figuras falam
ficados em Cristo, os da desobedi- da mansidão — o fruto espiritual
ência, em Adão (Rm 5.19). No gre- da obediência.
go, o termo obediência é formado O Espírito Santo desceu sobre
por hypo, que significa debaixo de e Jesus, na hora do seu batismo no
traz a ideia de estar debaixo da von- rio Jordão, em forma de pomba.
tade e do mandamento divino, e João Batista, o precursor de Jesus,
akouõ, traduzido por ouvir, que fala apresentou-o como o Cordeiro de
da disposição mansa para obedecer Deus, que tira o pecado do mundo
a verdade vinda de cima. (Jo 1.35). Sua natureza submissa é
resumida em Isaías 53.7: "Ele foi
ORIENTAÇÃO DIDATICA oprimido, mas não abriu a boca;
como um cordeiro, foi levado ao
Leve para a sala de aula uma fi- matadouro e, como a ovelha muda
gura de ovelha. Mostre para os alu- perante os seus tosquiadores, ele
nos e pergunte-lhes se já tiveram a não abriu a boca". Esta lição o aju-
oportunidade de ver alguma sendo dará a compreender a importância
tosquiada. Em seguida, fale sobre da mansidão como fruto do Espíri-
este processo pelo qual todas as ove- to em nós.
lhas passam. É importante mencio-
nar que este animal permanece I. O FRUTO DA MANSIDÃO NA
BÍBLIA
co mp l e lamente mudo enquanto
toda a sua lã c cortada. Escreva as 1. Definição. A palavra man-
seguintes perguntas no quadro e sidão (Gl 5.23), no original, é pro-
reflita com seus alunos acerca de- vavelmente a virtude mais difícil de
las: Você permitiria ser "tosquiado"ser biblicamente definida, porquan-
facilmente? Como você tem enfren- to trata-se de estado interior e não
tado "as tosquias da vida"? Você temexterior. Os três conceitos principais
se submetido à vontade de Deus acerca do fruto espiritual da mansi-
mansamente como uma ovelha pe- dão são os seguintes:
rante seus tosquiadores? {Adaptado â) Ser sempre submisso à von-
do livro Dinâmicas Criativas tade de Deus. É o que Jesus expres-
Para o Ensino Bíblico, CPADÍ. sou em Mateus 11.29. Aqui nosso
Senhor fez notória a sua mansidão
e humildade. Estas duas qualidades
são características de alguém que
INTRODUÇÃO se submeteu totalmente à vontade
de Deus.
É sobremodo instrutivo que na b) Ser apto para aprender. É
Bíblia o Espírito Santo seja simbo- estar sempre aberto à aprendiza-
lizado por uma pomba', Jesus, por gem, ou seja, não ser orgulhoso

Lições Bíblicas 63
quanto ao que se sabe e o que pre- Á mansidão de Jesus também é
cisa aprender (Tg 1.21). descrita admiravelmente em João
c) Ser atencioso. Na maioria das 13.5. Nesta passagem, Jesus na sua
vezes, o vocábulo significa demons- humildade lavou os pés dos discí-
trar consideração, moderação, tran- pulos, demonstrando como deve-
quilidade, atenção ou cuidado, ou mos servir. Ler os versículos 12-15.
ser paciente com os outros por amor A maior prova da mansidão de
como explanado em l Co 13.1-7. Jesus vemo-la nas horas que pre-
A mansidão segundo a Bíblia cederam sua crucificação:
nada tem a ver com covardia e fra- a) Em sua submissão. Sua súpli-
queza. Na Bíblia, vemos esta carac- ca foi de submissão total à vonta-
terística relacionada com coragem, de do Pai, embora esta significasse
fortaleza e resolução. Moisés era sofrimento indizível e morte (Mt
homem muito manso, mas ao mes- 26.39).
mo tempo estava pronto para agir b) Em seu consentimento. No
nos momentos críticos. momento da prisão, Jesus poderia
chamar mais de doze legiões de an-
II. A MANSIDÃO DIVINA jos para salvá-lo, no entanto, volun-
1. A Mansidão de Deus. A tariamente Ele permitiu que os sol-
mansidão deve ser uma das quali- dados o aprisionassem (Mt 26.50-54).
dades do crente, porquanto o Es- c) Em seu silêncio. Mesmo sen-
pírito de Deus habita em seu inte- do acusado pelos principais sacer-
rior. Deus é perfeitamente manso, dotes e anciãos injustamente, Jesus
mas também justo e que ira-se to- não lhes respondeu (Mt 27.14).
dos os dias (SI 7.11). Como com- O Cordeiro eterno de Deus, em
preender isso? A ira de Deus é con- espírito de amor e mansidão, entre-
tra o pecado e o mal; não afeta seu gou-se de boa vontade para fazer
amor e compaixão por nós. Deus é expiaçãope- Expiação
nosso exemplo perfeito de mansi- los pecados de Termo que se
dão associada à firmeza. toda a huma- refere ao sacrifí-
2. A Mansidão de Jesus. nidade. Ainda cio cruento de
Quando uma aldeia samaritana re- na cruz, pro- Cristo para
cusou-se dar as boas-vindas a Je- nunciou pala-
purificar comple-
sus, alguns discípulos perguntaram vras de perdão
e
,tamente
, o ,homem
se Ele permitiria que eles clamas- aos que o cru- de seus pecados.
sem por fogo do céu para destruir cificavam.
a aldeia. Sem demora, Jesus os re-
preendeu: "Vós não sabeis de que III. REFERENCIAS BÍBLICAS A
espírito sois. Porque o Filho do Ho- MANSIDÃO
mem não veio para destruir as al- Na Bíblia, a mansidão está fre-
mas dos homens., mas para salvá- quentemente associada a outros
las" (Lc 9.55,56). atributos ou em contraste com prá-

64 Lições Bíblicas
ticas erradas. Consideremos, por- pode salvar a vossa alma" (Tg
tanto, alguns textos bíblicos e seus 1.21). Neste texto, mansidão refe-
ensinos para nós. re-se à inclinação para receber a
1. Mansidão e benignidade. Palavra de Deus com um coração
Em 2 Coríntios 10.1, o apóstolo Pau- submisso.
lo fez um apelo aos coríntios "pela
mansidão e benignidade de Cristo". IV. EXEMPLOS DE MANSIDÃO
Benignidade, nesta passagem, diz NA BÍBLIA
respeito a suportar ofensas com Há muitos exemplos da prática
paciência e sem ressentimento, por do fruto da mansidão, ou de sua
amor a Cristo. Mansidão refere-se à ausência, no Antigo e Novo Testa-
brandura na conduta ou atitude, e mentos. Ao ler os acontecimentos
opõe-se à rispidez, à severidade, à bíblicos, refiita se os personagens
violência ou a grosserias carnais; de envolvidos agiram mansamente. Se
natureza adâmica. não, considere a possibilidade de
2. Mansidão e humildade. que a história, em alguns casos,
Estas duas virtudes estão intima- poderia ter sido diferente se esta
mente ligadas: "Com toda a humil- virtude fosse manifestada. A seguir,
dade e mansidão, com longanimi- examinaremos alguns exemplos.
dade, suportando-vos uns aos ou- 1. Abraão. É um exemplo no-
tros em amor" (Ef 4.2). Humildade tável desta virtude aplicada na re-
contrapõe-se ao orgulho. É uma ati- solução de disputas: "Ora, não haja
tude de submissão e respeito aos contenda entre mim e ti e entre os
outros. meus pastores e os teus pastores,
3. Mansidão e sabedoria. porque irmãos somos. Não está
"Quem dentre vós é sábio e inteli- toda a terra diante de ti? Eia, pois,
gente? Mostre, pelo seu bom trato, aparta-te de mim; se escolheres a
as suas obras em mansidão de sa- esquerda, irei para a direita; e, se
bedoria" (Tg 3.13). Os sábios e in- a direita escolheres, eu irei para a
teligentes são mansos. Trata-se de esquerda" (Gn 13.8,9). À primeira
um espírito de submissão e sempre vista, parece que Abraão está per-
inclinado à aprendizagem. Isto evi- dendo terreno por conceder a Ló
dencia o fruto da mansidão. o direito de escolher. Contudo, no
4. M a n s i d ã o e s a l v a ç ã o . fim da história o Senhor abençoou
"Porque o SENHOR se agrada do seu grandemente a Abraão. Isaque, fi-
povo; ele adornará os mansos com lho de Abraão, seguiu o exemplo
a salvação" (SI 149.4). Observamos do pai e também foi abençoado
neste texto sua harmonia com o pelo Senhor (veja Gn 26.20-26).
Novo Testamento: "Pelo que, rejei- 2. Moisés. O texto de Núme-
tando toda imundícia e acúmulo de ros 1 2 . 3 diz que "era o varão
malícia, recebei com mansidão a Moisés mui manso, mais do que
palavra em vós enxertada, a qual todos os homens que havia sobre a

Lições Bíblicas 65
terra". Na passagem de Êxodo vier. A outra, ao presente: abun-
15.24,25, o povo murmurou con- dância de paz. Às vezes, os ímpios
tra Moisés, que imediatamente vol- conseguem o que desejam median-
tou-se ao Senhor. Fato semelhante te grande esforço e planejamento.
ocorreu em Êxodo 17.3,4. Em ou- Entretanto, no Reino de Deus, os
tra ocasião, o povo criticou Moisés santos herdam a bênção do Senhor
em público, no entanto, Deus o de- partindo de mansidão segundo a
fendeu e falou diretamente com Bíblia. Jesus confirmou este fato ao
Arão e Miriã em benefício de seu anunciar as diretrizes do seu Rei-
servo. Nestes textos, aprendemos no (Mt 5.5). Também somos recom-
que o Senhor sustenta os submis- pensados por agir com mansidão
sos e mansos. Em Números 16, en- em nossos relacionamentos inter-
contramos uma rebelião do povo pessoais.
contra a liderança de Moisés. Uma
vez mais ele demonstrou mansidão, CONCLUSÃO
e Deus o protegeu. Pense nas ocasiões em que o fru-
3. Paulo. Este servo de Deus to espiritual da mansidão teria fei-
escreveu muitas vezes acerca da to a diferença em sua vida. Mante-
importância de um espírito man- nha-se cheio do Espírito conforme
so. Este fruto do Espírito manifes- Ef 5.18 e este fruto virá com abun-
tava-se regularmente na conduta dância em sua vida. Então, você po-
de Paulo para com os que estavam derá submeter-se à vontade do Se-
sob seus cuidados, e em sua sub- nhor, ser propenso a aprender,
missão à vontade do Senhor. An- gentil e ponderado com os outros,
tes de se converter, era um furio- e capaz de controlar o seu espírito.
so perseguidor dos cristãos. Toda-
via, depois de sua transformação,
praticou e ensinou o evangelho de
amor e compaixão, com mansidão
Subsídio Etimológico
e humildade.
"Prautésou praotês denota 'man-
sidão'. Em seu uso na Escritura, no
V. RECOMPENSAS DA qual tem um significado mais exten-
MANSIDÃO
so que nos escritos £regos seculares,
Duas recompensas da mansidão não consiste só no 'comportamento
são mencionadas em Salmos 37.11: exterior da pessoa; nem ainda em
"Mas os mansos herdarão a terra e suas relações com o próximo;
se deleitarão na abundância de tampouco na sua mera disposição
paz". Uma está relacionada ao fu- natural. Antes, é uma entretecida gra-
turo: o fruto da mansidão contri- ça da alma; e cujos exercícios são pri-
bui para que o crente possua o Rei- meira e primariamente para com
no de Deus em sua plena expres- Deus. É o temperamento de espírito
são e manifestação quando o Rei no qual aceitamos seus procedimen-

