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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
EM SAÚDE, USO DE
PRONTUÁRIO ELETRÔNICO E
FERRAMENTAS DE APOIO AO
REGISTRO DAS AÇÕES DOS
AGENTES DE SAÚDE
PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE
E-BOOK 11
Brasília – DF
2022
MINISTÉRIO DA SAÚDE
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
EM SAÚDE, USO DE
PRONTUÁRIO ELETRÔNICO E
FERRAMENTAS DE APOIO AO
REGISTRO DAS AÇÕES DOS
AGENTES DE SAÚDE
PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE
E-BOOK 11
Brasília – DF
2022
2022 Ministério da Saúde.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial –
Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,
desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde:
bvsms.saude.gov.br
1. Agentes Comunitários de Saúde. 2. Prontuário eletrônico e registro de informações. 3. Aplicativos e coleta de dados. I. Conselho Nacional
de Secretarias Municipais de Saúde. II. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. III. Título.
CDU 614
Nessa disciplina, você verá que a área da saúde lida com muitos
dados e informações em seu cotidiano. Assim, para apoiar os
profissionais na organização dos processos de trabalho, a partir do
uso qualificado das informações geradas, uma das estratégias
utilizadas é a incorporação de tecnologias como os softwares e-SUS
APS.
Bons estudos!
LISTA DE SIGLAS E
ABREVIATURAS
ACE | Agente de Combate às Endemias
ACS | Agente Comunitário de Saúde
CNS | Cartão Nacional de Saúde (Cartão SUS)
CADSUS WEB | Cadastro Nacional de Usuários do Sistema Único de
Saúde
CDS | Coleta de Dados Simplificada
CRIE | Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais
CPF | Cadastro de Pessoas Físicas
DNV | Declaração de Nascido Vivo
DO | Declaração de Óbito
EAP | Equipes de Atenção Primária
e-SUS APS | e-SUS Atenção Primária à Saúde
ESF | Estratégia de Saúde da Família
PEC | Prontuário Eletrônico do Cidadão
PNI | Programa Nacional de Imunização
PNIIS | Política Nacional de Informação e Informática em Saúde
SG | Síndrome Gripal
SIAB | Sistema de Informação da Atenção Básica
SIM | Sistema de Informação sobre Mortalidade
SINAN | Sistema de Informações sobre Agravos de Notificação
SINASC | Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos
SIS | Sistemas de Informação em Saúde
SISAB | Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica
SISVAN | Sistema de Informação de Vigilância Alimentar e Nutricional
SI-PNI | Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização
SisPNCD | Sistema do Programa Nacional de Controle da Dengue
SUS | Sistema Único de Saúde
RNDS | Rede Nacional de Dados em Saúde
RES | Registro Eletrônico em Saúde
TIC | Tecnologias da Informação e Comunicação
UBS | Unidade Básica de Saúde
VS | Vigilância em Saúde
LISTA DE FIGURAS
18 | Figura 01 - Integração de interfaces do e-SUS APS com
outros SIS.
01
7
E INFORMÁTICA EM SAÚDE (PNIIS) E OS
PRINCIPAIS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
EM SAÚDE (SIS)
24
PRONTUÁRIO ELETRÔNICO,
FERRAMENTAS DE APOIO PARA O
REGISTRO DE INFORMAÇÃO E
QUALIDADE DOS DADOS EM SAÚDE
39
A ESTRATÉGIA E-SUS APS E SEUS
SOFTWARES E APLICATIVOS PARA
COLETA DE DADOS
59 RETROSPECTIVA
61 BIBLIOGRAFIA
A POLÍTICA NACIONAL DE
INFORMAÇÃO E INFORMÁTICA
EM SAÚDE (PNIIS) E OS
PRINCIPAIS SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
O processo de
Transformação Digital
O mundo está passando por um processo de transformação digital,
ou seja, as tecnologias estão, cada vez mais, presentes em nossas
vidas, seja nos ambientes familiares ou de trabalho. Exemplos disso,
são o uso de aplicativos como o Whatsapp® para troca instantânea
de mensagens, que mudou a forma como nos comunicamos, e as
redes sociais, como o Facebook® e o Instagram®, que transformaram
as interações entre as pessoas, causando um importante impacto
em setores como o comércio e a propaganda.
