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Capítulo 2 terceirização................................................................................................................... 41
2.1 Terceirização no Brasil: histórico e contexto atual................................................................. 41
2.2 Terceirização, quarteirização e empreiterização: definições ................................................. 45
2.3 Terceirização: os atores do processo...................................................................................... 46
2.4 Terceirização: estratégias, objetivos, atividades terceirizáveis, riscos e vantagens ............ 55
2.5 Fases do processo de terceirização ........................................................................................ 63
2.6 Aspectos sociais da terceirização .......................................................................................... 64
2.7 Aspectos jurídicos da terceirização ........................................................................................ 67
Questões .......................................................................................................................................... 76
1 Keiretsu termo que designa uma forma de organização empresarial desenvolvida no Japão, pela qual as empresas
têm participação acionária cruzada e integram redes de subcontratação que permitem relações estáveis de for‑
necimento. Para mais detalhes, conira o Capítulo 1, Item 1.2.3.
Bom proveito!
eStratÉGiaS de ForNeCiMeNto:
PaNoraMa e CoNCeitoS FuNdaMeNtaiS
João Amato Neto •
Bernadete de Lourdes Marinho •
1 WILLIAMSON, Oliver E. The economic institutions of capitalism: irms, markets, relational contracting. New
York: The Free Press, 1985.
2 HARRIGAN, Kathryn. Strategic lexibility. Columbia: Strategy Research Center, Columbia University, 1985.
3 WOODWARD, Joan. Organização industrial: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 1977.
4 LEVITT, Theodore. Exploit the product life cycle. Harvard Business Review, Boston, vol. 43, p. 81‑94, 1965;
KOTLER, Philip. Marketing. São Paulo: Atlas, 1980.
5 PORTER, Michael. Competitive advantage: creating and sustaining superior performance. London: Collier
Macmillan, 1985.
6 WILLIAMSON, 1985.
nova configuração, que apresentou o Japão como mais uma potência industrial.
Essa configuração implicou profundas mudanças nas tradicionais formas de or‑
ganização industrial, em geral, e na produção em particular, fundamentadas em
três elementos básicos7:
• novas formas de organização do trabalho;
• revolução na área técnica com o advento de novas tecnologias, baseadas
na microeletrônica;
• novo padrão de inter‑relacionamento das empresas.
7 HOFFMAN, Kurt; KAPLINSKY, Raphael. Driving force: the global reestructuring of technology, labor and
investment in the automobile industry. Bolder Colorado: West View Press, 1988.
É claro que toda essa forma de organização do trabalho pode ser amplamente
dinamizada com a utilização de equipamentos automáticos de base microele‑
trônica, tanto na operação como no transporte de peças de um posto para o
subsequente, embora a utilização desses equipamentos não constitua um prerre‑
quisito para a implementação dessas mudanças organizacionais.
Toda a estratégia de manufatura dentro desse novo paradigma da produção fle‑
xível tem sido orientada pela busca permanente da excelência da qualidade por
toda a empresa e da produção “zero defeitos” e “zero estoques”. Nesse sentido,
os programas do tipo Círculos de Controle da Qualidade (CCQs), Total Quality Control
(TQC)8, Just‑in‑time, Kanban9 e Quality Function Deployment (QFD)10 transformaram‑
‑se em símbolos de uma pretensa “modernização” dos sistemas produtivos.
8 ISHIKAWA, Kaoru. TQC Total quality control: estratégia e administração da qualidade. São Paulo: IMC; Inter‑
nacional Sistemas Educativos, 1986.
9 SCHONBERGUER, Richard J. Técnicas industriais japonesas. São Paulo: Pioneira, 1986.
10 AKAO, Yoji (Ed.). Quality function deployment: integrating customer requirements into product design. Portland:
Productivity Press, 1990.
11 CORIAT, Benjamin. Automação programável: novas formas e conceitos de organização da produção. In: SCHMITZ,
Hubert; CARVALHO, Rui Quadros (Orgs.). Automação, competitividade e trabalho: a experiência internacional. São
Paulo: Hucitec, 1988. p. 13‑61.
clássicos de gestão empresarial estão sendo revistos no mundo todo, em face das
exigências do mercado, e vem cedendo lugar para novas práticas e concepções.
A opção pela terceirização, em sentido amplo (como transferência de uma
atividade da cadeia produtiva a um terceiro) tem‑se mostrado uma tendência
crescente nas organizações em todo o mundo, apresentando‑se como uma práti‑
ca eficiente para introduzir a flexibilidade organizacional que os atuais padrões
de competitividade exigem. Quando decidem comprar de fornecedores, as em‑
presas terceirizam e desverticalizam a sua estrutura de gestão e operação, foca‑
lizando a sua atenção naquilo que sabem fazer melhor.
O objetivo maior que se busca atingir por meio dessa nova estrutura organi‑
zacional, em que se destaca a importância das relações interempresariais, pode
ser resumido na seguinte ideia: fazer com que a grande empresa contratante
possa se concentrar em apenas um conjunto limitado de tarefas operacionais
e gerenciais, constituindo, para isso, uma rede de fornecedores competentes,
tanto ao nível do outsourcing (subcontratação de produtos ou serviços de outras
empresas instaladas no próprio país de atuação da empresa contratante), como
do globalsourcing (entrelaçamento mais abrangente, com uma rede de fornece‑
dores de outros países).13
Desde os primórdios do processo de produção industrial em massa, as gran‑
des empresas do setor automobilístico provocaram o surgimento de inúmeras
pequenas empresas fornecedoras de autopeças, que passaram a produzir vários
tipos de peças e componentes para as grandes montadoras da época (primeira
metade do século XX). Embora a Ford e a General Motors apresentassem eleva‑
dos níveis de integração vertical, enquanto a Chrysler e as empresas europeias
tendessem a comprar a maior parte dos componentes de firmas independentes,
o fato é que a subcontratação já era uma realidade desde o nascimento da in‑
dústria automobilística.
Essas pequenas empresas – ainda que fossem consideradas “filiais cativas” das
grandes montadoras – desenvolviam seus projetos de produtos (autopeças) de
forma independente do desenvolvimento do produto final (automóvel), o que pro‑
vocou o surgimento de inúmeros problemas de inter‑relacionamento, tais como:
a. irregularidade nos prazos de entrega de lotes de peças, muitas vezes
devido à própria informalidade na contratação de itens individuais;
b. altos índices de peças defeituosas e incompatíveis com o conjunto ao
qual se destinavam (qualidade não assegurada);
13 AMATO NETO, J. Reestruturação industrial, terceirização e redes de subcontratação. Revista de Administração
de Empresas (RAE), São Paulo, vol. 35, n. 2, p. 33‑42, 1995.
14 HELPER, Susan. Strategy and irreversibility in supplier relations: the case of the US automotive industry.
Cleveland: Case Western Reserve University, 1991.
SUBFORNECEDOR 1
“EMPRESA-MÃE”
(MONTADORA) DEPÓSITO/
SUBFORNECEDOR 2 EXPEDIÇÃO
15 AMATO NETO, João. As formas japonesas de gerenciamento da produção e de organização do trabalho. In:
CONTADOR, José Celso (Org.). Gestão de Operações: a engenharia de produção a serviço da modernização da
empresa. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2010. p. 201‑213.
Esses fatos obrigaram o governo japonês a decretar, em 1956, a Lei para Prevenir
Atraso no Pagamento das Subcontratações.16
Do período imediatamente pós‑guerra até os dias de hoje, os sistemas de
subcontratação evoluíram muito na indústria japonesa. A partir dos anos 1950,
as grandes empresas montadoras de vários setores industriais (construção na‑
val, indústria automobilística, de equipamentos elétricos, de fios sintéticos etc.)
passaram a adotar/adaptar esse sistema, procurando tirar proveito dos seus as‑
pectos positivos.
Já nos anos 1990, existia no Japão uma divisão social do trabalho, por meio
dos sistemas de subcontratação, envolvendo praticamente todos os ramos da
indústria de transformação. Nesse mesmo país, existiam por volta de 714 mil
empreendimentos industriais, dos quais mais de 99% eram pequenos empreen‑
dimentos. Cerca de 470 mil firmas, ou algo em torno de 66%, eram fornecedoras
ou “processadoras de pedidos” (subcontratadas).17
Os keiretsu representaram uma forma particular de organização das relações
entre empresas, envolvendo uma série de aspectos fundamentais para o bom fun‑
cionamento de tais redes de fornecimento (networks), dentre os quais se destacam:
• forte participação de uma empresa na propriedade de outra(s) (“participa‑
ção acionária cruzada”);
• diretorias e outros cargos de comando também cruzados;
• iliação conjunta a um mesmo banco;
• processos de consultas técnica e gerencial recíprocas;
• relações estáveis de fornecimento (compra e venda) de insumos entre as
empresas clientes e as subcontratadas.
No sistema pioneiro de subcontratação adotado pelos japoneses, as grandes
montadoras e as pequenas empresas fornecedoras de autopeças desenvolvem,
em conjunto, novos projetos e/ou aperfeiçoam produtos/peças já existentes.
Isso inclui auxílio técnico, utilização em comum de laboratórios, pessoal, equi‑
pamentos para testes etc., e até mesmo auxílio financeiro da grande empresa
para as pequenas e médias indústrias. Em síntese, sob essa nova filosofia de
relacionamento cliente‑fornecedor (estratégia do diálogo) devem predominar
as seguintes diretrizes:
• aproximação dos fornecedores;
• cooperação para desenvolvimento de produtos e processos;
16 ILDA, Itiro. Pequenas e médias empresas no Japão. São Paulo: Brasiliense, 1984.
17 IWAKI, Goh. Small and mediun industries in economic development. Nagoya: NITC, 1990.
EMPRESA-MÃE
SUBCONTRATANTES
DE 1o NÍVEL
SUBCONTRATANTES
DE 2o NÍVEL
SUBCONTRATANTES
FLUTUANTES
18 ILDA, 1984.
19 IIDA, 1984; HOSODA, Kazuo. Outline of small and medium enterprise modernization promotion measures. Nagoya: NITC,
1990; AMATO NETO, João. Aspectos recentes do desenvolvimento das pequenas e médias empresas no Japão. In:
Encontro Nacional da Engenharia de Produção (Enegep), 11., 1991, Rio de Janeiro. Anais. Rio de Janeiro: UFRJ, 1991;
KOIKE, Yasuhiro. Structural adjustment of the regional industry in Japan. Tokyo: IDE, 1992; KOIKE, Yasuhiro. Orga‑
nização de subcontratação industrial na Coreia e em Taiwan. Economia Asiática, São Paulo, vol. 31, n. 4, 1990.
20 PIORE, Michael; SABEL, Charles. The second industrial divide: possibilities for prosperity. New York: Basic
Book, 1984.
21 SCHMITZ, Hubert. Industrial districts: model and reality in Baden‑Württenberg, Germany. In: PYKE, Frank;
SENGENBERGER, Werner (Eds.). Industrial districts and local economic regeneration. Geneva: International Ins‑
titute for Labour Studies, 1991.
22 SCHMITZ, 1991.
1.3.1 Desverticalização
Os termos desverticalização e desintegração vertical referem‑se ao movi‑
mento de redução do tamanho da cadeia de atividades de uma empresa, tanto no
nível administrativo quanto no nível de produção.
Na esfera administrativa, ocorre o processo de downsizing, com a redução
do número de níveis hierárquicos; na esfera produtiva, ocorre a redução e/ou
eliminação de alguns processos, seções produtivas ou de apoio à produção, ou
simplesmente a eliminação de alguns postos de trabalho.
O downsizing consistiu no primeiro esforço de mudança das empresas que,
enxugando seus organogramas, promoveriam uma agilização no processo de
tomada de decisões. A Figura 1.3 ilustra tal fenômeno, traduzido como “enxu‑
gamento” administrativo.
NÍVEL 1
NÍVEL 2
NÍVEL 3
NÍVEL 4
NÍVEL 5
NÍVEL 6
NÍVEL 7
- ESTRUTURA TRADICIONAL NÍV
NÍVEL 8 EL 1
'
NÍVEL 9 NÍV
NÍVEL 10 EL 2
- NOVA ESTRUTURA (”ENXUTA”) '
NÍVEL 11 NÍV
EL 3
'
NI - NO DE CAMADAS (”LAYERS”) HIERÁRQUICAS NÍV
EL
(ESTRUTURA TRADICIONAL) NÍV 4'
EL
5'
NI' - ORDEM PARA NOVA ESTRUTURA
1.3.2 Focalização
Próximo ao conceito de desverticalização encontra‑se a ideia de focalização: a
empresa moderna deveria focalizar ou focar esforços nas atividades/operações que
1.3.4 Horizontalização
A estratégia de horizontalização também pode ser entendida como um ins‑
trumento a mais no sentido de maior descentralização gerencial. Em outras
palavras, as grandes unidades produtivas se subdividem em minifábricas ou uni‑
dades de negócios que, embora pertencentes à mesma corporação, caracterizam‑
‑se pela maior autonomia operacional e gerencial.
Essas unidades de negócios são interligadas por uma rede de valor que justi‑
fica a adoção dessa estratégia, tendo por objetivo principal tornar mais eficiente
o sistema produtivo como um todo, propiciando maiores vantagens compe‑
titivas à corporação.26 Entretanto, tal estratégia não implica necessariamente
terceirização de algumas atividades desenvolvidas anteriormente pela grande
corporação de forma centralizada.
1.3.5 Parceria
Em se tratando de estratégias e práticas que impliquem maior descentraliza‑
ção de atividades por parte da empresa, deve‑se também mencionar o conceito
de parceria, que significa a associação de duas ou mais empresas ou organi‑
zações em busca de um objetivo ou meta comum. A parceria pode ser encarada
como uma verdadeira sociedade, embora sem registro na Junta Comercial. Como
exemplos podemos citar as conhecidas práticas de desenvolvimento conjunto de
projetos ou de um novo produto por intermédio de um pool ou consórcio de
empresas, que possuem recursos e know‑how diferentes, porém complementares.