66 Lições Bíblicas
tos conosco como bons, e, portanto, Leia mais
sem disputar ou resistir [...J Esta man- Revista Ensinador Cristão
sidão, porém, sendo em primeiro lu- \, n" 21, pág. 40
gar uma mansidão perante Deus,
também o é diante dos homens, até
de homens maus, proveniente de um
senso de que estes, com os insultos e Precursor: Que vai adiante;
danos que possam infligir, são per- predecessor; que veio primeiro.
mitidos e empregados por Ele para Ponderado: Sensato; ajuizado;
castigo e purificação dos eleitos. Deve prudente.
ser entendido claramente que a man-
sidão manifestada pelo Senhor e re- Rispidez: Qualidade de quem
comendada para o crente é fruto de é rude; grosso; indelicado.
poder. A suposição comum é que
quando o homem é manso, é porque '•' \- ti > 1 1
ele não pode se ajudar; mas o Senhor
era 'manso'porque Ele tinha os recur- S VINE, E.W. (et ai). Dicioná-
sos infinitos de Deus à sua disposi- rio Vine: o significado exegético das
ção" (VINE, E.W. (et ai). Dicionário palavras do Antigo e do Novo Tes-
Vine: o significado exegético das tamento. CPAD, 2002.
palavras do Antigo e do Novo Tes- • LUCADO, Max. Simplesmen-
tamento. CPAD, 2002). te como Jesus. CPAD, 2002.

QUESTIONÁRIO
1. Quais são os três conceitos principais acerca do fruto da
mansidão?
R. Ser sempre submisso à vontade de Deus, apto para aprender c
atencioso.
2. Como podemos explicar a ira e a mansidão de Deus?
R. A ira de Deus é contra o pecado e o mal; não afeta seu amor e
compaixão por nós.
3. Qual a relação existente entre mansidão e benignidade?
R. Benignidade é suportar as ofensas com paciência, enquanto
mansidão ê ter uma conduta branda.
4. Como Jesus demonstrou mansidão?
R. Em sua submissão, em seu consentimento, em seu silêncio que
precederam sua crucificação.
5. Cite três personagens bíblicos que são exemplos de mansidão.
R. Abraão, Moisés e Paulo.

Lições Bíblicas 67
Lição 10
TEMPERANÇA: O FRUTO DA
DISCIPLINA
6 de marco de 2OO5

TEXTO ÁUREO HINOS SUGERIDOS


CD Harpa Cristã 131
"Porque Deus não nos deu o (vol.3-f.10), 175 (vol.4-f.8)e 147.
espírito de temor, mas de fortale-
za, e de amor, e de moderação"
(2 Tm 1.7). LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 PEDRO 1.3-8
VERDADE PRATICA 3 - Visto como o seu divino poder
A temperança como fruto do Es- nos deu tudo o que diz respeito à
pírito realiza no cristão o inverso vida e piedade, pelo conhecimento
das maquinações e obras iníquas da daquele que nos chamou por sua
carne. glória e virtude,

Segunda - 1 Co 9.25 Quinta - Pv 16.32


A temperança conduz o crente A temperança capacita o crente
a uma vida disciplinada em a ser tolerante, moderado e
tudo equilibrado
Terça - 1 Co 6.12 Sexta - Pv 25.28
A temperança e a liberdade A temperança protege o crente
cristã dos ataques do Inimigo
Quarta - 1 Ts 5.8 Sábado - Tt 1.8
A temperança integra a A temperança é indispensável
armadura espiritual do cristão aos líderes

Lições Bíblicas
4- pelas quais ele nos tem dado aprenderam com a iição, pois, des-
grandíssimas e preciosas promes- tacam os principais assuntos. Seja
sas, para que por elas fiqueis parti- criativo, interaja com os alunos.
cipantes da natureza divina, haven- Agindo assim, você poderá tornar
do escapado da corrupção, que, pela um simples questionário num gran-
concupiscência, há no mundo, de momento de a p r e n d i z a d o e
5 • e vós também, pondo nisto mesmo descontração entre toda a turma.
toda a diligência, acrescentai à Acossa Portanto, utilize este recurso para
fé a virtude, e à virtude, a ciência, consolidar os princípios doutriná-
rios da lição. Confira na revista
6- e à ciência, a temperança, e à
temperança, a paciência, e à paciên- Ensinador Cristão n° 21, páginas
cia, a piedade, 33-35, dicas para dinamizar a aula.
7 • e à piedade, o amor fraternal, ao
amor fraternal, a caridade. SÍNTESE TEXTUAL
8 • Porque, se em vós houver e au-
Temperança é domínio-próprio
mentarem estas coisas, não vos deixa-
em ação! O temperante segundo
rão ociosos nem estéreis no conheci-
Tito 1.8 é aquele que exerce
mento de nosso Senhor Jesus Cristo.
autocontrole sobre as paixões ou
desejos desregrados da alma. Na
OBJETIVOS criação, Deus dotou o homem de
certas faculdades naturais necessá-
Após esta aula, seu aluno deve- rias à sobrevivência: alimentar-se,
rá estar apto a: preservar-se, reproduzir-se, domi-
Definir biblicamente o termo nar sobre a criação e adquirir bens.
temperança. No entanto, com a entrada do pe-
Apontar o segredo da tempe- cado, essas aptidões inatas foram
rança. contaminadas pelo pecado. A par-
Mencionar as áreas específi- tir de então, surgiram a glutonaria,
cas de nossa vida onde a temperan- o suicídio, a prostituição, a servidão,
ça é imprescindível. a ganância, a cobiça, etc. Esses últi-
mos manifestam-se muitas vezes de
QNTQ DE CONTATO modo incontido, aprisionando a
pessoa aos vícios e ao desejo
Professor, não se esqueça de irrefreável de cometer tais pecados
corrigir os questionários com a — a Bíblia os chama de 'concupis-
classe. Caso não seja possível cor- cências da carne'. O desejo refrea-
rigi-los no final da lição, use-os do, por exemplo, é contemplado por
para recapitular a aula anterior no Tito (1.8) no termo traduzido por
início da lição seguinte. Os exercí- 'moderado'. Este termo, no original
cios contribuem para o professor (sophroneõ), significa literalmente
avaliar o que de fato os alunos 'são de cérebro' ou 'mente sóbria' c

Lições Bíblicas
se refere à prudência e ao
autocontrole proveniente de uma
reflexão. O moderado, dentro deste INTRODUÇÃO
contexto, é alguém que não se dei-
Nesta lição, analisaremos o fru-
xa dominar pela ansiedade, pelo
to do Espírito quanto a sua "fatia"
contrário, exerce controle sobre ela,
da disciplina — a temperança. O
pois pondera seus atos e suas res-
pectivas consequências de acordo crente, que permite ao Espírito San-
to torná-lo segundo a imagem de
com a Palavra de Deus.
Jesus, desenvolverá esta virtude em
todas as áreas da vida (2 Co 3.18).
ORIENTAÇÃO DIDATIÇA Você precisa de mais disciplina
e ordem em sua vida, sem reclama-
Professor, nesta lição, faremos ção? O fruto da temperança ou
um Gráfico Comparativo Concei- autocontrole — não simplesmente
tuai. Este recurso possibilita rela- o natural ou advindo de cursos,
cionar uma expressão aos seus di- mas do Espírito — é a resposta.
versos conceitos. A lição trata da
temperança em diversas áreas da
vida, isto possibilita uma expressão I. O QUE É TEMPERANÇA
principal que contém diversos ele- Deus anela que o crente tenha
mentos correspondentes. Distribua domínio próprio, pois este fruto ca-
uma folha contendo três colunas pacita o crente a renunciar a impi-
com os três títulos conforme o mo- edade e as concupiscências munda-
delo abaixo e, solicite que os alu- nas (Tt 2.11,12). O fruto da tem-
nos escrevam os conceitos negati- perança abrange a renúncia aos de-
vos e positivos de cada expressão sejos ou prazeres pecaminosos.
de acordo com a necessidade indi- 1. Definição bíblica. A pala-
vidual. Este exercício pode ser fei- vra original traduzida por "tempe-
to depois do tópico 'III' da lição. rança" aparece somente em três

EXPRESSÕES CONCEITOS CONCEITOS


PRINCIPAIS NEGATIVOS POSITIVOS
CONTROLE Palavras torpes Linguagem sã
DA LÍNGUA
MODERAÇÃO Glutonaria Alimentar-se
NOS HÁBITOS adequadamente
MODERAÇÃO Ocupar-se com Ocupar-se com
NO USO 00 TEMPO atividades inúteis atividades edificantes
AUTODOMÍNIO Pensar coisas vãs Pensar tudo que é puro,
DA MENTE e infrutíferas justo e verdadeiro