8
Quando ela começou a atuar como Agente Comunitária de Saúde (ACS),
há 20 anos, tudo era registrado no papel e sequer havia computadores
nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Ela lembra que as famílias eram
cadastradas na ficha A, e as pessoas com Hipertensão, Diabetes,
Tuberculose, Hanseníase, gestantes e crianças eram acompanhadas
com o uso das fichas B (para cada uma das condições havia uma ficha
específica).
9
Esse cenário é empolgante, mas desafiador! Sabemos que a
informatização traz benefícios e facilidades para os trabalhadores e
as pessoas que usam os Serviços de Saúde. Entretanto, todo processo
de mudança deve estar acompanhado de um movimento educativo
dos trabalhadores envolvidos e dos cidadãos usuários, para
alcançarmos sucesso na digitalização do trabalho (MARIN, 2010).
10
O mundo vem mudando em ritmo acelerado, não é mesmo? O uso
de computadores, da internet e de aplicativos tem facilitado o acesso
das pessoas aos bancos, ao comércio e a outros serviços essenciais.
Na Saúde não é diferente e estamos vivenciando a transformação
digital dos nossos processos de trabalho, ou seja, a forma de
interação entre os trabalhadores da Saúde e a população está
mudando.
Você identifica
isso em sua
Como é esse realidade?
processo para
você?
11
Desde 2013, existe uma pesquisa nacional sobre o uso das
Tecnologias de Informação e Comunicação nos Estabelecimentos
de Saúde Brasileiros, também conhecida como TIC Saúde. Sua
edição de 2021 trouxe resultados animadores, vejamos a seguir:
94% utilizavam
computadores.
40% utilizavam
notebook ou tablet.
12
Em 2021, nos Estabelecimentos de
Saúde pesquisados (incluindo
públicos e privados):
22% ofereciam
agendamento on-line de consultas.
9% ofereciam visualização
on-line do prontuário do paciente.
13
Como podemos observar, a grande maioria das UBS utiliza
computadores e acessam à internet - cenário bem diferente daquele
relatado pela Gerusa, quando começou a atuar como ACS, 20 anos
atrás. Porém, existem diferenças regionais, com melhores resultados,
principalmente, nas regiões sul e sudeste, quando comparados à
região nordeste do Brasil.
14
Em julho de 2021, foi publicada a Política Nacional de Informação e
Informática em Saúde (PNIIS), com a finalidade de nortear os setores
público e privado no processo de integração dos Sistemas de
Informação em Saúde (SIS) e de transformação digital do trabalho.
Assim, faz-se importante destacar alguns princípios fundamentais
mencionados na PNIIS (BRASIL, 2021a):
● Fomentar a produção de
dados e Informações em
Saúde, para proporcionar a
geração de conhecimento e
subsidiar ações de Vigilância
em Saúde, bem como a
formulação de Políticas
Públicas.
● Democratizar os dados e as
Informações em Saúde e
promover o acesso aberto
como direito do cidadão.
15
A PNIIS, no geral, propõe um caminho para que tenhamos SIS
melhores para todos: profissionais, administração pública e pessoas
usuárias do SUS. Pensar na tecnologia e nos SIS como aliados para o
nosso trabalho, e não como uma coisa do outro mundo, é essencial.
Naturalmente, costumamos achar complicados alguns conceitos
utilizados na área da Tecnologia da Informação, não é mesmo?
16
Percebeu que os conceitos,
aparentemente complicados, na
verdade, são meios de tornar o nosso
trabalho mais fácil e produtivo?
17
Observe a figura, abaixo,
que representa isso
graficamente:
Figura 01 - Integração de interfaces do e-SUS APS com outros SIS.
18
Bem, após observar a figura 01, você, provavelmente, ficou feliz por
saber que é possível trabalhar com SIS integrados, e assustado com a
quantidade de Sistemas diferentes existentes na área da Saúde.
Uma pesquisa identificou a existência de 54 SIS de base nacional, que
estavam em operação no Brasil, entre 2010 e 2018. A quantidade de SIS
é reflexo da estrutura burocrática e compartimentada do governo e,
também, da complexidade que é o trabalho em Saúde.
19
Por esse motivo, um dos focos da PNIIS é a integração e
interoperabilidade dos SIS. É uma forma de atender à demanda de
setores específicos da Saúde, que necessitam monitorar dados e
informações sobre algum problema ou condição, e as equipes que
produzem o cuidado, para que não percam seu precioso tempo com
retrabalho ou burocracias.
