Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CONHECENDO E
CONSTRUINDO A SAÚDE
PELO AMBIENTE
PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE
E-BOOK 17
Brasília – DF
2023
MINISTÉRIO DA SAÚDE
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
CONHECENDO E
CONSTRUINDO A SAÚDE
PELO AMBIENTE
PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE
E-BOOK 17
Brasília – DF
2023
2023 Ministério da Saúde.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial –
Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,
desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde:
bvsms.saude.gov.br
1. Agentes Comunitários de Saúde. 2. Saúde e meio ambiente. 3.Riscos e doenças relacionadas ao ambiente . I. Conselho Nacional de
Secretarias Municipais de Saúde. II. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. III. Título.
CDU 614
Bons estudos!
LISTA DE SIGLAS E
ABREVIATURAS
19 DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE
AMBIENTAL
59 RETROSPECTIVA
61 BIBLIOGRAFIA
ECOLOGIA E SAÚDE
AMBIENTAL
O QUE É ECOLOGIA?
9
Você entendeu o que é
ecologia e saúde? Então,
agora, vejamos o que é
saúde ambiental?
O campo da saúde ambiental compreende a área da saúde pública,
voltada ao conhecimento científico e à formulação de políticas públicas
relacionadas à saúde humana e aos fatores do meio ambiente natural. O
objetivo desse campo é melhorar a qualidade de vida dos seres
humanos com sustentabilidade.
10
Como vamos, então, definir o ambiente?
O cuidado com o
ambiente é uma
tarefa de todos!
11
A vigilância em saúde
ambiental tem o potencial de
olhar para as múltiplas
formas de exposição
humana a produtos
poluentes, ou
potencialmente poluentes e
nocivos à saúde humana,
para adotar e recomendar
medidas efetivas de
proteção e solução para os
problemas em conjunto com
outros setores.
12
Derramamento de óleo no nordeste
em 2019
Em 2019, “o Brasil foi surpreendido por manchas gigantescas de petróleo
que cobriram o litoral do país desde o Maranhão até o Rio de Janeiro. De
acordo com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA), mais de 3 mil km de litoral foram atingidos
pelo óleo, o maior desastre desse tipo da história no país. No entanto, as
autoridades brasileiras seguem sem saber quem foi o responsável por
essa catástrofe, e nem mesmo quanto petróleo foi jogado no litoral do
país (as estimativas giram entre 5 e 12,5 milhões de litros).”
O “Rio Mamucabas foi uma das áreas mais atingidas pelo óleo. Foi um
pedido de socorro feito pelo meio ambiente que me levou a sair de casa
para trabalhar aqui. A gente está arriscando a vida para remover o óleo.
Foram mais de três toneladas nessa área, só hoje [segunda-feira, 21 de
outubro]. Vi um desespero grande das pessoas para ajudar a vida
marinha e o ecossistema. Também vi as pessoas sem suporte e o
mangue muito poluído, pedindo socorro." (Silva, J. apud. G1, 22 out. 2019)
Figura 3 - Jaílson da
Silva, 43 anos, eletricista,
atuou no Rio
Mamucabas, entre
Tamandaré e Barreiros.
15
Animados para esta nova elaboração do
mapa? Então vamos lá!
1ª etapa:
Orientação:
20
Nesse sentido, a vida humana saudável pressupõe ter:
• uma casa segura e protegida;
• acesso aos serviços públicos e à água para beber e viver;
• alimento saudável, oriundo de uma forma de produção respeitosa
com o meio ambiente, com as pessoas e seus modos de vida;
• acesso e permanência na escola.
Lembre-se:
desenvolvimento nem
sempre significa
crescimento!
Figura 5 - Vista da Favela de Paraisópolis, São Paulo (SP), com o bairro nobre de Vila
Suzana ao fundo.
Ah
Fonte: VILAR, R. 2014.
Fonte: KELLY, 2020 in: Flickr.com Fonte: NASCIMENTO, 2009 in: Flickr.com
23
Já aprendemos que os riscos ambientais não atingem igualmente as
pessoas. As regiões mais pobres costumam receber as maiores cargas
de poluição ambiental, estabelecendo uma diferença importante nas
condições de saúde existentes nos territórios. Assim, as pessoas pobres
são as maiores vítimas da degradação ambiental, e a equidade passa a
ser um princípio não apenas para o SUS, mas também para a
sustentabilidade socioambiental.
24
Figura 8 – Igualdade. Figura 9 – Equidade.
25
Como estamos estudando a exposição humana a
fatores ambientais não desejados, a saúde ambiental
costuma utilizar também a noção de vulnerabilidade,
que pode ser compreendida como um estado ou
situação que coloca a pessoa em condição mais
fragilizada e mais excluída da sociedade. A insegurança
e a instabilidade também podem ser usadas como
sinônimo de vulnerabilidade que, de um modo geral,
visa caracterizar grupos populacionais específicos mais
atingidos por aspectos sociais ou genéticos.
