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MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS)

CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE (CONASEMS)


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS)

VIGILÂNCIA E CONTROLE DE
ZOONOSES, ARBOVIROSES E
COMBATE A ANIMAIS
PEÇONHENTOS

PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE


E-BOOK 24

Brasília (DF)
2023 
MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS)
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE (CONASEMS)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS)

VIGILÂNCIA E CONTROLE DE
ZOONOSES, ARBOVIROSES E
COMBATE A ANIMAIS
PEÇONHENTOS

PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE


E-BOOK 24

Brasília (DF)
2023 
2023 Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial –
Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,
desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Programa Saúde com Agente pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da
Saúde: http://bvsms.saude.gov.br

Tiragem: 1ª edição – 2023 – versão eletrônica

Elaboração, distribuição e informações: Coordenação - geral: Designer educacional:


MINISTÉRIO DA SAÚDE Célia Regina Rodrigues Gil - MS Alexandra Gusmão – Conasems
Secretaria de Gestão do Trabalho e da Cristiane Martins Pantaleão – Conasems Juliana Fortunato – Conasems
Educação na Saúde Hishan Mohamad Hamida – Conasems Pollyanna Lucarelli – Conasems
Departamento de Gestão da Educação na Isabela Cardoso de Matos Pinto - MS Priscila Rondas – Conasems
Saúde
Leandro Raizer – UFRGS
Coordenação - Geral de Ações Estratégicas
Lívia Milena Barbosa de Deus e Méllo - MS Colaboração:
de Educação na Saúde (CGAES)
Luciana Barcellos Teixeira – UFRGS Fabiana Schneider Pires - UFRGS
SRTVN 701, Via W5 Norte, lote D,
Josefa Maria de Jesus – SGTES/MS
Edifício PO 700, 4º andar
Organização: Katia Wanessa Silva – SGTES/MS
CEP: 70719-040 – Brasília/DF
Núcleo Pedagógico do Conasems Marcela Alvarenga de Moraes – Conasems
Tel.: (61) 3315-3394
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E-mail: sgtes@saude.gov.br
Supervisão - geral: – Conasems
Rubensmidt Ramos Riani Rejane Teles Bastos – SGTES/MS
Secretaria de Atenção Primária à Saúde
Roberta Shirley A. de Oliveira – SGTES/MS
Departamento de Saúde da Família
Coordenação técnica e pedagógica: Rosângela Treichel Saenz Surita
Esplanada dos Ministérios Bloco G, 7º andar
Carmen Lúcia Mottin Duro – Conasems
CEP: 70058-90 – Brasília/DF
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Tel.: (61) 3315-9044/9096
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Fabiana Schneider Pires Conexões Consultoria em Saúde LTDA
Valdívia Marçal
Secretaria de Vigilância em Saúde
Coordenação de desenvolvimento gráfico:
SRTVN 701, Via W5 Norte, lote D,
Elaboração de texto: Cristina Perrone – Conasems
Edifício PO 700, 7º andar
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CEP: 70719-040 – Brasília/DF
Diagramação e projeto gráfico:
Tel.: (61) 3315.3874
Revisão técnica: Aidan Bruno – Conasems
E-mail: svs@saude.gov.br
Alayne Larissa M. Pereira - SAPS/MS Alexandre Itabayana – Conasems
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CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS
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MUNICIPAIS DE SAÚDE
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Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Anexo B,
Sala 144 Diogo Pilger – UFRGS
Zona Cívico - Administrativo Jéssica Rodrigues Machado - SAPS/MS Fotografias e ilustrações:
CEP: 70058-900 – Brasília/DF José Braz Damas Padilha – SVS/MS Banco de Imagens do Conasems
Tel.: (61) 3022-8900 Lanusa T. Gomes Ferreira – SGTES/MS Freepik
Michelle Leite da Silva – SAPS/MS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO Patrícia da Silva Campos – Conasems Revisão:
SUL Wendy Payane F. dos Santos - SAPS/MS Gehilde Reis Paula de Moura
Av. Paulo Gama, 110 - Bairro Farroupilha
CEP: 90040-060 – Porto Alegre/RS Normalização:
Tel.: (51) 3308-6000 Luciana Cerqueira Brito – Editora MS/CGDI
Valéria Gameleira da Mota – Editora
MS/CGDI

Ficha Catalográfica

Brasil. Ministério da Saúde.


Vigilância e controle de zoonoses, arboviroses, e combate a animais peçonhentos [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Conselho
Nacional de Secretarias Municipais de
Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. – Brasília: Ministério da Saúde, 2023.
xx p. : il. – (Programa Saúde com Agente; E-book 24)

Modo de acesso: World Wide Web:


ISBN xxx-xx-xxx-xxxx-x

1. Agentes Comunitários de Saúde. 2. Doenças e Vetores. 3. Vigilância de zoonoses . I. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de
Saúde. II. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. III. Título.
CDU 614
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2023/0xxx
Título para indexação:
Healthcare agent workers' Fundamentals
BEM-VINDA (0)!

Este é o seu e-book da disciplina Vigilância e controle de zoonoses,


arboviroses e combate a animais peçonhentos. Quando o assunto é
doença, modo de transmissão, principais vetores e ações de prevenção e
controle, a vigilância em saúde e as zoonoses ganham destaque, visto que
surgem com a proposta de articular saberes, setores e conhecimento, para
criar estratégias de vigilância, prevenção e controle de doenças e agravos
de importância de Saúde Pública. É importante ressaltar que essas ações
sendo desenvolvidas de forma articulada com outros setores e saberes
proporcionam, além de um olhar ampliado para os problemas de saúde,
estratégias mais assertivas para solução e antecipação de intervenções
que reduzem problemas evitáveis.

Estude este material com atenção e consulte-o sempre que necessário!


Acompanhe também a aula interativa, a teleaula e realize as atividades
propostas para assimilar as informações apresentadas.

Bons estudos!
LISTA DE SIGLAS E
ABREVIATURAS
ACE -Agente de Combate às Endemias

ACS -Agente Comunitário de Saúde

APS - Atenção Primária à Saúde


LISTA DE FIGURAS

34 - Figura 1 - Ciclo de vida do Aedes aegypti


41 - Figura 2 - Aedes aegypti
44 - Figura 3 - Principais sintomas dos arbovírus: dengue,
chikungunya e Zika
56 - Figura 4 - Ciclos epidemiológicos (silvestre e urbano)
da febre amarela no Brasil
68 - Figura 5 - Ciclo epidemiológico e a transmissão do vírus
da febre do Nilo Ocidental
69 - Figura 6 - Ciclo biológico do carrapato
77 - Figura 7 - Espécies de triatomíneos
81 - Figura 8 - Ciclo de transmissão vetorial da doença de Chagas
83 - Figura 9 - Ciclo de vida da Leishmania
84 - Figura 10 - Ciclos epidemiológicos de transmissão
da raiva
83 - Figura 11 - Ciclo biológico do Toxoplasma gondii
84 - Figura 12 - Apresentações clínicas de esporotricose humana
SUMÁRIO

7 DOENÇAS TRANSMITIDAS POR VETORES E ECTOPARASITAS

ARBOVIROSES: DENGUE, ZIKA, CHIKUNGUNYA,


20 FEBRE AMARELA, FEBRE DO NILO, FEBRE MAYARO E
FEBRE OROPOUCHE

49 BACTERIOSES E RIQUETSIOSES

67 PARASITOSES: DOENÇA DE CHAGAS,


LEISHMANIOSES, MALÁRIA, FILARIOSE LINFÁTICA

85 ANIMAIS PEÇONHENTOS

88 ATIVIDADES DAS UNIDADES DE VIGILÂNCIA DE ZOONOSES

CONTROLE DE POPULAÇÕES DE ANIMAIS DE RELEVÂNCIA


90 PARA A SAÚDE PÚBLICA, VIGILÂNCIA, PREVENÇÃO E
CONTROLE DE ZOONOSES

96 RETROSPECTIVA

98 REFERÊNCIAS
DOENÇAS
TRANSMITIDAS POR
VETORES E
ECTOPARASITAS
Que tal, começarmos
Que tal começarmos por
resgatar alguns conceitos
por resgatar alguns
como agente etiológico, vetor e
conceitos como agente hospedeiro?
etiológico, vetor e
hospedeiro?

O trabalho conjunto e complementar entre os Agentes de Combate às


Endemias (ACE) e os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) “é
estratégico e desejável para identificar e intervir, oportunamente, nos
problemas de saúde-doença da comunidade, facilitar o acesso da
população às ações e aos serviços de saúde e prevenir doenças”.
Também, um dos fatores essenciais para conseguirmos atender às
reais necessidades de saúde da população e, consequentemente,
impactar os indicadores de saúde referentes às principais zoonoses
que acometem a comunidade (BRASIL, 2019, p. 19).

Integrar significa discutir as ações, considerando a realidade local, seu


território e suas prioridades, tendo o compromisso com a saúde da
população, para que se tenha um cuidado efetivo pautado na
qualidade de vida.

8
Qual a importância de saber
o modo de transmissão das
doenças e o seu agente de
transmissão?

O conhecimento epidemiológico sobre as doenças nos permite


classificá-las e obter uma medida de sua importância, de seus
impactos e da possibilidade de prevenção.

O conhecimento da história natural de uma doença nos permite


prevenir, tratar e entender toda a sua evolução, como também a
importância de cada intervenção.

O modo de transmissão é o elemento introdutório dessa discussão,


visto que traz à tona a forma com que o agente infeccioso se
transporta para o hospedeiro, ou seja, como ocorre o contágio,
abrindo espaço para trabalharmos, quem são os agentes
infecciosos e seus vetores; como se dá a interação; como é a
distribuição e frequência da doença. Assim, passamos a ter
condições de refletir sobre a nossa prática profissional,
principalmente, naquilo que é referente às ações de prevenção e de
controle.

Está aí o nosso relevante objetivo com


essa disciplina.

9
Que tal começarmos falando
sobre vetores? Você lembra o que
são vetores?

A Organização Mundial da Saúde tem ressaltado em suas publicações,


a relevância das doenças transmitidas por vetores, já que essas
doenças repercutem, de forma significativa, nas taxas de
morbimortalidade e são problemas de saúde pública (BRASIL, 2021)

Vetores são seres vivos que possuem a capacidade de


transportar organismos patogênicos (agente etiológico/ agente
infeccioso de uma doença). Eles fazem a articulação entre o
agente etiológico e o hospedeiro, produzindo a infecção de
pessoas ou animais. No caso de zoonoses que apresentam
grande disseminação no país, são criados programas
específicos para auxiliar no manejo adequado de cada situação
(vigilância de fatores de risco e controle de vetores).