20
Vimos que muitos são os SIS e aprender
sobre eles nos ajuda a entregar melhores
serviços à nossa população. O quadro 02
é um resumo, com informações úteis,
sobre os principais SIS, que são
importantes para o trabalho do ACS e do
ACE. Vamos analisá-lo?
21
Você deve ter percebido que o trabalho do ACS
e do ACE envolve, direta ou indiretamente,
muitos SIS, e que entender um pouco mais
sobre eles é fundamental, pois ambas as
categorias trabalham com dados e
informações da população que vive em um
território. No momento em que você, em seu
trabalho cotidiano, registra um dado, está
contribuindo com a construção de um conjunto
de informações fundamental para o trabalho de
sua equipe e para o SUS.
22
Vamos conhecer a
experiência de
integração entre ACS e
ACE no município de
Barra de Santana,
Paraíba.
23
PRONTUÁRIO ELETRÔNICO,
FERRAMENTAS DE APOIO
PARA O REGISTRO DE
INFORMAÇÃO E QUALIDADE
DOS DADOS EM SAÚDE
Na primeira parte dessa disciplina, a gente viu que, nos últimos anos,
houve um importante avanço no uso de Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC) na Saúde Brasileira. O uso de Sistemas de
Registro Eletrônico em Saúde (RES) foi essencial para o
monitoramento epidemiológico da pandemia de COVID-19. Em 2021,
os RES estavam presentes em 88% dos Estabelecimentos de Saúde
brasileiros, em 85% das Unidades Públicas e em 89% das UBS (COMITÊ
GESTOR DA INTERNET NO BRASIL, 2021).
25
Na realidade das ESF, o processo de indução ao uso de RES
aconteceu a partir da introdução do e-SUS APS.
26
DESAFIOS
VANTAGENS
● Requer adequada
● Ao contrário da informação em
disponibilidade de
papel, a eletrônica pode ser
equipamentos de
acessada por vários profissionais
informática,
ao mesmo tempo e em locais
softwares, rede
diferentes.
elétrica e
conectividade.
● Facilita a legibilidade e a
padronização da informação,
● A qualidade das
além de exigir menos espaço
informações
para arquivamento.
registradas depende
dos usuários do
● Permite realizar pesquisas mais
Sistema, ou seja, dos
rápidas, com uso de relatórios
profissionais.
sobre a Situação de Saúde de
uma população.
27
Um dos principais desafios envolve a infraestrutura tecnológica
necessária, que requer investimentos. Alguns municípios brasileiros
ainda não possuem uma rede estável de internet, em especial, a
região norte ou comunidades rurais.
28
Na área da Saúde a qualidade no registro de dados ganha maior
importância, pois as informações provenientes serão utilizadas para
apoiar decisões relacionadas ao cuidado de Saúde das pessoas.
Assim, para um profissional de Saúde conduzir uma situação, de
modo assertivo, ele necessita não somente do acesso aos dados,
mas que eles sejam completos, confiáveis e, principalmente, que
representem a real condição de Saúde das pessoas no âmbito
individual e coletivo (UFMG; BRASIL, 2020).
29
Recentemente, estive em uma reunião na
Secretaria de Saúde e os nossos indicadores
relacionados ao atendimento do hipertenso e do
diabético não estão bons. A coordenação de
Atenção Primária do município me passou um
relatório com o quantitativo de hipertensos e
diabéticos por microárea, com metas calculadas,
para nos ajudar a cumprir o indicador.
30
- Infelizmente, não. Quando você lança o valor da
pressão do paciente lá no campo específico, na
finalização do atendimento é gerado,
automaticamente, um código de aferição de
pressão arterial que é contado para o indicador.
31
- Bia, nem sempre quem usa Metformina já está
diabético. Esse medicamento pode ser
indicado para pessoas com sobrepeso, como
medida de prevenção da Diabetes e, também,
para mulheres com Síndrome dos Ovários
Policísticos, que é o caso da Larissa Rocha.
32
A situação apresentada é bem recorrente no trabalho das equipes de
APS, e representativa do quanto é importante estarmos atentos ao
registro das informações com qualidade. Podemos notar, que o
desconhecimento do registro adequado, por parte da médica Flávia,
e o equívoco na realização dos cadastros, pelas ACS Bia e Claudinéia,
contribuíram para o não cumprimento dos indicadores do Previne
Brasil sobre o atendimento a diabéticos e hipertensos.
