Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Humanos
proteção e promoção
Direitos
Humanos
proteção e promoção
2012
129.103.001.001
7 Prefácio
9 Apresentação
15 Religião e tolerância em face das minorias religiosas:
temas antigos com problemáticas atuais
Antonio Celso Baeta Minhoto
Maria Garcia
Livre-Docente pela PUCSP. Professora de Direito Constitucional, Direito
Educacional e Biodireito Constitucional na PUCSP.
Membro-fundadora e atual Diretora-Geral do Instituto Brasileiro de Direito
Constitucional (IBDC). Membro da Academia Paulista
de Letras Jurídicas (Cadeira Enrico T. Liebman).
10
11
12
13
14
1 Introdução
15
2 Religião e religiosidade
16
17
Quando, por outro lado, o ser humano se vale dos ritos mágicos, ele está
tentando coagir as forças e potências a obedecer à sua ordem – que com
frequência consiste em atingir finalidades bem concretas. Desde que os
rituais mágicos sejam realizados corretamente, o mago acredita que os
18
19
8 Muitas das ideias e dos conceitos expostos neste item foram fruto de intenso debate
no programa de doutorado da Instituição Toledo de Ensino, de Bauru-SP, do qual foi o
autor integrante como aluno até dezembro de 2010, tendo tomado parte em tal debate
Fábio Alexandre Coelho, Cleber Sanfelice Otero e Antonio Borges de Figueiredo, tam-
bém alunos do programa em foco, além do professor Vidal Serrano Nunes Junior, em
cujas aulas se pôde desenvolver a troca de ideias aqui referenciada. A mesma exposição de
ideias consta em outro artigo nosso, já publicado: O federalismo brasileiro e a questão
das competências constitucionais relativas à acessibilidade e inclusão social do portador
de deficiência, Revista do Instituto dos Advogados de São Paulo, 2008, p. 21-35.
20
21
22
4 Minoria Religiosa
23
em ruína e nenhuma cidade ou casa dividida contra si mesma poderá subsistir” (Mt, 12,
25). Egydio Romano, nesse aspecto e como exemplo de defesa da Igreja fora de seu seio,
assevera que “o poder terreno e temporal, como é terreno, como recebe os frutos da
Terra, e como é temporal, como tem os bens temporais, é tributário e censuário do poder
eclesiástico, reconhecendo a este no lugar de Deus, e em reconhecimento da própria
servidão deve apresentar-lhe os dízimos”. Todas as citações desta nota foram retiradas de
GIERKE, Otto von. Teorías políticas de la Edad Media. Madrid: Centro de Estudios
Constitucionales, 1995, p. 78-83.
11 A excomunhão do Rei Henrique IV pelo Papa Gregório VII é bastante ilustrativa.
Vejamos trecho emblemático do édito de excomunhão: “A mim como teu representante
me foi especialmente confiado a mim pela tua graça foi dado por Deus o poder de ligar
e desligar no Céu e na Terra. Apoiando-me pois nesta crença para a honra e defesa da tua
Igreja e em nome de Deus Todo-Poderoso, o Pai, o Filho e o Espírito, por intermédio do
teu poder e autoridade, retiro o governo de todo reino dos germanos e da Itália ao rei
Henrique filho do Imperador Henrique, porque ele ergueu-se contra a tua Igreja com
uma inaudita soberba. E liberto os cristãos do juramento de fidelidade que lhe tiverem
feito ou vierem a fazer, e proíbo a quem quer que seja de o servir como rei, porque é
justo que aquele que procura diminuir a honra da tua Igreja perca a honra que deveria
ter”. A resposta de Henrique não tardou. Veio em 27 de março de 1076 e, dentre outras
afirmações, asseverou o seguinte: “(...) tu pensaste que a nossa humildade era fruto de
temor, daí não receaste em te insurgir contra este poder que nos foi concedido por Deus,
tendo ousado ameaçar que dele nos despojaria como se tivéssemos recebido o reino de ti,
como se na tua mão e não na mão de Deus estivesse o reino ou império. Jesus Cristo,
nosso senhor, nos chamou para o reino, mas não te chamou para o sacerdócio”. O Rei
excomungado ainda tentou, auxiliado por alguns bispos católicos descontentes, criar
uma espécie de antipapa, situação que, inclusive, gerou a chamada Querela das Investidu-
ras, que só foi posta a termo com a Concordata de Worms, em 1122, sendo ali estabele-
cido que os bispos seriam escolhidos pelo clero e o imperador teria o direito de decidir as
eleições que fossem contestadas. Todas as citações desta nota foram retiradas de BAR-
ROS, Alberto Ribeiro. Direito e poder em Jean Bodin: o conceito de soberania na forma-
ção do estado moderno. São Paulo: EDUSP, 1999, p. 150.
12 O regime concordatário entre a “libertas ecclesiae” e a liberdade religiosa. Coimbra:
Coimbra Ed., 1993, p. 7.
24
25
14 Las Naciones Unidas y la protección de las minorias religiosas. Valencia: Tirant lo Blanch,
2004, p. 147.
26
15 Idem, p. 148.
27
16 Idem, p. 186.
28
5 Tolerância
29
30
31
Seja no que for que certa igreja acredita, acredita ser verdadeiro, e o contrá-
rio disso condena como erro. De sorte que a controvérsia entre essas igre-
jas acerca da verdade de suas doutrinas e a pureza de seu culto é igual de
ambos os lados; nem existe qualquer juiz, seja em Constantinopla, seja em
qualquer outra parte do mundo, cuja sentença possa resolver a disputa.
32
33
34
27 Lord Acton, no sentido aqui exposto, dizia que “el protestantismo estableció la into-
lerância como precepto imperativo y como parte de su doctrina, pero se vió obligado a
admitir la tolerancia por las exigencias de su situación, después de que los rigurosos cas-
tigos que impuso no hubieran conseguido detener el proceso de disolución interna”. Na
mesma linha, Sir William Petty dizia que “para el progreso del comercio, si es que este es un
motivo suficiente, debemos ser tolerantes en cuestiones de opinión”, no que é secundado por
Henry Kamen que, em dois trechos sintetiza as razões de comércio como forte elemento
de pacificação no convívio religioso entre as várias crenças: “(…) la expansión del capita-
lismo comercial, sobre todo en las dos principales potencias marítimas de Europa, Ho-
landa y Inglaterra, fue un factor decisivo para acabar con las restricciones religiosas. El
comercio solía ser un argumento de más peso que la religión. En el siglo XVI, la católica
Venecia fue reacia a cerrar sus puertos a los barcos de los comerciantes luteranos de la liga
hanseática (…) los viajeros protestantes creían que la pobreza de España e Itália era con-
secuencia directa de su catolicismo intolerante, y que la creciente prosperidad de Ingla-
terra provenía de su actitud liberal hacia los disidentes, en especial desde 1689. La revo-
cacíón del edicto de Nantes vino a reforzar esta opinión”, (apud KAMEN, Henry. Op.
cit., p. 215-218).
35
O século XIX pode, talvez, ser descrito como o século que se iniciou
com a mais estável situação social desde o descobrimento da América no
século XV. A Revolução Industrial encontrava-se em seu auge; o libera-
lismo, com a finalização completa dos movimentos revolucionários do
final do século XVIII, estava definitivamente implantado e, no campo
religioso, a separação religiosa dentre as várias crenças – mas especial-
mente entre catolicismo e protestantismo – se mostrava já sedimentada
e a convivência entre os crentes de cada segmento, se não era um exem-
plo de harmonia, tampouco apresentava grandes conflitos.