Vamos focar nosso conteúdo nessas ações, pois é


neste cenário que você, Agente de Combate às
Endemias (ACE), faz o mapeamento das áreas de
risco, vigilância entomológica, vigilância
epidemiológica, avaliação das ações realizadas,
orientações e ações direcionadas ao controle dos
vetores e dos riscos de contágio das doenças.

10
A abordagem do conteúdo será separada por doença e / ou agravo e,
consequentemente, pelos agentes infecciosos e vetores envolvidos.

Então, apenas para relembrar: agente etiológico é considerado agente


infeccioso responsável por causar doenças infecciosas com potencial
de transmissão para outros seres vivos, da mesma espécie ou não, e o
hospedeiro é uma pessoa ou animal vivo que em circunstâncias
naturais, permite a subsistência e o alojamento de um agente
infeccioso (BRASIL, 2021).

Ah, muitas vezes, quando realizamos essa discussão,


sempre, pensamos numa relação em que: vírus,
bactéria, parasito está dentro do vetor. Mas é
importante ressaltarmos que podemos ter situações
em que isso ocorre de forma diferente. Você lembra
do conteúdo da aula de Noções de Microbiologia e
Parasitologia do curso? Vamos resgatar alguns
elementos sobre o parasitismo que vocês
estudaram lá?

11
O parasitismo é a relação desarmônica
entre espécies diferentes, sendo que um
(parasito) se beneficia, e o outro é
prejudicado (hospedeiro). Ele ocorre,
basicamente, de duas formas:

1 O parasito tem uma dependência do hospedeiro e


fica alojado internamente a ele, como no caso de
vermes e protozoários, e neste caso, é classificado
como endoparasitas.

2 O parasito vive na parte externa, sobre o hospedeiro


(na pele, no pelo), como o carrapato, a pulga, e neste
caso são chamados de ectoparasitos (NEVES, 2016).

12
Antes de prosseguir a leitura,
tente se lembrar de alguns outros
parasitos que você conhece e
procure classificá-los como
ectoparasitos ou endoparasitos.
Todos esses parasitos que você
pensou, apresentam a mesma
gravidade na população humana?

13
Veremos que não. Temos duas
ectoparasitoses que são importantes,
por sua frequência na população, mas
que não causam grandes
complicações no ser humano.

Você consegue lembrar


quais são?

As duas principais ectoparasitoses são:

PEDICULOSE ESCABIOSE

As duas doenças têm maior frequência na infância, sendo de fácil


transmissão, principalmente, pelo período de contato próximo e
duradouro de crianças nas creches e escolas, podendo assim acometer
várias pessoas da mesma família, ou instituição. Outro aspecto
compartilhado pelas duas doenças é que, apesar de terem alta
transmissibilidade, apresentam baixa letalidade e baixa taxa de
complicações importantes.

14
Agora que você já resgatou
alguns conceitos, que tal
conhecermos um pouco mais
sobre a pediculose e a
escabiose?

No caso da pediculose da cabeça, comumente conhecida como piolho,


a doença é causada pela infestação do couro cabeludo pelo parasito
Pediculus humanus capitis (BRASIL, 2002). É uma doença mais
frequente em meninas e, atualmente, atinge todos os grupos
socioeconômicos, apesar de, historicamente, termos muitos relatos e
dados atribuindo maior frequência em crianças de famílias
socioeconômicas menos favorecidas.

15
Apesar de encontrarmos a pediculose mais em
meninas, vale a pena verificar se é mito ou
verdade que:

O tamanho e a quantidade de cabelos estão relacionados com a


infestação de piolhos, por isso a indicação de cortar o cabelo como
medida de controle.

A pediculose do couro cabeludo não está


relacionada com o tamanho dos cabelos, mas sim
com o diâmetro e o espaçamento entre os fios de
cabelo, tendo preferência pelos mais espessos e os
mais densamente implantados. Assim, ao contrário
da falsa crença de que "quanto mais cabelos... mais
piolhos", seria de interesse enfatizar que Pediculus
humanus capitis é um habitante normal do couro
cabeludo e não dos cabelos (NEVES, 2016).

16
Por serem ectoparasitas, os piolhos, conseguem
sobreviver fora do couro cabeludo, por até,
aproximadamente, 2 dias, pois apresentam uma
dependência metabólica apenas parcial, mas não
conseguem “voar” para outro hospedeiro. Sendo
assim, sua transmissão ocorre, preferencialmente,
pelo contato direto com os cabelos da pessoa
infestada.

Quer saber mais sobre o modo de


transmissão? Acesse: BRASIL. Ministério
da Saúde. Dermatologia na Atenção
Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
(Série Cadernos de Atenção Básica; n. 09).
Clique aqui ou escaneie o QR Code.

O controle/tratamento da pediculose consiste basicamente em lavar


os cabelos com shampoos e aplicação de loções específicas para
pediculose, além de realizar a remoção total dos parasitos e seus
ovos (lêndeas). Todas as pessoas de convívio frequente com a
criança também devem ser examinadas e tratadas, se necessário
(NEVES, 2016). Outro mito e verdade importante de ser discutido é:

Se possível, massagear o cabelo com óleo/azeite antes de


passar o pente fino. Isso imobilizará o parasito, fazendo com
que a extração seja mais eficaz (NEVES, 2016).

17
Agora que você estudou um
pouco mais sobre pediculose,
que tal assistir ao vídeo para
saber mais sobre os cuidados
para controlar a pediculose?

Você sabe quais são os cuidados necessários para


controlar a pediculose? Assista ao vídeo do Núcleo
Telessaúde Estadual do Rio Grande do Sul intitulado:
“Quer saber mais sobre Cuidados com a pediculose: o
piolho”, disponível em:
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/13384/1/T
elessauders_pediculose.mp4 Acesso em: 17 abr. 2023.

E a escabiose? O que é?
O agente etiológico da escabiose é o ácaro Sarcoptes scabiei. É
endêmico em países em desenvolvimento, por sua disseminação ter
associação com pessoas de menor poder aquisitivo (maior
aglomeração), condições sanitárias precárias e compartilhamento de
objetos contaminados. O contágio ocorre, essencialmente, de duas
formas: contato direto, íntimo e duradouro com pessoa infectada, ou
contato duradouro, frequente e íntimo com objetos contaminados,
como roupas, lençóis e toalhas compartilhados. Apesar do termo estar
em desuso, devido às características pejorativas, a escabiose ainda é
popularmente conhecida como sarna, e em algumas regiões do país
como, pereba, curuba, pira e quibá.

18
A sarna que acomete gatos e cachorros não é
a sarna humana. É importante saber que os
ácaros que infestam animais domésticos,
causando escabiose, podem também atingir
o homem, mas o parasito não consegue
completar seu ciclo de vida. Quer saber mais
sobre o modo de transmissão? Acesse:
BRASIL. Ministério da Saúde. Dermatologia na
Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde,
2002. (Série Cadernos de Atenção Básica; n.
09). Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
guiafinal9.pdf . Acesso em: 17 abr. 2023.

Manter a doença sob controle é o grande objetivo, pois assim


evitam-se os surtos. Outro ponto importante é adotar medidas como:
lavar as roupas de banho e de cama com água quente (pelo menos
a 55°C); usar roupas, toalhas e lençóis individuais; cortar as unhas. A
probabilidade de contágio das pessoas mais próximas (integrantes
da família, creche e instituição) é grande, sendo importante a
investigação e os tratamentos dos comunicantes também. O
tratamento tanto da pediculose quanto da escabiose é feito através
de medicações tópicas e orais. Não são doenças de notificação
compulsória, mas pela alta contagiosidade, possibilitando surtos, é
importante que a pessoa seja afastada das atividades, até iniciar o
tratamento, assim como é fundamental que a população saiba dos
cuidados necessários.

Na sequência de nossa conversa,


falaremos sobre as Arboviroses.

19
ARBOVIROSES:
DENGUE, ZIKA,
CHIKUNGUNYA, FEBRE
AMARELA, FEBRE DO
NILO, FEBRE MAYARO
E FEBRE OROPOUCHE
Abordaremos sobre as principais arboviroses que são listadas como
problemas de Saúde Pública no país e onde o(a) ACE, conjuntamente com
o(a) ACS desenvolvem “atividades de promoção da saúde, de prevenção
de doenças e agravos, em especial aqueles mais prevalentes no território,
e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de
ações educativas individuais e coletivas”, sendo terreno comum para o ACE
executar “ações de controle de doenças utilizando as medidas de controle
químico, biológico, manejo ambiental e outras ações de manejo integrado
de vetores”, quando necessário (BRASIL, 2017).

Iniciaremos a discussão pelas arboviroses urbanas,


que têm como vetor o mosquito Aedes aegypti,
seguido das arboviroses de transmissão silvestre.

Algumas arboviroses têm destaque nas discussões sobre doenças


transmitidas por vetores, como dengue, Zika, chikungunya e febre amarela,
devido a sua emergência e reemergência no país, e por serem problemas
de saúde pública mundial. É importante ressaltar que as arboviroses
apresentam algumas características em comum, como sintomatologia
semelhante, mesmo vetor e formas de transmissão similares, mas também
apresentam características distintas como grau de gravidade, letalidade e
prevalência que precisam ser conhecidos, pois impactarão no manejo dos
casos. Os serviços de saúde e profissionais nele atuantes precisam estar
atentos a essas características, pois isso ajudará na adoção das medidas
mais assertivas para a prevenção e o controle da doença.
21
Você sabe
o que são
arboviroses?

As Arboviroses são doenças causadas por vírus transmitidos por


artrópodes hematófagos, sendo que a maioria dos arbovírus de
importância em saúde pública pertencem aos gêneros Flavivirus,
Alphavirus ou Orthobunyavirus, que são transmitidos através da
picada de insetos.
De acordo com Brasil, 2017, destacam-se, neste cenário, como vírus
neroinvasivos de maior interesse epidemiológico a:
● dengue,
● chikungunya
● Zika

22
Mas por que esses
insetos são de
importância para
Saúde Pública?

O Brasil, como país de extensão territorial importante,


com presença de vegetação tropical e clima quente,
além de apresentar cidades populosas, com
aglomerados urbanos invadindo espaços rurais e
área de mata, torna-se o local com as principais
características para disseminação desses insetos.

