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MINISTÉRIO DA SAÚDE

CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

RISCO, VULNERABILIDADE E
DANOS À SAÚDE DA POPULAÇÃO
E AO MEIO AMBIENTE
PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE
E-BOOK 25

Brasília (DF)
2023  
MINISTÉRIO DA SAÚDE
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

RISCO, VULNERABILIDADE E
DANOS À SAÚDE DA POPULAÇÃO
E AO MEIO AMBIENTE
PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE
E-BOOK 25

Brasília (DF)
2023  
2023 Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial –
Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,
desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Programa Saúde com Agente pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da
Saúde:
bvsms.saude.gov.br
Tiragem: 1ª edição – 2023 – versão eletrônica

Elaboração, distribuição e informações: Coordenação-geral: Designer educacional:


MINISTÉRIO DA SAÚDE Célia Regina Rodrigues Gil - MS Alexandra Gusmão – Conasems
Secretaria de Gestão do Trabalho e da Cristiane Martins Pantaleão – Conasems Juliana Fortunato – Conasems
Educação na Saúde Hishan Mohamad Hamida – Conasems Pollyanna Lucarelli – Conasems
Departamento de Gestão da Educação na Isabela Cardoso de Matos Pinto – MS Priscila Rondas – Conasems
Saúde
Leandro Raizer – UFRGS
Coordenação-Geral de Ações Estratégicas
Lívia Milena Barbosa de Deus e Méllo - MS Colaboração:
de Educação na Saúde
Luciana Barcellos Teixeira – UFRGS Fabiana Schneider Pires – UFRGS
SRTVN 701, Via W5 Norte, lote D,
Josefa Maria de Jesus – SGTES/MS
Edifício PO 700, 4º andar
Organização: Katia Wanessa Silva – SGTES/MS
CEP: 70719-040 – Brasília/DF
Núcleo Pedagógico do Conasems Marcela Alvarenga de Moraes – Conasems
Tel.: (61) 3315-3394
Marcia Cristina Marques Pinheiro –
E-mail: sgtes@saude.gov.br
Supervisão - geral: Conasems
Rubensmidt Ramos Riani Rejane Teles Bastos – SGTES/MS
Secretaria de Atenção Primária à Saúde
Roberta Shirley A. de Oliveira – SGTES/MS
Departamento de Saúde da Família
Coordenação técnica e pedagógica: Rosângela Treichel Saenz Surita –
Esplanada dos Ministérios, Bloco G,
Carmen Lúcia Mottin Duro - UFRGS Conasems
7º andar
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CEP: 70058-90 – Brasília/DF
Conasems Assessoria executiva:
Tel.: (61) 3315-9044/9096
Diogo Pilger - UFRGS Conexões Consultoria em Saúde LTDA
E-mail: aps@saude.gov.br
Fabiana Schneider Pires - UFRGS
Valdívia França Marçal – Conasems Coordenação de desenvolvimento gráfico:
Secretaria de Vigilância em Saúde e
Ambiente Cristina Perrone – Conasems
Elaboração de texto:
SRTVN 701, Via W5 Norte, lote D,
Luiz Almeida da Silva Diagramação e projeto gráfico:
Edifício PO 700, 7º andar
CEP: 70719-040 – Brasília/DF Aidan Bruno – Conasems
Revisão técnica: Alexandre Itabayana – Conasems
Tel.: (61) 3315.3874
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E-mail: svs@saude.gov.br
Andréa Fachel Leal – UFRGS Lucas Mendonça – Conasems
Camila Mello dos Santos – UFRGS Ygor Baeta Lourenço – Conasems
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS
MUNICIPAIS DE SAÚDE – Conasems Carmen Lúcia Mottin Duro - UFRGS
Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Anexo B, Diogo Pilger – UFRGS Fotografias e ilustrações:
Sala 144 José Braz Damas Padilha – SVS/MS Banco de Imagens do Conasems
Zona Cívico-Administrativo, Brasília/DF Lanusa T. Gomes Ferreira – SGTES/MS Freepik
CEP: 70058-900 Michelle Leite da Silva – SAPS/MS
Tel.:(61) 3022-8900 Patrícia da Silva Campos – Conasems Revisão ortográfica:
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Av. Paulo Gama, 110 - Bairro Farroupilha - Normalização:
Porto Alegre - Rio Grande do Sul Luciana Cerqueira Brito – Editora MS/CGDI
CEP: 90040-060 Valéria Gameleira da Mota – Editora
Tel: (51) 3308-6000 MS/CGDI

Ficha Catalográfica

Brasil. Ministério da Saúde.


Risco, vulnerabilidade e danos à saúde da população e ao meio ambiente [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde. Conselho Nacional de
Secretarias Municipais de Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. – Brasília: Ministério da Saúde, 2023.
xx p. : il. – (Programa Saúde com Agente; E-book 25)

Modo de acesso: World Wide Web:


ISBN xxx-xx-xxx-xxxx-x

1. Agentes Comunitários de Saúde. 2. Risco à saúde da população 3. Vulnerabilidade socioambiental e prevenção de desastres.
I. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. II. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. III. Título.
CDU 614

Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2023/0xxx


Título para indexação:
Risk, Vulnerability and Damage to the Health Population and Environment
OLÁ, AGENTE!
Este é o seu e-book da disciplina Risco, Vulnerabilidade e Danos à
Saúde da População e ao Meio Ambiente. Neste material, você verá que
os danos causados por desastres naturais e/ou antropogênicos são, em
sua maioria, irreparáveis, tanto para a sociedade como para a natureza.
A degradação da fauna, da flora e as alterações físicas e psíquicas
geradas na comunidade, próxima aos locais, são de difícil mensuração.

Embora existam legislações que discutam níveis aceitáveis de


exposição, sabe-se, na realidade, que qualquer nível de exposição a
substâncias que são tóxicas ao organismo humano, independente da
intensidade/quantidade, é prejudicial à saúde humana.

Com essas reflexões, estude este material com atenção e consulte-o


sempre que necessário!

Acompanhe também as teleaulas, a aula interativa e realize as


atividades propostas para assimilar as informações apresentadas.

Bons estudos!
LISTA DE SIGLAS E
ABREVIATURAS
ACE - Agente de Combate às Endemias

ACS - Agente Comunitário de Saúde

CNUC - Cadastro Nacional de Unidades de Conservação

CEREST - Centros de Referência em Saúde do Trabalhador

EA – Educação Ambiental

EPI - Equipamento de Proteção Individual

ESP - Emergências em Saúde Pública

PNLA - Portal Nacional de Licenciamento Ambiental

PNRS - Política Nacional dos Resíduos Sólidos

PNVS - Política Nacional de Vigilância em Saúde

PP - Princípio da Precaução

PV - Princípio da Prevenção

RENAST - Rede Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora

SI - Sistemas de Informação

Sigercom - Sistema de Informações do Gerenciamento Costeiro e


Marinho

Sinvas - Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde

VA - Vigilância Ambiental

VE - Vigilância Epidemiológica

VISA - Vigilância Sanitária

VISAT - Vigilância em Saúde do Trabalhador


LISTA DE FIGURAS
10 - Figura 1 - A diferença entre perigo e risco.
14 - Figura 2 – Foto de lixão (depósito de lixo a céu aberto), com
pessoas catando materiais de valor.
16 - Figura 3 - Ilustração de como o comportamento humano
prediz desastres.
26 - Figura 4 - Lançamento de fumaça tóxica no meio
ambiente.
32 - Figura 5 - Diferentes possibilidades de integração das
vigilâncias em saúde
36 - Figura 6 - Principais sistemas de informações ambientais
disponíveis para o acesso da população.
37 - Figura 7 - Identificando os agressores do meio ambiente.
39 - Figura 8 - Proteja as nossas matas: quem é o vilão?
50 - Figura 9 - Ações a serem tomadas por toda a equipe
multiprofissional na ocorrência de eventos de desastre.
57 - Figura 10 - Procedimento para identificação, análise e
redução do risco.
SUMÁRIO

7 RISCO E PERIGO: DIÁLOGO E REFLEXÕES


POSSÍVEIS

18
RISCO À SAÚDE DA POPULAÇÃO:
AVALIAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DE
RISCOS EM VIGILÂNCIA

34 INFORMAÇÕES AMBIENTAIS E SISTEMAS COMO


FERRAMENTAS PARA MONITORAMENTO

46
DESASTRES E RISCOS DE EMERGÊNCIAS EM
SAÚDE PÚBLICA (ESP): AVALIAR, AGIR E
RECUPERAR

52 VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E
PREVENÇÃO DE DESASTRES

59 RETROSPECTIVA

61 REFERÊNCIAS
RISCO E PERIGO:
DIÁLOGO E
REFLEXÕES
POSSÍVEIS
O conceito de risco
é variável, pois
possui múltiplas
possibilidades, a
depender do ponto
de vista que se
pretende abordar.