O que se seguiu, e que procuraremos aqui exibir, foram as situações
específicas e individuadas na vivência das religiões e, por outro lado,
especialmente a partir do século XX, o surgimento de minorias religio-
sas cujo espaço foi gradativamente sendo ocupado, sendo seu futuro,
contudo, incerto em termos de liberdade de manifestação.
36
29 Todos os casos e exemplos aqui mencionados – exceção aos comentários feitos por nós
– foram retirados de HITCHCOCK, James. The Supreme Court and religion in american
life: the odissey of the religion clauses. Princeton: Princeton University Press, 2004, v. I.
37
38
39
40
41
36 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. São Paulo: Campus, 1987, p. 207.
42
43
44
45
46
47
48
49
49 Eis a íntegra da nota da ABI: “Ao longo de sua existência, o país conheceu a fúria
repressiva do poder do Estado contra a liberdade de imprensa, como se deu sob o Estado
Novo e sob a ditadura militar que nos infelicitou entre 1964 e 1985, mas jamais assistira
a uma investida partida da própria sociedade civil contra a liberdade de informação com
a abrangência e o conteúdo desta que se materializa nas ações judiciais armadas contra
esses jornais e contra essa jornalista. Através desse procedimento, buscam os autores de
tais ações obter a cobertura do Poder Judiciário para cercear e condicionar o exercício do
direito de informação. Numa evidência de que há um cérebro e um comando a centrali-
zar a instauração dessas ações judiciais, seus autores estão espalhados por quase 20 Esta-
dos da Federação, no caso da Folha de S. Paulo, e ajuizaram esses feitos em municípios
longínquos, numa clara demonstração de que a ação assim coordenada tem por objetivo
dificultar a defesa da parte adversa. Há a nítida intenção de dificultar o direito de ampla
defesa e do contraditório assegurado pela Constituição, em face da disposição da lei
processual de que o alegado na inicial será tido como procedente se não houver contes-
tação, ainda que se ressalve, nesta hipótese, a formulação de convicção própria pelo juiz.
A existência de um comando na ação liberticida fica patente também em outros aspectos
desse conjunto de ações, que repetem a mesma redação em quase todas as petições, à
exceção de umas poucas, fazendo a mesma descrição, exibindo os mesmos argumentos e
formulando as mesmas postulações, entre as quais a concessão do benefício da justiça
gratuita, para livrar os autores dos ônus materiais de sua iniciativa. Salvo um ou outro
caso, em que se reclama o pagamento de indenizações por danos morais que variam entre
R$ 10.000,00 e 12.000,00, os demandantes fixam o valor do pleiteado em R$ 1.000,00,
para diminuir o montante de seu desembolso na hipótese de negação do pedido de be-
nefício da justiça gratuita pelo juiz da causa. Subscritas por pastores mobilizados pela
Igreja Universal como um encargo de seu ofício religioso ou por fiéis convocados para tal
missão, essas ações constituem em seu conjunto intolerável agressão à ordem democráti-
ca, pelo empenho em substituir o exercício de direitos consagrados pela legislação, espe-
cialmente o direito de resposta, por alternativa que, embora aparentemente abrigada
pelas leis do país, subtrai o direito de ampla defesa estabelecido pela Constituição. É
grave e preocupante que tal se faça sob o pálio de uma confissão religiosa, que se porá
acima do olhar dissonante dos que não a professam e da visão crítica com que estes a
encarem. A ABI dirige-se aos magistrados responsáveis pelo julgamento dessas ações para
alertá-los acerca dos danos que o deferimento do pleiteado pode causar à democracia no
país, objeto de um processo de construção ainda não encerrado e que deixou ao longo da
recente História do Brasil não poucas vítimas e não poucos mártires. Apela também a
ABI aos cidadãos comuns e às instituições representativas dos diferentes segmentos da
sociedade para que manifestem a esses magistrados a sua preocupação com a decisão que
deverão tomar em cada causa, que não afeta apenas a Folha de S. Paulo, A Tarde e a jor-
nalista Elvira Lobato, mas principalmente a integridade da democracia no país. Com esse
fim a ABI divulgará proximamente em seu site (www.abi.org.br) os nomes desses juízes e os
endereços desses juizados, para viabilizar a manifestação dos cidadãos ofendidos por essa
ação antidemocrática. Por fim, apela a ABI à Anistia Internacional para que desencadeie
um movimento mundial de solidariedade com os jornais e a jornalista ora ameaçados. Rio
de Janeiro, 18 de fevereiro de 2008. Mauricio Azêdo, presidente”. Disponível em: <http://
www.idp.org.br/web/idp/content/view/id/1021>. Acesso em: 16 out. 2008.
50
7 Conclusão
51
52
53
8 Referências bibliográficas
54
55
56
1 Introdução
57
2.1 Conceito
58
3 ALMEIDA, Fernando Barcellos de. Teoria geral dos direitos humanos, p. 24.
4 Curso de direitos humanos: gênese dos direitos humanos, v. 1, p. 30.
59
5 Autor nacional que enfrenta o assunto realizando fusão entre os institutos na esfe-
ra conceitual, em obra denominada Direitos humanos fundamentais: teoria geral – co-
mentários aos arts. 1º a 5º da Constituição da República Federativa do Brasil – doutri-
na e jurisprudência, entende que “importante é realçar que os direitos humanos
fundamentais relacionam-se diretamente com a garantia de não ingerência do Estado
na esfera individual e a consagração da dignidade humana, tendo universal reconheci-
mento por parte da maioria dos Estados, seja em nível constitucional, infraconstitucio-
nal, seja em nível de direito consuetudinário ou mesmo por tratados e convenções in-
ternacionais” (p. 41 – grifamos).
6 Direitos humanos fundamentais, v. 3, p. 20.
7 Os direitos humanos e os direitos da integração. Jus Navigandi, Teresina, ano 2, n.
26, set. 1998. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1605>.
60
8 Nesse sentido, ver LOPES, Ana Maria D’Ávila. Os direitos fundamentais como limite ao
poder de legislar. p. 41-46; MIRANDA, Jorge. Manual de direito constitucional: direitos
fundamentais, t. IV, p. 48-107; MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais:
teoria geral – comentários aos arts. 1º a 5º da Constituição da República Federativa do Brasil
– doutrina e jurisprudência, p. 39-41; PEIXINHO, Manoel Messias. Temas de constitucio-
nalismo e democracia – teoria democrática dos direitos fundamentais, p. 117; SARLET, Ingo
Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na Constituição Federal de
1988, p. 79-107.
9 Os direitos fundamentais como limite ao poder de legislar, p. 41-43.
10 Apud CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito constitucional e teoria da Constituição,
p. 353.
11 Apud PEIXINHO, Manoel Messias. Temas de constitucionalismo e democracia – teo-
ria democrática dos direitos fundamentais, p. 119.