E esses insetos são os principais vetores de arboviroses de ciclo


urbano (dengue, chikungunya e Zika) de alta prevalência, e risco para
a população. A identificação do inseto vetor se faz necessária para
que os programas de vigilância e controle das populações de insetos
sejam realizados corretamente e de forma eficaz, assim como as
orientações para prevenção e manejo ambiental.

23
O trabalho realizado pelo Ministério da Saúde do Brasil para prevenção
e controle das arboviroses – dengue, Zika, chikungunya e febre
amarela – ganhou destaque, em 2022, na reunião Global Integrated
Arboviruses Initiative, promovida pela Organização Mundial da Saúde
(OMS).

Que tal ler a matéria divulgada no site do


Ministério da Saúde? BRASIL. Ministério da
Saúde. Brasil integra debate da OMS
sobre iniciativa global de controle das
arboviroses. Clique aqui ou escaneie o
QR Code.

Como muitas dessas arboviroses são causadas por um mesmo vetor


transmissor, vamos fazer uma divisão por vetores transmissores, para
que as ações de prevenção e controle possam ser abordadas
conjuntamente, e as similaridades e diferenças serem evidenciadas.

?
Você sabe qual o mosquito de
maior relevância nacional, Se você
que é responsável pela pensou no
transmissão de importantes Aedes
doenças urbanas, sendo uma aegypti,
dessas sem transmissão acertou.
urbana há mais de 80 anos?

24
Aedes aegypti

O Aedes aegypti tem papel de destaque nas ações de saúde pública,


visto que, comprovadamente, é o principal vetor de transmissão das
arboviroses urbanas: dengue, chikungunya e Zika. Doenças essas de
disseminação nacional (BRASIL, 2021). A febre amarela de ciclo urbano
também é transmitida pelo Aedes aegypti, mas sua transmissão em
meio urbano não ocorre desde 1942. O Aedes aegypti é um mosquito de
disseminação nacional, que se desenvolve na água limpa e parada, em
locais quentes como as regiões tropicais e subtropicais. O repasto
sanguíneo das fêmeas, assim como a oviposição, ocorre quase sempre
durante o dia, nas primeiras horas da manhã e ao anoitecer (BRASIL,
2016).

25
É um mosquito essencialmente
urbano cujo ciclo de vida é completo
após as quatro fases: ovo, larva,
pupa e adultos.

Figura 1 - Ciclo de vida do Aedes aegypti

Fonte: FIOCRUZ, 2019.

26
As arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti
constituem-se um dos principais problemas de saúde pública no
mundo (BRASIL, 2021), sendo a dengue a arbovirose urbana de
maior relevância nas Américas. “As infecções por arbovírus
podem resultar em um amplo espectro de síndromes clínicas,
desde doença febril branda até febres hemorrágicas e formas
neuroinvasivas. Entretanto a maior parte das infecções humanas
por arbovírus são assintomáticas ou oligossintomáticas (poucos
e leves sintomas)” (BRASIL, 2017, p.7). É um mosquito de hábito
hematófago, pertencente à ordem Diptera, subordem
Nematocera, família Culicidae (BRASIL, 2016, p. 43).

Agora que você sabe


um pouco mais sobre o
mosquito Aedes
aegypti e sobre
arboviroses, que tal
aprofundarmos nas
doenças: dengue, Zika,
chikungunya?

27
Dengue

A dengue é a arbovirose de destaque, não apenas no Brasil, mas


nas Américas como um todo. Vem apresentando um crescimento
exponencial nas últimas quatro décadas, proporcionando risco
importante à população mundial, por isso é considerada um dos
principais problemas de saúde pública mundial. Dados da
Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgados em Brasil (2009,
p. 11) estimam que cerca de “2,5 bilhões de pessoas (2/5 da
população mundial) estão sob risco de contrair dengue e que
ocorram anualmente cerca de 50 milhões de casos”. Outro dado
alarmante é que deste total, “cerca de 550 mil necessitam de
hospitalização e pelo menos 20 mil morrem em consequência da
doença”.

28
É uma doença infecciosa cuja transmissão ocorre através da
picada da fêmea do Aedes aegypti infectada com vírus da
dengue (DENV), do gênero Flavivirus, pertencente à família
Flaviviridae. É uma doença que acomete pessoas de todas as
idades, mas os casos mais prevalentes são de adultos jovens
(BRASIL, 2009).

Você sabia que a dengue


apresenta quatro
sorotipos distintos?

Eles são conhecidos como: DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4,


sorotipos intimamente interligados e proporcionam imunidade
vitalícia contra o sorotipo adquirido (homóloga), mas apenas
imunidade parcial e temporária para outros sorotipos
(heteróloga). No Brasil, temos uma ampla distribuição do Aedes
aegypti em todas as regiões, com circulação simultânea, mais
frequente de três sorotipos virais (DENV1, DENV2 e DENV3), onde o
DENV2 é o que tem apresentado maior intensidade de circulação.

29
Por que a presença do
sorotipo DENV4 no Brasil
é preocupante?

Porque havendo a circulação de mais um sorotipo no país, a


probabilidade da pessoa contrair mais de um sorotipo torna-se
maior e Infecções subsequentes aumentam o risco do
desenvolvimento de dengue grave e até morte.

A dengue é uma doença febril aguda que pode oscilar de casos


leves e assintomáticos a casos graves. De forma geral, apresenta
curso de evolução benigna, mas pode causar óbito.

30
Outro ponto importante a salientar é que a principal forma de
transmissão é a vetorial. Ela ocorre pela picada de fêmeas de Aedes
aegypti infectadas, no ciclo humano-vetor-humano. Sendo assim, a
transmissão da doença ocorre através da picada da fêmea do
mosquito vetor em uma pessoa sadia. A fêmea do Aedes aegypti
adquire o vírus, através da picada a uma pessoa doente, e uma vez
infectado, esse vetor continua a transmitir a doença durante toda a
sua vida.

Figura 2 - Aedes aegypti

OVOS

MOSQUITO
DA DENGUE

LARVA

MOSQUITO
ADULTO

PUPA

Fonte: https://www.freepik.com

O Aedes aegypti adulto, principal transmissor da dengue, da


chikungunya e da febre amarela urbana, é escuro, com faixas
brancas nas bases dos segmentos tarsais e com um desenho em
forma de lira no mesonoto.

31
Seus ovos são depositados pela fêmea, nas
paredes internas dos depósitos que servem como
criadouros. O repasto sanguíneo das fêmeas, assim
como a oviposição, ocorre quase sempre durante o
dia, nas primeiras horas da manhã e ao anoitecer. A
fêmea grávida é atraída por recipientes escuros ou
sombreados, com superfície áspera, nos quais
deposita os ovos – ela distribui cada postura em
vários recipientes.

32
E como está a frequência da
dengue após a pandemia?

2022 Focando nos dados mais recentes do Brasil, nas primeiras


Semanas Epidemiológicas de 2022, percebe-se uma taxa de
incidência de pouco mais de 40 casos por 100 mil/hab., o que
configura um aumento de mais de 40% de casos, quando
comparado com 2021 (BRASIL, 2022).

Casos de dengue no Brasil cresceram 43,9% em 2022, segundo


Ministério da Saúde. Cláudia Codeço, coordenadora do InfoDengue
da Fiocruz, diz que o avanço dos casos pode ter sido efeito da
redução de ações preventivas durante a pandemia de covid-19 e
do período chuvoso neste início de 2022.

33
O diagnóstico pode ser atrasado, pois como as pessoas infectadas
com dengue podem apresentar sinais clínicos semelhantes a outras
arboviroses, os profissionais de saúde podem apresentar dificuldades
na suspeita inicial e, consequentemente, na adoção adequada do
manejo clínico. Isso pode predispor à ocorrência de formas graves da
doença, e de forma mais esporádica, óbitos. Na figura 3, é possível
fazer essa comparação.

Figura 3 - Principais sintomas dos arbovírus: dengue, chikungunya e Zika.

Fonte: FIOCRUZ, 2015

34
Outro ponto comum entre a dengue, Chikungunya e Zika é que essas
arboviroses podem ser transmitidas ao homem por via vetorial, vertical
e transfusional, sendo a frequência de cada via diferente entre eles,
conforme podemos ver no quadro 1.

Quadro 1 - Descrição da transmissão das arboviroses dengue, chikungunya e Zika,


segundo via vetorial, vertical e transfusional.

Dengue Chikungunya
  Zika (ZIKV)
(DENV) (CHIK)
Mais
VETORIAL Mais frequente Mais frequente
frequente
Gestantes
Pode ocorrer
virêmicas podem
durante a
provocar infecção
gestação,
VERTICAL Raros neonatal grave
causando
(raro se <22ª
malformação
semana
fetal e aborto
gestacional)

TRANSFUSIONAL Raros Raros

Fonte: BRASIL, 2021.

A grande preocupação não está apenas no aumento da prevalência


da doença, mas também na magnitude e no grau de letalidade dos
casos de febre hemorrágica da dengue, assim como na possibilidade
de contágio de outras doenças que têm o mesmo vetor como
transmissor. Com o aumento dos períodos chuvosos, o problema se
agrava muito, pois há um aumento na probabilidade de epidemias,
visto que, uma boa parte dos fatores que contribuem para a ocorrência
desse agravo é produzida pelo homem no ambiente urbano: os
criadouros. Como comentado, o cenário torna-se propício para a
disseminação de outras doenças urbanas que têm o mesmo vetor, a
fêmea dos mosquitos Aedes aegypti: Zika e chikungunya.

35
Agora que você já leu sobre
a principal arbovirose
circulante no país, que tal
conhecermos um pouco
sobre a febre chikungunya
e a Zika? Elas são as outras
duas arboviroses
transmitidas pelo mosquito
do Aedes aegypti.

Chikungunya

A febre chikungunya é causada pelo vírus chikungunya (CHIKV),


pertencente ao gênero Alphavirus, da família Togaviridae, transmitido
ao ser humano através da picada da fêmea do mosquito do Aedes
aegypti. Ele possui quatro genótipos:
1. Oeste Africano,
2. Oceano Índico (IOL),
3. Leste-Centro-Sul Africano (ECSA),
4. Asiático.