70 Lições Bíblicas
passagens do NT: Ascetismo de alguma maneira a ficar reprova-
Gl 5.22, At 24.25 Doutrina que do" (l Co 9.24,26,27). Aqui, não se
e 2 Pé 1.6. Em considera a trata de ascetismo pagão e idóla-
Gaiatas 5.22, é privação, a tra, nem de autoflagelação religio-
usada para desig- solidão e a sa, mas de manter o nosso inteiro
nar a última seção autopuniçâo ser em sujeição por amor a Cristo.
do fruto nônuplo como elemen _ 3. Domínio sobre os dese-
do Espírito. Em tos necessáríos jos sexuais. A palavra temperan-
Atos 24.25, Paulo à santidade. ça também é usada em referência
empregou o ter- ao domínio do cristão sobre os de-
mo ao discorrer com Félix acerca sejos sexuais: "Mas, se [os solteiros]
"da justiça, e da temperança, e do não podem conter-se, casem-se.
juízo vindouro". Em 2 Pedro 1.5,6, Porque é melhor casar do que abra-
a palavra é incluída na lista das qua- sar-se" (l Co 7.9).
lidades que todo cristão deve desen-
volver: "Acrescentai à vossa fé a vir- H. O SEGREDO DA
tude, e à virtude, a ciência, e à ciên- TEMPERANÇA
cia, a temperança, e à temperança, A falta de temperança leva a
a paciência, e à paciência, a pieda- pessoa a cometer excessos ao dar
de". vazão aos desejos pecaminosos da
2. Temperança como fruto carne. O melhor antídoto contra
do Espírito é autodisciplina. isso é estar cheio do Espírito San-
A ideia principal de "temperança" to, porque desta maneira estaremos
é força, poder ou domínio sobre o sob o seu controle. Ele nos ajuda a
ego, inclusive petulância, arrogân- dominar nossas fraquezas, e
cia, brutalidade e vanglória. É o submetermo-nos à sua vontade. Ver
controle de si mesmo sob a orien- Rm 8.5-9 e Jo 3.6.
tação do Espírito Santo. Sem o auxílio do Espírito de
Em l Coríntios 9.25, a temperan- Deus, nossas inclinações naturais
ça é empregada em alusão ao trei- cedem facilmente aos desejos pe-
namento e disciplina rígidos de cor- caminosos. Todavia, ao nascermos
redores gregos em seu esforço para do Espírito, a nova natureza divi-
conquistar o prémio. Paulo frequen- na em nós esforça-se por cumprir
temente faz uso das analogias do toda a sua vontade e agradá-lo.
atleta e do soldado em seus escri-
tos. "Correi de tal maneira que III. UMA VIDA EQUILIBRADA
alcanceis [o prémio]. Pois eu assim 1. O princípio do equilí-
corro, não como a coisa incerta; as- brio é uma das leis naturais
sim combato, não como batendo no do universo. O controle perfei-
ar. Antes, subjugo o meu corpo e o to que Deus exerce sobre a natu-
reduzo à servidão, para que, pregan- reza é mencionado na Bíblia (Jó
do aos outros, eu mesmo não venha 37.14-16).

Lições Bíblicas 71
2. O propósito divino é que gua, sua fala, sua conversa, não
os cristãos tenham uma vida controla nada mais em sua vida. Se
equilibrada. Isto implica equilí- você realmente deseja o fruto da
brio espiritual, físico, mental e temperança, peça ao Espírito San-
emocional. Por exemplo, o apósto- to para controlar sua língua.
lo Paulo escreveu os capítulos 12, b) Moderação nos hábitos coti-
13 e 14 de l Coríntios a fim de dianos. Em l Coríntios 6.12-20,
enfatizar o equilíbrio no exercício aprendemos a importância de hon-
dos dons espirituais, e a necessida- rar a Deus através do nosso cor-
de destes estarem harmonizados po. Nesta passagem, trata-se não
pelo amor. Na igreja de Corinto só a respeito da imoralidade sexu-
havia abuso no exercício dos dons aí, mas também sobre qualquer
espirituais, enquanto, na de outra prática que desonre o corpo
Tessalonica havia controle excessi- e, conseqúentemente, desonre
vo dos referidos dons, o que tam- Deus.
bém causava desequilíbrio. Estes A glutonaria e a bebedice são
crentes impediam a obra do Espí- hábitos pecaminosos contra os
rito e até menosprezavam os dons, quais somos advertidos na Bíblia
principalmente o mais notório, a (Pv 23.20,21). Alguém que repre-
profecia (l Ts 5.19,20). ende outrem por alcoolismo e ao
. 3. Vida equilibrada é viver mesmo tempo come de forma ex-
com moderação. Isto significa cessiva é incoerente. Esse tal, pre-
que devemos evitar os extremos de judica-se igualmente, pecando
comportamento ou expressão, con- contra o corpo. Precisamos da aju-
servando os apropriados e justos da do Espírito Santo para educar
limites. nossos hábitos alimentare.s..
Obviamente há coisas das quais c) Moderação no uso do tem-
o cristão tem de se privar totalmen- po. Provavelmente o maior exem-
te (Gl-5.19-21; Rm 1.29-31; Rm plo bíblico de satisfação excessiva
3.12-18; Mc 7.22,23). Entretanto, dos próprios desejos é o rico in-
Deus criou muitas coisas boas para sensato de Lc 12.15-21. Jesus des-
delas desfrutarmos com prudência, tacou a importância de usar nosso
sob a orientação do Espírito Santo tempo com sabedoria em seu dis-
e da Palavra de Deus. Examinemos curso em relação à vigilância (Lc
os ensinos bíblicos quanto à tem- 12.35-48). O crente equilibrado o
perança em áreas específicas de dividirá entre a família, o traba-
nossa vida., - lho, o estudo da Bíblia, a Casa do
a) Controle da língua. A tempe- Senhor, a oração, o descanso e o
rança começa com.o controle da lazer. O preguiçoso, ou o indivíduo
língua, e o apóstolo Tiago informa- que desperdiça tempo em ativida-
nos o quão difícil é realizá-lo (Tg des inúteis, não tem domínio pró-
3.2). Se você não controla sua lín- prio (l Ts 5.6-8).

72 Lições Bíblicas
d) Autodomínio da mente. No nós. A partir de então, não deve-
mundo de hoje, há muitas atra- remos estar mais sob a escravidão
ções e passatempos aparentemen- do pecado. Ao longo da vida
te inofensivos com o objetivo de terrena, precisamos exercer o go-
afastar-nos de nossas responsabi- verno disciplinado sobre os dese-
lidades para com Deus. O que le- jos da carne. Esta (a natureza
mos, vimos, ou ouvimos causa inatamente pecaminosa) fará tudo
impacto em nossa mente, por isso para recuperar o seu domínio so-
precisamos da ajuda do Espírito bre nós. Busquemos todos, sempre,
Santo a fim de conservá-la pura a renovação espiritual e tenhamos
(Fp4.8). uma vida inteiramente rendida a
Jesus como Senhor. Nessa dimen-
IV. UMA VIDA SANTA são espiritual nasce e cresce o fru-
Acima de tudo, Deus deseja que to do Espírito.
sejamos santos! Esta ideia é enfati-
zada inúmeras vezes ao longo da
Bíblia: "Porque eu sou o SENHOR, que
vos faço subir da terra do Egito, Subsídio Teológico
para que eu seja vosso Deus, e para "Temperança (domínio
que sejais santos; porque eu sou p r ó p r i o )
santo" (Lv 11.45). "Segui a paz com Existem ainda muitas pessoas
todos e a santificação, sem a qual para as quais a 'temperança' está
ninguém verá o Senhor" (Hb especialmente associada a uma be-
12.14). bida forte, mas é quase desneces-
O Espírito Santo trabalha em sário salientar que a verdadeira
nosso interior, aperfeiçoando a san- temperança tem uma aplicação
tidade e tornando Cristo uma rea- ampla para cada um dos nossos
lidade em nossa vida. Ele quer pro- apetites, não só os apetites físicos,
duzir em nós o fruto espiritual da mas os mentais e espirituais tam-
temperança, e cria em nós o desejo bém. 'Em tudo se domina'é o obje-
de separação do mundo pecamino- tivo de Paulo (l Co 9.25); é o alvo
so para viver de modo agradável a para o crente. É possível ser absté-
Deus (Rm 8.8-10). mio até o ponto da 'disciplina do
corpo' (Cl 2.23), e, ainda assim, ser
CONCLUSÃO
totalmente imoderado no tempera-
mento, falando demais ou na bus-
O fruto da temperança suscita- ca de elogio e poder.
do pelo Espírito Santo opõe-se a ...A falta de domínio próprio
todas as obras da natureza peca- nos apetites físicos é uma das for-
minosa carnal e humana. No mo- mas mais predominantes da fra-
mento em que somos salvos, o Es- queza e do pecado... Um cristão
pírito Santo passa a habitar em com domínio próprio irá desfrutá-

Lições Bíblicas 73
Ias com gratidão quando lhes fo-
rem convenientes e proveitosas,
mas continuará, igualmente sere-
Antídoto: Medicamento que
no quando não puder dispor de-
las, reverte os efeitos do v e n e n o ;
contraveneno; antitóxico.
...Quando Jesus entra no cora-
ção, seu Espírito, controlando o in- Excessivo: Exagerado; dema-
siado; desmedido.
terior, produz, como fruto final,
Glutonaria: Pecado que con-
'domínio próprio e amor em todas
siste na ingestão exagerada de ali-
as coisas' " (GEE, Donald. Como re-
mentos.
ceber o batismo no Espírito Santo.
RJ:CPAD, 2001, p. 89, 90, 92, 97).
: 1 t- 1 j l- > j 1

Leia mais S GEE, Donald. Como receber


Revista Ensinador Cristão
o batismo no Espírito Santo. CPAD,
\, n"21,pág. 41
2001.