CONSUMIDOR
FINAL
(DE VEÍCULOS)
CONSUMIDOR
FINAL INSTALADOR
(DE VEÍCULOS) OFICINA
REDE DE DISTRIBUIDOR
DISTRIBUIDORES LOCAL
DISTRIBUIDOR
MONTAGEM REGIONAL
DE VEÍCULO
CADEIA DE DISTRIBUIDOR
DISTRIBUIÇÃO DO PRINCIPAL
VEÍCULO ACABADO CADEIA DE
DISTRIBUIÇÃO DE
FORNECEDOR
PEÇAS/COMPONENTES
CADEIA DE
MANUFATURA
SUBFORNECEDOR
MATÉRIA-PRIMA
29 FIGUEIREDO, Reginaldo; ZAMBON, Antonio. A empresa vista como um elo da cadeia de produção e distri‑
buição. Revista de Administração da USP (Rausp), São Paulo, vol. 33, n. 3, p. 29‑39, 1998.
30 PORTER, Michael. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. Rio de Janeiro: Cam‑
pus, 1992, p. 31.
31 AMATO NETO, João. Redes de cooperação produtiva e clusters regionais: oportunidades para as pequenas e médias
empresas. São Paulo: Atlas; Fundação Vanzolini, 2000.
32 AMATO NETO, 1995.
33 AMATO NETO, 2000; AMATO NETO, João. Gestão de sistemas locais de produção e inovação (clusters/APLs):
um modelo de referência. São Paulo: Atlas, 2009; AMATO NETO, João. Productive cooperation network as a
competitive advantage for small and medium irms in the Brazilian state of São Paulo. International Journal of
Entrepreneurship and Small Business, vol. 5, n. 2, p. 201‑211, 2008.
34 AMATO NETO, 2000; 2009; BARROS, Marcos; ROSA, Cyntia. Desenvolvimento local, sustentabilidade e
ecoparques industriais. In: AMATO NETO, João (Org.). Sustentabilidade & Produção: teoria e prática para uma
gestão sustentável. São Paulo: Atlas, 2011. p. 168‑85.
35 AMATO NETO, João. Redes dinâmicas de cooperação e organizações virtuais. In: AMATO NETO, João (Org.).
Redes entre organizações: domínio do conhecimento e da eicácia operacional. São Paulo: Atlas, 2005. p. 17‑38;
AMATO NETO, João Virtual enterprise and e‑business: a case study in a Brazilian aircraft company. Internatio‑
nal Journal of Networking and Virtual Organisations, vol. 3, n. 3, p. 340‑355, 2006; BREMER, Carlos; CORRÊA,
Geraldo. Organizações e empresas virtuais: conceitos e aplicações. In: AMATO NETO, João (Org.). Manufatura
classe mundial: conceitos, estratégias e aplicações. São Paulo: Atlas, 2001. p. 146‑76.
36 LAZZARINI, Sergio; CHADDAD, Fabio; COOK, Michael. Integrating supply chain and network analyses: the
study of netchains. Journal on Chain and Network Science, vol. 1, 2001, p. 8.
Fornecedores
Fabricantes
Distribuidores
Consumidores
37 COASE, Ronald. The nature of the irm. Economica, London, vol. 4, n. 16, p. 386‑405, 1937; WILLIAMSON,
1985; COASE, Ronald. Market and hierarchies: analysis and antitrust implications. New York: Free Press,
1975; HOBBS, Jill. A transaction cost approach to supply chain management. Supply Chain Management: an
international journal, vol. 1, n. 2, p.15‑27, 1996; FARINA, Elisabeth; AZEVEDO, Paulo Furquim, SAES, Maria
Sylvia (Orgs.). Competitividade: mercado, Estado e organizações. São Paulo: Singular, 1997.
38 GEREFFI, Gary. The organization of buyer‑driven global commodity chains: how U.S. retailers shape overseas
productions networks. In: GEREFFI, Gary; KORZENIEWICZ, Miguel (Eds.). Commodity chains and global
capitalism. Westport: Praeger, 1994.
39 LASTRES; Cassiolato, 2003.
40 HUMPHREY, John; SCHMITZ, Hubert. Governance and upgrading: linking industrial cluster and global
value chain research. IDS Discussion Paper, Sussex, n.120, 2000.
41 Baseado em: Humphrey; Schmitz, 2000; GEREFFI, Gary; HUMPHREY, John; STURGEON, Timothy. The
governance of global value chains. Review of International Political Economy, vol. 12, n. 1, p. 78‑104, 2005.
42 QUADROS, Ruy et. al. Mapeamento da cadeia produtiva aeronáutica brasileira (CAB). In: MONTORO, Gui‑
lherme; MIGON, Marcio (Orgs.). Cadeia produtiva aeronáutica brasileira: oportunidades e desaios. Rio de Janei‑
ro: BNDES, 2009, p. 79.
43 GEREFFY; HUMPHREY; STURGEON, 2005, p. 83‑8.
chances de perdas são maiores que o custo de uma governança rígida, o tipo de
governança quase hierárquica é adotado, e os riscos são altos quando a diferença
no nível de competência é alta.
1.4 Casos
Apresentamos a seguir casos de três cadeias produtivas (automobilística,
de frutas in natura e de semicondutores) que exemplificam as diferentes estra‑
tégias de fornecimento que vêm sendo adotadas para alavancar a competitivi‑
dade dos respectivos produtores – fornecedores e compradores coordenados
nessas cadeias.
44 AMATO NETO, João. Desintegração vertical / “terceirização” e o novo padrão de relacionamento entre empresas: o
caso do complexo automobilístico brasileiro. 1993. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Escola
Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo; AMATO NETO, João. “Desverticalização”/“terceirização” e
as relações de subcontratação no complexo automobilístico brasileiro. Gestão & Produção, São Carlos, vol. 1, n.
1, p. 29‑48, 1994; AMATO NETO, 1995.
1.4.1.1. as montadoras
Deste grupo de empresas, que abrange praticamente todo o universo de fa‑
bricantes de automóveis de passeio, caminhões e ônibus, já no início dos anos
1990 podia‑se constatar que, em linhas gerais, todas elas implementavam, de
forma explícita ou não, uma estratégia de desverticalização. Porém, a exten‑
são e a profundidade com que tais estratégias eram conduzidas diferiam de for‑
ma significativa.
45 HELPER, Susan. Strategy and Irreversibility in Supplier Relations: The case of the US automotive industry. Cle‑
veland: Case Western Reserve University, 1991a; HELPER, Susan. Supplier relations and investment in automa‑
tion: results of survey research in the US auto industry. Cleveland: Case Western Reserve University, 1991b;
HELPER, Susan. Incentives for supplier participation in product development: evidence from the US auto industry.
Cleveland: Case Western Reserve University, 1991c.
46 CHANARON, Jean‑Jacques. Constructeurs/ fornisseurs: speciites et dynamique d'evolution des modes rela‑
tionnels. In: JOURNÉES INTERNATIONALES DU GERPISA, 14., 1993, Paris. Actes du GERPISA. Paris:
Groupe d’Etudes et de Recherces Permanent sur l’Industrie et les Salaries de l’Automobile, 1993.
e com uma linha de produtos bastante diversificada, que envolvia, em sua gran‑
de maioria, produtos complexos, com elevado conteúdo tecnológico (caixas de
câmbio, sistemas de freios, amortecedores, rolamentos, barras de direção etc.).
Um dos principais obstáculos que se apresentavam a essas empresas, no sen‑
tido de não acelerarem o processo de terceirização, era o fato de que muitas delas
ainda se defrontavam com a dificuldade básica de definição do seu verdadeiro
negócio central. Entretanto, a grande maioria das empresas analisadas afir‑
mou já possuir uma estratégia de desverticalização definida pela alta direção.
Em alguns casos, a estratégia era definida a partir de um colegiado, composto
por membros da alta direção, gerentes de unidades de negócio/departamentos e
responsáveis pelas áreas de suprimentos.
Todas as empresas da amostra afirmaram estar buscando algum tipo de par‑
ceria, entretanto, havia muito pouca clareza quanto aos limites entre parceria
e terceirização, pois os parceiros citados vão desde fornecedores já existentes
até antigos funcionários da empresa que passaram a prestar algum tipo de ser‑
viço (ferramentaria, manutenção etc.) à organização da qual foram empregados
por algum tempo.
Quanto aos critérios adotados para se estabelecer algum tipo de parceria,
foram enfatizados os seguintes (por ordem de prioridade):
• custos menores dos “parceiros”, com menores exigências de novos
investimentos;
• melhor qualidade dos serviços e/ou produtos fornecidos pelos “parceiros”;
• maior focalização no negócio.
48 AMATO NETO, João; SILVA, Flávio D’Ângelo. Lean production paradigm and the inluence of automakers on
industrial organization of their suppliers: the case of the Brazilian automotive complex. International Journal of
Automotive Technology and Management, vol. 8, n. 3, p. 254‑269, 2008.
49 SOUZA, Roberta de Castro; AMATO NETO, João. An investigation about Brazilian mango and grape exports.
British Food Journal, vol. 114, n. 10, p. 1432‑1444, 2012; SOUZA, Roberta de Castro; AMATO NETO, João.
The entry of Brazilian fresh fruit small and medium producers into the global market. Revista de Economia e
Sociologia Rural, São Paulo, vol. 48, n. 3, p. 521‑538, 2010; SOUZA, Roberta de Castro; AMATO NETO, João.
As transações entre supermercados europeus e produtores brasileiros de frutas frescas. Gestão & Produção,
São Carlos, vol. 16, n. 3, p. 489‑501, 2009;SOUZA, Roberta de Castro; AMATO NETO, João. Exportações
brasileiras de frutas certiicadas: oportunidades de negócio para o empresário rural. In: ZUIN, Luiz Fernando;
QUEIROZ, Timóteo (Orgs.). Agronegócios: gestão e inovação. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 395‑430.
50 AMATO NETO, João; FONTES, Cristiano. Evaluation of technological change in the Brazilian semiconductor
industry. International Journal of Technology Marketing, vol. 1, n. 3, p. 339‑354, 2006; AMATO NETO, João et.
al. Análise das condições de desenvolvimento da indústria brasileira de semicondutores. In: AMATO NETO,
João (Org.). Redes entre organizações: domínio do conhecimento e da eicácia operacional. São Paulo: Atlas, 2005.
p. 120‑130; AMATO NETO, João (Coord.). Semicondutores. Relatório setorial inal. Brasília: Finep, 2004.
Trata‑se, portanto, de um processo mais geral pelo qual passou a indústria nas
últimas décadas de aumento da importância do complexo eletrônico em produ‑
tos e processos produtivos, principalmente por meio da introdução generalizada
de equipamentos e dispositivos microeletrônicos, entre eles os semicondutores.
A indústria de semicondutores apresentou uma forte verticalização no seu
início, integrando as etapas produtivas. Entretanto, a partir dos anos 1980,
iniciou‑se um processo de desverticalização do setor, fragmentando, assim, a
cadeia produtiva. Surgiram empresas de sucesso funcionando sem fábricas de
wafers, as chamadas fabless companies, e mesmo foundries independentes. Essa ten‑
dência é reforçada pelas altas oscilações no mercado, pois, ao transferir parte
das atividades de fabricação para as foundries independentes, as empresas estão
reduzindo seus riscos e sua própria necessidade de investimentos fixos altos em
novas plantas. As plantas de difusão, por não terem vínculo com empresas verti‑
calizadas, são favorecidas pela viabilização da produção de chips em menor esca‑
la, que, em determinadas situações, atendem simultaneamente a vários usuários
diferentes em uma mesma lâmina (wafer), em um arranjo conhecido como multi‑
‑purpose wafer, permitindo, assim, a obtenção de economias de escala e escopo.
A Figura 1.7 apresenta o processo produtivo de semicondutores em três etapas:
projeto (design), fabricação (em foundries) e encapsulamento e teste (back‑end).
Desenho do
Produto
Projeto
Desenho do
processo
Montagem e
Empacotamento
Empacotamento
e teste
Testes
51 LEACHMAN, Robert; LEACHMAN, Cloris Globalisation and semiconductors: do real men have fabs, or virtual
fabs? Berkeley: University of California; Berkeley, 2002.
Questões
1. Identiique e explique o contexto de transição de paradigmas produtivos
em que se forma o novo tipo de relacionamento (de colaboração e parce‑
ria) entre fornecedores e compradores.
2. O que signiica a chamada “estratégia do diálogo” entre fornecedores e
compradores?
3. Relacione os conceitos de desverticalização e terceirização.
4. Relacione os conceitos de redes de cooperação produtiva e cadeia de for‑
necedores (ou suprimentos).
5. Justiique a parceria com fornecedores a partir da ideia de custos de
transação.
6. Ilustre três estratégias de governança a partir de exemplos de diferentes
cadeias produtivas.
7. Qual é o core business da sua empresa?
8. Como sua empresa vem desenvolvendo processos de desverticalização,
terceirização e parceria?
9. Relacione as operações/serviços que poderiam ser terceirizados em sua
empresa. Justiique.
terCeirização
Quadro 2.1 – atividades mais comumente terceirizadas nas empresas brasileiras (em 1993)1
No setor metal‑mecânico Nas 500 maiores empresas
atividades terceirizadas
(em %) do país (em %)
Restaurante 40,0 70,0
Transporte 40,0 58,3
Segurança e portaria 47,5 45,9
Construção e montagem sem dados 41,7
Limpeza e faxina 62,5 sem dados
1
Cabe salientar um aspecto não muito positivo quando se trata deste fenôme‑
no em termos da realidade brasileira: já havia muito desconhecimento e des‑
confiança por parte das empresas em adotar uma estratégia mais consistente de
terceirização no Brasil. Tal situação, segundo opiniões de vários empresários e
consultores, era explicada em grande parte pela ocorrência de algumas expe‑
riências malsucedidas de empresas que adotaram tal estratégia. É o caso – bas‑
tante comentado pela imprensa à época – de uma grande empresa produtora de
papel e celulose, que, no processo de “terceirização” (realizado em 1988), reduziu
seu quadro de funcionários de 3.860 para 1.076, sendo posteriormente obrigada
pela Justiça do Trabalho a (re)contratar cerca de 600 ex‑funcionários, que esta‑
vam prestando serviços em regime de terceirização, por entender que as ativida‑
des assim “terceirizadas” eram essenciais para a própria existência da empresa
– haviam sido desrespeitados os limites da terceirização, como veremos a seguir.