36
No Brasil, são encontrados apenas os dois últimos genótipos (BRASIL,
2021). A doença apresenta baixa letalidade, mas alta taxa de ataque
(75%-95%), o que pode provocar epidemias, devido à densidade do
vetor, presença de indivíduos susceptíveis e intensa circulação de
pessoas em áreas endêmicas (BRASIL, 2021).
Os primeiros casos confirmados no Brasil foram encontrados nos
estados do Amapá e da Bahia e datam de 2014. Atualmente, é uma
doença disseminada em todo o país (BRASIL, 2017).

Ela possui três fases de evolução: febril ou aguda, pós-aguda e


crônica com sintomatologia muito semelhante à da dengue. A sua
principal manifestação clínica, que a difere das outras arboviroses,
são as fortes dores nas articulações (artralgias), que em mais de 50%
dos casos, tornam-se crônicas, podendo persistir por anos e até
mesmo causando incapacidades, influenciando assim na redução
da produtividade e da qualidade de vida (BRASIL, 2021).

37
Por isso o nome chikungunya, que em Makonde significa “aqueles que se
dobram”, descrevendo a aparência encurvada de pessoas que sofrem com
a artralgia característica da doença (BRASIL, 2017). Quanto à suscetibilidade
e imunidade desenvolvida para o vírus Chikungunya (CHIKV), acredita-se
que também seja duradoura e protetora contra novas infecções, mesmo
que produzidas por diferentes genótipos desse vírus.

Zika

A Zika é causada pelo vírus Zika (ZIKV) do gênero Flavivírus, pertencente à


família Flaviviridae. Ela é transmitida ao ser humano através da fêmea do
mosquito do Aedes aegypti.
São conhecidas duas linhagens do vírus: uma africana e outra asiática, que
podem ser transmitidas pelas vias já descritas, vetorial, vertical e
pós-transfusional, mas também pela via sexual (BRASIL, 2021). É
considerada uma arbovirose de manifestações clínicas leves e
autolimitadas, sendo que 50% dos indivíduos infectados que apresentam
sintomatologia: manifestam exantema pruriginoso, como queixa principal e,
em alguns casos, artralgia, mas com menor intensidade que a apresentada
nos casos de chikungunya (BRASIL, 2021).
Devido ao seu potencial teratogênico, ganhou repercussão nacional ao
estar associada a casos graves de malformações congênitas (casos de
microcefalia entre recém-nascidos), que inicialmente estavam restritos à
região Nordeste (em 2015), mas depois foram disseminados para todo o
país (BRASIL, 2017). Essa disseminação do ZIKV tem sido associada a um
aumento da incidência de manifestações neurológicas graves.

38
Não há evidências
científicas que
permitam assegurar o
tempo de duração da
imunidade conferida às
pessoas infectadas
pelos vírus Zika.

Acesse o material complementar e leia mais


informações sobre a Zika. Clique aqui ou
escaneie o QR Code. 

39
Febre Amarela

Você conhece alguma


outra doença cujo
vetor é o mosquito do
gênero Aedes
aegypti, mas que
atualmente só há a
transmissão silvestre
ativa?

A Febre amarela é uma doença viral aguda, de elevada letalidade


nas suas formas graves, tornando-se uma zoonose de grande
importância nacional. Graças a medidas eficazes como a vacinação
(imunoprevenível), o último registro de um caso de febre amarela
urbana no Brasil, data de 1942. Seu agente etiológico, o vírus da febre
amarela, é um arbovírus do gênero Flavivírus, da família Flaviviridae
que é transmitido por artrópodes (vetores) da família Culicidae ao
ser humano.

40
Nas Américas, temos dois ciclos de transmissão: “o urbano, no qual o
vírus é transmitido pelo Aedes aegypti ao homem, que é o hospedeiro
principal, sendo uma transmissão homem/mosquito/homem, e o
silvestre, em que o vírus circula entre mosquitos silvestres (Haemagogus
janthinomys e Haemagogus leucocelaenus) e primatas não humanos”
(BRASIL, 2001), sendo o homem um hospedeiro acidental. A infecção do
mosquito ocorre quando este pica um macaco ou um ser humano
infectado como apresentado na figura 4.

Figura 4 - Ciclos epidemiológicos (silvestre e urbano) da febre amarela no Brasil

Fonte: BRASIL, 2020

Acesse esse material complementar e


veja mais sobre a doença endêmica no
Brasil. Clique aqui ou escaneie o QR para
fazer download.

41
Você sabe qual
outro mosquito
atua como vetor de
arbovírus?

O pernilongo.

Febre de Nilo

A febre do Nilo Ocidental (FNO) é uma infecção viral aguda, causada


por um arbovírus, membro da família Flaviviridae, mais
especificamente do gênero Flavivírus, o mesmo gênero dos vírus da
dengue, da febre amarela e da Zika. Ela tem como vetor,
principalmente, os mosquitos gênero Culex (pernilongo), apesar de
existirem outros gêneros também infectados. O culex é um vetor de
grande densidade nacional, potencializando assim o contágio e
transmissão em âmbito nacional.

42
A Febre do Nilo Ocidental apresenta várias linhagens.

• a linhagem 1 é subdividida em três sublinhagens, incluindo a


sublinhagem 1ª, abrangendo os isolados africanos, europeus e do
Oriente Médio;

• a sublinhagem 1b compreende cepas da Australásia;

• a sublinhagem 1c, também conhecida como linhagem 5, compreende


isolados de vírus da Índia” (BRASIL, 2021, p. 653).

Apenas os vírus das linhagens 1 e 2 foram associados a surtos


significativos em humanos.

Essa febre é uma arbovirose que apresenta a maioria dos casos com
sintomas leves de febre passageira, até casos mais graves com sinais
de acometimento do sistema nervoso central (SNC) ou periférico. Os
casos graves são mais frequentes em pessoas com mais de 50 anos.

43
O ciclo de transmissão do vírus na natureza envolve aves silvestres e
mosquitos, sendo que o VNO pode infectar humanos, equinos, primatas,
outros mamíferos, apesar de algumas espécies de aves atuarem como
reservatórios e amplificadores do vírus. O ser humano e os equídeos são
considerados hospedeiros acidentais e terminais, pois, uma vez
infectados, devido a viremia de curta duração e baixa intensidade, não
conseguem infectar os mosquitos.

A transmissão para o ser humano ocorre pela picada do mosquito


infectado pelo repasto sanguíneo em aves infectadas conforme figura 4.

Figura 5 – Ciclo epidemiológico e a transmissão do vírus da febre do Nilo Ocidental

Fonte: BRASIL, 2021

44
O Culex apresenta ciclo de vida semelhante ao do Aedes aegypti: ovo,
larva, pupa e adultos, com a diferença que, para haver
desenvolvimento da larva, o criadouro deve ter grande quantidade de
material orgânico. Ou seja, encontra-se larvas de culex em
reservatórios poluídos, com água barrenta e em esgotos (BRASIL, 2016).
São as fêmeas do culex que transmitem a doença, ocorrendo a
infecção, obrigatoriamente, à noite, preferencialmente, durante o
repouso ou ao anoitecer (BRASIL, 2016). São medidas de proteção: uso
de repelentes, uso de tela em janelas, redução dos criadouros, melhoria
de saneamento básico, controle químico e biológico dos criadouros que
não possam ser descartados.

Outras doenças
causadas por
arbovírus, mas
em sua forma
silvestre, são a
febre do Mayaro
e a febre
Oropuche.

45
Febre do Mayoro e Febre do Oropouche

A Febre do Mayaro é uma arbovirose infecciosa febril aguda,


transmitida por mosquitos silvestres, principalmente, do
gênero Haemagogus (Haemagogus janthinomys) que são mosquitos
que apresentam hábitos estritamente diurnos e vivem nas copas das
árvores. (BRASIL, 2021). Seu agente etiológico é o vírus Mayaro (MAYV),
da família Togaviridae, gênero Alphavirus. Seu ciclo epidemiológico é
semelhante ao da Febre Amarela Silvestre, sendo os primatas os
principais hospedeiros do vírus. O homem é considerado um
hospedeiro acidental. Estudos têm demonstrado que outros gêneros
de mosquitos podem participar do ciclo de manutenção do vírus na
natureza: como Culex, Sabethes, Psorophora, Coquillettidia e Aedes. E
que outros hospedeiros vertebrados como pássaros, marsupiais,
xenartras (preguiças, tamanduás e tatus) e roedores, podem atuar
como amplificadores na manutenção do vírus em seu ambiente
natural (BRASIL, 2022). É uma arbovirose que cursa geralmente para
quadros clínicos benignos, sendo endêmica na região Amazônica
(região Norte e Centro-Oeste), em áreas de mata, rural ou silvestre.
Já a Febre do Oropouche é uma arbovirose, causa febre, cefaléia
seguida de mialgia, e pode evoluir, raramente, para meningite. Os
sintomas duram poucos dias, mas podem ocorrer recaídas.

46
O vírus Oropouche (VORO) é transmitido principalmente pelo
mosquito da espécie Culicoides paraensis (borrachudo, maruim ou
pólvora), mas também já foi identificado na espécie Culex
quinquefasciatus (muriçoca ou pernilongo). Acomete principalmente
as pessoas residentes na região Amazônia, sendo as principais
epidemias registradas nos estados do Pará, Acre, Maranhão, Tocantins
e de Rondônia. Os casos mais recentes de notificação datam de 2017.

Tanto a Febre do Mayaro, quanto a Febre do Oropouche não são


contagiosas, ocorrendo a transmissão apenas pela picada de
mosquitos infectados com os respectivos vírus.

47
A febre do Mayaro e a Febre do Oropouche compõem a lista nacional
de doenças de notificação compulsória imediata, conforme Portaria
de Consolidação nº 4, de 28 de setembro de 2017 (BRASIL, 2017). Como
não há vacina para imunoprevenir as arboviroses Mayaro e
Oropouche, e o seu ciclo silvestre não é possível de ser eliminado, as
medidas de prevenção consistem em: evitar o contato com áreas de
ocorrência e/ou minimizar a exposição à picada do vetor, seja
evitando a exposição em áreas de mata, durante o período de maior
atividade do mosquito transmissor da doença; usar roupas compridas
e repelentes para ajudar a evitar contato com o vetor silvestre e
diminuir o risco de infecção; usar de cortinas, mosquiteiros,
principalmente em área rural e silvestre e, principalmente, se possível,
evitando a exposição em área afetada (com transmissão ativa)
(BRASIL, 2022).