1. Qual a ideia principal do termo temperança?


R. Ê o domínio sobre o ego, inclusive a petulância, a arrogância, a
brutalidade e a vanglória.

2. Qual o antídoto contra a ausência de temperança?


K. Cstar cheio do Espírito Santo.
3. Por que os crentes de Corinto e Tessalônica precisavam de
temperança?
/<, Por causa do abuso no exercício dos dons cm Corinto e do
controle excessivo destes em Tessalônica.
4. Quais as áreas específicas em que devemos ser moderados?
R. Na fula, nos hábitos cotidianos, no uso do tempo e no autodomí-
nio da mente.
5. Mencione duas passagens bíblicas acerca da santidade.
. v/í/Co 11.45 e Hebreus 12.14.
§

74 Lições Bíblicas
«9 Lição H
O FRUTO DO ESPÍRITO
NA VIDA DE IESDS
1 3 de marco de 2OO5

TEXTO ÁUREO HINOS SUGERIDOS


CD Harpa Cristã 198
"Como Deus ungiu a Jesus de (vol.S-f.5), 200 e 244.
Nazaré com o Espírito Santo e
com virtude; o qual andou
fazendo o bem, e curando a todos LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
os oprimidos do Diabo, porque
Deus era com Ele" (At 10.38). JOÃO 13.12-17
12- Depois que lhes lavou os pés,
e tomou as suas vestes, e se as-
VERDADE PRATICA sentou outra vez à mesa, disse-
lhes: Entendeis o que vos tenho
Assim como o ramo depende da feito?
vida do tronco para produzir fru- 13- Vós me chamais Mestre e Se-
to, o crente em Cristo depende do nhor e dizeis bem, porque eu o
Espírito Santo para isso. sou.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jo 13.1 Quinta - 1 Tm 1.16
O amor de Cristo A longanimidade de Cristo
Terça - Lc 10.21 Sexta - 1 Pé 2.3
A alegria de Cristo A benignidade de Cristo
Quarta - Io 14.27 Sábado - Mt 11.29
A paz de Cristo A mansidão de Cristo

Lições Bíblicas 75
14- Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos fazer a diferença em sua Escola Do-
lavei os pés, vós deveis também la- minical! Portanto, ministre as lições
var os pés uns aos outros. subsidiado por todos os recursos
15- Porque eu vos dei o exemplo, disponíveis.
para que, como eu vos fiz, façais vós
também. SÍNTESE TEXTUAL
16 - Na verdade, na verdade vos digo
que não é o servo maior do que seu "Entendeis o que vos tenho fei-
senhor, nem o enviado, maior do to?" (Jo 13.12). Quem é capa/ de
que aquele que o enviou. compreender os grandes paradoxos
17 - Se sabeis essas coisas, bem-aven- da encarnação do Verbo de Deus?
turados sois se as fizerdes. Deus que se fé/ homem (Jo 1.14);
o Rico que se manifestou pobre (2
Co 8.9}; o Senhor que tornou-se
OBJETIVOS servo (Fp 2.6-7); o Filho de Deus
se submetendo a tentação (Mt 4.6-
Após esta aula, seu aluno deve- 7); o Criador sendo julgado pela
rá estar apto a: criatura (Mt 26.57; 27.31); a Vida
C o m p r e e n d e r que o fruto em enfrentando a morte (Mt 27.32-56)
Cristo é perfeito. e, por fim, o Mestre lavando, pros-
Estabelecer a diferença entre trado, os pés de seus discípulos
a natureza do fruto em Cristo e no (Jol3.12-17). Não foi sem razão
crente. que o apóstolo exclamou: "Ó pro-
Relacionar o amor de Cristo fundidade das riquezas, tanto da
ao fruto do Espírito. sabedoria, como da ciência de
Deus! Quão insondáveis são os seus
ONTO DE CONTATO juízos, e quão inescrutáveis, os seus
caminhos!" (Rm 11.33). As palavras
Professor, como você tem usado de Jesus nos versículos treze a
os recursos desta revista? Tem con- dezesseis sugerem que nem todos,
sultado as orientações didáticas na ou quase todos os discípulos, não
Revista Ensinador Cristão? A sínte- entenderam o ato do lava-pés, as-
se textual e os auxílios suplementa- sim como não compreendemos os
res têm contribuído com informa- mistérios divinos envolvidos na
ções relevantes para as lições? Você encarnação. Nas palavras de Jesus,
usa regularmente esses recursos? entretanto, o mistério é revelado e,
Esses complementos podem fazer o assombro de Paulo, converte-se
grande diferença na qualidade do em exemplo: 'Porque eu vos dei o
ensino ministrado a cada domingo. exemplo' (Jo 13.15). Modelo para
Não deixe de usá-los, pois são re- ser imitado, padrão para ser vivi-
cursos que se propõem a auxiliá-lo do: "para que, como eu vos fiz,
na preparação da lição. Você pode façais vós também'.

Lições Bíblicas
humilde de coração...". Jesus não
ORIENTAÇÃO DIDATICA somente ensinava, mas também fa-
Professor, para esta lição, fare-zia (At 1.1). Podemos até esquecer
as palavras de um amigo, todavia,
mos um Quadro Interativo Devocio-
sempre nos lembraremos de suas
nal. Este recurso possibilita, através
ações. O caráter santo e perfeito de
de um esquema gráfico, a interação
Cristo ensina tanto quanto suas pa-
com as qualidades de um persona-
lavras. Ele é o nosso modelo do que
gem e sua comparação reflexiva com
dizer, fazer, e acima de tudo, .ser: "Eu
a de outro. Na lição, temos três pa- vos dei o exemplo" (Jo 13.15).
lavras enfáticas: saber, fazer e ser. Nesta lição, estudaremos o
Estas se relacionam, em nosso recur-
f r u t o do Espírito revelado nos
so didático, ao que Cristo sabia, fa-
ensinos, atos e relacionamentos
zia e era. Solicite aos alunos que pre-
de Jesus. Ele é a fonte e o mode-
encham as colunas correspondentes lo do ideal de caráter e santida-
a Cristo e a eles. Em seguida, eles de que Deus deseja implantar no
deverão confrontar seu próprio ca- crente por meio da açào do Es-
ráter com o de Cristo e refletir sobre
pírito Santo.
a comparação feita. Abaixo temos
uma ilustração impessoal, mas no 1. A NATUREZA DO FRUTO NA
exercício, o próprio aluno preenche- PESSOA DE CRISTO
rá com suas palavras.
A manifestação do fruto do Es-
pírito na pessoa de Cristo é dife-
rente da operação do Espírito
Santo no crente regenerado, "pois
INTRODUÇÃO
não lhe dá Deus o Espírito por
Certa vez Jesus exortou os seus medida" fjo 3.34). Isso referente
discípulos; "...Aprendei de mim...". a Cristo.
Ao contrário do que muitos ensinam, 1. O f r u t o do Espírito ma-
a ênfase do aprendizado não estava nifestou-se em Cristo perfei-
unicamente em seus ensinos, mas em to. No crente isto se dá progres-
seu caráter: "...porque sou manso e sivamente. Jesus é o Santo Filho

ÊNFASE CRISTO ALUNO

SABER Filho Unigénito Filho adotivo


de Deus de Deus
FAZER A vontade do Pai A vontade de Cristo

SER Amoroso, manso, Amoroso, manso,


humilde... humilde

Lições Bíblicas 77
de Deus (Lc 1.35), que em tudo foi tica da frutificação espiritual de
tentado, mas sem pecado (Hb Israel (Is 5.1-7; SI 80.8-19; Os
4.15; l Jo 3.5). Ele é o Cordeiro 10.1). Esta nação tornou-se uma
imaculado (l Pé 1.19), o Justo (l vide infrutífera, O Senhor havia
Pé 3.18) cujos lábios falaram a plantado uma semente absoluta-
verdade {l Pé 2.22). Em sua na- mente pura, contudo, os longos
tureza humana, o Senhor depen- verões tornaram a planta degene-
dia completamente do Espírito rada, improdutiva (Jr 2.21, Rm
Santo a fim de executar a vonta- 10.21). O fruto revela a natureza
de do Pai e frutificar. Seu nasci- e o estado da árvore. Por conse-
mento foi através do Espírito (Lc guinte, os ramos (a comunidade
1.35); na tentação, estava cheio do judaica) não produziriam um fru-
Espírito (Lc 4.1); foi ungido pelo to distinto daquele comunicado
Espírito (Lc 4.18); fazia a obra do pela seiva da videira: "Toda árvo-
Pai mediante o Espírito (Lc 7.20; re má produz maus frutos" é a lei
Mt 12.28), e se alegrava no Espí- natural e espiritual segundo Jesus
rito (Lc 10.21). Toda a sua vida (Mt 7.17; Dt 32.32,33). Em condi-
terrena expressava um caráter ções naturais, e à parte de Cristo,
santo e irrepreensível. Ver tam- o homem só origina obras da car-
bém Mt 12.17,18, sobre Jesus e o ne (Gl 5.19-21; Rm 7.18). Como Is-
Espírito Santo. rael, se nos isolarmos de Deus,
2. O fruto do Espírito com- conceberemos apenas obras que
provado em Cristo não repre- contrariem a justiça e a santidade
senta apenas a ausência do divina (Rm 8.7; 10.3).
mal, mas também a expressão 2. A videira cristã. Na An-
total do bem. Ele é perfeito, jus- tiga Aliança, enfatiza-se a relação
to, sem mácula, impecável, mais su- do agricultor com a videira. Porém,
blime do que os céus (Hb 7.26). Em o Novo Pacto ressalta a da videira
sua humanidade santa, Jesus não com seus ramos. No primeiro,
somente venceu o mal, mas tam- Deus, pelo seu
bém praticou o bem (At 10.38; Lc Teocracia amor, consti-
6.9-10). No caso do cristão, não Governo em que tui Israel como
basta ele deixar de viver em peca- a autoridade dos nação. No se-
do conhecido; ele precisa ao mes- reis de Israel gundo, Cristo,
mo tempo praticar sempre o bem. emanava direta- mediante sua
Daí não haver ninguém justo aos mente de Deus. graça, a Igreja
olhos de Deus (Rm 3.10). Ver tam- (Ef 1 . 2 2 , 2 3 ) .
bém Ec 7.20; Lc 18.19. Agora a figura da videira não re-
II. AS DUAS VIDEIRAS presenta a nação judaica e a sua
t e o c r a c i a nem simboliza uma
1. A videira judaica. A ale- instituição, mas a pessoa de Jesus
goria de João 15 retoma a temá- Cristo.