33
Os principais problemas de
qualidade dos dados registrados
em Sistemas da Saúde são:
3
de papel e, posteriormente, digitamos nos Sistemas Eletrônicos.
Esses erros são mais frequentes, quando o profissional que
preenche o formulário de papel não é o mesmo que realiza a
digitação no Sistema.
4
um registro arredondado indevidamente pode mudar a conduta
frente a uma situação clínica. A classificação nutricional de uma
criança, por exemplo, pode ser alterada a partir de um
arredondamento (pode passar de peso adequado para
sobrepeso).
34
Quantas possibilidades de errar, não é mesmo? Como é isso na sua
realidade? Os dados que vocês produzem no cotidiano de trabalho
refletem, adequadamente, a realidade dos seus territórios?
35
A qualificação dos dados e o uso dos Sistemas Eletrônicos é um desafio
para os Serviços de Saúde. As muitas tarefas a executar, por vezes, tiram o
nosso foco dessa importante atividade e acabam reforçando nossa
sobrecarga.
36
Você deve ter notado que o e-SUS APS traz muitos relatórios
com dados úteis para o seu trabalho, não é verdade? Além
dos relatórios que foram apresentados, destacamos a
existência de outros como: Operacional – Crianças
menores de 5 anos; Operacional – Gestante/Puérpera e
Operacional – Risco cardiovascular. Eles reúnem
informações proveitosas sobre cada grupo e podem
contribuir, muito, para organização do cuidado nas Equipes
da ESF (BRASIL, 2021b).
O uso dos relatórios do e-SUS APS pode facilitar a nossa vida, não
é mesmo? O Sistema é complexo e abrangente e, por esse
motivo, recomendamos consultar o Manual do PEC/CDS, sempre
que julgar necessário. Ele traz informações detalhadas sobre a
emissão de relatórios e, também, o correto preenchimento das
fichas - assunto que vamos estudar na próxima unidade.
Conhecer o manual é essencial para usar o Sistema em todo o
seu potencial. Não precisa decorar tudo que tem nele, mas
tenha-o sempre em mãos para esclarecer alguma dúvida.
Certamente, ele vai te ajudar bastante!
Título: Manual PEC/CDS
Link: https://cgiap-saps.github.io/Manual-eSUS-APS/.
Acesso em: 12 set. 2022.
37
Como vimos, usar os relatórios do e-SUS APS, ou de outros Sistemas,
pode favorecer o nosso trabalho. Um problema que os relatórios
podem apresentar é a inconsistência dos dados e das informações,
ou seja, eles estarem incoerentes, ilógicos e não representarem a
realidade do território. Isso pode acontecer por algum erro técnico
(no software), ou devido à ocorrência de problemas de qualidade no
registro de dados - situação que já estudamos, aqui.
Nossa experiência demonstra que a maioria das inconsistências
presentes nos relatórios está relacionada ao registro da informação.
Por isso, é muito importante implementar, em nosso cotidiano de
trabalho, as estratégias apresentadas no Quadro 04. Afinal de contas,
QR code e assista nossa teleaula! Ou
para obtermos relatórios com informações reais e úteis, é necessário
clique na imagem acima para ser
redirecionada (o).
que o registro nas fichas e nos formulários seja qualificado. Falando
em qualificação do uso das fichas do e-SUS APS, saiba que esse será
o nosso próximo assunto!
38
A ESTRATÉGIA E-SUS APS E
SEUS SOFTWARES E
APLICATIVOS PARA COLETA
DE DADOS
Nós já vimos que a Saúde está caminhando para a digitalização dos
seus processos de trabalho. Também, aprendemos um pouco sobre as
vantagens do uso do RES e PEC, além de discutirmos sobre a
qualificação do registro de dados. Afinal de contas, registros qualificados
geram dados e informações úteis para melhor cuidar das pessoas!
Agora, vamos ver um pouco mais sobre a estratégia e-SUS APS, seus
formulários e suas funcionalidades, que fazem parte do cotidiano de
trabalho dos ACS e ACE. Antes de começar, vamos ver como foi a
implantação do e-SUS APS no contexto de trabalho da Gerusa, da turma
do Saúde com Agente.
40
No nosso caso, desde o começo, a Secretaria Municipal de Saúde
comprou computadores, para que nós mesmos pudéssemos digitar
os cadastros e as visitas no Sistema.
- Uma maravilha!