48
BACTERIOSES E
RIQUETSIOSES
Agora vamos tratar das
seguintes zoonoses:
Febre Maculosa,
Doença de Lyme, Peste,
Hantavirose e
Leptospirose.

50
Olá, Camila, bom dia! Que bom encontrá-la aqui!
Você viu a quantidade de hospedeiros
amplificadores que estamos tendo na
comunidade?

Olá, Bia! Vi, sim! Ontem, percebi


que além das capivaras e gambás
que já ficam ali, agora estão com
três cavalos, e segundo eles é para
ajudar na locomoção do material
reciclável que coletam.

Então, não bastasse a quantidade de


entulho, resto de comida e materiais que
acumulam nos terrenos, agora teremos que
rever nossas orientações, com a chegada
desses “novos moradores”.

Precisamos efetivar o
manejo ambiental.

51
Temos algumas zoonoses, como a peste, leptospirose, febre maculosa
brasileira, hantavirose, febre amarela, e febre do Nilo Ocidental, que
ganharam repercussão brasileira, por serem zoonoses monitoras por
programas nacionais de vigilância e controle do Ministério da Saúde.
São doenças de notoriedade, pelo seu potencial. Quando avaliamos,
especificamente, as riquetsioses, entendemos que são zoonoses,
causadas por bactérias da Família Rickettsiaceae, gêneros Rickettsia.
Pensando no ser humano como hospedeiro, as bactérias do gênero
Rickettsia são os únicos agentes etiológicos, transmitidos por
carrapatos.

Os carrapatos, principalmente da
classe Arachnida, têm como
hospedeiro diversas espécies de
anfíbios, répteis, aves e mamíferos,
sendo divididos em três famílias:
Ixodidae, Argasidae e
Nuttallielidae.

52
Os Carrapatos possuem mecanismos de perfuração e penetração da
pele que auxiliam na sua permanência extracorpórea por períodos
significativos, tornando-se vetores importantes para transmissão de
diversos patógenos a seres humanos e a outros animais. Os carrapatos
são artrópodes ectoparasitas hematófagos, que transmitem elevado
número de agentes etiológicos relacionados a zoonoses, afetando a
saúde do homem, bem como dos animais domésticos e silvestres
(BRASIL, 2022). Ocupa a segunda colocação entre os vetores
transmissores de doenças, perdendo apenas para mosquito/inseto.

É importante ressaltar que, uma vez infectado, o carrapato permanecerá


assim por toda a sua vida. Não ocorre transmissão inter-humana e é
incomum a transmissão materno-fetal, sendo o tempo de aderência das
ninfas do carrapato importante para a transmissão da doença. Outro
ponto importante é participação de animais como: cães, equídeos
(cavalos), roedores (capivara) e marsupiais (gambá), como hospedeiros
amplificadores para que o carrapato tenha contato com o homem em
seu peridomicílio. As enfermidades transmitidas por carrapatos têm um
caráter zoonótico. O ser humano é um hospedeiro acidental, ou seja, a
manutenção da circulação desses agentes patogênicos não depende do
ser humano para existir. A distribuição é sazonal, tanto dos carrapatos
vetores quanto dos hospedeiros vertebrados e dependem também do
comportamento humano que pode aumentar o risco de contato com
carrapatos infectados.

53
O que é um
hospedeiro/reservatório
amplificador?

É um animal no qual as alterações associadas, temporariamente,


nas dinâmicas da população, que determinam um crescimento
súbito do tamanho da população hospedeira, podem bruscamente
aumentar a quantidade do agente infeccioso.

54
Você sabia que depois dos insetos
(dípteros), são os carrapatos que
apresentam maior importância como
vetores de doenças humanas?

Febre Maculosa

Vamos conhecer um pouco mais sobre a Febre Maculosa Brasileira


(Rickettsia rickettsii) que é considerada a riquetsiose mais prevalente e
reconhecida no país. É uma doença infecciosa febril aguda, que
apesar de ocorrer de forma esporádica, apresenta alta letalidade
(próximo a 50%). Sua transmissão concentra-se nas regiões Sul e
Sudeste, tanto em áreas urbanas quanto rurais (BRASIL, 2022).

É transmitida pela picada do carrapato infectado, principalmente, pelo


“carrapato estrela” (“carrapato de cavalo” ou “rodoleiro”) do gênero
Amblyomma (A. cajennense, A. aureolatum e A. ovalee), acomentendo,
majoritariamente, homens entre 20 a 49 anos, com histórico recente de
exposição a carrapatos e/ou contato com áreas e animais
amplificadores/transportadores de carrapatos, ou seja, áreas de mata,
rios, cachoeiras, com presença de equídeos, roedores e marsupiais.

Uma vez infectado, o carrapato poderá transmitir a doença durante


sua vida (18 – 36 meses). Além da Rickettsia rickettsii, a febre maculosa
pode ser adquirida pela Rickettsia parkeri, que na cepa Mata Atlântica
caracteriza-se por uma doença com manifestações clínicas mais
brandas (sem relato de óbitos).

55
O hospedeiro adquire imunidade, possivelmente, duradoura contra
reinfecção, após infectado. Para que ocorra a transmissão da
doença, é preciso que o carrapato infectado permaneça entre 4 a 6
horas no ser humano. Os meses de maior atenção são os meses
entre abril e outubro, referentes ao período de aumentos das
atividades dos carrapatos (larval e ninfa), destacando-se o mês de
outubro como de maior incidência. O ciclo biológico do carrapato é
apresentado abaixo.

Figura 6. Ciclo biológico do carrapato

Fonte: USP. UNIVESP, s.d.

56
Os sintomas são
inespecíficos, podendo ser
confundidos com outras
doenças: febre elevada, dor
de cabeça, dor no corpo,
mal-estar generalizado,
náuseas e vômitos.

57
O tratamento é através de
antibioticoterapia.

Para melhor manejo Área de transmissão


dos casos e
vetores/hospedeiros, é
importante realizar
uma análise de risco,
Área de risco
realizando a
classificação das
áreas infestadas
(aquelas nas quais a
investigação de foco
Área predisposta
de carrapato tenham
identificado carrapatos
do gênero Área de alerta segundo ensaio
Amblyomma) em: soroepidemiológico e com
validade preestabelecida.

Para saber mais sobre a Febre Maculosa,


acesse: BRASIL. Ministério da Saúde. Febre
maculosa: aspectos epidemiológicos, clínicos
e ambientais. Brasília: Ministério da Saúde,
2022. Clique aqui ou escaneie o QR Code. 

58
Doença de Lyme

Em contrapartida, em zonas mais temperadas do hemisfério Norte, é a


doença transmitida por carrapatos mais frequente, com dezenas de
milhares de casos reportados anualmente (BRASIL, 2022). A doença é
causada por espiroquetas do complexo Borrelia burgdorferi, tendo
como manifestações clínicas a febre alta inicial, seguida por uma série
de recidivas. Tanto a Febre Maculosa Brasileira, quanto a Doença de
Lyme, por serem doenças transmitidas pelo carrapato, apresentam
risco aumentado de infecção em humanos.

Há bactérias de outras ordens, que não a Rickettsiales, que também


são transmitidas por carrapatos. Entre elas destacam-se as borrelioses,
especialmente a doença de Lyme.

A doença de Lyme é também transmitida por carrapatos. As ninfas do


carrapato devem ficar aderidas à pele do hospedeiro, por pelo menos
24 horas, para que haja a transmissão. É uma doença de baixa
incidência no Brasil, tendo-se registro de casos isolados em estados
como São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Amazonas.

Após conhecer um pouco mais sobre a


Febre Maculosa Brasileira e a Doença
de Lyme, veja quais são as medidas de
manejo e controle mais adequadas?
Clique aqui ou escaneie o QR Code.

59
Para falarmos das próximas zoonoses, é
importante falar dos roedores, pois ganharão
notoriedade, por atuarem como vetor e/ou
reservatório nas doenças que trataremos a
seguir: Hantavirose, Leptospirose e Peste.

Hantavirose e Leptospirose

Roedores são mamíferos pertencentes à ordem Rodentia, com


grande capacidade de adaptação e sobrevivência em situações
adversas de clima e altitudes (sinantrópico).

Das três espécies consideradas sinantrópicas, apenas a ratazana


possui maior relevância para a saúde pública.

As três espécies de ratos urbanos são Rattus norvegicus (ratazana


ou rato de esgoto), Rattus rattus (rato de telhado ou rato preto) e
Mus musculus (camundongo).

Tanto a Hantavirose quanto a leptospirose são doenças que têm o


roedor como seu principal vetor, mas no caso da Hantavirose o
vetor é o rato silvestre e da lepstospirose animais sinantrópicos,
domésticos e selvagens.

60
O agente etiológico da Hantavirose é o vírus RNA, pertencente à família
Bunyaviridae, gênero Hantavirus, transmitido ao ser humano através de
mamíferos, principalmente, roedores silvestres.

Os marsupiais e morcegos, também, podem ser vetores, em menor escala. É


uma doença que oscila de febril aguda a quadros pulmonares e
cardiovasculares mais graves, com alta letalidade (40%). Acomete mais
homens, com idade de 20-39 anos, residentes/trabalhadores da zona rural,
principalmente, das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. Como a
transmissão ocorre, majoritariamente, pela inalação de aerossóis, originados
de secreções dos roedores silvestres infectados (fezes, urina, saliva), é
fundamental a identificação rápida, para evitar surtos, devido à facilidade de
contágio.

A transmissão percutânea, por mucosa e de pessoa a pessoa, pode ocorrer de


forma mais eventual. As cepas patogênicas das hantaviroses se dividem em
do “Velho Mundo” (Europa e Ásia – FHSR - Febre Hemorrágica com Síndrome
Renal) e do “Novo Mundo” (Américas – SCPH). No Brasil, temos sete variantes
associadas a casos da Síndrome Cardiopulmonar Por Hantavírus - SCPH
(Araraquara, Juquitiba/ Araucária, Castelo dos Sonhos, Anajatuba, Laguna
Negra, Paranoá e Rio Mamoré), sendo essas variantes disseminadas por
roedores de espécies distintas, presentes em regiões específicas do país.

61
São eles:

Roedores silvestres Roedores


Necromys lasiurus Oligoryzomys
transmitem a nigripes, reservatório
variante Araraquara, do vírus Juquitiba,
mais frequente no presente nas áreas de
Cerrado e Caatinga. Mata Atlântica.