61
62
63
família, prevendo, igualmente, a supremacia das leis em relação aos governantes. Não se
pode negar, ainda, a influência filosófico-religiosa com a propagação das ideias de Buda, basi-
camente sobre a igualdade de todos os homens (500 a.C.). O Direito Romano que estabeleceu
um complexo mecanismo de interditos visando tutelar os direitos individuais em relação aos
arbítrios estatais. A Lei das XII Tábuas pode ser considerada a origem dos textos escritos con-
sagradores da liberdade, da propriedade e da proteção aos direitos do cidadão. Tempos depois,
com o Cristianismo, veio o homem se deparar com esta concepção religiosa, que se baseava na
ideia de que cada pessoa é criada à imagem e semelhança de Deus. O que posteriormente será
abordado pelo Iluminismo, desta feita, diante de uma nova visão, destacando a imagem de
Deus criador, apartando-a da figura material da própria igreja, que vincula e propaga a religião
entre os povos. Para o Iluminismo, Deus está na natureza e no homem, que pode descobri-lo
por meio da razão e da ciência, que são as bases do entendimento do mundo, dispensando a
Igreja. Afirma que as leis naturais regulam as relações sociais e considera os homens natural-
mente bons e iguais entre si – quem os corrompe é a sociedade. Cabe, portanto, transformá-la
e garantir a todos liberdade de expressão e culto, igualdade perante a lei e defesa contra o arbí-
tiro. O que importa é que a descoberta de Deus, seu reconhecimento como criador de todas as
coisas, sua latente influência comportamental, nitidamente, não bastaram para impedir que a
sociedade humana vivesse posteriormente períodos extensos e de opressão, tal como o absolu-
tismo, que caracterizou um longo período da história” (destacamos).
18 HERKENHOFF, João Baptista. Curso de direitos humanos – gênese dos direitos
humanos, v. 1, p. 30.
19 No entanto, o próprio Herkenhoff salienta que, não obstante já haver uma preocu-
pação com tais direitos, estes não possuíam uma garantia legal, de forma que eram bas-
tante precários em sua estrutura política, já que o respeito a eles dependia da sabedoria
dos governantes. Apesar de tais fatos, tal contribuição não deixou de ser relevante na
criação da ideia dos Direitos Humanos.
20 Curso de direitos humanos: gênese dos direitos humanos, v. 1, p. 51-52.
64
65
23 “Assim, mister se faz ressaltar que no século XVII foram feitas conquistas substanciais
e definitivas, contudo o surgimento das liberdades públicas tem como ponto de referência
duas fontes primordiais: o pensamento iluminista da França do século XVIII e a Indepen-
dência Americana” (CARMO, Suzana J. de Oliveira. Direitos humanos: trajetória no tem-
po, fragmentos da história, texto publicado no site Direitonet em 29-1-2004).
24 “E, este momento histórico foi acalantado pelo liberalismo, que é zeloso defensor da
liberdade dos indivíduos. Essa liberdade é sempre concebida, porém, de forma negativa: o
indivíduo é tão mais livre quanto menos ele é impedido de realizar seus desejos e objetivos
por fatores externos a ele. A única restrição legítima à liberdade do indivíduo que o libera-
lismo admite é aquela decorrente do princípio de que todos devem ser igualmente livres. A
liberdade de um indivíduo só pode ser restringida, portanto, quando sua não restrição
implique restrição indevida da liberdade de outros. Em suma, a liberdade de um termina
onde começa a do outro” (CARMO, Suzana J. de Oliveira. Direitos humanos: trajetória no
tempo, fragmentos da história, texto publicado no site Direitonet em 29-1-2004).
25 A essência da Constituição, p. 6.
26 HESSE, Konrad, A força normativa da Constituição.
66
2.3.1 A origem
67
2.3.2 O tempo
2.3.3 A vinculação
2.3.4 A finalidade
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
4 Conclusão
44 “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantin-
do-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: ...
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”.
45 Vilém Flusser, segundo Gustavo Bernardo que realizou o prefácio de seu livro Língua e
realidade, foi um filósofo tcheco, poliglota, que “navegava e escrevia entre dois continentes e
entre pelo menos quatro idiomas”. Exilado, em função da perseguição nazista em 1939,
usualmente escrevia em alemão, língua “que desafiava sua mente a não se entregar ao convite
sedutor da profundidade para, então, buscar clareza”, também escrevia em francês, que “desa-
fiava-o resistir ao virtuosismo verbal para obrigar a língua tocar em surdina”. Flusser elegeu o
português como sua terceira língua materna, que para ele seria a “língua das digressões, logo
da indisciplina, convidando-o a conter-se. O inglês, língua síntese, contendo tanta ciência,
técnica, filosofia e kitsch quanto nenhuma outra, desafiava-o a podar a profundidade alemã, o
brilho francês e a genialidade portuguesa, de modo a reduzir o texto ao essencial”.
79
80
5 Referências bibliográficas
81
82
83
84
Daniela Bucci
1 Introdução
85
86
leiro. São Paulo: Max Limonad. 2001, p. 55, e Processo internacional de direitos humanos,
cit., p. 213.
6 RAMOS, André de Carvalho. Processo internacional de direitos humanos, cit., p. 216.
7 Aprovada moção para sua criação na 5ª Reunião de consultas dos ministros de Rela-
ções Exteriores em Santiago, Chile.
8 Cf. Estatuto e Regulamento da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Disponível em: <http://www.cidh.org/Basicos/Portugues/t.Estatuto.CIDH.htm>.
9 O art. 1º do Estatuto da Comissão Interamericana de Direitos Humanos estabeleceu que
se entende por Direitos Humanos aqueles disciplinados na Convenção Americana de Direi-
tos Humanos com relação aos seus Estados-membros, bem como aqueles consagrados na
Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem com relação aos demais Estados-
-membros.
10 RAMOS, André de Carvalho. Direitos humanos em juízo, cit., p. 57.
11 RAMOS, André de Carvalho. Processo internacional de direitos humanos, cit.,
p. 217-219.
12 A Convenção foi aprovada na Conferência de São José da Costa Rica em 22-11-
1969, mas o Brasil somente aderiu à Convenção em 1992, por meio do Decreto n. 678,
de 6-11-1992.
87
88
89
90
37 Art. 61 da CADH.
38 André de Carvalho Ramos esclarece: “Com isso, observo que, perante a Corte
Interamericana de Direitos Humanos, a Comissão e o Estado-réu têm a possibilidade
de produzir provas e de exercitar todas as faculdades processuais do due process of law”
(Direitos humanos em juízo, cit., p. 92).
39 RAMOS, André de Carvalho. Direitos humanos em juízo, cit., p. 91.
40 Art. 31 e 59.2 do Regulamento da CorteIDH.
41 RAMOS, André de Carvalho. Direitos humanos em juízo, cit., p. 93.
42 Atendendo ao disposto no art. 2º da Convenção Americana.
43 Para Fábio Konder Comparato, “os órgãos competentes para supervisionar o cum-
primento de suas disposições e julgar os litígios referentes aos direitos humanos nela de-
91
92
93
94
58 Idem, ibidem, p. 274. Como bem lembrado pelo autor, a Corte Interamericana
entendeu que a própria sentença e a responsabilidade internacional atenderiam ao pleito.
59 CorteIDH. Caso Loayza Tamayo vs. Perú. Reparaciones y Costas. Sentencia de 27
de noviembre de 1998. Serie C, n. 42, e CorteIDH. Caso Aloeboetoe y otros vs. Suri-
nam. Reparaciones y Costas. Sentencia de 10 de septiembre de 1993. Serie C, n. 15.
60 CorteIDH. Caso Velásquez Rodríguez vs. Honduras. Excepciones Preliminares.
Sentencia de 26 de junio de 1987. Serie C, n. 1, §§ 28 e 29.
61 CorteIDH. Ciertas Atribuciones de la Comisión Interamericana de Derechos Huma-
nos (arts. 41, 42, 44, 46, 47, 50 y 51 da Convención Americana sobre Derechos Humanos).
Opinión Consultiva OC-13/93 del 16 de julio de 1993. Serie A, n. 13.