Neste material, abordaremos o risco e o perigo relacionados ao meio


ambiente e à saúde, fatores que estão, diretamente, ligados ao
objetivo proposto.

Entender o que é risco e perigo, bem como saber diferenciá-los,


torna-se uma necessidade constante. Esse conhecimento permite que
os(as) ACE aprimorem seus olhares para as estratégias de orientação
e participação na precaução e prevenção de riscos e na manutenção
da saúde da população no seu território.

Embora o risco possa estar atribuído a questões positivas, na maioria


das vezes, ele é definido como possibilidade de dano.

8
Porto (2000) classifica o risco como qualquer possibilidade de evento,
podendo ser oriundo de diversificadas fontes e com potencial de
causar danos à saúde, reversíveis ou não. Vale ressaltar que o dano
pode ser abordado de diferentes formas, podendo ser em decorrência
de atividades de trabalho e/ou doenças relacionadas ao trabalho
(risco ocupacional), poluição ambiental, desastres naturais, desastres
de origem tecnológica, desastres com material químico perigoso,
desastres antropogênicos, acidentes, dentre outras possibilidades.

Para Kolluru (1996, p. 113), “um perigo é um agente químico, biológico


ou físico (incluindo-se a radiação eletromagnética) ou um conjunto
de condições que apresentam uma fonte de risco, mas não o risco em
si”.

Um agente químico, perigoso, muito utilizado nas residências para


limpeza de superfícies, é o álcool 70%, que, se for utilizado para essa
finalidade, não tem risco de queimaduras. Embora seja perigoso, o
risco é pequeno. Mas se for utilizado para acender fogo ou
churrasqueira, o risco aumenta e pode causar danos à saúde
humana.

Shinar, Gurion e Flascher (1991, p. 1095) afirmam que “(…) risco é um


resultado medido do efeito potencial do perigo”.

De posse dessas observações, conclui-se que riscos e perigos


permeiam o cotidiano da sociedade, pois todos estão expostos às
questões ambientais, ainda que em diferentes proporções. O perigo,
por si só, possui apenas a possibilidade de ocorrência do dano, porém,
se for somado ao fator exposição, haverá uma certa probabilidade de
que a situação de perigo ocorra e tenha o potencial de causar dano. A
figura 1 ilustra bem a diferenciação descrita.

9
Figura 1: A diferença entre perigo e risco.

Fonte: 3tres3.com.br, 2020

Observe que no exemplo da figura 1, vemos que o tubarão no mar é


considerado um perigo, pois trata-se de um animal de grande porte, e é
agressivo. Se o homem for agredido por ele, poderá ter lesões que podem ser
graves ou até mesmo provocar a morte. Então, nesse caso, o perigo existe,
mas se o homem não entrar no mar, onde estaria à exposição do perigo, ele
não terá o risco de ser atacado pelo tubarão.

10
No ambiente de trabalho, muitas vezes, não há a possibilidade de se
evitar a exposição, fator esse que contribui, diretamente, para que o
perigo esteja cada vez mais provável de acontecer.

Uma situação real que aconteceu, e acontece no Brasil, com o


advento da pandemia causada pelo Sars-cov-2 (COVID-19), é que
todo o ambiente de trabalho passou a ser um local perigoso para
contaminação pelo vírus, tendo em vista que se trata de uma doença
com transmissão por vias aéreas e aerossóis. Com as visitas
domiciliares para identificação de focos endêmicos, limpeza de
calhas e caixas d'água, dentre outras atividades realizadas os(as)
ACE se expõem a diferentes ambientes; correm o risco de se
contaminarem e também colocam as pessoas que moram naquela
residência em risco de se contaminarem, caso o trabalhador esteja
com a doença.
Em suas atividades laborais, os(as) ACE realizam:

Vistoria de residências, depósitos, terrenos baldios e


estabelecimentos comerciais para buscar focos endêmicos.
Inspeção cuidadosa de caixas d’água, calhas e telhados.
Aplicação de larvicidas e inseticidas. Orientações quanto à
prevenção e ao tratamento de doenças infecciosas.
Recenseamento de animais (TORRES, 2009, p. 16).

11
Os(As) ACE contribuem na promoção
e na prevenção da saúde,
proporcionando a integração entre as
diferentes vigilâncias.

Pelo seu contato direto com a comunidade onde atua, o(a) ACE deve
conhecer os principais problemas locais, bem como os determinantes
e condicionantes da saúde da população no território onde trabalha. A
fim de realizar essas atribuições, o(a) ACE fica exposto(a), no ambiente
de trabalho, aos riscos de acidentes, tais como queda, agressão por
cães e gatos, agressão por animais peçonhentos, intoxicação por
larvicidas e inseticidas, bem como a outros riscos químicos, físicos e
biológicos. São todas situações de perigo, que se transformam em
risco porque o(a) ACE, em suas atividades, está propenso(a) a
diferentes exposições ambientais.

Tendo em vista a diversidade de atividades realizadas pelo(a) ACE, em


todas as situações de risco, há a necessidade de utilização de
Equipamento de Proteção Individual (EPI), fator que protege o
trabalhador e reduz possibilidades de danos à saúde em decorrência
de contato com substâncias nocivas, tais como os agrotóxicos (BRASIL,
2018a).

Na vida e no trabalho do(a) ACE, sua exposição a agentes nocivos à


saúde se assemelha à da sua comunidade, razão pela qual deve
sempre atuar contribuindo para redução dos riscos que causam
danos à população.

12
Ainda no ambiente de trabalho, mas pensando pelo lado da exposição
da população, no território, há possíveis riscos, como: desastres
naturais ou antropogênicos, como: o desabamento de estruturas;
alagamento por excesso de chuvas e/ou por acúmulo de lixo; ventos
fortes com destruição de estruturas; altas ou baixas temperaturas;
rompimento de barragens; contaminação por rejeitos, dentre outros.
Esses riscos precisam ser identificados e monitorados para que a
possibilidade de causar impactos à saúde seja reduzida, a partir de
ações eficazes que podem ser realizadas pelo(a) ACE.

Que tal uma Situação


Problema?
Em uma determinada cidade, não há a estrutura
correta de coleta, armazenamento (tratamento) e
destino final do lixo, chamado de resíduo sólido,
como requer as recomendações da Política Nacional
dos Resíduos Sólidos (PNRS), estabelecidas pelo
decreto nº 10.936/2022 (BRASIL, 2022a). Embora haja
legislação específica, em vários locais, o lixo é jogado
a “céu aberto” e, a cada dia, cresce a quantidade dos
ditos “lixões” e, também, de lixos armazenados
nesses locais, fator que facilita a proliferação de
insetos, podendo ocasionar doenças, bem como
aumento da possibilidade de alagamentos
(MONTESSANTI, 2021).

13
Vamos observar, na figura 2, o cenário de um dos lixões ainda existentes
no país e refletirmos sobre os impactos ambientais que pode causar.