26
Para o trabalho de identificação de contextos vulneráveis por parte dos
agentes de saúde, pode-se utilizar o mapeamento (ação de situar no
mapa, de espacializar indicadores de saúde ou de doença) para
visualizar as múltiplas situações ambientais capazes de gerar ou agravar
doenças existentes nas áreas de atuação.
2ª camada
27
Para avançarmos no nosso mapeamento, além de indicarmos sinais,
fontes e efeitos da poluição no território, é muito importante
identificarmos qual a rede de trabalho na comunidade que pode ser
construída e/ou acionada para solução dos problemas advindos da
exposição e da presença de riscos envolvendo a saúde e o ambiente.
28
ECOSSISTEMAS E
RISCOS
AMBIENTAIS
Qual a Importância do
ecossistema?
Tanto nos ambientes urbanos como rurais, a ocupação e o crescimento
desordenado dos espaços com desmatamentos e abertura de estradas
foram acompanhados pela falta de infraestrutura de saneamento
ambiental, favorecendo o aumento e a disseminação de várias doenças.
30
Olhe a imagem a seguir. Procure destacar as diferenças sociais que
convivem nas cidades, ilustradas pela forma como as pessoas ocupam o
espaço urbano. Por um lado, observamos edificações de alto padrão
econômico e, de outro, áreas sem infraestrutura básica, como rede de
esgoto, coleta de lixo e iluminação.
Figura 11 - Favela da
Rocinha, Rio de Janeiro
(RJ).
31
Como já vimos no início da construção das camadas de
informação do nosso mapa, alguns indicadores são
importantes para desenvolver uma “leitura” do
ambiente: a infraestrutura de ocupação do lugar
(estradas e ruas, caminhos, referências, sistemas de
esgoto e de água, depósitos de lixo, núcleos
habitacionais) e suas condições naturais (áreas
desmatadas, fauna, flora, relevo e áreas aquáticas).
Figura 12 - Investigação sobre a Cólera em Londres no século XIX, feita por John Snow.
Fonte: Desenho da autora, adaptado de Snow (1854) in:. Nogueira e Remoaldo (2010).
32
3ª camada
Então, agora que vimos o mapeamento realizado por John Snow, vamos
nos inspirar para retomar nosso mapeamento e elaborar a terceira
camada de informação. A partir da figura que serve como exemplo
(Mapa 4), pense nas informações do seu território.
Além de identificar focos de água parada, esgoto a céu aberto, por meio
de suas andanças no território, reveja, lembre e discuta com seu
preceptor sobre o seguinte: como são as condições de infraestrutura das
ruas, dos becos e das moradias? O local possui árvores, recuos entre as
casas (que permitam um isolamento externo), roupas estendidas, lagos,
campos ou áreas livres, depósitos de lixo, canaletas de águas servidas (e,
especialmente, notar se transbordam em dias de chuva), caixas d’água,
fossas, aglomerações de adultos e crianças na rua? Presença de
equipamentos públicos (unidade de saúde, creche), templos religiosos e
pequenos comércios (mercadinhos, bares, manicures, outros serviços
que possam atrair fluxo de pessoas)?
33
RISCO À SAÚDE E
DOENÇAS
TRANSMISSÍVEIS E
NÃO TRANSMISSÍVEIS
O que inclui o saneamento
básico?
O saneamento básico inclui coleta, destinação final e manejo adequado
do lixo, esgotamento sanitário e drenagem pública. Esses são fatores
importantes para a prevenção de doenças. Ao observarmos o esquema
abaixo, verificamos que os caminhos dos resíduos orgânicos sólidos,
quando não tratados adequadamente, poluem o solo, a água e o ar.
35
Além disso, emitem gases na atmosfera, que são prejudiciais à saúde das
pessoas. Assim, acabam poluindo as águas. Para que isso não aconteça,
é muito importante o tratamento dos resíduos sólidos durante todo seu
processo de decomposição.
37
Espera aí! Quer dizer então que o
enfrentamento dos riscos sociais é uma
ação fundamental na reversão de
contextos vulneráveis.
38
Muitas vezes, existe uma dependência econômica da pessoa em relação
ao setor produtivo que gera o risco. Isso afeta em muito a percepção da
pessoa sobre o risco ao qual está exposta. O exemplo da reciclagem de
lixo demonstra muito essa questão: o reciclador necessita do resíduo
reciclável para promover renda e com isso garantir seu sustento e o da
sua família, mas não se pode esquecer que trabalhar com o lixo pode ser
perigoso e insalubre.
38
Figura 17 - Variações na qualidade ambiental e as respectivas doenças associadas a eles.
39
Até aqui, vimos muitas coisas sobre as doenças infecciosas que podem
ser causadas por fatores ambientais. Mas também é importante saber
que as doenças não transmissíveis ou não infecciosas, como a
hipertensão, o diabetes, a doença pulmonar crônica, a asma, entre
outras, também sofrem grande influência do ambiente.
40
Para uma boa comunicação, é importante
usar uma linguagem clara e simples.
Primeiro, precisamos identificar as pessoas
a quem vamos comunicar.