Além disso, tais atividades estavam ocorrendo no interior da própria planta in‑
dustrial da empresa – sob sua fiscalização e sob seu controle –, o que passou a
caracterizar, naturalmente, vínculo empregatício daqueles funcionários.2
A terceirização de atividades produtivas ainda se restringia a poucas empre‑
sas, que passaram a adotar algum tipo de estratégia de desverticalização de
seu processo produtivo, subcontratando de terceiros algum tipo de componente,
ou mesmo algum tipo de serviço, como de ferramentaria, usinagem, caldeiraria
etc. Nesse sentido, a propósito, constitui um exemplo altamente ilustrativo a
1 Elaborado com base em: Dieese. Terceirização no setor metal‑mecânico. São Paulo: Dieese, 1993; Pricewaterhouse.
O momento da terceirização. São Paulo: PriceWaterhouse, 1993.
2 MARINHO, Bernadete de Lourdes. Terceirização no setor público: a contratação de serviços externos de treina‑
mento em microinformática. 1994. Tese (Doutorado em Administração) – Faculdade de Economia, Administra‑
ção e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo.
3 GITAHY, Leda; RABELO, Flávio; COSTA, Maria Conceição da. Inovação tecnológica, relações industriais e subcon‑
tratação. Campinas: Unicamp, 1991.
De forma geral, porém, o que se verifica é que experiências como estas últimas,
relativas ao fenômeno da descentralização produtiva, ainda eram raras em meados
dos anos 1990 se considerarmos a realidade industrial brasileira como um todo; a
atividade terceirizada continuava sendo, na maioria dos casos, um serviço.
4 CUT; Dieese. Terceirização e desenvolvimento: uma conta que não fecha: dossiê sobre o impacto da terceirização
sobre os trabalhadores e propostas para garantis a igualdade de direitos. Brasília: CUT; Dieese, 2011, p. 9.
5 CUT; DIEESE. Terceirização e desenvolvimento: uma conta que não fecha: dossiê sobre o impacto da terceirização
sobre os trabalhadores e propostas para garantis a igualdade de direitos. Brasília: CUT; DIEESE, 2011, p. 11.
6 Cf. PINTO, Alan Kardec; CARVALHO, Claudio. Gestão estratégica e terceirização. Rio de Janeiro: Qualitymark,
2002. p. 42.
7 MARINHO, 1994.
8 VALE, Glaucia Vasconcellos. Estratégia empresarial, terceirização e parceria. In: Congresso Nacional de Ter‑
ceirização, 1., 1992, São Paulo. Coletânea de textos, publicações e artigos sobre terceirização. São Paulo: [s.e.], 1992.
9 LEIRIA, Jerônimo Souto; SOUTO, Carlos Fernando; SARATT, Newton. D. Terceirização passo a passo: o cami‑
nho para a administração pública e privada. Porto Alegre: Sagra; Juzzato, 1993.
10 BIANCHI, Mirian. Terceirização no Brasil: uma análise do novo papel desempenhado por empresa, trabalhadores
e Estado. 1995. Dissertação de Mestrado (Engenharia de Produção) – Escola Politécnica, Universidade de São
Paulo, São Paulo.
11 GIOSA, Lívio. Terceirização: uma abordagem estratégica. São Paulo: Pioneira, 1993.
12 Dieese. Os trabalhadores e o programa brasileiro da qualidade e produtividade. São Paulo: Dieese, 1994.
PRÁTICA
EMPRESARIAL DIMINUIÇÃO
AUTORITÁRIA DO NÍVEL
AMBIENTE DE EMPREGO
EXTERNO MAIS MIGRAÇÃO
COMPETITIVO DAS BASES
ESTRATÉGIAS SINDICAIS
DE REDUÇÃO PERDAS
DE CUSTO PARA OS
TRABALHADORES
DESCONHECIMENTO
DA TERCEIRIZAÇÃO
MENORES CONDIÇÕES
SALÁRIOS PRECÁRIAS
13
13 BIANCHI, 1995.
14 BIANCHI, 1995.
18 BIANCHI, 1995.
19 BIANCHI, 1995.
21 GITAHY, Leda. Inovação tecnológica, subcontratação e mercado de trabalho. São Paulo em Perspectiva, São
Paulo, vol. 8, n. 1, p. 144‑153, 1994.
22 DAVIS, Frank Stephen. Terceirização e multifuncionalidade: ideias práticas para melhoria da produtividade e
competitividade da empresa. São Paulo: STS, 1992.
30 PORTER, Michael. Competitive advantage: creating and sustaining superior performance. London: Collier Ma‑
cmillan, 1985.
31 LEIRIA, 1992.
32 QUEIROZ, Carlos Alberto Ramos de. Manual de terceirização. São Paulo: STS, 1992.
33 LEIRIA, 1992.
34 Cf. MARINHO, Bernadete de Lourdes; AMATO NETO, João. O movimento da desverticalização, terceirização e
parcerias. São Paulo: Fundação Instituto de Administração; Fundação Vanzolini, 1996.
35 CUT; Dieese, 2011, p. 5‑7.
38 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 9 ed. São Paulo: LTr, 2010, p. 450.
É a pessoa física que presta serviços habitualmente por sua própria conta e risco a
trabalhador uma ou mais pessoas, físicas ou jurídicas. É o caso, por exemplo, de comerciantes
autônomo de rua ou ambulantes (lei no 6.586/78) e dos feirantes. Há também os trabalhado‑
res equiparados a autônomo.
É a pessoa física que presta serviços esporádicos ao tomador de determinada
trabalhador prestação de serviço, como o pintor e o pedreiro contratados para determinada
eventual reforma por uma pessoa física ou jurídica que não tenha por atividade a própria
construção civil.
Segundo o art. 966 do Código Civil: “Considera‑se empresário quem exerce prois‑
sionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de
bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce
proissão intelectual, de natureza cientíica, literária ou artística, ainda com o con‑
curso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da proissão constituir
elemento de empresa.” É empresário quem exerce uma atividade econômica orga‑
empresário
nizada individualmente (pessoa física/natural), o diretor que não seja empregado,
no caso da pessoa jurídica, o membro do conselho de administração, na sociedade
anônima; os sócios da sociedade em nome coletivo; o sócio cotista que participa
da gestão ou recebe remuneração na sociedade limitada; o associado eleito
para cargo de direção na sociedade cooperativa; o incorporador, em construções
imobiliárias (lei no 4.591/64, art. 29).
Deinido pela Lei 8.212/91, art. 12, VII como a “pessoa física residente no imóvel
rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em
regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros a título
de mútua colaboração, na condição de: [...]
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou
meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: [...]
Produtor rural 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos iscais; ou [...] 2. de seringuei‑
ro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII
do caput do art. 2o da lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades
o principal meio de vida; [...] b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que
faça da pesca proissão habitual ou principal meio de vida; e [...] c) cônjuge ou
companheiro, bem como ilho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este
equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, compro‑
vadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo.
determinada situação que o terceirizador não tem condições [de] ou não quer
fazer.”39 A terceirização se diferencia da mera empreitada (arts. 610 a 626 do
Código Civil) ou da prestação de serviços (arts. 593 a 609, CC) pela ideia de par‑
ceria e durabilidade que envolve a terceirização. “De certa forma, a terceiriza‑
ção não se confunde com a subcontratação, pois nesta, muitas vezes, o interesse
principal é a contratação de pessoal para quando a empresa tem maiores necessi‑
dades de produção. Na terceirização, o contato com o terceirizado é permanente,
e não ocasional, apenas para os picos de produção, como na subcontratação.”40
Na terceirização, há uma dissociação entre a real prestação de serviços do
trabalhador à empresa que contrata a terceirização e, também, os vínculos ju‑
rídicos: o trabalhador que se insere na economia da empresa contratante da
terceirização é empregado da empresa terceirizadora, contratada pela empre‑
sa contratante.41 A terceirização é, portanto, uma relação jurídica trilateral,
como ilustra a Figura 2.2.
Trabalhador
ão de
terceirizado
laç to
Re ntra
Co
Empresa Contrato de
prestadora prestação de Empresa
de serviço serviços tomadora do
(empresa de serviço
terceirização)
39 MARTINS, Sergio Pinto. A terceirização e o direito do trabalho. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2005.
40 MARTINS, 2005, p. 24‑5.
41 DELGADO, 2010, p. 414.
42 DELGADO, 2010, p. 420.
45 Elaborado com base em POLONIO, Wilson Alves. Terceirização: aspectos legais, trabalhistas e tributários. São
Paulo: Atlas, 2000, p. 108‑16.
Questões
1. Cite algumas vantagens da terceirização para as empresas‑origem ou
empresas‑mãe, ou tomadoras do serviço.
2. Cite algumas vantagens da terceirização para as empresas‑destino ou ter‑
ceiras ou prestadoras do serviço (empresas de terceirização).
3. Cite e explique alguns riscos associados ao processo de terceirização.
4. Elabore uma estratégia de argumentação e negociação de um processo
hipotético de terceirização, para justiicá‑la junto a algum sindicato.
5. Quais as principais implicações jurídicas e precauções a serem tomadas
no processo de terceirização?
6. Se você trabalha em uma empresa‑mãe, relacione os principais objetivos
que a levaram a adotar algum tipo de estratégia de terceirização. Tais
3.1 Introdução
A emergência de um novo padrão de produção de bens e serviços, funda‑
mentado nos conceitos de flexibilidade, agilidade e de produção enxuta (lean
production), trouxe profundas modificações nas estruturas organizacionais das
empresas, assim como nos padrões de relacionamento cliente‑fornecedor. Mas
desde os primórdios do antigo padrão de produção industrial (produção em
massa), as grandes empresas do setor automobilístico – símbolos da industria‑
lização moderna – provocaram o surgimento de um sem‑número de pequenas
empresas fornecedoras de autopeças. O relacionamento entre compradoras e
fornecedoras pautava‑se, como analisado no Capítulo 1, por problemas de ir‑
regularidade nos prazos de entrega, qualidade não assegurada, informalidade
na contratação, conflitos frequentes, entre outros. Mas se a produção enxuta,
ágil e flexível trouxe para a gestão da cadeia de fornecedores a exigência da
qualidade e do fornecimento just‑in‑time, o emergente paradigma da produção
sustentável adiciona à gestão da rede/cadeia de suprimentos requisitos sociais
e ambientais, como veremos no Capítulo 4.
1 LUMMUS, Rhonda R.; VOKURKA, Robert J. Deining supply chain management: a historical perspective and
practical guidelines. Industrial Management & Data Systems, vol. 99, n. 1, 1999, p. 17.
2 PESSOTTO, Andrea. SCM: supply chain management: un metodo per incrementare la competitività riducendo
l’incertezza ed aumentando il servizio fornito al cliente. Udine: Università degli studi di Udine, 2009, p. 7‑9.
ENTRANTES
POTENCIAIS
Ameaça de novos entrantes
FORNECEDORES COMPRADORES
RIVALIDADE
ENTRE
COMPETIDORES
Ameaça de produtos ou
serviços substitutos
PRODUTOS
SUBSTITUTOS
3 PORTER, Michael. E. Competição: estratégias competitivas essenciais. 10 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
4 Adaptado de Porter (1999, p. 28).
do produto para ela não se resume ao preço inicial da compra, mas abrange
variáveis como o valor de revenda, o custo de manutenção e tempo parado ao
longo da vida do produto, os cursos de transporte e instalação e a capacidade de
geração de receita. Dessa forma, compradores de alto custo para o fornecedor
poderão ser por este eliminados11.
Por outro lado, para os compradores, o conceito de fornecimento estraté‑
gico denota o profundo entendimento do mercado em que a compra é efetuada,
isto é, a habilidade do comprador de aprender, além dos seus, os processos de
seus fornecedores, capturar informações sobre o mercado deles e usar esse co‑
nhecimento para aprimorar o relacionamento com eles. Os pontos fundamentais
a serem considerados em uma estratégia de compras são12:
• estabilidade e competitividade do grupo de fornecedores;
• estágio ótimo de integração vertical;
• alocação de compras entre fornecedores qualiicados;
• criação de alavancagem máxima (poder de negociação) com fornecedores
escolhidos.
O fornecimento estratégico requer um aprimoramento constante das duas
partes: comprador e fornecedor. Trata‑se, de fato, de uma abordagem que visa
ao aprimoramento do valor recebido do fornecedor e que se fundamenta em
quatro princípios13:
• deinir o valor total do relacionamento entre comprador e fornecedor;
• desenvolver soluções embasadas no conhecimento profundo das dinâmi‑
cas inanceiras e do negócio do fornecedor;
• usar táticas de compra diferenciadas, buscando otimizar o relacionamento
econômico de ambos, comprador e fornecedor;
• internalizar as mudanças necessárias na organização para que o compra‑
dor atinja não apenas uma melhoria de desempenho, mas também a habi‑
lidade de aprimoramento constante.
A equipe responsável pela implantação dessa abordagem deve seguir es‑
tas etapas14:
17
16 FINE, Charles H. Clockspeed: winning industry control in the age of temporary advantage. Reading: Perseus,
1998, p. 90‑6.