Figura 2: Foto de lixão (depósito de lixo a céu aberto), com pessoas catando
materiais de valor.

Fonte: Prompilove / Shutterstock.com

Analisando a figura 2, vê-se que esse cenário já nos é familiar, pois temos
informações do problema e sabemos sobre os danos à saúde ambiental
e à saúde humana que ele pode causar. O perigo existe, pois há, no
território, um agente (lixo) que pode causar danos de várias origens e/ou
favorecer a ocorrência de danos de outra ordem, como, por exemplo, o
acúmulo de larvas e insetos transmissores de doenças.

Com o aumento da utilização de materiais descartáveis, tais como


materiais de plásticos, embalagens de vidro, e, também, com a evolução
dos modelos de telefones celulares e computadores, sendo esses
materiais utilizados uma única vez ou por pouco tempo, vê-se o aumento
na quantidade de resíduos produzidos. Isso acarreta a necessidade de
proposição de ações para que esses materiais tenham um destino final
adequado, conforme as recomendações da PNRS (BRASIL, 2022a) e para
não constituírem problemas ambientais que geram riscos à saúde.

14
Embora tenhamos esse marco regulatório, como temos um país tão
grande em termos territoriais, a fiscalização eficaz por parte dos
órgãos de controle torna-se um grande desafio, o que requer
contribuição coletiva, fazendo com que a mudança individual seja a
precursora para a mudança coletiva, pois em um país onde o
consumismo impera, a mudança de comportamento torna-se um
fator primordial para que a lei tenha os efeitos esperados.

Na busca de implementação satisfatória da PNRS foi publicado o


Decreto nº 10.936, de 12 de janeiro de 2022, que detalha instrumentos
para efetiva gestão de resíduos sólidos no país (BRASIL, 2022a).

Ações como a segregação do lixo, o descarte correto de


eletrônicos, a redução de consumo de materiais que são de difícil
degradação pela natureza, tais como plásticos e vidros, são
situações que merecem uma reflexão mais aprofundada e uma
mudança de atitude tanto nas ações individuais, como no
posicionamento social, cobrando da sociedade e do Estado o
cumprimento da legislação e a proteção ambiental para o
cumprimento da PNRS.

Condições como: contaminação do solo,


contaminação dos leitos de rios, acidentes com
material perfurocortante, mau cheiro, aumento
do número de roedores, insetos e atração de
animais peçonhentos são possibilidades que o
cenário apresenta no território.

15
Quais as possibilidades de
ações do(a) ACE frente a
esse cenário?
Sugestões:
1 - Fomentar na sociedade o desenvolvimento de ações alinhadas à
PNRS, sobretudo para a correta destinação de lixo (resíduos sólidos).
2 - Conscientizar a sociedade quanto aos riscos de doenças,
acidentes e intoxicações que as comunidades estão expostas pela
deposição irregular de lixo.
3 - Conscientizar a sociedade quanto ao acondicionamento e
deposição correta do lixo.
4 - Discutir nos órgãos de gestão local e com a equipe da UBS ações
para melhorar a gestão ambiental para o cumprimento da
legislação e a redução do risco, estimulando a compostagem,
reciclagem, reuso e coleta seletiva.

Figura 3: Ilustração de como o comportamento humano prediz desastres.

Vamos logo! Aqui Viu como lixo na rua


quando chove, alaga. faz diferença?

Fonte: CULTURA MIX. COM, s.d

16
Observa-se que são várias as possibilidades de atuação do(a) ACE
no cenário de identificação de risco e perigo no território, a depender
da realidade local, da capacidade de ação e da articulação com a
comunidade e o poder público.

Com o entendimento das reais necessidades individuais e coletivas


do seu território, o(a) ACE deve buscar e discutir com a comunidade o
que é prioridade, tanto do ponto de vista da opinião popular, quanto
do ponto de vista da análise profissional, pois inserir a população
como articuladora ou até protagonista de mudança é um fator
primordial para o sucesso de qualquer ação proposta. A mudança de
comportamento e de cultura requer que o sujeito assuma a
responsabilidade individual e coletiva, entendendo-se como agente
da mudança e, consciente da necessidade de promoção e proteção
da saúde humana e do meio ambiente, reflita sobre as diferentes
responsabilidades, as quais devem ser compartilhadas com toda a
sociedade.

17
RISCO À SAÚDE DA
POPULAÇÃO:
AVALIAÇÃO E
PRIORIZAÇÃO DE
RISCOS EM
VIGILÂNCIA
Para se entender os potenciais riscos à
saúde da população e para que o(a)
ACE consiga aprender as formas de
ação e proteção à saúde da
população, há a necessidade de se
entender os conceitos que permeiam o
risco, como o Princípio da Precaução
(PP) e o Princípio da Prevenção (PV).

Princípio da Precaução (PP)

O PP foi formulado pela primeira vez pelo direito germânico, na


década de 70. Embora possa ser pensado para diversos
aspectos da vida cotidiana, sua origem foi relacionada com o
pensamento de que a sociedade poderia contribuir para
redução da degradação ambiental se, ao se empoderar de
informações, ainda que pelo senso comum, conseguisse
identificar a possível relação entre a degradação e a
ocorrência de risco à saúde da população. Ainda que não
tivessem estudos científicos que comprovassem a relação
existente, mas fossem identificadas situações de ameaça de
danos sérios ou irreversíveis, poderia ser utilizado o PP (CEZAR;
ABRANTES, 2003).

19
No Princípio 15 da Declaração RIO/92 (UNITED NATIONS, 1992, p. 6), fica
estabelecido que:

“De modo a proteger o meio ambiente, a abordagem


precautória deve ser largamente aplicada pelos Estados de
acordo com suas capacidades. Onde houver ameaça de dano
sério ou irreversível, a ausência de absoluta certeza científica
não deve ser utilizada como uma razão para postergar
medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a
degradação ambiental.”

No ano corrente (2023), após 31 anos da RIO-92, ainda vivenciamos a


contínua luta pela redução dos desmatamentos, da poluição
ambiental, da destruição da camada de ozônio, enquanto as
concessões para o mercado financeiro continuam dando o tom,
permitindo construções de usinas hidrelétricas, barragens,
desmatamento, queimadas, dentre outros, sem a correta fiscalização
e análise do possível dano ambiental e à saúde humana.

Com o processo de globalização e advento da tecnologia, o descarte


de materiais oriundos, tais como baterias, computadores, celulares, os
ditos lixos eletrônicos também se configuram em questões que
precisam ser reguladas, pois as empresas realizam a degradação do
ambiente, pela extração de matéria-prima e geração de resíduos e
não se responsabilizam pelo gerenciamento e nem pelo destino final
de forma correta. Diante do fato, questiona-se: qual o impacto
ambiental e para a saúde humana que esses materiais provocam a
curto, médio e longo prazo quando descartados de forma
inadequada?

20
No ano de 2020, foi editado no Brasil o decreto nº 10.240, reforçado no
decreto nº 10.396/2022, que relaciona as normas para implementação
da logística reversa, que obriga indústrias fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes de produtos a promoverem de forma
sustentável o descarte correto e reciclagem dos materiais, resíduos e
embalagens. Essa é mais uma forma de podermos cobrar a
mudança do cenário ambiental relacionado ao descarte e destino
final (BRASIL, 2022a; BRASIL, 2020).

No caso do lixo eletrônico, ainda há diversas discussões sobre as


possibilidades de agravos à saúde e ao meio ambiente, logo, faz-se
necessário invocar o PP, pois, embora não saibamos os efeitos diretos
à saúde, tem-se o conhecimento dos agravos que o lixo não tratado e
armazenado de forma inadequada pode causar ao meio ambiente,
estando entre eles a contaminação do solo e das águas.