42
Elaboração de uma comunicação de risco
43
PRINCIPAIS
DOENÇAS
RELACIONADAS AO
CONSUMO DE ÁGUA
Seguindo nossos estudos, não
podemos deixar de estudar a
água como fonte de saúde!
45
Boa parte das doenças relacionadas à falta de saneamento básico possui
ciclo de transmissão fecal-oral, aquele em que agentes causadores
presentes nas fezes humanas ou de animais entram pela boca de uma
pessoa que acaba se contaminando. A falta de água para consumo
humano e para higiene pessoal e a falta de saneamento constituem
fatores determinantes para ocorrência de outras doenças.
FORMAS DE
GRUPO DE FORMAS DE PREVENÇÃO
PRINCIPAIS DOENÇAS TRANSMISSÃO
DOENÇAS
Ascaridíase (lombriga)
Dengue Associadas à As doenças são Evitar o Proteger Adotar Acabar com
água (uma parte propagadas por contato mananciais medidas depósitos/ coleções
do ciclo da vida do insetos que das . adequada de água que
agente infeccioso nascem na água pessoas s para a servem para
ocorre em um ou picam perto com disposiçã reprodução das
animal aquático, dela. águas o de larvas do mosquito
no caso o infectad esgotos. Aedes Aegypti.
mosquito). as.
Vamos lá:
47
Sabendo que nossa água de beber é captada de um manancial,
identificar as fontes poluidoras, existentes ou potenciais, tais como
lançamento de esgoto sanitário e efluentes industriais nos mananciais e
nas bacias hídricas, nas atividades agrícolas que fazem uso de
agrotóxicos ou pecuária, faz parte de um conjunto de informações
necessárias para o cuidado com a qualidade da água que será
consumida pelas pessoas e animais. Além disso, é importante entender
sobre as doenças relacionadas ao seu uso.
Lembra-se do nosso
mapa?
48
4ª camada
49
RISCOS NO
TRABALHO -
NOTIFICAÇÃO EM
SAÚDE DO
TRABALHADOR
Quais são os agravos e as
doenças relacionados ao
trabalho?
51
Lembre-se: de acordo com o Ministério
da Saúde:
52
Algumas doenças relacionadas ao
trabalho:
• Acidente de trabalho;
• Câncer relacionado ao trabalho;
• Doenças de pele relacionadas ao
trabalho;
• Exposição a material biológico;
• Intoxicações relacionadas ao trabalho.
53
AMBIENTE
SAUDÁVEL E A
CONSTRUÇÃO DA
SAÚDE PELO
AMBIENTE
Como você pode intervir nas
causas e não somente nos
efeitos (doenças)
relacionados aos riscos
ambientais?
Território e saúde
55
Mas afinal... Para quê o ACS e o ACE
devem saber sobre os mapas de
saúde então?
Nosso exercício final, não compõe sua avaliação final formal, mas sim
busca reunir todo seu aprendizado neste desafio proposto ao longo da
disciplina: produzir, visualizar e finalizar nosso mapa; estabelecer
conexões possíveis entre o lugar dos casos de adoecimento e o seu
contexto permeado das condições e determinantes socioambientais.
56
5ª camada
57
Para além de sua localização geográfica, o mapeamento de
informações, indicando no espaço as forças sociais em ação, os fluxos e
movimentos humanos nos territórios, nos permite, por meio dessa
experiência, trilhar um caminho de construção dinâmica da saúde pelo
ambiente, visualizando os pontos fixos do território e suas conexões em
rede.
58
RETROSPECTIVA
60
Nesta disciplina, você viu que produzir saúde não é exclusividade do
setor saúde. Estudos indicam que os resultados na saúde da população
alcançados por meio da melhoria na educação, no transporte, na coleta
e no destino dos resíduos, na cultura, no esporte, no lazer, na defesa da
qualidade ambiental, nas práticas de uso do solo, são muito mais
intensos e duradouros do que os resultados de ações focadas nas
doenças.
Até breve!
60
BIBLIOGRAFIA
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária; IDEC, Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor. Guia Didático: Vigilância
Sanitária – alimentos, medicamentos, produtos e serviços de
interesse da saúde. Brasília: ANVISA, 2007. E-book. Disponível em:
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicaco
es/educacao-e-pesquisa/publicacoes-sobre-educacao-e-pesq
uisa/vigilancia-sanitaria-guia-didatico.pdf/view. 42. Acesso em:
01 dez. 2022.
62
MALAFAIA, Leonardo. Fotógrafo da Folha é primeiro brasileiro a
ganhar internacional Concurso Andrei Stenin. 2020. In: Folha de
Pernambuco. Disponível em:
https://www.folhape.com.br/noticias/fotografo-da-folha-de-perna
mbuco-e-vence-premio-internacional/144613/. Acesso em: 01 dez.
2022.
63
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
64
ONU. Declaração do Rio de Janeiro. Estudos Avançados [online].
1992, v. 6, n. 15, p. 153-159. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S0103-40141992000200013>. Epub 08 Ago
2008. Acesso em: 01 dez. 2022.
MATERIAL COMPLEMENTAR
65
Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde
bvsms.saude.gov.br
67