17 FINE,1998, p. 91.
18 FINE,1998, p. 97‑101.
19 MARINHO, Bernadete de Lourdes. Terceirização no setor público: a contratação de serviços externos de treina‑
mento em microinformática. 1994. Tese (Doutorado em Administração) – Faculdade de Economia, Administra‑
ção e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo.
20 AMATO NETO, João (Org.). Manufatura classe mundial: conceitos, estratégias e aplicações. São Paulo: Atlas, 2001.
21 WISE, Richard; BAUMGARTNER, Peter. Go downstream: the new proit imperative in manufacturing. Har‑
vard Business Review, Boston, vol. 77, n. 5, p. 133‑141, 1999.
22 ALBRECHT, Karl. Revolução nos serviços: como as empresas podem revolucionar a maneira de tratar os seus
clientes. São Paulo: Pioneira, 2002, p. 2.
23 AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL. Política de desenvolvimento produtivo.
Disponível em: <http://www.pdp.gov.br/Relatorios%20de%20Programas/Complexo%20de%20Serviços_De‑
sempenho.pdf>. Acesso em: 7 nov. 2013.
24 Citado por ALBRECHT, 2002, p. 1.
25 WISE; BAUMGARTNER, 1999, p. 134.
26 WISE; BAUMGARTNER, 1999, p. 136.
presenciamos esse processo) quanto no final deste, ocorrendo muitas vezes que
nossa percepção durante tal processo pode até ser mais relevante para nossa
avaliação da qualidade. No caso do restaurante, podemos ter uma avaliação po‑
sitiva logo na chegada e na forma como formos tratados pelo recepcionista. Do
contrário, se formos postos a esperar muito pelo atendimento ou tratados de
forma indevida, a qualidade do serviço como um todo começa a se comprometer.
Outro aspecto relevante no processo de avaliação dos serviços refere‑se ao
fato de que a qualidade pode ser avaliada de forma normal quando o serviço é
prestado de forma regular, ou de forma excepcional, mesmo quando alguns pro‑
blemas ou exceções ocorrem ao longo do processo. Neste segundo caso, há uma
forte tendência a aumentar a atenção do cliente, e sua percepção fica mais agu‑
çada com relação à sequência da prestação dos serviços. Quando no restaurante
solicitamos um prato previsto no cardápio e o garçom vai consultar a cozinha e
volta depois de algum tempo pedindo desculpas por não nos poder atender, um
sinal de alerta já soa em nosso inconsciente, elevando, pois, nossas expectativas
com relação às demais possibilidades do cardápio.
Quanto aos fatores que devem ser considerados na qualidade dos servi‑
ços,27 tanto no caso da contratação de serviços pessoais quanto no de serviços
profissionais há uma série de fatores que condicionam o cliente na escolha
desta ou daquela empresa ou prestador do serviço. Voltemos ao caso do res‑
taurante: um primeiro parâmetro a se considerar (e isso também vale, logi‑
camente, para bens de consumo) é o preço, que pode ser utilizado como uma
primeira pista até mesmo antes de decidirmos pela escolha do restaurante ou
especificamente do pedido. É lógico que levamos em conta também a compe‑
tência e reputação do restaurante que escolhemos para o evento, consideran‑
do que seus serviços apresentam consistência (não variam ao longo do tempo).
Nesse caso, por exemplo, tanto a qualidade dos alimentos quanto o atendi‑
mento praticado nos finais de semana são mantidos nos dias de semana. Além
disso, o tempo de atendimento (ou, o reverso da mesma medalha, o tempo de
espera pelo atendimento) a uma solicitação também constitui um fator crítico
de sucesso na qualidade dos serviços. Se após o pedido o atendimento demo‑
rar muito (mais do que meia hora, por exemplo), isso afetará negativamente
nossa avaliação, ainda que a qualidade do prato servido possa amenizar um
pouco nossa insatisfação. A segurança (ou redução da percepção de risco) que
depositamos no prestador de serviço também configura um fator de grande
27 Cf. CORRÊA, Henrique Luiz; CAON, Mauro. Gestão de serviços: lucratividade por meio de operações e de satis‑
fação dos clientes. São Paulo: Atlas, 2002. p. 94‑100.
4. Conseguir um carrinho
13. Pagar pela compra
28
28 GIANESI, Irineu; CORRÊA, Henrique Luiz. Administração estratégica de serviços. São Paulo: Atlas, 1994, p. 87.
29 PAIOLA, Marco; SACCANI, Nicola; GEBAUER, Heiko. The servitization of manufacturing irms: four stra‑
tegic approaches. In: INTERNATIONAL ANNUAL EUROPEAN OPERATIONS MANAGEMENT ASSO‑
CIATION (EurOMA) CONFERENCE, 17, 2010, Porto. Managing operations in service economies. Porto: Univer‑
sidade Católica Portuguesa/EurOMA, 2010. p. 1‑10.
30 FERREIRA JUNIOR, Silas Costa; SILVA, Márcia Terra. Servitization in the Brazilian textbook publishing
industry: organizational implications for the publishers. In: INTERNATIONAL ANNUAL EUROPEAN
OPERATIONS MANAGEMENT ASSOCIATION (EurOMA) CONFERENCE, 17., 2010, Porto. Managing
operations in service economies. Porto: Universidade Católica Portuguesa/EurOMA, 2010, p. 9.
31 BENEDETTINI, Ornella; NEELY, Andy. Why do servitized irms fail? In: INTERNATIONAL ANNUAL
EUROPEAN OPERATIONS MANAGEMENT ASSOCIATION (EurOMA) CONFERENCE, 17., 2010, Por‑
to. Managing operations in service economies. Porto: Universidade Católica Portuguesa/EurOMA, 2010, p. 10.
32 DEMING, William Edwards. Out of the crisis. Cambridge, MA: MIT, 1986.
33 MERLI, Giorgio. Comakership: a nova estratégia para os suprimentos. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1994.
34 MENTZER, John; DEWITT, WIlliam; KEEBLER, James; MIN, Soonhong; NIX, Nancy; SMITH, Carlo;
ZACHARIA, Zach. Deining supply chain management. Journal of Business Logistics, vol. 22, n. 2, p. 1‑25, 2001.
36 DEMING,1986.
37 KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. The balanced scorecard: measures that drive performance. Harvard
Business Review, Boston, vol. 70, n. 1, p. 71‑9, 1992.
Fornecedor a b C
Preço ofertado r$ 100 r$ 106 r$ 102
iCQB = 1,20
iCQC = 1,05
38 FRIAS JR., José Borges. Gestão de fornecedores: da homologação à parceria. São Paulo: FEA‑USP, 1995.
Podemos então verificar qual a melhor opção de compra não pelo critério do
menor preço ofertado, mas a partir do critério do menor custo de aquisição,
ou seja, multiplicando o preço ofertado pelo índice de custo da qualidade do res‑
pectivo fornecedor. Efetuando esses cálculos, obtemos os resultados tabelados
a seguir:
Fornecedor a b C
Preço ofertado r$ 100 r$ 106 r$ 102
iCQ 1,45 1,20 1,05
Custo total r$ 145 r$ 127 r$ 107
• comprar:
– preço de compra das partes;
– custos de transporte;
– custos de recebimento e inspeção;
40 LANDRY, John T. Supply chain management: the case for alliances. Harvard Business Review, Boston, vol. 76, n.
6, p. 24‑5, 1998.
41 VASCONCELOS, Yuri. Parceria multinacional: empresas de autopeças instaladas no Brasil produzem soluções
em conjunto com a matriz e centro de P&D de outros países. Pesquisa Fapesp, São Paulo, n. 201, p. 66‑9, 2012.
Questões
1. Descreva os fatores que inluenciam a avaliação da qualidade de um
serviço.
2. O que signiica consórcio modular? Descreva algum exemplo do qual você
tem conhecimento.
3. Identiique pelo menos cinco características do padrão mais tradicional
de relacionamento entre cliente e fornecedor.
4. Identiique pelo menos cinco características do novo padrão de relaciona‑
mento (parceria) entre cliente e fornecedor.
5. Em uma autêntica relação de parceria entre cliente e fornecedores, o que
se espera de ações proativas da empresa‑origem (cliente)? E da empresa
fornecedora?
6. O que é o custo total de aquisição? Qual a sua importância na gestão da
cadeia de fornecedores?
7. Cite exemplos de estratégias de parcerias bem‑sucedidas no meio empresarial.
8. Identiique as cinco características mais fortes do relacionamento da sua
empresa com seus fornecedores. Como você avalia o padrão de relacio‑
namento da sua empresa em relação aos modelos apresentados neste
capítulo?
9. Indique as principais mudanças que sua empresa precisaria realizar para
a adoção de um padrão mais avançado de relacionamento com os fornece‑
dores. Comente sobre as diiculdades de sua adoção.
10. Indique o tipo de estratégia de aquisição adotado mais frequentemente
na sua empresa e justiique. Quais os impactos dessa estratégia adotada
sobre a performance da empresa?
11. Cite os benefícios que poderiam ser obtidos em sua empresa com a redu‑
ção do número de fornecedores.
12. Em sua empresa, como o preço é considerado no processo de seleção de
fornecedores? Relate casos especíicos, comentando‑os. Além do preço,
quais são os outros critérios considerados?
13. Discuta a inluência da certiicação na seleção de fornecedores em sua
empresa, apontando as maiores diiculdades e facilidades.
14. Identiique o custo total de aquisição para um produto ou grupo de pro‑
dutos em sua empresa. Explicite os custos da não qualidade que você está
considerando. Se a empresa possui uma forma (ou fórmula) para quantii‑
car esses custos, apresente‑a e comente.
reQuiSitoS de SuSteNtabiLidade
SoCioaMbieNtaL Na Cadeia
de ForNeCedoreS
João Amato Neto •
Descarte
1 BURT, David N.; DOBLER, Donald W.; STARLING, Stephen L. World class supply chain management: the key to
supply chain management. 7. ed. Boston: McGraw Hill, 2004, p. 9.
2 LEONARD, Annie. A história das coisas: da natureza ao lixo, o que acontece com tudo que consumimos. Rio de
Janeiro: Zahar, 2011.
3 LEONARD, 2011, p. 30.
10 GREENPEACE. 1a Vitória: Pão de Açúcar, Carrefour e WalMart suspendem compra de carne de desmatamento na Ama‑
zônia. Disponível em: <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/p‑o‑de‑a‑car‑suspende‑compras/>.
Acesso em 6 dez. 2012.
RECICLAGEM
R
DISTRIBUIÇÃO
R
R R
CONSUMIDOR
INSUMO FABRICAÇÃO VAREJO
R
REMANUFATURA/
R
REÚSO
R COLETA
12
13 NEW ZEALAND BUSINESS COUNCIL FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT. Business guide to a sustainable
supply chain: a practical guide. Auckland: NZBCSD, 2003, p. 19.
4.3.2 Ecoeficiência
O conceito de ecoeficiência refere‑se, basicamente, à produção e à distribui‑
ção (entrega) de bens e serviços em bases competitivas de preço, mas também,
de maneira a satisfazer necessidades humanas, trazer a qualidade de vida e, ao
mesmo tempo, reduzir os impactos ecológicos e a intensidade de uso de recur‑
sos, pelo menos no nível estimado da capacidade de sustentação da Terra.14
A lógica predominante na abordagem da ecoeficiência traduz‑se pela ideia
de se conceber e projetar o produto do berço‑ao‑berço: produz‑se, utiliza‑se
e reutiliza‑se o produto, e o ciclo continua, com o mínimo de perda de material
possível. É um esforço que vai da concepção do produto à sua utilização e rein‑
serção na economia após o uso.
Ainda sob tal perspectiva, para se avaliar o desempenho da ecoeficiência
deve‑se inserir indicadores em todas as etapas e operações necessárias para a
obtenção de um produto (indicadores de projeto, produção, tecnológicos, de uti‑
lização de ferramentas, do desempenho do produto etc.). Em síntese, as princi‑
pais práticas voltadas ao aprimoramento da ecoeficiência são:
• reduzir a intensidade de uso de materiais;
• reduzir a intensidade de energia;
• reduzir a dispersão de substâncias tóxicas;
• fortalecer a reciclagem;
• maximizar o uso de materiais renováveis;
• estender a vida útil dos produtos.
tomada de decisões, pois gera informações, mas não resolve problemas. A ACV
também avalia os impactos associados à função do produto e compara o desem‑
penho ambiental de produtos que exercem a mesma função. Seu método básico
se dá em duas tarefas: uma delas é identificar todas as interações entre o meio
ambiente e o sistema do ciclo de vida do produto; a outra é avaliar os possíveis
impactos ambientais devidos às interações do produto com o meio ambiente.15
Para ajudar nesse trabalho, existem bancos de dados que são um inventário de
ciclo de vida de elementos comuns à produção de muitos produtos, como ener‑
gia, transporte e água. Esses bancos de dados têm caráter regional, pois o im‑
pacto ambiental depende do ambiente de cada região. Por exemplo, o impacto
ambiental do uso de 1kWh no Brasil não é o mesmo que na França.
15 SILVA, Gil Anderi; KULAY, Luiz Alexandre. Avaliação do ciclo de vida. In: VILELA JÚNIOR, Alcir; DEMA‑
JOROVIC, Jacques. Modelos e ferramentas de gestão ambiental: desaios e perspectivas para as organizações. São
Paulo: SENAC‑SP, 2006. p. 313‑336; CHEHEBE, José Ribamar B. Análise do ciclo de vida de produtos: ferramenta
gerencial da ISO 14000. Rio de Janeiro: Qualitymark; CNI, 1997.
16 FURTADO, João Salvador. Sustentabilidade empresarial: guia e práticas econômicas, ambientais e sociais. Salva‑
dor: Centro de Estudos Ambientais, 2005.
17 COUNCIL OF SUPPLY CHAIN MANAGEMENT PROFESSIONALS. Supply chain management: terms and
glossary. Lombard: CSCMP, 2010, p. 161.