Oligoryzomys O roedor Oligoryzomys


utiaritensis, identificado microtis foi capturado
como reservatório da na Floresta Amazônica
variante Castelo dos albergando a variante
Sonhos, e Calomys Rio Mamoré, e
callidus, que alberga a Holochilus sciurus, no
variante Laguna Negra, estado do Maranhão,
ambas detectadas em como reservatórios das
uma área de transição variantes Anajatuba e
entre Cerrado e Floresta Rio Mamoé (BRASIL,
Amazônica. 2021, p. 940).

62
Quando paramos para avaliar os
fatores ambientais que estão
associados com o aumento no
registro de casos de hantavirose, é
possível listar, principalmente, o
aumento do desmatamento
desordenado associado à expansão
das cidades para áreas rurais. O
aumento de áreas destinadas para
plantio também está associado ao
de grande plantio.

Para prevenção da doença e


controle dos vetores, é
fundamental a adoção de
medidas como:

● redução de fontes de abrigo e de alimentação de roedores,


redução ao máximo de todos os resíduos que possam servir de
proteção e abrigo para os roedores no peridomicílio;
● eliminação de todas as fontes de alimentação internas e externas
às habitações;
● impedimento do acesso dos roedores às casas e aos locais de
armazenamento de grãos (BRASIL, 2013).

63
Seguindo as orientações
repassadas pelo Guia de Vigilância
em Saúde (2021), são medidas de
prevenção e controle para
Hantavirose:

Evitar o contato da população com reservatório e realizar o controle do


reservatório, através de estratégias como saneamento e melhoria nas
condições de moradia, tornando as habitações e os locais de trabalho
impróprios à instalação e à proliferação de roedores (antirratização), com
terrenos limpos, destino adequado a entulhos, alimentos devidamente
estocados/fechados. Essas ações podem ser associadas às desratizações
focais (no domicílio e/ou no peridomicílio), quando extremamente
necessário.

A utilização de produtos à base de compostos fenólicos, solução de


hipoclorito de sódio a 2,5%, lisofórmio, detergentes e álcool etílico a 70%,
ajudam na eliminação do vírus no ambiente.

Veja mais informações no material


complementar sobre a doença
leptospirose. Clique aqui ou
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64
Peste

As pulgas são os vetores biológicos da peste bubônica e pertencem à


ordem Siphonaptera. Os machos e as fêmeas são hematófagos, e
possuem aparelho bucal do tipo picador-sugador, parasitando 94%
mamíferos, 6% aves e 74% os roedores são os seus hospedeiros
preferenciais.

As pulgas são os vetores biológicos da peste bubônica e pertencem à


ordem Siphonaptera. Os machos e as fêmeas são hematófagos, e
possuem aparelho bucal do tipo picador-sugador, o artrópode ingere o
sangue do hospedeiro bacterêmico e o bacilo multiplica-se no seu
estômago, preenchendo a parte anterior do canal intestinal, o
proventrículo, determinando o fenômeno de “bloqueio” (BRASIL, 2016).
As pulgas “bloqueadas” são as que possuem maior capacidade de
infectar, principalmente pela regurgitação que provocam ao tentarem
se alimentar, infectando o hospedeiro. Os gêneros que apresentam
maior relevância no Brasil, são: Pulex, Xenopsylla, Ctenocephalides,
Polygenis, Craneopsylla, Tunga e Adoratopsylla (BRASIL, 2016).

65
A peste é uma doença infecciosa
aguda, causada pela bactéria
Yersinia pestis, que é
transmitida, principalmente,
pela picada de pulga infectada a
um mamífero, podendo se
manifestar em três formas
clínicas: bubônica, septicêmica
e pneumônica.

Na peste bubônica, a transmissão ocorre pela picada de pulgas


infectadas e concentra-se em regiões específicas do Nordeste e do
Rio de Janeiro. É uma doença de alta letalidade e tem o homem como
hospedeiro acidental, sendo infectado ao invadir áreas com presença
de roedores reservatório.

Veja mais informações no material


complementar sobre a Peste.
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66
Parasitoses:
Doença de Chagas,
Leishmanioses,
Malária, Filariose
Linfática
Doença de Chagas

A doença de Chagas, também, conhecida como tripanossomiase


americana, é uma doença parasitária, causada pelo Trypanosoma
cruzi, protozoário flagelado da ordem Kinetoplastida, família
Trypanosomatidae e transmitido ao homem através do inseto da
subfamília Triatominae (Hemiptera, Reduviidae), popularmente
conhecidos como: barbeiro, chupão, procoto ou bicudo (BRASIL, 2021).
No Brasil, os três gêneros mais frequentes estão apresentados na
figura 7.

Figura 7 - Espécies de triatomíneos

Fonte: MEIS; CASTRO, 2017

68
Algumas dessas espécies são de importância regionaL, como Triatoma
rubrovaria (Rio Grande do Sul), Rhodnius neglectus (Goiás), Triatoma
vitticeps (Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo), Panstrongylus
lutzi (Ceará e Pernambuco), Rhodnius nasutus (Ceará e Rio Grande do
Norte) e Triatoma maculata (Amapá) (BRASIL, 2021, p. 772).

A Doença de Chagas é considerada uma doença tropical negligenciada,


de expressiva morbimortalidade, sua transmissão ocorre principalmente
pela via vetorial, em que as fezes do barbeiro, que defeca após o
repasto, entram na corrente sanguínea, após o indivíduo “coçar” a lesão
da picada como pode ser visto na figura 8.
Você sabe quais são as outras formas de transmissão além da
vetorial?
As outras formas de transmissão são vertical, oral e transfusional.

Figura 8 - Ciclo de transmissão vetorial da doença de Chagas

Fonte: BRASIL, 2021, p. 774


69
Uma vez infectado pelo Trypanosoma cruzi, o ser humano albergará
o parasito por toda a vida, podendo a doença manifestar-se
clinicamente em duas fases distintas: a aguda (aparente ou não) e a
crônica (indeterminada, cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva). A
transmissão pessoa/pessoa só ocorre através do sangue
(transfusão ou placenta) (BRASIL, 2021). A fase aguda caracteriza-se
basicamente por quadro de febre, mal estar, edema e falta de
apetite, sendo o sinal de Romaña (edema bipalpebral unilateral, de
coloração róseo-violácea) importante para suspeita diagnóstica.
Mas, frequentemente, pode ser uma fase assintomática.

A fase crônica pode também apresentar-se assintomática, mas os


casos comprometem, principalmente, o coração e o aparelho
digestivo, em que a cardiopatia chagásica crônica (CCC), que é a
principal manifestação de morbimortalidade da doença, tem
prevalência de 10% a 40% (BRASIL, 2021).

ASSISTA AO VÍDEO
Quer saber mais sobre as fases
aguda e crônica da Doença de
Chagas? Assista ao vídeo:
TORRES, Rosália Morais. As fases
aguda e crônica da doença de
Chagas.

Belo Horizonte: Nescon/UFMG. Disponível em:


https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/REA/doenca_chagas/a
s%20fases%20aguda%20e%20cronica%20da%20doen%C3%A7a%20de%20chagas_1
080p.mp4. Acesso em: 18 abr. 2023.

70
O ambiente natural dos barbeiros é o ambiente silvestre (na mata),
sendo encontrados em ninhos de pássaros, buracos de árvores e
em palmeiras, mas quando o ambiente natural é alterado, esses
insetos podem colonizar o ambiente peridomiciliar (galinheiros,
currais, locais que sirvam de armazenamento de grãos) e
domiciliar, desde que encontrem alimentos e o ambiente favorável
ao seu desenvolvimento (MEIS, 2017).

71
Agora que você recordou as
principais informações sobre
a Doença de Chagas, que tal
listar as principais formas de
prevenção que devem ser
reforçadas junto à população?

As atividades de educação em saúde que se destacam


como medidas de proteção são:

● melhoria da habitação (reboco e tamponamento de rachaduras);


uso de telas (portas e janelas);
● redução de entulhos/lenha/madeira no peridomicílio;
● construção de galinheiro, armazéns, paiol, afastados das casas;
● retirada de ninhos de pássaros dos beirais das casas;
● limpeza periódica nas casas e em seus arredores;
● não confeccionar coberturas para as casas com folhas de
palmeira;
● encaminhamento dos insetos suspeitos de serem “barbeiros” para
o serviço de saúde mais próximo.

72
Os cuidados quando o morador encontrar triatomíneos no
domicílio são:

● não esmagar, apertar, bater ou danificar o inseto.


● proteger a mão com luva ou saco plástico.
● acondicionar os insetos em recipientes plásticos, com tampa de
rosca para evitar a fuga, preferencialmente vivos.
● acondicionar as amostras coletadas em diferentes ambientes
(quarto, sala, cozinha, anexo ou silvestre), separadamente, em
frascos rotulados, com as seguintes informações: data, nome do
responsável pela coleta, local de captura e endereço. (BRASIL, 2021,
p. 795).

73
Malária

A malária é uma doença infecciosa febril aguda causada por


protozoários do gênero Plasmodium transmitidos pela picada da
fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles (ordem
Diptera, infraordem Culicomorpha, família Culicidae), comumente
conhecido como mosquito-prego.

Geralmente, ela apresenta quadro com presença de febre alta


acompanhada de calafrios, suores e cefaleia, cansaço e mialgia,
que podem evoluir para casos graves e óbito (10%), sendo
considerada um importante problema de saúde pública global.
São cinco espécies que podem causar a malária humana:
Plasmodium falciparum, P. vivax, P. malariae, P. ovale e P. knowlesi
(BRASIL, 2021).

Veja mais informações no material


complementar sobre a
classificação de Incidência
Parasitária Anual. Clique aqui ou
escaneie o QR Code. 

74
Leishmanioses

As leishmanioses constituem importante e crescente problema de


saúde pública que não é exclusivo do Brasil. Apesar de se relatar a
sua importância, ressaltamos que tanto a leishmaniose
tegumentar, quanto a leishmaniose visceral apresenta
subnotificações que podem mascarar sua real magnitude.