78 Lições Bíblicas
III. AMOR - A FONTE DO FRUTO Um paralelo entre Coríntios e
NA VIDA DE CRISTO Gaiatas revela que Cristo, como
1. O amor, expressão di- personificação do amor de Deus,
vina. Esta virtude é a essência da manifestava todo o fruto do Espí-
vida cristã. É maior do que a fé, a rito. O fruto de Gaiatas 5.22 é visto
esperança (l Co 13.13), e os dons em l Coríntios 13.1-7:
espirituais (l Co 12.31; 13.8-10). a) Amor. Não busca o seu pró-
Procede de Deus (l Jo 4.7), ou me- prio interesse, não é egocêntrico
lhor, é a expressão do próprio (v.4; Jo6.38).
Deus (l Jo 4.8). O amor divino é b) Alegria. Não se alegra com a
imensurável (Jo 3.16), demonstra- injustiça, mas com a verdade (v.6;
do em Cristo (Rm 5.8) e está der- Lc 10.21).
ramado em nossos corações pelo c) Paz. Não se exaspera, nem se
Espírito Santo (Rm 5.5). Cristo é irrita, mas é sereno, mesmo nas di-
o amor encarnado, a própria per- ficuldades (v.5; Jo 14.27).
sonificação do amor perseveran- d) Longanimidade. É paciente,
te, doador e sacrificai (Jo 1.14; tudo sofre e suporta (vv.3,4; Mt
26.41-45).
15.9-13; 13.1; 2 Co 8.9). É o amor
e) Benignidade e Bondade. É ge-
que tanto nos move a viver de
neroso, bondoso, sacrificai, benig-
acordo com o padrão divino quan- no (w. 3,4; Mt 15.32).
to impulsiona para exercitar o f) Fé. Tudo crê; isto é, nunca de-
amor (2 Co 5.14). O cristão tor- siste; confia em Deus e nos homens
na-se mais parecido com Cristo no (v.7;Hb3.1,2).
amor do Espírito (Cl 1.8). Se o nos- g) Mansidão. É manso, não é ego-
so amor é uma extensão do amor ísta e nem soberbo (v.4; Mt 11.29).
de Cristo, frutificaremos abun- h) Temperança. Não se porta
dantemente em casa, no trabalho, com indecência, indelicadeza, im-
na escola, na lavoura, na igreja - propriedade; possui domínio pró-
um fruto não apenas decente, mas prio (v.5; Mt 27.11-14).
também deiscente, isto é, que, ao O amor de Deus em nós reúne
atingir a maturidade, se abre, es- em si todas as virtudes indispensá-
palhando suas sementes sobre os veis para a frutificação espiritual.
campos. É o fruto na sua excelência!
2. O amor de Cristo e o fru-
to do Espírito. O amor é a cha- CONCLUSÃO
ve de ouro para abrir a porta da
frutificação espiritual. Exempli- As palavras, os atos, enfim, a
ficado em l Coríntios 13, é o se- pessoa de Jesus é o modelo ideal
gredo para a existência, perenida- de conduta para a identidade do
de e evidência do fruto em sua ple- crente. O discípulo de Cristo deve
na manifestação no crente (Gl revestir-se das qualidades santas e
5.22). justas de seu Mestre (Ef 4.24), com

Lições Bíblicas 79
a intenção de cumprir o propósito O amor ágape 'tudo sofre, tudo
de Deus, isto é, ser uma extensão cré, tudo espera, tudo suporta' ( l
do caráter de Cristo em todos os Co 13.7).
aspectos de sua vida. Este é o tipo de amor que Paulo
prescreve para a igreja cm Corinto.
Não precisamos da mesma receita
hoje? Nossos grupos também não
Subsidio Devocional brigam entre si? Não flertamos com
"Oh, Corinto. Vocês têm um quem não deveríamos? Às vezes
problema em cada banco da igre- não nos calamos quando devería-
ja. Egoísmo territorial. Falta de ver- mos falar? E aqueles que encontram
a liberdade não sofrem devido
gonha moral. Negligência teológi-
àqueles que não a tem? Um dia ha-
ca. E imprudência generalizada.
verá uma comunidade onde todos
Será possível ajudar uma congre-
se comportarão bem e ninguém re-
gação desse tipo?
clamará. Mas não será deste lado
A solução é uma palavra grega
do céu.
de cinco letras: Á-G-A-P-E. Ágape. Até lá, o que faremos? Devemos
Paulo vislumbra um amor ágape. argumentar. Devemos confrontar.
Paulo poderia ter usado a pala- Devemos ensinar. Mas acima de
vra grega eros. Mas não está se re- tudo, devemos amar.
ferindo ao amor sexual. Ele pode- Um amor assim não é fácil. Nem
ria ter usado philco, no entanto, para você, nem para mim. Também
mostra mais do que amizade. Ou não foi para Jesus. Você quer uma
poderia ter usado storge, um ter- prova? Ouça as suas frustrações: 'Ó
mo carinhoso para o amor famili- geração incrédula! Até quando es-
ar. Mas Paulo tem mais do que a tarei convosco? Até quando vos so-
pá/ doméstica em mente. Ele vis- frerei ainda?' (Mc 9.19).
lumbra um amor ágape, Até o Filho de Deus teve que li-
O amor ágape se preocupa com dar com a questão da comida ruim.
os outros porque Deus se preocu- Saber que Jesus perguntava essas
pou conosco. O amor ágape vai coisas nos tranquili/a. Mas saber
além dos sentimentos e dos bons como Ele mesmo respondeu nos
votos. Por Deus ter nos amado pri- transformará. 'Até quando terc-i
meiro, o amor ágape responde. Por que suportá-los?'". (LUCADO, Max.
Deus ter nos tratado com sua gra- Um amor que vale a pena.
ça, o amor ágape perdoa o erro RJ:CPAD, 2003, p. l 27-9.)
quando a ofensa é grande. Ágape
oferece paciência quando o estresse
é abundante e aumenta a bondade Leia mais
Revista Ensinador Cristão
quando ela é escassa. Por quê? Por-
\, n"21,pág.41.
que Deus nos ofereceu ambas.

Lições Bíblicas
P e r s o n i f i c a ç ã o : Modelo;
exemplo; expressão.
Imensurável: Que não pode
ser medido; ilimitado; infinito.
I m p l a n t a r : Arraigar; firmar;
radicar; introdu/ir. S LUCADO, Max. Momentos
P e r e n e : Duradouro; eterno; marcantes na vida de Jesus. CPAD,
perpétuo. 2004.

QUESTIONÁRIO
1. Como se manifesta o fruto no crente?
R. Progressivamente.
2. Como se revela o fruto em Cristo?
R. Diferente da operação do Espírito no crente regenerado, pois
Deus não lhe deu o Espírito por medida.
3. Qual é a natureza do fruto na pessoa de Cristo?
R. Perfeito e não representa apenas a ausência do mal, mas a
expressão total do bem.
4. Que relação é enfatizada na Nova Aliança?
R. A da Videira com os seus ramos.
5. O que evidencia o paralelo entre Gaiatas 5 e l Coríntios 13?
R. Que Cristo, como personificação do amor de Deus, manifestava
todo o fruto do Espírito.

Lições Bíblicas 81
Lição 12
O FRUTO E OS DONS DO ESPÍRITO
2O de marco de 2OO5

TEXTO ÁUREO HINOS SUGERIDOS


CD Harpa Cristã 437
"A caridade nunca falha; mas, (vol.l - f.4), 155 (vol.4 - f.4) e 24.
havendo profecias, serão aniqui-
ladas; havendo línguas, cessarão;
havendo ciência, desaparecerá"
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
(l Co 13.8). l CORÍNTIQS 12.28-31; 13.1,2
l Coríntios 12
VERDADE PRATICA 28- E a uns pôs Deus na igreja,
primeiramente, apóstolos, em se-
O fruto e os dons do Espírito gundo lugar, profetas, em terceiro,
capacitam o crente a realizar atos doutores, depois, milagres, depois,
miraculosos para a glória de Deus dons de curar, socorros, governos,
e avanço do seu reino. variedades de línguas.

Segunda - 1 Co 14.1 Quinta - 1 Co 1.7,8


O fruto e os dons devem ser O fruto tem a ver com o nosso
Igualmente buscados ser e os dons com o faxer
Terça - Rm 12.3 Sexta - 1 Co 12.4
O fruto é conexo à fé que Deus Os dons são operações
reparte sobrenaturais do Espírito
Quarta - Mt 7.16 Sábado - Gl 5.22
Pelo fruto conhece-se a árvore O fruto é gerado pelo Espírito e
os dons comunicados por Ele

82 Lições Bíblicas
29 • Porventura, são todos apóstolos? do. A associação dos dois temas
São todos profetas? São todos douto- apresentados nesta lição exigirá co-
res? São todos operadores de milagres? nhecimento tanto de um quanto do
30- Têm todos o dom de curar? outro. Evite teorias e posições in-
Falam todos diversas línguas? Inter- fundadas sobre os dons e o fruto.
pretam todos? Resguarde-se da supervalori/.ação
31- Portanto, procurai com zelo os dos dons em detrimento do fruto,
melhores dons; e eu vos mostrarei e vice-versa. É necessário o equilí-
um caminho ainda mais excelente. brio entre uma doutrina e outra
para a completa maturidade dos
l Coríntios 13 fiéis. Ensine a classe não somente
a cultivar o fruto, mas também a
1 - Ainda que eu falasse as línguas buscar os dons espirituais.
dos homens e dos anjos e não tives-
se caridade, seria como o metal que
soa ou como o sino que tine. SÍNTESE TEXTUAL
2 - E ainda que tivesse o dom de Nas páginas do Novo Testamen-
profecia, e conhecesse todos os mis- to, diversos textos descrevem a ma-
térios e toda a ciência, e ainda que turidade cristã. Os dois principais
tivesse toda a fé, de maneira tal que vocábulos que traduzem o concei-
transportasse os montes, e não ti- to de 'maduro' ou 'maturidade'
vesse caridade, nada seria. dentro do contexto moral são: 'per-
feito', assim traduzido nos textos de
Mateus (5.48), de Coríntios (l Co
2.6), de Filipenses (3.15) e de
Hebreus (6.1); e 'adulto', encontra-
Após esta aula, seu aluno deve-
rá estar apto a: do no texto de l Coríntios 14.20.
Essas duas palavras traduzem um
Estabelecer a diferença entre termo no original que significa 'com-
os dons, o dom e o fruto do Espírito. pleto', 'perfeito' (teleios), mas tam-
E x p l i c a r a relação entre os bém 'maduro' ou 'plenamente de-
dons e o fruto do Espírito Santo nas senvolvido'. Segundo a totalidade do
epístolas paulinas. Sermão do Monte, 'perfeito' ou 'ma-
Definir o termo maturidade duro' é aquele que cumpre integral-
cristã. mente cada um dos mandamentos
expostos por Cristo. Daí a razão por-
ONTO DE CONTATQ que 'perfeito', tem o sentido de 'in-
tegridade' e 'inteireza' nestas passa-
Professor, dentro do contexto gens, e não necessariamente 'sem de-
pentecostal, os dons espirituais têm feito' ou 'sem pecado'.
recebido muita atenção enquanto Segundo a epístola aos Efésios,
o fruto esporadicamente é aborda- o cristão maduro ou o 'varão per-