RECICLAGEM
R
DISTRIBUIÇÃO
R
R R
CONSUMIDOR
INSUMO FABRICAÇÃO VAREJO
R
REMANUFATURA/
R
REÚSO
R COLETA
18
4.3.6 Remanufatura
A remanufatura de vários produtos (mecânicos e eletrônicos, por exemplo)
já pode ser considerada um campo de negócio rentável. Na realidade, como dito
anteriormente, são muitos os casos de empresas na Europa e América do Norte
que estão obtendo lucros significativos com a venda de produtos e componentes
remanufaturados, como telefones celulares e componentes de automóveis, prin‑
cipalmente em mercados de países emergentes. No entanto, o potencial de rema‑
nufatura ainda não está totalmente explorado, pois tal técnica envolve processos
produtivos complexos e, muitas vezes, realizados de forma manual, utilizando‑se
modelos variados de produtos. Além disso, ainda há muita falta de informação
sobre os produtos, altos custos de peças sobresselentes, problemas de qualidade,
bem como a obsolescência tecnológica e estilística, o que faz a remanufatura de
muitos produtos pouco rentável nos dias atuais. Uma breve análise das estrutu‑
ras de custos na indústria de remanufatura revelou os principais componentes
de custos: aquisição de peças, triagem manual, desmontagem e remontagem,
bem como testes de funcionalidade manual.19
18 Adaptado de LACERDA, Leonardo. Logística reversa: uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas opera‑
cionais. Rio de Janeiro: Sargas, 2009, p. 3.
19 SELIGER, Günther; KERNBAUM, Sebastian and ZETTL, Marco. Remanufacturing approaches contributing
to sustainable engineering. Gestão & Produção, São Carlos, vol.13, n.3, p. 367‑384, 2006.
4.4 Casos
A seguir, são apresentados alguns casos de desenvolvimento de padrões de
sustentabilidade em três diferentes cadeias produtivas: a automobilística, a ali‑
mentícia e a cosmética.
21 AMATO NETO, João. An analysis of the main prerequisites for the successful implementation of sustainable
concepts in Brazilian automotive supply chain: a multiple case study. In: Groupe D’etudes et de Recherches
Permanent Sur L’industrie et les Salaries de L’automobile (Gerpisa) International Colloquium, 17., 2009, Paris.
Sustainable development in the automobile industry: changing landscapes and actors research program on sustainable
development in the automobile industry. Paris: GERPISA – Université d’Evry val d’Essonne, 2009. p. 01‑
‑12; AMATO NETO, João. Sustainability in the Brazilian automotive productive chain: a multiple case study.
In: Groupe D’etudes Et De Recherches Permanent Sur L’industrie et les Salaries de L’automobile (Gerpisa)
International Colloquium, 16., 2008, Torino. The automobile industry and sustainable development: concepts and
doctrines, public policies and company strategies. Torino: GERPISA, 2008. p. 1‑11.
22 GRAHAN, Stephanie; POTTER, Antony. The antecedents and consequences os sustainable supply chain
management within the food industry. In: INTERNATIONAL ANNUAL EUROPEAN OPERATIONS
MANAGEMENT ASSOCIATION (EurOMA) CONFERENCE, 17., 2010, Porto. Managing operations in
service economies. Porto: Universidade Católica Portuguesa/EurOMA, 2010. p. 1‑10.
23 KELM, Ana Paula; AMATO NETO, João. An analysis of the socio‑environmental requirements for the capacitation
of supply network of a cosmetic company. In: ANNUAL PRODUCTION AND OPERATIONS MANAGEMENT
SOCIETY (POMS) CONFERENCE, 20., 2009, Orlando. Global challenges and opportunities. Orlando: POMS/Georgia
Southern University, 2009. p. 1‑24.
Questões
1. Explique e exempliique a aplicação das seguintes ferramentas: logística
reversa e análise do ciclo de vida.
2. Identiique esquematicamente processos do ciclo produção‑consumo‑
‑descarte que poderiam ser geridos segundo a ideia dos 4 “R” na sua
cadeia produtiva e, em particular, na empresa em que você atua.
3. O que é um código de conduta? Esboce um código de conduta para sua
empresa, considerando suas especiicidades internas e ambientais (compe‑
tidores, comunidade local, demandas de fornecedores e compradores etc.).
4. Quais são as diferenças fundamentais, do ponto de vista da sustentabili‑
dade ambiental, entre o modelo tradicional de produção (im de tubo) e
o modelo de produção mais limpa? Dê exemplos de diferentes processos
produtivos em cada caso.
5. Tendo em vista a sua empresa e seu setor:
a. De quais produtos e serviços dos ecossistemas a empresa depende
direta ou indiretamente? Qual o grau de dependência?
b. Que tipo de impactos a operação da empresa causa no seu ambiente
natural e social?
c. A empresa desenvolve algum programa ou plano para minimizar
eventuais efeitos sobre os ecossistemas ou para manter ou melhorar
a qualidade do seu entorno socioambiental?
d. Como a empresa utiliza os conhecimentos da cultura local (das comu‑
nidades) onde opera para transformá‑los em vantagem competitiva?
e. Elabore um plano estratégico de sustentabilidade para a empresa no
médio e no longo prazo.
GeStão da LoGíStiCa e
CaNaiS de diStribuição
Germano Manuel Correia •
Logística é um termo muito pouco compreendido por aqueles que não estão pro‑
fissionalmente ligados a essa importante área de negócios. Muitos, quando sabem
que alguém trabalha em logística, associam isso a uma atividade quantitativa, mate‑
mática ou mesmo tecnológica. Na realidade, a logística é uma atividade muito antiga
e que atualmente desempenha papel fundamental no cotidiano dos indivíduos, nas
atividades econômicas e no desempenho estratégico das empresas. A origem do ter‑
mo vem da palavra francesa logistique, a qual deriva do termo logis, que significa alo‑
jar, construir alojamento. Um termo muito empregado na área militar para permitir
a movimentação das tropas para as batalhas com a segurança de todos os suprimen‑
tos necessários, ele foi introduzido na língua inglesa como logistics no século XIX.1
fluxo de informações
suprimentos
de materiais operações e distribuição
fornecedores clientes
e insumos produção de produtos
fluxo de materiais
limites da empresa
3 RUSHTON, A., CROUCHER, P. e BAKER, P. The Handbook of Logistics and Distribution Management 3.. ed.
Edited by CILT – The Chartered Institute of Logistis and Transport. UK: Kogan Page, 2007. p. 23.
4 RUSHTON; CROUCHER; BAKER, 2007, p. 23.
fluxo de informações
consumidor
empresa produtora
natureza
marketing
produção vendas
fornecedor fornecedor
logística atacadista varejista
nível 2 nível 1 P&D
compras fluxo de produtos
finanças
compras e estoques
5 Adaptado de LAMBERT, Douglas M. Strategic logistics management. 4 ed. New York: McGraw‑Hill, 2001. p. 89.
6 VON BERTALANFFY, Ludwig. Teoria geral dos sistemas. 4 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2009.
fornecedor z cliente A
cliente B
Fábrica/
fornecedor x Operações
cliente
fornecedor y
7 Adaptado de BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 31.
8 CORRÊA, Henrique Luiz. Gestão de redes de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2010. p. 87‑95.
9 PIRES, Silvio. Gestão da Cadeia de Suprimentos. São Paulo: Atlas, 2007. p. 155‑222.
10 DIAS, João Carlos. Logística global e macrologística. Lisboa: Sílabo, 2005. p. 76.
11 HANDFIELD, Robert B. Introduction to supply chain management. New York: Prentice‑Hall, 1999. p. 43.
empresas a montante
empresas a justante
consumidores
natureza
empresa
fornecedor fornecedor “focal”
produto
atacadista varejista
2o. nível 1o. nível produtor
12 PIRES, Silvio. Gestão da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2007. p. 47‑61.
13 RUSHTON, Alan. The handbook of logistics and distribution management. 3 ed. London: Kogan, 2007. p. 255‑259.
seu formato e capacidade, das suas dimensões, dos equipamentos para movimen‑
tação/estocagem das mercadorias e do sistema de controle das transações de
entradas e saídas.
O objetivo principal da maioria dos armazéns é viabilizar a movimentação
das mercadorias, em quantidades adequadas, por meio das cadeias de supri‑
mentos, desde a obtenção das matérias‑primas naturais até o consumidor final.
Assim, o papel estratégico do armazém, no planejamento e na operação das di‑
versas cadeias de suprimentos, está ligado às diversas técnicas utilizadas para
a otimização dos estoques, tais como os sistemas flexíveis de manufatura just‑
‑in‑time, Efficient Consumer Response (ECR) e Collaborative Planning, Forecasting,
and Replenishment (CPFR). Para obter a eficiência dos estoques, é importante
considerar as condições fundamentais da sua necessidade.14
• A demanda pelo produto é contínua: em algumas empresas, tais como
as da indústria da moda, os produtos são produzidos a cada novo lança‑
mento (segundo as estações climáticas do ano); nessa situação, as mer‑
cadorias devem ser rapidamente produzidas e “empurradas” ao longo
da sua cadeia de suprimentos até as lojas nas quais serão vendidas, não
havendo a necessidade de manter estoques no canal. Por outro lado, há
mercadorias que são vendidas de forma continuada e, assim, devem ser
“puxadas” por sua cadeia de suprimentos, segundo a variação da demanda
do consumidor; dessa forma, as mercadorias devem ser entregues a partir
de um estoque cuja quantidade deve ser adequadamente calculada para
atender tais variações da demanda. Assim, os armazéns devem ser cuida‑
dosamente deinidos (localização, dimensão e equipamentos) de forma a
gerar diferencial competitivo, e não simplesmente custos de estoque;
• O prazo de entrega de suprimentos é maior do que o prazo de entrega
da demanda: as mercadorias são “empurradas” ao longo da sua cadeia de
suprimentos e devem gerar estoques somente nos locais em que o tempo de
entrega dos fornecedores é maior do que o prazo desejado pelo cliente; por
exemplo, na condição de entrega dia seguinte ao embarque, usualmente
oferecida aos clientes, é comum que muitas dessas mercadorias não possam
ser oferecidas diretamente da produção, pois o tempo de manufatura e de
transporte são maiores do que a condição de entrega mencionada anterior‑
mente; dessa forma, as mercadorias devem ser entregues a partir do estoque
disponível em um armazém adequadamente localizado para isso.
clientes. A gestão dos estoques é uma das funções críticas que um armazém deve
desempenhar com eficiência para atender aos clientes.
reposição reposição
área de armazenagem
entrada
área de
recebimento
área de armazenagem
saída
sortimento
área do despacho
área de armazenagem
transit-point
despacho recebimento
área de armazenagem
sortimento
Cross-docking
despacho recebimento
20 CHRISTOPHER, Martin. Logística e cadeia de suprimentos 2 ed. São Paulo: Cengage, 2007. p. 95‑114.
cinco anos a empresa passou a atender o mercado nacional. Assim como o mer‑
cado se expandiu, também as fontes de suprimentos se expandiram, apesar dos
seus fornecedores estarem concentrados em São Paulo, Minas Gerais e Rio
Grande do Sul. Como nas outras empresas do ramo, Miguel fabrica apenas al‑
guns componentes, e o produto final é montado com a maioria dos componentes
adquiridos de terceiros. Miguel verificou que os custos de transporte e de esto‑
ques representam uma grande parte dos seus custos de produção e precisam ser
reduzidos drasticamente.
Miguel resolveu adotar a nova abordagem que acabara de conhecer em um
MBA, ela trata do fluxo integrado dos materiais por meio do relacionamento coo‑
perativo com clientes e fornecedores; alguns pontos‑chave lhe chamaram muito a
atenção e queria verificar se funcionariam na sua empresa:
• o estoque representa somente custo e deve ser reduzido;
• o abastecimento deve ser feito com frequência e em pequenas quantidades;
• o fornecedor é um parceiro que oferece qualidade e serviço de alto
desempenho;
• a entrega de produtos acabados deve ser feita no menor tempo possível.
Questões
Diante do caso apresentado, responda:
1. Identiique esquematicamente qual é o custo total anual de manter esto‑
ques desses componentes no sistema atual?
interdependência
comprador vendedor
processos de
comunicação poder
negociação
Intergrupal
IV nível
Intrapessoal
Intragrupal
Interpessoal
III nível
interações combinadas II nível I nível
entre os componentes
interação direta com reflexão
do grupo para atingir
apenas dois envolvidos íntimo e pessoal
suas metas individuais
para atingir suas metas abordada na psicologia
dentro das metas do grupo
máxima: m a
troca de informações
troca honesta s as ss as
problema vencer;
comum foco de atenção não perder
5 COHEN, Herb. Você pode negociar qualquer coisa. 8 ed. Rio de Janeiro: Record, 1980; KOLB, Deborah. Hidden conlict in
organizations. London: Sage Publications, 1993; PRUITT, Dean. Negotiation behavior. Boston: Academic Press, 1981.
6 MONCZKA, Robert. Purchasing and supply chain management. New York: South Western, 1998. p. 508‑509.
7 LONG, Brian G. Purchasing and supply negotiations. 6. ed. New York: McGraw‑Hill, 2000. p. 499‑526.
10 LEWICKI, Roy; SAUNDERS, David; BARRY, Bruce. Negotiation: readings, exercises, cases. 5 ed. São Paulo:
Irwin/McGraw‑Hill, 2006.
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11
comunicador comunicado
mensagem
codificação decodificação
ruídos
significado significado
decodificação codificação
feedback
12 LIMA, Cristina B.; MARTINS, Talita M.; LIBONI, Lara; ATTADIA, Lesley; MARTINELLI, Dante. Enfoque
sistêmico e as habilidades do negociador: caracterização e inluência no uso do poder em processos de negociação.
In CONGRESSO BRASILEIRO DE SISTEMAS, 4., 2008, Franca. Anais. Franca: UniFACEF, 2008. p. 1‑16.