21
Princípio da Prevenção (PV)

O Princípio da Prevenção (PV) é definido por situações em que a


relação causa e efeito já é conhecida, como por exemplo: Inalação
da poeira da sílica que causa a silicose (doença pulmonar), a
relação da exposição ao chumbo sobre a saúde das crianças, o
uso do tabaco na causa do câncer de pulmão, a exposição ao
asbesto (amianto) na asbestose. Todas essas situações são
questões já conhecidas que nos dão possibilidades de pensar em
como promover a saúde das pessoas expostas, evitando que
ocorra o dano (CAPELOZZI, 2001; PADULA et al, 2006).

Eventos tais como o uso de agrotóxicos no Brasil têm sido também


uma das questões ambientais mais discutidas nos últimos tempos,
tendo em vista as inúmeras possibilidades de agravos à saúde
humana, degradação do meio ambiente, contaminação do solo e
dos leitos dos rios, pois as dosagens e os tipos de agrotóxicos
utilizados são prejudiciais à saúde, o que torna esse fator um sério
problema de saúde pública.

Vale lembrar que a amplitude da população exposta nas fábricas e


em seus entornos, no combate às endemias, nas áreas agrícolas,
no consumo dos alimentos eleva em grande monta a exposição ao
agrotóxico direta ou indiretamente, estando as pessoas e o
ambiente sujeitos aos efeitos danosos à saúde (RIGOTTO;
VASCONCELOS; ROCHA, 2014).

22
É sabido que a relação entre a exposição ao agrotóxico e a ocorrência
de doenças se tornou um problema de saúde pública, desenvolvendo
agravos como câncer, doenças respiratórias, doenças mentais,
malformação fetal, intoxicações agudas, dentre outras.

O Brasil é um dos países que mais utiliza agrotóxicos e, apenas, no ano


de 2009, por exemplo, houve a utilização média de cerca de 5,2
kg/habitante, estando mais concentrados nos estados do Mato
Grosso, que atingiu a marca equivalente de 50 litros/habitante
(LONDRES, 2010; OSAVA, 2011).

Embora haja na legislação os ditos limites de concentração de


agrotóxicos que são toleráveis pelos seres humanos, do ponto de vista
fisiológico não há uma garantia de que a exposição não afetará a
saúde humana a médio e longo prazo. Logo, para que se tenha
segurança, a iniciativa é criar a cultura de tolerância zero para
exposição a agrotóxicos, seja no ambiente, na água ou nos alimentos,
assim, protegeremos a sociedade. Por se tratar de um problema que
pode agravar a saúde pública, há estudos que ponderam em invocar
o PP e cobrar a extinção do uso de agrotóxicos nas atividades
alimentícias e ao ambiente, utilizando para o controle de pragas
estratégias alternativas disponíveis (BARCELLOS; QUITÉRIO, 2006).

Para que o risco seja avaliado de forma eficaz, há de se ter um modo


sistematizado para saber quais são as prioridades de monitoramento
e ações, assim, Cezar e Abrantes (2003) propõem três fases distintas
para orientar os agentes na tomada de decisão, sendo elas:

23
Fase Inicial, compreendida como a observação; Fase Análise do risco,
compreendida como a relação existente entre agentes que podem
causar e/ou potencializar um dano; Fase Gestão do risco, que após
identificar os pontos chave na etapa inicial e análise do risco, a equipe
multidisciplinar deve delimitar ações estratégicas para atuação, com
foco na redução dos potenciais danos.

Diante dos fatos, há que se refletir: os fatores de comportamento de


risco individual refletem a ocorrência de danos na coletividade e
consequentemente na saúde comunitária?

23
24
Vejamos uma
Situação Problema
Em seu território, localizado na região
próxima à Amazônia, instalou-se uma
empresa de extração de minério e uma
usina de cana-de-açúcar. Um ano após
o início das atividades, iniciou-se o
aumento das consultas na Unidade
Básica de Saúde por doenças
respiratórias, fato que se intensificou no
inverno, chegando a um aumento de
200% no número de atendimentos. As
pessoas se queixam do mau cheiro na
cidade, da fumaça e da fuligem que
ficam suspensas no ar. Os trabalhadores
das duas empresas, também, se queixam
das altas exigências e horas excessivas
na jornada de trabalho, bem como do
baixo salário que as empresas oferecem.

Na sua avaliação, no cenário ambiental


descrito, há risco para a saúde da
população? Como avaliar o risco à saúde
da população local e priorizar estratégias
para redução das ocorrências de
doenças respiratórias?

25
Os agravos à saúde decorrentes da exposição ambiental podem ter
difícil definição de causa e efeito. Logo, as vigilâncias devem
permanecer sempre atentas a sinais que se façam presentes em
grande parte da população sem causa aparente e que possam estar
relacionados a um novo fator que se instalou no território, como no
exemplo, o caso das indústrias.

Figura 4: Lançamento de fumaça tóxica no meio ambiente.

Fonte: AGÊNCIA ENVOLVERDE JORNALISMO, 2018.

Em todos os possíveis casos de contaminação, há potencial risco à


vida e à saúde da população, por isso deve ser considerado o PP,
tendo em vista que, nesse caso, o risco de agravos à saúde humana
tende a aumentar. Cabe a todos os profissionais que trabalham no
campo da prevenção, sejam diretamente ligados à saúde ou não,
atuarem na prevenção de situações de risco, trabalhando de forma
integrada com a vigilância em saúde.

26
Que tal falarmos
agora sobre a
integração da
Vigilância em
Saúde?

O sistema de vigilância em saúde é um dos principais pilares do


Sistema Único de Saúde (SUS), instituído no ano de 2003 por meio da
Secretaria de Vigilância em Saúde que, ligada ao Ministério da Saúde e
de forma descentralizada, faz com que os preceitos estabelecidos pela
legislação sejam cumpridos, atuando com ações educativas,
fiscalizações, criação de normas e regras para o funcionamento de
estabelecimentos. Trabalhando de forma independente, as vigilâncias
estão distribuídas em: Epidemiológica, Sanitária, Ambiental e Saúde do
Trabalhador.

Na Política Nacional de vigilância em Saúde (PNVS), publicada em 2018,


é explícito o papel de contribuir para a integralidade na atenção à
saúde, o que pressupõe a inserção de ações de vigilância em saúde
em todas as instâncias e pontos da Rede de Atenção à Saúde do SUS,
mediante articulação e construção conjunta.

27
Um dos principais desafios encontrados em nosso cotidiano é a
possibilidade de integração das vigilâncias com a atenção básica,
tendo em vista suas dificuldades de articulação e da proposta
individualizada de atuação em cada setor. Das diferentes
particularidades, o Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em
Saúde (Sinvas) tem como principais responsabilidades o controle da
água para consumo humano, controle de vetores, hospedeiros,
reservatórios, animais peçonhentos, desastres naturais e acidentes
com produtos perigosos (BARCELLOS; QUITÉRIO, 2006).

No que tange às atribuições do(a) ACE, observa-se íntima ligação com


os fatores atribuídos à Vigilância Ambiental (VA) relacionada à saúde,
situações cotidianas que permeiam o modo de trabalho e vida no
território.

Quando o(a) agente realiza a busca


de possíveis focos de vetores; faz a
limpeza de locais e/ou objetos que
acumulam água; realiza a aplicação
de produtos para o controle de
vetores; captura animais
peçonhentos e busca animais que
apresentam sinais de adoecimento e
agressividade, ele(a) está
contribuindo, a nível municipal, para
um controle que perpassa, também,
o Estado e todo o país, tendo em
vista que as fronteiras estaduais são
interligadas, e há a presença do(a)
ACE em todo o território nacional.

28
Quanto às atividades desenvolvidas pela Vigilância Sanitária (VISA),
observa-se que todos os processos relacionados com a saúde
humana estão sob sua responsabilidade, cabendo à VISA fiscalizar o
controle sanitário, bem como emitir alvarás de fiscalização e controlar
a comercialização de produtos alimentícios, produção e distribuição
de medicamentos, fiscalização de portos, sendo a única dentre as
vigilâncias que possui poder de polícia para interditar e fechar
estabelecimentos que não estejam em consonância com as
recomendações estabelecidas pela vigilância (OLIVEIRA; CRUZ, 2015).