41
A história da Gerusa deixa evidente o quanto foi difícil a transição
do SIAB para o e-SUS APS, para todos os atores envolvidos.
Apesar disso, temos que reconhecer os ganhos significativos que
tivemos, em termos de qualidade e abrangência das
informações. A estratégia e-SUS APS visa informatizar e qualificar
o SUS e torná-lo eletrônico (e-saúde), para melhor gerir as
informações, apoiar os Serviços de Saúde, além de qualificar o
cuidado das pessoas. Vamos conhecer alguns pontos
fundamentais da estratégia e-SUS APS (BRASIL, 2021b):
42
Longitudinalidade do cuidado!
Provavelmente, você estudou esse conceito na disciplina
Políticas de Saúde, Política Nacional de Atenção Básica,
Política Nacional de Vigilância em Saúde no Brasil, não é
mesmo? Caso ainda tenha dúvidas sobre o assunto, é
fundamental saná-las, pois compreender esses conceitos
é essencial para entender como o SUS está organizado.
A médica de Família e Comunidade Luisa Portugal possui
um canal no Youtube,® com vários vídeos legais sobre o
assunto. Aqui, vamos sugerir um deles para esclarecer esse
conceito de forma lúdica. Confere lá!
Título: Longitudinalidade
(Atributos essenciais da Atenção
Primária à Saúde)
Clique aqui para acessar o link:
https://www.youtube.com/watch
?v=GcDZuSBV2FE. Acesso em: 12
set. 2022.
43
É importante entendermos que a estratégia e-SUS APS engloba dois
grandes Sistemas, um para armazenamento (Sistema de
Informação), e outro para a coleta de dados (Sistema de software)
(BRASIL, 2021b, 2022b; SOUSA et al., 2019):
44
• Os Sistemas de softwares do e-SUS APS coletam os dados que são
enviados ao SISAB e respeita as suas diretrizes, mas, para além disso,
possuem funcionalidades específicas para conduzir os processos de
trabalho das equipes. Isto é, no cotidiano de trabalho as equipes
utilizam os softwares para produzir e registrar o cuidado. Nesse
contexto, existem dois softwares e dois aplicativos.
Ficha de
vacinação
COVID-19.
Acesso em: 12
set. 2022.
45
Ficha de Atendimento
Ficha de Cadastro
Domiciliar - última
Individual - última
atualização: versão
atualização: versão
3.2.
3.2. Acesso em: 12 set.
Acesso em: 12 set.
2022.
2022.
Ficha de Ficha
Atendimento Complementar -
Individual - última última
atualização: atualização:
versão 3.2. Acesso versão 3.2. Acesso
em: 12 set. 2022. em: 12 set. 2022.
Ficha de Atividade
Ficha de
Coletiva - última
Procedimentos -
atualização: versão
última atualização:
3.2. Acesso em: 12
versão 3.2. Acesso
set. 2022.
em: 12 set. 2022.
Ficha de Avaliação
Ficha de Vacinação -
de Elegibilidade e
última atualização:
Admissão - última
versão 3.2. Acesso
atualização: versão
em: 12 set. 2022.
3.2. Acesso em: 12 set.
2022.
Ficha de Visita
Ficha de Cadastro Domiciliar e Territorial
Domiciliar e Territorial - última atualização:
- última atualização: versão 4.1. Acesso
versão 3.2. Acesso em: 12 set. 2022.
em: 12 set. 2022.
46
Aplicativo e-SUS Território (e-SUS Território) e e-SUS Atividade Coletiva (e-SUS AC):
47
Uma dúvida frequente, quando se trata de uso de Sistemas de
Informação na Saúde, diz respeito à responsabilidade por digitar
dados no Sistema. Para esclarecer esse ponto, em 2015, o antigo
Departamento de Atenção Básica (hoje, Secretaria Nacional de
Atenção Primária à Saúde), publicou uma nota técnica sobre o
assunto. Nela, fica clara a recomendação do Ministério da Saúde de
que a digitação da produção seja feita pelo mesmo profissional
responsável pelo atendimento, pois esse registro faz parte do
cuidado (discutimos sobre isso na temática anterior, lembra-se?).
Para saber mais, acesse a nota técnica na íntegra:
Título: Nota Técnica do Departamento de Atenção
Básica/Secretaria de Atenção à Saúde/ Ministério da Saúde.
Link:
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/NT_ACS.pdf.
Acesso em: 13 set. 2022.