13 ZENS, Gary J. Purchasing and materials management. 7 ed. New York: Wiley, 1994, p. 245‑264.
14 WILLIAMSON, Oliver E. The economic institutions of capitalism. New York: The Free Press, 1985.
15 WILLIAMSON, 1985.
16 HOBBS, Jill E. A transaction cost analysis of quality, traceability and animal welfare issues in UK beef retailing.
British Food Journal, vol. 98, n. 6, p. 16‑26, 1996.
17 PARKER, Dave; HARTLEY, Keith. The economics of partnership sourcing versus adversarial competition: a
critique. European Journal of Purchasing & Supply Management, vol. 3, n. 2, p. 115‑125, 1997.
18 WILLIAMSON, 1985.
19 CORREIA, Germano Manuel. A utilização do conceito de custos de transação na seleção de fornecedores de insumos
produtivos na indústria farmacêutica. 2001. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Escola Politéc‑
nica, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Custo total
da transação
20 JOHNSON, John; WOOD, Donald. Contemporary logistics. 8 ed. New York: Prentice Hall, 1996; BALLOU, 2006;
LAMBERT, 2001.
21 LEWICKI; SAUNDERS; BARRY, 2006 ; URY, William; FISHER, Roger; PATTON, Bruce. Getting to yes:
negotiating agreement without giving in. New York: Penguin Books, 1991; MILLS, Harry. Negociação: a arte de
vencer. São Paulo: Makron Books, 1993; KARRAS, Gary. O manual de negociação: o guia completo de estratégias
e táticas de negociação. 2 ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996.
22 SAUSSIER, Stéphane. Transaction costs and contractual incompleteness: the case of Électricité de France.
Journal of Economic Behavior & Organization, vol. 42, p. 189‑206, 2000; FORKER, Laura. Factors afecting
supplier quality performance. Journal of Operations Management, vol. 15, n. 4, p. 243‑269, 1997; ARTZ, Kendall;
BRUSH, Thomas. Asset speciicity, uncertainty and relational norms: an examination of coordination costs in
collaborative strategic alliances. Journal of Economic Behavior & Organization, vol. 41, n. 4, p. 337‑362, 2000.
23 HEINRITZ, Stuart. Purchasing: principles and applications. 8 ed. New York: Prentice‑Hall, 1991.
24 CAVINATO, Joseph. The supply management handbook. 7 ed. New York: McGraw‑Hill, 2006.
OBJETIVO DA NEGOCIAÇÃO_____________________VENDEDOR________________
Questões
Aplicações práticas25
Apresentamos a seguir exemplos de aplicações dos conceitos e sugestões tra‑
balhadas ao longo deste capítulo.
Mão de Custos
Vendas Preço Compras
atual obra indiretos
+17% +5% – 8%
– 50% –20%
Vendas $ 100 $117 $105 $100 $100 $100
Compras 60 70 60 60 60 55
Mão de obra 10 12 10 5 10 10
(continua)
25 Adaptados de Ballou (2006).
(continuação)
Custos indiretos 25 25 25 25 20 25
Lucro 5 10 10 10 10 10
Considerando essa tabela, a média simples dos preços será de US$ 2,47/
unidade. A primeira quantidade de 3 meses de compra em janeiro seria de US$
150.000,00/US$2,00 = 75.000 unidades. Assim, teríamos o seguinte quadro
para as 4 compras do ano:
(continuação)
Abril 66.667 2,25 150.000 33.334
Julho 58.524 2,55 150.000 29.412
Outubro 53.571 2,80 150.000 26.786
254.062 600.000 31.758b
a
– 75.000/2 = 37.500 unidades
b
– média anual (37.500 + 33.334 + 29.412 + 26.786)/4 = 31.758 unidades.
1 WILLIAMSON, Oliver E. The economic institutions of capitalism. New York: The Free Press, 1985.
2 COASE, Ronald. The nature of the irm. Economica, London, vol. 4, n. 16, 1937.
3 WILLIAMSON, 1985.
4 WILLIAMSON, Oliver E. The theory of the irm as governance structure: from choice to contract. Journal of
Economics Perspective, vol. 16, n.3, pp. 171‑195, 2002.
5 DANIELS, John; DANIELS, Caroline. Visão global. São Paulo: Makron Books, 1996.
6 FRANKEL, Robert; WHIPPLE, Judith; FRAYER, David. Formal versus informal contracts: achieving alliance
success. International Journal of Physical Distribution & Logistics Management, nol. 22, n. 1, pp. 152‑194, 2000.
12 WILLIAMSON, 2002.
13 EISENBERG, Melvin Aron. The emergence of dynamic contract law. Californlia Law Review, vol. 88, n. 6, pp.
1743‑1814, 2000.
14 MATHIESEN, Henrik. Transaction cost economics, and contract law. Ontario: Department of Economics, Univer‑
sity of Western Ontario, 1995.
irmas e caracteriza‑se por ser aplicado a transações de longo prazo com alta
especiicidade de ativos, geralmente entre irmas integradas verticalmente.
Há grande incerteza das transações, bem como problemas de medição da
transação, cujo custo cresce com a diversiicação de atividades. Além disso,
a assimetria informacional é alta e o custo ex post para monitorar e realinhar
os contratos é alto. O preço é estabelecido pela “mão visível” do custo real
do material e do trabalho, quando as questões não econômicas passam a ser
mais importantes, por isso é crucial estabelecer ex ante um relacionamento
cooperativo entre os contratantes para viabilizar a execução do contrato.
300 peças desenhadas e produzidas exclusivamente para a comemoração dos 100 anos da Metalinox, tendo
como base o modelo 39 do seu catálogo.
A Brindex deverá apresentar 3 alternativas para nossa aprovação, em até 3 semanas da assinatura do contrato.
Os brindes deverão ser entregues em estojo individual revestido internamente de veludo e externamente
deve ser na cor da Metalinox.
Preço total: R$ 5.000,00
Condições de entrega: na sede da Metalinox, em caixas de papelão.
Pagamento: 50% no contrato + 50% a 28 da data da entrega.
Prazo de entrega – 4 semanas após a aprovação da Metalinox.
Data do contrato: hoje
Assinaturas: Brindex Metalinox
de aceitação aprovados;
deinidos no Serão veriicadas as certiicações da madeira, dos materiais e da mão de
contrato obra utilizada.
Local contratual A entrega será na sede da Metalinox na data prevista; o transporte é por
da entrega conta e de responsabilidade da Brindex
data(s) contratual A apresentação dos modelos e das caixas de madeira em data a deinir;
(ais) da(s)
entrega(s) A entrega inal será na 8a semana a partir da data contratual
básico (tipo
e valor da O valor total = R$ 5.000,00 incluindo embalagens, o transporte até a sede
embalagem e do da Metalinox e os tributos incidentes.
transporte)
descrever os A Brindex é responsável pelos tributos incidentes na transação quanto
tributos incidentes ao IPI e ao ICMS, estando estes no preço apresentado anteriormente e
(tipo e valor) devendo ser destacados na NF.
Preço
Condição de
O sinal de 50% será pago no 3o dia após a assinatura do contrato contra
pagamento
recibo de antecipação contratual; o saldo de 50% será pago a 28. ddl da
(parcelas, datas e
emissão da NF.
rotina)
reajuste ou
revisão
(fórmula, O preço contratual é ixo e irreajustável.
incidência e
rotina)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
data inicial data final
do contrato do contrato
período 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
atividade A: planejado
real
atividade B: planejado
real
atividade C: planejado
real
1 3 4 5 7
A B F H
D E
C G
2 I 6
• local para indicar o início mais cedo e início mais tarde de cada atividade
• A, B, F, H são as atividades sequenciais do início ao fim do trabalho
• a duração de cada atividade é conhecida e portanto não há folga entre elas
Desenvolvimento Planejado
A
das amostras Real
Desenvolvimento da Planejado
B
caixa de madeira Real
1.100 3
valor de R$ 5.000,00
1.000
900
al
800
atu
ntr
700
co
2
rva
600
cu
l 500
rea
va
cur 400
300 1
200
100
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
PROGRESSO NA DATA 8 dias contratuais
evento 1 – cumprida na data 3 prevista
valor mantido $300 ($300 acumulado) evento 3 – previsão mantida na data 11
evento 2 – cumprido na data 8 atraso de 3 valor mantido de $300 ($1.000 acumulado)
períodos evento 4 – previsão mantida na data 15
valor mantido de $400 ($700 acumulado) valor mantido de $500 ($1500 acumulado)
(continuação)
Disponibilidade percebida =
1 – (∑ indisponib./aferição)
Documentação atualizada
(descrição das atividades)
Tempo de resposta do help‑desk
Segurança do sistema (descrição
do processo)
Pesquisa de satisfação
dos usuários
Previstos para a
Valores econômicos do contrato Formalizados no contrato
contratação
Item Descrição R$/un Qtde. R$ R$/un Qtde. R$
(continuação)
Valor Valor
Fluxo de caixa
previsto pago
Data Histórico R$ R$
Valor presente
Questões
1. Diferencie custos ex ante e ex post.
2. Relacione alguns elementos a serem considerados em uma análise econô‑
mica de um contrato.
3. Explique como funciona o recebimento e o processamento de reclamações.
4. Explique o que são e qual a função dos seguintes instrumentos:
a. cronograma contratual;
b. relatório de progresso contratual;
c. relatório econômico e inanceiro;
d. nível de serviço acordado.
5. Explique em que consiste o gerenciamento do ciclo de vida do contrato.
6. Diferencie o que abordar nas diferentes reuniões de gerenciamento de um
contrato.
Empresa é a:2
• atividade: um conjunto de atos coordenados segundo certas funções;
• econômica organizada: ou seja, pela qual é constituída uma estrutura
que funciona pelo uso sistemático e ordenado dos fatores de produção
(trabalho, capital, insumos e tecnologia);
• proissional: desenvolvida habitualmente (e não em caráter esporádico)
e com um domínio da técnica e das informações (sobre os bens e serviços
produzidos, seu uso, sua qualidade, seus insumos e sua forma de produção,
seus efeitos e defeitos reais ou potenciais);
• voltada para a produção ou a circulação de bens ou serviços: tendo
como cerne a transformação de materiais com o uso de energia para a
fabricação de um produto material (bem) ou a prestação de um serviço
(um produto intangível), sempre destinados ao mercado, isto é, a terceiros
(compradores), excluídas as atividades desenvolvidas para consumo pró‑
prio (subsistência).
Não são empresas as atividades que não se subsumam a tal definição, as quais
passam a ser consideradas atividades civis, não podendo falir, pedir a falência
de um devedor e nem requerer sua própria recuperação judicial (sobre elas não
incide, portanto, a Lei de Falências e Recuperação de Empresas – LFRE, Lei
no 11.101/2005). Também não são empresa, por expressa exclusão legal, as
seguintes “atividades econômicas civis”:3
• as atividades desenvolvidas por “quem exerce proissão intelectual, de
natureza cientíica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxi‑
liares ou colaboradores, salvo se o exercício da proissão constituir ele‑
mento de empresa.” (CC, art. 966, parágrafo único). Assim, mesmo que
um proissional liberal (médico, advogado, engenheiro) ou artista contrate
trabalhadores para auxiliá‑lo em sua atividade, não será empresário. Isso
só ocorre quando tal proissional, ainda que continue a exercer o seu ofício
propriamente dito, passe a ter uma ampla dedicação à gerência de uma
(considerável) estrutura de fabricação de bens ou de prestação de serviços,
gerindo inanças, materiais, pessoas (trabalhadores contratados), passan‑
do então a ser considerado empresário;
2 COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa. 24 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 31‑6;
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Curso de direito comercial. 2 ed. São Paulo: Malheiros, 2008. vol. 1, p.
126‑48.
3 COELHO, 2012, p. 36‑40.
6 SZTAJN, Rachel. Teoria jurídica da empresa: atividade empresária e mercados. São Paulo: Atlas, 2004, p. 224‑5.
11 MELLO, Marcos Bernardes de. Teoria do fato jurídico: plano da validade. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2004, p. 201‑2.
12 AZEVEDO, 2008, p. 49‑61.
14 GOMES, p. 37.
15 GOMES, 2007, p. 46‑8.
16 GOMES, 2007, p. 38‑43.
O Código Civil prevê, em seu art. 317: “Quando, por motivos imprevisíveis,
sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do mo‑
mento de sua execução, poderá o juiz corrigi‑lo, a pedido da parte, de modo que
assegure, quanto possível, o valor real da prestação.” Deve‑se pontuar que a
onerosidade excessiva para uma das partes precisa vir juntamente com a ex‑
trema desvantagem da outra para que se possa aplicar tal disposição do Código
Civil, ou seja, para que o juiz possa atuar, revisando (os valores) ou extinguindo
(resolvendo) o contrato – essa é a opinião predominante da doutrina, embora haja
divergências, isto é, autores para os quais não é necessária a extrema vantagem
para uma parte, mas apenas a onerosidade excessiva para a outra.18 Esse foi o
caso dos contratos de leasing (arrendamento mercantil – uma locação com opção
de compra ao final) com prestação em dólar americano, que, com a enorme des‑
valorização da moeda brasileira (real) em 1999, geraram para os arrendadores
uma vantagem enormemente desproporcional em relação ao que fora inicial‑
mente pactuado e criaram uma desvantagem grave aos arrendatários, que “não
conseguiam saldar seus débitos, pois estes iam muito além do risco normal do
contrato”.19 Mesmo nos chamados contratos aleatórios, que envolvem normalmen‑
te um alto risco (álea) assumido por uma das partes (como o contrato de seguro),
a álea extraordinária, decorrente de “fatos anormais e imprevisíveis pelas partes
contratantes”, pode gerar revisão do contrato por onerosidade excessiva.20
17 LOPEZ, Teresa Ancona. Princípios contratuais. In: FERNANDES, Wanderley (Coord.). Fundamentos e princí‑
pios dos contratos empresariais. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 26‑7 (destaques no original).