É válido ressaltar que, embora a VISA tenha o poder coercitivo, esse só


é utilizado em casos específicos e de extrema necessidade, pois o seu
principal fundamento é trabalhar de forma educativa, orientando à
população quanto às formas corretas de trabalho com foco na
proteção da saúde humana. Logo, configura-se como um órgão
parceiro da sociedade na promoção da saúde e prevenção de
doenças.

Ainda que indiretamente, quando o(a) ACE identifica questões em seu


território que ameaçam a saúde da população e/ou tem o potencial
de degradar o ambiente, este(a) está contribuindo para o
cumprimento das ações da VISA como, por exemplo, identificar a má
qualidade de produtos relacionados à alimentação; a ineficácia de um
agrotóxico no controle de insetos vetores de doenças; a
comercialização clandestina de produtos alimentícios e/ou
relacionados à saúde. Em todos esses casos, tanto o(a) ACE (embora
não seja uma atribuição oficial) como qualquer pessoa da
comunidade que tomar conhecimento, preocupado com o bem-estar
de seu território, pode acionar a VISA para que ela faça a investigação
e dê os devidos encaminhamentos necessários.

29
Quanto à Vigilância Epidemiológica (VE), observa-se que esta possui
estruturas específicas de funcionamento, atuando na prevenção e no
controle de doenças evitáveis; tem como foco de trabalho a proteção
de fatores de agravos coletivos, em detrimento a problemas
individuais. Entre suas ações, estão a coleta, análise, interpretação e
divulgação de informações sobre problemas de saúde específicos,
desenvolvidas de maneira sistemática e rotineira (CAVALCANTE; LUNA;
ARAÚJO, 2018; BRASIL, 2021).

A VE possui papel, mundialmente, reconhecido, tendo em vista que


atua e já atuou, diretamente, no caso de erradicação de doenças
como a varíola, poliomielite, rubéola, difteria, além do controle de
outras como tétano, coqueluche, sarampo, AIDS. Ademais, atua
também nas notificações de doenças compulsórias, construindo
importantes indicadores como taxas de mortalidade, morbidade, taxa
de natalidade, coeficiente de mortalidade infantil, expectativa de vida
ao nascer, dentre outros. O cenário epidemiológico mostra-nos que a
VE atua de forma eficaz, protegendo a saúde da população (LEITE;
ASSIS; CERQUE, 2003).

O trabalho do(a) ACE também integra


importantes ações do ponto de vista
estratégico na VE, pois contribui
cotidianamente para construção de
indicadores e controle do cenário
epidemiológico.

30
As ações de controle de vetores e consequente redução de casos de
dengue, chikungunya, malária, raiva, mordeduras de animais,
agressão por animais peçonhentos são quesitos primordiais para se
ter um cenário epidemiológico controlado, reduzindo a possibilidade
de danos à saúde da população.

Cumpre destacar que, para efetivo diagnóstico e controle das


situações de risco que permeiam o território, há a necessidade de
fortalecimento do diálogo entre o(a) ACE, UBS e todas as vigilâncias
que compõem a vigilância em saúde, pois o diálogo estreita as
relações e aumenta a confiança da comunidade com a equipe
(BRASIL, 2018b).

A Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) tem como principal


objetivo promover saúde e reduzir os riscos decorrentes do trabalho
em seus diferentes níveis, identificando vulnerabilidades
socioambientais e intervindo de maneira eficaz em consonância com
as demais vigilâncias para proteção da saúde dentro e fora dos
ambientes laborais (BRASIL, 2021).

Desde a reforma sanitária, o movimento


para a proteção da saúde do trabalhador
tem sido discutido, havendo grandes
avanços nas conferências de saúde do
trabalhador e, posteriormente, com a
criação da Rede Nacional de Saúde do
Trabalhador e da Trabalhadora (RENAST),
a criação dos Centros de Referência em
Saúde do Trabalhador (CEREST), bem
como a instituição da Política Nacional de
Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora,
por meio da portaria nº 1.823/2012 (BRASIL,
2012).

31
O(A) trabalhador(a) ACE deve vislumbrar a VISAT por dois cenários, se
reconhecendo como trabalhador(a), estando dessa forma exposto(a)
a todas as intempéries do ambiente de trabalho e aos riscos de
adoecimento, bem como reconhecendo as condições para outros(as)
trabalhadores(as) de seu território. A descoberta de condições de
trabalho análogas à escravidão, empresas que trabalham em
situações clandestinas, que expõem seus trabalhadores a condições
insalubres e indignas, são elementos que os(as) ACE podem atuar
para contribuir na vigilância desses cenários, seja nas denúncias ou
nas discussões com as equipes da estratégia de saúde da família.

Figura 5: Diferentes possibilidades de integração das vigilâncias em saúde.

IMUNIZAÇÃO
ZOONOSES

LABORATÓRIOS
DE SAÚDE
PÚBLICA ENDEMIAS

EPIDEMIOLOGIA
VIGILÂNCIA
EM SAÚDE SISTEMA DE
INFORMAÇÃO
EDUCAÇÃO EM
SAÚDE

VIGILÂNCIA
SANITÁRIA
CAPACITAÇÃO

PROMOÇÃO À
SAÚDE
CONTROLE
DA ÁGUA

Fonte: Adaptado - BRASIL, 2023.

32
Observa-se que são variadas as possibilidades de integração das
vigilâncias e também das unidades de atenção primária sendo, nesse
caso, e em outros similares, de fundamental importância a atuação
do(a) ACE para contribuir no trabalho conjunto dos atores que
possuem o mesmo objetivo que é proteger e promover a saúde da
população.

As ações individualizadas são sempre importantes, ainda mais em


condições de subdimensionamento de pessoal de trabalho, mas o
trabalho em equipe, interdisciplinar e intersetorial enriquece as
possibilidades de sucesso para o alcance do objetivo proposto e,
consequentemente, faz com que a população do seu território tenha
melhoria da qualidade de vida e saúde. Logo, entender a realidade do
local onde vive e trabalha por meio de informações que sejam
confiáveis deve ser um dos fatores a considerar.

31
33
INFORMAÇÕES
AMBIENTAIS E
SISTEMAS COMO
FERRAMENTAS
PARA
MONITORAMENTO
Para que seja pensada
e realizada qualquer
ação de intervenção no
território, há de se ter
acesso a informações
confiáveis que
demonstrem a
realidade do cenário.
Do ponto de vista da gestão do risco, as informações ambientais e
os sistemas de informação existentes assumem importante papel
no tocante à consolidação dos dados, realização e divulgação de
relatórios que demonstrem a realidade e a partir daí, a equipe
multidisciplinar tenha condições de pensar nas questões prioritárias
que ameaçam a vida em comunidade.

O acesso a informações confiáveis e de qualidade é um fator


primordial para que sejam realizados o diagnóstico situacional e a
gestão de risco efetiva. Quanto à questão ambiental, os Sistemas de
Informação (SI) específicos são disponibilizados gratuitamente e
permitem que as equipes multidisciplinares tenham em mãos
dados já analisados sobre as condições ambientais e riscos dos
territórios. Dentre os SI, podemos citar: Sistema de Informações do
Gerenciamento Costeiro e Marinho – Sigercom, Portal Nacional de
Licenciamento Ambiental – PNLA, dentre outros apresentados na
Figura 6.