95
62 Caso Paniagua Morales y Outros contra a Guatemala. Neste caso, a Corte entendeu
que houve violação da Convenção Americana contra a tortura.
63 CorteIDH. Caso Fairén Garbi y Solís Corrales vs. Honduras. Excepciones Prelimi-
nares. Sentencia de 26 de junio de 1987. Serie C, n. 2, §§ 33 e 34.
64 CorteIDH. Caso Godínez Cruz vs. Honduras. Excepciones Preliminares. Sentencia
de 26 de junio de 1987. Serie C, n. 3, §§ 31 e 32.
65 Sobre o assunto, RAMOS, André de Carvalho. Direitos humanos em juízo, cit., p. 78.
66 Sobre o tema, RAMOS, André de Carvalho. Direitos humanos em juízo, cit., p. 93-
94. Vale lembrar as recentes alterações do Regulamento da Corte em 2009, em especial
aquelas estabelecidas no art. 24, que admite a apresentação de petições, argumentos e
provas das supostas vítimas ou de seus representantes devidamente credenciados durante
todo o processo, depois de admitida a demanda.
67 Art. 31 do Regulamento da ComissãoIDH.
68 Art. 33 do Regulamento da ComissãoIDH.
96
97
98
99
100
101
102
4 Referências bibliográficas
103
104
Introdução
105
106
107
4 Estatuto do Idoso: real proteção aos direitos da melhor idade? Jus Navigandi, Te-
resina, ano 8, n. 120, 1º nov. 2003. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/
texto.asp?id=4402>. Acesso em: 26 mar. 2009.
108
109
De 51 a 60 De 61 a 70 Acima de
Até 50 anos Total
anos anos 71 anos
9% 50% 32% 9% 100%
110
O idoso e a música
111
112
5 GAINZA, Violeta Hemsy de. Estudos de psicopedagogia musical. São Paulo: Summus,
1988, p. 35.
6 Op. cit., p. 43.
113
“Na estrada da vida se vai pra lá e pra cá, começando a andar, a apanhar,
crescer. (...) A vida ensina a ser valente, a sentir o amor. A chuva chega,
trazendo novos tempos; é necessário valorizar” (R. M., 68 anos).
“A música agradável aos meus ouvidos, me faz muitas vezes lembrar-me de
momentos felizes ou momentos tristes. Músicas tocadas na sala de aula
onde fala que o amor é uma coisa boa, desesperar jamais. E o que será, será,
que vive nas ideias e o que nunca será. Essas músicas falam e exprimem
sentimentos. (...) A música que fala o canto e o amor é uma coisa boa, sim
é, se soubermos amar e respeitar a todos como a nós mesmos, procurando
ver neles virtudes, tirando até mesmo de algumas de suas falhas, bons
exemplos para nos corrigir. (...) Gostaria de saber o que vive nas ideias dos
poderosos, das pessoas que poderiam amenizar tanto sofrimento e desi-
gualdade. E o que nunca será das pessoas que embora lutem, muitas vezes
ficam desiludidas por não conseguirem ser dignas de afeto e amor. Por isso
temos que despertar e não desesperar jamais, mas sim procurar lutar por
nossos ideais, acreditando que apesar de tudo ainda somos os mesmos
como os nossos pais” (N. S., 63 anos).
“Não tem luar como no sertão, viver em harmonia para continuar-
mos lutando sem desesperar jamais. Temos que renovar e não ficar-
mos presos no passado. Tentarmos consertar o que está errado, mas
o que não tem vergonha nunca terá e o que não tem governo nunca
terá” (M. P. R., 57 anos).
“Para quem nunca estudou e até mesmo pouco frequentou uma escola e
um dia qualquer na sua vida ele tem a oportunidade de voltar a estudar, é
como estar habituado a enxergar pouco e um dia vai ao oftalmologista
que lhe receita uns óculos. Ele passa a ver melhor, sua visão fica mais clara;
vê tudo com mais nitidez. Assim é o entendimento. Depois que se envolve
aprendendo sentirá vontade de aprender mais, passando a entender com
mais clareza assuntos diversos. Mas não é só nas lições escolares que se
encontra nosso aprendizado. (...) É também buscar o conhecimento inter-
no e sentir seu próprio valor. (...) Não ter o ranço de quem é perfeito e
cheirar a mofo, acreditando que já aprendeu tudo o que precisava. (...) Os
anos podem passar, mas permanecerá em nós a beleza de ser um eterno
aprendiz” (E. M. P., 70 anos).
114
A atividade musical, por mais simples que seja, torna-se mais com-
plexa quando entram em jogo as características emocionais que se atri-
buem à música. Por esse motivo, a música é, para as pessoas, além de
objeto sonoro, concreto, também aquilo que simboliza, representa ou
115
Considerações finais
8 Por que educar para os direitos humanos e a cidadania. Disponível em: <http://www.
dhnet.org.br/educar/index.html>. Acesso em: 26 mar. 2009.
116
“Eu sempre fui Amélia (como dizem), engoli sapos, sofri traições, humilha-
ções, decepções...
Mas sempre me perguntei: Por quê? A culpa é minha? Sou tão feia? Não
sou inteligente? Não cativo as pessoas?
Casei-me muito cedo, casei-me por amor e sempre me julguei amada,
mas, outra decepção...
Sempre procurei ser boa mãe, boa esposa, era ingênua e sonhadora.
Depois de algum tempo tornei-me amarga, vivi somente para meus filhos,
fechava os olhos para tudo. Era melhor não saber.
O tempo passou, ele morreu...
9 Idem.
117
118
Referências bibliográficas
ALMEIDA, Dayse Coelho de. Estatuto do Idoso: real proteção aos direi-
tos da melhor idade? Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 120, 1º nov.
2003. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.
asp?id=4402>. Acesso em: 26 mar. 2009.
ALMEIDA, M. A. G., VELLY, M. C.; FERREIRA, D. Educar para a
cidadania através do estudo da história. Disponível em: <http://
www.dhnet.org.br/dados/livros/edh/br/rs/cidadan/cap12.htm>.
Acesso em: 26 mar. 2009.
CANDAU, Vera Maria. O que é educação em direitos humanos? Dispo-
nível em: <http://www.dhnet.org.br/educar/textos/candau_oqe_
edh1.htm>. Acesso em: 26 mar. 2009.
119
120
1 Introdução
121
1 RIBEIRO, Luis J. J. A prova ilícita no processo do trabalho. São Paulo: LTr Digital 2.0,
p. 23.
122
123
124
6 Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, atual denominação dada pela Lei
n. 12.376/2010 à LICC – Lei de Introdução ao Código Civil.
125
126
127
8 Idem, ibidem.
9 Idem, ibidem.
128
6 Teoria da Proporcionalidade
10 Idem, ibidem.
11 Idem, ibidem.
129
12 Idem, ibidem.
130
131
14 CASTRO, Geraldine Pinto Vital de. Prova ilícita e a proporcionalidade. Revista Li-
terária de Direito, São Paulo, n. 19, 1997, p. 32.
132
133
134
135
10 Interceptações e Gravações
136
137
138
139
13 Conclusão
140
14 Referências bibliográficas
141
142
1 Introdução
143
-se a palavra disability, que é mais abrangente do que a expressão deficiência, e em espa-
nhol pode-se traduzir por discapacidad. Em espanhol a palavra que se utilizava para de-
nominar o deficiente era minusválido, mas as novas concepções trouxeram a nova
terminologia, o que não aconteceu no português.