75
Qual a diferença entre a
Leishmaniose tegumentar
e a visceral?

A leishmaniose tegumentar é uma doença


de evolução crônica, infecciosa, não
contagiosa que é causada pelo protozoário
do gênero Leishmania. No Brasil, são
encontradas as espécies: Leishmania
(Leishmania) amazonensis; Leishmania
(Viannia) guyanensis e Leishmania
(Viannia) braziliensis. Sua transmissão é
vetorial através da picada de fêmeas de
flebotomineos (ordem Diptera, família
Psychodidae, subfamilia Phlebotominae,
gênero Lutzomyia), infectadas, conhecidos
popularmente como mosquito palha,
tatuquira, birigui (BRASIL, 2021). É uma
doença que não apresenta transmissão de
pessoa a pessoa. Ela ocorre em ambos os
sexos e em todas as faixas etárias.

Que tal ler mais sobre a


Leishmaniose.
Clique aqui ou escaneie
o QR Code. 

76
A leishmaniose visceral, devido a sua incidência e alta letalidade,
principalmente em indivíduos não tratados e crianças desnutridas, é
também considerada emergente em indivíduos portadores da
infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), tornando-se
uma das doenças mais importantes da atualidade (BRASIL, 2014).

É uma doença crônica e sistêmica em que 90% dos casos não tratados
evoluem para óbito. É causada por Protozoários tripanossomatídeos do
gênero Leishmania, sendo a Leishmania infantum a espécie mais
comumente envolvida na transmissão da leishmaniose visceral (BRASIL,
2021). Assim como a Leishmaniose tegumentar, o vetor da leishmaniose
visceral é o mosquito palha (Dípteros da família Psychodidae,
subfamília Phlebotominae), principalmente, Lutzomyia longipalpisser. O
cão é a principal fonte de infecção na área urbana, enquanto que no
ambiente silvestre, destaca-se as raposas e os marsupiais. No Brasil, a
forma de transmissão é através da picada das fêmeas dos vetores (L.
longipalpis ou L. cruzi ) infectados pela Leishmania (L.) chagasi. (BRASIL,
2021). Seu ciclo de vida pode ser visto na figura 9.

Figura 9 - Ciclo de vida da Leishmania

Fonte: BRASIL, 2014.


77
Filariose Linfática

A Filariose Linfática (Elefantíase) é uma doença parasitária


crônica, causada por vermes nematoides das espécies
Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e Brugia timori, transmitida
ao ser humano (único reservatório) pelos mosquitos da espécie
Culex quinquefasciatus, também conhecidos como pernilongo,
carapanã ou muriçoca. É uma doença que desencadeia
incapacidades permanentes e duradouras, acometendo,
principalmente, os membros inferiores e o trato urogenital, sendo
as suas principais apresentações clínicas o linfedema e a
hidrocele (BRASIL, 2021).

Não há casos confirmados de Filariose Linfática no Brasil desde 2017,


sendo sua área endêmica restrita em quatro municípios da Região
Metropolitana do Recife/Pernambuco: Recife, Olinda, Jaboatão dos
Guararapes e Paulista (BRASIL,2008).

Ficou interessado(a) em saber mais? Acesse:


BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Coleta
de Amostras Biológicas para Diagnóstico de
Filariose Linfática. Brasília, 2008. Clique aqui ou
escaneie o QR Code. 

78
A transmissão da Filariose Linfática ocorre através da picada da
fêmea do mosquito vetor com larvas infectantes do parasito. Após a
penetração na pele, por meio da picada do mosquito, as larvas
infectantes migram para a região dos linfonodos (gânglios), onde se
desenvolvem até a fase adulta. Os sintomas crônicos da Filariose
Linfática podem evoluir para: acúmulo anormal de líquido (edema)
nos membros, seios e bolsa escrotal; aumento do testículo
(hidrocele) e crescimento ou inchaço exagerado dos membros, seios
e bolsa escrotal (BRASIL, 2021). É importante salientar que a Filariose
Linfática está em fase de eliminação no Brasil. As propostas de
prevenção e controle têm como objetivo diminuir a transmissão, a
distribuição e a ocorrência da doença na população e eliminá-la
como problema de saúde pública. (BRASIL, 2021).

79
Raiva

A raiva é uma doença transmitida através da mordedura,


principalmente, de cães e gatos infectados, que possuem em sua
saliva o vírus RNA rábico (Rabies lyssavirus). Acomete tanto
humanos quanto outros mamíferos, principalmente, animais de
produção (bovinos, equinos), na zona rural. Possui uma taxa de
letalidade muito alta (próxima a 100%), visto que sua progressão é
rápida (2 a 7 dias) de encefalite aguda progressiva seguida de
óbito. Por isso o significativo investimento em ações preventivas
(soro e vacina) dos serviços de saúde. Além dos reservatórios
urbanos/domésticos, a transmissão também ocorre na forma
silvestre, no Brasil, sendo transmitida, principalmente, pelos
morcegos (quirópteros). Mas há outros mamíferos que podem ser
reservatórios: canídeos silvestres (raposas e cachorro-do-mato),
felídeos silvestres (gatos-do-mato), outros carnívoros silvestres
(jaritacas, mão-pelada), marsupiais (gambás e saruês) e primatas
(saguis) (BRASIL, 2021, p. 989).
Conforme apresentado no quadro 2, há cinco variantes
rábicas circulantes no Brasil e reservatórios específicos.

Quadro 2 - Variantes rábicas circulantes no Brasil e reservatórios específicos.

AgV1 e 2 AgV3 AgV4 e 6,    


isoladas de de morcego isoladas de Cerdocyon Callithrix
cães hematófago morcegos thous jacchus
(Desmodus insetívoros (cachorro-do-m (sagui-de-tufo-
rotundus) (Tadarida ato) branco.)
brasiliensis e
Lasiurus cinereus;
respectivamente).

Fonte: BRASIL, 2021.


80
A doença apresenta quatro
ciclos de transmissão:
urbano, rural, silvestre
aéreo e silvestre terrestre,
sendo o ciclo urbano
passível de eliminação,
devido às medidas efetivas
de prevenção (homem e
fonte de infecção).

Figura 10 - Ciclos epidemiológicos de transmissão da raiva.

Fonte: BRASIL, 2021.

É uma doença que não apresenta distribuição uniforme, visto que nos
casos em que os cães são os reservatórios, a região Norte (27%) e
Nordeste (53%) têm destaque no percentual de casos de raiva, enquanto
a região Sul e alguns estados da região Sudeste (Rio de Janeiro e São
Paulo) e o Distrito Federal, estão sob controle.

81
A evolução da doença é muito rápida no reservatório urbano/doméstico,
sendo o período de transmissibilidade do cão/gato para o ser humano, de
dois a cinco dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e durante toda
a evolução da doença (a morte do animal acontece entre cinco e sete
dias após o aparecimento dos sintomas). Já no reservatório silvestre não
se tem a precisão, podendo permanecer por longos períodos. No ser
humano, a progressão da doença oscila de 2 a 10 dias, após o período de
incubação, com prognóstico negativo: óbito.

Leia mais sobre as medidas de


prevenção e controle para evitar
casos de raiva em seres humanos.
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82
Toxoplasmose

A toxoplasmose é mais uma doença que tem o gato como


reservatório/hospedeiro definido. É causada por um protozoário
(Toxoplasma gondii), com prevalência progressiva conforme
idade e distribuição mundial. O ser humano, aparece como um
hospedeiro intermediário, em que situações de
imunocomprometimento podem reativar a doença em pessoas.
A transmissão ocorre de forma indireta ou direta/vertical, através
de consumo de alimentos/água contaminada (oral), inalação de
aerossóis contaminados; inoculação acidental; transfusão
sanguínea; transplante de órgãos (vias raras), via
transplacentária para o feto (congênita), conforme figura 11.

Figura 11 - Ciclo biológico do Toxoplasma gondii

Fonte: BARBOSA, et al., 2014.

84
Esporotricose

A esporotricose é a micose de implantação mais prevalente no país,


de distribuição global e causada, principalmente, por fungos do
gênero Sporothrix (Sporothrix brasiliensis e S. Schenckii) que são
encontrados amplamente no solo rico em matéria vegetal, sob
condições ideais de temperatura e umidade. A infecção ocorre a
partir do contato do fungo com a pele/mucosa do ser humano, que
apresenta alguma lesão, trauma ou arranhadura decorrentes de
acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira, contato com
vegetais em decomposição, ou traumas relacionados a animais
(gatos).
A doença é conhecida também como “doença do jardineiro”,
“doença da roseira” e “doença do gato”, pois o gato tornou-se fonte
de infecção importante, através das arranhaduras, mordeduras e
contato com secreções de lesões cutâneo-mucosas e respiratórias
de animais infectados. É uma doença, geralmente, de curso benigno,
com modificações restritas à pele e aos vasos (úlceras, nódulos e
abscessos), conforme figura 12.

Figura 12 - Apresentações clínicas de esporotricose humana

Fonte: BRASIL, 2020.

Leia mais informações no material


complementar. Clique aqui ou
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84
ANIMAIS
PEÇONHENTOS
Quando se fala de animais peçonhentos, automaticamente, vem à
mente: escorpiões, aranhas, serpentes, abelhas, formigas, águas-vivas,
lacraias, entre outros. É importante ressaltar que, apesar de aumentar,
potencialmente, a gravidade dos acidentes causados, nem todo
acidente com animais peçonhentos é de grande repercussão (BRASIL,
2016).
,

Animal peçonhento: animal silvestre que produz toxinas que são


secretadas através de uma presa, um aguilhão, um ferrão ou cerdas
urticantes.

Quais são os grupos de


animais peçonhentos com
os quais precisamos ter
atenção? No quadro 3, a
seguir, vamos conhecer esse
grupo de animais
peçonhentos, por
nomenclatura popular e tipo
de acidente causado.

86
Quadro 3 – Animais peçonhentos e acidentes causados

As notificações de acidentes por animais peçonhentos vêm aumentando


progressivamente nos últimos anos, chegando a quase 100 mil acidentes por ano.

Fonte: BRASIL, 2009.

Você sabia que todos os acidentes com


animais peçonhentos precisam ser
notificados?

87
ATIVIDADES DAS
UNIDADES DE
VIGILÂNCIA DE
ZOONOSES
O que compete às Unidades de
Vigilância de Zoonoses?
As Unidades de Vigilância de Zoonoses, anteriormente, denominadas Centros
de Controle de Zoonoses, são estruturas físicas e técnicas, vinculadas ao
Sistema Único de Saúde (SUS), responsáveis pela execução de parte ou da
totalidade das atividades, das ações e das estratégias referentes à vigilância, à
prevenção e ao controle de zoonoses e de acidentes causados por animais
peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde pública, previstas nos
Planos de Saúde e Programações Anuais de Saúde, podendo estar organizadas
de forma municipal, regional e/ou estadual (BRASIL, 2017, p.6).