35
Figura 6: Principais sistemas de informações ambientais disponíveis para o acesso
da população.

Portal Nacional de
https://pnla.mma.gov.br/
Licenciamento
Ambiental – PNLA
https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/pr
ogramas-e-projetos/portal-da-biodiversidad
Portal da Biodiversidade
e

https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assunto
Serviço Florestal
s/servico-florestal-brasileiro/
Brasileiro
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/age
Gestão Territorial,
ndaambientalurbana/gestao-territorial-geren
Gerenciamento Costeiro
ciamento-costeiro-e-gestao-de-substancias
e Gestão de Substâncias
-quimicas
Químicas
Sistema de Informações http://mapas.mma.gov.br/mapas/aplic/sisfra
do Rio São Francisco – n
SisFran
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/edu
Educação e cidadania
cacaoambiental
ambiental
Sistema de Informações https://www.mercosur.int/pt-br/sistema-de-in
Ambientais no Mercosul formacao-ambiental-do-mercosul-siam/
–Siam
http://www.obt.inpe.br/prodes/
Observação da terra
Cadastro Nacional de https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/are
Unidades de asprotegidasecoturismo/plataforma-cnuc-1
Conservação – CNUC

Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2011) e atualizado em 11/02/2023.

Para que o(a) ACE possa contribuir na


construção de indicadores ambientais, precisa
primeiro refletir sobre quais são as
possibilidades de agravos, quem os faz e,
posteriormente, ter um local específico para que
possa buscar informações e assim identificar a
evolução do agravo ambiental.

36
Caminhando nessa lógica, iremos refletir sobre as possibilidades de
agravos e, posteriormente, identificar quais são os principais sistemas
de informações disponíveis para que possamos consultar a realidade
dos indicadores ambientais. Partindo desse princípio, podemos refletir,
quem realmente são os agressores do meio ambiente?

Você, ACE, conhece os agentes existentes no seu


território que provocam alterações ao meio
ambiente? Por que ocorrem?

Você realiza ou já realizou alguma ação/atividade para reduzir danos


ao meio ambiente?

As políticas públicas de saúde, meio ambiente, prevenção de


desastres (naturais ou antropogênicos) existem e funcionam com
efetividade no seu território?

Figura 7: Identificando os agressores


do meio ambiente.

Essa figura traz a


demonstração de
possibilidades de agravos à
natureza, ações que, em
nosso cotidiano, muitas
vezes tendem a serem
normalizadas por não
possuir um impacto
imediato, mas que com o
passar do tempo, o
acúmulo dessas ações
causa danos ao meio
ambiente.

Fonte: BING IMAGENS, s.d.

37
A Figura 7 permite a identificação de diversos agressores ao meio
ambiente, mostra que de nove (A até I) possibilidades, apenas duas
estão protegendo a natureza. O restante, poluição de automóvel,
contaminação dos rios com lixos afetando os peixes, desperdício de
água, derrubada de árvores, caça de animais e poluição sonora, todas
são situações que degradam o ambiente, enquanto um deles planta
uma muda de árvore e outra faz reciclagem de lixo. A tirinha tem todo
o seu conteúdo voltado para a Educação Ambiental (EA).

Por apresentar imagens ilustrativas, a tirinha serve como


impulsionadora do aprendizado e estimula a mudança
comportamental individual e coletiva, pois mostra que em variadas
possibilidades, diversos comportamentos, infelizmente, têm se tornado
“natural” por parte da população, mas que, individualmente, estão
degradando as principais fontes de subsistência na terra.

E por que não o(a) ACE utilizar


essa estratégia de tirinhas para
refletir com a sociedade os
agravos causados em nosso
cotidiano?

38
O desmatamento, a luta por terras indígenas, as queimadas
propositais, também se configuram em questões ambientais
complexas, pois envolve interesses capitalistas, tanto para a utilização
da área territorial para plantações diversas, com foco no agronegócio,
como para a comercialização ilegal de madeiras. Caso específico
disso, temos a degradação da floresta amazônica, que tem sofrido
com os ataques, aumentando assim as ondas de calor e reduzindo o
volume de água e, consequentemente, a oxigenação do nosso
planeta, fazendo com que a natureza fique mais propensa a
desenvolver desastres naturais (MARQUES, 2022).

A figura 8 nos ajuda a refletir sobre a questão do desmatamento ilegal.

Figura 8: Proteja as nossas matas: quem é o vilão?

Fonte: BING IMAGENS, s.d.

39
Essa tirinha mostra que cada um de nós, a começar pelas crianças,
pode e tem o dever de cuidar da proteção ambiental. Dá a entender
que as crianças chamaram a atenção do adulto, e ele se conscientizou
e decidiu não mais cortar árvores. Essa tirinha tem uma ligação direta
com a EA, pois demonstra o papel de protagonistas das crianças, bem
como a possibilidade para que o(a) ACE, juntamente com a equipe
multiprofissional, possa começar o trabalho de conscientização
popular pelas crianças, na tentativa de desenvolver cidadãos com
espírito crítico de proteção ambiental para as próximas gerações.

40
Frente a essa discussão, faz-se
os seguintes questionamentos:

● No seu território, existem dados ambientais disponíveis e


acessíveis?
● Quais locais o(a) ACE pode buscar informações para entender
o cenário do seu território a fim de realizar suas atividades de
rotina e, principalmente, orientar a sua população?
● Como as condições climáticas do seu território, tais como:
tempo quente, tempo frio, vento, poeira, chuvas, têm interferido
no aumento do número de casos de doenças/atendimentos na
unidade de saúde?
● As políticas públicas de saúde, meio ambiente, prevenção de
desastres (naturais ou antropogênicos) existem e funcionam
com efetividade no seu território?

O Ministério da Saúde possui diversos Sistemas de Informação (SI),


compostos por diferentes indicadores. As informações são coletadas
e inseridas no sistema e, posteriormente, esses dados são analisados
e tornam-se indicadores úteis que nos permitem conhecer o cenário.
A publicação Saúde Ambiental: guia básico para construção de
indicadores (2011) mostra quais são as informações necessárias para
alimentar o sistema e quais são as formas de se realizar o cálculo.

41
Para se pensar na construção de informações, deve-se levar em
consideração as diferenças entre dado, indicador e índice.
Compreender as diferenças faz com que tenhamos maior
familiaridade na coleta dos dados e, posteriormente, na interpretação
do indicador e do índice.

O dado coletado refere-se a um valor quantitativo referente a um fato


ou circunstância, por exemplo, a temperatura do ambiente em um
determinado momento, a quantidade de chuva no final de semana, o
número de pessoas mortas com o desmoronamento ocorrido, o
número de internações por envenenamento ou exposição a
agrotóxicos, a concentração de poluentes na qualidade do ar, o
número de mortes de crianças menores de cinco anos por infecção
respiratória aguda, entre outras possibilidades que foram observadas,
mas que ainda não sofreram nenhuma análise (BRASIL, 2011).

O indicador tem a finalidade de sintetizar os dados que foram


coletados e que, isolados, não nos dão informações precisas. Com o
auxílio da estatística, os dados são analisados e transformados em
informações. Por exemplo, com o dado de número de mortes de
crianças menores de cinco anos por infecção respiratória aguda eu
posso ter a informação do número de internações e, verificar se existe
relação com a concentração de poluentes (BRASIL, 2011).

42
Observa-se que, não é o foco desta abordagem estimular que o(a)
ACE faça a inserção de dados nos sistemas, mas, sim, que ele possa
entender a dinâmica do funcionamento, com as principais
identificações de possibilidades para a busca de informações para
conhecer o seu cenário.

Não só o conhecimento sobre informações ambientais, mas faz-se


necessário, também, o acesso às informações sobre a saúde, que
possui uma grande quantidade de sistemas, principalmente, com o
apoio do DATASUS que compila e divulga diversas informações sobre
a situação de saúde de todas as regiões do país, pelos sistemas
oficiais do Ministério da Saúde.

É importante ressaltar que, para construção de


indicadores, há a necessidade de ter participação
de toda a equipe multiprofissional, para que juntos
possam decidir quais pontos podem ser
considerados mais relevantes.