3 The concept of oppression and the development of a social theory of disability. Dis-
ability, Handicap and Society, v. 2, n. 1, 1995.
4 Disability: Controversial debates and phsicosocial perspectives. London: Routledge, 1999.
5 The politics of disablement. London: Macmillan, 1990.
6 Exploring disability. A sociological introduction. Cambridge: Polity Press, 1997.
7 VERDUGO ALONSO, Miguel Angel. La concepción de discapacidad en los mo-
delos sociales. Mesa Redonda: “Que significa la discapacidad hoy? Cambios conceptuales”.
Madrid: Universidad Complutense de Madrid, 2007.
144
145
2 Tecnologia Assistiva
146
147
3 A Norma Internacional
148
13 Nesse sentido, o primeiro documento que deve ser lembrado é a Declaração Uni-
versal dos Direitos Humanos das Nações Unidas, de 10 de dezembro de 1948, segun-
do o qual toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos à vida e à liberdade, sem
distinção de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, ori-
gem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
Outros documentos, que tratam especificamente das pessoas com deficiência, são a De-
claração dos Direitos do Deficiente Mental das Nações Unidas, de 20 de dezembro de
1971, a Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes das Nações Unidas, de 9 de de-
zembro de 1975, o Programa de Ação Mundial para as Pessoas Portadoras de Deficiência,
estabelecido pelas Nações Unidas, em 3 de dezembro de 1982, o Dia Internacional das
Pessoas com Deficiência, estabelecido pelas Nações Unidas, a Carta para o Terceiro Milê-
nio, de 9 de setembro de 1999.
149
150
151
152
153
154
155
156
157
5 Conclusões
158
6 Referências bibliográficas
159
160
161
162
163
164
165
166
167
3 Ações afirmativas
168
169
170
171
172
16 PIOVESAN, Flávia. Ações afirmativas da perspectiva dos direitos humanos, texto online.
173
17 ALVES, José Augusto Lindgren. A arquitetura internacional dos direitos humanos, p. 91.
174
175
19 Idem, ibidem.
20 ROCHA, Carmen Lúcia Antunes. Ação afirmativa: o conteúdo democrático do
princípio da igualdade jurídica, p. 92.
176
177
178
7 Referências bibliográficas
179
180
181
182
183
184
185
186
187
188
189
A Lei
190
O exercício de seus direitos não pode ser objeto de outras restrições que não
as resultantes dos constrangimentos inerentes à detenção, da manutenção
da segurança e da boa ordem do estabelecimento, da prevenção da reinci-
dência e da proteção do interesse das vítimas. Estas restrições terão em con-
ta a idade, o estado de saúde e a personalidade das vítimas (art. 10).
191
192
Que ocorre com a grande maioria humana, que não é tão virtuosa (...) nem
tão depravada? A legislação positiva a converte em uma massa abúlica e
covarde. Com a cera, cede à pressão dos dedos que a moldam. Acostuma-
da a receber como normas de dever as ordens dos magistrados, é demasia-
do torpe para descobrir suas imposições e demasiado tímida para resistir a
elas. É assim como a maioria da humanidade tem sido condenada a viver
na mais absurda estupidez (GODWIN, 1950, p. 323).
Mas como devemos pensar mais sobre o dano sofrido e lutar pela
abolição da violência coercitiva, como assinalam Beccaria e Godwin,
193
194
195
Referências bibliográficas
196
197
1 Introdução
198
2 Idem, p. 77.
3 “revista íntima – colisão de princípios fundamentais – pre
ponderância dos valores fundamentais inerentes à dignida
de da pessoa humana – indenização por danos morais – viabi
lidade. A atividade econômica nas sociedades capitalistas, regidas por princípios do
Estado de Direito Democrático e Social, não se nega ao empresário o soberano poder de
organização, direção e controle de sua atividade. Tais poderes encontram fundamento na
garantia constitucional da liberdade de iniciativa, da livre concorrência (CF/88, arts. 1º, IV,
3º, II, 5º, XXII e 173), como valores essenciais não só ao desenvolvimento econômico,
mas, sobretudo, para a criação e manutenção de postos de trabalho e criar ambiente de
inclusão social. São, ainda, instrumentos que visam a obter melhor qualidade e maior
produtividade de bens e serviços, a disciplina e harmonia no ambiente de trabalho e zelo
pelo patrimônio da empresa. O exercício destes poderes pelo empresário não pode, porém,
acarretar a privação ou a diminuição de bens e valores fundamentais à dignidade da pessoa
humana, ou de valores fundamentais inerentes à personalidade do cidadão trabalhador,
reconhecidos como relevantes pela sociedade na qual está integrado – que são igualmente
tutelados pela ordem constitucional (CF/88, arts. 1º, III, IV, 3º, I, 5º, X, e 7º, XXX). Na
dinâmica da atividade econômica, sói acontecer que o empregador, ainda que de boa-fé,
acabe tendo conduta que colide com os direitos fundamentais do cidadão. Na hipótese, a
conduta patronal, em consequência das revistas íntimas a que foi submetida a reclamante,
inclusive por pessoa de sexo oposto, em que funcionárias eram tocadas ou apalpadas em
seus corpos, ficou patente a agressão à sua intimidade, fazendo jus a uma indenização repa-
radora e que venha inibir, no futuro, a conduta ilícita da empregadora. A cidadã trabalha-
dora tem direito de receber tratamento digno dentro e fora do ambiente de trabalho. Re-
curso ordinário da reclamada a que se nega provimento, no particular” (Processo n.
00181-2005-087-15-00-8, TRT/Campinas, 15ª Região, rel. Des. José Antonio Pancotti).
199
200
201
202
6 Referida divergência ocorre em face da distinção legal, prevista no art. 81, I, II e III,
do CDC, entre os interesses ou direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos.
7 Cabimento da ação civil pública no processo do traba
lho. Defesa de interesses individuais homogêneos. A ação civil
pública na Justiça do Trabalho decorre da tutela de direitos e interesses individuais ho-
mogêneos, provenientes de causa comum, que atinge uniformemente o universo de tra-
balhadores. O órgão do Judiciário, consciente da relevância social do tema relacionado à
utilização de mão de obra de trabalhadores rurais, de forma fraudulenta, via cooperativas
de trabalho, deve recepcionar a tutela pretendida pelo Douto Ministério Público, cuja
legitimidade para ajuizamento da Ação Civil Pública está prevista tanto na Constituição
Federal, art. 127 c/c art. 129, inc. III, quanto na LC 75/93, que conferiu legitimidade ao
Parquet para a defesa de interesses difusos e coletivos na Justiça do Trabalho. Constatan-
do-se o bem tutelado, direitos trabalhistas negados aos trabalhadores rurais que atuam na
coleta de laranja, é de verificar que encontra-se a matéria inserida naqueles direitos que
visam a defesa da ordem jurídica e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, o que
torna legitimado o Ministério Público” (TST-RR 724.248/2001.9, Rel. Min. Aloysio
Corrêa da Veiga, publicado no DJU de 14-2-2003).
203
204
205
O inquérito civil foi criado pela Lei da Ação Civil Pública (Lei n.
7.347/85), sendo que o Ministério Público tem a legitimidade exclusiva
para a sua instauração (art. 129, III, da CF). Dentre as atribuições do
Ministério Público do Trabalho previstas na Lei Complementar n.
75/93 consta a possibilidade de instauração do inquérito civil, que se
tornou um dos mais importantes instrumentos para a defesa e cumpri-
mento da legislação trabalhista.