Lições Bíblicas 83
feito' (4.13) é aquele que está cres- focalizava o fazer. Entretanto, o
cendo 'à medida da estatura com- Mestre fez-lhe outra pergunta re-
pleta de Cristo', isto é, possui o ca- alçando o saber: "Tu sabes os man-
ráter de Cristo desenvolvendo-se damentos?". "Sim", respondeu o
em sua vida. A meta do discípulo é jovem. Mas por faltar-lhe o essen-
identificar-se com o seu Mestre e cial, que está acima do fazer e do
assemelhar-se ao seu Pai (Ml 5.48). saber, o ser, o moço retirou-se con-
trariado e entristecido. É em tal
contexto que devemos observar a
ORIENTAÇÃO DIDATICA relação entre o fruto e os dons do
Espírito. O fruto está na dimensão
Nesta lição, usaremos um Para- do ser, enquanto os dons na esfera
lelo Lógico. Este recurso possibili- do fazer. A importância do fruto do
ta a comparação entre vários ele- Espírito em relação aos dons é evi-
mentos e suas possíveis correspon- dente no fato de que entre os dons
dências. Na lição, trabalhamos com (l Co 12 — 14) está o fruto. Não
três conceitos distintos que se en- há, pois, como o crente progredir
trelaçam seja por contraste, seja no exercício dos dons sem o fruto!
porcomplementação. Reproduza o Esta lição visa relacionar o fru-
gráfico abaixo no quadro-de-giz e to e os dons do Espírito no contex-
preencha-o com os alunos. to bíblico do ministério cristão.

I. OS DIVERSOS
RELACIONAMENTOS DO
INTRODUÇÃO FRUTO
Certo jovem rico aproximou-se 1. Os Dons e o Dom. Os dons
de Jesus e perguntou-lhe: "Que fa- do Espírito são dotações sobrenatu-
rei para herdar a vida eterna?" (Mc rais, concedidas pelo Espírito Santo
10.17). Aquela indagação humana aos membros do Corpo de Cristo,

DOM
DONS FRUTO DO ESPIRITO
Habilita a saber, falar Habilita a falar, Habilita a testemunhar
e agir com poder agir e ser como Cristo e servir com eficácia
Devem ser exercidos Disciplina o uso Possibilita os dons
com o fruto dos dons aos crentes
Atestam o recebimento Evidencia a habitação Confirma o recebimento
do batismo no Espírito do Espírito no crente dos dons e a habitação
do Espírito
Não transforma o caráter Transforma o caráter Concede o mesmo poder
à semelhança de Cristo à semelhança de Cristo que habitava em Cristo

84 Lições Bíblicas
para saber, agir, e falar de acordo transformado segundo a estatura
com a graça de Deus (Rm 12.6-81; de Cristo (2 Co 3.18; Ef 4.13).
Co 12.8-10,28-30; Ef 4.7-16). São
distintos do Dom do Espírito, a con- 11. O niUTO E OS DONS NAS
cessão do Santo Espírito como ba- EPISTOLAS PAULINAS
tismo àqueles que crêem e esperam Apesar de o fruto e os dons pro-
a promessa (At 2.1-4, 38, 39). cederem da mesma fonte, são dis-
2. Os Dons e o Fruto. O fru- tintos e interdependentes. Uma lei-
to do Espírito é uma graça extra- tura simples dos textos referentes
ordinária comunicada ao crente aos dons do Espírito não é sufici-
por meio do Consolador a fim de ente para notar-se o modo como a
que ele tenha uma semelhante Bíblia os relaciona ao fruto. Obser-
qualidade moral e a integridade de vemos as recomendações bíblicas
Cristo. (Ef 4.24; l Co 1.30). É a ex- em três de suas epístolas:
pressão do caráter de Cristo no 1. A Primeira Epístola aos
crente. Os dons espirituais, contu- Coríntios 12, 13, 14. No que
do, são outorgas especiais de po- se refere ao fruto e aos dons, estes
der divino com o intuito de reali- três capítulos estão intimamente
zarmos a obra do Senhor {l Co 12 ligados. No capítulo 12.31, o cren-
— 14). Nem os dons devem ser te é admoestado a procurar os dons
exercidos sem o fruto, nem este com zelo, no entanto, neste mesmo
deve ser valorizado a ponto de se texto, mostra-se "um caminho ain-
extinguir aqueles (l Co 13.3; 14.1; da mais excelente", o amor (13.8-
l Ts 5.19-20). 13). Em 14.10, o mesmo ensino bí-
3. Fruto, Dons e Dom do blico continua. Os dons precisam
Espírito. O fruto e os dons espiri- estar associados ao fruto, e vice-
tuais distinguem-se quanto à obra versa, para abrir caminho ao pro-
do Espírito Santo. Estes estão con- gresso espiritual da Igreja. O cren-
dicionados ao batismo com o Espí- te que possui os dons, mas não tem
rito Santo, enquanto o fruto, à pre- o fruto dá mau testemunho, torna-
sença dominante do Espírito no se orgulhoso e os dois cessam em
crente (At 10.45-47; 11.16,17; Jo sua vida (l Co 14).
14.16,17; Rm 8.9). O Dom do Espí- 2. A Epístola aos Romanos
rito é uma experiência sobrenatu- 12. Este capítulo inicia-se com uma
ral que capacita o crente a servir a frase em tom exortativo: "Rogo-vos,
Deus com renúncia, graça e poder pois, irmãos pela compaixão de Deus"
(At 1.8). A habitação do Espírito no (v.l). Logo a seguir, a Bíblia previne
crente é uma realidade imediata à contra a supervalorização dos dons
regeneração e, portanto, algo con- espirituais em detrimento do fruto
tínuo e que deve ser crescente. Me- (w.3-8). A partir do versículo nove,
diante esta habitação do Espírito, a Palavra orienta os crentes a prati-
o caráter do novo convertido é carem o amor, a alegria, a esperan-

Lições Bíblicas 85
ca, a bondade, a paciência, a benig- volvimento espiritual, moral,
nidade, a paz, e a humildade. Que afetivo e social. Este amadureci-
exerçamos os dons, sem, contudo, mento não se adquire com o exer-
esquecermo-nos do fruto. cício dos dons ou mesmo pelo tem-
3. A Epístola aos Efésios 4. po de conversão. É possível prati-
Este capítulo destaca os dons mi- car os dons e ser ainda menino (l
nisteriais e seus propósitos nos ver- Co 14.20), ignorante (l Co 12.1} e
sículos 11-14, entretanto, os versí- carnal (l Co 3.1). Ver mais sobre a
culos 2-6 tratam de um tema co- maturidade em l Co 13.11. Fazer
mum: o fruto do Espírito (mansi- parte de uma igreja há vários anos
dão, longanimidade, amor, paz, es- também não significa maturidade
perança, etc.). Após a descrição dos cristã (Hb 5.12).
dons, o tema do fruto novamente 2. O cristão espiritualmen-
é retomado no versículo 15: "se- te maduro. Segundo Efésios, este
guindo a verdade em caridade crente cresce "à medida da estatu-
[amor]". ra completa de Cristo", isto é, o ca-
4. Propósitos dos dons e do ráter de Jesus desenvolve-se pro-
fruto. Os textos bíblicos acima alu- gressivamente em sua vida. O cren-
didos levam-nos aos propósitos dos te menino é carnal, está rodeado de
dons e do fruto: invejas, contendas e dissensões (l
a) Os dons habilitam a servir Co 3.1-3). Além disso, negligencia o
com poder, enquanto o fruto capa- estudo das Escrituras (Hb 5.11-6.2).
cita a ser como Cristo. É na prática 3. Alcançando a maturida-
o testemunho vivencial e experien- de cristã. Através dos ministéri-
cial do crente como "sal da terra" os da igreja, do desenvolvimento
e "luz do mundo". do fruto do Espírito (Ef 4.7-16; Gl
b) Os dons são capacidades que 5.22), da leitura das Escrituras (2
vêm do alto, ao passo que o fruto é Tm 3.16) e das recomendações en-
gerado no interior do crente. contradas em l Ts 5.16-23, o cren-
c) Os dons são variados, porém te atinge o seu objetivo — a matu-
o fruto é único com nove caracte- ridade cristã.
rísticas singulares.
d) Os dons acompanham o ba- CONCLUSÃO
tismo com o Espírito Santo, o fruto O jovem rico julgava que conhe-
inicia-se com o novo nascimento. cimento e boas obras eram sufici-
entes para adquirir a vida eterna.
III. OS DONS, O FRUTO E A Às vezes, pensamos que o saber e
MATURIDADE CRISTÃ
o fazer bastam para Deus. Assim
1. Maturidade cristã. Étan- como Jesus amou e desafiou aque-
to um estado quanto uma qualida- le jovem, também Ele nos ama (Mc
de daquele que alcançou, através 10.21) e encoraja-nos: "Se queres
da graça de Cristo, o pleno desen- ser perfeito (teleios)..." (Mt 19.21).