18 Cf. DIAS, Luzia Ancona Lopez de Magalhães. Onerosidade excessiva e revisão contratual no direito privado
brasileiro. In: FERNANDES, Wanderley (Coord.). Fundamentos e princípios dos contratos empresariais. São Paulo:
Saraiva, 2007, p. 355‑6.
19 LOPEZ, 2007, p. 33 (destaques no original).
20 DIAS, 2007, p. 372.
Tal norma é aplicável tanto nas relações civis quanto nas empresariais ou
comerciais. Fora desse campo, porém, vale mencionar que o Código de Defesa
do Consumidor (em regra não aplicável às relações entre pessoas exercentes de
empresa) prevê, como “direito básico do consumidor”, “a modificação das cláu‑
sulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão
em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas” (art.
6o, V) e considera nulas as cláusulas que “estabeleçam obrigações consideradas
iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada ou
sejam incompatíveis com a boa‑fé ou a equidade” (art. 51, IV).
Em regra, o CDC não pode, porém, ser aplicado nem inspirar a aplicação do
direito às relações empresariais. No caso do direito do consumidor, há relações
entre partes diferentes em fatores como informação (sobre o produto ou serviço e
sobre seu processo de produção, sobre o mercado, sobre os padrões de qualidade e
sustentabilidade) e capacidade econômica. Por esse motivo, o consumidor é consi‑
derado hipossuficiente e é favorecido juridicamente quando reclama de um produ‑
to ou serviço – é o caso, por exemplo, da inversão do ônus da prova. Aqui não vale a
regra geral de que quem alega tem que provar – o consumidor alega um problema
no produto, mas é o fabricante que deve provar que não há defeito nenhum, pois é
ele que dispõe dos meios técnicos e econômicos para realizar tal prova.
No direito empresarial, a situação é diversa. Os agentes estão em competição
e faz parte do jogo do mercado que o erro de um beneficie o outro, que ven‑
ça uma estratégia mais eficiente (no sentido da melhor alocação de recursos),
um comportamento lícito nos limites da boa‑fé. Assim, o princípio da boa‑fé
adquire uma especial conformação nos contratos empresariais. Prevê o artigo
422 do Código Civil que: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na
conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa‑
‑fé”. Não interessa a intenção íntima dos agentes (boa‑fé subjetiva), mas sim
os padrões de comportamento externalizados (boa‑fé objetiva), o proceder de
acordo com a ética do mercado e da economia e com o respeito às regras do jogo,
definidas pelas partes (especialmente no contrato, nos entendimentos tácitos
antes, durante e depois da celebração do contrato) ou por terceiros (regulações
setoriais, normas estatais etc.). Por isso, o comportamento de uma das partes na
fase pré‑contratual, bem como durante a execução do contrato e mesmo após a
conclusão da relação contratual (fase pós‑contratual), gera expectativas legíti‑
mas na outra parte, guiando suas decisões. Daí a proteção que o direito empre‑
sarial procura fornecer à previsibilidade e à segurança jurídica, que diminuem
os custos de transação e reforçam o papel da confiança nas relações contratuais.
Assim, o erro que gera um desequilíbrio contratual não é, por si só, fato que gere
a possibilidade de uma correção judicial do contrato, pois o que se visa excluir,
no campo do direito comercial, não é a competição baseada nos méritos e na
eficiência (que, aliás, é estimulada), mas sim os comportamentos predatórios e
oportunísticos, que são afastáveis em favor de uma lógica de colaboração e ob‑
tenção de vantagens em longo prazo.21
Por outro lado, no reforço à confiança entre as partes e na valorização da boa‑
‑fé nas relações jurídicas preza‑se pela interpretação das declarações de vontade
segundo a boa‑fé e os usos e costumes do meio (art. 113, CC), e interpretam‑se
os contratos mais segundo seu sentido social (como expressão da vontade subje‑
tiva) do que segundo as formas linguísticas literais (art. 112, CC).
Por fim, o Código Civil consagra, em seu art. 421, que “A liberdade de contra‑
tar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”. Embora
de difícil definição, o princípio da função social do contrato é entendido como
decorrência do princípio constitucional da função social da propriedade (art. 5o,
XXIII da Constituição de 1988) aplicado à empresa.22 Sendo assim, é importante
entender os contornos do sistema econômico desenhados pela Constituição para
buscar, nesse âmbito, o entendimento do princípio da função social do contrato.
A Constituição, em seu art. 170 prescreve:
21 FORGIONI, Paula A. Interpretação dos negócios empresariais. In: FERNANDES, Wanderley (Coord.). Fun‑
damentos e princípios dos contratos empresariais. São Paulo: Saraiva, 2007a, p. 86‑95
22 FORGIONI, 2007a, p. 141‑3; FORGIONI, Paula A. Teoria geral dos contratos empresariais. 2 ed. São Paulo: Re‑
vista dos Tribunais, 2010a, p. 245‑6.
23 GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988: interpretação e crítica. 12 ed. São Paulo: Ma‑
lheiros, 2007, p. 126‑48.
24 GRAU, Eros Roberto; FORGIONI, Paula A. O Estado, a empresa e o contrato. São Paulo: Malheiros, 2005, p. 290‑1.
25 MIGUEL, Paula Castello. Contratos entre empresas. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p. 162‑77.
26 MENDES, Maria Cristina Varalla; RODRIGUEZ, Caio Farah. Notas sobre alocação de riscos e garantias con‑
tratuais. In: FERNANDES, Wanderley (Coord.). Fundamentos e princípios dos contratos empresariais. São Paulo:
Saraiva, 2007, p. 397‑403.
27 MENDES; RODRIGUEZ, 2007, p. 403‑5.
os elementos essenciais do próprio contrato definitivo que tem por objeto. Ora, se
o contrato preliminar tem por objeto a própria celebração do contrato definitivo,
as partes apenas não celebraram o contrato definitivo, pois não podiam, àquele
momento, definir seus elementos essenciais. “As promessas de contratar só podem
ter uma função, que singelamente se exprime: tornar obrigatória a contratação,
quando as partes não querem ou não podem contratar definitivamente, desde lo‑
go”.34 Exigir o consenso quanto a todos os elementos essenciais do contrato defi‑
nitivo é tornar inócuo o contrato preliminar. As condições sob as quais as partes
celebram um contrato preliminar são justamente aquelas em que “querem, desde
logo, vincular‑se à celebração de um contrato definitivo, embora ainda não tenham
esclarecido ou concordado com todos os pontos desse futuro contrato”,35 pois, se o
tivessem e meramente quisessem que a vigência do contrato se iniciasse no futuro,
poderiam celebrar um contrato a termo ou com condição suspensiva.
A condução formal, por meio de instrumentos escritos, parece ser a mais
recomendável para as tratativas, principalmente em um negócio jurídico de con‑
siderável porte. Essa fase do procedimento negocial costuma alongar‑se prin‑
cipalmente em se tratando do âmbito empresarial e havendo complexidade dos
interesses envolvidos e do objeto da contratação. A necessidade da formalização
advém da fluidez (falta de rigoroso e detalhado procedimento regulado por lei)
inerente à fase de tratativas, na qual a interpretação das obrigações e dos deve‑
res laterais que as partes vão constituindo progressivamente conforme avança
a negociação depende de uma aferição objetiva de sua boa‑fé e das legítimas
expectativas mutuamente geradas.
Nessa fase, as expectativas de direito e eventuais direitos e deveres vão sen‑
do gerados pela autonomia da vontade, e são as próprias partes que, por suas
condutas, manifestando suas intenções explícita ou tacitamente, definem o grau
de vinculatoriedade dos entendimentos que vão se estabelecendo, até se chegar
a um contrato preliminar propriamente dito. As partes podem até mesmo “es‑
sencializar”, isto é, considerar como cláusulas essenciais do contrato definitivo
algumas que a lei não reputa como obrigatórias à sua caracterização. Esses en‑
tendimentos são estabelecidos ao longo do procedimento negocial, “enquanto
ordenação regular de atos tendentes à criação, modificação ou extinção de uma
relação negocial” e no decorrer desse procedimento as partes utilizam a técnica
da pontuação, chegando a “acordos progressivos sobre diferentes pontos do
34 COMPARATO, Fábio Konder. Relexões sobre as promessas de cessão de controle societário. In: COMPARA‑
TO, Fábio Konder. Novos ensaios e pareceres de direito empresarial. Rio de Janeiro: Forense, 1981, p. 233.
35 COMPARATO, 1981, p. 234.
42 ZANETTI, Cristiano de Souza. Responsabilidade pela ruptura das negociações. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2005, p. 18‑31.
43 ZANETTI, 2005, p. 21.
pelo contrato preliminar, já existente nessa fase “avançada” das negociações). Essa
intervenção apenas consolida definitivamente o que a parte inadimplente em sua
obrigação de contratar definitivamente já havia consentido quando concordou com
os parâmetros de determinabilidade dos elementos essenciais, parâmetros estes de‑
lineados nos instrumento negociais anteriores ao contrato definitivo.
Avançada a negociação ao ponto da formação do contrato definitivo, frisa‑se
que seu caráter obrigatório surge quando é “estabelecido o consenso quanto aos
elementos essenciais típicos do contrato [obedecidas as cláusulas legais cogen‑
tes] ou aqueles que as partes, ou as condições específicas do negócio, tornem
essenciais naquela operação econômica.”44
Por exemplo, no contrato de compra e venda são elementos essenciais a coisa, o
preço e o consenso das partes. Imagine uma construtora que negocia a compra de
certos materiais para sua obra. Ela faz um convite à oferta (carta‑convite ou edital)
para buscar no mercado um fornecedor que se disponha a apresentar o melhor
preço e a melhor qualidade (inclusive ambiental). Em uma primeira reunião entre
as partes, são acordadas as quantidades e os tipos de material a serem comprados/
vendidos, porém, alguns preços ainda precisam ser confirmados pelo fornecedor.
Pelas circunstâncias do caso, entende‑se que a proposta do fornecedor ainda não
foi aceita, e ainda não há um contrato entre as partes, pois os preços precisavam
ser confirmados. Em uma carta posterior o fornecedor informa os preços, e, pelas
circunstâncias do processo negocial e pela ata da reunião (que dava a entender
que o contrato estaria celebrado assim que os preços fossem confirmados pelo
fornecedor), tem‑se que o contrato foi celebrado logo que o fornecedor expediu a
carta confirmando os preços (vide o supracitado art. 434, caput, CC), pois esse era
o único elemento essencial que faltava para o contrato restar formado.45
(continuação)
Quanto aos efeitos Cumprimento É feita a prestação, mas de Art. 235, CC: “Deteriorada a
defeituoso modo imperfeito coisa, não sendo o devedor cul‑
pado, poderá o credor resolver
a obrigação, ou aceitar a coisa,
abatido de seu preço o valor
que perdeu.”
art. 236: “Sendo culpado o
devedor, poderá o credor exigir
o equivalente, ou aceitar a coisa
no estado em que se acha, com
direito a reclamar, em um ou
em outro caso, indenização das
perdas e danos.”
Quanto ao conteú‑ Incumprimento de obrigação principal ou acessória,
do da violação contratualmente prevista e exigível
Vale lembrar que uma das formas de extinção do contrato também aborda‑
da no gênero da resolução consiste na condição resolutiva pactuada pelas partes
desde o início e já inserida como cláusula do contrato. Assim como o termo final,
no caso da condição resolutiva (evento de ocorrência futura e incerta a partir do
qual o contrato estará desfeito), havida a situação prevista pelas partes, o contrato
se desfaz automaticamente. Prevê o Código Civil, em seu art. 474: “A cláusula re‑
solutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial”.
Por fim, outra forma de resolução decorre da já citada vedação à onerosidade
excessiva, aplicável aos contratos de longa duração ou de trato sucessivo (como,
pela regra, os contratos de fornecimento e distribuição). Nesse sentido, prevê o
Código Civil:
• art. 477: “Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das par‑
tes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou
tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar‑se
à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou
dê garantia bastante de satisfazê‑la”;
• art. 478: “Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a presta‑
ção de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema
vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e
imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos
da sentença que a decretar retroagirão à data da citação [ato inicial do
processo judicial]”;
• art. 479: “A resolução poderá ser evitada, oferecendo‑se o réu a modiicar
equitativamente as condições do contrato”;
• art. 480: “Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes,
poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo
de executá‑la, a im de evitar a onerosidade excessiva”.
52 AZEVEDO, Antonio Junqueira de. O princípio da boa‑fé nos contratos. Revista CEJ, Brasília, n. 9, 1999, s/p.
que disse ter o melhor preço, mas que não fazia a colocação. Ele pediu, en‑
tão, à vendedora a informação de quem poderia colocar o carpete. A irma
vendedora indicou o nome de uma pessoa que já tinha alguma prática na
colocação do carpete, mas não disse que o carpete que estava fornecendo
para esse empresário era de um tipo diferente. O colocador do carpete pôs
uma cola inadequada e, semanas depois, todo o carpete estava estragado.
A vendedora dizia: cumpri a minha parte no contrato, entreguei, recebi
o preço, o carpete era esse e iz favor indicando um colocador. Segundo a
regra da boa‑fé, ela não agiu com diligência, porque, no mínimo, deveria
tê‑lo alertado – uma espécie de dever de informar e de cuidar depois de o
contrato ter terminado – a propósito do novo tipo de carpete. Há respon‑
sabilidade pós‑contratual.”
contrato uma cláusula que preveja que os litígios decorrentes daquele contrato
hão de ser decididos no juízo de certa localidade (cláusula de eleição de foro).
Esse terceiro que impõe a decisão às partes pode ser qualquer pessoa natural
contratada para tanto, caso em que se tem a arbitragem.
O juízo arbitral pode ser realizado por um ou mais árbitros, podendo ser estes
pessoas juridicamente capazes, sem qualquer requisito profissional (podem ser
engenheiros, técnicos no assunto, advogados, médicos etc.). A Lei de Arbitragem
(Lei no 9.307/96) prevê que “[a]s pessoas capazes de contratar poderão valer‑se
da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.”