206
6 Considerações finais
207
7 Referências bibliográficas
208
1 Introdução
209
1 Neste sentido, cf. TRINDADE, Antonio Augusto Cançado. Tratado de direito inter-
nacional dos direitos humanos, p. 17.
2 Jorge Miranda, A dignidade da pessoa humana e a unidade valorativa do sistema de
direitos fundamentais, in Tratado luso-brasileiro da dignidade humana, p. 116.
3 Idem, ibidem.
210
211
212
213
214
13 Neste sentido, Sarlet, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais, p. 33.
14 Nicola Matteucci, in Dicionário de política, (org. por Norberto Bobbio, Nicola Mat-
teucci e Gianfranco Pasquino), verbete “Direitos Humanos”, p. 354.
15 É conhecida a noção de igualdade formal como aquela que significa exigência de igual-
dade na aplicação do Direito (as leis devem ser executadas sem olhar as pessoas) e a noção de
igualdade material como a dirigida ao legislador que precisa criar um direito igual para todos
215
(para todos os indivíduos com as mesmas características deve-se prever, por intermédio da lei,
igual situação jurídica, é dizer, tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na
medida das desigualdades, vedado o tratamento desigual arbitrário), estando a primeira con-
templada no art. 5º e a segunda no art. 3º da CF (a este respeito, consultar, dentre outros
vários, Canotilho, J. J. Gomes. Direito constitucional e teoria da Constituição, p. 398;
Comparato, Fábio Konder. Igualdades e desigualdades, Revista Trimestral de Direito
Público, n. 1/93).
16 Igualdade e liberdade, p. 30-31.
216
17 ROUSSEAU, Jean Jacques. Emilio, ou da Educação. Trad. Roberto Leal Ferreira. São
Paulo: Martins Fontes, 1999.
18 Conhecendo a deficiência (em companhia de Hércules), p. XVI. Uma das versões indica
que Hércules, filho da infidelidade de Zeus e como tal depositário do ódio eterno de
Hera, sob a influência desta, entra em eventuais estados de loucura e, em um destes
episódios, assassina seus próprios filhos com Mégara, sua primeira mulher, e, para redi-
mir-se deste crime, precisa realizar as doze tarefas (idem, p. XV).
217
218
20 Apud LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: diálogo com o pensamen-
to de Hannah Arendt, p. 147.
219
220
5 Referências bibliográficas
221
222
223
224
225
226
227
8 A divisão teórica do trabalho infantil em child labour e child work defendida pela
UNICEF não é aceita por todos os operadores do campo, visto que em muitas línguas a
tradução destes conceitos pode gerar grande confusão; todavia, tais definições são ampla-
mente utilizadas na doutrina internacional.
9 Convenção n. 182, Artigo 4º, § 3. “A relação dos tipos de trabalho definidos nos
termos do § 1º deste artigo deverá ser periodicamente examinada e, se necessário, revista
em consulta com as organizações de empregadores e de trabalhadores interessadas”.
228
229
230
231
232
233
234
16 “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melho-
ria de sua condição social: (...) proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condi-
ção de aprendiz, a partir de quatorze anos.”
17 “São direitos dos trabalhadores (...) proibição de diferença de salários, de exercício
de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.”
18 “Os empregados menores não podem ser discriminados em cláusula que fixa salário
mínimo profissional para a categoria.”
235
236
237
22 “Mediação para servir a lascívia de outrem Art. 227. Induzir alguém a satisfazer a
lascívia de outrem: Pena – reclusão, de um a três anos. § 1º Se a vítima é maior de 14
(catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente,
cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para
fins de educação, de tratamento ou de guarda: Pena – reclusão, de dois a cinco anos.
Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual Art. 228. Induzir
ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la ou impe-
dir que alguém a abandone: Pena – reclusão, de dois a cinco anos. § 1º Se o agente é
ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou cura-
dor, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obriga-
ção de cuidado, proteção ou vigilância: Pena – reclusão, de três a oito anos. Rufianismo
Art. 230. Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros
ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça: Pena – reclusão, de um
a quatro anos, e multa. § 1º Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze)
anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado,
cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por
quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.”
238
Nas faixas sociais mais baixas é maior a incidência de crianças que rea-
lizam atividades remuneradas que podem ser consideradas nocivas para sua
formação e seu desenvolvimento. Desta forma, podemos concluir que o
trabalho infantil como definido no termo child labour tem direta correlação
com o nível econômico e cultural do contexto onde o menor se encontra.
A legislação brasileira não considera o trabalho infantil em si um cri-
me. No nosso país, como referido em precedência, o trabalho infantil,
desde que não interfira nas atividades escolares e não cause danos psico
físicos à criança, é tolerado pela legislação nacional e pela sociedade civil e
em muitos casos é considerado uma “oportunidade” para os menores que
provêm de uma realidade social marcada pela pobreza.
O Governo, portanto, para desincentivar a utilização de mão de
obra infantil, adotou a estratégia da redistribuição de renda destinada a
famílias que, comprovando o estado de pobreza, demonstrem manter as
crianças na escola.
O Programa Nacional de Renda Mínima vinculada à educação, ou
simplesmente “Bolsa Escola”, instituído pela Lei n. 10.219, de 11-4-
2001, é um exemplo de política de redistribuição de renda utilizado no
combate ao trabalho infantil, abrange todo o território nacional e atual-
mente é o programa social com maior número de beneficiários.
Trata-se de parceria entre o Governo Central e os Municípios, que
visa a redistribuição de renda vinculado a medidas socioeducativas,
como, por exemplo, a criação de programas após o horário escolar que
incluam atividade esportiva, recreativas ou ainda de suporte escolar.
Os beneficiários do programa são as famílias com renda per capita infe-
rior a meio salário mínimo que possuam sob sua responsabilidade crianças
com idade entre 6 e 15 anos, regularmente matriculadas em estabelecimen-
tos de ensino fundamental, com frequência igual ou superior a 85%.
239
4 Conclusão
240
241
242
social da atividade jornalística que integra o referido sistema, ainda que não venha de
maneira expressa, integrou sua motivação e se retira de uma interpretação da Constitui-
ção que preserve sua unidade e harmonização.
5 Teoria geral da política. Org. por Michelangelo Bovero. Rio de Janeiro: Eselvier, 2000,
p. 371 e s.
6 Idem, p. 386.
7 Celso Lafer faz referência às autocracias eletivas aquelas que inutilizam o parlamen-
to... (O Estado de S. Paulo, de 19-4-2009).
8 A condição humana. São Paulo: Perspectiva, 2002, p. 199: “Os homens são livres –
diferentemente de possuírem o dom da liberdade – enquanto agem, nem antes, nem
depois; pois ser livre e agir são uma mesma coisa”.
243
244
245
17 Cf. ARAUJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso de direito
constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 118-126. Ao lado das características intrínsecas
dos direitos fundamentais, ou seja, aquelas que nos permitem identificar quais são os direi-
tos fundamentais, há o que a doutrina costuma designar de características extrínsecas, que
representam o regime jurídico peculiar descrito por meio das Constituições.
18 A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992, p. 32.
19 “... o advento do Cristianismo, que preconizava o homem à imagem e à semelhança
de Deus, consolidou-se definitivamente a ideia de que, semelhante ao Criador, o ser
humano, por si, era dignitário de direitos mínimos, naturais, que lhe preservassem a
essência humana, a autodeterminação etc.” (ARAUJO, Luiz Alberto David; NUNES
JÚNIOR, Vidal Serrano. Op. cit., p. 118).