43
Corvalán, Briggs e Kjellstrom (2000) trouxeram uma denominação de que
para se construir um indicador é necessário que as informações sejam
cientificamente válidas, isto é, haja relações conhecidas entre ambiente e
saúde; seja representativo da realidade; seja construído com dados
confiáveis e acessíveis. Outro ponto é que seja, também, socialmente,
relevante, com a utilização de dados disponíveis a baixo custo; esteja
relacionado a uma questão específica da temática ambiental e que
tenha capacidade de ser entendida e interpretada por diferentes tipos de
usuários.

A construção e efetiva divulgação de indicadores é um dos fatores


essenciais para diagnosticar o estado de vulnerabilidades na
comunidade e buscar subsídios para planejar intervenções.

Que tal uma Situação


Problema?
Em um território X, o(a) ACE foi abordado(a) por
moradores, e esses relataram que têm observado
uma grande movimentação nas áreas mais
afastadas, com a presença de caminhões com
madeiras de grande porte. Eles suspeitam de
desmatamento ilegal e tráfico de madeira de lei, mas
como não possuem conhecimento sobre o que fazer,
resolveram solicitar ajuda ao(a) ACE.

44
Quais as
possibilidades de
ações do(a) ACE
frente a esse
cenário?

Sugestões:
1. O(a) ACE precisa comunicar a equipe para que a situação seja
conhecida por todos, e as medidas sejam tomadas.
2. O(a) ACE precisa orientar os moradores sobre o que fazer caso
aumente a presença de insetos e de outros animais que possam
implicar riscos à saúde e, caso identifiquem, devem comunicar
ao Meio Ambiente (Limpeza urbana) e à Vigilância Ambiental.

Há de se observar que, em muitos casos, a ação ilegal do homem na


degradação da natureza contribui para a emergência ou
re-emergência de doenças e/ou ocorrência de desastres naturais e
antropogênicos. Portanto, a vigília, identificação e informação deve ser
constante para que consigamos mensurar os indicadores de
vulnerabilidade social, ambiental e de aumento do risco à saúde,
devendo, para isso, termos fontes e informações confiáveis.

45
DESASTRES E
RISCOS DE
EMERGÊNCIAS EM
SAÚDE PÚBLICA
(ESP): AVALIAR,
AGIR E RECUPERAR
O que é um desastre?
Um desastre, independente da sua origem, não acontece sem que
haja ameaças/sinais. Logo, a estratégia de conhecimento das
realidades do território é um fator primordial para que as equipes de
saúde e a comunidade possam pensar estratégias e monitorar os
riscos, evitando assim que o desastre ocorra ou que a magnitude dos
impactos seja reduzida (FREITAS; MAZOTO; ROCHA, 2018).

Segundo o Vigidesastres, os desastres podem ser classificados


segundo as origens natural, tecnológica e acidentes com produtos
químicos perigosos (BRASIL, 2022b).

DESASTRES NATURAIS

Entre os desastres naturais que


comumente acontecem em nosso país,
podemos citar os geológicos que inclui
eventos como deslizamentos, erosão e
terremotos, sendo o último o de menor
probabilidade em nosso país. Há, no Brasil,
locais montanhosos que possuem
estrutura irregular e que se tornam áreas
de risco quando são exploradas e/ou
habitadas.

47
DESASTRES DE ORIGEM HIDROLÓGICAS

Os desastres de origem hidrológicas incluem inundações,


enxurradas e alagamentos. Os extremos sempre causam
prejuízos à população, longos períodos de chuva, em cidades que
não há planejamento correto para drenagem, as inundações e os
alagamentos são problemas recorrentes, ocasionando perdas
para a população, desabastecimento das cidades, agravos à
saúde e até mesmo a morte de pessoas.

48
DESASTRES DE ORIGEM
CLIMATOLÓGICOS

Os desastres de origem climatológica estão ligados a longos períodos


de seca, estiagem e incêndio florestal. O clima é uma das principais
preocupações da era atual, pois o comportamento humano tende a
contribuir para situações que estimulem a seca, estiagem e o incêndio
florestal, levando ao aumento da poluição ambiental e ao aumento
das temperaturas. O clima mais quente e seco resseca as florestas e
faz com que a possibilidade de incêndio florestal aumente em grandes
proporções.

O Ministério da Saúde (MS), juntamente com a Fiocruz, construiu o Guia


de Preparação e Respostas do Setor Saúde aos Desastres, um
instrumento suporte para que os municípios se organizem e, em
conjunto com os órgãos competentes, construam seus próprios Planos
de Preparação e Respostas do setor saúde para a ocorrência de
desastres (FREITAS; MAZOTO; ROCHA, 2018).

49
É válido observar que as situações de desastres causam agravos a
curto, médio e longo prazo, sendo o setor saúde um dos que mais
demandam tempo e recursos para o atendimento das vítimas, o que
reforça a necessidade de construção de planos de ação para
prevenção e atendimento a desastres. A figura 9 mostra as
possibilidades de agravos e sua relação com o tempo, bem como o
direcionamento para atendimento e monitoramento da comunidade,
visando a reabilitação das pessoas e das cidades que foram afetadas
com o desastre.

Figura 9: Ações a serem tomadas por toda a equipe multiprofissional


na ocorrência de eventos de desastre.

● Atendimentos a
casos de doenças
transmissíveis e ● Atenção e
não transmissíveis. vigilância de
IMPACTOS

● Resgate e ● Vigilância de doenças


Socorro; doenças crônicas.
● Traumas transmissíveis. ● Vigilância de
Agudos; ● Vigilância de doenças não
● Óbitos doenças não transmissíveis.
transmissíveis. ● Reabilitação e
● Reabilitação de reconstrução.
serviços essenciais.

HORAS - DIAS SEMANAS-MESES MESES-ANOS

ESCALA TEMPORAL

Fonte: Adaptado de FREITAS, et al., 2018.

50
Na situação de ocorrência de um desastre, independente da sua
origem, o(a) ACE pode contribuir no fortalecimento das relações entre
as vigilâncias, atenção primária e outros órgãos como defesa civil,
orientando a população quanto aos fatores que devem ser
observados no decorrer dos dias, tais como o desenvolvimento de
sintomas característicos de contaminação, bem como estimular a
sociedade quanto a sua participação no monitoramento das
condições do ambiente.

Consulte o Material Complementar


Classificação dos Desastres e saiba
mais sobre o que você pode fazer
para orientar as pessoas nessa
situação. Clique aqui ou escaneie o QR
Code.

46
51
VULNERABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL
E PREVENÇÃO DE
DESASTRES
Entender o conceito de
vulnerabilidade passa
pelo entendimento das
facetas que compõem
a complexa arte de ser
humano e viver em
sociedade.

A mera atribuição de questões sociais, de origem natural, econômicas


e modo de vida, por si só não são capazes de mensurar o que a
população pensa do sistema e sua confiança em questões sociais, a
política de articulação, bem como o entendimento individual dos
riscos e perigos que permeiam a sociedade e que lhe impomos sem
conhecermos suas percepções (OJIMA, 2014).

Há uma intensa busca pela sustentabilidade, mas tais buscas têm


levado em conta apenas aspectos inerentes ao meio ambiente, sem
entender que o alcance da sustentabilidade não garante por si só a
extinção da vulnerabilidade, nem das pessoas, nem das cidades,
devendo para isso ter relações. A relação entre a saúde humana e os
fatores do meio ambiente natural e alterado pela ação humana é
denominado de Saúde Ambiental, tal articulação busca manter a
sustentabilidade e melhorar a qualidade de vida das pessoas,
reduzindo o risco de vulnerabilidade, principalmente, a vulnerabilidade
socioambiental (BRASIL, 2022c; OJIMA, 2014).