(art. 1o). A submissão de um litígio atual ou futuro à arbitragem é pactuada pelas
partes na forma de uma convenção arbitral.
Existem duas formas de convenção arbitral: o compromisso arbitral, um
negócio jurídico processual pactuado pelas partes que visa à resolução de uma
controvérsia já existente (o que torna difícil tal acordo para a deliberação do
modo de resolução do conflito); e a cláusula arbitral, já prevista em um contra‑
to entre as partes, pela qual elas submetem a arbitragem eventual e potencial
litígio que venha a surgir em matéria daquele contrato.
Uma cláusula arbitral deve prever: (1) que as partes acordam em submeter a
arbitragem qualquer controvérsia decorrente de ou relativa a determinado con‑
trato, a sua interpretação ou execução no que diz respeito à arbitragem perante
um órgão institucional (como a câmara de arbitragem de uma dada câmara de
comércio ou de determinado setor econômico); deve‑se definir (2) qual é o órgão
eleito pelas partes; devem ser escolhidos o (3) direito material e (4) as normas
processuais a serem seguidas (estas podem ser as normas de um regulamento de
certa entidade arbitral); deve‑se (5) definir o local de proferimento da sentença
(que definirá se ela será nacional ou estrangeira, neste último caso precisando
ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ); enfim, deve‑se pre‑
ver (6) o idioma em que se desenrolará o processo e (7) o número de árbitros
(e, quando não se eleger um regulamento arbitral específico, é preciso definir a
forma de escolha e nomeação dos árbitros).
Uma cláusula arbitral que não preveja a (forma de) escolha dos árbitros é
chamada “cláusula vazia”. Havendo uma cláusula arbitral completa (“cheia”), a
arbitragem poderá ser instituída com maior facilidade, uma vez que tal cláusu‑
la já especifica a forma de indicação dos árbitros, podendo nomear os árbitros
que devem ser chamados quando do surgimento da controvérsia ou eleger já o
órgão arbitral institucional no qual o processo arbitral, uma vez surgida a con‑
trovérsia, deverá se desenvolver. A cláusula cheia traz a vantagem de, havendo
Questões
1. Deina e explique as diferenças entre empresa, pessoa jurídica e socieda‑
de, segundo a legislação brasileira.
2. Diferencie os planos da existência, validade e eicácia nos contratos.
3. Explique o que são vícios de consentimento, exempliicando.
4. Relacione quais são os princípios contratuais gerais e aqueles próprios
dos contratos empresariais. Explique brevemente estes últimos.
5. Explique em que consiste e qual a função de um contrato preliminar.
6. Diferencie os vários documentos negociais.
7. Diferencie as formas de extinção do contrato.
8. Explicite os direitos e deveras das partes na fase pós‑contratual.
9. Explique em que consiste a arbitragem. Procure relacionar vantagens e
desvantagens de seu uso com relação à via judiciária/estatal de solução
de controvérsias.
53 CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e processo: um comentário à Lei 9.307/96. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2009,
p. 137‑72.
1 ZANETTI, Cristiano de Sousa. Direito contratual contemporâneo: a liberdade contratual e sua fragmentação. São
Paulo: Método, 2008, p. 212.
2 COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa. 24 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 464.
Ainda que nem todo o contrato seja redigido por apenas uma das partes e
colocado para aceitação em bloco pela outra, não são incomuns nos contratos
empresariais as cláusulas contratuais gerais, que consistem em “estipulações
redigidas, prévia e unilateralmente, pelo proponente, para utilização reiterada
em uma série indeterminada de futuros contratos singulares, cujos destinatá‑
rios se limitarão a aceitá‑las em bloco, sem nenhuma possibilidade de alterar
o seu conteúdo. [...] Visam moldar a vontade dos intervenientes nos negócios
jurídicos a que as cláusulas respeitam, e estes, subscrevendo‑as como propo‑
nentes ou aceitando‑as como destinatários assumem posições negociais. Estas
são pré‑elaboradas, estando disponíveis antes de surgir a declaração que as
perfilha, e apresentam‑se de maneira generalizada, ou seja, podem ser utiliza‑
das por pessoas indeterminadas, quer como proponentes, quer como destina‑
tários. São rígidas, independentemente de obterem ou não a adesão das partes,
sem possibilidade de alterações”.4
3 ZANETTI, Cristiano de Sousa. Direito contratual contemporâneo: a liberdade contratual e sua fragmentação. São
Paulo: Método, 2008, p. 264.
4 MELO, Diogo L. Machado de. Cláusulas contratuais gerais: contratos de adesão, cláusulas abusivas e o Código
Civil de 2002. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 50‑1 (destaques no original).
Observe que, para o autor, o contrato de fornecimento não existe em si, mas
está inserido na categoria do contrato de compra e venda, já que o fornecimento
seria “nada mais que uma série de contratos de compra e venda, cujas cláusulas
foram negociadas em termos gerais, para facilitar a administração dos negó‑
cios de cada contratante”.6 Já os contratos de colaboração são definidos como
aqueles que contêm “uma obrigação particular de criação ou ampliação de mercado
que um dos contratantes (‘colaborador’) assume com relação aos produtos ou
serviços do outro (‘fornecedor’). Em termos concretos, o colaborador se obriga
a fazer investimentos em divulgação, propaganda, manutenção de estoques, trei‑
namento de pessoal, entre outras coisas, destinados a despertar nos consumi‑
dores o hábito de adquirir produtos ou serviços do fornecedor. Dependendo da
espécie de colaboração contratada, os investimentos na criação ou consolidação
do mercado são maiores ou menores, mas a obrigação de realizá‑los, contudo, é
inerente aos contratos de colaboração empresarial”.7
Já Forgioni, estudando os acordos verticais (entre pessoas exercentes de ati‑
vidades empresariais em diferentes elos da cadeia produtiva), considera o contrato
de fornecimento uma espécie diferente da compra e venda, que teria, aliás, pouca
8 FORGIONI, Paula A. Direito concorrencial e restrições verticais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007b, p. 23‑4.
9 COELHO, 2012, p. 477.
10 FORGIONI, Paula A. Contrato de distribuição. 2 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, p. 78‑9.
11 FORGIONI, 2008, p. 102‑3.
linhas mestras para a negociação de cada contrato pontual. Além do alto grau
de cooperação demandado, destaca‑se a interdependência entre os contratantes,
pois, estando um envolvido com o outro por um período tendencialmente longo,
o sucesso do negócio de um depende do sucesso do negócio do outro; em outras
palavras, não há fornecedor sem alguém para quem fornecer.12
[o] empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu tra‑
balho ou com ele e os materiais. § 1o A obrigação de fornecer os ma‑
teriais não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. § 2o O
contrato para elaboração de um projeto não implica a obrigação de
executá‑lo, ou de fiscalizar‑lhe a execução.
14 BITTAR, Carlos Alberto. Contratos comerciais. 6 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010, p. 48.
15 BITTAR, 2010, p. 50.
16 COELHO, 2012, p. 487.
21
20 FORGIONI,, p. 70‑82.
21 FORGIONI, p. 64.
22 FORGIONI, 2008, p. 57‑63.
23 THEODORO JÚNIOR, Humberto; MELLO, Adriana Mandiim Theodoro de. Apontamentos sobre a respon‑
sabilidade civil na denúncia dos contratos de distribuição, franquia e concessão comercial. Revista de Direito
Mercantil, Industrial, Econômico e Financeiro, São Paulo, vol. 122, 2001, p. 12 (grifos nossos).
24 ASCARELLI, Tullio. Problemas das sociedades anônimas e direito comparado. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 1969, p. 283.
25 FORGIONI, Paula A. Os fundamentos do antitruste. 4 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010b, p. 212‑8.
Destaca‑se que tem posição dominante o agente que pode alterar seus preços
sem qualquer preocupação com seus concorrentes, já que controla uma parcela
26 FORGIONI, 2010b, p. 218‑28; POSNER, Richard. A. Antitrust Law. 2 ed. Cichago: University of Chicago Press,
2001, p. 147‑58.
“I – cumulada ou alternativamente:
a) aumentar a produtividade ou a competitividade;
b) melhorar a qualidade de bens ou serviços; ou
c) propiciar a eficiência e o desenvolvimento tecnológico ou econômico; e
II – sejam repassados aos consumidores parte relevante dos benefícios
decorrentes.”
fechar o mercado de distribuição a tal ponto que seus concorrentes não tenham
mais como escoar sua produção, anulando, portanto, a concorrência entre mar‑
cas em um mesmo ponto de venda (as lojas só receberão o produto de um marca,
mas não de seus concorrentes).
Já os acordos (ou colusões) horizontais podem ser expressos ou tácitos.
O acordo expresso pode se configurar na simples troca de informações sobre a
política de preços entre concorrentes ou em preanúncios de elevação de preços
pelo líder do cartel, conduta esta que é seguida pelos demais membros do acor‑
do. Já as colusões horizontais tácitas são o que se chama de “comportamento pa‑
ralelo intencional”, que se configura não pela simples uniformização dos preços
em dado mercado, que pode ser resultado da concorrência, mas é tipicamente
expresso no aumento progressivo e constante de preços sem que haja au‑
mento nos insumos utilizados por aqueles concorrentes dentro de um dado
mercado relevante.29
Além de eventual controle dessas condutas pelo Ministério Público, que po‑
derá propor ação judicial contra seus praticantes, elas são controladas pelo
Cade, que poderá apurá‑las e sancionar seus autores por meio de processo ad‑
ministrativo. Durante o processo administrativo para imposição de sanções por
infrações à ordem econômica ou mesmo durante o inquérito administrativo que
precede esse processo, é possível a imposição de medidas preventivas se houver
indício ou fundado receio de que o representado, direta ou indiretamente, cause
ou possa causar ao mercado lesão irreparável ou de difícil reparação, ou torne
ineficaz o resultado final do processo (art. 84, caput, Lei do Cade). A medida pre‑
ventiva será a determinação da imediata cessação da prática anticoncorrencial e
a restituição ao estado anterior a essa prática, quando possível, além da imposi‑
ção de multa diária. Por outro lado, durante o procedimento preparatório de in‑
quérito administrativo para apuração de infrações à ordem econômica, durante
o próprio inquérito administrativo para apuração de infrações à ordem econô‑
mica ou, ainda, no curso do processo administrativo para imposição de sanções
administrativas por infrações à ordem econômica, o Cade poderá celebrar com
o investigado um “compromisso de cessação da prática sob investigação ou dos
seus efeitos lesivos, sempre que, em juízo de conveniência e oportunidade, de‑
vidamente fundamentado, entender que atende aos interesses protegidos por
lei” (art. 85, caput, Lei do Cade). Ademais, durante suas investigações e pro‑
cedimentos para a apuração do ilícito anticoncorrencial, o Cade pode celebrar
um acordo de leniência que extinga ou reduza a penalidade aplicável àquela
29 SALOMÃO FILHO, Calixto. Direito concorrencial: as condutas. São Paulo: Malheiros, 2007, p. 262‑78.
pessoa física ou jurídica autora da infração que colabore com o órgão, ajudando
na “identificação dos demais envolvidos na infração” e na “obtenção de infor‑
mações e documentos que comprovem a infração noticiada ou sob investigação”
(art. 86, I e II, Lei do Cade).
30 Cf. STAJN, Rachel; ZYLBERSZTAJN, Decio; AZEVEDO, Paulo Furquim de. Economia dos contratos. In:
ZYLBERSZTAJN, Decio; STAJN, Rachel. (Orgs.). Direito & economia: análise econômica do direito e das orga‑
nizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. p. 102‑36.
31 COASE, Ronald. The nature of the irm. Economica, London, vol. 4, n. 16, 1937, p. 393.
32 COASE, 1937, p. 405.
33 SANGALLI, Juliano Nicola. Contrato de agência e distribuição no novo Código Civil. In: TIMM, Luciano
Benetti (Coord.). Direito de empresa e contratos. 2 ed. São Paulo: IOB Thomson, 2005, p. 70.
34 SALOMÃO FILHO, Calixto. Direito concorrencial: as estruturas. 2 ed. São Paulo: Malheiros, 2002, p. 241‑2.
35 SALOMÃO FILHO, 2002, p. 241.
36 MILGROM, Paul; ROBERTS, John. Economics, organization and management. Englewood Clifs: Prentice Hall,
1992, p. 29.
37 MILGROM, 1992, p. 30‑1.
Questões
1. Diferencie os contratos empresariais dos contratos de consumo.
2. Diferencie contratos de adesão e cláusulas contratuais gerais.
3. Diferencie o contrato de fornecimento em relação ao contrato de compra
e venda.
4. Diferencie os contratos de empreitada e de prestação de serviços.
5. Diferencie os contratos: de consignação (estimatório), de comissão, de
agência e de representação comercial.
6. Compare o contrato de concessão comercial com o contrato de forneci‑
mento, explicitando características‑chave de ambos.
7. Explicite alguns os cuidados, em termos de restrições à concorrência, a
serem tomados quando se celebra um contrato empresarial.
8. Discuta as vantagens e eventuais desvantagens da adoção de contratos
relacionais como estratégia de fornecimento.
and sustainable development: concepts and doctrines, public policies and company strategies.
Torino: GERPISA, 2008.
_______. Virtual enterprise and e‑business: a case study in a Brazilian aircraft company.
International Journal of Networking and Virtual Organisations, vol. 3, n. 3, p. 340‑355, 2006.
_______. Redes dinâmicas de cooperação e organizações virtuais. In: AMATO NETO, João
(Org.). Redes entre organizações: domínio do conhecimento e da eficácia operacional. São Pau‑
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_______. et al. Análise das condições de desenvolvimento da indústria brasileira de semi‑
condutores. In: AMATO NETO, João (Org.). Redes entre organizações: domínio do conheci‑
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