Elas atuam, exclusivamente, com controle de zoonoses e de acidentes


causados por animais peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde
pública, presentes na Portaria MS/GM nº 1.138, de 23 de maio de 2014 e têm
como atividades:
• o recolhimento de animais de relevância para a saúde pública;
• a recepção de animais pela UVZ (entrega de animais vertebrados pela
população);
• a remoção de animais (apreensão e captura de animais vertebrados);
• o alojamento e a manutenção dos animais vertebrados recolhidos e
• a destinação dos animais vertebrados recolhidos.
Atentando-se que tudo é feito de forma seletiva e, exclusivamente, para
animais que apresentam risco iminente de transmissão de zoonoses/animal
peçonhento ou venenos de relevância para a saúde pública.

Quer saber mais, leia o Manual de Normas


Técnicas para Estruturas Físicas de Unidades de
Vigilância de Zoonoses.  Clique aqui ou escaneie
o QR Code. 

89
CONTROLE DE
POPULAÇÕES DE ANIMAIS
DE RELEVÂNCIA PARA A
SAÚDE PÚBLICA,
VIGILÂNCIA, PREVENÇÃO
E CONTROLE DE
ZOONOSES
O controle da população de animais é realizado apenas em situações
excepcionais, em áreas de risco iminente de transmissão de uma zoonose e
por tempo determinado, pois pode implicar em risco de desequilíbrio
ambiental. É importante ressaltar que as ações de vigilância e prevenção de
zoonoses precisam ser executadas de forma permanente, pois possibilitam a
identificação oportuna de risco iminente de ocorrência desses acidentes e de
transmissão de doenças à população humana.

Que tal ler mais sobre as ações de saúde para prevenção de


zoonoses? Você sabe quais são os tipos de animais cujo controle
Atividades das
de sua população é de relevância para a saúde pública?

Unidades de
As ações de controle animal oscilam dependendo do tipo de animal,
podendo ser desenvolvidas de forma temporária ou permanente. Assumem o
Vigilância de
caráter excepcional e só podem ser realizadas quando o foco é a promoção
e a proteção da saúde humana, através da redução ou da extinção da
Zoonoses
doença. Sendo assim, seu propósito é reduzir ou eliminar a transmissão de
doenças e/ou risco de acidentes causados por esses animais, através de
medidas que podem ser classificadas como: de controle da população
animal ou medidas de prevenção de doenças / acidentes causados aos
seres humanos.

91
As ações de controle com relevância à
saúde pública são divididas em três
grupos:

Animais domésticos e
domesticados

Eles têm baixa relevância no controle animal, visto que, apesar de serem
muitos, nem todo animal doméstico é de relevância para a saúde
pública. A exceção são animais de áreas endêmicas e/ou epidêmicas
para determinada zoonose. São realizadas apenas ações temporárias,
assim como no grupo de outros animais sinantrópicos (pombos e
morcegos).

Animais peçonhentos e
venenosos

As estratégias de controle podem ser executadas de forma temporária ou


permanente numa área determinada (área-alvo).

Roedores
sinantrópicos e vetores

As ações de controle podem ser executadas de forma temporária ou


permanente, numa área determinada (área-alvo). Participam do ciclo
de transmissão de doença, a ratazana ou rato de esgoto (Rattus
norvegicus), rato de telhado ou rato preto (Rattus rattus) e
camundongo (Mus musculus) .

92
Que tal saber um pouco
mais sobre roedores
sinantrópicos.

Quais são as ações diretas


de controle?

Se a ação for numa área de risco (área determinada, a partir da


análise da distribuição espacial e temporal de casos de leptospirose)
ou área-programa (locais de ocorrência endêmica e epidêmica de
leptospirose), devem ocorrer ações de controle de roedores em caráter
permanente, pelo menos até que ações de manejo ambiental ou de
infraestrutura urbana reduzam significativamente o risco de infecção
da população humana, evitando assim o efeito bumerangue (aumento
do número de roedores infestantes em determinada área onde foi
praticada a desratização de maneira errada).

As ações temporárias devem ocorrer nas áreas de ocorrência


esporádica, visando prevenir a ocorrência de novos casos.

93
Mas o que é esse
manejo integrado de
roedores urbanos?

Segundo o Manual de vigilância, prevenção e controle de zoonoses:


normas técnicas e operacionais (2016, p.65), o manejo integrado de
roedores urbanos é um conjunto de ações voltadas à praga-alvo a ser
combatida e ao meio que a cerca, com propósito de controle e/ou até
erradicação. São quatro componentes a serem seguidos:

1 Inspeção do local infestado;

2 Identificação
infestante(s);
da espécie(s)

Medidas preventivas e corretivas


3 (antirratização - educação em
saúde);

Adoção de medidas de controle


(desratização), favorecendo assim
4 um controle mais eficaz em reduzir, a
níveis toleráveis, infestação por
roedores.

94
A desratização visa à eliminação dos roedores através de métodos
mecânicos (ratoeiras, gaiolas, etc.), biológicos (gatos, predadores
naturais) e químicos (raticidas/rodenticidas) que serão nosso foco.
Neste caso, haverá a aplicação de iscas ou substâncias tóxicas em
suas tocas ou nos ambientes infestados. Cada espécie de roedor
demanda de uma estratégia distinta. A esses produtos dá-se o nome
de raticidas ou rodenticidas.

Controle de ratazanas: aplicação de pó de contato no

interior das tocas ou aplicação de blocos impermeáveis (iscagem por


pulso), próximos aos abrigos (dentro de bocas de lobo, caixas de
inspeção e de gordura e dos postos de visita.

Controle de rato de telhado: uso de isca granulada,

preferencialmente, acondicionada em caixas porta-iscas. As iscas


sempre devem ser aplicadas nas rotas de passagem dos ratos ou
próximas a seus abrigos. Com o uso de caixas porta-iscas, será
necessário mais tempo (1-2 semanas) até os ratos começarem a se
alimentar (neofobia). É importante não remover a caixa do local.

Controle de camundongos: uso de iscas rodenticidas


em caixas porta-isca.

95
RETROSPECTIVA
Nesta aula, foram estudadas várias doenças, seus agentes etiológicos
e principais vetores e agravos, principalmente aqueles que
apresentam significância sanitária no contexto da saúde pública. As
ações educativas na sociedade, certamente, representam importantes
ferramentas para o controle das doenças que se disseminam na
comunidade.

Até a próxima disciplina!

97
REFERÊNCIAS
AMATO, N.V.; AMATO, V.S.; GRYSCHEK, R.C.B.; TUON, F.F. Parasitologia – uma
abordagem clínica. Elsevier, 2008. p.456. 55.

BARBOSA, H.S., MUNO, R.M., and MOURA, M.A. O Ciclo Evolutivo. In: SOUZA,
W., and BELFORT JR., R., comp. Toxoplasmose & Toxoplasma gondii
[online]. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2014, pp. 33- 45. Disponível em:
https://books.scielo.org/id/p2r7v/pdf/souza-9788575415719-04.pdf.
Acesso em: 18 abr. 2023.

BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual de controle de roedores.


Brasília: Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde, 2002a.
Disponível em:
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BRASIL. Ministério da Saúde. Álbum seriado da malária. Brasília:


Ministério da Saúde, 2021. p.23. Disponível em:
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ssed.pdf. Acesso em: 17 abr. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.


Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Biocontenção:
o gerenciamento do risco em ambientes de alta contenção biológica
NB3 e NBA3. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 134 p. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/biocontencao_gerenciam
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BRASIL. Ministério da Saúde. Biossegurança em saúde: prioridades e


estratégias de ação. Brasília: Ministério da Saúde. 2010. 242 - 56.
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oridades_estrategicas_acao.pdf . Acesso em: 17 abr. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Chikungunya : manejo clínico. Brasília:


Ministério da Saúde, 2017.Disponível em:
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BRASIL. Ministério da Saúde. Controle de vetores: procedimentos de


segurança. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 208p. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/controle_vetores.p
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99
BRASIL. Ministério da Saúde. Dengue instruções para pessoal de
combate ao vetor: manual de normas técnicas. - 3. ed., rev.Brasília :
Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde, 2001. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/man_dengue.pdf .
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Ministério da Saúde, 2002b. (Série Cadernos de Atenção Básica; n. 09).
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos


Estratégicos. Diretrizes gerais para o trabalho em contenção com
material biológico. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 60 p. Disponível
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http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/contencaocomagent
esbiologicos.pdf. Acesso em: 17 abr. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.


Departamento de Vigilância Epidemiológica. Diretrizes nacionais para
prevenção e controle de epidemias de dengue. Brasília: Ministério da
Saúde, 2009. p.160. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_prev
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BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de


bolso / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – 8. ed.
amp, Brasília : Ministério da Saúde, 2010. 444 p. – (Série B. Textos Básicos
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BRASIL. Ministério da Saúde. Elimina malária Brasil: Plano Nacional de


Eliminação da Malária. Brasília: Ministério da Saúde, 2022a. Acesso em:
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nacao-da-malaria#:~:text=Com%20a%20Campanha%20de%20Erradica
%C3%A7%C3%A3o,2014%3B%20Brasil%2C%202021. Acesso em: 17 abr. 2023.

100
BRASIL. Ministério da Saúde. Filariose Linfática: Manual de Coleta de
Amostras Biológicas para Diagnóstico de Filariose Linfática por
Wuchereria bancrofti. Brasília: Ministério da Saúde, 2008a. Disponível
em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/filariose_linfatica_manu
al.pdf. Acesso em: 17 abr. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de tratamento da malária no Brasil,


2. ed. atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2021. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/
publicacoes-svs/malaria/guia_tratamento_malaria_2nov21_isbn_sit
e.pdf. Acesso em: 17 abr. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de vigilância do Culex


quinquefasciatus. 3ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. p.76.
Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_culex_
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BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de vigilância epidemiológica e


eliminação da filariose linfática. Brasília: Ministério da Saúde, 2009a.
80 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Disponível em:
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Ministério da Saúde. Guia de vigilância em saúde. 5. ed. Brasília:


Ministério da Saúde, 2021. 1.126 p. Acesso:
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v21_isbn5.pdf. Acesso em: 17 abr. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia para gestão local do controle da


malária: Diagnóstico e Tratamento. Brasília: Ministério da Saúde,
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