53
O termo vulnerabilidade é comumente utilizado para designar a
suscetibilidade das pessoas a problemas e danos de saúde, bem
como o grau de risco a que está exposta uma população em sofrer
danos por desastres naturais e/ou antropogênicos. A vulnerabilidade
às doenças, à exposição ambiental e seus efeitos sobre a saúde se
distribui de forma individualizada, levando em consideração aspectos
como pobreza, grupos sociais, cultura, escolaridade, dentre outros
fatores que denominam o acesso aos equipamentos sociais
(BERTOLOZZI et al, 2009; OJIMA, 2014; BRASIL, 2022c).

Ao se considerar todos esses aspectos e também as condições


ambientais da cidade e suas particularidades, tais como instituição de
programas de moradias, acesso à educação e aos serviços de saúde
de qualidade, pode-se abordar e ampliar o termo para vulnerabilidade
socioambiental, que leva em consideração os aspectos que estão
relacionados à saúde humana e à saúde do ambiente (BERTOLOZZI et
al., 2009; OJIMA, 2014; BRASIL, 2022c).

É valido lembrar que entre os fatores que


aumentam a vulnerabilidade socioambiental,
além dos condicionantes relacionados às
pessoas, ainda estão as mudanças
ambientais resultantes da degradação
ambiental, ocupação de áreas de proteção
ambiental, desmatamento ilegal, poluição de
águas, solos e atmosfera, que tornam
determinadas áreas mais vulneráveis, fazendo
com que haja o fator resultante de vidas
precárias e saúde ambiental inadequada
(BRASIL, 2022c).

54
Os determinantes comerciais da saúde
têm sido discutidos amplamente pois se
configuram em elementos que podem
aumentar a vulnerabilidade das
pessoas.

O termo “determinantes comerciais de saúde” se refere a


“estratégias e abordagens utilizadas pelo setor privado para
promover produtos e escolhas que são prejudiciais à saúde”,
interferindo em fatores como comportamentos e escolhas
individuais relacionados a consumo e estilo de vida, e questões
relacionadas à sociedade global, como riscos de consumo,
economia política e globalização, podendo ser influenciados pelas
dinâmicas: força motora, canais e resultados (KICKBUSCH, 2015;
KICKBUSCH; ALLEN; FRANZ, 2016; OPAS, 2022).

Nesse tocante, ao pensar na relação entre determinantes


socioambientais e redução de riscos de desastres, há de se
pensar sobre:

• Qual a estrutura que compõe o cenário da saúde e do meio


ambiente do seu território?
• Como a estrutura está planejada e quais as possibilidades de
atuação da equipe multiprofissional que está mais próxima da
comunidade que pode ser afetada?

Na organização do SUS, os municípios têm a responsabilidade de


executar as ações de saúde. Nessa perspectiva, cabe ao
município a identificação e programação de ações efetivas para
a construção de estratégias de proteção à saúde da população,
devendo direcionar e buscar recursos adicionais quando
necessário.

55
Quais são as estratégias para
reduzir as vulnerabilidades e os
riscos e fortalecer a população?

Segundo Ojima (2014), são várias as possibilidades para se reduzir a


vulnerabilidade socioambiental das pessoas, a começar pela
reestruturação e adequação dos equipamentos sociais dentro de
cada território. A organização de serviços sociais e estruturas de
oportunidades, possibilitam o acesso de uma parcela mais ampla
da sociedade, permitindo assim uma relativa redução de
vulnerabilidades.

Da mesma maneira, associações de bairro bem estruturadas,


atividades escolares, atividades religiosas, festas, proximidade de
familiares no entorno do domicílio/bairro, todas estas variáveis
contextuais podem ser fundamentais para a redução da
vulnerabilidade socioambiental em determinados contextos.

Ações como: falta de vigilância da água para consumo humano;


exposição humana a solos contaminados; exposição humana a
poluição atmosférica; exposição humana a substâncias químicas e
a acidentes com produtos perigosos, exposição humana à radiação
ionizante e não ionizante e exposição humana a desastres são todas
condições que elevam a suscetibilidade humana e do ambiente,
contribuindo para a redução do potencial de análise do risco, pois,
sem o entendimento da estrutura geral, há uma grande dificuldade
de contar com a participação social na análise das prioridades para
se pensar estratégias de prevenção do risco.

56
Um esquema, na figura 10, adaptado de Mata-Lima et al. (2013), mostra
a possibilidade de atuação e gestão do risco para redução de
desastres.

Figura 10: Procedimento para identificação, análise e redução do risco.

ENQUADRAMENTO

MONITORAR E REVER
IDENTIFICAÇÃO DO RISCO COM
PARTICIPAÇÃO POPULAR.
COMUNICAR E
CONSULTAR

ANÁLISE DO AVALIAÇÃO
RISCO HUMANO E DO RISCO
AMBIENTAL

IMPORTÂNCIA DO RISCO

TRATAMENTO DO RISCO

Fonte: Adaptado de MATA-LIMA et al. , 2013.

57
Observa-se, na figura 10, que o processo se inicia com o
enquadramento sobre o que é a condição de risco e qual a
vulnerabilidade socioambiental relacionada; posteriormente, há a
identificação do risco, incluindo a participação popular para que
haja priorização do risco e, principalmente, comprometimento
popular na hora da fiscalização e monitorização. Após elencados os
riscos faz-se a priorização do risco; qual é mais importante e qual
ameaça mais a vida neste momento? Após essa definição,
estratégias são traçadas para a contenção do risco.

A análise multiprofissional, com a contribuição


particular do(a) ACE na identificação de aspectos de
natureza econômica, social, ambiental, cultural,
política e suas mediações, contribuem para que a
vigilância em saúde tenha condições de identificar
locais de maior impacto no território e priorizar ações
de promoção, prevenção e recuperação da saúde do
ambiente e da população (BRASIL, 2022c).

Observe que, independente da estrutura, em todas as etapas, há uma


comunicação entre toda a equipe multiprofissional, monitorando,
revendo, comunicando e consultando aos órgãos competentes. Esse
processo deve ser cíclico, ou seja, funcionar todo o tempo juntamente
com as ações. Todos esses passos se juntam para a construção de um
plano de preparação e resposta do setor saúde à ocorrência de
desastres, conforme recomendado por Freitas, Mazoto e Rocha (2018).

58
RETROSPECTIVA
Nesta disciplina, você tomou conhecimento de diversos temas que
compõem o constante pensar saúde, ambiente e suas relações na
ocorrência de doenças.

Conforme todos os pontos abordados, foi possível entender que as


relações entre ambiente e saúde continuam sendo um desafio para a
população e para os trabalhadores da saúde. Isso reforça, ainda mais, a
necessidade de, cotidianamente, o(a) ACE realizar abordagens conscientes
e adequadas para educação ambiental e em saúde da comunidade com
a qual mantiver contato.

Agora amplie seu conhecimento! E para te dar uma mãozinha com essa
tarefa, aqui, vai uma dica: assista à teleaula. Ela está repleta de
informações adicionais para você recordar e refletir sobre essa temática.

No nosso próximo encontro, abordaremos Noções de Primeiros Socorros.

Até lá!

60
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA ENVOLVERDE JORNALISMO. Resíduo industrial é ainda o
grande vilão do meio ambiente. 2018. Disponível em:
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VÍDEOS RECOMENDADOS

Desastre de origem climatológica


https://www.youtube.com/watch?v=fmK4raw1pO8

Desastre de origem geológica


https://www.youtube.com/watch?v=H5Mc-INIRpw

Desastre de origem hidrológica


https://www.youtube.com/watch?v=-YBOVF25Fx4

O que fazer em um acidente com radiação ionizante?


https://www.youtube.com/watch?v=QQ87ktSkayM

O que não te contaram sobre as radiações não ionizantes


https://www.youtube.com/watch?v=3JWsqLHsfbI

Os 5 maiores acidentes químicos da história


https://www.youtube.com/watch?v=mxTBcOprZFA

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Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde
bvsms.saude.gov.br

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