48
Na disciplina de Geoprocessamento em Saúde, Cadastramento e
Territorialização vimos a importância de conhecermos o nosso
território de atuação. Esse conhecimento nos permite planejar ações e
nos anteciparmos aos problemas, além de desenvolver atividades
intersetoriais para enfrentar os contextos adversos identificados. A
estratégia usada para alcançar isso é a territorialização e a adscrição
territorial. Assim, podemos dizer que o território definido é a base de
atuação dos ACS e ACE, e conhecer os condicionantes e determinantes
de Saúde desse território é tarefa obrigatória. Para tanto, é necessário
realizar um adequado cadastramento, com o mapeamento de
características econômicas, sociais e de Saúde da população que vive
no território. No e-SUS APS esse cadastro está organizado em duas
dimensões: cadastro individual e cadastro domiciliar e territorial
(BRASIL, 2021b; BRASIL, 2017).
49
A dimensão do cadastro individual corresponde ao preenchimento
da Ficha de Cadastro Individual, que reúne informações divididas
nos seguintes blocos:
● informações de cabeçalho;
● identificação do usuário/cidadão;
● informações sociodemográficas;
● questionário autorreferido de Situações/Condições de Saúde;
● cidadão em situação de rua;
● termo de recusa do cadastro individual da atenção básica.
(BRASIL, 2021b)
50
A seguir, vamos destacar alguns pontos importantes de cada bloco que,
na nossa experiência, representam as principais inconsistências no
registro de informações. O objetivo, aqui, não é esgotar essa discussão,
mas focar em pontos essenciais.
No cotidiano de trabalho, é muito importante consultar o Manual do
PEC/CDS sempre que houver dúvida em relação ao preenchimento de
algum campo.
51
Como podemos observar, a Ficha de Cadastro Individual é completa e
investiga situações e condições importantes para a organização do
cuidado no território. Por esse motivo, é muito relevante o seu
preenchimento completo, mesmo que a maioria dos campos não seja
obrigatória. Lembram-se quando discutimos sobre as consequências da
incompletude, ou ausência de informações, na temática anterior? É, aqui,
que devemos estar atentos e não permitir que isso aconteça!
52
Você observou que o e-SUS APS permite uma
visão completa do contexto familiar das
pessoas do território e, quando bem utilizado,
reúne dados e informações valiosos para
organização do cuidado em Saúde?
53
Para além do cadastramento de pessoas e domicílios, o e-SUS APS
possibilita o registro das visitas domiciliares operacionalizadas pelos ACE e
ACS. Para tanto, o conceito de visita domiciliar foi redefinido e passou a ser
uma atividade exclusiva desses profissionais (BRASIL, 2021b).
54
É preciso destacar uma situação, que é fonte de dúvida para muitos
profissionais. Quando o e-SUS APS foi implementado, houve uma
mudança na contabilização das visitas realizadas pelos ACS.
Anteriormente, o SIAB trabalhava com a lógica de registro consolidado e
eram contadas as “famílias visitadas” e aquelas acompanhadas pelo
ACS. Como já estudamos, o e-SUS APS está fundamentado na lógica de
individualização do registro, assim, no Sistema, devem ser registrados os
“indivíduos visitados”.
55
O Sistema e-SUS APS possui fichas projetadas para uso e
qualificação do registro da informação dos ACS e dos ACE.
Entretanto, observamos que não são em todas as
realidades que o Sistema é utilizado pelas duas categorias.
O uso pelos ACS é universal, seja pelos softwares do e-SUS
APS ou por outros Sistemas que transmitem dados para o
SISAB. Porém, essa não é a realidade do processo de
trabalho dos ACE em todo o Brasil. Trabalhar com o mesmo
Sistema de Informação pode estreitar os laços de trabalho
entre ACS e ACE. Você já pensou sobre isso?
Discuta o assunto com o seu preceptor!
56
Uma das vantagens do uso do aplicativo é o fluxo facilitado de trabalho
dos profissionais, como demonstrado na figura 02.
60
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Análise de Situação de Saúde. Manual de
Instruções para o preenchimento da Declaração de Nascido Vivo.
Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2011.
62
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS n° 2.436, de 21 de
setembro de 2017. Anexo XXII da Portaria de Consolidação GM/MS nº 2,
de 28 de setembro de 2017, que dispõe sobre a Política Nacional de
Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a
organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS). Diário Oficial da União. 2017a.
63
Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde
bvsms.saude.gov.br
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