86 Lições Bíblicas
Se almejamos ser maduros ou com- que surge abrupta e repentinamen-
pletos, precisamos ir além de doa- te. Não se pode alcançá-la da noite
ções materiais. É necessário que nos para o dia. Não existe um 'toque de
comportemos como Cristo, e mágica' capaz de nos transformar
dcdiquemo-nos aos outros (Jo de anões espirituais em gigantes da
15.13; 2 Co 8.9). Sendo assim, se- fé.
remos conforme Cristo. Reconhecemos que crescer im-
plica um esforço titânico numa es-
cala também titânica. Há um pro-
cesso gradativo para se chegar à
Subsídio Devocional presença de Deus. Isto exige deter-
"Você jamais crescerá sem a in- minação. É o triunfo da fé persis-
tervenção dos céus. É a norma di- tente sobre nossa negligente natu-
vina para se manter inviolável à reza. Esta tomada de posição deixa
dependência da criatura perante o claro que o progresso espiritual é,
seu criador. Vida madura ê vida prioritariamente, um ato de inva-
sobrenatural. A essência da verda- são. É inútil supor que o crescimen-
deira espiritualidade reside no fato to virá a nós subitamente. Temos
de que o próprio Deus está interes- de persegui-lo até conquistar o di-
sado em conceder-nos o crescimen- reito de posse. Cada passo que você
to. Cabe-nos, porém, preencher cer- der neste território, trará consigo
tas condições que demonstram nos- nova oportunidade de ascendência
sa voluntária submissão aos precei- espiritual.
tos básicos de seu governo. Sob que Para quem faz sua opção por
motivos pode ser anulada nossa Cristo, mas permanece distante das
maturidade? Quais são os obstácu- verdades fundamentais do Evange-
los potenciais? Que tipos de empe- lho, sem responsabilidades defini-
cilhos podem surgir ao longo do das quanto aos ditames de se to-
processo de maturação espiritual? mar a cruz, negar-se a si mesmo e
Se você conseguir responder tais seguir a Cristo bem de perto, resta
perguntas, desobstruindo o acesso um inglório fim: seu caminho não
rumo à estabilidade na fé, nada o prosperará. Que diremos então? É
deterá nesta ascendente jornada. mais que óbvio que Deus dará um
[...] O preço da maturidade está na crescimento na proporção exata de
rejeição de conceitos e práticas que nossa disposição de avançar.
venham a projetar o domínio do Por que é que alguns cristãos
pecado sobre nós (Rm 6.14). Abs- continuam bebés espirituais, en-
ter-se de coisas e atos que entriste- quanto outros avançam na direção
cem ao Senhor, é requisito básico da maturidade? [...] Todavia, quan-
da dieta espiritual. Onde deixamos do lemos em Mateus 5.6, descobri-
nossa bandeira de oposição ao mal? mos o segredo do gigantismo espi-
[...] Maturidade não é uma virtude ritual: 'Bem-aventurados os que têm

Lições Bíblicas 87
fome e sede de justiça, porque se-
rão fartos'. Jesus revelou que o se-
GLOSSÁRIO
gredo do crescimento espiritual Concessão: Ação de conceder;
está no apetite voraz pela Palavra
permissão; consentimento; licença.
de Deus. Os que satisfazem esse
apetite, alimentando-se da Palavra Dotação: Ato de atribuir al-
e comungando com Cristo, já usu- gum dom a alguém.
fruem de real maturidade espiritu- Extinguir: Apagar, anular; re-
al; já se fazem gigantes na fé". vogar.
(SANTOS, Ismael dos. A caminho da
maturidade. RJ:CPAD, 1995, 17, 19,
22-24.) L rii 333
t t-
Jr- 1 t- > i i
SANTOS, Ismael dos. A cami-
Leia mais nho cia maturidade. CPAD, 1995.
Revista Ensinador Cristão •/ RUGHES, R. Kent. Disciplinas
\, n°21,pág. 42 do homem cristão. CPAD, 2004.

QUESTIONÁRIO
J. O que são os dons do Espírito?
R. São dotações sobrenaturais, concedidas pelo Espírito Santo aos
membros do Corpo de Cristo para saber, agir, e falar de acordo
com a graça de Deus.
2. Como distinguimos os dons e o fruto quanto à obra do Espírito?
R. Os dons estão condicionados ao batismo com o Espírito Santo,
enquanto o fruto, à presença dominante do Espírito no crente.
3. O que é o Dom do Espírito?
R. É uma experiência sobrenatural que capacita o crente a servir a
Deus com renúncia, graça e poder.
4. Cite dois propósitos dos dons espirituais.
R. Os dons habilitam a falar e agir com poder.
5. O que é maturidade cristã?
R. É tanto um estado quanto uma qualidade daquele que alcançou,
através da graça de Cristo, o pleno desenvolvimento espiritual,
moral, afetivo e social.

^B ^Hi

Lições Bíblicas
«p Lição 13
FRUTIFICAÇÃO ESPIRITUAL:
CONTRA ISSO NÃO HA LEI
27 de marco de 2OO5*.

TEXTO ÁUREO HINOS SUGERIDOS


CD Harpa Cristã 231
"Mas o fruto do Espírito é: carida- (vol.6 - f . l ), 246 e 254.
de, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansi-
dão, temperança. Contra essas LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
coisas não há lei"
RQMANOS 12. 9-18;
(G! 5.22,23). GALATAS 5.16-18, 22-25
Romanos 12
ERDADE PRATICA 9 - O amor seja não fingido. Abor-
recei o mal e apegai-vos ao bem.
O cristão, que produz o fruto do 10- Amai-vos cordialmente uns aos
Espírito, deve saber que não há lei outros com amor fraternal, prefe-
restritiva sobre isso. rindo-vos em honra uns aos outros.

Segunda - GI 5.16 Quinta - 61 5.25


O antídoto contra as Viver no Espírito é andar
concupiscências da carne conforme a doutrina bíblica
Terça - Rm 7.5 Sexta - Rm 8.14
A natureza pecaminosa produz Os filhos de Deus deixam se
fruto para a morte guiar pelo Espírito de Deus

Quarta - Rm 6.14 Sábado - Rm 6.22


O pecado não tem domínio sobre O fruto espiritual condu/, à
quem está sob a graça de Deus santificação do crente

Lições Bíblicas 89
11- Não sejais vagarosos no cuida- 25- Se vivemos no Espírito, ande-
do; sede fervorosos no espírito, ser- mos também no Espírito.
vindo ao Senhor;
12- alegrai-vos na esperança, sede
pacientes na tribulação, perseverai
na oração; Após esta aula, seu aluno deve-
13 - comunicai com os santos nas suas rá estar apto a:
necessidades, segui a hospitalidade; Explicar o conceito bíblico de
14 - abençoai aos que vos perseguem; liberdade cristã.
abençoai e não amaldiçoeis. Estabelecer a diferença entre
15- Alegrai-vos com os que se ale- liberdade em Cristo e escravidão
gram e chorai com os que choram. da lei.
Citar o fruto do Espírito.
16- Sede unânimes entre vós; não
ambicioneis coisas altas, mas
acomodai-vos às humildes; não PONTO DE CONTAT
sejais sábios em vós mesmos.
Professor, chegamos ao final de
17 - A ninguém torneis mal por mal; mais um trimestre! Durante esses
procurai as coisas honestas perante encontros dominicais, nossos alunos
todos os homens. foram abençoados por Deus através
18 - Se for possível, quando estiverem do ensino de diversos temas bíblicos
vós, tende paz com todos os homens. edificantes. Quantos momentos agra-
Gaiatas 5 dáveis passamos com a classe! Fomos
16- Digo, porém: Andai em Espírito instrumentos nas poderosas mãos do
e não cumprireis a concupiscência Pai para exortar, consolar e edificar
da carne. os amados filhos de Deus. Algumas
17- Porque a carne cobiça contra o vezes, sem que os alunos percebes-
Espírito, e o Espírito, contra a car- sem, comparecemos diante deles atri-
ne; e estes opõem-se um ao outro; bulados, preocupados. Em outros
para que não façais o que quereis. momentos, enfermos, com necessida-
18- Mas, se sois guiados pelo Espíri- des materiais não supridas. Não foi
to, não estais debaixo da lei. fácil perseverar ante as adversidadcs
enfrentadas neste trimestre. Mas gra-
22 - Mas o fruto do Espírito é: carida-
ças ao nosso Deus, cumprimos a nos-
de, gozo, paz, longanimidade, be-
sa missão. Na tristeza, desfrutamos da
nignidade, bondade, fé, mansidão,
alegria; na tribulação, mostramo-nos
temperança.
pacientes e perseverantes; na tempes-
23- Contra essas coisas não há lei. tade, usufruímos da mais profunda
24- E os que são de Cristo crucifica- paz. Ensinamos porquanto primeira-
ram a carne com as suas paixões e mente aprendemos com o Espírito
concupiscências. Santo a ser como Cristo.

90 Lições Bíblicas
das obras da carne para o fruto do
SÍNTESE TEXTUAL
Espírito, da morte para a vida
A carta de Paulo aos Romanos eterna (Rm 6.16-23). Há diversas
leis bíblicas que condenam o pe-
foi considerada o principal livro do
Novo Testamento e o mais puro cado em todas as suas dimensões,
Evangelho pelo reformador Marti- no entanto, não há qualquer res-
nho Lutero. O impacto que as pala- trição à manifestação do fruto do
vras desta carta causaram no 'Cis- Espírito.
ne de Eisleben1 fê-lo afixar na ca-
pela de Wittemberg suas 'noventa ORIENTAÇÃO DIDATICA
e cinco teses'. Outros estudiosos e
fiéis têm encontrado semelhante Professor, como já é de seu co-
conforto e segurança salvífica ao nhecimento, a ilustração de um
estudar os temas doutrinários con- tema possibilita múltiplas aprendi-
tidos em Romanos. zagens, pois o aluno não assimila a
A pergunta crucial encontrada matéria apenas por aquilo que ouve,
nos capítulos seis e sete é: 'Pecare- mas também pelo que vê, apalpa
mos porque não estamos debaixo etc. Por exemplo, quantos sentidos
da lei, mas debaixo da graça? De seriam despertados através do uso
modo nenhum' (Rm 6.15). Ser li- de uma simples fruta para ilustrar
vre do jugo da lei não significa que o ensino do fruto do Espírito! Por
o crente pode fazer o que lhe apraz, isso, nesta última lição, reproduza
todavia, antes, implica ser escravo o desenho abaixo no quadro de giz.
da graça: 'mas agora libertados do Explique resumidamente a impor-
pecado e feitos servos de Deus, ten- tância de cada virtude do fruto do
des o vosso fruto para a santifica- Espírito. Se for possível, leve tange-
ção, e por fim a vida eterna' (Rm rinas ou laranjas, ou qualquer ou-
6.22). É ser transportado do Diabo tra fruta de sua região semelhante
para Deus, do pecado a estas, para ilustrar me-
para a santi lhor a aula.
dade,