20 Para o Ocidente, a Magna Carta de 1215 é a primeira, sendo que há várias outras
que devem ser lembradas, em especial a Declaração Francesa de 1789, pois tem como
destinatário o ser humano.
21 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos, p. 33.
22 Nesse sentido: José Afonso da Silva, Luiz Alberto David Araújo, Vidal Serrano Nu-
nes Júnior, dentre outros.
246
23 Nesse Sentido: Luiz Alberto David Araújo, Vidal Serrano Nunes Júnior, Edílson
Pereira de Farias, Gilmar Ferreira Mendes, dentre outros.
24 Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 347-349. Gilmar Ferreira
Mendes afirma que há Constituições que de maneira expressa tratam da proteção do
núcleo essencial dos direitos fundamentais, como a Lei Fundamental de Bonn, a Cons-
tituição portuguesa de 1976 e a Constituição espanhola de 1978, sob pena de seu esva-
ziamento por agir do legislador. O autor afirma que nossa Constituição não fez qualquer
menção à proteção expressa do núcleo essencial, mas tal ideia decorre de modelo adotado
pelo legislador constituinte.
25 Cf. FARIAS, Edílson Pereira. Colisão de direitos: A honra, a intimidade, a vida privada e
a imagem versus a liberdade de expressão e informação. Sérgio Antônio Fabris Ed., 1996, p.
79 e s. O autor cita uma decisão do Tribunal Constitucional espanhol que traça parâmetros
importantes para o seu reconhecimento, quais sejam: a sua composição por elementos míni-
mos que impeçam a extinção do direito ou sua transfiguração; para sua determinação há de
se socorrer dos conceitos jurídicos aceitos pela sociedade, e que todo núcleo essencial deve ser
reconhecido como valor absoluto. Prossegue ainda o autor na apresentação das teorias que
irão orientar o estudo do núcleo essencial dos direitos fundamentais, a teoria absoluta, pela
qual há núcleo próprio inatacável de cada direito e a teoria relativa, que se apresenta por meio
da aplicação do princípio da proporcionalidade e, tem como principal autor Robert Alexy.
247
248
249
250
251
252
253
254
Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (1998), com Estágio Sanduíche
na Universidade de Toronto, Canadá (1995-1996). Mestre em Sociologia pela
Universidade de São Paulo (1992). Pesquisador na área de Polícia, Violência Policial,
Controle Externo sobre Polícia, Políticas de Segurança Pública, Violência e Direitos
Humanos. Professor Assistente Doutor – Departamento de Sociologia e Antropologia
da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Unesp, campus de Marília.
1 Introdução
255
256
257
258
259
260
261
262
263
264
265
266
267
268
269
270
271
272
273
274
275
276
277
278
279
280
15 Conclusão
281
16 Referências Bibliográficas
282
283
284
1 Introdução
285
286
287
288
13 Cláusula 39. Nenhum homem livre será detido ou preso nem privado de seus bens
(disseisiatur), banido (utlagetur) ou exilado ou, de algum modo, prejudicado (destruatur),
nem agiremos ou mandaremos agir contra ele, senão mediante um juízo legal de seus
pares e segundo a lei da terra (nisi per legale iudicium parium suorum vel per legem terre).
14 Fábio Konder Comparato, A afirmação histórica dos direitos humanos, p. 80.
289
290
Economica: Paris, 1993, p. 7 e s., apud Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Direitos
humanos fundamentais, p. 20.
19 Philippe Ségur, La dimension historique des libertés et droits fondamentaux, p. 14:
“… une ambition universaliste et une volonté d’abstraction si remarquables qu’on peut
le qualifier de messianique (selon Goyard-Fabre). Ce qui est proclamé, ce sont des droits
généraux indépendamment de leur finalité, de leurs conditions d’application et de leurs
garanties juridiques. L’intention affichée est la recherche du bonheur de l’homme et
l’affirmation des droits du genre humain dans le respect de la transcendance divine (…)
droits naturels et imprescriptibles: liberté, propriété, sûreté et résistance à l’oppression
(…). Les textes anglo-saxons sont avant tout pragmatiques, alors que la déclaration fran-
çaise est idéologique …” (tradução do autor).
20 Fábio Konder Comparato, A afirmação histórica dos direitos humanos, p. 146.
291
292
293
294
295
296
297
45 Idem.
46 Julie Mertus, The new U.S. human rights policy: a radical departure. International
Studies Perspectives, n. 4, p. 371: “The United States, as the most powerful state and as
the self-appointed champion of human rights, has a profound impact on the way human
rights norms are interpreted and applied throughout the world” (tradução do autor).
47 Anistia Internacional. Guantánamo and beyond: the continuing pursuit of unchecked
power. Disponível em: <http://web.amnesty.org/library/Index/ENGAMR510632005>.
Acesso em: 20 out. 2006.
48 Enemy combatants and Guantanamo: the rule of law and law of war of post-9/11.
Peace and Change, v. 31, n. 1, p. 46: “Military tribunals, boards, and commissions cannot
298
deny detained individuals the privilege of seeking a remedy in an appropriate court ju-
risdiction of the United States” (tradução do autor).
49 Courrier international, Guantanamo sous l’œil de la cour suprême, p. 48: “administra-
tion a opté en faveur de ces tribunaux spéciaux en lieu et place des cours d’assises améri-
caines pour plusieurs raisons pratiques. Tout d’abord, certains droits considérés comme
fondamentaux devant une cour civile ne s’appliqueront pas dans le cadre de ces tribu-
naux spéciaux.(…) Les juristes de l’administration ont rédigé seuls leurs règles de fonc-
tionnement, de la composition du tribunal aux critères d’admission des pièces à convic-
tion, en passant par la définition de ce qu’est un crime de guerre. Le pouvoir judiciaire
s’est également vu dessaisi du processus d’appel: les verdicts contestés seront examinés
non par une cour d’appel fédérale, mais par un panel de trois membres choisis par le
ministre de la Défense” (tradução do autor).
50 Anistia Internacional, Guantánamo and beyond: the continuing pursuit of unchecked
power. Disponível em: <http://web.amnesty.org/library/Index/ENGAMR510632005>.
Acesso em: 20 out. 2006.
299
300
une administration Bush qui souhaite agir à sa guise, en confectionnant son propre
mode opératoire hors de toute contrainte démocratique légale, hors de tout traité in-
ternational” (tradução do autor).
56 Augusta Conchiglia, Dans le trou noir de Guantanamo, Le Monde Diplomatique,
jan. 2004, p. 21: “Le Contre-Amiral Ronald Guter, l’année dernière, a pris sa retraite de
chef de la justice militaire marine. A ce titre, il avait participé aux décisions d’utiliser la
base de Guantanamo pour y interroger les détenus. «Amener les prisonniers à Guanta-
namo avait un sens pour des impératifs de sécurité, mais nous risquons maintenant
d’assister à une condamnation à vie pour certains d’entre eux, sans qu’un procès équi-
table ait pu avoir lieu» a t-il déclaré le 9 octobre 2003” (tradução do autor).
57 Chaïm Perelman, Ética e direito, p. 374.
58 Idem, ibidem, p. 381.
301
302
303
304
68 Courrier international, Guantanamo sous l’œil de la Cour Suprême, p. 48: “en créant
unilatéralement des tribunaux spéciaux, en donnant sa propre définition des crimes et en
décidant seul de la composition de ces commissions, ne fait pas que refuser un procès
équitable aux accusés, il foule aussi aux pieds quelques-uns des principes fondamentaux
de la Constitution américaine” (tradução do autor).
69 Anistia Internacional, Guantánamo and beyond: the continuing pursuit of unchecked
power. Disponível em: <http://web.amnesty.org/library/Index/ENGAMR510632005>.
Acesso em: 20 out. 2006.
305
70 Courrier international, Guantanamo sous l’œil de la Cour Suprême, p. 48. “le juge,
James Robertson, un ancien officier de la marine, statua en sa faveur, déclarant les tribu-
naux illégaux et clôturant abruptement ces audiences préliminaires une demi-heure après
leur début. Pourtant, en juillet 2005, une instance d’appel formée de trois juges, dont
John G. Roberts Jr., aujourd’hui Président de la Cour Suprême, annula la décision du
juge Robertson” (tradução do autor).
71 Enemy combatants and Guantanamo: the rule of law and law of war of post-9/11,
Peace and Change, v. 31, n. 1, p. 39: “…whether they are held at home or at an offshore
U.S. base, they must be provided access to public review of that detention by an inde-
pendent judicial authority” (tradução do autor).
72 Hannah Arendt, Origens do totalitarismo, p. 331.
306
6 Conclusão
307
308
309
310
1 Considerações iniciais
311
312
313
314
315
316
317
318
319
5 Síntese conclusiva
320
6 Referências bibliográficas
321
322
1 Introdução
323
1 CP: “Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: I – se não há outro meio
de salvar a vida da gestante; II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido
de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal”.
324
325
326
327
3 “A discussão travada na ADIn 3.510 do Supremo Tribunal Federal, que conclui pela
constitucionalidade do art. 5º da Lei de Biossegurança, enfatiza a responsabilidade civil
de todos os intervenientes ou partícipes da pesquisa com células-tronco embrionárias
(...). Quer se sustente a personalidade do embrião pré-implantatório, isto é, aptidão
para ser titular de direitos, obrigações e status, quer não se a reconheça, ele não se
confunde com res (coisa), não se lhe podendo aplicar o regime das coisas. A dignidade
do embrião pré-implantatório é inequívoca, não se confundindo com coisa, mercadoria,
produto” (MACHADO, 2009, p. 28).
4 Dá-se a concepção quando se efetiva no aparelho reprodutor da mãe, ainda que o
embrião tenha resultado de manipuação em laboratório (in vitro). Somente a partir da-
quele instante incide a norma do art. 2º do CC, relativamente à ressalva de direitos po-
tenciais do nascituro (LÔBO, 2009, p. 2001).
328
5 “Na literatura médica costuma-se afirmar não se saber ao certo quando um embrião
se torna humano, muito embora alguns considerem os embriões de 7 a 8 semanas como
seres humanos em formação. No Brasil, a medicina adota entendimento de que o início
da vida humana se dá com a nidação. Argumentando-se que o embrião fecundado em
laboratório morre se não for implantado no útero da mulher” (SÁ, 2002, p. 337-338).
“É obvio que o embrião não possui condições de se desenvolver por si só fora do útero,
entretanto, sabemos que o espermatozoide também não fecunda o óvulo, por si só, fora
do corpo da mulher” (SÁ, 2002, p. 340).
6 “A vida do novo ser configura-se no momento em que se opera a primeira troca
oxicarbônica no meio ambiente” (PEREIRA, 2004, p. 219).
7 “(...) as teorias que consideram o 14º para identificação como pessoa, pois aparece aí
a formação do plano construtivo do embrião e rudimentar organização do sistema ner-
voso central” (SÁ, 2002, p. 338).
329
330
9 Sobre o nascituro: “Designa, assim, o ente que está gerado ou concebido no útero,
tem existência no ventre materno: está em vida intrauterina. Mas não nasceu ainda, não
ocorreu o nascimento dele, pelo que não se iniciou sua vida como pessoa” (De Plácido
e SILVA, 2000, p. 549).
331
332
5 Anencefalia
333
10 A viabilidade de continuar a viver após o parto não pode ser confundida com aque-
la abordada como referência para se considerar o início da vida humana. Esta se dá com
a nidação. A partir daí já se considera vida humana juridicamente protegida.
11 O natimorto, mesmo não tendo respirado e consequentemente não adquirido per-
sonalidade, goza de alguns direitos da personalidade, como nome, sepultura e até mesmo
registro de nascimento, imagem, moral, inclusive a sua vontade por meio de testamento.
No mesmo sentido, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery (2007, p. 86);
Lei de Registros Públicos (Lei n. 6.015, de 31-12-1973), art. 53: “No caso de ter a
criança nascido morta ou no de ter morrido na ocasião do parto, será, não obstante,
feito o assento com os elementos que couberem e com remissão ao do óbito”.
334
335
336
6 Considerações finais
7 Referências bibliográficas
337
338
339
340
A longa trilha que veio dar na fixação dos direitos humanos foi feita
por um emaranhado de caminhos que tinham em comum a compreen-
são, talvez a intuição de alguns grupos de que os seres humanos tinham
a mesma origem e a mesma condição antropológica. Não foi fácil, no
entanto, enunciar essa compreensão e obter adesão à ideia.
341
342
343
344
345
346
347
348
349
350
351
352
353
354
355
só uma ação política que leve realmente em conta todos os efeitos de domi-
nação que se exercem através da cumplicidade objetiva entre as estruturas
incorporadas (tanto entre as mulheres quanto entre os homens) e as estru-
turas de grandes instituições em que se realizam e se produzem não só a
ordem masculina, mas também toda a ordem social (a começar pelo Estado,
estruturado em torno da oposição entre sua “mão direita”, masculina, e sua
“mão esquerda”, feminina, e a Escola, responsável pela reprodução efetiva de
todos os princípios de visão e de divisão fundamentais, e organizada tam-
bém em torno de oposições homólogas) poderá, a longo prazo, sem dúvida,
e trabalhando com as contradições inerentes aos diferentes mecanismos ou
instituições referidas, contribuindo para o desaparecimento progressivo da
dominação masculina (BOURDIEU, 2005, p. 139).
356
357
Nesta escola, deve-se pensar que também o currículo deve ser traba-
lhado na perspectiva dos direitos humanos e da cidadania, além de se-
rem inspiradores das relações sociais que na escola acontecem cotidiana-
mente, porque
358
359
360
361
362
363
Referências bibliográficas
364
365
366
1 Introdução
367
368
2 “Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Esta-
dos e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito
e tem como fundamentos: (...) III – a dignidade da pessoa humana.”
369
370
3 Direito Penal
371
9 Neste sentido, a Declaração Universal dos Direitos do Homem enuncia no Artigo XI:
“1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até
que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no
qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. 2. Ninguém
poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam de-
lito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será imposta pena mais forte do
que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso”.
10 Filosofia do direito, p. 260.
11 Instituições de direito penal: parte geral, v. I, p. 43.
12 Introdução crítica ao direito penal brasileiro, p. 99.
372
373
374
375
376
25 Ibidem, p. 73-75.
26 Ibidem, p. 26.
27 Ibidem, p. 26-27.
28 Ibidem, p. 13.
29 Manual de processo penal, p. 70.
377
378
379
380
381
382
6 Considerações Finais
383
7 Referências Bibliográficas
384
385
1 Introdução
386
387
388
2 A Internet e a pedofilia
389
390
391
392
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
393
394
395
396
397
398
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de
sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envol-
va criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simula-
das, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para
fins primordialmente sexuais.
7 Leis penais e processuais penais comentadas. 4. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2009, p. 270.
399
5. notas bibliográficas
400
401
402