Lições Bíblicas 91
vê/, por todas como nossa expiação.
Ele estabeleceu uma nova aliança
entre Deus e o homem, através da
INTRODUÇÃO qual somos perdoados mediante a
A vontade de Deus é que seja- graça de Deus pela fé no Salvador
mos cristãos frutíferos, isto é, que Jesus. Ver Lc 2.10,11; Gl 4.4-6. Ago-
manifestemos as virtudes de Cris- ra não estamos sob a escravidão do
to diariamente, assim como os ra- antigo pacto. Por Cristo, somos li-
mos apresentam as qualidades da bertos da lei (Jr 31.31-34).
videira à qual estão ligados. Isso só 2. A Lei de Liberdade. Os
é possível com a presença e o do- cristãos, pela fé em Cristo, estão sob
mínio soberano do Espírito Santo o novo concerto, portanto, livres da
em nós. Há na Bíblia leis contra observância dos ritos cerimoniais
muitas coisas, porém não há ne- e dias especiais relacionados ao
nhuma contra o fruto do Espírito e antigo. A nova aliança, mediante o
sua abundância no crente. sangue de Jesus, é uma aliança de
liberdade, justiça e vida (Mt 26.28).
I. A LEI E A LIBERDADE Em Gaiatas 6.2, o evangelho é cha-
CRISTÃ mado "a lei de Cristo", a lei da li-
1. A Liberdade da Escravi- berdade para servirmos a Deus e
dão. Por que temos leis? Imagine não ao pecado.
como seria sua comunidade se não
houvesse leis? Certamente, cada um II. DM DESENVOLVIMENTO
faria o que bem quisesse, sem pen- PROGRESSIVO
sar nos direitos de ninguém. O fruto do Espírito é a obra es-
A lei do Antigo Testamento não pontânea do Espírito Santo dentro
evitava que as pessoas procedessem de nós, ou melhor, é o crescimento
erroneamente, contudo, através gradual da vida e natureza de Je-
dela podiam distinguir entre o cer- sus Cristo no crente. Mediante o
to e o errado. A decisão para obe- Espírito Santo, o caráter de Jesus
decer ou desobedecer à lei era in- pode ser contemplado em você no
dividual. Se alguém escolhesse de- trabalho? Na rua? Na igreja? No
sobedecer à lei, teria de arcar com culto? No lar? Na escola? No lazer?
as inevitáveis consequências. Nos relacionamentos? (Ver l Pé
Deus sabia que o homem, devi- 1.15,16). Qual a sua reação diante
do ao pecado inato em sua nature- das provações? (Rm 12.12).
za, não podia por seu próprio es- Este modo de viver santo e ho-
forço cumprir a lei divina. Deus, nesto realiza-se no crente à propor-
pois, estabeleceu a oferta de sacri- ção que o Espírito Santo controla e
fícios como expiação pelo pecado. influencia sua vida. O propósito
No devido tempo, Jesus veio e cum- deste estudo é encorajá-lo a buscar
priu toda a lei ao oferecer-se de uma este desenvolvimento progressivo.

92 Lições Bíblicas
Quem anda em Espírito, não cum- supre todas as nossas necessidades.
pre os desejos da carne, pelo con- A Bíblia nos exorta a fazer o melhor
trário, o seu principal anelo é vi- que pudermos para viver em paz
ver como Jesus, agir como Ele, e com todos, a buscar a paz e a segui-
refletir o seu caráter. la. A paz com os homens também
requer que sejamos pacificadores.
III. UM RETROSPECTO DO 4. Paciência. Esta virtude tra-
FRUTO DO ESPIRITO ta da longanimidade, calma e auto-
No intuito de concluirmos o es- domínio. Paciência é a perseveran-
tudo deste trimestre, revisaremos ça ou a capacidade de suportar as
cada qualidade do fruto do Espírito. circunstâncias adversas. É manifes-
1. Amor. A primeira virtude tada nos atributos de Deus confor-
do fruto do Espírito é o amor divi- me descritos em Êxodo 34.6 — mi-
no ou ágape, o qual é abnegado, sericordioso, piedoso, tardio em iras,
profundo e constante; sua maior beneficente, verdadeiro, perdoador.
expressão encontra-se em Deus e 5. B e n i g n i d a d e . A pessoa
no ato de Cristo na cruz. É pacien- que manifesta a benignidade pos-
te, benigno e altruísta. Alegra-se sui uma disposição graciosa, a
com a verdade. Não é invejoso, im- qual abrange ternura, compaixão
prudente, orgulhoso, arrogante ou e brandura, e flui da pureza inte-
rude, e nem se ira facilmente. Tudo rior. Ela nos predispõe a fazer o
espera, tudo suporta, tudo crê (l que é bom. A benignidade está es-
Co 13). Reparou que muitas defi- treitamente associada à bondade,
nições de outras dimensões do fru- isto é, à prática de ações benig-
to espiritual aplicam-se ao amor? nas.
2. Alegria. Esta característica 6. Bondade. Esta caracterís-
é uma graça divina cujo resultado tica é a prática ou expressão da
é satisfação, deleite tranquilo e con- benignidade — fazer o que é bom.
tentamento no Espírito. É proveni- Inclui servir aos outros e ser ge-
ente da fé em Deus e não é afetada neroso. Pode ser afável e forte,
pelas circunstâncias da vida, mas também implica repreensão
Alegramo-nos por causa da salva- e disciplina com a finalidade de
ção e das bênçãos que a seguem. conduzir ao arrependimento e ao
Há um forte elo entre o sofrimento perdão.
e a alegria, pois esta concede-nos 7. Fidelidade. Esta é a quali-
força para suportar aquele. dade de quem possui fé. Fidelida-
3. Paz. A paz outorgada pelo de está relacionada à probidade,
Espírito Santo implica tranquilida- integridade, fidedignidade, lealda-
de, quietude, unidade, harmonia, de, honestidade e sinceridade. A
segurança, confiança, abrigo e re- fidelidade baseia-se em nossa con-
fúgio. É um senso de bem-estar es- fiança de que Jesus nos salva e em
piritual, e a convicção de que Deus nossa absoluta rendição a Ele como

Lições Bíblicas 93
nosso Senhor e Salvador. O indiví- caráter santo. Os atributos morais
duo fiel é digno de crédito — age do Senhor se manifestam no cren-
corretamente e cumpre suas pro- te à medida que este permanece
messas. É fiel na mordomia — rea- ligado à Videira Verdadeira. Estas
liza a obra de Deus de maneira di- virtudes são produzidas pelo Espí-
ligente, porquanto reconhece que rito Santo — o Executivo divino das
seu tempo, talentos e posses per- qualidades morais de Cristo no
tencem ao Senhor. crente.
8. Mansidão. As três princi- Em suma: ou o crente produz o
pais ideias deste aspecto são: sub- fruto do Espírito, ou não tem fru-
missão à vontade de Deus; susce- to nenhum. Esse fruto é um só,
tibilidade para aprender; e com diferentes aspectos como já
atenciosidade. A mansidão abran- vimos. Um fruto não permanece na
ge o controle da raiva. As analogi- árvore mutilado, bichado e incom-
as de Cristo com o cordeiro, do Es- pleto. Ê "o" fruto do Espírito se-
pírito Santo com a pomba e dos gundo Gí 5.22.
crentes com as ovelhas ilustram a
importância desta virtude em nos- AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
sa vida.
9. Temperança. A dimensão Subsídio Teológico
final do fruto do Espírito é a tempe- "Vários fatores contribuíram
rança ou autocontrole, isto é, o do- para que o estado néscio dos cris-
mínio sobre o ego. É ilustrada atra- tãos gaiatas se tornasse ainda mais
vés do treinamento rígido e da dis- grave. A doutrina da cruz lhes foi
ciplina de atletas dos antigos tem- pregada, e a ceia do Senhor lhes
pos, que se empenhavam em con- era ministrada. Em ambas, Cristo
quistar o prémio (Hoje, isso acabou crucificado e a natureza de seus
e os chamados atletas são apenas sofrimentos lhes haviam sido ex-
profissionais e não mais vocacio- postos de modo pleno e claro. [...]
nais). A temperança implica domi- Não são sábios aqueles que tole-
nar as paixões sensuais e moderar ram ser desviados do ministério e
os hábitos diários, ao invés de satis- da doutrina em que foram aben-
fazer os próprios desejos. çoados para o seu próprio provei-
to espiritual. Ah! Que os homens
CONCLUSÃO não se desviem da doutrina de
O fruto nônuplo do Espírito é Cristo crucificado, que é uma dou-
uma necessidade para o cristão trina de importância absoluta,
que deseja reflelir a imagem de para ouvirem distinções inúteis,
Cristo nestes últimos dias. Não so- pregações puramente morais ou
mos apenas exortados por Jesus a loucas imaginações! O deus deste
carregar a cruz e a segui-lo, mas mundo cegou o entendimento dos
também a revestirmo-nos de seu homens usando diversos homens

94 Lições Bíblicas
e meios, para que aprendessem a
não confiar no Salvador crucifica-
do. Podemos perguntar de modo
I n t u i t o : Objetivo; intento;
direto: Onde há o fruto do Espíri-
plano.
to de modo mais evidente? Naque-
Predispor: Dispor com ante-
les que pregam a justificação por
cipação; preparar; preestabelecer.
meio das obras da lei, ou naque-
Probidade: Honestidade; inte-
les que pregam a doutrina da fé?
gridade; honradez.
Com toda segurança, nestes últi-
Suscetibilidade: Qualidade de
mos" (HENRY, Matthew. Comentá-
quem aceita modificações ou adqui-
rio bíblico de Matthew Henry. RJ:
re novas qualidades; sensibilidade.
CPAD, 2002, p. 983).
: 1 h I- > j l

Leia mais
S HENRY, Matthew. Comentá-
Revista Ensinador Cristão
rio bíblico de Matthew Henry.
\, n°21, pág. 42
CPAD, 2002.

QUESTIONÁRIO
1. O que Deus espera dos cristãos?
R. Que sejamos cristãos frutíferos, isto é, que manifestemos as
virtudes de Cristo diariamente.

2. Quais são as nove virtudes do fruto do Espírito?


R. Amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade,
mansidão e temperança.

3. Qual o principal anelo do crente que anda em Espírito?


R. É viver como Jesus, agir como Ele, e refletir o seu caráter.

4. Qual a primeira virtude do fruto do Espírito?


R. O amor.

5. Qual a dimensão final do fruto do Espírito?


R. A temperança ou o autocontrole.

Lições Bíblicas 95
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Mensagem:
Pr. José Wellington
B. da Costa

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Rede TV - Sábados/ às lOh


Rede Bandeirantes - Sábados/ às 10h30min
RBN - Sábados/ às lOh e às 17h30min Domingos/ às 17h30min
(horário oficia/ de Brasília)

• Mensagem cfa Palavra de Deus • Reportagens • Enfrev/sfas


* informação * Edificação • Louvor

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(9s artigos que matcavam o
7* J i^Ts
©Movimento c^Pentecostal ^••w^

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